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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA
ELISETE MIGLIORINI
FOMENTO AVÍCOLA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
DOIS VIZINHOS
2014
1
ELISETE MIGLIORINI
FOMENTO AVÍCOLA
Relatório de Estágio do Curso de Graduação,
apresentado ao curso de Zootecnia, da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
Câmpus Dois Vizinhos, como requisito parcial
para a conclusão da disciplina de Estágio
Obrigatório.
Orientador: Prof. Marco Antonio Possenti, Dr.
Eng.
Dois Vizinhos
2014
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APRESENTAÇÃO
- Nome da Estagiária: Elisete Migliorini
- Registro Acadêmico: 1107046
- Instituição de Ensino: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
- Curso: Bacharel em Zootecnia
- Período: 9° Período
- Local da realização do Estágio: COASUL - São João - PR
- Início do Estágio: 04/11/13
- Término do Estágio: 20/02/14
- Duração total do Estágio: 360 Horas
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................4
2 DESCRIÇÃO DA EMPRESA.....................................................................................5
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS............................................................................5
3.1 Biosseguridade..............................................................................................5
3.2 Manejo de Lotes - Alojamento.....................................................................6
3.3 Aquecimento..................................................................................................7
3.4 Resfriamento..................................................................................................8
3.5 Manejo de Comedouros.................................................................................9
3.6 Manejo de Niples...........................................................................................9
3.7 Mortalidade..................................................................................................10
3.8 Manejo de Iluminação.................................................................................10
3.9 Compostagem..............................................................................................11
3.10 Vacinação..................................................................................................12
3.11 Acompanhamento da Rotina.....................................................................12
3.12 Pesagem.....................................................................................................13
3.13 Fechamento de Ficha.................................................................................13
3.14 Acerto de Lote...........................................................................................14
3.15 Carregamento e Transporte.......................................................................15
3.16 Espera Pré - Abate.....................................................................................15
4 ANÁLISES CRÍTICAS DAS FACILIDADES E DIFICULDADES
ENCONTRADAS ..........................................................................................................16
5 CONCLUSÃO..............................................................................................................17
6 RECOMENDAÇÕES PARA ESTÁGIO NA ÁREA..................................................18
7 REFERÊNCIAS...........................................................................................................19
8 ANEXOS......................................................................................................................20
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1 INTRODUÇÃO
A cadeia produtiva de aves de corte destacou-se nas últimas décadas por uma
trajetória de incremento tecnológico e capacidade de coordenação entre os diferentes
agentes que a compõe. Ela vem se destacando pela eficiência do processo produtivo e
organização de sua cadeia. Dentro do complexo brasileiro de carnes, a avicultura é
considerada por muitos como a atividade mais dinâmica (FERNANDES FILHO, 2004).
No mercado consumidor, o brasileiro tem modificado seus hábitos alimentares
no que diz respeito ao consumo de carnes, passando de um país, preponderantemente,
consumidor de carne bovina, para um país consumidor da carne de frango. Obviamente,
devido aos aspectos nutricionais, a imagem de um produto saudável, mas, sobretudo,
preços acessíveis auxiliaram no sucesso desta posição.
Na produção avícola como em qualquer atividade, a genética, a nutrição e a
ambiência são aspectos importantes que devem ser consideradas para um bom resultado
final (CAIRES, CARVALHO & CAIRES, 2008). Diante da exigência e parâmetros
bem organizados a atividade apresenta fatores e processos que necessitam de melhorias,
ou que sejam aperfeiçoados, visando maximizar a produção e oportunizar sua
sustentabilidade.
A atividade avícola tem alterado significativamente nas últimas décadas, onde
as granjas passaram para um sistema altamente especializado com produção
intensificada, com significativos acréscimos no número de aves alojadas e na
produtividade. As instalações e boas práticas de manejo também foram modificadas
auxiliando no aumento da produção (WILSON, 2008).
A realização do estágio obrigatório curricular na área da avicultura
proporcionou assimilar os conhecimentos teóricos adquiridos durante o período de
graduação. As práticas desenvolvidas no estágio obrigatório foram realizadas na
Cooperativa Agroindustrial - Coasul, em diversas propriedades, a fim de transmitir e
aprimorar conhecimento técnico para os produtores.
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2 DESCRIÇÃO DA EMPRESA
O estágio curricular foi realizado na empresa Coasul – Cooperativa
Agroindustrial, a qual iniciou suas atividades no ano de 1969 e se encontra estabelecida
no Município de São João, sudoeste do Paraná. A cooperativa conta atualmente com
cerca de 1591 colaboradores trabalhando diretamente na indústria, e aproximadamente
141 avicultores integrados à empresa, totalizando 241 aviários que se estendem na
região Sudoeste do Paraná. A empresa abate em torno de 130 a 140 mil frangos/dia,
mas pretende no ano de 2014 alcançar à meta de 170 mil frangos/dia abatidos.
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Durante o período de estágio, o foco foi desenvolver as atividades no setor de
frango de corte. Porém a Coasul é uma cooperativa aberta á profissionalizar seus
colaboradores dando a oportunidade de vivenciar o dia a dia aprendendo em todos os
setores da empresa, entre eles: acompanhamento do manejo dos lotes de frangos de
corte; acompanhamento da rotina do laboratório de análises de rações e da matéria
prima utilizada na fabricação e visita ao abatedouro da cooperativa.
3.1 Biosseguridade
Neste aspecto, a empresa mantém um controle para evitar a proliferação de
roedores, onde as armadilhas com isca raticida são colocadas nos locais de trânsito de
roedores. A inspeção das armadilhas é de responsabilidade do integrado e deve ser
monitorada pelo técnico responsável, conforme Grings (2006). Com relação à tela do
aviário, a empresa exige em aviários novos e em reforma o uso de tela com malha de
2,0 cm nas laterais, objetivando evitar a entrada de pássaros no galpão, confirmando as
informações de Avila (2003).
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Quanto às sobras de ração de um lote para outro é recomendado ensacá-la e
pesar, depositando-a sobre um estrado de madeira e em um local seco, limpo e arejado
fora do aviário. A ração que sobra é adicionada aos poucos na ração final do lote
seguinte, desde que esteja em condições de consumo.
O intervalo de lote é o período onde são realizados os procedimentos de
limpeza total do aviário, seguido de desinfecção onde ocorre a fermentação da cama
para diminuir a carga bacteriana do ambiente, e juntamente é realizado o controle de
cascudinhos. O tempo de intervalo irá depender das programações de abates e
alojamentos, tenta-se manter um vazio sanitário de no mínimo 10 dias.
3.2 Manejo de Lotes - Alojamento
O manejo pré-alojamento requer certos cuidados que vão permitir um bom
desempenho no decorrer do lote. A temperatura no momento do alojamento dever ser de
32°C, essa temperatura dente a diminuir com o decorrer dos dias.
Temperatura para Conforto térmico de acordo com a idade das aves
TEMPERATURA ºC
IDADE MÍNIMA DESEJADA MÁXIMA
1 31 32 33
2 30,5 31,5 32,5
3 30 31 32
4 29,5 30,5 31,5
5 29 30 31
6 28,5 29,5 30,5
7 28 29 30
12 27,5 28,5 29,5
13 27 28 29
16 26,5 27,5 28,5
7
17 26 27 28
19 25,5 26,5 27,5
20 25 26 27
22 24,5 25,5 26,5
23 24 25 26
25 23,5 24,5 25,5
26 23 24 25
28 22,5 23,5 24,5
29 22 23 24
30 21,5 22,5 24
31 em diante 20 22 24
Gobbi et. al., (2010)
A área a ser alojado, precisa ser pré-aquecida para que na hora que os pintinhos
cheguem o ambiente e a cama, estejam a uma temperatura de conforto para eles. O pré
aquecimento deve ser realizado com antecedência de 12 horas no período do verão e de
24 horas no período do inverno. Na pinteira (área e alojamento), usar papéis ou lonas
com 70 cm de largura em baixo da carreira de nipple, com objetivo de fazer
arraçoamento nos mesmos, retirando-os no 3º dia ( Anexo 4). Com isso, proporcionando
uma melhor alimentação dos pintinhos e facilidade de beber água. Há necessidade de
utilização de 05 cercas divisórias desde o alojamento, feitas de tela malha 2 cm e altura
de 50 cm.
Orientar os cooperados a trabalharem com espaço suficiente para que as aves
possam ter conforto e equipamentos a sua disposição. O alojamento será realizado no
centro do aviário e o espaçamento inicial deve ser proporcional ao número de aves
alojadas. O espaço para o alojamento das aves é de 33% da área total do aviário.
3.3 Aquecimento
No período frio, a maior preocupação é com as aves jovens por não possuírem o
sistema termorregulador desenvolvido, e as condições ambientais não se encontrarem
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dentro da região de conforto para aves. Uma área denominada de pré-estufa que fica
antes da pinteira, onde o ar que entrará na pinteira será pré-aquecido. Nesta área sairá
um cano da central de aquecimento (Anexo 6).
Um pré-aquecimento do ambiente a ser alojado em que a cama deve estar a uma
temperatura entre 28° e 30°C. A antecedência em que as centrais de aquecimento devem
ser acionadas depende da temperatura exterior podendo variar de 12 horas para o verão
e de 24 horas para o inverno. Sempre que a temperatura externa estiver 5°C, abaixo da
temperatura interna desejada deve-se acionar o aquecimento e nunca deixar de ventilar,
mantendo as aves distribuídas uniformemente por toda a área de alojamento, comendo,
bebendo e descansando.
Os sensores de temperatura devem estar na altura da cabeça das aves, a uns dois
metros da mureta e não perto dos canos da máquina de aquecimento, para não sofrer
interferência da fonte de calor. É importante ter um estoque de lenha seca de eucalipto
ou uva do Japão, suficiente para o aquecimento de 02 lotes para evitar imprevistos
indesejáveis.
3.4 Resfriamento
A temperatura de conforto térmico da ave na primeira semana de vida fica em
torno de 31º a 33ºC. À medida que a ave cresce sistema termorregulador se desenvolve
e a temperatura de conforto reduz aproximadamente 3ºC a cada semana. Sendo assim,
quando a ave alcançar os 30 dias, a temperatura de conforto é de 20ºC. A hipertermia
(temperatura corporal elevada) é uma das causadoras de mortes durante o verão. Ela é
detectada pelo aparecimento de aves com asas abertas, espojando sobre a cama e
bico aberto. Abrem as asas para aumentar a superfície corporal e proporcionar passagem
de vento, baixando assim temperatura do corpo.
O sistema de ventilação negativa deve propiciar uma velocidade de ar uniforme
de aproximadamente 2,7 m/s na altura das aves é essencial para frangos de idade
aproximada de 45 dias. Se a temperatura estiver 1ºC acima da temperatura desejada os
exaustores começam a entrar em funcionamento automaticamente, com a abertura da
cortina de entrada de ar que é controlada pela pressão estática.
Os nebulizadores também têm grande eficácia, usados quando as
temperaturas estão altas e a umidade relativa do ar for baixa. O sistema é um dos
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melhores recursos artificiais para reduzir a temperatura no aviário. O nebulizador
acionará, por temperatura, caso ela estiver 4,5ºC acima da desejada, levando em
consideração a umidade relativa do ar.
Porém a nebulização só deve ser acionada após os exaustores estarem ligados.
Isto evita molhar a cama e sufocar as aves. Se for para aumentar a umidade relativa do
ar, podemos ligar a nebulização a qualquer idade. A umidade deve ficar entre os 45% no
inicio a 75% no final do lote.
3.5 Manejo de Comedouros
A ração deve estar disponível, desde a chegada dos pintinhos até o jejum pré-
abate. A ração deve ser mantida limpa, isenta de fezes ou cama a fim de proporcionar
uma melhor qualidade e acesso as aves. Sempre que possível caminhar entre as aves
promovendo a movimentação das mesmas.
Recomenda-se a utilização de 01 comedouro para cada 60 aves. No alojamento
devemos utilizar os comedouros infantis que devem ser distribuídos o mais adequado
possível e começar a retirar gradativamente a partir dos 10 dias, retirando todos em 03
dias. Os comedouros devem ser distribuídos de forma que as aves quando adultas não
caminhem mais que 04 metros para alcançar o alimento.
Sempre que receber a ração pré-inicial, inicial, crescimento e final, os
comedouros e linhas devem estar limpos. Afundar um pouco os comedouros na cama
para o alojamento e depois seguir a altura recomendada. Lotes mistos e lotes
desuniformes regular altura pelas aves médias. Devem-se mexer os pratos e ligar as
linhas do automático para estimular o consumo. No prato de controle deve ser bem
iluminado e manter aves na região através de cerca divisória. É importante ficar atento
para a programação de envio automático de ração, podendo antecipá-la ou adiá-la.
3.6 Manejo dos Niples
A entrada da água é no meio dos aviários. Em nipple, é utilizado filtro para
diminui a possibilidade de entupimentos dos bicos e contribui para a melhoria da
qualidade da água ao reduzir impurezas que eventualmente possam estar sendo
transportadas por meio dela. Os hidrômetros servem para registrar o consumo de água
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diário sendo feita a leitura sempre no mesmo horário e anotado pelos avicultores em
uma ficha de controle do consumo de água.
Os niples já vêm com um mecanismo automático para realizar o flushing (troca
da água) quando a água estiver acima da temperatura ideal para consumo. Caso o
flushing automático não esteja funcionando, fazer a troca de água manual pelo menos 3
vezes ao dia. Recomenda-se para nipple de alta vazão, para aves com peso máximo de 3
kg, alojar entre 10 e 12 aves por bico de nipple. É muito importante que durante o
alojamento das aves não ultrapasse 35 aves por bico de nipple.
A altura correta do nipple, à exceção do primeiro dia, é aquela em que as aves,
com os pés firmemente assentados no chão, devem se esforçar um pouquinho para
alcançar o nipple. Pode se dizer que, ao ingerir água em relação cabeça é o nipple forme
um ângulo de 45º, para assim abrir o bico em forma de funil e tomar facilmente toda a
água que sai do nipple. No primeiro e segundo dia, coloca-se o nipple na altura do olho
da ave para que o pintinho possa acioná-lo facilmente.
3.7 Mortalidade
Mortalidade gira em torno de 4% no lote, sendo 1% na primeira semana e nas
demais em torno de 0,5%. O produtor deve eliminar as aves refugadas logo que
identificá-las e durante todo o lote, deve-se também anotar diariamente a mortalidade na
ficha do lote e marcar separadamente os mortos dos eliminados, e as causas da
eliminação.
3.8 Manejo de Iluminação
O programa de iluminação serve para orientar os cooperados de que os
programas de luz têm sido propostos para melhorar o ganho de peso, a eficiência
alimentar, as características de carcaça e o estado sanitário do plantel. Preferencialmente
manter baixa luminosidade (2 lux) durante o carregamento das aves. A claridade
aumenta a atividade dos frangos e os tornam mais agitados. Deve ser instalada uma
lâmpada a cada 16 m² do aviário, e serem limpas para não diminuírem a luminosidade.
No primeiro dia de alojamento deve-se fornecer 24 horas de luz para os
pintinhos, a partir do segundo dia vai diminuindo uma hora de luz por dia até chegar
oito horas de escuro por dia, essas oito horas de escuro vai do 9° dia de vida das aves
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até os 31° dia de vida. Do 32° ao 39° dias de vida fornece somente cinco horas de
escuro e do 40° dia de vida em diante diminuir uma hora por dia até chegar à uma hora
de escuro.
3.9 Compostagem
O uso da composteira reduz o risco de problemas sanitários, odores e protege o
meio ambiente, reduzindo a poluição da água, ar e solo. As aves mortas devem ser
recolhidas duas a três vezes por dia, acondicionadas em um recipiente e levadas para a
compostagem uma vez por dia.
A compostagem é um processo de reciclagem de nutrientes, podendo ser
empregada, desde que alguns parâmetros sejam adaptados, para que a decomposição das
carcaças seja de maneira segura, ou seja, sem haver disseminação de doenças no aviário,
principalmente quando não se sabe a causa correta da mortalidade das aves (COSTA,
2005).
O processo de compostagem apresenta três diferentes fases: a primeira
compreende a decomposição dos componentes facilmente biodegradáveis; a segunda é
denominada de fase termofílica, o material é degradado pela atividade oxidativa dos
microorganismos; e a terceira fase é de maturação e estabilização (DAL PRA, 2005).
Assim se transformam os resíduos em material inodoro característico de humos,
utilizado como condicionador de solo.
Em caso de mortalidade alta por problema sanitário, destinar as aves mortas para
uma vala de aproximadamente três metros de profundidade, revestida com uma lona
plástica e manejada da mesma forma da compostagem. Quando for limpar o aviário
destinar o conteúdo da compostagem para a mesma vala e por último cobrir com cal
hidratada e após com a própria lona e terra. Lavar e desinfetar a compostagem também.
A vala deve respeitar a legislação ambiental e cada m³ serve para 500 Kg de aves
mortas.
Em casos de mortalidade alta devido a sinistro e após a visita do Médico
Veterinário responsável pela SEAB e o mesmo constatado que a mortalidade não foi
devido a nenhuma doença notificável, a Coasul poderá comunicar a uma empresa
processadora de produtos de origem animal, devidamente credenciada para a recolha
das aves e processamento destas aves mortas.
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3.10 Vacinação
No campo é realizado três doses da vacina contra Gumboro, primeira dose é no
8° dia de vida e se utiliza cepa forte da vacina, segunda dose é no 16° dia de vida e a
terceira e última dose é no 24° dia de vida. É realizada na forma de água de bebida e é
necessário que se inative o cloro da água, para isso utiliza-se um produto que inativa o
cloro e no mesmo tempo faz a coloração da água.
3.11 Acompanhamento de Rotina
Semanalmente é realizada uma visita de rotina passando em todos os
integrados para observar o desenvolvimento dos frangos e ter o acompanhamento dos
lotes. Nas visitas de rotina são observados alguns fatores relacionados ao manejo,
incluindo, por exemplo: a altura dos niples, a vazão da água, condições da cama, altura
e abertura de comedouros, ventilação mínima, intensidade de luz e a mortalidade do
lote. De acordo com as condições observadas, é repassado ao avicultor os aspectos que
devem ser modificados ou melhorados no manejo para proporcionar melhores
resultados no desempenho das aves.
Um aspecto que tem muita importância e sempre tem maior atenção nas visitas
de rotina é em relação à abertura dos comedouros, havendo casos em que a
disponibilidade de ração apresentava-se acima do necessário, o que ocasionava
consumo acima da necessidade diária para o desenvolvimento e com isso resultava em
problemas locomotores, morte por infarto, desperdício de ração interferindo na
conversão alimentar e mortalidade no final do lote. A altura dos comedouros também
interfere no desenvolvimento do frango propriamente dito, pois quando estão acima do
desejado pode dificultar o consumo, ocasionando déficit nas condições nutricionais dos
frangos. A altura dos niples e vazão também são importantes para o desenvolvimento
das aves, pois o consumo de ração esta relacionado com o consumo de água. Os
produtores utilizavam uma tabela de recomendação para a altura e vazão dos niples.
Apenas avicultores que ingressaram á pouco tempo na atividade avícola demonstram
irregularidades nas alturas de comedouros e bebedouros, posterior orientação o
problema é resolvido.
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3.12 Pesagem
O peso dos pintainhos no alojamento variava de 38 a 48 gramas de acordo com
idade das matrizes utilizadas na postura, sendo que as matrizes em início e final de
postura apresentavam peso inferior, enquanto matrizes em plena atividade de postura
proporcionavam pintainhos de peso superior. O avicultor realizava a pesagem semanal
dos frangos para acompanhar seu desenvolvimento, possibilitando com isso, realizar
alguma alteração no manejo pra melhorar o desempenho. O peso desejado para a
primeira semana era de quatro vezes o peso do dia do alojamento, assim o pintainho que
apresentou 40 gramas no dia do alojamento deveria pesar no mínimo 160 gramas aos 7
dias.
Entre o 35º e 38º dia era realizada a pesagem extra para obter o peso médio dos
frangos com a finalidade programar o carregamento. Em caso de peso abaixo do
desejado nesta idade, atrasava-se o carregamento para que estivessem com peso
próximo de 2,700 kg ao abate. Na pesagem buscava-se utilizar de uma amostra real do
lote, com pesagem em vários pontos do aviário e apanha de aves de ambos os sexos em
virtude do lote ser misto (machos e fêmeas).
3.13 Fechamento de Ficha
Posteriormente a programação de data e horário do carregamento é realizada
outra visita para fechamento do lote repassando todas as informações ocorridas durante
o lote. Também é repassado ao produtor o dia e horário do carregamento para que
ocorra de forma correta o desligamento dos comedouros e evitar problemas durante o
abate. A retirada da ração é realizada 8 horas antes de iniciar o carregamento, não
havendo consumo de nenhum alimento sólido apenas ficando água a disposição até o
horário de carregamento. A prática de retirar a ração de seis a oito horas antes do
carregamento é necessária para reduzir o conteúdo gastrointestinal das aves, diminuindo
a possibilidade de contaminação da carcaça durante a evisceração.
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3.14 Acerto do Lote
O sistema de pagamento utilizado pela cooperativa é do Índice de Eficiência de
Produção (IEP), sendo obtido pela aplicação da seguinte fórmula:
Sendo:
IEP = Índice de Eficiência de Produção
PM = Peso Médio (kg)
V = Viabilidade (100 – ((Total abatidos – Total alojados)*100))
CA = Conversão Alimentar (kg)
Idade = Idade dos Frangos (dias)
Os lotes acompanhados durante o período de estágio estavam próximo a meta
imposta pela cooperativa, sendo o peso médio de 2,700 kg, a viabilidade de 96,5,
conversão alimentar 1,7 e idade de a abate de 45 dias. Atingindo as metas impostas, o
IEP apresentava 340 pontos que representava ao produtor cerca de R$ 0,46 por ave.
Como os frangos são abatidos com 45 dias de idade, a densidade de aves no aviário
varia de 13,5 a 15 frangos/m2, havendo esta variação de acordo com a estrutura do
aviário, sendo as condições de controle da temperatura o principal fator regulador da
densidade utilizada.
Para os produtores em que o resultado do lote foi abaixo do esperado, era
buscado identificar quais foram às causas do baixo desempenho para melhorar no
próximo lote. O principal fator observado para melhoria era relacionado com a
conversão alimentar, onde muitas vezes o lote apresentava peso médio desejado, mas
em função de não ter realizado a regulagem correta dos comedouros, ocorriam
consumos de ração acima do necessário, resultando em alta conversão alimentar, sendo
uma das variáveis mais determinantes no cálculo do IEP. Os avicultores visitados
durante o período do estágio demostraram satisfação com a integração junto a
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cooperativa, principalmente quem iniciou suas atividades no setor avícola a pouco
tempo, pois mostram interesse em aumentar seus investimentos neste setor em função
do retorno financeiro satisfatório neste período.
3.15 Carregamento e Transporte
O carregamento das aves é realizado por equipes de uma empresa terceirizada.
As aves são cercadas em pequenos grupos com as próprias caixas de transporte (anexo
1). Posteriormente são engradadas e levadas até o caminhão sobre canos de PVC que
são colocados no chão. Os canos PVC são fornecidos pelo integrado dono do aviário.
Para realizar o levantamento até a carroceria do caminhão é utilizado uma esteira
automática, o que facilita o carregamento. Com relação aos caminhões, a empresa
padronizou as gaiolas de transporte das aves. A principal modificação está na
padronização do assoalho de alumínio e instalação de venezianas frontais, que permite
maior controle da entrada de ar na parte frontal da carga.
3.16 Espera Pré-Abate
Um dos momentos de maior estresse às aves é a espera pré-abate. O caminhão
em movimento proporciona uma relativa ventilação, favorecendo a redução do calor no
interior da carga. No entanto, durante a espera a sensação térmica dos frangos piora
ainda mais, devido à produção de calor pelas próprias aves (MENDES; NÄÄS;
MACARI, 2004).
Para que ocorra um controle na temperatura e amenize o estresse das aves
durante o carregamento e o transporte, é recomendado que se molhe as cargas, é muito
importante principalmente em dia quentes e durante a noite não precisa realizar esse
procedimento. O controle da temperatura no galpão é realizado por um termo
higrômetro, posicionado no centro geométrico da construção e a altura da carga e
interligado a um painel eletrônico. Este monitoramento permite o acionamento dos
ventiladores quando a temperatura atingir 24°C e acionamento dos nebulizadores (desde
que a UR não se encontre acima de 70%) quando a temperatura atingir 26°C. Também é
usado o mesmo sistema na área de descarga das aves.
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4 ANÁLISES CRÍTICAS DAS FACILIDADES E DIFICULDADES
ENCONTRADAS
Em relação às facilidades encontradas, destaca-se a comunicação e convivência
com a equipe técnica e com os avicultores. Foram repassaram as informações necessária
e cabível para a melhor compreensão dos manejos, e os avicultores sempre receptivos e
interessados em colaborar de alguma forma.
Em relação às dificuldades encontradas, destaca-se o pouco conhecimento na
parte clínica das aves, pois durante a graduação o foco foi manejo, nutrição e bem-estar
dos animais, a dificuldade apareceu na detecção de alguma enfermidade e o
medicamento certo para o tratamento das doenças.
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5 CONCLUSÃO
Ao findar o estágio curricular obrigatório, pode-se concluir que a cooperativa
está num processo de desenvolvimento, expandido seu trabalho por toda a região, e isso,
consequentemente, proporciona várias oportunidades para profissionais como o
zootecnista garantir seu espaço. Para o estagiário do curso de graduação em Zootecnia,
é uma oportunidade de colocar em prática o conhecimento teórico adquirido durante
toda a graduação.
O estágio realizado na Coasul teve grande importância na qualificação e no
aprimoramento de conhecimentos teóricos e práticos vistos durante o curso. Contribuiu
para ter vivência na área e, principalmente, para direcionar o setor de atuação para a
avicultura de corte, proporcionando segurança para ingressar no mercado de trabalho e
ser um profissional mais qualificado.
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6 RECOMENDAÇÕES PARA ESTÁGIO NA ÁREA
A avicultura é um dos setores produtivos primários que mais cresceu nos
últimos anos, proporcionando milhares de empregos relacionados à atividade. Na região
sudoeste do Paraná encontram-se diversas empresas do setor avícola, entre elas
pequenas, médias e grandes empresas, na qual em sua maioria estão abertas para
realização de estágios.
Contudo, torna-se importante para o acadêmico que pretende seguir carreira no
setor avícola, ter contato com a atividade com uma empresa e seus integrados, levando
seu conhecimento técnico para o campo vivenciando a rotina e problemas da atividade,
adquirindo experiência para que posteriormente apresente maior segurança na
transmissão do conhecimento, pois o profissional mais completo terá mais
oportunidades.
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7 REFERÊNCIAS
AVILA, V. S. Produção de frangos de corte. Embrapa: Empresa Brasileira de
Pesquisa agropecuária. Sistemas de produção. Concórdia, 2003. Disponível em:
<http://www.cnpsa.embrapa.br>. Acesso em: 05/02/14.
CAIRES, C. M.; CARVALHO, A. P.; CAIRES, R. M. Nutrição de frangos de corte em
clima quente. Revista Eletrônica Nutritime, v.5, n° 3, p.577-583 Maio/Junho 2008.
COSTA M. S. S. M. et al. Efeito da aeração no primeiro estágio da compostagem de
Carcaça de aves. Jaboticabal, v. 25, n. 2, p. 549-556, 2005. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/eagri/v25n2/26518.pdf>. Acesso em 02. Fev. 2014.
DAL PRA, M. A. et al. Compostagem de carcaças de aves. Inform. técnico Biovet.,
ano 3, n 22,2005. Disponível em:
<www.cnpsa.embrapa.br/down.php?tipo=publicacoes&cod_publicacao=750>. Acesso
em 2 fev. 20013.
GOBBI, J. C.; SANTOS, A.; REOLON, M.; REOLON, E.; CARAGNATO, I. M. C.
Manual de manejo de aves – Coasul. Doc. Nº: 40.01.0.2010, Versão: 01, 36 p. 2010.
GRINGS, Vitor Hugo. Controle integrado de ratos. Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária. Sistemas de produção. Concórdia, 2006.
FERNANDES FILHO, J. F. Transformações recentes no modelo de integração da
avicultura de corte brasileira: Explicações e impactos. Revista Econômica do
Nordeste, v. 35, nº 1, jan-mar. 2004.
MENDES, Ariel Antonio; NÄÄS, Irenilza de Alencar; MACARI, Marcos. Produção
de Frangos de Corte. Campinas: FACTA, 200
WILSON, MATTHEW. Avances em el manejo de pollos. Industria Avícola, p. 18-
22. 2008.
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8 ANEXOS
Anexo 1: Carregamento. Fonte: Próprio Autor
Anexo 2: Galpão com parede de placas isotérmicas. Fonte: Próprio Autor
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Anexo 3: Lavagem e Desinfecção do galpão. Fonte: Próprio Autor
Anexo 4: Alojamento, estimulando consumo de ração. Fonte: Próprio Autor
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Anexo 5: Lote de fêmeas, com 40 dias de idade. Fonte: Próprio Autor
Anexo 6: Sistema de aquecimento. Fonte: Próprio Autor
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Anexo 7: Painel de Controle ( FANCONTROL). Fonte: Próprio Autor
Anexo 8: Placas Evaporotivas. Fonte: Próprio Autor
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