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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO Programa de Pós Graduação em Psicologia da Saúde Mestrado em Psicologia da Saúde ELAINE CRISTINA PEDRÃO DOS SANTOS Bem-estar subjetivo de genitores e prevalência de diagnósticos psiquiátricos de crianças São Bernardo do Campo 2014

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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO Programa de Pós Graduação em Psicologia da Saúde

Mestrado em Psicologia da Saúde

ELAINE CRISTINA PEDRÃO DOS SANTOS

Bem-estar subjetivo de genitores e prevalência de diagnósticos

psiquiátricos de crianças

São Bernardo do Campo

2014

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ELAINE CRISTINA PEDRÃO DOS SANTOS

Bem-estar subjetivo de genitores e prevalência de diagnósticos

psiquiátricos de crianças

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde da Universidade Metodista de São Paulo, como requisito parcial à obtenção do título e Mestre em Psicologia da Saúde. Orientadora: Dra. Maria do Carmo Fernandes Martins

São Bernardo do Campo 2014

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FICHA CATALOGRÁFICA

Sa59b

Santos, Elaine Cristina Pedrão dos Bem-estar subjetivo de genitores e prevalência de diagnósticos psiquiátricos de crianças / Elaine Cristina Pedrão dos Santos. 2014. 57 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia da Saúde) --Faculdade da Saúde da Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2014. Orientação de: Maria do Carmo Fernandes Martins.

1. Bem-estar subjetivo 2. Afeto (Psicologia) 3. Criança – Psicologia 4. Qualidade de vida I. Título CDD 157.9

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ELAINE CRISTINA PEDRÃO DOS SANTOS

Bem-estar subjetivo de genitores e prevalência de diagnósticos

psiquiátricos de crianças

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde da Universidade Metodista de São Paulo, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Psicologia da Saúde. Área de concentração: Psicologia da Saúde.

Dada da defesa: 30 de Setembro de 2014.

Resultado:__________________________________________

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________

Prof. Dra. Maria do Carmo Fernandes Martins (Presidente)

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

______________________________________________________________

Prof. Dr. Manuel Morgado Rezende

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

___________________________________________________

Prof. Dra. Márcia Siqueira Andrade

UNIVERSIDADE UNIFIEO

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho para minha querida avó, por ter

cuidado de mim, com todo amor e carinho....

E ter força para enfrentar todas as provas...

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus... Por ter me dado força e ter conseguido iniciar e terminar

este projeto de estudo.

Agradeço imensamente a todos os integrantes da minha família em especial a minha avó e

minha mãe, por terem me passado um exemplo de mulher guerreira...

Agradeço ao meu marido Wellington, por ter sempre me apoiado em todos os momentos...

Agradeço a professora e orientadora Maria do Carmo, pela dedicação e paciência para me

ensinar... E a todos os professores do mestrado.

Agradeço a secretária Elisângela, pela ajuda e orientação a cada momento do projeto de

estudo.

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RESUMO

Bem-estar subjetivo (BES) envolve um conjunto de categorias com componentes cognitivos e emocionais utilizados pelas pessoas para avaliar sua própria vida. Não se trata de uma avaliação objetiva feita por observadores com relação à qualidade de vida de uma pessoa, mas da avaliação subjetiva de cada indivíduo sobre a qualidade de sua própria vida, sobre a satisfação experimentada no quotidiano. Assim, BES representa uma avaliação pessoal sobre quão feliz o indivíduo se sente, independentemente do contexto e das condições socioeconômicas, da saúde, do sucesso e de outras variáveis que poderiam permitir uma avaliação objetiva de qualidade de vida. Supõe-se que pais de crianças com problemas avaliem-se como menos felizes do que outros e que o diagnóstico de problemas esteja associado a um menor relato de BES. Assim, o objetivo deste estudo foi verificar relações entre bem-estar subjetivo de genitores e diagnósticos psiquiátricos de crianças. Para a realização deste estudo foram aplicados questionários para 70 genitores com filhos em atendimento psicológico na Unidade de Saúde da Criança e Adolescente. Resultados de análises de variância, testes t e de qui-quadrados revelaram não haver relações entre bem-estar subjetivo dos pais e presença de transtorno em seus filhos. Sequer houve diferenças entre BES de pais e mães ou entre BES de genitores de meninos e meninas. Além disso, esses genitores possuíam níveis razoáveis de BES, composto por bons índices de satisfação geral com a vida e balanço emocional baixo, o que revela uma quase neutralidade afetiva. Discussões apontam para a necessidade de estudos que complementem esses achados. Palavras-chave: Bem-estar subjetivo. Crianças. Afetos. Satisfação geral coma vida.

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ABSTRACT

Subjective well-being (SWB) involvesa setof categories withcognitive andemotional componentsthat people useto evaluateyour own life. This is notan objectiveevaluation byobservers related to thequality of lifeof a person, but thesubjectiveevaluation of eachindividual onthe qualityof your own life, about thesatisfaction experiencedin everyday life. Thus, BESisa personalassessment ofhow happya personfeelsregardlessof the context andsocioeconomic status, health, success and other variablesthat could allowan objective assessmentofquality of life. It is assumed thatparents ofproblemsareassociated with lowerreports ofBES. The objectiveof this studywas to investigaterelationships betweensubjective well-being of parentsandpsychiatric diagnosesof children. Forthis studyquestionnairesto70parentswithchildreninpsychological careat the Health UnitofChildandAdolescentbeen applied. Resultsof analyzesof variance, t tests andchi-square revealednorelationship betweensubjective well-being of parents andpresence ofdisorderin their children. There wereevendifferences betweenmothers and fathersBESorBESbetweentheparentsof boys andgirls. Furthermore, theseparents havereasonable levels ofBES, composed ofgood levels ofgenerallife satisfactionandlowemotionalbalance, which reveals almostemotionalneutrality.Discussionspoint to theneed for studiesthat complementthese findings Keywords: Subjective well-being.Children feelings.General lifesatisfaction.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Descrição dos Participantes (n=70) ..................................................................... 31

Tabela 2 - Descrição das profissões dos participantes (n= 70) ............................................. 32

Tabela 3 - Descrição dos dados das crianças com diagnóstico ............................................. 33

Tabela 4 - Descrição dos diagnósticos psiquiátrico .............................................................. 34

Tabela 5 - Análise de variância entre TAG, TCe TDAH das crianças e BES dos genitores 39

Tabela 6 - Teste t entre BES e sexo dos genitores ................................................................ 40

Tabela 7 - Teste t entre BES dos pais e sexo das crianças .................................................... 41

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Descrição dos motivos para encaminhamento para o tratamento psiquiátrico .... 33

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 10 1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS ................................................................................................. 14

1.1 A FAMÍLIA E A DOENÇA PSIQUIÁTRICA....................................................................... 14

1.2 TRANSTORNOS NO DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO NA INFÂNCIA .......... 18

1.2.1 Transtorno de défict de atenção/hiperatividade (TDAH) ..................................................... 20

1.2.2 Transtorno de conduta.......................................................................................................... 21

1.2.3 Transtornos de humor e de ansiedade.................................................................................. 21

1.3 PSICOLOGIA POSITIVA E O BEM-ESTAR SUBJETIVO ................................................ 22

2 OBJETIVOS ............................................................................................................................ 29 2.1 OBJETIVO GERAL ...............................................................................................................29

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................29

3 MÉTODO ..................................................................................................................................30

3.1 DESENHO DO ESTUDO........................................................................................................30

3.2 LOCAL DA PESQUISA ........................................................................................................30

3.3 PARTICIPANTES ..................................................................................................................30

3.4 INSTRUMENTOS .................................................................................................................34

3.5 PROCEDIMENTO ................................................................................................................36

3.5.1De coleta de dados .......................................................................................................36

3.5.2 De análise de dados.................................................................................................36

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................................37

5 CONCLUSÃO .........................................................................................................................42

REFERÊNCIAS ..........................................................................................................................44 ANEXOS .......................................................................................................................................54

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INTRODUÇÃO

Este estudo tem como objetivo verificar relações entre bem-estar subjetivo de

genitores e diagnósticos psiquiátricos de crianças. Pensa-se que seus resultados possam

colaborar no futuro na medida em que pode acrescentar conhecimento à área que colaborem

no sentido de desenvolver um olhar mais apurado sobre as relações entre os transtornos

psicológicos das criançase o bem-estar subjetivos(BES) dos responsáveis por elas.

Segundo Passareli e Silva (2007), pode-se entender que o bem-estar subjetivo (BES)

é um importante componente da Psicologia Positiva, que favorece as pessoas, resultando num

maior prazer em vivenciar as situações. No Brasil, os estudos sobre BES começaram a ter

maior destaque na primeira década de 2000 (PALUDO; KOLLER, 2007), impulsionados pela

ascensão da Psicologia Positiva nos EUA e na Europa. Esta corrente se dedica ao enfoque

científico e aplicado das qualidades das pessoas e da promoção de seu funcionamento positivo

(PARK; PETERSON, 2007; SNYDER;LOPEZ, 2009). A publicação de Diener(1996)

estabelece um claro consenso na literatura acerca dos fatores que compõem BES: satisfação

com a vida e afetos positivos e negativos. Afeto positivo corresponde a um estado de

contentamento puro experimentado em um determinado momento como um estado de alerta,

de entusiasmo e de atividade. Afeto negativo refere-se a um estado de distração e

engajamento desprazível que também é transitório, mas que inclui emoções desagradáveis.

Satisfação com a vida é um julgamento cognitivo de algum domínio específico na vida da

pessoa, um processo de juízo e avaliação geral da própria vida. Esses três fatores constituem

os fundamentos para a construção de alguns dos instrumentos de mensuração do BES, como a

Escala de Bem-estar Subjetivo - EBES (ALBUQUERQUE; TRÓCCOLI, 2004).

Para que se possa compreender melhor os processos mentais do indivíduo, tem-se

que entender o afeto na sua relação com as emoções. Perante as várias definições de afeto na

literatura, selecionaram-se duas: afeto pode ser considerado “um estado psíquico ou moral

(bom ou mau), afeição, disposição de alma, estado físico, sentimento, vontade” (HOUAISS,

2000). Ey, Bernard e Brisset (1988) descrevem afeto como, algo que serve para expressar os

fenômenos da afetividade, compreendendo as nuance do desejo, do prazer e da dor, sob a

forma de sentimentos vitais, humor e emoções.

Nas duas definições acima, pode-se notar uma semelhança que diz respeito ao

sentido de experimentar o afeto em sua grande magnitude. Ao se falar do estado físico, da

disposição da alma, da afetividade, da vontade e das nuances do desejo, do prazer e da dor, de

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certa forma observa-se a necessidade do indivíduo passar por experiências no decorrer de sua

história para que possa internalizar o afeto.

Segundo Nunes (2009), recentemente, tem-se considerado que Bem-Estar Subjetivo

(BES) envolve um conjunto de categorias com componentes cognitivos e emocionais

utilizadas pelas pessoas para avaliar sua própria vida. Não se trata de uma avaliação objetiva

feita por observadores com relação à qualidade de vida de uma pessoa, mas da avaliação

pessoal, subjetiva, de cada indivíduo sobre a qualidade de sua própria vida, sobre a satisfação

experienciada no cotidiano. Assim, BES representa uma avaliação pessoal sobre quão feliz o

indivíduo se sente, independentemente do contexto e condições sócio econômicas, saúde,

sucesso e outras variáveis que poderiam permitir uma avaliação objetiva de qualidade de vida.

Assim, parece que estudos que busquem associações entre o nível de BES dos pais e a

prevalência de diagnósticos psiquiátricos de seus filhos sejam úteis para acrescentar

conhecimento à área, bem como para apontar caminhos para intervenções que visem melhorar

o prognóstico dessas crianças.

Atualmente, de uma maneira geral na sociedade, vem aumentando o índice de

diagnósticos psiquiátricos na infância e na adolescência. De acordo com Herd (2002), a

identificação de problemas psiquiátricos em crianças e adolescentes coloca desafios que vão

além daqueles presentes na identificação de transtornos mentais em adultos. Como a criança

encontra-se em um período do desenvolvimento no qual sua capacidade de atribuir o

desconforto que experimenta a uma fonte interna é limitada, seus problemas emocionais

tendem a expressar-se por meio de comportamentos desadaptados e desviantes, raramente

associados pela própria criança a um sofrimento interno. Um diagnóstico competente nesse

grupo etário demanda procedimentos de avaliação cuidadosos e abrangentes, bem como a

recorrência a fontes de informação diversas, como professores, pais, pediatras, registros

escolares e outros.

Problemas de saúde mental na infância podem prejudicar o desenvolvimento da

criança e estão associados ao risco de transtornos psicossociais na vida adulta (FLEITLICH-

BILYK, 2001). Estudos epidemiológicos têm mostrado taxas variáveis de prevalência de

problemas psiquiátricos em crianças e adolescentes. De acordo com Vitolo (2005) foram

encontradas taxas entre 8% e 18%, com média de prevalência global de 15,8% desses

problemas nesta faixa do desenvolvimento. No Brasil, diferentes levantamentos do Ministério

da Saúde encontraram taxas de prevalência entre 12,7% e 23,3%. Os problemas mais

frequentes incluem transtornos de conduta, de atenção e hiperatividade e emocionais.

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Na busca de condições que podem contribuir para o surgimento ou para a

intensificação dos sintomas psiquiátricos mais comuns em crianças têm sido encontrados

fatores familiares comuns associados a vários transtornos (MRAZEK; HAGGERTY,1994).

Para estes autores os problemas externalizados, que compreendem os transtornos de déficit de

atenção e hiperatividade e de conduta, são fatores de risco: discórdia conjugal severa,

desvantagem socioeconômica, tamanho grande da família, criminalidade paterna e transtorno

mental da mãe. Inversamente, são fatores de proteção: famílias com até quatro filhos, pais

apoiadores e adequado estabelecimento de limites e regras. Ainda dentre os fatores de risco, a

disfunção conjugal, ruptura da família, história psiquiátrica parental e estresse familiar,

acrescidos de práticas disciplinares intrusivas e severas, são os mais significativos para

transtornos de déficit de atenção e hiperatividade. Para transtorno de conduta, o baixo status

socioeconômico da família é um dos mais robustos fatores de risco contextuais. Os

transtornos emocionais têm sido associados a fatores como exposição precoce a ambientes

incontroláveis, acúmulo de eventos de vida adversos e ter um genitor com transtorno

(VASEY, 2004).

De acordo Bird (2002), a identificação de problemas psiquiátricos em crianças e

adolescentes coloca desafios que vão além daqueles presentes na identificação de transtornos

mentais em adultos. Como a criança encontra-se em um período do desenvolvimento, no qual

sua capacidade de atribuir o desconforto que experimenta a uma fonte interna é limitada, seus

problemas emocionais tendem a expressar-se por meio de comportamentos desadaptados e

desviantes, raramente associados pela própria criança a um sofrimento interno. Um

diagnóstico competente nesse grupo etário demanda procedimentos de avaliação cuidadosos e

abrangentes, bem como a recorrência a fontes de informação diversas, como professores, pais,

pediatras, registros escolares e outros.

Portando ao se pensar em diagnósticos psiquiátricos em crianças o apoio da família

parece ser muito importância para adesão ao tratamento.

As transformações do modelo de assistência em saúde mental, advindas da Reforma

Psiquiátrica Brasileira, impuseram às famílias a atribuição de ser participante do processo de

reabilitação do seu familiar adoecido mentalmente (CAVALHERIE,2010).

De acordo com Fleitlich, Goodman (2002) o convívio com a doença, física ou

psiquiátrica, é muito difícil e desgastante para o grupo familiar. Istose agrava quando esta

tende a ser de duração prolongada, apresenta recidivas de manifestações agudas e,

principalmente, é vivida como incapacitante e estigmatizadora, que gera sobrecarga de ordem

física, emocional e econômica. Estes aspectos alteram toda a dinâmica familiar e

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comprometem saúde, vida social, relação entre membros, lazer, disponibilidade financeira,

rotina doméstica, desempenho profissional, e inúmeros outros aspectos do viver.

De acordo com Cavalheri (2010), para que o processo de assistência ao doente mental

se tornasse mais qualificado, humano e ético foi preciso que se transformasse o conceito que

se tem sobre o adoecer e o tratar no campo da saúde mental. Além deste, ainda foi necessário

mudar o conceito da reabilitação psicossocial, e, consequentemente, o modo de perceber a

pessoa que vivencia este adoecer como ser humano integral, multifacetado, histórico e

inserido no mundo da vida cotidiana. Este é um olhar a ser desenvolvido para familiares, uma

vez que a experiência de ter um de seus membros adoecido mentalmente mobiliza-os

globalmente.

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1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 A FAMÍLIA E A DOENÇA PSIQUIÁTRICA

De forma geral, ao longo do tempo, a família vem se modificando, estruturando-se de

modo muito peculiar. Pode-se afirmar atualmente que cada “casa” tem uma própria estrutura

familiar.

Nesta estrutura familiar emerge o desenvolvimento das relações de vinculação, que

acabam por envolver alguns fatores, como a prestação de cuidados, a percepção de valores e a

construção de uma estrutura familiar adequada. Desde os primeiros anos de vida é de suma

importância a díade criança-figura parental, pois os vínculos aí estabelecidos podem colaborar

na boa manutenção do processo desenvolvimento mental, como as relações com os outros

integrantes da família como tios (as) e primos(as). Estas relaçõessão o inicio do processo de

construção emocional de outras futuras relações emocionalmente significativas e duradouras

que vão sendo construídas em outros contextos de vida (DAY; PADILHA-WALKER, 2009).

Neste contexto de construção emocional, uma boa parentalidade positiva possui alguns

princípios básicos, tais como a importância de fornecer às crianças e aos pais de uma forma

integrada, global e geral os direitos e deveres dos papeis a serem desempenhados por cada

uma no contexto familiar, reforçando positivamente o potencial para desenvolvimento

satisfatório das crianças, em todas as fases do crescimento (CONSELHO DA EUROPA,

2008). Para que este processo seja realizado de uma forma continua e gradual, a família

deverá estabelecer um conjunto de responsabilidades exigindo mudanças de forma continua

nas ações a serem realizadas no contexto social/familiar visando necessidades especiais da

criança. (HOLDITCH-DAVIS; MILES, 2005). Os pais/responsáveis devem possuir

minimamente o que é adequado para o desenvolvimento normal da criança, porém, o que é

visto no cotidiano é que os pais/responsáveis possuem uma baixa compreensão do

desenvolvimento normal da criança, podendo emergir estresse parental, como concluem

Budd, Holdsworth e Hoganbruen (2006) em estudos sobre os antecedentes e concomitantes

do estresse parental em pais/responsáveis.

Segundo Carver (2010), este estresse parental é resultado de ações realizadas por meio

de experiências que envolvem dois aspectos: a prevenção e a resolução de adversidades.

Nestas situações, as pessoas enfrentam ou têm que enfrentar situações, utilizando-se de

habilidade para resolvê-las. Portanto, os recursos de enfrentamento dos pais/responsáveis são

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determinantes para gerar o suporte necessário para que ocorra a vivência adequada no

contexto familiar, perante os determinantes da parentalidade (BELSKY,1984).

Segundo Carvalho (2003), este desenvolvimento normal faz com que os indivíduos,

para a proteção e para a socialização dos componentes eda propriedade dos grupos, bem como

para as relações de gênero e de solidariedade entre gerações.

A base familiar realiza um significativo papel socializador, mesmo perante as grandes

modificações que esse contexto familiar vem sofrendo nos últimos tempos. Enquanto estas

tais mudanças acontecem no núcleo da familiar, existem fatores que se modificam, como por

exemplo: transformações na estrutura e na sua função, nas práticas educativas e nos valores

coletivos e individuais de cada um de seus membros (BAPTISTA, M.; BAPTISTA, A.;

DIAS, 2001).

Suporte social pode ser dafinido como "a existência ou disponibilidade de pessoas em

quem se pode confiar, pessoas que nos mostram que se preocupam conosco, nos valorizam e

gostam de nós" (SARASON,1983, p.127). De acordo com Cobb (1976) suporte social é

composto por três tipos de informação: as que levam o sujeito a acreditar que ele é amado e

que as pessoas se preocupam com ele; as que o levam a acreditar que é apreciado e que tem

valor e as que o fazem a acreditar que pertence a uma rede de comunicação e de obrigações

mútuas. Dunst e Trivette (1990) defendem que suporte social se refere aos recursos

disponíveis aos indivíduos eàs unidades sociais (tais como a família) em resposta a seus

pedidos de ajuda e de assistência.

Suporte social/familiar pode ser entendido como uma fonte de apoio, de modo a que

possa gerar para o individuo uma sustentação interna que lhe propicie formas de criar recursos

internos de enfrentamento que podem futuramente gerar relações significativas. Assim, a

família assume um papel de destaque no adequado suporte oferecido (MILLER; JEFF-

DARLINGTON, 2002).

A dinâmica do suporte familiar é instância mediadora entre o indivíduo e a sociedade.

As funções deste suporte, contudo, podem reunir e fornecer recursos para a satisfação das

necessidades básicas dos indivíduos e funcionam como um amortecedor de impactos sociais

na vida de seus integrantes (CARVALHO; ALMEIDA, 2003; BAPTISTA, 2004).

Portanto, o suporte familiar estruturado tem um caráter preventivo nos transtornos

mentais como, por exemplo, na depressão (IVANOVA; ISRAEL,

2006;NIEUWENHUIJSEN; VERBEEK; BOER; BLONK; DIJK, 2010). A família tem como

função gerar suporte com cunho de proteção contra eventos estressores e contra o

desenvolvimento de diversos transtornos mentais. Santana (2008) observou em seus estudos

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que, quanto maior era o suporte familiar recebido, menor era predisposição para sintomas

depressivos, independentemente da fase do desenvolvimento.

Para reforçar os achados dos autores anteriormente citados, outros estudiosos

(BAPTISTA; NEVES; BAPTISTA, 2008; KATARINAet al., 2005; LINCOLN;

CHATTERS; TAYLOR, 2005;MARTINS; PIRES, 2008;SOUZA, 2007)ressaltam que o

suporte familiar pode ser um fator que protege e previne os transtornos mentais. Eles também

afirmam que a ausência de suporte familiar adequado na tenra infância pode estar relacionada

a transtorno mental futuro, oque corrobora os resultados descritos anteriormente.

Assim, pode-se pensar na família como modelo comportamental e dependendo de

como sua estrutura e suporte estão constituídos, isto gerará aos seus integrantes modelos

cognitivos. Deste modo, a constituição das crenças centrais pode ser em grande parte, reflexo

da influência familiar (BECK, 1997).Perante este aspecto levantado pelo autor podemos que

ao observar-se o curso histórico na década de oitenta, acerca do suporte familiar de pacientes

que apresentam algum transtorno psiquiátrico, Borba e Paes (2011), depararam-se com uma

grande contradição, pois a família, até 1980 era retirada do processo de

tratamento.Historicamente, o núcleo familiar foi excluído da terapêutica fornecida aos

indivíduos com transtorno mental. A localização dos hospitais psiquiátricos era de difícil

acesso, o que inviabilizava o acesso dos familiares a essas instituições, fazendo que as

famílias de uma forma geral não conseguisse dar o suporte necessário para seus familiares que

estavam internados nestas instituições.

O indivíduo com transtorno mental era visto como o produtor da doença, constituindo

uma espécie de bode expiatório familiar, sendo o detentor dos aspectos negativos da família,

ficando rapidamente excluído do convívio familiar/social. Desse modo, ele era distanciado da

família e da sociedade, encaminhado à instituição psiquiátrica para que os médicos

realizassem todo o tratamento e avaliassem a possibilidade de cura (MOMBELLI, 2011).

Como se afirmou anteriormente, este distanciamento do núcleo familiar e da sociedade

esteve presente até os anos 1980 (MOMBELLI, 2011) quando surgiu a possibilidade de uma

nova inter-relação do individuo portador de transtorno mental com a sociedade e com seus

familiares. Isto aconteceu em função do histórico movimento que aconteceu no Brasil

denominado Reforma Psiquiátrica que gerou um novo olhar para os tratamentos de pacientes

com esse tipo de transtorno. Esta transformação provocou também uma mudança da

instituição coercitiva e restritiva para serviços comunitários de atenção à saúde. A partir deste

fato emergiram novas politicas publicas para a saúde mental.

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Entretanto, conforme destaca SCHRANK (2008), diante deste novo desdobramento no

ato de cuidar e assistir uma pessoa com transtorno mental existe também um desafio continuo

e árduo dos integrantes da família, em conciliar sua rotina familiar com a nova rotina de

cuidados com o familiar com transtorno mental. Isto ocasiona sentimentos negativos de

frustração à família, implicando em mostrar ao familiar doente que ele é capaz de assumir

algumas responsabilidades perante a família e ao seu tratamento que independem das

limitações ocasionadas pelo transtorno mental.

De acordo com Sarti (2003), nesta convivência familiar podem ocorrer tensões e

conflitos que acarretam desarmonia e crises que envolvem e englobam sentimentos e emoções

desfavoráveis que podem proporcionar frustração e irritabilidade para seus membros,,

tornando o grupo de convivência insustentável. Neste momento, segundo Althoff (2002), o

sentimento de respeito à individualidade de cada integrante do núcleo familiar é importante e

ao pensar-se sobre os fatos e interpretarem-nos, podem-se viabilizar diversas possibilidades

de novos recursos de enfrentamento para cada ação e situação.

A trajetória familiar inclui situações de crise, previsíveis ou não, ligadas aos processos

de transição como nascimento, mudança de emprego, casamento, saída e dos filhos de casa,

ou situações adversas, como doenças. A capacidade da família de ajustar-se a novas situações,

como a de conviver com um membro com doença crônica, dependem das forças que a família

possui, dos laços de solidariedade que agrega e da possibilidade de solicitar apoio das outras

pessoas (BORBA,2008).A família acaba por tornar-se relevante no processo da reforma

psiquiátrica diante da saúde mental por seu papel no cuidado e na ressocialização do

individuo com transtorno mental.

Ao pensar-se em cuidar desses indivíduos, deve-se observar que as famílias de uma

forma geral, possuem um papel que protege e pode até prevenir de forma significativa o

estado de saúde física e mental de seus integrantes, quando possuem uma dinâmica familiar

adequada (IVANOVA; ISRAEL, 2005;UCHINO, 2006). Contudo para Abreu, Stoll, Ramos,

Baumgardt e Kristensen (2002), isto é suporte afetivo, sendo uma relação que vai se

estabelecendo ao longo do desenvolvimento ocasionando sensação de conforto, segurança e

confiança, que pode ser caracterizada como fundamental para o desenvolvimento geral do

indivíduo.

A família, na atualidade, é vista como uma aliada no processo de cuidado e assistência

à pessoa com transtorno mental. Para isto deve haver uma boa parceria com os profissionais

da saúde para que ocorra um tratamento efetivo para a manutenção do núcleo familiar

saudável, cuidando da pessoa sem que haja agravo à sua saúde e à saúde da família como um

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todo, pensando-se um trabalho todo voltado para cuidar, assistir e acolher tanto o doente

quanto seus familiares. Para isso, tornam-se necessários profissionais e serviços com

propostas adequadas de cuidado (WAIDMAN et al., 2007).

O entendimento e a aceitação da doença mental por parte da família são um elemento

de extrema importância na reabilitação do individuo com doença mental. Percebe-se que este

misto de sentimentos e emoções, acabam por gerar inconformidade e despreparo para cuidar

de seus entes que possuem alguma doença mental e de outros que necessitam de auxilio para

desempenhar o papel de cuidador, visando conseguir atender os cuidados integrais do doente.

Para Miles et al. (1982 como citado em FERREIRA, 2003) a família de uma forma

geral, ao deparar-se com a doença mental, pode apresentar três formas de abordagens: o

encobrimento, o ocultamento da doença do meio social e a normalização, prosseguindo com

as atividades normais, encobrindo a realidade, e a dissociação, afastando-se do convívio da

sociedade, a fim de evitar futuros aborrecimentos.

De acordo com Cavalheri (2010), para o processo de assistência familiar, se faz

necessária uma reabilitação psicossocial, e, consequentemente, o modo de perceber que a

família e seus integrantes como um todo precisam ser cuidados.

1.2 TRANSTORNOS NO DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO NA

INFÂNCIA

Na atualidade a incidência doença psiquiátrica vem aumentando vertiginosamente e

isto está preocupando a sociedade. Ao se pensar neste fato é preciso compreender o que é uma

doença mental. Para Almeida (2011), a doença mental é uma barreira que dificulta o acesso

do indivíduo ao seu meio, podendo, nos casos mais graves, torná-lo alienado gerando uma

perda de liberdade e rompendo sua relação com a sociedade. De acordo com Espinosa (2000),

a doença mental pode ser observada por meio de alguns fatores que podem gerar alterações

fisiológicas/orgânicas, como também no aspecto emocional, impactando a relação do

individuo com os fatores externos ou internos.

A partir do processo de transformação que se deu em decorrência da Reforma

Psiquiátrica instituída pela Lei n.o 10.216 de 06 de abril de 2001, teve-se uma nova proposta

de modelo assistencial de Saúde Mental (MURTA, 2006).

Esse novo modelo assistencial de saúde mental, por trazer o doente para mais perto da

família e da sociedade, abrindo os muros das instituições abrigadoras, levou a uma reflexão

sobre a doença mental, pois ainda existem muitas pessoas que não a compreendem, e

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tampouco a aceitam. Conforme Spadinietal (2006, p.126), "o reconhecer e aceitar a doença é

entendido como necessário e essencial para a melhora da qualidade de vida de pacientes e

familiares". E este reconhecer pode ser entendido já na infância ou na adolescência.

Segundo Herd (2002), para ser identificado o inicio de sintomas psiquiátricos em

crianças e adolescentes, surgem alguns paradigmas que são diferentes daqueles encontrados

nos sintomas psiquiátricos em adultos. Existe um consenso de que a criança está em

desenvolvimento no qual suas dificuldades em encarar frustrações emocionais são limitadas e

isto faz com que seus comportamentos sejam desadaptados e desviantes. Segundo

Bronfenbrenner e Morris (1998), o ambiente familiar instável, incontrolável ou caótico tem

sido reconhecido como prejudicial ao desenvolvimento infantil.

Segundo Almeida (2011), percebem-sedificuldades na compreensão da família sobre a

doença mental, bem como uma instabilidade afetiva desta família. Os familiares devem

entender e compreender que a doença e o sofrimento mental possuem características no pré e

no pós diagnóstico. Esses fatores podem desestruturar a rotina da família, porém cada

integrante pode passar a adquirir um papel e significado próprios para conseguir administrar o

novo cotidiano da vida familiar, gerando um novo processo de assistência familiar, e não só

ao individuo que está doente.

Alguns estudos de caráter epidemiológicos têm evidenciado que existem taxas

variáveis de prevalência de problemas psiquiátricos em crianças e adolescentes. Conforme

Vitolo (2005) foram encontradas taxas entre 8% e 18%, com média de prevalência global de

15,8%%.Porém no Brasil, foram realizados diferentes levantamentos pelo Ministério da

Saúde que encontrou taxas de prevalência entre 12,7% e 23,3%, sendo que os diagnósticos

psiquiátricos/ psicológicos que mais apareceram foram: transtornos de conduta, de atenção e

hiperatividade e transtornos emocionais.

Para o inicio dos sintomas psiquiátricos pode-se refletir sobre os fatores familiares

comuns associados a vários transtornos (MRAZEK, HAGGERTY,1994).

De acordo Bird (2002), os diagnósticos psiquiátricos/psicológicos em crianças e

adolescentes são diferentes dos fatores de avaliação diagnóstica presentes na identificação de

transtornos mentais em adultos. A criança está em constante transformação e possui um gama

de comportamentos desadaptados e desviantes a partir de um sofrimento interno. Seu

diagnóstico pressupõe alguns procedimentos de análise obtidos por meio de professores, pais,

pediatras, registros escolares e outros. Portanto, para Bird, ao se pensar em diagnósticos

psiquiátricos/psicológicos em crianças, o apoio da família é de suma importância para adesão

ao tratamento.

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Figueiredo et al. (2009) ao tratarem da adesão ao tratamento de crianças e

adolescentes, defendem a importância de pacientes e familiares possuirem informações claras

e precisas sobre o diagnóstico psiquiátrico/psicológico para que não ocorram distorções no

processo, o que pode levar a uma diminuição do sofrimento. Segundo Bird (2002), os

diagnósticos psiquiátricos/psicológicos mais frequentes são: TDAH, Transtorno de conduta e

Transtorno de humor e de ansiedade.

1.2.1 Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH).

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é definido como um

distúrbio neurobiológico, decorrente de uma complexa interação entre fatores, dentre eles os

genéticos e ambientais pré, e pós-natais. A TDAH é considerada também uma alteração da

neurotransmissão dopaminérgica e de base orgânica. Os sintomas são: dificuldade de

concentração, que leva a criança a manter sua atenção em detalhes, impulsividade; inquietude

motora ou impossibilidade e dificuldade de permanecer em um mesmo lugar por períodos

prolongados de tempo; dificuldade de estabelecer relações interpessoais; instabilidade

emocional; baixa tolerância à frustração; baixa autoestima e comportamentos desafiadores

(ESPINOSA; DÍAZ,2011).

O diagnóstico é realizado utilizando os critérios do o DSM-IV (Manual de Diagnóstico

e Estatística de Transtornos Mentais, quarta edição) e o CID-10 (Classificação Internacional

de Doenças), com a ajuda de exames neurológicos. O tratamento envolve uma abordagem

múltipla, englobando intervenções psicossociais e psicofarmacológicas.

Estudos realizados em crianças em idade escolar têm indicado que 5,29% da

população infantil, em média, apresentam TDAH, segundo a classificação norte-americana de

transtornos mentais, DSM-IV da Associação Psiquiátrica Americana ou transtornos

hipercinéticos, segundo CID-10, da Organização Mundial da Saúde. O TDAH, segundo

relatam estudos nacionais, é de 3% a 6% nas crianças em idade escolar (GOMESet al., 2007).

Esta informação, segundo ponderam Szobotet al. (2001), traz algumas reflexões sobre o custo

financeiro desse fenômeno, seu estresse nas famílias, o prejuízo nas atividades acadêmicas e

vocacionais e na autoestima das crianças e dos adolescentes.

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1.2.2 Transtorno de conduta

Para Bordin e Offord (2000), o transtorno de conduta é uma soma de

comportamentos socialmente inadequados. Crianças com transtorno de conduta não respeitam

as regras do meio social e podem, ao longo de seu desenvolvimento, tornarem-se um fardo

para sociedade.

No DSM-IV (DiagnosticandStatistical Manual of Mental Disorders (American

PsychiatricAssociation, 1994) existem 15 classificados como antissociais, citarei 7 que

pertecem a classificação: perseguição, ameaça ou intimidação dos outros, iniciação de lutas

corporais, utilização de armas que podem ferir os outros, crueldade com as pessoas, crueldade

com os animais, prática de roubo ou assalto com confrontação da vítima, entre outros. Para se

diagnosticar um individuo com transtorno de conduta, pelo menos três comportamentos

devem ser apresentados pelo individuo, durante, no mínimo, doze meses.

Segundo Moffitt (2008), o transtorno estabelecido na infância se caracteriza por

persistência ao longo dos anos, adversidade psicossocial do quadro familiar, presença de

comportamento antissocial parental, além de déficit cognitivo, baixo QI, hiperatividade,

desatenção, impulsividade, baixo desempenho escolar e dificuldades de relacionamento com

pares. Vistos todos estes aspectos pode-se refletir que os adolescentes que têm este transtorno

de conduta podem ter comportamento antissocial.

Alguns estudos, como o de Odgerset al. (2007), o transtorno de conduta na infância,

pode fazer que o individuo tenha alguns comportamentos, tais como: o surgimento de

violência, condenações, encarceramento, transtorno de personalidade, outros transtornos

mentais e uso abusivo de drogas, além de diversos comprometimentos à saúde física. Se

ocorrer na adolescência o transtorno de conduta: pode ocorrer o uso abusivo de substâncias e

o envolvimento em crimes.

1.2.3 Transtornos de humor e de ansiedade

Ao longo do desenvolvimento, a criança passa por diversas fases que podem gerar

fantasias, medos e sintomas de ansiedade. Portanto, a partir de uma soma de vários sintomas

de ansiedade por um determinado tempo, surge uma patologia denominada de ansiedade

generalizada.

De acordo com ao CID -10 (2011), a ansiedade generalizada é uma patologia que gera

uma gama de sintomas que trazem desconforto e medo ao paciente como nervosismo

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persistente, tremores, tensão muscular, transpiração, sensação de vazio na cabeça, palpitações,

tonturas e desconforto epigástrico. Sendo que ocorrem sintomas de medos de que o individuo

ou um de seus próximos irá brevemente ficar doente ou sofrer um acidente é frequentemente

expresso.

“Os Transtornos de Ansiedade (TA) são reconhecidos como alguns dos transtornos

mentais mais prevalentes em crianças e adolescentes, encontrando-se atrás apenas do

Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) e do Transtorno de Conduta”

(ASBAHR, 2004, p.24). Alguns estudos epidemiológicos em populações americanas apontam

que os TAs infanto-juvenis têm prevalência de 8 a 12% (COSTELLO, 1989; SPENCE, 1998).

Porém no Brasil, um estudo populacional apontou uma prevalência de 4,6% em crianças e

5,8% entre adolescentes (FLEITLICH –BIL; GOODMAN, 2004). Em outro estudo realizado

na Inglaterra, Ford, Goodman e Meltzer (2003) relataram que índices de morbidade são muito

similares aos descritos na pesquisa brasileira e indicaram prevalência de 3,4% em crianças e

5,04% em adolescentes (FORD, GOODMAN; MELTZER, 2003). ParaScivolettoet al.

(2010), a prevalência de transtornos psiquiátricos na infância/adolescência é de 10-15%.

1.3 PSICOLOGIA POSITIVA E O BEM-ESTAR SUBJETIVO

A Psicologia Positiva caracteriza-se por um movimento com enfoque nos aspectos

potencialmente sadios de uma pessoa. Este movimento surge oficialmente em 1998, com

Martin Seligman, através da discussão acerca dos fatores de proteção da saúde e tem estudado

variáveis positivas como o otimismo, a espiritualidade, a criatividade e a imagem corporal,

que se associa ao bem-estar e à qualidade de vida das pessoas. Portanto, esse novo ramo pode

ser definido como o estudo científico de emoções positivas, das forças e virtudes humanas

(PASSARELI, SILVA 2007). Dessa maneira, pode-se entender que a Psicologia Positiva traz

o interesse sobre a exploração de um lado positivo da vida, não se atendo apenas ao lado

negativo ou ruim.

As várias áreas da ciência, dentre elas a Psicologia, vem demonstrando o papel

determinante da afetividade no bem-estar pessoal dos indivíduos. Os afetos colorem a vida,

com cores escuras ou claras, alegres ou tristes. Na vida humana,a afetividade confere o modo

de relação do indivíduo com a vida e será através da tonalidade desse estado de ânimo que a

pessoa perceberá o mundo e a realidade. Direta ou indiretamente, a afetividade exerce

profunda influência sobre o pensamento e sobre toda a conduta do indivíduo (BALLONE,

2005). Portanto, segundo Ballone (2005), trata-se de uma qualidade vivencial do indivíduo

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em relação ao objeto, do tipo de estado em que ele está na vivência atual desse objeto. O

objeto pode ser uma coisa, pessoa, acontecimento externo, perspectivas futuras ou algo

relativo ao estado de seu corpo - o que é chamado de vivências externas (o “corpo” aqui, está

fora do psíquico, por isso a denominação vivência externa). Existem também as vivências

internas, representadas pelos conteúdos ou acontecimentos mentais. Entretanto, seja qual for

a natureza da vivência, externa ou interna, ela só participa da consciência se acoplada a um

afeto. Às vezes tem-se a impressão que a consciência só reconhece vivências quando ligadas

aos afetos, e aquelas sem estes, não têm significado existencial.

“A afetividade pode ser caracterizada como a capacidade de experimentar sentimentos

e emoções” (PAIM, 1993, p. 23). Segundo Valle (2005), ao observar a afetividade percebe-se

que, de uma maneira geral, está implícita na existência de um conteúdo relacional, isto é, as

pessoas são afetivas em relação a si mesmas, ao outro ou a algum fato ou contexto ambiental.

Assim, o contexto ambiental é bastante importante para que o indivíduo vivencie, por meio

das experiências, uma relação com os estados afetivos (intensidade de expressão das

emoções) que lhe possibilite a capacidade de expressar emoções em indiferentes intensidades.

Segundo Watson, Clark e Tellegen (1988) existem duas dimensões que emergem dos

estudos sobre a estrutura afetiva ao longo das culturas: afeto positivo e afeto negativo. O afeto

positivo reflete o quanto uma pessoa está se sentindo entusiástica, ativa e alerta, enquanto o

afeto negativo é uma dimensão geral de angústia e insatisfação, a qual inclui uma variedade

de estados de humor aversivos, incluindo raiva, culpa, desgosto, medo (WATSON; CLARK;

TELLEGEN, 1988 apudGIACOMONI; HUTZ, 1997). Na literatura, pode-se observar uma

divergência na classificação de alguns processos mentais. Por exemplo, a raiva para Watson,

Clark e Tellegen (1988) é um afeto essencial, para outros autores é uma emoção primária,

enquanto para outro grupo é um sentimento.

O equilíbrio afetivo decorrente dos afetos positivos e negativos juntamente com a

avaliação da vida são determinantes para se determinar o bem-estar subjetivo, construto

definido por Diener (1984). Segundo Nunes (2009), recentemente tem-se considerado que

bem-estar subjetivo (BES) envolve um conjunto de categorias com componentes cognitivos e

emocionais utilizados pelas pessoas para avaliar sua própria vida. Não se trata de uma

avaliação objetiva feita por observadores com relação à qualidade de vida de uma pessoa, mas

da avaliação pessoal, subjetiva, de cada indivíduo sobre a qualidade de sua própria vida, sobre

a satisfação experimentada no cotidiano. Assim, BES representa uma avaliação pessoal sobre

quão feliz o indivíduo se sente, independentemente do contexto e das condições sócio

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econômicas, da saúde, do sucesso e de outras variáveis que poderiam permitir uma avaliação

objetiva de qualidade de vida.

No Relatório de Desenvolvimento Humano Global de 2011, o Brasil consta em

84o.lugar no Índice de Desenvolvimento Humano e no quesito satisfação geral com a vida,

dentre 187 países (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, 2013).

Essa posição evidencia que o país precisa atentar para questões importantes à felicidade,

como o respeito a todos, a validação de direitos e a ampliação de oportunidades. Para além de

indicadores objetivos, esses relatórios mostram a preocupação com o aspecto subjetivo da

felicidade, por isso é relevante investir na pesquisa psicológica desse campo.

Na literatura psicológica, a felicidade vem sendo referida como bem-estar subjetivo

(BES), satisfação, estado de espírito, afeto positivo ou avaliação subjetiva da qualidade de

vida. Para Myers(2000), felicidade é algo mais profundo e duradouro do que um bom humor

momentâneo. Segundo esse autor, pessoas felizes são menos autocentradas, menos hostis e

abusivas, menos vulneráveis a doenças, mais amáveis, tolerantes, confiáveis, criativas,

decididas e dispostas a ajudar.

Diener (1984) identifica três tratamentos ao BES na literatura: 1) é concebido por

critérios externos, como uma virtude, e a felicidade seria a posse de qualidades desejáveis; 2)

abrange o que leva as pessoas a avaliarem positivamente suas vidas; e 3) considera o BES

como o estado de preponderância de afetos positivos sobre os negativos. Diener destaca,

ainda, os seguintes aspectos: a subjetividade, uma vez que o bem-estar é parte da experiência

individual; o entendimento de que ele é composto por fatores positivos, e não só pela ausência

de fatores negativos; e o fato de o bem-estar incluir uma medida global, no lugar de somente

uma medida limitada de um único aspecto da vida.

Duas tradições filosóficas fundamentam as diferentes concepções da literatura, como

relatam Woyciekoski, Stenert e Hutz (2012). A Tradição Hedônica considera bem-estar como

emoções prazerosas, satisfação de vida e relativa ausência de estados desprazerosos. Na

Tradição Eudaimonica, o bem-estar é visto de modo integral, daí o conceito de bem-estar

psicológico presente em muitos estudos (MOREIRA; SARRIERA, 2006). Raramente são

investigados o BES e o bem-estar psicológico juntos (FREIRE; TAVARES, 2011).

Uma das formas de tratamento científico mais utilizadas tem sido a proposta de

Diener, Lucas, Oishi e Suh (2002). Para eles, BES consiste de três componentes distintos, po-

rém correlacionados: satisfação de vida (avaliação cognitiva global da vida da pessoa), afeto

positivo e ausência de afeto negativo. Portanto, BES envolve o que as pessoas pensam e

sentem a respeito de suas condições de vida, com critérios de avaliação do próprio indivíduo,

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e não externos. Trata-se de uma grande categoria de fenômenos incluindo as respostas

emocionais das pessoas (afeto positivo e negativo), domínios de satisfação e os julgamentos

globais de satisfação de vida (GIACOMONI; HUTZ; REPPOLD, 2007).

Segundo Passareli e Silva (2007) pode-se entender que bem-estar subjetivo (BES) é

um importante componente da Psicologia Positiva, que favorece as pessoas, resultando num

maior prazer em vivenciar as situações. No Brasil, os estudos sobre BES começaram a ter

maior destaque na primeira década de 2000 (PALUDO, KOLLER, 2007; SCORSOLINI-

COMIN, 2009; SCORSOLINI-COMIN, SANTOS, 2009), impulsionados pela ascensão da

Psicologia Positiva nos EUA e na Europa. Esta corrente se dedica ao enfoque científico e

aplicado das qualidades das pessoas e da promoção de seu funcionamento positivo (PARK;

PETERSON, 2007; SNYDER; LOPEZ, 2009).

Dinner (2000) diz: “Experimentar emoções agradáveis a maior parte do tempo, e não

experimentar emoções desagradáveis frequentemente, mesmo se as emoções agradáveis

forem apenas leves, já é um fato suficiente para altos relatos de felicidade”.

“Emoções são reações psicológicas que envolvem a excitação fisiológica controlada

pelo sistema nervoso autônomo” (MYERS, 1999, p.279). Esta afirmação pode ser

exemplificada, da seguinte maneira: “a emoção do medo, seria simplesmente uma consciência

quase instantânea e automática das mudanças fisiológicas” (MORRIS; MAISTO, 2004,

p.283). Como exemplo, um indivíduo que está parado em um farol esperando o sinal

luminoso se abrir e teme um assalto; como consequência instantânea, podem ocorrer

mudanças fisiológicas: palpitação, maior controle de atenção e aumento de suor, acarretando

em uma reação afetiva devido ao contexto.

De acordo com Henri (1979), existem emoções fundamentais para os seres humanos

que são: a alegria, o desgosto, o medo, a cólera, o amor e a repugnância.

Segundo Morris e Maisto (2004), as emoções podem ser primárias e secundárias. As

emoções primárias são aquelas que de certa forma são compartilhadas por pessoas de todo o

mundo, independentemente da cultura. As emoções secundárias são aquelas que podem ser

encontradasem uma ou mais culturas, porém não se podeencontrá-las em todas as culturas.

De acordo com Plutchik (1994), existem quatro critérios paraidentificar as emoções

primárias: têm que ser evidentes em todas as culturas sem exceção, deve contribuir para a

sobrevivência, devem ser associadas a uma expressão facial distinta e serem evidentes em

primatas não humanos.

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De acordo com Haidt (2003), existem emoções que são consideradas centradas no eu

e, algumas vezes, são denominadas autoconscientes. Ainda de acordo com Haidt (2003), as

emoções estão totalmente relacionadas a aspectos da vida social do indivíduo, que a depender

da cultura podem variar quanto à ênfase em uma estrutura social hierárquica versus

igualitária, característica de sociedades coletivistas verticais e horizontais, respectivamente.

“A emoção é compreendida como possuindo um caráter de reatividade, geralmente

breve, intensa e circunscrita, relacionada a um evento ambiental específico”. (EKMAN et al.,

1999; p.45). Ou seja, a maneira que o indivíduo vivencia suas emoções, é influenciada pelas

mudanças que ocorrem em seu ambiente. Por exemplo, pessoas do mundo inteiro levantam as

sobrancelhas como forma de cumprimento quando um amigo se aproxima (EIBL-

EIBESFELDT,1972).

De acordo com Lazarus (1991), parece existir uma relação entre emoção e cognição:

A primeira concepção da emoção junto à cognição propõe a presença de dois sistemas separados. Um sistema emocional distinto do cognitivo que trataria a informação afetiva e influenciaria um comportamento independentemente dos processos cognitivos. A segunda concepção postula a existência de um único sistema para a emoção e cognição. Nesta ótica, a emoção constitui um fator no núcleo da cognição e do tratamento da informação. A partir dos resultados experimentais, salienta que uma avaliação cognitiva sempre precede qualquer reação afetiva.

Segundo Corrêa (2005), a expressão da paixão da alma foi cunhada por Descartes, que

relacionou cinco afetos essenciais: amor, ódio, desejo, alegria e tristeza. Tristeza e alegria são

as duas paixões primárias, pois a alma só é imediatamente advertida das coisas que acontecem

com o corpo por intermédio do sentimento da dor.

Na literatura científica, pode-se observar uma divergência na classificação de alguns

processos mentais. Por exemplo, a raiva, para Watson, Clark e Tellegen (1988) é um afeto

essencial, porém para outros autores é uma emoção primária e para alguns é um sentimento.

Afeto é um termo utilizado para se referir à capacidade de subjetivação e expressão da

resposta emocional; seria a qualidade e o tônus emocional que acompanham uma ideia ou

representação mental, ou, em outras palavras, o componente emocional de uma ideia

(DALGALARRONDO, 2000).Para compreenderde uma forma melhor a emoção o afeto e a

relação com os sentimentos, BOCK (1999, p.198) diz:

O importante é compreender que a vida afetiva – emoções e sentimentos – compõe o homem e constitui um aspecto de fundamental importância na vida psíquica. As emoções e os sentimentos são como alimentos de nosso psiquismo e estão presentes em todas as manifestações de nossa vida. Necessitamos deles porque dão cor e sabor a nossa vida, orientam-nos e nos ajudam nas decisões.

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“Os sentimentos são a maneira como nos percebemos. São nossas reações ao mundo

que nos circunda” (VISCOTT, 1976, p.17). Portanto, a depender do contexto ambiental tem-

sepercepções e reações diferentes na maneira de emitir um sentimento.

De acordo com Viscott (1976, p.17,18 e 22): Basicamente existem duas espécies de sentimentos: positivos e negativos. Os sentimentos positivos ampliam nosso senso de força e de bem-estar, produzindo prazer, uma sensação de inteireza, vida, plenitude e esperança. Os sentimentos negativos interferem no prazer, consomem energia e nos deixam exauridos, com uma sensação de truncamento, vazio e solidão (p.17-18) Quando a experiência humana é reduzida a tais sentimentos básicos, é possível termos compaixão pelos outros, porque os sentimentos irmanam toda a humanidade. Não importa como juntamos os fragmentos deste mundo dentro de nossa perspectiva, existem padrões universais para com os sentimentos, e estas reações são previsíveis e facilmente compreensíveis(p.22).

Mesmo que existam padrões universais para os sentimentos, as expressões destes

variam de acordo com cada cultura, com os valores e com as crenças de uma sociedade.

Portanto, o mesmo sentimento pode ser expresso de inúmeras formas diferentes por um

indivíduo, a depender do contexto ambiental que o mesmo está inserido.

Observa-se que o que Diener (1996) denomina afetos, Snyder (2009) chama de

emoções. A literatura desta área é permeada por desacordos quanto à delimitação conceitual

do que sejam afetos, emoções e sentimentos. Outros autores como, por exemplo, Morris e

Maisto (2004) separam as emoções apenas em primárias e secundárias.

A publicação de Diener (1996) estabelece um claro consenso na literatura acerca dos

fatores que compõem BES: satisfação com a vida e afetos positivos e negativos. Afeto

positivo corresponde a um estado de contentamento puro experimentado em um determinado

momento como um estado de alerta, de entusiasmo e de atividade. Afeto negativo refere-se a

um estado de distração e engajamento desprazível que também é transitório, mas que inclui

emoções desagradáveis. Satisfação com a vida é um julgamento cognitivo de algum domínio

específico na vida da pessoa, um processo de juízo e avaliação geral da própria vida.

Muitos estudos mostram que pessoas felizes (ou seja, felicidade enquanto BES) são

bem sucedidas em vários domínios de suas vidas. Woyciekoskiet al. (2012) localizaram, na

literatura publicada entre 1980 e 2011, que os fatores intrínsecos associados ao BES são

personalidade, lócus de controle, confiança, defesas repressivas, otimismo, religiosidade,

virtudes e a forma como a pessoa pensa/percebe o mundo. Nível socioeconômico, cultura

(individualista ou coletivista), suporte social, relacionamentos (família, cônjuge e amigos) e

eventos de vida foram identificados como fatores extrínsecos.

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O trabalho de Argyle (2001) em psicologia da felicidade reuniu dados de diversos

países sobre aspectos importantes à vida de seus habitantes. Argyle identificou que três

dimensões da vida trazem mais felicidade às pessoas: trabalho, lazer e relacionamentos.

O papel dos relacionamentos no BES é um interesse recorrente em pesquisa. Ao final

da década de 1980, Pavot, Diener e Fugita (1990) concluíram que as pessoas relatam

sentimentos de maior felicidade diante de apoio social. Na década seguinte, Myers (1999)

também salienta o aspecto interpessoal da felicidade, apontando que pessoas casadas relatam

maior felicidade e satisfação de vida do que pessoas que nunca casaram ou que se

separaram/divorciaram. Lyubomirsky, King e Diener (2005) sugerem que pessoas felizes, isto

é, aquelas que experimentam mais afetos positivos do que negativos, tendem a ter sucesso e

mais satisfação com relacionamentos. Woyciekoskiet al. (2012) também denotaram essa

relação entre BES, apoio social e relacionamentos.

Assim, parece que estudos que busquem associações entre o nível de BES dos pais e a

prevalência de diagnósticos psiquiátricos de seus filhos ainda são úteis e necessários para

acrescentar conhecimento à área, bem como para apontar caminhos para intervenções que

visem melhorar o prognóstico dessas crianças.

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29

2OBJETIVOS

2.1 OBJETIVOGERAL

Verificar e descrever relações entre bem-estar subjetivo de genitores e doenças

psiquiátricas de crianças, em atendimento psicológico de unidade de saúde.

2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS

• Caracterizar sociodemograficamente os participantes;

• Analisar e descrever os níveis de bem estar subjetivo de

genitores (as);

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3 MÉTODO

3.1 DESENHO DO ESTUDO

Este um estudo de foi de campo quantitativo-descritivo e documental (busca em

prontuários médicos) (LAKATOS; MARCONI, 1985), de corte transversal, correlacional e do

tipo survey (MAY, 2004).

3.2 LOCAL DA PESQUISA

A coleta de dados foi realizada no Ambulatório de Psicologia Geral da Unidade de Saúde

da Criança e do Adolescente, situado da cidade de São Caetano do Sul.

3.3 PARTICIPANTES

Destaca-seque houve uma tentativa de aplicação de 200 questionários, porém apenas

83 foram respondidos e, deste total, 13 questionários foram excluídos por terem mais de 40 %

dos itens sem resposta ou com dados ilegíveis, restando um total de 70 questionários a serem

avaliados e descritos.

A amostra foi obtida na cidade de São Caetano do Sul, na Unidade de Saúde da Criança e

do Adolescente (USCA). Os participantes são genitores de crianças com diagnóstico

psiquiátrico, que fazem tratamento na USCA. Estes genitores foram, de forma geral,

convidados a fazer parte do tratamento da criança. Segundo Bernstein, Shaw (1997), as

intervenções familiares objetivam conscientizar a família sobre o transtorno, auxiliá-los a

aumentar a autonomia e a competência da criança e reforçar suas conquistas.

O grupo foi composto de 78,6% de mulheres. De acordo com as respostas, estas mulheres

são na sua maioria casadas (47,1%) e foi observado que 45,7% do total moravam em

residências alugadas, dados estes que podem ser facilmente observados na Tabela 1.

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Tabela 1: Descrição dos Participantes (n=70)

Dados de Variações freq % Indentificação

Gênero Masculino 15 21,4 Feminino 55 78,6 Faixa Etária 18 a 28 anos 5 7,1

29 a 38 anos 35 50,0

39 a 48 anos 20 28,6

49 anos ou mais 10 14,3

Total 70 100,00 Estado civil Solteiro(a) 17 24,3

Casado(a) 33 47,1

União estável 9 12,9

Viúvo(a) 11 15,7 Moradia Própria 27 38,6

Alugada 32 45,7

Cedida 11 15,7 Tratamento Não 53 75,7 Psiquiátrico/Psicológico Sim 17 24,3

Como se pode observar na Tabela 1, 75%dos genitores não tiverem avaliação

psicológica/psiquiátrica e 25% já fizeram acompanhamento em algum momento da vida.

Destes 25% não foi solicitado o motivo ou queixa que fez com que o genitor tivesse um

acompanhamento psicológico. No que diz respeito à faixa etária, a que teve maior prevalência

foi a de 29 a 38 anos correspondendo à metade dos genitores, o que significa que a amostra é

relativamente jovem, tendo uma média de idade de39anos (DP= 9,4).

Do total dos genitores, 52 estão trabalhando. Como se pode observar na Tabela 2,

estes genitores possuem diversas profissões, sendo que a grande maioria trabalha o dia todo e

as crianças ficam na escola ou com parentes. Este afastamento pode dificultar a compreensão

e o entendimento dos pais acerca do desenvolvimento de seus filhos. Os pais/responsáveis

devem compreender minimamente o que é adequado para o desenvolvimento normal da

criança, porém, o que se percebeu em análise documental é que esses pais/responsáveis

possuem uma baixa compreensão do desenvolvimento normal da criança, podendo emergir

disso estresse parental, como concluem Budd, Holdsworth e Hoganbruen (2006) em estudos

sobre os antecedentes e concomitantes do estresse parental em pais/responsáveis.

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Tabela 2 Descrição das profissões dos participantes (n= 70)

Profissões n % % Acumulada

Aposentada 2 2,9 2,9 Artesã 1 1,4 4,3 Autônoma 4 5,7 10 Aux. Cobrança 1 1,4 11,4 Balconista 2 2,9 14,3 Bióloga 1 1,4 15,7 Biomédica 1 1,4 17,1 Cabelereira 1 1,4 18,6 Chapeiro 1 1,4 20 Comerciante 1 1,4 21,4 Cuidadora 1 1,4 22,9 Decoradora 1 1,4 24,3 Do lar 8 11,4 50 Doméstica 9 12,9 62,9 Empresária 1 1,4 64,3 Enfermeira 3 4,3 68,6 Engenheira 1 1,4 70 F. Pública 1 1,4 71,4 G . Finanças 1 1,4 72,9 Motorista 2 2,9 75,7 O . Telemarketing 1 1,4 77,1 P . Odontológica 1 1,4 78,6 Pintor 1 1,4 80 Professora 3 4,3 84,3 R Comercial 1 1,4 85,7 Recepcionista 1 1,4 87,1 Segurança 2 2,9 90 T.I 1 1,4 91,4 Taxista 2 2,9 94,3 Vendedora 4 5,7 100 Total 70 100 100

As crianças estão caracterizadas na Tabela 3. Foi observado que 54,3% das crianças

são do sexo masculino e 45,7%, do sexo feminino. Um pouco mais que a metade (40 crianças)

da amostra têm de 08 a 12 anos, e 13 são adolescentes, tendo 9,7 anos de idade média (DP=3).

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Tabela 3 – Descrição dos dados das crianças com diagnóstico /psicológico.

Dados de Variações n % identificação

Sexo Masculino 38 54,3 Feminino 32 45,7 Faixa etária 03 a 07 17 24,0

08 a 12 40 57,4

12 a 17 13 18,6

O motivo da busca para atendimento varia muito, porém existem três motivos

principais: crianças que apresentaram agressividade (17%), ansiedade (21%) e dificuldade de

aprendizagem (10%) (ver Figura 1).Os outros motivos apresentados podem, segundo a

literatura, ser agrupados, pois são comuns e podem ocorrer ao longo do desenvolvimento

infantil. Dentre estas crianças apenas 3 delas tomam medicamento(sertralina/ritalina).

Figura 1- Descrição dos motivos para encaminhamento para o tratamento psiquiátrico/Psicológico.

Os diagnósticos recebidos pelas crianças por parte dos psiquiatras/psicólogos do

USCA foram agrupados seguindo-se a literatura, como se pode observar na Tabela 4. Isto foi

feito para apresenta-los didaticamente, de acordo com Bird (2002) e Vitolo (2005), que

defendem que os grandes transtornos infantis podem ser classificados desta maneira.

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Tabela 4- Descrição dos diagnósticos psiquiátrico /psicológico

Como já se descreveu no procedimento, todas as crianças/ adolescentes passaram por

uma avaliação psicológica, que constatou que, dentre o total de participantes, a grande

prevalência foi o transtorno de ansiedade (TAG). Segundo Bird (2002), os diagnósticos

psiquiátricos/psicológicos mais frequentes são: TDAH, Transtorno de conduta e Transtorno

de humor e de ansiedade. Segundo Bird, os três grandes transtornos da infância são:

Transtorno de Ansiedade , Transtorno de Conduta, e Transtorno de déficit de atenção. Este

autor também esclarece que o TAG é o mais frequente, o que foi corroborado neste estudo.

Para Bernstein, Shaw(1997), a maioria das crianças com transtornos ansiosos é

encaminhada para serviços de saúde mental devido a problemas de comportamento, tanto em

seus relacionamentos, quanto no ambiente escolar. A partir da queixa principal, o papel do

clínico é entender esses comportamentos em um contexto de restrições ao desenvolvimento

normal subjacente aos comportamentos. Assim, estabelece-se uma hierarquia diagnóstica

diferencial que guiará os tratamentos preconizados. De modo geral, o tratamento é constituído

por uma abordagem multimodal, que inclui orientação aos pais e à criança, tratamento

psicoterápico e uso de psicofármacos e intervenções familiares, que foi exatamente o que

aconteceu com as crianças participantes deste estudo.

3.4 INSTRUMENTOS

Os instrumentos utilizados para avaliar os participantes foram:

Questionário sócio demográfico: questionário do tipo estruturado construído para este

estudo com o objetivo de coletar dados de identificação e caracterização das

participantes da pesquisa. As informações coletadas serão: dados pessoais (nome,

gênero), locais de moradia, idade, profissão, atividade atual, grau de escolaridade e

dados socioeconômicos, história clínica obstétrica (no caso de os genitores serem as

Diagnostico n % TAG 33 47,1 TC 15 21,4 TDAH 22 31,4 Total 70 100

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mães) e de tratamento complementar e história de vida coma família de origem

(ANEXO I).

Escala de Ânimo Positivo e Negativo: escala válida e fidedigna cujo objetivo é coletar

dados que identificam as emoções vivenciadas pelas participantes no momento atual,

construída e validada por Siqueira; Martins; Moura (1999)(ANEXO II). A escala é

composta por 14 itens, sendo oito relacionados a afetos negativos e seis a afetos

positivos. Os resultados devem ser apurados por fator. Assim, se terá um resultado (ou

média fatorial) para cada um dos fatores. Esta media é obtida somando-se os valores

marcados pelos respondentes em cada item de cada fator e dividindo-se o resultado

total pelo número de itens. Por exemplo, para o Fator 1, “Afetos Positivos”, somam-se

os valores das resposta são seis itens componentes do fator e divide-se o resultado por

seis. Para interpretar as médias dos afetos, deve-se considerar que quanto maior for o

valor da média fatorial, maior é a prevalência daquele conjunto de afetos. É possível

apurar um índice denominado balanço emocional, pela subtração dos valores da media

fatorial relativa aos afetos negativos da media fatorial dos afetos dos positivos. Se este

índice for positivo (receber sinal positivo) significa que a pessoa possui predomínio de

afetos positivos. Se for negativo, revela que os afetos negativos predominam naqueles

participantes.

Escala de Satisfação Geral com a Vida–Construída por Siqueira; Martins; Moura

(1999) é uma escala válida e fidedigna, cujo objetivo é coletar dados que identificam o

nível de satisfação geral do individuo com sua vida atual. A escala é composta por 15

itens, sendo unifatorial. Assim, se terá somente um resultado ou média fatorial. O

índice de satisfação geral com a vida será obtido somando-se os valores das respostas

aos 15 itens componentes do fator e dividindo-se o resultado por quinze. Resultados

maiores do que o ponto médio da escala de respostas (três) indicam que o respondente

está satisfeito com sua vida atual. Resultados menores do que este valor apontam que

o individuo não está satisfeito com sua vida atual. Assim, quanto maior for a media

obtida, mais satisfeito o respondente está com sua vida e quanto menor for esta media,

menos satisfeito o respondente estará com ela.(ANEXO III)

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3.5 PROCEDIMENTOS

De coleta de dados

As informações sobre os diagnósticos das crianças foram obtidas diretamente em

seus prontuários de atendimento.Onde já passaram por uma avaliação

psicológica/psiquiátrica e estão em atendimento psicológico.

A coleta de dados com os pais foi iniciada após a aprovação do Comitê de Ética e

Pesquisa em seres Humanos. Foi realizada na Unidade de Saúde da Criança e do

Adolescente, no Ambulatório Geral de Psicologia. As crianças triadas e com hipótese

diagnóstica psiquiátrica/psicológica elaborada pelo profissional responsável são

encaminhadas para atendimento na Unidade. Os participantes serão sorteados dentre os

genitores destas crianças encaminhadas. Identificados os sorteados, eles foram abordados

na sala de espera do Ambulatório da Unidade e convidados pessoalmente pela

pesquisadora para participarem da pesquisa. Aqueles que aceitaram foram encaminhados

para a sala de atendimento psicológico que garante privacidade e sigilo.

Todos os participantes da pesquisa foram primeiramente informados sobre o objetivo

da investigação científica a ser realizada e outros detalhes conforme se pode observar no

Anexo IV; assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido(ANEXO IV).

Os instrumentos foram aplicados de forma individual, na seguinte ordem: o

questionário sócio demográfico (ANEXO I), a Escala de Ânimo Positivo e Negativo

(ANEXO II) e Escala de Satisfação Geral com a Vida (ANEXO III).

De análise de dados

Os dados coletados foram codificados e inseridos em um banco de dados do

StatisticsPackage for Social Sciences (SPSS) for Windows, versão 19.0. E foram

calculadas médias, frequências, desvios-padrão e correlações de Pearson, bem como testes

e análise de variância para comparação dos grupos.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesta sessão serão apresentados os resultados e sua discussão. Tratar-se-á

primeiramente dos níveis de BES dos genitores. BES é constituído por dois indicadores: SGV

e balanço emocional (BL). Segundo Diener, Lucas, Oishi e Suh (2002), o BES consiste de

três componentes distintos, porém correlacionados: satisfação de vida (avaliação cognitiva

global da vida da pessoa), afeto positivo e ausência de afeto negativo. Portanto, BES envolve

o que as pessoas pensam e sentem a respeito de suas condições de vida, com critérios de

avaliação do próprio indivíduo, e não externos. Trata-se de uma grande categoria de

fenômenos incluindo as respostas emocionais das pessoas (afeto positivo e negativo),

domínios de satisfação e os julgamentos globais de satisfação de vida (Giacomoni;Hutz;

Reppold, 2007).

Os genitores participantes deste estudo obtiveram uma média 3,0 (DP=0,80) em SGV,

significando que, de modo geral, para eles a vida nem está bem e nem está mal, uma vez que

este é o ponto médio da escala de respostas que varia de 1 a 5. Considerando-se o valor do

desvio-padrão, percebe-se que há uma amplitude bastanteconsiderável, o que significa que

existem pais que estão insatisfeitos com sua vida, quanto outros estão razoavelmente

satisfeitos com ela. “A afetividade pode ser caracterizada como a capacidade de experimentar

sentimentos e emoções” (PAIM, 1993, p. 23), perante afirmação deste autor, podemos

perceber que estes genitores de forma geral, possuem uma dificuldade de experimentar

sentimentos e emoções em uma total amplitude e intensidade.

De acordo com Valle (2005), ao observar a afetividade percebe-se que, de uma

maneira geral, está implícita na existência de um conteúdo relacional, isto é, as pessoas são

afetivas em relação a si mesmas, ao outro ou a algum fato ou contexto ambiental. Assim, o

contexto ambiental é bastante importante para que o indivíduo vivencie, por meio das

experiências, uma relação com os estados afetivos (intensidade de expressão das emoções)

que lhe possibilite a capacidade de expressar emoções em indiferentes intensidades. Para que

isto possa ocorrer de forma prazerosa e intensa, o balanço emocional do individuo deve ser de

cunho positivo.

Em BL (balanço emocional, que é o resultado de afeto positivo subtraído o valor do

afeto negativo), a média é extremamente baixa, da ordem de 0,71. Na verdade, os valores de

BL podem variar entre 4 a -4, pois a escala de respostas varia de 1 a 5. Assim, se o indivíduo

tiver AP igual a 5 e AN igual a 1, ou seja, valores extremos, terá BL igual a +4; se tiver AP

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igual a 1 e AN igual a 5, BL será igual a -4. Esta seria a amplitude de BL. Assim, um

resultado de 0,71 significa um BL baixo, ou seja, um leve predomínio de afetos positivos.

Entretanto, o desvio-padrão é de 1,44, o que revela grande variabilidade dentre os

respondentes. Isto significa que há pais com predomínio claro de afetos positivos

(caracterizados por pró-atividade, atitudes positivas, ou seja, são pessoas que encaram a vida

com boa disposição) e outros com leve predomínio de afetos negativos. Portanto, são

genitores que estão vivendo seu cotidiano com pessimismo, irritabilidade, negativismo.

Esta descrição corrobora o que os Watson, Clark e Tellegen (1988) revelam ao

afirmarem que existem duas dimensões que emergem dos estudos sobre a estrutura afetiva ao

longo das culturas: afeto positivo e afeto negativo. O afeto positivo reflete o quanto uma

pessoa está se sentindo entusiástica, ativa e alerta, enquanto o afeto negativo é uma dimensão

geral de angústia e insatisfação, a qual inclui uma variedade de estados de humor aversivos,

incluindo raiva, culpa, desgosto, medo (WATSON, CLARK; TELLEGEN, 1988 apud

GIACOMONI; HUTZ, 1997). O equilíbrio afetivo é decorrente dos afetos positivos e

negativos, juntamente com a avaliação da vida. Juntos, são determinantes para se determinar o

bem-estar subjetivo, construto definido por Diener (1984).

Neste estudo a média geral de BES foi de 1,88 (DP=1,03). Tem-se, portanto, genitores

com baixos níveis de BES, o que significa que são pais que levam a vida com muito

pessimismo, possuem sentimentos de raiva, irritabilidade e mau humor. Para Viscot (1976),

estes afetos negativos interferem diretamente no ato do individuo sentir prazer, ter um bom

nível de energias, gerando uma sensação de truncamento, vazio e solidão.

Segundo Carver (2010), estresse parental é resultado de ações realizadas por meio de

experiências que envolvem dois aspectos: a prevenção e a resolução de adversidades. Nestas

situações, as pessoas enfrentam ou têm que enfrentar situações, utilizando-se de habilidade

para resolvê-las. Portanto, os recursos de enfrentamento dos pais/responsáveis são

determinantes para gerar o suporte necessário para que ocorra a vivência adequada no

contexto familiar, perante os determinantes da parentalidade (BELSKY,1984).

Descritos participantes em função da variável de estudo, BES e seus componentes,

passa-se a descrever os resultados do teste da hipótese. Em um primeiro momento, para testar

iniciar a testagem da hipótese principal, separaram-se os níveis de BES dos pais em três

grupos por meio de quartis. O primeiro quartil reuniu 17 genitores com valores de BES de até

1,75. O segundo quartil, que reuniu genitores com BES entre 1,76 a 2,5, concentraram-se 18

deles e acima do terceiro quartil, com valores de BES superiores a 2,51, concentraram-se 35

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genitores. As doenças das crianças foram agrupadas em três grupos, conforme recomenda a

literatura e segundo já se descreveu na seção Participantes.

A seguir, realizou-se análise de variância para testar se havia diferença entre as médias

de BES dos pais em função dos agrupamentos das doenças de seus filhos. Resultados

revelaram que não existem relações entre bem-estar subjetivo de genitores e doenças

psiquiátricas/psicológicas de crianças (Tabela 5). Isto significa que o nível de BES dos pais

não tem relação com o transtorno da criança, como se hipotetizou neste estudo. Portanto, a

hipótese foi rejeitada, talvez pelo fato de que estes pais pudessem não estar envolvidos

emocionalmente com seus filhos (por terem um BL baixo), ou ainda pelo fato de trabalharem

o dia inteiro e não terem consciência da real situação de seus filhos.

Tabela 5 - Análise de variância entre TAG, TCe TDAH das crianças e BES dos genitores

(n=70).

Soma dos Quadrados Gl

Quadrado

Médio F sig

Entre grupos 0,691 2 0,346 0,322 0,726

Dentro dos Grupos 71,967 67 1,074

Total 72,658 69

Na busca de condições que podem contribuir para o surgimento ou para a

intensificação dos sintomas psiquiátricos mais comuns em crianças têm sido encontrados

fatores familiares comuns associados a vários transtornos (MRAZEK, HAGGERTY, 1994).

Para estes autores, os problemas externalizados que constituem risco para os transtornos de

déficit de atenção e hiperatividade e de conduta são discórdia conjugal severa, desvantagem

socioeconômica, tamanho grande da família, criminalidade paterna e transtorno mental da

mãe. Inversamente, são fatores de proteção: famílias com até quatro filhos, pais apoiadores e

adequado estabelecimento de limites e regras. Ainda dentre os fatores de risco, a disfunção

conjugal, ruptura da família, história psiquiátrica parental e estresse familiar, acrescidos de

práticas disciplinares intrusivas e severas, são os mais significativos para transtornos de

déficit de atenção e hiperatividade. Para transtorno de conduta, o baixo status socioeconômico

da família é um dos mais robustos fatores de risco contextuais. Os transtornos emocionais têm

sido associados a fatores como exposição precoce a ambientes incontroláveis, acúmulo de

eventos de vida adversos e ter um genitor com transtorno (VASEY, 2004).

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Como a hipótese foi rejeitada, tentou-se comparar BES dos genitores em função de

outras características das crianças e dos próprios pais. Primeiramente, compararam-se níveis

de BES de pais e mães, para verificar se eles diferiam entre si quanto a esta característica. Os

resultados revelaram que não, conforme revela Tabela 6.

Tabela 6: Teste t de diferença entre BES em relação ao sexo dos genitores

t gl SIG

Variâncias Iguais 0,25 68 0,804

Não houve diferença entre os níveis de BES em relação ao sexo dos pais. Diante pode-

se hipotetizarexplicativamente que a família seja uma das ferramentas para manter este BES

igualitário entre os sexos, já que muitas destas crianças são educadas e cuidadas ou por outro

parente ou na escola, o que faz com que haja pouco envolvimento dos genitores o que, talvez,

explique seu igual nível de BES.

Para Silva et al. (2010), a construção familiar é um sistema composto de vínculos

afetivos, sociais e econômicos. Esta junção acaba por gerar dinâmica específica, pois exige

mudanças em diversos momentos da vida, demandando dos familiares, estratégias e recursos

de enfrentamento para reequilibrar situações momentâneas. No caso dos genitores

participantes deste estudo, como seus filhos são cuidados por outras pessoas da família, talvez

eles não possuam recursos deenfrentamento, possuindo poucas estratégias, pois não estão

envolvidos, porque isto cabe a outros membros da família.

A base familiar realiza um significativo papel socializador, mesmo perante as grandes

modificações que esse contexto familiar vem sofrendo nos últimos tempos. Enquanto estas

tais mudanças acontecem no núcleo da familiar, existem fatores que se modificam, como por

exemplo: transformações na estrutura e na sua função, nas práticas educativas e nos valores

coletivos e individuais de cada um de seus membros (BAPTISTA; BAPTISTA; DIAS, 2001).

De acordo com Mombeli (2011), o núcleo familiar possui na atualidade uma estrutura

particular e singular e, apartir da interação dos familiares, constitui algumas ações que podem

ser de cunho positivo ou negativo, ao se pensar no desenvolvimento normal das crianças.

Portanto, a construção da estrutura familiar é de suma importância para a formação e

estruturação do individuo e, para que isto ocorra, existem vários fatores envolvidos.

Houve, a seguir, uma tentativa de verificar se existia diferença entre os níveis de BES

dos pais em função do sexo das crianças, como pode ser observado na Tabela 7; resultado do

teste t revelou que as médias eram iguais, ou seja, que pais de meninos e meninas possuíam

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níveis idênticos de BES. Explicativamente pode-se supor que o sexo das crianças não tenha

importância para o BES dos pais, mas para isto contribua sim a plena compreensão dos

genitores acerca do diagnostico de seus filhos, para que tenham afetos de tamanha intensidade

que possam alterar seu BES.

Tabela 7: Teste t de diferenças no BES dos pais em relação ao sexo das crianças.

t gl Sig

Variâncias Iguais 0,03 68 0,97

O entendimento e a aceitação da doença mental por parte da família são elementos de

extrema importância na reabilitação do individuo com doença mental. Percebe-se que este

misto de afetos acaba por gerar inconformidade e despreparo para cuidar de seus entes que

possuem alguma doença mental e de outros que necessitam de auxilio para desempenhar o

papel de cuidador, visando conseguir atender os cuidados integrais do doente. Assim, se não

compreendem, não cuidam.

Para Miles et al. (1982 como citado em Ferreira, 2003) a família de forma geral, ao

deparar-se com a doença mental, pode apresentar três formas de abordagens: o encobrimento,

o ocultamento da doença do meio social e a normalização, prosseguindo com as atividades

normais, encobrindo a realidade, e a dissociação, afastando-se do convívio da sociedade, a fim

de evitar futuros aborrecimentos. O que revela este autor está altamente relacionado com os

resultados deste estudo, no qual os genitores parecem encobrir a doença de seus filhos,

desconhecendo-a.

Tentou-se ainda verificar se os quartis de BES dos genitores diferiam em função dos

seus próprias sexos e dos sexos de seus filhos. Testes de qui-quadrado revelaram que não

houve diferença em nenhum dos casos (x2= 1,03,gl=2, p> 0,05 para diferença entre quartis de

BES e sexo dos pais e (x2=1,17, gl=2, p> 0,05 para diferença entre quartis de BES e sexo das

crianças).

Segundo Almeida (2011), percebem-se dificuldades na compreensão da família sobre

a doença mental, bem como uma instabilidade afetiva desta família. Os familiares devem

entender e compreender que a doença e o sofrimento mental possuem características no pré e

no pós diagnóstico. Esses fatores podem desestruturar a rotina da família, porém cada

integrante pode passar a adquirir um papel e significado próprios para conseguir administrar o

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novo cotidiano da vida familiar, gerando um novo processo de assistência familiar, e não só

ao individuo que está doente.

A seguir serão apresentadas as conclusões deste estudo.

5CONCLUSÃO

O objetivo deste estudo foi verificar relações entre bem-estar subjetivo de genitores e

doenças psiquiátricas de crianças, em atendimento psicológico de unidade de saúde. Este um

estudo de foi de campo quantitativo-descritivo e documental (busca em prontuários médicos)

(LAKATOS; MARCONI, 1985), de corte transversal, correlacional e do tipo survey (MAY,

2004), e perante os resultados produzidos, pode-se considerar que o objetivo foi atingido de

forma satisfatória, e que os resultados obtidos poderão contribuir para com o campo de

conhecimento da Psicologia Positiva, particularmente com os estudos sobre o construto de

bem-estar subjetivo e para área da Psicologia da Saúde, uma vez que existem poucos estudos

sobre bem-estar subjetivo de pais de crianças com transtornos de comportamento no Brasil.

Uma dificuldade para pesquisar a literatura sobre o tema de estudo, BES, que

aconteceu neste estudo, foi investigar um pouco mais sobre um dos seus componentes, o

afeto. Diversas tentativas de conceituação e vários modelos teóricos sobre afetos e emoções

foram propostos, cada um com suas atribuições e críticas, como se demonstrou brevemente no

capítulo sobre a revisão teórica.

É comum certa dificuldade de compreender e de definir os limites conceituais desse

componente de BES, os afetos, o que ocasiona uma confusão conceitual que envolve este

fenômeno. Dentre estas contribuições teóricas importantes ao estudo dos afetos, destaca-se a

de Watson, Clark e Tellegen (1988) que propuseram duas dimensões que emergem dos

estudos sobre a estrutura afetiva ao longo das culturas: afeto positivo e afeto negativo. O afeto

positivo reflete o quanto uma pessoa está se sentindo entusiástica, ativa e alerta, enquanto o

afeto negativo é uma dimensão geral de angústia e insatisfação, a qual inclui uma variedade

de estados de humor aversivos, incluindo raiva, culpa, desgosto, medo (WATSON, CLARK;

TELLEGEN, 1988 apud GIACOMONI; HUTZ, 1997). Na literatura, pode-se observar uma

divergência na classificação de alguns processos mentais. Por exemplo, a raiva para Watson,

Clark e Tellegen (1988) é um afeto essencial, para outros autores é uma emoção primária,

enquanto para outro grupo é um sentimento.

Outra dificuldade na realização deste estudo aconteceu na coleta dos dados, na

aplicação do questionário de pesquisa, já que muitos genitores recusaram-se a participar.

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Alguns deixavam o questionário no meio do preenchimento, ao serem perguntados sobre seus

dados pessoais.

Os resultados revelaram que não havia relações entre BES dos genitores e a

prevalência dos transtornos das crianças. Mas os resultados também revelaram que os

genitores possuem níveis medianos de BES e um balanço emocional quase neutro e isto foi

instigante. Será que esta afetividade estaria afetando os transtornos dos filhos? Como

estudiosos (BAPTISTA; NEVES; BAPTISTA, 2008;KATARINA, et al., 2005; LINCOLN;

CHATTERS; TAYLOR, 2005;MARTINS; PIRES, 2008;SOUZA, 2007) descobriram que o

suporte familiar pode ser um fator que protege e previne os transtornos mentais, e também

afirmam que a ausência de suporte familiar adequado na tenra infância pode estar relacionada

a transtorno mental futuro, parece haver uma indicação nesse sentido. Identificaram-se pais

mantinham níveis razoáveis de BES, estando satisfeitos com suas vidas, embora tivessem um

balanço emocional positivo, apesar de valor baixo, como se descreveu nos resultados. Isso,

sugere-se que futuros estudos investiguem como é a estrutura afetiva dos pais de outras

crianças com transtornos e se há relação entre seu balanço emocional e a presença de

transtornos em suas crianças.

Uma limitação deste estudo foi o fato de se constituir um estudo de caso, limitado aos

genitores de crianças atendidas em uma unidade publica. Isto limita a generalização dos

achados, mas, ao mesmo tempo, permite conhecer um pouco mais uma parcela da população

muito pouco estudada, sobre a qual existe pouco conhecimento no Brasil e praticamente

nenhum na literatura internacional dada as características culturais brasileiras. Espera-se que o

resultado e as perguntas resultantes deste estudo possam contribuir para futuros estudos que

busquem investigar o que aqui ficou sem resposta.

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ANEXO I

Questionário Sócio- demográfico.

1.Sexo : ( ) Masculino ( ) Feminino

2.Estado Civil: ( ) Solteira ( ) Casada ( ) União estável ( ) Viúva

3.Moradia: ( ) Própria ( ) Alugada ( ) Cedida

4.Há quanto tempo o paciente passa por atendimento psicológico?

___________________________________________________________

5.Existe histórico familiar de doenças psiquiátricas? ( ) Não ( ) Sim . Dados do(a) paciente (criança/adolescente): 6.Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Idade:___________. 7.Você procurou atendimento psicológico por qual motivo? 8.Qual o diagnóstico do paciente? 9.Há quanto tempo o (a) paciente passa por atendimento psicológico? 10.O paciente foi encaminhado para avaliação psiquiátrica? ( ) Não ( ) Sim. 11. Devido o estado emocional o paciente toma medicamento? ( ) Não ( ) Sim. Qual?____________________________________ 12. Existe histórico de doenças psiquiátricas/psicológicas na família?

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( ) Não ( ) Sim. Qual?____________________________________

ANEXO II

ESCALA DE ÂNIMO POSITIVO E NEGATIVO GOSTARÍAMOS DE SABER COMO VOCÊ SE SENTE NO SEU DIA-A-DIA. Foi feita uma lista de 14 palavras que representam sentimentos e emoções. Dê suas respostas anotando, nos parênteses que antecedem cada palavra, aquele número (de 1 a 5) que melhor representa a intensidade de seus sentimentos, de acordo com a escala abaixo: 1=Nada 2=Pouco 3=Mais ou mentos 4=Muito 5=Extremamente NO MEU DIA-A-DIA EU ME SINTO... 1. ( ) Irritado

2. ( ) Feliz

3. ( )Alegre

4. ( )Animado

5. ( )Desmotivado

6. ( )Angustiado

7. ( )Bem

8. ( )Deprimido

9. ( )Chateado

10. ( )Satisfeito

11. ( )Nervoso

12. ( )Triste

13. ( )Contente

14. ( ) Desanimado

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ANEXO III

ESCALA DE SATISFAÇÃO GERAL COM A VIDA – ESGV

Abaixo estão listados alguns aspectos relativos a sua vida. Indique o quanto você está satisfeito ou insatisfeito com cada um deles utilizando a escala abaixo. Dê suas respostas, anotando, nos parênteses que antecedem cada frase, um numero de 1 a 5, que melhorrepresenta sua resposta.

1 = muito insatisfeito 2 = insatisfeito 3 = nem satisfeito nem insatisfeito 4 = satisfeito 5 = muito satisfeito EU ME SINTO... 1. ( ) Com a minha disposição física 2. ( ) Com o relacionamento atual que tenho com minha família 3. ( ) Com a forma como as pessoas me tratam atualmente 4. ( ) Com o meu atual padrão de vida: as coisas que posso comprar e fazer 5. ( ) Com a minha capacidade de fazer as coisas que quero 6. ( ) Com as coisas que faço agora para me distrair 7. ( ) Com o que o futuro parece reservar para mim. 8. ( ) Com a minha aparência física atual 9. ( ) Com o meu trabalho atual 10. ( ) Com a minha vida afetiva no presente momento 11. ( ) Com a roupa que tenho condições de comprar atualmente 12. ( ) Com as minhas atuais obrigações diárias 13. ( ) Com o tempo que tenho atualmente para descansar 14. ( ) Com o dinheiro que disponho atualmente para suprir minhas necessidades 15. ( ) Com o que eu já consegui realizar em toda minha vida

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ANEXO IV

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Estamos convidando você para participar do estudo:Bem-estar subjetivo de genitores e prevalência do diagnóstico

psiquiátrico das crianças, que tem por objetivo Identificar relações entre bem-estar subjetivo de genitores e doenças

psiquiátricas/psicológicas de crianças, sendo esta uma pesquisa de Mestrado. Sem sua participação ele não pode acontecer,

pois precisamos de resposta dos pais de crianças. Se você concordar em participar, sua participação no estudo consistirá em

responder a um questionário. Isto poderá lhe trazer um pequeno desconforto, mas não traráriscos para sua saúde. Suas

respostas não trarão prejuízos para você nem para o tratamento de seu (sua) filho ou filha. Você gastará um pouco de seu

tempo para responder e por isto eu lhe sou muito agradecida. Asseguro-lhe total sigilo sobre as respostas contidas no

questionário. Elas serão analisadas coletivamente de forma a reunir todos os participantes que responderem. Você ou seu

filho ou filha não serão identificados de maneira nenhuma. Os dados serão publicados em forma de artigo científico sem

identificar você.Se tiver dúvidas, estamos aqui para esclarecer!!! Por favor, fique à vontade e pergunte!

Caso concorde em participar, você deverá assinar este TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO (TCLE) em anexo em duas vias:uma será arquivada por você e outra pela pesquisadora. Por favor, depois

de assiná-lo, o entregue para aplicadora. Depois de responder ao questionário, também o entregue para a pesquisadora. Bem,

se você concordar voluntariamente em participar, por favor, avise a aplicadora e ela lhe entregará o TCLE e um questionário

ao qual você pode responder sozinho(a), lendo as instruções. Como a sua participação na pesquisa não implica em custos,

despesas, danos ou represálias para você, não estão previstas formas de ressarcimento nem de indenização. Como o estudo

não inclui em seus procedimentos nenhum tipo de tratamento, não estão previstos acompanhamentos e assistência. Como

método alternativo ao questionário, poderia ser realizada uma entrevista. Optei pelo questionário porque o modo como estou

fazendo garante maior sigilo e privacidade às suas respostas. Eu, Elaine Cristina Pedrão dos Santos, pesquisadora responsável

pelo estudo, me coloco à disposição para maiores esclarecimentos sobre sua participação e me comprometo a zelar pelo

cumprimento de todos os esclarecimentos prestados neste documento, este documento é emitido em duas vias, sendo uma da

pesquisadora e outro doparticipante Você tem total liberdade para se recusar a participar da pesquisa, bastando que não

responda ao questionário. Isto não prejudicará o tratamento de seu filho ou de sua filha.

Se você concordar em participar, por favor, assine abaixo depois da linha e date.

Mestranda Elaine Cristina Pedrão dos Santos- Rua Santa Catarina, nº55 sala 60 Centro- São Caetano do Sul - SP CEP: 09520-310 Telefone: (11) 96858-0880 Comitê de Ética em Pesquisa- Rua Alfeu Tavares, 149 Rudge Ramos - São Bernardo do Campo - SP CEP: 09641-000 Telefone: (11) 4366-5814

Elaine Cristina Pedrão dos Santos- Mestranda da Universidade Metodista de São Paulo/Mestrado em Psicologia

Eu, _________________________________________________________ , CPF no.

_____________________________consinto de minha livre e espontânea vontade em participar do estudo Bem-estar

subjetivo de genitores e prevalência do diagnóstico psiquiátrico das crianças.

_______________________, ________/_________/_2013.

local data

______________________________________________________________

Assinatura do participante da pesquisa

Documento de identificação (RG):____________________