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USO ESTRATIGRÁFICO DOS FÓSSEIS E O

TEMPO GEOLÓGICO

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A GEOLOGIA HISTÓRICA

Definição: Ramo da Geologia dedicado a reconstrução dahistória evolutiva da Terra, com foco nas mudanças continuas doplaneta no tempo e no espaço.

Objetivos: o estudo, a datação e o sequenciamento temporaldos processos e eventos responsáveis pelas modificaçõesestruturais, geográficas e biológicas ocorridas na história da Terra.

É uma disciplina de intersecção que lança mão de conceitose ferramentas específicos de outras áreas como Estratigrafia,Tectônica, Estrutural, Paleontologia, Geogronologia e Paleogeografia,entre outras.

A Geologia Histórica conecta e integra diferentes ramos dasGeociências.

A TERRA

Definição: Sistema complexo de componentes interativos emconstante atividade (modificado de Press et al., 2006).

Mecanismos de investigação:ter uma visão do seu posicionamento e da sua participaçãono Sistema Solar e no Universo;

conhecer as várias partes e os diferentes sub-sistemasque a compõem;

acompanhar a sua evolução ao longo do tempo geológico,estabelecendo um sequênciamento temporal dos eventos.

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O TEMPO GEOLÓGICO

Durante sua evolução a Terra passou por diferentesestágios de desenvolvimento, que envolveram mudançassignificativas na estruturação e configuração dos continentes eoceanos.

Para compreender os mecanismos e processos envolvidosnestas mudanças e estabelecer seu sequênciamento temporal osgeólogos desenvolveram diferentes métodos de datação dasrochas e estruturas.

A utilização destes métodos tornou possível a construção deuma escala de tempo global com amplitude geológica,denominada Escala Geológica do Tempo.

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GEOCRONOLOGIA DA TERRA

A compreensão dos mecanismos de atuação dossistemas terrestres no passado baseia-se em estimativas dastaxas de evolução no tempo dos processos geológicos.

Assim, considerando que o registro fornecido pelasrochas é incompleto, foi necessário desenvolver metodologiasque permitissem, a datação e o sequenciamento temporal dosestratos de modo a possibilitar a sua correlação em escalalocal e/ou global.

Surgiram assim vários métodos de “leitura” do registrogeológico.

MÉTODOS DE DATAÇÃO

Atualmente são reconhecidas duas modalidades dedatação de rochas:

Métodos de datação absoluta: baseiam-se nadesintegração radioativa de isótopos de determinadoselementos e na determinação das composições isotópicas demateriais naturais.

Métodos de datação relativa: baseiam-se em evidênciasestratigráficas como sequenciamento de camadas, presença deestruturas primárias e intrusivas, discordâncias e fósseis.

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DATAÇÃO RELATIVA

Não fornece a idade quantitativa de uma rocha ou estrato;

Permite estabelecer a sucessão temporal das rochas deuma região;

A sucessão de camadas ou estratos é representadagraficamente através de uma coluna estratigráfica;

Fundamenta-se em seis princípios básicos da Geologia.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA GEOLOGIA

1. Princípio da Superposição de Camadas (Steno, 1669)

2. Princípio da Horizontalidade Original (Steno, 1669)

3. Princípio da Continuidade Lateral (Steno, 1669)

4. Princípio das Relações de Intrusão ou Corte (Hutton, 1792)

5. Princípio dos Fragmentos Inclusos (Hutton, 1792)

6. Princípio da Sucessão Faunística ou IdentidadePaleontológica (Smith, 1793)

7. Discordâncias (Hutton, 1792)

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1. Princípio da Superposição de Camadas (Steno, 1669)

Em uma sequência de rochas não-deformadas, cada camada é maisjovem do que aquelas que a antecedem e mais antiga do que aquelasque a sobrepõem.

1. Princípio da Superposição de Camadas (Steno, 1669)

Aplica-se a depósitos sedimentares formados por acresção vertical,mas não aqueles por acresção lateral.

A) Terraços aluviais. Ordem de formação: 1, 2 e 3 (mais recente);B) Depósitos em cavidades cársticas. Ordem de formação: 1, mais antigas,e 2, mais

recente;C) Filões que intersectam unidades sedimentares. Ordem de formação: 1, mais antigo.

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2. Princípio da Horizontalidade Original (Steno, 1669)

Em função da gravidade, partículas sedimentares ao se depositaremtendem a formar camadas ou estrados horizontais (ouaproximadamente horizontais).

2. Princípio da Horizontalidade Original (Steno, 1669)

Qualquer fenômeno que altere essa horizontalidade será sempreposterior à sedimentação.

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2. Princípio da Horizontalidade Original (Steno, 1669)

3. Princípio da Continuidade Lateral (Steno, 1669)

Os estratos são originalmente contínuos e possuem sempre a mesmaidade ao longo de toda a sua extensão, independentemente daocorrência de variação horizontal (lateral) de fácies.

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3. Princípio da Continuidade Lateral (Steno, 1669)

As camadas tendem a se estender até as bordas da bacia onde sãoformadas, ou se afinarem lateralmente.Dessa forma, estratos em extremos opostos de uma bacia podem sercorrelacionados.

4. Princípio das Relações de Intrusãoou Corte (Hutton, 1792)

Qualquer rocha cortada por um corpo ígneo intrusivo ou por uma falhaé mais antiga que o corpo ígneo ou a falha.

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Diferentes tipos de corpos ígneos

5. Princípio dos Fragmentos Inclusos (Hutton, 1792)

Fragmentos de rochas (enclaves) inclusas em corpos ígneos (intrusivosou não) são mais antigos que as rochas nas quais estão contidos.

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6. Princípio da Sucessão Faunística (Smith, 1793)Uma vez que a evolução biológica é irreversível através do tempogeológico, os fósseis não se distribuem randomicamente nas rochas, elesocorrem em uma sucessão vertical determinada e aproximadamenteinvariável (sucessão bioestratigráfica).

6. Princípio da Sucessão Faunística (Smith, 1793)

Assim, se esta distribuição é conhecida, é possível determinar a idaderelativa entre camadas a partir de seu conteúdo fossilífero e tambémestabelecer correlações entre estratos de diferentes locais.

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7. Discordâncias (Hutton, 1792)

As discordâncias são superfícies de erosão ou nãodeposição que representam uma quebra no registrogeológico.

Podem ser utilizadas na determinação de idades relativasde camadas, pois assim como as rochas, também podemrepresentar tempo.

Distinguem-se 4 tipos principais de discordâncias: Angular,Litológica, Erosiva e Paralela.

Discordância Ângular: separa duas sequências em que a inferior estáinclinada ou dobrada e é truncada pela superior, havendo uma claradiferença de direção de ângulos de mergulho entre as duas sequências.

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Discordância Litológica (Nonconformity): é definida como adescontinuidade entre uma sequência sedimentar ou vulcano-sedimentare uma rocha metamórfica e/ou ígnea. A superfície de discordância é umasuperfície de erosão, mas o que caracteriza esta discordância é grandediferença genética entre as duas sequências.

Discordância Erosiva (Disconformity): separa duas sequenciasedimentares com camadas paralelas entre si, havendo entre ambasuma superfície de erosão.

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Discordância Paralela (Paraconformity): separa duas sequênciassedimentares com camadas paralelas entre si, mas de idades diferentes,havendo entre ambas uma superfície plana que representa um hiatodeposicional. Uma discordância paralela é reconhecida pelos distintosconteúdos fossilíferos entre as duas sequências.

Fóssil 01

Fóssil 02

Fóssil 05

Reconstruindo a História Geológica através dos princípios:

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