Universidade Lusófona Observador Consultivo da CPLP ... · Portuguesa, de 16 de Julho findo, em...

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241 A Universidade Lusófona tornou-se a primeira Universidade admitida na CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa como Observador- Consultivo. Após decisão tomada no Conselho de Ministros da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, de 16 de Julho findo, em Bissau, e incluída na Declaração, aprovada pela Conferência de Chefes de Estado e de Governo, no dia seguinte. A Universidade Lusófona passa assim a ter direito a assistir a reuniões de carácter técnico, que se afigurem de interesse para os objectivos que prossegue, bem como a receber cópia das decisões tomadas nas Conferências de Chefes de Estado e de Governo e do Conselho de Ministros. A categoria de Observador Consultivo da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa é atribuída a organizações da sociedade civil interessadas nos objectivos prosseguidos pela CPLP, designadamente através do respectivo envolvimento em iniciativas relacionadas com acções especificas no âmbito da Organização. A Universidade Lusófona vê assim consagrado o seu papel relevante no âmbito do ensino, da investigação e da promoção social, no âmbito dos Países de Língua Portuguesa e alcança um lugar pioneiro dentre as universidades dos Países de Língua Portuguesa. Universidade Lusófona Observador Consultivo da CPLP: Comunidade Dos Países de Língua Portuguesa RES - PUBLICA Revista Lusófona de Ciência Política e Relações Internacionais 2007, 5/6 pp. 241 - 249 Esmeraldo Azevedo - U.L.H.T.

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A Universidade Lusófona tornou-se a primeiraUniversidade admitida na CPLP – Comunidade dosPaíses de Língua Portuguesa como Observador-Consultivo.

Após decisão tomada no Conselho de Ministrosda CPLP – Comunidade dos Países de LínguaPortuguesa, de 16 de Julho findo, em Bissau, e incluídana Declaração, aprovada pela Conferência de Chefesde Estado e de Governo, no dia seguinte.

A Universidade Lusófona passa assim a ter direitoa assistir a reuniões de carácter técnico, que seafigurem de interesse para os objectivos queprossegue, bem como a receber cópia das decisõestomadas nas Conferências de Chefes de Estado e deGoverno e do Conselho de Ministros.

A categoria de Observador Consultivo da CPLP– Comunidade dos Países de Língua Portuguesa éatribuída a organizações da sociedade civilinteressadas nos objectivos prosseguidos pela CPLP,designadamente através do respectivo envolvimentoem iniciativas relacionadas com acções especificasno âmbito da Organização.

A Universidade Lusófona vê assim consagrado oseu papel relevante no âmbito do ensino, dainvestigação e da promoção social, no âmbito dosPaíses de Língua Portuguesa e alcança um lugarpioneiro dentre as universidades dos Países de LínguaPortuguesa.

Universidade Lusófona Observador Consultivo da CPLP:Comunidade Dos Países de Língua Portuguesa

RES - PUBLICARevista Lusófona

de Ciência Políticae Relações Internacionais

2007, 5/6pp. 241 - 249

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poderá encontrar uma ajuda insubstituível para lançarum olhar sobre o caminho percorrido e projectar osseus próximos passos. A esse respeito, o Protocolopoderá revelar-se instrumento privilegiado.

Espero, por outro lado, que a cooperação queagora se vai formalizar se possa brevemente estendera outras instituições com as quais a CPLP temrelações privilegiadas, como o Instituto Internacionalda Língua Portuguesa e o Conselho Empresarial daCPLP.

Como membro da Associação de Universidadesde Língua Portuguesa, com a qual a CPLP seencontra igualmente ligada por um Protocolo deCooperação, a Universidade Lusófona será, por outrolado, uma parceira importante na materialização doobjectivo comum de construir até 2014 um Espaçodo Ensino Superior da CPLP, de acordo com aDeclaração de Fortaleza assinada há um ano pelosMinistros da Educação dos países da CPLP. ADeclaração aposta no estímulo à qualidade dasformações oferecidas no âmbito da CPLP e aoreconhecimento mútuo e internacional; na promoçãoda mobilidade dos estudantes, docentes, inves-tigadores e técnicos; na cooperação no domínio daestrutura das formações superiores; e no incentivo àparticipação das instituições da CPLP em programasrelevantes de outras comunidades de países.

A Declaração, reconhecendo um papel central àAssociação das Universidades de Língua Portuguesana concretização dos objectivos com a construçãodo Espaço do Ensino Superior da CPLP, abrecaminho, não só à intensificação da cooperação entreas instituições do Ensino Superior dos nossos paísescomo a uma colaboração proveitosa com instituiçõesde outros espaços geo-políticos. A este respeito,parece natural que encontrando-se em marcha oProcesso de Bolonha e sendo a Lusófona uma dasvozes que com mais veemência se tem pronunciadoa favor da sua concretização não só em Portugalcomo no espaço de língua portuguesa, ela participede forma dinâmica no seio da AULP na definiçãodas vias mais adequadas para a se chegar a esse

espaço do ensino superior da CPLP, incorporando osganhos de Bolonha.

Neste e noutros domínios abre-se às nossas duasinstituições um vasto campo de colaboração que épreciso cultivar.

Empenhar-nos-emos para que, em futuro nãomuito distante, os cidadãos da nossa Comunidadepossam dele colher os primeiros frutos.

Muito obrigado

Intervenção do Magnifico Reitor da ULHT,Prof. Doutot Fernando dos Santos Neves, noacto de assinatura do Protocolo de Cooperaçãocom a CPLP

Recorrentemente tenho afirmado, oralmente e porescrito (e, não obstante todas as mortes anunciadasda «Galáxia de Gutenberg», ainda continuam a fazer--se «Salões e Feiras do Livro» e muitos ainda vãorecordando a velha sentença latina: «Verba volant,scripta manent!»...) que, até por ter nascido nomomento (que esperemos venha a tornar-se ummomento histórico!) da criação da CPLP –Comunidade dos Países e Povos de LínguaPortuguesa, a ULHT - a Universidade Lusófona deHumanidades e Tecnologias gostaria que tivessemcada vez mais razão os que dizem que ela constitui«a Universidade Certa na Hora Certa para aLusofonia Certa!»

Neste momento (de que também esperamos quea história venha a falar!) de assinatura do protocolode colaboração e parceria, entre a C.P.L.P. e aU.L.H.T., de alguma maneira e sem esquecer que amoderna epistemologia das ciências proíbe todos osparoquialismos e separatismos provincianos e apontacomo unicamente válidos os caminhos sistémicos dainter e da transdisciplinaridade, quase poderíamosdizer que, relativamente ao projecto da Lusofonia (umprojecto essencial ao projecto simplesmente humano!),

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personagens de última hora a pôr-se em bicos de pése a prestarem-se a injustificados relevos.

O abaixo-assinado, autor da Declaração deLuanda sobre a criação do ELES- Espaço Lusófonodo Ensino Superior desde já declara que nãoreclamará nenhuns direitos de autor e tudo fará paraque o projecto, na linha do que tem dito e escritosobre a própria CPLP, não seja mais um projectosimplesmente retórico, mas vivamente nasça, cresça,floresça e frutifique.

Por exemplo, que virão a ser os ainda nos últimosdias, em Sevilha, tão celebrados «Espaço Ibero-Americano de Ensino Superior» (EIAES) e «PortalUniversia» (iniciativa do Banco Santander), sem aexistência real dum “Espaço Lusófono de EnsinoSuperior” (ELES)? «Caveant... Lusophoni»!

Senhoras e Senhores,Quando é que todos os Países e Povos

(incluindo, obviamente, os Estados e osGovernos e a CPLP e a ULHT!) de LínguaPortuguesa entenderão, finalmente, que todoseles ou serão lusófonos ou nunca serão denenhum modo?

Concluamos muito biblicamente: «Quem temouvidos, para mim, que ouça!». Estarmos aqui, asDirecções da CPLP– Comunidade dos Países ePovos de Língua Portuguesa e da ULHT –Universidade Lusófona de Humanidades eTecnologias significa que, ao menos nós, biblicamente,quer dizer, eficazmente, ouvimos.

E, juntando ao génio de Fernando Pessoa o génioda Canção Popular Brasileira, eu termino da maneiramais poética, mais utópica e mais realista possível:

«Vem, vamos embora que esperar não ésaber Quem sabe faz a hora não esperaacontecer » (Geraldo Vandré)

«É a Hora!» (Fernando Pessoa)

Fernando dos Santos NevesReitor da Universidade Lusófona de Humanidades eTecnologias

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