Projeto de redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito
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AVALIAÇÃO DO PERFIL DE MULHERES PÓS- CIRURGIA DE CÂNCER DE MAMA, SUBMETIDAS A TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NO CENTRO DE
REABILITAÇÃO FÍSICA DOM BOSCO DO UNISALESIANO/LINS-SPEVALUATION OF THE PROFILE OF WOMEN POST-SURGERY OF BREAST
CANCER, SUBMITTED TO PHYSIOTHERAPEUTIC TREATMENT IN THE PHYSICAL REHABILITATION CENTER DOM BOSCO DO UNISALESIANO / LINS-
SP
Daniela da Silva Bertoni- [email protected] Virginia de Brito Ferreira- [email protected]
Graduandos em Fisioterapia-UNISALESIANO Lins Prof.ª Ma. Ana Cláudia de Souza Costa
– UNISALESIANO Lins – [email protected].ªMa. Jovira Maria Sarraceni
– UNISALESIANO Lins – [email protected]
RESUMO
O câncer de mama é uma das neoplasias mais estudadas no mundo todo e em vários aspectos. É uma das mais importantes causas de morbimortalidade em quase toda a população do planeta, os programas de detecção precoce têm atingido maiores impactos que os avanços de esquemas terapêuticos. Os principais fatores que influenciam para o câncer de mama são genéticos, hormonais, nutricionais, histopatológicos e decorrentes de exposição às radiações. Foi realizada uma busca através do banco de dados existente, no setor de Fisioterapia na Saúde da Mulher, no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco do UNISALESIANO/Lins-SP. Onde foram analisadas as fichas de avaliação de todas as mulheres que procuraram o serviço de fisioterapia após realizarem cirurgia de câncer de mama, entre os anos de 1990 a 2016. Foram divididos em dois grupos de acordo com o tipo de cirurgia, sendo G1 (mastectomia) e G2 (quadrantectomia), para posterior comparação com as características clínicas apresentadas por essas mulheres (limitação de ADM no membro homolateral, diminuição de força do membro homolateral, instalação de linfedema, alteração postural, entre outros). Observou-se que de 11 mulheres que realizaram mastectomia radical, 50% apresentavam linfedema, 50% apresentavam diminuição na Amplitude de Movimento do ombro e 40% apresentavam diminuição de força muscular. Observou-se também que de quatro mulheres que realizaram quadrantectomia, 50% apresentavam linfedema e amplitude de movimento diminuída, e apenas uma voluntária apresentou força muscular normal, enquanto a força das outras estava diminuída. Os resultados obtidos, através da análise das variáveis clínicas, nos mostram que as mulheres mastectomizadas apresentaram alterações, as quais estão relacionadas com a presença de linfedema, diminuição de amplitude de movimento e força muscular.
Palavras-chave: Câncer de mama. Fisioterapia. Oncologia.
ABSTRACT
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016
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The breast cancer is one of the most studied cancer in the world in many aspects and one of the most important causes of morbidity and mortality almost all people of the earth. Precocious Detection Programs has reached more impact than advances of treatment regimens. Main factors that influence to the breast cancer are genetic, hormone, nutritional, histopathologic and arising from radiantions expose. It was realized a search through existing database, in the section woman’s healthy physiotherapy, physical rehabilitation center Dom Bosco UniSALESIANO from Lins/São Paulo, where were analyzed evaluation forms from women that searched physiotherapy service after realized breast cancer surgery between 1990 until 2015. Were divided in two groups according kind of surgery, being G1 (mastectomy) and G2 (quadrantectomy) to later comparison with clinic characteristics presented by these women (limitation of ADM in ipsilateral member, decrease ipsilateral member force, installation of lymphedema, change in attitude, among others). Noted that from 11 women that realized radical mastectomy, 50 % presented lymphedema, 50 % presented decrease shoulder motion range and 40 % presented decrease muscular force. Noted too from 4 women that realized quadrantectomy, 50 % presented lymphedema and range of motion decrease and just one volunteer presented normal muscular force while others’ force were decrease. The results obtained through analysis of clinical variables show us that mastectomies women presented change which are related with presence of lymphedema, decrease range of motion and muscular force.
Keywords: Physiotherapy, Oncology, Breast Cancer.
INTRODUÇÃO
O câncer de mama é um tumor maligno que se desenvolve na mama como
consequência de alterações genéticas em algum conjunto de células da mama, que
passam a se dividir descontroladamente. Ocorre o crescimento anormal das células
mamárias, tanto do ducto mamário quanto dos lóbulos mamários. A fisioterapia
oncológica é recente e tem como objetivo restaurar e preservar a integridade
cinética – funcional de órgãos e sistemas e prevenir complicações causadas pelo
tratamento do câncer (FARIA, 2010).
O objetivo desta pesquisa foi avaliar o perfil de mulheres pós-cirurgia de
câncer de mama, que procuram o serviço de fisioterapia do Centro de Reabilitação
Física Dom Bosco do Unisalesiano/Lins-SP e comparar o tipo da cirurgia que a
mulher foi submetida, e as condições clínicas apresentadas por ela.
O trabalho visa responder a seguinte pergunta: qual o perfil de mulheres que
procuram um serviço de fisioterapia após serem submetidas à cirurgia de câncer de
mama?
O trabalho procurou demonstrar essa hipótese por meio dos bancos de dados
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e estão descritos no capitulo II.
Monteiro (2007) afirma que, após a cirurgia a mulher passa a ter uma nova
realidade do esquema corporal, pois ocorrem alterações importantes em nível
anatômico, fisiológico e funcional que podem vir acompanhadas de dores,
degradação da forma física e mudança do esquema corporal, alterando sua maneira
de sentir e vivenciar o corpo.
Trata-se de uma pesquisa baseada em uma análise documental, com
abordagem quantitativa. Foram divididos em dois grupos de acordo com o tipo de
cirurgia, sendo G1 (mastectomia) e G2 (quadrantectomia), para posterior
comparação com as características clínicas apresentadas por essas mulheres
(limitação de ADM no membro homolateral, diminuição de força do membro
homolateral, instalação de linfedema, alteração postural, entre outros).
1 CÂNCER DE MAMA
O câncer de mama é uma doença resultante da multiplicação de células
anormais da mama, que forma um tumor. Há vários tipos de câncer de mama.
Alguns se desenvolvem rapidamente, enquanto outros não. Guirro; Guirro (2004)
afirmam que o câncer de mama é a neoplasia de maior ocorrência entre as
mulheres. Faz-se necessário ressaltar que ele é a principal causa de mortalidade por
neoplasia maligna entre as mulheres brasileiras, e a segunda causa de mortes em
geral.
Ele é considerado um tumor com taxa de sobrevida alta, mas a grande
mortalidade entre as mulheres brasileiras deve – se, em parte, pela descoberta
tardia da doença. (FONSECHI - CARVASAN; GURGEL; MARCHI, 2006).
Estudos demonstram que o tratamento precoce pode diminuir a mortalidade.
Atrasos de 3 a 6 meses entre a descoberta da doença e o começo do tratamento,
diminuem drasticamente as chances de sobrevida dessas pacientes. (FRAILE et al.
2008).
Fraile et al.(2008) descrevem que o tamanho do tumor, a presença ou não de
receptores hormonais, a presença de linfonodos axilares e metástases são
importantes prognósticos para a fase inicial.
De acordo com Guirro; Guirro (2004) a designação de câncer de mama
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refere-se ao carcinoma que se origina nas estruturas glandulares e de ductos da
mama. O componente epitelial dos ductos mamários extralobulares, intralobulares e
dúctulos terminais podem desenvolver alterações cancerosas. As que se originam
dos dúctulos terminais são denominados carcinomas lobulares, enquanto aquelas
que se originam nos ductos são denominadas carcinomas ductais.
Guirro; Guirro (2004) descrevem que quanto à carcinogênese, por ser este
câncer altamente susceptível a metástases, ele vem desempenhando um papel
importante junto à equipe multidisciplinar, pois se trata de um acometimento
extremamente devastador, abrangendo aspectos familiares, sociais, ocupacionais,
além de traumas pessoais, físicos e psicológicos das mulheres acometidas.
2 MAMOGRAFIA
De acordo com Barros et al.(1999), a mamografia é essencial no exame de
câncer de mama. Mulheres que tiveram câncer de mama podem ter um risco de 1%
de obter um tumor contralateral. Na mamografia, é eficaz, e de extrema importância,
sendo elas já mastectomizadas ou como um exame precoce.
Avelar (et al. 2000) explicam que a mamografia é de fato o exame mais certo
no diagnóstico do câncer de mama. Ele mostra lesões que nem mesmo a mulher no
auto- exame consegue sentir. Se achar nódulos, e achar uma diferença da mama,
pode ser que o estagio da doença já começou, mais se for rápido, ainda pode se
obter a cura.
3 CIRURGIA DO CÂNCER DE MAMA
Jammal, Machado; Rodrigues (2008) descrevem que a cirurgia no câncer de
mama tem por objetivo promover o controle local, com a remoção de todas as
células malignas presentes junto ao câncer primário, proporcionar maior sobrevida,
orientar a terapia sistêmica, definir o estadiamento cirúrgico da doença e identificar
grupo de maior risco de metástase à distância. “A opção cirúrgica será determinada
pelos seguintes fatores: histológicos, tamanho do tumor, idade da paciente,
experiência e preferência do cirurgião” (CAMARGO; MARX, 2000, p. 26).
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4 MASTECTOMIA RADICAL À HALSTED
Esta técnica é antiga, não sendo mais utilizada na atualidade como no
passado. Mas, por fazer mutilações nas mulheres, não deixar uma aparência física
adequada, tirar os músculos peitorais maior e menor, e, esvaziamento axilar, hoje é
pouco usada ou só é utilizada em caso de tumores grandes (AVELAR et al., 2000).
5 MASTECTOMIA RADICAL MODIFICADA
Diferentemente da mastectomia radical à Halsted, a modificada, preserva os
músculos peitoral maior e menor, e talvez o esvaziamento axilar.
São quase em todos os casos que a mastectomia radical é usada, vários
fatores levam a isso, o diagnóstico, o tumor. Se o diagnóstico do tumor for de 4 cm a
mastectomia radical já é feita, dependente não só do tamanho da mama (AVELAR et
al., 2000).
6 QUADRANTECTOMIA
Avelar et al.(2000) relatam que é uma cirurgia que conserva a mama, que
retira somente quadrante que esta o tumor. Tem aspectos piores que a
tumorectomia, e deve ser utilizada em seguida, com a radioterapia. Tem resultados
ótimos.
Barros et al.(1999) afirma que essa técnica é muito utilizada em tumores
localizados em quadrantes superior ou retro areolares.
Jammal; Machado; Rodrigues (2008) descrevem que a quadrantectomia é a
remoção de um quadrante ou segmento da glândula mamária onde está localizado o
tumor com margens cirúrgicas de tecido normal circunjacente de 2 à 2,5
centímetros, incluindo a aponeurose subjacente ao tumor, com ou sem segmento
cutâneo, indicada para tumores com menos de três centímetros de diâmetro.
7 TUMORECTOMIA
É uma remoção que incide no tumor com as bordas livres. A incisão deve ser
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feita onde esta o tumor (BARROS et al. 1999).
O parênquima mamário, não pode se juntar para que não aconteçam
compressões e deformidades na mama (BARROS et al. 1999).
Barros et al.(1999) explica que o leito tumoral e a peça cirúrgica deve ser
distinta para promover e identificar um acontecimento de rescisão, das margens
cirúrgicas. Marcações com clipes metálicos e nanquins (BARROS et al.,1999).
Para Jammal; Machado; Rodrigues (2008) a tumorectomia é a remoção do
tumor sem margens de tecido circunjacente, sendo indicada para tumores de até um
centímetro de diâmetro.
8 FISIOTERAPIA PÓS- OPERATÓRIA
Segundo Baracho (2012), a mama é dividida em três partes: periférica,
areolar e papilar. A aréola é mais rosada e fica na parte central, no centro dela tem a
papila, sua forma é cilindra e coberta por tecido cutâneo, espesso e rugoso.
Segundo Baracho (2012), mulheres mastectomizadas devem ter cuidados, e
recomeçar para ter a vida cotidiana normal de novo.
Guirro; Guirro (2004) vê benefícios cada vez maiores na fisioterapia pós
operatória, onde a dor pode ser aliviada com algumas técnicas, ajuda em cada
processo que a paciente vai passar como a cicatrização, voltando a dar a essas
mulheres a sensibilidade de volta, com tudo isso a qualidade de vida delas, voltam e
melhoram de forma mais rápida e, tendem a ter uma vida cotidiana simples, mas
saudáveis.
Avelar; Silva (2000) visam que os exercícios devem começar com pouca
intensidade de tempo, orienta como cuidar do membro operado, os cuidados que se
deve tomar, descreve também alguns exercícios para serem feitos, a utilização de
algum equipamento, descreve que não tem um tempo certo de duração de
exercícios.
9 BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA PÓS- OPERATÓRIA
Segundo Marx e Colliri (2000) deve-se iniciar a fisioterapia funcional através
de toque e palpação, com isso a paciente irá mostrar a localização de alguma dor.
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Ao início do tratamento o fisioterapeuta tira do foco a atenção da mama para essas
pacientes com psicológico mais depressivo, e se mantém mais na recuperação
funcional do membro afetado.
O fato de algumas mulheres sentirem dores possibilita a incapacidade de
alguns exercícios na sua recuperação, o fisioterapeuta também pode ajudar a
solicitar um acompanhamento a estas mulheres como um psicólogo (Marx, Colliri;
2000).
De acordo com Marx e Colliri (2000) a fisioterapia também ajuda para facilitar
a movimentação do membro, assim diminuindo a dor durante a radioterapia.
Beneficia-se na prevenção de linfedema, realizando exercícios de abdução e
adução que vai favorecer a absorção linfática.
Os exercícios dinâmicos são feitos mais na forma ativa, essa atividade ajuda
ganhar amplitude de movimento.
Exercícios globais têm objetivo de equilibrar a coluna, evitando desequilíbrios
(MARX; COLLIRI; 2000).
Restabelecer o processo de cicatrização, proteção de espasmo, voltar a
sensibilidade alterada e evitando o aparecimento de ombro congelado crônico.
E cada vez, que essas mulheres são submetidas a esses benefícios, a
qualidade de vida dessas pacientes melhoram muito.
A paciente tem que ser vista como um todo, abordando os aspectos psicológicos, e
visando sempre os aspectos positivos (GUIRRO; GUIRRO, 2002).
10 CINESIOTERAPIA
Os exercícios devem ser fáceis para as pacientes se lembrarem e
participarem do tratamento com as repetições sistemáticas (MARX; COLLIRI, 2000).
De acordo com Marx e Colliri (2000), os exercícios devem se iniciar no
membro, com movimentos da cintura escapular, tendo como objetivo a variação da
pressão dos músculos nesta região, para acionar o bombeamento linfático cutâneo
da parede torácica, de forma a variar, através desses estímulos mecânicos, a
pressão na cavidade axilar. A falta de mobilização do membro lindematoso pode ser
evitada, pois altera significamente os mecanismos da evacuação da linfa nas vias
existentes ou nas anastomoses linfolinfáticas, favorecendo a estase linfática e
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provocando a perpetuação do edema.
Exercícios para articulações de dedos, punho e cotovelo são importantes de
modos gerais.
A prono-supinação é um movimento muito utilizado e importante, porque os
músculos estão longitudinalmente e a contração promove uma massagem (MARX;
COLLIRI, 2000).
“Nos casos em que a paciente não apresenta complicações, os exercícios
devem ser realizados em todos os arcos de movimentos, seguindo um nível de
complexidade cada vez maior” (GUIRRO; GUIRRO, 2002, p.477).
11 LINFEDEMA
Segundo Barros et al.(1999), o linfedema é um acumulo de liquido no
interstício, que devido a algumas alterações sofre a falta de funcionalidade das
partes afetadas (MMSS - Membros superiores).
Barros et al.(1999), afirma que o membro afetado sempre terá dois cm de
diferença quando for comparado com outro membro.
Os fluídos intersticiais do membro superior são mantidos em balanço por vários mecanismos que se interagem. Dentre eles a capilaridade da parede, tanto dos vasos linfáticos quanto dos sanguíneos, previne que uma grande quantidade de liquido seja livremente deixada no espaço intersticial. Este controle se faz através da pressão oncótica intravascular, a qual tende a manter o fluido corpóreo no espaço intravascular. Por sua vez, a pressão osmótica, criada por substâncias no meio intravascular, também regula a capilaridade através da filtração e manutenção dos fluídos no espaço intravascular. Outro importante ponto é a pressão hidrostática, a qual pode ser aumentada ou reduzida de acordo com a posição do membro superior em relação ao coração e conforme o grau de obstrução linfática e venosa (BARROS et al.,1999, p. 176-177).
Barros et al.(1999), afirma que as pacientes devem evitar traumas de dedos,
mãos e braços, tais como picadas de inseto, queimaduras, muita exposição ao sol.
Pode se usar luvas de borracha para trabalhos como lavar roupa, limpar casa, e
preparar alimentos. Deve se usar cremes hidratantes para evitar ressecamentos e
rachaduras nos pés e mãos. Não deve se permitir aplicações de injeções,
quimioterapia, soros e medidas de pressão do lado operado. As pacientes devem
começar exercícios com o braço do lado operado precoce, não interrompendo tais
problemas como caso de dor.
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A alteração básica para a formação do linfedema devese à falência do sistema linfático. O aumento anormal da concentração de proteínas no interstício, resulta em um edema de alta concentração proteica6. A principal causa do linfedema pós-cirurgia mamária para o tratamento do câncer de mama é a retirada dos linfonodos axilares; alguns fatores como a radioterapia, as complicações pós-operatórias, a infecção, a linfangite, o nível da radicalidade da técnica cirúrgica e outros são relatados na literatura como fatores desencadeantes ou agravantes do linfedema, o que indica sua natureza multifatorial.(BERGMANN et al., 2006, p. 394).
12 MÉTODOS
Foram avaliados através da análise do banco de dados do setor de Saúde da
Mulher, os perfis de mulheres pós-cirúrgica de câncer de mama, e que procuram o
serviço de fisioterapia do Centro de Reabilitação Física Dom Bosco do
UNISALESIANO/Lins-SP, onde foi comparado o tipo da cirurgia à que essas
mulheres foram submetidas, e as condições clínicas apresentadas por ela.
13 ACOMPANHAMENTO DOS CASOS E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Foi realizada uma busca através do banco de dados existente, no setor de
Fisioterapia na Saúde da Mulher, no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco do
UNISALESIANO/Lins-SP. Onde foram analisadas as fichas de avaliação de todas as
mulheres que procuraram o serviço de fisioterapia após realizarem cirurgia de
câncer de mama, entre os anos de 1990 a 2016.
Foram divididos em dois grupos de acordo com o tipo de cirurgia, sendo G1
(mastectomia) e G2 (quadrantectomia), para posterior comparação com as
características clínicas apresentadas por essas mulheres (limitação de ADM no
membro homolateral, diminuição de força do membro homolateral, instalação de
linfedema, alteração postural, entre outros).
14 APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS
Tabela 1 – Cirurgia Radical (continua)
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(continuação)
Paciente Ano da Cirurgia Presença de Linfedema ADM Força
1 2014 Sim Diminuída Normal
2 2016 Não Diminuída Diminuída
3 2000 Sim Diminuída Normal
4 2014 Não Normal Normal
5 2014 Não Normal Normal
6 1995 Não Normal Normal
7 2012 Sim Normal Normal
8 2014 Não Normal Normal
9 1990 Sim Diminuída Diminuída
10 2013 Não Normal Diminuída
11 2010 Sim Diminuída Diminuída
Fonte: Elaborado através das fichas de avaliação
Na Tabela 1, observa-se que de 11 mulheres que realizaram mastectomia
radical, 50% apresentavam linfedema, 50% apresentavam diminuição na Amplitude
de Movimento do ombro e 40% apresentavam diminuição de força muscular.
Tabela 2 – Quadrantectomia
Nome Ano da Cirurgia Presença de Linfedema ADM Força
1 2014 Não Diminuída Diminuída
2 2011 Sim Diminuída Diminuída
3 2016 Sim Normal Normal
4 2014 Não Normal Diminuída
Fonte: Elaborado através das fichas de avaliação
Na Tabela 2, observa-se que, de quatro mulheres que realizaram
quadrantectomia, 50% apresentavam linfedema e amplitude de movimento
diminuída, e apenas uma voluntária apresentou força muscular normal, enquanto a
força das outras estava diminuída.
15 DISCUSSÃO DA PESQUISA
De acordo com Guirro e Guirro (2002) o câncer de mama é a neoplasia que
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mais ocorre entre as mulheres de países desenvolvidos ou em desenvolvimento.
Os autores ainda salientam que, a doença pode ser controlada através da
prevenção, o diagnóstico precoce é a mamografia. Se detectar precocemente se tem
um tratamento conservador e não de mutilação. Quando se trata de casos iniciais e
não tratados tem uma boa resposta aos tratamentos estabelecidos.
Segundo Baracho (2012) é uma doença heterogênea com diversos tipos de
variações, tem um impacto psicológico fundamental a partir do diagnóstico ao
tratamento e a respeito da vida.
O presente estudo teve como objetivo avaliar o perfil de mulheres pós-
cirurgia de câncer de mama, que procuram o serviço de fisioterapia e comparar o
tipo da cirurgia à que a mulher foi submetida, e as condições clínicas apresentadas
por ela.
A fisioterapia oncológica é recente e tem como objetivo restaurar e preservar
a integridade cinética-funcional de órgãos e sistemas e prevenir complicações
causadas pelo tratamento do câncer (FARIA, 2010).
Monteiro (2007), afirma que após a cirurgia, a mulher passa a ter uma nova
realidade do esquema corporal, pois ocorrem alterações importantes em nível
anatômico, fisiológico e funcional que podem vir acompanhadas de dores,
degradação da forma física e mudança do esquema corporal, alterando sua maneira
de sentir e vivenciar o corpo.
Guirro; Guirro (2004) declaram que a fisioterapia pós-operatória, no câncer de
mama, melhora a qualidade de vida das pacientes, e tem como objetivos: a
diminuição da dor, a prevenção de problemas pulmonares decorrente do tempo de
repouso no leito, a manutenção da amplitude de movimento e da força muscular, a
prevenção do linfedema e de retrações e aderências cicatriciais, e a manutenção da
postura adequada.
Na pesquisa foram avaliadas 11 mulheres que realizaram mastectomia
radical, onde 50% apresentavam linfedema, 50% apresentavam diminuição na
Amplitude de Movimento do ombro e 40% apresentavam diminuição de força
muscular. Entre as quatro mulheres que realizaram quadrantectomia, 50%
apresentavam linfedema e amplitude de movimento diminuída, e apenas uma
voluntária apresentou força muscular normal, enquanto a força das outras estava
diminuída.
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A fisioterapia proporciona independência funcional a mulher, através de
estratégia diminuindo seus sentimentos de desespero, desesperança e frustração
(AMARAL et al, 2005).
A abordagem fisioterapêutica tem fundamental importância em minimizar,
prevenir ou tratar tais complicações participando ativamente da recuperação
funcional dos membros superiores (RETT et al.,2013, p.19).
16 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Após a realização do estudo de caso concluímos que as pacientes que se
submeteram a cirurgia radical 3 das 11 apresentaram alterações de ADM e força
muscular. E das pacientes submetidas a quadrantectomia de 4 pacientes apenas 1
sofreu alteração de ADM e força muscular.
A fisioterapia tem um papel importante no PO imediato pois desempenha um
papel imprescindível na abordagem das pacientes mastectomizadas. Independente
do tipo de cirurgia de mama, a fisioterapia precoce tem como objetivos prevenir
complicações, promover adequada recuperação funcional e conseqüentemente,
proporcionar beneficios às mulheres submetidas à cirurgia para tratamento de
câncer de mama.
Essa abordagem pode ser ampliada através de novos estudos que
possibilitem uma análise mais específica, sendo esta com um numero maior de
participantes, com números iguais de mulheres para os tipos de cirurgias mais
utilizadas, tendo em vista uma abordagem e enfoque do tipo cirúrgico.
CONCLUSÃO
Os resultados obtidos através da análise das variáveis clínicas nos mostram
que as mulheres mastectomizadas apresentaram alterações, as quais estão
relacionadas com a presença de linfedema, diminuição de amplitude de movimento
e força muscular.
No entanto a presença de linfedema e tipo cirúrgico não podem ser
considerados fatores determinantes para os resultados obtidos na nossa pesquisa.
É importante salientar que a atuação fisioterapêutica não deve se limitar
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apenas aos cuidados e manutenção do membro superior homolateral à cirurgia
deve-se enfatizar também a melhora de seus aspectos físicos, psíquicos,
emocionais, sociais e suas atividades de vida diária.
Com base no estudo observa-se que a fisioterapia tem um papel importante
no pós operatório , pois apenas algumas mulheres apresentaram alterações e
proporcionam um melhor atendimento para elas. Fazendo com que elas voltem ao
seu cotidiano de vida normal, melhorando o aspecto emocional e social.
REFERÊNCIAS
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BARACHO, E. Fisioterapia aplicada a saúde da mulher. Rio de Janeiro, 2012.
BARROS, A.C.S.D. et al. Mastologia: Condutas: Rio de Janeiro, RJ.1999.
CAMARGO, M.C.; MARX,A.G.; Reabilitação física no câncer de mama: São Paulo. 2000.
FARIA,S.L.; LEME, L.H.S.; OLIVEIRA, J.A. Câncer da mama: Rio de Janeiro. 2010.
FONSECHI - CARVASAN, G. A. F.; GURGEL, M. S. C.; MARCHI, A. A. Rastreamento mamográfico do câncer de mama em serviços de saúde públicos e privados. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetricia. Rio de Janeiro, v. 28, n. 4, p. 214 – 219. 2006.
FRAILE, N. M. P. et al. Análise do atraso no diagnóstico e tratamento do câncer de mama em um hospital público. Revista da Associação Médica Brasileira. São Paulo, v. 54, n. 1, p. 72 – 76, Jan / Fev. 2008.
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JAMMAL, M. P.; MACHADO, A. R. M.; RODRIGUES, L. R. Fisioterapia na Reabilitação em Mulheres Operadas por Câncer de Mama. O Mundo da Saúde. São Paulo, v 32, n.4, p. 506-510, 3. Abr. 2008.
MONTEIRO, S. E. Fisioterapia no Pós-operatório de Câncer de Mama. In: BARACHO. E. Fisioterapia Aplicada à Obstetrícia, Uroginecologica e Aspectos de Mastologia. 4 ed. rev. E ampliada. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 2007.
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