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ESTÁGIO EM LABORATÓRIOS DE ALIMENTOS ESTÁGIO SUPERVISIONADO Campo Mourão Abril/2013 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Campo Mourão Tecnologia em Alimentos GABRIELA ROCHA DOS ANJOS

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ESTÁGIO EM LABORATÓRIOS DE ALIMENTOS

ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Campo Mourão

Abril/2013

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Campus – Campo Mourão

Tecnologia em Alimentos

GABRIELA ROCHA DOS ANJOS

GABRIELA ROCHA DOS ANJOS

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Sumário

Resumo .......................................................................................................................................... 4

1. Introdução ............................................................................................................................. 5

2. Descrição do local.................................................................................................................. 6

3. Atividades desenvolvidas ...................................................................................................... 7

4. Conclusão ............................................................................................................................ 16

5. Referências Bibliográficas ................................................................................................... 17

Anexo 1 ........................................................................................................................................ 19

Anexo 2 ........................................................................................................................................ 21

Anexo 3 ........................................................................................................................................ 24

Lista de figuras

Figura 1. Fluxograma de análise microbiológica ......................................................................... 10

Figura 2. O sal de sódio que se forma com produto primário da oxidação do AR sofre posterior

oxidação, na sequência da reação. ............................................................................................. 25

Figura 3. O ácido 3,5- dinitrossalicílico é reduzido pelo açúcar redutor em meio alcalino a ácido

3-amino-5-nitrossalicílico formando ácido aldônico. .................................................................. 25

Figura 4.Comparação dos métodos de determinação de açúcares redutores em mel de flores

de Eucalipto ................................................................................................................................. 31

Lista de Tabelas

Tabela 1. Análises microbiológicas e seus respectivos reagentes/meios de cultura e técnicas. 11

Tabela 2. Símbolos de reagentes químicos ................................................................................. 12

Tabela 3. Regras de segurança em laboratório .......................................................................... 15

Tabela 4. Análises físico-químicas de caracterização do mel de flores de Eucalipto ... 29

Tabela 5. Valores do teor de açúcares redutores em mel de flores de Eucalipto, seguido do

desvio padrão. ............................................................................................................................. 30

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Resumo

O estágio foi realizado na área de Ensino e Pesquisa em Alimentos, nos

Laboratórios de Ensino e Pesquisa da Área de Alimentos da Universidade

Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), no campus de Campo Mourão; onde

foram realizadas atividades técnicas como análises físico-químicas, teste e

preparo de aulas práticas etc; e administrativas como controle do estoque de

reagentes e materiais, registro de reservas etc. E por fim foi realizado um

trabalho complementar de comparação de métodos para açúcares redutores.

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1. Introdução

O seguinte estágio foi realizado na área de Ensino e Pesquisa em

Alimentos, com o intuito de aperfeiçoar o conhecimento transmitido pelos

professores durante o curso.

Os trabalhos desenvolvidos durante o estágio não teve um único

enfoque, pois foram desenvolvidas atividades diversas como: teste e

preparo de aulas práticas; organização e limpeza de bancadas, vidrarias e

equipamentos; preparo e padronização de soluções químicas; esterilização

de materiais; acondicionamento e descarte de resíduos químicos e

microbiológicos; apoio as atividades de pesquisa (de professores e alunos);

recebimento e registro de pedidos de aulas práticas; registro de reserva de

laboratórios e equipamentos; controle de estoque de reagentes;

averiguação do cumprimento das normas de segurança pelos usuários dos

laboratórios; além da elaboração de um trabalho paralelo que envolveu

diversas metodologias de análise e técnicas de manipulação de

equipamentos, reagentes e vidrarias que devem ser utilizadas em

laboratório.

Diversos profissionais envolveram-se para que este estágio tivesse

resultado satisfatório, abordando cada atividade desenvolvida de maneira

construtiva, influenciando o estagiário á buscar na literatura metodologias

de análise e trabalhos que proporcionassem embasamento teórico e

prático, facilitando assim o desenvolvimento dos experimentos corriqueiros.

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2. Descrição do local

O estágio foi realizado nos Laboratórios de Ensino e Pesquisa da Área

de Alimentos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), no

campus de Campo Mourão.

As atividades foram desenvolvidas nos laboratórios:

2.1 Laboratório C002 - Industrialização de Origem Animal

Neste laboratório são desenvolvidas atividades e aulas baseadas no

processamento de leite, carnes e alimentos vegetais (corte, descasque,

tratamentos térmicos, aplicação de aditivos químicos, embalagem).

2.2 Laboratório C003 - Química Orgânica, Bioquímica e Análise

Sensorial

São realizadas, neste laboratório, aulas e trabalhos nas áreas de

bioquímica e análise sensorial.

2.3 Laboratório C004 - Núcleo de Apoio à Tecnologia de Alimentos

Este laboratório tem a função de servir apoio á todos os demais, neste

laboratório são preparadas as soluções, meios de cultura para as aulas

práticas, onde estão armazenadas as vidrarias e reagentes não controlados e

os equipamentos e utensílios de análise físico-química.

2.4 Laboratório C005 - Microbiologia e Microscopia

Neste laboratório ocorrem exclusivamente aulas e atividades de

microbiologia e microscopia.

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2.5 Laboratório C103 - Panificação

Neste laboratório são desenvolvidos práticas de ensino e pesquisa

envolvendo a produção de pães, biscoitos e massas alimentícias.

2.6 Laboratório C105 - Bromatologia e Química Analítica

Apenas atividades e aulas de análises químicas são realizadas neste

laboratório, contudo não são exclusivamente dedicadas ao curso de alimentos,

visto que, comporta uma pequena sala dedicada ao apoio do curso de

Engenharia Ambiental.

2.7 Laboratório de espectrofotometria

Sem apresentar numeração este laboratório localiza-se ao lado do

laboratório C004, ele contém um computador acoplado ao espectrofotômetro,

um espectro de absorção atômica e uma bancada com pia.

3. Atividades desenvolvidas

As atividades desenvolvidas durante o seguinte estágio estão dispostas

nos tópicos abaixo.

3.1 Recebimento e registro de pedidos de aulas práticas.

O registro de pedidos de aulas práticas era realizado em fichas

separadas por curso - Tecnologia em Alimentos, Química, Técnico Integrado

em Informática e Engenharia de Alimentos. As aulas práticas eram agendadas

com no mínimo uma semana de antecedência, para uma melhor programação

dos técnicos para o preparo das mesmas, bem como a limpeza e organização

dos laboratórios. Os roteiros de aula prática eram entregues aos técnicos no

ato do registro, assim era possível preparar aulas coerentes com as

programadas pelo professor.

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3.2 Teste e preparo de aulas práticas.

O teste de aulas práticas eram situações frequentes, com o intuito de

evitar imprevistos, desconhecidos pelos professores e técnicos, durante a aula.

Para o preparo das aulas práticas, seguia-se o roteiro disponibilizado

pelo professor, primeiramente eram separadas as vidrarias e equipamentos

necessários e preparavam-se as soluções químicas e/ou meios de cultura. Em

aulas de microbiologia também era necessário o acondicionamento e

esterilização de materiais, soluções e meios de cultura.

3.3 Organização e limpeza de bancadas, vidrarias e equipamentos.

Antes e após cada aula prática todas as vidrarias, bancadas e

equipamentos utilizados eram limpos com soluções de limpeza específicas

para cada superfície.

Primeiramente eram separadas as vidrarias contaminadas, das não

contaminadas por microrganismos; assim aquelas contaminadas eram

primeiramente esterilizadas em autoclave a 121 ◦C por 20 minutos e depois

lavadas. O processo de lavagem de vidrarias era realizado da seguinte forma,

limpava-se a superfície com detergente neutro, realizava- se três enxágües

com água de torneira e um último com água destilada, com o intuito de retirar

sais residuais da água de torneira que possam influenciar nas próximas

análises. Segundo Ferraz (2004) a lavagem de vidrarias pode produzir vapores

tóxicos de diversos produtos químicos que entram em contato com a água,

dessa forma sempre era lavado alguma vidraria que entrou em contato com

produtos químicos diversas precauções eram tomadas para evitar a inalação

de vapores tóxicos.

As vidrarias não volumétricas eram colocadas em estufa á 50 ◦C, para

rápida secagem e guardadas nos armários. As vidrarias volumétricas eram

secas á temperatura ambiente, pois qualquer exposição á altas ou baixas

temperaturas podem comprometer a calibração da mesma.

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As bancadas eram lavadas com detergente neutro e por fim, com o

auxílio de uma flanela, limpava-se com álcool 70% para redução da carga

microbiana.

Os equipamentos eram limpos com álcool 70%, com auxílio de flanela.

3.4 Preparo e padronização de soluções químicas e meios de cultura.

O preparo de soluções químicas e meios de cultura eram procedimentos

frequentes durante o estágio; contudo bastante distintos, pois cada um exige

precauções e técnicas diferentes.

3.4.1 Preparo de meios de cultura

Os meios de cultura são destinados á proliferação de microrganismos,

eles fornecem condições favoráveis como pH, nutrientes e água, para que

estes microrganismos cresçam. Contudo é desejável que cresça apenas

aqueles presentes na amostra analisada, e não os provenientes de

contaminação do meio de cultura; dessa forma era necessário esterilizá-los em

autoclave antes da inoculação do microrganismo.

Existem vários tipos de meios de cultura, há os seletivos que têm

substâncias inibitórias á certos grupos de microrganismos, sem agir sobre

outros (MacConkey, Selenito do Sódio, Baird-Parker); os de pré-

enriquecimento tem a função de proporcionar a dessensibilização dos

microrganismos injuriados (Água peptonada, caldo lactosado); os de

enriquecimento têm em sua composição sangue, soro ou extrato de tecidos

animais ou vegetais como forma de nutrir microrganismos exigentes com

nutrientes extras (Caldo Tetrationato, Selenito-Cistina, Caldo Tioglicolato); os

diferenciais apresentam substâncias que após a incubação proporcionam

crescimento alterado, proporcionando assim, melhor identificação dos

microrganismos presentes (Ágar sangue, Ágar MacConkey, Baird-Parker,

Teague) (RUIZ, 2000).

A figura 1 apresenta a simulação de uma análise microbiológica em um

fluxograma.

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Quanto a consistência, os meios de cultura podem ser líquidos, sólidos e

semi-sólidos. O que determina a consistência do meio de cultura é a

quantidade de ágar acrescentada ao sólido e ao semi-sólido, utilizado quando

há interesse em observar o formato, cor e tamanho da colônia; o líquido não

possui ágar e é conhecido como caldo, neste observa-se a produção de gás,

odor e alteração de pH (OKURA, 2008).

Para cada análise microbiológica, utiliza-se uma técnica e meio de

cultura distintos, que estão dispostos na Tabela 1.

Vários meios de cultura foram preparados, dentre eles ágares e caldos,

o preparo dos mesmos exige procedimentos diferentes, determinados de

acordo com a sua finalidade e composição.

Figura 1. Fluxograma de análise microbiológica

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Tabela 1. Análises microbiológicas e seus respectivos reagentes/meios de cultura e técnicas.

Análise Reagentes/Meios de cultura Técnica

Mesófilos

aeróbios

PCA e SP. Plaqueamento

em profundidade

Bolores e

leveduras

Ágar batata glicose; Ácido tartárico e SP. Plaqueamento

em superfície

Coliformes Caldo EC; SP; VB; Cristal violeta; LST; BEM; PCA;

Caldo e Ágar Citrato; Caldo Triptona; Caldo VM-VP;

Reagentes de Kovac’s; Vermelho de Metila; Alfa-

Naftol e KOH.

Plaqueamento1,

NMP2 e NMP em

água e gelo3

Salmonella

sp.

SP; SP tamponada; α- naftol; os caldos Rappaport

Vassiliadis, Uréia, Selenito cistina, Vm/VP e os

Ágares BPLS, XLD, Hectoen, Rambach, LIA.

Plaqueamento

em superfície

S. aureus Ágar BP; Ágar DNAse; Caldo triptona; BHI; SP;

Solução de azul de toluidina; Telurito de potássio;

Plasma de coelho oxalatado ou com EDTA;

Peróxido de hidrogênio 3%; e reagentes para

coloração de Gram.

Plaqueamento

em superfície1,

NMP2 ou

Presença/

Ausência4

PCA- Ágar padrão para contagem; BDA- Ágar batata glicose; VB- Caldo verde brilhante; BPLS-

Ágar verde Brilhante, BP- Baird Parker; BHI- Caldo cérebro-coração; LIA- Ágar lisina ferro

Solução salina peptonada; TSI- Ágar ferro três açúcares; SP- Salina Peptonada. 1Aplica-se

quando o limite máximo tolerado é ≥100UFC/g ou mL;

2Utilizadoquandoolimitemáximotoleradoforinferiora100UFC/g ou mL;

3Aplica-se a amostras de

água e de gelo usados em estabelecimentos produtores de alimentos. O valor é obtido em

NMP/ 100mL; 4Utilizado em alimentos processados, com baixa contagem e provável incidência

de células injuriadas.

3.4.2 Preparo e padronização de soluções químicas

No preparo de soluções químicas era essencial ter cautela, para que

acidentes não ocorressem. O primeiro passo no preparo de uma solução

química é ler o rótulo do reagente ou solvente, e de acordo com o grau de

periculosidade tomava-se os cuidados necessários.

A Tabela 2 apresenta os principais símbolos a serem observados no

rótulo de produtos químicos antes de manuseá-los.

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Tabela 2. Símbolos de reagentes químicos

Identificação Efeitos Medidas Preventivas

Comburente

Pode provocar incêndios e explosões

Armazenar em local arejado. Não manusear perto de fonte de calor. Não fumar perto dos produtos. Não usar vestes de nylon e ter sempre extintor perto. Não guardar produtos inflamáveis junto com comburentes.

Inflamável

Explosivo

Pode provocar incêndios e explosões

Evitar aquecimento excessivo e choques. Proteger do sol. Não colocar perto de fontes de calor.

Nocivo/Irritante

Perigoso para a saúde

Evitar contato com a pele – utilizar meios de proteção como luvas e viseiras. Trabalhar preferencialmente em capelas ou local arejado.

Tóxico

Corrosivo

Perigoso para a saúde

Manter o frasco sempre bem fechado. Utilizar sempre luvas e óculos de proteção. Proteger os olhos e pele de salpicos.

Perigoso para o ambiente

Perigoso para o ambiente

Eliminar o produto ou seus resíduos através de empresas que tratam de produtos perigosos. Nunca atirar para o meio ambiente.

Um laboratório pode tornar-se um local potencialmente perigoso para

quem não sabe interpretar os símbolos contidos em reagentes. Em razão disso

antes de qualquer manuseio, por parte de alunos e professores, de produtos

químicos era ressaltado os cuidados necessários.

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3.5 Acondicionamento e esterilização de materiais.

Em análises microbiológicas é indesejável o crescimento microbiano

proveniente dos materiais utilizados na análise, assim antes de toda análise

microbiológica, tanto na preparação das aulas quanto durante as aulas, todo

material – vidrarias, meios de cultura e soluções em geral-que entraria contato

direto com a amostra a ser analisada era esterilizado em autoclave.

Para esterilizar apenas vidrarias, utilizavam-se as autoclaves horizontais,

para isso elas tinham que ser acondicionadas, processo onde recebem

embalagem de papel Kraft, sendo que vidrarias como tubo de ensaio,

erlenmeyer e balão de fundo chato ainda recebiam um tampão de algodão

inserido em seu orifício. Na esterilização de meios de cultura e soluções em

geral utilizavam-se as autoclaves verticais, que comportam maior volume de

material, nesse caso as vidrarias utilizadas eram erlenmeyers e balões de

fundo chato, acondicionados da mesma maneira citada anteriormente.

3.6 Descarte de resíduos químicos e microbiológicos.

Os resíduos microbiológicos antes de serem descartados eram

esterilizados em autoclave, em seguida descartavam-se os líquidos no esgoto

e os sólidos em lixeira própria para resíduos orgânicos.

Os resíduos químicos eram separados em frascos identificados, e

recolhidos por empresa especializada em descarte de agentes químicos.

3.7 Apoio às atividades de pesquisa.

Durante o estágio foi fornecido apoio os cursos de Engenharia e

Tecnologia de Alimentos, Química e Técnico Integrado em Informática, dessa

forma trabalhos bastante distintos entre si foram observados e auxiliados. Além

de auxiliar na utilização de equipamentos e vidrarias, no fornecimento de

materiais e reagentes, também foi possível acompanhar de perto diversos

trabalhos e obter, assim, experiência com os resultados satisfatórios e com os

não satisfatórios dos pesquisadores.

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3.8 Registro de reserva de laboratórios e equipamentos.

Os registros de laboratório e equipamentos eram essenciais devido á

grande procura por parte dos pesquisadores em relação ao número de

equipamentos e laboratórios. Uma vez feita reserva a pessoa pode atrasar-se

em apenas uma hora, após isso a reserva é cancelada e repassada á outra

pessoa. No Anexo 1 são apresentadas as planilhas de reserva de

equipamentos e laboratórios.

3.9 Controle de estoque de reagentes.

O controle de reagentes era realizado periodicamente, para que a

reposição daqueles que foram esgotados fosse realizada o mais rápido

possível, impedindo, assim, a interrupção de trabalhos pela falta de reagentes.

3.10 Averiguação do cumprimento das normas de segurança.

O laboratório, local do estágio, apresentava um manual de Boas práticas

de segurança em laboratório, disponível a todos os usuários. Assim que

qualquer atividade era iniciada no laboratório uma versão resumida desse

manual (Anexo 2) era entregue a cada pesquisador, e este assinava uma lista

de recebimento do mesmo.

Assegurar o cumprimento dessas normas era de extrema necessidade,

com a finalidade de não expor as pessoas à situações perigosas. A Tabela 3

apresenta algumas regras de segurança que devem ser seguidas segundo

Ferraz (2004).

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Tabela 3. Regras de segurança em laboratório

É proibido: Deve-se Usar: Fique atento:

Ingerir alimentos e bebidas

Jaleco de algodão ou material pouco inflamável

Aos sinais de advertências

Tocar boca e olhos quando usar reagentes químicos

Calçados fechados, de preferência couro

Aos rótulos dos reagentes

Brincadeiras ou qualquer exaltação desnecessária

Lenços de papel e não de tecidos

Á sons incomuns

Manipular substâncias inflamáveis perto de fogo

Pipetadores sempre que utilizarem pipetas

Á odores incomuns

Nunca corra, sempre ande

Equipamentos de segurança extra sempre que necessário

Á compatibilidade de reagentes

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4. Conclusão

Todas as atividades desenvolvidas durante o estágio foram executadas

com êxito, e além de complementarem todas as informações adquiridas

durante as aulas, possibilitaram novos horizontes no que se trata de pesquisa

na área de alimentos.

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5. Referências Bibliográficas

BRASIL. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Instrução

Normativa 11, de 20 de outubro de 2000, Regulamento técnico de identidade e

qualidade do mel.Diário Oficial, Brasília, 20 de outubro de 2000 a, Seção 001,

p.16-17.

CARVALHO, Carlos A. L.; SOUZA, Bruno A. S.; SODRÉ, Geni S.;MARCHINI,

Luís C. M.; ALVES, Rogério M. O. Mel de abelhas sem ferrão: contribuição

para a caracterização físico-química. 1 ed, Cruz das Almas – Bahia. 2005.

EVANGELISTA-RODRIGUES, A.; SILVA, E.M.S; BESERRA, E.M.F.;

RODRIGUES, M.L. Análise físico-química dos méis das abelhas Apis mellifera

e Melipona scutellarisproduzidos em duas regiões no Estado da

Paraíba.Ciência Rural, v.35, p.1166-1171, 2005.

FERRAZ, Flávio César; FEITOZA, Antônio Carlos. Técnicas de segurança em

laboratórios: regas e práticas. São Paulo: Hemus, 2004.

IAL. Instituto Adolfo Lutz. Métodos físico-químicos para análise de

alimentos/Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Brasília: Ministério da Saúde, 2005. (Série A: Normas Técnicas e Manuais

Técnicos).

MARCHINI, L.C., SODRÉ, G.S., MORETI, A.C.C.C. Mel brasileiro :

composição e normas. Ribeirão Preto: A S Pinto. 111p. 2004.

RUIZ, R.L. Manual prático de microbiologia básica. São Paulo: Universidade

de São Paulo, 2000. 50-51p.

SILVA, Claudete M.; RODRIGUES, Adriana E.; COELHO, Márcia S.; GOIS,

Glayciane C.; GOMES, Alexandre M. A.; GUEDES, Henrique S. Avaliação

físico-química do mel da região de Salgado de São Félix- PB. 2009. 4 f.

Trabalho de conclusão de curso (Zootecnia) - Departamento de Zootecnia –

CCA/UFPB. 2009. Águas de Lindóia- SP.

SILVA, N. R.; MONTEIRO, N. V.; ALCANFOR X. D. J.; ASSIS, M. E.;

ASQUIERI, R. E. Comparação de métodos para determinação de açúcares

redutores e totais em mel. Ciência e Tecnologa de Alimentos, v.23,

n.3,p.337-341, set-dez 2003.

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SODRÉ, G.S.; MARCHINI, L.C.; MORETI, A.C.C.C.; OTSUK, I.P.; CARVALHO,

C.A.L. Caracterização físico-química de amostras de méis de Apis mellifera L.

(Hymenoptera: Apidae) do Estado do Ceará. Ciência Rural, v.37, p.1139 –

1144, 2007.

WELKE, J.E.; REGINATTO, S.; FERREIRA, D.; VICENZI, R.; SOARES, J.M.

Caracterização físico-química de méis de Apis mellifera L. da região noroeste

do Estado do Rio Grande do Sul. Ciência Rural, v.38, p.1737-1741, 2008.

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Anexo 1

FICHA DE RESERVA DE EQUIPAMENTO

Identificação do equipamento:__________ Localização:____________

Datas e horários de início e

término do uso

Nome do

requisitante e

Assinatura

Data Técnico Situação

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FICHA DE RESERVA DE LABORATÓRIO

Laboratório: _____________________________________________________

Datas e horários de início e

término do uso

Nome requisitante

e Assinatura

Data Técnico Situação

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Anexo 2

Ministério da Educação

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Campus Campo Mourão

Coordenação dos Cursos Superiores de Engenharia de Alimentos e

de Tecnologia em Alimentos

INSTRUÇÕES BÁSICAS PARA USO DOS LABORATÓRIOS DE ENSINO E

PESQUISA

1. Ao chegar e sair dos laboratórios comunique os técnicos ou o professor responsável pelo

local.

2. Não é permitido o desenvolvimento de quaisquer atividades nos laboratórios sem o uso de

jaleco fechado até os joelhos, preferencialmente de manga longa, calça comprida até os

pés, calçado completamente fechado e o cabelo preso, se longo.

3. Procedimentos necessários antes de iniciar qualquer trabalho nos laboratórios:

a. tenha a metodologia determinada e faça um estudo prévio buscando elucidar as

dúvidas;

b. estabeleça um cronograma de atividades, liste os equipamentos necessários e

faça as reservas dos mesmos com os técnicos em função da disponibilidade deles;

c. cheque a disponibilidade de reagentes e meios de cultura;

d. verifique com os técnicos se é possível executar o trabalho com o número e

natureza de atividades previstas. Ao planejar as atividades é importante certificar-

se que a capacidade dos equipamentos é suficiente;

e. verifique os horários disponíveis para uso do laboratório requerido. Os horários de

atendimento dos técnicos ficam dispostos na porta dos laboratórios C004 e C105.

4. Medidas de segurança:

a. em casos de acidentes (cortes, queimaduras, etc.) com equipamentos, vidrarias,

reagentes, microrganismos procure manter a calma, comunique os técnicos e

solicite ajuda. Existe um procedimento de atendimento para estes casos;

b. execute os trabalhos com atenção:

compostos voláteis devem ser manipulados na capela;

ácidos e bases corrosivos, irritantes e/ou nocivos devem ser

manipulados com luvas, óculos de proteção, e na capela, quando for o

caso;

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procedimentos de esterilização de materiais devem ser acompanhados

completamente: se preciso, solicite ajuda dos técnicos. Equipamentos

que usam calor e pressão precisam de cuidados redobrados no uso;

não deixe materiais sob aquecimento sem o seu acompanhamento. Peça

auxílio aos técnicos, se necessário;

coloque vidrarias quentes sobre panos ou flanelas, nunca as coloque

diretamente sobre a bancada ou outras superfícies mais frias, pois

podem trincar ou quebrar;

cuidado ao trabalhar com vidrarias: elas são frágeis, fáceis de quebrar, e

o estoque é limitado;

mantenha um comportamento apropriado e com disciplina: não corra e

faça somente o barulho necessário. Podem existir outros trabalhos

sendo conduzidos próximos a você.

c. não misture soluções químicas sem o conhecimento de suas reações, bem como

não as ingira, as inale ou as experimente com o tato.

5. Ao precisar de reagentes e meios de cultura, solicite-os aos técnicos, e após o uso deixe-

os sobre a bancada indicada por eles, avisando o término do uso.

6. Certifique-se que sabe usar os equipamentos que precisa. Não use equipamentos que

você não tem certeza do seu funcionamento. Peça explicação de uso aos técnicos nestes

casos.

a. equipamentos de medição analítica (balanças, pHmetros, espectrofotômetros, etc.)

devem ser manuseados com muita cautela, delicadeza, segurança e atenção.

b. antes de usar equipamentos de medição verifique a sua limpeza, pois a presença

de resíduos de qualquer natureza podem interferir nos resultados da sua pesquisa.

c. nunca enrole fios elétricos dos equipamentos em torno dos mesmos, em especial

aqueles que realizam aquecimento, pois podem danificar a proteção isolante

existente ao longo do fio.

d. equipamentos reservados cujo uso não se iniciou após uma hora do início do

tempo marcado ficam à disposição de uso para outro usuário, exceto se o atraso

for comunicado até uma hora do início da reserva.

e. logo após o uso do equipamento, deixe-o limpo para outro usuário e para você

mesmo.

7. Organização e limpeza:

a. procure executar suas atividades em uma única bancada. Isto vai facilitar a

organização e limpeza que você terá que fazer durante e/ou no final do trabalho;

b. para que as suas vidrarias sujas não se misturem com as de outros trabalhos,

mantenha-as na sua bancada de trabalho até o momento da lavagem das

mesmas, quando poderão ser levadas até a pia principal;

c. marcações com canetinha, etiqueta ou fitas adesivas em vidrarias devem ser

completamente retiradas após o término de uso;

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23

d. no final dos trabalhos organize e limpe as vidrarias, equipamentos e bancadas que

utilizou. Deixe limpo para receber limpo;

e. se for preciso deixar material em solução detergente para lavar no dia seguinte,

comunique os técnicos, e fixe um bilhete junto do recipiente em que ele está.

Lembre-se desse compromisso para o dia seguinte;

f. planeje suas atividades de modo que seja possível deixar o espaço e os materiais

que utilizou limpos e organizados no final do trabalho.

8. É proibido comer, beber e/ou fumar nos laboratórios. A ingestão de alimentos é permitida

apenas em trabalhos envolvendo análise sensorial e/ou industrialização de alimentos, com

ciência do professor orientador.

9. Converse com seu orientador e com a Coordenação de Curso para a aquisição de

materiais (vidrarias especiais e reagentes) para atividades de pesquisa e para averiguação

dos recursos necessários.

RECEBIMENTO DAS INSTRUÇÕES BÁSICAS PARA USO DOS LABORATÓRIOS DE ENSINO E

PESQUISA

Nome Data Assinatura Motivo*

10. * AMB: ambientização; IC: iniciação científica; TCC: trabalho de conclusão de curso; AEC: atividade extra-classe.

Page 24: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO  · PDF fileFigura 4.Comparação dos métodos de determinação de açúcares redutores em mel de flores de Eucalipto

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Anexo 3

Comparação de métodos para determinação de açúcares redutores em

amostra de mel

1. Introdução

Os monossacarídeos, glicose e frutose são açúcares redutores devido

ao grupo carbonílico e cetônico livres, capazes de oxidarem na presença de

agentes oxidantes em soluções alcalinas. Já os dissacarídeos não possuem

essa característica sem antes serem hidrolisados, dessa forma são

classificados como não redutores (SILVA, 2003).

A legislação brasileira define mel como produto alimentício produzido

pelas abelhas melíferas, a partir do néctar das flores ou das secreções

procedentes de partes vivas das plantas ou de secreções de insetos sugadores

de plantas que ficam sobre partes vivas de plantas, que as abelhas recolhem,

transformam, combinam com substâncias específicas próprias, armazenam e

deixam madurar nos favos da colméia (BRASIL, 2000).

As plantas amilíferas são aquelas que têm flores visitadas pelas abelhas;

o conhecimento da flora apícola visitada pelas colônias Apis mellifera resultará

na identificação da variedade do mel. Existem diversas plantas amilíferas, ou

seja, que fornecem néctar, atrativo às abelhas Apis melífera. Neste trabalho foi

utilizado a variedade originada pela planta eucalipto.

A qualidade do mel está relacionada a um conjunto de determinações

físico-químicas, sensoriais e microbiológicas após a colheita e durante seu

armazenamento. Entre as análises físico-químicas que determinam essa

qualidade estão pH, sólidos solúveis, índice de formol, acidez e umidade

(BRASIL, 2000). A quantificação dos açúcares redutores é de extrema

importância, pois esta é a principal característica do mel, já que açúcares

ocupam quase a totalidade do produto. Essa análise pode ser realizada por

vários métodos, aqui foram realizados Lane-Eynon manual e instrumental,

Somogyi-Nelson e DNS, como intuito determinar o melhor método em relação a

praticidade e economia.

No método de Lane-Eynon o cobre do reativo de Fehling (solução

alcalina de sulfato de cobre em tampão de tartarato duplo de sódio e potássio)

é reduzido a óxido cuproso (Figura 1) (Silva et al, 2003).

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Figura 2. O sal de sódio que se forma com produto primário da oxidação do AR sofre posterior oxidação, na sequência da reação.

No método Somogyi e Nelson, os glicídeos redutores aquecidos em

meio alcalino, transformam-se em enóis que reduzem o íon cúprico presente à

cuproso. O óxido assim formado reduz o arsênio-molibídico a óxido de

molibdênio de coloração azul cuja intensidade de cor é proporcional a

quantidade de açúcares redutores existentes na amostra (Silva et al, 2003).

A química da reação do DNS com açúcares redutores está elucidada em

parte. O DNS é reduzido para ácido 3-amino-5-nitrossalicílico, enquanto que no

caso mais simples o grupamento aldeído parece ser oxidado a ácido aldônico

(Figura 2) Silva et al (2003).

Figura 3. O ácido 3,5- dinitrossalicílico é reduzido pelo açúcar redutor em meio alcalino a ácido 3-amino-5-nitrossalicílico formando ácido aldônico.

Assim, este trabalho teve como objetivo realizar determinação de açúcares

redutores (AR) em mel de flores de Eucalipto, utilizando os métodos para

análise e comparação Lane-Eynon por meio de titulação manual e instrumental,

Somogyi-Nelson e DNS, proporcionando informações que auxiliem o avaliador

de mel.

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2. Materiais e métodos

2.1 Materiais

O mel de flores de eucalipto foi adquirido no comércio do município de

Campo Mourão- PR. Todas as análises foram realizadas em triplicata.

2.2 Caracterização do mel

2.2.1 Teor de sólidos solúveis totais

O teor de sólidos solúveis totais (SST) foi obtido com auxílio de

refratômetro de bancada de Abbé, realizando-se a calibração do aparelho, com

água (ponto zero). Posteriormente, colocou-se 2 gotas de mel entre os prismas

do refratômetro, focalizou-se e foi realizado a leitura na escala contida no

aparelho em graus Brix.

2.2.2 Teor de umidade

Para a determinação do teor de umidade, foi utilizado o índice de

refração obtido no refratômetro juntamente com a leitura do teor de SST, sendo

posteriormente esse valor transformado em porcentagem, de acordo com a

tabela de Chataway.

2.2.3 Acidez total titulável

Pesou-se 10g de mel que foi diluído com 75 mL de água deionizada.

Titulou-se com solução de hidróxido de sódio 100mM até atingir pH 8,3, com o

auxílio de pHmetro digital (Tecnopon, mPA 210), sendo o volume gasto na

titulação anotado para o cálculo. Reservou-se a solução titulada para a análise

do índice de formol.

2.2.4 Índice de formol

A solução titulada da análise de acidez teve seu pH reduzido para 8,0,

adicionando-se ácido acético. Então foi inserido 5 mL de formol 35%.

Reservou-se por 1 minuto sob agitação magnética. Por fim esta solução foi

titulada com hidróxido de sódio 100mM até o pH 8,0 com auxílio de pHmetro

digital, sendo o volume gasto na titulação anotado para o cálculo.

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2.2.5 Determinação do valor de pH

Pesou-se 10g de mel que foi diluído com 75mL de água destilada recém

fervida e realizada leitura em pHmetro digital.

2.3 Métodos de determinação de açúcares redutores

As determinações do teor de açúcares redutores foram realizadas pelos

métodos de Lane-Eynon (titulação manual), Lane-Eynon (instrumental),

Somogyi-Nelson e DNS (ácido 3-5 dinitrossalicílico).

2.3.1 Lane-Eynon (titulação manual)

Em erlenmeyer foi inserido 10mL da solução A e 10mL da solução B,

dos reativos de Fehling, juntamente com 40mL de água destilada. Levou-se á

ebulição em chapa aquecedora, e então foi realizada a titulação com solução

de mel a 2%, utilizando 3 gotas do indicador azul de metileno próximo ao ponto

de viragem, característico pela coloração vermelho-tijolo (IAL, 2005).

2.3.2 Lane-Eynon (instrumental)

Este método se realiza em equipamento conhecido como Redutec

(Tecnal, TE-088). Para a determinação foi inserido no equipamento 10mL da

solução de Fehling A e 10mL da solução B, 40mL de água destilada e 3 gotas

do indicador azul de metileno. O aquecimento das soluções de Fehling ocorre

por meio de vapor de água da caldeira do equipamento. Após aquecimento,

fez-se a titulação da solução de mel a 2% inserida em bureta adaptada na

parte superior do equipamento, até momento em que no visor de voltagem, a

leitura dada por potenciômetro instalado na lateral da parte onde estão as

soluções de Fehling, se modificou rapidamente e a coloração passou de azul

para vermelho-tijolo. Anotou-se o volume gasto na bureta para realizar os

cálculos (IAL, 2005).

2.3.2 Somogyi-Nelson

Primeiramente foi construída uma curva padrão de glicose. Para isso

preparou-se uma solução de glicose com concentração de 300µg/mL, a partir

desta solução-estoque foram preparadas, em 11 tubos de ensaio, soluções

com concentrações no intervalo de 0 a 300µg/mL. Em cada um dos 11 tubos foi

inserido 1mL do restivo Somogyi e manteve-se em banho-maria fervente por 10

minutos. Depois de resfriados, adicionou-se 1mL do reativo de Nelson e 7mL

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de água destilada aos tubos. Foi realizada leitura em espectrofotômetro em

comprimento de onda de 540nm. Depois de obtida a equação da reta pôde-se

prosseguir a análise com a amostra. Então, foi preparado uma solução de mel

2% (solução 1), esta foi diluída 5000 vezes (solução 2). Em tubo de ensaio

inseriu-se 1mL da segunda solução de mel e 1mL do reativo Somogyi, após

manter 10 minutos em banho-maria fervente adicionou-se 1mL do reativo de

Nelson e 7mL de água destilada. Foi preparado também um tubo em branco,

ou seja, apresenta todos os componentes menos a amostra. Em seguida

analisadas em espectrofotômetro (PG Instruments, marca T80+) em

comprimento de onda de 540nm.

2.3.3 DNS (ácido 3-5 dinitrossalicílico)

Inicialmente preparou-se a curva padrão, para isso foi utilizado uma

solução-estoque de glicose de concentração 2g/L, a partir desta solução foi

preparado em 11 tubos soluções de glicose com concentrações no intervalo de

0 a 2g/L; em seguida em todos os tubos foi elevado o volume para 500µL

utilizando água destilada. Depois adicionou-se 2,5mL do reativo DNS nos 11

tubos, que foram inseridos em banho maria fervente por 10 minutos, depois de

resfriados, foi inserido 3mL de água destilada e realizado leitura em

espectrofotômetro em comprimento de onda de 600nm. Obtida a curva padrão

foi preparado uma solução de mel a 2%, a partir desta solução retirou-se

3,38mL e elevado o volume final à 50mL. Esta diluição foi necessária para

obter-se como concentração final da solução 1g/L, valor de encontra-se

exatamente no centro da curva padrão. Então desta solução final retirou-se

500µL que foi transferido para tubo juntamente com 2,5mL do reativo DNS,

este tubo permaneceu em banho-maria por 10 minutos e depois de resfriado

adicionou-se 3mL de água destilada, realizou-se, então, leitura em

espectrofotômetro (PG Instruments, marca T80+) em comprimento de onda de

600nm.

2.3.4 Análise estatística

Os resultados foram avaliados estatisticamente por meio da análise de

variância (ANOVA) e as médias comparadas pelo teste de Tukey em nível de

significância de 1% de probabilidade, com o auxílio do programa BioEstat 5.0.

3. Resultados e Discussões

Os resultados da caracterização físico-química do mel de flores de Eucalipto

podem ser visualizados na Tabela 4.

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Tabela 4. Análises físico-químicas de caracterização do mel de flores de Eucalipto

Análises Valores médios Legislação1

Sólidos solúveis totais

(°Brix)

80,00 -

Umidade (%) 19,00 Max. 20

Acidez titulável (m.Eq/Kg) 54,58 Max. 50

Indice de formol 7,05 -

pH 3,95 -

1Instrução Normativa do Ministério da Agricultura e do Abastecimento (Brasil, 2000).

Por meio do índice de refração foi possível determinar a quantidade de

sólidos solúveis presente na amostra e está relacionado basicamente à

quantidade de açúcar solúvel. Sua determinação é importante pelo fato do

consumidor ter preferência em méis mais doces (SILVA et al, 2009). Este mel

pode ser considerado doce, já que obteve-se 80 °Brix. Na legislação vigente de

méis, não existe valor determinado para este parâmetro. Por meio da leitura da

escala do índice de refração foi obtido o teor de umidade do mel de acordo com

a Tabela de Chataway.

A umidade se apresentou dentro do valor máximo da legislação

brasileira. A umidade dos méis é influenciada pela origem botânica, por

condições climáticas, pela época de colheita e pelo grau de maturação do mel,

sendo um parâmetro de grande importância durante o armazenamento do

produto. Teor de umidade abaixo de 21% evita processos indesejáveis de

fermentação do mel (SODRÉ et al., 2007).

A acidez do mel analisado está acima do padrão estabelecido pela

legislação brasileira (BRASIL, 2000). Evangelista-Rodrigueset al. (2005)

avaliaram duas amostras de méis produzido na Paraíba por Apis mellifera e

obtiveram valores de 41,66 e 35,00 mEq kg-1, valores menores que o

determinado neste trabalho. Segundo o autor a origem da acidez do mel deve-

se à variação dos ácidos orgânicos causada pelas diferentes fontes de néctar,

pela ação da enzima glicose-oxidase que origina o ácido glucônico, pela ação

das bactérias durante a maturação do mel e ainda a quantidade de minerais

presentes no mel.

Por meio da determinação do índice de formol avalia-se indiretamente a

presença de compostos como proteínas, aminoácidos e peptídeos. Esta

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análise é importante, pois se verifica que quando o índice é muito baixo

significa que o mel apresenta produtos artificiais e se for muito alto é sinal que

as abelhas foram alimentadas com hidrolisado de proteínas, e não é permitido

(CARVALHO, 2005; SODRÉ, 2005).

Segundo Marchini et al. (2004), todos os méis são ácidos e o pH é

influenciado pela origem botânica e concentração de diferentes ácidos na sua

composição, além de estar relacionado com a velocidade de formação do HMF

no mel. Em geral, todos os méis apresentam pH baixo, sendo formados por

ácidos orgânicos, alguns voláteis e outros inorgânicos . Esta característica do

mel pode ser influenciada pela sua origem, sendo geralmente inferior a 4,00

para mel de origem floral (CARVALHO 2005). Mesmo o valor de pH não esteja

atualmente descrito na legislação vigente como análise obrigatória no controle

de qualidade dos méis brasileiros, apresenta-se como valor necessário como

variável auxiliar para avaliação da qualidade, pois é um parâmetro de

importância na extração e no armazenamento do mel. O pH influencia na

estabilidade, textura e vida de prateleira do mel, visto que valores alterados de

pH podem indicar fermentação ou adulteração do mel de abelhas (WELKE et

al., 2008).

Os resultados das análises de comparação de métodos de determinação

de açúcares redutores, realizadas em quadruplicada, podem ser observados na

Tabela 5. A legislação estabelece o mínimo de 65% de açúcares redutores

para os méis florais de Apis mellifera.

Tabela 5. Valores do teor de açúcares redutores em mel de flores de Eucalipto, seguido do desvio padrão.

Método Lane-Eynon M Lane-Eynon I DNS Somogyi-

Nelson

Média AR*

(%)

65.8647 ±3,12a 74.2703 ±1,28b 75.7550 ±1,28b 74.6875 ±1,37b

Letras iguais indicam que as médias não diferem significativamente em nível de 1% de significância. *AR-

açúcar redutor.

Os métodos apresentaram diferenças significativas a 0,01 p=0,001158.

O teste de Tukey realizado pelo programa de estatística Bioestat 5.0, detectou

diferença significativa apenas no método Lane-Eynon Manual em relação aos

demais, observando-se a Figura 3, fica evidente essa diferença.

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Figura 4.Comparação dos métodos de determinação de açúcares redutores em mel de flores de Eucalipto

Isso pode ter ocorrido devido à erros causados pelo analista, uma vez

que o método Lane-Eynon manual exige certa prática na detecção do ponto de

equivalência da titulação, característico pela coloração vermelho-tijolo. Dessa

forma, sabe-se que as demais metodologias testadas apresentaram resultados

semelhantes, contudo no ponto de vista econômico é indicado utilizar o método

Lane-Eynon instrumental, uma vez que torna a análise mais econômica e

padrão, por ser determinada instrumentalmente pelo aparelho chamado de

Redutec. Muitas indústrias de alimentos, já adotaram esse método prático e

econômico, para avaliar a qualidade e a padronização de seus produtos.

O método Somogyi-Nelson apresenta vantagem sobre o Lane-Eynon,

quando trata-se de grande quantidade de amostras, pois este permite analisar

várias amostras simultaneamente, diferentemente do método Lane- Eynon,

contudo é utilizado principalmente para quantificação em amostras com teores

mais reduzidos de açúcares, devido á sua sensibilidade.

A determinação realizada pelo método de DNS iguala-se ao Lane-Eynon

(instrumental) em relação ao desvio padrão, aquele pode ser considerado mais

prático, uma vez que permite analisar várias amostras ao mesmo tempo,

contudo fica em desvantagem devido ao alto custo do reagente utilizado.

4. Conclusão

Com base nos métodos de determinação de açúcares redutores

apresentados, os métodos Somogyi-Nelson e DNS mostraram-se mais práticos

Lane-Eynon (M)

Lane-Eynon (I)

Somogyi-Nelson

DNS

60 62 64 66 68 70 72 74 76 78

Percentagem de Açúcares Redutores

Méto

do

s

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e rápidos; os métodos Lane-Eynon manual e instrumental são considerados

mais econômicos, contudo menos precisos. Assim conclui-se que a melhor

alternativa, do ponto de vista analítico, é o método DNS.