UNIVERSIDADE UNIVERSIDADE TIRADENTESTIRADENTES

PROEADPROEADPRÓ-REITORIA PRÓ-REITORIA

DE ENSINO A DISTÂNCIADE ENSINO A DISTÂNCIA

CURSO DE LICENCIATURA EM CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS-PORTUGUÊSLETRAS-PORTUGUÊS

PRÓ-REITOR PRÓ-REITOR ROBERTO DE ALMEIDA E LIMA JUNIORROBERTO DE ALMEIDA E LIMA JUNIOR

COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA ÁUREA DE ARAGÃO FERRAZÁUREA DE ARAGÃO FERRAZ

SUPERVISÃO DE TUTORIASUPERVISÃO DE TUTORIAANDRÉA KARLA FERREIRA NUNESANDRÉA KARLA FERREIRA NUNES

SUPERVISÃO DE AVALIAÇÃO SUPERVISÃO DE AVALIAÇÃO MARIA JOSÉ GUIMARÃES VIEIRAMARIA JOSÉ GUIMARÃES VIEIRA

COORDENAÇÃO ADJUNTA DO CURSOCOORDENAÇÃO ADJUNTA DO CURSOELINALVA ELOI N. OLIVEIRAELINALVA ELOI N. OLIVEIRA

TUTORA TUTORA PAULA PATRICIA S. OLIVEIRAPAULA PATRICIA S. OLIVEIRA

EDUCAÇÃO, NOVAS TECNOLOGIAS EDUCAÇÃO, NOVAS TECNOLOGIAS E FORMAÇÃO DE PROFESSORESE FORMAÇÃO DE PROFESSORES

““Haverá muito o que mudar, antes que o ensino Haverá muito o que mudar, antes que o ensino de Português possa ser o que deve - um processo de Português possa ser o que deve - um processo no qual o professor e os alunos entre si, se no qual o professor e os alunos entre si, se enriquecem reciprocamente compartilhando sua enriquecem reciprocamente compartilhando sua experiência vivida de língua (...). mas a experiência vivida de língua (...). mas a mudança virá daqueles que vivem o ensino, não mudança virá daqueles que vivem o ensino, não daqueles que especulam sobre ele.daqueles que especulam sobre ele.””

Rodolfo IlariRodolfo Ilari

LETRAS-PORTUGUESLETRAS-PORTUGUESIII PERIODOIII PERIODO

GRAMÁTICA:GRAMÁTICA: ENSINAR OU NÃO? ENSINAR OU NÃO?

EIS A QUESTÃO! EIS A QUESTÃO!

GRAMÁTICA:GRAMÁTICA: ENSINAR OU NÃO? ENSINAR OU NÃO?

EIS A QUESTÃO! EIS A QUESTÃO! Por que a Gramática tem causado tanta polêmica entre Por que a Gramática tem causado tanta polêmica entre

os profissionais da educação? os profissionais da educação? Afinal ela deve ou não deve ser ensinada nas escolas? Afinal ela deve ou não deve ser ensinada nas escolas? Por que o ensino de gramática vem sendo questionado? Por que o ensino de gramática vem sendo questionado? O que pensam os professores sobre essa questão?O que pensam os professores sobre essa questão? E os professores estão preparados para essa novaE os professores estão preparados para essa nova

prática?prática?

Quais a respostas??Quais a respostas??

Certamente você não terá uma Certamente você não terá uma resposta 100% segura. resposta 100% segura.

O que veio em sua mente?O que veio em sua mente? Como foram suas aulas de Língua Como foram suas aulas de Língua

Portuguesa?Portuguesa?

Reflita!!Reflita!!

O que restou de todo esse arcabouço O que restou de todo esse arcabouço teórico??teórico??

A Gramática lhe assusta??A Gramática lhe assusta??

O que dizem os teóricos??O que dizem os teóricos??

Alertam sobre o equívoco que se tem Alertam sobre o equívoco que se tem mantido quanto a ensinar ou não gramática nas mantido quanto a ensinar ou não gramática nas escolas. Ao analisarem a polissemia no uso do escolas. Ao analisarem a polissemia no uso do termo gramática, lembram que fazer uso de uma termo gramática, lembram que fazer uso de uma língua, ou de uma modalidade, ou de um nível de língua, ou de uma modalidade, ou de um nível de língua exige o conhecimento essencial de sua língua exige o conhecimento essencial de sua respectiva gramática. E sendo a gramática (viva) respectiva gramática. E sendo a gramática (viva) o sustentáculo da língua e de suas possibilidades, o sustentáculo da língua e de suas possibilidades, é estranho a escola não conseguir até hoje levar é estranho a escola não conseguir até hoje levar o aluno a um olhar mais amistoso para com esse o aluno a um olhar mais amistoso para com esse ensino. ensino.

Gramática NormativaGramática Normativa

É aquela que estuda apenas os fatos É aquela que estuda apenas os fatos da língua padrão, da norma culta de da língua padrão, da norma culta de uma língua, norma essa que se tornou uma língua, norma essa que se tornou oficial. Apresenta e dita normas de oficial. Apresenta e dita normas de bem falar e escrever. bem falar e escrever.

Manual de Língua Portuguesa I- PROEAD/UNITManual de Língua Portuguesa I- PROEAD/UNIT

Gramática DescritivaGramática Descritiva É a que descreve e registra para uma É a que descreve e registra para uma

determinada variedade da língua, em um determinada variedade da língua, em um dado momento de sua existência dado momento de sua existência (abordagem sincrônica). Trabalha com (abordagem sincrônica). Trabalha com qualquer variedade da língua, e dá qualquer variedade da língua, e dá preferência para a forma oral desta preferência para a forma oral desta variedade.variedade.

Manual de Língua Portuguesa I- PROEAD/UNITManual de Língua Portuguesa I- PROEAD/UNIT

Gramática Internalizada Gramática Internalizada É o próprio mecanismo, o conjunto de É o próprio mecanismo, o conjunto de

regras que é dominado pelos falantes e regras que é dominado pelos falantes e que lhes permite o uso normal da língua. que lhes permite o uso normal da língua. Ela é de domínio de todo e qualquer ser Ela é de domínio de todo e qualquer ser humano, independente de raça, cultura e humano, independente de raça, cultura e condição social.condição social.

Manual de Língua Portuguesa I- PROEAD/UNITManual de Língua Portuguesa I- PROEAD/UNIT

Mais Gramáticas:Mais Gramáticas: Gramática Implícita;Gramática Implícita; Gramática Explicita ou Teórica;Gramática Explicita ou Teórica; Gramática Reflexiva;Gramática Reflexiva; Gramática Contrastiva ou Transferencial;Gramática Contrastiva ou Transferencial; Gramática Geral;Gramática Geral; Gramática Universal;Gramática Universal; Gramática Histórica;Gramática Histórica; Gramática Comparada.Gramática Comparada.

Muitas pessoas acreditam que, Muitas pessoas acreditam que, embora exista uma perspectiva de embora exista uma perspectiva de aprendizagem em aulas totalmente aprendizagem em aulas totalmente embasadas na teoria gramatical, ela embasadas na teoria gramatical, ela não sustenta uma porcentagemnão sustenta uma porcentagemaceitável. Quase sempre é impossível aceitável. Quase sempre é impossível que o aluno saia da escola sabendo que o aluno saia da escola sabendo escrever e interpretarescrever e interpretar adequadamente. adequadamente.

Por outro lado, há pessoas que Por outro lado, há pessoas que acreditam na força desse método acreditam na força desse método tradicional de ensinar a gramática, tradicional de ensinar a gramática, pois alegam, que tiveram o mesmo pois alegam, que tiveram o mesmo ensino e aprenderam naturalmente, ensino e aprenderam naturalmente, praticando e aplicando as regras em praticando e aplicando as regras em suas produções textuais.suas produções textuais.

Uma das maiores discussões no Uma das maiores discussões no âmbito educacional é justamente âmbito educacional é justamente essa:essa:

O ensino de Língua Portuguesa, O ensino de Língua Portuguesa, hoje, é considerado ‘arcaico’ devido hoje, é considerado ‘arcaico’ devido ao uso de métodos totalmente ao uso de métodos totalmente teóricos, sem nenhuma significação teóricos, sem nenhuma significação e/ou aplicabilidade na vida dos e/ou aplicabilidade na vida dos alunos.alunos.

Entretanto, existem muitos Entretanto, existem muitos professores que defendem o ensino de professores que defendem o ensino de gramática normativa nas escolas, pois gramática normativa nas escolas, pois acreditam que ela possui suas acreditam que ela possui suas correlações na vida cotidiana do correlações na vida cotidiana do aluno, estando seguros do seu aluno, estando seguros do seu funcionamento, bem como o uso das funcionamento, bem como o uso das regras e exceções regidas pela regras e exceções regidas pela gramática, eles poderão aplicá-las à gramática, eles poderão aplicá-las à sua prática textual.sua prática textual.

Para eles ensinando a Gramática Para eles ensinando a Gramática Normativa evitaríamos:Normativa evitaríamos:

Pois bem:Pois bem:

A gramática normativa não é A gramática normativa não é apenas para proteger ou conservar a apenas para proteger ou conservar a composição da língua, como composição da língua, como denunciam alguns teóricos e afins, denunciam alguns teóricos e afins, mas, sobretudo, para subsidiar o mas, sobretudo, para subsidiar o usuário em suas necessidades textuais usuário em suas necessidades textuais e orais. e orais.

Realizamos uma atividade com Realizamos uma atividade com 32 alunos do 3º Ano Magistério - 32 alunos do 3º Ano Magistério - Colégio Municipal Laura N. Costa Colégio Municipal Laura N. Costa (Arauá) - acerca de alguns textos. (Arauá) - acerca de alguns textos. Pontuaremos aqui apenas Pontuaremos aqui apenas “O Escorpião e a Rã” – Rubem “O Escorpião e a Rã” – Rubem Alves. Analisamos como os alunos Alves. Analisamos como os alunos contemplam a Gramática, segundo contemplam a Gramática, segundo suas experiências escolares. suas experiências escolares.

““O Escorpião e a Rã”O Escorpião e a Rã” Parado ao sol, o escorpião olhava ao redor da montanha onde morava. Parado ao sol, o escorpião olhava ao redor da montanha onde morava.

"Positivamente, tenho de me mudar daqui" - pensou. "Positivamente, tenho de me mudar daqui" - pensou. Esperou a madrugada chegar, lançou-se por caminhos empoeirados até atingir a floresta. Escalou rochedos, cruzou bosques e, Esperou a madrugada chegar, lançou-se por caminhos empoeirados até atingir a floresta. Escalou rochedos, cruzou bosques e, finalmente, chegou às margens do rio largo e caudaloso. finalmente, chegou às margens do rio largo e caudaloso. "Que imensidão de águas! A outra margem parece tão convidativa... Se eu soubesse nadar..." "Que imensidão de águas! A outra margem parece tão convidativa... Se eu soubesse nadar..." Subiu longo trecho da margem, desceu novamente, olhou para trás. Aquele rio certamente não teria medo de escorpião. A travessia Subiu longo trecho da margem, desceu novamente, olhou para trás. Aquele rio certamente não teria medo de escorpião. A travessia era impossível. era impossível. "Não vai dar. Tenho de reconsiderar minha decisão" - lamentou. "Não vai dar. Tenho de reconsiderar minha decisão" - lamentou. Estava quase desistindo quando viu a rã sobre a relva, bem próxima à correnteza. Os olhos do escorpião brilharam: Estava quase desistindo quando viu a rã sobre a relva, bem próxima à correnteza. Os olhos do escorpião brilharam: "Ora, ora... Acho que encontrei a solução!" - pensou rápido. "Ora, ora... Acho que encontrei a solução!" - pensou rápido. - Olá, rãzinha! Me diga uma coisa: você é capaz de atravessar este rio? - Olá, rãzinha! Me diga uma coisa: você é capaz de atravessar este rio? - Ih, já fiz essa travessia muitas vezes até a outra margem. Mas por que você pergunta? - disse a rã, desconfiada. - Ih, já fiz essa travessia muitas vezes até a outra margem. Mas por que você pergunta? - disse a rã, desconfiada. - Ah, deve ser tão agradável do outro lado - disse - pena eu não saber nadar. - Ah, deve ser tão agradável do outro lado - disse - pena eu não saber nadar. A rã já estava com os olhos arregalados: "será que ele vai me pedir...?" A rã já estava com os olhos arregalados: "será que ele vai me pedir...?" - Se eu pedisse um favor, você me faria? - disse o escorpião mansamente. - Se eu pedisse um favor, você me faria? - disse o escorpião mansamente. - Que favor? - murmurou a rã. - Que favor? - murmurou a rã. - Bem - o tom da voz era mais brando ainda. - Bem - o tom da voz era mais brando ainda. - Bem, você me carregaria nas costas até a outra margem? - Bem, você me carregaria nas costas até a outra margem? A rã hesitou: A rã hesitou: - Como é que eu vou ter certeza de que você não vai me matar? - Como é que eu vou ter certeza de que você não vai me matar? - Ora, não tenha medo. Evidentemente, se eu matar você, também morrerei - Argumentou o escorpião. - Ora, não tenha medo. Evidentemente, se eu matar você, também morrerei - Argumentou o escorpião. - Mas... e se quando estivermos saindo daqui você me matar e pular de volta para a margem? - Mas... e se quando estivermos saindo daqui você me matar e pular de volta para a margem? - Nesse caso eu não cruzaria o rio nem atingiria meu destino - replicou o escorpião. - Nesse caso eu não cruzaria o rio nem atingiria meu destino - replicou o escorpião. - E como vou saber se você não vai me matar quando atingirmos a outra margem? - perguntou a rã. - E como vou saber se você não vai me matar quando atingirmos a outra margem? - perguntou a rã. - Ora, ora... quando chegarmos ao outro lado eu estarei tão agradecido pela sua ajuda que não vou pagar essa gentileza com a morte. - Ora, ora... quando chegarmos ao outro lado eu estarei tão agradecido pela sua ajuda que não vou pagar essa gentileza com a morte. Os argumentos do escorpião eram muito lógicos. A rã ponderou, ponderou e, afinal, convenceu-se. O escorpião acomodou-se nas Os argumentos do escorpião eram muito lógicos. A rã ponderou, ponderou e, afinal, convenceu-se. O escorpião acomodou-se nas costas macias da agora companheira de viagem e começaram a travessia. A rã nadava suavemente e o escorpião quase chegou a costas macias da agora companheira de viagem e começaram a travessia. A rã nadava suavemente e o escorpião quase chegou a cochilar. Perdeu-se em pensamentos e planos futuros, olhando a extensão enorme do rio. cochilar. Perdeu-se em pensamentos e planos futuros, olhando a extensão enorme do rio. De repente se deu conta de que estava dependendo de alguém, de que ficaria devendo um favor para a rãzinha. Reagiu, ergueu o De repente se deu conta de que estava dependendo de alguém, de que ficaria devendo um favor para a rãzinha. Reagiu, ergueu o ferrão. ferrão. "Antes a morte que tal sorte" - pensou. "Antes a morte que tal sorte" - pensou. A rã sentiu uma violenta dor nas costas e, com o rabo do olho, viu o escorpião recolher o ferrão. Um torpor cada vez mais acentuado A rã sentiu uma violenta dor nas costas e, com o rabo do olho, viu o escorpião recolher o ferrão. Um torpor cada vez mais acentuado começava a invadir-Ihe o corpo. começava a invadir-Ihe o corpo. - Seu tolo - gritou a rã - agora nós dois vamos morrer! Por que fez isso? - Seu tolo - gritou a rã - agora nós dois vamos morrer! Por que fez isso? O escorpião deu uma risadinha sarcástica e sacudiu o corpo. O escorpião deu uma risadinha sarcástica e sacudiu o corpo.

- Desculpe, mas eu não pude evitar. Essa é a minha natureza.- Desculpe, mas eu não pude evitar. Essa é a minha natureza.

Sugerimos aos alunos que eles Sugerimos aos alunos que eles apresentassem suas inferências em apresentassem suas inferências em

relação à:relação à: – – MorfologiaMorfologia: : formação de palavras (derivação); substantivo; formação de palavras (derivação); substantivo;

adjetivo; grau do adjetivo; artigo; advérbio; verbo (modo e adjetivo; grau do adjetivo; artigo; advérbio; verbo (modo e tempo); verbos de ligação; pronomes oblíquo e indefinido.tempo); verbos de ligação; pronomes oblíquo e indefinido.

– – SintaxeSintaxe: : termos essenciais da oraçãotermos essenciais da oração: : tipos sujeito, tipos sujeito, predicado verbal e nominal, predicativo, classificação dos predicado verbal e nominal, predicativo, classificação dos verbos quanto à predicação; verbos quanto à predicação; termos integrantes da oraçãotermos integrantes da oração: : objetos e complementos; objetos e complementos; termos acessórios da oraçãotermos acessórios da oração: adjunto : adjunto adnominal, adjunto adverbial, aposto, vocativo, concordância adnominal, adjunto adverbial, aposto, vocativo, concordância nominal; nominal; período compostoperíodo composto: coordenação e subordinação.: coordenação e subordinação.

•– Morfossintaxe: diferenciação entre advérbio e locução adverbial; identificação do núcleo do sujeito e classe gramatical correspondente; identificação do adjunto adnominal e classe gramatical correspondente; oração absoluta/adjetivo.

– Estilística: figuras de linguagem; discurso direto e indireto; estilo nominal.

■ Análises textuais: interpretação e compreensão, atos da fala, construção de hipóteses, variantes lingüísticas e dinamicidade.

Analisemos os dadosAnalisemos os dados

0 20 40 60

Sintaxe

Morfologia

Morfossintaxe

Estilística

Áreas da língua portuguesa - %

Gráfico 1 – Áreas da língua portuguesa

Observa-se que:Observa-se que: A figura mostra a ênfase dada à sintaxe A figura mostra a ênfase dada à sintaxe

e que os alunos também trabalham a e que os alunos também trabalham a morfologia. Porém, vemos que não se morfologia. Porém, vemos que não se consegue estabelecer relação entre elas consegue estabelecer relação entre elas (morfossintaxe), São analisadas (morfossintaxe), São analisadas distintamente. E finalmente percebemos distintamente. E finalmente percebemos que são raros os momentos que que são raros os momentos que trabalharam a estilística.trabalharam a estilística.

ANÁLISES TEXTUAIS (%)

60

5 5 1020

0

20

40

60

80

VARIÁVEIS

PERCEN

TAG

EMCompreensão einterpretaçãoAtos da fala

Dinamicidade

Construção dehipótesesVarianteslingüísticas

Gráfico 2 – Análises textuais

Embora os níveis de compreensão e Embora os níveis de compreensão e interpretação tenham ocorrido com maior interpretação tenham ocorrido com maior freqüência, os alunos mostraram suas freqüência, os alunos mostraram suas deficiências quanto às variantes deficiências quanto às variantes lingüísticas. lingüísticas. Quando analisamos as variáveis Quando analisamos as variáveis textuais: atos da fala, dinamicidade e textuais: atos da fala, dinamicidade e construção de hipóteses, observamos que construção de hipóteses, observamos que os resultados encontrados foram os resultados encontrados foram inexpressivos.inexpressivos.

Conclui-se que:Conclui-se que: Os estudos de Língua Portuguesa deixam Os estudos de Língua Portuguesa deixam

transparecer uma visão de gramática concebida transparecer uma visão de gramática concebida como um manual de “regras de bom uso da como um manual de “regras de bom uso da língua, a serem seguidas por aqueles que querem língua, a serem seguidas por aqueles que querem se expressar adequadamente”, ou seja, a se expressar adequadamente”, ou seja, a gramática normativa (TRAVAGLIA, 2001) e não gramática normativa (TRAVAGLIA, 2001) e não contemplam uma visão de linguagem como sendo contemplam uma visão de linguagem como sendo expressão do pensamento. A gramática normativa expressão do pensamento. A gramática normativa desconsidera o modo como cada texto é usado em desconsidera o modo como cada texto é usado em diferentes situações de interação comunicativa. diferentes situações de interação comunicativa.

As atividades de gramática, As atividades de gramática, sugeridas ao longo da escolaridade do sugeridas ao longo da escolaridade do individuo, apresentam a língua como individuo, apresentam a língua como um produto pronto, estático, uma vez um produto pronto, estático, uma vez que não possibilitam ao aluno testar e que não possibilitam ao aluno testar e construir hipóteses, refletir sobre os construir hipóteses, refletir sobre os atos da fala e os fatores lingüísticos.atos da fala e os fatores lingüísticos.

Por que a Gramática é estudada Por que a Gramática é estudada desta forma??desta forma??

Segundo a história, o ensino de gramática Segundo a história, o ensino de gramática normativa nem sempre esteve relacionado aos normativa nem sempre esteve relacionado aos interesses da classe dominante, no entanto, interesses da classe dominante, no entanto, sua sistematização se deu devido a fatores sua sistematização se deu devido a fatores diferentes em vários períodos.diferentes em vários períodos. O ensino de gramática, oferecido hoje O ensino de gramática, oferecido hoje pelas escolas, esbarra num equívoco político e pelas escolas, esbarra num equívoco político e pedagógico. pedagógico.

O equívoco não está só vinculadoO equívoco não está só vinculadoaos fatos históricos, e sim em aos fatos históricos, e sim em hipóteses que vão desde valores hipóteses que vão desde valores sociais dominantes, estratégias sociais dominantes, estratégias escolares discutíveis, até sobre escolares discutíveis, até sobre preconceitos e mitos acerca do ensino preconceitos e mitos acerca do ensino da norma padrão em relação à classe da norma padrão em relação à classe dominada.dominada.

Afinal, o professor deve ou não Afinal, o professor deve ou não ensinar a gramática nas escolas? ensinar a gramática nas escolas?

Diante das circunstâncias atuais e de toda a Diante das circunstâncias atuais e de toda a história de ensino da língua portuguesa, história de ensino da língua portuguesa, podemos eleger uma possível resposta: podemos eleger uma possível resposta: simsim, , entretanto não como é ensinada pelo sistema entretanto não como é ensinada pelo sistema tradicional, pois a forma de se ensinar a tradicional, pois a forma de se ensinar a gramática é que deve ser mudada.gramática é que deve ser mudada.

Então:Então: É É o método de ensino que precisa sero método de ensino que precisa sermudado, pois acredita que, partindo de mudado, pois acredita que, partindo de sua relevância, a gramática não podesua relevância, a gramática não podeser “omitida”, devendo ser conhecida ser “omitida”, devendo ser conhecida pelos usuários da língua, pois assimpelos usuários da língua, pois assimevitarão que, amanhã, o aluno pergunte: evitarão que, amanhã, o aluno pergunte: gramática? O que é isso?gramática? O que é isso?

Mas como mudar a metodologia??Mas como mudar a metodologia??

O ensino da língua portuguesa deve O ensino da língua portuguesa deve ser harmonioso na relação entre o ser harmonioso na relação entre o ensino da gramática normativa e a ensino da gramática normativa e a contextualizada, sem descartar contextualizada, sem descartar completamente as terminologias e completamente as terminologias e regras gramaticais, que são regras gramaticais, que são fundamentais para o desenvolvimento fundamentais para o desenvolvimento cultural e social dos alunos.cultural e social dos alunos.

Será mesmo simples???Será mesmo simples???

Há quem diga que alguns Há quem diga que alguns profissionais se negam a mudar essa profissionais se negam a mudar essa forma de ensinar, devido a um ato de forma de ensinar, devido a um ato de comodismo e insegurança que está comodismo e insegurança que está ligado àquele famoso medo do ligado àquele famoso medo do desconhecido.desconhecido.

Qual seria a melhor maneira de Qual seria a melhor maneira de atuar em sala de aula??atuar em sala de aula??

Daria certo??Daria certo?? Há um modelo ou uma receita Há um modelo ou uma receita

que complete estas premissas??que complete estas premissas??

Não há uma resposta ‘mágica’, Não há uma resposta ‘mágica’, nem receitas ou modelos milagrosos, nem receitas ou modelos milagrosos,

o que se percebe é que tudo o que se percebe é que tudo dependerá da atuação do professor. dependerá da atuação do professor.

Podemos usar um exemplo que Podemos usar um exemplo que melhor explicaria essa realidade: a melhor explicaria essa realidade: a

receita de um bolo.receita de um bolo.

Caberá somente a cada professor Caberá somente a cada professor descobrir em si mesmo a receita descobrir em si mesmo a receita milagrosa que lhe garantirá todo o milagrosa que lhe garantirá todo o sucesso de sua prática de ensino em sucesso de sua prática de ensino em sala de aula.sala de aula.

Queridos alunos e futuros colegas,Queridos alunos e futuros colegas,

O ensino da língua deve ser pensado como um O ensino da língua deve ser pensado como um processo de prática da linguagem, cujo objetivo maior processo de prática da linguagem, cujo objetivo maior deveria ser o de aumentar as possibilidades de uso deveria ser o de aumentar as possibilidades de uso exitoso da língua. Seria muito mais interessante exitoso da língua. Seria muito mais interessante utilizar efetivamente e concretamente a língua do que utilizar efetivamente e concretamente a língua do que apenas conhecer suas regras e nomenclaturas. Passar apenas conhecer suas regras e nomenclaturas. Passar a maior parte do tempo reconhecendo e classificando a maior parte do tempo reconhecendo e classificando fragmentos lingüísticos é, a priori, inútil. Não se fragmentos lingüísticos é, a priori, inútil. Não se aprende a língua por meio de exercícios mecânicos, aprende a língua por meio de exercícios mecânicos, mas sim através de práticas significativas e mas sim através de práticas significativas e contextualizadas.contextualizadas.

Celso Pedro LuftCelso Pedro Luft

OBRIGADA PELA ATENÇÃOOBRIGADA PELA ATENÇÃO

PAULA PATRICIAPAULA PATRICIApaulapatso@gmail.compaulapatso@gmail.compaula_patricia@unit.brpaula_patricia@unit.brpaulao@seed.se.gov.brpaulao@seed.se.gov.br