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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE GLÁUCIA APARECIDA GÓES FERREIRA ESTUDO DA PERCEPÇÃO DOS COLABORADORES SOBRE OS PROGRAMAS AMBIENTAIS DE UMA EMPRESA DE SANEAMENTO BÁSICO SÃO PAULO 2014

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE

GLÁUCIA APARECIDA GÓES FERREIRA

ESTUDO DA PERCEPÇÃO DOS COLABORADORES SOBRE OS PROGRAMAS

AMBIENTAIS DE UMA EMPRESA DE SANEAMENTO BÁSICO

SÃO PAULO

2014

2

GLÁUCIA APARECIDA GÓES FERREIRA

ESTUDO DA PERCEPÇÃO DOS COLABORADORES SOBRE OS PROGRAMAS

AMBIENTAIS DE UMA EMPRESA DE SANEAMENTO BÁSICO

Dissertação de mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em

Administração da Universidade Nove de

Julho - UNINOVE, como requisito parcial

para a obtenção do grau de Mestre em

Administração – Gestão Ambiental e

Sustentabilidade.

Orientadora: Profª. Drª. Cláudia Terezinha Kniess

SÃO PAULO

2014

3

GLÁUCIA APARECIDA GÓES FERREIRA

ESTUDO DA PERCEPÇÃO DOS COLABORADORES SOBRE OS PROGRAMAS

AMBIENTAIS DE UMA EMPRESA DE SANEAMENTO BÁSICO

Dissertação de mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em

Administração da Universidade Nove de

Julho - UNINOVE, como requisito parcial

para a obtenção do grau de Mestre em

Administração – Gestão Ambiental e

Sustentabilidade, pela Banca

Examinadora, formada por:

São Paulo, 20 de março de 2014.

___________________________________________________________

Presidente: Profª Cláudia Terezinha Kniess, Drª – Orientadora, UNINOVE

___________________________________________________________

Membro: Prof. Marcelo Luiz Dias da Silva Gabriel, Dr., UNINOVE

_________________________________________________________________

Membro: Profª. Heloisa Candia Hollnagel, Drª. Universidade Federal de São Paulo

4

Ao meu esposo Luis Carlos, pelo companheirismo e compreensão em todo o tempo.

5

AGRADECIMENTOS

Este trabalho contou com o incentivo de várias pessoas especiais, que contribuíram para

sua realização, tornando-se indispensável demonstrar-lhes gratidão:

a Deus, que me guiou a cada dia desta jornada, concedendo paciência e determinação,

capacitando e motivando-me em todo o tempo;

ao meu esposo Luís Carlos, por sua imensa compreensão, pelo auxilio em todo tempo,

por entender minha ausência e cuidar de todas as tarefas às quais não pude me dedicar para

empenhar-me na condução do trabalho;

a cada um dos colegas da primeira turma do Mestrado em Gestão Ambiental e

Sustentabilidade da Uninove, pelo espírito de equipe e auxilio mútuo que permitiu a cada um

de nós compartilhar experiências, renovar as forças e amadurecer academicamente;

aos colegas da Sabesp que me proporcionaram conhecimentos e experiências que pude

trazer para este trabalho, assim como o interesse por conduzir esta pesquisa;

à querida professora orientadora Drª. Cláudia Terezinha Kniess, pela atenção e

dedicação constantes, e por longas horas de seu precioso tempo dedicados à condução deste

resultado, que tornou-se uma conquista conjunta;

ao professor Doutor Marcelo Luiz Dias da Silva Gabriel, que tão generosamente

compartilhou seus conhecimentos e com tanta dedicação auxiliou-me em uma etapa

fundamental deste estudo;

ao todos os demais professores do Mestrado em Gestão Ambiental e Sustentabilidade

da Uninove, que trouxeram preciosas contribuições, durante as aulas e reuniões de linha de

pesquisa;

aos meus amados familiares, por todo apoio recebido desde antes de iniciar o curso, e

pela compreensão tão importante durante a execução do trabalho.

6

Se fracassar, ao menos que fracasse ousando grandes feitos, de modo que a sua postura

não seja nunca a dessas almas frias e tímidas que não conhecem nem a vitória nem a

derrota.

Theodore Roosevelt

7

RESUMO

A humanidade explora os recursos naturais desde os primórdios, contudo apenas nas

últimas décadas se deu conta dos impactos que vem causando ao meio ambiente e da

necessidade de zelar pela sustentabilidade do planeta, nas esferas econômica, social e

ambiental. Com a tendência moderna de abordar o tema sustentabilidade, a sociedade demanda

que as organizações pratiquem e evidenciem suas ações ambientais. Este estudo tem enfoque na

área de saneamento básico, onde a sustentabilidade ambiental é parte do negócio. Pesquisou-se

a percepção dos colaboradores com relação aos programas ambientais da empresa, a conduta

ambiental organizacional, e compilaram-se suas sugestões de melhoria para programas

ambientais. Realizou-se um estudo de caso, com método de pesquisa misto: quantitativo e

qualitativo. Estudou-se a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - Sabesp,

selecionando-se três de seus programas ambientais: Programa Sabesp 3Rs (Reduzir, reutilizar e

reciclar), Programa de Educação Ambiental (PEA) e o Programa de Uso Racional da Água

(PURA), por serem os mais abrangentes. Para a pesquisa qualitativa realizaram-se

levantamentos nos relatórios de sustentabilidade de empresas de saneamento básico, e

entrevistas semiestruturadas com os gestores dos três programas. Para a pesquisa quantitativa

procedeu-se um levantamento de campo com uma amostra de 739 colaboradores da Diretoria

de Sistemas Regionais (R) da empresa. Identificaram-se como principais ferramentas utilizadas

pela Sabesp para disseminar os programas ambientais o website, a Intranet e o Relatório de

Sustentabilidade. Pontuou-se a necessidade de aprimorar a comunicação interna dos programas

ambientais para que alcance todas as regiões geográficas e todos os níveis hierárquicos.

Sugeriu-se a formatação de programas de Endomarketing® que possam unificar objetivos e

estratégias de promoção interna dos programas ambientais. Identificou-se a conduta individual

favorável às ações ambientais nos pesquisados, o que precisa ser potencializado com

envolvimento dos colaboradores visando melhores resultados dos programas ambientais.

Dentre as sugestões de melhoria apontadas pelos colaboradores, destacam-se as relacionadas à

divulgação, treinamento, e incentivo dos líderes. Sugeriu-se envolver a sociedade e promover

alinhamento entre as unidades de negócio, para ampliar o escopo dos programas e obter

melhores resultados. O estudo contribui para a prática organizacional propondo aos gestores

um programa de Endomarketing® voltado aos programas ambientais com o detalhamento das

ações a ele vinculadas.

Palavras-chave: Sustentabilidade. Endomarketing®. Programas ambientais. Saneamento.

8

ABSTRACT

Mankind explores natural resources since the early days, but only recently realized the

impacts that is causing to the environment and the need to ensure the sustainability of the

planet, in the economic, social and environmental spheres. With the modern tendency to

address the issue sustainability, society has demanded the organizations to practicing and

disclosing their environmental actions. This study focuses the field of basic sanitation, which

has environmental sustainability as part of the business. This paper has attempted to research

the perception of employees about company‟s environmental programs, the organizational

environmental conduct and compile their improvement suggestions for environmental

programs. It was decided to conduct a case study by using a mixed research method:

quantitative and qualitative. The Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo -

Sabesp was chosen to study, and three of its environmental programs were selected: Sabesp

3Rs Program (Reduce, reuse and recycle), Environmental Education Program (PEA) and the

Program for the Rational Use of Water (PURA), because they are the most comprehensive. For

the qualitative research sustainability reports of sanitation companies were studied, and the

managers of the three programs were submitted to semistructured interviews. For quantitative

research a field survey was conducted with a sample of 739 employees of the Board of

Regional Systems (R). Website, Intranet and Sustainability Report was identified as main tools

used by Sabesp to disseminate environmental programs. The research pointed to the need to

enhance internal communication of environmental programs to reach all geographic regions

and all hierarchical levels. It was suggested creating Internal Marketing programs that can unify

aims and strategies for internal promotion of environmental programs. It was identified

individual behavior favorable to environmental actions on the employees, what have to be

boosted by involving company employees aiming better results in its environmental programs.

Among the improvement suggestions given by the employees, have prevailed those related to

dissemination and training, as well as encouragement from the leaders. It was further suggested

to involve the society and promote alignment between the business units, aiming to widen the

programs scope and achieve more significant results. This study contributes to organizational

practice by proposing to managers an Internal Marketing program focused to environmental

programs, in addition to detailing the actions related to it.

Keywords: Sustainability. Internal Marketing. Environmental programs. Sanitation.

9

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ........................................................................................................ 11

LISTA DE QUADROS....................................................................................................... 13

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ............................................................................................... 15

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS......................................................................... 16

1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 17

1.1.PROBLEMÁTICA DE PESQUISA ............................................................................. 20

1.2.OBJETIVOS ................................................................................................................. 24

1.3.JUSTIFICATIVA / RELEVÂNCIA ............................................................................. 25

1.4.ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................. 26

2.REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................................... 28

2.1.SUSTENTABILIDADE ............................................................................................... 28

2.2.RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE ............................................................... 31

2.3.SUSTENTABILIDADE NO SETOR DE SANEAMENTO BÁSICO ........................ 40

2.4.PROGRAMAS AMBIENTAIS .................................................................................... 50

2.5.PERCEPÇÃO ............................................................................................................... 59

2.6.ENDOMARKETING® ................................................................................................ 61

3.METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................................. 68

3.1.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.................................................................. 68

3.2.ESTUDO DE CASO ..................................................................................................... 70

3.3.MÉTODO DE PESQUISA: MISTO (QUALITATIVO E QUANTITATIVO) ........... 73

3.4.CASO EM ESTUDO .................................................................................................... 75

3.5.DELINEAMENTO DA PESQUISA ............................................................................ 76

3.5.1.Constructo da Pesquisa .............................................................................................. 78

3.5.2.Coleta de dados – Fontes de evidências ..................................................................... 87

3.5.2.1.Levantamento de Dados Qualitativos ..................................................................... 88

3.5.2.2.Levantamento de Dados Quantitativos ................................................................... 89

3.5.2.3.Sujeitos da Pesquisa ................................................................................................ 92

3.5.3.Construção do Protocolo para o Estudo ..................................................................... 97

3.5.3.1.Instrumento de Coleta de Dados Qualitativos: Roteiro de Entrevista .................... 98

3.5.3.2 Instrumento de coleta de dados quantitativos ......................................................... 98

3.5.3.3 Validação do instrumento de coleta de dados ......................................................... 99

10

3.6.ANÁLISE DOS DADOS .............................................................................................. 107

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 109

4.1 PESQUISA QUALITATIVA ....................................................................................... 109

4.1.1.Entrevistas .................................................................................................................. 109

4.1.2.Questões abertas / opção “outros” do questionário quantitativo ............................... 121

4.1.2.1 Programa Sabesp 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) .......................................... 121

4.1.2.2 Programa de Educação Ambiental .......................................................................... 125

4.1.2.3 Programa de Uso Racional da Água ....................................................................... 128

4.2. PESQUISA QUANTITATIVA ................................................................................... 131

4.2.1.Análise Descritiva: Perfil do respondente .................................................................. 133

4.2.2.Conduta ambiental do indivíduo ................................................................................ 141

4.2.3.Conduta ambiental da empresa .................................................................................. 143

4.2.4.Programas ambientais da empresa ............................................................................. 150

4.2.5.Comparações .............................................................................................................. 166

5. CONCLUSÕES .............................................................................................................. 221

REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 226

Apêndice A: ROTEIRO DE ENTREVISTA COM GESTORES ...................................... 236

Apêndice B: INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS QUANTITATIVOS ............. 238

Apêndice C: CODIFICAÇÃO E DESCRITIVO DAS QUESTÕES ................................. 242

Apêndice D: GRÁFICOS COM COMPILAÇÕES DOS RESULTADOS ........................ 245

Apêndice E: PROGRAMA DE ENDOMARKETING® PROPOSTO PARA OS

PROGRAMAS AMBIENTAIS DA SABESP ................................................................... 247

11

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Ranking 2010 dos relatórios de sustentabilidade brasileiros ................................... 34

Tabela 2: Ranking 2008 dos relatórios de sustentabilidade brasileiros ................................... 38

Tabela 3: Número de respondentes de cada variável categórica ............................................. 132

Tabela 4: Distribuição do número de empregados da R e dos respondentes por UN .............. 138

Tabela 5: Distribuição dos respondentes nas Unidades de Negócio........................................ 139

Tabela 6: Frequência e Percentual de respostas por níveis de concordância – Bloco 1 .......... 142

Tabela 7: Frequência e Percentual de respostas por níveis de concordância – Bloco 2 .......... 144

Tabela 8: Frequência de consulta às ferramentas de disseminação das informações .............. 147

Tabela 9: Frequência e Percentual de respostas por níveis de envolvimento – Bloco 3.1... ...... 150

Tabela 10: Frequência e Percentual de respostas por níveis de concordância – Bloco 3.1 ........ 151

Tabela 11: O que poderia ser melhorado no Programa Sabesp 3Rs ......................................... 154

Tabela 12: Frequência e Percentual de respostas por níveis de envolvimento – Bloco 3.2.. ..... 156

Tabela 13: Frequência e Percentual de respostas por níveis de concordância – Bloco 3.2 ........ 156

Tabela 14: O que poderia ser melhorado no Programa de Educação Ambiental (PEA) ......... 158

Tabela 15: Frequência e Percentual de respostas por níveis de envolvimento – Bloco 3.3.. ......... 160

Tabela 16: Frequência e Percentual de respostas por níveis de concordância – Bloco 3.3 ............ .161

Tabela 17: O que poderia ser melhorado no Programa de Uso Racional da Água (PURA)... ... 162

Tabela 18: Grau de envolvimento dos respondentes com cada um dos programas ................. 163

Tabela 19: O que poderia ser melhorado em cada um dos programas .................................... 165

Tabela 20: Teste de Normalidade Kolmogorov-Smirnov ........................................................ 167

Tabela 21: Teste de Mann-Whitney para a variável sexo ........................................................ 169

Tabela 22: Diferenças de concordância em relação à variável sexo ........................................ 171

Tabela 23: Diferenças de frequência de acesso às ferramentas de disseminação de informações

em relação à variável sexo ....................................................................................................... 172

Tabela 24: Teste de Kruskal-Wallis para a variável idade ...................................................... 173

Tabela 25: Diferenças de concordância em relação à variável idade ...................................... 175

Tabela 26: Diferenças de frequência de acesso às ferramentas de disseminação de informações

em relação à variável idade ...................................................................................................... 179

Tabela 27: Diferenças de envolvimento com os programas em relação à variável idade ....... 179

Tabela 28: Teste de Kruskal-Wallis para a variável escolaridade ........................................... 181

12

Tabela 29: Diferenças de concordância em relação à variável escolaridade – Bloco 2 .......... 182

Tabela 30: Diferenças de envolvimento em relação à variável escolaridade– PURA ............. 184

Tabela 31: Teste de Kruskal-Wallis para a variável cargo ...................................................... 185

Tabela 32: Diferenças de concordância em relação à variável cargo – Bloco 1 .................... 186

Tabela 33: Diferenças de concordância em relação à variável cargo – Bloco 2 ..................... 187

Tabela 34: Diferenças de frequência de acesso às ferramentas de disseminação das informações

em relação à variável cargo ...................................................................................................... 188

Tabela 35: Diferenças de envolvimento com os programas em relação à variável cargo ...... 189

Tabela 36: Diferenças de concordância em relação à variável cargo – 3Rs ........................... 190

Tabela 37: Diferenças de concordância em relação à variável cargo – PEA ......................... 192

Tabela 38: Diferenças de concordância em relação à variável cargo – PURA ...................... 193

Tabela 39: Testes de Kruskal-Wallis para a variável unidade ................................................. 194

Tabela 40: Diferenças de concordância em relação à variável unidade – Bloco 1 ................. 196

Tabela 41: Diferenças de concordância em relação à variável unidade – Bloco 2 ................. 197

Tabela 42: Diferenças de frequencia de acesso às ferramentas de disseminação das

informações em relação à variável unidade ............................................................................ 199

Tabela 43: Diferenças de concordância em relação à variável unidade – 3Rs ....................... 200

Tabela 44: Diferenças de concordância em relação à variável unidade – PEA ...................... 203

Tabela 45: Diferenças de concordância em relação à variável unidade – PURA ................... 205

Tabela 46: Diferenças de grau de envolvimento em relação à variável unidade – 3Rs ......... 207

Tabela 47: Diferenças de grau de envolvimento em relação à variável unidade – PEA ........ 207

Tabela 48: Diferenças de grau de envolvimento em relação à variável unidade – PURA ..... 208

Tabela 49: Testes de Kruskal-Wallis para a variável tempo de empresa ................................ 211

Tabela 50: Diferenças de concordância em relação à variável tempo de empresa - blocos 1 e 2

.................................................................................................................................................. 212

Tabela 51: Diferenças de frequencia de acesso às ferramentas de disseminação das

informações em relação à variável tempo de empresa ............................................................ 214

Tabela 52: Diferenças de grau de envolvimento em relação à variável tempo de empresa ...

.................................................................................................................................................. 215

Tabela 53: Diferenças de grau de concordância em relação à variável tempo de empresa –

Bloco 3.. ................................................................................................................................... 217

13

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Níveis de aplicação da Global Reporting Initiative (G3/Versão 3.0) ..................... 35

Quadro 2: Análise de discurso do Relatório de Sustentabilidade de 2007 da Sabesp ............. 39

Quadro 3: Fatores facilitadores e dificultadores na implantação de um SGA ......................... 54

Quadro 4: Projetos sociais e ambientais da Sanepar ................................................................ 56

Quadro 5:Agenda Unificada de Eventos Ambientais da Sanepar –2010 ................................ 57

Quadro 6: Referências pesquisadas que utilizam o termo percepção ...................................... 60

Quadro 7: Tipos de programas de Endomarketing® ............................................................... 62

Quadro 8: Objetivos dos programas de Endomarketing® ....................................................... 63

Quadro 9: Categorias de análise dos programas de Endomarketing® .................................... 64

Quadro 10: Benefícios dos programas de Endomarketing® segundo a teoria ........................ 66

Quadro 11: Constructo relacionado à pesquisa qualitativa realizada ...................................... 79

Quadro 12: Constructo relacionado à pesquisa quantitativa realizada .................................... 82

Quadro 13: Sujeitos da pesquisa qualitativa ............................................................................ 92

Quadro 14: Abrangência geográfica das Unidades de Negócio da Diretoria R ...................... 93

Quadro 15: Perfil dos juízes que avaliaram o instrumento de coleta de dados ........................ 102

Quadro 16: Avaliação dos juízes quanto à relação questão X objetivo específico .................. 103

Quadro 17: Validação dos constructos – alterações pós avaliação de juízes e pré-teste ......... 107

Quadro 18: Principais pontos abordados nas entrevistas ......................................................... 113

Quadro 19: Síntese das sugestões de melhoria apontadas no item “outros” para o3Rs .......... 122

Quadro 20: Síntese das sugestões de melhoria apontadas no item “outros” para o PEA ........ 126

Quadro 21: Síntese das sugestões de melhoria apontadas no item “outros” para o PURA ........ 128

Quadro 22: Estatísticas / níveis de resposta da pesquisa ......................................................... 131

Quadro 23: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa - Bloco1.. 142

Quadro 24: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco 2 ......144

Quadro 25: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco 3.1. 151

Quadro 26: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco

3.1_q11 ................................................................................................................................................. 154

Quadro 27: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco 3.2

.............................................................................................................................................................. 157

14

Quadro 28: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco

3.2_q11 ................................................................................................................................................. 159

Quadro 29: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco 3.3

.............................................................................................................................................................. 161

Quadro 30: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco

3.3_q11 ................................................................................................................................................. 163

Quadro 31: Avaliação da confiabilidade estatística por meio do alpha de Cronbach ............. 166

Quadro 32: Codificação e descritivo das questões de concordância do Bloco 2 ..................... 197

Quadro 33: Codificação e descritivo das questões de concordância do Bloco 3.1 .................. 201

Quadro 34: Codificação e descritivo das questões de concordância do Bloco 3.2 .................. 203

Quadro 35: Codificação e descritivo das questões de concordância do Bloco 3.3 .................. 205

15

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Classificação dos Relatórios de Sustentabilidade Top 10 ........................................ 36

Figura 2: Partes Interessadas da AdP ....................................................................................... 45

Figura 3: Meios de comunicação consultados para obter informações sobre a AdP ............... 46

Figura 4: Organograma da Diretoria de Sistemas Regionais – R ............................................ 95

Figura 5: Nuvem de palavras da entrevista com a gestora do Programa Sabesp 3Rs ............. 110

Figura 6: Nuvem de palavras da entrevista com o gestor do Programa de Educação Ambiental ............

.............................................................................................................................................................................. 111

Figura 7: Nuvem de palavras da entrevista com o gestor do Programa de Uso Racional da Água

.................................................................................................................................................. 112

Figura 8: Nuvem de palavras do item “outros” das sugestões de melhoria para o 3Rs ........... 121

Figura 9: Nuvem de palavras do item “outros” das sugestões de melhoria para o PEA ......... 125

Figura 10: Nuvem de palavras do item “outros” das sugestões de melhoria para o PURA ....... 128

Figura 11: Faixa etária dos pesquisados .................................................................................. 133

Figura 12: Níveis de escolaridade dos pesquisados ................................................................. 134

Figura 13: Tempo de empresa dos respondentes ..................................................................... 135

Figura 14: Distribuição dos pesquisados conforme o cargo / nível hierárquico ...................... 136

Figura 15: Distribuição dos respondentes de acordo com a Unidade de Negócio ................... 137

Figura 16: Grau de conhecimento e participação nos programas ............................................ 245

Figura 17: Quantidade de citações às opções do que poderia ser melhorado nos programas .

.................................................................................................................................................. 246

Figura 18: Modelo conceitual de um programa de Endomarketing® voltado para os programas

ambientais ................................................................................................................................ 248

Figura 19: Diagrama atual da atuação dos programas ambientais estudados .......................... 251

Figura 20: Diagrama proposto para atuação dos programas ambientais estudados .................... 252

16

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

3Rs – Programa Reduzir, Reutilizar, Reciclar - Sabesp

AdP – Águas de Portugal

Agbar – Águas de Barcelona

Amcham – Câmara Americana de Comércio

APDA – Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas

CERES – Coalition for Environmentally Responsible Economies

Coopalm – Cooperativa dos Produtores de Palmito do Baixo Sul da Bahia

Copasa – Companhia de Saneamento Básico de Minas Gerais

Diretoria M – Diretoria Metropolitana da Sabesp

Diretoria R – Diretoria de Sistemas Regionais da Sabesp

FBDS – Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável

GRI – Global Reporting Initiative

Ibase – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas

ONGs – Organizações Não-Governamentais

PDIS – Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental

do Baixo Sul da Bahia

PEA – Programa de Educação Ambiental – Sabesp

Pnuma – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

PURA – Programa de Uso Racional da Água - Sabesp

RS – Relatório de Sustentabilidade

Sabesp – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo

Sanepar– Companhia de Saneamento Básico do Paraná

SGA – Sistema de Gestão Ambiental

SPSS – Statistical Package for the Social Sciences

UN – Unidade de Negócio

UNEP – United Nations Environment Programme

17

1. INTRODUÇÃO

O ser humano sempre extraiu o seu sustento dos recursos naturais, antes presentes em

abundância no planeta. Com o passar dos séculos, o advento da industrialização e a

superpopulação que habita a Terra atualmente, muitos recursos tem se tornado escasso sou

impróprios para o consumo devido à poluição ambiental. Esta situação tem sinalizado cada vez

mais a necessidade da humanidade intensificar sua preocupação com o meio ambiente, na

busca da conservação ambiental e de sua própria subsistência (BELLEN, 2006; BARBIERI,

2011).

O tema sustentabilidade tem sido cada vez mais abordado tanto nas organizações quanto

na academia. Apesar de sempre existirem discussões na academia sobre ecologia e meio

ambiente, a consolidação de um conceito relacionado à sustentabilidade amplamente aceito foi

divulgada pelo Relatório Brundtland em 1987. Definiu-se assim o desenvolvimento sustentável

como uma forma de satisfazer as necessidades do presente sem comprometera capacidade das

gerações futuras (BRUNDTLAND, 1987).

O conceito de sustentabilidade mais difundido atualmente abrange o equilíbrio de três

pilares fundamentais: o econômico, o social, e o ambiental. A sustentabilidade consiste num

equilíbrio destas três vertentes, de forma que só é possível atingir-se quando ela está presente

nas três esferas (ELKINGTON, 2001).

O foco principal deste trabalho é a sustentabilidade ambiental. Esta esfera, sempre

citada como fundamental para a sobrevivência da espécie humana no planeta, é

consequentemente, essencial também aos negócios das organizações (BELLEN, 2006;

BARBIERI, 2011; ELKINGTON, 2001).

O nível de conscientização da sociedade pós-capitalista vem exigindo que as empresas

mudem sua postura com relação a seus stakeholders, devido à demanda crescente do mercado

por produtos ecologicamente corretos, além de demonstrarem consciência ambiental

empresarial (MOURA; ROCHA, 2012).

18

Nesta mesma linha de raciocínio, pontua-se que “a motivação da sustentabilidade global

está diretamente ligada às novas tecnologias e à pressão que os stakeholders exercem nas

empresas para melhor aproveitar os recursos naturais e diminuir os impactos ambientais.”

(SANTOS et al., 2009, p.5).

Barbieri (2011, p. 105) definiu uma empresa sustentável como “aquela que cria valor de

longo prazo aos acionistas ou proprietários e contribui para a solução dos problemas ambientais

e sociais.” O autor comenta ainda que as organizações não buscam a sustentabilidade ambiental

espontaneamente – como a maior parte das questões ambientais geram externalidades que não

influenciam diretamente os custos e a lucratividade das empresas, não seria uma prioridade

para elas o tema ambiental. A busca atual das empresas por preservar o meio ambiente, reduzir

seus impactos e alinhar seu discurso organizacional ao meio ambiente tem crescido em função

das pressões por parte do governo, sociedade e do mercado (BARBIERI, 2011).

Em função da importância e do destaque que o tema sustentabilidade tem recebido

recentemente, percebe-se por diversas vezes que os termos “sustentabilidade” e “sustentável”

são utilizados indiscriminadamente seja por empresas, pela sociedade e inclusive pela mídia.

Observa-se que a inserção do tema nos discursos das organizações tem se tornado

recorrente, de forma que fica clara a existência de um isomorfismo institucional, isto é, uma

padronização no discurso ambiental das organizações. Desta forma, a sustentabilidade está

inserida no conjunto de regras e normas legitimadas exteriormente e dominantes dentre as

organizações, com as quais a conformidade confere legitimidade no meio organizacional e na

sociedade (BARBIERI et al., 2010).

Entende-se este processo como uma consequência deste “modismo” do termo

sustentabilidade ambiental, gerado muitas vezes pela ampla exploração do assunto pela mídia,

pelas corporações, organizações não governamentais, redes sociais e muitos eventos locais ou

de grande relevância como a Rio + 20, acabaram por despertar interesse em todas as esferas da

sociedade (LINS; SILVA, 2009; COELHO; GODOI, 2010).

Coelho e Godoi (2010, p. 72), declararam perceber “que a mídia também ampliou a

atenção sobre o discurso da sustentabilidade, criando jornais, revistas e programas

19

televisionados, cujos protestos e novas causas ambientais realizados por meio da mídia passam

a ser notícias de grande destaque”.

Buscando estudar a sustentabilidade no setor de saneamento básico, identifica-se que a

falta de saneamento é uma das principais questões que afetam negativamente o

desenvolvimento sustentável das cidades brasileiras (IBGE, 2004). Trata-se de um setor que

causa efeitos socioambientais positivos, como a distribuição de água potável e a coleta e

tratamento de esgotos, que contribuem para a saúde e bem-estar da sociedade.

Por outro lado, os projetos de saneamento, assim como outras atividades empresariais,

podem causar impactos ambientais negativos, como o despejo das águas de lavagem dos filtros

das estações de tratamento de água, a disposição do lodo e dos resíduos gerados pelos sistemas

de tratamento, e uma eventual contaminação por vazamento de efluentes ou lançamento in

natura, ou ainda por cloro gás ou outros produtos químicos. Considerando a ampla gama de

aspectos ambientais positivos e negativos e a relevância destes, se faz necessária uma análise

da gestão ambiental no setor de saneamento (SILVA FILHO; ABREU; FERNANDES, 2008).

Com o aumento das preocupações com a sustentabilidade integrada dentro das

organizações públicas e privadas nota-se um crescimento no número de

iniciativas em todos os setores de atividade. Organizações que atuam em

saneamento ambiental merecem destaque, uma vez que possuem significativo

efeito no meio ambiente e na sociedade. (GOMES; SILVA; MALHEIROS,

2010, p. 9)

Compreende-se assim a importância da sustentabilidade ambiental no setor de

saneamento básico. Os estudos já realizados no setor têm indicado que a maior parte das

empresas de saneamento possui programas ambientais implantados. Pontua-se a importância da

participação dos colaboradores das empresas de saneamento nestes programas e a sua atuação

como disseminadores. Cabe ressaltar que ao longo deste estudo identificou-se carência de

literatura específica sobre a sustentabilidade no setor de saneamento básico.

Devido à escassez de artigos científicos, teses e dissertações sobre o tema específico,

buscou-se preencher esta lacuna com publicações de empresas de saneamento básico que

20

abrangessem as questões ambientais. As principais publicações localizadas e utilizadas para

este estudo foram os relatórios de sustentabilidade.

Este trabalho visa contribuir com uma visão empírica do tema “programas ambientais

em empresas de saneamento básico”.

1.1.PROBLEMÁTICA DE PESQUISA

Existe uma pressão constante sobre as empresas para que modernizem seus sistemas de

gestão, alcançando maior qualidade, competitividade e lucratividade, além de gerir melhor a

questão ambiental. A sociedade tem cobrado ações de ordem ambiental, social e econômica

sobre os processos empregados pelas organizações. Os stakeholders demandam que as

empresas pratiquem a conservação ambiental, busquem tecnologias mais sustentáveis e

evidenciem suas informações ambientais (RIBEIRO; BELLEN, 2010; RÜCKERT;

GARAFFA, 2009; OLIVEIRA; PINHEIRO, 2010).

A implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é uma alternativa para

atender a estas demandas, logo, observa-se uma tendência de crescimento da implantação de

SGA nas organizações (OLIVEIRA; PINHEIRO, 2010).

O número de organizações que implementam práticas ambientais e que adotam sistemas

de gestão ambiental tem aumentado, no entanto observa-se que a postura destas empresas com

relação ao tema meio ambiente não é uniforme. Pode-se dizer que existem fases diferentes de

maturação da gestão ambiental dentro de uma empresa, e ainda mais importante do que isto,

cada empresa dá à gestão ambiental uma abordagem diferenciada (SILVA FILHO; ABREU;

FERNANDES, 2008; ABREU, 2001; ABREU; FIGUEIRÊDO JUNIOR; VARVAKIS, 2002).

Barbieri (2011, p. 106) separou as diferentes abordagens empresariais para a gestão

ambiental em três grandes grupos: controle da poluição–postura reativa que visa impedir efeitos

da poluição gerada pelo processo, prevenção da poluição – ações que evitam, reduzem ou

modificam a geração de poluentes, e por fim a abordagem estratégica – questão ambiental

21

como parte da estratégia da empresa, relacionada ao próprio negócio e passível inclusive de

gerar vantagem competitiva.

O trabalho de Silva Filho, Abreu e Fernandes (2008) apresentou outra possibilidade de

classificação da postura das empresas com relação às questões ambientais, utilizando o ECP-

Ambiental, um modelo que analisa a gestão ou conduta, assim como suas ligações com a

estrutura setorial e sua performance.

Este modelo propõe um agrupamento de perfil de condutas ambientais das organizações

como fraco, intermediário ou forte. A conduta fraca é atribuída a uma organização que

demonstra omissão frente às questões ambientais, não possui setor estruturado para cuidar da

questão ambiental, e geralmente não possui SGA nem programa de Educação Ambiental

implantados, carece de um canal de comunicação com as partes interessadas para tratar das

reclamações ambientais e não produz relatórios ambientais (SILVA FILHO; ABREU;

FERNANDES, 2008).

Num segundo nível, o modelo apresenta a conduta intermediária, a qual normalmente

tem a gestão de algumas questões ambientais implantadas ou em implantação, mas algumas

questões internas ainda divergem desta postura (SILVA FILHO; ABREU; FERNANDES,

2008).

Por fim, apresenta-se a conduta ambiental forte, atribuída a empresas que possuem uma

gerência ou departamento ambiental em sua estrutura organizacional, além do compromisso da

alta administração com a responsabilidade ambiental. Organizações com conduta ambiental

forte possuem política ambiental escrita e implementada, e geralmente um programa de

educação ambiental. Outra característica deste grupo é adotar tecnologias para minimizar seus

impactos ambientais, realizar auditorias ambientais e possuir relatórios de performance

ambiental elaborados sistematicamente e disponíveis ao público.Quase sempre a conduta forte

também apresenta um SGA implantado e muitas vezes certificado (SILVA FILHO; ABREU;

FERNANDES, 2008; ABREU, 2001; ABREU; FIGUEIRÊDO JUNIOR; VARVAKIS, 2002).

Conforme abordado nestes estudos, percebeu-se que as empresas apresentam uma

postura heterogênea em relação ao meio ambiente - diferentes níveis de amadurecimento da

gestão ambiental e atitudes diferenciadas perante as questões ambientais. Desta forma é

22

importante para um estudo do tema ambiental nas organizações levar em conta qual a fase de

implantação das práticas de gestão ambiental em que a empresa estudada está, ou qual

abordagem adotou com relação ao meio ambiente.

Além do estágio ou postura de gestão ambiental de cada organização, o tamanho e a

estrutura da empresa também influenciam na forma como a mesma permeia as questões

ambientais internamente. Quanto maior o porte da empresa observa-se maior dificuldade para

que a comunicação interna e a divulgação de programas ambientais atinjam todas suas esferas.

(CURVELLO, 2012). Daí o desafio de se conquistar ações ambientais homogêneas por toda a

organização e de abranger toda a organização nos programas ambientais

Muitas vezes a organização possui programas ou projetos ambientais implantados, no

entanto é grande o desafio de envolver todos ou grande parte de seus colaboradores. Nesse

sentido é usual que estes programas mobilizem apenas uma parte dos colaboradores, ou ainda

que tais programas se concentrem em determinadas unidades da empresa e não consigam

permear toda a organização.

Um ator fundamental no estudo das práticas de gestão ambiental é o Relatório de

Sustentabilidade, cuja publicação tem sido fortemente adotada principalmente pelas empresas

de grande porte, pelas multinacionais, e por aquelas que possuem suas ações negociadas em

bolsas de valores. Esta prática é mais comum neste universo de empresas devido às exigências

de transparência de suas práticas de negócio e práticas ambientais por parte da sociedade e de

seus acionistas (LINS; SILVA, 2009; CALIXTO, 2007; OLIVEIRA, 2005).

Um relatório de sustentabilidade ou outro relatório anual similar que traga informações

sobre a postura da empresa frente ao meio ambiente, costuma evidenciar os programas e

projetos ambientais que a organização vem desenvolvendo, demonstrando inclusive os

resultados destes. Desta forma, estes relatórios passariam a compor uma ferramenta importante

de disseminação dos programas ambientais junto à sociedade e principalmente junto ao público

interno da organização, ou seja, os colaboradores (COELHO; GODOI, 2010; MARINHO et al.,

2002).

Entretanto, analisando alguns relatórios de sustentabilidade pode-se perceber que, por

mais que as práticas ambientais da empresa estejam ali evidenciadas, muitas vezes a linguagem

23

utilizada por este material, o volume denso de literatura, e até mesmo a forma de publicação

tornam-na mais adequada para um público-alvo distinto como acionistas ou compradores

corporativos, mantendo esta comunicação distante dos seus próprios empregados.

Coelho e Godoi (2010) afirmam que as empresas costumam adotar relatórios de

sustentabilidade visando comunicar aos seus stakeholders de forma transparente, sua postura

em relação à sustentabilidade. Os autores comentam, contudo, que apenas a minoria lê os

Relatórios de Sustentabilidade das empresas, geralmente por necessidade profissional. Outros

preferem não ler por considerar que o texto não desperta interesse, é enigmático ou

autoelogioso, já que destacam práticas com as quais as organizações desejam ser identificadas.

Os autores ainda pontuam que muitas vezes os relatórios não detalham suficientemente as

informações, e são falhos ao expor os impactos sociais.

Para destacar a importância estratégica dos colaboradores de uma organização para seu

sucesso, pode-se citar que “[...] o que garante a sobrevivência e a diferenciação de uma

empresa ao longo do tempo é o resultado de um saber agir coletivo, que se mostra na ação

interligada de um conjunto de pessoas e recursos” (PERIN et al., 2009, p.117).

Nesta mesma linha, pontua-se que o capital intelectual de uma organização – do qual os

colaboradores são parte – possui natureza intangível, é responsável por promover vantagens

competitivas. Assim, fica claro que o sucesso de uma organização também é determinado pelas

pessoas que a compõem (SILVA et al., 2009).

Neste contexto apresenta-se a importância do alinhamento das questões relevantes para

a organização – dentre elas as ambientais– com seu público interno, afim de que as práticas

ambientais sejam efetivas, perenes e permeiem toda a organização. Portanto, é de fundamental

importância conhecer como os colaboradores percebem as práticas ambientais da organização e

buscar neste público as contribuições sobre a melhor forma de conduzir as questões ambientais

dentro da empresa. Considerando estas questões, cabe afirmar que mais do que comunicar ao

mercado o que uma organização tem realizado na área ambiental, é fundamental divulgar

previamente ao público interno, envolvendo-o e permitindo que o maior número de

colaboradores esteja engajado nestes projetos, para que se transformem em multiplicadores

destas informações dentro e fora da organização.

24

Kotler (1998, p. 40) considerou que o marketing interno deve vir antes de marketing

externo, pois “não faz sentido a empresa prometer serviço excelente antes de seus funcionários

estarem preparados para isso.” Assim, o marketing interno tem por objetivo gerar

colaboradores treinados, motivados e satisfeitos com a organização, pois assim tendem a

conferir maior importância do cliente externo e oferecer produtos e serviços com qualidade

(FIGUEIREDO NETO; MACHADO; SILVA, 2010).

Para empresas que prestam serviços, torna-se fundamental esta conscientização e

engajamento dos colaboradores, uma vez que serão estes que estarão em contato constante com

os clientes, e precisam ser os primeiros a “comprarem” os programas ambientais propostos pela

companhia, para que consigam “vender” estas ideias aos consumidores.

Vislumbra-se neste contexto uma área de convergência entre a gestão de pessoas, que

rege as relações da empresa com seus colaboradores, e o marketing, que cuida do

relacionamento da organização com o mercado. Esta zona de convergência denomina-se

Endomarketing®. Entende-se, portanto, que é necessário utilizar o marketing primeiramente

com o público interno, afim de que tenha mais efetividade ao ser aplicado ao público externo,

os clientes.

Nesse sentido, este trabalho pretende analisar o nível de conhecimento, concordância e

participação do público interno nos principais programas ambientais da empresa de saneamento

básico estudada.

Dentro desse contexto, este trabalho é norteado pela seguinte questão de pesquisa:

Como se caracteriza a percepção dos colaboradores em relação aos programas ambientais

de uma empresa de saneamento?

1.2.OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho é analisar a percepção dos colaboradores em relação aos

programas ambientais de uma empresa de saneamento.

25

Os objetivos específicos deste trabalho estão descritos a seguir.

a) Estudar os principais programas ambientais da empresa de saneamento básico

pesquisada por meio de avaliação dos relatórios de sustentabilidade divulgados;

b) Identificar as ações de Endomarketing® da empresa voltadas para a

disseminação dos programas ambientais para o público interno;

c) Pesquisar a percepção dos colaboradores com relação aos programas ambientais

divulgados pela empresa estudada;

d) Caracterizar a conduta dos colaboradores com relação à responsabilidade

ambiental;

e) Identificar junto aos colaboradores suas contribuições e sugestões aos programas

ambientais da companhia;

f) Compilar as contribuições dos colaboradores sugerindo propostas de melhoria na

aplicação ou divulgação dos programas ambientais já implantados, ou ainda

sugestões para implantação de novos projetos ambientais.

1.3.JUSTIFICATIVA / RELEVÂNCIA

Para algumas organizações o próprio negócio depende da conservação ambiental, como

por exemplo, aquelas que exploram recursos naturais escassos. As empresas do mercado de

saneamento têm o meio ambiente como parte do seu negócio, e consequentemente, é de

fundamental importância vincular sua imagem à conservação ambiental e programas

relacionados à sustentabilidade.

Em alguns relatórios de sustentabilidade é observável um isomorfismo no discurso, de

forma que, este padrão recorrente de discurso em balanços sociais e demais relatórios anuais

26

transparece que algumas publicações têm visado, prioritariamente, publicar um discurso que

agrade ao interesse de seus stakeholders.

Esta postura, para algumas organizações, serve para “esverdear” os relatórios (atitude

conhecida como greenwash), a fim de divulgar informações ambientais alinhadas à demanda

dos stakeholders, porém refletindo certa falácia ao divulgar práticas ambientais estabelecidas

porém pouco consistentes. Atitudes como esta tornam mais complexa a função de distinguir o

discurso da prática, sendo necessária uma análise mais profunda das práticas ambientais que

trazem uma contribuição significativa à sociedade e ao meio ambiente (COELHO; GODOI,

2010; LINS; SILVA, 2009).

Desta forma é importante investigar os principais programas ambientais divulgados no

relatório de sustentabilidade, para avaliar o quanto eles estão presentes na cultura da

organização estudada, e o que pode ser feito para torná-los mais consistentes.

O tema escolhido para esta dissertação de mestrado foi o estudo dos principais

programas e projetos ambientais de uma empresa de saneamento sob a perspectiva de seus

colaboradores internos.

Considerando que as empresas que operam no ramo de saneamento ambiental possuem

ações voltadas ao meio ambiente como inerentes ao seu negócio, considerou-se o tema

relevante para ser estudado. Este interesse culminou na busca por identificar o quanto as

práticas ambientais divulgadas pela organização estão internalizadas, ou seja, são conhecidas e

praticadas por seu público interno.

Os resultados obtidos pela pesquisa proposta pretendem trazer propostas de melhoria

das ações vinculadas aos programas ambientais.

1.4.ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está dividido basicamente em introdução, revisão da literatura,

metodologia da pesquisa, resultados e discussões, conclusões, referências e apêndices.

27

A introdução traz a contextualização do trabalho, a problematização relacionada ao

tema escolhido, o objetivo geral e os objetivos específicos, e por fim a relevância e as

justificativas para a escolha do tema.

A revisão da literatura integra o capítulo 2 e apresenta a conceituação do tema

sustentabilidade, passando na sequência a explorar a sustentabilidade no setor de saneamento

básico, e os relatórios de sustentabilidade. Ainda neste capítulo são estudados os programas

ambientais, a percepção e o Endomarketing®.

Na sequência é apresentada a metodologia da pesquisa, que está dividida nos seguintes

itens: procedimentos metodológicos, estudo de caso, método de pesquisa, caso em estudo e

delineamento da pesquisa. O delineamento possui como subitens o constructo da pesquisa, a

coleta de dados (qualitativos, quantitativos e definição dos sujeitos da pesquisa), o protocolo

para o estudo (que contém o instrumento de coleta de dados qualitativos e o instrumento de

coleta de dados quantitativos), e a validação dos instrumentos de coleta de dados que encerra o

delineamento da pesquisa. Em seguida é apresenta a análise dos dados, que encerra o capítulo

Metodologia.

O quarto capítulo do trabalho traz os resultados e discussões, separadamente da

pesquisa qualitativa e depois da quantitativa. O quinto capítulo apresenta as conclusões de

forma integrada, e por fim, informam-se as referências utilizadas e apresentam-se os apêndices.

28

2. REVISÃO DA LITERATURA

Observou-se que estudos na área ambiental em geral apresentam grande complexidade,

considerando a abrangência, a profundidade e a confiabilidade necessárias, o que requer que

estes trabalhos sejam criteriosamente estruturados (PHILIPPI JUNIOR; ROMÉRO; BRUNA,

2004). Considerando esta necessidade, buscou-se estudar diversas publicações na elaboração

deste trabalho: artigos científicos, livros, teses, dissertações e relatórios de sustentabilidade.

Estas publicações abordam visões diversificadas e em períodos diferentes, contribuindo para

obter-se uma visão mais ampla da área de conhecimento escolhida.

Os pilares que serão abordados na revisão da literatura são Sustentabilidade,

Sustentabilidade no Setor de Saneamento Básico, Relatórios de Sustentabilidade, Programas

Ambientais, Percepção e Endomarketing.

2.1.SUSTENTABILIDADE

A antiga visão de mundo incentivava o crescimento contínuo, mesmo que por meio do

uso indiscriminado dos recursos, produção em larga escala, obsolescência programada e

práticas ambientais apenas para atender às exigências da legislação. Consequentemente

surgiram problemas sociais, ambientais e econômicos, alertando que este padrão poderia

inviabilizar a vida na Terra, e assim os preceitos da sociedade e dos negócios começaram a

mudar, visando incorporar práticas sustentáveis. Neste contexto, os termos sustentabilidade e

desenvolvimento sustentável têm sido muito discutidos e adotados, porém apresentam um

significado pouco claro para a maioria dos indivíduos. Como resultado de uma pesquisa,

identificou-se que o termo sustentabilidade possui significados diferentes para empregados de

diferentes empresas de uma mesma região, independentemente do ramo de atuação da

organização (CLARO; CLARO; AMÂNCIO, 2008).

O conceito de sustentabilidade provém basicamente de duas vertentes: uma da biologia

e outra da economia. A primeira, por meio da ecologia, que relaciona sustentabilidade à

capacidade de recuperação dos ecossistemas frente às ações antrópicas ou naturais (resiliência).

A segunda, da economia, é fruto da percepção de que o padrão de produção e consumo em

29

expansão mundial principalmente nas últimas décadas não pode subsistir uma vez que o planeta

e seus recursos são finitos. Assim, a noção de sustentabilidade carrega a consciência da finitude

dos recursos naturais e do perigo atrelado à sua degradação (NASCIMENTO, 2012; VEIGA,

2010).

Integrando a noção de sustentabilidade atrelada à capacidade de recuperação ecológica à

noção econômica de finidade dos recursos, o Relatório Brundtland traz a definição mais aceita

e mais citada pela academia para o termo desenvolvimento sustentável. Este conceito se resume

em atender as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de

atender as suas (BRUNDTLAND, 1987).

Claro, Claro e Amâncio (2008) corroboram este conceito esclarecendo que um dos

princípios da sustentabilidade é a visão de longo prazo, explícita quando os interesses das

futuras gerações são considerados.

Atualmente o conceito mais difundido para sustentabilidade é o de Elkington (2001),

que apresentou o triple bottom line ou tripé da sustentabilidade, que resumidamente atrela a

sustentabilidade ao equilíbrio e integração das questões sociais, ambientais e econômicas

(ELKINGTON, 2001). Desta forma, inúmeros autores têm estudado o tema a partir de três

esferas: a social, a ambiental, e a econômica.

Existem inúmeras definições de sustentabilidade, porém, o ponto comum identificado

nelas, são as dimensões que compõem a sustentabilidade: a maioria dos estudos caracteriza a

existência de três dimensões, que se inter-relacionam: a econômica, a ambiental e a social

(CLARO, CLARO e AMÂNCIO, 2008).

Detalhando o que abrange cada uma das dimensões da sustentabilidade, pode-se dizer

que a ambiental pressupõe um modelo de produção e consumo “compatível com a base

material em que se assenta a economia, como subsistema do meio natural. Trata-se, portanto,

de produzir e consumir de forma a garantir que os ecossistemas possam manter sua

autorreparação ou capacidade de resiliência” (NASCIMENTO, 2012, p.55).

A dimensão econômica implica em aumentar a eficiência da produção e do consumo,

economizando recursos naturais, principalmente fontes fósseis de energia, água e minerais. O

intuito é conquistar uma contínua inovação tecnológica que nos leve a sair do ciclo fóssil de

30

energia (carvão, petróleo e gás) e a ampliar a desmaterialização da economia. Já a dimensão

social consiste em que todos os cidadãos conquistem uma vida digna e que ninguém absorva

bens e recursos que sejam prejudiciais a outros. Em síntese, equivale à erradicação da pobreza,

definindo limites aceitáveis de desigualdade e acesso a bens materiais (NASCIMENTO, 2012).

A integração das três esferas trazida por estes conceitos representa uma evolução do

antigo modelo de negócios que só considerava fatores econômicos na avaliação de uma

empresa para modelo que também considera o desempenho ambiental e social.

O discurso de sustentabilidade nas organizações é dirigido aos colaboradores,

consumidores, concorrentes, parceiros, Organizações Não-Governamentais (ONGs) e órgãos

governamentais. A este grupo, denominado stakeholders, é direcionado um discurso de

sustentabilidade que visa vincular práticas gerenciais ambientais, sociais e econômicas a uma

imagem positiva da empresa. Entretanto, cabe pontuar a dificuldade de muitas empresas em

praticar uma definição completa de sustentabilidade: algumas priorizam as questões sociais,

outras, as ambientais ou ainda questões exclusivamente econômicas (CLARO, CLARO e

AMÂNCIO, 2008).

Com o objetivo de transcrever este discurso de sustentabilidade das organizações,

surgiram os relatórios de sustentabilidade. São relatórios anuais que visam relatar práticas

organizacionais nas esferas social, ambiental e econômica, para divulgação junto aos

stakeholders.

De acordo com as diretrizes do Global Reporting Initiative (GRI) um relatório de

sustentabilidade deve abranger indicadores de desempenho econômico, ambiental e social(GRI,

2000). Considerando que os relatórios de sustentabilidade devem abranger o tripé da

sustentabilidade como um todo, o que gera um denso volume de informações, decidiu-se para

este trabalho avaliar apenas a esfera ambiental, que é a que engloba os programas ambientais,

que são objeto deste trabalho.

31

2.2.RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE

Os relatórios de sustentabilidade são publicações anuais das questões relativas à

sustentabilidade que vem sendo adotado pelas organizações, como forma de divulgar suas

práticas ambientais, sociais e econômicas. Com relação à nomenclatura do relatório, identifica-

se um rol de publicações que são muito semelhantes em forma, conteúdo e intenção, podendo

assim ser equiparadas ao Relatório de Sustentabilidade. Inclui-se neste rol o Relatório Anual,

Relatório Ambiental, e o Balanço Social (ETHOS, 2006; LINS; SILVA, 2009; CUSTÓDIO;

MOYA, 2007; SUSTAINABILITY LTD, 2008; BARBIERI, 2011).

Barbieri (2011, p.267) apresenta como relatórios ambientais “as comunicações

veiculadas por qualquer meio, impresso ou eletrônico, para divulgar os aspectos ambientais da

organização, seus impactos e o que ela faz e pretende fazer, em relação a eles”.

Ao decidir por elaborar um relatório de sustentabilidade (RS), a organização pode optar

por um modelo próprio, adotar um padronizado, ou ainda combinar os dois modelos. Alguns

modelos são apresentados pela Global Reporting Initiative (GRI), “organização sem fins

lucrativos, criada em 1997, em Amsterdã, reconhecida como uma iniciativa conjunta da

Coalition for Environmentally Responsible Economies (CERES) e o United Nations

Environment Programme (UNEP)” (COELHO; GODOI, 2010).

Considerando a preocupação das empresas em realizar e relatar suas atividades

socioambientais para que todas as partes interessadas tivessem acesso, foram criados os

balanços sociais e relatórios de sustentabilidade. Deste momento em diante, surgem novos

desafios, como por exemplo, saber o que reportar e a dificuldade de comparação entre os

relatórios de sustentabilidade (PEREIRA; SILVA, 2008).

Os mesmos autores analisam o grau de aderência dos relatórios de sustentabilidade das

empresas Natura, da Petrobras e do Bradesco com os indicadores essenciais da versão 3.0, da

GRI, buscando identificar o “nível de sustentabilidade” destas empresas. Foram estudadas as

diretrizes da GRI para relatórios de sustentabilidade e do Instituto Brasileiro de Análises

Sociais e Econômicas (Ibase) para o Balanço social, além dos relatórios de sustentabilidade

destas empresas. A justificativa dada pelos autores para a escolha destas organizações foi que a

Petrobrás possui grande liquidez na bolsa e é muito requisitada por grandes investidores, o

32

Bradesco apresenta o maior patrimônio líquido bancário na bolsa até a fusão Itaú/Unibanco, e a

Natura por ser a primeira empresa a adotar o RS de acordo com as características do G3 da

GRI.

A versão 3.0 da GRI, também conhecida como G3, é a publicação denominada

“Diretrizes para Relatórios de Sustentabilidade”, publicada pela Global Reporting Initiative em

2000, sendo até hoje a mais adotada para a elaboração dos relatórios de sustentabilidade

brasileiros, e pretende instruir as organizações sobre quais informações devem ser abordadas

em seu RS e como devem ser citadas (GRI, 2000).

Pereira e Silva (2008) relatam que o Ibase criou um modelo de relatório denominado

Balanço Social, que abrange 7 itens: base de cálculo, indicadores sociais internos, indicadores

sociais externos, indicadores ambientais, indicadores do corpo funcional, “cidadania

empresarial”, entre outras informações. Os indicadores do GRI são balizadores para os

relatórios de sustentabilidade que adotam estas diretrizes, e foram criados visando à

transparência das informações para os stakeholders. Estes indicadores têm por missão

comunicar de forma clara e transparente, utilizando uma linguagem coerente e métrica,

assuntos relacionados à sustentabilidade, utilizando uma estrutura confiável para elaboração de

relatórios de sustentabilidade.

Tanto os modelos de relatórios propostos pela GRI quanto pelo Ibase “existem com o

objetivo de fomentar a discussão sobre transparência e gestão responsável e contribuem

fortemente na definição de temas a serem colocados para escrutínio de toda a sociedade”

(CUSTÓDIO; MOYA, 2007, p.5).

Para a GRI, elaborar o RS significa medir, divulgar e prestar contas do desempenho

organizacional para os stakeholders, visando ao desenvolvimento sustentável, descrevendo os

impactos econômicos, ambientais e sociais de uma organização. Existem 79 indicadores para

demonstrar o grau de aderência ao GRI - divididos entre os essenciais e adicionais (em geral

práticas emergentes). Estes indicadores estão distribuídos na esfera econômica que indicam o

fluxo de capital entre diferentes stakeholders e os principais impactos econômicos da

organização sobre a sociedade, ambiental, medindo o desempenho relacionado aos insumos, à

produção (emissões, efluentes, resíduos), à biodiversidade e à conformidade ambiental, e por

33

fim a esfera social, que inclui práticas trabalhistas, direitos humanos, sociedade e

responsabilidade pelo produto (PEREIRA; SILVA, 2008).

Os relatórios que seguem as diretrizes do Global Reporting Initiative adotam os

indicadores GRI, e com base no número de indicadores evidenciados. A classificação nos

níveis de aplicação é feita por autoavaliação, uma vez que a própria organização determina o

número de indicadores que vai relatar. A atribuição do “+” ao nível de aplicação ocorre quando

o RS possui uma verificação externa (CUSTÓDIO; MOYA, 2007).

As três organizações estudadas por Pereira e Silva (2008) foram classificadas A+, o que

indica uma provável preocupação em ser cada vez mais sustentáveis e demonstrar isso aos

stakeholders. Como conclusão os autores relataram a Petrobrás foi a empresa que melhor

reportou os indicadores essenciais exigidos pela GRI, seguida do Bradesco e Natura. Esta

última, mesmo sendo a primeira empresa brasileira a adotar o GRI, teve o maior número de

indicadores essenciais apresentados de forma parcial e apresentou regressão nos seus relatórios

de sustentabilidade do ano de 2006 para 2007.

Uma análise mais recente e sistematizada de relatórios de sustentabilidade feita pela

publicação “Rumo à Credibilidade”, abordou relatórios de sustentabilidade de 2009 e alguns de

2008, analisando o relatório da Natura dentre diversos outros. Diferentemente do exposto

previamente por Pereira e Silva (2008), este estudo apontou a Natura como detentora do

relatório de sustentabilidade com o melhor desempenho do Brasil. A pontuação conferida à

Natura foi 65%, uma importante vantagem com relação à Sabesp que ficou na segunda posição,

com 51%. Este trabalho relata os resultados da Natura com uma melhora significativa

comparando-se com o ano anterior, que foi de 54%. Além da Natura, notou-se uma melhoria

geral, sinalizando que as principais empresas brasileiras que divulgam relatórios de

sustentabilidade parecem estar elevando o padrão, além do fato que a pesquisa apresentou duas

vezes mais participantes que em 2008 (SUSTAINABILITY LTD, 2010).

A publicação “Rumo à Credibilidade” faz considerações gerais sobre os relatórios de

sustentabilidade das empresas avaliadas, apontando que a maior parte delas, mesmo as 10 mais

bem avaliadas, apresentou um desempenho global mediano, comparando-se com equivalentes

internacionais – identifica-se, então, uma grande oportunidade de melhoria.

34

A Tabela 1 apresenta o ranking que classifica os relatórios de sustentabilidade avaliados

pela pesquisa “Rumo à credibilidade” publicada em 2010.

Tabela 1: Ranking 2010 dos relatórios de sustentabilidade brasileiros

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[1]

DJ

SI[2

]

An

o d

o r

ela

tóri

o

1 Natura 1 65 Cosmético 4,2 6.260 Brasil + 7

países* A+ X 2009

2 Sabesp 7 51 Saneamento 6,7 15.103 Brasil B X 2009

3 Celulose

Irani 8 50 Papel 0,4 1.756 Brasil A+ X X 2009

4 EDP 6 49 Energia 4,6 2.008 Brasil A+ X 2009

5 Vale - 46 Mineração 24,4[3]

140.600 Brasil + 33

países** A+ X X 2009

6 Coelce 3 45 Energia 1,9 9.150 Brasil A X 2008

7 Itaú 10 44 Financeiro 608,3[4]

102.000 Brasil + 11

países*** A+ 2009

8 Ampla 3 43 Energia 2,5 8.272 Brasil A X X 2008

9 Even - 42 Construção 0,8 1.174 Brasil C X 2008

9 Light - 42 Energia 5,4 3.694 Brasil A X 2009

[1] Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&F Bovespa

[2] Dow Jones Sustainability Index

[3] Informação conforme o USGAAP

[4] Total de ativos consolidados

* Américas e Europa

** Ao redor do mundo

*** Américas, Europa e Ásia

Fonte: Adaptada de Sustainability LTD (2010, p.7)

A empresa Natura, que foi objeto de estudo de vários outros papers que avaliaram

relatórios de sustentabilidade, destacou-se neste ranking com a primeira posição, apresentando

em 2009 um RS classificado como “A+” pelo GRI. A Sabesp, empresa selecionada como

objeto deste estudo, foi classificada neste mesmo ranking na segunda posição, e seu relatório é

considerado nível “B”, pelos critérios do GRI.

O Quadro1 esclarece os critérios de cada nível de aplicação do GRI.

35

Quadro 1: Níveis de aplicação da Global Reporting Initiative (G3/Versão 3.0)

Item O que deve constar no relatório Nível de aplicação

atingido

Perfil Os itens 1.1; 2.1 a 2.10; 3.1 a 3.8; 3.10 a 3.12; 4.1 a 4.4;

4.14 e 4.15

C

C+

(se houve

verificação

externa)

Forma de Gestão Não exigido

Indicadores de

Desempenho e do

Suplemento Setorial, se

este existir

No mínimo dez indicadores de desempenho, incluindo

pelo menos um de cada área de desempenho ambiental,

econômico e social

Não são permitidas omissões de nenhum dos itens do nível C

Item O que deve constar no relatório Nível de aplicação

atingido

Perfil Os itens 1.1; e 1.2; 2.1 a 2.10; 3.1 a 3.13 e 4.1 a 4.17

B

B+

(se houve

verificação

externa)

Forma de Gestão Informações sobre a forma de gestão para cada categoria

de indicador

Indicadores de

Desempenho e do

Suplemento Setorial, se

este existir

No mínimo 20 indicadores de desempenho, incluindo pelo

menos um de cada área de desempenho ambiental,

econômico, direitos humanos, práticas trabalhistas,

sociedade e responsabilidade pelo produto

Não são permitidas omissões de nenhum dos itens do nível B

Item O que deve constar no relatório Nível de aplicação

atingido

Perfil Os itens 1.1 e 1.2; 2.1 a 2.10; 3.1 a 3.13 e 4.1 a 4.17

A

A+

(se houve

verificação

externa)

Forma de Gestão Forma de gestão para cada categoria de indicador

Indicadores de

Desempenho e do

Suplemento Setorial

correspondente, se este

existir

Todos os indicadores essenciais da G3 e do suplemento

setorial, com a devida consideração ao princípio da

materialidade para responder o indicador e para explicar

sua eventual emissão

Não são permitidas omissões de nenhum dos itens do nível C

Fonte: Adaptado de Custódio e Moya (2007 p.20-21)

Observa-se no Quadro 1 que são três possíveis níveis de aplicação do GRI, cada um

com um número mínimo de itens e indicadores e serem reportados, os quais podem ser

classificados com “+” quando há verificação externa.

A Figura 1 apresenta a classificação das organizações consideradas Top 10 pela

publicação “Rumo à credibilidade”, das quais nove já foram expostas na Tabela 1

(SUSTAINABILITY LTD, 2010). Em formato de gráfico, obtém-se uma melhor representação

visual das diferenças entre as empresas avaliadas, e pode-se também comparar a pontuação de

cada uma com a média do grupo, com a classificação de cada uma no ano anterior, além de

36

observar quais são as companhias avaliadas pela primeira vez – denominadas “novos

entrantes”.

Figura 1: Classificação dos Relatórios de Sustentabilidade Top 10

Fonte: Sustainability LTD (2010, p.19)

O estudo “Rumo à credibilidade 2010” (SUSTAINABILITY LTD, 2010) apresenta

diversas críticas e sugestões de melhoria aos relatórios de sustentabilidade, das quais cabe

destacar:

Governança e Estratégia: muitas empresas poderiam fornecer informações

mais equilibradas sobre êxitos e fracassos e demonstrar melhor de que forma a

sustentabilidade está sendo integrada à sua atividade central, de modo a

proteger, aumentar e gerar valor.

Apresentação do Desempenho: os relatórios poderiam ainda melhorar no

que diz respeito à incorporação de metas, ou seja, indicar se foram atingidas e

se as lições foram aprendidas.

Acessibilidade e Verificação: existem práticas bem avançadas no Brasil, mas

alguns relatórios ainda não fornecem qualquer tipo de verificação externa, o

que precisa ser melhorado para estabelecer e garantir a credibilidade dos

relatos.

37

Coelho e Godoi (2010) desenvolveram um estudo que analisou a coerência entre as

estratégias discursivas sobre sustentabilidade dos Relatórios de Sustentabilidade (RS) e as

práticas ambientais relatadas no discurso midiático. Foram selecionadas para a pesquisa

empresas de capital aberto com ações listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA).

Para realizar uma análise discursiva, foram considerados elementos norteadores da estratégia

organizacional como missão, visão, princípios, crenças e valores, e outros temas no interior dos

RS que demonstram como a empresa trata o tema sustentabilidade. O contraponto para este

discurso institucional foi a análise do discurso midiático de jornais e revistas de grande

circulação no país, com relação às práticas ambientais destas mesmas organizações.

A relevância da pesquisa está associada à desmistificação entre o discurso e a

prática organizacional, em função crescente demanda da sociedade por maior

evidenciação e transparência no que diz respeito à relação das empresas com o

meio ambiente. O que se pretende nessa pesquisa é refletir sobre a forma

como os discursos midiáticos podem contribuir para revelar os não-ditos dos

discursos institucionais sobre a sustentabilidade das empresas(COELHO;

GODOI, 2010).

Coelho e Godoi (2010, p.77) delimitaram o campo de sua pesquisa tomando como base

a pesquisa “Rumo à Credibilidade” publicada em dezembro de 2008, “que destaca o ranking de

empresas Top 10, líderes em qualidade de relatórios e sustentabilidade elaborados no Brasil.”

A publicação “Rumo à credibilidade” cujos principais resultados de 2010 já foram

apresentados,estreou no Brasil em 2008, e estuda a prestação de contas sobre sustentabilidade

em um determinado país. A pesquisa conta com apoio do Programa das Nações Unidas para o

Meio Ambiente (Pnuma) e é realizada por meio de uma parceria da SustainAbility, uma

consultoria criada em 1987 que se dedica à agenda da sustentabilidade, e a Fundação Brasileira

para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS). A FBDS é uma fundação sem fins lucrativos,

criada em 1992, muito próxima da comunidade científica e de entidades de fomento

internacionais e corporações nacionais, com a missão de difundir as melhores práticas de meio

ambiente e sustentabilidade (SUSTAINABILITY LTD, 2010).

Foi avaliada a situação dos Relatórios de Sustentabilidade do país em 2008,

considerando com contextos as tendências globais, as melhores práticas e do crescente volume

deste tipo de relatórios publicados no Brasil. As empresas que figuraram como Top 10 neste

ranking em 2008 e que constituíram o universo da pesquisa realizada foram: Natura

38

Cosméticos (higiene e beleza); Suzano Petroquímica (petroquímica); Ampla (concessionária de

energia elétrica); Coelce (concessionária de energia elétrica); Banco Real (serviços

financeiros); Energias do Brasil (concessionária de energia elétrica); Sabesp (concessionária de

água e saneamento); Bunge (agronegócios); Celulose Irani (papel e celulose); Banco Itaú

(serviços financeiros). Todas elas tiveram seus Relatórios de Sustentabilidade com base nas

diretrizes G3 da Global Reporting Initiative (GRI) (COELHO; GODOI, 2010).

A Tabela 2 apresenta as dez empresas mais bem pontuadas na avaliação dos relatórios

de sustentabilidade feita em 2008 pela Sustainability LTD.

Tabela 2: Ranking 2008 dos relatórios de sustentabilidade brasileiros

Os Top 10

Empresa Setor de Atividade Ano do

relatório Pontuação %

1 Natura Higiene e beleza 2007 54

2 Suzano Petroquímica Petroquímica 2006 53

3 Ampla Concessionária de energia elétrica 2007 52

Coelce Concessionária de energia elétrica 2007 52

5 Banco Real Serviços financeiros 2007 51

6 Energias do Brasil Concessionária de energia elétrica 2007 47

7 Sabesp Concessionária de água e saneamento 2007 46

8 Bunge Agronegócios 2007 41

Celulose Irani Papel e celulose 2007 41

10 Banco Itaú Serviços financeiros 2007 35

Média 47

Fonte: Adaptada de Sustainability LTD (2008, p.2)

Percebe-se que várias concessionárias de serviços públicos como empresas de energia e

de saneamento figuraram neste ranking de 2008. Na ocasião a Sabesp foi classificada na sétima

posição, considerando a pontuação atribuída ao seu relatório de sustentabilidade.

O quadro 3, extraído do trabalho de Coelho e Godoi (2010), corresponde a uma

análisede discurso feita pelos autores ao avaliar o relatório de sustentabilidade da Sabesp.

39

Quadro 2: Análise de discurso do Relatório de Sustentabilidade de 2007 da Sabesp

SABESP

Trechos do Discurso dos Relatórios de

Sustentabilidade Padrões Discursivos Função Discursiva

“universalizar os serviços públicos de saneamento no

Estado de São Paulo e fornecer serviços e produtos

de qualidade nos mercados nacional e internacional.”

[...] “O compromisso coma salubridade ambiental, de

forma competitiva e autosustentada. O atendimento

equilibrado e eficiente das vertentes do serviço

público e do negócio. A atuação ética e o foco no

cliente, em ambiente competitivo. A

responsabilidade social e ambiental. A defesa do

setor de saneamento”.

Ambiental

Ambiente

Compromisso

Qualidade

Responsabilidade

Sustentada

Demonstrar

comprometimento com a

salubridade ambiental e

com a responsabilidade

social.

Fonte: Adaptado de Coelho e Godoi (2010, p.79-80)

Os trechos destacados do relatório de sustentabilidade apontam um padrão de discurso

da Sabesp com enfoque às questões de qualidade, responsabilidade social e meio ambiente. A

empresa reforça estas questões como um compromisso:

[...] A Sabesp já está sintonizada com o ambiente competitivo e com a

necessidade de atender aos quesitos da regulação externa. A empresa está

mobilizada para romper a acomodação do regime monopolista e disputar

mercados com base na eficiência e em prol do interesse dos cidadãos e

consumidores. [...] a proteção ambiental deixou de ser complemento do

programa de trabalho para se tornar a própria razão de ser da Sabesp. [...]

Coerentemente com o objetivo de uso sustentável dos recursos hídricos, e em

linha com a meta de aumento de receita e diversificação, foi criada uma

plataforma de produtos e serviços por meio do programa Sabesp Soluções

Ambientais. [...] O crescimento e a sustentabilidade da Companhia dependem

essencialmente da introdução sistemática de novos produtos e tecnologias,

mantendo a empresa na fronteira mundial de inovação. [...] A atuação da

Sabesp na melhoria da qualidade do saneamento ambiental dos municípios

gera impactos positivos na saúde pública, no meio ambiente, na qualidade de

vida e no desenvolvimento econômico regional. Por isso, a Sabesp

desempenha papel fundamental para o desenvolvimento sustentável.

(Relatório de Sustentabilidade Sabesp 2007 - trechos destacados por Coelho e

Godoi, 2010).

Para estes pesquisadores já é esperado que as organizações buscassem construir uma

impressão positiva junto ao seu público-alvo, incorporando assim uma imagem de relacionada

às questões ambientais, além de trabalhar para conquistar o respeito das comunidades com as

quais interagem. Observa-se neste trecho uma séria de afirmações positivas declaradas pela

própria empresa sobre sua postura frente às questões ambientais, como busca de uma

representação de empresa sustentável (COELHO; GODOI, 2010).

40

Após analisar os relatórios de sustentabilidade, Coelho e Godoi (2010) avaliaram as

divulgações de questões ambientais na mídia, apontando que a Sabesp,assim como outras

empresas, que apresentou incoerências entre o discurso ambiental e o exposto na mídia. É

apresentado um discurso midiático que responsabiliza a Sabesp por um impacto ambiental

considerável, o que diverge da postura apresentada pela empresa em seu relatório de

sustentabilidade:

[...] A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) foi

multada em R$ 1,2 milhão pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio

Ambiente por poluir uma área de preservação ambiental na Zona Oeste da

capital paulista [...]

Depois de vistoriar o local, fiscais da secretaria concluíram que a empresa de

saneamento é a responsável pelo despejo irregular de esgoto na região. A água

suja é despejada dia e noite sem qualquer tipo de tratamento no córrego. A

água limpa das nascentes, que desemboca no local, se mistura com o esgoto

(g1.globo.com, de 17/11/08; - trechos destacados por Coelho e Godoi, 2010).

A comparação dos dois discursos, ambos informações públicas, porém quando

analisados conjuntamente revelam não-ditos pelo discurso institucional, demonstrando

desacordo com os princípios que a Sabesp havia declarado de compromisso com a salubridade

ambiental, busca de atuação ética e de também zelo pela responsabilidade social e ambiental

(COELHO; GODOI, 2010).

2.3.SUSTENTABILIDADE NO SETOR DE SANEAMENTO BÁSICO

A esfera ambiental da sustentabilidade está intimamente ligada ao setor de saneamento

básico. Isto ocorre porque os serviços de distribuição de água potável e de coleta e tratamento

de esgotos geram benefícios salutares à sociedade como um todo, enquanto que a carência ou

ineficiência dos serviços de saneamento prejudicam o desenvolvimento sustentável (IBGE,

2004; SANEPAR, 2010). Mesmo empresas de outros setores industriais devem se preocupar

com a geração, tratamento e destinação dos efluentes como um aspecto ambiental. Neste

contexto, as empresas de saneamento básico podem contribuir para a sustentabilidade

ambiental não apenas da sociedade civil, mas também da sociedade empresarial.

41

Identificaram-se poucos trabalhos acadêmicos relacionados ao tema sustentabilidade

que tenham enfocado específicamente no setor de saneamento básico. Alguns autores já citados

analisaram empresas de saneamento de maior destaque, como a Sabesp, comparando-a com

empresas de outros ramos, seja para avaliar os relatórios de sustentabilidade e a forma como

tratam as questões ambientais, seja em casos isolados nos quais foi desenvolvido um estudo de

caso que estudou uma empresa de saneamento isoladamente.

Devido à carência de literatura, buscou-se apresentar os trechos mais relevantes dos

trabalhos relacionados a empresas de saneamento básico e com que abordagem cada um

conduziu os temas ambientais. No item anterior, apresentaram-se os trabalhos que avaliaram

relatórios de sustentabilidade da Sabesp (COELHO; GODOI, 2010; SUSTAINABILITY LTD,

2010; SUSTAINABILITY LTD, 2008).

Visando complementar a carência de literatura acadêmica, sintetizou-se o discurso sobre

a esfera ambiental da sustentabilidade apresentada nos relatórios de sustentabilidade de

algumas empresas de saneamento que são referência mundialmente. Os pontos destacados deste

relatório serão apresentados na sequência.

No item “Programas Ambientais” são citados resultados do trabalho de Prado e Istilli

(2002) que estudaram o Programa de Educação Ambiental da Sabesp, e são apresentados

também programas ambientais que estão sendo desenvolvidos em outras empresas de

saneamento e foram relatados nos RS (ODEBRECHT, 2011; COPASA, 2010; ÁGUAS DE

PORTUGAL, 2011; SANEPAR, 2010; PRADO; ISTILLI, 2002).

Para iniciar uma reflexão sobre como o tema sustentabilidade impacta o setor de

saneamento mundialmente serão apresentadas abordagens de diversas empresas do ramo para o

tema. Como exemplo, pode-se iniciar citando que a empresa de saneamento de Barcelona

Agbar (Aguas de Barcelona) tem muitas alusões em suas publicações com relação ao

desenvolvimento sustentável, a qualidade deseu produto e serviço e de responsabilidade social.

Corroborando a aderência do discurso corporativo ao conceito de sustentabilidade, cita-se a

falta de Ricardo Fornesa, presidente da Agbar uma das reuniões do Fórum de Reputação

Empresarial. Na ocasião o executivo discursou sobre a necessidade de gerir os negócios além

dos critérios puramente econômicos, defendendo princípios como honestidade, transparência e

solvência social com os funcionários, clientes e fornecedores (CARRASCO, 2005).

42

Nesta mesma linha, Afonso Lobato de Faria, Presidente do Conselho de Administração

da Águas de Portugal (AdP) abre o relatório de sustentabilidade da companhia falando da

importância do tema, e do quanto está relacionado ao negócio da empresa:

Para o grupo Águas de Portugal, ao qual tenho a honra de presidir desde

fevereiro de 2012, a sustentabilidade, mais do que um objetivo, é o seu próprio

objeto, na medida em que as empresas do grupo trabalham em áreas que

configuram serviços essenciais para a vida das pessoas, para as atividades

econômicas e para a qualidade do ambiente (ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011,

p.13).

No Brasil, as companhias estaduais ainda são maioria na operação do saneamento

básico dos Municípios. Dentre elas, se destacam a Sabesp (São Paulo), Sanepar (Paraná) e

Copasa (Minas Gerais) pelos índices de cobertura que tem alcançado, bem como por projetos

que apresentam na área ambiental (SABESP, 2012a; COPASA, 2010; SANEPAR, 2010).

A Sanepar se considera agente do desenvolvimento sustentável pela natureza do setor

em que atua, traduzindo isso em políticas e práticas socioambientais responsáveis. Em seu

relatório anual a empresa informou ter consolidado em 2010 sua liderança em conservação

ambiental e desenvolvimento humano integrados, declarando um compromisso com a

sustentabilidade, e compartilhando responsabilidades com o Governo e com a sociedade civil

(SANEPAR, 2010).

Complementando esta ideia, a Sanepar afirmou que: “Nosso compromisso é colaborar

com a construção do desenvolvimento sustentável, marcado pelo respeito às pessoas e ao meio

ambiente.” (SANEPAR, 2010, p.6). No mesmo relatório, a empresa se declarou consciente de

que seus produtos e serviços impactam diretamente na saúde pública e na conservação

ambiental e, portanto, tem como premissa entregar a seus usuários um produto com qualidade

comprovada.

Nesta mesma linha, a Copasa afirmou contribuir para a preservação do meio ambiente,

tendo como “compromisso e princípio fundamental o respeito e a preservação do meio

ambiente e dos recursos hídricos, atuando de forma legal, preventiva e educacional, visando à

sustentabilidade ambiental, à saúde e à qualidade de vida da população.” (COPASA, 2010,

p.72).

43

Vislumbrando o contexto internacional do saneamento quanto às questões ambientais,

foram estudados também os relatórios de sustentabilidade da francesa Veolia e da portuguesa

Águas de Portugal.

A Águas de Portugal (Grupo AdP) contavam em 2011 com 5.300 colaboradores, e

declararam um volume de negócios de 834 milhões de euros (ÁGUAS DE PORTUGAL,

2011).Para demonstrar o compromisso que a empresa manifesta com relação às questões

ambientais, destacou-se a seguir o texto informado como missão, visão e valores da companhia:

Missão: Ser um Grupo empresarial de referência no setor do ambiente, de

forma a promover a universalidade, a continuidade e a qualidade do serviço, a

sustentabilidade do setor e a proteção dos valores ambientais.

Visão: Conceber, construir, explorar e gerir sistemas de abastecimento de

água, de saneamento de águas residuais e de tratamento e valorização de

resíduos sólidos urbanos, num quadro de sustentabilidade económica,

financeira, técnica, social e ambiental, desenvolvendo um grupo empresarial

português forte e de elevada competência.

Valores: Sustentabilidade na utilização de recursos naturais; Preservação da

água enquanto recurso estratégico essencial à vida; Equilíbrio e melhoria da

qualidade ambiental; Equidade no acesso aos serviços básicos e Bem-estar

através da melhoria da qualidade de vida(ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011,p.

16 – grifos nossos).

O Grupo AdP declarou o desenvolvimento sustentável como subjacente à sua estratégia

de negócio,e além disso, informou ter definido em 2008 uma ambiciosa estratégia de

sustentabilidade, fruto da análise das orientações de gestão e da estratégia de negócio, das

expectativas dos stakeholders e da fusão das melhores práticas existentes. No quesito que

denominam “simbiose com o meio ambiente”, o Grupo AdP declarou contribuir para a proteção

do ambiente, por meio da conciliação dos ciclos urbanos com os ciclos da natureza. Dentro

deste conceito, destacam-se os desafios de prevenir impactos ambientais, gerir e valorizar os

recursos, inovar, gerir riscos atrelados às mudanças climáticas, potencializar a utilização e

geração de energias renováveis, além de mensurar e compensar as emissões de gases de efeito

estufa (GEE)(ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011).

O grupo se comprometeu em valorizar os recursos e os subprodutos provenientes dos

processos de tratamento, além de investir no aumento da ecoeficiência de suas instalações. No

combate às alterações climáticas, destacam-se os compromissos da exploração do potencial

44

energético das instalações, da utilização dos resíduos e de seus subprodutos para geração de

energia renovável, e do aumento da eficiência energética reduzindo/compensando emissões

(ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011).

O grupo possui uma unidade de negócios que desenvolve atividades no âmbito da

gestão ambiental, por meio da produção e aproveitamento de várias formas de energia

renovável, formatando sistemas de coleta, transporte, e tratamento ou valorização dos

lodos,além de desenvolver aprimoramento da eficiência energética. Dentre os objetivos

estruturantes do Grupo, a Energias Renováveis e Serviços Ambientais S.A. (AdP Energias)

declara buscar contribuir para o desenvolvimento sustentável, consumir racionalmente energia,

reduzir e compensar as emissões de GEE (ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011).

Por prestar um serviço essencial à comunidade e enfrentar desafios ambientais

relevantes, a empresa destacou a relação com seus stakeholders como fundamental,

considerando a importância da contribuição destes na perseguição da missão. Assim, a AdP

Energias vem consultando estes grupos visando identificar suas expectativas, traçar novos

desafios e compromissos e responder com clareza e transparência às questões consideradas

mais criticas (ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011).

45

A Figura 2 representa os onze grupos de stakeholders identificados pelo grupo AdP.

Figura 2: Partes Interessadas da AdP

Fonte:Águas de Portugal, 2011,p.51

Durante a consulta aos stakeholders foi preenchido um questionário baseado na

estratégia da AdP, visando identificar os maiores desafios em sustentabilidade.Consultaram-se

três dimensões: imagem e reputação (contextos: nacional, sustentabilidade, ética empresarial,

gestão e social),desempenho e estratégia (expectativas, percepção do desempenho ambiental,

social e econômico da companhia, e identificação de oportunidades de melhoria), e por fim a

comunicação (identificar opiniões acerca das formas e conteúdos de comunicação na área da

sustentabilidade) (ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011).

46

Quando os stakeholders da Águas de Portugal foram questionados sobre quais meios de

comunicação costumam consultar para obter informações sobre o grupo AdP, as respostas

obtidas foram as expressas na Figura 3:

Nota: Consolidado de respostas dos Colaboradores, Representante dos Trabalhadores, Sindicatos, Empresa participada (Administrador

Executivo), Acionistas, Bancos, Entidades reguladoras, fiscalizadoras e públicas, Utilizadores Industriais e Universidades.

Figura 3: Meios de comunicação consultados para obter informações sobre a AdP

Fonte: Águas de Portugal, 2011, p.55

47

Pode-se destacar da Figura 3 como meios de comunicação mais citados pelos

stakeholders o site da empresa e contato direto (pessoal ou por e-mail). Estes veículos se

destacaram tanto na comunicação interna (colaboradores) como na externa (demais partes

interessadas), o que serve de indicativo de que são canais adequados para a divulgação de

informações ambientais.

Com relação à qualidade de informação disponibilizada aos stakeholders por meio do

Relatório de Sustentabilidade, a pesquisa da AdP refletiu que a informação é em sua maioria

classificada como “Boa”, sendo avaliada como insuficiente pelos sindicatos, e “Muito Boa”

pelas universidades. “No entanto, verifica-se que o Relatório de Sustentabilidade não chega a

todos os colaboradores, sendo a percentagem de respostas “Sem Opinião” de cerca de 30%.”

(ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011, p.55 – grifos nossos).

A AdP questionou seus stakeholders sobre quais informações consideravam importante

incluir no relatório de sustentabilidade. Foram pesquisados os colaboradores, representante dos

trabalhadores, sindicatos, administrador executivo, acionistas, bancos, entidades reguladoras,

fiscalizadoras e públicas, utilizadores industriais e universidades. Dentre diversas informações

classificadas por este grupo como relevantes para um RS, destacam-se algumas que foram

classificadas pela maior parte dos pesquisados como muito importantes ou importantes. São

elas: a qualidade do serviço prestado, as informações sobre o serviço público prestado,a

conservação e valorização do recurso água, produção e utilização de energias renováveis, boas

práticas de sustentabilidade adotadas (ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011).

Cabe observar que das cinco observações apontadas como mais importantes para

constar num relatório de sustentabilidade, três são relacionadas ao pilar ambiental da

sustentabilidade: água, energia e boas práticas de sustentabilidade.

Além das questões ambientais apontadas pela AdP em seu RS, o grupo relata sua

responsabilidade social por meio do apoio à comunidade do entorno e ao ensino, encorajando

também seus colaboradores em ações voluntárias nas comunidades, e apoiando ações de

sensibilização e educação ambiental (ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011).

Outra empresa referência no saneamento básico mundial, a francesa Veolia

Environnement apresenta como seus três principais negócios a água, energia e gestão de

48

resíduos. A empresa atua também com reciclagem de águas residuais, coleta, tratamento e

recuperação de resíduos, fornecimento de ar aquecido e refrigerado, além da otimização de

processos industriais. A alta administração da Veolia aponta que existe uma demanda crescente

por serviços ambientais com alto valor agregado tanto nos países emergentes quanto nos

desenvolvidos. É apontado como uma das prioridades da companhia apoiar seus clientes

industriais em sua expansão que crescimento auxiliando-os no cumprimento de rigorosas

normas ambientais (VEOLIA, 2011).

"Estamos nos concentrando em setores de negócios em que há uma crescente demanda

de alto valor agregado e serviços ambientais que exigem as tecnologias e os processos em que

Veolia Environnement já tem significativas vantagens competitivas." (VEOLIA, 2011, p.3,

tradução nossa).

Na área de investigação e inovação a empresa foca nos desafios ambientais mais

relevantes na atualidade, como a rápida urbanização e intenso crescimento populacional, a

escassez de recursos naturais, o acesso à água e as mudanças climáticas. A Veolia destaca sua

experiência bem como suas capacidades tecnológicas como uma fonte de diferenciação que lhe

permite liderar serviços de projeto ambientais para o futuro, e conferindo-lhes uma vantagem

competitiva crítica. Suas equipes de pesquisa trabalham para desenvolver soluções inovadoras

práticas, eficazes e acessíveis buscando ir ao encontro destes desafios ambientais. Destacam-se

soluções como construções energeticamente inteligentes, reciclagem de água, novas

tecnologias para dessalinização de água marinha, tratamento de resíduos, eco-bairros e recursos

biológicos (VEOLIA, 2011).

Como a demanda por soluções sustentáveis tem sido uma preocupação crescente, faz-se

necessário otimizar a gestão de água, energia e resíduos. Como exemplo, cita-se que parte da

remuneração dos operadores se baseia na geração de economia de energia. A pegada de

carbono é outra questão salientada como essencial para o atendimento das exigências dos

clientes públicos. Assim, vislumbrando os grandes pilares da sustentabilidade, a Veolia declara

que há um triplo desafio para as grandes cidades emergentes: eficiência econômica, controle

ambiental e alcançar o equilíbrio social (VEOLIA, 2011).

49

Observa-se assim uma postura alinhada aos preceitos da sustentabilidade em seus três

pilares, envolvendo os colaboradores e lançando-lhes desafios relacionados às questões

ambientais, já que, por exemplo, a energia poupada reflete na remuneração deles.

Para responder à crescente demanda por serviços ambientais com alto valor agregado

tanto em países emergentes quanto nas economias desenvolvidas, a Veolia garante a integração

total dos princípios do desenvolvimento sustentável no âmbito da sua oferta de negócios em

todo o mundo. Sua abordagem é flexível, orientada ao cliente, demonstrando os benefícios

tangíveis para o cliente, melhorias no ambiente e desempenho social. Alguns exemplos são as

parcerias público-privadas (PPP) que ajudam os clientes a alcançarem seus objetivos de

reciclagem e recuperação de energia (VEOLIA, 2011).

A Veolia tem um projeto de reciclagem há dez anos, que permite aos clientes industriais

de Durban, na África do Sul, utilizarem água reciclada para atender às suas necessidades de

produção em vez de água potável - são 40 mil metros cúbicos de água potável por dia liberados

para o consumo dos habitantes da cidade, como resposta a um antigo problema de

abastecimento. Na África do Sul os fabricantes industriais pagam 60% a menos de água do que

a sua para a água potável, e com a comunidade, onde mais pessoas possuem acesso à água

potável (VEOLIA, 2011).

Este tipo de ação da Veolia se ajusta tanto aos propósitos do Programa 3Rs da Sabesp

que visa reduzir o consumo como um todo, reutilizar e reciclar tudo o que for possível, quanto

do Programa de Uso Racional da Água (PURA), também da Sabesp. Trata-se de uma boa

prática identificada para poupar um bem escasso: a água potável.

Bem à frente do mercado, a Veolia tomou a decisão estratégica há vários anos, de

transformar resíduos em recursos. Hoje são produzidas de matérias-primas a partir de

“resíduos” e energia (VEOLIA, 2011).

As principais demandas do mercado são soluções que melhorem o desempenho

ambiental e energético, mantendo a lucratividade. A Veolia declara ter se mobilizando em

todas as frentes para reduzir o impacto ambiental de suas operações, para aumentar sua

capacidade de extrair valor e estabelecer novos fluxos de reciclagem (VEOLIA, 2011).

50

Trata-se de uma prática ambiental compatível com o negócio de uma empresa de

saneamento, que deve zelar pelo ambiente por ter seus negócios e sua imagem diretamente

atrelados aos recursos naturais.

Veolia Environmental Services é a única empresa no mundo que opera em

todo o espectro de gestão de resíduos. Suas soluções inovadoras ajudam os

clientes municipais e industriais, melhorar o seu desempenho ambiental

através de uma gestão eficiente e reciclagem de resíduos sólidos, líquidos, não

perigosos e perigosos. O mercado de serviços da empresa é enorme: a nível

mundial, mais de quatro bilhões de toneladas de resíduos são produzidos a

cada ano, apenas um quarto do que é recuperado. Aumento da consciência

ambiental, o aumento dos preços da energia e as preocupações com o

esgotamento dos recursos naturais estão criando grandes oportunidades para

Veolia Serviços Ambientais, com a sua capacidade de extrair valor a partir de

resíduos e estabelecer novos fluxos de reciclagem (VEOLIA, 2011, p.40,

tradução nossa).

Na Austrália o grupo obteve um reconhecimento pela educação para

sustentabilidade:pelo segundo ano consecutivo a Veolia Environmental Services ganhou o

Australian Business Award 2011 para a Sustentabilidade Ambiental. Isto ocorreu devido à

liderança da empresa na prestação de serviços educacionais inovadores para empresas

australianas sobre a importância da reciclagem e recuperação de recursos,além de incentivar

mudanças de comportamento para reduzir os impactos ambientais dos resíduos (VEOLIA,

2011).

2.4.PROGRAMAS AMBIENTAIS

Um programa ambiental organizacional, muitas vezes é entendido como um sistema de

gestão ambiental (SGA) (HOURNEAUX JUNIOR, 2010; HOURNEAUX JUNIOR;

BARBOSA; KATZ, 2004; VILAÇA; OLIVEIRA, 2008). Apesar de alguns trabalhos trazerem

esta abordagem, decidiu-se por tratar o sistema como um todo como SGA,e utilizar o termo

“Programa Ambiental” para programas específicos estruturados dentro de uma empresa para

conduzir ações ambientais. Como exemplo, pode-se citar aqueles informados pelas empresas de

saneamento nos RS, denominados programas ambientais no próprio relatório de

sustentabilidade (SABESP, 2012a; SANEPAR, 2010; COPASA, 2010).

51

Para conduzir programas ambientais corporativos, cinco aspectos que devem ser

priorizados: uso racional de água, papel e energia, salubridade e destinação adequada de

resíduos. Contudo, em qualquer destes aspectos, o principal desafio para o sucesso de um

programa ambiental é despertar a conscientização dos colaboradores para que se envolvam e

participem do programa (VILAÇA; OLIVEIRA, 2008).

Prado e Istilli (2002, p. 46) publicaram um trabalho que estudou o Projeto de Educação

Ambiental na Sabesp, pesquisando as percepções dos empregados sobre ele. Os autores relatam

que a Unidade de Negócio de Tratamento de Esgotos (AE) havia criado em 1998 um Programa

de Educação Ambiental, “motivada pelo fato de ser responsável por um serviço que contribui

para a melhoria do meio ambiente e ao mesmo tempo degrada, à medida que não consegue

atender, totalmente, às necessidades da população”.

Os empregados pesquisados se mostraram muito receptivos e preocupados com a

devolutiva do resultado da pesquisa. O comentário de um dos pesquisados reforça esta

afirmação: “[...] estamos cansados de responder pesquisas que ninguém fica sabendo no que

deu [...]”. Com relação aos projetos de educação ambiental que não foram bem sucedidos na

Sabesp, pontua-se que os principais motivos para o insucesso foram a falta liberação e

incentivo por parte da chefia, e o excesso de burocracia (PRADO; ISTILLI, 2002, p. 57).

Mesmo com problemas em tentativas anteriores a educação ambiental figura como

fundamental, principalmente para empresas do setor de saneamento, pois “aliada à legislação e

aos mecanismos de controle ambientais tem papel essencial na mudança de atitude

organizacional e social, por possibilitar novas aprendizagens” (MOURA; ROCHA, 2012, p.1).

Analisando a pesquisa que Prado e Istilli (2002) realizaram na Sabesp há mais de uma

década, cabe a crítica de que foram pesquisados muito mais conceitos ambientais (se o

empregado conhece efeito estufa, poluição, chuva ácida e seus efeitos, coleta seletiva e

reciclagem) do que as percepções mesmo sobre o programa de Educação Ambiental, que foi

pesquisado em segundo plano. Os autores adotaram um método de pesquisa quali-quantitativa,

visando levantar as concepções, compreender valores culturais, e dimensionar problemas pela

pesquisa qualitativa, e trabalhá-los em seguida pela pesquisa quantitativa.

52

Apresenta-se a seguir uma síntese dos principais resultados da pesquisa de Prado e Istilli

(2002):

a) 70% dos pesquisados alegam conhecer a empresa, 18% mais ou menos e 12%

não, pois é muito grande e subdividida. Ao questionar se sabem qual a

importância da Sabesp para a sociedade, 76% responderam “saneamento

ambiental, preservação ambiental, saneamento”, 10% citaram “melhoria na

qualidade de vida”, 10% “distribuição de água e tratamento de esgoto”, e 4%

“saúde”. Sobre a Sabesp preocupar-se com o meio ambiente: 6% responderam

que não, e 94% que sim, destacando a conscientização do uso da água.

b) Quando questionados se a Sabesp poderia fazer mais pelo meio ambiente, 74%

responderam que “sim, com campanhas/participação de projetos”, 22% que

“sim, ampliando a coleta e tratamento de esgoto”, e 4% não responderam.

c) Sobre saber se a Sabesp promove algum programa de educação ambiental, 52%

responderam “sim”, 10%“não sei informar”, 22%“sim, a UN tem um grupo de

meio ambiente”, e 16%“sim, feiras e eventos”. Questionando-se se a área de

trabalho do empregado desenvolve algum programa de educação ambiental,

40%responderam “não”, e 60% “sim, na UN – GIEAN”. Sobre conhecer as

ações promovidas pela Sabesp referentes ao meio ambiente, 48% responderam

“sim”, 50% responderam “não”, e 2% não responderam.

O estudo também pesquisou alguns fatores relacionados à comunicação. Ao questionar

se o empregado considera a comunicação na Sabesp eficiente, 44% responderam “sim”, 16%

não responderam, e 40% responderam “está melhorando”. Sobre conhecer as ferramentas de

comunicação da Sabesp, 46% não conhece e 54% conhece. Com relação à ter acesso às

ferramentas de comunicação da Sabesp, 40% alega não ter, e 60% possuem. No quesito

comunicação, os autores declaram que a Sabesp se preocupa com o meio ambiente e usa muitos

meios de comunicação para chegar aos seus funcionários, porém não consegue atingi-los na

totalidade pela dificuldade de contemplar os que trabalham externamente (PRADO; ISTILLI,

2002).

53

Outra pesquisa, que estudou as contribuições da gestão de pessoas para a implantação

de um sistema de gestão ambiental, apontou a necessidade de uma comunicação externa atuante

para divulgar práticas ambientais à comunidade, subcontratados, fornecedores e clientes. Com

relação à comunicação interna, o estudo apontou que é importante para conscientizar e motivar

empregados – comunicação ambiental no intuito de promover e controlar o fluxo de

informações e conteúdos do SGA. Salienta-se por fim a necessidade de identificar o melhor

meio de comunicação, e utilizar uma linguagem simples e objetiva (OLIVEIRA; PINHEIRO,

2010).

Na pesquisa de Prado e Istilli (2002), ao questionar se as pessoas cuidam do meio

ambiente, 98% responderam que “sim, mas é preciso fazer mais”, e 2% que falta educação e

informação. Quando incitados a responder se participam de algum programa de educação

ambiental, obteve-se o seguinte resultado: Sim 16%, não 56%, não responderam 28%. Sobre o

interesse em participar de algum programa de educação ambiental, 56% respondeu sim, 21%

não, 23% não responderam. Na mesma linha, questionou-se “você faz coleta seletiva em sua

casa?”, e obteve-se como resposta: sim 30%, não 66%, não responderam 4%. 28% dos

pesquisados participa de algum programa social, e 82% não. Na análise dos autores, a maior

parte dos pesquisados demonstrou preocupação em proteger o meio ambiente e interesse em

participar de atividades de educação ambiental.

Por fim, os autores trazem como proposta: adaptar o programa de educação ambiental já

existente para o público externo, para ser utilizado com o público interno. Pretende-se

promover união e interação entre os empregados, sensibilizá-los para a importância da questão

ambiental, reforçar a responsabilidade de cada um dentro do processo, despertar o potencial

criativo e o autodesenvolvimento, fazer de cada colaborador um multiplicador, padronizar

procedimentos, norteados pelo “Orientador para Educação Ambiental da Sabesp”(PRADO;

ISTILLI, 2002).

Prado e Istilli (2002) recomendam ainda um trabalho inicial de sensibilização das

chefias, encontros participativos e capacitação dos empregados para desenvolvê-los e despertar

o lado crítico, disseminando o conhecimento ambiental e estimulando a autoestima,

criatividade e liberdade de expressão. Sugerem também que seja desenvolvido um mecanismo

de reconhecimento (divulgação e premiação), para incentivar competição saudável por

54

melhores resultados – o prêmio não deve ser o objetivo, e sim uma consequência. E completam

suas recomendações incentivando a participação voluntária ao invés de impositiva, como

acontece com outras premiações, que o empregado é convocado a participar, e o destaque

quando premiado, geralmente vem para a chefia.

Como conclusão os autores trazem a possibilidade de disseminar informações por meios

já existentes (mural, intranet, internet, jornais internos e folhetos) tendo o cuidado de utilizar

meios que praticamente todos empregados têm acesso, sendo importante incentivar o uso

frequente e adequado. Um aspecto positivo é a possibilidade dos empregados participarem na

própria comunidade em que vivem, disseminando a educação ambiental, bastando que sejam

incentivados para que estejam seguros para serem multiplicadores. Entende-se que a

participação dos empregados da Sabesp nas ações sociais seria maior se melhor divulgadas. É

fundamental o acompanhamento contínuo e reciclagem do pessoal, para atualização com novas

leis e novas informações. Como item mais importante, pontua-se a motivação e o incentivo,

para despertarem o talento, a criatividade, e o espírito voluntário para fazer algo pelo próximo

(PRADO; ISTILLI, 2002).

Muitas organizações trabalham com seus projetos ambientais sistematizados em um

Sistema de Gestão Ambiental (SGA), enquanto que outras possuem alguns programas isolados,

e não optaram por um SGA, ou não possuem ISO 14.001. Considerando os problemas e

dificuldades já apresentadas ao se implantar um projeto de educação ambiental, ou outro

programa relacionado ao meio ambiente, apresenta-se o Quadro 3 como contribuição de outros

autores para a identificação de alguns destes fatores – facilitadores e dificultadores.

Quadro 3: Fatores facilitadores e dificultadores na implantação de um SGA.

Fatores Descrição

Facilitadores Comprometimento da alta direção, parceria com a área de recursos humanos, investimento

em capacitação, consciência ambiental, cultura da organização, interação do comitê de

gestão ambiental com direção e preocupação em minimizar resistência à mudança.

Dificultadores Resistência à mudança, pessimismo com novos programas de gestão, necessidade de

monitoramento e acompanhamento intenso, falta de incentivo financeiro aos colaboradores

e falta de integração com o sistema da qualidade.

Fonte: Adaptado de Oliveira e Pinheiro (2010, p.58)

55

A companhia estadual de saneamento do Paraná é a Sanepar, que presta serviços de

fornecimento de água tratada, coleta e tratamento de esgoto sanitário. A Sanepar apresenta-se

em seu relatório de sustentabilidade como referência entre as empresas do setor pelo fato de

aliar eficiência operacional e resultados econômicos a uma sólida política socioambiental. O

relatório complementa a ênfase às questões ambientais citando que a empresa amplia cada vez

mais seu comprometimento com a universalização do saneamento e, consequentemente, com o

desenvolvimento sustentável (SANEPAR, 2010).

Em 2010a companhia venceu o 17º Prêmio Expressão de Ecologia, maior premiação da

Região Sul na área ambiental,em duas categorias. Na categoria Tecnologias Socioambientais –

Setor Público venceu o projeto Do Rio ao Rio - educação socioambiental das comunidades com

orientação técnica para a correta ligação à rede coletora de esgotos, evitando o lançamento no

meio ambiente.

A Sanepar obteve o primeiro lugar na categoria Educação Ambiental da

Chamada Pública para Seleção de Práticas Inovadoras em Revitalização de

Bacias Hidrográficas, promovida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).

A Companhia conquistou o prêmio com o projeto “Educação Socioambiental

em Saneamento como Ferramenta para a Revitalização da Bacia do Rio

Palmital”. A Sanepar relatou o processo de educação socioambiental e o

envolvimento comunitário na ação integrada de governo desenvolvida na Vila

Zumbi dos Palmares, entre 2004 e 2009 (SANEPAR, 2010, p.7).

A empresa paranaense se auto declara comprometida com a preservação ambiental e a

qualidade de vida da população no item programas sociais e ambientais de seu relatório anual.

Sua política socioambiental possui quatro eixos norteadores: proteção dos mananciais,

intervenção socioambiental-educação em saneamento, redução do passivo ambiental e

integração com órgãos de governo e sociedade. A empresa cita que a cooperação entre

diferentes agentes permite compartilhar a responsabilidade pelo desenvolvimento sustentável

com instituições de governo e também com cidadãos sociedade, garantindo maior eficácia aos

programas sociais e ambientais da Sanepar (SANEPAR, 2010).

As ações de educação ambiental da Sanepar são executadas em conjunto com diversos

programas socioambientais, com foco em saneamento, e constituindo uma das principais

ferramentas da Sanepar na busca pela sustentabilidade. O objetivo destes projetos

desenvolvidos junto à comunidade é promover reflexão sobre as temáticas ambientais,

qualidade de vida e desenvolvimento humano. Uma estratégia para que as ações sejam

56

contínuas e abrangentes, é o investimento na capacitação de gestores ambientais e na formação

de multiplicadores, sensibilizando a sociedade civil para compartilhar a responsabilidade pela

conservação dos recursos naturais (SANEPAR, 2010).

Alguns exemplos de projetos da Companhia que promovem a participação, o repensar

de atitudes e o cultivo de valores como contribuição para o desenvolvimento sustentável são a

Formação de Facilitadores em Educação Ambiental e Patrimonial, Agenda 21 Escolar e Fórum

das Águas, todos realizados por equipes multidisciplinares da Sanepar, e com a parceria de

instituições governamentais e sociais(SANEPAR, 2010).

O Quadro 4 apresenta a quantidade de projetos sociais e ambientais realizados pela

Sanepar em 2010:

Quadro 4: Projetos sociais e ambientais da Sanepar

Projetos técnicos sociais em obras, mananciais e eventos 2010

Ações sociais de sensibilização 47.162

Reuniões comunitárias 114

Participantes em reuniões comunitárias 2.508

Reuniões de grupos gestores 36

Participantes em reuniões de grupos gestores 216

Cursos para formação de agentes socioambientais 7

Agentes socioambientais formados 150

Cursos para formação de encanadores 13

Participantes nos cursos de formação de encanadores 91

Visitantes em Centros de Educação Socioambiental 4.100

Fonte: Adaptado de Sanepar(2010, p.38)

A Sanepar visa promover o conceito de desenvolvimento sustentável focando o uso

racional dos recursos naturais por meio da educação socioambiental baseada nos princípios da

Agenda 21 - a denominada Agenda Unificada. Este programa promove eventos em datas

relacionadas às questões ambientais, integrando diversas secretarias e órgãos governamentais,

no intuito de contribuir para que o Paraná se torne um estado comprometido com a preservação

ambiental (SANEPAR, 2010).

O Quadro 5 representa o número de eventos ambientais e os resultados obtidos, durante

o ano de 2010, por meio do programa Agenda Unificada da Sanepar.

57

Quadro 5:Agenda Unificada de Eventos Ambientais da Sanepar - 2010

Dia da

Água

Semana do

Meio Ambiente

Dia da

Árvore

Dia do Rio

N° de ações socioambientais 82 172 86 64

N° de mudas plantadas 5.890 9.510 52.542 14.810

N° de parcerias 127 86 113 90

Fonte: Adaptado de Sanepar (2010,p.39)

A companhia mineira de saneamento apresenta em seu relatório de sustentabilidade o

Programa ProÁgua Nacional, que tem por objetivo garantir a melhoria e a implantação da

oferta de água de boa qualidade para o Norte de Minas Gerais, integrando neste programa a

promoção do uso racional, a fim de evitar que a escassez relativa de água deixe de impedir o

desenvolvimento sustentável da região. Quem coordena o programa no estado é o Instituto

Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), contando com o apoio técnico da Copasa (COPASA,

2010).

A Foz do Brasil é uma empresa brasileira de saneamento privada, que pertence ao grupo

Odebrecht. No relatório de sustentabilidade conjunto do grupo são apresentados os seguintes

programas ambientais da Foz do Brasil: Educação Ambiental para escolas da área do Emissário

Submarino de Jaguaribe (BA), Boas Práticas para o Saneamento Básico -incentivo à

participação da comunidade educacional no saneamento de Cachoeiro de Itapemirim (ES), Foz

do Brasil Estimula a Pesquisa: 2ª edição: fomento ao conhecimento sobre a Bacia Hidrográfica

do Rio Itapemirim (RS), Programa de Educação Ambiental Olho Vivo: água e óleo não se

misturam (SP), Projeto Guaruzinho: sensibilização ambiental de crianças de escolas próximas

aos córregos da cidade de Mauá (SP) e Projeto Taquarussu, uma Fonte de Vida: promoção do

manejo sustentável da sub-bacia do ribeirão Taquarussu Grande (TO) (ODEBRECHT, 2011).

A Odebrecht promove uma premiação no âmbito nacional denominada Prêmio

Odebrecht para o Desenvolvimento Sustentável, voltada para estudantes universitários de

Engenharia (ODEBRECHT, 2011).

Como dentre os programas ambientais da Foz do Brasil, o relatório de 2011 destacou o

investimento de R$ 38 milhões, pela Fundação Odebrecht, em ações do Programa de

Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental do

Baixo Sul da Bahia (PDIS). Somados os investimentos de parceiros e das próprias

58

cooperativas, chega-se a R$ 94 milhões. A companhia foi reconhecida com o Prêmio ECO

2011, na categoria Práticas de Sustentabilidade, concedido pela Câmara Americana de

Comércio (Amcham) de São Paulo e pelo jornal Valor Econômico à Cooperativa dos

Produtores de Palmito do Baixo Sul da Bahia (Coopalm) (ODEBRECHT, 2011).

Com relação aos programas ambientais do grupo Águas de Portugal (AdP), a semana

européia de prevenção de Resíduos de 2011 destacou a Valorsul, empresa do grupo AdP que

recebeu visitas temáticas às instalações da empresa e organizou ações de sensibilização

voltadas para empresas que pretendam melhorar o seu desempenho ambiental, bem como

implantar um plano de gestão de resíduos (ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011).

Outra empresa da AdP,a Águas do Algarve, recebeu a menção honrosa na categoria

“Melhores Ações de Educação Ambiental” da Associação Portuguesa de Distribuição e

Drenagem de Águas (APDA), durante a premiação denominada “Prémios APDA – Tubos de

Ouro 2011”. Este reconhecimento pela APDA é atribuído ao Programa Integrado de Educação

Ambiental da AdP pela terceira vez consecutiva (ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011).

No campo da reciclagem, o grupo AdP traz como destaque a Resinorte, empresa do

grupo que desenvolve uma sensibilização voltada para os comerciantes, visando num segundo

ampliar o escopo para o público em geral. O slogan da campanha é “Dê o exemplo, separe para

reciclar!”, por meio do qual foram veiculadas mensagens práticas sobre como e por que

segregar resíduos para a reciclagem. Como recompensa, os comerciantes que aderem à

campanha integram o grupo de empresas “amigas do ambiente” e recebem da Resinorte um

certificado de reconhecimento pela colaboração (ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011).

Indo além da reciclagem o grupo português de saneamento lançou a campanha “Hora da

Troca”, visando à sensibilização ambiental para incentivar a troca de materiais que não eram

mais utilizados, para que outro possa reutilizá-los, aumentando o ciclo de vida do produto. O

público foram as escolas da região do Algarve e centros paroquiais (áreas da catequese, locais

onde foi promovida a troca direta entre aluno sem feiras de troca (ÁGUAS DE PORTUGAL,

2011).

Como parte integrante do plano de educação ambiental da AdP o programa “Liga-te a

um futuro feliz” visa sensibilizar a população para a importância do tratamento das águas

59

residuais,reforçando a necessidade de interligar-se à rede de saneamento básico (ÁGUAS DE

PORTUGAL, 2011).

2.5.PERCEPÇÃO

Ao se compor a questão de pesquisa decidiu-se por utilizar o termo “percepção”, ou

seja, o trabalho é direcionado a investigar como os colaboradores da empresa em estudo

percebem o assunto proposto.

Pode-se definir percepção como ato, efeito ou faculdade de perceber. Trata-se de um

conhecimento sensorial de configuração organizada e dotada de sentido. O termo serve tanto

para definir a resposta sensorial a estímulos externos, quanto a atividade intencional que

registra alguns fenômenos claramente ao mesmo tempo em que bloqueia outros. O processo

mental percepção decorre da interação do indivíduo com o meio, e pode ser captadas pelos

cinco sentidos, ou pelos mecanismos cognitivos: inteligência, motivações, humores,

necessidades, conhecimentos prévios, valores, julgamentos e expectativas (FERREIRA, 2007).

Considerando que se pretende estudar a percepção dos colaboradores sobre os

programas ambientais, não se pretender apenas compreender quais são os programas

ambientais da empresa estudada, mas como a divulgação deles é recebida pelos colaboradores.

Como exposto no conceito de percepção, mesmo que certo programa exista e seja até

divulgado, pessoas diferentes podem percebê-lo de forma diferente, já que a percepção pode

registrar alguns fatos e bloquear outros, sendo inclusive influenciada por fatores pessoais como

humor, valores, expectativas, conhecimentos, dentre outros.

Em ciências sociais é comum pesquisar atitudes, comportamentos e percepções. As

pesquisas de marketing, por exemplo, utilizam métodos para medição de atitudes e avaliação de

percepção. O intuito é verificar o modo como as pessoas percebem algo, uma vez que isto se

reflete no comportamento (BRANDALISE, 2005).

O trabalho de Brandalise (2005) compara uma série de instrumentos de aferição de

atitudes, comportamentos e percepções das pessoas, visando auxiliar nas tomadas de decisão e

fomentar estratégias de ação no gerenciamento das organizações.

60

A escala Likert, selecionada para a condução deste trabalho, foi apresentada por

Brandalise (2005) como indicada para a aferição de percepção. A escala apresenta vantagens

em relação às demais, principalmente devido à simplicidade de aplicação, por permitir utilizar

afirmações não explicitamente atreladas à atitude estudada, e por tende a uma maior precisão,

já que permite maior número de alternativas (BRANDALISE, 2005).

Corroborando o trabalho da autora de estudo de percepções em ciências sociais,

elaborou-se o Quadro 6. O quadro sintetiza as referências pesquisadas para a condução do

trabalho sobre percepção dos colaboradores sobre os programas ambientais, que também

utilizaram o termo percepção.

Quadro 6: Referências pesquisadas que utilizam o termo percepção

Título do trabalho Autores / Referências

Criatividade em aula: percepção de alunos de dois estados brasileiros GONÇALVES; FLEITH;

LIBÓRIO, 2011

Explorando a percepção dos trabalhadores sobre o ambiente de

trabalho em linhas de geracionais (tradução nossa) BELL, 2008

Um levantamento das percepções dos gerentes sobre ética empresarial,

responsabilidade social e ações que podem afetar o sucesso das

empresas (tradução nossa)

CACIOPPE; FORSTER; FOX,

2008

Projeto de Educação Ambiental na Sabesp: Um estudo das percepções

dos empregados. PRADO; ISTILLI, 2002

Percepção e mensuração da reputação corporativa (tradução nossa) CARRASCO, 2005

Responsabilidade social empresarial com público interno: a percepção

dos empregados da Promon FURTADO, 2006

Empenhamento organizacional e percepção de apoio organizacional:

Estudo exploratório com uma amostra de trabalhadores do sector dos

dispositivos médicos

MARQUES, 2010

Modelos de medição de percepção e comportamento – uma revisão BRANDALISE, 2005

Percepção de Ciência: Relações entre conhecimentos, crenças, atitudes

e fatores sócio-demográficos SIMON, 2009

Fonte: Elaborado pela autora

Pode-se observar que todas as referências apontadas no Quadro 6 utilizaram o termo

percepção, todas elas aplicando o termo inclusive no título do trabalho, o que comprova a

usualidade do termo em pesquisas semelhantes a que está sendo conduzida.

61

2.6.ENDOMARKETING®

O marketing interno, ou Endomarketing®, na definição de Bekin (1995), consiste em

ações gerenciadas de marketing dirigidas ao público interno das organizações.

Cerqueira (1994) define Endomarketing® como um conjunto de práticas introduzidas e

aprimoradas na organização que visam obter ou elevar o comprometimento dos colaboradores.

Brum (1994) traz um conceito bem semelhante, ressaltando que a empresa deve utilizar

adequadamente estas práticas, porém aponta como objetivo vender a imagem da organização

aos funcionários e aos seus familiares – ampliando a esfera de aplicação do Endomarketing®,

quando comparado à definição de Cerqueira. Brum (1994) complementa que o

Endomarketing® visa tornar comuns objetivos, metas e resultados entre os colaboradores de

determinada empresa, enfatizando a comunicação interna.

Kotler (1998, p.40) já trabalhou com um conceito mais específico definindo

Endomarketing® como uma “tarefa bem sucedida de contratar, treinar e motivar funcionários

hábeis que desejam atender bem aos consumidores”.

O conceito de Endomarketing® consolidou-se em diversas literaturas da década de

1990, quando foram consolidados conceitos e propostas do tema, porém observa-se deficiência

na evolução do tema no Brasil, pois praticamente não se observam publicações acadêmicas

sobre o tema na última década.

Um fator que pode ser cogitado como um dos principais motivos para a falta de

literatura sobre o tema é o fato do termo Endomarketing® ter sido patenteado no Brasil. É

difícil imaginar os argumentos apresentados ao INPI para aprovação da concessão de uso

exclusivo de uma marca que exprime um conceito científico, procedimento administrativo ou

ferramenta gerencial (INKOTTE, 2000).

O Endomarketing® pode ser considerado uma ampliação do conceito de marketing, que

antigamente voltava-se exclusivamente ao público externo às organizações, porém hoje busca

também a satisfação do público interno, que motivado e empenhando, atende de maneira

eficiente o seu público externo. A estrutura interna da organização corresponde à imagem

62

divulgada pela empresa, de forma que se torna essencial que os funcionários se sintam

motivados e satisfeitos (FIGUEIREDO NETO; MACHADO; SILVA, 2010).

Com base na literatura pesquisada é possível inferir a importância da utilização do

Endomarketing® como uma ferramenta para “vender” os programas ambientais da empresa ao

público interno, buscando fomentar a motivação dos colaboradores e consequentemente o

comprometimento destes com as ações ambientais já implantadas na organização.

Uma pesquisa realizada junto a doze organizações analisou os programas e ações de

Endomarketing® praticados por elas, estudando paralelamente as ações sugeridas pela

literatura, e realizando um levantamento com os gestores das doze empresas, para identificar a

avaliação deles sobre o Endomarketing® de sua organização (GRAZIANO, 2011).

Como forma de sintetizar os resultados da pesquisa de Graziano (2011), destacaram-se

os quatro quadros apresentados a seguir, por serem os que mais interessam a este estudo.

O Quadro 7 apresenta os principais tipos de programas de Endomarketing que podem

ser adotados por uma organização, visando gerar comunicação, motivação e comprometimento

dos colaboradores.

Quadro 7: Tipos de programas de Endomarketing®

Tipos de programas de Endomarketing

- Qualidade de vida

- Treinamentos de capacitação de pessoas

- Merchandising de produtos para os colaboradores

- Quadro de avisos

- Jornal interno

- Cultura organizacional

- Manuais

- Panfletos

- Comportamento organizacional

- Mudança organizacional

- Clima organizacional

Fonte: Adaptado de Graziano (2011, p.124)

Extrapolando o conceito de Endomarketing® já apresentado, o Quadro 7 auxilia na

explanação dos tipos de programas que estão englobados nesta modalidade e são comumente

adotados pelas organizações.

63

Grande parte destas atividades já está presente na rotina de muitas empresas, mesmo

que não possuam um programa de Endomarketing® estruturado. A ideia do marketing interno é

conjugar estas atividades que quase sempre estão nas áreas de Marketing ou Recursos

Humanos, com um objetivo bem definido, no intuito de trabalhar sistematicamente para

aprimorar a força de trabalho da organização.

Pode-se citar como objetivo do Endomarketing® construir lealdade no relacionamento

com o público interno, partilhar os objetivos da organização, harmonizar e fortalecer as

relações internas, refletindo positivamente na relação da empresa com seu mercado (BEKIN,

2002). O Quadro 8 apresenta os objetivos dos programas de Endomarketing® propostos por

Graziano (2011), que extrapolam os objetivos sintetizados por Bekin (2002) para objetivos

mais específicos, esclarecendo assim com que foco as ações do Quadro 8 deverão ser

conduzidas.

Quadro 8: Objetivos dos programas de Endomarketing®

Objetivos dos Programas de Endomarketing

- promover consciência e prática de atitudes que promovam bem-estar (através de atividades de educação

nutricional, sobre lazer, atividades físicas, sobre como tratar o estresse e outros problemas)

- Conscientização em relação aos cuidados com o meio ambiente (atividades sobre sustentabilidade)

- Comprometimento dos colaboradores

- Prevenção de possíveis problemas com os produtos

- Informar os colaboradores

- Apresentar novos produtos para os colaboradores, no sentido de favorecer o processo de vendas

- Distribuição interna de amostras no lançamento de produtos

- Informar os colaboradores sobre assuntos organizacionais

- Apresentar a empresa

- Reconhecer a diversidade cultural

- Integrar o colaborador, comunicar informações internas e externas relevantes

- Reter os colaboradores

- Capacitar, desenvolver e reciclar os colaboradores

- Manter um ambiente sadio na empresa

- Incentivar a iniciativa e manter a motivação

- Elaborar panfletos informativos para informar e integrar os colaboradores nas políticas da organização

- Desenvolver ações em benefícios dos clientes

- Proporcionar motivação, valorização e reconhecimento dos colaboradores

- Melhorar índices de produtividade

- Reduzir custos

- Melhorar os índices de qualidade

- Promover educação e desenvolvimento dos colaboradores

- Desenvolver a flexibilidade no ambiente de trabalho

- Evitar o distanciamento entre as áreas da empresa

- Apresentar os resultados alcançados, mensalmente, para toda a equipe

- Fazer pesquisa de clima organizacional e correções necessárias

Fonte: Adaptado de Graziano (2011, p.124, grifos nossos)

64

Dentre todos os benefícios apontados no trabalho de Graziano (2011) e apresentados no

Quadro 8, destacaram-se em negrito os que se relacionam diretamente com os programas

ambientais estudados por este trabalho.

Entre os itens destacados encontra-se a “conscientização em relação aos cuidados com o

meio ambiente”, que é o objetivo do Endomarketing® mais fortemente relacionado ao recorte

dado para os programas ambientais. Em complemento a este objetivo, o destacam-se também

os de informar, capacitar, gerar comprometimento e integrar os colaboradores, para os

programas ambientais da organização.

O Quadro 9 apresenta as de respostas dadas pelos gestores a cada afirmação proposta

por Graziano (2011) sobre os programas de Endomarketing®. Foi utilizada uma escala de seis

pontos, definida da seguinte forma: CT: Concordo Totalmente; CP: Concordo Parcialmente; C:

Concordo; DP: Discordo Parcialmente; D: Discordo; DT: Discordo Totalmente. Cada coluna

apresenta um nível desta escala, e cada linha uma afirmação apresentada. A intersecção das

linhas com as colunas representa o número de respostas que foram atribuídas àquele nível, para

aquela afirmação em específico.

Quadro 9: Categorias de análise dos programas de Endomarketing®

Categorias de análises dos programas CT CP C DP D DT

Os PEnd estimulam a participação de todos os colaboradores da

organização 5 2 2 1

Os PEnd melhoram as atitudes e comportamentos dos colaboradores

com relação ao emprego 5 5

Os PEnd provêm pesquisas para identificar as necessidades e desejos

dos colaboradores 4 4 1 1

Os PEnd, com base nas pesquisas, incluem benefícios para satisfazer

as expectativas dos funcionários 4 2 3 1

Os PEnd atraem, desenvolvem e retém talentos 4 1 3 2

Os PEnd asseguram que todos os colaboradores tenham as

informações necessárias para agir em beneficio do cliente 4 4 2

Os PEnd criam e promovem ideias nas organizações voltadas ao bom

atendimento ao cliente 5 2 3

Os PEnd vencem resistências internas a mudanças 2 4 3 1

Os PEnd buscam a manutenção de um ambiente de trabalho, que

proporcione motivação, valorização e reconhecimento das pessoas 4 3 3

Os PEnd estimulam em todos a assunção da missão, visão, objetivos,

estratégias e táticas do negócio 3 3 3 1

Os PEnd contribuem para a melhoria dos índices de produtividade 1 7 1 1

Os PEnd contribuem para a melhoria dos índices de qualidade 3 4 1 2

65

Categorias de análises dos programas CT CP C DP D DT

Os PEnd contribuem para a diminuição dos custos 2 3 4 1

Os PEnd utilizam canais de comunicação interna, que contribuem

para a melhoria dos relacionamentos, independente do nível

hierárquico

4 3 2 1

Os PEnd criam ambientes e situações que façam o funcionário ter

motivação em seu trabalho 3 4 2 1

Os PEnd favorecem o recrutamento e seleção 2 5 3

Os PEnd trabalham o treinamento sob a ótica de educação e

desenvolvimento 4 3 1 2

Os PEnd incluem os planos de carreira como instrumentos de

motivação 2 5 3

Os PEnd atingem colaboradores por nível organizacional

(operacional, intermediário, gerencial) 3 2 2 3

Nota:PEnd: Programas de Endomarketing®

Fonte: Adaptado de Graziano (2011, p.125)

Analisando-se o Quadro 9, percebe-se que as afirmações sobre os programas de

Endomarketing® apontadas com “concordo totalmente” pelo maior número de respondentes

(cinco) foram as seguintes: estimulam a participação de todos os colaboradores da organização,

melhoram as atitudes e comportamentos dos colaboradores com relação ao emprego e criam e

promovem ideias nas organizações voltadas ao bom atendimento ao cliente.

Quando somados os três níveis que indicam concordância (concordo totalmente,

concordo parcialmente e concordo) obtêm-se mais de setenta por cento das repostas para todas

as questões, concentradas neste grupo. Assim, dentre os dez respondentes ao menos sete

indicaram concordar total ou parcialmente, com todas as contribuições dos programas de

Endomarketing® apresentadas.

Esta validação empírica das contribuições do Endomarketing® é de grande valia para

este trabalho, que buscará identificar se esta ferramenta é utilizada na empresa estudada.

Pensando na efetividade e aplicabilidade dos programas de Endomarketing®, por serem

processos gerenciais e cíclicos, são demandadas ações e gestão continuas em quatro variáveis,

denominadas “Composto de Endomarketing”: i) a empresa (o que é entregue aos

colaboradores); ii) o ambiente (tangível e intangível); iii) o trabalho (moeda de troca do

colaborador); e iv) a comunicação (FIGUEIREDO NETO; MACHADO; SILVA, 2010).

66

O Quadro 10 compara os benefícios dos programas de Endomarketing® apresentados

pela teoria e utilizados por Graziano (2011) como base para a pesquisa empírica, e compara-os

com os resultados práticos do levantamento realizado junto às indústrias de produtos orgânicos,

que foram objeto de sua pesquisa.

Quadro 10: Benefícios dos programas de Endomarketing® segundo a teoria

Benefícios dos Programas de Endomarketing: posicionamentos

disponíveis na teoria

Resultados na Prática: benefícios dos

Programas de Endomarketing na ótica

das indústrias de orgânicos

Segundo os autores Ponce (1995), Kotler (1993), Bekin (1995), os

benefícios dos Programas de Endomarketing são:

Estimulam a participação de todos os colaboradores da

organização

Melhoram as atitudes e comportamentos dos colaboradores

com relação ao emprego

Provem pesquisas para identificar as necessidades e desejos

dos colaboradores

Incluem com base em pesquisas benefícios para satisfazer as

expectativas dos funcionários

Atraem, desenvolvem e retém talentos

Asseguram que todos os colaboradores tenham as

informações necessárias para agir em beneficio do cliente

Criam e promovem ideias nas organizações voltadas ao bom

atendimento ao cliente

Vencem resistências internas a mudanças

Buscam a manutenção de um ambiente de trabalho, que

proporcione motivação, valorização e reconhecimento das

pessoas

Estimulam em todos a assunção da missão, visão, objetivos,

estratégias e táticas do negócio

Contribuem para a melhoria dos índices de produtividade

Contribuem para a melhoria dos índices de qualidade

Contribuem para a diminuição dos custos

Utilizam canais de comunicação interna, que contribuem para

a melhoria dos relacionamentos, independente do nível

hierárquico

Criam ambientes e situações que façam o funcionário ter

motivação em seu trabalho

Favorecem o recrutamento e seleção

Trabalham o treinamento sob a ótica de educação e

desenvolvimento

Estimulam a participação de todos

os colaboradores da organização

Melhoram as atitudes e

comportamentos dos colaboradores

com relação ao emprego

Criam e promovem ideias nas

organizações voltadas ao bom

atendimento ao cliente

Contribuem para a melhoria dos

índices de produtividade

Favorecem o recrutamento e

seleção

Incluem os planos de carreira como

instrumentos de motivação

67

Benefícios dos Programas de Endomarketing: posicionamentos

disponíveis na teoria

Resultados na Prática: benefícios dos

Programas de Endomarketing na ótica

das indústrias de orgânicos

Incluem os planos de carreira como instrumentos de

motivação

Atingem colaboradores por nível organizacional (operacional,

intermediário, gerencial)

Fonte: Adaptado de Graziano (2011, p.127)

De forma sucinta, podem-se destacar como principais pontos em comum entre teoria e

pesquisa de campo, o estímulo à participação dos colaboradores, melhoria de atitudes e

comportamentos destes, geração de ideias para um bom atendimento ao cliente, melhoria de

produtividade, contribuição para o recrutamento e seleção e transformação dos planos de

carreira como instrumentos de motivação.

Tomando-se estas contribuições para a aplicação na pesquisa dos programas ambientais,

acredita-se que os benefícios apresentados pelos programas de Endomarketing são importantes

para a implementação de programas organizacionais que requeiram a participação maciça dos

colaboradores, como os programas ambientais selecionados para este estudo.

O objeto deste trabalho são as percepções dos colaboradores os programas ambientais.

Após estudar o conceito de percepção e os objetivos das ações de Endomarketing® podem-se

apontar as práticas de Endomarketing® como possíveis promotoras de uma percepção positiva

dos programas ambientais.

Reforçando esta ideia, pode-se citar que as ações de Endomarketing® são ferramentas

úteis para comunicar programas corporativos, melhorar a reputação da organização junto ao

público interno, gerando ou fortalecendo a confiança na empresa,além de satisfação,

comprometimento e fidelização nos colaboradores (FIGUEIREDO NETO; MACHADO;

SILVA, 2010).

68

3. METODOLOGIA DA PESQUISA

Neste capítulo apresenta-se a metodologia, que descreve os procedimentos adotados

para a condução da pesquisa de campo, a estratégia de pesquisa adotada e o protocolo definido

para este levantamento.

3.1.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Prodanov e Freitas (2013) relatam que “método” significa caminho, “logia” significa

estudo, e “ciência” se refere ao próprio saber. O termo “Metodologia Científica” estuda os

caminhos percorridos para chegar a este saber. Nesta mesma linha, Zanella (2009, p.61) define

metodologia como “o caminho que o pesquisador percorre em busca da compreensão da

realidade, do fato, do fenômeno”.

A Metodologia, em um nível aplicado, examina, descreve e avalia métodos e

técnicas de pesquisa que possibilitam a coleta e o processamento de

informações, visando ao encaminhamento e à resolução de problemas e/ou

questões de investigação.A Metodologia é a aplicação de procedimentos e

técnicas que devem ser observados para construção do conhecimento, com o

propósito de comprovar sua validade e utilidade nos diversos âmbitos da

sociedade (PRODANOV; FREITAS, 2013, p.14).

O método científico é a maneira escolhida pelo pesquisador para aprofundar o

conhecimento sobre determinado objeto, fato ou fenômeno. É um conjunto de procedimentos

intelectuais e técnicos utilizados de forma ordenada e sistemática para este fim (ZANELLA,

2009).

Considerando o método como um procedimento ou caminho para alcançar determinado

fim, e é sabido que a finalidade da ciência é buscar o conhecimento, pode-se dizer que o

método científico são procedimentos adotados com o intuito de atingir o conhecimento

(PRODANOV; FREITAS, 2013).

Yin (2010) apresenta como principais métodos de pesquisa presentes nas ciências

sociais os experimentos, levantamentos, análise de arquivos, pesquisas históricas e estudos de

caso. Visando identificar qual destes métodos melhor se aplica a esta investigação, retorna-se à

69

questão de pesquisa definida sumariamente: “Como se caracteriza a percepção dos

colaboradores em relação aos programas ambientais de uma empresa de saneamento?”

Para as questões do tipo “como”, é sugerido o uso de experimento, pesquisas históricas

ou estudos de caso (YIN, 2010).

Neste trabalho, decidiu-se por explorar um estudo de caso de uma empresa de

saneamento básico. No entanto, este traz em sua concepção um levantamento – também

conhecido como survey, além da análise documental e entrevistas. Este conjunto permite

triangular os métodos a fim de se obter múltiplas evidências conforme recomendações para

estudos de caso melhor exploradas no item 3.2 (SANTOS, 2009; TANURE; EVANS;

CANÇADO, 2010; YIN, 2010).

Com relação à opção de incluir um levantamento dentro do estudo de caso, pontua-se

que as pesquisas do tipo survey permitem investigar um grande número de variáveis

independentes, em relação a qualquer variável dependente, sendo assim mais representativas e

com maior possibilidade de generalização (LEVIN; FOX, 2004, p.4).

Prodanov e Freitas (2013, p.57-58), apresentam a seguinte definição de levantamento:

Esse tipo de pesquisa ocorre quando envolve a interrogação direta das pessoas

cujo comportamento desejamos conhecer através de algum tipo de

questionário. Em geral, procedemos à solicitação de informações a um grupo

significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida,

mediante análise quantitativa, obtermos as conclusões correspondentes aos

dados coletados.

Uma pesquisa do tipo survey ou levantamento é considerada retrospectiva, ou seja,

analisa os efeitos das variáveis independentes sobre as dependentes registrados após a

ocorrência. Os pesquisadores que utilizam esta técnica buscam reconstruir estas influências e

consequências por meio de relatórios verbais dos entrevistados, seja por questionários

autoadministrados, entrevistas face a face ou telefônicas (LEVIN; FOX, 2004).

70

3.2.ESTUDO DE CASO

Este trabalho é um estudo exploratório, que utilizou como estratégia de pesquisa o

estudo de caso. Nesta situação, seleciona-se uma empresa para estudar em profundidade,

utilizando-se de múltiplas evidências para extrair as respostas às questões de pesquisa propostas

(GODOY, 1995).

Validando a relevância de um estudo de caso, Schramm (1971) pondera que, mesmo

quando há grande número de experimentos e quase-experimentos passíveis de execução em

campo, estudos de caso são úteis por sua qualidade realista e holística. Eles são capazes de

informar sobre um projeto em sua totalidade e apontar descobertas separadas em contexto e

proporção.

Cabe salientar também que, o estudo de caso é um sistema limitado com relação ao

tempo, eventos e processos, limites estes que muitas vezes não são claros. O objeto do estudo

de caso demandará um estudo prévio que conferirá foco e direção à investigação. Não se pode

perder de vista o caráter único, específico, diferente e complexo do caso. A pesquisa decorre

em ambiente natural, e o investigador recorre a fontes múltiplas de dados e a distintos métodos

de coleta de dados, tais como observações diretas ou indiretas, entrevistas, questionários,

documentos, entre outros (PRODANOV; FREITAS, 2013, p.64).

Considerando a especificidade de cada caso, a avaliação prévia permite definir o

número de casos a ser estudado, os tipos de evidências e métodos de coleta de dados, e

consequentemente a dimensão do estudo. Com relação à sua dimensão “[...] um estudo de caso

pode variar em comprimento e detalhes de acordo com o nível de tomada de decisão para a

qual se destina a contribuir, e o nível de compreensão que se destina a servir” (SCHRAMM,

1971, p.7, tradução nossa).

O estudo de caso “representa a estratégia preferida quando colocamos questões do tipo

„como‟ e „por que‟, quando o pesquisador tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco

se encontra em fenômenos contemporâneos inseridos em algum contexto da vida real”

(PRODANOV; FREITAS, 2013, p.128).

71

Esta estratégia de pesquisa tem por objetivo apreender a totalidade de uma situação para

então descrever, compreender e interpretar a complexidade de um caso concreto e bem

delimitado (MARTINS, 2008).

Apresentam-se como requisitos básicos para a realização de um estudo de caso a

severidade, objetivação, originalidade e coerência (PRODANOV; FREITAS, 2013).

Dentro da estratégia de estudo de caso, pode-se optar por um caso único ou casos

múltiplos (BRESSAN, 2000; YIN, 2010). Levando em conta a limitação de tempo e de

recursos, e a representatividade do caso selecionado no segmento estudado, decidiu-se por

estudar um estudo de caso único.

Martins (2008) pondera que as limitações e dificuldades inerentes ao estudo de caso

demandam um projeto de pesquisa que seja viável para os pesquisadores, permitindo conduzir

um estudo de caso com uma preparação prévia e uma estrutura adequada. Desta forma, o autor

sugere que “os projetos de mestrado tendam para um modelo de Estudo de Caso único com

enfoque incorporado” (MARTINS, 2008, p. 17).

Considerou-se pertinente estudar um caso único uma vez que o caso selecionado é a

maior empresa de saneamento brasileira e uma das cinco maiores do mundo (SABESP, 2012b).

Assim, o tamanho da empresa, ampla atuação geográfica, grande número de clientes e

colaboradores, elegeram-na como um caso típico e mais facilmente representativo do setor que

se pretendia estudar (YIN, 2010).

Ainda citando definições do estudo de caso, tem-se que ele “[...] não se caracteriza

como uma maneira específica para a coleta de dados nem simplesmente uma característica do

planejamento de pesquisa em si; é sim uma estratégia de pesquisa abrangente” (PRODANOV;

FREITAS, 2013, p.62).

O estudo de caso é considerado uma investigação complexa, de forma que o

pesquisador defronta-se por vezes com grande número de variáveis de interesse, que muitas

vezes requerem o uso de várias fontes de evidências. Assim, o pesquisador buscará a

convergência de evidências, que conferirão fidedignidade e validade aos achados. Este é o

papel das triangulações de informações, evidências e até mesmo teorias. Leva-se em conta um

conjunto de proposições teóricas durante todo o processo de investigação, compreendendo a

72

coleta e a análise de dados ocorrendo paralelamente (YIN, 2010; PRODANOV; FREITAS,

2013; MARTINS, 2008).

Yin (2010) enumera seis possíveis fontes de evidências para um estudo de caso:

entrevistas, documentos, observação direta, observação participante, registros em arquivo e

artefatos físicos. O autor cita a importância de utilizar múltiplas evidências (ao menos duas das

citadas) para aumentar substancialmente a qualidade dos resultados e conclusões.

Para este estudo foram selecionados como fontes de evidências os documentos

(relatórios de sustentabilidade), as entrevistas com os gestores, e complementarmente

conduziu-se um levantamento junto aos colaboradores.

Uma forma de obterem-se múltiplas evidências é por meio da triangulação de dados,

que pode ser feita, por exemplo, utilizando-se a coleta de dados primários, referentes ao estudo

de caso em conjunto com dados secundários, provenientes de um levantamento. É possível

ainda a triangulação de investigadores e de metodologia, esta última utilizando-se método

quantitativo e qualitativo (TANURE; EVANS; CANÇADO, 2010).

Creswell (2010) baseou seu trabalho na explanação dos métodos mistos de pesquisa

(qualitativo e quantitativo integrados), e também defende o uso da triangulação como um

procedimento eficaz para obter-se os melhores resultados de um estudo misto.

“O recurso da triangulação e o desenvolvimento de projetos de pesquisa de método

misto se apresentam como ferramentas operacionais importantes, considerando a necessidade

de inovação das técnicas tradicionais de coleta, processamento e análise de dados.” (SANTOS,

2009, p.129).

Prodanov e Freitas (2013, p.64) relatam que “[...] a convergência de resultados

provenientes de fontes distintas oferece um excelente grau de confiabilidade ao estudo, muito

além de pesquisas orientadas por outras estratégias.”

73

3.3.MÉTODO DE PESQUISA: MISTO (QUALITATIVO E QUANTITATIVO)

O método qualitativo visa criar um modelo de entendimento profundo de ligações entre

elementos, ou seja, uma ordem que é invisível ao olhar comum. Este método pretende

“entender como o objeto de estudo acontece ou se manifesta; e não aquele que almeja o

produto, isto é, os resultados finais matematicamente trabalhados” (TURATO, 2005, p.509).

Já método quantitativo é aquele que pesquisa uma amostra da população, e os resultados

finais podem ser analisados e interpretados por meio de médias e percentuais das respostas

obtidas (SAMARA; BARROS, 2007).

Complementando esta ideia, pode-se dizer que a pesquisa quantitativa emprega

instrumentos estatísticos na coleta e no tratamento dos dados. É uma abordagem que não se

aprofunda tanto quanto a qualitativa na busca do conhecimento dos fenômenos, atendo-se ao

comportamento geral dos acontecimentos (VERGARA, 2005).

Para Stake (2000), o que define o estudo de caso não são os métodos de investigação,

mas o interesse em casos individuais, de forma que o método pode ser tanto qualitativo como

quantitativo.

Schramm (1971) esclarece que um estudo de caso é um método não-experimental, que

pode ser quantitativo ou não. É possível “[...] reportar e analisar dados experimentais e

levantamento e relacionar estes com as decisões e outras características do projeto”

(SCHRAMM, 1971, p.3, tradução nossa).

Prodanov e Freitas (2013) pontuam que a pesquisa de campo pode apresentar

abordagem predominantemente quantitativa ou qualitativa dependendo das técnicas de coleta,

análise e interpretação dos dados. Os autores apontam como diferença entre as duas abordagens

o fato de que a qualitativa enfoca a complexidade da realidade social, enquanto que na pesquisa

predominantemente quantitativa o pesquisador se limita à descrição factual do evento estudado.

Assim, pode-se concluir que, independente de utilizar-se uma pesquisa quantitativa,

qualitativa ou mista, a análise atrelada a um estudo de caso sempre demandará uma abordagem

qualitativa. Isto ocorre porque o objetivo do estudo de caso “é o estudo de uma unidade social

que se analisa profunda e intensamente” (MARTINS; THEÓPHILO,2009, p. 62).

74

Santos (2009, p.129) cita como tendência atual para a pesquisa social articular técnicas

quantitativas e qualitativas em uma mesma investigação.

Uma pesquisa que utilize métodos mistos “pode permitir que os pesquisadores abordem

questões de pesquisa mais complicadas e coletem uma série mais rica e mais forte de evidência

do que poderiam obter por qualquer método único isolado” (YIN, 2010, p. 87)

Nesta mesma linha, Santos (2009, p. 152) pondera que “o embate entre os

pesquisadores alinhados a técnicas qualitativas ou quantitativas foi intenso e ainda perdura,

embora a tendência mais atual seja no sentido de ampliação do reconhecimento mútuo e

integração entre ambas as abordagens.”

Corroborando esta discussão, Yin (2010) descrevendo os métodos de pesquisa

aplicáveis ao estudo de caso, relata que experimentos como os estudos de percepções

psicológicas, da mesma forma que algumas questões de levantamento que tragam respostas

categóricas ao invés de numéricas, avaliam a evidência qualitativa. Desta forma, o autor afirma

que:

[...] o método de estudo de caso não é apenas uma forma de “pesquisa

qualitativa”, mesmo que possa ser reconhecida entre a variedade de opções da

pesquisa qualitativa [...] vai além [...] usando uma mistura de evidência

quantitativa e qualitativa. Além disso, os estudos de caso não precisam sempre

incluir a evidência observacional direta e detalhada marcada pelas outras

formas de “pesquisa qualitativa” (YIN, 2010, p.41)

Para este estudo de caso utilizou-se um método misto de pesquisa que conjuga a

pesquisa qualitativa com a quantitativa. Segundo Silverman (2009), existem inúmeras

possibilidades de combinação destes métodos, como por exemplo, grupos focais (qualitativo) e

questionários (quantitativo).

Santos (2009, p.130) traz um esclarecimento que valida este pensamento:

Os delineamentos metodológicos modernamente incorporam diferentes

técnicas de coleta e análise de dados, integrando múltiplas estratégias de

pesquisa. Os fenômenos sociais apresentam diversas dimensões e interfaces e

sua adequada abordagem requer, com frequência, a integração de aspectos

subjetivos com determinantes estruturais ou contextuais mais abrangentes.

Desta forma, podem ser interligadas perspectivas macro e microsociais de

forma complementar, assim como, incorporar procedimentos mistos nas

etapas da coleta, processamento ou análise dos dados.

75

A combinação de diversas técnicas de pesquisa possibilita o desenvolvimento de

pesquisas sociais mais precisas e interessantes. O desenho multimétodo, com a

combinação de estratégias quali-quanti parece ser mais completo e efetivo do

que os realizados exclusivamente com uma das duas abordagens (SANTOS,

2009, p.130).

Um estudo de caso é uma pesquisa qualitativa e/ou quantitativa que tem como objeto o

estudo de uma unidade profundamente, seja ela um sujeito, um grupo de pessoas, uma

comunidade etc. (PRODANOV; FREITAS, 2013).

Os objetivos da pesquisa, bem como o acesso aos colaboradores da empresa selecionada

permitiram a realização de um levantamento de dados, pesquisa classificada como quantitativa.

Entretanto, segundo Martins (2008) um levantamento amostral e avaliação exclusivamente

quantitativa não permitem a penetração plena em uma realidade social mediante um mergulho

profundo e exaustivo em um objeto delimitado, o que é proporcionado pelo estudo de caso,

considerado como uma metodologia que na maioria dos estudos predomina a abordagem

qualitativa.

A existência de programas ambientais amplamente divulgados nos relatórios de

sustentabilidade facilita a obtenção de dados secundários, que foram utilizados na análise

qualitativa inicial feita para este estudo de caso. Complementando a etapa qualitativa da

pesquisa, foram realizadas entrevistas com os gestores dos três programas ambientais

selecionados para o estudo. Já para a fase quantitativa, procedeu-se uma pesquisa de campo,

que buscou identificar o nível de conhecimento, concordância e participação do público interno

nos programas ambientais, para comparar o discurso ambiental expresso nos relatórios de

sustentabilidade com a visão do público interno.

3.4.CASO EM ESTUDO

Selecionou-se como caso em estudo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de

São Paulo – SABESP, fundada em 1973 como sociedade de participação acionária (Governo do

Estado de São Paulo, acionistas privados e municípios). A companhia possui 15.109

colaboradores (efetivo de março de 2013), atuando em 363 municípios do Estado de São Paulo,

76

e abrangendo quase 70% de sua população urbana. Os principais serviços são fornecimento de

água, coleta e tratamento de esgotos (SABESP, 2013a; SABESP, 2013b).

A empresa conta com um patrimônio líquido de R$ 11,7 bilhões (Balanço 4º trimestre

de 2012) e está entre as cinco maiores empresas de saneamento, por número de clientes, ou

seja, é a maior empresa brasileira de saneamento neste quesito (SABESP, 2012b).

O recorte da pesquisa limitou-se à Diretoria de Sistemas Regionais (Diretoria R), que

abrange todos os municípios do interior paulista e litoral que são operados pela Sabesp,

totalizando 326 municípios dos 363 atendidos pela empresa (SABESP, 2013a). Em julho de

2013 a Diretoria R declarou um quadro funcional de 6.697 colaboradores (informação verbal) 1.

A definição do recorte para a pesquisa se deu pelos seguintes motivos: a) facilidade para

obter aprovação e apoio para realização da pesquisa por depender de aprovação de um único

diretor ao invés de toda a diretoria colegiada e presidência; e b) historicamente os programas

corporativos iniciam sua implantação pela região metropolitana de São Paulo, e geralmente

estão mais estruturados nesta região, de forma que interessou ao estudo avaliar como estão os

programas ambientais nos demais municípios, que costumam apresentar evolução incipiente

em alguns programas corporativos.

Os programas ambientais selecionados para o estudo foram o Programa 3Rs (Reduzir,

reutilizar e reciclar), o Programa de Educação Ambiental (PEA) e o Programa de Uso Racional

da Água (PURA).

3.5.DELINEAMENTO DA PESQUISA

A primeira fase da investigação utilizou-se da pesquisa qualitativa, por meio de uma

análise de dados secundários. Realizou-se uma pesquisa documental, para identificar os

programas ambientais divulgados pela empresa objeto do estudo em seu relatório de

1Número de colaboradores da Diretoria R: informação recebida verbalmente da área de Recursos Humanos da

Diretoria em18.jul.2013.

77

sustentabilidade, bem como informações publicadas em relatórios e artigos acadêmicos, e de

relatórios de sustentabilidade de outras empresas do setor de saneamento.

Ainda como parte da pesquisa qualitativa, foram conduzidas entrevistas com os gestores

dos três programas ambientais selecionados para estudo. Foram selecionados o Programa 3Rs

(Reduzir, reutilizar e reciclar), Programa de Educação Ambiental (PEA) e o Programa de Uso

Racional da Água (PURA), por serem os que em sua concepção são mais abrangentes.

O conceito do Programa 3Rs baseia-se nos conceitos de “reduzir, reutilizar e reciclar”.

Por meio da coleta seletiva da Sabesp foram recicladas 372 toneladas de materiais em 2012,

destinadas às cooperativas de catadores. Trata-se de um incremento de 30% nos resultados do

ano anterior. Desde 2008, quando foi criado o programa, realizaram-se cerca de 75 atividades

de sensibilização, entre visitas técnicas, treinamentos, e capacitação de multiplicadores locais

para atuarem na companhia, abrangeu-se um público aproximado de 1.200 empregados

próprios e terceirizados (SABESP, 2012a).

O Programa Corporativo de Educação Ambiental (PEA) tem por objetivo desenvolver

medidas que visam criar valores sociais, conhecimentos, habilidades e atitudes em prol de um

mundo sustentável. Desde 2007 mais de mil colaboradores foram treinados para disseminar a

cultura de saneamento ambiental. São contabilizados mais de 100 ações e projetos, podem ser

citadas visitas a estações de tratamento de água ou estações de tratamento de esgotos, com a

participação de estudantes e professores, em todo o estado, totalizando em 2012 1.474 visitas e

56.456 pessoas beneficiadas. Também são realizadas, dentro do PEA, palestras em escolas,

comunidades e empresas. Contabiliza-se em 2012 um público de 165.948 pessoas atendidas,

em 1.516 eventos (SABESP, 2012a).

O PURA é uma das principais ações dentro da estratégia da companhia de combate ao

desperdício de água, focando a economia de água em prédios públicos. O programa visa

sensibilizar os clientes quanto às dificuldades para prover água de qualidade e em volume

suficiente para atender às demandas crescentes da sociedade, promovendo assim o consumo

consciente. De 2008 a 2012 2,4 mil escolas, postos de saúde, hospitais e presídios foram

atendidas com ações de educação para o uso racional e intervenções físicas para troca de

equipamentos por outros cuja tecnologia gere economia de água, dentro do escopo do PURA.

78

Como resultados do programa, a companhia declara que conseguiu poupar um volume de água

capaz de abastecer uma população de 26 mil pessoas (SABESP, 2012a).

Estes três programas foram selecionados considerando que o escopo de cada um deles

permite sua aplicação a qualquer município operado pela Sabesp, enquanto que alguns outros

programas ambientais estão limitados a uma região específica, como o Projeto Tietê (grande

São Paulo) ou o Programa Onda Limpa (litoral paulista) (SABESP, 2012a).

Depois de realizar a entrevista com os gestores destes três programas, o estudo

prosseguiu com uma pesquisa quantitativa, por meio da realização de um levantamento com

colaboradores da empresa objeto do estudo de caso. Esta etapa de levantamento pretendeu

identificar a percepção dos colaboradores sobre os programas ambientais da empresa.

3.5.1. Constructo da Pesquisa

Serão apresentados os constructos (ou construtos), que são considerados pilares de

sustentação da pesquisa realizada. Para melhor compreensão do significado e importância do

termo constructo para a pesquisa científica, são apresentadas algumas definições.

Os constructos servem para atender a uma descrição mais adequada de um determinado

objeto. Trata-se de uma abstração considerada pelos cientistas sociais em suas teorias, passíveis

de serem observados e medidos (ENOKI et al., 2005).

Ao pesquisador é demandada a tradução do conceito teórico para a prática, no intuito de

explorar empiricamente a teoria. Esse processo se baseia em variáveis e fenômenos observáveis

e denomina-se construto da pesquisa (DUARTE et al., 2012).

Complementando esta definição, pode-se citar que “um constructo é uma variável -

conjunto de termos, de conceitos e de variáveis, isto é, uma definição operacional robusta que

busca representar empiricamente um conceito dentro de um específico quadro teórico”.

(MARTINS; THEÓPHILO, 2009, p. 35).

79

Elucidando e simplificando o que foi citado pelos outros autores, pode-se sintetizar com

a definição de que a ciência conceitua a realidade por meio de conceitos denominados

construtos. A diferença entre conceito e construto é que o construto é adotado conscientemente

com um significado específico, construído intencionalmente a partir da teoria, de forma

delimitada, observável e mensurável (PRODANOV; FREITAS, 2013).

Os constructos da pesquisa foram alinhados com as referências utilizadas, partindo-se

dos objetivos específicos definidos, e compilando-se em forma de quadro para facilitar a

compreensão. O Quadro 11 apresenta o constructo da pesquisa qualitativa, descreve os

objetivos específicos e a relação com as perguntas que compõem a pesquisa empírica

(entrevista com os gestores), e as referências.

Quadro 11: Constructo relacionado à pesquisa qualitativa realizada.

Objetivo

Específico

a) Gestor do Programa 3Rs (Reduzir, Reutilizar,

Reciclar) Referencial Teórico

b) Identificar as

ações de

Endomarketing®

da empresa

voltadas para a

disseminação dos

programas

ambientais para o

público interno.

c) Pesquisar a

percepção dos

colaboradores com

relação aos

programas

ambientais

divulgados pela

empresa estudada.

1 - Você acredita que os procedimentos e resultados dos

Programas ambientais da empresa são amplamente

divulgados e disponíveis para qualquer um que precise

acessar?

(WU; MELNYK;

CALANTONE, 2008)

2 - Quais as formas de divulgação? (CHINANDER, 2001; BEKIN,

2002)

3 - Você acredita que o Programa 3Rs é amplamente

divulgado e disponível a todos colaboradores da Sabesp?

(WU; MELNYK;

CALANTONE, 2008)

4 - Qual o principal objetivo da implementação do

Programa 3Rs? (SABESP, 2013c)

5 - Qual a importância do Programa 3Rs para a

comunidade interna da empresa?

(HOURNEAUX JUNIOR;

BARBOSA; KATZ,

2004;CACIOPPE; FORSTER;

FOX, 2008)

6 - Qual a importância do Programa 3Rs para a sociedade?

(NEJATI; GHASEMI; 2012;

CACIOPPE; FORSTER; FOX,

2008)

7 - Você acredita que o público interno da Sabesp participa

efetivamente do Programa 3Rs? (FUJII; TATSUO, 2012)

80

8 - Que tipo de prática ambiental você acredita que pode

ser melhorada na empresa? De que forma?

(WU; MELNYK;

CALANTONE,

2008;CHINANDER,

2001;RONNENBERG;

GRAHAM; MAHMOODI,

2011; CANTOR; MORROW;

MONTABON, 2012a;

RANGARAJAN; RAHM,

2011; RAMUS; MONTIEL,

2005;CLARK, 2001)

9 – Na sua opinião, qual a percepção do colaborador

interno em relação ao Programa 3Rs? (PRADO; ISTILLI, 2002;

MALHOTRA, 2006)

Objetivo

Específico b) Gestor do Programa de Educação Ambiental (PEA) Referencial Teórico

b) Identificar as

ações de

Endomarketing®

da empresa

voltadas para a

disseminação dos

programas

ambientais para o

público interno.

c) Pesquisar a

percepção dos

colaboradores com

relação aos

programas

ambientais

divulgados pela

empresa estudada.

1 - Você acredita que os procedimentos e resultados dos

Programas ambientais da empresa são amplamente

divulgados e disponíveis para qualquer um que precise

acessar?

(WU; MELNYK;

CALANTONE, 2008)

2 - Quais as formas de divulgação? (CHINANDER, 2001; BEKIN,

2002)

3 - Você acredita que o Programa de Educação Ambiental

é amplamente divulgado e disponível a todos

colaboradores da Sabesp?

(WU; MELNYK;

CALANTONE, 2008)

4 - Qual o principal objetivo da implementação do

Programa de Educação Ambiental? (SABESP, 2013c)

5 - Qual a importância do Programa de Educação

Ambiental para a comunidade interna da empresa?

(HOURNEAUX JUNIOR;

BARBOSA; KATZ,

2004;CACIOPPE; FORSTER;

FOX, 2008)

6 - Qual a importância do Programa de Educação

Ambiental para a sociedade?

(NEJATI; GHASEMI; 2012;

CACIOPPE; FORSTER; FOX,

2008)

7 - Você acredita que o público interno da Sabesp participa

efetivamente do Programa de Educação Ambiental? (FUJII; TATSUO, 2012)

8 - Que tipo de prática ambiental você acredita que pode

ser melhorada na empresa? De que forma?

(WU; MELNYK;

CALANTONE,

2008;CHINANDER,

2001;RONNENBERG;

GRAHAM; MAHMOODI,

2011; CANTOR; MORROW;

MONTABON, 2012a;

RANGARAJAN; RAHM,

2011; RAMUS; MONTIEL,

2005;CLARK, 2001)

9 – Na sua opinião, qual a percepção do colaborador

interno em relação ao Programa de Educação Ambiental? (PRADO; ISTILLI, 2002;

MALHOTRA, 2006)

Objetivo

Específico

c) Gestor do Programa de Uso Racional da Água

(PURA) Referencial Teórico

b) Identificar as

ações de

Endomarketing®

da empresa

1 - Você acredita que os procedimentos e resultados dos

Programas ambientais da empresa são amplamente

divulgados e disponíveis para qualquer um que precise

acessar?

(WU; MELNYK;

CALANTONE, 2008)

81

voltadas para a

disseminação dos

programas

ambientais para o

público interno.

c) Pesquisar a

percepção dos

colaboradores com

relação aos

programas

ambientais

divulgados pela

empresa estudada.

2 - Quais as formas de divulgação? (CHINANDER, 2001; BEKIN,

2002)

3 - Você acredita que o Programa de Uso Racional da

Água é amplamente divulgado e disponível a todos

colaboradores da Sabesp?

(WU; MELNYK;

CALANTONE, 2008)

4 - Qual o principal objetivo da implementação do

Programa de Uso Racional da Água? (SABESP, 2013c)

5 - Qual a importância do Programa de Uso Racional da

Água para a comunidade interna da empresa?

(HOURNEAUX JUNIOR;

BARBOSA; KATZ,

2004;CACIOPPE; FORSTER;

FOX, 2008)

6 - Qual a importância do Programa de Uso Racional da

Água para a sociedade?

(NEJATI; GHASEMI; 2012;

CACIOPPE; FORSTER; FOX,

2008)

7 - Você acredita que o público interno da Sabesp participa

efetivamente do Programa de Uso Racional da Água? (FUJII; TATSUO, 2012)

8 - Que tipo de prática ambiental você acredita que pode

ser melhorada na empresa? De que forma?

(WU; MELNYK;

CALANTONE,

2008;CHINANDER,

2001;RONNENBERG;

GRAHAM; MAHMOODI,

2011; CANTOR; MORROW;

MONTABON, 2012a;

RANGARAJAN; RAHM,

2011; RAMUS; MONTIEL,

2005;CLARK, 2001)

9 – Na sua opinião, qual a percepção do colaborador

interno em relação ao Programa de Uso Racional da

Água?

(PRADO; ISTILLI, 2002;

MALHOTRA, 2006)

Fonte: Elaborado pela autora

Da mesma forma que para a pesquisa qualitativa, na sequência é apresentado o

constructo referente à pesquisa quantitativa. O Quadro 12 descreve os objetivos específicos

relacionados com perguntas utilizadas no questionário, apontando também o referencial teórico

associado.

82

Quadro 12: Constructo relacionado à pesquisa quantitativa realizada.

RESPONDA SEU NÍVEL DE CONCORDÂNCIA COM AS AFIRMAÇÕES QUE SEGUEM

UTILIZANDO UMA ESCALA DE 1 A 5 :

1.Discordo totalmente; 2. Discordo parcialmente; 3.Não discordo nem concordo;

4. Concordo parcialmente; 5. Concordo Totalmente.

(Likert, 1932; Marques, 2010)

BLOCO 1 - CONDUTA AMBIENTAL DO INDIVÍDUO

Objetivo

Específico Pergunta Referencial Teórico

d)

Car

acte

riza

r a

con

du

ta d

os

cola

bo

rado

res

com

rela

ção

à

resp

on

sab

ilid

ade

amb

ien

tal.

1 Gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis.

(ROBERTSON e

BARLING, 2013); (SMITH

e TERRY, 2012)

2 Estou disposto a me empenhar muito para que as iniciativas

ambientais tenham sucesso. (CANTOR et al., 2012b)

3 Eu me considero ambientalmente responsável. (CLARK, 2001)

BLOCO 2 - CONDUTA AMBIENTAL DA EMPRESA

Objetivo

Específico Pergunta Referencial Teórico

b)

Iden

tifi

car

as a

ções

de

En

do

mar

ket

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® d

a

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o.

c) P

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ção

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ção

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ram

as a

mb

ienta

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ivu

lgad

os

pel

a

emp

resa

est

ud

ada.

1 Tenho recebido treinamento relacionado às questões

ambientais.

(CANTOR, MORROW e

MONTABON, 2012a);

(RONNENBERG,

GRAHAM e

MAHMOODI, 2011);

(RANGARAJAN e RAHM,

2011); (RAMUS e

MONTIEL, 2005);

(CLARK, 2001)

2

As ações ambientais dos funcionários são avaliadas

formalmente como parte de sua avaliação de desempenho

anual.

(RANGARAJAN e RAHM,

2011)

3

Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar

com seus superiores sobre qualquer assunto relacionado às

iniciativas ambientais.

(RANGARAJAN e RAHM,

2011)

83

4 A consciência ambiental é uma questão de preocupação

prioritária na empresa.

(CLARK, 2001);

(RONNENBERG,

GRAHAM e

MAHMOODI, 2011); (WU,

MELNYK e

CALANTONE, 2008);

SMITH; TERRY, 2012

5

Conheço alguma ação comunicação interna da empresa

voltada para a disseminação dos programas ambientais para

os colaboradores.

(BEKIN, 2002); (BEKIN,

1995); (BRUM, 1994);

(CERQUEIRA, 1994);

(GRAZIANO, 2011)

6

Com que frequência você consulta as ferramentas de

disseminação das informações da empresa?

(Pontue cada uma das opções de 1 à 5 para a frequência que

utiliza: 1= Nunca 2= Poucas vezes 3= Algumas vezes 4=

Muitas vezes 5= Sempre)

( ) Portal na Intranet

( ) Informativos por e-mail

( ) Mural

( ) Site da Sabesp (www.sabesp.com.br)

( ) Relatório de Sustentabilidade

(CHINANDER, 2001);

(BEKIN, 2002); (MATOS e

FLEITH, 2006); (FLEITH e

ALENCAR, 2008);

(GONÇALVES, FLEITH e

LIBÓRIO, 2011)

7

Considero as ferramentas corporativas de comunicação

interna / disseminação de informações da companhia

eficientes.

(CHINANDER, 2001);

(BEKIN, 2002)

8 A participação dos funcionários nas questões ambientais é

intensa. (FUJII; TATSUO, 2012)

BLOCO 3 - PROGRAMAS AMBIENTAIS DA EMPRESA

3.1 PROGRAMA SABESP 3RS (Reduzir, Reutilizar, Reciclar)

Objetivo

Específico Pergunta Referencial Teórico

b)

Iden

tifi

car

as a

ções

de

En

do

mar

ket

ing

® d

a em

pre

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vo

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stu

dad

a.

1

Qual o seu grau de envolvimento com o PROGRAMA

SABESP 3RS?

1= Não conheço

2= Já ouvi falar

3= Conheço mas não participo

4= Participo ou participei brevemente

5= Participo ou participei ativamente

(HUNTON-CLARKE et

al., 2002; ROTHENBERG,

2003)

Com relação ao PROGRAMA SABESP 3Rs, indique seu grau de concordância com as

afirmações abaixo (1 Discordo totalmente, 2 Discordo parcialmente, 3 Não discordo nem

concordo, 4 concordo parcialmente, 5 concordo totalmente):

2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o

programa.

(RONNENBERG;

GRAHAM; MAHMOODI,

2011)

3 A alta administração suporta totalmente a implementação

de ações do programa.

(RONNENBERG;

GRAHAM; MAHMOODI,

2011; FUJII; TATSUO,

2012)

4 Os procedimentos do programa são amplamente

divulgados.

(WU; MELNYK;

CALANTONE, 2008)

84

5 Os resultados do programa são amplamente divulgados. (WU; MELNYK;

CALANTONE, 2008)

6

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar

conscientização extensa a toda empresa quanto aos

problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas

ao programa.

(WU; MELNYK;

CALANTONE, 2008)

7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos

necessários para o programa.

(CANTOR; MORROW;

MONTABON, 2012a;

RONNENBERG;

GRAHAM; MAHMOODI,

2011; RANGARAJAN;

RAHM, 2011; RAMUS;

MONTIEL, 2005; CLARK,

2001)

8

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos,

competências e habilidades necessários para a

implementação do programa.

(RONNENBERG,

GRAHAM e

MAHMOODI, 2011)

9 O programa é importante para a comunidade interna da

empresa.

(HOURNEAUX JUNIOR;

BARBOSA; KATZ, 2004;

CACIOPPE; FORSTER;

FOX, 2008)

10 O programa é importante para a sociedade.

(NEJATI; GHASEMI,

2012;

CACIOPPE; FORSTER;

FOX, 2008)

e) I

den

tifi

car

jun

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com

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.

11

O que poderia ser melhorado no PROGRAMA SABESP

3RS? (assinale todas que concordar)

( ) divulgação do programa

( ) divulgação dos resultados do programa

( ) disponibilização de informações / materiais

( ) treinamento dos colaboradores

( ) incentivo por parte dos gestores

( ) suporte por parte da alta administração

( ) criação de recompensas / incluir na avaliação

( ) Outro: _____________________________

( ) Nada ( ) Não sei

(WU; MELNYK;

CALANTONE, 2008;

CHINANDER, 2001;

RONNENBERG;

GRAHAM; MAHMOODI,

2011; CANTOR;

MORROW; MONTABON,

2012a; RANGARAJAN;

RAHM, 2011; RAMUS;

MONTIEL, 2005;CLARK,

2001)

3.2 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (PEA)

Objetivo

Específico Pergunta Referencial Teórico

b)

Iden

tifi

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de

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a. 1

Qual o seu grau de envolvimento com o PROGRAMA DE

EDUCAÇÃO AMBIENTAL?

1= Não conheço

2= Já ouvi falar

3= Conheço mas não participo

4= Participo ou participei brevemente

5= Participo ou participei ativamente

(HUNTON-CLARKE et

al., 2002; ROTHENBERG,

2003)

Com relação ao PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, indique seu grau de

concordância com as afirmações abaixo (1 Discordo totalmente, 2 Discordo parcialmente, 3

Não discordo nem concordo, 4 concordo parcialmente, 5 concordo totalmente):

85

2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o

programa.

(RONNENBERG;

GRAHAM; MAHMOODI,

2011)

3 A alta administração suporta totalmente a implementação

de ações do programa.

(RONNENBERG;

GRAHAM; MAHMOODI,

2011; FUJII; TATSUO,

2012)

4 Os procedimentos do programa são amplamente

divulgados.

(WU; MELNYK;

CALANTONE, 2008)

5 Os resultados do programa são amplamente divulgados. (WU; MELNYK;

CALANTONE, 2008)

6

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar

conscientização extensa a toda empresa quanto aos

problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas

ao programa.

(WU; MELNYK;

CALANTONE, 2008)

7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos

necessários para o programa.

(CANTOR; MORROW;

MONTABON, 2012a;

RONNENBERG;

GRAHAM; MAHMOODI,

2011; RANGARAJAN;

RAHM, 2011; RAMUS;

MONTIEL, 2005; CLARK,

2001)

8

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos,

competências e habilidades necessários para a

implementação do programa.

(RONNENBERG,

GRAHAM e

MAHMOODI, 2011)

9 O programa é importante para a comunidade interna da

empresa.

(HOURNEAUX JUNIOR;

BARBOSA; KATZ, 2004;

CACIOPPE; FORSTER;

FOX, 2008)

10 O programa é importante para a sociedade.

(NEJATI; GHASEMI, 2012;

CACIOPPE; FORSTER;

FOX, 2008)

e) I

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car

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11

O que poderia ser melhorado no PROGRAMA DE

EDUCAÇÃO AMBIENTAL?

(assinale todas que concordar)

( ) divulgação do programa

( ) divulgação dos resultados do programa

( ) disponibilização de informações / materiais

( ) treinamento dos colaboradores

( ) incentivo por parte dos gestores

( ) suporte por parte da alta administração

( ) criação de recompensas / incluir na avaliação

( ) Outro: _____________________________

( ) Nada ( ) Não sei

(WU; MELNYK;

CALANTONE, 2008;

CHINANDER, 2001;

RONNENBERG;

GRAHAM; MAHMOODI,

2011; CANTOR;

MORROW; MONTABON,

2012a; RANGARAJAN;

RAHM, 2011; RAMUS;

MONTIEL, 2005;CLARK,

2001)

3.2 PROGRAMA DE USO RACIONAL DA ÁGUA (PURA)

Objetivo

Específico Pergunta Referencial Teórico

86

b)

Iden

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car

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de

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1

Qual o seu grau de envolvimento com o PROGRAMA DE

USO RACIONAL DA ÁGUA?

1= Não conheço

2= Já ouvi falar

3= Conheço mas não participo

4= Participo ou participei brevemente

5= Participo ou participei ativamente

(HUNTON-CLARKE et

al., 2002; ROTHENBERG,

2003)

Com relação ao PROGRAMA DE USO RACIONAL DA ÁGUA, indique seu grau de

concordância com as afirmações abaixo (1 Discordo totalmente, 2 Discordo parcialmente, 3

Não discordo nem concordo, 4 concordo parcialmente, 5 concordo totalmente):

2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o

programa.

(RONNENBERG;

GRAHAM; MAHMOODI,

2011)

3 A alta administração suporta totalmente a implementação

de ações do programa.

(RONNENBERG;

GRAHAM; MAHMOODI,

2011; FUJII; TATSUO,

2012)

4 Os procedimentos do programa são amplamente

divulgados.

(WU; MELNYK;

CALANTONE, 2008)

5 Os resultados do programa são amplamente divulgados. (WU; MELNYK;

CALANTONE, 2008)

6

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar

conscientização extensa a toda empresa quanto aos

problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas

ao programa.

(WU; MELNYK;

CALANTONE, 2008)

7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos

necessários para o programa.

(CANTOR; MORROW;

MONTABON, 2012a;

RONNENBERG;

GRAHAM; MAHMOODI,

2011; RANGARAJAN;

RAHM, 2011; RAMUS;

MONTIEL, 2005; CLARK,

2001)

8

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos,

competências e habilidades necessários para a

implementação do programa.

(RONNENBERG;

GRAHAM; MAHMOODI,

2011)

9 O programa é importante para a comunidade interna da

empresa.

(HOURNEAUX JUNIOR;

BARBOSA; KATZ,

2004;CACIOPPE;

FORSTER; FOX, 2008)

10 O programa é importante para a sociedade.

(NEJATI; GHASEMI, 2012;

CACIOPPE; FORSTER;

FOX, 2008)

87

e) I

den

tifi

car

jun

to a

os

cola

bo

rado

res

suas

co

ntr

ibu

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es

e su

ges

tões

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s p

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ram

as

amb

ien

tais

da

com

pan

hia

.

11

O que poderia ser melhorado no PROGRAMA DE USO

RACIONAL DA ÁGUA (PURA)?

(assinale todas que concordar)

( ) divulgação do programa

( ) divulgação dos resultados do programa

( ) disponibilização de informações / materiais

( ) treinamento dos colaboradores

( ) incentivo por parte dos gestores

( ) suporte por parte da alta administração

( ) criação de recompensas / incluir na avaliação

( ) Outro: _____________________________

( ) Nada ( ) Não sei

(WU; MELNYK;

CALANTONE, 2008;

CHINANDER, 2001;

RONNENBERG;

GRAHAM; MAHMOODI,

2011; CANTOR;

MORROW; MONTABON,

2012a; RANGARAJAN;

RAHM, 2011; RAMUS;

MONTIEL, 2005;CLARK,

2001)

PERGUNTAS DE CARÁTER GERAL / PERFIL DO RESPONDENTE:

Sexo: ( ) M ( ) F

(NEJATI e GHASEMI,

2012); (CLARK, 2001);

(ROBERTSON e

BARLING, 2013);

(CANTOR, MORROW e

MONTABON, 2012a)

Idade: ( ) Até 25 anos ( ) de 26 a 35 ( ) de 36 a 45 anos

( ) de 46 a 55 ( ) Acima de 55 anos

(ROBERTSON e

BARLING, 2013); (BELL,

2008); (CANTOR,

MORROW e

MONTABON, 2012a)

Escolaridade

(último nível

concluído):

( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino médio

( ) Ensino superior ( ) Pós-graduação

(RANGARAJAN e RAHM,

2011)

Qual dos cargos / níveis hierárquicos abaixo melhor descreve sua posição atual?

( ) Gerencial ( ) Líder, gestor ou encarregado

( ) Administrativo ( ) Manutenção ou apoio ( ) Operacional

(CLARK, 2001)

Qual sua Unidade de negócio?

( )R ( )RA ( )RB ( )RE ( )RG ( )RJ ( )RM ( )RN

( )RO ( )RR )RS ( )RT ( )RV

(CLARK, 2001);

(RANGARAJAN e RAHM,

2011)

Tempo de

Empresa:

( ) Menos que 2 anos ( ) de 2 a 5 anos

( ) de 6 a 10 anos ( ) de 11 a 20 anos

( ) mais que 20 anos

(NEJATI e GHASEMI,

2012)

Fonte: Elaborado pela autora

3.5.2. Coleta de dados – Fontes de evidências

As evidências para um estudo de caso podem ser coletadas por diversas maneiras, como

por exemplo, entrevistas individuais, grupos focais e questionários. Utilizar a estratégia de

estudo de caso serve para analisar em profundidade o objeto estudado, possibilitando a

88

generalização teórica, enquanto que os resultados de uma survey permitem maior generalização

dos dados (TANURE; EVANS; CANÇADO, 2010).

Malhotra (2006, p.181) especifica os métodos de levantamento ou de comunicação:

[...] podem ser classificados conforme o modo de administração, como

entrevistas telefônicas tradicionais, entrevistas telefônicas assistidas por

computador, entrevistas pessoais nas residências, entrevistas em shopping

centers, entrevistas pessoais assistidas por computador, entrevistas por

correio, painéis postais, levantamentos por e-mail e pela Internet.

Malhotra ainda esclarece que o método de levantamento pressupõe um questionário

estruturado respondido pelos entrevistados para elucidar informações específicas. Trata-se

então de um método de coleta baseado no interrogatório dos participantes com relação a

comportamentos, intenções, atitudes, percepção, motivações e características demográficas e de

estilo de vida. A formulação das perguntas e obtenção das respostas pode ser verbal, por escrito

ou informatizada. Utilizar um questionário estruturado tem por objetivo padronizar o processo

de coleta de dados. A coleta de dados estruturada contempla a elaboração de um questionário

formal e a condução dos questionamentos seguindo uma ordem pré-determinada

(MALHOTRA, 2006).

3.5.2.1.Levantamento de Dados Qualitativos

A fase qualitativa da pesquisa iniciou na análise documental dos relatórios de

sustentabilidade das empresas de saneamento básico, identificando-se assim os principais

programas ambientais da empresa selecionada como objeto do estudo de caso e em seguida

foram conduzidas entrevistas com os gestores dos programas ambientais.

A pesquisa documental utiliza como fonte dados secundários, que podem ser

encontrados junto à empresa estudada. São dados que já foram coletados, tabulados, ordenados,

sistematizados e, algumas vezes, já analisados. Alguns exemplos são os relatórios e manuais da

organização, e inclusive as publicações externas (ZANELLA, 2009).

A modalidade de entrevista definida para este trabalho é a semiestruturada, por apresentar

a possibilidade de reduzir o tempo da entrevista, evitando divagação por assuntos que não

89

contribuam com os objetivos do estudo, garantindo também uma estrutura minimamente

padronizada para que entrevistas distintas possam ser comparadas (SILVA, 2009).

Numa entrevista semiestruturada “o entrevistador dispõe de um roteiro-guia (ou uma

pauta), no entanto, não necessariamente segue a ordem determinada no roteiro, se oportuno,

inclui novos questionamentos durante o encontro, mas nunca perdendo os objetivos da

investigação” (ZANELLA, 2009, p. 119).

Yin (2010) apresenta esta modalidade de entrevista como entrevista focada, porém com

as mesmas características: o pesquisado é entrevistado por cerca de uma hora, conduzida por

questões do protocolo do estudo de caso, podendo, entretanto assumir um caráter mais aberto e

conversacional.

O roteiro de entrevista teve como base o constructo apresentado no Quadro 12.

3.5.2.2.Levantamento de Dados Quantitativos

Dentre as possibilidades de levantamento de dados por métodos eletrônicos estão o e-

mail e os ministrados pela Internet. Dentre as vantagens que o levantamento via Internet

apresenta frente ao levantamento por e-mail, destaca-se a possibilidade de direcionar

corretamente o respondente a uma resposta única ou múltipla dependendo do que é pretendido

naquela determinada questão, de forma que o formulário de pesquisa seja um facilitador ao

respondente (MALHOTRA, 2006).

A pesquisa empírica foi realizada utilizando um instrumento de coleta de dados

estruturado, com a maior parte das questões escalonada por escala Likert, e algumas de

múltipla escolha (LIKERT, 1932; MARTINS; LINTZ, 2010).

O escalonamento tipo Likert permite ao respondente atribui sua concordância ou

discordância com uma afirmação, indicando assim um nível de concordância ou discordância.

O objetivo deste tipo de escala é aferir a intensidade de aprovação ou reprovação do objeto

pesquisado (LIKERT, 1932).

90

Pereira (2004, p.65) justifica a aplicabilidade da escala Likert com o fato de que “ela

tem uma relação adequada entre a precisão e acurácia da mensuração.” O autor salienta que a

estratégia da representação aritmética de um evento qualitativo favorece o processamento a

análise, porém ressalta que é requerido do pesquisador retornar ao significado original de suas

medidas (PEREIRA, 2004).

Já as questões de múltipla escolha são aquelas que apresentam várias alternativas de

resposta, podendo ter resposta única, ou algumas vezes, permitindo ao respondente escolher

mais de uma alternativa (MARTINS; LINTZ, 2010).

Dentre os métodos de coleta de dados disponíveis, as entrevistas pessoais apresentam

índices de respostas na faixa de 80%, enquanto que os levantamentos telefônicos oscilam entre

60 e 80%, e os levantamentos postais geralmente apresentam resposta inferior a 15% quando

não existe nenhum contato antes ou depois do envio da pesquisa (MALHOTRA, 2006).

Considerando as restrições de tempo e recursos financeiros para pesquisar uma amostra

estatisticamente representativa pessoalmente ou por telefone, decidiu-se por encaminhar o link

do questionário por e-mail aos respondentes. As enquetes eletrônicas autorrespondidas

apresentam-se como uma forma de coleta de dados produtiva e de baixo investimento de tempo

e dinheiro, sejam elas enviadas por e-mail ou hospedadas em sites de survey (SANTOS, 2009).

Considerando a possibilidade de baixo índice de resposta do levantamento por e-mail,

realizou-se uma divulgação da pesquisa (contato prévio). Previu-se a possibilidade de enviar e-

mails posteriores aos que ainda não tenham respondido, no caso de constatação de baixo índice

de resposta ao e-mail inicial, enfatizando a relevância da pesquisa e a importância de cada

resposta individualmente. Certificou-se que também que o tamanho da amostra necessária para

que a pesquisa seja estatisticamente representativa é inferior ao nível de resposta esperado

enviando-se a pesquisa a toda a população.

Num trabalho similar, identificou-se uma estratégia semelhante à escolhida para esta

investigação, conforme descrito a seguir:

Os empregados selecionados aleatoriamente para participar da pesquisa

receberam um e-mail assinado pela direção da empresa, conforme modelo

elaborado pelos pesquisadores, informando que haviam sido selecionados para

a pesquisa e que, em breve, seriam contatados para realização da pesquisa,

91

sem intermediação da empresa. A partir de então, todo o contato com os

participantes foi feito diretamente pelos pesquisadores. Os empregados

receberam um e-mail com informações sobre a pesquisa, uma senha de acesso

e o endereço de acesso ao site em que o questionário poderia ser acessado

(FURTADO, 2006, p. 74).

Como exemplo de bons resultados, o trabalho citado alcançou um ótimo índice de

resposta, uma vez que a empresa em questão possuía 541 empregados, dos quais foram

selecionados aleatoriamente 400, aos quais foi disponibilizado o questionário de forma

eletrônica. Foram obtidas respostas de 197 (uma amostra de 34,2% dos empregados), e destes

185 concordaram em participar dessa pesquisa (FURTADO, 2006).

Mesmo contando com o respaldo da diretoria para a realização da pesquisa, identificou-

se um desafio a ser vencido: o de atingir uma amostra estatisticamente representativa.

Considerando que a resposta ao questionário é voluntária, considerou-se o risco de baixa

adesão dos pesquisados. Visando superar esta barreira, conseguiu-se junto à diretoria apoio

para divulgar a pesquisa – por e-mail, pela Intranet e pelo jornal mural. Desta forma foi

possível ressaltar a importância do trabalho para a Sabesp e para seus colaboradores,

incentivando a participação. A alta administração também se predispôs a desenvolver um

trabalho junto a todos os superintendentes, para que estes comuniquem aos gerentes,

encarregados e gestores, e estes últimos disseminem junto aos seus colaboradores a importância

de responder à pesquisa. Considerou-se ainda uma alternativa de, no caso de ainda assim o

nível de resposta ser baixo, complementar a pesquisa aplicando o mesmo questionário

pessoalmente. Esta alternativa não foi necessária pois o nível de resposta obtido atendeu à

quantidade necessária para que fosse estatisticamente representativo.

Determinou-se no cronograma que o período de coleta de dados seria de setembro a

outubro de 2013, pois pretendendo-se obter uma amostra representativa da população, o

número de respondentes mínimo a ser atingido poderia não ser obtido em um período muito

curto de tempo.

O questionário teve como base o constructo apresentado no quadro 12.

92

3.5.2.3.Sujeitos da Pesquisa

Para a pesquisa qualitativa, foram definidos sujeitos da pesquisa os gestores

responsáveis por cada um dos programas selecionados para o estudo, descritos no quadro 13.

Quadro13: Sujeitos da pesquisa qualitativa

Programa Entrevistado Tempo de

Empresa Formação Cargo Unidade

3Rs E1 35 anos Química Gestora do Programa 3Rs TAD12

PEA E2 32 anos Biologia

Gerente de Educação e

Desenvolvimento Ambiental

/Gestor do PEA

TAD12

PURA E3 19 anos Engenharia Gestor do Programa PURA MEE

Fonte: Elaborado pela autora

A esta população, composta pelos três gestores indicados, conduziram-se as entrevistas

semiestruturadas.

Para a pesquisa quantitativa, tomaram-se como universo do estudo todos os

colaboradores da Sabesp, distribuídos ao longo dos 363 municípios operados pela companhia

no estado de São Paulo. Determinou-se uma população de estudo correspondente aos

colaboradores da Diretoria R, conforme definição do recorte já explanada. Para determinar a

amostra, não houve distinção por características pessoais, setor de trabalho, nem nível

hierárquico, inclusive porque a intenção foi obter-se uma amostra representativa da população.

Para melhor compreensão da área geográfica abrangida pelo estudo, apresenta-se o

quadro 14 com todos os municípios englobados pela Diretoria de Sistemas Regionais da

Sabesp, e seu agrupamento por unidades de negócio / bacias hidrográficas. As

superintendências não englobadas no quadro são áreas funcionais, e ficam no município de São

Paulo.

93

Quadro 14: Abrangência geográfica das Unidades de Negócio da Diretoria R

Sigla

da

UN

Descrição da

Unidade de

Negócio

(por bacias)

Abrangência (municípios)

RA

Unidade de

Negócio Alto

Paranapanema

Águas de Santa Bárbara, Alambari, Alvinlândia, Angatuba, Arandu, Avaré, Barão de

Antonina, Bernardino de Campos, Bom Sucesso de Itararé, Buri, Campina do Monte Alegre,

Capão Bonito,Coronel Macedo, Duartina, Espírito Santo do Turvo, Fartura, Fernão, Gália,

Guapiara, Guareí, Iaras,Itaberá, Itaí, Itapetininga, Itapeva, Itaporanga, Itararé,

Lucianópolis,Lupércio, Nova Campina, Óleo,Paranapanema, Paulistânia, Pilar do Sul, Piraju,

Ribeirão Branco, Ribeirão do Sul, Ribeirão Grande,Riversul, Santa Cruz do Rio Pardo, São

Miguel Arcanjo, Sarapuí, Sarutaiá, Taguaí,Taquarituba,Taquarivaí, Timburi e Ubirajara.

RB

Unidade de

Negócio Baixo

Paranapanema

Adamantina, Alfredo Marcondes, Álvares Machado, Álvaro de Carvalho, Anhumas, Arco

Íris, Assis, Bastos, Borá, Caiabu, Cruzália, Echaporã, Emilianópolis, Estrela do Norte,

Euclides da Cunha Paulista, Flora Rica, Flórida Paulista, Florínea, Gabriel Monteiro, Iacri,

Inúbia Paulista, Lucélia, Luiziânia, Lutécia, Marabá Paulista, Maracaí, Mariápolis, Mirante

do Paranapanema, Narandiba, Nova Guataporanga, Oriente, Oscar Bressane, Osvaldo Cruz,

Parapuã, Paraguaçu Paulista, Pedrinhas Paulista, Piacatu, Piquerobi, Pirapózinho, Platina,

Pracinha, Presidente Bernardes, Presidente Epitácio, Presidente Prudente, Quatá, Queiróz,

Quintana, Regente Feijó, Ribeirão dos Índios, Rosana, Sagres, Salmourão, Sandovalina,

Santa Mercedes, Santo Anastácio, Santo Expedito, Santópolis do Aguapeí, Taciba, Tarabaí,

Tarumã, Teodoro Sampaio e Tupã.

RG

Unidade de

Negócio Pardo e

Grande

Águas da Prata, Altair, Buritizal, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Colômbia,

Divinolândia, Espírito Santo do Pinhal, Franca, Guariba, Icém, Igarapava, Itirapuã,

Itobi, Jaborandi, Jeriquara, Miguelópolis, Mocóca, Pedregulho, Restinga, Ribeirão

Corrente, Rifaina, Santa Cruz da Esperança, Santa Rosa do Viterbo, Santo Antonio do

Jardim, São João da Boa Vista, Serra Azul, Serra Negra e Terra Roxa.

RJ

Unidade de

Negócio

Capivari/

Jundiaí

Cabreúva, Campo Limpo Paulista, Elias Fausto, Hortolândia, Itatiba, Itupeva, Jarinú,

Mombuca, Monte Mor, Morungaba, Paulínia e Várzea Paulista.

RM

Unidade de

Negócio Médio

Tietê

Águas de São Pedro, Agudos, Alumínio, Anhembi, Araçariguama, Araçoiaba da Serra,

Arealva, Areiópolis, Bocaina, Bofete, Boituva, Boracéia, Botucatu, Capela do Alto,

Cesário Lange, Charqueada,Conchas, Dourado, Ibiúna, Iperó, Itatinga, Laranjal

Paulista, Macatuba, Pardinho, Pederneiras, Piedade, Porangaba, Pratânia, Quadra, Salto

de Pirapora, Santa Maria da Serra, São Manuel, São Roque, Tatuí e Torre de Pedra.

RN

Unidade de

Negócio Litoral

Norte

Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba.

RR

Unidade de

Negócio Vale

do Ribeira

Apiaí, Barra do Chapéu, Barra do Turvo, Cajati, Cananéia, Eldorado, Iguape, Ilha

Comprida, Iporanga, Itaóca, Itapirapuã Paulista, Itariri, Jacupiranga, Juquiá, Juquitiba,

Miracatu, Pariquera-Açu, Pedro de Toledo, Registro, Ribeira, São Lourenço da Serra,

Sete Barras e Tapiraí

RS

Unidade de

Negócio

Baixada Santista

Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São

Vicente.

94

Sigla

da

UN

Descrição da

Unidade de

Negócio

(por bacias)

Abrangência (municípios)

RT

Unidade de

Negócio Baixo

Tietê e Grande

Adolfo, Alto Alegre, Álvares Florence, Aparecida d‟Oeste, Aspásia, Auriflama, Avaí,

Balbinos, Bento de Abreu, Brejo Alegre, Cajobi, Cândido Rodrigues, Cardoso, Catiguá,

Coroados, Dirce Reis, Dolcinópolis, Embaúba, Estrela d‟Oeste, Fernando Prestes,

Fernandópolis, Floreal, Gastão Vidigal, General Salgado, Guarani d‟Oeste, Guzolândia, Ibirá,

Indiaporã, Irapuã, Jales, Lins, Lourdes, Macedônia, Magda, Marinópolis, Meridiano,

Mesópolis, Mira Estrela, Monções, Monte Alto, Monte Aprazível, Nhandeara, Nipoã, Nova

Canaã Paulista, Nova Granada, Nova Luzitânia, Novo Horizonte, Onda Verde, Orindiúva,

Ouroeste, Palmares Paulista, Palmeira d‟Oeste, Paranapuã, Paulo de Faria, Pedranópolis,

Piratininga, Planalto, Poloni, Pongaí, Pontalinda, Pontes Gestal, Populina, Presidente Alves,

Riolândia, Rubiácea, Rubinéia, Santa Albertina, Santa Clara d‟Oeste, Santa Ernestina, Santa

Salete, Santana da Ponte Pensa, São Francisco, São João das Duas Pontes, Sebastianópolis do

Sul, SudMenucci, Três Fronteiras, Turiúba, Turmalina, União Paulista, Urânia, Uru, Valentim

Gentil, Vitória Brasil e Zacarias.

RV

Unidade de

Negócio Vale

do Paraíba

Arapeí, Bananal, Caçapava, Cachoeira Paulista, Campos do Jordão, Canas, Guararema,

Igaratá, Jambeiro, Lagoinha, Lavrinhas, Lorena, Monteiro Lobato, Pindamonhangaba,

Queluz, Redenção da Serra, Roseira, Santo Antonio do Pinhal, São Bento do Sapucaí,

São José dos Campos, São Luiz do Paraitinga, Silveiras, Taubaté e Tremembé.

Fonte: Adaptado de Sabesp (2014a).

O organograma da Diretoria R, que representa a hierarquia e distribuição das unidades

dentro da diretoria, é representado na Figura 4.

95

Figura 4: Organograma da Diretoria de Sistemas Regionais – R

Fonte: Adaptado de Sabesp (2014b).

EMPREENDIMENTOS SUDESTE

EMPREENDIMENTOS CENTRO

EMPREENDIMENTOS NOROESTE

EMPREENDIMENTOS NORDESTE

EMPREENDIMENTOS NORTE

GESTÃO DE LICITAÇÕES

REA

SUPORTE TÉCNICO E QUALIDADE DA IMPLANTAÇÃO

REQ

EMPREENDIMENTOS SUL

PLANEJAMENTO E CONTROLE

REC

PROJETOS E LICENCIAMENTO

AMBIENTAL REP

DIRETORIA DE SISTEMAS REGIONAIS

R

ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO

RFF

CONTROLADORIA E PLANEJAMENTO

INTEGRADO

RCC

CONTROLE SANITÁRIO E AMBIENTAL

ROA

COMERCIAL

ROC

CONTROLE DE PERDAS E

PLANEJAMENTO OPERACIONAL

ROP

GESTÃO E DESENVOLVIMENTO

OPERACIONAL

RO

MANUTENÇÃO E AUTOMAÇÃO

ROM

UNIDADES DE NEGÓCIO

RA – Unidade de Negócio Alto Paranapanema

RB – Unidade de Negócio Baixo Paranapanema

RG – Unidade de Negócio Pardo e Grande

RJ – Unidade de Negócio Capivari / Jundiaí

RM – Unidade de Negócio Médio Tietê

RN – Unidade de Negócio Litoral Norte

RR – Unidade de Negócio Vale do Ribeira

RS – Unidade de Negócio Baixada Santista

RT – Unidade de Negócio Baixo Tietê e Grande

RV - Unidade de Negócio Vale do Paraíba

GESTÃO DE EMPREENDIMENTOS

RE

96

De acordo com Levin e Fox (2004, p. 178). “Como os pesquisadores sociais operam

com tempo, energia e recursos limitados, eles raramente podem estudar cada elemento de

determinada população. Em vez disso, estudam apenas uma amostra”.

A amostra selecionada para responder ao instrumento de coleta de dados é aleatória e

não-intencional, e foi calculada para que seja representativa da população em estudo. O número

total de colaboradores da Diretoria de Sistemas Regionais da Sabesp em julho de 2013 é de

6.697, dos quais descontados 172 colaboradores afastados por aposentadoria por invalidez

obtêm-se um efetivo de 6.525, que corresponde à população para este estudo. Para calcular a

amostra executou-se um arredondamento para cima, a fim de garantir que eventual oscilação no

número de colaboradores durante o período da pesquisa não interfira no nível de confiança e

demais estatísticas. Assim, definiu-se para este trabalho uma população de 6.700

colaboradores.

Nas ciências sociais geralmente utiliza-se um nível de confiança de 95% como um

padrão arbitrariamente aceitável. Convencionou-se entre os pesquisadores o uso de níveis de

confiança mais amplos, menos precisos, e com maior probabilidade de representar uma

estimativa precisa ou verdadeira da média populacional, e isto pode ser encontrado com 95%

de confiança (LEVIN; FOX, 2004; SILVER, 2000).

Partindo deste pressuposto, calculou-se a amostra estatisticamente significativa

utilizando como parâmetros uma margem de erro de 5% e um nível de confiança de 95%,

aplicados à fórmula de cálculo amostral com correção para população finita, apresentada a

seguir (BRACARENSE, 2012):

( )

n = tamanho da amostra

N = tamanho da população

z = valor crítico da distribuição normal que corresponde ao grau de confiança desejado

d = desvio ou margem de erro

σ² = variância

97

A margem de erro é à diferença máxima provável entre o valor calculado na amostra e

o verdadeiro valor do parâmetro da população, enquanto que a variância equivale ao quadrado

do desvio padrão, e representa a dispersão de valores de uma variável em torno de sua média.

(BRACARENSE, 2012; HAIR et al, 2005).

Por meio da aplicação da fórmula, calculou-se uma amostra estatisticamente

significativa de 363 colaboradores.

Um dos principais desafios identificados para a consecução da pesquisa foi conseguir

apoio e consequente autorização da Diretoria R para enviar os questionários a uma amostra

representativa de toda a diretoria. Como pontuou Martins (2008) “É preciso contar com a

permissão formal do principal responsável pela unidade em estudo”.

Contudo, ao apresentar-se o projeto de pesquisa à diretoria, este desafio foi vencido por

meio da manifestação de apoio do diretor para que a pesquisa fosse executada.

3.5.3. Construção do Protocolo para o Estudo

O protocolo de um estudo de caso define os procedimentos e regras gerais a serem

seguidas ao longo da investigação, além de conter o instrumento de coleta de dados. Trata-se de

uma ferramenta desejável em qualquer estudo de caso, porém essencial quando se trata de

estudo de casos múltiplos (YIN, 2010).

Schramm (1971) detalha a necessidade de apresentar os objetivos e métodos

pretendidos do projeto, organogramas, materiais e equipamentos necessários, e tudo mais que

for aplicável. Materiais já existentes como publicações relacionadas ao tema estudado serviram

de dados secundários e, portanto, também foram de grande relevância na coleta de dados do

estudo de caso. Neste estudo de caso, as fontes secundárias permitiram identificar os programas

ambientais a serem estudados, e nortearam toda a coleta de dados em campo, servindo como

uma fonte de evidências a ser triangulada.

98

3.5.3.1.Instrumento de Coleta de Dados Qualitativos: Roteiro de Entrevista

Complementando os estudos qualitativos realizados por meio da análise dos relatórios

de sustentabilidade, procedeu-se uma entrevista com os gestores de cada um dos programas

ambientais da Sabesp pré-selecionados – Programa 3Rs, Programa de Educação Ambiental e

Programa de Uso Racional da Água. Para que houvesse um padrão para a condução destas

entrevistas na mesma linha de investigação, determinou-se um roteiro para as entrevistas

semiestruturadas.

Como atividades que precedem a entrevista, é importante definir os objetivos da

entrevista, e descrever o roteiro de entrevista levando-os em conta. Ainda antes de iniciar a

entrevista propriamente dita, é importante como ética na pesquisa, esclarecer ao entrevistado o

caráter estritamente acadêmico e sem conotação comercial. É fundamental também pontuar que

o respondente pode se recusar a responder a qualquer questão, ou até mesmo interromper a

entrevista ou solicitar que não seja publicada alguma informação já prestada. Cabe ao

pesquisador solicitar a permissão para gravar a entrevista, se essa for sua estratégia o que

geralmente permite maior atenção aos fatos além de rapidez e maior fidelidade aos dados

coletados. Estima-se a duração das entrevistas de aproximadamente uma hora cada, tempo este

que pode variar em função de necessidades do entrevistado (SILVA, 2009).

O pesquisador deve observar uma eventual resposta dada pelo entrevistado a alguma

questão que contenha respostas a outras questões, mesmo que parcialmente, ou ainda levar à

necessidade de novas questões, não previstas no roteiro inicial (SILVA, 2009; YIN, 2010).

O roteiro de entrevistas integra o apêndice A.

3.5.3.2. Instrumento de coleta de dados quantitativos

Samara e Barros (2007) que o instrumento de coleta dos dados de uma pesquisa

quantitativa pode denominar-se questionário e roteiro em uma pesquisa qualitativa

Pode-se complementar a descrição deste instrumento utilizando a definição de Martins e

Lintz (2010, p.38) de que “questionário é um conjunto ordenado e consistente de perguntas a

respeito de variáveis, e situações, que se deseja medir, ou descrever”.

99

Utilizou-se um questionário como instrumento de coleta de dados, cuja maior parte das

questões são respondidas por níveis de concordância com as informações apresentadas,

utilizando-se uma escala Likert de cinco pontos (LIKERT, 1932).

O link para preenchimento do instrumento de coleta de dados foi encaminhado por e-

mail, divulgado nos Murais (comunicação interna impressa) de todas as áreas da Diretoria de

Sistemas Regionais e disponibilizado nos portal corporativo da R (Intranet), para que toda a

população pesquisada tivesse acesso.

Para determinar-se a descrição dos níveis da escala Likert, foram avaliados diversos

trabalhos similares, e identificou-se que as denominações para os níveis são muito semelhantes.

Likert (1932) autor da escala de cinco pontos tão utilizada para medir atitudes, sugere como

afirmações a serem escolhidas pelo respondente em cada nível como “aprovo fortemente",

"aprovo", "indeciso", "desaprovo", e "desaprovo fortemente". Já Enoki et al. (2005) sugerem

um modelo muito usado cujos níveis de concordância são: “concordo totalmente”, “concordo

em parte”, “neutro”, “desaprovo em parte” e “desaprovo totalmente”.

Para este trabalho decidiu-se por utilizar, de forma semelhante às apresentadas pelos

autores citados, os seguintes níveis de concordância: 1. Discordo totalmente; 2. Discordo

parcialmente; 3. Não discordo nem concordo; 4. Concordo parcialmente; 5. Concordo

Totalmente.

O instrumento de coleta de dados quantitativos é apresentado no Apêndice B.

3.5.3.3.Validação do instrumento de coleta de dados

a) Pré-teste

O instrumento de coleta de dados da pesquisa quantitativa, depois de finalizado, foi

submetido a um pré-teste com 20 (vinte) integrantes da população, para validação semântica.

Os sujeitos que participaram do pré-teste foram excluídos da amostra final à qual foi aplicado o

100

questionário validado (PASQUALI, 2003; SIMON, 2009; CLARO; CLARO, AMÂNCIO,

2008; GABRIEL, 2011).

Dentre estes vinte empregados, procurou-se abranger todos os públicos que compõem a

amostra, no intuito de certificar-se que o instrumento de coleta de dados fosse válido e

compreensível para os elementos da amostra, independentemente da formação escolar ou do

nível hierárquico. Desta forma, foram abrangidos pelo pré-teste 2 gerentes, 6 universitários, 6

técnicos/ administrativos, e 3 operacionais.

Como resultado do pré-teste, pondera-se que todos conseguiram responder e concluir a

pesquisa, porém foram apontadas as sugestões de melhoria apresentadas a seguir.

Sugeriu-se não utilizar o termo “corporativo” Endomarketing® pois ele não é conhecido

de todos, exigiria a necessidade de explicação, o que poderia enviesar a pesquisa,

questionando-se a contribuição da assertiva 9 para a pesquisa. A 9ª assertiva estava redigida da

seguinte forma: “Conheço alguma ação de Endomarketing® da empresa voltada para a

disseminação dos programas ambientais para o público interno. (Endomarketing®: marketing

dirigido ao público interno da empresa. Comunica objetivos, metas e resultados entre os

colaboradores, enfatizando a comunicação interna)”. Considerando este retorno do pré-teste,

decidiu-se por substituir o termo Endomarketing® por comunicação interna, dispensando assim

o esclarecimento do significado do termo,já que comunicação interna é um termo utilizado no

dia-a-dia das empresas, e não um termo técnico específico como o Endomarketing®.

Outra sugestão recebida pelo pré-teste foi especificar a que nível de gestão se refere

quando utilizada a frase “A gestão descreve claramente os conhecimentos necessários,

competências e habilidades que são necessárias para a implementação do programa”. Um dos

pesquisados informou ter encontrado dificuldade para distinguir se seria seu superior direto, a

alta administração, o gestor daquele programa ambiental ou ainda uma postura corporativa, que

tratasse da empresa como um todo. Como as outras questões utilizaram o termo “alta

administração” para se referir às principais lideranças da empresa e o termo “minha empresa”

para se referir a uma postura corporativa, decidiu-se por alterar o termo “a gestão” para “minha

empresa”. Desta forma atendeu-se o intuito da questão de identificar o que o empregado

percebe como postura corporativa, além de padronizar o texto com o restante do instrumento.

101

Propôs-se também, isolar as questões que não utilizam os níveis de concordância de 1 a

5 para evitar confusões na hora de responder. Na formatação do questionário no site que

hospedou o survey essa ponderação foi levada em conta, isolando-se os blocos de questões

conforme o tipo de resposta (concordância, envolvimento, múltipla escolha).

b) Validação de juízes

O instrumento de coleta de dados quantitativos foi submetido a uma avaliação da

adequação do conteúdo aos constructos definidos para a pesquisa. Pediu-se aos juízes que,

utilizando uma escala de 1 a 5 (1 = Nada; 5 = Completamente), expressassem sua avaliação

sobre o quanto cada uma das questões do instrumento de coleta de dados representavam os

construtos apresentados nas colunas (MACKENZIE; PODSAKOFF; PODSAKOFF, 2011).

Desta forma, pretendeu-se medir a aderência de cada assertiva aos constructos, e avaliar se

cada uma dela é essencial, útil ou desnecessária (LAWSHE,1975). Solicitou-se ainda aos juízes

que fizessem contribuições que julgassem necessárias fora do quadro, devolvendo suas

considerações por e-mail.

Para esta etapa enviou-se o instrumento para seis “juízes” selecionados, escolhidos

considerando sua formação e experiência na área ambiental, no campo de conhecimento da

administração, no campo de pesquisas quantitativas, ou dos programas ambientais da Sabesp. A

solicitação de avaliação foi feita por e-mail, e destes seis obteve-se três respostas. Os três juízes

que avaliaram o instrumento foram denominados J1, J2 e J3, e o perfil deles está descrito no

quadro 15.

102

Quadro 15: Perfil dos juízes que avaliaram o instrumento de coleta de dados

Juiz J1 J2 J3

Formação

Pós-doutora pela School of

Environmental Sciences da

University of East Anglia -

Inglaterra

Doutor em Saúde Pública pela

USP

Doutor em Administração

de Empresas pela

Universidade Mackenzie

Doutora em Engenharia pela

Escola Politécnica da USP

Mestre em Saúde Pública pela

USP

Mestre em Ciências

Contábeis pela FECAP

Mestre em Engenharia Civil

pela USP - São Carlos.

Especialista em gestão ambiental

pela Escola Politécnica da USP

Especialista em Métodos

Quantitativos e

Informática pela

CEAG/FGV

Geóloga pela Unesp Engenheiro Químico pela Escola

Politécnica da USP

Administrador de Empresas

com ênfase em Análise de

Sistemas pela Faculdades

Associadas de São Paulo

Cargo

Professora titular do

Mestrado Profissional em

Gestão Ambiental e

Sustentabilidade da

Uninove. Professora do

Departamento de Hidráulica

e Ambiental da Escola

Politécnica da USP.

Pesquisadora do Instituto de

Pesquisas Tecnológicas -

IPT

Professor titular do Mestrado

Profissional em Gestão

Ambiental e Sustentabilidade da

Uninove. Consultor eventual,

auditor independente para

certificação de sistemas e

produtos, e professor convidado

em outras instituições, prestando

serviços para empresas e

entidades

Professor titular do

Mestrado Profissional em

Gestão Ambiental e

Sustentabilidade da

Uninove.

Principais

temas de

atuação

Geociências e Meio

Ambiente, com ênfase em

Geologia Ambiental e

Geotecnia, atuando com

instrumentos de gestão

ambiental (avaliação de

impacto ambiental,

licenciamento ambiental,

auditoria ambiental,

avaliação ambiental

estratégica, recuperação de

áreas degradadas, dentre

outros) e processos do meio

físico (solo e água)

Desenvolvimento sustentável,

sistemas de gestão ambiental

(ISO 14001 e outros), gestão de

segurança e saúde ocupacional

(OHSAS 18001), auditoria

ambiental, resíduos sólidos e

coleta seletiva, e reciclagem de

resíduos

Green supply chain

management, gestão

ambiental e logística

reversa

Fonte: Adaptado de CNPQ (2014).

Dois dos três juízes que responderam (J1 e J2), pontuaram o questionário conforme a

proposta, avaliando questão a questão com os constructos / objetivos específicos propostos. O

terceiro juiz (J3) enviou suas considerações sobre o instrumento por e-mail, porém não atribuiu

as notas ao questionário.

103

O juiz J3 avaliou que de maneira geral o instrumento de pesquisa lhe pareceu bom. Ele

sugeriu na apresentação das questões sobre os programas 3Rs, PEA e PURA, separar e deixar

claro sobre qual programa o pesquisado estaria respondendo, já que as questões eram as

mesmas para os três programas, e poderiam transparecer que o respondente estaria respondendo

novamente às mesmas questões. O juiz J3 pontuou ainda que, por tratar-se de um instrumento

criado – com base em outros validados academicamente, porém não se trata de uma replicação

– seria necessária uma associação entre a teoria e as assertivas, além de um teste de validação

do instrumento.

As sugestões do juiz J3 foram atendidas quando se teceu uma associação entre a teoria

e as assertivas, apresentada no quadro 12. O teste de validação do questionário foi realizado e

descrito no item “pré-teste”.

As pontuações atribuídas pelos juízes J1 e J2 a cada questão são apresentadas no quadro

16, e visam avaliar o quanto cada questão representa algum dos constructos. Tanto a análise

das pontuações atribuídas, quanto as considerações feitas pelos juízes fora da planilha, são

expostas depois do quadro.

Quadro 16: Avaliação dos juízes quanto à relação questão X objetivo específico

BL

OC

O 1

- C

on

du

ta A

mb

ien

tal

do

In

div

ídu

o

Objetivo

Específico

Assertiva

Identificar as

ações de

Endomarketing

® da empresa

voltadas para a

disseminação dos

programas

ambientais para

o público

interno.

Caracterizar a

conduta dos

colaboradores

com relação à

responsabilidade

ambiental.

Pesquisar a

percepção dos

colaboradores

com relação aos

programas

ambientais

divulgados pela

empresa

estudada.

Identificar junto

aos

colaboradores

suas

contribuições e

sugestões aos

programas

ambientais da

companhia.

Juiz J1 J2 J1 J2 J1 J2 J1 J2

Gosto de me engajar em ações

ambientalmente amigáveis. 4 1 5 5 4 1 4 1

Estou disposto a me empenhar

muito para que as iniciativas

ambientais tenham sucesso.

2 1 5 5 3 1 3 1

Eu me considero ambientalmente

responsável. 2 1 3 3 4 1 3 1

104

BL

OC

O 1

- C

on

du

ta

Am

bie

nta

l d

o I

nd

ivíd

uo

Objetivo

Específico

Assertiva

Identificar as

ações de

Endomarketing

® da empresa

voltadas para a

disseminação dos

programas

ambientais para

o público

interno.

Caracterizar a

conduta dos

colaboradores

com relação à

responsabilidade

ambiental.

Pesquisar a

percepção dos

colaboradores

com relação aos

programas

ambientais

divulgados pela

empresa

estudada.

Identificar junto

aos

colaboradores

suas

contribuições e

sugestões aos

programas

ambientais da

companhia.

Juiz J1 J2 J1 J2 J1 J2 J1 J2

Eu apoio as iniciativas

relacionadas às questões

ambientais na minha

organização.

5 1 4 2 5 1 4 1

BL

OC

O 2

- C

on

du

ta a

mb

ien

tal

da

em

pre

sa

Tenho recebido treinamento

relacionado às questões

ambientais.

5 5 4 1 5 1 4 1

As ações ambientais dos

funcionários são avaliadas

formalmente como parte de sua

avaliação de desempenho anual.

5 4 4 1 5 5 4 1

Em geral, os funcionários podem

facilmente se comunicar com seus

superiores sobre qualquer assunto

relacionado às iniciativas

ambientais.

4 2 2 1 3 5 5 1

A consciência ambiental é uma

questão de preocupação prioritária

na empresa.

5 1 3 1 5 5 3 1

Conheço alguma ação de

Endomarketing® da empresa

voltada para a disseminação dos

programas ambientais para o

público interno. (Endomarketing®:

marketing dirigido ao público

interno da empresa. Comunica

objetivos, metas e resultados entre

os colaboradores, enfatizando a

comunicação interna.)

5 5 2 1 4 3 3 1

Com que frequência você consulta

as ferramentas de disseminação

das informações da empresa?

4 5 1 1 3 3 2 1

Considero as ferramentas

corporativas de comunicação

interna / disseminação de

informações da companhia

eficientes.

4 5 1 1 2 5 2 1

A participação dos funcionários

nas questões ambientais é intensa. 3 5 5 1 5 5 4 1

BL

OC

O

3 -

Pro

gra

ma

s

Am

bie

nt

ais

da

emp

resa

Qual o seu grau de envolvimento

com o Programa (3Rs, PEA ou

PURA)?

4 2 5 5 4 3 4 3

105

BL

OC

O 1

- C

on

du

ta

Am

bie

nta

l d

o I

nd

ivíd

uo

Objetivo

Específico

Assertiva

Identificar as

ações de

Endomarketing

® da empresa

voltadas para a

disseminação dos

programas

ambientais para

o público

interno.

Caracterizar a

conduta dos

colaboradores

com relação à

responsabilidade

ambiental.

Pesquisar a

percepção dos

colaboradores

com relação aos

programas

ambientais

divulgados pela

empresa

estudada.

Identificar junto

aos

colaboradores

suas

contribuições e

sugestões aos

programas

ambientais da

companhia.

Juiz J1 J2 J1 J2 J1 J2 J1 J2

Minha empresa comunicou a

necessidade de implementar o

Programa (3Rs, PEA ou PURA).

5 5 5 1 5 3 4 1

A alta administração suporta

totalmente a implementação de

ações do Programa (3Rs, PEA ou

PURA).

5 3 3 1 4 5 3 1

Os procedimentos do Programa

(3Rs, PEA ou PURA) são

amplamente divulgados.

5 5 2 1 4 3 3 1

Os resultados do Programa (3Rs,

PEA ou PURA) são amplamente

divulgados.

5 5 2 1 4 3 3 1

Minha empresa tem sido bem

sucedida ao criar conscientização

extensa a toda empresa quanto aos

problemas, custos e oportunidades

ambientais relacionadas ao

Programa (3Rs, PEA ou PURA).

5 3 2 1 3 5 2 1

Minha empresa oferece

oportunidades e treinamentos

necessários para o Programa (3Rs,

PEA ou PURA).

5 3 4 1 5 5 4 1

Minha empresa descreve

claramente os conhecimentos,

competências e habilidades

necessários para a implementação

do Programa (3Rs, PEA ou

PURA).

5 3 3 1 4 5 3 1

O Programa (3Rs, PEA ou PURA)

é importante para a comunidade

interna da empresa.

5 1 4 1 4 5 2 1

O Programa (3Rs, PEA ou PURA)

é importante para a sociedade. 4 1 5 1 3 5 2 1

O que poderia ser melhorado no

Programa (3Rs, PEA ou PURA)? 5 1 4 1 5 1 5 3

Fonte: Elaborado pela autora

106

Pelo quadro de avaliação de juízes, ponderou-se se alguma questão foi pontuada como 1

ou 2 por ao menos um dos juízes para todos os constructos, o que questiona sua capacidade de

medir algum dos objetivos específicos propostos. Destacou-se em negrito apenas a questão

nesta situação: “Eu apoio as iniciativas relacionadas às questões ambientais na minha

organização”. Todas as demais questões, pelas pontuações recebidas, foram validadas por

representarem ao menos um dos objetivos específicos e demonstrarem assim alinhamento ao

constructo estabelecido para este estudo.

O juiz J2 questionou ainda o termo "apoio", na assertiva “Eu apoio as iniciativas

relacionadas às questões ambientais na minha organização” por julgar que não ficou claro se

trata-se de um “apoio moral” ou participação efetiva. A princípio procurou-se um termo

alternativo que substituísse o “apoio”, porém entendeu-se que substituir por “participo” criaria

uma dependência de a empresa disponibilizar as ações, e não permitiria aferir a conduta

ambiental dos colaboradores, que é o que se pretende neste primeiro bloco. Entendeu-se ainda

que substituir por “gosto”, “estou disposto a participar” ou ainda “estou disposto a me

empenhar” deixaria a assertiva muito semelhante às questões 1 e 2 e não agregariam ao

instrumento. Para não ficar repetitivo, considerando que o instrumento já é extenso, e que a

pontuação atribuída pelo J2 à 4ª assertiva foi baixa para todos os objetivos específicos e não

demonstrou forte relação da assertiva com o constructo, decidiu-se por retirá-la do questionário.

Assim, foram mantidas apenas as três primeiras questões para caracterizar a conduta ambiental

do empregado.

O quadro 17 mostra a versão inicial e as alterações sugeridas pelos juízes e pré-teste.

107

Quadro 17: Validação dos constructos – alterações pós avaliação de juízes e pré-teste

Versão inicial do instrumento Versão final do instrumento

Eu apoio as iniciativas relacionadas às questões

ambientais na minha organização. Questão retirada

Conheço alguma ação de Endomarketing® da empresa

voltada para a disseminação dos programas ambientais

para o público interno. (Endomarketing®: marketing

dirigido ao público interno da empresa. Comunica

objetivos, metas e resultados entre os colaboradores,

enfatizando a comunicação interna.)

Conheço alguma ação de comunicação interna da

empresa voltada para a disseminação dos

programas ambientais para os colaboradores.

A Gestão descreve claramente os conhecimentos

necessários, competências e habilidades que são

necessárias para a implementação do programa.

Minha empresa descreve claramente os

conhecimentos, competências e habilidades

necessários para a implementação do programa.

Fonte: Elaborado pela autora

O instrumento de coleta de dados qualitativos (roteiro de entrevista) foi elaborado a

partir das questões validadas do instrumento de coleta de dados quantitativos.

3.6.ANÁLISE DOS DADOS

Para analisar os dados qualitativos coletados, procedeu-se uma análise documental dos

relatórios de sustentabilidade da empresa, e uma análise de conteúdo das entrevistas com os

gestores dos principais programas ambientais selecionados.

Para Bardin (1977, p. 38) análise de conteúdo “É um conjunto de técnicas de análise das

comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das

mensagens”. Bardin (1977) ainda define a análise de conteúdo como sendo um conjunto de

técnicas que analisam as comunicações para obter, por sistemática e objetivamente a descrição

do conteúdo das mensagens. Estes procedimentos permitem inferir conhecimentos relativos às

condições de produção e recepção destas mensagens.

A análise de conteúdo é apresentada como uma alternativa às pesquisas tipo survey,

pois o investigador busca descrever objetivamente o conteúdo de mensagens previamente

108

elaboradas. Trata-se de um método qualitativo, cujo objeto pode ser a observação direta,

entrevistas ou mesmo dados secundários registrados em meio impresso ou de outra forma. Esta

técnica trabalha com materiais textuais escritos, sejam eles construídos no processo de pesquisa

(como transcrições de entrevista ou protocolos de observação) ou textos prontos como jornais

ou documentos de empresas. A análise de conteúdo é técnica de tratamento de dados que

objetiva identificar o que está sendo dito sobre determinado tema (VERGARA, 2005; LEVIN;

FOX, 2004).

Já na fase quantitativa, os dados primários coletados pelo questionário foram analisados

estatisticamente utilizando-se o software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences),

por meio do qual se extraíram as informações estatísticas que nortearam a análise da percepção

dos colaboradores sobre as ações ambientais.

Os dados coletados da pesquisa de campo compuseram uma primeira apresentação

genérica, na qual as assertivas foram apresentadas com seus cinco possíveis níveis de

concordância, porém tratando dos respondentes como uma amostra única.

Na sequência os dados foram testados estatisticamente para determinar-se quais

variáveis categóricas geraram respostas diferentes para um mesmo item. Assim, apenas os itens

com alguma divergência apontada pelos testes foram estratificados por categorias. Procedeu-se

ainda, nesta segunda fase de análise, um agrupamento dos níveis concordo totalmente +

concordo parcialmente como apenas concordância, e o concordo totalmente + concordo

parcialmente como apenas discordo, mantendo-se o nível intermediário como neutro, no intuito

de agrupar e facilitar as discussões.

Por fim, as análises isoladas fomentaram uma triangulação dos dados na conclusão, no

intuito de obter-se uma visão mais ampla de toda a situação problema, em quais pontos os

dados coletados foram convergentes e em quais foram divergentes, para viabilizar uma análise

composta pelas múltiplas evidências coletadas no decorrer do estudo de caso.

109

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo são apresentados e discutidos primeiramente os resultados obtidos pela

pesquisa qualitativa e na sequência os da pesquisa quantitativa. Estes últimos são apresentados

de forma geral, e em seguida estratificados por categorias para aquelas variáveis onde foram

identificadas diferenças nas respostas, no intuito de facilitar as discussões.

As discussões foram incorporadas ao trabalho à medida em que os resultados são

apresentados, sempre anexas às tabelas, no intuito de facilitar a compreensão do objeto

pesquisado e fomentar as conclusões que são trazidas no capítulo final.

4.1.PESQUISA QUALITATIVA

Os resultados da pesquisa qualitativa foram originados pelas entrevistas e pela parte

dissertativa incorporada ao instrumento de coleta de dados quantitativo. Primeiramente são

apresentados os achados das entrevistas semiestruturadas conduzidas com os gestores dos

programas ambientais estudados. Em seguida foram compiladas as sugestões de melhoria dadas

de forma dissertativas pelos pesquisados a cada um dos programas, por meio da questão aberta

/ opção “outros” do questionário.

4.1.1. Entrevistas

As entrevistas foram conduzidas com os gestores dos programas ambientais selecionados

para este estudo e compiladas de duas maneiras: análise de conteúdo e nuvem de palavras.

A análise de conteúdo foi representada por meio de quadros, onde são destacadas em

formato de itens as respostas dadas pelos pesquisados às questões da entrevista. Desta forma

fica mais fácil a visualização dos pontos relevantes da entrevista, bem como das ideias expostas

pelos entrevistados. Depois de apresentados os quadros, procedeu-se à análise de conteúdo em

si, que compara e interpreta os discursos, tecendo discussões.

110

Uma nuvem de palavras ou tagcloud representa graficamente um texto, formatando um

diagrama que atribui maior destaque às palavras mais freqüentes em um texto, permitindo

perceber rapidamente os termos mais importantes (SILVA; SAMPAIO,2012; LOHMANN;

ZIEGLER; TETZLAFF, 2009; ABULAISH; ANWAR, 2011). Para auxiliar na confecção da

nuvem, utilizou-se como ferramenta o site http://www.tagxedo.com/app.html, que importa o

texto e monta um diagrama de nuvem, permitindo algumas configurações (TAGXEDO, 2014).

O texto importado para confecção da nuvem de palavras foi a transcrição literal e integral das

entrevistas com os gestores dos programas ambientais. Considera-se que, esta representação

gráfica pode sintetizar as principais ideias transmitidas pelos entrevistados, integrando uma

maneira objetiva e didática de visualizar quais foram os pontos mais abordados nas respostas.

Palavras com alta freqüência no discurso porém com pouco significado isoladamente como

preposições e artigos, foram omitidos da exibição em nuvem.

A seguir apresentaram-se as três nuvens de palavras que compilaram separadamente as

principais ideias extraídas das entrevistas com os gestores dos Programas Sabesp 3Rs,

Programa de Educação Ambiental, Programa de Uso Racional da Água (figuras 5, 6 e 7,

respectivamente).

Figura 5: Nuvem de palavras da entrevista com a gestora do Programa Sabesp 3Rs

Fonte: Elaborada pela autora.

111

Observa-se na figura 5 que durante a entrevista sobre o Programa Sabesp 3Rs os termos

mais reincidentes no discurso (em destaque na figura) foram: grupo, Sabesp, coleta, gestor,

empresa, pessoas, gente, programa, unidades, multiplicadores, todos, procedimento, destinação

e resíduos. A tagcloud traz também vários outros termos relevantes para que se tenha uma

visão completa das principais ideias trazidas pela gestora, porém tomando-se somente estes

termos é possível fazer uma primeira análise de conteúdo, mais superficial.

Dos termos citados, podem-se visualizar a relevância da Sabesp como patrocinadora do

programa e dos procedimentos que estabelecem a correta destinação dos resíduos. Pode-se

ainda abstrair a demonstração da necessidade de envolvimento dos colaboradores, formando

grupos, capacitando multiplicadores e grupos gestores e promovendo um alinhamento entre as

unidades de negócio.

Figura 6: Nuvem de palavras da entrevista com o gestor do Programa de Educação Ambiental

Fonte: Elaborada pela autora.

Observa-se na figura 6 que, como fruto da entrevista relativa ao Programa de Educação

Ambiental, destacaram-se os termos: Sabesp, educação, responsáveis, saneamento, gente,

empresa, pessoas, nós, programa e ambiental. Nesta primeira análise de conteúdo, é possível

vislumbrar forte intersecção de ideias com o programa 3Rs. Da mesma forma que na entrevista

112

do 3Rs, visualiza-se na tagcloud do PEA a importância da Sabesp e do envolvimento das

pessoas, por meio da repetição dos termos pessoas e gente, da integração contida no termo

“nós” e o do comprometimento implícito no termo “responsáveis”. Os termos ambiental,

saneamento, programa, e educação são inerentes ao próprio PEA, e por isso também foram

utilizados diversas vezes durante a entrevista.

Figura 7: Nuvem de palavras da entrevista com o gestor do Programa de Uso Racional da

Água

Fonte: Elaborada pela autora.

Já na figura 7, originada pela entrevista relacionada ao Programa de Uso Racional da

Água, as palavras mais citadas foram: Sabesp, programa, água, multiplicadores, colaboradores,

divulgação, principal, uso, PURA, consumo, todos e racional. Na análise de conteúdo da

nuvem, observa-se também uma intersecção de ideias com os outros dois programas.

Novamente aparecem com forte destaque a Sabesp, por ser a responsável pelo programa, e as

pessoas, representadas principalmente pelos colaboradores, todos e multiplicadores. Este último

termo já deixa clara a importância do público interno na disseminação do programa. Na

sequência surgem os termos relacionados ao próprio PURA e seus objetivos, como o uso,

principal, água, consumo, racional e programa, e a por fim destaca-se a importância da

divulgação do programa.

113

O quadro 18 aborda, de maneira resumida porém mais detalhada que as nuvens de

palavra, as principais ideias relatadas no decorrer das entrevistas. Nele estão compiladas as

respostas dadas por cada um dos gestores pesquisados às questões elaboradas. Os três

programas são apresentados de forma integrada, para facilitar a comparação.

Quadro 18: Principais pontos abordados nas entrevistas

Questões

Entrevistado

/ Programa Principais pontos abordados na resposta

1

Você acredita que

os procedimentos

e resultados dos

Programas

ambientais da

empresa são

amplamente

divulgados e

disponíveis para

qualquer um que

precise acessar?

E1/ 3Rs

- Procedimentos nos sistemas / todos podem acessar;

- Resultados nos sistemas internos e relatórios de sustentabilidade

- Não tem certeza se todos empregados sabem acessar e se acessam.

E2/ PEA

- Divulgação externa dos resultados na mídia;

- Divulgação interna: sistemas, comunicação interna e portal;

- Acredita serem amplamente divulgados e disponíveis a todos.

E3/ PURA - Acredito que são amplamente divulgados dentro da diretoria M;

- Há diversos canais de divulgação interna e externa.

2 Quais as formas

de divulgação?

E1/ 3Rs

- SOE e Gedoc (sistemas internos, disponíveis na Intranet da Sabesp,

responsáveis por armazenar e permitir acesso aos procedimentos empresariais);

- Relatórios das unidades com informações compiladas do programa;

- Relatório de sustentabilidade no site da Sabesp;

- Palestras para os multiplicadores do programa.

E2/ PEA

- Internamente: - unidades de negócio (que executam as atividades);

- sistemas corporativos e Intranet (alguns dados confidenciais);

- Externamente: - informações públicas.

E3/ PURA - Site da Sabesp na Internet;

- Portal na Intranet.

3

Você acredita

que o Programa

(3Rs/PEA/

PURA) é

amplamente

divulgado e

disponível a

todos

colaboradores

da Sabesp?

E1/ 3Rs

- Existe divulgação, talvez não ampla;

- Capacitação de multiplicadores que devem replicar;

- Visitas às unidades de negócio – reuniões / treinamentos;

- Encontro educativo piloto na sede com grande abrangência;

- Visita aos postos de trabalho na sede para adequação da coleta seletiva.

E2/ PEA

- Divulgação ampla;

- Desde 2007 mais de 1000 empregados treinados para disseminar;

- Relatório de sustentabilidade.

- Informações na Internet (site externo) e Intranet (portal corporativo)

- Capacitação periódica em educação ambiental - público interno e externo;

- Dois responsáveis pelo PEA em cada uma das 17 unidades de negócio;

- Meta de treinar 600 pessoas por ano.

- Momentos de mobilização interna para envolver os demais públicos.

E3/ PURA - Acredita que o programa é bem divulgado e conhecido na Diretoria M;

- Na Sabesp como um todo não conhece a divulgação / não consigo avaliar.

4 Qual o principal

objetivo da E1/ 3Rs

- Propor medidas para reduzir consumo / geração de resíduos;

- Estabelecer a destinação adequada e responsável dos resíduos.

114

Questões

Entrevistado

/ Programa Principais pontos abordados na resposta

implementação

do Programa

(3Rs /PEA

/PURA)? E2/ PEA

- Construir valores essenciais, conhecimento, habilidades, atitudes e

competências para a conservação do ambiente;

- Promover e alinhar a Educação Ambiental interna e externamente;

- Uniformizar procedimentos e diretrizes;

- Promover o uso racional da água, a proteção e despoluição dos mananciais.

E3/ PURA - Atuar na demanda de água (consumo) reduzindo-a;

- Levar a comunidade a utilizar menos água, sem comprometer o conforto.

5

Qual a

importância e

contribuição do

Programa (3Rs

/PEA /PURA)

para a

comunidade

interna da

empresa?

E1/ 3Rs

- Questão ambiental tem que ser tratada de forma integrada;

- Ações locais refletem em todo o planeta;

- 3Rs visa envolver os empregados para multiplicarem interna e externamente.

E2/ PEA

- Atuação em área de mananciais;

- Promoção do saneamento ambiental;

- Remete à sensibilização, conscientização, capacitação e comprometimento de

cada funcionário com o saneamento básico ambiental.

E3/ PURA - Transformar empregados em multiplicadores para atingir a sociedade;

- Levá-los a adotar as medidas de uso racional em seu próprio dia-a-dia.

6

Qual a

importância e

contribuição do

Programa (3Rs /

PEA/ PURA)

para a

sociedade?

E1/ 3Rs

- Impossível desvincular âmbito ambiental local do mundial;

- Meio ambiente implica em repercussão a nível planetário;

- Responsabilidade ambiental da Sabesp se estende além de seus portões.

E2/ PEA

- Educação ambiental não pode ser passiva, tem que envolver a comunidade;

- Os mananciais estão com a comunidade;

- Necessário firmar um pacto entre a população e o berço das águas;

- Sanear = tornar sadio;

- PEA comunica esses valores e conceitos para a comunidade.

E3/ PURA - Preservar os mananciais (favorável também para a imagem da Sabesp);

- Muitos enxergam como benefício apenas a redução na conta de água.

7

Você acredita

que o público

interno da

Sabesp participa

efetivamente do

Programa 3Rs

/PEA /PURA?

E1/ 3Rs

- Em números a proporção de participação não é muito elevada;

- Há empregados comprometidos com o 3Rs que acreditam e se empenham.

- Percebe-se mais iniciativa de algumas pessoas do que orientação gerencial;

- Apenas algumas pessoas se dedicam muito, enquanto outras não se importam.

E2/ PEA

- Publicação “40 anos de educação sanitária ambiental na Sabesp” como prova;

- Ações de educação ambiental: teatro, dança, música, mímica, oficinas de

desenho, cartilhas, exposições, soltura de peixes, plantio de árvores, limpeza de

córregos, rios e praias, visita monitoradas às áreas da Sabesp e palestras.

E3/ PURA

- Na M empregados conhecem e dizem adotar o uso racional da água;

- Difícil apurar efetivamente;

- Participação não é voluntária. Poucos atuam diretamente com o PURA;

- Participação ativa: equipe do MEL, multiplicadores das UNs e contratados.

8

Que tipo de

prática

ambiental você

acredita que

pode ser

melhorada na

empresa? De

que forma?

E1/ 3Rs

- Melhorar (na Sabesp e no mundo) sensibilização para a finitude da natureza;

- Programas estão consistentes. Necessário trabalhar mais com o ouvinte;

- Sensibilização para o consumo excessivo como um problema social;

- “Terapia ambiental” para conscientização quanto à “doença” do planeta.

E2/ PEA

- A educação ambiental por sua amplitude / inúmeras possibilidades;

- Foco da Gestão ambiental hoje: evitar passivo ambiental e cumprir legislação;

- Futuro da gestão ambiental: educação ambiental / sensibilização.

E3/ PURA

- O PURA tem muita oportunidade de desenvolvimento dentro da empresa;

- Sabesp gerir melhor o consumo de água dos prédios próprios;

- Servir de exemplo do PURA;

- UN Metropolitana Norte: exemplo de sucesso no monitoramento do consumo.

115

Questões

Entrevistado

/ Programa Principais pontos abordados na resposta

9

Na sua opinião,

qual a

percepção do

colaborador

interno em

relação ao

Programa (3Rs

/PEA /PURA)?

E1/ 3Rs

- Ambientalistas são apaixonados, mas são minoria na população e na empresa;

- Muitos não acreditam na dimensão dos problemas ambientais;

- Atitudes presentes na empresa como um reflexo da sociedade.

- Área ambiental diferente: perfil dos empregados, comprometidos com o tema.

- Empresa de soluções ambientais;

- Todos empregados deveriam se sentir educadores ambientais.

E2/ PEA

- Percepção, em visitas às UNs, de que a educação ambiental muda as pessoas;

- Mudança de valores e atitudes das pessoas em relação à sustentabilidade;

- Relatos: contato com a EA mudou a vida, estudos, objetivos de carreira.

E3/ PURA

- Colaboradores da Sabesp têm visão incompleta do que o PURA abrange;

- Não conhecem todas as ações englobadas pelo programa;

- Às vezes implantam PURA sem fazer um diagnóstico completo do consumo;

- É necessário identificar os vazamentos e equipamentos à trocar;

- Apenas com conscientização a redução de consumo pode ter pouco impacto.

Fonte: Elaborado pela autora

Considerando-se as respostas dos entrevistados – gestores dos três programas

ambientais selecionados para o estudo, pode-se observar que, as respostas às três primeiras

questões, relacionadas à divulgação dos programas, foram razoavelmente similares.

Apesar de apresentarem de forma diferente o quanto acreditam na amplitude da

divulgação, os três entrevistados apontaram os mesmos canais de comunicação como os

principais, e que são utilizados para divulgar os três programas: interno – Intranet, Portal e

Sistema Organizacional disponível na Intranet; externo – site da Sabesp, que inclui as

informações publicadas diretamente no site e também o Relatório de sustentabilidade. Quanto à

abrangência da comunicação, dois dos três entrevistados não tem certeza se o que está

publicado atinge a todos os empregados ou se a divulgação é efetiva fora de sua diretoria.

A gestora do 3Rs acredita que o programa é divulgado, talvez não amplamente. O

gestor do PEA acredita na amplitude da divulgação, inclusive pelo número oficial de pessoas

treinadas pelo programa e de colaboradores envolvidos com as atividades do programa. Já o

gestor do PURA observa essa divulgação ampla na Diretoria Metropolitana (M), que é sua área

de divulgação. Não sabe informar se essa divulgação é tão intensa na R, até porque a Diretoria

R não possui uma área funcional para cuidar exclusivamente do programa, da forma como

existe na M.

116

Ainda com relação à divulgação, os três gestores informaram que trabalham com a

estratégia de multiplicadores. Como a empresa é de grande porte e são muitas unidades de

negócio para serem abarcadas pelos programas, os três trabalham com a indicação de pessoas-

chave que são capacitadas para implantar o programa em suas UNs, implantando e

monitorando as ações a ele relacionadas. Os entrevistados acreditam que essa estratégia

funciona bem, sendo possível abranger um número maior de pessoas com pouco tempo e

poucos recursos.

Analisando os objetivos de cada programa, percebe-se que todos possuem seu âmago na

conservação ambiental, e apesar de demonstrarem enfoques diferenciados, já que cada um

abarca um tipo de atividades, todos possuem pontos de interligação.

De forma sucinta, o 3Rs visa minimizar o consumo e a geração de resíduos, e destinar

os resíduos adequadamente. O PEA tem por objetivo desenvolver valores e competências para

a conservação do ambiente, além de promover e alinhar a Educação Ambiental interna e

externamente, estimular o uso racional da água, despoluindo e protegendo os mananciais. Por

fim, o PURA visa reduzir o consumo, consequentemente protegendo os mananciais – estes

objetivos do PURA coincidem com parte dos objetivos apresentados pelo PEA, demonstrando

interação entre os dois programas.

Observa-se que, em seus objetivos, o 3Rs está praticamente delimitado ao ambiente

interno da companhia, por tratar do consumo e dos resíduos gerados dentro da própria empresa.

O PEA trabalha no âmbito interno e externo, já que capacita o público interno para que esse

possa replicar a Educação Ambiental para o público externo. O PURA, de forma diferente,

enfoca a redução de consumo dos clientes, ou seja, é voltado para a sensibilização e adequação

de equipamentos para o público externo à companhia.

Analisando estes objetivos, fica mais fácil compreender algumas sugestões de melhoria

apontadas pelos gestores dos programas na questão n.º 8, bem como sugestões dadas pelos

próprios empregados na pesquisa survey, discutida a seguir, de ampliar o 3Rs para que ele

ultrapasse as fronteiras da empresa e envolva e comunidade, e da mesma forma que o PURA

passe a ser aplicado em todas áreas próprias da Sabesp, para que a empresa como um todo sirva

de exemplo.

Adotar estas sugestões permitiria que os três programas atuassem tanto no âmbito

interno da empresa, envolvendo e capacitando seus colaboradores para as atividades

117

ambientais, quanto no âmbito externo, envolvendo a comunidade e demais stakeholders,

tornando a contribuição do programa mais relevante para a sociedade e para o meio ambiente,

melhorando como consequência a imagem que a sociedade tem da empresa frente às questões

ambientais.

Para validar esta recomendação retoma-se o exemplo da Sanepar, já apresentado na

revisão da literatura, quando a empresa apresenta a integração com órgãos de governo e

sociedade como um dos quatro eixos norteadores de sua política socioambiental. Para a

empresa, esta cooperação compartilha a responsabilidade pelo desenvolvimento sustentável

com o poder público e com a sociedade, conferindo maior eficácia aos programas sociais e

ambientais (SANEPAR, 2010).

Com relação à importância do programa para o público interno (colaboradores), as três

entrevistas destacaram o fato de capacitá-los / sensibilizá-los para adotarem as ações do

programa, e transformá-los em multiplicadores para que possam replicar o que receberam do

programa.

Os entrevistados acreditam na importância dos programas para a sociedade, já que

zelam pelo meio ambiente que é um bem comum. A gestora do 3Rs relata que cada ação ao

meio ambiente implica em repercussão a nível planetário, e por isso a responsabilidade

ambiental da Sabesp se estende além de seus portões. Para o gestor do PEA, como os

mananciais estão com a comunidade a Educação ambiental tem que envolvê-la. O gestor do

PURA aponta a preservação dos mananciais como principal contribuição do programa à

sociedade, sendo favorável também para a imagem da Sabesp.

Validando a afirmação do gestor do PURA, Brum (1994) e Inkotte (2000),

desenvolveram estudos na área de Endomarketing®, que caracterizam o investimento em

Marketing Social como vantagem competitiva em potencial. Os autores salientam a

importância de não considerar esta postura filantrópica como promoção de vendas, mas como

postura e valores da organização, pois assim pode influenciar positivamente o comportamento

do público interno.

Observa-se que os três programas apresentam impactos relevantes à sociedade, já que

interferências no meio ambiente (positivas ou negativas) sempre refletem na comunidade de

entorno.

118

Quanto à questão “Você acredita que o público interno da Sabesp participa efetivamente

do Programa 3Rs /PEA /PURA?”, o posicionamento dos gestores foi semelhante ao obtido nas

questões sobre divulgação. Para o 3Rs respondeu-se que a participação dos empregados não é

muito elevada em números absolutos, porém há pessoas comprometidas e muito dedicadas ao

programa. Salientou-se na resposta que se observa mais iniciativa destes que orientação

gerencial. Para o PEA respondeu-se que há participação efetiva, comprovada pelas atividades

divulgadas na publicação “40 anos de educação sanitária ambiental na Sabesp”. Para o PURA,

a resposta foi que os empregados da M alegam conhecer e adotar o uso racional da água, porém

é difícil apurar efetivamente, inclusive poucos atuam diretamente com o PURA.

Resgatando o que foi abordado na revisão da literatura sobre o a participação, traz-se o

exemplo da Águas de Portugal, que declara como parte de sua responsabilidade social o

incentivo à participação de seus colaboradores em atividades socioambientais, dentre elas a

educação ambiental (ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011).

Os entrevistados apresentaram as práticas ambientais que acreditam que podem ser

melhoradas. A gestora do 3Rs trouxe à tona a necessidade de sensibilização, dentro e fora da

Sabesp, para a finitude da natureza. Sugeriu também um trabalho voltado ao público-alvo

sensibilização para o consumo excessivo como um problema social, já que os programas

internos são consistentes e bem estruturados, ela enxerga como grande potencial de melhoria

trabalhar na parte comportamental, buscando criar conscientização na população, para que

então o programa tenha forte adesão, por parte dos colaboradores, da liderança e da

comunidade.

O gestor do PEA apontou a própria educação ambiental como programa com grande

potencial de melhoria, devido à sua amplitude que envolve todas as questões ambientais. Ele

acredita que o futuro da gestão ambiental terá um enfoque preventivo, voltando-se para a

educação ambiental e sensibilização dos públicos de interesse. O gestor do PURA também

aponta que o próprio programa que está sob sua gestão apresenta grande potencial de

desenvolvimento dentro da empresa. Ele sugere que o programa seja aplicado aos prédios

próprios, para que a empresa sirva de exemplo do PURA em todas as suas áreas.

Como relatado na revisão da literatura, um trabalho com objetivos similares a este foi

desenvolvido por Prado e Istilli (2002) já há algum tempo e direcionado exclusivamente para o

Programa de Educação Ambiental da Sabesp. Apesar de haver decorrido mais de uma década, é

119

possível observar que algumas de suas sugestões ainda cabem não apenas para o PEA, mas

também para outros programas ambientais da companhia, como 3Rs e o PURA. Observa-se

que estas sugestões, ou já estão sendo adotadas pelos gestores ou foram apontadas por eles

mesmos como necessidades, como é o caso da sensibilização das chefias, ampliação do escopo

dos programas, maior envolvimento dos colaboradores, e investimento em divulgação

(PRADO; ISTILLI, 2002).

Dois dos três pesquisados apontaram as sugestões de melhoria direcionadas ao próprio

programa que são responsáveis. Acredita-se que, por conhecerem com mais detalhe o programa

que gerem, conhecem os pontos fracos e consequentemente as principais oportunidades de

melhoria.

Ao final da entrevista, questionou-se qual a opinião dos entrevistados sobre a percepção

dos colaboradores em relação aos programas ambientais. Para esta questão, a responsável pelo

3Rs se declarou acreditar que apenas a minoria da população e da empresa são ambientalistas, e

infelizmente muitos não acreditam na dimensão dos problemas ambientais. Segundo a gestora,

estas atitudes são um reflexo da sociedade, e que se percebe uma postura diferente entre

poucos, por exemplo entre os que trabalham na área ambiental, devido ao próprio perfil dos

empregados. Como a Sabesp é uma empresa de soluções ambientais, acredita que todos

empregados deveriam se sentir educadores ambientais. Para a gestora a maioria dos

empregados não percebe de forma completa e adequada os programas ambientais, contudo,

constata-se uma atitude favorável e forte comprometimento de alguns empregados frente às

questões ambientais, o que demonstra possibilidade de melhoria neste quadro.

Analisando o PEA, O gestor entrevistado teve a percepção, durante suas visitas às UNs,

de que a educação ambiental muda as pessoas, seus valores e atitudes frente à sustentabilidade.

De forma otimista, o segundo entrevistado relatou acreditar que os empregados possuem uma

percepção positiva do Programa de Educação Ambiental.

Para finalizar a discussão sobre as entrevistas, o responsável pelo PURA ponderou que

os colaboradores da Sabesp têm visão incompleta de tudo que o PURA abrange, e algumas

vezes por não conhecerem todas as ações englobadas pelo programa acabam por implantar o

PURA sem fazer um diagnóstico completo do consumo, identificação de vazamentos e troca de

equipamentos por economizadores. Enxergando esta percepção dos colaboradores como

120

incompleta, acredita que algumas vezes a implantação do Programa de Uso Racional da Água

pode auferir uma redução de consumo de pouco impacto.

Corroborando a ponderação do gestor do PURA, Santos (2010) desenvolveu um estudo

sobre o uso racional da água em prédios próprios da Empresa Baiana de Saneamento (Embasa).

Concluiu-se que o sucesso deste programa depende de planejamento, manutenção preventiva e

periódica, acompanhamento dinâmico do consumo de água por equipe gestora treinada,

identificação e atuação imediata quando detectadas anomalias no consumo de água.

O autor recomenda ainda que o plano de manutenção hidráulica contemple

“intervenções periódicas, tanto para execução de pesquisas e correção de vazamentos,

aparentes ou não aparentes, nas instalações hidráulicas internas e externas da edificação, quanto

para revisões, regulagens ou trocas, se necessário, de equipamentos hidráulicos” (SANTOS,

2010, p.85).

Com relação ao papel dos gestores ambientais entrevistados, Cantor et al. (2012b)

afirmam que quanto maior o compromisso ambiental do gestor ambiental e sua identificação

psicológica com a causa, mais provável que ele consiga defender a implementação de práticas

de gestão ambiental na empresa, possivelmente por meio de sua capacidade de obter o

comprometimento do pessoal. Os autores apontam que gestores ambientais campeões em

práticas ambientais organizacionais devem este sucesso ao seu comprometimento pessoal com

as questões ambientais. Ter uma área ambiental designada e um gestor incumbido das questões

ambientais são condições necessárias mas não suficientes para o envolvimento de toda a

oerganização nas práticas ambientais.

Analisando os discurso das entrevistas com os gestores ambientais da Sabesp, observou-

se claramente a identificação pessoal destes com o tema ambiental, além de um claro

conhecimento e alinhamento com o relatório de sustentabilidade, e as questões ambientais

apontadas como estratégica para a companhia. Este resultado demonstrou forte alinhamento

com a sugestão de Cantor et al. (2012b), configurando assim mais um fator que facilita à

Sabesp obter sucesso em suas práticas ambientais, inclusive no que se refere ao nível de

envolvimento de seu pessoal.

121

4.1.2. Questões abertas / opção “outros” do questionário quantitativo

Dentro do instrumento de coleta de dados quantitativos, ao questionar-se o que poderia

ser melhorado em cada um dos programas, apresentaram-se como alternativas de resposta:

divulgação do programa, divulgação dos resultados do programa, disponibilização de

informações / materiais, treinamento dos colaboradores, incentivo por parte dos gestores,

suporte por parte da alta administração, criação de recompensas / incluir na avaliação, outros,

nada e não sei. Assim, a alternativa “outros” apresentada ao final permitia que os empregados

que desejassem manifestassem de forma dissertativa suas sugestões de melhoria para cada um

dos programas. Assim, esta opção apesar de compor o instrumento quantitativo, trouxe

informações passíveis de uma análise qualitativa, que é explorada a seguir.

4.1.2.1.Programa Sabesp 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar)

As palavras que mais se repetiram na indicação aberta das sugestões de melhoria para o

Programa Sabesp 3Rs (item outros) foram compiladas na figura 8.

Figura 8: Nuvem de palavras do item “outros” das sugestões de melhoria para o 3Rs

Fonte: Elaborada pela autora.

122

Além da nuvem, que apresenta as principais ideias de forma bem sintetizada, elaborou-

se um quadro com as sugestões dos respondentes em formato de tópicos, e depois de

apresentado o quadro trazem-se as considerações sobre a figura e o quadro juntas.

Quadro 19: Síntese das sugestões de melhoria apontadas no item “outros” para o 3Rs

O que poderia ser melhorado no Programa Sabesp 3Rs? (OUTRO)

A alta administração torná-los prioridade da política corporativa.

Facilitar a disposição final - evitar acúmulo de material;

Municípios pequenos muitas vezes não possuem cooperativas de catadores, o que dificulta a disposição.

Esclarecer os critérios para implantação;

Muitos municípios ainda não oferecem disposição adequada;

Faltam projetos ambientais municipais e cooperativas para aproveitamento dos recicláveis.

Abertura de debates entre os empregados interessados, levantando ações e ideias no âmbito pessoal e de trabalho;

Fazendo com que eles se sintam reconhecidos e estimulem os demais, trazendo interação entre os funcionários.

Abrir espaço para ações voluntárias.

Sabesp ter todos seus sistemas 100% adequados ambientalmente;

Ser exemplo, principalmente com relação aos esgotos, que poluem.

Acompanhar a reciclagem até o final do processo;

Precisamos nos certificar como é destinado e para onde.

Muita coisa precisa sair do papel e acontecer na prática.

Adequar quadro de pessoal para que haja tempo de participar em ações ambientais.

Medidas para reduzir a utilização de papéis;

Digitalizar documentos e formulários, utilizando arquivos digitais.

Ampliar o programa para a sociedade;

Adotar mesmos critérios para que a população faça despejo voluntário de resíduos nos postos da Sabesp.

Divulgações têm de ser feitas pelos gerentes;

Sensibilização constante entre os colaboradores;

Dar credibilidade às sugestões dos colaboradores e aos preceitos do programa, para que haja participação efetiva.

Divulgação diária por e-mail de assuntos relacionados ao programa;

Familiarizar colaboradores com o tema;

Desenvolver a cultura '3Rs' (reduzir, reutilizar e reciclar).

Pensar além dos lucros;

A empresa respira meio ambiente (água e esgoto);

Escutar os funcionários que têm ótimas ideias ambientais

Deixar de executar ações ambientais apenas de forma emergencial;

Uma empresa de saneamento depende do meio ambiente, portanto deve investir nele.

Cobrança por parte dos encarregados até que o programa seja aprendido e incorporado totalmente.

Criar autoridades funcionais para acompanhar a implantação;

Participação da sociedade no programa.

Criar indicadores por UN para materiais recicláveis / reutilizáveis;

Exemplo: quantidade de papel sulfite / número de empregados.

Incentivar competição entre as unidades;

Premiar a UN que obtiver maior quantidade de material reciclado.

Incluir como quesito da avaliação de performance.

123

O que poderia ser melhorado no Programa Sabesp 3Rs? (OUTRO)

Criar um grupo para implantação.

Criar uma equipe para promover e monitorar o 3Rs nas UNs;

Incentivando a Educação Ambiental, que tem sido esquecida.

Certificar os parceiros, principalmente quanto ao 3º R (reciclar).

Definir melhor os materiais recicláveis no programa para a indicação de destinação não divergir das embalagens.

Desburocratizar, e flexibilizar o programa para atender às características e recursos da região.

Reciclagem dos envolvidos permanentemente para fixar uma cultura ambiental forte.

Difundir a Informação e os agentes multiplicadores.

Questões precisam ser comunicadas corretamente, e não apenas divulgadas;

Sensibilizar implica em ação constante, para despertar a necessidade agir de forma diferente;

A comunicação precisa ser bem feita para resultar nos objetivos traçados;

Sabesp precisa aprimorar a comunicação.

Modificar a cultura da empresa para incentivar a participação do 'chão de fábrica'.

Programa é importante, mas ainda está iniciando, tem muito a ser desenvolvido.

Estabelecer metas para os programas ambientais.

Foco da empresa hoje: atender o cliente e faturar;

Não se percebe cultura da liderança cobrar ações ambientais.

Há gestores que não vêem a preocupação com o ambiente como necessidade.

Fazer campanhas e atividades permanentes de divulgação;

Envolver empregados na implantação e manutenção do 3Rs.

Inserir testes de conhecimento obrigatório para os funcionários.

Instalar lixeiras de coleta seletiva no prédio-sede da UN.

Instituir local correto para disposição final dos resíduos.

Melhorar a conscientização dos funcionários e terceirizados;

Fazer ações de reciclagem para que resultados sejam visíveis;

Envolver gerências;

Divulgar ações que a Sabesp está conduzindo.

Percepção de empolgação na implantação, que foi se perdendo;

No início muitos se empenharam e trabalharam;

Muitos empregados infelizmente não mantêm a consciência de reduzir o consumo, reutilizar e reciclar materiais;

Percepção de que poucos poupam energia no ambiente de trabalho;

Solução proposta: conscientizar, comunicar, educar.

Muitas cidades pequenas do interior, não possuem centros de segregação e reciclagem e os catadores e

cooperativas não são regularizados;

Devido a esta realidade não é possível atender às exigências do programa.

Crê que em sua UN o programa não está implantado

Necessário conquistar os funcionários para aderirem ao programa;

Ações simples como separar recicláveis parecem difíceis, dada a cultura, formação social e educação coletiva;

Difícil praticar reciclagem e respeito ao meio ambiente na cultura brasileira;

Usualmente só funcionam com retorno financeiro atrelado;

Integrar a cultura da empresa e dos colaboradores;

Estabelecer metas para o programa, incluindo-o na avaliação e criando recompensas.

Todos os funcionários que se interessassem deveriam ser convidados a participar do programa.

O resíduo é separarmos nas lixeiras, porém é descartado junto com o lixo comum, desincentivando os funcionários.

Priorizar o compromisso do programa com a causa e com a legislação; Evitar ações apenas para marketing verde ou

cumprimento de ISO.

Deveria ser obrigatório em todas as áreas da empresa.

124

O que poderia ser melhorado no Programa Sabesp 3Rs? (OUTRO)

Forte divulgação do programa apenas na implantação;

Necessário dar continuidade, a educação / sensibilização tem que ser constante / diária para surtir efeito.

Gerentes deveriam ouvir mais os colaboradores, trabalhar em pequenas ações locais sugeridas pelos empregados.

Planejamento, organização, comunicação e comprometimento.

Comunicar à sociedade os trabalhos que estão sendo feitos;

Envolver a sociedade nos programas ambientais;

Comunicar por informativos, divulgação nas escolas;

Divulgar "Se liga na rede", programa com grande benefício ambiental pois subsidia ligações de esgoto em locais

carentes, tirando os esgotos que antes poluíam os mananciais.

Trabalhar na educação ambiental para todos os funcionários, pois vários não têm nenhuma noção de sustentabilidade.

Programas ambientais serem tratados com relevância efetiva;

Ir além do cumprimento das exigências legais e da melhoria de imagem;

Compor os quesitos da participação nos resultados, tornando-se meta;

Gerências tratarem o 3Rs com maior seriedade.

Na região metropolitana programa é bem mais divulgado que na R.

Reuniões frequentes de manutenção do Programa;

Apresentação das ações e dificuldades de cada UN;

"Fórum" para discutir novas formas de fazer e de envolver as pessoas;

Espécie de reconhecimento também do trabalho dos colegas;

Alinhamento entre UNs essencial para incentivar as que estão começando.

As outras demandas diárias sempre são priorizadas e os programas ambientais tratados em 2º plano.

Sinceridade, honestidade, determinação, motivação, participação, transparência.

Tornar as questões ambientais menos burocráticas.

Treinamento do 3Rs obrigatório para todos os empregados, independente do nível hierárquico - desde a Alta Direção.

Aprimorar a divulgação;

Reconhecimento para quem aplica.

Parceria efetiva, suportando e auxiliando na estruturação do 3Rs e das associações de coleta seletiva nos municípios.

Fonte: Elaborado pela autora

Para o Programa 3Rs obteve-se um número grande de sugestões de melhoria no item

“outros”. Algumas delas foram comuns aos três programas, como a necessidade de divulgar

melhor / comunicar, treinar os empregados e incentivar e reconhecer a participação. As

questões culturais também apareceram muito fortemente, com indicações de melhoria tanto na

sensibilização dos empregados para aderirem a uma postura de conservação ambiental, quanto

por parte das lideranças de se comprometerem com o programa, fornecendo todo apoio

necessário. Foram sugeridos ainda encontros periódicos entre as UNs para compartilhar

melhores práticas, o estabelecimento de metas para o 3Rs, a desburocratização do programa, o

envolvimento da sociedade (hoje o programa é interno), e o assunto ser tratado com maior

seriedade pela alta administração, passando a ser considerado uma das prioridades. Apontou-se

como sugestão também a criação de uma área para tratar do programa, com uma equipe

específica e capacitada para tratar do assunto.

125

Por tratar-se de um programa que abrange a questão dos resíduos sólidos, segregação de

resíduos e reciclagem, surgiram sugestões específicas para o 3Rs como por exemplo instalação

de lixeiras separadas por tipo de material, tornar obrigatório na empresa o descarte segregado,

reutilizar o papel, utilizar arquivos digitais e estabelecer parcerias com associações de catadores

ou incentivo para a estruturação delas nos municípios onde ainda não existem ou não estão

formalmente organizadas.

4.1.2.2.Programa de Educação Ambiental

A Figura 9 representa uma nuvem de palavras com os termos que mais se repetiram nas

respostas, apresentando uma compilação das principais ideias indicadas pelos pesquisados

como sugestões de melhoria para o Programa de Educação Ambiental. A análise da nuvem e do

quadro com tópicos foi feita de maneira conjunta ao final.

Figura 9: Nuvem de palavras do item “outros” das sugestões de melhoria para o PEA

Fonte: Elaborada pela autora.

126

Quadro 20: Síntese das sugestões de melhoria apontadas no item “outros” para o PEA

O que poderia ser melhorado no Programa de Educação Ambiental de sua empresa? (OUTRO)

Programas Ambientais serem levados com mais seriedade.

Divulgação.

Deveria abranger todos os colaboradores.

Vincular à avaliação e carreira. Recompensar a participação.

Planejamento, organização, comunicação, comprometimento.

Envolvimento e apoio da alta direção;

Exemplo e comprometimento virem da diretoria, gerências e gestores;

Ações isoladas de poucos não surtem os mesmos efeitos.

Manutenção periódica e reuniões sistemáticas para alinhamento do PEA com 3Rs.

Divulgação efetiva;

Apoio das superintendências regionais.

Viabilizar que os empregados conheçam o programa;

Envolver todos os funcionários, não restringir a um determinado grupo.

Treinamento específico para todos envolvidos / responsáveis por implantar nas UNs.

Liberem dos funcionários e de recursos necessários para ações de Educação Ambiental nas escolas;

Alguns participam voluntariamente - tempo e recursos próprios;

Incentivo por parte das lideranças - com apoio e recursos da empresa a participação seria mais intensa.

Comprometimento com o programa, não ter apenas para dizer que tem PEA.

Melhorar a divulgação interna do programa;

Estimular visitas às ETAS e ETES da Sabesp;

Formar as crianças como multiplicadores da idéia em seu meio social e familiar.

Ser novamente objetivo da ISO 14.000.

Inserção de testes obrigatórios aos funcionários.

Instalar lixeiras de coleta seletiva em todas as dependências

Desburocratizar o programa.

Treinar todos os funcionários.

Envolvimento e patrocínio do governo estadual

Parceria com o poder público municipal e associações de catadores de recicláveis;

Apoio financeiro, estrutura e divulgação na mídia.

Sinceridade, honestidade, participação, motivação, transparência.

Facilitar os trabalhos e desburocratizar as questões ambientais.

Sabesp ter todos seus sistemas 100% adequados ambientalmente;

Ser exemplo, principalmente com relação aos esgotos, que poluem.

Comunicação e incentivo;

Na região metropolitana programa é bem mais divulgado que na R.

Questões precisam ser comunicadas corretamente, e não apenas divulgadas;

Sensibilizar implica em ação constante, para despertar a necessidade agir de forma diferente;

A comunicação precisa ser bem feita para resultar nos objetivos traçados;

Sabesp precisa aprimorar a comunicação.

Criação de uma equipe para promover e monitorar o PEA nas unidades;

Selecionar para ela profissionais qualificados em Educação Ambiental.

Divulgação ampla e permanente;

Envolver cada vez mais empregados, interessados na preservação ambiental.

127

O que poderia ser melhorado no Programa de Educação Ambiental de sua empresa? (OUTRO)

Incluir na formação / treinamento dos novos colaboradores;

Sensibilizá-los desde o início com a responsabilidade ambiental.

Estimular competição entre as UNs, premiando periodicamente pelos resultados.

Palestrar em todos os setores.

Estabelecer parcerias externas.

Criação uma área com foco em educação ambiental dentro de cada UN

Fonte: Elaborado pela autora

Dentre as sugestões de melhoria para o PEA, comunicação e treinamento foram os itens

mais citados. Também se sugeriu estabelecer metas para o programa, premiando as unidades

que se destacarem e incluir a participação como parte da avaliação dos empregados, com

conseqüente recompensa. Mencionou-se ainda a necessidade de desburocratizar o programa, e

melhorar o apoio e incentivo por parte da empresa, desde a alta administração até os superiores

imediatos. Como exemplos de apoio citaram-se a liberação dos colaboradores para participarem

e a disponibilização de recursos para a execução das ações.

Do ponto de vista da gestão de pessoas, identificam-se na literatura recomendações de

treinamento e desenvolvimento para gerentes e líderes de equipe, em relação à forma de gerir a

participação eficaz de seus colaboradores nas práticas ambientais (RONNENBERG,

GRAHAM e MAHMOODI, 2011).

Caracteriza-se assim o papel fundamental dos líderes no incentivo à participação dos

colaboradores, favor apresentado como forte potencial de melhoria.

Foi sugerida ainda a ampliação daabrangência do programa e envolver mais

empregados. Outra ideia apontada foi estabelecer parcerias com instituições e prefeituras.

Pontuou-se ainda a necessidade de a empresa tratar o programa com mais responsabilidade,

comprometimento e seriedade.

Outra ação sugerida foi o alinhamento do PEA entre as unidades de negócio para

compartilhar melhores práticas, alinhando-o também com os outros programas ambientais.

Sugeriu-se também a criação de uma equipe, uma nova área nas unidades de negócio para tratar

especificamente dos programas ambientais.

128

4.1.2.3.Programa de Uso Racional da Água

As palavras que mais se repetiram na indicação das sugestões de melhoria para o

Programa de Uso Racional da Água foram compiladas em uma nuvem de palavras, para melhor

visualização das principais ideias apontadas pelos pesquisados. Da mesma forma que para os

outros programas, apresenta-se primeiramente a nuvem de palavras, em seguida o quadro com

sugestões sintetizadas, e somente depois uma análise integrada de ambos.

Figura 10: Nuvem de palavras do item “outros” das sugestões de melhoria para o PURA

Fonte: Elaborada pela autora.

Quadro 21: Síntese das sugestões de melhoria apontadas no item “outros” para o PURA

O que poderia ser melhorado no Programa de Uso Racional da Água (PURA) de sua empresa?

(OUTRO)

Treinar todos os funcionários

Planejamento, organização, comunicação, comprometimento.

Estender o programa a todos os grandes consumidores (incentivar redução);

Divulgar melhor às prefeituras, para implantação em imóveis públicos.

Seguir o exemplo da Diretoria Metropolitana, atingindo escolas, condomínios, sindicatos e associações;

Investir em estrutura e capacitação de pessoal.

129

O que poderia ser melhorado no Programa de Uso Racional da Água (PURA) de sua empresa?

(OUTRO)

Ampliar divulgação que muitas vezes se restringe a gerentes e gestores.

Distribuição de folhetos nas escolas.

Envolver a administração publica, incentivando redução do consumo e conserto de vazamentos;

Desenvolver um trabalho com as escolas, municipais e estaduais.

Melhorar a divulgação e trabalhar na conscientização

Empresa ter responsabilidade efetiva na aplicação do programa.

Cursos, Palestras e Workshops;

Visitar outras unidades com o programa mais maduro para buscar boas práticas;

Formar um grupo dedicado ao programa para atender toda a UN;

Capacitá-los para executar diagnósticos e demais atividades do PURA;

Encontros frequentes entre as UNs para trocar experiências e resultados;

Elaborar palestras e periódicas junto à comunidade, escolas, etc.;

A população deve perceber a empresa ensinando boas práticas de uso da água.

Maior ação, comprometimento e patrocínio por parte do governo estadual.

Selecionar ao menos uma escola por UN como Piloto;

Conduzir trabalho piloto que seja factível de grande retorno (economia de água);

Analisar criticamente e aprimorar ações para levar às demais escolas.

Gestão não enxergar o programa apenas como um "redutor de faturamento";

Enxergar responsabilidade da Sabesp e oportunidade de preservar o recurso;

Evitar ter que investir muito para buscar a água mais distante (por ter poupado).

Divulgação.

Gestores estabelecer metas / ações claras para os multiplicadores praticarem;

Dar continuidade ao programa, alinhar constantemente, melhorar comunicação;

Questões precisam ser comunicadas corretamente, e não apenas divulgadas;

Sensibilizar implica em ação constante, para despertar a necessidade agir de forma diferente;

A comunicação precisa ser bem feita para resultar nos objetivos traçados;

Sabesp precisa aprimorar a comunicação.

Melhorar a seleção dos beneficiados pelo PURA para não prejudicar o faturamento.

Fonte: Elaborado pela autora

Destacaram-se no quadro 21 as principais ideias, em formato de tópicos, obtidas no item

“outros”, da questão “O que poderia ser melhorado no Programa de Uso Racional da Água

(PURA) de sua empresa?”.

Observa-se que os itens mais citados pelo público pesquisado foram a comunicação, o

treinamento, a responsabilidade da empresa frente ao programa, a constância e continuidade

das ações, e a integração e troca de informações entre as unidades de negócio, para obter-se

melhores práticas.

Apesar dos itens comunicação e treinamento constarem nas opções dadas pelo

questionário quantitativo, a maior parte dos respondentes que optou por complementar

130

utilizando o campo “outros”, detalhou a forma que deveria ser conduzida a comunicação e os

treinamentos relativos ao programa. Neste detalhamento destacam-se as sugestões de maior

envolvimento e abrangência, e a periodicidade, sugerida para ser constante conferindo

continuidade ao programa, o que segundo os pesquisados, potencializa os resultados frente às

ações pontuais que ocorrem atualmente.

Uma vez apresentadas as sugestões de melhoria relatadas no item “outros” dos três

programas, pode-se constatar uma forte adesão dos colaboradores da Sabesp à pesquisa, já que

muitos presquisados aproveitaram o campo aberto “outros” para manifestar suas opiniões.

Desta forma, é possível fazer uma relação com o trabalho de Clark (2001), no qual os

colaboradores demonstraram ter opiniões fortes em relação às questões ambientais. Como

proposta da pesquisa, sugeriu-se que os comentários dos pesquisados fossem colocados em

prática, para que assim eles se sintam participantes dos programas, se tornando mais propensos

a aderir e apoiar programas ambientais, e pré-dispostos a sugerirem melhorias futuras

(CLARK, 2001).

Replica-se assim esta sugestão para a Sabesp, haja vista a predisposição dos

empregados pesquisados em emitir sua opinião e recomendações. Deve-se considerar, contudo,

a necessidade de analisá-las de forma integrada, avaliando a aderência de cada uma à realidade

estudada no grupo pesquisado e aos resultados gerais da pesquisa, para não definir ações com

base em uma recomendação isolada.

Nas sugestões abertas que os colaboradores deixaram para os três programas, foram

pontuadas apontaram a necessidade de tratar os programas ambientais com mais seriedade,

vinculá-los à avaliação, recompensar a participação, estabelecer metas e demonstrar

envolvimento, apoio e comprometimento tanto da alta direção quanto dos superiores imediatos.

Estes fatores caracterizam sugestões para que os programas ambientais sejam

considerados como uma questão estratégica, da mesma forma que Santos (2010) recomendou

que o uso racional da água fosse incluído como objetivo no plano estratégico da Embasa,

definindo bem as metas, ações e competências.

131

4.2. PESQUISA QUANTITATIVA

A seguir serão apresentados os resultados da pesquisa quantitativa. A pesquisa

quantitativa, do tipo survey, foi hospedada em um site da web, o http://www.questionpro.com,

que possui as ferramentas necessárias para a construção do instrumento de coleta de dados no

formato apresentado, bem como segurança de preservar a identidade dos respondentes e

armazenar os dados de forma segura, para posterior acesso pela pesquisadora e extração das

planilhas que foram utilizadas no tratamento estatístico dos dados. Além de permitir acesso por

meio de link direto (http://programasambientaissabesp.questionpro.com/) e armazenar os dados

já obtidos, o site forneceu as estatísticas gerais da pesquisa apresentadas no Quadro 22.

Quadro 22: Estatísticas / níveis de resposta da pesquisa

A Número de visualizações da pesquisa 1.837

B Quantidade de respondentes que iniciou o preenchimento 1.420

C Quantidade de respondentes que completou todo o instrumento 739

D Taxa de conclusão (C/B*100) 52,04%

E Tempo médio de preenchimento (em minutos) 12

Fonte: Adaptado de Questionpro (2013)

Todas as questões, exceto as categóricas, eram de preenchimento obrigatório. Desta

forma, foram obtidas 739 respostas válidas, cujas questões obrigatórias foram completamente

respondidas.

Dos 6.525 empregados da Diretoria R que tiveram acesso à pesquisa, houve a

devolutiva de 739 respondentes. No entanto, nem todos os respondentes preencheram as

questões referentes ao perfil.

A Tabela 3 apresenta as estatísticas descritivas da amostra que participou da pesquisa

quantitativa, separando o número de respondentes que informaram cada uma das variáveis

categóricas pesquisadas (sexo, idade, escolaridade, cargo, unidade e tempo de empresa).

132

Tabela 3: Número de respondentes de cada variável categórica

Sexo Idade Escolaridade Cargo Unidade

Tempo de

empresa

Respondentes 686 686 725 725 725 725

Não responderam 53 53 14 14 14 14

Fonte: Elaborada pela autora

Dentre todas as questões que compunham o instrumento de coleta de dados, as que

representavam as variáveis categóricas – sexo, idade, escolaridade, cargo, unidade e tempo de

empresa – foram apresentadas ao final do questionário, e eram as únicas cujo preenchimento

não era obrigatório.

Tanto nas divulgações da pesquisa quanto em seu cabeçalho, foi esclarecido que se

tratava de um trabalho acadêmico, que o sigilo dos respondentes seria preservado e não haveria

nenhuma forma de identificação direta. Haveria apenas classificações pelas variáveis

categóricas para aprimorar as análises e conclusões do trabalho.

Apesar destes esclarecimentos, decidiu-se por deixar estas questões como não

obrigatórias, não divulgando abertamente a não-obrigatoriedade, porém permitindo que as

respostas fossem salvas mesmo sem completar esta etapa. Esta cautela foi tomada visando-se

evitar baixo nível de resposta caso os pesquisados ficassem com receio de serem identificados.

Embora se tenha tomado este cuidado, observa-se que dos 739 respondentes que

responderam a todas questões de conteúdo do instrumento, apenas 53 (7,17%) não informaram

sexo e idade, e um número ainda menor – apenas 14 (1,89%) – não responderam às demais

variáveis categóricas, acredita-se que por receio de serem identificados.

133

4.2.1. Análise Descritiva: Perfil do respondente

A amostra deste estudo foi composta de 739 sujeitos, todos empregados da Diretoria de

Sistemas Regionais da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

Destes respondentes, 525 (76,5% das respostas válidas) são do sexo masculino, 161 (23,5% das

respostas válidas) do sexo feminino, e 53 não responderam. Observa-se assim a predominância

de respondentes do sexo masculino.

Buscando entender se esta discrepância entre os sexos poderia sinalizar um viés de

pesquisa, analisaram-se algumas particularidades da empresa estudada. Segundo o Balanço

Social divulgado pela Sabesp em 2012 (SABESP, 2012a, p.84) observa-se que de um quadro

de 15.019 empregados no final de 2012, apenas 3.018 eram mulheres, ou seja, 20,09%.

Analisando os dados sob este novo prisma, pode-se concluir que a participação das mulheres

neste estudo foi proporcional à sua representatividade no quadro funcional, e até levemente

superior que a dos homens.

Para melhor visualização da distribuição dos respondentes por faixa etária, elaborou-se

o gráfico apresentado na Figura 11.

Figura 11: Faixa etária dos pesquisados

Fonte: Elaborado pela autora

44 7%

112 16%

206 30%

234 34%

90 13%

Idade dos respondentes

até 25 anos de 26 a 35 anos de 36 a 45 anos de 46 a 55 anos acima de 55 anos

134

Observou-se claramente que a minoria – apenas 7% - tem até 25 anos. Um fator que

influencia este número é o fato de que, como as contratações são por meio de concurso público,

um dos requisitos é a idade mínima de 18 anos. Percebeu-se ainda que a faixa etária de 46 a 55

anos predomina, e logo em seguida a de 36 a 45 anos. Somando-se as duas pode-se concluir

que 64% dos empregados da Sabesp que responderam à pesquisa têm entre 36 e 55 anos. Por

fim, observou-se que 13% dos pesquisados tem mais que 55 anos. O número de não

respondentes foi igual ao do item anterior: 53. Acredita-se que podem ser os mesmos 53

indivíduos que não responderam sua faixa etária nem sexo para evitar identificação.

A Figura 12 apresenta o nível de escolaridade dos respondentes.

Figura 12: Níveis de escolaridade dos pesquisados

Fonte: Elaborado pela autora

Em relação ao nível de escolaridade informado pelos respondentes, apenas 0,8% (6)

informaram possuir ensino fundamental. A maioria – 39,7% (288) possui ensino superior

completo, enquanto que 30,9% (224) concluíram o ensino médio e 28,6% (207) já cursaram

pós-graduação. Apenas 14 sujeitos da pesquisa não informaram sua escolaridade.

6 0,8%

224 30,9%

288 39,7%

207 28,6%

Escolaridade dos Respondentes

Ensino Fundamental Ensino Médio Ensino Superior Pós-graduação

135

A Figura 13 representa a distribuição dos respondentes de acordo com o tempo de

empresa.

Figura 13: Tempo de empresa dos respondentes

Fonte: Elaborado pela autora

Ao analisar o gráfico da Figura 13 observa-se que o menor grupo de respondentes tem

de 6 a 10 anos de empresa. Em seguida vem o grupo mais jovem de companhia – 10,8% com

menos de 2 anos, e 15,6% com 2 a 5 anos. Somando-se estes dois grupos, constatou-se que

apenas 26,4% dos pesquisados possuem até 5 anos de empresa. Apontou-se ainda que 35,9%

possuem de 11 a 20 anos de empresa, enquanto que um grupo semelhante, 34,3%, tem mais de

20 anos. Somando-se estes dois últimos é possível concluir que a grande maioria dos

respondentes – 70,2% – tem mais de 10 anos de companhia.

Quando questionados sobre qual dos cargos / níveis hierárquicos melhor descreviam sua

posição atual, as respostas obtidas foram as sintetizadas na Figura 14.

78 10,8%

113 15,6%

25 3,4%

260 35,9%

249 34,3%

Tempo de empresa

menos de 2 anos

de 2 a 5 anos

de 6 a 10 anos

de 11 a 20 anos

mais de 20 anos

136

Figura 14: Distribuição dos pesquisados conforme o cargo / nível hierárquico

Fonte: Elaborado pela autora

Observa-se que o menor público dentre os respondentes foi o gerencial (7%), o que e

compatível com a realidade organizacional já que, segundo o efetivo de pessoal divulgado pela

Sabesp em Março de 2013 destacou que os gerentes representavam 3,9% do total de

empregados (SABESP, 2013d). Os universitários que responderam à pesquisa são 22,5% do

total, também proporcional à sua participação no quadro funcional, que em Março era de

18,4%. Os demais empregados, que somam os operacionais, técnicos e administrativos, no

efetivo da Sabesp totalizam 77,7% da força de trabalho. Nesta pesquisa, equivalem à soma das

categorias operacional, técnica, administrativa e os cargos de liderança de nível técnico (líder,

gestor e encarregado). Este público representou 70,5% dos respondentes, número que não

difere muito da distribuição de pessoal da Sabesp. Contudo, cabe salientar que esta diferença de

7,2% pode se justificar pelo fato deste público abranger a equipe operacional, na qual parte do

90 12%

250 35%

90 12%

163 23%

81 11%

51 7%

Cargo / nível hierárquico

Operacional

Técnico

Administrativo

Univeristário

Líder/ Gestor/ Encarregado

Gerencial

137

pessoal não utiliza o computador em seu trabalho diário. Como a pesquisa foi realizada via

Internet, considera-se isto como um dificultador para que participassem da pesquisa na mesma

intensidade que os demais públicos.

Mesmo com essa possível restrição de participação proporcional da equipe operacional,

considera-se que o objetivo foi alcançado, já que o percentual de participação do grupo foi

satisfatório, e observou-se reforço por parte das lideranças incentivando a participação de

todos, além de divulgação da pesquisa nos Murais e demais informativos, que atingem todos os

empregados.

Outro desafio era o de conseguir uma participação efetiva de todas as unidades de

negócio da Diretoria de Sistemas Regionais. A Figura 15 representa a distribuição desta

participação de cada unidade.

Figura 15: Distribuição dos respondentes de acordo com a Unidade de Negócio

Fonte: Elaborado pela autora

R 30

4,1%

RA 71

9,8%

RB 60

8,3%

RE 41

5,7%

RG 72

9,9%

RJ 69

9,5%

RM 72

9,9% RN 40

5,5% RO 5

0,7%

RR 33

4,6%

RS 80

11,0%

RT 62

8,6%

RV 90

12,4%

Unidade de Negócio / Região Geográfica

138

Pode-se dizer que a representatividade de cada unidade de negócio foi altamente

satisfatória, uma vez que a participação foi homogênea e para a maioria das unidades,

proporcional ao número de empregados da UN.

Tabela 4: Distribuição do número de empregados da R e dos respondentes por UN

Número de

empregados

Número de

respondentes

Percentual de

participação

R 16 Não especificado Não especificado

RC 10 Não especificado Não especificado

RF 26 Não especificado Não especificado

Total considerado

como R 52 30 57,69%

RA 605 71 11,74%

RB 728 60 8,24%

RE 198 41 20,71%

RG 691 72 10,42%

RJ 442 69 15,61%

RM 716 72 10,06%

RN 338 40 11,83%

RO 49 5 10,20%

RR 286 33 11,54%

RS 1085 80 7,37%

RT 588 62 10,54%

RV 863 90 10,43%

Total R 6.641* 725** 10,92%

* Neste total constam os empregados afastados por aposentadoria por invalidez. Quadro funcional da R em fev/14.

** Além deste número, há 14 respondentes não identificaram sua UN, e computam as 739 respostas válidas.

Fonte: Elaborada pela autora

Dentre as unidades pesquisadas, 3 são unidades funcionais, que são centralizadas e

apoiam todas as UNs, e por serem centralizadas possuem um número pequeno de empregados.

São elas a própria R - diretoria, equipe de staff, Departamento Administrativo e Financeiro e

Departamento de Controladoria e Planejamento Integrado, a RO – Gestão e Desenvolvimento

Operacional, que possui 4 departamentos, e a RE – Gestão de Empreendimentos, que possui 10

departamentos. As superintendências RC e RF são muito pequenas e como são áreas funcionais

e fisicamente ficam anexas à R, foram consideradas como “R”, inclusive para preservar a

identidade dos respondentes. As outras 10 são unidades de negócio (regionais), cuja

abrangência geográfica é apresentada no quadro 14, que compõe a Metodologia.

139

Praticamente todas as unidades pesquisadas apresentaram níveis de resposta entre 7 e

21%, sendo que para a maioria este nível foi próximo de 10%. O único caso diferente foi da

própria R, que apresentou nível de resposta superior a 50%. Acredita-se que este foi resultado

porque foi a unidade que assumiu a responsabilidade de disseminar a pesquisa e incentivar a

participação. Soma-se a isto o fato que se trata de uma área administrativa, na qual todos

empregados possuem acesso ao e-mail e facilidade para participar da pesquisa.

Tabela 5: Distribuição dos respondentes nas Unidades de Negócio

Esc

ola

rid

ad

e Fundamental 6,7% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 2,8% 2,5% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1,1% 0,8%

Médio 13,3% 21,1% 33,3% 12,2% 37,5% 42,0% 30,6% 27,5% 0,0% 45,5% 27,5% 30,6% 38,9% 30,9%

Superior 33,3% 43,7% 43,3% 19,5% 47,2% 43,5% 37,5% 42,5% 20,0% 27,3% 50,0% 41,9% 32,2% 39,7%

Pós-graduação 46,7% 35,2% 23,3% 68,3% 15,3% 14,5% 29,2% 27,5% 80,0% 27,3% 22,5% 27,4% 27,8% 28,6%

Ca

rgo

Operacional 13,3% 11,3% 5,0% 0,0% 20,8% 20,3% 12,5% 5,0% 0,0% 3,0% 7,5% 24,2% 14,4% 12,4%

Técnico 20,0% 26,8% 26,7% 14,6% 36,1% 34,8% 41,7% 47,5% 0,0% 45,5% 50,0% 29,0% 34,4% 34,5%

Administrativo 13,3% 16,9% 20,0% 7,3% 9,7% 11,6% 12,5% 7,5% 0,0% 15,2% 11,3% 9,7% 13,3% 12,4%

Universitário 36,7% 22,5% 16,7% 58,5% 16,7% 15,9% 25,0% 17,5% 80,0% 21,2% 18,8% 19,4% 17,8% 22,5%

Líder/gestor/

encarregado 6,7% 9,9% 18,3% 12,2% 12,5% 13,0% 5,6% 15,0% 0,0% 9,1% 6,3% 9,7% 15,6% 11,2%

Gerencial 10,0% 12,7% 13,3% 7,3% 4,2% 4,3% 2,8% 7,5% 20,0% 6,1% 6,3% 8,1% 4,4% 7,0%

Fonte: Elaborada pela autora

Unidade

R RA RB RE RG RJ RM RN RO RR RS RT RV Total

To

tal Frequência 30 71 60 41 72 69 72 40 5 33 80 62 90 725

Percentual 4,1% 9,8% 8,3% 5,7% 9,9% 9,5% 9,9% 5,5% 0,7% 4,6% 11,0% 8,6% 12,4% 100%

Sex

o

Masculino 67,9% 74,2% 79,3% 77,5% 83,8% 79,7% 79,4% 74,4% 100% 93,3% 64,5% 81,7% 69,0% 76,5%

Feminino 32,1% 25,8% 20,7% 22,5% 16,2% 20,3% 20,6% 25,6% 0,0% 6,7% 35,5% 18,3% 31,0% 23,5%

Ida

de

Até 25 anos 7,4% 0,0% 6,9% 5,0% 8,8% 7,7% 2,9% 10,3% 0,0% 10,0% 10,5% 5,1% 6,0% 6,4%

De 26 a 35 anos 14,8% 16,7% 20,7% 10,0% 20,6% 27,7% 11,6% 12,8% 0,0% 6,7% 18,4% 10,2% 16,7% 16,3%

De 36 a 45 anos 29,6% 37,9% 32,8% 27,5% 26,5% 24,6% 36,2% 23,1% 40,0% 33,3% 25,0% 20,3% 38,1% 30,0%

De 46 a 55 anos 29,6% 27,3% 29,3% 32,5% 29,4% 35,4% 37,7% 33,3% 40,0% 43,3% 35,5% 50,8% 28,6% 34,1%

Acima de 55 anos 18,5% 18,2% 10,3% 25,0% 14,7% 4,6% 11,6% 20,5% 20,0% 6,7% 10,5% 13,6% 10,7% 13,1%

Tem

po

de

emp

resa

Menos de 2 anos 10,0% 2,8% 13,3% 9,8% 5,6% 8,7% 5,6% 15,0% 20,0% 12,1% 20,0% 9,7% 15,6% 10,8%

De 2 a 5 anos 13,3% 9,9% 15,0% 12,2% 18,1% 27,5% 15,3% 25,0% 0,0% 12,1% 15,0% 8,1% 15,6% 15,6%

De 6 a 10 anos 6,7% 1,4% 3,3% 0,0% 2,8% 11,6% 5,6% 2,5% 0,0% 3,0% 3,8% 0,0% 1,1% 3,4%

De 11 a 20 anos 16,7% 50,7% 28,3% 36,6% 41,7% 31,9% 36,1% 25,0% 40,0% 42,4% 32,5% 30,6% 42,2% 35,9%

Mais de 20 anos 53,3% 35,2% 40,0% 41,5% 31,9% 20,3% 37,5% 32,5% 40,0% 30,3% 28,8% 51,6% 25,6% 34,3%

140

Observando-se a tabulação cruzada entre as Unidades de Negócio e as demais variáveis

categóricas, podem-se observar algumas diferenças entre as unidades.

Com relação ao sexo, a maior parte das UNs trazem a mesma característica da Sabesp –

cerca de 20% de mulheres. Destoam desta proporção as UNs RR com apenas 6,7% de

respondentes do sexo feminino, e a RO com nenhuma mulher participando da pesquisa. Cabe,

contudo, salientar que a RO é uma superintendência com poucos empregados, e que apenas 5

indivíduos responderam à pesquisa. Por outro lado, da RS, RV e R mais de 30% dos

respondentes eram do sexo feminino.

As UNs RR, RS e RN foram as únicas que apresentaram mais de 10% dos respondentes

com até 25 anos de idade, enquanto que a RO, a RE e a própria RN têm mais de 20% dos

respondentes com mais de 55 anos. A RA, RB e RJ apresentam grande concentração de

respondentes nas faixas etárias intermediárias, de forma que mais da metade dos pesquisados

tem entre 26 e 45 anos. Na RS, RV e RB apenas cerca de 10% dos pesquisados tem mais de 55

anos.

Analisando a distribuição pelo tempo de empresa, para a Sabesp como um todo

observou-se um tempo de empresa bem elevado – mais de 70% dos respondentes com mais de

10 anos de casa. Esta realidade se reflete nas UNs da seguinte forma: em apenas 3 UNs (RS,

RO e RV) mais de 15% dos respondentes tem até 2 anos de empresa. Por outro lado das UNs R

e RT mais de 50% dos respondentes têm mais de 20 anos de empresa.

Comparando-se o tempo de casa com a faixa etária, identifica-se uma compatibilidade

já que apenas 7% tem até 25 anos de idade e 64% entre 36 e 55 anos. Analisando esta

distribuição nas unidades de negócio percebe-se um perfil de público mais jovem, tanto na

faixa etária quanto em tempo de empresa apontando nas UNs RS e RV.

Quanto à escolaridade somente 0,8% possuem ensino fundamental, enquanto que quase

40% têm ensino superior e cerca de 30% estão nos níveis ensino médio e pós-graduação. Ao

observar nas unidades, apenas a R, RM e RN possuem mais de 2% dos respondentes apenas

com ensino fundamental, a R se destacando com 6,7%. A R, RE e RO possuem maior número

de respondentes com pós-graduação: 46,7%, 68,3% e 80%, respectivamente. Na RS e na RG

perto de 50% dos pesquisados possuem ensino superior.

141

Quanto aos cargos e níveis hierárquicos, apenas as unidades de negócio RO e RE não

tiveram respondentes operacionais, o que se justifica pelo fato de se trataram de áreas de apoio,

que não possuem equipes operacionais como ocorre nas regionais. As unidades RB, RR e RN

apresentaram até 5% de respondentes operacionais, enquanto que da RG, RJ e RT mais de 20%

se classificaram como operacionais. Nas unidades RS, RN e RR entre 45% e 50% são técnicos.

Apenas nas UNs RE e RO mais de 50% se classificaram como universitários, o que também é

compatível com o perfil dessas unidades. Apenas nas unidades RB, RN e RV mais de 15% dos

pesquisados é líder, gestor ou encarregado. Nas UNs , RA, RB e RO mais de 10% dos

respondentes está no nível gerencial.

Ao cruzar escolaridade com nível hierárquico, observa-se compatibilidade na RE e RO

com grande número de empregados com pós-graduação com grande percentual de cargo

universitário na empresa. Comparando-se os cargos técnicos e administrativos (somados

integram 42,7% da amostra) com a formação de requisito para seu preenchimento (nível médio,

que representa apenas 27,7% da formação dos pesquisados) já não se percebe forte

compatibilização. O oposto ocorre com o nível universitário em geral – é maior o número de

empregados com ensino superior ou pós-graduação que o número de empregados que ocupam

cargos universitários, dentre os respondentes. Acredita-se que o fator que possa influenciar

fortemente nessa ausência de compatibilização seja o plano de carreiras da companhia, que

inclusive por impeditivos legais e necessidade de realização de concursos públicos, não permite

que um empregado contratado em nível médio ascenda a uma carreira universitária. Desta

forma, acredita-se que há um número considerável de empregados que já possuem formação

superior, porém atuam na carreira de nível médio/técnico.

Para facilitar a apresentação das respostas obtidas em cada uma das questões que

compuseram o instrumento de coletas de dados, procedeu-se uma separação em tabelas por

blocos de questões agrupadas da mesma forma que foi feito na apresentação dos constructos.

4.2.2. Conduta ambiental do indivíduo

Neste item são apresentados as respostas obtidos para as questões do primeiro bloco da

pesquisa quantitativa, de forma compilada, bem como as discussões destas questões. O objetivo

142

do bloco 1 é caracterizar a conduta ambiental dos indivíduos pesquisados.

Tabela 6: Frequência e Percentual de respostas por níveis de concordância – Bloco 1

Discordo

totalmente

Discordo

em parte

Não discordo

nem concordo

Concordo

em parte

Concordo

totalmente

Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %

bl1_q1 10 1,4% 9 1,2% 70 9,5% 283 38,3% 367 49,7%

bl1_q2 6 0,8% 12 1,6% 47 6,4% 246 33,3% 428 57,9%

bl1_q3 6 0,8% 11 1,5% 31 4,2% 372 50,3% 319 43,2%

Fonte: Elaborada pela autora

Quadro 23: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa - Bloco1

Legenda da codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa

Bloco 1 - Conduta

ambiental do

indivíduo

bl1_q1 Gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis.

bl1_q2 Estou disposto a me empenhar muito para que iniciativas ambientais tenham sucesso.

bl1_q3 Eu me considero ambientalmente responsável.

Fonte: Elaborado pela autora

Analisado a tabela 6 pode-se observar um comportamento de reposta parecido para as

três questões do primeiro bloco, todas relacionadas à conduta ambiental do indivíduo com

relação às questões ambientais. Principalmente nos níveis de discordância observam-se

respostas muito similares: quando somados os itens “discordo totalmente” e “discordo em

parte”, obtêm-se 2,6% para a questão um, 2,4% para a questão dois e 2,3% para a questão três.

Quanto à opção neutra “não discordo nem concordo”, os percentuais tiveram uma variação um

pouco maior, oscilando entre 4,2% e 9,5%. Quanto aos graus de concordância, foram

predominantes para as três questões do bloco 1, gerando para o bloco 1 uma média de 40,6% de

“concordo em parte” e 50,3% de “concordo totalmente”. Ao somar os dois níveis de

concordância obtém 90,9% de concordância média no bloco, sendo 88% na questão 1, 91,2%

na questão 2 e 93,5% na questão três.

143

Considerando o alto índice de concordância para as três questões, pode-se inferir que

em média, os colaboradores pesquisados avaliam positivamente sua própria conduta ambiental,

desde se auto-avaliarem como ambientalmente responsáveis até demonstrarem interesse por

engajar-se em ações ambientais e empenhar-se para que elas tenham sucesso.

Pontua-se então a conduta ambiental do indivíduo como um fator relevante para o

sucesso das ações ambientais da empresa, haja vista a importância dos empregados neste

processo, e, como já apresentado anteriormente, colaboradores treinados, motivados e

satisfeitos contribuem para o sucesso de uma organização (SILVA et al., 2009; PERIN et al.,

2009; FIGUEIREDO NETO; MACHADO; SILVA, 2010; KOTLER, 1998).

Cantor et al. (2012b) desenvolveram uma pesquisa sobre comprometimento

organizacional e o papel do compromisso com as questões ambientais nas práticas de gestão

ambiental da organização. O estudo aponta o comprometimento organizacional afetivo como

facilitadorda realização de objetivos organizacionais pelos empregados, não por obrigação, mas

por desejo e identificação.

O trabalho de Cantor et al. (2012b) apontou ainda uma associação entre o

comprometimento dos indivíduos com as práticas ambientais, e a conduta ambiental individual.

Os autores concluem que o comportamento de cada colaborador é relevante na definição do

nível de envolvimento organizacional em práticas ambientais. Considerando esta associação é

possível inferir que, mediante a conduta individual observada na Sabesp fortemente favorável

ao meio ambiente, este fator, se bem trabalhado, pode gerar maior comprometimento e

consequentemente maior participação, dos colaboradores com as práticas ambientais propostas

pela organização, da mesma forma que no estudo de Cantor et al. (2012b).

4.2.3. Conduta ambiental da empresa

Apresentam-se a seguir os resultados da pesquisa quantitativa para o bloco 2, que visa

caracterizar a conduta ambiental da empresa, segundo a percepção dos colaboradores

pesquisados.

144

Tabela 7: Frequência e Percentual de respostas por níveis de concordância – Bloco 2

Discordo

totalmente

Discordo

em parte

Não discordo

nem concordo

Concordo

em parte

Concordo

totalmente

Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %

bl2_q1 190 25,7% 142 19,2% 119 16,1% 205 27,7% 83 11,2%

bl2_q2 254 34,4% 140 18,9% 159 21,5% 136 18,4% 50 6,8%

bl2_q3 68 9,2% 113 15,3% 125 16,9% 229 31,0% 204 27,6%

bl2_q4 50 6,8% 113 15,3% 92 12,4% 303 41,0% 181 24,5%

bl2_q5 82 11,1% 77 10,4% 119 16,1% 280 37,9% 181 24,5%

bl2_q7 32 4,3% 107 14,5% 121 16,4% 354 47,9% 125 16,9%

bl2_q8 128 17,3% 181 24,5% 164 22,2% 216 29,2% 50 6,8%

Fonte: Elaborada pela autora

Quadro 24: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa –

Bloco 2

Blo

co 2

- C

on

du

ta A

mb

ien

tal

da

Em

pre

sa

bl2_q1 Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais.

bl2_q2 As ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente como parte de sua

avaliação de desempenho anual.

bl2_q3 Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar com seus superiores sobre

qualquer assunto relacionado às iniciativas ambientais.

bl2_q4 A consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na empresa.

bl2_q5 Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa voltada para a disseminação dos

programas ambientais para os colaboradores.

bl2_q7 Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna / disseminação de

informações da companhia eficientes.

bl2_q8 A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa.

Fonte: Elaborado pela autora

Analisando a percepção dos empregados pesquisados sobre a conduta ambiental da

empresa, apresentada na tabela 7 com legenda no quadro 24, observou-se que as questões 1

(recebimento de treinamentos), 2 (ações ambientais como parte da avaliação) e 8 (participação

intensa dos empregados nas questões ambientais) tiveram alto índice de discordância. Para

estas questões o percentual de respostas da opção “discordo totalmente” superou o da opção

“concordo totalmente”. Mesmo quando somados os dois níveis de discordância “discordo

145

totalmente” e “discordo parcialmente” e comparando-os com a somatória de concordância

(concordo totalmente e concordo parcialmente), o nível de discordância foi ainda maior.

Constatou-se assim que a maior parte dos respondentes não concorda que tem recebido

treinamento das questões ambientais, tampouco que as ações ambientais façam parte de sua

avaliação e que a participação dos funcionários nestas questões seja intensa.

Santos (2010) também identificou baixo nível de participação dos empregados da

Embasa na palestra realizada sobre sustentabilidade da água em seus aspectos econômicos e

ambientais. Como forma de remediar a baixa participação o autor recomendou oferecer cursos

sobre sustentabilidade ambiental, uso racional e conservação da água, com certificados,

objetivando sensibilizar e envolver os colaboradores.

Pontua-se a importância de oferecer treinamento adequado com relação às questões

ambientais, uma vez que a mudança ocorre por meio da educação, e consequentemente o

treinamento é considerado um dos instrumentos de Endomarketing® mais importantes

(BRUM, 1994; GRAZIANO, 2011).

Assim sendo, o percentual discordância com relação ao recebimento de treinamento é

um ponto crítico identificado por este trabalho, que indica que o treinamento precisa ser

aprimorado.

As questões 3, 4, 5 e 7 apresentaram um comportamento de respostas contrário ao das 1,

2 e 8: a soma dos dois níveis de concordância superou a soma dos dois níveis de discordância,

em média em 41,1%. Este valor pode ser considerado uma diferença relevante, que deixa clara

a concordância média com a facilidade de comunicação das questões ambientais com os

superiores, que elas são preocupações prioritárias para a empresa, que conhecem alguma ação

de comunicação dos programas ambientais e que consideram as ferramentas corporativas de

comunicação interna eficientes.

A opção neutra “não discordo nem concordo” não demonstrou grande variação entre

uma questão e outra do bloco 2. Ela apresentou uma média de 17,4%, sendo o percentual

mínimo 12,4% e o máximo 22,2%.

146

Estas conclusões trazem uma percepção positiva por parte dos empregados com relação

à comunicação das questões ambientais, inclusive abertura da liderança para conversar sobre o

tema, e que ele é tratado como prioridade pela empresa.

A Sabesp declara entender sua responsabilidade como empresa cidadã, e a busca pelo

desenvolvimento de seu pessoal visando a qualidade ambiental é parte de sua Política de Meio

Ambiente (SABESP, 2014c). Considerando as questões ambientais aqui transparecidas como

um valor da empresa, constata-se a importância dessa percepção positiva de seus

colaboradores, para a conquista do que foi estabelecido na Política de Meio Ambiente.

Abreu (2001) define conduta ambiental fraca de uma organização pela ausência de: a)

uma política ambiental; b) um responsável para tratar das questões ambientais; c) padrões

ambientais; d) planos de implantar um sistema de gestão ambiental. Neste nível de conduta os

orçamentos não envolvem projetos ambientais, programas de educação ambiental ou de coleta

seletiva, e os controles operacionais se limitam ao cumprimento da legislação. As questões

ambientais como um custo, não atreladas à vantagem competitiva.

Já a conduta ambiental intermediária é comum em organizações que estão implantando

um SGA, elaborando sua política ambiental, levantando os aspectos ambientais significativos e

definindo padrões e controles ambientais. Observa-se ainda nesta fasea geração de programas

de educação ambiental e preocupação com a redução de consumo de recursos naturais, com a

imagem da empresa e com o alcance de novos mercados (ABREU, 2001).

Por fim, a conduta ambiental forte implica em política ambiental e programas de gestão

ambiental definidos. Demonstra conhecimento e acompanhamento da legislação ambiental,

definem indicadores de performance ambiental, desenvolvem programas de educação

ambiental e coleta seletiva, e têm SGA certificado. Os impactos ambientais das atividades e

produtos são mapeados e monitorados, há tecnologias avançadas para tratamento dos resíduos,

controles operacionais e planos de emergência, e elaboram relatórios de desempenho

ambiental. A questão ambiental está vinculada com a imagem da empresa e com seu

compromisso com o desenvolvimento sustentável (ABREU, 2001).

Considerando a tabela 7 como um todo, de uma forma ponderada observa-se que a

concordância favorável à conduta ambiental da Sabesp superou a discordância. As entrevistas

147

com os gestores ambientais e informações do relatório de sustentabilidade comprovam a

existência de um SGA implantado na Sabesp, programas ambientais estabelecidos e demais

requisitos apontados por Abreu (2001) como vinculados à conduta ambiental forte. Contudo o

levantamento junto aos empregados demonstrou deficiências quanto aos treinamentos,

avaliação e participação dos colaboradores, que indica grande potencial de desenvolvimento

nestes quesitos.

Para Cantor et al. (2012), quando um colaborador demonstra baixo comprometimento

com o meio ambiente, é fundamental que a organização demonstre forte apoio às questões

ambientais, para que elaalcance sucesso nessa área. Os autores apresentam como possíveis

manifestações de forte apoio ambiental sua inclusão nos programas de treinamento, nas

estruturas de recompensa, e designação de responsáveis para cuidar do temameio ambiente.

A pesquisa conduzida junto aos colaboradores da Sabesp apontou a necessidade de

incluir as questões ambientais de uma forma mais intensa no plano de treinamentos e também

como critério para recompensa, conforme sugerido pelo trabalho de Cantor et al. (2012).

Pode-se então constatar que a Sabesp demonstrou ainda não ter atingido plenamente

todos os requisitos de uma conduta ambiental forte e consolidada junto ao seu público interno,

porém caminha para alcançá-la.

A questão 6 foi tratada separadamente na Tabela 8, por possuir possibilidades diferentes

(níveis de conhecimento ao invés de níveis de concordância).

Tabela 8: Frequência de consulta às ferramentas de disseminação das informações

Nunca Poucas vezes Algumas vezes Muitas vezes Sempre

Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %

Portal na Intranet 30 4,1% 107 14,5% 220 29,8% 197 26,7% 185 25,0%

Informativos por e-mail 13 1,8% 45 6,1% 120 16,2% 196 26,5% 365 49,4%

Mural 30 4,1% 111 15,0% 202 27,3% 183 24,8% 213 28,8%

Site da Sabesp

(www.sabesp.com.br) 75 10,1% 226 30,6% 257 34,8% 100 13,5% 81 11,0%

Relatório de

Sustentabilidade 241 32,6% 232 31,4% 176 23,8% 58 7,8% 32 4,3%

Fonte: Elaborada pela autora

148

Avaliando a frequência de consulta às ferramentas de disseminação de informações

apontada pelos respondentes, pretendeu-se identificar quais os canais que poderiam ser mais bem

explorados para levar informações ambientais aos colaboradores da Sabesp como um todo.

Tanto o trabalho de Brum (1994) quanto o de Graziano (2011) apontam que não é o

número de canais de comunicação interna que determina a qualidade da comunicação interna.

As autoras expressaram que a comunicação interna precisa ser bem direcionada, o público

interno deve ser segmentado para que possa receber a mensagem de forma diferente,

considerando-se a estratégia de comunicação que melhor atinge cada segmento específico.

Os resultados da Tabela 8 apontaram que 32,6% dos pesquisados nunca consultam o

Relatório de Sustentabilidade, e 31,4% poucas vezes. Assim, pode-se observar que esta

ferramenta, apesar de completa e alinhada às necessidades de mercado, não configura um canal

eficaz de comunicação para a maioria – 64% – do público interno. Este resultado condiz com a

afirmação de Coelho e Godoi (2010), apresentada na revisão da literatura de que é uma

comunicação voltada aos stakeholders, e apenas a minoria dos colaboradores lê os Relatórios

de Sustentabilidade. Os autores ressaltam ainda que muitas vezes os textos não despertam

interesse ou não detalham suficientemente as informações.

Os relatórios de sustentabilidade, que já trazem consigo a divulgação dos programas

ambientais e dos resultados por eles alcançados, poderiam compor uma ferramenta importante

de disseminação das questões ambientais junto ao público interno da organização (COELHO;

GODOI, 2010; MARINHO et al., 2002). Entretanto, como a linguagem e o volume de

informações muitas vezes são incompatíveis com uma comunicação interna eficiente para os

colaboradores, acredita-se que o relatório de sustentabilidade ainda não tem se demonstrado

uma ferramenta de comunicação eficiente para este público.

Inkote (2000) aponta a supremacia da comunicação descendente (partindo da alta

administração até atingir o nível hierárquico mais baixo) sobre a ascendente (partindo do nível

hierárquico mais baixo até atingir a alta administração). Como evidências o autor aponta o

volume de veículos de comunicação interna em uma empresa: jornais internos, boletins,

circulares, revistas, circuito interno de rádio, filmes publicitários, quadro de avisos, cartazes e

149

uma série de outros que partem do topo da hierarquia e visam atingir toda a organização. Já na

direção inversa, foram observados como canais apenas as comunicações internas impressas,

relatórios e contatos pessoais.

A ferramenta de comunicação interna que mais se destacou no levantamento com os

empregados da Sabesp como sendo consultada sempre por quase 50% dos pesquisados, foram

os informativos por e-mail. Quando somadas as freqüências “sempre” e “muitas vezes”,

obteve-se um montante de 75,9% para este canal, seguidos de 53,6% para o Mural e 51,7%

para o Portal na Intranet.

Acredita-se que os a tecnologia de informação tende a minimizar a disparidade entre

comunicação descendente e ascendente com o advento, por exemplo, da rede interna (Intranet),

desde que o acesso não seja restrito a poucos. Cabe, contudo, ressaltar que a adoção de meios

de comunicação mais tecnológicos não promove um diferencial competitivo por si só, mas

somente se utilizados para reduzir distâncias entre as pessoas (INKOTTE, 2000).

O site externo da Sabesp (www.sabesp.com.br) nunca é acessado, ou apenas poucas

vezes, por 40,7% dos pesquisados, e algumas vezes por 34,8%. Este foi o canal que apresentou

maior percentual de freqüência eventual, configurando-se um canal que atinge sim parte do

público interno, porém muito provavelmente não com a mesma eficiência, abrangência e

celeridade que os canais e-mail, Mural e Portal.

Despontaram assim como principais canais de comunicação interna na Sabesp o e-mail,

seguido do Mural e Portal na Intranet, devendo estas ferramentas serem intensamente

aproveitadas na disseminação dos programas ambientais, visando atingir todos os empregados.

O site externo da Sabesp e o relatório de sustentabilidade configuram, como observa-se na

Tabela 8, ferramentas válidas porém secundárias na comunicação interna, devendo ser

utilizadas como reforço dos demais canais.

Mesmo entre os veículos de comunicação descendente, as informações devem visar

esclarecer as suas dúvidas dos empregados e conceder-lhes mais oportunidades de participar.

Os veículos de comunicação ascendente precisam ser aprimorados, conforme pesquisa com os

próprios colaboradores, uma vez que as pessoas têm formas diferentes de assimilar (INKOTTE,

2000).

150

Cabe considerar que informar e comunicar são coisas distintas. Enquanto que a primeira

é unilateral, a segunda é um processo que pressupõe interlocutores. Sendo assim, observa-se

que muitas empresas informam seus empregados, contudo não se comunicam corretamente

com eles, e onde não há comunicação adequada, predomina o boato (BEKIN, 2002; INKOTTE,

2000).

Considerando que Endomarketing® são ações e instrumentos sistemáticos e integrados

que vendem um mesmo conceito ao público interno, faz-se necessário sistematizar e integrar os

instrumentos de comunicação interna, para evitar que a comunicação se limite à mera

informação (BRUM,1994; INKOTTE, 2000).

4.2.4. Programas ambientais da empresa

Neste item foram destacadas as respostas às questões do bloco 3, que se referem aos

programas ambientais da Sabesp selecionados para o estudo de caso. O Bloco 3.1 trata do

Programa Sabesp 3Rs, o 3.2 do Programa de Educação Ambiental e o 3.3 do Programa de Uso

Racional da Água.

Tabela 9: Frequência e Percentual de respostas por níveis de envolvimento – Bloco 3.1

3.1 Programa Sabesp 3Rs (Reduzir, reutilizar e reciclar)

Não conheço Já ouvi falar

Conheço mas

não participo

Participo ou

participei

brevemente

Participo ou

participei

ativamente

Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %

bl3.1_q1 - Qual o seu grau de

envolvimento com o

Programa Sabesp 3Rs?

68 9,2% 143 19,4% 149 20,2% 237 32,1% 142 19,2%

Fonte: Elaborada pela autora

151

Com relação ao grau de envolvimento, observou-se um alto nível para o Programa 3Rs,

já que 51,3% já participou, a maior parte – 32,1% – brevemente, e 19,2% ativamente. Este

número superou os 28,6% que não conhecem ou só ouviram falar. De todos os pesquisados

menos de 10% não conhece o programa e cerca de 20% conhece mas não participa.

Tabela 10: Frequência e Percentual de respostas por níveis de concordância – Bloco 3.1

Grau de concordância com cada uma das assertivas para o Programa Sabesp 3Rs

Discordo

totalmente

Discordo

em parte

Não discordo

nem concordo

Concordo

em parte

Concordo

totalmente

Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %

bl3.1_q2 116 15,7% 100 13,5% 155 21,0% 219 29,6% 149 20,2%

bl3.1_q3 85 11,5% 109 14,7% 251 34,0% 198 26,8% 96 13,0%

bl3.1_q4 150 20,3% 177 24,0% 165 22,3% 184 24,9% 63 8,5%

bl3.1_q5 183 24,8% 180 24,4% 173 23,4% 151 20,4% 52 7,0%

bl3.1_q6 131 17,7% 151 20,4% 234 31,7% 164 22,2% 59 8,0%

bl3.1_q7 155 21,0% 183 24,8% 201 27,2% 150 20,3% 50 6,8%

bl3.1_q8 155 21,0% 171 23,1% 219 29,6% 135 18,3% 59 8,0%

bl3.1_q9 23 3,1% 19 2,6% 106 14,3% 178 24,1% 413 55,9%

bl3.1_q10 21 2,8% 6 0,8% 67 9,1% 125 16,9% 520 70,4%

Fonte: Elaborada pela autora

Quadro 25: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco

3.1

Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa

Bloco 3 -

Programas

Ambientais

da Empresa

3.1

Programa

Sabesp 3Rs

(Reduzir,

Reutilizar,

Com relação ao Programa Sabesp 3Rs, indique seu grau de concordância com as

afirmações abaixo:

bl3.1_q2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.

bl3.1_q3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa.

bl3.1_q4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.

bl3.1_q5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.

bl3.1_q6

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda

empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas ao

Programa.

152

Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa

Reciclar) bl3.1_q7

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o

Programa.

bl3.1_q8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a implementação do Programa.

bl3.1_q9 O Programa é importante para a comunidade interna da empresa.

bl3.1_q10 O Programa é importante para a sociedade.

Fonte: Elaborado pela autora

As questões 9 e 10 do bloco 3.1 foram as únicas que tiveram o percentual de “concordo

totalmente” superior a 50%: 55,9% e 70,4% respectivamente. Quando somados os dois níveis

possíveis de concordância, elas ultrapassaram os 80%. Aproximadamente 50% dos pesquisados

concordaram (total ou parcialmente) que a empresa comunicou a necessidade de implementar o

Programa 3Rs, e quase 40% acredita que a alta administração suporta totalmente a

implementação de ações do Programa. Contudo, cabe salientar que esta última afirmação

apresentou alto índice de opção neutra – 34%.

O trabalho de Cantor et al., 2012b) apresenta que, quanto maior o suporte

organizacional (nível de apoio da gestão) às atividades ambientais percebido pelos empregados,

maior a participação destes nas práticas ambientaise a probabilidade de uma organização ter

implementado práticas de gestão ambiental com sucesso.

Este fator se aplica ao levantamento feito junto aos empregados da Sabesp, já que a

concordância superou a discordâcia, porém a diferença sutil entre eles e o alto índice de

neutralidade indicam um potencial de melhoria relevante quanto à percepção de apoio da alta

adminsitração para os programas ambientais.

Todos os demais itens pesquisados – questões 4 à 8 – apresentaram um nível de

discordância superior ao de concordância, ambos quando somados o totalmente e parcialmente.

Assim, constatou-se que a maior parte dos empregados pesquisados discordam que os

procedimentos e resultados do 3Rs sejam amplamente divulgados, e que empresa tem sido bem

sucedida ao criar conscientização extensa a toda empresa quanto aos problemas, custos e

oportunidades ambientais do programa. A maioria também discordou que empresa ofereça as

153

oportunidades e treinamentos necessários para o programa, e descreva claramente os

conhecimentos, competências e habilidades necessários para a implementá-lo.

De maneira muito semelhante aos resultados deste trabalho, Clark (2001) obteve em sua

pesquisa que os empregados se demonstraram favoráveis às práticas de gestão ambiental,

contudo poucos conheciam amplamente as ações ambientais e o sistema de gestão ambiental

que estava sendo implantando na empresa pesquisada.

Clark (2001) sugere em suas conclusões que treinamentos específicos sobre os temas

ambientais e a elaboração de materiais impressos divulgando como as questões ambientais

estão sendo geridas na empresa, visando reverter o quadro de empregados favoráveis às

práticas de gestão ambiental, porém com desconhecimento das práticas de gestão ambiental. O

autor sugere ainda a disseminação das informações ambientais verbalmente, se possível

abordando empregado a empregado, considerando eventuais dificuldades de leitura,

principalmenteentre os empregados dos níveis hierárquicos mais baixos.

Pontua-se que, esta última sugestão é válida para o caso da Sabesp uma vez que

complementar a comunicação interna com disseminações verbais também se aplica, porém

cabe ponderar que os empregados da Sabesp, em geral, apresentam altos níveis de escolaridade,

o que tende a minimizar as dificuldades de leitura.

Apontam-se assim os fatores apresentados como pontos de melhoria cruciais a serem

trabalhados pela Sabesp, a julgar pela importância que a literatura lhes confere. A comunicação

interna eficiente, aliada à capacitação dos colaboradores de forma sistemática e direcionada são

fatores apontados como fundamentais para o sucesso das organizações, inclusive porque

refletem nas relações da empresa com seu mercado (BEKIN, 2002; GRAZIANO, 2011;

KOTLER, 1998).

154

Tabela 11: O que poderia ser melhorado no Programa Sabesp 3Rs

3.1 Programa Sabesp 3Rs (Reduzir, reutilizar e reciclar)

bl3.1_q11 bl3.1_

q11_op1

bl3.1_

q11_op2

bl3.1_

q11_op3

bl3.1_

q11_op4

bl3.1_

q11_op5

bl3.1_

q11_op6

bl3.1_

q11_op7

bl3.1_

q11_op8

bl3.1_

q11_op9

bl3.1_

q11_op10

Frequência 565 570 506 565 524 417 406 5 29 56

Percentual 76,5% 77,1% 68,5% 76,5% 70,9% 56,4% 54,9% 0,7% 3,9% 7,6%

Fonte: Elaborada pela autora

Quadro 26: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco

3.1_q11

Bloco 3 -

Programas

Ambientais da

Empresa

3.1 Programa

Sabesp 3Rs

(Reduzir,

Reutilizar,

Reciclar)

bl3.1_q11 O que poderia ser melhorado no Programa Sabesp 3Rs?

(assinale todas que concordar)

bl3.1_q11_op1 Divulgação do programa

bl3.1_q11_op2 Divulgação dos resultados do programa

bl3.1_q11_op3 Disponibilização de informações / materiais

bl3.1_q11_op4 Treinamento dos colaboradores

bl3.1_q11_op5 Incentivo por parte dos gestores

bl3.1_q11_op6 Suporte por parte da alta administração

bl3.1_q11_op7 Criação de recompensas / incluir na avaliação

bl3.1_q11_op8 Nada

bl3.1_q11_op9 Não sei

bl3.1_q11_op10 Outro

Fonte: Elaborado pela autora

Dentre os itens apresentados como possíveis pontos de melhoria para o Programa

Sabesp 3Rs os que obtiveram maior percentual de concordância foram “divulgação dos

resultados do programa”, “divulgação do programa” e “treinamento dos colaboradores”, todos

estes assinalados por mais de 75% dos respondentes.

Com estes itens em destaque, torna-se clara a importância de investir na comunicação

interna dos programas ambientais, de forma que é possível inferir que a implantação de

programas de Endomarketing®, como já sugerido na revisão da literatura, caberiam como uma

155

recomendação pertinente para a carência de comunicação apontada pelos colaboradores

pesquisados (BRUM, 1994; GRAZIANO, 2011).

O treinamento também, apontado como possível ponto de melhoria, pode ser tratado

com ações pontuais, porém recomenda-se que sejam incluídos em programas – a exemplo dos

de Endomarketing® - para que ao invés de configurarem ações isoladas, obtenham maior

alcance dentro de uma estratégia mais ampla (FIGUEIREDO NETO; MACHADO; SILVA,

2010; GRAZIANO, 2011; BRUM, 1994).

Os itens “incentivo por parte dos gestores” e “disponibilização de informações /

materiais”, de forma semelhante, foram assinalados por cerca de 70% dos pesquisados. Na

sequência, apontam-se “suporte por parte da alta administração” e “criação de recompensas /

incluir na avaliação”, que também foram mencionados por mais de 50% da amostra.

Novamente aparece a questão da comunicação interna (disponibilização de informações

/ materiais) que segundo os pesquisados precisa ser melhorada para o 3Rs. Resgatando a fala da

gestora do programa, são utilizados como principais canais de divulgação do programa o portal

da Intranet da Sabesp, o Relatório de Sustentabilidade e os multiplicadores, podendo-se

observar que o programa tem sido divulgado, mas pode não estar atingindo todos os

empregados da companhia, ou ainda, a mensagem transmitida pode não estar chegando da

maneira necessária.

Constata-se também que, o incentivo por parte dos gestores, muito citado, sinaliza a

necessidade que as lideranças sejam comunicadas e sensibilizadas com relação aos programas

ambientais, para que não apenas liberem seus empregados para participar, mas também

incentivem e comuniquem a importância que os programas têm para a empresa e sociedade.

Já os itens “nada”, “não sei” e “outro” obtiveram percentuais abaixo de 10%,

sinalizando conjuntamente que provavelmente as opções oferecidas foram completas e

abarcaram a maior parte das opiniões dos respondentes.

156

Tabela 12: Frequência e Percentual de respostas por níveis de envolvimento – Bloco 3.2

3.2 Programa de Educação Ambiental (PEA)

Não conheço Já ouvi falar

Conheço mas

não participo

Participo ou

participei

brevemente

Participo ou

participei

ativamente

Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %

bl3.2_q1 - Qual o seu grau

de envolvimento com o

PEA?

262 35,5% 154 20,8% 128 17,3% 137 18,5% 58 7,8%

Fonte: Elaborada pela autora

Quanto ao envolvimento com o Programa de Educação Ambiental, constatou-se que

muitos respondentes – 35,5% alegam nem ao menos conhecê-lo. Quando somado a este

número aqueles que apenas ouviram falar, chega-se a 56,30, ou seja, mais da metade dos

pesquisados não conhecem ou conhecem muito superficialmente o programa.

Tabela 13: Frequência e Percentual de respostas por níveis de concordância – Bloco 3.2

Grau de concordância com cada uma das assertivas para o Programa de Educação Ambiental

Discordo

totalmente

Discordo

em parte

Não discordo

nem concordo

Concordo

em parte

Concordo

totalmente

Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %

bl3.2_q2 189 25,6% 114 15,4% 198 26,8% 151 20,4% 87 11,8%

bl3.2_q3 134 18,1% 112 15,2% 275 37,2% 146 19,8% 72 9,7%

bl3.2_q4 202 27,3% 161 21,8% 205 27,7% 131 17,7% 40 5,4%

bl3.2_q5 212 28,7% 154 20,8% 217 29,4% 118 16,0% 38 5,1%

bl3.2_q6 157 21,2% 142 19,2% 257 34,8% 132 17,9% 51 6,9%

bl3.2_q7 168 22,7% 151 20,4% 228 30,9% 141 19,1% 51 6,9%

bl3.2_q8 178 24,1% 158 21,4% 226 30,6% 130 17,6% 47 6,4%

bl3.2_q9 42 5,7% 31 4,2% 148 20,0% 145 19,6% 373 50,5%

bl3.2_q10 37 5,0% 18 2,4% 134 18,1% 99 13,4% 451 61,0%

Fonte: Elaborada pela autora

157

Quadro 27: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco

3.2

Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa

Bloco 3 -

Programas

Ambientais da

Empresa

3.2 Programa

de Educação

Ambiental

(PEA)

Com relação ao Programa de Educação Ambiental (PEA), indique seu grau de

concordância com as afirmações abaixo:

bl3.2_q2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.

bl3.2_q3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa.

bl3.2_q4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.

bl3.2_q5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.

bl3.2_q6

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda

empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas

ao Programa.

bl3.2_q7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o Programa.

bl3.2_q8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a implementação do Programa.

bl3.2_q9 O Programa é importante para a comunidade interna da empresa.

bl3.2_q10 O Programa é importante para a sociedade.

Fonte: Elaborado pela autora

Apesar do nível de envolvimento com o programa ser baixo, as duas últimas questões –

importância do programa para a comunidade interna e para a sociedade obtiveram grau de

concordância muito alto – 70,1% e 74,4%, respectivamente, somando-se a concordância parcial

e total. Estas foram, inclusive, as únicas questões do bloco nas quais a concordância superou a

discordância. Assim, percebe-se uma associação importante da imagem do PEA à benefícios

sociais, já que mesmo não conhecendo com maior profundidade o programa, mais de 70%

reconhecem sua importância interna e externa. Contudo, apesar de ser um percentual muito alto

de concordância, ele é inferior à concordância obtida para o 3Rs e PURA. Acredita-se que o

desconhecimento pela maior parte dos pesquisados (o que também não aconteceu com o 3Rs e

PURA) deve ter causado esse índice mais baixo de concordância para as questões 9 e 10.

As questões 4 e 5 obtiveram quase 50% de discordância (total + parcial), assim, foi

observado que a maior parte dos pesquisados não acredita que os procedimentos e resultados do

programa sejam amplamente divulgados. Novamente pontua-se a necessidade de investir na

comunicação interna dos programas ambientais.

158

Com comportamento semelhante, as questões 2, 6, 7 e 8 obtiveram alta discordância –

entre 40% e 45,5%, enquanto que a concordância média foi de 26,8%. Observou-se assim,

tendência à discordância de que a empresa tenha comunicado a necessidade de implementar o

programa, e seja bem sucedida ao criar conscientização extensa quanto aos problemas, custos e

oportunidades do PEA. Da mesma forma, a maior parte dos pesquisados não demonstrou

perceber que a empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o PEA, nem

acredita que ela descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades necessários

para a implementação do programa. Novamente, percebeu-se tendência de discordância em

relação a três fatores de comunicação interna – comunicação da necessidade, conscientização e

informação das competências – e um fator de treinamento. Apesar do percentual de

discordância superar o de concordância observou-se um alto índice na opção neutra “não

discordo nem concordo”, em média de 30,8% para estas questões. Isto sinaliza que, um número

considerável de respondentes não observou estas situações, porém também não discordou

delas, o que pode demonstrar simplesmente que eles desconhecem a ocorrência delas.

A afirmação de que a alta administração suporta totalmente a implementação de ações

do PEA também obteve índice de discordância (33,3%) superior ao de concordância (29,5%),

porém deste bloco foi a que obteve percentual mais próximo. Assim, percebe-se que a maior

parte dos pesquisados não acredita neste suporte total para o programa, e o fato de obter-se uma

tendência central / escolha da opção neutra altíssima (37,2%) é mais uma evidência que, muitos

pesquisados podem não ter certeza que existe esse apoio total, porém também não negam sua

existência.

Tabela 14: O que poderia ser melhorado no Programa de Educação Ambiental (PEA)

3.2 Programa de Educação Ambiental (PEA)

bl3.2_q11 bl3.2_

q11_op1

bl3.2_

q11_op2

bl3.2_

q11_op3

bl3.2_

q11_op4

bl3.2_

q11_op5

bl3.2_

q11_op6

bl3.2_

q11_op7

bl3.2_

q11_op8

bl3.2_

q11_op9

bl3.2_

q11_op10

Frequência 576 543 509 536 500 429 382 5 53 34

Percentual 77,9% 73,5% 68,9% 72,5% 67,7% 58,1% 51,7% 0,7% 7,2% 4,6%

Fonte: Elaborada pela autora

159

Quadro 28: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco

3.2_q11

Bloco 3 -

Programas

Ambientais da

Empresa

3.2Programa de

Educação

Ambiental

(PEA)

bl3.2_q11 O que poderia ser melhorado no Programa de Educação

Ambiental (PEA)?(assinale todas que concordar)

bl3.2_q11_op1 Divulgação do programa

bl3.2_q11_op2 Divulgação dos resultados do programa

bl3.2_q11_op3 Disponibilização de informações / materiais

bl3.2_q11_op4 Treinamento dos colaboradores

bl3.2_q11_op5 Incentivo por parte dos gestores

bl3.2_q11_op6 Suporte por parte da alta administração

bl3.2_q11_op7 Criação de recompensas / incluir na avaliação

bl3.2_q11_op8 Nada

bl3.2_q11_op9 Não sei

bl3.2_q11_op10 Outro

Fonte: Elaborado pela autora

Ao serem questionados sobre o que poderia ser melhorado no PEA, mais de 70%

indicou a divulgação do programa e de seus resultados, bem como o treinamento dos

colaboradores. Este resultado condiz totalmente com o que foi apontado de discordância nas

questões anteriores.

Os itens 3, 5, 6 e 7 também obtiveram citação superior a 50%, de forma que a maior

parte dos respondentes acredita que podem ser melhorados a disponibilização de informações,

o incentivo por parte da chefia direta e alta administração e a criação de recompensas / inclusão

desse quesito na avaliação.

Da mesma forma que no bloco 3.1, apenas as questões 8, 9 e 10 obtiveram citação

inferior a 10%, demonstrando que a maior parte das respostas pretendidas haviam sido

apresentadas como opção.

160

Tabela 15: Frequência e Percentual de respostas por níveis de envolvimento – Bloco 3.3

3.3 Programa de Uso Racional da Água (PURA)

Não conheço Já ouvi falar

Conheço mas

não participo

Participo ou

participei

brevemente

Participo ou

participei

ativamente

Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %

bl3.3_q1 - Qual o seu

grau de envolvimento

com o PURA?

54 7,3% 180 24,4% 235 31,8% 149 20,2% 121 16,4%

Fonte: Elaborada pela autora

Avaliando o grau de envolvimento com o Programa de Uso Racional da Água indicado

pelos respondentes, observa-se um número muito pequeno de pesquisados que não conhece –

7,3%. Já o número de respondentes que já ouviu falar (24,4%) e que conhece mas não participa

(31,8%) são os maiores percentuais nestes níveis de envolvimento, dentre os três programas

pesquisados.

Apesar do nível de conhecimento do PURA ser maior quando comparado aos outros

dois programas, o percentual de pesquisados que participa ou participou do programa

(somando-se os níveis ativamente e brevemente) é de 36,6%, superior à participação no PEA,

porém inferior à participação no 3Rs. Atribui-se estes resultados ao fato que, por ser um

programa mais antigo - O PURA foi criado em 1996, o PEA em 2007 e o 3Rs em 2008 - o

PURA vem sendo divulgado há mais tempo, tendo atingido um nível de conhecimento maior

entre os empregados (SABESP, 2012A). Por outro lado, o PURA é gerido por outra Diretoria

(Metropolitana), e como ele passou a ser adotado pela Diretoria R muito recentemente, a

participação dos colaboradores da R ainda é pequena. Um fator que deve ser considerado ao

analisar-se a participação superior para o Programa 3Rs (mais de 50% dos pesquisados) é que o

PEA e o PURA são voltados para a comunidade externa da empresa, enquanto que o 3Rs

pressupõe implantação nas áreas funcionais, e conseqüente participação de todos os

empregados, independentemente de ter sido indicado ou treinado para participar do Programa.

161

Tabela 16: Frequência e Percentual de respostas por níveis de concordância – Bloco 3.3

Discordo

totalmente

Discordo

em parte

Não discordo

nem concordo

Concordo

em parte

Concordo

totalmente

Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %

bl3.3_q2 90 12,2% 80 10,8% 155 21,0% 251 34,0% 163 22,1%

bl3.3_q3 71 9,6% 65 8,8% 226 30,6% 234 31,7% 143 19,4%

bl3.3_q4 109 14,7% 114 15,4% 193 26,1% 217 29,4% 106 14,3%

bl3.3_q5 114 15,4% 139 18,8% 197 26,7% 198 26,8% 91 12,3%

bl3.3_q6 94 12,7% 97 13,1% 222 30,0% 225 30,4% 101 13,7%

bl3.3_q7 126 17,1% 129 17,5% 222 30,0% 187 25,3% 75 10,1%

bl3.3_q8 129 17,5% 124 16,8% 219 29,6% 186 25,2% 81 11,0%

bl3.3_q9 27 3,7% 21 2,8% 94 12,7% 168 22,7% 429 58,1%

bl3.3_q10 22 3,0% 12 1,6% 80 10,8% 110 14,9% 515 69,7%

Fonte: Elaborada pela autora

Quadro 29: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco

3.3

Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa

Bloco 3 -

Programas

Ambientais

da Empresa

3.3

Programa de

Uso Racional

da Água

(PURA)

Com relação ao Programa de Uso Raciona da Água (PURA), indique seu grau de

concordância com as afirmações abaixo:

bl3.3_q2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.

bl3.3_q3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa.

bl3.3_q4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.

bl3.3_q5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.

bl3.3_q6

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda

empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas ao

Programa.

bl3.3_q7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o Programa.

bl3.3_q8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades

necessários para a implementação do Programa.

bl3.3_q9 O Programa é importante para a comunidade interna da empresa.

bl3.3_q10 O Programa é importante para a sociedade.

Fonte: Elaborado pela autora

162

Quanto às assertivas que pediam nível de concordância, o comportamento de respostas

para as questões 9 e 10 foi bastante similar ao dos outros programas – somatória de “concordo

totalmente” e “concordo parcialmente” com resultado superior a 80%.

Além das questões 9 e 10, as únicas que apresentaram concordância superior a 50%

foram a 2 e 3, demonstrando favorabilidade dos respondentes com as afirmações “minha

empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa” e “a alta administração suporta

totalmente a implementação de ações do Programa”.

As demais questões obtiveram níveis de concordância muito próximos: discordância

média de 31,8%, concordância média de 39,7% e uma média de 28,5% de “não discordo nem

concordo”. Novamente identifica-se uma alta tendência à neutralidade, com resultados muito

próximos aos de discordância. Entretanto, a concordância supera ambos, chegando a quase

40%. Isto indica que a maior parte dos pesquisados concorda, ao menos parcialmente, que os

procedimentos e resultados do PURA são amplamente divulgados, que a empresa tem sido bem

sucedida ao criar conscientização extensa a toda empresa quanto aos problemas, custos e

oportunidades ambientais relacionadas ao PURA, oferece oportunidades e treinamentos

necessários e descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades necessários

para a implementação do programa.

Tabela 17: O que poderia ser melhorado no Programa de Uso Racional da Água (PURA)

3.3 Programa de Uso Racional da Água (PURA)

bl3.3_q11 bl3.3_

q11_op1

bl3.3_

q11_op2

bl3.3_

q11_op3

bl3.3_

q11_op4

bl3.3_

q11_op5

bl3.3_

q11_op6

bl3.3_

q11_op7

bl3.3_

q11_op8

bl3.3_

q11_op9

bl3.3_

q11_op10

Frequência 524 545 506 541 476 393 348 10 41 20

Percentual 70,9% 73,7% 68,5% 73,2% 64,4% 53,2% 47,1% 1,4% 5,5% 2,7%

Fonte: Elaborada pela autora

163

Quadro 30: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco

3.3_q11

Bloco 3 -

Programas

Ambientais da

Empresa

3.3Programa de

Uso Racional da

Água (PURA)

bl3.3_q11 O que poderia ser melhorado no Programa de Uso Racional da

Água (PURA)?(assinale todas que concordar)

bl3.3_q11_op1 Divulgação do programa

bl3.3_q11_op2 Divulgação dos resultados do programa

bl3.3_q11_op3 Disponibilização de informações / materiais

bl3.3_q11_op4 Treinamento dos colaboradores

bl3.3_q11_op5 Incentivo por parte dos gestores

bl3.3_q11_op6 Suporte por parte da alta administração

bl3.3_q11_op7 Criação de recompensas / incluir na avaliação

bl3.3_q11_op8 Nada

bl3.3_q11_op9 Não sei

bl3.3_q11_op10 Outro

Fonte: Elaborado pela autora

As opções 1, 2, 3 e 4 foram citadas por cerca de 70% dos empregados, sinalizando que

os itens com necessidade de melhoria mais percebida pelos pesquisados foram: divulgação do

programa e de seus resultados, disponibilização de informações e treinamento dos

colaboradores. Na sequência destaca-se a opção 5 – incentivo dos gestores, citada por 64,4%.

Cerca de 50% dos respondentes citaram as opções suporte da alta administração e criação de

recompensas / inclusão na avaliação. Da mesma forma que o PEA e 3Rs, os itens “nada”, “não

sei” e “outro” tiveram citação inferior a 10%.

Para melhor compreensão dos itens já analisados separadamente para cada um dos três

programas, elaboraram-se as tabelas 18 e 19, que permitem uma análise interprogramas do grau

de envolvimento dos colaboradores, bem como de suas sugestões de melhoria.

Tabela 18: Grau de envolvimento dos respondentes com cada um dos programas

Não conheço Já ouvi falar

Conheço mas

não participo

Participo ou

participei

brevemente

Participo ou

participei

ativamente

Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %

3Rs 68 9,2% 143 19,4% 149 20,2% 237 32,1% 142 19,2%

PEA 262 35,5% 154 20,8% 128 17,3% 137 18,5% 58 7,8%

PURA 54 7,3% 180 24,4% 235 31,8% 149 20,2% 121 16,4%

Fonte: Elaborada pela autora

164

Comparando-se o nível mais baixo apresentado na tabela 18 (desconhecimento do

programa), observa-se prevalência do programa PEA, superior a 35%, enquanto que para os

demais este desconhecimento mostrou-se inferior a 10%. O nível “já ouvi falar” demonstrou

maior homogeneidade, uma vez que os três programas obtiveram percentuais muito próximos.

Quanto à conhecer e não participar, o PURA obteve 31,8%, concentrando nesta faixa a maior

parte dos respondentes, enquanto os outros dois programas chegaram no máximo a 20%. Por

outro lado, em relação à participação breve este cenário se inverte, com destaque – 32,1% para

o 3Rs, com os demais próximos dos 20%. A participação ativa é perto de 20% para 3Rs e

PURA, e apenas 7,8% para o PEA.

Somando-se os níveis de participação breve e ativa o 3Rs ultrapassa 51% dos

respondentes, ao mesmo tempo em que o PEA obtém a menor participação (26,3%), e o PURA

fica com 26,6%.

Para aprimorar os níveis de participação observados nos três programas, resgata-se o

trabalho de Cantor et al. (2012b), que recomenda trabalhar a conduta ambiental individual

positiva (realidade da Sabesp) como impulsionador do comprometimento e participação dos

colaboradores em elação às práticas ambientais. O apoio recebido da alta administração e

superiores diretos para as atividades ambientais percebido pelos empregados também

impulsiona a participação (CANTOR et al., 2012b).

Para uma visualização gráfica dos níveis de envolvimento dos pesquisados com cada

um dos três programas apresentados na Tabela 18, elaborou-se um gráfico que é apresentado no

Apêndice D.

165

Tabela 19: O que poderia ser melhorado em cada um dos programas

bl3.1_q11 bl3.2_q11 bl3.3_q11 Percentual

médio dos 3

programas 3Rs PEA PURA

Freq. % Freq. % Freq. % %

Divulgação do programa 565 76,5% 576 77,9% 524 70,9% 75,1%

Divulgação dos resultados do programa 570 77,1% 543 73,5% 545 73,7% 74,8%

Disponibilização de informações / materiais 506 68,5% 509 68,9% 506 68,5% 68,6%

Treinamento dos colaboradores 565 76,5% 536 72,5% 541 73,2% 74,1%

Incentivo por parte dos gestores 524 70,9% 500 67,7% 476 64,4% 67,7%

Suporte por parte da alta administração 417 56,4% 429 58,1% 393 53,2% 55,9%

Criação de recompensas / incluir na avaliação 406 54,9% 382 51,7% 348 47,1% 51,2%

Nada 5 0,7% 5 0,7% 10 1,4% 0,9%

Não sei 29 3,9% 53 7,2% 41 5,5% 5,5%

Outro 56 7,6% 34 4,6% 20 2,7% 5,0%

Fonte: Elaborada pela autora

A tabela 19 indica que o 3Rs foi o programa que mais recebeu sugestão de melhoria,

estando acima da média para todos as opções de sugestão, principalmente para aquelas

relacionadas à divulgação.

Observa-se esta diferença sutil entre os programas, contudo a tabela 19 deixa muito

clara a similaridade das sugestões recebidas. Desta forma, pode-se concluir que, as sugestões

recebidas para os três programas apresentaram percentuais muito próximos.

Para os três programas prevaleceram as sugestões de divulgação informadas por 68% a

75% dos respondentes, seguidas por treinamento neste mesmo patamar de concordância, e em

seguida incentivo (67,7%) e suporte (55,9%) por parte da liderança. Além destes itens, perto de

50% dos respondentes também sugeriram a criação de recompensas / inclusão dos programas

ambientais na avaliação anual de desempenho.

Para melhor visualização das semelhanças e diferenças entre as sugestões de melhoria

para os três programas, gerou-se um gráfico que é apresentado no Apêndice D. O item

166

“outros”, que permitiu aos respondentes manifestarem de forma dissertativa suas sugestões de

melhoria, foi analisado juntamente com a pesquisa qualitativa.

4.2.5. Comparações

Apresentam-se nesta seção a relação entre as respostas dadas pelos respondentes a cada

uma das assertivas e as variáveis categóricas a eles atribuídas. Foram consideradas como

categóricas as variáveis sexo, idade, escolaridade, cargo/nível hierárquico, unidade e tempo de

empresa.

Antes de proceder a análise, avaliou-se a consistência interna dos dados por meio do

alpha de Cronbach. Considera-se que um valor de alpha acima de 0,6 indica adequacidade dos

indicadores para medir o construto estudado (HAIR et al. 2005).

O quadro 31 apresenta o alpha de Cronbach, calculado para a amostra total de 739

sujeitos e para o total das 45 assertivas do instrumento de coleta de dados.

Quadro 31: Avaliação da confiabilidade estatística por meio do alpha de Cronbach

Alpha de Cronbach Número de itens

0,962 45

Fonte: Elaborado pela autora

Analisando o parâmetro mínimo de 0,6 para uma adequacidade aceitável e o resultado

obtido para o Alpha de Cronbach (0,962), obteve-se uma alta consistência interna dos dados, de

forma que as assertivas utilizadas no instrumento de coleta de dados são adequadas para medir

o constructo que está sendo estudado (HAIR et al. 2005).

Na sequência, aplicou-se o teste de Kolmogov-Smirnov para verificar se existe

aderência dos dados à distribuição normal (HAIR et al. 2005; FIELD, 2009). Realizar esta

verificação previamente permite tomar decisões sobre quais testes estatísticos serão utilizados

nas comparações seguintes. Testaram-se todas as assertivas do instrumento de coleta de dados.

167

A tabela 20 apresenta os resultados do teste de Kolmogorov-Smirnov.

Tabela 20: Teste de Normalidade Kolmogorov-Smirnov

Estatística df Sig.*

Blo

co 1

Gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis. 0,291 739 0,000

Estou disposto a me empenhar muito para que iniciativas ambientais tenham sucesso. 0,342 739 0,000

Eu me considero ambientalmente responsável. 0,259 739 0,000

Blo

co 2

Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais. 0,198 739 0,000

As ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente como parte de sua

avaliação de desempenho anual. 0,209 739 0,000

Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar com seus superiores sobre

qualquer assunto relacionado às iniciativas ambientais. 0,230 739 0,000

A consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na empresa. 0,282 739 0,000

Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa voltada para a

disseminação dos programas ambientais para os colaboradores. 0,264 739 0,000

Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das informações

da empresa?

Portal na Intranet 0,174 739 0,000

Informativos por e-mail 0,290 739 0,000

Mural 0,174 739 0,000

Site da Sabesp (www.sabesp.com.br) 0,200 739 0,000

Relatório de Sustentabilidade 0,211 739 0,000

Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna / disseminação de

informações da companhia eficientes. 0,300 739 0,000

A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa. 0,191 739 0,000

Blo

co 3

.1

Qual o seu grau de envolvimento com o Programa Sabesp 3Rs (Reduzir, Reutilizar,

Reciclar)? 0,219 739 0,000

Com relação ao Programa Sabesp 3Rs, indique seu grau de concordância com as

afirmações abaixo:

Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa. 0,210 739 0,000

A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa. 0,187 739 0,000

Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados. 0,173 739 0,000

Os resultados do Programa são amplamente divulgados. 0,177 739 0,000

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda

empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas ao

Programa.

0,177 739 0,000

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o Programa. 0,168 739 0,000

168

Estatística df Sig.*

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades

necessários para a implementação do Programa. 0,159 739 0,000

O Programa é importante para a comunidade interna da empresa. 0,324 739 0,000

O Programa é importante para a sociedade. 0,409 739 0,000

Blo

co 3

.2

Qual o seu grau de envolvimento com o Programa de Educação Ambiental (PEA)? 0,211 739 0,000

Com relação ao Programa de Educação Ambiental, indique seu grau de concordância

com as afirmações abaixo:

Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa. 0,162 739 0,000

A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa. 0,207 739 0,000

Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados. 0,168 739 0,000

Os resultados do Programa são amplamente divulgados. 0,177 739 0,000

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda

empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas ao

Programa.

0,195 739 0,000

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o Programa. 0,176 739 0,000

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades

necessários para a implementação do Programa. 0,173 739 0,000

O Programa é importante para a comunidade interna da empresa. 0,295 739 0,000

O Programa é importante para a sociedade. 0,361 739 0,000

Blo

co 3

.3

Qual o seu grau de envolvimento com o Programa de Uso Racional da Água

(PURA)? 0,182 739 0,000

Com relação ao Programa de Uso Racional da Água (PURA) , indique seu grau de

concordância com as afirmações abaixo:

Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa. 0,233 739 0,000

A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa. 0,198 739 0,000

Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados. 0,191 739 0,000

Os resultados do Programa são amplamente divulgados. 0,175 739 0,000

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda

empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas ao

Programa.

0,190 739 0,000

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o Programa. 0,174 739 0,000

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades

necessários para a implementação do Programa. 0,172 739 0,000

O Programa é importante para a comunidade interna da empresa. 0,335 739 0,000

O Programa é importante para a sociedade. 0,408 739 0,000

* O valor ,000 é uma aproximação, representando uma significância inferior a 0,001

Fonte: Elaborada pela autora

169

Como todas as assertivas resultaram em uma significância inferior a 0,001, pode-se

concluir que os dados coletados não são aderentes à distribuição normal para nenhuma das

variáveis. Desta forma, utilizaram-se testes não paramétricos para análise dos dados.

Para testar os resultados obtidos considerando-se as variáveis categóricas, agruparam-se

as respostas, coletadas em cinco níveis de concordância, em apenas três níveis: D=Discordo,

N=Neutro (não discordo nem concordo) e C=Concordo. Desta forma foram agrupados o

“concordo totalmente” com “concordo parcialmente”, e o “discordo totalmente” com o

“discordo parcialmente”.

Os testes realizados para cada variável categórica indicam quais são as assertivas que

apresentaram divergência de resposta entre as categorias daquela variável (significância inferior

a 0,05). Apenas as questões divergentes foram destacadas em cinza nas tabelas e carregadas

para novas tabelas, que as comparam por nível de concordância estratificando as respostas por

grupo categórico. Desta forma é possível visualizar onde estão as divergências de resposta

apontadas pelos testes, e discuti-las.

A tabela 21 apresenta as comparações feitas para a variável sexo, à qual foi aplicado o

teste te Mann-Whitney, que é indicado para quando serão comparadas duas amostras - neste

caso, masculino e feminino (FIELD, 2009; GABRIEL, 2011).

Tabela 21: Teste de Mann-Whitney para a variável sexo

Questão Mann-Whitney

U Z Sig.

Gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis. 41986,500 -,138 ,890

Estou disposto a me empenhar muito para que iniciativas ambientais

tenham sucesso. 41157,000 -,574 ,566

Eu me considero ambientalmente responsável. 41317,500 -,484 ,628

Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais. 39336,500 -1,365 ,172

As ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente

como parte de sua avaliação de desempenho anual. 40670,500 -,748 ,455

Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar com seus

superiores sobre qualquer assunto relacionado às iniciativas

ambientais. 37353,000 -2,302 ,021

A consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na

empresa. 38905,000 -1,600 ,110

170

Questão Mann-Whitney

U Z Sig.

Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa voltada

para a disseminação dos programas ambientais para os

colaboradores. 33867,500 -3,968 ,000

Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das informações da empresa?

Portal na Intranet 41003,500 -,591 ,554

Informativos por e-mail 33759,000 -4,180 ,000

Mural 40543,500 -,807 ,419

Site da Sabesp (www.sabesp.com.br) 40871,500 -,657 ,511

Relatório de Sustentabilidade 36009,000 -2,965 ,003

Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna /

disseminação de informações da companhia eficientes. 41227,500 -,502 ,616

A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa. 38036,500 -1,977 ,048

Qual o seu grau de envolvimento com o Programa 3Rs? 39267,500 -1,401 ,161

Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o

Programa 3Rs. 41778,000 -,226 ,821

A alta administração suporta totalmente a implementação de ações

do Programa 3Rs. 38404,000 -1,812 ,070

Os procedimentos do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 36929,000 -2,486 ,013

Os resultados do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 38675,500 -1,674 ,094

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização

extensa a toda empresa quanto aos problemas, custos e

oportunidades ambientais relacionadas ao Programa 3Rs. 37022,000 -2,451 ,014

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários

para o Programa 3Rs. 38549,000 -1,735 ,083

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos,

competências e habilidades necessários para a implementação do

Programa 3Rs. 38171,000 -1,912 ,056

O Programa 3Rs é importante para a comunidade interna da empresa. 39470,000 -1,409 ,159

O Programa 3Rs é importante para a sociedade. 41595,500 -,378 ,705

Qual o seu grau de envolvimento com o PEA? 40457,000 -,849 ,396

Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PEA 39144,500 -1,453 ,146

A alta administração suporta totalmente a implementação de ações

do PEA. 37711,000 -2,144 ,032

Os procedimentos do PEA são amplamente divulgados. 39250,500 -1,411 ,158

Os resultados do PEA são amplamente divulgados. 37664,000 -2,159 ,031

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização

extensa a toda empresa quanto aos problemas, custos e

oportunidades ambientais relacionadas ao PEA. 36279,500 -2,812 ,005

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários

para o PEA. 38038,000 -1,977 ,048

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos,

competências e habilidades necessários para a implementação do

PEA. 36922,000 -2,500 ,012

O PEA é importante para a comunidade interna da empresa. 41322,500 -,462 ,644

O PEA é importante para a sociedade. 40219,000 -1,061 ,289

Qual o seu grau de envolvimento com o PURA? 39704,000 -1,200 ,230

Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PURA. 41530,000 -,344 ,731

A alta administração suporta totalmente a implementação de ações

do PURA. 40196,000 -,974 ,330

171

Questão Mann-Whitney

U Z Sig.

Os procedimentos do PURA são amplamente divulgados. 40266,000 -,933 ,351

Os resultados do PURA são amplamente divulgados. 39759,000 -1,168 ,243

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização

extensa a toda empresa quanto aos problemas, custos e

oportunidades ambientais relacionadas ao PURA. 39038,500 -1,513 ,130

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários

para o PURA. 38893,000 -1,576 ,115

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos,

competências e habilidades necessários para a implementação do

PURA. 38632,500 -1,696 ,090

O PURA é importante para a comunidade interna da empresa. 39822,500 -1,242 ,214

O PURA é importante para a sociedade. 41447,500 -,455 ,649

Fonte: Elaborada pela autora

As questões que apresentaram significância inferior a 0,05 no teste de Mann-Whitney,

estão destacadas na cor cinza na tabela 21 pois, de acordo com o teste, foram as assertivas nas

quais homens e mulheres demonstraram respostas diferentes para as mesmas assertivas. Apenas

para estas questões foram elaboradas novas tabelas (tabela 22 e 23), com a finalidade de

compará-las por nível de concordância estratificado separadamente as respostas do sexo

masculino e feminino. Desta forma é possível visualizar as diferenças de resposta apontadas

pelo teste.

Tabela 22: Diferenças de concordância em relação à variável sexo

Masculino Feminino

D N C D N C

Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar

com seus superiores sobre qualquer assunto relacionado às

iniciativas ambientais.

23,0% 15,2% 61,7% 28,0% 23,6% 48,4%

Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa

voltada para a disseminação dos programas ambientais para

os colaboradores.

17,7% 15,2% 67,0% 34,8% 17,4% 47,8%

A participação dos funcionários nas questões ambientais é

intensa. 40,2% 23,0% 36,8% 49,7% 20,5% 29,8%

Os procedimentos do Programa 3Rs são amplamente

divulgados. 41,9% 23,2% 34,9% 53,4% 18,0% 28,6%

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar

conscientização extensa a toda empresa quanto aos

problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas

ao Programa Sabesp 3Rs.

36,0% 32,4% 31,6% 47,2% 26,1% 26,7%

172

Masculino Feminino

D N C D N C

A alta administração suporta totalmente a implementação

de ações do PEA. 33,1% 35,0% 31,8% 36,0% 43,5% 20,5%

Os resultados do PEA são amplamente divulgados. 47,8% 29,3% 22,9% 54,7% 29,2% 16,1%

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar

conscientização extensa a toda empresa quanto aos

problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas

ao PEA.

38,7% 34,7% 26,7% 46,6% 35,4% 18,0%

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos

necessários para o PEA. 41,7% 30,9% 27,4% 47,8% 31,1% 21,1%

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos,

competências e habilidades necessários para a

implementação do PEA.

43,8% 29,7% 26,5% 50,9% 31,7% 17,4%

Fonte: Elaborada pela autora

Na tabela 22 é possível observar que, para todas as assertivas onde houve diferença

entre os grupos respondentes, o grupo feminino apresentou maior percentual de discordância. A

resposta neutra não demonstrou grande diferença entre os sexos, já que para algumas assertivas

a neutralidade foi maior entre as mulheres, e para outras entre os homens. Como consequência

da alta discordância pelo público feminino, observa-se maior nível de concordância para o sexo

masculino, em todas as questões.

Tabela 23: Diferenças de frequência de acesso às ferramentas de disseminação de

informações em relação à variável sexo

Com que frequência você consulta as

ferramentas de disseminação das informações

da empresa?

Nunca Poucas

vezes

Algumas

vezes

Muitas

vezes Sempre

Informativos por e-mail Masculino 1,5% 7,4% 17,5% 28,4% 45,1%

Feminino 1,9% 3,1% 9,9% 21,1% 64,0%

Relatório de Sustentabilidade Masculino 30,5% 32,0% 23,6% 8,4% 5,5%

Feminino 41,6% 29,8% 21,7% 5,6% 1,2%

Fonte: Elaborada pela autora

173

Com relação à frequência de acesso às ferramentas de comunicação interna da Sabesp

(tabela 23), observa-se que o público feminino demonstra maior frequência de acesso aos

informativos por e-mail – quase 19 pontos percentuais a mais que os homens para o nível

“sempre”.

Para o relatório de sustentabilidade os dados indicam tendência contrária: enquanto

30,5% dos homens nunca acessam o relatório de sustentabilidade, entre as mulheres esse

percentual sobe para 41,6%, no acesso de “muitas vezes” os homens têm quase três pontos

percentuais a mais, o que fica ainda mais divergente no nível “sempre”, em que os homens têm

4,3 pontos percentuais a mais. Para os demais níveis a diferença entre os sexos não

demonstrou-se tão relevante.

Para as demais variáveis categóricas, que apresentam possibilidade de classificação dos

respondentes em mais de dois grupos independentes, utilizou-se o teste de Kruskal-Wallis

(FIELD, 2009; GABRIEL, 2011). Desta forma, pretendeu-se identificar as assertivas com

diferenças significativas de acordo com o grupo ao qual pertencem.

A tabela 24 apresenta o teste de Kruskal-Wallis para a variável idade, na qual foram

destacadas na cor cinza as assertivas cuja significância foi inferior a 0,05, sinalizando diferença

de respostas entre as diferentes faixas etárias.

Tabela 24: Teste de Kruskal-Wallis para a variável idade

Questão Qui-

quadrado

Graus de

liberdade Sig.

Gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis. 5,706 4 ,222

Estou disposto a me empenhar muito para que iniciativas ambientais

tenham sucesso. 8,758 4 ,067

Eu me considero ambientalmente responsável. 19,526 4 ,001

Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais. 19,849 4 ,001

As ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente como

parte de sua avaliação de desempenho anual. 3,698 4 ,448

Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar com seus

superiores sobre qualquer assunto relacionado às iniciativas ambientais. 5,158 4 ,271

A consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na

empresa. 9,777 4 ,044

Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa voltada para a

disseminação dos programas ambientais para os colaboradores. 10,851 4 ,028

Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das informações da empresa?

174

Questão Qui-

quadrado

Graus de

liberdade Sig.

Portal na Intranet 8,168 4 ,086

Informativos por e-mail 7,445 4 ,114

Mural 4,094 4 ,393

Site da Sabesp (www.sabesp.com.br) 5,695 4 ,223

Relatório de Sustentabilidade 9,787 4 ,044

Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna /

disseminação de informações da companhia eficientes. 22,923 4 ,000

A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa. 5,548 4 ,236

Qual o seu grau de envolvimento com o Programa 3Rs? 24,005 4 ,000

Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa

3Rs. 20,620 4 ,000

A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do

Programa 3Rs. 16,580 4 ,002

Os procedimentos do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 23,324 4 ,000

Os resultados do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 19,623 4 ,001

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa

a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais

relacionadas ao Programa 3Rs. 16,516 4 ,002

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o

Programa 3Rs. 13,099 4 ,011

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a implementação do Programa 3Rs. 12,668 4 ,013

O Programa 3Rs é importante para a comunidade interna da empresa. 7,968 4 ,093

O Programa 3Rs é importante para a sociedade. 7,899 4 ,095

Qual o seu grau de envolvimento com o PEA? 29,879 4 ,000

Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PEA 14,417 4 ,006

A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do PEA. 12,991 4 ,011

Os procedimentos do PEA são amplamente divulgados. 12,285 4 ,015

Os resultados do PEA são amplamente divulgados. 11,528 4 ,021

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa

a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais

relacionadas ao PEA. 7,482 4 ,113

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o

PEA. 8,667 4 ,070

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a implementação do PEA. 12,190 4 ,016

O PEA é importante para a comunidade interna da empresa. 13,418 4 ,009

O PEA é importante para a sociedade. 18,278 4 ,001

Qual o seu grau de envolvimento com o PURA? 40,010 4 ,000

Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PURA. 17,842 4 ,001

A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do

PURA. 14,096 4 ,007

Os procedimentos do PURA são amplamente divulgados. 13,771 4 ,008

Os resultados do PURA são amplamente divulgados. 8,585 4 ,072

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa

a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais

relacionadas ao PURA. 10,508 4 ,033

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o

PURA. 15,327 4 ,004

175

Questão Qui-

quadrado

Graus de

liberdade Sig.

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a implementação do PURA. 8,992 4 ,061

O PURA é importante para a comunidade interna da empresa. 9,277 4 ,055

O PURA é importante para a sociedade. 16,524 4 ,002

Fonte: Elaborada pela autora

As tabelas 25, 26 e 27 trazem apenas as questões que foram destacadas na cor cinza,

para comparar o nível de concordância de cada faixa etária.

Tabela 25: Diferenças de concordância em relação à variável idade

Questão até 25 anos de 26 a 35 anos de 36 a 45 anos de 46 a 55 anos acima de 55 anos

D N C D N C D N C D N C D N C

Eu me considero ambientalmente

responsável. 11,4% 11,4% 77,3% 1,8% 4,5% 93,8% 0,5% 4,4% 95,1% 1,7% 2,6% 95,7% 2,2% 3,3% 94,4%

Tenho recebido treinamento

relacionado às questões ambientais. 61,4% 11,4% 27,3% 58,9% 20,5% 20,5% 41,3% 18,9% 39,8% 38,9% 15,4% 45,7% 42,2% 11,1% 46,7%

A consciência ambiental é uma

questão de preocupação

prioritária na empresa.

13,6% 22,7% 63,6% 26,8% 16,1% 57,1% 22,8% 13,1% 64,1% 21,8% 11,1% 67,1% 18,9% 6,7% 74,4%

Conheço alguma ação de

comunicação interna da empresa

voltada para a disseminação dos

programas ambientais para os

colaboradores.

15,9% 25,0% 59,1% 27,7% 25,0% 47,3% 20,4% 13,1% 66,5% 22,6% 13,7% 63,7% 17,8% 12,2% 70,0%

Considero as ferramentas

corporativas de comunicação

interna / disseminação de

informações da companhia

eficientes.

4,5% 15,9% 79,5% 25,9% 19,6% 54,5% 18,9% 14,1% 67,0% 17,9% 15,4% 66,7% 21,1% 18,9% 60,0%

Minha empresa comunicou a

necessidade de implementar o

Programa 3Rs.

38,6% 27,3% 34,1% 41,1% 25,9% 33,0% 28,6% 20,9% 50,5% 24,8% 19,2% 56,0% 26,7% 11,1% 62,2%

A alta administração suporta

totalmente a implementação de

ações do Programa 3Rs.

25,0% 40,9% 34,1% 33,9% 42,9% 23,2% 24,8% 30,6% 44,7% 24,4% 35,0% 40,6% 28,9% 17,8% 53,3%

Os procedimentos do Programa

3Rs são amplamente divulgados. 47,7% 20,5% 31,8% 60,7% 21,4% 17,9% 44,2% 22,8% 33,0% 39,7% 23,5% 36,8% 36,7% 17,8% 45,6%

Os resultados do Programa 3Rs

são amplamente divulgados. 40,9% 34,1% 25,0% 62,5% 25,0% 12,5% 53,9% 20,4% 25,7% 44,0% 24,8% 31,2% 45,6% 14,4% 40,0%

Minha empresa tem sido bem

sucedida ao criar conscientização

extensa a toda empresa quanto

aos problemas, custos e

oportunidades ambientais

relacionadas ao Programa 3Rs.

36,4% 34,1% 29,5% 46,4% 39,3% 14,3% 40,8% 29,6% 29,6% 35,9% 29,9% 34,2% 32,2% 24,4% 43,3%

176

Minha empresa oferece

oportunidades e treinamentos

necessários para o Programa 3Rs.

36,4% 36,4% 27,3% 58,0% 28,6% 13,4% 46,6% 27,2% 26,2% 41,0% 27,4% 31,6% 44,4% 23,3% 32,2%

Minha empresa descreve

claramente os conhecimentos,

competências e habilidades

necessários para a implementação

do Programa 3Rs.

36,4% 38,6% 25,0% 54,5% 31,3% 14,3% 47,1% 26,7% 26,2% 40,2% 30,3% 29,5% 41,1% 27,8% 31,1%

Minha empresa comunicou a

necessidade de implementar o

PEA.

50,0% 27,3% 22,7% 48,2% 36,6% 15,2% 38,8% 23,8% 37,4% 38,5% 24,8% 36,8% 47,8% 16,7% 35,6%

A alta administração suporta

totalmente a implementação de

ações do PEA.

36,4% 43,2% 20,5% 40,2% 46,4% 13,4% 32,5% 35,9% 31,6% 29,9% 36,3% 33,8% 37,8% 26,7% 35,6%

Os procedimentos do PEA são

amplamente divulgados. 54,5% 29,5% 15,9% 56,3% 35,7% 8,0% 47,1% 27,7% 25,2% 47,4% 24,8% 27,8% 45,6% 25,6% 28,9%

Os resultados do PEA são

amplamente divulgados. 52,3% 29,5% 18,2% 54,5% 39,3% 6,3% 47,1% 28,2% 24,8% 47,9% 27,4% 24,8% 52,2% 23,3% 24,4%

Minha empresa descreve

claramente os conhecimentos,

competências e habilidades

necessários para a implementação

do PEA.

43,2% 31,8% 25,0% 53,6% 38,4% 8,0% 45,1% 29,1% 25,7% 41,9% 29,5% 28,6% 46,7% 24,4% 28,9%

O PEA é importante para a

comunidade interna da empresa. 15,9% 27,3% 56,8% 8,9% 34,8% 56,3% 9,7% 18,0% 72,3% 8,1% 14,1% 77,8% 13,3% 15,6% 71,1%

O PEA é importante para a

sociedade. 13,6% 27,3% 59,1% 7,1% 32,1% 60,7% 6,8% 17,5% 75,7% 6,4% 12,4% 81,2% 10,0% 12,2% 77,8%

Minha empresa comunicou a

necessidade de implementar o

PURA.

27,3% 29,5% 43,2% 27,7% 30,4% 42,0% 22,3% 21,8% 55,8% 20,9% 17,5% 61,5% 24,4% 10,0% 65,6%

A alta administração suporta

totalmente a implementação de

ações do PURA.

15,9% 47,7% 36,4% 24,1% 37,5% 38,4% 16,5% 30,1% 53,4% 16,7% 32,1% 51,3% 22,2% 14,4% 63,3%

Os procedimentos do PURA são

amplamente divulgados. 38,6% 27,3% 34,1% 31,3% 34,8% 33,9% 32,5% 28,6% 38,8% 25,6% 24,4% 50,0% 27,8% 15,6% 56,7%

Minha empresa tem sido bem

sucedida ao criar conscientização

extensa a toda empresa quanto

aos problemas, custos e

oportunidades ambientais

relacionadas ao PURA.

22,7% 38,6% 38,6% 30,4% 38,4% 31,3% 26,7% 30,6% 42,7% 22,2% 30,8% 47,0% 28,9% 15,6% 55,6%

Minha empresa oferece

oportunidades e treinamentos

necessários para o PURA.

29,5% 36,4% 34,1% 40,2% 38,4% 21,4% 38,3% 31,6% 30,1% 29,9% 28,6% 41,5% 32,2% 23,3% 44,4%

O PURA é importante para a

sociedade. 6,8% 34,1% 59,1% 3,6% 15,2% 81,3% 4,9% 8,3% 86,9% 4,7% 8,1% 87,2% 4,4% 8,9% 86,7%

Fonte: Elaborada pela autora

177

Analisando sua própria conduta frente às questões ambientais, os empregados com até

25 anos demonstraram o menor nível de concordância: 77,3%. Em um patamar bem diferente,

todas as outras faixas concordaram entre 93% e 96%.

Quanto à receber treinamentos sobre as questões ambientais, as duas primeiras faixas

etárias (até 35 anos) indicaram forte discordância – perto de 60% - enquanto para as demais

idades os níveis de concordância e discordância foram parecidos, na faixa dos 40%, com

tendência de aumento de concordância entre os empregados mais velhos, onde a concordância

beirou os 50%.

Ainda quanto à conduta ambiental da empresa, observa-se uma tendência de

crescimento da concordância conforme aumenta a idade, nítida em relação aos fatores

consciência ambiental como prioridade e conhecimento de comunicação interna específica para

programas ambientais. Esta tendência sofre um desvio ao tratar da eficiência das ferramentas de

comunicação interna, onde a maior concordância (79,5%) se deu entre o grupo mais jovem. A

faixa etária de 26 a 35anos foi a de menor concordância, seguida da faixa acima de 55 anos.

Num patamar intermediário – perto de 67% de concordância – ficaram os empregados que tem

entre 36 e 55 anos.

A faixa etária entre 26 e 35 anos demonstrou-se muito crítica, sendo a concordância

mais baixa para a maior parte das assertivas. Além disso, observam-se níveis de concordância

ainda menores principalmente para as questões relacionadas aos programas PEA e 3Rs.

As questões relacionadas à divulgação dos procedimentos e resultados dos três

programas demonstraram tendência de crescimento da concordância à medida que aumenta a

faixa etária do respondente. A única faixa etária que não seguiu esta tendência foi a segunda, de

26 a 35 anos, que demonstrou os menores percentuais de concordância. Mesmo com a

tendência de aumento da concordância, para todas faixas etárias estas assertivas demonstraram

discordância maior que a concordância para o 3Rs e PEA, com comportamento contrário

apenas para o PURA. Avaliando se o PURA é importante para a sociedade, todas as faixas

etárias demonstraram forte concordância, porém a menor, 59,1% foi identificada entre os

empregados com até 25 anos de idade. Todas as demais faixas etárias tiveram concordância

superior a 80%. Para o PEA esta mesma assertiva teve comportamento semelhante, contudo as

diferenças entre as faixas etárias foram menores, e o menor índice de concordância (até 60%)

178

se deu para as duas primeiras faixas, ou seja, entre os empregados com até 35 anos. Quanto à

importância do PEA para os colaboradores, as duas primeiras faixas concordaram em cerca de

56%, percentual este que ultrapassa os 70% para os empregados com mais de 36 anos (3

últimas faixas).

Analisando a comunicação da necessidade de implantar e suporte da alta administração

para o 3Rs, constatam-se concordâncias superiores a 30% para a primeira faixa etária, patamar

que na segunda faixa se mantém para comunicação e cai para 23,2% para o suporte,

manifestando aumento da concordância a partir da terceira faixa etária, onde ultrapassam os 40%.

Estes mesmos itens avaliados em relação ao PEA tiveram concordância inferior a 23% até 25

anos, perto de 15% entre 26 e 35 anos, e ultrapassam os 30% nas últimas faixas. Já com relação

ao PURA, a concordância entre os empregados com até 35 anos é perto de 40%, e para as três

últimas faixas etárias, superior a 53%, ultrapassando os 63% entre os empregados com mais de

55 anos, para os dois quesitos.

Quanto à conscientização, treinamento, conhecimentos, competências e habilidades

necessários para o 3Rs, os empregados com até 25 anos concordaram entre 25% e 30%,

enquanto que na segunda faixa etária observa-se concordância inferior a 15%. A partir dos 36

anos volta-se a obter concordâncias próximas aos 30%, que aumentam nas duas últimas faixas.

Com relação à clara descrição de conhecimentos, competências e habilidades

necessárias para o PEA, a discordância ficou entre 41% e 47% e a concordância entre de 25% e

30% para todas as faixas, exceto de 26 a 35 anos que discordou em 53,6% e concordou em

apenas 8%.

O recebimento de treinamentos do PURA demonstrou concordância próxima a 30%

para empregados com até 25 anos ou entre 36 e 45. A menor concordância (21,4%) foi para a

segunda faixa etária, e os empregados com mais de 46 anos concordaram em mais de 40%.

Quanto à conscientização para o PURA, empregados com até 35 anos concordaram entre 30%

e 40%, percentual este que subiu gradativamente entre empregados com mais de 36 anos.

179

Tabela 26: Diferenças de frequência de acesso às ferramentas de disseminação de

informações em relação à variável idade

Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das informações da empresa?

Relatório de Sustentabilidade

Idade Nunca Poucas

vezes

Algumas

vezes

Muitas

vezes Sempre

até 25 anos 36,4% 29,5% 22,7% 9,1% 2,3%

de 26 a 35 anos 42,0% 33,9% 13,4% 7,1% 3,6%

de 36 a 45 anos 30,6% 33,0% 25,7% 5,8% 4,9%

de 46 a 55 anos 31,2% 31,6% 25,6% 8,5% 3,0%

acima de 55 anos 30,0% 24,4% 24,4% 11,1% 10,0%

Total 32,9% 31,3% 23,3% 7,9% 4,5%

Fonte: Elaborada pela autora

Observa-se na tabela 26 uma tendência de acesso mais frequente ao relatório de

sustentabilidade entre os grupos mais velhos. As faixas etárias com maior percentual de

“nunca acessam” são exatamente as duas mais jovens, ou seja, os colaboradores que possuem

até 35 anos. A frequência “muitas vezes” demonstrou certa polarização das respostas, já que

sua maior adesão se deu no grupo mais velho (acima de 55 anos) e a segunda maior adesão no

grupo mais jovem (até 25 anos). Considerando-se, contudo, a frequência “sempre”, a tendência

se torna mais clara já que o grupo mais jovem é o que menos acessa “sempre”, e o grupo com

mais de 55% acessa “sempre” mais que o dobro que qualquer dos demais.

Tabela 27: Diferenças de envolvimento com os programas em relação à variável idade

Qual o seu grau de envolvimento com o PROGRAMA?

Faixa

Etária Programa Não conheço Já ouvi falar

Conheço mas

não participo

Participo ou

participei

brevemente

Participo ou

participei

ativamente

até 25

anos

3Rs 13,6% 25,0% 27,3% 18,2% 15,9%

PEA 56,8% 15,9% 9,1% 11,4% 6,8%

PURA 9,1% 34,1% 43,2% 4,5% 9,1%

de 26 a 35

anos

3Rs 8,9% 31,3% 22,3% 27,7% 9,8%

PEA 51,8% 19,6% 14,3% 8,9% 5,4%

180

Qual o seu grau de envolvimento com o PROGRAMA?

Faixa

Etária Programa Não conheço Já ouvi falar

Conheço mas

não participo

Participo ou

participei

brevemente

Participo ou

participei

ativamente

PURA 14,3% 30,4% 32,1% 14,3% 8,9%

de 36 a 45

anos

3Rs 9,2% 18,9% 22,3% 31,6% 18,0%

PEA 29,6% 24,3% 18,9% 20,4% 6,8%

PURA 4,9% 29,6% 33,0% 17,0% 15,5%

de 46 a 55

anos

3Rs 8,5% 15,8% 20,9% 29,9% 24,8%

PEA 30,3% 20,9% 18,8% 20,5% 9,4%

PURA 6,8% 19,7% 33,3% 23,5% 16,7%

acima de 55

anos

3Rs 7,8% 12,2% 8,9% 47,8% 23,3%

PEA 28,9% 14,4% 21,1% 23,3% 12,2%

PURA 5,6% 12,2% 23,3% 28,9% 30,0%

Total

3Rs 9,0% 19,4% 20,4% 31,6% 19,5%

PEA 35,1% 20,6% 17,8% 18,4% 8,2%

PURA 7,4% 24,3% 32,4% 19,5% 16,3%

Fonte: Elaborada pela autora

O nível de desconhecimento dos três programas apontado na tabela 27 demonstrou

tendência a diminuir conforme aumenta a idade dos respondentes. O comportamento foi

semelhante para os três programas, contudo o PEA foi o único com percentual de

desconhecimento muito alto em todas as faixas etárias, ultrapassando os 50% entre o público de

até 35 anos. O nível “já ouvi falar” não demonstrou forte tendência de crescimento ou redução

conforme a idade para o 3Rs nem para o PEA, contudo para o PURA também demonstrou queda

conforme aumenta a idade, com redução mais drástica – 10 pontos percentuais – entre as faixas

“de 36 a 45 anos” e “de 46 a 55 anos”.

O nível “conheço mas não participo” demonstrou tendência de queda para o 3Rs e

PURA, ao mesmo tempo em que apresentou tendência de crescimento para o PEA. O grupo

acima de 55 anos, que foi o com menor percentual para o 3Rs e PURA, ao mesmo tempo em

que apresentou o maior percentual para o PEA, dentre todas as faixas etárias.

Quanto à participação, somando-se a participação ativa e a breve, observa-se também

um claro aumento na participação à medida que aumenta a idade do respondente.

181

A tabela 28 apresenta o teste de Kruskal-Wallis para a variável idade, com destaque na

cor cinza as significâncias inferiores à 0,05, indicando respostas diferentes entre os níveis de

escolaridade.

Tabela 28: Teste de Kruskal-Wallis para a variável escolaridade

Questão Qui-

quadrado

Graus de

liberdade Sig.

Gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis. 5,539 3 ,136

Estou disposto a me empenhar muito para que iniciativas ambientais

tenham sucesso. 7,012 3 ,072

Eu me considero ambientalmente responsável. 2,356 3 ,502

Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais. 2,037 3 ,565

As ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente como

parte de sua avaliação de desempenho anual. 10,694 3 ,013

Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar com seus

superiores sobre qualquer assunto relacionado às iniciativas ambientais. 1,226 3 ,747

A consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na

empresa. 10,371 3 ,016

Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa voltada para a

disseminação dos programas ambientais para os colaboradores. 1,633 3 ,652

Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das informações da empresa?

Portal na Intranet 4,510 3 ,211

Informativos por e-mail 2,631 3 ,452

Mural 1,492 3 ,684

Site da Sabesp (www.sabesp.com.br) ,413 3 ,938

Relatório de Sustentabilidade 1,792 3 ,617

Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna /

disseminação de informações da companhia eficientes. 14,735 3 ,002

A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa. 19,675 3 ,000

Qual o seu grau de envolvimento com o Programa 3Rs? 3,208 3 ,361

Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa

3Rs. 6,935 3 ,074

A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do

Programa 3Rs. 4,398 3 ,222

Os procedimentos do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 5,840 3 ,120

Os resultados do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 11,314 3 ,010

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa

a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais

relacionadas ao Programa 3Rs.

18,764 3 ,000

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o

Programa 3Rs. 2,323 3 ,508

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a implementação do Programa 3Rs. 8,462 3 ,037

O Programa 3Rs é importante para a comunidade interna da empresa. 1,421 3 ,701

O Programa 3Rs é importante para a sociedade. 1,137 3 ,768

Qual o seu grau de envolvimento com o PEA? 22,003 3 ,000

182

Questão Qui-

quadrado

Graus de

liberdade Sig.

Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PEA ,430 3 ,934

A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do

PEA. 4,658 3 ,199

Os procedimentos do PEA são amplamente divulgados. 3,111 3 ,375

Os resultados do PEA são amplamente divulgados. 3,983 3 ,263

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa

a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais

relacionadas ao PEA.

12,274 3 ,007

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o

PEA. ,346 3 ,951

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a implementação do PEA. 1,860 3 ,602

O PEA é importante para a comunidade interna da empresa. 1,420 3 ,701

O PEA é importante para a sociedade. 2,246 3 ,523

Qual o seu grau de envolvimento com o PURA? 12,062 3 ,007

Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PURA. 3,103 3 ,376

A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do

PURA. 1,852 3 ,604

Os procedimentos do PURA são amplamente divulgados. 3,341 3 ,342

Os resultados do PURA são amplamente divulgados. 4,163 3 ,244

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa

a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais

relacionadas ao PURA.

11,124 3 ,011

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o

PURA. ,682 3 ,877

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a implementação do PURA. 5,121 3 ,163

O PURA é importante para a comunidade interna da empresa. 1,745 3 ,627

O PURA é importante para a sociedade. 2,465 3 ,482

Fonte: Elaborada pela autora

As tabelas 29 e 30 trazem apenas as assertivas que haviam sido destacadas na cor cinza

na tabela 28, demonstrando as diferenças de concordância conforme a escolaridade.

Tabela 29: Diferenças de concordância em relação à variável escolaridade – Bloco 2

Fundamental Médio Superior Pós-

graduação Total

As ações ambientais dos funcionários são

avaliadas formalmente como parte de sua

avaliação de desempenho anual.

D 66,7% 42,0% 56,3% 62,3% 53,7%

N 16,7% 28,6% 19,8% 15,0% 21,1%

C 16,7% 29,5% 24,0% 22,7% 25,2%

A consciência ambiental é uma questão de

preocupação prioritária na empresa.

D 18,8% 21,5% 27,5% 22,2%

N 33,3% 11,6% 11,5% 14,0% 12,4%

183

C 66,7% 69,6% 67,0% 58,5% 65,4%

Considero as ferramentas corporativas de

comunicação interna / disseminação de

informações da companhia eficientes.

D 16,7% 15,6% 17,7% 24,2% 18,9%

N 12,5% 17,4% 18,8% 16,1%

C 83,3% 71,9% 64,9% 57,0% 65,0%

A participação dos funcionários nas questões

ambientais é intensa.

D 16,7% 33,5% 41,3% 53,1% 42,1%

N 50,0% 22,8% 22,9% 20,3% 22,3%

C 33,3% 43,8% 35,8% 26,6% 35,6%

Os resultados do Programa 3Rs são

amplamente divulgados.

D 33,3% 42,4% 49,0% 57,0% 49,1%

N 33,3% 24,1% 22,6% 23,7% 23,4%

C 33,3% 33,5% 28,5% 19,3% 27,4%

Minha empresa tem sido bem sucedida ao

criar conscientização extensa a toda empresa

quanto aos problemas, custos e oportunidades

ambientais relacionadas ao Programa 3Rs.

D 33,3% 30,8% 36,5% 47,8% 37,9%

N 16,7% 30,8% 32,6% 32,4% 31,9%

C 50,0% 38,4% 30,9% 19,8% 30,2%

Minha empresa descreve claramente os

conhecimentos, competências e habilidades

necessários para a implementação do

Programa 3Rs.

D 33,3% 38,8% 42,7% 51,2% 43,9%

N 33,3% 30,8% 29,5% 29,5% 29,9%

C 33,3% 30,4% 27,8% 19,3% 26,2%

Minha empresa tem sido bem sucedida ao

criar conscientização extensa a toda empresa

quanto aos problemas, custos e oportunidades

ambientais relacionadas ao PEA.

D 33,3% 33,9% 40,3% 48,8% 40,7%

N 50,0% 36,2% 34,0% 32,9% 34,5%

C 16,7% 29,9% 25,7% 18,4% 24,8%

Minha empresa tem sido bem sucedida ao

criar conscientização extensa a toda empresa

quanto aos problemas, custos e oportunidades

ambientais relacionadas ao PURA.

D 33,3% 22,3% 24,0% 31,9% 25,8%

N 50,0% 29,0% 29,2% 31,9% 30,1%

C 16,7% 48,7% 46,9% 36,2% 44,1%

Fonte: Elaborada pela autora

Analisando a tabela 29, para a questão “A consciência ambiental é uma questão de

preocupação prioritária na empresa” observou-se um crescimento no nível de discordância

conforme aumenta a escolaridade. Nenhum dos respondentes com ensino fundamental

discordou desta assertiva, e o nível de neutralidade desse grupo para esta assertiva foi mais que

o dobro que qualquer dos outros níveis de escolaridade.

Com comportamento similar, a questão “Considero as ferramentas corporativas de

comunicação interna / disseminação de informações da companhia eficientes.” Obteve maior

percentual de concordância para os níveis de escolaridade mais baixos. Semelhantemente,

observa-se um nível de discordância crescente conforme aumenta a escolaridade, para a

assertiva “A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa.” Todas as

questões seguintes, com exceção da “Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar

conscientização extensa a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades

ambientais relacionadas ao PURA.”, seguiram esta mesma linha de tendência.

184

Os trabalhos de Ribeiro e Bastos (2010) e de Ferreira (2011), indicaram que quanto

maior a escolaridade, menor foi o comprometimento afetivo observado entre os colaboradores e

a organização. Desta forma, valida-se que este público, com maior formação acadêmica,

caracteriza-se um grupo mais cético e crítico, demonstrando menor vínculo com a companhia.

Acredita-se que, os colaboradores mais especializados possuem um nível superior de

informação que não lhes permite aceitar incondicionalmente tudo que é proposto ou declarado

pela empresa. O fato de possuírem uma formação acadêmica tende a melhorar o nível de

empregabilidade, e com maior aceitabilidade no mercado de trabalho, este público apresenta

também menor dependência da empresa e do emprego atual, permitindo-lhes manifestar um

nível maior de discordância sem temer represálias.

Tabela 30: Diferenças de envolvimento em relação à variável escolaridade - PURA

Qual o seu grau de envolvimento com o PURA?

Escolaridade Não conheço Já ouvi falar

Conheço

mas não

participo

Participo ou

participei

brevemente

Participo ou

participei

ativamente

fundamental 16,7% 33,3% 50,0%

médio 10,3% 28,6% 30,8% 15,6% 14,7%

superior 6,9% 20,8% 33,0% 23,6% 15,6%

pós-graduação 3,9% 24,2% 31,4% 21,3% 19,3%

Total 7,2% 24,3% 32,0% 20,3% 16,3%

Fonte: Elaborada pela autora

Na tabela 30, observa-se claramente maior nível de envolvimento com o programa

PURA conforme aumenta o nível de escolaridade. Os maiores percentuais de “não conheço”

estão nos níveis fundamental e médio, respectivamente, ao mesmo tempo em que nenhum dos

pesquisados com nível fundamental participou do programa, e os maiores níveis de

participação breve ou ativa está nos níveis superior e pós-graduação.

A tabela 31 apresenta o teste de Kruskal-Wallis para a variável cargo, destacando-se

novamente na as significâncias menores que 0,05 (diferença de respostas entre os cargos).

185

Tabela 31: Teste de Kruskal-Wallis para a variável cargo

Questão Qui-

quadrado

Graus de

liberdade Sig.

Gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis. 23,095 5 ,000

Estou disposto a me empenhar muito para que iniciativas ambientais

tenham sucesso. 26,137 5 ,000

Eu me considero ambientalmente responsável. 5,704 5 ,336

Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais. 26,132 5 ,000

As ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente como

parte de sua avaliação de desempenho anual. 25,384 5 ,000

Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar com seus

superiores sobre qualquer assunto relacionado às iniciativas ambientais. 44,738 5 ,000

A consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na

empresa. 28,362 5 ,000

Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa voltada para a

disseminação dos programas ambientais para os colaboradores. 29,479 5 ,000

Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das informações da empresa?

Portal na Intranet 10,223 5 ,069

Informativos por e-mail 4,284 5 ,509

Mural 4,346 5 ,501

Site da Sabesp (www.sabesp.com.br) 9,371 5 ,095

Relatório de Sustentabilidade 20,211 5 ,001

Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna /

disseminação de informações da companhia eficientes. 15,323 5 ,009

A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa. 21,169 5 ,001

Qual o seu grau de envolvimento com o Programa 3Rs? 31,634 5 ,000

Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa 3Rs. 30,780 5 ,000

A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do

Programa 3Rs. 27,471 5 ,000

Os procedimentos do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 35,433 5 ,000

Os resultados do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 21,683 5 ,001

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa

a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais

relacionadas ao Programa 3Rs.

17,899 5 ,003

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o

Programa 3Rs. 24,139 5 ,000

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a implementação do Programa 3Rs. 34,770 5 ,000

O Programa 3Rs é importante para a comunidade interna da empresa. 5,866 5 ,319

O Programa 3Rs é importante para a sociedade. 6,134 5 ,293

Qual o seu grau de envolvimento com o PEA? 57,950 5 ,000

Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PEA 37,039 5 ,000

A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do PEA. 33,919 5 ,000

Os procedimentos do PEA são amplamente divulgados. 23,365 5 ,000

Os resultados do PEA são amplamente divulgados. 29,766 5 ,000

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa

a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais

relacionadas ao PEA.

22,370 5 ,000

186

Questão Qui-

quadrado

Graus de

liberdade Sig.

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o

PEA. 33,739 5 ,000

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a implementação do PEA. 32,356 5 ,000

O PEA é importante para a comunidade interna da empresa. 10,077 5 ,073

O PEA é importante para a sociedade. 8,778 5 ,118

Qual o seu grau de envolvimento com o PURA? 58,106 5 ,000

Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PURA. 27,720 5 ,000

A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do

PURA. 25,712 5 ,000

Os procedimentos do PURA são amplamente divulgados. 25,659 5 ,000

Os resultados do PURA são amplamente divulgados. 21,545 5 ,001

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa

a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais

relacionadas ao PURA.

29,127 5 ,000

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o

PURA. 26,197 5 ,000

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a implementação do PURA. 26,621 5 ,000

O PURA é importante para a comunidade interna da empresa. 4,823 5 ,438

O PURA é importante para a sociedade. 14,115 5 ,015

Fonte: Elaborada pela autora

Para as tabela 32 a 38 foram carregadas apenas as significâncias inferiores a 0,05,

permitindo comparações por nível de concordância para cada cargo.

Tabela 32: Diferenças de concordância em relação à variável cargo – Bloco 1

Gosto de me engajar em ações

ambientalmente amigáveis.

Estou disposto a me empenhar muito

para que iniciativas ambientais

tenham sucesso.

Cargo D N C D N C

Operacional 1,1% 5,6% 93,3% 1,1% 4,4% 94,4%

Técnico 2,0% 10,4% 87,6% 1,2% 6,0% 92,8%

Administrativo 2,2% 7,8% 90,0% 2,2% 5,6% 92,2%

Universitário 4,9% 14,7% 80,4% 5,5% 9,2% 85,3%

Líder/gestor/ encarregado 2,5% 7,4% 90,1% 1,2% 7,4% 91,4%

Gerencial

3,9% 96,1% 2,0% 3,9% 94,1%

Total 2,5% 9,7% 87,9% 2,3% 6,5% 91,2%

Fonte: Elaborada pela autora

187

Com relação ao bloco 1 (tabela 32), que indica a conduta ambiental do empregado,

observou-se na tabela 32 os maiores níveis de discordância entre o público universitário, e a

maior concordância para os níveis gerencial e operacional. A tendência à neutralidade para

estas duas questões também demonstrou-se mais forte entre os universitários.

Desta forma, observa-se que os públicos “gerencial” e “operacional” são os que se

demonstraram mais predispostos a se engajarem em ações ambientais.

Tabela 33: Diferenças de concordância em relação à variável cargo – Bloco 2

Ca

rgo

Op

era

cio

na

l

Téc

nic

o

Ad

min

istr

ati

vo

Un

iver

sitá

rio

Líd

er/g

esto

r/

enca

rreg

ad

o

Ger

enci

al

To

tal

Tenho recebido treinamento relacionado às

questões ambientais.

D 45,6% 49,2% 44,4% 54,0% 28,4% 21,6% 45,0%

N 7,8% 13,6% 15,6% 20,2% 25,9% 17,6% 16,3%

C 46,7% 37,2% 40,0% 25,8% 45,7% 60,8% 38,8%

As ações ambientais dos funcionários são

avaliadas formalmente como parte de sua

avaliação de desempenho anual.

D 41,1% 54,4% 48,9% 65,6% 54,3% 41,2% 53,7%

N 22,2% 23,6% 24,4% 17,2% 19,8% 15,7% 21,1%

C 36,7% 22,0% 26,7% 17,2% 25,9% 43,1% 25,2%

Em geral, os funcionários podem facilmente se

comunicar com seus superiores sobre qualquer

assunto relacionado às iniciativas ambientais.

D 22,2% 27,2% 24,4% 32,5% 13,6% 5,9% 24,4%

N 13,3% 19,2% 16,7% 16,6% 19,8% 11,8% 17,1%

C 64,4% 53,6% 58,9% 50,9% 66,7% 82,4% 58,5%

A consciência ambiental é uma questão de

preocupação prioritária na empresa.

D 13,3% 21,2% 22,2% 32,5% 23,5% 7,8% 22,2%

N 12,2% 14,0% 10,0% 14,1% 8,6% 9,8% 12,4%

C 74,4% 64,8% 67,8% 53,4% 67,9% 82,4% 65,4%

Conheço alguma ação de comunicação interna

da empresa voltada para a disseminação dos

programas ambientais para os colaboradores.

D 24,4% 21,2% 25,6% 28,8% 13,6% 2,0% 21,7%

N 15,6% 17,6% 20,0% 14,1% 11,1% 15,7% 16,0%

C 60,0% 61,2% 54,4% 57,1% 75,3% 82,4% 62,3%

Considero as ferramentas corporativas de

comunicação interna / disseminação de

informações da companhia eficientes.

D 12,2% 19,6% 16,7% 25,2% 16,0% 15,7% 18,9%

N 7,8% 15,2% 20,0% 19,0% 18,5% 15,7% 16,1%

C 80,0% 65,2% 63,3% 55,8% 65,4% 68,6% 65,0%

A participação dos funcionários nas questões

ambientais é intensa.

D 33,3% 41,2% 38,9% 53,4% 39,5% 35,3% 42,1%

N 15,6% 23,6% 30,0% 20,2% 22,2% 21,6% 22,3%

C 51,1% 35,2% 31,1% 26,4% 38,3% 43,1% 35,6%

Fonte: Elaborada pela autora

188

Na tabela 33 percebe-se que o nível gerencial foi o que, de maneira geral, demonstrou

maior concordância com as assertivas do bloco 2, que se referem à conduta ambiental da

empresa. Já o grupo de universitários foi o que demonstrou maior discordância, para todas as

questões.

Os níveis operacional e gerencial sinalizaram concordância mais forte que os demais

níveis hierárquicos para as assertivas “A consciência ambiental é uma questão de preocupação

prioritária na empresa”, “Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna /

disseminação de informações da companhia eficientes” e “A participação dos funcionários nas

questões ambientais é intensa.”

Acredita-se que os empregados do nível universitário são um público mais crítico por

conta da formação acadêmica e também porque em geral, atuam dentro da empresa em um

nível mais estratégico. Acredita-se também que, o nível gerencial, apesar de apresentar

formação semelhante aos universitários e atuação na empresa ainda mais estratégica, demonstra

menor nível de crítica para o bloco 2, já que a conduta ambiental da empresa é relacionada à

sua gestão, e eles são em parte responsáveis por esta gestão.

Tabela 34: Diferenças de frequência de acesso às ferramentas de disseminação das

informações em relação à variável cargo

Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das

informações da empresa?

Relatório de Sustentabilidade

Cargo nunca poucas vezes

algumas

vezes muitas vezes sempre

Operacional 27,8% 28,9% 28,9% 6,7% 7,8%

Técnico 35,6% 30,4% 22,0% 7,2% 4,8%

Administrativo 36,7% 37,8% 15,6% 7,8% 2,2%

Universitário 39,3% 29,4% 22,7% 5,5% 3,1%

Líder/gestor/ encarregado 23,5% 32,1% 30,9% 11,1% 2,5%

Gerencial 15,7% 33,3% 29,4% 13,7% 7,8%

Total 32,8% 31,3% 23,7% 7,7% 4,4%

Fonte: Elaborada pela autora

189

Observando a tabela 34, novamente percebe-se uma tendência de polarização nos

grupos operacional e gerencial, manifestando-se como os dois com maior percentual para

“sempre” acessarem o relatório de sustentabilidade. O grupo de universitários foi o que

demonstrou maior percentual para a frequência “nunca” acesso, seguidos dos administrativos e

técnicos. Para a frequencia “muitas vezes” o nível gerencial foi o maior percentual, seguidos de

perto do grupo de líderes. Apesar das diferenças entre os grupos, o relatório de sustentabilidade

demonstrou ser pouco ou nunca acessado por todos os níveis hierárquicos, exceto os gerentes.

Tabela 35: Diferenças de envolvimento com os programas em relação à variável cargo

Qual o seu grau de envolvimento com os programas?

Ca

rgo

Op

era

cio

na

l

Téc

nic

o

Ad

min

istr

ati

vo

Un

iver

sitá

rio

Líd

er/g

esto

r/

enca

rreg

ad

o

Ger

enci

al

To

tal

SA

BE

SP

3R

s

não conheço 17,8% 7,2% 10,0% 11,0% 4,9% 2,0% 9,1%

já ouvi falar 23,3% 18,8% 16,7% 28,8% 9,9% 7,8% 19,6%

conheço mas não participo 20,0% 22,0% 16,7% 19,0% 22,2% 17,6% 20,1%

participo ou participei

brevemente 17,8% 30,8% 41,1% 28,8% 43,2% 41,2% 32,1%

participo ou participei

ativamente 21,1% 21,2% 15,6% 12,3% 19,8% 31,4% 19,0%

PE

A

não conheço 43,3% 34,8% 46,7% 42,9% 18,5% 5,9% 35,3%

já ouvi falar 26,7% 21,6% 23,3% 17,2% 21,0% 17,6% 21,1%

conheço mas não participo 11,1% 18,8% 11,1% 17,2% 27,2% 15,7% 17,2%

participo ou participei

brevemente 13,3% 16,8% 16,7% 16,0% 24,7% 37,3% 18,5%

participo ou participei

ativamente 5,6% 8,0% 2,2% 6,7% 8,6% 23,5% 7,9%

PU

RA

não conheço 13,3% 8,0% 11,1% 5,5% 1,2%

7,2%

já ouvi falar 31,1% 23,6% 21,1% 33,7% 14,8% 5,9% 24,3%

conheço mas não participo 23,3% 34,0% 40,0% 34,4% 28,4% 21,6% 32,0%

participo ou participei

brevemente 12,2% 19,6% 17,8% 17,2% 33,3% 31,4% 20,3%

participo ou participei

ativamente 20,0% 14,8% 10,0% 9,2% 22,2% 41,2% 16,3%

Fonte: Elaborada pela autora

190

Conforme exposto na tabela 35, os gerentes e líderes foram os que menos afirmaram

não conhecer os três programas, contudo,entre esses dois mesmos grupos observa-se que o

“não conheço” foi quase inexistente para o programa PURA, entre 2% e 5% para o 3Rs e entre

5% e 20% para o programa PEA, este último demonstrando ser o menos conhecido entre os

pesquisados.

O nível gerencial demonstrou alta participação – breve ou ativa – para os três

programas, quando comparados com os demais níveis hierárquicos, contudo, mesmo entre este

público o PEA obteve menor percentual de participação. Dentre os encarregados, que

demonstraram alto nível de participação no 3Rs e PURA, a diferença para o PEA foi maior

ainda. A maioria dos universitários se situou entre o grau de envolvimento “conheço mas não

participo” e “participo ou participei brevemente”.

O nível operacional classificou-se como um dos percentuais mais altos de “não

conheço”, o que se repetiu para os três programas, sendo maior para o PEA (43,3%). Ao

mesmo tempo, e acredita-se inclusive que por esse motivo, observa-se que o operacional

demonstrou o menor nível de participação no 3Rs e PEA, e o terceiro menor para o PURA. O

PURA obteve menor percentual de participação dos grupos administrativo e universitário.

Tabela 36: Diferenças de concordância em relação à variável cargo – 3Rs

Bloco 3.1 - PROGRAMA SABESP 3Rs

Ca

rgo

Op

era

cio

na

l

Téc

nic

o

Ad

min

istr

ati

vo

Un

iver

sitá

rio

Líd

er/g

esto

r/

enca

rreg

ad

o

Ger

enci

al

To

tal

Minha empresa comunicou a necessidade

de implementar o Programa.

D 28,9% 28,4% 26,7% 40,5% 24,7% 11,8% 29,4%

N 24,4% 22,0% 21,1% 19,6% 19,8% 9,8% 20,6%

C 46,7% 49,6% 52,2% 39,9% 55,6% 78,4% 50,1%

A alta administração suporta totalmente a

implementação de ações do Programa.

D 21,1% 23,6% 18,9% 39,9% 28,4% 15,7% 26,3%

N 35,6% 36,4% 44,4% 30,7% 24,7% 25,5% 33,9%

C 43,3% 40,0% 36,7% 29,4% 46,9% 58,8% 39,7%

Os procedimentos do Programa são

amplamente divulgados.

D 37,8% 41,6% 43,3% 59,5% 39,5% 29,4% 44,3%

N 26,7% 21,2% 23,3% 21,5% 24,7% 15,7% 22,2%

C 35,6% 37,2% 33,3% 19,0% 35,8% 54,9% 33,5%

Os resultados do Programa são amplamente

divulgados.

D 37,8% 49,2% 45,6% 61,3% 45,7% 41,2% 49,1%

N 26,7% 21,6% 28,9% 20,9% 28,4% 17,6% 23,4%

191

C 35,6% 29,2% 25,6% 17,8% 25,9% 41,2% 27,4%

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar

conscientização extensa a toda empresa quanto

aos problemas, custos e oportunidades

ambientais relacionadas ao programa.

D 32,2% 38,0% 35,6% 46,0% 37,0% 27,5% 37,9%

N 30,0% 29,6% 34,4% 35,0% 32,1% 31,4% 31,9%

C 37,8% 32,4% 30,0% 19,0% 30,9% 41,2% 30,2%

Minha empresa oferece oportunidades e

treinamentos necessários para o Programa.

D 45,6% 44,4% 40,0% 58,9% 38,3% 29,4% 45,5%

N 21,1% 29,6% 35,6% 22,1% 28,4% 29,4% 27,4%

C 33,3% 26,0% 24,4% 19,0% 33,3% 41,2% 27,0%

Minha empresa descreve claramente os

conhecimentos, competências e habilidades

necessários para a implementação do

Programa.

D 42,2% 42,8% 36,7% 58,9% 39,5% 23,5% 43,9%

N 25,6% 28,0% 37,8% 27,6% 33,3% 35,3% 29,9%

C 32,2% 29,2% 25,6% 13,5% 27,2% 41,2% 26,2%

Fonte: Elaborada pela autora

Na tabela 36, de maneira semelhante às tabelas anteriores os níveis gerencial e

universitário demonstraram tendências opostas para a assertiva “Minha empresa comunicou a

necessidade de implementar o Programa.” Os gerentes manifestaram forte concordância e os

universitários discordância levemente superior que a concordância. Para os demais grupos a

concordância também foi superior à discordância.

Os níveis gerencial e administrativo manifestaram menor nível de discordância com a

assertiva “A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa.”,

contudo o administrativo teve alto índice de neutralidade para esta questão, enquanto que os

gerentes tenderam para a concordância.

Para todas as demais questões relacionadas ao Programa 3Rs, de forma semelhante, os

gerentes apresentaram maior tendência a concordar, ao mesmo tempo em que os universitários

demonstraram tendência a discordar das assertivas.

Os níveis operacional e técnico demonstrarem comportamento diferenciado para a

questão “Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa”, despontando

apenas nesta assertiva com níveis de concordância menores que os grupos administrativos,

gestores e gerentes.

O trabalho de Clark (2001) abordou um tema relacionado ao desta pesquisa, e apontou

de forma semelhante, uma necessidade de maiores esforços de comunicação junto aos

empregados não-administrativos para disseminar as questões ambientais.

Corrobora-se assim a necessidade de formatar uma comunicação interna homogênea

independetmente do cargo ou nível hierárquico, que seja capaz de permear toda a organização.

192

Tabela 37: Diferenças de concordância em relação à variável cargo – PEA

Bloco 3.2 - PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Ca

rgo

Op

era

cio

na

l

Téc

nic

o

Ad

min

istr

ati

vo

Un

iver

sitá

rio

Líd

er/g

esto

r/

enca

rreg

ad

o

Ger

enci

al

To

tal

Minha empresa comunicou a necessidade

de implementar o Programa.

D 36,7% 43,2% 43,3% 50,3% 30,9% 23,5% 41,2%

N 27,8% 25,2% 33,3% 25,8% 28,4% 17,6% 26,5%

C 35,6% 31,6% 23,3% 23,9% 40,7% 58,8% 32,3%

A alta administração suporta totalmente a

implementação de ações do Programa.

D 23,3% 34,8% 28,9% 44,2% 32,1% 21,6% 33,5%

N 38,9% 36,4% 45,6% 38,0% 30,9% 29,4% 37,1%

C 37,8% 28,8% 25,6% 17,8% 37,0% 49,0% 29,4%

Os procedimentos do Programa são

amplamente divulgados.

D 42,2% 50,4% 47,8% 59,5% 39,5% 39,2% 49,1%

N 32,2% 26,8% 32,2% 23,3% 30,9% 23,5% 27,6%

C 25,6% 22,8% 20,0% 17,2% 29,6% 37,3% 23,3%

Os resultados do Programa são

amplamente divulgados.

D 43,3% 50,0% 48,9% 62,0% 40,7% 35,3% 49,7%

N 33,3% 28,0% 30,0% 25,8% 32,1% 31,4% 29,1%

C 23,3% 22,0% 21,1% 12,3% 27,2% 33,3% 21,2%

Minha empresa tem sido bem sucedida ao

criar conscientização extensa a toda empresa

quanto aos problemas, custos e oportunidades

ambientais relacionadas ao programa.

D 31,1% 41,2% 38,9% 50,3% 37,0% 33,3% 40,7%

N 38,9% 33,2% 35,6% 35,0% 34,6% 29,4% 34,5%

C 30,0% 25,6% 25,6% 14,7% 28,4% 37,3% 24,8%

Minha empresa oferece oportunidades e

treinamentos necessários para o Programa.

D 41,1% 45,6% 37,8% 54,0% 34,6% 25,5% 43,3%

N 27,8% 30,4% 40,0% 29,4% 29,6% 27,5% 30,8%

C 31,1% 24,0% 22,2% 16,6% 35,8% 47,1% 25,9%

Minha empresa descreve claramente os

conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a

implementação do Programa.

D 42,2% 46,4% 36,7% 59,5% 37,0% 33,3% 45,7%

N 24,4% 28,8% 46,7% 25,8% 34,6% 25,5% 30,2%

C 33,3% 24,8% 16,7% 14,7% 28,4% 41,2% 24,1%

Fonte: Elaborada pela autora

Na tabela 37, percebe-se que, com relação ao PEA, mais de 50% dos universitários

demonstraram discordância para todas as questões apontadas, exceto a “A alta administração

suporta totalmente a implementação de ações do Programa.” Observa-se assim postura crítica

deste público, com discordância superior à concordância para várias questões.

Para a assertiva “Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa”

os níveis administrativo e universitário manifestaram destaque para o nível neutro, pois para

estes dois níveis a neutralidade foi superior à concordância.

193

De maneira geral, manteve-se a tendência de alta concordância entre os gerentes e baixa

entre os universitários.

Tabela 38: Diferenças de concordância em relação à variável cargo – PURA

Bloco 3.3 - PROGRAMA DE USO RACIONAL DA ÁGUA (PURA) C

arg

o

Op

era

cio

na

l

Téc

nic

o

Ad

min

istr

ati

vo

Un

iver

sitá

rio

Líd

er/g

esto

r/

enca

rreg

ad

o

Ger

enci

al

To

tal

Minha empresa comunicou a necessidade

de implementar o Programa.

D 23,3% 26,0% 20,0% 30,1% 13,6% 7,8% 23,2%

N 18,9% 22,4% 20,0% 21,5% 21,0% 19,6% 21,1%

C 57,8% 51,6% 60,0% 48,5% 65,4% 72,5% 55,7%

A alta administração suporta totalmente a

implementação de ações do Programa.

D 15,6% 19,2% 12,2% 26,4% 14,8% 11,8% 18,5%

N 27,8% 32,8% 36,7% 33,1% 23,5% 19,6% 30,8%

C 56,7% 48,0% 51,1% 40,5% 61,7% 68,6% 50,8%

Os procedimentos do Programa são

amplamente divulgados.

D 32,2% 28,0% 28,9% 40,5% 23,5% 17,6% 30,2%

N 25,6% 24,4% 25,6% 28,2% 29,6% 19,6% 25,8%

C 42,2% 47,6% 45,6% 31,3% 46,9% 62,7% 44,0%

Os resultados do Programa são

amplamente divulgados.

D 34,4% 32,8% 31,1% 44,2% 27,2% 25,5% 34,2%

N 24,4% 24,4% 27,8% 28,2% 32,1% 23,5% 26,5%

C 41,1% 42,8% 41,1% 27,6% 40,7% 51,0% 39,3%

Minha empresa tem sido bem sucedida ao

criar conscientização extensa a toda empresa

quanto aos problemas, custos e oportunidades

ambientais relacionadas ao programa.

D 25,6% 24,8% 17,8% 36,2% 22,2% 17,6% 25,8%

N 26,7% 28,4% 37,8% 33,1% 25,9% 27,5% 30,1%

C 47,8% 46,8% 44,4% 30,7% 51,9% 54,9% 44,1%

Minha empresa oferece oportunidades e

treinamentos necessários para o Programa.

D 41,1% 34,8% 25,6% 40,5% 30,9% 23,5% 34,5%

N 17,8% 31,2% 35,6% 37,4% 30,9% 15,7% 30,3%

C 41,1% 34,0% 38,9% 22,1% 38,3% 60,8% 35,2%

Minha empresa descreve claramente os

conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a

implementação do Programa.

D 36,7% 33,6% 23,3% 44,2% 32,1% 23,5% 34,2%

N 21,1% 28,8% 42,2% 33,1% 28,4% 21,6% 29,9%

C 42,2% 37,6% 34,4% 22,7% 39,5% 54,9% 35,9%

O Programa é importante para a sociedade.

D 5,6% 5,2% 7,8% 3,7% 2,5% 4,6%

N 8,9% 10,4% 18,9% 11,7% 9,9% 3,9% 11,0%

C 85,6% 84,4% 73,3% 84,7% 87,7% 96,1% 84,4%

Fonte: Elaborada pela autora

Quanto ao programa PURA (tabela 38), novamente os universitários foram os que, de

maneira geral, mais discordaram das afirmações. Somente quanto a empresa oferecer

oportunidades e treinamentos para o programa os operacionais foram os que mais discordaram,

194

seguidos dos universitários, e na avaliação do PURA como importante para a sociedade os

universitários demonstraram a segunda maior concordância.

Para a afirmação de que o programa é importante para a sociedade, observou-se menor

nível de concordância com consequente maior discordância e neutralidade dentre os

administrativos. Ainda assim, a concordância mínima para essa assertiva foi de 73,3%,

demonstrando que em geral, os colaboradores consideram o PURA importante para a

sociedade.

A tabela 39 apresenta o teste de Kruskal-Wallis para a variável unidade, destacando-se

na cor cinza as assertivas com significância foi inferior a 0,05, o que indica respostas diferentes

entre as unidades de negócio.

Tabela 39: Testes de Kruskal-Wallis para a variável unidade

Questão Qui-

quadrado

Graus de

liberdade Sig.

Gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis. 27,795 12 ,006

Estou disposto a me empenhar muito para que iniciativas ambientais

tenham sucesso. 30,831 12 ,002

Eu me considero ambientalmente responsável. 14,942 12 ,245

Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais. 56,669 12 ,000

As ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente como

parte de sua avaliação de desempenho anual. 39,226 12 ,000

Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar com seus

superiores sobre qualquer assunto relacionado às iniciativas ambientais. 31,471 12 ,002

A consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na

empresa. 55,295 12 ,000

Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa voltada para a

disseminação dos programas ambientais para os colaboradores. 34,458 12 ,001

Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das informações da empresa?

Portal na Intranet 19,899 12 ,069

Informativos por e-mail 18,551 12 ,100

Mural 41,452 12 ,000

Site da Sabesp (www.sabesp.com.br) 25,076 12 ,014

Relatório de Sustentabilidade 22,211 12 ,035

Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna /

disseminação de informações da companhia eficientes. 38,492 12 ,000

A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa. 39,438 12 ,000

Qual o seu grau de envolvimento com o Programa 3Rs? 75,186 12 ,000

Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa 3Rs. 83,162 12 ,000

A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do

Programa 3Rs. 40,682 12 ,000

195

Questão Qui-

quadrado

Graus de

liberdade Sig.

Os procedimentos do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 43,470 12 ,000

Os resultados do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 30,320 12 ,002

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa

a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais

relacionadas ao Programa 3Rs.

30,653 12 ,002

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o

Programa 3Rs. 37,243 12 ,000

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a implementação do Programa 3Rs. 34,412 12 ,001

O Programa 3Rs é importante para a comunidade interna da empresa. 27,677 12 ,006

O Programa 3Rs é importante para a sociedade. 23,602 12 ,023

Qual o seu grau de envolvimento com o PEA? 57,369 12 ,000

Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PEA 62,416 12 ,000

A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do PEA. 50,633 12 ,000

Os procedimentos do PEA são amplamente divulgados. 55,724 12 ,000

Os resultados do PEA são amplamente divulgados. 49,243 12 ,000

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa

a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais

relacionadas ao PEA.

42,047 12 ,000

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o

PEA. 45,697 12 ,000

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a implementação do PEA. 54,316 12 ,000

O PEA é importante para a comunidade interna da empresa. 18,325 12 ,106

O PEA é importante para a sociedade. 13,165 12 ,357

Qual o seu grau de envolvimento com o PURA? 28,280 12 ,005

Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PURA. 28,727 12 ,004

A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do PURA. 25,185 12 ,014

Os procedimentos do PURA são amplamente divulgados. 44,472 12 ,000

Os resultados do PURA são amplamente divulgados. 45,927 12 ,000

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa

a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais

relacionadas ao PURA.

39,460 12 ,000

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o

PURA. 23,161 12 ,026

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a implementação do PURA. 32,649 12 ,001

O PURA é importante para a comunidade interna da empresa. 8,893 12 ,712

O PURA é importante para a sociedade. 10,573 12 ,566

Fonte: Elaborada pela autora

As tabelas 40 à 48 trazem apenas as questões sinalizadas na cor cinza, para que fosse

possível comparar os níveis de concordância de cada unidade e as diferenças entre eles.

196

Tabela 40: Diferenças de concordância em relação à variável unidade – Bloco 1

Gosto de me engajar em ações

ambientalmente amigáveis.

Estou disposto a me empenhar muito para

que iniciativas ambientais tenham sucesso.

Unidade D N C D N C

R 10,0% 20,0% 70,0% 6,7% 20,0% 73,3%

RA 1,4% 4,2% 94,4% 2,8% - 97,2%

RB 3,3% 6,7% 90,0% 1,7% 5,0% 93,3%

RE 4,9% 19,5% 75,6% - 9,8% 90,2%

RG 2,8% 12,5% 84,7% - 15,3% 84,7%

RJ - 11,6% 88,4% - 4,3% 95,7%

RM

9,7% 90,3% - 5,6% 94,4%

RN 2,5% 7,5% 90,0% 5,0% 2,5% 92,5%

RO - 20,0% 80,0% 20,0% - 80,0%

RR 3,0% 6,1% 90,9% - 9,1% 90,9%

RS 3,8% 12,5% 83,8% 2,5% 10,0% 87,5%

RT 1,6% 1,6% 96,8% 1,6% 1,6% 96,8%

RV 2,2% 8,9% 88,9% 6,7% 3,3% 90,0%

Total 2,5% 9,7% 87,9% 2,3% 6,5% 91,2%

Fonte: Elaborada pela autora

Na tabela 40, a assertiva “gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis”

obteve alto percentual de concordância, muito próximo de 90%, e inclusive ultrapassando essa

marca para as UNs RA e RT. Entretanto, observa-se que as três áreas funcionais R, RE e RO

demonstraram neutralidade mais alta – perto de 20%, e concordância menor que as demais –

até 80%. A R foi a que apresentou maior discordância entre as UNs – 10%.

De maneira similar, os respondentes da R foram os que menos concordaram com a

assertiva “Estou disposto a me empenhar muito para que iniciativas ambientais tenham

sucesso” – 73,3%. Apesar de ser um percentual de concordância bem alto, dentre todas as UNs

foi o único inferior a 80%, e também a maior tendência à centralidade – 20%. Para esta

segunda assertiva, 5 UNs indicaram 0% de discordância: RE, RG, RJ, RM e RR.

A tabela 41 aponta as diferenças de concordância identificadas no bloco 2 entre os

grupos estudados, em relação à variável unidade.

197

Tabela 41: Diferenças de concordância em relação à variável unidade – Bloco 2

Unidade R RA RB RE RG RJ RM RN RO RR RS RT RV Total

bl2

_q

1 D 43,3% 53,5% 43,3% 65,9% 36,1% 56,5% 51,4% 32,5% 40,0% 18,2% 52,5% 25,8% 45,6% 45,0%

N 23,3% 12,7% 21,7% 12,2% 18,1% 21,7% 12,5% 12,5% 20,0% 24,2% 16,3% 8,1% 16,7% 16,3%

C 33,3% 33,8% 35,0% 22,0% 45,8% 21,7% 36,1% 55,0% 40,0% 57,6% 31,3% 66,1% 37,8% 38,8%

bl2

_q

2 D 66,7% 52,1% 46,7% 70,7% 40,3% 59,4% 61,1% 62,5% 60,0% 39,4% 71,3% 35,5% 45,6% 53,7%

N 13,3% 21,1% 31,7% 12,2% 30,6% 18,8% 19,4% 15,0% - 21,2% 17,5% 21,0% 23,3% 21,1%

C 20,0% 26,8% 21,7% 17,1% 29,2% 21,7% 19,4% 22,5% 40,0% 39,4% 11,3% 43,5% 31,1% 25,2%

bl2

_q

3 D 43,3% 15,5% 23,3% 31,7% 13,9% 29,0% 31,9% 42,5% 20,0% 18,2% 26,3% 8,1% 25,6% 24,4%

N 20,0% 21,1% 11,7% 14,6% 19,4% 18,8% 15,3% 7,5% - 18,2% 22,5% 14,5% 17,8% 17,1%

C 36,7% 63,4% 65,0% 53,7% 66,7% 52,2% 52,8% 50,0% 80,0% 63,6% 51,3% 77,4% 56,7% 58,5%

bl2

_q

4 D 36,7% 23,9% 16,7% 41,5% 16,7% 20,3% 29,2% 27,5% 20,0% 12,1% 23,8% 8,1% 21,1% 22,2%

N 13,3% 8,5% 15,0% 9,8% 6,9% 14,5% 15,3% 15,0% - 15,2% 20,0% 6,5% 11,1% 12,4%

C 50,0% 67,6% 68,3% 48,8% 76,4% 65,2% 55,6% 57,5% 80,0% 72,7% 56,3% 85,5% 67,8% 65,4%

bl2

_q

5 D 36,7% 23,9% 16,7% 29,3% 16,7% 26,1% 30,6% 30,0% 20,0% 15,2% 16,3% 11,3% 18,9% 21,7%

N 13,3% 19,7% 21,7% 29,3% 11,1% 17,4% 12,5% 12,5% - 9,1% 17,5% 8,1% 18,9% 16,0%

C 50,0% 56,3% 61,7% 41,5% 72,2% 56,5% 56,9% 57,5% 80,0% 75,8% 66,3% 80,6% 62,2% 62,3%

bl2

_q

7 D 43,3% 18,3% 15,0% 29,3% 16,7% 20,3% 25,0% 15,0% 40,0% 15,2% 23,8% 6,5% 11,1% 18,9%

N 16,7% 15,5% 11,7% 19,5% 15,3% 17,4% 22,2% 22,5% - 24,2% 13,8% 14,5% 11,1% 16,1%

C 40,0% 66,2% 73,3% 51,2% 68,1% 62,3% 52,8% 62,5% 60,0% 60,6% 62,5% 79,0% 77,8% 65,0%

bl2

_q

8 D 56,7% 42,3% 38,3% 51,2% 40,3% 40,6% 54,2% 45,0% 60,0% 27,3% 47,5% 21,0% 41,1% 42,1%

N 23,3% 19,7% 26,7% 24,4% 16,7% 26,1% 16,7% 20,0% 20,0% 27,3% 32,5% 16,1% 21,1% 22,3%

C 20,0% 38,0% 35,0% 24,4% 43,1% 33,3% 29,2% 35,0% 20,0% 45,5% 20,0% 62,9% 37,8% 35,6%

Fonte: Elaborada pela autora

Quadro 32: Codificação e descritivo das questões de concordância do Bloco 2

bl2_q1 Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais.

bl2_q2 As ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente como parte de sua avaliação de

desempenho anual.

bl2_q3 Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar com seus superiores sobre qualquer assunto

relacionado às iniciativas ambientais.

bl2_q4 A consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na empresa.

bl2_q5 Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa voltada para a disseminação dos programas

ambientais para os colaboradores.

bl2_q7 Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna / disseminação de informações da

companhia eficientes.

bl2_q8 A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa.

Fonte: Elaborado pela autora

198

Analisando a tabela 41 e sua legenda apresentada no quadro 32, observa-se que a

questão “Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais” apresentou maior

nível de discordância na unidade RE. As unidades RA, RJ RM e RS também apresentaram

discordância muito alta – superior a 50%. As únicas UNs que discordaram em menos de 30%

foram a RR e RT. Apenas as UNs RN, RR e RT demonstraram concordância superior a 50%.

Ao avaliar se as ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente como

parte de sua avaliação de desempenho anual, cerca de 70% dos pesquisados da R, RE e RS

discordaram. Os maiores índices de concordância para estas questões se deu nas UNs RO, RR e

RT, onde beirou os 40%.

Quando questionados quanto à facilidade de se comunicar com seus superiores sobre

qualquer assunto relacionado às iniciativas ambientais, as maiores discordâncias vieram da R

(única cuja discordância superou a concordância) e RN com mais de 40%, seguidas da RM, RE

e RJ com cerca de 30%. As UNs que demonstraram maior concordância foram a RO, RT, RG e

RB, respectivamente, todas entre 65% e 80%.

A assertiva “a consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na

empresa” obteve alta concordância: superior a 50% para todas as UNs exceto RE e R. os

maiores níveis de concordância foram para a RT, RO, RG e RR, respectivamente, todos entre

72% e 86%. As maiores discordâncias apareceram na RE, R e RM, entre 29% e 42%, porém

em nenhum caso superou aos percentuais de concordância.

Em relação ao conhecimento de ações de comunicação interna para disseminar os

programas ambientais, constaram-se a as maiores discordâncias: R com 36,7% e as UNs RM,

RN e RE com cerca de 30%. Os destaques de concordância foram para a RT, RO, RR e RG,

respectivamente.

Quanto à eficiência das ferramentas corporativas de comunicação interna, observa-se

discordância mais forte na R, onde com 43,3% supera a concordância, seguida da RO com 40%

e da RE com quase 30% de discordância. As unidades com maior concordância para a

eficiência foram a RT, RV, RB e RG, respectivamente.

A assertiva “A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa” foi a

que apresentou níveis de concordância mais baixo desse bloco, seguida da que se refere ao

199

recebimento de treinamento para os programas ambientais. Quanto à participação, a

concordância superou a discordância apenas para as UNs RT e RG, ficando muito próximas

para as UNs, RV, RB e RA, porém predominando a discordância. A RT obteve um grande

destaque de concordância com quase 63%, seguida de longe da RR e RG próximas de 45%, e

todas as demais somadas compõem uma média de aproximadamente 30% de concordância. A

discordância mais alta novamente é proveniente das UNs RO, R, RM e RE.

Tabela 42: Diferenças de frequencia de acesso às ferramentas de disseminação das informações

em relação à variável unidade

Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das informações da empresa?

Mural Site da Sabesp (www.sabesp.com.br) Relatório de Sustentabilidade

Un

ida

de

nu

nca

po

uca

s v

ezes

alg

um

as v

ezes

mu

itas

vez

es

sem

pre

nu

nca

po

uca

s v

ezes

alg

um

as v

ezes

mu

itas

vez

es

sem

pre

nu

nca

po

uca

s v

ezes

alg

um

as v

ezes

mu

itas

vez

es

sem

pre

R 10,0% 10,0% 16,7% 43,3% 20,0% 13,3% 33,3% 36,7% 3,3% 13,3% 26,7% 23,3% 33,3% 16,7% -

RA 4,2% 8,5% 18,3% 29,6% 39,4% 5,6% 31,0% 43,7% 7,0% 12,7% 33,8% 32,4% 22,5% 5,6% 5,6%

RB 1,7% 18,3% 36,7% 25,0% 18,3% 10,0% 38,3% 25,0% 23,3% 3,3% 26,7% 31,7% 25,0% 15,0% 1,7%

RE 2,4% 24,4% 34,1% 19,5% 19,5% 12,2% 39,0% 31,7% 9,8% 7,3% 41,5% 24,4% 26,8% 4,9% 2,4%

RG 1,4% 18,1% 30,6% 16,7% 33,3% 11,1% 33,3% 34,7% 6,9% 13,9% 33,3% 34,7% 22,2% 5,6% 4,2%

RJ 7,2% 15,9% 24,6% 27,5% 24,6% 13,0% 33,3% 34,8% 8,7% 10,1% 42,0% 29,0% 17,4% 8,7% 2,9%

RM 9,7% 18,1% 33,3% 22,2% 16,7% 11,1% 36,1% 29,2% 11,1% 12,5% 36,1% 34,7% 25,0% 2,8% 1,4%

RN 5,0% 12,5% 27,5% 20,0% 35,0% 15,0% 27,5% 32,5% 10,0% 15,0% 32,5% 30,0% 15,0% 15,0% 7,5%

RO 20,0% 20,0% 60,0% - - - 60,0% 20,0% 20,0% - 20,0% 20,0% 20,0% 20,0% 20,0%

RR 3,0% 21,2% 30,3% 27,3% 18,2% 9,1% 27,3% 36,4% 18,2% 9,1% 27,3% 36,4% 21,2% 9,1% 6,1%

RS 3,8% 10,0% 28,8% 33,8% 23,8% 12,5% 31,3% 36,3% 13,8% 6,3% 40,0% 28,8% 23,8% 3,8% 3,8%

RT - 9,7% 16,1% 25,8% 48,4% 8,1% 12,9% 29,0% 30,6% 19,4% 16,1% 32,3% 32,3% 11,3% 8,1%

RV 1,1% 16,7% 27,8% 20,0% 34,4% 6,7% 25,6% 40,0% 16,7% 11,1% 32,2% 33,3% 23,3% 4,4% 6,7%

Total 4,0% 15,0% 27,4% 25,1% 28,4% 10,2% 30,8% 34,3% 13,7% 11,0% 32,8% 31,3% 23,7% 7,7% 4,4%

Fonte: Elaborada pela autora

Analisando a tabela 42, observa-se que o acesso às ferramentas de comunicação interna,

demonstra discrepâncias entre as UNs, porém em menor grau. O mural desponta como

ferramenta mais acessada “sempre”, com baixa concordância para este item (até 20%) apenas

nas UNs RM, RR RB, RE e R. Entretanto, 43,3% dos pesquisados da R declararam acessar o

200

mural “muitas vezes”. As demais unidades responderam em média 34%, com destaque para os

48,4% da RT. O site externo da Sabesp quase sempre foi apontado como acessado “poucas

vezes” ou “algumas vezes”, com exceção da RT em que a maioria posicionou-se entre

“algumas vezes” e “muitas vezes”, e da RO, RE e RB cuja menção ao “poucas vezes” supera a

todas as demais freqüências de acesso.

Por fim, o relatório de sustentabilidade aparece como a ferramenta acessada com menor

freqüência, nunca sendo acessa por 40% ou mais das UNs RJ, RE e RS. A menção ao “acesso

sempre” foi muito baixa – inferior a 10%, exceto para a RO, com 20%. O acesso “muitas

vezes” também foi baixo, com destaque para a RO, R, RB e RN, que ficaram entre 15% e 20%.

O acesso “algumas vezes” foi o mais indicado pela R – 33,3%, seguida da RT cuja maioria dos

respondentes se dividiu entre “algumas vezes” e “poucas vezes”, ambos com 32,3%.

Tabela 43: Diferenças de concordância em relação à variável unidade – 3Rs

Bloco 3.1 - Programa Sabesp 3Rs

Unidade R RA RB RE RG RJ RM RN RO RR RS RT RV Total

bl3

.1_q

2 D 33,3% 36,6% 40,0% 41,5% 16,7% 44,9% 44,4% 12,5% 20,0% 21,2% 18,8% 17,7% 24,4% 29,4%

N 30,0% 16,9% 20,0% 22,0% 20,8% 21,7% 33,3% 12,5% 20,0% 15,2% 13,8% 17,7% 22,2% 20,6%

C 36,7% 46,5% 40,0% 36,6% 62,5% 33,3% 22,2% 75,0% 60,0% 63,6% 67,5% 64,5% 53,3% 50,1%

bl3

.1_q

3 D 33,3% 29,6% 26,7% 43,9% 18,1% 37,7% 27,8% 22,5% 20,0% 15,2% 20,0% 19,4% 26,7% 26,3%

N 36,7% 32,4% 40,0% 29,3% 34,7% 34,8% 51,4% 22,5% - 33,3% 38,8% 19,4% 30,0% 33,9%

C 30,0% 38,0% 33,3% 26,8% 47,2% 27,5% 20,8% 55,0% 80,0% 51,5% 41,3% 61,3% 43,3% 39,7%

bl3

.1_q

4 D 53,3% 39,4% 50,0% 56,1% 36,1% 58,0% 51,4% 35,0% 40,0% 42,4% 38,8% 33,9% 43,3% 44,3%

N 26,7% 25,4% 20,0% 26,8% 27,8% 18,8% 31,9% 10,0% 20,0% 21,2% 18,8% 14,5% 22,2% 22,2%

C 20,0% 35,2% 30,0% 17,1% 36,1% 23,2% 16,7% 55,0% 40,0% 36,4% 42,5% 51,6% 34,4% 33,5%

bl3

.1_q

5 D 56,7% 47,9% 51,7% 65,9% 45,8% 60,9% 51,4% 45,0% 40,0% 39,4% 48,8% 35,5% 45,6% 49,1%

N 26,7% 21,1% 25,0% 17,1% 23,6% 15,9% 34,7% 15,0% - 21,2% 22,5% 19,4% 32,2% 23,4%

C 16,7% 31,0% 23,3% 17,1% 30,6% 23,2% 13,9% 40,0% 60,0% 39,4% 28,8% 45,2% 22,2% 27,4%

bl3

.1_q

6 D 53,3% 39,4% 33,3% 61,0% 31,9% 40,6% 41,7% 40,0% 40,0% 24,2% 37,5% 27,4% 35,6% 37,9%

N 26,7% 26,8% 40,0% 19,5% 36,1% 36,2% 43,1% 27,5% - 30,3% 33,8% 25,8% 28,9% 31,9%

C 20,0% 33,8% 26,7% 19,5% 31,9% 23,2% 15,3% 32,5% 60,0% 45,5% 28,8% 46,8% 35,6% 30,2%

bl3

.1_q

7 D 56,7% 56,3% 50,0% 63,4% 36,1% 58,0% 50,0% 35,0% 40,0% 36,4% 35,0% 37,1% 40,0% 45,5%

N 30,0% 18,3% 26,7% 19,5% 26,4% 23,2% 33,3% 30,0% 20,0% 21,2% 31,3% 21,0% 40,0% 27,4%

C 13,3% 25,4% 23,3% 17,1% 37,5% 18,8% 16,7% 35,0% 40,0% 42,4% 33,8% 41,9% 20,0% 27,0%

201

Bloco 3.1 - Programa Sabesp 3Rs

Unidade R RA RB RE RG RJ RM RN RO RR RS RT RV Total

bl3

.1_q

8 D 46,7% 43,7% 45,0% 65,9% 34,7% 53,6% 51,4% 42,5% 40,0% 36,4% 41,3% 35,5% 37,8% 43,9%

N 33,3% 28,2% 38,3% 24,4% 33,3% 26,1% 33,3% 22,5% 20,0% 27,3% 21,3% 24,2% 41,1% 29,9%

C 20,0% 28,2% 16,7% 9,8% 31,9% 20,3% 15,3% 35,0% 40,0% 36,4% 37,5% 40,3% 21,1% 26,2%

bl3

.1_q

9 D 16,7% 2,8% 8,3% 4,9% 4,2% 7,2% 8,3% - - 3,0% 5,0% 8,1% 3,3% 5,7%

N 26,7% 19,7% 16,7% 14,6% 13,9% 14,5% 25,0% 7,5% 20,0% 9,1% 6,3% 9,7% 12,2% 14,5%

C 56,7% 77,5% 75,0% 80,5% 81,9% 78,3% 66,7% 92,5% 80,0% 87,9% 88,8% 82,3% 84,4% 79,9%

bl3

.1_q

10

D - 2,8% 5,0% - 4,2% 5,8% 6,9% - - 3,0% - 6,5% 4,4% 3,6%

N 13,3% 9,9% 11,7% 7,3% 8,3% 10,1% 15,3% 5,0% - 3,0% 6,3% 11,3% 7,8% 9,2%

C 86,7% 87,3% 83,3% 92,7% 87,5% 84,1% 77,8% 95,0% 100,0% 93,9% 93,8% 82,3% 87,8% 87,2%

Fonte: Elaborada pela autora

Quadro 33: Codificação e descritivo das questões de concordância do Bloco 3.1

Com relação ao PROGRAMA SABESP 3Rs, indique seu grau de concordância com as afirmações abaixo:

bl3.1_q2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.

bl3.1_q3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa.

bl3.1_q4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.

bl3.1_q5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.

bl3.1_q6 Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda empresa quanto aos

problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas ao Programa.

bl3.1_q7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o Programa.

bl3.1_q8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades necessários para a

implementação do Programa.

bl3.1_q9 O Programa é importante para a comunidade interna da empresa.

bl3.1_q10 O Programa é importante para a sociedade.

Fonte: Elaborado pela autora

Avaliando a tabela 43 e a legenda do quadro 33, percebe-se que em relação ao 3Rs, a

RE teve alta discordância para as questões 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Apenas para as questões 9 e 10 a

discordância foi baixíssima ou nula. A RJ demonstrou um comportamento muito semelhante ao

da RE, demonstrando uma das maiores discordância para as mesmas questões, exceto para a

questão 6, cuja discordância foi mediana.

Para a questão 2 – “Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o

Programa”, além a RJ e RE a RM também demonstrou forte discordância. A R demonstrou

forte neutralidade (30%), enquanto que a RN, RT e RS demonstraram as concordâncias mais

altas: entre 64,5% e 75%.

202

Em relação ao suporte recebido da alta administração para implantar ações do

programa, constatou-se alta discordância da RJ e RE, ao mesmo tempo em que a RO e RT

demonstraram forte concordância: 80% e 61,3%, respectivamente. Já a RM teve a menor

concordância – 20,8%, porém a maioria de seus respondentes buscou a tendência central, com

51,4% de “não discordo nem concordo”.

Quanto à divulgação dos procedimentos do programa, RE, RJ, RM e R se posicionaram

com mais de 50% de discordância, enquanto que a RN e RT ultrapassaram os 50% de

concordância. Já com relação à divulgação dos resultados do 3Rs, a RE e RJ manifestaram

mais de 60% de discordância, contra 60% de concordância da RO e 45,2% da RT. A RM e a

RV demonstraram mais de 30% de neutralidade para esta mesma questão.

Ao avaliar a criação de conscientização relacionada ao programa, a R e RE foram as

maiores discordâncias, enquanto que RO, RR e RT as maiores concordâncias. A RB e RM

manifestaram alta tendência à neutralidade, com mais de 40%.

Analisando as oportunidades e treinamentos, observa-se alta discordância (50% ou

mais) nas unidades R, RA, RE, RM e RJ, e neutralidade superior a 30% na RM e RV.

Quanto ao fato de a empresa descrever claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para o programa, novamente RE, RJ e RM foram as discordâncias

superiores a 50%. As maiores concordâncias foram próximas a 40%, nas UNs RO e RT. A RB

e RV tiveram alto percentual neutro, também perto 40%.

Avaliando a importância do 3Rs, a maior parte das unidades avaliou a importância para

a sociedade e para o público interno de forma semelhante e com alto grau de concordância

(ambas com discordância inferior a 6%), com exceção da R, que teve 0% de discordância da

importância para o público externo, porém a maior discordância – 16,7% para o público

interno. Apesar de todas UNs terem manifestado alta concordância com a importância nas duas

esferas, a RN, RR e RS foram os percentuais mais altos – próximos ou superiores a 90%,

interna e externamente. A RO demonstrou 100% de concordância com a importância do

programa para a sociedade.

203

Tabela 44: Diferenças de concordância em relação à variável unidade – PEA

Bloco 3.2 - Programa de Educação Ambiental

Unidade R RA RB RE RG RJ RM RN RO RR RS RT RV Total

bl3

.2_q

2

D 53,3% 39,4% 50,0% 58,5% 33,3% 47,8% 52,8% 22,5% 60,0% 30,3% 50,0% 22,6% 33,3% 41,2%

N 26,7% 22,5% 28,3% 24,4% 27,8% 33,3% 22,2% 32,5% 20,0% 18,2% 26,3% 17,7% 33,3% 26,5%

C 20,0% 38,0% 21,7% 17,1% 38,9% 18,8% 25,0% 45,0% 20,0% 51,5% 23,8% 59,7% 33,3% 32,3%

bl3

.2_q

3

D 46,7% 28,2% 40,0% 46,3% 31,9% 34,8% 40,3% 27,5% - 24,2% 37,5% 21,0% 31,1% 33,5%

N 43,3% 38,0% 40,0% 36,6% 34,7% 42,0% 36,1% 32,5% 60,0% 21,2% 45,0% 24,2% 40,0% 37,1%

C 10,0% 33,8% 20,0% 17,1% 33,3% 23,2% 23,6% 40,0% 40,0% 54,5% 17,5% 54,8% 28,9% 29,4%

bl3

.2_q

4

D 66,7% 45,1% 48,3% 68,3% 47,2% 52,2% 59,7% 37,5% 40,0% 33,3% 62,5% 27,4% 43,3% 49,1%

N 13,3% 22,5% 33,3% 22,0% 30,6% 30,4% 23,6% 27,5% 40,0% 33,3% 26,3% 22,6% 35,6% 27,6%

C 20,0% 32,4% 18,3% 9,8% 22,2% 17,4% 16,7% 35,0% 20,0% 33,3% 11,3% 50,0% 21,1% 23,3%

bl3

.2_q

5

D 66,7% 47,9% 48,3% 65,9% 47,2% 47,8% 58,3% 50,0% 40,0% 39,4% 61,3% 25,8% 45,6% 49,7%

N 26,7% 22,5% 38,3% 22,0% 31,9% 31,9% 26,4% 25,0% 40,0% 24,2% 27,5% 27,4% 35,6% 29,1%

C 6,7% 29,6% 13,3% 12,2% 20,8% 20,3% 15,3% 25,0% 20,0% 36,4% 11,3% 46,8% 18,9% 21,2%

bl3

.2_q

6

D 60,0% 42,3% 43,3% 56,1% 38,9% 37,7% 44,4% 47,5% 40,0% 33,3% 47,5% 22,6% 31,1% 40,7%

N 20,0% 29,6% 40,0% 34,1% 33,3% 39,1% 38,9% 27,5% 40,0% 21,2% 37,5% 30,6% 41,1% 34,5%

C 20,0% 28,2% 16,7% 9,8% 27,8% 23,2% 16,7% 25,0% 20,0% 45,5% 15,0% 46,8% 27,8% 24,8%

bl3

.2_q

7

D 60,0% 40,8% 45,0% 56,1% 44,4% 40,6% 54,2% 35,0% 20,0% 36,4% 50,0% 24,2% 40,0% 43,3%

N 26,7% 23,9% 35,0% 34,1% 22,2% 42,0% 27,8% 30,0% 60,0% 21,2% 32,5% 25,8% 37,8% 30,8%

C 13,3% 35,2% 20,0% 9,8% 33,3% 17,4% 18,1% 35,0% 20,0% 42,4% 17,5% 50,0% 22,2% 25,9%

bl3

.2_q

8

D 60,0% 40,8% 48,3% 63,4% 44,4% 37,7% 54,2% 50,0% 40,0% 36,4% 57,5% 22,6% 42,2% 45,7%

N 23,3% 28,2% 36,7% 31,7% 26,4% 40,6% 30,6% 25,0% 60,0% 24,2% 23,8% 24,2% 36,7% 30,2%

C 16,7% 31,0% 15,0% 4,9% 29,2% 21,7% 15,3% 25,0% - 39,4% 18,8% 53,2% 21,1% 24,1%

Fonte: Elaborada pela autora

Quadro 34: Codificação e descritivo das questões de concordância do Bloco 3.2

Com relação ao PEA, indique seu grau de concordância com as afirmações abaixo:

bl3.2_q2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.

bl3.2_q3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa.

bl3.2_q4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.

bl3.2_q5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.

bl3.2_q6 Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda empresa quanto aos

problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas ao Programa.

bl3.2_q7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o Programa.

bl3.2_q8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades necessários para a

implementação do Programa.

Fonte: Elaborado pela autora

204

Analisando a tabela 44 e o quadro 34 (legenda), para a comunicação da necessidade de

implementar o PEA, constatou-se discordância de aproximadamente 60% para as UNs RE e RO.

Além da RE, a RJ também demonstrou baixa concordância para este item. As unidades com alta

concordância foram RR e RT.

Quanto ao suporte da alta administração, a discordância foi alta para a R e RE, e

concordância alta para a RR e RT, e a neutralidade superior a 40% para RO, R e RS.

Para a divulgação relacionada ao procedimentos e resultados do PEA, percebeu-se

também comportamento semelhante para a maioria das unidades. A R, RE e RS demonstraram as

maiores discordância – superior a 60% – para ambas as assertivas. Já a RT foi a única com maior

concordância, próxima aos 50%, tanto para divulgação dos procedimentos quanto dos resultados.

Analisando-se a criação de conscientização quanto aos problemas, custos e

oportunidades ambientais relacionadas ao PEA, o comportamento de resposta foi semelhante: R

e RE maiores discordâncias, RE com a menor concordância, seguida da RS, enquanto a RR e

RT apresentaram as maiores concordâncias e a RV, RO, RB e RJ com neutralidade próxima a

40%.

Em relação às oportunidades e treinamentos para o PEA, discordaram mais fortemente a

R, RE, RM e RS – entre 50% e 60%. As maiores concordâncias foram 50% da RT e 42,4% da

RR, e a RO demonstrou 60% de “não discordo nem concordo”.

Questionados se a empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para o PEA, a R, RE e RS foram as que demonstraram maior

discordância – próximo ou superior a 60%. A concordância mais alta foi identificada para a RT

– 53,2% e RR - 39,4%. As maiores tendências centrais estão na RJ – 40,6%, e na RO – 60%,

sendo que para esta última não foi constatado nenhum percentual de concordância.

205

Tabela 45: Diferenças de concordância em relação à variável unidade – PURA

Bloco 3.3 - Programa de Uso Racional da Água

Unidade R RA RB RE RG RJ RM RN RO RR RS RT RV Total

bl3

.3_q

2

D 20,0% 22,5% 30,0% 29,3% 18,1% 31,9% 27,8% 30,0% 20,0% 21,2% 13,8% 16,1% 22,2% 23,2%

N 33,3% 25,4% 18,3% 24,4% 27,8% 13,0% 25,0% 25,0% - 27,3% 15,0% 9,7% 22,2% 21,1%

C 46,7% 52,1% 51,7% 46,3% 54,2% 55,1% 47,2% 45,0% 80,0% 51,5% 71,3% 74,2% 55,6% 55,7%

bl3

.3_q

3

D 23,3% 19,7% 26,7% 17,1% 23,6% 20,3% 16,7% 20,0% 20,0% 21,2% 11,3% 8,1% 18,9% 18,5%

N 33,3% 36,6% 26,7% 36,6% 22,2% 29,0% 38,9% 40,0% - 30,3% 27,5% 22,6% 33,3% 30,8%

C 43,3% 43,7% 46,7% 46,3% 54,2% 50,7% 44,4% 40,0% 80,0% 48,5% 61,3% 69,4% 47,8% 50,8%

bl3

.3_q

4

D 30,0% 36,6% 35,0% 43,9% 29,2% 33,3% 34,7% 32,5% 40,0% 27,3% 17,5% 19,4% 28,9% 30,2%

N 26,7% 32,4% 21,7% 24,4% 29,2% 20,3% 37,5% 30,0% - 36,4% 8,8% 21,0% 30,0% 25,8%

C 43,3% 31,0% 43,3% 31,7% 41,7% 46,4% 27,8% 37,5% 60,0% 36,4% 73,8% 59,7% 41,1% 44,0%

bl3

.3_q

5

D 36,7% 38,0% 38,3% 46,3% 34,7% 39,1% 38,9% 40,0% 20,0% 27,3% 22,5% 21,0% 34,4% 34,2%

N 36,7% 32,4% 35,0% 24,4% 23,6% 20,3% 36,1% 35,0% - 33,3% 8,8% 22,6% 26,7% 26,5%

C 26,7% 29,6% 26,7% 29,3% 41,7% 40,6% 25,0% 25,0% 80,0% 39,4% 68,8% 56,5% 38,9% 39,3%

bl3

.3_q

6

D 36,7% 23,9% 31,7% 31,7% 26,4% 24,6% 31,9% 37,5% 40,0% 24,2% 12,5% 16,1% 25,6% 25,8%

N 23,3% 40,8% 28,3% 36,6% 29,2% 27,5% 40,3% 30,0% 20,0% 33,3% 21,3% 24,2% 27,8% 30,1%

C 40,0% 35,2% 40,0% 31,7% 44,4% 47,8% 27,8% 32,5% 40,0% 42,4% 66,3% 59,7% 46,7% 44,1%

bl3

.3_q

7

D 40,0% 35,2% 43,3% 39,0% 34,7% 36,2% 44,4% 37,5% 20,0% 36,4% 27,5% 19,4% 30,0% 34,5%

N 30,0% 31,0% 25,0% 41,5% 29,2% 26,1% 30,6% 30,0% 20,0% 33,3% 27,5% 29,0% 35,6% 30,3%

C 30,0% 33,8% 31,7% 19,5% 36,1% 37,7% 25,0% 32,5% 60,0% 30,3% 45,0% 51,6% 34,4% 35,2%

bl3

.3_q

8

D 30,0% 31,0% 40,0% 53,7% 31,9% 31,9% 41,7% 40,0% 20,0% 36,4% 25,0% 21,0% 37,8% 34,2%

N 26,7% 36,6% 28,3% 36,6% 29,2% 27,5% 36,1% 27,5% 20,0% 36,4% 22,5% 27,4% 28,9% 29,9%

C 43,3% 32,4% 31,7% 9,8% 38,9% 40,6% 22,2% 32,5% 60,0% 27,3% 52,5% 51,6% 33,3% 35,9%

Fonte: Elaborada pela autora

Quadro 35: Codificação e descritivo das questões de concordância do Bloco 3.3

Com relação ao PROGRAMA DE USO RACIONAL DA ÁGUA (PURA), indique seu grau de concordância

com as afirmações abaixo:

bl3.3_q2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.

bl3.3_q3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa.

bl3.3_q4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.

bl3.3_q5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.

bl3.3_q6 Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda empresa quanto aos

problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas ao Programa.

bl3.3_q7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o Programa.

bl3.3_q8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades necessários para a

implementação do Programa.

Fonte: Elaborado pela autora

206

Analisando as respostas quanto à comunicação da necessidade de implementar o

programa, apresentadas na tabela 45 com legenda no quadro 35, constataram-se como maiores

discordâncias: 31,9% para a unidade RJ e 30% para a RB. O maior percentual neutro foi

identificado para a R – 33,3%. O maior percentual concordância se deu para as unidades RO,

RT e RS, enquanto que o menor percentual de concordância, 45%, situa-se na unidade RN.

Em relação ao suporte concedido pela alta administração para implantar o PURA,

constatou-se baixa discordância, ao contrário dos outros dois programas (menos da metade). A

maior tendência à centralidade constatou-se nas unidades RA, RM e RN, todas entre 36% e

40%. A menor concordância foram os 40% da RN, e as maiores os 80% da RO, 69,4% RT e

61,3% da RS.

Estudando agora a divulgação relacionada ao PURA, novamente, as maiores

concordâncias, tanto para os procedimentos quanto para os resultados, estão nas UNs RO, RS e

RT. Quanto à opção neutra, os destaques estão na RM com mais de 35% para os procedimentos

e resultados, a RR apresentou 36,4% de “não discordo nem concordo” quanto à divulgação dos

procedimentos, e a R 36,7% quanto à divulgação dos resultados. A maior discordância se deu

na RE, onde ambos ficaram entre 43% e 47%.

Avaliando a criação de conscientização relacionado ao PURA, observou-se maior

concordância nas unidades RS e RT, contra as menores concordâncias na RM e RE, maiores

discordâncias na R, RN e RO, e neutralidade de cerca de 40% na RM e RA.

A RO foi a unidade com maior concordância (60%) tanto para as oportunidades e

treinamentos quanto para descrição dos conhecimentos, competências e habilidades necessárias

para o PURA, seguida da RT, também com 51,6% para ambas as assertivas. A RE, por outro

lado, manifestou-se a mais baixa concordância para ambas. A RM e RB manifestaram alta

discordância quanto às oportunidades e treinamentos, e a RT acompanhou a RO com alta

concordância para este mesmo item.

As tabelas 46, 47 e 48 mostram o grau de envolvimento dos respondentes com cada um

dos programas ambientais estudados, distribuídos por unidade de negócio. Como tratam do

mesmo assunto, serão analisadas conjuntamente.

207

Tabela 46: Diferenças de grau de envolvimento em relação à variável unidade – 3Rs

Qual o seu grau de envolvimento com o programa SABESP 3Rs?

Unidade não conheço já ouvi falar conheço mas

não participo

participo ou

participei

brevemente

participo ou

participei

ativamente

R 10,0% 16,7% 20,0% 43,3% 10,0%

RA 8,5% 21,1% 18,3% 36,6% 15,5%

RB 5,0% 21,7% 31,7% 30,0% 11,7%

RE 14,6% 26,8% 19,5% 26,8% 12,2%

RG 2,8% 22,2% 9,7% 38,9% 26,4%

RJ 14,5% 20,3% 31,9% 26,1% 7,2%

RM 25,0% 33,3% 19,4% 13,9% 8,3%

RN - 7,5% 22,5% 40,0% 30,0%

RO 20,0% - 20,0% 60,0% -

RR 3,0% 12,1% 12,1% 51,5% 21,2%

RS 2,5% 12,5% 16,3% 41,3% 27,5%

RT 9,7% 12,9% 21,0% 25,8% 30,6%

RV 8,9% 21,1% 18,9% 26,7% 24,4%

Total 9,1% 19,6% 20,1% 32,1% 19,0%

Fonte: Elaborada pela autora

Tabela 47: Diferenças de grau de envolvimento em relação à variável unidade – PEA

Qual o seu grau de envolvimento com o PEA?

Unidade não conheço já ouvi falar conheço mas

não participo

participo ou

participei

brevemente

participo ou

participei

ativamente

R 40,0% 26,7% 10,0% 23,3% -

RA 28,2% 26,8% 15,5% 21,1% 8,5%

RB 33,3% 20,0% 23,3% 18,3% 5,0%

RE 48,8% 19,5% 19,5% 12,2% -

RG 25,0% 27,8% 12,5% 23,6% 11,1%

RJ 52,2% 17,4% 14,5% 10,1% 5,8%

208

Qual o seu grau de envolvimento com o PEA?

Unidade não conheço já ouvi falar conheço mas

não participo

participo ou

participei

brevemente

participo ou

participei

ativamente

RM 43,1% 23,6% 15,3% 15,3% 2,8%

RN 17,5% 17,5% 30,0% 20,0% 15,0%

RO 40,0% - 20,0% 40,0% -

RR 24,2% 9,1% 15,2% 33,3% 18,2%

RS 43,8% 25,0% 17,5% 8,8% 5,0%

RT 19,4% 16,1% 17,7% 24,2% 22,6%

RV 38,9% 18,9% 17,8% 20,0% 4,4%

Total 35,3% 21,1% 17,2% 18,5% 7,9%

Fonte: Elaborada pela autora

Tabela 48: Diferenças de grau de envolvimento em relação à variável unidade – PURA

Qual o seu grau de envolvimento com o PURA?

Unidade não conheço já ouvi falar conheço mas

não participo

participo ou

participei

brevemente

participo ou

participei

ativamente

R 6,7% 30,0% 23,3% 23,3% 16,7%

RA 2,8% 26,8% 28,2% 23,9% 18,3%

RB 8,3% 23,3% 33,3% 16,7% 18,3%

RE 9,8% 26,8% 48,8% 12,2% 2,4%

RG 6,9% 26,4% 25,0% 18,1% 23,6%

RJ 11,6% 18,8% 31,9% 20,3% 17,4%

RM 12,5% 38,9% 25,0% 13,9% 9,7%

RN 7,5% 27,5% 40,0% 12,5% 12,5%

RO 20,0% - 20,0% 40,0% 20,0%

RR 6,1% 24,2% 45,5% 15,2% 9,1%

RS 2,5% 12,5% 46,3% 22,5% 16,3%

RT 9,7% 16,1% 21,0% 29,0% 24,2%

RV 3,3% 26,7% 27,8% 25,6% 16,7%

Total 7,2% 24,3% 32,0% 20,3% 16,3%

Fonte: Elaborada pela autora

Analisando conjuntamente o envolvimento com os três programas ambientais (tabelas

46, 47 e 48), levando-se em conta a distribuição dos resultados por UN, pode-se percebem

209

diferenças relevantes entre os programas e também entre as unidades. O PEA foi o programa

com maior número de respondentes alegando “não conhecerem”. Entretanto, enquanto que na

RN e RT este desconhecimento não chegou aos 20%, em UNs como a RE e RJ ele ficou

próximo de 50%. Já para os demais programas, as UNs com maior grau de desconhecimento

foram a RO com 20% de desconhecimento do 3Rs e 20% do PURA, e a RM com 25% de

desconhecimento do 3Rs e 12,5% do PURA. Cabe salientar que quando comparados ao PEA

esse desconhecimento foi baixo.

Partindo para o próximo nível de conhecimento, o “já ouvi falar”, as UNs com maior

percentual para o 3Rs foram a RM e RE, próximas aos 30%. Neste mesmo patamar, para o

PEA, estão a R, RA e RG, e para o PURA, enquanto a R “já ouviu falar” para 30% dos

pesquisados, a RM cerca de 40%, e a RS apenas 12,5%.

O nível “conheço mas não participo” para o 3Rs foi mais apontado para as unidades RJ

e a RB, ambas com quase 32%. Para o PEA foi a unidade RN que apareceu com 30%, seguida

da RB com 23,3%. E por fim o PURA surpreendeu neste nível de envolvimento, quando UNs

como a RE, RR e RS ultrapassaram os 45% de respostas neste patamar.

Adentrando nos níveis de envolvimento que pressupõem participação (seja ela ativa ou

breve), a unidade RM aparece com uma das participações mais baixas nos três programas, já

que as demais unidades não demonstraram um comportamento homogêneo nos três programas

quanto à participação. Entende-se que este comportamento de participação intensa em um

programa e baixa em outro se deve à um enfoque dado por cada UN. Considerando a escassez

de recursos humanos, financeiros e materiais, acredita-se que as unidades priorizaram os

programas que julgaram mais necessários ou mais adequado ao seu momento, e agregaram seus

esforços para atendê-lo.

Para o 3Rs despontaram-se as unidades RR, RN, RS e RG, com aproximadamente 70%

de participação, enquanto que a RM teve apenas 22,2% e a RJ 33,3%. Observa-se que três das

quatro UNs com maior participação no 3Rs abrangem regiões litorâneas: RS – baixada santista,

RN – litoral norte e a RR algumas cidades praianas como Ilha Comprida, Cananéia e Iguape.

Atribui-se esta alta adesão das unidades ao programa ao fato de, como o 3Rs trata de resíduos

sólidos e estes são um problema crítico no litoral (quando levados pelas chuvas poluem

210

diretamente os mares), certamente estas UNs tiveram uma maior percepção de necessidade de

implantar o programa.

Ao analisar o PEA, constata-se que as unidades RM, RE, RJ e RS não chegaram a 20%

de participação, enquanto que RR e RT se aproximaram dos 50%. Algumas das UNs com alta

participação (RR) ou baixa participação (RM e RJ) tiveram comportamento coincidente para o

PEA e 3Rs, o que pode indicar que os programas caminham juntos nestes locais, e podem estar

sendo geridos da mesma forma.

Considerando o PURA, a RO e RT obtiveram mais de 50% de participação, enquanto

que a RE, RM, RN e RR não ultrapassaram os 25%. A RO, apesar de ser uma área funcional,

despontou aqui com alta participação no PURA muito provavelmente pelo fato de ser a área

responsável por implantar e coordenar o programa em toda a R. Apesar de, serem os

empregados das superintendências regionais que se responsabilizem pelas ações do PURA em

sua unidade, muitos empregados da RO se envolvem com o programa orientando e auxiliando a

UN no momento da implantação, e auxiliando nos controles de manutenção do programa. A RT

mesmo sendo unidade de negócios regional assim como as demais, demonstrou um nível de

participação bem superior às outras UNs, provavelmente demonstra enfoque diferenciado para

os programas ambientais, gerindo-os de forma diferente que a maioria.

Pode-se considerar que, a RE demonstrou baixa participação no PEA e PURA pois, por

tratar-se de uma área funcional, não atua nos municípios, não tendo a mesma dinâmica e

responsabilidade nesse sentido que é imposta à uma unidade de negócio com atuação regional.

O 3Rs, programa que ela demonstrou maior participação (39%), ao contrário, é um programa

com maior factibilidade de implantação na RE, já que é interno e visa a redução do consumo,

reciclagem e disposição adequada dos resíduos gerados pela própria área.

A tabela 49 apresenta o teste de Kruskal-Wallis para a variável tempo de empresa, tendo

sido destacadas na cor cinza apenas as questões com resultado da significância menor que 0,05,

o que sinaliza respostas diferentes dadas por respondentes com tempo de empresa diferente.

211

Tabela 49: Teste de Kruskal-Wallis para a variável tempo de empresa

Questão Qui-

quadrado

Graus de

liberdade Sig.

Gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis. 2,233 4 ,693

Estou disposto a me empenhar muito para que iniciativas ambientais

tenham sucesso. 4,348 4 ,361

Eu me considero ambientalmente responsável. 6,845 4 ,144

Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais. 11,366 4 ,023

As ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente como

parte de sua avaliação de desempenho anual. 1,441 4 ,837

Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar com seus

superiores sobre qualquer assunto relacionado às iniciativas ambientais. 1,307 4 ,860

A consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na

empresa. 5,507 4 ,239

Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa voltada para a

disseminação dos programas ambientais para os colaboradores. 5,926 4 ,205

Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das informações da empresa?

Portal na Intranet 6,050 4 ,195

Informativos por e-mail 12,393 4 ,015

Mural 9,516 4 ,049

Site da Sabesp (www.sabesp.com.br) 4,254 4 ,373

Relatório de Sustentabilidade 15,519 4 ,004

Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna /

disseminação de informações da companhia eficientes. 20,088 4 ,000

A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa. 4,435 4 ,350

Qual o seu grau de envolvimento com o Programa 3Rs? 29,393 4 ,000

Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa

3Rs. 20,873 4 ,000

A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do

Programa 3Rs. 9,080 4 ,059

Os procedimentos do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 12,719 4 ,013

Os resultados do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 14,008 4 ,007

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa

a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais

relacionadas ao Programa 3Rs.

6,969 4 ,138

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o

Programa 3Rs. 9,857 4 ,043

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a implementação do Programa 3Rs. 8,288 4 ,082

O Programa 3Rs é importante para a comunidade interna da empresa. 2,652 4 ,618

O Programa 3Rs é importante para a sociedade. 4,941 4 ,293

Qual o seu grau de envolvimento com o PEA? 56,027 4 ,000

Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PEA 14,071 4 ,007

A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do

PEA. 7,243 4 ,124

Os procedimentos do PEA são amplamente divulgados. 12,017 4 ,017

Os resultados do PEA são amplamente divulgados. 6,128 4 ,190

212

Questão Qui-

quadrado

Graus de

liberdade Sig.

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa

a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais

relacionadas ao PEA.

3,948 4 ,413

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o

PEA. 11,692 4 ,020

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a implementação do PEA. 9,222 4 ,056

O PEA é importante para a comunidade interna da empresa. 6,210 4 ,184

O PEA é importante para a sociedade. 10,749 4 ,030

Qual o seu grau de envolvimento com o PURA? 62,853 4 ,000

Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PURA. 25,889 4 ,000

A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do

PURA. 14,036 4 ,007

Os procedimentos do PURA são amplamente divulgados. 13,943 4 ,007

Os resultados do PURA são amplamente divulgados. 7,654 4 ,105

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa

a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais

relacionadas ao PURA.

4,200 4 ,380

Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o

PURA. 11,724 4 ,020

Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a implementação do PURA. 10,311 4 ,036

O PURA é importante para a comunidade interna da empresa. 2,491 4 ,646

O PURA é importante para a sociedade. 5,354 4 ,253

Fonte: Elaborada pela autora

Nas tabelas 50 à 53 foram analisadas apenas as significâncias inferiores a 0,05,

desmembrando-se o tempo de empresa, no intuito de analisar as diferenças de resposta.

Tabela 50: Diferenças de concordância em relação à variável tempo de empresa - Blocos 1 e 2

menos de

2 anos

de 2 a 5

anos

de 6 a

10 anos

de 11 a

20 anos

mais de

20 anos Total

Tenho recebido treinamento relacionado

às questões ambientais.

D 53,8% 52,2% 44,0% 44,6% 39,4% 45,0%

N 19,2% 18,6% 28,0% 14,2% 15,3% 16,3%

C 26,9% 29,2% 28,0% 41,2% 45,4% 38,8%

Considero as ferramentas corporativas de

comunicação interna / disseminação de

informações da companhia eficientes.

D 11,5% 18,6% 24,0% 20,4% 19,3% 18,9%

N 10,3% 19,5% 20,0% 14,6% 17,7% 16,1%

C 78,2% 61,9% 56,0% 65,0% 63,1% 65,0%

Fonte: Elaborada pela autora

213

Analisando as tabelas 49 e 50, pode-se observar uma clara tendência de aumento do

nível de concordância com o item “Tenho recebido treinamento relacionado às questões

ambientais” à medida que aumenta o tempo de casa. Para os empregados com menos tempo de

empresa (até 5 anos) a discordância dessa assertiva ultrapassou os 50%, enquanto para os que

tem mais de 20 anos de companhia não chega a 40%. É possível inferir que, o empregado com

mais tempo de casa, apresenta uma probabilidade maior de ter recebido algum treinamento das

questões ambientais durante seu longo período de relacionamento com a empresa, enquanto

que os que trabalham na Sabesp há pouco tempo podem ainda não ter tido essa oportunidade.

Pereira (2008) desenvolveu um estudo da percepção de empregados sobre alguns fatores

de responsabilidade social empresarial (RSE), e de maneira semelhante ao comportamento

observado para a questão treinamento, o estudo de Pereira demonstrou uma leve tendência de

aumento de concordância conforme aumenta o tempo de casa. O autor não considerou essa

diferença como relevante, não discutindo suas eventuais razões, nem carregando este resultado

para suas conclusões. Acredita-se que, de forma semelhante ao inferido para a Sabesp,

empregados com mais tempo de casa apresentam maior probabilidade de ter observado práticas

corporativas de RSE pelo tempo de relacionamento que têm com a empresa.

Já para a segunda assertiva “Considero as ferramentas corporativas de comunicação

interna / disseminação de informações da companhia eficientes”, a tendência entre mais jovens

e mais velhos de empresa é invertida: quanto maior o tempo de casa, maior a discordância,

ponderando-se contudo que a maior discordância ocorreu entre quem tem de 6 a 10 anos de

empresa. Pode-se levar em conta ao analisar este fator que, os empregados admitidos há pouco

tempo tendem a ser mais jovens que os com muitos anos de empresa, e também já ingressaram

na empresa numa época em que a tecnologia de informação domina os meios de comunicação.

Pode-se inferir que estes fatores possibilitam aos colaboradores mais jovens de empresa maior

facilidade de interação com as comunicações internas recebidas por e-mail, Intranet e Internet,

levando-os a considerar as ferramentas de comunicação mais eficientes.

214

Tabela 51: Diferenças de frequencia de acesso às ferramentas de disseminação das informações

em relação à variável tempo de empresa

Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das informações

da empresa?

Tempo de

empresa

menos de

2 anos

de 2 a 5

anos

de 6 a 10

anos

de 11 a 20

anos

mais de 20

anos Total

Informativos

por e-mail

nunca 1,8% 1,2% 2,8% 1,7%

poucas

vezes 3,8% 3,5% 8,0% 4,6% 9,2% 6,1%

algumas

vezes 12,8% 14,2% 16,0% 19,6% 14,1% 16,0%

muitas

vezes 19,2% 23,9% 28,0% 27,7% 29,7% 26,9%

sempre 64,1% 56,6% 48,0% 46,9% 44,2% 49,4%

Mural

nunca 3,8% 3,5% 8,0% 3,1% 4,8% 4,0%

poucas

vezes 10,3% 21,2% 20,0% 13,8% 14,5% 15,0%

algumas

vezes 33,3% 30,1% 40,0% 24,6% 26,1% 27,4%

muitas

vezes 20,5% 21,2% 20,0% 30,4% 23,3% 25,1%

sempre 32,1% 23,9% 12,0% 28,1% 31,3% 28,4%

Relatório de

Sustentabilidade

nunca 42,3% 40,7% 24,0% 33,8% 26,1% 32,8%

poucas

vezes 21,8% 34,5% 44,0% 32,3% 30,5% 31,3%

algumas

vezes 19,2% 18,6% 20,0% 24,2% 27,3% 23,7%

muitas

vezes 10,3% 3,5% 4,0% 6,5% 10,4% 7,7%

sempre 6,4% 2,7% 8,0% 3,1% 5,6% 4,4%

Fonte: Elaborada pela autora

Os dados apresentados na tabela 51 corroboram o que foi inferido em relação à tabela

anterior, já que apresentam que a freqüência de consulta aos informativos por e-mail é bem

maior entre os empregados com menos tempo de empresa. Apesar de todas as faixas de tempo

de empresa pesquisadas demonstrarem maior concordância para acesso os informativos por e-

mail “sempre” e em seguida “muitas vezes”, esta freqüência é muito maior entre o grupo mais

jovem de companhia.

215

Dentre as três ferramentas de comunicação interna, contudo, os informativos por e-mail

destacaram-se como a mais acessada por todas as faixas de tempo de empresa.

Já o Mural demonstrou menor acesso apenas pelo grupo que tem entre 6 e 10 anos de

casa, cuja maioria acessa o mural apenas algumas vezes (40%) e apenas 12% consultam-no

sempre. Observa-se ainda uma polarização das respostas entre o grupo com maior e menor

tempo de casa, de forma que os dois extremos demonstraram boa frequência de acesso ao mural

– mais de 50% acessa muitas vezes ou sempre. Isto indica que, o jornal mural atinge tanto aos

colaboradores com pouco tempo de empresa, quanto aqueles com mais de 20 anos na

companhia.

Para o relatório de sustentabilidade, observa-se que quanto menor o tempo de casa do

respondente, maior foi o percentual que “nunca” acessa, chegando à 42,3% para os admitidos

há menos de 2 anos. Contudo, o acesso “sempre” não demonstrou mesmo grau de divergência:

independente do tempo de casa, pouquíssimos respondentes alegaram sempre acessar o

relatório de sustentabilidade. A faixa que mais informou sempre acessar foi a dos empregados

entre 6 e 10 anos, porém chegando apenas a 8%. Da mesma forma, o nível de acesso “muitas

vezes” não ultrapassou os 10,5% em nenhuma das faixas.

Desta forma, observa-se que o relatório de sustentabilidade não tem se demonstrado

uma ferramenta de comunicação interna muito difundida entre os empregados, sendo apenas

“menos ignorado” pelos empregados com mais tempo de empresa.

Tabela 52: Diferenças de grau de envolvimento em relação à variável tempo de empresa

Qual o seu grau de envolvimento com os programas?

Tempo de empresa menos de

2 anos

de 2 a 5

anos

de 6 a 10

anos

de 11 a 20

anos

mais de 20

anos Total

SABESP

3Rs

(Reduzir,

Reutilizar,

Reciclar)

Não conheço 17,9% 13,3% 8,5% 6,0% 9,1%

Já ouvi falar 32,1% 22,1% 28,0% 17,7% 15,7% 19,6%

Conheço mas

não participo 20,5% 21,2% 24,0% 20,8% 18,5% 20,1%

216

Participo ou

participei

brevemente

17,9% 24,8% 36,0% 36,5% 34,9% 32,1%

Participo ou

participei

ativamente

11,5% 18,6% 12,0% 16,5% 24,9% 19,0%

Programa

de

Educação

Ambiental

(PEA)

Não conheço 59,0% 53,1% 44,0% 29,6% 24,9% 35,3%

Já ouvi falar 19,2% 17,7% 12,0% 26,2% 18,9% 21,1%

Conheço mas

não participo 9,0% 15,9% 20,0% 17,7% 19,7% 17,2%

Participo ou

participei

brevemente

7,7% 9,7% 24,0% 20,0% 23,7% 18,5%

Participo ou

participei

ativamente

5,1% 3,5% 6,5% 12,9% 7,9%

Programa

de Uso

Racional da

Água

(PURA)

Não conheço 15,4% 15,0% 4,0% 5,8% 2,8% 7,2%

Já ouvi falar 38,5% 31,9% 28,0% 23,1% 17,3% 24,3%

Conheço mas

não participo 33,3% 32,7% 20,0% 33,8% 30,5% 32,0%

Participo ou

participei

brevemente

5,1% 8,8% 32,0% 22,3% 26,9% 20,3%

Participo ou

participei

ativamente

7,7% 11,5% 16,0% 15,0% 22,5% 16,3%

Fonte: Elaborada pela autora

Observa-se na tabela 52 que quanto menor o tempo de casa, maior o nível de

desconhecimento dos programas. A mesma tendência é verificada para os três programas,

porém para o PEA o nível de desconhecimento é o maior, chegando a 59% entre os

empregados com menos de 2 anos de empresa – 32,1%

O 3Rs aponta com um alto percentual de “já ouvi falar” entre os empregados com

menos de 2 anos de empresa, assim como o PURA, que 38,5% desse público “já ouviu falar”.

A diferença nos percentuais de participação entre esses grupos – seja ela breve ou ativa

– é grande para os três programas. Observa-se tanto o grupo com menos de 2 anos quanto o

grupo que está de 2 a 5 anos na empresa demonstram baixa participação nos três programas:

menos de 20% para o PEA e PURA, chegando aos patamares de 30 a 45% de participação

apenas para o Programa 3Rs. Os grupos com mais de 11 anos de empresa apresentam

participação superior a 50% no 3Rs e perto de 30% para o PEA. Já para o PURA, os

empregados com mais de 20 anos de empresa indicaram quase 50% de participação e os entre

217

11 e 20 anos de casa, 37,3%. Acredita-se que um maior nível de participação entre os

colaboradores com mais tempo de empresa se dá devido ao maior número de oportunidade de

participar de ações relacionadas aos programas no decorrer do tempo que têm trabalhado na

companhia. Caso nos últimos anos não tenham ocorrido atividades dos programas ambientais

na Diretoria R, ou ainda se estas ações foram pontuais, os empregados admitidos há pouco

tempo podem não ter tido a oportunidade de participar.

Tabela 53: Diferenças de grau de concordância em relação à variável tempo de empresa – Bloco 3

Tempo de empresa menos de

2 anos

de 2 a 5

anos

de 6 a 10

anos

de 11 a

20 anos

mais de

20 anos Total

PR

OG

RA

MA

SA

BE

SP

3R

s

Minha empresa comunicou a

necessidade de implementar o

Programa.

D 42,3% 35,4% 24,0% 28,8% 23,7% 29,4%

N 30,8% 23,0% 36,0% 17,3% 18,1% 20,6%

C 26,9% 41,6% 40,0% 53,8% 58,2% 50,1%

Os procedimentos do Programa são

amplamente divulgados.

D 50,0% 48,7% 44,0% 47,7% 36,9% 44,3%

N 24,4% 21,2% 20,0% 22,7% 21,7% 22,2%

C 25,6% 30,1% 36,0% 29,6% 41,4% 33,5%

Os resultados do Programa são

amplamente divulgados.

D 42,3% 55,8% 60,0% 54,2% 41,8% 49,1%

N 33,3% 25,7% 12,0% 23,8% 20,1% 23,4%

C 24,4% 18,6% 28,0% 21,9% 38,2% 27,4%

Minha empresa oferece

oportunidades e treinamentos

necessários para o Programa.

D 41,0% 47,8% 52,0% 50,4% 40,2% 45,5%

N 38,5% 32,7% 20,0% 23,8% 26,1% 27,4%

C 20,5% 19,5% 28,0% 25,8% 33,7% 27,0%

PE

A

Minha empresa comunicou a

necessidade de implementar o

Programa.

D 46,2% 46,0% 40,0% 41,9% 36,9% 41,2%

N 30,8% 33,6% 36,0% 23,8% 23,7% 26,5%

C 23,1% 20,4% 24,0% 34,2% 39,4% 32,3%

Os procedimentos do Programa são

amplamente divulgados.

D 53,8% 49,6% 56,0% 51,9% 43,8% 49,1%

N 28,2% 38,9% 16,0% 27,3% 23,7% 27,6%

C 17,9% 11,5% 28,0% 20,8% 32,5% 23,3%

Minha empresa oferece

oportunidades e treinamentos

necessários para o Programa.

D 43,6% 45,1% 40,0% 45,4% 40,6% 43,3%

N 39,7% 38,9% 36,0% 29,6% 24,9% 30,8%

C 16,7% 15,9% 24,0% 25,0% 34,5% 25,9%

O Programa é importante para a

sociedade.

D 9,0% 7,1% 4,0% 8,1% 6,8% 7,4%

N 29,5% 28,3% 16,0% 15,8% 12,4% 18,1%

C 61,5% 64,6% 80,0% 76,2% 80,7% 74,5%

PU

RA

Minha empresa comunicou a

necessidade de implementar o

Programa.

D 28,2% 31,9% 24,0% 20,8% 20,1% 23,2%

N 25,6% 31,0% 16,0% 21,2% 15,7% 21,1%

C 46,2% 37,2% 60,0% 58,1% 64,3% 55,7%

A alta administração suporta

totalmente a implementação de

ações do Programa.

D 17,9% 21,2% 16,0% 17,3% 18,9% 18,5%

N 43,6% 41,6% 20,0% 29,2% 24,5% 30,8%

C 38,5% 37,2% 64,0% 53,5% 56,6% 50,8%

Os procedimentos do Programa são

amplamente divulgados.

D 38,5% 33,6% 36,0% 29,6% 26,1% 30,2%

N 26,9% 34,5% 16,0% 28,1% 20,1% 25,8%

C 34,6% 31,9% 48,0% 42,3% 53,8% 44,0%

218

Tempo de empresa menos de

2 anos

de 2 a 5

anos

de 6 a 10

anos

de 11 a

20 anos

mais de

20 anos Total

Minha empresa oferece

oportunidades e treinamentos

necessários para o Programa.

D 34,6% 39,8% 44,0% 34,2% 31,3% 34,5%

N 37,2% 36,3% 24,0% 31,5% 24,9% 30,3%

C 28,2% 23,9% 32,0% 34,2% 43,8% 35,2%

Minha empresa descreve claramente

os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a

implementação do Programa.

D 35,9% 40,7% 32,0% 33,5% 31,7% 34,2%

N 30,8% 34,5% 32,0% 30,8% 26,5% 29,9%

C 33,3% 24,8% 36,0% 35,8% 41,8% 35,9%

Fonte: Elaborada pela autora

A tabela 53 apresenta os resultados estratificados por tempo de empresa, comparando-se

os três programas selecionados. Quanto à comunicação da necessidade de implementar os

programas, observa-se que a discordância diminui à medida que o tempo de casa aumenta.

Apesar dessa tendência se repetir para os três programas, ela é muito mais forte em relação ao

3Rs, chegando ao ponto que, ao contrário dos demais grupos, para os empregados com até 2

anos de empresa, a discordância com a assertiva prevaleceu sobre a concordância.

A maioria das respostas para todas as demais assertivas dessa tabela também

sinalizaram que, quanto maior o tempo de casa, maior a concordância com as questões

relacionadas aos três programas ambientais.

Quanto à divulgação dos procedimentos dos programas, para o 3Rs a discordância

prevaleceu em todas as faixas, exceto a dos empregados com mais de 20 anos de empresa. Já

para o PEA, até o grupo de veteranos sinalizou discordância maior que concordância nessa

assertiva, porém em menor nível – diferença de 11 pontos percentuais, enquanto que o grupo

admitido há menos de 6 anos discordou entre 35 e 38 pontos percentuais a mais que concordou.

Para o PURA, de maneira semelhante, apenas o grupo com até 6 anos de empresa demonstrou

discordar mais que concorda, com concordância média de 33,3%, muito distante dos 53,8% de

concordância do grupo com mais de 20 anos de casa.

A diferença devido ao tempo de empresa para a assertiva “O Programa é importante

para a sociedade.” só foi observada para o PEA. Nela a tendência central ficou muito clara para

os empregados com até 6 anos de empresa – o índice de neutralidade médio chegou a 28,9%. A

concordância generalizada para este item é clara já que representa praticamente dez vezes a

média de discordância, contudo a concordância é muito mais forte entre os empregados com

219

mais de 6 anos de casa. Acredita-se que, como o público mais jovem de empresa demonstrou

pouco conhecimento sobre o programa PEA, teve maior dificuldade de avaliar a real

importância dele para a sociedade.

A questão “A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do

Programa” só demonstrou diferença por tempo de empresa para o programa PURA, com

tendência maior de concordância conforme cresce o tempo de empresa. Contudo, a

discordância manteve um patamar próximo para todas as faixas. Os empregados com até 6 anos

de casa, portanto, demonstraram alto percentual de neutralidade – 42,6% em média. Acredita-se

que a busca de uma tendência central pelo grupo mais jovem, evitando posicionar-se favorável

ou desfavoravelmente deve-se ao fato de um percentual alto – entre 30% e 40% só ter ouvido

falar, e um número muito pequeno ter efetivamente participado do PURA.

Quanto aos resultados do Programa 3Rs serem amplamente divulgados, observou-se

discordância menor apenas nos extremos – menos de 2 anos e mais de 20 anos de empresa,

contudo o grupo mas velho de empresa apresentou percentuais de concordância e discordância

muito próximos, enquanto que o mais jovem teve alto índice de neutralidade – 33,3%. De

forma geral, todos os grupos mais discordam que concordam que os resultados sejam

amplamente divulgados. Como o grupo mais jovem sinalizou acessar menos o relatório de

sustentabilidade, que é um dos principais canais de comunicação dos resultados dos programas

ambientais, atribui-se principalmente a isso sua busca pela tendência central – sem conhecer a

ferramenta, provavelmente não ficaram confortáveis para se posicionar a esse respeito.

A assertiva “Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a implementação do PURA” demonstrou alta tendência de

neutralidade – quase 31% em média, percentuais de concordância muito próximos aos de

discordância. As exceções foram o grupo com mais de 20 anos de casa que concordou 10

pontos percentuais a mais que discordou, e o grupo que tem de 2 a 5 anos de empresa, que

discordou quase 16 pontos percentuais a mais que concordou.

Para a questão “Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o

Programa. Para o programa 3Rs observa-se leve tendência de crescimento da concordância. A

discordância maior – entre 40% e 52% quando considerados os três programas – está entre o

grupo de empregados que tem de 6 a 20 anos de empresa.

220

Da mesma forma que em outras assertivas, também observa-se neutralidade muito alta

para o grupo com até 2 anos de empresa: 38,5% em relação ao 3Rs. Para o PURA a

neutralidade alta abarca duas faixas – 36,8% para os admitidos há até 5 anos. Indo além, a

tendência central para o PEA foi intensa nas três faixas mais jovens de empresa – até 10 anos

de companhia apresentaram neutralidade média de 38,2%.

O menor índice de concordância pertence aos empregados com até 5 anos de empresa –

cerca de 20% para o 3Rs e inferior a 17% para o PEA. Este grupo demonstrou concordância

maior apenas com relação ao PURA – 28,2%. Novamente associa-se esse baixo resultado aos

baixos níveis de conhecimento e participação indicados pelos grupos com menos tempo de

empresa. O treinamento geralmente é atrelado à participação (os indicados para participar

passam por treinamento prévio) e certamente o grupo que nem conhece os programas não foi

submetido a treinamento a eles relacionado.

221

5. CONCLUSÕES

A seguir descrevem-se as principais conclusões relacionadas ao trabalho de pesquisa

realizado.

Observou-se um significativo alinhamento entre as informações divulgadas sobre os

programas ambientais nos relatórios de sustentabilidade da empresa estudada e as obtidas nas

entrevistas com os gestores. Este fator indica uniformidade no discurso ambiental da empresa, e

grande conhecimento de sua área de atuação, por parte dos gestores dos programas ambientais.

O desafio passa a ser então, fazer com que estas informações tão bem alinhadas pelos

gestores da empresa, alcancem todo seu público interno, promovendo um alinhamento em todas

as regiões geográficas e níveis hierárquicos, e disseminando internamente tudo o que vem

sendo realizado na área ambiental, para que estas ações se consolidem e cresçam.

Comparando-se então a pesquisa quantitativa realizada junto aos colaboradores com a

pesquisa qualitativa que englobou as entrevistas e relatórios de sustentabilidade, foram

identificados alguns pontos divergentes, fundamentalmente no que se refere ao alinhamento e

comunicação interna. A divulgação interna que tem sido trabalhada pelos gestores entrevistados

nem sempre tem gerado a participação desejada, como chegou a ser mencionada por um deles.

Acredita-se também que alguns esforços de comunicação interna possam estar gerando

resultados aquém dos desejados, para alguns públicos que demonstraram não estar recebendo

estas informações.

Identificaram-se na pesquisa qualitativa algumas ações de Endomarketing® da empresa

voltadas para a disseminação dos programas ambientais para o público interno, como o trabalho

com multiplicadores que recebem capacitação e informação de primeira-mão para então

replicá-las, os eventos que a empresa organiza com foco nas questões ambientais, e a inserção

dos programas nos veículos de comunicação interna como portal da Intranet, site da Sabesp e

Relatório de Sustentabilidade.

As ferramentas de comunicação interna utilizadas demonstraram nem sempre atingirem

o público interno de forma ampla e eficiente, já que o levantamento realizado constatou baixa

222

frequência de acesso do público interno ao site externo da Sabesp e ao Relatório de

Sustentabilidade.

O relatório de sustentabilidade, considerando isoladamente, demonstrou-se uma

ferramenta de comunicação interna insuficiente e que não atinge todos os colaboradores.

Recomenda-se, portanto, que ele seja utilizado como canal de comunicação com o público

interno, porém com o reforço de outros canais mais abrangentes, e que seja desenvolvida uma

cultura de disseminação do relatório de sustentabilidade dentro da organização.

Constatou-se que, muitas vezes existem ações isoladas de Endomarketing® para os

programas ambientais. Estas ações, mesmo quando eficientes, poderiam ser potencializadas

caso fossem abrangidas por um programa de Endomarketing® único e estruturado, que

agregasse programas semelhantes e os conduzisse com um foco único de comunicação e

engajamento.

O primeiro bloco da fase quantitativa da pesquisa pretendeu caracterizar a conduta dos

colaboradores com relação à responsabilidade ambiental, e os resultados demonstraram que a

maior parte dos colaboradores pesquisados avaliou melhor sua própria conduta ambiental do

que a conduta ambiental da empresa e os três programas ambientais objeto deste estudo. A

maior parte dos respondentes acredita ter uma conduta favorável às ações ambientais e se

considera ambientalmente responsável. Acredita-se assim, que o primeiro pré-requisito para

que se tenha sucesso com os programas ambientais está vencido, uma vez que, como tratado na

introdução do trabalho, os colaboradores são parte fundamental para os programas, para que

possam servir como agentes disseminadores (PERIN et al., 2009; SILVA et al., 2009). Como a

maior parte dos pesquisados já se demonstrou pré-disposta a se engajar em ações ambientais,

fica para a empresa a responsabilidade de envolvê-los.

Quanto à conduta ambiental da empresa, a maior parte dos pesquisados manifestou

concordância parcial, o que sinaliza que os colaboradores percebem uma postura da empresa

favorável às questões ambientais, contudo ponderam pontos que podem ser melhorados. O

único item da conduta ambiental da empresa que demonstrou prevalência de discordância foi

com relação à considerar as ações ambientais dos empregados como parte de sua avaliação de

desempenho anual. Este item inclusive apareceu como sugestão de alguns pesquisados, como

forma de incentivar a participação do colaboradores.

223

Pesquisou-se então, a percepção dos colaboradores com relação aos programas

ambientais divulgados pela empresa estudada, demonstrando que os colaboradores têm alta

percepção de importância dos três programas tanto para a comunidade interna da empresa

quanto para a sociedade. Constatou-se ainda, de forma bem semelhante para os três programas

pesquisados, que muitos respondentes discordaram da divulgação ampla dos programas e de

seus resultados, do recebimento de treinamentos específicos, e da clareza da empresa na

descrição dos conhecimentos, competências e habilidades necessários para implementar os

programas.

Como itens mais críticos apontados pela pesquisa quantitativa, recomenda-se que sejam

trabalhados por meio de ações de comunicação interna e treinamentos específicos, que podem

inclusive culminar num programa de Endomarketing® que abarque todos os pontos que

precisam ser trabalhados dentro da empresa para melhorar a adesão e os resultados dos

programas ambientais.

Retomando o que foi abordado na revisão da literatura, o Endomarketing® trabalha na

comunicação interna e na cultura organizacional, tendo como possíveis objetivos a

conscientização ambiental, o comprometimento e integração dos colaboradores, capacitação e

desenvolvimento, bem como o estímulo à participação em atividades importantes para a

organização (GRAZIANO, 2011).

Analisando de forma geral as percepções diferenciadas observadas em função das

variáveis categóricas, observaram-se que, com relação à conduta ambiental da empresa, bem

como à eficiência da comunicação, treinamento e outros fatores relacionados aos programas

ambientais, quanto maior o tempo de empresa maior foi a concordância observada. Os cargos

de liderança também manifestaram maiores níveis de concordância, deixando assim a

recomendação para que o trabalho de promoção dos programas ambientais possa envolver os

empregados com menos tempo de casa e aqueles que não ocupam cargos de liderança.

Quanto às unidades de negócio, observaram-se resultados heterogêneos, de forma que

algumas demonstraram ter trabalhado melhor a comunicação e envolvimento dos empregados

para os programas ambientais. Neste sentido observou-se claro destaque para a unidade RT,

seguida das unidades RR e RN em alguns quesitos. Por outro lado algumas unidades como a

RM, RE, RJ e R demonstraram ainda muitos pontos a serem desenvolvidos.

224

Avaliando o envolvimento dos empregados da Diretoria de Sistemas Regionais da

Sabesp com os programas ambientais, identificou-se que alguns colaboradores não conhecem

os programas, o que gerou inclusive, ao público que desconhece ou conhece muito pouco,

dificuldade de avaliá-los e sugerir melhorias. Constata-se que de forma geral, preponderou nas

respostas o desconhecimento do Programa de Educação Ambiental, a participação breve no

Programa 3Rs, e o conhecimento do Programa de Uso Racional da Água, mesmo que

superficial. O PURA demonstrou ser mais conhecido, que os outros dois, porém o nível de

participação dos empregados é inferior ao do 3Rs.

Por fim, foram identificadas compiladas as principais contribuições e sugestões de

melhoria dos colaboradores para os programas ambientais da companhia, de forma que os itens

mais citados foram a divulgação dos programas e dos resultados por eles atingidos, a

necessidade de treinamentos específicos sobre os programas ambientais para os colaboradores e

de apoio e incentivo por parte dos superiores diretos.

Nas sugestões recebidas de forma dissertativa, foi fortemente mencionada a importância

de envolver a sociedade – fator este que surgiu também nas entrevistas com os gestores do PEA

e 3Rs. Salientou-se também a importância do alinhamento entre unidades de negócio dos

programas ambientais, trocando informações, dificuldades e melhores práticas, para que

tenham ações consistentes em todas as unidades e envolvendo todos os níveis hierárquicos.

Com base na percepção que os empregados têm dos programas e das sugestões de

melhoria que eles mesmos pontuaram, pode-se recomendar a intensificação da comunicação

específica para os programas ambientais priorizando o PEA por ter demonstrado mais alto nível

de desconhecimento e a expansão da área de atuação de alguns programas para que por

exemplo, o PURA, hoje direcionado para ambiente externo, conquiste grande abrangência

dentro da empresa, e o 3Rs, que está incorporado nas áreas da própria Sabesp, possa ir além das

fronteiras da empresa. Com o conhecimento e conscientização que já foram desenvolvidos

internamente, o 3Rs pode ser um aliado do Programa de Educação Ambiental na sensibilização

da sociedade.

Assim, da mesma forma que recomendado para o PURA, valida-se a recomendação do

de Prado e Istilli (2002), para que o programa de educação ambiental que hoje enfoca o público

externo, seja adaptado para trabalhar primeiramente o público interno, envolvendo todos os

225

colaboradores da Sabesp e não apenas os multiplicadores, sensibilizando-os para a importância

da questão ambiental, e destacando a responsabilidade de cada um dentro do processo.

Para envolver os empregados de todas as unidades e independentemente do nível

hierárquico, recomenda-se um programa de Endomarketing® com enfoque nos programas

ambientais, visando conscientizar da importância que eles têm para a comunidade interna e

externa, e para o negócio da empresa. Validou-se também a recomendação de Prado e Istilli

(2002) para a condução de um trabalho prévio e específico para gerentes e gestores, a fim de

que eles estejam alinhados aos objetivos da empresa na área ambiental, e incentivem a

participação e capacitação de seus colaboradores para os programas ambientais.

Em complemento às conclusões apresentadas, elaborou-se uma proposta para um

programa de Endomarketing® para os programas ambientais da Sabesp que é apresentado no

Apêndice E. Trata-se de uma compilação didática e formatada como um plano de ação, para

que as recomendações do trabalho ofereçam maior contribuição à prática organizacional.

Sabendo-se das limitações inerentes a este estudo uma vez que foi desenvolvido com

cunho acadêmico, recursos e tempo limitados, sugere-se que para estudos futuros as pesquisas

sobre o tema aqui proposto podem ser ampliadas considerando as propostas que seguem.

Recomenda-se que esta pesquisa seja ampliada para abranger todas as diretorias da

Sabesp, incluindo tanto a Diretoria Metropolitana (M) que abrange outra região geográfica com

suas características específicas, quanto as demais diretorias, que cuidam de assuntos

corporativos (internos), e consequentemente possuem um perfil diferenciado de seu quadro

funcional.

Sugere-se que estudos semelhantes sejam conduzidos com outras empresas de

saneamento, seja em outros estados brasileiros ou ainda em outros países, como as que tiveram

seus relatórios de sustentabilidade estudados neste trabalho, a fim de que os resultados obtidos

sejam comparados, e as conclusões enriquecidas.

Recomenda-se ainda a condução de um estudo longitudinal atrelado à implantação de

um programa de Endomarketing® específico para os programas ambientais, permitindo-se

assim comparar as percepções dos colaboradores antes e depois da implantação do programa.

226

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Apêndice A: ROTEIRO DE ENTREVISTA COM GESTORES

Identificação da entrevista

1. Data e hora de realização da entrevista:

2. Especificação do local da entrevista:

3. Nome do entrevistado:

4. Idade:

5. Escolaridade:

6. Cargo do entrevistado:

7. Tempo de empresa:

8. Unidade e área à qual o entrevistado esta vinculado:

9. Principais funções do entrevistado na Sabesp:

10. Programa Ambiental ao qual está vinculado:

Gestor do Programa 3Rs (Reduzir, Reutilizar, Reciclar)

1 - Você acredita que os procedimentos e resultados dos Programas ambientais da empresa

são amplamente divulgados e disponíveis para qualquer um que precise acessar?

2 - Quais as formas de divulgação?

3 - Você acredita que o Programa 3Rs é amplamente divulgado e disponível a todos

colaboradores da Sabesp?

4 - Qual o principal objetivo da implementação do Programa 3Rs?

5 - Qual a importância e contribuição do Programa 3Rs para a comunidade interna da empresa?

6 - Qual a importância do Programa 3Rs para a sociedade?

7 - Você acredita que o público interno da Sabesp participa efetivamente do Programa 3Rs?

8 - Que tipo de prática ambiental você acredita que pode ser melhorada na empresa? De que forma?

9 – Na sua opinião, qual a percepção do colaborador interno em relação ao Programa 3Rs?

Gestor do Programa de Educação Ambiental (PEA)

1 - Você acredita que os procedimentos e resultados dos Programas ambientais da empresa

são amplamente divulgados e disponíveis para qualquer um que precise acessar?

237

2 - Quais as formas de divulgação?

3 - Você acredita que o Programa de Educação Ambiental é amplamente divulgado e

disponível a todos colaboradores da Sabesp?

4 - Qual o principal objetivo da implementação do Programa de Educação Ambiental?

5 - Qual a importância e contribuição do Programa de Educação Ambiental para a

comunidade interna da empresa?

6 - Qual a importância do Programa de Educação Ambiental para a sociedade?

7 - Você acredita que o público interno da Sabesp participa efetivamente do Programa de

Educação Ambiental?

8 - Que tipo de prática ambiental você acredita que pode ser melhorada na empresa? De que forma?

9 – Na sua opinião, qual a percepção do colaborador interno em relação ao Programa de

Educação Ambiental?

Gestor do Programa de Uso Racional da Água (PURA)

1 - Você acredita que os procedimentos e resultados dos Programas ambientais da empresa

são amplamente divulgados e disponíveis para qualquer um que precise acessar?

2 - Quais as formas de divulgação?

3 - Você acredita que o Programa de Uso Racional da Água é amplamente divulgado e

disponível a todos colaboradores da Sabesp?

4 - Qual o principal objetivo da implementação do Programa de Uso Racional da Água?

5 - Qual a importância e contribuição do Programa de Uso Racional da Água para a

comunidade interna da empresa?

6 - Qual a importância do Programa de Uso Racional da Água para a sociedade?

7 - Você acredita que o público interno da Sabesp participa efetivamente do Programa de

Uso Racional da Água?

8 - Que tipo de prática ambiental você acredita que pode ser melhorada na empresa? De que forma?

9 – Na sua opinião, qual a percepção do colaborador interno em relação ao Programa de Uso

Racional da Água?

238

Apêndice B: INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS QUANTITATIVOS

RESPONDA SEU NÍVEL DE CONCORDÂNCIA COM AS AFIRMAÇÕES QUE SEGUEM

UTILIZANDO UMA ESCALA DE 1 A 5: 1. Discordo totalmente; 2. Discordo parcialmente; 3. Não discordo nem concordo; 4. Concordo

parcialmente; 5. Concordo Totalmente.

BLOCO 1 - CONDUTA AMBIENTAL DO INDIVÍDUO

1 Gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis.

2 Estou disposto a me empenhar muito para que iniciativas ambientais tenham sucesso.

3 Eu me considero ambientalmente responsável.

BLOCO 2 - CONDUTA AMBIENTAL DA EMPRESA

1 Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais.

2 As ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente como parte de sua avaliação de

desempenho anual.

3 Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar com seus superiores sobre qualquer

assunto relacionado às iniciativas ambientais.

4 A consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na empresa.

5 Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa voltada para a disseminação dos

programas ambientais para os colaboradores.

6

Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das informações da empresa?

(1= Nunca 2= Poucas vezes 3= Algumas vezes 4= Muitas vezes 5= Sempre) ( ) Portal na Intranet ( ) Informativos por e-mail ( ) Mural ( ) Site da Sabesp (www.sabesp.com.br) ( ) Relatório de Sustentabilidade

7 Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna / disseminação de informações da

companhia eficientes.

8 A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa.

BLOCO 3 - PROGRAMAS AMBIENTAIS DA EMPRESA

3.1 PROGRAMA SABESP 3RS (Reduzir, Reutilizar, Reciclar)

1

Qual o seu grau de envolvimento com o PROGRAMA SABESP 3RS? 1= Não conheço 2= Já ouvi falar 3= Conheço, mas não participo 4= Participo ou participei brevemente 5= Participo ou participei ativamente

Com relação ao PROGRAMA SABESP 3Rs, indique seu grau de concordância com as afirmações

abaixo (1 Discordo totalmente, 2 Discordo parcialmente, 3 Não discordo nem concordo, 4 concordo

parcialmente, 5 concordo totalmente):

2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.

239

3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa

4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.

5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.

6 Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda empresa quanto

aos problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas ao Programa.

7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o Programa.

8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades necessários

para a implementação do Programa.

9 O Programa é importante para a comunidade interna da empresa.

10 O Programa é importante para a sociedade.

11

O que poderia ser melhorado no PROGRAMA SABESP 3RS? (assinale todas que concordar) ( ) divulgação do programa ( ) divulgação dos resultados do programa ( ) disponibilização de informações / materiais ( ) treinamento dos colaboradores ( ) incentivo por parte dos gestores ( ) suporte por parte da alta administração ( ) criação de recompensas / incluir na avaliação ( ) Nada ( ) Não sei ( ) Outro: _____________________________

3.2 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (PEA)

1

Qual o seu grau de envolvimento com o PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL? 1= Não conheço 2= Já ouvi falar 3= Conheço mas não participo 4= Participo ou participei brevemente 5= Participo ou participei ativamente

Com relação ao PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, indique seu grau de concordância

com as afirmações abaixo (1 Discordo totalmente, 2 Discordo parcialmente, 3 Não discordo nem

concordo, 4 concordo parcialmente, 5 concordo totalmente):

2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.

3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa

4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.

5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.

6 Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda empresa quanto

aos problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas ao Programa.

7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o Programa.

8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades necessários

para a implementação do Programa.

9 O Programa é importante para a comunidade interna da empresa.

10 O Programa é importante para a sociedade.

240

11

O que poderia ser melhorado no PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL? (assinale

todas que concordar)

( ) divulgação do programa

( ) divulgação dos resultados do programa

( ) disponibilização de informações / materiais

( ) treinamento dos colaboradores

( ) incentivo por parte dos gestores

( ) suporte por parte da alta administração

( ) criação de recompensas / incluir na avaliação

( ) Nada ( ) Não sei ( ) Outro: _____________________________

3.3 PROGRAMA DE USO RACIONAL DA ÁGUA (PURA)

1

Qual o seu grau de envolvimento com o PROGRAMA DE USO RACIONAL DA ÁGUA? 1= Não conheço 2= Já ouvi falar 3= Conheço mas não participo 4= Participo ou participei brevemente 5= Participo ou participei ativamente

Com relação ao PROGRAMA DE USO RACIONAL DA ÁGUA, indique seu grau de concordância

com as afirmações abaixo (1 Discordo totalmente, 2 Discordo parcialmente, 3 Não discordo nem

concordo, 4 concordo parcialmente, 5 concordo totalmente):

2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.

3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa

4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.

5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.

6 Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda empresa quanto

aos problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas ao Programa.

7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o Programa.

8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades necessários

para a implementação do Programa Sabesp 3Rs.

9 O Programa é importante para a comunidade interna da empresa.

10 O Programa é importante para a sociedade.

11

O que poderia ser melhorado no Programa de Uso Racional da Água? (assinale todas que

concordar)

( ) divulgação do programa

( ) divulgação dos resultados do programa

( ) disponibilização de informações / materiais

( ) treinamento dos colaboradores

( ) incentivo por parte dos gestores

( ) suporte por parte da alta administração

( ) criação de recompensas / incluir na avaliação

( ) Nada ( ) Não sei ( ) Outro: _____________________________

241

PERFIL DO RESPONDENTE:

Sexo: ( ) M ( ) F

Idade:

( ) Até 25 anos ( ) de 26 a 35 ( ) de 36 a 45 anos

( ) de 46 a 55 ( ) Acima de 55 anos

Escolaridade (último nível concluído):

( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino médio

( ) Ensino superior ( ) Pós-graduação

Qual dos cargos / níveis hierárquicos abaixo melhor descreve sua posição atual?

( ) Operacional ( ) Técnico ( ) Administrativo ( ) Universitário ( ) Líder, gestor ou encarregado ( ) Gerencial

Qual sua Unidade de negócio?

( ) R ( ) RA ( ) RB ( ) RE ( ) RG ( ) RJ ( ) RM ( ) RN ( ) RO ( ) RR ( ) RS ( ) RT ( ) RV

Tempo de Empresa:

( ) Menos que 2 anos ( ) de 2 a 5 anos

( ) de 6 a 10 anos ( ) de 11 a 20 anos

( ) mais que 20 anos

242

Apêndice C: CODIFICAÇÃO E DESCRITIVO DAS QUESTÕES

Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa

Bloco 1 -

Conduta

Ambiental do

Indivíduo

bl1_q1 Gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis.

bl1_q2 Estou disposto a me empenhar muito para que iniciativas ambientais

tenham sucesso.

bl1_q3 Eu me considero ambientalmente responsável.

Bloco 2 -

Conduta

Ambiental da

Empresa

bl2_q1 Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais.

bl2_q2 As ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente como

parte de sua avaliação de desempenho anual.

bl2_q3 Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar com seus

superiores sobre qualquer assunto relacionado às iniciativas ambientais.

bl2_q4 A consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na

empresa.

bl2_q5 Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa voltada para a

disseminação dos programas ambientais para os colaboradores.

bl2_q6 Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das

informações da empresa?

bl2_q6_op1 Portal na Intranet

bl2_q6_op2 Informativos por e-mail

bl2_q6_op3 Mural

bl2_q6_op4 Site da Sabesp (www.sabesp.com.br)

bl2_q6_op5 Relatório de Sustentabilidade

bl2_q7 Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna /

disseminação de informações da companhia eficientes.

bl2_q8 A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa.

Bloco 3 -

Programas

Ambientais da

Empresa

3.1 Programa

Sabesp 3Rs

(Reduzir,

Reutilizar,

Reciclar)

bl3.1_q1 Qual o seu grau de envolvimento com o PROGRAMA SABESP 3Rs

(Reduzir, Reutilizar, Reciclar)?

Com relação ao PROGRAMA SABESP 3Rs, indique seu grau de concordância com as

afirmações abaixo:

bl3.1_q2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.

bl3.1_q3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do

Programa.

bl3.1_q4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.

bl3.1_q5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.

bl3.1_q6

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a

toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais

relacionadas ao Programa.

bl3.1_q7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o

Programa.

bl3.1_q8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a implementação do Programa.

bl3.1_q9 O Programa é importante para a comunidade interna da empresa.

bl3.1_q10 O Programa é importante para a sociedade.

bl3.1_q11 O que poderia ser melhorado no PROGRAMA SABESP 3Rs? (assinale todas

que concordar)

bl3.1_q11_op1 Divulgação do programa

bl3.1_q11_op2 Divulgação dos resultados do programa

bl3.1_q11_op3 Disponibilização de informações / materiais

243

Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa

bl3.1_q11_op4 Treinamento dos colaboradores

bl3.1_q11_op5 Incentivo por parte dos gestores

bl3.1_q11_op6 Suporte por parte da alta administração

bl3.1_q11_op7 Criação de recompensas / incluir na avaliação

bl3.1_q11_op8 Nada

bl3.1_q11_op9 Não sei

bl3.1_q11_op10 Outro

Bloco 3 -

Programas

Ambientais da

Empresa

3.2 Programa de

Educação

Ambiental

(PEA)

bl3.2_q1 Qual o seu grau de envolvimento com o PROGRAMA DE EDUCAÇÃO

AMBIENTAL (PEA)?

Com relação ao PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (PEA), indique seu grau de

concordância com as afirmações abaixo:

bl3.2_q2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.

bl3.2_q3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do

Programa.

bl3.2_q4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.

bl3.2_q5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.

bl3.2_q6

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a

toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais

relacionadas ao Programa.

bl3.2_q7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o

Programa.

bl3.2_q8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a implementação do Programa.

bl3.2_q9 O Programa é importante para a comunidade interna da empresa.

bl3.2_q10 O Programa é importante para a sociedade.

bl3.2_q11 O que poderia ser melhorado no PROGRAMA DE EDUCAÇÃO

AMBIENTAL (PEA)? (assinale todas que concordar)

bl3.2_q11_op1 Divulgação do programa

bl3.2_q11_op2 Divulgação dos resultados do programa

bl3.2_q11_op3 Disponibilização de informações / materiais

bl3.2_q11_op4 Treinamento dos colaboradores

bl3.2_q11_op5 Incentivo por parte dos gestores

bl3.2_q11_op6 Suporte por parte da alta administração

bl3.2_q11_op7 Criação de recompensas / incluir na avaliação

bl3.2_q11_op8 Nada

bl3.2_q11_op9 Não sei

bl3.2_q11_op10 Outro

Bloco 3 -

Programas

Ambientais da

Empresa

3.3 Programa de

Uso Racional da

Água (PURA)

bl3.3_q1 Qual o seu grau de envolvimento com o PROGRAMA DE USO

RACIONAL DA ÁGUA (PURA)?

Com relação ao PROGRAMA DE USO RACIONAL DA ÁGUA (PURA), indique seu grau

de concordância com as afirmações abaixo:

bl3.3_q2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.

bl3.3_q3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do

Programa.

bl3.3_q4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.

bl3.3_q5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.

bl3.3_q6

Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a

toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais

relacionadas ao Programa.

244

Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa

bl3.3_q7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o

Programa.

bl3.3_q8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e

habilidades necessários para a implementação do Programa.

bl3.3_q9 O Programa é importante para a comunidade interna da empresa.

bl3.3_q10 O Programa é importante para a sociedade.

bl3.3_q11 O que poderia ser melhorado no PROGRAMA DE USO RACIONAL DA

ÁGUA (PURA)? (assinale todas que concordar)

bl3.3_q11_op1 Divulgação do programa

bl3.3_q11_op2 Divulgação dos resultados do programa

bl3.3_q11_op3 Disponibilização de informações / materiais

bl3.3_q11_op4 Treinamento dos colaboradores

bl3.3_q11_op5 Incentivo por parte dos gestores

bl3.3_q11_op6 Suporte por parte da alta administração

bl3.3_q11_op7 Criação de recompensas / incluir na avaliação

bl3.3_q11_op8 Nada

bl3.3_q11_op9 Não sei

bl3.3_q11_op10 Outro

245

Apêndice D: GRÁFICOS COM COMPILAÇÕES DOS RESULTADOS

Figura 16: Grau de conhecimento e participação nos programas

Fonte: Elaborada pela autora

68

143

149

237

142

262

154

128

137

58

54

180

235

149

121

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550

Não conheço

Já ouvi falar

Conheço mas não participo

Participo ou participei brevemente

Participo ou participei ativamente

3Rs

PEA

PURA

246

Figura 17: Quantidade de citações às opções do que poderia ser melhorado nos programas

Fonte: Elaborada pela autora

565 570 506

565 524 417 406

5 29 56

576 543

509

536

500

429 382

5

53 34

524 545

506

541

476

393

348

10 41 20

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

PURA

PEA

3Rs

247

Apêndice E: PROGRAMA DE ENDOMARKETING® PROPOSTO PARA OS

PROGRAMAS AMBIENTAIS DA SABESP

1. Objetivos

Esta proposta simplificada de um Programa de Endomarketing® voltado

exclusivamente a trabalhar os programas ambientais estudados (3Rs, PEA e PURA), tem por

objetivo:

a. Reforçar a conduta ambiental da Sabesp e de seus programas ambientais junto

aos seus colaboradores;

b. Uniformizar o conhecimento sobre as questões ambientais em todas as regiões

geográficas e níveis hierárquicos;

c. Disseminar a cultura “cada colaborador é um educador ambiental”, atrelando a

imagem dos empregados, já chamados na campanha atual de “guardiões das águas” a

ter esta postura não apenas no âmbito pessoal, mas trazer para si a responsabilidade por

disseminá-la na comunidade que o cerca;

d. Gerar uma mudança organizacional de dentro para fora, de forma que os clientes

e demais stakeholders observem uma conduta ambiental forte como parte da cultura da

Sabesp;

2. Modelo conceitual com ações de Endomarketing® propostas

As principais ações propostas como parte deste Programa de Endomarketing são

sintetizadas no modelo conceitual apresentado a seguir.

248

Divulgação Incentivo

Avaliação Treinamento

Figura 18: Modelo conceitual de um programa de Endomarketing® voltado para os programas

ambientais

Fonte: Elaborada pela autora

• divulgação generalista partindo da alta administração;

• abranger objetivos, procedimentos e resultados;

• integrar os 3 programas;

• reforço de comunicação constante;

• canais adequados (e-mail, mural e Intranet);

• desmistificar relatório de sustentabilidade;

• todas as regiões geográficas;

• todos os níveis hierárquicos;

• ir além dos multiplicadores.

• apoio das diretorias / alta administração;

• incentivo das superintendências de todas as unidades de negócio;

• incentivo às trocas de experiências entre UNs;

• concessão de autoridade tácita às áreas gestoras dos programas ambientais;

• liberação dos empregados para treinamentos;

• liberação dos empregados para participação;

• valorização dos empregados que participam;

• valorização da conduta ambiental adequada.

• especificar previamente os conhecimentos e competências necessários para atuação nos programas ambientais;

• incluir a realização dos treinamentos ambientais como parte da avaliação de competência de todos os colaboradores;

• incluir a conduta ambiental adequada como um dos critérios da avaliação de competências de todos os colaboradores;

• recompensar conduta ambiental e participação nos programas ambientais – por meio da carreira ou eventos de reconhecimento.

• treinamentos específicos com reciclagem constante aos empregados diretamente envolvidos com os programas ambientais;

• realização de palestras de sensibilização e eventos ambientais de grande abrangência que englobem todas as unidades de negócio e envolvam os colaboradores que não estão diretamente envolvidos com os programas.

• disponibilização de treinamentos e vídeos educativos da área ambientais na universidade empresarial, que possam ser acessados por todos os empregados.

249

Detalhamento do modelo conceitual

a. Divulgação.

A divulgação generalista deve ser iniciada pela alta administração

(diretores), para esclarecer a toda a organização o apoio institucional aos

programas. Entende-se também que a comunicação dos programas ambientais

precisa ser ampla, englobando todos os níveis hierárquicos, todas as regiões

geográficas, e todos empregados, independentemente de estarem diretamente

envolvidos com os programas ambientais ou não. Deve-se prezar pela

comunicação interna integrada dos programas ambientais, que seja feita de

forma constante e utilize os canais mais indicados (conforme resultado da

pesquisa: e-mail, Mural e Portal da Intranet). Divulgar melhor o relatório de

sustentabilidade, de forma didática que adeque o conteúdo (volume e

linguagem) ao público interno. Comunicar sempre aos colaboradores os

objetivos de cada programa ambiental, os objetivos comuns entre eles, os

procedimentos de forma sintetizada, e os resultados tão logo estejam

disponíveis, ressaltando as conquistas associadas ao empenho de cada um que

participou dos programas.

b. Incentivo.

Programas ambientais carecem de abrangência que os permitam

permear toda a organização e envolvem interesses estratégicos, devendo,

portanto, iniciar com o apoio das diretorias (alta administração) e

superintendências de todas as unidades de negócio para que sejam bem

sucedidos. Aos diretores e superintendentes cabe validar junto às suas áreas a

importância das questões ambientais e a autoridade das áreas gestoras dos

programas ambientais no tocante ao assunto. Os superiores devem ainda

incentivar as trocas de experiências entre as unidades de negócio, apontadas

pela pesquisa como essenciais para o amadurecimento das práticas ambientais

considerando o conhecimento já desenvolvido dentro da empresa. Compete

ainda à liderança liberar e estimular seus colaboradores para que participem

250

dos treinamentos ambientais e participem dos programas. Como

consequência, devem ser valorizados os empregados que participam, buscam

capacitação nas questões ambientais e demonstram uma conduta ambiental

adequada no ambiente de trabalho e fora dele.

c. Treinamento.

Propõem-se treinamentos específicos aos empregados diretamente

envolvidos com os programas ambientais, com reciclagem constante para que

estejam atualizados em sua atuação cotidiana. Para que a abrangência dos

programas de capacitação atinja toda a organização, sugere-se disponibilizar

treinamentos e vídeos de sensibilização e educação ambiental na universidade

empresarial (Portal Corporativo), canal este que pode ser acessado por todos

os empregados. Ainda para o público interno em geral, são propostas palestras

de sensibilização e eventos ambientais de grande abrangência que envolvam

todas as unidades de negócio, alcançando assim também os colaboradores que

não estão diretamente envolvidos com os programas ambientais. Se necessário

para estimular a participação maciça, estes eventos devem ser realizados nas

próprias unidades de negócio.

d. Avaliação.

Para que as questões ambientais possam efetivamente passar a ser

consideradas na avaliação de desempenho e competências, precisam ser

divulgados os conhecimentos e competências necessários para atuação nos

programas ambientais, que integrarão o item “sustentabilidade” da avaliação.

Os superiores diretos devem ser estimulados a incentivar suas equipes para a

buscarem o desenvolvimento destas competências. A realização de

treinamentos na área ambiental, bem como o comportamento ambientalmente

amigável deve ser parte da avaliação de competências de todos os

empregados. Depois de finalizado o período de avaliações e feedbacks,

sugere-se recompensar a conduta ambiental adequada e participação nos

programas ambientais, por meio de quesito favorável para a evolução na

251

carreira e/ou eventos de reconhecimento específico para as questões

ambientais.

3. Abrangência dos Programas Ambientais Estudados

Considerando-se a necessidade apontada no estudo de ampliar-se a abrangência dos três

programas ambientais selecionados, elaboraram-se dois diagramas que refletem a abrangência

atual e proposta para cada um dos três programas.

Figura 19: Diagrama atual da atuação dos programas ambientais estudados

Fonte: Elaborada pela autora

Ambiente externo à organização Ambiente interno da organização

3Rs:

- Reduzir

- Reutilizar

- Reciclar

PURA:

Programa de

Uso Racional

da Água

PEA:

Programa de

Educação

Ambiental

252

Figura 20: Diagrama proposto para atuação dos programas ambientais estudados

Fonte: Elaborada pela autora

Ambiente externo à organização Ambiente interno da organização

3Rs: - Reduzir – Reutilizar - Reciclar

PURA: Programa de Uso Racional da Água

PEA: Programa de Educação Ambiental