Uretrocistografia no diagnóstico de ruptura de ureter – Relato de … · totalizando 70 ml...
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Transcript of Uretrocistografia no diagnóstico de ruptura de ureter – Relato de … · totalizando 70 ml...

URETROCISTOGRAFIA NO DIAGNÓSTICO DE REFLUXO VESICOURETERAL:
RELATO DE CASO
GLADSTHON DIVINO DE SOUSA FILHO3, ANDRÉ RIBEIRO FAYAD3, ROGÉRIO
MARQUES FORTES1, TALES DIAS PRADO1, MARIA CLORINDA SOARES
FIORAVANTI2, NAIDA CRISTINA BORGES2
1 Mestrando(a) em Ciência Animal pela Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG.2 Professora Doutora do Departamento de Medicina Veterinária da Escola de
Veterinária e Zootecnia da UFG.3 Graduando em Medicina Veterinária da Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG.
Resumo:
As alterações no sistema urinário de pequenos animais têm motivado investigações
de diagnóstico por imagem, permitindo detectar massas abdominais, rupturas,
presença de litíases, agenesias e hipoplasias renais; o uso de soluções
contrastantes possibilitou a maior definição da imagem radiográfica contribuindo
com um diagnóstico mais preciso. A uretrocistografia retrógrada tem sido estudada
para avaliação do trato urinário (TU) inferior e cada vez mais disseminada.
Palavras chaves: radiografia contrastada, trato urinário, cão, refluxo vesicoureteral.
CYSTOURETHROGRAPHY IN DIAGNOSTIC OF VESICOURETERAL REFLUX
Abstract:
The changes in the urinary system of small animals have motivated investigations of
diagnostic imaging, allowing detection of abdominal masses, ruptures, presence of
gallstones, kidney agenesis and hypoplasia, the use of contrasting solutions allowed
for greater definition of the radiographic image contributing to a more accurate
diagnosis. The retrograde cystourethrography has been used for evaluation of lower
urinary tract and its application has been increasingly widespread
Key words: contrast radiography, urinary tract, dog, vesicoureteral reflux
Introdução:
33º CONGRESSO BRASILEIRO DA ANCLIVEPA - 2012
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Indica-se uretrocistografia (UC) sempre que os sinais clínicos forem sugestivos de
alterações no TU inferior, tais como hematúria, disúria, estrangúria, polaciúria e
bacteriúria; podendo realizá-la para avaliação de estruturas adjacentes à bexiga. Os
exames de imagem radiográfica usados para exploração do sistema urinário são a
radiografia abdominal simples e a urografia excretora (UE). A UE visa
principalmente o estudo das estruturas superiores; o estudo da UC tem permitido a
avaliação de estruturas inferiores deste sistema, com aplicação retrógrada (RIELLA,
2003). Em medicina a uretrocistografia é considerada uma técnica segura e de fácil
execução, sendo largamente empregada como auxiliar na detecção de morfologia
anormal que não possa ser observada pela radiografia simples (ESSMAN, 2005).
Relato do Caso:
Foi atendido um cão, macho, Dachshund, dois anos, sete quilos, com histórico de
prostração e inapetência, apresentando hematúria e êmese. Ao exame físico foram
observadas mucosas normocoradas, leve desidratação, abdome distendido, TPC
inferior à 2 segundos, normotermia, hematúria, frequência cardíaca e respiratória
normais. No hemograma foi observado leucocitose, as bioquímicas séricas (uréia,
creatinina, ALT e albumina) apresentaram-se aumentadas. À ultrassonografia
abdominal bexiga distendida, parede normoespessada, conteúdo hipoecóico
heterogênio, com pontos hiperecóicos em suspensão. Foi realizada radiografia
simples do abdome, em seguida a UC foi procedida com introdução de solução de
contraste a 20%, através de sondagem vesico-uretral, na dose de 10 ml/Kg,
totalizando 70 ml possibilitando a visualização de refluxo vesicoureteral (Figura 1).
Discussão:
Refluxo vesicoureteral caracteriza-se pelo fluxo retrógrado da urina da bexiga para
os ureteres e pelve renal. Se a urina retrógrada apresentar patógenos, infecções do
Figura 1: Imagem radiográfica de cão
macho, raça Dachshund, em decúbito
latero-lateral direito, com utilização de
contraste iodado. Evidencia-se presença do
refluxo vesicoureteral. Fonte: Arquivo
Pessoal, 2010.
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trato urinário superior ocorrerão. O animal do relato teve seu diagnóstico baseado
pelos sinais clínicos apresentados associados ao histórico e aos exames
radiográficos complementares. Com base na patogenia o refluxo pode ser dividido
em duas categorias: primária (má-formação intrínseca da junção vesicoureteral) e
secundária (disfunção da junção adquirida). Nos casos primários em animais de 7 a
12 semanas o refluxo pode ser auto limitante sendo mais comum em machos e
bilaterais. Nos casos secundários o refluxo pode estar associado a obstruções
mecânicas ou funcionais, inflamação da junção vesicoureteral, ureteres ectópicos e
principalmente por infecções dos tratos urinários. Para realização da
uretrocistografia com contraste positivo, recomenda-se o preenchimento da bexiga
com solução iodada a 20%, e dose de 10 ml/kg, o preenchimento deve ser lento e
interrompido quando a bexiga apresentar-se túrgida; as imagens radiográficas
devem ser realizadas no mínimo em quatro posições: dois decúbitos laterais direito
e esquerdo e decúbitos ventral e dorsal, permitindo assim uma avaliação adequada
de toda a estrutura do trato urinário inferior (Essman, 2005). O tratamento consiste
na utilização de terapia medicamentosa para erradicar a infecção do trato urinário e,
se preciso cirurgia para corrigir a junção vesicoureteral anormal (King LR. 1992).
Conclusão:
A uretrocistografia miccional pode ser mais uma ferramenta na avaliação do trato
urinário inferior, sua fácil aplicação e a segurança permite que seja amplamente
utilizada pelo clínico veterinário.
Referências:
ESSMAN, S. C. Contrast Cystography. Clinical Techniques in Small Animal Practice, Philadelphia, v. 20, p. 46-51, 2005.
KEALY, JK., MCALLISTER, H. The abdomen. In: Kealy, J.K., McAllister, H.
Diagnostic Radiology & Ultrasonography of the Dog and Cat. 4.ed. Missouri:
Elsevier Saunders, p. 147-155, 2005.
KING LR. Vesicoureteral reflux, megaureter, and ureteral reimplantation. In: Walsh
PC, Retik AB, Stamey TA, Vaughn ED, eds. Campbell’s Urology. 6th ed.
Philadelphiia, Pennsylvania: WB
RIELLA, M. C. Princípios de Nefrologia e Distúrbios Hidroeletrolítico. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. 1033 p.
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