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MADSON REIS de OLIVEIRA TRINDADE USO E DISPONIBILIDADE DA VEGETAÇÃO LENHOSA EM COMUNIDADES RURAIS NO RIO GRANDE DO NORTE E PARAÍBA, BRASIL NATAL RIO GRANDE DO NORTE

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MADSON REIS de OLIVEIRA TRINDADE

USO E DISPONIBILIDADE DA VEGETAÇÃO LENHOSA EM COMUNIDADES

RURAIS NO RIO GRANDE DO NORTE E PARAÍBA, BRASIL

NATAL – RIO GRANDE DO NORTE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

USO E DISPONIBILIDADE DA VEGETAÇÃO LENHOSA EM COMUNIDADES

RURAIS NO RIO GRANDE DO NORTE E PARAÍBA, BRASIL

MADSON REIS DE OLIVEIRA TRINDADE

ORIENTADOR: Dr. JOMAR GOMES JARDIM (UFRN)

COORIENTADOR: Dr. REINALDO FARIAS PAIVA DE LUCENA (UFPB)

NATAL – RIO GRANDE DO NORTE

2013

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação Ciências Biológicas como parte dos

requisitos para obtenção do grau de Mestre em

Ciências Biológicas pela Universidade Federal do

Rio Grande do Norte.

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial

do Centro de Biociências

Trindade, Madson Reis de Oliveira. Uso e disponibilidade da vegetação lenhosa em comunidades rurais no

Rio Grande do Norte e Paraíba, Brasil. / Madson Reis de Oliveira

Trindade. – Natal, RN, 2013.

87 f.: il.

Orientador: Prof. Dr. Jomar Gomes Jardim.

Coorientador: Prof. Dr. Reinaldo Farias Paiva de Lucena.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do

Norte. Centro de Biociências. Programa de Pós-Graduação em Ciências

Biológicas.

1. Vegetação lenhosa – Dissertação. 2. Caatinga – Dissertação. 3.

Etnobotânica – Dissertação. I. Jardim, Jomar Gomes. II. Lucena, Reinaldo

Farias de. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título.

RN/UF/BSE-CB

CDU 581.5

Dedico este trabalho às caatingas e a uma mulher

da maior importância, ícone em minha vida,

minha MÃE, Marlice Reis.

AGRADECIMENTOS

Quero utilizar deste espaço para deixar registrado o sentimento de gratidão por

diversas pessoas que no decorrer do desenvolvimento deste trabalho colaboraram para sua

conclusão.

Inicialmente agradeço ao financiamento da CAPES por disponibilizar minha bolsa

de estudo que foi imprescindível à execução desta pesquisa.

Ao Programa de Pós-Graduação Ciências Biológicas (PGCB), seus funcionários e

toda a equipe e colegas, sobretudo à querida Louise da Mata que sempre muito gentil e

paciente me foi da maior importância. Louise, muito obrigado por tudo!

À minha família que não mediram esforços a me ajudar durante meu mestrado, nem

mediu palavras de apoio. Minha eterna gratidão.

Ao meu orientador Dr. Jomar Jardim, que topou essa idéia e se manteve no barco

me ajudando durante as tempestades acadêmicas, aqui toda a minha gratidão.

Ao meu coorientador Dr. Reinaldo Lucena que foi o responsável pela metamorfose

deste trabalho, além de toda a sua equipe do Laboratório de Etnoecologia (LET) - UFPB,

sobretudo Natan, muito obrigado!

Minha imensa gratidão às comunidades Coelho (PB) e Mato Grande (RN), tanto

pela participação como pelo acolhimento, como por todo o conhecimento compartilhado.

Estarão eternamente em minha memória.

Aos amigos Van e Micarla por todo o apoio e companheirismo oferecidos durante

minha estadia, em Cauaçu. Também pela boa conversa, refeições compartilhadas, pelo

carinho e cuidado comigo. Meu trabalho não seria o mesmo sem a ajuda de vocês.

Aos amigos Antônio e Dona Luzimar pela imensurável ajuda, também em Cauaçu.

Esse trabalho também é de vocês. Os banhos com Canelinha-do-mato me fizeram muito

bem. Obrigado por tudo!

Aos meus queridos amigos do Herbário-UFRN: Alan, Alídia, Amanda, Arthur,

Antoniela, Beatriz, Eduardo, Elton, Heloísa, Jaerton, Lívia, Lucas, Marcos, Tianisa e

Pâmela. Todos são da maior importância!!

Ao Wallace e à Aíla, obrigado por compartilhar comigo tantos momentos e

conhecimento. Não esquecerei nossos momentos de conversas e desabafos. Vocês são

muito grandes!

A todos aqueles que compartilharam momentos em campo comigo, especialmente:

Marcos, Beatriz, Mari, Antônio, Iranildo, Nicholas, Pedro, Aíla, Dedé, Will e Daniel. Foi

massa!

Aos meus amigos fora da academia científica, que sem dúvidas estiveram comigo

nesta trajetória e ajudaram a renovar meu bom humor. Não citarei nomes porque são muitos

e correr o risco de deixar algum de fora da “lista” não é justo, comigo rs.

Ao Luiz Vicente pela produção do mapa das localidades, mais uma vez obrigado.

À Professora Dra. Francisca Miller, sou muito grato por todo apoio e por

compartilhar tanto conhecimento comigo. Obrigado.

Ao amigo Cláudio Mazotti pela imensa ajuda com as versões em inglês dos

resumos. Muito, muito grato.

A todos meu sincero apreço e gratidão.

3

SUMÁRIO

ÍNDICE DE FIGURAS............ ..................................................................................................... 04

ÍNDICE DE TABELAS................ ................................................................................................ 05

RESUMO ...................................................................................................................................... 07

ABSTRACT .................................................................................................................................. 08

INTRODUÇÃO GERAL .............................................................................................................. 09

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 18

Capítulo I ...................................................................................................................................... 26

RESUMO ...................................................................................................................................... 27

ABSTRACT .................................................................................................................................. 28

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 29

METODOLOGIA .......................................................................................................................... 31

Área de estudo ........................................................................................................................... 31

Inventário fitossociológico ........................................................................................................ 35

Inventário etnobotânico ............................................................................................................. 37

Análise dos dados ...................................................................................................................... 38

Dados fitossociológicos ............................................................................................................. 38

Dados etnobotânicos ................................................................................................................. 38

RESULTADOS ............................................................................................................................. 39

Parâmetros fitossociológicos............................ .................................................................... 39

Inventário Etnobotânico ........................................................................................................ 41

Hipótese da aparência ecológica .......................................................................................... 44

DISCUSSÃO ................................................................................................................................. 44

Importância relativa vs Disponibilidade ................................................................................... 44

Implicações para a Conservação .............................................................................................. 48

CONCLUSÕES ............................................................................................................................. 51

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 53

APÊNDICE ................................................................................................................................... 61

APÊNDICE 01 ......................................................................................................................... 62

APÊNDICE 02 - TABELAS ..................................................................................................... 63

APÊNDICE 03 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .................. 81

APÊNDICE 04 - PARECERES DO COMITÊS DE ÉTICA EM PESQUISA ......................... 85

4

ÍNDICE DE FIGURAS Pag.

Figura 01. Localização dos municípios de João Câmara e Remígio nos estados do Rio

Grande do Norte e Paraíba, Nordeste do Brasil....................................................................35

Figura 02. Abundância de espécies lenhosas úteis por categorias de uso na comunidade

Mato Grande (município de João Câmara/RN) e Coelho (município de Remígio/PB),

Nordeste do

Brasil.....................................................................................................................................42

Figura 03. Representação do número de citações por categorias de usos na comunidade do

Mato Grande, João Câmara/RN e Coelho, Remígio/PB, Nordeste do Brasil.......................43

5

ÍNDICE DE TABELAS Pag.

Tabela 01 – Lista geral das espécies úteis identificadas, com seus respectivos valores de

usos para o município de João Câmara, Rio Grande do Norte, Brasil................................. 63

Tabela 02 – Lista geral das espécies utilizadas, com seus respectivos valores de usos, para o

município de Remígio, Paraíba, Brasil.................................................................................64

Tabela 03 – Espécies úteis da categoria “Alimento” e seus respectivos valores de usos para

os municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB), Brasil...............................................65

Tabela 04 – Espécies úteis da categoria “Combustível” e seus respectivos valores de usos

para os municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB), Brasil...................................... 66

Tabela 05 – Espécies úteis da categoria “Construção” e seus respectivos valores de usos

para os municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB), Brasil.......................................69

Tabela 06 – Espécies úteis da categoria “Forragem” e seus respectivos valores de usos para

os municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB), Brasil.............................................. 70

Tabela 07 – Espécies úteis da categoria “Mágico-religioso” e seus respectivos valores de

usos para os municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB), Brasil.............................. 71

Tabela 08 – Espécies úteis da categoria “Medicinal” e seus respectivos valores de usos para

os municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB), Brasil............................................. 73

Tabela 09 – Espécies úteis da categoria “Ornamental” e seus respectivos valores de usos

para os municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB), Brasil...................................... 74

Tabela 10 – Espécies úteis da categoria “Outros usos” e seus respectivos valores de usos

para os municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB), Brasil..................................... 75

Tabela 11 – Espécies úteis da categoria “Tecnologia” e seus respectivos valores de usos

para os municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB), Brasil..................................... 76

6

Tabela 12 – Espécies úteis da categoria “Veneno-abortivo” e seus respectivos valores de

usos para os municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB), Brasil............................. 77

Tabela 13 – Espécies úteis da categoria “Veterinário” e seus respectivos valores de usos

para os municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB), Brasil.......................................77

Tabela 14 – Parâmetros fitossociológicos das espécies utilizadas em João Câmara/RN,

disponíveis no fragmento florestal estudado. VUg = valor de uso geral; VUa = valor de uso

atual; e VUp = valor de uso potencial................................................................................. 79

Tabela 15 – Parâmetros fitossociológicos das espécies utilizadas em Remígio/PB,

disponíveis no fragmento florestal estudado. VUg = valor de uso geral; VUa = valor de uso

atual; e VUp = valor de uso potencial................................................................................. 80

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RESUMO

O objetivo deste trabalho foi testar e comparar a Hipótese da Aparência Ecológica em duas

comunidades rurais nos municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB), Nordeste do

Brasil. Essa hipótese preconiza que as plantas são percebidas, conhecidas e utilizadas pelas

populações humanas de acordo com sua disponibilidade local. As espécies mais utilizadas

seriam aquelas mais disponíveis na floresta (são mais aparentes), [supondo que sofrem

maior pressão de uso]. As comunidades foram consultadas por meio de entrevistas

semiestruturadas. Foram entrevistadas 42 pessoas em Remígio e 50 em João Câmara. A

importância de cada espécie foi avaliada por meio do Valor de Uso (VU), levando em

consideração a distinção entre citações de usos atuais e potenciais. As informações

etnobotânicas foram associadas aos parâmetros fitossociológicos por meio do método do

Ponto Quadrante em áreas florestais, onde 50 transectos foram distribuídos em cada

comunidade, e 4.000 indivíduos amostrados no total. Foram identificadas 30 espécies, 22

gêneros e 12 famílias em João Câmara, e 34 espécies, 22 gêneros e nove famílias em

Remígio. Durante as entrevistas, foram relatados usos para 58 espécies, pertencentes a 18

famílias e 42 gêneros. As espécies foram agrupadas em 11 categorias de uso. A aparência

ecológica foi confirmada somente em João Câmara, onde se explicou melhor a relação

existente entre a disponibilidade local e a utilização dos recursos madeireiros. Correlações

positivas foram observadas para a categoria tecnologia entre o VUpotencial e dominância.

Observou-se também que a utilização do método do ponto quadrante foi eficiente no teste

da aparência, contudo sugere-se a realização de novos estudos utilizando esta mesma

metodologia.

Palavras-chave: Caatinga, Etnobotânica, Semiárido, Valor de uso.

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ABSTRACT

The aim of this study was to test the Ecological Apparency Hypothesis comparing two rural

communities in João Câmara (RN) and Remigio (PB), in the Northeast of Brazil. This

hypothesis assumes that plants are perceived, known and used by human populations

according to their local availability. The most used species would be the ones that are more

available in the forest (apparent), and apparently suffer greater pressure of use.

Communities were consulted through semi-structured interviews. In Remigio 42 people

were interviewed, and 50 in João Câmara. The importance of each species was evaluated

considering the distinction between citations from current and potential uses. The

ethnobotanical information was associated with phytosociological parameters collected by

the point-centered quarter method in forested areas, where 50 transects were distributed in

each community, and 4,000 individuals sampled in total. Based on the interviews, 58 useful

species were recorded, 42 genera and18 families. In the phytosociological study 30 species,

22 genera and 12 families in João Câmara, In Remígio were identified 34 species, 22

genera and nine families.The species were grouped into 11 categories of use. The

ecological appearance was confirmed only in the João Câmara, which best explained the

relationship between local availability and use of timber resources. Positive correlations

were observed also between the technology category VUpotential and dominance. The

point-centered quarter was efficient to test appearance, however, further studies through the

point-centered quarter method are recommended.

Keywords: Caatinga, Ethnobotany, Use Value, Point-centered.

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INTRODUÇÃO GERAL

A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro que ocupa a maior parte da região

Nordeste do Brasil, com cerca de 850.000 km². É caracterizado por um clima quente e

semiárido, fortemente sazonal, com menos de 1.000 mm de precipitação concentrada em

três a cinco meses (QUEIROZ, 2006). Os níveis de evaporação são sempre altos, entre

1.500 a 2.000 mm/ano. Apresenta solos cristalinos pouco permeáveis e sedimentares que

possuem boa reserva de água subterrânea, são geralmente pouco desenvolvidos,

mineralmente ricos, pedregosos e pouco espessos, o que não favorece a drenagem de água,

fator limitante ao desenvolvimento da vegetação primária (VELLOSO et al., 2002;

ALVES, 2007).

Mesmo com condições hídricas restritas, a caatinga apresenta uma grande

diversidade florística. Forzza et al. (2013) listam 4.490 espécies, 1.130 gêneros e 160

famílias para o bioma. Somado a isto, a caatinga também apresenta uma grande diversidade

de ambientes, por vezes retratada como um mosaico de tipos vegetacionais (VELLOSO et

al., 2002). Estes autores descrevem oito grandes divisões ecogeográficas para a caatinga: 1)

Complexo do Campo Maior, 2) Complexo Ibiapaba–Araripe, 3) Depressão Sertaneja

Setentrional, 4) Planalto da Borborema, 5) Depressão Sertaneja Meridional, 6) Dunas de

São Francisco, 7) Complexo da Chapada Diamantina e 8) Raso da Catarina.

Por apresentar condições climáticas, edáficas e topográficas singulares, a vegetação

da caatinga possui diversas adaptações e estratégias que permitem a sobrevivência e

permanência das espécies. Em geral, a vegetação é composta por árvores baixas e arbustos

que perdem as folhas na estação seca (espécies caducifólias), e diversas espécies

armazenam água nas raízes, ou nos troncos (ALVES, 2007; COSTA et al.,2007).

10

O manejo inadequado dos recursos da caatinga tem levado a uma grave perda em

sua diversidade biológica. De acordo com Tabarellli & Vicente (2002), a Caatinga

apresenta apenas 1,6% de seu território protegido. Um estudo mais recente realizado por

Aide et al. (2012) registrou a perda de 78.000 km² (4%) de área das florestas secas latino-

americanas nos últimos nove anos. Desse total, o Brasil perdeu 2.985 km²de florestas secas

em detrimento da ação antrópica, o que reflete no comprometimento dos recursos hídricos,

erosão, salinização e compactação dos solos, redução da diversidade biológica e da

produção primária. Por consequência, isso reduz seriamente a qualidade de vida das

pessoas que residem nestas condições (ALVES, 2009).

Contudo, este retrato tem sido amenizado na medida em que novas informações

acerca de seus componentes, particularidades, relações ecológicas, além das

potencialidades utilitárias de sua fauna e flora, são disponibilizadas (VELLOSO et al.,

2002; SAMPAIO et al., 2006; ALBUQUERQUE & OLIVEIRA, 2007; RODAL,

BARBOSA & THOMAS, 2008; LUCENA et al., 2011; CARNEIRO et al., 2011;

ALBUQUERQUE, et al., 2012;SIQUEIRA-FILHO, 2012).

Nesta perspectiva, estudos etnobotânicos contribuem diretamente com informações

sobre a disponibilidade e potencialidade utilitária dos recursos vegetais, fornecendo

subsídios para o desenvolvimento de estratégias para conservação de ecossistemas locais

(ALBUQUERQUE, 2010). Adimitindo a importância das populações locais no

desenvolvimento de estratégias para manejos menos impactantes dos recursos florestais

utilizados (LYKKE, 1998; KRISTENSEN & LYKKE, 2003; CARTAXO et al. 2010).

Os estudos iniciais sobre etnobotânica foram desenvolvidos por antropólogos

europeus com trabalhos de enfoque qualitativo, ou seja, uma abordagem exclusivamente

descritiva do que era observado. Os métodos qualitativos possibilitam avaliar o contexto

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dos elementos culturalmente instalados, que podem moldar as relações entre pessoas e os

recursos naturais com que se relacionam (AMOROZO & VIERTLER, 2010).

No decorrer de sua trajetória, a etnobotânica ampliou sua relação interdisciplinar

para além da antropologia, incorporando ferramentas metodológicas da ecologia, biologia,

farmácia e economia, por exemplo. Com a contribuição destas disciplinas, os

investigadores dessa área puderam incorporar cada vez mais abordagens quantitativas, em

complementação àquelas de caráter qualitativo (BEGOSSI, 1996; REYES-GARCÍA et al.,

2006; SAMPAIO et al., 2006; PERONI et al., 2010).

Atualmente, as pesquisas etnobotânicas discutem questões que vão além do

interesse na diversidade de recursos florísticos úteis. As pesquisas recentes buscam

compreender o padrão de utilização dos recursos e os fatores que regem essa relação

utilitária (cultural, política e social), fornecer informações úteis às intervenções

conservacionistas, contribuir com o resgate do conhecimento tradicional, e fundamentar a

valoração econômica de ecossistemas a partir da potencialidade utilitária dos recursos

florísticos (COSTA et al., 2006). Assim, um elenco de ferramentas metodológicas é

necessário para responder aos seus questionamentos, através de abordagens quali-

quantitativas (ALBUQUERQUE, 2009).

Os primeiros trabalhos a quantificar a utilização dos recursos florísticos, através dos

dados obtidos durante as entrevistas foram realizados por Phillips & Gentry (1993 a,b). Os

autores propuseram o índice de valor de uso (VU) para testar a hipótese da aparência

ecológica na floresta amazônica. Estes autores discutiram sobre a dinâmica de utilização

dos recursos vegetais úteis, buscando encontrar relações de interdependência entre

disponibilidade dos recursos vegetais e sua importância local, nas comunidades

investigadas.

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A hipótese da aparência foi proposta inicialmente pelos ecólogos Rhoades & Cates

(1976) e por Feeny (1976), que discutiam modelos no comportamento alimentar de insetos

herbívoros, onde separaram as plantas visadas pelos insetos em dois grupos: as aparentes

(de fácil localização por possuir maior frequência e dominância) na floresta e aquelas não

aparentes (mais raras).

Phillips & Gentry (1993 a,b) adaptaram as premissas originais para a etnobotânica,

esboçando um retrato análogo entre os animais forrageadores e os humanos que selecionam

as plantas da floresta para utilização. Logo, as plantas aparentes podem ser mais utilizadas,

e por consequência, são mais conhecidas, manipuladas e de maior importância.

Diversos trabalhos utilizaram o VU para quantificar a importância de plantas úteis

(MUTCHNICK & MCCARTHY, 1997; GALEANO, 2000; LA TORRE-CUADROS &

ISLEBE, 2003; LAWERENCE et al., 2005; CUNHA & ALBUQUERQUE, 2006;

FERRAZ et al., 2006; LUCENA et al., 2007; THOMAS et al., 2009; SOUSA, 2011;

BALCAZAR, 2012; JIMÉNEZ-ESCOBAR & RANGEL-CH, 2012; LUCENA et al.,

2012a,b; RIBEIRO et al., 2013), contudo na forma tradicional não havia diferenciação

entre as plantas efetivamente requeridas, daquelas de utilidade apenas conhecida ou com

utilização rara. Esta limitação foi apontada em trabalhos que perceberam a importância da

distinção da demanda das espécies (LA TORRE-CUADROS & ISLEBE, 2003;

ALBUQUERQUE & LUCENA, 2005; LUCENA et al., 2007). Com isso, torna-se

necessário a distinção das citações de uso atuais e potenciais, conforme indicado por

Lucena et al. (2012a), principalmente em estudos com caráter conservacionista, para que as

informações transmitidas pelos estudos sejam mais confiáveis.

Diante das limitações no VU original, Lucena et al. (2012a) aplicaram a hipótese da

aparência pela primeira vez, diferenciando a efetividade dos usos relatados no cálculo do

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VU. Os autores consideraram três formas de coleta e tratamento dos dados nas entrevistas,

sendo o VUatual, VUgeral e VUpotencial. O VUatual é calculado baseado apenas nas citações de

utilização concreta da espécie, ou seja as plantas requeridas no cotidiano; o VUpotencial só

considera as plantas que a utilidade é conhecida mas o uso não é mais realizado; e o VUgeral

é a forma tradicional como o cálculo do VU foi originalmente desenvolvido, considerando

todas as citações de uso sem distinção. A fórmula utilizada é VU = ∑Ui/n, com as

alterações sugerida por Rossato et al. (1999), em que: Ui = número de usos mencionados

por cada informante, n = número total de informantes.

A maioria dos estudos que aplicaram a hipótese da aparência com dados

etnobotânicos foram realizados em florestas úmidas, onde obtiveram, com maior

frequência, respostas positivas à premissa (PHILLIPS e GENTRY, 1993a,b; GALEANO,

2000; THOMAS, VANDEBROEK e DAMME, 2009; CUNHA & ALBUQUERQUE,

2006). O primeiro trabalho que testou a hipótese foi realizado por Phillips e Gentry (1993b)

numa área de floresta amazônica em Tambopata, Peru, onde observaram correlações

positivas entre a disponibilidade local e utilização das espécies lenhosas.

Galeano (2000) buscou caracterizar o perfil de utilização das árvores na Amazônia

colombiana por populações afro-americanas no Chocó, Colômbia. Este estudo baseou-se na

metodologia de Phillips & Gentry (1993a,b), utilizando o índice de valor de uso (VU). Na

discussão, a autora acrescentou uma análise de regressão linear para verificar a relação

existente entre o valor de uso das famílias e das espécies com a sua respectiva abundância.

De fato, os dados obtidos corroboraram com a hipótese da aparência, devido a maior parte

das espécies e famílias apresentarem altos VUs e correlação com a abundância local na

floresta. As espécies e famílias com pouca representação na fitossociologia foram

14

descartadas, sugerindo uma susceptibilidade destas ao esgotamento populacional devido ao

esforço de coleta.

Lawrence et al. (2005) também obtiveram respostas positivas à hipótese para uma

floresta úmida em Madre de Dios, Peru, onde registraram que o VU co-varia com a

abundância dos táxons. Neste estudo a redução da ocorrência das espécies na floresta,

diminui sua popularidade entre as pessoas, podendo até o uso ser substituído por outra

espécie. Também foi apontada a relação entre as famílias botânicas que respondiam à

hipótese de acordo com o alto escore do VU para as suas espécies.

Respostas positivas à aparência ecológica também foram encontradas por Thomas,

Vandebroek & Damme (2009), quando analisaram duas populações indígenas (Yuracaré e

Trinitario) em áreas de terras firmes e alagadas, simultaneamente, no Parque Nacional de

Isiboro-Sécure na Bolívia. Uma alta correlação positiva foi encontrada entre a densidade e

frequência das espécies com o VU, sugerindo que as espécies com maior utilização são

aquelas mais acessíveis ou abundantes nos fragmentos florestais analisados. Foi investigada

também a percepção da população local sobre abundância, escassez e acessibilidade e os

dados foram comparados aos resultados fitossociológicos. Os participantes foram

questionados sobre as espécies fáceis de encontrar e aquelas mais difíceis, de um modo

geral os padrões encontrados na fitossociologia coincidiram com as informações relatadas

pelos índios.

No Brasil, Cunha & Albuquerque (2006) analisaram a relação das espécies arbóreas

úteis com sua disponibilidade em um fragmento de Mata Atlântica no município de Rio

Formoso (Pernambuco). A importância relativa das espécies foi calculada por meio do VU,

e a disponibilidade das plantas na floresta através de um inventário fitossociológico. As

15

correlações encontradas foram pouco expressivas, mas evidentes quando se tratava da

utilização dos recursos madeireiros para construção e combustível.

Estudos etnobotânicos em florestas secas, como a Caatinga e o Cerrado, apenas

recentemente tem recebido atenção, com relação ao teste e aplicação da hipótese da

aparência ecológica. Os trabalhos desenvolvidos têm apresentado evidências conflitantes

quanto à aplicabilidade da hipótese da aparência (LUCENA et al. 2012a).

O primeiro estudo a aplicar a aparência ecológica em uma floresta seca foi realizado

por Albuquerque (2001) em área de caatinga em Pernambuco, contudo os resultados foram

opostos à hipótese, evidenciando que as espécies mais importantes e utilizadas eram as

mais escassas nas áreas de vegetação.

Lucena, Araújo & Albuquerque (2007) testaram a hipótese no município de Caruaru

– PE, apenas com espécies lenhosas, utilizando da metodologia proposta por Phillips &

Gentry (1993 a,b) e adotando as modificações sugeridas por Rossato et al. (1999). Foram

encontradas correlações entre disponibilidade e uso dos recursos, e quando analisaram as

categorias de uso, respostas positivas foram observadas entre o VU das categorias

combustível, construção e tecnologia com área basal, e na categoria medicinal com

frequência.

Na Paraíba, o primeiro trabalho testando a hipótese da aparência foi realizado por

Lucena et al. (2012a) em Soledade. Neste estudo foi proposta uma nova forma de utilizar

os dados etnobotânicos e de calcular os valores de uso em três tipos (VUgeral, VUatual e

VUpotencial), onde também relataram relações positivas entre disponibilidade dos recursos

vegetais e utilização pelas pessoas. Quando analisaram as categorias de uso separadamente

as relações positivas foram unicamente para a categoria construção entre o VUatual com

16

densidade, dominância, frequência e valor de importância, e parecem explicar melhor a

dinâmica de utilização dos recursos florestais na caatinga.

A partir disto, um novo trabalho foi realizado também na Paraína, no município de

Itaporanga, utilizando o cálculo do valor de uso diferenciado, onde correlações positivas

foram observadas entre VUgeral e VUatual com área basal, densidade, dominância,

frequência e valor de importância. Também foi registrado correlações positivas entre a

categoria combustível entre VUgeral e VUatual com mesmos parâmetros fitossociológicos

(LUCENA et al., 2012b).

No estado do Ceará, Balcazar (2012) aplicou a hipótese em uma área também de

floresta seca (cerrado) na chapada do Araripe, com plantas lenhosas e não lenhosas de

utilização unicamente medicinal. Além do valor de uso, foi levantado também o valor

comercial de todas as plantas. Entretanto, ambos não se correlacionaram com os dados

fitossociológicos das plantas medicinais. Este resultado aponta novamente como a dinâmica

de utilização dos recursos florísticos não está bem compreendida em florestas secas, visto

que a hipótese ora pode responder positivamente, ora negativamente ao seu pressuposto.

Contudo, tem sido notada uma tendência no perfil de manejo e seleção dos recursos

madeireiros na caatinga, pois nas categorias em que o lenho é a parte utilizada, se observa

respostas positivas.

O volume de estudos que testaram a hipótese da aparência ecológica na caatinga

ainda é reduzido, quando comparado aos trabalhos realizados em florestas úmidas. Mesmo

considerando os trabalhos já desenvolvidos na Caatinga, nota-se que as informações estão

centralizadas basicamente nos estados de Pernambuco e Paraíba. Assim, a ampliação dos

trabalhos em locais ainda sem registro, como no estado do Rio Grande do Norte, é

fundamental para a compreensão dos resultados conflitantes das pesquisas anteriores, e

17

assim compreender melhor a relação entre a utilização e disponibilidade dos recursos da

Caatinga.

Este estudo visa contribuir na compreenção das relações existentes entre a

disponibilidade dos recursos vegetais lenhosos da caatinga e o seu uso por comunidades

rurais nos estados do Rio Grande do Norte e Paraíba. Pretende-se responder as seguintes

perguntas: 1. Quais as espécies arbóreas são conhecidas e utilizadas pelas comunidades

rurais? 2. Quais as espécies são consideradas mais importantes pelas comunidades? 3.

Existe relação entre o conhecimento das espécies, sua importância local e a disponibilidade

destas em seu ambiente natural? 4. A distinção no cálculo do valor de uso interfere na

resposta da hipótese da aparência ecológica? 5. A mudança no método de amostragem da

vegetação interfere na resposta da aparência?.

A fim de responder aos questionamentos, testou-se a hipótese da aparência

ecológica em comunidades rurais nos municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB),

utilizando o cálculo índice de valor de uso (VU) diferenciado, proposto por Lucena et al.

(2012a).

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26

Capítulo I

_________________________________________________________________________

USO E DISPONIBILIDADE DE RECURSOS VEGETAIS LENHOSOS EM DUAS

ÁREAS DE CAATINGA NO NORDESTE DO BRASIL

Este capítulo será formatado e submetido à revista Journal of Environmental Management.

27

USO E DISPONIBILIDADE DE RECURSOS VEGETAIS LENHOSOS EM DUAS

ÁREAS DE CAATINGA NO NORDESTE DO BRASIL

RESUMO

Documentou-se o conhecimento tradicional acerca das plantas lenhosas do bioma Caatinga

por comunidades rurais nos municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB), e se avaliou

a existência de relação entre a disponibilidade das espécies e sua importância local. Testou-

se a Hipótese da Aparência Ecológica utilizando os três tipos de cálculo do valor de uso

(VUgeral, VUatuale VUpotencial). Foi realizado um estudo fitossociológico por meio do método

Ponto Quadrante, amostrando 4.000 indivíduos. Entrevistas semiestruturadas foram

realizadas com 92 informantes (49 mulheres e 43 homens). O coeficiente de Spearman foi

usado para correlacionar os dados fitossociológicos com os etnobotânicos. A correlação

entre os Valores de Usos foi testada pelo coeficiente de Pearson. Registraram-se nas

entrevistas 58 espécies úteis, 42 gêneros e 18 famílias. No estudo fitossociológico foram

identificadas 30 espécies, 22 gêneros e 12 famílias em João Câmara, e 34 espécies, 22

gêneros e nove famílias em Remígio. A aparência ecológica foi confirmada somente em

João Câmara, onde foram registradas correlações positivas entre VUgeral e dominância (rs=

0,49 p< 0,02); VUatual e dominância (rs= 0,43 p< 0,04). Na análise, isolando as categorias

de uso, apenas a categoria tecnologia apresentou correlação positiva entre VUpotencial e

dominância (rs= 0,60 e p< 0,03). A aparência ecológica conseguiu explicar melhor as

relações existentes entre disponibilidade local e utilização de resursos madeireiros.

Observou-se também que a utilização do método do ponto quadrante foi eficiente no teste

da aparência, contudo sugere-se a realização de novos estudos utilizando esta mesma

metodologia.

Palavras-chave: Etnobotânica, Valor de uso, Ponto quadrante.

28

ABSTRACT

The traditional knowledge about the woody plants of Caatinga was documented in rural

communities in João Câmara (RN) and Remigio (PB), and the existence of a dependent

relationship between the availability of species and their local importance was evaluated.

Therefore, the Ecological Apparency Hypothesis which uses three types of calculation of

value in use (VUgeneral, VUcurrent and VUpotential) was tested. A study was conducted

through the phytosociological point-centered quarter method, sampling 4,000 individuals

for both locations. Semi-structured interviews were conducted with 92 informants (49

women and 43 men). The Spearman correlation coefficient was used to correlate the

ethnobotanical and the phytosociological data. The values of correlation was determined by

the Pearson correlation coefficient. Based on the interviews, 58 useful species were

recorded, in 42 genera of 18 families. In the phytosociological study 30 species, 22 genera

and 12 families were recorded in João Câmara, and 34 species, 22 genera and nine families

in Remígio. The ecological appearance was confirmed only in João Câmara, which showed

positive correlations between VUgeneral and dominance (rs = 0.49 p <0.02) and VUcurrent

and dominance (rs = 0.43 p <0.04). In the analysis isolating the categories of use, only the

technology category showed a positive correlation between VUpotential and dominance (rs

= 0.60 and p <0.03). The ecological appearance could explain better the relationship

between the local availability and the use of the timber resources. The point-centered

quarter was efficient to test appearance, however, further studies through the point-centered

quarter method are recommended.

Keywords: Ethnobotany, Use Value, Point-centered Quarter Method.

29

INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, pesquisadores na área da etnobotânica vêm testando diferentes

metodologias, sobretudo quantitativas e testes de hipóteses buscando compreender e

documentar as dinâmicas existentes entre o conhecimento tradicional e uso dos recursos

naturais por diferentes perspectivas (Lucena et al., 2012a). Seguindo essa tendência,

estudos recentes vêm analisando o perfil utilitário dos recursos florísticos associando à

disponibilidade destes nas florestas locais, destacando a aplicação de testes de hipóteses,

como da aparência ecológica (Phillips & Gentry, 1993 a,b; Stagegaard et al., 2002; La

Torre-Cuadros & Islebe, 2003; Albuquerque & Lucena, 2005; Cunha & Albuquerque,

2006).

A hipótese da aparência ecológia foi proposta por Fenny (1976) e Rhoades & Cates

(1976) para explicar a relação entre o forrageamento de insetos e a disponibilidade das

plantas nas áreas de vegetação. Na etnobotânica, Phillips & Gentry (1993 a,b) adaptaram

esta hipótese fazendo um paralelo entre o forrageamento dos insetos e o sistema de coleta

dos humanos. Assim como as plantas de maior disponibilidade local eram mais consumidas

pelos insetos, para os humanos aquelas de maior abundância e dominância (estando assim

mais aparentes), também seriam mais coletadas e utilizadas para diversos fins (Lucena et

al., 2012a). Para testar a aplicabilidade dessa hipótese em estudos com populações humanas

Phillips e Gentry (1993a,b) desenvolveram um método quantitativo que chamaram de valor

de uso (VU), o qual possibilitou valorar a importância relativa das espécies de utilidade

local. De maneira que cada espécie útil ganha um valor calculado de acordo com

quantidade de citações de usos reconhecidos por cada pessoa entrevistada, assim quanto

mais utilidades, maiores seriam seus VUs. Esses autores relacionaram esse índice com os

30

parâmetros ecológicos da vegetação testando dessa forma a aparência ecológica.

Albuquerque e Lucena, 2005 apontaram que a não diferenciação entre as citações de uso

atuais (efetivas) das citações de uso em potencial, ou seja, o uso que está sendo mantido na

memória das pessoas, contudo sem serem requisitados em seu cotidiano é uma limitação

que tenderia a criar uma falsa pressão utilitária sobre as espécies pouco utilizadas.

Frente a estas limitações, Lucena et al. (2012 a) sugeriram uma nova abordagem da

fórmula proposta por Rossato et al. (1999). De maneira que pela primeira vez o cálculo do

VU foi realizado fazendo a distinação entre as citações dos entrevistados. A partir de então

a utilização das espécies pode ser classificada como de uso atual, para aquelas espécies

requeridas com frequência; de uso potencial, para aquelas que raramente ou nunca o uso é

feito; e uso geral que retrata o somatório dos valores de uso atual e potencial, equivalente à

forma tradicional do VU como vem sendo empregado na literatura, a qual utiliza todas as

citações sem fazer distinção entre as formas de uso (Lucena et al., 2012 b).

A maior parte dos estudos etnobotânicos que testaram a aparência ecológica foram

desenvolvidos na América Latina (e.g.: Mutchnick & McCarthy, 1997; Galeano, 2000; La

Torre-Cuadros e Islebe 2003; Lawerence et al., 2005; Cunha e Albuquerque, 2006; Ferraz

et al., 2006; Lucena et al. 2007; Thomas et al., 2009; Sousa, 2011; Balcázar, 2012;

Jiménez-Escobar & Rangel-Ch 2012; Lucena et al. 2012a,b; Ribeiro et al., 2013),

principalmente em florestas úmidas (Lucena et al., 2012 a). Consequentemente, o registro

das respostas à aparência ecológica em florestas secas ficou restrito a poucos trabalhos

(Albuquerque et al., 2005; Ferraz et al., 2006; Lucena et al., 2007; Ayantunde, et al., 2009;

Tunholi, 2011; Balcázar, 2012; Lucena et al., 2012 a,b; Ribeiro, 2013).

Os resultados encontrados até o momento nas florestas secas não têm apontado para

a existência de um padrão, como se nota com os trabalhos em floresta úmida. O fato de ter

31

ainda poucos trabalhos realizados nestes ambientes limita o entendimento entre a relação

uso-disponibilidade. Até o momento os trabalhos desenvolvidos têm mostrado resultados

difentes, ora com repostas positivas, ora nulas ou negativas ao teste da aparência

(Albuquerque & Lucena, 2005; Lucena, Araújo e Albuquerque, 2007; Souza, 2011;

Balcazar, 2012; Lucena et al., 2012a,b; Ribeiro et al. 2013).

Portanto, novos trabalhos são necessários em florestas secas a exemplo da caatinga,

para entender os possíveis fatores que definem a condulta utilitária dos recursos florísticos

pelas comunidades. Isso poderá assinalar possíveis diferenças na dinâmica de utilização dos

recursos florísticos entre florestas úmidas e secas.

Pelo exposto, esta pesquisa foi desenvolvida em áreas de caatinga (floresta seca),

em duas comunidades rurais nos municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB), afim de

entender a dinâmica de utilização dos recursos vegetais por meio do teste da hipótese da

aparência ecológica. Os dados obtidos aqui, juntamente com os de estudos já realizados,

poderão contribuir para caracterizar padrões de uso dos recursos no semiárido brasileiro.

METODOLOGIA

Área de estudo

Este estudo foi realizado nos estados da Paraíba (PB) e Rio Grande do Norte (RN),

nos municípios de Remígio, e João Câmara, respectivamente (Figura 1). As áreas foram

escolhidas inicialmente por já ser áreas conhecidas previamente, o que facilitou a

viabilidade da pesquisa, além de pertencerem ao domínio Caatinga (floresta seca).

O bioma Caatinga é exclusivo do Brasil e se estende por 800.000 km², sua

vegetação é majoritariamente xerófila, lenhosa com espinhos/acúleos predominando e

herbáceas de vida curta (Costa et al., 2007). Sua vegetação forma um conjunto florístico

32

heterogêneo, e de acordo com Velloso et al. (2002), a caatinga pode ser dividida em oito

ecogeográficas: Complexo de Campo Maior, Complexo Ibiapaba-Araripe, Depressão

Sertaneja Setentrional, Planalto da Borborema, Depressão Sertaneja Meridional, Dunas do

São Francisco, Complexo da Chapada Diamantina e Raso da Catarina.

O município de João Câmara (5° 32’ 16’’ S, 35° 49’ 12’’ W) está localizado na

mesorregião Agreste Potiguar, microrregião Baixa Verde, inserido na Depressão Sertaneja

Setentrional (Figura 01). Ocupa a 14ª posição entre os municípios mais populosos do Rio

Grande do Norte, com ca. 32.220 habitantes e possui extensão territorial de 714,961 km², e

altitude de 160m acima do nível do mar (IBGE, 2010). A economia do município baseia-se

na agropecuária, tendo como produtos da agricultura, o milho, feijão e mandioca, e na

pecuária os rebanhos bovinos, caprinos e ovinos. De acordo com o último levantamento do

IBGE em 2003, 53,17% da população sobrevive abaixo do limite da pobreza que é de R$

70,00/mensais. O município tem 66 escolas públicas municipais, sendo todas para o ensino

pré-escolar e fundamental, com 5.312 alunos matriculados. Os alunos de nível médio

(2.035) estão matriculados nas instituições estaduais e federal (IBGE, 2012).

Na Depressão Sertaneja Setentrional a vegetação predominante é caatinga

arbustivo-arbórea, com baixos níveis de conservação, entre 40-50%. O solo geralmente é

raso e pedregoso, muito suscetível à erosão. O clima é quente e semiárido e as chuvas são

geralmente concentradas de 3 a 5 meses, com precipitação média anual de 640 mm e

temperatura média anual variando de 21‒24,7°C, com máxima de 32°C, com alta taxa de

evaporação (1.500‒2.000 mm/ano) e umidade relativa do ar em torno de 75% (Nimer,

1989; Velloso et al., 2002; Prado, 2003; Alves, 2009).

33

A comunidade estudada faz parte da região do Mato Grande, distante 18 km da sede

municipal. O Mato Grande é formado por um agregado de pequenas comunidades, onde

algumas não possuem mais que quatro casas: Cauaçu (14 casas), Arisco do Sotero (15

casas), Ubaíra (4 casas) e Lagoa de São José (8 casas). Existem duas escolas municipais

desativadas, localizadas nas duas maiores comunidades, utilizadas unicamente como

sessões eleitorais. Um pequeno posto de saúde oferece atendimento odontológico e clínico

geral básico, semanalmente. A atividade econômica dominante em toda a região é a

agropecuária de sustento familiar, com destaque para a plantação de mandioca, palma para

forragem animal, milho e feijão, e a criação para comércio e consumo de animais de

pastoreio, como o gado, caprinos e cavalos. É comum na região as vaquejadas que

envolvem competições com corridas de cavalos, prática competitiva/recreativa muito

comum no nordeste. Também existem na região atividades de mineração com extração de

brita nas serras que circundam as comunidades, que, por conseguinte, geram alguma renda

aos moradores que prestam serviços, principalmente como diaristas.

O município de Remígio localiza-se na mesorregião do Agreste Paraibano,

microrregião do Curimataú Oriental e inserido na ecorregião Planalto da Borborema

(Figura 01). Ocupa a 42ª posição entre os municípios mais populosos da Paraíba, com

17.581 habitantes. Remígio está localizado à 06º 54’ 10’’ S, 35º 50’ 02’’ W, e sua

abrangência territorial de 178,064 km², com altitude de 593 m acima do nível do mar

(IBGE, 2010). Sua economia é baseada na agropecuária com destaque para plantações de

milho, feijão e mandioca. A criação de rebanhos de gado e equinos, também é muito

marcante. O perfil orçamentário das famílias também é muito baixo, com 48,18% da

população sobrevive com renda mensal abaixo do limite da Incidência de Pobreza (IBGE,

2003). O município de Remígio dispõe de 34 escolas municipais para ensino pré-escolar e

34

fundamental, que suportam 2.651 alunos. Todos os alunos matriculados no ensino médio

(600) estudam na única escola municipal existente (IBGE, 2012).

A vegetação típica dessa região é semelhante à caatinga do Cariri Paraíbano, sendo

principalmente arbustivo-arbóreo espaçado (Velloso et al., 2002). Os solos em geral são

maciço-granítico de relevo movimentado, com profundidade e fertilidade variada (mas em

geral férteis), muito suscetíveis à erosão. A temperatura média anual é em torno de 25º C,

clima seco, muito quente e semiárido. A estação chuvosa vai de fevereiro a maio, e a

precipitação média anual varia de 400 a 650 mm, podendo ser mais alta nas encostas onde

se formam as matas de altitude. Segundo Velloso et al. (2002), a ecorregião Planalto da

Borborema apresenta níveis altos de degradação (>90%), restando apenas pequenas

ilhas esparsas de vegetação nativa.

A comunidade pesquisada em Remígio foi Coelho, que dista 7 km do centro urbano

do município. A comunidade tem em torno de 80 pessoas que majoritariamente exercem

agricultura familiar, tendo como principais produtos o milho e o feijão. A criação de

animais para consumo e venda é muito exercida, de maneira que gera uma rotatividade

financeira de pequena escala localmente.

35

Figura 01. Localização dos municípios de João Câmara e Remígio nos estados do Rio

Grande do Norte e Paraíba, Nordeste do Brasil.

Inventário fitossociológico

Para testar a hipótese proposta, um inventário fitossociológico foi realizado em

fragmentos de vegetação próximos às comunidades para o registro das espécies

consideradas úteis pelas pessoas. Foi utilizado o método Ponto Quadrante, descrito por

Cottam & Curtis (1956). Foram distribuídos 100 transectos (50 por comunidade), cada

transecto com 100 m de comprimento. Os locais foram mencionados, pelos participantes,

como áreas de coleta de plantas, assim os transecos foram postos num raio de 5km das

comunidades. Todos os transectos foram dispostos paralelamente uns aos outros, com

distância entre eles de 10 m. Ao longo da reta do transecto, 10 pontos foram marcados, com

distância de 10 m entre cada um, totalizando 100 metros.

36

Em cada ponto uma cruzeta de madeira foi utilizada para indicar o direcionamento

de quatro espécimes arbóreos a serem aferidos, assim formando um quadrante em cada

ponto do transecto. Todos os indivíduos tiveram suas alturas e diâmetros dos caules no

nível do solo (DNS) ≥ 3 cm verificados e anotados em uma planilha. Assim, ao todo 4.000

indivíduos foram amostrados. Todas as amostras coletadas foram identificadas através de

comparação com espécimes previamente determinados e depositados no herbário EAN

(Universidade Federal da Paraiba, Campus III - CCA) e no herbário UFRN (Universidade

Federal do Rio Grande do Norte) ou por especialistas nos casos de maior dificuldade. Todo

o material coletado, exceto as amostras estéreis, foi incorporado aos acervos dos

respectivos herbários.

Foram adotados os seguintes parâmentos fitossociologicos: área basal, valor de

importância, densidade relativa, dominância relativa e frequência relativa, sendo analisados

de acordo com Araújo e Ferraz (2010). A Densidade Relativa (DRt, %), foi estimada pelo

número de indivíduos de um determinado táxon com relação ao total de indivíduos

amostrados. Frequência Relativa (FRt, %) foi estimada com base na FAt (Frequência

absoluta da espécie em questão), em relação à Frequência Total (FT, %), que representa o

somatório de todas as frequências absolutas. A Dominância Relativa (DoRt,%) representa a

porcentagem de DoA (dominância absoluta da espécie em questão) com relação à

dominância total (DoT).

37

Inventário etnobotânico

Os dados etnobotânicos necessários ao teste da hipótese da aparência foram

coletados no período de junho a dezembro de 2011, na comunidade Coelho, e de junho a

novembro de 2012 no Mato Grande. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os

moradores, indagando sobre o conhecimento e uso de espécies nativas lenhosas da região.

Em um momento prévio às entrevistas, os objetivos do projeto foram explicados e

discutidos com todos os participantes. Após esse momento todos os participantes assinaram

o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme solicitação do Conselho

Nacional de Saúde por meio do Comitê de Ética em Pesquisa (Resolução 196/96). Esta

pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP) do

Hospital Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba e pelo Comitê de Ética da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Anexos 01 e 02).

Foram entrevistadas 92 pessoas, sendo escolhidos os chefes domiciliares, tanto os

homens como as mulheres. Em João Câmara foram 50 participantes (com representação

igual entre os gêneros) e 42 em Remígio (18 homens e 24 mulheres).

A técnica “Turnê Guiada”, descrita por Spradley & McCurdy (1972), foi utilizada

em ambas as localidades com orientação dos informantes-chave, selecionados por

indicação dos demais moradores, devido ao maior conhecimento na identificação das

plantas locais. Esta técnica bastante utilizada nas pesquisas etnobotânicas, possibilita a

localização das etnoespécies relatadas durante as entrevistas, o que minimiza erros de

coleta e maximiza o tempo gasto com essa etapa. Foram necessárias cinco turnês guiadas

com informantes diferentes para a localização das espécies em cada comunidade.

As plantas registradas nas entrevistas foram agrupadas em categorias de uso de

38

acordo com a literatura (Albuquerque & Andrade 2002 a,b; Ferraz et al. 2006; Lucena et al.

2007, 2008; Carvalho et al. 2012; Guerra et al. 2012; Leite et al. 2012; Lucena et al.

2012a,b), sendo elas: alimento, combustível, construção, forragem, mágico-religioso,

medicinal, ornamental, outros usos, tecnologia, veneno-abortivo e veterinário (Apêndice

01).

Análise dos dados

Dados fitossociológicos

Os parâmetros fitossociológicos (área basal, dominância relativa, frequência relativa

e densidade relativa) foram calculados utilizando o software Fitopac 2.1 (Shepherd 2009),

relacionados com os valores de uso das espécies (VUgeral, VUpotencial e VUatual). Como

os dados não apresentam distribuição normal, o Coeficiente de Correlação de Spearman foi

utilizado para correlacionar os dados fitossociológicos aos etnobotânicos, para tanto foi

utilizando o programa BioEstat 5.0 (Ayres et al., 2007).

Para testar a relação entre utilização e disponibilidade local das espécies, apenas as

nativas lenhosas com utilidade relatada e aferidas pela fitossociologia foram consideradas

durante as análises. De maneira que as espécies amostradas no estudo fitossociológico que

não recebram nenhuma menção de utilidade ou aquelas de uso relatado, mas que estão

ausentes na fitossociologia foram descartadas. Em sequência, para encontrar a similaridade

entre as áreas foi utilizado o coeficiente binário de Jaccard (Araújo e Ferraz 2008).

Dados etnobotânicos

Todas as espécies registradas no estudo etnobotânicos tiveram o valor de uso

calculado pela fórmula: VU = ∑Ui/n, utilizado por Rossato et al. (1999), em que: Ui =

número de usos mencionados por cada informante, n = número total de informantes. As

39

categorias de uso também tiveram seus valores de uso calculados, onde: VUc = ∑VU/nc,

sendo VUc = valor de uso de cada espécie na categoria, nc = número de espécies na

categoria. No presente estudo, foi adotado a distinção entre citações de uso atual e potencial

no cálculo do VU, de acordo com a proposta de Lucena et al. (2012). O VUatual é calculado

utilizando apenas as espécies com maior frequência de uso (efetivamente utilizadas), o

VUpotencial utiliza as citações potenciais (espécies de utilidade conhecida, mas pouco ou

raramente utilizadas), e o VUgeral utilizando todas as citações, não difere atual e potencial.

O coeficiente de correlação Pearson foi utilizado para comparação entre os valores de uso

(VUgeral, VUatual e VUpotencial).

RESULTADOS

Parâmetros fitossociológicos

Foram identificadas 30 espécies distribuídas em 23 gêneros e 12 famílias de plantas

lenhosas em João Câmara. Dessas, 23 espécies são utilizadas pela população (Tabela 01).

Em Remígio foram 34 espécies em 22 gêneros e nove famílias, entre as quais 20 são úteis

(Tabela 02). Quando analisada a similaridade entre as áreas, o coeficiente de Jaccard

indicou similaridade florística total de 35% e 41 %, considerando somente as espécies úteis.

Em João Câmara, as três famílias mais representativas em número de indivíduos

amostrados foram: Euphorbiaceae (868), Fabaceae (796) e Apocynaceae (117). Fabaceae e

Euphorbiaceae também foram as mais expressivas quanto ao número de espécies (11 e 5),

respectivamente, seguidas de Capparaceae e Anacardicaceae com duas espécies cada.

Semelhante à João Câmara, as famílias de destaque em Remígio foram

Euphobiaceae (855) e Fabaceae (488), que também se destacaram quanto a quantidade de

40

indivíduos encontradas, seguidas por Rhamnaceae com 90. Quanto à diversidade de

espécies, o resultado foi também semelhante à João Câmara, Fabaceae (8 spp.),

Euphorbiaceae (6) e Anacardiaceae (3).

As cinco espécies mais numerosas encontradas em Remígio foram: o marmeleiro

(Croton blanchetianus – 569 indivíduos), amorosa (Piptadenia stipulacea– 326

indivíduos), catingueira (Poincianella pyramidalis – 242 indivíduos), pião-bravo (Jatropha

mollissima – 136 indivíduos) e velame (Croton rhamnifolius – 109 indivíduos).

Em João Câmara, as espécies com maior abundância de indivíduos foram:

marmeleiro (C. blanchetianus – 704 indivíduos), catingueira (P.pyramidalis – 259

indivíduos), jurema-preta (Mimosa tenuiflora – 190 indivíduos), jurema-branca (P.

stipulacea – 145 indivíduos) e pereiro (Aspidosperma pyrifolium – 117 indivíduos). Estas

espécies apresentam ampla distribuição em toda a floresta, exceto o pereiro, mais frequente

nos locais mais distantes da comunidade.

Diversas espécies com VUatual apresentaram pouca representatividade no

levantamento fitossociológico em João Câmara, a exemplo: o angico (Anadenanthera

colubrina – 27 indivíduos), imburana (Commiphora leptophloeos – 24 indivíduos), cumarú

(Amburana cearensis – 9 indivíduos), quixabeira (Sideroxylon obtusifolium – 7 indivíduos)

e aroeira (Myracrodruon urundeuva – 2 indivíduos). Em Remígio destacaram-se a jurema-

preta (M. tenuiflora – 7 indivíduos), ameixa (Ximenia americana – 4 indivíduos), jucá

(Libidibia ferrea – 2 indivíduos) e baraúna (Schinopsis brasiliensis – 2 indivíduos),

encontradas apenas em áreas mais distantes da comunidade.

Algumas espécies não obtiveram nenhuma representação na fitossociologia, embora

também sejam importantes para as comunidades, devido ao valor significativo de VUatual.

Em Remígio isto pode ser observado com as seguintes espécies: Amburana cearensis, A.

41

colubrina, A. pyrifolium, Crataeva tapia, Handroanthus impetiginosuse, e S. obtusifolium.

Em João Câmara o mesmo também ocorreu com as espécies: Croton zehntneri, C. tapia,

Eugenia flavescens e X. americana. No teste da aparência, essas espécies foram descartadas

por não terem registro na fitossociologia, assim como as que foram registradas na

vegetação e não obtiveram indicações de uso pelas pessoas.

Inventário Etnobotânico

Foram relatados usos para 58 espécies, distribuídas em 18 famílias e 42 gêneros

para ambas as comunidades. Todas as espécies e seus respectivos VU estão listadas nas

tabelas 3 e 4.

Em João Câmara os participantes fizeram menção a 38 espécies lenhosas,

pertencentes a 31 gêneros e 17 famílias (Tabela 03). As espécies foram classificadas e

distribuídas em nove categorias de usos (Tabelas 5 a 15), de acordo com as utilidades

atribuídas a cada uma, assim espécies versáteis estão presentes em mais de uma categoria.

As três categorias com maior representação de espécies foram: medicinal (30), tecnologia

(28) e construção (22), as demais obtiveram representação menor que 20 spp. (Figura 02).

Em Remígio 36 espécies, 33 gêneros e 15 famílias tiveram utilidade mencionada

pelos entrevistados (Tabela 04). As espécies foram agrupadas em 11 categorias.

Apresentaram maior número de espécies as seguintes categorias: construção (25),

tecnologia (24), combustível (23) e medicinal (23). As demais categorias não agregaram

mais que 17 spp. (Figura 02).

42

Figura 02. Abundância de espécies lenhosas úteis por categorias de uso na comunidade Mato

Grande (município de João Câmara/RN) e Coelho (município de Remígio/PB), Nordeste do Brasil.

Quanto ao número de citações de usos, as três categorias com maior número de

citações de VUatual, em João Câmara foram: medicinal com 328 (67 potencial), construção

com 222 (45 potencial) e alimento com 199 citações (105 potencial). Já aquelas que se

destacaram em Remígio (PB) foram: construção 210 (167 potencial), combustível com 209

(149 potencial) e tecnologia com 169 (179 potencial), (Figura 3). É notável que as

categorias de uso madeireiro obtiveram maior representação, o que indica que o lenho é a

parte da planta de maior interesse, principalmente por estar disponível durante o ano todo,

sem sofrer de forma direta a influência marcante da sazonalidade.

43

Figura 03. Representação do número de citações por categorias de usos na comunidade do Mato

Grande, João Câmara/RN e Coelho, Remígio/PB, Nordeste do Brasil.

A importância relativa das espécies no município de João Câmara apontou a

preferência de certas espécies sobre outras, por exempo: jurema-preta (M. tenuiflora),

umbuzeiro (Spondias tuberosa), pereiro (A. pyrifolium), ameixa (X. americana), canelinha-

do-mato (Croton zehntneri), quixabeira (S. obtusifolium) e juazeiro (Z. joazeiro), todas com

VUatual igual ou maior que 1,00 (Tabela 01).

Em Remígio, as espécies mais utilizadas foram: o pereiro (A. pyrifolium),

catingueira (P. pyramidalis), juazeiro (Z. joazeiro), baraúna (S. brasiliensis), marmeleiro

(C. blanchetianus), aroeira (M. urundeuva) e jurema-preta (M. tenuiflora). É notória a

semelhança das espécies mais importantes entre os dois municípios, como o pereiro,

juazeiro e jurema-preta. Os VU destas espécies variaram de 1,00 a 4,86 (Tabela 04).

O coeficiente de correlação de Pearson foi aplicado entre os três tipos de VUs para

ambas as comunidades. Entretanto, apenas na comunidade Mato Grande observou-se

44

correlações positivas. Todos os VU mostraram-se correlacionados: VUgeral com o VUatual

(r= 0,9815 e p< 0.0001); VUgeral com VUpotencial (r= 0,6562 e p< 0,0009); e VUatual com

VUpotencial (r= 0,4995 e p< 0,0179).

Hipótese da aparência ecológica

Os parâmetros fitossociológicos mostraram-se correlacionados positivamente aos

VUs, apenas em João Câmara, entre o VUgeral e dominância (rs= 0,49 p< 0,02) e VUatual e

dominância (rs= 0,43 p< 0,04). Quando analisadas as categorias de usos separadamente, a

única que obteve correlação significativa foi tecnologia, e apenas entre o VUpotencial com

dominância (rs= 0,60 e p< 0,03). Em Remígio a aparência ecológica não foi confirmada.

DISCUSSÃO

Importância relativa vs Disponibilidade

Diferentemente das tendências encontradas nos trabalhos realizados em florestas

úmidas, aqueles que foram desenvolvidos em florestas secas têm mostrado resultados

diversos, ora concordando com os preceitos da hipótese, ora não mostrando relação

(Albuquerque e Lucena, 2005; Lucena, Araújo e Albuquerque, 2007; Lucena et al., 2012

a,b; Ribeiro et al. 2013).

No presente trabalho, foram observadas correlações positivas apenas em João

Câmara, a partir da comparação entre os dados fitossociológicos com os valores de uso. Os

dados fitossociológicos foram obtidos por meio do método Ponto Quadrante, que até então

não havia registro na literatura de trabalhos que aplicaram a mesma metodologia, tanto para

florestas secas como úmidas. Lucena et al. (2012a) já havia feito apelo para a necessidade

45

de utilização de diferentes metodologias que tratem da amostragem da vegetação, afim de

esclarecer se as respostas encontradas estão sofrendo influência pela metodologia, até então

realizada apenas com parcelas permanentes e semipermanentes.

As correlações registradas em João Câmara foram entre o VUgeral e VUatual com

dominância relativa. Outros estudos realizados em diferentes áreas de caatinga também

relataram correlações positivas semelhantes. No estado de Pernambuco, Lucena et al.

(2007) não fez distinção entre os usos relatados, mas encontrou correlações existentes entre

VU com frequência relativa, unicamente em locais mais afastados da comunidade. Na

Paraíba, Lucena et al. (2012a) relataram correlações entre todos os valores de uso com

dominância relativa e área basal. Resultados similares também foram descritos por Ribeiro

(2013) e Lucena (2012b), que registraram correlações positivas entre o VUgeral e VUatual

com dominância relativa. Adicionalmente, os autores também têm relatado respostas

positivas à hipótese da aparência, sobretudo entre as espécies de utilidade madeireira.

Ribeiro et al. (2013), utilizando os mesmos parâmetros do presente estudo,

encontraram correlações positivas para categorias combustível, construção e tecnologia

com todos os parâmentros fitossociológicos no município de Solânea (PB). Trabalhos

anteriores realizados na Caatinga também registraram correlações positivas entre categorias

de uso e disponibilidade local, tendo em comum o relato de catorias de utilidade madeireira

(Lucena et al., 2007; Lucena et al., 2012a,b).

Corroborando com os trabalhos desenvolvidos na caatinga, nesta pesquisa a

categoria tecnologia foi a única com correlações significativas (P≤ 0,05). As correlações

observadas foram entre o VUpotencial e dominância. Esta é uma categoria de uso

majoritariamente madeireiro, onde diversas espécies são procuradas para a produção de

cabos de ferramentas (machado, enxada, chibanca, foice, e outros). Além disso, também a

46

madeira é útil para produção de cabos para vassouras, colher-de-pau e fabricação de

móveis. Nesta categoria também foram agrupados utilidades diversas como caça de animais

por visgo (látex utilizado para colar aves) ou por envenenamento (folhas/casca tóxicas de

Manihot cathaginensis em água para embebedar aves), bucha de espingarda (fibra da casca

de Bauhinia cheilantha) e estimulante sexual (garrafada com várias espécies).

Divergindo de João Câmara, nenhuma correlação positiva foi observada em

Remígio, pois todas as correlações tiveram P>0,05. Contudo, resultados negativos à

hipótese já havia sido relatados por Albuquerque e Lucena (2005), que mostraram

exatamente o oposto à predição da hipótese: as espécies locais mais importantes foram as

mais raras. Ferraz et al. (2006) e Sousa (2011) encontraram respostas semelhantes, os

valores do coeficiente de correlação linear não foram significativos, de modo que apenas

correlações nulas foram registradas.

Então, o que justifica as correlações positivas reportadas principalmente entre

recursos madeireiros na Caatinga? Supõe-se que os fatores biológicos e culturais restritos

ao bioma possam explicar. Galeano (2000) argumenta que fatores ecológicos podem

direcionar a utilização de espécies.

Características específicas das áreas de estudo como a diferença altitudinal,

particularidades climáticas e edáficas e composição da vegetação, além das particularidades

geográficas também podem ser fatores atuantes. Os municípios tratados neste trabalho,

localizam-se em altitudes muito diferentes, enquanto que o Remígio situa-se em um

planalto à cerca de 600 metros acima do nível do mar, João Câmara encontra-se em uma

depressão geográfica. Além disso, as áreas pertencem a ecorregiões diferentes (Planalto da

Borborema e Depressão Sertaneja Setentrional), o que confere características climáticas,

edáficas e topográficas particulares, a cada uma. A composição florística das localidades se

47

mostra pouco semelhante entre si, isto porque o coeficiente de similaridade de Jaccard

apontou baixa semelhança florística com apenas 35% de semelhança, resultado

possivelmente devido às condições ambientais supracitadas. Considerando as espécies úteis

a similaridade foi de 41% o que não é tão baixo.

Na caatinga a oferta de recursos vegetais disponíveis na maior parte do ano consiste

no componente arbóreo, devido a sazonalidade climática da região, de forma que a

potencialidade das arbóreas tende a ser mais expressiva, devido a maior oferta ao longo do

ano. O reflexo da busca frequente por estes recursos provavelmente gera uma relação de

causa e efeito entre a oferta e a demanda. Fatores culturais também podem influenciar a

importância local das categorias, visto que a demanda por recursos florísticos do povo

sertanejo não é a mesma daqueles que vivem em outros biomas.

Pode existir uma tendência nas pessoas em utilizar as espécies de acordo com

modelos pré-estabelecidos em sua comunidade, por exemplo, espécies já reconhecidas por

sua eficácia poderão ser mais requisitadas, mesmo que sua ocorrência na floresta seja

restrita ou rara. Como também pode estar influindo a preferência na utilização de recursos

madeireiros de fácil acesso, como tem sido reportado nos estudos realizados na caatinga.

Trabalhos desenvolvidos com foco em recursos não madereiros até o momento não

encontraram correlações entre a utilidade e disponibilidade local em florestas secas.

Almeida et al. (2005) testaram a hipótese da aparência apenas com plantas medicinais e

seus resultados não deram suporte às predições. Balcazar (2012) trabalhou em outra

formação vegetacional seca do Brasil (cerrado), e também se restringiu às plantas

medicinais. Seus registros, assim como Almeida et al. (2005) também não observaram

correlações que corroborassem com a hipótese. Tunholi (2011) julga que as categorias

madeireiras no cerrado não são tão requeridas como são na caatinga, pois os caules

48

tortuosos e a baixa estatura são um importante fator limitante, principalmente na categoria

construção.

As espécies e famílias de ampla distribuição e alto valor de uso aqui registradas,

também foram referidas em outros trabalhos na caatinga (Pereira et al., 2002; Ferraz et al.,

2006; Monteiro et al., 2006; Albuquerque et al., 2006; Albuquerque e Oliveira, 2007;

Lucena et al., 2007; Lucena et al., 2012c; Guerra et al. 2012), sobretudo C. blanchetianus

(Euphorbiaceae) e todas as espécies de Fabaceae - Leguminosae, que nesta pesquisa foram

bastante representativas quanto ao número de indivíduos amostrados em ambas as

comunidades. Podendo ser uma indicação das espécies e famílias botânicas mais

importantes para os sertanejos, e consequentemente como objeto de manejo de maior

intensidade.

Implicações para a Conservação

De acordo com os VUs, dez espécies se destacaram nas duas comunidades (M.

tenuiflora, S. tuberosa, A. pyrifolium, X. americana, Croton zehntneri, S. obtusifolium, Z.

joazeiro, P. pyramidalis, S. brasiliensis, C. blanchetianus). Com excessão de C. zehntneri,

que é utilizado na medicina e alimentação, as demais são utilizadas como recursos

madereiros nas categorias combustísvel, construção e tecnologia. Todos esses usos

implicam no corte da planta.

Entretanto, várias espécies utilizadas foram pouco representadas na amostragem

fitossociológica, provavelmente ou por um reflexo da distribuição ecólogica da espécie na

área, por apresentarem distribuição naturalmente restrita ou por indicarem esgotamento

local, resultante de manejo inadequado nas localidades. Em Remígio, sete espécies tiveram

baixa representação de indivíduos: Myracrodruon urundeuva (7), M. tenuiflora (7), X.

49

americana (4), Libidibia ferrea (2), Schinopsis brasiliensis (2), S. tuberosa (2) e S.

obtusifolium (0) todas com valor de uso próximos a 1. Em João Câmara, foram cinco

espécies: A. cearensis (9), S. obtusifolium (7), M. urundeuva (2), S. tuberosa (1), C.

zehntneri (0) e X. americana (0), com importância local, porém respresentadas por poucos

ou nenhum indivíduo.

Destaca-se também a importância de M. tenuiflora, devido à grande demanda de uso

dessa espécie que é massivamente extraída para utilização de sua madeira como lenha e

para produção de carvão, frequentemente vendido por diversos moradores, além de seu uso

em construções. Embora tenha sido bem representada no inventário fitossociológico (90

indivíduos), merece atenção quanto ao manejo e conservação.

É notória a semelhança utilitária de diversas espécies apresentadas neste trabalho

com outros também realizados na caatinga. Espécies como: A. cearensis (cumarú), C.

blanchetianus (marmeleiro), M. urundeuva (aroeira), S. brasiliensis (baraúna), S.

obtusifolium (quixabeira) e X. americana (ameixa) são frequentemente utilizadas como

medicinais (Albuquerque et al., 2005; Lucena et al., 2007; Cartaxo et al., 2010; Roque et

al., 2010; Lucena et al., 2012a,b; Ribeiro et al., 2013). Em outras categorias, como para

utilização madeireira (construção, combustível e tecnologia), várias espécies são

comumente relatadas: M. urundeuva (aroeira), M. tenuiflora (jurema-preta), Spondias

tuberosa (umbuzeiro), C. leptophloeos (imburana), Sapium glandulosum (burra-leiteira), A.

pyrifolium (pereiro) (Albuquerque et al., 2009), dentre outras.

Também foi observado que a distribuição das espécies utilitárias nas áreas floretais

não é homogênea, quanto à composição e estrutura. Algumas espécies apenas podem ser

observadas em locais mais distantes das residências, outras com distribuição menos restrita

são encontradas amplamente em diversos pontos na floresta. No inventário florístico

50

realizado em ambas as localidades (RN e PB), C. blanchetianus (marmeleiro), P.

pyramidalis (catingueira), P. stipulacea (jurema-branca) e Z. joazeiro (joazeiro) foram

amplamente encontradas, sobretudo nos locais próximos às residências. Resultados

semelhantes foram registrados em outras áreas de caatinga (Santos et al., 2009; Guerra et

al., 2012; Ribeiro et al., 2013), onde também reportaram a abundância destas espécies em

locais antropizados. Em João Câmara, além das espécies supracitadas, registou-se M.

tenuiflora (jurema-preta), e em Remígio Jatropha molissima (pião-bravo).

Foram encontradas também um significativo número de espécies com distribuição

restrita observadas em ambas as comunidades. Destaca-se M. urundeuva (aroeira) e C.

leptophloeos (imburana) com poucos registros no inventário florístico, e todos os

indivíduos amostrados foram encontrados em locais distantes das residências, onde a

floresta era melhor conservada. A. colubrina (angico), A. cearensis (cumarú), S.

obtusifolium (quixabeira), eram pouco frequentes em João Câmara e também foram

encontradas apenas em locais mais distantes e em melhor estado de conservação. Em

Remígio, S. brasiliensis (baraúna) e X. americana (ameixa) foram encontradas nas mesmas

circunstâncias. O padrão de distribuição destas espécies pode ser justificado por suas

características ecológicas de dispersão, reprodução, resiliência às interpéres (capacidade de

manter-se frente a falta de condições favoráveis), fragilidade dos indivíduos jovens,

capacidade de regeneração, e outros (Barbosa, 2003).

Informações sobre a disponibilidade e manejo de espécies úteis auxiliam no

entendimento acerca da pressão extrativista e a susceptibilidade das espécies mais frágeis

nas localidades estudadas (Sá & Silva, 2008; Albuquerque, 2010; Lucena et al., 2012a;

Lucena et al. 2013). Em ambas as comunidades, foi citado um número significativo de

espécies que apresentaram altos valores de uso (VUatual) e que constam como ameaçadas de

51

extinção nas listas oficiais, tais como: A. cearensis, A. colubrina, M. urundeuva e S.

brasiliensis (IUCN, 2001; MMA, 2008).

Desta maneira, para compreender a dinâmica de utilização das espécies utilitárias no

semiárido brasileiro e em outras florestas secas, deve-se dar continuidade às pesquisas, pois

os estudos realizados até então são poucos e concentrados em poucos estados, sobretudo na

ótica da aparência ecológica. Atenção também deve ser dada sobre a necessidade de

estudos específicos sobre a ecologia das espécies, que possam esclarecer qual o perfil de

resiliência daquelas que sofrem maior pressão extrativista, para assim compreender a

suscetibilidade de esgotamento nas localidades. Estudos que visam indicar espécies

prioritárias para conservação são indispensáveis para manutenção e permanência da

diversidade biológica nas localidades estudadas como para o bioma como um todo.

CONCLUSÕES

As comunidades da região do Mato Grande (RN) e Coelho (PB) detêm um grande

conhecimento acerca da vegetação lenhosa da Caatinga. A utilização dos recursos

madeireiros em João Câmara respondeu positivamente aos preceitos da hipótese da

aparência ecológica unicamente para a categoria tecnologia, com correlações entre uso e

parâmetros ecológicos.

Por meio da associação do valor de uso das espécies, diferenciando os usos efetivos,

com a disponibilidade local, permitiu-se elencar espécies com necessidade de atenção

conservacionista nos locais, pois são espécies muito requeridas e constam na listagem

oficial de espécies ameaçadas de extinção: A. cearensis (angico), A. colubrina (imburana),

M. urundeuva (quixabeira) e S. brasiliensis (baraúna).

52

Estes resultados somados aos já realizados na Caatinga podem sugerir uma

tendência na utilização dos recursos madeireiros, enquanto que para os recursos não

madeireiros, até o momento, indicam não haver relação com a disponibilidade local. É

preciso incentivo para o desenvolvimento de estudos etnobiológicos na caatinga e em

outras florestas secas, como forma de se obter informações acerca dos recursos

potencialmente utilitário do bioma.

Novos testes com a aparência são necessários no Rio Grande do Norte, visto que

este trabalho foi o primeiro no estado. Por isso, é importante a realização de mais

investigações em outras áreas do estado, visando amostrar diferentes áreas de caatinga.

Também é prudente destacar que este é o primeiro trabalho a utilizar a metodologia de

Ponto Quadrante no teste da aparência tanto para em área de floresta seca, como úmida,

onde se mostrou eficaz ao teste da hipótese. De maneira que os novos trabalhos poderiam

abordar diferentes formas de aferição da vegetação, ou comparar as metodologias já

aplicadas até então.

Por fim, considerando todos esses aspectos, é preciso incentivo para o

desenvolvimento de estudos etnobiológicos na caatinga e em outras florestas secas como o

cerrado, de forma que as informações geradas possam auxiliar no desenvolvimento de

estratégias de manejo sustentável. Discutir esses pontos poderiam esclarecer as lacunas

encontradas e ampliar as discussões.

53

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Nordeste, Recife, PE.

61

APÊNDICE

62

APÊNDICE 01 - Descrição das categorias de uso conforme as utilidades relatadas pelos

moradores das comunidades rurais do Mato Grande (RN) e Coelho (PB) às espécies locais

Alimento: frutos, sementes e raízes consumidas na alimentação humana;

Combustível: plantas utilizadas como lenha ou carvão para utilização domiciliar ou

como venda. Não inclui plantas que são queimadas somenteno sistema de corte-e-

queima, mas somente as que tiveram estes usos mencionados;

Construção: plantas utilizadas na construção de casas, cercadosdiversos e outras

edificações, além de portas e janelas;

Forragem: plantas utilizadas no período de estiagem para alimentar os animais de

criação;

Mágico-religioso: plantas de importância cultural, utilizadas como indicadoras de

presságio e de reza e cura de males espirituais;

Medicinal: plantas utilizadas para tratar doenças humanas;

Ornamental: plantas com potencialidade ornamental, cultivadas para esta finalidade;

Outros usos: incluídas citações para higiene pessoal (lavar cabelos, escovar dente,

etc.) e sombra.

Tecnologia: uma ampla categoria, que inclui plantas utilizadas para elaboração de

ferramentas utilitárias, como cabos para machado, inchada, martelo, chibanca e

outros; canga para boi; colher de pau; pilão; vassouras; móveis; landuá; bucha para

espingarda;

Veneno-abortivo: aquelas que indicam potencialidade abortiva humana e de animais

de criação;

Veterinário: plantas que tratam doenças dos animais de criação;

63

APÊNDICE 02 - TABELAS

Tabela 01 – Parâmetros fitossociológicos e etnobotânicos das espécies utilizadas em João Câmara/RN, disponíveis no fragmento florestal estudado. VUg = valor

de uso geral; VUa = valor de uso atual; e VUp = valor de uso potencial

Famílias Espécies Frequência

relativa

re

Dominância

relativa

Densidade

relativa

VUgeral VUatual VUpotencial

Anacardiaceae Myracrodruon urundeuva Allemão 0,15 0,09 0,10 0,84 0,68 0,16

Spondias tuberosa Arruda 0,08 0,03 0,05 2,48 2,12 0,36

Apocynaceae Aspidosperma pyrifolium Mart. 6,63 4,63 5,85 2,48 2,06 0,42

Burseraceae Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillet 1,83 4,52 1,20 0,96 0,68 0,28

Capparaceae Cynophalla flexuosa (L.) J. Prese 5,03 1,98 3,85 0,30 0,18 0,12

Neocalyptrocalyx longifolium (Mart.) Cornejo & Iltis 2,52 1,09 1,75 0,68 0,20 0,48

Combretaceae Combretum leprosum Mart. 0,08 0,03 0,05 0,02 0,00 0,02

Euphorbiaceae Croton blanchetianus Baill 24,31 14,72 35,20 1,68 1,40 0,28

Jatropha molissima (Pohl) Baill. 2,13 0,61 1,55 0,58 0,40 0,18

Manihot cathaginensis (Jacq.) Mull. Arg. 0,76 0,51 0,50 0,16 0,08 0,08

Sapium glandulosum (L.) Morong 1,91 4,78 1,30 0,16 0,04 0,12

Fabaceae Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm. 0,61 2,17 0,45 0,86 0,76 0,10

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan 1,75 1,47 1,35 0,62 0,46 0,16

Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. 4,65 1,60 4,25 0,66 0,44 0,22

Chloroleucon acacioides (Ducke) Barneby & J.W.Grimes 1,30 0,69 0,95 0,08 0,08 0,00

Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz 1,14 2,18 0,80 0,78 0,48 0,30

Mimosa caesalpiniifolia Benth. 0,61 0,36 0,40 0,54 0,40 0,14

Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. 10,37 25,09 9,50 2,78 2,50 0,28

Piptadenia stipulaceae (Benth.) Ducke 7,32 7,17 7,25 0,14 0,06 0,08

Pithecellobium diversifolium Benth. 0,53 0,23 0,35 0,08 0,08 0,00

Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz 13,95 15,46 12,95 1,28 0,98 0,30

Rhamnaceae Ziziphus joazeiro Mart. 4,42 6,75 3,10 1,80 1,00 0,80

Sapotaceae Sideroxylon obtusifolium (Roem & Schult.) T. D. Penn. 0,53 0,37 0,35 1,56 1,14 0,42

64

Tabela 02 – Parâmetros fitossociológicos e etnobotânicos das espécies utilizadas em Remígio/PB, disponíveis no fragmento florestal estudado. VUg = valor de

uso geral; VUa = valor de uso atual; e VUp = valor de uso potencial

Famílias Espécies Frequência

relativa

re

Dominância

relativa

Densidade

relativa

VUgeral VUatual VUpotencial

Anacardicaceae Myracrodruon urundeuva Allemão 0,53 0,90 0,35 2,12 1,29 0,83

Schinopsis brasiliensis Engl. 0,15 0,02 0,10 3,33 1,50 1,83

Spondias tuberosa Arruda 0,15 0,80 0,10 1,52 1,07 0,45

Burseraceae Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillet 0,53 0,54 0,35 1,14 0,60 0,55

Capparaceae Cynophalla flexuosa (L.) J. Prese 0,60 1,10 0,40 0,98 0,40 0,57

Combretaceae Thiloa glaucocarpa (Mart.) Eichler 0,30 0,37 0,25 0,33 0,17 0,17

Euphorbiaceae Croton blanchetianus Baill 20,78 19,59 28,45 2,31 1,38 0,93

Croton rhamnifolius Kunth. 6,17 2,03 5,45 0,07 0,07 0,00

Jatropha molissima (Pohl) Baill. 7,00 2,58 6,80 0,24 0,17 0,07

Manihot dichotoma Ule 0,60 0,40 0,67 0,79 0,45 0,33

Sapium lanceolatum (Müll.Arg.) Huber 1,05 1,29 0,75 3,33 1,50 1,83

Fabaceae Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. 0,83 0,69 0,65 0,83 0,45 0,38

Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz 0,15 0,29 0,10 1,10 0,38 0,71

Luetzelburgia sp. 0,08 0,10 0,05 0,14 0,02 0,12

Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. 0,53 0,17 0,35 1,98 1,02 0,95

Piptadenia stipulaceae (Benth.) Ducke 8,28 8,02 8,30 0,02 0,00 0,02

Poincianella pyramidalis Tul. 14,31 24,35 12,10 3,45 2,29 1,17

Senna martiana (Benth.) H.S. Irwin Barneby 3,16 1,92 2,80 0,36 0,17 0,19

Olacaceae Ximenia americana L. 0,23 0,22 0,20 0,29 0,19 0,10

Rhamnaceae Ziziphus joazeiro Mart. 5,42 14,35 4,50 3,98 1,93 2,05

65

Tabela 03 – Lista geral das espécies úteis identificadas, com seus respectivos valores de usos para o

município de João Câmara, Rio Grande do Norte, Brasil

Espécie Vernacular VUgeral VUatual VUpotencial

Anacardiaceae

Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira 0,84 0,68 0,16

Spondias tuberosa Arruda Umbuzeiro 2,48 2,12 0,36

Apocynaceae

Aspidosperma pyrifolium Mart. Pereiro 2,48 2,06 0,42

Arecaceae

Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore Carnaúba 0,16 0,12 0,04

Syagrus cearensis Noblick Catolé 0,18 0,08 0,10

Bignoniaceae

Handroanthus sp. Pau-d'arco 0,2 0,08 0,12

Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook.f. ex

S.Moore Craíba 0,02 0,02 0,00

Burseraceae

Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillet Imburana 0,96 0,68 0,28

Capparaceae

Crataeva tapia L. Trapiá 0,76 0,26 0,5

Cynophalla flexuosa (L.) J. Prese Feijão-bravo 0,3 0,18 0,12

Neocalyptrocalyx longifolium (Mart.) Cornejo & Iltis Incó 0,68 0,2 0,48

Celastraceae

Maytenus rigida Mart. Bom-nome 0,36 0,3 0,06

Combretaceae

Combretum leprosum Mart. Mufumbo 0,02 0,00 0,02

Euphorbiaceae

Cnidoscolus quercifolius Pohl Favela 0,04 0,00 0,04

Croton blanchetianus Baill Marmeleiro 1,68 1,40 0,28

Croton zehntneri Pax & K.Hoffm Canelinha-do-mato 1,18 1,14 0,04

Jatropha molissima (Pohl) Baill. Pião-bravo 0,58 0,40 0,18

Manihot cathaginensis (Jacq.) Müll.Arg. Maniçoba 0,16 0,08 0,08

Sapium glandulosum (L.) Morong Burra-leiteira 0,16 0,04 0,12

Fabaceae

Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm. Cumaru 0,86 0,76 0,1

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Angico 0,62 0,46 0,16

Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Mororó 0,66 0,44 0,22

Bauhinia sp. Mororó-sem-espinho 0,04 0,00 0,04

Chloroleucon acacioides (Ducke) Barneby &

J.W.Grimes Espinheiro-branco 0,08 0,08 0

Erythrina velutina Willd. Mulungú 0,06 0,02 0,04

Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz Jucá 0,78 0,48 0,3

Mimosa caesalpiniifolia Benth. Sabiá 0,54 0,40 0,14

Mimosa sp. Jurema-branca 0,14 0,06 0,08

66

Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Jurema-preta 2,78 2,50 0,28

Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R. W.

Jobson Catanduba 0,26 0,14 0,12

Piptadenia sp. Sajadeira 0,02 0,00 0,02

Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz Catingueira 1,28 0,98 0,30

Senegalia sp. Vela-branca 0,10 0,02 0,08

Senna spectabilis (DC.) H.S.Irwin & Barneby Canafístula 0,14 0,10 0,04

Malvaceae

Ceiba glaziovii (Kuntze) K. Schum Barriguda 0,12 0,06 0,06

Meliaceae

Cedrela odorata L. Cedro 0,04 0,00 0,04

Campomanesia sp. Guabiraba 0,06 0,04 0,02

Myrtaceae

Campomanesia sp. Guabiraba 0,06 0,04 0,02

Eugenia flavescens DC. Ubaia 0,54 0,28 0,26

Indeterminada Cambuim 0,02 0,02 0,00

Olacaceae

Ximenia americana L. Ameixa 1,64 1,42 0,22

Rhamnaceae

Ziziphus joazeiro Mart. Juazeiro 1,80 1,00 0,80

Rubiaceae

Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum. Quina-quina 0,14 0,12 0,02

Rutaceae

Dictyoloma vandellianum A.Juss. Sabugueira 0,1 0,08 0,02

Sapotaceae

Sideroxylon obtusifolium(Roem & Schult.) T. D. Penn. Quixabeira 1,56 1,14 0,42

Tabela 04 – Lista geral das espécies utilizadas, com seus respectivos valores de usos, para o

município de Remígio, Paraíba, Brasil

Espécie Vernacular VUgeral VUatual VUpotencial

Anacardiaceae

Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira 2,12 1,29 0,83

Schinopsis brasiliensis Engl. Baraúna 3,33 1,5 1,83

Spondias tuberosa Arruda Umbuzeiro 1,52 1,07 0,45

Apocynaceae

Aspidosperma pyrifolium Mart. Pereiro 4,86 2,98 1,88

Bignoniaceae

Handroanthus impetiginosus (Mart. ex. D.C.)

Mattos Pau-d'arco-roxo 1,10 0,45 0,64

67

Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook.

f. ex S. Moore Craibeira 0,17 0,00 0,17

Tabebuia serratifolia (Vahl) G.Nichols. Pau-d'arco-amarelo 0,67 0,31 0,36

Burseraceae

Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillet Umburana 1,14 0,60 0,55

Capparaceae

Neocalyptrocalyx longifolium (Mart.) Cornejo

& Iltis

Icó 0,14 0,05 0,10

Cynophalla flexuosa (L.) J. Prese Feijão-brabo 0,98 0,40 0,57

Celastraceae

Maytenus rígida Mart. Bom-nome 0,40 0,10 0,31

Combretaceae

Thiloa glaucocarpa (Mart.) Eichler João-mole 0,33 0,17 0,17

Euphorbiaceae

Cnidoscolus quercifolius Pohl Favela 0,21 0,05 0,17

Croton blanchetianus Baill. Marmeleiro 2,31 1,38 0,93

Croton rhamnifolius Kunth. Velame 0,07 0,07 0,00

Jatropha mollissima (Pohl) Baill. Pinhão-bravo 0,24 0,17 0,07

Jatropha ribifolia (Pohl) Baill. Pinhão-manso 0,02 0,02 0,00

Manihot dichotoma Ule. Maniçoba 0,79 0,45 0,33

Sapium lanceolatum (Müll.Arg.) Huber Burra-leiteira 0,14 0,10 0,05

Fabaceae

Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm. Cumarú 1,00 0,64 0,36

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Angico 0,62 0,38 0,24

Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Mororó 0,83 0,45 0,38

Enterolobium timbouva Mart. Tambor 0,19 0,07 0,12

Erythrina velutina Willd. Mulungú 0,35 0,19 0,16

Libidibia ferrea (Mart. exTul.) L.P.Queiroz Jucá 1,10 0,38 0,71

Luetzeburgia sp. Pau-pedra 0,14 0,02 0,12

Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Jurema-preta 1,98 1,02 0,95

Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Amorosa-branca 0,02 0,00 0,02

Pithecellobiun diversifolium Benth. Espinheiro 0,05 0,00 0,05

Poincianella pyramidalis Tul. Catingueira 3,45 2,29 1,17

Malvaceae

Ceiba glaziovii (Kuntze) K. Schum Barriguda 0,04 0,04 0,00

Meliaceae

Cedrela odorata L. Cedro 0,17 0,07 0,1

Myrtaceae

Eugenia uvalha Cambess. Ubaia 0,10 0,05 0,05

Olacaceae

Ximenia americana L. Ameixa 0,29 0,19 0,1

Rhamnaceae

Ziziphus joazeiro Mart. Juazeiro 3,98 1,93 2,05

Sapotaceae

68

Sideroxylon obtusifolium (Roem&Schult.) T.

D. Penn.

Quixabeira 1,12 0,62 0,50

Não identificadas

Não identificada 1 Amorosa-preta 0,05 0,02 0,02

Não identificada 2 Canafistula 0,36 0,17 0,19

Não identificada 3 Imbaúba 0,02 0,00 0,02

Não identificada 4 Jatobá 0,93 0,60 0,33

Não identificada 5 Jenipapo 0,02 0,00 0,02

Não identificada 6 Jurema-branca 1,52 0,83 0,69

Não identificada 7 Jurema-cariri 0,02 0,00 0,02

Não identificada 8 Limãozinho 0,05 0,05 0,00

Não identificada 9 Louro 0,52 0,36 0,17

Não identificada 10 Louro-branco 0,05 0,00 0,05

Não identificada 11 Murici 0,10 0,00 0,10

69

Tabela 05 – Espécies úteis da categoria “Alimento” e seus respectivos valores de usos para os municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB),

Brasil

Categoria Medicinal

João Câmara/RN Remígio/ PB

Espécies Vernacular VUgeral VUatual VUpotencial

VUgeral VUatual VUpotencial

Campomanesia sp. Guabiraba 0,06 0,04 0,02

0 0 0

Capparis jacobinae Moric. ex Eichler Icó 0 0 0

0,05 0 0,05

Crataeva tapia L. Trapiá 0,64 0,2 0,44

0 0 0

Croton zehntneri Pax & K.Hoffm Canelinha-do-mato 0,16 0,16 0

0 0 0

Eugenia flavescens DC. Ubaia 0,54 0,28 0,26

0 0 0

Eugenia uvalha Cambess. Ubaia 0 0 0

0,1 0,05 0,05

Manihot cathaginensis (Jacq.) Müll.Arg. Maniçoba 0,04 0,02 0,02

0 0 0

Manihot dichotoma Ule Maniçoba 0 0 0

0,02 0 0,02

Maytenus rigida Mart. Bom-nome 0,02 0,02 0

0 0 0

Neocalyptrocalyx longifolium Incó 0,56 0,18 0,38

0 0 0

Sideroxylon obtusifolium (Roem & Schult.) T. D. Penn. Quixabeira 0,7 0,38 0,32

0,07 0,07 0

Spondias tuberosa Arruda Umbuzeiro 2,38 2,08 0,3

0,9 0,76 0,14

Syagrus cearensis Noblick Catolé 0,16 0,08 0,08

0 0 0

Ximenia americana L. Ameixa 0,14 0,02 0,12

0,05 0,05 0

Ziziphus joazeiro Mart. Juazeiro 0,58 0,48 0,1

0,24 0,14 0,1

Indeterminada Cambuim 0,02 0,02 0

0 0 0

Indeterminada Jatobá 0 0 0

0,19 0,12 0,07

Indeterminada Muta 0 0 0 0,05 0 0,05

70

Tabela 06 – Espécies úteis da categoria “Combustível” e seus respectivos valores de usos para os municípios de João Câmara (RN) e Remígio

(PB), Brasil

Categoria Combustível

João Câmara/RN Remígio/ PB

Espécies Vernacular VUgeral VUatual VUpotencial

VUgeral VUatual VUpotencial

Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm. Cumarú 0 0 0

0,12 0,05 0,07

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Angico 0,04 0,02 0,02

0,1 0,07 0,02

Aspidosperma pyrifolium Mart. Pereiro 0,12 0,06 0,06

0,55 0,29 0,26

Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Mororó 0,08 0,04 0,04

0,14 0,07 0,07

Cedrela odorata L. Cedro 0 0 0

0,05 0 0,05

Combretum leprosum Mart. Mufumbo 0,02 0 0,02

0 0 0

Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillet Umburana 0 0 0

0,02 0 0,02

Cnidoscolus quercifolius Pohl Favela 0 0 0

0,05 0 0,05

Croton blanchetianus Baill Marmeleiro 0,64 0,5 0,14

0,74 0,48 0,26

Cynophalla flexuosa (L.) J. Prese Feijão-bravo 0 0 0

0,1 0,05 0,05

Erythrina velutina Willd. Mulumgu 0,02 0,02 0

0 0 0

Handroanthus impetiginosus (Mart. ex. D.C.) Mattos Pau d'arco roxo 0 0 0

0,05 0,05 0

Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz Jucá 0,04 0,02 0,02

0,24 0,14 0,1

Maytenus rigida Mart. Bom-nome 0 0 0

0,07 0 0,07

Mimosa caesalpiniifolia Benth. Sabiá 0,16 0,1 0,06

0 0 0

Mimosa sp. Jurema-branca 0,04 0 0,04

0 0 0

Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Jurema-preta 1,24 1,1 0,14

0,88 0,43 0,45

Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira 0,04 0,04 0

0,45 0,31 0,14

Pithecellobiun diversifolium Benth. Espinheiro 0 0 0

0,05 0 0,05

Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R. W.

Jobson Catanduba 0,18 0,14 0,04

0 0 0

Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz Catingueira 0,74 0,56 0,18

1,5 0,95 0,55

Schinopsis brasiliensis Engl. Baraúna 0 0 0

1,17 0,57 0,6

71

Senegalia sp. Vela-branca 0,06 0 0,06

0 0 0

Senna spectabilis (DC.) H.S.Irwin & Barneby Canafístula 0,02 0,02 0

0 0 0

Sideroxylon obtusifolium (Roem&Schult.) T. D. Penn. Quixabeira 0 0 0

0,21 0,1 0,12

Spondias tuberosa Arruda Umbuzeiro 0,06 0 0,06

0,07 0,05 0,02

Tabebuia serratifolia (Vahl) G.Nichols. Pau-d'arco-amarelo 0 0 0

0,05 0,05 0

Thiloa glaucocarpa (Mart.) Eichler João-mole 0 0 0

0,19 0,1 0,1

Ximenia americana L. Ameixa 0 0 0

0,05 0,05 0

Ziziphus joazeiro Mart. Juazeiro 0,22 0,14 0,08 1,02 0,52 0,5

Tabela 07 – Espécies úteis da categoria “Construção” e seus respectivos valores de usos para os municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB),

Brasil

Categoria Construção

João Câmara/RN Remígio/ PB

Espécies Vernacular VUgeral VUatual VUpotencial

VUgeral VUatual VUpotencial

Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm. Cumaru 0,04 0,04 0

0,1 0,07 0,02

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Angico 0,28 0,16 0,12

0,14 0,05 0,1

Aspidosperma pyrifolium Mart. Pereiro 1,16 1,04 0,12

1,69 1,1 0,6

Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Mororó 0,4 0,3 0,1

0,33 0,21 0,12

Cedrela odorata L. Cedro 0 0 0

0,07 0,05 0,02

Chloroleucon acacioides (Ducke) Barneby & J.W.Grimes Espinheiro-branco 0,04 0,04 0

0 0 0

Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillet Imburana/Umburana 0,46 0,38 0,08

0,57 0,36 0,21

Cnidoscolus quercifolius Pohl Favela

0,05 0 0,05

Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore Carnauba 0,06 0,04 0,02

0 0 0

Croton blanchetianus Baill Marmeleiro 0,64 0,56 0,08

0,86 0,48 0,38

Cynophalla flexuosa (L.) J. Prese Feijão-bravo 0 0 0

0,12 0,05 0,07

72

Enterolobium timbouva Mart. Tambor 0 0 0

0,12 0,05 0,07

Erythrina velutina Willd. Mulungú 0 0 0

0,07 0,05 0,02

Handroanthus impetiginosus (Mart. ex. D.C.) Mattos Pau d'arco roxo 0 0 0

0,29 0,12 0,17

Handroanthus sp. Pau-d'arco 0,04 0,02 0,02

0 0 0

Jatropha mollissima (Pohl) Baill. Pião-bravo 0 0 0

0,1 0,1 0

Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz Jucá 0,02 0 0,02

0,17 0,05 0,12

Maytenus rigida Mart. Bom-nome 0 0 0

0,07 0 0,07

Mimosa caesalpiniifolia Benth. Sabiá 0,38 0,3 0,08

0 0 0

Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Jurema-preta 1,06 1,02 0,04

0,64 0,4 0,24

Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira 0,42 0,34 0,08

0,5 0,19 0,31

Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz Catingueira 0,16 0,12 0,04

0,67 0,36 0,31

Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R. W. Jobson Catanduba 0,04 0 0,04

0 0 0

Sapium lanceolatum (Müll.Arg.) Huber Burra-leiteira 0 0 0

0,05 0,05 0

Schinopsis brasiliensis Engl. Baraúna 0 0 0

1,21 0,55 0,67

Sideroxylon obtusifolium (Roem&Schult.) T. D. Penn. Quixabeira 0 0 0

0,02 0 0,02

Senna spectabilis (DC.) H.S.Irwin & Barneby Canafístua 0,02 0 0,02

0 0 0

Spondias tuberosa Arruda Umbuzeiro 0,02 0,02 0

0 0 0

Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook. f. ex S.

Moore Craibeira 0 0 0

0,1 0 0,1

Tabebuia serratifolia (Vahl) G.Nichols. Pau-d'arco-amarelo 0 0 0

0,07 0,02 0,05

Ximenia americana L. Ameixa 0 0 0

0,05 0 0,05

Ziziphus joazeiro Mart. Joazeiro 0,02 0 0,02 0,29 0,07 0,21

73

Tabela 08 – Espécies úteis da categoria “Forragem” e seus respectivos valores de usos para os municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB),

Brasil

Categoria Forragem

João Câmara/RN Remígio/ PB

Espécies Vernacular VUgeral VUatual VUpotencial

VUgeral VUatual VUpotencial

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Angico 0 0 0

0,02 0 0,02

Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Mororó 0 0 0

0,05 0,02 0,02

Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillet Umburana 0 0 0

0,14 0,05 0,1

Croton blanchetianus Baill. Marmeleiro 0 0 0

0,14 0,02 0,12

Cynophalla flexuosa (L.) J. Prese Feijão-bravo 0,14 0,06 0,08

0,14 0,05 0,1

Handroanthus impetiginosus (Mart. ex D.C.) Mattos Pau d'arco roxo 0 0 0

0,05 0,02 0,02

Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz Jucá 0 0 0

0,07 0,05 0,02

Manihot dichotoma Ule Maniçoba 0 0 0

0,1 0,02 0,07

Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Jurema-preta 0 0 0

0,17 0,1 0,07

Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira 0 0 0

0,07 0,05 0,02

Piptadenia stipulaceae (Benth.) Ducke Amorosa-branca 0 0 0

0,02 0 0,02

Poincianella pyramidalis Tul. Catingueira 0 0 0

0,05 0,05 0

Neocalyptrocalyx longifolium (Mart.) Cornejo & Iltis Incó 0,1 0,02 0,08

0 0 0

Piptadenia sp. Sajadeira 0,02 0 0,02

0 0 0

Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R. W. Jobson Catanduba 0,02 0 0,02

0 0 0

Schinopsis brasiliensis Engl. Baraúna 0 0 0

0,07 0 0,07

Sideroxylonobtusifolium (Roem&Schult.) T. D. Penn. Quixabeira 0 0 0

0,07 0,05 0,02

Spondias tuberosa Arruda Umbuzeiro 0 0 0

0,31 0,14 0,17

Syagrus cearensis Noblick Catolé 0,02 0 0,02

0 0 0

Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook. f. ex S. Moore Craíba 0,02 0 0,02

0 0 0

Ximenia americana L. Ameixa 0 0 0

0,05 0 0,05

74

Ziziphus joazeiro Mart. Juazeiro 0,16 0,02 0,14 0,83 0,48 0,36

Tabela 09 – Espécies úteis da categoria “Mágico-religioso” e seus respectivos valores de usos para os municípios de João Câmara (RN) e Remígio

(PB), Brasil

Categoria Mágico-religioso

João Câmara/RN Remígio/ PB

Espécies Vernacular VUgeral VUatual VUpotencial

VUgeral VUatual VUpotencial

Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm. Cumaru 0 0 0

0,02 0 0,02

Capparis jacobinae Moric. ex Eichler Feijão-bravo 0 0 0

0,02 0 0,02

Ceiba Glaziovii (Kuntze) K. Schum Barriguda 0,04 0,02 0,02

0 0 0

Jatropha ribifolia (Pohl) Baill. Pião-manso 0 0 0

0,02 0,02 0

Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Jurema-preta 0 0 0

0,02 0 0,02

Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira 0,02 0,02 0

0 0 0

Spondias tuberosa Arruda Umbuzeiro 0 0 0

0,02 0,02 0

Ziziphus joazeiro Mart. Joazeiro 0 0 0 0,02 0,02 0

75

Tabela 10 – Espécies úteis da categoria “Medicinal” e seus respectivos valores de usos para os municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB),

Brasil

Categoria Medicinal

João Câmara/RN Remígio/ PB

Espécies Vernacular VUgeral VUatual VUpotencial

VUgeral VUatual VUpotencial

Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm. Cumarú 0,72 0,66 0,06

0,62 0,48 0,14

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Angico 0,28 0,26 0,02

0,05 0,05 0

Aspidosperma pyrifolium Mart. Pereiro 0 0 0

0,02 0,02 0

Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Mororó 0,1 0,02 0,08

0,12 0,07 0,05

Bauhinia sp. Mororó-sem-

espinho 0,04 0 0,04

0 0 0

Capparis jacobinaeMoric. ex Eichler Icó 0 0 0

0,07 0,05 0,02

Ceiba Glaziovii (Kuntze) K. Schum Barriguda 0,08 0,04 0,04

0 0 0

Cedrela odorata L. Cedro 0 0 0

0,05 0,02 0,02

Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillet Imburana 0,36 0,26 0,1

0,05 0 0,05

Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum. Quina-quina 0,04 0,02 0,02

0 0 0

Cnidoscolus quercifolius Pohl Favela 0,06 0,06 0

0,12 0,05 0,07

Crataeva tapia L. Trapiá 0,04 0,04 0

0 0 0

Croton blanchetianus Baill Marmeleiro 0,38 0,32 0,06

0,21 0,19 0,02

Croton rhamnifolius Kunth. Velame 0 0 0

0,05 0,05 0

Croton zehntneri Pax & K.Hoffm Canelinha-do-

mato 1 0,96 0,04

0 0 0

Cynophalla flexuosa (L.) J. Prese Feijão-bravo 0 0 0

0,02 0 0,02

Dictyoloma vandellianum A.Juss. Sabugueira 0,1 0,08 0,02

0 0 0

Erythrina velutina Willd. Mulungú 0,02 0 0,02

0,11 0,09 0,02

Handroanthus impetiginosus (Mart. ex. D.C.) Mattos Pau d'arco roxo 0 0 0

0,02 0,02 0

Handroanthus sp. Pau-d'arco 0,06 0,02 0,04

0 0 0

76

Jatropha molissima (Pohl) Baill. Pião-bravo 0,46 0,36 0,1

0,12 0,05 0,07

Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz Jucá 0,46 0,28 0,18

0,1 0 0,1

Maytenus rigida Mart. Bom-nome 0,34 0,28 0,06

0,17 0,07 0,1

Mimosa sp. Jurema-branca 0,06 0,06 0

0 0 0

Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Jurema-preta 0,28 0,24 0,04

0,1 0,07 0,02

Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira 0,32 0,24 0,08

0,79 0,6 0,19

Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz Catingueira 0,36 0,3 0,06

0,9 0,76 0,14

Schinopsis brasiliensis Engl. Baraúna 0 0 0

0,05 0,05 0

Sideroxylon obtusifolium (Roem & Schult.) T. D. Penn. Quixabeira 0,72 0,64 0,08

0,64 0,36 0,29

Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook. f. ex S. Moore Craíba 0,08 0,04 0,04

0 0 0

Ximenia americana L. Ameixa 1,16 1,06 0,1

0,1 0,1 0

Ziziphus joazeiro Mart. Juazeiro 0,22 0,18 0,04 0,24 0,19 0,05

Tabela 11 – Espécies úteis da categoria “Ornamental” e seus respectivos valores de usos para os municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB),

Brasil

Categoria Ornamental

João Câmara/RN Remígio/ PB

Espécies Vernacular VUgeral VUatual VUpotencial

VUgeral VUatual VUpotencial

Handroanthus impetiginosus (Mart. ex. D.C.) Mattos Pau d'arco roxo 0 0 0

0,02 0 0,02

Manihot dichotoma Ule Maniçoba 0 0 0

0,02 0,02 0

Spondias tuberosa Arruda Umbuzeiro 0 0 0

0,02 0 0,02

Tabebuia serratifolia (Vahl) G.Nichols. Pau-d'arco-amarelo 0 0 0 0,02 0,02 0

77

Tabela 12 – Espécies úteis da categoria “Outros usos” e seus respectivos valores de usos para os municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB),

Brasil

Categoria Outros usos

João Câmara/RN Remígio/ PB

Espécies Vernacular VUgeral VUatual VUpotencial

VUgeral VUatual VUpotencial

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Angico 0 0 0

0,07 0,05 0,02

Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Mororó 0 0 0

0,02 0 0,02

Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillet Umburana 0 0 0

0,05 0,02 0,02

Cynophalla flexuosa (L.) J. Prese Feijão-bravo 0 0 0

0,07 0,05 0,02

Erythrina velutina Willd. Mulungú 0 0 0

0,05 0,02 0,02

Handroanthus impetiginosus (Mart. ex. D.C.) Mattos Pau d'arco roxo 0 0 0

0,12 0,1 0,02

Sapium lanceolatum (Müll.Arg.) Huber Burra-leiteira 0 0 0

0,02 0 0,02

Schinopsis brasiliensis Engl. Baraúna 0 0 0

0,1 0,05 0,05

Spondias tuberosa Arruda Umbuzeiro 0 0 0

0,12 0,1 0,02

Ziziphus joazeiro Mart. Juazeiro 0 0 0 1,21 0,48 0,74

Tabela 13 – Espécies úteis da categoria “Tecnologia” e seus respectivos valores de usos para os municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB),

Brasil

Categoria Tecnologia

João Câmara/RN Remígio/ PB

Espécies Vernacular VUgeral VUatual

VUpotencia

l VUgeral VUatual

VUpotencia

l

Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm. Cumarú 0,1 0,06 0,04

0,12 0,02 0,1

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Angico 0 0 0

0,14 0,1 0,05

78

Aspidosperma pyrifolium Mart. Pereiro 1,2 0,96 0,24

2,43 1,45 0,98

Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Mororó 0,08 0,08 0

0,14 0,05 0,1

Cedrela odorata L. Cedro 0,04 0 0,04

0 0 0

Chloroleucon acacioides (Ducke) Barneby & J.W.Grimes Espinheiro-branco 0,04 0,04 0

0 0 0

Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillet Imburana/Umburan

a 0,14 0,04 0,1

0,31 0,17 0,14

Cnidoscolus quercifolius Pohl Favela 0,02 0 0,02

0 0 0

Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore Carnaúba 0,1 0,08 0,02

0 0 0

Crataeva tapia L. Trapiá 0,08 0,02 0,06

0 0 0

Croton blanchetianus Baill. Marmeleiro 0 0 0

0,31 0,17 0,14

Cynophalla flexuosa (L.) J. Prese Feijão-bravo 0,02 0,02 0

0,19 0,07 0,12

Enterolobium timbouva Mart. Tambor 0 0 0

0,02 0 0,02

Erythrina velutina Willd. Mulungú 0,02 0 0,02

0,12 0,02 0,1

Handroanthus impetiginosus (Mart. ex D.C.) Mattos Pau-d'arco-roxo 0 0 0

0,55 0,14 0,4

Handroanthus sp. Pau-d'arco 0,1 0,04 0,06

0 0 0

Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz Jucá 0,18 0,16 0,02

0,52 0,14 0,38

Luetzeburgia sp. Pau-pedra 0 0 0

0,14 0,02 0,12

Manihot cathaginensis (Jacq.) Müll.Arg. Maniçoba 0,12 0,06 0,06

0 0 0

Maytenus rigida Mart. Bom-nome 0 0 0

0,07 0 0,07

Mimosa sp. Jurema-branca 0,04 0 0,04

0 0 0

Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Jurema-preta 0,08 0,02 0,06

0,17 0,02 0,14

Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira 0 0 0

0,19 0,07 0,12

Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R. W. Jobson Catanduba 0,02 0 0,02

0 0 0

Poincianella pyramidalis Tul. Catingueira 0,02 0 0,02

0,31 0,14 0,17

Sapium lanceolatum (Müll.Arg.) Huber Burra-leiteira 0,16 0,04 0,12

0,07 0,05 0,02

Schinopsis brasiliensis Engl. Baraúna 0 0 0

0,74 0,29 0,45

Senegalia sp. Vela-branca 0,08 0,02 0,06

0 0 0

Senna spectabilis (DC.) H.S.Irwin & Barneby Canafístula 0,1 0,08 0,02

0 0 0

Sideroxylon obtusifolium (Roem&Schult.) T. D. Penn. Quixabeira 0,04 0,02 0,02

0,07 0,02 0,05

79

Spondias tuberosa Arruda Umbuzeiro 0,02 0,02 0

0,07 0 0,07

Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook. f. ex S. Moore Craibeira 0 0 0

0,07 0 0,07

Tabebuia serratifolia (Vahl) G.Nichols. Pau-d'arco-amarelo 0 0 0

0,48 0,17 0,31

Thiloa glaucocarpa (Mart.) Eichler João-mole 0 0 0

0,05 0 0,05

Ziziphus joazeiro Mart. Juazeiro 0,58 0,16 0,42 0,12 0,02 0,1

Tabela 14 – Espécies úteis da categoria “Veneno-abortivo” e seus respectivos valores de usos para os municípios de João Câmara (RN) e Remígio

(PB), Brasil

Categoria Veneno-abortivo

João Câmara/RN Remígio/ PB

Espécies Vernacular VUgeral VUatual VUpotencial

VUgeral VUatual VUpotencial

Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm. Cumarú 0 0 0

0,02 0 0,02

Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum. Quina-quina 0,04 0,04 0

0 0 0

Capparis jacobinae Moric. ex Eichler Icó 0 0 0

0,02 0 0,02

Jatropha ribifolia (Pohl) Baill. Pião-manso 0 0 0

0,02 0,02 0

Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Jurema-preta 0 0 0

0,02 0 0,02

Spondias tuberosa Arruda Umbuzeiro 0 0 0

0,02 0,02 0

Ziziphus joazeiro Mart. Juazeiro 0 0 0 0,02 0,02 0

80

Tabela 15 – Espécies úteis da categoria “Veterinário” e seus respectivos valores de usos para os municípios de João Câmara (RN) e Remígio (PB),

Brasil

Categoria Veterinário

João Câmara/RN Remígio/ PB

Espécies Vernacular VUgeral VUatual VUpotencial

VUgeral VUatual VUpotencial

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Angico 0,02 0,02 0

0,02 0,02 0

Aspidosperma pyrifolium Mart. Pereiro 0 0 0

0,05 0 0,05

Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Mororó 0 0 0

0,02 0,02 0

Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum. Quina-quina 0,06 0,06 0

0 0 0

Croton blanchetianus Baill Marmeleiro 0,02 0,02 0

0,02 0,02 0

Croton zehntneri Pax & K.Hoffm Canelinha-do-mato 0,02 0,02 0

0 0 0

Cynophalla flexuosa (L.) J. Prese Feijão-bravo 0,14 0,1 0,04

0,33 0,14 0,19

Jatropha molissima (Pohl) Baill. Pião-bravo 0,12 0,04 0,08

0,02 0,02 0

Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz Jucá 0,08 0,02 0,06

0 0 0

Maytenus rigida Mart. Bom-nome 0 0 0

0,02 0,02 0

Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Jurema-preta 0,1 0,1 0

0 0 0

Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira 0,04 0,04 0

0,12 0,07 0,05

Neocalyptrocalyx longifolium (Mart.) Cornejo & Iltis Incó 0,02 0 0,02

0 0 0

Sideroxylon obtusifolium (Roem & Schult.) T. D. Penn. Quixabeira 0,1 0,1 0

0 0 0

Thiloa glaucocarpa (Mart.) Eichler João-mole 0 0 0

0,1 0,07 0,02

Ximenia americana L. Ameixa 0,34 0,34 0

0 0 0

Ziziphus joazeiro Mart. Juazeiro 0,02 0,02 0 0 0 0

81

APÊNDICE 03 – TERMOS DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – MATO GRANDE,

JOÃO CÂMARA, RN

Esclarecimento:

Este é um convite para o Sr. (a)participar desta pesquisa, que pretendeinvestigar o

conhecimento que você tem sobre as plantas encontradas na sua região e seus usos. Trata-

se de um trabalho como requisito para a titulação de mestrado do pesquisador Madson Reis

de Oliveira Trindade, sob orientação dos pesquisadores responsáveis Dr. Jomar Gomes

Jardim (UFRN) e Dr. Reinaldo Farias Paiva de Lucena (UFPB).

Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer

momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou

penalidade.

A finalidade deste trabalho é contribuir para a identificação de possíveis padrões de

uso dos recursos naturais da caatinga e verificar o estado de conservação dos mesmos,

fornecendo informações para o uso, manejo e conservação das espécies úteis. Essas

informações podem ajudar os moradores rurais envolvidas na pesquisa, a identificar as

espécies ameaçadas de extinção local, fornecer aos mesmos, técnicas de manejo e uso

sustentável dessas e de outras espécies.

Caso decida aceitar este convite, você seráentrevistado com base em questionários

pelo pesquisador Madson Reis de Oliveira Trindade. Durante a entrevista será questionado,

dentre outras questões, se você utiliza plantas de sua região; para quê elas são utilizadas e

como é feito o processo de preparo. Outras informações complementares também serão

levantadas, para a elaboração do perfil sócio-cultural da sua comunidade, como a renda

familiar, a ocupação dos membros da sua família e a escolaridade de todos. Também

poderá ser necessário o registro de imagens e som durante as entrevistas, como forma de

complementação das informações relatadas.

Sua participação não envolve riscos, nem gastos financeiros. Todas as informações

obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em nenhum momento. Os dados

82

serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados será feita de forma a não

identificar sua identidade. Caso você tenha algum gasto financeiro que seja devido à sua

participação na pesquisa, você será ressarcido (a), caso solicite. Se em algum momento

durante a pesquisa você sofrer algum dano, e este seja comprovadamente decorrente de sua

participação no projeto, você terá direito a indenização.

Você receberá uma cópia deste Termo e toda dúvida que você tiver a respeito desta

pesquisa, poderá perguntar diretamente para Madson Reis de Oliveira Trindade, no

endereço eletrônico [email protected] ou pelo telefone (84) 8887-3686.

Consentimento Livre e Esclarecido

Declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será realizada, os riscos e

benefícios envolvidos e concordo em participar voluntariamente da pesquisa

Participante da pesquisa:

Participante:

Assinatura

Pesquisador:

_________________________________________________________________________

Assinatura

Contato com os pesquisadores responsáveis:

Dr. Jomar Gomes Jardim 84-9694.0305

Dr. Reinaldo Farias Paiva de Lucena 83- 9614.8032

Madson Reis de Oliveira Trindade84-8887.3686

Comitê de Ética em Pesquisa

Praça do Campus Universitário, Lagoa Nova.

Caixa Postal 1666, CEP 59072-970 Natal / RN

Telefone/Fax: (84) 3215-3135

83

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO– COELHO,

REMÍGIO, PB

Esclarecimento:

Este é um convite para o Sr. (a) participar desta pesquisa, que pretendeinvestigar o

conhecimento que você tem sobre as plantas encontradas na sua região e seus usos. Trata-

se de um trabalho como requisito para a titulação de mestrado do pesquisador Madson Reis

de Oliveira Trindade, sob orientação dos pesquisadores responsáveis Dr. Jomar Gomes

Jardim (UFRN) e Dr. Reinaldo Farias Paiva de Lucena (UFPB).

Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer

momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou

penalidade.

A finalidade deste trabalho é contribuir para a identificação de possíveis padrões de

uso dos recursos naturais da caatinga e verificar o estado de conservação dos mesmos,

fornecendo informações para o uso, manejo e conservação das espécies úteis. Essas

informações podem ajudar os moradores rurais envolvidas na pesquisa, a identificar as

espécies ameaçadas de extinção local, fornecer aos mesmos, técnicas de manejo e uso

sustentável dessas e de outras espécies.

Solicitamos a sua colaboração para fornecer informações sobre as plantas da região

por meio de entrevistas, como também sua autorização para apresentar os resultados deste

estudo em eventos da área de ciências agrárias e ambientais, além de publicar em revistas

científicas nacionais e internacionais.

Por ocasião da publicação dos resultados, seu nome será mantido em sigilo.

Esclarecemos que sua participação no estudo é voluntária e, portanto, o (a) senhor(a) não é

obrigado(a) a fornecer as informações e/ou colaborar com as atividades solicitadas pelo

Pesquisador(a). Caso decida não participar do estudo, ou resolver a qualquer momento

desistir do mesmo, não sofrerá nenhum dano, nem haverá modificação na assistência que

poderá vim a receber por parte dos pesquisadores envolvidos no projeto.

Os pesquisadores estarão a sua disposição para qualquer esclarecimento que

considere necessário em qualquer etapa da pesquisa. Diante do exposto, declaro que fui

84

devidamente esclarecido (a) e dou o meu consentimento para participar da pesquisa e para

publicação dos resultados. Estou ciente que receberei uma cópia desse documento.

______________________________________________________________________

Assinatura do Participante da Pesquisa

_________________________________________________________________

Assinatura do Pesquisador

Contato com os pesquisadores responsáveis:

Dr. Jomar Gomes Jardim 84-9694.0305

Dr. Reinaldo Farias Paiva de Lucena 83- 9614.8032

Madson Reis de Oliveira Trindade84-8887.3686

Comitê de Ética em Pesquisa – HULM 4º ANDAR

Campus I - Cidade Universitária

CEP 58051-900 João Pessoa /PB

Telefone/Fax: (83) 3216.7522

85

APÊNDICE 04 - PARECERES DO COMITÊS DE ÉTICA EM PESQUISA

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