UNIVESIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … LUIZ CORREIA MENDES.pdf · eclética, e o...

44
1 UNIVESIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA DE GESTÃO EMPRESARIAL. (UMA ABORGAGEM EDUCATIVA) Por: Oswaldo Luiz Correia Mendes. Orientador Prof. Carlos Alberto Cereja de Barros Rio de Janeiro 2004

Transcript of UNIVESIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … LUIZ CORREIA MENDES.pdf · eclética, e o...

1

UNIVESIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA DE GESTÃO

EMPRESARIAL.

(UMA ABORGAGEM EDUCATIVA)

Por: Oswaldo Luiz Correia Mendes.

Orientador

Prof. Carlos Alberto Cereja de Barros

Rio de Janeiro

2004

2

UNIVESIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA DE GESTÃO

EMPRESARIAL.

(UMA ABORGAGEM EDUCATIVA)

Apresentação de monografia à Universidade

Cândido Mendes como condição prévia para

a conclusão do Curso de Pós-Graduação

“Lato Sensu” em Docência do Ensino

Superior.

Por: Oswaldo Luiz Correia Mendes.

3

AGRADECIMENTOS

Certamente, foram inúmeras às pessoas que contribuíram para a minha

chegada à pós-graduação em Docência Superior, o que dificulta o devido

agradecimento a todos por questões de espaço. Por isso tentarei

agradecer às pessoas com maior expressão a minha esposa e a minha

filha que sempre me incentivaram e me incentivam a tudo que me

proponho a realizar. A paciência da família em compreender a

necessidade de um constante aprendizado, declinando muitas vezes de

passeios e festas que não pude comparecer.

Agradeço ainda ao professor Enilton Menezes (Diretor de Ciências

Contábeis da Faculdade SUAM), pelo incentivo e ao professor Carlos A.

Cereja da Universidade Cândido Mendes pelas orientações quanto à

forma deste trabalho.

Posso também acrescentar a palavra cooperação de todos os docentes do

Curso de Docência Superior, ou seja,

“cooperar no verdadeiro sentido da palavra, é não admitir

diferenças de partidos políticos, religião ou raças. É sentir que

todos nós somos iguais quanto às oportunidades, portanto,

sempre que possível, colocarmos a disposição do nosso próximo

o que já possuímos mais do que ele, a fim de outros que

possuem mais do que eu também nos ajude a deles nos

aproximarmos” (Kalil Gesum).

4

DEDICATÓRIA

A minha esposa e filha com muito amor e

carinho, aos amigos que ainda estão neste.

mundo e aos que já partiram a minha

homenagem.

5

RESUMO

O tema Contabilidade, que tem como função central à produção e

comunicação de informações úteis para um conjunto de usuários com

objetivos distintos, tem enfrentado nos últimos tempos críticas quanto à

forma que se tem utilizado para cumprir sua tarefa, em função de que,

para alguns usuários, os meios Demonstrações Contábeis não alcançam

os fins, ou seja, a comunicação de informação útil.

Este trabalho monográfico aborda a falta de conhecimento mínimo dos

empresários no sentido do entendimento das Demonstrações Contábeis

como fonte da tomada de decisão e a profissão contábil extremamente

eclética, e o enfoque para o estudante da matéria contábil que na maioria

das vezes enfrenta um curso, bastante tradicional, no qual os docentes

preconizam fatos estritamente didáticos evitando o mais importante à

prática do dia a dia do contabilista.

A falta de sinergia entre o que o alunado aprende como contabilidade e o

que mais tarde o profissional relata diretamente aos usuários de

contabilidade, seja na empresa pública, privada ou sem fim lucrativo,

provoca uma lacuna entre a informação e a realidade globalizada das

instituições.

6

METODOLOGIA

• Quanto aos meios:

A pesquisa foi efetuada através de meios bibliográficos, um estudo

desenvolvido a partir de materiais publicados em livros, revistas e

internet, correndo risco de se tornar repetitivo.

• Quanto aos Fins:

O assunto possuiu uma proposição final de como o aluno de

contabilidade deveria receber o conhecimento da matéria e difundir os

seus conhecimentos através das Demonstrações Contábeis de forma

clara e de fácil assimilação para um leigo na matéria.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPITULO I - A Contabilidade, O Profissional e o Usuário 12

CAPITULO II - A Ferramenta de Gestão Aplicada Pelo Contador 18

CAPITULO III – A Educação Superior Contábil 25

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA 40

ÍNDICE 42

FOLHA DE AVALIAÇÃO 44

8

EPÍGRAFE

Tudo o que acontece com a riqueza tem

a sua origem na mente humana. Os

fenômenos patrimoniais, antes que se

materializem, vivem na mente ou pelo

menos tiveram como base fundamental

esse caminho. O homem é a razão da

existência da riqueza e este deve viver

em função dele. Essa a natureza

essencial e social do fato patrimonial. O

estudo que a Contabilidade realiza para

conhecer a origem e razão fundamental

das transformações da riqueza deve

partir, portanto, de um critério analítico e

os modelos de comportamento, só os

derivados de tal método, podem ensejar

a eficácia.

(Antônio Lopes de Sá, 1999).

9

INTRODUÇÃO Objetivos: disseminar o conhecimento das Ciências Contábeis para todas

as camadas sociais permitindo uma melhor visão e a divulgação da

profissão contábil entre a classe empresarial.

Educar o aluno para não ser um mero ordenador de números e sim um

gerenciador dos destinos da empresa.

Por que as empresas não usam as Demonstrações Contábeis para

acompanhar o desempenho financeiro e econômico?

A informação é importante no processo de tomada de decisão, sendo que

a informação decorre de uma forma bruta, que através das

Demonstrações Contábeis Fiscais e Gerenciais, servem de base para a

tomada de decisão.

O objetivo deste trabalho é mostrar a importância da profissão contábil e o

contexto educação e empresa e proporcionar ao leitor uma visão ampla

que possa entender as bases e estrutura de um sistema contábil e

aplicações no ambiente organizacional.

Nos dias atuais, muito se fala no papel e na importância que a informação

possui sobre a realização de negócios entre as firmas. Há afirmações do

tipo “a informação significa poder”, o que representa que quanto mais

informações de qualidade puderem deter, de maior poderio estará dotado

uma organização.

Para se ter um grau de entendimento sobre a situação patrimonial,

econômica e financeira de uma entidade, é essencial que a compreensão

da nomenclatura e da sua estrutura seja amplamente difundida na

organização e de fácil entendimento.

O usuário empresário e o leitor desta monografia deverão conhecer as

diversas definições, para um melhor entendimento da matéria.

10

De acordo com o Dicionário de Termos de Contabilidade (Sérgio Iudícibus

e Marion Atlas 2001 p. 33)

Ciências Contábeis - Ciência nitidamente Social quanto às suas

finalidades, pois por meio de suas avaliações do progresso de entidades,

propicia melhor conhecimento das configurações de rentabilidade

financeiras e auxilia aos acionistas e aos tomadores de decisões a

aumentar a riqueza da empresa e como conseqüência amenizando-lhes

as necessidades. É parcialmente social, como metodologia, em seus

critérios de valorativos, baseados em preços, valores e apropriações

envolvendo grande dose de julgamento e subjetividade, decorrentes do

próprio ambiente econômico e social em que as entidades operam.

A equação patrimonial básica que não admite desgarramentos de sua

lógica formal.

Há que notar, uma diferença básica entre o papel do contador e dos

demais interessados na informação contábil. A função do contador, em

especial é de gerenciamento contábil, sendo o responsável pelo os

relatórios comparativos e manter os demais gerentes base para a tomada

de decisões e manter atualizados os usuários externos acionistas e

investidores e governo.

Com o advento da globalização e em face da competição mais acirrada no

mundo dos negócios, torna-se importante e necessário que as decisões

relativas a conflitos de ordem negocial sejam tomadas com rapidez, de

forma efetiva, criativa, amigável e econômica, surgindo como gerador de

informações a Contabilidade.

Quanto ao estudo contábil esta monografia aborda um enfoque sobre os

principais aspectos da ferramenta do contador e procura passar uma

divulgação didática e educacional.

O ensino de contabilidade no capitulo III, são desvendados aspectos

fundamentais para o encadeamento da disciplina contábil estreitando os

11

laços entre o docente e os discentes e algumas recomendações para uma

melhor apresentação da matéria.

12

CAPÍTULO I

A CONTABILIDADE, O PROFISSIONAL E O USUÁRIO.

1- A Perspectiva de um Profissional Contábil.

Num sentido prático, a primeira maneira de avaliar as perspectivas de uma

atividade profissional é saber se existem bons empregos nesta área e a

sua remuneração.

Nesse aspecto a Contabilidade proporciona desde os seus primórdios

uma boa profissão considerada essencial e de remuneração bastante

atraente.

O capitulo descortina o início Contábil e suas mais importantes funções

que o leigo na maioria das vezes desconhece, inclusive para os futuros

estudantes da disciplina.

1.1- Breve Histórico sobre a Contabilidade.

A Contabilidade é tão antiga quanto o homem que pensa, e os seus

primeiros sinais objetivos de existência de contas foram em

aproximadamente 4000 A C. Entretanto, antes disto, o homem primitivo,

ao inventariar o número de instrumentos de caça e pesca disponíveis e a

contar os seus rebanhos, ao contar as suas ânforas de bebidas já

praticava uma forma rudimentar de contabilidade.

No início até a chegada da moeda, a troca ou escambo de mercadorias

era o método empregado, porém os negociantes anotavam as obrigações

e os bens perante terceiros.

13

Após esse período, no século XIII ao XVII, floresceu a escola Italiana, e

partir do século XX, 1920 a Escola Norte Americana começa a imperar

com o advento da Revolução Industrial.

A contabilidade no Brasil sofre inicialmente com a influência Italiana e a

primeira escola de contabilidade surgiu em 1920, ou seja, a Escola de

Comércio Álvares Penteado.

A partir de 1946 a fundação da Faculdade de Ciências Econômicas e

Administrativas da USP e com instalação do curso de Ciências Contábeis

passou a pesquisar a contabilidade e a usar o método Norte Americano.

Naquela oportunidade começa a surgir no Brasil às empresas de

Auditorias e grandes conglomerados como a General Eletric que passam

a usar os métodos Norte Americanos.

A legislação Comercial antes de inspiração européia, passa a adotar uma

filosofia norte americana, finalizando com o advento da Lei das

Sociedades por Ações 6404/76 e da resolução nº 220 e circular nº 179 do

Banco Central. (Iudícibus , 2000 p 15) .

1.2- A Contabilidade e o Eclético Profissional Contábil.

A Contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações

úteis para a tomada de decisões, dentro e fora da empresa.

Representa tomada de decisões, comprar ou alugar uma máquina,

contrair uma dívida a curto ou longo prazos e quantidade de estoques que

deveremos comprar etc.

A Contabilidade como profissão e funções:

14

As diversas facetas de um Contador e suas funções na entidade

(Bacharel em Ciências Contábeis);

a- Contabilidade Financeira (agrícola, comercial, industrial e bancária);

b- Contabilidade de Custos (calcula e interpreta os custos dos bens

fabricados);

c- Contabilidade Gerencial (também chamado como “Controller”);

d- Auditor Independente – poderá ser um profissional liberal ou vinculado

a uma empresa de auditoria;

Auditor Interno – empregado e dependente econômico da empresa.

Representa o exame as verificações da exatidão dos procedimentos

contábeis deverão ser registrados no Conselho Regional de

Contabilidade.

e- Analista Financeiro – analisa a situação econômica financeira da

empresa. A análise compreenderá a medida do desempenho,

concessão de crédito e investimentos;

f- Perito Contábil – poderá exercer como perito judicial ou extrajudicial. O

contador examinará o processo e entregará um laudo pericial para o

juiz que o indicou.

g- Consultor Contábil – poderá avaliar e indicar soluções contábeis,

financeiras e fiscais como Imposto de Renda, ICMS, IPI e outros;

h- Pesquisador Contábil – corresponde ao investigador contábil

abrangendo pesquisas em âmbito social.

Exerce a profissão em cargos públicos através de concursos para

fiscal de renda (federal, estadual e municipal) e para cargos

administrativos com assessores, chefes e gerentes;

i- Professor de Contabilidade – exerce o magistério de 2º grau e em

universidades, ministrando contabilidade geral, comercial, perícia

contábil entre outras;

15

j- Funções de um Contador:

Na empresa: contador geral, contador de custos, ”controller”, sub

contador, auditor interno, contador fiscal e cargos administrativos.

Função Independente: auditor independente, consultor, escritório de

contabilidade, perito contábil.

No ensino: professor, pesquisador, escritor, consultor.

Órgão Público: contador público, fiscal de tributos, controlador de

arrecadação, tribunal de contas e perito judicial. (Marion, José Carlos

1998 p. 29)

1.3- Usuários da Informação Contábil.

Podem ser classificados em duas famílias: os internos e os externos.

Usuários externos são considerados legítimos interessados na vida das

empresas, pois estas devem estar subordinadas aos interesses e

objetivos da sociedade em que se inserem.

Em termos mais específicos, e dependendo da importância relativa de

cada empresa, há uma variedade de pessoas e entidades interessadas

em conhecer seu desempenho tais como: clientes, banqueiros,

fornecedores, credores em geral, analistas financeiros, acionistas,

investidores, órgãos governamentais diversos etc.

No plano interno de operações de uma empresa, as informações

contábeis devem ser obtidas e registradas de forma meticulosa e

sistemática, tendo em vista as múltiplas utilizações que podem oferecer.

Além daqueles aspectos resultantes de exigências legais, as finalidades

gerenciais da informação contábil podem ser classificadas em duas

grandes vertentes, o Planejamento e o Controle, as quais devem ser.

16

atividades integradas, pois o processo de planejar também deve prever

os procedimentos subseqüentes de controlar.

O Planejamento pode ser definido, sinteticamente, como o processo de

tomar decisões com conseqüências futuras. Neste particular, raro é o

gerente que não necessita de dados pregressos da empresa para

assessorá-lo no processo da tomada de decisões.

O Controle, tradicionalmente, é conjunto de procedimentos e normas pelos

quais a empresa preserva seu patrimônio de forma que seja identificado,

evite furtos e etc.

A Contabilidade é o órgão natural para fornecer relatórios de dados de

acompanhamento, para serem avaliados pelos gerentes correspondentes.

Tais relatórios podem ser periódicos e eventuais; sendo os primeiros

rotineiros e os.

outros possuem objetivos específicos e transitórios como, por exemplo;

avaliar um determinado processo, uma estratégia de mercado, um

desempenho regional etc.

Uma das formas de mais comuns de planejamento consiste na elaboração

do orçamento, cujo objetivo é descrever planos administrativos parciais ou

setoriais, tais como orçamento financeiro, orçamento de vendas,

orçamento de despesas etc.

Em princípio, a elaboração de um orçamento só é viável com a

participação ativa da área contábil, que arquiva dados históricos

relevantes. Posteriormente, no decorrer do exercício, a Contabilidade é a

responsável pela coleta de dados de desempenho exigidos pelos

procedimentos de Controle. (Pizzolato, 2000 p. 3).

Como comentário do autor referente ao primeiro capítulo posso afirmar

que a Contabilidade por ser muito antiga passou por várias etapas, desde

a sua formação até a sua realização neste novo contexto. Para entender e

até mesmo aplicar a Contabilidade no mercado globalizado, é preciso

17discutir e ter consciência da sua história, das suas mudanças, e de sua

atuação, e acima de tudo da sua aplicação. Como foi descrito neste

capítulo, são inúmeros os desafios desta profissão, principalmente diante

das incontestáveis inovações, quer sejam no meio informático, sejam no

meio informativo.

O gestor da empresa deverá sempre se utilizar a ferramenta contábil para

a tomada de decisão.

18

CAPÍTULO II.

A FERRAMENTA DE GESTÃO APLICADA PELO

CONTADOR.

2- Como Divulgar o Conhecimento Contábil.

Para o conhecimento Contábil o empresário ou o estudante deverá no

mínimo começar a reconhecer as diversas ferramentas de trabalho, que

são representadas pelas Demonstrações Contábeis.

As Demonstrações Contábeis é a exposição resumida e ordenada dos

principais fatos registrados pela contabilidade, em determinado período.

A Lei das Sociedades por Ações (6404/76), estabelece que ao fim de cada

exercício social (ano), a diretoria fará elaborar, com base na escrituração

contábil e publicá-las para o conhecimento dos acionistas.

Para o articulista desta monografia, a falta de conhecimento dos alunos

proprietários e diretores dos empreendimentos dessas demonstrações,

deixa todos à mercê da sorte, pois não usam esta arma eficaz para o

estudo e a decisão conforme explicado a seguir sobre as diversas

demonstrações.

2.1- Resumo das Demonstrações Contábeis (ferramentas

de um Contador).

Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício,

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração de

Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração das Origens e

Aplicações de Recursos, Demonstração dos Fluxos de Caixa,

19

Demonstração do Valor Adicionado, Notas Explicativas, Balanço Social e

Consolidação das Demonstrações Contábeis.

(Lei das Sociedades por Ações, 2002 p. 109).

A seguir definições sobre as Demonstrações Contábeis (enfoque prático e

didático)

2.1.1- Balanço Patrimonial.

O Balanço Patrimonial é constituído de Ativo, Passivo e Patrimônio

Líquido. O Ativo, por sua vez compõe-se de Bens e Direitos aplicados na

Entidade Contábil. O Passivo e o Patrimônio Líquido registram todas as

entradas (origens) de recursos na empresa. (Marion, 1998 p. 65.)

2.1.2- Demonstração do Resultado do Exercício.

Ao fim de cada exercício social, a Contabilidade da empresa elabora, a

Demonstração de Resultado do Exercício, onde se observa o grande

indicador global de eficiência: o retorno resultante do investimento dos

proprietários da empresa determinando o lucro ou prejuízo. (Marion, 1998

p. 85.)

2.1.3- Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido.

É de muita utilidade, pois fornece a movimentação ocorrida durante o

exercício nas diversas contas do Patrimônio Líquido, indicando a

movimentação do capital próprio referente ao Capital, Reservas e Lucros

ou Prejuízos Acumulados. (Fipecafi, Iudícibus, Martins, Gelbeck, 2000 p.

331).

2.1.4- Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados

Essa demonstração possibilita a evidenciação clara do lucro do período,

sua distribuição e a movimentação ocorrida no saldo da conta de Lucros

Acumulados. (Fipecafi, Iudícibus, Martins, Gelbeck, 2000 p. 323).

20

2.1.5- Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.

A Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (mais conhecida

como DOAR), como o seu próprio nome indica tem por objetivo apresentar

de forma ordenada e sumariada principalmente as informações relativas

às operações de financiamento e investimento da empresa durante o

exercício, e evidenciar as alterações na posição financeira da empresa.

(Fipecafi, Iudícibus, Martins, Gelbeck, 2000 p. 337).

2.1.6- Demonstração dos Fluxos de Caixa.

É prover informações relevantes sobre o pagamento e recebimentos, em

dinheiro, de uma empresa, ocorrido durante um determinado período.

(Fipecafi, Iudícibus, Martins, Gelbeck, 2000 p. 351).

2.1.7- Demonstração do Valor Adicionado.

Corresponde a uma das formas que ampliam a capacidade de se analisar

o desempenho econômico social das organizações.

Iudícibus(1990) sugeriu que:

“a profissão contábil muito poderia contribuir para que os

economistas governamentais tivessem informações mais

moldadas para o cálculo das contas nacionais se,

adicionalmente às demonstrações usuais, levantasse e

publicasse mais uma com pouco esforço adicional, denominada

de Demonstração do Valor Adicionado, a qual já era realidade

em alguns países como a Alemanha, e que ampliaria bastante a

gama de informações contábeis relevantes, não somente para

as finalidades macroeconômicas, as enquadrando-se no

cenário mais amplo da Contabilidade Social”.(Tinoco, 2001

p.64).

21

2.1.8- Notas Explicativas.

A publicação das notas explicativas às Demonstrações está prevista no §

4º do art. 176 da Lei das Sociedades por Ações, o qual estabelece que:

“As demonstrações serão complementadas por Notas Explicativas e

outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para o

esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício”

(Fipecafi, Iudícibus, Martins, Gelbcke, 2000 p. 363).

2.1.9- Balanço Social.

O balanço Social tem por objetivo descrever uma certa realidade

econômica e social de uma entidade, mediante o qual é suscetível de

avaliação.

Em decorrência dele, as relações entre o fator capital e o fator trabalho

pode ser mais bem regulado e harmonizado à medida que as forças

sociais avancem e tomem posição, especialmente nos países do Terceiro

Mundo, onde se observa o capitalismo selvagem e desumano. (Tinoco,

2001 p. 19).

O Balanço Social possui quatro vertentes: O Balanço Ambiental,

Demonstração do Valor Adicionado e Benefícios e Contribuições à

Sociedade em geral.

2.1.10- Consolidação das Demonstrações Contábeis.

Processo pelo qual se evidencia, por demonstrações contábeis

consolidadas, aos diretores da “holding” os ativos e os passivos

(exigibilidades) sobre o seu controle, assim como as receitas e despesas

pelas quais serão responsáveis. (Fipecafi, Iudícibus, Martins, Gelbcke,

2000 p. 403).

22

2.2- O Balanço Patrimonial (ferramenta didática e de

gestão mais importante do Contabilista).

A gestão do empreendimento e o estudo contábil não podem dispensar o

conhecimento mínimo dos fatos que poderão ser acrescentados no dia a

dia do Contabilista que irá proporcionar o resultado do investimento.

De acordo com a Lei das Sociedades por Ações (6404/76), o Balanço

Patrimonial está dividido da seguinte maneira: Ativo, Passivo e Patrimônio

Líquido.

Ativo – representa os bens e direitos de uma empresa: Contas a Receber,

Imobilizado, Participação em outra Sociedade e etc.

Passivo – representa o capital de terceiros utilizado pela empresa,

compreendendo fornecedores, empréstimos, impostos, contribuições

sociais e outros.

Patrimônio Líquido – compreende o capital próprio da empresa, que pode

ser alterado das seguintes formas:

a- Por meio do lucro ou prejuízo obtido pela empresa.

b- Entrada de dinheiro novo na empresa, por meio de seus proprietários

ou novos acionistas.

O Passivo e o Patrimônio Líquido devem ser entendidos como fontes de

financiamento necessárias para as aplicações (ativos). (Blatt, 2001 p. 9).

Como demonstrá-lo:

Ativo Passivo

Circulante Circulante

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Permanente

Investimentos, Imobilizado e

Diferido

Patrimônio Líquido

Capital dos Acionistas

Reservas

Lucros ou Prejuízos Acumulados

23

O Ativo Circulante são os bens e direitos que serão transformados em

moeda corrente, abrangendo, caixa, bancos, aplicações financeiras,

duplicatas a receber de clientes e estoques de mercadorias considerando

um prazo de até 720 dias.

O Realizável a Longo Prazo são valores a receber com prazo de acima de

720 dias, considerando os empréstimos as sociedades coligadas e os

empréstimos aos diretores e contingências através de depósitos judiciais.

O Permanente é bem que não se destinam à venda, podendo ser

incluídos os investimentos, os imóveis os terrenos e outros. A acrescentar

no permanente o Diferido que congrega as despesas de implantação, pré-

operacionais e as de pesquisas.

O Passivo corresponde a valores a pagar como fornecedores, impostos,

taxas, empréstimos a curto prazo.

O Exigível a Longo Prazo corresponde a compromissos assumidos de

pagamento com vencimentos após 720 dias.

O Patrimônio Líquido representa os investimentos dos acionistas ou

proprietários da organização. (Blatt, 2001 p. 23).

Os Lucros ou Prejuízos acumulados refletem o resultado apurado em

diversos exercícios sociais de doze meses, culminando com uma

apresentação formal aos órgãos governamentais.

24

Um investidor, um negociante, um estudante da matéria Contábil deverá

estabelecer um estreito relacionamento com as Demonstrações Contábeis

para facilitar o entendimento e facilitar uma visão globalizada do

andamento seguro do empreendimento.

25

CAPITULO III.

A EDUCAÇÃO SUPERIOR CONTÁBIL.

3- Uma abordagem Educativa sobre a Contabilidade.

Como justificativa deste capítulo, corresponde em buscar alternativas para

a melhoria do ensino da contabilidade compreendendo o contexto do

ensino e das concepções pedagógicas. O entendimento é que o aluno

passa a ser sujeito de sua aprendizagem consegue subsídios necessários

para o desenvolvimento da ciência, desde quando ele será construtor de

sua aprendizagem ganhando sua autonomia e tendo a possibilidade de

realizar novas descobertas.

O papel desempenhado pelos docentes interfere no resultado final que é o

aluno e o mesmo procura na maioria das vezes ser o que o docente é. E

se o professor ganha autonomia no seu ato de aprender por certo

contribuirá para transferir essa virtude de ação para os alunos.

Esses alunos é que deverão orientar os empresários e os acionistas para

entenderem a grande utilidade da contabilidade para o bom

encaminhamento dos seus empreendimentos.

3.1- O Ensino da Contabilidade.

No Brasil, a Contabilidade evoluiu sob a influência das escolas que

predominaram no mundo iniciando-se através da Italiana.

No início do século vinte surge a primeira escola de contabilidade no Brasil

(1902), denominada de Álvaro Penteado.

26

Em 1940, com o advento do Decreto Lei 2627 Leis das Sociedades por

Ações é ressaltada a grande influência exercida pela Escola Contábil

Italiana.

Em 1946 foi fundada a Faculdade de Economia, Administração e

Contabilidade da Universidade de São Paulo – FEA/USP – e nela foi

instalado o curso de Ciências Contábeis e Atuariais.

Grande parte dos professores da FEA/USP vieram da Escola Álvaro

Penteado, proporcionando a continuidade da escola italiana.

Através desse núcleo, iria surgir em 1960, os primeiros traços da

influência Americana na metodologia do ensino da contabilidade.

Pela primeira vez em 1964, e com a atenção voltada para o mercado de

trabalho com a entrada no Brasil de empresas de auditorias anglo-

americanas, e através das circulares 220 e 179 do Banco Central de

tendências americanas, houve uma necessidade de adaptação do modelo

anterior italiana para a nova situação americana.

Uma nova Lei das Sociedades por Ações (6404/76) surge consolidando a

influência americana no país.

Justamente com a transição da Escola Italiana de Contabilidade para a

Norte-Americana surgem os primeiros tratados de pesquisas que

focalizam a contabilidade em face da inflação, elaboradas por professores

da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São

Paulo que representou uma grande contribuição no sentido da formação

de uma escola brasileira de contabilidade, a escola da correção monetária.

Na década de 70 e, principalmente, a partir da década de 80, os órgãos de

classe e associações ligadas à profissão procedeu com uma maior

atuação na emissão de pronunciamentos sobre assuntos contábeis; no

que diz respeito aos profissionais e ao ensino superior.

No entanto, foi na década de 90 que surge à questão da educação

continuada e reforma do currículo de Ciências Contábeis através da

27

resolução 03/92 que cria um currículo mínimo para o curso esperando

com isso contribuir para uma melhor qualificação dos futuros profissionais

de Ciências Contábeis e dentre às disciplinas que emanavam daquela

resolução estavam à inclusão: ética profissional, perícia contábil,

monografia e outras.

No limiar do milênio abrem-se novas discussões sobre as diretrizes

curriculares do curso de Ciências Contábeis em face às mudanças pela

nova LDB 9.394/96.

Entretanto muitas seqüelas existem na educação contábil brasileira que

necessitam ser revistas para que não continuemos a apresentar

profissionais aquém das necessidades do mercado de trabalho. (Marion,

José Carlos 1996 p. 15).

3.2- O Ensino Superior de Contabilidade.

O desenvolvimento econômico que o Brasil viveu na década de 40

facilitou o avanço da contabilidade, tanto do ensino contábil quanto da

profissão.

O elevado padrão de conhecimento necessário para o exercício de tais

funções não pode ser adquirido em curso secundário. Somente as

Universidades, como indica a experiência de outros povos, oferecem o

clima necessário para a formação de técnico com alta cultura científica.

Segundo Iudícibus:

“Com a instalação do curso de Ciências Contábeis e Atuariais

da USP o Brasil ganharia o primeiro núcleo efetivo, embora

modesto, de pesquisa contábil nos moldes norte-americanos,

isto é com professores dedicando-se em tempo integral ao

ensino e à pesquisa produzindo artigos de maior conteúdo

científico e escrevendo teses acadêmicas de alto valor”.

28

As expectativas que se tinha do ensino superior preencher a carência

existente na educação contábil de formação profissional altamente

qualificada para participar da cúpula administrativa das organizações,

foram frustadas devido à visão puramente escriturária da ciência.

Se continuarmos com concepções pedagógica tradicional e tecnicista, por

mais tentativas que se tenha na melhoria da formação do contador ainda

continuará acontecendo meros reprodutores de uma técnica e precisamos

contribuir para que o profissional de contabilidade tenha uma formação

mais humanística tendo uma visão holística do seu conhecimento como

bem afirma Sá (1998).

“Como a empresa na atualidade, já não pode isolar-se do todo

social ao qual pertence, isto, também força-nos aos estudos de

seu patrimônio sob uma visão aberta, genérica, holística”.

(Marion,1996)

3.3- Qualidade do Ensino Contábil.

Ter qualidade é gerar satisfação, ser qual se espera.

O que significa qualidade para a educação? A crise da qualidade de

ensino pode ser entendida como falta de eficácia, de eficiência, má

aplicação das teorias administrativas às práticas gerenciais na educação e

na escola?

Carreiro (1999) afirma que ”Quando preparamos o aluno com educação

de alta qualidade, se propõe formar o cidadão para a vida, construindo

assim uma sociedade mais equilibrada e mais justa”.

29A ação educativa acontece como um processo de mão dupla: professor

x aluno apropriando-se dos recursos necessários para o desenvolvimento

do processo ensino aprendizagem.

Como propriedade do professor podem ser consideradas, entre tantos

outros: o nível de formação profissional, a experiência docente, o nível de

salário, o nível de pesquisa própria. Como propriedade dos alunos podem

referir-se entre outros; o estado de nutrição, o nível de escolaridade dos

pais e a classe social. Em relação aos recursos, pode-se mencionar estas

propriedades: salas de aula adequadas, arejadas, centro de excelência de

estudos técnico-contábeis, biblioteca rica e atualizada. As propriedades

dos elementos interagindo entre si poderão constituir um fenômeno cujas

propriedades representam a qualidade de ensino.

A educação constitui um instrumento de vital importância para o homem

desempenhar as suas funções na sociedade. Todo processo educacional

tem uma intenção, pois educação pode ser entendida como uma ação

intencional do adulto em transformar o não adulto. O adulto em referência

é aquele que detém determinado conhecimento e o não adulto seria o

aprendiz do conhecimento referido.

O desafio é identificar que tipo de intenção tem sido perpassada na

formação dos contadores e torna-se um imperativo melhorar as condições

dos cursos de Ciências Contábeis para que os profissionais possam

enfrentar o mundo em mutação e globalizado com compromisso e

competência técnica atendendo aos reclamos da sociedade como um

todo.

É preciso professores que se sintam profissionais do ensino. É ser

professor. Jamais estar professor. Professor de Contabilidade é profissão.

Não pode ser tarefa ocasional de status do ser professor universitário.

Não importa a quantidade de horas semanais que o professor passe para

a instituição de ensino, o que importa é que ele esteja integralmente

comprometido com o destino e com o desenvolvimento da Ciência

Contábil.

30

A concepção tecnicista tem predominado nos cursos de Ciências

Contábeis prejudicando o entendimento do educando. Predomina-se a

metodologia que somente o professor fala e o aluno absorve as lições do

mestre.

Outra abordagem que por certo contribuirá é a qualificação do corpo

docente realizando cursos de mestrado e doutorado, o que por si só não

capacita o professor a possuir as ferramentas necessárias para o

exercício da docência. (Carreiro 1999 p. 30)

3.4- As Concepções Pedagógicas.

Considerando a existência de quatro vertentes pedagógicas básicas que

norteiam todas as ações educacionais. A tradicional, a escolanovista,

tecnicista e progressista. E a cada concepção tem uma forma de observar

o homem, o, mundo, a educação, a escola e o ensino aprendizagem.

Na concepção tradicional o homem é considerado um ser físico e

espiritual incompleto e imaturo inicialmente, para o escolanovista é um ser

que se encontra em contínua interação com o meio, a tecnicista

considera-o um produto do meio e a progressista um ser situado no

mundo material, concreto, social, econômico e ideológico.

O mundo é uma realidade exterior na concepção pedagógica tradicional,

já na escolanovista o mesmo não é estático, permanente, independente

do homem, para a tecnicista é um fenômeno objetivo e para a concepção

progressista não se constitui num todo orgânico e harmonioso.

Na concepção tradicional a Educação deve estar comprometida com a

cultura, sua função é transmitir e preservar o patrimônio cultural; na

escolanovista a educação deve visar a autonomia intelectual do

educando, na tecnicista deve ser planejada, controlada e avaliada

31

cientificamente e na progressista se relaciona dialeticamente com a

sociedade.

A escola tradicional é o local onde se prepara a nova geração; na

concepção escolanovista a escola deve ser ativa e basear-se no princípio

da necessidade constituindo-se em um ambiente estimulador; já na visão

tecnicista a escola deve funcionar como uma agência modeladora de

comportamento humano e na progressista a escola deve ser valorizada

como um instrumento de luta das camadas populares.

O que se tem percebido nos Cursos de Contabilidade dentro de

perspectiva tecnicista é que o ensino é feito para modelar o indivíduo à

não ter questionamentos, o importante é dominar a técnica da escrita

contábil.

Por muitos anos o ensino da contabilidade foi respaldado na ótica de que

o aluno ouve e o professor fala e ensina as técnicas contábeis.

Diante das idéias expostas podemos perceber a forte tendência do ensino

da contabilidade centrado na concepção pedagógica tradicional e

tecnicista onde se percebe que historicamente o ensino da contabilidade

foi por muitos centrados no professor e é tido como um engenheiro

comportamental que controla cientificamente o educando. (Libâneo 1994

p. 10).

3.5- Os Critérios de Avaliações.

Essas idéias relatadas ficam bastante nítidas quando nos deparamos com

o sistema e os critérios de avaliação escolhidos, que refletem a

concepção pedagógica que de pano de fundo está sendo utilizada.

Um dos instrumentos mais usuais em contabilidade para mensurar a

aprendizagem do educando, tem sido provas orais e escritas não sendo

32respeitado o processo educativo devido às mesmas serem realizadas

em momentos estanques sem respeitar o já construído pelo aluno.

O ensino da Contabilidade tanto utilizando a metodologia da escola

italiana, quanto da escola americana tem tido o objetivo de transmitir o

acervo cultural impossibilitando o educando da oportunidade de criar,

sendo meramente reprodutivista das idéias alheias e entendidas como

verdade absoluta.

Utilizando uma expressão do professor Paulo Freire, poderíamos resumir

em dois grupos as concepções pedagógicas abordadas: uma a pedagogia

tem por objetivo a domesticação dos educandos e, outra aquela que

pretende a humanização dos educandos. (Luckesi, Cipriano Carlos 1996

p. 25).

3.6- Repensando o Ensino de Contabilidade.

O modelo de cognição do conhecimento, em sua forma básica consiste

em muitas idéias.

A primeira é que o conhecimento é uma representação mental, este

conhecimento é diferente do que se encontra nos livros.

Só aprenderemos contabilidade se fizermos uma associação mental da

sua importância e da sua utilidade na vida cotidiana. A pessoa entende

melhores as coisas que descobrem. O que fica claro que o conhecimento

que temos em nossa cabeça sobre coisas é diferente do conhecimento

que esteja num livro de contabilidade.

Se o nosso conhecimento é personalizado, é posto em nossos termos,

precisamos fazer do estudo da Contabilidade algo pessoal, precisa-se se

apropriar deste saber e para isso o professor precisa desafiar o aluno e

não ser meramente um reprodutor de informações.

O segundo é que aprender a pensar sobre os assuntos é mais importante

do que aprender fatos sobre os mesmo assuntos. A aprendizagem não

33

precisa ser um processo doloroso. Não precisam torturar os alunos com

um monte de conceitos, demonstrações sem que tenham condições de

acompanhar.

Se diversificar constantemente as técnicas, o método conduz-se o

processo ensino-aprendizagem de forma prazerosa, pois só existe

aprendizagem com afetividade.

Enquanto um professor que adota a concepção tradicional tem por erro a

possibilidade de defeitos sem reparos o professor progressista aproveita o

erro como possibilidade de aprendizagem. Aponta o erro como um

sinalizador para o crescimento do conhecimento e não como algo punitivo.

Na conduta tradicional é freqüente a expressão como:

• Vocês vão ver o que é que vou fazer com vocês no dia da prova!

• Se forem bem no trabalho, acrescento um ponto na nota para todos

os alunos, se forem mal...

Sabe-se de outras formas mais sutis de castigar tem sido utilizadas ainda

hoje, tais como a zombaria com o aluno que não foi bem na prova,

ridicularização de um erro, a ameaça de reprovação, o teste relâmpago e

outras formas de suposto castigo.

Quando um aluno, em uma prova de contabilidade ou em uma prática de

laboratório contábil manifesta não ter adquirido determinado conhecimento

ou habilidade, através de uma conduta que não condiz com o padrão

existente, então podemos afirmar que ele erra. Cometem um erro em

relação ao padrão.

O erro não pode ser entendido como um fim em si mesmo, mas um meio

para se chegar a uma aprendizagem efetiva.

Deve-se aproveitar o erro como construção e identificação e busca do

certo ou ideal aos objetivos pretendidos. Possuir o mesmo sentimento com

34

os nossos alunos de contabilidade que às vezes estamos realizando

provas quilométricas, não com o objetivo de medir conhecimento e sim

para verificarmos sua condição a resistência à fadiga.

Ao detectar o erro deve-se aproveitar para rever conceitos, repensar o

aprendizado, proporcionando assim uma nova aprendizagem. Porém na

conduta tradicional ocorre ao contrário, colocando-se a nota ou pontos,

punindo assim o indivíduo e rotulando-o como em fraco, médio ou forte.

Esse tem sido o gargalo que precisa de coragem para quebrar, aprender a

mostrar aos nossos alunos que com o insucesso ou no erro pode-se

extrair lições e benefícios significativos para a aprendizagem.

A terceira idéia é que o ensino precisa ser visto como um convite à

exploração e a descoberta (ao invés de transmissão de informação e

técnicas). O professor precisa desafiar o aluno para que pesquise, estude

os conteúdos abordados em sala de aula e o que temos procedido em

nossos cursos é entregarmos tudo pronto com a justificativa que a maioria

trabalha e não tem tempo.

É emergencial produzir, construir, sairmos do marasmo da reprodução

sem sentido e deixarmos de ser meros transmissores de conhecimento

para partirmos rumo a verdadeiros construtores, desafiadores da

aprendizagem.

O nosso ensino só pode ser considerado bom na medida em que

incentivarmos os nossos alunos a pensar e raciocinar ao invés de imitar. A

aprendizagem ocorre através da descoberta. Na quarta idéia a

aprendizagem é vista como a exploração por descoberta (ao invés de

memorização de informação e técnicas). Quando descobrimos atribuímos

maior valor ao produto dos nossos esforços.

A educação precisa começar onde o aluno se encontra, respeitando as

diferenças e individualidades e partindo sempre do referencial que cada

possui.

35

Na concepção tradicional é gerado aluno dependente, reprodutores dos

conhecimentos alheios, e na visão progressista forma-se aluno

responsável e independente do seu ato de aprender.

Piaget diz que o indivíduo aos sete anos de idade pode ter autonomia para

desenvolver as suas ações e o que percebemos é indivíduos ingressando

na universidade heterônoma na sua intelectualidade, dependendo sempre

do professor para desenvolver alguma atividade. De quem será a culpa?

Que tipo de educação está sendo desenvolvido? O que fazer? Mudar é

preciso.

Para aprender é necessário desejar aprender.

O indivíduo possuí uma mente flexível capaz de:

• Resolver problemas – nas universidades às vezes o aluno recebe o

modelo de solução e é treinado como se fosse um incapaz.

• Tomar decisões – na universidade, pode acontecer de não ter

espaço para agir.

• Aprender (assimilar e adaptar-se), na universidade, ele pode não

aprender de verdade, aprender, não é apenas decorar o que o

professor vai pedir na prova.

Quebrando os paradigmas o professor precisa sair de ministrar somente

aulas expositivas onde só o professor fala e o aluno escuta. E trabalhar os

conteúdos por projetos, discussões em grupos, exposições participada,

fazendo que o educando seja o sujeito de sua própria

aprendizagem.(Alves,1984 p. 35 e Carraher,1995 p. 25).

3.7- Revolucione as suas Aulas.

O exercício da contabilidade dentro de uma organização é rico em

situações e com a participação dos alunos e devido às experiências

diferenciadas que possuem melhora e muito, tanto a diversidade como até

36o grau de complexidade do estudo de um caso que poderá ser montado

em sala de aula.

Dar ao aluno essa oportunidade de participar do enriquecimento do

conteúdo a ser apreendido é de vital importância quando se pretende

motivá-los a contribuir para um ensinamento de melhor qualidade. Esta

seria uma metodologia de ensino que deve ser temida por alguns

docentes que pautam as suas aulas em métodos decorativos de exemplos

que são elaborados previamente e os transformam em prática de ensino

que utilizam dentro da sala de aula. Deveríamos nos desprender dessa

prática e usar novos métodos que possam transformar as nossas aulas

em aulas mais dinâmicas e participativas. O que está posto neste método

é o não conhecimento prévio por parte do professor e do aluno, do

resultado a ser apurado. Por meio do desenvolvimento do exercício

prático, auxiliando com alguns recortes teóricos relevantes, pode melhorar

a performance dos envolvidos no processo.

Dentro do ensino da contabilidade acredito que todo professor, uma vez

na vida, tenha sido indagado por seu aluno; isso ocorre principalmente

nas avaliações: mas, professor, a minha empresa deu prejuízo? Está

certo? Quantos docentes um dia ao preparar para a sua aula prática um

exemplo da organização que tenha dado prejuízo? Pergunta: O prejuízo

não parte da realidade empresarial? Até nesse ponto o nosso ensino de

contabilidade caminha no sentido contrário à realidade.

Quando se escolhe o método da participação do aluno, o processo requer

de todos não somente um conhecimento prático do que está sendo

desenvolvido em sala de aula, como também e, principalmente, um

embasamento teórico que nos permita mostrar a cada aluno o real valor

de sua contribuição ao processo.

Outra questão pertinente que deva ser tratada com maturidade tanto pelo

docente como pelo por seus alunos, e nesse ponto está envolvido o grau

de comprometimento que ambos possuem para com o processo é o erro.

O que alguns docentes ainda não entenderam, por estar em questão

37segundo eles, o seu grau de conhecimento do assunto, é que o erro

pode e deve, em ocasiões especiais, fazer parte do processo de

aprendizagem do ensino da contabilidade. (Quagliato, @dginet.com.br).

38

CONCLUSÃO

O presente estudo veio enriquecer não só o contexto sócio-cultural, como

elucidar os conceitos básicos e da profissão contábil oferecendo um novo

conhecimento ao leitor dessa monografia.

As preocupações desse trabalho também recaíram sobre a conjugação do

ciclo de vida das entidades a partir das informações contidas nas

Demonstrações Contábeis, procurando alertar de uma forma rápida e

prática para que a Contabilidade serve ao empresário no sentido de

ferramenta de gestão.

No que tange à importância da informação na Demonstração Contábil, foi

explanado o que representa e como utilizar e as diversas atividades de

um Contabilista.

Uma função por demais depreciada por falta de conhecimento do leigo,

que somente se preocupa com a matéria quando por ocasião de sua

prestação de contas com o fisco Federal, Estadual ou Municipal.

No capitulo III, o enfoque educacional, é mostrar quanto é necessário que

o estudante moderno, se engaje na maneira mais fácil de apresentar ao

empresário o seu conhecimento contábil e como integrante de ponta para

a produção de relatórios gerenciais e particularmente evitando prejuízos

danosos ao empreendimento.

A educação contábil deverá obedecer a um constante aprimoramento em

laboratório, apresentando ao aluno estudos de casos que facilitem a sua

vida profissional, evitando-se uma surpresa desagradável pelo

desconhecimento prático da questão.

O profissional de contabilidade presta indiretamente serviços aos

governos, sem nenhuma contrapartida. Cotidianamente, elabora e recolhe

39

impostos, taxas e contribuições das empresas. Se há arrecadação no

país, ela deve em muito aos contabilistas.

Hoje, o mundo por estar vivendo em uma economia globalizada e mais

competitiva requer do estudante e futuro profissional da contabilidade a

busca de novos conhecimentos, procurar sempre estar informado e

investir no seu potencial.

Embora exista a problemática do emprego é essencial que a cada porta

fechada, inúmeras janelas se abram, pois está a confiança de que sempre

haverá trabalho para os competentes.

40

BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, Adde Aguiar Flagrantes de Luz. Juiz de Fora (MG). Instituto

Maria. (Kalil Gesum)

ALVES, Rubens. Conversas com quem gosta de ensinar. São Paulo.

Autores Associados, 1984.

BLATT, Adriano. Análise de Balanços – Estrutura e Avaliação das

Demonstrações Financeiras e Contábeis. São Paulo: Makron Books, 2001.

CARRAHER,Terezinha Nunes. Aprender Pensando. São Paulo: Vozes

1995.

CARREIRO, Antônio Almeida. Gestão da Educação e Paradigma da

Qualidade. Bahia. Tese de Doutorado- UFBA, 1999.

de Contabilidad. São Paulo: Atlas, 2001.

DOCUMENTO ELETRÔNICO:

http:/www. avezdomestre.com.br

http://www.crc.org.br./jornal10/edição_2/jornal_3.asp([email protected]

m.br)

FRANCO, Hilário. Aprimoramento Técnico e Cultural de Professores e

Valorização Profissional. Congresso Brasileiro de Contabilidade, XVI,

1992.

GRAY, Jack, JOHNSTON, Kenneth. Contabilidade e Administração.São

Paulo: McGraw Hill do Brasil, 1977.

IUDÍCIBUS, Sérgio e MARION José Carlos. Dicionário de Termos

Técnicos de Contabilidade. São Paulo; Atlas 2001

IUDÍCIBUS, Sérgio, MARTINS, Eliseu, GELBECK, Ernesto Rubens.

(FIPECAFI) Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. 5ª

edição. São Paulo: Atlas, 2000.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.

41

MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 8ª edição. São Paulo:

Atlas, 1998.

MARION, José Carlos. O Ensino de Contabilidade São Paulo: Atlas, 1996.

MOSIMANN, Clara Pellegrino e FISCH, Sílvio. Controladoria – Seu Papel

na Administração de Empresas. 2ª edição. São Paulo, Atlas, 1999.

OLIVEIRA, Luís Martins, PERES Jr. José Hernadez e SILVA Carlos

Alberto dos Santos. Controladoria Estratégica. São Paulo: Atlas, 2002.

PIZZOLATO, Nélio Domingues. Introdução a Contabilidade Gerencial. 2ª

edição. São Paulo: Makron Books, 2000.

TINOCO, João Eduardo Prudêncio. Balanço Social – Uma Abordagem da

Transparência e da Responsabilidade Pública das Organizações. São

Paulo: Atlas 2001.

_________________ Lei das Sociedades por Ações. 29ª edição. São

Paulo: Atlas 2002.

42

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO

AGRADECIMENTOS

DEDICATÓRIA

RESUMO

METODOLOGIA

SUMÁRIO

EPÍGRAFE

INTRODUÇÃO

CAPITULO I

A CONTABILIDADE, O PROFISSIONAL E O USUÁRIO

1- A Perspectiva de um Profissional Contábil

1.1- Breve Histórico sobre a Contabilidade

1.2- A Contabilidade e o Eclético Profissional Contábil

1.3- Usuários da Informação Contábil

CAPITULOII

A FERRAMENTA DE GESTÃO APLICADA PELO CONTADOR.

2- Como Divulgar o Conhecimento Contábil

2.1- Resumo das Demonstrações Contábeis (ferramentas de um

Contador)

2.1.1 - Balanço Patrimonial

2.1.2 - Demonstração do Resultado do Exercício

2.1.3 - Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido

2.1.4 - Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados

2.1.5 - Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos

2.1.6 - Demonstração dos Fluxos de Caixa

2.1.7 - Demonstração do Valor Adicionado

2.1.8 - Notas Explicativas

2.1.9 - Balanço Social

2

3

4

5

6

7

8

9

12

12

12

13

15

18

18

18

19

19

19

19

20

20

20

21

21

43

2.1.10 - Consolidação das Demonstrações Contábeis

2.2- O Balanço Patrimonial ( ferramenta didática de gestão mais

importante do Contabilista)

CAPITULO III

A EDUCAÇÃO SUPERIOR CONTÁBIL

3 - Uma Abordagem Educativa sobre a Contabilidade

3.1 - O Ensino de Contabilidade no Brasil

3.2 – O Ensino Superior de Contabilidade

3.3 – Qualidade do Ensino Contábil

3.4 – As Concepções Pedagógicas

3.5 – Os Critérios de Avaliações

3.6- Repensando o Ensino de Contabilidade

3.7 – Revolucione as suas Aulas

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA

ÍNDICE

21

22

25

25

25

27

28

30

31

32

35

38

40

42

44

FOLHA DE AVALIAÇÃO.

Universidade Cândido Mendes

Projeto A Vez do Mestre

A Contabilidade como Ferramenta de Gestão Empresarial.

(Uma Abordagem Educativa)

Autor: Oswaldo Luiz Correia Mendes.

Data da Entrega: 24/07/04

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final: