USO DA PALMA FORRAGEIRA E FENOS DE LEGUMINOSAS NA … · 2017. 11. 3. · USO DA PALMA FORRAGEIRA E...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL USO DA PALMA FORRAGEIRA E FENOS DE LEGUMINOSAS NA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS EM CONFINAMENTO MARIA GABRIELA DA TRINDADE SILVA MACAÍBA/RN – BRASIL AGOSTO – 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL

USO DA PALMA FORRAGEIRA E FENOS DE

LEGUMINOSAS NA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS EM

CONFINAMENTO

MARIA GABRIELA DA TRINDADE SILVA

MACAÍBA/RN – BRASIL

AGOSTO – 2014

MARIA GABRIELA DA TRINDADE SILVA

USO DA PALMA FORRAGEIRA E FENOS DE

LEGUMINOSAS NA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS EM

CONFINAMENTO

Orientador: Prof. Dr. Marcone Geraldo Costa

MACAÍBA /RN – BRASIL

AGOSTO – 2014

Dissertação apresentada à Universidade

Federal do Rio Grande do Norte - UFRN,

Campus Macaíba, como parte das

exigências para a obtenção do título de

Mestre em Produção Animal.

MARIA GABRIELA DA TRINDADE SILVA

USO DA PALMA FORRAGEIRA E FENOS DE

LEGUMINOSAS NA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS EM

CONFINAMENTO

APROVADO EM ____/____/____

BANCA EXAMINADORA:

__________________________________________________

Prof. Dr. Marcone Geraldo Costa (UFRN)

Orientador

__________________________________________________

Prof. Dr. Gelson dos Santos Difante (UFRN)

Co-orientador

__________________________________________________

Prof. Dr. Geovergue Rodrigues de Medeiros

Membro externo

Dissertação apresentada à Universidade

Federal do Rio Grande do Norte - UFRN,

Campus Macaíba, como parte das

exigências para a obtenção do título de

Mestre em Produção Animal.

A Deus, por ser essencial em minha

vida, autor do meu destino, socorro nos

momentos de angústia e, principalmente,

por sempre está comigo e ser meu

companheiro mais fiel.

Aos meus pais, Francisco de Assis

Silva e Joana Maria da Trindade Silva, pelo

incentivo, apoio, por está presente em todos

os momentos e por fazer dos meus sonhos,

seus sonhos.

A minha irmã, Yzabela, pelo apoio o

incentivo.

Ao meu namorado, Rafael, pela

compreensão, companheirismo, carinho

sempre presente.

A minha avó Maria Júlia (in

memorian).

A toda minha família, por oferecer

todo o suporte que precisei.

Dedico

AGRADECIMENTOS

“Em verdade vos digo, se vós tiverdes fé do tamanho de uma semente

de mostarda, direis a esta montanha: ‘vai daqui pra lá’ e ela irá. E nada vos

será impossível”.

(Mateus: 17, 14-20)

AGRADECIMENTOS

A Deus.

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pela oportunidade de realizar

este curso.

A CAPES, pela concessão da bolsa de estudos.

Ao CNPq/INSA, pelo financiamento do projeto.

Ao Programa de Pós-Graduação em Produção Animal da UFRN e os professores,

colegas que contribuíram para a obtenção deste título.

Ao professor Marcone Geraldo Costa, pela orientação, atenção e pela confiança

depositada em meu trabalho.

Ao professor Gelson dos Santos Difante, pela inestimável contribuição na minha

formação e exemplo de profissionalismo.

A pesquisadora Nívea Regina Felisberto, por tamanha colaboração.

Ao professor Fernando Viana, por tamanha atenção, carinho, ajuda e dedicação.

Aos integrantes do grupo Gefor: Emmanuel, José Dantas, Itânia, Mariana, João

Neto, Nathália, Guthemberg, Ezio, Márcio, Wellington, Leonardo, Délio e Bia pela

dedicação e ajuda imprescindível.

Aos alunos da Agronomia, pela ajuda na confecção dos fenos.

Aos alunos da Zootecnia, pela ajuda na execução do experimento.

A todos os funcionários da Escola Agrícola de Jundiaí, em especial Chico, Sr.

Bira, pela ajuda e disponibilidade.

Aos funcionários e estagiários do Laboratório de Nutrição Animal, Luís, Chico,

Priscila, Camila, Poliana, Igor, Natasha, pelo apoio e colaboração.

Aos amigos, Itânia, Leonardo, Mariana, Joelma, Deborah, Ezio, Emmanuel, José

Dantas, pelas conversas, convívio, apoio e carinho.

A todos que contribuíram direta e indiretamente para a realização deste trabalho,

MUITO OBRIGADA!

USO DA PALMA FORRAGEIRA E FENOS DE LEGUMINOSAS NA

ALIMENTAÇÃO DE OVINOS EM CONFINAMENTO

SILVA, Maria Gabriela da Trindade. USO DA PALMA FORRAGEIRA E FENOS DE

LEGUMINOSAS NA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS EM CONFINAMENTO. 2014.

52f. Dissertação (Mestrado em Produção Animal: Nutrição de Ruminantes) –

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Macaíba-RN, 2014.

RESUMO: Objetivou-se com este trabalho avaliar o uso da palma forrageira gigante

(Opuntia ficus-indica) associada a fenos de leguminosas na alimentação de ovinos em

sistema de confinamento. Foram utilizados 24 ovinos ½Soinga X ½ SRPD (sem padrão

racial definido) com peso médio inicial de 21,38 ± 2,53 kg, distribuídos em

delineamento inteiramente casualizado com quatro tratamentos e seis repetições. Os

animais foram alojados em baias individuais para acompanhamento de ganho de peso,

medição de consumo alimentar, determinação do consumo e da digestibilidade aparente

da matéria seca e dos nutrientes. Os quatro tratamentos foram compostos pelos

diferentes tipos de fenos de leguminosas associados à palma, sendo eles: PAFC: palma

forrageira + feno de catanduva; PAFS: palma forrageira + feno de sabiá; PAFT: palma

forrageira + feno de catingueira; PAFG: palma forrageira + feno de gliricídia.

Observou efeito do tratamento (P<0,05) sobre o consumo de matéria seca (CMS)

expresso em kg/dia, %PV e PV0,75 com as seguintes médias: 1,21 kg/dia; 3,64%PV;

87,42PV0,75 respectivamente, como também para o consumo de matéria orgânica

(CMO) 1,09kg/dia, consumo de fibra em detergente neutro (CFDN) 0,463kg/dia e

consumo dos carboidratos totais (CCHOT) 0,867 kg/dia, com maiores médias para o

tratamento PAFC. Não foi observada influência dos tratamentos sobre o peso vivo final

33,18 kg, ganho de peso total 11,80 kg, ganho de peso médio diário 0,196 kg/dia,

conversão alimentar 6,48, eficiência alimentar 16,04%, consumo de proteína bruta

(CPB) 0,216 kg/dia, consumo de extrato etéreo (CEE) 0,015 kg/dia, consumo de

carboidratos não fibrosos (CCNF) 0,414 kg/dia e digestibilidade aparente da MS, MO,

PB e FDN com médias de 66,97%, 70,92%, 74,58% e 52,60% respectivamente.

Conclui-se que a palma forrageira gigante (Opuntia ficus-indica) associada a fenos de

leguminosas pode ser uma boa estratégia para a alimentação de ovinos em

confinamento.

PALAVRAS-CHAVE: alimentos alternativos, nutrição, produção animal, ruminantes,

semiárido

USE OF CACTUS PEAR AND LEGUME HAYS IN SHEEP FEEDING IN

FEEDLOT

SILVA, Maria Gabriela da Trindade. USE OF CACTUS PEAR AND LEGUME HAYS

IN SHEEP FEEDING IN FEEDLOT. 2014. 52f. Dissertation (Master’s Degree in

Animal Production: Ruminant nutrition) – Universidade Federal do Rio Grande do

Norte (UFRN), Macaíba-RN, 2014.

ABSTRACT: The objective of this study was to evaluate the use of cactus pear

(Opuntia ficus-indica) associated with legume hays in sheep feeding in feedlot. Were

utilized 24 sheep ½ Soinga X ½ SRPD (without defined breed) with an average weight

initial of 21,38kg ± 2,53, distributed in a completely randomized design with four

treatments and six replications. The animals were housed in individual stalls for

monitoring weight gain (with weekly weighings), measuring food consumption,

prediction of dry matter intake and nutrients, and nutrients apparent digestibility. Diets

were composed of four treatments, which were represented by different types of legume

hays associated with palm: PAFC: cactus pear + hay “catanduva”; PAFS: cactus pear +

hay “sabiá”; PAFT: cactus pear + hay “catingueira”; PAFG: cactus pear + hay

“gliricídia”. Was observed treatment effect (P <0,05) on dry matter intake (DMI)

expressed as kg/day, % BW and BW0,75 with the following averages: 1,21kg/day; 3,64

%BW; 87,42 BW0,75 respectively, as well as the consumption of organic matter (OMI)

1,09 kg/day intake of neutral detergent fiber (NDFI) 0,463 kg/day and intake of total

carbohydrates (CCHOTI) 0,867 kg/day with higher averages for the treatment PAFC.

No was observed influence of treatment on final live weight 33,18 kg, live weight gain

full 11,80 kg, gain live weight average daily 0,196 kg/day, feed conversion 6,48, feed

efficiency 16,04%, crude protein intake (CPI) 0,216 kg/day, intake of extract ether

(EEI) 0,015 kg/day, intake of non-fiber carbohydrates (CCNF) 0,414 kg/day and

apparent digestibility of DM, OM, CP and NDF with averages of 66,97%, 70,92%,

74,58% and 52,60% respectively. We conclude that the giant cactus pear (Opuntia

ficus-indica) associated with legume hays can be a good strategy for feeding sheep in

confinement.

KEYWORDS: alternative food, animal production, nutrition, ruminants, semiarid

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Composição química da palma forrageira, variedades Opuntia fícus-indica e

Nopalea cochenillifera .................................................................................................... 16

Tabela 2. Composição química dos alimentos da dieta experimental (g/kgMS). ......... 34

Tabela 3. Proporções e composição química das dietas experimentais (g/kg), expressas

na matéria seca................................................................................................................ 35

Tabela 4. Médias e coeficientes de variação (CV%) de características relacionadas ao

desempenho de ovinos alimentados com palma forrageira e fenos de leguminosas em

confinamento. ................................................................................................................. 39

Tabela 5. Consumo dos nutrientes por ovinos alimentados com palma forrageira e

diferentes fenos de leguminosas. .................................................................................... 41

Tabela 6. Coeficiente de digestibilidade aparente dos nutrientes em função dos

tratamentos. .................................................................................................................... 44

LISTA DE FIGURA

Figura 1: Animais e instalações 1 .................................................................................. 33

Figura 2: Alimentos homogeneizado 1 ......................................................................... 34

SUMÁRIO

1. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 12

1.1. ASPECTOS GERAIS SOBRE A OVINOCULTURA: CONSUMO E

DESEMPRENHO EM SISTEMA DE CONFINAMENTO ...................................... 12

1.2. PALMA FORRAGEIRA ................................................................................. 15

1.3. USO DE PLANTAS LEGUMINOSAS NA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS 17

1.4. DIGESTIBILIDADE APARENTE DOS NUTRIENTES .............................. 21

1.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 24

2. USO DA PALMA FORRAGEIRA E FENOS DE LEGUMINOSAS NA

ALIMENTAÇÃO DE OVINOS EM CONFINAMENTO ........................................ 28

Introdução ................................................................................................................. 30

Material e Métodos ................................................................................................... 32

Resultados e Discussão ............................................................................................. 38

Conclusões ................................................................................................................. 45

Referências................................................................................................................. 45

12

1. REFERENCIAL TEÓRICO

1.1. ASPECTOS GERAIS SOBRE A OVINOCULTURA: CONSUMO E

DESEMPRENHO EM SISTEMA DE CONFINAMENTO

A ovinocultura é uma das mais antigas atividades, surgindo a aproximadamente

5.000 anos antes de Cristo (COSTA, 2007). Os primeiros exemplares de caprinos,

ovinos e bovinos, juntamente com outras espécies domésticas introduzidas no Brasil,

remontam ao período do descobrimento (LIMA et al., 2010; NOBRE et al., 2006).

Os primeiros ovinos que chegaram ao Brasil eram pertencentes a três grupos: os

lanados, semilanados e os deslanados; isso devido ao tamanho do continente e as

diferenças climáticas existentes em cada região, o que provocou a escolha do grupo

mais adaptado para cada uma delas (LIMA et al., 2010). Assim, animais lanados e

semilanados apresentaram maiores afinidades de adaptação às regiões, como o Sul e o

Sudeste do país; já os animais deslanados foram melhor adaptados ao Nordeste do país.

Segundo a pesquisa agropecuária realizada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística, o efetivo rebanho nacional de ovinos correspondia a 16,789

milhões de cabeças indicando uma redução de 5,0% relativamente a 2011. Tal redução

justifica-se pelo desestímulo por parte do produtor em continuar na atividade e também

devido aos baixos rendimentos obtidos, o que estimulou o envio de animais

precocemente para descarte. Contudo a região Nordeste do país apresentou a maior

participação deste efetivo com 55,5%, seguido da região Sul com 30,0%, tendo essa

região como principal finalidade a produção de carne. A região semiárida do Nordeste

brasileiro foi responsável por 8,16 milhões, correspondente a 87,5% do plantel

nordestino com a predominância de raças deslanadas adaptadas ao clima e de alta

rusticidade.

A ovinocultura tem passado por modificações desde a década de 90, perdendo as

características de atividade artesanal e de subsistência, e se transformando numa

atividade com características comerciais (LIMA et al.,2010), impulsionada pelo

aumento do poder aquisitivo, abertura do comércio internacional e a estabilidade

monetária, que trouxeram um desenvolvimento favorável para a atividade, e propiciou

um cenário de restauração da cadeia produtiva; destacando-se com o surgimento de

criadores especializados (VIANA, 2008).

13

No Nordeste brasileiro esta atividade cresceu significativamente nos últimos anos.

Os rebanhos passaram a ser mais explorados economicamente com a introdução e

seleção genética de animais com aptidões específicas, e técnicas de manejo que

propiciaram a elevação da produtividade e o retorno financeiro esperado (VIANA,

2008).

Dentre os cruzamentos genéticos desenvolvidos com aptidões específicas destaca-

se o ovino Soinga, desenvolvida desde o ano de 1988 na fazenda Xique-xique em

Ingazeira/PE, originada do cruzamento de três raças (“Tri-Cross”): Bergamácia (oriunda

da Itália), Morada Nova (oriunda do nordeste do Brasil) e a Somalis Brasileira (oriunda

da África do Sul). A finalidade do cruzamento foi reunir a prolificidade e a habilidade

materna da ovelha Bergamácia; a rusticidade do ovino Morada Nova e a produtividade e

rusticidade do ovino Somalis Brasileira, características estas que conferem ao Soinga

um tipo rústico, precoce, pesado e prolífero, num habitat totalmente integrado as

condições adversas do semiárido.

Os animais Soinga apresentam boa habilidade materna, cuida de forma satisfatória

de até duas crias por vez. São capazes de suportar às intempéries do semiárido, além de

apresentar precocidade ao abate quando comparado com ovino da raça Somalis

Brasileira, que demora até um ano e meio para atingir a plenitude, o Soinga pode ser

abatido com apenas seis meses de vida, garantindo uma carne tenra e saborosa.

Entretanto o sucesso para o desenvolvimento da pecuária em qualquer região do

país está na introdução de raças adaptadas a regiões especificas e na administração de

alimentos de boa qualidade. A região Nordeste do Brasil ainda apresenta limitações

quanto ao desenvolvimento desta atividade. A base da alimentação animal é a vegetação

nativa da caatinga, que sofre influência de duas estações bem distintas: a chuvosa e a

seca. Durante a estação chuvosa há disponibilidade de alimento de boa qualidade, mas é

durante a estação seca que a disponibilidade e a qualidade dos alimentos reduzem

acentuadamente em virtude da lignificação da parede celular e dos baixos teores de

proteína bruta, o que diminui a lucratividade do setor e impossibilita o alcance dos

índices zootécnicos que possam contribuir para o desenvolvimento da atividade

(LOPES et al., 2012).

Dentre os índices zootécnicos mais importantes na avaliação do desempenho

animal destaca-se o ganho de peso. Sendo maior no início da vida do cordeiro, quando

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ele apresenta alta velocidade de crescimento e boa conversão alimentar, começando a

diminuir na puberdade, a partir dos cinco meses de idade. De certa forma, as práticas

alimentares durante o período de estiagem são realizadas com animais confinados, onde

este tipo de sistema permite potencializar o crescimento dos cordeiros e maximizar o

seu desempenho, apresentando-se como uma alternativa no período de escassez de

forragem, por disponibilizar cordeiros no período da entressafra, e permitir a produção

de carne de boa qualidade, agilizando o retorno do capital aplicado, atendendo as

exigências do mercado consumidor, além de reduzir as perdas de animais jovens por

deficiências nutricionais e infestações parasitárias (PILAR et al., 2002; NOTTER, 2000;

MEDEIROS et al.,2007).

Estudos com objetivo de avaliar o desempenho de cordeiros terminados em

confinamento alimentados com diferentes volumosos foram realizados por Pinto et al.,

(2005) onde observaram médias de ganho de peso diário de: 0,09 kg; 0,14 kg e 0,10 kg,

para dietas com 60% de feno de capim d’água, 60% de feno de restolho de abacaxi e

60% de silagem composta de milho, com período de duração do experimento de 98; 63

e 80 dias respectivamente.

Medeiros et al., (2007) avaliando o desempenho e a digestibilidade dos nutrientes

em 32 ovinos Morada Nova confinados, alimentados com dietas contendo 20, 40, 60 e

80% de concentrado, obtiveram médias de ganho de peso diário de: 0,089kg; 0,134kg;

0,168kg e 0,224kg respectivamente; o que ocasionou diferentes tempos de permanência

dos animais no confinamento (123,33; 86,62; 75,25 e 52,50). Os autores afirmam que

menores períodos de confinamento reduzem a idade ao abate e favorecem as carcaças

em termos quali-quantitativos, além de representarem menores custos de produção e

proporcionarem maior rotatividade de animais no confinamento/ano, amortizando com

maior rapidez as despesas com instalações e alimentação.

Assim, o sucesso econômico de qualquer atividade zootécnica está na

dependência da elaboração de um adequado sistema de produção, como também nas

técnicas a serem empregadas; principalmente as que dizem respeito ao desempenho

produtivo do rebanho, o qual necessita de estudos que permitam estabelecer melhorias

nas dietas e que atendam às necessidades desses animais, observando o tipo de alimento

empregado e o custo de aquisição dos mesmos, pois, sabendo-se que a alimentação é o

principal componente do custo de produção e que constitui um fator limitante à

15

produção de carne ovina no Nordeste brasileiro, o melhor desempenho destes animais

dependerá principalmente das características do animal e da qualidade do alimento que

compõem a sua dieta (PINTO et al.,2005; COSTA et al.,2011).

Entre os componentes da dieta, a energia é o que mais se relaciona ao consumo de

alimento pelo animal. O consumo de nutrientes está diretamente relacionado ao

consumo de matéria seca e é o principal fator que limita a produção de ruminantes.

Assim, maximizar o consumo de um animal é o componente chave no desenvolvimento

de rações e estratégias de alimentação que possam aperfeiçoar a produção.

O consumo de matéria seca pode ser controlado por fatores físicos, fisiológicos ou

psicogênicos, como tipo e qualidade dos alimentos, nível de produção e manejo

(RODRIGUES et al., 2007; SNIFFEN et al.,1993). Segundo Rodrigues et al., (2007) a

deficiência de alguns nutrientes pode prejudicar o desempenho animal em decorrência

da redução na síntese de proteína microbiana no rúmen e da passagem de aminoácidos

para o intestino delgado.

1.2. PALMA FORRAGEIRA

A palma forrageira originária do México é utilizada principalmente na

alimentação animal (NUNES, 2011). Das espécies de palmas existentes destacam-se: a

palma “doce ou miúda” (Nopalea cochenillifera) e a palma “graúda ou gigante”

(Opuntia ficus-indica), existindo ainda duas variedades desta, conhecidas como palma

redonda e orelha-de-onça (LOPES et al., 2012).

É no Nordeste brasileiro que está implantada a maior área de palma forrageira

cultivada do mundo, estimada em 600 mil hectares, distribuída nos estados de

Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Piauí e Bahia, o

que possibilita no período das secas a alimentação do maior rebanho de caprinos e

ovinos (cerca de 10 milhões) de todo o país, cerca de 90% do plantel nacional. Além de

representar a base da sustentação dos ruminantes no semiárido, possibilita a perspectiva

de outras explorações econômicas tais como: alimentação humana (verdura), produção

de frutos, matéria prima para cosméticos, utilização na produção de fármacos (LOPES

et al., 2012).

A razão desta consolidação está inserida nos aspectos fisiológicos da cultura no

que diz respeito a sua capacidade em absorver, aproveitar e minimizar a perda de água,

16

sendo bem adaptada às condições ambientais do semiárido, suportando prolongados

períodos de estiagem (LOPES et al., 2012). Esta elevada eficiência de utilização de água

deve-se às suas características morfofisiológicas e adaptações específicas no cladódio,

no qual está localizado o aparelho fotossintético onde ocorre o Metabolismo Ácido das

Crassuláceas (MAC) – Crassulaceanacidmetabolism (CAM) – com captação de energia

solar durante o dia e a fixação do CO2 durante a noite, que a diferencia da maioria das

outras plantas (SAMPAIO, 2005). É por este motivo que a palma forrageira é

frequentemente utilizada como a maior parte do alimento fornecido aos animais durante

o período de estiagem nas regiões do semiárido nordestino, justificando-se por ser

bastante rica em água, mucilagem e resíduo mineral.

A propagação da palma forrageira é feita por meio de parte da planta adulta, em

que o conhecimento do espaçamento entre as plantas se destaca como importante

estratégia na consolidação do palmal. Inúmeros estudos têm sido desenvolvidos no

Brasil a fim de encontrar a melhor distância entre linhas e plantas que se ajustem melhor

aos sistemas de produção adotados pelos produtores. Entre eles o espaçamento menos

adensado tem se destacado pela facilidade no manejo além de minimizar os ricos de

pragas e doenças na cultura por permitir maior incidência dos raios solares e maior

aeração (RAMOS et al., 2011).

Do ponto de vista nutricional (Tabela 1), destaca-se por apresentar alta

porcentagem de água (aproximadamente 89%), matéria mineral, carboidratos totais e

carboidratos não fibrosos, importantes fontes de energia para os ruminantes, além de

alto coeficiente de digestibilidade da matéria seca (WANDERLEY et al.,2002).

Tabela 1. Composição química da palma forrageira, variedades Opuntia fícus-indica e

Nopalea cochenillifera

Gêneros

Nutrientes (%)

MS MM PB FDN FDA CHT CNF

Opuntia (G)

10,21

10,91

4,48

30,51

17,65

82,69

52,78

Opuntia (R) 10,93 11,29 5,14 - - 81,16 -

Nopalea (M) 12,51 10,34 3,69 23,51 15,83 84,85 61,57

Fonte: Valadares Filho et al., (2010).

17

MS = matéria seca, PB = proteína bruta, FDN = fibra em detergente neutro, FDA = fibra em detergente

ácido, CHT = carboidratos totais, CNF = carboidratos não fibrosos, G = palma gigante, R = palma

redonda, M = palma miúda.

No entanto, segundo Oliveira et al., (2011), limitações ocasionada pelo alto teor

de CNF e baixos teores de carboidratos fibrosos (CF), impedem que a palma forrageira

seja fornecida aos animais exclusivamente, pois a presença de tais limitações quanto ao

valor protéico e de fibra, não atendem as necessidades nutricionais do rebanho;

provocando na grande maioria das vezes distúrbios metabólicos, principalmente

acidose, ocasionada pela limitada ingestão de alimentos fibrosos que por consequência

diminui a atividade mastigatória, a produção de saliva rica em substâncias tamponantes

necessárias para manter o pH do rúmen e adequado desenvolvimento dos

microrganismos ruminais.

Autores como Silva et al., 2013 trabalhando com palma forrageira associada a

diferentes suplementos na alimentação de ovinos, obtiveram médias de 3,29%, 60,61%

e 76,37%, para consumo de matéria seca em relação ao peso vivo e digestibilidade da

matéria seca e proteína bruta respectivamente.

Em trabalho com o objetivo de avaliar o efeito da inclusão de quatro níveis (0, 12,

24 e 36%) de palma forrageira em substituição à silagem de sorgo, na ração de vacas

holandesas em lactação, Andrade et al., (2002) observaram efeito decrescente (64,56%,

61,93%, 62,89%, 43,85%) para a digestibilidade aparente da fibra em detergente neutro

(DAFDN) à medida que os níveis (0, 12, 24 e 36%) de palma foram crescendo na dieta,

respectivamente.

Os mesmos autores afirmaram que tal comportamento da DAFDN pode ser

explicado pela presença excessiva de carboidratos não fibrosos na dieta, que

possivelmente ocasionou efeito depressivo sobre a fermentação microbiana, diminuindo

a atividade celulolítica pelo abaixamento do pH ruminal.

Assim, mesmo considerado um alimento de alto valor energético, não deverá ser

administrado isoladamente, necessitando complementação protéica e fibrosa, a

exemplos de silagens, fenos e capins secos.

1.3. USO DE PLANTAS LEGUMINOSAS NA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS

A vegetação nativa da Caatinga é bem diversificada e rica em espécies forrageiras

nos três estratos: herbáceo, arbustivo e arbóreo, adaptadas às mais diversas condições de

18

clima e solo. As espécies da caatinga participam significativamente da dieta dos

ruminantes domésticos (bovinos, caprinos e ovinos), perfazendo mais de 70% entre

gramíneas e dicotiledôneas herbáceas durante a época das águas (WANDERLEY et al.,

2012; COSTA et al., 2011).

Porém, à medida que a estação seca progride há significativa mudança de hábito

alimentar, ocasionada pelo aumento da disponibilidade de folhas secas de árvores e

arbustos, tornando uma das principais fontes de alimento para caprinos e ovinos

(COSTA et al., 2011). Neste contexto, as plantas leguminosas se destacam por fazer

parte da principal fonte alimentar disponível nesta época do ano.

Leguminosas são plantas pertencentes à família das angiospermas, têm como

principal característica o fruto do tipo legume, também conhecido como vagem,

possuem variados hábitos podendo ser herbáceas, trepadeiras, arbustivas e arbóreas. O

uso de leguminosas oferece importantes vantagens: na cobertura do solo evitando o seu

aquecimento, no controle de erosão, no equilíbrio biológico, na conservação da umidade

do solo, na incorporação de nitrogênio ao sistema (através da fixação biológica do

nitrogênio atmosférico), na ciclagem de nutrientes das camadas mais profundas do solo

para a superfície colocando-os na zona onde as plantas cultivadas conseguem retirar e

na alimentação de animais domésticos (FORMENTINI et al., 2008).

As leguminosas arbustivas e arbóreas têm se destacado mundialmente como fonte

econômica de proteína para a nutrição animal e no consórcio com pastagens,

promovendo incrementos na produção pecuária, melhorando a fertilidade dos solos e

aumentando a produtividade das pastagens (RIBEIRO et al., 2012), benefícios estes

ocasionados pela capacidade fisiológica que as plantas leguminosas apresentam em

fixar o nitrogênio atmosférico, através de uma simbiose com bactérias nitrificantes,

servindo de repasse ao ecossistema de pastagens.

O uso de leguminosas como fonte de nutrientes durante a estação seca tem

resultado em aumento da produção animal, onde é exatamente nesta estação que o

material herbáceo remanescente é drasticamente reduzido, restando para os animais

apenas a fitomassa das árvores e arbustos (GONZAGA NETO et al., 2001).

Segundo Gama et al., (2009) árvores e arbustos forrageiros como Gliricidia

sepium (Gliricídia), Leucaena leucocephala (Leucena) e Cajanus cajan (Feijão Guandú)

apresentam teores de proteína bruta (PB), na época seca, na ordem de 20,6%, 19,8% e

19

20,2% respectivamente. A introdução de plantas leguminosas pode proporcionar maior

aumento no desempenho animal em especial durante a estação seca, por disponibilizar

maior produção de fitomassa com valor nutritivo estável, além de oferecer aporte

proteico de forma econômica e sustentável.

Autores como Pádua et al., (2006) afirmam que para o sucesso de uma

administração alimentar é importante fazer uso da conservação da forragem, a fim de

minimizar os efeitos da sazonalidade sobre a produção forrageira nas épocas secas do

ano, desempenhando um papel de extrema importância para o aumento dos índices de

produtividade dos rebanhos e para a obtenção de um sistema sustentável. Os mesmos

ainda afirmam que a conservação e o armazenamento de forragens são atividades

prioritárias em um sistema de produção pecuária.

Várias leguminosas são destinadas para a alimentação animal, podendo se

destacar espécies como a Catanduva ou Angico-de-bezerro (Piptadenia moniliformis

Benth.), Sabiá (Mimosa caesalpinifolia Benth.), Catingueira (Caesalpinea bracteosa) e

Gliricídia (Gliricidia sepium), responsáveis por apresentar características adaptativas

referentes ao solo, clima e distribuição da produção ao longo do ano.

A Catanduva ou Angico-de-bezerro (Piptadenia moniliformis Benth.), pertencente

à família Fabaceae, subfamília Mimosoideae, é uma espécie arbórea importante para o

Nordeste brasileiro, encontrada com maior frequência em áreas de caatinga nos estados

do Maranhão, Piauí, Ceará e Bahia. Apresenta alto valor apícola, recomendada para

recuperação de solos, recomposição florestal, produção de madeira para pequenas obras

de construção civil. Seus ramos finos, junto com as folhas servem de alimento para

bovinos e ovinos (SOUSA et al., 2011; AZERÊDO et al., 2011).

A Sabiá (Mimosa caesalpinifoliaBenth.) é uma leguminosa comum no Nordeste

do Brasil, muito consumida pelos animais no período chuvoso e utilizada como

suplemento alimentar, na forma de feno, nos períodos de escassez (VIEIRA et al.,

2005). Suas folhas são consideradas uma importante fonte de alimento para grandes e

pequenos ruminantes, por apresentar alta aceitabilidade e bom valor nutricional,

contendo aproximadamente 17% de proteína bruta (COSTA et al.,2011). Essa forrageira

arbórea pode atingir até 7 metros de altura, presença de caules com ou sem espinhos. A

ausência de espinhos torna-se favorável, pois permite a circulação dos animais,

máquinas e equipamentos, otimizando o manejo da cultura.

20

Em pesquisa desenvolvida com o objetivo de determinar nos períodos chuvosos e

secos a composição química do Sabiá, com e sem espinhos, na dieta de bovinos em

pastejo, Vieira et al.,(2005) observaram que não houve diferença significativa quanto à

composição química entre os sabiás obtendo médias de: 26,45% matéria seca (MS);

27,63% proteína bruta (PB); 44,39% fibra em detergente neutro (FDN); 25,80% fibra

em detergente ácido (FDA) no período chuvoso e 42,39% de MS; 19,30% de PB;

39,05% de FDN; 21,83% de FDA no período seco. Com relação à preferência dos

animais ao tipo de planta, foi constatado que os bovinos deram prioridade ao sabiá sem

espinho, representando 62,6% da dieta versus 53,0% das plantas com espinho.

Neste contexto, os autores enfocam as desvantagens que as plantas caducifólias,

como Sabiá, apresentam, pois no período seco ocorre a senescência o que implica no

desempenho animal e na indisponibilidade e/ou baixa qualidade da forragem, onde a

alternativa aplicada para este problema seria adoção da fenação desse material no

período chuvoso, caracterizado pelo valor nutricional da planta mais alto, além da

disponibilidade de outras forragens para o arraçoamento dos animais.

A Catingueira (Caesalpinea bracteosa) é uma das árvores mais presentes na

Caatinga (ARAÚJO et al.,2006). Por possuir cheiro forte, veio a origem do seu nome

“catingueira”. Após trinta dias do começo da estação chuvosa alcança sua vegetação

plena. É a espécie forrageira que mais demora a entrar em dormência, mantendo-se

com folhas após o término das chuvas por longo período, sendo uma das primeiras

árvores a rebrotar no início das chuvas (DAMASCENO, 2007). É durante as primeiras

chuvas, quando a planta se apresenta com as folhas novas, que a catingueira é mais

consumida pelos animais, após esse estágio a prática da fenação torna-se interessante

como estratégia para o fornecimento da planta na época seca.

Com o objetivo de determinar o consumo, a digestibilidade in vivo e a composição

química de dietas com níveis crescentes (0, 50 e 100%) de feno de catingueira (FC),

Gonzaga Neto et al.,(2001) obtiveram médias de 91,5%; 93,89%; 11,25%; 4,31%;

45,47%; 37,08% e 6,30% para MS, MO, PB, EE, FDN, FDA e tanino condensado. Os

consumos de matéria seca (CMS) – 680,7; 662,8; 510,1g/dia - e matéria orgânica

(CMO) – 623,0; 614,7; 475,5g/dia diminuíram à medida que aumentou o nível de feno

de catingueira na dieta, para tal comportamento os autores atribuíram ao teor de tanino

presente no feno o qual superou o limite crítico para ovino, que é de 4,0%.

21

A Gliricídia (Gliricidia sepium) é uma leguminosa arbórea (variando de 12 a 15m

de altura), nativa da América Central e Norte da América do Sul, com crescimento

rápido e enraizamento profundo, o que lhe confere notável tolerância à seca. A espécie

da família Fabaceae é caracterizada por ser uma planta perene que se reproduz sexuada

e assexuadamente. Assim como a Leucena (Leucaena leucocephala), é considerada para

múltiplo uso, servindo para: forragem, reflorestamento, cerca viva e adubação verde

(CIRNE et al., 2012; CARVALHO FILHO et al.,1997; DRUMOND et al.,1999).

Do ponto de vista nutricional a Gliricídia em fase de murchamento apresenta em

média 30,11% de MS; 13% de PB; 40,20% de FDN; 25,61% de FDA e 63,32% de

DIVMS (digestibilidade in vitro da matéria seca) (VALADARES FILHO et al.,2010).

Cirne et al., (2012) com o objetivo de avaliar a ingestão de matéria seca, o ganho peso

diário e a conversão alimentar de ovinos suplementados com Gliricídia, encontraram

médias de 1,097kg/dia, 0,104kg/dia e 10,37 para os parâmetros acima citados

respectivamente.

A espécie pode compor níveis elevados de proteína bruta na dieta de ruminantes,

mas é como suplemento protéico para forragens tropicais, subprodutos e palhadas de

baixa qualidade que tem sido enfatizado o seu uso (CARVALHO FILHO et al., 1997).

1.4. DIGESTIBILIDADE APARENTE DOS NUTRIENTES

A digestão pode ser definida por um processo de conversão de macromoléculas

dos nutrientes em partículas mais simples, que podem ser absorvidas pelo trato

gastrintestinal. Reconhecidamente como um dos principais parâmetros para a avaliação

do valor nutritivo, a digestibilidade é crucial quanto à qualificação dos alimentos; e

medidas de coeficiente de digestibilidade permitem indicar a quantidade percentual de

cada nutriente do alimento que o animal tem condição de utilizar (VAN SOEST., 1994;

BERCHIELLI et al., 2000; CASALI et al., 2008).

Nos ensaios de digestibilidade é possível determinar a digestibilidade aparente e a

digestibilidade verdadeira, sendo baseado na diferença entre a quantidade de matéria

seca ou nutriente ingerido e respectiva quantidade nas fezes. A diferença é que a

digestibilidade verdadeira considera no cálculo, resíduos de bactérias oriundas do

processo fermentativo e substâncias endógenas do organismo animal como enzimas

digestivas, células de descamação do trato gastrintestinal, sais Ca+2 e Mg+2 ( sob forma

22

de sabão combinado com lipídeos), que são consideradas da fração fecal (SALMAN et

al, 2010). Assim o coeficiente de digestibilidade verdadeira sempre será maior que o da

digestibilidade aparente, exceto nos casos em que se estima a digestibilidade da porção

fibrosa do alimento, tendo em vista que não há produção endógena desse composto no

organismo do animal e neste caso, os coeficientes de digestibilidade aparente e

verdadeira são iguais. (VAN SOEST, 1994).

Existem dois métodos utilizados para estimar a digestibilidade dos alimentos, o

método direto ou método tradicional da coleta total de fezes, que consiste em um

rigoroso controle de ingestão e excreção diária, necessitando de animais adaptados à

gaiola de metabolismo e a bolsas coletoras, o qual acaba sendo inviável em algumas

situações, além de constituir um processo laborioso (ÍTAVO et al., 2002); e o método

indireto dos indicadores ou marcadores (internos ou externos), os quais apresentam

certas vantagens sobre o da coleta total de fezes devido à simplicidade e conveniência

de utilização, podendo vir a proporcionar uma série de informações, incluindo a

quantidade ingerida de alimentos ou nutrientes específicos, a taxa de passagem da

digesta por todo trato digestivo e a digestibilidade de todo alimento ou nutriente

específico (ZEOULA et al., 2001).

Desta forma, componentes químicos naturais da dieta que sejam indigestíveis ou

que apresentam baixa digestibilidade constante, têm sido utilizados como indicadores

internos, estes apresentam a vantagem de já estarem presentes nos alimentos e, de modo

geral, permanecerem uniformemente distribuídos na digesta durante o processo de

digestão e excreção (PIAGGIO et al., 1991).O princípio desta técnica baseia-se no fato

de que, à medida que o alimento transita pelo trato gastrintestinal, a concentração do

indicador aumenta progressivamente pela remoção de outros compostos, por digestão e

absorção.

Entre os indicadores internos mais utilizados em ensaios de digestibilidade com

ruminantes, destacam-se os constituintes da parede celular, como fibra em detergente

neutro indigestível (FDNi), fibra em detergente ácido indegestível (FDAi), lignina em

detergente ácido (LDA), lignina em detergente ácido indigestível (LDAi), celulose

potencialmente indigestível (CPi), cinza insolúvel em ácido (CIA), cinza insolúvel em

detergente ácido (CIDA) e ainda a fração física da matéria seca indigestível (MSi).

Estes indicadores podem ser utilizados tanto na estimativa da produção fecal, como nas

23

estimativas dos coeficientes de digestibilidade e ingestão de alimentos (KRIZSAN et

al., 2012; LIPPKE et al., 1986; DETMANN et al., 2001; SOARES et al., 2011;

BERCHIELLI et al., 2000).

Existem algumas formas de quantificar a concentração destes indicadores nos

alimentos e nas fezes, dentre elas destacam-se os procedimentos in vitro (CHERNEYet

al., 1992; LIPPKE et al., 1986; BERCHIELLI et al., 2000) e in situ (DETMANN et al.,

2001; ÍTAVO et al., 2002). Contudo, nas incubações in vitro as partículas fibrosas

permanecem aderidas à parede e à tampa do tubo, devido à agitação, ao invés de

estarem em contato com o inóculo ruminal. Isso acarreta aumento do resíduo pós-

incubação e superestima a quantidade do indicador presente na amostra (FREITAS et

al., 2002). Esta informação corrobora com os relatos de Huhtanen et al.,(1994) em que

afirmam que a digestibilidade da matéria seca é mais acuradamente predita por meio de

resíduos indigestíveis da fibra obtidos por procedimentos in situ em comparação às

estimativas obtidas por procedimentos in vitro. Assim, a estimação de indicadores

internos em alimentos e fezes por procedimentos in situ parece ser mais precisa que em

procedimentos in vitro.

Em relação aos indicadores internos mais adequados na estimativa da produção

fecal, Freitas et al., (2002) destacaram a importância e a utilidade da FDAi, por oferecer

valores biologicamente adequados e confiáveis quando comparados com outros

indicadores de uso interno e externo.

24

1.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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28

2. USO DA PALMA FORRAGEIRA E FENOS DE LEGUMINOSAS NA

ALIMENTAÇÃO DE OVINOS EM CONFINAMENTO

Trabalho submetido à revista:

ARQUIVO BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

ISSN: 1678-4162

Página eletrônica: www.abmvz.org.br

29

Uso da palma forrageira e fenos de leguminosas na alimentação de ovinos em 1

confinamento1 2

Maria Gabriela da Trindade Silva2*; Marcone Geraldo Costa2 3

Financiado pelo CnPq/INSA 4

2Programa de Pós-Graduação em Produção Animal – UFRN – Macaíba, RN. 5

*[email protected] 6

7

Resumo: Objetivou-se com este trabalho avaliar o uso da palma forrageira gigante 8

(Opuntia ficus-indica) associada a fenos de leguminosas na alimentação de ovinos em 9

sistema de confinamento. Foram utilizados 24 ovinos ½Soinga X ½ SRPD (sem padrão 10

racial definido) com peso médio inicial de 21,38 ± 2,53 kg, distribuídos em 11

delineamento inteiramente casualizado com quatro tratamentos e seis repetições. Os 12

animais foram alojados em baias individuais para acompanhamento de ganho de peso, 13

medição de consumo alimentar, determinação do consumo e digestibilidade aparente de 14

da matéria seca e dos nutrientes., e digestibilidade aparente dos nutrientes. Os quatro 15

tratamentos foram compostos pelos diferentes tipos de fenos de leguminosas associados 16

à palma, sendo eles: PAFC: palma forrageira + feno de catanduva; PAFS: palma 17

forrageira + feno de sabiá; PAFT: palma forrageira + feno de catingueira; PAFG: palma 18

forrageira + feno de gliricídia. Observou efeito do tratamento (P<0,05) sobre o 19

consumo de matéria seca (CMS) expresso em kg/dia, %PV e PV0,75 com as seguintes 20

médias: 1,21 kg/dia; 3,64%PV; 87,42PV0,75 respectivamente, como também para o 21

consumo de matéria orgânica (CMO) 1,09kg/dia, consumo de fibra em detergente 22

neutro (CFDN) 0,463kg/dia e consumo dos carboidratos totais (CCHOT) 0,867 kg/dia, 23

com maiores médias para o tratamento PAFC. Não foi observada influência dos 24

tratamentos sobre o peso vivo final 33,18 kg, ganho de peso total 11,80 kg, ganho de 25

peso médio diário 0,196 kg/dia, conversão alimentar 6,48, eficiência alimentar 16,04%, 26

consumo de proteína bruta (CPB) 0,216 kg/dia, consumo de extrato etéreo (CEE) 0,015 27

kg/dia, consumo de carboidratos não fibrosos (CCNF) 0,414 kg/dia e digestibilidade 28

aparente da MS, MO, PB e FDN com médias de 66,97%, 70,92%, 74,58% e 52,60% 29

respectivamente. Conclui-se que a palma forrageira gigante (Opuntia ficus-indica) 30

associada a fenos de leguminosas pode ser uma boa estratégia para a alimentação de 31

ovinos em confinamento. 32

33

Palavras-chave: alimentos alternativos, nutrição, produção animal, ruminantes, 34

semiárido 35

36

Abstract: The objective of this study was to evaluate the use of cactus pear (Opuntia 37

ficus-indica) associated with legume hays in sheep feeding in feedlot. Were utilized 24 38

sheep ½ Soinga X ½ SRPD (without defined breed) with an average weight initial of 39

21,38kg ± 2,53, distributed in a completely randomized design with four treatments and 40

six replications. The animals were housed in individual stalls for monitoring weight 41

gain (with weekly weighings), measuring food consumption, prediction of dry matter 42

intake and nutrients, and nutrients apparent digestibility. Diets were composed of four 43

treatments, which were represented by different types of legume hays associated with 44

palm: PAFC: cactus pear + hay “catanduva”; PAFS: cactus pear + hay “sabiá”; PAFT: 45

30

cactus pear + hay “catingueira”; PAFG: cactus pear + hay “gliricídia”. Was observed 46

treatment effect (P <0,05) on dry matter intake (DMI) expressed as kg/day, % BW and 47

BW0,75 with the following averages: 1,21kg/day; 3,64 %BW; 87,42 BW0,75 respectively, 48

as well as the consumption of organic matter (OMI) 1,09 kg/day intake of neutral 49

detergent fiber (NDFI) 0,463 kg/day and intake of total carbohydrates (CCHOTI) 0,867 50

kg/day with higher averages for the treatment PAFC. No was observed influence of 51

treatment on final live weight 33,18 kg, live weight gain full 11,80 kg, gain live weight 52

average daily 0,196 kg/day, feed conversion 6,48, feed efficiency 16,04%, crude protein 53

intake (CPI) 0,216 kg/day, intake of extract ether (EEI) 0,015 kg/day, intake of non-54

fiber carbohydrates (CCNF) 0,414 kg/day and apparent digestibility of DM, OM, CP 55

and NDF with averages of 66,97%, 70,92%, 74,58% and 52,60% respectively. We 56

conclude that the giant cactus pear (Opuntia ficus-indica) associated with legume hays 57

can be a good strategy for feeding sheep in confinement. 58

59

Key-Words: alternative food, animal production, nutrition, ruminants, semiarid 60

61

Introdução 62

A ovinocultura no Brasil tem despertado grande interesse dos produtores, 63

evidenciado pelo aumento do rebanho, principalmente para a produção de carne, 64

tornando-se necessário a busca por novas tecnologias, principalmente no que diz 65

respeito à alimentação. 66

O conhecimento das características dos alimentos e seu balanceamento nas rações 67

são de fundamental importância, uma vez que as dietas precisam ser formuladas para 68

suprir as necessidades dos animais e explorar sua máxima capacidade digestiva, a fim 69

de minimizar o estresse sofrido, principalmente quando submetidos a sistemas de 70

confinamentos (Silva et al., 2001). 71

Em sistemas de produção onde o principal objetivo é o desempenho animal, 72

variáveis como o consumo ad libitum caracterizado como um fator de qualidade 73

alimentar é o principal quesito que afeta a resposta do animal, em particular a sua 74

eficiência. As medidas de consumo mudam em função da variabilidade animal (espécie 75

animal, status nutricional, categoria animal, demanda energética, idade e sexo), 76

palatabilidade e seleção de forragem (VAN SOEST, 1994); e como componente 77

primário deste contexto, o consumo de matéria seca, considerada a variável mais 78

importante que afeta o desempenho animal, assume fundamental importância nos 79

estudos de nutrição, pois estabelece a quantidade de nutrientes disponíveis para a 80

produção e manutenção do bem estar animal (NRC, 2001; Waldo & Jogensen, 1981). 81

31

A alimentação é o item que mais onera o custo de produção principalmente nas 82

épocas mais críticas do ano, quando o volumoso é de baixa qualidade e se faz necessário 83

a suplementação concentrada. Todavia, os elevados custos podem ser reduzidos à 84

medida que se adotam estratégias alimentares, como a produção de alimentos que sejam 85

adaptados as condições edafoclimáticas e que atendam as necessidades nutricionais 86

destes ruminantes. 87

Neste sentido, a introdução de palma forrageira na alimentação de ruminantes é 88

uma estratégia para minimizar os efeitos da escassez de alimentos nas épocas mais secas 89

do ano, por apresentar produção de fitomassa favorável nestas épocas, produção esta 90

caracterizada pela sua fisiologia que apresenta a capacidade significativa em 91

economizar água, caracterizada pelo metabolismo ácido das crassuláceas (CAM), 92

captando O2 durante o dia e liberando CO2 durante a noite. 93

Do ponto de vista nutricional, é rica em carboidratos não fibrosos (CNF) 94

altamente fermentáveis no rúmen, oferecendo para o animal energia prontamente 95

disponível. No entanto, apesar das vantagens, a palma apresenta limitações quanto ao 96

seu baixo teor de fibra, que quando não é dada atenção especial para tal limitação, 97

distúrbios metabólicos podem aparecer e acarretar significativa diminuição da produção. 98

Dentre o nutriente mais exigido pelos ruminantes após a energia, destaca-se a 99

proteína, que tem como principal função fornecer os aminoácidos para a promoção dos 100

muitos processos de síntese que ocorrem no organismo dos ruminantes. Como 101

normalmente os suplementos proteicos são os componentes mais caros da dieta, o uso 102

de plantas leguminosas que apresentam resistência quanto aos efeitos edafoclimáticos 103

do semiárido nordestino se destacam em suprir tais limitações contempladas pela palma 104

forrageira, além de disponibilizar proteína, visto que estas espécies, em uma relação de 105

simbiose com bactérias nitrificantes, captam e fixam o nitrogênio atmosférico e o 106

repassa para o meio ambiente. 107

Várias leguminosas são destinadas para a alimentação animal, podendo se 108

destacar espécies como a Catanduva ou Angico-de-bezerro (Piptadenia moniliformis 109

Benth.), Sabiá (Mimosa caesalpinifolia Benth.), Catingueira (Caesalpinea bracteosa) e 110

Gliricídia (Gliricidia sepium), responsáveis por apresentar características adaptativas 111

referentes ao solo, clima e distribuição da produção ao longo do ano. 112

32

Deste modo, o estudo foi realizado com o objetivo de avaliar o uso da palma 113

forrageira associada a fenos de leguminosas na alimentação de ovinos em sistema de 114

confinamento. 115

116

Material e Métodos 117

O experimento foi conduzido na Unidade Acadêmica Especializada em Ciências 118

Agrárias (UAECIA) localizada na Escola Agrícola de Jundiaí, Campus de Macaíba da 119

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, em Macaíba RN, na área 120

experimental do Grupo de Estudos em Forragicultura (GEFOR) da UFRN, localizado a 121

5° 53’ 34’’ de latitude Sul e 35° 21’ 50’’ de longitude Oeste, durante o período de 122

janeiro a março de 2014. 123

Segundo a classificação de Köppen-Geiger o clima predominante é o quente e 124

úmido; com temperatura média de 26°C com amplitude de 7°C; umidade relativa do ar 125

variando de 60 a 80% e precipitações pluviométricas variando entre 1000 e 1500mm 126

anuais distribuídos no período de outono a inverno, onde as maiores precipitações se 127

concentram nos meses de abril a maio. 128

Foram utilizados 24 cordeiros ½ Soinga X ½ SRPD (sem padrão racial definido) 129

inteiros, oriundos de sistemas extensivos de produção na caatinga, com peso vivo médio 130

inicial de 21,38 ± 2,53 kg e idade média de 4 meses. Previamente ao início do 131

experimento, os animais foram identificados com brincos numerados, vermifugados, 132

pesados, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado e mantidos em baias 133

individuais (1,0 X 1,5m) de chão batido, divididas com tela campestre, cobertura de 134

telha de amianto e equipadas com bebedouro e comedouro, sendo as baias e os 135

bebedouros submetidos a limpezas periódicas. Os animais passaram por um período de 136

8 dias de adaptação às instalações e manejo. O período experimental foi de 28/01/2004 137

a 28/03/2004 (60 dias). 138

Os tratamentos experimentais consistiram na associação da Palma forrageira aos 139

quatro tipos de fenos de leguminosas, sendo eles: palma forrageira + feno de catanduva 140

- PAFC, palma forrageira + feno de sabiá - PAFS, palma forrageira + feno de 141

catingueira - PAFT e palma forrageira + feno de gliricídia - PAFG. Por sorteio os 142

animais foram distribuídos nos tratamentos de acordo com o peso vivo (Fig. 1). 143

144

33

145

146

Figura 1: Animais e instalações 1 147

148

Devido às diferenças no teor de proteína bruta entre os fenos, foi utilizado farelo 149

de soja para ajustar este nutriente, em uma mistura com sal mineral (Ovinofós com 150

monensina®). As dietas foram ajustadas para serem isoprotéicas (em média 17%PB), e 151

formuladas para atender as exigências nutricionais para ganho médio diário de 150g, 152

segundo recomendações do NRC (2007). Nas Tabelas 1 e 2 são apresentadas a 153

composição química e a composição percentual das dietas experimentais com base na 154

matéria seca. 155

A dieta era fornecida em mistura completa duas vezes ao dia, sendo 50% de 156

manhã e 50% à tarde. Antes do fornecimento da dieta da manhã, eram retiradas dos 157

cochos, de cada animal, as sobras de comida do dia anterior, as mesmas eram pesadas e 158

anotadas em planilha específica para o monitoramento do consumo, a fim de mantê-las 159

em torno de 10% do total do ofertado e proporcionar ingestão voluntária sem alterar a 160

proporção dos ingredientes. Após isto as pesagens de cada alimento (palma forrageira + 161

feno + soja) eram realizadas e homogeneizadas em sacos plásticos (Fig. 2). 162

163

34

164 Figura 2: Alimentos homogeneizado 1 165

166 Tabela 2. Composição química dos alimentos da dieta experimental (g/kgMS). 167

Variável

Ingrediente

Farelo de

soja

Palma

forrageira FC FS FT FG

MS 884,0 129,8 885,8 891,0 896,2 877,7

MM 65,3 108,0 36,1 54,7 55,1 71,6

MO 934,7 892,0 963,9 945,3 944,9 928,4

PB 519,1 37,2 91,5 91,1 71,1 155,8

EE 17,5 10,9 09,1 14,9 10,4 14,8

FDN 284,1 346,3 655,0 658,7 566,6 757,8

FDA 103,8 205,6 494,3 459,7 388,6 331,2

Lignina 04,0 52,8 330,2 222,0 316,0 187,8

NIDA 106,1 10,3 32,4 20,6 14,4 23,6

NIDN 178,4 16,7 48,5 40,1 32,4 54,4

CNF 113,9 497,6 208,3 180,7 296,9 235,5

CHOT 398,1 843,9 863,2 839,3 863,5 757,8

NDT 777,8 615,5 327,3 387,5 367,2 467,1

ED 34,3 27,1 14,4 17,1 16,2 20,6

FC = feno de catanduva; FS = feno de sabiá; FT = feno de catingueira; FG = feno de gliricídia. MS = 168 matéria seca; MM = matéria mineral; MO = matéria orgânica; PB = proteína bruta; EE = extrato etéreo; 169 FDN = fibra em detergente neutro; FDA = fibra em detergente ácido; NIDA = nitrogênio indigestível em 170 detergente ácido; NIDN = nitrogênio indigestível em detergente neutro; CNF = carboidratos não fibrosos; 171 CHOT = carboidratos totais; NDT = nutrientes digestíveis totais; ED = energia digestível (Mcal/kgMS). 172 173

35

Tabela 3. Proporções e composição química das dietas experimentais (g/kg), expressas 174

na matéria seca. 175

Parâmetro Tratamento

PAFC PAFS PAFT PAFG

Composição percentual

Palma Forrageira

43

43

43

47,6

Feno de catanduva

33 - - -

Feno de sabiá

- 32,7 - -

Feno de catingueira

-

- 31,2 -

Feno de gliricídia

Farelo de soja

-

24

-

24,3

-

24,8

33

19,4

Composição química 176

MS

560,3

561,9

554,6

522,9

MO 925,9 919,7 910,1 912,3

MM 74,0 80,0 79,8 87,7

PB 170,8 172,3 166,9 169,8

EE 11,9 11,9 12,3 13,5

FDN 433,2 434,1 396,1 470,0

FDA 276,4 276,8 235,4 227,3

Lignina 132,6 132,6 122,3 87,9

NIDA 40,6 40,9 35,2 33,3

NIDN 66,0 66,5 61,5 60,5

CNF 310,0 310,4 334,8 336,7

CHOT 743,3 744,5 731,0 729,0

NDT 559,3 561,7 572,1 598,0

PAFC = palma forrageira + feno de catanduva; PAFS = palma forrageira + feno de sabiá; PAFT 177 = palma forrageira + feno de catingueira; PAFG = palma forrageira + feno de gliricídia. MS = 178 matéria seca; MM = matéria mineral; MO = matéria orgânica; PB = proteína bruta; EE = extrato etéreo; 179 FDN = fibra em detergente neutro; FDA = fibra em detergente ácido; NIDA = nitrogênio indigestível em 180 detergente ácido; NIDN = nitrogênio indigestível em detergente neutro; CNF = carboidratos não fibrosos; 181 CHOT = carboidratos totais; NDT = nutrientes digestíveis totais. 182 183

36

As pesagens dos animais ocorreram a cada sete dias, pela manhã, com os mesmos 184

em jejum, procedendo-se desta forma durante todo período experimental. 185

De posse do ganho de peso total e do consumo de matéria seca no período, foi 186

calculado a conversão alimentar: 187

CA = (CMS X 60) / ganho total 188

A eficiência alimentar foi calculada dividindo-se o ganho de peso total pelo 189

consumo total no período, sendo o valor obtido multiplicado por 100 para expressar em 190

porcentagem: 191

EA = (ganho total / (CMS X 60)) X 100 192

O ganho de peso médio diário foi calculado pela diferença de peso dos animais da 193

primeira e da última semana, dividido pelo número de dias do período experimental. 194

Durante a condução do experimento, foram feitas coletas de amostras de 195

alimentos e de sobras de cada animal diariamente, acondicionadas em sacos plásticos e 196

congeladas para posteriores análises. Decorridos 50 dias de experimento procedeu-se o 197

ensaio de digestibilidade que teve duração de três dias e, durante esse intervalo, foram 198

feitas coletas de amostras de fezes, que foram pesadas e identificadas. Todas as 199

amostras foram armazenadas a -15ºC. 200

As amostras de alimentos, sobras e fezes foram encaminhadas para o Laboratório 201

de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia, localizado no município de Natal-202

RN. Em seguida as mesmas foram secas a 65oC em estufa de ventilação forçada, 203

durante 72 horas, as quais foram processadas em moinho tipo Willey com peneiras de 204

malha de 1 mm (para alimentos e sobras) e 2 mm (para fezes) e acondicionadas 205

individualmente, à temperatura ambiente, em potes de plásticos com tampa devidamente 206

identificados, para a realização das análises de matéria seca (MS), matéria orgânica 207

(MO), matéria mineral (MM), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE) segundo 208

metodologia descrita por Silva & Queiroz (2002). 209

Para a determinação da fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente 210

ácido (FDA) foi empregada a metodologia descrita por Van Soest (1991) e adaptada de 211

acordo com as recomendações do fabricante ANKON® TECNOLOGY. Nos alimentos 212

procedeu-se também as análises de nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN) e 213

nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA), de acordo com técnicas descritas por 214

37

Licitra et al., (1996), e de lignina em ácido sulfúrico (LDA), conforme descrito por Van 215

Soest et al., (1991). 216

Para a estimativa dos carboidratos totais (CHOT), foi utilizada a seguinte equação 217

proposta por Sniffen et al., (1992): 218

CHOT (%) = 100 – (PB + EE + Cinzas) 219

Os carboidratos não fibrosos (CNF) foram calculados de acordo com a 220

metodologia de Sniffen et al., (1992) como: 221

CNF (%) = 100 – (FDN + PB + EE + Cinzas) 222

Os cálculo dos nutrientes digestíveis totais (NDT) foi realizado de acordo com a 223

equação proposta por Weiss (1993) e a energia digestível (Mcal/kgMS), segundo Silva 224

& Leão (1979). 225

O consumo de nutrientes foi calculado pela média das diferenças entre a 226

quantidade total do nutriente contido na dieta oferecida e a quantidade deste contida nas 227

sobras dos respectivos dias de coleta. Calculou-se o consumo de MS em Kg/dia, 228

porcentagem peso vivo (%PV) e peso vivo metabólico (PM0,75), consumo de proteína 229

bruta (CPB), consumo de extrato etéreo (CEE), consumo de matéria orgânica (CMO), 230

consumo dos carboidratos totais (CCHOT), consumo de fibra em detergente neutro 231

(CFDN) e consumo dos carboidratos não fibrosos (CCNF). 232

O coeficiente de digestibilidade aparente (CD) foi calculado segundo Silva & 233

Leão (1979): 234

CD (%) = ((nutriente ingerido – nutriente excretado) /nutriente ingerido)) x 100 235

Para o ensaio de digestibilidade foram utilizados os 24 animais. Foi realizada a 236

coleta das fezes diretamente na ampola retal dos animais nos três dias consecutivos, 237

duas vezes ao dia, sempre antes do fornecimento da dieta da manhã e da tarde. 238

Para estimativa da produção de matéria seca fecal (PMSF), foi utilizado como 239

indicador interno a fibra em detergente ácido indigestível (FDAi) conforme a 240

metodologia descrita por Berchielli et al., (2000). Os ingredientes das dietas, as sobras 241

das mesmas e fezes dos animais foram incubados, in situ, na quantidade de 1,0 g para 242

cada ingrediente e 0,5 g para sobras e fezes. 243

O animal utilizado para o ensaio de digestibilidade foi um ovino da raça Morada 244

Nova, adulto, macho, castrado, fistulado, o qual recebeu a mesma dieta experimental 245

durante o período de 5 dias. Decorrido este período de adaptação à dieta, as amostras 246

38

foram incubadas por um período de 264 horas, segundo o protocolo sugerido por Casali 247

et al., (2008), em sacos confeccionados em TNT – 100g/m2 (tecido-não-tecido), com 248

dimensão de 5 cm x 5 cm. O material remanescente da incubação foi levado ao 249

Laboratório de Nutrição Animal, lavado em água corrente, até o total clareamento da 250

água, logo após foi submetido à extração em detergente ácido descrito anteriormente. 251

Após a extração foi levado à estufa de 105ºC por 24 horas, retirados acondicionados em 252

dessecador e pesados, cujo resíduo obtido foi considerado como a FDAi. A excreção 253

fecal foi estimada pela fórmula: 254

Indicador consumido (g/dia) 255

PMSF = 256

Concentração de indicador na MS fecal (g/gMS) 257

258

De posse dos dados de consumo dos nutrientes e dos seus respectivos coeficientes 259

de digestibilidade aparente, procedeu-se o cálculo para o consumo de NDT pelos 260

animais, segundo Weiss (1999): 261

NDT (%) = PBd + FDNd + CNFd + (EEd * 2,25), em que “d” representa a 262

digestibilidade aparente dos componentes. 263

O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado (DIC), com quatro 264

tratamentos e seis repetições. As variáveis foram analisadas segundo o modelo 265

matemático: 266

Yij = µ + Ti + eij 267

Onde: 268

Yij = Observação do tratamento Ti; 269

µ = média geral do experimento; 270

Ti = efeito do tratamento (i = 1;2;3;4); 271

eij = erro aleatório associado a cada observação sendo i, j = 1,2,3,4. 272

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas 273

pelo Teste de Tukey a 5% de significância, utilizando o programa estatístico SAS 274

(1999), versão 8.0. 275

Resultados e Discussão 276

Observa-se a não influência da associação (P>0,05) entre a palma forrageira com 277

os fenos de leguminosas sobre o peso vivo final (33,18 kg), ganho de peso total (11,80 278

39

kg), ganho de peso médio diário (0,196 kg/animal/dia), conversão alimentar (6,48) e 279

eficiência alimentar (16,04%) (Tab 1). 280

281

Tabela 4. Médias e coeficientes de variação (CV%) de características relacionadas ao 282

desempenho de ovinos alimentados com palma forrageira e fenos de 283

leguminosas em confinamento. 284

Variáveis Tratamentos

PAFC PAFS PAFT PAFG CV(%)

PI (kg)

20,70a ± 3,21

21,71a ± 2,98

21,23a ± 1,71

21,90a ± 2,50

12,45

PF (kg) 33,60a ± 3,36 33,53a ± 2,78 32,65a ± 2,56 32,95a ± 2,00 8,20

GT (kg) 12,90a ± 2,66 11,82a ± 2,86 11,42a ± 3,35 11,05a ± 1,02 22,23

GMD

(kg/na/dia)

0,215a ± 0,04 0,197a ± 0,05

0,190a ± 0,05

0,184a ± 0,02 22,21

CMS

(kg/dia) 1,34a ± 0,05 1,24ab ± 0,16 1,08b ± 0,16 1,18ab ± 0,09 10,24

CMS (%PV)

4,02a ± 0,42

3,69ab ± 0,25

3,29b ± 0,31

3,58ab ± 0,26

8,74

CMS

(PV0,75)

96,53a ±7,86

88,67ab ± 7,00

78,63b ± 8,18

85,86ab ±5,93

8,35

CA 6,54a ± 1,30

6,67a ± 1,57

6,17a ± 1,81 6,54a ± 0,54 25,45

EA 15,90a ± 3,72 15,69a ± 3,68 17,20a ± 4,24 15,36a ± 1,29 21,40

PAFC = Palma forrageira + feno de Catanduva, PAFS = Palma forrageira + feno de sabiá, PAFT = Palma

forrageira + feno de catingueira, PAFG = Palma forrageira + feno de gliricídia, CV = coeficiente de

variação. GMD = ganho de peso médio diário; CMS = consumo de matéria seca; CA = conversão

alimentar; EA = eficiência alimentar.

O balanceamento da dieta (Tab 3), e a uniformidade com que os nutrientes foram 285

distribuídos na mesma, refletiram diretamente na similaridade destes dados, expondo a 286

independência associativa da palma forrageira com os diferentes tipos de fenos de 287

leguminosas. 288

Pode-se observar que independente da leguminosa utilizada, médias de ganho de 289

peso médio diário (GMD) não foram influenciadas pela administração das diferentes 290

dietas. Observa-se também que estas mesmas médias se mostraram maiores do que a 291

40

média (150g/dia) ajustada no ato da formulação das dietas; tal diferença pode ser 292

atribuída ao padrão racial dos animais e ao considerado grau de sangue Soinga. Apesar 293

de se tratar de uma raça recentemente homologada, não temos parâmetros em 294

exigências nutricionais na literatura, entretanto, ela vem ganhando espaço e se 295

destacando como raça promissora para a produção de carne. 296

A conversão alimentar (CA) é um parâmetro que mede a capacidade quali-297

quantitativa do alimento, ou seja, nos permite inferir a proporção do consumo de 298

matéria seca da dieta necessária para converter em ganho de peso animal, dentro de um 299

determinado intervalo de tempo; quanto a esta variável seu valor médio foi de 6,48. 300

Valor este considerado relativamente alto quando comparado com os da literatura para 301

dietas com alimentos energéticos e protéicos, no entanto, o estágio fenológico em que as 302

leguminosas se encontravam no momento em que foram confeccionados os fenos e a 303

falta de homogeneidade nutricional da palma forrageira, podem ter influenciado o valor 304

da CA obtida neste trabalho. 305

Para a variável eficiência alimentar (EA) foi encontrada média de 16,04%. 306

Segundo Van Soest, (1994) dentre os principais parâmetros responsáveis em predizer o 307

desempenho animal, a EA assume grande importância na obtenção de resultados 308

favoráveis. Araújo (2009) encontrou média de 16%, em trabalho com ovinos 309

alimentados com palma forrageira (51,8% do total da dieta) e feno de atriplex (30,5% 310

do total da dieta). 311

Os consumos de matéria seca (CMS) expressos em kg/dia, %PV e PV0,75 312

apresentaram diferença significativa entre os tratamentos da PAFC (1,34 kg/dia), e 313

PAFT (1,08 kg/dia) (Tabela 4), o que pode ter sido ocasionado pela palatabilidade 314

dessas dietas, associado ao nível de carboidratos solúveis, a proporção de FDN na dieta, 315

a homogeneidade dos ingredientes e a seletividade dos animais. Contudo, a média para 316

o CMS (1,23 kg/dia) verificado está dentro dos padrões preditos pelo NRC (2007), que 317

descreve um consumo de 1,0 a 1,3 kg de matéria seca por dia para a categoria animal 318

utilizada no presente trabalho. 319

De acordo com Pessoa et al.,(2013), consumos de matéria seca superiores a 3,0% 320

do peso vivo em ovinos podem ser considerados satisfatórios por proporcionar ingestão 321

adequada de nutrientes quando em dietas bem balanceadas. No presente trabalho o nível 322

de consumo (3,6%PV) foi satisfatório para suportar os ganhos alcançados, evidenciando 323

41

a qualidade nutricional das dietas. No entanto, os altos teores de lignina (>10%) (Tabela 324

2 e 3) podem ter sido os responsáveis pelos inferiores consumos de matéria seca. 325

Dentro das variáveis utilizadas para predizer o desempenho animal, o consumo de 326

matéria seca sem dúvidas se destaca como a mais importante, por determinar o nível de 327

nutriente ingerido e por consequência o ganho de peso. Considerada assim, um desafio 328

para os pesquisadores devido ao grande número de variáveis atuantes no controle e as 329

limitações impostas pelas metodologias utilizadas para obtenção desta estimativa. 330

Avaliando o efeito da substituição de capim-elefante por palma forrageira como 331

fonte de forragem no consumo e digestibilidade de ovinos, Bispo et al., (2010) 332

encontraram média de 1,14 kg/dia para CMS no tratamento em que a palma teve uma 333

representatividade de 42% na dieta. Barroso et al., (2006) obtiveram média de 1,51 334

kg/dia em dieta com resíduo desidratado de vitivinícola e farelo de palma. Cavalcante et 335

al., (2008), avaliando o consumo e comportamento ingestivo de ovinos e caprinos 336

encontraram média de 1,01 kg/dia para CMS em tratamento com palma gigante. 337

Segundo Pereira et al., (2003), os animais consomem o alimento para atender suas 338

exigências em energia e outros nutrientes, porém se por alguma razão a natureza do 339

volumoso disponível restringir o consumo alimentar, este limitará também o 340

desempenho animal que conseqüentemente provocará redução da eficiência do processo 341

produtivo. Todavia, comparando os dados do presente trabalho, é possível relatar que as 342

médias encontradas para o CMS apresentam coerência com as encontradas na literatura, 343

mostrando eficiência da associação da palma com os fenos de leguminosas. 344

Observa-se a não influência da dieta (P>0,05) sobre o consumo de proteína bruta 345

(0,216 kg/dia), consumo de extrato etéreo (0,015 kg/dia) e consumo dos carboidratos 346

não fibrosos (0,414 kg/dia) (Tab 5). 347

348

Tabela 5. Consumo dos nutrientes por ovinos alimentados com palma forrageira e 349

diferentes fenos de leguminosas. 350

Variável

PAFC PAFS PAFT PAFG CV(%)

Consumo de nutrientes (Kg por dia)

MO 1,22a ± 0,06 1,12ab ± 0,15 0,98b ± 0,14 1,06ab ± 0,08 10,33

PB 0,228a ± 0,03 0,218a ± 0,03 0,192a ± 0,04 0,227a ± 0,02 13,63

42

EE 0,017a ± 0,01 0,015a ± 0,01 0,012a ± 0,004 0,018a ± 0,004 30,77

FDN (kg/dia) 0,528a ± 0,03 0,497ab ± 0,07 0,397c ± 0,07 0,432bc ± 0,04 12,23

FDN (%PV) 1,58a ± 0,18 1,47ab ± 0,11 1,21c ± 0,15 1,31bc ± 0,13 10,53

FDN (PV0,75) 38,06a ± 3,60 35,53ab ± 3,14 28,96c ± 3,89 31,42bc ± 3,09 10,29

CHOT 0,972a ± 0,05 0,888ab ± 0,11 0,783b ± 0,11 0,825b ± 0,06 10,15

CNF 0,443a ± 0,02 0,393a ± 0,04 0,397a ± 0,05 0,425a ± 0,02 9,27

PAFC = Palma forrageira + feno de catanduva, PAFS = Palma forrageira + feno de sabiá, PAFT = Palma 351 forrageira + feno de catingueira, PAFG = Palma forrageira + feno de gliricídia, CV = coeficiente de 352 variação. MO = matéria orgânica; PB = proteína bruta; EE = extrato etéreo; FDN = fibra em detergente 353 neutro; CHOT = carboidratos totais; CNF = carboidratos não fibrosos. 354

355

O balanceamento da dieta e a uniformidade com que os nutrientes foram 356

distribuídos na mesma, assim como para os parâmetros de desempenho, podem também 357

terem ocasionado a similaridade para com estas variáveis, outra possível explicação é 358

quanto à homogeneização dos ingredientes da dieta, justificado pela aderência dos fenos 359

e do farelo de soja à palma, o que possivelmente possibilitou uma ingestão proporcional 360

dos respectivos nutrientes. 361

Em trabalho com ovelhas nativas do semiárido nordestino, Souza et al., (2010) 362

avaliaram o desempenho, consumo e digestibilidade aparente dos animais confinados 363

recebendo palma forrageira, e obtiveram médias de 0,280kg/dia, 1,34kg/dia e 364

0,10kg/dia para consumo de PB, FDN e CNF respectivamente. 365

É sabido que os CNF são a principal fonte de energia prontamente disponível no 366

rúmen. De acordo com a disponibilidade de nitrogênio, esses carboidratos podem afetar 367

o metabolismo e a multiplicação microbiana, e por consequência, a digestão dos 368

alimentos, a produção de proteína microbiana e a quantidade de aminoácidos e 369

peptídeos disponíveis para a absorção no intestino delgado (FREGADOLLI et al.,2001). 370

No entanto, se compararmos a média deste nutriente ingerido (34,21%), com a sua 371

média nas dietas (32,29%), encontraremos CCNF superiores aos preditos, bem como 372

para o CPB (17,85%) comparado com a porcentagem presente na dieta (17%), o que 373

pode informar que houve PB suficientemente disponível para desencadear os processos 374

ditos anteriormente. O reflexo desta suposição está nos positivos GMD (Tabela 4). 375

Observou-se influência significativa das dietas sobre o consumo de matéria 376

orgânica (CMO), consumo de fibra em detergente neutro (CFDN) e consumo de 377

43

carboidratos totais (CCHOT), com maiores médias para o tratamento com PAFC: 1,22; 378

0,528; 0,972kg/dia e menores médias para PAFT: 0,98; 0,397; 0,783kg/dia 379

respectivamente. 380

Sabe-se que a fibra em detergente neutro (FDN) se apresenta como um fator 381

dietético bastante representativo do volume ocupado pelo alimento (VAN SOEST, 382

1994). A FDN em dietas com elevada proporção de fibra preenche os espaços do 383

rúmen-retículo, levando maior tempo do que os conteúdos celulares para deixar este 384

compartimento, utilizando-se de mecanismos de digestão, ruminação e passagem 385

(PEREIRA et al.,2003). 386

Segundo Mertens (1987) o principal fator que controla o consumo é a capacidade 387

física da ingestão, ou seja, o enchimento ruminal. Logo, poderia ter ocorrido limitação 388

na ingestão devido aos teores de FDN presentes na dieta (Tabela 2). Entretanto, 389

observa-se CFDN satisfatórios, o que permite inferir que a administração da palma 390

forrageira pode ter influenciado devido, principalmente, a características intrínsecas 391

relacionadas à palatabilidade e a alta taxa de digestão ruminal, sendo a matéria seca 392

degradada extensa e rapidamente, o que favorece a maior taxa de passagem, 393

proporcionando assim maiores consumos (LOPES et al., 2012). 394

Com o objetivo de avaliar o efeito da substituição do feno de capim elefante por 395

palma forrageira na dieta de ovinos, Bispo et al.,(2010) encontraram média de 396

0,430kg/dia para o CFDN em dieta com 42% de palma; Souza et al., (2010) obtiveram 397

média de 1,34kg/dia também para o CFDN; Wanderley et al., (2012) avaliando o efeito 398

de diferentes fontes volumosas em associação à palma, encontraram média de 399

0,430kg/dia e Gonzaga Neto et al., (2001) obtiveram média de 0,360kg/dia em dieta 400

com 50% de feno de catingueira, cujo objetivo foi avaliar a composição química, o 401

consumo e os coeficientes de digestibilidade in vivo de dietas com diferentes níveis de 402

feno de catingueira. 403

O conhecimento da digestibilidade dos nutrientes é essencial para elaboração de 404

planos nutricionais mais eficientes, que supram as exigências dos animais, nesta 405

pesquisa observou-se que a associação da palma com os diferentes fenos não 406

promoveram alterações (P>0,05) na digestibilidade aparente da MS (66,97%), MO 407

(83,54%), PB (74,58%) e FDN (52,60) (Tab 6). 408

409

44

Tabela 6. Coeficiente de digestibilidade aparente dos nutrientes em função dos 410

tratamentos. 411

Variável

PAFC PAFS PAFT PAFG CV(%)

Coeficiente de digestibilidade aparente dos nutrientes (%)

CDMS 70,30a ± 2,27 69,38a ± 5,22 64,69a ± 5,56 63,50a ± 63,50 6,94

CDMO 72,95a ± 2,31 72,68a ± 4,71 69,51a ± 5,06 68,54a ± 4,25 5,86

CDPB 70,80a ± 4,74 76,60a ± 4,32 74,87a ± 6,20 76,05a ± 4,03 6,52

CDFDN 50,17a ± 4,13 54,88a ± 6,09 48,85a ± 5,20 56,49a ± 2,77 9,07

PAFC = Palma forrageira + feno de catanduva, PAFS = Palma forrageira + feno de sabiá, PAFT = Palma 412 forrageira + feno de catingueira, PAFG = Palma forrageira + feno de gliricídia, CV = coeficiente de 413 variação. CDMS = Coeficiente de digestibilidade da matéria seca; CDMO = Coeficiente de 414 digestibilidade da matéria orgânica; CDPB = Coeficiente de digestibilidade da proteína bruta; CDFDN = 415 coeficiente de digestibilidade da fibra em detergente neutro. 416 417

Wanderley et al., (2012) encontraram médias de 58,17%; 58,84%; 61,93% e 418

37,23% para as digestibilidades da MS, MO, PB e FDN respectivamente. Bispo et al., 419

(2007) em dieta com 42% de palma, obtiveram médias de 66,14%, 68,61%, 68,28% e 420

49,07% também para CDMS, CDMO, CDPB e CDFDN respectivamente. 421

Com relação CDFDN as médias obtidas neste trabalho são superiores as 422

observadas na literatura. É importante entender que os componentes fibrosos 423

representam uma fração significante da dieta dos ruminantes e são imprescindíveis para 424

o bom funcionamento do rúmen, por promover estímulos à ruminação e 425

consequentemente na produção de saliva e produção de substâncias tamponantes; 426

estando a produtividade destes animais intimamente relacionada à sua 427

habilidade/capacidade não só de consumir, mas também de digerir esta fração (Allen & 428

Mertens, 1988). Desta forma, a digestibilidade da FDN constitui importante parâmetro 429

de qualidade da forragem devido à grande variabilidade na degradação ruminal e 430

principalmente pela sua influência sobre o desempenho animal. 431

É importante ressaltar que para haver maior disponibilidade dos nutrientes, é 432

necessário que estes estejam em harmonia e sintonia, de forma que possam minimizar 433

efeitos inibidores sobre a degradação e disponibilidade, influenciando diretamente a 434

produtividade. 435

Dentro da complexidade de interações que existem a nível ruminal, destacam-se 436

os requerimentos de compostos nitrogenados por microrganismos fibrolíticos, visto que 437

45

para uma parte destes organismos, particularmente aqueles que degradam os 438

carboidratos fibrosos (cerca de 25% das espécies) (KOZLOSKI, 2009), a amônia 439

(derivada do nitrogênio consumido pelos animais) é essencial para o seu crescimento. 440

Contudo, a não influência do CDPB sobre os tratamentos, assim como a do 441

CDFDN, como ditos anteriormente, mais uma vez permite inferir sobre a qualidade e a 442

disponibilidade da proteína presente na dieta, refletindo positivamente no desempenho 443

produtivo dos animais. 444

Conclusões 445

Fenos de catanduva, sabiá, catingueira e gliricídia podem ser utilizados em 446

associação à palma forrageira na alimentação de ovinos em sistema de confinamento 447

pois propiciam consumos e desempenhos satisfatórios dos animais. 448

449

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Anexo II. Regras para submissão no Arquivo Brasileiro de

Medicina Veterinária e Zootecnia

(Disponível em: www.abmvz.org.br)

Artigo científico

É o relato completo de um trabalho experimental. Baseia-se na premissa de que os

resultados são posteriores ao planejamento da pesquisa.

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Discussão), Conclusões, Agradecimentos (quando houver) e Referências.

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O texto do artigo em Word deve conter o nome dos autores e filiação;

O texto do artigo em pdf não deve conter o nome dos autores e filiação.

Resumo e Abstract: Deve ser o mesmo apresentado no cadastro contendo até 2000

dígitos incluindo os espaços, em um só parágrafo. Não repetir o título e não acrescentar

revisão de literatura. Incluir os principais resultados numéricos, citando-os sem explicá-

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los, quando for o caso. Cada frase deve conter uma informação. Atenção especial às

conclusões.

Palavras-chave e Keywords: No máximo cinco.

Introdução: Explanação concisa, na qual são estabelecidos brevemente o problema, sua

pertinência e relevância e os objetivos do trabalho. Deve conter poucas referências,

suficientes para balizá-la.

Material e Métodos: Citar o desenho experimental, o material envolvido, a descrição

dos métodos usados ou referenciar corretamente os métodos já publicados. Nos

trabalhos que envolvam animais e/ou organismos geneticamente modificados deverá

constar, obrigatoriamente, o número do protocolo de aprovação do Comitê de Bioética

e/ou de Biossegurança, quando for o caso.

Resultados: Apresentar clara e objetivamente os resultados encontrados.

Tabela: Conjunto de dados alfanuméricos ordenados em linhas e colunas. Usar

linhas horizontais na separação dos cabeçalhos e no final da tabela. O título da tabela

recebe inicialmente a palavra Tabela, seguida pelo número de ordem em algarismo

arábico e ponto (ex.: Tabela 1.). No texto a tabela deve ser referida como Tab seguida

de ponto e do número de ordem (ex.: Tab. 1), mesmo quando se referir a várias tabelas

(ex.: Tab. 1, 2 e 3). Pode ser apresentada em espaçamento simples e fonte de tamanho

menor que 12 (o menor tamanho aceito é 8). A legenda da Tabela deve conter apenas o

indispensável para o seu entendimento. As tabelas devem ser, obrigatoriamente,

inseridas no corpo do texto preferencialmente após a sua primeira citação.

Figura: Compreende qualquer ilustração que apresente linhas e pontos:

desenho, fotografia, gráfico, fluxograma, esquema, etc. A legenda recebe inicialmente a

palavra Figura, seguida do número de ordem em algarismo arábico e ponto (ex.: Figura

1.) e é referida no texto como Fig seguida de ponto e do número de ordem (ex.: Fig.1),

mesmo se referir a mais de uma figura (ex.: Fig. 1, 2 e 3). Além de inseridas no corpo

do texto, fotografias e desenhos devem também ser enviadas no formato jpg com alta

qualidade, em um arquivo zipado, anexado no campo próprio de submissão na tela de

registro do artigo. As figuras devem ser, obrigatoriamente, inseridas no corpo do texto

preferencialmente após a sua primeira citação.

Nota:

Toda tabela e/ou figura que já tenha sido publicada deve conter, abaixo da

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legenda, informação sobre a fonte (autor, autorização de uso, data) e a correspondente

referência deve figurar nas Referências.

Discussão: Discutir somente os resultados obtidos no trabalho. (Obs.: As seções

Resultados e Discussão poderão ser apresentadas em conjunto a juízo do autor, sem

prejudicar qualquer das partes e sem subitens).

Conclusões: As conclusões devem apoiar-se nos resultados da pesquisa executada e

serem apresentadas de forma objetiva, SEM revisão de literatura, discussão, repetição

de resultados e especulações.

Agradecimentos: Não obrigatório. Devem ser concisamente expressados.

Referências: As referências devem ser relacionadas em ordem alfabética, dando-se

preferência a artigos publicados em revistas nacionais e internacionais, indexadas.

Livros e teses devem ser referenciados o mínimo possível, portanto, somente quando

indispensáveis. São adotadas as normas gerais ABNT, adaptadas para o ABMVZ

conforme exemplos:

Como referenciar:

1. Citações no texto

A indicação da fonte entre parênteses sucede à citação para evitar interrupção na

sequência do texto, conforme exemplos:

Autoria única: (Silva, 1971) ou Silva (1971); (Anuário..., 1987/88) ou Anuário...

(1987/88)

Dois autores: (Lopes e Moreno, 1974) ou Lopes e Moreno (1974)

Mais de dois autores: (Ferguson et al., 1979) ou Ferguson et al. (1979)

Mais de um artigo citado: Dunne (1967); Silva (1971); Ferguson et al. (1979) ou

(Dunne, 1967; Silva, 1971; Ferguson et al., 1979), sempre em ordem cronológica

ascendente e alfabética de autores para artigos do mesmo ano.

1.1. Citação de citação: Todo esforço deve ser empreendido para se

consultar o

Documento original. Em situações excepcionais pode-se reproduzir a

informação já citada por outros autores. No texto, citar o sobrenome do autor do

documento não consultado com o ano de publicação, seguido da expressão citado por e

o sobrenome do autor e ano do documento consultado. Nas Referências, deve-se incluir

apenas a fonte consultada.

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Comunicação pessoal. Não fazem parte das Referências. Na citação coloca-se o

sobrenome do autor, a data da comunicação, nome da Instituição à qual o autor é

vinculado.

2. Periódicos (até 4 autores, citar todos. Acima de 4 autores citar 3 autores et

al.):

ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL. v.48, p.351, 1987-88.

FERGUSON, J.A.; REEVES, W.C.; HARDY, J.L. Studies on immunity to

alphaviruses in foals. Am. J. Vet. Res., v.40, p.5-10, 1979.

HOLENWEGER, J.A.; TAGLE, R.; WASERMAN, A. et al. Anestesia general

del canino. Not. Med. Vet., n.1, p.13-20, 1984.

3. Publicação avulsa (até 4 autores, citar todos. Acima de 4 autores citar 3

autores et al.):

DUNNE, H.W. (Ed). Enfermedades del cerdo. México: UTEHA, 1967. 981p.

LOPES, C.A.M.; MORENO, G. Aspectos bacteriológicos de ostras, mariscos e

mexilhões. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA, 14.,

1974, São Paulo. Anais... São Paulo: [s.n.] 1974. p.97. (Resumo).

MORRIL, C.C. Infecciones por clostridios. In: DUNNE, H.W. (Ed).

Enfermedades del cerdo. México: UTEHA, 1967. p.400-415.

NUTRIENT requirements of swine. 6.ed. Washington: National Academy of

Sciences, 1968. 69p.

SOUZA, C.F.A. Produtividade, qualidade e rendimentos de carcaça e de carne em

bovinos de corte. 1999. 44f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Escola

de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

3. Documentos eletrônicos (até 4 autores, citar todos. Acima de 4 autores

citar 3 autores et al.):

QUALITY food from animals for a global market. Washington: Association of

American Veterinary Medical College, 1995. Disponível em:

<http://www.org/critca16.htm>. Acessado em: 27 abr. 2000.

JONHNSON, T. Indigenous people are now more cambative, organized. Miami

Herald, 1994. Disponível em: <http://www.summit.fiu.edu/MiamiHerld-Summit

RelatedArticles/>. Acessado em: 5 dez. 1994.

Nota:

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Artigos que não estejam rigorosamente dentro das normas acima não serão

aceitos para avaliação.

O Sistema reconhece, automaticamente, como “Desistência do Autor” artigos

em diligência e/ou “Aguardando liberação do autor”, que não tenha sido respondido no

prazo dado pelo Sistema. Taxas de submissão e de publicação: