Uso de solução salina hipertônica, isotônica e de...

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SANDRA SATIKO KITAMURA Uso de solução salina hipertônica, isotônica e de furosemida no tratamento da intoxicação por amônia em bovinos Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Clínica Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Medicina Veterinária Departamento: Clínica Médica Área de concentração: Clínica Veterinária Orientador: Prof. Dr. Enrico Lippi Ortolani São Paulo 2006

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SANDRA SATIKO KITAMURA

Uso de solução salina hipertônica, isotônica e de furosemida no tratamento da intoxicação por

amônia em bovinos

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Clínica Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Medicina Veterinária Departamento: Clínica Médica Área de concentração: Clínica Veterinária Orientador: Prof. Dr. Enrico Lippi Ortolani

São Paulo 2006

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome: KITAMURA, Sandra Satiko

Título: Uso de solução salina hipertônica, isotônica e de furosemida no tratamento da intoxicação por amônia em bovinos

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Clínica Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Medicina Veterinária

Data da Defesa:_____/_____/_____

Banca Examinadora Prof. Dr. ______________________ Instituição: ____________________

Julgamento:____________________ Assinatura:______________________

Prof. Dr. ______________________ Instituição: ____________________

Julgamento:____________________ Assinatura:______________________

Prof. Dr. ______________________ Instituição: ____________________

Julgamento:____________________ Assinatura:______________________

Prof. Dr. ______________________ Instituição: ____________________

Julgamento:____________________ Assinatura:______________________

Prof. Dr. ______________________ Instituição: ____________________

Julgamento:____________________ Assinatura:______________________

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Aos meus queridos pais, Orlando e Satiko, Orlando e Satiko, Orlando e Satiko, Orlando e Satiko, por dedicarem suas vidas na minha formação e dos meus irmãos, nos ensinando a ter respeito, dedicação, honestidade e principalmente por constituir uma verdadeira família. Aos meus irmãos, cunhados e sobrinhos, Fábio, Vanessa, Cristina, Fernando, Gabi e Yan, Fábio, Vanessa, Cristina, Fernando, Gabi e Yan, Fábio, Vanessa, Cristina, Fernando, Gabi e Yan, Fábio, Vanessa, Cristina, Fernando, Gabi e Yan, pela convivência harmoniosa, alegre e saudável.

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AGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr.Prof. Dr.Prof. Dr.Prof. Dr. Enrico Lippi OrtolaEnrico Lippi OrtolaEnrico Lippi OrtolaEnrico Lippi Ortolanininini, pela preocupação paternal com seus orientados. Exemplo de orientação, dedicação, apoio e estímulo. Agradeço a compreensão, paciência e o auxílio prestado neste período. Espero contar com a sua eterna amizade. Aos professores da FMVZ-USP: Alice Maria MAlice Maria MAlice Maria MAlice Maria Melville Della Libera, Archivaldo Reche elville Della Libera, Archivaldo Reche elville Della Libera, Archivaldo Reche elville Della Libera, Archivaldo Reche Junior, Carlos Eduardo Larsson,Junior, Carlos Eduardo Larsson,Junior, Carlos Eduardo Larsson,Junior, Carlos Eduardo Larsson, Cássio de Mendonça Junior, Cássio de Mendonça Junior, Cássio de Mendonça Junior, Cássio de Mendonça Junior, Eduardo Birgel, Eduardo Birgel, Eduardo Birgel, Eduardo Birgel, Eduardo Eduardo Eduardo Eduardo Birgel Júnior, Fernando Benesi, Birgel Júnior, Fernando Benesi, Birgel Júnior, Fernando Benesi, Birgel Júnior, Fernando Benesi, Lílian Gregory, Luís Cláudio Silva, Márcia Kogika, Maria Lílian Gregory, Luís Cláudio Silva, Márcia Kogika, Maria Lílian Gregory, Luís Cláudio Silva, Márcia Kogika, Maria Lílian Gregory, Luís Cláudio Silva, Márcia Kogika, Maria Claudia Araripe Sucupira Magalhães, Maria HelClaudia Araripe Sucupira Magalhães, Maria HelClaudia Araripe Sucupira Magalhães, Maria HelClaudia Araripe Sucupira Magalhães, Maria Helena Larsson, Mitika Hagiwara, ena Larsson, Mitika Hagiwara, ena Larsson, Mitika Hagiwara, ena Larsson, Mitika Hagiwara, Raquel Raquel Raquel Raquel Baccarin, Baccarin, Baccarin, Baccarin, Sílvia Sílvia Sílvia Sílvia RicciRicciRicciRicci,,,, Wanderley de Araújo e Wilson Wanderley de Araújo e Wilson Wanderley de Araújo e Wilson Wanderley de Araújo e Wilson FernandesFernandesFernandesFernandes pela convivência harmoniosa, conhecimentos transmitidos e pela amizade. A minha família de Pós-Graduação: Celso Akio Maruta, Maria Claudia Araripe Celso Akio Maruta, Maria Claudia Araripe Celso Akio Maruta, Maria Claudia Araripe Celso Akio Maruta, Maria Claudia Araripe SucupiraSucupiraSucupiraSucupira, , , , Pierre Castro Soares,Pierre Castro Soares,Pierre Castro Soares,Pierre Castro Soares, Alexandre Coutinho Antonelli Alexandre Coutinho Antonelli Alexandre Coutinho Antonelli Alexandre Coutinho Antonelli, Né, Né, Né, Néria Vânia Santos, Alessandra Lima, ria Vânia Santos, Alessandra Lima, ria Vânia Santos, Alessandra Lima, ria Vânia Santos, Alessandra Lima, Raimundo Barreto, Bruno CapuRaimundo Barreto, Bruno CapuRaimundo Barreto, Bruno CapuRaimundo Barreto, Bruno Caputtttti, Humberto Hamti, Humberto Hamti, Humberto Hamti, Humberto Hammmmmadadadad que me receberam com muito carinho e respeito, e passaram todas as suas experiências e conhecimentos que foram úteis para a execução e conclusão deste trabalho; e espero também ter sido útil para que eles executem seus experimentos. Agradeço o convívio “familiar” diário, os momentos felizes, a ajuda na realização das colheitas e tratamento dos animais, o espírito de equipe e, principalmente, pela amizade. Às amigas Clara Satsuki MoriClara Satsuki MoriClara Satsuki MoriClara Satsuki Mori, Marly Elizabeth Ferreira Marly Elizabeth Ferreira Marly Elizabeth Ferreira Marly Elizabeth Ferreira de de de de CastroCastroCastroCastro e Cláudia Regina e Cláudia Regina e Cláudia Regina e Cláudia Regina StricagnoloStricagnoloStricagnoloStricagnolo pelo convívio diário, ajuda irrestrita e resolução de vários problemas técnicos e pessoais. Agradeço sua ajuda, paciência e espero contar com sua eterna amizade. À Regina Mieko Sakata MirandolaRegina Mieko Sakata MirandolaRegina Mieko Sakata MirandolaRegina Mieko Sakata Mirandola, técnica de nível superior responsável pelo Laboratório de Pesquisa da Pós-Graduação e pela resolução dos vários problemas. Agradeço a atenção, o respeito, a ajuda nas determinações laboratoriais, paciência e amizade. À minha grande amiga, Sônia Maria CazzoliSônia Maria CazzoliSônia Maria CazzoliSônia Maria Cazzoli,,,, que mesmo distante, sempre torceu pelo meu crescimento profissional como pessoal. Agradeço a convivência, a paciência e a sincera amizade que cultivamos juntas há anos. À minha amiga Alice Maria Melville Paiva Della Libera,Alice Maria Melville Paiva Della Libera,Alice Maria Melville Paiva Della Libera,Alice Maria Melville Paiva Della Libera, companheira nos momentos mais importantes, e desde que nos conhecemos sempre foi uma referência para a minha vida profissional e pessoal, exemplo de dedicação, orientação, estímulo, consideração, sabedoria e companheirismo que deve ser seguido, espero contar com sua eterna amizade. Ao Prof. Dr. Maurício GarciaProf. Dr. Maurício GarciaProf. Dr. Maurício GarciaProf. Dr. Maurício Garcia pelo seu estímulo, apoio, dedicação, orientação e consideração, depositadas em mim, desde a minha graduação. Espero contar com sua amizade, sempre.

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A PPPProfrofrofrofaaaa. Dr. Dr. Dr. Draaaa. . . . Mônica Akemi SatoMônica Akemi SatoMônica Akemi SatoMônica Akemi Sato que apesar de pouco tempo de convivência tem se mostrado uma grande amiga, companheira e colaboradora em meus trabalhos. À minha amiga Tatiana de Rezende SpinolaTatiana de Rezende SpinolaTatiana de Rezende SpinolaTatiana de Rezende Spinola pelo agradável convívio, pelas longas e proveitosas conversas e pela paciência, que nestes últimos meses foram essenciais para que eu pudesse realizar com sucesso os meus objetivos. Que nossa amizade se torne cada vez mais sincera e unida. Às amigas Patrícia Berbare, Karina Yazbek, Andreza Ávila, Maria Fernanda DefinPatrícia Berbare, Karina Yazbek, Andreza Ávila, Maria Fernanda DefinPatrícia Berbare, Karina Yazbek, Andreza Ávila, Maria Fernanda DefinPatrícia Berbare, Karina Yazbek, Andreza Ávila, Maria Fernanda Defineeee,,,, Silmara BonomSilmara BonomSilmara BonomSilmara Bonomi i i i pela amizade, agradável convívio e pelas conversas sempre proveitosas durante estes anos todos. Aos amigos de pós-graduação: Carla Belli, Clarisse Coelho, Lilian Michima, Carla Belli, Clarisse Coelho, Lilian Michima, Carla Belli, Clarisse Coelho, Lilian Michima, Carla Belli, Clarisse Coelho, Lilian Michima, EniEniEniEnio Mori, o Mori, o Mori, o Mori, Marta Leal, Marta Leal, Marta Leal, Marta Leal, João Paulo Saut, João Paulo Saut, João Paulo Saut, João Paulo Saut, Fábio Pogliani, Rogério BaFábio Pogliani, Rogério BaFábio Pogliani, Rogério BaFábio Pogliani, Rogério Batista, Daniela Becker Birgel, tista, Daniela Becker Birgel, tista, Daniela Becker Birgel, tista, Daniela Becker Birgel, Karina Madureira, Viviani Gomes, Maiara Blagitz, Milton Ricardo Azedo, Andréa Parra, Karina Madureira, Viviani Gomes, Maiara Blagitz, Milton Ricardo Azedo, Andréa Parra, Karina Madureira, Viviani Gomes, Maiara Blagitz, Milton Ricardo Azedo, Andréa Parra, Karina Madureira, Viviani Gomes, Maiara Blagitz, Milton Ricardo Azedo, Andréa Parra, Patrícia Betiol, Ana Paula Prina, Flávio BrandespimPatrícia Betiol, Ana Paula Prina, Flávio BrandespimPatrícia Betiol, Ana Paula Prina, Flávio BrandespimPatrícia Betiol, Ana Paula Prina, Flávio Brandespim pelo agradável convívio, troca de conhecimentos e amizade. Aos amigos, Angélica TrazziAngélica TrazziAngélica TrazziAngélica Trazzi B B B Bento de Moraesento de Moraesento de Moraesento de Moraes, Neimar Roncati,, Neimar Roncati,, Neimar Roncati,, Neimar Roncati, Denise Borsotti,Denise Borsotti,Denise Borsotti,Denise Borsotti, Adriana, Adriana, Adriana, Adriana, Kátia Mitsube TárragaKátia Mitsube TárragaKátia Mitsube TárragaKátia Mitsube Tárraga,,,, Carol Scarelli Carol Scarelli Carol Scarelli Carol Scarelli, Márcio, Armando, Márcio, Armando, Márcio, Armando, Márcio, Armando (Anhembi Morumbi) e Enio Enio Enio Enio Bovino, Thiago Noronha, Gabriela Marchioni, Bovino, Thiago Noronha, Gabriela Marchioni, Bovino, Thiago Noronha, Gabriela Marchioni, Bovino, Thiago Noronha, Gabriela Marchioni, Viviani, Viviani, Viviani, Viviani, Mônica,Mônica,Mônica,Mônica, Luciana, Luciana, Luciana, Luciana, Helaina Silva Helaina Silva Helaina Silva Helaina Silva, , , , Cleide e Vânia (Bida), GonçaloCleide e Vânia (Bida), GonçaloCleide e Vânia (Bida), GonçaloCleide e Vânia (Bida), Gonçalo (UNIP) e a todos os funcionários pelo agradável convívio durante todos esses anos de docência. Às amigas, Lílian MichimaLílian MichimaLílian MichimaLílian Michima,,,, Letícia YonezawaLetícia YonezawaLetícia YonezawaLetícia Yonezawa eeee Érica MinematsuÉrica MinematsuÉrica MinematsuÉrica Minematsu pela colaboração na execução deste trabalho, pelas longas conversas e descontração durante os dias de colheita. Aos amigos, Roberta Sposte, Rosely Gioia, Mario Mesquita, Talita Andreoni, Roberta Sposte, Rosely Gioia, Mario Mesquita, Talita Andreoni, Roberta Sposte, Rosely Gioia, Mario Mesquita, Talita Andreoni, Roberta Sposte, Rosely Gioia, Mario Mesquita, Talita Andreoni, Adriana Adriana Adriana Adriana Donnini, Donnini, Donnini, Donnini, Daniel Grandi, Tatiana Venturini, Juliana Buzzini, Bruna Lapenta, Fábio Daniel Grandi, Tatiana Venturini, Juliana Buzzini, Bruna Lapenta, Fábio Daniel Grandi, Tatiana Venturini, Juliana Buzzini, Bruna Lapenta, Fábio Daniel Grandi, Tatiana Venturini, Juliana Buzzini, Bruna Lapenta, Fábio BelardiBelardiBelardiBelardi, Melina Del Bonne, Paula Klein, Gabriela Kandir, Silvia Bitente , Melina Del Bonne, Paula Klein, Gabriela Kandir, Silvia Bitente , Melina Del Bonne, Paula Klein, Gabriela Kandir, Silvia Bitente , Melina Del Bonne, Paula Klein, Gabriela Kandir, Silvia Bitente entre outros, pelo apoio e incentivo durante todos esses anos. Á secretária da pós-graduação Adelaide BorgesAdelaide BorgesAdelaide BorgesAdelaide Borges, pela forma amiga, tranqüila e profissional com a qual conduz os interesses dos pós-graduandos. À ex-secretária da pós-graduação, Harumi Doi ShiraishiHarumi Doi ShiraishiHarumi Doi ShiraishiHarumi Doi Shiraishi, pela paciência, agradável convívio, ajuda, compreensão e amizade. Às secretárias Maria Aparecida de Freitas (Cida), Maria Aparecida de Freitas (Cida), Maria Aparecida de Freitas (Cida), Maria Aparecida de Freitas (Cida), Patrícia CastroPatrícia CastroPatrícia CastroPatrícia Castro, pela constante ajuda e agradável convívio. Ao funcionário do Galpão de Experimentação Clínica de Ruminantes: Agnaildo dAgnaildo dAgnaildo dAgnaildo dos Santosos Santosos Santosos Santos, pela ajuda nas colheitas, no trato dos animais e pela amizade.

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Aos funcionários do Departamento de Clínica Médica: Abelardo de Souza (Dinho), Márcio Abelardo de Souza (Dinho), Márcio Abelardo de Souza (Dinho), Márcio Abelardo de Souza (Dinho), Márcio Chiacchio e equipe (Marquinhos, José Antônio, Cícero, Gervásio, Osmar, Luizinho, Elias), Chiacchio e equipe (Marquinhos, José Antônio, Cícero, Gervásio, Osmar, Luizinho, Elias), Chiacchio e equipe (Marquinhos, José Antônio, Cícero, Gervásio, Osmar, Luizinho, Elias), Chiacchio e equipe (Marquinhos, José Antônio, Cícero, Gervásio, Osmar, Luizinho, Elias), CreideCreideCreideCreide e Carmem Ribeiro e Carmem Ribeiro e Carmem Ribeiro e Carmem Ribeiro, pela importante colaboração, agradável convívio e amizade. Às famílias Hayashi (Fábio, Ione e Bia)(Fábio, Ione e Bia)(Fábio, Ione e Bia)(Fábio, Ione e Bia) e Shiramizo (Jorge, Rita, Karina e Carolina)(Jorge, Rita, Karina e Carolina)(Jorge, Rita, Karina e Carolina)(Jorge, Rita, Karina e Carolina) pelos momentos de descontração e agradável convívio e amizade nestes anos. Aos meus parentes, que mesmo distantes sempre torceram pelo meu sucesso profissional, principalmente meus primos, Renata Ohy Piva Renata Ohy Piva Renata Ohy Piva Renata Ohy Piva e Ricardo Piva. Ricardo Piva. Ricardo Piva. Ricardo Piva. À Silvia Orsini Silvia Orsini Silvia Orsini Silvia Orsini e Inês BarbasInês BarbasInês BarbasInês Barbas pela ajuda durante esses últimos anos e principalmente pela sua amizade. Ao RewrryRewrryRewrryRewrry meu fiel companheiro durante toda a minha vida, motivo o qual me levou a me dedicar à Medicina Veterinária, e mais recentemente a minha gatinha Kitty. Kitty. Kitty. Kitty. Aos funcionários da biblioteca, Elza, Zani e HelenaElza, Zani e HelenaElza, Zani e HelenaElza, Zani e Helena, pelo profissionalismo, cordial atendimento e amizade. À FaculFaculFaculFaculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USPdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USPdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USPdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP que oferece condições favoráveis para a execução de pesquisa e pela minha formação e ao CNPqCNPqCNPqCNPq pelo financiamento do projeto. A todos que de alguma maneira contribuíram para a execução deste trabalho. E principalmente a todos os bovinos, que foram fundamentais para que este trabalho fosse realizado. A DeusDeusDeusDeus que sempre esteve presente em todas as minhas conquistas.

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RESUMO

KITAMURA, S. S. Uso de solução salina hipertônica, isotônica e de furosemida no tratamento da intoxicação por amônia em bovinos. [Use of hypertonic and isotonic saline solution and furosemide for the treatment of the ammonia poisoning in cattle]. 2006. 83 f. Tese (Doutorado em Medicina Veterinária) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. Para testar a eficiência de vários tratamentos foram utilizados 25 garrotes, nunca

alimentados com nitrogênio não-protéico anteriormente. Todos os animais foram

submetidos a uma única intoxicação experimental por amônia, por meio de infusão

intravenosa (iv) de cloreto de amônio, até o surgimento de quadro convulsivo,

quando era interrompida. Em seguida, os garrotes foram alocados, aleatoriamente,

para um dos cinco grupos experimentais e tratados da seguinte forma: 1) controle

(infundido com 300 mL de solução salina isotônica - SSI); 2) infusão (iv) de 30 mL/kg

PV de SSI no decorrer de quatro horas e administração de 4 L de água por meio de

sonda esofágica (ASE); 3) mesmo tratamento do grupo 2 e dose única (iv) de

furosemida (2 mg/kg PV) (F); 4) injeção (iv) de 5 mL/kg PV de solução salina

hipertônica (SSH) 7,2% nos primeiros 30 min., seguida de 20 mL/kg PV de SSI e 4 L

de ASE; 5) mesmo tratamento do grupo 4 e dose única de F. No decorrer de quatro

horas após a convulsão foram acompanhados o quadro clínico, as concentrações

plasmáticas de amônia, glicose e lactato-L e uréia, creatinina, potássio e sódio

séricos, perfil hemogasométrico, volume urinário e excreção urinária de amônio,

uréia e creatinina. O quadro clínico induzido foi característico e gerou nos animais

uma acidose metabólica sistêmica pronunciada, compensada com redução da pCO2,

hiperlactemia e hiperglicemia No momento da convulsão os teores de amônia

plasmáticos foram muito altos e idênticos em todos os tratamentos; já no 120º min

os grupos tratados com SSH tiveram significativas quedas deste metabólito. A SSH

provocou nos primeiros 30 min. de tratamento uma declarada redução no volume

globular e no número de batimentos cardíacos. O uso de furosemida promoveu um

aumento do número de batimentos cardíacos e não diminuiu o surgimento de edema

pulmonar, nem gerou um aumento na excreção global de urina. Animais tratados

com SSH se levantaram e tiveram o retorno do movimento do rúmen mais

precocemente que os demais grupos. A terapia com SSH aumentou ainda o volume

urinário e a excreção percentual urinária de uréia e amônia durante o período crítico

da 1ª hora de tratamento, o uso de SSI teve resultados intermediários. A eficiência

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do tratamento com SSH ou SSI, avaliado por algumas variáveis de melhora clínica,

foi superior ao grupo controle. Constatou-se que quando maior foi a quantidade de

uréia excretada na urina maior também foi a de amônia no mesmo fluido. Embora

com efeito menor que o observado com SSH, a SSI promoveu melhora no quadro

clínico geral e ao término do experimento promoveu também uma adequada

desintoxicação da amônia.

Palavras-chave: Intoxicação por amônia (tratamento). Hipertônica. Furosemida. Bovinos.

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ABSTRACT

KITAMURA, S. S. Use of hypertonic and isotonic saline solution and furosemide for the treatment of the ammonia poisoning in cattle. [Uso de solução salina hipertônica, isotônica e de furosemida no tratamento da intoxicação por amônia em bovinos]. 2006. 83 f. Tese (Doutorado em Medicina Veterinária) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. To test the efficiency of some treatments for ammonia poisoning in cattle 25 steers,

never fed non-protein nitrogen before, were used. Ammonium chloride solution was

infused intravenously (iv) only once in each steer until the onset of convulsive

episode, and then the infusion was immediately stopped. Thereafter, the animals

were randomly distributed in one of the five different groups, as follows: 1) control

(infusion 300 mL isotonic saline solution - ISS); 2) infusion (iv) of ISS 30 mL/kg BW

throughout the following 4 h and administration by stomach tube of 4 L water. (W); 3)

same as group 2, plus a single dose 2 mg furosemide/kg BW (iv) (F); 4) injection of 5

mL/kg BW hypertonic saline solution (HSS) (7.2 %) (iv) throughout the first 30 min,

followed by 20 mL/ kg BW of ISS and 4 L W.; 5) Same as group 4 and a single dose

of F. For the next 4 h after the convulsion several clinical variables and the blood

concentration of ammonia, glucose, lactate, urea, creatinine, sodium and potassium,

hemogasometric profile, urine global volume and urinary excretion of ammonium,

urea and creatinine were followed. The clinical picture seen just before the treatment

was classical and caused a characteristic systemic metabolic acidosis, compensated

by reduction in the pCO2, hyperlactemia and hyperglycemia. At the convulsion the

ammonia blood levels were high and similar among the groups, but at the 120th min

the animals treated with HSS had lower values than the control. The HSS infusion

caused, during the first 30 min. a marked reduction in the packet cell volume and the

heart rate. On the other hand, furosemide provoked an increase in the heart rate and

neither prevented the onset of lung edema, nor an increase in the total excretion of

urine. Cattle treated with HSS stood up and had the return of the rumen movements

earlier than other groups. The therapy with HSS still increased the urinary volume

and the total urinary excretion of urea and ammonium during the critical 1st h of

treatment, while the use of ISS had intermediate results. The efficiency of the

treatment with HSS or ISS as seen by some variables of clinical improvement was

better than the control group. The higher the urinary urea excretion was, the greater

the ammonia elimination became. Although with lower efficiency as seen in the

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treatment with HSS, the ISS caused an improvement in the clinical picture and at the

end of the experiment generated an adequate ammonia detoxification.

Key words: Ammonia intoxication (treatment). Hypertonic. Furosemide. Cattle.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Concentração de amônia plasmática em bovinos intoxicados por amônia no decorrer do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006............................ 41

Gráfico 2 - Porcentagem do volume globular em bovinos intoxicados por

amônia no decorrer do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006.............................................. 42

Gráfico 3 - Porcentagem de volume globular em bovinos intoxicados por

amônia no decorrer do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006.............................................. 43

Gráfico 4 - Freqüência cardíaca em bovinos intoxicados por amônia no

decorrer do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006.............................................. 44

Gráfico 5 - Valores de freqüência cardíaca em bovinos intoxicados por

amônia no decorrer do tratamento sem furosemida e com furosemida - São Paulo - 2006.................................................... 45

Gráfico 6 - Freqüência respiratória em bovinos intoxicados por amônia no

decorrer do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006.............................................. 46

Gráfico 7 - Movimentos ruminais (mov/3min) em bovinos intoxicados por

amônia no decorrer do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006.............................................. 48

Gráfico 8 - Temperatura retal em bovinos intoxicados por amônia no

decorrer do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006.............................................. 49

Gráfico 9 - Temperatura retal em bovinos intoxicados por amônia no

decorrer do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006.............................................. 50

Gráfico 10- Influência dos teores de uréia urinária sobre a excreção de

amônio urinário nos bovinos intoxicados por amônia - São Paulo - 2006................................................................................ 63

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Teores de amônia plasmática (uM/L) em animais submetidos à intoxicação por amônia e submetidos a diferentes protocolos de tratamento - São Paulo - 2006............................................... 40

Tabela 2 - Valores de volume globular (%) em animais submetidos à

intoxicação por amônia e submetidos a diferentes protocolos de tratamento - São Paulo - 2006............................................... 42

Tabela 3 - Valores de volume globular (%) em animais submetidos à

intoxicação por amônia e tratados com soluções salinas isotônicas ou hipertônicas. - São Paulo - 2006........................... 43

Tabela 4 - Freqüência cardíaca (bpm) em bovinos submetidos à

intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................................... 44

Tabela 5 - Valores de freqüência cardíaca (bpm) em animais submetidos

à intoxicação por amônia e tratados sem furosemida ou com furosemida - São Paulo - 2006.................................................... 45

Tabela 6 - Freqüência respiratória (mpm) em bovinos submetidos à

intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................................... 46

Tabela 7 - Movimentos ruminais (mov/3 min) em bovinos submetidos à

intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................................... 47

Tabela 8 - Momento de retorno dos movimentos ruminais (min) em

bovinos submetidos à intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006.......... 48

Tabela 9 - Influência da solução aplicada sobre o momento de retorno

dos movimentos ruminais (min) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia - São Paulo - 2006................................ 48

Tabela 10 - Temperatura retal (oC) em bovinos submetidos à intoxicação

por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006........................................................ 49

Tabela 11 - Temperatura retal (oC) em bovinos submetidos à intoxicação

por amônia e tratados com diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006......................................................................... 50

Tabela 12 - Presença ou não de edema pulmonar em bovinos submetidos

à intoxicação por amônia - São Paulo - 2006............................. 51

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Tabela 13 - Distribuição dos animais com edema pulmonar em bovinos

submetidos à intoxicação por amônia que foram tratados ou não com furosemida, ou infundidos com solução isotônica ou hipertônica - São Paulo - 2006.................................................... 51

Tabela 14 - Influência dos tratamentos ou não sobre as variáveis que

estimam melhora clínica e o pH urinário - São Paulo - 2006............................................................................................. 52

Tabela 15 - Influência da solução isotônica ou hipertônica sobre o tempo

gasto para os animais retornarem à estação - São Paulo - 2006............................................................................................. 53

Tabela 16 - Volume urinário (mL/kg Peso Vivo0,75) excretado no decorrer

da 1ª h , da 1ª a 4ª h e no computo global nos animais submetidos aos diferentes tratamentos (dados expressos em mediana) - São Paulo - 2006....................................................... 54

Tabela 17 - Influência dos tratamentos com ou sem furosemida, com

solução isotônica ou hipertônica sobre o volume urinário (mL/ kg Peso Vivo0,75) (dados expressos em mediana e média) - São Paulo - 2006......................................................................... 54

Tabela 18 - Valores de gravidade específica e pH urinário de bovinos

submetidos a diferentes tratamentos - São Paulo - 2006........... 55 Tabela 19 - Valores globais da gravidade específica urinária de animais do

grupo controle dos grupos que receberam solução isotônica e hipertônica, sem e com furosemida - São Paulo - 2006............. 56

Tabela 20 - Valores de pH sangüíneo em bovinos submetidos à

intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................................... 57

Tabela 21 - Valores de pCO2 (mmHg) em bovinos submetidos à

intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................................... 57

Tabela 22 - Valores de ABE sangüíneo em bovinos submetidos à

intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................................... 58

Tabela 23 - Valores de bicarbonato sangüíneo (mM/L) em bovinos

submetidos à intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................... 58

Tabela 24 - Valores de sódio sérico (mM/L) em bovinos submetidos à

intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................................... 59

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Tabela 25 - Valores de potássio sérico (mM/L) em bovinos submetidos à

intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................................... 60

Tabela 26 - Valores de glicose plasmática (mM/L) em bovinos submetidos

à intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................................... 60

Tabela 27 - Valores de lactato-L plasmático (mM/L) em bovinos

submetidos à intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................... 61

Tabela 28 - Valores de uréia sérica (mM/L) em bovinos submetidos à

intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................................... 61

Tabela 29 - Valores de creatinina sérica (mM/L) em bovinos submetidos à

intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................................... 62

Tabela 30 - Média do total de NH4

+Cl injetado para obtenção de convulsão e mediana da excreção percentual urinária de amônio ou uréia e ambos na 1ah e durante as 4h de tratamento em relação ao NH4

+Cl injetado - São Paulo - 2006............................................. 63

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LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS % porcentagem < menor > maior ® marca registrada µMol micromol ABE excesso ácido-base ATP adenosina-trifosfato bpm batimentos por minutos C controle Cl- íon cloreto cm centímetros EDTA ácido dietilenodiaminotetracético FMVZ Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia g grama h hora H+ íon hidrogênio HCO3 bicarbonato IEFAU índice de excreção fracional de amônio urinário IEUA índice de excreção urinária de amônio im intramuscular iv intravenosa K+ íon potássio kg quilograma L litro M mol mg miligrama min minutos mL mililitro mm milímetros mmHg milímetros de mercúrio mMol milimol mOsm miliosmol mov movimento mpm movimentos por minutos MS matéria seca Na+ íon sódio NaCl cloreto de sódio NH3 amônia NH4 amônio NH4

+Cl cloreto de amônio NNP nitrogênio não-protéico ºC grau celsius p nível de significância pCO2 pressão parcial de dióxido de carbono pH potencial hidrogeniônica PV peso vivo

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PV0,75 peso metabólico r coeficiente de correlação sol. solução USP Universidade de São Paulo

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................

21

2 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................. 24

3 OBJETIVOS....................................................................................... 34

4 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................. 35

4.1 MATERIAIS........................................................................................ 35

4.1.1 Animais e dieta................................................................................. 35

4.1.2 Instalações........................................................................................ 35

4.2 MÉTODOS.......................................................................................... 36

4.2.1 Delineamento experimental............................................................. 36

4.2.2 Procedimentos experimentais......................................................... 37

5 ANÁLISE ESTATÍSTICA.................................................................... 39

6 RESULTADOS................................................................................... 40

6.1 AMÔNIA PLASMÁTICA...................................................................... 40

6.2 VOLUME GLOBULAR........................................................................ 41

6.3 BATIMENTOS CARDÍACOS.............................................................. 44

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6.4 FREQÜÊNCIA RESPIRATÓRIA......................................................... 46

6.5 MOVIMENTOS RUMINAIS................................................................. 47

6.6 TEMPERATURA RETAL.................................................................... 49

6.7 EDEMA PULMONAR.......................................................................... 51

6.8 TEMPO PARA RETORNO DO APETITE........................................... 52

6.9 TEMPO PARA FICAR EM ESTAÇÃO................................................ 52

6.10 VOLUME URINÁRIO.......................................................................... 53

6.11 GRAVIDADE ESPECÍFICA E pH URINÁRIO..................................... 55

6.12 HEMOGASOMETRIA......................................................................... 56

6.13 SÓDIO E POTÁSSIO SÉRICOS........................................................ 59

6.14 GLICOSE E LACTATO-L PLASMÁTICOS......................................... 60

6.15 URÉIA E CREATININA SÉRICAS...................................................... 61

6.16 RELAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS.......................................................... 63

7 DISCUSSÃO....................................................................................... 64

8 CONCLUSÕES................................................................................... 76

REFERÊNCIAS.................................................................................. 77

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1 INTRODUÇÃO

A proteína é o mais limitante nutriente para o crescimento de bovinos criados

em condições extensivas em países de clima tropical ou subtropical, causando na

sua carência surgimento de efeitos adversos mais imediatos, tais como redução

tanto no peso corpóreo como no apetite (BORTOLUSSI et al., 1996). A carência de

proteína nos ruminantes geralmente ocorre no período estiagem, quando os capins

diminuem marcadamente o teor de proteína bruta (MINSON, 1990).

Para prevenir tal carência tem sido recomendada à suplementação de bovinos com

farelos ricos em proteína, como o de soja e algodão. Porém, o custo desses farelos é elevado,

visto que estes alimentos além de ser exportados têm seus preços correntes cotados em dólar.

Mesmo assim, esses farelos têm sido empregados recentemente em pequenas quantidades nos

chamados “sais proteinados”, oferecidos aos bovinos especialmente no período de estiagem,

já que parte do nitrogênio requerido pelos ruminantes deve ser obrigatoriamente proveniente

de proteína verdadeira de origem vegetal (FRØSLIE, 1977; VAN HORN et al., 1967). Para

baratear e tornar mais disponível o uso dos “sais proteinados” a uréia, fonte muito rica em

nitrogênio não-protéico (NNP), tem sido amplamente empregada para substituir parte

significativa da proteína vegetal. Além dessa forma de suplementação a uréia tem sido

consorciada com certa freqüência com cana-de-açúcar, na alimentação de novilhas e vacas

leiteiras, além de ser comumente adicionada ao sal mineralizado (SILVA e OLIVEIRA,

1985).

Embora o uso de uréia proporcione várias vantagens na alimentação de

bovinos, a sua utilização inadequada pode acarretar sérios danos à saúde, podendo

levar à morte, principalmente por intoxicação aguda (MORRIS; PAYNE, 1970). A

intoxicação ocorre esporadicamente, mas quando de seu surgimento o quadro é

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drástico, rápido e na maioria das vezes mortal, podendo desencadear quadros letais

em até 30 minutos após a sua ingestão (BARTLEY et al., 1976; ORTOLANI et al.,

2000; WORD et al., 1969). Embora muitos utilizem a denominação errônea de

intoxicação por uréia, o que se constata é que os animais sucumbem devido a

hidrólise ruminal da uréia gerando um acúmulo de amônia, a qual absorvida em

grande quantidade pode desencadear um grave quadro tóxico (HALIBURTON;

MORGAN, 1989).

A intoxicação pela amônia pode ocorrer quando ruminantes têm acesso a grandes

quantidades de uréia ou se ela é ingerida por animais não adaptados a este composto, ou

mesmo, quando é inadequadamente misturada aos alimentos (CALDOW; WAIN, 1991;

DAVIS; ROBERTS, 1959; ORTOLANI et al., 2000; RADOSTITS et al., 2002; REPP et al.,

1955).

Embora se conheça bastante os efeitos do excesso de amônia sobre o organismo,

pouco ainda se tem avançado em tratamentos que antagonizem com eficiência os súbitos e

letais quadros de intoxicação (ORTOLANI; ANTONELLI, 2004). Até o final da década

passada o tratamento se baseava na administração oral ou intraruminal de grandes quantidades

de vinagre. Porém, na prática esta terapia tinha resultados bastante pobres, ocorrendo a morte

de 100% dos animais tratados quando esta substância era empregada em quadros avançados,

já com surgimento de episódios convulsivos.

ORTOLANI et al. (2000) foram os primeiros a obterem resultados amplamente

satisfatórios quando além do vinagre era instituído um tratamento parenteral a base de

hidratante isotônico e diurético de “alça”. Posteriormente, Kitamura (2002) e Kitamura et al.

(2003) desenvolveram um modelo experimental seguro e reflexivo da intoxicação natural para

testar mais profundamente os mecanismos de ação daqueles tratamentos supracitados tanto

em bovinos como em ratos intoxicados por amônia. Esses autores revelaram que durante a

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intoxicação os animais se tornavam desidratados diminuindo a produção de urina e a excreção

de amônia por este fluido. Constataram ainda que a amônia passava a ser mais eliminado pela

urina quando no tratamento se empregava de grandes quantidades de hidratante isotônico,

infundidos rapidamente, assim como com o uso de diurético que também incrementasse esse

processo.

Embora os resultados fossem bastante promissores e favoráveis várias indagações e

hipóteses resultaram daqueles trabalhos com o objetivo de melhorar mais a eficiência do

tratamento da intoxicação por amônia. Entres as hipóteses surgidas ressaltava-se o emprego

de solução salina hipertônica, visto que este medicamente consegue reverter satisfatoriamente

quadros de choque hipovolêmico e hemorrágico, aumentando, entre outros efeitos, a produção

e excreção de urina nesses pacientes (CONSTABLE, 1999; CONSTABLE et al., 1994).

Os mecanismos da intoxicação por amônia, seu efeito deletério nos vários sistemas

orgânicos dos animais, assim como a ação dos diversos medicamentos citados anteriormente

são bastante complexos e exigem uma explanação mais detalhada, a qual será feita na revisão

de literatura, no capítulo a seguir.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

O Brasil é possuidor do maior rebanho comercial do mundo de aproximadamente de

192 milhões de cabeças, sendo grande parte criadas em regime extensivo, e em solos de

gramíneas com baixos teores de proteína bruta. Havendo a necessidade de se adequar

eficientemente às carências nutricionais do rebanho a uma relação custo/benefício compatível

com o crescimento da produção nacional de carne bovina (ANUALPEC, 2003; TILLMAN;

SIDHU, 1969).

Bovinos criados em condições extensivas de pastagens em climas tropicais podem

sofrer carência protéica, se a dieta não estiver devidamente balanceada às condições

fisiológicas. A baixa fertilidade do solo é o principal fator da sua capacidade de suporte, que

levam o criador a prejuízos contabilizados a longo prazo, que não são notados sem que haja

permanente controle da produção. Os rebanhos apresentam menor desempenho produtivo, até

menor resposta imunológica às parasitoses e infecções, diminuição da produção leiteira e

retardo no crescimento (ANUALPEC, 2003; MINSON, 1990; RADOSTITS et al., 2002).

Os produtos nitrogenados não protéicos (NNP) em especial a uréia, tem sido durante

anos, tema de centenas de pesquisas por se tratar de um substituto à proteína de baixo custo e

relativa facilidade de administração (ANTONELLI, 2003; BOIN, 1994; ORTOLANI et al.,

2000; VISEK, 1968).

Com as novas medidas de manejo de suplementação invernal, estima-se que pelo

menos 45 milhões de bovinos recebam ração contendo uréia, que pode substituir até 35% do

nitrogênio protéico da dieta (FRØSLIE, 1977; HELMER; BARTLEY, 1971; VAN HORN et

al., 1967).

A habilidade exclusiva dos ruminantes de converter NNP em proteína microbiana é

devido à simbiose existente entre os microrganismos do rúmen e o animal hospedeiro. A

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quebra por hidrólise da uréia em amônio (NH4+) e amônia (NH3), é o primeiro passo no

metabolismo da uréia ruminal, principalmente devido à alta atividade da urease (HELMER;

BERTLEY, 1971).

A microbiota ruminal precisa adaptar-se à quantidade de amônia/amônio que é

liberada, para poder assimilar nas proteínas bacterianas que podem ser digeridas no abomaso

e intestinos. A amônia tem vida curta, sendo rapidamente convertida no ciclo da uréia no

fígado e excretada, a menos que sua quantidade seja excessiva no sangue. A absorção e

distribuição da amônia através das membranas são altamente influenciadas pelo gradiente de

pH, devido à dissociação para o íon amônio (FRØSLIE, 1977; HUBER, 1978).

No sistema porta a amônia é enviada aos hepatócitos para ser detoxicada no ciclo da

uréia, onde a molécula de amônia se combina com a de aspartato formando a molécula de

uréia, praticamente inócua (VISEK, 1979). O funcionamento do ciclo de uréia necessita da

atividade de cinco enzimas (carbamil fosfato sintetase, ornitina transcarbamilase,

argininosuccinato sintetase, argininosuccinase e arginase) da presença de cinco substratos

(aspartato, arginina, ornitina, citrulina e argininosuccinato). Ratos com intoxicação por

amônia tiveram uma menor mortalidade quando medicados com arginina, citrulina e ornitina

devido o aumento substancial da atividade do ciclo da uréia (GREENSTEIN et al., 1956;

MOORE; VARGA, 1996; ORTOLANI; MARCONDES, 1995; VISEK, 1979). E a eficiência

destas substâncias em bovinos foi comprovada por Kitamura (2002), onde os animais tratados

retornaram o apetite e voltaram a permanecer em estação mais rapidamente do que os animais

controle. Porém, a hiperamoniemia pode diminuir a eficiência do ciclo da uréia, por bloquear

a atividade da enzima glutamina sintetase, assim como o ciclo do ácido cítrico, diminuindo a

oferta de ATP para a transformação de amônia em uréia (FRØSLIE, 1977; VISEK, 1979).

Vários fatores podem predispor a intoxicação por amônia nos animais: o jejum

prolongado, dietas com muita fibra e baixa energia, pH ruminal elevado, que promove a

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forma não ionizada de amônia, aumentando a absorção, desidratação ou baixa ingestão de

água; insuficiência hepática e excesso de ingestão de uréia (OSWEILER, 1998).

A amônia em excesso liberada no rúmen pela urease, não é utilizada pelas bactérias

ruminais, sendo absorvidas pela corrente sangüínea através da parede retículo-ruminal,

resultando em hiperamoniemia dentro de 30 minutos e 2 horas pós-ingestão Essa amônia é

incorporada ao ácido glutâmico, numa reação que envolve a redução do ácido α-

cetogulutarato, que é catalisado pelo ácido glutâmico desidrogenase, da mucosa do rúmen

(HELMER; BARTLEY, 1971). A atividade máxima da uréase ocorre no pH entre 7,0 a 8,5

(FRØSLIE, 1977; MAHEADEVAN et al., 1976).

A amônia satura a síntese da glutamina, causando uma série de desordens nos

processos celulares, resultando em baixa produção de energia e por último inibindo a

respiração celular (HALIBURTON; MORGAN, 1989). O teor de glutamato está aumentado,

e o α-cetoglutarato diminui na presença do aumento de amônia plasmática, levando há uma

redução súbita da produção de energia com a interferência no ciclo de Krebs, e causando

redução na atividade neurotransmissora. As células começam a produzir energia, por meio da

glicólise gerando grandes quantidades de ácido láctico. A amônia deprime o consumo de

oxigênio e diminui os níveis de ATP no cérebro, além de interferir na habilidade do tecido

nervoso em utilizar a glicose, resultando em tremores musculares e quadros convulsivos. Os

hepatócitos requerem uma quantidade maior de energia, acima do normal, para sintetizarem

uréia, quando há alta concentração de amônia (KANEKO et al., 1997; KOPCHA, 1987;

ORTOLANI; ANTONELLI, 2004).

O excesso de amônia ao interferir no metabolismo da glicose, leva a marcada

hiperglicemia durante a intoxicação (DAVIDOVICH et al., 1977b). Os teores de glicose

plasmática podem se elevar de três a cinco vezes (EDJTEHADI et al., 1978), podendo ser

usada como um marcador da severidade da intoxicação, devido a maior liberação de

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glucagon, o qual estimula a gliconeogênese, para a glicogenólise hepática como um resultado

da liberação de adrenalina na corrente sangüínea e reduzido uso da glicose pelos tecidos

periféricos (SPIRES; CLARK, 1979; SYMONDS et al., 1981), além de uma menor ação da

insulina, hormônio mediador da passagem da glicose da corrente para as células

(FERNANDEZ et al., 1990; VISEK, 1984).

A principal conseqüência da glicólise é a alta produção de ácido láctico, que se

dissocia rapidamente no sangue em lactato-L e H+. Com o aumento do grau da acidose

metabólica que se instala, há uma progressiva troca de H+ do plasma para o K+ do meio

intracelular, resultando em hipercalemia, a qual pode resultar em parada cardíaca e

conseqüente morte do animal (BARTLEY et al., 1976; FRØSLIE, 1977; MORRIS; PAYNE,

1970; ORTOLANI; MARCONDES, 1995; VISEK, 1979).

Nos túbulos renais, a glutamina é desaminada e forma o glutamato e amônia por meio

da atividade da glutaminase. A amônia no lúmen do túbulo renal é convertida em amônio pela

captação do H+, sendo, portanto um importante mecanismo para remover o H+ e manter o

equilíbrio ácido-básico do organismo (KANEKO et al., 1997).

Quanto maiores forem o fluxo urinário, o grau de acidez tanto da urina como a do

sangue, maiores serão as excreções urinárias de amônio (GOOD et al., 1987; GRABER et al.,

1981; MALNIC; MARCONDES, 1986). Edjtehadi et al. (1978) relataram que numa

intoxicação experimental por amônia em ovinos, os que conseguiram sobreviver apresentaram

intensa diurese, o que não ocorreu com os demais. Os diuréticos poderiam também interferir

na excreção de amônio urinário, já que estes aumentam a produção urinária.

Durante a intoxicação por amônia existe o desenvolvimento de desidratação, causada

possivelmente pela passagem de fluídos para os pulmões, gerando um quadro de edema

pulmonar (KOPCHA, 1987; ORTOLANI; MARCONDES, 1995; ORTOLANI et al., 2000;

ROLLER et al., 1982). O edema pulmonar ocorre devido à conhecida ação irritante que a

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amônia tem sobre os pulmões. É possível que além da hiperamoniemia a amônia tenha acesso

aos pulmões pela erutação e entrada do gás amônia (BARTLEY et al., 1976). É reconhecido

que um dos principais mecanismos compensatórios para diminuir os efeitos deletérios da

desidratação é a redução no fluxo sangüíneo para os rins, reabsorção de água pelos túbulos

renais, e conseqüente menor produção de urina (RADOSTITS et al., 2002). Assim, parece

lógico o tratamento de animais intoxicados por amônia com o uso de fluidoterapia, para

combater a desidratação, e de diurético para diminuir o edema pulmonar, restituir este fluido

“seqüestrado” para a corrente circulatória e aumentar ao mesmo tempo a produção de urina.

Ortolani et al. (2000) trataram cinco caprinos intoxicados por amônia, sendo que dois já

apresentavam quadro convulsivo, com solução salina (iv) e furosemida (im), onde todos os

animais apresentaram plena recuperação, após desenvolverem intensa diurese. As eficiências

destes tratamentos alternativos foram estudados por Kitamura (2002), mostrando que os

animais tratados com essas duas substâncias, apresentaram um melhor retorno de apetite,

diminuição do edema pulmonar em menores tempos do que os animais controle, visto que a

terapia ainda em uso é administração de ácidos fracos no rúmen, para diminuir o pH do fluído

deste órgão e aumentar a transformação de amônia em amônio. Contudo, muitas vezes quando

este tratamento é realizado os resultados não são satisfatórios, pois quantidades pronunciadas

de amônia já foram absorvidas e já estão provocando efeitos deletérios no organismo dos

animais. Bartley et al. (1976) trataram com ácido acético, 125 bovinos intoxicados por

amônia no início dos tremores musculares e mesmo assim 25 animais (20%) morreram. Word

et al. (1969) realizaram o mesmo tratamento quando do início dos episódios convulsivos

ocorrendo a morte de todos os bovinos.

Pequenas concentrações de amônia podem passar incólumes da transformação

hepática e excreção renal, sem causar danos ao organismo. Caso o ingresso de amônia

ruminal seja excessivo, ultrapassando a capacidade do ciclo da uréia, este composto alcançará

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a circulação periférica penetrando nas células em especial nas do sistema nervoso central e

periférico (DAVIDOVICH et al., 1977a; LEWIS, 1960; LEWIS et al., 1957; O´CONNOR;

COSTELL, 1990). Um estudo demonstrou que durante a intoxicação por amônia em bovinos,

que o teor desta substância é 30% inferior na veia jugular que na artéria carótida, indicando

que ocorreu retenção desta no SNC (BARTLEY et al., 1976). Tanto os altos teores de amônia

como a menor atividade do ciclo de Krebs no SNC, geram a maioria dos sinais nervosos

observados, como irritabilidade, incoordenação dos movimentos, sialorréia, atonia ruminal,

meteorismo gasoso, diarréia, prostação, decúbito esternal e lateral, vocalização, midríase,

nistagmo, e quadro convulsivo (BOLING et al., 1976; DAVIS; ROBERTS, 1959;

EDJTEHADI et al., 1978; HALIBURTON; MORGAN, 1989; HELMER; BARTLEY, 1971;

KITAMURA, 2002; ORTOLANI; MARCONDES, 1995; STILES et al., 1970; WORD et al.,

1969;). A amônia promove a desestabilização na passagem do estímulo nervoso, gerando o

quadro de tetania muscular (KOPCHA, 1987; VISEK, 1984).

O modelo clássico de indução é por meio de administração de doses relativamente

altas de uréia no interior do rúmen (BARTLEY et al., 1976; WORD et al., 1969). O principal

inconveniente deste método é que a reação dos animais é imprevisível. Bartley et al. (1976)

para ter sucesso em 125 induções tiveram que repetir a intoxicação várias vezes. Outro

problema revelado é quanto a absorção da amônia ruminal, pois enquanto a concentração de

amônio ruminal foi idêntica entre os intoxicados ou não, o teor de amônia sangüínea foi cerca

de duas vezes maior nos bovinos que se intoxicaram (BARTLEY et al., 1976). O modelo

proposto por Kitamura et al. (2003) por meio de infusão de solução de cloreto de amônio a

1,5M por via intravenosa, é altamente eficiente, com reações previsíveis e controláveis,

podendo ser utilizados no ensino acadêmico.

Até o momento, o tratamento usual mais proposto, é a rápida administração de ácidos

fracos (ácido acético ou vinagre) transformando a amônia em amônio e diminuindo sua

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absorção pela parede ruminal (BARTLEY et al., 1976; DAVIS; ROBERTS, 1959; WORD et

al., 1969). O ácido fraco deve ser administrado o mais rápido possível, nos primeiros sinais

clínicos. Quando utilizado como único tratamento, nova administração deve ocorrer dentro de

30 minutos após a primeira infusão do ácido (WORD et al., 1969). Bartley et al. (1976)

induziram experimentalmente a intoxicação por amônia em garrotes, e aos primeiros sinais de

tetania os animais eram medicados com quantidades suficientes de ácido acético. Apesar do

tratamento, este não foi suficiente para evitar que 20% dos garrotes sucumbissem, exibindo

quadro clássico da intoxicação. Outro detalhe importante no tratamento é a velocidade com

que os sinais ocorrem nesta intoxicação, exigindo que o veterinário atue de maneira

emergencial e que o mesmo tenha a sua pronta disposição o “antídoto”, em quantidade

suficiente, assim como a sonda esofágica, condições nem sempre encontrados na rotina. Além

deste fator, relatos de campo têm surgido informando que acidentes nesse tratamento são

freqüentes, principalmente quando o mesmo é realizado por leigos e quando da administração

de ácido fraco em bovinos apresentando quadro convulsivo, onde muitas vezes este fluido

encontra o pulmão, gerando uma pneumonia por aspiração.

Kitamura (2002) recomendou a utilização dos aminoácidos do ciclo da uréia e

diurético no tratamento dos animais intoxicados, visando à diurese em maior quantidade,

maior excreção de quantidades de amônia (35% do cloreto de amônia infundido), e por

apresentarem uma rápida queda nos teores de amônia plasmática e de lactato-L. A melhora

clínica foi evidente, com retorno mais rápido da movimentação ruminal, do tempo para se

manter em estação, do apetite, além de uma mais rápida recuperação do edema pulmonar,

quando comparados com o grupo controle que necessitaram ao término do experimento de um

tratamento intensivo para não sucumbirem.

Estes resultados supracitados significaram uma ruptura no até então conhecimento da

terapia da intoxicação, em especial a geração do conhecimento que a diurese alivia o quadro

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da intoxicação por eliminação de amônio pela urina e que o uso de solução hidratante,

aminoácidos do ciclo da uréia e diurético aumenta significativamente a excreção de amônia

urinária e a eficiência de desintoxicação. Mesmo assim, pensa-se que estes protocolos de

tratamento possam ser melhores estudados com o fito de incrementar a eficiência, a

viabilidade e o custo da terapia. Embora os aminoácidos do ciclo da uréia comprovadamente

aumentem a transformação de amônia em uréia o seu altíssimo custo dificulta e quase

inviabiliza seu uso na rotina clínica. Para contrapor a não utilização destes aminoácidos num

protocolo de tratamento deve-se aumentar a eficiência da excreção de amônia pela urina.

Teoricamente, algumas são as possibilidades para atingir tal escopo. A primeira delas seria o

aumento da velocidade de fluxo de hidratante injetado pela via intravenosa. Porém, no

trabalho de Kitamura (2002) a vazão do fluxo foi ao redor de 8 min/L de solução salina

isotônica, considerada bastante alta na rotina clínica, tornando quase inviável um aumento

maior nessa vazão.

Uma outra possibilidade seria o uso intravenoso inicial de solução salina hipertônica

(2460,7 mOsm/L; na vazão de 0,6 mL/kg PV/min), a qual rapidamente aumentará a

osmolaridade intravascular fazendo com que parte dos fluidos presentes no espaço

extracelular, intraruminal e até mesmo intracelular migrem para os vasos sangüíneos,

corrigindo rapidamente a hipovolemia, o fluxo sangüíneo renal e aumentando assim a

produção urinária (CONSTABLE, 1999). Para aumentar a eficiência deste tratamento poder-

se-ia administrar alguns litros de água no rúmen para permitir que este fluido possa migrar

para o espaço intravascular por diferença de gradiente osmótico. Após a aplicação de cerca de

2 a 3 litros de solução salina hipertônica o tratamento seria complementado com infusão, pela

mesma via, de solução salina isotônica. Embora estas alternativas hipoteticamente possam ter

uma ação benéfica no tratamento da intoxicação superaguda por amônia, há necessidade de se

realizar uma avaliação experimental que testifique tal efeito.

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Uma terceira possibilidade de tratamento seria aumentar a excreção renal de amônio

com o uso de diurético de ação na alça de Henle. O principal deles e mais utilizado na rotina é

a furosemida. Este diurético aumenta a excreção urinária de água, íons Na+, K+, Cl- e H+,

acidificando a urina. Normalmente, parte do amônio urinário excretado no túbulo contornado

proximal é reabsorvida na alça ascendente de Henle; porém a ação da furosemida e a

diminuição do pH urinário fazem com que partes dos íons amônio não sejam reabsorvidas

naquele segmento, sendo assim excretados na urina (BRENNER, 1996). A furosemida foi

utilizada com sucesso por Kitamura (2002) que notou que o diurético aumentava o volume

urinário e diminuía o edema pulmonar.

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3 OBJETIVOS

Avaliar a eficiência de alguns tratamentos em quadro de intoxicação superaguda experimental

em bovinos por amônia, por meio de infusão de solução salina isotônica ou hipertônica,

associado à administração oral de água, e de uso ou não de furosemida, acompanhando-se

variáveis clínicas e laboratoriais que indiquem o grau de recuperação e a capacidade de

desintoxicação daquela substância.

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 MATERIAIS

4.1.1 Animais e dieta

Foram utilizados vinte e cinco garrotes hígidos, mestiços, com cerca de 18 meses de

idade e 250 kg de peso vivo. Os animais foram mantidos confinados, em baias individuais,

recebendo uma dieta composta de feno de coast cross, Cynodon dactilon (L) pers oferecida

ad libitum, e 0,5% de seus pesos vivos em concentrados, afim de que a ração não contenha

mais que 12% de proteína bruta.

Deve-se frisar que tal ração não possuiu qualquer fonte de nitrogênio-não-protéico. Os

animais receberam a dieta por no mínimo 20 dias antes do início do experimento.

4.1.2 Instalações

Os animais foram mantidos em baias individuais,nas dependências do “Galpão de

Experimentação Clínica de Ruminantes” do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de

Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade de São Paulo (USP). Os bovinos

foram pesados quando chegaram no galpão e no dia anterior à indução, utilizando-se uma

balança com capacidade para 1.500kg e sensibilidade de 200g, da marca Filizola®, modelo

3106100.

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4.2 MÉTODOS

4.2.1 Delineamento Experimental

Após a indução de intoxicação por amônia, seguindo ao bem-sucedido modelo

experimental preconizado por Kitamura et al. (2003), os animais foram distribuídos

aleatoriamente em um dos cinco tratamentos, sendo que cada um destes continha cinco

bovinos, num delineamento multifatorial, inteiramente casualizado:

Grupo 1 – controle (C), com infusão de 300 mL de solução fisiológica no decorrer de

quatro horas;

Grupo 2 – tratado com 30 mL/kg PV de solução salina isotônica no decorrer de quatro

horas, associado a administração de 4 L de água no interior do rúmen por meio de sonda

esofágica;

Grupo 3 – o mesmo tratamento do grupo 2, além de dose única de furosemida (iv)

(2mg/kg PV);

Grupo 4 – tratado inicialmente com 5 mL/kg PV de solução salina hipertônica (7,2%)

(2460,7 mOsm/L) infundida nos primeiros 30 minutos, seguida de 20 mL/kg PV de solução

salina isotônica aplicada no decorrer de 3,5 h subseqüentes, associada a administração de 4 L

de água no rúmen;

Grupo 5 – o mesmo tratamento do grupo 4, mais uma dose única de furosemida (iv)

(2mg/kg PV).

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4.2.2 Procedimentos Experimentais

A intoxicação foi realizada somente uma vez em cada animal no decorrer do

experimento, seguindo o protocolo instituído por Kitamura et al. (2003). A intoxicação foi

induzida com a infusão de 1,5M de cloreto de amônio diluído em água bidestilada, livre de

outros compostos nitrogenados, estabilizada num pH 7,0. Esta solução foi infundida por um

cateter de polietileno de 30 cm x 1,4 mm (Intracath®) fixado na veia jugular externa esquerda.

Foi injetado 400mL/h utilizando um controlador automático de fluxo (Digibomb®), como

descrito por Kitamura et al. (2003). Após o surgimento do primeiro episódio convulsivo a

infusão era interrompida e de imediato era procedido o início do tratamento, de acordo com os

grupos estabelecidos.

Foram coletadas amostras de sangue no início do experimento, tremores musculares e

no surgimento do episódio convulsivo e no decorrer das quatro horas de tratamento para a

determinação de amônia, lactato-L e glicose plasmáticas, uréia, creatinina, sódio e potássio

séricos, hematócrito e determinação de pH sangüíneo, concentrações de bicarbonato e excesso

de ácido-base (ABE).

A produção total de urina foi registrada durante todo o experimento. Cerca de uma

hora antes do início do ensaio, foi aderido, por meio de fita comercial no prepúcio de cada um

dos animais, um tubo de borracha cirúrgico flexível (Latex Altamira®) que conduzia a urina

para um frasco plástico para a obtenção do volume urinário. As concentrações de amônio,

uréia e creatinina foram determinadas em alíquotas de urina e então multiplicadas ao volume

correspondente para se saber a concentração de amônio ou uréia urinária total. Foram

determinados na urina, o pH e a densidade.

Amônia plasmática e amônio urinário, uréia, glicose e lactato-L foram determinados

com kits reativos (Raichem®, Bayer®, Biotrol®, Sigma®); creatinina foi mensurada pela

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técnica descrita por Lutsgarten e Wenk (1972), a uréia foi determinada pela técnica de Talke e

Schubert (1964), pH de sangue venoso, bicarbonato e ABE foram determinados num

analisador hemogasométrico (AVL®), imediatamente após a colheita do sangue. O potássio e

o sódio foram determinados por fotometria de chama.

Além dessas determinações foram avaliadas as seguintes variáveis clínicas, nos

mesmos momentos descritos para as colheitas de sangue: freqüências cardíaca e respiratória,

temperatura retal, movimentos do rúmen, volume de urina produzido durante a indução e após

o tratamento, grau de recuperação após o tratamento (tempo para o animal voltar a

permanecer em estação; auscultação pulmonar, para detecção de estertores úmidos indicativos

de edema pulmonar; tempo para retorno do apetite).

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5 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Dependendo da distribuição dos dados, analisados pela prova de Kolgomorov e

Smirnov, estes foram avaliados segundo métodos estatísticos paramétricos ou não-

paramétricos. Na ocorrência do primeiro caso, os dados foram inicialmente avaliados através

de teste F (análise de variância), e quando significativo, as médias foram confrontadas pelo

teste de múltipla amplitude de Tukey (SAMPAIO, 1998). No caso de testes não-paramétricos

os mesmos foram analisados pelo teste de Kruskal-Wallis (SIEGEL, 1975). Quando

necessário foi calculado o coeficiente de correlação de Pearson entre duas variáveis; regressão

linear entre duas variáveis foi calculada, e sua significância avaliada por meio de análise

variância (SNEDCOR; COCKRAM, 1967). Para a comparação da ocorrência de edema foi

utilizado o teste exato de Fischer (MASSAD et al., 2004).

As análises foram processadas com o auxílio do programa estatístico computadorizado

(MINITAB, 2000).

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6 RESULTADOS

6.1 AMÔNIA PLASMÁTICA

A amônia plasmática no momento zero, quando todos os animais apresentaram no

mínimo um episódio convulsivo e foi iniciado o tratamento, não diferenciou entre os cinco

grupos. Contudo, a partir dos 120 min, até o final do experimento, os grupos 4 e 5, e dos 180

min os grupos 2 e 3 apresentaram menores valores de amônia plasmática que o grupo controle

(Tabela 1 e Gráfico 1).

Tabela 1 – Teores de amônia plasmática (uM/L) em animais submetidos à intoxicação por

amônia e submetidos a diferentes protocolos de tratamento. - São Paulo - 2006

Tempos (minutos)

0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif

Grupo 1 1806 ± 462 Aa

1452 ± 428 Aa

1440 ± 555 Aab

1291 ± 542 Aab

1029 ± 474 Abc

747 ± 330 Acd

617 ± 343 Ad

402 ± 246 Ad

230 ± 156 Ad

p<0,0001

Grupo 2 1544 ± 233 Aa

1287 ± 470 Aa

1169 ± 440 Aa

900 ± 311 Aab

565 ± 210 Abc

358 ± 170 Acd

229 ± 97

ABcd 68 ± 21 Bd

52 ± 6 Bd

p<0,0001

Grupo 3 2216 ± 88 Aa

1555 ± 706 Aa

1266 ± 595 Aa

1038 ± 528 Aab

654 ± 420 Abc

456 ± 282 Acd

368 ± 172 ABcd

157 ± 113 ABd

89 ± 18 Abd

p<0,0001

Grupo 4 1505 ± 464 Aa

1218 ± 311 Aa

1069 ± 286 Aab

984 ± 282 Aab

714 ± 248 Abc

473 ± 181 Acd

214 ± 79

Bd 73 ± 31 Bd

71 ± 57 Bd

p<0,0001

Grupo 5 1841 ± 458 Aa

1683 ± 476 Aa

1301 ± 504 Aab

1132 ± 475 Aab

713 ± 308 Abc

453 ± 279 Acd

214 ± 48

Bcd 84 ± 30 Bd

59 ± 20 Bd

p<0,0001

Signif p>0,2 p>0,6 p>0,8 p>0,7 p>0,3 p>0,1 p<0,03 p<0,007 p<0,01

Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

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0

500

1000

1500

2000

0 10 20 30 60 90 120 180 240

Tempo (min)

Am

ôn

ia p

las

tic

a (

uM

/L)

G 1

G 2

G 3

G 4

G 5

Gráfico 1 - Concentração de amônia plasmática em bovinos intoxicados por amônia no decorrer

do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006

6.2 VOLUME GLOBULAR

Maiores valores de volume globular foram detectados nos animais do grupo 3 em

relação aos grupos 4 e 5, no 10º e 20º min, sendo que no 30º e 90º min o tratamento 3 foi

superior ao 4. Dentro dos tratamentos só existiu diferença significativa no grupo 4, sendo

maior no momento zero que no 90º, 120º e 180º min (Tabela 2 e Gráfico 2).

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Tabela 2 – Valores de volume globular (%) em animais submetidos à intoxicação por amônia e submetidos a diferentes protocolos de tratamento - São Paulo - 2006

Tempos (minutos)

0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif

Grupo 1 37,6 ± 4,2 Aa

37,6 ± 4,2 Aa

37,2 ± 4,4 ABa

37,8 ± 4,7 ABa

37,4 ± 4,9 Aa

36,4 ± 4,4 ABa

34,4 ± 3,1 Aa

32,0 ± 2,9 Aa

32,6 ± 2,1 Aa

p>0,1

Grupo 2 33,6 ± 7,3 Aa

34,6 ± 7,4 ABa

34,2 ± 7,7 ABa

33,4 ± 7,3 ABa

31,8 ± 7,6 Aa

32,5 ± 8,0 ABa

29,8 ± 7,3 Aa

28,6 ± 6,7 Aa

28,0 ± 6,0 Aa

p>0,7

Grupo 3 39,0± 5,0 Aa

39,0 ± 4,0 Aa

39,4 ± 3,8 Aa

38,8 ± 4,6 Aa

38,6 ± 5,8 Aa

37,8 ± 7,2 Aa

35,8 ± 7,3 Aa

33,4 ± 7,4 Aa

32,6 ± 8,1 Aa

p>0,5

Grupo 4 34,0 ± 4,6 Aa

31,0 ± 4,1 Bab

29,6 ± 4,4 Babc

29,2 ± 5,1 Babc

29,5 ± 4,9 Aabc

26,4 ± 2,8 Bbc

27,5 ± 6,4 Abc

23,8 ± 2,4 Ac

25,2 ± 1,8 Abc

p<0,01

Grupo 5 34,8 ± 3,1 Aa

32,2 ± 3,1 Ba

31,6 ± 4,1 Aa

32,2 ± 3,4 ABa

32,2 ± 4,6 Aa

32,8 ± 5,4 ABa

31,8 ± 5,5 Aa

30,2 ± 4,9 Aa

27,7 ± 3,6 Aa

p>0,5

Signif p>0,4 p<0,05 p<0,04 P<0,04 p>0,09 P<0,04 p>0,2 p>0,08 p>0,1

Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

20

25

30

35

40

45

0 10 20 30 60 90 120 180 240

Tempo (min)

Vo

lum

e G

lob

ula

r (%

)

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Grupo 4

Grupo 5

Gráfico 2 – Porcentagem do volume globular em bovinos intoxicados por amônia no

decorrer do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006

Quando os resultados de volume globular foram reunidos em três grandes grupos, ou

seja, controle, salina isotônica (grupo 2 e 3) e salina hipertônica (grupo 4 e 5) constataram-se

maiores valores no 10º, 20º e 30º min nos grupos controle e isotônica do que na hipertônica.

Dentro do grupo hipertônica, maiores valores de volume globular foi constatados no tempo

basal em relação ao 180º e 240º min (Tabela 3 e Gráfico 3).

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Tabela 3 – Valores de volume globular (%) em animais submetidos à intoxicação por amônia e

tratados com soluções salinas isotônicas ou hipertônicas. - São Paulo - 2006

Tempos (minutos)

0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif

Controle 37,6 ± 4,2 Aa

37,6 ± 4,2 Aa

37,2 ± 4,4 Aa

37,8 ± 4,7 Aa

37,4 ± 4,9 Aa

36,4 ± 4,4 Aa

34,4 ± 3,1 Aa

32,0 ± 2,9 Aa

32,6 ± 2,1 Aa

p>0,1

Grupo com NaCl 0,9%

36,3 ± 6,6 Aa

36,8 ± 6,1 Aa

36,8± 6,4

Aa 36,1 ± 6,5 Aa

35,2 ± 7,3 Aa

35,4 ± 7,6 Aa

32,8 ± 7,6 Aa

31 ± 7,1 Aa

30,3 ± 7,2 Aa

p>0,2

Grupo com NaCl 7,2%

34,4 ± 3,7 Aa

31,6 ± 3,3 Bab

30,6 ± 4,1 Bab

30,7 ± 4,4 Bab

30,7 ± 4,7 Aab

29,6 ± 5,3 Aab

29,9 ± 5,9 Aab

27 ± 5,0 Ab

26,3 ± 2,9 Ab

p<0,01

Signif p>0,5 p<0,03 p<0,02 p<0,03 p>0,1 p>0,07 p>0,4 p>0,2 p>0,08

Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

20

22

24

26

28

30

32

34

36

38

40

0 10 20 30 60 90 120 180 240

Tempo (min)

Vo

lum

e G

lob

ula

r (%

)

Controle

Grupo com NaCl 0,9%

Grupo com NaCl 7,2%

Gráfico 3 – Porcentagem de volume globular em bovinos intoxicados por amônia no

decorrer do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006

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6.3 BATIMENTOS CARDÍACOS

Todos os animais apresentavam-se taquicárdicos quando do início do experimento

reduzindo numericamente, mas não de forma significativa, em todos os grupos no decorrer do

tratamento. Nos tempos 30 min e 90 min, o grupo 5 apresentou maior freqüência cardíaca que

o grupo 4 (Tabela 4 e Gráfico 4).

Tabela 4 – Freqüência cardíaca (bpm) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006

Tempos (minutos)

0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif

Grupo 1 99± 21 Aa

104± 35 Aa

109± 24

Aa 104± 29

ABa 101± 30

Aa 90 ± 27

ABa 86 ± 36

Aa 98 ± 22

Aa 86 ± 14

Aa p>0,8

Grupo 2 110±12 Aa

90± 33 Aa 86 ± 24

Aa 87 ± 22

ABa 79±15,6

Aa 89 ± 19

ABa 86 ± 24

Aa 88 ± 26

Aa 77 ± 18

Aa p>0,1

Grupo 3 106±27 Aa

105± 36

Aa 110± 22

Aa 108± 18

ABa 108± 22

Aa 103 ± 8

ABa 89 ± 23

Aa 90 ± 22

Aa 86 ± 14

Aa p>0,5

Grupo 4 89 ± 33 Aa

95 ± 32

Aa 79 ± 24

Aa 73 ± 15

Ba 83 ± 14

Aa 69 ± 11

Ba 79 ± 8 Aa

88 ± 17

Aa 80 ± 11

Aa p>0,6

Grupo 5 108±36

Aa 102± 30

Aa 104± 23

Aa 111 ± 8

Aa 109± 15

Aa 109 ± 8

Aa 103± 13

Aa 80 ± 25

Aa 85 ± 17

Aa p>0,3

Signif p>0,7 p>0,9 p>0,3 P<0,02 p>0,8 p<0,01 p>0,5 p>0,8 p>0,8

Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

60

70

80

90

100

110

120

0 10 20 30 60 90 120 180 240

Tempo (min)

Fre

q. C

ardía

ca (bpm

)

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Grupo 4

Grupo 5

Gráfico 4 - Freqüência cardíaca em bovinos intoxicados por amônia no decorrer do

tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006

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Na tabela 5 e gráfico 5 está apresentada à comparação entre a freqüência cardíaca de

grupos que foram ou não medicados com furosemida, além do grupo controle. No 30º, 60º e 90º

min os animais tratados com furosemida manifestaram uma maior freqüência cardíaca que o

grupo medicado com outras soluções sem o uso de furosemida. No decorrer do tratamento com

furosemida existiu uma diminuição na freqüência cardíaca nos últimos dois tempos em relação

ao tempo zero.

Tabela 5 – Valores de freqüência cardíaca (bpm) em animais submetidos à intoxicação por

amônia e tratados sem furosemida ou com furosemida - São Paulo - 2006

Tempos (minutos)

0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif

Controle 99± 21 Aa

104± 35 Aa

109± 24

Aa 104± 30

ABa 101± 30

ABa 90 ± 27

ABa 86 ± 36

Aa 98 ± 22

Aa 86 ± 14

Aa p>0,9

Grupo sem furosemida

98 ± 27 Aa

93 ± 30

Aa 83± 23 Aa

80 ± 19

Ba 81 ± 14

Ba 79 ± 18

Ba 82 ± 17

Aa 88 ± 20

Aa 79 ± 14

Aa p>0,4

Grupo com

furosemida

107±30 Aa

10 ± 31

Aa 107± 21

Aa 110± 14

Aa 109± 18

Aa 106 ± 8

Aa 94 ± 19

Aab 85 ± 23

Ab 86 ± 15

Ab p<0,04

Signif p>0,7 p>0,7 p>0,1 p<0,007 p<0,01 p<0,007 p>0,3 p>0,5 p>0,5

Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

60

70

80

90

100

110

120

0 10 20 30 60 90 120 180 240

Tempo (min)

Fre

ênci

a C

ard

íaca

(b

pm

)

Controle

Grupo sem furosemida

Grupo com furosemida

Gráfico 5 - Valores de freqüência cardíaca em bovinos intoxicados por amônia no decorrer do

tratamento sem furosemida e com furosemida - São Paulo - 2006

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6.4 FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA

Embora tivesse ocorrido uma diminuição numérica na freqüência respiratória no

decorrer do experimento em momento nenhum foi significativa (p>0,1). Entre os tratamentos

nos diversos momentos também não foram constatadas alterações significativas (Tabela 6 e

Gráfico 6).

Tabela 6 – Freqüência respiratória (mpm) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia

e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006

Tempos (minutos) 0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif

Grupo 1 33 ± 13 Aa

33 ± 14 Aa

31 ± 17

Aa 31 ± 11

Aa 25 ± 4

Aa 19 ± 4 Aa

18 ± 4 Aa

23 ± 11

Aa 20 ± 6

Aa p>0,1

Grupo 2 22 ± 5 Aa 19 ± 2

Aa 22 ± 4

Aa 22,8 ± 7

Aa 19 ± 3

Aa 18 ± 4

Aa 16 ± 4

Aa 17 ± 3

Aa 22 ± 2

Aa p>0,8

Grupo 3 23 ± 5 Aa 19 ± 3

Aa 17 ± 2 Aa

16 ± 4

Aa 16 ± 3

Aa 20,4 ± 5

Aa 19 ± 5

Aa 19 ± 4

Aa 21 ± 7

Aa p>0,3

Grupo 4 32 ± 16 Aa

26 ± 11

Aa 25 ± 12

Aa 25 ± 10

Aa 23 ± 7 Aa

29 ± 15

Aa 27 ± 14

Aa 27 ± 10

Aa 22 ± 8

Aa p>0,7

Grupo 5 28 ± 9 Aa 23 ± 10

Aa 21 ± 14

Aa 27 ± 19

Aa 24 ± 8

Aa 19 ± 4

Aa 18 ± 5

Aa 17 ± 3

Aa 19 ± 7

Aa p>0,6

Signif p>0,4 p>0,2 p>0,4 p>0,4 p>0,1 p>0,2 p>0,2 p>0,2 p>0,9

Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 10 20 30 60 90 120 180 240

Tempo (min)

Fre

ênci

a re

spir

ató

ria

(mp

m)

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Grupo 4

Grupo 5

Gráfico 6 - Freqüência respiratória em bovinos intoxicados por amônia no decorrer do

tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006 6.5 MOVIMENTOS RUMINAIS

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Todos os bovinos apresentavam estase ruminal no momento zero, quando da

convulsão. No decorrer do experimento o retorno desses movimentos foi gradual e em

diferentes momentos. A partir dos 20 min os animais tratados começaram a manifestar

alguma movimentação, que se tornaram significativamente maiores que o grupo controle a

partir do 60º min, se repetindo também nos momentos 90, 120 e 240 min.

Maior tempo médio foi observado para que os animais do grupo controle começassem

a apresentar os movimentos ruminais em relação aos demais tratamentos (p<0,001) (Tabelas

7, 8, 9 e Gráfico 7).

Quando agrupados os resultados dos animais que receberam diferentes soluções

salinas detectou-se um mais rápido retorno dos movimentos de rúmen nos tratados com

solução hipertônica, que nos com salina isotônica, os quais foram inferiores ao grupo controle

(p<0,035).

Tabela 7 – Movimentos ruminais (mov/3 min) em bovinos submetidos à intoxicação por

amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006

Tempos (minutos)

0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif

Grupo 1 0 Ab 0 Ab 0 Ab 0 Ab 0 Bb 0,6 ± 0,5

Bb 0,6 ± 0,5

Bb 1,8 ± 0,5

Aa 1,8 ± 0,5

Ba p<0,0001

Grupo 2 0 Ac 0,2 ± 0,4

Ac 0,2 ± 0,4

Ac 0,2 ± 0,4

Ac 0,9 ± 0,9

ABc 1,9 ± 0,7

Ab 2,6 ± 0,9

Aab 2,4 ± 0,9

Aab 3,0 ± 1,2

ABa p<0,0001

Grupo 3 0 Ad 0 Ad 0,2 ± 0,4

Acd 0,4 ± 0,8

Acd 1,4 ± 1,1

ABbc 2,0 ± 0,7

Aab 2,0 ± 1,0

Aab 3,0 ± 1,4

Aa 2,8 ± 0,8

ABa p<0,0001

Grupo 4 0 Ac 0 Ac 0,2 ± 0,4

Ac 0,6 ± 0,5

Abc 1,6 ± 0,9

ABab 2,2 ± 1,3

Aa 2,2 ± 1,3

Aa 2,8 ± 1,5

Aa 2,2 ± 1,1

ABa p<0,0001

Grupo 5 0 Ac 0 Ac 0,2 ± 0,4

Ac 1,0 ± 0,7

Ac 2,0 ± 1,0

Ab 2,2 ± 1,1

Ab 2,2 ± 0,8

Ab 3,4 ± 0,9

Aa 3,6 ± 0,5

Aa p<0,0001

Signif p>0,9 p>0,4 p>0,9 p>0,1 p<0,01 p<0,05 p<0,03 p>0,2 p<0,03

Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

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0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

0 10 20 30 60 90 120 180 240

Tempo (min)

Mo

vim

ento

s ru

min

ais

(mo

v/3

min

)Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Grupo 4

Grupo 5

Gráfico 7 - Movimentos ruminais (mov/3min) em bovinos intoxicados por amônia no decorrer

do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006

Tabela 8 – Momento de retorno dos movimentos ruminais (min) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006

Grupos estudados Retorno dos movimentos ruminais (min)

Grupo 1 144 ± 49 A

Grupo 2 60 ± 33 B

Grupo 3 58 ± 25 B

Grupo 4 40 ± 18 B

Grupo 5 34 ± 15 B

Significância p<0,001 Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

Tabela 9 – Influência da solução aplicada sobre o momento de retorno dos movimentos ruminais (min) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia - São Paulo - 2006

Grupos Retorno dos movimentos ruminais (min)

Controle 144 ± 49 A

Sol. Isotônica 60 ± 27 B

Sol. Hipertônica 37± 16 C

Significância p<0,035

Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

6.6 TEMPERATURA RETAL

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Maiores temperaturas retais foram detectadas no grupo 4 do 60º ao 240º min e no

grupo 5 do 120º ao 240º min em relação ao grupo controle (p<0,05). Dentro do grupo 2 foram

detectadas menores temperaturas retais nos momentos 60 e 90 min em relação aos primeiros

10 minutos de experimento (p<0,01) (Tabela 10 e Gráfico 8).

Tabela 10 – Temperatura retal (oC) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006

Tempos (minutos)

0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif

Grupo 1 37,7 ± 0,5 Aa

37,5 ± 0,6 Aa

37,2 ± 0,9 Aa

36,9 ± 0,8 Aa

36,3 ± 0,9 Ba

36,1 ± 1,1 Ba

36,2 ± 1,4 Ba

36,5 ± 1,4 Ba

37,0 ± 1,1 Ba

p>0,1

Grupo 2 38,0 ± 0,6 Aa

37,9 ± 0,7 Aa

37,5 ± 0,5 Aab

37,4 ± 0,5 Aab

36,7 ± 1,1 ABb

36,5 ± 0,8 ABb

36,7 ± 0,9 ABb

37,3 ± 0,7 ABab

37,9 ± 0,7 ABa

p<0,01

Grupo 3 38,1 ± 0,4 Aa

38,0 ± 0,5 Aa

37,8 ± 0,6 Aa

37,5 ± 0,2 Aa

36,9 ± 0,5 ABa

36,9 ± 1,2 ABa

37,0 ± 1,6 ABa

37,6 ± 1,6 ABa

37,9 ± 1,6 ABa

p>0,4

Grupo 4 38,4 ± 0,6 Aa

38,4 ± 0,5 Aa

38,3 ± 0,3 Aa

38,2 ± 0,6 Aa

38,2 ± 0,5 Aa

38,0 ± 0,5 Aa

38,2 ± 0,5 Aa

38,3 ± 0,5 Aa

38,6 ± 0,3 Aa

p>0,8

Grupo 5 38,4 ± 0,6 Aa

38,2 ± 0,9 Aa

38,0 ± 0,8 Aa

37,8 ± 1,1 Aa

37,6 ± 1,0 ABa

37,7 ± 1,0 ABa

38,1 ± 0,9 Aa

38,6 ± 0,8 Aa

38,9 ± 0,7 Aa

p>0,3

Signif p>0,2 p>0,4 p>0,1 p>0,09 p<0,01 p<0,02 p<0,04 p<0,05 p<0,05

Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

35,5

36

36,5

37

37,5

38

38,5

39

0 10 20 30 60 90 120 180 240

Tempo (min)

Tem

per

atu

ra R

etal

(o

C)

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Grupo 4

Grupo 5

Gráfico 8 - Temperatura retal em bovinos intoxicados por amônia no decorrer do

tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006 Quando foram agrupados os resultados dos animais medicados com solução salina

isotônica e hipertônica, constataram-se maiores temperaturas retais médias no grupo tratado

com solução do 20º min até o final do experimento em relação ao grupo controle, ocorrendo o

mesmo efeito do 60º ao 120º min em comparação com o grupo 2 (Tabela 11 e Gráfico 9).

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Tabela 11 – Temperatura retal (oC) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia e

tratados com diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006

Tempos (minutos)

0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif

Controle 37,7 ± 0,5 Aa

37,5 ± 0,6 Aa

37,2 ± 0,9 Ba

36,9 ± 0,8 Ba

36,3 ± 0,9 Ba

36,1 ± 1,1 Ba

36,2 ± 1,4 Ba

36,5 ± 1,4 Ba

37,0 ± 1,1 Ba

p>0,1

Grupo com NaCl 0,9%

38 ± 0,5 Aa

38 ± 0,6

Aa 37,7±

0,6 ABab 37,4 ± 0,4 ABab

36,8 ± 0,8 Bab

36,7 ± 1 Bb

36,8 ± 1,2 Bab

37,4 ± 1,1 ABab

37,9 ± 1,1 ABab

p<0,002

Grupo com NaCl 7,2%

38,4 ± 0,5 Aa

38,3 ± 0,7 Aa

38,1 ± 0,6 Aa

38 ± 0,8 Aa

37,9 ± 0,8 Aa

38,2 ± 0,7 Aa

38,2 ± 0,7 Aa

38,4 ± 0,7 Aa

38,7 ± 20,3 Aa

p>0,1

Signif p>0,06 p>0,1 p<0,05 p<0,03 p<0,003 p<0,005 p<0,006 p<0,02 p<0,02

Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

Gráfico 9 - Temperatura retal em bovinos intoxicados por amônia no decorrer do

tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006

34,5 35

35,5 36

36,5 37

37,5 38

38,5 39

0 10 20 30 60 90 120 180 240

Tempo (min)

Tem

p. R

etal

(ºC

)

Controle Grupo com NaCl 0,9% Grupo com NaCl 7,2 %

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6.7 EDEMA PULMONAR

Foi constatado edema pulmonar em 100% dos animais do grupo controle, seguido do

grupo 2 (60%), dos grupos 3 e 4 (40%) e do grupo 5 (20%). No computo geral, o edema foi

mais freqüente (p<0,016) nos animais do grupo controle que nos animais tratados (Tabela 12).

Não existiu diferença significativa na freqüência de edema pulmonar entre os agrupamentos

furosemida x não furosemida ou isotônica x hipertônica (p>0,36) (Tabela 13).

Os bovinos tratados tiveram a reversão do edema pulmonar mais rapidamente que os

não tratados (p<0,05) (Tabela 14).

Tabela 12 – Presença ou não de edema pulmonar em bovinos submetidos à intoxicação por amônia - São Paulo – 2006

Com Edema Sem Edema Total

Controles 5 0 5

Tratados 8 12 20

Total 13 12 25

Tabela 13 – Distribuição dos animais com edema pulmonar em bovinos submetidos à intoxicação por amônia que foram tratados ou não com furosemida, ou infundidos com solução isotônica ou hipertônica - São Paulo - 2006

Com Furosemida Sem Furosemida Total

Sol. Isotônica 2 3 5

Sol. Hipertônica 2 1 3

Total 4 4 8

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Tabela 14 - Influência dos tratamentos ou não sobre as variáveis que estimam melhora clínica e o pH urinário - São Paulo - 2006

Grupos

Tempo para ficar

em estação (min)

Retorno do mov.

ruminal (min)

Recuperação do edema pulmonar

(min)

Retorno do apetite (min)

Temperatura corpórea

(ºC) no 240o min

pH urinário

Tratados 92 ± 42 b 44 ± 20 b 88 ± 53 b 101 ± 52 b 38,3 ± 0,9 a 6,64 ± 0,7 b

Controle 153 ± 43 a 126 ± 49 a 143 ± 41 a 157 ± 55 a 37,0 ± 1,1 b

7,02 ± 0,5 a

Significância p<0,008 p<0,0001 p<0,05 p<0,05 p<0,013 p<0,04

Letras distintas nas colunas indicam diferenças significativas entre os tratamentos.

6.8 TEMPO PARA RETORNO DO APETITE

Um maior tempo foi gasto para o retorno do apetite em animais do grupo controle que

em todos os animais submetidos ao mais diversos tratamentos utilizados neste experimento

(p<0,05) (Tabela 14)

6.9 TEMPO PARA FICAR EM ESTAÇÃO

Semelhante o que aconteceu no item anterior maior tempo foi observado para o

retorno a estação nos animais do grupo controle que nos medicados com os vários tratamentos

(p<0,008).

Existiu nesta variável uma influência positiva dos tratamentos com solução hipertônica

que acelerou a permanência em estação dos animais, a qual foi seguida da solução isotônica

que foi superior ao grupo controle (Tabela 15).

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Tabela 15 - Influência da solução isotônica ou

hipertônica sobre o tempo gasto para os animais retornarem à estação - São Paulo - 2006

Grupos Retorno à estação (min)

Controle 180 A

Isotônica 103 B

Hipertônica 60 C

Significância p < 0,05 Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

6.10 VOLUME URINÁRIO

Maior volume urinário (mL/kg PV 0,75) foi detectado dentro da 1ª h de experimento

nos animais do grupo 5 em relação aos grupos 2 e 1. Todos os tratamentos foram superiores

ao grupo controle durante a 1ª e 4ª h. No computo global o grupo 4 estimulou maior diurese

que o grupo 2; todos os tratamentos foram significativamente maiores que o grupo controle

(Tabela 16).

Dentro da 1ª hora os animais tratados com furosemida urinaram mais que os do grupo

controle (p<0,02). Nesse mesmo tempo o uso de soluções hipertônicas favoreceu

significativamente a diurese em relação ao grupo medicado com solução isotônica que foi

superior ao grupo controle (Tabela 17).

No computo global do experimento a solução hipertônica favoreceu a eliminação de

urina em relação ao grupo que recebeu solução isotônica, o qual foi superior ao grupo

controle (p<0,01). Neste mesmo contexto a furosemida não interferiu na maior eliminação de

urina em relação ao grupo não medicado com este fármaco, porém ambos foram superiores ao

grupo controle (p<0,01) (Tabela 17).

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Tabela 16 - Volume Urinário (ml/kg Peso Vivo0,75) excretado no decorrer da 1ª h, da 1ª a 4ª h e no computo global nos animais submetidos aos diferentes tratamentos (dados expressos em mediana) - São Paulo - 2006

Grupos 1h 1-4h Significância Global

G1 37,6 Ba 42,8 Ba p>0,66 90,3 C

G2 44,1 Bb 92,3 Aa p<0,01 127,5 B

G3 60,7 ABb 141,9 Aa p<0,03 208,3 AB

G4 72,1 ABb 136,9 Aa p<0,05 216,8 A

G5 111,9 Aa 120,4 Aa p>0,53 231,5 A

p<0,03 p<0,05 p<0,03 Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

Tabela 17 - Influência dos tratamentos com ou sem furosemida, com solução isotônica ou

hipertônica sobre o volume urinário (mL/ kg Peso Vivo 0,75) (dados expressos em mediana e média) - São Paulo – 2006

1h 1-4h Global

Controle 37,6 B 49,9 ± 29,4 B 87,45 ± 16,37 C

Sol. Isotônica 44,1 B 125,4 ± 37,4 A 175,21 ± 44,31 B

Sol. Hipertônica 111,9 A 140,2 ± 43,9 A 232,52 ± 36,03 A

Significância p<0,005 p<0,01 p<0,0001

Controle 37,5 B 49,9 ± 29,4 B 87,45 ±16,37 B

Sem Furosemida 89,1 A 128,6 ± 40,9 A 189,62 ± 57,64 A

Com Furosemida 48,05 AB 138,2 ± 42 A 222,88 ± 31,24 A

Significância p<0,02 p<0,01 p<0,0001 Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

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6.11 GRAVIDADE ESPECÍFICA E pH URINÁRIO

Menores valores de gravidade específica foram detectados da 1ª a 4ª h e nos dados

globais nos grupos 2 e 3 que no controle. O pH urinário foi inferior na 1ª a 4ª h no grupo 3 em

relação ao 4 e nos dados globais nos grupos 2 e 3 em relação ao 4. Em todos os grupos existiu

uma diminuição do pH urinário da 1ª a 4ª h em relação a 1ª h (Tabela 18).

Tabela 18 – Valores de gravidade especifica e pH urinário de bovinos submetidos a

diferentes tratamentos - São Paulo – 2006

Até 1 hora 1 – 4 horas Global Significância

G1 1,006 ± 0,002 Aa 1,009 ± 0,003 Aa 1,008 ± 0,003 Aa p>0,08

G2 1,005 ± 0,001 Aa 1,006 ± 0,002 Ba 1,006 ± 0,002 Ba p>0,3

G3 1,007 ± 0,005 Aa 1,005 ± 0,002 Ba 1,006 ± 0,004 Ba p>0,2

G4 1,007 ± 0,004 Aa 1,007 ± 0,001 ABa 1,007 ± 0,003 ABa p>0,9

Gravidade Específica

G5 1,006 ± 0,001 Aa 1,007 ± 0,001 ABa 1,007 ± 0,001 ABa p>0,1

Significância p>0,2 p<0,0001 p<0,02

G1 7,36 ± 0,42 Aa 6,48 ± 0,61 Ab 6,82 ± 0,6 BCab p<0,02

G2 7,17 ± 0,19 Aa 6,19 ± 0,61 ABb 6,6 ± 0,68 Cb p<0,0001

G3 7,24 ± 0,38 Aa 6,07 ± 0,67 Bb 6,51 ± 0,81 Cb p<0,001

G4 7,44 ± 0,44 Aa 6,99 ± 0,45 Ab 7,19 ± 0,5 ABab p<0,03

pH urina

G5 7,09 ± 0,3 Aa 6,2 ± 0,7 ABb 6,6 ± 0,71 Cb p<0,0001

Significância p>0,1 p<0,0001 p<0,001

Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

Quando os grupos foram amalgamados segundo os tratamentos, a gravidade específica

urinária demonstrou-se maior nos grupos controle e nos medicados com solução hipertônica

que nos tratados com solução isotônica; sendo que o controle foi maior que os medicados ou

não com furosemida (Tabela 19).

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Tabela 19 – Valores globais da gravidade específica urinária de

animais do grupo controle dos grupos que receberam solução isotônica e hipertônica, sem e com furosemida - São Paulo - 2006

Tratamentos Gravidade Específica

Controle 1,008 ± 0,003 A

Sol. Isotônica 1,006 ± 0,003 B

Sol. Hipertônica 1,007 ± 0,002 A

Significância p<0,001

Controle 1,008 ± 0,003 A

Sem Furosemida 1,006 ± 0,002 B

Com Furosemida 1,006 ± 0,002 B

Significância p<0,003 Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

6.12 HEMOGASOMETRIA Os valores de pH sangüíneos não apresentaram diferença estatística em dois grupos

estudados, no grupo 1 e 3. No grupo 2 e 5 apresentaram comportamento semelhante, no

tempo zero o pH obtido foram os mais baixos em relação ao término das quatro horas de

tratamento (p<0,01 e p<0,05; respectivamente), e no grupo 4 o menor pH obtido foi no tempo

60 min, sendo que o mesmo se elevou significativamente ao término do tratamento (p<0,004),

e não ocorreram diferenças estatísticas entre grupos e os tempos estudados (Tabela 20).

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Tabela 20 – Valores de pH sangüíneo em bovinos submetidos à intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006

Tempos (minutos)

0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif

Grupo 1 7,23 ± 0,06 Aa

7,25 ± 0,08 Aa

7,25 ± 0,10 Aa

7,26 ± 0,12 Aa

7,23 ± 0,08 Aa

7,24 ± 0,06 Aa

7,30 ± 0,06 Aa

7,32 ± 0,05 Aa

7,36 ± 0,03 Aa

p>0,5

Grupo 2 7,22 ± 0,09 Ac

7,25 ± 0,05 Abc

7,27 ± 0,06 Abc

7,29 ± 0,09 Aabc

7,25 ± 0,04 Abc

7,26 ± 0,06 Abc

7,28 ± 0,06 Abc

7,34 ± 0,05 Aab

7,38 ± 0,02 Aa

p<0,01

Grupo 3 7,15 ± 0,11 Aa

7,21 ± 0,15 Aa

7,21 ± 0,18 Aa

7,19 ± 0,18 Aa

7,16 ± 0,18 Aa

7,18 ± 0,22 Aa

7,28 ± 0,16 Aa

7,25 ± 0,13 Aa

7,37 ± 0,11 Aa

p>0,5

Grupo 4 7,29 ± 0,07 Abcd

7,28 ± 0,08 Abcd

7,28 ± 0,05 Abcd

7,27 ± 0,07 Acd

7,20 ± 0,08 Ad

7,27 ± 0,06 Acd

7,34 ± 0,05 Aabc

7,38 ± 0,04 Aab

7,41 ± 0,04 Aa

p<0,004

Grupo 5 7,11 ± 0,11 Ac

7,23 ± 0,07 Aabc

7,18 ± 0,13 Abc

7,19 ± 0,11 Aabc

7,21 ± 0,13 Aabc

7,26 ± 0,15 Aabc

7,30 ± 0,14 Aab

7,35 ± 0,08 Aab

7,38 ± 0,05 Aa

p<0,05

Signif p>0,07 p>0,8 p>0,7 p>0,6 p>0,8 p>0,8 p>0,9 p>0,1 p>0,4

Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

Os valores de pCO2 estão apresentados na tabela 21. Com exceção dos valores dentro

dos grupos 2, 3 e 4, não existiram diferenças significativas nas demais comparações. Nesses

grupos os valores de pressão de CO2 foram menores nos momentos entre os 20 e 30 minutos.

Tabela 21 – Valores de pCO2 (mmHg) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia e

tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006

Tempos (minutos)

0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif

Grupo 1 45,7 ± 20,0 Aa

28,6 ± 8,0 Aa

29,3 ± 11,2 Aa

27,9 ± 7,2 Aa

36,3 ± 6,0 Aa

40,8 ± 6,0 Aa

41,5 ± 5,9 Aa

43,3 ± 5,2 Aa

42,7 ± 3,8 Aa

p>0,2

Grupo 2 43,6 ± 11,2 Aab

37,6 ± 8,4 Aabc

32,8 ± 12,7 Abc

31,0 ± 11,0 Ac

37,6 ± 8,1 Aabc

40,9 ± 6,0 Aabc

43,7 ± 2,8 Aab

46,2 ± 2,8 Aa

47,8 ± 5,1 Aa

p<0,03

Grupo 3 57,3± 8,3 Aa

36,7 ± 7,6 Aab

37,9 ± 10,9 Ab

43,7 ± 12,6 Ab

44,0 ± 5,3 Ab

45,3 ± 4,8 Ab

45,4 ± 7,8 Ab

44,3 ± 2,8 Ab

46,1 ± 2,4 Ab

p<0,01

Grupo 4 40,4 ± 6,3 Aab

34,9 ± 6,7 Abcd

32,5 ± 7,6 Acd

29,5 ± 4,8 Ad

39,6 ± 4,0 Aabc

40,2 ± 4,5 Aab

42,1 ± 3,3 Aab

42,5 ± 4,3 Aab

45,0 ± 4,5 Aa

p<0,001

Grupo 5 57,3 ± 14,8 Aa

35,1 ± 8,0 Aa

39,4 ± 8,0 Aa

37,0 ± 9,1 Aa

40,3 ± 3,3 Aa

42,3 ± 6,9 Aa

44,0 ± 5,1 Aa

43,5 ± 4,3 Aa

43,2 ± 4,3 Aa

p>0,06

Signif p>0,1 p>0,5 p>0,7 p>0,1 p>0,3 p>0,6 p>0,8 p>0,6 p>0,3

Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

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Dentro dos grupos 1, 2, 4 e 5 ocorreram diferenças significativas dentro dos valores de

ABE em especial entre primeiros e últimos momentos (Tabela 22).

Tabela 22 – Valores de ABE sangüíneo em bovinos submetidos à intoxicação por amônia e

tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006

Tempos (minutos)

0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif

Grupo 1 -11,6 ± 2,1 Aa

-13,6 ± 1,5 Ab

-14,6 ± 2,2 Ab

-15,2 ± 2,4 Ab

-14,4 ± 3,9 Ab

-12,8 ± 2,8 Ab

-10,0 ± 3,2 Aab

-6,6 ± 4,7 Aa

-2,5 ± 2,0 Aa

p<0,001

Grupo 2 -6,4 ± 3,4 Ac

-10,0 ± 1,9 Ad

-10,8 ± 1,8 Ad

-10,5 ± 1,2 Ad

-9,8 ± 2,1 Ad

-8,4 ± 2,3 Ac

-5,9 ± 2,8 Ac

-1,2 ± 3,2 Ab

2,1 ± 2,1

Aa p<0,0001

Grupo 3 -9,2 ± 6,4 Aa

-11,6 ± 8,7 Aa

-11,5 ± 8,7 Aa

-10,9 ± 8,7 Aa

-11,2 ± 11,4 Aa

-9,9 ± 11,7 Aa

-4,6 ± 10,8 Aa

-7,2 ± 7,3 Aa

1,2 ± 8,3

Aa p>0,4

Grupo 4 -7,3 ± 4,3 Abc

-10,2 ± 3,5 Ac

-11,2 ± 3,4 Ac

-11,7 ± 4,1 Ac

-11,4 ± 5,3 Ac

-7,4 ± 4,3 Abc

-2,6 ± 4,4 Aab

0,5 ± 3,6

Aab 3,1 ± 5,3

Aa p<0,0001

Grupo 5 -9,8 ± 4,9 Aa

-12,0 ± 5,9 Aa

-12,9 ± 5,8 Aa

-12,5 ± 6,0 Aa

-10,5 ± 8,1 Aab

-10,5 ± 5,8 Aab

-7,9 ± 5,0 Aab

-4,1 ± 4,3 Aab

-0,5 ± 4,3 Ab

p< 0,05

Signif p>0,4 p>0,8 p>0,8 p>0,6 p>0,8 p>0,7 p>0,5 p>0,1 p>0,09

Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

Dentro dos grupos 1, 2, 4 e 5 ocorreram diferenças significativas dentro dos valores de

bicarbonato, em especial entre primeiros e últimos momentos (Tabela 23).

Tabela 23 – Valores de bicarbonato sangüíneo (mM/L) em bovinos submetidos à intoxicação

por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006

Tempos (minutos)

0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif

Grupo 1 15,2 ± 2,5 Aab

12,4 ± 1,8 Ab

11,2 ± 0,8 Ab

10,6 ± 1,1 Ab

11,8 ± 2,9 Ab

13,2 ± 3,1 Ab

15,6 ± 3,8 Aab

19,2 ± 3,6 Aa

21,9 ± 3,5 Aa

p<0,0001

Grupo 2 17,9 ± 3,8 Abc

16,4 ± 2,7 Ac

14,6 ± 3,4 Ac

14,4 ± 2,2 Ac

16,4 ± 2,8 Ac

18,1 ± 2,1 Abc

20,5 ± 2,0 Ab

24,8 ± 2,7 Aa

27,8 ± 2,4 Aa

p<0,0001

Grupo 3 20,2 ± 5,3 Aa

14,8 ± 5,6 Aa

15,5 ± 6,2 Aa

16,9 ± 6,6 Aa

17,3 ± 9,2 Aa

18,4 ± 8,6 Aa

22,4 ± 9,2 Aa

19,9 ± 5,6 Aa

27,1 ± 7,3 Aa

p>0,2

Grupo 4 18,5 ± 3,4 Abc

15,1 ± 2,4 Ac

13,9 ± 2,9 Ac

13,6 ± 3,4 Ac

16,1 ± 4,3 Ac

19,0 ± 3,8 Abc

23,1 ± 4,2 Aab

25,8 ± 3,6 Aa

28,5 ± 5,4 Aa

p<0,0001

Grupo 5 20,7 ± 5,6 Aab

14,5 ± 5,5 Ab

14,8 ± 5,2 Ab

12,5 ± 2,8 Ab

13,9 ± 3,7 Aab

17,2 ± 4,6 Aab

19,2 ± 4,2 Aab

22,2 ± 4,3 Aab

24,6 ± 4,1 Aa

p<0,02

Signif p>0,3 p>0,7 p>0,5 p>0,2 p>0,5 p>0,3 p>0,3 p>0,09 p>0,09

Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

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6.13 SÓDIO E POTÁSSIO SÉRICOS

Os grupos que receberam solução salina hipertônica tiveram maiores valores de sódio

sérico que os demias grupos a partir do 10º min até o final do experimento; dentro dos grupos

4 e 5 os primeiro tempo o sódio foi inferior aos demais (Tabela 24).

Tabela 24 – Valores de sódio sérico (mM/L) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia e

tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006

Tempos (minutos)

0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif

Grupo 1 140,8 ± 3,2 Aa

139,4 ± 3,0 Ba

139,4 ± 3,2 Ba

138,5 ± 5,4 Ba

139,5 ± 4,0 Ba

139,0 ± 3,6 Ba

139,6 ± 3,9 Ba

139,2 ± 3,2 ABa

138,7 ± 2,5 ABa

p>0,9

Grupo 2 138,7 ± 3,2 Aa

139,1 ± 3,8 Ba

138,9 ± 3,7 Ba

139,5 ± 3,6 Ba

138,8 ± 3,1 Ba

139,5 ± 3,2 Ba

139,1 ± 3,4 Ba

139,8 ± 3,5 ABa

140,2 ± 3,1 ABa

p>0,9

Grupo 3 139,5 ± 2,5 Aa

139,0 ± 2,8 Ba

139,1 ± 2,7 Ba

139,5 ± 3,1 Ba

138,5 ± 2,3 Ba

139,1 ± 2,4 Ba

137,6 ± 2,3 Ba

136,4 ± 1,8 Aa

136,9 ± 2,3 Aa

p>0,4

Grupo 4 137,8 ± 1,4 Ad

143,4 ± 1,6 Ac

148,6 ± 5,4 Aab

150,2 ± 1,2 Aa

149,0 ± 2,4 Aab

146,8 ± 2,5 Aabc

146,5 ± 2,1 Aabc

145,5 ± 1,8 Abc

145,1 ± 1,8 Abc

p<0,0001

Grupo 5 140,9 ± 3,3 Ae

145,7 ± 4,7 Acd

152,8 ± 3,9 Aa

150,2 ± 2,3 Aab

149,0 ± 2,4 Aabc

147,2 ± 1,6 Abcd

147,0 ± 1,9 Abcd

144,4 ± 1,6 Ade

143,5 ± 1,1 Ade

p<0,0001

Signif p>0,5 p<0,02 p<0,0001 p<0,0001 p<0,0001 p<0,0001 p<0,0001 p<0,0001 P<0,0001

Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

Nos primeiros momentos os teores de potássio sérico foram maior que nos posteriores

em todos os grupos (Tabela 25).

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Tabela 25 – Valores de potássio sérico (mM/L) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006

Tempos (minutos)

0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif

Grupo 1 5,2 ± 0,2 Aa

4,8 ± 0,8 Aab

4,7 ± 1,0 Aab

4,3 ± 0,9

Aab 4,2 ± 0,7

Aab 4,2 ± 0,5

Aab 4,0 ± 0,4

Aab 3,6 ± 0,5

Ab 3,2 ± 0,5

Ab p<0,04

Grupo 2 5,1 ± 0,5 Aa

4,9 ± 0,5

Aa 4,5 ± 0,8

Aab 4,0 ± 0,7

Abc 3,7 ± 0,5

Acd 3,7 ± 0,3

Acd 3,6 ± 0,2

Acd 3,2 ± 0,2

Ad 3,0 ± 0,2

Ad p<0,0001

Grupo 3 6,0 ± 1,2 Aa

5,3 ± 1,3 Aab

4,9 ± 1,3

Aab 4,9 ± 1,1Aab

4,1 ± 0,9

Aab 4,0 ± 0,9

Aab 3,9 ± 0,8

Aab 4,0 ± 1,2

Aab 3,1 ± 0,9

Ab p<0,008

Grupo 4 4,9 ± 0,6 Aa

3,9 ± 0,3 Ab

3,9 ± 0,4

Ab 3,9 ± 0,4

Ab 3,9 ± 0,2

Ab 3,5 ± 0,1

Ab 3,5 ± 0,2

Ab 2,9 ± 0,2

Ac 2,7 ± 0,2

Ac p<0,0001

Grupo 5 5,9 ± 1,2 Aa

4,2 ± 0,3 Ab

3,9 ± 0,4

Abc 3,8 ± 0,1

Abc 3,8 ± 0,2

Aabc 3,4 ± 0,5

Abcd 3,3 ± 0,5

Ade 3,0 ± 0,6

Ade 2,6 ± 0,1

Ae p<0,0001

Signif p>0,2 p>0,1 p>0,3 p>0,2 p>0,6 p>0,1 p>0,1 p>0,1 p>0,2

Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

6.14 GLICOSE E LACTATO-L PLASMÁTICOS

No momento 240 min em que os teores de glicose foram superiores no grupo A, que

nos demais; maiores valores de glicemia foram encontrados no último momento em relação

aos primeiros dentro do grupo C (Tabela 26).

Tabela 26 – Valores de glicose plasmática (mM/L) em bovinos submetidos à intoxicação por

amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006

Tempos (minutos)

0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif

Grupo 1 12,0 ± 3,6 Aa

13,7 ± 3,7 Aa

14,6 ± 3,9 Aa

14,5 ± 4,3 Aa

14,4 ± 4,8 Aa

13,6 ± 4,5 Aa

12,8 ± 4,0 Aa

11,7 ± 1,8 Aa

12,3 ± 1,5 Aa

p>0,9

Grupo 2 10,2 ± 3,5 Aabc

13,3 ± 3,1 Aabc

14,6 ± 3,2 Aa

14,9 ± 3,2 Aa

13,8 ± 3,8 Aab

12,5 ± 3,8 Aabc

11,7 ± 4,6 Aabc

9,3 ± 3,7

Abc 8,2 ± 2,9

Bc p<0,04

Grupo 3 11,3 ± 3,6 Aa

13,8 ± 3,3 Aa

14,1 ± 4,0 Aa

14,1 ± 3,6 Aa

13,2 ± 3,3 Aa

12,3 ± 2,9 Aa

11,7 ± 2,8 Aa

9,9 ± 2,5

Aa 8,3 ± 2,4

Ba p>0,08

Grupo 4 10,5 ± 2,8 Aab

11,8 ± 21,9 Aa

12,2 ± 1,5 Aa

12,4 ± 2,3 Aa

12,6 ± 3,2 Aa

11,3 ± 2,1 Aa

9,9 ± 1,8

Aabc 8,3 ± 1,6

Abc 7,0 ± 1,6

Bc p<0,002

Grupo 5 9,1 ± 2,8 Aa

11,0 ± 2,1 Aa

10,6 ± 2,9 Aa

10,8 ± 3,1 Aa

11,0 ± 2,7 Aa

10,8 ± 2,2 Aa

9,5 ± 2,0

Aa 8,2 ± 2,3

Aa 7,1 ± 3,1

Ba p>0,2

Signif p>0,7 p>0,5 p>0,2 p>0,3 p>0,6 p>0,7 p>0,5 p>0,2 p<0,05

Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

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Os grupos 2, 4 e 5 tiveram menores teores de lactato-L no 240º min que nos demais

grupos. Dentro dos grupos 1, 2 e 4 ocorreram menores valores de lactato-L em relação aos

encontrados no 20º e 30º minutos (Tabela 27).

Tabela 27 – Valores de lactato-L plasmático (mM/L) em bovinos submetidos à intoxicação por

amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006

Tempos (minutos)

0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif

Grupo 1 12,5 ± 1,8 Ab

15,9 ± 1,4 Aab

17,8 ± 2,3 Aa

18,2 ± 3,3 Aa

18,8 ± 4,7 Aa

18,3 ± 3,7 Aa

15,6 ± 5,0 Aab

12,0 ± 4,8 Ab

10,5 ± 2,0 Ab

p<0,03

Grupo 2 12,4 ± 5,1 Aabc

14,6 ± 4,0 Aabc

18,3 ± 4,8 Aa

16,1 ± 4,7 Aa

16,2 ± 5,8 Aab

14,8 ± 6,4 Aabc

11,3 ± 5,8 Aabc

7,7 ± 6,4

Abc 4,2 ± 3,3

Bc p<0,007

Grupo 3 10,8 ± 3,7 Aa

14,3 ± 5,0 Aa

15,4 ± 4,9 Aa

15,9 ± 4,4 Aa

14,2 ± 5,3 Aa

14,5 ± 6,1 Aa

12,5 ± 7,1 Aa

10,1 ± 7,4 Aa

7,5 ± 7,1

Aa p>0,3

Grupo 4 12,9 ± 1,8 Abcd

15,7 ± 5,1 Aabc

18,1 ± 4,4 Aab

21,5 ± 10,9 Aa

18,4 ± 6,1 Aab

13,9 ± 4,9 Aabc

9,7 ± 5,2

Acde 5,9 ± 3,5

Ade 3,3 ± 1,7

Be p<0,0001

Grupo 5 12,4 ± 8,6 Aa

15,2 ± 7,9 Aa

15,5 ± 7,6 Aa

15,3 ± 7,5 Aa

14,0 ± 8,8 Aa

11,2 ± 9,8 Aa

8,1 ± 8,1

Aa 5,9 ± 5,4

Aa 3,9 ± 3,8

Ba p>0,1

Signif p>0,9 p>0,9 p>0,8 p>0,6 p>0,6 p>0,5 p>0,4 p>0,4 p<0,05

Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

6.15 URÉIA E CREATININA SÉRICAS

Não ocorreram diferenças significativas nos teores de uréia sérica, nem dentro nem

entre os tratamentos (Tabela 28).

Tabela 28 – Valores de uréia sérica (mM/L) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia e tratados

com diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006

Tempos (minutos)

0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif

Grupo 1 5,1 ± 1,3 Aa

4,9 ± 1,1 Aa

5,0 ± 1,2 Aa

4,9 ± 1,2

Aa 5,1 ± 1,3

Aa 5,1 ± 1,3

Aa 5,2 ± 1,3

Aa 5,2 ± 1,2

Aa 5,2 ± 1,2

Aa p>0,9

Grupo 2 5,8 ± 0,8 Aa

5,6 ± 0,9

Aa 5,5 ± 0,8

Aa 5,5 ± 0,9

Aa 5,4 ± 0,9

Aa 5,2 ± 0,8

Aa 5,6 ± 0,8

Aa 5,4 ± 0,8

Aa 5,3 ± 0,7

Aa p>0,9

Grupo 3 6,4 ± 1,5 Aa

5,9 ± 1,5 Aa

5,8 ± 1,6

Aa 6,0 ± 1,5

Aa 5,7 ± 1,6

Aa 5,8 ± 1,5

Aa 5,7 ± 1,5

Aa 5,9 ± 1,6

Aa 5,9 ± 1,5

Aa p>0,9

Grupo 4 4,0 ± 1,8 Aa

3,6 ± 1,7 Aa

3,7 ± 1,6

Aa 3,7 ± 1,7

Aa 3,6 ± 1,6

Aa 3,7 ± 1,5

Aa 3,8 ± 1,5

Aa 3,9 ± 1,6

Aa 4,0 ± 1,6

Aa p>0,9

Grupo 5 5,2 ± 0,8 Aa

4,7 ± 0,8 Aa

4,7 ± 0,7

Aa 4,7 ± 0,8

Aa 4,6 ± 0,8

Aa 4,6 ± 0,8

Aa 4,6 ± 0,8

Aa 4,8 ± 0,7

Aa 4,9 ± 0,8

Aba p>0,9

Signif p>0,08 p>0,07 p>0,1 p>0,09 p>0,1 p>0,1 p>0,1 p>0,2 p>0,2

Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

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Dentro do tratamento 4 maiores concentrações de creatinina sérica foram observados

no momento basal em relação aos demais; os valores de cretinina foram maiores no grupo 1

em vários momentos do experimento em relação aos vários grupos, em especial o 2 (Tabela

29).

Tabela 29 – Valores de creatinina sérica (mM/L) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia e tratados

com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006

Tempos (minutos)

0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif

Grupo 1 0,156 ± 0,015Aa

0,156 ± 0,013 Aa

0,156 ± 0,013 Aa

0,155 ± 0,013 Aa

0,160 ± 0,013 Aa

0,159 ± 0,014 Aa

0,158 ± 0,012 Aa

0,153 ± 0,011 Aa

0,154 ± 0,012 Aa

p>0,9

Grupo 2 0,131 ± 0,009Ba

0,134 ± 0,009 Ba

0,134 ± 0,008 Ba

0,132 ± 0,007 Ba

0,134 ± 0,007 Ba

0,132 ± 0,011 Ba

0,129 ± 0,011 Ba

0,123 ± 0,012 Ba

0,121 ± 0,013 Ba

p>0,3

Grupo 3 0,132 ± 0,009Ba

0,137 ± 0,009 Ba

0,138 ± 0,012 Ba

0,139 ± 0,011 ABa

0,135 ± 0,013 Ba

0,136 ± 0,013 Ba

0,136 ± 0,017 Aba

0,132 ± 0,020 ABa

0,131 ± 0,021 ABa

p>0,9

Grupo 4 0,148 ± 0,005ABa

0,138 ± 0,005 Bbc

0,137 ± 0,004 Bbbc

0,139 ± 0,006 ABbc

0,142 ± 0,005 Abab

0,138 ± 0,004 ABbc

0,138 ± 0,006 Abbc

0,134 ± 0,007 ABbc

0,132 ± 0,005 ABc

p<0,005

Grupo 5 0,137 ± 0,014ABa

0,133 ± 0,012 Ba

0,129 ± 0,015 Ba

0,133 ± 0,016 Ba

0,135 ± 0,014 Ba

0,135 ± 0,014 Ba

0,135 ± 0,014 Aba

0,131 ± 0,015 ABa

0,128 ± 0,015 ABa

p>0,9

Signif p<0,006 p<0,01 p<0,01 p<0,04 p<0,008 p<0,01 p<0,02 p<0,02 p<0,02

Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si

Na tabela 30 se encontram as porcentagens de depuração de amônio e uréia em relação

à quantidade individual de cloreto de amônio injetado. Com exceção do da quantidade total de

amônio injetado que teve uma distribuição paramétrica, todos os demais resultados foram

submetidos a teste não paramétrico e são apresentados em mediana. Não existiu diferença na

quantidade de cloreto de amônio injetado nos animais dos diversos grupos. Já na 1ª hora os

grupos 4 e 5 eliminaram mais uréia ou amônio que os demais grupos; na eliminação global no

decorrer das quatro horas tanto o amônio como a uréia foram mais excretados que o grupo

controle. Quando são somadas as quantidades de amônio e uréia constatou-se que na 1ª hora

os grupos 4 e 5 eliminaram mais que os grupos 2 e 3 e estes mais que o grupo controle, sendo

que no computo geral os animais tratados eliminaram mais que o grupo controle.

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Tabela 30 – Média do total de NH4+Cl injetado para obtenção de convulsão e mediana da

excreção percentual urinária de amônio ou uréia e ambos na 1ah e durante as 4h de tratamento em relação ao NH4

+Cl injetado - São Paulo - 2006

Excreção (%) urinário de amônio e uréia em relação ao NH4Cl injetado

Grupos

Total de

amônio

injetado

(mM)

Amônio (1h)

Amônio

(Global –

4h)

Uréia (1h)

Uréia

(Global –

4h)

Total de

amônio +

uréia (1h)

Total de

amônio +

uréia (4h)

G1 208 ± 73,7 a 1,6 c 12,9 b 1,9 c 30,0 b 3,5 c 42,9 b

G2 159 ± 41,6 a 10,0 ab 28,2 a 24,4 b 68,2 a 34,4 b 96,4 a

G3 132 ± 29,0 a 7,6 b 32,3 a 18,2 b 71,5 a 25,8 b 103,8 a

G4 193 ± 66,3 a 13,9 a 20,5 a 35,7 a 76,5 a 49,6 a 97,0 a

G5 145 ± 26,9 a 14,0 a 37,9 a 32,5 a 77,4 a 46,5 a 115,3 a

Significância p>0,2 p<0,04 p<0,03 p<0,03 p<0,05 p<0,02 p<0,05

Letras distintas nas colunas indicam diferenças significativas entre os tratamentos.

6. 16 RELAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS

O gráfico 10, mostra a relação entre os teores de uréia urinária excretada e os teores de

amônio urinário durante o experimento. Foi observada uma alta (r = 0,58) e significativa

(p<0,0001) correlação entre as variáveis.

y = 0,0112x + 52,456r = 0,58

p<0,0001

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000

Uréia urinária (mM/L)

Am

ôn

io u

rin

ária

(u

M/L

)

Gráfico 10 – Influência dos teores de uréia urinária sobre a excreção de amônio urinário

nos bovinos intoxicados por amônia – São Paulo – 2006

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7 DISCUSSÃO

O trabalho em questão atingiu seus objetivos propostos. A indução da intoxicação por

amônia seguindo o protocolo preconizado provocou o surgimento de sintomas clínicos

definitivos em todos os animais, causando um quadro convulsivo quando se iniciou o presente

experimento, identicamente ao descrito no modelo descrito por Kitamura et al. (2003).

No momento da convulsão os teores de amônia plasmáticos foram máximos e

idênticos em todos os tratamentos (Tabela 1), os quais foram diminuindo gradativamente nos

grupos experimentais medicados ou não com os vários tratamentos. Embora existisse uma

expectativa de ocorrer uma diminuição mais drástica e rápida nessas concentrações de

amônia, nos grupos tratados, esta só veio ocorrer mais tardiamente (120 min) nos grupos 4 e

5, medicados com solução hipertônica de cloreto de sódio, seguida dos demais tratamentos

que passaram a se diferenciar do grupo controle a partir do 180º min.

Mesmo considerando que os teores de amônia plasmáticos não tivessem apresentado

uma queda mais pronunciada os tratamentos de alguma forma provocaram uma melhora no

quadro geral, espelhado pelo quadro clínico e pelas variáveis laboratoriais como será

discutido a seguir.

O uso da solução hipertônica provocou nos primeiros 30 minutos de tratamento uma

declarada redução no volume globular (Tabelas 2 e 3). Este fato tem sido descrito por vários

autores que estudaram o uso dessas soluções (CONSTABLE et al., 1996; ROEDER et

al.,1997). Este fenômeno é provocado pelo súbito aumento de osmolaridade na corrente

circulatória que atraí de maneira imediata o fluxo de líquidos do espaço extracelular, não

intravascular, e intracelular, para os vasos sangüíneos (CONSTABLE et al., 1996). Parece ter

contribuiudo bastante para a correção da hidratação a absorção da água que foi administrada

pela via oral no grupo tratado com solução salina hipertônica, visto que apenas nestes grupos

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ocorreu uma diminuição signficatica do volume globular (Tabela 3). Segundo Roeder et al.

(1997) a infusão de uma solução salina hipertônica, em vacas, associada a administração

concomitante de água pela via oral provocou uma grande absorção desta para o sangue,

diminuindo substancialmente o volume globular, fato que não aconteceu quando apenas a

água foi empregada no rúmen. Nesse trabalho de Roeder et al. (1997), o volume e a

osmolaridade plasmática foram maiores nos primeiros 30 minutos tratamento, sugerindo que

ocorreu uma maior absorção de água do rúmen neste período. Coincidentemente, o volume

globular foi mais baixo nos grupos tratados com hipertônica nesses primeiros 30 minutos

(Tabela 3). O número de batimentos cardíacos diminuiu apenas no grupo que recebeu solução

hipertônica sem diurético (grupo 4). Durante a convulsão os batimentos cardíacos se aceleram

tendendo a cair posteriormente na recuperação (KITAMURA et al., 2003). Essa taquicardia é

causada pela influência do excesso de amônia no sangue a qual provoca a liberação de

adrenalina pelo animal (ORTOLANI; ANTONELLI 2004). Segundo estudo feito com

bezerros, com intenso quadro de desidratação provocado por diarréia, quando a solução salina

hipertônica foi infundida sistemicamente em associação com adminstração de água por via

oral, como ocorreu no grupo 4 do presente experimento, existiu um aumento significativo no

débito cardíaco, volume sistólico e volume plasmático, levando a uma redução significativa

no batimento cardíaco (CONSTABLE et al., 1996).

A furosemida provocou uma manutenção temporária no alto número de batimentos

cardíacos, independente, da solução hidratante utilizada (Tabela 5) . Nada foi encontrado a

respeito, na literatura consultada, que explicasse tal resultado aparentemente anômalo.

A freqüência respiratória (Tabela 6) não revelou qualquer resultado que indicasse de

maneira significativa a ação benéfica dos medicamentos no decorrer dos tratamentos. Já por

outro lado, a análise dos movimentos ruminais (Tabela 7) indica que todos os tratamentos

tiveram efeito positivo tanto na precocidade de retorno destes, após uma completa atonia do

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órgão, como no aumento numérico dos movimentos no decorrer da medicação. Ficou também

patente que os tratamentos contendo soluções hipertônicas promoveram uma mais rápida

recuperação da movimentação ruminal (Tabela 9). Segundo Coombe et al. (1960) e Ortolani;

Antonelli (2004), a alta concentração sangüínea de amônia per se pode interferir

negativamente no centro gástrico que controla os movimentos ruminais, provocando assim

uma atonia neste órgão. Porém, neste presente trabalho não existiu diferença significativa

evidente nos teores de amônia sangüíneos entre os grupos medicados com solução salina

isotônica ou hipertônica, mas estes tratamentos apresentaram no decorrer da medicação

menores teores de amônia que o grupo controle. Esta constatação coloca em evidência que

além da redução dos teores de amônia sangüíneos a solução hipertônica provocaria algum

outro estímulo naquele centro nervoso incitando-o a reiniciar os movimentos ruminais. Como

a solução hipertônica provoca a retirada de fluidos do espaço intracelular é possível que de

alguma forma haja a saída conjunta de fluidos e de amônia dessas células do centro gástrico,

fazendo com que o rúmen voltasse a se movimentar mais precocemente. Contudo, outros

estudos serão necessários para comprovar tal hipótese.

Normalmente, animais intoxicados por amônia e não tratados desenvolvem ao final do

período de observação um preocupante quadro de hipotermia (KITAMURA et al., 2003;

ORTOLANI; ANTONELLI, 2004). Alguns animais controles e dos grupos 2 e 3 tiveram um

quadro de discreta ou mais evidente hipotermia (Tabela 10). Esse quadro poderia ser

decorrente de um choque hipovolêmico ou de uma menor atividade muscular, já em quadros

terminais os animais desenvolvem flacidez muscular e depressão nervosa (ORTOLANI;

ANTONELLI, 2004). O tratamento 4 provocou uma manutenção da normotermia, sendo

superior ao grupo controle a partir de 20 minutos de medicação e em relação aos animais

medicados com solução salina isotônica entre 60 e 120 minutos. Quando foram agrupados os

resultados dos dois grupos que receberam soluções salinas hipertônicas (Tabela 11), em

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relação à isotônica e grupo controle, ficou patente que de alguma forma aquela solução

saturada manteve a temperatura retal sempre dentro dos valores de referência. No

experimento já descrito acima de Constable et al. (1996), bezerros tiveram suas temperaturas

retais normalizadas cerca de 20 minutos após serem tratados com solução saturada associada à

hidratação oral. Supõe-se que o efeito da solução salina hipertônica não esteja ligado às

modificações no centro de controle de temperatura no hipotálamo, mas sim na rápida

diminuição no quadro de hipovolêmia, aumentando a perfusão de sangue em tecidos

periféricos o que aumentaria a atividade geral do animal. Coincidentemente, após a aplicação

do fluido saturado existiu uma rápida diminuição do volume globular (Tabela 3). Constable et

al. (1996) supõem que este fenômeno deva acontecer devido à rápida mobilização de água do

espaço intracelular para o extracelular, incrementando em seguida o volume plasmático.

Outro sintoma importante acompanhado foi a presença de edema pulmonar. Este

sintoma surge geralmente alguns minutos (5 a 20 min) após o aparecimento do quadro

convulsivo e é provocado pelo intenso efeito irritativo da amônia no trato respiratório anterior

e posterior (ORTOLANI; ANTONELLI, 2004). Os resultados indicaram que o edema

pulmonar (Tabela 12) foi bem mais freqüente e mais lentamente recuperado (Tabela 14) em

animais do grupo controle que os medicados com os vários tratamentos. Isso sugere de

alguma forma que o uso de hidratantes e possívelmente de furosemida tenham diminuído a

frequência e em especial a intensidade do edema. Porém, quando comparado entre sí o efeito

desses medicamentos na resolução do edema não se encontrou diferença entre eles (Tabela

13). Surpreendentemente, esperava-se que tanto a furosemida como a solução hipertônica

provocassem diminuição na ocorrência de edema pulmonar, visto que se esperaria que tanto o

primeiro fármaco, pela sua grande capacidade de remoção de fluidos sequestrados, como a

solução hipertônica, pelo seu marcante efeito osmótico, pudessem depurar os fluidos retidos

no interstício pulmonar. É possível que o edema tenha surgido nos animais medicados com

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furosemida e solução salina hipertônica antes mesmos destes medicamentos iniciarem seus

efeitos reais. Segundo Kitamura; Ortolani (2007) a furosemida aplicada intravenosamente só

inicia seu efeito a partir do 7º minuto, tempo este suficiente para a instalação e detecção

clínica de edema nos animais intoxicados. .

Os animais tratados com os vários esquemas de terapia saíram da posição de decúbito

e retomaram o apetite mais rapidamente que o grupo controle (Tabela 14), destacando-se que

a solução salina hipertônica estimulou favoravelmente a permanência em estação (Tabela 15).

Como já foi frisado anteriormente, a alta concentração da amônia intracelular provoca

alterações cerebrais levando a um quadro de depressão (ORTOLANI; ANTONELLI, 2004). É

possível que os tratamentos, em especial com solução salina hipertônica, promovam a

diminuição da concentração de amônia dentro dos neurônios do sistema nervoso central, mas

outros experimentos deverão ser conduzidos para provar tal hipótese.

Um dos pontos centrais deste experimento foi o acompanhamento do volume urinário

(Tabela 16). Os dados globais indicaram que o tratamento com fluidoterapia proporcionou

uma maior excreção urinária, em relação ao grupo controle, mas este fenômeno foi mais

acentuado quando a solução salina saturada foi utilizada, em especial dentro da 1ª hora

(Tabela 17). Segundo estudos anteriores a maior eliminação de urina é um ponto fundamental

para a recuperação dos bovinos intoxicados, visto que foi constatada uma correlação positiva

entre o volume urinário e a quantidade de amônio eliminado (KITAMURA, 2002; SANTOS,

2005). Esperava-se que a furosemida tivesse uma ação mais evidente na eliminação urinária

(Tabela 17), mas isto não ocorreu, por motivos completamente ignorados. Estudos anteriores

demonstraram que a solução salina saturada além de aumentar o volume plasmático, em até

20%, provocou concomitantemente um incremento na excreção urinária devido a um

acréscimo na taxa de filtração glomerular, em especial durante a primeira meia hora após ao

tratamento (CONSTABLE et al., 1994; ROEDER et al., 1997). Neste presente experimento

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não foi determinada a taxa de filtração glomerular, mas é possível que isto tenha ocorrido

visto que o volume urinário eliminado (Tabela 17) foi muito maior em animais tratados com

solução hipertônica que nos demais tratamentos.

Kitamura (2002) demonstrou que quanto menor é o pH urinário maior será a excreção

de amônia pelos tubulos contornados proximais, visto que este íon é eliminado conjuntamente

em igual proporção com íons H+ para a luz tubular combinando-se e formando neste

segmento o amônio. Neste presente trabalho essa constatação não se confirmou (Tabela 18)

por motivos desconhecidos. Hipoteticamente, era de se esperar tal resultado, pois maiores

teores globais de amônio foram eliminados na urina tanto na 1ª como nas quatro horas de

experimento (Tabela 30).

A gravidade específica urinária foi maior nos animais do grupo controle que os

tratados com soluções isotônicas (grupos 2 e 3) (Tabela 18). Isto pode ser uma conseqüência

do menor volume urinário excretado no decorrer do período de tratamento no grupo controle,

tornando menos diluído os metabólitos excretados. Não existiu diferença significativa entre o

grupo controle e os medicados com soluções salinas hipertônicas, pois sabidamente a

excreção de sódio e cloro pela urina é muito maior neste último grupo (ROEDER et al.,

1997). Por outro lado, a aplicação ou não de furosemida redundou numa menor gravidade

específica que o apresentado pelo grupo controle (Tabela 19). Era de se esperar que a

furosemida provocasse uma diminuição na gravidade específica em relação ao grupo não

medicado. Vestweber et al. (1989) verificaram no decorrer da primeira hora após a aplicação

de furosemida em vacas uma diminuição significativa na gravidade específica. A possível

ação da furosemida no presente trabalho pode ter sido mascarada e diminuída pela média

numericamente maior do grupo que recebeu o diurético e também a solução salina saturada,

visto que os que receberam idêntico tratamento, mas solução isotônica, tiveram valores

aparentemente menores.

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As alterações ocorridas no exame hemogasométrico ficaram dentro do esperado, ou

seja, os animais apresentaram nos primeiros momentos após a convulsão um quadro de

acidose metabólica, caracterizada por diminuição do pH sangüíneo (Tabela 20) e diminuição

dos teores de bicarbonato e dos teores de excesso de ácido-base (Tabelas 23 e 22,

respectivamente). Esta acidose sistêmica se manifestou pela ocorrência de glicólise anaeróbia,

determinada pela interferência negativa da amônia na plena atividade do ciclo de Krebs,

caracterizada pelo aumento nos teores de lactato plasmático (Tabela 27), visto que o exceso

de amônia diminui marcantemente a atividade deste fundamental ciclo metabólico

(ORTOLANI; ANTONELLI, 2004). É digna de nota a compensação respiratória que ocorreu

nos animais por meio da diminuição da pCO2 (Tabela 21). Chama atenção que essa

compensação não aconteceu nos animais do grupo controle, talvez provocado pela existência

de edema pulmonar que se instalou mais severamente em todos esses animais, o que

dificultaria a excreção respiratória de CO2, acumulando-o na corrente circulatória.

É digno de nota a significativa alcalinização promovida no pH sangüíneo no decorrer

do tratamento em bovinos medicados com solução salina hipertônica (grupos 4 e 5; Tabela

20). Revisando o assunto Constable (1999), citou que embora a infusão de solução salina

hipertônica provoque uma certa acidose metabólica, na ordem de 0,08 unidades de pH, esta

diminuição é rápida e se dissipa com o tempo, sendo clinicamente inconseqüente. É

importante frisar que esse tratamento não interferiu na reação do organismo em equilibrar o

pH sangüíneo, intensamente diminuído pela intoxicação, chamando ainda a atenção que

ambos os grupos medicados com essa solução (4 e 5) foram os únicos, em conjunto com o

grupo 2, a realmente elevaram de maneira significativa o pH sangüíneo no decorrer das quatro

horas de tratamento (Tabela 20).

Sem dúvida, a infusão de solução saturada de cloreto de sódio promoveu nos grupos 4

e 5 aumento significativo das concentrações de sódio sérico (Tabela 24), como evidenciado

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por Constable (1999), porém estas se mantiveram dentro dos valores de referência (132 – 152

mmol/L) para bovinos (RADOSTITS et al., 2002). Embora não se tenha mensurado os teores

globais de sódio na urina, provavelmente, essa normonatriemia foi mantida devido a grande

capacidade de excreção de sódio pela urina em animais medicados com solução salina

saturada, sobejamente descrita por Constable (1999) e Roeder et al. (1997).

Todos os animais no momento zero do trabalho apresentaram teores relativamente

altos de potássio sérico (Tabela 25), mas ainda dentro do escala do padrão de referência (3,7 a

5, 8 mM/L) (RADOSTITS et al., 2002). Essas médias iniciais em todos grupos caíram no

decorrer do experimento, sendo de maneira mais significativa nos vários grupos medicados

(Tabela 25). Esta hipercalemia reflete diretamente o grau de acidose metabólica, desde que

há uma progressiva troca de íons H+ da corrente circulatória pelo potássio do meio

intracelular, o qual em excesso pode provocar arritmia cardíaca e conseqüentemente a morte

(ORTOLANI; ANTONELLI, 2004).

Um estado de hiperglicemia se desenvolveu durante todo o experimento nos animais

dos cinco grupos (Tabela 26). Esta hiperglicemia é decorrente da interferência da

hiperamôniemia sobre os hormônios que regulam o metabolismo da glicose, ou seja, quanto

maior os teores deste composto nitrogenado maior a liberação de glucagon, que estimula a

gliconeogênese, da adrenalina, que estimula a glicogenólise, uma redução no uso periférico da

glicose por menor liberação de insulina (ORTOLANI; ANTONELLI, 2004). É interessante

frisar que no último momento (240 min) os animais dos grupos indistintamente tratados

apresentaram menores teores de glicose no plasma que o grupo controle, indicando a

influência positiva dos mesmos.

Os maiores teores de creatinina séricos no decorrer do experimento indicaram que o

grupo controle sempre esteve mais desidratado que os demais animais que foram medicados

com soluções hidratantes (Tabela 29).

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Não existiu diferença nos teores de uréia sérica no decorrer do experimento entre ou

dentro dos grupos (Tabela 28). Esse resultado deve ser analisados com ressalvas.

Independente do tratamento, todos os animais apresentaram no período uma maior atividade

do ciclo da uréia, visto que foram desafiados a transformar altas quantidades de amônia em

uréia, o que elevaria os teores de uréia no sangue. Porém, devido ao baixo limiar renal de

excreção da uréia em ruminantes (ao redor de 4 a 5 mM/L), que por sinal é excretada

livremente pelos glomérulos, deve ter provocado uma grande eliminação renal deste

composto, já que os animais apresentavam a função renal normal, o que provocou uma

homogeniedade dos teores de uréia no sangue (BRENNER, 1996).

A confirmação que todos os animais eliminaram significativas quantidadades de uréia

pela urina, no decorrer das quatro horas de experimento, está apresentada na tabela 30.

Segundo Martin Jr. et al. (1981), no ciclo da uréia um mol de amônia é transformada num mol

de uréia, indicando a desintoxicação do primeiro composto. Assim sendo, mesmo no grupo

controle onde o processo foi menos pronunciado a eliminação global de uréia urinária em

quatro horas foi cerca de 62,4 mM (30% de um total de 208 mM de amônia injetada) cerca de

12 maior que o teor de uréia num litro de sangue.

Atenção especial deve ser devotada à discussão da tabela 30 que apresenta a excreção

percentual de amônia e de uréia urinária em relação ao amônio injetado. Todos os grupos

receberam semelhantes quantidades de cloreto de amônio para apresentar o primeiro episódio

de convulsão, tornando os grupos homogêneos e passíveis de serem avaliadas as influências

dos vários tratamentos na recuperação do quadro de intoxicação.

Ao término de quatro horas de tratamento os animais medicados com cada um dos

tratamentos tiveram uma maior excreção de amônio e de uréia que os do grupo controle. Este

resultado se repetiu individualmente tanto para a excreção de uréia com de amônia, na 1ª h

como na excreção global no decorrer das quatro horas de tratamento. Deve-se ressaltar o

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resultado da excreção de amônio e uréia durante a 1ª h, em que se definiu claramente que os

grupos medicados com solução salina hipertônica (grupos 4 e 5) tiveram maiores

percentagens de excreção que os tratados com solução isotônica. Esta 1ª hora é fundamental

para o sucesso do tratamento proposto. Em casos graves de intoxicação natural por amônia

caso não haja uma adequada depuração deste composto nesse momento ocorre a morte do

animal cerca de 20 a 30 minutos após o ínicio do quadro convulsivo.

Esses resultados demonstraram claramente a importância que a hidratação, por meio

de solução isotônica e/ou hipertônica de cloreto de sódio associada a administração oral de

água, tem na depuração da amônia pela urina. Segundo Roeder et al. (1997), em ambas os

tratamentos supracitados existe um aumento no volume plasmático o qual por consequência

provoca, em seguida, um incremento no volume urinário. Segundo Kitamura (2002) quanto

maior o volume urinário maior a excreção de amônio pela urina, fato este observado nos

animais hidratados em relação aos do grupo controle.

Coincidentemente, no presente trabalho constatou-se também que quando maior foi a

quantidade de amônia excretada na urina maior também foi a de uréia no mesmo fluido

(Gráfico 10). Resultados semelhantes foram obtidos por Santos (2005), os quais

demonstraram que os bovinos mais resistentes à intoxicação pela amônia, eliminaram mais

uréia pela urina e que esta substância de certa forma atuava como um diurético osmótico

incrementando a excreção de amônio também pela urina. A maior excreção de uréia pela

urina é um reflexo da maior atividade do ciclo de uréia nos animais submetidos a enormes

concentrações de amônia na corrente circulatória. É notório a maior excreção percentual de

uréia na urina durante a primeira hora nos animais que foram medicados com soluções

hipertônicas de cloreto de sódio. Não se sabe corretamente quais os mecanismos que atuam

nessa maior desintoxicação da amônia em animais tratados com solução salina hipertônica.

Porém, sugere-se que esteja envolvido nesse processo uma maior perfusão sangüínea no

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fígado e nos rins, visto que o funcionamento destes órgãos está condicionado a perfeita

oxigenação dos seus tecidos. O gráfico e tabela 3 demonstram que durante os primeiros 30

minutos do tratamento o volume globular foi bem menor nos grupos tratados com solução

salina hipertônica, sugerindo que tenha ocorrido paralelamente um aumento no volume

plasmático. Deve-se lembrar que no momento da convulsão instala-se um quadro

relativamente intenso de desidratação (KITAMURA, 2002; ORTOLANI; ANTONELLI,

2004).

Ao término das quatro horas de medicação ficou patente que praticamente toda a

amônia sangüínea em excesso foi desintoxicada adequadamente nos grupos 2 a 5 não

atingindo este status no grupo controle.

Contudo, os animais de todos os grupos utilizados neste experimento foram

alimentados com igual e baixa quantidade de proteína dietética antes da indução, o que de

certa forma equiparava todos os grupos, visto que quanto maior é a ingestão prévia de

proteína dietética maior será a atividade do ciclo da uréia que desintoxica amônia em uréia.

No presente trabalho a ação benéfica da solução hipertônica deve ter ocorrido pelo aumento

no volume plasmático, verificado pela rápida diminuição no volume globular, aumentando

provavelmente a taxa de filtração glomerular e a produção de urina, a eliminação de mais

uréia e por conseqüência de mais amônio.

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8 CONCLUSÕES

Ao fim deste experimento as seguintes conclusões foram obtidas:

A metodologia empregada foi adequada para promover uma intoxicação definitiva por

amônia em todos os animais.

O grupo controle teve, principalmente ao término do experimento, uma queda mais

lenta dos teores de amônia sangüínea, edema pulmonar em todos os animais e um quadro

clínico mais pronunciado que os observados nos demais grupos.

A intoxicação por amônia provocou um quadro de acidose metabólica sistêmica,

compensada por menor retenção de CO2, uma marcante hiperglicemia e hiperlactemia e

discreta hipercalemia.

O uso de solução salina hipertônica promoveu uma rápida recuperação da volemia,

melhorando com presteza o grave quadro clínico instalado e aumentando rápida e

marcadamente o volume urinário global, eliminando assim com grande eficiência a amônia e

a uréia por este fluido.

O uso de furosemida não interferiu no volume excretado de urina e nem gerou

melhora no quadro de edema pulmonar, além de provocar taquicardia no decorrer do

experimento.

Embora com efeito menor que o observado com solução salina hipertônica a infusão

de fluido isotônico promoveu melhora no quadro clínico geral e ao término do experimento

conseguiu uma adequada desintoxicação da amônia.

Quanto maior a excreção urinária de uréia maior também foi a excreção de amônia

neste fluido.

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