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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E TURISMO CURSO DE TURISMO DANIEL VELLOSO RODRIGUES FRANCISCO A AUTO PERCEPÇÃO DOS CONSULTORES DE VIAGENS NAS PRINCIPAIS AGÊNCIAS CORPORATIVAS DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO Niterói 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E TURISMO

CURSO DE TURISMO

DANIEL VELLOSO RODRIGUES FRANCISCO

A AUTO PERCEPÇÃO DOS CONSULTORES DE VIAGENS NAS PRINCIPAIS

AGÊNCIAS CORPORATIVAS DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO

Niterói 2010

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DANIEL VELLOSO RODRIGUES FRANCISCO

A AUTO PERCEPÇÃO DOS CONSULTORES DE VIAGENS NAS PRINCIPAIS

AGÊNCIAS CORPORATIVAS DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Turismo do Departamento de Turismo da Universidade Federal Fluminense, como requisito de avaliação para a obtenção do grau de Bacharel em Turismo.

Prof. Renato Medeiros - Orientador

Niterói

2010

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A AUTO PERCEPÇÃO DOS CONSULTORES DE VIAGENS NAS PRINCIPAIS

AGÊNCIAS CORPORATIVAS DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO.

Por

DANIEL VELLOSO RODRIGUES FRANCISCO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Turismo do Departamento de Turismo da Universidade Federal Fluminense, como requisito de avaliação para a obtenção do grau de Bacharel em Turismo.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________ Presidente: Prof. Renato Medeiros Msc – Orientador - UFF

__________________________________________________________

Membro: Prof.: Msc - UFF

____________________________________________________________

Membro: Profª: - UFF

Niterói, Junho de 2010

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Aos meus pais e amigos, pelo acolhimento integral nas

horas difíceis e provas incondicionais de afeto.

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AGRADECIMENTOS

Ao grandioso Deus materializado na singela natureza.

A toda família, alicerces do meu crescimento.

Ao Professor Renato Medeiros, pela orientação e paciência.

A todos que de direta ou indiretamente contribuíram para realização do presente

trabalho.

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“Não se preocupe com que o mundo precisa,

pergunte-se o que é que o faz vibrar.

Então vá e faça isso.

Porque o mundo precisa de gente que acorde e que viva."

Harold Whitman

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RESUMO

Elaborado com a intenção de identificar a auto percepção dos consultores de viagens corporativas, estabelecer as competências que julgam importantes no exercício da profissão nas principais agências de contas de viagens corporativas no município do Rio de Janeiro, o presente estudo, baseado em consulta e pesquisa junto a esses profissionais contribui para o conhecimento das características relativas ao cargo mencionado. Sendo o mercado atual das agências de viagens corporativas um cenário acirrado, onde um diferencial competitivo pode garantir boa receptividade por parte das empresas contratantes, as agências, gradualmente focam sua atenção na capacitação dos recursos humanos que detém, em especial, naqueles que atuam na linha de frente do atendimento, os consultores de viagens. Contudo, são escassas as informações concernentes a autopercepção desses profissionais o que dificulta a elaboração de programas de desenvolvimento. A fim de obter informações relevantes, aplicou-se um questionário a consultores das principais empresas atendentes de contas de viagens corporativas, identificando as características e competências mais valorizadas por quem trabalha no referido cargo. Desta forma, diagnosticada a autopercepção e as características gerais desse profissional, as empresas passarão a deter um conhecimento mais específico desses colaboradores, inclusive seus graus de satisfação quanto às suas ocupações e com isso poderão ajustar programas e metas que atendam com maior precisão às necessidades desses ocupantes, bem como, com base nas informações coletadas, elaborar planos que visem ao incremento de produção por parte desses funcionários. Palavras-Chave: Agências de viagem. Viagens corporativas. Autopercepção.

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ABSTRACT

Formulated with the aim of identifying the self perception of corporate travel consultants, establish the skills they deem important in the profession at Major corporate accounts in the municipality of Rio de Janeiro, the present study, based on consultation and research with these professional contribution to the knowledge of characteristics for the position mentioned. As the present market of corporate travel agencies a strained scenario where a competitive edge can ensure good reception on the part of contractors, agencies gradually focus their attention on training the human resources that has, in particular those that act in line Opposite of care, the travel consultants. However, there is little information regarding the self perception of these professionals, which hinders the establishment of development programs. To this end, we applied a questionnaire to consultants of the leading companies attendants corporate travel accounts, identifying the characteristics and skills most valued in that works in that office. Thus, diagnosed with self-perception and general details of a trader, companies will own more specific knowledge of those employees, including their levels of satisfaction regarding their occupations and thus may adapt programs and goals that more accurately meet the needs occupants as well as those based on information collected, draw up plans that aim to increase production of these employees.

Keywords: Travel agencies. Corporate Travel. Professional Profile.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

1. TIPOS DE TURISMO POR FATOR MOTIVACIONAL ............................................... 1

2. CARACTERÍSTICAS DOS DIVERSOS TIPOS DE AGÊNCIAS DE TURISMO ....... 13

3. ESTATÍSTICA DE VENDAS GLOBAL POR SERVIÇO EM 2007 ............................ 25

4. ESTATÍSTICA DE VENDAS GLOBAL POR SERVIÇO EM 2008 ............................ 25

5. AÉREO NACIONAL 2007 ........................................................................................ 26

6. AÉREO NACIONAL 2008 ........................................................................................ 27

7. AÉREO NACIONAL 2008 ........................................................................................ 27

8. PERFIL DA AMOSTRA ............................................................................................ 44

9. FAIXA ETÁRIA ......................................................................................................... 44

10. SEXO ....................................................................................................................... 45

11. ESCOLARIDADE ..................................................................................................... 46

12. AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTO ......................................................................... 47

13. ATUAÇÃO NO SEGMENTO .................................................................................... 47

14. PARTICIPAÇÃO EM TREINAMENTOS E RECICLAGENS ..................................... 48

15. FREQÜÊNCIA ......................................................................................................... 49

16. POR QUÊ ESCOLHEU O TURISMO COMO PROFISSÃO ..................................... 49

17. GRAU DE SATISFAÇÃO ......................................................................................... 50

18. COMPETÊNCIAS MAIS VALORIZADAS................................................................. 52

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LISTA DE SIGLAS

ABAV – Associação Brasileira de Agências de Viagens

ABGEV– Associação Brasileira de Gestores de Viagens Coorporativas.

EMBRATUR– Instituto Brasileiro de Turismo

FAVECC– Fórum das Agências de Viagens Especializadas em Contas Comerciais

IATA – International Air Transporte Association

OMT– Organização Mundial de Turismo

SNEA– Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias

TMC Brasil– Travel Management Company

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... ...12

2. TURISMO E AGENCIAMENTO ................................................................................ 17

2.1. ORIGEM E EVOLUÇÃO DO TURISMO ......................................................... 17

3. EVOLUÇÃO E FORMAS DO FENÔMENO DO TURISMO MODERNO .................. 20

3.1. ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTORICA DAS AGÊNCIAS DE VIAGENS .......... 22

3.2. CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO .......................................................................... 27

3.3. FUNÇÕES DAS AGÊNCIAS DE TURISMO E SUA SEGMENTAÇÃO .......... 28

3.3.1. SEGMENTAÇÃO DE MERCADO DAS AGÊNCIAS .............................. 29

3.4. TURISMO E AS AGÊNCIAS DE VIAGENS NA ERA DA GLOBALIZAÇÃO ... 31

3.5. (DES)INTERMEDIAÇÃO E (RE)INTERMEDIAÇÃO ...................................... 32

4. AGENCIAS DE VIAGENS CORPORATIVAS E SUAS FUNCIONALIDADES ......... 34

4.1. VIAGENS CORPORATIVAS .......................................................................... 34

4.2. TRAVEL MANAGEMENT COMPANY ............................................................ 38

4.3. FUNCIONALIDADES DAS TMCs ................................................................... 39

4.4. Funcionalidades Específicas das TMCs ......................................................... 42

5. PIONEIROS DO AGENCIAMENTO: CONSULTOR DE VIAGENS .......................... 47

5.1. ATENDIMENTO NO PASSADO ..................................................................... 49

5.2. ATENDIMENTO ATUAL ................................................................................. 50

5.3. COMPETÊNCIAS DO CONSULTOR ............................................................. 51

6. VISÃO DO CONSULTOR SOBRE SUA PROFISSÃO ............................................. 52

6.1. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................... 52

6.2. PERFIL DA AMOSTRA .................................................................................. 53

6.3. IDENTIFICAÇÃO DA AUTO-PERCEPÇÃO DOS CONSULTORES DE

VIAGENS CORPORATIVAS ............................................................................. 60

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 63

REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 66

ANEXO ................................................................................................................. 69

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1 INTRODUÇÃO

O sucesso de uma entidade comercial na atualidade decorre de uma explícita

vantagem competitiva. No agenciamento de viagens corporativas, sobretudo, em uma

época onde a capacidade de prover informações e serviços de qualidade é

questionada, a busca por profissionais capacitados e técnicos que se compatibilizem

com a concepção de uma prestação de serviços excelente é imprescindível para o êxito

mercadológico.

Nos últimos anos, incontestáveis mudanças no quadro do agenciamento de

viagens ocorreram: a globalização que democratizou informações, o advento

tecnológico propiciou ao viajante a própria formulação de sua viagem, o aumento da

competitividade no mercado que modificou o perfil do consumidor tornando-o mais

conhecedor e exigente, desenharam um cenário oportuno para a busca e conquista de

melhores padrões de serviços prestados que, por conseguinte, necessita de

qualificados recursos humanos para acontecer.

Esses câmbios representaram uma resposta e também um estímulo ao quadro

de massificação do turismo e, por conseguinte, do agente de viagens imerso no

contexto da ampliação das exigências de mercado.

Portanto, no âmbito das agências corporativas, a prestação de serviços precisa

ser necessariamente cautelosa de modo a satisfazer o viajante à negócios e evitar

embaraços, descumprimentos e atrasos. Sucede desta lógica a importância ainda maior

dos agentes de viagens que prestam consultoria aos viajantes das empresas que

atendem.

Sendo assim, os consultores de viagens corporativas ocupam uma posição

estratégica na prestação dos serviços de intermediação, bem como são determinantes

na construção da imagem da empresa e da qualidade percebida (momentos-verdade)

por parte dos clientes. No entanto, existe um grande desconhecimento (empresários,

clientes) acerca da idéia do papel do agente de viagens, sobre o exercício de sua

função e as necessidades que esse profissional deve atender. Para tanto, conhecer o

profissional de consultoria de viagens, através do diagnóstico de sua autopercepção

profissional é uma etapa fundamental para futuras execuções de programas de

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treinamento e desenvolvimento adequados a esta ocupação bem como possibilita a

aferição quanto à seleção dos recursos humanos e sua acomodação aos requerimentos

mercadológicos.

Nesse estudo podemos depreender que: Agências de viagens são empresas que

constituem a cadeia produtiva do turismo, contribuindo, de certa forma, para o

desenvolvimento da atividade (DANTAS, 2002, p64). Com a consolidação do setor

turístico e o desenvolvimento do setor de viagens a negócios (corporativas), desenhou-

se um cenário adequado para o crescimento do segmento corporativo, e assim, as

agências com essa especialização, passaram a auxiliar na gestão dos gastos com

viagens das empresas, promovendo sua capacitação nessa administração de contas

corporativas ao mercado o que proporcionou sua seqüente expansão.

O turismo de negócios é o fornecimento de instalações e serviços aos milhões de

delegados que periodicamente estão em reuniões, congressos, exposições, eventos

empresariais, viagens de incentivo e hospitalidade corporativa (IMEX, 2003). Desta

forma, aquele que viaja para realizar algum tipo de atividade profissional, pode ser

considerado um turista de negócios.

Ao longo do século XX, as agências de viagens foram se desenvolvendo e

diferenciando-se uma das outras de acordo com sua segmentação, abordagens e

público alvo. Não obstante, tiveram de se adaptar às inovações tecnológicas, e ao

“encurtamento de distâncias” proporcionado pela globalização, o que fez por

redesenhar as relações internacionais e, consequentemente, a indústria do Turismo.

Na atualidade, o turismo corporativo ou de negócios, corresponde a um dos

maiores segmentos da atividade turística em âmbito nacional. Responde por R$ 33,6

bilhões - valor movimentado pelo turismo de negócios no Brasil anualmente e gera

260,5 mil empregos (ABAV, 2009). Em vários municípios do país, é uma das atividades

responsáveis e contribui para a economia local, criando empregos diretos e indiretos,

possibilitando a captação de divisas para a localidade receptora e até, em alguns

casos, promovendo o intercâmbio cultural e social entre o viajante e o anfitrião. No

entanto, para que o deslocamento ocorra e a viagem seja consumada, necessita-se de

organização e planejamento, no intuito de mitigar as possibilidades de embaraço e

descontentamento (atrasos e descompromissos profissionais) daquele que viaja. É

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nesse momento, que ganha destaque a intermediação da agência corporativa. Sendo o

viajante de negócios um indivíduo atribulado, com tempo escasso para formular sua

própria viagem e muito exigente, oportuniza-se a atuação do especialista em

consultoria de viagens, ao poder prover àquele que se desloca uma assistência de

acordo com as expectativas, tecnicamente adequada, para que tudo saia como

desejado.

Decorre desta lógica a grande responsabilidade das agências corporativas que

necessitam, entre outras coisas, de um capital humano competente para suprir as

expectativas dos clientes, agregando valor de forma eficiente. As corporações que

contratam os serviços desse intermediador, agência corporativa, tendem a ser rigorosas

com a prestadora de serviço, admitindo poucos erros, uma vez que qualquer falha pode

implicar em transtornos e descumprimento de compromissos importantes. Para reduzir

eventuais incorreções as agências necessitam também capacitar seus profissionais por

meio de planos de treinamento e desenvolvimento, além de, é claro, saber selecionar e

recrutar. Logo, torna-se essencial conhecer a autopercepção de um dos cargos

relevantes dentro da agência corporativa, a consultoria. Identificar as competências e

habilidades gerais desses profissionais (consultores de viagens) bem como delinear

seu grau geral de formação é ponto basilar para entendê-los e, a posteriori, adequar

políticas e programas de desenvolvimento para o cargo o que reverteria em prestação

de serviços com qualidade

Logo, tendo sob seu controle a atuação dos consultores, e inventariadas as

competências e características necessárias, ficarão facilitadas futuras aplicações de

projetos ligados ao pleno desenvolvimento das capacidades individuas e conjuntas dos

recursos humanos no atendimento direto ao cliente, com o intento de manter o

profissional do agenciamento motivado e satisfeito com a empresa na qual trabalha, de

modo a implicar em uma prestação de serviços de qualidade.

Nesse sentido, o presente trabalho, baseado em pesquisa bibliográfica,

estruturado na coleta de dados junto aos profissionais que atuam nesse mercado,

avalia o segmento de viagens corporativas, abordando e determinando como tema a

percepção que o consultor de viagens tem de sua ocupação. Por fim, realça que o

diagnóstico dessa autopercepção profissional pode ser de grande valia para as

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agências de viagens que o detém, passando a ser um instrumento para elaboração de

programas específicos de desenvolvimento do cargo.

Logo, em face às mudanças que redefiniram as agências corporativas,

sobretudo, pela adoção das novas tecnologias, uma dificuldade atual é compreender

melhor os consultores de viagens da atualidade e saber se aqueles que estão em

atuação apresentam características compatíveis a um fornecimento de serviço de

qualidade. Assim, evidencia-se a questão problema: quais os requisitos percebidos e as

competências mais valorizadas pelos consultores para atuarem no mercado de viagens

corporativas?

Para responder à questão proposta, pode-se formular a seguinte hipótese: a

identificação da percepção que os consultores de viagens corporativas possuem de sua

ocupação, bem como as características sócioprofissionais mais valorizadas poderá

facilitar a proposição de programas de desenvolvimento profissional destinados ao

cargo com maior adequação?

A fim de obter subsídios para verificar a validade da hipótese suscitada optou-se pela

aplicação de um questionário que versou sobre características sociais e profissionais

dos consultores de viagens corporativas e as competências que julgam mais valorosas

para o exercício diário da profissão. Os respondentes são colaboradores das sete

principais agências de viagens corporativas do município do Rio de Janeiro, sendo o

quantitativo de entrevistados proporcional a 10% (dez por cento) do quadro total de

consultores dos mais diversos níveis dessas mesmas agências, contempladas como

maiores do segmento através de publicação na revista PANROTAS na edição de

Janeiro de 2009. Assim, o questionário preenchido tornou-se a principal fonte para

geração dos resultados e seqüente diagnóstico do perfil profissional atual dos

consultores de viagens corporativas nas principais agências do segmento no município

do Rio de Janeiro.

Este trabalho estrutura-se em sete capítulos. Este primeiro contém a Introdução.

No capítulo dois é abordada a origem da atividade turística, perpassando por sua

evolução e enfatizando seu caráter, desde sempre, multifacetado.

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Na seqüência, o capítulo três enfoca as características do Turismo como

fenômeno moderno, tipificando-o, através do fator motivacional do deslocamento.

Porém, o foco principal dessa sessão é abordar o nascedouro das agências de viagens

destacando seu desenvolvimento, as segmentações de mercado que decorreram de

sua evolução e posicionamento estratégico como distribuidora de serviços turísticos,

além dos famigerados acontecimentos atuais, denominados como “desintermediação” e

“reintermediação”, que modificaram o modo de atuar das agências de viagens em todo

mundo.

No capítulo quatro, as análises são direcionadas às agências de viagens

corporativas com o detalhamento de suas estruturas e a atribuição de valor ao papel

das mesmas no cenário atual do agenciamento com ênfase em números e resultados

alcançados por estas.

Já no capítulo quinto do estudo, é realizado um exame da função atual dos

consultores de viagens, não sem antes detalhar a evolução do cargo, salientando, entre

outras coisas, o cenário que acabou por promover a adaptação do agente de viagens

levando-o a não mais somente atender o viajante como também orientar e norteá-lo na

sua tomada de decisão, tornando-se um consultor de viagens. Além disso, é traçado

um panorama onde se ressalta o comportamento e as competências profissionais

anteriores em comparação com as atuais dos consultores de viagens.

O capítulo seis se reserva ao detalhamento da pesquisa junto aos profissionais

pesquisados, com a tabulação e posterior publicação dos resultados e a elaboração da

percepção geral dos respondentes acerca do referido cargo.

No capítulo sete são apresentadas as considerações finais.

2 TURISMO E AGENCIAMENTO

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É o turismo é um fenômeno que atingiu grande proporção, e com a

intensificação dos hábitos de consumo é, na atualidade, um “produto” cada vez mais

consumido. Contudo, suas origens e primeiras formas de manifestação remetem a

outras civilizações e épocas.

Logo, o intento deste capítulo é abordar o nascedouro, o desenvolvimento e o

estágio atual da atividade turística bem como suas formas e conceituações.

2.1 A ORIGEM E EVOLUÇÃO DO TURISMO

A palavra Turismo provém do latim tornare que significa “dar uma volta”, retornar

ao ponto inicial, além de, derivar da palavra francesa tour que tem o mesmo significado.

Em harmonia com suas raízes etimológicas a palavra “TURISMO” denota a idéia

de deslocamento, de movimentação de pessoas. No entanto, em razão de poder ser

abordável sob vários prismas (geográfico, sociológico, econômico, entre outros)

algumas definições possuem pontos conflitantes, e ainda que a atividade tenha um

caráter multifacetado e amplo, existe um vácuo, um debate em aberto para alcançar um

conceito abrangente que espelhe uma definição universal. Logo, a Organização

Mundial do Turismo (OMT) enfatiza com precisão a conseqüência dessa diversidade de

conceitos: “há uma ausência de definições claras que delimitem a atividade turística e a

distingam de outros setores. (OMT, 2001, p.35).

Calcado, muitas vezes, no trinômio, homem, espaço e tempo, várias

conceituações encaram o turismo como fenômeno majoritariamente social. Porém,

outras ignoram este aspecto interativo e tratam a atividade sob o viés econômico. A

começar por Schüller, que no começo do século XX, precisamente em 1910, reflete

esta lógica e define o turismo como: “a soma das operações, principalmente de

natureza econômica, que estão diretamente relacionadas com entrada, permanência e

deslocamento de estrangeiros para dentro para fora de um país, cidade ou região”

(SCHULLER, apud DANTAS, 2002, p.4). Esta definição espelhava uma redução

conceitual do alcance da atividade turística e com seu desenvolvimento e um numero

de estudiosos cada vez maior para analisá-la seguiram conceituações como a de

Walter Hunziker e Krapf (1942) que defendiam o turismo como:

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Turismo é o conjunto das relações e fenômenos produzidos pelo deslocamento e permanência de pessoas para fora de seu lugar de residência, sempre que o deslocamento ou a estada não estejam motivados por uma atividade lucrativa. (HUNZIKER, 1942)

Fuster, em 1974, citado por Dantas (2002, p5), em uma de suas publicações,

ampliou ainda mais estes conceitos, até então expostos, colocando que “o turismo é,

por um lado, conjunto de turistas, cada vez mais numerosos; por outro lado abrange

fenômenos e relações que essa massa de pessoas produz em conseqüência de suas

viagens”.

Dantas ainda observa que:

O turismo é a composição de todas as condições básicas de recebimento e de organizações privadas e públicas que surgem para fomentar a infra-estrutura para a expansão do núcleo. Acrescenta a visão humana aspectos de operacionalização do turismo. A evolução do turismo e os efeitos de sua massificação, entre outros fatores, concorreram para aprimorar as idéias sobre o fenômeno (DANTAS, 2002, p.5).

Em 1977 McINTOSCH conceituou-se o turismo como: “a ciência, a arte e a

atividade de atrair e transportar visitantes, alojá-los e cortesmente satisfazer suas

necessidades e desejos” (apud BENI, 2001, p36)

Por conseguinte, baseado em um produto composto e pela própria estrutura, cujo

caráter funcional deriva de uma série de fatores, aponta-se como definição mais

universal do turismo, a seguinte:

Turismo é o complexo de atividades e serviços relacionados aos deslocamentos, transportes, alojamentos, alimentação, circulação de produtos típicos, atividades relacionadas aos movimentos culturais, visitas, lazer e entretenimento (ANDRADE, 1995, p38).

A estrutura do sistema, portanto é constituída de elementos que interagem

concomitantemente em suas relações, expressando-se através de seus componentes.

Neil Leiper (1990) em seu sistema turístico modelado a partir do comportamento da

oferta e da demanda estabelece uma base de três elementos orientadores. O primeiro

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deles é a presença do elemento geográfico, caracterizado por uma região geradora de

turistas, ou seja, de um núcleo emissivo; uma região de destinação turística,

convencionada de núcleo receptivo e as rotas de trânsito que exigem por ilação o

desencadeamento tanto para frente, quanto para trás de toda a cadeia produtiva de

uma indústria caracterizada essencialmente pela existência de unidades de transporte,

vias de ligação, força motriz e dos terminais tão importantes, quanto à necessidade da

existência de recursos e atrativos turísticos. O segundo elemento é a indústria turística

observada desde a região geradora de turistas até o núcleo receptivo, através dos

setores primários, secundários e terciários ligados ao turismo, e, por último, do turista,

epicentro do sistema. Estes três princípios vêm contornados pelo ambiente social,

econômico, cultural, tecnológico, político e religioso, nas suas dinâmicas e

sensibilidades, que expandidas ou retraídas tanto no núcleo emissivo quanto no

receptivo, desencadeiam impactos na cadeia produtiva. Esta combinação permite,

portanto, definir o turismo como:

A organização geo-sócio-espacial de uma cidade, estado e ou país, observando sistematicamente os aspectos macro e micro-ambientais em todos os campos de seu complexo sistema, através de constante análise de suas variáveis, quer sejam elas exógenas ou endógenas “(ZACCHI,1998, p.5).

Em síntese, são diversas as definições acerca da atividade turística e, assim

como ao longo do tempo, atualmente, muitas das conceituações são díspares e as

vezes antagônicas, no entanto, cabe para efeito de análise, destacar que, boa parte

delas, apresenta um consenso em alguns elementos constituintes, tais como: viagem e

deslocamento, permanência fora do domicílio, temporalidade, sujeito do turismo, objeto

do turismo (BENI, 1998), podendo-se dizer, que é a partir destes elementos que o

desenvolvimento da atividade de fato se caracteriza.

3 EVOLUÇÃO E FORMAS DO FENÔMENO DO TURISMO MODERNO

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O início das viagens remonta ao momento em que os seres humanos de várias

culturas puderam se deslocar por diferentes motivos: caça, obrigações religiosas,

comércio e educação. Na Grécia Antiga, por exemplo, os deslocamentos tinham

objetivo cultural, de diversão, religioso e esportivo, e no decorrer da história da

humanidade o homem passou a viajar cada vez mais incessantemente ao redor do

mundo por motivações diversas.

Tal qual, na Idade Moderna, em que ocorreram as grandes expedições marítimas

de espanhóis, britânicas e portuguesas, na idade moderna, a Revolução Industrial cria

a máquina a vapor o que permitiu uma revolução nos transportes, possibilitando

viagens de grandes distâncias. Nesse período surgem nomes ligados, diretamente, à

atividade, como Thomaz Cook, que, em 1841, promoveu a primeira viagem organizada

da história, e Cesar Ritz, considerado o pai da hotelaria moderna.

A massificação dos meios de transportes, com aviões, navios, trens, ônibus e

carros incrementou a indústria do turismo, à exceção do período da Segunda Guerra

Mundial que paralisou completamente as atividades do setor, estagnando-o. Após este

período, eleva-se o nível de vida dos diversos povos, entre eles, europeus e do Japão.

Surge a sociedade do bem-estar que, tendo atendido suas necessidades básicas, cria

novas indispensabilidades. De acordo com Dantas (2002) pode-se nitidamente

perceber que, desde o início do século XX, esse fenômeno ganhou grandes proporções

em todo globo e, em especial, no ocidente, onde atualmente não se pode ignorar sua

relevância. A generalização das viagens durante o século XIX produziu efeitos sobre os

países receptores, pois uma vez que, recebiam turistas, acabaram tendo, suas

dinâmica socioeconômica, afetadas por eles (DANTAS, 2002).

Não obstante, os efeitos provocados pelo turismo de massa até hoje são

discutidos e são estudadas formas de preservar a identidade dos lugares como

elemento diferencial da atração. Logo, para atenuar os impactos negativos gerados

pela atividade turística, Dantas (2002, p.3), por sua vez, considera que “a necessidade

do planejamento pode ordenar o turismo e contribuir para preservar o meio ambiente e

a qualidade de vida das comunidades receptoras”.

A potencialização da atividade veio com a nova legislação trabalhista inglesa que

adotou a semana de cinco dias de trabalho, a redução da jornada para 40 horas

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semanais e ampliou as coberturas sociais. O êxodo rural que se acentuou na segunda

metade do século passado provocou nas pessoas a necessidade de viajar mais em

busca de descanso, para fugir do stress diário das metrópoles. Assim, Surgiram os

pacotes turísticos, como os vôos charter, que barateiam os produtos e oferecem mais

oportunidades às pessoas de renda média. Em 1973, pelo menos 190 milhões de

pessoas haviam utilizado esta modalidade de viagem. (DIÁRIO DO SENADO

FEDERAL, 2007)

Na atualidade, o turismo é um dos pilares da sociedade moderna, estando

entrelaçado às inúmeras atividades comercias, bem como a necessidades sociais do

indivíduo. Com a recente evolução e massificação do fenômeno nasceram formas

distintas de desempenhar à atividade e de acordo com o deslocamento realizado pelo

viajante as seguintes formas podem ser distinguidas, de acordo com a OMT (2004) da

seguinte forma:

Turismo receptivo – não-residentes que são recebidos por um local de destino.

Turismo emissivo – residentes viajando a outro país ou outra localidade dentro do

mesmo país.

Turismo doméstico – residentes de dado país viajando dentro dos limites do mesmo.

Turismos Internacional – não residentes que viajam para outro país.

Além disso, o fator motivacional da viagem fez surgir uma nomenclatura e

tipificação deste deslocamento de acordo com a principal razão da viagem. Eis alguns

exemplos (fig. 1):

Turismo de Lazer A motivação da viagem é exclusivamente

a busca por lazer.

Turismo Cultural Viagens motivadas pelo acesso ao

patrimônio cultura.

Turismo Histórico O turista visita alguns pontos destacados

pelo Turismo Cultural, mas não costuma

se envolver emocionalmente com ele.

Turismo étnico Sua principal motivação é o envolvimento

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e a interação com a cultura local.

Turismo Meio ambiental (Ecoturismo) Mescla atividades esportivas com outras

de lazer meramente recreacionais à

atividades do turismo cultural

Fig. 1 – Tipos de Turismo por fator motivacional Fonte: Smith, Velene (1992 p 39)

3.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS AGÊNCIAS DE VIAGENS

Com a consolidação do fenômeno turístico moderno, iniciado no século XIX, e

posterior aumento de volume no decorrer do século seguinte, o turismo, expresso e

conceituado de diversas formas, ao tornar-se um segmento profissional, lucrativo e

atraente ensejou a criação de inúmeras empresas de natureza turística, especializadas

na intermediação de viagens, as chamadas agências de viagens. Acerenza apud

Dantas (2002, p. 31) define-as da seguinte forma:

Uma empresa que se dedica realização de acordos para viagens e a venda de serviços avulsos, ou organizados em forma de pacotes, em caráter intermediário entre as empresas chamadas a prestar os serviços e o usuário final, para fins turísticos, comerciais ou de qualquer outra índole. (ACERENZA,1990, apud Dantas, 2002).

De acordo com a legislação brasileira, as agências de turismo são

conceituadas como “pessoas jurídicas que exercem a atividade econômica de

intermediação remunerada entre fornecedores e consumidores de serviços turísticos ou

fornece diretamente”. Logo, são empresas ou sociedades comerciais que exercem,

privativamente, e com dedicação exclusiva, as funções de venda, organização,

promoção e execução de viagens ou excursões individuais e coletivas; de prestação

remunerada de serviços turísticos, inclusive de guias, de interpretes e informações a

visitantes, de prestação sistemática de serviços especializados, que se relacionam com

passeios, viagens, excursões ou acomodações em hotéis ou outros receptivos, além de

diversas outras atividades de natureza turística; de venda de qualquer tipo de

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passagem por conta própria ou para empresas transportadoras de operações e linhas

regulares de passageiros.

Podem ser compreendidas também como os pontos de planejamento,

organização, de venda e de difusão sistemática e técnica dos produtos turísticos

(ANDRADE, 1998).

Embora para muitos o intermédio realizado pelas agências de viagens seja uma

atividade recente, fruto do desenvolvimento da atividade turística, seu nascedouro, nos

remete ao século XVIII. No entanto, o ato do viajante recorrer àquele que detém o

conhecimento é uma prática ainda mais antiga. Esse processo histórico é mais remoto

do que a definição econômica do setor de viagens. Sua origem está diretamente

associada à história das viagens, com fatos atribuídos às antigas civilizações, da idade

média até a idade moderna, com base em relatos do fato turístico da época (TOMELIN,

2001).

A prática de consultar os “entendidos” no assunto é apontada por Tomelin

(2001, p. 18):

Os primeiros relatos observados revelam pessoas e entidades utilizando-se dos "maiores conhecedores do ofício" para organizar suas viagens, talvez não nos mesmos moldes das empresas atuais, mas pelo menos se assemelhando na sua função de orientar a organização e o detalhamento de seus roteiros.

Com a progressão ao longo do tempo chegou-se o ponto da possível

constatação do desenvolvimento contemporâneo da atividade de agência de viagens

que em Portugal, por exemplo, teve a agência Abreu Turismo, como uma das

precursoras desse serviço e que em 1840, comercializou passagens de trem entre

Lisboa e Porto. No entanto, considera-se como grande marco inicial da atividade de

agenciamento de viagens a iniciativa de um inglês que de acordo com Andrade (1995,

p.190) foi assinalado no século seguinte por seus compatriotas como o pioneiro dessa

atividade. Segundo ele, “No século XIX, os ingleses, apontam Thomas Cook’ como

sendo o primeiro agente de viagens por ter, em 1841, fretado um trem para os

participantes de um congresso antialcoólico entre a cidade de Longorough e Leicester,

ao custo de um shilling a passagem”. Nesta oportunidade, Cook acabou por tornar o

deslocamento turístico um ato comercializável. Posteriormente a esta primeira excursão

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF - Daniel Francisco.pdfNesse estudo podemos depreender que: Agências de viagens são empresas que constituem a cadeia produtiva do turismo, contribuindo,

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e com diversificação de seus negócios em todo mundo, intensifica gradualmente suas

relações comercias e implanta, pioneiramente, a “Thomas Cook e Son”.

Concomitantemente, em adjacências lusitanas, o turismo também progredia. Foi

em Portugal, que a Abreu Turismo, uma das precursoras, em 1840, comercializou

passagens de trem entre Lisboa e Porto. Posteriormente a esta primeira excursão em

todo mundo, intensifica gradualmente suas relações comercias e implanta,

pioneiramente, a “Thomas Cook e Son”.

Dentre as principais contribuições de Thomas Cook para o desenvolvimento do

turismo, em especial das agências de viagens, Tomelin (2001, p.18) relaciona as

seguintes:

Em 1841, fundou-se a Thomas Cook and Son, a primeira agência de

viagens registrada no mundo;

Em 1851, conduziu cerca de 170 mil pessoas à exposição de Hyde Park-

Londres;

Em 1865, vendeu a 35 turistas uma programação completa de viagem aos

EUA;

Em 1872, levou seus clientes em uma volta ao mundo numa viagem de

222 dias e inaugurou a primeira agência de viagens fora da Europa.

Andrade observa ainda que Thomas Cook foi amplamente admirado por sua

atividade de organizar viagens, dominando o mercado inglês e expandindo-se por toda

a Europa e América. Foi também, Thomas Cook que, segundo aquele mesmo autor:

Criou o voucher, cupom que dá direito, aos turistas, aos serviços de hospedagens e receptivo e a Circular Note, antecessora do traveller check em 1892. Na data de seu falecimento sua agência era a mais importante das quase 500 outros concorrentes já existentes no mundo (ANDRADE, 1995, p. 191).

Paulatinamente, em todo o globo surgiram novas agências em todo mundo. No

Brasil, as primeiras agências de viagens foram registradas oficialmente como

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF - Daniel Francisco.pdfNesse estudo podemos depreender que: Agências de viagens são empresas que constituem a cadeia produtiva do turismo, contribuindo,

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prestadoras de serviços específicos no final do século XIX. Foram elas que fomentaram

o turismo no início do século XX. Sua principal função era a comercialização de

passagens marítimas e férreas. Em 1901, a família Cinelli fundou a primeira agência no

Rio de Janeiro. Em 1911, a Casa Aliança iniciou suas operações em São Paulo. Neste

mesmo ano surgiu também a Casa Bernardo, cujo sucessor Camilo Kahn seria um dos

fundadores da Associação Brasileira de Agentes de Viagens (ABAV), na década de

1950. (ABAV, 2001)

A Martinelli Turismo abriu as portas em São Paulo em 1911. A Exprinter, uma

multinacional argentina, surgiu em 1919, em Porto Alegre e no Rio de Janeiro, na

metade da década de 1920.

Vários brasileiros passaram a utilizar os serviços das agências, principalmente

para o agenciamento de viagens ao exterior, pois eram comuns as viagens de

brasileiros e portugueses, os que residiam no Brasil, aos países da Europa,

principalmente em Paris e Lisboa.

No século XX, o desenvolvimento das agências de viagens e turismo até a

década de 60 foi pontuado pela Travel World (ANDRADE,1995, p.191), por fases

relativas ao desenvolvimento da própria atividade, consoante as condições de

transporte de cada período, a facilidade de acesso ao serviço prestado e as condições

de mercado, conforme cita Tomelin:

1ª fase) as agências antigas se dedicavam ao tours individuais de clientela burguesa, formada por profissionais liberais e executivos e outro de alto poder aquisitivo; 2ª fase) as agências da década de 30 eram especializadas em tours de grupos sem automóveis e ônibus para atendimento das classes burguesas e da classe média, que na época surgia; 3ª fase) as agências criadas a partir de 1950 eram caracterizadas pela execução preferencial de visitas organizadas e de tours para a clientela de poder aquisitivo regular. 4ª fase) as agências para a clientela mais jovem eram dedicadas, com mais determinação a vendas e execução de pacotes com receptivos de veraneio de padrão médio e a preços acessíveis para cativar as pessoas e construir com um fluxo de demanda constante ou regular (TOMELIN, 2001, p.20-21).

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Da década de 70 até o início do século XXI, a agências de viagem sofreram

cerca de 30 anos de influências da economia de mercado mundial, tendo por muitas

vezes se beneficiado e sofrido pelas influências, conforme aponta Andrade:

[...] do desenvolvimento da aviação comercial, do turismo doméstico e internacional, da legislação aeroportuária, de grupos econômicos ligados ao turismo e atividades afins, de grandes empresas norte americanas e européias pelo mundo, e em especial pelo Brasil, e, nas duas últimas décadas pela oscilação na estabilidade econômica dos países, pelo desenvolvimento da tecnologia, dos sistemas de informação e de comunicação; pela globalização; entre outros fatores que foram e estão sendo decisivos para a definição dos rumos das agências de viagens e turismo, quer por difusão, redes, agências virtuais ou até mesmo, desaparecimento (1995, p.191).

O mesmo autor explica, por exemplo, que:

As especialidades das agências desapareceram quase que por completo, por causa da situação econômica instável em quase todo mundo, e por determinadas políticas nacionais de tendências estatizantes ou de excessivo rigor tributário. Criou-se uma tentativa de operacionalização mais econômica, todas as agências passaram a comercializar produtos criados por concorrentes ou pelas operadoras turísticas a troco de percentuais de lei ou de tradição, e por que o controle da oferta e da demanda - sem outra lei que a do mercado - está nas mãos dos operadores, em todo o mundo exceto nos países onde o turismo é monopólio estatal, tanto ou em suas qualidades ativas como em suas possibilidades receptivas (ANDRADE, 1995, p. 192).

No final do século XXI, aproximadamente entre os anos de 1998 e 2000,

inicialmente nos Estados Unidos da América, e posteriormente, em outros países,

inclusive no Brasil, as agências de viagens começaram a sofrer uma redução

significativa nos percentuais comumente acordados com as transportadoras aéreas,

impactando de forma direta na provisão de suas receitas. A situação iniciada no período

supracitado ainda perdura com percentuais de repasse das companhias aéreas muito

menores do que os ofertados até meados da década de 90, o que prejudicou ainda

mais as pequenas agências de viagens em sua dinâmica econômica.

Assim sendo, o século XXI também foi fortemente impactado pelo do surgimento

da Internet como nova ferramenta operacional e comercial associado à eventual

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF - Daniel Francisco.pdfNesse estudo podemos depreender que: Agências de viagens são empresas que constituem a cadeia produtiva do turismo, contribuindo,

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desregulamentação do transporte aéreo e a demais fatores marcantes no final do

século XX.

Esses desafios têm sido enfrentados pelas agências de viagens na entrada do novo

milênio. Marcado pela desintermediação dos serviços, pela reintermediação das

agências que foram exortadas a se reposicionar no mercado, inclusive, no que tange

às características do atendimento que fornecem as necessidades de ajustes estruturais

para sanear os novos anseios dos clientes não foram poucas.

Dessa maneira, salienta-se que os fatos assumem maior importância para o

profissional da consultoria de viagens uma vez qualificar aqueles estejam na maior

parte do tempo em contato com o cliente se reverte em melhor assisti-los, consolidando

o atendimento, através do fornecimento de uma plena consultoria, como um diferencial

competitivo da empresa.

3.2 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO

O crescimento da tecnologia da informação (TI) levou a uma revolução dos

canais de comunicação e a informação, em especial, entre os clientes e as empresas.

Além disso, a distribuição tornou-se um dos poucos elementos do marketing mix que

pode contribuir para a competitividade das empresas neste setor.

Pesquisas sobre o tema claramente demonstram que a distribuição tem cada vez

mais um papel crítico na formulação de custos, bem como nas estratégias de

diferenciação, afetando a lucratividade de todos os componentes da cadeia produtiva

do turismo (O'CONNOR, 1999). Ademais, cada vez tem sido maior o desejo de reduzir

os custos de distribuição, forçando cortes em comissões, vindo a produzir grandes

desafios para os operadores tradicionais.

Logo, um canal de distribuição “é uma estrutura operativa, um sistema de

relações ou várias combinações de organizações, através das quais um produtor de

bens e serviços turísticos vende ou confirma a viagem ao comprador” (CUNHA, 2001).

Ainda de acordo com Cunha (2001, p.290) “As ligações feitas entre o produtor

(oferta) e o comprador (demanda) podem ser direta (call center, site da empresa na

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Internet) ou indireta, através de um ou mais intermediários (agências de viagens,

operadores turísticos, organizações locais e regionais etc.)”.

A escolha de uma venda direta ou indireta e a seleção dos canais de distribuição

apropriados essencialmente envolve a escolha entre cobertura de mercado e custos

associados. Portanto, desenvolver um efetivo sistema de distribuição é vital para o

desenvolvimento e o marketing de qualquer destino turístico bem sucedido (KNOWLES;

GRABOWSKI, 1999).

Neste ambiente, as agências corporativas podem ser consideradas como partes

constituintes deste emaranhado de distribuidores presentes na cadeia produtiva do

Turismo. São elas importantes elos distribuidores dos produtos e destinos turísticos.

Atuam, por exemplo, na distribuição de bilhetes das companhias aéreas, reservas de

hotéis, locação de veículos, promoção de diversas localidades entre muitas outras

funcionalidades. Além disso, de distribuidoras por excelência do produto turístico, são

excepcionais, pois não encarecem o produto, podendo até chegar a torná-lo mais

barato ao conseguirem tarifas especiais.

Logo, destaca-se, através do exposto, a importância atual das agências de

viagens como intermediarias entre usuários de serviços e produtos turísticos neste

sistema coetâneo.

3.3 FUNÇÃO DAS AGÊNCIAS DE TURISMO E SUA SEGMENTAÇÃO

Uma das definições concernentes às agências de viagens: “as agências de

turismo são organizações que têm a finalidade de comercializar produtos turísticos. Elas

orientam as pessoas que desejam viajar, estudam as melhores condições tanto em

nível operacional quanto financeiro, e assessoram os clientes acerca da definição dos

itinerários” (PETROCCHI; BONA 2003, p.11), aclarando e delimitando sua área de

atuação. Não obstante, a EMBRATUR as classifica de acordo com a lei geral do

Turismo (Lei 11.701/ 2008) da seguinte forma “Pessoa jurídica que exerce a atividade

econômica de intermediação remunerada entre fornecedores e consumidores de

serviços turísticos ou os fornece diretamente”. São considerados como serviços:

operação de viagens, excursões e passeios turísticos. Mais detalhadamente podemos

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compreender como itens de atuação das agências as seguintes atividades: a

organização, contratação e execução de programas, roteiros, itinerários, bem como

recepção, transferência e a assistência ao turista, passagens, acomodações e outros

serviços em meios de hospedagem, programas educacionais e de aprimoramento

profissional, entre varias outras prerrogativas.

As agências de turismo segundo a legislação vigente exercem outras atividades

relativas ou pertinentes às suas atividades. Por suas características de operação,

dividem-se em:

Agências vendedoras: atuam como intermediárias mediadoras entre os prestadores de serviços de turismo e os clientes (pessoas físicas ou jurídicas);

Agências operadoras turísticas: criam produtos a partir dos serviços oferecidos pelos prestadores de serviços turísticos, nos padrões do inclusive tour (IT), ou seja, tudo incluído, parte aérea e parte terrestre ( traslados, passeios, visitas técnicas, city tours etc.). São as que concebem os denominados pacotes turísticos ou excursões;

Agências operadoras de turismo receptivo: prestam serviços locais aos clientes das operadoras, realizando em sua cidade ou região os serviços incluídos na programação de um turista ou de um grupo de turistas;

Agências de representação: Agem como representantes locais de outras prestadoras de serviços turísticos – empresas áreas, hotéis, pousadas, locadoras de veículos etc.

Agencias consolidadoras: Intermediam passagens aéreas domésticas e internacionais de empresas aéreas, mediante acordos bilaterais-comerciais, a todas as agências de turismo interessadas que não possuem filiação perante o SNEA ou IATA. Esse tipo de agência freqüentemente é confundido com GSA´s – General Sales Agent ( Agente Geral de Vendas), ou seja, representante legal de direito e de fato de uma empresa aérea nacional ou estrangeira. Figura 2: Características dos diversos tipos de agências de turismo Fonte: Pelizzer, H, A (2005 A)

Restringindo a análise deste trabalho, o foco será direcionado ao setor de

viagens denominado como agência de viagens e turismo.

3.3.1 Segmentação de Mercado das Agências

Entende-se que uma agência, ao optar em se especializar em um único segmento

de mercado, deve possuir um conhecimento prévio e profundo do produto (AMARAL,

2002). Ela deve fazer constante investimento em marketing para a manutenção de

clientes ativos e captação de clientes novos.

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Para maior compreensão do que é uma agência especializada, toma-se como

base a definição de Piñole (1994, p29), na qual diz que “agências de viagem

especializadas são aquelas que centram suas atividades em um único segmento da

demanda, em um destino ou em um produto”.

Optar pela segmentação leva à busca de diferenciais que garantem um público

identificado com seu produto. A opção de segmentar o mercado se dá principalmente

pelo aumento da oferta de produtos, pelo crescimento dos mercados e também pela

vontade dos clientes de terem seus desejos satisfeitos, os quais, na maioria das vezes,

são bastante específicos (MORAES, 1999).

A segmentação de mercado é o primeiro elemento estratégico no plano de

marketing de uma empresa, é a base para as demais ações de marketing que poderão

ser elaboradas. No campo do agenciamento turístico, é uma estratégia que busca

encontrar, por meio de recursos, maior desenvolvimento no setor, que pode ser obtida

pelas empresas turísticas na tentativa de aumentar os lucros, ou então pelas

perspectivas dos turistas de maximizar a sua satisfação com o tipo de serviço prestado.

Existem vários tipos de segmentação de agências de viagens, o que consiste no

“processo de dividir mercados em grupos de consumidores potenciais com

necessidades e/ou características similares, e que, provavelmente, exibirão

comportamento de compra similar” (WEINSTEIN, 1995, p.8).

O marketing, por sua vez, é uma ação voltada para o consumidor e objetiva a

identificação e satisfação das necessidades dos mesmos.

Ruschmann (1991 p.22) considera: “o marketing fundamental para o fomento da

atividade turística”. Para o consumidor, o produto turístico envolve a experiência

completa, desde o momento em que sai de sua residência para realizar a viagem, até a

volta para casa. Devido a isso, para atendê-lo, é preciso que haja pessoas capacitadas

no mercado, já que o marketing do turismo se dá pelo próprio serviço prestado

(BARRETO FILHO, 1999).

A singularidade e especificidade do produto turístico fazem com que sejam

necessárias técnicas adequadas de marketing e instrumentos específicos,

caracterizando, dessa forma, o marketing do turismo. Para Barreto Filho (1999, p.57),

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As organizações do setor [de turismo] devem identificar segmentos para concentrar seus esforços e melhorar seus desempenhos, atendendo necessidades de clientes para manter uma relação de troca [...], confirmando o conceito básico do pensamento mercadológico.

Logo, não são poucas as organizações que optam por trabalhar com uma

demanda específica: executivos, viajantes à lazer, pessoas da terceira idade,

peregrinos e etc. procurando customizar suas ofertas.

3.4 TURISMO E AS AGÊNCIAS DE VIAGENS NA ERA DA GLOBALIZAÇÃO

A globalização, fenômeno de aprofundamento concernente à integração

econômica, social, cultura e política mundial é a grande responsável pelas alterações

atuais da atividade turística. Em face à mesma, modificaram-se padrões de valores,

consumo, formas de produção e distribuição de serviços. Com isso, o turismo foi

afetado em todas as suas etapas e como um dos negócios de maior crescimento e mais

rentáveis do mundo, possibilitou a correção de desigualdades sociais. Para muitos

países é, de longe, a maior fonte de renda e o setor mais forte no financiamento da

economia global (NAISBITT, 1999).

As novas tecnologias no campo dos transportes, informática e comunicações, a

valorização do conceito de prazer e de tempo livre e outras tendências aqui lembradas

vem sem dúvida abrindo novas possibilidades e oportunidades para a indústria do

turismo, que atrai milhões de visitantes de todo o mundo e apresenta um futuro

promissor. Dados da Organização Mundial do Turismo (OMT, 2001) e EMBRATUR

indicam que o turismo, em 2000, gerou no mundo US$4,5 trilhões em faturamento e

192 milhões de empregos, absorvendo um fluxo de cerca de 5,3 milhões de turistas

estrangeiros.

Caracterizada, como uma revolução, em especial, na esfera das comunicações,

a globalização, sobretudo, facilita a circulação de idéias, produtos, know-how e capitais.

Ela exorta à concorrência, competitividade e cada vez mais à modernização. Por ser um

paradigma assentado nesses elementos e no domínio de informações, saber e

tecnologia, o acesso aos benefícios desse mundo globalizado diferencia

competitivamente as corporações que os detêm. Atendo-nos ao campo de interesse

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deste estudo, as agências de viagens encontram neste cenário um ambiente difícil, uma

vez que, as ferramentas e todos os tipos de informações encontram-se acessíveis para

todo e qualquer cidadão é necessária a busca, não só por excelência na prestação dos

serviços oferecidos, como também, a provisão de consultoria entendida por um serviço

proativo que procura sanar não só as dúvidas e os temores daquele que viaja como faz

do assessoramento uma ferramenta fundamental para ofertá-lo novas e melhores

possibilidades ao seu deslocamento.

3.5 (DES)INTERMEDIAÇÃO E (RE)INTERMEDIAÇÃO

Decorrem do fenômeno da globalização duas tendências que afetam

determinantemente as agências de viagens.

De acordo com Tomelin (2001, p.48) “a desintermediação é o processo pelo qual a

empresa se aproxima do cliente final através da eliminação de intermediários. Já a

reintermediação é criação de novos intermediários entre clientes e fornecedores, que

fornecem serviços como procurement e avaliação de produtos e serviços”.

As agências/ agentes estão tendo de passar da posição de parceiras/ parceiros dos provedores ( como distribuidores exclusivos ) para serem apenas mais um de seus novos distribuidores. Desta forma, precisam assumir uma posição comercial no mercado de viagens, passando para o prestador de serviços ao consumidor final, no sentido de consolidador/consultor. Do comissionamento via provedores, passam à cobrança de taxas de reintermediação como honorários por serviço prestado ao cliente, valorizando a personalização do serviço, evitando a impessoalidade (TOMELIN, 2001, p.85).

Conseqüentemente, já se sente os reflexos de um novo mercado que está

redefinindo as agências segundo as tendências, sobrepondo-se a um mercado

convencional, induzindo o reposicionamento das referidas agências para prestação de

serviços de viagens.

Segundo Tomelin (2001, p.57) os reflexos apontados são: “guerra de tarifas;

(comissionamento), a desregulamentação do transporte aéreo, o aperfeiçoamento dos

GDS (Sistema Global de Reserva) e a internet como aspectos positivos”.

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Entende-se então, que as agências de viagens e turismo realizavam atividades

que compreendem a oferta, a reserva, a venda a consumidores de passagens,

acomodações e outros meios de hospedagens, serviços de recepção, excursões,

viagens e passeios turísticos, elaboração de programas e roteiros de viagens turísticas,

entre outros.

De acordo com Tomelin (2001, p.85), "em termos mercadológicos, as agências já

estão adquirindo definições próprias para sobrevivência e readaptação no mercado, em

forma de fusão, redes, franquias ou agências virtuais, como processos de

reintermediação".

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4 AGÊNCIAS DE VIAGENS CORPORATIVAS E SUAS FUNCIONALIDADES

Embora, pouco estudado pelo meio acadêmico e insuficientemente debatido pela

maior parte de imprensa especializada, o turismo corporativo apresenta números cada

vez mais significativos e com tendência de expressivo crescimento. Por isso, faz-se

necessário uma análise específica deste mercado.

4.1 VIAGENS CORPORATIVAS

O segmento de viagens corporativas é o ramo do turismo que abrande os nichos

de incentivos, negócios e eventos, sendo sua categoria representada pelo Fórum das

Agências de Viagens Especializadas em Contas Corporativas (FAVECC).

Com o estreitamento das relações comercias entre as entidades empresarias

intensificou-se a necessidade de intercâmbio e de viajar pela intenção de trabalhar,

fosse para visitar um cliente ou fornecedor, realizar um treinamento, participar de um

evento ou qualquer atividade laboral.

Em razão desta realidade, o segmento de viagens corporativas é considerado,

de acordo com a Associação Brasileira de Gestores de Viagens Corporativas (ABGEV,

2009), como o terceiro maior gasto das empresas - atrás apenas da folha de

pagamento e tecnologia - e responsável por 60% de todo o turismo doméstico e

internacional no Brasil, as viagens corporativas movimentaram R$ 30,9 bilhões em todo

o País no ano passado. Esse montante inclui hospedagem, transporte aéreo e locação

de automóveis e representa um crescimento de 2% em relação a 2007.

As agências de viagens corporativas que atuam nos segmentos de hospedagem,

transporte aéreo e locação de carros obtiveram um faturamento total de R$ 27,52

bilhões, dos quais 59,4%, cerca de R$ 16,35 bilhões em 2007, no setor aéreo. (ABGEV,

2008).

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Segundo estudo realizado pelos Indicadores Econômicos das Viagens

Corporativas (IEVC) a estimativa de receita para o setor aéreo no ano de 2008 é de R$

17,28 bilhões, representando um crescimento nominal de 5,69% em relação a 2007

(ABGEV, 2008).

Outro fator preponderante refere-se ao fato de que 70% dos ocupantes dos aviões

que decolam no Brasil, ou seja, 1,2 milhões de pessoas são os chamados 'viajantes de

negócios'. De acordo com relatório da Embratur, em 2007, o setor de viagens

corporativas gerou direta e indiretamente 247.476 empregos (Embratur, 2007).

A Associação das Empresas Administradoras de Viagens de Negócios do Brasil

(TMC Brasil) já disponibilizou, em seu site, a evolução das vendas globais nos

principais segmentos de atuação das agências corporativas entre o 1º semestre de

2007 e 2008.

Tabela 1 – Estatística de vendas Global por serviço – 1º semestre/2007

Nacional (R$) Internacional (R$) Total (R$) %

Aéreo      

566.102.699,91533.034.647,20 1.099.137.347,11 75,43%

Hotéis      

222.184.980,5827.892.650,42 250.077.631,00 17,16%

Locações 15.549.019,18 1.237.575,20 16.786.594,38 1,15%

Outros

Serviços   86.622.441,91 4.498.309,16 91.120.751,07 6,25%

TOTAL 890.459.141,58 566.663.181,98 1.457.122.323,56 100,00%

Vendas globais por serviço

Fonte: Reproduzida de TMC Brasil

Tabela 2 – Estatística das vendas globais por serviço – 1º semestre/2008

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Nacional (R$) Internacional (R$) Total (R$) %

Aéreo 742.340.716,77 497.410.607,64 1.239.751.324,41 73,63%

Hotéis 289.160.569,84 21.609.116,78 310.769.686,62 18,46%

Locações 25.903.869,05 2.451.834,88 28.355.703,93 1,68%

Outros

Serviços95.567.563,22 9.382.205,76 104.949.768,98 6,23%

TOTAL 1.152.972.718,87 530.853.765,06 1.683.826.483,93 100,00%

Vendas globais por serviço

Fonte: TMC Brasil

Com o desenvolvimento e consolidação das agências de viagens especializadas

no turismo de negócios, e sendo, atualmente, um dos componentes mais importantes

da cadeia produtiva do turismo, essas intermediadoras fortalecem-se assim com sua

função de distribuidora da demanda turística todos os envolvidos nesse cenário do

turismo corporativo, parceiros e fornecedores, como: hotéis, companhias aéreas,

locadoras de veículos, seguradoras e etc.

Conforme tabela acima, as vendas globais por tipo de serviço atingiram

patamares expressivos e em comparação com o mesmo período do ano anterior

revelando um aumento da ordem de 13,46% no total dos itens avaliados.

As tabelas 3 e 4 detalham por companhia aérea o volume total de vendas e as

respectivas fatias de mercado no primeiros semestres de 2007 e 2008.

Tabela 3 – Estatística de vendas Aérea Nacional por Cia Aérea – 1º semestre/2007

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Vendas (R$) %

Tam 337.985.973,71 59,70%

Gol 148.253.582,49 26,19%

Varig 50.558.835,49 8,93%

OceanAir 11.330.022,95 2,00%

Pantanal 4.160.511,50 0,73%

Total L.

Aéreas4.077.782,50 0,72%

Team 1.730.624,67 0,31%

Trip Air 1.475.193,54 0,26%

Web Jet 689.936,32 0,12%

BRA 491.511,52 0,09%

Rico L.

Aéreas 464.614,29 0,08%

Total demais 4.884.110,93 0,86%

TOTAL 566.102.699,91 100,00%

Aéreo nacional

Fonte: TMC Brasil

Tabela 4 – Estatística de vendas Aérea Nacional por Cia Aérea – 1º semestre/2008

Vendas (R$) %

Tam 455.466.249,23 61,36%

Gol 214.547.202,16 28,90%

Varig 39.611.615,96 5,34%

OceanAir 9.976.632,69 1,34%

Trip Air 8.303.762,41 1,12%

Pantanal 3.846.077,13 0,52%

Team 2.632.203,20 0,35%

Passaredo 1.724.875,38 0,23%

Web Jet 1.543.056,72 0,21%

Total L.

Aéreas1.142.378,63 0,15%

Rico L.

Aéreas 390.948,44 0,05%

Total demais 3.155.714,82

TOTAL 742.340.716,77 100,00%

Aéreo nacional

Fonte: TMC Brasil

As tabelas de aferição referentes ao ano de 2009 ainda não haviam sido

disponibilizadas pela TMC Brasil na ocasião da preparação desse trabalho, contudo,

acredita-se que os números serão mais modestos do que os apresentados acima, em

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razão da crise financeira internacional que abalou, entre outros mercados, o do

Turismo.

Evidencia-se nas estatísticas supracitadas a movimentação financeira gerada

pelo setor de viagens a negócios, dando visibilidade a relevância do Turismo

Corporativo na cadeia produtiva da atividade.

A aproximação das empresas globais e o alinhamento comercial destas

proporcionaram a expansão deste fenômeno onde corporações dos mais variados

locais se relacionam, gerando um crescimento considerável deste tipo de turismo.

4.2 TRAVEL MANAGEMENT COMPANY

Empresas de viagens corporativas especializados em gerir a política e

aperfeiçoar o programa de viagens de corporações são nomeadas de TRAVEL

MANAGEMENT COMPANY (TMC). Estas têm como o seu escopo gerir as viagens

corporativas que se caracterizam por serem deslocamentos individuais ou coletivos,

efetuados freqüentemente por colaboradores, terceiros ou convidados de Pessoas

Jurídicas, e pagas por estas, com objetivos profissionais ou decorrentes destes.

Segundo a TMC Brasil, uma Travel Management Company (Companhia de

Administração de Viagens), é a evolução da agência de viagens corporativa buscando a

redução racional dos custos de viagens através de processos e ferramentas (TMC

Brasil, 2008).

Dentre os serviços prestados por uma TMC à uma corporação,podemos citar:

Racionalizar gastos com viagens corporativas

Gerir e aplicar pontualmente a política de viagens

Reduzir tarifas de viagens aéreas, terrestres e serviços.

Prover informações técnicas

Operacionalizar as viagens

Desta forma, as TMCs ganham importância na vida das organizações que

buscam a diminuição dos gastos com viagens e consequentemente aumentarem sua

competitividade no mercado.

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4.3 FUNCIONALIDADES DAS TMC

Para a compreensão da relação existente entre as funcionalidades ofertadas

pelas TMCs, torna-se fundamental conhecer a função de intermediação que os serviços

estabelecem entre o produto e o cliente e sua importância como instrumento de

diferencial da empresa.

De acordo com Kotler e Armstrong:

[...] os produtos incluem objetos físicos, pessoas, locais, organizações, idéias ou combinações desses elementos e, também, serviços. Estes são produtos que consistem em atividades, benefícios ou satisfações à venda, intangíveis, não resultando em propriedade (KOTLER; ARMSTRONG, 1995, p.45).

Objetivando elucidar a diferença conceitual entre produto e serviço, a figura 4

apresenta um esquema elaborado pela OMT que determina as principais distinções

entre produtos e serviços.

4.3.1 Funcionalidades Comuns as Agências de Viagens e as TMCs – Referenciado pela

ABAV e TMC BRASIL

Elaboração de roteiros de viagens

Este tipo de funcionalidade consiste na elaboração de roteiros completos de

viagens para os clientes, viabilizando horários, conexões e rotas de modo a aperfeiçoar

o tempo e adequar os custos com a viagem a necessidade do viajante.

Reservas aéreas nacionais / internacionais

Consiste na utilização de um sistema de reservas com acesso em tempo real a

disponibilidade complexa de vôos das maiores companhias aéreas objetivando

encontrar a melhor opção, as mais vantajosas combinações tarifárias e construções de

itinerários.

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Reservas de hotéis nacionais / internacionais

Através do sistema de reservas as agências, as TMCs podem realizar as

reservas por meio do acesso as maiores cadeias de hotéis, de modo a visualizar a

disponibilidade de uma variedade de estabelecimentos pertencentes a cadeias

distintas, bem como a efetuar a reservas em tempo real.

No caso da TMC, esta dispõe de uma equipe dedicada a negociar, reservar e

confirmar hotéis em sua sede garantindo maior poder de negociação, confirmação de

listas de espera e solução de emergências.

Locação de veículos nacionais/ internacionais

As agências de viagens, bem como as TMCs possuem diversos contratos de

atendimento junto às principais locadoras de veículos, possibilitando que o executivo

que viaje tenha a possibilidade de contar com esses serviços em uma maior cobertura

possível. Além disso, as TMCs buscam acordos com locadoras que garantam uma

ampla cobertura em todo o território nacional.

Emissão de passagens aéreas

As Agências de Viagens, bem como as TMCs disponibilizam em qualquer um de

seus pontos de atendimentos passagens aéreas através das três modalidades

existentes de emissão garantindo que seu embarque aconteça no dia e horário

reservados. São três os tipos de modalidades de emissão:

Bilhetes Físicos – é a modalidade tradicional no qual o passageiro recebe a

passagem aérea e apresenta seu bilhete na ocasião do embarque, quando

serão destacados os cupons de vôo em cada um dos embarques realizados.

Bilhete Eletrônico – E-TKT – É a modalidade que vem substituindo o bilhete

físico na qual a partir de uma autorização eletrônica da TMC, realizada por

meio da emissão a passagem aérea é disponibilizada eletronicamente,

notificando o passageiro por meio de um aviso de liberação, o que pode ser

enviado através de um e-mail ou mensagem de texto via celular. Este aviso

tem caráter meramente informativo e serve principalmente para demonstrar

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ao passageiro que sua passagem já se encontra disponível. A substituição do

bilhete físico por bilhetes eletrônicos é, sem dúvida, uma grande tendência

mundial e tem se mostrado extremamente eficiente e segura. As maiores

companhias aéreas do país como a Varig e a Tam já se utilizam deste

processo em todas as suas rotas e a Gol, pioneira nesta área, efetua 100%

de suas emissões nessa formatação. Algumas companhias internacionais,

como British Airways e American Airlines já nem mesmo permitem que seus

bilhetes sejam emitidos fisicamente quando a emissão eletrônica for possível.

PTA´s – Prepaid Ticket Advice –

Esta modalidade tem sido cada vez menos utilizada pelas companhias aéreas

em função da substituição pelos bilhetes eletrônicos. Aqui, a TMC envia uma

ordem de passagem no ponto de origem do passageiro para que este retire a

passagem diretamente na companhia aérea. Atualmente ele só é utilizado por

poucas companhias aéreas que não dispõe ainda do E-ticket e normalmente

exige a cobrança de uma taxa de transmissão pela companhia aérea. Hoje

em dia não é mais utilizado, devido à evolução tecnológica do segmento.

Entrega de documentos de viagem

Consiste na comodidade do cliente receber seus bilhetes, voucher e documentos

de viagem, pela internet ou em mãos, em tempo hábil.

Cálculo de tarifas

As Agências de Viagens e as TMCs na sua grande maioria possuem como

política a busca melhor tarifa para os roteiros, a título de se obter para o cliente uma

possível redução de valor por meio de negociação com companhias aéreas, de forma

personalizada, ou a busca por classes promocionais no momento da reserva.

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4.3.2 Funcionalidades Especificas das TMCs

Controle de perfil do viajante

Uma das ferramentas que mais personaliza o atendimento em uma TMC é sem

dúvida, o Controle de Perfil de Viajante. As TMCs possuem nos seus sistemas de

reservas um banco de dados no qual são inseridas as informações, inicialmente das

empresas e em seguida de cada passageiro. A medida que são efetuadas as

transações de cada um desses passageiros as informações são transportadas

automaticamente ao registro da reserva garantindo que todos os envolvidos na cadeia

da reserva: agência de viagens, companhias aéreas e hotéis visualizem os dados dos

viajantes como: programas de milhagem, preferências e necessidades específicas

proporcionando um atendimento eficiente e personalizado e adequado às normas da

empresa cliente.Essas informações Fazem parte do banco de dados informações como:

Empresa

Informações cadastrais

Fornecedores aéreos, hotéis e locadoras preferenciais.

Acordos e condições comerciais vigentes

Política de aprovação de despesas – solicitantes e aprovadores autorizados

Forma de pagamento contratada – faturado total ou parcial, cartão de crédito.

Passageiros

Informações pessoais – Nome (completo e preferência), contatos e endereço,

cargo ou posição na empresa, etc.

Informações sobre solicitante – Secretária ou assistente.

Vigência de documentos de viagem – Passaportes, Vistos e Vacinas

Programas de milhagem

Preferências pessoais – Companhias aéreas, tipo de assento, refeições

especiais.

Necessidades especiais – Atendimento VIP passageiros deficientes, etc.

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Controle de política de viagens

A política de viagens é a especificação através de parâmetros de gastos por

escalonamento, faixa salarial ou cargo na empresa e estabelecimentos de regras da

contas de viagens corporativas de modo a ser um instrumento extremamente difundido

dentro das corporações para reduzir custos e regulamentar internamente os serviços de

viagens e alocar com maior precisão os recursos disponíveis.

Uma viagem de negócios mal planejada pode se tornar a única, inviabilizando

negócios presentes ou futuros. Estar mal hospedado ou levar um cliente para almoçar

em locais inadequados para fechamento de um bom contrato podem significar o fim de

um relacionamento no mundo dos negócios.

Ou, muitas vezes, acontece o oposto. A viagem foi extremamente dispendiosa e

a empresa passa a considerar qualquer viagem como inviável e secundária. Como

conseqüência, perde-se excelentes oportunidades de se participar em feiras e eventos

técnicos, situações propícias para ampliar a rede de relacionamento e fechar de bons

negócios. Em função disso, a política de viagens precisa ser elaborada com muita

minúcia e, preferivelmente, com o auxílio da TMC na participação da criação ou revisão

das políticas, oferecendo ainda todo planejamento para sua implantação, divulgação e

controle da aplicação.

Todas as diretrizes traçadas pela política devem estar disponíveis nos sistemas

de gerenciamento de clientes da TMC permitindo que sejam visualizadas e acionadas

no momento da consulta, garantindo que a compra seja realizada de acordo com os

parâmetros definidos. Uma vez

identificada a empresa e o viajante, o consultor acessa o banco de dados existente no

próprio sistema de reservas e transporta todas as informações pertinentes ao PNR –

registro da reserva – e aciona o controle de política de viagens existente no sistema.

Embora sofisticado, este procedimento é realizado de maneira simples por meio de

mensagens que são visualizadas no momento que a reserva é finalizada e indica quais

os aspectos que se encontram em desacordo com a política e precisam ser

readequados. Essas mensagens continuam sendo visualizadas sempre que o PNR

sofre qualquer tipo de alteração. Deste modo é possível garantir que a empresa (cliente

pessoa jurídica) cumpra integralmente as bases definidas pela Política de Viagens e

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assim possa alcançar integralmente o objetivo de regular e controlar os gastos com

viagens da empresa.

Atendimento emergencial

Este tipo de serviço consiste em uma central de atendimento que a TMC opera

em sua própria sede, permitindo dispor de todos os recursos oferecidos no dia a dia,

operando em 7 dias por semana, 24 horas por dia.

Através desta central a empresa (cliente) tem acesso às mesmas

funcionalidades que encontra nos postos, seja dedicado, ou virtual de atendimento e

pode consultar ou modificar reservas, emitir passagens aéreas ou reservar hotéis e

locações de automóveis com confirmação imediata e totalmente de acordo com a

Política de Viagens.

Salas VIP

Freqüentemente os passageiros em viagem necessitam de uma base no

aeroporto para finalizar um negócio, seja recebendo ou enviando um fax ou

simplesmente acessando seu e-mail ainda antes de seu embarque. Nesse sentido, as

TMCs procuram manter um acordo com Salas Vip nos principais aeroportos através de

empresas especializadas neste serviço.

Assistência embarque

Para assistir os clientes as TMCs procuram manter uma equipe ancorada nos

principais aeroportos empenhada em minimizar os efeitos de situações como: atrasos,

overbooking ou cancelamentos de vôos, antecipação do check-in, eliminando filas,

garantindo a manutenção das preferências do cliente quanto ao assento, bem como

oferecendo suporte no caso de alterações de itinerário que se façam necessárias.

Eventos e incentivos

Além de contar com toda estrutura de Viagens Corporativas as TMCs possuem

um departamento especializado no atendimento a Eventos e Incentivos. Deste modo, a

empresas contam com uma equipe especializada neste tipo de serviço, não

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sobrecarregando as atividades exercidas no dia a dia. Neste departamento as

empresas receberão todo apoio na logística necessária para a realização de eventos,

tais como:

Negociação de grupos com fornecedores aéreos e terrestres

Participação efetiva na elaboração do briefing

Realização de vistas de inspeção

Colaborador da TMC dedicado à consultoria nos eventos

Centralização do atendimento a participantes

Emissão e entrega de passagens aéreas e vouchers

Assistência a embarque e recepção de participantes

Contratação de serviços de transporte

Controle de budget de evento

Acompanhamento e suporte ao grupo

Relatórios Gerenciais São ferramentas disponibilizadas pelas TMCs, com a finalidade de obter uma

gestão completa do setor de viagens na empresa. São basilares, nos dias de hoje, para

a prestação de consultoria aos clientes, sendo importantes insumos para suas aferições

e análises. Através desses relatórios as empresas/ clientes podem controlar o setor

onde houve maior gasto, qual período, qual centro de custo, qual viajante dentro da

empresa tem maior freqüência de viagem entre outros. Existem no mercado modelos de

relatórios gerenciais como: volume por tipo de produto; volume por fornecedor; volume

por centro de custo; volume de savings (diferença de tarifa publicada e tarifa aplicada);

volume por passageiros; controles de reembolso de passagem; e, controle de bilhetes

emitidos e não voados.

Sendo assim, para finalizar esse capítulo pode-se dizer que quando se fala em

segmento de turismo, está se falando de um universo de prestadores de serviços de

grandes proporções.

Portanto, o termo 'agência de viagens' não representa mais o mercado específico

do agenciamento corporativo e vem sendo substituído por TMC. Por este capítulo pode-

se perceber que não é somente uma simples troca de nomenclatura, pois entre outros

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fatores, significou que não só as funcionalidades, nomenclatura foram modificadas, mas

também a forma de remuneração, estas empresas deixarão de ser remuneradas por

comissão, ou seja, pagas pelas prestadoras de serviços, e sim por FEEs, honorários

fixos pagos pela empresa compradora.

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5 PIONEIROS DO AGENCIAMENTO: CONSULTOR DE VIAGENS

Com o surgimento das primeiras agências de turismo entre 1840 e 1841,

aparecem então os pioneiros do agenciamento de viagens e turismo, designados desde

então como agentes de viagens. Estes eram, e são, profissionais capazes de organizar

e providenciar todos os itens de uma viagem aos seus clientes.

A incumbência do profissional em questão não é apenas prover algumas

informações acerca do local de destinação, mas, igualmente, fornecer as passagens de

qualquer natureza (terrestres, ferroviárias, marítimas e aéreas), passar as informações

e conhecimentos sobre os tipos de acomodações encontradas na localidade, vistos e

vacinas necessárias para ingressar num destino, compra de moeda estrangeira, seguro

viagem, passeios que podem ser realizados, bem como todo tipo de serviço que pode

ser utilizado em uma viagem.

Função que surgiu algumas vezes pela experiência, tornou-se técnica. Muitas escolas foram criadas, ao longo dos anos, para o aperfeiçoamento deste profissional que iniciou tendo contato com o código Morse, fazendo “reservas” utilizando o telégrafo, passou para a fase do telefone, aprendeu a operar sistemas de reservas, utilizou-se do fax e rendeu-se ao uso da internet. (MONTANARIM, 2002, p.41)

Ao analisar o posicionamento estratégico do agente de viagens, percebe-se que,

através da ligação deste profissional com o mercado turístico que se materializa a

intermediação ao cliente por meio dos produtos ofertados. A qualidade embutida na

prestação dos serviços das agências de turismo decorre, em grande parte, do consultor

de viagens, pois são estes que estão na linha de frente, criando, informando,

promovendo e vendendo os produtos turísticos aos clientes, inclusive, muitos dos

chamados por especialistas de recursos humanos “momentos verdade”, ocasião onde

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ocorre o contato direto entre fornecedor e cliente, onde é construído pelo segundo a

imagem qualitativa do fornecedor, são gerados a partir da relação consultor X cliente.

Imerso neste contexto abrangente, Wahab definiu o agente de viagens

demonstrando a importância e a responsabilidade que este profissional deve ter:

A profissão de agentes de viagens baseia-se na confiança; de um lado, a confiança dos viajantes, que geralmente pagam adiantando ou contra a simples garantia dos serviços ( um produto) que não vêem, cuja a qualidade seria difícil de julgamento a posteriori; confiança dos fornecedores ( empresas de transportes e hotéis) que fornecem seus serviços a crédito para as pessoas que não são diretamente proprietárias e que aceitam reservas normalmente sem mesmo garantias de uma taxa mínima de ocupação.(WAHAB,1977 apud DANTAS, 2002, p.47).

O consultor de viagens é um profissional com a função de apresentar o produto

turístico ao cliente, ou vice e versa, fornecendo informações, aconselhamentos e,

modernamente, assessoria e consultoria em viagens, ou seja, um intermediário

(DANTAS, 2002).

O função padrão do consultor de viagens do passado era vendedor de serviços,

isto é, uma interface na transação de venda do produto: passagem aérea, diária de

hotel, locação de automóvel e algum cruzeiro marítimo. Atendia o consumidor que à

época era dependente de seu intermédio para a compra, seleção, informação e

conhecimento sobre a viagem e não viajava com freqüência, especialmente por causa

dos custos.

Assim, diante do quadro e das mudanças atuais no mercado turístico e da inter-

relação dos serviços, cria-se a necessidade de modificação estratégica quanto à função

dos intermediadores de serviços para assessores dos viajantes, diferenciando-se

competitivamente de outros prestadores de serviços turísticos.

Presume-se que o futuro dos consultores está indefinido, alguns especialistas

consideram que os consultores permanecerão imprescindíveis aos clientes na provisão

de toda assistência técnica relativa à viagem, outros estudiosos, pensam que a

tecnologia da informação substituirá em grande parte ou na integra o trabalho dos

consultores. Contudo, na atualidade esse trabalho atende às exigências dos

compradores que por terem acesso aos adventos tecnológicos procuram nos

intermediadores uma efetiva consultoria, entendida como: uma atividade prestada a fim

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de diagnosticar e formular soluções de viagens corporativas que realmente agreguem

ao dia a dia dos clientes,caso contrário,organizariam suas viagens de forma

independente. Decorre da competitividade de mercado, da globalização e outras, a

mudança no perfil profissional destes consultores que precisam exercer múltiplos

papéis, não mais somente especialistas segmentados, mas sim de profissionais mais

atentos e atualizados aos avanços tecnológicos.

Tovar (1998, p52) destaca que o agente de viagem, para cumprir com precisão

seu dever necessita:

Detectar claramente as necessidades do potencial viajante,assim como suas limitações,seja do tipo econômico ou de outra ordem; Possuir ampla preparação cultural em técnica, de modo que possa resolver com rapidez os problemas que o cliente proponha,assim como informar os destinos, suas características e a possibilidade da forma de acesso; Ser profissional acima de tudo, o que supõe fornecer informação certa e atualizada, e estabelecer sempre alternativas ao cliente (TOVAR, 1998, p.52).

A capacidade na nova função transcorre da mútua conscientização do consultor

de viagens/ agência de turismo e das instituições acadêmicas rumo à absorção de

políticas e programas de qualificação profissional que adéqüem, atualizem e treinem o

capital humano de acordo com as exigências atuais, estruturando-os para atender esta

nova tendência. Isso implica a quebra de conceitos pré- estabelecidos pela velha forma

de exercer as funções de consultoria de viagens (TOMELIN, 2001).

5.1 ATENDIMENTO NO PASSADO

Consoante o exposto, às agências de viagens estão passando por constantes

transformações, profissionalizando o setor.

“Vivemos em tempos de extrema e profunda transição, onde o que hoje é valido

e consumido, amanhã já se torna obsoleto e não responde mais às necessidades que

precisa satisfazer” (BENI, 2003, p.23).

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Há alguns anos as agências de turismo eram o melhor canal para a distribuição

dos serviços oferecidos pelos fornecedores, que pagavam comissões sobre as vendas,

o que se tornou padrão de remuneração pela promoção e venda nas agências, porém,

na atualidade, em decorrência das crises econômicas e ingerências da globalização, os

fornecedores turísticos começaram a procurar novas formas de reduzir custos e ampliar

lucros, utilizando a internet para atingir o público final, descartando assim, as agências

de turismo como distribuidores exclusivos.

Como resposta, as agências começaram a repensar sua forma de atuação a

partir da famigerada reintermediação, ou seja, uma vez que não eram mais

intermediadoras exclusivas passando a mais uma distribuidora de fornecedores

turísticos, engajaram-se a prestar um trabalho maior especialização em viagens e

logística como também em consultoria.

5.2 ATENDIMENTO ATUAL

Em compatibilidade com as mudanças de cenário supracitadas as agências de

viagens foram impelidas a se reposicionar no mercado buscando ofertar seus serviços

com maior valor agregado, direcionando os viajantes, os orientado a cada

deslocamento, e fornecendo, sobretudo, além dos serviços habituais de agenciamento

outros itens de apoio como emissão de vistos e passaportes nesse rol muito maior de

atividades.

Neste contexto, ou seja, as agências tendo que repensar sua forma de atuação

a partir de um reintermédio e, desta forma, continuar sendo a interface entre usuário

final e prestador de serviços, passaram não mais a depender necessariamente do

comissionamento dos fornecedores e sim da remuneração baseada também sobre o

fornecimento da especialização em viagens.

Com isso, mudou-se a dinâmica de mercado onde os profissionais passaram a

dar consultoria, conselhos, sugestões e assistência referentes ao assunto especializado

à clientela.

Doravante, a qualidade na prestação de serviços de viagens corporativas está

atrelada ainda mais a consultoria fornecida por esse profissional, que em razão das

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mudanças contextuais foi obrigado a adquirir características predominantes de

consultor, detendo domínio e conhecimento vasto do seu campo de atuação. Trata-se

de um novo perfil que exige um reposicionamento dos serviços de agenciamento

compatíveis com os requisitos atuais do mercado.

5.3 COMPETÊNCIAS DO CONSULTOR

A competência, segundo McClelland e Spencer (1973), é uma característica

subjacente a uma pessoa que é casualmente relacionada com desempenho superior na

realização de uma tarefa ou em determinada situação. Diferencia-se assim competência

de aptidões: talento natural da pessoa, o qual pode vir a ser aprimorada, de

habilidades, demonstração de um talento particular na prática e conhecimentos: o que

as pessoas precisam saber para desempenhar uma tarefa (MIRABILE, 1997).

Nos últimos anos, sobretudo no agenciamento corporativo, este conceito

conquistou ainda mais destaque, tendo em vista que devido às exigências cada vez

mais extensas dos clientes a resposta mais pontual do consultor vem por meio da

competência e do conhecimento.

Nessa perspectiva, o conceito de competência é pensado como conjunto de

conhecimentos, habilidades e atitudes (isto é, conjunto de capacidades humanas) que

justificam um alto desempenho, acreditando-se que os melhores desempenhos estão

fundamentados na inteligência e personalidade das pessoas. Em outras palavras, a

competência é percebida como estoque de recursos, que o indivíduo detém. Do lado da

organização, as competências devem agregar valor econômico para a organização e

valor social para o indivíduo e, necessariamente, alinhar-se ao que se exige ou se

espera do profissional que executa tal função.

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6 VISÃO DO CONSULTOR SOBRE SUA PROFISSÃO

Esta parte do trabalho dedica-se à apresentação e análise das pesquisas de

campo que objetivaram identificar a maneira pela qual os consultores de viagens

corporativas nas principais vêem o próprio trabalho.

6.1 Procedimentos Metodológicos

O desenvolvimento deste estudo ocorreu entre os meses de junho e outubro de

2009, na cidade do Rio de Janeiro e teve como delimitação da área de estudo as

principais agências de turismo corporativo na região.

A amostra das agências a serem estudadas foi pautada em um inventário

publicado pela revista Panrotas, em janeiro de 2009 (REVISTA PANROTAS, 2009,

Janeiro) no qual eram contempladas as maiores empresas cariocas do segmento de

agenciamento.

A partir deste levantamento escolheram-se as sete maiores empresas no quesito

faturamento. Na seqüência dos trabalhos, foi então, contatado cada um dos

departamentos de Recursos Humanos dessas agências a fim de conhecer quantos

profissionais de consultoria, independentemente do nível de atuação, tinham vínculo

empregatício com essas instituições. Procurou-se através desse levantamento chegar a

uma totalidade desses profissionais nas agências pesquisadas a fim de facilitar o

estabelecimento de uma amostra.

Quantificados nas sete principais agências: CWT, AMEX, AVIPAM, MARINGA,

ALATUR, BBTUR e BTI que seguem discriminadas estes profissionais foram somados

e somados em 720 consultores. Deste montante, separou-se uma amostra de 10%, que

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corresponde a 72 profissionais. Para esses consultores foi encaminhado um formulário,

quase em sua totalidade por e-mail eletrônico para aferir e apontar a autopercepção

desses profissionais quanto a sua ocupação atual, além de suas principais

competências e as quais mais valorizam para atuação nesse cargo. Respondidos e

reencaminhados virtualmente, os formulários preenchidos pelos consultores, que foram

escolhidos aleatoriamente, através de um sorteio, foram inventariados, tabulados e

apontam os resultados apresentados a seguir.

Os dados obtidos foram tabulados, tratados estatisticamente e analisados à luz

do referencial teórico especificado nos capítulos anteriores.

A escolha pelo desenvolvimento do tema originou-se de dois pontos relevantes:

A percepção de que setores estratégicos das agências corporativas desconhecem a

importância e o perfil da consultoria de viagens

Percepção que muitas vezes os serviços são prestados sem a qualidade devida em

função de os consultores não serem alvo de um programa de gestão de pessoas

adequado ao seu perfil

A pesquisa é de caráter quantitativo e a análise dos resultados é apresentada

em duas fases: identificação do entrevistado e identificação das competências para

atuação do consultor de viagens corporativas.

6.2 Fase 1: Perfil da Amostra

Figura 3: Faixa Etária Fonte: Elaboração própria

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A maior média de idade dos pesquisados (Fig. 3) está entre 20 e 25 anos (33%)

seguida de perto pela faixa etária das pessoas de 26 a 30 anos (31%). Este indicador

demonstra que a maioria das pessoas que trabalham no cargo é jovem, muitas delas

tendo na consultoria de viagem a efetivação do primeiro emprego.

Figura 4:: Gênero Fonte: Elaboração própria

A participação feminina (32%) neste segmento ainda é bem inferior do que a

proporção de homens (68%), concluindo-se que o mercado de agências corporativas na

principais agências do município do Rio de Janeiro ainda é majoritariamente masculino

(Fig.4).

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Figura 5:: Escolaridade Fonte: Elaboração própria

Grande parte dos pesquisados cerca de 86% tem curso superior completo ou

incompleto (57%), perceptivelmente na áreas de administração, marketing, turismo,

hotelaria e direito (Fig. 5). Pode-se concluir portanto, que é um cargo que confere

oportunidades para pessoas com algum tipo de graduação, porém com baixo nível de

especialização.

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Figura 6:: Aquisição de conhecimento Fonte: Elaboração própria

Na figura 6 pode-se observar que a maioria dos conhecimentos adquiridos pelos

consultores concernentes ao mercado de agenciamento de viagens corporativas foi

obtido no exercício profissional diário (62%).

Figura7: Atuação no segmento Fonte: Elaboração própria

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Os consultores de viagens se caracterizam por um significativo equilíbrio quanto

ao tempo de atuação no segmento corporativo (Fig. 7). Contudo,mais da metade (53%)

possuem experiência de mercado há menos de 5 anos.

Figura 8: Participação em treinamentos e reciclagens Fonte: Elaboração própria

Somente (7%) dos pesquisados não participam de treinamento e ou reciclagens.

Logo, enfatiza-se o grande número de consultores preocupados com sua formação

profissional (Fig. 8), indicador esse incompatível com o resultado demonstrado na figura

6 “aquisição de conhecimento” onde se apontou que um elevado percentual de

profissionais que adquiri conhecimento no seu exercício diário de função, a menos, que

tais treinamentos e reciclagens ocorram em um ambiente de trabalho e tenham sido

considerados pelos entrevistados como parte do exercício de função diário.

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Figura 9:: Periodicidade do treinamento Fonte: Elaboração própria

Nesta etapa da pesquisa a maioria (41%) respondeu que realiza atualizações

trimestrais denotando ações de qualificação profissional por parte das empresas (Fig.

9).

Figura 10: Razões da escolha do turismo como campo profissional Fonte: Elaboração própria

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A maioria dos entrevistados (Fig. 10) assume que escolheu o turismo como

profissão por gostar da área e aceitá-la como promissora. Muitos jovens, perfil etário

que sintetiza o cargo, inaltecem o aspecto interativo do turismo, a possibilidade de

conhecer novos lugares e desfrutar novas culturas.

Figura 11: Grau de satisfação com o cargo Fonte: Elaboração própria

A maior parte dos entrevistados se encontra parcialmente ou totalmente

satisfeitos (69%) o que possibilita conciliar o gosto pela área, apontado pela maioria dos

respondentes, como determinante para escolha da carreira profissional com um grau de

satisfação necessário para seguir motivado em seus exercício diários (Fig. 11)

Logo, de acordo com as médias da Fase 1, a síntese da indentificação dos

entrevistados aponta que o perfil do cargo sugere:

De 20 a 25 anos

Sexo masculino

Têm graduação superior concluída

Adquiriu seu conhecimento de agências de viagens corporativas através

do exercício da função

Atua no segmento de 3 a 5 anos

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Participação em treinamentos e reciclagens trimestralmente

Escolheu a área por gosto e estão parcialmente satisfeitos com a

profissão. O que os leva a prestar um serviço com maior dinamismo e prestreza.

6.3 FASE 2: IDENTIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS PARA ATUAÇÃO DE

CONSULTOR DE VIAGENS CORPORATIVAS.

Na parte relativa à entrevista buscou-se perceber quais competências eram

necessárias para o exercício da função do consultor de viagens corporativas. Tratou-se

como competência os conhecimentos, habilidades, aptidões e comportamentos

necessários para um desempenho eficiente e eficaz numa organização.Dessa forma, a

combinação desses elementos deve possibilitar que os profissionais atinjam resultados

positivos (LIMA,2004).Assim sendo, a tabela abaixo quantifica os resultados obtidos

após análise dos questionários.Cada um dos itens de competências citados abaixo

foram avaliados pelos 72( setenta e dois) entrevistados que a eles atribuíram valores de

acordo com o grau de importância dos referidos itens para o exercício da profissão.

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No tocante à pesquisa os resultados obtidos foram os seguintes:

Tabela5 Competências mais valorizadas

Competências 4 3 2 1

Ser persuasivo ao falar 46 8 15 3

Ouvir com atenção clientes e fornecedores 69 3 - -

Redigir com clareza e objetividade 22 33 10 7

Dominar técnicas de organização de viagens 55 15 - 2

Dominar conhecimentos de GDS 66 4 2 1

Saber gerenciar seu tempo 46 14 10 2

Ter flexibilidade e adaptar-se a situações 60 11 4 -

Estudar sempre 55 14 2 3

Trabalhar com planejamento 57 3 1 11

Facilidade de Improviso 48 14 6 4

Trabalhar em uma perspectiva de equipe 72 - - -

Ser receptivo às mudanças 65 4 2 1

Ser capaz de tomar decisões 18 23 17 14

Ter visão analítica dos fatos 31 41 - -

Ter compromisso com a qualidade 71 - - 1

Ser consciente das necessidades dos clientes 67 5 - -

Ser hábil em construir redes de relacionamento 64 3 3 3

Saber gerenciar conflito 23 22 13 14

Ser receptivo às diversidades e diferenças 35 25 11 1 Fonte: Elaboração própria

(**valores em números de

entrevistados)

Legenda

1 Sem importância

2 Pouca

importância

3 Alguma

importância

4 Muita

importância

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Portanto, ao esmiuçar as respostas percebe-se que as competências mais

valorizadas pelos consultores são as seguintes:

Persuasão;

Saber ouvir clientes e fornecedores;

Domínio de conhecimentos técnicos como os GDS(s);

Gerência com propriedade seu tempo;

Flexibilidade a novas situações;

Estudo contínuo;

Planejamento de trabalho;

Facilidade de Improviso;

Receptividade a mudanças;

Compromisso com a qualidade;

Conhecimento das necessidades dos clientes;

Habilidade para construir redes de relacionamentos.

Não obstante, alguns conhecimentos, competências, não tiveram importância

atribuída pela grande maioria. Outras como “trabalhar em uma perspectiva de equipe” e

“ser consciente das necessidades dos clientes” foram consideradas pela maioria ou por

todos como itens extremamente relevantes para o trabalho do consultor de viagens

corporativas.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As recentes revoluções no mercado das agências de viagens corporativas

delineando uma nova maneira de atuação dessas corporações para com seus clientes

e fornecedores e, por conseqüência, a atividade laboral do consultor de viagens nestas

principais empresas do município do Rio de Janeiro, possibilitam considerações

significativas acerca da realidade atual do profissional mencionado.

Neste prisma, o questionamento que direcionou a pesquisa foi à busca pela

identificação do perfil profissional deste cargo moderno: o consultor de viagens

corporativas. Assim sendo, para apontar seu perfil foi necessário analisar a origem

desta ocupação, seu campo de atuação, além dos conhecimentos e competências

necessários para atuar no mercado.

Logo, buscou-se demonstrar que o sucesso de uma agência de viagens

corporativas relaciona-se a importância atribuída ao cargo da consultoria de viagens.

Compreendê-lo como vital e basilar é uma alavanca que torna a instituição mais

competitiva.

Atualmente, há disseminado no mercado um discurso em prol da valorização dos

recursos humanos nas instituições, que nelas, representariam seus grandes ativos. No

entanto, para que ocorram políticas que se alinhem a essa defesa é necessário

conhecer o perfil profissional daqueles que atuam nesse atendimento, e que ocupam

hoje, tamanha importância estratégica para as agências de viagens corporativas. Este

possível ajuste proporcionaria uma prestação de serviço de melhor qualidade em

decorrência de uma assistência adequada oferecida pela instituição aos seus

consultores que, satisfeitos, incrementariam seus rendimentos.

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Atrelado a esse raciocínio e consonante ao levantamento bibliográfico, além da

pesquisa de campo, constatou-se, através da análise dos questionários, que os

consultores devem agregar valor no atendimento às contratantes, prestando um

atendimento técnico, amparado por uma equipe que promova o fornecimento de

consultoria.

Cabe ressaltar que na concorrência, os serviços prestados pelas agências de

viagens são similares, sem a apresentação de algo que as diferencie. Contudo, os

consultores se compreendidos como parte de uma engrenagem deveriam ser os

próprios elementos diferenciais de cada corporação que os emprega.

Portanto, sugerem-se recomendações às agências desenvolvidas com a análise

da pesquisa:

Contratar pessoas com formação acadêmica em turismo;

Aprimorar o pós-venda;

Incentivar o aprimoramento profissional;

Desenvolver um pleno programa de gestão dos consultores;

Atualizá-los sempre.

O consultor de viagens corporativas, conforme apontou a pesquisa, necessitará

estar em constate aprimoramento na relação com o consumidor fortalecendo a agência

corporativa, ao promover um bom atendimento. Outrossim, a pesquisa aponta para a

busca por profissionais que, minimamente, sejam formados em carreiras próximas ao

Turismo e não mais pessoas sem qualquer conhecimento teórico na área.

As competências profissionais também analisadas neste estudo levaram a

conclusões relevantes, entre elas, a necessidade de sinergia entre consultor de viagens

e agência de turismo corporativa rumo à absorção de políticas e programas de

qualificação profissional que atualizem e treinem, propiciando a formação de talentos

humanos modernizados e bem estruturados para atender a esta nova tendência. Isso

acarreta na quebra de preconceitos e paradigmas concernentes a forma defasada de

exercer as funções do antigo agente de viagens e atual consultor.

O escopo deste estudo foi evidenciar que em decorrência das mudanças

provocadas pela globalização e outros fenômenos modernos, o agente/consultor de

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viagens corporativas como constituinte de um setor interno dessas agências que

confere importância estratégica ao atendimento de excelência é o protagonista de um

diferencial competitivo. Logo, para que este seja bem desenvolvido indo além de seus

conhecimentos diários, necessita de novos e práticos programas de crescimento

profissional.

Desse modo, o presente estudo, colabora para a geração de um rol de

informações quanto ao cargo em destaque e favorece a criação mais facilitada de tais

planos de ação que visem o incremento de produção desses profissionais e seu

desenvolvimento, tendo como etapa primária e, já realizada, a identificação do perfil

profissional padrão, inclusive as competências que possuem e mais valorizam.

Em alusão às hipóteses levantadas, a pesquisa vai ao encontro da primeira

delas, onde a análise corrobora com o fato de que a identificação das características

sociais e profissionais dos atuais consultores de viagens corporativas beneficia a

formulação de um perfil profissional atual e, dessa forma, facilita a comparação entre o

perfil que se tem atualmente em efetivo exercício e aquele que considera-se o ideal.

Em suma,as ações voltadas para o desenvolvimento desses recursos humanos podem

ser preparadas e mais compatíveis com a realidade.

Comprovou-se também que as agências de viagens especializadas em contas

corporativas estão, ainda mais, contratando para a consultoria, profissionais com

formação ou especialização, senão em turismo e ou hotelaria, em carreiras das áreas

correlatas como: comércio exterior, administração e geografia, ampliando a importância

desse estudo.

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ANEXO

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