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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA RAPHAEL BILINSKI SLOMA COMPARATIVO DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS STEEL FRAME E WOOD FRAME (CUSTO X BENEFÍCIO) CURITIBA - PR 2016

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA

RAPHAEL BILINSKI SLOMA

COMPARATIVO DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS

STEEL FRAME E WOOD FRAME

(CUSTO X BENEFÍCIO)

CURITIBA - PR

2016

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RAPHAEL BILINSKI SLOMA

COMPARATIVO DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS

STEEL FRAME E WOOD FRAME

(CUSTO X BENEFÍCIO)

Trabalho de conclusão de curso apresentado

ao curso de Engenharia Civil da Faculdade

Tuiuti do Paraná, como requisito para

obtenção do grau de Bacharel.

Profa. Ma. Cristiane Burmester

CURITIBA – PR

2016

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RESUMO

O trabalho trata-se do comparativo entre os sistemas construtivos Wood Frame e

Steel Frame, tendo como foco principal o custo benefício e a produtividade de

cada sistema. Por se tratarem de sistemas muito semelhantes, considerando o

mesmo projeto a ser construido, não fica claro qual sistema escolher quando a

procura é pelo menor custo e o menor tempo de execução. Para isso é

necessário realizar o levantamento de informações com empresas especializadas

nos sistemas construtivos citados, definir a planta modelo e obter valores dos

produtos utilizados no desenvolvimento da obra. Buscando coletar informações,

foi entrado em contato, inicialmente, com uma empresa especialista em Steel

Frame, qual passou todas informações relacionadas a um projeto de ampliação

de uma residência. Com os dados de Steel Frame filtrados e analisados, foi

necessário entrar em contato com uma empresa especializada em Wood Frame,

que concedeu informações importantes de como converter os dados obtidos de

Steel Frame para Wood Frame. Com todos os dados coletados foi possível

cruzar as informações de cada sistema construtivo e observar a vantagem que o

Wood Frame tem sobre o Steel Frame quando comparados os valores finais dos

materiais, assim como a vantagem que o Steel Frame tem sobre o Wood Frame

quando observada a produtividade na construção da estrutura do telhado em

madeira.

Palavras-chave. Steel Frame, Wood Frame, Sustentabilidade, custo benefício,

produtividade.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - CONCEITO DE EDIFICIO SUSTENTÁVEL ................................... 14

FIGURA 2 - ESTRUTURA EM BALLON FRAME............................................... 18

FIGURA 3 - DETALHE ENXAIMEL .................................................................... 19

FIGURA 4 - DESENHO ESQUEMATICO STEEL FRAME ................................ 24

FIGURA 5 - ILUSTRAÇÃO RADIER .................................................................. 27

FIGURA 6 - ILUSTRAÇÃO SAPATA CORRIDA ................................................ 28

FIGURA 7 - CORTE FUNDAÇÃO SAPATA CORRIDA ..................................... 29

FIGURA 8 - ESQUEMA PARAFUSO FIXAÇÃO PAINEL WOOD FRAME ........ 30

FIGURA 9 - ANCORAGEM POR BARRA ROSCADA ....................................... 31

FIGURA 10 - ANCORAGEM POR PARABOLT ................................................. 31

FIGURA 11 – TABELAS NORMATIVA DE RESISTÊNCIA A FUNGOS E

CUPINS ............................................................................................................. 32

FIGURA 12 - ESTRUTURA WOOD FRAME PARA ABERTURAS DE JANELA

E PORTAS ......................................................................................................... 35

FIGURA 13 - TELHADO WOOD FRAME .......................................................... 39

FIGURA 14 - PLANTA BASE PAVIMENTO TÉRREO ....................................... 46

FIGURA 15 - PLANTA BASE PAVIMENTO SUPERIOR ................................... 47

FIGURA 16 - MODELO ESTRUTURA TELHADO MADEIRA ............................ 50

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LISTA DE IMAGENS

IMAGEM 1 - PIT-HOUSE ................................................................................... 16

IMAGEM 2 - LOGHOME .................................................................................... 17

IMAGEM 3 – HEAVY TIMBER ........................................................................... 17

IMAGEM 4 - SISTEMA ENXAMEL..................................................................... 19

IMAGEM 5 – COMPARAÇÃO PERFIL DE MADEIRA X PERFIL DE AÇO

GALVANIZADO.................................................................................................. 21

IMAGEM 6 - PERFIL METALICO “Ue" .............................................................. 25

IMAGEM 7 - PERFIL METALICO “U” ................................................................. 25

IMAGEM 8 - PERFIL METALICO CARTOLA ............................................... 25

IMAGEM 9 - PERFIL METÁLICO CANTONEIRA ....................... 25

IMAGEM 10 - DISTANCIADORES ..................................................................... 28

IMAGEM 11 - BLOQUEADOR E VERGA PAREDE WOOD FRAME................. 34

IMAGEM 12 - TRAVAMENTO FITA METALICA E PLACA OSB – STEEL

FRAME .............................................................................................................. 37

IMAGEM 13 - VERGA PAREDE ESTRUTURAL STEEL FRAME ..................... 38

IMAGEM 14 - TELHADO STEEL FRAME COM PLACA OSB ........................... 40

IMAGEM 15 - INSTALAÇÃO SISTEMA WOOD FRAME ................................... 41

IMAGEM 16 - INSTALAÇÕES SISTEMA STEEL FRAME ................................. 41

IMAGEM 17 - INSTALAÇÃO ISOLAMENTO EM PAREDE DE STEEL FRAME

(LÃ DE VIDRO) .................................................................................................. 42

IMAGEM 18 - MEMBRANA DE IMPERMEABILIZAÇÃO PAREDE STEEL

FRAME .............................................................................................................. 43

IMAGEM 19 - PAREDE COM PLACA DE GESSO RU ...................................... 45

IMAGEM 20 - INSTALAÇÃO DE REVESTIMENTO DE FACHADA SIDING ..... 45

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - COMPARATIVO VALOR ESTRUTURA STEEL FRAME ............ 60

GRÁFICO 2 - COMPARATIVO VALOR ESTRUTURA WOOD FRAME ............ 61

GRÁFICO 3 - COMPARATIVO DO VALOR COM ACABAMENTO ................... 62

GRÁFICO 4 - COMPARATIVO VALOR ESTRUTURA x ACABAMENTO STEEL

FRAME .............................................................................................................. 63

GRÁFICO 5 - COMPARATIVO VALOR ESTRUTURA x ACABAMENTO WOOD

FRAME .............................................................................................................. 63

GRÁFICO 6 - PRODUTIVIDADE STEEL FRAME x WOOD FRAME ................. 64

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - TABELA DIMENSIONAMENTO TELHADO EM MADEIRA ............. 51

TABELA 2 - QUANTITATIVO DE MADEIRA PARA TELHADO ........................... 51

TABELA 3 - VALORES COMPONENTES ESTRUTURAIS DE AÇO .................. 52

TABELA 4 - VALORES PERFIL DE MADEIRA ................................................... 53

TABELA 5 - VALORES PERFIL DO TELHADO .................................................. 54

TABELA 6 - VALOR MATERIAIS DE ACABAMENTO ......................................... 54

TABELA 7 - ÍNDICE DE PRODUTIVIDADE STEEL FRAME. .............................. 56

TABELA 8 - METRAGEM QUADRADA DE PAREDE EM STEEL FRAME ......... 58

TABELA 9 - INDICE DE PRODUTIVIDADE PARA ESTRUTURA DE TELHADO

EM MADEIRA. ..................................................................................................... 59

TABELA 10 - COMPARATIVO VALOR POR METRO QUADRADO ................... 62

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

CBCA - Centro Brasileiro da Construção em Aço.

dB – Decibéis.

DATEC - Documento de Avaliação Técnica.

LSF – Light Steel Framing.

LWF – Light Wood Framing.

NBR – Normas Brasileiras de Regulamentação.

OSB - Oriented Strand Board (Painel de Tiras Orientadas).

PBQP-H - Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat.

PET - Polietileno Tereftalato.

PEX - Polietileno Reticulado.

RF – Resistente ao Fogo.

RU – Resistente a Umidade.

SINAT - Sistema Nacional de Avaliações Técnicas.

STD– Standard.

TCPO - Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 10

1.1 GENERALIDADES ........................................................................................ 10

1.2 OBJETIVOS .................................................................................................. 11

1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................ 11

1.2.2 Objetivos específicos. .................................................................................... 11

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 12

2.1 CENÁRIO HABITACIONAL NO BRASIL ....................................................... 12

2.2 SISTEMAS CONTRUTIVOS SUSTENTAVEIS ............................................. 13

2.3 WOOD FRAME ............................................................................................. 15

2.3.1 Histórico Sistema Wood Frame ..................................................................... 15

2.3.2 Definição ....................................................................................................... 19

2.4 STEEL FRAME ............................................................................................. 21

2.4.1 Histórico Sistema Steel Framing ................................................................... 21

2.4.2 Definição ....................................................................................................... 23

2.5 ETAPAS DE CONSTRUÇÃO DOS SISTEMAS CONTRUTIVOS WOOD

FRAME E STEEL FRAME......................................................................................... 26

2.5.1 Fundação. ..................................................................................................... 26

2.5.1.1 Fundação Wood Frame ................................................................................. 27

2.5.1.2 Fundação para Steel Frame .......................................................................... 28

2.5.2 Fixação da estrutura na fundação ................................................................. 29

2.5.2.1 Fixação Wood Frame .................................................................................... 29

2.5.2.2 Fixação Steel Frame ..................................................................................... 30

2.5.3.1 Painel estrutural Wood Frame ....................................................................... 32

2.5.3.2 Painel Estrutural Steel Frame ........................................................................ 35

2.5.4 Estrutura do telhado ...................................................................................... 38

2.5.4.1 Wood Frame .................................................................................................. 38

2.5.4.2 Steel Frame ................................................................................................... 39

2.5.5 Instalações .................................................................................................... 40

2.5.6 Isolamentos ................................................................................................... 42

2.5.7 Impermeabilização ........................................................................................ 43

2.5.8 Fechamento e acabamento ........................................................................... 44

3 METODOLOGIA ........................................................................................... 46

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3.1 MATERIAIS UTILIZADOS E QUANTITATIVOS. ........................................... 48

3.1.1 Steel Frame ................................................................................................... 48

3.1.2 Wood Frame .................................................................................................. 49

3.2 ORÇAMENTOS ............................................................................................. 52

3.2.1 Steel Frame ................................................................................................... 52

3.2.2 Wood Frame .................................................................................................. 53

3.2.3 Acabamentos ................................................................................................ 54

3.3 TEMPO DE EXECUÇÂO ................................................................................ 56

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................... 60

4.1 CUSTOS ....................................................................................................... 60

4.2 PRAZO DA OBRA ......................................................................................... 64

5 CONCLUSÃO ................................................................................................ 65

6 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 67

ANEXOS ................................................................................................................... 75

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1 INTRODUÇÃO

1.1 GENERALIDADES

Com o surgimento da crise habitacional em nosso país, viu-se necessário o

aumento das moradias e com isso a necessidade de sistemas construtivos mais

eficientes. Visando a necessidade da redução de desperdício de materiais durante a

execução e do tempo gasto em edificações que utilizam do concreto armado como

principal método de construção, a implantação de tecnologias alternativas já

existentes no mercado mundial, demonstram resultados satisfatórios suprindo esse

problema na construção civil e mantendo as demais qualidades alcançadas pela

construção em alvenaria convencional (com blocos cerâmicos), que hoje, se

encontra predominante no mercado nacional.

O Wood Frame e Steel Frame, sistemas construtivos que se mostram

competitivos nesse quesito, contam com painéis compostos por: perfis em madeira

ou em aço galvanizado, chapas em OSB, materiais de acabamento como placas de

Drywall e placas cimentícias, entre outros elementos que ao final de sua construção

se tornam elementos estruturais para a edificação e se adéquam muito bem aos

sistemas de elétrica e hidráulica da construção, facilitando também quando

necessário serviço de manutenção.

Os dois sistemas citados acima têm sido utilizados de forma predominante

em países como Estados Unidos e Canadá, porém no Brasil ainda sofrem

preconceitos por conta da falta de informação referente a características do produto,

proveniente da falta de aceitação cultural voltada para construção de casas de

alvenaria convencional (realizada em concreto armado), mão de obra qualificada

para execução e falta de normas que padronizem e certifiquem o sistema

construtivo.

Devido a este cenário, com o intuído de incentivar e padronizar os sistemas

construtivos inovadores que não tenham normas técnicas prescritivas específicas

aplicáveis ao produto, o SINAT desenvolveu diretrizes especificas para cada tipo de

construção, através destas, as empresas interessadas em realizar alguma obra

nesse formato precisam desenvolver um Documento de Avaliação Técnica (DATEC)

que contenha todas as informações de execução dos serviços, assim como informar

sobre manutenções e características dos materias usados. Como exemplo temos

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diretriz nº30 para o Steel Frame e a diretriz nº 05 para o Wood Frame. Tais

documentos são de extrema importância para a realização da obra, pois somente

através deles é que a empresa possuirá permissão legal para executar os serviços.

Devido a semelhança muito comum entre os dois sistemas em sua forma

construtiva, o objetivo desse trabalho é o comparativo entre eles, tendo como foco a

relação custo benefício.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Este trabalho tem como objetivo geral a comparação custo x benefício entre

os sistemas construtivos Wood Frame e Steel Frame.

1.2.2 Objetivos específicos.

Comparar os valores entre os dois sistemas construtivos, baseando-se no

mercado nacional atual;

Definir e comparar valores separados por etapas de obra como estrutura,

acabamentos e telhado;

Definir valor por metro quadrado para cada sistema construtivo;

Definir materiais utilizados para cada sistema construtivo utilizando projeto

específico;

Comparar o tempo de execução da obra, baseando-se em tabelas

padronizadas e informações coletadas em campo;

Identificar por levantamento de preço e tempo de execução, qual o sistema

com o melhor custo benefício.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CENÁRIO HABITACIONAL NO BRASIL

O déficit habitacional brasileiro é cada vez maior e os sistemas construtivos

utilizados para diminuir a carência de moradias, em sua grande maioria, são lentos e

construídos de forma artesanal, além de contarem com baixa sustentabilidade e

grandes índices de desperdício durante a sua execução (CAMPOS, 2014).

Segundo Campos (2014), desde o final do século XIX, o Brasil vem sofrendo

com a falta de habitação. Em 1937 houve uma breve melhora nesse quadro com o

inicio do financiamento imobiliário utilizando os fundos de aposentadoria conforme a

classe de trabalhadores; restringindo a classes informais a obter esse beneficio.

Segundo Abiko (1995), a distribuição de renda piorou drasticamente ao

longo dos anos, desfavorecendo a população mais carente, alguns dados apontam

que no período de 1965 a 1984, apenas 6,4% dos financiamentos foram destinados

a famílias com renda inferior a 3,5 salários mínimos, mostrando que a crise

habitacional é reflexo da população sem condições para adquirir seu imóvel próprio.

Entre os anos de 1940 a 1980 houve um grande êxodo rural, fazendo que os

2/3 da população que até o ano de 1940 vivia no meio rural, em 1980 passasse a

morar na cidade. Com isso, inevitavelmente aconteceu o crescimento desenfreado

do meio urbano. (ABIKO, 1995)

Conforme Campos (2014), após diversas tentativas de reversão para essa

situação, em 2009 foi criada uma política de habitação mais agressiva, através da

Lei n° 11.977 de 07 de Julho de 2009, que além de instituir o Programa Minha Casa

Minha Vida (PMCMV), que visa atender a demanda habitacional urbana e rural em

todo o território brasileiro, também propõe a regularização fundiária de

assentamentos urbanos, e prevê a utilização de recursos significativos da União,

frente aos investimentos anteriores.

Em meio a uma crise financeira eminente, o inicio desta política impulsionou

a economia no pais, bem como o mercado da construção civil. (CAMPOS, 2014).

Tanto o crescimento demográfico quanto o econômico continuam

apresentando elevações consideráveis, conforme comparativo mostrado pelo censo

de 2000 e 2010, onde cidades com população entre 100 e 500 mil habitantes

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apresentaram um crescimento de 2,05%a.a, valor que representa quase o dobro do

crescimento médio anual que é de 1,17%a.a. (NOGUEIRA, 2012)

Conforme mostra a Lei n° 11.977, Art. 82°-B, até o ano de 2014 a meta de

produção, aquisição, requalificação e reforma é de ate dois milhões de unidades

habitacionais, desse valor apenas 220.000 (duzentas e vinte mil) unidades serão

destinadas a cidadãos com rendas de até 1.395, 00 (mil, trezentos e noventa e cinco

reais). Conforme previsto no artigo 73, é apresentado o incentivo do governo para

residências para população de baixa renda, citando que serão assegurados no

Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) o uso de novas tecnologias

construtivas além de condições de sustentabilidade das construções. (Lei 11.977).

2.2 SISTEMAS CONTRUTIVOS SUSTENTAVEIS

A construção civil possui um importante papel para o desenvolvimento

sustentável. Pois através dela é utilizada e também desperdiçada uma grande

quantidade de recursos naturais, como a água e em conjunto, a deposição ilegal dos

resíduos gerados, tanto pela industria da construção civil como das produtoras de

materiais diversos. Outro ponto de extrema importância, é exploração ilimitada e de

maneira incorreta das diversas matérias primas como madeira, pedra e areia

resultando na perda da biodiversidade e reflexos negativos para o ecossistema.

(ROCHETA; FARINHA, 2007)

De acordo com Araujo (2008), a definição para construção sustentável é:

Construção sustentável é um sistema construtivo que promove

alterações conscientes no entorno, de forma a atender as necessidades de

edificação, habitação e uso do homem moderno, preservando o meio

ambiente e os recursos naturais, garantindo qualidade de vida para as

gerações atuais e futuras.

Segundo Araujo (2008), uma construção sustentável necessita atender

alguns itens, que estão de acordo com as recomendações dos principais sistemas

de avaliação, que são eles:

1. Planejamento Sustentável da obra;

2. Aproveitamento passivo dos recursos naturais;

3. Eficiência energética;

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4. Gestão e economia da água;

5. Gestão dos resíduos na edificação;

6. Qualidade do ar e do ambiente interior;

7. Conforto termo-acústico;

8. Uso racional de materiais;

9. Uso de produtos e tecnologias ambientalmente amigáveis.

FIGURA 1 - CONCEITO DE EDIFICIO SUSTENTÁVEL

Fonte: Grupo Reuse

Segundo LUCAS (2011), em 1994 foi realizada a primeira conferência

nacional sobre construção sustentável, sendo apresentados por Charles Kibert

alguns conceitos que levam em consideração princípios ecológicos e utilização

eficiente de recursos, considerando os recursos com maior importância para a

construção, estabelecendo alguns princípios para a construção sustentável:

Reduzir o consumo de recursos;

Maximização da reutilização de recursos;

Reciclar materiais em fim de vida do edifício e usar recursos recicláveis;

Proteção do ambiente natural;

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Eliminar os materiais tóxicos e os subprodutos em todas as fases do ciclo de

vida.

Como exemplo de sistemas construtivos sustentáveis, o Steel Frame e o

Wood Frame, são considerados por muitos pesquisadores umas das melhores

alternativas de sistemas, por quase não produzirem resíduos tanto no canteiro

quanto em sua produção da indústria. (MEIRELLES; SEGALL; RAIA; MESQUITA;

FERREIRA, 2012)

2.3 WOOD FRAME

2.3.1 Histórico Sistema Wood Frame

Pelo fato da madeira ser um material com propriedades físicas, facilidade de

manuseio e processamento, variedade de formas e texturas e abundância, o seu

uso sempre demonstrou uma grande dinâmica de utilização, desde os utensílios

mais básicos até a complexidade das construções para habitação. São comprovadas

por registros, construções de madeira em todos os lugares do mundo e pode-se

concluir que para se erguer algum tipo de estrutura de madeira bastava haver a

presença do homem e de algum material orgânico apto para a construção.

(TORRES, 2010).

A madeira passou a ser utilizada de forma mais sistemática na idade média,

onde ganhou importância na Europa dando origem a diversos métodos de

construções. O uso desses sistemas naquela época teve grande importância para o

desenvolvimento das técnicas construtivas recentes, bem como para a

industrialização das construções em madeira. (MORIKAWA, 2006).

Segundo Torres (2010), desde que o homem abandonou a moradia em

grutas e cavernas, a madeira se tornou um material que contribuiu de forma decisiva

para o desenvolvimento da humanidade desde os primórdios da existência humana,

estando na maior parte do tempo ligada a processos tecnológicos. Porém, seu

declínio iniciou-se com o aparecimento e utilização do betão armado, diminuindo

significativamente a utilização da madeira para um papel inferior como instalações

secundárias ou construções precárias. Com a sua utilização diminuída pela

população, a reputação da madeira foi arruinada durante anos, principalmente em

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nosso país, trazendo noções erradas sobre sua resistência e durabilidade, diferente

de países como os Estados Unidos, Norte da Europa e Japão que ainda mantiveram

a grande relevância na construção.

As primeiras construções em madeira são chamadas de Pit-House ou

construções subterrâneas. Essas construções são caracterizadas por uma

escavação utilizando o solo como paredes e estruturas de madeira em troncos para

suporte da estrutura do telhado (FIGURA 2,3), as escavações eram de forma

retangular ou circular com uma abertura no telhado destinada a escada de acesso

ao interior. (TORRES, 2010, apud Mackie, 2001).

IMAGEM 1 - PIT-HOUSE

Fonte - Centennial Elemetary School

A história do Wood Frame teve início em meados do século XIX, quando os

colonizadores do território americano construíram as primeiras habitações em

madeira, pois necessitavam atender ao aumento da população de acordo com a

disponibilidade de materiais na região. O método consistia em estruturas realizadas

em madeiras com pequenas seções transversais, caracterizando assim o Balloon

Framing (CRASTO; FREITAS, 2006 apud CONSULSTEEL, 2002).

Conforme as características da madeira usada, as construções podem ser

classificadas em LOGHOMES, sendo casas construídas com troncos dispostos na

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horizontal podendo ser adaptada na disposição vertical, HEAVY TIBER casas

construídas com estrutura em madeira pesada e LIGHT FRAMING com estruturas

em madeira leve. (TORRES, 2010).

IMAGEM 2 - LOGHOME

Fonte – Goods Home Design

IMAGEM 3 – HEAVY TIMBER

Fonte – Western Woodstructures

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No inicio as construções eram feitas com materiais mais robustos e pesados,

porém com o desenvolvimento do sistema em madeira, começou a se construir com

peças de menores dimensões e mais leves, esse sistema facilitou e agilizou

bastante a construção. (VELLOSO, 2010).

Com o aprimoramento das técnicas de construção em madeira, criou-se o

sistema Balloon Framing que se caracteriza por peças mais longas e com seções

esbeltas, e também com a utilização pregos e encaixes. Nesse sistema os

elementos estruturais verticais são contínuos, iniciando-se na viga de base,

passando pelo piso do segundo pavimento e terminando apenas na viga superior

dos caibros (FIGURA 2), as vigas de suporte do segundo pavimento são pregadas

nas vigas verticais e apoiadas nas placas de vedação do pavimento inferior.

(MORIKAWA, 2006).

FIGURA 2 - ESTRUTURA EM BALLON FRAME

Fonte – Costantini Legno

Segundo Velloso (2010), em meados de 1920 o sistema de plataforma

começou a substituir o sistema Balloon, utilizando pedaços mais curtos e esbeltos de

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madeira caracterizados por um sistema nervurado estrutural composto por planos

horizontais que formam os pisos, sobre eles são dispostos planos verticais que

formam as paredes e assim por diante. Esta transição se deu em dois momentos:

O primeiro momento aconteceu no final da idade média com o sistema

enxamel (Imagem 4), que consiste em uma estrutura de madeira longa e esbelta que

é preenchido por matérias como saibro, tijolos de barro ou pedra. (VELLOSO, 2010)

O segundo momento ocorreu na revolução industrial. Nesse momento

começou a utilizar peças com tamanhos menores, onde os pilares são interrompidos

a cada pavimento, possibilitando construções com maiores alturas, podendo

alcançar de 5 a 6 pavimentos. (VELLOSO, 2010)

IMAGEM 4 - SISTEMA ENXAMEL

FIGURA 3 - DETALHE ENXAIMEL

Fonte – Angelina Wittmann

Fonte – Walter Rupp

2.3.2 Definição

O sistema Wood Frame é uma tecnologia que está presente em 95% das

residências dos Estados Unidos da America e consiste em um sistema formado por

painéis de pisos, paredes e telhados produzidos com madeira reflorestada de forma

industrializada, podendo ser revestido com outros materiais que tenham a finalidade

de proteger a construção contra o fogo e interperes, além otimizar o conforto térmico

e acústico. A utilização da madeira se da principalmente na função estrutural da

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edificação, apresentando redução do peso sobre a fundação e proporcionando a

execução rápida da estrutura, por contar com a instalação programada dos sub

sistemas industrializados que são montados de forma independente. Por contar com

um sistema industrializado, o Wood Frame permite o total controle de gastos desde

a fase de projeto e possibilita a execução de edificações de até 5 pavimentos.

(CALIL JUNIOR; MOLINA, 2010).

Ainda segundo Calil Junior e Molina (2010), a baixa produção de residências

em Wood Frame se da por conta de ainda ser um sistema em fase de implantação,

além de ser uma construção cara quando comparada com a alvenaria, por conta da

mão de obra e materiais utilizados.

Segundo a DIRETRIZ nº 005 (2016), o Light Wood Frame (LWF) é uma

edificação “estruturado por peças de madeira maciça serrada com fechamentos em

chapas delgadas”, sendo que as peças estruturais da edificação, devem apresentar

grande resistência natural ao ataque de organismos xilófagos ou devem ser

submetidas a tratamento químico e ter uma garantia mínimo de 50 anos, quando

realizadas as manutenções corretamente.

Por a madeira se tratar de um material aparentemente frágil e com

densidade baixa, remete-se a impressão do Wood Frame ser um sistema construtivo

com durabilidade inferior a outros sistemas, porem é necessária à correta

manutenção, melhorando significativamente a durabilidade do material, como

exemplo de casas com mais de 100 anos. (TORRES, 2010)

Segundo Torres (2010), o LWF é geralmente dividido em dois grupos: o

Ballon Frame e o Platform Frame. O Ballon Frame (Estrutura em Balão) esta ligado

diretamente a origem do Wood Frame, criado pelo engenheiro George Washington

Snow por volta de 1830 e caracterizado pelos montantes contínuos que se iniciavam

na fundação, passavam pelo piso do segundo pavimento e terminavam na estrutura

do telhado. Por se tratar de peças muito longas, se tornava um sistema com

montagem complexa e de grande dificuldade na aquisição de material. O sistema

Platforme Frame (Estrutura em Plataforma) é um sistema que veio para corrigir as

falhas do sistema anterior. A principal evolução entre os dois sistemas se da pela

utilização de placas de madeira ou derivados com a função de garantir a ligação

entre os componentes da estrutura, além e permitir a utilização de peças menores,

podendo limitar o tamanho dos montantes a altura do próprio piso, fazendo com que

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a estrutura do piso utilizasse as placas como estrutura de suporte. A possibilidade de

utilizar peças menores possibilitou a utilização da pré-fabricação, diminuindo o

tempo de conclusão da obra e redução de custos, além de melhorar a estabilidade

da estrutura, as peças menores favorecem a montagem, pois a mesma é realizada

de forma progressiva de plataformas, gerando o travamento até a cobertura.

2.4 STEEL FRAME

2.4.1 Histórico Sistema Steel Framing

Com a criação do sistema Wood Frame em meados do século XIX e com o

desenvolvimento das indústrias de aço no ano de 1933 nos Estados Unidos, foi

apresentado na feira mundial de Chicago o protótipo de uma residência que

substituía a estrutura de madeira do Wood Frame por uma estrutura em aço, o Light

Steel Frame (LSF). Com a abundância na produção de aço após a segunda guerra

mundial e o crescimento da economia americana, houve uma grande evolução na

utilização de perfis de aço na construção de residências. Além das estruturas em

aço se mostrarem mais resistentes a catástrofes naturais como terremotos e

furacões e com as flutuações do preço e da qualidade na madeira na década de 90,

o sistema em aço foi ainda mais estimulado, chegando a ser presente em 25% das

residências nos EUA até o final da década de 90. Acompanhando o mesmo

desenvolvimento após a segunda guerra mundial (CRASTO; FREITAS, 2006 apud

BATEMAN, 1998)

IMAGEM 5 – COMPARAÇÃO PERFIL DE MADEIRA X PERFIL DE AÇO

GALVANIZADO

Fonte – Robert Scharff

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Apesar da construção em madeira ser muito utilizada em países da América

do Norte, ela se caracteriza por sua fácil combustão, como exemplo o grande

incêndio na cidade de Chicago, no ano de 1871, consumindo boa parte da cidade

que era constituída basicamente por edificações em madeira além de outros

incêndios como o de São Francisco, que deixou mais de 250 mil desabrigados em

1906. (CAMPOS, 2014)

Segundo Crasto e Freitas (2006), o Japão iniciou a utilização do sistema em

aço para a reconstrução das casas destruídas pela guerra, outro fator relevante era

fato da madeira ter sido um agravante nos incêndios que se alastravam durante o

período de guerra, por conta disso foi necessário a proteção dos recursos florestais

pelo governo japonês, que restringiu o uso de madeira nas construções de auto

porte estimulando assim o desenvolvimento na área de construções em perfil de

aço.

No inicio da década de 90, começou a ser inserido no mercado da

construção civil o sistema de vedação Drywall e conforme a novidade foi ganhando

espaço, para se manter competitivas no mercado, as empresas tiveram que buscar

novas tecnologias e assim atender a demanda do setor. Seguido da necessidade de

métodos industrializado, se iniciou as primeiras construções no sistema Steel Frame

no ano de 1998, começando a implantação do novo sistema no Brasil. Com a ideia

de mudar os conceitos culturais e criar opiniões referentes ao tema, as primeiras

construções em LSF tiveram como foco residências em médio e alto padrão,

possibilitando as adequações necessárias para os financiamentos já existentes.

Além da construção de residências com padrões elevados, se vê necessária a

ampliação do sistema para residências populares assim como edificações com

finalidade comerciais e industriais. (HERNANDES, 2004)

No Brasil este sistema construtivo ainda passa por um processo de

aceitação e desenvolvimento, sendo necessário o estudo detalhado para correta

execução garantindo a viabilidade técnica e econômica, aceitação do cliente e

minimização de patologias na construção. A utilização incorreta do sistema pode

resultar na resistência a utilização em outras possíveis edificações. Hoje o sistema

LSF (Light Steel Frame) em nosso país é comumente utilizado em residências

unifamiliares de até dois pavimentos, também é empregado na construção de

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hospitais, apartamentos de até 4 pavimentos e no retrofit de edificações já

existentes. Apesar de toda resistência apresentada na aceitação do novo sistema,

alguns segmentos significativos do setor da construção civil, estão sendo

influenciados por tecnologias externas e, de forma lenta, apresentando aceitação de

novos sistemas construtivos. (SANTIAGO, 2008).

Apesar do alto potencial do parque industrial brasileiro na produção de aço,

o uso desse material em estruturas tem sido pouquíssimo expressivo. Para a

utilização de sistemas construtivos em aço, é importante que profissionais sejam

qualificados, que os projetos sejam detalhados e integrados, otimizando o

desperdício de materiais e reduzindo os prazos da construção. Diante deste cenário,

o arquiteto tem um papel fundamental na utilização dessas novas técnicas

construtivas e de novos produtos. (CRASTO; FREITAS, 2006)

Segundo Campos (2014), por limitar o uso de água apenas à fundação da

construção e assentamento cerâmico, minimizando muito o seu uso durante a

execução, o LSF, assim como o LWF, são considerados um sistema construtivo

seco.

2.4.2 Definição

O LSF é basicamente uma estrutura composta por piso, parede e cobertura,

que quando reunidos possibilitam a integridade estrutural da construção. O Drywall é

um sistema bastante semelhante ao LSF e é utilizado em larga escala na vedação

interna de edificações no Brasil. A diferença entre os dois sistemas esta na sua

função estrutural, sendo que o Drywall não atende a essa função, porem utiliza perfis

de aço galvanizado e placas para fechamento, assim como o LSF. (CRASTO;

FREITAS, 2006).

Segundo Hernandes (2004), o conceito do Steel Frame é a distribuição das

cargas resultante dos esforços realizados pela estrutura, que é composta por

montantes e guias de aço galvanizado, tendo como resultado final painéis auto

portantes, assim como o telhado da edificação. O conjunto final se caracteriza pela

sua leveza e resistência.

Muitos profissionais tem a ideia de que as estruturas em aço ficam

aparentes, fazendo com que muitas vezes descartem esse sistema construtivo já em

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projetos, porém construções em aço viabilizam qualquer projeto por conta da

industrialização, racionalização e agilidade na execução atingidos com um detalhado

planejamento da obra, além de no caso do LSF, a construção ficar muito semelhante

a uma construção convencional, pois a estrutura em aço fica encoberta pelos

matérias de fechamento e acabamento. Dentre varias vantagens, o Steel Frame

auxilia na sustentabilidade por utilizar o aço que é um material totalmente reciclável

e se enquadrar em uma construção a seco, minorando o uso de água e o

desperdício de materiais. (CRASTO; FREITAS, 2006).

FIGURA 4 - DESENHO ESQUEMATICO STEEL FRAME

Fonte – Ebah Estudos Acadêmicos

Para Rodrigues (2006), o LSF é constituído por dois conceitos, o “Frame” e o

“Framing”. O Frame é a parte estrutural constituída de elementos leves formados a

frio e o Framing é o processo de união entre as peças, por conta disso é possível

encontrar a expressões ”Light Steel Frame” na Europa e “Steel Framing” nos

Estados Unidos. O sistema LSF é composto por subsistemas que funcionam em

conjunto, ele se diferencia e se destaca dos demais sistemas construtivos

tradicionais, até mesmo do sistema construtivo em madeira, pois conta com perfil em

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aço que é muito mais resistente e leve, totalmente reciclável e incombustível, além

de utilizar montantes industrializados em grande escala.

Os perfis são geralmente apresentados em tipo “U” e o tipo “Ue”, que é o

perfil “U” enrijecido, ou também nos formatos menos utilizados, como o perfil

“Cartola” e a cantoneira. (CAMPOS, 2014).

IMAGEM 6 - PERFIL METALICO “Ue"

IMAGEM 7 - PERFIL METALICO “U”

Fonte – Barbieri do Brasil Fonte – Barbieri do Brasil

IMAGEM 8 - PERFIL METALICO CARTOLA

IMAGEM 9 - PERFIL METÁLICO

CANTONEIRA

Fonte – Preciolandia Fonte – Artesana

Segundo Campos (2014), os perfis metálicos utilizados no LSF devem ser

galvanizados, ou seja, revestidos por uma camada de alumínio-zinco ou zinco, a

espessura deste revestimento pode variar entre 150 mg/m² a 180mg/m² quando o

perfil tem função estrutural, ou revestido com 100mg/m² quando perfil não tem

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função estrutural. Esta camada mínima de revestimento é definida pela NBR

15253:2005.

Entretanto, para o SINAT, na DIRETRIZ 03 R002, (2006), o revestimento

necessário nas estruturas metálicas com função estrutural é no mínimo 275 mg/m²,

quando estão em localizações urbanas ou rurais, e mínimo de 350 mg/m² quando o

perfil se encontra em atmosfera marinhas, ou quando o perfil não tem função

estrutural o revestimento varia entre 235 a 275 mg/m² quando está em atmosfera

urbana ou rural e de 300 a 350 mg/m² quando em atmosfera marinha.

2.5 ETAPAS DE CONSTRUÇÃO DOS SISTEMAS CONTRUTIVOS

WOOD FRAME E STEEL FRAME

Segundo Salgado (2014), independente do tipo e da finalidade da obra, é de

extrema importância reconhecer as suas diversas fases, desde o reconhecimento do

terreno e projetos, até o paisagismo e limpeza para entrega da obra.

2.5.1 Fundação.

Com o intuito de descarregar no solo todos os esforços resultantes da

estrutura, é executada a estrutura de fundação da edificação. Nessa etapa é

importante verificar as propriedades do solo, o nível do lençol freático, caso

necessário, realizar medidas de rebaixamento do mesmo, além de cuidados com

desmoronamentos no caso de escavações para execução da fundação. (SALGADO,

2014)

Ainda segundo Salgado (2014), as fundações podem ser divididas em dois

grupos: Fundações superficiais, que não necessitam de grandes profundidades e

são menos complexas e fundações profundas, que são mais elaboradas, sendo

necessário maiores estudos, pois solicitam apoio em solos mais profundos. Tendo

como exemplo:

a) Fundação superficial:

Sapata;

Radier;

Bloco;

Vigas de Fundação.

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b) Fundação Profunda:

Estaca pré-moldada;

Tubulões a céu aberto;

Estaca tipo Straus;

Estaca tipo Franki.

2.5.1.1 Fundação Wood Frame

O Wood Frame é considerado uma construção leve, quando comparada a

uma estrutura convencional em alvenaria, então é possível utilizar uma fundação em

radier (Figura 5), pois a sua estrutura mais leve diminui a as cargas suportadas pela

fundação. Esse tipo de fundação é recomendada para terrenos com poucos

desníveis e superfícies homogêneas, onde além da finalidade de suporte e

distribuição das cargas da estrutura, conta também com a função de piso para o

pavimento térreo da edificação. Com uma altura de 12 a 15 cm, esta fundação deve

ser assentada sobre uma camada de saibro compactado e necessita de armadura

superior e inferior. (TECVERDE, 2015)

O radier pode ser comparado a uma “laje sobre o solo” utilizado em terrenos

com baixa resistência de suporte, é executada com duas camadas de armaduras

nas duas direções (SALGADO, 2014)

FIGURA 5 - ILUSTRAÇÃO RADIER

Fonte – Tecverde

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Segundo Torres (2010), outra alternativa de fundação, que é utilizada

quando a estrutura da construção usa paredes resistentes, dispensando pilares e

vigas, é a fundação em sapata continua (Figura 6), que deve ser executada

acompanhando as paredes da construção. Considerando que a estrutura em

madeira tem um peso relativamente inferior a estruturas em concreto armado, as

dimensões das sapatas podem ser reduzidas. Para criar uma proteção física entre a

estrutura de madeira e a umidade vinda do solo, é necessário construir uma

pequena parede em alvenaria logo após a cura completa da sapata, ou em sistemas

mais modernos, pode ser utilizado distanciadores metálicos, para sobrelevação dos

pilares de madeira, como mostra a imagem 10.

FIGURA 6 - ILUSTRAÇÃO SAPATA CORRIDA

IMAGEM 10 - DISTANCIADORES

Fonte – ArquiTECtando Fonte – Archi Expo

2.5.1.2 Fundação para Steel Frame

Assim como construções em Wood Frame, o Steel Frame, segundo Crasto e

Freitas (2006), é uma estrutura muito leve e exige muito menos da fundação, quando

comparado a outras construções. Dependendo do tipo de terreno e sua topografia,

pode ser executada tanto em radier quando em sapata continua e deve-se sempre

respeitar o isolamento correto contra a umidade. Quando a fundação for executada

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em sapata corrida ou viga baldrame, o contra piso pode ser tanto de concreto como

elaborado com perfis apoiados sobre as vigas da fundação (Figura 7).

FIGURA 7 - CORTE FUNDAÇÃO SAPATA CORRIDA

Fonte – Brasilit

2.5.2 Fixação da estrutura na fundação

Com o intuito de fixar os painéis a fundação e impedir que ela se movimente

quando exposta a pressão do vento, podendo ser o movimento de translação ou de

tombamento, são executadas as ancoragens que variam conforme o tipo de

fundação, as cargas atuantes sobre a estrutura, condições climáticas do local da

construção e a ocorrência de abalos sísmicos. (CRASTO; FREITAS, 2006 apud

SCHARFF, 1996).

2.5.2.1 Fixação Wood Frame

Para o Wood Frame, segundo Dias (2005) a fixação dos painéis a fundação

é realizada por parafusos em formato de gancho posicionados na fundação ainda

fresca ou utilizando parabolt como uma forma alternativa.

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O painel de parede pode ser fixado tanto diretamente à fundação (travessa

inferior simples), ou fixado primeiramente uma guia sobre a fundação e em seguida

a parede é fixada sobre ela (travessa inferior dupla), onde a fixação pode ser feita

por pregos ou utilizando o próprio parafuso fixado a fundação. O meio de fixação da

parede com a guia não interfere no desempenho do painel. Essa segunda forma,

além de ser mais pratica também permite melhor alinhamento e nivelamento da

parede. (DIAS, 2005 apud GUERTIN; ARNOLD, 2001)

FIGURA 8 - ESQUEMA PARAFUSO FIXAÇÃO PAINEL WOOD FRAME

Fonte – American Wood Council

2.5.2.2 Fixação Steel Frame

Segundo Crasto e Freitas (2006), os tipos mais comuns de ancoragens para

o Steel Frame são os chumbadores químicos com barra roscada e os expansíveis

com parabolt. Outra alternativa para a ancoragem é a fixação provisória feita por

finca pinos. A ancoragem química com barra roscada é realizada através de uma

perfuração feita na fundação já concretada, onde é inserido uma barra roscada e

chumbada com resina, que se torna resistente junto ao concreto, geralmente fixada

a um montante duplo. A ancoragem provisória é utilizada para manter o prumo e

fixação dos painéis até a fixação definitiva realizada por um dos dois métodos

anteriores.

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FIGURA 9 - ANCORAGEM POR BARRA ROSCADA

Fonte – Arquitetando com a Fabi

FIGURA 10 - ANCORAGEM POR PARABOLT

Fonte – Vert Climb

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2.5.3 Painel estrutural.

2.5.3.1 Painel estrutural Wood Frame

Conforme a Diretriz n°005 R01 (2011), o painel estrutural ou quadro

estrutural é formado por peças de madeira maciça serrada com alta resistência

natural ao ataque de organismos xilófagos ou tratado quimicamente sob pressão, ou

seja, conforme tabelas 05 e 06 da diretriz citada, a madeira deve apresentar boa

resistência ao ataque de cupins e baixa proliferação de fungos embolora dores em

sua superfície, respeitando alguns valores conforme a utilização da madeira,

conforme apresentado na Figura 11.

FIGURA 11 – TABELAS NORMATIVA DE RESISTÊNCIA A FUNGOS E CUPINS

Fonte – Diretriz nº 005 R01 (2011)

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No sistema plataforma, mais recente, os painéis são compostos pela

ossatura, que tem como elementos principais os montantes e travessas; chapas de

contraventamento geralmente realizado em OSB e os revestimentos interno e

externo. Os painéis são responsáveis por suportar a carga vertical, gerada pela

cobertura e possíveis pisos e transmitir para fundação, assim como suportar as

cargas horizontais causadas pelo vento e possíveis terremotos, sendo necessário o

contraventamento dos painéis utilizando uma transversal na ossatura, ou chapas de

madeira. (VELLOSO, 2010)

Para o sistema plataforma, os componentes do painel trabalham de forma

solidaria. As peças que compõe a ossatura geralmente contam com seção padrão,

sendo mais comum na América do Norte peças seções entre 38 mm x 89 mm e 38

mm e 140 mm, sendo utilizadas conforme a força atuante na estrutura. Conforme a

seção do montante escolhido e das cargas suportadas pelo mesmo, o

distanciamento entre eles podem variar de 300 a 600 mm tendo como padrão

utilizado a distância de 400 mm, no sistema plataforma (DIAS, 2005 apud

SANCHEZ, 1995).

Por utilizar madeira serrada com geometrias mais simples, é possível adotar

união entre as peças apenas utilizando pregos ou cavilhas dispensando a

necessidade de mão de obra especializada e reduzindo consideravelmente o tempo

de obra, além de promover maior economia na construção. (TORRES, 2010).

As chapas de OSB utilizadas para contraventamento e fechamento possuem

suas medidas de 1220 x 2440 mm padronizadas na maior parte do mundo, sendo

encontradas com a mesma medida no Brasil. Essas placas devem ser pregadas em

toda a ossatura respeitando o espaçamento máximo de 300 mm entre pregos,

quando pregada no meio da chapa, e não deve passar de 150 mm quando pregado

na borda da chapa. Quando a chapa é aplicada no sentido vertical e atende a toda

altura da parede a ser preenchida é possível à fixação em todo seu perímetro, porém

quando a chapa é instalada no sentido horizontal ou a chapa não atende a altura do

painel é necessária a instalação de bloqueados ou enriquecedores para que seja

possível a fixação da placa em todo seu perímetro. (VELLOSO, 2010)

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IMAGEM 11 - BLOQUEADOR E VERGA PAREDE WOOD FRAME

Fonte – Atos Arquitetura

Em paredes que contenham aberturas para portas e janelas, é necessário

realizar alteração no espaçamento entre os montantes da ossatura e suprir esse

espaço vazio utilizando elementos especiais, tais como: vergas; contravergas e

umbrais. (DIAS 2005).

Segundo Velloso (2010), o umbral tem sua sessão transversal igual o

montante e deve ser fixado ao montante, atribuindo assim a função de apoio para a

verga e suportando a carga vertical proveniente da abertura, funcionando como uma

viga biapoiada.

Conforme Dias (2005), a contraverga é fixada em montantes menores

localizados no inferior da abertura e tem seção transversal igual ao montante tanto a

largura quando altura, conforme apresentado na Figura 12.

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FIGURA 12 - ESTRUTURA WOOD FRAME PARA ABERTURAS DE JANELA E

PORTAS

Fonte – Estudo Experimental de Paredes Estruturais de Sistema Leve de Madeira

– Dias, 2005, adaptado.

O sistema Wood Frame, construído em plataforma, pode ser elaborado de

duas maneiras: o Stick-Built que na maioria das vezes é comercializado na forma de

kits pré-fabricados e toda ossatura é montado em canteiro de obra; e algumas outras

formas industrializadas como as casas panelizadas, casas modulares, e as casas

industrializadas, onde todas tem como característica principal a industrialização,

distinguindo um sistema do outro apenas na quantidade de etapas construtivas que

serão executadas no canteiro de obra. (VELLOSO,2010)

2.5.3.2 Painel Estrutural Steel Frame

Conforme Diretriz nº003 R02 (2016), os painéis estruturais são formados por

perfis metálicos galvanizados com revestimento em zinco que atendam a NBR

15.253, esses perfis são divididos em guias, montantes, perfis cartola e travessas ou

diagonais que assim como a chapa de OSB, podem ser considerados itens de

travamento.

Os tipos de perfis mais utilizados nas construções em Steel Frame são os

perfis em “U" enrijecido e o perfil em “U” simples, sendo eles utilizados

respectivamente, como montantes e vigas e como guia superior e inferior dois

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painéis, seguido do perfil cartola que tem sua utilização como ripa e o perfil

cantoneira, todos perfis podem ter variação na espessura entre 0,8 a 3,0 mm. (NBR

15253, 2014).

Os painéis estruturais são compostos por vários montantes com

espaçamentos que variam entre 400 e 600 mm, esse espaçamento é definido pelo

projeto estrutural da edificação e contam com a função de suportar as tensões

verticais e as distribuir na fundação. Caso necessário, essa distância pode chegar a

200 mm para situações em que a parede precise suportar grandes cargas

(CRASTO; FREITAS, 2006)

Para realizar a união entre todos os montantes e formar o painel estrutural, é

utilizado a guia em formato “U” simples e sua união aos montantes é realizada

através de parafusos autoperfurantes ou auto atarrachantes, ambos galvanizados. O

painel deve descarregar todo carregamento sobre um outro painel estrutural, sobre

uma viga principal ou sobre a fundação em si, sendo o comprimento da guia que

determina e limita o tamanho do painel. (SAINT GOBAIN 2011 Apud ELHAJJ;

BIELAT, 2000).

Os montantes têm como característica resistir a absorção de esforços

verticais, mas não conseguem resistir aos esforços horizontais como os provocados

pelo vento, podendo chegar a entrar em colapso. No intuito de tornar o painel mais

rígido e transferir esses esforços a estrutura são executados contraventamento com

fitas metálicas ou utilizado placas em OSB para fechamento e travamento do painel.

(CRASTO; FREITAS, 2006)

Para o travamento com fitas metálicas, as mesmas devem ser instaladas em

“X”, em casos específicos em que esse travamento não é apropriado por muitas

interferências de aberturas nos painéis, o uso de travamento em “K” se mostra uma

boa alternativa, onde são utilizados perfis em “U” enrijecido entre os montantes.

Outra forma de aumentar a resistência do painel é utilizar bloqueadores entre os

montantes proporcionando assim o travamento horizontal da estrutura. (SAINT

GOBAIN, 2011)

Segundo Rodrigues (2006), os travamentos com fita metálica devem se

manter em um ângulo entre 30 e 60º com relação ao solo, pois quanto menor o

ângulo, a tração na fita e o travamento tendem a diminuir, perdendo a capacidade de

suportar as deformações e caso esse ângulo seja muito superior a 60, a tração e a

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ancoragem também irão ser elevadas sendo necessária a utilização de fitas com

seções muito elevadas.

Quando o travamento é executado com parede diafragma, onde são

utilizadas placas de fechamento, deve atentar-se ao fato de escolher uma placa que

atenda ao critério estrutural. Caso não seja utilizado placa estrutural, a instalação de

outros travamentos se faz necessária, como o de fita metálica por exemplo.

(CRASTO; FREITAS, 2006).

Ainda não existem estudos técnicos significativos relacionados a utilização

de placas para enrijecer uma construção e por esse motivo ainda não se aplica

nenhuma norma para esta aplicação, ficando sob responsabilidade do projetista, que

tenha interesse de utilizar esse método, procurar maiores informações com os

respectivos fabricantes. (RODRIGUES, 2006)

IMAGEM 12 - TRAVAMENTO FITA METALICA E PLACA OSB – STEEL FRAME

Fonte – Portal Metálica

Quando necessário executar uma abertura no painel, deve levar-se em

consideração a função estrutural da parede, caso a parede não exerça função

estrutural para a construção, a abertura pode ser resolvida apenas com a fixação

horizontal do perfil em “U” delimitando o limite superior e inferior da abertura. Para

painéis que tenham função estrutural, é necessário o reforço acrescentando uma

verga com a função de redistribuir os esforços causados pelos montantes

interrompidos, repassar para os montantes laterais a abertura que são reforçados

por ombreiras, paralelamente encaixada aos montantes. (SANTIAGO, 2008).

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IMAGEM 13 - VERGA PAREDE ESTRUTURAL STEEL FRAME

Fonte – Techne Pini

2.5.4 Estrutura do telhado

2.5.4.1 Wood Frame

Torres (2010) cita que assim como o sistema Steel Frame, no Wood Frame

podem ser escolhidas estrutura de telhados tanto plana quanto inclinada. Para

execução do telhado inclinado são previstos caibros instalados a uma distância entre

400 e 600 mm, obedecendo à inclinação prevista em projeto, os quais são fixados

na estrutura já existente, deve ser previsto caso necessário mais do que dois apoios

para a viga.

Torres (2010) relata ainda, que para telhados planos, a estrutura é muito

semelhante com a estrutura utilizada nos pavimentos. É indispensável a utilização

de isolamento térmico e impermeabilidade, após a instalação dessas camadas é

comum a colocação brita por cima e caso necessário o acabamento, caso o telhado

seja visível.

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Possibilitando atender maiores vãos, a estrutura de telhado em treliça pré-

fabricada é a mais utilizada no sistema plataforma do Wood Frame. Este sistema

possibilita um projeto de telhado mais complexo podendo recorrer à utilização de

caibros para sua elaboração. (VELLOSO, 2010)

FIGURA 13 - TELHADO WOOD FRAME

Fonte – Global Plac

2.5.4.2 Steel Frame

Assim como qualquer outro sistema construtivo convencional, o LSF

possibilita uma grande versatilidade na escolha do telhado, possibilitando vários

projetos de cobertura como: cobertura plana ou cobertura inclinada, que podem ser

de estruturada com caibros e vigas ou com tesouras e treliças. (CRASTO; FREITAS,

2006).

Em coberturas que utilizem LSF, a estrutura metálica preserva o mesmo

principio de alinhamento dos perfis, possibilitando a elaboração em forma de treliças,

estruturas planam ou tesouras, e caso necessário, OSB entre as telhas e a estrutura

metálica. (SANTIAGO, 2008).

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IMAGEM 14 - TELHADO STEEL FRAME COM PLACA OSB

Fonte – Multi Frame

2.5.5 Instalações

Conforme mencionado na DATEC nº20-A (2015), as instalações elétricas

devem ser executas por meio de fixação de eletrodutos com braçadeiras ou fitas nas

placas de OSB ou na cobertura da edificação. Na Diretriz 5, R001 (2016), todas as

instalações elétricas devem atender as normas de segurança contra incêndio

conforme a NBR 5410.

Comparada a sistemas construtivos convencionais, os usuários não têm

maiores dificuldade para realização da manutenção ou instalação da rede elétrica ou

hidráulica, porém, a falta de preparo de algumas empresas quando necessária a

instalações de outros sistemas como internet e telefone são evidentes, tendo que

recorrer ao uso de caneleta externas para execução das instalações. (CAMPOS;

SOUZA, 2010)

Segundo Torres (2010), as instalações executadas na construção são

totalmente ocultas pois utilizam as caixas de ar das paredes ou podem também ser

executadas sob o piso, caso seja necessário, no Wood Frame, são mais usuais

rasgos na madeira.

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IMAGEM 15 - INSTALAÇÃO SISTEMA WOOD FRAME

Fonte – Global Plac

Os montantes utilizados na construção em Steel Frame vêm de fábrica com

furação já padronizada de 600 em 600 mm e diâmetro de 38 mm que possibilitam a

passagem de eletrodutos e tubulações, tornando instalações elétricas e hidráulicas

facilmente executáveis. (PENNA, 2009).

IMAGEM 16 - INSTALAÇÕES SISTEMA STEEL FRAME

Fonte – Solara Engenharia

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2.5.6 Isolamentos

A fim de atender as exigências impostas pela NBR15575-1, os componentes

de isolamento térmico e acústico devem conter características de controle a

propagação das chamas, tanto em isolamento de paredes quanto entre pisos.

Quanto ao desempenho acústico, o isolamento deve atender aos critérios definidos

na NBR 15575-4, que define redução de 20 a 30 dB para paredes externas e

redução de 30 a 45 dB para paredes internas, valores definidos com ensaio em

campo. (DIRETRIZ 5 – Revisão 01, 2016)

Para fechamento em madeira, o isolamento térmico é um fator que pode ser

desprezado, pois o material predominante nestas estruturas já apresentam

propriedades mais do que necessárias para o cumprimento de exigência do conforto,

porém, o isolamento acústico da madeira é muito precário, tornando aconselhável o

uso de materiais isolantes entre os espaços vazios da parede. (TORRES, 2010)

Segundo Penna (2009), atualmente são utilizados lã de vidro e lã de pet

para otimizar o conforto térmico e acústico, pois esses materiais oferecem facilidade

no corte e manuseio, além de serem fabricados com suas dimensões previstas,

facilitando a instalação entre os espaços vazios existentes nos montantes.

IMAGEM 17 - INSTALAÇÃO ISOLAMENTO EM PAREDE DE STEEL FRAME (LÃ

DE VIDRO)

Fonte – Renato Rayol – Steel Frame

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2.5.7 Impermeabilização

Segundo Diretriz 03, R03 (2016), a impermeabilização deve ser executada,

com no mínimo de 200 mm de altura a partir do piso, por meio de mantas ou

membranas apropriadas em todas as vedações de áreas molhadas ou molháveis.

Para garantir total proteção das placas de OSB, tanto com função estrutural como

para OSB com função apenas de fechamento, é indispensável o revestimento de

toda área externa das placas utilizando manta ou membrana de polietileno,

impedindo o contato da placa com a água, e permitindo que a umidade interna dos

painéis passe para o exterior impedindo a condensação desta umidade dentro da

parede. Outro cuidado necessário é no isolamento das paredes com o solo ou com a

fundação, sendo necessária a utilização de fita seladora na base dos painéis, assim

como elevação da estrutura impedindo o contato direto das placas com a fundação.

(CRASTRO; FREITAS, 2006).

IMAGEM 18 - MEMBRANA DE IMPERMEABILIZAÇÃO PAREDE STEEL FRAME

Fonte – R. Bassani

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Conforme DATEC Nº 30 (2016) é necessário realizar a sobreposição de no

mínimo 150 mm das camadas de impermeabilização, as quais devem ter fixação

com parafusos espaçados no Maximo a cada 200 mm no sentido vertical e 600 mm

na horizontal e garantindo fixação a 15 mm da borda da barreira impermeável.

2.5.8 Fechamento e acabamento

O fechamento de uma construção é realizado através de paredes internas e

externas, para estruturas leves é necessária à utilização de componentes leves para

fechamento compatíveis com o conceito estrutural executado. (CRASTO; FREITAS,

2006)

As placas cimentícia, para fechamento das faces externas, e o gesso

cartonado, são matérias mais usuais nos sistemas leves de construção. Porém, são

citados outros materiais como o siding, argamassa, EIFS e painéis metálicos. A

placa cimentícia é uma solução para acabamento tanto externo quanto interno e que

dispensa a aplicação de chapisco, emboço, esboço e reboco, possibilitando a

aplicação de vários revestimentos como laminados, cerâmica, verniz, pintura, massa

texturizada e pastilhas. Outra solução semelhante, mas restrita a apenas uso

interno, é a aplicação de gesso cartonado, que pode ser utilizado também no

fechamento de forros internos. No Brasil são comercializadas as placas do tipo

standard, para uso em áreas secas; as placas resistentes à umidade, para áreas

expostas a umidade elevada e as placas resistentes ao fogo, conhecidas também

como placa rosa, todas elas comercializadas em tamanhos entre 1800 a 3600 mm e

espessuras entre 9,5, 12,5 e 15 mm. Assim como as placas cimentícia, as placas de

gesso podem receber diversos acabamentos, como: cerâmica; pintura; laminados

entre outros. O painel metálico é outra solução de acabamento externo que utiliza

painéis leves pré-fabricados, que podem ser fixados diretamente na estrutura

principal ou combinada de pinos ocultos, os painéis geralmente são fabricados em

aço ou alumínio, podendo se dividir em perfilados com lâminas metálicas simples ou

sanduíche formados por duas chapas (SANTIAGO, 2008).

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IMAGEM 19 - PAREDE COM PLACA DE GESSO RU

Fonte – Gesdrall

Conforme Santiago (2008), o Siding é um revestimento de fachada instalado

sobre as placas de OSB, elaborado em material vinílico de rápida instalação e

possibilita realização de manutenção elétrica e hidráulica quando necessário. Outro

acabamento bem aceito no mercado é o acabamento em argamassa, pois se

assimila com a alvenaria convencional e consiste em uma argamassa aplicada sobre

tela fixada com grampos na placa de OSB, por se tratar de um processo artesanal

tem-se a possibilidade de comprometer a agilidade da construção industrializada.

IMAGEM 20 - INSTALAÇÃO DE REVESTIMENTO DE FACHADA SIDING

Fonte – Environmental Pro

O EIFs se trata de um acabamento pouco utilizado no Brasil, mas que vem

substituindo a utilização da argamassa e ganhando espaço no mercado nacional.

Basicamente consiste em conjunto de sustentação, isolamento térmico e

revestimento especial. (SANTIAGO, 2008)

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3 METODOLOGIA

Para alcançar e comprovar os objetivos propostos, o trabalho será iniciado

com a definição do projeto arquitetônico da edificação. O projeto utilizado trata-se de

uma residência unifamiliar de dois pavimentos e acabamentos gerais de médio

padrão, na qual será realizada ampliação com Steel Frame no pavimento superior. O

pavimento inferior é construído em alvenaria convencional e servirá de base para a

estrutura superior. Não foram disponibilizados dados sobre a fundação, porém,

segundo o responsável pelo projeto, a estrutura e a fundação já existentes suportam

o sobrepeso gerado pela nova estrutura em Steel Frame.

A residência inicialmente possuía 111,84m² de construção em alvenaria

convencional, disposto em sala de estar, sala de jantar, sala de TV, cozinha, lavabo,

churrasqueira, despensa e área de serviço. Além da construção do segundo

pavimento, foi realizada a ampliação do térreo construindo um hall com 2,88m² e um

shaft de serviço com 1,86m² contabilizando 116,58m², conforme Figura 14

FIGURA 14 - PLANTA BASE PAVIMENTO TÉRREO

Fonte – R. Bssani

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A ampliação no segundo pavimento realizada em Steel Frame contará com

aproximadamente 113,10m² de área interna, já com o shaft de serviço, disposto em

duas suítes com closet, uma suíte simples e uma sacada com 7,39m², conforme

Figura 15.

FIGURA 15 - PLANTA BASE PAVIMENTO SUPERIOR

Fonte – R. Bassani

Juntamente com a definição do projeto, a listagem de materiais utilizados

para a ampliação também foi definida. Como base, foi utilizado um quantitativo que

abrange todos os materiais para a execução da obra, desde material para estrutura

em Steel Frame até materiais de acabamento, como placas de fechamento e massa

para tratamento de juntas.

Os dados relacionados ao sistema construtivo Steel Frame foram cedidos

pela empresa R. Bassani, que esta situada na cidade de Curitiba e realiza

construções a seco, tendo como foco principal sistemas construtivos em perfis de

aço galvanizado.

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Com o projeto definido e a metragem quadrada da construção estabelecida,

foi utilizada a TCPO (Tabela de Composição de Preços para Orçamentos) para

realizar o levantamento do tempo gasto para execução da obra de cada sistema

construtivo.

Após a obtenção dos materiais, as informações foram minimamente

analisadas, tendo como foco os dados relacionados a custo geral da obra, custo

unitário, descrição e quantitativo dos materiais que serão utilizados, materiais de

acabamento, tempo de conclusão do serviço e tempo estimado para cada etapa da

obra.

Todas as informações obtidas foram filtradas e analisadas, tornando-se

possível a análise técnica e comparação do custo benefício entre os dois sistemas

construtivos, relacionando valores e tempo de execução em metro quadrado para

execução do projeto modelo.

3.1 MATERIAIS UTILIZADOS E QUANTITATIVOS.

3.1.1 Steel Frame

Por se tratar de um projeto desenvolvido para ampliação de uma residência

com estrutura em Steel Frame, foi solicitado também o levantamento quantitativo de

todo material de estrutura e fechamento necessários para a realização da obra. A

listagem fornecida pela empresa R. Bassani apresenta os materiais desde a

estrutura, como perfis e parafusos para fixação, até itens de acabamento, como

placas de gesso acartonado utilizadas para fechamento e materiais para tratamento

de juntas.

Um detalhe importante que pode ser observado é a variação de montantes e

guias com 6 metros de comprimento e larguras de 90, 140 e 200 mm, tal variedade

de medida se da pela elaboração da estrutura da caixa d’água e platibanda que

utilizaram montantes com comprimento de 6 metros e por se tratarem de espessuras

especificas foram cotados por unidade. Os demais montantes utilizados seguem

modelo de perfil engenheirado, quando cada montante é fornecido no tamanho

exato necessário e por isso teve sua cotação realizada em “Kg”, totalizando 2694 Kg

em montantes de 90 mm de largura.

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Conforme informação do representante da empresa fornecedora da listagem

de material, a altura média dos montantes utilizados na construção é de 3 metros.

Foi considerado também, conforme catálogo da fabricante de perfis em aço

Barbiere, que a cada metro um perfil de 90 x #0,95 mm tem peso de 1,43 Kg,

totalizando assim 4,29 Kg para cada montante de 3 metros. Com essa informação foi

possível utilizar o peso informado e definir que foram utilizados no projeto

aproximadamente 628 montantes de 90 x #0,95 x 3000 mm.

Além de montantes e guias estruturais, o telhado foi projetado com perfil

cartola, que tem função semelhante a ripa na estrutura de madeira.

Alguns itens como fita de isolamento e fita de contraventamento são

materiais utilizados apenas no sistema Steel Frame.

3.1.2 Wood Frame

Para obtenção de informação sobre os materiais utilizados no sistema Wood

Frame, foi realizada uma visita à Empresa “y”. Em entrevista com a responsável do

departamento de Wood Frame da empresa mencionada, o mesmo declarou que a

construção em madeira esta com o mercado pouco aquecido e como consequência

a procura por Steel Frame é muito mais elevada. Por esse motivo não havia

nenhuma planta com o dimensionamento estrutural para que fosse possível realizar

o comparativo entre os dois sistemas. Ainda segundo ele, as propriedades de

resistência entre o montante de aço e o montante de madeira são muito

semelhantes quando aplicado no Wood Frame e Steel frame e que os demais

materiais utilizados para conclusão da obra são os mesmos. Seguindo esta

orientação, para comparação entre os sistemas, cada montante em aço foi

substituído por montante em madeira. A substituição dos perfis respeitou as

dimensões de largura, com a intenção de preservar a espessura original da parede

sem modificar as dimensões dos ambientes, mantendo a arquitetura atual do projeto.

Outro item apontado pela Empresa “y” é o uso de uma única medida de

montante, seja para paredes estruturais ou não, para que não corram riscos de

serem utilizados montantes sem função estrutural. Seguindo as recomendações da

representante da Empresa “y”, os montantes de aço foram substituídos por

montantes de madeira com medidas comerciais de 45x90mm, 45x140mm e

45x190mm, a primeira medida corresponde à espessura do perfil, por se tratar de

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paredes estruturais foi adotada a espessura de 45 mm para todos os montantes; a

segunda medida corresponde a largura do perfil, onde foi necessário acompanhar as

medidas do quantitativo original para que não houvesse modificação das espessuras

das paredes; a terceira medida corresponde ao comprimento da peça e pela

dificuldade encontrar peças de madeira serrada com grandes comprimentos e

também por atender o pé direito exigido em projeto, foram definidos apenas

montantes com 3 metros. No sistema Wood Frame, as guias dos painéis utilizam

sessões iguais a dos montantes, unificando assim o tipo de montante utilizado no

projeto.

Com a finalidade de quantificar as madeiras utilizadas para cobertura da

residência, foi definido projeto genérico de telhado com duas águas fornecido pela

Empresa “x”, conforme apresentado na figura 16.

FIGURA 16 - MODELO ESTRUTURA TELHADO MADEIRA

Fonte – Empresa x

A definição do projeto considerou informações fornecidas pela TWBrazil,

empresa especializada em madeira tratada para construção em Wood Frame,

situada na cidade de Ponta Grossa, Paraná, a qual parametriza valores para

elaboração de telhados utilizando madeira tratada, respeitando alguns valores

definidos pela empresa que usa como referencia a NBR 7190, conforme

apresentado na Tabela 1.

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TABELA 1 - TABELA DIMENSIONAMENTO TELHADO EM MADEIRA

Tipo de telha

Distância

entre Ripas

(Galga)

Ripa TWB -

1''x2''

Distância

entre Caibros

X (Eixos)

Caibro TWB -

2''x4''

Distancia

entre Terças

Y (Eixos)

Terça TWB -

2''x6''

Distância

entre

Treliças

Z (Eixos)

Vão da

Treliça

Telha de

Fibrocimento

Consulte

Fabricante

da Telha

50 cm a 70 cm 60 cm a

120 cm

130 cm a

200 cm

Consult

e Eng.

Civil

Telha de

Cerâmica

/Barro

Consulte

Fabricante

da Telha

50 cm a 60 cm 60 cm a

110 cm

130 cm a

180 cm

Consult

e Eng.

Civil

Telha de

Concreto

Consulte

Fabricante

da Telha

45 cm a 55 cm 60 cm a

100 cm

130 cm a

170 cm

Consult

e Eng.

Civil

Fonte – TWBrazil

Com o projeto definido, foi realizado levantamento aproximado da

quantidade necessária de material para execução da estrutura composta por ripa,

caibro, terças e montantes em madeira de pinus tratado, apresentado na Tabela 2.

TABELA 2 - QUANTITATIVO DE MADEIRA PARA TELHADO

Telhado

Descrição Terça Montante Caibro Ripa

Dimensão (mm)

75 100 50 25

150 100 100 50

3000 3000 3000 3000

Quantidade (Pc) 40 7 140 207

Fonte – Autor

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3.2 ORÇAMENTOS

Para levantamento de valores, foram separados em materiais para estrutura

em Steel Frame, estrutura em Wood Frame e materiais em comum para acabamento

dos dois sistemas.

3.2.1 Steel Frame

Para o sistema Steel Frame, alguns montantes foram orçados por unidade e

outros por Kg, tal diferença foi explicada no item 3.1 – Materiais utilizados e valores.

Foi realizado também o orçamento das fitas de contraventamento, ancoragem e fitas

de isolamento. Com o quantitativo definido, foi solicitado orçamentos dos materiais

ao departamento de vendas da R. Bassani. Foram considerados valores unitários e

sem negociação, podendo variar conforme quantidade proposta.

TABELA 3 - VALORES COMPONENTES ESTRUTURAIS DE AÇO

Descrição

Qtd Valor Unitário

Ancoragem HTT14 - Un. UN 18 R$ 47,78

Fita para Contraventamento 40 mm X #0,95 - m ML 10 R$ 4,53

Fita para Contraventamento 50 mm X #0,95 - m ML 150 R$ 3,45

Fita para Isolamento 48 mm - Rolo C/10m ROL 25 R$ 13,14

Guia 140 mm Estrutural #0,95 C/ 6,00m PC 10 R$ 85,40

Guia 200 mm Estrutural #0,95 C/ 6,00m - Pc PC 4 R$ 107,36

Guia 90 mm Estrutural #0,95 C/ 6,00m PC 73 R$ 65,43

Montante 140 mm Estrutural #0,95 C/ 6,00m PC 24 R$ 91,76

Montante 200 mm Estrutural #0,95 C/ 6,00m PC 22 R$ 115,25

Montante 90 mm Estrutural #0,95 PTH C/ 6,00m PC 33 R$ 71,79

Montante 90mm Estrutural 0,95 C/ 6,00m PC 36 R$ 71,79

Perfil 90 X 0,95mm PTH (KG) KG 2694 R$ 10,18

Perfil Cartola Ripa 0,80mm - AJATO MT 150 R$ 9,19

Fonte – Autor

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3.2.2 Wood Frame

Para realizar o orçamento dos montantes de Wood Frame, começamos por

quantificar em unidade os montantes em aço que estavam com levantamento por

peso, em seguida estimar quantos montantes em madeira seriam necessários e

solicitar o orçamento a uma madeireira.

O orçamento de madeira foi realizado pela TWBrazil e pode ser solicitado na

forma de valor por peça ou pelo metro cúbico de madeira utilizada. Conforme

informação fornecida pelo Engenheiro responsável pela TWBrazil, o valor

aproximado do metro cúbico do pinus auto clavado é de R$1.650,00.

Para levantamento do valor para estrutura em Wood Frame, foi

disponibilizada pela TWB uma tabela com valores unitários de peças fabricadas

(conforme tabela 5). Utilizando as medidas comerciais das peças em madeira e

tendendo as medidas definidas em projeto, obtiveram-se os seguintes dados:

Foi realizado levantamento separado dos materiais utilizados para estrutura

das paredes, para levantamento do material da estrutura das paredes, foi utilizado

valores relacionados ao quantitativo do projeto original em Steel Frame, conforme

apresenta Tabela 4.

TABELA 4 - VALORES PERFIL DE MADEIRA

Estrutura

Descrição Montante 90 Montante 140 Montante 190

Dimensões (mm)

Espessura x Largura x Comprimento

45 45 45

90 140 190

3000 3000 3000

Quantidade (Pc) 912 68 52

Valor por unidade R$ 21,40 R$ 38,30 R$ 38,30

Fonte – Autor

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Para levantamento dos materiais para a estrutura do telhando em Wood

Frame, foi utilizado o quantitativo da Tabela 3 e realizado levantamento de valores

baseando-se nas informações disponibilizadas pela TWBrazil, conforme apresenta

Tabela 5.

TABELA 5 - VALORES PERFIL DO TELHADO

Telhado

Descrição Terça Montante Caibro Ripa

Dimensão (mm)

Espessura x Largura x Comprimento

50 100 50 25

150 100 100 50

3000 3000 3000 3000

Quantidade (Pc) 40 7 140 207

Valor por unidade R$ 78,10 R$ 65,20 R$ 27,20 R$ 6,80

Fonte - Autor

3.2.3 Acabamentos

Por se tratar dos mesmos materiais de acabamento nos dois sistemas, é

possível utilizar para Wood Frame o mesmo orçamento realizado para o Steel

Frame, no caso, o orçamento fornecido pela R. Bassani.

Nesse orçamento foram cotados todos os materiais utilizados depois do

levantamento da estrutura, entre eles estão às chapas de contraventamento (OSB),

placas de gesso acartonado e placa cimentícia e a massa utilizada para

acabamento. Apesar da placa de OSB ser um material com propriedades estruturais,

ele aparece também na listagem de acabamento por ser um material presente nos

dois sistemas e com quantitativo igual tanto para Steel Frame quanto para Wood

Frame, conforme apresentados na tabela 7.

TABELA 6 - VALOR MATERIAIS DE ACABAMENTO

INSUMOS Un. Ins. Qt. Sug. Custo Unit.

Arame Galvanizado Liso N10 - Kg KG 15 7,89

Cantoneira Proforte - 2,5m - Un PC 60 49,35

Chapa de Gousset - e=0,95mm PC 100 9,13

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Chapa Durock USG 12,7X1200X2400mm UN 68 135

Conector de Perfil F530/F47 PC 50 0,52

Construcril Basecoat - Caixa 20 Kg CX 30 91,48

Construcril PU Construção - Bisnaga 400g UN 6 24,71

Construcril Trinca sem embalagem - Kg KG 30 112,96

Fita para Cantos Metálica 52mm - Rolo C/30m RL 1 60,82

Fita para Contraventamento 40mm x #0,95 ML 10 4,53

Fita para Contraventamento 50mm x #0,95 ML 150 3,45

Fita para Isolamento 48mm – Rolo C/ 10m ROL 25 13,14

Fita para Juntas 50mm – Rolo com 150m ROL 15 21,32

Lã de Pet 7Kg/m³ - 400 x 25000 x 50mm - m2 M2 330 7,3

Lã de Pet 7Kg/m³ - 600 x 25000 x 50mm - m2 M2 105 7,3

LP OSB Home Plus 11,1x 1200 x 2400 Pc PC 139 74,29

LP OSB Home Plus 18,3 x 1200 x 2400 Pc PC 10 115,28

Malha para Durock -Rolo 50m RL 4 7,79

Massa para Juntas MAX8 Construcril BAR 14 52,97

Parabolt - 3/8X2.1/2 ZB UN 192 1,51

Parafuso 032 Rusper Profort – Agulha Cx 100 CT 5 14,94

Parafuso 032 Rusper Profort – Broca Cx 100 CT 283 16,36

Parafuso P/ Cimenticia USG Durock Brand Cx100 CT 131 23,3

Parafuso T25 – Cx 100 – Knauf CT 40 2,84

Parafuso T35 Broca – Cx 100 – Knauf CT 70 2,95

Perfil P/ Teto F530 C/ 3,00m PC 60 8,87

Placa Moldtough (RU) 12,7 x 1200 x 1800mm UN 42 33,6

Placa Sheetrock Ultralight 12,7 x 1200 x 1800mm PC 202 22,8

Rebite 4,8X25mm 525 - Cx C/100 CT 5 9,39

Smartside Trim - 17,5mm x 89mm x 4,88m UN 54 49,43

Suporte Nivelador F530/F47 UN 200 1,12

Tabica Lisa C/3,00m PC 51 9,51

Tensionador para Cruz #1,64 PC 160 15,28

Fonte - Autor

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56

3.3 TEMPO DE EXECUÇÂO

Conforme Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos (TCPO),

para cada perfil de parede em Steel Frame é considerado um tempo de execução

para um metro quadrado de parede acabada, como apresenta a tabela 8.

Por não haver considerável diferença nos tipos de parede, o tempo de

execução é o mesmo para cada metro quadrado, sendo necessários 0,10 h de

servente e 0,50 h de montador, inclusive para paredes que utilizem fechamento em

placas cimentícia.

TABELA 7 - ÍNDICE DE PRODUTIVIDADE STEEL FRAME.

05125.8.15._ STEEL FRAME para parede interna, fechamento em gesso

acartonado para ambiente seco - unidade: m²

Código Comp. Unid. Consumos

Pavimento

Cobertura Intermediário Térreo

Espessura Perfil (mm)

0,80 0,95 1,25

Espaçamentos entre os perfis verticais

(cm)

60 40 40

6125.8.15.1 05125.8.15.2 05125.8.15.3

01270.0.0.1.1 Ajudante h 0,10 0,10 0,10

01270.0.0.33.1 Montador h 0,50 0,50 0,50

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05125.8.15._ STEEL FRAME para parede interna, fechamento em gesso

acartonado para ambientes secos e úmidos - unidade: m²

Código Comp. Unid. Consumos

Pavimento

Cobertura Intermediário Térreo

Espessura Perfil(mm)

0,80 0,95 1,25

Espaçamentos entre os perfis verticais

(cm)

60 40 40

6125.8.15.1 05125.8.15.2 05125.8.15.3

01270.0.0.1.1 Ajudante h 0,10 0,10 0,10

01270.0.0.33.1 Montador h 0,50 0,50 0,50

05125.8.15._ STEEL FRAME para parede interna, fechamento em gesso

acartonado para ambiente úmido - unidade: m²

Código Comp. Unid. Consumos

Pavimento

Cobertura Intermediário Térreo

Espessura Perfil (mm)

0,80 0,95 1,25

Espaçamento entre os perfis verticais

(cm)

60 40 40

6125.8.15.1 05125.8.15.2 05125.8.15.3

01270.0.0.1.1 Ajudante h 0,10 0,10 0,10

01270.0.0.33.1 Montador h 0,50 0,50 0,50

Fonte – Tabela para Composições de Preços e Orçamentos 13º Edição

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Para calculo do tempo gasto, foi necessário levantamento da metragem

quadrada das paredes definidas em projeto, assim como o pé direito definido para

cada ambiente totalizando 380,84m² de parede. Esses dados foram coletados

através de planilha disponibilizada pela R. Bassani, onde as medidas foram

separadas por cada tipo de parede, conforme tabela 9.

TABELA 8 - METRAGEM QUADRADA DE PAREDE EM STEEL FRAME

Item Descrição das Atividades Qtde. (m²)

3 Estrutura e Vedações

3.1

Vedação parede externa - lado externo em cimentícia com

tratamento de juntas, malha e acabamento superficial em toda

placa, além de membrana de vapor, fita de isolamento na guia

inferior e isolamento acústico - lado interno em drywall Ru e OSB

23,59

3.2

Vedação parede externa - lado externo em cimentícia com

tratamento de juntas, malha e acabamento superficial em toda

placa, além de membrana de vapor, fita de isolamento na guia

inferior e isolamento acústico - lado interno em drywall Std e OSB

144,49

3.3

Vedação parede interna, um lado em drywall Std mais OSB e

outro lado em drywall Ru mais OSB, além de fita de isolamento

na guia inferior e isolamento acústico.

32,55

3.4

Vedação parede interna, ambos os lados em drywall Std mais

OSB, além de fita de isolamento na guia inferior e isolamento

acústico.

47,47

3.5

Vedação parede interna, ambos os lados em drywall Ru mais

OSB, além de fita de isolamento na guia inferior e isolamento

acústico.

11,52

3.6

Vedação revestimento externo - lado externo em cimentícia com

tratamento de juntas, malha e acabamento superficial em toda

placa, além de membrana de vapor, fita de isolamento na guia

inferior e isolamento acústico

8,42

3.7 Revestimento em SmartSide Lap 9,5mm 78,47

3.8 Revestimento em chapa metálica trapezoidal 0,5 mm 11,25

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59

3.9

Platibanda - Vedação - lado externo em cimentícia com

tratamento de juntas, malha e acabamento superficial em toda

placa, além de membrana de vapor

23,08

Total Parede (m²) 380,84

Fonte – R.Bassani

A TCPO (Tabela de Composições de Preços para Orçamentos) não aponta

o índice de produtividade separado para a elaboração de uma estrutura de telhado

em aço, então conforme sugerido por responsável da R. Bassani foi considerado

para o telhado a mesma produtividade das paredes, pois se trata do mesmo

processo construtivo de guias e montantes.

Em entrevista com responsável do setor de Wood Frame da Empresa “y”, o

tempo de execução do Wood Frame e Steel Frame é muito aproximado, o que leva a

considerar o mesmo índice de produtividade no momento de elaboração de um

planejamento de obra. Para Wood Frame foi considerado telhado com telha de

cerâmica e sem vãos acima de 7 metros, pois as tesouras estão apoiadas acima das

paredes. A partir desta informação foi considerado o índice de produtividade de 1,25

horas de ajudante de carpinteiro e 1,25 horas de carpinteiro, fornecido pelo TCPO

para a elaboração de estruturas de madeira para telha cerâmica ou de concreto,

conforme mostra tabela 10.

TABELA 9 - INDICE DE PRODUTIVIDADE PARA ESTRUTURA DE TELHADO EM

MADEIRA.

06110.8.1. Estrutura de madeira para telha cerâmica ou de concreto - Unidade:

Código Comp. Unid. Consumo

Vão (m)

3 a 7 m 7 a 10 m 7 a 10 m

06110.8.1.1 06110.8.1.2 06110.8.1.3

01270.0.1.11 Ajudante de Carp. h 1,25 2,31 3,53

01270.0.19.1 Carpinteiro h 1,25 2,31 3,53

Fonte – Tabela para Composições de Preços e Orçamentos 13º Edição, pg 234.

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60

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 CUSTOS

Com o levantamento de todos os materiais e a realização dos orçamentos, foi

possível comparar os custos de construção entre os dois sistemas e visualizar a

diferença entre eles através de um gráfico comparativo.

Analisando os custos dos sistemas Wood Frame e Steel Frame, conclui-se

que a estrutura de Steel Frame apresenta um valor de R$43.176,00 em materiais,

dividindo-se em R$27.424,92 para materiais de estrutura das paredes da residência

e R$15.751,08 para materiais relacionados à estrutura do telhado, conforme mostra

o Gráfico 1.

GRÁFICO 1 - COMPARATIVO VALOR ESTRUTURA STEEL FRAME

Fonte - Autor

Total Steel Steel Frame

Total R$ 43.176,00

Telhado R$ 15.751,08

Parede R$ 27.424,92

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

45000

50000

Tít

ulo

do

Eix

o

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61

Já para a construção em Wood Frame, podemos concluir que o custo em

materiais para estrutura é de R$32.908,20, dividindo-se em R$24.112,20 para

materiais utilizados na estrutura das paredes da residência e R$8.796,00 para

materiais relacionados a estrutura do telhado em madeira, conforme apresenta o

Gráfico 2.

GRÁFICO 2 - COMPARATIVO VALOR ESTRUTURA WOOD FRAME

Fonte - Autor

Comparando o valor entre as estruturas em Wood Frame e Steel Frame, é

possível constatar que a estrutura em Wood Frame é aproximadamente 24% mais

barata quando comparado ao outro sistema construtivo abordado no trabalho.

Quando acrescentado o valor de acabamento ao valor da estrutura (conforme lista

apresentada na Tabela 7), é possível verificar o valor final da obra até a etapa de

fechamento das paredes. Para o Steel Frame se estima um valor de R$101.001,00,

enquanto para o sistema Wood Frame o valor final ficou em R$90.733,20, conforme

Gráfico 3.

Total Wood Wood Frame

Total R$ 32.908,20

Telhado R$ 8.796,00

Parede R$ 24.112,20

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

Tít

ulo

do

Eix

o

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GRÁFICO 3 - COMPARATIVO DO VALOR COM ACABAMENTO

Fonte – Autor

Pode se concluir que a diferença entre os dois sistemas construtivos, até a

etapa mencionada, fica em aproximadamente 10,17%, tanto quando considerando o

valor final até a presente etapa ou quando comparado o valor por metro quadrado

dos dois sistemas construtivos, conforme apresenta Tabela 10.

TABELA 10 - COMPARATIVO VALOR POR METRO QUADRADO

Fonte - Autor

R$ 101.001,00

R$ 90.733,20

R$ 84.000,00

R$ 86.000,00

R$ 88.000,00

R$ 90.000,00

R$ 92.000,00

R$ 94.000,00

R$ 96.000,00

R$ 98.000,00

R$ 100.000,00

R$ 102.000,00

Sistema

Valor Final Steel Frame Valor Final Wood Frame

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63

Como o valor dos materiais de acabamento é o mesmo para ambos os

sistemas, é possível comparar em percentual o valor de cada etapa (estrutura e

acabamento) ao valor final da obra, conforme apresentam os Gráficos 4 e 5.

GRÁFICO 4 - COMPARATIVO VALOR ESTRUTURA x ACABAMENTO STEEL

FRAME

Fonte – Autor

GRÁFICO 5 - COMPARATIVO VALOR ESTRUTURA x ACABAMENTO WOOD

FRAME

Fonte – Autor

Analisando os valores, foi possível notar que no sistema Wood Frame, a

estrutura representa aproximadamente 36% do valor total da obra, enquanto no

43%

57%

Estrutura Steel Frame

Acabamento

36%

64%

Estrutura Wood Frame

Acabamento

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64

sistema Steel Frame essa diferença fica em aproximadamente 43%, como é possível

verificar nos Gráficos 4 e 5.

4.2 PRAZO DA OBRA

Analisando os dados obtidos na TCPO e com empresas especializadas nos

sistemas construtivos Wood Frame e Steel Frame, foi possível observar que os

prazos de execução da obra apresentam uma diferença apenas na fase de

execução do telhado, conforme apresenta o Gráfico 5.

GRÁFICO 6 - PRODUTIVIDADE STEEL FRAME x WOOD FRAME

Fonte – Autor

Ambos os sistemas necessitam de aproximadamente 24 dias para

conclusão da obra, considerando a mão de obra de um montador e um ajudante

com carga horária de 8 horas diárias.

Porém, na etapa de elaboração do telhado, o sistema Steel Frame

demonstra ser aproximadamente 61% mais eficiente, necessitando apenas de 7 dias

para conclusão. Analisando o prazo total de execução dos dois sistemas, observa-

se uma diferença de aproximada de 26% entre eles, considerando que o telhado em

Wood Frame será executado com telha portuguesa que apresenta uma galga menor

do que a telha metálica, considerada para o telhado e Steel Frame.

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5 CONCLUSÃO

O presente trabalho apresenta o comparativo entre os sistemas Wood

Frame e Steel Frame, visando demonstrar qual sistema construtivo demonstra

melhor custo beneficio, levando em consideração o custo dos materiais e

produtividade durante a execução.

Apesar dos dois sistemas estarem muito presentes nas construções fora do

Brasil há muito tempo, em nosso país eles ainda sofrem bastante preconceito e

perdem mercado para construções executadas em alvenaria convencional.

Atualmente, por meio de conversas com empresas do ramo, foi possível

verificar que o Steel Frame apresenta maior aceitação no mercado nacional,

considerando que as construções em madeira tiveram sua credibilidade afetada

devido a edificações mal projetadas e executadas de forma incorreta, dando a

impressão de serem construções de baixa durabilidade e qualidade, típicos de áreas

de periferia. Uma inverdade, pois a madeira, após receber tratamento adequado e

ser utilizada da maneira correta, se torna praticamente imune a ataque de cupins,

fazendo com que sua vida útil torne-se competitiva a outros sistemas construtivos.

O Steel Frame e o Wood Frame, em sua grande maioria, apresentam

grandes semelhas tais como:

Estrutura relativamente leve, quando comparado a estruturas

convencionais de alvenaria;

Grande produtividade durante execução;

Baixo desperdício de material e de utilização de água;

Uso dos mesmos materiais de acabamento;

Na fase de estruturação e acabamento de paredes, apresentam a mesma

produtividade;

Bom desempenho térmico e acústico, entre outros.

Apesar de tantas semelhanças, a diferença de valor apresentado entre os

materiais estruturais faz com que o Wood Frame se mostre muito mais vantajoso

comparado ao Steel Frame, mantendo o mesmo desempenho termo acústico assim

como a estabilidade da estrutura. Entretanto, verificamos uma ligeira vantagem do

Steel Frame com relação a produtividade na fase da execução da estrutura de

cobertura da residência, podendo apontar uma pequena diferença quando se utiliza

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telhas cerâmica, tornando a produtividade da estrutura em Steel Frame mais

vantajosa do que a estrutura em madeira.

Contudo, essa diferença de produtividade não se mostra um item de grande

relevância no custo beneficio quando considerada a redução de custo em material

proporcionada pela construção em Wood Frame.

Portanto, pode-se concluir que após várias pesquisas e levantamentos, o

sistema construtivo Wood Frame tem o melhor custo benefício.

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67

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ANEXOS

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ANEXO A – TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES DE EMPRESAS –

TWBrazil

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ANEXO B – TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES DE EMPRESAS –

R. BASSANI

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