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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E LICENCIATURA MARIANA RIBEIRO LOPES COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO USO DE CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA EM UTI NEONATAL NO BRASIL NITERÓI 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E LICENCIATURA

MARIANA RIBEIRO LOPES

COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO USO DE CATETER CENTRAL DE

INSERÇÃO PERIFÉRICA EM UTI NEONATAL NO BRASIL

NITERÓI

2014

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MARIANA RIBEIRO LOPES

COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO USO DE CATETER CENTRAL DE

INSERÇÃO PERIFÉRICA EM UTI NEONATAL NO BRASIL

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Coordenação de Curso de Graduação em

Enfermagem e Licenciatura, como requisito

parcial para obtenção do título de Bacharel em

Enfermagem e Licenciatura.

Orientador:

Profa. Dr. Eny Dórea Paiva

Niterói, RJ

2014

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L 864 Lopes, Mariana Ribeiro.

Complicações relacionadas ao uso do cateter central de

inserção periférica em UTINs no Brasil / Eny Dórea Paiva.

– Niterói: [s.n.], 2014.

64 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em

Enfermagem) - Universidade Federal Fluminense, 2014.

Orientador: Profª. Eny Dórea Paiva.

1. Cateterismo venoso central. 2. Recém-nascido. 3.

Enfermagem neonatal. I.Título.

CDD 610.73

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MARIANA RIBEIRO LOPES

COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO USO DE CATETER CENTRAL DE

INSERÇÃO PERIFÉRICA EM UTI NEONATAL NO BRASIL

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Coordenação de Curso de Graduação em

Enfermagem e Licenciatura, como requisito

parcial para obtenção do título de Bacharel em

Enfermagem e Licenciatura.

BANCA EXAMINADORA:

__________________________________________________________________________

Profa. Dr. Eny Dórea Paiva

Presidente (EEAAC – UFF)

__________________________________________________________________________

Profa. Dr. Liliane Faria da Silva

1ª examinadora (EEAAC – UFF)

__________________________________________________________________________

Profa. Dr. Rosane Cordeiro Burla de Aguiar

2ª examinadora (EEAAC – UFF)

Niterói, RJ

2014

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DEDICATÓRIA

A meus pais Ana Lúcia e Marcelo, os pilares da minha vida, pessoas sempre presentes

contribuindo para meu crescimento pessoal e profissional, orientando e aconselhando-me

sobre as formas de enfrentar as dificuldades da vida.

A minha irmã Juliana, pessoa para a qual procuro me tornar um exemplo de luta e

perseverança, para que a mesma nunca desista de realizar seus sonhos.

As minhas avós Dayse e Marlene, minhas paixões, pessoas que contribuíram para o meu

crescimento e sempre abriram os braços para me acolher.

A minha namorada Ana Carolina, minha companheira, minha amiga, pessoa com quem

divido meus anseios e compartilho todos os meus momentos, sejam eles bons ou ruins. Seus

conselhos e palavras de carinho são fundamentais para enfrentar toda e qualquer

adversidade da vida.

Ao meu avô Amaury, pessoa que me fez entender o verdadeiro sentido da profissão que

escolhi para minha vida. Pessoa pela qual me doei de corpo e alma. Ensinou-me o sentido de

cuidar do outro com amor e respeito. Minha jornada na UFF começou um dia após sua

partida, e hoje essa conquista é dedicada a você.

Aos recém-nascidos, pequenos seres humanos aos quais pretendo dedicar meus

conhecimentos e práticas proporcionando-os uma melhor assistência e qualidade de vida.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me proporcionar a dádiva de poder desfrutar desse momento privilegiado e por

me dar força para seguir em frente nesta jornada rumo a residência de neonatologia.

À Profª Drª Eny Dórea Paiva, pelo acolhimento na fase inicial desta pesquisa, pela

dedicação e sabedoria na condução desta orientação. Pela oportunidade de convivência e

aprendizado nesta etapa final da Graduação, compartilhando sua vivência prática,

contribuindo para o meu crescimento pessoal e profissional.

Às minhas queridas professoras Emília Cursino, Liliane Faria e Rosane Burla, pelas

oportunidades de aprendizado e constante estímulo para realização dos meus sonhos e, ao

professor Jorge Luiz Lima da Silva, que deste o início demostrou incrível apoio e disposição

para o meu crescimento e desenvolvimento profissional.

Aos meus amigos e amigas Thayssa Bello, Rebecca Ferreira, Jonathan Henrique Almeida,

Vinícius Rodrigues, Rafael Soares, Karina Feital, Vanessa Diniz, Bruna Cristina e Camille

Rabêllo, pela amizade, presença, pelo carinho e apoio. Pessoas com quem compartilhei

angústias, trabalhos, alegrias, risadas e sonhos. Com vocês esses quase cinco anos de

jornada se tornaram bem mais divertidos.

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RESUMO

Os avanços tecnológicos e científicos na área da neonatologia possibilitaram o

desenvolvimento de novos materiais e aprimoramento da terapia intravenosa tornando os

dispositivos de acesso venoso central vitais para a recuperação e sobrevivência dos recém-

nascidos. O Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) é um dispositivo vascular inserido

em veia periférica cuja ponta apresenta localização central. Sua utilização possibilita a

diminuição de punções venosas periféricas e complicações associadas ao uso do cateter

venoso central. Este estudo teve como objetivo conhecer a prevalência acerca da ocorrência

de complicações relacionadas ao PICC em Unidades de Terapia Intensiva Neonatais (UTIN)

no Brasil; descrever o perfil dos recém-nascidos submetidos ao procedimento de inserção;

além de descrever a prevalência das complicações decorrentes ao uso deste dispositivo. A

metodologia adotada foi a revisão integrativa cujo propósito é reunir e sintetizar o

conhecimento sobre a temática proposta. Foi realizada busca nas bases de dados Lilacs e

Medline, sendo utilizados os descritores “cateterismo venoso central”, “/complicações”,

“recém-nascido”, “enfermagem neonatal” e “unidade de terapia intensiva neonatal”. Após

leitura dos artigos na íntegra foram selecionados 11 estudos. Os resultados evidenciaram uma

maior produção científica a partir de 2007, com predominância na região sudeste. Entre os

recém-nascidos foi evidenciada uma maior prevalência do sexo masculino, prematuros com

idade gestacional inferior a 35 semanas e média de peso ao nascer entre 1639 a 2276 gramas.

O aumento das taxas de remoção eletiva e redução das taxas de remoção não eletiva foram

evidenciados a partir do ano de 2009. As complicações decorrentes do uso do dispositivo

apresentaram taxas de prevalência igual ou superior quando comparadas a estudos

internacionais. O tempo de permanência do cateter é semelhante ao de outros estudos na área.

Há poucos estudos de comparação entre os tipos de cateter o que limita a evidência do melhor

tipo de cateter a ser usado em cada neonato, sendo necessária maior produção científica a fim

de comparar os tipos de cateter e as complicações oriundas de cada dispositivo. Os resultados

deste estudo contribuem para o avanço do conhecimento na área de neonatologia e fornecem

subsídios à área da enfermagem. Através do conhecimento da melhor evidência científica

disponível, o profissional pode associar esse conhecimento a sua prática, contribuindo para a

qualidade do atendimento clínico por meio de ações de formação continuada.

Palavras-chave: cateterismo venoso central; recém-nascido; enfermagem neonatal.

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ABSTRACT

The technological and scientific advances in neonatology have allowed the development of

new materials and improvement of intravenous therapy making the devices central venous

access vital to the recovery and survival of newborns. The Peripheral Inserted Central

Catheter (PICC) is a vascular device inserted into a peripheral vein with catheter tip into

central location. Its use allows the reduction of venous punctures and complications

associated with central venous catheter. This study aimed to know the prevalence of the

PICC-related complications in Neonatal Intensive Care Units (NICUs), describe the profile of

newborns submitted the insertion procedure and describe the prevalence of complications

from the use of this device. The integrative literature review method was adopted, which aims

to join and synthesize knowledge on the proposed theme. A search was performed in the

database Lilacs and Medline using the descriptors "central venous catheterization",

“/complications”, "newborn", "neonatal nursing" and "neonatal intensive care". After full

reading of the articles, 11 studies were selected. The results showed a higher scientific

production since 2007, predominantly in the southeastern region. Among the newborns was

found a higher prevalence of male premature infants with gestational age less than 35 weeks

and mean birth weight between 1639-2276 g. The increased rates of elective removal and

reduced rates of non-elective removal were evidenced from the 2009 year. The complications

resulting from the use of the device presented prevalence rates similar or greater when

compared to international studies. The average dwell time for PICC is similar to the previous

studies. There are few studies comparing the types of catheter which limits the best evidence

of the type of catheter to be used in each newborn. Most scientific literature is necessary to

compare the catheter types and complications derived from each device. The results of the

study contribute to the advancement of knowledge in neonatology and provide subsidies to

the nursing area. Through knowledge of the best scientific evidence available, the

professional can associate this knowledge to their practice, contributing to the quality of

clinical care through continuing education actions.

Key words: central venous catheterization; newborn; neonatal nursing.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1

Fluxograma de seleção dos estudos. Rio de Janeiro (RJ), 2014. p. 29.

Quadro 1

Distribuição dos artigos segundo ano de estudo, ano de publicação, base de

dados, tipo de estudo, nome do artigo e primeiro autor. Rio de Janeiro (RJ),

2014. p. 32.

Quadro 2

Caracterização dos recém-nascidos. Rio de Janeiro (RJ), 2014. p. 34.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1

Estratégia de busca por descritores realizada na base de dados BVS. Rio de

Janeiro (RJ), 2014. p. 28.

TABELA 2

Estratégia de busca por palavras, realizada na base de dados BVS. Rio de

Janeiro (RJ), 2014. p. 28.

TABELA 3

Caracterização dos estudos quanto ao desenho metodológico. Rio de

Janeiro (RJ), 2014. p. 32.

TABELA 4

Frequência e porcentagem de estudos, segundo o local de desenvolvimento

do estudo. Rio de Janeiro (RJ), 2014. p. 33.

TABELA 5 Caracterização dos neonatos. Rio de Janeiro (RJ), 2014. p. 35.

TABELA 6

Relação dos estudos quanto ao tipo de cateteres instalados. Rio de Janeiro

(RJ), 2014. p. 39.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1

Relação entre a indicação de remoção do PICC e os estudos analisados. Rio de

Janeiro (RJ), 2014. p. 36.

Gráfico 2

Relação entre a indicação de remoção eletiva e não eletiva do PICC e o ano da

pesquisa. Rio de Janeiro (RJ), 2014. p. 37.

Gráfico 3

Tempo de Permanência do Cateter Central de Inserção Periférica. Rio de

Janeiro (RJ), 2014. p. 38.

Gráfico 4

Relação entre a menor e maior prevalência de complicações relacionadas ao

PICC. Rio de janeiro (RJ), 2014. p. 40.

Gráfico 5 Taxa de obstrução relacionada ao uso do PICC. Rio de Janeiro (RJ), 2014. p.

41.

Gráfico 6 Taxa de ruptura relacionada ao uso do PICC. Rio de Janeiro (RJ), 2014. p. 42.

Gráfico 7 Taxa de migração relacionada ao uso do PICC. Rio de Janeiro (RJ), 2014. p.

43.

Gráfico 8

Taxa de exteriorização relacionada ao uso do PICC. Rio de Janeiro (RJ), 2014.

p. 44.

Gráfico 9 Taxa de edema relacionada ao uso do PICC. Rio de Janeiro (RJ), 2014. p. 45.

Gráfico 10

Taxa de extravasamento relacionada ao uso do PICC. Rio de Janeiro (RJ),

2014. p. 46.

Gráfico 11 Taxa de infecção relacionada ao uso do PICC. Rio de Janeiro (RJ), 2014. p. 47.

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11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO, p. 13

1.1 QUESTÃO NORTEADORA, p. 15

1.2 OBJETIVO, p. 16

1.2.1 Objetivo Geral, p. 16

1.2.2 Objetivo específico, p. 16

1.3 JUSTIFICATIVA, p. 16

2 REVISÃO DE LITERATURA, p. 18

2.1 O DISPOSITIVO PICC, p. 18

2.2 MANUTENÇÃO E PERMEABILIDADE DO CATETER PICC, p. 20

2.3 COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO USO DO CATETER PICC, p. 21

3 METODOLOGIA, p. 25

3.1 TIPO DE PESQUISA, p. 25

3.1.1 Estabelecimento do Problema de Revisão, p. 25

3.1.2 Seleção da Amostra, p. 26

3.1.3 Categorização dos Estudos, p. 26

3.1.4 Análise dos Resultados, p. 26

3.1.5 Apresentação e Discussão dos Resultados, p. 27

3.1.6 Apresentação da Revisão, p. 27

3.2 LEVANTAMENTO DE DADOS, p. 27

3.3 ANÁLISE DOS DADOS, p. 28

3.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS, p. 29

3.5 ASPECTOS ÉTICOS, p. 30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO, p. 31

4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS ESTUDOS, p. 31

4.2 CARACTERIZAÇÃO DOS RECÉM-NASCIDOS, p. 34

4.3 INDICAÇÃO DE REMOÇÃO DO CATETER, p. 36

4.4 COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO USO DO PICC, p. 39

4.4.1 Complicações Locais, p. 40

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4.4.2 Complicações Sistêmicas, p. 47

4.4.3 Complicações Menos Frequentes, p. 48

5 CONCLUSÃO, p. 51

OBRAS CITADAS, p. 53

OBRAS CONSULTADAS, p. 61

APÊNDICES, p. 62

APÊNDICE A: REFERÊNCIA DOS ARTIGOS USADOS NA PRESENTE REVISÃO

INTEGRATIVA, p. 62

APÊNDICE B: INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS, p. 63.

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13

1 INTRODUÇÃO

No cuidado ao recém-nascido internado em uma Unidade de Terapia Intensiva

Neonatal (UTIN), as tecnologias e os procedimentos invasivos complexos são necessários

para garantir sua sobrevida. Segundo Lourenço e Kakehashi (2003), nos últimos anos, com o

grande avanço da tecnologia na área de ciências médicas, somadas aos recursos terapêuticos e

da qualidade da UTIN, houve um considerável crescimento na taxa de sobrevivência dos

recém-nascidos, em especial, os neonatos prematuros.

Com a modernização das UTIN, o desenvolvimento de novas ações na assistência

médica e de enfermagem possibilitou uma melhor prestação da assistência neonatal, bem

como o aprimoramento técnico-científico dos cuidados prestados ao recém-nascido de alto

risco. O uso de novas técnicas propiciou um grande salto na qualidade da assistência, como

por exemplo, a terapia intravenosa (MOTTA et al., 2011).

Para a realização da terapia intravenosa é fundamental a viabilização de um acesso

venoso, desta forma faz-se necessário o uso de dispositivos tais como o cateter umbilical,

cateter periférico, dissecção venosa ou cateter central de inserção periférica.

O cateterismo venoso umbilical é um procedimento médico, cujo dispositivo é

introduzido pelo coto umbilical que se apresenta gelatinoso, o que facilita sua introdução. É

considerada a principal escolha de acesso vascular na sala de parto e no período neonatal

imediato. O acesso venoso periférico é um procedimento realizado pela equipe de

enfermagem, cujo cateter curto de silicone sobre agulha (jelco) é introduzido por meio de

punção na veia periférica. A dissecção venosa é um procedimento cirúrgico, realizado por

médico, que envolve uma incisão da pele por meio da qual se introduz o cateter na veia,

mantendo-o fixo com pontos cirúrgicos. Outra forma de acesso venoso envolve o uso do

cateter central de inserção periférica (PAIVA, 2012, p. 22).

A garantia de acesso venoso seguro é um desafio constante na rotina da equipe de

enfermagem e pode influenciar na sobrevida e prognóstico dos neonatos de baixo peso e

criticamente doentes. Nesse contexto, é preciso dispor de um acesso venoso seguro e

adequado para administração de medicamentos, soluções intravenosas adicionais e nutrição

parenteral. Desta forma, a viabilização de um suporte nutricional adequado é fundamental

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14

Introdução o

Introdução o

para o suprimento das demandas de crescimento e desenvolvimento desses neonatos (COSTA

et al., 2012; CÂMARA; TAVARES; CHAVES, 2007).

O enfermeiro tem papel fundamental na terapia intravenosa, sendo o principal

responsável pela escolha do vaso sanguíneo ideal, pela garantia do acesso venoso e

manutenção do mesmo, tornando-se o principal responsável pela punção venosa com a

utilização do PICC, assim como sua manutenção e cuidados contra complicações. Como

resultado, os profissionais que se ocupam da assistência neonatal são continuamente

desafiados a melhorar os métodos de prover acesso vascular periférico seguro, assim como

conhecer as diversas variedades de dispositivos existentes no mercado, visando atender as

necessidades dessa população neonatal vulnerável (SWERTS et al., 2013).

O primeiro relato histórico encontrado na literatura de uma tentativa de manter acesso

venoso central utilizando uma via periférica foi descrito em 1929, por um médico alemão que

se autocateterizou com uma sonda vesical através de uma veia da fossa cubital. Contudo, o

procedimento não foi implementado devido à rigidez dos materiais utilizados e pela

precariedade de materiais disponíveis, havendo o desencadeamento de diversas complicações

(VENDRAMIM; PEDREIRA; PETERLINI, 2007). Na década de 50, foi observado que as

medicações ao atingir os grandes vasos, tornavam-se mais diluídas, diminuindo os riscos de

reações inflamatórias e trombose química, comprovando, então, a eficácia do procedimento

de cateterização (SILVA; NOGUEIRA, 20041 apud BELO et al., 2012).

Na segunda metade do século XX, na década de 70, a técnica de acesso venoso central

por via periférica foi aprimorada, sendo desenvolvido nos Estados Unidos da América (EUA)

um dispositivo com cateter de silicone chamado Peripherally Inserted Central Catheters

(PICC) ou Cateter Central de Inserção Periférica. Este dispositivo surgiu como método de

primeira escolha de acesso vascular prolongado em neonatos prematuros, em razão da sua

elevada taxa de sucesso na inserção e baixo risco de complicações (COSTA et al., 2012).

Somente a partir de 1980, devido aos cursos de capacitação dos profissionais e pela

facilidade de sua inserção à beira do leito por enfermeiras, pode-se observar a grande

expansão de procedimentos utilizando este dispositivo No Brasil, o PICC foi conhecido em

1993 através de médicos e enfermeiros capacitados que trouxeram a técnica oriunda do

exterior. No ano seguinte, o dispositivo começou a ser comercializado pelo país (MOTTA et

al., 2011).

1 Silva GRG, Nogueira MFH. Terapia intravenosa em recém-nascidos: orientações para o cuidado de

enfermagem. Rio de Janeiro: Cultura Medica; 2004. p.23-37.

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15

Introdução o

Introdução o

De acordo com Paiva (2011, p. 24), o enfermeiro desempenha papel de destaque no

cuidado com cateteres, especialmente, em relação à manutenção do dispositivo. Por ser um

profissional capacitado e que atua diariamente com a técnica de punção venosa, o enfermeiro

se especializou neste tipo de procedimento. A habilidade no manejo do PICC necessita da

experiência prática por parte do profissional, sendo esta desenvolvida ao longo da prática

assistencial.

A competência técnica e legal do enfermeiro em inserir, manipular e remover o cateter

central de inserção periférica encontra-se amparada pela Lei 7498/86 (BRASIL, 1986). Além

destes encontramos as Resoluções COFEN nº 258/2001 (CONSELHO FEDERAL DE

ENFERMAGEM, 2001) e do parecer técnico COREN-RJ nº 09/2000 (CONSELHO

REGIONAL DE ENFERMAGEM, 2000), onde foi normalizada a inserção e

a manipulação deste dispositivo pelo profissional enfermeiro.

Ainda que proporcione inúmeros benefícios para a qualidade de vida dos neonatos, o

uso do PICC pode causar diversas complicações que levam à sua remoção não eletiva, ou

seja, aquela realizada antes do término programado da terapêutica intravenosa. As

complicações mais descritas relacionadas ao uso de PICC em neonatos são: infiltração,

extravasamento, flebite, obstrução, infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter,

infecção do sítio de inserção, embolia, migração da ponta, tração acidental, arritmias,

tamponamento cardíaco, ruptura do cateter, trombose e edema de membros (COSTA et al.,

2012).

Os profissionais de enfermagem em UTIN devem estar atentos para a detecção

precoce de complicações relacionadas ao uso do PICC, além de priorizar a prevenção dessas

complicações, visando à segurança do paciente.

O presente estudo surgiu da necessidade de obter maior conhecimento sobre a

prevalência das complicações relacionadas ao uso dos cateteres centrais de inserção

periférica, tendo em vista o crescente uso deste dispositivo nas UTINs a fim de promover

melhor qualidade de vida aos neonatos.

1.1 QUESTÃO NORTEADORA

Qual a frequência com que ocorrem complicações relacionadas ao uso do PICC nas

UTINs do Brasil nos últimos 10 (dez) anos?

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16 Introdução o

1.2 OBJETIVO

1.2.1 Objetivo Geral

Conhecer a prevalência acerca da ocorrência de complicações relacionadas ao uso do

Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) em recém-nascidos internados em Unidades de

Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) localizadas no Brasil nos últimos 10 anos.

1.2.2 Objetivo Específico

Descrever o perfil dos recém-nascidos submetidos ao procedimento da inserção do

cateter PICC; Descrever a prevalência das complicações relacionadas à inserção do cateter

PICC;

1.3 JUSTIFICATIVA

Desde o primeiro minuto de vida, o recém-nascido deve ser observado com extremo

cuidado, pois necessita de cuidados que possibilitem sua adaptação ao mundo exterior devido

a sua suscetibilidade às infecções e pela ausência de mecanismos de defesa. Nesse contexto as

atenções a ele dispensadas na unidade de neonatologia, podem ser decisivas para a sua vida

futura (NAGANUMA, CHAUD, PINHEIRO, 1999 apud PIZZATO; POIAN, 1988).

Em uma unidade de neonatologia, o enfermeiro assiste uma clientela com

características e peculiaridades especiais em um momento de grande vulnerabilidade.

Segundo Naganuma, Chaud, Pinheiro (1999), a fim de garantir ao recém-nascido uma

adaptação satisfatória à vida extra-uterina, o enfermeiro necessita de conhecimentos

específicos para garantir-lhes a assistência devida e de qualidade.

Buscando maiores conhecimentos na área de neonatologia percebi que, embora o

enfermeiro seja o principal profissional responsável pela instalação e manutenção do cateter

central de inserção periférica, esse procedimento é pouco conhecido pelos alunos durante a

graduação em enfermagem.

Considerando os grandes avanços tecnológicos e o grande aumento na utilização do

dispositivo PICC, torna-se necessário avaliar a prevalência das complicações decorrentes do

seu uso em recém-nascidos internados em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal no Brasil.

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17 Introdução o

A realização deste estudo se justifica pela necessidade de obter maior conhecimento e

compreensão acerca das complicações relacionadas ao uso do PICC em neonatos, pois o

levantamento de tais complicações visa à qualidade do cuidado prestado através da

minimização de práticas errôneas. A atualização dos profissionais possibilita minimizar as

complicações decorrentes da inserção, manipulação e retirada do PICC, assim como a criação

e instituição de protocolos e/ou diretrizes clínicas no serviço são importantes para garantir a

qualidade da assistência (CAMARGO, 2007).

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18

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 O DISPOSITIVO PICC

Entre os anos de 1980 a 2000, os avanços tecnológicos da terapia intravenosa na área

de neonatologia se intensificaram trazendo grande benefício aos recém-nascidos (RN) de alto

risco que necessitam de um acesso venoso seguro e por tempo prolongado (RODRIGUES;

CHAVES; CARDOSO, 2006).

A punção venosa é considerada um dos procedimentos mais difíceis de realizar no RN

devido ao tamanho de seus vasos sanguíneos e a fragilidade dos capilares. Além disso, a perda

freqüente do acesso venoso causa interrupções na infusão de líquidos e eletrólitos,

comprometendo a eficácia da terapêutica. As repetidas punções comprometem os vasos

periféricos com certas complicações, que podem ser locais ou sistêmicas, culminando muitas

vezes com a necessidade de uma dissecção venosa (LOURENÇO; KAKEHASHI, 2003).

Com o desenvolvimento de novos materiais e aprimoramento da técnica de punção,

um dos dispositivos mais utilizados em neonatologia é o cateter central de inserção periférica

(PICC) (MOTTA et al., 2011). No Brasil, a partir dos anos 90, essa técnica passou a ser

utilizada por médicos e enfermeiros especializados nesse tipo de procedimento.

No momento atual, os PICCs são indicados para todo neonato que necessite de terapia

intravenosa por um período superior a seis dias, sendo que o tempo de permanência é oito

semanas em média (RODRIGUES; CHAVES; CARDOSO, 2006).

O PICC é um dispositivo vascular de inserção periférica cuja ponta apresenta

localização central. É inserido através de uma punção periférica que, por meio de uma agulha

introdutora, progride até o terço distal da veia cava superior ou veia cava inferior em átrio

direito (MOTTA et al., 2011; JOHANN et al., 2012). O local de inserção é uma veia

periférica preservada, de calibre adequado e não tortuosa, as mais indicadas são as veias

basílica e cefálica (MONTES et al., 2011). Trata-se de um cateter longo de 20 a 60

centímetros de comprimento com marcações a cada centímetro em toda sua extensão, sendo

constituída por material biocompatível como silicone ou poliuretano. Seu diâmetro varia de 1

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19 Revisão de Literatura o

a 5 French (Fr) de calibre. O dispositivo apresenta-se nas formas mono ou duplolúmen

(COSTA et al., 2012).

A localização central do dispositivo é definida pela presença da ponta do cateter na

veia cava superior, átrio direito ou veia cava inferior, acima ou ao nível do diafragma. A

inserção do PICC pode ser dificultada pelo tamanho do vaso sanguíneo, vasoespasmo,

tortuosidade da veia, presença de válvulas venosas, fluxo de sangue venoso, turbulência do

fluxo e lesão endotelial, acarretando na inserção não central do cateter, permanecendo a ponta

ocasionalmente nas veias braquiocefálica, jugular, axilar ou safena (RACADIO et al., 2001).

A localização da ponta do cateter é confirmada após a realização e verificação de exame

radiológico (D'ELIA et al., 2002).

Sua localização central permite a infusão de soluções com pH não fisiológico,

hiperosmolares, drogas parenterais vesicantes ou irritantes e nutrição parenteral (NPT). Estes

possuem especificações no calibre, comprimento, diâmetro interno, diâmetro externo e

priming, registrados em tabelas de conversão que acompanham o produto (CÂMARA;

TAVARES; CHAVES, 2007).

A utilização desse procedimento possibilita a diminuição das punções venosas

periféricas, o estresse do paciente decorrente da manipulação excessiva e complicações

associadas ao uso do cateter venoso central inserido cirurgicamente. Suas vantagens incluem

manter preservados os demais acessos venosos; menor risco de infecção em relação a outros

dispositivos vasculares centrais; melhor hemodiluição das drogas, menor desconforto e dor;

maior facilidade de inserção/manuseio; diminuição do tempo e do estresse da equipe pelas

punções repetitivas; menor risco de hemotórax e pneumotórax e fácil manipulação (Op cit).

As contra-indicações ao acesso por PICC incluem veias inadequadas, distúrbios de

sangramento, trauma que envolve a extremidade, queimaduras graves, presença de lesões

cutâneas no local da inserção, infecções de pele ou tecido subcutâneo no local ou próximo ao

local de inserção, imunodepressão grave, alterações anatômicas estruturais, administração de

grandes volumes "em bolus" sob pressão, não aderência do paciente e falta de cuidados de

seguimento (CÂMARA; TAVARES; CHAVES, 2007; BOWDEN; GREENBERG, 2005,

cap.116, p.648).

Manter o cateter PICC pérvio é um dos maiores desafios para os enfermeiros em razão

do calibre e da possibilidade de oclusão. Dependendo de como é feita a manutenção, o tempo

de permanência do cateter PICC, após sua instalação, varia de uma semana a seis meses

(NUNES; OLIVEIRA, 2007).

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20 Revisão de Literatura o

2.2 MANUTENÇÃO E PERMEABILIDADE DO CATETER PICC

Com o objetivo de garantir a otimização do cateter PICC, cuidados relacionados ao

manuseio são necessários durante a terapia intravenosa. A manutenção diária do cateter deve

ser realizada apenas pelo enfermeiro treinado e capacitado.

De acordo com SOBETI (2004), o curativo do PICC cria um ambiente que protege a

área onde o cateter está inserido e evita que haja o deslocamento e migração do mesmo.

Quanto à cobertura do óstio do cateter, após a inserção, é recomendado o uso de

curativo convencional com gaze e fita adesiva (PETTIT; WYCKOFF, 2007, p.51). Segundo

Pezzi (2004), a primeira troca do curativo deverá ser realizada após 24 horas do

procedimento, utilizando apenas o curativo do tipo transparente. A troca do curativo

transparente deve ocorrer a cada sete dias, ou antes desse prazo, em caso de umidade, sujidade

ou deslocamento e reações alérgicas locais, substituindo as conexões de polifix e equipo a

cada 72 horas com desinfecção prévia da extensão do cateter com álcool a 70%.

A freqüência da troca do curativo deve ser analisada em pacientes pediátricos, pois o

risco de deslocamento do cateter é maior que o benefício oferecido pela troca do curativo

(JOHANN et al., 2012).

Para manter a permeabilidade do cateter é necessária a realização de uma técnica de

lavagem apropriada (flushing). O uso de seringas com volume inferior a 5 ml podem

comprometer a integridade do cateter, gerando pressões capazes de rompê-lo; É recomendada

a realização de flushing com água destilada a cada 6-8 horas para permeabilizar o interior do

cateter e eliminar as precipitações químicas das medicações (PETTIT; WYCKOFF, 2007,

p.49). Estudos apontam a prática de salinização utilizando solução fisiológica a 0,9% com

seringa de 10 ml antes e após infundir medicamento e soluções intravenosas (FREITAS;

RAPOSO; FINÓQUIO, 1999). Não há evidencia de que o uso da heparina diminui a

ocorrência de trombose e a obstrução do cateter em RNs, além do que seu emprego aumenta o

riso de sangramento e trombocitopenia (PAIVA, 2011, p. 30).

Embora o acesso venoso com PICC seja uma terapia frequentemente utilizada no

cotidiano das UTINs, alguns estudos apontam para seu tempo de permanência inferior ao

indicado para seu uso. Este fato está relacionado com sucessivas perdas do acesso e punções

recorrentes, causando danos ao tecido vascular e provocando complicações inerentes ao uso

do cateter e a falhas técnicas do procedimento (LIMA, 2009; CAMARGO, 2007).

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21 Revisão de Literatura o

2.3 COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO USO DO CATETER PICC

Por ser um procedimento invasivo, complicações associadas com o acesso por PICC

podem surgir ao longo da terapia intravenosa. Essas complicações podem ser classificadas

como locais, ou seja, circunscritas ao local de inserção do dispositivo, ou sistêmicas, quando

relacionadas ao sistema vascular. As complicações locais incluem obstrução do cateter,

flebite, infiltração, extravasamento, trombose, sangramento e mau funcionamento mecânico,

incluindo rupturas, tração, migração. Já as complicações sistêmicas incluem a infecção de

corrente sanguínea ou sepse (BOWDEN; GREENBERG, 2005, cap.116, p.648).

A complicação mais descrita relacionada ao uso do PICC em neonatos é a obstrução

do cateter. Esta é definida como a obstrução parcial ou total. A obstrução parcial ocorre

quando há resistência na infusão de solução, sendo causado pela formação de trombos ou

bainha de fibrina na ponta do cateter. A obstrução completa ocorre quando há ausência de

refluxo sanguíneo na aspiração e dificuldade de infusão de solução, sendo causada pela

formação de coágulos ou precipitação de medicamentos incompatíveis ou nutrição parenteral

(HERTZOG; WAYBILL, 2008). Outras causas menos freqüentes estão relacionadas ao mau

posicionamento do cateter ou por oclusões mecânicas por dobras ou compressão extrínseca do

lúmen (MONTES et al., 2011).

A flebite é uma das principais complicações locais relacionadas ao uso do PICC. É

uma irritação da veia, de origem química, mecânica ou infecciosa. Apresenta-se como uma

resposta inflamatória, caracterizada por sinais flogísticos no pertuito do cateter e por

hiperemia, edema e, por vezes, calor (PAIVA, 2011, p. 28).

Alguns autores classificam a flebite de acordo com sua etiologia. Segundo Smeltzer e

Bare (2009, cap. 14, p.295), "a flebite química pode ser causada por um medicamento ou

solução irritante (pH aumentado ou osmoralidade alta de uma solução), velocidades de

infusão rápidas e incompatibilidades medicamentosas". A flebite mecânica ocorre por trauma

vascular devido ao contato direto do cateter com a camada íntima da veia, sendo seu

desenvolvimento relacionado com o tipo de material do cateter. Já flebite infecciosa está

associada à contaminação bacteriana ou fúngica resultante da má técnica asséptica realizada

durante a inserção ou manutenção do cateter (HERTZOG; WAYBILL, 2008).

A infiltração é uma complicação decorrente do deslocamento do cateter no interior da

veia, ocorrendo administração involuntária de soluções não vesicantes nos tecidos adjacentes,

caracterizado pela não ocorrência de injúrias no local da lesão. Pode ser observada a presença

de edema, pele fria e tensa, fluxo sanguíneo ausente, infusão lenta e contínua. Já o

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22 Revisão de Literatura o

extravasamento ocorre com a administração involuntária de soluções vesicantes nos tecidos

adjacentes. A severidade da lesão está diretamente relacionada ao tipo, concentração e volume

do fluido infiltrado nos tecidos intersticiais. É caracterizada por eritema, calor, dor, edema,

pele fria, descoloração da pele, redução da mobilidade do membro e infusão lenta ou parada

(PAIVA, 2011, p. 49; VENDRAMIN, 2004; GOMES et al, 2011).

A presença do cateter pode causar trauma na túnica íntima da veia, ocasionando a

adesão de plaquetas e fibrina devido à ativação das vias intrínseca e extrínseca da cascata de

coagulação. Essa resposta gera um quadro de trombose venosa, sendo esta evidenciada pela

presença de edema de extremidades, face, pescoço e/ou ombros. O coágulo sanguíneo que se

forma em torno do cateter pode estender nas veias centrais em direção ao átrio direito e

raramente pode ser uma fonte de embolia pulmonar (HERTZOG; WAYBILL, 2008; PAIVA,

2011, p. 48).

Segundo Paiva (2011, p. 29), após a realização do procedimento é esperada a

ocorrência de 1 a 2 ml de sangramento nas primeiras 24 a 48 horas. O sangramento excessivo

caracteriza-se como complicação relacionada ao uso do PICC. O uso de introdutor de maior

calibre que o calibre do cateter e as coagulopatias justificam a ocorrência de sangramento

excessivo. Para prevenir a ocorrência de sangramento, antes da realização do procedimento, é

indispensável a verificação de exames laboratoriais do tipo hemograma, em especial a

contagem de plaqueta.

Dentre as complicações relacionadas ao mau funcionamento mecânico, uma de maior

destaque encontrada na literatura, é a ruptura do cateter. Os cateteres de calibre estreito,

sobretudo os confeccionados com silicone, podem romper-se quando manuseados

inadequadamente ou em decorrência do excesso de pressão no flush exercida pela utilização

de seringas menores que 10 ml (BAGGIO; BAZZI; BILIBIO, 2010). De acordo com Paiva

(2011, p. 28), a ruptura pode ocorrer no hub ou na extensão do cateter. O uso de solução

alcoólica pode ressecar e favorecer sua ruptura. Além disso, pressões exercidas durante o

procedimento de permeabilização do CCIP podem causar seu rompimento.

A tração do cateter é outra complicação que pode ocorrer com o uso desse dispositivo.

Essa complicação ocorre devido a movimentação excessiva do neonato, pela fixação

inadequada do cateter ocasionada pela não aderência do curativo na pele, presença de

sangramento no sitio de inserção do cateter ou por alterações da pressão intratorácica A tração

do dispositivo pode ocorrer, acidentalmente, durante a troca de curativo, ocasionando

migração da ponta do cateter para outro local, alojando-se em uma localização periférica e,

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23 Revisão de Literatura o

consequentemente, interferindo na terapia medicamentosa (PAIVA, 2011, p. 29; CAMARGO,

2007, p. 46).

As complicações sistêmicas relacionadas à terapia com uso do dispositivo PICC

incluem a infecção de corrente sanguínea associada ao cateter ou sepse. A infecção é um risco

inerente ao emprego de qualquer dispositivo de acesso vascular. Para Costa et al. (2012),

alguns fatores de risco podem ser associados, incluindo a prematuridade, peso baixo ao

nascer, inexperiência da equipe de enfermagem no cuidado diário ao cateter, múltiplas

manipulações, contaminação do canhão e longo tempo de permanência do dispositivo.

A infecção é evidenciada através de sinais de hiperemia e edema local, presença de

secreção purulenta, febre, leucocitose e hemoculturas positivas. Após a detecção destes sinais

é importante que o cateter seja retirado e sua ponta é encaminhada para a realização de exame

de cultura e confirmação ou não de microorganismos (VENDRAMIN, 2004).

Complicações graves, descritas na literatura, são relacionadas ao posicionamento

inadequado do cateter. O posicionamento inadequado do PICC possui como causas prováveis

a anatomia venosa, posicionamento inadequado do paciente ou a medida incorreta do trajeto

do cateter que pode ser prevenida com avaliação cuidadosa da passagem do mesmo. Este se

caracteriza por resistência do avanço e ausência de retorno de sangue. Já a dificuldade de

progressão do PICC é quando este encontra resistência no trajeto, causado por venoespasmo,

esclerose, encontro com válvulas, posição incorreta do cateter ou do paciente ou bifurcação

venosa (VENDRAMIN, 20042 apud MOTTA et al., 2011).

Dentre as complicações descritas, encontramos as arritmias cardíacas, tamponamento

cardíaco, derrame pericárdico, derrame pleural, pneumotórax, hidrotórax, dentre outras e,

inclusive, o óbito. Além disso, podem ocorrer também, perfuração e extravasamento em pelve

renal e irritação mecânica do cateter pelo íntimo contato com o endocárdio auricular ou

ventricular direito (MOTTA et al., 2011 apud VENDRAMIN, 2004). Pontas de cateteres

posicionadas em átrio direito ou sua migração para dentro do átrio direito são apontadas como

prováveis causas destas complicações (CAMARGO et al., 2008).

As arritmias cardíacas, atriais ou ventriculares, podem ser ocasionadas pela entrada do

cateter nas câmaras cardíacas devido ao mau posicionamento na inserção ou migração do

cateter para o átrio direito, podendo também, causa irritação do miocárdio. Seus sinais e

2 VENDRAMIN, P. Cateter central de inserção periférica (CCIP) em crianças. São Paulo, 2004. Disponível em:

<http://portal.samaritano.com.br/pt/interna.asp?page=1&idpagina=294>. Acesso em: 10 maio 2014.

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24 Revisão de Literatura o

sintomas são: ritmo cardíaco irregular, dispnéia e hipotensão (MOTTA et al., 2011; PETTIT;

WYCKOFF, 2007, p.37).

A perfuração do miocárdio, o derrame e o tamponamento cardíaco podem ocorrer a

qualquer momento a permanência do dispositivo. Tais complicações podem ser relacionadas

ao dano no miocárdio devido ao contato da ponta do cateter com o músculo cardíaco a cada

contração, ocasionando a formação de trombos devido a lesão constante ou a perfuração do

músculo cardíaco. As manifestações clínicas podem variar devido a severidade das lesões,

podendo incluir taquicardia ou bradicardia, hipotensão, arritmias, batimentos cardíacos

hipofonéticos, desconforto respiratório, palidez ou cianose (PETTIT; WYCKOFF, 2007,

p.38).

O derrame pleural, pneumotórax e o hidrotórax são complicações raras que ocorrem

devido à perfuração de uma veia central durante ou após a inserção do cateter, bloqueio do

ducto torácico pela presença de trombos ou pela ponta do cateter, erosão do vaso sanguíneo

devido ao contato com o cateter. As manifestações clínicas podem variar de acordo com o

tamanho do derrame, acúmulo de fluídos e grau do dano venoso. São caracterizadas pela

dificuldade respiratória com ausculta diminuída sobre o pulmão afetado, ausência de retorno

sanguíneo por aspiração do cateter (Op cit).

A equipe de enfermagem possui papel primordial no cuidado e manutenção do cateter,

desta forma algumas ações podem ser implementadas desde o momento em que se avaliam as

veias viáveis para o acesso e as condições clínicas do RN para ser submetido à inserção do

PICC até após a remoção desse dispositivo.

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25

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA

A presente pesquisa consiste em uma revisão sistemática de literatura científica, na

modalidade denominada revisão integrativa.

O desenvolvimento deste estudo consiste na possibilidade de propor subsídio para a

implementação de mudanças que promovam qualidade das condutas assistenciais de

enfermagem através de modelos de pesquisa. Admite a construção de considerável análise da

literatura, envolvendo discussões a cerca de métodos e resultados das publicações

(GANONG, 1987).

Para Campos (2005) a revisão sistemática da literatura foi definida como uma

compilação da produção científica sobre determinado tema em um dado momento, utilizando-

se um método reproduzível.

Segundo Atallah e Castro (1998) trata-se de uma metodologia reprodutível, evita

esforços duplicados dos pesquisadores, possibilita detecção de lacunas de conhecimento e a

rápida atualização, dada a inclusão de novos estudos publicados, além de auxiliar a tomada de

decisões políticas em saúde.

Dentre as modalidades de revisão sistemática, encontra- se a revisão integrativa. A

revisão integrativa é uma técnica de pesquisa, na qual estudos são reunidos e sintetizados, por

meio da análise dos resultados evidenciados nos estudos de muitos autores especializados.

Consiste na síntese dos resultados das pesquisas e das conclusões de especialistas sobre o

assunto, onde os estudos são analisados em relação aos seus objetivos, design e resultados,

possibilitando conclusões a respeito de um corpo de conhecimento (CAMPOS, 2005).

De acordo Barbosa (2007) a revisão integrativa da literatura é composta de seis etapas

distintas, compreendidas pelo estabelecimento do problema de revisão; pela seleção da

amostra; pela categorização dos estudos; pela análise dos resultados; pela apresentação e

discussão dos resultados; e por fim, pela apresentação da revisão.

3.1.1 Estabelecimento do Problema de Revisão

A formulação do problema corresponde a etapa de formulação de hipóteses ou

questionamentos para a revisão. O problema dever ser instituído de forma clara e específica,

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26 Metodologia o

assim como a hipótese de uma pesquisa primária. Nesse sentido, a elaboração da questão

norteadora da pesquisa deve estar associada a um raciocínio teórico e deve fundamentar-se em

definições já compreendidas pelo pesquisador (GANONG, 1987).

3.1.2 Seleção da Amostra

Nessa etapa são estabelecidos os critérios de inclusão e exclusão dos estudos, onde são

apresentadas as delimitações que apontam á seleção das pesquisas a serem revisadas. Para

Ganong (1987), a melhor amostra corresponde aquela que inclui todas as pesquisas

encontradas, ou a seleção randomizada das mesmas, e caso não haja possibilidade de realizar

um dos dois procedimentos, deve-se delimitar claramente os critérios de inclusão e exclusão

dos artigos.

A seleção dos estudos a serem incluídos na revisão integrativa é uma tarefa

importante, pois é um indicador crítico para avaliar o poder de generalização e confiabilidade

das conclusões (SILVEIRA, 2005).

3.1.3 Categorização dos Estudos

A etapa de categorização do estudo representa a essência da revisão integrativa. É

nessa fase que são definidas as características ou informações que serão coletadas das

pesquisas em processo de revisão (GANONG, 1987).

Nesta fase é essencial a utilização de um instrumento para avaliar a qualidade do

estudo, sendo este explicado e disponibilizado aos leitores para não comprometer a validade

dos resultados da revisão (COOPER, 1989).

3.1.4 Análise dos Resultados

O critério para a revisão integrativa abrange parâmetros minuciosos de análise, que

envolvem o uso de métodos para garantir o alcance dos objetivos; aplicar análise rigorosa;

examinar a teoria utilizada; estabelecer relações com os resultados, métodos, sujeitos e

atributos da pesquisa, visando apresentar ao leitor informações sobre os estudos revisados,

sem destacar apenas os resultados, de modo a maximizar as possíveis informações

(GANONG, 1987).

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27 Metodologia o

De acordo com Broome (2000), a estatística descritiva é usualmente utilizada para

prover uma perspectiva de qual é a abrangência da literatura na área.

3.1.5 Apresentação e Discussão dos Resultados

Consiste na comparação dos dados evidenciados nos artigos incluídos na revisão

integrativa com o conhecimento teórico. Nesta fase, o pesquisador poderá fazer sugestões

para a prática de enfermagem, discutir condições de impacto político ou prático, contestar

resultados em relação às teorias e fazer recomendações para futuros revisores (GANONG,

1987).

3.1.6 Apresentação da Revisão

Segundo Campos (2005), nesta etapa do procedimento metodológico deve-se ter

clareza na obtenção dos resultados, de modo completo para que o leitor possa fazer um exame

crítico dos achados.

A finalidade da revisão integrativa corresponde à síntese das evidencias reunidas em

pesquisas primárias ou originais (SILVEIRA, 2005).

3.2 LEVANTAMENTO DE DADOS

Para a desenvolvimento desta pesquisa foi realizado um levantamento bibliográfico,

baseado em obras secundárias, publicadas no período de 2004 a janeiro de 2014, que abordem

o tema em questão.

O levantamento bibliográfico foi realizado em ambiente virtual, por meio da

Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) como fontes principais, os bancos de dados Lilacs

(Literatura Latino-Americana em Ciências de Saúde) e Medline (Sistema Online de Busca e

Análise de Literatura Médica).

A busca foi realizada através do método “por palavras”, sendo utilizados os seguintes

descritores do DeCS (Descritores em Ciências da Saúde): “cateterismo venoso central”,

“recém-nascido”, “enfermagem neonatal”, “unidade de terapia intensiva neonatal”. Foram

realizados três cruzamentos dos descritores utilizados de forma conjunta, sendo obtido um

total de 332 artigos na BVS.

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28 Metodologia o

Tabela 1: Estratégia de busca por descritores realizada na base de dados BVS. Rio de Janeiro (RJ), 2014.

Termo de busca Operador

booleano

Artigos

encontrados

Artigos

Selecionados

Cateterismo venoso central

Recém-nascido

Enfermagem Neonatal

AND

AND

AND

78

13

Cateterismo venoso central

Recém-nascido Unidade de terapia intensiva

neonatal

AND

AND

AND

205

9

Enfermagem

Cateterismo venoso central/efeitos adversos

Recém-nascido

AND

AND AND

AND

39

1

TOTAL 322 23

Posteriormente, foi realizada uma busca livre na BVS utilizando como termos, as

palavras “complicações”, “cateterismo venoso central”, “recém-nascido” e “enfermagem

neonatal”. Nesta etapa foram realizados dois cruzamentos de forma conjunta, sendo obtido

um total de 62 artigos na BVS.

Tabela 2: Estratégia de busca por palavras, realizada na base de dados BVS. Rio de Janeiro (RJ), 2014.

Termo de busca Operador booleano Artigos encontrados Artigos

Selecionados

Complicações

Cateterismo venoso central

Recém-nascido

AND

AND

AND

56

5

Complicações

Cateterismo venoso central

Enfermagem neonatal

AND

AND

AND

8

4

TOTAL 62 9

3.3 ANÁLISE DOS DADOS

Como critérios de inclusão na pesquisa, serão selecionados estudos que demonstrem

semelhanças com o tema de forma integral e singular, tendo como cenário UTINs nacionais,

estudos que abordem as taxas de complicações do PICC, textos completos e publicados até

janeiro de 2014. Serão excluídos da pesquisa estudos que somente abordem os cateteres

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29 Metodologia o

venosos centrais, estudos que se repetem, estudos internacionais, estudos bibliográficos e os

que somente se apresentavam em forma de resumo. O levantamento das obras foi realizado no

mês de fevereiro de 2014.

Figura 1: Fluxograma de seleção dos artigos. Rio de Janeiro (RJ), 2014.

Para seleção inicial, avaliou-se o título e o resumo, de modo a confirmar se

contemplavam a questão de pesquisa, sendo selecionados 32 artigos ao final desta etapa. Após

seleção inicial das publicações, foi realizada leitura na integra de modo a confirmar se os

estudos atendiam aos critérios de inclusão e exclusão estabelecidos. Após a análise dos dados

11 artigos foram selecionados para a realização da pesquisa.

3.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Para a coleta de dados dos artigos selecionados na pesquisa, foi elaborado um

instrumento no formato de tabela (Apêndice A).

352 artigos com ausência em relação ao tema e estudos

internacionais

21 ARTIGOS EXCLUÍDOS

- 8 artigos se repetem

- 2 artigos não apresentam

texto completo

- 1 artigo em forma de revisão

bibliográfica

- 10 artigos não abordam o PICC

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30 Metodologia o

O instrumento é constituído por três partes. A primeira parte do instrumento aborda a

identificação dos artigos e contempla os seguintes itens: Base de Dados, Ano de Publicação

do artigo, nome do artigo, nome dos autores e tipo de estudo. A segunda parte aborda a

caracterização dos recém-nascidos quanto ao sexo, peso ao nascer e idade gestacional. Já a

terceira parte aborda a caracterização e as variáveis de remoção do PICC, quanto ao tipo de

cateter, tempo de permanência, indicação de remoção e as taxas de complicações.

3.5 ASPECTOS ÉTICOS

Por tratar-se de uma revisão integrativa da literatura, não foi necessário submeter o

projeto de pesquisa ao Comitê Ético de Pesquisa (CEP), pois a mesma utiliza como dados as

informações encontradas na literatura científica acerca do tema proposto, não havendo, desta

forma, envolvimento com seres humanos.

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM … Mariana Ribeiro... · “recém-nascido”, “enfermagem neonatal” e “unidade de terapia intensiva neonatal”. Após

31

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A presente revisão integrativa objetivou conhecer e descrever a prevalência das

complicações relacionadas ao cateter central de inserção periférica, assim como descrever o

perfil dos recém-nascidos submetidos ao procedimento de inserção do dispositivo. O PICC é

considerado, por muitos autores, um dispositivo de acesso vascular seguro (CARLSON, 1999;

VENDRAMIN, 2005; SECOLI; 2006). A ocorrência de complicações relacionadas ao seu uso

pode acarretar prejuízos à terapia, tais como a não infusão de medicamento e limitação do

local para outras punções, além de comprometer a segurança do paciente, ampliando o tempo

de hospitalização e custos do tratamento.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS ESTUDOS

A amostra da pesquisa foi composta de 11 estudos conforme seleção a partir dos

critérios de inclusão e exclusão propostos.

O quadro (1) descreve a relação dos estudos selecionados quanto ao ano de estudo,

ano de publicação/base de dados, tipo de estudo, nome do artigo e primeiro autor.

Na tabela (3), em relação à caracterização dos estudos de acordo com o desenho

metodológico, considerando-se os 11 estudos analisados, obtiveram-se 03 coortes

prospectivas e 08 estudos descritivos. Todos os estudos são de abordagem quantitativa,

atendendo aos critérios de inclusão.

Na prática baseada em evidências, os níveis de evidência dos estudos são

caracterizados de forma hierárquica, dependendo do delineamento de pesquisa, ou seja, da

abordagem metodológica adotada para o desenvolvimento do estudo.

Para Melnyk (2005) a qualidade das evidências é classificada em sete níveis. No nível

1, revisão sistemática ou metanálise de todos relevantes ensaios clínicos randomizados

controlados ou oriundas de diretrizes clínicas baseadas em revisões sistemáticas de ensaios

clínicos randomizados controlados; nível 2, pelo menos um ensaio clínico randomizado

controlado bem delineado; nível 3, ensaios clínicos bem delineados sem randomização; nível

4, estudos de coorte e de caso-controle bem delineados; nível 5, revisão sistemática de estudos

descritivos e qualitativos; nível 6, único estudo descritivo ou qualitativo; nível 7, evidências

oriundas de opinião de autoridades e/ou relatório de comitês de especialistas.

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM … Mariana Ribeiro... · “recém-nascido”, “enfermagem neonatal” e “unidade de terapia intensiva neonatal”. Após

32 Resultados e Discussão o

Quadro 1: Distribuição dos artigos segundo ano de estudo, ano de publicação, base de dados, tipo de estudo,

nome do artigo e primeiro autor. Rio de Janeiro (RJ), 2014.

De acordo com a classificação da qualidade das evidências estudos de caráter

descritivo apresentam nível 05, sendo de menor evidência científica quando comparados aos

estudos de coorte, pois estes apresentam nível 04. Segundo Galvão (2006) o conhecimento

destas classificações proporciona subsídios para auxiliar o enfermeiro na avaliação crítica de

resultados provenientes de pesquisas e, consequentemente, na tomada de decisão sobre a

incorporação das evidências à prática clínica.

TABELA 3: Caracterização dos estudos quanto ao desenho metodológico. Rio de Janeiro (RJ), 2014.

ARTIGO ANO DO

ESTUDO

PUBLICAÇÃO/

BASE DE

DADOS

TIPO DE

ESTUDO

NOME

DO ARTIGO

PRIMEIRO

AUTOR

Estudo 1 2002-

2003

2007

SCIELO

Descritivo

Exploratório

Cateter Venoso de Inserção periférica:

Análise do uso em recém-nascidos de uma

unidade pública neonatal de Fortaleza

CÂMARA, S.

Estudo 2 2004-

2006

2008 Descritivo

retrospectivo

Avaliação da implantação do cateter central

de inserção periférica

ALMEIDA, A.

Estudo 3 2007 2010 MEDLINE

Descritiva retrospectiva

Eventos adversos relacionados ao uso de cateteres venosos centrais em recém-

nascidos

FRANCESCH

I, A.

Estudo 4 2006-

2008

2010

LILACS

MEDLINE

Descritivo

retrospectivo

Cateter central de inserção periférica:

descrição da utilização em UTI Neonatal e

Pediátrica

BAGGIO, M.

Estudo 5 2004-

2007

2011

LILACS

Descritivo

retrospectivo

O uso do cateter epicutâneo na clientela

neonatal de um hospital público estadual

REIS, A.

Estudo 6 2009 2011

LILACS

MEDLINE

Descritivo

exploratório

Práticas de manejo do cateter central de

inserção periférica em uma unidade neonatal

DOREA, E.

Estudo 7 2008-

2009

2011

SCIELO

Descritivo

retrospectivo

Ocorrência de complicações relacionadas ao

uso do Cateter Central de Inserção Periférica

em Recém-Nascidos

MONTES, S.

Estudo 8 2010 2012

LILACS

MEDLINE

Descritivo

Transversal

Prevalência e motivos de remoção não

eletiva do cateter central de inserção

periférica em neonatos

COSTA, P.

Estudo 9 2009 2012 LILACS

Coorte prospectiva

Efeitos adversos relacionados ao processo do cateterismo venoso central em UTI neonatal

e UTI pediátrica

GOMES, A.

Estudo 10 2010-

2011

2013

LILACS

Coorte

prospectiva

Complicações relacionadas ao tipo de cateter

epicutâneo em uma coorte de neonatos

DOREA, E.

Estudo 11 2010-

2011

2013

LILACS

Coorte

prospectiva

Causas de remoção não eletiva do cateter

epicutâneo em neonatos

DOREA, E.

Desenho Metodológico Número de Estudos (%)

Coorte 03 (27,2%)

Descritivo 07 (63,7%)

Transversal

Total:

01 (9,1%)

11 (100,0%)

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM … Mariana Ribeiro... · “recém-nascido”, “enfermagem neonatal” e “unidade de terapia intensiva neonatal”. Após

33 Resultados e Discussão o

Pode se observar, em relação ao período de publicação dos estudos, que 04 artigos

(36,4%) foram publicados entre os anos de 2007 a 2010, sendo 01 estudo em 2007, 01 estudo

em 2008 e 02 estudos em 2010 e, que 07 artigos (63,6%) foram publicados entre os anos de

2011 a 2013, sendo 03 estudos em 2011, 02 estudos em 2012 e 02 estudos em 2013. Estes

dados demonstram que a preocupação está aumentando em relação ao uso do PICC e ao

conhecimento das complicações decorrentes ao seu uso. As pesquisas na área da enfermagem

se encontram em um ritmo constante, porém ainda são poucos os estudos publicados

retratando as complicações acerca do PICC na área de enfermagem neonatal no Brasil.

Ao realizar a análise do local de desenvolvimento da pesquisa, objetiva-se verificar

quais as regiões do país em que os estudos são mais frequentemente desenvolvidos, bem

como quais regiões desenvolvem menos pesquisas.

Por meio destes dados, verifica-se um maior desenvolvimento científico na região

Sudeste (72,7%), seguida da região Sul (18,2%), e região Nordeste (9,1%), o que reforça os

dados demonstrados na Tabela (4), pois os estudos, em sua maioria, foram realizados nas

cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. A região sudeste representa o maior polo econômico

do Brasil, sendo a região que possui as grandes universidades voltadas à pesquisa do país.

TABELA 4: Frequência e porcentagem de estudos, segundo o local de desenvolvimento do estudo. Rio de

Janeiro (RJ), 2014.

LOCAL DO ESTUDO n %

Sudeste 08 72,7%

Sul 02 18,2%

Nordeste 01 9,1%

TOTAL 11 100,0

Para Silveira (2005) esse desenvolvimento concentrado em algumas regiões pode

inviabilizar a utilização de resultados de pesquisa dentro do próprio território nacional. A

autora ressalta que o Brasil apresenta uma grande diversidade socioeconômica e cultural entre

suas regiões, fazendo com que a aplicação dos resultados de pesquisas provenientes de

centros mais desenvolvidos economicamente, fique comprometida em regiões menos

favorecidas e vice-versa, devido aos recursos tecnológicos e a formação profissional existente.

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM … Mariana Ribeiro... · “recém-nascido”, “enfermagem neonatal” e “unidade de terapia intensiva neonatal”. Após

34 Resultados e Discussão o

4.2 CARACTERIZAÇÃO DOS RECÉM-NASCIDOS

Recém-nascido é a criança com idade entre 0 e 28 dias de vida. Os neonatos

prematuros, principalmente os prematuros extremos, constituem o grupo majoritário entre os

pacientes internados em UTIN. Sua internação ocorre após o nascimento e estende-se, além

do período neonatal (TAMEZ, 2009).

Estes recém-nascidos de alto risco geralmente demandam de tratamentos

medicamentos prolongados, infundidos intravenosamente, tornando-se necessária a inserção

de cateteres venosos. Neste contexto, o dispositivo PICC propicia o atendimento das

demandas terapêuticas destes neonatos criticamente doentes (HOANG et al, 2008).

Quadro 2: Caracterização dos recém-nascidos. Rio de Janeiro (RJ), 2014.

ARTIGOS SEXO PESO AO NASCER IDADE GESTACIONAL

Estudo 1 Feminino – 42,34%

Masculino – 57,66%

<1000g: 13,5%

1000g-2000g: 28,8%

2000g-3000g: 21,15%

>3000g: 5,7%

<30sem: 5,7%

30-35sem: 40,4%

>35 sem: 21,15%

Estudo 2 Feminino – 52%

Masculino – 48%

Menor peso: 700g Não evidenciado

Estudo 3 Feminino – 46,1%

Masculino – 53,9%

Média: 1993g Média: 33,6s

Estudo 4 Feminino – 40%

Masculino – 60%

Menor peso: 652g Prematuros 43,2%

Estudo 5 Feminino – não informado

Masculino - não informado

AIG: 60,7%

PIG: 19,9%

GIG: 6,3%

Prematuros: 71,7%

Estudo 6 Feminino – 26,7%

Masculino – 73,3%

<1000g: 4,4%

1000g-1500g: 35,5%

>1500g: 22,3%

>2000g: 37,8%

<30sem: 37,8%

30-35sem: 35,5%

>35 sem: 26,7%

Estudo 7 Feminino – 50%

Masculino – 50%

Mín: 715g

Máx: 2826g

Média: 1639g

Mín: 35

Máx: 40

Média: 31,9 sem

Estudo 8 Feminino – 33,5%

Masculino – 65,5%

AIG: 88,1%

Média: 1777,3

Pré-termo: 95,2%

Média: 33,3 sem

Estudo 9 Feminino – 34%

Masculino – 48%

Não evidenciado Não evidenciado

Estudo 10 Feminino – 38,9%

Masculino – 61,1%

Mín: 550g

Máx: 3860g

Média: 2276g

Mín: 22,6

Máx: 46,3

Média: 34,4 sem.

Estudo 11 Feminino – 38,8%

Masculino – 61,2%

AIG: 83,4%

Média: 1882,9g

Média: 34,1 sem.

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35 Resultados e Discussão o

Com relação aos recém-nascidos submetidos aos procedimentos de inserção do PICC,

dos 11 estudos selecionados, pode-se evidenciar que a maioria dos neonatos que fizeram uso

do dispositivo foram os do sexo masculino, variando de 48% a 73,3%, já os neonatos do sexo

feminino variaram de 26,7% a 52% nos estudos observados.

Dentre os estudos selecionados, foram observadas as médias da idade gestacional e

peso ao nascer. A IG teve variação de 31,9 a 34,4 semanas e o peso variou de 1.639 a 2.276 g.

Diante das informações, caracterizou-se uma população de neonatos do sexo masculino,

prematuros e de baixo peso, porém adequados para a idade gestacional.

TABELA 5: Caracterização dos neonatos. Rio de Janeiro (RJ), 2014.

Estes achados corroboram com outros estudos que apontam as mesmas características.

Em um estudo chinês realizado por Liu (2009) no Hospital Universitário de Pequim, com 104

recém-nascidos, foi evidenciado que 52% dos neonatos eram do sexo masculino, com média

de idade gestacional de 30,50 semanas e peso ao nascer de 1.344 gramas.

Em um estudo prospectivo, realizado por Barría e Santander (2006), que avaliou a

implantação de 46 PICCs em 40 neonatos de UTIN de um Hospital de Valdívia (Chile), a

média da idade gestacional foi de 30,4 semanas e o peso de 1.465 gramas.

4.3 INDICAÇÃO DE REMOÇÃO DO CATETER

De acordo com a Infusion Nurses Society Brasil (2008), a indicação de remoção do

PICC ocorre por prescrição médica e seu protocolo de remoção deve ser estabelecido em

rotinas de cada instituição, devendo ser determinada pelas condições do paciente e

diagnóstico, tipo e duração da terapia intravenosa administrada, presença de infecção ou

processo inflamatório, além do posicionamento da ponta do cateter.

Perfil dos neonatos Menor prevalência Maior prevalência

Sexo

Feminino 26,7% 52%

Masculino 48% 73,3%

IG ao nascer

Média 31,9 semanas 34,4 semanas

Peso ao nascer

Média 1639 gramas 2276 gramas

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36 Resultados e Discussão o

Na prática assistencial cabe ao enfermeiro, habilitado no manejo do PICC, estar atento

às potenciais complicações em sua remoção e estar preparado para iniciar as medidas

necessárias. O PICC poderá ser mantido até o término da terapia, não havendo quaisquer

indícios de complicação (PAIVA, 2011).

Gráfico 1: Relação entre a indicação de remoção do PICC e os estudos analisados. Rio de Janeiro (RJ), 2014.

O gráfico (1), em ordem quanto ao ano de publicação, mostra a relação entre a

indicação de remoção do PICC, sendo esta eletiva ou não eletiva. Dentre os estudos

analisados, a taxa de remoção eletiva, representada pelo término da terapia, variou de 27,3% a

67,5%. Já a taxa de remoção não eletiva, representada pelas complicações relacionadas ao uso

PICC, variou de 32,5% a 72,7% nos estudos observados.

No gráfico (2) a indicação de remoção do PICC foi relacionada ao ano de realização

da pesquisa, diferenciando-se quanto ao ano de publicação. Podemos observar que os estudos

efetuados entre 2003 e 2008 apresentaram, em sua maioria, maior prevalência de

complicações relacionadas ao PICC.

Três estudos foram realizados em 2009, um deles apresenta a maior taxa de

complicação dos estudos analisados e os outros dois apresentam taxa de remoção eletiva

superior às de remoção não eletiva,. Os estudos realizados entre 2010 e 2011 apresentam taxa

de remoção eletiva superior à remoção não eletiva. Foi observado aumento da taxa de

remoção eletiva e redução das complicações nos estudos realizados a partir de 2009.

48%

36%

52,3% 52%

42%

67,5%

27,3%

60,7%

54,2%

61,5% 60,9%

52%

64%

47,7% 48%

57%

32,6%

72,7%

39,3%

45,8%

38,5% 39,1%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

PR

EV

AL

EN

CIA

DE

RE

MO

ÇÃ

O

ESTUDOS

INDICAÇÃO DE REMOÇÃO

ELETIVA NÃO ELETIVA

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM … Mariana Ribeiro... · “recém-nascido”, “enfermagem neonatal” e “unidade de terapia intensiva neonatal”. Após

37 Resultados e Discussão o

Gráfico 2: Relação entre a indicação de remoção eletiva e não eletiva do PICC e o ano da pesquisa. Rio

de Janeiro (RJ), 2014.

Um estudo brasileiro realizado em 2002 por Lourenço (2003), avaliando 135 cateteres

PICC demostrou uma prevalência de complicações mecânicas e infecciosas de 62,2%. Este

dado contribui para o achado no Gráfico (2), onde se pode observar uma relação inversamente

proporcional quanto à taxa de remoção não eletiva e ao ano de realização do estudo. Estudos

realizados nos últimos 5 anos apresentam menores taxas de remoção não eletivas, sendo os

dados similares aos encontrados em estudos internacionais. Um estudo de coorte, realizado

por Hoang (2008), com 447 neonatos que objetivou comparar as taxas de complicações

relacionadas ao PICC inseridos em membros superiores e inferiores para infusão de nutrição

parenteral apresentou taxa de complicações de 30,7%. O estudo chinês de Liu (2009), com

104 recém-nascidos, apresentou uma taxa de complicação foi de 31,73%, sendo minimizadas

com intervenção, não havendo necessidade de remoção. Ao final do estudo 87,5% dos PICCs

foram removidos eletivamente após a conclusão da terapia e apenas 12,5% dos casos foram

remoções não eletivas.

O aumento da utilização do PICC em neonatos implica em manter os profissionais de

saúde constantemente atualizados e treinados, principalmente quanto à manutenção e retirada

do mesmo, com o objetivo de prolongar a permanência do dispositivo em boas condições de

uso sem ocasionar complicações ao neonato. A redução das complicações pode estar

associada ao maior conhecimento e capacitação pela equipe de enfermagem.

Segundo Paschoal (2004), a educação é um dos pilares na formação dos profissionais

de saúde, principalmente de enfermagem, devido às complexas mudanças no cuidar. A

inserção contínua de novas tecnologias na área da saúde propicia lacunas no conhecimento

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

2003 2006 2007 2007 2008 2009 2009 2009 2010 2011 2011

ANO DO ESTUDO

INDICAÇÃO X ANO DO ESTUDO

ELETIVA NÃO ELETIVA

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM … Mariana Ribeiro... · “recém-nascido”, “enfermagem neonatal” e “unidade de terapia intensiva neonatal”. Após

38 Resultados e Discussão o

dos profissionais, que necessitam atualizar-se constantemente. A educação permanente

engloba a educação continuada e em serviço, na qual as ações educativas são realizadas no

processo de trabalho. A educação em serviço na enfermagem engloba o cuidar, o gerenciar e o

educar, refletindo-se no processo de trabalho a fim de transformá-lo e adequá-lo à realidade

local.

O levantamento das complicações relacionadas ao PICC minimiza práticas errôneas e

visa à qualidade do cuidado prestado. Diversas formas educativas são utilizadas para atualizar

os profissionais e minimizar as complicações decorrentes da inserção, manipulação e retirada

do PICC. A criação e instituição de protocolos e/ou diretrizes clínicas no serviço são

importantes para garantir a qualidade da assistência (CAMARGO, 2007).

Gráfico 3: Tempo de Permanência do Cateter Central de Inserção Periférica. Rio de Janeiro (RJ), 2014.

O gráfico (3) destaca a média de permanência do dispositivo variando de 7,7 dias a

14,5 dias entre os 08 estudos que abordaram o tempo de permanência do cateter.

O presente achado é semelhante ao estudo de Paulson e Miller (2008) realizado com

164 pacientes, avaliando 185 PICCs, onde se obteve um tempo médio de permanência de 12,2

dias. Porém é bastante inferior ao encontrado no estudo de Liu (2009) onde o tempo médio de

permanência do PICC foi de 22,3 dias.

De acordo com Pettit (2007), a incidência de complicações associadas ao uso do PICC

são baixas, sendo a maioria dos cateteres removidos eletivamente na conclusão da terapia.

Apesar dos muitos benefícios, durante a utilização do cateter a ocorrência de complicações

pode acarretar prejuízos à terapia e comprometer a segurança do paciente, ampliando o tempo

de hospitalização e os custos do tratamento.

14 dias

12,6 dias

14,5 dias

7,7 dias

9,42 dias

8,8 dias

12 dias

12 dias

MÉDIA DO TEMPO DE PERMANÊNCIA

Estudo 1

Estudo 2

estudo 4

estudo 5

estudo 6

Estudo 7

Estudo 8

Estudo 9

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM … Mariana Ribeiro... · “recém-nascido”, “enfermagem neonatal” e “unidade de terapia intensiva neonatal”. Após

39 Resultados e Discussão o

Estudos internacionais apontam que diferentes tipos de cateter influenciam no tempo

de permanência e na indicação de remoção por complicação. Entretanto, observa-se que

poucos foram os estudos que compararam a incidência de complicações entre os diferentes

tipos de cateteres instalados em neonatos. A maioria dos estudos relata taxas de complicações

relacionadas ao uso do dispositivo independente do tipo do cateter. Somente 04 estudos

abordaram os tipos de cateteres, sendo o cateter de monolúmen de silicone o mais utilizado

comparado ao cateter duplolúmen de poliuretano.

TABELA 6: Relação dos estudos quanto ao tipo de cateteres instalados. Rio de Janeiro (RJ), 2014.

ESTUDO MONOLÚMEN DE

SILICONE

DUPLOLÚMEN DE

POLIURETANO

Estudo 6 60% 40%

Estudo 8 94% 1,2%

Estudo 10 70% 30%

Estudo 11 70,3% 29,7%

Tsai e cols (2011) realizaram uma coorte retrospectiva em uma UTIN de Taiwan onde

compararam a incidência de complicações entre dois tipos de cateteres de silicone,

denominados de PICC antigo e PICC novo, porém diferenciavam-se pelo tipo de introdutor.

A incidência de remoção por complicações no grupo de cateteres antigos foi de 32,4% e no

grupo de novos cateteres foi de 40,0%, sendo a conclusão dos autores que diferentes tipos de

cateteres influenciam na taxa de complicações.

Costa e cols (2014) realizaram um estudo cujo objetivo era comparar a incidência de

remoção não eletiva em cateteres monolúmen de silicone e duplolúmen de poliuretano. Os

resultados sugerem uma incidência de remoção não eletiva 2,6 vezes maior entre os cateteres

de poliuretano comparados aos de silicone. No entanto, o cateter de poliuretano apresentou

um tempo de permanência significativamente maior por quase duas semanas.

No Brasil ainda existem poucos estudos que abordem os tipos de cateteres PICC

encontrados no mercado e, principalmente, há uma escassez de estudos que avaliem

comparativamente os tipos de dispositivos.

4.4 COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO USO DO PICC

Devido ao seu método invasivo, complicações associadas ao uso do PICC podem

surgir ao longo da terapia intravenosa. Essas complicações podem ser classificadas como

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM … Mariana Ribeiro... · “recém-nascido”, “enfermagem neonatal” e “unidade de terapia intensiva neonatal”. Após

40 Resultados e Discussão o

locais, ou seja, circunscritas ao local de inserção do dispositivo, ou sistêmicas, quando

relacionadas ao sistema vascular.

Uma redução na incidência de complicações foi observada quando os procedimentos

para a inserção e os cuidados com o cateter foram padronizados e os enfermeiros tornaram-se

mais experientes com relação a inserção e a manutenção dos cateteres (Rourke, Higgins ,

1998; Sherrod et al., 2005).

Gráfico 4: Relação entre a menor e maior prevalência de complicações relacionadas ao PICC. Rio de janeiro

(RJ), 2014.

Problemas mecânicos, incluindo a obstrução, ruptura, extravazamento e migração,

juntamente com a infecção foram as complicações mais comuns identificadas. Tais

complicações podem estar relacionadas com a técnica de inserção, cuidados de rotina e

procedimentos de manutenção ou problemas específicos do paciente (PETTIT, 2002).

4.4.1 Complicações Locais

As complicações locais incluem obstrução do cateter, infiltração, flebite,

extravasamento, trombose e problemas mecânicos, tais como, rupturas, tração, migração e

mau posicionamento.

A obstrução relacionada ao PICC é uma das complicações pós-inserção mais comuns

relatadas na literatura. A obstrução pode ser causada por uma variedade de fatores, sendo as

causas mais comuns a manutenção ineficaz do cateter, precipitação de drogas, administração

Migração ; 0,96-

48%

Infecção; 3,6-

37,1%

Obstrução; 9,6 -

30,9%

Ruptura; 7,4-

23,1%

Exteriorização;

2,3-22,3%

Extravasamento;

1,2-18%

Tração; 1,2-13,9%

Edema; 5-9,6%

Flebite; 0-4,2%

Infiltração; 0-5,1%

Sindrome de veia

cava superior; 0-

2%

Exsudato;

0-2% Trombose; 0-

1,90%

Falso trajeto; 0-

1,80% Má perfusão; 0-

1,40%

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM … Mariana Ribeiro... · “recém-nascido”, “enfermagem neonatal” e “unidade de terapia intensiva neonatal”. Após

41 Resultados e Discussão o

de drogas incompatíveis, estado de hipercoagulabilidade do paciente, acumulação gradual de

fibrina no lúmen, mal posicionamento (BAIOCCO, 2013).

Segundo Jesus e Secoli (2007), a obstrução também encontra-se associada a poucas

lavagens do cateter, ao fluxo de sangue retrógrado e à coleta frequente de sangue pelo

dispositivo, fatores que, somados ao pequeno diâmetro interno e comprimento longo,

contribuem para a ocorrência de tal evento.

Gráfico 5: Taxa de obstrução relacionada ao uso do PICC. Rio de Janeiro (RJ), 2014.

A obstrução foi a complicação mais prevalente encontrada nos estudos. Sua

prevalência variou de 9,6 a 30,9%. A menor taxa de obstrução foi encontrada no Estudo 1,

realizado em Fortaleza (2007) com 52 recém-nascidos, onde apresenta taxa de remoção não

eletiva de 52%, sendo a taxa de obstrução de 9,6%. A maior taxa foi encontrada no Estudo 7,

realizado em Minas Gerais (2011) com 41 recém-nascidos e 55 PICCs, onde apresenta taxa de

remoção não eletiva de 72,7%, sendo a taxa de obstrução de 30,9%.

Um estudo semelhante realizado por Chathas em 1986, relatou uma taxa de obstrução

de 23% em 41 pacientes neonatais com 56 PICCs, o que representa uma diferença

significativa se comparado o ano de realização dos estudos.

No estudo de Paulson e Miller (2008), dos 159 cateteres PICCs avaliados apenas 07

(4,4%) apresentaram a obstrução como complicação.

A etiologia determina o curso das intervenções para desobstrução do cateter.

Imediatamente após a inserção do cateter, é importante a realização de uma radiografia de

tórax para determinar a localização do PICC, podendo o reposicionamento ser necessário caso

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

TAXA DE OBSTRUÇÃO

OBSTRUÇÃO

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM … Mariana Ribeiro... · “recém-nascido”, “enfermagem neonatal” e “unidade de terapia intensiva neonatal”. Após

42 Resultados e Discussão o

o cateter se apresente contra a parede do vaso. A obstrução pode ser removida através de

agentes que retornam o precipitado em solução criando um equilíbrio de pH favorável, sendo

o ativador plasminogênio tecidual (tPA) mais utilizado pela maioria dos relatórios. Não há

evidência de que o uso da heparina diminui a ocorrência de obstrução, além do que seu uso

aumenta o risco de sangramento e trombocitopenia (GORSKI, 2004; SHAH, 2008). A

manutenção da permeabilidade pode ser feita com a lavagem apropriada do cateter. Estudos

apontam a prática de salinização utilizando solução fisiológica a 0,9% com seringa de 10 ml

antes e após infundir medicamento e soluções intravenosas (FREITAS; RAPOSO;

FINÓQUIO, 1999).

A ruptura do cateter pode ocorrer devido a sua manipulação inadequada. Esse

dispositivo requer cuidados especiais, como a utilização de seringas igual ou maiores que 10

ml para a lavagem, pois não suportam a pressão causada por seringas menores, podendo

ocasionar o rompimento.

Gráfico 6: Taxa de ruptura relacionada ao uso do PICC. Rio de Janeiro (RJ), 2014.

A ruptura esteve presente em 10 dos 11 estudos observados. Sua prevalência variou de

7,4% a 23,1%. A menor taxa de ruptura foi observada no Estudo 9, realizado no Rio de

Janeiro (2012) com 56 RNs, apresentando como remoção não eletiva 45,8%, sendo a ruptura

presente em 7,4% dos casos. A maior taxa foi observada nos Estudos 10 e 11, ambos

realizados em São Paulo (2013) com 270 e 266 PICCs, respectivamente, apresentando 23,1%

de remoção por ruptura do cateter.

No estudo 10, Paiva (2011) analisou 270 cateteres com o objetivo de analisar a

ocorrência de complicações em comparação ao tipo de cateter. Foram comparados dois tipos

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

TAXA DE RUPTURA

RUPTURA

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM … Mariana Ribeiro... · “recém-nascido”, “enfermagem neonatal” e “unidade de terapia intensiva neonatal”. Após

43 Resultados e Discussão o

de cateter, sendo estes o monolúmen de silicone, apresentando taxa de ruptura de 10,5%, e os

cateteres de duplolúmen, onde a taxa foi de 4,9%, sendo a ocrrência total de ruptura de 23,1%.

O estudo realizado por Walshe (2002) analisou as complicações de 351 PICCs, sendo

evidenciado ruptura em 21 cateteres, o que representa uma taxa de ruptura de 6%.

A resistência do cateter está diretamente relacionada ao tamanho e ao tipo de materal

do dispositivo. As características de flexibilidade e maleabilidade do silicone tornam o cateter

mais vulnerável a danos em áreas de fraqueza e movimento, sendo a incidencia de 0% a 5,9%.

Já os cateteres de poliuretano são mais resistentes que os cateteres de silicone, no entanto,

uma manipulação e cuidados inadequados podem danificar os dois tipos de cateteres

(PETTIT, 2003).

Segundo a Infusion Nursing Society (2011), as estratégias de prevenção da ruptura

incluem uma aderência adequada do curativo, mantendo limpo e seco o local de inserção do

dispositivo. Não realizar manobras de flush se observar resistência à infusão, remover o

cateter com delicadeza segurando-o próximo ao sítio de inserção, não pelo seu canhão.

Migração do cateter é o movimento não intencional de um cateter dentro do corpo.

Alguns fatores de risco podem estar associados à migração do cateter, sendo eles sangramento

ou drenagem no local de inserção; curativos inseguros ou instáveis que permitam a

espontânea movimentação do cateter; ventilação de alta frequência, devido a vibração

repetitiva em curso, além de vómitos, espirros e tosse (PETTIT, 2003).

Gráfico 7: Taxa de migração relacionada ao uso do PICC. Rio de Janeiro (RJ), 2014.

A migração foi descrita em apenas 04 estudos desta pesquisa, apresentando uma taxa

entre 0,96% a 48%. A menor taxa foi observada no estudo 11, realizada em São Paulo (2013)

através da análise de 270 cateteres PICC, apresentando 0,96% de migração. A maior taxa foi

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

Estudo 4 Estudo 5 Estudo 11 Estudo 12

TAXA DE MIGRAÇÃO

MIGRAÇÃO

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44 Resultados e Discussão o

observada no estudo 05, realizado por Reis (2011), com 239 cateteres PICC onde apresentou

uma taxa de 48%. No mesmo estudo observou-se que 86 cateteres não obtiveram informações

sobre indicação de remoção ou ocorrência de complicação.

Paulson e Miller (2008) através de um estudo prospectivo, analisaram 185 cateteres

inseridos em 164 neonatos, encontrando uma incidência de 2,5% de ocorrência de migração

da ponta em cateteres com ponta posicionada centralmente.

A ocorrência de migração pode ser identificada através do acompanhamento do

posicionamento da ponta do cateter por radiografias, além da avaliação da marcação do

comprimento do cateter (PETTIT, 2003). O posicionamento do cateter pode mudar durante

toda sua permanência e ocorrer sem a observação de nenhum sintoma. Devido essa razão,

alguns autores sugerem a realização de radiografias de rotina, porém essa prática não

apresenta evidência de eficácia (DURLING, 2001; NOWLEN, 2002).

A migração pode levar a ocorrência de deslocamento do dispositivo, este é

identificado como a remoção parcial ou total acidental de um cateter a partir do corpo. A

remoção total acidental do cateter, é denominada exteriorização.

Gráfico 8: Taxa de exteriorização relacionada ao uso do PICC. Rio de Janeiro (RJ), 2014.

.

A taxa de exteriorização foi observada em 07 dos 11 estudos analisados na pesquisa.

Sua prevalência variou de 2,3% a 22,3%. O estudo 03, realizado por Franceschi (2010), com

216 cateteres PICC, foi o que apresentou a menor taxa de exteriorização, sendo esta de 2,3%.

A maior taxa observada foi observada no estudo 09, realizado por Gomes (2012), com 59

cateteres PICC, onde apresentou uma taxa de 22,3%.

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

Estudo

1

Estudo

3

Estudo

4

Estudo

6

Estudo

7

Estudo

9

Estudo

10

TAXA DE EXTERIORIZAÇÃO

EXTERIORIZAÇÃO

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45 Resultados e Discussão o

Na população neonatal, em decorrência a pequena dimensão do cateter, a

exteriorização de centímetros por deslocamento acidental, torna o cateter em posição não

central ou periférico, sendo um motivo de remoçã pelo risco de complicações.

Um cuidado primordial que compete ao enfermeiro é a realização do curativo. Este

deve manter o cateter em seu sítio de inserção, prevenindo além da exteriorização e migração,

a ocorrência de flebite e trombose. Além disto, o curativo bem realizado auxilia na proteção

contra a entrada de microorganismos funcionando com uma primeira barreira de proteção

(SHARPE, 2008).

O edema é caracterizado por inchaço do membro onde o PICC está inserido, causado

por má circulação e congestão venosa. A recomendação para previnir o aparecimento de

edema é maximizar o fluxo sanguíneo; usar o menor cateter possível e encorajar a

movimentação da extremidade em que o cateter foi inserido (PAULSON, MILLER; 2008).

Gráfico 9: Taxa de edema relacionada ao uso do PICC. Rio de Janeiro (RJ), 2014.

O edema de membro teve uma prevalência de 5% a 9,6% entre os estudos apresentados.

O estudo 02, realizado por Almeida (2008), utilizando 40 cateteres PICC, foi o que apresentou

a menor taxa, sendo de 5%. A maior taxa apresentada foi observada no estudo 01, realizado

por Câmara (2007), com 52 recém-nascidos, onde a taxa foi de 9,6%.

Estudo realizado por Bueno e cols (2008) em uma UTIN na Espanha, que teve como

objetivo descrever a experiência de utilização da técnica de seldinger para inserção de cateter

duplolúmen em neonatos e lactentes, analisar as características do procedimento e descrever

as complicações relacionadas ao uso do dispositivo, apontou a incidência de remoção do

PICC devido ao edema. A incidência de edema descrita no estudo foi de 21,3% sendo

relacionada à flebite e/ou edema.

0%

2%

4%

6%

8%

10%

12%

Estudo 1 Estudo 2 Estudo 8 Estudo 11 Estudo 12

TAXA DE EDEMA

EDEMA

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46 Resultados e Discussão o

A manipulação inadequada do dispositivo ou outros rompimentos mecânicos da parede

do vaso sanguíneo favorece a transfixação da veia pela ponta do cateter (AMJAD et al, 2011).

A infiltração é decorrente ao deslocamento do cateter no interior da veia, ocorrendo

administração involuntária de soluções não vesicantes nos tecidos adjacentes, sendo o

extravasamento a administração involuntária de soluções vesicantes nos tecidos adjacentes.

Na presente pesquisa somente os estudos 03 e 11 apresentaram a infiltração como

complicação do PICC. A menor taxa de complicação foi descrita no estudo 11, realizado por

Paiva (2013) utilizando 266 cateteres PICC, sendo observada a ocorrência de 1,9% de

infiltração. A maior taxa foi observada no estudo 03, realizado por Franceschi (2010), com

216 cateteres, sendo observada uma taxa de infiltração de 5,1%.

Gráfico 10: Taxa de extravasamento relacionada ao uso do PICC. Rio de Janeiro (RJ), 2014.

O extravasamento apresentou uma prevalência de 1,2% a 18,0% entre os estudos

analisados. O estudo 08, realizado por Costa (2012), a partir de 84 cateterizações com o PICC,

observou a ocorrência de 1,2% de extravasamento. A maior taxa observada ocorreu no estudo

02, realizado por Almeida (2008), onde a taxa de prevalência foi de 18,0%.

A mobilidade, sensibilidade e circulação sanguínea do membro deve ser prontamente

identificadas e avaliadas pelo enfermeiro. O extravasamento pode ocorrer centralmente,

ocasionando ascite ou derrame pleural ou pericárdico, sendo mais difícil a detecção (PETTIT,

2003).

Segundo a diretriz da Infusion Nurses Society (2006), a infiltração e extravasamento

podem ser classificados em graus de 0 a 4, sendo o extravasamento sempre 4 na escala de

infiltração.

0%

5%

10%

15%

20%

Estudo 2 Estudo 7 Estudo 8 Estudo 12

TAXA DE EXTRAVASAMENTO

EXTRAVASAMENTO

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47 Resultados e Discussão o

4.4.2 Complicações Sistêmicas

Na utilização do PICC, a presença de um cateter no interior de um vaso aumenta o

risco de infecções bacterianas sistêmicas, denominadas de infecções da corrente sanguínea

relacionadas ao cateter, sendo uma importante causa de morbimortalidade em recém-nascidos

prematuros. O risco de infecção está associado ao local do acesso, ao tipo de solução

infundida, à experiência do profissional responsável pelo procedimento e ao tempo de

permanência do cateter.

Gráfico 11: Taxa de infecção relacionada ao uso do PICC. Rio de Janeiro (RJ), 2014.

A infecção foi uma das complicações mais presentes entre os estudos analisados,

sendo evidenciada em 9 estudos. Sua prevalência variou de 6% a 37,1%. A menor taxa

observada no estudo 07, realizado por Montes (2011), utilizando 55 cateteres PICC, sendo a

taxa de infecção de 3,6%. O estudo 09, realizado por Gomes (2012), utilizando 59 cateteres

PICC, foi o que apresentou a maior taxa de infecção, sendo esta de 37,1%.

Costa e cols (2014), em uma coorte prospectiva com 247 cateteres PICC cujo objetivo

é comparar a incidência de remoção não eletiva em cateters monolúmen de silicone e

duplolúmen de poliuretano, apresentou remoção por infecção de corrente sanguínea

relacionada ao cateter em 27,8% das inserções.

Para a prevenção de infecções, uma abordagem pró-ativa consiste na realização de

várias técnicas simples do cuidado, sendo elas a higienização das mãos, precaução de barreira

máxima na inserção, antissepsia com clorexidine, seleção adequada do local de inserção,

trocar semanalmente o curativo oclusivo estéril ou quando houver perda de sua adesividade e

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

Estudo2

Estudo3

Estudo4

Estudo5

Estudo7

Estudo8

Estudo9

Estudo10

Estudo11

TAXA DE INFECÇÃO

INFECÇÃO

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48 Resultados e Discussão o

realizar revisão diária sobre a necessidade de permanência do cateter (PETTIT, 2002;

PETTIT, 2003).

Não há um consenso na literatura sobre a forma de tratar a infecção relacionada ao

cateter entre os neonatos, sendo recomendada a análise caso a caso. Uma opção de tratamento

é através da administração de antimicrobianos pelo cateter e repetição da hemocultura após 48

horas, em caso de persistência, a remoção do cateter é indicada. Em alguns casos ocorreu a

descontinuação do uso do cateter sem tentativa de tratamento, pincipalmente em infecções

fúngicas, podendo um novo cateter ser inserido após 24 a 48 horas do início do tratamento

sistêmico (PETTIT, 2003).

Em uma coorte prospectiva, Tsai e cols (2012) investigaram se a remoção do PICC é

obrigatória em recém-nascidos com infecção de corrente sanguínea, além de analisar os

fatores de risco para complicações infecciosas quando o cateter é mantido nestes pacientes.

Dos 234 recém-nascidos da pesquisa, 99 tiveram a remoção precoce antes de 3 dias após o

início da sepse clínica e 135 tiveram a remoção tardia do cateter, sendo a permanência por

mais de 3 dias após o início da sepse clínica. Os resultados apontaram que o tratamento da

sepse clínica foi mais eficaz no grupo que teve a remoção precoce do cateter em comparação

com o grupo que teve a remoção tardia, sendo 80,8% e 57,8% respectivamente. Os autores

concluíram que o PICC deve ser removido em neonatos com infecção de corrente sanguínea,

pois a retenção do PICC por mais de 3 dias está associado com atraso resolução da sepse

clínica e a uma maior incidência de recorrência dentro de 1 mês.

4.4.3 Complicações Menos Frequentes

Na presente pesquisa algumas complicações tiveram uma menor frequencia dentre os

estudos selecionados. A trombose esteve presente em 02 estudos analisados. A menor taxa de

trombose foi de 0,96%, descrita no estudo realizado por Paiva (2013) cujo objetivo consiste

em analisar a relação enre o tipo de cateter epicutâneo e o tempo até a ocorrência de

complicações que motivam a remoção do dispositivo. A maior taxa encontrada foi de 1,9%,

em um estudo também realizado por Paiva (2013) cujo objetivo foi descrever a incidência e as

razões de remoção não eletiva do cateter epicutâneo, verificando associação com o sítio de

inserção.

A trombose é causada pela aderência de fibrina e plaquetas causando a obstrução do

cateter e o lúmen do vaso sanguíneo. Traumas no tecido venoso, a interrupção da terapêutica

por longo período, o refluxo de sangue pelo cateter, a velocidade lenta da infusão e a presença

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49 Resultados e Discussão o

de coagulopatias causadas por doenças no neonato, representam alguns dos fatores que

acarretam na formação de trombose (BAIOCCO, pag.160, 2013). A presença de trombose

requer uma terapia com anticoagulante e remoção do cateter o mais precoce possível.

Um estudo realizado por Tsai (2011) em neonatos de um Hospital de Taiwan,

objetivou identificar a prevalência e fatores de risco para as complicações associadas com os

PICCs e avaliar o efeito de diferentes tipos de cateter e seu tempo de demora até a ocorrência

de complicações. No presente estudo foi observada uma taxa de 0,5% na ocorrência de

trombose.

A tração esteve presente em 03 dos estudos analisados. Sua menor taxa foi encontrada

no estudo 08, realizado por Costa (2012) em um estudo transversal com 67 recém-nascidos e

84 inserções de PICC, onde obteve-se uma taxa de 1,2% de tração. A maior taxa foi

observada no estudo 04 de Baggio (2010) com 176 inserções do PICC, sendo a taxa de tração

de 13,9%.

A remoção ocasionada pelo ocorrência de flebite esteve presente em 02 estudos. A

menor taxa de flebite foi observada no estudo 07, realizado por Montes (2011) com 41 recém-

nascidos e 55 inserções do PICC, com uma taxa de 3,6%. A maior taxa foi observada no

estudo 04 de Baggio (2010) onde a taxa de flebite foi de 4,2%.

No estudo de Liu (2009), com 104 recém-nascidos, cujo objetivo foi analisar as taxas

de complicações do PICC em UTIN e estudar os fatores de risco associados com a remoção

de urgência do cateter, a flebite foi a complicação mais comum sendo de 22,1% sua taxa de

prevalência. Nestes neonatos, foram aplicadas compressas quentes intermitentes ao longo do

cateter, que se estende desde o local de inserção ao longo do braço. Dos 23 casos de flebite,

em 20 casos o edema foi reduzido e, nas 24 horas seguintes, o membro voltou ao normal.

Flebite é a inflamação das células endoteliais da parede venosa, sua ocorrência pode

ser relacionada a fatores mecânicos, químicos ou infecciosos. A Infusion Nurse Society

(2000) graduou a flebite em uma escala de 1 a 4, de acordo com a gravidade dos sinais e

sintomas. Esta escala é recomendada para o estabelecer um padão uniforme para medir os

vários graus de flebite.

Muitos autores recomendam, quanto ao tratamento da flebite mecânica, a elevação do

membro afetado e a aplicação de calor local, por meio de uma compressa quente. Já as

flebites químicas e infecciosas requerem a remoção do dispositivo (PHILPOT, 2003;

VENDRAMIN, 2005).

A má perfusão foi identificada em 03 estudos da presente pesquisa. A menor taxa

apresentada foi no estudo 11 de Paiva (2013) com 266 inserções do PICC, obtendo uma taxa

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50 Resultados e Discussão o

de 1% de má perfusão. O estudo 04, realizado por Baggio (2010) foi o que apresentou maior

taxa, sendo esta de 1,4%.

As complicações relacionadas ao falso trajeto do cateter, exsudato e síndrome da veia

cava superior foram relatadas em apenas 01 estudo da presente pesquisa. A complicação falso

trajeto foi descrita no estudo 07, por Montes (2011), sendo sua taxa de 1,8%. As

complicações por exsudato e a síndrome da veia cava superior foram relatadas no estudo 01,

por Câmara (2007), com taxa de 2% cada.

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51

5 CONCLUSÃO

A presente revisão integrativa foi realizada a partir da análise de 11 estudos,

publicados no período de 2004 a janeiro de 2014, realizados em UTINs do Brasil. Estes

estudos abordaram as complicações relacionadas ao uso do cateter central de inserção

periférica em UTINs. Com relação à caracterização dos estudos verificou-se que os 11

estudos selecionados foram publicados entre os anos de 2007 a 2013, sendo observada a

escassez de estudos, na área da neonatologia, a respeito das prevalências das complicações

que envolvem o uso do cateter PICC.

Estudos com menor evidência científica, em sua maioria de caráter descritivo, são

predominantes nessa revisão integrativa. Os estudos que apresentam maior nível de evidência

clínica foram os estudos de coorte. Houve um maior desenvolvimento científico na região

Sudeste, com predominância no Estado de São Paulo.

Na análise dos dados, foram observados diferentes métodos estatísticos utilizados para

a caracterização dos sujeitos de pesquisa quanto à idade gestacional e peso ao nascer. Em

alguns dos estudos foi utilizada a medida de porcentagem, enquanto outros realizaram a

análise a partir da média para definição do perfil dos neonatos. Essa diferença de métodos

estatísticos representa uma limitação para o estudo. Diante do exposto, para a avaliação do

peso ao nascer e idade gestacional dos neonatos, foi realizada análise de cada estudo

separadamente.

Na caracterização dos recém-nascidos foi evidenciada uma maior prevalência de

inserção do PICC em neonatos do sexo masculino, prematuros com idade gestacional inferior

a 35 semanas e com média de peso ao nascer entre 1639gramas a 2276 gramas.

Estudos realizados a partir do ano de 2009 apresentaram maior taxa de remoção

eletiva e menor taxa de remoção não eletiva. Esta redução nas taxas de remoção por

complicação pode estar relacionada com o avanço da tecnologia nas UTINs, padronização de

procedimentos e maior conhecimento acerca do cateter, demonstrando a importância de

manter os profissionais de enfermagem constantemente atualizados quanto à inserção,

manutenção e retirada do PICC.

Apesar da redução, os resultados da presente pesquisa apontaram taxas de remoção

não eletiva superior às encontradas em estudos internacionais na área. A seguinte informação

ressalta a necessidade de manter constante a busca de conhecimento sobre o dispositivo, a

educação continuada e treinamento dos profissionais.

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52 Conclusão o

Uma limitação encontrada se deve ao fato de que sete estudos não apresentam

diferenciação quanto ao tipo do cateter. Apenas quatro estudos mencionam a diferença entre

os tipos de cateter monolúmen de silicone e duplolúmen de poliuretano quanto à indicação de

remoção, tempo de permanência e as complicações dos mesmos. Dentre estes estudos o

cateter monolúmen de silicone foi o mais utilizado entre os neonatos. Apesar da grande

variedade de cateteres disponíveis no mercado, há uma escassez de estudos que avaliem

comparativamente os tipos de dispositivos, o que limita o estabelecimento de evidências

científicas que apoiem a escolha do tipo ideal de dispositivo para cada paciente. Diante do

exposto, é necessária uma maior produção científica que propiciam determinar taxas de

incidência e fatores que se relacionam às complicações oriundas do uso desse tipo de

dispositivo.

O tempo de permanência dos cateteres, evidenciado em oito estudos, apresentou uma

variação de 7,7 a 14,5 dias. Há uma limitação quanto a evidência do dispositivo que apresenta

maior tempo de permanência devido a ausência de comparação entre os cateteres em alguns

estudos desta pesquisa. Estudos internacionais apontam o cateter de poliuretano com o maior

tempo de permanência entre os dispositivo.

Apesar das inúmeras vantagens, complicações decorrentes do uso do dispositivo

ocorrem com frequência nas UTINs e podem comprometer o uso do dispositivo e a

assistência ao neonato. As complicações mais relatadas entre os estudos foram obstrução,

ruptura, infecção, migração, exteriorização, infiltração, extravasamento e edema. Estas

complicações apresentaram taxas superiores, sendo algumas semelhantes, quando comparadas

a estudos internacionais.

Entre as complicações menos frequentes foram observadas trombose, tração, flebite,

má perfusão do membro, falso trajeto, exsudato e síndrome da veia cava superior. Tais

complicações apresentam baixa taxa de prevalência e seus dados são semelhantes a outros

estudos na área.

Apesar das limitações encontradas, os achados da presente pesquisa merecem ser mais

bem explorados em estudos subsequentes, visto a escassez de estudos relacionados à

prevalência das complicações decorrentes ao uso do dispositivo PICC em neonatos.

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OBRAS CONSULTADAS

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Chiao-Chiang; HSU, Jen-Fu; HUANG, Yhu-Chering. Complication rates with central venous

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Apresentação de trabalhos monográficos de

conclusão de curso. 10ª edição. Niterói: EdUFF, 2012. 83 p.

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62

APÊNDICE

APÊNDICE A: REFERÊNCIA DOS ARTIGOS USADOS NA PRESENTE REVISÃO

INTEGRATIVA.

ALMEIDA, Andressa Freitas de.; VESCOVI, Emanuelle Oliveira.; FREITAS, Andreia

Gomes. Avaliação da Implantação do Cateter Central de Inserção Periférica – PICC.

Neonatal na NEOCARE. Revista do Centro Universitário Vila Velha, vila velha, v. 9, n. 1, p.

7-20Janeiro/junho 2008.

BAGGIO, Maria Aparecida; BAZZI, Fernanda Cardoso da Silva; BILIBIO, Cassia Alcionara

Conte. Cateter central de inserção periférica: descrição da utilização em UTI Neonatal e

Pediátrica. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v. 31, n. 1, p. 70-6, mar. 2010.

CÂMARA, Sônia Maria Campos; TAVARES, Teresinha de Jesus Lima; CHAVES, Edna

Maria Camelo. Cateter venoso de inserção periférica: análise do uso em recém-nascidos de

uma unidade neonatal pública em fortaleza. Revista RENE. Fortaleza, v. 8, n. 1, p. 32-37,

jan./abr.2007.

COSTA, Priscila; KIMURA, Amélia Fumiko; VIZZOTTO, Mirella de Pádua Souza;

CASTRO, Talita Elci de; WEST, Andressa; DÓREA, Eny. Prevalência e motivos de

remoção não eletiva do cateter central de inserção periférica em neonatos. Revista Gaúcha de

Enfermermagem, Porto Alegre, v. 33, n. 3, p. 126-133, agosto, 2012.

DÓREA, Eny; CASTRO, Talita E; COSTA, Priscila; KIMURA, Amélia Fumiko; SANTOS,

Fernanda Matilde G. Práticas de manejo do Cateter Central de Inserção Periférica em uma

unidade neonatal. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasilia, v.64, n.8, p.997-1002.nov-

dez,2011.

FRANCESCHI, Alessandra Tomazi; CUNHA, Maria Luzia C.; Eventos adversos

relacionados ao uso de cateteres venosos centrais em recém-nascidos hospitalizados. Revista

Latino-Americana de Enfermagem, v. 18, n. 2, p. 57-63, mar-abr, 2010.

GOMES, Aline Verônica de Oliveira; NASCIMENTO, Maria Aparecida de Luca; SILVA,

Leila Rangel da; SANTANA, Keli de Cássia Luiz de. Efeitos adversos relacionados ao

processo do cateterismo venoso central em unidade intensiva neonatal e pediátrica. Revista

Eletrônica de Enfermagem [Internet], v. 14, n. 4, p. 883-9. oct/dec, 2012.

MONTES, SF., TEIXEIRA, JBA., BARBOSA, MH., BARICHELLO, E. Ocorrência de

complicações relacionadas ao uso de Cateter Venoso Central de Inserção Periférica (PICC)

em recém-nascidos. Enfermería Global, v.24, p. 10-18. 2011.

REIS, Adriana Teixeira; SANTOS, Sylvia Bittencourt; BARRETO, Juliana Marques;

SILVA, Glória Regina Gomes da. O Uso do Cateter Epicutâneo na Clientela Neonatal de um

Hospital Público Estadual: Estudo Retrospectivo. Revista de Enfermagem da UERJ, Rio de

Janeiro, v. 19, n. 4, p.592-7. out/dez, 2011

PAIVA, Eny Dórea; KIMURA, Amélia F; COSTA, Priscila; MAGALHÃES, Talita Elci de

Castro, TOMA, Edi; ALVES, Angelina Maria Aparecida. Complicações relacionadas ao tipo

de cateter epicutâneo em uma coorte de neonatos. Online brazil journal nursing, v. 12, n. 4, p.

942-52, 2013.

PAIVA, Eny Dórea; COSTA, Priscila; KIMURA, Amélia F.; CASTRO, Talita E. Causas de

Remoção Não Eletiva do Cateter Epicutâneo em Neonatos. Revista da Escola de

Enfermagem USP; v. 47, n.6, p. 1279-84, 2013.

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63

APÊNDICE B: INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

1 - IDENTIFICAÇÃO

BASE DE DADOS

ANO DE PUBLICAÇÃO

NOME DO ARTIGO

AUTORES

TIPO DE ESTUDO

2 - CARACTERIZAÇÃO DOS RECÉM - NASCIDOS

SEXO FEMININO________ MASCULINO_________

PESO

AO NASCER

< 1000g_________ 1000g - 1500g________ >1500g__________

IDADE

GESTACIONAL

<30 sem.__________ 30 1/5- 35sem._________

> 35sem. __________

3 - CARACTERIZAÇÃO E VARIÁVEIS DE REMOÇÃO DO PICC

TIPO DE CATETER MONOLÚMEN SILICONE________

DUPLOLÚMEN POLIURETANO______

TEMPO DE

PERMANÊNCIA

MÉDIA_______

INDICAÇÃO DE

REMOÇÃO

ELETIVA _________ NÃO ELETIVA___________

TAXAS DE

COMPLICAÇÕES

(%)

OBSTRUÇÃO___________ RUPTURA____________

INFECÇÃO_____________ TROMBOSE____________

INFILTRAÇÃO__________ EDEMA___________

EXTRAVASAMENTO________ FLEBITE___________

MIGRAÇÃO___________ EXTERIORIZAÇÃO___________

OUTRAS_______________________________________________

______________________________________________________