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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento Ricardo Aparecido Baptista Nucci ANÁLISE MORFOQUANTITATIVA DO FÍGADO DE RATOS IDOSOS SUBMETIDOS A ADMINISTRAÇÃO DE ESTEROIDES ANABOLIZANTES ANDROGÊNICOS E AO TREINAMENTO RESISTIDO. SÃO PAULO 2016

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento

Ricardo Aparecido Baptista Nucci

ANÁLISE MORFOQUANTITATIVA DO FÍGADO DE RATOS IDOSOS

SUBMETIDOS A ADMINISTRAÇÃO DE ESTEROIDES ANABOLIZANTES

ANDROGÊNICOS E AO TREINAMENTO RESISTIDO.

SÃO PAULO

2016

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento

Ricardo Aparecido Baptista Nucci

ANÁLISE MORFOQUANTITATIVA DO FÍGADO DE RATOS IDOSOS

SUBMETIDOS A ADMINISTRAÇÃO DE ESTEROIDES ANABOLIZANTES

ANDROGÊNICOS E AO TREINAMENTO RESISTIDO.

Dissertação apresentada ao Programa de

Mestrado em Ciências do Envelhecimento

da Universidade São Judas Tadeu para

obtenção do título de Mestre em Ciências

do Envelhecimento.

Área de concentração: Aspectos

biológicos e funcionais do envelhecimento

Orientadora: Profª Drª Eliane Florencio

Gama.

SÃO PAULO

2016

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DEDICATÓRIA

A minha amada mãe Tânia Rita Baptista que sempre esteve ao meu lado em

todos os momentos, sempre se dedicando a mim com muito amor durante toda

minha vida. Assim como a toda a minha querida família que sempre me apoiou

e me auxiliou em todos os momentos, principalmente a minha tia Sueli Batista

que todos estes anos ajudou na minha formação e a minha tia Ana Maria

Batista Zugaib por sempre acreditar em mim.

A minha amada namorada, futura noiva, e melhor amiga, Ana Caroline de

Souza Teodoro, que sempre acreditou em meu potencial e sempre esteve ao

meu lado em todos os momentos. Sempre serei eternamente grato a você meu

amor.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por toda a luz, sabedoria, saúde e força que me foi dada

nestes anos.

À minha querida orientadora Profª. Drª. Eliane Florêncio Gama, pela sua

orientação, carinho e por todo seu tempo, paciência e dedicação neste projeto

e em minha qualificação profissional.

Aos meus colegas Prof. MsC. e futuro Dr. Walter Krause Neto por todo seu

brilhantismo e ao Wellington de Assis Silva por todo o apoio e auxilio durante

este projeto.

Ao Prof. Dr. Romeu Rodrigues de Souza, ao Prof. Dr. Carlos Alberto Anaruma

e a Profª Drª Laura Beatriz Mesiano Maifrino por todo o auxílio e dedicação na

construção deste trabalho e na minha formação profissional.

Aos meus colegas José Roberto Rodrigues da Silva, Eduardo Custódio e Dr.

Adriano Polican Ciena da UNESP - Rio Claro por seu interesse e auxilio na

realização deste trabalho.

Ao Prof. Dr. José Carlos Jadon que sempre me incentivou ao longo de minha

formação profissional e do meu crescimento pessoal e intelectual.

Ao Prof. Dr. Luis Baffile Leoni por todo seu auxilio ao longo destes anos e sua

contribuição para a minha formação.

À Universidade São Judas Tadeu pela concessão da bolsa de estudos e de

todos os subsídios necessários para a realização deste trabalho.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

pela bolsa de estudos que foi de suma importância para a realização deste

trabalho.

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À Profª Drª Carla Witter, Coordenadora do Programa de Pós-Graduação Stricto

Sensu em Ciências do Envelhecimento.

Aos Professores Júlio Fernandes, Francisco Benedito Kushinski, Kiko, e Carlos

Leandro Firmo, por me ajudarem durante toda a minha formação e por me

ensinarem a valorizar a histologia, a citologia, a embriologia e a zoologia cada

vez mais, com tanta bondade, solidariedade e companheirismo.

A Profª Drª Adriana Machado Saldiba de Lima por todo o seu auxilio.

Ao André Hanne e todos os funcionários dos laboratórios, Maria Leide Costa do

Rio, Antônio Pinheiro da Silva, Silvana Cardoso, José Maria da Costa Junior,

Wellington, Maria das Graças Sirqueira, Mara Rita de Carvalho, Elvira Ascariz

Lopez, e a Magna Soares pelo interesse e apoio na realização deste trabalho.

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“Não importa quanto a vida possa ser ruim, sempre existe algo que você pode

fazer, e triunfar. Enquanto há vida, há esperança”

Stephen Hawking

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RESUMO

NUCCI, RAB. Análise morfoquantitativa do fígado de ratos idosos

submetidos a administração de esteroides anabolizantes androgênicos e

ao treinamento resistido. [Dissertação]. São Paulo: Universidade São Judas

Tadeu; 2016.

O envelhecimento se caracteriza pela redução da capacidade de manutenção

da homeostasia, em condições de sobrecarga funcional. Além, das

modificações sistêmicas e teciduais, destacam-se também as alterações nos

níveis da testosterona, em homens. Sabe-se que o comprometimento do fígado

é associado a utilização de doses exacerbadas de testosterona, inclusive em

idosos. Além disso, muitos idosos aderem a rotinas de exercício físico para

melhora do condicionamento e atenuação dos fatores deletérios do

envelhecimento. Nesse sentido, o fígado é importante na homeostasia glicídica

para a realização do exercício. No presente estudo, avaliou-se os efeitos da

administração de propionato de testosterona e do exercício resistido nos

aspectos estruturais do fígado de ratos durante o envelhecimento. Ratos Wistar

machos, foram divididos nos seguintes grupos: Controle 10 meses (n=6),

Controle 20 meses (n=6), Controle 24 meses (n=6), Grupo Esteroide (n=6, 24

meses), Grupo Treinamento Resistido (TR, n=6, 24 meses) Grupo Treinado +

Esteroides (TE, n=5, 24 meses). Nos grupos ES e TE foi administrado

propionato de testosterona dos 20 aos 24 meses. Os grupos TR e TE

realizaram o protocolo de treinamento resistido dos 20 aos 24 meses, por meio

do modelo de Escalada em escada. A estrutura do fígado foi quantificada

através de técnicas morfométricas e estereológicas. Os dados foram

analisados estatisticamente com nível de significância de 5%. A administração

suprafisiológica de testosterona sozinha ou combinada ao treinamento resistido

reduziu o peso corporal final. O peso absoluto do fígado aumentou com o

envelhecimento e todas as demais intervenções. Quanto ao peso relativo do

fígado, o processo de envelhecimento aumentou a massa hepática,

adicionalmente a utilização de testosterona associada ou não ao treinamento

aumentou ainda mais a massa hepática. Observamos que no envelhecimento

as áreas dos hepatócitos aumentaram e sua quantidade diminui, porém, o

exercício além de aumentar a área dos hepatócitos, promoveu sua manutenção

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numérica. Os grupos submetidos ao tratamento com testosterona

apresentaram diminuição da área dos hepatócitos e aumento numérico, e no

grupo que recebeu conjuntamente o treinamento observou-se uma atenuação

destes efeitos. Houve diminuição, com o envelhecimento e o treinamento, no

número de outras células hepáticas. No entanto, a testosterona aumentou o

número destas outras células hepáticas. O achado de maior destaque foi um

provável quadro de colestase e/ou congestão hepática crônica caracterizado

pela diminuição do parênquima lobular e consequente aumento do parênquima

não lobular, bem como aumento das fibras colágenas do tipo I, nos grupos que

receberam testosterona, indicando fibrose. Por fim, a análise estereológica do

glicogênio hepático indicou aumento de glicogênio em todas as intervenções,

sendo que o grupo que recebeu a associação de testosterona ao treinamento

resistido apresentou maior aumento de glicogênio. Tendo em vista a relevância

do tema desta pesquisa, mais estudos são necessários para elucidar os efeitos

da administração de testosterona, nas suas diversas variantes de composição

química, assim como da prescrição de exercícios resistidos, sobre o tecido

hepático.

Palavras-Chave: fígado, envelhecimento, treinamento resistido, esteroides

anabolizantes androgênicos.

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ABSTRACT

NUCCI, RAB. Morphoquantitative analysis of aged rat’s liver submitted to

anabolic-androgenic steroids administration and resistance training.

[Dissertation]. São Paulo: São Judas Tadeu University; 2016.

Aging is characterized by reduced ability to maintain homeostasis in functional

overload conditions. In addition to systemic and tissue changes, also stands out

the changes in the levels of testosterone in men. It is known that the impairment

of the liver is associated with the use of exacerbated doses of testosterone,

including in the elderly. Also, many older people initiate exercise routines to

improve conditioning and attenuate the deleterious factors of aging. The liver is

important in glycidic homeostasis to carry out the exercise. In the present study,

we evaluated the effects of testosterone propionate administration and

resistance exercise on the structural aspects of the rat liver during aging. Male

Wistar rats, were divided in the following groups: 10 months Control (n=6); 20

months Control (n=6); 24 months Control (n=6); Steroid Group (ES, n=6, 24

months); Resistance Training Group (TR, n=6, 24 months); Training plus

Steroid Group (TE, n=5, 24 months). Testosterone propionate was

administrated on ES and TE groups from 20 months to 24 months. TR and TE

were submitted to the resistance training protocol starting from 20 months to 24

months, using ladder climbing. The structure of the liver was quantified by

morphometric and stereological techniques. The data were statistically analyzed

with 5% significance level. The supraphysiologic testosterone administration

alone or combined with resistance training reduced the final body weight. Liver

weight increased with aging and all interventions. Regarding the relative liver

weight, the aging process increased the hepatic mass, additionally the use of

testosterone with or without resistance training increased even more the liver

mass. We observed that with the aging process, the hepatocytes area

increases and your quantity decreases, however, exercise increases the area of

hepatocytes, and promotes a numerical maintain of them. Groups submitted to

testosterone treatment showed a decrease in hepatocyte area, and an

increased number of hepatocytes, nonetheless, the group that received both

testosterone and exercise treatment demonstrate an attenuation of these

effects. We observed a decrease in the number of other liver cells with aging

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and training, however, testosterone treatment increased this number. The major

finding was a possible cholestasis and/or chronic hepatic congestion,

characterized by decreased lobular parenchyma and consequent increase in

non-lobular parenchyma, as well as, an increase of collagen type I fibers, in

groups treated with testosterone, indicating fibrosis. Finally, the stereological

analysis showed increased liver glycogen in all interventions, and the group that

received the testosterone associated with resistance training showed the

highest increase of glycogen. Given the relevance of the theme of this study,

further studies are needed to elucidate the effects of testosterone administration

in its different variants of chemical composition, as well as the prescription of

resistance exercise on the liver.

Keywords: liver, aging, resistance training, androgenic anabolic steroids.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Aspecto tridimensional do lóbulo hepático...........................................3

Figura 2: Equipamento Ladder Climbing...........................................................17

Figura 3: Demonstração da carga presa a cauda do animal (A) e o

equipamento de treinamento (B) ......................................................................20

Figura 4: Ilustração das medidas de núcleos de hepatócitos em um campo de

corte de parênquima hepático de rato Wistar com aumento de 400x. Coloração:

Hematoxilina e Eosina.......................................................................................23

Figura 5: Sistema teste com 300 pontos sobreposto a um campo do

parênquima hepático de rato Wistar para realização de análise quantitativa.

50x. Hematoxilina e Eosina...............................................................................25

Figura 6: Sistema teste com 300 pontos sobreposto a um campo do

parênquima hepático de rato Wistar para realização de análise quantitativa.

400x. (A) PicroSirius Red; (B) PAS....................................................................26

Figura 7: Fotomicrografias do conteúdo de colágeno dos grupos com aumento

de 400 vezes......................................................................................................39

Figura 8: Fotomicrografias do glicogênio hepático dos grupos com aumento de

400 vezes...........................................................................................................41

Figura 9: Modificações na área e no número de hepatócitos decorrentes do

envelhecimento e do exercício..........................................................................45

Figura 10: Modificações na área e no número de hepatócitos decorrentes do

envelhecimento e do EAA sozinho ou associado ao exercício..........................47

Figura 11: Valores do peso corporal final (g) dos grupos expressos em Média ±

Desvio Padrão...................................................................................................73

Figura 12: Valores do peso hepático relativo (g) corrigido por 100 dos grupos

expressos em Média ± Desvio Padrão..............................................................74

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Valores do peso corporal final (g) dos grupos expressos em Média ±

Desvio Padrão...................................................................................................28

Tabela 2: Valores do peso absoluto do fígado (g) dos grupos expressos em

Média ± Desvio Padrão......................................................................................29

Tabela 3: Valores do peso hepático relativo (%) corrigido por 100 dos grupos

expressos em Média ± Desvio Padrão..............................................................30

Tabela 4: Valores da área do núcleo de hepatócitos (μm²) dos grupos

expressos em Média ± Desvio Padrão..............................................................31

Tabela 5: Valores do número de núcleos de hepatócitos dos grupos expressos

em Média ± Desvio Padrão................................................................................32

Tabela 6: Valores do número de outras células hepáticas dos grupos

expressos em Média ± Desvio Padrão..............................................................33

Tabela 7: Valores da densidade de volume do parênquima lobular com enfoque

nas células hepáticas dos grupos expressos em Média ± Desvio Padrão........34

Tabela 8: Valores da densidade de volume do parênquima lobular com enfoque

nos capilares sinusóides, espaços perissinusoidais e ductos biliares dos grupos

expressos em Média ± Desvio Padrão..............................................................35

Tabela 9: Valores da densidade de volume do parênquima não lobular dos

grupos expressos em Média ± Desvio Padrão..................................................36

Tabela 10: Valores da densidade de volume das fibras de colágeno tipo I dos

grupos expressos em Média ± Desvio Padrão..................................................37

Tabela 11: Valores da densidade de volume das fibras de colágeno tipo III dos

grupos expressos em Média ± Desvio Padrão..................................................38

Tabela 12: Valores da densidade de volume do glicogênio hepático dos grupos

expressos em Média ± Desvio Padrão..............................................................40

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

LDL: Lipoproteínas de Baixa Densidade (Low Density Lipoprotein).

HDL: Lipoproteínas de Alta Densidade (High Density Lipoprotein).

ATP: Trifosfato de Adenosina.

EROS: Espécies Reativas de Oxigênio.

LH: Hormônio Luteinizante.

FSH: Hormônio Folículo Estimulante.

Ca2+: Cálcio.

EAA: Esteroides Anabolizantes Androgênicos.

NIDA: National Institute on Drug Abuse.

SHBG: Globulina Transportadora de Hormônio Sexual (Sex hormone-binding

globulin)

USJT: Universidade São Judas Tadeu.

LEMI: Laboratório de Estudos Morfoquantitativos e Imunohistoquímica.

LAMAF: Laboratório de Morfologia e Atividade Física.

UNESP – Rio Claro: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”.

Grupo C10: grupo controle sedentário com 10 meses de idade (n=6).

Grupo C20: grupo controle sedentário com 20 meses de idade (n=6).

Grupo C24: grupo controle sedentário com 24 meses de idade (n=6).

Grupo TR: grupo que aos 20 meses de idade foi submetido ao protocolo de

treinamento resistido durante 16 semanas, assim totalizando 24 meses de

idade (n=6).

Grupo ES: grupo sedentário que aos 20 meses de idade recebeu

administração de Propionato de Testosterona durante 16 semanas, assim

totalizando 24 meses de idade (n=6).

Grupo TE: grupo que aos 20 meses de idade foi submetido ao protocolo de

treinamento resistido e a administração de Propionato de Testosterona durante

16 semanas, assim totalizando 24 meses de idade (n=5).

TRFM: Teste de Resistência de Força Máxima.

PCa: Peso Corporal do animal.

CO2: Gás Carbônico.

HE: Hematoxilina e Eosina.

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PAS: Ácido Periódico de Schiff

ANOVA: Teste estatístico de ‘Análise de Variância’ (Analysis of Variance).

SPSS: Statistical Package for Social Sciences

(%): Delta Percentual.

DNA: Ácido Desoxirribonucleico.

RNA: Ácido Ribonucleico.

HGF: Hepatocyte Growth Factor.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................1

1.1. Envelhecimento populacional.......................................................................1

1.1.1. O envelhecimento do fígado......................................................................1

1.2. Exercício físico durante o envelhecimento...................................................5

1.3. Efeitos do envelhecimento no Sistema Neuroendócrino..............................7

1.3.1. Administração de testosterona e seu efeito no fígado de idosos............11

2. JUSTIFICATIVA............................................................................................13

3. OBJETIVO.....................................................................................................14

3.1. Objetivo Geral.............................................................................................14

3.2. Objetivos Específicos..................................................................................14

4. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................15

4.1. Modelo Animal e Protocolo Experimental...................................................15

4.2. Treinamento Resistido................................................................................16

4.2.1. Adaptação dos animais............................................................................18

4.2.2. Teste de Resistência de Força Máxima...................................................18

4.2.3. Protocolo do Treinamento Resistido........................................................19

4.3. Administração de Propionato de Testosterona...........................................21

4.4. Eutanásia, coleta e preparação do material para análise...........................21

4.5. Análise Morfoquantitativa............................................................................22

4.5.1. Morfometria..............................................................................................22

4.5.2. Estereologia.............................................................................................23

4.6. Análise estatística.......................................................................................27

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5. RESULTADOS..............................................................................................28

5.1. Peso Corporal Final....................................................................................28

5.2. Peso Absoluto do Fígado............................................................................29

5.3. Peso Hepático Relativo...............................................................................30

5.4. Área do núcleo de hepatócitos (μm²) .........................................................30

5.5. Número de núcleos de hepatócitos............................................................32

5.6. Número de outras células hepáticas (não hepatócitos) .............................33

5.7. Densidade de Volume do parênquima lobular com enfoque nas Células

Hepáticas...........................................................................................................34

5.8. Densidade de Volume dos capilares sinusóides, espaços perissinusoidais

e ductos biliares do parênquima lobular hepático..............................................35

5.9. Densidade de Volume do parênquima hepático não lobular constituído

pelas estruturas: espaços portais, veias centro-lobulares e ramos de vasos

sanguíneos........................................................................................................36

5.10. Densidade de Volume das fibras colágenas.............................................37

5.11. Densidade de Volume do glicogênio hepático..........................................39

6. DISCUSSÃO..................................................................................................42

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................54

8. CONCLUSÃO................................................................................................56

9. REFERÊNCIAS.............................................................................................57

APÊNDICE........................................................................................................73

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Envelhecimento Populacional

O processo de envelhecimento pode ser definido como a soma de

alterações biológicas, psicológicas e sociais que levam à redução gradual da

capacidade de adaptação e de desempenho do indivíduo. Este fenômeno

natural conhecido como senescência também torna o idoso mais vulnerável a

condições patológicas, que podem resultar em senilidade, o envelhecimento

associado à doença (FARFEL, 2008; QUEIROZ et al., 2009). Devido à grande

heterogeneidade do envelhecimento, na qual a idade biológica torna-se mais

relevante do que a idade cronológica, a abordagem multidisciplinar se faz

necessária para que interferências positivas retardem os efeitos negativos

deste evento e diminuam a possibilidade de complicações que incapacitem o

idoso de se manter ativo e independente (FREITAS et al., 2002).

A faixa etária populacional em maior crescimento progressivo vem

sendo representada pelo grupo de idosos com idade maior ou igual a sessenta

anos (IBGE, 2013; UNITED NATIONS POPULATION DIVISION, 2014). De

acordo com a projeção de população mais recente, realizada pelo IBGE, a

proporção da faixa etária idosa terá o aumento acentuado, passando de 13,8%,

em 2020, para 33,7%, em 2060. O grupo de idosos será maior que o grupo de

crianças com até 14 anos de idade após 2030 (IBGE, 2013).

Atualmente presenciamos um alargamento do topo da pirâmide etária

observado pelo crescimento da população com 65 anos ou mais. O

crescimento da população de idosos, em números absolutos e relativos, é um

fenômeno mundial e vem sendo percebido desde o final do século XIX e desde

então vem se estendendo para todos os países (IBGE, 2009; MENDES, 2010;

IBGE, 2013; SCHWANKE et al., 2012).

1.1.1. O envelhecimento do fígado

O estudo da relação entre o envelhecimento e o fígado se destaca em

virtude da multifuncionalidade deste órgão (BIONDO-SIMÕES et al., 2006).

Dentre as funções desempenhadas por este órgão podemos citar sua atuação

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glandular (exócrina e endócrina); imunológica; seu papel na formação e

secreção da bile; no armazenamento de vitaminas lipossolúveis; na síntese e

armazenamento de glicogênio; no metabolismo de lípides e proteínas; e, por

fim, no metabolismo, conjugação e excreção de compostos exógenos, por

exemplo, medicamentos, e endógenos, exemplificado pelos hormônios

(WOODHOUSE e JAMES, 1990; BOLLEN et al., 1998; BAGATELL e

BREMNER, 1996; LEE, 2003). Ainda sobre o metabolismo dos compostos

exógenos e endógenos, o fígado, de maneira geral, está envolvido na captação

e processamento intracelular dos mesmos, efetuado por um grande número de

enzimas, e a posterior eliminação de bile para o plasma ou como produto de

excreção (VIEIRA, 2003; HARRIS, 2008). Abaixo descreveremos um pouco

mais as características do tecido hepático.

A unidade funcional do fígado é descrita de maneira clássica utilizando o

conceito de lóbulo hepático (Figura 1) (GERBER e THUNG, 1987), sendo

formado histologicamente pelo parênquima lobular que compreende a maior

parte do tecido hepático (96%) sendo constituído pelas seguintes células:

hepatócitos, Kupffer (macrófagos) e Ito (células armazenadoras de lipídeos que

contem inclusões lipídicas ricas em vitamina A); pelos capilares sinusóides e

perissinusoidais (espaços de Disse); e pelos ductos biliares. Já o parênquima

não lobular (4%) é formado pelos espaços portais: ducto biliar, vasos linfáticos

e vasos sanguíneos; veias centro-lobulares e ramos de vasos sanguíneos

(WEIBEL et al., 1969; TANASOV, 2012).

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Figura 1: Aspecto tridimensional do lóbulo hepático. Acima, no centro, está a veia intra-

hepática; em baixo, no centro, está o ramo da veia porta. Observa-se também hepatócitos,

sinusóide, e ramo da artéria hepática à esquerda; assim como o ducto biliar, canalículo biliar, e

células de Kupffer à direita.

Uma vez que o fígado é um órgão expansível, grandes quantidades de

sangue podem ser armazenadas em seus vasos sanguíneos. Seu volume

sanguíneo normal é de cerca de 450 mililitros, no entanto, quando a alta

pressão no átrio provoca pressão retrógrada sobre o fígado, este se expande e

0,5 a 1 litro de sangue extra é ocasionalmente armazenado nas veias e

sinusóides hepáticos, isto ocorre especialmente no quadro de insuficiência

cardíaca com congestão periférica (SHERLOCK, 1951; WYNNE et al., 1989;

ENGELMAN et al., 2001).

Os estudos sobre o fígado estão, comumente, relacionados aos

aspectos metabólicos, principalmente associados ao metabolismo de

medicamentos, além de alterações macroscópicas, histológicas e fisiológicas.

Entretanto, é importante lembrar que o fígado durante o envelhecimento

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senescente, passa por modificações morfológicas que foram elucidadas por

alguns autores.

Em um estudo proveniente de Woodhouse e James (1990) que utilizou

uma amostra de 1.582 indivíduos, com idades entre 20 e 80 anos, objetivou

demonstrar através de ultrassonografias, que o tamanho do fígado diminui

progressivamente assim como seu volume declina de forma marcante, após a

sexta década de vida. Estes dados foram evidenciados também por Wynne et

al. (1989) que demonstraram correlação negativa entre volume hepático e

idade em 65 voluntários com idades entre 24 e 91 anos, que pode estar

envolvida com a redução dependente da idade de 35% do fornecimento de

sangue ao fígado nos indivíduos acima de 65 anos. Esta diminuição pode estar

vinculada a desidratação celular, assim como uma redução de 30% a 40% de

peso da segunda para a nona década de vida (ANANTHARAJU et al., 2002;

DE SOUZA, 2008; FERRIOLI et al., 2011).

Considera-se o fígado como um dos órgãos mais estudados no

envelhecimento graças a sua alta capacidade regenerativa (TAUB, 2004;

FAUSTO et al., 2006; MICHALOPOULOS, 2007). A capacidade regenerativa

hepática foi evidenciada por Biondo-Simões et al. (2006) em um estudo

experimental com ratos submetidos a hepatectomia, no qual foi demonstrado

que a regeneração hepática, um mecanismo de proteção orgânica contra a

perda de tecido, sofre um atraso decorrente da idade. Estes resultados são

corroborados pelos achados de Beyer et al. (1991), que investigaram a

regeneração hepática em animais de 6 semanas de idade comparados a

animais de um ano de idade. Os animais jovens tiveram a massa hepática

regenerada em 97% após uma semana, já os animais mais velhos

apresentaram apenas 67% de massa hepática regenerada em um período de

uma semana.

Os hepatócitos, principal linhagem celular constituinte do fígado, com a

idade tendem a uma diminuição de número e de suas mitocôndrias o que é

parcialmente compensado por uma hipertrofia dos hepatócitos restantes

(TAUCHI et al., 1994; SCHMUCKER, 1998; FERRIOLI et al., 2011). Nesta

hipertrofia ocorre o aumento do material genético, em função da menor

atividade de divisão celular e consequente aumento da área destas células

(XAVIER, 2011; TANASOV, 2012). Observa-se também o surgimento de uma

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coloração amarronzada proveniente do acúmulo de lipofucsina nos hepatócitos

com o avanço da idade (ANANTHARAJU et al., 2002).

Outra linhagem celular presente no fígado são as células de Kupffer, que

são responsáveis por mecanismos de remoção de partículas dos sinusóides

hepáticos (SCHMUCKER, 2005). Morfologicamente, esta linhagem celular

permanece inalterada, no entanto, Brouwer et al. (1985) indicou que a função

proveniente das células de Kupffer reduz com a idade, porém ainda são

necessários mais estudos.

As células de Ito, conhecidas por sua capacidade de armazenar vitamina

A, parecem aumentar de tamanho e diminuírem em número celular com a

idade em modelos experimentais em ratos (VOLLMAR et al., 2002). Em adição

a estes dados, foi relatado um aumento de vitamina A no conteúdo hepático de

ratos idosos (32 a 35 meses de idade), enquanto que os níveis plasmáticos de

vitamina A dos mesmos animais diminuiu (VAN DER LOO et al., 2004).

Existem poucos estudos relacionados ao efeito do envelhecimento na

estrutura e na função das células endoteliais sinusoidais (SCHMUCKER,

2005). Contudo, cada vez mais sabe-se que ocorrem alterações nos sinusóides

hepáticos, que podem contribuir com a alteração das funções do fígado

provenientes do envelhecimento (LE COUTEUR, 2008). Já foi evidenciado o

espessamento das células endoteliais e a perda concomitante da fenestração

associada ao aumento da idade (COGGER et al., 2003; MCLEAN et al., 2003).

Estas mudanças denominadas de pseudocapilarização, ainda incluem o

deposito esporádico de fibras colágenas do tipo I, responsáveis pela resistência

à tensão, e da lamina basal no espaço de Disse, além de infiltração de gordura

e redução das fibras colágenas do tipo III, responsáveis pela sustentação

celular (PARRY e CRAIG, 1988; MONTES, 1996; LE COUTEUR, 2008).

1.2. Exercício físico durante o envelhecimento

O processo de envelhecimento reduz drasticamente a massa, a força e a

potência muscular, diminuindo a capacidade de execução das atividades da

vida diária (CLOSE, 2005; INOUYE et al., 2007; QUEIROZ et al., 2009).

Entretanto, observa-se que o exercício físico é uma intervenção eficaz e

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benéfica ao organismo durante o processo de envelhecimento, principalmente

no sistema cardiovascular (GONÇALVES, 2009; QUEIROZ et al., 2009).

Indivíduos que mantêm uma rotina regular de exercícios físicos

apresentam atenuação das alterações fisiológicas decorrentes do

envelhecimento, além de apresentarem diminuição do risco de doenças

cardiovasculares (GONÇALVES, 2009; QUEIROZ et al., 2009). A prática de

exercícios promove maior fixação de cálcio nos ossos, auxiliando na prevenção

e no tratamento da osteoporose, além de aumentarem a força e a resistência

muscular, o equilíbrio e a flexibilidade, resultando assim na diminuição da

incidência de quedas e suas complicações (CLOSE, 2005; INOUYE et al.,

2007; GONÇALVES, 2009; QUEIROZ et al., 2009).

O indivíduo, quando fisicamente condicionado, apresenta maior

quantidade de reservas corporais. Assim estudos como o de Jin et al. (2015) e

Queiroz et al. (2009) demonstraram que as pessoas que mantêm uma rotina de

exercícios físicos, utilizando meios de se exercitar e controlar o peso, tem o

benefício adicional de prolongar a vida, pois, deixar o corpo em forma e

controlar o peso reduz a incidência de doenças coronarianas. Isso resulta de

(1) manutenção de uma pressão sanguínea moderadamente baixa e (2)

redução do colesterol total e das lipoproteínas de baixa densidade (LDL), assim

como o aumento das lipoproteínas de alta densidade (HDL), sendo que estas

mudanças trabalham de forma conjunta para reduzir o número de ataques

cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (PRADO e DANTAS, 2002;

WHELTON et al., 2002).

Os exercícios, de maneira geral, estão associados a um aumento da

necessidade de ATP e melhora no metabolismo, que tem como consequência

o aumento da formação de espécies reativas de oxigênio (EROS). Assim, os

efeitos preventivos dos exercícios regulares, em parte, estão associados a

adaptação induzida pelo estresse oxidativo (RADAK et al., 2008). Em adição,

com o envelhecimento, observa-se o aumento natural de estresse oxidativo

que pode diretamente afetar diferentes células e suas funções (STADTMAN,

1992; FINKEL e HOLBROOK, 2000).

Sabe-se que os exercícios regulares atenuam o processo de

envelhecimento (JIN et al., 2015; RADAK et al., 2008; RADAK et al., 2013). No

entanto, o exercício também pode ser considerado estressor, pois a produção

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de EROS encontra-se aumentada durante a pratica de exercício (DAVIES et

al., 1982; RADAK et al., 1999; RADAK et al., 2001; RADAK et al., 2013).

Entretanto, dados epidemiológicos têm demonstrado que o exercício diminui a

incidência de doenças associadas ao estresse oxidativo, devido a capacidade

adaptativa do organismo ao mesmo (RADAK, 2005). Desta forma, é possível

dizer que o estresse oxidativo, causado pelo exercício físico, esteja limitado à

atividade intensa por curto prazo, enquanto mecanismos de defesa

antioxidante prevaleçam ao longo prazo devido a capacidade adaptativa

individual (SHERN-BREWER, 1998; RADAK et al., 2008).

O Treinamento Resistido é importante para o aumento da força e massa

muscular, tanto em indivíduos jovens quanto idosos (MAYHEW et al., 2009;

RAUE et al., 2009; PETERSON et al., 2010). Desta forma, o objetivo da

realização de um programa de treinamento resistido em idosos é manter (e se

possível, aumentar) a massa muscular e óssea, assim contribuindo para a

manutenção das atividades da vida diária (HURLEY et al., 1998; EVANS, 1999;

PETERSON et al., 2010).

O tecido hepático durante o exercício físico desempenha papel de suma

importância na manutenção da glicemia, por meio da ativação da glicogênese

(síntese de glicogênio) e da glicogenólise (degradação do glicogênio) (CUNHA

et al., 2005). O aumento da concentração de glicogênio hepático é

desencadeado pelo estímulo que o exercício promove sobre a atividade da

GLUT 2 e da enzima glicogênio sintetase, ocasionando o processo de

glicogênese. Este é caracterizado pela formação de reservas de glicogênio a

partir da glicose sérica à serem utilizadas na realização do exercício (BOLLEN

et al., 1998). Desta forma, o glicogênio armazenado, pode ser clivado através

da glicogenólise, por intermédio da enzima glicogênio fosforilase, em glicose,

quando requisitada pelo aumento do metabolismo celular decorrente do

exercício físico. Neste cenário ela irá promover a manutenção da glicose

tecidual (BOLLEN et al., 1998; CUNHA et al., 2005).

1.3. Efeitos do envelhecimento no Sistema Neuroendócrino

Sabe-se que todos os organismos multicelulares enfrentam um mesmo

problema, o de coordenar as atividades de células diferentes e tecidos

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especializados, assim os mecanismos homeostáticos dos vertebrados são

controlados, em sua maior parte, através do sistema neuroendócrino

(WEINERT e TIMIRAS, 2003).

Segundo Mota et al. (2004) podemos destacar dentre as teorias do

envelhecimento, a Teoria Neuroendócrina, na qual, independentemente de

outros fatores, os genes que controlam a atividade do sistema neuroendócrino

alteram sua expressão e condicionam os declínios observados da regulação

hormonal no envelhecimento, dentre eles, estão incluídos o colapso e a morte

das células reguladoras deste sistema que levam ao desequilíbrio da

homeostasia corporal.

Mobbs (1996) ainda ressaltou que o sistema neuroendócrino opera

dentro de dois domínios integrativos diferentes: (1) o domínio homeostático,

cuja principal função é determinar e regular a acurácia dos componentes

neurais aos sinais hormonais; (2) e o domínio hemodinâmico, cuja principal

atuação é regular a organização temporal dos sistemas fisiológicos, em grande

parte, modulando os ritmos ou pulsos dentro desses sistemas. Desta maneira,

o hipotálamo e a glândula hipófise, por meio de neurotransmissores, regulam a

liberação e inibição dos seus hormônios secretadas para a corrente sanguínea.

Liberman (2011) salientou que indivíduos jovens com doenças

endócrinas apresentavam as mesmas alterações morfológicas, funcionais e

bioquímicas, que as encontradas em indivíduos idosos sem patologias,

confirmando assim que pode haver um marcador neuroendócrino para o

processo de envelhecimento.

Uma das alterações que fazem parte do envelhecimento masculino é a

diminuição dos hormônios sexuais, dentre eles a testosterona (MORALES,

2000; GEBARA et al., 2002; SPITZER et al., 2013). A testosterona, principal

andrógeno, é sintetizada a partir do colesterol através do complexo LDL-

colesterol, nas células de Leydig. Estas células são responsáveis pela

produção de 95% da testosterona circulante no homem (aproximadamente 5 a

10mg por dia) (MIDZAK et al., 2009). Os 5% restantes são produzidos no

cérebro e no córtex da suprarrenal. A produção da testosterona é estimulada

por dois hormônios encontrados na hipófise: Hormônio Luteinizante (LH) e

Hormônio Folículo Estimulante (FSH). Pode-se observar que a maior parte da

testosterona circulante (97%) está ligada a proteínas de transporte como

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Albumina e Globulina Transportadora de Hormônio Sexual (sex hormone-

binding globulin - SHBG) e a forma livre e biologicamente ativa aparece em

menor quantidade (BAGATELL e BREMNER, 1996; CHEN et al., 2009). Silva

et al. (2002) afirmam que a testosterona é rapidamente metabolizada pelo

fígado e que a meia-vida da testosterona livre é de 10-21 minutos, depois de

convertida em substancias inativas pelo metabolismo essas substancias são

excretadas pela urina.

De uma maneira geral a testosterona induz a um aumento na síntese de

proteínas nas células-alvo (SHAHIDI, 2001; ROCHA et al., 2007). Nos tecidos

tem vários tipos de ações, dentre elas podemos citar: aumento da massa

muscular (BHASIN et al., 1996); da concentração de hemoglobina; de

hematócrito; e na retenção de nitrogênio, importante para a produção de óxido

nítrico e consequentemente do controle da pressão arterial (SKOGASTIERNA

et al., 2014); e ainda, aumento da deposição óssea de Ca2+ e diminuição da

gordura corporal (MARTITS et al., 2004; FORTUNATO et al., 2007).

Particularmente sobre o fígado os efeitos biológicos da testosterona são:

aumento da síntese de fatores de coagulação, lipase de triglicérides, e a

diminuição da síntese de proteínas carreadoras de hormônios (CAIROLI,

2004).

Os Esteroides Anabolizantes Androgênicos (EAA) são hormônios

sexuais masculinos ou derivados deles, responsáveis pelos caracteres sexuais

secundários (HOBERMAN e YESALIS, 1995). Tendo em vista o efeito

anabólico da testosterona, algumas vezes os EAA são utilizados sem

recomendação médica. Apesar dos EAA desencadearem melhoras no

desempenho físico, estes ainda podem atuar na aparência física (SPITZER et

al., 2013), desta forma um estudo proveniente de Silva et al. (2003) indicou que

82% dos praticantes de musculação entrevistados faziam uso de tais

esteroides com finalidade estética. No entanto, doses excessivas podem trazer

diversas alterações deletérias, principalmente relacionadas ao sistema

cardiovascular, sendo que várias mortes de atletas tenham sido associadas a

danos cardíacos causados por abuso de EAA, pois muitos atletas utilizam

doses suprafisiológicas que estão entre 10 a 100 vezes superiores à dose

terapêutica (NIDA, 2006; GONÇALVES, 2009).

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No envelhecimento, a diminuição da produção de testosterona está

associada a uma falha na resposta do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal ao

declínio dos níveis de testosterona, e também ao aumento da concentração da

proteína SHBG (SOARES et al., 2002; MARTITS et al., 2004). A relação entre

a proteína SHBG e a testosterona existe porque a testosterona está disponível

para tecidos alvo principalmente quando circula livremente ou está associada à

albumina. Quando a testosterona se associa à proteína SHBG, com a qual tem

grande afinidade e pouca dissociação, ela acaba ficando indisponível para os

tecidos alvo (MARTITS et al., 2004). Além disso a diminuição da testosterona

no envelhecimento pode ocorrer a partir de um inadequado estímulo do fator

LH sobre um número reduzido de células de Leydig (CHEN et al., 2007).

A importância da manutenção dos níveis de testosterona no

envelhecimento pode ser exemplificada pela relevância do sistema androgênio-

receptor de androgênio (EVANS, 1988) em promover a proteção vascular por

suprimir o estresse oxidativo derivado da NADPH oxidase e também contribuir

para a biodisponibilidade de óxido nítrico (FINKEL e HOLBROOK, 2000; IKEDA

et al., 2009; SKOGASTIERNA et al., 2014). Em adição, acredita-se que a

testosterona pode desempenhar um papel independente, mas semelhante ao

da insulina no mecanismo de captação de glicose, desta maneira auxiliando no

aumento da reserva de glicogênio hepático (RAMAMANI et al., 1999).

Alguns estudos abordam que no envelhecimento masculino ocorre uma

serie de sintomas como: a diminuição da massa e força muscular, o aumento

de gordura abdominal principalmente visceral, a diminuição da libido,

osteopenia, dentre outros (CAIROLI, 2004; MARTITS, 2004). Também ocorrem

sintomas de ordem psicológica como a depressão e outros fatores envolvendo

cognição e afetividade (CAIROLI, 2004; BEAUCHET, 2006). Estes sintomas,

também presentes em jovens adultos com deficiência androgênica, sugerem

uma relação destes com o declínio androgênico associado ao envelhecimento

(MARTITS, 2004).

Dada a importância fisiológica da testosterona, a utilização da mesma

em idosos, seja em dosagens terapêuticas (TANASOV, 2012; SPITZER et al.,

2013) ou em dosagens suprafisiológicas (BAGATELL e BREMNER, 1996;

BHASIN et al., 1996; HERBST et al., 2003; VIEIRA, 2003; HAUSMANN, 2005;

TAN et al., 2013) tem sido indicada para aliviar sintomas relacionados à sua

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diminuição já que comprometem o bem-estar físico e mental. A dosagem

suprafisiológica possui o intuito de promover a melhora de diferentes

parâmetros como: massa muscular, densidade óssea, lipase hepática,

hemoglobina, dentre outros; em menor espaço de tempo (BHASIN et al., 1996;

HERBST et al., 2003; VIEIRA, 2003; HAUSMANN, 2005; ISIDORI et al., 2005;

TAN et al., 2013; RODRIGUES FILHO et al., 2014).

1.3.1. Administração de testosterona e seu efeito no fígado de idosos

Atualmente a administração de testosterona pode ser realizada por via:

oral, injetável, implantes percutâneos e transdérmicos. A testosterona

administrada por via oral produz picos de curta duração, devendo ser utilizada

em três doses diárias. Os injetáveis (enantrato de testosterona e cipionato de

testosterona) são os mais utilizados com doses de 200-250mg com intervalos

de duas a três semanas. Os implantes subcutâneos produzem picos

suprafisiológicos e mantêm níveis detectáveis por cerca de seis meses. E a

testosterona transdérmica é colocada na pele não-genital ou escrotal e produz

níveis de testosterona plasmática próximos dos fisiológicos que acompanham a

variação circadiana (LIBERMAN, 2011). Também são utilizados sprays nasais

(FORTUNATO et al, 2007).

Entretanto, o uso oral ou a injeção venosa promovem pequena

biodisponibilidade já que no fígado a testosterona é rapidamente convertida em

dihidrotestosterona (GEBARA et al., 2002). Por isso, as formas mais usadas

envolvem a molécula da testosterona modificada, alquilada na posição 17α

para uso oral e esterificada na posição 17β para uso injetável (FORTUNATO et

al., 2007).

Os hepatócitos, que correspondem a 2/3 da massa do fígado, são

responsáveis pela conversão da testosterona em dihidrotestosterona e também

pela sua inativação (GEBARA et al., 2002). Além disso, a circulação da

testosterona depende de globulinas específicas sintetizadas no fígado e a

remoção desse hormônio do sangue resulta da captação pelas células-alvo, da

degradação metabólica e da excreção biliar (HAUSMANN, 2005).

Ademais é importante ressaltar algumas questões relacionadas à

administração de testosterona e sua ação no tecido hepático, por exemplo, o

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uso de compostos derivados da posição 17α (metiltestosterona,

fluoximesterona e estanozolol) possuem efeitos hepatotóxicos como: a

ocorrência de colestase, caracterizada por uma falha na secreção da bile que

leva ao acúmulo no plasma de compostos secretados pela bile, como

bilirrubina e sais minerais; podendo ainda induzir neoplasias hepáticas como

adenomas ou carcinomas; além de peliose hepática, definida pela dilatação

sinusoidal e pelo preenchimento das cavidades lacunares por sangue; ainda

podendo suscitar congestão hepática, determinada pelo aumento do

parênquima não lobular e consequente redução do parênquima lobular,

podendo ainda, quando crônica, ocasionar necrose e fibrose decorrente do

aumento da síntese de fibras colágenas do tipo I (BAGHERI e BOYER, 1974;

PROCKOP et al., 1979; GORE et al., 1994; BAGATELL e BREMNER, 1996;

GELFAND e WIITA, 1997; NAKAO et al., 2000; LEE, 2003; HAUSMANN, 2005;

MARTITS, 2005; IANNACCONE et al., 2006; NIDA, 2006; LIBERMAN, 2011;

SOLBACH et al., 2015). Entretanto, é importante ressaltar que mesmo

compostos derivados da posição 17β, se utilizados acima dos valores

fisiológicos, podem promover hepatotoxicidade à longo prazo (GEBARA et al.,

2002; HAUSMANN, 2005).

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2. JUSTIFICATIVA

O envelhecimento se caracteriza pela redução da capacidade de

manutenção da homeostasia, em condições de sobrecarga funcional. Além,

das modificações sistêmicas e teciduais, destacam-se também as alterações

hormonais, principalmente da testosterona, em homens. Nesse cenário a

reposição hormonal tem papel terapêutico fundamental em diversas situações

patológicas, e tem sido utilizada objetivando a melhora dos sintomas

desencadeados pela diminuição da testosterona. Por esta razão, nas últimas

décadas a síntese de muitos de seus derivados tem aumentado

expressivamente, desencadeando diversos tratamentos que adotam doses

suprafisiológicas com a finalidade de reduzir sua atividade androgênica e

aumentar sua atividade anabólica num curto período de tempo.

Sabe-se que o comprometimento do fígado é diretamente associado a

utilização de doses exacerbadas de testosterona, seja por atletas, praticantes

de atividade física ou por idosos suplementados de forma terapêutica. Além

disso, muitos destes idosos aderem a rotinas de exercício físico para melhora

do condicionamento e atenuação dos fatores deletérios do envelhecimento.

Nesse sentido, o fígado possui suma importância para a homeostasia glicídica

na realização do exercício resistido, sendo este indicado na manutenção da

massa muscular e óssea, favorecendo desenvolvimento positivo das atividades

da vida diária.

Embora, diversos efeitos fisiológicos já tenham sido descritos, na

literatura, quanto a utilização de testosterona no fígado, ainda não existem

evidências suficientes sobre os efeitos deste esteroide na estrutura hepática

associado ao treinamento resistido, na vigência do envelhecimento.

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3. OBJETIVO

3.1. Objetivo Geral

Este estudo teve por objetivo avaliar os efeitos da administração de

propionato de testosterona e do exercício resistido nos aspectos

morfoquantitativos do fígado de ratos durante o processo de envelhecimento.

3.2. Objetivos Específicos

Em ratos, durante o processo de envelhecimento, submetidos à

administração de propionato de testosterona combinada ou não ao treinamento

resistido, avaliou-se:

a) Peso corporal final dentre os grupos.

b) Peso absoluto do fígado dentre os grupos

c) Peso hepático relativo dentre os grupos.

d) Área dos núcleos dos hepatócitos.

e) Número dos núcleos de hepatócitos por campo.

f) Número dos núcleos de células do fígado, tais como Kupffer, Ito e outras por

campo sem discriminá-las.

g) Densidade de volume do parênquima lobular formado pelas células do

fígado e pelos capilares sinusóides, espaços perissinusoidais e ductos biliares.

h) Densidade de volume do parênquima não lobular (espaços portais, veias

centro-lobulares e ramos de vasos sanguíneos).

i) Densidade de Volume das fibras colágenas dos tipos I e III.

j) Densidade de Volume do glicogênio hepático.

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4. MATERIAIS E MÉTODOS

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Uso de Animais

(001/2013) sendo realizado no Biotério e Laboratório de Estudos

Morfoquantitativos e Imunohistoquímica (LEMI) da Universidade São Judas

Tadeu (USJT), conjuntamente com o Laboratório de Morfologia e Atividade

Física (LAMAF) do Departamento de Educação Física do Instituto de

Biociências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

(UNESP) - Campus de Rio Claro.

4.1. Modelo Animal e Protocolo Experimental

Utilizou-se 35 ratos machos (Rattus norvegicus), da linhagem Wistar,

sendo esta linhagem a mais utilizada em desfechos relacionados ao

envelhecimento, com idade de 10 e 20 meses, mantidos no Biotério da

Universidade São Judas Tadeu. Uma revisão proveniente de Andreollo et al.

(2012) demonstrou a relação da idade de ratos versus a idade de humanos,

sendo que ratos com 10 meses de idade equivaleriam a humanos adultos de

25 anos, já ratos de 20 meses de idade seriam equivalentes a humanos adultos

de 50 anos. No entanto, deve-se lembrar que esta relação deve ser utilizada

com cautela para as pesquisas.

Durante o período de experimentação, os animais foram alojados em

caixas de polipropileno (no máximo três animais em cada) providas de

bebedouro e comedouro, mantidos em condições ambientais controladas de

temperatura (22ºC) e de iluminação (ciclo de 12 horas claro e 12 horas escuro).

Para todos os grupos fornecemos ração comercial referência para ratos e água

ad libitum.

A literatura pesquisada não é unânime quanto ao número mais

adequado de animais por grupo, podendo variar de 5 a 39, dependendo do

objetivo do estudo (KRAUSE NETO et al., 2013). Sendo assim, dividiram-se os

animais em seis grupos através do método randomizado, como descrito abaixo:

Grupo C10: grupo controle sedentário com 10 meses de idade (n=6).

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Grupo C20: grupo controle sedentário com 20 meses de idade (n=6).

Grupo C24: grupo controle sedentário com 24 meses de idade (n=6).

Grupo TR: grupo que aos 20 meses de idade foi submetido ao protocolo de

treinamento resistido durante 16 semanas, assim totalizando 24 meses de

idade (n=6).

Grupo ES: grupo sedentário que aos 20 meses de idade recebeu

administração de Propionato de Testosterona durante 16 semanas, assim

totalizando 24 meses de idade (n=6).

Grupo TE: grupo que aos 20 meses de idade foi submetido ao protocolo de

treinamento resistido e a administração de Propionato de Testosterona durante

16 semanas, assim totalizando 24 meses de idade (n=5).

Como os grupos intervenção (TR, ES e TE) permaneceram por mais 16

semanas nos respectivos tratamentos, os animais totalizaram 24 meses como

o grupo C24, sendo esta idade equivalente a 60 anos em humanos, ou seja,

idosos segundo a classificação etária brasileira (DE LIMA e BUENO, 2009;

ANDREOLLO et al., 2012).

4.2. Treinamento Resistido

O protocolo de treinamento resistido respeitou o ritmo circadiano dos

animais, para tal realizado durante o período ativo (noturno) do animal. Desta

forma, o biotério foi adaptado para o ciclo ativo dos animais, invertendo o ciclo

claro-escuro (luzes programadas para permanecerem apagadas das 7 horas

da manhã ás 19 horas da noite e acesas das 19 horas da noite ás 7 horas da

manhã) da sala de alojamento.

O treinamento foi realizado ás 13 horas dos dias programados, utilizando

o modelo de Ladder climbing (Escalada em escada). Este modelo foi escolhido

a partir do proposto por Hornberger e Farrar (2004). O equipamento foi

construído em madeira com degraus de metal, tendo 110 cm de altura, 80º de

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inclinação e distância de 2 cm entre cada degrau (Figura 2). No topo do

equipamento tinha uma caixa de plástico para acomodar os animais no

intervalo entre as escaladas.

O modelo Ladder Climbing, ou usualmente chamado de Escalada em

escada, é um equipamento utilizado para pesquisar desfechos relacionados ao

treinamento resistido em animais (HORNBERGER e FARRAR, 2004; KRAUSE

NETO et al., 2013). Cada subida possibilitou o animal realizar de 8 a 12

movimentos contínuos e dinâmicos (HORNBERGER e FARRAR, 2004).

Figura 2: Equipamento Ladder Climbing.

A seguir descreveremos o processo de adaptação ao equipamento e os

protocolos do teste de resistência de força máxima e treinamento resistido.

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4.2.1. Adaptação dos animais

Os animais foram adaptados ao equipamento de forma que cada animal

colocado na base da escada, deveria escalar o equipamento por quatro vezes,

sem qualquer carga adicional. Entre cada escalada o animal tinha uma pausa

de 60 segundos. Nenhuma recompensa ou alimento foi oferecido, tampouco foi

utilizada estimulação elétrica para que os animais executassem o exercício.

Conduzimos os animais com as mãos (ao lado e abaixo), sem tocá-los,

acompanhando o percurso do animal até o topo do equipamento e evitando

assim que pulasse da escada, parasse durante a subida, ou virasse de cabeça

para baixo. Repetimos o processo por três sessões em dias consecutivos

(segunda à quarta-feira). Após o período de adaptação, os animais de todos os

grupos realizaram o teste de resistência de força máxima.

4.2.2. Teste de Resistência de Força Máxima

Na semana seguinte ao término do breve período de adaptação dos

animais ao equipamento, todos realizaram o teste de resistência de força

máxima (TRFM). O TRFM foi inicialmente proposto por Hornberger e Farrar

(2004) e consiste em o animal realizar o maior número possível de escaladas a

partir de uma determinada sobrecarga inicial, acrescentando a cada tentativa

bem-sucedida um novo percentual.

Dessa forma, cada animal foi pesado e escalou a escada duas vezes,

sem qualquer carga adicional, com intervalo de um minuto entre cada

escalada. Em seguida, calculamos a carga inicial do teste e cada animal

escalou a escada com uma carga presa à região proximal de sua cauda. A

carga inicial foi fixada em 50% do Peso Corporal do animal (PCa), sendo

realizado acréscimos subsequentes de 10% do PCa a cada escalada bem-

sucedida, até que o animal seja incapaz de escalar a escada, então atingindo a

“falha” (HORNBERGER e FARRAR, 2004; LEE et al., 2004; DEUS et al., 2012;

DONATTO et al., 2013). Entendemos por “falha” quando o animal não mais

conseguir escalar a escada por duas tentativas consecutivas (HORNBERGER

e FARRAR, 2004; LEE et al., 2004; DEUS et al., 2012; DONATTO et al., 2013).

Entre cada tentativa, o animal teve um intervalo de dois minutos.

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No protocolo tradicional de Hornberger e Farrar (2004) foi utilizada uma

carga inicial de 75% do PCa. No entanto, devido à idade mais avançada de

nossos animais (20 meses) adaptamos a carga inicial do teste para 50% do

PCa.

Abaixo segue um exemplo:

Peso corporal do animal (PCa) = 500 g

Aquecimento = 2 escaladas (intervalo de 1 minuto)

1ª Tentativa: 50% do PCa = 250 g (intervalos de 2 minutos)

2ª Tentativa: + 10% do PCa = 300g

3ª Tentativa: + 10% do PCa = 350g

Este procedimento foi sucessivamente repetido até que a carga

alcançasse um peso que não permitisse que o animal escalasse a escada,

caracterizando assim a “falha” (HORNBERGER e FARRAR, 2004; LEE et al.,

2004; DEUS et al., 2012; DONATTO et al., 2013).

Após os testes iniciais, todos os grupos, com exceção do C10 e do C20,

foram reavaliados após as 16 semanas de tratamentos.

4.2.3. Protocolo do Treinamento Resistido

Os grupos TR e TE foram submetidos ao Protocolo de Treinamento

Resistido durante 16 semanas, a partir da semana seguinte ao término do

TRFM até as suas respectivas datas de eutanásia.

Utilizamos o protocolo de treinamento previamente descrito por Lee et al.

(2004) e Harris et al. (2010). Na primeira sessão de treinamento os ratos

escalaram duas vezes a escada em cada uma das seguintes cargas de

trabalho: 50%, 75% e 100% da carga final do TRFM, resultando em seis

escaladas máximas. Caso o animal tenha escalado a escada duas vezes com

100%, um acréscimo de 30 gramas será realizado na última carga. Desta

forma, o animal deverá tentar escalar a escada mais duas vezes com esta

carga, totalizando oito escaladas máximas. Nas sessões subsequentes,

calculamos os mesmos percentuais (50%, 75% e 100%), entretanto, o cálculo

foi realizado com base na carga máxima atingida na sessão de treinamento

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anterior. Caso o animal não complete o protocolo com oito subidas máximas, o

mesmo foi mantido para a próxima sessão de treinamento.

Cada animal teve um intervalo de dois minutos entre cada escalada. O

protocolo de treinamento resistido foi realizado três vezes por semana em dias

alternados (segunda; quarta e sexta-feira). Para o aumento das cargas

utilizamos pesos de chumbo presos por um mosquete e fita adesiva, à região

proximal da cauda dos animais (Figura 3). O peso corporal dos animais dos

grupos TR e TE foi mensurado a cada duas semanas, sempre às terças-feiras,

do início ao final do estudo. Para tal, foi utilizada balança semi-analítica da

marca GEHAKA BG 100.

A duração dos protocolos de treinamento resistido em modelos

experimentais não tem uma única sistematização e a literatura nos mostra que

a duração dos programas de treinamento varia de 1 a 24 semanas (KRAUSE

NETO et al., 2013). Desta forma, estabelecemos que o protocolo tivesse

duração de 16 semanas, objetivando que o animal atingisse a idade de 24

meses.

Figura 3: Demonstração da carga presa a cauda do animal (A) e o equipamento de

treinamento (B).

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4.3. Administração de Propionato de Testosterona

Os animais dos grupos ES e TE foram tratados duas vezes por semana

(terças e sextas-feiras) por injeção intraperitoneal do esteroide androgênico

anabolizante PERINON® do laboratório Perini, em frasco ampola com 100 ml,

contendo 200mg/ 20 ml de Propionato de Testosterona.

Não existe um padrão na dosagem e frequência de aplicação semanal

deste hormônio descrito na literatura. Desta forma, utilizou-se neste estudo a

dosagem de 10 mg/kg peso corporal do animal/semana, pois sabe-se que esta

dosagem é suficiente para estimular o aumento da densidade mineral óssea e

do hormônio do crescimento (FITTS et al., 2004). Os animais foram pesados

toda terça-feira para calcular a dosagem de aplicação.

4.4. Eutanásia, coleta e preparação do material para análise

O protocolo de eutanásia dos animais foi realizado inicialmente aos 10

meses, grupo C10, posteriormente aos 20 meses; grupo C20; e pôr fim aos 24

meses de idade com os demais grupos (C24, TR, ES e TE).

Os animais alojados na Universidade São Judas Tadeu foram

transportados para a UNESP de Rio Claro, em caixas de polipropileno próprias

para criação de animais, forradas de serragem, entretanto sem bebedouro e

comedouro. Lá passaram a noite e foram submetidos à eutanásia em câmara

de CO2 pela manhã, de acordo com o cronograma de cada grupo experimental.

Após a eutanásia, pesou-se os animais em uma balança semi-analítica da

marca GEHAKA BG 100

Os animais foram colocados em decúbito dorsal, sendo assim realizada

uma toracotomia, onde os fígados foram retirados integralmente e em seguida

pesados (peso absoluto), estes valores foram utilizados no cálculo do Índice de

Peso Relativo Hepático de cada animal (peso absoluto do fígado do animal ÷

peso corporal final do animal). O fígado então foi seccionado em pequenos

blocos, e estes em seguida fixados em formol tamponado 10% e depois

transferidos para álcool 70%. Por se tratar de um órgão isotrópico, em que as

estruturas aparecem homogeneamente, os cortes histológicos foram realizados

de forma aleatória.

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Foi utilizado o protocolo padrão para preparações histológicas onde

foram realizados cortes de 5μm de espessura e estes corados por Hematoxilina

e Eosina (HE), PicroSirius Red e Ácido Periódico de Schiff (PAS) para análise à

microscopia de luz.

4.5. Análise Morfoquantitativa

4.5.1. Morfometria

Por meio de parâmetros morfométricos, as lâminas coradas com HE

foram utilizadas na quantificação da: 1) Área do núcleo dos hepatócitos; 2) o

Número dos núcleos de hepatócitos; e 3) o Número dos núcleos de células do

fígado (não hepatócitos).

A partir das lâminas de cada animal, foram realizadas fotomicrografias

de 10 campos com aumento de 400x. As fotomicrografias foram obtidas pelo

programa AxioVision (versão 4.9.1), disponível no microscópio do Laboratório

de Estudos Morfoquantitativos e Imunohistoquímicos (LEMI) da Universidade

São Judas Tadeu. Este software possibilita a mensuração da área por meio do

contorno da estrutura estudada, ou seja, o núcleo dos hepatócitos, em µm²

(Figura 4).

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Figura 4: Ilustração das medidas de núcleos de hepatócitos em um campo de corte de

parênquima hepático de rato Wistar com aumento de 400x. Coloração: Hematoxilina e Eosina.

Em seguida o programa ImajeJ (versão 1.45s) foi utilizado para

quantificação dos números de hepatócitos e de outras células hepáticas como

Kupffer e Ito num campo de observação de 11330,4 μm². Os dados foram

organizados em planilhas e depois submetidos à análise estatística.

4.5.2. Estereologia

O objetivo da estereologia é determinar parâmetros quantitativos

tridimensionais de estruturas anatômicas a partir de cortes bidimensionais

(MANDARIM-DE-LACERDA, 1995). Assim, foi investigado por meio dos

parâmetros estereológicos a Densidade de Volume dos seguintes

componentes do parênquima lobular: células hepáticas e capilares sinusóides,

espaços perissinusoidais e ductos biliares, bem como o parênquima não

lobular (espaços portais, veias centro-lobulares e ramos de vasos sanguineos).

Ademais, foram analisadas também a Densidade de Volume das fibras

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colágenas do tipo I e do tipo III, bem como a Densidade de Volume do

glicogênio hepático.

Por meio destes parâmetros estereológicos, pode-se determinar a área

relativa das estruturas ocupadas em uma área-teste, já que a lei básica da

estereologia é de que a quantidade relativa de pontos que tocam a estrutura é

comparável a quantidade de volume desta estrutura na área-teste

(MANDARIM-DE-LACERDA, 1995).

A Densidade de Volume (Vv) foi calculada de acordo com a fórmula:

Vv = ∑Pp÷∑Pt

Sendo que: Vv = Densidade de volume; Pp = pontos da estrutura

testada; e Pt = pontos totais da área-teste.

A partir das lâminas coradas por HE de cada animal foram realizadas

fotomicrografias de 20 campos com aumento de 50x (Figura 5). Das lâminas

coradas por PicroSirius Red e PAS (Figura 6) de cada animal foram realizadas

fotomicrografias de 10 campos com aumento de 400x.

As fotomicrografias foram obtidas pelo programa AxioVision (versão

4.9.1). Posteriormente, estas foram submetidas à análise estereológica

utilizando um sistema-teste de 300 pontos disponível no programa ImageJ

(versão 1.45s).

Os pontos foram sobrepostos às imagens e pela contagem de pontos foi

possível determinar a Densidade de volume das estruturas. A contagem, nas

lâminas coradas por HE, foi realizada no parênquima hepático, discriminando-

se as áreas ocupadas pelo parênquima lobular: células e áreas ocupadas por

capilares sinusóides, espaços perissinusoidais e ductos biliares, e pelo

parênquima não lobular (espaços portais, veias centro-lobulares e ramos de

vasos sanguíneos). Já nas lâminas coradas por PicroSirius Red, discriminou-se

as fibras colágenas do tipo I e do tipo III. Por fim, realizou-se a contagem do

glicogênio hepático nas lâminas coradas por PAS.

Os dados foram organizados em planilhas e depois submetidos à análise

estatística.

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Figura 5: Sistema teste com 300 pontos sobreposto a um campo do parênquima hepático de

rato Wistar para realização de análise quantitativa. 50x. Hematoxilina e Eosina.

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Figura 6: Sistema teste com 300 pontos sobreposto a um campo do parênquima hepático de

rato Wistar para realização de análise quantitativa. 400x. (A) PicroSirius Red; (B) PAS.

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4.6. Análise estatística

Os dados obtidos foram analisados estatisticamente pelo teste ANOVA -

acrônimo para Analysis of Variance (DANCEY e REIDY, 2013) com nível de

significância p≤0,05 e post-hoc de Tukey, pois o objetivo foi analisar variações

envolvendo seis grupos. Os dados foram apresentados com média ± desvio

padrão. Para a análise dos dados utilizamos o programa estatístico SPSS

(Statistical Package for Social Sciences), versão 21.0.

Após a análise estatística os resultados foram descritos e apresentados

em tabelas e gráficos para melhor visualização e compreensão.

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5. RESULTADOS

5.1. Peso Corporal Final

Ao comparar o valor do peso corporal final (g), observamos que o grupo

Controle de 10 meses (C10), apresentou diferença significativa quando

comparado ao grupo Controle de 24 meses (C24), e ao grupo Treinado (TR),

onde os grupos C24 e TR apresentaram um aumento como pode ser visto na

Tabela 1 nos valores percentuais.

Ainda a Tabela 1 e a Figura 11, em anexo, evidenciam os resultados

encontrados nos demais grupos através do sistema de letras, do qual podemos

observar que o grupo Controle de 20 meses (C20), apresentou diferença

significativa em relação ao grupo C24 e ao grupo TR, onde ambos os grupos

apresentaram um aumento do peso corporal de 32,45% e 27,92%,

respectivamente. Entretanto, o grupo C24 apresentou diferença estatística com

os grupos C10 e C20, como anteriormente citado, e ainda com os grupos

Esteroide (ES) e Treinado + Esteroide (TE), sendo que nestes dois últimos o

peso corporal final sofreu um declínio de 18,13% e 38%, respectivamente. Por

fim, o grupo TR além de apresentar diferença significativa com os grupos C10 e

C20, ainda apresentou uma diferença com o grupo TE, onde este sofreu uma

perda de peso corporal de 35,73% quando comparado ao TR.

Tabela 1: Valores do peso corporal final (g) dos grupos expressos em Média ±

Desvio Padrão.

Grupos Média ± Desvio padrão F Valor do P (%)

C10 (n=6) 435,90±17,50cd 9,514 0,0001

C20 (n=6) 486,30±38,90cd

11,50

C24 (n=6) 644,10±129,50ªbef

47,70

TR (n=6) 622,10±57,90ªbf 42,70

ES (n=6) 527,30±48,60c 20,90

TE (n=5) 399,80±31,30cd - 8,30

a p<0,05 vs. C10; b p<0,05 vs. C20; c p<0,05 vs. C24; d p<0,05 vs. TR; e p<0,05 vs. ES; f p<0,05

vs. TE. C10: controle adulto (10 meses); C20: controle envelhecido (20 meses); C24: controle

envelhecido (24 meses); TR: grupo que recebeu o treinamento resistido; ES: grupo que

recebeu o propionato de testosterona; TE: grupo que recebeu o propionato de testosterona

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combinado ao treinamento resistido. (%) em relação ao grupo C10. Utilizou-se ANOVA de

fator único com post-hoc de Tukey (Média ± Desvio Padrão) no SPSS versão 21.

5.2. Peso Absoluto do Fígado

Ao comparar o valor do peso absoluto do fígado (g), observamos que o

grupo C10, apresentou diferença significativa quando comparado aos grupos

C24, TR, ES, e TE onde todos os grupos apresentaram um aumento como

pode ser visto na Tabela 2 nos valores percentuais.

Ainda na Tabela 2, observamos os resultados encontrados nos demais

grupos através do sistema de letras, do qual podemos observar que o grupo

C20, apresentou diferença significativa em relação aos grupos C24, TR, ES e

TE, onde estes apresentaram aumento de 69,86%, 52,05%, 41,78% e 13,69%,

respectivamente. Não houve resultados estatisticamente significativos nas

comparações dentre os demais grupos como pode ser observado na Tabela 2.

Tabela 2: Valores do peso absoluto do fígado (g) dos grupos expressos em

Média ± Desvio Padrão.

Grupos Média ± Desvio Padrão F Valor do p (%)

C10 (n=6) 11,30±0,80cdef 17,841 0,0001

C20 (n=6) 14,60±1,60cdef 29,20

C24 (n=6) 24,80±4,80ab 119,47

TR (n=6) 22,20±3,00ab 96,46

ES (n=6) 20,70±3,00ab 83,18

TE (n=5) 16,60±2,50ab 46,90

a p<0,05 vs. C10; b p<0,05 vs. C20; c p<0,05 vs. C24; d p<0,05 vs. TR; e p<0,05 vs. ES; f p<0,05

vs. TE. C10: controle adulto (10 meses); C20: controle envelhecido (20 meses); C24: controle

envelhecido (24 meses); TR: grupo que recebeu o treinamento resistido; ES: grupo que

recebeu o propionato de testosterona; TE: grupo que recebeu o propionato de testosterona

combinado ao treinamento resistido. (%) em relação ao grupo C10. Utilizou-se ANOVA de

fator único com post-hoc de Tukey (Média ± Desvio Padrão) no SPSS versão 21.

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5.3. Peso Hepático Relativo

No que diz respeito ao valor do peso hepático relativo (%) corrigido por

100 (média x 100; desvio padrão x 100), notamos que o grupo C10 apresentou

diferença significativa quando comparado aos grupos C24, TR, ES e TE, sendo

que todos os grupos apresentaram um aumento como pode ser visto na Tabela

3 no valor percentual.

Ademais, o grupo C20 apresentou diferença significativa com os grupos

C24, ES e TE, sendo que estes também apresentaram um aumento do peso

hepático relativo de 28,2%, 31,56% e 37,9%, respectivamente quando

comparados ao C20. Não houve diferença estatisticamente significante dentre

os grupos com intervenções. A Tabela 3 e a Figura 12, em anexo, evidenciam

os resultados encontrados através do sistema de letras.

Tabela 3: Valores do peso hepático relativo (%) corrigido por 100 dos grupos

expressos em Média ± Desvio Padrão.

Grupos Média ± Desvio Padrão F Valor do p (%)

C10 (n=6) 2,61±0,17cdef 14,112 0,0001

C20 (n=6) 3,01±0,12cef 15,30

C24 (n=6) 3,86±0,16ªb 47,90

TR (n=6) 3,56±0,26ª 36,40

ES (n=6) 3,96±0,75ªb 51,70

TE (n=5) 4,15±0,47ªb 59,00

a p<0,05 vs. C10; b p<0,05 vs. C20; c p<0,05 vs. C24; d p<0,05 vs. TR; e p<0,05 vs. ES; f p<0,05

vs. TE. C10: controle adulto (10 meses); C20: controle envelhecido (20 meses); C24: controle

envelhecido (24 meses); TR: grupo que recebeu o treinamento resistido; ES: grupo que

recebeu o propionato de testosterona; TE: grupo que recebeu o propionato de testosterona

combinado ao treinamento resistido. (%) em relação ao grupo C10. Utilizou-se ANOVA de

fator único com post-hoc de Tukey (Média ± Desvio Padrão) no SPSS versão 21.

5.4. Área do núcleo de hepatócitos (μm²)

Ao analisar a área do núcleo de hepatócitos (μm²), observamos que o

grupo C10 apresentou diferença significativa quando comparado aos grupos

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C20, C24 e TR, onde estes três apresentaram aumento de área como pode ser

visto na Tabela 4 no valor percentual.

Entretanto tanto o grupo C20 quanto os grupos C24 e TR apresentaram

diferença estatisticamente significativa com relação aos grupos ES e TE, a

seguir iremos destacar as diferenças destes. Quando comparamos o grupo

C20 ao ES e TE, notamos uma diminuição de 11,06% e 10,3%,

respectivamente da área dos mesmos. Já na comparação dentre o grupo C24

com o ES e o TE, ambos apresentaram uma diminuição de 11,36% e 10,6%,

respectivamente. Por fim, os grupos ES e TE apresentaram uma diminuição de

12,40% e 11,63%, respectivamente na área dos hepatócitos quando

comparados ao grupo TR. A Tabela 4 evidencia os resultados encontrados

através do sistema de letras.

Tabela 4: Valores da área do núcleo de hepatócitos (μm²) dos grupos

expressos em Média ± Desvio Padrão.

Grupos Média ± Desvio Padrão F Valor do p (%)

C10 (n=6) 38,23±9,54bcd 102,21 0,0001

C20 (n=6) 42,65±11,21ªef 11,56

C24 (n=6) 42,79±10,23ªef 11,92

TR (n=6) 43,30±10,38ªef 13,26

ES (n=6) 37,93±9,20bcd -0,80

TE (n=5) 38,26±10,23bcd 0,07

a p<0,05 vs. C10; b p<0,05 vs. C20; c p<0,05 vs. C24; d p<0,05 vs. TR; e p<0,05 vs. ES; f p<0,05

vs. TE. C10: controle adulto (10 meses); C20: controle envelhecido (20 meses); C24: controle

envelhecido (24 meses); TR: grupo que recebeu o treinamento resistido; ES: grupo que

recebeu o propionato de testosterona; TE: grupo que recebeu o propionato de testosterona

combinado ao treinamento resistido. (%) em relação ao grupo C10. Utilizou-se ANOVA de

fator único com post-hoc de Tukey (Média ± Desvio Padrão) no SPSS versão 21.

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5.5. Número de núcleos de hepatócitos

Analisando o número de núcleos de hepatócitos por campo, notamos

que o grupo C10 apresentou diferença significativa quando comparado aos

grupos C20, C24 e TR, dos quais apresentaram uma diminuição como pode

ser visto na Tabela 5 no valor percentual.

Já os grupos C20 e C24 apresentaram diferença significante com os

grupos TR, ES e TE, que serão descritas a seguir. Ao comparar o grupo C20

com os grupos TR, ES e TE observamos um progressivo aumento de 18,7%,

21,34% e 36,6%, respectivamente, quanto ao número de hepatócitos. Ao

comparar o grupo C24 com os grupos TR, ES e TE observamos um

progressivo aumento de 13,9%, 16,4% e 31%, respectivamente. Por fim, ao

comparar o grupo TE com os grupos TR e ES, observamos um declínio

estatisticamente significante de 13,1% e 11,15%, respectivamente. A Tabela 5

evidencia os resultados encontrados através do sistema de letras.

Tabela 5: Valores do número de núcleos de hepatócitos dos grupos expressos

em Média ± Desvio Padrão.

Grupos Média ± Desvio Padrão F Valor do p (%)

C10 (n=6) 23,55±7,05bcd 39,943 0,0001

C20 (n=6) 18,18±4,24ªdef -22,80

C24 (n=6) 18,95±6,69ªdef -19,50

TR (n=6) 21,58±6,05ªbcf -8,40

ES (n=6) 22,06±6,38bcf -6,30

TE (n=5) 24,83±5,93bcde 5,40

a p<0,05 vs. C10; b p<0,05 vs. C20; c p<0,05 vs. C24; d p<0,05 vs. TR; e p<0,05 vs. ES; f p<0,05

vs. TE. C10: controle adulto (10 meses); C20: controle envelhecido (20 meses); C24: controle

envelhecido (24 meses); TR: grupo que recebeu o treinamento resistido; ES: grupo que

recebeu o propionato de testosterona; TE: grupo que recebeu o propionato de testosterona

combinado ao treinamento resistido. (%) em relação ao grupo C10. Utilizou-se ANOVA de

fator único com post-hoc de Tukey (Média ± Desvio Padrão) no SPSS versão 21.

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5.6. Número de outras células hepáticas (não hepatócitos)

Ao analisar o número de núcleos de outras células hepáticas por campo,

notamos que o grupo C10 apresentou diferença significativa quando

comparado aos grupos C20 e TR, dos quais apresentaram uma diminuição

como pode ser visto na Tabela 6 no valor percentual.

Ao comparar o grupo ES com os grupos C20, C24, e TR, observamos

uma diminuição de 57,1%, 44,6%, e 56,1%, respectivamente. Não houve

comparação estatisticamente significante dentre o grupo TE com os demais

grupos, no entanto podemos observar que ele, aparentemente, pode ser

considerado um intermediário dentre as duas intervenções. Os resultados

encontrados estão evidenciados na Tabela 6 através do sistema de letras.

Tabela 6: Valores do número de outras células hepáticas dos grupos

expressos em Média ± Desvio Padrão.

Grupos Média ± Desvio Padrão F Valor do p (%)

C10 (n=6) 9,46±22,74bd 6,217 0,0001

C20 (n=6) 4,59±8,90ae - 51,47

C24 (n=6) 5,93±12,84e - 37,31

TR (n=6) 4,70±9,23ae - 50,32

ES (n=6) 10,70±22,03bcd 13,10

TE (n=5) 7,69±11,92 - 18,71

a p<0,05 vs. C10; b p<0,05 vs. C20; c p<0,05 vs. C24; d p<0,05 vs. TR; e p<0,05 vs. ES; f p<0,05

vs. TE. C10: controle adulto (10 meses); C20: controle envelhecido (20 meses); C24: controle

envelhecido (24 meses); TR: grupo que recebeu o treinamento resistido; ES: grupo que

recebeu o propionato de testosterona; TE: grupo que recebeu o propionato de testosterona

combinado ao treinamento resistido. (%) em relação ao grupo C10. Utilizou-se ANOVA de

fator único com post-hoc de Tukey (Média ± Desvio Padrão) no SPSS versão 21.

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34

5.7. Densidade de Volume do parênquima lobular com enfoque nas

Células Hepáticas

Ao analisar a densidade de volume do parênquima lobular com enfoque

nas células hepáticas, notamos que o grupo C10 apresentou diferença

significativa quando comparado aos grupos C24, TR, ES, e TE dos quais

apresentaram um aumento como pode ser visto na Tabela 7 no valor

percentual.

Ao comparar o grupo C20 com os grupos C24 e TR, observamos um

aumento progressivo de 3,68% e 8,98%, respectivamente. Apesar do grupo

C24 apresentar diferença significativa com os grupos C10 e C20, ele ainda

demonstrou diferença significante em relação ao grupo TR, onde este

apresentou aumento de 5,11%. Entretanto ao comparar o grupo TR, este

ainda apresentou diferença significativa com os grupos ES e TE que

demonstraram diminuição de 5,84% e 4,84%, respectivamente. Os resultados

encontrados estão evidenciados na Tabela 7 através do sistema de letras.

Tabela 7: Valores da densidade de volume do parênquima lobular com enfoque

nas células hepáticas dos grupos expressos em Média ± Desvio Padrão.

Grupos Média ± Desvio Padrão F P (%)

C10 (n=6) 71,11±11,13cdef 13,113 0,0001

C20 (n=6) 71,90±5,30cd 1,11

C24 (n=6) 74,55±8,40ªbd 4,84

TR (n=6) 78,36±6,80abcef 10,20

ES (n=6) 73,78±6,60ad 3,75

TE (n=5) 74,56±6,40ad 4,85

a p<0,05 vs. C10; b p<0,05 vs. C20; c p<0,05 vs. C24; d p<0,05 vs. TR; e p<0,05 vs. ES; f p<0,05

vs. TE. C10: controle adulto (10 meses); C20: controle envelhecido (20 meses); C24: controle

envelhecido (24 meses); TR: grupo que recebeu o treinamento resistido; ES: grupo que

recebeu o propionato de testosterona; TE: grupo que recebeu o propionato de testosterona

combinado ao treinamento resistido. (%) em relação ao grupo C10. Utilizou-se ANOVA de

fator único com post-hoc de Tukey (Média ± Desvio Padrão) no SPSS versão 21.

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5.8. Densidade de Volume dos capilares sinusóides, espaços

perissinusoidais e ductos biliares do parênquima lobular hepático

Ao analisar a densidade de volume do parênquima lobular com enfoque

nos capilares sinusóides, espaços perissinusoidais e ductos biliares, notamos

que o grupo C10 apresentou diferença significativa com todos os demais

grupos como pode ser visto na Tabela 8 no valor percentual.

Além de apresentar diferença com o C10, o grupo C20 ainda apresentou

diferença significante com os grupos C24, TR, ES, e TE, onde todos sofreram

um declínio de 30,3%, 37,35%, 21,6% e 32,04%, respectivamente. Apesar da

diferença com os grupos C10 e C20, observamos que o grupo C24 ainda

possui diferença significativa quando comparado aos grupos TR e ES, onde o

grupo TR demonstrou declínio de 10,11%, já o grupo ES sofreu aumento de

12,48%. Por fim, o grupo TE além de ser estatisticamente significante com os

grupos C10 e C20, ele ainda apresentou diferença significante com o grupo ES,

onde este sofreu um aumento de 15,36%. A Tabela 8 evidencia os resultados

encontrados através do sistema de letras.

Tabela 8: Valores da densidade de volume do parênquima lobular com enfoque

nos capilares sinusóides, espaços perissinusoidais e ductos biliares dos grupos

expressos em Média ± Desvio Padrão.

Grupos Média ± Desvio Padrão F P (%)

C10 (n=6) 20,04±5,90bcdef 60,412 0,0001

C20 (n=6) 22,41±4,20ªcdef 11,82

C24 (n=6) 15,62±4,80ªbde -22,05

TR (n=6) 14,04±3,70abce -29,94

ES (n=6) 17,57±3,90abcdf -12,32

TE (n=5) 15,23±3,80abe -24,00

a p<0,05 vs. C10; b p<0,05 vs. C20; c p<0,05 vs. C24; d p<0,05 vs. TR; e p<0,05 vs. ES; f p<0,05

vs. TE. C10: controle adulto (10 meses); C20: controle envelhecido (20 meses); C24: controle

envelhecido (24 meses); TR: grupo que recebeu o treinamento resistido; ES: grupo que

recebeu o propionato de testosterona; TE: grupo que recebeu o propionato de testosterona

combinado ao treinamento resistido. (%) em relação ao grupo C10. Utilizou-se ANOVA de

fator único com post-hoc de Tukey (Média ± Desvio Padrão) no SPSS versão 21.

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5.9. Densidade de Volume do parênquima hepático não lobular

constituído pelas estruturas: espaços portais, veias centro-lobulares e

ramos de vasos sanguíneos

Ao analisar a densidade de volume do parênquima hepático não lobular

constituído pelas estruturas: espaços portais, veias centro-lobulares e ramos de

vasos sanguíneos; notamos que o grupo C10 apresentou diferença significativa

apenas com o grupo C20 como pode ser visto na Tabela 9 no valor percentual.

Ao comparar o grupo C20 com os grupos C24, ES e TE, notamos um

aumento de 71,93%, 52,1% e 79,12%, respectivamente. Por fim, ao comparar

o grupo TE com o grupo TR, observa-se um declínio de 25,56%. Os resultados

encontrados estão evidenciados na Tabela 9 através do sistema de letras.

Tabela 9: Valores da densidade de volume do parênquima não lobular dos

grupos expressos em Média ± Desvio Padrão.

Grupos Média ± Desvio Padrão F P (%)

C10 (n=6) 8,70±9,70b 6,067 0,0001

C20 (n=6) 5,70±4,40acef -34,48

C24 (n=6) 9,80±8,00b 12,64

TR (n=6) 7,60±6,40f -12,64

ES (n=6) 8,67±6,50b -0,34

TE (n=5) 10,21±6,60bd 17,35

a p<0,05 vs. C10; b p<0,05 vs. C20; c p<0,05 vs. C24; d p<0,05 vs. TR; e p<0,05 vs. ES; f p<0,05

vs. TE. C10: controle adulto (10 meses); C20: controle envelhecido (20 meses); C24: controle

envelhecido (24 meses); TR: grupo que recebeu o treinamento resistido; ES: grupo que

recebeu o propionato de testosterona; TE: grupo que recebeu o propionato de testosterona

combinado ao treinamento resistido. (%) em relação ao grupo C10. Utilizou-se ANOVA de

fator único com post-hoc de Tukey (Média ± Desvio Padrão) no SPSS versão 21.

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5.10. Densidade de Volume das fibras colágenas

A seguir serão demonstrados os resultados decorrentes da análise das

fibras de colágeno tipo I (Tabela 10) e tipo III (Tabela 11) de maneira separada.

Após analisar a densidade de volume das fibras de colágeno tipo I,

notamos que o grupo C10 apresentou diferença significativa quando

comparado aos grupos ES e TE, dos quais apresentaram um aumento como

pode ser visto na Tabela 10 no valor percentual.

O grupo ES ainda apresentou um aumento de 87,70% e 82,63%,

respectivamente, quando comparado aos grupos C20 e TR. Não houve

resultados estatisticamente significativos nas comparações dentre os outros

grupos. A Tabela 10 evidencia os resultados encontrados através do sistema

de letras.

Tabela 10: Valores da densidade de volume das fibras de colágeno tipo I dos

grupos expressos em Média ± Desvio Padrão.

Grupos Média ± Desvio Padrão F P (%)

C10 (n=6) 2,41±4,40ef 5,182 0,0001

C20 (n=6) 3,25±5,88e 34,85

C24 (n=6) 3,80±5,67 57,67

TR (n=6) 3,34±4,92e 38,60

ES (n=6) 6,10±6,61abd 153,11

TE (n=5) 5,53±6,17a 121,16

a p<0,05 vs. C10; b p<0,05 vs. C20; c p<0,05 vs. C24; d p<0,05 vs. TR; e p<0,05 vs. ES; f p<0,05

vs. TE. C10: controle adulto (10 meses); C20: controle envelhecido (20 meses); C24: controle

envelhecido (24 meses); TR: grupo que recebeu o treinamento resistido; ES: grupo que

recebeu o propionato de testosterona; TE: grupo que recebeu o propionato de testosterona

combinado ao treinamento resistido. (%) em relação ao grupo C10. Utilizou-se ANOVA de

fator único com post-hoc de Tukey (Média ± Desvio Padrão) no SPSS versão 21.

Ao analisar a densidade de volume das fibras de colágeno tipo III,

observamos que o grupo C10 apresentou diferença significativa quando

comparado ao grupo C24 do qual apresentou um declínio como pode ser visto

na Tabela 11 no valor percentual. Nota-se nos resultados expressos na Tabela

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11, que não houve resultados estatisticamente significativos dentre os demais

grupos.

Tabela 11: Valores da densidade de volume das fibras de colágeno tipo III dos

grupos expressos em Média ± Desvio Padrão.

Grupos Média ± Desvio Padrão F P (%)

C10 (n=6) 0,38±0,99c 2,143 0,05

C20 (n=6) 0,20±0,52 -47,36

C24 (n=6) 0,12±0,33a -68,42

TR (n=6) 0,16±0,39 -57,90

ES (n=6) 0,17±0,32 -55,26

TE (n=5) 0,20±0,36 -47,36

a p<0,05 vs. C10; b p<0,05 vs. C20; c p<0,05 vs. C24; d p<0,05 vs. TR; e p<0,05 vs. ES; f p<0,05

vs. TE. C10: controle adulto (10 meses); C20: controle envelhecido (20 meses); C24: controle

envelhecido (24 meses); TR: grupo que recebeu o treinamento resistido; ES: grupo que

recebeu o propionato de testosterona; TE: grupo que recebeu o propionato de testosterona

combinado ao treinamento resistido. (%) em relação ao grupo C10. Utilizou-se ANOVA de

fator único com post-hoc de Tukey (Média ± Desvio Padrão) no SPSS versão 21.

Ainda pode-se observar o conteúdo de colágeno presente nos grupos na

Figura 7.

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Figura 7: Fotomicrografias do conteúdo de colágeno dos grupos com aumento de 400 vezes.

Observamos as fibras colágenas do tipo I em vermelho (setas vermelhas) e as fibras colágenas

do tipo III em verde (setas verdes), assim como capilares sinusóides, espaços perissinusoidais,

veias centro-lobulares e ramos de vasos sanguíneos (setas brancas).

5.11. Densidade de Volume do glicogênio hepático

Analisando a densidade de volume do glicogênio hepático, notamos que

o grupo C10 apresentou diferença significativa quando comparado aos grupos

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TR, ES e TE, dos quais apresentaram um aumento como pode ser visto na

Tabela 12 no valor percentual.

Observa-se que o grupo C20 assim como o C24 apenas apresentaram

resultados estatisticamente significativos quando comparados aos grupos

intervenções (TR, ES e TE), dos quais descreveremos a seguir. Os grupos TR,

ES e TE apresentaram um aumento de 24,6%, 13,05% e 38,25%,

respectivamente, quando comparados ao grupo C20. Ainda, os grupos TR, ES

e TE apresentaram um aumento de 26,52%, 14,82% e 40,40%,

respectivamente, quando comparados ao grupo C24.

Os grupos TR e TE apresentaram um aumento progressivo de 10,2% e

22,3%, respectivamente, quando comprados ao grupo ES. Ademais, o grupo

TE apresentou um aumento de 11% em comparação ao grupo TR. Os

resultados encontrados estão evidenciados na Tabela 12 através do sistema de

letras.

Tabela 12: Valores da densidade de volume do glicogênio hepático dos grupos

expressos em Média ± Desvio Padrão.

Grupos Média ± Desvio Padrão F P (%)

C10 (n=6) 6,40±0,63def 335,8 0,0001

C20 (n=6) 6,51±0,50def 1,72

C24 (n=6) 6,41±0,65def 0,15

TR (n=6) 8,11±0,63abcef 26,72

ES (n=6) 7,36±0,35abcdf 15,00

TE (n=5) 9,00±0,36abcde 40,62

a p<0,05 vs. C10; b p<0,05 vs. C20; c p<0,05 vs. C24; d p<0,05 vs. TR; e p<0,05 vs. ES; f p<0,05

vs. TE. C10: controle adulto (10 meses); C20: controle envelhecido (20 meses); C24: controle

envelhecido (24 meses); TR: grupo que recebeu o treinamento resistido; ES: grupo que

recebeu o propionato de testosterona; TE: grupo que recebeu o propionato de testosterona

combinado ao treinamento resistido. (%) em relação ao grupo C10. Utilizou-se ANOVA de

fator único com post-hoc de Tukey (Média ± Desvio Padrão) no SPSS versão 21.

Para melhor visualização do glicogênio hepático, a Figura 8 demonstra o

conteúdo do mesmo nos grupos.

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Figura 8: Fotomicrografias do glicogênio hepático dos grupos com aumento de 400 vezes.

Observamos o glicogênio hepático na cor magenta (setas amarelas).

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6. DISCUSSÃO

O modelo animal escolhido para nosso trabalho foi o rato Wistar, por ser

um dos modelos mais utilizados em desfechos relacionados ao

envelhecimento. A dose de propionato de testosterona administrada nos

animais desta pesquisa foi calculada de acordo com dosagem de 10 mg/kg

peso corporal do animal/semana. Esta dosagem suprafisiológica é conhecida

por ser suficiente para estimular o aumento da densidade mineral óssea e do

hormônio do crescimento, assim gerando resultados relativamente mais

rápidos num curto período de tempo (BHASIN et al., 1996; FITTS et al., 2004).

No entanto, como não foram medidos os níveis de testosterona nos animais,

não é possível correlacionar diretamente os níveis circulantes de testosterona

nos animais após a administração do androgênio. Contudo, um estudo

conduzido por Chan et al. (1977) realizado com ratos Wistar entre quatro e 18

meses de idade mostrou que nos ratos mais velhos, a produção de

testosterona era sutil, porem significativamente menor do que nos ratos jovens

ainda que os ritmos circadianos de produção se mantivessem similares. Por

isso, ainda que as dosagens hormonais não fossem feitas, o modelo escolhido

simula adequadamente o comportamento hormonal no homem.

Os dados obtidos em relação ao peso corporal final, apresentados na

Tabela 1, indicam que o envelhecimento tende a aumentar o peso corporal,

estes resultados são similares aos de Hughes et al. (2002) dos quais

demonstraram por meio de um estudo longitudinal um aumento de massa

gordurosa em homens e mulheres no decorrer da idade. Entretanto, é sabido

que com o passar dos anos ocorre uma tendência à perda progressiva de peso

nos idosos (SEIDELL e VISSCHER, 2000). Nesse sentido, o exercício resistido

é conhecido por não alterar o peso corporal. Os resultados do nosso estudo

demonstraram não haver alteração de peso relacionada ao grupo C24, apenas

nos demais controles. Indicando assim que apenas o exercício não influencia

no peso corporal. O grupo que recebeu o EAA demonstrou uma diminuição

significativa com relação ao grupo controle de 24 meses, indicando um possível

potencial do EAA na manutenção do peso corporal. Um estudo experimental

proveniente de Aparicio et al. (2003) demonstrou que esteroides anabolizantes

podem reduzir o peso corporal, ainda, uma meta-análise de estudos clínicos

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randomizados em homens, com média de 64,5 anos de idade, proveniente de

Isidori et al. (2005) comprovou que a utilização de testosterona diminui a

gordura corporal e o colesterol total influenciando assim no peso corporal. No

entanto, um estudo em humanos proveniente de Bhasin et al. (1996) observou

que o grupo que recebeu apenas doses suprafisiológicas de anabolizantes por

10 semanas, sem exercício físico, sofreu um aumento de peso corporal. Por

fim, observa-se no nosso estudo que quando o exercício resistido é combinado

com a administração suprafisiológica de testosterona, ocorre uma diminuição

significativa de peso corporal com relação ao grupo C24 e ao grupo que

apenas recebeu o protocolo de exercício (TR), estes dados podem ser

explicados pelo mesmo estudo proveniente de Bhasin et al. (1996) onde o

grupo que recebeu testosterona combinada ao treinamento de força obteve

como resultado uma diminuição do peso corporal final com relação aos demais

grupos.

A Tabela 2 apresenta o valor do peso absoluto do fígado do qual

podemos observar um aumento acentuado com o envelhecimento, com o

treinamento resistido, e com o EAA sozinho. No entanto observamos ainda um

aumento sutil com a utilização de EAA combinado ao treinamento resistido.

Para que não houvesse dúvidas em relação a estes resultados, foi realizado o

peso hepático relativo (Tabela 3), ou seja, o Índice de Peso Hepático

Relativo, estabelecido pela razão entre o peso hepático total (absoluto) dividido

pelo peso corporal final do animal. Pode-se observar um aumento no peso

relativo do fígado nos grupos C24, ES e TE quando comparados aos grupos

C10 e C20. Desta forma, podemos observar que o envelhecimento é um fator

que influencia no ganho de massa hepática. Ainda, estes dados demonstram

que EAA sozinho ou associado ao exercício físico tende a aumentar o peso

hepático relativo, este dado pode ser corroborado por Lydén (1995) e Pignata

et al. (1998) que demonstraram a efetividade do esteroide decanoato de

nandrolona em aumentar a massa hepática, mesmo em casos de câncer. Um

estudo proveniente de Vieira (2003) utilizou diferentes doses de decanoato de

nandrolona no fígado de ratos e observou que no grupo com dosagem

suprafisiológica (10,710mg/kg/semana) havia ocorrido efeitos similares aos

nossos. O grupo TR apresentou apenas aumento em relação ao grupo C10,

porém não apresentou diferença significativa em relação aos grupos C20 e

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C24, demonstrando assim que o exercício resistido não possui efetiva

influencia no peso relativo hepático.

Podemos observar na Tabela 4 que a área dos núcleos aumentou nos

grupos C20 e C24 e ainda no grupo TR com relação ao grupo C10, verificamos

uma ação do envelhecimento e do treinamento sobre os núcleos dos

hepatócitos. Cabe mencionar que o número dos núcleos de hepatócitos

(Tabela 5) diminuiu nos grupos C20 e C24 com relação ao grupo C10,

entretanto o grupo TR apresenta um aumento. Os hepatócitos com a idade

tendem a uma diminuição de número e de suas mitocôndrias o que é

parcialmente compensado por um aumento do tamanho dos hepatócitos

restantes (TAUCHI et al., 1994; SCHMUCKER, 1998; FERRIOLI et al., 2011).

Podendo ainda ocorrer um aumento no número de células binucleadas e de

poliploidia, ou seja, aumento do material genético, em função da menor

atividade de divisão celular e consequente aumento da área dos mesmos, além

da ocorrência de apoptose o que diminui o número de hepatócitos,

contribuindo, assim, em casos extremos para a falência do fígado (HIGAMI e

SHIMOKAWA, 2000; XAVIER, 2011; TANASOV, 2012). Dados comprovados

também por Tauchi e Sato (1978) demonstraram um aumento de 27% de

poliploidia em indivíduos de 86 a 92 anos quando comparados a indivíduos

jovens. No entanto, durante o exercício físico à longo prazo, ocorre uma

adaptação do organismo quanto a fatores oxidantes, prevenindo assim eventos

como a apoptose, o que permite a manutenção no número dos núcleos de

hepatócitos durante o envelhecimento (SHERN-BREWER, 1998; HIGAMI e

SHIMOKAWA, 2000; RADAK, 2008; FEALY et al., 2012), tal fenômeno pode

ser observado no grupo TR que apresentou manutenção em relação aos

grupos C10, C20 e C24. Figura 9 demonstra de forma esquematizada estas

modificações no fígado.

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45

Figura 9: Modificações na área e no número de hepatócitos decorrentes do envelhecimento e

do exercício. (A) observamos a quantidade de hepatócitos e seu respectivo material genético

no jovem; (B) ocorre aumento de estresse oxidativo no idoso e consequente diminuição

numérica dos hepatócitos, bem como aumento da área dos hepatócitos decorrente de um

aumento no conteúdo de material genético ocasionado pela redução da divisão celular; (C) o

exercício a longo prazo, por sua vez, promove tanto a redução do estresse oxidativo quanto a

manutenção numérica dos hepatócitos mesmo com o aumento da área dos hepatócitos no

idoso.

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46

Ademais, a área dos núcleos (Tabela 4) diminuiu no grupo tratado com

EAA em relação aos grupos C20 e C24 e com o grupo que recebeu apenas

treinamento (TR), desta forma podemos verificar uma ação do anabolizante

sobre os núcleos dos hepatócitos. Ainda pode-se observar que a associação

do EAA ao treinamento resultou em uma diminuição da área dos hepáticos

quando comparado aos grupos C20, C24 e TR. Ao analisar o número dos

núcleos de hepatócitos (Tabela 5), estes aumentaram no grupo ES com

relação aos grupos C20 e C24, embora tenha diminuído em relação ao grupo

que recebeu tanto o anabolizante quanto o treinamento (TE). No entanto, o

grupo TE apresentou um aumento no número de núcleos de hepatócitos com

relação aos demais grupos, com exceção do C10. Estes resultados indicam um

aumento da mitose, tendo como fundamentação a afirmação de De Souza

(2008) que descreve que no envelhecimento a maior condensação no DNA

pela ocorrência de ligações cruzadas diminui a produção de RNA e de divisões

celulares. Assim pode ter ocorrido um aumento no número de divisões

celulares promovido pelo androgênio. Outros estudos que deram suporte a esta

hipótese foram um artigo proveniente de Bullough e van Oordt (1950), duas

revisões sobre regeneração hepática de MiChalopoulos e DeFrances (1997) e

MiChalopoulos (2007) e um estudo de Townsley et al. (2016) que destacaram o

papel da testosterona como mitogênico para os hepatócitos. Além disso, a

revisão de MiChalopoulos e DeFrances (1997) e MiChalopoulos (2007)

destacou o papel do HGF (Hepatocyte Growth Factor) produzido pelas células

de Kupffer, em promover a mitose quando o fígado sofre agressão química,

tóxica ou cirúrgica. Embora, o exercício se mostre como um fator atenuante

dos efeitos provenientes da testosterona, pois no resultado da combinação das

intervenções observamos uma aproximação da área e do número de núcleos

dos hepatócitos do grupo TE com a do grupo C10, este efeito pode ser

explicado pois doses suprafisiológicas de testosterona induzem o aumento do

estresse oxidativo e o exercício por sua vez promove, a longo prazo, ação

antioxidante, assim atenuando os danos oxidativos provenientes de EAA nas

células (SHERN-BREWER, 1998; SKOGASTIERNA et al., 2014; RADAK et al.,

2001; RADAK et al., 2008). Estas modificações podem ser observadas de

maneira esquematizada na Figura 10.

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Figura 10: Modificações na área e no número de hepatócitos decorrentes do envelhecimento e

do EAA sozinho ou associado ao exercício. (A) a utilização de EAA resulta em um aumento no

estresse oxidativo, assim como ocasiona um aumento na divisão celular e do HGF,

promovendo assim uma manutenção da área dos hepatócitos; (B) a combinação do EAA e do

exercício a longo prazo resulta na diminuição do estresse oxidativo e na manutenção da área

nos hepatócitos, assim como aumento da divisão celular e do HGF.

Analisamos também o número de núcleos das células presentes no

parênquima hepático que não eram hepatócitos (Tabela 6). Observamos

uma diminuição com o envelhecimento e o treinamento no número destas

células. Em adição, pode-se notar um aumento numérico destas células no

grupo ES com relação aos grupos C20, C24 e TR. Este aumento poderia

indicar uma reação a uma agressão hepática, pois as células de Kupffer que

fazem parte do sistema fagocitário apresentam hiperplasia como resposta a um

fator de desequilíbrio sistêmico (DECKER, 1990). Na técnica de análise

histológica empregada, não é possível discriminar tais células de maneira

adequada, por isso não discriminamos as células que não eram hepatócitos.

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Assim não podemos afirmar que uma resposta de defesa como uma ação

inflamatória tenha sido observada. Por fim, não foi encontrada diferença

significativa no grupo TE em relação aos demais grupos, entretanto notamos

que este parece ser um intermediário quando comparado aos grupos TR e ES,

sugerindo assim um possível efeito atenuante do exercício quanto a possível

agressão hepática desencadeada pelo EAA, no entanto mais estudos são

necessários.

A análise estereológica do tecido hepático levou em conta a maneira

clássica de descrever histologicamente o fígado, ou seja, o parênquima lobular

e o parênquima não lobular (GERBER e THUNG, 1987). Engelman et al.

(2001) em seu estudo sobre morfometria hepática no hipertireoidismo

comparou a proporção entre o parênquima lobular e o não lobular, concluindo

que a proporção do parênquima lobular foi maior nos animais tratados com o

hormônio tireoidiano. Nosso estudo, porém, analisou de maneira separada o

parênquima lobular quanto à densidade de volume das células hepáticas e a

densidade de volume dos capilares sinusóides, espaços perissinusoidais e

ductos biliares.

A análise estereológica da Densidade de Volume das células

hepáticas do parênquima lobular (Tabela 7) permitiram verificar que o grupo

C10 apresentou apenas diferença com o grupo C24 e os grupos que

receberam as intervenções (TR, ES e TE). Evidenciando assim alterações

decorrentes do treinamento e do EAA e não apenas com o envelhecimento.

Como foi demonstrado anteriormente, o grupo que recebeu apenas o

treinamento resistido apresentou aumento da área e manutenção do número

de hepatócitos o que contribuiu para o aumento da Densidade de Volume das

células hepáticas. Em contrapartida, o anabolizante aumentou a Densidade de

Volume das células hepáticas em relação ao grupo C10, o que pode ser um

indicativo do aumento da mitose decorrente da administração de EAA, pois,

como descrito anteriormente, o grupo ES apresentou aumento no número de

células apesar da diminuição da área dos hepatócitos. Por fim, o grupo que

recebeu tanto o treinamento quanto o EAA apresentou novamente um

resultado intermediário em relação aos grupos TR e ES.

Os resultados obtidos na análise estereológica da Densidade de

Volume dos capilares sinusóides, espaços perissinusoidais e ductos

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biliares do parênquima lobular hepático (Tabela 8) permitiram verificar uma

diminuição na Densidade de Volume das estruturas tanto no grupo de animais

envelhecidos sem as intervenções quanto com os animais que receberam as

intervenções, com exceção do grupo C20 que apresentou aumento da

Densidade de Volume em relação aos demais grupos. Assim, tanto o

envelhecimento como as intervenções parecem induzir uma resposta

relacionada ao transporte no parênquima lobular.

Desta maneira, podemos observar que dos 10 meses aos 20, os animais

apresentam uma média de Densidade de Volume dos capilares sinusóides,

espaços perissinusoidais e ductos biliares do parênquima lobular hepático alta,

porem ocorre um declínio acentuado aos 24 meses. O motivo deste declínio

acentuado pode estar relacionado a um quadro de congestão hepática

(TANASOV, 2012). Para corroborar com esta observação a congestão hepática

estaria acompanhada de um aumento também na Densidade de Volume do

parênquima hepático não lobular, o que foi constatado em nossa análise

quando comparamos o grupo C24 ao grupo C20.

No que diz respeito à análise estereológica da Densidade de Volume

do parênquima hepático não lobular, constituído pelas estruturas:

espaços portais, veias centro-lobulares e ramos de vasos sanguíneos

(Tabela 9), ocorreu alteração na área ocupada pelas estruturas tanto no

envelhecimento como nas intervenções. Nota-se que dos 10 meses aos 20

meses ocorre um acentuado declínio de 34,48%, entretanto ao comparar o

grupo de 10 meses ao de 24 meses podemos observar um aumento de

12,64%, e o mesmo ocorre se compararmos o grupo de 20 meses ao de 24

meses, com o aumento acentuado de 71,93%. Estes dados referentes ao

envelhecimento corroboram com os achados anteriormente citados levando a

constatação de um possível quadro de congestão hepática. Ainda observamos

que todas as intervenções apresentaram valores próximos aos do grupo C24, o

que será discutido posteriormente. Sabe-se que durante o envelhecimento

ocorre diminuição do fluxo sanguíneo (LE COUTEUR et al., 2005),

consequentemente o diâmetro dos vasos sanguíneos também se apresenta

diminuído, o que pode ser corroborado por um estudo conduzido por Zoli et al.

(1999) que constatou a diminuição do fluxo hepático, especialmente em

indivíduos com mais de 75 anos de idade. Entretanto, esta diminuição pode

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ocasionar em congestão hepática, que é causada por estase de sangue dentro

do parênquima hepático devido ao comprometimento da drenagem venosa

hepática, sendo esta uma complicação comum de insuficiência cardíaca

congestiva e pericardite constritiva, ocasionando numa dilatação dos

componentes do parênquima não-lobular (GORE et al., 1994).

Com relação a analise estereológica das fibras colágenas do tipo I

(Tabela 10), fibras relacionadas à fibrose, observamos que ocorre uma

tendência, não significativa, a aumentar a Densidade de Volume destas fibras

com o envelhecimento, podendo corroborar com a afirmação de que no

envelhecimento ocorre formação de fibrose nos espaços perissinusoidais,

diminuindo-os, o que dificulta a passagem de substâncias dos capilares para os

hepatócitos, podendo inclusive levar a uma hipóxia dos hepatócitos e um

comprometimento na transferência de substratos para os mesmos (LE

COUTEUR et al., 2005; LE COUTEUR et al., 2008). Ademais, ocorre uma

diminuição de fibras colágenas do tipo I decorrente da pratica de exercícios

resistidos. Sabe-se que o exercício possui o efeito de reverter as alterações no

conteúdo de colágeno decorrentes do envelhecimento em diferentes órgãos

(THOMAS et al., 1992; THOMAS et al., 2000; THOMAS et al., 2001).

Quanto as fibras colágenas do tipo III (Tabela 11), observamos

apenas diferença significativa dentre os controles C10 e C24 o que indica que

com o envelhecimento o organismo tende a perder estas fibras. No entanto,

vale lembrar que neste trabalho teve-se o propósito de quantificar o conteúdo

de fibras colágenas dos tipos I e III no fígado, independentemente da sua

distribuição no mesmo, assim obedecendo os princípios da estereologia, onde

a escolha dos campos foi realizada de maneira aleatória, assim não

escolhendo os campos de forma intencional (MANDARIM-DE-LACERDA, 1995;

ÁGUILA et al., 1998).

Nesse sentido, estudos como o de Lise et al. (1999), citam a colestase

relacionada ao uso de testosterona. Tendo em vista que a colestase envolve os

ductos biliares, as alterações expressivas encontradas em nosso estudo

quanto a Densidade de Volume dos capilares sinusóides, espaços

perissinusoidais e ductos biliares do parênquima lobular hepático

poderiam indicar que a administração de propionato de testosterona alterou a

concentração de bile transportada pelos ductos biliares. Além disso, poderia ter

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ocorrido um quadro de congestão hepática (ENGELMAN et al., 2001;

TANASOV, 2012) como a reportada no estudo de Bento-Silva et al. (2010) que

descreveram a ocorrência de congestão hepática em ratas que receberam a

administração de undecanoato de testosterona. Como previamente citado, a

congestão hepática estaria acompanhada de um aumento também na

Densidade de Volume do parênquima hepático não lobular, o que foi

constatado em nossa análise quando comparamos o grupo ES ao grupo C20, e

o grupo TE aos grupos C20 e TR. Ainda, observamos que a menor média é a

do grupo TR, demonstrando que o treinamento influencia na redução do

transporte no parênquima lobular, assim também apresentando um possível

quadro de congestão hepática. Entretanto o papel do exercício, sozinho ou

associado ao EAA, ainda não está estabelecido na literatura, sendo necessário

mais estudos. Neste sentido, o grupo TE novamente se apresentou como o

intermediário dentre os grupos TR e ES.

Ademais, em nosso estudo observamos uma diferença significativa do

grupo C20 com os grupos ES e TE. Como mencionado anteriormente, o

aumento da Densidade de Volume do parênquima hepático não lobular,

pode estar relacionado a congestão hepática decorrente da utilização de EAA

(BENTO-SILVA et al., 2010), sendo que o treinamento resistido quando

combinado ao EAA, observamos a maior média dentre os grupos. Em adição,

notamos que os grupos que receberam o EAA tiveram um aumento significativo

de colágeno do tipo I (Tabela 10) o que pode caracterizar uma fibrose

decorrente da congestão hepática crônica (GORE et al., 1994).

No entanto, seriam necessários mais estudos com enfoque

histopatológico para a comprovação da congestão hepática ou colestase tanto

no envelhecimento, quanto na administração de testosterona, e estudos

bioquímicos para a elucidação do papel do treinamento resistido.

No presente estudo realizamos também a análise do glicogênio

hepático por meio da estereologia (Tabela 12). Para tanto, em todo período de

vida, os animais tiveram livre acesso à alimentação, pois as reservas teciduais

(principalmente hepática) de glicogênio seriam muito reduzidas se houvesse

privação ou controle da alimentação, inviabilizando a análise (LO et al., 1970;

CUNHA et al., 2005). Existe uma heterogeneidade metabólica nas regiões

pericentral e perilobular do fígado em decorrência das diferenças do

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suprimento sanguíneo e, portanto, na distribuição do glicogênio nas células

hepáticas (KUDRYAVTSEVA et al., 1992; KUDRYAVTSEVA et al., 1996).

Apesar disto, neste trabalho teve-se o propósito de quantificar o conteúdo total

da substância no parênquima hepático, independentemente da sua distribuição

no mesmo, assim obedecendo os princípios da estereologia, onde a escolha

dos campos foi realizada de maneira aleatória (MANDARIM-DE-LACERDA,

1995; ÁGUILA et al., 1998).

Sabe-se que no envelhecimento não ocorre diferença significativa da

síntese de glicogênio hepático (MYSLIWSKI e KMIEC, 1992), o que foi

evidenciado em nosso estudo. Ao analisar o efeito da testosterona sobre o

metabolismo glicídico, Ramamani et al. (1999) observaram que a ausência de

hormônios sexuais masculinos, induzida pela castração, aumenta a glicemia

sem alterar os níveis circulantes de insulina. Com a reposição hormonal de

testosterona, a glicemia retoma aos seus níveis normais e a concentração

plasmática de insulina não se altera. Assim, acredita-se que os EAA podem

desempenhar um papel independente, mas semelhante ao da insulina no

mecanismo de captação de glicose, desta maneira auxiliando no aumento da

reserva de glicogênio hepático. Sendo este dado compatível ao de nosso

estudo, onde o grupo ES apresentou um aumento da densidade de volume do

glicogênio hepático quando comparado aos grupos controle.

Tendo em vista que o exercício é uma condição na qual ocorre rápida

mobilização e redistribuição de substratos para o desempenho da atividade

muscular, inúmeras alterações nas secreções hormonais e no metabolismo

tornam-se necessárias para a manutenção da homeostasia (MARLISS et al.,

2000), sendo que no exercício físico, o tecido hepático desempenha papel

primordial na manutenção da glicemia, por meio da ativação da glicogenólise

hepática e da neoglicogênese, em fases mais avançadas do exercício físico

(CUNHA et al., 2005). O aumento das reservas hepáticas de glicogênio frente

ao exercício que foram observadas no grupo TR, pode ser considerada uma

das formas de adaptação desencadeadas pelo exercício físico, uma vez que o

organismo passa a estar mais preparado para realizá-lo. Ademais, a

combinação do exercício resistido com o EAA no grupo TE resultou em um

maior deposito de glicogênio hepático quando comparado aos demais grupos,

assim corroborando com os dados supracitados.

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Para o desenvolvimento deste estudo, não realizamos a análise prévia

dos níveis de testosterona nos animais usados como modelo assim como não

dosamos as enzimas hepáticas. Também não discriminamos algumas

estruturas hepáticas em função da escolha da técnica histológica. Estes fatos

podem representar uma limitação para a discussão de alguns resultados

obtidos. Ainda assim, foi possível verificar que a administração de EAA e o

exercício resistido promovem alterações no tecido hepático.

Embora a reposição de testosterona seja realizada levando-se em conta

os efeitos hepatotóxicos do uso oral da forma 17-α-alquilada, estudos

relacionados ao efeito das formas injetáveis através de dosagens

suprafisiológicas, como é o caso do propionato de testosterona, são

desejáveis. Para mais, a literatura já descreve os efeitos decorrentes do

exercício aeróbio em diferentes células do corpo, entretanto estudos

relacionados ao exercício resistido e seus efeitos morfológicos no fígado, são

aconselhados. No envelhecimento a ocorrência de doenças crônicas pode

levar a uma aumentada demanda pelo metabolismo envolvendo o fígado, pelo

uso crônico de medicamentos. Por isso, o efeito da administração de

androgênios no fígado e os possíveis efeitos atenuantes dos mesmos

decorrentes do exercício resistido devem sempre ser objeto de estudo em

futuras pesquisas.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O peso corporal tende a aumentar com o envelhecimento, entretanto, a

administração suprafisiológica de testosterona sozinha ou combinada ao

treinamento resistido pode reduzir o peso corporal final. Com relação ao peso

absoluto do fígado, observamos um aumento com o envelhecimento e as

demais intervenções. Quanto ao peso relativo do fígado, observamos que o

processo de envelhecimento aumenta a massa hepática, no entanto a

utilização de testosterona associada ou não ao treinamento aumenta ainda

mais a massa hepática.

Observamos que no envelhecimento as áreas dos hepatócitos

aumentam e sua quantidade diminui, porém, o exercício além de aumentar a

área dos hepatócitos, promove uma manutenção numérica dos mesmos. Em

contrapartida, os grupos submetidos ao tratamento com testosterona

demonstraram diminuição da área dos hepatócitos e aumento numérico dos

mesmos, onde o grupo que recebeu conjuntamente o treinamento pode-se

notar uma atenuação destes efeitos. Notamos uma diminuição com o

envelhecimento e o treinamento no número de outras células hepáticas, no

entanto, a testosterona aumentou o número destas células.

A partir das analises estereológicas, a Densidade de Volume das

Células Hepáticas apresentou modificações decorrentes tanto do

envelhecimento quanto das intervenções. Ainda nosso maior achado quanto a

Densidade de Volume dos parênquimas lobular e não-lobular foi um possível

quadro de colestase e/ou congestão hepática crônica caracterizado pela

diminuição do parênquima lobular e consequente aumento do parênquima não

lobular, assim como o aumento das fibras colágenas do tipo I, nos grupos que

receberam testosterona, indicando fibrose. Ademais, observamos que o

exercício resistido possui um papel importante, sozinho ou associado com a

testosterona, em diferentes parâmetros estereológicos. No entanto, o enfoque

de nosso estudo foi analisar as modificações morfoquantitativas, desta forma

para elucidar este possível quadro decorrente do envelhecimento e das

intervenções (treinamento com ou sem EAA) seriam necessários mais estudos

histopatológicos e bioquímicos.

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Por fim, a análise estereológica do glicogênio hepático indicou não haver

modificação em sua concentração durante o envelhecimento. Contudo, ocorreu

aumento de glicogênio em todas as intervenções, sendo que o grupo que

recebeu a associação de testosterona ao treinamento resistido apresentou a

maior média.

Tendo em vista a relevância do tema desta pesquisa, mais estudos são

necessários para elucidar os efeitos da administração de testosterona, nas

suas diversas variantes de composição química, assim como da prescrição de

exercícios resistidos, sobre o tecido hepático. Para a realização de futuras

pesquisas destacamos a importância da descrição do comportamento

hormonal nos modelos experimentais.

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56

8. CONCLUSÃO

Pode-se concluir que com o envelhecimento, ocorrem alterações

morfoquantitativas negativas no fígado, assim como a utilização de doses

suprafisiológicas que por sua vez desencadeiam efeitos deletérios no mesmo,

ocasionando um possível quadro de colestase e/ou congestão hepática,

acompanhada de fibrose. Já o treinamento resistido se demonstrou um

possível atenuante dos efeitos negativos decorrentes tanto do envelhecimento

quanto da administração de testosterona. No entanto, são necessários mais

estudos com enfoque histopatológico e bioquímicos para a elucidação destes

resultados, assim como dos mecanismo envolvidos.

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73

APÊNDICE

Figura 11: Valores do peso corporal final (g) dos grupos expressos em Média ± Desvio Padrão.

a p<0,05 vs. C10; b p<0,05 vs. C20; c p<0,05 vs. C24; d p<0,05 vs. TR; e p<0,05 vs. ES; f

p<0,05 vs. TE. C10: controle adulto (10 meses); C20: controle envelhecido (20 meses); C24:

controle envelhecido (24 meses); TR: grupo que recebeu o treinamento resistido; ES: grupo

que recebeu o propionato de testosterona; TE: grupo que recebeu o propionato de testosterona

combinado ao treinamento resistido. Utilizou-se ANOVA de fator único com post-hoc de Tukey

(Média ± Desvio Padrão) no SPSS versão 21 e o gráfico foi preparado no GraphPad Prism

versão 4.

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Figura 12: Valores do peso hepático relativo (g) corrigido por 100 dos grupos expressos em

Média ± Desvio Padrão. a p<0,05 vs. C10; b p<0,05 vs. C20; c p<0,05 vs. C24; d p<0,05 vs.

TR; e p<0,05 vs. ES; f p<0,05 vs. TE. C10: controle adulto (10 meses); C20: controle

envelhecido (20 meses); C24: controle envelhecido (24 meses); TR: grupo que recebeu o

treinamento resistido; ES: grupo que recebeu o propionato de testosterona; TE: grupo que

recebeu o propionato de testosterona combinado ao treinamento resistido. Utilizou-se ANOVA

de fator único com post-hoc de Tukey (Média ± Desvio Padrão) no SPSS versão 21 e o gráfico

foi preparado no GraphPad Prism versão 4.