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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELÉTRICA CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA WILLIAM ROCHA TAVARES MELHORIA DO RENDIMENTO DE TRANSFORMADOR COM BASE EM ELEMENTOS DE PROJETO PATO BRANCO 2017 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELÉTRICA

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

WILLIAM ROCHA TAVARES

MELHORIA DO RENDIMENTO DE TRANSFORMADOR COM BASE EM

ELEMENTOS DE PROJETO

PATO BRANCO

2017

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

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WILLIAM ROCHA TAVARES

MELHORIA DO RENDIMENTO DE TRANSFORMADOR COM BASE

EM ELEMENTOS DE PROJETO

Trabalho de Conclusão de Curso de graduação, apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso 2, do Curso de Engenharia Elétrica do Departamento Acadêmico de Elétrica – DAELE – da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, Câmpus Pato Branco, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Eletricista. Orientador: Prof. Me. Jonatas Policarpo Américo Coorientador: Prof. Dr. Jorge Luis Roel Ortiz

PATO BRANCO

2017

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TERMO DE APROVAÇÃO

O trabalho de Conclusão de Curso intitulado MELHORIA DO

RENDIMENTO DE TRANSFORMADOR COM BASE EM ELEMENTOS DE

PROJETO, do aluno WILLIAM ROCHA TAVARES foi considerado APROVADO de

acordo com a ata da banca examinadora N° 135 de 2017.

Fizeram parte da banca os professores:

Jonatas Policarpo Américo

Jorge Luis Roel Ortiz

Géremi Gilson Dranka

Marcelo Gonçalves Trentin

A Ata de Defesa assinada encontra-se na Coordenação do Curso de

Engenharia Elétrica

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, Adelia e Josenildo.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus pais, por terem me ofertado a

oportunidade do ensino, pela compreensão e acreditarem na minha capacidade. E

aos meus irmãos e cunhados pelos mais diversos incentivos e apoio em toda a minha

trajetória acadêmica.

Agradeço também aos professores Jonatas e Jorge, pela oportunidade,

pelos inúmeros direcionamentos de estudo, pela confiança e apoio na orientação. E

aos amigos que estiveram presentes em apoio e descontração.

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EPÍGRAFE

É um erro capital teorizar antes de ter os dados.

Insensivelmente, começa-se a distorcer os fatos para adaptá-los

às teorias, em vez de fazer com que as teorias se adaptem aos

fatos. Sherlock Holmes, em A scandal in Bohemia, de Conan

Doyle (1891).

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RESUMO

TAVARES, William Rocha. Estudo sobre a melhoria do rendimento de transformador com base em elementos de projeto. 2017. 74 f. Trabalho de Conclusão de Curso – Curso de Engenharia Elétrica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2017.

Este trabalho apresenta um algoritmo para um projeto de transformador de pequena potência (até 1,5 kVA), monofásico com um primário e um secundário, no qual permite-se analisar os resultados possíveis. Será discutida a equação do rendimento e seu estudo em função de parâmetros construtivos, como também a análise das perdas envolvidas no processo de transformação, ou seja, a partir das massas do cobre (dos enrolamentos) e do ferro (do núcleo). Serão demonstrados os passos a serem avançados para determinar os valores dos parâmetros construtivos, como por exemplo a seção geométrica e magnética do núcleo, a área da janela do núcleo e a área ocupada pelos enrolamentos. Uma abordagem de um projeto base servirá para validação do algoritmo projetado; como também, será exposto os resultados do projeto a partir do algoritmo implementado com os mesmos dados de placa (tensão de entrada, tensão de saída, frequência e potência) utilizados no projeto base. Por fim, de posse dos resultados e discussões verificou-se a validade do algoritmo e a possibilidade de utilizar este trabalho para estudos futuros.

Palavras-chave: Algoritmo. Perdas no Cobre. Perdas Magnéticas. Projeto de Transformador. Rendimento.

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ABSTRACT

TAVARES, William Rocha. Estudo sobre a melhoria do rendimento de transformador com base em elementos de projeto. 2017. 74 f. Trabalho de Conclusão de Curso – Curso de Engenharia Elétrica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2017.

This work presents an approach an algorithm for a transformer project of a small power (up to 1.5 kVA), single-phase with one primary and one secondary, in which it is possible to analyze the possible results. It will be discussed the efficiency equation and its function of constructive parameters, as well as the analysis of the losses involved in the transformation process, i.e., generated by the masse of copper (windings) and iron (from the core). The steps to determine the values of the constructional parameters will be presented such as the geometric and magnetic section of the core, the core window area and the area filled by the windings. A base-case study will be utilized to validate the algorithm developed. Furthermore, the results of the project will be presented from the implemented algorithm using the same transformer nameplate data (input voltage, output voltage, frequency and power), used in the base project. Finally, with the results and discussions, verified the validity of the algorithm and the possibility of using this work for future studies.

Keywords: Algorithm. Copper Losses. Magnetic Losses. Transformer Project. Efficiency.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Exemplificação de um transformador monofásico. .............................................................. 20

Figura 2 - Núcleo de um transformador com interação dos fluxos mútuo e concatenado. ................. 25

Figura 3 - Núcleo magnético com formação das correntes de Foucault. ............................................. 29

Figura 4 - Fenômenos de excitação. (a) Tensão, fluxo e corrente de excitação; (b) laço de histerese. 30

Figura 5 - Núcleo do tipo envolvido. ..................................................................................................... 33

Figura 6 - Núcleo do tipo envolvido: (a) divisão dos enrolamentos; (b) diagrama em corte. .............. 34

Figura 7 - Núcleo do tipo envolvente. ................................................................................................... 34

Figura 8 - Núcleo do tipo envolvente: (a) disposição dos enrolamentos; (b) diagrama em corte. ....... 35

Figura 9 - Legenda do código de cores e formas utilizados no projeto do algoritmo. .......................... 43

Figura 10 - Visão geral do algoritmo. .................................................................................................... 44

Figura 11 - Fluxograma para obtenção dos dados provisórios. ............................................................ 45

Figura 12 - Lâminas do tipo EI. .............................................................................................................. 45

Figura 13 - Fluxograma para obtenção dos dados da lâmina. .............................................................. 47

Figura 14 - Área do carretel deve ter dimensão suficiente para Seção geométrica. ............................ 47

Figura 15 - Fluxograma para obtenção das dimensões do carretel. ..................................................... 48

Figura 16 - Fluxograma para obtenção das dimensões finais da lâmina e do núcleo........................... 49

Figura 17 - Determinação do número de espiras dos enrolamentos primário e secundário. .............. 50

Figura 18 - Metodologia para determinar a seção dos condutores. ..................................................... 51

Figura 19 - Metodologia para determinar as perdas no ferro. ............................................................. 52

Figura 20 - Metodologia para obtenção das perdas nos enrolamentos. .............................................. 53

Figura 21 - Metodologia para verificar a possiblidade de execução. .................................................... 54

Figura 22 - Metodologia para o cálculo final da Potência de entrada. ................................................. 55

Figura 23 - Metodologia para obtenção do rendimento. ..................................................................... 55

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Relação de densidade de corrente por potência. ................................................................ 39

Tabela 2 - Lâminas padronizadas. ......................................................................................................... 40

Tabela 3 - Dimensões da geometria do núcleo. .................................................................................... 57

Tabela 4 - Quantidade de lâminas para o núcleo.................................................................................. 58

Tabela 5 - Número de espiras – primário e secundário. ....................................................................... 58

Tabela 6 - Dados físicos do núcleo. ....................................................................................................... 59

Tabela 7 - Valores de massa do cobre. .................................................................................................. 59

Tabela 8 - Massa do transformador. ..................................................................................................... 59

Tabela 9 - Possiblidade de execução. .................................................................................................... 59

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AT Alta Tensão

BT Baixa Tensão

FEM Força Eletromotriz

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LISTA DE SÍMBOLOS

1( )v t Tensão em corrente alternada aplicada no primário do transformador

2( )v t Tensão em corrente alternada aplicada no secundário

1( )i t Corrente alternada aplicada no primário

2 ( )i t Corrente alternada aplica no secundário

1N Número de espiras do primário

2N Número de espiras do secundário

( )inde t Tensão induzida

1( )e t Tensão induzida no primário

2( )e t Tensão induzida no secundário

( )m t Fluxo mútuo magnético variante no tempo

Frequência angular

Fluxo concatenado na espira

N Espira de uma bobina

Fluxo concatenado

Fluxo médio para cada espira

1 Fluxo médio no primário

2 Fluxo médio no secundário

1D Fluxo disperso do primário

2D Fluxo disperso do secundário

f Frequência aplicada ao sistema

CondutorP Perdas no condutor por efeito Joule

R Resistência do condutor

I Corrente contínua aplicada no condutor

Resistividade do material do condutor

l Comprimento do condutor

A Área da seção transversal do condutor

ACR Resistência medida em corrente alternada

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CCR Componente da resistência em corrente contínua

FoucaultR Componente da resistência devido a corrente de Foucault

PelicularR Componente da resistência devido ao efeito pelicular

Densidade de corrente

1R Resistência do enrolamento primário

2R Resistência do enrolamento secundário

CondutorM Massa do condutor

FP Perdas por corrente de Foucault

Fk Constante de proporcionalidade para perdas por corrente de Foucault

ferroM Massa do ferro

ferro Densidade específica do ferro

B Indução magnética em seu valor eficaz

d Espessura das lâminas que compõem o núcleo

i Corrente necessária para produzir fluxo magnético

HP Perdas por histerese magnética

Sk Coeficiente de Steinmetz

FerroP Perdas no ferro

DispersãoP Perdas por fluxo de dispersão

dispk Constante relacionada ao efeito do fluxo de dispersão

ferro Coeficiente para as perdas totais no ferro

cos( ) Fator de potência da carga

Constante de proporcionalidade relacionada ao isolante entre as lâminas

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 15

1.1 JUSTIFICATIVA.................................................................................................................................. 16

1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................................................... 17

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................................................. 17

2 DESENVOLVIMENTO TEÓRICO ................................................................................... 19

2.1 TRANSFORMADOR - DEFINIÇÃO ...................................................................................................... 19

2.2 TRANSFORMADOR IDEAL ................................................................................................................ 20

2.3 TRANSFORMADOR REAL .................................................................................................................. 23

2.3.1 Perdas ........................................................................................................................................... 26

2.3.1.1 Perdas no cobre ......................................................................................................................................... 26

2.3.1.2 Correntes de Foucault ............................................................................................................................... 28

2.3.1.3 Perda por histerese ................................................................................................................................... 30

2.3.1.4 Fluxo de dispersão ..................................................................................................................................... 31

2.3.1.5 Perda no ferro – fins industriais ................................................................................................................ 31

2.4 ASPECTOS CONSTRUTIVOS .............................................................................................................. 32

2.4.1 Tipos de núcleo ............................................................................................................................ 32

2.4.1.1 Núcleo do tipo envolvido .......................................................................................................................... 33

2.4.1.2 Núcleo do tipo envolvente ........................................................................................................................ 34

2.4.2 Materiais usados no núcleo ......................................................................................................... 35

2.5 RENDIMENTO .................................................................................................................................. 36

3 PROJETO DE TRANSFORMADORES ............................................................................ 38

3.1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 38

3.2 PROJETO – CASO BASE ..................................................................................................................... 38

3.2.1 Cálculos para o projeto ................................................................................................................ 38

4 ALGORITMO PROJETADO .......................................................................................... 43

4.1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 43

4.2 DESENVOLVIMENTO DO ALGORITMO ............................................................................................. 44

4.3 IMPLEMENTAÇÃO DO ALGORITMO ................................................................................................. 56

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 57

5.1 VALIDAÇÃO DO ALGORITMO ........................................................................................................... 57

5.1.1 Comparação de valores ................................................................................................................ 60

5.2 DIVERSIDADE DE APLICAÇÕES (PROJETO SECUNDÁRIO) ................................................................. 61

6 CONCLUSÕES ............................................................................................................ 64

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 66

APÊNDICE A – RESULTADOS OBTIDOS UTILIZANDO O ALGORITMO ................................... 69

ANEXO A – DIMENSÕES DAS LÂMINAS PARA TRANSFORMADORES. ................................. 70

ANEXO B – DADOS DAS DIMENSÕES DOS CARRETÉIS ....................................................... 71

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ANEXO C – INFORMAÇÕES DO CONDUTOR DE COBRE ...................................................... 72

ANEXO D – DADOS DAS LÂMINAS DE GRÃO ORIENTADO ................................................. 72

ANEXO E – DADOS DAS LÂMINAS DE GRÃO NÃO-ORIENTADO ......................................... 73

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15

1 INTRODUÇÃO

O transformador é referido como um equipamento sem partes móveis, que

tem como objetivo transferir energia elétrica, por meio de ação indutiva

eletromagnética, de um ou mais circuitos (primário) para outro ou outros circuitos

(secundário, terciário), pode ou não alterar o valor da tensão e corrente em um

determinado circuito de corrente alternada, ou modificar os valores de impedância do

circuito elétrico, de maneira a manter a mesma frequência. Os enrolamentos que

determinam primário e secundário são conectados por fluxo magnético comum, sem

conexão elétrica entre eles; o fluxo magnético pode circular pelo ar, quando não há

um núcleo, porém, esta prática é pouco utilizada pois há grande dispersão do fluxo

magnético, ou por um núcleo de material ferromagnético onde a concentração do fluxo

magnético é maior, diminuindo assim a dispersão (CHAPMAN, 2013) (PAULINO,

2014).

O transformador possibilita a transmissão e distribuição de energia elétrica

de forma simples e barata, pois permite elevar o nível da tensão até um valor que a

corrente seja a menor possível de modo a reduzir as perdas no processo interconexão

de sistemas. Em sistemas elétricos de potência o transformador, em geral, opera de

duas maneiras: da geração para a transmissão opera em modo elevador de tensão, e

da transmissão para distribuição opera em modo abaixador de tensão. Desta forma,

é visto como necessária e indispensável a utilização de transformadores para conduzir

energia elétrica até o consumidor final, de modo eficiente e econômico (MEHTA;

PATEL, 2014).

É inegável a importância de transformadores quando abordado em níveis

de tensão, pois este equipamento está presente desde sistemas elétricos de potência,

nos quais são utilizados transformadores de grande porte (na ordem de MVA), como

também, em sistemas elétricos e eletrônicos, podendo citar os transformadores para

comando1 e transformadores para fontes de alimentação de equipamentos

eletrônicos, os quais possuem baixas potências (até 5 kVA) (DELGADO, 2010)

(SIEMENS, 2017).

1 Transformadores monofásicos utilizados em acionamentos elétricos (SIEMENS, 2017).

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O uso generalizado do transformador é evidenciado no reflexo econômico

acentuado da sociedade, desta forma, busca-se critérios cada vez mais avançados

de dimensionamento e construção, de forma a conciliar a redução de custos e

aumento na segurança operacional; ou ainda, verifica-se que o projeto de

transformadores é considerado um problema de otimização, determinada em geral,

por minimizar custos de material, produção, e perdas, de forma a maximizar

rendimento, em que técnicas de otimização são usadas para determinar a

configuração ótima dos parâmetros de geometria do transformador (ESEOSA, 2015)

(MEHTA; PATEL, 2014) (RIES, 2007).

Neste contexto, estudos detalhados são realizados para elevar a eficiência

dos transformadores, como também, analisar as propriedades físicas dos

componentes, técnicas construtivas (sob a responsabilidade de atender requisitos

legais de legislação e normas técnicas), e outros possíveis fatores relacionados com

a execução do projeto. Verifica-se também, que realizar o projeto de transformadores

envolve o processo de otimização, em que se faz necessário analisar um conjunto de

informações e cálculos, tornando-se, uma fonte para uma gama de resultados, os

quais, é possível obter o ótimo com base em seu propósito de utilização, pois o

resultado ótimo, depende das variáveis que são consideradas importantes em uma

determinada aplicação.

Para o presente trabalho será abordado o estudo para o projeto de

transformadores, com único primário e único secundário, de baixa potência (até 1,5

kVA), potência elevadas abrangem mais fatores e detalhes em seus cálculos que não

serão abordados.

1.1 JUSTIFICATIVA

De acordo com Ries (2007), o projeto de transformadores é, em sua

essência, um processo fortemente iterativo, pois é necessário atender as mais

diversas especificações que visam obter um equipamento de menor custo total e que

atenda às especificações. No presente trabalho, o projeto envolverá transformadores

de baixa potência (até 1,5 kVA), monofásico, com um primário e um secundário.

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Porém, pode-se considerar outros fatores que não seja o menor custo,

como por exemplo a maior eficiência, as menores dimensões, a menor massa, ou

ainda, uma combinação de exigências. Desta forma, a elaboração de um algoritmo

para projetar transformadores que traga como resultados uma gama de possibilidades

de projetos, possibilita a escolha de acordo com a determina exigência imposta.

1.2 OBJETIVOS

Elaborar um algoritmo para o projeto de um transformador em que o

rendimento esteja em função de parâmetros construtivos.

Para que o objetivo principal possa ser alcançado, os objetivos específicos

a seguir devem ser satisfeitos:

Revisar o modelo matemático do transformador;

Analisar os parâmetros de projeto e de construção de um

transformador;

Elaborar um algoritmo para o processo iterativo.

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO

No capítulo 2 será realizado um estudo teórico sobre transformadores,

incluindo a definição de transformadores ideal e real, a explanação das perdas

consideradas nos enrolamentos e no núcleo, as formas de elaborar os enrolamentos,

diferenciação das lâminas mais utilizadas para formar o núcleo do transformar, e por

fim, a análise e determinação da equação do rendimento.

No capítulo 3 será descrito um projeto base para um transformador, o qual

servirá como base para validação do algoritmo, com o objetivo de comparar os

resultados no capítulo.

No capítulo 4 será desenvolvido o algoritmo, bem como a explicação das

etapas de cálculo e fluxogramas para auxiliar na compreensão.

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No capítulo 5 serão apresentados os resultados obtidos a partir dos

cálculos realizado com o algoritmo, comparação para validar o algoritmo e uma

demonstração para aplicações diversas.

No capítulo 6 serão abordadas as conclusões a respeito do trabalho

elaborado e indicações para futuros trabalhos.

No apêndice A será exposto os resultados totais dos cálculos realizado com

o algoritmo projetado.

Nos anexos de A até E serão apresentados os dados (fornecidos pelos

fabricantes) das dimensões das lâminas, dimensões dos carretéis, dados das lâminas

de grão orientado e não orientado, e informações do condutor de cobre.

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2 DESENVOLVIMENTO TEÓRICO

2.1 TRANSFORMADOR - DEFINIÇÃO

Um transformador, em sua essência, pode ser definido como uma máquina

elétrica estática, sem partes móveis, no qual sua função é transformar um nível

primário de tensão em um segundo ou mais níveis de tensão, através de dois ou mais

enrolamentos que são acoplados por meio de um fluxo magnético comum regido pelas

fundamentações da lei de Faraday e lei de Lenz (FITZGERALD; KINGSLEY JUNIOR;

UMANS, 2006).

Por conveniência e simplicidade, considerando o transformador

monofásico ilustrado pela Figura 1, no qual sua operação ocorre entre dois

enrolamentos por meio de um fluxo magnético comum; ao aplicar um nível tensão

1( )v t em corrente alternada, circulará uma corrente primária 1( )i t pelo primeiro

enrolamento com número finito de espiras 1N , será então, produzido um fluxo

magnético ( )m t , no qual sua amplitude depende de 1( )v t , 1N e da frequência de 1 ( ),v t

de acordo com a lei de Faraday de Chapman (2013, p. 28-29) “se houver um fluxo

passando através de uma espira de fio condutor, então uma tensão será induzida

sendo diretamente proporcional à taxa de variação do fluxo com relação ao tempo”,

ou seja, a variação do fluxo magnético que interage com o segundo enrolamento,

através de ação indutiva, induz um nível de tensão 2( )e t , o qual depende do número

de espiras 2N , como também ( )m t e da frequência de 1( )v t , em consequência, nos

terminais do segundo enrolamento terá um nível de tensão 2( )v t , e na presença de

carga, circulará 2 ( )i t (DELGADO, 2010) (FITZGERALD; KINGSLEY JUNIOR;

UMANS, 2006) (RIES, 2007).

Observando ainda a Figura 1, e de acordo com a lei de Lenz de Chapman

(2013, p. 29) “o sentido com que a tensão cresce na bobina é tal que, se os terminais

da bobina fossem colocados em curto-circuito, então seria produzido uma corrente

que causaria um fluxo oposto à variação do fluxo original”, ou seja, quando 1( )v t for

instantaneamente positiva, a tensão gerada 1( )e t no enrolamento primário, será de

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mesmo módulo, porém com polaridade negativa, devido a tendência a se opor a

tensão aplicada 1( )v t (KOSOW, 2005).

Figura 1 - Exemplificação de um transformador monofásico. Fonte: Chapman, 2001 apud (NOGUEIRA; ALVES, 2009).

2.2 TRANSFORMADOR IDEAL

Para o caso de um transformador ideal, as perdas devido a operação em

regime permanente, e com frequência constante, podem ser desconsideradas, pois

considera-se que: fluxo magnético esteja totalmente confinado ao núcleo e

concatenado com os dois enrolamentos, de forma que não há fluxo disperso; no

núcleo não há perdas por correntes parasitas provenientes da variação do fluxo

magnético, e nem perdas por histerese devido a variação do campo magnetizante;

para os enrolamentos primário e secundário as resistências são nulas, não havendo

desta forma perdas por efeito joule (NOGUEIRA; ALVES, 2009) (MARTIGNONI,

1991).

Se for aplicada uma tensão senoidal nos terminais do lado primário, em que

1 1( ) ( ) v t V sen t o fluxo magnético que percorre o núcleo do transformador é

determinado pela Equação (1).

1

1

( ) cos( )

m

Vt t

N (1)

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21

em que 1V é a amplitude da tensão senoidal e é a frequência angular em radianos

por segundo; quando esse fluxo concatena com o próprio primário, faz surgir uma

Força Eletromotriz (FEM) 1( )e t , como explícito pela lei de Lenz, esta FEM tenderá a

se opor instantaneamente a 1( )v t ; quando o fluxo concatenar o secundário, surgirá

então uma FEM 2( )e t ; de forma idêntica, e seguindo novamente a lei de Lenz, as

correntes do primário e do secundário possuem direções opostas entre si, devido ao

fato de que a corrente do primário produz o fluxo magnético, e este produz a corrente

no secundário, portando, 2 ( )i t tende a anular 1( )i t (NOGUEIRA; ALVES, 2009).

Segundo detalhado por Fitzgerald, Kingsley e Umans (2006), decorre da lei

de Faraday que a FEM induzida em uma espira condutora é proporcional a taxa da

variação de fluxo magnético que percorre esta espira, como evidenciado pela

Equação (2),

1 1

( )( )

md t

e t Ndt

(2)

como foi considerado um caso ideal, o valor das resistências dos condutores dos

enrolamentos é nula, desta forma, tem-se que 1 1( ) ( )e t v t ; de forma análoga, com o

secundário concatenado pelo fluxo magnético, a tensão 2( )v t nos terminais do

secundário terá o mesmo nível de tensão que a FEM induzida 2( )e t , a qual é denotada

pela Equação (3);

2 2 2

( )( ) ( )

md t

v t e t Ndt

(3)

em decorrência, e utilizando a razão entre as equações (2) e (3), é possível obter a

relação de transformação dos níveis de tensão, em função direta do número de

espiras dos enrolamentos como mostrado na Equação (4).

1 1

2 2

( )

( )

v t N

v t N (4)

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22

Com a conexão de uma carga no secundário, uma corrente 2 ( )i t estará

presente, assim como uma FEM 2 2 ( )N i t , como foi considerado que a permeabilidade2

do núcleo é elevada, e o fluxo magnético é proveniente da tensão 1( )v t , logo o fluxo

não irá sofrer alterações com a presença de carga no transformador, e por

consequência, a FEM líquida de excitação também permanece inalterada como

mostrado na Equação (5);

1 1 2 2( ) ( ) 0N i t N i t (5)

A forma do primário reagir à presença de carga no secundário é manter a FEM líquida

sem alterações, ou seja, qualquer mudança de FEM ocorrida no secundário uma

reação irá acontecer com a FEM do primário para que a FEM líquida no núcleo do

transformador seja zero; utilizando da razão da equação (5), é possível obter a relação

de correntes em função do número de espiras, como exposto na Equação (6)

(FITZGERALD; KINGSLEY JUNIOR; UMANS, 2006).

1 2

2 1

( )

( )

i t N

i t N (6)

Para o transformador ideal, a potência percebida no secundário é a mesma aplicada

no primário, ou seja, não há nenhum tipo de perdas no processo de transformação

dos níveis de tensão, os elementos são ideais e o rendimento é de 100 %, utilizando

as Equações (4) e (6), é possível estabelecer a igualdade das potências, expressa na

Equação (7).

1 1 2 2( ) ( ) ( ) ( )v t i t V t i t (7)

2 Representa a facilidade relativa para estabelecer um campo magnético em um material qualquer (CHAPMAN, 2013).

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23

2.3 TRANSFORMADOR REAL

O transformador ideal serve como base para melhor compreender o

funcionamento geral de um transformador, porém, mesmo admitindo os melhores

processos e materiais para construção, não é possível que a máquina seja livre de

perdas; desta forma, para o modelo de um transformador real deve-se considerar os

efeitos dos seus elementos, como por exemplo os fluxos dispersos, a permeabilidade

finita e não linear do núcleo ocasionando correntes de excitação, e as resistências dos

enrolamentos (VASCONCELLOS, 2013).

Como estabelecido pela lei de Faraday, outra maneira de se obter a tensão

induzida ( )inde t é através da Equação (8),

( )

( )ind

d te t

dt

(8)

em que é o fluxo concatenado na espira em que a tensão está sendo induzida; porém

o fluxo concatenado é o somatório dos fluxos que passa por cada espira, a Equação

(9) exemplifica o valor de ,

1

N

i

i

(9)

contudo, o fluxo não é o mesmo que interage com cada espira, dependendo do

posicionamento da espira com relação a bobina, desta forma, o fluxo total não pode

ser estabelecido apenas como N , mas é possível estabelecer o fluxo médio para

cada espira dado pela Equação (10),

N

(10)

desta forma, substituindo (10) em (8) tem-se que a tensão induzida será função do

fluxo médio, como mostrado a Equação (11) (CHAPMAN, 2013).

( )

( )ind

d te t N

dt

(11)

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24

Ainda de acordo com a lei de Faraday, quando aplicada uma tensão 1( )v t ,

o fluxo médio no primário 1 é definido de acordo com a Equação (12);

1 1

1

1( )v t dt

N (12)

o efeito de 1 com o enrolamento do secundário depende de quanto de fluxo interage

com as 2N espiras, pois nem todo fluxo proveniente de 1N passa para o enrolamento

secundário, devido a algumas linhas de fluxo que circulam pelo ar em vez de permear

todas pelo núcleo ferromagnético, esse fluxo é chamado de fluxo disperso e está

presente tanto no enrolamento primário como no secundário, assim, o fluxo 1 pode

ser dividido em dois: o fluxo disperso do primário 1D e o fluxo mútuo m que de fato

permanece no núcleo e concatena com o com os dois enrolamentos, como mostrado

na Equação (13),

1 1D m (13)

de forma análoga ocorre para o segundo enrolamento:

2 2D m (14)

em que 2 é o fluxo médio no secundário e 2D é o fluxo disperso do secundário, a

Figura 2, exemplifica o núcleo com a interação dos fluxos (CHAPMAN, 2013).

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25

Figura 2 - Núcleo de um transformador com interação dos fluxos mútuo e concatenado. Fonte: Extraído e adaptado de (CHAPMAN, 2013).

A tensão nos terminais do primário pode ser escrita em função dos fluxos

da Equação (13), e é descrita na Equação (15),

1

1 1

( )( )( ) mD

d td tv t N

dt dt

(15)

e a tensão induzida no enrolamento primário é dado pela Equação (16),

1 1

( )( ) md t

e t Ndt

(16)

de forma análoga, a tensão nos terminais do secundário é dado de acordo com a

Equação (17) e a tensão induzida no enrolamento secundário é dado pela Equação

(18).

2

2 2

( )( )( ) mD

d td tv t N

dt dt

(17)

2 2

( )( ) md t

e t Ndt

(18)

Quando uma fonte em corrente alternada é conectada ao transformador,

uma corrente flui no primário, sem que haja necessariamente uma carga conectada

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26

ao secundário, esta corrente é necessária para produzir o fluxo magnético, e é

composta por duas componentes: corrente de magnetização (necessária para a

produção do fluxo magnético no núcleo do transformador) e corrente de perdas no

núcleo (responsável por suprir as perdas por histerese e corrente de Foucault)

(CHAPMAN, 2013).

Evidencia-se que para demonstrar a operação de um transformador real é

necessário considerar as perdas envolvidas no processo de estabelecer o fluxo

magnético. Porém, o cobre utilizado nos condutores dos enrolamentos possui

resistência elétrica, ou seja, oposição a passagem da corrente elétrica, o que

ocasionam dois efeitos: perdas por efeito Joule e queda de tensão (VASCONCELLOS,

2013).

As perdas e seus efeitos serão discutidos a seguir, e o rendimento para o

transformador real será abordado na seção 2.5.

2.3.1 Perdas

As perdas de potência de um transformador estão concentradas

basicamente no cobre (nos enrolamentos); no núcleo, as quais podem ser separadas

em perdas por corrente de Foucault e perdas por histerese magnética; e também as

perdas por fluxo disperso. Em ordem de relevância, as maiores perdas são por efeito

Joule nos enrolamentos, seguidamente pelas perdas no núcleo, e por último, as

perdas por fluxo disperso (RIES, 2007).

2.3.1.1 Perdas no cobre

Para corrente contínua considera-se que a potência dissipada sobre um

condutor é dada pela Equação (19)

2

CondutorP I R (19)

em que I é a corrente contínua, e R a resistência do condutor, no qual R , pode ser

calculado pela Equação (20)

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27

l

RA

, (20)

em que: é a resistividade do material condutor, l é o comprimento do condutor, e

A é área da seção transversal do condutor; contudo, para corrente alternada, tem-se

que a resistência medida é uma soma de componentes, como evidenciado pela

Equação (21)

AC CC Foucault PelicularR R R R , (21)

em que: CCR é a componente em corrente contínua, FoucaultR componentes devido às

correntes de Foucault e PelicularR componente responsável pelo efeito pelicular

(NOGUEIRA; ALVES, 2009).

A componente FoucaultR é ocasionada por correntes parasitas no interior dos

condutores, e a componente PelicularR ocorre devido a distribuição não uniforme das

correntes na seção dos condutores, ou seja, as duas componentes são geradas a

partir da circulação de corrente alternada, e ocorrem, em geral, quando há condutores

em paralelo, e praticamente são anuladas utilizando a técnica de transposição dos

condutores; os valores de FoucaultR e PelicularR são demasiadamente difíceis de serem

calculados, pois, variam, principalmente de acordo com a variação do fluxo

(DELGADO, 2010) (RIES, 2007). Segundo explanação de Martignoni (1991, p. 68),

“...a resistência equivalente do transformador fornece por meio da prova de ensaio de

curto circuito um resultado mais preciso que a medida separada das duas resistências

primárias e secundárias”.

As perdas nos enrolamentos, devido a ação do efeito Joule, dependem da

carga elétrica situada nos terminais do secundário, porém para efeito de simplicidade,

admite-se que o transformador esteja em funcionamento nominal, desta forma, a partir

do momento em que haja corrente circulando pelo primário, devido a relação de

transformação, no secundário também haverá, com isso, as perdas por efeito Joule

serão denominadas perdas nominais, e são proporcionais ao quadrado da corrente

que passar por cada enrolamento, assim a potência dissipada sobre os condutores

dos enrolamentos é dada pela Equação (22),

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28

2 2

1 1 2 2( ) ( )CondutorP i t R i t R (22)

em que 1R e 2R representam, respectivamente, a resistência do primeiro e segundo

enrolamento (DELGADO, 2010) (OLIVEIRA; COGO; ABREU, 1984).

É possível exemplificar as perdas no cobre utilizando as Equações (19) e

(20), o que resulta na Equação (23).

2

Condutor

lP i

A (23)

De maneira equivalente, pode-se obter as perdas em um condutor, em

função de sua massa e da densidade de corrente.

Para um condutor simbólico de seção regular A , e fixando um ponto

qualquer como referência, o número de cargas que atravessa A em um segundo,

definirá a intensidade da corrente elétrica (AQUINO; JUNIOR, 2016). A densidade de

corrente é a razão do quanto de corrente flui em uma determinada área, e é

expressa de acordo com a Equação (24).

i

A (24)

A massa de um condutor é determinada de acordo com a Equação (25).

CondutorM A l (25)

Desta forma, substituindo as Equações (24) e (25) na Equação (23), e

rearranjando os termos, é possível determinar as perdas nos enrolamentos de acordo

com a Equação (26), que fornece a potência dissipada em função da densidade de

corrente e da massa total do cobre.

2

Condutor CondutorP M (26)

2.3.1.2 Correntes de Foucault

São denominadas perdas por corrente de Foucault (ou correntes parasitas)

as correntes que circulam no interior do núcleo do transformador, ou como

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29

mencionado por Oliveira, Cogo e Abreu (1984, p. 1), o surgimento de correntes

parasitas “...é explicado pela lei de Faraday, a qual para este caso seria interpretada

como “estando o núcleo sujeito a um fluxo alternado, nele serão induzidas forças

eletromotrizes””, supondo que, no próprio núcleo seja formado um circuito elétrico, as

correntes estabelecidas obedecem o sentido como de acordo com a Figura 3, no qual

percorre um fluxo magnético transversal; as perdas por corrente de Foucault FP

podem ser expressas de acordo com a Equação (27),

2 2 2ferro

F F

ferro

MP k f d B

(27)

em que Fk é uma constante de proporcionalidade (e é determinada

experimentalmente), ferroM é a massa total do ferro, ferro é a densidade específica

do ferro, B é o valor eficaz da indução magnética, f a frequência da tensão aplicada

e, d a espessura das lâminas do material que formam o núcleo (OLIVEIRA; COGO;

ABREU, 1984) (CALIL, 2009).

Figura 3 - Núcleo magnético com formação das correntes de Foucault. Fonte: Extraído de (OLIVEIRA; COGO; ABREU, 1984).

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30

2.3.1.3 Perda por histerese

De acordo com Nogueira e Alves (2009), este tipo de perda está

relacionado com a reorganização dos momentos magnéticos atômicos do material do

núcleo, no qual, uma parcela de energia é gasta para realinhar os momentos

magnéticos toda vez que o ciclo de histerese for percorrido.

Devido as propriedades magnéticas não lineares do núcleo do

transformador, é requerido da corrente de excitação i que é a corrente necessária

para produzir fluxo magnético, uma forma de onda diferente da forma de onda senoidal

do fluxo; como observado na Figura 4, para um determinado instante de tempo t

podem ser obtidos a partir do laço de histerese, a corrente de excitação e o fluxo

(FITZGERALD; KINGSLEY JUNIOR; UMANS, 2006).

Figura 4 - Fenômenos de excitação. (a) Tensão, fluxo e corrente de excitação; (b) laço de histerese. Fonte: Extraído de (FITZGERALD; KINGSLEY JUNIOR; UMANS, 2006).

A potência dissipada pela perda por histerese HP , de acordo com a fórmula

de Steinmetz, pode ser obtida de acordo com a Equação (28)

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31

1,6ferro

H S

ferro

MP k f B

(28)

em que Sk é o coeficiente de Steinmetz que depende do material de composição do

núcleo (OLIVEIRA; COGO; ABREU, 1984) (CALIL, 2009).

De acordo com Kulkarni e Khaparde (2004), a constante de Steinmetz é

obtida empiricamente e possui valores típicos de 1,6 a 2,0 para materiais laminados a

quente, e para materiais laminados a frio, a constate possui valores maiores que 2,0.

2.3.1.4 Fluxo de dispersão

O fluxo que não concatena as duas bobinas do transformador, é chamado

de fluxo disperso, ou seja, supondo o fluxo produzido pelo enrolamento do primário, a

parte que não enlaça o enrolamento do secundário é o fluxo disperso 1D ; o mesmo é

válido para o fluxo produzido pelo enrolamento do secundário; esses fluxos produzem

a indutância de dispersão em cada enrolamento (CHAPMAN, 2013).

Para que possua elevada permeabilidade magnética, o núcleo do

transformador deve ser adequadamente projetado, de forma que a maior porção do

fluxo magnético percorra o núcleo ferro magnético, resultado em uma porção mínima

de fluxo disperso, o qual representa de 4 a 7% do fluxo total para operação do

transformador em condições nominais (VASCONCELLOS, 2013) (NOGUEIRA;

ALVES, 2009).

De acordo com Walter (2007), as perdas por fluxo de dispersão são difíceis

de serem calculadas, e geralmente, representam menos que 5% das perdas nos

condutores.

2.3.1.5 Perda no ferro – fins industriais

A perda no ferro pode ser verificada com base em dados garantidos por

fabricantes, e é composta das perdas provenientes da corrente de Foucault, perdas

por histerese e por fluxo de dispersão DispersãoP , como verificada na Equação (29).

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32

ferro F H DispersãoP P P P (29)

De acordo com Calil (2009), é possível rescrever a Equação (29),

considerando a massa e a densidade do ferro, e desta forma, a perda no ferro pode

ser escrita como de acordo com a Equação (30), e o coeficiente que determina a perda

específica para uma determinada lâmina é dada pela Equação (31).

2 2 2 1,6ferro ferro ferro

ferro F S disp

ferro ferro ferro

M M MP k f d B k f B k

(30)

em que dispk é a constante proporcional as perdas por fluxo de dispersão.

2 2 2 1,61ferro F S disp

ferro

k f d B k f B k

(31)

Substituindo (31) em (30), tem-se:

ferro ferro ferroP M (32)

De acordo com a Equação (32), é possível determinar as perdas envolvidas

no ferro, analisando a massa total e o coeficiente fornecido por fabricantes de lâminas.

2.4 ASPECTOS CONSTRUTIVOS

Nesta seção serão abordados os tipos de construção dos enrolamentos no

núcleo, e os tipos de lâminas que podem ser empregadas para formar o núcleo do

transformador.

2.4.1 Tipos de núcleo

Em geral, transformadores de potência, são construídos sob a forma de

dois tipos de núcleo, do tipo envolvido ou do tipo envolvente. Essa denominação

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33

refere-se a maneira como os enrolamentos estão dispostos no núcleo (CHAPMAN,

2013).

2.4.1.1 Núcleo do tipo envolvido

Neste tipo de núcleo, o fluxo magnético percorre um único caminho, como

verificado na Figura 5, e a parte do núcleo que contém o enrolamento, é comumente

chamada de perna ou coluna;

Figura 5 - Núcleo do tipo envolvido. Fonte: Extraído de (DASGUPTA, 2009).

de acordo com a Figura 6 (a), os enrolamentos são montados ao redor das pernas de

forma cilíndrica e concêntrica; na grande maioria das vezes, o enrolamento de Baixa

Tensão (BT) é localizado na parte mais interna do cilindro, e o enrolamento de Alta

Tensão (AT) na parte mais externa; para balancear o peso e aproveitar melhor a

distribuição do fluxo magnético. Há divisão das bobinas, de modo que fique,

aproximadamente, metade dos enrolamentos de BT e AT em cada uma das pernas,

como verificado na Figura 6 (b); as principais vantagens para esse tipo de núcleo são

fácil reparo, melhor resfriamento e construção simplificada (AGUIAR, 2007)

(KULKARNI; KHAPARDE, 2004).

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34

Figura 6 - Núcleo do tipo envolvido: (a) divisão dos enrolamentos; (b) diagrama em corte. Fonte: Adaptado de (AGUIAR, 2007).

2.4.1.2 Núcleo do tipo envolvente

Neste tipo de núcleo, o fluxo magnético percorre mais de um caminho,

como pode ser verificado na Figura 7, ou seja, os enrolamentos estão sobre uma

perna central, por onde passa o fluxo magnético total, e em seguida, o fluxo percorre

as colunas laterais (as quais possuem a metade da seção reta da perna que contém

os enrolamentos).

Figura 7 - Núcleo do tipo envolvente. Fonte: Extraído de (DASGUPTA, 2009).

Os enrolamentos são dispostos sobre a perna central e formando camadas

alternadas, entre baixa e alta tensão, como verificado na Figura 8; a vantagem deste

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35

tipo de arranjo está relacionada quando, exposto a sistemas desequilibrados e

presença de harmônicos haverá caminho independente para os fluxos de sequência

zero (DELGADO, 2010) (AGUIAR, 2007).

Figura 8 - Núcleo do tipo envolvente: (a) disposição dos enrolamentos; (b) diagrama em corte. Fonte: Adaptado de (AGUIAR, 2007).

2.4.2 Materiais usados no núcleo

Para melhor condução do fluxo magnético (e reduzir o fluxo disperso) o

núcleo do transformador deve ser composto por material ferromagnético3. E de

maneira a minimizar os efeitos causados por correntes parasitas, o núcleo deve ser

laminado, ou seja, no lugar de usar material maciço utiliza-se lâminas do material ferro

magnético, as quais são isoladas entre si (geralmente aplica-se verniz).

Materiais utilizados em núcleo de transformadores possuem ferro e ligas

adicionais, e através de tratamentos especiais obtém-se as propriedades ideias para

fabricação de lâminas para ser utilizadas em máquinas elétricas. Neste trabalho, será

considerado o aço-silício como material ferromagnético para o núcleo, porém é

importante frisar, que outros materiais podem ser utilizados, tais como: ferro níquel,

ferro cobalto e materiais amorfos (CALIL, 2009).

3 Materiais que apresentam µ (permeabilidade magnética) >> µ0 (permeabilidade magnética do vácuo) (CALIL, 2009).

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36

Para que seja fabricado o aço-silício é necessário a adição de silício ao

ferro, em geral, em proporção de 3%, este processo tem por objetivo fortalecer a

textura cristalográfica, ou seja, dispor em direção longitudinal quase que integralmente

os cristais que compõem a lâmina (este processo é conhecido como orientação de

grãos do material), desta forma melhora a resistividade elétrica, aumenta a

permeabilidade magnética e reduz as correntes parasitas; assim, o aço-silício de

grãos orientados possui perdas reduzidas e, é amplamente utilizado para fabricação

de transformadores de potência (NOGUEIRA; ALVES, 2009) (LANDGRAF, 2002).

Para fabricação o aço-silício de grão não-orientado, é necessário a adição

de silício ao ferro, em geral, em proporção de 1 a 3%. Utilizado em aplicações onde

não seja necessário a direção de magnetização preferencial, ou seja, as linhas de

magnetização não são iguais ao longo do plano da lâmina, como por exemplo motores

elétricos e pequenos transformadores utilizados em eletrônica (LANDGRAF, 2002)

(AMERICANSIL, 2015).

2.5 RENDIMENTO

O rendimento de uma máquina é a razão entre a energia disponível na

saída pela energia aplicada na entrada, ou seja, considerando o rendimento de um

transformador, será a razão entre a potência ativa aplicada na carga e a potência

ativa, proveniente da fonte, entregue ao transformador (NOGUEIRA; ALVES, 2009).

O rendimento pode ser calculado como verificado na Equação (33).

_100%

_

Potência saída

Potência entrada (33)

Para que possa ser suprida as perdas envolvidas no processo de

transformação, é necessário que a potência de entrada seja igual a potência de saída

incluindo a potência das perdas, como verificado na Equação (34).

_ _ Condutor FerroPotência entrada Potência saída P P (34)

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37

Desta forma, a Equação (33) pode ser reescrita de acordo com a Equação

(35).

_100%

_ Condutor Ferro

Potência saída

Potência saída P P

(35)

De acordo com Chapman (2013), a potência de saída de um transformador

pode ser determinada de acordo com a Equação (36),

2 2_ cos( )Potência saída V I (36)

em que cos( ) é o fator de potência da carga.

As equações de perdas no cobre e perdas no ferro foram determinadas

com base na massa, ou seja, de posse da massa dos enrolamentos e do núcleo é

possível determinar as perdas nestes elementos, desta maneira, o rendimento pode

ser determinado de acordo com a Equação (37).

2 2

2

2 2

cos( )100%

cos( ) Condutor ferro ferro

V I

V I M M

(37)

É visto que as massas dos elementos que compõem o transformador

influenciam em seu rendimento, pois quanto maior a massa menor será o rendimento.

Desta forma, informações sobre os aspectos de construção e dos elementos

construtivos são de fundamental importância para determinar quais diretrizes a serem

aplicadas no projeto de um transformador.

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38

3 PROJETO DE TRANSFORMADORES

3.1 INTRODUÇÃO

A validação do algoritmo a ser projetado é possível de ser realizada de

algumas maneiras, entre elas, a utilização de um transformador o qual seja possível

extrair todas informações relevantes, tais como, número de espiras dos enrolamentos,

número de lâminas, características físicas e magnéticas das lâminas, perdas

envolvidas e dados nominais. Com isso, o transformador a ser estudado deve passível

a ser desmontado e analisado de forma minuciosa.

Na impossibilidade de utilizar um transformador, uma alternativa, é a

comparação com um projeto base de mesmas características nominais, desta forma,

nesta seção será abordado um projeto base como forma de demonstrar aspectos de

construção de um transformador e extrair resultados para comparação futura.

3.2 PROJETO – CASO BASE

Como meio de validar o algoritmo projetado, será utilizado o algoritmo

proposto no livro “Transformadores” do autor Alfonso Martignoni (1991). Será exposto

o algoritmo em conjunto com os cálculos necessários para elaboração de um projeto

de um transformador monofásico com as seguintes características: potência de saída

750 VA, frequência 60 Hz, tensão de entrada 127 V e tensão de saída 220 V.

3.2.1 Cálculos para o projeto

Os cálculos serão apresentados de acordo com a sequência encontrada no

algoritmo:

a) O cálculo da corrente de saída é dado pela Equação (38),

_

__

Potência saídaCorrente saída

Tensão saída (38)

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39

a qual retorna o valor de 3,41 A;

b) O valor da potência de entrada é acrescido por 10% do valor da

potência de saída, esse valor é justificado para suprir as perdas totais no processo de

transformação, com isso o valor da potência de entrada será de 825 W;

c) O valor da corrente de entrada é calculado de acordo com a

Equação (39),

_

__

Potência entradaCorrente entrada

Tensão entrada (39)

a qual retorna o valor de 6,5 A;

d) De acordo com a Tabela 1, a densidade de corrente é avaliada e

utilizada para determinar a seção dos condutores conforme a Equação (40).

Tabela 1 - Relação de densidade de corrente por potência.

Potência (VA) Densidade de Corrente (A/mm²)

500 3

500 até 1000 2,5

1000 até 3000 2

Fonte: (MARTIGNONI, 1991).

__

CorrenteSeção condutor

Densidade corrente (40)

Desta forma, o valor para a seção do condutor de entrada é 2,6 mm², do condutor de

saída 1,36 mm², e para valores comerciais têm-se AWG nº 13 e AWG nº 15

respectivamente, e a densidade média de corrente é calculada de acordo com a

Equação (41),

_1 _ 2

_ _1 _ _ 2_

2

Corrente Corrente

Seção condutor Seção condutorDensidade média

(41)

desta forma a densidade média de corrente é de 2,27 A/mm²;

e) A seção magnética de um transformador com um primário e um

secundário utilizando lâminas padronizadas, é descrita de acordo com a Equação (42)

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40

_

_ 7,5Potência saída

Seção magnéticaFrequência

(42)

e o valor é de 26,52 cm²;

f) Para escolha das dimensões do núcleo, é necessário conhecer a

seção geométrica, esta seção é a que efetivamente é constituída de ferro, e para que

seja considerado o espaçamento entre uma lâmina e outra, o valor desta seção é

obtido de acordo com a Equação (43)

_ 1,1 _Seção geométrica Seção magnética (43)

e assim, tem-se 29 cm²;

g) De maneira a aproximar o núcleo da forma mais quadrada

possível, a partir da seção geométrica, e com base na Tabela 2, escolhe-se então a

lâmina padronizada, que para o seguinte projeto resulta na lâmina número 6, e desta

forma as dimensões do núcleo serão 5 x 6 cm, e as novas seção geométrica e

magnética serão, respectivamente de 30 cm² e 27,27 cm²;

Tabela 2 - Lâminas padronizadas.

Lâminas Padronizadas

Nº Perna central (cm) Seção da janela

(mm²)

Peso do núcleo

(kg/cm)

0 1,5 168 0,095

1 2 300 0,170

2 2,5 468 0,273

3 3 675 0,380

4 3,5 900 0,516

5 4 1200 0,674

6 5 1880 1,053

Fonte: (MARTIGNONI, 1991).

h) Para o cálculo do número de espiras considera-se a Equação (44)

8_1 10

_ _1_ 4,44 _

TensãoNúmero espira

Seção magnética Indução máxima Frequência

(44)

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41

em que, segundo Martignoni (1991) o valor da indução máxima para lâminas de boa

qualidade é de 11300 Gauss, e com isso o número de espiras do primário e do

secundário serão, respectivamente, 160 e 278 espiras, a fim de superar perdas, será

acrescido 10% nos valores, o que retorna, 176 para o primário e 306 para o

secundário;

i) De forma a garantir que seja possível executar o projeto do

transformador, primeiramente se faz necessário determinar a seção do cobre

enrolado, como verificado na Equação (45).

_ _1 _1 2 _ 2( ) ( )cobre enroaldo espira condutor espira condutorSeção N Seção N Seção (45)

O valor da seção do cobre enrolado é 873,76 mm². Para que a bobina dos

enrolamentos possa se ajustar na janela do núcleo, a razão entre a Seção da janela

e a Seção do cobre enrolado deve ser maior ou igual a 3, com verificado na Equação

(46).

_

3_ _

Seção janela

Seção cobre enrolado (46)

Para este projeto, o valor da razão é de 2,15; caso o projeto tivesse como intuito o de

realizar a montagem do transformador, seria necessário escolher outro tipo de lâmina

com janela maior;

j) Para o cálculo da massa do ferro, será utilizado os dados

referentes a massa da lâmina, presente na Tabela 2, e a Equação (47),

_ _ _Massa ferro Massa núcleo Comprimento núcleo (47)

e assim, para o comprimento de 6 cm do núcleo, a massa do ferro do núcleo será de

6,32 kg;

k) A Equação (48) pode ser utilizada para determinar o comprimento

da espira média,

_ _ _ (2 0,5 ) 2 _Comprimento médio espira Perna central Comp núcleo (48)

e assim, o valor do comprimento da espira média será de 29,85 cm;

l) Para determinar a massa do cobre utilizado nos enrolamentos

será utilizada a Equação (49),

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42

_

_ _ _100

condutorcobre

Seção totalMassa cobre Comprimento espira média (49)

em que 𝜌𝑐𝑜𝑏𝑟𝑒 é a densidade do cobre4, e considerada em 8,9 g/cm³, desta forma, a

massa do cobre será 2566,9 g;

m) Para determinar as perdas no ferro, considerando lâminas

normais, 𝜔𝑓𝑒 = 4,22 W/kg, e aplicando a Equação (50),

_ 1,15 _fePerda ferro Massa ferro (50)

em que, 𝜔𝑓𝑒 representa a perda específica do ferro, e o valor 1,15 é utilizado para

correção do valor das perdas devido ao processo de usinagem das lâminas, com isso

o valor da perda no ferro é de 30,66 W;

n) É possível determinar as perdas no cobre utilizando a Equação

(51),

2 3_ _ _ 10cu

cu

Perda cobre Massa cobre Densidade media

(51)

em que, 𝜌𝑐𝑢 é a resistividade do cobre5 e seu valor é de 0,0216 Ω/m/mm², 𝜍𝑐𝑢 é a

massa específica do cobre e seu valor é de 8,9 g/cm³, o fator 10³ é para adequação

do valor das grandezas, desta forma, a perda no cobre é de 32,05 W;

o) Ao final, o rendimento pode ser obtido de acordo com a Equação

(52),

_

_ _ _

Potência saídaRendimento

Potência saída Perda ferro Perda cobre

(52)

desta forma, o rendimento para este projeto será de 92,28%.

4 Densidade do cobre considerada pelo autor (MARTIGNONI, 1991, p. 68). 5 Resistividade para o cobre recozido a 75 °C (MARTIGNONI, 1991, p. 69).

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43

4 ALGORITMO PROJETADO

O projeto do algoritmo será descrito em partes, de modo que a explanação

não seja sobrecarregada em informações, os cálculos presentes no algoritmo

projetado estão embasados na bibliografia e considerações próprias.

4.1 INTRODUÇÃO

Nesta seção será abordado o projeto do algoritmo, bem como a explanação

de cada subseção. Ressalta-se que as variáveis estarão com a primeira letra em

maiúscula e em itálico. A Figura 9 apresenta a legenda do código de cores e formas

geométricas dos passos a serem realizados no algoritmo.

DEFINIÇÃO DE CORES E FORMAS

Variável a ser determinada - Cálculo direto

Cálculo intermediário

Variável já determinada anteriormente

SEÇÃO

CONDUTOR

(mm²)

ESPESSURA

DO NÚCLEO

(mm)

SEÇÃO

GEOMÉTRICA

(cm²)

Variável a ser novamente determinadaDIMENSÕES

DO NÚCLEO

(parte 1)

PERDA MÍNIMA

(W/kg)

POTÊNCIA

SAÍDA (VA)Dados nominais -

Dados tabelados – fornecidos por fabricantes

COR E FORMA

EXEMPLOAPLICAÇÃO

Figura 9 - Legenda do código de cores e formas utilizados no projeto do algoritmo. Fonte: Autoria própria.

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44

De modo a simplificar a compreensão do algoritmo, a Figura 10 apresenta

um fluxograma com a sequência de passos, bem como uma visão geral do processo.

Ressaltando que o item Possibilidade de execução (de cor diferenciada - vermelha),

pode apresentar um laço para recálculo, porém, este item será abordado com detalhes

mais a frente.

Figura 10 - Visão geral do algoritmo. Fonte: Autoria própria.

4.2 DESENVOLVIMENTO DO ALGORITMO

O ponto de partida, segue das características nominais do transformador,

ou seja, Potência de saída, Tensão de entrada, Tensão de saída e Frequência de

operação. A partir destes dados será possível seguir o procedimento para desenvolver

o passo-a-passo do algoritmo:

a) A princípio, se faz necessário obter a Potência de entrada (valor

provisório), para isso, utiliza-se a Equação (53),

_ 1,1 _Potência entrada Potência saída (53)

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45

Como neste ponto as perdas ainda não foram determinadas, com isso, considera-se

acréscimo de 10% na Potência de entrada com relação a Potência de saída; para

obter o valor da Corrente de saída e os valores provisórios de Corrente de entrada,

Seções magnéticas e geométricas utiliza-se as Equações (38), (39), (42) e (43). A

Figura 11 apresenta a dinâmica do enlace dos dados.

DADOS NOMINAIS INICIAIS

POTÊNCIA

SAÍDA (VA)

FREQUÊNCIA

(Hz)

TENSÃO

ENTRADA (V)

TENSÃO

SAÍDA (V)

POTÊNCIA

ENTRADA

(VA)

CORRENTE

ENTRADA (A)

CORRENTE

SAÍDA (A)

SEÇÃO

MAGNÉTICA

(cm²)

SEÇÃO

GEOMÉTRICA

(cm²)

Figura 11 - Fluxograma para obtenção dos dados provisórios. Fonte: Autoria própria.

b) Para melhor distribuição do fluxo magnético gerado pelo primário,

é necessário que a coluna central do núcleo fique o mais próximo de uma geometria

quadrada, com isso a Equação (54) fornece o valor provisório para a coluna central.

_ _ _Dimensão coluna central Seção geométrica (54)

Considerando lâminas do tipo “EI”, como de acordo com a Figura 12, em

que os índices de “A” até “K”, representam as dimensões de acordo com o fabricante,

a largura do núcleo corresponde à Dimensão de “A”.

Figura 12 - Lâminas do tipo EI. Fonte: Extraído e adaptado de (SOMABRASIL, 2014).

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46

De acordo com dados do fabricante, encontra-se o valor comercial mais próximo para

a Dimensão de “A”, desta forma, a Espessura do núcleo é determinada de acordo com

a Equação (55).

_

__

Seção geométricaEspessura núcleo

Dimensão A (55)

A Quantidade de lâminas será determinada de acordo com a Equação

(56),

__ ( ) _ ( )

_ ( )

Espessura núcleoQuantidade lâminas n Fator empilhamento n

Espessura lâmina n

(56)

em que, é uma constante relacionada a espessura total do isolante entre as lâminas,

Espessura da lâmina e Fator de empilhamento são dados padronizados pelo

fabricante. O valor de Quantidade de lâminas irá variar de acordo com o n valor de

Espessura de lâminas, ou seja, se o fabricante fornecer 5 espessuras diferentes então

será possível obter 5 valores para a Quantidade de lâminas.

As novas n Espessuras do núcleo relacionadas com as lâminas

padronizadas podem ser obtidas de acordo com a Equação (57).

_ ( )_ ( ) _ ( )

_ ( )

Quantidade lâminas nEspessura núcleo n Espessura lâmina n

Fator empilhamento n

(57)

Da mesma maneira, as n novas Seções geométricas e magnéticas,

podem ser obtidas pelas Equações (58) e (59) respectivamente.

_ ( ) _ _ ( )Seção geométrica n Dimensão A Espessura núcleo n (58)

_ ( ) 0,9 ( _ _ ( ))Seção magnética n Dimensão A Espessura núcleo n (59)

A Figura 13 apresenta a dinâmica da escolha das lâminas a partir da

Seção geométrica provisória.

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47

DIMENSÕES DO NÚCLEO (parte 1)

DIMENSÃO DA

COLUNA CENTRAL –

A (cm)

DIMENSÃO DA

COLUNA CENTRAL –

A [VALOR

COMERCIAL] (cm)

ESPESSURA DO

NÚCLEO (cm)

QUANTIDADE DE

LÂMINAS

ESPESSURA DO NÚCLEO

COM LÂMINAS

PADRONIZADAS (cm)

NOVA SEÇÃO

GEOMÉTRICA (cm²)

NOVA SEÇÃO

MAGNÉTICA (cm²)

SEÇÃO

GEOMÉTRICA

(cm²)

Figura 13 - Fluxograma para obtenção dos dados da lâmina. Fonte: Autoria própria.

c) Para transformadores de pequeno porte (com potência de até

1500 VA), é possível, e também por praticidade, que os enrolamentos sejam

confeccionados em carretéis. Para verificar as dimensões do carretel a ser utilizado,

deseja-se que sua área interna seja igual ou o mais próximo possível da média da

Seção geométrica. Na Figura 14 é possível observar a Seção geométrica e a Área do

carretel, observando que a área do carretel é determinada de acordo com a Equação

(60),

Figura 14 - Área do carretel deve ter dimensão suficiente para Seção geométrica. Fonte: extraído e adaptado de (NOVACON, 2015).

_ ' 'Área carretel a b (60)

em que, 'a representa a largura da perna central que a lâmina deverá possuir, e 'b

a dimensão do empilhamento das lâminas. A utilização do carretel implica em um fator

de restrição para o projeto, pois o núcleo deverá ter suas dimensões de tal maneira

que seja possível alojá-lo no carretel.

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48

A Figura 15 apresenta a dinâmica da escolha do carretel, considerando

valores disponibilizado por fabricantes.

DIMENSÕES DO CARRETEL

MÉDIA DA SEÇÃO

GEOMETRICA (cm²)

ÁREA DO

CARRETEL (cm²)

TOLERÂNCIA

SEÇÃO

GEOMETRICA (cm²)

DIMENSÃO DE A

(mm)

DIMENSÃO DE B

(mm)

ÁREA DO CARRETEL

(possível seção

geométrica) (cm²)

NOVA SEÇÃO

GEOMÉTRICA (cm²)

Figura 15 - Fluxograma para obtenção das dimensões do carretel. Fonte: Autoria própria.

d) Para o dimensionamento final das lâminas, deve ser considerado,

para introduzir o carretel no núcleo, um espaçamento de até 1 mm, afim de que não

ocorra esforços desnecessários para o encaixe. Desta forma, a Dimensão de “A” da

lâmina a ser selecionada será determinada de tal maneira que ela seja até 1 mm

menor que a Dimensão de 'a .

Na ocorrência de haver mais de uma lâmina selecionada, ou seja, um

novo valor “n” para a Dimensão de “A”, e com isso, será necessário avaliar qual

apresentará o formato do núcleo o mais próximo de um quadrado (visto que desta

maneira o fluxo percorrerá com maior fluidez um caminho em que os lados são

simétricos) considerando a Área do carretel.

Após a seleção final da Dimensão de “A”, serão então definidos os

valores finais da dimensão do núcleo, ou seja, as Quantidades de lâminas, a

Espessuras do núcleo e a Seções geométrica, de acordo com as Equações (56) (57)

e (58).

A Figura 16 apresenta a dinâmica da escolha final da lâmina, e a

obtenção das dimensões do núcleo.

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49

DIMENSÃO FINAL DA LÂMINA

DIMENSÃO DA

COLUNA CENTRAL –

A [VALOR

COMERCIAL] (cm)

TOLERÂNCIA DO

COMPRIMENTO DE

A (mm)

DIMENSÃO DE A

(mm)

DIMENSÃO DE B

ESPESSURA

NÚCLEO(mm)

FORMA MAIS

QUADRADA

POSSÍVEL

DIMENSÃO DE A

(mm)

Valor único

ESPESSURA DO

NÚCLEO (mm)

DADOS DAS LÂMINAS (espessura das

lâminas e fator de empilhamento)

QUANTIDADE DE

LÂMINASSEÇÃO GEOMÉTRICA

(cm²)

DIMENSÃO DE A

(mm)

DIMENSÃO DE B

(mm)

Figura 16 - Fluxograma para obtenção das dimensões finais da lâmina e do núcleo. Fonte: Autoria própria.

e) A partir da determinação das dimensões do núcleo, é possível

determinar o Número de espiras das bobinas do primário e do secundário. A

quantidade de espiras determina o quanto de fluxo será concatenado entre primário e

secundário, e é dependente do valor da Tensão a que está submetido, da Frequência

do Fluxo magnético, da Seção magnética e Indução magnética do núcleo, como

descrito pela Equação (61).

8_1 10_ _1

_ 4,44 _

TensãoNúmero espira

Seção magnética Indução magnética Frequência

(61)

A Indução magnética é garantida pelo fabricante da lâmina, e em geral,

é fornecida pelos seus valores mínimos e máximos, desta forma, é interessante que

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50

o cálculo do Número de espiras seja realizado para os dois extremos, ou seja, logo

no início da curva, até próximo ao ponto de saturação (joelho da curva B x H). Desta

forma, tem-se: Número_espira_1_mín, Número_espira_1_max,

Número_espira_2_mín, Número_espira_2_max.

Importante ressaltar que a partir deste item, as variáveis que contiverem

a extensão “mínimo”, “min”, “máximo” ou “máx” referem-se à Indução magnética

mínima ou máxima, ou seja, não faz referência de fato ao valor numérico mínimo

ou máximo da variável.

A Figura 17 apresenta a dinâmica para determinação do número de

espira dos enrolamentos.

DETERMINAÇÃO DO NÚMERO DE ESPIRAS

NÚMERO DE

ESPIRAS PRIMÁRIO

NÚMERO DE

ESPIRAS

SECUNDÁRIO

TENSÃO

ENTRADA (V)

FREQUÊNCIA

(Hz)

TENSÃO

SAÍDA (V)

INDUÇÃO MÍNIMA

(G)

INDUÇÃO MÁXIMA

(G)

NÚMERO

MÍNIMO

NÚMERO

MÁXIMO

INDUÇÃO MÍNIMA

(G)

INDUÇÃO MÁXIMA

(G)

NÚMERO

MÍNIMO

NÚMERO

MÁXIMO

SEÇÃO

GEOMÉTRICA (cm²)

Figura 17 – Fluxograma para determinar do número de espiras dos enrolamentos. Fonte: Autoria própria.

f) Para determinar a Seção dos condutores, utiliza-se os valores das

Corrente de entrada e Corrente de saída (encontradas no item (a) desta seção), e

adota-se o valor de Densidade de corrente de acordo com a Tabela 1, e utiliza-se a

Equação (40) para determinar o valor das seções dos condutores dos enrolamentos

primário e secundário. Esses valores das seções serão comparados com valores

comerciais dos condutores, e seleciona-se sempre, valor igual ou maior que o

calculado.

Importante ressaltar, que após verificar as perdas totais, a Potência de

entrada será então determinada com seu valor final, e novamente será verificado a

Corrente de entrada, caso esse valor da Seção do condutor de entrada, for suficiente

para a nova corrente, este permanecerá, caso contrário será então recalculado o valor

da Seção do condutor de entrada.

A Figura 18 apresenta a dinâmica para determinar a seção dos condutores.

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51

SEÇÃO DOS CONDUTORES

SEÇÃO DO

CONDUTOR DE

ENTRADA (mm²)

SEÇÃO DO

CONDUTOR DE

SAÍDA (mm²)

DENSIDADE DE

CORRENTE

(A/mm²)

DENSIDADE MÉDIA

DE CORRENTE (A/

mm²)

SEÇÃO CONDUTOR

VALOR COMERCIAL

(mm²)

SEÇÃO CONDUTOR

VALOR COMERCIAL

(mm²)

SEÇÃO DO

CONDUTOR DE

SAÍDA (mm²)

SEÇÃO DO

CONDUTOR DE

ENTRADA (mm²)

CORRENTE

SAÍDA (A)

CORRENTE

ENTRADA (A)

Figura 18 – Fluxograma para determinar a seção dos condutores. Fonte: Autoria própria.

g) Para determinar a Massa do núcleo é necessário encontrar o

volume formado pelas lâminas. Primeiramente encontra-se a área da Figura 12, e os

respectivos valores dos índices indicado pela lâmina selecionada no item (d) desta

seção (valor final encontrado para Dimensão de “A”), e também do item (d), utiliza-se

o valor encontrado para Espessura do núcleo. O valor do Volume do núcleo é

determinado pela Equação (62).

_ ( ) _ _ ( )Volume núcleo n Área total Espessura núcleo n (62)

Após, é determinada a Massa do núcleo, de acordo com a Equação (63).

_ 7,87 _ ( )Massa núcleo Volume núcleo n (63)

em que, a densidade do ferro é 7,87 g/cm³. E desta forma, as perdas serão

determinadas com base nos valores especificados pelo fabricante.

A Equação (32) determina as perdas de potência relacionadas ao núcleo,

sendo que ferro é a perda do fabricante, e é fornecida em Energia/Massa, e pode

apresentar valores para indução mínima e indução máxima.

A Figura 19 apresenta a dinâmica para determinar a Massa no núcleo e

as Perdas no núcleo.

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52

MASSA E PERDAS DO FERRO

ÁREA TOTAL DA

LÂMINA (mm²)

DIMENSÕES

PADRÕES DA

LÂMINA

ESPESSURA DO

NÚCLEO (mm)

VOLUME DO

NÚCLEO (cm³)

MASSA DO NÚCLEO

(gramas)

MASSA

ESPECÍFICA DO

FERRO

PERDA MÍNIMA

(W/kg)

PERDA MÁXIMA

(W/kg)

PERDA MAGNÉTICA

(MÍN) (Wkg)

PERDA MAGNÉTICA

(MÁX) (Wkg)

DIMENSÃO DE A

(mm)

Valor único

Figura 19 - Fluxograma para determinar as perdas no ferro. Fonte: Autoria própria.

h) Para determinar a Massa total do cobre, é necessário identificar a

Seção do cobre enrolado e o Comprimento da espira média.

A Seção do cobre enrolado é determinada pela soma dos produtos do

Número de espiras com Seção do condutor, como verificado na Equação (45).

E o Comprimento da espira média com base no perímetro da coluna

central do núcleo, conforme a Equação (48).

Desta forma, é possível a determinação da Massa total do cobre de

acordo com a Equação (49), e utilizando a Densidade de corrente encontrada no item

(f) desta seção, determina-se a perda relacionada aos enrolamentos, como de acordo

com a Equação (26).

A Figura 20 apresenta a dinâmica para determinar a Massa total do

cobre e as Perdas nos enrolamentos.

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53

MASSA E PERDAS DO COBRE

SEÇÃO DO

PRIMÁRIO (MÍN)

(mm²)

SEÇÃO DO

SECUNDÁRIO

(MÍN) (mm²)

SEÇÃO DO

CONDUTOR DE

ENTRADA (mm²)

NÚMERO MÍNIMO

DE ESPIRAS

PRIMÁRIO

SEÇÃO DO

CONDUTOR DE

SAÍDA (mm²)

NÚMERO MÍNIMO

DE ESPIRAS

SECUNDÁRIO

DIMENSÃO A (mm)

Valor único

ESPESSURA DO

NÚCLEO (mm)

COMPRIMENTO

ESPIRA MÉDIA

(mm)

MASSA DO

COBRE (MÍN)

(gramas)

MASSA

ESPECÍFICA DO

COBRE (g/cm³)

PERDA NO

COBRE (MÍN) (W)

NÚMERO MÁXIMO

DE ESPIRAS

PRIMÁRIO

SEÇÃO DO

PRIMÁRIO (MÁX)

(mm²)

SEÇÃO DO

SECUNDÁRIO

(MÁX) (mm²)

NÚMERO MÁXIMO

DE ESPIRAS

SECUNDÁRIO

SEÇÃO TOTAL

COBRE (MÍN)

(mm²)

SEÇÃO TOTAL

COBRE (MÁX)

(mm²)

MASSA DO

COBRE (MÁX)

(gramas)

DENSIDADE

MÉDIA DE

CORRENTE

(A/mm²)

PERDA NO

COBRE (MÁX) (W)

Figura 20 - Fluxograma para obter das perdas nos enrolamentos. Fonte: Autoria própria.

i) A Possibilidade de execução deve ser verificada, pois é nesta

etapa que há validação das características físicas, ou seja, se a possibilidade de

construção do transformador será satisfeita.

Para verificação, é necessário obter a Seção da janela, que é

determinada pelo produto das Dimensões de “D” e “F” como verificado na Figura 12,

e determinado pelos índices indicado para a Dimensão de “A”. A Seção da janela é

determinada pela Equação (64).

_ _ ( ) _ ( )Seção janela Dimensão D n Dimensão F n (64)

A Possibilidade de execução será satisfeita se a razão entre a Seção

da janela e a Seção do cobre for maior ou igual a três, desta forma, o encaixe do

carretel no núcleo ocorrerá sem problemas e o transformador poderá ser

confeccionado.

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54

Caso a razão apresente o valor menor que três, a determinação das

dimensões núcleo deverão ser reanalisadas descartando o valor atual da Dimensão

de “A”.

A Figura 21 apresenta a dinâmica para possiblidade de execução do

projeto.

POSSIBILIDADE DE EXECUÇÃO

SEÇÃO DA

JANELA (mm²)

DIMENSÃO DE D

(mm)

DIMENSÃO DE F

(mm)

SEÇÃO TOTAL

DO COBRE

(mm²)

RAZÃO

(POSSIBILIDADE

DE EXECUÇÃO)

CÁLCULO DO

RENDIMENTO 3

DIMENSÕES DO

NÚCLEO (parte 1)

DIMENSÕES DO

CARRETEL

DIMENSÃO

FINAL DA

LÂMINA

DETERMINAÇÃO

DO NÚMERO DE

ESPIRAS

SEÇÃO DOS

CONDUTORES

MASSA E

PERDAS NO

COBRE

MASSA E

PERDAS NO

FERROEXCLUIR

DIMENSÃO DE A

ATUAL < 3

Figura 21 - Fluxograma para verificar a possiblidade de execução. Fonte: Autoria própria.

j) Após o cálculo das perdas, é possível determinar a Potência de

entrada final, e esta por sua vez, deverá ser menor ou igual que a Potência de entrada

inicial, devido a Seção do condutor de entrada. Caso a Potência de entrada final seja

maior que a Potência de entrada inicial, haveria a necessidade de recalcular a Seção

do condutor de entrada, além disso, significaria que o transformador projetado poderia

consumir uma potência de entrada 10% maior que a potência de saída, o que

retornaria um rendimento abaixo de 90%, e desta forma, não se tornando atrativo em

termos de eficiência energética. Assim, para o segundo caso, o projeto seria

considerado inviável. A Figura 22 apresenta a dinâmica para o cálculo da Potência de

entrada, considerando o caso para Perda magnética mínima.

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DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA DE ENTRADA

POTÊNCIA DE

ENTRADA (VA)

final

PERDA

MAGNÉTICA

(MÍN) (W)

POTÊNCIA

SAÍDA (VA) PERDA NO

COBRE (W)

VIÁVEL, segue

para cálculo do

rendimento

INVIÁVEL

Potência de entrada inicial

> Potência de entrada incial

Figura 22 - Fluxograma para o cálculo final da Potência de entrada. Fonte: Autoria própria.

k) Após o cálculo final da Potência de Entrada, é possível determinar

o Rendimento como segue na Equação (37), e é verificado na Figura 23. Para tanto,

o cálculo do rendimento deve ser realizado utilizando os dados de acordo com a

indução magnética especificada no item (e) desta seção.

RENDIMENTO

RENDIMENTO

(MÍN)

PERDA

MAGNÉTICA

(MÍN) (W)

POTÊNCIA

SAÍDA (VA)

PERDA NO

COBRE (MÍN)

(W)

RENDIMENTO

(MÁX)

PERDA

MAGNÉTICA

(MÁX) (W)

POTÊNCIA

SAÍDA (VA)

PERDA NO

COBRE (MÁX)

(W)

Figura 23 - Fluxograma para obter do rendimento. Fonte: Autoria própria.

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56

4.3 IMPLEMENTAÇÃO DO ALGORITMO

O algoritmo projetado pode ser implementando em várias formas (e

programas para computador), como por exemplo o Mathcad®, programas de planilhas

como o Microsoft Excel®, LibreOffice Calc©, ou ainda em linguagens de programação.

No caso do referido trabalho, o foco é a exploração de um algoritmo para o projeto, e

desta forma, não será explanado sua implementação, porém o algoritmo foi

implementado em linguagem de programação do software Matlab®.

Para implementação houve a necessidade de utilizar um banco de dados

com informações de fabricantes pertinentes aos componentes do transformador,

como por exemplo as lâminas, o condutor e o carretel presentes nos anexos A, B, C,

D e E.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nesta seção serão apresentados os valores obtidos após a implementação

do algoritmo; a princípio os resultados para validação do projeto, e em seguida um

conjunto de resultados para explanar as possibilidades de aplicações.

Para os dois casos, os resultados a serem apresentados foram baseados

com dados dos fabricantes dos materiais, e estão disponíveis nos Anexos A, B, C, D

e E.

5.1 VALIDAÇÃO DO ALGORITMO

De modo a possibilitar comparação de valores, os valores nominais foram

os mesmos utilizados no item 3.3 PROJETO – CASO BASE, Potência de saída 750

VA, Frequência de 60 Hz, Tensão de entrada 127 V e tensão de saída 220 V.

Serão apresentados dados obtidos considerando dois tipos de lâminas: a

de grão orientado, com sete subtipos diferentes; e a de grão não-orientado com vinte

e sete subtipos diferentes. Os subtipos estão relacionados com perdas típicas.

A Tabela 3 apresenta as dimensões físicas do núcleo, percebe-se que os

valores ficaram bem próximos, devido ao fato das dimensões das lâminas serem

definidas com base nos valores das dimensões do carretel. Ressalta-se que a seção

geométrica, é obrigatoriamente menor ou igual a área do carretel.

Tabela 3 - Dimensões da geometria do núcleo.

GRÃO ORIENTADO GRÃO NÃO-ORIENTADO

Coluna Central (cm) 5 5

Espessura (cm) 6 6

Seção Geométrica (cm²) 29,90 29,84

Fonte: Autoria própria.

Para uma mesma espessura do núcleo, a quantidade de lâminas irá variar

de acordo com a espessura da própria lâmina, ou seja, quanto menor a espessura do

núcleo, maior será a quantidade de lâminas, como observado na Tabela 4.

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58

Tabela 4 - Quantidade de lâminas para o núcleo.

ESPESSURA DA

LÂMINA GRÃO ORIENTADO GRÃO NÃO-ORIENTADO

0,23 mm 246

0,27 mm 211

0,3 mm 190

0,35 mm 164 162

0,5 mm 116

0,54 mm 107

0,65 mm 89

1 mm 58

Fonte: Autoria própria.

A partir deste ponto, a título de comparação, serão considerados apenas

os valores para as lâminas com espessura de 0,35 mm, tanto para grão orientado,

como para grão não orientado.

O número de espiras, para cada tipo de lâmina, pode ser verificado na

Tabela 5.

Tabela 5 - Número de espiras – primário e secundário.

GRÃO

ORIENTADO

GRÃO NÃO-

ORIENTADO

N ESPIRAS PRIMÁRIO (mín) 120 178

N ESPIRAS PRIMÁRIO (máx) 106 120

N ESPIRAS SECUNDÁRIO (mín) 206 308

N ESPIRAS SECUNDÁRIO (máx) 182 206

Fonte: Autoria própria.

Os valores correspondentes ao volume e massa total do núcleo são

apresentados na Tabela 6.

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Tabela 6 - Dados físicos do núcleo.

GRÃO ORIENTADO GRÃO NÃO-ORIENTADO

VOLUME (cm³) 883,07 881,48

MASSA (g) 6887,9 6875,6

Fonte: Autoria própria.

A massa do cobre, considerando os dois enrolamentos, é apresentada na

Tabela 7.

Tabela 7 - Valores de massa do cobre.

GRÃO ORIENTADO GRÃO NÃO-ORIENTADO

Massa mín (g) 1737,3 2585,7

Massa máx (g) 1534,7 1736,0

Fonte: Autoria própria.

É possível verificar a massa do transformador referindo-se ao núcleo e aos

enrolamentos, ressaltando que é desconsiderado parafusos, suportes e bornes. Desta

forma, a massa do transformador pode ser verificada de acordo com a Tabela 8.

Tabela 8 - Massa do transformador.

GRÃO ORIENTADO GRÃO NÃO-ORIENTADO

Massa mín (kg) 8,62 9,46

Massa máx (kg) 8,42 8,61

Fonte: Autoria própria.

Neste ponto é possível verificar a possibilidade de execução. Na Tabela 9

é apresentado os valores das razões que indicam a viabilidade, ou não, da execução.

Tabela 9 - Possiblidade de execução.

GRÃO ORIENTADO GRÃO NÃO-ORIENTADO

Razão mín 2,86 1,92

Razão máx 3,24 2,86

Fonte: Autoria própria.

Desta forma, verifica-se que apenas para o caso da indução magnética

máxima e lâminas de grão orientado, o projeto é possível de ser executado, pois este

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apresentou o valor da razão entre a área de janela e a área do cobre enrolado, maior

ou igual que 3.

E as perdas magnéticas e perdas no cobre são: 13,57 W e 19,18 W

respectivamente. E com isso, a potência de entrada para o transformador projetado é

de 782,75 W.

Com o fato de que a potência de entrada efetiva (782,75 W), ficou abaixo

da potência de entrada estipulada inicialmente no projeto (825 W), desta maneira,

verifica-se que o condutor de entrada calculado no projeto está corretamente

dimensionado, não havendo a necessidade de recalcula-lo.

O rendimento para o transformador projetado é de 95,82%.

O resultado completo do cálculo está presente no Apêndice A.

5.1.1 Comparação de valores

Nesta subseção serão comparados alguns valores obtidos do projeto caso

base (item 3.2.1) com os valores obtidos do algoritmo projetado.

É possível verificar que o algoritmo projetado retorna os valores próximos

ao projeto caso base, porém é verificada melhoria com relação a quantidade de

materiais, menor massa total, menos perdas e melhor rendimento, como pode ser

verificado no Quadro 1.

Quadro 1 - Comparação dos valores obtidos no projeto caso base e no algoritmo projetado.

Variável Projeto base Algoritmo Variação

Potência de saída 750 VA 750 VA -

Número de espiras primário 176 106 70

Número de espiras secundário 306 182 124

Massa do ferro 6,32 kg 6,89 kg -0,57 kg

Massa do cobre 2,57 kg 1,53 kg 1,04 kg

Massa total 8,89 kg 8,42 kg 0,47 kg

Perdas magnéticas 30,66 W 13,57 W 17,09 W

Perdas no cobre 32,05 W 19,18 W 12,87 W

Potência de entrada (calculada) 825 VA 782,75 VA 42,25 W

Rendimento 92,28% 95,82% 3,54%

Fonte: Autoria própria.

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Ressalta-se que no caso do número de espiras, a variação torna-se mais

evidente, pois no algoritmo há opção de utilizar vários dados de diversos fabricantes,

e como verificado o cálculo do número de espiras depende (também) da indução

magnética, logo, com o valor da indução magnética mais elevado, o número de espiras

diminui, e consequentemente a massa de cobre também é reduzida.

Outra verificação importante a ser realizada é que no caso do cálculo do

algoritmo, a utilização do carretel, o qual é um dos fatores que determinam as

dimensões do núcleo, em conjunto com variedade de espessuras das lâminas implica

em maior massa de ferro.

5.2 DIVERSIDADE DE APLICAÇÕES (PROJETO SECUNDÁRIO)

De modo a explanar o algoritmo e os resultados que podem ser analisados,

serão apresentados resultados de projeto secundário, considerando os seguintes

dados: Tensão entrada em 127 V, Tensão de saída em 24 V, Frequência de operação

de 60 Hz, e potência de 700 VA.

O Quadro 2 apresenta os resultados para o projeto citado, porém é possível

fazer uma busca refinada considerando apenas parâmetros de interesse, como por

exemplo o rendimento ou número de espiras.

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62

Quadro 2 – Resultados para o projeto secundário.

Fonte: Autoria própria.

De maneira a refinar a busca, serão considerados rendimentos de 94% a

95% perante ao universo de resultados apresentados no Quadro 2. Desta forma, os

selecionados podem ser verificados no Quadro 3.

Quadro 3 - Primeiro refinamento do projeto secundário.

Fonte: Autoria própria.

Referência Aperam (mm)Quantidade

de lâminas

Perda

magnética

mín (W)

Perda

magnética

máx (W)

Massa mín

(kg)

Massa

máx (kg)

Rendimento

(mín)

Rendimento

(máx)

P800-100A E233 1 58,00 - 68,18 - 8,32 - 0,88

P450-65A E233 89,00 - 37,10 - 8,38 - 0,92

M600-65A E230 89,00 - 52,90 - 8,38 - 0,90

M470-65A E185 89,00 - 41,22 - 8,38 - 0,92

M450-65A E170 89,00 - 37,10 - 8,38 - 0,92

M400-65A E157 89,00 - 34,35 - 8,38 - 0,92

M530-54A E230 0,54 89,00 - 45,76 - 8,38 - 0,91

P400-50A E233 89,00 - 32,02 - 8,38 - 0,93

M530-50A E230 107,00 - 45,70 - 8,37 - 0,91

M470-50A E185 116,00 - 35,75 - 8,40 - 0,92

M400-50A E170 116,00 - 32,10 - 8,40 - 0,93

M370-50A E157 116,00 - 29,83 - 8,40 - 0,93

M350-50A E145 116,00 - 29,07 - 8,40 - 0,93

M330-50A E137 116,00 - 27,41 - 8,40 - 0,93

M310-50A E125 116,00 - 26,52 - 8,40 - 0,93

M290-50A E115 116,00 - 25,14 - 8,40 - 0,93

M270-50A E110 116,00 - 23,76 - 8,40 - 0,94

M250-50A E105 116,00 - 22,04 - 8,40 - 0,94

M230-50A E100 116,00 - 20,32 - 8,40 - 0,94

M330-35A E170 162,00 - 28,33 - 8,38 - 0,93

M300-35A E157 162,00 - 25,71 - 8,38 - 0,93

M290-35A E145 162,00 - 24,06 - 8,38 - 0,94

M270-35A E137 162,00 - 23,10 - 8,38 - 0,94

M250-35A E125 162,00 - 21,59 - 8,38 - 0,94

M235-35A E115 162,00 - 19,94 - 8,38 - 0,94

M210-35A E110 162,00 - 18,22 - 8,38 - 0,94

M195-35A E100 162,00 - 17,88 - 8,38 - 0,94

M108-23 E003-9 246,00 6,55 9,66 8,39 8,20 0,96 0,96

M117-23 E003-9 246,00 6,83 10,62 8,39 8,20 0,96 0,96

M112-27 E004-7 211,00 7,25 10,09 8,40 8,19 0,96 0,96

M125-27 E004-7 211,00 7,74 11,26 8,40 8,19 0,96 0,96

M130-30 E005-4 190,00 7,91 11,76 8,38 8,17 0,96 0,96

M140-30 E005-4 190,00 8,32 12,58 8,38 8,17 0,96 0,96

M150-35 E006-2 0,35 164,00 9,51 13,57 8,40 8,19 0,95 0,95

0,23

0,27

0,3

Grão Não-Orientado

Grão Orientado

0,65

0,5

0,35

Referência Aperam (mm)Quantidade

de lâminas

Perda

magnética

mín (W)

Perda

magnética

máx (W)

Massa mín

(kg)

Massa

máx (kg)

Rendimento

(mín)

Rendimento

(máx)

M270-50A E110 116,00 - 23,76 - 8,40 - 0,94

M250-50A E105 116,00 - 22,04 - 8,40 - 0,94

M230-50A E100 116,00 - 20,32 - 8,40 - 0,94

M290-35A E145 162,00 - 24,06 - 8,38 - 0,94

M270-35A E137 162,00 - 23,10 - 8,38 - 0,94

M250-35A E125 162,00 - 21,59 - 8,38 - 0,94

M235-35A E115 162,00 - 19,94 - 8,38 - 0,94

M210-35A E110 162,00 - 18,22 - 8,38 - 0,94

M195-35A E100 162,00 - 17,88 - 8,38 - 0,94

M150-35 E006-2 0,35 164,00 9,51 13,57 8,40 8,19 0,95 0,95

Grão Não-Orientado

Grão Orientado

0,5

0,35

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E ainda, como forma de fazer um segundo refinamento, é possível, por

exemplo, considerar apenas opções com Perda magnética com valores entre 9 W até

22 W. Assim, o resultado final pode ser verificado no Quadro 4.

Quadro 4 - Segundo refinamento do projeto secundário.

Fonte: Autoria própria.

Por fim, é possível fazer um último refinamento, considerar a menor massa,

e desta forma, a projeto escolhido pode ser observado no Quadro 5.

Quadro 5 - Última considerando do projeto secundário.

Fonte: Autoria própria.

Referência Aperam (mm)Quantidade

de lâminas

Perda

magnética

mín (W)

Perda

magnética

máx (W)

Massa mín

(kg)

Massa

máx (kg)

Rendimento

(mín)

Rendimento

(máx)

M230-50A E100 0,5 116,00 - 20,32 - 8,40 - 0,94

M250-35A E125 162,00 - 21,59 - 8,38 - 0,94

M235-35A E115 162,00 - 19,94 - 8,38 - 0,94

M210-35A E110 162,00 - 18,22 - 8,38 - 0,94

M195-35A E100 162,00 - 17,88 - 8,38 - 0,94

M150-35 E006-2 0,35 164,00 9,51 13,57 8,40 8,19 0,95 0,95

Grão Não-Orientado

Grão Orientado

0,35

Referência Aperam (mm)Quantidade

de lâminas

Perda

magnética

mín (W)

Perda

magnética

máx (W)

Massa mín

(kg)

Massa

máx (kg)

Rendimento

(mín)

Rendimento

(máx)

M150-35 E006-2 0,35 164,00 - 13,57 - 8,19 - 0,95

Grão Orientado

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6 CONCLUSÕES

A princípio, o objetivo deste trabalho foi o de realizar um estudo acerca da

teoria de transformadores, analisar os parâmetros de projeto e de construção de um

transformador, buscando analisar a influência dos parâmetros construtivos no

rendimento, possibilitando assim, a elaboração do algoritmo para o processo iterativo

de projeto de transformadores.

Pode-se verificar que a partir de explanação da teoria do modelo

matemático de um transformador, foi possível determinar a equação do rendimento

em função de variáveis de parâmetros construtivos, pois esta, ficou em função da

massa dos elementos (enrolamentos e núcleo), e a massa é obtida a partir do volume

e densidade dos materiais. Foi verificada também a possibilidade de execução do

projeto, haja vista que esta é diretamente relacionada com a razão entre a área da

seção da janela do núcleo, com a área ocupada pelos enrolamentos.

Para validar o algoritmo, os resultados obtidos a partir do algoritmo projeto

demonstraram-se satisfatórios e condizentes com os resultados obtidos a partir do

projeto caso base (ambos com os mesmos dados, 750 VA, 127/220 V). Ressalta-se

que todos os resultados obtidos são dependentes da metodologia do cálculo como

também dos dados de materiais fornecido pelos fabricantes.

O algoritmo projetado realiza iterações e fornece uma gama de resultados,

e estes resultados dependem diretamente de dados fornecidos pelos fabricantes dos

elementos (carreteis, fios de cobre, lâminas) do transformador. A partir dos resultados

fornecidos pelo algoritmo, é possível realizar uma busca de modo que, com as opções

disponíveis os requisitos subsequentes possam ser atendidos.

Como exemplo de busca de resultados, o cálculo de um transformador de

700 VA 127/24 V (projeto secundário), fornece as 34 possibilidades, porém um

refinamento com base no rendimento, perda magnética e massa, a possiblidade é

reduzida a um único projeto; verificando-se que o refinamento (ou filtro de busca), é

aplicado de maneira a suprir diversas necessidades aplicação.

Outra maneira forma de busca, é a partir do algoritmo projetado, alterar a

restrição, por exemplo, fixar um número de espiras, e verificar as possiblidades de

projeto, bem como realizar a busca da menor massa total possível.

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65

O algoritmo projetado permite o projeto de transformadores com diversos

tipos de materiais, por exemplo, a inclusão de lâminas de material amorfo6;

observando que para os cálculos, são necessárias informações mínimas, fornecida

por fabricantes, utilizadas no decorrer do projeto.

O presente trabalho possibilita a iniciativa para elaboração de estudos

futuros, aplicando a abordagem para outros tipos de transformadores, outros

parâmetros de análise e buscas em torno do universo de resultados obtidos, como por

exemplo, realizar busca do resultado ótimo a partir de inteligência artificial.

6 Liga constituída de ferro, silício e boro que possui estrutura não-cristalina formada por resfriamento rápido do metal fundido, permitindo baixas perdas e melhoria das propriedades magnéticas (VIJAI, 2017).

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REFERÊNCIAS

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67

INJERTEL. Indústria e Comércio LTDA-EPP. Disponível em: <http://www.injertel.com.br/produtos.php>. Acesso em: Setembro 2016.

KOSOW, Irwing L. Máquinas Elétricas e Transformadores. 15ª. ed. São Paulo: Globo, 2005.

KULKARNI, S V.; KHAPARDE, S A. Transformer Enginnering Design and Practice. Mumbai: Marcel Dekker, 2004. 36-71 p. ISBN ISBN 0-8247-5653-3.

LANDGRAF, Fernando J. G. Propriedades Magnéticas de Aços para fins Elétricos. Aços: perspectivas para os próximos 10 anos, Rio de Janeiro, p. 109-128, 2002. Disponível em: <https://goo.gl/Pr0X5q>. Acesso em: Janeiro 2017.

MARTIGNONI, Alfonso. Transformadores. 8ª. ed. São Paulo: Globo, 1991. ISBN ISBN 85-250-0223-2.

MEHTA, H. D.; PATEL, Rajesh M. A Review on Transformer Desing Optimization and Performace Analysis Using Artificial Intelligence Techniques. International Journal of Science and Research, v. III, n. 9, p. 726-733, Setembro 2014. Disponível em: <https://www.ijsr.net/archive/v3i9/U0VQMTQxOTg=.pdf>. Acesso em: Maio 2017.

NOGUEIRA, Daniel D. S.; ALVES, Diego P. Transformadores de Potência - Teoria e Aplicação Tópicos Essenciais. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: UFRJ, 2009. 212 p. Disponível em: <http://migre.me/tuUgJ>. Acesso em: Março 2016.

NOVACON. Novacon Vertex. Disponível em: <http://www.novacon.com.br/audioctrasnf2.htm>. Acesso em: Outubro 2016.

OLIVEIRA, José C. D.; COGO, João R.; ABREU, José P. G. D. Transformadores - teoria e ensaios. 1ª. ed. São Paulo: Edgard Blücher LTDA, 1984. 19-27 p. ISBN ISBN 85-212-0141-9.

PAULINO, Marcelo E. D. C. Princípios básicos de transformadores de potência. O Setor Elétrico, Santa Cecília, n. 96, p. 52-61, Janeiro 2014.

RIES, Walter. Transformadores, Fundamentos para o Projeto e Cálculo. 1ª. ed. Porto Alegre: Edipucrs, 2007.

SIEMENS. Controle e Distribuição em Baixa Tensão, Transformadores de Baixa Tensão, Monofásicos e Trifásicos. Disponível em: <https://goo.gl/5djxzB>. Acesso em: Março 2017.

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68

SOMABRASIL. Disponível em: <http://www.somabrasil.com.br/transformadores>. Acesso em: Outubro 2016.

VASCONCELLOS, Jonathan C. D. Análise das Perdas no Transformador Monofásico Para Diferentes Condições de Operação. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: UFRJ, 2013. 106 p. Disponível em: <http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10006710.pdf>. Acesso em: Junho 2016.

VIJAI. Vijai Elétrica do Brasil Lrda. Disponível em: <http://www.vijai.com.br/br/amorphous.php>. Acesso em: Abril 2017.

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69

APÊNDICE A – RESULTADOS OBTIDOS UTILIZANDO O ALGORITMO

Quadro 6

Fonte: Autoria própria.

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70

ANEXO A – DIMENSÕES DAS LÂMINAS PARA TRANSFORMADORES.

Quadro 7 -

Fonte: Extraído de (SOMABRASIL, 2014).

A B C D E F G H I J K

9,53 34,93 23,81 19,05 4,76 7,94 2,38 0 0 2,38 0

9,6 35 24,5 19,05 5 7,7 0 0 0 0 0

12,7 41,28 26,99 20,64 6,35 7,94 3,18 0 0 3,18 0

12,7 41,28 26,99 20,64 6,35 7,94 0 0 0 0 0

13 41 27 21 6 8 0 0 0 0 0

15,88 47,63 31,75 23,81 7,94 7,94 3,97 0 0 3,81 0

15,88 47,63 31,75 23,81 7,94 7,94 0 0 0 0 0

15,88 47,63 31,75 23,81 7,94 7,94 3,97 0 0 4 0

16 48 32 24 8 8 0 0 0 0 0

19,05 57,15 38,1 28,58 9,53 9,53 4,76 0 0 3,18 0

19,05 57,15 38,1 28,58 9,53 9,53 4,76 0 0 4 0

19,05 57,15 38,1 28,58 9,53 9,53 0 0 0 0 0

20 60 40 30 10 10 0 0 0 0 0

20 60 40 30 10 10 5 50 4,5 0 4,5

22,23 66,68 44,45 33,34 11,11 11,11 5,56 55,56 3,97 0 3,97

22,23 66,68 44,45 33,34 11,11 11,11 0 0 0 0 0

25,4 76,2 50,8 38,1 12,7 12,7 6,35 63,5 5,56 0 5,56

28,58 85,73 57,15 42,86 14,29 14,29 7,14 71,44 5,56 0 5,56

31,75 95,25 63,5 47,63 15,88 15,88 7,94 79,38 5,56 0 5,56

34,93 104,78 69,85 52,39 17,46 17,46 8,73 87,31 5,56 0 5,56

38,1 114,3 76,2 57,15 19,05 19,05 9,53 95,25 5,56 0 5,56

40 120 80 60 20 20 10 100 7 0 7

44,45 133,35 88,9 66,68 22,23 22,23 11,11 111,13 7,14 0 7,14

50 150 100 75 25 25 12,5 125 7 0 7

53,98 161,93 107,95 80,96 26,99 26,99 13,49 134,94 8,33 0 8,33

57,15 171,45 114,3 85,73 28,58 28,58 7,94 155,58 7,94 0 7,94

60 180 120 90 30 30 15 150 9 0 9

63,5 190,5 127 95,25 31,75 31,75 9,53 171,45 9,92 9,92 9,92

70 210 140 105 35 35 17,5 175 10,5 0 10,5

80 240 160 120 40 40 20 200 10,5 0 10,5

90 270 180 135 45 45 22,5 225 10,5 0 10,5

100 300 200 150 50 50 25 250 10,5 0 10,5

Φ dos Furos

Características Dimensionais (mm)

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ANEXO B – DADOS DAS DIMENSÕES DOS CARRETÉIS

Quadro 8

Fonte: Extraído de (INJERTEL, 2013).

Medida A

(mm)

Medida B

(mm)

Área

(mm²)

Medida A

(mm)

Medida B

(mm)

Área

(mm²)

Medida A

(mm)

Medida B

(mm)

Área

(mm²)

6 6 36 22 22 484 28,6 38 1086,8

6 9 54 22 24 528 28,6 42 1201,2

10,2 10 102 22 26 572 28,6 43 1229,8

10,2 15 153 22 30 660 28,6 50 1430

13 13 169 22 45 990 28,6 60 1716

13 20 260 25,4 19 482,6 32 22 704

16 16 256 25,4 20 508 32 28 896

16 22 352 25,4 25 635 32 32 1024

16 30 480 25,4 32 812,8 32 38 1216

16 40 640 25,4 35 889 32 40 1280

19 41 779 25,4 42 1066,8 32 42 1344

20 19 380 25,4 50 1270 32 45 1440

20 22 440 25,4 60 1524 32 52 1664

20 30 600 28,6 29 829,4 32 55 1760

20,5 30 615 28,6 33 943,8 32 60 1920

Medida A

(mm)

Medida B

(mm)

Área

(mm²)

Medida A

(mm)

Medida B

(mm)

Área

(mm²)

Medida A

(mm)

Medida B

(mm)

Área

(mm²)

32 66 2112 38 105 3990 50 51 2550

32 69 2208 40 40 1600 50 60 3000

35 40 1400 40 44 1760 50 70 3500

35 45 1575 40 55 2200 50 80 4000

38 40 1520 40 65 2600 50 95 4750

38 45 1710 42 44 1848 50 105 5250

38 50 1900 42 53 2226 55 65 3575

38 55 2090 42 60 2520 55 70 3850

38 60 2280 42 65 2730 55 80 4400

38 63 2394 42 70 2940 60,8 70 4256

38 66 2508 45 45 2025 60,8 75 4560

38 75 2850 45 56 2520 60,8 80 4864

38 80 3040 45 65 2925 60,8 90 5472

38 90 3420 45 70 3150 60,8 95 5776

38 94 3572 45 75 3375 60,8 105 6384

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72

ANEXO C – INFORMAÇÕES DO CONDUTOR DE COBRE

Quadro 9

Fonte: Extraído de (NOVACON, 2015).

ANEXO D – DADOS DAS LÂMINAS DE GRÃO ORIENTADO

Quadro 10

Fonte: Extraído de (APERAM, 2012).

Número

AWG

Diâmtro

(mm)

Secção

(mm²)

Número de

espiras por cm

kg por

km

Resistência

(ohms/km)

Capacidade

de condução

Número

AWG

Diâmtro

(mm)

Secção

(mm²)

Número de

espiras por cm

kg por

km

Resistência

(ohms/km)

Capacidade

de condução

0 8,252 53,48 0 0 0,317 150 23 0,5733 0,26 16 2,29 56,4 0,73

1 7,348 42,41 0 375 1,4 120 24 0,5106 0,2 18 1,82 85 0,58

2 6,544 33,63 0 295 1,5 96 25 0,4547 0,16 20 1,44 106,2 0,46

3 5,827 26,67 0 237 1,63 78 26 0,4049 0,13 22,8 1,14 130,7 0,37

4 5,189 21,15 0 188 0,8 60 27 0,3606 0,1 25,6 0,91 170 0,29

5 4,621 16,77 0 149 1,01 48 28 0,3211 0,08 28,4 0,72 212,5 0,23

6 4,115 13,3 0 118 1,27 38 29 0,2859 0,064 32,4 0,57 265,6 0,18

7 3,665 10,55 0 94 1,7 30 30 0,2546 0,051 35,6 0,45 333,3 0,15

8 3,264 8,36 0 74 2,03 24 31 0,2268 0,04 39,8 0,36 425 0,11

9 2,906 6,63 0 58,9 2,56 19 32 0,2019 0,032 44,5 0,28 531,2 0,09

10 2,588 5,26 0 46,8 3,23 15 33 0,1798 0,0254 56 0,23 669,3 0,072

11 2,305 4,17 0 32,1 4,07 12 34 0,1601 0,0201 56 0,18 845,8 0,057

12 2,053 3,31 0 29,4 5,13 9,5 35 0,1426 0,0159 62,3 0,14 1069 0,045

13 1,828 2,63 0 23,3 6,49 7,5 36 0,127 0,0127 69 0,1 1338 0,036

14 1,628 2,08 5,6 18,5 8,17 6 37 0,1131 0,01 78 0,089 1700 0,028

15 1,45 1,65 6,4 14,7 10,3 4,8 38 0,1007 0,0079 82,3 0,07 2152 0,022

16 1,291 1,31 7,2 11,6 12,9 3,7 39 0,0897 0,0063 97,5 0,056 2696 0,017

17 1,15 1,04 8,4 9,26 16,34 3,2 40 0,0799 0,005 111 0,044 3400 0,014

18 1,024 0,82 9,2 7,3 20,73 2,5 41 0,0711 0,004 126,8 0,035 4250 0,011

19 0,9116 0,65 10,2 5,79 26,15 2 42 0,0633 0,0032 138,9 0,028 5312 0,009

20 0,8118 0,52 11,6 4,61 32,69 1,6 43 0,0564 0,0025 156,4 0,022 6800 0,007

21 0,723 0,41 12,8 3,64 41,46 1,2 44 0,0503 0,002 169,7 0,018 8500 0,005

22 0,6438 0,33 14,4 2,89 51,5 0,92

50 Hz 60 Hz 50 Hz 60 Hz

0,23 0,73 0,95 1,08 1,4 1,78 1,87 1,97 7,65 94,5 2

0,23 0,75 0,99 1,17 1,54 1,78 1,87 1,97 7,65 94,5 2

0,27 0,8 1,05 1,12 1,46 1,78 1,87 1,97 7,65 95 2

0,27 0,85 1,12 1,24 1,63 1,78 1,87 1,97 7,65 95 2

0,3 0,88 1,15 1,3 1,71 1,78 1,87 1,97 7,65 95,5 2

0,3 0,92 1,21 1,4 1,83 1,78 1,87 1,97 7,65 95,5 2

0,35 1,05 1,38 1,5 1,97 1,78 1,87 1,97 7,65 96 2

Densidade

Assumida

(g/cm³)

Fator de

Empilhamento

Mínimo (%)

Índice de

Dobramento

Mínimo

Espessura

(mm)

Perda Magnética Máxima a (W/kg)

1,5 T 1,7 T

Indução Magnética Mínima a (T)

800 A/m 2500 A/m 10000 A/m

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73

ANEXO E – DADOS DAS LÂMINAS DE GRÃO NÃO-ORIENTADO

Quadro 11

Fonte: Extraído de (APERAM, 2012).

50 Hz 60 Hz 50 Hz 60 Hz

1 3,6 4,55 8 10 1,64 1,73 1,84 7,75 98 5

0,65 1,95 2,35 4,25 5,4 1,64 1,73 1,84 7,75 97 10

0,65 2,6 3,25 6 7,7 1,6 1,7 1,8 7,75 97 10

0,65 2 2,5 4,7 6 1,6 1,7 1,8 7,75 97 10

0,65 1,95 2,35 4,25 5,4 1,6 1,7 1,8 7,75 97 5

0,65 1,7 2,15 3,95 5 1,6 1,7 1,8 7,75 97 10

0,65 2,3 2,91 5,3 6,66 1,59 1,69 1,79 7,75 97 10

0,65 1,7 2,15 3,68 4,66 1,64 1,73 1,83 7,75 97 10

0,54 2,3 2,91 5,3 6,66 1,59 1,69 1,79 7,75 97 10

0,5 1,85 2,34 4,1 5,19 1,59 1,69 1,79 7,75 97 5

0,5 1,7 2,15 3,68 4,66 1,59 1,69 1,79 7,75 97 5

0,5 1,57 2 3,42 4,33 1,59 1,69 1,79 7,75 97 5

0,5 1,45 1,84 3,33 4,22 1,59 1,69 1,79 7,75 97 3

0,5 1,37 1,74 3,14 3,98 1,58 1,67 1,78 7,65 97 3

0,5 1,25 1,58 3,05 3,85 1,58 1,67 1,78 7,65 97 3

0,5 1,15 1,45 2,9 3,65 1,58 1,67 1,78 7,65 97 3

0,5 1,1 1,4 2,7 3,45 1,58 1,67 1,78 7,65 97 3

0,5 1,05 1,35 2,5 3,2 1,58 1,67 1,78 7,65 97 3

0,5 1 1,3 2,3 2,95 1,58 1,67 1,78 7,65 97 3

0,35 1,3 1,7 3,3 4,12 1,56 1,66 1,76 7,75 95 3

0,35 1,2 1,5 3 3,74 1,56 1,66 1,76 7,75 95 3

0,35 1,15 1,45 2,9 3,5 1,56 1,66 1,76 7,75 95 3

0,35 1,1 1,4 2,7 3,36 1,56 1,66 1,76 7,65 95 2

0,35 1 1,25 2,5 3,14 1,56 1,66 1,76 7,65 95 2

0,35 0,95 1,2 2,35 2,9 1,56 1,66 1,76 7,65 95 2

0,35 0,9 1,15 2,1 2,65 1,56 1,66 1,76 7,65 95 2

0,35 0,9 1,15 1,95 2,6 1,56 1,66 1,76 7,65 95 2

Densidad

e

Assumid

a (g/cm³)

Fato de

Empilhament

o Mínimo (%)

10000

A/m

Índice de

Dobramento

Mínimo

Espessura

(mm)

Perda Magnética Máxima a (W/kg)

1,0 T 1,5 T

Indução Magnética Mínima a (T)

2500 A/m 5000 A/m