UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO CURSO DE...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRONÔMICA Deisiele Diniz Lima INFLUÊNCIA DA FERTIRRIGAÇÃO COM NITROGÊNIO E BIOFERTILIZANTE NA QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE GOIABA ‘PALUMA’ ARMAZENADA À TEMPERATURA AMBIENTE Petrolina-PE 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRONÔMICA

Deisiele Diniz Lima

INFLUÊNCIA DA FERTIRRIGAÇÃO COM NITROGÊNIO E

BIOFERTILIZANTE NA QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE GOIABA

‘PALUMA’ ARMAZENADA À TEMPERATURA AMBIENTE

Petrolina-PE

2016

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DEISIELE DINIZ LIMA

INFLUÊNCIA DA FERTIRRIGAÇÃO COM NITROGÊNIO E

BIOFERTILIZANTE NA QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE GOIABA

‘PALUMA’ ARMAZENADA À TEMPERATURA AMBIENTE

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF, Campus de Ciências Agrárias, como requisito da obtenção do título de Bacharel em Engenharia Agronômica.

Orientador: Prof. Dr. Ítalo Herbert

Lucena Cavalcante

Petrolina-PE

2016

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Lima, Deisiele Diniz

L732i

Influência da fertirrigação com nitrogênio e biofertilizante na qualidade pós-colheita de goiaba ‘‘Paluma’’ armazenada à temperatura ambiente / Deisiele Diniz Lima. – Petrolina, 2016.

59 f.: il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia

Agronômica) - Universidade Federal do Vale do São Francisco, Campus Ciências Agrárias, Petrolina, 2016.

Orientador: Prof. Dr. Ítalo Herbert Lucena Cavalcante. Referências.

1. Adubação Orgânica. 2. Fertirrigação. 3. Goiaba. I. Título. II.

Universidade Federal do Vale do São Francisco.

CDD 631.81

Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Integrado de Biblioteca SIBI/UNIVASF

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Dedico a minha família: pai, mãe, avô (in memoriam), irmãs, sobrinha e Valéria (in memoriam) o fruto da minha vitória.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Senhor Deus pela dádiva da vida. Por me acompanhar durante

todos os dias da minha caminhada acadêmica, me dando força, coragem e

perseverança para superar os desafios diários.

Á minha família, em especial aos meus pais Cícero Ferreira Lima e Rosa

Anália Diniz Braga que sempre me proferiram palavras de carinho, incentivo e força

para continuar lutando. Vocês são o meu farol, obrigado por todo apoio nessa

empreitada e por todas as renúncias em meu nome. A minha irmã Deisiane Diniz

pela dedicação e apoio desde as primeiras horas de graduação e por me dá suporte

nas horas certas. A minha amiga-irmã Jaíne Bruna, pelos abraços e seus ouvidos

atentos no fim do dia para que eu pudesse compartilhar minhas aventuras, angústias

e alegrias. Ao meu avô (in memoriam) por acreditar que um dia eu chegaria ao fim

desta caminhada e a minha amiga de ‘24 horas’ Valéria Martins (in memoriam) por

me mostrar que eu escolhi a melhor profissão do mundo.

Aos meus amigos de graduação, aqueles que cativei ao longo deste tempo.

Obrigado pelas boas risadas, pelo conhecimento compartilhado, pelas horas de

sufoco que passamos juntos, pelas brincadeiras e aventuras. Com vocês a

caminhada se tornou mais leve

À Clériton meu grande amigo, pelas horas dedicadas a mim, pelo

companheirismo, pelos inúmeros trabalhos de sucesso, pelas boas risadas, pelos

incontáveis dias e noites em laboratório, campo, biblioteca, por tudo quanto

caminhamos até chegar até aqui

Aos meus mestres, sem os quais eu não teria progredido no processo

contínuo da aprendizagem. Obrigado ao Professor José Alves pela primeira

oportunidade de participar de um projeto dentro da universidade, aos professores

Neiton Machado e Cristiane Galhardo por me inserir no ambiente da pesquisa,

possibilitando a experiência dentro de laboratório. Agradeço em especial ao

Professor Ítalo Herbert Lucena Cavalcante por ter me acolhido no Grupo

FRUTVASF, pelas orientações que vão para além do caráter científico, são

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ensinamentos para uma vida. Agradeço pela sua paciência, sinceridade,

profissionalismo, compromisso, respeito e por ser um exemplo de ética profissional.

À todos que fazem parte do Grupo de Fruticultura Vale do São Francisco –

FRUTVASF, pelo empenho nas culturas, pelas coisas que aprendemos juntos e por

me mostrarem o valor do trabalho em equipe. Agradeço por poder fazer parte deste

grupo. Agradeço em especial a equipe da Goiaba: Msc. Elisson, Diógenes, Yuri,

Gleidson, Guilherme, Jeferson, Renata, e Clériton a ajuda e empenho de vocês, em

campo e em laboratório, foi primordial para a realização deste trabalho.

À banca examinadora, composta por profissionais que admiro, pois mesmo

diante das dificuldades conseguem fazer ciência. Agradeço por, gentilmente, terem

aceitado o convite.

À Professora Karla Melo por conceder a permissão para utilizar os reagentes e

a estrutura do laboratório de Agroindústria que foram cruciais para a realização

deste trabalho.

À Universidade Federal do Vale do São Francisco, Campus de Ciências

Agrárias, pela oportunidade, estrutura e subsídios para realização do curso de

Engenharia Agronômica.

Ao CNPq pelo suporte financeiro à execução da pesquisa e concessão de

bolsa de estudos à autora.

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“Pois só os perseverantes e fortes de espírito aqui conseguem lutar”.

(Oração do Guerreiro de Caatinga)

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RESUMO

O aspecto nutricional é fundamental para qualidade e elevada produtividade de goiabas. No entanto, ao tempo em que é essencial, é oneroso. Além do mais, o consumidor tem exigido alimentos mais saudáveis e produzidos com uso de menos agroquímicos e fertilizantes. Isso tem promovido uma busca constante por tecnologias e técnicas que associem composto orgânico como, biofertilizante e adubos minerais sem que o fruto perca a qualidade mesmo quando armazenados em temperatura ambiente. Nesse aspecto, foi realizado um experimento com o objetivo de avaliar, ao longo dos dias de armazenamento, a qualidade físico-química dos frutos de goiaba ‘‘Paluma’’ em função da adubação nitrogenada e doses de biofertilizante. Adotou-se delineamento experimental em blocos casualizados com tratamentos distribuídos em esquema fatorial 5 x 2 x 5 referente respectivamente, aos dias de avaliação após a colheita (0; 3; 6; 9 e 12), adubação nitrogenada (50 e 100% da recomendação de adubação nitrogenada para cultura) e as aplicações de doses de biofertilizante bovino (0,0; 2,5; 5,0; 7,5 e 10,0%). A qualidade de frutos de goiabeira foi influenciada pelo biofertilizante bovino e adubação nitrogenada. Para características físico-química dos frutos a associação entre adubação nitrogenada e biofertilizante bovino promoveu incremento de vitamina C, sólidos solúveis e ratio com o decorrer dos dias, maior acidez titulável e menor pH logo após a colheita. Para características físicas a associação entre biofertilizante e nitrogênio não influenciou a porcentagem de polpa, no entanto influenciou positivamente a firmeza, a perda de massa fresca e a aparência visual do fruto. O diâmetro e comprimento sofrem influência somente das doses de biofertilizante.

Palavras-chave: Psidium guajava, adubação orgânica, propriedades físico-químicas

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ABSTRACT

The nutritional aspect is fundamental to quality and high productivity guavas. However, the time that is essential, is costly. Moreover, consumers have demanded more healthy foods and produced with less use of pesticides and fertilizers. This has promoted a constant search for technologies and techniques involving organic compound as biofertilizers and mineral fertilizers without the fruits lose quality even when stored at room temperature. In this regard, an experiment was carried out in order to assess, over the days of storage, the physical and chemical quality of the fruits of '‘Paluma’' guava as a function of nitrogen fertilizer and biofertilizer doses. It was adopted a randomized blocks with treatments distributed in a factorial 5 x 2 x 5 referring respectively to evaluation days after harvest (0, 3, 6, 9 and 12), nitrogen fertilization (50 and 100% recommendation nitrogen fertilization for the culture) and the application of doses of bovine biofertilizer (0.0, 2.5, 5.0, 7.5 and 10.0%). The quality of guava fruit was influenced by bovine biofertilizer and nitrogen fertilization. For the chemical characteristics of the fruit the association between nitrogen fertilizer and bovine biofertilizer promoted increase of vitamin C, soluble solids and ratio with the passage of days, higher acidity and lower pH soon after harvest. For physical characteristics the association between biofertilizers and nitrogen did not affect the percentage of pulp, however influenced firmness, loss of weight and visual appearance of the fruit. The diameter and length only suffer influence of biofertilizer doses.

Key-words: Psidium guajava, organic fertilizing, physical and chemical properties

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Procedimentos de seleção dos frutos de goiabas para realização do experimento. A) Padrão de fruto

colhido para as avaliações B) Lavagem em água corrente e seleção de frutos C) Sanitização com

Hipoclorito de sódio a 1% D) Separação dos frutos em lotes. ..................................................................25

Figura 2 - Procedimentos de preparo dos frutos de goiabas para realização do experimento. A) Separação de

três frutos B) Retirada da casca C) Preparo da polpa no liquidificador D) Diluição da polpa em água

destilada. ...............................................................................................................................................26

Figura 3 - Sólidos solúveis de goiabas ‘Paluma’ em função dos dias após a colheita e adubação nitrogenada

(50% e 100% da dose de N recomendada pela análise de solo). ..............................................................30

Figura 4 – Sólidos solúveis de goiabas ‘Paluma’ em função dos dias após a colheita e doses de biofertilizante.

..............................................................................................................................................................31

Figura 5 - Acidez titulável de goiabas ‘Paluma’ em função dos dias de armazenamento, adubação com 50%(A) e

100% (B) da dose de N recomendada pela análise de solo e doses de biofertilizante. ..............................32

Figura 6 - Ratio de goiabas ‘Paluma’ em função dos dias de armazenamento, adubação com 50%(A) e 100% (B)

da dose de N recomendada pela análise de solo e doses de biofertilizante..............................................34

Figura 7 - Concentração de Vitamina C de goiabas ‘Paluma’ em função dos dias de armazenamento, adubação

com 50%(A) e 100% (B) da dose de N recomendada pela análise de solo e doses de biofertilizante. ........36

Figura 8 - pH de goiabas ‘Paluma’ em função dos dias de armazenamento, adubação com 50%(A) e 100% (B) da

dose de N recomendada pela análise de solo e doses de biofertilizante. .................................................38

Figura 9 - Porcentagem de polpa com semente de goiaba 'Paluma' em função dos dias após a colheita. ..........41

Figura 10 – Firmeza de polpa de goiabas ‘Paluma’ em função das concentrações de fertilizante (50% e 100% da

dose de N recomenda pela análise de solo) e doses de biofertilizante. ....................................................42

Figura 11 - A) diâmetro e B) comprimento de goiabas ‘Paluma’ em função das concentrações das doses de

biofertilizante e do armazenamento ao longo dos dias sob temperatura ambiente. ................................44

Figura 12 - Perda de massa de goiabas ‘Paluma’ em função dos dias de armazenamento, adubação com 50%(A)

e 100% (B) da dose de N recomendada pela análise de solo e doses de biofertilizante. ...........................45

Figura 13 - Aparência de frutos de goiabeira ‘Paluma’ tratados com adubação de 50% de nitrogênio, doses de

biofertilizante e avaliados durante doze dias sob temperatura ambiente. ...............................................48

Figura 14 - Aparência de frutos de goiabeira ‘Paluma’ tratados com adubação de 100% de nitrogênio, doses de

biofertilizante e avaliados durante doze dias sob temperatura ambiente. ...............................................49

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Composição química e física do solo (0-20 e de 20-40) da área experimental. ..................................24

Tabela 2 - Acidez titulável (AT), sólidos solúveis (SS), vitamina C (Vit. C) e pH de goiabas ‘Paluma’ em função dos

dias de armazenamento, adubação nitrogenada e doses de biofertilizante. Petrolina/PE, 2016. ..............29

Tabela 3 - Porcentagem de polpa com semente, firmeza média (Firm.), diâmetro (Diâm.), comprimento

(Compr.) e perda de massa de goiabas ‘Paluma’ em função dos dias de armazenamento, adubação

nitrogenada e doses de biofertilizante. ...................................................................................................40

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................15

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...........................................................................................................17

2.1 ASPECTOS BOTÂNICOS DA GOIABEIRA.....................................................................................17

2.2 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA GOIABA .................................................................................18

2.3 QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DA GOIABA ................................................................................19

2.4 ADUBAÇÃO NITROGENADA.....................................................................................................20

2.5 USO DE BIOFERTILIZANTES NA AGRICULTURA ..........................................................................21

3 MATERIAL E MÉTODOS ..............................................................................................................24

3.1 LOCALIZAÇÃO .........................................................................................................................24

3.2 OBTENÇÃO DE FRUTOS E CONDIÇÕES DE CAMPO ....................................................................24

3.3 ATIVIDADE EM LABORATÓRIO .................................................................................................26

3.3.1 TRATAMENTOS E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL .........................................................26

3.3.1.1 Avaliação físico-química ........................................................................................................... 26

3.3.1.1.1 Acidez titulável ................................................................................................................. 26

3.3.1.1.2 Sólidos solúveis ................................................................................................................ 26

3.3.1.1.3 Ratio ................................................................................................................................ 26

3.3.1.1.4 Vitamina C ........................................................................................................................ 27

3.3.1.1.5 pH .................................................................................................................................... 27

3.3.1.2 Avaliações físicas ..................................................................................................................... 27

3.3.1.2.1 Porcentagem de polpa com semente ................................................................................ 27

3.3.1.2.2 Firmeza de polpa .............................................................................................................. 27

3.3.1.2.3 Diâmetro e comprimento do fruto .................................................................................... 27

3.3.1.2.4 Perda de massa dos frutos ................................................................................................ 27

3.3.1.2.5 Aspecto visual .................................................................................................................. 28

3.3.1.3 Análise estatística .................................................................................................................... 28

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................................................29

4.1 CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DOS FRUTOS...................................................................29

4.1.1 SÓLIDOS SOLÚVEIS .........................................................................................................30

4.1.2 ACIDEZ TITULÁVEL ..........................................................................................................32

4.1.3 RATIO (SS/AT) ................................................................................................................34

4.1.4 VITAMINA C ...................................................................................................................35

4.1.5 pH ..................................................................................................................................38

4.2 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DOS FRUTOS ..................................................................................40

4.2.1 PORCENTAGEM DE POLPA COM SEMENTE .....................................................................41

4.2.2 FIRMEZA ........................................................................................................................41

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4.2.3 DIÂMETRO E COMPRIMENTO DE FRUTOS .......................................................................43

4.2.4 PERDA DE MASSA FRESCA ..............................................................................................45

4.2.5 ASPECTO VISUAL ............................................................................................................47

5 CONCLUSÃO ...............................................................................................................................50

6 REFERÊNCIAS .............................................................................................................................51

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1 INTRODUÇÃO

Os polos irrigados do Nordeste brasileiro possuem potencial hídrico e

edafoclimático, características que fazem dessa região uma das maiores produtoras

de goiaba (FREITAS, 2010). Inserido nesse contexto destaca-se o Vale do São

Francisco, sendo responsável por cerca de 39% do total de goiaba que é produzida

no Brasil (IBGE, 2016).

Diante dessa perspectiva, a satisfatória produtividade de frutos de alta

qualidade é consequência de fatores relacionados a condições climáticas, solo,

irrigação e equilíbrio nutricional (CAVALCANTE et al., 2012; AULAR e NATALE,

2013). No entanto, segundo Natale e Marchall (2002), o aspecto nutricional é um dos

mais importantes e afeta não somente a produtividade, mas a qualidade do fruto em

termos de tamanho, peso conservação pós-colheita, resistência a pragas e

tolerância doenças.

São necessárias elevadas aplicações de fertilizantes para suprir a demanda

nutricional das plantas, quando o interesse é a alta produtividade (NATALE e

MARCHALL, 2002; NATALE, 2009b). No entanto, sabe-se que a adubação mineral é

onerosa e o uso indiscriminado, quando as necessidades são baixas ou quando as

condições locais são desfavoráveis, pode provocar desequilíbrios nutricionais e

contaminação do meio ambiente (ARAÚJO, 2007; FREIRE 2009).

A combinação entre adubos minerais e fertilizantes orgânicos pode reduzir os

custos de produção, uma vez que eliminam os desperdícios, bem como reduzir os

impactos ambientais, evitando efeitos fitotóxicos das elevadas doses de fertilizantes

minerais que podem desequilibrar as relações entre nutrientes e salinizar o solo

(SEDIYAMA et al., 2009).

O mercado consumidor passou a ser mais exigente com relação a alimentos

mais saudáveis, produzidos com menor emprego de agroquímicos e fertilizantes.

Nos últimos anos isso tem impulsionado o desenvolvimento de tecnologias e a

prática de manejo integrado, que envolve o uso de insumos naturais (CAVALCANTE

et al., 2010a). Diante desse aspecto, o biofertilizante tem sido identificado como uma

ferramenta alternativa ao uso de fertilizantes químicos, com benefícios diretos tanto

para fertilidade do solo quanto para produtividade das culturas (WU et al., 2005).

Freire et al. (2010) acrescenta ainda que o biofertilizante pode ter efeito sobre

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comportamento vegetativo e produtivo das plantas, nos parâmetros qualitativos da

produção e ainda ser capaz de reduzir os efeitos depressivos da salinidade do solo

ou da água.

Apesar dos resultados promissores quanto à utilização do biofertilizante na

agricultura, ainda são escassos na literatura estudos relacionados à combinação de

adubação nitrogenada e biofertilizante e a influência na qualidade físico-química de

goiabas. Dessa forma, este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a

qualidade dias após a colheita de frutos de goiabeira ‘‘Paluma’’ submetidos a

adubação nitrogenada combinadas com doses de biofertilizante na região do Vale

do São Francisco.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 ASPECTOS BOTÂNICOS DA GOIABEIRA

A goiabeira (Psidium guajava L.) destaca-se como cultura de grande

importância nas regiões tropicais e subtropicais do mundo (SINGH e PAL, 2008;

FLORES et al., 2015), sendo a espécie mais importante da família Myrtaceae

(BARBOSA e LIMA, 2010), inclusive por ser a única de valor econômico (GONZAGA

NETO, 1990).

É caracterizada como um arbusto de pequeno porte, que pode atingir de 3 a 6

metros de altura, com casca lisa, delgada, que se desprende em lâminas. As folhas

são opostas, tem formato elíptico e caem após a maturação. Os frutos são bagas

com tamanho, forma e coloração de polpa variável (branca ou vermelha) que varia

em função da cultivar, que apresentam um mesocarpo de textura firme e quatro a

cinco lóculos cheios por uma massa de consistência pastosa, onde estão numerosas

sementes (PIEDADE NETO, 2003).

No contexto da fruticultura brasileira, a goiaba é uma fruta considerada muito

importante, pois seu consumo tanto in natura como industrializada encontra-se em

expansão (CRUZ, 2013). Atualmente, a cultivar mais difundida no país é a ‘‘Paluma’’

(GONZAGA NETO et al., 2003) cuja as plantas são bastante vigorosas, com bom

crescimento lateral e são altamente produtivas chegando a alcançar mais de 50 t/ha

(BARBOSA e LIMA, 2010). Na região do Vale do São Francisco a cultivar ‘‘Paluma’’

respondeu satisfatoriamente as condições de solo e clima, de modo que a sua

produção rapidamente atingiu escala comercial (LIMA et al., 2005).

A goiaba ‘Paluma’ é um clone derivado da variedade Rubi x Supreme, a partir

de sementes de polinização aberta, originada na FCAV/Unesp, em Jaboticabal-SP.

Fruto com peso variável de 140 a 250g, diâmetro longitudinal de 8 a 10 cm e

transversal de 7 a 9 cm, forma ovóide com pescoço curto, polpa de coloração

vermelho intenso, 1,3 a 2,0 cm de espessura, pequena porcentagem de sementes

(5%) e bom rendimento de polpa (94%). Fruto de consistência firme, muito bom

sabor e boa capacidade de conservação após a colheita. Frutos adequados para

produção de massa e consumo natural (NATALE e PRADO, 2006).

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2.2 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA GOIABA

A goiaba é considerada uma das frutas tropicais mais populares e de grande

aceitação no mundo (NATALE et al., 2009). Atualmente tem mercado bem

estabelecido em mais de 60 países, com cultivos na índia, México, Tailândia,

Espanha, Portugal, Sul da França, Israel, Panamá, Malásia, Quênia, Estados

Unidos, Nova Zelândia, Filipinas, China, Paquistão, Austrália e alguns países do

continente africano (SAHU, 2014).

As condições favoráveis de clima e solo do Brasil o colocam numa posição

privilegiada para produção da goiabeira. Atualmente o país figura entre os cinco

maiores produtores de goiabas do mundo, ficando atrás apenas da Tailândia,

Indonésia, México e Paquistão (FAO, 2013). Somente no ano de 2015 o Brasil foi

responsável pela produção de mais de 359 mil toneladas de goiabas em uma área

de aproximadamente 16 mil hectares (ABF, 2016). Esse aspecto é importante não

apenas pelo valor nutritivo da fruta, mas pela perspectiva que representa no

incremento da produção agrícola brasileira, na ampliação da atividade industrial e no

potencial de exportação (NATALE et al, 2009a)

A goiabeira pode ser encontrada na maioria dos estados brasileiros, sendo

que na região nordeste os estados da Bahia e Pernambuco destacam-se como os

maiores produtores, atingindo somente em 2014 uma produção de mais de 116 mil

toneladas de goiaba (IBGE, 2016). Nessa perspectiva, vale ressaltar que a goiaba é

amplamente cultivada em áreas semiáridas irrigadas (BATISTA et al., 2015). O

potencial hídrico proporcionado pelo rio São Francisco e as condições de clima e

solo com limitações mínimas, sob irrigação localizada, bom manejo cultural

(fertirrigações, podas, controles sanitários, mudas de boa qualidade e variedades

produtivas) e mecanização fazem com que os perímetros irrigados, principalmente

da Bahia e Pernambuco, ganhem destaque como grandes produtores de goiaba

(MANICA, 2000; AMARAL, 2011).

Nesse aspecto destacam-se as cidades de Petrolina, em Pernambuco (PE) e

Juazeiro, na Bahia (BA), como as principais produtoras de goiaba, pois segundo

dados do instituto Brasileiro de Geografia e Estatística as duas cidades foram

responsáveis pela produção de 74.350 mil toneladas de goiaba no ano de 2014 o

que representou cerca de 63,88% da produção do estado da Bahia e Pernambuco.

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2.3 QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DA GOIABA

A goiaba possui elevada qualidade nutritiva devido ao seu significativo teor de

sais minerais, como cálcio, fósforo, potássio e ferro, por ser rica em vitamina A,

vitaminas B1 (Tiamina), B2 (Riboflavina), B6 (Piridoxina), além de ser importante

fonte de vitamina C, cujo o teor é seis a sete vezes maior que em outros frutos

cítricos, contém ainda altos teores de açúcares e quantidade considerável de fibras

(BARBOSA e LIMA, 2010).

Devido ao seu valor nutricional e características como aroma agradável e sabor

peculiar, a goiabeira, especialmente a ‘Paluma’, ocupa um lugar de destaque entre

as frutas tropicais brasileira (UDDIN et al., 2002). A goiaba ‘Paluma’ apresenta dupla

aptidão, o que possibilita o cultivo tanto para consumo in natura quanto para uso

industrial (CHITARRA, 1994). Na indústria, pode ser utilizada para processamento

de sucos, néctares, polpas, sorvetes, geleias e compotas, bem como serve de

ingrediente na preparação de iogurtes, gelatinas e, recentemente, de molho agridoce

(guatchup) (BARBOSA e LIMA, 2010).

Para atender as exigências do consumidor brasileiro, o processo produtivo

deve ter como objetivo final a produção de goiabas de qualidade físico-químicas,

com elevado valor nutritivo bem como maior conservação pós-colheita, que devem

ser parâmetros decisivos no momento da comercialização. A determinação da

qualidade consiste na avaliação de diferentes características externas e internas dos

frutos, destacando-se o tamanho, o formato, a aparência, a cor, a textura, a

uniformidade, a firmeza, além do aroma, do sabor, do valor nutricional, da acidez, do

teor de sólidos solúveis totais, além da aparência dos frutos (AULAR e NATALE,

2013).

Segundo Ramos et al. (2010) as características físico-químicas mais

desejáveis na pós-colheita da goiaba são: altos teores de sólidos solúveis, tanto

para consumo in natura quanto para indústria; massa da matéria fresca;

características sensoriais, teores de pectina, acidez titulável, coloração e espessura

da polpa.

Elevados teores de sólidos solúveis podem proporcionar melhor sabor, maior

rendimento agroindustrial, menor custo na elaboração dos produtos uma vez que

implicam na menor adição de açúcares, menor tempo de evaporação da água,

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menor gasto de energia, resultando em maior economia no processamento

(RAMOS, et al., 2011; AULAR e NATALE, 2013). A acidez também é um parâmetro

fundamental na determinação da qualidade do fruto de goiaba, uma vez que

influencia tanto no consumo in natura, onde é desejável uma menor acidez, quanto

para a industrialização, que deve ser mais elevada para diminuir a adição de

acidificantes artificiais (LIMA, et al.,2002).

Contudo, essas propriedades dependem de fatores associados a condições

de cultivo como variedade, estádio de maturação, condições climáticas e

principalmente nutrição mineral durante o desenvolvimento do fruto (CARDOSO,

2002). Portanto, a aplicação e uso correto do fertilizante pode exercer influência

direta sobre a qualidade, conservação pós-colheita e nível potencial de perdas.

Dessa forma, o conhecimento da nutrição mineral da goiabeira pode contribuir com

resultados positivos e diferenciados (CHITARRA e CHITARRA, 1990; Yuri 2004;

LIMA et al., 2005).

2.4 ADUBAÇÃO NITROGENADA

A obtenção de boa produtividade e qualidade de frutos está diretamente

associada à nutrição balanceada. Da mesma forma sabe-se que uma planta nutrida

adequadamente apresenta maior resistência às doenças e maior capacidade de

expressar altos potenciais produtivos (ARAÚJO, 2007).

Na agricultura moderna o fertilizante é uma ferramenta amplamente utilizada,

principalmente os nitrogenados, pois o N é um dos elementos absorvidos em maior

quantidade por plantas cultivadas, devido as funções que desempenha nas

principais reações bioquímicas, sendo constituinte de vários compostos como

aminoácidos, ácidos nucleicos e clorofila (CANTARELLA, 2007). Adicionalmente o

nitrogênio possui função estrutural, pois estimula o desenvolvimento de gemas

floríferas e frutíferas, aumentando a produção de fotoassimilados, acarretando no

aumento da produtividade da cultura (MALAVOLTA et al., 2006).

Como qualquer planta superior, a goiabeira necessita de elementos minerais

em quantidades elevadas para tolerar as condições climáticas adversas, incidência

de pragas ou doenças e principalmente para atender a demanda produtiva de frutos

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economicamente viáveis, sendo o nitrogênio e o potássio os mais exigidos (MANICA

et al., 2000; NATALE et al., 2009a).

Durante muito tempo a goiabeira foi considerada uma planta rústica quanto à

tolerância à acidez e adaptação à baixa reserva de nutrientes no solo. No entanto, o

manejo adequado em termos de nutrição e adubação, com aplicação racional de

fertilizantes é fundamental, pois promove aumentos substanciais na produção da

goiabeira em pomares destinadas tanto para consumo in natura quanto para uso

industrial (NATALE, 1993; GONZAGA NETO, 2007; NATALE, 2009b).

Os trabalhos encontrados na literatura são direcionadas a produtividade e

aspectos nutricionais da goiabeira (LIMA et al., 2005; ALENCAR, 2011; AMORIM et

al., 2015), no entanto alguns fazem inferência a resultados promissores da

adubação nitrogenada sob a qualidade físico-química dos frutos de goiabeiras como

por exemplo Silva et al. (2008) que constataram um aumento dos sólidos solúveis e

pH em função de adubação nitrogenada e lâminas de irrigação; Kundu et al. (2007)

encontraram incremento significativo para sólidos solúveis, vitamina C e peso das

goiabas em função da adubação nitrogenada; Kumar et al. (2014) também

observaram que o tratamento com elevadas doses de nitrogênio foram efetivos para

melhorar parâmetros físico da goiaba como por exemplo diâmetro, peso do fruto e

da polpa.

2.5 USO DE BIOFERTILIZANTES NA AGRICULTURA

É evidente a importância do uso de tecnologias inovadoras, aperfeiçoamento

de técnicas de cultivo bem como práticas de manejo integrado, que possibilitem a

utilização de insumos alternativos como o biofertilizante (MESQUITA et al., 2007;

CAVALCANTE et al., 2010).

O biofertilizante é um composto biológico completo, proveniente de um

processo de fermentação e que pode ser produzido a partir de qualquer tipo de

matéria orgânica fresca. Pode ser disponibilizado para as plantas através da

aplicação direta no solo, na irrigação ou por via foliar, possibilitando a obtenção de

boas produções e frutos com adequada qualidade comercial e sanitária

(MALAVOLTA,1985; GUAZZELLI et al., 2012).

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O uso do biofertilizante tanto para melhoria do crescimento das plantas

quanto para produção não é algo recente na agricultura (BETTIOL et al., 1998). No

entanto ganhou impulso nos últimos anos devido aos elevados custos e efeito

perigoso dos fertilizantes químicos (ASERI et al., 2008; CAMPOS et al., 2011).

Adicionalmente, Gross et al. (2008) afirmam que devido o biofertilizante ser líquido, e

advindo de um processo de fermentação, a disponibilização dos nutrientes para as

plantas ocorre mais rapidamente.

Vários trabalhos têm destacado os resultados positivos do uso de

biofertilizante na agricultura, seja na aplicação direta no solo ou através de

pulverizações foliares. Os benefícios estão relacionados a: controle de doenças nas

plantas, com ação direta sobre fitopatógenos; efeito nutricional, devido a sua

composição com micro e macronutrientes, melhorando alguns aspectos da planta

como vigor e efeito hormonal, auxiliando em brotações e enraizamento (BETTIOL et

al., 1998).

Várias culturas têm respondido a utilização do biofertilizante como:

maracujazeiro (CAVALCANTE et al., 2012;), goiabeira (DINIZ, 2011), meloeiro

(PINTO et al., 2008; FREIRE et al., 2009), batata doce (SANTOS et al., 2006 e

OLIVEIRA et al., 2007), romãzeira (ASERI et al., 2008), mamoeiro (MESQUITA et

al., 2007), feijoeiro (SOUSA et al., 2013a), milho (LIMA et al., 2012), pinhão manso

(SOUSA et al., 2013b), pimentãozeiro (SEDIYAMA et al., 2009), melancia

(CAVALCANTE et al., 2010b) entre outras culturas. No entanto, as pesquisas têm

revelado que o foco dos resultados no uso de biofertilizante líquido está concentrado

principalmente sobre o aspecto nutricional, melhoria das características físicas,

química e biológicas do solo e sobre índices produtivos de culturas.

Apesar dos avanços das pesquisas, ainda são incipientes os resultados da

atuação do biofertilizante sobre as características físico-químicas da goiaba

produzida no Brasil. Segundo Shankar et al., (2002) a baixa disponibilidade de

nutrientes parece ser umas das principais causas da má qualidade em frutos de

goiaba, sendo que os aspectos físicos e químicos são fundamentais para

comercialização. Diante desse aspecto, o biofertilizante pode influenciar nessas

características, pois sua composição possui todos os elementos, em concentrações

variadas, necessários para a nutrição vegetal (MARROCOS, 2011).

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Os efeitos do biofertilizante sobre a qualidade do fruto de goiabeira são

discutidos na literatura internacional e não refletem a realidade do Brasil, pois não

foram realizadas experimentações com a goiabeira ‘Paluma’. Dutta et al. (2009), na

índia, observaram que a aplicação do biofertilizante consorciado com adubação

mineral promoveu aumento no teor de sólidos solúveis, açúcares totais e ácido

ascórbico na goiaba cv. Sardar. Devi et al. (2009), também em estudo sobre

aplicação combinada de biofertilizante com fertilizante sintéticos, reportaram que

houve melhoria na qualidade físico-química dos frutos da goiabeira cv. Sardar, com

aumento no teor de sólidos solúveis e açúcares totais. Dey et al. (2005) estudando

os efeitos do biofertilizante sobre as características físico químicas da goiaba cv.

Sardar observaram que o houve influência positiva no peso, comprimento, diâmetro,

sólidos solúveis, acidez, ratio e vitamina C.

Sahu (2014), na índia, em estudo sobre o efeito integrado da aplicação de

fertilizante químicos, orgânicos e biofertilizante na goiabeira cv. Sardar, observaram

aumento nos parâmetros comprimento, largura, diâmetro, peso do fruto, peso da

polpa, ácido ascórbico, sólidos solúveis, bem como redução de açúcares totais e

açúcares não redutores. Atom (2013), também na índia, em estudo sobre o efeito do

biofertilizante sobre o crescimento e características qualitativas da goiabeira,

verificou aumento do comprimento, diâmetro, peso do fruto e da polpa, e quantidade

mínima de semente em função do biofertilizante na cv. Sardar. Dwivedi et al. (2010),

na Índia em estudo sobre o efeito do biofertilizante e adubos orgânicos sobre a

produção e qualidade de frutos de goiabeira cv. Red Fleshed, verificaram elevados

valores de sólidos solúveis e vitamina C.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 LOCALIZAÇÃO

O experimento foi realizado durante o mês de abril de 2016 no laboratório de

Agroindústria da Universidade Federal do Vale do São Francisco-UNIVASF, Campus

de Ciências Agrárias situado no município de Petrolina, Pernambuco.

Durante a realização do experimento, a temperatura foi mantida sob condição

de ambiente de 24±1ºC e umidade relativa em torno de 70±5%.

3.2 OBTENÇÃO DE FRUTOS E CONDIÇÕES DE CAMPO

Os frutos para este experimento foram provenientes de goiabeiras propagadas

por estaquia, no terceiro ciclo de produção, da variedade Paluma, do pomar

experimental do setor de fruticultura da UNIVASF/ Petrolina-PE. As plantas estão

distribuídas em espaçamento de 4 x 4m, irrigadas pelo método localizado de

microaspersão e com fertirrigações realizadas de acordo com as recomendações de

Natale e Prado (2006). Todas as práticas de manejo para a poda, controle de ervas

daninhas, pragas e doenças foram realizadas seguindo as instruções do Natale et al.

(2009a).

O solo da área experimental é classificado como um Argissolo amarelo (Ultisol

- American classification Soil Taxonomy). Os dados de características físicas e

químicas do solo podem ser verificados na tabela 1.

Tabela 1 - Composição química e física do solo (0-20 e de 20-40) da área experimental.

Características do solo Valor

0-20 cm 20-40 cm

pH (in water) 6,2 5,4

Ca2+ (cmolc dm³) 2,1 2,0

Mg2+ (cmolc dm³) 1,4 1,2

Al3+ (cmolc dm³) 0,0 0,0

K+ (cmolc dm³) 0,74 0,63

Na+ (cmolc dm³) 0,11 0,19

P (mg/dm³) 207,0 58,0

Matéria orgânica (%) 0,56 0,53

Argila (g kg-1) 95 11

Silte (g kg-1) 32 60

Areia (g kg-1) 870 774

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O experimento em campo foi instalado em esquema fatorial 2 x 5,

correspondentes à: i) doses de N: 50 e 100% da recomendação de adubação

nitrogenada, aplicadas via fertirrigação e ii) níveis percentuais do esterco líquido de

bovino simples: testemunha (sem biofertilizante), 2,5; 5,0; 7,5 e 10,0% aplicados via

fertirrigação. Os percentuais de biofertilizante foram aplicados considerando a área

média de projeção da copa do tratamento mantendo-se o volume constante por

planta de 2,4 L m-2 da calda de cada percentual de biofertilizante. O esterco bovino

usado no experimento apresentou a seguinte composição: N = 0,72 mg dm-3; P =

0,04 mg dm-3; K = 0,50 mg dm-3; Ca = 0,20 mg dm-3; Mg = 0,12 mg dm-3 e S = 0,39

mg dm-3.

Os frutos foram colhidos no estádio 1 de maturação (Figura 1A), com base na

coloração verde escuro da casca, segundo escala proposta por Cavalini (2004).

Após a colheita os frutos foram imediatamente conduzidos ao Laboratório de

Agroindústria, onde foram selecionados 15 frutos por cada tratamento de forma a se

obter lotes uniformes e sem injúrias. Os frutos foram lavados em água corrente,

sanitizados com imersão em água com hipoclorito de sódio 1%, secos e

acondicionados em bandejas plásticas onde permaneceram armazenados até atingir

o final do período de comercialização (Figura 1) que segundo Cavalini (2004) é

definido pela coloração totalmente amarela da casca, firmeza de polpa menor que

15 N e presença de podridão em 15 % dos frutos.

Figura 1 - Procedimentos de seleção dos frutos de goiabas para realização do experimento. A) Padrão de fruto colhido para as avaliações B) Lavagem em água corrente e seleção de frutos C) Sanitização com Hipoclorito de sódio a 1% D) Separação dos frutos em lotes.

(Fonte: Autor)

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3.3 ATIVIDADE EM LABORATÓRIO

Em cada data de avaliação foram selecionados três frutos de cada tratamento

para compor uma amostra a ser submetida as avaliações físicas e posteriormente

descascados e preparados para as avaliações físico-químicas (Figura 2).

Figura 2 - Procedimentos de preparo dos frutos de goiabas para realização do experimento. A) Separação de três frutos B) Retirada da casca C) Preparo da polpa no liquidificador D) Diluição da polpa em água destilada.

(Fonte: Autor)

3.3.1 TRATAMENTOS E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

O delineamento experimental adotado para análises laboratoriais foi em

parcelas subsubdivididas, com 3 repetições adotando-se um esquema fatorial de

5x2x5 correspondentes a: i) avaliações após a colheita (0; 3; 6; 9 e 12 dias); ii)

adubação nitrogenada (50 e 100% da recomendação de adubação nitrogenada,

aplicadas via fertirrigação) e iii) doses de biofertilizante (0; 2,5; 5,0; 7,5 e 10,0%).

3.3.1.1 Avaliação físico-química

3.3.1.1.1 Acidez titulável

Determinada pelo método titulométrico, utilizando-se como indicador

fenolftaleína a 1% e titulante a solução de NaOH 0,1mol/L, conforme metodologia

descrita pelo Instituto Adolfo Lutz (2008). Os resultados foram expressos em g de

ácido cítrico/ 100 g de polpa.

3.3.1.1.2 Sólidos solúveis

Determinados através de leitura direta de polpa com refratômetro (Abbe Tipo

WYA, modelo 2WA-J, marca BioBrix), sendo os resultados expressos em °Brix.

3.3.1.1.3 Ratio

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Determinada através da relação entre teores de sólidos solúveis e acidez

titulável (SS/AT)

3.3.1.1.4 Vitamina C

Quantificada através de titulações iodimétricas, seguindo a metodologia de

Baccan et al. (2001). Os resultados foram expressos em mg de ácido ascórbico/ 100

ml de polpa.

3.3.1.1.5 pH

Medido em phmetro de mesa (EVEN, modelo PHS-3E), sendo os resultados

expressos em unidade de pH.

3.3.1.2 Avaliações físicas

3.3.1.2.1 Porcentagem de polpa com semente

Determinada com auxílio de balança semi-analítica, através da relação entre

massa da polpa com semente pela massa média do fruto.

3.3.1.2.2 Firmeza de polpa

Determinada com penetrômetro digital (FRUIT HARDNESS TESTER, modelo

PTR-300) equipado com ponteira de 8 mm de diâmetro realizando-se leitura, após a

retirada da casca, em dois pontos opostos da região equatorial de cada fruto. Os

resultados foram expressos em Newton (N).

3.3.1.2.3 Diâmetro e comprimento do fruto

Determinado com auxílio de paquímetro digital com precisão de 0,01

milímetros (mm).

3.3.1.2.4 Perda de massa dos frutos

Determinada pela pesagem em balança semí-analítica com precisão de 0,01

gramas, de frutos selecionados, durante os 12 dias de avaliação. Os resultados

foram expressos em porcentagem, pela relação entre a massa inicial e em cada dia

de avaliação dos frutos.

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3.3.1.2.5 Aspecto visual

Avaliado através de acompanhamento fotográfico de frutos selecionados

durante os 12 dias de avaliação.

3.3.1.3 Análise estatística

Os resultados foram submetidos à análise de variância para avaliação do efeito

significativo entre os dias, adubação nitrogenada e as doses de biofertilizante pelo

teste de F no programa estatístico ASSISTAT 7.7 Beta. Para os tratamentos

quantitativos foi aplicada uma análise de regressão múltipla utilizando-se

SIGMAPLOT.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DOS FRUTOS

Na análise de variância realizada para o fator dias após a colheita (DAC),

adubação nitrogenada (N) e doses de biofertilizante (Bio) observou-se que as

variáveis acidez titulável (AT), sólidos solúveis (°Brix) e pH foram significativos a

nível de 1% de probabilidade, já a vitamina C significativa a 5% de probabilidade

para o fator adubação nitrogenada.

A interação entre os dias após a colheita, adubação nitrogenada e doses de

biofertilizante exerceram efeito significativo ao nível de 1% de probabilidade para

todas as variáveis analisadas, fato que evidencia a interdependência entre os fatores

estudados (Tabela 1).

Tabela 2 - Acidez titulável (AT), sólidos solúveis (SS), vitamina C (Vit. C) e pH de goiabas ‘Paluma’ em função dos dias de armazenamento, adubação nitrogenada e doses de biofertilizante. Petrolina/PE, 2016.

SS AT SS/AT Vit. C pH

DAC (Valor ‘F’) 6459,2712 ** 2913,2255 ** 4635,6848 ** 263,4821 ** 604,2644**

dms 0,03008 0,00896 0,20799 536,871 0,02592

CV. % (DAC) 0,37 1,6 1,64 7,98 0,83

N (Valor ‘F’) 19489,0800 ** 49,8292 ** 602,3327 ** 7,2341 * 63,4694**

50% 9,18640 b 0,65443 b 1,450,597 b 79,94009 a 3,71547 a

100% 9,99240 a 0,66544 a 1,533,612 a 78,19281 b 3,64440 b

dms 0,01286 0,00365 0,07534 1447 0,01987

CV. % (N) 0,37 1,52 1,39 5,03 1,48

Bio (Valor ‘F’) 2937,2992 ** 103,5117 ** 264,7274 ** 6,4267 ** 11,8521**

dms 0.02082 0,00652 0,14016 241,541 0,02842

CV. % (Bio) 0,28 1,37 1,30 4,24 1,07

Interações (Valor ‘F’)

N x Bio 11027,8446 ** 136,9790 ** 347,3718 ** 7,2179 ** 70,4772**

DAC x Bio 1418,2843 ** 80,2724 ** 202,1879 ** 19,2486 ** 6,9200**

DAC x N 727,4760 ** 50,4255 ** 115,1754** 6,9424 ** 4,7350*

DAC x N x Bio 2439,4720 ** 25,0632 ** 69,1738 ** 16,0480 ** 7,6560**

**significativo ao nível de 1% de probabilidade (p <0,01); *significativo ao nível de 5% de probabilidade (p <0,05); ns: não significativo (p > 0,05), pelo Teste de Tukey.

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4.1.1 SÓLIDOS SOLÚVEIS

Apesar de ter sido significativa a interação DAC x N x Bio, não houve ajuste a

modelos de regressão para sólidos solúveis. Houve efeito isolado para todos os

parâmetros avaliados, bem como para as interações duplas (Tabela 2).

O teor de sólidos solúveis tendeu a aumentar com o passar dos dias (os

solúveis.

Figura 3), comportamento já esperado uma vez que, segundo Cavalini (2008),

devido ao avanço da maturação da goiaba e redução na acidez, existe uma

tendência no aumento do teor de sólidos solúveis.

Figura 3 - Sólidos solúveis de goiabas ‘Paluma’ em função dos dias após a colheita e adubação nitrogenada (50% e 100% da dose de N recomendada pela análise de solo).

Observa-se que há superioridade para adubação com 100% de N (Tabela 2).

Foram registrados valores entre 9,00 e 10,95 °Brix para 100% de N e valores entre

8,42 e 10,31 °Brix para 50% de N entre o primeiro e último dia de avaliação,

respectivamente (Figura 3). Os valores encontrados são superiores aos reportados

por Alencar et al. (2016), que foram de 7,95 e 9,26 °Brix, em trabalho com adubação

potássica na produção e qualidade pós-colheita de goiaba ‘‘Paluma’’ no semiárido

potiguar. No entanto, são próximos aos reportados por Lima et al. (2008), que

encontraram valores variando entre 9,5 e 11 °Brix em goiabas ‘Paluma’ tratadas com

diferentes adubações nitrogenada e potássio no Vale do São Francisco.

Dias após a colheita

0 3 6 9 12

Sólid

os s

olú

veis

(°b

rix)

8,0

8,5

9,0

9,5

10,0

10,5

11,0

11,5

50% de N

100% de N

SS = 8,4214 + 0,0460 * dias + 0,0090 * dias²

SS = 9,0251 + 0,1619 * dias - 0,0002 * dias² R² = 0,99

R² = 0,98

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Segundo sugestão de Silva et al. (2008), em estudo sobre o efeito da

adubação nitrogenada e lâminas de irrigação sobre o pH e o °Brix de goiabas

‘Paluma’, o incremento na dose de adubação nitrogenada pode provocar efeito

direto sobre essas variáveis, pois com o aumento da adubação nitrogenada os frutos

tornam-se menos ácidos. Comportamento semelhante foi verificado por Anaç et al.

(1994) em estudo sobre os efeitos da adubação com N, P e K sobre qualidade do

tomate, foi observado que a medida que houve incremento na adubação nitrogenada

ocorreu um reflexo no aumento dos sólidos solúveis do tomate. Provavelmente a

dose de 100% de N tenha apresentado maiores valores em virtude da função que

desempenha, pois segundo Ferreira et al. (2006) o N atua na biossíntese de

açúcares nas folhas, de modo que a concentração de sólidos solúveis pode

aumentar em virtude da translocação do açúcar das folhas para o fruto.

A Figura 4 expressa o modelo que melhor se ajustou para efeito das doses de

biofertilizante ao longo dos dias nos sólidos solúveis. As maiores doses

proporcionam os menores teores de sólidos solúveis quando se observa o primeiro

dia de avaliação. Segundo Malta et al. (2013), em trabalho sobre adubação orgânica

e mineral na cultura da goiabeira ‘Paluma’, a adubação orgânica promove maiores

teores de sólidos solúveis, o que pode ter ocorrido no presente trabalho.

Figura 4 – Sólidos solúveis de goiabas ‘Paluma’ em função dos dias após a colheita e doses de biofertilizante.

Dias após a colheita

0 3 6 9 12

lido

s s

olú

ve

is (

°Brix)

7,5

8,0

8,5

9,0

9,5

10,0

10,5

11,0

11,5

12,0

(Test.)

(Bio 2,5%)

(Bio 5,0%)

(Bio 7,5 %)

(Bio 10 %)

SS = 9,3009+ 0,1268.Bio - 0,0021.Bio² R²=0,90

SS = 8,7109 + 0,1294.Bio + 0,0057.Bio² R²=0,99

SS = 7,4124 + 1,4210*exp(0,0560.Bio) R²=0,98

SS = 7,6385 + 0,9224*exp(0,0928.Bio) R²=0,98

SS= 7,0957+ 1,1595*exp(0,0974.Bio) R²=0,98

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32

Não houve ajuste a modelo estatístico para o efeito da interação da adubação

nitrogenada e doses de biofertilizante.

4.1.2 ACIDEZ TITULÁVEL

A Tabela 2 mostra interação DAC x N x Bio positiva para o parâmetro acidez

titulável. Os frutos provenientes de plantas fertirrigadas com 100% de N

apresentaram valores médios de acidez titulável entre 0,71 e 0,64 g de ácido cítrico/

100 g de polpa. Para 50% de N os valores situaram-se entre 0,72 e 0,59 g ácido

cítrico/ 100 g de polpa (Figura 5). Os valores encontrados neste trabalho são

superiores aos reportados por Malta et al. (2013), que variaram entre 0,41 e 0,53 g

ácido cítrico/ 100 g de polpa, em estudo sobre características físico-químicas da

goiabeira ‘‘Paluma’’ submetidas a adubação orgânia e mineral

Para 50 e 100% de N, os maiores teores de ácido cítrico foram registrados no

primeiro dia de avaliação. De acordo com Cavalini et al. (2015) os frutos de goiaba

‘‘Paluma’’ tendem a ser mais ácidos quando colhidos nos estádios iniciais de

maturação.

Figura 5 - Acidez titulável de goiabas ‘Paluma’ em função dos dias de armazenamento, adubação com 50%(A) e 100% (B) da dose de N recomendada pela análise de solo e doses de biofertilizante.

0,58

0,60

0,62

0,64

0,66

0,68

0,70

0,72

0,74

0

3

6

9

12

0,0

2,5

5,07,5

10,0

Acid

ez titulá

vel

(g d

e a

c. cítr.

/ 100 g

de p

olp

a)

Dia

s ap

ós a

col

heita

Doses de biofertilizante (%)

0,60

0,62

0,64

0,66

0,68

0,70

0,72

R² = 0,99

ATT = 0,7263 - 0,0073 . dias - 0,0088 . bio + 0,0001 . dias² + 0,0002 . bio²

(A)

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33

De maneira geral a acidez titulável de frutos reduziu com o avanço dos dias

(Figura 5), um comportamento já esperado devido a maturação do fruto. Segundo

Chitarra e Chitarra (2005) a acidez titulável cresce à medida que vai ocorrendo a

maturação fisiológica do fruto tendo o pico no completo desenvolvimento fisiológico

e em seguida começa a decrescer com o avanço do processo de maturação. De

acordo com Eskin e Shahidi (2015), esse comportamento da acidez com o avanço

da maturação pode ser explicado pela redução dos ácidos orgânicos presentes nos

frutos que vão diminuindo à medida que são usados na respiração.

O valor da acidez titulável das plantas fertirrigadas com 100% de N aumentou

à medida que houve incremento da dose de biofertilizante (Figura 5). Este

comportamento pode estar relacionado à composição química do biofertilizante pois,

de acordo Freire et al. (2010), os ácidos orgânicos presentes no biofertilizante

podem proporcionar um incremento na acidez titulável dos frutos. Para 50 % de N é

possível observar oscilação dos valores de acidez a medida que houve incremento

da dose de biofertilizante (Figura 5).

De acordo com Cavalini (2004) e Chitarra e Chitarra (2005) a acidez possui

grande importância na qualidade organoléptica, nutricional, bem como na

conservação de produtos alimentícios, pois a maior acidez contribui para uma maior

estabilidade do fruto com relação a degradação. Diante deste aspecto, e conforme a

0,62

0,64

0,66

0,68

0,70

0,72

0

3

6

9

12

0,0

2,5

5,07,5

10,0

Acid

ez titulá

vel

(g d

e a

c. cítr.

/ 100g d

e p

opa)

Dia

s ap

ós a

col

heita

Doses de biofertilizante (%)

0,62

0,64

0,66

0,68

0,70

ATT = 0,7127 - 0,0073 . dias - 0,0088 . bio + 0,0004 . dias² + 0,0005 . bio²

R² = 0,98

(B)

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34

Figura 5, para 100% de N, a dose de 10% de biofertilizante respondeu pelo maior

teor de acidez no primeiro dia de avaliação (0,9 %), bem como apresentou um valor

médio de acidez ao longo dos dias superior aos demais tratamentos. Para 50% de

N, a dose de 10% de biofertilizante também respondeu pela maior acidez no fruto no

primeiro dia de avaliação, no entanto apresentou valor médio de acidez ao longo dos

dias muito próximo da testemunha.

Independentemente da adubação nitrogenada, biofertilizante e dias avaliados

os valores médios de AT foram superiores ao valor mínimo requerido pela legislação

vigente, que é de 0,4% (Brasil, 2000).

4.1.3 RATIO (SS/AT)

Houve interação significativa entre os fatores DAC x N x Bio para o ratio

SS/AT, observando-se que os frutos provenientes de plantas submetidas a

adubação de 100% de N e biofertilizante apresentaram superioridade em relação a

adubação com 50% de N (Tabela 2). As médias de ratio registradas para os

tratamentos com 50 e 100% de N variaram de 13,12 a 16,23 e de 13,58 a 17,00,

respectivamente (Figura 6) e são todos inferiores aos registrados por Batista et al.

(2015) (18,87) e por Ramos et al. (2011) (23,65 e 23,69).

Figura 6 - Ratio de goiabas ‘Paluma’ em função dos dias de armazenamento, adubação com 50%(A) e 100% (B) da dose de N recomendada pela análise de solo e doses de biofertilizante.

12,5

13,0

13,5

14,0

14,5

15,0

15,5

16,0

16,5

0

3

6

9

12

0,02,5

5,07,5

10,0

Ratio (

SS

/AT

)

Dia

s ap

ós a

col

heita

Doses de biofertilizante(%)

12,5

13,0

13,5

14,0

14,5

15,0

15,5

16,0

16,5

Ratio = 12,8788 + 0,1352 . dias + 0,1622 . bio R² = 0,94

(A)

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35

Para os tratamentos com adubação de 50 e 100% de N (Figura 6) houve

aumento linear do ratio. Com relação às doses de biofertilizante é possível inferir

que os maiores valores de ratio foram registrados para a dose de 10% e no décimo

segundo dia de avaliação, isso comprova que a medida que passa o tempo ocorre

um aumento no teor de sólidos solúveis e redução da acidez titulável.

Os sólidos solúveis e a acidez titulável podem representar um falso indicativo

do sabor dos frutos quando analisados separadamente (LIMA et al., 2002), motivo

pelo qual o ratio (SS/AT) é considerado uma forma prática de se determinar esse

parâmetro, pois determina a palatabilidade e maturação dos frutos, um indicativo de

sabor, principalmente quando o destino da produção é o consumo in natura.

(CHITARRA e CHITARRA, 2005; RAMOS et al., 2011).

Independentemente do tratamento aplicado, as goiabas deste experimento

apresentaram valores de ratio próximo ao valor mínimo exigido pela legislação

vigente no Brasil que é de 17,5 (Brasil, 2000).

4.1.4 VITAMINA C

A interação DAC x N x Bio foi significativa a vitamina C, com superioridade

registrada para 50% de N (Tabela 2), cujos valores médios variaram entre 69,86 a

13,5

14,0

14,5

15,0

15,5

16,0

16,5

17,0

17,5

0

3

6

9

12

0,02,5

5,07,5

10,0

Ratio (

SS

/AT

)

Dia

s ap

ós a

col

heita

Doses de biofertilizante(%)

13,5

14,0

14,5

15,0

15,5

16,0

16,5

17,0

17,5

Ratio = 13,8136 + 0,1265 . dias + 0,1518 . bio R² = 0,90

(B)

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36

92,24 mg de ácido ascórbico/100 mL de polpa (Figura 7A) e para 100% de N os

valores variam entre 67,9 e 86,36 mg de ácido ascórbico/100 mL de polpa (Figura

7B). Estes valores estão próximos aos encontrados por Lima et al. (2002) 89,78 mg

de ácido ascórbico/100 mL de polpa, e Cavalini (2004) cujos valores variaram entre

62,8 e 84,94 mg de ácido ascórbico/100 mL de polpa, ambos trabalhando com a

variedade Paluma. Em contrapartida, são inferiores aos registrados por Ribeiro et al.

(2005) 236,33 a 172,87 mg de ácido ascórbico/100g de polpa com doze dias de

armazenamento em temperatura semelhante ao presente experimento.

De forma geral a vitamina C tendeu a aumentar com o passar dos dias

apresentando valores médios máximos entre o nono e décimo primeiro dia de

avaliação (Figura 7). Esse comportamento já era esperado, uma vez que as goiabas

colhidas no primeiro estágio de amadurecimento apresentam uma tendência em

aumentar o teor de vitamina C com o avançar do amadurecimento até que se

estabilize e comece a decrescer (AZZOLINI et al., 2004 e MANICA et al., 2000).

Figura 7 - Concentração de Vitamina C de goiabas ‘Paluma’ em função dos dias de armazenamento, adubação com 50%(A) e 100% (B) da dose de N recomendada pela análise de solo e doses de biofertilizante.

65

70

75

80

85

90

95

0

3

6

9

12

0,02,5

5,07,5

10,0

Vitam

ina C

(mg/1

00 m

L d

e p

olp

a)

Dia

s ap

ós a

col

heita

Doses de biofertilizante (%)

65

70

75

80

85

90

95

(A)

VIT.C = 392,9315 . exp(- 0,5 . (( dias - 16,9632) / 29,7461)² + (( bio - 14,1389) / 247857)²))

R² = 0,83

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37

Com relação à interação entre adubação nitrogenada x biofertilizante x dias

(Figura 7) para 50% de N a melhor dose de biofertilizante foi a de 7,5% pois

respondeu pela maior concentração de ácido ascórbico no nono dia de avaliação,

proporcionando um aumento que correspondeu a 24,82% no teor de ácido ascórbico

em relação a testemunha. Para o tratamento com 100% de N a melhor dose de

biofertilizante também foi a de 7,5%, no entanto respondeu por um incremento de

apenas 2,55% em relação à testemunha e somente no décimo segundo dia de

avaliação. Freire et al. (2014) e Nascimento et al. (2015), ambos trabalhando com

maracujazeiro amarelo, afirmam que a aplicação do biofertilizante bovino tem

influência positiva no teor de vitamina C, pois verificaram que o incremento da dose

de biofertilizante fornecido ao solo resulta em aumento considerável no teor de ácido

ascórbico dos frutos. Esse comportamento, segundo Freire (2014) e Dias et al.

(2011), pode ser justificado devido a ácidos orgânicos e açúcares que estão

presentes em fontes orgânicas e que podem aumentar o teor de vitamina C nos

frutos.

Independente do tratamento, todas as doses de biofertilizante aplicadas nas

goiabeiras conseguem assegurar o fornecimento superior a dose diária de vitamina

65

70

75

80

85

90

0

3

6

9

12

0,02,5

5,07,5

10,0

Vitam

ina C

mg/ 100 m

L d

e p

olp

a

Dia

s ap

ós a

col

heita

Doses de biofertilizante (%)

65

70

75

80

85

90

VIT. C = 68,8799 + 0,6831 . dias + 0,8198 . bio + 0,0103 . dias ² +0,0148 . dias ²

R² = 0,82

(B)

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38

C que corresponde a 65mg/dia para mulheres e de 75mg/dia para homens, adultos e

saudáveis (SANTOS e OLIVEIRA, 2014).

4.1.5 pH

Houve interação positiva entre os fatores DAC x N x Bio para o parâmetro pH,

destacando-se que os frutos provenientes de plantas fertirrigadas com 50% de N e

biofertilizante apresentaram superioridade em valores de pH (Tabela 2). As médias

de pH registradas para 100 e 50% de N com biofertilizante variaram de 3,59 a 3,73 e

de 3,62 a 3,84, respectivamente (Figura 8), valores próximos aos registrados por

Silva et al. (2008) que foram entre 3,39 e 3,67, em estudo avaliando o efeito das

adubação nitrogenada e lâminas de irrigação sobre o Brix e o pH de frutos de

goiabeira ‘Paluma’, mas são inferiores aos valores reportados por Batista et al.

(2015), que variaram entre 3,92 e 4,0 para mesma variedade.

Figura 8 - pH de goiabas ‘Paluma’ em função dos dias de armazenamento, adubação com 50%(A) e 100% (B) da dose de N recomendada pela análise de solo e doses de biofertilizante.

3,60

3,62

3,64

3,66

3,68

3,70

3,72

3,74

3,76

3,78

3,80

3,82

0

3

6

9

12

0,02,5

5,07,5

10,0

pH

Dia

s ap

ós a

col

heita

Doses de biofertilizante (%)

3,60

3,62

3,64

3,66

3,68

3,70

3,72

3,74

3,76

3,78

3,80

3,82

pH = 3,8511 . exp( - 0,5 . ((dias - 22,6169) / 90,2617) ² + ((bio - 18,871) / 75,3292)²))

R² = 0,62

(A)

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39

A Figura 8 expressa o modelo estatístico que melhor se ajustou aos

resultados de pH para a interação DAC x N x Bio. Para os tratamentos com 50% de

N, os valores de pH apresentaram aumento constante até o nono dia de avaliação,

seguido de redução no décimo segundo dia. Com relação às doses de biofertilizante

é possível inferir que há incremento do pH nas goiabas que receberam esse

tratamento, quando comparadas com a testemunha. No entanto, existe oscilação

dos valores à medida que se aumenta a concentração do biofertilizante, ou seja, o

aumento da dose não acarreta aumento do pH na mesma proporção. Para

tratamentos com 100% de N, observa-se que a dose de 10% de biofertilizante foi a

que proporcionou os menores valores de pH do primeiro até o último dia de

avaliação, apresentando a menor variação, um comportamento condizente com a

acidez dos frutos de plantas tratadas com 10% de biofertilizante, que se mantiveram

superiores aos demais tratamentos durante os dias de avaliação. Segundo

Amarante et al. (2013) esses dois parâmetros são inversamente proporcionais,

quando a acidez reduz o pH tende a aumentar e pode estar relacionado à

concentração de K do biofertilizante utilizado no presente estudo (K = 0,50 mg dm-

3), pois Campos et al. (2007), observam aumento do pH em decorrência do

incremento da dose de potássio fornecida. Esse comportamento pode estar

relacionado ao potássio presente no composto orgânico, que pode ter facilitado a

3,56

3,58

3,60

3,62

3,64

3,66

3,68

3,70

0

3

6

9

12

0,02,5

5,07,5

10,0

pH

Dia

s ap

ós a

col

heita

Doses de biofertilizante (%)

3,56

3,58

3,60

3,62

3,64

3,66

3,68

3,70

pH=3,5713+0,0133 .dias + 0,0159 . bio - 0,0008 . dias² - 0,0012 . bio²

R² = 0,51

(B)

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40

substituição de íons de H+ por íons K+ no interior das células (FOGAÇA et al., 2007)

e aliado à redução da acidez, em decorrência da degradação dos ácidos orgânicos

usados na respiração, pode ter provocado um aumento do pH.

Independentemente do tratamento aplicado, todos os frutos apresentaram

valores de pH inferiores ao valor máximo permitido pela legislação brasileira que é

de 4,2 (Brasil, 2000). Os menores valores de pH indicam que o fruto possui maior

teor de ácidos orgânicos e isso consequentemente refletirá na conservação deste

alimento tornando-o menos suscetível a deterioração em pós-colheita (AROUCHA et

al., 2010).

4.2 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DOS FRUTOS

Observa-se que a interação entre os dias após a colheita, adubação

nitrogenada e adubação com biofertilizante exerceram efeito significativo ao nível de

1% de probabilidade para variáveis comprimento, diâmetro e perda de massa fresca

do fruto. Para a firmeza média de frutos, a interação entre adubação nitrogenada e

biofertilizante foi significativa a 1% de probabilidade e não houve interação positiva

para a porcentagem de polpa com sementes (Tabela 3).

Tabela 3 - Porcentagem de polpa com semente, firmeza média (Firm.), diâmetro (Diâm.), comprimento (Compr.) e perda de massa de goiabas ‘Paluma’ em função dos dias de armazenamento, adubação nitrogenada e doses de biofertilizante.

%Polpa Firm. Diâm. Compr. Perda de massa (%)

DAC (Valor “F”) 17,8293 ** 8,7708 ** 25,5778 ** 18,2689 ** 33,2817 **

dms 1,53721 30,97575 2,12388 3,53531 4,76770

CV. % (DAC) 1,99 101,64 4,17 5,35 40,38

N (Valor “F”) 1,2771 ns 7,6883 * 0,2488 ns 2,3491 ns 15,3643 *

50% 91,05678 a 32,04163 b 59,67040 a 77,29707 a 13,36164 b

100% 90,75525 a 39,60280 a 59,91907 a 78,17907 a 15,19088 a

dms 0,59431 6,07393 1,1104 1,28177 1,07576

CV. % (N) 1,8 46,62 5,11 4,53 17,9

Bio (Valor “F”) 2,1159 ns 1,6957 ns 15,3254 ** 16,5429 ** 18,4577 **

dms 1,3715 14,40121 1,84111 3,29034 2,82951

CV, % (Bio) 2,09 55,75 4,27 5,87 24,44

Interações (Valor “F”)

N x Bio 0,8598 ns 3,9477 ** 5,3338 ** 0,9994 ns 3,7837 **

DAC x Bio 1,6931 ns 0,6493 ns 0,1170 ** 0,0881 ** 0,1728 **

DAC x N 0,5561 ns 1,4507 ns 0,0437 ** 0,1727 ns 0,4883 ns

DAC x N x Bio 0,6455 ns 1,5738 ns 0,2711 ** 0,0496 ** 0,0664 **

**significativo ao nível de 1% de probabilidade (p <0,01); *significativo ao nível de 5% de probabilidade (p <0,05); ns: não significativo (p > 0,05), pelo Teste de Tukey.

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41

4.2.1 PORCENTAGEM DE POLPA COM SEMENTE

A porcentagem de polpa não respondeu aos efeitos isolados das adubações

nitrogenadas, biofertilizante e nem da interação DAC x N x Bio, mas foi influenciada

pela ação isolada dos dias após a colheita. Observa-se que o terceiro dia de

avaliação respondeu pela maior porcentagem de polpa com sementes, com valor

médio de 92,8 %, valor próximo ao reportado por Medina et al. (1991), ao afirmarem

que frutos da variedade Paluma podem atingir um rendimento de polpa de 93,76%; é

superior aos encontrados por Gouveia et al. (2003) 90,24%, em estudo sobre a

determinação de maturação de goiabas da variedade Paluma submetidas a

crescentes doses de adubação nitrogenada. O valor de porcentagem de polpa

decresce com o passar dos dias, o que segundo Gouveia et al. (2003) pode estar

relacionado a um incremento na porcentagem de casca, que passa a ocupar mais

espaço e consequentemente reduz o rendimento de polpa da goiaba.

Figura 9 - Porcentagem de polpa com semente de goiaba 'Paluma' em função dos dias após a colheita.

4.2.2 FIRMEZA

A firmeza do fruto sem a casca respondeu aos efeitos da interação N x Bio

(Tabela 3). Observa-se superioridade dos tratamentos com 100% de N, cujos

valores variaram de 43,69 (testemunha) a 47,69 N (10% de biofertilizante). Esses

valores são inferiores aos encontrados por Pérez-Barraza et al. (2015) que avaliando

a qualidade de frutos de goiaba da mesma variedade, verificaram firmeza de polpa

Dias após a colheita

0 2 4 6 8 10 12

Polp

a c

om

sem

ente

(%

)

88

89

90

91

92

93

% de Polpa = 83,1439 + 8,7574/(1+((dias - 4,0466)/10,4356)²)

R² = 0,81

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42

variando entre 86,5 e 191,2 N. Por outro lado, Batista et al. (2015), analisando a

qualidade de algumas frutas na região do submédio do São Francisco, encontraram

valores de firmeza de polpa inferiores, aproximadamente 20 N para goiabas

maduras, mantidas na mesma condição deste experimento.

Com relação aos dias após a colheita observa-se que, a partir do terceiro dia

de avaliação, ocorreu redução da firmeza das goiabas evidenciando que a

resistência do fruto tende a diminuir com o passar do tempo, comportamento

semelhante foi verificado por Gouveia et al. (2003) em estudos sobre a maturação

da goiaba. Segundo Tucker (1993), a perda da firmeza é um processo natural

durante o amadurecimento, associada à solubilização das pectinas da parede

celular, degradação do amido e consequentemente da diminuição do turgor.

Conforme pode ser visto na

Figura 10, a partir da dose de 5 % de biofertilizante e 100% de N ocorre

incremento da firmeza da polpa à medida que se aumenta a dose de biofertilizante,

já para a dose de 50% de N observa-se um efeito antagônico. Nascimento et al.

(2015) em estudo com biofertilizante e adubação mineral na qualidade de frutos de

maracujazeiro irrigado com água salina constataram que os maiores valores de

firmeza foram observados nos tratamentos onde houve fornecimento de adubação

mineral com NPK e que a firmeza tende a aumentar com o incremento das doses de

biofertilizante.

Figura 10 – Firmeza de polpa de goiabas ‘Paluma’ em função das concentrações de fertilizante (50% e 100% da dose de N recomenda pela análise de solo) e doses de biofertilizante.

Doses de Biofertilizante (%)

0,0 2,5 5,0 7,5 10,0

Fir

meza d

e p

olp

a (

N)

20

25

30

35

40

45

50

5550% de N

Firm.= 41,99-4,5209.bio+0,591.bio²R²=0,70

100% de N

Firm.= 42,8778 - 3,6337 . bio.0,72990,7299

R² = 0,75

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Esse comportamento diferenciado para o tratamento com 100% de N pode ter

sido influenciado pela presença de níveis elevados de potássio no biofertilizante

utilizando neste experimento (k = 0,50 mg.dm-³). Segundo Lima et al. (2005) o

potássio promove, a partir da translocação de açúcares, incremento em massa,

sabor, aroma e, em virtude da manutenção da turgescência celular, contribui ainda

para a resistência dos frutos. Adicionalmente, o cálcio também apresenta influência

na firmeza dos frutos por fazer parte da lamela média. Dessa forma, o aumento do

Ca no fruto de goiabeira promove maior firmeza e redução da perda de água,

levando à melhor qualidade do fruto e maior período de armazenamento na pós-

colheita (NATALE et al., 2009). Provavelmente isso também pode ter contribuído

para os resultados de firmeza, uma vez que o biofertilizante usado no experimento

tinha Ca (Ca = 0,20 mg.dm-3) em sua composição.

Portanto, a combinação entre NKCa influencia na firmeza dos frutos ao longo

dos estádios de maturação. Acredita-se que isso pode ter favorecido o aumento da

firmeza da polpa a medida que houve incremento da dose de biofertilizante, com

valor máximo registado para a dose de 10% de biofertilizante (47,69 N). Alencar et

al. (2016) em estudo sobre adubação potássica na produção e qualidade pós-

colheita de goiaba ‘‘Paluma’’ no semiárido potiguar também verificou incremento da

firmeza do fruto a medida que houve aumento da adubação potássica.

4.2.3 DIÂMETRO E COMPRIMENTO DE FRUTOS

Apesar de ter sido significativa a interação DAC x N x Bio, não houve ajuste a

modelos de regressão para o diâmetro e comprimento do fruto, bem como não

houve efeito individual da adubação nitrogenada sobre os dois parâmetros (Tabela

3). Com relação a adubação nitrogenada, Alencar (2011) verificou um

comportamento semelhante, mostrando que a adubação nitrogenada não

apresentou efeito significativo no incremento do diâmetro e comprimento da goiaba

‘Paluma’.

A Figura 11A mostra que houve uma redução no diâmetro do fruto para todas

as doses de biofertilizante ao longo dos dias, com valores variando entre 62,68 a

54,8 mm. Esses valores estão próximos aos relatados por Gouveia et al. (2004) 64 e

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62,8 mm, no entanto inferiores aos registrados por Batista et al. (2015) entre 77 e

74,6 mm. Quanto as doses de biofertilizante, nota-se que a testemunha apresentou

comportamento melhor se comparado aos demais tratamentos

Com relação ao comprimento, é possível observar comportamento

semelhante ao diâmetro, com valores oscilando entre 88,16 mm a 71,34 mm (Figura

10B). Estes valores são inferiores ao reportado por Batista et al. (2015) para goiabas

‘Paluma’, que variaram entre 94,6 e 100 mm, em estudo sobre a qualidade de

cultivares de diferentes frutas tropicais produzidas no Submédio do Vale do São

Francisco. No entanto, o comprimento foi superior ao reportado por Alencar et al.

(2016), que foi de 65,4 mm, em estudo sobre adubação potássica na produção e

qualidade pós-colheita de goiaba ‘Paluma’ no semiárido potiguar.

Figura 11 - A) diâmetro e B) comprimento de goiabas ‘Paluma’ em função das concentrações das doses de biofertilizante e do armazenamento ao longo dos dias sob temperatura ambiente.

Frutos provenientes de plantas tratadas com a dose de 7,5% do

biofertilizante, apesar de ter proporcionado uma redução de 10,23% no comprimento

do fruto, do primeiro ao último dia de avaliação, foi a que apresentou-se superior as

demais doses.

Com relação do diâmetro, não houve ajuste a modelos estatísticos para as

interações da adubação nitrogenada com dose de biofertilizante, bem como

adubação nitrogenada e dias após a colheita.

Dias após a colheita

0 2 4 6 8 10 12

Diâ

me

tro

do

fru

to (

mm

)

54

56

58

60

62

64

66

68

Testemunha

Dose de 2,5%

Dose de 5%

Dose de 7,5%

Dose de 10%

Diam. = 65,5660 - 0,4557 . dias - 0,0061 . dias²

Diam. = 61,9366 - 0,5084 . dias + 0,0049 .dias²

Diam. = 62,8237 - 0,8355 . dias + 0,0298 .dias²

Diam. = 63,4117 - 0,5225 . dias + 0,0014 .dias²

Diam. = 60,3823 - 0,5129 . dias + 0,0041 .dias²

R² = 0,99

R² = 0,97

R² = 0,99

R² = 0,99

R² = 0,99

(A)

Dias após a colhieta

0 3 6 9 12

Com

pri

mento

do fru

to (

mm

)

70

72

74

76

78

80

82

84

86

88

90

Testemunha

Dose 2,5%

Dose 5%

Dose de 7,5%

Dose de 10%

Compr. = 79,9937 - 1,1925 . dias + 0,0437 . dias²

Compr. = 63,3000 + 15,4556 . exp( 0,0540. dias)

Compr. = 71,1859 + 10,7869 . ( 0,0945. dias)

Compr. = 70,2762 + 17,8801 . exp ( - 0,0582 . dias)

Compr. = 82,2056 . exp ( - 0,0097 . dias)

R² = 0,99

R² = 0,93

R² = 0,99

R² = 0,99

R² = 0,99

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4.2.4 PERDA DE MASSA FRESCA

A perda de massa fresca das goiabas foi significativamente afetada pela

interação DAC x N x Bio (Figura 12), bem como para efeito isolado para todas as

variáveis analisadas. Com relação a adubação nitrogenada, plantas adubada com

100% de N promoveram uma perda de massa fresca superior à 50% de N (Tabela

2).

Figura 12 - Perda de massa de goiabas ‘Paluma’ em função dos dias de armazenamento, adubação com 50%(A) e 100% (B) da dose de N recomendada pela análise de solo e doses de biofertilizante.

4

6

8

10

12

14

16

18

0

3

6

9

12

0,02,5

5,07,5

10,0

Perd

a d

e m

assa d

o fru

to (

%)

Dia

s ap

ós a

col

heita

Doses de biofertilizante

4

6

8

10

12

14

16

18

Perda (%) = 5,1814 + 0,5125 . dias + 0,6151 . bio - 0,0060 . dias² - 0,0086 . bio²

R² = 0,99

(A)

4

6

8

10

12

14

16

18

0

3

6

9

12

0,02,5

5,07,5

10,0

Perd

a d

e m

assa d

o fru

to (

%)

Dia

s ap

ós a

col

heita

Doses de biofertilizante

4

6

8

10

12

14

16

18

Perda (%) = 4,7767 + 1,0231 . dias + 1,2277 . bio - 0,0754 . dia² - 0,0654 . bio²

(B)

R² 0,97

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As perdas de massa foram crescentes com o decorrer dos dias de avaliação

(Figura 11). A perda de massa fresca do fruto é um processo natural, no entanto,

dependendo do estádio de maturação no momento da colheita, essas perdas

tendem a ser maiores, pois segundo Cavalini et al. (2015) o fato do fruto ser colhido

em estádio de maturação mais verde, proporciona maiores taxas de transpiração. As

goiabas utilizadas neste experimento foram colhidas em estádio de maturação

verdes, segundo escala proposta por Cavalini et al. (2004). Os frutos que foram

tratadas com 50% de N e biofertilizante, apresentaram uma menor perda de massa

fresca ao longo dos dias de armazenamento quando comparados aqueles tratados

com 100% de N. Para 50 % de N é possível inferir que as menores perdas de massa

foram registradas para a dose de 7,5% de biofertilizante (9,97%) entre o primeiro e o

nono dia de avaliação. Para 100% de N, a dose de 7,5% de biofertilizante também

respondeu pelas menores perdas de massa fresca do fruto (13,73%) quando

comparadas as demais doses, mas foi superior a dose de 50% de N.

Uma goiaba de qualidade é consequência de uma série de tratos culturais

durante a fase de produção agrícola e para Coutinho e Cantillano (2007) esses

fatores de pré-colheita podem ter influência direta na conservação pós-colheita,

fazendo com que o fruto expresse seu potencial máximo de armazenamento. Assim,

é provável que os componentes presentes no biofertilizante tenham contribuído para

ocasionar um retardamento na perda de massa fresca da goiaba. O biofertilizante

utilizado neste experimento apresenta nível considerável de Ca (0,20 mg dm-3), uma

vez que, de acordo com Gorgatti Netto et al. (1966) e Lopes (1980), a função do

cálcio na goiaba está associada à redução na taxa de respiração, redução da

degradação das pectinas e alterações nos tecidos dos frutos, sendo que a

deficiência deste nutriente pode ocasionar uma alteração no peso.

Ainda que tenha sido registrada, no décimo segundo dia de armazenamento,

uma perda de massa fresca de 20,10% para 50% de N e de 21,55 % para 100% de

N, os valores apresentados são inferiores aos registrados por Ribeiro et al. (2005)

que foi de até 25 % em goiabas ‘Paluma’ armazenadas em condição ambiente e por

Cavalini et al. (2015) em trabalho sobre ponto de colheita e qualidade de goiabas e

‘Kumagai’ e ‘‘Paluma’’.

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4.2.5 ASPECTO VISUAL

Os frutos de goiabeira ‘Paluma’ tratadas com adubação de 50% de N (Figura

13), 100% de N (Figura 14) e as doses de biofertilizante apresentaram melhor

aparência quando comparadas a testemunha. Observa-se que até o nono dia de

avaliação os frutos ainda apresentavam um aspecto saudável e apesar de maduros,

podiam ser consumido in natura, especialmente aqueles tratados com as maiores

doses de biofertilizante.

A aparência do fruto é um indicativos que o biofertilizante em combinação

com a adubação mineral pode estar favorecendo a conservação do fruto de

goiabeira ‘Paluma’, mesmo sob condições de armazenamento em temperatura

ambiente.

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Figura 13 - Aparência de frutos de goiabeira ‘Paluma’ tratados com adubação de 50% de nitrogênio, doses de biofertilizante e avaliados durante doze dias sob temperatura ambiente.

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Figura 14 - Aparência de frutos de goiabeira ‘Paluma’ tratados com adubação de 100% de nitrogênio, doses de biofertilizante e avaliados durante doze dias sob temperatura ambiente.

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5 CONCLUSÃO

Os resultados desta pesquisa indicam que: i) a qualidade do fruto da

goiabeira ‘‘Paluma’’ armazenada sob temperatura ambiente é influenciada pelo

biofertilizante bovino líquido e adubação nitrogenada ii) o biofertilizante bovino

promove incremento significativo nos parâmetros físico-químicos (sólidos solúveis,

acidez titulável, ratio, vitamina C e pH) e físicos (firmeza, diâmetro, comprimento e

perda de massa fresca) iii) em geral, a dose de 10% de biofertilizante associada com

adubação de 100% de N é a que proporciona os melhores resultados de pós-

colheita iv) a combinação de biofertilizante e adubação nitrogenada permitiu que as

goiabas chegassem até o nono de armazenamento, em condição ambiente, viáveis

para consumo v) o biofertilizante bovino, aliado a fertilização mineral, pode ser

importante para incrementar a qualidade pós-colheita da goiaba ‘Paluma’.

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