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A EFICIÊNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NO TRATAMENTODOS FATORES DE RISCOS DA SÍNDROME METABÓLICA NA MEDICINA PREVENTIVA SÃO LUCAS DE LINS Murillo Henrique dos Santos Petinatti – [email protected] Adriano César dos Santos – [email protected] Josimar Fernando da Silva – [email protected] Graduandos em Educação Física Bacharel – UNISALESIANO Lins Profa. Katia Maíra Câmara Moreira Paccola - UNISALESIANO LINS [email protected] Prof. Me. João Rufino da Silva Junior - UNISALESIANO LINS [email protected] Prof.º Msdo. Osvaldo Tadeu da Silva Junior – UNISALESIANO LINS [email protected] RESUMO Introdução: O termo Síndrome Metabólica descreve um conjunto de fatores de risco metabólico que se manifestam em um indivíduo e aumentam as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames e diabetes. Objetivo: Investigar se a atividade física prescrita no programa de saúde preventiva São Lucas/Lins, é capaz de combater com eficiência a Síndrome Metabólica. Método: Foram utilizados 10 pessoas diagnosticadas com síndrome metabólica segundo os critérios do NCEP - ATP III. Foram verificadas as variáveis: perímetro da cintura (PC), tensão arterial sistólica (TAS), tensão arterial diastólica (TAD), triglicerídeos (TG), lipoproteína de alta densidade (HDL) e Glicose sanguínea, pré e pós intervenção através de exercício físico com duração de 3 meses. Resultados: Os componentes da SM que apresentaram redução significativa neste estudo, foram PC (p - 0,02) e TG (p - 0,01), responsáveis diretamente pela redução na incidência de Síndrome Metabólica na população estudada. Houve uma tendência à redução nos níveis de glicose nos valores médios pré- intervenção de 110,5 mg/dl ( acima do desejado) para 93,5 Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul- dez de 2016

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A EFICIÊNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NO TRATAMENTODOS FATORES DE RISCOS DA SÍNDROME METABÓLICA NA MEDICINA PREVENTIVA SÃO

LUCAS DE LINS

Murillo Henrique dos Santos Petinatti – [email protected] César dos Santos – [email protected]

Josimar Fernando da Silva –[email protected] em Educação Física Bacharel – UNISALESIANO Lins

Profa. Katia Maíra Câmara Moreira Paccola - UNISALESIANO [email protected]

Prof. Me. João Rufino da Silva Junior - UNISALESIANO [email protected]

Prof.º Msdo. Osvaldo Tadeu da Silva Junior – UNISALESIANO LINS [email protected]

RESUMO

Introdução: O termo Síndrome Metabólica descreve um conjunto de fatores de risco metabólico que se manifestam em um indivíduo e aumentam as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames e diabetes. Objetivo: Investigar se a atividade física prescrita no programa de saúde preventiva São Lucas/Lins, é capaz de combater com eficiência a Síndrome Metabólica. Método: Foram utilizados 10 pessoas diagnosticadas com síndrome metabólica segundo os critérios do NCEP - ATP III. Foram verificadas as variáveis: perímetro da cintura (PC), tensão arterial sistólica (TAS), tensão arterial diastólica (TAD), triglicerídeos (TG), lipoproteína de alta densidade (HDL) e Glicose sanguínea, pré e pós intervenção através de exercício físico com duração de 3 meses. Resultados: Os componentes da SM que apresentaram redução significativa neste estudo, foram PC (p - 0,02) e TG (p - 0,01), responsáveis diretamente pela redução na incidência de Síndrome Metabólica na população estudada. Houve uma tendência à redução nos níveis de glicose nos valores médios pré-intervenção de 110,5 mg/dl ( acima do desejado) para 93,5 ( valores aceitáveis), e de HDL nos valores médios pré- intervenção de 50 mg/dl para 66 mg/dl, enquanto que nos níveis médios da TAS e TAD, houve uma manutenção de 130/80 mm/Hg. Conclusão: Dentro do período analisado, os exercícios propostos pelo programa de saúde preventiva São Lucas de Lins, foram capazes de provocar alterações positivas no quadro clínico geral de seus associados, reduzindo os fatores de riscos da síndrome metabólica.

Palavras Chave: Síndrome Metabólica, Atividade Física, Prevenção.

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ABSTRACT

Introduction: The term Metabolic Syndrome describes a set of metabolic risk factors that manifest in an individual and increase the chances of developing heart disease, strokes and diabetes. Objective: To investigate whether the physical activity prescribed in the preventive health program São Lucas / Lins, is able to effectively combat the Metabolic Syndrome. Method: Ten people diagnosed with metabolic syndrome according to NCEP - ATP III criteria were used. The variables were: waist circumference (PC), systolic blood pressure (TAS), diastolic blood pressure (TAD), triglycerides (TG), high density lipoprotein (HDL) and blood glucose, pre and post intervention through physical exercise With a duration of 3 months. Results: The components of MS that presented significant reduction in this study were PC (p - 0.02) and TG (p - 0.01), directly responsible for the reduction in the incidence of Metabolic Syndrome in the studied population. There was a trend towards a reduction in pre-intervention mean values of 110.5 mg / dl (above desired) to 93.5 (acceptable values), and HDL levels at the mean pre-intervention levels of 50 mg / dl To 66 mg / dl, whereas in the mean TAS and TAD levels, there was a maintenance of 130/80 mm / Hg. Conclusion: Within the analyzed period, the exercises proposed by the preventive health program São Lucas de Lins, were able to provoke positive changes in the general clinical picture of its associates, reducing the risk factors of the metabolic syndrome.

Keywords: Metabolic Syndrome, Physical activity, Prevention.

INTRODUÇÃO

O termo Síndrome Metabólica descreve um conjunto de fatores de risco que

se manifestam num indivíduo e elevam as chances de desenvolver doenças

cardiovasculares, derrames e diabetes. Esta síndrome tem como base à resistência

à ação da insulina, sabe-se que alguns fatores contribuem para o aparecimento

desta síndrome, entre eles o excesso de peso na região abdominal, por

consequência da inatividade física e excesso de ingestão de gordura saturada

(OLIVEIRA, 2016).

Atualmente o termo síndrome metabólica e utilizada mundialmente, e vista

como um problema que alastra por todo o mundo, ela se associa ao um número

elevado de óbitos por consequência da morbidade cardiovascular.

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1 DIAGNÓSTICO E CARACTERIZAÇÃO DA SÍNDROME METABÓLICA

A definição de Síndrome Metabólica (SM) da National Cholesterol Education

Program’s Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III) foi desenvolvida para uso clínico

e não exige a comprovação de resistência à insulina ao contrário da Organização

Nacional da Saúde (OMS), facilitando assim a sua utilização. Segundo o NCEP-ATP

III, a SM representa a combinação de pelo menos três componentes dos fatores de

risco apresentados no Quadro 1.

Quadro 1 - Componentes da Síndrome Metabólica segundo o NCEP-ATP III

COMPONENTES NÍVEIS

Circunferência Abdominal Homens > 102 cmMulheres > 88 cm

HDL Colesterol Homens < 40 mg/dlMulheres < 50 mg/dl

Triglicerídios   ≥ 150 mg/dlPressão Arterial ≥ 130 mmHg e ≥ 85 mmHgGlicemia de Jejum   ≥ 110 mg/dl FONTE: Ferreira et al., 2011.    

2 PREVALÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA

A Síndrome metabólica desde a última década vem se tornando um problema

mundial com um número bastante alarmante, elevando os custos socioeconômicos.

Estima-se que entre 20 á 25% da população encontra-se com a síndrome

metabólica com prevalência entre homens e mulheres mais velhos, acima de 60

anos, elevando os riscos de mortalidade (RIBEIRO et al., 2006).

Como citado anteriormente, aqui no Brasil, ainda é pouco conhecida qual a

população mais afetada com esta síndrome, porém foram feitas pesquisas em Minas

Gerais, cidade de Virgem das Graças e também no Espírito Santo, mais

precisamente em Vitória, onde este segundo estudo revelou que 21,6% obtiveram

resultado com a Síndrome, sendo que 7,7% em homens e 33,6% em mulheres, já a

primeira pesquisa, apontava 29,8% de pessoas com Síndrome metabólica, sendo

estes 29,3% em homens e 30,1% em mulheres (PELEGRINI et al., 2010).

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3 DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA

A atividade física (AF) é qualquer movimento do corpo que o músculo

esquelético produz, resultando em um gasto energético maior do que os níveis de

repouso, como por exemplo: caminhada, subir e descer escadas, agachar e

levantar, entre outras atividades (GONÇALVES, 2010).

Por isso, muitos autores conceituam o exercício físico como toda AF, cujo

principal objetivo está à melhora da manutenção de um ou mais componentes da

aptidão física, podendo ser repetida, planejada, ou até mesmo estruturada,

subdivididas em duas vertentes que se relacionam ao desempenho e à saúde

(GONÇALVES, 2010).

No Brasil, a recomendação para a prática da AF segue as diretrizes da

Organização Mundial da Saúde (OMS), que teve sua última atualização há exatos

seis anos, onde orienta adultos, á prática dessas atividades por pelo menos 150

minutos por semana de atividade física moderada, ou então, 75 minutos por semana

de forma vigorosa, se adequando há sessões de pelo menos 10 minutos de

duração, independente da frequência na semana (LIMA; BERTAZZI; CARMO,

2014).

4 EXERCÍCIOS FÍSICOS X SÍNDROME METABÓLICA

A prática regular da AF é muito recomendável, principalmente, para a

prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares e outras doenças crônicas e

seus fatores de risco. Estudos epidemiológicos mostram que a falta da AF e um

nível pequeno de condicionamento físico têm sido considerados fatores de riscos

para mortalidade prematura tão importante quanto a dislipidemia e hipertensão

arterial, além disso, esses estudos evidenciam uma relação de inatividade física com

a presença de fatores como a hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, obesidade,

e resistência a insulina, ou seja fatores da síndrome metabólica (CIOLAC;

GUIMARÃES, 2004).

Diante dos fatos apresentados acima, surgiu a seguinte pergunta: Será que

atividade física utilizada no programa de saúde preventiva São Lucas contribui para

a redução dos fatores de riscos da Síndrome metabólica? Através da pesquisa

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realizada utilizando o método científico, espera-se obter respostas que possam

ajudar a esclarecer tal dúvida.

5 PESQUISA EXPERIMENTAL5.1 Participantes da pesquisa

Foram selecionados 10 associados da preventiva São Lucas de Lins, entre

eles 7 do sexo feminino e 3 do sexo masculino, com idade 71,5 ± 8,24 anos e que

tenham pelo menos três fatores de riscos da Síndrome Metabólica diagnosticados

segundo os critérios do NCEP - ATP III, que ocorre quando estão presentes três dos

cinco critérios abaixo:

a) obesidade central - circunferência da cintura superior a 88 cm na mulher e

102 cm no homem;

b) hipertensão Arterial - pressão arterial sistólica acima 130 e/ou pressão

arterial diastólica acima 85 mm/Hg;

c) glicemia alterada (glicemia 110 mg/dl) ou diagnóstico de Diabetes;

d) triglicerídeos acima 150 mg/dl;

A pesquisa foi conduzida após a aprovação do Comite de Ética em Pesquisa

(CEP) CAAE 56144416.0.00005379 parecer 2.167.253.

5.2 Procedimentos

Todos os participantes foram informados do propósito do estudo e assinaram

um termo de autorização. Para esta pesquisa experimental foi usado o método

quantitativo através da observação. As atividades de caminhada e ginástica

observadas foram prescritas pelos profissionais de educação física do programa de

saúde preventiva São Lucas, com frequencia de 3 vezes por semana e duração de 1

hora por seção. Os dados obtidos e interpretados correspondem a um período de 3

meses de acompanhamento e os seguintes indicadores foram utilizados:

a) obesidade central (perímetro da cintura);

b) pressão arterial;

c) glicemia;

d) triglicerídeos;

e) HDL colesterol.

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5.3 Materiais utilizados

a) esfignomanômetro e estetoscópio;

b) fita métrica;

c) hemogramas (exames de sangue em jejum);

d) balança.

e)

5.4 Testes

Protocolo 1 – Pressão Arterial

A Pressão Arterial foi medida antes da avaliação antropométrica, com a

permanência do sujeito três minutos na posição de sentado. Com o braço direito do

participante apoiado na altura do coração, colocou-se a braçadeira do aparelho

cerca de 3 cm acima da fossa ante cubital, centralizando a bolsa de borracha sobre

a artéria umeral. Procedeu-se à desinsuflação da braçadeira com velocidade

constante. Determinou-se a pressão sistólica e diastólica. Esta medição foi realizada

duas vezes com um intervalo de dois minutos e foi considerada a média das duas

medições. O sujeito não conversou durante a medição. Foi utilizado um

esfigmomanômetro da marca aneróide Premium, com estetoscópio Premium.

Protocolo 2 – Obesidade Central (Perímetro da cintura)

O perímetro da cintura (PC) foi medido com fita métrica marca

Roche® ,flexível e inextensível com escala em centímetros. A fita foi aplicada em

torno do perímetro do local que se pretendia medir, e que estava previamente

marcado sob a pele de forma a ficar justa, sem apertar. Todas as medições foram

realizadas duas vezes, com os participantes na posição antropométrica de

referência. Foi considerada a menor circunferência entre a grelha costal e as cristas

ilíacas, com abdômen relaxado e com o técnico de frente para o participante.

Protocolo 3 - Hemograma

A glicemia de jejum, HDL colesterol e triglicérides, foram obtidos a partir do

hemograma realizados pelo laboratório de análise clínica para cada participante da

pesquisa, no início e após os três meses de acompanhamento.

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5.5 Análise estatística

Inicialmente todos os conjuntos de dados foram testados quanto à

normalidade através do teste Shapiro-Wilk. Foi aplicada a estatística descritiva e

teste de comparação entre médias (teste t de Student), e os dados são

apresentados como média e variância. A análise estatística foi realizada em uma

planilha eletrônica no formato Microsoft Excel 2010. A significância estatística

considerada foi de p < 0,05 em todas as comparações.

6 RESULTADOS

Tabela 1 - Caracterização da amostra para as variáveis analisadas no estudo

antes da intervenção: Idade, altura, índice de massa corporal (IMC), perímetro da

cintura (PC), tensão arterial sistólica (TAS), tensão arterial diastólica (TAD),

triglicerídeo (TG), lipoproteína de alta densidade (HDL) e Glicose sanguínea.

 

IdadePeso (Kg)

Altura (m)

PC TAS TAD TG HDLGlicose (mg/dl)(anos) (cm) (mm/Hg)

(mm/Hg) (mg/dl) (mg/dl)

Média 71,5 74 1,56 102,5 130 80 150 50 110,5DP 8,24 20,21 0,06 11,5 9,94 7,88 41,12 13,86 35,27

Valor Máximo 78 112 1,69 110 140 70 198 87 206

Valor Mínimo 53 58 1,49 88 120 90 63 40 84

Fonte: Elaborada pelos autores, 2016.

Tabela 2 - Caracterização da amostra para as variáveis analisadas no estudo

após a intervenção: Idade, altura, índice de massa corporal (IMC), perímetro da

cintura (PC), tensão arterial sistólica (TAS), tensão arterial diastólica (TAD),

triglicerídeo (TG), lipoproteína de alta densidade (HDL) e Glicose sanguínea.

 

IdadePeso (Kg)

Altura (m)

PC TAS TAD TG HDLGlicose (mg/dl)(anos) (cm) (mm/Hg)

(mm/Hg) (mg/dl) (mg/dl)

Média 71,5 70 1,56 94 130 80 101,5 66 93,5DP 8,24 17,2 0,06 16,5 9,94 7,8 32,51 15,2 35,16

Valor Máximo 78 109 1,69 109 150 90 156 92 128

Valor Mínimo 53 57,3 1,49 67 120 70 61 33 87

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Fonte: Elaborada pelos autores, 2016.

Tabela 3 - Indicadores de prevalência de Síndrome metabólica (SM) (%) na

população estudada antes da intervenção: perímetro da cintura (PC), tensão arterial

sistólica (TAS), tensão arterial diastólica (TAD), triglicerídeo (TG), lipoproteína de alta

densidade (HDL) e Glicose sanguínea.

 HOMENS

( %)MULHERES

(%)TOTAL

(%)PC ( > 88 cm mulheres e 102 cm homens) 30 70 100TAS ( ≥ 130 mm/Hg) 16,6 83,3 60TAD ( ≥ 85 mm/Hg) 0 0 0TG ( ≥ 150 mg/dl) 16,6 83,3 60HDL ( < 40 mg/dl mulheres e < 50 mg/dl homens 20 80 50GLICOSE ( ≥ 110 mg/dl) 33,3 66,6 60

Fonte: Elaborada pelos autores, 2016

Tabela 4 - Indicadores de prevalência de Síndrome metabólica (SM) (%) na

população estudada após a intervenção: perímetro da cintura (PC), tensão arterial

sistólica (TAS), tensão arterial diastólica (TAD), triglicerídeo (TG), lipoproteína de alta

densidade (HDL) e Glicose sanguínea.

 HOMENS

(%)MULHERES

(%)TOTAL

(%)PC ( > 88 cm mulheres e 102 cm homens) 25 75 40TAS ( ≥ 130 mm/Hg) 16,6 83,3 60TAD ( ≥ 85 mm/Hg) 0 0 0TG ( ≥ 150 mg/dl) 0 100 10HDL ( < 40 mg/dl mulheres e < 50 mg/dl homens 100 0 10GLICOSE ( ≥ 110 mg/dl) 0 100 20

Fonte: Elaborada pelos autores, 2016.

Tabela 5 - Indicadores (%) de fatores de risco nos períodos pré e pós intervenção.

Fatores de Risco

PRÉ (%)

PÓS (%) PORTADOR SM

N =10 PRÉ (%)

PÓS (%)

≥ 1 Fator Risco 0 20

100 10≥ 2 Fatores Risco 0 40≥ 3 Fatores Risco 70 10≥ 4 Fatores Risco 30 05 Fatores Risco 0 0

Fonte: Elaborada pelos autores, 2016.

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Tabela 6 - Média, variância e o valor de P das variáveis: perímetro da cintura

(PC), tensão arterial sistólica (TAS), tensão arterial diastólica (TAD), triglicerídeos

(TG), lipoproteína de alta densidade (HDL) e Glicose sanguínea.

VARIÁVEISMÉDIA VARIÂNCIA

Valor de PPRÉ PÓS PRÉ PÓSPC 110,9 95,1 133,65 274,1 0,02*

TAS 129 129 98,88 98,88 1TAD 82 82 62,22 62,22 1TG 137,1 103,6 1691 1056,9 0,01*

HDL 55,2 65,5 192,17 231,83 0,08GLICEMIA 113,8 109 1244,4 1236,4 0,32

Fonte: Elaborada pelos autores, 2016. * p< 0,05

7 DISCUSSÃO

Os componentes da SM que apresentaram redução significativa neste estudo

foram PC (p - 0,02) e TG (p - 0,01), o resultado indica que a média pós- intervenção

de PC (94 CM) foi significantemente melhor do que a do pré( 102,5), produzindo

uma redução média de 8,5 cm de PC representando uma magnitude de redução de

8,3%. Já para TG o resultado indica que a média pós-intervenção de PC (101,5

mg/dl) foi significantemente melhor do que a do pré (150 mg/dl), produzindo uma

redução média de 48,5 mg/dl de TG representando uma magnitude de redução de

32,3%. Estes resultados são semelhantes aos encontrados no em um estudo com

adultos na cidade do Porto, confirmando os resultados do exercício sobre os fatores

de risco da SM. (SANTOS et al., 2013).

Dentre os componentes da SM, a obesidade tem sido de longe o mais

estudado, devido sua associação direta com outros fatores que acarretam prejuízos

à saúde.

Os perímetros de cinturas obtidas inicialmente, demonstravam um maior nível

de deposição de gordura central em 100% da população estudada contribuindo de

forma muito abrangente para a SM. Após o período de intervenção esta situação

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sofreu uma redução negativa chegando á 40% de pessoas acometidas. Estes dados

corroboram com as evidências, quando mostraram que mesmo o exercício de baixa

quantidade e intensidade moderada é capaz de promover benefícios à saúde,

através da prevenção do ganho de gordura visceral. As pesquisas apontam que

modificações no estilo de vida, com o aumento da prática de atividade física

associado à reeducação alimentar, são ações importantes para o tratamento da

obesidade (ACMS, 2002).

Os níveis de Triglicérides (TG), mostrados estavam, em valores médios pré-

intervenção, em 150 mg/dL (acima do desejável), ao passo que ao final da

intervenção esse valor mostrou-se diminuído (101,5 mg/dL), evidenciando, assim,

uma redução significativa (p - 0,01)l, levando-se em conta o período de intervenção.

Ciolac; Guimarães (2004), demonstram que os mecanismos responsáveis

pela melhora do perfil lipídico também levam ao aumento da sensibilidade à insulina

com conseqüente redução da insulinemia, aumentando, assim, o efeito antilipolítico

da insulina no tecido adiposo, com conseqüente redução do transporte de ácidos

graxos livres para o fígado, o que leva à diminuição do suprimento de matéria prima

para a produção hepática de VLDL, resultando em redução dos níveis plasmáticos

de TG.

Apesar de não ser estatisticamente significativa, houve uma tendência à

redução nos níveis de glicose nos valores médios pré-intervenção de 110,5 mg/dl

(acima do desejado) para 93,5 (valores aceitáveis), e de HDL nos valores médios

pré-intervenção de 50 mg/dl para 66 mg/dl após modificação de estilo de vida na

amostra estudada, conferindo uma redução de risco de complicações

cardiovascular.

Por outro lado não houve uma redução, mas um efeito de manutenção nos

níveis médios da TAS e TAD com valores médios estáveis de 130/80 mm/Hg, o que

não é preocupante pois segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão, estes

valores são classificados como normal de pressão arterial: < 130/85 mmHg. A

Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda que os indivíduos hipertensos

iniciem programas de exercício físico regular, desde que submetidos à avaliação

clínica prévia. Os exercícios devem ser de intensidade moderada, de três a seis

vezes por semana, em sessões de 30 a 60 minutos de duração, realizadas com

freqüência cardíaca entre 60% e 80% da máxima ou entre 50% e 70% do consumo

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máximo de oxigênio (Sociedade brasileira de hipertensão, 2004). Para indivíduos

hipertensos, o ACMS (2002), recomenda que os exercícios devam ser de

intensidade moderada, de três a sete vezes por semana, em sessões de 30 a 60

minutos de duração, não sendo o treinamento com pesos recomendado como forma

primária, mas sim combinado com o treinamento aeróbio.

Segundo CARLET et al. (2006), a atividade física, como exercício físico,

melhora a saúde e o bem-estar de cada ser humano, não importando quais os tipos

de exercícios, desde que feita de maneira correta, respeitando os limites de cada

pessoa, porém fazendo com que o ser humano, seja ao menos suficientemente

ativo, sempre acompanhado de um bom profissional que saiba prescrever um bom

treino para cada tipo de pessoa.

CONCLUSÃO

Conclui-se, então, que dentro do período analisado, os exercícios propostos

pelo programa de saúde preventiva São Lucas de Lins, foram capazes de provocar

alterações positivas no quadro clínico geral de seus associados, reduzindo os

fatores de riscos da síndrome metabólica principalmente na composição corporal

verificado pelo perímetro da cintura e nas concentrações de triglicerídeos. Assim, foi

possível demonstrar que a adoção de um estilo de vida mais ativo fisicamente, é

capaz de reduzir os fatores de risco no quadro de SM entre os participantes do

estudo.

REFERÊNCIAS

ACSM, American College of Sports Medicine, jun. 2002. Disponível em: . Acesso: <http://www.acms.org>. Acesso em: 02 maio 2016.

CARLET, R. et al. Síndrome metabólica: A importância da atividade física. Buenos Aires, Revista Digital. n. 102, p. 1-4, 2006.

CIOLAC, G. E; GUIMARÃES. V. G. Exercício físico e síndrome metabólica, Brasileira de Medicina do Esporte. v.10, n. 4, P. 319-324, 2004.

FERREIRA, A.L. et al. Síndrome metabólica: atualização de critérios

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Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016