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FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM ADMINISTRAÇÃO “UTILIZAÇÃO DA ABORDAGEM MULTICRITÉRIO PARA PRIORIZAÇÃO DO PORTFÓLIO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO.” MARCELO DA SILVA RAMOS ORIENTADOR: PROF. DR. LUIZ FLÁVIO AUTRAN MONTEIRO GOMES Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 2010

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FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM

ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA

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“UTILIZAÇÃO DA ABORDAGEM MULTICRITÉRIO PARA PRIORIZAÇÃO DO

PORTFÓLIO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO.”

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ORIENTADOR: PROF. DR. LUIZ FLÁVIO AUTRAN MONTEIRO GOMES

Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 2010

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“UTILIZAÇÃO DA ABORDAGEM MULTICRITÉRIO PARA PRIORIZAÇÃO DO PORTFÓLIO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO.”

MARCELO DA SILVA RAMOS

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Administração como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Administração. Área de Concentração: Administração Geral

ORIENTADOR: PROF. DR. LUIZ FLÁVIO AUTRAN MONTEIRO GOMES

Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 2010.

iii

“UTILIZAÇÃO DA ABORDAGEM MULTICRITÉRIO PARA PRIORIZAÇÃO DO PORTFÓLIO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO.”

MARCELO DA SILVA RAMOS

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Administração como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Administração. Área de Concentração: Administração Geral

Avaliação:

BANCA EXAMINADORA:

______________________________________________________________

Professor Dr. LUIZ FLÁVIO AUTRAN MONTEIRO GOMES (Orientador) Instituição: Faculdades IBMEC – IBMEC-RJ _____________________________________________________

Professora Dra. MARIA AUGUSTA SOARES MACHADO Instituição: Faculdades IBMEC – IBMEC-RJ _____________________________________________________

Professor Dr. FERNANDO AUGUSTO SILVA MARINS Instituição: FEG/UNESP Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 2010.

iv

FICHA CATALOGRÁFICA

658.4035 R175u

Ramos, Marcelo da Silva. Utilização da abordagem multicritério para priorização do portfólio de projetos de investimento em refino de petróleo / Marcelo da Silva Ramos - Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec, 2010. Dissertação de Mestrado Profissionalizante apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração das Faculdades Ibmec, como requisito parcial necessário para a obtenção do título de Mestre em Administração. Área de concentração: Administração geral. 1. Administração – Tomada de decisão - Técnicas. 2. Apoio multicritério à decisão – Método AHP (Analytic Hierarchy Process). 3. Investimentos - Projetos.

v

DEDICATÓRIA

Este trabalho não teria sido concluído não fossem pelas

minhas avós Juliana e Ciomar, pelo meu pai Yjaquir, meu

tio Deusdith, minha tia Dirce, minha esposa Ana Paula,

meu filho Pedro e minha “boadrasta” Fátima, que nos

momentos mais extenuantes deste desafio estiveram ao

meu lado dando-me todo o suporte necessário para

conseguir atingir este objetivo. A eles eu dedico este

trabalho.

vi

AGRADECIMENTOS

À PETROBRAS pela oportunidade de participar em mais este desafio. Aos meus gerentes que

sempre me incentivaram na busca do conhecimento e do aperfeiçoamento.

Para as bibliotecárias da Biblioteca da PETROBRAS, que tiveram a maior paciência do

mundo, quando das minhas inúmeras solicitações de livros e artigos, que em alguns

momentos pareciam infindáveis.

Aos professores do Mestrado Profissionalizante em Administração do IBMEC-RJ, que

demonstraram extremo profissionalismo e dedicação. Destaco os professores Dr. Luiz Flávio

Autran Monteiro Gomes, que me deu uma nova forma de ver os problemas e a retomada das

leituras sobre filosofia, que tinham ficado para trás; Dra. Flávia de Souza Costa Neves

Cavazotte, que mudou radicalmente a minha forma de trabalhar com equipe com as disciplina

de Comportamento Organizacional e Liderança e Dr. Raimundo Nonato que ajudou a

compreender a quão rica e extensa é a área contábil, o que me ajudou muito no

desenvolvimento de minhas atividades profissionais.

A secretaria do IBMEC, na pessoa da Sra. Rita de Cássia, que sempre muito gentil, atenciosa

e muito profissional; preocupou-se em todos os momentos em atender às demandas dos

alunos do Mestrado Profissionalizante em Administração.

vii

RESUMO

As ferramentas tradicionalmente mais utilizadas, para a tomada de decisão, para selecionar e

priorizar projetos de investimento tem sido o Valor Presente Líquido (VPL), a Taxa Interna de

Retorno (TIR), o payback e as opções reais. São ferramentas que focam a decisão somente por

um aspecto, que é o financeiro/econômico. O cenário no qual a empresa está envolvida

oferece uma série de visões que precisam ser contempladas quando da seleção de projetos que

compõem a sua carteira de investimento, sob pena de não atingir os objetivos estratégicos da

organização. Os decisores defrontam-se com uma carteira de projetos que, em muitos casos,

não é homogênea, ou seja, seus projetos encontram-se em diferentes estágios de maturidade, o

que leva a decisões que consideram somente este estágio, não abordando outros critérios tão

importantes quanto o financeiro/econômico. Além deste fato, observa-se que o processo de

tomada de decisão carece de uma estruturação que confira a decisão maior estabilidade. Para

suportar, de forma estruturada, este processo de decisão estabeleceu-se uma amostra de

projetos, para os quais foram selecionados outros critérios, além do financeiro/econômico e

utilizou-se a abordagem multicritério, mais especificamente, o Método de Análise

Hierárquica. Esta abordagem possibilitou uma seleção mais consistente e permitiu aos

decisores uma visão mais ampla que atendesse às demandas da organização e de seus

stakeholders. O método contribui também para melhorar a comunicação entre os decisores e

nivelar o conhecimento sobre o portfólio de projetos.

Palavras Chave: Administração – Tomada de decisão - Técnicas. Apoio multicritério à

decisão – Método AHP (Analytic Hierarchy Process). Investimentos - Projetos.

viii

ABSTRACT

The typically more used tools for decision making, to select and prioritize investment projects

has been the Net Present Value (NPV), Internal Return Rate (IRR), payback and real options.

These tools focus on the decision through the financial/ economic aspect only. The scenario in

which the company is engaged provides a range of views that need to be considered when

selecting projects that make up its investment portfolio, on penalty of not achieving the

organization's strategic objectives. Decision makers are faced with a project portfolio that in

many cases is not homogeneous, i.e., their projects are in various stages of maturity, which

leads to decisions that only consider the current stage, and fails to address other criteria as

important as the financial /economic criterion. Further, it is observed that the decision-making

process needs to be structured to give greater stability to a decision. To structurally support

this decision process, a sample of projects was established, for which other criteria were

selected, beside the financial/ economic criterion. The multicriteria approach, more

specifically, the Analytic Hierarchy Method was used. This approach allowed a more

consistent selection and allowed policy makers a wider view that would meet the organization

and its stakeholders’ demands. The method also helps to improve communication between

policy makers and to level the knowledge on the project portfolio.

Key Words: Administration, Decision Making – Technical, Portfolio of projects –

Multicriteria Decision Aiding - Analytic Hierarchy Process – AHP, Investment, Projects.

ix

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fluxograma do processo de tomada de decisão. .....................................................19

Figura 2 – Processo de análise de decisões com múltiplos critérios ........................................21

Figura 3 – Principais métodos de análise de decisão multicritério...........................................24

Figura 4 – Como a hierarquia se compara a uma rede .............................................................30

Figura 5 – Principais etapas da análise de decisão envolvendo múltiplos critérios. ................32

Figura 6 – Estrutura do método SCA .......................................................................................43

Figura 7 – Relacionamentos no portfólio de projetos. ............................................................46

Figura 8 – Estrutura para seleção de projetos em um portfólio................................................48

Figura 9 – Fluxograma do método AHP. .................................................................................64

Figura 10 – Níveis da hierarquia do AHP ................................................................................65

Figura 11 – Matriz de comparação paritária de critérios..........................................................67

Figura 12 – Matriz de comparação paritária de subcritérios. ...................................................67

Figura 13 – Matriz de comparação paritária de alternativas. ...................................................67

Figura 14 – Matriz de comparação paritárias das alternativas. ................................................70

Figura 15 – Classificação das alternativas................................................................................72

Figura 16 – Estrutura organizacional da PETROBRAS...........................................................75

Figura 17 – Ciclo de vida do projeto e seus processos............................................................76

Figura 18 – Esquema de produção nível 4 de derivados de petróleo. ......................................80

x

Figura 19 – Tela inicial do Decision Lens®.............................................................................84

Figura 20 – Árvore de critérios e subcritérios. .........................................................................89

Figura 21 – Equipamentos de comunicação de dados utilizado para votação dos decisores. ..97

Figura 22 – Índice de inconsistência final. ...............................................................................97

Figura 23 – Lista de inconsistências do Decision Lens®.........................................................98

Figura 24 – Votação do grupo para o projeto novo tanque de óleo combustível BTE, no

Decision Lens®. .....................................................................................................................103

Figura 25 – Análise de sensibilidade - scoresheet sensitivity no Decision Lens®.................106

Figura 26 – Análise de sensibillidade - barchart sensitivity no Decision Lens®...................107

Figura 27 – Análise de sensibilidade dashboard no Decision Lens®....................................107

Figura 28 – Otimização dos recursos no Decision Lens®......................................................108

Figura 29 – Resultado consolidado da pesquisa de avaliação. ..............................................122

xi

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Situações fundamentais das preferências do decisor ..............................................26

Tabela 2 – Versões dos métodos da família ELECTRE...........................................................27

Tabela 3 – Métodos PROMÉTHÉ e seus objetivos. ................................................................28

Tabela 4 – Relações semânticas de comparação e correlação numérica para o MAHP. .........51

Tabela 5 – Escala fundamental de Saaty . ................................................................................69

Tabela 6 – Principais métodos do vetor normalização. ............................................................70

Tabela 7 – Valores de IR para matrizes quadradas de ordem “n”............................................72

Tabela 8 – Crescimento. ...........................................................................................................99

Tabela 9 – Responsabilidade social e ambiental. ....................................................................99

Tabela 10 – Sinergia. ................................................................................................................99

Tabela 11 – Qualidade..............................................................................................................99

Tabela 12 – Excelência operacional. ......................................................................................100

Tabela 13 – Lucratividade. .....................................................................................................100

Tabela 14 – Maturidade..........................................................................................................100

Tabela 15 – Conformidade legal. ...........................................................................................100

Tabela 16 – Compromissos assumidos...................................................................................100

Tabela 17 – Criticidade para a operação. ...............................................................................101

Tabela 18 – Risco tecnológico. .............................................................................................101

xii

Tabela 19 – Riscos na implantação. .......................................................................................101

Tabela 20 – Tempo de desenvolvimento................................................................................101

Tabela 21 – Disponibilidade de mão-de-obra........................................................................102

Tabela 22 – Infraestrutura adequada. .....................................................................................102

Tabela 23 – Resultado final da votação dos decisores, no Decision Lens®. .........................104

Tabela 24 – Resultado final da votação dos decisores, no Decision Lens® / continuação. ...105

Tabela 25 – Legenda das Tabelas 23 e 24. .............................................................................106

xiii

LISTA DE SIGLAS

AHP Analytic Hierarchy Process

ANP Analytic Network Process

ETA Estação de Tratamento de Água

FCC Fluid Catalytic Cracking

GLP Gás Liquefeito de Petróleo

MAUT Multi-Attribute Theory

PAM Programa de Adequação Metalúrgica

PDF Portable Document File

PPL Problema de Programação Linear

PSM Problem Structuring Methods

QFD Quality Function Deployment

RTF Rich Text File

SCA Strategic Choice Approach

SMAA Stochastic Multicriteria Acceptability Analysis

SMS Saúde, Meio Ambiente e Segurança

SODA Strategic Options Development and Analysis

SSM Soft Systems Methodology

TAC Termo de Acerto de Conduta

TCA Teoria dos Conjuntos Aproximativos

TIR Taxa Interna de Retorno

TODIM Tomada de Decisão Interativa Multicritério

UTA Utilité Aditive

VPL Valor Presente Líquido

xiv

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................1

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO ..............................................................................................1

1.2. PROBLEMA DA PESQUISA .......................................................................................3

1.3. OBJETIVOS...................................................................................................................6

1.4. JUSTIFICATIVA ...........................................................................................................7

1.5. MÉTODO DE PESQUISA...........................................................................................10

1.6 LIMITAÇÕES DE ESCOPO DA PESQUISA ............................................................11

1.7 ESTRUTURA DA PESQUISA....................................................................................12

2. REFERENCIAL TEÓRICO .....................................................................................14

2.1. INTRODUÇÃO............................................................................................................14

2.2. TOMADA DE DECISÃO............................................................................................16

xv

2.3. O PROBLEMA MULTICRITÉRIO ............................................................................20

2.4. PRINCIPAIS MÉTODOS DE ANÁLISE DE DECISÃO MULTICRITÉRIO...........23

2.4.1. Escola Francesa .....................................................................................25

2.4.1.1. Elimination et Choix Traduisant la Réalité – ELECTRE ............. 25

2.4.1.2.Preference Ranking Organization Method for Enrichment Evaluation

- PROMÉTHÉ..............................................................................................27

2.4.2. Escola Americana ..................................................................................28

2.4.2.1. Analytic Hierarchy Process – AHP..............................................29

2.4.2.2 Analytic Network Process – ANP................................................30

2.4.2.3 . Multiattribute Utility Theory – MAUT........................................31

2.4.2.4. Measuring Attractiveness by a Categorical Based Evaluation

Technique – MACBETH .............................................................................32

2.4.2.5. Utilité Aditive – UTA...................................................................33

2.4.3. Método Híbrido .....................................................................................34

2.4.3.1. Tomada de Decisão Interativa Multicritério – TODIM................34

2.4.4. Análise Verbal de Decisões ...................................................................35

xvi

2.4.4.1. MétodoZAPROS-LM......................................................................35

2.4.4.2 Método ZAPROS-III.......................................................................36

2.4.4.3. Método STEP-ZAPROS................................................................. 37

2.4.4.4. Método PAired COMpensation – PACOM.................................... 37

2.4.4.5. Método ORdinal CLASSification – ORCLASS............................38

2.4.5. Método dos Conjuntos Aproximativos..................................................38

2.4.6. Método Estocástico................................................................................40

2.4.6.1.Stochastic Multicriteria Acceptability Analysis – SMAA...............40

2.4.7. Pesquisa Operacional Soft – PO Soft ....................................................41

2.5. GESTÃO DE PORTFÓLIO DE PROJETOS ..............................................................45

2.6. JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO MÉTODO MULTICRITÉRIO......................50

2.7. MÉTODO ANALYTIC HIERACHIC PROCESS – AHP...........................................60

2.7.1. Introdução ................................................................................................60

2.7.2. Fundamentação Teórica do Método ........................................................60

2.7.3. Estrutura do Método AHP .......................................................................63

2.7.3.1. Construção de Hierarquias ..............................................................64

xvii

2.7.3.2. Julgamentos de Valor......................................................................66

2.7.3.3. Escalas de Valor..............................................................................68

2.7.3.4. Priorização das Alternativas............................................................69

2.7.3.5. Análise de Consistência ..................................................................71

2.7.3.6. Classificação das Alternativas ........................................................72

3 APLICAÇÃO DO MÉTODO AHP EM UM PORTFÓLIO DE PROJETOS DE

INVESTIMENTO...................................................................................................................74

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA .......................................................................74

3.1.1 Visão Geral ............................................................................................74

3.1.2 Sistemática de Acompanhamento de Projetos de Investimento ............76

3.1.3 Principais Processos de Refino..............................................................79

3.2 APLICAÇÃO DO MÉTODO AHP EM PORTFÓLIO DE PROJETOS DE

INVESTIMENTO................................................................................................................81

3.2.1 Problema e Método Utilizado................................................................81

3.2.2 Construção do Modelo...........................................................................85

3.2.3 Comparação de Critérios .......................................................................96

xviii

3.2.4 Avaliação de Alternativas......................................................................98

4 CONCLUSÕES ...........................................................................................................109

4.1 VERIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS..........................................................................109

4.2 SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS ........................................................111

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................113

APÊNDICE A – PERFIL DOS PARTICIPANTES.........................................................119

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO...................................................121

1

1. INTRODUÇÃO

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO

A tomada de decisão em ambientes corporativos está cada vez mais complexa influenciada

por diversos fatores, recursos e variáveis no processo decisório e a velocidade de interação

entre eles, alterando-se continuamente devido aos cenários de risco e incerteza. As constantes

mudanças e o tempo reduzido para aprendizagem tornam a tomada de decisão uma etapa

crítica no processo gerencial.

O processo de tomada de decisão envolve questões práticas, abordadas por Gomes, Gomes e

Almeida (2009) tais como:

a) diversividade de fatores quantitativos;

b) falhas no entendimento e contextualização do problema;

c) ausência de propostas alternativas;

d) equívocos no tratamento ou na mensuração das variáveis qualitativas que afetam a

proposta de investimento;

2

e) dificuldades na mensuração e tratamento dos riscos associados aos projetos;

f) dificuldades no julgamento e escolha dos projetos pela ausência de critérios ou

metodologias científicas para suportar a tomada de decisão;

g) dificuldades na mensuração do retorno esperado;

h) efeito das preferências dos tomadores de decisão.

A grande amplitude das variáveis envolvidas no processo de seleção de alternativas, objetivos

conflitantes e a influência das variáveis qualitativas remete à suposição de que não existe uma

solução ótima que atenda a todos os fatores, que afetam a tomada de decisão ao mesmo

tempo. Sob este prisma, observa-se uma possível inadequação dos modelos matemáticos

tradicionais para analisar um escopo tão amplo como este (SHIMIZU, 2006).

As empresas elaboram estudos de viabilidade econômica para avaliarem quais os projetos de

investimento que constituirão seu portfólio, baseando suas decisões nestes estudos, excluindo

destes as variáveis qualitativas em função da dificuldade de mensuração (JANSEN;

SHIMIZU; JANSEN, 2004).

As técnicas mais utilizadas para a seleção de projetos de investimento são o Valor Presente

Líquido (VPL), a Taxa Interna de Retorno (TIR), o tempo de recuperação do capital

(payback) e a teoria das opções reais (ROSS; WESTERFIELD; JAFFE, 2002).

Cada empresa possui seu cenário particular no qual existem variáveis qualitativas que são

mais, ou menos, relevantes do que as variáveis quantitativas no processo decisório de

investimento, tais como o impacto na sociedade e no meio ambiente, forças políticas, marcos

3

regulatórios, mercado, tecnologias utilizadas e em desenvolvimento, imagem e as estratégias

de diferenciação.

O processo decisório consiste na análise de um conjunto de alternativas, que estão geralmente

associadas a um conjunto de recursos, que concorrem para a solução de problemas

previamente identificados. O objetivo é atender simultaneamente a todos os requisitos,

levando em consideração as variáveis qualitativas e quantitativas (GOMES; GOMES;

ALMEIDA, 2009). A complexidade da tomada decisão está neste ponto, na qual se precisam

atender múltiplos objetivos, critérios e restrições, e que tal decisão implicará necessariamente

em uma renúncia.

Segundo Shimizu (2006), na abordagem multicritério, como não é possível satisfazer a todos

os critérios e restrições ao mesmo tempo, os novos procedimentos buscam determinar um

nível de conciliação entre estes fatores, passando da solução ótima para a solução de

consenso. É por meio de métodos matemáticos que a abordagem multicritério se propõe a

suportar o processo decisório, incluindo no seu escopo a importância relativa de cada variável

quantitativa e qualitativa na decisão (KIM; KWAK; YOO, 1998).

1.2. PROBLEMA DA PESQUISA

Embora as ferramentas e as formas de determinar a melhor alocação de capital de

investimentos foram aperfeiçoadas ao longo do tempo, a necessidade básica é que as

empresas devem alocar um conjunto limitado de recursos em projetos, de forma a balancear

riscos e retorno, garantindo alinhamento com a estratégia corporativa (KERZNER, 2004).

Embora uma variedade de ferramentas e métodos analíticos possa ser utilizada na seleção e

priorização de projetos, os processos precisam estar presentes para que as pessoas envolvidas

4

na tomada de decisão possam compartilhar de uma visão comum em um método estruturado

por etapas bem definidas (RASMUSSEN et al., 2003).

As demandas diárias e as pressões por resultados também contribuem negativamente e fazem

com que os gestores não tenham disponibilidade de tempo para efetuar uma revisão interna

que provavelmente descartaria várias propostas, demonstrando prazos e custos infundados

(KERZNER 2004). Em outras situações componentes políticas ou ainda pessoais interferem

no julgamento dos gestores, que muitas vezes defendem projetos inviáveis ou ainda

desalinhados com a estratégia da empresa.

Para atender a essa demanda, especialmente em empresas de capital intensivo, a função de

gerenciamento de portfólio de projetos passou a ter destacada importância para o negócio

(KERZNER, 2004). É durante o planejamento do projeto que a localização geográfica dos

investimentos, os arranjos dos equipamentos nas instalações, as especificações de

equipamentos, sobressalentes e materiais são definidas. Decisões tomadas nesta fase

influenciarão diretamente na vida útil desses ativos após o início da operação da nova planta,

como também no retorno do capital investido pela empresa.

Os investimentos na indústria do petróleo são muito elevados, já que exigem utilização de

equipamentos de alta tecnologia, envolvendo novos processos fabris, novos materiais, novas

formas de construção e montagem de unidades de processo e mão de obra qualificada para

trabalhos com novos equipamentos e métodos construtivos. Isto leva ao ponto no qual o

decisor precisa observar não somente os aspectos financeiros/econômicos, mas outras

variáveis, tais como o mercado de bens e serviços, a disponibilidade de mão-de-obra treinada

e qualificada, demandas da sociedade e aspectos ligados ao meio ambiente, já que se trata,

historicamente, de uma indústria altamente poluente (YERGIN, 2008).

5

As empresas neste segmento industrial necessitam cada vez mais utilizar novas tecnologias e

matérias-primas que não são aquelas para as quais as unidades industriais existentes foram

projetadas. Aliado a este fato, existe a necessidade, por parte destas indústrias, de produzir

novos produtos que possuam nível de qualidade estabelecido pela legislação ambiental do

País, no qual se pretende comercializar estes produtos. Deve-se levar em consideração,

também, a obsolescência do parque industrial, o que faz com que sejam realizados

investimentos na atualização tecnológica destas unidades industriais. Há de se considerar,

ainda, o planejamento estratégico das empresas, pois podem estar previstos investimentos em

construção de novas unidades industriais para atendimento do mercado por novos produtos.

Estas necessidades de investimento serão desdobradas em projetos, e vão compor o portfólio

de projetos das empresas.

Deste portfólio, nem todos os projetos encontram-se no mesmo estágio de desenvolvimento.

Alguns projetos estão mais maduros, iniciando sua fase de construção e montagem, enquanto

outros estão em uma fase de definição e planejamento. Durante períodos recentes, de preços

elevados do barril de petróleo, existia uma grande disponibilidade de recursos financeiros para

a condução deste portfólio. Devido aos recentes retrocessos na economia mundial fez-se

necessária uma forte redução orçamentária nestes investimentos, para adequá-los a nova

realidade.

Esta redução de investimentos foi feita utilizando-se, principalmente, o critério da maturidade

do projeto, ou seja, projetos em fase de construção e montagem e com contratos assinados

com terceiros para o fornecimento de bens e serviços tiveram prioridade. Notou-se neste

momento, que não havia nenhuma forma estruturada para a seleção, classificação, ordenação

e priorização para esta decisão.

6

A gestão do portfólio de projetos é mais complexa do que gerir projetos individuais sendo que

em muitos casos, atrasos em projetos individuais são decorrentes não só de erros da gerência

do projeto, mas também de problemas de seleção e priorização do portfólio (ELTON; ROE,

1998). Os critérios mais utilizados, além do grau de maturidade do projeto, focavam

basicamente em aspectos econômico-financeiro, mas não levavam em consideração outras

variáveis igualmente importantes, como estabilidade econômica e política, ambiente

regulatório, entre outras.

Desta forma, o processo decisório deveria ser robusto para que, qualquer que fosse a opção

escolhida, esta não prejudicasse a estratégia corporativa e nem ignorasse outras

oportunidades.

1.3. OBJETIVOS

A análise de projeto de investimento é um processo de obtenção e organização de

informações técnicas, econômicas, legais, tributárias, financeiras e de meio ambiente. Em

sentido amplo, projeto de investimento pode ser definido como qualquer aplicação de recursos

destinada a criar um valor futuro para os acionistas, seja tangível ou intangível (ROSS;

WESTERFIELD; JAFFE, 2002). A definição da abrangência de um projeto dependerá do

objetivo da análise que se quer desenvolver. Quanto menos abrangente for a análise, maior o

risco de não serem captadas as interdependências entre o projeto avaliado e os demais

investimentos. Porém, quanto mais abrangente maior o risco de se incluir um subprojeto não

rentável no conjunto em análise.

A existência de um método para sustentar o complexo processo de tomada de decisão nos dias

de hoje, constitui uma importante ferramenta para alcançar uma solução de consenso. No

7

entanto, apenas o uso dos métodos propostos pela teoria não é suficiente para assegurar a

eficácia da decisão tomada. A abordagem multicritério não dispensa o julgamento de

especialistas e não busca substituir o tomador de decisão por um software, mas sim propor um

método que dê a ele mais segurança na tomada de decisão.

Em função do exposto acima, esta dissertação procura estabelecer uma forma estruturada para

utilização de sistema de apoio à decisão, para orientar o tomador de decisão na seleção de

projetos, utilizando outros critérios além daqueles tradicionais, conforme apresentado

anteriormente, para compor uma visão mais ampla da complexidade do cenário no qual se

encontra a empresa, para selecionar a melhor composição da carteira de projetos de

investimento.

Os objetivos específicos deste estudo foram:

a) estabelecer novo procedimento de seleção e priorização de portfólio de projetos,

utilizando a abordagem multicritério;

b) identificar os critérios que possam ser utilizados na seleção e priorização de projetos;

c) estruturar do processo de tomada de decisão utilizando um modelo multicriterial.

1.4. JUSTIFICATIVA

O gerenciamento de projetos tradicional é um processo no qual cada projeto é aprovado e

gerenciado independentemente e com a sua evolução ele é avaliado a nível executivo, mas

esta revisão é conduzida isoladamente de outros projetos. Em contraste a esta forma de

8

gerenciamento, no ambiente de gerenciamento de portfólio existe um processo pré-definido

para selecionar projetos e um processo uniforme para avaliar o seu sucesso (LEVINE, 2005).

O gerenciamento de portfólio é geralmente definido como um processo dinâmico de tomada

de decisão, no qual o conjunto de projetos é constantemente atualizado e revisto. Neste

processo, novos projetos são selecionados, avaliados e priorizados, existindo ainda projetos

que podem ser acelerados, despriorizados ou interrompidos, e os seus recursos realocados a

outros projetos (RAD; LEVIN, 2005). Isto mostra a complexidade na qual se encontram os

decisores, quando estão diante deste desafio e que necessitam de uma forma estruturada para

suportar suas ações.

Keeney (1979) define que os componentes da complexidade que estão intrinsecamente

entrelaçados são: múltiplos objetivos, intangíveis, horizontes de longo prazo, muitos grupos

de impacto, risco e incerteza, conteúdo interdisciplinar, diversos tomadores de decisão e

julgamento de valores.

Os desenvolvimentos dos sistemas de informações e de comunicações fornecem uma grande

quantidade de informações; além disto, as exigências do governo e da sociedade obrigam os

decisores, cada vez, mais a tomar decisões rápidas e seguras, baseadas muitas vezes na

experiência do tomador de decisão, sem que exista um processo estruturado para suportá-lo.

Estas decisões determinam assim a futura direção que tais empresas seguirão (SONCINI,

2008).

Os decisores não podem mais se basear em dados puramente quantitativos, uma vez que o

processo de avaliação de alternativas envolve elementos que desafiam a experiência e

conhecimento do decisor, ocultando preferências, opiniões e julgamentos pessoais

(SHIMIZU, 2006).

9

A análise puramente quantitativa colabora para que as variáveis qualitativas fiquem fora do

processo decisório, devido ao fato da dificuldade de concepção e mensuração do conjunto de

variáveis qualitativas relevantes na análise de alternativas.

Segundo Patton (1990), os métodos qualitativos permitem aos analistas estudar mais profunda

e detalhadamente, o que aumenta a compreensão dos casos e situações estudas, mas reduz a

possibilidade de generalização. Por outro lado, a avaliação quantitativa requer o uso de

medidas padronizadas, que obrigam que a percepção pessoal esteja ajustada a um número

limitado de respostas, embora tenha a vantagem de facilitar a mensuração das reações dos

decisores frente a um conjunto de alternativas.

A adoção de métodos quantitativos e qualitativos não é mutuamente excludente, ou seja, é

possível utilizar um método de avaliação combinado, observando o que deve ser medido e

com quais parâmetros. A utilização de uma abordagem multicritério no processo decisório de

investimentos expande o escopo nos quais as decisões são tomadas, buscando contemplar a

subjetividade e as preferências dos decisores.

A indústria do petróleo está inserida em um ambiente extremamente complexo cercado por

inúmeras variáveis (sociais, ambientais, econômicas, políticas, disputas de poder, etc.) e a

decisão de fazer ou não um investimento ou qual projeto de ser feito em detrimento de outros,

é um processo extremamente complexo, pois envolve incertezas inerentes à situação, a

necessidade de atender a múltiplos objetivos e que podem ser completamente desalinhados e

que precisam ser consideradas no processo decisório. Segundo Bouyssou (1993), uma

abordagem multicritério em um processo de tomada de decisão possui as seguintes vantagens:

10

a) a constituição de uma base para o dialogo entre os interventores, utilizando diversos

pontos de vista comuns;

b) maior facilidade para incorporar incertezas aos dados segundo cada ponto de vista;

c) enfrentar cada solução como um compromisso entre objetivos em conflito.

A escolha racional é uma das vantagens do bem-estar do decisor, baseado no seu

conhecimento, julgamento e sentimentos. Ela possui três elementos: metas, opções e

resultados; a falha na distinção entre estas três questões é talvez o maior e mais comum caso

de escolha sub-racional (BROWN, 2005). Daí a oportunidade de ajudar o decisor, oferecendo

uma forma estruturada para apoiar a tomada de decisão.

1.5. MÉTODO DE PESQUISA

Uma pesquisa pode ser classificada de diversas maneiras. Segundo Miguel (2007), estas

diferentes maneiras podem ser quanto:

a) à natureza – quantitativa ou qualitativa;

b) à natureza do relacionamento entre as variáveis – caráter descritivo ou casual;

c) ao objetivo e o grau de cristalização do problema – de natureza exploratória ou de

natureza conclusiva;

d) a intensidade de controle capaz de ser exercida sobre as variáveis em estudo –

experimentais em laboratório (variáveis e condições controladas), experimentais de campo

11

(variáveis e condições de difícil controle), ou ex-post facto (determinada situação ocorreu no

passado);

e) ao escopo da pesquisa, em termos de profundidade e amplitude – estudo de caso ou

levantamentos amostrais.

Esta pesquisa pode ser enquadrada como qualitativa, pois se considera que existe

subjetividade no processo de tomada de decisão nos projetos de investimento; exploratória,

pois busca proporcionar maior conhecimento do problema; ex post facto, pois não há controle

sobre a variável independente e estudo de caso, pois segundo Yin (2005), quando o

pesquisador possui pouco controle sobre os eventos a serem investigados e o foco está em um

fenômeno contemporâneo inserido em um contexto na vida real, especialmente quando as

fronteiras entre o fenômeno e o contexto não estão claramente evidentes, a utilização do

estudo de caso permitindo manter as características e holísticas e mais significantes.

1.6. LIMITAÇÕES DE ESCOPO DA PESQUISA

Não será abordado nesta pesquisa o detalhamento técnico e financeiro dos projetos de

investimento da Companhia, para garantir o sigilo da informação, pois se trata de informação

estratégica. Da mesma forma, não serão desenvolvidos os conceitos ligados à avaliação

econômico/financeira, tais como Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno

(TIR), payback (tempo de recuperação de capital) e Teoria das Opções Reais (TOR).

12

Será apresentada uma visão geral dos principais métodos de análise multicriterial

recomendados pela literatura, focando no Método de Análise Hierárquica.

A utilização do método AHP, suportado pelo software Decision Lens®, tem como limitação a

sua abrangência, neste primeiro estágio. O método em questão foi aplicado somente a uma

Gerência Geral da área de Refino, que foi a de Empreendimentos, para solucionar uma

questão específica de priorização de projetos dentro de um portfólio, em um cenário de

redução orçamentária. Desta forma, os decisores envolvidos pertenciam a mesma área, tendo

então visões bastante coerentes entre si.

Outro ponto de destaque é pouca disponibilidade dos decisores na participação das reuniões

de definição e comparação de critérios, que não puderam ser desenvolvidas em um ritmo mais

acelerado para a aplicação da ferramenta ainda no ano de 2009, ficando esta oportunidade

para o ano seguinte, porém o estudo foi concluído de forma a apresentar aos decisores a

potencialidade da metodologia.

Cabe ainda destacar que foi feita uma amostra dos projetos que seriam avaliados pelo grupo

de decisores, pois o total de projetos envolvidos é de 120 (PETROBRAS, 2009a), e a amostra

utilizada era composta por 45 projetos. Esta seleção foi feita, pois a outra parte não

selecionada continha projetos que estão em fase de construção e montagem, com previsão de

conclusão de suas obras previstas para o ano de 2010 que, inevitavelmente, não serão

interrompidos e seus recursos já estão compromissados.

1.7. ESTRUTURA DA PESQUISA

Essa pesquisa está organizada em cinco capítulos, para uma melhor estruturação da proposta.

13

O primeiro capítulo faz uma introdução ao problema do processo de tomada de decisão de

investimento em um contexto multicriterial, em que a solução mais adequada atende de forma

mais abrangente à variedade de critérios a serem satisfeitos. Neste capítulo são abordados o

problema da pesquisa, os objetivos, a justificativa do estudo, o método de pesquisa, as

limitações de escopo e a estruturação da pesquisa.

O segundo capítulo é o referencial teórico que sustenta a pesquisa. São abordados neste

capítulo, a tomada de decisão, o problema multicritério, os principais métodos de análise

multicriterial, a justificativa para a escolha do método multicritério e o aprofundamento

teórico no método multicritério escolhido. Também são apresentados os conceitos de gestão

de portfólio de projetos

O terceiro capítulo aborda a aplicação do método AHP (Analytic Hierarchy Process) em um

portfólio de projetos de investimento e são apresentados os resultados obtidos.

O quarto capítulo apresenta as conclusões sobre a aplicação do método verificando se os

objetivos propostos foram alcançados e sugere futuras direções da pesquisa.

O quinto capítulo apresenta as referências bibliográficas que foram utilizadas na pesquisa.

14

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. INTRODUÇÃO

Os procedimentos de análise de decisão multicritério estão baseados no princípio de que a

experiência e o conhecimento das pessoas são pelo menos tão valiosos quanto os dados

considerados na análise de uma alternativa. Tais métodos permitem avaliar critérios que não

podem ser transformados em valores financeiros, sendo possível incluir no processo as

diferenças e conflitos de opiniões. A adoção de procedimentos multicritérios é importante na

análise de problemas complexos, em que vários tomadores de decisão estão envolvidos, nos

casos que envolvem características quantitativas e qualitativas de difícil mensuração, ou que

representem pontos de vista conflitantes (SONCINI, 2008).

Belton e Stewart (2003) definem a análise de decisão multicritério como sendo um termo

amplo para descrever um conjunto de abordagens formais, que emprega o julgamento do

multicritério para ajudar pessoas, ou grupos, a explorar decisões que interessam.

Segundo Borgert (1999), vários procedimentos podem ser utilizados para solucionar

problemas com características multicriteriais. A adoção particular de um ou outro método

deve levar em conta as características de cada modelo, adaptadas ao cenário específico que irá

suportar a sua implementação.

15

Goodwin e Wrigth (2004) argumentam que é na análise, no sentido de decomposição de um

problema em um conjunto de situações de menor complexidade, que reside a principal

característica da metodologia multicritério, pois ela supre os decisores com ferramentas que

dão clareza às premissas e critérios adotados, de forma a que possam ser rastreados os

motivos pelos quais determinadas ações foram tomadas.

Não se pode encarar a análise de decisão como se a mesma sozinha produza os resultados.

Belton e Stewart (2003) apontam os três pontos que precisam ser esclarecidos com relação à

análise de decisão multicritério:

a) análise de decisão multicritério fornecerá a resposta correta;

b) análise de decisão multicritério fornecerá uma análise objetiva que irá retirar dos

decisores a responsabilidade de fazer julgamentos difíceis;

c) análise de decisão multicritério irá retirar o sofrimento de tomar decisão.

Segundo Belton e Stewart (2003), não existe resposta certa mesmo dentro do contexto do

modelo usado. O conceito de um ótimo não existe em estrutura de multicritério e assim

análise multicritério não pode ser justificada dentro do paradigma da otimização,

frequentemente adotado na tradicional Pesquisa Operacional e na Ciência do Gerenciamento.

A análise de decisão multicritério é uma ajuda à tomada de decisão, é um processo que busca:

a) integrar medida objetiva com julgamento de valor;

b) tornar explicita e gerenciável a subjetividade.

16

A subjetividade é inerente ao processo de decisão, em particular na presença de múltiplos

critérios que, muitas vezes, são conflitantes. Desta forma, o papel fundamental da análise de

decisão multicritério é evidenciar a todos os envolvidos no processo, o entendimento do

problema em questão, com todas as variáveis e atores envolvidos.

2.2. TOMADA DE DECISÃO

O processo de tomada de decisão nas organizações está se transformando rapidamente nos

últimos anos, sobretudo pela velocidade do avanço da Tecnologia da Informação, de

comunicações e de automação. As fronteiras das empresas e países estão se ampliando, os

meios de comunicação facilitam cada vez mais o intercâmbio rápido de informações, o que

torna as sociedades mais exigentes na aquisição de produtos, acabando por intensificar a

concorrência (BORGERT, 1999).

O tomador de decisões quer esteja motivado pela necessidade de prever ou de controlar,

geralmente enfrenta um complexo sistema de componentes correlacionados, sendo de seu

interesse analisar esse sistema. Para o tomador de decisões quanto mais compreender essa

complexidade, melhor será a sua decisão (HAMMOND; KEENEY; RAIFFA, 2006).

Tomar decisões ruins pode prejudicar o negócio. Em muitos casos, elas são consequências de

não se ter definido claramente as alternativas, não se ter coletado a informação certa ou não

ter sido feita uma análise de custo/benefício com a precisão devida. Muitos erros na tomada

de decisões não são devidos ao processo de tomada de decisão, mas estão relacionados com a

mente do decisor e a forma como seu cérebro trabalha (HAMMOND; KEENEY; RAIFFA,

1998).

17

Hammond, Keeney e Raiffa (2006) alertam para a existência de problemas tais como a

armadilha da âncora, do status quo, do sunk cost (custo afundado), da confirmação da

evidência, da forma de apresentação e a das estimativas e previsões.

No caso da âncora, ao receber informações para a tomada de decisões, a mente dá pesos

desproporcionais às informações recebidas. Impressões iniciais, estimativas ou dados são

fixados de modo a induzir raciocínios e julgamentos futuros, causando distorções nas

decisões.

Por outro lado, no caso da armadilha do status-quo aqueles autores argumentam que muitos

estudos realizados comprovaram que no momento de tomar decisões, os decisores ao se

defrontarem com diferentes alternativas, quase sempre optam pela de menor risco aparente,

ou pela manutenção da situação atual, assumindo uma postura de adotar sempre a solução

mais confortável.

A armadilha do custo afundado é relativa a se fazer escolhas para justificar escolhas passadas,

ainda que, num passado próximo elas fossem válidas. Ocorrem com mais frequência, segundo

os autores, em ambientes onde existem punições para decisões erradas.

A armadilha da confirmação da evidência ocorre quando a decisão já foi tomada, porém o

decisor usa do artifício de pedir a opinião de outras pessoas, com o mesmo conhecimento,

com o objetivo de obter apoio e confirmar sua posição. A armadilha da forma trata de como

as questões são apresentadas, pois dependendo de como a formulação do problema é feita, as

decisões podem ser afetadas.

18

Por último, relativamente à armadilha de previsões e estimativas, Hammond, Keeney e Raiffa

(2006) argumentam que, constantemente, os decisores fazem previsões sobre prazos,

distâncias, pesos e volumes, fazendo julgamentos sobre essas variáveis e recebendo feedback

sobre seu julgamento. Entretanto, tais decisores raramente buscam obter feedback sobre os

desvios entre as previsões e a realidade, devido a excesso de confiança, prudência ou

lembranças de eventos passados e isso causa desvios cada vez maiores.

Segundo Clemen e Reilly (2001), as quatro dificuldades para a tomada de decisão são: a

complexidade do problema, as informações imprecisas ou incertas, vários objetivos para um

único problema e conclusões diferentes, aplicando-se a mesma sistemática, devido à mudança

dos dados. A Figura 1 apresenta o fluxograma do processo de tomada de decisão, proposto

por aqueles autores.

19

Figura 1 – Fluxograma do processo de tomada de decisão (Fonte: adaptado de CLEMEN; REILLY,

2001).

A primeira fase do processo decisório (identificar a situação de decisão e compreender os

objetivos), apesar de ser aparentemente fácil, muitas vezes se tem dificuldades para identificar

claramente o problema a ser estudado e consequentemente trata-se o problema errado. Tal

erro é denominado erro do terceiro tipo. Esta é uma fase que envolve certa introspecção para

reflexão de questões que possam afetar o problema em estudo (CLEMEN; REILLY, 2001).

Após a primeira fase, de identificação das alternativas, requer uma cautelosa e cuidadosa

análise dos objetivos, pois podem revelar alternativas que não eram obvias no início. Nesta

fase a criatividade é importante para a criação destas alternativas.

20

Segundo Clemen e Reilly (2001), as duas fases subsequentes, podem ser chamadas de

modelagem e solução. A modelagem é crítica na análise de decisão. O modelo de estrutura

representa o resultado da análise detalhada do problema, utilizando-se ferramentas para

decompor em elementos, tais como diagramas de relacionamento, matrizes de decisão,

diagramas de árvores e intercâmbio de informações, quando o problema envolver um grupo

de pessoas. A vantagem chave sob a perspectiva da tomada de decisão, é que a representação

matemática de uma decisão pode ser sujeita a análise, que indica a alternativa preferida.

A análise de decisão é tipicamente um processo interativo. Uma vez construído o modelo, é

feita uma análise de sensibilidade que é o processo de observar a variação que o modelo

matemático indicaria se as condições do problema mudassem. Essa avaliação ajuda a definir

se uma solução necessita ou não de uma análise mais profunda, até a implementação da

solução. A análise de sensibilidade verifica relações de efeito da incerteza na estimativa de

variáveis externas, efeitos de diferentes interações entre variáveis, robustez de decisões sob

condições de mudanças, impacto de mudanças em variáveis externas e parâmetros na variável

de saída e impacto de mudanças em decisões na variável de saída.

A análise de decisão suporta os processo decisório e as habilidades intuitivas e cognitivas do

decisor. Os modelos aplicados são baseados em abstrações da realidade, focando cada estágio

de solução do problema, desde a identificação e a formulação, até a solução do mesmo.

2.3. O PROBLEMA MULTICRITÉRIO

O problema de decisão constitui-se mais do que uma simples avaliação e comparação de

alternativas. Ele envolve também uma profunda consideração do que é insatisfatório e a

geração criativa de possíveis cursos de ação para resolver a situação. Toda tomada de decisão

21

não trivial envolve algum conflito entre diferentes metas, objetivos ou critérios. Os problemas

de decisão, segundo Pomerol e Barba-Romero (2000), podem ser classificados como:

a) discretos - quando se trata de um número finito de soluções;

b) contínuos - quando o número de alternativas pode ser considerado como infinitamente

grande. Também são denominados métodos de otimização multicritério ou métodos

interativos.

Belton e Stewart (2001) decompõem o processo de Análise de Decisões com Múltiplos

Critérios (ADMC) em três fases, que estão representadas na Figura 2.

Figura 2 – Processo de análise de decisões com múltiplos critérios (Fonte: adaptado de BELTON;

STEWART, 2001).

22

As fases do processo Análise de Decisões com Múltiplos Critérios (ADMC) são as seguintes:

a) identificação e estruturação do problema - nesta fase é desenvolvido um entendimento

comum do problema, das decisões que precisam ser tomadas e dos critérios pelos quais tais

decisões serão julgadas e avaliadas;

b) construção e uso do modelo - a característica primária do ADMC é o desenvolvimento de

modelos formais das preferências do tomador de decisão, valor dos tradeoffs, metas e etc., tal

que a alternativa ou ação sob consideração possa ser comparada relativa a cada outra, de uma

maneira sistemática e transparente;

c) usar o modelo para informar e provocar a mente e desenvolver um plano de ação - análise

não resolve o problema de decisão. A ADMC está preocupada também com a implementação

dos resultados, que traduz a análise em um plano de ação específico.

Roy (1996) identifica quatro diferentes problemáticas (problematiques), às quais a ADMC

pode ser útil:

a) problemática da escolha (Pα) - tem como objetivo esclarecer a decisão pela escolha de

um subconjunto tão restrito quanto possível, para a escolha de uma única solução;

b) problemática da separação (Pβ) - tem como objetivo esclarecer a decisão por uma

separação resultante da alocação de cada ação a uma categoria ou classe;

c) problemática de ordenação (Pγ) - tem como objetivo esclarecer a decisão por um arranjo

obtido pelo reagrupamento de todas ou parte das ações em classe de equivalência;

23

d) problemática de descrição (Pδ) - tem como objetivo descrever ações e suas consequências

de uma maneira sistemática e formalizada, tal que o decisor posa avaliar estas ações. Na visão

de Belton e Stewart (2001), este é essencialmente um problema de aprendizagem, no qual o

decisor busca simplesmente ganhar maior entendimento do que pode e o que não pode ser

atingível.

As problemáticas definidas por Roy (1996), não são independentes uma das outras. Em

particular, a ordenação das alternativas (Pγ) pode servir de base para resolver um problema Pα

ou Pβ (GOMES; GOMES; ALMEIDA, 2009).

2.4. PRINCIPAIS MÉTODOS DE ANÁLISE DE DECISÃO MULTICRITÉRIO

Os principais métodos multicritério estão representados na

Figura 3 (GOMES; ARAYA; CARIGNANO, 2004; GOMES, 2007; GOMES; GOMES;

ALMEIDA, 2009).

24

Figura 3 – Principais métodos de análise de decisão multicritério (Fonte: GOMES; ARAYA;

CARIGNANO, 2004; GOMES, 2007; GOMES; GOMES; ALMEIDA, 2009).

Cada um destes métodos será descrito sucintamente a seguir.

25

2.4.1. Escola Francesa

Os métodos da escola francesa não pressupõem, necessariamente, a comparação entre as

alternativas, não impõem uma estruturação hierárquica dos critérios existentes e não buscam

uma função matemática para explicar o modelo (GOMES; ARAYA; CARIGNANO, 2004).

Os principais métodos desta escola são os da família ELECTRE (Elimination Et Choix

Traduisant La Réalité) e da família Prométhé (Preference Ranking Organization Method for

Enrichment Evaluation), a seguir descritos.

2.4.1.1. Elimination et Choix Traduisant la Réalité – ELECTRE

Uma das principais características introduzidas pelo método foi o conceito de modelagem de

preferências, que busca uma representação mais realista do que a utilizada na teoria da

decisão (GOMES; GOMES; ALMEIDA, 2009).

Este método é caracterizado pela definição de quatro situações fundamentais, e que são

mutuamente excludentes, das preferências do decisor nos momentos de comparação entre

duas alternativas. Estas quatro situações estão representadas na Tabela 1.

Outro conceito importante refere-se à transitividade das relações de Preferência Estrita (P) e

Indiferença (I). De acordo com a teoria clássica se aIb e bIc => aIc e aPb e bPc => aPc, o que

não é totalmente verdadeiro no mundo real, pois o decisor pode optar por uma preferência do

tipo aQb =>aPc (GOMES; ARAYA; CARIGNANO, 2004).

26

Os métodos ELECTRE fazem parte dos métodos de superação, no qual o conceito central são

as relações de superação. Estes métodos são diferenciados entre si pela problemática que

tentam resolver, pelas informações inter e intracritérios utilizadas e pela quantidade de

relações de superação construídas e pesquisadas (GOMES; ARAYA; CARIGNANO, 2004).

Estes métodos consideram os pesos como uma medida da importância que cada critério tem

para o decisor. Empregam a informação dos pesos com a finalidade de construir índices de

concordância e discordância (GOMES; ARAYA; CARIGNANO, 2004).

Tabela 1 – Situações fundamentais das preferências do decisor (GOMES; GOMES; ALMEIDA, 2009).

Situação Definição Relação Binária

Indiferença (I)

Existem razões claras e positivas que justificam a equivalência entre duas ações.

I: Simétrica e Reflexiva

Preferência Estrita (P)

Existem razões claras e positivas que justificam uma preferência significativa em favor de uma (bem definida) das duas ações.

P: Assimétrica (Irreflexiva)

Preferência Fraca (Q)

Existem razões claras e positivas que não implicam uma preferência estrita em favor de uma (bem definida) das duas ações, mas essas razões são insuficientes para que seja assumida uma preferência estrita em favor da outra, ou a indiferença entre as ações.

Q: Assimétrica (Irreflexiva)

Incomparabilidade (R) Não existem razões claras e positivas que justificam uma das três situações anteriores.

R: Simétrica (Irreflexiva)

27

A Tabela 2 apresenta de forma resumida os métodos da família ELECTRE.

Tabela 2 – Versões dos métodos da família ELECTRE (GOMES; ARAYA; CARIGNANO, 2004).

Versão Autor Ano Tipo de

Problema

Tipo de

Critério

Utilização de

Pesos

I Roy 1968 Seleção Simples Sim

II Roy e Bertier 1973 Ordenação Simples Sim

III Roy 1978 Ordenação Pseudo Sim

IV Roy e Hugonnard 1982 Ordenação Pseudo Não

IS Roy e Skalka 1985 Seleção Pseudo Sim

TRI Yu Wei 1992 Classificação Pseudo Sim

2.4.1.2. Preference Ranking Organization Method for Enrichment Evaluation - PROMÉTHÉ

Os métodos da família PROMÉTHÉ fazem uso da noção de relação de superação, por meio

do conceito de net flow (fluxo líquido) (POMEROL; BARBA-ROMERO, 2000) e têm por

objetivo suportar o decisor na problemática abordada, baseando-se nas seguintes etapas

(FIGUERA, GRECO e EHRGOTT, 2005):

a) enriquecimento da estrutura de preferência;

b) enriquecimento da relação de dominância;

c) ajudar na decisão.

Este método, assim como o ELECTRE, é vulnerável à subjetividade, especialmente no que

concerne a definição dos parâmetros técnicos. Fora este ponto em comum, os métodos

28

PROMÉTHÉ, em comparação com os métodos ELECTRE, são mais resistentes a variações

nesses parâmetros, apresentando maior solidez nos seus resultados (GOMES, 2007).

Na Tabela 3 são apresentados os métodos da família PROMÉTHÉ e os objetivos de cada

método.

Tabela 3 – Métodos PROMÉTHÉ e seus objetivos (GOMES; ARAYA; CARIGNANO, 2004; MORAIS; ALMEIDA, 2006).

Método PROMÉTHÉ Objetivo

I Pré-ordem parcial, problemática de escolha.

II Pré-ordem completa, problemática de ordenação.

III Pré-ordem completa, com amplificação da noção de indiferença.

IV Pré-ordem completa ou parcial, conjunto contínuo de soluções.

V Pré-ordem completa, com restrições de segmento.

VI Pré-ordem completa ou parcial, graus de dificuldades em pesos.

2.4.2. Escola Americana

Os principais métodos da escola americana são os métodos: Analytic Hierarchy Process

(AHP), Analytic Network Process (ANP), Multiattribute Utility Theory (MAUT), Measuring

Attractiveness by a Categorical Based Evaluation Technique (MACBETH) e o Utilité Aditive

(UTA).

Ao contrário da escola francesa, a americana não aceita a incomparabilidade entre as

alternativas, assumindo que existe a comparabilidade e transitividade nas relações de

preferência do decisor (KEENEY; RAIFFA, 1999).

29

Os métodos da escola americana trabalham com a idéia de agregar todas as informações que

são provenientes dos diferentes agentes de decisão (GOMES, 2007).

2.4.2.1 Analytic Hierarchy Process – AHP

O método AHP foi desenvolvido por Saaty, em 1972, para solucionar um problema específico

de planejamento de contingência e depois em uma aplicação maior no projeto de futuros

alternativos no Sudão (SAATY, 1991).

O AHP é um método que se caracteriza pela capacidade de analisar um problema de tomada

de decisão, através da construção de níveis hierárquicos, ou seja, para se ter uma visão global

da relação complexa inerente à situação, o problema é decomposto em fatores. Os fatores são

decompostos em um novo nível de fatores, e assim por diante.

Esses elementos, previamente selecionados, são organizados numa hierarquia linear

descendente, onde o objetivo final deve estar no topo, seguido de seus critérios, subcritérios e

alternativas (

Figura 4a), imediatamente abaixo, as forças limitadoras dos decisores, os objetivos dos

decisores e por fim, os vários resultados possíveis, alternativas. Os cenários determinam as

probabilidades de se atingir os objetivos, os objetivos influenciam os decisores, os decisores

guiam as forças que, finalmente, causarão impacto nos objetivos finais. O AHP parte do geral

para o mais particular e concreto (SCHMIDT, 1995).

30

2.4.2.2 Analytic Network Process – ANP

O ANP é uma generalização do AHP, que tem como base as redes, onde as prioridades são

estabelecidas da mesma maneira como são no AHP, usando uma comparação par a par e

julgamentos.

A estrutura de feedback no ANP, não tem a mesma estrutura top-down presente no método

AHP, mas se parece mais como uma rede, com ciclos conectando seus componentes dos

elementos, que são chamados de clusters, e com laços que conectam um componente a ele

mesmo (FIGUERA; GRECCO; EHRGOTT, 2004).

A Figura 4 apresenta a comparação entre a hierarquia linear (AHP) e a rede de feedback

(ANP).

Figura 4 – Como a hierarquia se compara a uma rede, (Fonte: adaptado de Figuera, Grecco e Ehrgott,

2004).

31

2.4.2.3 Multiattribute Utility Theory – MAUT

A Multiattribute Utility Theory (MAUT) é um método de comparação quantitativa usado para

combinar medidas dissimilares de custos, risco e benefícios, juntamente com as preferências

individuais e dos stakeholders, em alto nível, de preferências agregadas.

Este método é derivado da teoria da utilidade e incorpora à teoria a questão do tratamento de

problemas com múltiplos objetivos. Tais objetivos são representados pelos atributos

(GOMES; GOMES; ALMEIDA, 2009). As funções de utilidade transformam diversos

critérios em um comum, com uma escala adimensional (0 a 1) conhecida como utilidade

multiatributo.

No caso particular do uso de uma função de utilidade multiatributo aditiva, é necessário que

os atributos satisfaçam a condição de independência, que significa, segundo Belton e Stewart

(2002), uma compensação entre quaisquer dois critérios que o decisor esteja disposto a

aceitar, não podendo depender de qualquer outro critério, para que se possa empregar a

função multiatributo aditiva (GOMES, 2007).

As principais etapas do método estão representadas na Figura 5.

32

Figura 5 – Principais etapas da análise de decisão envolvendo múltiplos critérios (Fonte: adaptado de

Gomes; Araya; Carignano, 2004).

A utilização deste método permite a obtenção da melhor solução para o problema de decisão

complexo, a identificação do conjunto das melhores soluções para o problema, como também

pode ordenar as soluções da melhor para a pior (GOMES, 2007).

2.4.2.4 Measuring Attractiveness by a Categorical Based Evaluation Technique –

MACBETH

O Measuring Attractiveness by a Categorical Based Evaluation Technique (MACBETH) foi

desenvolvido por Bana e Costa e Vansnick (1994), é uma abordagem para transformação de

julgamentos semânticos absolutos de diferenças de atratividade entre níveis de impacto e

critérios em escalas de valor cardinal (escalas de intervalo), de modo a quantificar o valor de

cada alternativa segundo cada critério. A técnica, ao envolver a comparação e o julgamento de

apenas duas alternativas de cada vez, busca transpor as limitações encontradas em outros

métodos que estabelecem juízos de valor sobre dois pares de ação ao mesmo tempo (BANA e

COSTA; VANSNICK, 1994). O foco principal do método é a interação entre os agentes e o

analista de decisão (GOMES, 2007).

33

O MACBETH é útil na fase de avaliação de um processo de apoio à decisão, auxilia a

construção de uma função de critério cardinal para cada ponto de vista, e para determinar os

parâmetros unidos com a informação intercritérios num dado procedimento de agregação

multicriterial (SCHMIDT, 1995).

O método é composto por duas importantes fases: de estruturação e de avaliação. Apesar de o

modelo estar dividido em duas etapas, não existe a etapa mais ou menos importante. As duas

etapas estão interligadas e colaboram em conjunto para a melhor solução a ser adotada

(GOMES, 2007).

Matematicamente, o método MACBETH é constituído por quatro Problemas de Programação

Linear (PPLs) sequenciais que realizam a análise de consistência cardinal, a construção da

escala de valor cardinal e revelam fontes de inconsistência. O primeiro verifica a existência de

inconsistências cardinais. O segundo é responsável pela construção da escala de valor cardinal

que representa o conjunto de julgamentos do decisor. O terceiro e quarto evidenciam as

possíveis causas de inconsistência (MELLO; GOMES; LINS, 2002).

Este método é utilizado principalmente para a abordagem de problemas de seleção e

ordenação, possui como ponto forte a flexibilidade de sua escala (GOMES, 2007).

2.4.2.5 Utilité Aditive – UTA

O Utilité Aditive (UTA) é um método desenvolvido no âmbito do apoio multicritério. Este

método faz a ordenação completa de um conjunto discreto de alternativas, a partir da

ordenação de um subconjunto próprio do conjunto original.

34

O UTA (JACQUET-LAGRÈZE; SISKOS, 1982) possui as mesmas bases axiomáticas

subjacentes à teoria da utilidade multiatributo (MAUT) e é empregado para determinar as

funções de utilidades dos critérios (KEENEY; RAIFFA, 1993; BELTON; STEWART, 2002).

Utiliza um Problema de Programação Linear (PPL) (RANGEL; GOMES, 2009), que são

problemas de otimização nos quais a função objetivo e as restrições são todas lineares, para

estimar as funções de utilidade aditivas não lineares de cada critério presente na análise e a

determinar o valor global de todas as alternativas. Este PPL tem por objetivo minimizar o

somatório dos erros associados à ordenação de cada alternativa, isto é, o valor da utilidade

global de cada alternativa proposta pelos decisores (RANGEL; GOMES, 2009).

2.4.3 Método Híbrido

2.4.3.1 Tomada de Decisão Interativa Multicritério - TODIM

Este método foi desenvolvido fundamentado na teoria da perspectiva, desenvolvida por

Kahneman e Tversky (1979), que postula que as pessoas subavaliam as consequências

prováveis quando comparadas com as consequências que são certas (fenômeno conhecido

como “efeito certeza”) e utiliza uma função linear aditiva, que implica na independência entre

os critérios (KEENEY; RAIFFA, 1999). Seu objetivo é resolver problemas de ordenação (Pγ).

Apresenta como vantagem a modelagem dos padrões de preferência quando se tomam

decisões de risco.

O método TODIM consiste de uma abordagem construtivista, pois a solução do problema de

decisão é construída ao longo de um processo interativo. É um método que possui elementos

das escolas americana e francesa.

35

2.4.4 Análise Verbal de Decisões

A análise verbal de decisões estrutura um problema pelo uso da linguagem comum usada pelo

decisor, partes ativas em um processo de decisão e potenciais especialistas. A meta da

estruturação é definir os fatores principais ou critérios que podem ser aplicados para a

avaliação das opções de cisões inicialmente dadas (GOMES, 2007). O ponto central desse

método é o reconhecimento de que a maior parte dos problemas decisórios pode ser descrita

de forma verbal (LARICHEV; MOSHKOVICH, 1997).

Na estrutura da análise verbal de decisão, métodos especiais comparativos têm sido

desenvolvidos. Em cada método, somente avaliações verbais dos critérios são usadas em

todos os estágios de uma análise, sem a transformação em funções quantitativas. Isto significa

que somente consequências lógicas das relações qualitativas entre avaliações verbais são

usadas no processo de análise (LARICHEV; BROWN, 2000).

2.4.4.1 Método ZAPROS-LM

O método ZAPROS-LM, abreviatura das palavras em russo, Close Procedures Near

Preference Situations, tem sido desenvolvido para problemas que possuam as seguintes

características:

a) uma regra de decisão é desenvolvida na forma de alternativas;

b) existe um grande número de alternativas;

36

c) avaliações das alternativas sob algum critério podem ser dadas somente por seres

humanos desempenhando a função de instrumentos de medida;

d) o grau de qualidade das escalas de critérios são definições verbais apresentando valores

subjetivos dos decisores.

O ZAPROS LM foi desenvolvido com o objetivo de estabelecer um ranking de alternativas

multicritério, diferenciando-se de outros métodos de análise de decisão verbal (LARICHEV,

2001). Este método possibilita, também, classificação e ordenação parciais dos objetos de

acordo com as suas importâncias para o decisor (YEVSEYEVA; MIETTINEN; RÄSÄNEN,

2008).

2.4.4.2 Método ZAPROS-III

O método ZAPROS-III utiliza o procedimento de descoberta de preferências, usada no

ZAPROS, primeira versão, mas com uma estrutura diferente para uma justificação mais

racional e estrita ao método (LARICHEV, 2001). Suas características são:

a) um procedimento mais simples e transparente para a construção de uma escala ordinal

comum para variação de qualidade ao longo das escalas de critério é usado;

b) nova justificação é dada para o procedimento de comparação de alternativas;

c) o método fornece tanto posições absolutas quanto relativa das alternativas.

37

2.4.4.3 Método STEP-ZAPROS

Esta abordagem vê a aplicação geral das preferências ordinais para comparação com um

procedimento de três passos:

a) usar regra de dominância para comparar alternativas reais em base de escala ordinal. Se a

precisão requerida da decisão é atingida, o procedimento se encerra neste passo;

b) construir uma escala ordinal conjunta (Joint Ordinal Scale – JOS) e a utiliza para

comparar com alternativas reais. Se a precisão requerida da decisão é atingida, o

procedimento se encerra neste passo;

c) usar adicional tradeoffs ordinais, para comparar alternativas reais quando necessário.

Comparações adicionais são realizadas somente quando necessárias e somente as

comparações necessárias são realizadas. Desta forma, o procedimento é orientado na

aquisição eficiente da informação necessária (MOSHKOVICH; MECHITOV; OLSON,

2004).

2.4.4.4 Método PAired COMpensation – PACOM

A principal característica do método PACOM (PAired COMpensation) é o processamento de

compensação e análise em pares dos critérios de uma situação decisória (LARICHEV;

MOSHKOVICH, 1997). O método foi desenvolvido para tarefas em que é necessário

selecionar a melhor alternativa dentro de um pequeno grupo de opções, geralmente no

máximo cinco. Dada a sua natureza de comparações em pares, é recomendado principalmente

38

para tarefas estratégicas, uma vez que permite a estruturação do problema a ser resolvido, e

provê uma avaliação profunda (compensações e checagem) entre as alternativas possíveis,

antes de se chegar a uma escolha final (TORRES, 2007).

2.4.4.5 Método ORdinal CLASSification – ORCLASS

O método ORCLASS (ORdinal CLASSification) é um método que deve ser utilizado quando

se possui diferentes graus de avaliação e se deseja ordenar as alternativas por categorias

(GOMES, 2007). Larichev e Moshkovich (1997) justificam a criação do método ORCLASS

pelo fato de que, ao se depararem com problemas de escolha com multicritérios, as pessoas

podem estar diante de problemas de classificação multicritério.

2.4.5 Método dos Conjuntos Aproximativos

A Teoria dos Conjuntos Aproximativos (TCA) ou Rough Sets Theory, em inglês, foi proposta

pelo matemático polonês, Zdzislaw Pawlak, em 1982. Pawlak desenhou a TCA como uma

ferramenta para descrever as dependências entre atributos, avaliar a significância dos atributos

e negociar a inconsistência de dados (SHYNG et al, 2010).

Esta teoria é baseada na premissa de que todo objeto do universo existe associado a certa

quantidade de informação (dados, conhecimento) expresso por meio de alguns atributos

usados para descrever o objetos (GRECCO; MATARAZZO; SLOWINSKI, 2001). Destina-se

ao tratamento da imprecisão de dados, em um sistema de informação, denominada

granulosidade, por meio de aproximações de um conjunto de dados (SHYNG et al, 2010).

39

A imprecisão causada pela granulosidade é denominada indiscernibilidade e impede a

revelação de estruturas ou padrões de classificação, com base em dados que reflitam o

conhecimento de um especialista (GOMES, 2007). A indiscernibilidade pode ser oriunda das

seguintes fontes (GOMES; GOMES; ALMEIDA, 2009):

a) determinação da quantidade de atributos e/ou critérios;

b) dúvidas geradas pelos descritores;

c) perda de informação de um ou mais descritores;

d) divergência entre múltiplos descritores.

Segundo Gomes, Gomes e Almeida (2009) a TCA é importante para as seguintes situações:

a) avaliar a importância de critério particular;

b) eliminar redundâncias em uma tabela de decisão;

c) determinar regras que diminuam uma tabela de decisão;

d) avaliar conflito de opiniões entre especialistas;

e) representar um conhecimento ambíguo;

f) representar conhecimentos adquiridos de forma empírica;

40

g) caracterizar objetos de acordo com critérios e/ou atributos;

h) tratar informações qualitativas e quantitativas.

2.4.6 Método Estocástico

2.4.6.1 Stochastic Multicriteria Acceptability Analysis – SMAA

Os métodos Stochastic Multicriteria Acceptability Analysis (SMAA) são baseados na análise

de espaço peso inverso, que também foi considerado nos trabalhos de Chanetski Solanda

(1978) e Bana e Costa e Vansnick (1986). No método original desenvolvido por Lahdelma et

al (1988) a análise espaço peso é desempenhada sobre uma função utilidade aditiva ou função

valor e medição estocástica de critérios (TERVONEN; LAHDELMA, 2007). Após o

desenvolvimento do SMAA, outras derivações do método foram sendo desenvolvidas.

O método SMAA-2 (LAHDELMA; SALMINEN, 2001), generalizou a análise para uma

função utilidade ou valor, para incluir vários tipos de preferência de informação e para

considerar holisticamente todos os níveis.

O método SMAA-3 (LAHDELMA; SALMINEN, 2009) aplica o pseudo-critério do

ELECTRE III na análise de decisão.

O método SMAA-O (LAHDELMA; MIETTINEN; SALMINEN, 2003) amplia o SMAA-2

para o tratamento combinado de critérios ordinais e cardinais em maneira comparável.

41

O método SMAA-A modela as preferências usando pontos de referência e funções de

realização escalonada (LAHDELMA; MIETTINEN; SALMINEN, 2005).

O método SMAA-P combina características da teoria dos prospectos e o método SMAA-2.

Similar ao método SMAA-2, o SMAA-P tem sido desenvolvido para problemas de decisão

em grupo multicritério discreto onde nem critérios de medidas e pesos são conhecidos. A

principal diferença entre o SMAA-2 e o SMAA-P é que o SMAA-P não é baseado em uma

função utilidade, ao invés disto, as preferências dos decisores são representadas na teoria dos

prospectos para escolhas sem risco (LAHDELMA; SALMINEN, 2009).

Os métodos SMAA são aplicáveis em muitos tipos de problemas da vida real, por diversas

razoes. Em primeiro, a abordagem espaço peso inverso, é adequada para muitos grupos de

problemas de tomada de decisão, onde os tomadores de decisão estão indisponíveis ou se

recusam a fornecer as preferências de informação, ou é difícil chegar a um consenso sobre as

preferências. Em segundo, o método suporta muitos meios gerais e flexíveis para modelar

diferentes tipos de incerteza ou imprecisão de preferências e critério de informação por meio

de distribuições estocásticas. Em terceiro, a implementação computacional pode ser

implementada muito eficientemente por meio de métodos numéricos, tornando possível usar o

método em diferentes contextos de tomada de decisão, incluindo processos interativos de

decisão (TERVONEN; LAHDELMA, 2007).

2.4.7 Pesquisa Operacional Soft – PO Soft

A Pesquisa Operacional SOFT (PO SOFT) são abordagens para tomada de decisão em grupo,

que foram pensadas e elaboradas para auxiliar a análise de problemas na vida real (GOMES;

GOMES; ALMEIDA, 2009). A PO SOFT inclui um grupo de diferentes abordagens

42

conhecidas como métodos de estruturação de problemas (Problem Structuring Methods –

PSM). Esses métodos aceitam o fato de que muita exigência e preocupação, com a tarefa de

formação da situação de decisão, estão em decidir qual é o problema. Os modelos de

representação são usados para proporcionar uma estrutura aos decisores que forneça uma base

coerente e segura para tomar as decisões necessárias (ROSENHEAD; MINGERS, 2001).

Segundo Rosenhead e Mingers (2001), os objetivos da estruturação de problemas são dois:

um mais modesto e outro mais ambicioso; do que a geração anterior de métodos de

otimização. Mais modesto porque não começam a capturar uma única verdade sobre a

situação da qual a melhor resposta pode ser derivada. Mais ambicioso, porque seus objetivos

são particularmente o de proporcionar uma assistência para aqueles processos de diálogo e

debate que preparam os meios para decisões que afetam significantemente as possibilidades

futuras.

O método SODA (Strategic Options Development and Analysis) é uma abordagem desenhada

para proporcionar aos consultores um conjunto de habilidades, uma estrutura para desenhar

intervenções para resolução de problema e um conjunto de técnicas e ferramentas para o

trabalho com problemas confusos. O sucesso do método está na energia e no

comprometimento gerado no grupo decisório para entregar os acordos estabelecidos

(ROSENHEAD; MINGERS, 2001).

O método SSM (Soft Sytems Methodology) é uma abordagem qualitativa que pode ser usada

para aplicar sistemas de pensamento a situações não sistêmicas. É um meio pelo qual se pode

lidar com problemas nos quais existem uma alta componente social, política e atividade

humana (ROSENHEAD; MINGERS, 2001).

43

O método SCA (Strategic Choice Approach) é uma abordagem que tem como características

ajudar pessoas a trabalharem juntas para tomarem decisões mais seguras, focando a sua

atenção sobre os possíveis meios para gerenciar incertezas. Esta abordagem combina uma

preocupação com complexidade e ênfase no tempo real para tomada de decisão, e tem sido

descrita como uma abordagem para planejamento sob pressão (ROSENHEAD; MINGERS,

2001). É composta por quatro modos de tomada de decisão que são o modo de estruturação, o

modo de concepção de opções, o modo de comparação e o modo de escolha, todos eles

interagindo entre si, conforme pode ser observado na Figura 6.

Figura 6 – Estrutura do método SCA (Fonte: adaptado de ROSENHEAD; MINGERS, 2001).

A análise de robustez é o meio mais indicado para situações em que indivíduos, grupos ou

organizações, necessitam assumir compromissos sob condições de incerteza, e onde estas

decisões serão seguidas em intervalos por outros compromissos. Para Rosenhead e Mingers

(2001), a análise de robustez é usada para escolher uma ação (ou melhor, para efetuar uma

primeira escolha numa sequência de escolhas) a mais flexível possível, medindo-se a

44

flexibilidade pelo número de opções que a ação escolhida deixa em aberto para as decisões

para serem tomadas no futuro.

Foram analisados, neste item, os principais métodos de apoio à decisão multicritério. Muitas

situações de tomada de decisão, em um ambiente participativo, envolvem a seleção de

alternativas, eventos ou cursos de ação. No entanto, os agentes tomadores de decisão,

geralmente, possuem pontos de vista conflitantes e diferentes juízos de valores. Torna-se

necessário, portanto, que estas diversidades sejam integradas Os métodos multicritérios de

análise de decisão aparecem como uma opção para atingir esse propósito. Eles fornecem um

maior entendimento do contexto multidisciplinar do processo decisório; efetuam a análise da

decisão e testam a sua robustez; recomendam um curso de ações ou selecionam a melhor ação

a ser implementada; validam a análise da decisão e organizam as informações para decisões

futuras (GOMES; MOREIRA, 1998).

A escolha do método multicritério deve ser resultado da avaliação dos parâmetros escolhidos,

dos dados disponíveis, da qualidade destes dados, qual o nível de decisão (individual, grupo

ou organização), do conhecimento do problema a ser selecionado e o que se deseja como

resultado: seleção, ordenação ou classificação (BOUYSSOU et al, 2000).

Para tal escolha faz necessário o conhecimento dos diversos métodos disponíveis, suas

vantagens e desvantagens para que a opção feita atenda aos parâmetros escolhidos.

Para a escolha do método apropriado, foram considerados principalmente os seguintes

aspectos: consistência, lógica, transparência, facilidade de uso, quantidade de aplicações

práticas e publicações científicas, tempo requerido para o processo de análise e

disponibilidade de software.

45

No item 2.6, serão apresentadas as justificativas sobre a escolha do método AHP para o

desenvolvimento deste trabalho. Para complementar a fundamentação teórica, será

apresentada a seguir os conceitos sobre a gestão de portfólio de projetos.

2.5. GESTÃO DE PORTFÓLIO DE PROJETOS

Atualmente, a relevância do alinhamento entre a estratégia de negócio das organizações e seu

portfólio de projetos tem sido objeto crescente de estudos. Assim, o gerenciamento do

portfólio vem assumindo um papel de importância estratégica (COOPER; EDGETT;

KLEINSCHMIDT, 1999, 2001).

As saídas do processo de gestão de portfólio deveriam ser capazes de atender aos requisitos

estratégicos da companhia e também alcançar suas metas, de forma que se obtenha uma

vantagem competitiva (LEVINE, 2005).

O portfólio de projetos é um conjunto de projetos (empenhos temporários empreendidos para

criar um produto sem igual, serviço, ou resultado) ou programas (um grupo de projetos

relacionados administrado de um modo coordenado, para obter benefícios e controles não

disponíveis quando administrados individualmente) e outros trabalhos que se agrupam para

facilitar a administração efetiva daquele trabalho e para conhecer objetivos empresariais

estratégicos (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2006). Os componentes de um

portfólio devem ser quantificáveis; quer dizer, eles podem ser medidos, ordenados e

priorizados. Os projetos ou programas (denominados de componentes) podem não ser

necessariamente interdependente ou diretamente relacionados. É importante para entender a

relação de um portfólio e os seus componentes. A Figura 7 ilustra esta relação.

46

Figura 7 – Relacionamentos no portfólio de projetos (Fonte: adaptado de LEVINE, 2005).

Um portfólio reflete os investimentos feitos ou planejados por uma organização, que estão

alinhados com suas metas e objetivos estratégicos. É no portfólio onde as prioridades são

identificadas, as decisões de investimentos são tomadas e os recursos são alocados. Os

modelos de portfólio são ferramentas apropriadas para um administrador que deva decidir

como alocar recursos escassos para uma quantidade muito diferente de projetos disponíveis,

permitindo maximizar o total de recursos utilizados com eficácia (PROJECT

MANAGEMENT INSTITUTE, 2006).

O gerenciamento do portfólio é um gerenciamento centralizado de um ou mais portfólios, que

inclui identificar, priorizar, autorizar, gerenciar e controlar projetos, programas e outros

trabalhos para atingir os objetivos específicos do negócio. Isto permitirá identificar o portfólio

ótimo de projetos e o compartilhamento ótimo dos recursos em cada projeto (WALLS, 2004).

Archer e Ghasemzadeh (1999) analisaram vários métodos de gestão de portfólio e concluíram

que os mais apropriados pressupõem atividade de seleção periódica das propostas de projetos

disponíveis e reavaliação dos projetos existentes e em fase de execução, possibilitando o

47

atendimento aos objetivos estratégicos da empresa, sem exceder recursos disponíveis ou

violar outras restrições do negócio, atendendo aos requisitos mínimos da organização de

acordo com diferentes critérios. São exemplos desses requisitos: lucratividade potencial,

aceitabilidade potencial, montante de investimentos e outros.

Cooper, Edgett e Kleinschmidt (1999) estudaram o processo de gestão do portfólio de

projetos e sua implementação em diferentes empresas e obtiveram uma gama dos mais

diversos métodos, listados abaixo:

a) Métodos financeiros (77,3%);

b) Métodos de estratégia do negócio (64,8%);

c) Diagramas de bolhas (40,6%);

d) Scoring Models (37,9%);

e) Checklists (20,9 %).

Os dados obtidos pelos autores sugerem que as empresas utilizam múltiplos métodos de

gestão de portfólio, sendo os métodos financeiros os mais utilizados. Entretanto, este não é o

melhor método, quando utilizado isoladamente, pois é negativamente afetado pela má

qualidade dos dados, ocasionando distorções e decisões equivocadas (COOPER; EDGETT;

KLEINSCHMIDT, 2001).

48

Um dos modelos mais bem conhecidos no gerenciamento de portfólios é o estágio-portão

(stage-gate), proposto por Cooper, Edgett e Kleinschmidt (2001), no qual o projeto é dividido

em diversas fases de revisão denominadas de estágio ou fase. O marco entre duas fase

sucessivas é denominado de portão. O ponto chave neste modelo é que a validade do projeto é

revisitada a cada marco.

Archer e Ghasemzadeh (1999) observaram que a gestão do portfólio é muito importante nas

atividades das organizações e propõem um modelo integrado para a seleção do portfólio de

projetos, que está representado na Figura 8.

Figura 8 – Estrutura para seleção de projetos em um portfólio (Fonte: adaptado de ARCHER;

GHASEMZADEH, 1999).

A primeira fase do modelo de Archer e Ghasemzadeh (1999), considerações estratégicas,

consiste em concentrar todas as informações que podem subsidiar análises de ambiente

49

interno e externo da empresa, e não só o que se refere às avaliações do ponto de vista

financeiro e econômico.

A segunda fase do modelo, avaliação individual dos projetos, visa classificar e medir projetos

novos e em desenvolvimento utilizando critérios de avaliação estabelecidos.

A terceira fase do modelo, seleção da carteira, significa avaliar projetos dentro de um

contexto de carteira, ou seja, relacionando-os uns com os outros. Espera-se que esta avaliação

seja realizada através da identificação de múltiplos critérios.

A formação da carteira de projetos, no entanto, apresenta uma diversidade de problemas

(COOPER; EDGETT; KLEINSCHMIDT, 2000). Os principais são:

a) falta de alinhamento estratégico;

b) independência quanto às necessidades técnicas e ou comerciais;

c) informação incompleta para decisão da formação da carteira;

d) baixa qualidade da carteira;

e) falta de compreensão da organização com relação à carteira.

Segundo Elmaghraby e Moder (1978), os modelos de portfólio parecem ser ferramentas

apropriadas para o gestor que deva decidir como alocar recursos escassos para uma

quantidade muito diferente de projetos disponíveis, permitindo maximizar o total de recursos

50

utilizados com eficácia. A escolha do modelo de seleção de projetos a ser adotado depende do

objetivo dos tomadores de decisão.

2.6. JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO MÉTODO MULTICRITÉRIO

O método AHP é um dos mais conhecidos e difundidos dentre os métodos de multicritério.

Segundo levantamento feito por Vaidya e Kumar (2006), entre 1991 e 2003, 132 artigos

foram escritos sobre o método AHP. Ho (2008) pesquisou 66 artigos sobre as variantes do

AHP no horizonte de 1997 a 2006.

Segundo Levine (2005), este método é poderoso e flexível e melhora a eficiência do

gerenciamento de portfólio, conferindo robustez ao processo de seleção de portfólio.

O Método AHP é questionado, frequentemente, porque em sua formulação tradicional a

posição relativa das alternativas, segundo o valor da função aditiva pode ser alterada,

dependendo da introdução ou remoção de uma alternativa antes não considerada na análise, o

que faz com que o método, como uma ferramenta de suporte a decisão, seja bastante

problemático por conduzir a um resultado final diferente do que aquele encontrado antes da

introdução da nova alternativa. O método não possui transitividade, importante na tomada de

decisão, e algumas aplicações do método são achadas danosas porque envolvem a

inapropriada adição de peso dos fatores os quais influenciarão na variável previsão e não

permite a modelagem de situações onde estes fatores operem para sua completa extenção ao

mesmo tempo. (BARZILAY, 2001; BELTON; STEWART, 2002;). Para resolver o problema

de reversão de posição foram desenvolvidos os métodos AHP Referenciado (WATSON;

FREELING, 1982), AHP B-G (BELTON; GEAR, 1982) e AHP Multiplicativo (LOOTSMA,

1993), que utilizam a mesma base teórica do AHP clássico.

51

O AHP multiplicativo, desenvolvido por Lootsma (1991) (Multiplicative AHP – MAHP) tem

como base o AHP clássico, exceto pela verificação da consistência dos dados, procedimento

esse dispensado no MAHP.

Tanto o AHP, quanto o MAHP, são limitados em nove alternativas de escolha. Este limite de

7±2 alternativas é chamado de limite psicológico uma vez que a partir de 7 alternativas ±2, o

número de comparações pareadas é muito elevado para permitir uma tomada de decisão com

relativa margem de segurança.

A matriz de comparação de critérios e as matrizes de comparação de alternativas das, seguem

os julgamentos semânticos, que estão apresentados na Tabela 4.

Tabela 4 – Relações semânticas de comparação e correlação numérica para o MAHP.

Relações Semânticas Valor (δij)

Si é amplamente menos desejável que Sj -8

Si é muito menos desejável que Sj -6

Si é menos desejável que Sj -4

Si é pouco menos desejável que Sj -2

Si é indiferente a Sj 0

Si é pouco mais desejável que Sj 2

Si é mais desejável que Sj 4

Si é muito mais desejável que Sj 6

Si é amplamente mais desejável que Sj 8

Se o problema possui m alternativas e n critérios, então é necessária a montagem de n

matrizes de comparação de alternativas de ordem (m × m), uma para cada critério, além de

uma matriz de comparação de critérios de ordem (n × n).

52

Cada critério deve ser comparado entre si na matriz de critérios e cada alternativa deve ser

comparada entre si para cada critério. A quantidade total de comparações em cada matriz de

comparação é definida conforme a equação (1).

Onde x corresponde a quantidade de critérios ou alternativas.

Após a construção das matrizes semânticas de comparação paritária com os valores da Tabela

XX, cada comparação é transformada em um novo valor numérico que considera o parâmetro

de escala escolhido, utilizando a equação (2).

Onde δij são os valores semânticos e inteiros da matriz de comparações. O parâmetro de

escala γ define a razão da escala geométrica que implica num fator de progressão igual a dois.

É necessário calcular os pesos dos critérios, provenientes da matriz de comparação de

critérios, e os pesos das alternativas, provenientes das matrizes de comparação de alternativas.

Em ambos os casos, estes valores são obtidos através da média aritmética, conforme mostra a

equação (3), para os critérios e a equação (4), para as alternativas.

i = 1, 2, 3,...,n

)1(2

)1( xx

)2(. ijeaij

)3(1

1

n

jiji a

nC

53

i = 1, 2, 3,..., m

k = 1, 2, 3,..., n

Os pesos dos critérios e das alternativas compõem a matriz de decisão. O vetor decisão é

obtido utilizando-se a equação (5), sendo esta a última etapa do MAHP.

Cada componente do vetor de decisão pode ser comparada entre si bastando para isso aplicar

o modelo de produto ponderado ou WPM – Weighted Product Model. Este procedimento

permite comparar e ordenar (ranking) a importância entre duas alternativas da matriz de

decisão, conforme indicado na equação (6).

Onde R(DK/Dl) é a razão da comparação entre duas alternativas. Se a alternativa DK é mais

preferível que Dl então DK > Dl, ou seja, R > 1. Este procedimento é também chamado de

análise adimensional, já que sua estrutura elimina qualquer unidade de medida (dimensão) nos

dados de decisão.

A questão da consistência dos resultados é fator preponderante quando o AHP é utilizado,

sendo esta análise necessária em todas as matrizes de comparação. Uma das maneiras

possíveis de medir a consistência dos dados no AHP consiste em utilizar o valor numérico do

)4(1

1

m

jijik a

mA

)5()(1

n

j

ciji

jAP

)6(1

jcn

j lk

kj

l

k

A

A

D

DR

54

autovetor associada a cada matriz de comparação, de forma a modelar as comparações como

sistemas lineares de equações. Desta forma, quanto mais independentes forem as equações

desse sistema, maior será a consistência dos resultados.

A estimativa da consistência de uma matriz de decisão através de seu autovetor apresente uma

incerteza menor que 10%, sendo suficiente para a aplicação segura (de baixo risco) do AHP.

Um dos fatores de grande influência na consistência dos valores numa matriz de decisão é a

etapa de normalização dos dados. Este procedimento acarreta na geração de resultados

errôneos e imprecisos, uma vez que as grandezas físicas dos critérios de decisão nem sempre

são iguais.

Para obter o vetor de decisão usando o AHP basta substituir a equação (5) pela equação (7),

na respectiva etapa.

i = 1, 2, 3,..., n.

Relativo ao método AHP multiplicativo, desenvolvido por Lootsma (1993), cabe destacar que

este método, não funciona como proposto (VARGAS, 1997; SAATY, 2010).

Em primeiro lugar, elevar a prioridade de uma alternativa à potência de seu critério

correspondente contradiz, em muito, a essência da priorização (SAATY, 2010).

Em segundo lugar, o método não sintetiza os valores corretamente de uma mesma escala de

medidas sob diversos critérios (VARGAS, 1997). Conforme demonstrado por Saaty e Vargas

)7(1

j

n

jij

AHPi cAP

55

(1984), o método do autovetor é o único método que captura o domínio relativo dos

elementos sendo comparados. Para ser crível, priorização com comparações paritárias,

necessita reproduzir simples operações aritméticas sobre tangíveis em termos relativos

(SAATY, 2010).

E por último, em justificar a teoria, em um contexto matemático, o princípio da invariância é

o mais importante (SAATY, 2010). Conforme comprovado por Saaty (2010), este método

multiplicativo não dirige à prioridades invariantes sob composição, nem mesmo para uma

simples matriz de julgamento.

Bana e Costa e Vansnick (2008), baseados na condição de preservação de ordem (Condition

of Order Preservation – COP), ou seja, dados os objetos A1, A2, A3 e A4. Se A1 domina A2 e

A3 domina A4, e o julgamento do decisor indica que a medida que A1 domina A2 é maior do

que A3 domina A4, então o vetor de prioridades deve ser tal que não somente w1 > w2, e

w3>w4 (preservação da ordem de preferência), mas também w1/w2 > w3/w4 (preservação da

ordem de intensidade das preferências). Estes autores argumentam que, o vetor de prioridades

do AHP, viola tal condição. Outra crítica apresentado por Bana e Costa e Vansnick (2008), é

sobre a razão de consistência, que não é adequada para detectar a existência, ou não

existência, de uma escala numérica que satisfaça a COP.

Em resposta às críticas ao método AHP, Saaty (2010) apresentou uma série de argumentos

contrapondo estas críticas. As críticas foram agrupadas por Saaty em cinco grupos que são:

reversão de posição (rank reversal); inconsistência de julgamentos e seus efeitos sobre a

agregação de tais julgamentos ou sobre as propriedades derivadas dele; preservação da

posição das alternativas irrelevantes por combinar a comparação de julgamentos de um único

indivíduo usando a média geométrica (logarithmic least square) para derivar propriedade e

56

então combinar as propriedades derivadas em diferentes critérios por usar síntese

multiplicativa ponderada; alteração da escala fundamental e os axiomas da comparação

paritária são comportamentais e espontâneos em natureza, para proporcionar julgamentos.

A primeira crítica feita ao método é a reversão de posição, que é causada pela introdução de

novas alternativas e retirada de alternativas antigas. Millet e Saaty (2000) e Saaty (2010),

argumentam que para muitos casos esta reversão é um fenômeno válido e que também

existem outros casos nos quais a posição deve ser mantida. Adicionar e remover alternativas

pode não ter nenhum efeito sobre o valor e a posição de qualquer outra alternativa (SAATY,

2010).

Dois procedimentos de síntese, em que um preserva a posição e o outro não, foram

introduzidos no método para resolver este problema. Estes procedimentos são o distributivo e

o ideal (SAATY, 1994).

O modo distributivo normaliza os scores das alternativas sob cada critério de forma que a sua

soma totalize 1. Isto cria uma dependência sobre o quão bem está o desempenho das outras

alternativas e então o potencial para a reversão de posição. Este procedimento é usado quando

o decisor está preocupado com a extensão a qual cada alternativa domina todas as outras sob o

critério (SAATY, 1994). Em contraste, o modo ideal, preserva a posição por dividir o score

de cada alternativa somente pelo melhor score da melhor alternativa sob cada critério. Este

procedimento é útil, quando a distinção entre as alternativas não é clara e quando o decisor

está preocupado com o desempenho de cada alternativa, relativa a um benchmark fixado

(MILLET; SAATY, 2000).

57

Outro ponto, nesta mesma crítica, é com relação ao procedimento que diversos críticos do

AHP utilizam quando critérios irrelevantes são retirados (wash criteria). Segundo Saaty

(2010), o erro cometido por estes críticos reside na renormalizaçao dos critérios

remanescentes, que desta forma, faz surgir a reversão de posição, porque os valores dos pesos

foram mudados. No caso da adição de um novo critério irrelevante (indifferent criteria) o que

ocorre é o mesmo que no processo de retirada, com a mudança no valor do peso.

A segunda crítica ao método AHP, refere-se à inconsistência de julgamentos e seus efeitos

sobre a agregação de tais julgamentos ou sobre as propriedades dele derivadas. Segundo Saaty

(2010), uma pequena dose de intransitividade e inconsistência numérica, usualmente não são

consideradas permissíveis em outros métodos, no AHP isto é permitido, de forma que as

decisões possam ser tratadas realisticamente, ao invés de truncadas como um axioma.

Uma condição que não pode possuir inconsistência de julgamento é o ótimo de Pareto. Ela é

uma relação ordinal a qual exige de um método, usado para agregar julgamentos individuais

em um grupo para um julgamento coletivo representativo, para aquele grupo quando todos os

indivíduos do grupo preferem A à B, então o julgamento do grupo tem que preferir A à B. No

AHP porque a ordem de preferência é indicada por prioridades, o ótimo de Pareto sempre se

mantém quando a condição estabelecida é satisfeita, e não existe nenhum problema com o

ótimo de Pareto (SAATY, 2010).

Segundo Saaty (2010), quando os julgamentos são inconsistentes, somente o autovetor obtém

propriedades que capturam as transitividades do domínio refletido nos julgamentos.

A condição de preservação de ordem, conforme apresentado acima por Bana e Costa e

Vansnick (2008), força a condição de aij > 1, e implica que w1 > w2, o que nem sempre é

58

verdade quando os julgamentos são inconsistentes; viola a integridade do autovetor como

forma de derivar prioridades capturando interações entre os julgamentos; força,

artificialmente, ajustes dos julgamentos sem perguntar ao decisor se o valor alterado é

aceitável na sua estrutura de entendimento e de alta ordem; e produz resultados inválidos para

matrizes simples com medidas conhecidas (SAATY, 2010).

A terceira crítica refere-se à derivação de prioridades e síntese com a média geométrica sobre

uma matriz simples é um processo que não captura o efeito da transitividade do domínio no

caso de inconsistência de julgamentos e então pode dirigir a prioridades e ordens erradas

(SAATY, 2010).

A quarta crítica refere-se a alteração na escala fundamental, que na visão de Saaty (2010), não

encontra qualquer prova de melhoria no resultado do modelo.

A quinta crítica refere-se aos axiomas usados pelo AHP, que segundo Dyer (1990), podem

estar sujeitos aos testes empíricos. O AHP pode ser usado para fazer medidas relativas,

através da comparação paritária de critérios ou de alternativas, ou fazer medidas absolutas de

alternativas com os seus respectivos critérios. A primeira é descritiva e condicionada pela

habi1idade de observação e experiência; a segunda é normativa, condicionada pelo que se

sabe ser é melhor (SAATY, 2010). Comparações têm que preceder a classificação (rating)

porque idéias somente podem ser criadas por meio de experiência usando comparações, para

chegar ao que parece ser o melhor (SAATY, 2010).

Dentre os métodos multicritérios da escola americana, o AHP é o que mais procura facilitar a

comunicação com o usuário. É um método multicritério que lida com o tangível e o intangivel

de uma maneira integrada e compreensiva dentro de uma estrutura hierarquica que relaciona

59

pessoas aos criterios e metas da organização (SAATY; PENIWAIT; SHANG, 2007).

Whitaker (2007) destaca que existem numerosos exemplos de validação, desenvolvidos por

inumeros pesquisadores, que utilizam matrizes de comparação paritária, hierarquias e

networks que mostram a precisão e a robustez deste método.

Lai e Hopkins (1995) mostraram que, em termos de efetividade, existe uma diferença pouco

significativa entre a MAUT, que possui forte embasamento matemático e não apresenta

inconsistências, e o AHP.

O método AHP apresenta uma enorme gama de aplicações devido a sua simplicidade,

facilidade de uso (HO, 2008; ZAHEDI, 1986) e a sua flexibilidade que pode ser integrada

com diferentes técnicas como Programação Linear, Desdobramento da Função Qualidade

(Quality Fuction Deployment – QFD), Lógica Fuzzy, entre outras, o que possibilita ao usuário

extrair benefícios de todos os métodos combinados e então atingir a meta desejada de uma

maneira melhor (VAIDYA; KUMAR, 2006).

Segundo Vaidya e Kumar (2006), devido à suas caraterísticas o método AHP tem sido

aplicado a diversas areas tais como educação, engenharia, governo, indústria, gerenciamento,

fabricação, recursos humanos, política, social e esportes.

Segundo Levine (2005), o método AHP agrega valor ao planejamento de um portfólio de

projetos, ao tratar de prioridades, de parâmetros ótimos e de seleção de alternativas.

60

2.7. MÉTODO ANALYTIC HIERACHIC PROCESS – AHP

2.7.1. Introdução

O método AHP é uma estrutura compreensiva que é desenhada para lidar com o intuitivo,

racional e irracional, quando diante de tomada de decisões envolvendo multi-objetivos,

multicritérios e multi-atores, com ou sem certeza, para qualquer número de alternativas

(HARKER; VARGAS, 1987). O AHP organiza a racionalidade básica por decompor um

problema em suas menores partes constituintes e então simplesmente compará-las

paritariamente para desenvolver prioridades em cada hierarquia.

2.7.2. Fundamentação Teórica do Método

Saaty (1986) definiu quatro axiomas, nos quais o método AHP está fundamentado.

O primeiro axioma é o da condição recíproca. Dada quaisquer duas alternativas (Ai, Aj) A x

A, a intensidade de preferência de Ai sobre Aj é inversamente relacionado a intensidade de

preferência de Aj sobre Ai. Este axioma deriva da idéia intuitiva de que se A é cinco vezes

mais pesado do que B, então tem que ser o caso que B é um quinto do peso de A (SAATY,

1986).

O segundo axioma é o da ρ-homogeneidade. Dada uma hierarquia H, x H, então x− Lk+1 é

ρ-homogêneo para todo k= 1, 2,..., h-1. Onde L é o nível da hierarquia. Assim, quando

comprando dois elementos de acordo com um critério, uma escala limitada é suficiente. Este

axioma trata com a homogeneidade, simplesmente estabelece que indivíduos são unicamente

capazes de expressar significantes intensidades de preferências se os elementos são

61

comparáveis (SAATY, 1986). Este axioma simplesmente estabelece que elementos de um

nível particular em uma hierarquia H têm que ser comparáveis (HARKER; VARGAS, 1987).

O terceiro axioma é o da dependência. Seja H uma hierarquia com níveis L1, L2,..., Lh. Para

cada Lk, k= 1, 2,..., h-1.

a) Lk+1 é dependente externo de Lk;

b) Lk+1 é dependente interno com respeito a todo x Lk;

c) Lk é dependente externo de Lk+1.

Este terceiro axioma trata com a habilidade de fazer comparações em uma estrutura

hierárquica (SAATY, 1986). Estas comparações são possíveis quando um conjunto de

elementos Lk+1 é comparado em termos de um elemento no próximo nível mais alto

(comparar alternativas em termos de um critério ou subcritério particular) (HARKER;

VARGAS, 1987).

O quarto axioma é o da expectativa. Todos os critérios e alternativas são representados em

uma hierarquia. Assim, todas as expectativas têm que ser representadas, ou excluídas, em

termos de critério e alternativas na estrutura, e determinadas propriedades compatíveis com as

expectativas (SAATY, 1986). A principal proposta deste axioma é tratar com as questões

relacionadas com a adição de novas alternativas, ou quando alternativas são removidas. Este

axioma implica que qualquer alternativa Aj, que não é uma alternativa verdadeira, no sentido

que alguma outra alternativa Ai A é completamente equivalente a Aj sobre todos os

62

critérios, deve ser removida do problema de escolha, desde que ela não adiciona nada ao

conjunto escolha (HARKER; VARGAS, 1987).

O método AHP utiliza o teorema de Perron-Frobenius, para as matrizes irredutíveis não

negativas, que assegura a existência de uma solução única para o problema de autovalor, uma

vez que as matrizes do método são recíprocas e positivas (SAATY, 1991). Esse teorema se

refere a matrizes d x d cujos elementos são positivos. Resumidamente, o teorema afirma que

tal matriz possui um autovalor positivo que tem multiplicidade algébrica um e que é o maior

autovalor em módulo (HILÁRIO; BRAGA, 2004).

Uma matriz quadrada é irredutível, por permutações, se não puder ser decomposta na forma

de bloco, conforme apresentado abaixo, onde A1 e A3 são matrizes quadradas e 0 é a matriz

zero. Do contrário, a matriz será redutível (SAATY, 1991).

O teorema de Perron. Seja A uma matriz, positiva e dimensão d x d. Então, A tem um

autovalor real λ1 com as seguintes propriedades (POOLE, 2006):

a) λ1 > 0.

b) λ1 possui um autovetor correspondente que é positivo.

c) se λ é qualquer outro autovalor de A, então |λ| ≤ λ1.

1

2 3

0A

A A

63

O teorema de Perron-Frobenius. Seja A uma matriz irredutível e não negativa. Então, A tem

um autovalor λ1 com as seguintes propriedades (POOLE, 2006):

a) λ1 > 0.

b) λ1 possui um autovetor correspondente que é positivo.

c) se λ é qualquer outro autovalor de A, então |λ| ≤ λ1. Se A é primitiva, então essa

desigualdade é estrita.

d) se λ é um autovalor de A tal que |λ| = λ1, então λ é uma raiz (complexa) da equação

1 0n n .

e) λ1 tem multiplicidade algébrica igual a 1.

O autovalor λ1 é frequentemente denominada de raiz de Perron de A, e um autovetor-

probabilidade correspondente, que é necessariamente único, é chamado de autovetor de

Perron de A (POOLE, 2006).

2.7.3. Estrutura do Método AHP

O método AHP é estruturado por meio de três principais passos (HO, 2008):

a) Passo 1: construção da hierarquia;

b) Passo 2: definição de prioridades;

64

c) Passo 3: verificação de consistência.

Na Figura 9 está representado o fluxograma do método AHP.

Figura 9 – Fluxograma do método AHP (Fonte: adaptado de HO, 2008).

2.7.3.1. Construção de Hierarquias

Em primeiro lugar, os decisores necessitam decompor o problema complexo em meta global,

conjunto de critérios e atributos, de forma que estes sejam arranjados em múltiplos níveis

hierárquicos.

65

Segundo Saaty (1991), a vantagem básica da hierarquia é que se pode procurar o

entendimento de seus níveis mais altos a partir de interações entre os vários níveis da

hierarquia, ao invés de diretamente entre os elementos dos níveis. Os níveis mais baixos da

hierarquia contêm atributos que contribuem para a qualidade da decisão. Os detalhes destes

atributos aumentam à medida que os níveis vão descendo. No último nível encontram-se

alternativas ou escolhas selecionadas.

Figura 10 – Níveis da hierarquia do AHP (Fonte: adaptado de SAATY, 1991).

A utilização de hierarquias apresenta as seguintes vantagens (SAATY, 1991):

a) a representação hierárquica de um sistema pode ser usada para descrever como as

mudanças em prioridades nos níveis mais altos afetam a prioridade dos níveis mais baixos.

b) fornecem grandes detalhes de informação sobre a estrutura e as funções de um sistema

nos níveis mais baixos, permitindo uma visão geral de atores e de seus propósitos nos níveis

66

mais altos. Limitações nos elementos de um nível são representadas melhor no nível mais alto

seguinte para assegurar que eles sejam satisfeitos.

c) os sistemas naturais montadas hierarquicamente, isto é, por meio de construção modular e

montagem final de módulos, desenvolvem muito mais eficientemente do que aqueles

montados de um modo geral.

d) são estáveis porque pequenas modificações têm efeitos pequenos, e flexíveis porque

adições a uma hierarquia bem estruturada não perturbam o desempenho.

2.7.3.2. Julgamentos de Valor

Para cada nível da hierarquia é realizada uma comparação de todos os critérios aos pares, à

luz de cada um dos elementos ligados a camada superior da hierarquia, em seguida são

comparadas os subcritérios e as alternativas, gerando matrizes específicas para cada uma

destas comparações.

O conjunto de atividades será C1, C2,....,Cn. Os julgamentos quantificados dos pares das

atividades Ci, Cj são representados por uma matriz n x n. Os elementos aij são definidos pelas

seguintes regras:

a) Regra 1: Se aij = α, então aji = 1/α.

b) Regra 2: Se Ci é julgado como tendo igual importância relativa a Cj, então aij = 1, aji = 1;

e em particular aii = 1 para todo i.

67

Estas matrizes estão representadas na Figura 11, Figura 12 e Figura 13. Critérios 1 2 3 Critério 1 (C1) Critério 2 (C2) Critério 3 (C3)

Figura 11 – Matriz de comparação paritária de critérios.

Subcritérios

1 2 3 Subcritério 1 (SC1) Subcritério 2 (SC2) Subcritério 3 (SC3)

Figura 12 – Matriz de comparação paritária de subcritérios.

Alternativas

1 2 3 Alternativa 1 (Alter1) Alternativa 2 (Alter2) Alternativa 3 (Alter3)

Figura 13 – Matriz de comparação paritária de alternativas.

12 13

21 23

31 32

1 Alter Alter

Alter 1 Alter

Alter Alter 1

12 13

21 23

31 32

1

1

1

SC SC

SC SC

SC SC

12 13

21 23

31 32

1

1

1

C C

C C

C C

68

A eficácia dos resultados estará sempre associada à competência dos avaliadores em emitir os

julgamentos de valor. Assim sendo, faz necessário que estes decisores conheçam os critérios,

subcritérios e o problema profundamente.

2.7.3.3. Escalas de Valor

Para julgar cada uma das importâncias relativas previstas, o AHP adota uma escala proposta

por Saaty (1991), que foi denominada de escala fundamental, para padronização dos

julgamentos de valor emitidos pelos decisores. Foram utilizados os estudos de Ernest

Heinrich, Gustav Theodor Fechner e Stanley Smitih Stevens (SAATY, 1991), sobre o tema

estímulos e respostas e foi observado que, apesar dos estímulos seguirem uma escala

geométrica, a percepção destes pelo individuo obedece a uma escala linear.

A escala fundamental de 1 a 9 está de acordo com o trabalho de Miller (1956) minimizando o

“efeito âncora” no julgamento de valor. Na Tabela 5 está representada a escala fundamental

de Saaty.

69

Tabela 5 – Escala fundamental de Saaty (1991).

2.7.3.4. Priorização das Alternativas

A matriz de comparação paritária das alternativas representará a comparação entre a

alternativa da linha e a alternativa da coluna, utilizando-se a escala fundamental de Saaty

(1991). O resultado está apresentado na Figura 14.

Valor Escala Explicação

1 IgualAs duas atividades contribuem

igualmente para o objetivo.

3 FracaA experiência e o julgamento

favorecem levemente uma atividade em relação a outra.

5 EssencialA experiência e o julgamento favorecem fortemente uma

atividade em relação a outra.

7 Muito Forte

Uma atividade é muito fortemente favorecida em relação a outra;

sua dominação de importância é demostrada na prática.

9 AbsolutaA evidência favorece uma

atividade em relação a outra com o mais alto grau de certeza.

2, 4, 6 e 8 Valores intermediáriosQuando se procura uma

condição de compromisso entre duas definições.

70

Alternativas

1 2 3 Alternativa 1 (Alter1) Alternativa 2 (Alter2) Alternativa 3 (Alter3)

Figura 14 – Matriz de comparação paritárias das alternativas.

Após está etapa deve-se normalizar a matriz, dividindo cada um de seus elementos pelo

somatório da coluna.

Pomerol e Barba-Romero (2000), apresentam quatro principais métodos de normalização, que

estão representados na Tabela 6.

Tabela 6 – Principais métodos do vetor normalização (Fonte: adaptado de POMEROL; BARBA-

ROMERO, 2000).

Procedimento

1 Procedimento

2 Procedimento

3 Procedimento

4

Definições .i

ii

av

máx a

min .

. min .i i

ii i

a av

máx a a

i

iii

av

a

1/2

2

ii

ii

av

a

Vetor Normalizado

0 1iv 0 1iv 0 1iv 0 1iv

Módulo de v variável variável variável 1

Conservação da proporcionalidade

sim não sim sim

Interpretação % do . imáx a% do range

( . min . )i imáx a a % do total

iia

i-nésimo componente do vetor unitário

O primeiro procedimento é o mais utilizado, pois é simples de interpretar e respeita a

proporcionalidade. O segundo procedimento é um aprimoramento do primeiro procedimento,

1 Alter1xAlter2 Alter1xAlter3

Alter2xAlter1 1 Alter2xAlter3

Alter3xAlter1 Alter3xAlter2 1

71

desenvolvido para assegurar que as avaliações cubram o intervalo [0, 1]. Este procedimento

respeita a cardinalidade, porém não respeita a proporcionalidade, ou seja, aij/aji não é

necessariamente igual a vij/vji (POMEROL; BARBA-ROMERO, 2000).

O terceiro procedimento, também é frequentemente usado, especialmente no método AHP.

Ele oferece as mesmas vantagens do primeiro procedimento, fornecendo menores e mais

concentrado valores. O quarto procedimento fornece a vantagem de possibilitar a comparação

de vetores de norma 1, mas produz as mesmas concentrações do terceiro procedimento

(POMEROL; BARBA-ROMERO, 2000).

2.7.3.5. Análise de Consistência

Saaty (1991) propõe para o cálculo do Índice de Consistência (IC), que avalia o grau de

inconsistência da matriz de julgamentos paritários a equação (8):

IC = (λmax – n)/(n-1) (8)

Onde n é a ordem da matriz.

A matriz será consistente se o IC tiver um valor menor do que 0,1; porém Saaty (1993)

destaca que a inconsistência possa ser inerente ao comportamento humano.

A razão de consistência (RC) proposta por Saaty (ZAHEDI, 1986) é obtida pela equação(9):

RC = IC/IR (9)

72

Onde o IC corresponde ao índice calculado na equação 1 e o IR, que é um índice aleatório,

calculado para matrizes quadradas de ordem n, pelo Laboratório Nacional de OAK Ridge, nos

Estados Unidos, conforme Tabela 7. Quanto maior for o RC maior será a inconsistência,

sendo considerada aceitável para um valor menor ou igual a 0,10 (GOMES; ARAYA;

CARIGNANO, 2004).

Tabela 7 – Valores de IR para matrizes quadradas de ordem “n” (Fonte: GOMES; ARAYA;

CARIGNANO, 2004; RAFAELI; MÜLLER, 2007).

n 2 3 4 5 6 7 8 9 10

IR 0,0 0,58 0,90 1,12 1,24 1,32 1,41 1,45 1,49

2.7.3.6. Classificação das Alternativas

Para obter a classificação final das alternativas, multiplicam-se os valores das ponderações

do.s critérios pelos valores das ponderações das alternativas, conforme apresentada na Figura

15

Figura 15 – Classificação das alternativas.

De forma a garantir que a modificação no julgamento de alguns elementos não influa no

resultado final, é efetuada a análise de sensibilidade dos resultados.

73

A meta é que, após a estruturação de todo o modelo, seja possível identificar a alternativa

mais adequada para a meta definida no início do processo.

74

3 APLICAÇÃO DO MÉTODO AHP EM UM PORTFÓLIO DE PROJETOS DE

INVESTIMENTO

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

3.1.1 Visão Geral

A Petróleo Brasileiro é uma sociedade anônima de capital aberto, que atua como uma empresa

de energia, integrada na exploração produção, refino, comercialização e transporte de petróleo

e seus derivados no Brasil e no exterior Trata-se de uma empresa de grande porte, com

atuação no mercado interno e externo.

Possui cento e doze plataformas de produção; dezesseis refinarias, sendo treze no Brasil e três

no exterior; trinta mil quilômetros em dutos e mais de seis mil postos de combustíveis.

O modelo organizacional da empresa é composto por quatro áreas de negócio (Gás e Energia,

Exploração e Produção, Abastecimento e Internacional), com duas áreas de apoio (Financeira

e Serviços). Este modelo organizacional está representado na Figura 16.

75

Figura 16 – Estrutura organizacional da PETROBRAS (Fonte: http://www.petrobras.com.br).

O Plano de Negócios (PN) 2009-2013, da empresa, prevê investimentos de US$ 174,4

bilhões, que estão distribuídos da seguinte forma (PETRÓLEO BRASILEIRO S. A., 2009a):

a) Exploração e Produção: US$ 104,6 bilhões;

b) Refino, Transporte e Comercialização: US$ 43,4 bilhões;

c) Gás e Energia: US$ 11,8 bilhões;

d) Petroquímica: US$ 5,6 bilhões;

e) Distribuição: US$ 3 bilhões;

f) Biocombustíveis: US$ 2,8 bilhões;

76

g) Corporativo: US$ 3,2 bilhões.

Do montante previsto para Refino, Transporte e Comercialização, na área de Refino serão

investidos US$ 31,68 bilhões, no período de 2009 a 2013 (PETRÓLEO BRASILEIRO S.A.,

2009a).

3.1.2 Sistemática de Acompanhamento de Projetos de Investimento

A empresa utiliza a abordagem do ciclo de vida do projeto, semelhante ao modelo de Cooper,

Edgett e Kleinschmidt (2001), para fazer a análise individual dos projetos. O ciclo de vida é o

tempo considerado desde a geração da idéia, ou seja, desde quando a organização identifica

uma oportunidade para a realização de um projeto até a finalização da etapa de investimentos

e está representado na Figura 17.

Figura 17 – Ciclo de vida do projeto e seus processos (PETROBRAS, 2009b).

77

A primeira fase (Fase I) do processo visa à identificação da oportunidade de investimento, a

avaliação preliminar do projeto e ao seu planejamento inicial. Nessa fase, a Área de Negócio,

no caso o Abastecimento-Refino, ao identificar uma oportunidade de investimento, avalia o

seu alinhamento com as estratégias e objetivos corporativos, bem como as incertezas e o

retorno potencial do projeto, e elabora uma análise qualitativa dos riscos associados.

No portão 1 – Aprovação da análise empresarial da Identificação de Oportunidade e

Autorização para início do Projeto Conceitual, onde o projeto é submetido para avaliar a sua

continuidade ou não para a fase seguinte. Como nos demais portões, é o momento chave de

decisão para o projeto (COOPER; EDGETT; KLEINSCHMIDT, 2000).

A segunda fase (Fase II) visa à análise e à aprovação do Projeto Conceitual, quando todos os

custos e gastos são estimados preliminarmente e o grau de confiança ainda não é satisfatório

para uma decisão de alocação de recursos. Nessa fase são geradas, selecionadas e avaliadas as

alternativas técnicas para o projeto e é desenvolvido o projeto conceitual de engenharia para

essas alternativas.

No portão 2 – Aprovação da análise empresarial do projeto conceitual e autorização para

início do projeto básico é dada a autorização para que se contrate o projeto básico do

empreendimento.

Nesta fase (Fase III) é finalizado o escopo do projeto, onde se deve assegurar que se incluam

todos os trabalhos necessários e somente os trabalhos necessários para que o projeto seja

finalizado com sucesso. É desenvolvido o plano do gerenciamento do projeto no seu sentido

mais amplo e é estabelecida a base de referência (baseline) do projeto, que servirá de

referência para os processos de monitoramento e controle.

78

No portão 3 – Aprovação da análise empresarial do projeto básico e autorização para

execução do projeto é dada autorização para a contratação da construção e montagem e do

projeto de detalhamento.

A quarta fase, denominada execução (Fase IV), corresponde à implantação do projeto de

acordo com o plano de gerenciamento aprovado (escopo, prazo, custo, qualidade, recursos

humanos, comunicação, riscos, aquisição e integração). Esta fase é caracterizada pela grande

concentração de recursos financeiros, equipamentos e pessoas.

É importante ressaltar que, para que a execução da obra e a operação se dêem conforme

previsto na época da aprovação é fundamental a monitoração e a medição regular do

progresso do projeto ao longo desta fase. Os processos de monitoramento e controle do

projeto visam, desta forma, identificar desvios no plano e implementar ações corretivas para

sua manutenção.

A última fase (Fase V) equivale ao encerramento do projeto e ao encerramento dos contratos

do projeto, quando existirem. Esta fase inicia-se com a partida ou entrada em operação do

projeto e finda com a entrega da documentação final do projeto. O encerramento é a fase onde

ocorre a aceitação formal do projeto. Destaca-se a importância desta fase devido à sua

contribuição na geração de informações que servirão de base para projetos correlatos, no

futuro. É nesta etapa que será organizado todo histórico do projeto, onde toda a documentação

gerada durante as outras fases serão computadas e onde as ações corretivas sugeridas e suas

consequências para o projeto serão organizadas.

79

3.1.3 Principais Processos de Refino

O petróleo não é uma substância pura, e sim uma complexa mistura de compostos orgânicos e

inorgânicos onde predominam os hidrocarbonetos. Ele por si só tem muito pouca aplicação

prática, servindo quase que tão somente como óleo combustível.

Para que ele tenha seu potencial energético plenamente aproveitado é importante que seja

realizado seu desmembramento em cortes, com padrões pré-estabelecidos para determinados

objetivos os quais são denominados de frações (ULLER; SZKLO, 2008).

Além da complexidade de sua composição, não existem dois petróleos idênticos. Suas

diferenças influenciarão de forma decisiva tanto no rendimento quanto na qualidade das

frações. Dessa forma, o petróleo deve ser processado e transformado de forma conveniente,

com o propósito de obter-se maior quantidade possível de produtos valiosos e da melhor

qualidade possível.

As características dos petróleos têm ponderável influência sobre a técnica adotada para a

refinação, e frequentemente determinam os produtos que melhor podem ser obtidos.

Compatibilizar as características dos vários petróleos que devam ser processados em uma

refinaria, com necessidade de suprir-se de derivados em quantidade e qualidade, certa região

de influência dessa indústria, faz com que surjam arranjos de várias unidades de

processamento, para que esta compatibilização seja feita da forma mais racional e econômica

possível. O encadeamento destas várias unidades de processo dentro de uma refinaria é que se

denomina esquema de produção, sendo o mais complexo denominado de esquema de

produção nível 4, conforme Figura 18.

80

Figura 18 – Esquema de produção nível 4 de derivados de petróleo (Fonte:

http://www.anp.gov.br/petro/refino_esquema_producao.nasp).

A destilação é o processo básico de separação de petróleo. Consiste na vaporização e posterior

condensação devido à ação de temperatura e pressão sobre os componentes do óleo cru,

baseado na diferença de seus pontos de ebulição. Pode ser feita em varias etapas e em

diferentes níveis de pressões, conforme o objetivo que se deseje. Desta forma, têm-se as

destilações atmosférica e a vácuo. Estas unidades produzem nafta, gás liquefeito de petróleo

(GLP), querosene, diesel e óleo combustível (ULLER; SZKLO, 2008).

O craqueamento catalítico (Fluid Catalytic Cracking – FCC) tem por objetivo quebrar as

moléculas do produto vindo da destilação, submetendo este produto a condições bastante

severas, na presença de um catalisador, para a produção de frações mais leves, tais como gás

combustível, GLP e gasolina (ULLER; SZKLO, 2008).

81

O hidrotratamento é um processo de refino com hidrogênio cuja finalidade é estabilizar um

determinado produto ou eliminar compostos indesejáveis dos mesmos. Os compostos

indesejáveis são: enxofre, nitrogênio, oxigênio, halogênios e metais; pois os gases da queima

destes elementos são altamente poluentes (ULLER; SZKLO, 2008).

O coqueamento é um processo que submete a carga vinda da destilação a vácuo (resíduo de

vácuo) a condições bastante severas, produzindo gás combustível, nafta, diesel e coque. Este

último é utilizado no processo de obtenção do alumínio, o que faz com que ele tenha uma

importância muito grande (ULLER; SZKLO, 2008).

3.2 APLICAÇÃO DO MÉTODO AHP EM PORTFÓLIO DE PROJETOS DE

INVESTIMENTO

3.2.3 Problema e Método Utilizado

O problema a ser analisado é o de priorização de projetos que compõe a carteira de

investimentos, dado um cenário de restrição orçamentária, devido problemas com os fluxos de

caixa da empresa, restrições governamentais e redirecionamento de investimentos para outras

áreas da empresa estudada.

O método AHP foi escolhido em função da sua simplicidade e facilidade de comunicação

com os seus usuários (SAATY; PENIWAIT; SHANG, 2007). Este método apresenta as

seguintes vantagens (KENDRICK; SAATY, 2007):

a) usa uma estrutura hierárquica, que possibilita ao decisor definir objetivos estratégicos de

alto nível e métricas específicas para uma melhor avaliação;

82

b) o método vai além da análise financeira por integrar considerações quantitativas e

qualitativas como também entradas concorrentes dos patrocinadores na consolidação das

prioridades;

c) possibilita aos decisores medir a importância relativa dos projetos, incluindo seus

benefícios, custos, riscos e oportunidades como também recursos podem ser alocados;

d) pode ser aplicado em qualquer organização com qualquer grau de maturidade, porque as

entradas são normalizadas usando dados numéricos ou julgamentos subjetivos, quando as

métricas não estão disponíveis;

e) utiliza análise de sensibilidade para proporcionar aos participantes uma maior capacidade

analítica quando analisando cenários do tipo what-if;

f) a estrutura explicita e auditável do modelo de decisão cria uma estrutura forte para

melhorar sistematicamente a seleção de projetos e a alocação de recursos.

Neste método, o decisor expressa sua preferência entre duas alternativas comparando-as de

acordo com a escala fundamental. Isso gera uma escala de razão de preferências, conflitando

com o princípio da função aditiva, que se adapta melhor a uma escala de intervalos.

Definido o método multicritério a ser utilizado, partiu-se para a escolha do modelo

computacional que suportará o processo de priorização de projetos.

O método AHP modelado computacionalmente possui interface amigável, e pode ser

modelado, também, em planilhas eletrônicas, como por exemplo, o MS-EXCEL®, isto

83

viabiliza sua utilização, pois de outra maneira a facilidade de comunicação com os usuários

pode ser prejudicada, trazendo grande trabalho não só ao analista como para os participantes

do grupo decisor.

Os softwares existentes sobre o AHP têm o diferencial de auxiliar o processo de tomada de

decisão, estruturando os passos de forma sequencial. Estes softwares automatizam o cálculo

da razão de consistência das matrizes de comparações paritárias, e identificam quais

comparações estão contribuindo mais significativamente para as inconsistências.

Outra importante funcionalidade destes softwares é permitir a alteração de parâmetros em

tempo real (análise de sensibilidade), de forma a se observar as mudanças na resposta, assim é

possível conhecer, por meio de gráficos de sensibilidade, a consequência de uma alteração.

Os gráficos de sensibilidade apresentam a robustez de uma resposta, isto é, o quanto ela se

altera após uma modificação nos parâmetros de entrada.

Os softwares permitem que mais de um decisor participe da avaliação. Ainda é possível

atribuir pesos diferentes para cada votante e observar em tempo real a resposta para cada um

deles, para um grupo ou para todos os decisores ao mesmo tempo.

Os softwares disponíveis para a aplicação do método AHP são o Decision Lens®, Expert

Choice® e o Super Decisons®. A empresa adquiriu um conjunto de licenças do Decision

Lens®, que teve como fator determinante para a sua escolha o apoio no Brasil para a

implementação, utilização e solução de problemas na aplicação do método e do software.

84

O Decision Lens® apresenta na sua tela principal os cinco macros processos que estruturam o

modelo AHP, conforme Figura 19.

Figura 19 – Tela inicial do Decision Lens®.

Estes macros processos são os seguintes:

a) construção do modelo - discussão inicial do processo a ser desenvolvido, identificando as

hipóteses e regras consideradas. Construção da árvore de decisão com a meta, critérios e

subcritérios, identificação das alternativas e identificação dos decisores (participantes);

b) comparação dos critérios - comparar os critérios e subcritérios por meio de comparações

paritárias, para produzir prioridades para cada nível de critérios e subcritérios. A comparação

paritária possui uma análise de inconsistência para apresentar aos decisores onde eles não têm

sido consistentes em definir a dominância relativa do critério;

c) avaliação de alternativas - avaliar as alternativas em relação ao nível superior, seja por

comparação paritária, seja pela utilização de uma escala verbal ou numérica. Observar o

85

ranking de alternativas em relação a meta e a cada um dos critérios e subcritério. Neste

macroprocesso é realizada a análise de sensibilidade;

d) alocação de recursos - definir restrições de recursos para então otimizar o orçamento para

obter o melhor mix de projetos para suportar os objetivos organizacionais;

e) relatórios - gerar os resultados da tomada de decisão por meio de documento no formato

PDF (Portable Document File) ou RTF (Rich Text File).

3.2.4 Construção do Modelo

O primeiro passo da construção do modelo foi a definição das premissas e princípios básicos.

As premissas são os parâmetros pelos quais os decisores colocarão suas prioridades. Foram

definidas as seguintes premissas para o modelo:

a) projetos em Fase IV (fase de construção e montagem) devem ser priorizados;

b) projetos ambientais devem ser priorizados.

Os princípios básicos que estabelecidos para estabelecer normas de comunicação e um

ambiente colaborativo foram as seguintes:

a) apresentar justificativas claras e objetivas;

b) tempo máximo para apresentação da justificativa é de dois minutos;

c) não é permitido mais de um decisor falar ao mesmo tempo;

86

d) apresentar na justificativa o porquê da escolha;

e) não foi permitida, durante a reunião, a utilização de celulares e laptops.

Definidos as premissas e princípios básicos inicia-se o processo de construção da árvore de

decisão. A primeira etapa é definir a meta a ser atingida, que no caso em estudo é a

priorização de empreendimentos de refino.

Os critérios e subcritérios que foram utilizados para a construção da árvore de decisão, foram

objetos de reuniões e entrevistas com o grupo de decisores que possuem grande experiência

na implantação de empreendimentos e conhecimento das ferramentas institucionais da

empresa estudada, que balizam a tomada de decisão.

Os componentes do grupo decisor foram selecionados dentro da mesma Gerência Geral.

Todos os componentes deste grupo são engenheiros com experiência entre 10 a 30 anos na

empresa, sendo entre 8 a 12 anos na implantação de empreendimentos, não só de

abastecimento como também em exploração e produção. O perfil de cada participante está

descrito no Apêndice A.

Os critérios e subcritérios selecionados estão apresentados a seguir:

a) aderência ao planejamento estratégico - avalia a coerência do projeto com os objetivos

estratégicos da Companhia;

i. crescimento - refere-se ao aumento da participação no mercado doméstico e externo,

de diferentes produtos, proporcionada pela implantação dos projetos em avaliação;

87

ii. responsabilidade social e ambiental - alguns projetos possuem externalidades

positivas em termos sociais e ambientais. Projetos com estas características devem

pontuar na componente responsabilidade social e ambiental, caso contribuam para os

indicadores associados;

iii. sinergia - o objetivo estratégico de se promover o crescimento integrado das Áreas de

Negócio da empresa;

iv. qualidade - ampliar a qualidade dos produtos fornecidos pelo Abastecimento em

atendimento às especificações;

v. excelência operacional - privilegiar os projetos que promovam redução de custos,

aumento da eficiência energética e melhoria do serviço prestado pelas operações do

Abastecimento;

b) lucratividade - relacionar o VPL (Valor Presente Líquido) e o investimento requerido

pelo projeto. Desta forma, mede a geração de valor de cada projeto por unidade de recurso

financeiro consumido;

c) maturidade - penalizar os projetos que se encontram em fases iniciais de

desenvolvimento, portanto, são pouco maduros em relação aos benefícios, custos e riscos;

d) criticidade para o negócio - identificar e mensurar os elementos que são críticos para a

continuidade do projeto sob o ponto de vista do negócio:

88

i. conformidade legal - avaliar o cumprimento das exigências legais para a implantação

do empreendimento;

ii. compromissos assumidos - avaliar a quantidade em termos monetários dos

compromissos assumidos pelo projeto, em comparação a sua última estimativa de

custos validada;

e) criticidade para a operação - dar prioridade a projetos que sejam críticos para a

continuidade das operações e do abastecimento dos mercados;

f) perspectiva de sucesso - avaliar os riscos tecnológicos e de implantação envolvidos no

projeto, além do tempo de execução e recursos envolvidos:

i. risco tecnológico - avaliar a incerteza em relação ao sucesso do projeto, em função

da maturidade e complexidade tecnológica;

ii. risco na implantação - avaliar a dificuldade de implementação dos resultados do

projeto em função das limitações operacionais, logísticas e orçamentárias;

iii. tempo de desenvolvimento - avaliar a adequação do projeto às datas e prazos

determinados pela demanda do produto a ser gerado;

iv. recursos para a execução do projeto - avaliar a disponibilidade de profissionais

capacitados e de infra-estrutura adequada, própria ou nas entidades colaboradoras no

projeto;

89

i. disponibilidade de mão-de-obra - avaliar a disponibilidade de mão-de-obra no

mercado nacional e internacional para a implantação de projeto;

ii. infra-estrutura adequada - avaliar o grau de investimento necessário para

adequar a infra-estrutura disponível para a implantação do empreendimento.

A árvore de critérios e subcritérios está representada na Figura 20.

Figura 20 – Árvore de critérios e subcritérios.

90

Os projetos que constituem o conjunto de alternativas que foram utilizados neste caso foram

escolhidos da carteira de projetos do Abastecimento Refino, aleatoriamente. Estes projetos

estão listados abaixo por Unidade de Negócio (UN) e com uma breve descrição do seu

objetivo.

a) UN-LUBNOR (Unidade de Negócio Lubrificantes do Nordeste):

i. novo tanque de óleo combustível - construção de um novo tanque de armazenamento

de óleo combustível de baixo teor de enxofre;

ii. substituição da chaminé do incinerador - substituição da chaminé existente por uma

nova chaminé com nova tecnologia de monitoramento de emissões poluentes;

iii. tratamento de efluentes - construção da nova estação de tratamento de efluentes, com

nova tecnologia que minimiza os teores de poluentes nas correntes;

b) UN-RECAP (Unidade de Negócio Refinaria de Capuava):

i. unidades de hidrotratamento de diesel e gasolina - construção de unidade de

hidrotratamento de diesel e gasolina, para redução do teor de enxofre;

c) UN-REDUC (Unidade de Negócio Refinaria Duque de Caxias):

i. nova estação de tratamento de despejos industriais (ETDI) - construção de nova

unidade para ampliar a capacidade de tratamento de despejos industriais, conforme

Termo de Ajuste de Conduta (TAC), com o Órgão Ambiental Estadual;

91

ii. unidade de DEA - construção de nova unidade de DEA, utilizada para reduzir o teor

de contaminantes na corrente de diesel;

iii. unidade de hidrotratamento de diesel - construção de nova unidade de

hidrotratamento de diesel, para redução do teor de enxofre;

iv. expedição de diesel - ampliação da oferta de diesel para as companhias

distribuidoras, por meio de aumento da vazão do derivado;

v. unidade de hidrotratamento de gasolina - construção de unidade de hidrotratamento

de gasolina para redução do teor de enxofre;

vi. modernização do sistema de tocha - adequação do sistema de queima de gases

tóxicos, para adequação com o Termo de Acerto de Conduta (TAC) com o órgão

ambiental estadual;

vii. instalação do turbo-expansor – instalação de um turbo-expansor para aproveitamento

dos gases do equipamento FCC, para a geração de energia elétrica;

c) UN-REGAP (Unidade de Negócio Refinaria Gabriel Passos):

i. unidade de hidrotratamento de diesel - construção de unidade de hidrotratamento de

diesel para redução do teor de enxofre;

ii. unidade de hidrotratamento de gasolina - construção de unidade de hidrotratamento

de gasolina para redução do teor de enxofre;

92

iii. unidade de recuperação de enxofre: construção de unidade para produzir o enxofre

oriundo da corrente de diesel e gasolina, para aplicações industriais;

d) UN-REMAN (Unidade de Negócio Refinaria Isaac Sabbá):

i. unidade de tratamento caustico regenerativo - construção de unidade para enquadrar

o Querosene de Aviação (QAV) às exigências ambientais e técnicas;

ii. modernização da UN-REMAN - construção de unidades de tratamento de diesel e

gasolina, produção de ácido sulfúrico construção de facilidades para a sua operação;

e) UN-REPAR (Unidade de Negócio Refinaria Presidente Getulio Vargas):

i. unidade de hidrotratamento de diesel - construção de unidade de hidrotratamento

para reduzir o teor de enxofre no diesel;

ii. unidade de hidrocraqueamento catalítico - construção de unidade para a produção de

lubrificantes, utilizando óleos pesados;

iii. unidade de hidrotratamento de diesel e unidade de produção de coque - construção de

unidades para o tratamento de diesel e melhor aproveitamento dos produtos residuais

para a produção de coque entre outros derivados;

iv. unidade de hidrotratamento de gasolina - construção de unidade de hidrotratamento

de gasolina para redução do teor de enxofre;

93

v. unidade de produção de solventes - construção de unidade para ampliação da oferta

de solventes para o mercado consumidor;

vi. instalação do turbo-expansor – instalação de um turbo-expansor para aproveitamento

dos gases do equipamento FCC, para a geração de energia elétrica;

f) UN-REPLAN (Unidade de Negócio Refinaria de Paulínia):

i. unidade de hidrotratamento de diesel - construção de unidade de hidrotratamento

para reduzir o teor de enxofre no diesel;

ii. unidade de hidrotratamento de querosene de aviação - construção de unidade para

reduzir o teor de enxofre no querosene de aviação;

iii. unidade de hidrotratamento de diesel - construção de unidade de hidrotratamento de

diesel para redução do teor de enxofre;

iv. unidade de hidrotratamento de gasolina - construção de unidade de hidrotratamento

de gasolina para redução do teor de enxofre;

v. instalação de sistema de abertura e fechamento automático dos tambores de coque -

instalação de válvulas de abertura e fechamento no topo e no fundo dos tambores de

coque para melhorar a eficiência da unidade e melhorar as condições de segurança da

unidade;

94

vi. instalação do turbo-expansor - instalação de um turbo-expansor para aproveitamento

dos gases do equipamento FCC, para a geração de energia elétrica;

g) UN-REVAP (Unidade de Negócio Refinaria Henrique Lage):

i. unidade de hidrotratamento de diesel - construção de unidade de hidrotratamento

para reduzir o teor de enxofre no diesel;

ii. unidade de hidrotratamento de diesel e unidade de produção de coque - construção de

unidades para o tratamento de diesel e melhor aproveitamento dos produtos residuais

para a produção de coque entre outros derivados;

iii. adequação dos fornos - substituição dos queimadores dos fornos, por equipamentos

mais modernos, e de melhor eficiência, de forma a reduzir emissões poluentes, e

atender ao Termo de Acerto de Conduta (TAC) com o Órgão Ambiental Estadual;

iv. unidade de hidrotratamento de gasolina - construção de unidade de hidrotratamento

de gasolina para redução do teor de enxofre;

v. oportunidades para a próxima campanha (OPC) - aumento no rendimento da unidade

de destilação atmosférica e a vácuo, pela introdução de modificações nos principais

equipamentos;

vi. programa de adequação metalúrgica (PAM) - substituição dos materiais metálicos,

por materiais mais nobres, em equipamentos e tubulações que trabalhem com

95

temperaturas maiores do que 220 graus centígrados, para trabalharem com petróleo

pesado;

vii. instalação do turbo-expansor - instalação de um turbo-expansor para aproveitamento

dos gases do equipamento FCC, para a geração de energia elétrica;

h) UN-RLAM (Unidade de Negócio Refinaria Landulpho Alves de Mataripe):

i. unidade de hidrotratamento de diesel - construção de unidade de hidrotratamento

para reduzir o teor de enxofre no diesel para 10 ppm;

ii. instalação de novas caldeiras - ampliação da oferta de vapor para as unidades, além

da atualização tecnológica das caldeiras e substituição das caldeiras existentes;

iii. unidade de hidrotratamento de diesel - construção de unidade de hidrotratamento de

diesel para redução do teor de enxofre;

iv. unidade de hidrotratamento de gasolina - construção de unidade de hidrotratamento

de gasolina para redução do teor de enxofre;

v. revisão e ampliação (REVAMP) da unidade de destilação atmosférica (U-18) -

ampliação e manutenção da unidade de destilação atmosférica;

96

i) UN-RPBC (Unidade de Negócio Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão):

i. ampliação da estação de tratamento de água (ETA) - modernização e ampliação da

estação de tratamento de água, para atender ao aumento de demanda, oriunda da

construção das novas unidades de diesel e gasolina;

ii. unidade de hidrotratamento de diesel - construção de unidade de hidrotratamento de

diesel para redução do teor de enxofre;

iii. fracionadora de nafta - ampliar a oferta de diesel, adicionando nafta ao pool de

diesel;

iv. unidade de hidrotratamento de gasolina - construção de unidade de hidrotratamento

de gasolina para redução do teor de enxofre;

v. sistema de água de resfriamento - construção da nova torre de resfriamento, que

reduz a temperatura da água do sistema industrial da refinaria.

3.2.5 Comparação de Critérios

Neste processo foram comparados paritariamente todos os critérios e subcritérios, utilizando a

escala verbal de Saaty. Cada um dos decisores usou um equipamento de transmissão de dados

para apresentar seu voto. Este equipamento está na

97

Figura 21. O resultado final está apresentado na Figura 22 e é considerado satisfatório, pois o

valor mínimo a ser aceito pelo método é de 10% (SAATY, 1991).

Figura 21 – Equipamentos de comunicação de dados utilizado para votação dos decisores (Fonte: http://www.decisionlens.com/products/).

Figura 22 – Índice de inconsistência final.

98

Existe também a possibilidade de apresentar os resultados da análise de inconsistência através

de lista, que apresenta os cinco votos mais inconsistentes, apresentando-os de forma

decrescente. Na Figura 23 é apresentado o resultado da análise de inconsistência sob a forma

de lista. Nesta figura, nota-se que alterando a avaliação do “Maturidade” com o “Criticidade

para a Operação” pode-se reduzir a inconsistência de 0,09% para 0,06%. Clicando-se em “Go

to comparison” tem-se a comparação em questão, que pode ser alterada neste mesmo

momento, em conjunto com o valor recomendado para minimizar a inconsistência.

Figura 23 – Lista de inconsistências do Decision Lens®.

3.2.6 Avaliação de Alternativas

Neste processo são comparadas as alternativas entre si pela paridade ou por meio de uma

escala verbal ou numérica. Quando o número de alternativas é grande o número de

comparações paritárias torna-se inviável, requerendo então a utilização de escalas. Como

99

estava se trabalhando com 45 projetos, foi adotada, neste caso, a escala verbal. As definições

adotadas estão representadas nas Tabelas 8 a 22.

Tabela 8 – Crescimento.

Escala Definição Peso

Forte O projeto contribui fortemente para o negócio da Companhia. 100,0% (1,0)

Médio O projeto contribui razoavelmente para o negócio da Companhia. 60,0% (0,6)

Fraco O projeto aponta para contribuição indireta ou marginal para o negócio da Companhia.

20,0% (0,2)

Tabela 9 – Responsabilidade social e ambiental.

Escala Definição Peso Forte O projeto contribui fortemente para o atendimento das exigências

ambientais e sociais. 100,0% (1,0)

Médio O projeto contribui razoavelmente para o atendimento das exigências ambientais e sociais.

60,0% (0,6)

Fraco O projeto contribui indiretamente para o atendimento das exigências ambientais e sociais.

20,0% (0,2)

Tabela 10 – Sinergia.

Escala Definição Peso Forte O projeto contribui fortemente com o crescimento integrado das

Áreas da Companhia. 80,0% (0,8)

Médio O projeto contribui razoavelmente com o crescimento integrado das Áreas da Companhia.

40,0% (0,4)

Fraco O projeto contribui indiretamente com o crescimento integrado das Áreas da Companhia.

15,0% (0,15)

Tabela 11 – Qualidade.

Escala Definição Peso Forte O projeto amplia fortemente a qualidade dos produtos fornecidos em

atendimento às especificações. 100,0% (1,0)

Médio O projeto amplia razoavelmente a qualidade dos produtos fornecidos em atendimento às especificações.

50,0% (0,5)

Fraco O projeto amplia indiretamente a qualidade dos produtos fornecidos em atendimento às especificações.

25,0% (0,25)

100

Tabela 12 – Excelência operacional.

Escala Definição Peso Forte O projeto promove fortemente a redução de custos, aumento da

eficiência energética e melhoria do serviço prestado. 100,0% (1,0)

Médio O projeto promove razoavelmente a redução de custos, aumento da eficiência energética e melhoria do serviço prestado.

60,0% (0,6)

Fraco O projeto promove indiretamente a redução de custos, aumento da eficiência energética e melhoria do serviço prestado.

20,0% (0,2)

Tabela 13 – Lucratividade.

Escala Definição Peso Forte O projeto possui um Índice de Lucratividade (VPL/IA) maior do que

1. 100,0% (1,0)

Médio O projeto possui um Índice de Lucratividade (VPL/IA) igual a 1. 60,0% (0,6) Fraco O projeto possui um Índice de Lucratividade (VPL/IA) menor do que

1. 30,0% (0,3)

Tabela 14 – Maturidade.

Escala Definição Peso Forte O projeto encontra-se na Fase III. 100,0% (1,0)Médio O projeto encontra-se na Fase II. 40,0% (0,4)Fraco O projeto encontra-se na Fase I. 15,0% (0,15)

Tabela 15 – Conformidade legal.

Escala Definição Peso Forte O projeto cuja não realização possa acarretar o não atendimento de

uma determinação legal por parte da Companhia. 100,0% (1,0)

Médio O projeto cuja não realização possa acarretar o não atendimento parcial de uma determinação legal por parte da Companhia

60,0% (0,6)

Fraco O projeto cuja não realização não acarreta nenhuma violação aos requisitos legais por parte da Companhia.

10,0% (0,1)

Tabela 16 – Compromissos assumidos.

Escala Definição Peso Forte Projeto em Fase IV e com contratos assinados de construção e

montagem e fornecimento de bens e serviços. 100,0% (1,0)

Média Projetos em Fase III ou II com contrato de projeto assinado. 60,0% (0,6) Fraca Projetos em Fase I ou 0. 20,0% (0,2)

101

Tabela 17 – Criticidade para a operação.

Escala Definição Peso Forte O projeto contribui fortemente para melhor o esquema de refino da

Unidade de Negócio 100,0% (1,0)

Médio O projeto contribui razoavelmente para a melhoria do esquema de refino da Unidade de Negócio.

70,0% (0,7)

Fraco O projeto pouco contribui para a melhoria do esquema de refino da Unidade de Negócio.

30,0% (0,3)

Tabela 18 – Risco tecnológico.

Escala Definição Peso Forte O projeto é de tecnologia pioneira. 100,0% (1,0) Médio O projeto possui tecnologia restrita a poucos fornecedores e não é de

domínio da Companhia 50,0% (0,5)

Fraco O projeto não possui riscos tecnológicos, ou seja, sua tecnologia é de domínio tanta da Companhia quanto de fornecedores externos.

15,0% (0,15)

Tabela 19 – Riscos na implantação.

Escala Definição Peso Forte A implementação do projeto é complexa e exige novas tecnologias de

construção e montagem. 100,0% (1,0)

Médio A implementação do projeto não é complexa, mas exige a utilização de técnicas de construção e montagem mais refinadas.

60,0% (0,6)

Fraco A implementação do projeto não é complexa e não exige nenhuma técnica de construção e montagem refinada.

30,0% (0,3)

Tabela 20 – Tempo de desenvolvimento.

Escala Definição Peso Forte O projeto não possui dificuldades de desenvolvimento, sendo sua

implantação considerada fácil. 100,0% (1,0)

Médio O projeto possui dificuldades de desenvolvimento, porém, exige apenas equipamentos mais específicos e sua implantação considerada

razoavelmente fácil..

45,0% (0,45)

Fraco O projeto é de extrema dificuldade por se tratar de nova tecnologia e novos equipamentos não tendo sido trabalhado anteriormente dentro

do âmbito da Companhia.

15,0% (0,15)

102

Tabela 21 – Disponibilidade de mão-de-obra.

Escala Definição Peso Forte Existe disponibilidade de mão de obra no País, em todos os níveis de

execução. 100,0% (1,0)

Médio A disponibilidade de mão de obra no País existe, porém, sua contratação exige maiores esforços em função da qualificação.

50,0% (0,5)

Fraco Não existe mão de obra qualificada disponível, sendo sua contratação extremamente difícil e onerosa.

25,0% (0,25)

Tabela 22 – Infraestrutura adequada.

Escala Definição Peso Forte Existem infra-estrutura e logística disponível para o empreendimento. 100,0% (1,0)

Médio 50,0% (0,5) Fraco Não existem infra-estrutura e logística e é necessária a construção

destas facilidades. 25,0% (0,25)

Definidas as escalas, foram analisados cada um dos 45 projetos elencados para participar

deste modelo. Um dos resultados está representado na Figura 24. Escolheu-se apresentar

somente esta informação, pois a quantidade gerada de tabelas foi muito grande o que

acarretaria um número muito grande de páginas nesta dissertação.

103

Figura 24 – Votação do grupo para o projeto novo tanque de óleo combustível BTE, no Decision Lens®.

O módulo de avaliação das alternativas é usado para construir e dar pesos qualitativos e

quantitativos para as escalas de valores dos critérios e subcritérios, ou ratings, e depois avaliar

as alternativas em relação ao nível mais baixo de subcritérios. O resultado final da votação

está representado na Tabela 23 e Tabela 24.

104

Tabela 23 – Resultado final da votação dos decisores, no Decision Lens®.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

REVAP - DIESEL E COQUE 0,92 1,00 1,00 0,80 1,00 0,76 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

REPLAN - GASOLINA 0,91 1,00 1,00 0,80 1,00 0,76 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

REPAR - GASOLINA 0,91 1,00 1,00 0,80 1,00 0,80 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

REGAP - GASOLINA 0,91 1,00 1,00 0,80 1,00 0,76 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

REVAP - GASOLINA 0,91 1,00 1,00 0,80 1,00 0,76 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

RLAM - DIESEL 0,91 1,00 1,00 0,80 1,00 0,76 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

RLAM - GASOLINA 0,91 1,00 1,00 0,80 1,00 0,76 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

RPBC - GASOLINA 0,91 1,00 1,00 0,80 1,00 0,76 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

REDUC - GASOLINA 0,91 1,00 1,00 0,80 1,00 0,73 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

RECAP - DIESEL E GASOLINA 0,91 0,88 1,00 0,80 1,00 0,76 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

REPAR - DIESEL E COQUE 0,90 1,00 0,68 0,80 1,00 0,76 1,00 1,00 0,92 1,00 1,00

REGAP - DIESEL 0,88 1,00 1,00 0,80 1,00 0,76 1,00 1,00 1,00 0,60 1,00

REPLAN - DIESEL 0,88 1,00 1,00 0,80 1,00 0,76 1,00 1,00 1,00 0,60 1,00

REMAN - UNIDADE DE

TRATAMENTO CAÚSTICO

REGENERATIVO (TCR)

0,87 0,80 1,00 0,28 1,00 0,56 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

REDUC - EXPEDIÇÃO DE DIESEL 0,79 0,76 0,32 0,64 0,58 0,44 1,00 1,00 0,15 1,00 1,00

REPAR - SOLVENTES 0,75 0,72 0,28 0,28 0,70 0,44 0,76 1,00 0,35 1,00 1,00

REDUC - DIESEL 0,75 1,00 1,00 0,80 1,00 0,76 1,00 0,40 1,00 0,60 1,00

RPBC - DIESEL 0,75 1,00 1,00 0,80 1,00 0,76 1,00 0,40 1,00 0,60 1,00

REMAN - MODERNIZAÇÃO 0,75 0,91 1,00 0,80 1,00 0,76 1,00 0,40 1,00 0,60 1,00

REVAP - FORNOS 0,74 0,36 1,00 0,15 0,35 0,72 0,30 1,00 1,00 1,00 1,00

REPLAN - SISTEMA DE ABERTURA

E FECHAMENTO AUTOMÁTICO

DOS TAMBORES DE COQUE

0,72 0,64 0,32 0,23 0,53 0,76 0,36 1,00 0,71 1,00 0,91

RLAM - CALDEIRAS 0,68 0,32 0,24 0,20 0,30 0,76 0,30 1,00 0,80 1,00 0,88

REVAP - DIESEL 10 ppm 0,67 1,00 1,00 0,80 1,00 0,80 1,00 0,15 1,00 0,20 1,00

REPAR - DIESEL 10 ppm 0,67 1,00 1,00 0,80 1,00 0,76 1,00 0,15 1,00 0,20 1,00

REPLAN - DIESEL 10 ppm 0,67 1,00 1,00 0,80 1,00 0,76 1,00 0,15 1,00 0,20 1,00

REPLAN - UNIDADE DE

HIDROTRATAMENTO DE

QUEROSENE DE AVIAÇÃO 10 ppm

0,67 1,00 1,00 0,80 1,00 0,76 1,00 0,15 1,00 0,20 1,00

105

Tabela 24 – Resultado final da votação dos decisores, no Decision Lens® / continuação.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

RLAM - DIESEL 10 ppm 0,67 1,00 1,00 0,80 1,00 0,76 1,00 0,15 1,00 0,20 1,00

RPBC - SISTEMA DE ÁGUA DE

RESFRIAMENTO 0,65 0,24 0,40 0,18 0,33 0,56 0,30 1,00 0,72 1,00 0,82

REPLAN - TURBO EXPANSOR 0,64 0,36 0,52 0,23 0,35 0,76 0,42 1,00 1,00 1,00 0,30

REVAP - TURBO EXPANSOR 0,64 0,32 0,51 0,25 0,30 0,76 0,42 1,00 1,00 1,00 0,30

REVAP - OPORTUNIDADE PARA

PRÓXIMA CAMPANHA (OPC) 0,63 0,68 0,28 0,18 0,30 0,28 0,51 1,00 0,15 1,00 0,73

LUBNOR - NOVO TANQUE DE OLEO

COMBUSTIVEL BTE 0,62 0,32 0,32 0,20 0,63 0,28 0,36 1,00 0,10 1,00 0,72

REDUC - TURBO EXPANSOR 0,62 0,28 0,80 0,23 0,30 0,84 0,42 1,00 1,00 0,60 0,30

REDUC - MODERNIZAÇÃO DO

SISTEMA DE FLARE 0,62 0,72 0,60 0,28 0,38 0,52 0,33 1,00 0,80 0,60 0,50

REPAR - TURBO EXPANSOR 0,62 0,28 0,52 0,28 0,35 0,88 0,42 1,00 1,00 0,60 0,30

LUBNOR - SUBSTITUIÇÃO DA

CHAMINÉ DO INCINERADOR 0,61 0,36 1,00 0,20 0,58 0,24 0,30 1,00 0,92 1,00 0,30

LUBNOR - TRATAMENTO DE

EFLUENTES 0,59 0,32 0,80 0,20 0,78 0,56 0,30 1,00 0,88 0,60 0,30

RPBC - FRACIONADORA DE NAFTA 0,55 1,00 0,24 0,80 0,95 0,76 1,00 0,15 0,15 0,20 1,00

RLAM - REVISÃO E AMPLIAÇÃO

(REVAMP) DA U-18 0,52 0,84 0,28 0,40 0,33 0,40 0,76 0,40 0,15 0,60 0,70

REDUC - UNIDADE DE DEA 0,51 0,52 0,76 0,20 0,85 0,40 0,76 0,15 0,68 0,20 0,72

REPAR - UNIDADE DE

HIDROCRAQUEAMENTO

CATALÍTICO (HCC)

0,50 0,76 0,44 0,48 0,53 0,56 0,72 0,15 0,15 0,20 0,88

REDUC - NOVA ESTAÇÃO DE

TRATAMENTO DE DESPEJOS

INDUSTRIAIS (ETDI)

0,48 0,40 1,00 0,23 0,65 0,64 0,30 0,40 0,80 0,60 0,30

REVAP - PROGRAMA DE

ADEQUAÇÃO METALÚRGICA

(PAM)

0,47 0,48 0,24 0,52 0,33 0,44 0,42 0,40 0,10 0,60 0,79

RPBC - AMPLIAÇÃO DA ESTAÇÃO

DE TRATAMENTO DE ÁGUA (ETA)0,45 0,28 0,84 0,25 0,30 0,56 0,36 0,40 0,80 0,60 0,46

REGAP - UNIDADE DE

RECUPERAÇÃO DE ENXOFRE (URE)0,40 0,28 1,00 0,25 0,90 0,52 0,33 0,15 0,72 0,20 0,54

106

Tabela 25 – Legenda das Tabelas 23 e 24.

Legenda do cabeçalho

1 Alternativa

2 Valor

3 Crescimento(0,03)

4 Responsabilidade Social e Ambiental(0,03)

5 Sinergia(0,03)

6 Qualidade(0,03)

7 Excelência Operacional(0,03)

8 Lucratividade(0,15)

9 Maturidade(0,22)

10 Conformidade Legal(0,07)

11 Compromissos Assumidos(0,07)

12 Criticidade para a Operação(0,16)

O Decision Lens® disponibiliza três tipos de gráficos para apresentar o resultado da análise

de sensibilidade, o que permite simular para diferentes pesos dos critérios se a sequência dos

projetos seria afetada. Estes gráficos estão apresentados na Figura 25, Figura 26 e Figura 27.

Figura 25 – Análise de sensibilidade - scoresheet sensitivity no Decision Lens®.

107

Figura 26 – Análise de sensibillidade - barchart sensitivity no Decision Lens®.

Figura 27 – Análise de sensibilidade dashboard no Decision Lens®.

108

O Decision Lens® possui um módulo de alocação de recursos. Este módulo é usado para a

definição das restrições e, então, aperfeiçoar o orçamento chegando a uma melhor

combinação de projetos. O otimizador dispõe de regras do tipo what–if para testar mudanças

nos valores atribuídos a cada projeto por alterações em prioridades e orçamento. Nestas regras

pode-se prever para cada projeto um valor mínimo, um valor máximo, um valor fixo e

relações de dependência entre os projetos. Foram utilizados número fictícios, pois estes

valores são confidenciais e não podem ser divulgados, para a simulação, mas que guardam

uma relação em termos de quantidade de investimento necessário para a implantação destes

projetos. A Figura 28 apresenta o resultado da otimização dos recursos.

Figura 28 – Otimização dos recursos no Decision Lens®.

109

4 CONCLUSÕES

4.1 VERIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS

Os objetivos específicos propostos por este trabalho foram os seguintes: a)estabelecer novo

procedimento de seleção e priorização de portfólio de projetos, utilizando a abordagem

multicritério; b)identificar os critérios que possam ser utilizados na seleção e priorização de

projetos e c)estruturar do processo de tomada de decisão utilizando um modelo multicriterial.

O primeiro objetivo proposto foi alcançado. Após a aplicação do método AHP, foi

desenvolvido um procedimento específico para a seleção e priorização de projetos de

investimento.

O segundo objetivo também foi alcançado, pois os critérios selecionados pelo grupo de

decisores, nesta primeira fase do modelo, atendiam às necessidades dos stakeholders.

O terceiro objetivo proposto foi alcançado e a sua estruturação está contida no procedimento.

A utilização do AHP ajudou aos decisores a pensar de forma mais clara sobre as decisões

complexas envolvendo o portfólio, buscando o consenso entre as partes envolvidas.

110

Com a utilização do método foi criado o grupo decisor para o estabelecimento dos critérios

necessários para a seleção dos projetos, trazendo, desta forma, benefícios para o desempenho

na gestão do portfólio, pois o método é transparente, intuitivo e fácil de ser utilizado.

Um dos benefícios do uso do AHP, comprovado neste trabalho, é a estruturação do processo

de tomada de decisão, através da elaboração de uma hierarquia de critérios de decisão que

podem ser tangíveis ou intangíveis aos quais se pode atribuir pesos relativos.

A elaboração de uma estrutura de decisões para o portfólio de projetos da empresa com a

participação de uma equipe de decisores minimiza ou elimina o problema de ocorrer

imposição de idéias.

Não se pode negar que a decisão tomada individualmente oferece uma maior rapidez em

relação a decisão em grupo. Porém, devido às limitações cognitivas do ser humano, perde-se

muito com este tipo de abordagem. A decisão em grupo oferece informações e conhecimentos

mais completos, maior diversividade de pontos de vista e qualidade mais elevada na decisão.

Fica clara a percepção de confiança quando da apresentação do resultado final do trabalho,

que apesar de utilizar certo tempo, não disponível para os participantes, oferece uma solução

mais robusta para a tomada de decisão da alta direção da empresa.

Há de se destacar que a aplicação dos métodos multicritério encontra bastante resistência, pois

demanda tempo dos decisores e estes julgam que somente os critérios econômicos, financeiros

e número de contratos assinados são suficientes para a seleção de projetos.

111

Observou-se uma potencial melhoria na alocação dos recursos disponíveis na empresa para os

projetos de investimentos.

Destaca-se a necessidade, para a aplicação do método AHP, que a empresa possua uma

sistemática consistente e madura de classificação de projetos, para que a comparação paritária

dos critérios fosse coerente.

Cabe esclarecer que não foi a utilização do Decision Lens® que trouxe sucesso ao trabalho,

mas sim a estruturação do problema em discussão, para a sua perfeita compreensão. Com

relação ao software utilizado na pesquisa, pode-se afirmar que se mostrou uma ferramenta

extremamente útil para o desenvolvimento do trabalho.

Em suma, destaca-se que o método AHP conferiu ao processo de gestão de portfólio, maior

robustez e confiança no resultado final da priorização dos projetos. Os ganhos trazidos pela

utilização da metodologia melhoraram o alinhamento do portfólio e trouxe confiança na

decisão dos gestores do portfólio de projetos da empresa. Desta forma, a utilização do método

dará a empresa uma forma estruturada de seleção dos seus projetos.

4.2 SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS

O trabalho desenvolvido aqui serve como ponto de partida para o desenvolvimento de um

modelo maior abrangendo todas as áreas do Abastecimento, que são Logística, Marketing e

Comercialização, Petroquímica, Refino e Corporativa. Todas elas possuem investimentos

específicos que formam o portfólio de projetos do Abastecimento. Desta forma, pode-se

sugerir a utilização das variantes do método AHP, à exceção do método multiplicativo,

conforme justificado no item 2.6.

112

A utilização da combinação dos métodos multicritérios com métodos de inteligência artificial

proporciona novas habilidades para a utilização de abordagens de suporte à tomada de decisão

em cenários complexos baseada no conhecimento. Neste contexto, pode-se propor a utilização

de AHP com Lógica Fuzzy e verificar os resultados finais e compará-los aos obtidos por meio

do AHP clássico.

Outras sugestões estariam baseadas na escolha de outra abordagem multicritério e

comparação com os resultados obtidos neste trabalho e verificar se as diferenças que possam

ser apresentadas no resultado final da nova abordagem com o AHP clássico.

Pesquisar em outras empresas, do mesmo segmento, que adotam a gestão de portfólios, quais

os critérios utilizados para priorização e seleção de projetos, para melhorar a maturidade do

modelo atual.

113

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YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre, Bookman, 2005.

ZAHEDI, F. The analytic hierarchy process: a survey of method and its application. Interfaces, v. 16, p. 96-108, 1986.

119

APÊNDICE A – PERFIL DOS PARTICIPANTES

É apresentado nesta seção o perfil dos empregados da empresa que, juntamente com o autor

deste trabalho de pesquisa, participaram das reuniões de validação do modelo de seleção e

priorização de projetos que compõem o portfólio de projetos. Estes empregados são

denominados de decisores.

120

Tabela 26 – Perfil dos decisores.

Participante Área Idade Formação Superior

Especialização Tempo de

Experiencia (anos)

Função

Decisor 1 Gerência Geral de Empreendimentos

55 Engenharia Mecânica

MBA em Gestão de Negócios

30

Gerente de Implantação de Projetos de Grande

Porte

Decisor 2 Gerência Geral de Empreendimentos

53 Engenharia Mecânica

MBA em Gestão de Negócios

28

Gerente de Implantação de Projetos de Médio

Porte

Decisor 3 Gerência Geral de Empreendimentos

52 Engenharia Mecânica

- 30

Coordenador de

Implantação de Projetos de Grande

Porte

Decisor 4 Gerência Geral de Empreendimentos

46 Engenharia Mecânica

Mestrado em Meio

Ambiente 25

Coordenador de

Implantação de Projetos de Grande

Porte

Decisor 5 Gerência Geral de Empreendimentos

33 Engenharia Mecânica

Mestrado em Engenharia Mecânica

8

Coordenador de

Implantação de Projetos de Grande

Porte

Decisor 6 Gerência Geral de Empreendimentos

47 Engenharia Mecânica

Mestrado em Tecnologia

24

Coordenador de

Implantação de Projetos de Médio

Porte

Decisor 7 Gerência Geral de Empreendimentos

54 Engenharia Mecânica

Pós Graduação em Análise de

Sistema 30

Coordenador de

Implantação de Projetos de Médio

Porte

Decisor 8 Gerência Geral de Empreendimentos

38 Engenharia Mecânica

Mestrado em Energia Nuclear

17

Coordenador de

Implantação de Projetos de Médio

Porte

Decisor 9 Gerência Geral de Empreendimentos

55 Engenharia Mecânica

MBA em Gestão de

Custos 30

Coordenador de

Estimativa de Custos

Decisor 10 Gerência Geral de Empreendimentos

47 Engenharia Mecânica

Mestrado em Tecnologia

25 Consultor

121

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO

Nesta seção é apresentado o questionário enviado aos decisores, após a aplicação do método,

para avaliar o novo processo de seleção e priorização de projetos.

122

O resultado da pesquisa de satisfação está consolidado na abaixo. Pode ser observado que a

aplicação do método atingiu os objetivos esperados. Estas informações suportam as

conclusões apresentadas no capítulo 5 desta dissertação.

Figura 29 – Resultado consolidado da pesquisa de avaliação.

Resultado Consolidado

2

8

3

7

4

66

4

2

8

0123456789

10

DiscordoTotalmente

Discordo Nemconcordo nem

discordo

Concordo ConcordoTotalmente

me

ro d

e D

ec

iso

res

Pergunta 1

Pergunta 2

Pergunta 3

Pergunta 4

Pergunta 5

123

Discordo Totalmente

DiscordoNem concordo nem discordo

Concordo Concordo

Totalmente

1

O método AHP contribuiu para uma tomada de

decisão consistente e mais fundamentada.

2

O método AHP contribui para o nivelamento das informações e facilitou a comunicação entre os

decisores.

3

O métodoAHP contribui para aumentar o confiança do grupo na decisão final de

seleção e priorização.

4

A aplicação do método AHP contribuiu para ampliar a

visão do processo de tomada de decisão.

5

A decisão em grupo ofereceu informações e

conhecimentos mais completos, maior

diversividade de pontos de vista e qualidade mais elevada na decisão.

124

Discordo Totalmente

DiscordoNem concordo nem discordo

Concordo Concordo

Totalmente

1

O método AHP contribuiu para uma tomada de

decisão consistente e mais fundamentada.

2

O método AHP contribui para o nivelamento das informações e facilitou a comunicação entre os

decisores.

3

O métodoAHP contribui para aumentar o confiança do grupo na decisão final de

seleção e priorização.

4

A aplicação do método AHP contribuiu para ampliar a

visão do processo de tomada de decisão.

5

A decisão em grupo ofereceu informações e

conhecimentos mais completos, maior

diversividade de pontos de vista e qualidade mais elevada na decisão.

125

Discordo Totalmente

DiscordoNem concordo nem discordo

Concordo Concordo

Totalmente

1

O método AHP contribuiu para uma tomada de

decisão consistente e mais fundamentada.

2

O método AHP contribui para o nivelamento das informações e facilitou a comunicação entre os

decisores.

3

O métodoAHP contribui para aumentar o confiança do grupo na decisão final de

seleção e priorização.

4

A aplicação do método AHP contribuiu para ampliar a

visão do processo de tomada de decisão.

5

A decisão em grupo ofereceu informações e

conhecimentos mais completos, maior

diversividade de pontos de vista e qualidade mais elevada na decisão.

126

Discordo Totalmente

DiscordoNem concordo nem discordo

Concordo Concordo

Totalmente

1

O método AHP contribuiu para uma tomada de

decisão consistente e mais fundamentada.

2

O método AHP contribui para o nivelamento das informações e facilitou a comunicação entre os

decisores.

3

O métodoAHP contribui para aumentar o confiança do grupo na decisão final de

seleção e priorização.

4

A aplicação do método AHP contribuiu para ampliar a

visão do processo de tomada de decisão.

5

A decisão em grupo ofereceu informações e

conhecimentos mais completos, maior

diversividade de pontos de vista e qualidade mais elevada na decisão.

127

Discordo Totalmente

DiscordoNem concordo nem discordo

Concordo Concordo

Totalmente

1

O método AHP contribuiu para uma tomada de

decisão consistente e mais fundamentada.

2

O método AHP contribui para o nivelamento das informações e facilitou a comunicação entre os

decisores.

3

O métodoAHP contribui para aumentar o confiança do grupo na decisão final de

seleção e priorização.

4

A aplicação do método AHP contribuiu para ampliar a

visão do processo de tomada de decisão.

5

A decisão em grupo ofereceu informações e

conhecimentos mais completos, maior

diversividade de pontos de vista e qualidade mais elevada na decisão.

128

Discordo Totalmente

DiscordoNem concordo nem discordo

Concordo Concordo

Totalmente

1

O método AHP contribuiu para uma tomada de

decisão consistente e mais fundamentada.

2

O método AHP contribui para o nivelamento das informações e facilitou a comunicação entre os

decisores.

3

O métodoAHP contribui para aumentar o confiança do grupo na decisão final de

seleção e priorização.

4

A aplicação do método AHP contribuiu para ampliar a

visão do processo de tomada de decisão.

5

A decisão em grupo ofereceu informações e

conhecimentos mais completos, maior

diversividade de pontos de vista e qualidade mais elevada na decisão.

129

Discordo Totalmente

DiscordoNem concordo nem discordo

Concordo Concordo

Totalmente

1

O método AHP contribuiu para uma tomada de

decisão consistente e mais fundamentada.

2

O método AHP contribui para o nivelamento das informações e facilitou a comunicação entre os

decisores.

3

O métodoAHP contribui para aumentar o confiança do grupo na decisão final de

seleção e priorização.

4

A aplicação do método AHP contribuiu para ampliar a

visão do processo de tomada de decisão.

5

A decisão em grupo ofereceu informações e

conhecimentos mais completos, maior

diversividade de pontos de vista e qualidade mais elevada na decisão.

130

Discordo Totalmente

DiscordoNem concordo nem discordo

Concordo Concordo

Totalmente

1

O método AHP contribuiu para uma tomada de

decisão consistente e mais fundamentada.

2

O método AHP contribui para o nivelamento das informações e facilitou a comunicação entre os

decisores.

3

O métodoAHP contribui para aumentar o confiança do grupo na decisão final de

seleção e priorização.

4

A aplicação do método AHP contribuiu para ampliar a

visão do processo de tomada de decisão.

5

A decisão em grupo ofereceu informações e

conhecimentos mais completos, maior

diversividade de pontos de vista e qualidade mais elevada na decisão.

131

Discordo Totalmente

DiscordoNem concordo nem discordo

Concordo Concordo

Totalmente

1

O método AHP contribuiu para uma tomada de

decisão consistente e mais fundamentada.

2

O método AHP contribui para o nivelamento das informações e facilitou a comunicação entre os

decisores.

3

O métodoAHP contribui para aumentar o confiança do grupo na decisão final de

seleção e priorização.

4

A aplicação do método AHP contribuiu para ampliar a

visão do processo de tomada de decisão.

5

A decisão em grupo ofereceu informações e

conhecimentos mais completos, maior

diversividade de pontos de vista e qualidade mais elevada na decisão.

132

Discordo Totalmente

DiscordoNem concordo nem discordo

Concordo Concordo

Totalmente

1

O método AHP contribuiu para uma tomada de

decisão consistente e mais fundamentada.

2

O método AHP contribui para o nivelamento das informações e facilitou a comunicação entre os

decisores.

3

O métodoAHP contribui para aumentar o confiança do grupo na decisão final de

seleção e priorização.

4

A aplicação do método AHP contribuiu para ampliar a

visão do processo de tomada de decisão.

5

A decisão em grupo ofereceu informações e

conhecimentos mais completos, maior

diversividade de pontos de vista e qualidade mais elevada na decisão.

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