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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF
ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA - EEAAC
MESTRADO ACADÊMICO EM CIÊNCIAS DO
CUIDADO EM SAÚDE – MACCS
JULIANA DA COSTA SILVA
ESTILO DE VIDA DE PESSOAS COM ÚLCERA VENOSA: IMPLICAÇÕES PARA O
CUIDADO EM SAÚDE
Niterói, RJ
2015
JULIANA DA COSTA SILVA
ESTILO DE VIDA DE PESSOAS COM ÚLCERA VENOSA: IMPLICAÇÕES PARA O
CUIDADO EM SAÚDE
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-graduação Mestrado Acadêmico
Ciências do Cuidado em Saúde da
Escola de Enfermagem Aurora de
Afonso Costa da Universidade Federal
Fluminense como requisito parcial à
obtenção do título de Mestre.
Orientador:
Profº. Dr. Enéas Rangel Teixeira
Niterói, RJ
2015
JULIANA DA COSTA SILVA
ESTILO DE VIDA DE PESSOAS COM ÚLCERA VENOSA: IMPLICAÇÕES PARA O
CUIDADO EM SAÚDE
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________________
Profº Dr. Enéas Rangel Teixeira – UFF
Orientador
__________________________________________________________
Profª Dr. Marléa Chagas Moreira - UFRJ
1º Examinador
_________________________________________________________
Profª Dr. Donizete Vago Daher – UFF
2º Examinador
___________________________________________________________
Profª Dr. Fátima Helena do Espírito Santo - UFF
Suplente
________________________________________________________
Profª Dr. Tânia Lima - UERJ
Suplente Externo
Niterói, RJ
2015
S 586 Silva, Juliana da Costa.
Estilo de vida da pessoa com úlcera venosa: implicações no
cuidado com a saúde. / Juliana da Costa Silva. – Niterói: [s.n.],
2015.
105 f.
Dissertação (Mestrado Acadêmico Ciências do Cuidado
em Saúde) - Universidade Federal Fluminense, 2015.
Orientador: Profº. Enéas Rangel Teixeira.
1. Enfermagem. 2. Úlcera varicosa. 3. Estilo de vida. 4.
Cuidado. I. Título.
CDD 610.73
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todas as pessoas que acreditam no crescimento humano, na
transformação, na fé e no amor.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por permitir que mais um tijolinho do “Arco do Triunfo” da
minha vida profissional fosse inserido. Agradeço pelo dom da vida, perseverança e dedicação
para realização deste trabalho.
Pela minha mãe, que desde o início apoiou totalmente em mais uma caminhada. Pelas
orações, pela paciência em ouvir, orientar e acalentar nos momentos mais difíceis.
À minha irmã Luciana, que sempre esteve ao meu lado em todos os momentos que diz
respeito aos estudos e crescimento profissional e também com seu exemplo de fé e
perseverança.
Ao meu irmão Murilo que me ajudou nos procedimentos estatísticos aos quais foram
utilizados neste trabalho.
Aos meus amigos de infância do 1º Grau que nos momentos mais turbulentos trouxeram
palavras de alegria através do nosso grupo no WhatsApp.
Aos mestres que nos acolheram durante os dois anos de curso, souberam transmitir seus
conhecimentos, práticas, aos quais levarei por toda minha vida profissional.
À Professora Sidênia Alves Sidrião, que me encontrou em um momento muito complicado de
minha vida e durante uma conversa, orientou-me a procurar o mestrado acadêmico. Muito
obrigada!
À Prof. Donizete Vago Daher que desde a graduação está presente como grande exemplo de
professora e como amiga. E que generosamente aceitou orientar e ajudar na preparação do
projeto para o ingresso no mestrado acadêmico. Obrigada por fazer parte da banca e da
minha vida.
Ao Prof. Dr. Enéas Rangel Teixeira que está presente em minha vida desde o 3º período da
graduação como professor e orientador durante dois anos como bolsista de pesquisa e que
com carinho aceitou ser meu orientador para não perder a oportunidade de ingressar no
mestrado. Obrigada pela paciência, afeto e tranquilidade. Seus conhecimentos, experiências
contribuíram e contribuirão para meu crescimento profissional como pesquisadora e como
indivíduo. Sinto-me presenteada por ter sido orientanda deste grande mestre.
À Prof. Marlea Chagas Moreira que aceitou participar da banca do projeto. Obrigada pelo
seu carinho, atenção e contribuições para pesquisa. Espero contar sempre com você.
À Prof. Fátima Helena do Espírito Santo que desde o 6º período na disciplina saúde o adulto
e idoso I mostrou-me como assistir ao paciente de maneira integral. Obrigada por nos ajudar
nos momentos mais turbulentos durante o mestrado. E ganhei mais uma amiga em meio aos
passeios e aventuras pelas ruas de Paris - França e Vitória Gasteiz – Espanha (novembro –
2014).
À Prof. Tânia Lima que muito contribuiu em minha caminhada na pós em Estomaterapia na
Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ
Aos secretários da pós-graduação, em especial o Leandro, que prontamente ajudaram-nos
em todas as nossas necessidades.
Aos seguranças da Escola que sempre nos receberam com sorriso no rosto. Obrigada pela
dedicação em seu serviço.
Aos profissionais responsáveis pelos serviços gerais da Escola que mantiveram o espaço
agradável para a realização de nossas atividades e estudos.
À direção da Escola e a coordenação do curso de pós graduação – mestrado acadêmico,
obrigada pela dedicação, carinho, organização e respeito.
Aos diretores das Policlínicas eleitas, agradeço pela disponibilidade e permissão para o
desenvolvimento do estudo.
Aos profissionais do NEPPS, em especial ao Marcio, que articulou e agilizou minha entrada
nas policlínicas de saúde.
Aos amigos Padre Julio, Diácono Renato e Seminarista Bruno que confiaram à coordenação
do ministério jovem da Matriz de São Geraldo em minhas mãos, que me acolheram com
carinho e afeto, puderam compreender os momentos de ausência das atividades paroquiais
na reta final para o término da dissertação.
Aos participantes do ministério jovem, obrigada pela presença de todos vocês em minha vida.
À amiga Raquel Trindade. Mais do que amiga, uma irmã, pela presença real em todos os
momentos da minha vida, sejam eles alegres ou triste. Obrigada por tudo!
Às minhas cachorrinhas Danna e Luna, que fizeram companhia nas longas madrugadas em
preparação para o ingresso do mestrado e ao longo do curso.
Aos gatinhos Frajola e Pretinha, que nesta reta final foram meus companheiros de
dissertação. Obrigada pela companhia nas madrugadas de pesquisa, estudo e produção.
EPÍGRAFE
“[...] porém, se tivermos fé, uma porta sempre será aberta para nós, não talvez aquela sobre
a qual nós mesmos nunca pensamos, mas aquela que definitivamente se revelará boa para
nós”.
A.J CORIN (Johnson, 2003).
SILVA, J. C. Estilo de vida de pessoas com úlcera venosa: implicações para o cuidado em
saúde. Niterói, 2015, 103 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico Ciências do Cuidado em
Saúde). Departamento de Enfermagem, Universidade Federal Fluminense – UFF.
RESUMO
Ainda nos dias atuais úlcera venosa é considerada como um problema de saúde pública
causando prejuízos na vida do indivíduo que a possui e para a economia do país. Contudo, é
notória a preocupação por parte da comunidade científica quanto ao estímulo às pesquisas
com especialidades focadas para o desenvolvimento de produtos cada vez mais eficazes
vislumbrando o processo de cicatrização e a cura. Independente da faixa etária acometida, a
ferida pode gerar situações limitantes como odor, dor, a falta de mobilidade, interferindo
assim no desenvolvimento de suas atividades diárias, podendo levar à exclusão social e a
solidão. Assim, definimos como objeto de estudo: O estilo de vida de pessoas com úlcera
venosa e suas implicações no cuidado em saúde. Como problema de pesquisa, apresentamos o
seguinte questionamento: de que maneira o estilo de vida interfere no cuidado com a saúde da
pessoa com úlcera venosa? Como questões de pesquisa: o estilo de vida adotado pelo
indivíduo pode ser um fator que contribui para o desenvolvimento de úlcera venosa? Quais as
formas do cuidado com saúde realizada pela pessoa com úlcera venosa? A pessoa com úlcera
venosa necessita de cuidados apropriados e de forma resolutiva, com vista ao
restabelecimento da saúde e o retorno as suas atividades cotidianas, pois o desenvolvimento
da ferida pode trazer implicações aos usuários em relação ao tempo de cicatrização, refletindo
em sua qualidade de vida além dos gastos aos cofres públicos. Como objetivos da pesquisa:
Descrever as características socioculturais da pessoa com úlcera venosa e discutir a
repercussão da úlcera venosa no do estilo de vida da pessoa com a ferida. Trata-se de uma
pesquisa quantitativa, um estudo observacional do tipo transversal com análise descritiva.
Trinta e cinco pessoas participaram da pesquisa respondendo um formulário com perguntas
fechadas apresentando os seguintes: dados sócio demográficos, doenças pregressas, exame
físico, crenças e religiosidade, residência (condições de moradia), integridade
tissular/avaliação da ferida, palpação do pulso pedioso, como são realizados os curativos
pelos sujeitos, aspectos relacionas, auto imagem corporal; todos com úlcera venosa, com
idade entre 21 e 84 anos, moradores do município de Niterói- RJ, atendidos nas salas de
curativos de duas Policlínicas de Saúde deste município. A escolha dos participantes ocorreu
de forma probabilística casual, sem distinção de sexo. Os dados foram analisados através do
programa estatístico R. Trata-se de um sistema o qual foi desenvolvido a partir da linguagem
S (que também é usada numa versão comercial (o S-Plus). Com posse dos resultados obtidos,
foi observado que 80% dos participantes apresentam úlcera venosa somente e 20% úlcera
mista (arterial e venosa). Com relação às atividades laborais, 48,5% afirmam que estão aptos
para realização do seu labor e 51,5% abandonaram seus empregos após o desenvolvimento da
ferida. O estilo de vida adotado pode ser um fator colaborador para a manutenção de uma vida
saudável, pois a maioria dos sujeitos compreende a sua importância. Todavia, a desgastante
jornada de trabalho vivenciada pelos indivíduos, pouco favorece para a realização de
atividade física e para adoção de uma dieta balanceada. O presente estudo buscou
compreender o estilo de vida e suas implicações no cuidado em saúde da pessoa com úlcera
venosa, com o intuito de contribuir para a ampliação de estudos focados nesta temática
colaborando para formação e informação de enfermeiros, proporcionando o aprimoramento de
seus conhecimentos, promovendo assim uma assistência holística e integral.
Descritores: enfermagem, úlcera venosa, estilo de vida, cuidado
SILVA, J. C. Estilo de vida de pessoas com úlcera venosa: implicações para o cuidado em
saúde. Niterói, 2015, 103 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico Ciências do Cuidado em
Saúde). Departamento de Enfermagem, Universidade Federal Fluminense – UFF.
ABSTRACT
Still nowadays Ulcus Cruris is considered as a public health problem causing damages in the life
of the individual who has and for the country's economy. However, it is notorious the concern on
the part of the scientific community regarding the stimulus to research with specialities focused
to the development of increasingly effective products glimpsing the healing process and the cure.
Regardless of the age group affected, the wound can generate limiting situations such as odor,
pain, lack of mobility, thus interfering in the development of their daily activities, and can lead to
social exclusion and loneliness. Thus, we define as object of study: the lifestyle of people with
venous ulcer and its implications on health care. As a search problem, We present the following
question: how lifestyle interferes with the person's health with Ulcus Cruris? As research issues:
the lifestyle adopted by the individual may be a factor that contributes to the development of
venous ulcer? What forms of health care held by the person with Ulcus Cruris? The person with
Ulcus Cruris requires proper care and determined manner, with a view to the restoration of
health and return their daily activities, because the development of the wound can bring users
implications in relation to healing time, reflecting on their quality of life than spending to the
public coffers. Research objectives: Describe the socio-cultural characteristics of the person with
Ulcus Cruris and discuss the impact of the Ulcus Cruris in the lifestyle of the person with the
wound. It is a quantitative research, an observational study of transverse type with descriptive
analysis. Thirty-five people participated in the survey by answering a form with close-ended
questions showing the following: socio demographic data, prior diseases, physical exam, beliefs
and religiousness, residence (housing conditions), tissue integrity/evaluation of the wound,
palpation of pulse pedioso, as are the bandages by subject, body image, auto-related aspects; all
with Ulcus Cruris, aged 21 and 84 years, residents of the municipality of Niterói-RJ, served in
the dressing rooms of two Polyclinics of Health of this municipality. The choice of participants
of probabilistic form occurred irrespective of casual sex. Data were analyzed through the
statistical program R. This system which was developed from the S language (which is also used
in a commercial version (S-Plus). With the obtained results, it was observed that 80% of the
participants present and only 20% venous ulcer Ulcer (arterial and venous) joint. With respect to
industrial activities, 48.5% claim they are able to perform your labor and 51.5% abandoned their
jobs after the development of the wound. The lifestyle adopted may be a contributor to the
maintenance of a healthy life, because most guys understand its importance. However, the
exhausting journey of work experienced by individuals, little favors for the realization of
physical activity and a balanced diet. The present study sought to understand the lifestyle and its
implications in the health care of the person with Ulcus Cruris, in order to contribute to the
expansion of studies focused on this theme collaborating to training and information of nurses,
providing improved their knowledge, thereby promoting a holistic and integral assistance.
Keywords: Nursing, Ulcus Cruris, lifestyle, care.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................ 13
1.1 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO................................................................................... 18
2 REFERENCIAL CONCEITUAL .................................................................................... 19
2.1 CAPÍTULO I ................................................................................................................... 19
2.1.1 O CUIDADO E O CUIDADO DE ENFERMAGEM À PESSOA COM ÚLCERA
VENOSA .............................................................................................................................. 19
2.1.2 ESTILO DE VIDA E O AUTOCUIDADO DA PESSOA COM ÚLCERA VENOSA
21
2.1.3 ESTADO DA ARTE .................................................................................................... 25
3 METODOLOGIA................................................................................................................ 29
3.1 LOCAL DA PESQUISA ................................................................................................ 30
3.2 COLETA E PROCESSAMENTO DE DADOS............................................................. 31
3.3 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ........................................................................................ 35
4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS ................................................................................... 37
5 DISCUSSÃO DOS ACHADOS ..................................................................................... 71
6 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 83
7 BIBIOGRAFIA ................................................................................................................ 86
8 ANEXOS .......................................................................................................................... 98
8.1 PARECER CONSUBSTANCIADO - COMITÊ DE ÉTICA ..................................... 99
9 APÊNDICES .................................................................................................................... 100
9.1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .................................. 101
9.2 FORMULÁRIO DA PESQUISA..........................................................................102
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Gráfico 1: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas ao estado civil, Niterói -
RJ
Gráfico 2: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada quanto ao sexo, Niterói - RJ
Gráfico 3: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas aos filhos, Niterói - RJ
Gráfico 4: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto ao nível de
escolaridade, Niterói - RJ
Gráfico 5: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto às doenças
pregressas, Niterói - RJ
Gráfico 6: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto à etnia, Niterói - RJ
Gráfico 7: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto ao consumo de
bebida alcoólica, Niterói - RJ
Gráfico 8: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto aos hábitos ao uso
de tabaco, Niterói, RJ
Gráfico 9: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto aos hábitos
alimentares, Niterói - RJ
Gráfico 10: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto ao padrão do
sono, Niterói - RJ
Gráfico 11: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto ao tipo de
caminhada, Niterói - RJ
Gráfico 12: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto a classificação do
IMC, Niterói - RJ
Gráfico 13: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto ao número de
consultas realizadas, Niterói - RJ
Gráfico 14: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto aos padrões
referentes ao Critério Brasil, Niterói – RJ
Gráfico 15: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada quanto ao tipo de ferida
desenvolvida, Niterói - RJ
Gráfico 16: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto ao tempo da
ferida, Niterói - RJ
Gráfico 17: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto ao estadiamento
da ferida, Niterói - RJ
Gráfico 18: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto a classificação
RYB, Niterói - RJ
Gráfico 19: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto ao aspecto das
bordas da ferida, Niterói - RJ
Gráfico 20: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto a dimensão da
ferida, Niterói - RJ
Gráfico 21: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto ao odor
proporcionado pela ferida, Niterói - RJ
Gráfico 22: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto a cobertura
utilizada na ferida, Niterói - RJ
Gráfico 23: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto a frequência das
trocas de curativo, Niterói - RJ
Gráfico 24: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto a limpeza
realizada a ferida, Niterói - RJ
Gráfico 25: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto ao tipo de
produtos utilizados na ferida, Niterói - RJ
Gráfico 26: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada quanto as dificuldades
encontradas para realização do curativo, Niterói - RJ
Gráfico 27: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto ao significado da
ferida, Niterói - RJ
Gráfico 28: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto a dificuldade para
trabalhar após o desenvolvimento da ferida, Niterói - RJ
Gráfico 29: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto a dificuldade para
relacionar-se afetivamente, Niterói - RJ
Gráfico 30: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto a dificuldade para
realização de atividades físicas, Niterói - RJ
Gráfico 31: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto a dificuldade em
realizar atividade sexual, Niterói - RJ
Gráfico 32: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas ao incômodo causado
pelo odor da ferida, Niterói - RJ
Gráfico 33: Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas quanto a realização das
atividades diárias, Niterói - RJ
LISTA DE QUADROS E TABELAS
TABELA 1 – Classificação da obesidade segundo índice de massa corpórea (IMC) e risco de
doença, p. 40
TABELA 2 – Cortes do Critério Brasil, p.19
QUADRO 1 – Fórmula do cálculo amostral, p.33
http://www.mundoeducacao.com/upload/conteudo_legenda/99d8a771ba005a7bcce1370d9d559620.jpg
https://dascoisasquevivo.files.wordpress.com/2013/05/escrev1.jpg
1 INTRODUÇÃO
Cuidar é um ato inerente à vida, o qual está intimamente ligado com a manutenção
e sobrevivência dos indivíduos e tudo que possui vida. É um ato individual que prestamos
a nós mesmos, mas é igualmente um ato de reciprocidade que prestamos a outra pessoa,
sendo temporário ou definitivo (COLLIÈRE, 2001). Com o passar do tempo, a necessidade
de promover a vida e preservar a saúde tornou-se uma ação extremamente importante e foi
se aperfeiçoando com o tempo. Diante desse processo, a enfermagem vem mostrando em
sua trajetória profissional, prática e saberes pautados e sustentados pela essência do ser
humano: o cuidado.
Ao desenvolver este estudo, percebi que o desejo de pesquisar sobre os cuidados
em saúde das pessoas com úlceras venosas recorda-me a uma experiência familiar, que
demandava atenção e cuidados contínuos. Lembro-me do meu avô, uma pessoa
compassado de guerras e combates humanos e espirituais que, mesmo apresentando uma
ferida em sua perna direita que não cicatrizava, que segundo relatos da família, fora
proveniente de uma picada de cobra , criou e cuidou de sua família e sempre disposto a
ajudar a qualquer pessoa que precisasse de seus cuidados e assistência. Repousando em sua
cama, aguardava a visita de seus filhos, netos, bisnetos e da tão temida e ao mesmo tempo
amiga e compassiva: a morte. Recebia assistência para os cuidados com a saúde e com a
úlcera venosa, mas nenhum produto utilizado promoveu a cicatrização da ferida. Em suma
ele foi provedor e cuidador de toda a família, mas não conseguia curar sua própria ferida.
Será que este homem, repleto de histórias, sobrevivente das duas temidas grandes
guerras pode ser comparado ao ser mitológico Quíron1 que mesmo com uma ferida que
1 Na Mitologia Grega, Quíron é conhecido como um dos deuses mais inteligentes o mais justo dos centauros. Nasceu da
união de Cronos e da ninfa Phylira, uma oceânide (ninfas inacessíveis do fundo do mar), filha de Oceano (representa
águas desconhecidas) e Tétis (filha de Urano e Gaia). Philyra, casou-se com Náuplio (filho de Poseidon e Amimone),
com quem teve vários filhos. A narrativa grega afirma que Cronos, apaixonou-se por Philyra. E que temendo represálias
de sua esposa Réia, uniu-se a Phylira sob a forma de cavalo, o que levou Quíron a nascer com o a metade do corpo
equino e a outra de homem. Quando nasceu, Philyra ficou tão triste com sua aparência que o abandonou. Por ser filho de
Cronos, Quíron pertencia a família divina de Zeus e era imortal, ao contrário dos outros centauros, que eram selvagens e
violentos (MOTT at al, 2012). Acompanhando Hércules em batalhas, este lança uma flecha que atinge o coração do
centauro Étalo e acidentalmente a coxa de Quirón. Esta, com um veneno muito forte, abriu-lhe uma ferida que nunca
cicatrizou, ficando assim conhecido como Curandeiro Ferido. Recolhido em sua gruta, Quíron tentou com todos os
unguentos sarar sua ferida, mas foi em vão. Assim, solicita a Zeus que lhe tire a imortalidade e a transfira para Prometeu.
não cicatrizava cuidava e curava feridas daqueles que procuravam sua assistência sem
conseguir tratar de sua própria?
Para cuidarmos do outro, é preciso conhecer nossas “feridas” que não estão
expostas, mas são percebidas quando somos incompreensíveis, impacientes e quando
agimos com pouca cordialidade para com aqueles que necessitam de nossa assistência.
Quais as feridas que precisamos cicatrizar para melhor cuidar do outro?
Perceber o que nos impede de realizar uma assistência de qualidade e compreender
as necessidades e formas de cuidado priorizadas pelo indivíduo levando em consideração
seu contexto sócio histórico cultural, são condições sinequa non para que o processo de
cuidar seja realizado de forma individual e holística.
Nessa perspectiva a ferida se refere a uma dimensão metafórica, repleto de
sentidos, portanto subjetiva e ao mesmo tempo, se objetiva em sinais pelo corpo, que
precisa se cuidado e tratado. Na dimensão humana, animal e espiritual fica difícil separar
as chagas da alma e do corpo, pois ambos são componentes e um mesmo processo,
construídos socialmente e culturalmente.
Desse modo o olhar desse estudo volta-se para as úlceras de perna de pessoas, que
precisam de cuidados, recuperação e, ao mesmo tempo, retomarem uma forma de vida
mais saudável e repleta de novos sentidos.
O indivíduo com lesão sente-se afetado e vivencia um descompasso em sua rotina.
Todavia por meio dos cuidados prestados em um curto ou longo prazo, após a cicatrização,
sua vida retorna ao ritmo normal. Em contra partida, quando uma ferida se desenvolve por
uma desordem do organismo com períodos de longa espera para cicatrização completa
(quando há), esta situação pode trazer implicações refletindo em sua qualidade de vida.
Destaca-se assim a importância de evidências científicas como subsídio para o cuidado aos
usuários com úlceras venosas, visto que as ações da prática devem ser por elas
fundamentadas, visando à promoção da segurança do paciente (SANT’ANNA, 2012).
Desta maneira, seu desejo de morrer seria realizado. Zeus, tomado de compaixão imortaliza Quíron na constelação de
Sagitário. O mito deste centauro demonstra que cada pessoa deve sentir sua própria dor para poder orientar melhor a
quem vai cuidar (CAIRUS et al, 2005).
Embora os dados brasileiros não sejam muito precisos, alguns autores estimam que
quase 3% da população nacional possuem um tipo de lesão que se eleva para 10% em
pessoas com diabetes, e que em torno de quatro milhões de indivíduos estejam acometidas
por lesões crônicas ou tenham algum tipo de complicação no processo de cicatrização, o
que requer dos profissionais não só maiores conhecimentos como também preparo para
lidar com esse tipo de problema (SILVA, 2009).
A úlcera venosa caracteriza-se pela perda circunscrita ou irregular do tegumento
(derme ou epiderme), podendo atingir a região subcutânea e tecidos subjacentes, a qual
acomete as extremidades dos membros inferiores e cuja causa está, geralmente,
relacionada ao sistema vascular arterial ou venoso (BRASIL, 2008). Esta doença é
reconhecida como uma alteração crônica ao nível de pele e subcutâneo apresentada em
pacientes com hipertensão venosa de longa duração, liderando a maior parte dos casos
principalmente com a presença de refluxo e/ou obstrução ao nível do sistema venoso
profundo que geralmente torna-se consequência de um episódio de trombose venosa
profunda prévia (PRADINES, 2014).
Independente da faixa etária acometida, observamos impactos para os aspectos
físicos e psicossociais, como a dor, dificuldades para locomoção, limitações no trabalho
doméstico, impedimento de realizar atividades sociais, vergonha de expor as pernas,
limitações para prática de esportes, lazer e restrições na vida conjugal, necessitando assim
de cuidados apropriados de forma resolutiva, visando o restabelecimento da saúde e seu
retorno aos afazeres diários (SILVA, 2011).
Conhecer a origem do indivíduo, seus costumes, seu estilo de vida e cultura,
permite que compreendamos a gênese do significado do cuidado para este sujeito, onde
serão apresentados subsídios para a criação de um plano de cuidado mais humanizado.
O conceito de estilo de vida passou a ser adotado para explicar a ocorrência de
agravos à saúde, nos quais o modo de vida do sujeito tem um papel importante no
desenvolvimento ou não de patologias, podendo ser resultado de formas pouco saudáveis
de viver, sendo compreendido como os hábitos e expressões vivenciadas pelo sujeito. As
formas de vida da pessoa variam de acordo com o grupo social e cultural em que está
inserida, determinando assim seu hábito de vida, os quais poderão estar relacionados aos
possíveis fatores de riscos, como tabagismo, etilismo, alimentação inadequada,
sedentarismo e estresse, tornando-se formas adaptativas do sujeito diante das tensões do
seu cotidiano (TEIXEIRA, 2006).
Diariamente somos convidados a cuidar da nossa saúde e promover atividades que
nos trazem alegria e conforto, as quais configuram no autocuidado, apresentando-se como
uma prática de ações iniciadas e executadas pelos indivíduos em seu próprio benefício para
a manutenção da vida e do bem-estar. Contudo, quando esta ação não pode ser executada
pelo indivíduo, há necessidade da participação do profissional de saúde em uma postura
dialógica baseado na percepção da pessoa sobre seus problemas, para que sua condição
seja percebida como prioridade a ser trabalhada, superada ou manejada (BRASIL, 2014).
Os hábitos de vida da sociedade moderna, caracterizados pela realização de uma
dieta não balanceada e reduzida prática de exercícios físicos, têm trazido numerosas
implicações para a saúde da população, com aumento da ocorrência de doenças crônicas
(COSTA, 2011).
O cenário atual do nosso país caracteriza-se pelo aumento de doenças crônicas não
transmissíveis em consequência da adoção de estilo de vida pouco saudável relacionado
principalmente à alimentação inadequada e a falta de atividade física. (TOLEDO, 2013).
Devido ao processo de industrialização e globalização, a maioria dos sujeitos
compreende a importância de adotar um estilo de vida mais saudável, todavia, a
desgastante jornada de trabalho vivenciada por estes indivíduos, pouco favorece para
realização de atividade física e a manutenção de uma alimentação balanceada.
Além disso, alguns indivíduos apresentam dificuldades para pôr em prática e dar
continuidade às orientações realizadas pelos profissionais de saúde, principalmente por
demandarem mudanças nos hábitos de vida e alimentares (TOLEDO, 2013).
Neste contexto, a atenção Básica de Saúde propõe atitudes que auxiliam o
indivíduo nesta mudança, levando em consideração o ser humano em sua singularidade,
complexidade, integralidade e inserção sociocultural. Por conseguinte, busca-se promover
a saúde, prevenir e tratar enfermidades, além de reduzir danos ou sofrimentos que possam
comprometer suas possibilidades de um viver saudável (BRASIL, 2006).
Boff (1999) enfatiza que o cuidado em excesso imobiliza o ser humano e o faz
privar-se de certas coisas em razão deste, assim como o descuido leva ao desprendimento,
à desordem da situação. Portanto, o cuidado deve ter um ponto de equilíbrio entre o zelo e
a carência em demasia para que o indivíduo seja capaz de se autocuidar.
Segundo Orem (1995), autocuidado é o desempenho ou a prática de atividades que
os indivíduos realizam em seu benefício para manter a vida, a saúde e o bem estar. Quando
o autocuidado é efetivamente realizado, a integridade estrutural e funcionamento humano
são mantidos, contribuindo para o desenvolvimento humano.
O presente estudo busca compreender algumas problemáticas que tangem o
processo do cuidado em saúde e o estilo de vida de pessoas com úlcera varicosa,
contribuindo assim para a ampliação de estudos focados nesta temática colaborando para
formação e informação de enfermeiros, proporcionando o aprimoramento de seus
conhecimentos, promovendo assim uma assistência mais eficaz aos indivíduos que
necessitam de cuidados mais específicos.
Assim, definimos como objeto de estudo: O estilo de vida de pessoas com úlcera
venosa e suas implicações no cuidado em saúde.
Como problema de pesquisa, apresentamos o seguinte questionamento: de que
maneira o estilo de vida interfere no cuidado com a saúde da pessoa com úlcera venosa?
Serão tratadas as seguintes questões de pesquisa: o estilo de vida adotado pelo
indivíduo pode ser um fator que contribui para o desenvolvimento de úlcera venosa? Quais
as formas do cuidado com saúde realizada pela pessoa com úlcera venosa?
A pessoa com úlcera venosa necessita de cuidados apropriados e de forma
resolutiva, com vista ao restabelecimento da saúde e o retorno as suas atividades
cotidianas, pois o desenvolvimento da ferida pode trazer implicações aos usuários em
relação ao tempo de cicatrização, refletindo em sua qualidade de vida além dos gastos
desnecessários aos cofres do sistema público de saúde.
Assim, os objetivos da pesquisa são: Descrever as características socioculturais da
pessoa com úlcera venosa; discutir a repercussão da úlcera venosa no do estilo de vida da
pessoa com ferida crônica.
Apesar da relevância da doença, pouco se conhece sobre sua real distribuição na
população brasileira, ou mesmo nas diferentes regiões do país (SILVA, 2011).Poucos
estudos indicam dados fidedignos da ocorrência de úlceras venosas, bem como tratamento
em ambulatórios de unidades básicas de saúde e/ou hospitais, principalmente o número de
indivíduos que tiveram as feridas cicatrizadas após o uso de alguma terapia medicamentosa
ou não, como por exemplo a câmara hiperbárica, acupuntura, entre outras.
As úlceras varicosas constituem-se um sério problema de saúde publica, em função
do grande numero de pessoas acometidas, por necessitar de cuidados em saúde, provocar
ausência do trabalho ou perda do emprego, contribuindo para onerar o gasto público, além
de provocar o sofrimento das pessoas e a interferência em sua qualidade de vida (BRASIL,
2008). Não há uma estimativa exata do número de indivíduos com úlceras venosas, no
entanto uma revisão de literatura evidenciou que, em países europeus, essa prevalência
varia entre 0,11% e 4,3%. No Brasil, esses dados não são bem conhecidos, entretanto um
estudo epidemiológico de alterações venosas de MMII da população de Botucatu (São
Paulo) estimou uma prevalência de 1,5%, enquanto outro estudo realizado no Rio Grande
do Norte encontrou prevalência de 0,36/1.000 (BORGES, et al, 2007).
O presente estudo teve como proposta contribuir para a ampliação dos
conhecimentos focados nesta temática, vislumbrando aprimorar as práticas na área da
enfermagem, contribuindo para a formação e informação de enfermeiros; compreender
algumas problemáticas que tangem o processo do autocuidado e do estilo de vida de
pessoas com úlceras venosas, com intuito em reduzir possíveis agravos que poderão ou não
desencadear o desenvolvimento de doenças crônicas, orientar quanto às formas de
reabilitação, auxiliando o indivíduo ao retorno de suas atividades laborais, de lazer e ao
convívio social.
Por fim, o estudo contribui para reforçar e socializar as produções do Núcleo de
Pesquisa em Cuidados em Saúde e Subjetividade na Perspectiva Transdisciplinar da Escola
de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense.
1.1 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO
Ainda nos dias atuais, a úlcera venosa apresenta-se como um importante problema
de saúde pública, podendo afetar diretamente no cotidiano do indivíduo que a possui,
comprometendo a realização de suas atividades diárias e seu convívio social.
Na Europa e Austrália, a incidência varia de 0,3% a 1% da população total,
enquanto que, mundialmente, gira em torno de 2,7%. Quando as pesquisas abrangem
úlceras ativas e cicatrizadas, a prevalência varia de 1% a 1,3%. (SILVA, 2012)
Embora os dados brasileiros não sejam muito precisos, alguns autores estimam que
quase 3% da população nacional possuem um tipo de lesão que se eleva para 10% em
pessoas com diabetes, e que em torno de quatro milhões de indivíduos estejam acometidas
por lesões crônicas ou tenham algum tipo de complicação no processo de cicatrização, o
que requer dos profissionais não só maiores conhecimentos como também preparo para
lidar com esse tipo de problema (SILVA, 2009).
Esse estudo pretende contribuir para a possibilidade de perceber as formas de
cuidado com a saúde estabelecido pelo indivíduo, principalmente à pessoa com úlcera
venosa, pois quando a ferida se instala, requer uma atenção e compreensão maior em torno
das dificuldades vivenciadas, já que a reabilitação, o retorno às atividades laborais, de
lazer, são de profunda importância para a recuperação e promoção da saúde deste
indivíduo. Assim, conhecendo a realidade e os riscos à saúde aos quais a pessoa com
úlcera venosa está exposta e o contexto social inserido, fornecerão subsídios para prática
de uma assistência de qualidade, integral, eficaz, visando a reabilitação e a prevenção de
agravos.
Além disso, o estudo visa colaborar para estimular a realização de pesquisas através
dos achados que subsidiaram o assunto abordado. Outrossim, que o desenvolvimento desta
pesquisa seja um instrumento motivador para a ampliação de novos estudos referentes à
temática abordada para melhor contribuir para as ciências do cuidado, para o ensino e
principalmente para assistência em saúde.
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REFERENCIAL CONCEITUAL
2. CAPÍTULO I
2.1 REFERENCIAL CONCEITUAL
Neste capítulo são descritos os principais conceitos que darão base ao estudo
proposto; como a necessidade do cuidado em saúde, o estilo de vida, as dificuldades na
mudança do hábito de vida, suas implicações no autocuidado, a participação da
enfermagem neste processo e as políticas públicas que subsidiam essas práticas.
2.1.1 O CUIDADO E O CUIDADO DE ENFERMAGEM
O cuidado é uma arte que precede todas as outras, e que sem a qual não seria
possível a existência. É a matriz de todas as criaturas. Embora inserida na vida de todos,
esta arte permanece ainda nos dias atuais tão desconhecida e pouco explorada
(COLLIÈRE, 2001). Cuidar permeia entre os valores éticos, políticos, sociais e de
cidadania, indo ao encontro dos valores profissionais do cuidado, o que o torna
essencialmente humano (VALLE at al, 2011).
É um ato inerente à vida o qual permite a manutenção de todas as espécies. Está
inserido na história do ser humano acompanhando a evolução dos tempos, convivendo com
as mais variadas formas de sociedade e sempre presente no interior das discussões nos
mais diferentes contextos coletivos, pois é um assunto consistente que nos remete a
discussões das mais variadas formas de cuidado com o ser humano; com a natureza e com
a ética (SILVA at al, 2009).
Boff (1999) apresenta em reflexões sobre o cuidado em Saber cuidar: ética do
humano e compaixão pela terra de maneira simples e clara:
[...] O cuidado transcende o próprio ato e passa a ser uma atitude que
abrange um momento de atenção, de zelo, e de desvelo. É uma
ocupação, preocupação, responsabilização e envolvimento afetivo com
o outro [...].
Dispor de um tempo para cuidar do outro é transmitir seus conhecimentos,
habilidades, emoções prestando afeto e sensibilidade. Por isso, conhecer sua origem,
costumes, hábitos e cultura, permite que compreendamos a gênese do significado do
cuidado, realizando assim uma assistência individual e integral.
O cuidado em enfermagem abarca competências, habilidades técnicas e científicas,
bem como as dimensões relacionais. No entanto, poucos estudos estão focados no
indivíduo que tem a ferida, seus anseios, inseguranças, e sim no manejo da realização dos
curativos, na eficácia dos produtos utilizados, com caráter significativo às práticas
higiênicas (limpeza com soro fisiológico) e os tipos de coberturas específicas que serão
utilizadas (hidrocolóide, hidrogel, AGE, entre outros) após avaliação da ferida (SILVA,
2011).
Conhecer a história do indivíduo, permite pôr em prática o cuidado individual,
visando uma assistência de forma holística, fornecendo medidas favoráveis para a
promoção da saúde e a redução de agravos, além acolher as necessidades do sujeito com
sensibilidade, doação e solidariedade, [...] estabelecendo uma comunicação favorável e
uma relação interpessoal saudável, permitindo que as necessidades do sujeito, família e
comunidade sejam identificadas, acolhidas e atendidas (SANTOS, 2011).
Tendo o cuidado como essência, a enfermagem é uma profissão iminentemente
humanista. Tem o compromisso com a vida desde o seu começo, com enfoque no respeito,
no amor à vida e ao ser humano. (FERREIRA, 2011). O cuidar em enfermagem dispõe de
sensibilidade e solidariedade, auxiliando nos momentos de dor e solidão promovendo
conforto e bem-estar, sobrepondo à ação de administrar medicamentos, este garante a
segurança com enfoque no indivíduo como um todo (SANTOS at al, 2010). Está além dos
conhecimentos teóricos apreendidos. É relacional, promovendo crescimento pessoal de
quem cuida e é cuidado (ESPÍRITO SANTO, 2008).
Ao cuidarmos de um indivíduo, conhecemos sua história, seus anseios, angústias,
alegrias e tristezas. É um ato intrínseco às práticas do enfermeiro porque faz parte de suas
competências. Manejos e formas desta ação são aprimorados a cada dia, com intuito de
melhorar a assistência, oferecendo assim medidas favoráveis para o bem estar do indivíduo
e de sua família.
Considerando a importância de um atendimento adequado a esta população, torna-
se necessária a atuação de uma equipe multiprofissional neste contexto, na qual esta
inserida a Enfermagem, que se destaca por prestar atendimento, na avaliação ampliada das
pessoas com ulceras varicosas, avaliação das lesões, realização de curativos e
encaminhamentos necessários, além de ações educativas para evolução favorável do
processo de cicatrização e prevenção do aparecimento de lesões e ocorrência de recidivas.
(SANTA’ANNA, et al, 2012).
Portanto, este trabalho pretende contribuir na tentativa de demonstrar a importância
em conhecer a realidade e o cotidiano da pessoa a qual prestaremos assistência. Assim,
serão geradas informações sobre as formas de cuidado realizadas, fornecendo subsídios
para que o aprimoramento da assistência seja realizado pelo enfermeiro de maneira
eficiente visando a atenção do indivíduo em sua totalidade, a promoção da saúde e a
redução de agravos/complicações.
2.1.2. ESTILO DE VIDA DA PESSOA COM ÚLCERA VENOSA
O desenvolvimento de ações direcionadas a redução dos fatores de risco
modificáveis no âmbito da atenção primária, demanda a presença de profissionais que
detenham o domínio de métodos adequados para abordar os problemas de saúde e dialogar
sobre as mudanças de estilo de vida de maneira a reconhecer a subjetividade e as
necessidades dos usuários e promovendo assim sua autonomia (FIGUEIRA, 2015).
O estilo de vida pode ser definido como um conjunto de decisões individuais que
afetam a saúde do indivíduo, as quais poderão exercer certo grau de controle frente às
decisões e os hábitos pessoais para a saúde (LALONDE, 1974). Por ser uma atitude
adotada pelo indivíduo que julga como correta para a manutenção de sua saúde, este, em
algum momento, pode ser considerado responsável pelo desenvolvimento de doenças as
quais poderão modificar o cotidiano e a realização de suas atividades habituais.
Mudar o estilo de vida não é uma tarefa fácil, geralmente vem acompanhada pela
resistência. Por isso a maioria das pessoas não acolhe as modificações necessárias dos
hábitos alimentares, na realização de prática de exercícios físicos e, especialmente a
manutenção dessas mudanças. Assim, a educação em saúde aparece como uma alternativa
fundamental para conduzir as pessoas a essas transformações, para fins de prevenção e/ou
controle dos fatores de risco (SANTOS, 2008).
O trabalho educativo em grupos consiste assim em uma das alternativas para se
buscar a promoção da saúde que permite o aprofundamento de discussões e a ampliação de
conhecimentos, de modo que as pessoas superem suas dificuldades, co-responsabilizando-
se pelo cuidado de sua saúde, obtendo assim maior autonomia, melhores condições e
qualidade de vida (SANTOS, 2008). Assim, conhecendo as formas de autocuidado
realizado diariamente pelo indivíduo, permite-se não só planejar as formas de cuidados
individualizados, mas também definir a implementação de intervenções realistas e
adequadas a cada necessidade (RIBEIRO, 2013).
O processo de autocuidado é compreendido como um cuidado individual onde a há
necessidade do indivíduo regular seu próprio funcionamento e desenvolvimento. Tal
comportamento existe em situações concretas da vida, conduzindo pessoas dependentes de
cuidado, com intuito de regular fatores que afetam seu próprio funcionamento em
benefício de sua vida (OREM, 1996). Trata-se de práticas que viabilizam ao indivíduo
iniciar e realizar em seu próprio benefício a manutenção de sua vida, saúde e do bem-estar,
tendo como propósito as ações que seguindo um modelo, contribui de maneira específica
para integridade de suas funções e para desenvolvimento humano (LEOPARDI, 1999).
Segundo a última revisão da Nursing Development Conference Groupem
2001sobre o modelo de autocuidado desenvolvido por Orem, apresenta uma série de
condições que estão relacionados com o cotidiano do indivíduo, como idade, sexo, estado
de saúde, orientação sociocultural, rotina diária de trabalho, realização de atividades
físicas, padrão de vida, fatores ambientais, entre outros, os quais estão inerentes a pessoa e
seu entorno, condicionando de diversas maneiras as formas de compreensão e realização
do autocuidado (OLIVELLA-FERNÁNDEZ, 2012).
Em se tratando de indivíduos com feridas crônicas, em especial as úlceras venosas,
cabe ao enfermeiro adquirir um olhar holístico, especializado não somente com enfoque no
cuidado com a lesão, no que se refere à avaliação e a utilização de uma terapêutica eficaz,
mas principalmente ao indivíduo, orientando-o quanto a mudanças do estilo de vida após o
desenvolvimento da ferida, viabilizando a manutenção de sua saúde e o retono as suas
práticas habituais de seu dia a dia.
Dado a importância do estudo, as úlceras venosas são apresentadas como alterações
crônicas ao nível de pele e subcutâneo apresentados em pacientes com hipertensão venosa
de longa duração, liderando a maior parte dos casos principalmente com a presença de
refluxo e/ou obstrução ao nível do sistema venoso profundo que geralmente torna-se
consequência de um episódio de trombose venosa profunda prévia (PRADINES, 2014),
caracterizada por perda circunscrita ou irregular do tegumento (derme ou epiderme),
podendo atingir subcutâneo e tecidos subjacentes, a qual acomete as extremidades dos
membros inferiores e cuja causa está, geralmente, relacionada ao sistema vascular arterial
ou venoso (BRASIL, 2008).
Ainda nos dias atuais, as úlceras varicosas constituem-se em um sério problema de
saúde publica, em função do grande número de pessoas acometidas, por necessitar de
cuidados em saúde, provocar ausência do trabalho ou perda do emprego, contribuindo para
onerar o gasto público, além de provocar o sofrimento das pessoas e a interferência na sua
qualidade de vida (BRASIL, 2008).
Estudos apontam a falta de sistematização da assistência ao usuário com úlceras
venosas na Atenção Primária à Saúde (APS). Poucos municípios adotam protocolos
clínicos que direcionem ações de cuidados voltadas à prevenção e tratamento dessas
úlceras (SILMA, 2012).Esta situação pode trazer implicações aos usuários em relação ao
tempo de cicatrização, refletindo em sua qualidade de vida e ainda onerando
financeiramente o sistema público de saúde com gastos desnecessários. Destaca-se assim a
importância de evidências científicas, como subsídio para o cuidado aos usuários com
úlceras varicosas, visto que as ações da prática devem ser por elas fundamentadas, visando
à promoção da segurança do paciente (SANT’ANNA, 2012).
Todavia, há um esforço incansável por parte dos órgãos competentes com a criação
de políticas públicas com a intenção de suprir na medida do possível às demandas de saúde
apresentadas pelos usuários que procuram assistência oferecida pelas UBS2. Frente a isto, a
Atenção Básica apresenta-se com o mais alto grau de descentralização e capilaridade,
sendo assim o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de
comunicação com toda a Rede de Atenção à Saúde, sendo fundamental que seja orientada
pautada nos princípios e diretrizes, como a universalidade, a acessibilidade, do vínculo, da
continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da
humanização, da equidade e da participação social. Além disso, caracteriza-se por um
conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a
proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a
redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção
integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e
condicionantes de saúde das coletividades (BRASIL, 2012).
Apesar das dificuldades enfrentadas pode-se afirmar que ao nível da atenção
primária o SUS apresentou progressos significativos no setor público, todavia, enfrenta
problemas graves nos demais níveis de assistência, como a falta de profissionais
2 Unidade Básica de Saúde
capacitados e um ambiente favorável para a realização do cuidado com excelência. Cabe a
nós profissionais de saúde orientar aos usuários sobre seus direitos, para que a assistência e
a prática de saúde sejam oferecidas e executadas de acordo com a lei que rege a saúde,
permitindo assim a realização do cuidado com excelência e eficácia.
A enfermagem está presente em todos os momentos do ciclo vital de cada
indivíduo, desde a concepção até a sua morte, acompanhando sua evolução e suas
necessidades, observando o momento certo de agir de maneira eficaz para que a garantia
do autocuidado seja concretizada, principalmente quando nos referimos a pessoa com
úlcera venosa. Espera-se que o cuidado realizado não seja focado somente na patologia,
pois a pessoa com ferida crônica demanda necessidades particulares as quais envolvem
sentimentos de medo, angústias e incertezas, sendo de fundamental importância que a
enfermagem esteja empenhada frente ao compromisso do cuidado, tendo em vista uma
assistência mais equânime, integral, humanizada e holística.
2.1.3 ESTADO DA ARTE
Para o desenvolvimento da pesquisa, foi realizado rastreamento bibliográfico dos
periódicos dos últimos 5 (cinco) anos, entre 2010 a 2015 onde foram revisados por pares e
individualmente. Além disso, foi utilizada uma dissertação de mestrado do ano de 2004
onde seu conteúdo foi de grande relevância para contribuição do estudo.
A pesquisa foi realizado no Portal de Periódico CAPES/MEC. Quando
selecionados para leitura, eram remetidos para as bases cadastradas, como as plataformas
das Bibliotecas Virtuais LILACS, PUBMed, COCHRANE e SCIELO. Juntamente a esses
achados, alguns artigos foram extraídos do site da SOBEST (Sociedade Brasileira de
Estomaterapia).
Ao utilizar os termos estilo de vida e úlcera venosa, foram encontrados 8 (oito)
artigos, com a utilização de todos os achados. Ao inserir estilo de vida e úlcera varicosa,
foram encontrados os mesmos artigos quando utilizado os pares anteriormente citados.
Em geral, qualquer tipo de mudança gera consequências positivas ou não. Em
relação à saúde, modificar o estilo de vida apresenta-se como uma difícil tarefa,
principalmente quanto está relacionado a alguma patologia. Em se tratando de uma doença
crônica, em especial a úlcera varicosa, o seu desenvolvimento pode interferir na
capacidade do sujeito para a realização de suas atividades do cotidiano. Com o
comprometimento da deambulação das pessoas acometidas por essa ferida, interfere
capacidade de referentes ao labor, provocando ausência do trabalho ou perda do emprego,
contribuindo para onerar o gasto publico, além de provocar o sofrimento e a interferência
na sua qualidade de vida (SANT’ANNA, 2012).
Referentes aos termos cuidado e saúde foram encontrados 1479 (mil e
quatrocentos e setenta e nove) estudo. Destes, foram utilizados 27 (vinte e sete) como
conteúdo para pesquisa, pois se aproximavam do tema abordado. O cuidado à pessoa com
feridas crônicas deve ocorrer de maneira holística, visando o cuidado em sua integralidade.
Porém, deve-se realizar um cuidado especializado no que se refere a esta doença, para que
a cicatrização desta ferida se já uma realidade, evitando reincidivas.
O diagnóstico e o tratamento adequados são vitais para o cuidado de usuários com
úlceras venosas, proporcionando maior rapidez da cicatrização e prevenção de
recorrências. Estudos demonstram que o tratamento de excelência é a terapia compressiva,
já que esta pode contribuir para o aumento da taxa de cicatrização (NUNES, 2006).
Entre os descritores autocuidado e úlcera venosa, o resultado do rastreamento
proporcionou 2 (dois) estudos, sendo utilizado somente 1 (um) artigo. Com os termos
úlcera varicosa e enfermagem e úlcera venosa e enfermagem foram pesquisados por
pares separadamente, porém os mesmos estudos entre artigos e dissertações configuraram-
se com os mesmos trabalhos, apresentando um total de 7 (sete) trabalhos.
Os estudos a respeito da prevalência e incidência de úlcera varicosa ainda são
tímidos e pouco se conhece sobre sua distribuição no Brasil e nas diferentes regiões do
país, constituindo-se em um problema que merece atenção especial por parte dos
profissionais da área da saúde (SANT’ANNA, 2011).
Diante disso, a Enfermagem possui papel fundamental no atendimento a essa
população, uma vez que realiza uma avaliação ampliada e sistemática da pessoa com
úlcera varicosa, na realização de curativos e encaminhamentos necessários, além de ações
educativas para evolução favorável do processo de cicatrização e a prevenção do
aparecimento de lesões evitando assim a ocorrência de recidiva (SILVA, 2012).
Utilizando o descritor estilo de vida, foram encontrados 7. 223 (sete mil e duzentos
e vinte e três) estudos, sendo aproveitados 15 (quinze) por se aproximarem do assunto
abordado.
Viver como desejado é o maior presente que uma pessoa pode receber ao longo de
sua vida. É necessário que aprender a conviver com as mudanças que permitam a usufruir
da felicidade. Por diversas vezes, as dimensões da vida são impostas ao longo do tempo
por circunstâncias inesperadas, sendo necessária a reflexão e, considerar as necessidades
de mudanças do estilo de vida. Compreender a adaptação ao novo, neste caso o estilo de
vida, permitirá que a pessoa adquira um comportamento natural, capaz de fundamentar
novas prioridades, pois aprenderá a conhecer e criar estratégias que garantam uma melhor
qualidade de vida (FALCÃO, 2004).
Os artigos pesquisados referentes ao estilo de vida e autocuidado, foram
encontrados 69 (sessenta e nove) estudos, sendo utilizados 8 (oito) artigos. Estes,
enfatizam a importância da manutenção de um estilo de vida objetivando a manutenção da
vida e como este pode influenciar no processo de autocuidado de cada indivíduo.
A prática regular de atividade física reduz orisco de mortes prematuras, doenças
cardíacas,cânceres e diabetes tipo II, além de prevenir ou reduzir a hipertensão arterial, a
obesidade e aosteoporose (FEITOSA, 2011) e a possibilidade de manutenção da saúde,
redução de peso, alívio do estresse, fonte de lazer e de qualidade de vida (CALLEGARO,
2012). Neste contexto, procura-se ao longo da vida, prevenir doença e promover os
processos de readaptação após o desenvolvimento de uma patologia, procurando satisfazer
as necessidades humanas fundamentais e a máxima independência na prática e realização
das atividades da vida diária (FONSECA, 2012).
Com dos descritores estilo de vida e enfermagem, foram encontrados 134 (cento e
trinta e quatro) estudos, sendo utilizados 6 (seis) artigos para complementar os temas
abordados.
A mudança do estilo de vida enfatizada pelos profissionais de saúde, em destaque o
enfermeiro, torna-se uma medida de fundamental importância para o sucesso da terapêutica
da pessoa com úlcera venosa. A não adesão ao tratamento está relacionada com presença
de dor, o desconforto, a desmotivação, a falta de apoio e o isolamento social (FONSECA,
2012).
E com relação aos pares autocuidado e enfermagem, foram encontrados 106
estudos. Dentre estes, 8 (oito) foram selecionados por se aproximarem do tema
proposto.Entender o autocuidado em sua essência requer o reconhecimento das primícias
do autocuidado como uma conduta e uma atividade aprendida. Os adultos, comprometidos
com sua saúde têm o direito e a responsabilidade de cuidar de sua saúde na tentativa de
criar subsídios para a manutenção de uma vida mais saudável (ÒLIVELLA-
FERNANDÉZ, 2012)
É importante ressaltar que, pessoas que vivem em situação de cronicidade, devem
conhecer as formas de autocuidado relacionados com sua enfermidade para melhor cuidar
de sua saúde, aprender e apreender com eficácia as orientações realizadas pelo enfermeiro
(SAPAG, 2010).
Quanto a realização da pesquisa utilizando como descritor autocuidado, foi
encontrado um total de 1.201(mil e duzentos e um) estudos entre artigos, teses e
dissertações. Porém, durante o rastreamento, foi apresentado um número considerável de
artigos repetidos dois a dois, sem contar os já apresentados com a utilização dos descritores
utilizados para revisão por pares.
Entendemos com autocuidado como comportamento que permite a realização de
atividades por si mesmas, de maneira consciente e permanente para a manutenção da vida,
da saúde, do bem estar, e quando realizada com eficácia, contribui para integridade e o
desenvolvimento humano (ARREDONDO-HOLGUÍNet al, 2012).
Quando dependentes, cada domínio de autocuidado, mais especificamente em cada
atividade que o concretizam, permite o planejamento do cuidado individualizado, definição
e a implementação de intervenções possíveis de serem realizadas e adequadas às
necessidades do paciente, em especial à pessoa com úlcera varicosa (RIBEIRO, 2013).
Referentes à pesquisa utilizando o descritor úlcera venosa, foram encontrados 164
(cento e sessenta e quatro) estudos, sendo utilizados 37 como base para realização do
trabalho científico. Utilizando o termo úlcera varicosa, a pesquisa apresentou um total de
64 (sessenta e quatro) artigos, sendo aproveitados 36 (trinta e seis) artigos para realização
da pesquisa .
Os achados apontam que ainda nos dias atuais, úlcera venosa continua se
apresentando como um importante problema de saúde pública em razão de sua alta
prevalência, associada a um elevado custo de tratamento. Estima-se que cerca de 1% da
população dos países industrializados vai sofrer de úlcera de membros inferiores (SILVA,
2012).
Essas feridas acometem geralmente no terço distal da face medial da perna,
próximas ao maléolo medial. Corresponde a 70% a 90% das ulceras de perna. Tem alto
índice de recorrência, chegando a 30%, quando não manejadas adequadamente no primeiro
ano, e a 78% após dois anos (ABBADE, 2011).
DESCRITORES Nº TOTAL DOS ACHADOS Nº DOS ESTUDOS UTILIZADOS NA
PESQUISA
Estilo de vida e úlceras venosas/varicosas 8 8 - Mudança do estilo de vida; influência
do estilo de vida no autocuidado
Cuidado e saúde 1479 -Diagnóstico e tratamento de
doenças crônicas
27 - Papel da enfermagem diante das
terapias utilizadas nas úlceras venosas
Autocuidado e úlcera venosa 2 - Incidência e prevalência de úlceras
venosas a importância de estudosvoltados
para o cuidado integral
1-Importância de se adotar um estilo de
vida saudável
Úlcera varicosa/venosa e enfermagem 7-Estilo de vida para manutenção da vida
e autocuidado
7 -A mudança do estilo de vida para o
sucesso da terapêutica utilizada no
tratamento de úlcera venosa
Estilo de vida 7.223 - Realização de atividades para
manutenção da vida
15 - Apresentada como problema de
saúde pública, a sintomatologia, fisiologia
e as formas de tratamentos
Estilo de vida e autocuidado 69 8 -Apresentada como problema de saúde
pública, a sintomatologia, fisiologia e as
formas de tratamentos
Estilo de vida e enfermagem 106 8 - Apresentada como problema de saúde
pública, a sintomatologia, fisiologia e as
formas de tratamentos
Autocuidado 1201 -
Úlcera venosa 164 37 - Apresentada como problema de
saúde pública, a sintomatologia, fisiologia
e as formas de tratamentos
Úlcera varicosa 64 36 - Apresentada como problema de
saúde pública, a sintomatologia, fisiologia
e as formas de tratamentos
CO
NS
OL
IDA
DO
ES
TA
DO
DA
AR
TE
Portanto, que o cuidado realizado a pessoa com úlcera varicosa não seja focado
somente no agravo que ali se apresenta, mas para o indivíduo que a possui. Que o
profissional de saúde busque compreender a realidade e o contexto social vivenciados,
encorajando-a buscar positivamente o aprimoramento de seus conhecimentos em saúde,
visando a compreensão da importância de modificar o estilo de vida, interferindo
positivamente para realização do autocuidado de maneira eficaz e dependente.
http://astrologiaeradeaquario.blogspot.com.br/2010/05/kiron-ou-quiron-curando-as-feridas-da.html
METODOLOGIA
3 METODOLOGIA
Trata-se de um estudo observacional do tipo transversal com análise descritiva com
abordagem quantitativa. Este tipo de pesquisa representa o desejo de garantir a precisão
dos resultados, evitar distorções de análise e interpretação, o que possibilita uma margem
de segurança quanto às inferências. (MATOSO, 2013).
No estudo observacional, o investigador não controla a exposição, tão pouco a
alocação dos indivíduos, submete-se então a uma situação e observa os resultados,
pretendendo assim avaliar a existência ou não de associações entre um determinado fator e
um desfecho sem, entretanto, intervir diretamente na relação analisada (MEDRONHO,
2006).
O estudo do tipo transversal apresenta uma só observação de uma população, isto é,
as informações coletadas referem-se a um só momento. Esse estudo possibilita o primeiro
período de análise de uma associação. Assim, ao identificarmos dentro de uma população
os caracteres específicos, poderão ser elencados fatores que podem ou não estar associados
a esses desfechos em diferentes graus de associação (ROUQUAYROL atal, 2013).
Em análises de estudos transversais são exigidos a construção de um banco de
dados que possam ser processados por computadores. Algumas estratégias de análise
podem ser utilizadas, onde serão selecionadas em função do número de variáveis
envolvidas no estudo. Podemos relacionar: análises univariadas, e bivariadas por exemplo.
Estas relacionam-se com a estatística como campo do conhecimento base onde serão
desenvolvidas (POLIT at al, 2004).
Medronho (2006) apresenta a importância das informações, demanda de técnicas
tanto para coleta, quanto para organização e síntese desses dados. A apresentação destes
em sua forma original não permite que as informações possam ser extraídas facilmente,
sendo portanto, necessário, o processamento desses dados, por meio do cálculo,
apresentação e interpretação, de modo sucessivo e lógico. Os dados podem ser organizados
em tabelas, gráficos ou mapas. As tabelas são mais usadas quando há importância da
apresentação dos valores e os gráficos úteis para distribuições, tendências ou
relacionamentos entre variáveis. Esta fase corresponde à primeira etapa do processo de
análise, chamada de análise descritiva ou análise exploratória de dados (ROUQUAYROL
at al, 2013)
Os estudos descritivos pretendem delinear os fatos e fenômenos de determinada
realidade. Podem estabelecer relações entre variáveis, aprofundam a descrição de uma
determinada realidade (MATOSO, 2013).Esta pesquisa tem o propósito de observar,
descrever e explorar aspectos de uma situação. O delineamento avaliativo é uma
investigação elaborada para descobrir como funciona um programa, tratamento, prática ou
política. Seu principal valor reside em sua capacidade de encontrar respostas a questões
práticas, colocadas pelas pessoas que precisam tomar decisões e estabelecer a relação
temporal entre as características presentes em um grupo (POLIT, 2004).
LOCAL DA PESQUISA
A pesquisa foi realizada em duas Policlínicas de Saúde do Município de Niterói. A
saber: Policlínica de Saúde Dr. Carlos Antônio da Silva e Policlínica Regional do Largo da
Batalha Francisco da Cruz Nunes. Ambas possuem salas de curativos, fator contribuinte
para escolha do local da pesquisa. Além disso, essas unidades oferecem seu espaço para
campo de estágio da UFF, conhecem e apoiam as atividades realizadas pelos alunos de
graduação e pós graduação da Escola de Enfermagem da UFF e são referência para
assistência à saúde na atenção básica e pela realização de curativos.
Segundo dados fornecidos pela Fundação Municipal de Saúde do município de
Niterói (2014) referente à assistência realizada, a Policlínica Regional Dr. Carlos Antônio
da Silva oferece atendimentos como consultas básicas (Clínica Médica, Pediatria,
Ginecologia), Odontologia, Nutrição, Dermatologia, Neurologia adulto e infantil, Núcleo
de Saúde Mental, Ecocardiograma e Eletrocardiograma, Alergista, Psicologia, Endodontia,
Assistência Social, Periodontia, Hepatologia, Fisioterapia, Farmácia, Terapeuta
Ocupacional, Psiquiatria, Infectologia, Fonoaudiologia, Vacinação básica, Teste do
pezinho e PPD e orelhinha e TIG3. A Policlínica Regional do Largo da Batalha Francisco
da Cruz Nunes oferece atendimentos como: Consultas básicas (Clínica Médica, Pediatria,
Ginecologia), Odontologia,Endocrinologia, Nutrição, Dermatologia, Alergista,
Fonoaudiologia ,Fisioterapia, Assistência Social, Infectologia, Geriatria, Neurologia,
Cardiologista, RX, Coleta domiciliar , Teste do Pezinho e Orelhinha, Teste de Investigação
de Gravidez (TIG), Programa de Tabagismo, Saúde da mulher, Hiperdia, Urologista.
3 Teste de identificação de gravidez
Os participantes da pesquisa foram pessoas com úlcera venosa com faixa etária
entre 21 e 84 anos moradores do município de Niterói atendidos nas salas de curativos das
Policlínicas anteriormente referidas no período entre maio e junhopara realização do pré-
teste e agosto e setembro para aplicação efetiva do instrumento de pesquisa. A escolha dos
participantes ocorreu de forma probabilística casual, sem distinção de sexo e/ou idade, para
àqueles com idade superior a 18 anos.
Como critério de inclusão para o desenvolvimento de pesquisa foram participantes
de ambos os sexos cadastrados nas unidades básicas de saúde anteriormente citadas, com
faixa etária mínima de 18 anos com úlceras varicosas (únicas ou múltiplas), apresentando
ou não comorbidades (hipertensão arterial sistêmica, diabetes tipo I e II, insuficiência
cardíaca, entre outras), indivíduos com feridas mistas e associadas às neuropatias arteriais.
E, os critérios de exclusão foram indivíduos que apresentaram outros tipos de feridas
como, queimaduras, úlceras por pressão, úlcera arterial exclusivamente, feridas
provenientes de cicatrizes cirúrgicas em processo inflamatório e os impossibilitados de
responder devido a desenvolvimento de patologias de cunho neuro psíquico.
COLETA E PROCESSAMENTO DE DADOS
Os dados foram analisados através do programa estatístico R. Trata-se de um
sistema o qual foi desenvolvido a partir da linguagem S (que também é usada numa versão
comercial (o S-Plus) ,que tem suas origens nos laboratórios da AT&T nominal dos anos
80. Em 1995 dois professores de estatística da Universidade de Auckland, na Nova
Zelândia, iniciaram o Projeto R", com o desejo de desenvolver um programa estatístico
poderoso baseado em S, e de domínio público (PACHECO, 2009).
É um conjunto integrado de fácil utilização através da manipulação de dados,
cálculos e visualização gráfica. Está disponível para qualquer pessoa utilizar, modificar e
redistribuir o programa, desde que garantindo para todos os mesmos direitos.
A plataforma R fornece uma ampla variedade de técnicas estatísticas, como por
exemplo: modelagem linear e não linear, testes estatísticos clássicos, análise de série
temporais, classificações e agrupamentos. Esta é submetida a constante manipulação
realizada por diversos pesquisadores da área que se comunicam através de uma lista de
discussão pela Internet, onde os erros detectados são corrigidos, como também novos
módulos contendo métodos estatísticos recentemente implementados são regularmente
disponibilizados e atualizados na rede.
O tamanho de amostra utilizado no presente estudo foi de 35 pessoas. Este
quantitativo está baseado no número de indivíduos com úlceras venosas cadastrados nas
Policlínicas de Saúde eleitas para o desenvolvimento da pesquisa. O cálculo foi baseado
nas proporções (p), correspondendo à prevalência de indivíduos com úlceras venosas no
Município de Niterói. Devido à dificuldade de obter essa estimativa, tomou-se como valor
da proporção a ser utilizada na fórmula do cálculo de tamanho de amostra, descrita abaixo:
p igual a 0,03, equivalente à prevalência dessa doença no Brasil, segundo dados extraídos
do total da população estimada pelo IBGE4 (2010), juntamente à estimativa de indivíduos
com úlceras varicosas em todo o país, não fornecendo um número concreto de indivíduos
com estas lesões especificamente do município de Niterói. Tais números forneceram um
valor de 0,97 para (1-p) e, consequentemente, o produto desses dois valores equivale à
variância. Assim para a amostra de tamanho de 35, com variância 0,25 com nível de
significância de 95%, comete-se um erro amostral de aproximadamente, de 6%. Cabe
ressaltar que o tamanho de amostra aumenta inversamente proporcional ao erro amostral,
ou seja, quanto menor o erro, maior o tamanho de amostra, conforme a fórmula abaixo:
4 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Quadro 1: Fórmula do cálculo amostral
A aplicação do método de Estatística Descritiva, teve como objetivo organizar,
resumir e descrever os aspectos importantes do banco de dados gerado pelo formulário, tais
como as características observadas na amostra estudada.Uma ferramenta descritiva usual é
o gráfico, que ao condensar os dados dessa maneira, a interpretação proporcionada é muito
clara.
Assim, empregou-se o gráfico de setores, também conhecido comográficos de pizza,
úteis para representar partes de um todo. Caracterizado por um círculo, representando os
setores, são desenhados como pedaços do todo, iniciando no centro do círculo, em sentido
horário ou anti-horário. O tamanho de cada setor é proporcional ao valor a ser
representado, os quais são separados para destacar um determinado valor.
O total de cada resposta de uma questão do questionário terá o seu percentual em
ralação ao total de questionário respondido, ou seja, 100%. Enquanto que o seu tamanho
no gráfico será baseado no quanto a porcentagem de cada resposta representa em graus,
uma vez que 100% equivale a 360 graus.Embora simples de se desenhá-lo, o software R,
baseando-se num conjunto de pacotes, bem como na programação de linhas de comandos,
forneceu os gráficos exibidos na apresentação dos dados. Ressalta-se que o software para
fazer a leitura da planilha de dados gerada pelo formulário, em Excel, teve de ter sua
extensão alterada de xls para csv.
Como instrumento de pesquisa, foi utilizado um formulário com perguntas
fechadas, que foram formuladas baseadas na literatura pesquisada ao longo do estudo
juntamente com minhas inquietações enquanto enfermeira e especialista em estomaterapia.
A escolha deste tipo de instrumento baseou-se na facilidade em observar a realização do
curativo pelo profissional de enfermagem (técnicos e enfermeiros) proporcionando
visualizar as reações do indivíduo durante a realização do curativo e a importância de cada
resposta referente ao instrumento aplicado. Este foi dividido pelos itens a seguir: dados
sócio demográficos, doenças pregressas, exame físico, crenças e religiosidade, residência
(condições de moradia), integridade tissular/avaliação da ferida, palpação do pulso
pedioso, como são realizados os curativos pelos sujeitos, aspectos relacionas, auto imagem
corporal.
Juntamente aos dados obtidos pelas respostas dos participantes da pesquisa
referentes às questões presentes no formulário, apresentarei alguns apontamentos
observados por mim durante a pesquisa. Esses dados estão pautados pelo recurso do
caderno de campo, que consiste em um instrumento para registros que orienta a sequência
dos fatos observados e registrados, detectando assim fatos e comportamentos espontâneos
ocorridos durante a pesquisa (FILHO, 2013).
Para analisarmos a moradia dos indivíduos/condições financeiras, foi utilizado o
Critério Brasil (2014) – item residência, apresentando-se como uma ferramenta que
permite a comparação entre os estudos realizados em diferentes regiões do país, por
diferentes empresas e em diferentes momentos. Avalia as posses de bens e acesso aos
serviços sendo consolidado ao término de cada item, onde serão avaliados e analisados e
classificados ao final, gerando assim uma categoria.
Este critério foi baseado no artigo Socioeconomic Status and Consumption in na
Emerging Economy, publicado no International Journal of Research in Marketing pelos
professores José Afonso Mazzon (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
da USP/FEA-USP) e Wagner Kamakura (Guqua School of Business/Duke University) o
qual enfatiza sua função de estimar o poder de compra das pessoas e famílias urbanas,
abandonando a pretensão de classificar a população em termos de “classes sociais” (ABEP,
2012).
Vale ressaltar que o aumento ou a redução da quantidade de brasileiros em uma
determinada classe não significa que a população brasileira ficou mais rica ou mais pobre.
Essa variação ocorre apenas por conta da mudança nos critérios de classificação de uma
determinada população.
Este instrumento foi aplicado inicialmente como pré-teste com a clientela de uma
das Policlínicas eleitas para o desenvolvimento da pesquisa. Os dados foram analisados e o
instrumento sofreu modificações nas opções das respostas em uma das perguntas do
formulário da pesquisa: se participa de algum grupo oferecido pela unidade básica. Como
resposta não havia a opção NENHUMA (doença pregressa) referente ao grupo B25 e não
há (grupos promovidos por enfermeiros em uma determinada unidade básica de saúde
eleita para realização da pesquisa) referente ao grupo B46 (exame físico) as quais foram
inseridas no formulário.
Não foi observada no decorrer da pesquisa a presença de participantes ansiosos ou
desconfortantes para responder o formulário proposto, ou seja, não houve descontrole
emocional após responder algumas questões, principalmente referentes aos aspectos
relacionais/autoimagem corporal, já que são questões que submeteram aos indivíduos a
olharem para ferida e tecer diversas conotações. Não houve desistência durante a
participação da pesquisa.
Este estudo foi encaminhado e aprovado pelo CEP – HUAP – UFF gerando número
CAAE:22667713.6.0000.5243. O parecer consubstanciado foi encaminhado no dia
24/06/14. O anonimato dos sujeitos foi garantido, ficando em sigilo. As informações
obtidas serão utilizadas apenas para fins científicos, os quais estão fundamentados na
Resolução 466/12, que normatiza e norteia as pesquisas com seres humanos, as quais serão
destruídas quatro anos após o início da pesquisa.
3.2 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
5 B2: Formas de identificação dos itens subdivididos no formulário da pesquisa.
6 B4: Idem ao B2
Ao longo do desenvolvimento do estudo, alguns percalços foram vivenciados e
vencidos. A demora da resposta do comitê de ética, as diversas mudanças de protocolos
para aprovação e permissão para iniciar a pesquisa, atrasando assim o início da coleta de
dados. O formulário foi respondido por 35 indivíduos, incluindo os participantes do pré-
teste. Todos estes com úlceras varicosas que procuram as policlínicas em questão para
realização do curativo diário (Policlínica Largo da Batalha – total de 31) ou dia sim/dia não
(Policlínica Carlos Antônio da Silva – total de 4). A possibilidade de pesquisar em outras
unidades foi vetada, pois teria que enviar o projeto novamente ao Comitê de ética e passar
por um prolongado caminho de aprovação pela Prefeitura. Não teria tempo hábil para
terminar a pesquisa a contento.
Muitos destes problemas enfrentados estão relacionados ao período de campanha
eleitoral, pois muitas atividades que poderiam de alguma forma comprometer a campanha
são negligenciadas e postas em práticas com outra conformação para que os problemas
sejam mascarados ou minimamente resolvidos sem que haja nenhuma forma de
divulgação, não comprometendo a eleição, consequentemente, o número de votos.
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APRESENTAÇÃO DOS ACHADOS
3 APRESENTAÇÃO DOS DADOS
Abaixo, segue a apresentação dos dados referentes aos formulários respondidos
pelos usuários das Policlínicas de saúde eleitas para o desenvolvimento do estudo.
Gráfico 1
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada ao estado civil, Niterói-RJ.
Fonte: formulário da pesquisa, 2014
Com relação ao estado civil dos participantes da pesquisa 27,3% (n=35) são
casados, 6,1% (n=35) são separados, 9% (n=35) são divorciados, 21,2% (n= 35) são viúvos
e, 36,4% (n= 35) são solteiros.
Gráfico 2
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada ao sexo, Niterói – RJ
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014
Dentre os participantes com úlceras venosas, 18,2% são indivíduos do sexo
feminino e 81,8% do sexo masculino, diferentemente dos artigos pesquisados, onde a
maioria das pessoas com úlcera venosa pertenciam ao sexo feminino.
Gráfico 3
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas aos filhos, Niterói-RJ.
Fonte: Formulário de pesquisa, 2014
Referentes ao resultado da pesquisa relacionado aos filhos, 69,7% possuem filhos e,
30,3% não possuíam filhos.
Gráfico 4
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionadas ao nível de escolaridade, Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014
Com relação ao nível de escolaridade, 63,6% dos participantes da pesquisa (n=35)
possuem o ensino fundamental incompleto. 15,2% (n=35) possuem o ensino médio
completo. 12,1% (n=35) possuem o ensino médio incompleto. 6,1% (n=35) possuem o
ensino fundamental completo e, 3% (n=35) são analfabetos.
Gráfico 5
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada às doenças pregressas, Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014
O gráfico à cima apresenta os resultados referentes às doenças pregressas que
acometem os participantes da pesquisa. 42% (n=35) são hipertensos. 21,2% (n=35) são
diabéticos e hipertensos. 12,1% (n=35) apresentam doenças vasculares. 6,1% (n=35)
apresentam hipertensão e diabetes. 3% (n=35) desenvolveram outros tipos de patologias
(estresse e ansiedade). 3% (n=35) dos participantes apresentam HAS e doenças vasculares
e, 12,1% (n=35) dos indivíduos participantes da pesquisa, apresentam HAS, Diabetes
Mellitus e doenças vasculares.
Gráfico 6
Distribuição de paciente com úlcera venosa relacionada à etnia, Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014
Em relação a etnia referida pelos sujeitos da pesquisa (auto referida), foram
apurados os seguintes dados: referentes ao sexo masculino, 45,5% (n=35) são da cor preta.
Outros 39,4% (n=35) são da cor parda e, 15,2% (n=35) são da cor branca.
Gráfico 7
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada ao consumo de bebida alcoólica, Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014
Com relação ao consumo de bebida alcoólica, 75,8% consumiu no máximo 1x/mês
e, 24,2% não consumiu bebida alcoólica neste mesmo período.
Gráfico 8
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada aos hábitos quanto ao uso de
tabaco , Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014
Com relação aos hábitos de quanto ao uso de tabaco, 48,5% possui o hábito de
fumar pelo menos 1 (um) maço/dia; 33,3% refere nunca ter fumado e, 18,2% nunca fumou.
Gráfico 9
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada aos hábitos alimentares, Niterói-RJ
Fonte: Formulário de pesquisa, 2014
Foram avaliados os hábitos alimentares das pessoas com úlcera venosa. Dados
revelam que 66,7% (n=35) consomem legumes e verduras em sua dieta. Em contra partida,
33,3% (n=35) realizam refeições em fast food com frequência, consumido em grande
quantidade ou substituindo as principais refeições (almoço, jantar) por lanches em geral.
Gráfico 10
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada ao padrão do sono, Niterói-RJ.
Fonte: Formulário de pesquisa, 2014
Com relação ao padrão do sono, 93,3% dos participantes, referem dormir entre 4-8h
de sono e, 6,1% conseguem manter um padrão de sono por de mais 8h.
Gráfico 11
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada às formas de caminhada, Niterói-
RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014
Dos dados analisados, 36,4% (n=35) caminham com auxílio, 63,6%
(n=35)caminham sem auxílio. A maioria dos participantes da pesquisa possui liberdade
para conduzir-se sem fazer uso de objetos destinados para facilitar a auxiliar a
deambulação.
Gráfico 12
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada à classificação do IMC, Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014
Com relação ao IMC (Índice de Massa Corpórea), 51,5% (n=35) estão com
sobrepeso. 30,3% (n=35) apresentam peso normal. 6,1% (n=35) estão classificados como
obesidade I e II. E, 3% (n=35) apresentam peso normal. A tabela abaixo indica as
referências para orientação quanto à classificação do IMC.
Tabela 1. Classificação da obesidade segundo o índice de massa corpórea (IMC) e risco de
doença (Organização Mundial da Saúde).
IMC (kg/m2) Classificação Obesidade grau Risco de doença
<18,5 Magreza 0 Elevado
18,5-24,9 Normal 0 Normal
25-29,9 Sobrepeso I Elevado
30-39,9 Obesidade II Muito elevado
>40,0 Obesidade grave III Muitíssimo elevado
Fonte: Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica – ABESO.
Gráfico 13
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada ao número de consultas realizadas,
Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014
O gráfico à cima refere ao número de consultas realizadas pelos pacientes atendidos
nas Policlínicas eleitas para o desenvolvimento da pesquisa. 97% (n=35) compareceram de
1 a 3 consultas e, 3% (n=35) participaram de 2 a 3 consultas oferecidas pelos profissionais
médicos.
Gráfico 14
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada ao Critério Brasil, Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014.
Com relação ao Critério Brasil 2014, 87,9% (n=35) estão classificados como classe
E. 12,1% (n=35) classe D com renda de aproximadamente R$ 895. Esses dados são
referentes às posses de cada participante da pesquisa (vide formulário da pesquisa)
avaliando assim a renda desta população. Abaixo, são apresentadas as classes e os pontos
referentes para classificação.
Tabela 2: Cortes do
Critério Brasil
CLASSE PONTOS RENDA
A1 42-46 11.037
A2 35-41 11.037
B1 29-34 6.006
B2 23-28 3.118
C1 18-22 1.865
C2 14-17 1.277
D 8-13 895
E 0-7 895
Gráfico 15
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada ao tipo de ferida, Niterói-RJ.
Fonte: formulário de pesquisa, 2014
Foram analisados 35 indivíduos de ambos os sexos com feridas crônicas em MMII.
Dentre eles, 80% apresentam úlcera venosa somente e 20% úlcera mista (arterial e venosa).
Do total de homens 90% (n=35) possuem somente úlcera venosa e 9,1% (n=35) possuem
úlcera venosa mista.
Gráfico 16
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada ao tempo de ferida, Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014
A ferida é considerada crônica quando o período entre seu surgimento e o de
cicatrização é superior a 6 semanas (referência). Em relação ao tempo de existência da
úlcera, dados revelam que 63,6% (n=35) possuem a ferida entre 1-3 anos. Em seguida,
12,1% (n=35) com feridas entre 3-5 anos e 24,2% (n=35) com feridas com idade superior a
5 anos. Diversos motivos permeiam neste contexto no que diz respeito ao processo de
desenvolvimento de uma ferida, podendo estar associado à comorbidades, como HAS,
DM, Linfedema, doenças vasculares, cardíacas, entre outras.
Gráfico 17
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada ao estadiamento da ferida, Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014
A análise dos dados referentes ao estágio da ferida, 90,9% (n=35) apresenta o
estadiamento Grau II e, 9,1% apresentam Grau III. Lembrando que grau II apresenta tecido
de granulação e/ou desvitalizado e/ou infectado e Grau III com exposição fascicular e/ou
muscular.
Gráfico 18
Distribuição de pessoas com úlcera venosa segundo a classificação RYB , Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014
Quanto ao tipo de tecido exposto pela úlcera venosa, 69,7% (n=35) apresentam
classificação R (red= vermelho) referente ao tecido de granulação. 24,2% (n=35) estão
classificadas como Y (yellow=amarelo). 3% (n=35) apresentam a classificação B (black=
preto) e RYB, ou seja, apresentam os três tipos de tecido.
Gráfico 19
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada ao aspecto dos bordos da ferida, Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014
Com relação ao aspecto dos bordos da ferida, 57,4% (n=35) apresentam-se
macerada, ou seja, com excesso de umidade, o que impede o processo de cicatrização,
aumentando o tempo da ferida. E, 42,4% (n=35) apresentam bordos de ferida íntegros, o
que auxilia a aproximação dos bordos proporcionando assim o processo de cicatrização.
Gráfico 20
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada à dimensão da ferida, Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014.
Com relação ao tamanho da ferida, 45,5% (n=35) possuem diâmetro da ferida entre
1,5 a 3.0 cm. 33,3% (n=35) apresentam diâmetro entre 3,5 a 5,0 cm e, 21,2% (n=35)
apresentam feridas medindo 5,5cm ou mais.
Gráfico 21
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada ao odor da ferida, Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014
Com relação ao odor exalado pelas feridas, segundo a percepção do pesquisador,
39,4% (n=35) apresenta-se ausente. 27,3% (n=35) fraco; 21,2% (n=35) moderado e 12,1%
(n=35) com odor intenso.
Gráfico 22
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada à cobertura utilizada na ferida, Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014
Com relação à cobertura utilizada para ferida, 54,5% (n=35) apresentam-se não
adequado para ferida, ou seja, são utilizados produtos não específicos para o tecido que a
ferida apresenta. 39,4% (n=35) apresentavam curativos específicos para o tecido
apresentado pela ferida. E, 6,1% (n=35) apresentam curativos somente com gaze + SF
(soro fisiológico) 0,9%. Pacientes que apresentavam este tipo de coberturas, são aqueles
onde a ferida demanda um número maior de troca de curativos, geralmente realizados em
suas residências pelo próprio paciente ou familiares. Apesar de receberem os produtos para
continuação do cuidado em seus lares, a maioria temia a falta destes para realização dos
curativos nos finais de semana.
Gráfico 23
Distribuição de pessoas com úlcera venosa quanto à frequência das trocas de curativo, Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014
Em relação às trocas de curativo, 87,9% (n=35) realizam a troca 1 vez ao dia. 9,1%
(n=35) realizam a troca do curativo 3 vezes/semana. Esses, realizam as trocas de curativos
na unidade que oferece atendimento diário, porém intercalando os dias para realização de
curativos de acordo com a complexidade quanto a realização dos curativos. E, 3% (n=35)
realizam 3 vezes/dia as trocas de curativos devido a liberação excessiva de exsudato pela
ferida.
Gráfico 24
Distribuição de pessoas com úlcera venosa quanto à limpeza da ferida, Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa,2014.
Com relação à limpeza realizada pelo profissional da sala de curativos (enfermeiros
e/ou técnicos de enfermagem), 51,5% (n=35) realizam com SF 0,9%. 45,5% (n=35)
realizam com SF 0,9% + clorexidina degermante. E, 3% (n=35) realizam com iodo
povidona. Mesmo sendo um número reduzido, ainda há profissionais que utilizam o iodo
povidona de maneira inadequada. Para estimular o processo de cicatrização, o leito da
ferida deve permanecer úmido, não em excesso. E, o iodo povidona mantém o leito seco,
prejudicando a remoção da cobertura primária e/ou secundária, destruindo assim o tecido
de granulação, retardando o processo de cicatrização.
Gráfico 25
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada ao tipo de produtos utilizados na ferida,
Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014
Quanto ao tipo de produto utilizado pelos participantes da pesquisa ao realizarem a
troca de curativo em suas residências, 81,8% (n=35) utilizam os produtos prescritos pelo
enfermeiro. 9,1% (n=35) utilizam unguentos e chás não revelados aos profissionais de
saúde, pois temem sofrer represálias dos profissionais e negarem auxílio quanto aos
produtos oferecidos pelas policlínicas. 6,1% (n=35) utilizam SF 0,9% e, 3% (n=35)
utilizam substâncias prescritas pelos técnicos de enfermagem.
Gráfico 26
Distribuição de pessoas com úlcera venosa quanto ao manejo para realização do curativo, Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014.
Dados fornecidos pela pesquisa referente à troca do curativo, demonstram que
48,5% (n=35) não apresentam dificuldades para realização dos curativos. 33,3% (n=35)
revelam ter dificuldades e não conseguem realizar o curativo sozinho; 15,2% (n=35)
referem não saber efetivar as trocas de curativos e, 3% (n=35) referem não possuir recursos
para realização do curativo, seja em relação ao custo diário referente ao deslocamento até a
Policlínica ou na compra de produtos que a Policlínica por ventura não disponibiliza em
períodos de escassez ou mesmo falta.
Gráfico 27
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014
No que se refere ao significado da ferida para o indivíduo 30,3% (n=35) relatam
que ter uma ferida crônica está associada à falta de cuidado com o corpo e a saúde. Além
disso, 45,5% relatam que ter úlcera faz parte do processo da doença pré-existente (ex:
Hipertensão, diabetes). E 24,2% (n=35) referem à ferida a um castigo.
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada ao significado da ferida, Niterói-RJ.
Gráfico 28
Distribuição de pessoas com úlcera venosa relacionada que referem dificuldades para trabalhar
após o desenvolvimento da ferida, Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa,2014.
Com referência ao número de pessoas que possuem dificuldades para trabalhar após
o desenvolvimento da ferida, 60,6% (n=35) referem não ter dificuldades para trabalhar. Em
contra partida, 39,4% (n=35) referem prejuízo quanto a realização do seu labor, associados
ao odor, dor e diversos desconfortos promovidos pela ferida.
Gráfico 29
Distribuição de pessoas com úlcera venosa quanto à dificuldade para relacionar-se afetivamente,
Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014.
Com relação às dificuldades apresentadas pelos participantes da pesquisa quanto ao
relacionamento afetivo, 81,85 (n=35) referem não sofrer dificuldade alguma em relacionar-
se afetivamente e, 18,2% (n=35) encontram dificuldades em encontrar um (a) companheiro
(a).
Gráfico 30
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014
Quanto à dificuldade para realização de atividades físicas, 51,5% (n=35) não
apresentam essa dificuldade, porém, 48,5% (n=35) enfrentam este problema.
Distribuição de pessoas com úlcera venosa quanto à dificuldade para realização de
atividades físicas, Niterói-RJ.
Gráfico 31
Distribuição de pessoas com úlcera venosa quanto à dificuldade de realizar atividade sexual,
Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014.
Quanto às dificuldades para realizar atividades sexuais após o desenvolvimento da
ferida, 57,6% (n=35) relatam não apresentar dificuldades para realização dessas atividades.
Em contra partida 42,4% (n=35) referem que após o desenvolvimento da ferida, a
realização de atividades sexuais ficou prejudicada apresentando assim dificuldades para
efetivação da mesma.
Gráfico 32
Distribuição de pessoas com úlcera venosa quanto ao odor forte da ferida, Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014.
Quanto ao odor referido pelas feridas, 60,6% (n=35) dos participantes referem não
sentir incômodo algum, enquanto que 39,4% (n=35) referem sentir-se incomodados com o
odor da ferida.
Gráfico 33
Distribuição de pessoas com úlcera venosa quanto a realização das atividades diárias, Niterói-RJ.
Fonte: Formulário da pesquisa, 2014
Neste contexto, os resultados avaliados referentes as atividade realizada
diariamente, foi observado que 36,4% (n=35) das pessoas ficam muito tempo sentados ou
em pé. Em seguida, 9,1% (n=35) carregam peso durante o dia. Foi referido que 33,3%
ficam muito tempo sentado e, 21,2% (n=35) referem não caminhar muito durante o dia.
Gráfico 34
Fonte: formulário da pesquisa, 2014
Os dados supracitados são referentes à frequência em ritos religiosos. 30,3% dos
participantes frequentam mais de uma vez por semana. 18,2% está relacionado ao número
de pessoas que frequentam mais de uma vez no ano e, 1 vez por semana. 15,2 % representa
o número de pessoas que frequentam 2 a 3 vezes por mês. 12,1% frequentam 1vez por
semana e, 3% frequentam 1 vez ao ano ou não compareceram a nenhum culto religioso.
Distribuição de pessoas com úlcera venosa quanto à frequência em ritos religiosos, Niterói-
RJ.
Todos os gráficos foram verificados e as associações das variáveis em questão
foram submetidas ao teste Qui-quadrado onde p-valor<0.05 implicou uma associação
significante estatisticamente. Para a análise dos dados, empregou-se a estatística descritiva,
utilizando-se do gráfico de setores ou sectograma, onde cada categoria foi representada por
percentual. E, para verificar alguma dependência entre as variáveis
categóricas(qualitativas) no estudo, empregou-se a inferência estatística, aplicando-se o
teste do qui-quadrado de Pearson. Assim, os testes realizados nas variáveis duas a duas,
não verificou nenhuma dependência, do ponto de vista estatístico, exceto entre as variáveis
Atividades físicas diárias e Tipos de ferida (p<0,05), apresentando significância estatística.
As análises estatísticas supracitadas, foram realizadas com um nível de
significância de 95%, empregando o programa livre R versão 2.14.2 para Windows (R
Development Core Team, 2013). O presente estudo foi acompanhado e revidados por
um estatístico, utilizando técnicas e programas estatísticos aos quais contribuíram para
descrição dos achados.
DISCUSSÃO DOS ACHADOS
4 DISCUSSÃO DOS ACHADOS
Os dados foram analisados e descritos a partir das respostas obtidas dos formulários
aplicados aos usuários com úlceras varicosas assistidos nas duas policlínicas de saúde
eleitas para o desenvolvimento do estudo.
Dados desta pesquisa revelam que úlcera venosa, na maioria dos casos, acomete
pessoas entre 61 e 80 anos, que está em consonância com resultados de estudos
anteriormente realizados, caracterizada por 2% na população global, aumentando para 3 a
5% na população com idade superior a 65 anos (FONSECA, 2012).Os casos mais comuns
de úlcera venosa ocorrem entre a terceira e oitava década da vida, devido às alterações
funcionais que provocam a diminuição gradativa na renovação da epiderme (30% a 50%)
bem como a deposição de colágeno (OLIVEIRA, 2010).Esta população, além de
apresentarem incidência maior para o desenvolvimento de úlcera venosa, o declínio das
atividadessomado a doenças crônico-degenerativas demandam um suporte emocional e a
realização de mecanismos específicos como suporte para enfrentamento dessa situação,
pois essa população apresenta de maneira frequente emoções e sentimentos abalados
(SALOMÉ, 2012).
Diversas pesquisas revelam que os homens possuem uma resistência maior que as
mulheres no tocante a procura da assistência para saúde, principalmente quando voltadas
às práticas preventivas, revelando um número maior de indivíduos do sexo feminino
assistidas nas UBS7apresentados em outras pesquisas realizadas sobre o assunto abordado.
Como estão em maior evidência nos atendimentos na rede básica de saúde, acredita-se que
a incidência de úlcera de perna seja maior no público feminino (SILVA, 2011). No
entanto, os dados desta pesquisa revelam números interessantes no que diz respeito ao
autocuidado. A maioria dos indivíduos pesquisados, 81,8% (gráfico 2) pertence ao sexo
masculino, permitindo algumas reflexões referentes às questões socioeconômicas e ao
cuidado com a saúde, como por exemplo, a adesão aos serviços às práticas de saúde
oferecidas pelo absenteísmo das atividades laborais ou a redução de sua jornada de
trabalho após o surgimento da ferida. A prevalência maior de úlceras venosas está
relacionado ao sexo feminino e aos idosos. Estudos epidemiológicos indicam que 16 a 46%
7 UBS: Unidade Básica de Saúde.
das úlceras venosas afetam ao sexo feminino e, 12 a 40% ao sexo masculino
(PIAZZOLLA, 2011).
Sobre as condições socioeconômicas, a população pesquisa foi caracterizada pelo
CCEB8 como classe E em sua maioria com o percentil de 87,9% (gráfico 14), apresentando
uma renda mensal de aproximadamente R$895,00. Este critério enfatiza sua função de
estimar o poder de compra das pessoas e famílias urbanas, abandonando a pretensão de
classificar a população em termos de “classes sociais” (ABEP, 2012).É importante que o
critério seja aplicado de forma uniforme e precisa de acordo com os bens que o indivíduo possui, a
partir daí teremos como conhecer a população estudada.
Em relação à cor da pele, os achados dessa pesquisa revelam que o predomínio
maior das pessoas com úlcera venosa se auto referiram como negras numericamente
apresentada por 45,5% (gráfico 6) e, em seguida, 39,4% (gráfico 6) as pessoas de que se
consideram pardas. Neste sentido, a etnia apresenta-se como um fator que corrobora para o
desenvolvimento de alguns tipos de doenças crônicas.
Ainda referindo-se à cor da pele, no nosso estudo, ficou evidenciado um maior
número de sujeitos com lesão de pele entre os indivíduos de cor negra(45,5%), dados
divergentes com estudos que afirmam que a pele clara é mais suscetível a lesões
dermatológicas em razão de suas características histológicas, como menor proteção da
melanina, pele mais fina, menor quantidade de fibras de colágeno (CHAVAGLIA, 2015) e,
em outra pesquisa realizada no âmbito hospitalar, o fator raça, percebeu-se uma
homogeneidade entre pacientes brancos e negros, os valores foram iguais (CAMACHO,
2014).
No que diz respeito ao grau de escolaridade, 63,6% (gráfico 4) referiu não ter
completado o ensino fundamental, o que pode colaborar para baixa compreensão no que se
refere aos cuidados em saúde e com poucas chances, além disso favorece a procura de
ofícios com baixa remuneração, precárias condições de trabalho e longas jornadas. Estas
condições podem gerar a baixa procura na assistência de atenção básica para prevenção de
agravos. A baixa escolaridade apresentada pode favorecer na falta de compreensão no que
diz respeito ao tratamento da ferida, uma vez que o nível educacional interfere diretamente
8 CCEB: Critério de Classificação Econômica Brasil
no desenvolvimento da consciência sanitária, na capacidade de entendimento do
tratamento prescrito e na prática do autocuidado (CHAVAGLIA, 2015).
Quanto ao estado civil dos participantes da pesquisa, 36,4% (gráfico 1) são
solteiros. Durante a pesquisa verbalizaram que moravam com amigos, filhos e/ou parentes
mais próximos. Assim como os solteiros, divorciados (9,1%), viúvos (21,2%) e separados
(6,1%) não viviam sós. Relatavam ainda que apresentavam relacionamento afetivo aos
quais dividiam alegrias e tristezas.
Quanto ao número de filhos 69,7% (gráfico 3) relatam ter filhos aos quais os
ajudam nos momentos de maior necessidade. No dia a dia de pessoas com feridas há
presença de sofrimento, e isto acontece devido a dúvidas e angústias em relação ao
tratamento e, principalmente, a ansiedade em ver a evolução da ferida para uma melhora
(WAIDMAN, 2011). Nota-se assim a importância da família, dos amigos junto à pessoa
que sofre com as incertezas e as dores que a úlcera venosa pode proporcionar.
Em relação às atividades diárias, 60,6% (Gráfico 28) dos participantes mantiveram
seus ofícios mesmo após o desenvolvimento da ferida. Dentre estes indivíduos, em sua
grande maioria, realizam atividades onde há pré-disposição para o desenvolvimento de
DCNT9, como exemplo, os motoristas de taxi, ônibus, os quais permanecem muitas horas
sentados na mesma posição. Particularmente, o trabalho causa grande impacto no cotidiano
do trabalhador, uma vez que grande parte da sua vida se passa no ambiente laboral,
podendo influenciar comportamentos e oferecer condições de risco que podem afetar o
processo saúde-doença, conduzindo a pessoa desenvolver patologias. (SANTOS, 2008).
Mesmo referindo dificuldades em realizar seu trabalho com a destreza e a mobilidade
anteriormente realizadas após o advento da ferida, referiram a impossibilidade do
afastamento de suas atividades, pois o sustento familiar dependia do seu salário. Além
disso, muitos referiram uma redução considerável da renda mensal após o desenvolvimento
da ferida, pois o cansaço e a dor referidos os impediam de agregar os outros ofícios ou
acúmulo de outros anteriormente concedidos. Compreendendo o nível de percepção de
riscos em potencial, estes indivíduos estarão ou não vulneráveis a alterações orgânicas e
emocionais, comprometendo a proteção e a manutenção de sua saúde e, consequentemente,
influenciará na eficácia do desempenho de suas atividades laborais. (NEVES, et al, 2009).
9 Doenças crônicas não transmissíveis
Os resultados referidos sobre doenças pregressas, em sua grande maioria, a
hipertensão arterial apresentou-se de forma majoritária com 42,4% (gráfico 5), seguido
pela associação da hipertensão com a diabetes, apresentando 21,2% (gráfico 5).Estudos
apontam que os principais fatores de risco para o desenvolvimento de feridas crônicas de
membros inferiores estão relacionados à hipertensão arterial e a diabetes. Ressalta-se,
ainda, que quanto maior o numero de problemas sistêmicos, mais alterados às respostas de
cicatrização, pois estas dependem de fatores imunológicos globais (SILVA, 2009). Dada à
relevância deste achado, torna-se importante o tratamento e o acompanhamento de maneira
eficaz da pessoa com hipertensão arterial e úlcera venosa. Neste contexto observamos que
o estilo de vida adotado pelo indivíduo pode ser um fator determinante para o
desenvolvimento ou para melhoria da condição de saúde, pois além de interferir de forma
positiva no controle dos fatores de risco cardiovascular, a adoção de hábitos de vida
saudável tem o potencial de não só reduzir a pressão arterial, mas influencia na qualidade
de vida e na prevenção de agravos a saúde (SANTOS, 2008).
Com relação ao consumo de bebidas alcoólicas e a prática tabagista, foi observado
que 18,2% (gráfico 8) nunca fumaram e 24,2% (gráfico 7) nunca consumiram algum tipo
de bebida alcoólica. Em sua grande maioria, a prática tabagista referente à 48,5% (gráfico
8) e/ou elitista 78,8% (gráfico 7) são realizadas concomitantemente ou não. Esta situação
nos remete a reflexões no que se refere ao grau de conhecimento e entendimento frente à
sintomatologia, desenvolvimento e evolução da doença e aos riscos que estão expostos.
Para isso, é preciso que estas informações sejam transmitidas permitindo a fácil
compreensão quanto à importância da adoção, manutenção de um estilo de vida saudável,
consequentemente a redução ou a restrição total desses elementos. O risco para o
desenvolvimento de úlceras venosas em indivíduos com práticas tabagistas e etilistas é
superior aos que não fazem uso desses componentes (PIAZZOLLA, 2011).
Os resultados apresentados a seguir são referentes à prática de atividades diárias.
Os achados revelam que 36,4% (gráfico 33) passam a maior parte do dia caminhando e em
pé, seja para realização de suas atividades laborais e suas atividades domésticas. Em
seguida, 33,3% (gráfico 33) permanecem a grande parte do dia sentado, o que
possivelmente promoverá estase sanguínea em membros inferiores. Embora seja observado
que as úlceras venosas são responsáveis por causarem impactos para os aspectos físicos e
psicossociais, como a dor, dificuldades para locomoção, limitações no trabalho doméstico,
impedimento de realizar atividades sociais, vergonha de expor as pernas, limitações para
prática de esportes, lazer (SILVA, 2011), o indivíduo que a possui deve ser encorajado
quanto a reinserção nas práticas realizadas coletivamente visando a melhoria de sua
autoestima participação social.
Segundo os dados desta pesquisa 66,7% (gráfico 9) possui hábito de consumir
verduras e legumes, evitando refeições fornecidas em lanchonetes fast food, o que nos leva
a crer que esses indivíduos compreendem que a realização de uma dieta balanceada torna-
se primordial para manutenção da saúde e prevenção de agravos. Em contra partida, outros
achados estão relacionados com a alimentação, estão ligados ao IMC10. A pesquisa revela
que 51,5% (gráfico 12) encontram-se acima do peso desejado, ou seja, sobrepeso.
Encontramos ainda 30,3% dos indivíduos com peso normal e 6,1% indivíduos obesos
classificados em grau I e II e 3% classificados com obesidade grau III. Mesmo em escala
reduzida, demonstra preocupação quanto a este achado, pois a obesidade é uma doença
crônica, de caráter multifatorial decorrente de balanço energético positivo que favorece o
acúmulo de gordura, associado a riscos para a saúde devido à sua relação com
complicações metabólicas, aumento da pressão arterial, dos níveis de colesterol e
triglicerídeos sanguíneos e resistência à insulina. Além disso, está relacionado aos fatores
biológicos, históricos, ecológicos, econômicos, sociais, culturais e políticos como um
agravo multifatorial caracterizada pelo excesso de gordura corporal, causando prejuízos à
saúde do indivíduo (BRASIL, 2014). Frente a isto, é necessário que o indivíduo seja
assistido de maneira integral, no que diz respeito às necessidades nutricionais, psicológicas
e físicas, já que o índice de massa corpórea é reconhecidamente um fator de risco, pois o
aporte nutricional inadequado, com ausências de vitaminas como a A e K e eletrólitos
como o magnésio que auxiliam no processo de cicatrização, podem cronificar a situação de
uma ferida crônica já instalada (PIAZZOLLA, 2011), pois ocontrole adequado dos níveis
lipídicos contribuirão para a prática de uma dieta menos calórica (com restrição degorduras
e carboidratos), sendo de grande auxílio na manutenção do peso ideal (SANTOS, 2008)
juntamente à prática de exercício físico, auxiliando no alívio do estresse, transformando-se
em um fonte de lazer e de qualidade de vida (CALLEGARO, 2012), favorecendo para
adoção de um estilo de vida saudável.
10
Índice de Massa Corpórea
No que diz repeito ao número de presença às consultas realizadas por médicos e
outros profissionais de saúde, excetuando o enfermeiro, todos referiram 100% de presença,
divididos entre os números de consultas realizadas: 97% (gráfico 13) de 1 a 3 consultas e
3% (gráfico 13) de 3 ou mais consultas, não conferindo absenteísmos, ou seja, referindo
como fator importante para manutenção de sua saúde. Em relação a participação de
consultas e grupos realizados pelo enfermeiro, pacientes referem nunca ter participado,
pois ambas as policlínicas utilizadas como local da pesquisa não oferecem este serviço ao
público assistido. Seria de fundamental importância que esta iniciativa fosse tomada, pois
em conjunto com as consultas realizadas, a assistência a pessoa com úlcera venosa seria
completa e eficaz, assim o cuidado com este indivíduo seria completo possibilitando o seu
conhecimento em sua totalidade. A vivência da educação em saúde através da realização
de grupos, como por exemplo, os grupos realizados pelos bolsistas de pesquisa do Núcleo
de Pesquisa em Cuidados em Saúde e Subjetividade na Perspectiva Transdisciplinar da
Escola de Enfermagem da UFFsob orientação do Prof. Enéas proporcionando o
conhecimento das mais diversas formas de compreensão do processo saúde-doença da
pessoa com hipertensão e diabetes. Esses trabalhos favorecem a participação do indivíduo
e da comunidade possibilitando a decisão sobre seus próprios destinos, e a capacitação
destes sujeitos para atuarem na melhoria do seu nível de saúde, a fim de buscar a promoção
da saúde permitindo o aprofundamento de discussões e a ampliação de conhecimentos, de
modo que as pessoas superem suas dificuldades e obtenham maior autonomia, melhores
condições de saúde e qualidade de vida (SANTOS,2008).
Com relação ao tipo de ferida, 91,9% (gráfico 15) apresenta-se como úlcera venosa,
caracterizada por perda circunscrita ou irregular do tegumento (derme ou epiderme),
podendo atingir subcutâneo e tecidos subjacentes, a qual acomete as extremidades dos
membros inferiores e cuja causa está, geralmente, relacionada ao sistema vascular arterial
ou venoso (BRASIL, 2008), apresentando ainda nos dias de hoje uma alta incidência.
Quanto à etiologia, outros estudos apontam a úlcera venosa foi predominante estando
envolvida de forma isolada em 56% dos casos, associada à insuficiência arterial em 26%
(úlceras de etiologia mista) e unicamente relacionadas com doença arterial em 18% dos
doentes (FONSECA, 2012).
Referente ao tempo do desenvolvimento da ferida, 63,6% (gráfico 16)dos
participantes da pesquisa referiram ter entre 1 a 3 anos. Este período pode estar associado
quanto a etiologia, formas de cuidado com a ferida relacionado à assistência realizada
pelos profissionais enfermeiros e técnicos de enfermagem quanto ao tipo de cobertura
utilizada e/ou quanto como o curativo é realizado pelo paciente em sua residência. Através
de uma leitura apurada de outras pesquisas publicadas, foi observado que a realização do
curativo no domicilio é uma pratica comum e não difere de outras partes do território
brasileiro, apresentando ocorrência semelhante ao que e relatado na literatura, pois o local
onde realiza-se o curativo deve ser examinado com prudência, uma vez que a água
utilizada para limpeza das lesões pode não conter sua qualidade garantida, sem controle
nas limpezas dos reservatórios e a não apresentarem controle bacteriológico
(SANT’ANA,2012).O papel enfermeiro no cuidado do indivíduo com feridas crônicas é de
fundamental importância, além de executar o curativo, está em contato direto com o
paciente, examinando sua lesão, recomendando exames complementares, que possam
auxiliar no diagnóstico e evolução da cicatrização e, por fim, orientando na prevenção de
outros problemas e responsável por promover a saúde (SILVA, 2011).
As formas estabelecidas para o cuidado são fatores de extrema importância para
evolução da ferida, já que a utilização de produtos não adequados para limpeza da lesão,
podem comprometer o estadiamento bem como seus bordos, comprometendo o período de
cicatrização. Quanto à evolução da ferida, a maioria dos participantes 90,9% (gráfico 17)
apresentam ferida estágio II com tecido de granulação (R – red - da classificação RYB11),
com 45,5% (gráfico 18) apresentando dimensão variando entre 1,5 a 3cm (gráfico 20). Em
relação aos bordos da ferida, quando epitelizado apresenta-se fino e róseo e sua orientação
se dá em direção ao centro da lesão levando a contração e consequente fechamento da
lesão. A maceração perilesional, atrapalha a migração dos queratinócitos para o centro da
lesão, evitando o surgimento do tecido de epitelização. Pode ocorrer devido ao uso
prolongado e/ou errôneo de curativos que estimulam a exsudação excessiva das feridas
(OLIVEIRA, 2012). Referente aos procedimentos utilizados para a higienização de uma
úlcera, a maioria dos participantes referiram realizar a limpeza com soro fisiológico 0,9%,
fornecido pelas policlínicas eleitas para realização da pesquisa. Esta solução consiste em
retirar células mortas, corpos estranhos, tecido necrótico ou desvitalizado, com intuito de
reduzir os microrganismos presentes na área afetada.
11
RYB – Classificação Red, Yellow, Black – coloração e aspecto da ferida.
A limpeza da ferida deve ser realizada com técnica adequada, utilizando-se material
esterilizado para suavemente remover bactérias, fragmentos, exsudato, corpos estranhos e
resíduos de agentes tópicos (SILVA, 2011). A utilização da cobertura de acordo com a
apresentação da ferida, mostra-se de maneira fundamental para eficácia do tratamento.
Porém, em algumas situações são encaradas como impedimentos no processo de
desenvolvimento de uma assistência equânime e eficaz. Vários fatores podem interferir na
escolha adequada da cobertura,dentre elas, a falta de conhecimento dos profissionais,
restrições impostas pela equipe médica, a existência de programas locais ou regionais com
suas próprias recomendações,uso de diretrizes para o tratamento de feridas, fatores
reembolso financeiro pelos planos de saúde (SANT’ANA, 2012), além da resistência por
parte dos profissionais frente à chegada de novas técnicas e coberturas e assistência quanto
ao registro de informações as quais forneceriam subsídios importantes para melhor assistir
aos pacientes e informações fidedignas para realização de futuras pesquisas.
Em relação aos participantes da pesquisa, 54,5% (gráfico 22) apresentavam-se para
realização do curativo com coberturas inadequadas para a ferida ali instalada. Estes
seguiam as orientações da equipe de enfermagem quanto à realização do curativo, além de
fornecer o material para realização do mesmo. Porém, mediante a minha avaliação como
estomaterpeuta, após a retirado do curativo realizado no dia anterior, observava que a
conduta frente ao tecido apresentado pela ferida deveria ser realizada com outro tipo de
cobertura, ou seja, é necessário que os conhecimentos destes profissionais sejam
reavaliados e acompanhados por profissionais competentes, visando cada vez mais o
cuidado à pessoa com feridas crônicas efetivo e integral.
Como referido anteriormente, a pessoa com ferida crônica assistidas nas
policlínicas onde a pesquisa foi realizada, recebem da equipe de enfermagem materiais
para realização dos curativos em sua residência nos finais de semana, já que o
funcionamento realiza-se em dias úteis (segunda à sexta) e quando necessário (feridas
exsudativas, as quais necessitam de trocas regulares de curativo). Ao responderem a
pergunta do formulário referentes à cobertura após a limpeza, a maioria respondeu que
segue a prescrição do enfermeiro/equipe de enfermagem. Porém, algumas pessoas
verbalizavam com tom baixo para que os profissionais não escutassem quanto a utilização
de unguentos e chás durante os finais de semana e quando achavam necessário. Tal atitude
era realizada temendo a represália dos responsáveis pela assistência e como consequência a
não apropriação do material para realização dos curativos. O desejo do ter era maior,
mesmo sabendo que na maioria das vezes esses produtos não seriam utilizados.
A Aloe vera12possui propriedades analgésicas, anti inflamatórias, hidratantes,tem
sido utilizada na medicina tradicional na cura de diversas doença, como as de pele, danos
por irradiação, afecções dos olhos, enterocolites e doenças virais. Apresenta ação
cicatrizante, anti-inflamatória, protetora da pele, tendo ainda propriedade bactericida,
laxativas e agentes desintoxicantes. Além disso, é muito utilizada em lesões de pele,
devido ao seu poder emoliente e suavizante. Contém das vitaminas C, E, complexo B,
ácido fólico, minerais, aminoácidos essenciais e polissacarídeos que estimulam o
crescimento dos tecidos e a regeneração celular (OLIVEIRA, 2009). Complementando
este achado, a fitoterapia é uma terapia alopática incentivada e que esta em estudo por
diversas organizações de pesquisa, sendo que esta é a pratica de tratamento que melhor
possibilita a participação ativa da comunidade, além de embasar-se no conhecimento
tradicional e popular. Porém, deve ser observado que uma mesma planta possui
propriedades diferentes, de acordo com o principio ativo que produz em cada uma de suas
partes, sendo indispensável conhecer bem a planta antes de sua utilização e imprescindível
a orientação de um profissional de saúde especializado (DA SILVA, 2014).
Com relação ao assunto abordado, a utilização do acajumembrana está sendo vista
como mais uma alternativa natural para o tratamento de úlceras de perna. A partir do sumo
fermentado do pseudofruto de Anarcadiumoccidentale L., identificada como levedura –
Pichiamembranaefaciens E. C. Hansen pelo Institute of the Royal Netherlands Academy
of Artsand Sciences. Apresenta na sua composição fitoquímica fenóis, taninos, flavonas,
flavonóis e xantonas. É indicada para o uso tópico em feridas crônicas, micose, que possui
ação antiinflamatória e cicatrizante. É puramente fitoterápico, sem possuir qualquer aditivo
ou modificações químicas e que, em contato com a pele, propicia a liberação lenta e
gradual dos constituintes nela contidos, favorecendo a regeneração dos tecidos destruídos
pelo processo inflamatório (SANTOS, 2013).Que saibamos conduzir a um atendimento
focado na assistência integral do indivíduo, não esquecendo que este carrega um amplo
conhecimento de sua vida e o que considera importante para realização do autocuidado.
12
Aloe vera conhecida como babosa
Além disso, devemos corresponsabilizá-lo na melhoria da assistência a sua saúde, e que
nossa interferência científica não apague o conhecimento adquirido ao longo de sua vida.
Quanto a realização dos curativos, 48,5% (gráfico 26) a maioria dos participantes
referiu dificuldades pois não conseguem fazê-los sozinhos. Outros 33,3% (gráfico 26)
relataram não compreenderem sua realização e 3% (gráfico 26) referiu não possuir
recursos financeiros para compra de material quando necessário, dependendo totalmente da
equipe de enfermagem para realização do curativo. A pessoa com feridas crônicas
experencia momentos de sofrimento, dor, angústias e incertezas. O apoio da família quanto
à realização e cuidado do curativo quando necessário, quanto a realização das orientações
prescritas pelo enfermeiro é de fundamental importância para o processo de aceitação e
perseverança no tratamento, sendo importante para a recuperação dessas pessoas com
feridas, já que a falta desses fatores pode levar a queda da qualidade de vida, baixa
autoestima, ansiedade e depressão (SALOMÉ. 2012).
Quanto ao significado da ferida, 45,5% (gráfico 27) compreende a ferida como um
fator relacionado ao processo da doença; 30,3% refere a falta de cuidado com o corpo,
24,2% enxerga a existência da ferida como em castigo. Essa pergunta respondida ao longo
no decorrer do preenchimento do formulário, durante as respostas referentes a outras
perguntas realizadas, esta fluiu naturalmente. A úlcera nos membros inferiores assume
grande importância na vida dos pacientes, pois sua ocorrência pode gerar deformidades e
consequências adversas, entre elas distúrbios psicossociais (SALOMÉ, 2012).Frente a este
fato, é importante que a pessoa com úlcera venosa seja assistida em sua totalidade para
compreensão de suas preocupações, medos e angústias, orientando-os no que diz respeito
às formas de tratamento e a etiologia da doença. Evidenciar o cotidiano da pessoa com
ferida crônica possibilita abordar as limitações deste indivíduo que vão desde a
dependência para realizar simples tarefas do cotidiano até a incapacidade de locomoção, os
tornando frágeis, vulneráveis e desestimulados (LARA, 2011), podendo gerar sofrimento e
depressão.
Nesta pesquisa no que se refere à exposição da perna com a ferida, a maioria dos
participantes expressaram não ter vergonha em expor a perna quando necessário. Um
número reduzido de participante, porém significativo, referiram que sentem
envergonhados, portanto a exposição da perna ferida não é uma prática efetivada. Em
outros estudos realizados sobre o assunto abordado, revelam que a vaidade é bem cogitada
nas pessoas do sexo feminino já que a aparência para uma mulher é importante em sua
vida. Em contra partida, os homens valorizam a dificuldade de mobilidade e de não poder
sair de casa, ou seja, é notório que a aparência da ferida causa sofrimento levando a
mudança no hábito de vida. Além disso, demonstra que o conceito de imagem corporal não
está relacionado apenas à percepção e sentidos, está envolvido nas figurações e
representações mentais que o indivíduo possui dos outros e de si mesmo que provém do
contato com ações e emoções advindas de outras experiências possivelmente vividas
(WAIDMAN, 2012).A ferida como marca corporal, física, representa para o indivíduo um
problema que não só é perceptível para ele como para as pessoas que o cercam, sendo
encarado como num fator limitante para as relações interpessoais. Ou seja, qualquer
alteração em sua imagem do corporal, torna-o diferente do corpo do outro, trazendo assim
repercussões diversas para o indivíduo (SOUZA, 2009).
Referentes aos resultados sobre o relacionamento afetivo, surpreendentemente
81,8% (gráfico 29) dos participantes referiram não sofrer ausência de uma companhia ou
de não permanecer com seu cônjuge após o desenvolvimento da ferida. 18,2% (gráfico 29)
referiram dificuldades em relacionar-se afetivamente, verbalização estarem sós e não
conseguir relacionar-se afetivamente após o desenvolvimento da ferida. Mesmo
apresentando um número reduzido, mostra-se como um dado significativo. Qualquer
situação crônica implica mudanças no estilo de vida, fazendo com que pessoas com
doenças crônicas necessitem adaptar-se a uma nova condição, podendo acarretar reações
psicológicas e emocionais que os levam a reagirem de diferentes maneiras, a depender de
sua compreensão da condição e de suas percepções acerca do impacto potencial (SOUZA,
2010). Contudo, referente a essa pesquisa, foi solicitado a resposta referente às
dificuldades para realização sexual. Os números apresentaram-se em equilíbrio, mas a
maioria respondeu que a ferida não as impedem quanto a prática de atividade sexual.
Com relação às respostas dos participantes, observamos que 57,6% (gráfico 31)
preservam de maneira salutar a saúde sexual, a qual está intimamente relacionada à
qualidade de vida e ao bem-estar pessoal, descobrir formas de sentir, receber e dar prazer
são caminhos através dos quais essa saúde pode ser alcançada, apresentando possibilidade
do ser humano em estar aberto para desfrutar das atividades sexuais, com o maior
desprendimento possível, sem temores, culpa ou preconceitos (SOUZA, 2009). Este
achado contrapõe outras pesquisas as quais referem a queda da qualidade de vida em
pessoas com úlcera venosa. Porém, indivíduo para não perder por completo o sentido da
vida, cria mecanismos para viver bem, o que confirma a importância deste indivíduo ser
estimulado a viver em sociedade, evitando o isolamento e estimulando-o a prática de suas
atividades diárias na medida do possível.
No que diz respeito ao odor, 60,6% (gráfico 32) referiu não sentir odor forte ou
mesmo a sua ausência. Em contra partida, alguns participantes 39,4% (gráfico 32)
sentiram-se incomodados com o odor exalado de sua ferida. O odor pode ser um fator
excludente interferindo no convívio social. Ir a uma festa ou mesmo utilizar um transporte
coletivo pode ser motivo de constrangimento, impedindo-o quanto a realização de suas
atividades diárias. A presença de exsudato no leito da ferida é um processo fisiológico
presente na fase inflamatória, devido ao extravasamento de plasma em decorrência da
vasodilatação dos pequenos vasos, provocada por traumas. A presença de infecção é
considerada à partir da avaliação acerca do volume, odor e coloração (OLIVEIRA, 2012).
A discussão foi baseada nos achados da pesquisa com intuito de contribuir para a
assistência à pessoa com úlcera venosa, na tentativa de compreender a possível relação do
autocuidado com o desenvolvimento da ferida. Além disso permitiu um amplo
conhecimento em relação ao assunto abordado, conhecer outras pesquisas anteriormente
desenvolvidas as quais subsidiaram a realização o discurso realizado.
http://thumbs.dreamstime.com/x/conclus%C3%A3o-de-incandesc%C3%AAncia-28886111.jpg
CONCLUSÃO
6 CONCLUSÃO
Em pleno século XXI, em meio aos avanços tecnológicos nas áreas humanas e
biológicas, observamos apreocupação por parte da comunidade científica quanto ao
estímulo às pesquisas, especialidades focadas para melhoria das condições de vida da
sociedade. Todavia, a úlcera venosa ainda nos dias atuais é considerada um problema de
saúde pública causando dificuldades para realizadas pelo individuas práticas da vida diária.
Dependendo do grau de comprometimento, a pessoa com ferida se abstém se seu trabalho
reduzindo sua renda, causando prejuízos para a economia e desenvolvimento do país.
Profissionais competentes para a realização do cuidado à pessoa com úlcera venosa
não poupam esforços, realizam o cuidado com dedicação e zelo. Todavia, compreende-se a
necessidade de estimular a procura de novos conhecimentos, especializações para bem
cuidar destes sujeitos promovendo conforto, bem estar e a certeza de um cuidado
individual e holístico. Além disso, não podemos deixar de enfatizar a importância dos
avanços tecnológicos referentes aos produtos e coberturas utilizados em feridas crônicas,
porém, não nos esqueçamos da importância dos registros em fichas padronizadas para
melhor acompanharmos a evolução da ferida e do indivíduo, pois auxilia para coleta de
dados com vistas ao desenvolvimento de futuros estudos para melhor assistir a estes
indivíduos. Durante o estudo foi observada a deficiência de registros quanto a evolução da
ferida em ambas as policlínicas utilizadas como local de pesquisa. Muitas informações
poderiam auxiliar para o desenvolvimento do estudo se as ações promovidas fossem
registradas, assim teríamos um acompanhamento melhor quanto às necessidades de saúde
das pessoas assistidas.
Durante a análise dos achados observamos que o tipo de ofício realizado,
alimentação adotada, sedentarismo, o consumo de bebida alcoólica e tabaco são práticas
realizadas que influenciam no estilo de vida e na realização do autocuidado, pois 51,6%
das pessoas estão com sobrepeso, mesmo apresentando na pesquisa que 66,7% dos
indivíduos pesquisados referissem que suas refeições eram realizadas à base de legumes e
verduras. Além disso, 48% referem fazer uso de tabaco em torno de 1 (um) maço/dia e
75% possuem hábitos etilista pelo menos 1 (uma) vez/semana. Portanto, muito mais do que
cuidar da ferida, precisamos conhecer o cotidiano deste indivíduo, o que este compreende
por estilo de vida, o que acredita ser importante para manutenção de sua saúde, sua
compreensão quanto as formas de cuidado com a ferida e com sua vida, para que possamos
implementar ações efetivas com enfoque para promoção da saúde e a prevenção de
agravos.
A insatisfação dos sujeitos referentes às práticas laborais após o aparecimento e a
evolução da ferida referidos por 60,6% dos participantes da pesquisa, não diz respeito a
falta de ocupação, e sim a redução de sua renda mensal devido a impossibilidade de manter
dois ou mais empregos anteriormente realizados, pois as dores e em alguns casos o odor
intenso, os impedem de conquistar novas atividades laborais, gerando mudanças em sua
rotina, falta de confiança e incertezas.
O que poderia parecer uma dificuldade na vida de uma pessoa com feridas crônicas,
não foi demonstrado como uma preocupação. Em alguns momentos a doença, a dor e a
debilidade são apresentadas como solução para muitas famílias, permitindo o perdão, a
união, e surgimento do sentimento de doação e serviço. Quando referimos à afetividade, as
respostas foram surpreendentes, pois a 60,6% das pessoas acometidas pela úlcera venosa
não encontravam obstáculos para manter-se enamorados e em harmonia familiar. Não
referiram dificuldade em manter relações amorosas com seus pares após o
desenvolvimento da ferida e ambiente hostil em seus lares.
Conhecer o indivíduo dentro do seu contexto social, cultural e as estratégias
utilizadas para o autocuidado, são condições essenciais para o desenvolvimento de
atividades com enfoque nas ações de prevenção e promoção à saúde com enfoque no
indivíduo com úlcera venosa. Além disso, valorizar seus conhecimentos e suas práticas
diárias, são fatores importantes para estabelecer confiança entre profissionais de saúde e o
usuário, pois o trabalho em conjunto associando o saber popular com os conhecimentos
científicos, estimula a corresponsabilização dinamizando o processo do cuidado,
contribuindo para compreensão quanto importância da mudança dos hábitos e do estilo de
vida quando necessário.
Esta pesquisa contribuiu identificar o indivíduo com úlcera venosa em seu contexto
sociocultural, na tentativa de conhecer o estilo de vida adotado e suas influências para
prática do autocuidado. Quanto ao nível de escolaridade e idade dos participantes da
pesquisa, 63,6% possuem o ensino fundamental incompleto e aproximadamente 40% do
total dos participantes estão na faixa etária entre 61 a 80 anos. Esses fatores indicados
podem interferir na compreensão do cuidado em saúde, para adoção de um estilo de vida
saudável e consequentemente no autocuidado.
Enquanto enfermeira e pesquisadora, observei que o estilo de vida, o autocuidado,
estão mergulhados em um mundo criado pelo indivíduo impregnado de referências
culturais, sociais, as quais foram atribuídos e construídos ao longo da sua vida. Neste
sentido, pude retornar e refletir sobre a pergunta inicialmente realizada neste estudo: quais
as feridas que precisamos cicatrizar para melhor cuidar do outro? Compreendi que para
cuidar do outro é preciso paciência, atenção, solidariedade, sabedoria e principalmente
estar liberta das amarras de qualquer tipo de preconceito. Libertos destas feridas e outras
que julgamos importantes serem cicatrizadas, seremos instrumentos de uma assistência
universal, integral e equânime.
Assim como Quíron, que mesmo ferido, cuidava com dedicação aos outros,
curando as feridas daqueles necessitados de sua atenção, não suportou a dor da sua própria
ferida solicitando que sua imortalidade fosse transferida para Prometeulivrando-se da dor.
Não possuímos o poder de transferir nossos problemas e dores para outra pessoa, mas
temos a possibilidade de dividi-los com aqueles que confiamos e amamos, tornando-os
mais leves e com maiores possibilidades para serem resolvidos. Trazendo para o contexto
da enfermagem, que as dificuldades frente a uma nova descoberta não sejam obstáculos
para o desenvolvimento com vistas para melhorias no ensino e para o cuidado, e sim
compartilhadas para áreas afins com intuito de serem estudadas e solucionadas, na
tentativa de aprimorar cada vez mais a assistência em saúde.
Em virtude dos fatos mencionados, é perceptível que os avanços relacionados aos
cuidados com a úlcera venosa estão se apresentando com maior frequência em busca da
eficácia do tratamento. Porém, há de se trabalhar em conjunto com a recuperação da pessoa
com úlcera venosa, levando em consideração seus conhecimentos, cultura, seu contexto
social quanto e estilo de vida. Portanto, buscamos com este estudo compartilhar,
aperfeiçoar conhecimentos, reforçar a importância do desenvolvimento de pesquisas,
fortalecendo a participação doNúcleo de Pesquisa em Cuidados em Saúde e Subjetividade
na Perspectiva Transdisciplinar, contribuindo para ampliação de estratégias de ensino em
ciências do cuidado em saúde, com intuito de divulgar e agregar novos conhecimentos
através de parcerias com outros estudos em áreas afins, colaborando cada vez mais para o
desenvolvimento humano, para o ensino, a pesquisa e aprendizagem.
Fonte: http://obviousmag.org/sphere/2012/06/35-livros-em-140-caracteres.html
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9. APÊNDICE
9.1 TERMO DE CONSENTIMEMTO LIVRE ESCLARECIDO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Dados de identificação
Título do Projeto: “ESTILO DE VIDA DE PESSOAS COM ÚLCERA VENOSA: IMPLICAÇÕES
PARA O CUIDADO EM SAÚDE”
Pesquisadores Responsáveis: Prof. Dr. Enéas Rangel Teixeira e Juliana da Costa Silva Instituição a qual pertence os Pesquisadores Responsáveis: Universidade Federal Fluminense
Telefones para contato: (21) 2290-6713 (21)99757-0034
Nome do voluntário:_________________________________________________________
Idade: _____________ anos R.G _________________________
O Sr. (a) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa : “ESTILO DE VIDA DE PESSOAS
COM ÚLCERA VENOSA: IMPLICAÇÕES PARA O CUIDADO EM SAÚDE”, de responsabilidade do
pesquisador Prof. Dr. Enéas Rangel Teixeira e mestranda Juliana da Costa Silva; cujos objetivos são:
caracterizar as formas de cuidado dos usuários com úlceras de perna assistidos em unidades básicas de saúde;
relacionar a associação entre o ter úlceras de perna ao estilo de vida desses sujeitos; comparar as formas de
cuidado entre homens e mulheres com úlceras de perna. Com este estudo teremos a possibilidade de
relacionar o estilo de vida com as formas de cuidados de homens e mulheres com úlceras de perna. Assim,
teremos possibilidade de atuar de forma preventiva, reduzindo os danos à saúde. Caso necessite, poderão ser
marcados encontros para respostas ou esclarecimentos de quaisquer dúvidas acerca dos procedimentos da
pesquisa. Os resultados encontrados com esse estudo serão divulgados em trabalhos científicos, resguardando
sua não identificação individual. A retirada do consentimento e permissão de realização do estudo pode ser
feita a qualquer momento, sem qualquer prejuízo ao voluntário em relação ao atendimento na unidade básica
de saúde.
Niterói, _____ de ____________ de _______
________________________ ________________________ ______________________
(ENTREVISTADO) ENÉAS RANGEL TEIXEIRA JULIANA DA COSTA SILVA
9.2 FORMULÁRIO DA PESQUISA
Formulário
Estilo de vida de pessoas com feridas de perna
B1 IDENTIFICAÇÃO
P1 Idade: _____ anos
P2 Sexo: 1 Feminino 2 Masculino
P3 A sua cor ou raça é:
1 Branca 2 preta 3 amarela 4 parda 5 indígena 6 não soube informar
P4 Estado civil: 1 solteiro 2 casado 3 viúvo 4 separado ou divorciado 5 não quis informar
P5 Filhos 1 Sim 2 Não
P6 Grau de escolaridade:
1 Analfabeto 2 fundamental incompleto 3 fundamental completo 4 ensino médio incompleto
5 ensino médio completo 6 superior incompleto 7 superior completo 8 Pós-graduação incompleto
9 pós-graduação completo 10 não quis responder
Trabalha? 1 sim 2 não
B2 DOENÇAS PREGRESSAS
P7 Doenças de base: 1 HAS 2 DM 3 Dislipidemia 4 DPOC 5 Asma 6 Artrite
7 Tuberculose 8 Doenças Vasculares 9 outras
B3 ESTILO DE VIDA
P8 Em relação ao consumo de bebida alcoólica, qual foi seu consumo no último ano?
1 Não consumi bebida alcoólica no último ano 2 Consumi, no máximo, uma vez por mês
3 Entre uma e quatro vezes por mês 4 Mais de uma vez até 3 vezes por semana 5 De 4 vezes por semana a
diariamente.
P9 Tabagista/ ex-fumante: 1 Sim 2 Não 3 Nunca fumou
P10 Qual das seguintes frases MELHOR descreve suas atividades físicas diárias habituais? (EXPLIQUE: atividades
diárias incluem as ocupacionais, as domésticas, de lazer ou deslocamento para o trabalho ou escola).
1 Fico sentado a maior parte do dia 2 Não ando muito durante o dia 3 Caminho ou fico em pé bastante
durante o dia, mas não carrego ou levanto coisas leves ou pesadas com frequência. 4 Carrego pesos leves ou subo
escadas ou rampas/ladeiras com frequência ou faço exercícios leves regularmente 5 Faço trabalho pesado ou carrego
cargas pesadas ou faço exercícios pesados regularmente 6 Não sabe 7 não opinou
P11 Segue a uma alimentação saudável (legumes, verduras, frutas): 1 Sim 2 Não
P12 Possui hábito de lanchar em lanchonetes 1 Sim 2 Não
NQ 1
P13 Quantas horas dorme em média? 1 até 4 2 4 – 8h 3 mais de 8h
B4 EXAME FÍSICO
P14 Locomoção: 1 caminha sem auxílio 2 caminha com auxílio.
P 15 Massa corporal: ___________ kg. Altura: ___m ____cm.
P16 Quantas consultas anuais realiza com médico/enfermeiro 1 1 a 2 2 2 a 3 3 4 ou mais
P17 Participa de algum grupo oferecido pela rede de atenção básica 1 1 a 2 2 2 a 3 3 4 ou mais
P18 Alguma vez procurou atendimento à saúde e não foi? 1 Sim 2 Não
B5 CRENÇAS E RELIGIOSIDADE
P19 Nos ULTIMOS 12 MESES (sem contar situações como casamento, batizado ou enterro), com que frequência
você compareceu a cultos ou atividades da sua religião ou de outra religião?
1 Mais de 1 vez por semana 2 1 vez por semana 3 2 a 3 vezes por mês
4 Algumas vezes no ano 5 Uma vez ao ano 6 Não compareci nenhuma vez.
B6 RESIDÊNCIA
Você tem
em casa?
Quantos?
NÃO
TEM
TEM CRITÉRIO
BRASIL TOTAL
1 4 4 + A1
TV em cores A2
Rádio B1
Banheiro B2
Automóvel C1
Empregada
mensalista
C2
Máquina de
lavar
D
DVD E
Geladeira
Freezer (à
parte da
geladeira).
CORTES DO CRITÉRIO BRASIL 2013
A1 42 – 46 A2 35 – 41 B1 29 – 34 B2 23 – 28 C1 18 – 22 C2 14 – 17 D 8 – 13 E 0 - 7
NQ 2
B7 INTEGRIDADE TISSULAR / AVALIAÇÃO DA FERIDA
P20 Tipo de ferida: 1 Arterial 2 Venosa (vasculogênica) 3 Mista
P21 Idade/ tempo da ferida: 1 1 a 3 2 3 a 5 3 mais de 5 anos
P22 Estágio: 1 Grau I 2 Grau II 3 Grau III 4 Grau IV
P23 Classificação: RYB 1 red, 2 yellow 3 black
P24 Aspecto da área periferida: 1 macerada 2 íntegra 3 sangrante
P25 Dimensão da ferida (em cm): 1 até 1cm 2 1,5 a 3cm 3 3,5 à 5cm 4 5,5cm em diante
P26 Odor: 1 ausente 2 fraco 3 moderado 4 intenso
P27 Tipo de cobertura primária utilizada: 1 somente gaze 2 gaze + soro fisiológico 3 específica para o tipo
de ferida 4 nenhuma
B8 REALIZAÇÃO DO CURATIVO
P28 Com que frequência realiza as trocas de curativo? 1 1x/ dia 2 2x /dia 3 3x/ou mais
P 29 Com o que realiza a limpeza da ferida? 1 SF 0.9% 2 água oxigenada 3 água boricada
4 Iodo povidona 5 clorexidina degermante 6 sabonete líquido neutro 7 outros
P30 Depois de limpa, o que utiliza na ferida? 1 Substâncias prescritas pelo Enfermeiro/médico
2 unguentos/chás/ ervas 3 outros
P31 Segue as prescrições do Enfermeiro/ médico? 1 Sim 2 Não 3 às vezes
P32 Possui dificuldades para realização do curativo 1 Sim 2 Não 3 às vezes
P33 Se sim ou às vezes, por quê? 1 Falta de recursos 2 Não sabe fazer o curativo 3 Não consegue fazer o
curativo sozinho
B9 ASPECTOS RELACIONAIS / AUTO IMAGEM CORPORAL
P34 O que a ferida significa para você? 1 Falta de cuidado com o corpo/saúde 2 Faz parte do processo da
doença 3 Um castigo
P35 A ferida impede de você a trabalhar? 1 Sim 2 Não
P36 Sente ou já sentiu vergonha por ter a ferida? 1 Sim 2 Não
P37 Sente dificuldades em relacionar-se afetivamente por causa da ferida? 1 Sim 2 Não
P38 A ferida impede a realização da prática de atividades físicas? 1 Sim 2 Não
P39 A ferida impede a realização de atividades sexuais? 1 Sim 2 Não
P40 Já tentou escondê-la? 1 Sim 2 Não
P41 A ferida possui cheiro forte? 1 Sim 2 Não
P42 Se a resposta for sim, incomoda? 1 Sim 2 Não
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