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CARACTERIZAÇÂO FENOTÍPICA E GENOTÍPICA DE Staphylococcus aureus ISOLADOS DE QUEIJO MINAS FRESCAL UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS APLICADAS A PRODUTOS PARA SAÚDE ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PESQUISA E MONITORAMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NITERÓI 2014 LEILA MÁRCIA PERES MARQUES

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CARACTERIZAÇÂO FENOTÍPICA E GENOTÍPICA

DE Staphylococcus aureus ISOLADOS DE QUEIJO

MINAS FRESCAL

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

APLICADAS A PRODUTOS PARA SAÚDE

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PESQUISA E

MONITORAMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE

NITERÓI 2014

LEILA MÁRCIA PERES MARQUES

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LEILA MÁRCIA PERES MARQUES

CARACTERIZAÇÂO FENOTÍPICA E GENOTÍPICA DE Staphylococcus aureus

ISOLADOS DE QUEIJO MINAS FRESCAL

Dissertação apresentada ao

Programa de Pós Graduação em

Ciências Aplicadas a Produtos

para a Saúde da Faculdade de

Farmácia da Universidade Federal

Fluminense, para a obtenção do

título de Mestre.

ORIENTADORA: PROFª DRA ALICE GONÇALVES MARTINS GONZALEZ

CO-ORIENTADORA: PROFª DRA LUCIANA MARIA RAMIRES ESPER

Niterói

2014

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CARACTERIZAÇÂO FENOTÍPICA E GENOTÍPICA DE Staphylococcus aureus

ISOLADOS DE QUEIJO MINAS FRESCAL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Ciências Aplicadas

a Produtos para a Saúde da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal

Fluminense, como requisito para a obtenção do título de Mestre.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________________

Profa. Dra. Alice Gonçalves Martins Gonzalez – Orientadora – UFF

________________________________________________________________

Prof. Dr. Fábio Aguiar Alves – UFF

________________________________________________________________

Dra. Adriana Hamond Regua Mangia - FIOCRUZ

_________________________________________________________________

Prof Dr. Raphael Hirata Junior - UERJ

Niterói

2014

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“Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça,

e tudo o mais vos será dado por acréscimo.

Portanto, nos vos preocupeis com o dia de amanhã,

pois amanhã terá sua própria preocupação.

A cada dia basta o seu cuidado! “

Mt 6, 33 - 34

“Espera no Senhor, seja firme,

Fortaleça seu coração e

Confia no Senhor e

Tudo o mais ELE fará.”

Salmo 27 (26), 14

“Combati o bom combate,

terminei a carreira, guardei a fé.

Desde agora está reservado para mim a coroa da justiça,

que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia,

não somente a mim, mas a todos que

tiverem esperado com amor a sua manifestação.”

2Tm 4, 7 – 8

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Dedico

Ao meu Senhor e meu Deus,

Que com sua presença fiel e amorosa me capacitou para este trabalho, fazendo-

me perseverar e superar cada obstáculo.

Que em todos os momentos esteve ao meu lado, acalentando o meu coração e

fortalecendo a minha fé.

Que acampou seus Santos Anjos ao meu redor, para me guardarem, me livrarem

dos perigos, me defenderem e me protegerem de todo mal.

Que me iluminou, me guiou e me sustentou em todas as etapas realizadas.

“Que marcou o tempo certo para cada coisa:

Tudo neste mundo tem seu tempo; cada coisa tem sua ocasião. .....”

Eclesiastes 3: 2, 8

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Ofereço

Aos meus pais Carlos Marques e Maria da Penha Peres Marques, in memorian,

que me ensinaram os verdadeiros valores e virtudes.

Ao meu querido filho Renato Marques, minha vocação maior, amor incondicional.

Acima de tudo a Deus, pelo dom da minha vida e por todas as bençãos recebidas.

Nada pode se comparar à ternura do seu amor! Obrigada pela Mãezinha do Céu,

Maria, que me envolve com seu manto e sempre me conduz ao seu Filho Jesus.

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Agradeço

A Jesus, meu amparo de todas as horas e a Maria Santíssima, medianeira de

todas as graças.

A Universidade Federal Fluminense, na pessoa do diretor da Faculdade de

Farmácia Professor Wilson da Costa Santos, pelo incentivo e oportunidade de

realização deste mestrado.

A minha orientadora, Alice Gonzalez, por suas orientações, pelos inestimáveis

conhecimentos transmitidos e partilhados e por sua experiência profissional,

principalmente na execução dos testes da PCR.

A minha co-orientadora, Luciana Esper, pelo seu auxílio, co-orientação e

colaborações, principalmente na escolha dos artigos para seminários.

Aos professores Geraldo de Paula e Lenise Teixeira por suas valiosas

sugestões, ensinamentos e auxílio, principalmente na execução do PFGE.

Ao professor Fabio Alves por sua relevante contribuição na realização das

técnicas de MLST e SpA.

A todos os professores do PPG-CAPS, em especial a Professora Katia Lima,

coordenadora da Pós Graduação.

A todos os meus professores, que durante toda minha formação acadêmica,

foram exemplos, referências e incentivadores, todo o meu respeito e carinho.

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Aos professores da banca examinadora, Adriana Regua, Fabio Alves e Raphael

Hirata, que gentilmente aceitaram nosso convite, contribuindo com meu

crescimento profissional.

A Prof. Lenise Teixeira pela revisão e toda contribuição a este trabalho.

Aos meus colegas de mestrado, Armando, Barbara, Carolina, Daniela, Francine,

Gabriel, Gabriela, George, Hanna, José Carlos, Kelly, Luana, Manuela, Marcieli,

Muniqui, Ricardo, Roberta e Zoraide pela amizade e momentos partilhados.

Aos alunos de iniciação científica Carolina Antunes, Thalita Martins, Luciana

Castilho, Raquel Nogueira e em especial a Marcel Amorim, a todos eles, que com

sua disponibilidade, boa vontade, jovialidade, simpatia e agradável convivência,

me ajudaram bastante na execução deste projeto, inclusive nas minhas

“limitações tecnológicas”. Peço que onde estiverem, o Senhor os acompanhe.

Aos técnicos de laboratório, Wilmar, Oséias, Debora e Sandra, pela ajuda e apoio.

As técnicas Aline, Adriana e especialmente a Fátima, pelo relevante apoio

técnico, sempre com muita competência, dedicação, boa vontade e generosidade.

A técnica Lucia, do Laboratório LHIMA, que com sua experiência e paciência

ouviu minhas inquietudes e me ajudou com suas palavras sábias e encorajadoras,

e também se alegrou louvando com minhas conquistas.

Aos funcionários da secretaria, Adelina, Carla, Moacir, Suzana e da biblioteca

da Faculdade de Farmácia da UFF, por toda atenção, ajuda imprescindível,

prestatividade e carinho dispensados.

A Juliana, que trabalha na xerox, por toda sua alegria, agilidade, ajuda e simpatia

sempre com muita solicitude e profissionalismo.

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A Daiane e Leila da cantina da Faculdade de Farmácia, pelos seus deliciosos

almoços e lanches, sempre nos atendendo e servindo com eficiência e paciência.

A toda equipe de manutenção e limpeza da Faculdade de Farmácia da UFF, em

especial Dona Marilza, Mara e Carlos, que deixam nossos laboratórios e

biblioteca impecáveis!

Aos demais funcionários da Faculdade de Farmácia, que não estão citados

especificamente, mas que de alguma forma contribuíram e enriqueceram com um

sorriso, um bom dia e uma palavra de encorajamento e otimismo.

A todos os “anjos”, em especial Maria da Paz, que Deus colocou no meu

caminho durante esse período, que em pequenos detalhes, palavras, conselhos e

atitudes, fizeram a grande diferença, a todos vocês meu sincero agradecimento.

A minha família, amigos e por cada irmão de comunidade, por seu amor,

respeito e presença nos momentos que mais precisei, principalmente com suas

orações incentivando-me a não desanimar! “Amigo fiel é poderoso refúgio, quem

o descobriu, descobriu um tesouro. Amigo fiel não tem preço, é imponderável o

seu valor. Amigo fiel é bálsamo vital e os que temem o Senhor o encontrarão.”

(Eclesiástico 6,14-16).

Por todos meus erros e acertos, que me fizeram crescer, recomeçar, concretizar

sonhos e continuar traçando metas e caminhos dos quais me orgulho.

A todos que de forma direta ou indireta contribuíram com este trabalho, que foi

realizado, graças a ajuda, apoio, amizade, esforço, espírito de equipe, incentivo,

orações, união e carinho de todos.

A todos que torceram e acreditaram em mim, meu amor imenso, gratidão eterna e

meu sincero muito obrigada!

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RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo caracterizar fenotípica e

genotipicamente cepas de S. aureus isoladas de queijo Minas frescal (QMF),

quanto a qualidade microbiológica, perfil de resistência a diferentes

antimicrobianos, presença do gene de resistência a meticilina (mecA), presença

de genes que codificam para enterotoxinas estafilocócicas (SE) clássicas; e para

cepas resistentes a meticilina, pesquisa dos genes que codificam para a citotoxina

Panton Valentine Leukocidin (PVL) e o perfil de diversidade genética, através da

tipificação dos tipos SCCmec, Eletroforese em gel de campo pulsado (PFGE) e do

sequenciamento da proteína estafilococócica A (SpA). Estafilococos coagulase-

positivos (CoPS) foram isolados a partir de 4 amostras (13,3%) de QMF, sendo

que 3 (10%) amostras estavam impróprias para consumo segundo a legislação

(acima de 5,0.10² UFC/g). As 31 cepas de CoPS isoladas apresentaram a

sequência gênica 16S rRNA e o gene nuc, sendo confirmadas como S. aureus.

As 31 cepas S. aureus apresentaram resistência a penicilina, 21 (67,74%) a

eritromicina, 12 (38,71 %) a ciprofloxacina, 4 (12,9%) a clindamicina, 4 (12,9%) a

oxacilina e cefoxitina, 2 (6,45%) a rifampicina, 1 (3,23%) ao cloranfenicol e a

tetraciclina. Todas as 31 cepas foram sensíveis ao trimetoprim-sulfametoxazole,

gentamicina e a linezolida. Sete cepas (22,58%) carreavam o gene mecA, destas,

4 apresentaram fenótipo de resistência a meticilina, sendo classificadas como

S. aureus resistentes a meticilina (MRSA), sendo todos sensíveis a vancomicina e

com resistência constitutiva a clindamicina. Cinco cepas (16,1%) apresentaram

resistência induzida a clindamicina. Os genes que codificam para as SE clássicas

(sea/seb e seb/sec) foram encontrados em 2 isolados (6,45%) MRSA. Através da

PFGE e da tipificação SpA, as cepas MRSA isoladas, apresentaram 3 diferentes

perfis genotípicos. Essas cepas MRSA não apresentaram os tipos SCCmec I a V,

nem os genes que codificam para PVL. Os resultados obtidos neste trabalho

indicam que cepas MRSA estão sendo veiculadas através do QMF,

provavelmente por manipulação humana inadequada e/ou condições higiênico-

sanitárias precárias. O potencial enterotoxigênico destas bactérias indica que o

QMF pode causar intoxicação alimentar, sendo um risco para a saúde pública.

Palavras-Chave: S. aureus, MRSA, mecA, enterotoxinas estafilocócicas, queijo

Minas frescal, PFGE, SpA.

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ABSTRACT

This study aimed to characterize genotypic and phenotypically S. aureus

strains isolated from Minas frescal cheese (MFC) to evaluate the microbiological

quality, resistance profile to diferent antimicrobials, the presence of methicillin

resistance (mecA) gene and the presence of genes encoding classical

staphylococcal enterotoxins (SE). Only for methicillin resistant S. aureus (MRSA)

strains were performed the gene encoding Panton Valentine Leukocidin cytotoxin

(PVL) and the genetic diversity profile through Pulsed-field gel electrophoresis

(PFGE), typing of SCCmec and SpA typing. Coagulase-positive staphylococci

(CoPS) were identified in four MFC samples (13.3%), and three (10%) samples

showed the number of colony forming units (CFU) higher than allowed to MFC by

Brazilian legislation (5,0x10² UFC/g). All the 31 CoPS strains carried the gene

sequence 16S rRNA and nuc gene, and were confirmed as S. aureus. All 31

strains of S. aureus were resistant to penicillin, 21 (67.74%) to erythromycin, 12

(38.71%) to ciprofloxacin, 4 (12.9%) to clindamycin, 4 (12.9%) to oxacillin and

cefoxitin, 2 (6.45%) to rifampicin, 1 (3.23%) to chloramphenicol and tetracycline.

All the 31 CoPS strains were susceptible to trimethoprim-sulfamethoxazole,

gentamicin and linezolid. Seven strains (22.58%) encoded mecA gene, four of

them showed the methicillin resistance phenotypic, been classified as methycilin

resistant S. aureus (MRSA). All MRSA isolates were susceptible to vancomycin

and showed constitutive clindamycin resistance. Five strains (16.1%) showed

induced clindamycin resistance. The gene encoding the classical SE (sea/seb and

seb/sec) were detected in two isolates (6.45%) MRSA. Genetic analysis of MRSA

strains was performed by PFGE and SpA typing showed three different profiles.

The strains that showed mecA gene, did not show PVL genes coding, neither the

types of SCCmec typing. The results obtained in this study showed that MRSA

strains are being transmitted by MFC samples, probably due to inadequate human

manipulation and/or poor and inefficient hygienic-sanitary conditions. The

enterotoxigenic potential of these strains is a concern for public health due to the

risk of food poisoning among the MFC consumers.

Keywords: S. aureus, MRSA, mecA, staphylococcal enterotoxins, Minas

fresh cheese, PFGE, SpA.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Antibiograma ilustrando a resistência induzida a clindamicina

(teste D positivo).

FIGURA 2 - Perfil de resistência a antimicrobianos em cepas de S. aureus.

FIGURA 3 - Dendrograma construído através das médias UPGMA utilizando-se

o coeficiente de similaridade de Dice ilustrando a diversidade genética das cepas

MRSA e das cepas de S. aureus entrotoxigênicas, a partir do PFGE.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Parâmetros importantes para o desenvolvimento de S. aureus

e produção de enterotoxinas em alimentos.

TABELA 2 - Número de amostras de queijo Minas frescal (QMF) analisadas

segundo a marca e o estabelecimento comercial.

TABELA 3 - Genes, primers, condições de ciclagem, concentração dos primers,

tamanho pares de base e referências.

TABELA 4 - Sequência dos primers utilizados na PCR multiplex para

determinação dos tipos de SCCmec.

TABELA 5 - Contagem de unidades formadoras de colônia de estafilococos

coagulase positiva em queijo Minas frescal.

TABELA 6 - Características fenotípicas e genotípicas das cepas de

Staphylococcus aureus isoladas.

TABELA 7 - Características das cepas com fenótipo MRSA isoladas do QMF

(Q28).

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LISTA DE ABREVIATURAS e SIGLAS

Aa Atividade de água

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

AOAC Association of Analytical Communities

APHA American Public Health Association

ATCC American Type Culture Collection

BHI Brain Heart Infusion

BP Agar Baird-Parker

CA-MRSA Community Associated Methicillin Resistant Staphylococcus aureus

ccr cassette chromosome recombinase

CDC Centers for Disease Control and Prevention

CEB Clone Epidêmico Brasileiro

CFO Cefoxitina

CIM Concentração Inibitória Mínima

CIP Ciprofloxacina

CLI Clindamicina

CLO Cloranfenicol

CLSI Clinical and Laboratory Standards Institute

DNA Ácido desoxirribonucléico

DNAse Desoxirribonuclease

dNTP Triphosphate desoxinucleotide

DOA Doença de origem alimentar

DTA Doenças transmitidas por alimento

ECP Estafilococos coagulase positiva

EDTA Ethylenediamine tetraacetic acid

ERI Eritromicina

FAO Food Agriculture Organization

FDA Food and Drug Administration

FUNED Fundação Ezequiel Dias

GEN Gentamicina

HA-MRSA Healthcare-Associated Methicillin-Resistant Staphylococcus aureus

ICMSF International Commission on Microbiological Specifications for Foods

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KDa Kilodalton

LEMB Laboratório de Epidemiologia e Biologia Molecular

LNZ Linezolida

MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MgCl2 cloreto de magnésio

MHA Mueller Hinton Ágar

MLST Multilocus Sequence Typing

MLSBi Resistência induzida a Macrolideos-licosaminas-streptogramina B

mM Milimolar

MRS Methicilin-Resistant Staphylococcus

MRSA Methicillin-Resistant Staphylococcus aureus

MSSA Methicillin-Sensitive Staphylococcus aureus

mg / ml miligrama / mililitro

ng Nanograma

µg micrograma

µl microlitro

µm micrômetro

NaCl Cloreto de sódio

NMP Número Mais Provável

OMS Organização Mundial da Saúde

OXA Oxacilina

pb Pares de base

PBP Penicillin-binding protein

PCR Polymerase Chain Reaction

PEN Penicilina G

PFGE Pulsed Field Gel Electrophoresis

pH potencial hidrogênio-iônico

PM peso molecular

PVL Panton-Valentine leucocidina

QMF Queijo Minas Frescal

RDC Resolução de Diretoria Colegiada

RIF Rifampicina

rpm Rotação por minuto

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SCCmec Staphylococcal Cassette Chromosome mec

SDS Dodecil Sulfato de Sódio

SE Enterotoxina estafilocócica

SEA a SEE Enterotoxinas estafilocócicas A a E

sea a see genes das enterotoxinas A a E

SpA Staphylococcus protein A

ST Sequence Type

SUT Sulfametazole-trimetropima

TBE Tampão Tris/borato/EDTA

TE Tris – EDTA

TET Tetraciclina

Tris - HCl Tris (hydroxymethyl) Amiomethane Hydrochloride

TSA Tripticase Soy Agar

UFC Unidades formadoras de colônia

UV Ultra violeta

VAN Vancomicina

VISA Staphylococcus aureus com resistência intermediária à vancomicina

VRSA Staphylococcus aureus vancomicina resistente

WHO World Health Organization

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SUMÁRIO

Epígrafe ................................................................................................................x

Dedicatória ..................................................................................................... ....xi

Agradecimentos ...................................................................................................xii

Resumo ..............................................................................................................xiii

Abstact ................................................................................................................xiv

Lista de Figuras ...................................................................................................xv

Lista de Tabelas .................................................................................................xvi

Lista de Abreviaturas e Siglas ............................................................................xvii

1. INTRODUÇÃO ..............................................................................................18

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral ...............................................................................................21

2.2 Objetivos específicos ...................................................................................21

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Doenças transmitidas por alimentos (DTA) ................................................22

3.2 Queijo minas frescal (QMF) ........................................................................23

3.3 Staphylococcus spp ...................................................................................24

3.4 Enterotoxinas estafilocócicas (SE) .............................................................27

3.5 Aspectos epidemiológicos da intoxicação estafilocócica .............................32

3.6 Resistência antimicrobiana ....................................................................... 33

3.6.1 Staphylococcus aureus resistentes a meticilina (MRSA) ........................ 36

3.7 Técnicas moleculares para tipificação de cepas de estafilococos ............ 41

3.7.1 Eletroforese em gel de campo pulsado (PFGE ) ..................................... 42

3.7.3 Tipificação da Proteina A estafilocócica (SpA typing) ............................. 43

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Amostragem ..................................................................................................45

4.1.2 Processamento da amostra .......................................................................46

4.2 Contagem e seleção das colônias de Staphylococcus coagulase-positiva ... 47

4.3 Testes bioquímicos ..................................................................................... 47

4.4 Teste de sensibilidade aos antimicrobianos ................................................ 48

4.4.1 Teste de disco difusão ..............................................................................48

4.4.2 Teste de difusão de duplo disco (Teste D) ...............................................49

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4.4.3 Concentração Mínima Inibitória (CMI) da vancomicina ...........................50

4.5 Fatores genotípcos ....................................................................................50

4.5.1 Extração de DNA .....................................................................................50

4.5.2 Pesquisa de genes por PCR ...................................................................50

4.5.3 Determinação do tipo estrutural SCCmec ..................................................51

4.6 Análise de da diversidade genética ..............................................................52

4.6.1 Eletroforese em gel de campo pulsado (PFGE) .........................................52

4.6.2 Tipificação por Sequenciamento da Proteína A (SpA typing) .....................53

5. RESULTADOS

5.1 Avaliação da qualidade de QMF através da contagem de CoPS ..................54

5.1.2 Cepas Staphylococcus aureus ...................................................................54

5.1.3 Suscetibilidade antimicrobiana ....................................................................57

5.1.4 Pesquisa do gene mecA por PCR ...............................................................58

5.1.5 Pesquisa dos genes que codificam PVL (Panton Valentine Leukocidin) ...58

5.1.6 Pesquisa dos genes das enterotoxinas clássicas por PCR ....................... 58

5.1.7 Tipificação do SCCmec ................................................................................59

5.1.8 Diversidade genética – PFGE ......................................................................59

5.1.9 Tipificação por Sequenciamento do gene da Proteína A (SpA typing) .......60

6. DISCUSSÃO ................................................................................................... 61

7. CONCLUSÃO ..................................................................................................75

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................77

9. ANEXOS ......................................................................................................104

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1. INTRODUÇÃO

O gênero Staphylococcus faz parte da família Staphylococcacea e é

subdividido em pelo menos 46 espécies e 24 subespécies (EUZÉBY, 2012),

sendo algumas frequentemente associadas a uma ampla variedade de infecções,

tanto em seres humanos como em animais. Staphylococcus spp possui

distribuição ubiquitária, sendo seu reservatório primário a pele e mucosas,

especialmente a região naso-faríngea de mamíferos e aves (ATANOSSOVA et

al., 2001). Dentro deste gênero, estão os Staphylococcus aureus, os quais se

destacam como a espécie mais envolvida em doenças humanas (KONEMAN et

al., 2001).

A doença de origem alimentar provocada por Staphylococcus spp é uma

intoxicação, decorrente da ingestão de enterotoxinas estafilocócicas (SE) pré-

formadas no alimento (AYDIN et al., 2011). A intoxicação estafilocócica é a

terceira maior causa de doença veiculada por alimentos no mundo, sendo

considerado um dos maiores problemas de saúde pública (SPANU et al., 2012). A

maior parte destas toxinas é produzida por S. aureus, embora outras espécies do

gênero tenham sido demonstradas como enterotoxigênica (PINCHUK et al.,

2010).

A SE é uma toxina termorresistente, que persiste no alimento, mesmo

após eliminação da bactéria, levando a intoxicação (Le LOIR et al., 2003). O

agente causador da intoxicação não é o microrganismo em si, mas a enterotoxina

liberada no alimento durante o desenvolvimento bacteriano. A produção da toxina

é afetada por diferentes fatores, incluindo pH, atividade de água, temperatura e

atmosfera (SCHELIN et al., 2011).

S. aureus é o microrganismo mais frequente em surtos e investigações

epidemiológicas de intoxicação estafilocócica (Le LOIR et al., 2003; IKEDA et al.,

2005, EFSA, 2009). Após a ingestão do alimento os sintomas aparecem

rapidamente, constituído de vômitos, dor abdominal, náusea, cefaleia com ou sem

febre e diarreia (JETT et al., 2001).

A produção de SE está correlacionada com a multiplicação da bactéria no

alimento, ou seja, um maior número de bactérias acarreta maior quantidade de

toxina. Logo, a contagem do número de bactérias no alimento é utilizada para

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determinar a segurança do produto em relação à saúde do consumidor (SCHELIN

et al., 2011).

As intoxicações alimentares por estafilococos são causadas,

predominantemente, por cepas produtoras da enzima coagulase (SCHELIN et al.,

2011). Em vista disso, a Reunião Diretiva Colegiada (RDC) n° 12, através do

Regulamento Técnico sobre Padrões Microbiológicos para Alimentos (BRASIL,

2001) estabelece a contagem de estafilococos coagulase-positiva (CoPS) como

indicador de qualidade e segurança para diferentes alimentos. A produção da

coagulase é uma das provas mais amplamente utilizadas para correlacionar a

cepa isolada com a produção de SE, embora essa relação não seja absoluta

(BERGDOLL, 1989). No entanto, trabalhos na literatura demonstram que

estafilococos coagulase-negativa (CoNS) também são capazes de produzir SE

(LAMAITA, 2005; VERAS et al., 2008; OLIVEIRA et al., 2010; OLIVEIRA et al.,

2011).

Estafilococos têm capacidade de adquirir genes de resistência a muitos

antimicrobianos (CHAMBERS, 2001). Penicilina e outros β-lactâmicos lisam a

bactéria por interferirem na síntese da parede celular. Sabe-se que a maioria dos

S. aureus produzem penicilinase (HIRAMATSU et al., 2001). Meticilina é um beta-

lactâmico, que foi introduzido no tratamento de infecções humanas por

Staphylococcus resistentes a penicilina. Contudo em 1961, iniciaram relatos na

literatura científica sobre cepas de S. aureus resistentes a meticilina (MRSA)

(JEVONS, 1961; MARANAM et al., 1997). A resistência a meticilina é mediada

pelo gene mecA que codifica uma proteína alterada, que se liga a penicilina

(PBP2a; Penicillin Binding Proteins 2a) (CHAMBERS, 1997). Devido à alta taxa de

antimicrobianos usados indiscriminadamente e aos mecanismos de transferência

de genes de resistência entre os microrganismos, cepas MRSA são também

frequentemente resistentes a múltiplos antimicrobianos (CUNHA et al., 2006;

NORMANO et al., 2007). A identificação e o monitoramento de cepas de

estafilococos resistentes a meticilina (MRS), assim como MRSA, em alimentos é

importante devido à capacidade desta bactéria em adquirir resistência a diferentes

antimicrobianos, tornando-se um importante problema de saúde pública

(MULLIGAN et al., 1993).

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A tipificação de S. aureus é uma importante ferramenta no estudo da

origem das cepas, da relação clonal e da epidemiologia dos surtos (SHOPSIN et

al., 1999). Uma variedade de técnicas tem sido descrita para caracterização da

diversidade genética do gênero Staphylococcus (MELLES et al., 2007), tendo

como Padrão Ouro a Eletroforese em Gel de Campo Pulsado (PFGE) (ENRIGHT,

2000). A tipificação da proteína A (SpA) tem sido proposta como um complemento

para o estudo da diversidade genética de Staphylococcus aureus (SHOPSIN et

al., 1999).

A versatilidade nutricional e a capacidade de crescerem em diferentes

condições ambientais fazem com que o gênero Staphylococcus se desenvolva

com facilidade em vários alimentos, (CARMO, 2002; Le LOIR et al., 2003) como

leite e derivados (NORMANO et al., 2007; RALL et al., 2008), carne e produtos

cárneos (PEREIRA et al., 2009), além de produtos prontos para consumo (OH et

al., 2007).

O QMF é um alimento de grande comercialização, apresentando vantagens

do ponto de vista tecnológico, por ser um produto de fácil aceitação, de valor

nutricional e por possuir um elevado rendimento na fabricação, o que incrementa

seu escoamento e distribuição no mercado (FURTADO et al., 1990). A

contaminação de queijos por bactérias patogênicas, em especial Staphylococcus

spp, tem sido descrita (COSTA et al., 2012; NORMANO et al., 2005; BERNARDI

et al., 2003; RAPINI et al., 2003; FILHO e FILHO, 2000; GONZALEZ et al., 2000).

Mudanças na epidemiologia dos S. aureus torna importante o

monitoramento da disseminação e da evolução clonal desse patógeno, assim

como fontes de contaminação e mecanismos de transmissão devem ser

identificados para o controle e tratamento mais efetivo.

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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

O presente trabalho tem por objetivo caracterizar fenotípica e

genotipicamente cepas de Staphylococcus aureus isoladas de queijo Minas

frescal (QMF) adquiridas em estabelecimentos varejistas na cidade de Niterói.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Avaliar a qualidade microbiológica das amostras de QMF, através da pesquisa

do indicador Estafilococos coagulase-positiva (CoPS), segundo a RDC n°12

(BRASIL, 2001).

- Confirmar, através da PCR o gênero e a espécie das cepas de CoPS isoladas.

- Avaliar o fenótipo de resistência a antimicrobianos das cepas de CoPS isoladas.

- Investigar a presença dos genes sea, seb, sec, sed e see e mecA entre as

cepas de CoPS isoladas.

- Investigar a presença dos genes luk PV, que codificam para a citotoxina PVL, e

os tipos de SCCmec (I a V) entre as cepas MRSA isoladas.

- Investigar, por PFGE e SpA, a relação genética das cepas MRSA.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Doenças transmitidas por alimentos (DTA)

Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001), Doenças Transmitidas por

Alimentos (DTA) ou Doença de Origem Alimentar (DOA) é uma síndrome

originada pela ingestão de alimentos e/ou água que contenham agentes

etiológicos (biológicos, físicos, substâncias químicas ou toxinas) em quantidades

tais que afetem a saúde do consumidor em nível individual ou grupo de

população. As DTA são consideradas, atualmente, um grande problema para

saúde pública mundial. Oficialmente os surtos são definidos como sendo a

ocorrência de dois ou mais casos de uma doença, com o mesmo quadro clínico,

resultante da ingestão de um alimento em comum (MEER e MISNER, 1999).

Segundo o CDC (Center for Diseases Control and Prevention, dos Estados

Unidos), ocorrem anualmente 38,6 milhões de casos de doenças gastrointestinais

causadas por patógenos conhecidos e 13,6 milhões (36%) deste total são

atribuídos às DTA (CDC, 2009). No Brasil são poucas as informações a respeito

das DTA (CARMO et al., 2005). Segundo a Organização Mundial de Saúde

(OMS), as DTA são um perigo para a saúde humana e seu controle requer uma

união de esforços entre o governo, as indústrias de alimentos e os consumidores

(WHO, 2013).

O controle das DTA atualmente é um grande desafio, devido às mudanças

no padrão humano de consumo e a globalização no comércio de alimentos

(SCHELIN et al., 2011). Dentre os vários fatores que contribuem para a

ocorrência de surtos de origem alimentar, pode-se citar a utilização de matéria-

prima de má qualidade, temperatura inadequada de armazenamento,

higienização incorreta de equipamentos e utensílios, ausência de tratamento

térmico, manipuladores sem conhecimentos básicos de higiene, além de

acondicionamento em temperatura inadequada e condições insatisfatórias nos

pontos de comercialização (MACHADO et al., 2011). De modo geral os surtos

alimentares por estafilococos estão associados a alimentos crus ou mal cozidos,

como leite cru e derivados, tortas recheadas com creme, salada de batata, atum,

frango, presunto, carnes, embutidos e produtos à base de ovos (Le LOIR et al.,

2003).

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3.2 Queijo Minas frescal (QMF)

O QMF é um queijo de origem brasileira, sendo produzido nos mais

diversos estados, tendo sua fabricação iniciada no século XVIII, em Minas Gerais,

em regiões em que o gado de leite era dominante (CAMPOS, 2001). É um dos

queijos mais populares do Brasil, é um produto fresco, para consumo imediato e

de curta durabilidade, sendo consumido por todas as camadas da população

durante o ano todo (FURTADO, 2005).

O QMF apresenta formato cilíndrico, peso de 0,3 a 5,0 Kg, crosta fina,

consistência macia, textura fechada com ou sem olhaduras mecânicas, cor

esbranquiçada, odor e sabor suave e característico. A Instrução Normativa (IN)

nº 4 de 01 de março de 2004 do Ministério da Agricultura Pecuária e

Abastecimento (MAPA), através do Regulamento Técnico para fixação de

Identidade e Qualidade do QMF (BRASIL, 2004), estabelece a identidade e os

requisitos mínimos de qualidade que deverá cumprir o QMF destinado ao

consumo humano. Segundo esta IN entende-se por QMF o queijo fresco obtido

por coagulação enzimática do leite com o coalho e/ou enzimas coagulantes

apropriadas, complementada ou não com ação de bactérias lácteas específicas,

sendo classificado como um queijo semigordo, de muito alto teor de umidade a

ser consumido fresco. Apresenta pH de 5,1 a 5,6 e em torno de 1,6% de NaCl

(FREITAS et al., 1993), com validade curta, cerca de até 20 dias (BRASIL, 1997).

Segundo a RDC nº12 de 02 de janeiro de 2001 (BRASIL, 2001), que estabelece o

Regulamento Técnico sobre Padrões Microbiológicos para Alimentos, os queijos

de muita alta umidade (em torno de 55%), como o QMF, devem atender os

seguintes padrões microbiológicos: coliformes a 45°C (5,0 x 10² NMP/g),

estafilococos coagulase positiva (5 x 10² UFC/g), Samonella spp e Listeria

monocytogenes (ausência em 25 g).

O interesse pelo QMF está relacionado com o seu envolvimento em DTA,

como as intoxicações estafilocócicas. Muitas espécies enteropatogênicas tem

sido encontradas no QMF armazenados sob temperatura de refrigeração

(GONZALEZ et al., 2000; ZECCONI e HAHN, 2001). A contaminação pós-

pasteurização, produção, manipulação, equipamentos, temperaturas inadequadas

durante o transporte e condições de estocagem podem resultar em altos níveis de

microrganismos patogênicos e enterotoxinas no queijo (ARAUJO et al., 2002).

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3.3 Staphylococcus spp

A primeira descrição de bactérias do gênero Staphylococcus foi realizada

por Ogston (1880), que relatou cocos em formato de cacho de uva, como a causa

de um grande número de doenças piogênicas (BAIRD-PARKER,1990). O gênero

Staphylococcus foi proposto em 1884 por Rosenbach e inserido na família

Micrococacae. Estudos de biologia molecular, perfis de ácidos graxos,

composição de parede celular e, principalmente, estudos com RNA ribossômico

16S promoveram a inclusão do gênero Staphylococcus em uma nova família, a

família Staphylococcaceae (GARRITY, 2006).

Staphylococcus são cocos Gram positivos, patogênicos tanto para

humanos quanto para animais, podendo aparecer de forma isolada, em pares,

cadeias curtas ou em cachos. São imóveis, anaeróbios facultativos, não

esporulados, fermentadores de glicose, possuem diâmetro variando entre 0,5 a

1,5 µm. São formadores de colônias pigmentadas, em geral não capsuladas.

São mesófilos, halofílicos e produtores de catalase (ZECCONI e HAHN,

2000). Diferem do gênero Micrococcus sp por não produzirem a enzima oxidase,

fermentarem glicose, serem resistentes a furazolidona (RAVEL, 1997). Quanto à

atividade de água (Aa), os estafilococos são os únicos com capacidade de se

multiplicarem em alimentos com valores inferiores ao normalmente considerados

mínimos para outras bactérias halófilas (0,83 a 0,99) (WONG e BERGDOLL,

2002). Essas bactérias se desenvolvem em uma faixa de temperatura entre 7 a

48°C, com temperatura ótima entre 35 e 37°C. São termolábeis, sendo inativados

em temperaturas superiores a 60°C por 3 minutos (CLIVER, 1994). O pH ideal

para o seu desenvolvimento varia entre 6,5 a 7,5, mas é capaz de sobreviver em

alimentos dentro de uma escala de valores de pH entre 4,2 a 9,3. Estes

microrganismos ainda tem capacidade de sobreviver e se multiplicar em uma

concentração de cloreto de sódio (NaCl) de até 10% (WONG e BERGDOLL,

2002).

O gênero Staphylococcus é dividido em dois grupos: estafilococos

coagulase positivo (CoPS) e estafilococos coagulase negativo (CoNS) (KLOSS,

1990; KONEMAN et al., 2006). Esta divisão é fundamentada na produção de uma

enzima extracelular denominada coagulase, capaz de converter o fibrinogênio em

fibrina, conferindo à bactéria a capacidade de coagular o plasma sanguineo

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(DERESINSK, 2005). A maioria das espécies de Staphylococcus não produz

coagulase (BAIRD-PARKER, 1990). A coagulase é encontrada sob duas formas:

livre e conjugada, e possuem diferentes propriedades. A coagulase conjugada (ou

fator de aglutinação) encontra-se unida à parede celular bacteriana. Esse fator

reage diretamente com o fibrinogênio presente no plasma e produz uma rápida

aglutinação das células bacterianas. A coagulase livre é secretada

extracelularmente e reage com uma substância presente no plasma denominada

fator de reação com a coagulase (CRF), formando um complexo que, por sua vez,

reage com o fibrinogênio para produzir o coágulo de fibrina (KONEMAN et al.,

2001). A coagulase é produzida durante o metabolismo microbiano e é capaz de

coagular o sangue humano e de animais por ativação da protrombina, o que

ocasiona a conversão de fibrinogênio em fibrina. Assim, esse fator enzimático

provoca um acúmulo de fibrina ao redor das células bacterianas, isolando a área

infectada e dificultando a ação dos mecanismos de defesas do hospedeiro

(MADIGAN et al., 1997). A enzima coagulase e codificada pelo gene coa

(AARESTRUP et al., 1995).

Entre as 46 espécies de estafilococos, cinco são capazes de produzir

coagulase livre: S. aureus, S. hyicus, S. intermedius, S. schleiferi subespécie

coagulans e S. delphini e, destas, apenas S. aureus, S. hyicus e S. intermedius já

foram associadas à DTA (Le LOIR et al., 2003). Com relação às outras duas

espécies coagulase positiva, não há relato de seu isolamento em alimentos nem

de seu envolvimento em intoxicação alimentar (KONEMAN et al., 2001).

O RNA ribossomal é essencial para a sobrevivência dos organismos e

altamente conservado entre as bactérias (LANGE et al., 2011). O sequenciamento

do gene RNA ribossomal 16S tem sido frequentemente utilizado com finalidade

taxonômica e filogenética e é considerado o método de referência para a

identificação do gênero Staphylococcus (BECKER et al., 2004).

Apesar das várias espécies que constituem este gênero serem hoje em dia

consideradas como potencialmente patogênica, S. aureus é a espécie mais

conhecida por causar DTA (Le LOIR et al., 2003).

As principais características seletivas utilizadas no isolamento de S. aureus,

além da diferenciação pela técnica de Gram e produção de catalase e coagulase,

são a habilidade de se multiplicar em presença de NaCl (5,5 a 10%), telurito de

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potássio (0,0025 a 0,05%), cloreto de lítio (0,01 a 0,05%), glicina (0,12 a 1,26%) e

polimixina (40 mg/L). As características diferenciais são a capacidade de reduzir o

telurito de potássio (produzindo colônias negras em meio sólidos), a capacidade

de hidrolisar a gema de ovo, a capacidade de fermentar o manitol, crescer a 42-

43°C em condições seletivas e produção das enzimas coagulase e de Tnase

(nuclease termoestável) (ICMSF, 1996). A Tnase é uma fosfodiesterase globular,

que apresenta estabilidade térmica, constituída de uma cadeia polipeptídica

simples, sendo produzida pela maioria dos CoPS. A Tnase é codificada por um

gene denominado gene nuc (BARON et al., 2004). S. intermedius e S. hyicus

também produzem TNase. A diferenciação entre estas três espécies, S. aureus,

S. intermedius e S. hyicus, pode ser feita através da pesquisa, por PCR multiplex,

de uma região espécie-específica do gene nuc, utilizando primers específicos

para cada uma das três espécies (GANDRA et al., 2011).

S. aureus não são resistentes ao calor, sendo facilmente destruído na

pasteurização ou na cocção dos alimentos (ICMSF, 1996). S. aureus é muito

resistente à congelação e descongelação e sobrevive em alimentos conservados

a temperaturas menores ou iguais a -20°C. Contudo, durante a conservação dos

alimentos a temperaturas entre -10°C a 0°C a viabilidade destas bactérias

decresce notavelmente (ICMSF, 1996).

Os reservatórios de Staphylococcus spp, assim como de S. aureus, são

os seres humanos e animais de sangue quente, sendo que o habitat primário em

humanos é a mucosa da nasofaringe, onde a bactéria existe como um membro

persistente ou transitório da microbiota normal, sem quaisquer sintomas, podendo

ser encontrada em outros sítios anatômicos, tais como, a pele, orofaringe e

mucosas, principalmente, de boca e intestino (CHAMBERS, 2006). Portadores

assintomáticos são as principais fontes de transmissão de S. aureus, tanto no

ambiente hospitalar como na comunidade (FUYO et al., 2005).

A importância de S. aureus também reside na combinação da virulência

mediada por suas toxinas, seu caráter invasivo e seu perfil de resistência aos

antimicrobianos (Le LOIR et al., 2003). Por estes motivos, ele é reconhecido como

um patógeno versátil capaz de ocasionar desde processos infecciosos simples

até infecções sistêmicas graves, de elevada morbidade e mortalidade (SANTOS

et al., 2007). Os fatores de virulência incluem as hemolisinas, leucocidinas e um

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grupo de superantígenos tóxicos pirogênicos. A toxina responsável pela síndrome

do choque tóxico (TSST-1) e as enterotoxinas estafilocócicas (SE), que causam a

intoxicação alimentar estafilocócica, formam o grupo de superantígeno, que são

capazes de induzir a liberação de citocinas para os macrófagos e células T

(BANNERMAN, 2003).

A DTA provocada por S. aureus é classificada pela International

Commission on Microbiological Specifications for Foods (ICMSF) no grupo de

risco III, que inclui as “doenças de perigo moderado, usualmente de curta duração

e sem ameaça de morte ou sequelas, com sintomas auto limitados, mas, que

causam severo desconforto” (ICMSF,1996). A doença é uma intoxicação

provocada pela ingestão de toxinas formadas no alimento durante a multiplicação

bacteriana (Le LOIR et al., 2003).

A capacidade de produzir a enzima coagulase é usada para indicar

patogenicidade de um isolado toxigênico, assim como a presença de Tnase,

também é sugerida como indicador de enterotoxigenicidade (PEREIRA et al.,

2000; LANCETT e BENNET, 2001). Segundo Bergdoll (1989), se um isolado

apresenta resultados positivos para a produção das enzimas coagulase e Tnase

pode ser considerado como potencialmente produtor de enterotoxinas.

S. aureus é sensível à competição microbiana, tendo demonstrado que

quanto maior a concentração de microrganismos concorrentes, menor a taxa de

multiplicação e menor a produção de SE. Este acontecimento tem sido

particularmente estudado em leites e queijos (VERNOZY-ROZAND et al., 2004).

A presença do microrganismo em altos níveis pode indicar uso inadequado do

binômio tempo/temperatura no processamento e/ou armazenamento dos

alimentos, condição em que S. aureus pode desenvolver-se até níveis suficientes

para produzir enterotoxina e causar doença (BENNET, 2005).

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3.4 Enterotoxinas estafilocócicas (SE)

As SE são cadeias de proteínas com peso molecular variando de 26 a 29

kDa, produzidas durante todas as fases do desenvolvimento bacteriano, mas

principalmente no fim da fase exponencial (SORIANO et al., 2002). Suas cadeias

polipeptídicas apresentam quantidades apreciáveis de lisina, ácido aspártico,

ácido glutâmico e tirosina. Possui ponto isoelétrico situado na faixa de pH entre

7,0 a 8,6. São resistentes a enzimas proteolíticas do sistema digestório como a

pepsina e tripsina, o que torna possível a passagem pelo trato digestório,

permanecendo ativa após a digestão. Entre outras propriedades, as SE são

relativamente estáveis ao calor, sendo requerida uma temperatura de 100°C

durante 30 minutos para destruí-las, e não são inativadas totalmente pela

pasteurização e por outros tratamentos térmicos usuais (BERGDOLL, 1989).

Alguns fatores podem afetar a produção de enterotoxinas, tais como,

atividade de água, pH, temperatura, concentração de cloreto de sódio, tensão de

O2 e condições atmosféricas (BAIRD-PARKER, 1971). As condições para

produção de SE estão na tabela 1 (ICMSF, 1996).

TABELA 1- Parâmetros físico-químicos importantes para o desenvolvimento de

S. aureus e produção de enterotoxinas em alimentos.

Parâmetros Desenvolvimento Produção de enterotoxinas

Ótimo Variação Ótima Variação

Temperatura

(°C)

35 - 37 7 – 48 35 – 40 10 – 45

pH 6,0 – 7,0 4,0 – 9.8 6,0 – 7,0

4,8 – 9,0

Aa 0,98 - 0,99 0,83 - 0,99 0,99 0,86 - 0,99

NaCl (%) 0,5 – 4 0 – 20 0,5 0 – 20

Atmosfera Aeróbica Aeróbica/

Anaeróbica

Aeróbica

(5-20% de

O2)

Aeróbica/

Anaeróbica

Fonte: ICMSF (1996) adaptado

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Pelo fato das SE serem termorresistentes, aumenta sua importância na

indústria de alimentos, uma vez que a maioria dos alimentos recebe tratamento

térmico como a pasteurização e a ultrapasteurização (ASPENGER, 1994). Assim,

como a célula bacteriana, as toxinas estafilocócicas demonstraram ser bastante

resistentes e estáveis à congelação (ICMSF, 1996).

O INCSSN (International Nomenclature Comittee for Staphylococcal

Superantigen Nomenclature) recomendou que apenas os superantígenos

estafilocócicos que induzem vômito após a administração oral experimental em

macacos sejam denominados como SE. Aqueles que não promovem emese no

modelo experimental designado devem receber a denominação de SEL

(Staphylococcal enterotoxin-like) (OMOE et al., 2005; CHIANG et al., 2008).

As SE são nomeadas com as letras do alfabeto de acordo com a ordem

cronológica de suas descobertas, as quais compartilham similaridade na estrutura

e sequência (BALABAN e RASSOLY, 2000; Le LOIR et al., 2003). Com base nas

características antigênicas são reconhecidos os tipos sorológicos das

enterotoxinas (JORGENSEN et al., 2005). Já foram descritos 22 tipos distintos de

SE. Os tipos clássicos SEA, SEB, SEC1, 2, 3, SED e SEE são considerados os

de maior ocorrência. Embora sejam similares em sua composição e atividade

biológica, as SE são identificadas separadamente em função das diferenças

antigênicas (OMOE et al., 2005). As SEs são codificadas por genes presentes em

bacteriófagos, plasmídeos e cromossomo (JARRAUD et al., 2002; OMOE et al.,

2002; BLAIOTTA et al., 2004).

A SEA é codificada pelo gene sea, constituído por 771 pb, localizado em

um fago, e codifica uma proteína de 27,1 kDa. Esta toxina é expressa na fase

exponencial do desenvolvimento bacteriano (TREMAINE et al., 1993). SEA é

expressa constitutivamente (sistema agr independente) e, até o momento, não há

dados de mecanismos de regulação controlando a produção desta toxina

(JOHLER e STEPHAN, 2010).

O gene seb apresenta 798 pb, codifica a proteína SEB de 31,4 kDa e está

associado a um elemento genético situado no cromossomo (JOHNS e KHAN,

1988). O fato de SEB ser facilmente aerosolizada e apresentar boa estabilidade

permitiu que esta se tornasse uma potencial arma biológica na década de 70.

Quando inalada em doses elevadas, vários órgãos são acometidos e o desfecho

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quase sempre é trágico (DINGES et al., 2000). A SEB é classificada como um

“superantígeno”, sendo que uma dose de 0,0004 μg por quilo de massa corporal é

incapacitante para 50% dos infectados sendo a dose letal para 50% dos

infectados (DL50) de apenas 0,02 μg/kg. (BALABAN e RASSOLY, 2000).

A SEC possui algumas variantes, nomeadas de SEC1, SEC2 e SEC3.

Estas foram classificadas com base nas diferenças antigénicas e no animal

hospedeiro ao qual estão associadas (MARR et al., 1993). O gene sec1 tem 801

pb e codifica uma proteína de 27,4 kDa, o gene sec2 tem 801 pb e codifica uma

proteína de 26 kDa (BOHACH e SCHLIEVERT, 1989) e o gene sec3 tem 798 pb e

codifica uma proteína de 27,4 kDa (COUCH e BETLEY, 1989). SEC2 e SEC3 são

os subtipos de SEC mais frequentes em surtos de intoxicação alimentar (CHEN et

al., 2004). SEC é a enterotoxina mais reportada em produtos lácteos de origem

ovina e caprina (HIROOKA et al., 1988).

O gene sed foi encontrado em um plasmídeo de 27,6 kb e codifica uma

proteína de 26,3 kDa (BAYLES e IANDOLO, 1989). A SED é produzida

normalmente em quantidades reduzidas, no entanto, a sua toxicidade não deve

ser menosprezada, visto que doses entre 100 a 200 ng podem causar doença,

especialmente, em crianças e idosos (KOKAN e BERGDOLL, 1987).

O gene see, que codifica para uma proteína de 29 kDa denominada SEE,

está localizado em um fago, que se encontra integrado ao DNA cromossômico

(COUCH et al., 1988), e apresenta homologia com SEA e SED (BALABAN e

RASSOLY, 2000).

A principal importância da presença dos estafilococos nos alimentos é a

sua capacidade de produzir enterotoxinas, levando a quadros de intoxicação

alimentar. O período de incubação da doença pode levar de 30 minutos a 6 horas,

variando de acordo com a sensibilidade individual, mas calcula-se que para

ocorrer a intoxicação, basta a ingestão de menos de 1 µg de toxina pura, para

desencadear a sintomatologia (ADAM e MOSS, 1997).

O desenvolvimento de técnicas moleculares permitiu a utilização de uma

nova ferramenta para a detecção da sequência de nucleotídeos do gene

responsável pela produção de enterotoxina. A técnica da Reação em Cadeia da

Polimerase (PCR) pode ser aplicada para detecção de estafilococos

enterotoxigênicos em culturas a partir de alimentos, através da pesquisa dos

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diferentes genes se (SANTANA et al., 2010). Na técnica da PCR são empregadas

DNA-polimerases termoestáveis e oligonucleotídeos iniciadores 5’ - 3’ específicos,

onde à partir de uma única molécula de DNA podem ser amplificadas até 107

moléculas por uma série de ciclos de amplificação. O DNA amplificado é, então,

detectado por meio de corrida eletroforética em gel de agarose (KONEMAN,

2001). Esta técnica é altamente sensível e específica, permitindo a detecção dos

microrganismos a partir de uma pequena quantidade de amostra (SU e WONG,

1997). Apesar das vantagens da PCR, não é possível a diferenciação entre

células viáveis e não viáveis. Assim sendo, o resultado positivo não indica,

necessariamente, a presença de células viáveis produtoras de SE no alimento,

não sendo o diagnóstico final conclusivo (WONG e BERGDOLL, 2002).

Para avaliar a enterotoxicidade de uma cepa de Staphylococcus é

necessário o desenvolvimento de testes imunológicos por serem mais sensíveis e

específicos (SU e WONG, 1997), através de anticorpos monoclonais e policlonais

específicos (LANCETTE e TATINI, 1992). Até o momento só existem Kits

(conjunto de reagentes) imunológicos disponíveis para detecção das SEs

clássicas, a partir de fluidos sobrenadantes de culturas de Staphylococcus spp e

em extratos de alimentos. Os métodos mais empregados são os ensaios de

aglutinação reversa passiva em látex (RPLA) e ensaio de imunoabsorção ligado à

enzima (ELISA), os quais se baseiam no uso de anticorpos específicos, e têm

permitido níveis de detecção abaixo de 1µg/mL (RASOOLY e RASSOLY, 1998). A

técnica de Sensibilidade Ótima em Placas (OSP) permite a detecção de 0,5 g de

SE/mL, sendo sua sensibilidade adequada para maioria das cepas

enterotoxigênicas (WONG e BERGDOLL, 2002).

O isolamento e determinação da enterotoxigenicidade da cepa de

Staphylococcus isolada a partir de alimentos indica o potencial para a produção

de enterotoxinas, mas não garante que a cepa enteroxigênica irá produzir SE nas

condições ambientais onde se encontra (BAIRD-PARKER, 1971). Segundo

Lancette e Tatini, (1992) o maior problema na identificação das SE em alimentos,

é a pequena quantidade encontrada. O Teste VIDAS Staph Enterotoxin II é um

sistema automatizado da Bio-Merieux, que utiliza a tecnologia ELFA (Enzyme

Linked Fluorescent Assay), para detecção de enterotoxinas de estafilococos em

produtos alimentares (Biomerieux).

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A determinação do tipo de SE é um fator importante na investigação

epidemiológica de casos e surtos da doença (LANCETTE e BENNET, 2001), e

sua identificação nos alimentos pode indicar a possível fonte de contaminação

(NÁJERA-SANCHEZ et al., 2003), tendo em vista que foi demonstrado que SEA e

SEB são associadas com contaminação de origem humana, através de

manipuladores de alimentos, e que SEC e SED são associadas com

contaminação a partir de animais, geralmente bovinos e suínos (HIROOKA et al.,

1988; NÁJERA-SANCHEZ et al., 2003).

3.5 Aspectos epidemiológicos da intoxicação estafilocócica

S. aureus enterotoxigênico é um dos principais patógenos responsáveis por

casos de intoxicação alimentar no mundo inteiro (DINGES et al., 2000), sendo

estimado, pelo CDC, como causa de 185.000 casos de intoxicação alimentar nos

Estados Unidos anualmente. Aproximadamente 1,5 bilhão de dólares é gasto

anualmente nos Estados Unidos por causa das intoxicações estafilocócicas

(MEAD et al., 1999).

Na França entre 1999 e 2000, S. aureus foi apontado como o segundo

maior responsável pelos casos de DTA microbiana (Le LOIR et al., 2003). Em

Osaka, no Japão, ocorreu um surto provocado pela ingestão de produtos

derivados do leite contaminados com S. aureus. Foi detectada a presença de SEA

previamente formada nos produtos. Supõe-se que a exposição do leite cru a uma

elevada temperatura foi o fator determinante que permitiu o desenvolvimento de

S. aureus e a conseqüente formação da SEA (ASAO et al., 2003). Em 2000, no

Japão, 13.420 pessoas foram envolvidas em um surto de intoxicação ao

consumirem leite desnatado reconstituído contaminado com enterotoxina A e H

produzida por estafilococos (IKEDA et al., 2005).

Normanno et al (2005) encontraram 20,7% das 3.097 amostras de leite e

derivados, coletados em mercados na Itália, contaminadas com CoPS, das quais

56,5% eram S. aureus e destas, 55,5% produziram enterotoxinas SEA, SEB, SEC

e/ou SED, sendo SEC a mais frequente.

As intoxicações estafilocócicas são muito comuns no Brasil, sendo a

maioria dos casos não investigados ou não notificados (PEREIRA et al.,1996).

Sabioni et al (1988), isolaram S. aureus produtores de SEA, SEB e SED em QMF,

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envolvido em um surto com uma família em Minas Gerais. Saboni et al (1994)

investigaram um surto de DTA em Ouro Preto, MG, oriundo da ingestão de queijo

Minas. Neste surto, onze casos foram relatados, com três hospitalizações. Os

resultados das análises microbiológicas revelaram elevado nível de coliformes

termoresistentes, o que indica possível contaminação de origem fecal, e a

presença de S. aureus na ordem de 108 UFC/g. Em alimentos esse valor implica

em alto risco de intoxicação.

Carmo et al (2002) descreveram um surto de intoxicação ocorrido em Minas

Gerais, em 1999, no qual 50 pessoas apresentaram sintomas de vômito, diarreia,

cólica, calafrios e dor de cabeça, após consumirem QMF. A vigilância sanitária

local foi notificada e coletou amostras de queijos e uma amostra de leite cru

utilizada na fabricação do referido queijo. Nas amostras de queijo foram

identificadas cepas coagulase e termonuclease positivas, confirmando S. aureus,

com contagens maiores que 2 x 108 UFC/g, com a presença de SEA, SEB e SEC;

o leite cru apresentou SEA e SEB.

Veras et al (2003), investigaram surtos de DTA envolvendo leite e produtos

derivados no estado de Minas Gerais, e constataram que os principais agentes

causadores foram Staphylococcus aureus e Staphylococcus coagulase-negativa

enterotoxigênicos, e que as principais toxinas envolvidas nos surtos foram SEA,

SEB e SEC.

Arcuri et al (2010) analisaram isolados de S. aureus isolados de leite de vaca

com mastite, amostras de leite de tanques e de QMF dos principais laticínios

inspecionados da região de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Em torno de 14% dos

125 isolados de leite foram positivos para um ou mais genes de enterotoxinas

(sea-see, seg, seh, sei e selj e sell), o mesmo ocorreu para 43% dos 96 isolados

de leite de tanques e 73% dos 70 isolados de queijo.

3.6 Resistência antimicrobiana

Os mecanismos pelos quais os genes de resistência são transferidos entre

os organismos são complexos. Em S. aureus a resistência resulta da aquisição de

genes, como plasmídeos ou transposons, por recombinação do DNA exógeno no

cromossoma da bactéria, ou por mutação (HIRAMATSU, 2001).

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Os antimicrobianos têm sido utilizados de maneira indiscriminada no setor

agrícola, tanto para fins terapêuticos, principalmente no tratamento de mastites

bovinas, como incorporados à alimentação animal (CORBIA et al., 2000).

Dentre os problemas causados pelos resíduos de antimicrobianos nos

alimentos, destaca-se o aparecimento de cepas resistentes, levando-se em conta,

a possibilidade de transferência de resistência para as cepas patogênicas

(MULLIGAN et al., 1993). Mesmo com o desenvolvimento de drogas cada vez

mais específicas e de largo espectro, a resistência permanece como problema

que requer consideração constante. A elevada ocorrência de resistência múltipla

a antibióticos apresenta risco potencial para a saúde pública e pode dificultar o

tratamento de doenças humanas e de animais, agravando quadros clínicos

potencialmente curáveis (RODRIGUEZ e VESGA, 2005).

Apesar dos antimicrobianos β-lactâmicos ainda serem os mais utilizados

no tratamento das doenças infecciosas, outras classes merecem destaque como

os macrolídeos (eritromicina), lincosaminas (clindamicina) e estreptograminas os

quais também são amplamente utilizados no tratamento de infecções

estafilocócicas (ZELAZNY et al., 2005; ROSSI e ANDREAZZI, 2005). No entanto,

a resistência a estas drogas já foi descrita, e ocorre principalmente por efluxo

ativo ou por alteração de enzimas ribossômicas (LECLERCQ, 2002). O

mecanismo de efluxo ativo é codificado pelo gene msrA (specific methionine

sulfoxide reductase), que confere resistência a macrolídeos e estreptograminas,

mas não à clindamicina. A resistência por alteração de enzimas ribossômicas

ocorre através do gene erm (erythromycin ribosome methylase) que codifica

enzimas que conferem resistência a macrolídeos, estreptograminas e

lincosaminas (WEISBLUM, 1995). No caso das lincosaminas, esta resistência

pode ser induzida (MLSBi; macrolide lincosamide streptogramin type B inducible

resistance) ou constitutiva (MLSBc; macrolide lincosamide streptogramin type B

constitutive resistance). Quando a expressão do gene é constitutiva, a rRNA

metilase é sempre produzida, e as cepas mostram-se resistentes a todos os

antimicrobianos do grupo MLSB. Quando a resistência é induzida, as cepas

mostram resistência apenas aos macrolídeos e a metilase é produzida somente

na presença de um indutor (STEWARD et al., 2005). A resistência induzida a

clindamicina é verificada por um achatamento ou embotamento da zona de

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inibição do disco de clindamicina adjacente ao disco de eritromicina dando um

formato de letra D para a zona de inibição induzida, motivo pelo qual, este teste é

comumente denominado de teste D (ZELAZNY et al., 2005).

A ciprofloxacina é uma quinolona, no qual o alvo primário é a DNA girase

bacteriana, sem a qual a replicação do DNA é inibida. Assim, bactérias resistentes

apresentam mutação cromossomal, reduzindo a afinidade da quinolona aos seus

alvos (DNA girase e Topoisomerase IV) (LOWY, 2003). Os mecanismos de

resistência a esta droga podem ser por: alteração de enzimas, mecanismo de

efluxo e redução da permeabilidade por alteração das porinas (FLUIT et al.,

2001).

Os aminoglocosídeos são antimicrobianos que inibem a síntese protêica

por interferir na formação do complexo de iniciação formado por subunidades

ribossomais (MALIK et al., 2005). Exemplos desta classe são gentamicina,

tobramicina e amicacina. A resistência em S. aureus aos aminoglocosídeos

resulta de um dos três eventos: mutação cromossômica levando a uma ligação

alterada do aminoglicosídeo aos ribossomos; transporte deficiente da droga ao

interior da célula bacteriana; ou a modificação enzimática dos aminoglicosídeos.

As formas de aminoglicosídeos acetilados, fosforilados ou adenilados, não se

ligam aos ribossomos, não ocorrendo inibição da síntese protêica (SCHITO,

2006).

Outro antimicrobiano que interfere na síntese protêica é o cloranfenicol. A

resistência ocorre por inativação enzimática por meio da enzima acetiltransferase

codificada por gene pasmidial (MALIK et al., 2005).

As tetraciclinas atuam na síntese protêica por impedir a entrada de novos

aminoácidos na cadeia peptídica. Os mecanismos de resistência consistem no

efluxo do antimicrobiano ou proteção ribossomal, que é o seu alvo. Vários genes,

denominados tet, estão associados à resistência (MALIK et al., 2005).

As oxazolidinonas (linezolida) são antimicrobianos sintéticos. Seu

mecanismo de ação consiste em inibir a síntese protêica ao ligar-se à subunidade

50S do ribossomo, deformando o RNA transportador e inibindo sua ligação ao

ribossomo. Dessa forma, impede o início da formação do complexo peptídico

(DRESSER et al., 1998).

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As sulfonamidas, assim como o trimetoprim, agem sobre microrganismos

que não utilizam o ácido fólico do meio, apenas os que são produzidos pela

própria bactéria. O mecanismo de ação se dá por inibição da produção do ácido

fólico. Um dos mecanismos pelos quais as bactérias adquirem resistência a

sulfonamidas está associado a uma mutação cromossomial. Já o mecanismo pelo

qual as bactérias adquirem resistência ao trimetoprim é pela produção de

dihidrofolato redutases, com baixa afinidade por este antimicrobiano (MALIK et al.,

2005).

No tratamento de infecções por MRSA, os glicopeptídeos (teicoplanina e

vancomicina) são os antimicrobianos de escolha. O isolamento de cepas

S. aureus resistentes a vancomicina (VRSA) tem sido relatado desde 1998 nos

Estados Unidos (CHAMBERS, 2001). A vancomicina pertence à classe dos

glicopeptídeos e é empregado no tratamento de infecções causadas por bactérias

Gram-positivas, resistentes aos β-lactâmicos. Seu mecanismo de ação é a

inibição da síntese do peptideoglicano da parede celular, porém ela não atua nas

PBP, mas sim, reconhecendo e ligando-se à terminação D-alanina-D-alanina do

pentapeptídeo, que faz as ligações transversais inibindo sua incorporação no

peptideoglicano (JONES, 2006). Em 2006, o CLSI (Clinical and Laboratory

Standards Institute), reduziu o ponto de corte de susceptibilidade de S. aureus em

relação à vancomicina, de 4 µg/ml para 2 µg/ml, devido a redução da eficácia

deste antimicrobiano para CMI igual a 4 µg/ml. Em 2009, o CLSI, estabeleceu que

deve ser realizada a CMI para vancomicina através de microdiluição em caldo

para todos os estafilococos. A CMI é um método considerado padrão para a

avaliação quantitativa da resistência bacteriana aos antimicrobianos. Este método

é usado para determinar a concentração mínima de um agente antimicrobiano,

em microgramas por mililitro (μg/mL), necessária para inibir o desenvolvimento de

um microrganismo. No entanto, estudos recentes têm reportado que a

vancomicina apresenta atividade reduzida para MRSA com CMI próximas do

limite de susceptibilidade conforme critérios da CLSI (2012), indicando falha

terapêutica (SAKOULAS et al., 2004; STEVENS, 2006).

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3.6.1 Staphylococcus aureus resistentes a meticilina (MRSA)

Os antimicrobianos podem variar quanto à sua estrutura química e

mecanismo de ação, espectro de atividade pertencendo a grupos diferentes. No

grupo dos β-lactâmicos, encontram-se os antimicrobianos representados pelas

penicilinas naturais e sintéticas, as cefalosporinas, carbapenemas e

monobactans. Os β-lactâmicos são antimicrobianos que têm como principais

alvos de ação as enzimas que atuam nas etapas finais da formação da parede

celular bacteriana. Essas enzimas, são proteínas de membrana que por se

ligarem aos antimicrobianos β-lactâmicos, são chamadas de proteínas de ligação

à penicilina (PBP; penicillin binding protein). A ligação do β-lactâmico às PBPs

impede que estas exerçam sua atividade de transpeptidase, endopeptidase e

glicoxidase, levando à alteração na formação da camada de peptidoglicano da

parede celular, o que parece desencadear a morte bacteriana por um processo

ainda pouco conhecido (MURRAY, 2003).

São descritos dois mecanismos principais pelos quais pode ocorrer

resistência bacteriana aos β-lactâmicos. Um deles é através da produção de

β-lactamases. As β-lactamases são enzimas produzidas pela bactéria, capazes

de degradar os β-lactâmicos. A produção desta enzima é responsável pelo

aparecimento das primeiras resistências à penicilina (CHAMBERS, 1997). Este

fato levou ao desenvolvimento de penicilinas resistentes às β-lactamases, como

alternativa ao tratamento das doenças infecciosas. No caso das infecções

estafilocócicas, a oxacilina e a meticilina, passaram a ser antimicrobianos de

primeira escolha no tratamento das enfermidades causadas por estas bactérias

(LOWY, 2003). O outro mecanismo de resistência é através da alteração da

proteína PBPs (LOWY, 2003). Os estafilococos produzem quatro tipos de PBPs,

denominadas PBP1 a 4. As cepas resistentes expressam o subtipo denominado

PBP2a ou PBP2’ (KATAYAMA et al., 2000).

Nos anos 50 foi introduzido o antimicrobiano meticilina, primeira penicilina

semisintética anti-estafilocócica utilizada no tratamento de todas as infecções por

S. aureus produtores de penicinilase. Entretanto, a resistência a meticilina foi

reportada muito precocemente, logo após sua introdução, em 1961 (JEVONS,

1961). Tal processo ocorre devido à aquisição cromossômica do gene,

denominado mecA, que codifica para a produção de uma PBP alterada definida

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como PBP2a (Penicillin Binding Proteins 2a). Esta proteína possui uma baixa

afinidade com a molécula do antibiótico, permitindo que as reações na síntese da

parede celular bacteriana ocorram. Desta forma ela confere resistência a todos os

agentes β-lactâmicos (LOWY, 2003). Durante muitos anos as infecções causadas

por MRSA foram documentadas apenas em serviços de saúde, sendo estas

cepas denominadas HA-MRSA (healthcare-associated methicillin-resistant

S. aureus), recentemente cepas MRSA emergiram associadas à comunidade CA-

MRSA (community-associated methicillin-resistant S. aureus) (CHAMBERS,

2001). CA-MRSA tende a provocar doença principalmente em pacientes jovens

sadios, estando associado predominantemente a infecções de pele. HA-MRSA

tem sido isolado a partir de indivíduos mais velhos, hospitalizados ou expostos a

ambientes hospitalar e que apresentam algum tipo de comorbidade, causando

principalmente pneumonia, bacteremia ou infecções invasivas (DAVID e DAUM,

2010). Atualmente não há uma definição única e globalmente adotada, que

identifique com precisão um isolado como CA-MRSA. Algumas definições têm

sido propostas, baseadas em informações epidemiológicas e clínicas; e/ou por

técnicas laboratoriais de biologia molecular (KLUYTMANS et al., 2006; SHOPSIN

et al., 2003). De acordo com o critério do CDC, infecções causadas por CA-MRSA

são definidas quando algum isolado MRSA é coletado de um paciente em

ambiente ambulatorial ou diagnosticado por cultura do material clínico de um

paciente com até 48h de hospitalização e sem história de infecção ou colonização

anterior por MRSA, sem internação ou procedimento cirúrgico no último ano, sem

admissão em casas de saúde, hospício, lar de idosos, serviços especializados de

enfermagem, que não faz ou fez uso de diálise ou ainda de cateteres ou

dispositivos intravenosos que passam através da pele para dentro do corpo

(RYBAK e La PLANTE, 2005). Em contraste com as cepas HA-MRSA, as cepas

CA-MRSA são geralmente sensíveis à maioria das classes de antimicrobianos,

exceto aos β-lactâmicos (WANNET et al., 2005). Uma característica que pode ser

observada nas cepas CA-MRSA é a presença da toxina Panton-Valentine

leucocidina (PVL). Esta citotoxina é capaz de destruir leucócitos humanos e infligir

grave dano tecidual, estando relacionada com lesões necróticas de pele e grave

pneumonia necrotizante, geralmente associada a uma alta letalidade

(PALAVECINO, 2004). A citotoxina PVL é considerada um marcador molecular

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associado a CA-MRSA (VANDENESCH et al., 2003). No entanto, dados indicam

que PVL não está sempre presente entre as cepas CA-MRSA (TEIXEIRA et al.,

1995; CARVALHO et al., 2012).

Os termos HA-MRSA, CA-MRSA e LA-MRSA, são utilizados para destacar

as diferenças genotípicas, epidemiológicas e características clínicas de certos

isolados MRSA (DAVID e DAUM, 2010). CA-MRSA carreia preferencialmente os

SCCmec dos tipos IV, V e eventualmente o tipo VII (IWG-SCCmec, 2011).

Enquanto HA-MRSA carreia principalmente os tipos I, II, III e evrentualmente o

tipo VIII (ZHANG et al., 2005). LA-MRSA carreia os tipos Iv e V. A maioria das

cepas LA-MRSA são resistentes a tetraciclina e não são tipificados pelo PFGE

com a enzima de restrição SmaI (LI et al., 2011).

MRSA também coloniza e provoca infecções em uma variedade de

animais, incluindo de fazenda (pecuária) e alguns selvagens (DOYLE et al.,

2012). MRSA do tipo ST398 foi primeiramente identificado em porcos, na Holanda

em 2003, sendo denominado MRSA pecuária-associado (LA-MRSA; Livestock-

associated MRSA) (ARMAND-LEFEVRE et al., 2005; LOEFFEN et al., 2005). LA-

MRSA são geneticamente distintos dos isolados humanos (VANDERHAEGHEN

et al., 2010). ST398 também foi isolado de humanos e outros animais de fazenda

(CUNY et al., 2010). Pesquisas indicam que suínos, vitelos e frangos são os

principais reservatórios para ST398 (ECDC 2009), mas esta cepa também foi

encontrada no gado leiteiro e no leite (KREAUSUKON et al., 2012). LA-MRSA

estão associados principalmente com o complexo clonal (CC) 398 (van LOO et

al., 2007).

A resistência fenotípica à oxacilina é extremamente variável

(heterorresistência) e depende da expressão do gene mecA (MARANAM et al.,

1997). Na expressão heterogênea de resistência à meticilina, somente uma fração

de colônias expressa resistência à oxacilina, apesar da presença do gene mecA,

dificultando a interpretação do teste. Desde 2004, o CLSI indica a utilização do

disco de cefoxitina (30 μg) para determinação da suscetibilidade a oxacilina em

cepas de Staphylococcus, pelo fato deste antimicrobiano ter apresentado uma

capacidade de indução da expressão da resistência a meticilina, através do gene

mecRI, mais forte e mais eficiente do que a oxacilina (SHARP et al., 2004;

POTTUMARTHY et al., 2005). Nos últimos anos, vários autores têm demonstrado

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essa eficácia do teste de disco difusão com cefoxitina para o diagnóstico da

resistência à oxacilina em estafilococos (VELASCO et al., 2005; MÍMICA et al.,

2007; SILVA-CARVALHO et al., 2009).

O gene mecA é um segmento de DNA exógeno de 2,1Kb que está inserido

em um elemento genético móvel denominado de cassete cromossômico

estafilocóccico mec (SCCmec), localizado em um sítio específico do cromossomo

dos estafilococos (attBscc), próximo ao ponto de origem de replicação do DNA

flanqueado por sequências diretas e repetidas (KATAYAMA et al., 2000). Este

segmento de DNA, variando entre 21 e 67 kb, carreia, além do gene mecA, os

genes mecR1 e mecI, que codificam o indutor MecR e a proteína repressora

MecI. Outros genes múltiplos de resistência, além da meticilina, também podem

ser encontrados (OLIVEIRA et al., 1998). O elemento SCCmec é composto por

três elementos genéticos essenciais: o complexo gênico mec, responsável pela

resistência; o complexo gênico ccr (cassette chromosome recombinase), que

codifica recombinases responsáveis pela sua mobilidade e responsável pela

excisão e integração do cassete no genoma bacteriano; e a região J (junkyard)

que codifica resistência para antibióticos não β-lactâmicos e metais pesados

(HIRAMATSU et al., 2002; ZHANG et al., 2005).

Com base na combinação das classes do gene mec com os alótipos do

gene ccr, onze tipos de SCCmec (I a XI) foram descritos (TURLEJ et al., 2011;

ZONG et al., 2011; SHORE et al., 2011). No entanto, os tipos SCCmec podem

ser diferenciados em subtipos dependendo das variações nas regiões J

(HANSSEN e SOLLID, 2005; CHAMBERS e De LEO, 2009; MALACHOWA e De

LEO, 2010). Os elementos SCCmec tipo I, II, III, VI e VIII, em geral, estão

associados a centros hospitalares. Diferentemente, os tipos IV, V ou VII que têm

sido amplamente disseminados entre cepas de CA-MRSA (CHAMBERS e De

LEO, 2009). A tipificação do SCCmec é importante para entender a epidemiologia

e a relação clonal das cepas MRSA (ZHANG et al., 2005). O tipo I (34,3 Kb) foi

identificado na primeira cepa isolada em 1961, no Reino Unido, o tipo II (53 Kb),

em uma cepa isolada no Japão em 1982, o tipo III (66,6 Kb) em uma cepa isolada

em 1985 na Nova Zelândia. Esses cassetes são caracterizados pela presença de

outros genes de resistência, além do gene mecA, como antibióticos não

β-lactâmicos e metais pesados (ITO et al., 2001; OLIVEIRA e LENCASTRE,

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2002). Em 2002 foi identificado o SCCmec tipo IV, bem menor que os tipos

anteriores (21 a 24,3 Kb), isolado do Clone Pediátrico MRSA adquirido na

comunidade e caracterizado por possuir somente o gene mecA (DAUM et al.,

2002). Ito et al (2004) identificaram o SCCmec tipo V (28Kb), que também não

carreia outros genes de resistência, a não ser o mecA (ITO et al., 2004). Em

2006, foi descrito por Oliveira e colaboradores o SCCmec tipo VI (20,9 Kb),

porém, com diferenças na estrutura genômica e alótipos de recombinases,

caracterizando origem hospitalar (OLIVEIRA et al., 2006). Em 2008, Berglund e

colaboradores, em estudos desenvolvidos utilizando um isolado proveniente de

uma mulher sem fatores de risco associados, identificaram o SCCmec tipo VII

(35,9 Kb), cujo elemento móvel se caracteriza também por conter somente o gene

mecA como determinante de resistência (BERGLUND et al., 2008). Através de

análises de sequencias genéticas foi identificado o SCCmec tipo VIII (32 Kb), que

pode ser derivado da recombinação homóloga entre duas cepas de S. epidermidis

ou via recombinação de outras cepas de estafilococos, que carreiam cassetes

móveis similares. SCCmec tipo VIII é um isolado tipicamente hospitalar, menor

que os tipo I, II e III, porém, maior que os tipos associados a CA-MRSA (IV e V)

(ZHANG et al., 2005). SCCmec IX (43,7 pb), isolado em 2006 a partir da cepa

JCSC6943, originária da Tailândia (LI et al., 2011) e SCCmec X (50,803 pb)

também isolado em 2006 a partir da cepa JCSC6945 originário do Canadá (LI et

al., 2011). A região J dos tipos SCCmec IX e X carreiam genes relativos a

desintoxicação de metais pesados, como o cádmio, o cobre e o zinco. E ambos

possuem número de acesso ao Gene Bank. SCCmec XI (http://www.sccmec.org/),

foi identificado pelo Instituto Sanger, como ST425, isolado da cepa LGA251, cepa

MRSA bovina, listados no site do Grupo de Trabalho Internacional sobre a

classificação dos SCCmec, e ainda não possui número de acesso no GeneBank.

Essas descobertas reportam à capacidade dos elementos SCCmec de se

transferirem horizontalmente entre o gênero Staphylococcus ou passarem por

recombinações para gerarem novos tipos SCCmec (ZHANG et al., 2009).

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3.7 Técnicas moleculares para tipificação de cepas de estafilococos

Alguns estudos têm avaliado e comparado diferentes métodos de

tipificação, tais estudos mostraram que as características fenotípicas como

antibiograma, biotipagem e fagotipagem apresentam uma instabilidade maior do

que os resultados das técnicas moleculares (TENOVER et al., 1994). A tipificação

molecular tem a finalidade de diferenciar cepas, assim como analisar uma

provável origem comum, sendo de grande importância epidemiológica,

principalmente na pesquisa de um surto. A análise do genoma bacteriano permite

detectar, entre outras características, variações na sequência de DNA, as quais

são mais estáveis do que as características fenotípicas e muito mais

discriminativas, visto que o genoma de cada indivíduo é único. O desenvolvimento

de métodos de tipificação de alta resolução baseados principalmente na análise

do polimorfismo do genoma, tem contribuído para o estudo de muitos agentes

infecciosos. Estes métodos de tipagem devem apresentar reprodutibilidade,

estabilidade, poder discriminatório, rapidez, facilidade de execução e

manipulação, baixo custo e concordância. Entretanto, não existe um método ideal

que satisfaça todos os critérios acima mencionados e para uma caracterização

mais precisa, recomenda-se a combinação de diferentes métodos (TENOVER et

al., 1995).

Após a descoberta do SCCmec por Katayama e colaboradores (2000),

protocolos de identificação dos tipos de SCCmec foram desenvolvidos e

incorporados aos estudos de epidemiologia molecular de MRSA (OLIVEIRA e

LENCASTRE, 2002). PFGE, conhecida como Eletroforese em Gel de Campo

Pulsado, é uma variação de eletroforese em gel de agarose, com alto poder

discriminatório para inúmeros microrganismos, pois a alternância entre os

sentidos do campo elétrico, ou pulsos, permite separar fragmentos que,

convencionalmente, não seriam diferenciados em gel de agarose convencional

que utilizam corrente elétrica constante (MASLOW e MULLIGAN, 1996). A

tipificação do gene da proteína A (SpA; S. aureus protein A) tem sido usada no

estudo da epidemiologia molecular e evolução dos MRSA. A combinação destes

métodos tem aprimorado a classificação das cepas MRSA (DEUREMBERG et al.,

2007).

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3.7.1 Pulsed-field gel eletrophoresis (PFGE)

É indicado para estudos com finalidade epidemiológica, e útil

principalmente na investigação de surtos hospitalares (TEIXEIRA et al., 1995),

devido ao alto poder discriminatório (WELLER, 2000), e devido a sua alta

reprodutibilidade e boa correlação com dados epidemiológicos (SENNA, 2002).

PFGE é considerada “padrão ouro” para tipificação de MRSA, determinando sua

relação genética (WELLER, 2000).

Este método é baseado no padrão de restrição de endonucleases na

molécula do DNA bacteriano. Enzimas de restrição reconhecem estes sítios e

clivam o DNA em fragmentos grandes. O número de fragmentos vai variar de uma

cepa para outra, possibilitando a formação de padrões eletroforéticos de fácil

análise e comparação (BANNERMAN, 1995). Alterações na sequência de

nucleotídeos são refletidas nos padrões de restrição pela endonuclease do DNA

cromossômico quando os fragmentos são separados em gel de agarose. A

análise de fragmentos cromossômicos obtidos por restrição é baseada no fato de

que os cromossomos não são estáticos e podem sofrer rearranjos e mutações. A

PFGE permite que o DNA genômico total seja separado em um número limitado

de fragmentos de restrição com distintas mobilidades eletroforéticas (TENOVER

et al., 1995). Foi proposto um sistema para padronizar a interpretação dos

padrões da PFGE com relação à determinação da correlação entre cepas, onde

cepas bacterianas que geram o mesmo padrão de PFGE são consideradas a

mesma cepa; cepas bacterianas diferindo em um único evento genético,

representado como uma diferença de uma a três bandas são estreitamente

relacionadas; cepas diferindo de quatro a seis bandas, representando duas

alterações genéticas independentes, são possivelmente relacionadas e cepas

bacterianas contendo seis ou mais bandas diferentes, representativas de três ou

mais alterações genéticas, são consideradas não correlacionadas (TENOVER et

al., 1995).

A técnica da PFGE é capaz de detectar rearranjos, aquisições ou perda de

determinantes genéticos, ou seja, eventos genéticos que ocorrem em períodos

curto de tempo (OLIVEIRA et al., 2002).

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3.7.2 Tipificação da Proteina A estafilocócica (SpA typing)

A proteína A estafilocócica (SpA; Staphylococcus protein A) é uma proteína

de superfície espécie-específica ancorada à parede celular do S. aureus, e tem a

capacidade de interagir com muitos componentes do hospedeiro, possivelmente

desenvolvendo um papel como fator de virulência em infecções (PALMQVIST et

al., 2002). Spa-typing é um método proposto para caracterização de cepas

MRSA. Possui alto poder discriminatório e reprodutibilidade (SHOPSIN et al.,

2000). É baseado no sequenciamento da região polimórfica X do gene spa e tem

sido proposto como método alternativo para tipificação de S. aureus. A

diversidade do gene spa consiste no número de pequenas sequências de

repetição (repeats) contidas na região X. De acordo com o número e tamanho

(21, 24 ou 27 pb) das repetições, é gerado o spa type correspondente

(HARMSEN et al., 2003). Apesar do sequenciamento do gene spa possuir

vantagens em termos de velocidade de execução, facilidade de uso e

interpretação, não apresenta o poder discriminatório e de resolução da PFGE na

detecção de subtipos clonais (DEUREMBERG et al., 2007). A tipificação do gene

spa fornece dados concordantes com o MLST (Multilocus Sequence Typing) e o

PFGE (COOKSON et al., 2007). Enquanto a tipagem spa envolve uma única

região do cromossomo, sujeita à recombinação entre clones independentes, o

PFGE e o MLST investigam várias regiões do cromossomo. A tipificação do spa,

representa uma abordagem intermediária para análise de micro e macrovariações

(HARMSEN et al., 2003). Resultados de MLST e tipagem spa podem ser

comparados com bancos de dados internacionais (http://www.mlst.net e

http://www.ridom.de/spaserver). Nesses bancos de dados, as sequências de DNA

podem ser armazenadas com a informação clínica correspondente de cada

isolado, o que permite obter o perfil alélico e estabelecer relações filogenéticas de

ancestralidade dos principais clones MRSA (COOKSON et al., 2007).

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Amostragem

Foram analisadas 30 amostras de queijo Minas frescal (QMF), de 18

marcas industriais diferentes, sendo dois das marcas A, F, H e I, três das marcas

D e G, cinco da marca E, e um das marcas B, C, J, K, L, M, N, O, P, Q e R

(Tabela 2), todas com registro no Serviço de Inspeção Federal (SIF) e/ou

Estadual (SIE), pertencentes a diferentes lotes de fabricação. As amostras de

queijo, dispostas em embalagens plásticas hermeticamente fechadas, foram

compradas aleatoriamente em quatro diferentes estabelecimentos varejistas no

município de Niterói, durante o período de julho a setembro de 2012. As amostras

foram acondicionadas e transportadas em recipiente isotérmico e conservadas

sob refrigeração até a chegada do laboratório de Higiene e Microbiologia de

Alimentos (LHIMA) da Faculdade de Fármácia da UFF para análise imediata.

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Tabela 2 – Número de amostras de queijo Minas frescal (QMF) analisadas

segundo a marca e o estabelecimento comercial.

Marca N° de amostras Estabelecimento

comercial

A 2 I

B 1 I

C 1 II

D 3 I

E 5 III

F 2 II

G 3 IV

H 2 II

I 2 IV

J 1 IV

K 1 IV

L 1 IV

M 1 IV

N 1 I

O 1 I

P 1 I

Q 1 II

R 1 II

18a

30b

4c

a. Total de marcas de QMF analisadas. b. Total de amostras de QMF analisadas. c. Total de estabelecimentos comerciais.

4.1.2 Processamento da amostra

O QMF foi cortado em pedaços bem pequenos de modo asséptico. Foram

retirados e pesados aleatoriamente 25 g da amostra em uma balança de precisão,

e colocados dentro de um saco plástico estéril, ao qual foram acrescentados

225 mL de água peptonada 0,1% (p/v) (HIMEDIA), seguido de homogeneização

em Stomacher por dois minutos, obtendo-se a diluição 10-1 e procedendo em

seguida as demais diluições. As diluições de 10-1 a 10-4 foram semeadas, em

duplicata, através da técnica de semeadura em superfície, em Ágar Baird-Parker

(BP), suplementado com emulsão de ovo (5%; v/v) e telurito de potássio (0,01%;

p/v) estéril, em seguida as placas foram incubadas a 36°C ±1 por 24-48h. Após o

isolamento, as colônias foram armazenadas a -20° em caldo Brain Heart Infusion

(BHI) (Difco) suplementado com glicerol (20%; v/v).

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O meio de cultura BP foi desenvolvido por Baird Parker (1962), sendo o

meio de escolha padronizado e mais amplamente utilizado para a contagem de

S. aureus a partir de alimentos, uma vez que possui inibidores seletivos, como o

telurito de potássio e cloreto de lítio (inibidor de crescimento de Gram negativo) e

estimuladores seletivos de crescimento, tais como glicina e o piruvato de sódio,

considerados excelente para reparação de células injuriadas, porque evita o

acúmulo de peróxido de hidrogênio, que é tóxico para as células. Possui também

características diferenciais como a redução do telurito e a hidrólise da gema de

ovo. Tais fatores agem inibindo os microrganismos competidores, mas não

suprimindo completamente, e estimulando a multiplicação dos estafilococos. A

redução do telurito de potássio confere às colônias uma cor negra a acinzentada

brilhante característica e, pode-se observar também, uma zona clara ao redor da

colônia devido à lipólise e proteólise da lipovitelina e da lecitinase presente na

gema do ovo (BAIRD-PARKER,1962; ICMSF,1996; ADAM e MOSS, 1997).

4.2 Contagem e seleção das colônias de Staphylococcus coagulase-positiva

(CoPS)

A partir do BP foram contadas, separadamente, as colônias suspeitas de

Staphylococcus típicas: pequenas, negras, brilhantes e rodeadas por uma zona

(halo) clara e colônias não típicas: pequenas e/ou grandes, negras, brilhantes

e/ou foscas e sem halo. Foram selecionadas no mínimo cinco colônias de cada

tipo, sendo semeadas em caldo BHI (Brain and Heart Infusion; Difco) e ágar BHI

(Difco), incubadas a 36°C ±1 por 24 h. As colônias selecionadas foram

submetidas aos testes bioquímicos confirmatórios: coloração de Gram, produção

de catalase e coagulase.

Foi realizada a contagem de unidades formadoras de colônia (UFC) de

CoPS, utilizando a fórmula matemática como descrito por Silva et al (2010):

UFC CoPS/g = (N° de colônias suspeitas típicas x diluição-1 x FC x % de colônias

confirmadas) + (N° de colônias suspeitas atípicas x diluição-1 x FC x % de

colônias confirmadas)

Onde: FC (fator de correção) = 10

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4.3 Testes bioquímicos

Os testes bioquímicos de coloração de Gram, catalase e coagulase foram

realizados a fim de confirmar as colônias de CoPS, e assim realizar a contagem

das mesmas. As colônias CoPS foram submetidas a testes complementares de

fermentação de manitol e resistência a furazolidona. Os testes bioquímicos e de

coloração de Gram foram realizados segundo metodologia descrita no

Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods

(LANCETTE e BENNET, 2001) e o teste de resistência a furazolidona segundo

Rheinbaden e Hadlok (1981). Para os testes bioquímicos foram utilizados como

controle positivo a cepa S. aureus ATCC 25923 e como controle negativo E. coli

ATCC 25922 (coloração de Gram), Streptococcus pneumoniae ATCC 6305 (teste

de catalase), S. epidermidis ATCC 12228 (teste de coagulase e fermentação de

manitol) e Micrococcus luteus ATCC 14452 (resistente a furazolidona).

4.4 Teste de sensibilidade aos antimicrobianos

4.4.1 Teste de disco difusão

As 31 cepas de CoPS foram semeadas em caldo BHI e incubados a 36

±1°C por 24 h. A cultura foi diluída em solução salina a 0,85% (p/v) até obter

turvação correspondente a solução padrão 0,5 da escala de MacFarland (1,5 x

108 UFC/ml). Um swab (zaragatoa) de algodão estéril foi mergulhado na cultura

padronizada e friccionado nas placas de Petri contendo o meio Ágar Muller-Hinton

(AMH; HIMEDIA) a fim de se obter um crescimento denso e confluente. Em

seguida foram depositados 12 discos de antimicrobianos (Sensibiodisc, CECOM,

Brasil): eritromicina (15 µg), clindamicina (2 µg), sulfametoxazole-trimetoprima (25

µg), rifampicina (5 µg), cloranfenicol (30 µg), linezolida (30 µg), ciprofloxacina (5

µg), penicilina G (10 U), oxacilina (1 µg), tetraciclina (30 µg), gentamicina (10 µg)

e cefoxitina (30 µg). Os discos foram colocados em pontos determinados da placa

de AMH, com auxílio de uma pinça, sendo pressionado levemente sobre o meio.

As placas foram incubadas a 36 ±1°C por 18 h. Após o período de incubação foi

realizada a leitura dos halos formados ao redor de cada antimicrobiano

comparando com os valores da CLSI (2012). S. aureus ATCC 25923 foi utilizado

como controle para o teste de disco difusão.

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4.4.2 Teste de difusão de duplo disco (Teste D)

As cepas resistentes a eritromicina e sensíveis a clindamicina foram

submetidas ao teste D para identificação de cepas com resistência induzida a

clindamicina. A cultura bacteriana foi padronizada de acordo com a escala 0,5 de

MacFarland e semeada em AMH. Os discos de clindamicina (2 µg) e eritromicina

(15 µg) foram colocados em posições adjacentes de 20 mm. As placas foram

incubadas a 36 ±1°C por 18 a 24 h. O fenótipo MLSBi é detectado pelo

achatamento do halo de inibição em forma de D ao redor do disco de clindamicina

(CLSI, 2012) (Figura 1). S. aureus ATCC 25923 foi utilizado como controle de

qualidade para o teste D.

Figura 1 - Antibiograma ilustrando a resistência induzida a clindamicina (teste D

positivo). Fonte: Caio Roberto Salvino (SILVEIRA e d’AZEVEDO, 2011).

4.4.3 Concentração Mínima Inibitória (CMI) para vancomicina

A CMI foi realizada somente para as cepas MRSA, de acordo com as

normas da CLSI (2012). Foi utilizada a cepa S. aureus ATCC 29213 como

controle positivo, e apenas o caldo Mueller-Hinton como controle negativo.

A CMI foi considerada como a menor concentração de antimicrobiano que

inibiu completamente o crescimento do microrganismo.

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4.5 Fatores genotípicos

4.5.1 Extração de DNA

A extração do DNA foi realizada utilizando o kit QIAamp DNA miniKit

(Qiagen, Hiden, Germany), segundo protocolos do fabricante, acrescentando

tampão de lise (Tris-EDTA Triton X), lisozima (20 mg/ml) e lisostafina (10 mg/ml).

O DNA extraído foi armazenado a -20°C e posteriormente uma alíquota foi

utilizada para as reações de biologia molecular.

4.5.2 Pesquisa de genes por Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)

Todas as cepas de CoPS foram submetidas a pesquisa dos genes 16S

rRNA (ZHANG et al., 2004), nuc (GANDRA et al., 2011), mecA (OLIVEIRA e

LENCASTRE, 2002) e genes das toxinas sea, seb, sec, sed e see, (BECKER et

al., 1998), e para as cepas mecA positivas, o gene luk-PV que identifica os genes

luk-S-PV e luk-F-PV (LINA et al., 1999). As reações ocorreram em um

termociclador (Biocycler). Foram utilizados 5 µl de DNA molde, tampão PCR 10X

(10 mM Tris-HCl, 25 mM KCl), 2,0 mM de MgCl2, 2,5 mM do mix de dNTP (A, G,

C e T), 1U de Taq polimerase e os iniciadores específicos, a reação foi

completada com água ultrapura perfazendo um volume final de 25 µl. Como

controle positivo foi utilizado a cepa S. aureus ATCC 25923. Como controle

negativo foi utilizado E. coli ATCC 25922, para a PCR 16S rRNA e S. epidermidis

ATCC 12228 para as PCR nuc e mecA. Foram utilizados os controles S. aureus

ATCC 13565, ATCC 14458, ATCC 19095, ATCC 23235 e ATCC 27664 como

controle positivo para os respectivos genes sea, seb, sec, sed e see. Para PVL,

como controle positivo foi utilizado uma cepa cedida pelo Laboratório de

Epidemiologia e Biologia Molecular da UFF (LEMB) e como controle negativo a

cepa HU25 (BEC). Os produtos das reações foram analisados por eletroforese em

gel de agarose a 1% (p/v) em TBE 1X (Tris 1M, ácido bórico 1M, EDTA Na2

0,01M, pH 8,5) a 90 V por 90 min. Após a corrida, o gel foi corado em solução de

brometo de etídeo 0,5% (p/v) e observado em um transluminador (Vilber Lourmat,

França) a imagem foi obtida através Photodoc-It Imaging System (UVP). Foi

utilizado marcador de peso de 100 pb DNA ladder (Invitrogen) como padrão de

DNA. Os iniciadores e as condições de amplificação estão descritos na Tabela 3.

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TABELA 3 - Genes, iniciadores, condições de ciclagem, concentração dos iniciadores, tamanho pares de base, referências.

Genes Iniciadores (5’ 3’) Condições de ciclagema

iniciador

pb

Referência Db

A Ec

T T T t T t

sea CCT TTG GAA ACG GTT AAA ACG

TCT GAA CCT TCC CAT CAA AAA C

95° 60 55° 60 72° 120 0,5 pmol/µl 127 Becker et al,

1998

seb TCG CAT CAA ACT GAC AAA CG

GCA GGT ACT CTA TAA GTG CCT GC

95° 60 55° 60 72° 120 0,5 pmol/µl 477 Becker et al,

1998

sec CTC AAG AAC TAG ACA TAA AAG CTA GG

TCA AAA TCG GAT TAA CAT TAT CC

95° 60 55° 60 72° 120 0,5 pmol/µl 271 Becker et al,

1998

sed CTA GTT TGG TAA TAT CTC CTT TAA ACG

TTA ATG CTA TAT CTT ATA GGG TAA ACA TC

95° 60 55° 60 72° 120 0,5 pmol/µl 319 Becker et al,

1998

See CAG TAC CTA TAG ATA AAG TTA AAA

CAA GC TAA CTT ACC GTG GAC CCT TC

95° 60 55° 60 72° 120 0,5 pmol/µl 178

Becker et al,

1998

16S

rRNA

AAC TCT GTT ATT AGG GAA GAA CA

CCA CCT TCC TCC GGT TTG TCA CC

94° 30 50° 30 72° 60 20 pmol/µl 756 Zhang et al,

2004

nuc ATGAAGTCAAATAAATCGCT

TTTGGTGAAAAATACTTCTC

95° 120 50° 120 72° 120 20 pmol/µl 458 Gandra et al.

2011

mecA TCCAGATTACAACTTCACCAGG

CCACTTCATATCTTGTAACG

94° 30 55° 30 72° 60 20 pmol/µl 162

Oliveira e

Lencastre2002

Spa AGACGATCCTTCGGTGAGC

GCTTTTGCAATGTCATTTACTG

95° 30 55° 30 72° 45 20 pmol/µl 556 Shopsin et al,

1999

Luk-PV ATCATTAGGTAAAATGTCTGGACATGATCCA

GCATCAATSGTATTGGATAGCAAAGC

94° 60 55° 60 72° 60 20 pmol/µl 433 Lina et al, 1999

a: 30 ciclos.; b: uma etapa inicial de desnaturação por 5 min.; c: uma etapa final de extensão por 5 min.; e: concentração dos iniciadores;. D:

desnaturação; A: anelamento; E: elongação; T: temperatura em graus celsius; t: tempo em segundos; pb: tamanho do amplicon em pares de

base.

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4.5.3 Determinação do tipo estrutural do SCCmec

A tipificação do cassete SCCmec foi realizada por PCR-multiplex como descrito

por Oliveira e Lencastre (2002), que inclui a utilização de oito loci (A – H) baseados

nas diferentes estruturas do SCCmec e um fragmento do gene mecA como controle

interno. Por serem os tipos de maior circulação entre as cepas MRSA no Brasil,

investigamos somente os cinco primeiros tipos SCCmec descritos, e suas variantes.

Lócus A específico para o SCCmec do tipo I; lócus B específico para SCCmec do

tipo II; lócus C encontrado nos SCCmec dos tipo II e III; lócus D presente nos

SCCmec dos tipos I, II e IV; lócus E específico para o SCCmec do tipo III; lócus F

específico para o tipo III; lócus G e lócus H utilizados para diferenciar os SCCmec

dos tipos I e III dos tipos IA e IIIA, respectivamente (Tabela 4).

A reação foi realizada em um volume final de 50 µl, contendo tampão PCR

10X, 50 mM MgCl2, 20 mM de cada dNTP(A, T, C e G), 400 nM dos iniciadores

CIF2 F2, CIF2 R2, MECI P2, MECI P3, RIF5 F10, RIF5 R13, pUB110 R1 e pT181

R1; 800 nM dos iniciadores IS431 P4, DCS F2, DCS R2, MECA P4 e MECA P7; 200

nM dos iniciadores KDP F1, KDP R1, RIF4 F3, RIF4 R9 (MWG Biotech AG,

Ebersberg, Alemanha), 1U de Taq DNA Polimerase e 3,0 µl do DNA molde. Foram

utilizados os controles positivos para os tipos I e V (cepas S. aureus cedidas pelo

LEMB), para o tipo II (cepa S. aureus US 100), para o tipo III (cepa S. aureus HU 25)

e para o tipo IV (cepas S. aureus WB45 e FPR), e como controle negativo da reação

foi utilizada água ultrapura MilliQ®. A amplificação ocorreu em um ciclo inicial de

94°C por 4 min seguidos de 30 ciclos de 94°C por 30 seg, 53°C por 30 seg e 72°C

por 1 min; e um ciclo de extensão final por 72°C por 4 min. Os amplicons foram

submetidos a eletroforese em gel de agarose a 2% (p/v) em TBE 0,5X durante 2 h a

100V. Foi utilizado como marcador de peso molecular um padrão de 100 pb

(Invitrogen). O DNA foi corado em solução de brometo de etídeo (0,5 µg/mL) e,

posteriormente fotografado sob luz UV. A combinação das bandas amplificadas pela

PCR-multiplex definiu o tipo SCCmec, conforme Oliveira e Lencastre (2002).

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TABELA 4 - Sequência dos iniciadores utilizados na PCR multiplex para

determinação dos tipos de SCCmec (OLIVEIRA e LENCASTRE, 2002).

Locus Iniciador Sequência de Oligonucleotídeos

(5’ – 3’)

pb Tipo

SCCmec

A CIF2F2

CIF2 R2

TTCGAGTTGCTGATGAAGAAGG

ATTTACCACAAGGACTACCAGC

495 I

B KDPF1

KDPR1

AATCATCTGCCATTGGTGATG

CCGAATGAAGTGAAAGAAAGGG

284 II

C MECIP2

MECIP3

ATCAAGACTTGCATTCAGGC

GCGGTTTCAATTCACTTGTC

209 II e III

D DCSF2

DCSR1

CATCCTATGATAGCTTGGTC

CTAAATCATAGCCATGACCG

342 I, II e IV

E RIF4R9 GTGATTGTTCGAGATATGTGG

CGCTTTATCTGTATCTATCGC

243 III

F

RIF5R13 GTCACAGTAATTCCATCAATGC 414 III

G IS431P4

pUB110R1

CAGGTCTCTTCAGATCTACG

GAGCCATAAACACCAATAGCC

381 IA

H IS431P4

pT181R1

CAGGTCTCTTCAGATCTACG

GAAGAATGGGGAAAGCTTCAC

303 IIIA

mecA MECAP4M

ECAP7

TCCAGATTACAACTTCACCAGG

CCACTTCATATCTTGTAACG

162 mecA

pb: tamanho do amplicon em pares de base

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4.6 Análise da diversidade genética

As cepas classificadas como MRSA foram avaliadas quanto a sua diversidade

genética através da PFGE e SpA.

4.6.1 Eletroforese em gel de campo pulsado (PFGE)

As cepas MRSA foram cultivadas em placas contendo TSA (Tryptcase Soy

Agar, Difco) por 18 h a 36 ±1C, sendo em seguida diluídas em tampão PIV (NaCl

1M, Tris-HCl 10 mM, pH 7,6), a fim de obter turvação comparada com a solução

padrão 4,0 da escala MacFarland. A esta suspensão bacteriana foi adicionado

agarose de baixo ponto de fusão (LMP; Promega,USA) (1:1) na concentração de 2%

(p/v), a mistura foi distribuída em moldes para a montagem dos blocos, os quais

foram submetidos ao tratamento com solução de lise (NaCl 1 M, EDTA sódico 100

mM, Brij-58 a 0,5%, desoxicolato de sódio a 0,2% [p/v], N-laurilsarcosinato de sódio

a 0,5% [p/v], Tris-HCl 6 mM, pH 7,6), contendo 20 mg/mL de lisozima e 10 mg/ml de

lisostafina, incubados por 18-24 h a 37C. Após incubação, a solução de lise foi

retirada e substituída pela solução ESP (EDTA 0,5 M, N-lauril sarcosinato de sódio a

1% [p/v], 1 mg/mL proteinase K, pH 8,0), seguida de incubação a 50C por 18-24 h,

sob agitação. Após esse período, nova solução ESP foi acrescentada, seguida de

incubação a 50C por 18-24 h. Após desproteinização, foram realizadas cinco

lavagens sucessivas durante 1 h cada com tampão TE (Tris-HCl 10 mM, EDTA 0,1

mM, pH 7,6) a 37C, a fim de retirar completamente a proteinase K. Para a digestão,

os blocos de agarose contendo o DNA bacteriano foram incubados com

endonuclease de restrição SmaI, por 18 h a 30C.

Os fragmentos de restrição obtidos foram separados em gel de agarose

(Molecular Biology Certified Agarose, Bio-Rad Laboratories, Richmond, CA, USA) a

1% (p/v), num sistema de eletroforese em gel de campo pulsado (CHEF DR-III,

BioRad) em tampão TBE 0,5X. A separação eletroforética foi realizada usando os

seguintes parâmetros: tempo de pulso inicial de 1 e final de 30 segundos por 25

horas a 11,3C em um gradiente de voltagem de 6V/cm e ângulo de 120°. Para

estimar o tamanho dos fragmentos gerados, foi utilizado um marcador de peso

molecular (Pulse Marker 50 a 1000 kb; Sigma). O gel foi corado com solução de

brometo de etídeo 0,5% (p/v) e fotografado sob a luz ultravioleta. Os perfis de

fragmentação foram submetidos à análise visual considerando-se os critérios

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sugeridos por Tenover et al (1995). Para construir a matriz de dados, a presença de

uma banda representativa de um sítio de restrição foi codificada com “1” e a

ausência de banda com “0”. Os perfis de similaridade foram analisados utilizando o

coeficiente de correlação de Dice (DICE, 1945) conduzido pelas médias UPGMA

(Unweighted Pair Group Method using Arithmetic) incluso no programa MEGA 6

(TAMURA et al., 2013).

4.6.2 Tipificação do gene da Proteína A por Sequenciamento

A amplificação da região SSR do gene spa foi realizada com adição de 1 µl de

uma diluição 1:200 de DNA genômico, obtido como descrito anteriormente para as

reações da PCR, a um volume final de reação de 25 µl contendo 0,5 µM de cada

iniciador, 2,5 U de Ampli Taq DNA Polymerase, 2 mM de MgCl2 , 350 µM de dNTP e

25 mM de KCL. Um controle negativo (água MiliQ estéril) e um controle positivo

(S. aureus da coleção de cultura do LEMB) foram incluídos. A reação foi realizada

no termociclador Nexus (Eppendorf, AG, Hamburg) com os parâmetros de ciclagem

conforme descrito na Tabela 3. Os amplicons foram ressuspendidos em 10 L

tampão TE (10mM Tris, 1mM EDTA, pH, 8,0) e enviados para sequenciamento

automatizado na Plataforma de Sequenciamento da Universidade da Califórnia em

Berkeley. O sequenciamento do DNA teve um volume total de 20 µl, e foi realizado

no sistema de PCR GeneAmp 9600 com as seguintes condições de reação: 13 µl do

mix contendo AmpliTaq FS Dye Terminator e os primers (PA1095F e PA1517R), 3 µl

do produto amplificado e 4 µl de água MilliQ®. O ciclo do sequenciamento foi de

96C por 10 segundos para a desnaturação, seguido a 65C para o

anelamento/extensão, e diminuídos a 1C por vez, até alcançar a temperatura de

55C, totalizando 66 ciclos. As sequências foram agrupadas no Software SeqMan

Pro (Lasergene-Dnastar, Winsconsin), dando origem a diferentes grupos de tipagem

por SpA.

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5. RESULTADOS

5.1 Avaliação da qualidade das amostras de QMF através da contagem de

Staphylococcus coagulase positiva (CoPS)

A partir de 30 amostras de QMF analisadas, CoPS foi identificado em quatro

(13,3%) amostras (Q5, Q18, Q24 e Q28), sendo que em três (10%) amostras (Q5,

Q24 e Q28) o número de unidades formadoras de colônia (UFC) estava acima do

permitido pela legislação para o QMF, que é um queijo de muita alta umidade

(BRASIL, 2004), com valor máximo permitido de 5,0 x 10² UFC/g de CoPS (BRASIL,

2001) (Tabela 5).

5.1.2 Cepas Staphylococcus aureus

Foram isoladas 250 colônias suspeitas de pertencerem ao gênero

Staphylococcus spp, a partir das 30 amostras de QMF investigadas. Trinta e uma

(12,4%) colônias foram identificadas como CoPS e 219 (87,6%) como

Staphylococcus coagulase negativa (CoNS). Os 31 CoPS, isolados a partir das

amostras de QMF Q5, Q18, Q24 e Q28, foram confirmados como S. aureus por

apresentarem o gene 16S rRNA, específico para o gênero Staphylococcus spp e o

gene nuc específico para a espécie S. aureus (Tabela 6).

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TABELA 5 - Contagem de unidades formadoras de colônia de estafilococos

coagulase positiva em 30 amostras de queijo Minas frescal.

Amostras de QMF Número de UFC

Q1 ≤ 10 Q2 ≤ 10 Q3 ≤ 10 Q4 ≤ 10 Q5 2,2 x 10⁵ Q6 ≤ 10 Q7 ≤ 10 Q8 ≤ 10 Q9 ≤ 10

Q10 ≤ 10 Q11 ≤ 10 Q12 ≤ 10 Q13 ≤ 10 Q14 ≤ 10 Q15 ≤ 10 Q16 ≤ 10 Q17 ≤ 10 Q18 4,4 x 10² Q19 ≤ 10 Q20 ≤ 10 Q21 ≤ 10 Q22 ≤ 10 Q23 ≤ 10 Q24 2,1 x 10⁴ Q25 ≤ 10 Q26 ≤ 10 Q27 ≤ 10 Q28 5,5 x 10³ Q29 ≤ 10 Q30 ≤ 10

QMF: Queijo Minas Frescal; UFC: Unidade Formadora de Colônia

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TABELA 6 - Características fenotípicas e genotípicas das cepas de S. aureus

isoladas em queijo Minas frescal.

Cepas genes Resistência

antimicrobiana

Antibiotipo Teste D

16S nuc se mecA

Q05/41 + + - - pen,eri B _

Q05/42 + + - - pen A _

Q05/43 + + - - pen A _

Q05/44 + + - - pen A _

Q05/45 + + - - pen,eri B _

Q05/46 + + - - pen,eri B _

Q05/48 + + - - pen,eri B _

Q05/49 + + - - pen A _

Q05/50 + + - - pen A _

Q18/176 + + - - pen,eri B _

Q18/180 + + - - pen,eri B _

Q24/231 + + - - pen A _

Q24/232 + + - - pen A _

Q24/233 + + - - pen A _

Q24/234 + + - - pen,eri B _

Q24/235 + + - - pen A _

Q24/236 + + - - pen A _

Q24/237 + + - - pen,eri, cip, rif, C _

Q24/238 + + - - pen,eri, cip,clo, E _

Q24/239 + + - - pen,eri, cip D _

Q24/240 + + - - pen,eri, cip, rif, C _

Q28/271 + + - + pen, eri, cip, clin, oxa, cfo F RC

Q28/272 + + - - pen,eri, cip D +

Q28/273 + + - + pen, eri, cip, clin, oxa, cfo F RC

Q28/274 + + - - pen,eri, cip D +

Q28/275 + + - + pen, eri, cip, tet G +

Q28/276 + + + + pen, eri, cip, clin, oxa, cfo F RC

Q28/277 + + - - pen,eri B _

Q28/278 + + - + pen,eri, cip D +

Q28/279 + + - + pen,eri B +

Q28/280 + + + + pen, eri, cip, clin, oxa, cfo F RC

eri: eritromicina; clin: clindamicina; cip:ciprofloxacina; pen: penicilina G; oxa: oxacilina; gen: gentamicina; cfo: cefoxitina; tet: tetraciclina; rif: rifampicina; Teste D (difusão duplo disco); RC: resistência constitutiva à clindamicina; genes: 16S (específico do gênero Staphylococcus spp), nuc (termonuclease, espécie-específico S. aureus), mecA (resistência a meticilina) e se (enterotoxina estafilocócica).

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5.1.3 Resistência antimicrobiana

Através do teste de disco difusão, as 31 cepas de S. aureus isoladas

apresentaram resistência a penicilina, 21 (67,74%) a eritromicina, 12 (38,71 %) a

ciprofloxacina, 4 (12,9%) a clindamicina, 4 (12,9%) a oxacilina e cefoxitina, 2 (6,45%)

a rifampicina, 1 (3,23%) ao cloranfenicol e 1 (3,23%) a tetraciclina. Todos S. aureus

isolados foram sensíveis a sulfametoxazole-trimetoprima, a gentamicina e a

linezolida (Figura 2). Não foi observada resistência intermediária para nenhum dos

antimicrobianos testados.

FIGURA 2 – Perfil de resistência a antimicrobianos em cepas de S. aureus.

Um total de 27 (87,1%) cepas foi sensível a oxacilina e cefoxitina, sendo

classificadas como S. aureus sensíveis à meticilina (MSSA). As quatro cepas

resistentes a oxacilina e cefoxitina, foram classificadas como S. aureus resistentes a

meticilina (MRSA): Q28/271, 273, 276 e 280. As cepas MRSA foram definidas como

multirresistentes, por apresentarem resistência a mais de cinco classes de

antimicrobianos, incluindo os β lactâmicos (Tabela 6).

Das 17 cepas resistentes a eritromicina e sensíveis a clindamicina, cinco

(29,4%) apresentaram resistência induzida a clindamicina (MLSBi) (Tabela 6),

observado através do Teste D (Figura 1).

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De acordo com o perfil de resistência a antimicrobianos, as cepas de

S. aureus foram classificadas em sete diferentes perfis (A a G), denominados de

antibiotipos (Tabela 5). Entre os nove isolados da amostra Q5 foram identificados

dois perfis diferentes, A (resistência a penicilina) e B (resistência a penicilina e

eritromicina). Na amostra Q18, os dois isolados apresentaram antibiotipo B. As dez

cepas isoladas a partir da amostra Q24 foram distribuídas entre cinco diferentes

antibiotipos A, B, C (resistência a penicilina, eritromicina, ciprofloxacina e

rifampicina), D (resistência a penicilina, eritromicina e ciprofloxacina) e E (resistência

a penicilina, eritromicina, ciprofloxacina e cloranfenicol). Finalmente na amostra Q28,

os dez isolados foram distribuídos em quatro antibiotipos distintos, B, D, F

(resistência a penicilina, eritromicina, ciprofloxacina, clindamicina, oxacilina e

cefoxitina) e G (resistência a penicilina, eritromicina, ciprofloxacina e tetraciclina).

Por ser um antimicrobiano de escolha no tratamento das infecções por MRSA,

a vancomicina foi testada somente para estas cepas. O resultado da CMI para

vancomicina foi igual a 2 µl/ml.

5.1.4 Pesquisa do gene mecA por PCR

Sete (22,6%) das 31 cepas de S. aureus estudadas, carreavam o gene mecA,

embora apenas quatro (57,1%) tenham sido classificadas fenotipicamente como

MRSA no teste de disco difusão utilizando oxacilina e cefoxitina. Todas as cepas

mecA positivas foram isoladas de uma única amostra de queijo (Q28) (Tabela 6).

5.1.5 Pesquisa dos genes que codificam para PVL (Panton Valentine

Leukocidin)

A pesquisa dos genes que codificam para citotoxina PVL foi realizada por

PCR nas cepas mecA positivas. Não foi observada a presença do gene luk-PV em

nenhuma das cepas.

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5.1.6 Pesquisa dos genes das enterotoxinas clássicas por PCR

Apenas duas (6,5%) cepas de S. aureus carreavam genes que codificam para

as SE clássicas. As duas cepas enterotoxigênicas são MRSA, uma cepa (Q28/276)

carreava os genes seb e sec e a outra cepa (Q28/280) carreava os genes sea e seb

(Tabela 6).

5.1.7 Tipificação do SCCmec

As cepas MRSA analisadas não apresentaram nenhum dos cinco tipos

SCCmec investigados através da reação de PCR multiplex.

5.1.8 Diversidade genética

Somente as cepas classificadas como MRSA através do teste de disco

difusão foram investigadas quanto à diversidade genética.

Eletroforese em gel de campo pulsado (PFGE)

A análise genética das quatro cepas MRSA por PFGE após digestão pela

endonuclease SmaI permitiu a obtenção de três diferentes perfis eletroforéticos

compostos por 13 a 16 bandas polimórficas, agrupado em três grupos clonais (A, B

e C). O clone A inclui duas cepas idênticas (271 e 273), os clones B e C incluem

uma cepa cada (Tabela 7). Segundo os critérios de Tenover et al (1995) as duas

cepas idênticas MRSA isoladas pertencem ao mesmo clone (A) e as outras cepas

MRSA não são relacionadas, com percentual de similaridade entre 79 e 83%,

pertencentes a clones diferentes (B e C) (Figura 3).

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271

273

276

280

0.000.050.100.150.20

FIGURA 3 - Dendrograma construído através das médias UPGMA utilizando o

coeficiente de similaridade de Dice ilustrando a diversidade genética das cepas

MRSA, a partir do PFGE.

5.1.9 Tipificação por Sequenciamento do gene da Proteína A (SpA typing)

Entre as quatro cepas MRSA analisadas, identificamos três regiões spa SSR,

as quais foram atribuídas códigos com letras como sugerido por Frenay et al (1996).

As regiões repetidas spa SSR identificadas não apresentam similaridade com

nenhuma região registrada no banco de dados SPA Ridom. Provisoriamente,

enquanto aguardamos o registro das novas regiões no banco de dados, codificamos

as diferentes regiões spa SSR em tipos spa representados por números romanos.

O código das letras é a identificação dos alelos sequenciados atribuído a cada cepa

MRSA de acordo com a classificação do banco de dados SPA Ridom

(www.spaserver.ridom.de) assim como os tipos de SpA atribuídos neste trabalho,

estão descritos abaixo na Tabela 7.

TABELA 7 - Características das cepas com fenótipo MRSA isoladas do QMF (Q28).

Cepas van genes Antibiotipo PFGE SpA Código de letras

SpA mecA luk-PV se

Q28/271 S + - - F A I J-G-F-M-G-M

Q28/273 S + - - F A I J-G-F-M-G-M

Q28/276 S + - seb/sec F B II J-F-K-B-P-E

Q28/280 S + - sea/seb F C III K-B-M-D-M-G-M-K

van: vancomicina; S: sensibilidade a vancomicina através da concentração mínima inibitória;

genes:mecA (resistência a meticilina), luk-PV (citotoxina PVL) e se (enterotoxina estafilocócica);

PFGE: Eletroforese em gel de campo pulsado; SpA: Proteina A estafilocócica.

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6. DISCUSSÃO

S. aureus é um patógeno ubíquo que está associado a várias doenças, tanto

em animais quanto em humanos, e aproximadamente 30% dos indivíduos não

hospitalizados são portadores assintomáticos deste patógeno (De LEO, 2010). A

pele e a mucosa do homem atuam como reservatórios desses microrganismos,

resultando em importante fonte de veiculação dos mesmos para os alimentos

(RAPINI et al., 2004). Das 30 amostras de QMF analisadas neste trabalho, CoPS foi

encontrado em quatro (13,3%) amostras, sendo que três (10%) apresentaram

contagem de CoPS acima do valor estabelecido para o QMF, que é de 5 x 10²

UFC/g (BRASIL, 2001). Apesar de poucas amostras de QMF impróprias para o

consumo, em relação ao indicador estafilococos coagulase-positivo, podemos dizer

que o QMF pode oferecer risco à saúde do consumidor, ressaltando a importância

do cuidado higiênico-sanitário com a manipulação destes alimentos.

Outros autores encontraram números maiores de amostras de QMF com

valores de CoPS superiores ao permitido pela legislação brasileira. Filho e Filho

(2000) analisaram 80 amostras de QMF produzido artesanalmente e comercializado

na cidade de Poços de Caldas, MG, os resultados obtidos evidenciaram a presença

de S. aureus em 40 amostras (50%), cujas contagens revelaram valores médios em

torno de 105 UFC/g. Freitas (2005) também analisou 30 amostras de QMF, sendo

que 40%, apresentaram contagem para CoPS acima de 5 x 10² UFC/g, e 10%

apresentaram valores acima de 5 x 105 UFC/g. Peresi et al (2001) analisaram 30

amostras de QMF artesanal e 30 amostras de QMF industrial comercializados em

São José do Rio Preto (SP) e encontraram valores acima do permitido pela

legislação brasileira, sendo 76,7% nas amostras artesanais e 23,3% nas industriais.

Brant et al (2007), avaliaram a qualidade microbiológica de 20 amostras de queijo

Minas Frescal da região de Serro/MG e encontraram níveis de contaminação por

estafilococos acima dos padrões legais em 82,5% das amostras, com contagens

superiores a 10³ UFC/g. Ferreira et al (2010) avaliaram 20 amostras de QMF,

comercializadas em Uberlândia (MG) e encontraram 18 amostras com contagem de

CoPS entre 10³ e 105 UFC/g. Komatsu et al (2010) analisaram 50 amostras de QMF

no município de Uberlândia (MG), os resultados obtidos indicaram que 88% das

amostras estavam fora do padrão estabelecido para CoPS. Senger e Bizani (2011),

em Canoas/RS, analisaram 30 amostras de QMF artesanal e 30 amostras de QMF

industrial, sendo que 23,3% dos queijos industriais e 40% dos queijos artesanais

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estavam fora dos padrões vigentes. Pinto et al (2011), no Paraná, avaliaram a

qualidade microbiológica de 40 amostras de QMF (artesanal e inspecionadas pelo

Serviço de Inspeção Estadual e Federal), 100% das amostras artesanais e 25% das

amaostras inspecionadas estavam fora dos limites legais para CoPS.

Valores iguais ou inferiores ao relatado neste estudo já foram descritos.

Salotti et al (2006) avaliaram 60 amostras e QMF, sendo 30 artesanais e 30

industriais adquiridas no comércio do município de Jaboticabal (SP), somente 10%

das amostras industriais, apresentaram-se em desacordo com o estabelecido pela

legislação. Quintana e Carneiro (2007) avaliaram 60 amostras de QMF coletadas e

produzidas em um laticínio de Morrinhos (GO). Com relação às análises de

Staphylococcus coagulase positivo, apenas uma amostra (1,7%) estava acima do

valor permitido pela legislação. Mirlei et al (2010) não encontraram CoPS entre as

amostras de QMF coletadas de supermercados em Santa Catarina.

A contaminação de queijo, produzido com leite pasteurizado, por S. aureus

surge em diferentes etapas do processamento. Lamaita et al (2005), pesquisaram 80

amostras de leite cru coletadas em propriedades produtoras de leite em Belo

Horizonte, no período de outubro a dezembro de 2002, e observaram que 100% das

amostras do leite refrigerado apresentavam contagens que variaram de 1,0 × 105 a

2,5 × 107 UFC/g de Staphylococcus spp, demonstrando assim que este

microrganismo pode, facilmente, ser encontrado no leite cru. No entanto, a

pasteurização elimina este microrganismo (ICMSF, 1996). A presença de CoPS ou

E. coli em produtos lácteos pasteurizados pode indicar falha na pasteurização ou

recontaminação após a pasteurização, devido à falta de higiene (O'BRIEN et al.,

2009). S. aureus é muito vulnerável a destruição por aquecimento e a agentes

sanitizantes, portanto, sua presença em alimentos processados é, geralmente,

indicativo de má higienização (CRAGO et al., 2012). Considerando que a

pasteurização do leite elimina as células viáveis de S. aureus, e pelas amostras de

QMF analisadas neste trabalho terem sido produzidas a partir de leite pasteurizado,

podemos sugerir que a contaminação pode ter ocorrido por falha na pasteurização

do leite, pelos equipamentos mal higienizados, ou principalmente, pelo manipulador.

O homem tem sido a principal fonte de contaminação de queijos por S. aureus

(CALLON et al., 2008), sendo o QMF um alimento bastante manipulado, a

contaminação microbiana é facilitada.

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A principal importância da presença de Staphylococcus spp em alimentos é

sua capacidade de produzir enterotoxinas, levando a um quadro de intoxicação

alimentar, e por esse motivo sua pesquisa em alimentos é importante no que diz

respeito à avaliação de riscos para a saúde (AYDIN et al., 2011). A doença alimentar

transmitida por S. aureus está associada à produção de enterotoxinas e exige uma

contagem bacteriana acima de 105–106 UFC/g (ERTAS et al., 2010). Santana et al

(2010), realizaram revisão bibliográfica sobre estafilococos em alimentos e

descreveram que as SE foram identificadas a partir de amostras de alimentos que

apresentaram contagens de S. aureus acima de 105 UFC/ml. Uma amostra de QMF

analisada neste estudo apresentou contagem de CoPS acima de 105 UFC/g,

contudo as cepas isoladas, a partir desta amostra, não abrigavam os genes que

codificam para as SE clássicas. Diferente de grande parte dos trabalhos

encontrados na literatura, no presente estudo, S. aureus enterotoxigênico foi isolado

apenas de uma amostra de QMF (3%) com contagem inferior a 105 UFC/g. O

potencial para causar intoxicação estafilocócica não pode ser assegurado somente

por elevados números de CoPS ou S. aureus no alimento. Uma vez que a simples

determinação populacional dos mesmos para se estabelecer a presença ou não de

enterotoxinas é de valor limitado, devido a toxina ser termoestável e uma vez

produzida persistir em alimentos aquecidos ou fermentados, ou até mesmo em

queijos elaborados a partir de leite pasteurizado; enquanto as células viáveis

declinam em número, atingindo níveis não detectáveis (FURLANETTO et al., 1987).

Além disso, o QMF é um alimento pronto para consumo e não precisa passar por

mais nenhum tratamento antes de ser consumido. Devido a este fato, se não for

armazenado nas condições adequadas, a bactéria poderá aumentar sua população.

Estima-se que 95% dos surtos de intoxicação estafilocócica ocorrem devido à

produção de SE clássicas (OMOE et al., 2002; CHAPAVAL et al., 2006). Com base

nos dados da literatura, o presente trabalho se deteve somente na pesquisa de SE

clássicas entre as cepas de S. aureus isoladas, observando a presença

concomitante de sea/seb em uma cepa e seb/sec em outra cepa. O percentual de

cepas de S. aureus enterotoxigênicos (6,5%) isolados neste trabalho foi pequeno.

Resultados semelhantes foram descritos por Silva et al (2005), os quais encontraram

baixa frequência de cepas de S. aureus enterotoxigênico em leite de vacas com

mastite; das 64 cepas isoladas, somente quatro (6%) apresentaram os genes sea e

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seb e apenas duas (3%) continham o gene sec. Sá et al (2004), avaliaram 209

amostras de leite oriundas de vacas com mastite subclínica por S. aureus e somente

nove amostras (4,39%) foram produtoras de SE, sendo que uma (0,49%) dentre elas

foi produtora de SED, três (1,46%) de SEC, e três (1,46%) de SEB. Em uma

amostra(0,49%), detectou-se concomitantemente SEA e SEB e em outra SEB e

SEC.

A principal importância da presença de Staphylococcus spp em alimentos é a

sua capacidade de produzir enterotoxinas, levando a um quadro de intoxicação

alimentar, e por esse motivo sua pesquisa em alimentos é importante no que diz

respeito à avaliação de riscos para a saúde (AYDIN et al., 2011). O desenvolvimento

de métodos rápidos e sensíveis de detecção de patógenos de origem alimentar tem

recebido muito incentivo nos últimos anos, devido a um aumento da consciência

sobre os perigos para a saúde, associados a contaminação microbiana nos

alimentos (HASSAN et al., 2008). A PCR tem sido a metodologia de escolha para

pesquisa dos diferentes genes se em cepas de S. aureus isoladas de alimento.

S. aureus pode produzir uma ou mais SE simultaneamente (LETERTRE et al., 2003;

SILVA et al., 2005; OMOE et al., 2005; VERAS et al., 2008). Entre as SE clássicas,

SEA é responsável por mais de 75% dos surtos, seguida, em ordem decrescente de

frequência, por SED, SEC e SEB (VERNOZY-ROZAND et al., 2004). Borges et al

(2008), na região metropolitana de Fortaleza (Ceará), constataram a presença dos

genes sea e sec em amostras de queijo de coalho. Silva et al (2005) encontraram

baixa frequência de cepas de S. aureus enterotoxigênicas em leite de vacas com

mastite; das 64 amostras isoladas, quatro (6%) apresentaram os genes sea e seb e

apenas duas (3%) continham o gene sec. Veras et al (2008) estudando 30 cepas de

CoPS e CoNS, isoladas de produtos lácteos envolvidos em surtos de enfermidades

alimentares ocorridos no estado de Minas Gerais em um período de quatro anos,

mostraram que 38% das cepas carreavam somente o gene sea, 29% somente o

gene seb e 24% sea e seb. Em outros países, alguns autores encontraram S. aureus

enterotoxigênicos a partir amostras de queijos (Bianchi et al., 2013, Rosengren et al.,

2010, Pereira et al., 2009, Little et al., 2008).

Can e Çelik (2012) investigaram a presença de S. aureus enterotoxigênicos

em queijos na Turquia. Um total de 200 amostras de queijos foi isolado, sendo três

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cepas de S. aureus enterotoxigênicos, duas SEC e uma SEC/SED

concomitantemente.

A simples presença de genes enterotoxigênicos não indica, necessariamente,

a capacidade dos microrganismos produzirem toxina biologicamente ativa suficiente

para induzir manifestações clínicas (MCLAUCHLIN et al., 2000). No entanto, o fato

de uma cepa conter um ou mais genes enterotoxigênicos deve ser significante, pois

pode oferecer risco à saúde pública, caso encontre condições favoráveis à produção

de enterotoxinas. É fundamental entender quais os fatores que levam a produção de

enterotoxinas no alimento e com isso ser capaz de avaliar a sua segurança a fim de

evitar a intoxicação alimentar estafilocócica.

Embora a frequência, neste estudo, de cepas carreadoras de genes se tenha

sido baixa, o QMF é um alimento pronto para o consumo, o que levanta

preocupação especial, pois potencializa a probabilidade de ser veículo de

intoxicação alimentar.

Estudos têm demonstrado a relação entre a fonte de contaminação e o tipo de

SE produzida por S. aureus. SEA e SEB são associadas a contaminações de origem

humana, isto é, contaminações cruzadas durante e após processamento (FUEYO et

al., 2005), enquanto SEC e SED, estão relacionadas com contaminações

proveniente de animais bovinos e suínos respectivamente (NÁJERA-SANCHEZ et

al., 2003; JORGENSEN et al., 2005). Baseado nestes dados, podemos sugerir que

as cepas isoladas neste estudo podem ser provenientes de humanos devido aos

genes sea e seb encontrados. Embora tenhamos encontrado o gene sec,

relacionado a bovino, este estava presente em uma cepa também carreadora de

seb. Esta hipótese pode ser reforçada, devido às amostras de QMF analisadas

terem sido produzidas a partir de leite pasteurizado, o que eliminaria os S. aureus

provenientes do animal.

Uma importante característica de S. aureus é a sua versatilidade em adquirir

resistência a diferentes antimicrobianos (BARTON, 2000; YUCEL et al., 2011).

Bactérias isoladas de alimentos de origem animal frequentemente carreiam

resistência a uma variedade de agentes antimicrobianos usados em tratamentos de

doenças humanas. Bactérias multirresistentes são um importante problema de

saúde pública, sendo o alimento um possível transmissor destes microrganismos

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para os seres humanos (ANGULO et al., 2004; GHOSH e LaPARA, 2007;

HAMMERUM e HEUER, 2009), especialmente MRSA (PEREIRA et al., 2009).

O conhecimento dos padrões de resistência antimicrobiana de S. aureus é

necessário e fundamental para o controle do uso de antimicrobianos no animal e no

homem, favorecendo assim o desenvolvimento de tratamentos que sejam efetivos. A

tipificação de cepas por antimicrobianos tem sido utilizada principalmente por não

ser um método caro, fácil de realizar e ainda contribuir com informações sobre a

resistência antimicrobiabna (ACCO et al., 2003; KLUYTMANS et al., 1997).

Podemos observar diferentes antibiotipos a partir de uma mesma amostra de queijo

o que indica contamição por diferentes cepas de S. aureus. No entanto, o poder

discriminatório da antibiotipagem é baixo (AARESTRUP et al., 1995; TONDO et al.,

2000), sendo recomendado outros métodos de tipificação mais sensíveis e

discriminatórios.

Das 31 cepas analisadas, 12,9% foram identificadas como MRSA através do

teste fenotípico de resistência a oxacilina e cefoxitina. As cepas MRSA foram

isoladas a partir de uma única amostra (3,3%) de QMF. Resultados semelhantes

foram observados na literatura, a partir de alimentos de origem animal. Normanno et

al (2007), na Itália, observaram que 3,75% das amostras de leite bovino e queijo

estavam contaminados com MRSA. Pu et al (2009) observaram que 5% das 120

amostras de carne do varejo, adquiridas em supermercados de uma cidade nos

EUA, estavam contaminadas com MRSA. Na Turquia, Can e Çelik (2012) isolaram

12 cepas de S. aureus a partir de queijo, duas carreavam o gene mecA, 10 cepas

apresentavam resistência a um ou mais antibióticos, sendo todas sensíveis a

vancomicina e gentamicina. Zinke et al (2012), na Alemanha, não observaram

nenhum MRSA entre as 72 amostras de queijos analisadas. No entanto,

Shanehbandi et al (2014) encontraram números superiores, ao analisarem 100

amostras de queijo de cabra, no noroeste do Irã, onde observaram que 21% das

amostras estavam contaminadas com MRSA.

No Brasil, poucos estudos investigaram MRSA a partir de alimentos. Peresi et

al (2006) observaram que 16% das cepas de S. aureus isoladas de diferentes tipos

de alimentos apresentaram resistência a oxacilina. André et al (2008), encontraram

resistência à oxacilina em quatro isolados (5,5%) de S. aureus, sendo um a partir de

QMF e três a partir de manipuladores de alimentos. Pesavento et al (2007),

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estudando carne crua, e Silveira-Filho et al (2014), estudando leite e produtos

lácteos, não encontraram nenhuma cepa MRSA.

Vários métodos fenotípicos para a detecção de resistência à oxacilina em

isolados de S. aureus foram desenvolvidos, incluindo o teste de ágar screen para

oxacilina (NaCl 4% [p/v], oxacilina 6 µg/ml) e o teste de difusão em ágar com disco

de cefoxitina (FELTEN et al., 2002). Nos testes utilizando o disco de oxacilina foi

observada uma “névoa” em torno do halo do disco deste antimicrobiano. No entanto,

a resistência ou sensibilidade a meticilina foi facilmente determinada através do

disco de cefoxitina. Para S. aureus, o CLSI (2012) preconiza a utilização de disco de

cefoxitina (30 μg) e oxacilina (1μg) para a detecção de resistência à oxacilina

mediada pelo gene mecA. De acordo com o resultado da cefoxitina, é reportado o

resultado da oxacilina como suscetível ou resistente. O uso de cefoxitina é

preferencial ao uso de oxacilina, pois a cefoxitina está mais relacionada à presença

do gene mecA, predizendo a presença deste gene (CLSI, 2012). Como estes

métodos muitas vezes não são suficientemente sensíveis ou específicos, a detecção

por PCR do gene mecA é aplicada e considerada padrão ouro para identificar cepas

MRSA (MIYAZAKI, 2006).

Mathews et al (2010) realizaram um estudo para avaliar e comparar os testes

fenotípicos para detecção de MRSA, destacando o método de disco difusão com

cefoxitina como melhor preditor para detecção de resistência à oxacilina. Ao utilizar

os discos de oxacilina, estes autores obtiveram mais falsos positivos, pois todos

isolados que foram resistentes a oxacilina e sensíveis a cefoxitina foram negativos

para o gene mecA e com CMI entre 4-8 µg/ml. Além disso, o método utilizando o

disco de cefoxitina produz, para leitura, uma zona de inibição facilmente

interpretada. Estudos demonstram acurácias variadas na qualificação de cepas

MRSA pelo método de disco difusão utilizando cefoxitina e oxacilina e este evento é

atribuído à expressão heterogênea desta resistência (MOHANASOUNDARAM e

LALITHA, 2008).

Neste trabalho, as quatro cepas MRSA isoladas (12,9%) apresentaram o gene

mecA. Contudo, observamos três cepas sensíveis a oxacilina e a cefoxitina, no teste

de disco difusão, apresentando o gene mecA. Resultado semelhante foi observado

por Rizek et al (2011), que estudando diferentes amostras de alimentos prontos para

o consumo, isolaram S. aureus carreando o gene mecA a partir de cinco amostras,

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sendo uma QMF, no entanto, estas cepas não apresentaram resistência a oxacilina

e cefoxitina no teste de disco difusão. A presença do gene mecA em cepas

sensíveis a oxacilina tem sido descrito (KAMPF et al., 2003; GONZALO et al., 2010).

Moussallem et al (2007) encontraram três cepas mecA positivas, porém oxacilina

sensível em uma UTI neonatal, mas esses autores não investigaram resistência a

cefoxitina. Pereira et al (2009) demonstraram que 38% das cepas de S. aureus

isoladas de vários alimentos, dentre eles o queijo, foram resistentes a meticilina

(oxacilina) e somente 0,68% apresentaram o gene mecA, porém, nesse estudo não

foi usado o disco de cefoxitina. A presença do gene mecA em cepas sensíveis a

cefoxitina nos leva a questionar a integridade do gene. Trabalhos futuros deverão

ser realizados a fim de investigar a expressão gênica.

Podemos considerar que 22,6% de cepas MRSA é um valor considerável e

requer atenção especial do serviço de saúde pública para QMF. Embora S. aureus

seja reconhecido como agente de intoxicação alimentar, não deve ser descartado o

fato desta bactéria atingir o sistema circulatório de indivíduos imunocomprometidos

levando a infecções neste órgão (YUCEL et al., 2011). Kluytmans et al (1995)

descreveram grave surto de infecção estafilocócica veiculado por alimento

contaminado MRSA, tendo manipulador como fonte de contaminação do alimento.

Por razões práticas, ainda é util discriminar HA-MRSA, CA-MRSA e LA-MRSA

por suas origens epidemiológicas (CUNY et al., 2013). MRSA causando infecções

graves em seres humanos era restrito a hospitais, no entanto, estão sendo cada vez

mais relatados em pacientes imunocompetentes da comunidade (SILVA-

CARVALHO et al., 2009). Os termos HA-MRSA e CA-MRSA são utilizados para

destacarem as diferenças genotípica, epidemiológicas e características clínicas de

certos isolados MRSA (DAVID e DAUM, 2010). Por serem isolados de alimento de

origem animal, se considerarmos possível falha na pasteurização, podemos sugerir

que as cepas MRSA isoladas são LA-MRSA. No entanto, CA-MRSA tem sido isolado

de infecções de pele de individuos sadios (DEUREMBERG et al., 2008), e com base

no que já foi discutido, podemos propor que a origem das cepas MRSA isoladas

neste trabalho, seja por contaminação do QMF pelo manipulador, o que nos faz

supor serem CA-MRSA. No entanto tanto cepas HA-MRSA quanto CA-MRSA

circulam na comunidade (DAVID e DAUM, 2010). Cepas CA-MRSA tem várias

características que as tornam distinguíveis das cepas hospitalares (HA-MRSA). Em

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contraste com infecções por HA-MRSA, para os quais existe um fator ou condição

de risco predisponentes, as infecções CA-MRSA podem ocorrer em indivíduos

saudáveis (HEROLD et al., 1998), sugerindo que as cepas CA-MRSA têm virulência

aumentada em comparação com as cepas HA-MRSA (DeLEO et al., 2010). As

cepas CA-MRSA são sensíveis a vários antimicrobianos não β-lactâmicos,

enquanto os HA-MRSA são tipicamente resistentes a múltiplos antibióticos. As

cepas CA-MRSA no setor comunitário possuem, até em 90% dos isolados, a toxina

PVL (LINA et al., 1999). CA-MRSA carrega preferencialmente SCCmec do tipo IV, V

ou eventualmente VII (IWG-SCCmec, 2011). Esse tipo de cassete cromossômico é

menor que os outros tipos e não possui genes acoplados que codificam resistência a

outros antimicrobianos não beta-lactâmicos, assim, de forma geral, o CA-MRSA é

susceptível a maioria dos antimicrobianos não β-lactâmicos (NAIMI et al., 2003).

Kadlec et al (2009, 2012) estudando cepas LA-MRSA, verificaram que em torno de

70% das cepas avaliadas foram resistentes a três ou mais classes de

antimicrobianos, todas as cepas foram PVL negativo e somente quatro cepas

carreavam algum gene que codifica para enterotoxina. LA-MRSA pertence a um

complexo clonal (CC) 398 que incluem os clones ST398, ST752 ou ST753 (van LOO

et al., 2007). As cepas MRSA isoladas neste trabalho não apresentaram os tipos

SCCmec IV e nem V (tipo VII não avaliado), não apresentaram os genes que

codificam para a citotoxina PVL e apresentaram multirresistência antimicrobiana.

Alguns estudos na literatura têm descrito multirresistência entre cepas CA-MRSA

(SILVA-CARVALHO et al., 2009), entretanto, esses relatos não são muito comuns

(AVDIC e COSGROVE, 2008; GELATTI et al., 2013), especialmente a partir de

cepas isoladas de alimentos (NORMANNO et al., 2007). Embora a citotoxina PVL

seja considerada um marcador molecular associado com CA-MRSA (VANDENESCH

et al., 2003), dados indicam que PVL não está sempre presente entre as cepas CA-

MRSA (ZHANG et al., 2008), principalmente no Brasil (TEIXEIRA et al, 1995;

CARVALHO et al., 2012). Não concluímos as análises de MLST, mas os resultados

obtidos até o momento, principalmente a tipificação SpA, nos mostram que as cepas

MRSA isoladas pertencem a linhagens clonais ainda não descritas nos bancos de

dados internacionais. Com isso, não podem ser classificadas dentro dos tipos

clonais já descritos para LA-MRSA. Diante de todas as considerações expostas, as

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cepas MRSA isoladas de QMF neste trabalho não podem ser classificadas como

CA-MRSA, nem LA-MRSA e nem tampouco HA-MRSA.

De qualquer maneira, independente de sua classificação hospitalar,

comunitária ou pecuária, o tratamento de infecções por MRSA é mais caro e mais

difícil do que infecções por MSSA (PURCELL et al., 2006). Com isso, o controle

efetivo na produção de QMF deve ser realizado, a fim de impedir a contaminação

dos mesmos e assim a disseminação destas cepas através do alimento.

Microrganismos isolados de alimentos têm demonstrado nas últimas décadas

um considerável aumento de resistência para a maioria dos antibióticos e esta

resistência pode ocorrer através de resíduos de antimicrobianos encontrados nos

alimentos (PESAVENTO et al., 2007; PEREIRA et al., 2009).

Todas as cepas S. aureus isoladas neste trabalho apresentaram resistência à

penicilina, resultado esperado e descrito por vários autores a partir de cepas de

Staphylococcus spp. isoladas de várias fontes, incluindo alimentos. Costa (2012)

observou elevado percentual de resistência à penicilina a partir de 95 cepas de

Staphylococcus spp. isoladas de QMF. Rapini et al (2004), ao analisarem 45 cepas

de Staphylococcus sp. isoladas de queijo tipo coalho, nas praias do nordeste,

verificaram 100% de resistência à penicilina. André et al (2008) observaram, a partir

de 20 cepas de S. aureus isoladas de manipuladores, de leite cru e de QMF, em um

laticinio em Goiás, 12 (60%) apresentaram resistência à penicilina. Yucel et al

(2011), observaram que 92% das cepas de estafilococos isoladas de leite cru e

queijo, na Turquia, apresentavam resistência a penicilina, resultados semelhantes

também foram relatados por Souza (2005), Dantas et al (2006), Kérouaton et al

(2007), Menegotto e Picoli (2008).

Dados do Programa de Vigilância Epidemiológica e de Resistência

Antimicrobiana (SENTRY, 1997 a 2001), que abrangeram hospitais brasileiros e

latino americanos, apontam o S. aureus como o patógeno prevalente nas infecções

de modo geral. Segundo Tizotti et al (2009), foi observado alto índice de resistência

à penicilina entre os isolados de culturas de pacientes hospitalizados (91,1%), o que

está de acordo com dados da literatura nacional (MÍMICA et al., 2007) assim como

os dados relatados neste presente trabalho.

De um modo geral das 31 cepas de S. aureus analisadas neste estudo,

observamos um relevante percentual de resistência a eritromicina (67,7%) e um

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considerável percentual de cepas resistentes a ciprofloxacina (38,7%). Estudos em

outros países demonstram percentuais menores de resistência a eritromicina e/ou

ciprofloxacina entre cepas de estafilococos (YUCEL et al., 2011; KUCHENBECKER

et al., 2009; NORMANNO et al., 2007; SIBERRY et al., 2003). No Brasil, André et al

(2008) não encontraram resistência a ciprofloxacina entre as cepas de S. aureus

isoladas de QMF e apenas uma cepa apresentou resistência a eritromicina. Os

resultados encontrados neste estudo foram semelhantes aos citados por Tizotti et al

(2009), o qual observaram entre as cepas MRSA, isoladas no Hospital Universitário

de Santa Maria, um índice considerável de resistência a diferentes antimicrobianos,

incluindo eritromicina e ciprofloxacina.

O aumento das infecções por Staphylococcus e a mudança no perfil de

resistência destas cepas tem levado ao uso de clindamicina no tratamento das

infecções (FRANK et al., 2002), tanto por MRSA como por MSSA (FIEBELlKORN et

al., 2003). A clindamicina é ativa, in vitro, contra 80% ou mais das cepas CA-MRSA,

sendo utilizada com sucesso no tratamento de infecções por CA-MRSA (MARTINEZ-

AGUILAR et al., 2003). No estudo aqui apresentado, quatro cepas (12,9%), todas

MRSA, apresentaram resistência constitutiva e cinco cepas (16,1%) resistência

induzida (MLSBi) a clindamicina. O fenótipo MLSBi foi observado entre três cepas de

S. aureus mecA positivas mas com fenótipo de sensibilidade a oxacilina e cefoxitina

e duas cepas MSSA. Ortiz et al (2009), observaram um maior percentual (76,9%) de

cepas que apresentaram Teste D positivos (fenótipo MLSBi) e sensibilidade a

oxacilina, frente a apenas três cepas (23,1%) que apresentaram Teste D positivo e

resistência a oxacilina. Na resistência induzida, a metilase é produzida somente na

presença de um indutor, neste caso a eritromicina (STEWARD et al., 2005). O teste

D é um teste laboratorial importante para auxiliar no uso efetivo de clindamicina nas

infecções estafilocócicas que apresentam o fenótipo MLSBi, e assim, evitar falhas

terapêuticas na prática clínica (MARTINEZ-AGUILAR et al., 2003). O fenótipo

MLSBc (constitutivo) ocorre quando há resistência tanto a clindamicina, quanto a

eritromicina, indicando produção contínua da enzima metilase (De MOUY et al.,

2001). Martins et al (2013) encontraram 16% de S. aureus, isolados de carcaça de

frango, com fenótipo de resistência constitutiva a clindamicina. Coutinho et al (2010)

avaliaram 152 amostras clínicas de pacientes internados no Hospital de Clínicas de

Porto Alegre, sendo 94 S. aureus e destes, três cepas apresentaram o fenótipo de

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resistência MLSBi. O restante das cepas apresentaram o fenótipo de resistência

MLSBc. Kuchenbecker et al (2009) estudando cepas de S. aureus isoladas de

diferentes tipos de alimentos, encontraram resistência a clindamicina em 5,7% das

cepas. Peresi et al (2006) avaliaram a susceptibilidade antimicrobiana de 25 cepas

de S. aureus isoladas de alimentos envolvidos em surtos de doenças bacterianas

transmitidas por alimentos e constataram que todos os isolados testados mostraram-

se sensíveis à clindamicina.

A rápida resistência a rifampicina tem sido o grande motivo da exclusão do uso

deste antimicrobiano em infecções por CA-MRSA (GORWITZ et al., 2006). Neste

trabalho, resistência a rifampicina foi observada somente em duas cepas (6,5%)

MSSA, as cepas MRSA foram sensíveis a este antimicrobiano. Resultado

semelhantes foram observados por Kuchenbecker et al (2009) a partir de cepas de

S. aureus isoladas de diferentes tipos de alimentos.

As tetraciclinas são utilizadas no tratamento de doenças veterinárias como

suplemento alimentares (LEMOS et al., 2013). Na prática veterinária, cloranfenicol

pode ser utilizado como antibiótico contra bactérias infecciosas devido ao amplo

espectro de ação e baixo custo (FDA, 2002). Entretanto, na terapêutica humana,

cloranfenicol é utilizado somente como fármaco de última escolha, quando não

existe a disponibilidade de outros fármacos eficazes com menor risco toxicológico

(SILVA et al., 2010). Neste trabalho a resistência a tetraciclina e cloranfenicol foi

muito baixa (3,23%, uma cepa de cada antimicrobiano). André et al (2008)

observaram que 25% das cepas de S. aureus isoladas de QMF apresentavam

resistência a tetraciclina. Kuchenbecker et al (2009) investigando alimentos de

origem animal de diferentes regiões do Brasil, observaram 16,7% das cepas de

S. aureus resistentes a tetraciclina e 1,2% resistentes ao cloranfenicol. Normanno

et al (2007), na Itália, não isolaram nenhuma cepa de S. aureus resistentes a

tetraciclina a partir de leite bovino.

Sulfametazole-trimetoprima (TMP-SMX) é ativa contra 90-100% de cepas

CA-MRSA isoladas (VELASQUEZ et al., 2002). Contudo, cepas de S. aureus

resistentes a TMP-SMX têm sido isoladas de diferentes alimentos no Brasil

(KUCHENBECKER et al., 2009). Todas as cepas isoladas no presente trabalho

foram sensíveis a TMP-SMX. Freitas et al (2005) encontraram alta resistência a

TMP-SMX entre as cepas de S. aureus isoladas de mastite bovina em um município

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de Pernambuco. Normanno et al (2007) encontraram 33,3% de amostras de leite

bovino contaminadas com S. aureus resistentes a TMP-SMX. As sulfas são

principalmente utilizadas no tratamento preventivo de septicemias em animais com

mastites (OLIVEIRA et al., 2000), sendo também utilizadas no tratamento de

parasitoses como a coccidiose bovina (FREITAS et al., 2005).

Gentamicina é um antibiótico eficaz para o tratamento das mastites bovinas

de origem bacteriana (LANGONI et al., 2000). Todas as cepas isoladas neste

trabalho foram sensíveis à gentamicina. Estes resultados foram semelhantes aos

encontrados por André et al (2008), os quais não isolaram nenhuma cepa resistente

a gentamicina a partir de cepas de S. aureus isoladas de QMF. Vários autores têm

demonstrado sensibilidade à gentamicina a partir de S. aureus isoladas de mastite

bovina e alimentos (NORMANNO et al., 2007; COSTA et al., 2000; BRITO et al.,

2001; WATANABE et al., 2001; OLIVEIRA et al., 2002; BYARUGABA, 2004), porém,

altos índices de resistência a gentamicina já foram descritos (FREITAS et al., 2005).

Linezolida e vancomicina são importantes antimicrobianos para tratamento de

infecções por MRSA. Neste estudo nenhuma cepa apresentou resistência a

linezolida. Resistência à vancomicina foi investigada somente entre as cepas MRSA,

sendo todas sensíveis a este antimicrobiano. Nossos resultados estão de acordo

com os de Yucel et al (2011), André et al (2008), Normanno et al (2007), Peresi et al

(2006), Silveira et al (2006), Rodriguez et al (2005), Khare e Keady (2003) e

Paladino (2002) que não encontraram cepas de S. aureus resistentes a estes

antimicrobianos. No entanto, cepas de S. aureus resistentes à vancomicina têm sido

descritas. Acco et al (2003) estudando cepas de S. aureus isoladas da mucosa nasal

de manipuladores de alimentos, observaram 2,4% de cepas resistentes a

vancomicina. A vancomicina é considerada um antimicrobiano de grande eficácia no

tratamento de infecções causadas por MRSA, sendo durante anos considerados

como o único antimicrobiano efetivo contra estas cepas (FOUCAULT et al, 2009). No

entanto, o primeiro relato de sua eficácia reduzida foi descrito no Japão em 1997 ao

fracassar no combate à infecção humana causada por MRSA (HIRAMATSU et al.,

1997). A vancomicina continua a ser o agente intravenoso de amplo espectro para

infecções por MRSA graves, tanto para CA-MRSA quanto para HA-MRSA.

Martins et al (2013) identificaram apenas uma cepa de carne de frango

refrigerada identificada por PCR como S. aureus resistente a meticilina (MRSA)

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sendo esta cepa vancomicina-resistente (VRS), e duas de outra espécie

(S. intermedius), a partir de diferentes amostras de carne de frango refrigerados.

Esses VRS foram submetidos ao teste de CMI, e dois isolados de vancomicina-

resistente S. intermedius (VRSI) apresentaram CMI de 64lg/mL, enquanto a cepa

MRSA (VRSA) isolada apresentou CMI de 512lg/mL. Todas as três cepas de VRS

carreavam o gene vanA, vanB e vanC. O VRSA isolado foi resistente à penicilina,

oxacilina, clindamicina, rifampicina, cefalotina e teicoplanina e não carreavam

nenhum gene de enterotoxina clássica.

A presença de resistência a antibióticos em bactérias potencialmente

patogênicas em alimentos de origem animal justifica novas investigações sobre o

papel dos antibióticos quando eles são usados para fins terapêuticos ou como

promotores de crescimento em alimentos de origem animal (EFSA, 2004). A análise

por PFGE e a caracterização clonal SpA foram realizadas a fim de verificar a relação

genética entre as cepas MRSA isoladas. As cepas MRSA isoladas no presente

estudo apresentaram o mesmo antibiotipo, no entanto através da análise da relação

genética por PFGE e SpA, observamos mais de um tipo MRSA isolado a partir de

um mesmo queijo. Essa diversidade reflete, provavelmente, as múltiplas fontes de

contaminação por MRSA, como ambiente de processamento e/ou manipuladores. O

papel e a fonte de contaminação dos alimentos com MRSA, ainda não estão claros,

uma vez que apenas poucos relatos sobre a presença e a possível origem destas

em alimentos estão disponíveis. Os perfis clonais encontrados não são similares aos

circulantes e podem estar relacionados com LA-MRSA, pois estes tipos quase não

são depositados no site do SPA RIDOM. Alimentos de origem animal podem

representar fonte de infecção por MRSA para os seres humanos (LEE, 2003). Os

resultados deste estudo, embora tenha investigado poucas amostras de QMF,

podem indicar que este alimento constitui um risco para o consumidor,

especialmente para indivíduos imunocomprometidos, no que diz respeito a

considerável presença de cepas MRSA enterotoxigênicas e multirresistentes. Em

pessoas imunodeprimidas as respostas imunológicas específicas e não específicas

não são capazes de agir como barreira para impedir a colonização do trato

gastrintestinal, e a ingestão de alimentos contaminados por MRSA pode levar à

doença, às vezes letal (KLUYTMANS et al., 1995).

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7. CONCLUSÃO

Os resultados apresentados e discutidos nos permite concluir que:

1. Amostras de QMF, mesmo sofrendo inspeção federal, apresentaram-se

impróprias para o consumo, por não estarem de acordo com os Padrões

estabelecidos para o indicador CoPS.

2. S. aureus foi a única espécie identificada entre todos os CoPS isolados de

QMF, corroborando com a importância desta bactéria dentro do gênero

Staphylococcus.

3. Entre os antimicrobianos utilizados, as cepas de S. aureus isoladas

apresentaram resistência, principalmente, a penicilina, eritromicina e

ciprofloxacina. Um número considerável de cepas com fenótipo de resistência

induzida, além de cepas MRSA com resistência constitutiva a clindamicina,

estão circulando no QMF.

4. O QMF é um importante veículo de transmissão de S. aureus, tornando um

problema de saúde pública por carrearem, principalmente, cepas MRSA

enterotoxigênicas multirresistentes.

5. Cepas mecA positivas com fenótipo MSSA estão circulando no QMF. O uso

exclusivo do teste de disco difusão pode levar a um diagnóstico falso

negativo destas cepas MRSA.

6. As cepas MRSA isoladas não apresentaram o gene que codifica para PVL,

nem tampouco os tipos SCCmec investigados.

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7. Apesar de sua suposta origem humana na comunidade, assim como sua

característica de multirresistência, as cepas MRSA isoladas, não podem,

diante dos testes realizados até o momento, serem definidas como CA-MRSA

ou HA-MRSA, nem tampouco LA-MRSA.

8. A análise genética por PFGE e SpA demonstraram diferentes clones MRSA

isolados de um mesmo queijo, o que leva a indicação de múltiplas fontes de

contaminação.

9. Programas de Boas Práticas de Fabricação devem ser implantados nas

indústrias de produtos lácteos, a fim de se garantir um produto de qualidade

que não ofereça risco à saúde do consumidor.

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Zhang, K.; Sparling, J.; Chow, B. L., Elsayed, S., Hussain, Z., Church, D. L.,

Gregson, D. B., Louie, T., Conly J. M. New Quadriplex PCR Assay for Detection of

Methicillin and Mupirocin Resistance and Simultaneous Discrimination of

Staphylococcus aureus from Coagulase-Negative Staphylococci. Journal of Clinical

Microbiology, vol. 42, p. 4947- 4955, 2004.

Zhang, K.; McClure, J. A.; Elsayed, S.; Louie, T.; Conly, J. M. Novel multiplex PCR

assay for characterization and concomitant subtyping of Staphylococcal cassette

chromosome mec types I to V in Methicillin-Resistant Staphylococcus aureus.

Journal of Clinical Microbiology, v. 43, p. 5026-5033, 2005.

Zhang, K.; McClure, J. A.; Elsayed, S.; Louie, T.; Conly, J. M. Novel Multiplex PCR

assay for simultaneous Identification of Community-Associated Methicillin-Resistant

Staphylococcus aureus strains USA300 and USA400 and detection of mecA and

Panton-Valentine Leukocidin genes, with discrimination of Staphylococcus aureus

from coagulase-negative staphylococci. Journal of Clinical Microbiology, vol. 46, p.

1118–1122, 2008.

Zhang, K.; McClure, J. A.; Elsayed, S.; Conly, J .M. Novel staphylococcal cassette

chromosome mec type, tentatively designated type VIII, harboring class A mec and

type 4 ccr gene complexes in a Canadian epidemic strain of methicillin-resistant

Staphylococcus aureus. Antimicrobial Agents and Chemotherapy, v. 53, p. 531– 540,

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Zinke, C.; Winter, M.; Mohr, E.; Krömker, V. Occurrence of Methicillin-Resistant

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Coagulase-Negative Staphylococci Clinical Isolates. PLoS One, v. 6, p. 201-291,

2011.

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9. ANEXOS

Gel de agarose (1%) com os produtos da PCR obtidos a partir da amplificação gene

mecA das cepas MRSA isoladas.

1- Kb, 2- controle negativo S. epidermidis (ATCC 12228), 3- cepa Q28/271, 4- cepa

Q28/273, 5- cepa Q28/276, 6- cepa Q28/280, 7- controle positivo – HU25 (BEC).

Gel de agarose 1% com os produtos da PCR obtidos a partir da amplificação do

gene 16S rrnaStaph das cepas MRSA isoladas.

1- Kb, 2- cepa Q28/271, 3- Q28/273, 4- Q28/276, 5- Q28/280.

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Gel de agarose (1%) com os produtos da PCR obtidos a partir da amplificação dos

genes das enterotoxinas SEA, SEB, SEC, SED e SEE das cepas MRSA isoladas.

1 – controle negativo S. epidermidis (ATCC 12228), 2- cepa Q28/271, 3- cepa

Q28/273, 4- cepa Q28/276, 5- cepa Q28/280, 6- controle positivo SEA (ATCC

13565), 7- S. epidermidis (ATCC 12228), 8- cepa Q28/271, 9- cepa Q28/273, 10-

cepa Q28/276, 11- cepa Q28/280, 12- controle positivo SEB (ATCC 14458), 13-

S epidermidis (ATCC 12228), 14- cepa Q28/271, 15- cepa Q28/273, 16- cepa

Q28/276, 17- cepa Q28/280, 18- controle positivo SEC (ATCC 19095), 19- Kb, 20-

S. epidermidis (ATCC 12228), 21- cepa Q28/271, 22- cepa Q28/273, 23- cepa

Q28/276, 24- cepa Q28/280, 25- controle positivo SED (ATCC 23235), 26-

S. epidermidis (ATCC 12228), 27- cepa Q28/271, 28- cepa Q28/273, 29- cepa

Q28/276, 30- cepa Q28/280, 31- controle positivo SEE (ATCC 27664), 32 – Kb.

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Perfis eletroforéticos em gel de agarose 1%, obtidos através da PFGE pela digestão da endonuclease de restrição SmaI das cepas MRSA isoladas. 1 – Marcador de peso molecular, 2 - cepa Q28/271, 3- cepa Q28/276, 4- cepa Q28/280, 5- cepa Q28/273.

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Gel de agarose (2%) da mPCR dos SCCmec tipos I a V das cepas MRSA isoladas. 1 - Kb, 2 – Tipo I (cepa S. aureus cedida pelo LEMB), 3 – Tipo II (US100), 4 – Tipo III (HU25), 5 – Tipo IVa (WB45), 6 – Tipo IVb (FPR), 7 – Tipo V (cepa S. aureus cedida pelo LEMB), 7 – cepa Q28/271, 8 – cepa Q28/273, 9 – cepa Q28/276, 10 – cepa Q28/280, 11 – controle negativo (água MiliQ).