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1 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E LICENCIATURA ANA CAROLINA DE OLIVEIRA MATA VALIDAÇÃO DE MINI-CARTILHA POR CUIDADORES DE IDOSOS COM DEMÊNCIA DO PRÓ-CUIDEM- UFF NITERÓI 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA

GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E LICENCIATURA

ANA CAROLINA DE OLIVEIRA MATA

VALIDAÇÃO DE MINI-CARTILHA POR CUIDADORES DE IDOSOS COM

DEMÊNCIA DO PRÓ-CUIDEM- UFF

NITERÓI

2014

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ANA CAROLINA DE OLIVEIRA MATA

VALIDAÇÃO DE MINI-CARTILHA POR CUIDADORES DE IDOSOS COM

DEMÊNCIA DO PRÓ-CUIDEM - UFF

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Enfermagem e Licenciatura da Universidade Federal Fluminense, como requisito para a obtenção do título de Bacharel e Licenciado em Enfermagem.

Orientadora:

Prof. Dra. ALESSANDRA CONCEIÇÃO LEITE FUNCHAL CAMACHO

Niterói

2014

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M 425 Mata, Ana Carolina de Oliveira.

Validação da Mini Cartilha Informativa pelos cuidadores

de idosos com demência do Pró-Cuidem. / Ana Carolina de

Oliveira Mata. – Niterói: [s.n.], 2014.

85 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em

Enfermagem) - Universidade Federal Fluminense, 2014.

Orientador: Profª. Alessandra Conceição Leite Funchal

Camacho.

1. Demência. 2. Idoso. 3. Tecnologia Educacional. I.

Título.

CDD 610.7365

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ANA CAROLINA DE OLIVEIRA MATA

VALIDAÇÃO DE MINI-CARTILHA POR CUIDADORES DE IDOSOS COM

DÊMENCIA DO PRÓ-CUIDEM -UFF

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Enfermagem e Licenciatura da Universidade Federal Fluminense, como requisito para a obtenção do título de Bacharel e Licenciado em Enfermagem.

Aprovada em 3 Junho de 2014

BANCA

EXAMINADORA

____________________________________________________________________________

Profª Drª ALESSANDRA CONCEIÇÃO LEITE F. CAMACHO - Orientadora

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF)

____________________________________________________________________________

Profª. Drª. ANA KARINE RAMOS BRUM- 1ª Examinadora

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF)

____________________________________________________________________________

Profª. Drª. VERA MARIA SABÓIA- 2ª Examinadora

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF)

____________________________________________________________________________

Profª Drª GISELLA DE CARVALHO QUELUCI- - Suplente

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF)

Niterói

2014

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Dedico esta monografia aos meus

pais Maria Lusia e Getúlio, por

serem excelentes pais e por me

apoiarem em todos os momentos

da minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus e Nossa Senhora, por ter me iluminado em toda a

trajetória durante a faculdade.

A minha família que sempre me apoiou em todas as minhas decisões, me incentivou a

seguir em frente e nunca desistir, foram varias dificuldades, porém com eles ao meu lado

consegui concretizar este sonho.

Aos meus amigos da república, que estiveram junto comigo no decorrer da faculdade

me apoiando em todos os momentos. Em especial amiga (irmã) Bruna, sempre preocupada

comigo, cuidando de mim... Essa menina não mensura esforços para ajudar os amigos. A

Marcela e Natalia companheiras de turma; Nossa! Foram muitas noites viradas juntas por

trabalhos, estudos de casos e provas. Tanto esforço que fizemos e agora estamos colhendo os

frutos. Aos meus amigos de Maricá por participarem comigo de inúmeros momentos

especiais em minha vida, sempre com muito bom humor.

A faculdade EEAAC da UFF por ter excelentes professores, entre eles a minha

orientadora Drª Alessandra que me ensinou muito em relação a pesquisa, me fez crescer

profissionalmente e amadurecer nesta área. A sua atuação profissional serve para mim como

exemplo, sempre com muita ética e disciplina. Obrigada por sempre estar solicita.

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RESUMO

Com o aumento da expectativa de vida e controle da natalidade, o envelhecimento

populacional tornou-se fato, trazendo consigo uma maior prevalência de doenças crônico-

degenerativas, dentre elas as síndromes demenciais. A demência é considerada uma síndrome

clínica caracterizada por declínio cognitivo, com caráter permanente e progressivo ou

transitório. A família é a rede de suporte dos cuidados a estes clientes, pois cerca 70 a 80%

dos pacientes demenciados vivem em seus domicílios. O projeto “Ações facilitadoras junto

aos cuidadores de idosos com demência: PRÓ-CUIDEM”, proporciona aos cuidadores

suporte na realização das atividades de vida diária de idosos com demência, especificamente

no que consiste nas informações sobre as alterações do processo demencial e da terapêutica

recomendada. Nesse projeto, é distribuída uma cartilha com informações que servem para

assessorar nos cuidados ao idoso com demência, pois este tem que fazer adaptações

diárias. Sintomas da demência podem gerar afastamento e estigmas sobre os pacientes,

favorecendo o isolamento do seu contexto sócio familiar. Por isso tem-se como objetivo geral

Validar a cartilha informativa como Tecnologia Educacional (TE) sobre os cuidados ao idoso

com demências, pelos cuidadores que participam do Pró-Cuidem. A validação da Mini-

Cartilha se faz imprescindível, pois há necessidade de saber se esta compatível o conteúdo, a

linguagem com a realidade da clientela assistida. Trata-se de uma pesquisa descritiva com

abordagem quantitativa para análise dos dados. O questionário foi a técnica escolhida para

coleta de dados, e como instrumento usou-se um questionário estruturado com perguntas

fechadas. Os itens do questionário foram validados em sua maior parte positivamente,

indicando que a Tecnologia Educacional esta adequada para os cuidadores de Idosos com

demência. Algumas das contribuições deste trabalho para sociedade foi divulgação das

informações que proporcionou um conhecimento e aprofundamento do tema aos cuidadores.

E com a orientação adequada os cuidadores se sentem mais seguros e motivados a enfrentar

as inúmeras mudanças que surgem no relacionamento entre eles.

Palavra- chave: Idoso, Demência, Tecnologia Educacional e Enfermagem.

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ABSTRACT

With increasing life expectancy and birth control, population aging has become fact, bringing

a higher prevalence of chronic degenerative diseases, including dementia syndromes.

Dementia is considered a clinical syndrome characterized by cognitive decline, with

progressive and permanent or transitory. The family is the support network of care to these

clients, because about 70-80% of dementia patients living in their household. The AP project

facilitators together to caregivers of elderly with dementia: PRO-TAKE CARE provides

support caregivers in performing daily life activities of elderly people with dementia,

specifically consisting of information about the changes of the dementia process and

recommended therapy. This project is distributed a booklet with information used to assist in

the care of elderly patients with dementia, because this has to make daily adjustments. For

symptoms of dementia can lead to withdrawal and stigma on patients, favoring the isolation

of its context family member. So the objective is to validate the informative booklet as

Educational Technology (ET) on care for the elderly with dementia, caregivers who

participate in the Pro-Nurture. The validation of the Mini-Primer is indispensable, as there

need to know if this compatible content, language to the reality of clients assisted. This is a

descriptive research with quantitative approach to data analysis. The questionnaire was

chosen for data collection technique, and how to instrument the questionnaire with closed

questions. The questionnaire items were validated mostly positive. Indicating that this

educational technology appropriate for caregivers of elderly with dementia. Some of the

contributions to society of this work was that disclosure of the information provided and

deepening knowledge of the topic to caregivers. And with the proper guidance caregivers feel

more secure and motivated to face the numerous changes that arise in the relationship

between them.

Keywords: Elderly Dementia, Educational Technology, Nursing.

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SUMÁRIO

1INTRODUÇÃO ................................................................................................................. p.13

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS..................................................................................... p. 13

1.2 OBJETIVOS .................................................................................................................. p.17

1.2.1 OBJETIVO GERAL....................................................................................................p. 17

1.2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO...........................................................................................p. 17

1.3 JUSTIFICATIVA.......................................................................................................... p. 17

2 REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................................p.19

2.1 CONHECENDO MELHOR A DEMÊNCIA................................................................. p.19

2.1.1 EPIDEMIOLOGIA...................................................................................................... p.19

2.1.2 DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO............................................................................ p.20

2.1.3 SINAIS E SINTOMAS................................................................................................ p.20

2.1.4 DIAGNÓSTICO.......................................................................................................... p.21

2.1.5 TRATAMENTO.......................................................................................................... p.22

2.1.6 DOENÇA DE ALZHEIMER.......................................................................................p.23

2.2 PRÓ-CUIDEM................................................................................................................ p.25

2.3 TECNOLOGIA EDUCACIONAL..................................................................................p.26

3 METODOLOGIA.............................................................................................................. p.28

3.1 TIPO DE PESQUISA E ABORDAGEM METODOLÓGICA......................................p. 28

3.2 ASPECTO ÉTICO.......................................................................................................... p.30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................p.32

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................p.52

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................p.55

6.1 OBRAS CITADAS......................................................................................................... p.55

6.2 OBRAS CONSULTADAS............................................................................................. p.63

7 APÊNDICES ......................................................................................................................p.64

7.1 TERMO DE CONSENTIMENTO..................................................................................p.64

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7.2 APROVAÇÃO DO COMITÊ ÉTICA.............................................................................p.66

7.3 QUESTIONÁRIO ...........................................................................................................p.67

7.4 MINI CARTILHA...........................................................................................................p.70

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1: Sexo......................................................................................................................p.33

Gráfico 2: Idade.....................................................................................................................p.34

Gráfico 3: Escolaridade..........................................................................................................p.34

Gráfico 4.1: Atende aos objetivos do público-alvo da TE.....................................................p.36

Gráfico 4.2: Ajudam durante o trabalho do público alvo da TE...........................................p.36

Gráfico 4.3: Estamos adequado para ser usado por qualquer profissional que trabalhe no

campo do público-alvo da TE................................................................................................p.37

Gráfico 5.1: A capa é atraente e indica o conteúdo do material.............................................p38

Gráfico 5.2: O tamanho do título e do conteúdo nos tópicos esta adequado.........................p.38

Gráfico 5.3: Os tópicos tem sequência...................................................................................p.39

Gráfico 5.4: Há coerência entre as informações da capa, contracapa, sumário, agradecimentos

e/ ou apresentação..................................................................................................................p.40

Gráfico 5.5: O material (papel/ impressão) esta apropriado..................................................p.40

Gráfico 5.6: O número de páginas está adequado..................................................................p.41

Gráfico 5.7: Os temas retratam aspectos importantes............................................................p.41

Gráfico 6.1: A escrita esta em estilo adequado......................................................................p.42

Gráfico 6.2: O texto é interessante. O tom é amigável..........................................................p.43

Gráfico 6.3: O vocabulário é acessível..................................................................................p.43

Gráfico 6.4: Há associação do tema de cada sessão ao texto correspondente.......................p.44

Gráfico 6.5: O texto está claro...............................................................................................p.45

Gráfico 6.6: O estilo da redação corresponde ao nível de conhecimento do público alvo....p.45

Gráfico 7.1: As páginas ou seções parecem organizadas.......................................................p.46

Gráfico 8.1: O material é apropriado para o perfil do público –alvo da TE..........................p.47

Gráfico 8.2: Os conteúdos da TE se apresentam de forma lógica.........................................p.47

Gráfico 8.3: A interação é convidada pelos textos. Sugere ações..........................................p.48

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Gráfico 8.4: A TE aborda os assuntos necessários para o dia-a-dia do público alvo da TE..p.48

Gráfico 8.5: Convidam/instiga às mudanças de comportamento e atitude............................p.49

Gráfico 8.6: A TE propõe conhecimentos para o público- alvo............................................p.50

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1 INTRODUÇÂO 1.1CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A participação de idosos na população brasileira aumentou significativamente entre

1999 e 2009. O número de idosos (pessoas com mais de 60 anos de idade) passou de 14,8

milhões, em 1999, para 21,7 milhões, em 2009. Esta informação faz parte da Síntese de

Indicadores Sociais 2010 e retrata a tendência de envelhecimento da população brasileira.

Entre os mais velhos, o incremento é ainda maior (IBGE, 2010). Em 1999, o Brasil registrava

6,4 milhões de pessoas com mais de 70 anos (3,9% da população total), enquanto, em 2009, a

população dessa faixa etária atingiu um efetivo de 9,72 milhões de idosos, correspondendo a

5,1% dos brasileiros. Esse número é maior se consideradas também as pessoas de 60 anos ou

mais, que eram mais de 21,7 milhões em 2009, o equivalente a mais de 11% da população

(IBGE, 2010). De acordo com dados estatísticos, há uma transição do ápice da pirâmide

populacional de achatado para alargado desde 1999 a 2009. Esta população pré-senil requer

mais serviços de saúde, pois é comum o desenvolvimento patologias como a demência no

decorrer da idade, portanto é necessário que o enfermeiro esteja preparado para cuidar do

cliente e dá suporte a família.

A demência é considerada uma síndrome clínica caracterizada por declínio cognitivo,

com caráter permanente e progressivo ou transitório, causada por múltiplas etiologias,

acarretando repercussões sociais e ocupacionais ao paciente. Dentre as alterações cognitivas

incluem-se distúrbios de memória, de linguagem, alterações nas capacidades visoespaciais, de

autocuidado, de fazer julgamentos e de pensamento abstrato. No curso das demências,

transtornos não-cognitivos comportamentais são altamente prevalentes. Estes transtornos

receberam, em 1996, a denominação de sintomas psicológicos e comportamentais da

demência (SPCD), após consenso do International Psychogeriatric Association (IPA). A

terminologia refere-se ao conjunto de sintomas e sinais relacionados a transtornos de

percepção, do conteúdo do pensamento, do humor ou do comportamento que ocorrem

freqüentemente em pacientes com síndrome demencial (PESTANA e CALDAS, 2009).

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São vários os tipos e causas de demência. Por isso é importante o diagnóstico precoce

para a escolha do melhor tratamento. Algumas são reversíveis como: toxidade de

medicamentos, depressão, infecção do sistema nervoso, hematomas subdurais, tumores

cerebrais primários, hidrocefalia de pressão normal, envenenamento orgânico e metálico,

disfunções da tireóide e paratireóide, e deficiências nutricionais como B12, B6, tiamina e

ácido fólico (BUSSE e BLAZER, 1999, p.481). Outras são irreversíveis, como a demência

vascular, demências dos corpos de Lewy, as demências frontotemporais, especificamente a

doença de Pick e a Doença de Alzheimer que, segundo Forlenza e Caramelli (2000, p.8),

afirmam que é o tipo de demência mais frequente (de 50 a 65% dos casos) entre os idosos.

São estas que necessitam de cuidados contínuos.

A demência mais comum é a do tipo Alzheimer cuja prevalência e incidência aumenta

dramaticamente com a idade. Uma característica no Brasil é a persistência de doenças

infecciosas em vigência elevada, junto com as doenças crônicas não transmissíveis. O que

está levando as autoridades brasileiras na área da saúde a se preocuparem crescentemente com

as estratégias e as ações de saúde e o desenvolvimento e implementação de políticas de saúde

voltadas especificamente a pessoa com a Doença de Alzheimer (BLAY, 2001, p. 54). A perda

progressiva da memória é uma característica na demência, além disso, a síndrome demencial

inclui pelo menos um dos seguintes prejuízos cognitivos: afasia; agnosia; apraxia e

perturbação nas funções de execução, como planejamento, organização, sequência e abstração

(MACHADO, 2000, p.133-147).

Quando o diagnóstico é um fato, os profissionais da saúde visam proporcionar

condições para que os cuidadores possam enfrentá-la e, o primeiro passo é informar aos

mesmos, características básicas da doença. Ao obterem informações sobre a doença, sua

evolução, os 4 diversos tipos de enfrentamentos, das dificuldades e os desafios, este

sofrimento é reduzido (CALDAS et.al., 2001,p.212). E para isso, a ajuda de profissionais

especializados, em vários níveis de atenção, é categórica para a determinação do bem-estar do

cuidador e da qualidade dos cuidados prestados aos idosos com demência (NÉRI e

CARVALHO ,2002, p.165).

A família é a rede de suporte dos cuidados a estes clientes, “pois cerca 70 a 80% dos

pacientes demenciados vivem em seus domicílios” (BLAY, 2001, p. 54). Ressalta-se a

relevância do profissional de saúde o enfermeiro, saber informar aos familiares e aos

cuidadores de idosos com demência sobre o desenvolvimento da doença e o tratamento. O

apoio emocional neste momento é de extrema importância para estabelecer o vínculo da

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assistência. Pois o idoso não consegue sozinho concretizar várias ações do cotidiano, que

realizava perfeitamente antes do agravamento do seu quadro clínico.

De acordo com a Portaria n.2.528 de 2006 que aprova a Política Nacional de Saúde da

Pessoa Idosa (PNSPI – Ministério da Saúde) e revoga portaria nº 1.395 de 1999, o cuidador é

toda pessoa, membro ou não da família, que com ou sem remuneração, formal ou informal e

presta cuidados ao idoso que depende de auxílio em suas atividades diárias, como:

alimentação, higiene pessoal, medicação, companhia aos serviços de saúde, serviços de banco

ou farmácias, entre outros.

Para Sá et al. (2006, p.109), o idoso com demência “desenvolve uma relação extrema

de dependência com seu cuidador” o que gera angústia, pois ele perde autonomia para realizar

determinadas atividades, “além de ser algo que requer grande confiança e segurança” no

outro.Por tornarem os idosos cada vez mais dependentes, os transtornos demenciais “podem

provocar sofrimento tanto para os idosos quanto para seus familiares, que são obrigados a se

reorganizarem para viabilizar os cuidados à pessoa que adoece”(GROISMAN, 2004, p. 248).

Enquanto acadêmica faço parte do projeto “Ações facilitadoras junto aos cuidadores

de idosos com demência: PRÓ-CUIDEM”, como bolsista de iniciação científica. Este

proporciona informações acerca das características peculiares da demência e o que o cuidador

precisa saber, ressaltando que deve olhar o idoso em sua integralidade e não somente a

demência, numa visão holística tanto no cuidado diretamente ao cliente quanto no meio social

que está inserido. O conhecimento é disponibilizado através de tecnologias informativas como

folder, aulas informatizadas, mini-cartilha e blog interativo. E nesse sentido, as oficinas

terapêuticas e grupos de orientação são de extrema valia. De acordo com Sá et al. (2006,

p.102), é preciso estimular os cuidadores a participarem das oficinas e reconhecer a

importância do apoio social formal e informal. Isto também contempla o âmbito da ação do

grupo de apoio.

O PRÓ-CUIDEM surgiu em 2007 através da parceria entre uma professora de

Enfermagem da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UNIRIO), cedida ao Programa

Interdisciplinar de Geriatria e Gerontologia da UFF, com docentes da Escola de Enfermagem

da UFF que já desenvolviam atividades nessa área. O Projeto foi construído e encaminhado a

Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal Fluminense, e centra-se nas necessidades

do cuidador (CAMACHO et al, 2013).

São abertas mensalmente vinte vagas para inscrição de cuidadores que desejem

participar do PRÓ-CUIDEM, com quatro encontros mensais, as segundas-feiras, com uma

duração aproximada de duas horas cada um. Nestes encontros semanais ha palestras de

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enfermeiras com a participação de bolsistas de extensão, de iniciação científica e alunos da

graduação de enfermagem. Em cada ciclo, o grupo de cuidadores e formado para que todos os

participantes possam relatar suas experiências e, assim, promover uma maior interação uns

com os outros, e facilitar a intervenção do profissional quando houver duvidas a serem

esclarecidas (CAMACHO et al, 2013).

O PRÓ-CUIDEM tem como objetivos: informar aos cuidadores de idosos sobre as

alterações do processo demencial e da terapêutica recomendada; orientar aos cuidadores de

idosos com demência sobre os cuidados diários no domicílio; promover a saúde do cuidador e

do idoso com demência frente as necessidades nos cuidados diários, e apresentar as medidas e

recursos possíveis para que haja uma estimulação cognitiva desse idoso no próprio ambiente

familiar. (CAMACHO et al, 2013).

A Mini-Cartilha surgiu da demanda das reuniões do Pró-Cuidem. Conforme ocorriam

os encontros, onde os cuidadores assistiam as palestras, os mesmos solicitavam um material

impresso, diziam queriam levar um material explicativo sobre a demência para casa no intuito

de compartilhar com amigos, familiares e vizinhos a informação apreendida.

Para a realização deste cuidado, a pessoa deve obter informações suficientes acerca da

doença/tratamento. Há uma crescente necessidade de orientar os cuidadores destes idosos a

respeito do progresso da doença, suas manifestações, as complicações e o que se pode esperar

de um idoso com demência. Portanto, é importante o trabalho realizado pelo grupo de

orientação aos cuidadores de idosos com demência – PRÓ-CUIDEM. É um espaço onde há

troca de saberes, tanto entre os profissionais, como do participante.

O embasamento teórico da doença é um fator crucial para assistência de qualidade aos

idosos com demência, por isso questionou-se se a tecnologia informativa a mini-cartilha do

PRÓ-CUIDEM esta contribuindo adequadamente para o processo de entendimento destas

patologias, para os cuidadores de idosos com demência.

Problema: A mini-cartilha está adequada para os cuidadores de idosos com demências do

Pró-Cuidem como tecnologia educacional?

Questão norteadora: A mini-cartilha como Tecnologia Educacional proporciona

informações relevantes aos cuidadores de idosos com demências do Pró-Cuidem?

A partir destes questionamentos definiu-se como objeto de estudo: validação da

Mini-cartilha como Tecnologia Educacional, pelos familiares e cuidadores de idosos com

demências que participam do Pró-Cuidem.

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1.1 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL

Validar Tecnologia Educacional (TE) sobre os cuidados ao idoso com demências,

pelos cuidadores que participam do Pró-Cuidem.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Analisar a avaliação da mini-cartilha como fonte de orientação sobre ações de cuidado

apreendidas pelos cuidadores;

- Descrever os aspectos positivos e negativos da mini-cartilha como Tecnologia Educacional

(TE) sobre os cuidados ao idoso com demências.

1.3 JUSTIFICATIVA

O projeto Pró-Cuidem desenvolve atividades com intenção de fortalecer o vínculo

afetivo entre o familiar e cuidador com o idoso. Para que se tenha uma adesão ao busca-se

com as tecnologias informativas entregadas no projeto, contribuir na compreensão do que esta

acontecendo com idoso, dando explicações do porquê de suas atitudes e falas.

Daí a necessidade da formação de mais espaços informativos, como os grupos de

apoio para orientação das pessoas que cuidam destes idosos com demência. Esse fato refere a

lembrarmos da importância do enfermeiro nesta atenção, tendo como primordial, a busca de

alternativas e maneiras capazes de minimizar o impacto desta doença na vida do cuidador.

Desta forma, as oficinas terapêuticas para cuidadores de idosos com demência

proporcionam um espaço de valorização do sujeito, criando condições para uma melhor

qualidade de vida e relações interpessoais. Também possibilitam condições para a

transformação de um sujeito desmotivado em sujeito produtivo, além do suporte no processo

de enfrentamento das síndromes demenciais.

A validação da Mini-Cartilha se faz imprescindível, pois há necessidade de saber se

esta compatível o conteúdo, a linguagem para a realidade da clientela assistida (pacientes,

familiares e cuidadores) e se os mesmos têm alguma sugestão que possa ser acrescentado no

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informativo com a intenção elucidar da melhor forma para que o cuidado prestado seja eficaz

melhorando a qualidade de vida dos idosos.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 CONHECENDO MELHOR A DEMÊNCIA

A Mini-Cartilha do Programa de Orientações aos Cuidadores de Idosos com Demência

do PRÓ-CUIDEM, possui 8 páginas e é composto por elementos pré- textuais (capa); textuais

(o que é a Demência, os 10 sintomas mais comuns nas demências, patologias que cursam com

a demência, terapia medicamentosa, o idoso-refletindo as intervenções nos déficits de

autocuidado e estimulação cognitiva uma esperança ao idoso demenciado). Nesta revisão de

literatura foi aprofundado os temas abordados na Mini-Cartilha para conhecer melhor a

demência e assim validar o material.

2.1.1 EPIDEMIOLOGIA

Com o aumento da expectativa de vida e controle da natalidade, o envelhecimento

populacional tornou-se fato, trazendo consigo uma maior prevalência de doenças crônico-

degenerativas, dentre elas as síndromes demenciais (FORNARI et al., 2010, p.18 6).

Com relação à demência, estima-se que sejam 25 milhões de indivíduos no mundo e

que a prevalência mundial está arredor de 6.1% em adultos maiores de 65 anos. A

variabilidade entre países e regiões é grande. Quase todos os estudos realizados em diferentes

áreas do mundo, demonstram a prevalência aumentando com a idade, quase duplicando em

cada 5 anos de vida. Há de se considerar que a incidência de pessoas com demência é menor

em países em desenvolvimento do que os países desenvolvidos. Esta diferença é devido a

expectativa de vida da população do país (HESSE, 2009).

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20

Em dezembro de 2011, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

divulgou a expectativa de vida da população brasileira no ano de 2010: 73,5 anos. Embora

esse índice tenha aumentado em 11 anos nas últimas três décadas. Calcula-se ainda que o

crescimento do número de casos de demência, ao longo das próximas décadas, será maior nos

países de baixa e média renda, entre os quais o Brasil se inclui (COUTINHO E LAKS, 2012,

p. 412-413).

2.1.2 DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

Demência pode ser definida como uma síndrome caracterizada pelo declínio

progressivo e global de memória, associado ao déficit de uma ou mais funções cognitivas

(linguagem, agnosia, apraxias, funções executivas), com uma intensidade que possa interferir

no desempenho social diário ou ocupacional do indivíduo (MACHADO et al., 2006, p.133-

47) .

As síndromes demenciais podem ser classificadas em duas categorias: degenerativas

representando 80 a 90 % dos casos e não degenerativas 10 a 20% (SAYEG, 2012, p. 97-109).

As demências não degenerativas são decorrentes de acidentes vasculares, processos

infecciosos, traumatismos, deficiências nutricionais, tumores, dentre outras patologias. As

demências degenerativas apresentam curso progressivo tem sua origem predominantemente

cortical, como a Doença de Alzheimer (DA); e subcortical, como a doença de Huntington.

Esta divisão entre demência cortical e subcortical é baseada na localização da lesão da

enfermidade (ALLEGRI, 2001, p. 317-24; GORZONI e PIRES, 2006, p. 18-23).

2.1.3 SINAIS E SINTOMAS

As demências são resultantes de uma série de estressores genéticos e ambientais, que

variam com o tempo, idade e cada indivíduo acometido. Existe uma cascata de eventos

fisiopatológicos que atuam diretamente no âmbito molecular, que levam à falta de

neurotransmissores, consequentemente causando a patologia demencial (ARAÚJO E

NICOLI, 2010, p.232).

O curso clínico da maioria das demências neurodegenerativas tem início insidioso e de

deterioração progressiva, com prejuízo na memória de fixação. No decorrer da doença há uma

progressiva deterioração na execução das atividades funcionais e de vida diária. E com o

passar do tempo, o quadro torna-se progressivo e irreversível, podendo aparecer sinais e

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sintomas neurológicos, deterioração corporal e outras patologias associadas (ARAÚJO E

NICOLI, 2010, p.231-44).

Os sintomas mais observados, que levam limitações importantes para a vida diária do

paciente e de seus cuidadores são: dificuldades cognitivas e distúrbios emocionais, como

alteração de humor (sintomas depressivos, euforia, labilidade emocional), delírios,

alucinações, apatia, irritabilidade, desinibição, ansiedade, reações catastróficas, agressividade

verbal e física, comportamento estereotipado, andar incessante, insônia, alterações no apetite,

e do comportamento sexual (CARAMELLI & BARBOSA, 2002).

2.1.4 DIAGNÓSTICO

O diagnóstico das demências é pautado em bases clínicas, devendo os profissionais

atentar para os critérios de uma classificação da doença, podendo estar estes dentro dos

seguintes parâmetros: POSSÍVEL - de curso atípico ou associado a outros fatores causais para

demência. PROVÁVEL - com distúrbio de memória associado a uma ou mais funções

cognitivas afetadas. DEFINIDA - cujos achados clínicos são confirmados com o exame

anatomopatológico, conforme a topografia da demência. (MANSUR et al., 2005).

O diagnóstico diferencial das demências se baseia na história clínica, nos exames

laboratoriais e de imagem, no exame neurológico, na diferenciação do perfil característico à

avaliação neuropsicológica (CARAMELLI E BARBOSA, 2002).

Exames laboratoriais realizados são geralmente os seguintes: hemograma completo,

concentração sérica de uréia, creatinina, tiroxina (T4) livre, hormônio tireóideo-estimulante

(TSH), albumina, enzimas hepáticas (TGO, TGP, Gama – GT), vitamina B12 e cálcio,reações

sorológicas para sífilis e HIV. O exame do LCR (líquor céfalo-raquidiano) é indicado na

investigação de demência no início pré-senil (antes do 65 anos), apresentação ou curso clínico

atípico, hidrocefalia comunicante, e quando houver suspeita inflamatória ou infecciosa do

SNC (ARAÚJO E NICOLI, 2010, p.231-44).

A Tomografia Computadorizada (TC), ou preferencialmente a Ressonância Magnética

(RM), deve ser realizada com a finalidade de excluir outras possibilidades diagnósticas, além

de comorbidades. O SPECT (Tomografia Computadorizada por Emissão de Fóton Único) não

é recomendado rotineiramente, mas pode auxiliar no diagnóstico de outras demências, em

especial as de forma degenerativa, como DA, Demência FrontoTemporal, Demência Corpos

Lewy e Degeneração córtico-basal (NITRINI et al.,2005).

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22

A Eletroencefalografia (EEG) é recomendada como método auxiliar, principalmente

quando o diagnóstico permanecer em aberto após avaliações clínicas iniciais, situação essa em

que o EEGq (quantitativo) pode ser útil. (NITRINI et al., 2005) e (BAZZARELLA, 2003).

No caso de demências degenerativas, os exames laboratoriais são normais e os de

neuroimagem revelam atrofia cortical, embora inespecífica, podendo apresentar topografia

sugestiva (CARAMELLI E BARBOSA, 2002).

O diagnóstico das diferentes etiologias é importante para o prognóstico e para a

escolha da terapêutica específica. Muitas demências não degenerativas são passíveis de

tratamento que objetive a reversão do quadro. Em relação às demências degenerativas, há

propostas terapêuticas que podem modular o seu curso, caracteristicamente irreversível à luz

do conhecimento atual (FORNARI et al., 2010, p.187).

2.1.5 TRATAMENTO

Tratamento farmacológico.

O tratamento depende de cada tipo demência, cada uma tem suas particularidades.

Mais de uma forma geral as demências degenerativas, têm como base terapêutica três pilares:

retardar a evolução, tratar os sintomas e controlar as alterações de comportamento (SAYEG,

2012, p. 99).

Para um tratamento específico existem drogas anticolesterásicos como: Donepezila,

Rivastigmina e Galantemina que conservam ou melhoram a cognição e para tratamento

sintomático drogas que controlam os distúrbios de comportamento é indicado em agitações,

crises de agressividade, alterações comportamentais, depressão e regularização do sono. O

exercício e a preservação da identidade social, nutrição adequada e manutenção de atividades

em ambiente calmo e fisicamente adaptado são recursos que complementam a terapêutica.,

como antipsicóticos, antidepressivos e ansiolíticos (SAYEG, 2012, p. 99).

Efeitos Colaterais dos anticolesterásicos:

Donepezila: diarreia, náusea, vômitos, fadiga, insônia e inapetência, que costumam

desaparecer com o uso contínuo. O donepezila não apresenta toxicidade hepática.

Rivastigmina: náuseas e vômitos severos, tontura, fadiga, mialgia, incontinência

urinária, problemas com a visão e sudorese intensa.

Galantemina : náuseas, vômitos e outros efeitos colinérgicos que tendem a

desaparecer nas primeiras semanas (SAYEG, 2012, p. 97-109).

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Tratamento de enfermagem.

As prescrições de enfermagem para a demência são objetivadas na promoção da

função e independência do paciente durante o maior tempo possível. As outras metas

importantes incluem promover: a segurança física do paciente, a independência nas atividades

de autocuidado, a nutrição adequada, atividade e repouso equilibrados. E apoio e educação

aos cuidadores da família, redução da ansiedade e agitação, melhoria de comunicação e

fornecimento de meios para a socialização e intimidade (BRUNNER E SUDDARTH, 2009,

p.204).

2.1.6 DOENÇA DE ALZHEIMER

Foi aprofundada mais especificamente a doença de Alzheimer do que outras

síndromes demências, devido a sua prevalência, que perfaz de 60 a 80 % dos casos de

demência. É tipicamente uma doença de idosos, raramente ocorrendo antes dos 60 anos e,

embora atualmente estejam disponíveis tratamentos específicos que podem modular o curso

da doença e amenizar os sintomas, não há cura: a doença progride inexoravelmente

(FORNARI, 2010, apud. LO GIUDICE, 2002, 536).

Segundo Brucki (2000) a etiologia da doença ainda encontra-se em estudo, mas as

alterações são de ordens neuropatológicas e bioquímicas específicas, que incluem os

emaranhados neurofibrilares (massa enovelada de neurônios não funcionantes) e placas senis

ou neuríticas (acúmulo de proteínas amiloide e estruturas celulares alteradas nas junções

interneuronais). Tal lesão ocorre principalmente no córtex cerebral, resultando em diminuição

do tamanho do cérebro e as alterações são observadas em menor grau no parênquima cerebral

normal dos adultos idosos. As células mais afetadas são as que usam o neurotransmissor

acetilcolina, ocorrendo de ponto de vista bioquímico, diminuição da enzima ativa na produção

de acetilcolina. A acetilcolina participa especificamente da memória.

Pode ser dividida em três estágios: inicial, com duração de dois a três anos, com

sintomas vagos e difusos, em que há perda de memória episódica e grande dificuldade de

aprendizagem de novos eventos. (GALLUCCI et al., 2005).Evoluindo gradualmente, levando

a prejuízos mais sérios em outras funções cognitivas: como o julgamento, raciocínio,

habilidades visuo-espaciais (CARVALHO, 2000; TEIXEIRA e CARAMELLI, 2006).

Nos estágios intermediários, com duração de dois a dez anos, ocorrerá

progressivamente uma afasia fluente (alteração ou perda da capacidade de falar ou de

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compreender a linguagem falada e/ou escrita), agnosia (dificuldade na nomeação de objetos e

na forma de expressar ideias e palavras), e apraxia (incapacidade de executar movimentos

voluntários coordenados, embora as funções musculares e sensoriais estejam conservadas).

Sintomas extrapiramidais podem ocorrer como: alterações na postura, aumento no tônus

muscular, comprometimento da marcha e desequilíbrio (ALMEIDA, 1997).

Nos estágios terminais, de oito a doze anos, todas as funções cerebrais estão

amplamente afetadas, verificando-se alterações marcantes no ciclo sono-vigília, alterações

comportamentais, irritabilidade, agressividade, sintomas psicóticos, incapacidade para

deambular, falar e realizar cuidados pessoais, ou seja, com progressiva deterioração da

memória e da execução das atividades de vida diária (AVD), o que insere a DA entre os

quadros progressivos irreversíveis. Podem aparecer sinais e sintomas neurológicos grosseiros,

como hemiparesia espástica, rigidez importante e a deterioração corporal que é

surpreendentemente rápida, apesar do apetite preservado (MANSUR et al., 2005).

É importante ressaltar que o tempo de progressão da demência é variável de acordo

com cada indivíduo, podendo muitas vezes não preencher as medianas temporárias acima

citadas nos estágios iniciais, intermediários e terminais (ARAÚJO e NICOLI, 2010).

Para o tratamento DA, além das terapias farmacológicas citadas acima, tem sido muito

usado a acetilcolina é um neurotransmissor muito importante, antagonista dos receptores de

glutamato (NMDA). O excesso do neurotransmissor, glutamato, é altamente tóxico para os

neurônios, promovendo a entrada maciça de cálcio no interior do neurônio, levando-o à

morte. Se esse excesso for controlado e bloqueado, automaticamente, os neurônios serão

preservados. A Memantina impede que o excesso de glutamato atue sobre a molécula

receptora do glutamato do neurônio adjacente, evitando a entrada excessiva de cálcio, que

levaria à morte neuronal. A Memantina foi aprovada pelo FDA como droga específica para o

tratamento da DA em outubro de 2003 (SAYEG, 2012, p. 100).

Nesta patologia não há cura, porém a falta de uma terapia definitiva e curativa por

drogas não deve afastar o profissional das alternativas terapêuticas não medicamentosas, uma

vez que essa abordagem reflete positivamente não só o que diz respeito à qualidade de vida do

paciente, como também do cuidador (SAYEG, 2012, p. 101).

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2.2 AÇÕES FACILITADORAS JUNTO AOS CUIDADORES DE IDOSOS

COM DEMÊNCIA: PRÓ-CUIDEM

A Academia Brasileira de Neurologia (2005) recomenda programas educacionais e

treinamento do cuidador somados ao suporte psicológico e dos serviços de saúde. O projeto

“Ações facilitadoras junto aos cuidadores de idosos com demência: PRÓ-CUIDEM”,

proporciona aos cuidadores suporte na realização das atividades de vida diária de idosos com

demência, especificamente no que consiste nas informações sobre as alterações do processo

demencial e da terapêutica recomendada. Orienta-se sobre cuidados diários no domicílio e

promoção a saúde do cuidador e do idoso demenciado frente às necessidades de cuidados

diários. Os programas de orientação aos cuidadores se tornam importantes para o

planejamento do cuidado ao idoso (PAVARINI et al. , 2008, p.582).

O impacto do diagnóstico de demência na família é extremamente perturbador. Poucas

pessoas estão preparadas para lidar com a responsabilidade e sobrecarga que é cuidar de um

idoso demenciado, pois, em geral, existe um desconhecimento sobre a doença, como agir,

como entender a pessoa afetada e seus próprios sentimentos (PESTANA e CALDAS, 2009,

p.584). Como a informação precisa ser difundida neste grupo, a Mini-cartilha uma tecnologia

informativa contribui para esse processo de construção de conhecimento. Mas se faz

necessário saber se esta tecnologia realmente atende todas minucias que lhe são propostas. A

validação da Mini-Cartilha do Pró-Cuidem se faz indispensável, para saber se cada item

abordado é demonstrado de uma forma compreensível.

Para a família e os cuidadores assessorar nos cuidados ao idoso com demência, eles

tem que fazer adaptações diárias. Pois sintomas da demência podem gerar afastamento e

estigmas sobre os pacientes, favorecendo o isolamento do seu contexto sócio familiar. Pode

apresentar muitas crises de agitação ou apatia, como consequências interferindo no seu

ambiente social. (FALCÃO, 2009, p. 139). Através das aulas ministras e Mini-cartilha do Pró-

Cuidem os cuidadores passam a ter discernimento de certas atitudes tomadas pelos idosos

com demência. Através dessas reuniões os familiares e cuidadores conseguem expor suas

histórias, fazendo uma interação entre a equipe de saúde e os cuidadores, possibilitando a

identificação dos sinais e sintomas da demência, estas reuniões contribuem para um ambiente

favorável entre cuidadores e portadores de Demência (MAUSBACH et al., 2008, p. 367).

A equipe multidisciplinar é fundamental neste cuidado. O acompanhamento

nutricional, fisioterápico e fonoaudiológico são necessários em diversos estágios da doença. E

as intervenções de enfermagem são extremamente importantes em questões que giram em

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torno de hábitos de vida, uso correto dos medicamentos, cuidados com a pele, hidratação e no

manejo das intercorrências clínicas. O atendimento familiar proporciona discussões,

orientações e aconselhamentos que visam à melhora do cuidado e a prevenção de problemas.

Através desse atendimento é possível identificar de forma mais eficaz as necessidades do

idoso demenciado e de seus cuidadores e então planejar estratégias de sucesso junto ao

paciente (PESTANA e CALDAS, 2009, p.586).

Tornou-se evidente que a assistência de enfermagem prestada ao idoso demenciado

vai muito além dos cuidados básicos e depende da participação ativa da família. A

identificação de estratégias para minimizar e manejar os sintomas comportamentais

(PESTANA e CALDAS, 2009, p.585). A informação adequada sobre o que é demência, como

tratá-la e como manejar o paciente ajudará que este impacto inicial seja melhor

compreendido, proporcionando a melhora da qualidade de vida tanto do paciente quanto de

seus cuidadores. Sabemos do sofrimento pelo qual passam essas famílias, principalmente nos

anos subseqüentes ao diagnóstico, a adaptação às novas tarefas impostas pela doença e é

nosso dever informar e buscar soluções que, apesar de não serem definitivas, têm

comprovadamente minimizado, em muito, o sofrimento de pacientes e familiares

(CAOVILLA e CANINEU, 2002).

De fato os pacientes com demência se tornam progressivamente dependentes de seus

cuidadores e isso fortalece o surgimento das repercussões de situações de âmbito social,

físico, psicológico e emocional. Ocorreram mudanças no que diz respeito ao sono, a qualidade

de vida, depressão, afeto, humor, dentre outros aspectos na vida de cuidadores e do próprio

idoso com demência. Os cuidadores necessitam de olhar especial, pois ao orientá-lo

corretamente, promovermos a sua saúde estamos cuidando indiretamente do idoso com

demência (CAMACHO et al., 2013).

2.3. TECNOLOGIA EDUCACIONAL

De acordo Luckesi (1986) a Tecnologia Educacional é a configuração metódica de

projetar, implementar e avaliar o processo total do conhecimento e da instrução em termos de

objetivos específicos. Baseados em pesquisas de aprendizagem humana e de materiais, para

tornar a instrução mais efetiva. O desenvolvimento de um conjunto científico contribui para a

elaboração de produtos materiais e para a promoção de intervenções sobre determinada

situação prática. Todo o processo deve ser avaliado e controlado sistematicamente

(NIETSCHE, 2005).

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27

As tecnologias também podem ser de vários tipos, como as Tecnologias

(dispositivos para a mediação de processos de ensinar e aprender, utilizadas entre

educadores e educandos, nos vários processos de educação – formal- acadêmica,

formal – continuada); as Tecnologias Assistenciais ( dispositivos para a mediação de

processos de cuidado, aplicadas por profissionais com os clientes-usuários dos

sistemas de saúde- atenção primária, secundária e terciária); e as Tecnologias

Gerenciais (dispositivos para a mediação de processos de gestão, utilizadas por

profissionais nos serviços e unidades dos diferentes sistemas de saúde) (NIETSCHE,

2005).

A adesão de novas Tecnologias Educacionais na área da enfermagem pode levar

alterações significativas pois permite a flexibilização do ensino, tornando-o mais atual e

dinâmico, promovendo novas formas de ensinar e aprender, induzindo novos comportamentos

em docentes e discentes, novas formas de relacionamento, novas maneiras de pensar e de

produzir conhecimento (RODRIGO e PERES, 2013).

As tecnologias podem ser relacionadas às valises que os profissionais utilizam

(MERHY, 2000). “Na valise vinculada às “mãos” dos profissionais cabem diferentes

equipamentos ou Tecnologias Duras, dispositivos materiais utilizados no dia a dia

do trabalho em saúde; na valise vinculada às “relações” cabem diferentes

dispositivos relacionais que subsidiam o agir dos profissionais e usuários-pacientes

ou Tecnologia Leves (SABOIA,2011).

A Mini-Cartilha visa proporcionar aos cuidadores de idosos com demência do Pró-

Cuidem conhecimentos sobre a demência, de forma a facilitar o cuidado diário e promover

mudanças de atitudes dos cuidadores com os idosos. Com intuito fortalecer o vinculo entre

eles e melhorar a assistência que é prestada ao idoso. Para saber se a Mini Cartilha realmente

atinge todas estas finalidade, precisou-se validar este material como um Tecnologia

Educacional.

A validação de tecnologias educacionais caracteriza-se como uma pesquisa

de desenvolvimento metodológico, a qual é considerada uma estratégia que,

mediante o uso sistemático dos conhecimentos disponíveis, visa a elaborar uma nova

intervenção ou melhorar significativamente uma intervenção já existente, ou ainda

elaborar ou melhorar um instrumento, um dispositivo ou um método de medição

(CONTANDRIOPOULOS, 1997). Esse tipo de estudo tem foco em

desenvolvimento, avaliação e aperfeiçoamento de instrumentos e de estratégias

metodológicas (POLI; BECK; HUNGLER, 2004).

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28

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA E ABORDAGEM METODOLÓGICA

Tratou-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa. A pesquisa

descritiva, é aquela que descreve os resultados de forma possível de relacionar o evento com

suas possíveis causas e assim traçar estratégias renovadas de abordagem aos

familiares/cuidadores. Pesquisa quantitativa, envolve “a coleta sistemática de informação

numérica, mediante condições de controle, além da análise dessa informação, utilizando

procedimentos estatísticos” (POLIT; HUNGLER, 1995, p. 18).

O cenário deste estudo foi o “Mequinho”, unidade componente do Programa

Enfermagem na Atenção à Saúde do Idoso e seus Cuidadores (EASIC) da Universidade

Federal Fluminense referência no atendimento ao cliente com Doença de Alzheimer e outros

transtornos demenciais no município de Niterói .Está situado na Rua Jansen de Melo, 174,

Centro – Niterói. A escolha deste cenário justificou-se por: a) Ser uma instituição

universitária de ensino, por excelência na área de Doença de Alzheimer e outros transtornos

demenciais; b) Possuir uma equipe interdisciplinar; c) Incentivar continuamente o

desenvolvimento de pesquisas.

O público-alvo se constituiu de 22 cuidadores de idosos demenciados oriundos de

demanda espontânea assistidos na referida instituição. Além disso, este trabalho foi objeto de

avaliação dos cuidadores que participam das atividades desenvolvidas e interagem com as

tecnologias informativas utilizadas (mini-cartilha).

Portanto, os critérios de inclusão dos sujeitos foram: participarem das atividades do

PRÓ-CUIDEM como os cuidadores/familiares de idosos demenciados e que conheceram os

conteúdos ministrados nas aulas para reformulação mini-cartilha. Os critérios de exclusão

foram aqueles sujeitos que não participam dos encontros previstos no PRÓ-CUIDEM e não

tiveram acesso aos conteúdos ministrados através da mini-cartilha. Foram realizados por

grupos formados no máximo por 20 cuidadores/familiares, profissionais de enfermagem e

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acadêmicos de enfermagem com reuniões semanais, com um total de 04 encontros (um

mês/08 horas), nas sextas feiras das 10 às 12 horas. Foram grupos formados mensalmente.

A equipe do Pró-Cuidem é composta por Enfermeiras docentes da Escola de

Enfermagem Aurora de Afonso Costa, graduandos do oitavo e nono período do Curso de

Enfermagem e enfermeiras residentes do Curso de Residência de Enfermagem em Saúde

Coletiva. As estratégias pedagógicas utilizadas foram: Aulas dialogadas, Dinâmicas de grupo,

Folhetos informativos (folder e mini-cartilha) e o uso do blog interativo como ferramenta de

divulgação, interação e informação. Destes meios didáticos disponibilizados foi validada a

Mini-Cartilha.

Em todas as áreas em que o idoso é atendido, vê-se o crescimento do número de

idosos com demência. Com isso, a necessidade da formação de mais espaços informativos,

como os grupos de apoio para orientação das pessoas que cuidam destes idosos com

demência. Tal fato nos remete a lembrar da importância do enfermeiro nessa atenção, tendo

como primordial, a busca por alternativas e maneiras capazes de minimizar o impacto desta

doença na vida da família/cuidador.

Mesmo com grande experiência apresentada pelo cuidador em cuidar do outro, nem

sempre é o bastante para lidar com o idoso demenciado, até porque devido a fatores

emocionais, os familiares acabam por apresentar dificuldades com esse cuidado, já que

inicialmente eles passam por um momento de aceitação da doença.

Assim, de acordo como Néri & Carvalho in Sá et al (2006, p.103), observa-se que “a

ajuda de um profissional especializado, [...] é crucial para a determinação do bem-estar do

cuidador e principalmente dos cuidados prestados aos idosos.”

Dessa maneira, a presente proposta objetivou a validar da Mini Cartilha, contendo

assuntos de interesse dos cuidadores como material e método para se tornar uma tecnologia

educativa e estratégia a ser usada na prática assistencial de enfermeiros.

A avaliação pelo público (cuidadores) foi realizada através do preenchimento do

questionário fechado. A avaliação foi processual e contínua, visando atender as necessidades

e expectativas do cuidador, a fim de alcançar os objetivos propostos.

A avaliação foi efetuada com vistas a possibilitar novas maneiras de veicular

informações e sua efetividade no cotidiano do cuidador com vistas à melhor adequação das

informações em detrimento da realidade vivenciadas por essas pessoas.

O questionário foi a técnica escolhida para coleta de dados, e como instrumento o

questionário estruturado com perguntas fechadas por Oliveira, Fernandes e Sawada (2008) e

adaptado por Teixeira (2009) contidos no apêndice. Este instrumento possui vantagem como a

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possibilidade de atingir um grande número de pessoas; menor gasto com pessoal, pois não

exige treinamento de pessoas; economia de tempo; anonimato das respostas; menor risco de

distorção pela não influência do pesquisador nas respostas; mais tempo para responder e em

hora mais favorável (GIL, 1999; RAMPAZZO, 2004).

O questionário de avaliação é composto por 2 partes: 1º parte que é identificação do

público alvo (cuidadores) com o fim de caracteriza-lo quanto a idade , sexo e nível de

escolaridade e a 2º parte é dividida em blocos que têm subdivisões como o bloco “objetivos”

é subdivido em 3 itens , o bloco “organização” em 7 itens, o bloco “estilo da escrita” em 6

itens, o bloco “aparência” com 4 itens e o bloco “motivação” com 6 itens. Esta segunda parte

recebe uma valoração 1. Para Totalmente Adequado, 2. Adequado, 3. Parcialmente Adequado

e 4 Inadequado. E no final do instrumento o avaliador pode contribuir com comentários e

sugestões (Apêndice 7.3).

Após a finalização da coleta de dados, os mesmos foram tratados estatisticamente em

dados percentuais, para que não se perca a importância dos resultados em números, através da

análise quantitativa. Portanto, nesta pesquisa, a análise foi realizada por partes: a 1º parte foi

discriminado quantos são do sexo feminino e masculino, a idade e o nível de escolaridade,

posteriormente contabilizado e exposto em gráficos a porcentagem de cada item avaliado.

Na 2º parte analisou-se o número total de itens de cada bloco e multiplicou pelo

número total de avaliadores, gerando um valor que corresponde 100% do bloco avaliado. Em

seguida foi somada a valoração que cada item recebeu dos avaliadores comparando este

resultado com a porcentagem 100% correspondente a cada bloco, caso atinja um índice de >

ou tal que 70%. As respostas foram agrupadas e categorizadas para a formação de um banco

de dados utilizando-se frequência percentual simples e o Microsoft Office Excel 2003.

Posteriormente, os dados foram introduzidos no programa Microsoft Office -

Excel/Windows, e apresentado através de gráficos e organizados por grupo de variáveis em

função dos objetivos do estudo.

3.2 ASPECTOS ÉTICOS

Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário

Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense com o protocolo n.º0363.0.258.000-11 e

registro 347 de novembro de 2011. De acordo com a publicação no Diário Oficial da União,

seção 1, pg. 59 a 62, do dia 13 de junho de 2013, a nova Resolução nº 466, de 12 de

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Dezembro de 2012 que dispõe sobre as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas

envolvendo seres humanos.

Foi elaborado um termo de consentimento livre e esclarecido com vistas a solicitação

da autorização dos sujeitos do estudo, respeitando sua privacidade e autonomia caso desejem

ou não participar do referido estudo.

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4 RESULTADO E DISCUSSÃO

Validação da Mini cartilha

Na análise da 1º parte do instrumento caracterizou e contabilizou os participantes

quanto sexo, idade e nível de escolaridade. O público-alvo (cuidadores/familiares) foi

composto por 22 pessoas, onde 7 participaram do primeiro grupo (31,8%) e 15 participaram

do segundo grupo (68,2%).

Quadro 1: Dados sobre gênero, idade e escolaridade

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GRÁFICO 1: Sexo

81,82%

18,18%

Sexo

Fem.

Masc.

Em relação ao sexo dos participantes, 18 pessoas (81,82%) eram do sexo feminino e 4

pessoas (18,18%) eram do sexo masculino (Gráfico 1). O processo saúde/doença é um evento

que mobiliza a figura feminina no desempenho do cuidar desde os primeiros relatos históricos

que discutem alterações na saúde do ser humano (WEGNER W, PEDRO E.N.R., 2010).

Às mulheres, compete o cuidado em tudo que cresce e se desenvolve, prolongando-se

até a morte; a mulher há de ser a cuidadora principal nas etapas do ciclo vital. Elas têm

conquistado espaços fundamentais à sua afirmação social e, principalmente, valorização

perante a sociedade por meio dos papéis que vêm desempenhando com competência seja na

família ou na comunidade. Dentre os vários papéis por ela desempenhados, o de cuidadora é

histórica e culturalmente o mais evidenciado e assimilado. Quando se trata de

cuidar/acompanhar um familiar em situação de hospitalização, seja ele, filho, esposo, mãe/

pai, é a mulher que está implicitamente associada como cuidadora principal da família

(WEGNER W, PEDRO ENR, 2010).

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GRÁFICO 2: Idade

A faixa etária dos avaliadores esta entre 30 a 89 anos, de 30 a 39 anos (9%), de 40 a

49 anos (18%), de 50 a 59 anos (36%), de 60 a 69 anos (14 %), de 70 a 79 anos (18%) e de 80

a 89 anos (5%), com uma média de 60 anos e moda de 59 anos (Gráfico 2).

GRÁFICO 3: Escolaridade

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Quanto à escolaridade dos participantes, 14% possuíam o ensino fundamental, 59% o

ensino médio, 18% o ensino superior completo, e 9% o ensino superior incompleto (Gráfico

3). O nível de escolaridade deve ser levado em conta, pois sinaliza a maneira como a

comunicação deve ser efetivada. Assim, para estimular o interesse na cartilha e para que a

linguagem seja compreendida é necessária à leitura esteja no grau de conhecimento do

público alvo (SANTOS 2004).

Na análise da 2º parte do instrumento os resultados e a discussões foram agrupados

em Blocos como Objetivos, Organização, Estilo da escrita, Aparência e Motivação. No final

acrescentou os comentários gerais e sugestões realizadas pelos avaliadores, na forma de

contribuir para aperfeiçoamento da Mini-Cartilha.

A avaliação da cartilha é exposta no Bloco 1 (Objetivos) através da investigação do

entendimento do material e cumprimento de seus objetivos . Este refere-se aos propósitos,

metas ou fins que se deseja atingir com a utilização manual. Possui três itens, fazendo com

que a pontuação máxima para validação do mesmo fosse igual a 66, já que o público-alvo é

composto por 22 pessoas, logo: 3 (itens) X 22 (pessoas) = 66 pontos.

Esse bloco respostas as foram: 45 para Totalmente Adequado, 16 para Adequado, 3

para Parcialmente Adequado e 0 para Inadequado. Portanto, das 66 (100%) opções de

resposta, 61 (92,4%) foram para Totalmente Adequado e Adequado. Podemos afirmar que os

três itens desse bloco foram validados, já que todos os três foram superiores a 70% somando

as respostas de Totalmente Adequado com Adequado.

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GRÁFICO 4.1: Objetivos do Público-Alvo da TE

O item 1.1 referente se a Tecnologia Educacional (TE) atende aos objetivos do

público-alvo, obteve 70% de aprovação. De um modo geral os cuidadores sinalizam que a

cartilha atendeu aos seus propósitos, facilitando o acesso ao conhecimento sobre a patologia e

atingindo os objetivos de informar sobre a evolução da demência e conscientiza sobre o

processo de adaptação ao tratamento (Gráfico 4.1).

GRÁFICO 4.2: Ajudam durante o trabalho do Público-alvo da TE

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O item 1.2 referente se a TE ajuda durante o trabalho do público-alvo, obteve 95% de

aprovação, havendo 5% de abstenção (Gráfico 4.2). As tecnologias vinculadas à educação

identificam-se com métodos de cuidado simplificados, com o objetivo de se tornar uma

prática comum, facilitando o cuidado dos pacientes (NIESTCHE, 2000). A informação

fornecida é um elemento central para o processo de decisão e um requisito fundamental para a

gestão e prestação da atenção à saúde. O acesso à informação é reconhecido como aspecto

fundamental para o planejamento, o funcionamento de uma assistência qualificada

(WASHINGTON, 2001).

GRÁFICO 4.3: Adequação da TE utilizada pelo profissional da área da saúde

55%27%

14%

0%

4%

Esta adequada para ser usada por qualquer profissional que trabalhe no campo do

público-alvo da TE

Totalmente adequado

Adequado

Parcialmente adequado

Inadequado

Sem resposta

O item 1.3 referente se a TE está adequada para ser usada por qualquer profissional

que trabalhe no campo do público-alvo, obteve 82% de aprovação, sendo que houve 4% de

abstenção (Gráfico 4.3). A TE fornece informação cerca do tratamento este pode ser

trabalhado em equipe, envolvendo o esforço dos profissionais de saúde juntamente com os

cuidadores (MALDANER et al. 2008).

A forma de apresentar as orientações é estudado no Bloco 2 (Organização) alusivo a

organização geral, estrutura, estratégia de apresentação, coerência e formatação. Composto

por sete itens, fazendo com que a pontuação máxima para validação do mesmo seja igual a

154, pois: 7 (itens) X 22 (pessoas) = 154 pontos,4% foram para Totalmente Adequado e

Adequado.

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As respostas foram 100 para Totalmente Adequado, 31 para Adequado, 13 para

Parcialmente Adequado e 1 para Inadequado. Portanto, das 154 (100%) opções de resposta,

131 (85,06%) foram para Totalmente Adequado e Adequado.

Podemos afirmar que os sete itens desse bloco foram validados, pois todos eles

apresentaram índice de aprovação superior a 70% somando as respostas de Totalmente

Adequado com Adequado.

GRÁFICO 5.1: Capa atrativa e indicativa para o conteúdo do material

GRÁFICO 5.2: Adequação dos Tópicos de Abordagem

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O item 2.1 referente a capa do material ser atraente e indicar o seu conteúdo, obteve

77% de aprovação, havendo 5% de abstenção (Gráfico 5.1), embora comentários a respeito

desse item tenham sido feitos em relação a capa ser mais bem apresentada, colorida, com uma

aparência melhor; o item 2.2 referente ao tamanho do título e do conteúdo nos tópicos serem

adequados, obteve 86% de aprovação, havendo 9% de abstenção (Gráfico 5.2).

GRÁFICO 5.3: Sequência dos Tópicos

O item 2.3 referente aos tópicos possui sequência, obteve 87% de aprovação, havendo

4% de abstenção (Gráfico 5.3). Uma apropriada organização contribui para que a informação

seja processada de modo a gerar novos conhecimentos por meio do aprendizado. Novos

conhecimentos permitem desenvolver novas capacidades e melhorar os processos

organizacionais. A construção e a utilização do conhecimento é um desafio constante a ser

vencido (CHOO, 2003).

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40

GRÁFICO 5.4: Coerência entre as informações da capas, contracapa, sumário,

agradecimentos e/ou apresentação

68%

18%

9%

0% 5%

Há coerência entre as informações da capa, contracapa, sumário,

agradecimentos e/ou apresentação

Totalmente adequado

Adequado

Parcialmente adequado

Inadequado

Sem resposta

O item 2.4 referente a coerência entre as informações da capa, contracapa, sumário,

agradecimentos e/ou apresentação, obteve 86% de aprovação, havendo 5% de abstenção,

embora comentários a respeito desse item tenham sido feitos em relação ao material ser

encadernado para melhor conservação (Gráfico 5.4). Um texto coerente permite uma

continuidade do sentido perceptível do texto, resultando numa conexão conceitual-cognitiva.

Este processo de conexão, além dos fatores lógicos, depende de fatores socioculturais

diversos (KOCH e TRAVAGLIA, 1999).

GRÁFICO 5.5: Apropriação do Material Utilizado

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GRÁFICO 5.6: Adequação das Páginas

GRÁFICO 5.7: Aspectos Importantes da Temática

82%

14%

0% 0%

4%

Os temas retratam aspectos importantes

Totalmente adequado

Adequado

Parcialmente adequado

Inadequado

Sem resposta

O item 2.5 referente ao material ser apropriado, obteve 82% de aprovação, havendo

5% de abstenção (Gráfico 5.5); o item 2.6 referente ao número de páginas serem adequados,

obteve 78% de aprovação, havendo 13% de abstenção (Gráfico 5.6); o item 2.7 referente aos

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temas retratarem aspectos importantes, obteve 9¨% de aprovação, havendo 4% de abstenção

(Gráfico 5.7).

As características linguísticas, compreensão e estilo da escrita do material educativo é

examinado no Bloco 3 (Estilo da Escrita). Este é constituído por seis itens, fazendo com que a

pontuação máxima para validação do mesmo seja igual a 132, pois 6 (itens) X 22 (pessoas) =

132 pontos.

As respostas foram: 98 para Totalmente Adequado, 25 para Adequado, 4 para

Parcialmente Adequado e 0 para Inadequado. Portanto, conforme se infere, das 132 (100%)

opções de respostas, 123 (93,2%) foram para Totalmente Adequado e Adequado.

Podemos afirmar que os seis itens desse bloco foram validados, pois todos eles

apresentaram índice de aprovação superior a 70% somando as respostas de Totalmente

Adequado com Adequado.

GRÁFICO 6.1: Adequação do Estilo da Escrito

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GRÁFICO 6.2: Texto interessante

68%

18%

9%

0%

5%

O texto é interessante, o tom é amigável

Totalmente adequado

Adequado

Parcialmente adequado

Inadequado

Sem resposta

O item 3.1 referente a escrita estar em estilo adequado, obteve 95% de aprovação

(Gráfico 6.1). Numa cartilha se faz imprescindível que tenha adequação da linguagem,

caracteriza-se pela identificação dos termos técnicos e a transformação deles para linguagem

popular, de modo a facilitar compreensão da cartilha por seus usuários. O cuidado em relação

à adequação da linguagem, no sentido de facilitar sua compreensão, é importante nos

trabalhos relacionados à educação e promoção da saúde (REBERTE, 2008). O item 3.2

referente ao texto ser interessante com tom amigável, obteve 8¨% de aprovação, havendo 5%

de abstenção (Gráfico 6.2).

GRÁFICO 6.3:Vocabulário Acessível

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GRÁFICO 6.4: Associação do tema de cada sessão ao texto correspondente

O item 3.3 referente a acessibilidade ao vocabulário, obteve 95% de aprovação,

havendo 5% de abstenção (Gráfico 6.3). Um material bem escrito ou uma informação de fácil

entendimento melhora o conhecimento e a satisfação do cuidador, desenvolve atitudes e

habilidades, facilita-lhes a autonomia, promove a adesão, torna-os capazes de entender como

as ações que influenciam no padrão de saúde, favorece a tomada de decisão (Moreira,

Nóbrega e Silva 2003). O item 3.4 referente se houve associação do tema de cada sessão ao

texto correspondente, obteve 96% de aprovação, havendo 4% de abstenção (Gráfico 6.4).

O item 3.5 referente ao texto estar claro, obteve 96% de aprovação, havendo 4% de

abstenção (Gráfico 6.5). A comunicação é sempre mais eficaz quando uma linguagem

simples, direta clara é aplicada, especialmente compreensível à clientela a que se destina.

Frases longas reduzem a velocidade no processo de leitura e geralmente fazem a compreensão

mais difícil. Palavras comuns devem ser usadas quase o tempo todo. Palavras técnicas e

conceitos devem ser explicados através de exemplos (REBERTE,2008).

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GRÁFICO 6.5: Clareza do texto

GRÁFICO 6.6: Estilo da Redação

77%

14%

4%0%

5%

O estilo da redação corresponde ao nível de conhecimento do público alvo

Totalmente adequado

Adequado

Parcialmente adequado

Inadequado

Sem resposta

Assim, pretende-se evitar a ordem inversa, frases complexas e longas, como qualquer

informação não essencial para a compreensão da mensagem. Corrobora-se que a mensagem

deve transmitir claramente a informação e/ou orientação para que haja a compreensão de seu

conteúdo, sem a possibilidade de interpretações errôneas e inadequadas (SANTOS et al.,

2007).O item 3.6 referente ao estilo da redação ser correspondente ao nível de conhecimento

do público-alvo obteve 91% de aprovação, havendo 5% de abstenção (Gráfico 6.6).

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O grau de significação do material educativo é verificado no Bloco 4 ( Aparência).

Este bloco possui quatro itens, porém, os itens 4.2, 4.3 e 4.4 não se aplicam ao manual por

não apresentar ilustrações. Como só foi utilizado um item, a pontuação máxima para

validação do mesmo foi igual a 22, já que 1 (item) X 22 (pessoas) = 22 pontos.

As respostas foram as seguintes: 17 para Totalmente Adequado, 4 para Adequado, 1

para Parcialmente Adequado, 0 para Inadequado. Portanto, conforme se infere, das 22 (100%)

opções de respostas, 21 (95,4%) foram para Totalmente Adequado e Adequado. Podemos

afirmar que o item desse bloco foi validado, pois apresentou índice de aprovação superior a

80% somando as respostas de Totalmente Adequado com Adequado.

GRÁFICO 7.1: Organização das páginas ou seções

O item 4.1 referente à organização das páginas ou seções obteve 95% de aprovação

(Gráfico 7.1), embora comentários a respeito desse item tenham sido feitos em relação a

conter ilustrações para um melhor aprendizado. A informação visual precisa estar organizada

de modo confortável e compreensível para o público (CORRÊA, 2007).

A capacidade do material em causar algum impacto é mensurada no Bloco 5

(Motivação) . Avalia o grau de significação do material educativo apresentado. Este bloco

possui seis itens, fazendo com que a pontuação máxima para a validação do mesmo seja igual

a 132, pois: 6 (itens) X 22 (pessoas) = 132 pontos.

As respostas foram as seguintes: 91 para Totalmente Adequado, 30 para Adequado, 3

para Parcialmente Adequado e 1 para Inadequado. Portanto, conforme se infere, das 132

(100%) opções de respostas, 121 (91,6%) foram para Totalmente Adequado e Adequado. Os

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seis itens desse bloco foram validados, pois todos apresentaram índice de aprovação superior

a 70% somando as respostas de Totalmente Adequado com Adequado.

GRÁFICO 8.1: Material apropriado

GRÁFICO 8.2: Lógica dos Conteúdos

O item 5.1 referente ao material ser apropriado para o perfil do público-alvo, obteve

95% de aprovação (Gráfico 8.1) e o item 5.2 referente a apresentação de forma lógica dos

conteúdos, obteve 87% de aprovação, havendo 9% de abstenção (Gráfico 8.2).

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GRÁFICO 8.3: Sugere Ações

59%

32%

0%0%

9%

A interação é convidada pelos textos; sugere ações

Totalmente adequado

Adequado

ParcialmenteadequadoInadequado

Sem resposta

O item 5.3 referente à interação ser favorecida sugerindo ações, obteve 91% de

aprovação, havendo 9% de abstenção (Gráfico 8.3). Ressalta-se que material informativo

impresso favorece o processo interativo entre o enfermeiro, paciente ou familiar, cuja

aproximação dá-se pelo respeito ao conhecimento linguístico e cultural, podendo, assim,

auxiliar no diálogo e favorecendo um cuidado diferenciado, valorizando a humanização da

assistência (SALLES; CASTRO, 2010).

GRÁFICO 8.4: Assuntos necessários da TE

68%

27%

0% 0%

5%

A TE aborda os assuntos necessários para o dia-a-dia do público

Totalmente adequado

Adequado

Parcialmente adequado

Inadequado

Sem resposta

O item 5.4 referente a Tecnologia Educacional (TE) abordar assuntos necessários para

o dia-a-dia do público-alvo, obteve 95% de aprovação, havendo 5% de abstenção (Gráfico

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8.4), embora comentários a respeito desse item tenham sido feitos em relação que fosse

orientado posturas e ações psicológicas diante das situações do dia-a-dia.

GRÁFICO 8.5: Comportamento e atitude

64%

23%

9%

0%

4%

Convidam/instiga às mudanças de comportamento e atitude

Totalmente adequado

Adequado

Parcialmente adequado

Inadequado

Sem resposta

O item 5.5 referente a TE convidar/instigar às mudanças de comportamento e atitude,

obteve 87% de aprovação, havendo 4% de abstenção (Gráfico 8.5), embora comentários a

respeito desse item tenham sido feitos em relação a ter mais sugestões de ação.

A Mini-Cartilha é uma tecnologia vista como um instrumento que serve para

contribuir com o cuidado à saúde do idoso com demência levando em consideração o

processo de envelhecimento e da saúde/doença, facilitando o cuidado. Este instrumento

contribuiu para manter a auto-estima do idoso, ajudando aos familiares a buscar apoio e tornar

apto a adaptar-se ao novo estado; estimular o idoso com demência a participar de grupos de

oficinas e proporcionar oportunidade de discussão e troca de experiências capazes de

direcioná-lo para uma vida mais feliz e plena fomentando sua reflexão e instrumentalização

para o cuidado.

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GRÁFICO 8.6: Conhecimento da TE

91%

4%0% 0%

5%

A TE propõe conhecimentos para o público alvo

Totalmente adequado

Adequado

Parcialmenteadequado

Inadequado

Sem resposta

O item 5.6 referente a TE propor conhecimentos para o público-alvo, obteve 95% de

aprovação, havendo 5% de abstenção (Gráfico 8.6). É fundamental a formação e capacitação

a cerca de novas tecnologias educacionais, pois quando utilizadas de maneira inteligente,

produz intensa democratização de conhecimento e de produção, todavia quando não

sedimentada a formação, pode anular a capacidade de análise dos dados o que é

imprescindível para a manutenção de uma interpretação correta (GIRARDI, 2011).

No final do instrumento utilizado para Validar a Mini-Cartilha teve um espaço para

comentários e sugestões gerais, no qual os cuidadores poderiam descrever alguns aspectos que

achassem interessantes e que pudesse colaborar para o aprimoramento da Tecnologia

Educacional.

Em relação apresentação da Mini-Cartilha questionaram dizendo “Deveria ser

encadernado para melhor conservação” com este ajuste facilitaria manter a integridade deste

depois de muito tempo guardado, caso necessitassem lê-lo novamente para relembrar o curso

da Demência ou os cuidados devem ter em determinadas ações. Outros Aspectos abordados

em relação a capa :“A Xerox da capa pode ter uma aparência melhor” e ausência de figuras :

“Seria interessante ter ilustrações”. De acordo com Santos et al. (2007), as ilustrações

prendem mais a atenção e propicia riqueza de detalhes ao material educativo,

complementando a finalidade do texto. Opte-se por figuras que representam bem cada detalhe

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discutido no texto, exemplifica e aproxima o leitor da informação a ser apreendida, na qual, a

memória é potencializada se associamos um fato a imagens correspondentes.

Outros participantes reafirmaram ideia anterior “O visual não estimula o aprendizado,

não contém ilustrações”: A imagem, fator decisivo na atitude de ler ou não a instrução, deve

ser amigável, chamar a atenção do público alvo e retratar claramente o propósito do material.

Desenhos de linha simples podem promover realismo sem incluir detalhes não desejados e

desnecessários, com fundo de quarto, bordas elaboradas, cor desnecessária, podem distrair o

leitor. As ilustrações devem apresentar mensagens fundamentais visualmente, sem nenhum

tipo de distração (DOAK et al. , 1996).

Os avaliadores fizeram elogios como: “a Mini-Cartilha está Totalmente Adequada”,

mostrando que o conteúdo exposto ajudou nos cuidados diários e a elucidar a patologia. E

outro comentário: “Sugiro que seja mais divulgado, muitas pessoas precisam, mas não tem

acesso a estas informações” este relato demonstrou a relevância dos temas discutidos na Mini-

cartilha que são de grande valia para o cuidado do idoso com demência.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como abordado no início deste trabalho o IBGE vem demostrando que o índice de

idosos vem aumentando gradativamente, demandando mais atenção aos problemas

acometidos na saúde dos idosos. E uma das patologias que, mas atinge esta faixa etária é a

demência, caracterizada por decaimento cognitivo, de modo permanente e progressivo ou

transitório, originada por múltiplas etiologias, carreando repercussões sociais e ocupacionais

ao paciente.

Mediante esta constatação torna-se importante o esclarecimento da população sobre o

desenvolvimento da demência, os sinais e sintomas e o tratamento que irá depender de cada

tipo demência, cada uma tem suas peculiaridades. De uma forma geral as demências

degenerativas, têm como base terapêutica três pilares: retardar a evolução, tratar os sintomas e

controlar as alterações de comportamento.

. O idoso com demência perde autonomia para realizar determinadas atividades,

criando uma relação extrema de dependência com seu cuidador o que gera aflição, pois o

cuidador muitas das vezes não está preparado para isto. Os transtornos demenciais podem

provocar sofrimento tanto para os idosos quanto para seus familiares, que são obrigados a se

reorganizarem para cuidar do idoso com demência.

O trabalho realizado pelo grupo de orientação aos cuidadores de idosos com demência

– PRÓ-CUIDEM. é um espaço onde ocorre troca de saberes, tanto entre os profissionais,

como dos participantes. Este proporciona informações acerca das características peculiares da

demência e o que o cuidador precisa saber, ressaltando que o idoso tem que ser visto em sua

integralidade e não somente a demência. E ajuda a ter um olhar holístico tanto no cuidado

diretamente ao cliente quanto no meio social que está inserido.

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As orientações administrada no Pró-Cuidem são disponibilizada na Mini-Cartilha. Esta

Tecnologia Educacional fornece informações para os cuidados de idosos com demência

melhorando sua qualidade de vida de uma forma indireta.

Porém, se fez imprescindível saber se a Mini-cartilha está adequada para os cuidadores

de idosos com demências do Pró-Cuidem como tecnologia educacional, pois esta deve ser

compreendida de forma clara e concisa.

Por isso, este estudo teve como objetivo geral validar a cartilha informativa como

Tecnologia Educacional (TE) sobre os cuidados ao idoso com demências, pelos cuidadores

que participam do Pró-Cuidem. Este objetivo foi alcançado, pois foi distribuído a Mini-

Cartilha para 22 cuidadores de idosos com demência nas reuniões do Pró-Cuidem e foi

aplicado o questionário para o processo de validação da Mini- Cartilha.

O objetivo específico foi analisar a avaliação da Mini-Cartilha como fonte de

orientação sobre ações de cuidado apreendidas pelos cuidadores. Através do questionário,

analisei as respostas dos cuidadores por blocos. Como o bloco possui itens que recebem

valorização, através desta pontuação verificou-se que a Mini- Cartilha é um bom instrumento

para orientação dos cuidadores, pois a soma de cada bloco passou de 70% de aprovação.

E outro objetivo específico foi descrever os aspectos positivos e negativos da Mini-

cartilha como Tecnologia Educacional (TE) sobre os cuidados ao idoso com demências. No

final do questionário tem um espaço para que o participante da pesquisa coloque sugestões,

através deste tópico conseguimos delinear onde era necessário aprimorar. E também fizeram

considerações elogiando a Tecnologia Educacional, dizendo que precisa ser mais divulgada,

pois tem muitas pessoas que precisam ter acesso a estas valiosas informações.

De acordo com a análise dos resultados, conseguiu-se atingir a todos objetivos

propostos. Os itens de cada bloco foram validados em sua maior parte positivamente.

Indicando que a Tecnologia Educacional esta adequada para os cuidadores de Idosos com

demência.

Os resultados demonstram que há necessidade de submeter os instrumentos elaborados

a um processo de validação mais completo, tendo em vista que esses materiais só se tornarão

realmente válidos, se passarem por processos sistemáticos, que inclui a validação por juízes

especialistas.

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A validação da Mini-Cartilha permite perceber quais são os pontos que necessitam ser

ajustados e isto concorre para uma reformulação da Mini-Cartilha, no qual será acrescentado

as sugestões feitas pelos avaliadores com intuito de. aperfeiçoar esta Tecnologia Educacional.

Esta pesquisa contribui para que os profissionais do projeto conheçam o perfil do

público, adequando o vocabulário e as formas de exemplificar determinados assuntos. Isto

concorre para um entrosamento o fortalece um vinculo com o público. Dessa forma, a equipe

realiza ações de promoção e prevenção com grande eficácia, buscando alternativas capazes de

minimizar o impacto desta doença na vida do cuidador.

A limitação encontrada neste estudo foi o número total de participantes. Haviam mais

cuidadores inscritos nos encontros do projeto Pró-Cuidem. Porém, algumas pessoas desistiam

porque não conseguiam uma pessoa para acompanhar o idoso em casa, outras por motivo de

trabalho e quando chovia tinham pessoas que moravam em locais de difícil acesso e

acabavam desistindo de ir aos encontros.

A pertinência social deste estudo consiste na divulgação das informações que

proporcionou conhecimento e aprofundamento do tema aos cuidadores. Que assim se sentem

mais seguros e motivados a enfrentar as inúmeras mudanças que surgem no relacionamento

com os idosos. Tal fato estreita o laço do cuidador com o idoso, pois este entende o que esta

acontecendo e fica mas preparado para agir em determinadas situações.

Esta pesquisa pode motivar os profissionais da área da saúde a utilizar tecnologias

educacionais como ferramenta de trabalho, para a promoção da saúde. E a incentivar a

construção de outros materiais didáticos na área da enfermagem.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

6.1 OBRAS CITADAS

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em foco. Série Educação em saúde, coordenada por Madalena Januário Leite, Volume

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6.2 OBRAS CONSULTADAS

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Enfermagem. 266f. Tese (Doutorado em Enfermagem) – Escola de Enfermagem Anna

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2. Camacho ACLF, Abreu LTA, Leite BS, Mata ACO, Tenório DM, Silva RP.

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6. LEITE FUNCHAL CAMACHO, Alessandra Conceição; Araújo, Louise Theresa

Abreu, Leite, Bruna Silva; Mata, Ana Carolina de Oliveira Estudo de validação do

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64

7 APÊNDICES

7.1 TERMO DE CONSENTIMENTO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA OS CUIDADORES E

FAMILIARES

Dados de identificação

Título do Projeto: Ações facilitadoras junto aos cuidadores de idosos com demência: PRÓ-

CUIDEM

Pesquisador Responsável: Prof.ª Dr.ª Alessandra Conceição L. F. Camacho (mat: 1842691)

Instituição do Pesquisador Responsável: Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa

(MFE)

Nome do voluntário:_______________________________________________________

Idade: _____________ anos R.G. __________________________

O(A) Sr.(ª) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa “Ações

facilitadoras junto aos cuidadores de idosos com demência: PRÓ-CUIDEM”, de

responsabilidade da pesquisadora Prof.ª Dr.ª Alessandra Conceição Leite Funchal Camacho.

Os transtornos demenciais provocam sofrimentos para os pacientes e seus familiares,

que se vêem obrigados a reorganizar sua vida em função das necessidades do idoso que

aumenta continuamente seu nível de dependência sendo a principal justificativa deste estudo e

do desenvolvimento das atividades do PRÓ-CUIDEM.

O presente estudo tem como objetivo geral: proporcionar aos cuidadores suporte na

realização das atividades de vida diária de idosos com demência. Os objetivos específicos são:

informar os cuidadores de idosos sobre o processo demencial e da terapêutica recomendada;

orientar os cuidadores de idosos com demências sobre os cuidados diários no domicílio;

promover à saúde do cuidador e do idoso demenciado frente às necessidades nos cuidados

diários; avaliar as estratégias pedagógicas utilizadas aos familiares/cuidadores: aulas

dialogadas, dinâmicas de grupo, folhetos informativos (folder e mini-cartilha) e o uso do blog

interativo como ferramenta de divulgação, interação e informação; identificar e analisar as

ações facilitadoras apreendidas pelos familiares/cuidadores durante os encontros

programados.

É uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa. O local deste estudo é o

“Mequinho”,unidade componente do Programa Enfermagem na Atenção à Saúde do Idoso e

seus Cuidadores (EASIC) da UFF. Este trabalho será objeto de avaliação de você cuidador,

que participa das atividades desenvolvidas e interagem com as tecnologias informativas

utilizadas (folder, mini-cartilha e o uso do blog interativo). O questionário é a técnica

escolhida para coleta de dados, e como instrumento será utilizado um questionário estruturado

com perguntas fechadas e os dados serão tratados estatisticamente em dados percentuais. Não

há qualquer risco ou desconforto para você como participante. Os benefícios esperados são os

seguintes: Avaliação e reformulação das estratégias pedagógicas utilizadas aos

familiares/cuidadores: Aulas dialogadas, Dinâmicas de grupo, Folhetos informativos (folder e

mini-cartilha), filmes e o uso do blog interativo como ferramenta de divulgação, interação e

informação; detecção das ações facilitadoras apreendidas pelos familiares/cuidadores;

propiciar ao cuidador condições para entender como o processo demencial afeta o idoso;

orientar os familiares/cuidadores sobre os cuidados e as maneiras de cuidar enfocando os

problemas de saúde do idoso e enfocar a importância do autocuidado do cuidador.

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65

O esclarecimento das dúvidas será realizado no momento em que você, participante,

achar necessário. Caso desista da sua participação na pesquisa durante seu desenvolvimento, a

sua posição será respeitada, mesmo que tenha aceitado anteriormente participar. O anonimato

será respeitado e garantido, ou seja, não será divulgado o seu nome. Os resultados serão

divulgados em eventos ou publicações científicas, mas não serão usados de forma a prejudicar

qualquer participante direto ou indiretamente. Contando com sua colaboração, obrigada pela

atenção.

Eu, __________________________________________, RG nº _____________________

declaro ter sido informado e concordo em participar, como voluntário, do projeto de pesquisa

acima descrito.

Niterói, _____ de ____________ de _______

Nome e assinatura responsável legal e participante da pesquisa

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7.4 APROVAÇÃO DO COMITÊ ÉTICA

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67

7.3 QUESTIONÁRIO

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO (PÚBLICO-ALVO – Cuidadores) adaptado por

TEIXEIRA (2009).

Data __/__/__

Nome da Tecnologia Educacional: _____________________________________________

Parte 1 - Identificação

Pseudônimo:_______________________________________________________

Escolaridade ________________________________________ Idade ________

Parte II- Instruções

Leia minuciosamente o Manual. Em seguida utilize o questionário a seguir, marcando um X

em um dos números que estão na frente de cada afirmação. Dê sua opinião de acordo com a

opção que melhor represente o ponto de vista sobre cada critério abaixo:

Valoração:

1-Totalmente adequado 2-Adequado

3-Parcialmente adequado 4-Inadequado

Para as opções 3 e 4, descreva o motivo pelo qual considerou esse item no espaço destinado

após o item. Não existem respostas corretas ou erradas. O que importa é a sua opinião. Por

favor, responda a todos os itens.

1-OBJETIVOS – Referem-se aos propósitos, metas ou fins que se deseja atingir com a

utilização manual.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

1.1 Atende aos objetivos do público-alvo da TE. 1 2 3 4

1.2 Ajudam durante o trabalho do público-alvo da TE. 1 2 3 4

1.3 Estamos adequados para ser usado por qualquer profissional que

trabalhe no campo do público-alvo da TE.

1 2 3 4

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2- ORGANIZAÇÃO – Referem-se à forma de apresentar as orientações. Isto inclui sua

organização geral, estrutura, estratégia de apresentação, coerência e formatação.

2.1 A capa é atraente e indica o conteúdo do material. 1 2 3 4

2.2 O tamanho do título e do conteúdo nos tópicos está adequado. 1 2 3 4

2.3 Os tópicos tem sequência. 1 2 3 4

2.4 Há coerência entre as informações da capa, contracapa,

sumário, agradecimentos e/ou apresentação.

1 2 3 4

2.5 O material (papel/impressão) está apropriado. 1 2 3 4

2.6 O número de páginas está adequado. 1 2 3 4

2.7 Os temas retratam aspectos importantes. 1 2 3 4

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3- ESTILO DA ESCRITA – Referem-se a características lingüísticas, compreensão e estilo

da escrita do material educativo apresentado.

3.1 A escrita estão em estilo adequado. 1 2 3 4

3.2 O texto é interessante. O tom é amigável. 1 2 3 4

3.3 O vocabulário é acessível. 1 2 3 4

3.4 Há associação do tema de cada sessão ao texto correspondente. 1 2 3 4

3.5 O texto está claro. 1 2 3 4

3.6 O estilo da redação corresponde ao nível de conhecimento do

público alvo.

1 2 3 4

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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69

4 APARÊNCIA- Referem-se às características que avaliam o grau de significação do

material educativo apresentado.

4.1 As páginas ou seções parecem organizadas. 1 2 3 4

4.2 As ilustrações são simples – preferencialmente desenhos. 1 2 3 4

4.3 As ilustrações servem para complementar os textos. 1 2 3 4

4.4 As ilustrações estão expressivas e suficientes. 1 2 3 4

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

5- MOTIVAÇÃO - Referem-se à capacidade do material em causar algum impacto,

motivação e/ou interesse, assim como ao grau de significação do material educativo

apresentado.

5.1 O material é apropriado para o perfil do público-alvo da TE. 1 2 3 4

5.2 Os conteúdos da TE se apresentam de forma lógica. 1 2 3 4

5.3 A interação é convidada pelos textos. Sugere ações. 1 2 3 4

5.4 A TE aborda os assuntos necessários para o dia-a-dia do público

alvo da TE.

1 2 3 4

5.5 Convidam/instiga às mudanças de comportamento e atitude. 1 2 3 4

5.6 A TE propõe conhecimentos para o público-alvo. 1 2 3 4

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

COMENTÁRIOS GERAIS E SUGESTÕES (Pode utilizar o verso da folha)

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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70

7.4 MINI-CARTILHA

GEASI

Grupo de Estudos Interinstitucional de Enfermagem na Atenção à Saúde do Idoso

UNIRIO – UFF – UFRJ (PIGG/HUAP/UFF)

O QUE É DEMÊNCIA?

A demência não está associada ao processo de envelhecimento normal, mas está

relacionada com a idade avançada, o que leva a um aumento de doenças próprias da velhice,

como as doenças cardíacas, as osteoartroses, a osteoporose e as doenças neurológicas

degenerativas, onde as demências tem um destaque todo especial.

Hoje, temos no mundo, 18 milhões de idosos com demência. Daqui a 25 anos serão

34 milhões de idosos nesta situação e a grande maioria (71%) nos países mais pobres. No

Brasil, temos atualmente 1,2 milhões de idosos, aproximadamente, com algum grau de

demência.

A demência não é somente um tipo de doença ou de patologia, é considerada uma

síndrome que é um grupo de sinais físicos e sintomas que a pessoa apresenta. A demência

também é uma síndrome que apresenta três características principais:

Esquecimento e problemas com a memória; perda das habilidades adquiridas pela vida

(dirigir, vestir, cozinhar, gerenciar vida financeira...); e problemas comportamentais (agitação,

insônia, choro fácil, comportamentos inadequados).

OS 10 SINAIS MAIS COMUNS NAS DEMÊNCIAS

1- Déficit de memória: apresenta problemas relacionados ao armazenamento de informações.

2- Colocar objetos em lugares equivocados.

3- Problema com o vocabulário: dificuldade em relacionar um objeto ao seu nome, a sua

função correta.

4- Perda da iniciativa: desanimado, passivo.

5- Alterações de humor de comportamento: variações repentinas no humor,

comportamento.

6- Dificuldade de executar tarefas domésticas.

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7- Problemas com o raciocínio abstrato: na realização de cálculos complexos que antes

fazia com facilidade.

8- Alterações de personalidade: perseguição, confuso, assustado.

9- Desorientação no tempo e espaço: confuso em relação ao local, datas e horários.

10- Incapacidade de julgar situações: faz coisas que não condizem com determinadas

situações, não consegue avaliar se está correto ou não.

PATOLOGIAS QUE CURSAM COM DEMÊNCIA

Existem várias doenças que se apresentam como a síndrome da demência, a mais

comum é a doença de Alzheimer.

DEMÊNCIA VASCULAR: É de origem vascular, conhecida como derrame ou trombose, e

ainda, a obstrução de pequenas artérias cerebrais ou por causas cárdio-respiratórias (parada

cardíaca ou falta de oxigênio no cérebro). É o quadro clínico de demência mais agudo

(repentino).

DOENÇA CORTICAL DIFUSA DOS CORPOS DE LEWY: Comumente confundida

com a doença de Alzheimer. É causada pelo acúmulo de grandes quantidades de substâncias

chamadas CORPOS DE LEWY no córtex cerebral. Inicia-se com esquecimento leve,

episódios/períodos rápidos de delírios e falta de iniciativa no dia-a-dia. Depois, piora das

funções cerebrais, cognitivas (memória, linguagem, orientação no tempo e no espaço), dos

delírios, alucinações auditivas e visuais. É muito comum haver quedas (cair no chão).

Acompanhado de distúrbios psiquiátricos: psicose, agitação e confusão mental. Não toleram o

uso de neurolépticos (Haldol®, Neozine®, Melleril®...).

DOENÇA DE PICK: É um quadro degenerativo cerebral, associado à atrofia cerebral do

lobo temporal esquerdo ou lobos fronto-temporal. É um tipo mais raro de demência, com

menos de 5% de todos os casos de demência.

Comprometimento frontal: Falante, inquieto, despreocupado, com pouca iniciativa,

apresentando mudança de personalidade e alterações de linguagem.

Comprometimento fronto-temporal: Apatia, sexualidade exacerbada, mudança de hábito

alimentar. Também pode apresentar uma afasia de entendimento e de expressão.

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DOENÇA DE HUNTINGTON: Pode ocorrer entre 25 e 50 anos. Inicia-se com movimentos

involuntários da face, nos ombros e nas mãos, com possível depressão, agressividade,

esquizofrenia e alcoolismo. Depois, falhas de memória, alterações na fluência verbal e

realizações de cálculos. Existem casos relatados de suicídio.

DOENÇA DE PARKINSON: Conhecida por todos, apresenta quatro características

principais: os tremores de extremidades, a dificuldade de andar, a instabilidade postural

(perder o equilíbrio) e a rigidez dos membros e do corpo). Pode evoluir para demência em

pacientes que apresentam esta doença por um tempo mais prolongado, ou que só apresentam

Parkinson após a idade de 70 anos.

DOENÇA DE ALZHEIMER (DA): A origem do termo “Mal de Alzheimer” é devido ao

fisiopatologista Dr. Alois Alzheimer que diagnosticou o primeiro caso, em 1906 da Sr ª

August, que se tratava de uma enfermidade específica do córtex cerebral que cursava com

demência, destacando os sintomas de déficit de memória, de alterações de comportamento e

de incapacidade para as atividades rotineiras.

- Como se manifesta a DA ?

Atua sobre a memória, cognição, capacidade para o auto cuidado (vestir-se, cozinhar,

dirigir carro, lidar com dinheiro...), problemas de comportamento e confusão mental.

- Quais são os sintomas ?

Tem de inicio esquecimentos aceitos pelos familiares como parte normal do

envelhecimento, agravando-se gradualmente.

Tornam-se confusos, podendo ficar agressivos, apresentam distúrbios de

comportamento e terminam por não reconhecer os próprios familiares.

Tornam-se cada vez mais dependentes dos familiares e cuidadores, para se locomover,

tem dificuldades na comunicação e necessitando de supervisão integral para suas atividades

comuns de vida diária (AVD), como alimentação, higiene, vestir-se...

- As fases da DA:

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Fase inicial:

Distração;

Dificuldade de lembrar nomes e palavras;

Esquecimento crescente;

Dificuldade para aprender novas informações;

Desorientação em ambientes familiares;

Lapsos pequenos, mas não característicos de julgamento e comportamento;

Redução das atividades sociais dentro e fora de casa.

Fase intermediária:

Perda marcante da memória e da atividade cognitiva;

Deterioração das habilidades verbais, diminuição do conteúdo e da variação da fala;

Apresenta mais alterações de comportamento: frustração, impaciência, inquietação, agressão

verbal e física;

Alucinações e delírios;

Incapacidade para convívio social autônomo;

Perde-se com facilidade, tendência a fugir ou perambular pela casa;

Inicia perda do controle da bexiga.

Fase avançada:

A fala torna-se monossilábica e, mais tarde, desaparece;

Continua delirando;

Transtornos emocionais e de comportamento;

Perda do controle da bexiga e do intestino;

Piora da marcha, tendendo a ficar mais assentado ou no leito;

Enrijecimento das articulações;

Dificuldade para engolir alimentos, evoluindo para o uso de sonda enteral ou grastrostomia

(sonda de estômago);

Morte.

- Diagnóstico:

O diagnóstico de certeza só é feito através de exame patológico (biópsia do tecido

cerebral), conduta não realizada quando o idoso está vivo. O diagnóstico de provável é feito

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excluindo outras patologias que podem evoluir também com quadros demenciais, tais como:

doenças da tireóide, acidentes vasculares cerebrais, hipovitaminoses, hidrocefalia, efeitos

colaterais de medicamentos, depressão, desidratação, tumores cerebrais, entre outros.

- Tratamento:

Não existe ainda tratamento curativo ou que reduza a progressão da DA. O que temos

são medicamentos que podem melhorar um pouco a memória e o comportamento, o que já é

um alento e uma esperança de tratamento.

1- Tratamento dos distúrbios de comportamento: para controlar a confusão, a

agressividade e a depressão, muito comuns nos idosos com demência. Algumas vezes, só com

remédios do tipo calmante e neurolépticos podem ser difíceis de controlar. Assim, temos

outros recursos não medicamentosos, para haver um melhor controle da situação.

2- Tratamento específico: para tentar melhorar o déficit de memória, corrigindo o

desequilíbrio químico do cérebro. Drogas como a rivastigmina (Exelon® ou Prometax®),

donezepil (Eranz®), galantamina (Reminyl®), entre outras, podem funcionar melhor no início

da doença, até a fase intermediária.

Porém, seu efeito pode ser temporário, pois a doença de Alzheimer continua

progredindo. Estas drogas possuem efeitos colaterais (principalmente gástricos) que podem

inviabilizar o seu uso. Também, somente uma parcela dos idosos melhoram efetivamente com

o uso destas drogas chamas anticolinesterásicos, ou seja, não resolve em todos os idosos

demenciados. Outra droga, recentimente lançada é a memantina (Ebix® ou Alois®), que atua

siferente dos anticolinesterásicos. A memantina é um antagonista não competitivo dos

receptores NMDA do glutamato. É mais usado na fase intermediária, melhorando, em alguns

casos, a dependência do portados para tarefas do dia-a-dia.

DOENÇA DE ALZHEIMER X MEDICAÇÕES

Idosos consomem perto de 1/3 de todas as medicações prescritas e gastam em torno de

3 bilhões de dólares por ano com medicamentos (eliopoulos, 2005, p.198).

- Reação do adulto idoso às drogas:

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Além dos tipos e da quantidade de fármacos utilizados, existem questões que devem

ser consideradas que aumentam os riscos da terapia nos pacientes dessa faixa etária:

» Absorção, distribuição, metabolismo e excreção;

» Reações adversas.

ABSORÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, METABOLISMO E EXCREÇÃO.

ALTERAÇÕES

- ABSORÇÃO:

Ex.: aumento do Ph gástrico, aumento da motilidade e circulação gástrica.

- DISTRIBUIÇÃO:

Ex.: mudanças na circulação, na temperatura do corpo podem modificar esse processo.

- IDOSO:

Aumento do tecido adiposo; diminuição da massa corporal, as drogas que são armazenadas no

tecido adiposo aumentam a sua concentração e sua ação é mais prolongada.

METABOLISMO, DESINTOXICAÇÃO E EXCREÇÃO

O sistema renal é o principal responsável pela função de excreção do corpo e também

de medicamentos.

A diminuição da eficiência dos órgãos do corpo com o envelhecimento afeta os rins,

dificultando a excreção das drogas no idoso.

As drogas por não serem rapidamente filtradas da corrente sanguínea, ficam presentes

em todo o corpo.

Ex.: O tempo necessário para que a metade da droga possa ser excretada pode

aumentar em até 40%.

Esse fator leva ao risco de reações adversas da droga.

REAÇÕES ADVERSAS

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Os sinais e sintomas de uma reação adversa a uma determinada droga podem diferir

nas pessoas idosas.

Pode ser exigido um tempo prolongado para que a reação adversa se torne aparente no

adulto idoso.

A reação adversa à droga pode ser demonstrada mesmo depois de seu uso ter sido

interrompido.

As reações adversas a uma droga que tem sido usada durante um longo período sem

problemas podem desenvolver-se repentinamente.

PROMOÇÃO DO USO SEGURO DE FÁRMACOS

Via oral: via mais comum de administração de fármacos/ medicamentos.

Apresentação: comprimidos; cápsulas; líquidos; pós; elixires; soluções alcoólicas;

emulsões; misturas e magmas; entre outros.

Agem diretamente no sistema digestório. Embora a administração seja simples, certos

problemas podem interferir nesse processo:

» Mucosa da cavidade oral seca (comum no indivíduo idoso) pode impedir cápsulas e

comprimidos de serem engolidos.

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS X COMPLICAÇÕES

Para assegurar que os medicamentos por via oral alcancem todo o seu benefício,

encoraje uma boa higiene oral, ingestão de muito líquido e o posicionamento adequado ao

engoli-los.

TERAPIA MEDICAMENTOSA

O tratamento é sintomático, ou seja, atinge diretamente os sintomas, mas não a causa.

Como objetivo visa corrigir os déficits cognitivos (espera-se desacelerar o

comprometimento da memória) e os distúrbios psicocomportamentais.

1- TACRINA (Tacrinal® e Cognex®): Primeira droga lançada oficialmente para o

tratamento dos déficits cognitivos da doença de Alzheimer.

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Indicações: No tratamento da demência leve à moderada dos pacientes portadores da doença

de Alzheimer.

Apresentação: 10 mg, 20 mg, 30 mg e 40 mg (cápsulas gelatinosas).

Reações adversas: Sudorese, diarreia, poliúria, náusea, vômito, desconforto abdominal,

aumento da dispneia, mialgia, anorexia.

2- RIVASTIGMINA (Exelon® e Prometax®): Aprovada em 2000.

Apresentação: Cápsulas de 1,5 mg; 3 mg; 4,5 mg e 6 mg.

Reações adversas: aumento da sudorese, mal-estar, perda de peso e tremor. Pacientes do sexo

feminino se mostraram mais suscetíveis à náusea, vômito, perda de apetite e perda de peso.

Náuseas e vômitos severos, tontura, fadiga, mialgia, incontinência urinária, problemas com a

visão e sudorese intensa.

3- DONEZEPIL (Eranz®): Aprovada em 1996.

Apresentação: Comprimidos (caixa - 28 comp).

Reações adversas: Os efeitos colaterais esperados incluem: diarreia, náusea, vômitos, cansaço,

insônia, câimbras e inapetência que costumam desaparecer com o uso contínuo. As náuseas

são bem menos pronunciadas do que as com a tacrina. Não apresenta toxicidade hepática.

4- GALANTAMINA (Remenyl®): Aprovada em fevereiro de 2001. Comercializada

recentemente no Brasil e EUA.

Apresentação: Cápsulas de 4 mg, 8 mg, 12 mg, e solução oral de 4 mg.

Reações adversas: Ocorrem geralmente no aparelho digestivo, como náuseas, vômitos, perda

de peso, principalmente no início do tratamento.

“Estudos mostram que as drogas citadas anteriormente possuem melhor atuação nas fases

iniciais da doença, no entanto, também são eficazes nas fases moderadas e avançadas da

doença.”

“Embora a atuação seja especialmente para o comprometimento cognitivo, já é realidade a

melhora também dos distúrbios comportamentais.”

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5- MEMANTINA (Ebix® e Alois®): Lançada no Brasil em 2003. Produz menos efeitos

colaterais.

Reações adversas: Agitação, incontinência urinária, diarreia, insônia, tonteira, dor de cabeça.

Importante: Por ser uma medicação relativamente nova recomenda-se atenção para possíveis

efeitos ainda não conhecidos.

“Especialmente indicada nas fases mais avançadas da doença, embora atualmente, tem sido

indicada nas fases leves e moderadas da doença, isoladamente, ou em combinação com

outras drogas citadas anteriormente.”

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES

“É importante notar que a maioria de nossos conhecimentos em relação à doença de

Alzheimer provém de centros mais desenvolvidos da Europa e da América do Norte, em

pacientes com outras origens étnicas, outras constituições intelectuais. Os nossos portadores

vivem no Brasil e possivelmente devam ter suas próprias particularidades. Daí a importância

da observação conjunta de cuidadores, familiares e profissionais da área da saúde, para que

possamos traçar um perfil próprio de nossos portadores de doença de Alzheimer.”

TERAPIA MEDICAMENTOSA;

DISTÚRBIOS PSICOCOMPORTAMENTAIS

Existem diversas drogas já conhecidas e eficazes no controle dos delírios, das

alucinações, da agitação, da agressividade, da depressão e da insônia.

Geralmente são utilizados:

1- ANTIPSICÓTICOS: Haldol® - Haloperidol; Risperal® - Risperidona.

Indicações: Agitação e agressividade no idoso.

Reações adversas: Tremor, rigidez, hipersalivação. Estes efeitos podem ser revertidos pela

utilização de antiparkinsonianos; nos casos graves, pode ser necessária a interrupção

temporária ou definitiva.

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OBS.: Deve-se evitar o uso contínuo de haloperidol em idosos, reservando-o para estados de

agitação psicomotora, nos quais pode ser usado por ia injetável.

2- ANTIDEPRESSIVOS: Remeron® - Mirtazapina; Efexor® e Venlift® - Venlafaxina.

Indicações: nos estados depressivos. As depressões, juntamente com as demências,

correspondem aos mais frequentes transtornos psiquiátricos encontrados na população idosa.

OBS.: Apesar de os antidepressivos não provocarem dependência, a interrupção brusca após

um longe período de tratamento pode causar náuseas, dor de cabeça e mal-estar. Pacientes

idosos são frequentemente mais sensíveis, principalmente no que diz respeito aos efeitos

colaterais dos antidepressivos.

3- ESTABILIZADORES DE HUMOR: Quadros demenciais. Podem ser utilizados também

como alternativas menos eficazes em estados psicóticos e como adjuvantes no tratamento da

depressão.

OBS.: A carbamazepina e o ácido valpróico parecem ser melhor tolerados em idosos, devendo

ser introduzidos lenta e gradualmente. Há risco de hepatotoxidade e de leucopenia, devendo

ser realizados controle regulares de hemograma e transaminases.

4- ANSIOLÍTICOS: Os ansiolíticos devem ser evitados e de preferência tentar inicialmente

abordagens não medicamentosas. Se essas tentativas fracassarem ou não forem viáveis deve-

se utilizar benzodiazepínicos e de curta ação como o lorazepan (Lorax®) por apresentar

menos efeitos colaterais. Diazepínicos de longa duração como o diazepan e flurazepan devem

ser evitados.

O IDOSO – REFLETINDO AS INTERVENÇÕES NOS DÉFICITS DE

AUTOCUIDADO

HIGIENE, VESTUÁRIO E CUIDADOS COM A PELE DO IDOSO

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A condição de higiene reflete a imagem corporal do indivíduo e isto pode expressar a

importância da higiene para ela, é um conceito subjetivo. A prática da higiene é influenciada

por vários fatores como culturais, pessoas e sociais (Potter e Perry, 2005).

A capacidade de se higienizar está ligada diretamente ao autocuidado, ou seja, é uma

atividade que executamos para nosso bem-estar.

A higiene pessoal engloba os cuidados com a cavidade oral, o couro cabeludo,

corporal e íntima.

Deste modo a higiene oral visa prevenir as afecções dentárias, eliminar restos

alimentares e microorganismos, estimular a circulação sanguínea, evitar mau hálito,

proporcionar sensação agradável.

Sua falta gera problemas como:

» Cáries, acúmulo de placas bacterianas, hipersensibilidade dentária, infecções (Potter e Perry,

2005; Sgambatti, 2000).

Lembrar da posição adequada:

» Sentado cabeceira a 45º e deitado com cabeça lateralizada.

As próteses requerem cuidados especiais:

» Quando não utilizadas, imersas em água.

» Higienização com escova de unha.

ALTERAÇÕES NA PELE DO IDOSO

Alterações na pele com o envelhecimento e suas consequências.

- Diminuição da espessura da derme, da tonicidade e elasticidade da pele » Aparecimento

de rugas, excesso de pele, maior incidência de feridas cutâneas.

- Redução de número, função e tamanho das glândulas sudoríparas e perda do tecido

adiposo » Incapacidade de manutenção da temperatura corporal, pele seca e áspera.

- Atrofia dos capilares da pele » palidez cutânea.

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- Maior superfície vascular » facilidade de aparecimento de hematomas.

- Alteração no funcionamento dos melanócitos » formação de manchas marrons, lisas e

achatadas.

- Aumento de hormônios andrógenos e diminuição dos estrógenos » Diminuição dos pelos

do corpo.

- Alteração na medula e córtex de cada bulbo capilar, com ausência de melanina »

Cabeço esbranquiçado.

- Inatividade ou morte das células do bulbo do cabelo » Perda ou diminuição da espessura

dos cabelos.

- Redução do aporte vascular do leito ungeal » Espessamento e endurecimento das unhas.

- Aumento das estrias longitudinais na superfície das unhas » Diminuição do crescimento

das unhas, com aparecimento de possíveis infecções.

HIGIENE CORPORAL

- Respeitar preferências quanto horário, privacidade e cultura;

- Deve ser pelo menos 1x ao dia e analisada condições individuais (transpiração);

- Momento para avaliar as condições gerais;

- Higiene íntima e das mãos sempre que necessário, principalmente após eliminações

fisiológicas e nas trocas de fraldas (Potter e Pery; 2005; Sgambatti, 2000);

- Trajeto para o banheiro e banheiro: maior índice de acidentes. Requer cuidados: boa

iluminação, barra de proteção, cadeira de banho com braço, piso não escorregadio ou piso

antiderrapante, porta de banheiro não se tranca por dentro;

- Sempre hidratar a pele após o banho e manter em posição confortável.

CUIDAR DA APARÊNCIA DO IDOSO

- Cabelos: pentear e cortar;

- Barba: aparar ou fazer;

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- Unhas: cortar (água morna com bicabornato) e lixar;

- Pés: cutícula, lesões, calos, calçados, exercícios (Pinto, 2002);

- Manter roupas e calçados em locais acessíveis;

- Características das roupas: algodão, fechamento na frente com botões, zíper, velcros ou com

elástico;

- Calçados não devem ter salto muito alto, solado antiderrapante, nem apertado e nem largo,

confortável de fácil colocação;

- Chinelo facilita as quedas, não é indicado uso contínuo; sapatos tipo mocassim.

CUIDADO COM A SEGURANÇA

- Em casa: escadas, banheiros, tapetes, eletricidade, cozinha (fogão, objetos cortantes),

produtos químicos, medicações;

- Na rua: travessia, degraus, perder-se (utilização de cartões com telefone, nome e histórico do

paciente), direção de automóveis.

ESTIMULAÇÃO COGNITIVA: UMA ESPERANÇA AO IDOSO DEMENCIADO

O padrão central da demência é o prejuízo da memória.

A síndrome demencial inclui pelo menos um dos seguintes prejuízos cognitivos:

AFASIA: Prejuízo na linguagem secundário à ruptura da função cerebral;

APRAXIA: Incapacidade de realizar atividades motoras complexas, apesar da capacidade

motora intacta;

AGNOSIA: Falha em reconhecer ou identificar objetos, apesar de funções sensoriais intactas

e perturbação nas funções de execução como planejamento, organização, sequencia e

abstração.

Cada um desses prejuízos cognitivos gera prejuízo significativo também no

funcionamento das capacidades funcionais e sociais.

Havendo assim, uma necessidade do apoio profissional.

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Ao estimular no idoso a realização de atividades voltadas para a memória e para o

exercício das funções cognitivas, permite-se um retardo no desenvolvimento da doença e/ou a

produção de formas de adaptação às novas situações vivenciadas.

OBJETIVOS DAS OFICINAS

- Estimulação das atividades preservadas;

- Reabilitação para AVD’s (atividades de vida diária);

- Resgate e valorização das reminiscências e da identidade pessoal;

- Estimulação das habilidades sensório-motoras;

- Reabilitação das funções cognitivas.

PLANEJAMENTO DAS OFICINAS

As intervenções realizadas com os idosos são antecipadamente planejadas.

Nos encontros são executadas duas diferentes oficinas, com duração de 40 minutos

cada, e um lanche em comum ao término das atividades, organizado pelos cuidadores.

» Pontos primordiais:

- O idoso é tratado como adulto;

- É estimulado a agir de forma mais independente possível;

- É dado instruções simples (sempre uma por vez);

- É estabelecido uma rotina familiar;

- Tudo é falado como se ele fosse capaz de entender.

CALENDÁRIO

Realizada no início de cada encontro.

Trabalha-se com a estimulação das funções executivas – reconhecimento, seleção,

organização e julgamento, como também a memória de curto prazo e a orientação no tempo e

no espaço. No manuseio do calendário trabalha-se também a função motora – apraxia.

O idoso deverá determinar a data completa.

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RELÓGIO

Trabalha-se com a estimulação das funções executivas – reconhecimento, seleção,

organização e julgamento, como também a memória de curto prazo e a orientação no tempo e

no espaço. No manuseio do calendário trabalha-se também a função motora – apraxia.

Utiliza-se um relógio, em que seus ponteiros são facilmente mobilizados.

O idoso deverá indicar a hora estipulada no relógio.

JOGO DA MEMÓRIA

Essa atividade permite trabalhar todas as funções cognitivas. A memória, linguagem,

percepção e capacidade motora. Além de estimular a capacidade de sociabilização e

participação em atividades grupais.

Trabalha-se no tabuleiro construído com formas de animais, frutas, de legumes, de

objetos domésticos, móveis e cômodos da casa.

JORNAL

Oficina destinada a idosos mais preservados e com hábitos de leitura e escrita.

Nessa dinâmica trabalha-se principalmente a leitura e a escrita – linguagem, e as

funções executivas-julgamento, abstração, seleção e reconhecimento, além da memória, da

agnosia e da função motora pelo manuseio.

Utiliza-se jornal de grande circulação do dia, caneta, tesoura, cola e cartolina.

O idoso deverá realizar corte e colagem de reportagens e/ou figuras.

BINGO

Atividade planejada mensalmente com aquisição de prendas que podem ser

posteriormente utilizadas pelo grupo e de interesse aos idosos.

Nessa dinâmica trabalhamos principalmente a percepção, a linguagem, e as atividades

de vida diária, e principalmente problematizarmos a dependência do cuidador e do idoso.

Utiliza-se bingo em roleta, cartelas descartáveis e canetas.

Essa atividade é planejada conjuntamente com os cuidadores, algumas vezes eles

“cantam o bingo”, outras solicitamos que cada membro auxilie um idoso diferente do que

acompanhe, para que o cuidador exercite não se mobilize ao ver o idoso sendo “cuidado” por

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outro indivíduo, e outras que eles também participem, podendo ganhar as prendas. Assim,

para cada número sorteado fazemos uma operação simples, para que o participante realize um

cálculo, por exemplo, 12 poderia ser 3x4, uma dúzia, ou 7+5, 20-8, 24/2; ou o número

representando uma abstração, ou seja, 22 – dois patinhos na lagoa, 45 – fim da segunda guerra

mundial. Depois de respondido marcam a cartela, trabalhando o reconhecimento.

OFICINA DE BELEZA

Nessa dinâmica, trabalha-se principalmente a percepção, a linguagem e as atividades

de vida diária.

Utiliza-se uma bancada pequena e materiais relacionados a beleza disponíveis, como

perfumes, espelhos, batom, pente, escova de dente, tiaras, creme hidratante, xampu, creme de

pentear, esmalte, lixa de unha, desodorante, talco para os pés, cotonete, entre outros.

O idoso deverá relacionar os itens às suas funções.

DEMAIS ATIVIDADES QUE PODEM SER REALIZADAS

- Manuseio com massinhas de modelar (para estimulação da coordenação motora);

- Passeios ao ar livre e locais significantes ao idoso;

- Festas em datas comemorativas;

- Atividades que trabalhem o equilíbrio, sensações dos sentidos e respiração;

- Música e canto.

CONCLUSÃO

Diante do exposto, podemos refletir que o método de oficinas é aplicável dentro do

processo de trabalho dos enfermeiros e de outros profissionais que trabalham com idosos,

bem como dos cuidadores.

E assim, promover aos participantes uma estimulação em sua funcionalidade,

mobilidade, autonomia, resgatando a sua individualidade, a capacidade de interação e de

comunicação.