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Universidade Federal do Tocantins Campus Universitário de Gurupi Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal ANTONIO CARLOS MARTINS DOS SANTOS ÁCIDOS HÚMICOS, AMINOÁCIDOS E VITAMINAS NA QUALIDADE DE MUDAS DE ALFACE GURUPI - TO 2015

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Universidade Federal do Tocantins Campus Universitário de Gurupi

Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal

ANTONIO CARLOS MARTINS DOS SANTOS

ÁCIDOS HÚMICOS, AMINOÁCIDOS E VITAMINAS NA QUALIDADE DE MUDAS

DE ALFACE

GURUPI - TO

2015

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Universidade Federal do Tocantins Campus Universitário de Gurupi

Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal

ANTONIO CARLOS MARTINS DOS SANTOS

ÁCIDOS HÚMICOS, AMINOÁCIDOS E VITAMINAS NA QUALIDADE DE MUDAS

DE ALFACE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Produção Vegetal da

Universidade Federal do Tocantins como parte

dos requisitos para a obtenção do título de

Mestre em Produção Vegetal.

Orientador: Prof. Dr. Rubens Ribeiro da Silva

GURUPI - TO

2015

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À Deus, em primeiro lugar.

Aos meus pais Antonio dos Santos e Ivanilda Martins Mundim e à minha irmã

Nayara Martins dos Santos, sem esses pilares tudo seria nada!

DEDICO.

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AGRADECIMENTOS

À Deus pelas bênçãos derramadas em minha vida.

Aos meus pais Antonio dos Santos e Ivanilda Martins Mundim por

estarem sempre ao meu lado, me auxiliando e me apoiando durante os

momentos de dificuldades, conquistas e alegrias.

A minha irmã Nayara M. dos Santos, pelo companheirismo, conselhos

e incentivo sempre mostrando-se disposta a me ajudar nas minhas decisões,

não só agora mas como em toda minha vida.

A minha família de Goiás e Bahia, que mesmo a distância, seja por

telefone ou e-mails incluía em suas mensagens palavras de carinho e

incentivo.

Ao Profº. Dr. Rubens Ribeiro da Silva, pela paciência, orientação e

ensinamentos no decorrer desses anos.

Aos companheiros do Núcleo de Estudos em Resíduos Orgânicos -

NERO: Gilson, pela liderança e orientações não só na pesquisa, mas também

na busca de melhorar como cidadão. Ao Paulo, Rubson, Robson, Moisés,

Álvaro, Flávia, Luis, Andrei, Mohamede, Lara, Ana, Beatriz, Hugão, Adriana,

Evandro, Micheli, Marclean. E em especial à Ângela pelo auxílio na fase inicial

e laboratorial da pesquisa. Ao Carlos Eduardo pela ajuda na implantação e

condução do experimento e ao Jefferson pela contribuição na redação

científica. Obrigado a todos vocês pela dedicação e empenho no

desenvolvimento deste trabalho.

Ao técnico do laboratório de solos Túlio pelo acolhimento e

fundamentos repassados.

Aos demais Professores do Programa de Pós-Graduação em Produção

Vegetal pelos conhecimentos repassados ao longo desses anos.

À Universidade Federal do Tocantins pelas contribuições, inclusive na

realização deste trabalho.

A turma 2013/2: Ananias, Carlos Augusto, Emerson, Gaspar,

Dalmárcia, Mariela, Wembles e Prínscilla. Obrigado pelo apoio nas aulas e

trabalhos.

Aos Amigos e companheiros pra todas as horas, em especial:

Rusleyson, Gabriell, Rayan, Carlin, Ellier, Magbis, Ary e Júnior Navarro (in

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memorian) pelo intermitente apoio e amizade fiel, que sempre levarei comigo.

Sem esquecer dos Amigos da Liga Eike Batista: Rogera, Mutamba, Charlin,

Igor, Juviano, Bachega, Wneguin, Colombo, Átila e Toshiba

Ao CNPq, pela concessão de bolsa e recursos disponibilizados durante

o período do curso de Pós graduação Stricto Sensu em Produção Vegetal da

Universidade Federal do Tocantins.

A todos que contribuíram para que eu pudesse subir mais esse degrau,

não canso de agradecer. Muito Obrigado!

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RESUMO GERAL

Os ácidos húmicos, aminoácidos e vitaminas podem promover resultados

positivos no crescimento de plantas, porém, ainda são poucas as pesquisas

que comprovam seus efeitos no desenvolvimento de mudas de alface, bem

como a concentração ideal a ser utilizada. Portanto, o presente trabalho teve

como objetivo avaliar o efeito de ácidos húmicos enriquecidos com fontes e

doses aminoácidos e vitaminas na morfologia e qualidade de mudas de alface

(Lactuca sativa L.).

Para isso, foram realizados dois experimentos. Sendo o primeiro experimento

conduzido em delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições.

Os 17 tratamentos foram obtidos no esquema fatorial 3x5+2, em que o fator 1:

os três aminoácidos prolina, glicina e betaína usados no enriquecimento de

ácidos húmicos alternativos AH-Alternativos, e o fator 2: composto por cinco

concentrações dos aminoácidos (0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 g L-1), mais dois

tratamentos adicionais compostos pelo produto comercial Fertiactyl GZ® e a

ausência da aplicação de ácidos húmicos e aminoácidos. O segundo

experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado com

quatro repetições. Os 21 tratamentos foram obtidos no esquema fatorial 4x5+1.

O primeiro fator foi composto pelo uso do AH-Alternativo (22 ml L-1) enriquecido

com quatro vitaminas (A, E, B1 e B2), o segundo fator foi composto por cinco

concentrações de cada vitamina (0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 g L-1) mais um

tratamento adicional (ausência da aplicação de ácido húmico e vitaminas).

A aplicação do Fertiactyl GZ® e de doses crescentes de aminoácidos+AH-

Alternativo promove incremento nas variáveis massa seca da raíz, diâmetro do

colo, comprimento da raíz, massa seca da parte aérea, número de folhas e

altura de plantas das mudas de alface. O uso de ácidos húmicos e aminoácidos

promove melhorias no desenvolvimento e na qualidade de mudas de alface. A

aplicação do AH-Alternativo promove a melhoria na morfologia e na qualidade

de mudas de alface. A aplicação exógena das vitaminas A, E, B1 e B2 quando

adicionada ao AH-Alternativo altera a morfologia e reduz a qualidade de mudas

de alface.

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Termos de indexação: Lactuca sativa L., nutrição de mudas, fertilizante foliar,

transplantio de mudas

OVERVIEW

Humic acids, amino acids and vitamins can promote positive results in the

growth of plants, however, there are few studies that demonstrate its effects on

the development of lettuce seedlings, as well as the ideal concentration to be

used. Therefore, this study aimed to evaluate the effect of humic acids enriched

with sources and doses of amino acids and vitamins in the morphology and

quality of lettuce seedlings (Lactuca sativa L.).

For this, two experiments were conducted. The first experiment was conducted

in a completely randomized design with four replications. The 17 treatments

were obtained in a factorial 3x5+2, and the first factor: the three amino acids

proline, glycine betaine used in the enrichment of alternative humic acid HA-

Alternative, and factor two was composed of five amino acids concentrations (0;

0.5, 1.0, 1.5 and 2.0 g L-1), plus two additional treatments compounds Fertiactyl

GZ® the commercial product and the absence of the application of humic acids

and amino acids. The second experiment was conducted in a completely

randomized design with four replications. The 21 treatments were obtained in a

factorial 4x5+1. The first factor was composed by using HA-Alternative (22 ml L-

1) supplemented with four vitamins (A, E, B1 and B2), the second factor

consisted of five concentrations of each vitamin (0; 0.5; 1.0, 1.5 and 2.0 g L-1)

plus an additional treatment (without application of humic acid and vitamins).

The application of Fertiactyl GZ® and increasing doses of amino acids + AH-

Alternative promotes increase in dry mass of root variables, stem diameter, root

length, dry matter of the aerial part and number of leaves and plant height (PH)

of lettuce seedlings. The use of humic acids and amino acid promotes

improvements in the development and quality of the lettuce seedlings.

Application of AH-Alternative promotes improved morphology and quality of the

lettuce seedlings. Exogenous application of vitamins A, E, B1 and B2 when

added to the AH-Alternative alters the morphology and reduces the quality of

lettuce seedlings.

.

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Index terms: Lactuca sativa L., nutrition seedlings, foliar fertilizer, seedling

transplanting.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO GERAL ....................................................................................................................... 10

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................. 13

CAPÍTULO I ..................................................................................................... 16

ÁCIDOS HÚMICOS E AMINOÁCIDOS COMO PROMOTORES DO DESENVOLVIMENTO E

QUALIDADE DE MUDAS DE ALFACE .......................................................................................... 16

RESUMO. ............................................................................................................................................. 16

HUMIC ACIDS AND AMINO ACIDS AS PROMOTERS OF DEVELOPMENT AND QUALITY

OF LETTUCE SEEDLINGS ............................................................................................................... 16

ABSTRACT........................................................................................................................................... 16

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 18

MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................................... 20

RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................................... 22

CONCLUSÕES .................................................................................................................................... 29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 29

CAPÍTULO II .................................................................................................... 36

QUALIDADE E MORFOLOGIA DE MUDAS DE ALFACE EM FUNÇÃO DA APLICAÇÃO

DE ÁCIDOS HÚMICOS ENRIQUECIDOS COM AS VITAMINAS A, E, B1 e B2 ..................... 36

RESUMO. ............................................................................................................................................. 36

QUALITY AND MORPHOLOGY OF LETTUCE SEEDLINGS DEPENDING ON THE

APPLICATION OF HUMIC ACIDS ENRICHED WITH VITAMINS A, E, B1 AND B2 ................ 36

ABSTRACT ........................................................................................................................................... 36

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 38

MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................................... 39

RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................................... 41

CONCLUSÕES .................................................................................................................................... 48

REFEÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 489

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................... 55

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LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO I

Figura 1: Massa seca da raíz (A), comprimento de raiz (B) e diâmetro de colo

(C) de mudas de alface cv. Elba em função da aplicação de Ácidos Húmicos e

Aminoácidos. Gurupi-TO, 2015 ........................................................................24

Figura 2. Massa seca da parte aérea (A), número de folhas (B), altura da

planta (C) de mudas de alface cv. Elba em função da aplicação de Ácidos

Húmicos e Aminoácidos. Gurupi-TO, 2015 ......................................................27

Figura 3. Índice de Qualidade de Dickson de mudas de alface cv. Elba em

função da aplicação de Ácidos Húmicos e Aminoácidos. Gurupi-TO, 2015 .....29

CAPÍTULO II

Figura 1: Massa seca da raiz (C), comprimento de raiz (B) e diâmetro de colo

(A) de mudas de alface cv. Elba em função da aplicação de Ácidos Húmicos e

Vitaminas. Gurupi-TO, 2015 .............................................................................46

Figura 2: Massa seca da parte aérea (A), altura de planta (B) e número de

folhas (C) de mudas de alface cv. Elba em função da aplicação de Ácidos

Húmicos e Vitaminas. Gurupi-TO, 2015.…………………………………………..48

Figura 3. Índice de Qualidade de Dickson de mudas de alface cv. Elba em

função da aplicação de Ácidos Húmicos e Vitaminas. Gurupi-TO, 2015 ……..50

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INTRODUÇÃO GERAL

A alface (Lactuca sativa L.) é uma planta anual, de clima ameno, que

pertence à família Asteracea (Couto et al., 2015). Dentre as hortaliças folhosas,

a alface é a mais produzida e consumida no mundo e no Brasil,

correspondendo à 11% da produção brasileira de hortaliças, com cerca de

525.602 toneladas (Kozusny-Andreani & Andreani Junior, 2014; Couto et al.,

2015; Blind & Silva Filho, 2015; HortiBrasil, 2015). Fato que torna esta cultura

de grande expressão econômica e social, principalmente para pequenos

produtores, sendo os principais fornecedores para o mercado (Freitas et al.,

2013a; Izidório et al., 2015).

No entanto, o êxito do cultivo desta hortaliça depende em grande parte

da utilização de mudas de alta qualidade, tanto do ponto de vista nutricional,

resistência contra os danos mecânicos no momento do transplante, boa

capacidade de adaptação ao novo ambiente, quanto do tempo necessário à

produção (Freitas et al., 2013b; Kozusny-Andreani & Andreani Junior, 2014;

Couto et al., 2015). Assim, faz-se necessário considerar alguns cuidados, como

as características do substrato, necessidades hídricas e a nutrição das mudas.

Diante das exigências do mercado, em termos de quantidade e

qualidade dos alimentos, tem-se procurado aprimorar a produção de mudas,

com a introdução de novas técnicas de produção, que sejam ao mesmo tempo

acessíveis às condições econômicas dos produtores. Assim, técnicas

alternativas de produção e produtos promotores do crescimento e

desenvolvimento vegetal são algumas das soluções para a obtenção de

olerícolas de alta qualidade (Izidório et al., 2015). Dentre esses promotores de

crescimento e desenvolvimento vegetal pode-se citar as substâncias húmicas,

os aminoácidos e as vitaminas.

Esses promotores possuem ação semelhante à dos hormônios

vegetais e favorecem a expressão do potencial genético das plantas mediante

alterações nos processos vitais e estruturais. Muitos desses produtos

aumentam a absorção de água e de nutrientes pelas plantas, bem como sua

resistência aos estresses hídricos, fazendo com que seu uso na agricultura

seja crescente (Santos et al., 2013; Santos et al., 2014).

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Dentre os promotores de crescimento citados, as substâncias húmicas

não possuem características bioquímicas padronizadas, mas têm sido definidas

como associações supramoleculares de moléculas orgânicas relativamente

pequenas arranjadas basicamente por interações hidrofóbicas e pontes de

hidrogênio (Zandonadi et al., 2014).

As substâncias húmicas podem ser extraídas de diferentes fontes e

separadas basicamente em três principais frações: ácidos fúlvicos, ácidos

húmicos e huminas, sendo os ácidos húmicos, frequentemente, mais

relacionados como a fração das substâncias húmicas de maior bioatividade.

Essa característica pode ser definida como a capacidade de interagir positiva

ou negativamente com plantas e/ou microrganismos, resultando em estímulo

ou inibição de desenvolvimento vegetal (Zandonadi et al., 2014).

Dentre os principais efeitos observados pela utilização de substâncias

húmicas estão o desenvolvimento radicular, desenvolvimento foliar, aumento

na absorção de nutrientes e regulação de enzimas importantes para o

metabolismo vegetal, como por exemplo a H+-ATPase e nitrato redutase

(Zandonadi & Busato, 2012; Zandonadi et al., 2013).

Quanto aos aminoácidos, estes são moléculas essenciais ao

metabolismo primário e secundário de plantas. As principais funções e

benefícios atribuídos aos aminoácidos são: síntese de proteínas, precursor de

hormônios vegetais endógenos, quelante de nutrientes, resistência ao ataque

de pragas e doenças, resistência ao estresse hídrico, aumento da produção e

redução no uso de fertilizantes, maior desenvolvimento do sistema radicular,

maior tolerância a geadas e aumento do teor de sólido solúvel em frutos (Dario

et al., 2014).

Diferentemente, das substâncias húmicas que ainda se busca a

comprovação e a regularidade da ocorrência de efeitos positivos no

desenvolvimento das plantas, as vitaminas já são de funções conhecidas. De

maneira geral, conforme Ting (1982), Meyer et al. (1973) e Sinha (2004), as

vitaminas tem como funções como cofator enzimático (Vit. B1 ou tiamina);

reações de oxidação-redução, através das coenzimas do FAD (Vit. B2 ou

riboflavina); síntese de aminoácidos (Vit. B1, B2,) e germinação de grãos de

pólen (Vit. A, B1, B2). Aumentando a eficiência das reações bioquímicas e

assimilação de nutrientes (Floss & Floss, 2007). Contudo, o efeito da aplicação

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exógena de vitaminas ainda é pouco conhecido, principalmente no cultivo da

alface.

Assim, a aplicação de promotores de crescimento como os ácidos

húmicos, aminoácidos e vitaminas podem promover maior desenvolvimento do

sistema radicular e parte aérea das plantas, possibilitando uma rápida

recuperação das mudas após o estresse relacionado ao transplantio para o

local definitivo (Izidório et al., 2015). Mostrando a importância de se estudar o

efeito dessas substâncias em hortaliças.

Assim, o objetivou-se com o presente trabalho avaliar o efeito de

ácidos húmicos, aminoácidos e vitaminas na qualidade de mudas de alface

(Lactuca sativa L.).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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alface americana na estação seca da Amazônia. Bioscience Journal,

Uberlândia, MG, Brasil, 31, n. 2, p. 404-414, 2015.

COUTO, A. L.; MOREIRA, D. A.; ARAUJO JUNIOR, P. V. Produção de mudas

de cultivares de alface utilizando duas espumas fenólicas em Altamira, Pará.

Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável. Pombal,

PB, Brasil, 10, n.1, p.201-207, 2015.

DARIO, G. J. A.; DARIO, I. S. N.; VAZQUEZ, G. H.; PERES, A. R. Adubação

foliar com produtos à base de aminoácidos e fosfito na cultura do arroz irrigado.

Revista de Ciências Agroveterinárias. Lages, SC, Brasil, 13, n.2, p.119-129,

2014.

FLOSS, E. L.; FLOSS, L. G. Fertilizantes organo minerais de última geração:

funções fisiológicas e uso na agricultura. Revista Plantio Direto, Aldeia Norte

Editora, Passo Fundo, RS, Brasil. ed. 100, 2007.

FREITAS, G. A.; BARROS, H. B.; SANTOS, M. M.; , NASCIMENTO, I. R.;

COSTA, J. L.; SILVA, R. R. Production of lettuce seedlings under different

substrates and proportions of rice hulls. Journal of Biotechnology and

Biodiversity. Gurupi, TO, Brasil, 4, n 3: p.260-268, 2013a.

FREITAS, G. A.; SILVA, R. R.; BARROS, H. B.; MELO, A. V.; ABRAHÃO, W. A.

P. Produção de mudas de alface em função de diferentes combinações de

substratos. Revista Ciência Agronômica. Gurupi, TO, Brasil, 44, n. 1, p.159-

166, 2013b.

HORTIBRASIL. Novidades no Mercado, Frutas e Hortaliças Frescas: Alface em

números. Disponível em:

<http://hortibrasil.org.br/jnw/index.php?option=com_content&view=article&id=11

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31:alface-em-numeros&catid=64:frutas-e-hortalicas-frescas&Itemid=82>

Acesso: 04 de Agosto de 2015.

IZIDÓRIO, T. H. C.; LIMA, S. F.; VENDRUSCULO, E. P.; ÁVILA, J.; ALVAREZ,

R. C. F. Bioestimulante via foliar em alface após o transplantio das mudas.

Revista de Agricultura Neotropical, Cassilândia, MS, Brasil, 2, n.2, p.49-56,

2015.

KOZUSNY-ANDREANI, D. I.; ANDREANI JUNIOR, R. Colonização rizosférica

e promoção do crescimento por rizóbios em mudas de alface. Nucleus,

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MEYER, B.; ANDERSON, D.; BOHNING, R.; FRATIANNE, D. Introdução à

fisiologia vegetal. Lisboa, Portugal: Fundação Calouste Gulbenkian, 1973.

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SANTOS, V. M.; MELO, A. V.; CARDOSO, D. P.; SILVA, A. T.; BENÍCIO, L. P.

F.; FERREIRA, E. A. Desenvolvimento de plantas de soja em função de

bioestimulantes em condições de adubação fosfatada. Biosciency Journal,

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SANTOS, V. M.; MELO, A. V.; CARDOSO, D. P.; GONÇALVES, A. H.;

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SINHA, R. K. Modern plant phisiology. Pangbourme: Alpha Science

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TING, I. P. Plant phisiology. Massachussetts: Addison-Wesley Publishing

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ZANDONADI, D. B.; BUSATO, J. G. Vermicompost humic substances:

technologyfor converting pollution into plant grow regulators. International

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ZANDONADI, D. B.; SANTOS, M. P.; BUSATO, J. G.; PERES, L.; FAÇANHA,

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ZANDONADI, D. B.; SANTOS, M. P.; MEDICI, L. O.; SILVA, J. Ação da matéria

orgânica e suas frações sobre a fisiologia de hortaliças. Horticultura

Brasileira, Vitoria da Conquista, BH, Brasil, 32, p.14-20, 2014.

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CAPÍTULO I

ÁCIDOS HÚMICOS E AMINOÁCIDOS COMO PROMOTORES DO

DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DE MUDAS DE ALFACE

RESUMO: Ácidos húmicos em concentrações adequadas e enriquecidos com

aminoácidos podem promover desenvolvimento em mudas de alface. O

presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de ácidos húmicos, fontes

e doses de aminoácidos no desenvolvimento e qualidade de mudas de alface

(Lactuca sativa L.). O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente

casualizado com quatro repetições. Os 17 tratamentos foram instalados no

esquema fatorial 3x5+2, sendo o fator 1 composto pelos três aminoácidos

prolina, glicina e betaína usados no enriquecimento de ácidos húmicos

alternativos AH-Alternativos, e o fator 2, composto por cinco concentrações dos

aminoácidos (0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 g L-1), mais dois tratamentos adicionais

compostos pelo produto comercial Fertiactyl GZ® e a ausência da aplicação de

ácidos húmicos e aminoácidos. A aplicação do Fertiactyl GZ® e de doses

crescentes de aminoácidos+AH-Alternativo promove incremento nas variáveis

massa seca da raíz, diâmetro do colo, comprimento da raíz, massa seca da

parte aérea, número de folhas e altura de plantas, bem como no

desenvolvimento e na qualidade de mudas de alface.

Termos de indexação: Lactuca sativa L., nutrição de mudas, fertilizante.

HUMIC ACIDS AND AMINO ACIDS AS PROMOTERS OF DEVELOPMENT

AND QUALITY OF LETTUCE SEEDLINGS

ABSTRACT: humic acids in adequate concentrations and enriched with amino

acids can promote development in lettuce seedlings. This study aimed to

evaluate the effect of humic acid, amino acid sources and doses in the

development and quality of lettuce seedlings (Lactuca sativa L.). The

experiment was conducted in a completely randomized design with four

replications. The experiment was conducted in a completely randomized design

with four replications. The 17 treatments were installed in factorial 3x5 + 2, and

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the factor 1 composed of three amino acids proline, glycine and betaine and

used in the enrichment of alternative humic acid AH-Alternative, and factor 2,

composed of five concentrations of the amino acids (0; 0.5, 1.0, 1.5 and 2.0 g L-

1), plus two additional treatments compounds Fertiactyl GZ® the commercial

product and the absence of the application of humic acids and amino acids; The

application of Fertiactyl GZ® and increasing doses of amino acids + AH-

Alternative promotes increase in dry mass of root variables, stem diameter, root

length, dry matter of the aerial part, number of leaves and plant height as well

as in the development and quality of lettuce seedlings.

Index terms: Lactuca sativa L., nutrition seedlings, fertilizer.

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INTRODUÇÃO

A alface (Lactuca sativa L.) é considerada a hortaliça folhosa de maior

importância na alimentação da população brasileira, tanto pelo sabor e

qualidade nutritiva, quanto pela disponibilidade no mercado. É produzida,

principalmente por pequenos produtores, sendo os principais fornecedores

para o mercado (Freitas et al., 2013a; Izidório et al., 2015). No Brasil, existem

atualmente cerca de 66.301 propriedades rurais produzindo alface

comercialmente, sendo que 6% delas estão localizadas na região norte,

fazendo com que essa cultura corresponda por 11% da produção total de

hortaliças no país, com aproximadamente 4.908.772 toneladas (HortiBrasil,

2015).

Em alface, o aprimoramento do sistema de produção de mudas é peça

fundamental para o sucesso da atividade. Nesse sentido, Freitas et al. (2013b)

e Silva et al. (2012) ressaltam a necessidade de obtenção de mudas de boa

qualidade e vigorosas com adequado desenvolvimento e boa formação de

sistema radicular, possibilitando maior capacidade de adaptação ao novo local

após o transplante.

A qualidade de mudas pode ser feita usando reguladores vegetais,

biofertilizantes, bioestimulantes e fertilizantes foliares, dos quais pode-se citar o

uso de substâncias húmicas, que são compostas por ácidos fúlvicos, húmicos e

humina, que são componentes principais da matéria orgânica do solo (Silva &

Mendonça, 2007), que podem influenciar diretamente as características

morfológicas, fisiológicas e absorção de nutrientes pelas plantas.

Os ácidos húmicos, que se constituem na fração reativa mais estável

das SHs, são ácidos orgânicos com alto teor de anéis aromáticos e grupos

funcionais hidrofílicos contendo oxigênio (Guerra et al., 2008; Lima et al.,

2011). Embora a ação dos ácidos húmicos não estejam totalmente

esclarecidas, estudos apontam para uma estimulação da atividade e promoção

da síntese das enzimas H+ATPases da membrana plasmática, num efeito

tipicamente auxínico, favorecendo o desenvolvimento do sistema radicular e o

acúmulo de nutrientes (Silva et al., 2011; Zandonadi et al., 2014).

Outra alternativa que pode promover melhoria da qualidade de mudas

de alface é aplicação exógena de aminoácidos. Segundo Brandão (2007), a

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utilização de aminoácidos vem aumentando na agricultura devido aos

benefícios proporcionados às plantas. Os aminoácidos funcionam como

ativadores do metabolismo fisiológico, podendo aumentar a percentagem de

germinação, a produtividade, proporcionar raízes mais fortes e plantas mais

vigorosas (Ludwig et al., 2011). As principais funções dos aminoácidos são a

síntese de proteínas, precursor de hormônios vegetais endógenos, quelante de

nutrientes, resistência ao ataque de pragas e doenças, resistência ao estresse

hídrico, maior tolerância a geadas, aumento do teor de sólido solúvel em frutos

e aumento da produção e redução do uso de fertilizantes (Dario et al., 2014).

Dentre os aminoácidos, a glicina além de formar proteínas, clorofilas e

atuarem na catalase e no fitocromo, participa também do metabolismo do

nitrogênio (Taiz & Zeiger, 2009). A prolina, por sua vez, atua como importante

cofator para a manutenção do equilíbrio potencial hídrico dentro da célula,

levando ao alongamento celular, à medida que aumenta o turgor das células

(Goulart et al., 2011).

Nesse sentido, pesquisas avaliando os efeitos de ácidos húmicos e

aminoácidos no crescimento de plantas vêm sendo realizadas. Hernandez et

al. (2013) avaliando o uso de substâncias húmicas em alface observaram maior

número de folhas nas plantas submetidas às concentrações de SH, além de

uma redução no ciclo de produção. Rodrigues (2013) e Santos (2013) também

observaram efeitos positivos na qualidade de mudas de alface com aplicação

de fertilizantes foliares à base de substâncias húmicas (Fertiactyl GZ® e fonte

alternativa), observando incremento na matéria seca da parte aérea e das

raízes das mudas. Bettoni et al. (2013) avaliando o uso do hidrolisado protéico

contendo Glicina e Prolina, observaram que o hidrolisado elevou a produção de

brócolis das cv. Fiesta e cv. Belstar.

Desta forma, o uso conjunto de AH e aminoácidos para promover o

desenvolvimento e a qualidade de mudas de alface, ainda demanda por

definições das concentrações, bem como, esclarecer a intensidade de seus

efeitos na fisiologia das plantas.

Diante disso, objetivo-se com o presente trabalho avaliar o efeito de

ácidos húmicos, fontes e doses de aminoácidos no desenvolvimento e

qualidade de mudas de alface.

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MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na área experimental da Universidade

Federal de Tocantins (UFT), Campus Universitário de Gurupi, localizado na

região sul do Estado do Tocantins. A classificação climática segundo Köppen

(1948), é do tipo B1wA’a’ úmido com moderada deficiência hídrica.

As mudas foram produzidas em casa de vegetação com cobertura

plástica, laterais de tela de sombra 50%, em bandejas multicelulares de 128

células cada, preenchidas com substrato comercial Tropstrato® em mistura com

casca de arroz carbonizada na proporção 1:1. A semeadura, da cultivar Elba,

ocorreu colocando-se cinco sementes no centro da célula, a profundidade de 5

mm. O desbaste foi realizado aos sete dias após a germinação (DAG),

mantendo-se uma planta por célula. O sistema de produção das mudas contou

com a aplicação de ácidos húmicos (AH) suplementado com concentrações de

aminoácidos (Aa). As bandejas foram mantidas sob irrigação diária, até a fase

final de formação das mudas.

As fontes de ácidos húmicos utilizadas para a realização do trabalho

foram: Ácidos húmicos extraídos de composto orgânico alternativo (AH-

Alternativo) e produto comercial (Fertiactyl GZ®).

A fração de AH alternativo foi caracterizada quantitativamente como: 10

g kg-1 de N e 25 g kg-1 de C orgânico. Os teores de carbono orgânico (CO) e

nitrogênio total (N) dos ácidos húmicos foram determinados segundo

Mendonça & Matos (2005). A segunda fonte de ácidos húmicos foi o produto

comercial Fertiactyl GZ®, da empresa TIMAC Agro. É recomendado de 1 a 5

aplicações, em doses que podem variar de 2 a 3 L ha-1. A composição do

produto Fertiactyl GZ® foi elaborada a partir das matérias-primas: Uréia, KOH e

turfa como fonte de AH, AF e aminoácidos, contendo 130 g kg-1 de N, 50 g kg-1

de K2O e 50 g kg-1 C orgânico.

Os AH foram aplicados em duas vezes via foliar, aos 7 e 14 dias após

a emergência (DAE), com auxílio de um borrifador manual, aplicando

aproximadamente 3,1 ml planta-1. A parcela experimental útil foi composta por

12 plantas.

O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente

casualizado com quatro repetições. Os 17 tratamentos foram instalados no

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esquema fatorial 3x5+2, sendo o fator 1 composto pelos três aminoácidos

prolina, glicina e betaína usados no enriquecimento de ácidos húmicos

alternativos AH-Alternativos (22 ml L-1), e o fator 2, composto por cinco

concentrações dos aminoácidos (0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 g L-1), mais dois

tratamentos adicionais, o produto comercial Fertiactyl GZ® na concentração de

22 ml L-1 e a ausência da aplicação de ácidos húmicos e aminoácidos.

A concentração de AH-Alternativo utilizada nesta pesquisa foi baseada

em resultados de pesquisas desenvolvidos por Rodrigues (2013) e Santos

(2013).

Os indicadores morfológicos para o desenvolvimento das mudas

avaliadas aos 21 dias após a semeadura, foram:

Altura de Plantas (AP): comprimento entre o colo das mudas até a

extremidade mais alta das folhas, utilizando-se uma régua graduada em cm;

Comprimento de Raiz (CR): intervalo do colo da muda até a ponta da

raiz mais longa, utilizando-se uma régua graduada em cm;

Diâmetro do Colo (DC): medição da parte mediana do colo, utilizando-

se um paquímetro digital com leitura em mm;

Massa Seca da Parte Aérea (MSPA) e Massa Seca da Raiz (MSR): O

material passou por processo de secagem em estufa com circulação forçada

de ar, a 60 ºC durante 72 horas, após a secagem procedeu-se à pesagem da

MSPA e MSR em balança analítica eletrônica (0,0001g), sendo o resultado

obtido em gramas (g);

Número de Folhas (NF): contagem direta das folhas, excluindo-se os

cotilédones.

Índice de Qualidade de Dickson (IQD), calculado pela seguinte fórmula,

Dickson et al. (1960):

IQD - Índice de Qualidade de Dickson; Em que: PMST - Peso massa

seca total (g); AP - altura (cm); DC - diâmetro do colo (cm); PMSPA - Peso da

matéria seca da parte aérea (g); PMSR - peso da matéria seca da raiz (g).

Os resultados obtidos foram submetidos às análises de variância e

utilização de regressão através do programa Sigma Plot 10. Os modelos de

regressão foram escolhidos baseados na significância dos coeficientes da

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equação de regressão e no coeficiente de determinação, adotando-se 1 e 5%

de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A adição de doses crescentes de aminoácidos promoveu diferentes

resultados no desenvolvimento das mudas de alface (Figura 1A, 1B e 1C).

Para massa seca da raiz, o aumento da concentração de aminoácidos

promoveu acréscimo linear, podendo a planta responder de forma positiva em

doses acima de 2 g L-1, independente da fonte de aminoácido utilizada (Figura

1A). O melhor resultado para massa seca da raiz foi obtido com aplicação de

Betaína na concentração 2 g L-1+AH-alternativo (0,0158 g planta-1),

correspondendo a um incremento de 1858% quando comparado com a

ausência de aplicação de AH-alternativo+aminoácidos e 37% quando

comparado ao produto comercial Fertiactyl GZ®.

Quanto ao comprimento de raiz, verificou-se que o aumento da

concentração dos aminoácidos Betaína e Glicina promoveram resposta

quadrática, enquanto que a adição de Prolina resultou em acréscimo linear,

mostrando que a característica ainda responderá à doses de Prolina superiores

à 2 g L-1 (Figura 1B). A dose de máxima eficiência dos aminoácidos Betaína,

Glicina e Prolina foi 1,43; 1,47 e 2 g L-1 resultando em, 12,16; 12,62 e 11,54 cm,

respectivamente, correspondendo a um incremento médio de 69 % em relação

à ausência de aplicação de AH-alternativo+aminoácidos e 40 % em relação à

aplicação de Fertiactyl GZ®.

Já para diâmetro do colo, notou-se que o aumento da concentração do

aminoácido Glicina promoveu resposta quadrática, enquanto que os

aminoácidos Betaína e Prolina promoveram crescimento linear no diâmetro,

permitindo inferir que essa variável ainda responderá em concentrações

superiores a 2 g L-1 (Figura 1C). A aplicação de Betaína e Prolina, ambos na

concentração 2 g L-1, gera um diâmetro de colo médio de 1,24 mm, resultando

em um incremento de 51% no DC em relação à ausência de AH e

aminoácidos, no entanto, quando comparado ao Fertiactyl GZ®, observa-se um

decréscimo de 79%.

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Concentração de Aminoácido (g L-1

)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

Ma

ssa

Se

ca

da

Ra

íz (

g)

0,000

0,005

0,010

0,015

0,020

y AH-Alternativo+betaína=0,0035+0,0061**x r²=0,90**

y AH-Alternativo+glicina=0,0043+0,0045x r²=0,77*

y AH-Alternativo+prolina=0,0038*+0,0042**x r²=0,94**

Ausência de Aa e AH

Fertiactyl GZ

A

Concentração de Aminoácido (g L

-1)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

Com

prim

ento

de

Ra

íz (

cm

)

0

2

4

6

8

10

12

14

Ausência de Aa e AH

y AH-Alternativo+betaína=9,2914**+4,0193*x-1,4071x^2

R²=0,94*

y AH-Alternativo+glicina=9,0786**+3,8817*x-1,3229*x^2 R²=0,97

y AH-Alternativo+prolina=9,0250**+1,4000**x r²=0,98**

Fertactyl GZ

B

Concentraçâo de Aminoácido (g L-1

)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

Diâ

me

tro

de C

olo

(m

m)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5y AH-Alternativo+betaína=0,9560**+0,1535x r²=0,72

y AH-Alternativo+glicina=0,9731**+0,3274x-0,1357x^2

R²=0,89

y AH-Alternativo+prolina=0,9640**+0,1635*x r²=0,83*

Ausência de Aa e AH

Fertiactyl GZ

C

Figura 1: Massa seca da raíz (A), comprimento de raiz (B) e diâmetro de colo

(C) de mudas de alface cv. Elba em função da aplicação de ácidos húmicos e

aminoácidos. Gurupi-TO, 2015.

Assim, pesquisas buscando determinar os efeitos de ácidos húmicos e

aminoácidos, como promotores de crescimento de plantas, vêm sendo

realizadas. Bezerra et al. (2007) avaliando a combinação dos fertilizantes

comerciais Fertiactyl GZ® e Ruterr AA® em alface, observaram que à medida

que se aumentou a concentração do produto, houve incremento na massa seca

da raiz (45,70%) e um maior comprimento de raízes 9,92 cm, obtidos na

concentração de 0,75% de Fertiactyl GZ®. Também encontrando resultados

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positivos para a aplicação de produtos à base de substâncias húmicas

comercial Fertiactyl GZ® e fonte alternativa, Santos (2013) verificou que em

ambas as fontes, houveram incrementos significativos no desenvolvimento

radicular de mudas de alface.

A promoção no desenvolvimento de mudas de alface, em função do

uso de SH e aminoácidos é relatada por Silva et al. (2000a), que citam que a

utilização de aminoácidos e substâncias húmicas são capazes de influenciar na

fertilidade do substrato pela liberação de nutrientes, pela melhoria das

condições físicas e biológicas e pela produção de substâncias fisiologicamente

ativas. Essas substâncias podem promover alterações diretamente nas plantas

e, de acordo com alguns autores, modificar sua fisiologia, morfologia e

capacidade de absorção de nutrientes.

Os efeitos mais relatados dos ácidos húmicos, nas plantas, estão

relacionados com o sistema radicular e envolvem a formação de raízes laterais

(Canellas et al., 2002; Baldotto et al., 2011; Mora et al., 2012), a formação de

raízes adventícias (Baldotto et al., 2012; Baldotto & Baldotto, 2014), o

alongamento radicular (Silva et al., 2000b) e a formação de pelos radiculares

(Canellas et al., 2011; Silva et al., 2011). Segundo Casimiro et al. (2001) o

incremento na indução de raízes laterais está diretamente relacionado com o

fitormônio auxina, pois este atua nos estádios iniciais de formação do primórdio

radicular, ativando a divisão das células do periciclo. Em trabalho realizado por

Canellas et al. (2011), os autores afirmam que os ácidos húmicos são capazes

de disponibilizar para as plantas moléculas com atividade semelhante às

auxinas e, dessa forma, influenciar diretamente no desenvolvimento radicular.

Outra explicação para o aumento na produção de biomassa pode estar

relacionado com melhoria na absorção de nutrientes pelas plantas devido à

influência das substâncias húmicas na plasticidade e permeabilidade da

membrana celular (Vaughan et al., 1985). Alguns estudos apontam para uma

estimulação da atividade e promoção da síntese das enzimas H+-ATPases da

membrana plasmática, num efeito semelhante ao auxínico (Façanha et al.,

2002; Canellas et al., 2002). As H+-ATPases são enzimas transmembranares

capazes de hidrolizar ATP (Hager et al., 1991; Frias et al., 1996), gerando

energia e um gradiente eletroquímico. Essa característica promove o aumento

da plasticidade da parede celular por acidificação do apoplasto, fator

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fundamental para o processo de crescimento e alongamento da célula vegetal

(Cosgrove, 1997).

Esse mecanismo está relacionado com a teoria do crescimento ácido,

que postula que o aumento de extrusão de prótons, mediado pela H+-ATPase

da membrana plasmática, induz a ação de enzimas específicas, que atuam

sobre a parede celular, aumentando sua plasticidade e, consequentemente,

permitindo o alongamento da célula (Rayle & Cleland, 1992). Além do aumento

da plasticidade da membrana essas enzimas (H+-ATPases) também participa

da translocação de íons, através da energização do sistema secundário, o que

é fundamental para absorção de macro e micronutrientes (Sondergaard et al.,

2004), ocorrendo uma despolarização da membrana plasmática e,

consequentemente, ativação de transportadores.

Quanto ao desenvolvimento da parte aérea, observou-se que o

aumento das concentrações de aminoácidos promoveu acréscimo linear na

massa seca da parte aérea, número de folhas e altura da planta, mostrando

que as variáveis ainda responderiam à aplicação de concentrações maiores

que 2 g L-1, independentemente da fonte de aminoácido (Figura 2A, 2B e 2C).

De acordo com as equações de regressão, para cada 0,5 g L-1 de

aminoácidos acrescentado no AH-Alternativo (22 ml L-1) ocorre o aumento de

0,0056; 0,0068 e 0,0044 g planta-1 na massa seca da parte aérea; e 0,2, 0,1 e

0,05 em número de folhas e 0,275, 0,415 e 0,3275 cm na altura da planta com

Betaína, Glicina e Prolina, respectivamente.

Concentração de Aminoácido (g L-1

)

0,00 0,50 1,00 1,50 2,00

Ma

ssa

Se

ca

da

Pa

rte

rea

(g

)

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10y AH-Alternativo+betaína=0,0034+0,0111**x r²=0,95**

y AH-Alternativo+glicina=0,0043+0,0136*x r²=0,78*

y AH-Alternativo+prolina=0,0030+0,0088**x r²=0,88**

Ausência de Aa e AH

Fertiactyl GZ

A

Concentração de Aminoácido (g L-1

)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

mero

de F

olh

as

0

1

2

3

4

5

6Fertiactyl GZ

y AH-Alternativo+betaína=2,6500**+0,4000**x r²=0,94**

y AH-Alternativo+glicina=2,8000**+0,2000*x r²=0,80*

y AH-Alternativo+prolina=2,8500**+0,1000x r²=0,50

Ausência de Aa e AH

B

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Concentração de Aminoácido (g L-1

)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

Altura

de P

lanta

s (

cm

)

0

2

4

6

8

10 Fertactyl GZ

y AH-Alternativo+betaína=1,7400**+0,5500*x r²=0,91*

y AH-Alternativo+glicina=1,6700**+0,8300*x r²=0,84*

y AH-Alternativo+prolina=1,5250**+0,6550*x r²=0,89**

Ausência de AH e Aa

C

Figura 2. Massa seca da parte aérea (A), número de folhas (B), altura da

planta (C) de mudas de alface cv. Elba em função da aplicação de ácidos

húmicos e aminoácidos. Gurupi-TO, 2015.

Avaliando o efeito dos aminoácidos na massa seca da parte aérea

(MSPA) pôde-se observar um acréscimo significativo em função das doses de

aminoácidos aplicados, sendo a concentração de 2 g L-1 de Glicina mais o AH-

Alternativo 2040% superior quando comparado a ausência de AH e

aminoácidos, porém, essa concentração de aminoácido adicionado ao AH-

Alternativo produziu massa seca da parte aérea 209% inferior, em relação ao

uso de Fertiactyl GZ® (Figura 2A).

Em relação ao número de folhas, o melhor resultado com aminoácidos

foi obtido pela aplicação da Betaína, em que na dose máxima de 2,0 g L-1

obteve-se aproximadamente 3,5 folhas (Figura 2B). Promovendo aumento de

100% no número de folhas em relação a ausência de aplicação de AH e

aminoácidos, entretanto, quando comparado ao uso do fertilizante Fertiactyl

GZ®, observou-se que ainda foi inferior em 42% no número de folhas.

Avaliando a altura da planta (AP) em função das doses de

aminoácidos, notou-se melhor resultado na aplicação de Glicina 2,0 g L-1 +AH-

Alternativo (3,05 cm planta-1), resultando em plantas, aproximadamente, 2 cm

maiores em relação às plantas não tratadas com AH e Aminoácidos (Figura

2C). No entanto, notou-se que as plantas tratadas com AH-

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Alternativo+Aminoácidos apresentaram altura, aproximadamente, 4,8 cm

menores, quando comparadas à testemunha Fertiactyl GZ®.

Resultados positivos no uso de substâncias húmicas no

desenvolvimento de plantas também foram observados por Silva et al. (2000a),

em que as SH influenciaram o crescimento da parte aérea e raízes de plantas

de alface cv. Aurélia, aumentando em 257,49% a produção de massa seca da

parte aérea e 240,16% das raízes. Também Hernandez et al. (2013), avaliando

o uso de substâncias húmicas, em alface, observaram que as plantas

submetidas às concentrações de SH apresentaram maior número de folhas,

além de redução no ciclo de produção.

Efeitos positivos em mudas de alface cv Elba, com aplicação de

substâncias húmicas também é relatado por Rodrigues (2013) que cita que o

Fertiactyl GZ® proporcionou maior desenvolvimento da massa seca da parte

aérea e altura de plantas. No entanto, o desenvolvimento radicular das mudas,

com base na avaliação da massa seca da raiz teve maior incremento pela

aplicação do AH-Alternativo.

A aplicação exógena de glicina pode aumentar a produção de

proteínas, clorofilas e atuar na catalase e no fitocromo, além de participar

também no metabolismo do nitrogênio (Taiz & Zeiger, 2009). Enquanto que a

prolina atua como importante cofator para a manutenção do equilíbrio potencial

hídrico dentro da célula, levando ao alongamento celular, à medida que

aumenta o turgor das células (Goulart et al., 2011).

O incremento em massa seca pode ser explicado pela rápida

metabolização dos aminoácidos aplicados exogenamente, aumentando assim

atividades enzimáticas, com reflexo no metabolismo de nutrientes como o

nitrogênio, gerando assim maior acúmulo de fotoassimilados (Kerbauy, 2008).

Para a qualidade das mudas, segundo Dickson (IQD), foi observado

que a adição de aminoácidos juntamente com o AH-Alternativo (22 ml L-1)

promove acréscimos lineares na qualidade das mudas (Figura 3). Os melhores

resultados foram obtidos com aplicação dos aminoácidos na concentração de

2,0 g L-1 e com o Fertiactyl GZ®, alcançando índices de 0,0101; 0,0079; 0,0080

e 0,0084 para os tratamentos à base de Betaína, Glicina, Prolina e Fertiactyl

GZ®, respectivamente. Esses resultados não apresentaram diferença

significativa entre si, no entanto, quando comparados com a ausência de

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aplicação de AH e aminoácidos (IQD=0,0008), houve incremento médio de

1075% no índice de qualidade da muda de alface.

Concentração de Aminoácido (g L-1)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

Índic

e d

e Q

ualidade

de D

ickis

on (

IQD

)

0,000

0,002

0,004

0,006

0,008

0,010

0,012

0,014

y AH-Alternativo+Betaína=0,0027+0,0040*x r²=0,83*

y AH-Alternativo+Glicina=0,0033*+0,0028*x r²=0,82*

y AH-Alternativo+Prolina=0,0031**+0,0027**x r²=0,90**

Ausência Aa e AH

Fertactyl GZ

Figura 3. Índice de Qualidade de Dickson de mudas de alface cv. Elba em

função da aplicação de ácidos húmicos e aminoácidos. Gurupi-TO, 2015.

Resultados positivos no IQD de mudas de alface, também foram

encontrados por Santos (2013), que relata que a aplicação de Fertiactyl GZ® e

AH-Alternativo+nitrogênio promovem melhores índices de qualidade nas

plantas de 0,0123 e 0,0113, respectivamente. Esses valores são superiores

aos obtidos com as mudas que não receberam aplicação de AH e N.

Portanto, o uso de substâncias húmicas na presença ou não de outros

compostos como os aminoácidos, têm demonstrado alterações positivas no

desenvolvimento de algumas culturas, melhorando aspectos como fisiologia,

absorção de nutrientes e morfologia. Assim o uso de ácidos húmicos e

aminoácidos pode contribuir para a produção de mudas mais robustas,

aumentando as chances de “pegamento” e sobrevivência após o transplantio

para o local definitivo.

No entanto, altas concentrações desses compostos podem causar

efeitos negativos no desenvolvimento de plantas. Desse modo, mais pesquisas

são necessárias afim de esclarecer os efeitos dessas substâncias sobre as

plantas, bem como calibrar a dose ideal para cada espécie de planta, na

condição nutricional em que é cultivada.

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CONCLUSÕES

A aplicação de AH-Alternativo+Aminoácidos e Fertiactyl GZ® promove melhoria

na qualidade das mudas de alface.

O aumento da concentração dos aminoácidos Betaína, Glicina e Prolina

promove melhoria nos indicadores de MSR, CR, DC, MSPA, AP, NF e IQD de

mudas de alface.

A fonte de AH-Alternativo enriquecida com os aminoácidos Betaína, Glicina e

Prolina na concentração de 2 g L-1 apresenta potencial em promover melhoria

na qualidade de mudas de alface equivalente ao fertilizante comercial Fertiactyl

GZ®.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CAPÍTULO II

QUALIDADE E MORFOLOGIA DE MUDAS DE ALFACE EM FUNÇÃO DA

APLICAÇÃO DE ÁCIDOS HÚMICOS ENRIQUECIDOS COM VITAMINAS A,

E, B1 e B2

RESUMO: Estudos têm demonstrado os efeitos dos ácidos húmicos e

vitaminas na morfologia e fisiologia das plantas, no entanto, ainda são poucos

os resultados validando a junção dessas substâncias no desenvolvimento de

mudas de alface. Assim, objetivou-se com o presente trabalho avaliar o efeito

de fontes e doses de vitaminas no enriquecimento de ácidos húmicos sobre a

morfologia e qualidade de mudas de alface. O experimento foi conduzido em

delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições. Os 21

tratamentos foram dispostos em esquema fatorial 4x5+1. O primeiro fator foi

composto pelo uso do AH-Alternativo (22 ml L-1) enriquecido com quatro

vitaminas (A, E, B1, B2), o segundo fator foi composto por cinco concentrações

de cada vitamina (0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 g L-1) mais um tratamento adicional

(ausência da aplicação de ácido húmico e vitaminas). A aplicação do AH-

Alternativo promove a melhoria na parte aérea e radicular das mudas de alface.

A aplicação exógena das vitaminas A, E, B1 e B2 quando adicionada ao AH-

Alternativo altera a morfologia e reduz a qualidade de mudas de alface.

Termos de indexação: Lactuca sativa, fertilizante foliar, transplantio de mudas.

QUALITY AND MORPHOLOGY OF LETTUCE SEEDLINGS ACCORDING OF

THE APPLICATION OF HUMIC ACIDS ENRICHED WITH VITAMINS A, E, B1

AND B2

ABSTRACT: Researches have shown the effects of humic acids and vitamins

in morphology and physiology of plants, however, there are few results

validating the combination of these substances in the development of lettuce

seedlings. Thus, the aim of the present study was to evaluate the effect of

sources and doses of vitamins in the enrichment of humic acid on the

morphology and quality of lettuce seedlings. The experiment was conducted in

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a completely randomized design with four replications. The 21 treatments were

arranged in a factorial design 4x5+1. The first factor was composed by using

HA-Alternative (22 ml L-1) supplemented with four vitamins (A, E, B1, B2), the

second factor consisted of five concentrations of each vitamin (0; 0.5; 1.0, 1.5

and 2.0 g L-1) plus an additional treatment (without application of humic acid

and vitamins). Application of AH-Alternative promotes improvements in the

shoots and roots of lettuce seedlings. Exogenous application of vitamins A, E,

B1 and B2 when added to the AH-Alternative alters the morphology and

reduces the quality of lettuce seedlings.

Index terms: Lactuca sativa, foliar fertilizer, seedling transplanting.

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INTRODUÇÃO

A alface (Lactuca sativa L.) é a hortaliça folhosa mais consumida in

natura no mundo (Hernandez et al., 2013). No Brasil, a alface está entre as dez

mais produzidas e consumidas (Kozusny-Andreani & Andreani Junior, 2014;

Couto et al., 2015; Blind & Silva Filho, 2015). Correspondendo à 11% da

produção de hortaliças no Brasil, cerca de 4.908.772 toneladas (HortiBrasil,

2015). Entretanto, o cultivo desta planta depende principalmente da utilização

de mudas de qualidade, representando cerca de 60% do sucesso da cultura.

Na busca por técnicas que maximizem o processo de produção de

mudas, o emprego de substâncias húmicas e vitaminas tem sido uma

alternativa promissora (Scalon et al., 2009). Ácidos húmicos são componentes

das substâncias húmicas oriundos de compostos orgânicos formados por

diversos arranjos dos grupamentos químicos e elementares em função das

fontes e do processo de humificação (Guerra et al., 2008).

O efeito positivo sobre o crescimento e desenvolvimento de plantas tem

sido relacionado com uma ação do tipo auxínico promovida pelos ácidos

húmicos (Silva et al., 2011). Zandonadi et al. (2007) descrevem que os ácidos

húmicos promovem o estímulo da atividade, bem como, a síntese das enzimas

H+-ATPases da membrana plasmática.

Essa característica é relacionada com a teoria do crescimento ácido, que

postula que o aumento da extrusão de prótons, mediado pela H+-ATPase da

membrana plasmática, induz a ação de enzimas específicas, que atuam sobre

a parede celular, aumentando sua plasticidade e, consequentemente,

permitindo o alongamento da célula (Rayle & Cleland, 1992). Além do aumento

da plasticidade da membrana, essas enzimas (H+-ATPases) também

participam da translocação de íons (Sondergaard et al., 2004).

A influência dos ácidos húmicos na produção e qualidade de mudas de

alface ainda é pouco estudada, no entanto, trabalhos realizados por Silva et al.

(2000a), Bezerra et al. (2007), Rodrigues (2013) e Santos (2013) têm

demonstrado efeitos positivos dos ácidos húmicos no desenvolvimento

morfológico e qualidade de mudas de alface.

Diferentemente dos ácidos húmicos que ainda se busca a comprovação

e a regularidade da ocorrência de efeitos positivos no desenvolvimento das

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plantas, as vitaminas já são de funções conhecidas, sendo necessárias para o

crescimento de plantas, cuja função varia como componentes de reações

enzimáticas, como grupos prostéticos ou coenzimas, transporte de elétrons e

outras reações.

A ação principal das vitaminas, conforme Ting (1982), Meyer et al.

(1973) e Sinha (2004), é como cofator enzimático (Vit. B1 ou tiamina); reações

de oxidação-redução, através das coenzimas do FAD (Vit. B2 ou riboflavina);

síntese de aminoácidos (Vit. B1, B2,) e germinação de grãos de pólen (Vit. A,

B1, B2). Estando envolvidas com o aumento da eficiência das reações

bioquímicas, assimilação de nutrientes e eficiência de ação de defensivos

agrícolas (Floss & Floss, 2007). Contudo, o efeito da aplicação exógena de

vitaminas ainda é pouco conhecido sobre tudo no cultivo da alface.

Em outras culturas, resultados pioneiros com aplicação de vitaminas no

desenvolvimento de plantas foram demonstrados por Pereira et al. (1983),

estes não observaram efeito positivo para o uso da vitamina B1 como regulador

vegetal no desenvolvimento da cultura da mandioca. Da mesma forma, Castro

& Boaretto (2001) não observaram diferença na porcentagem de germinação e

produtividade do feijoeiro, tanto para o cultivo na seca quanto nas águas. Por

outro lado, resultados positivos foram descritos por Aires et al. (2007) que

observaram aumento na brotação da mamona em função do uso de vitaminas

e fontes de carbono. Chee (1995) relata que a vitamina B1 promove efeito

positivo no desenvolvimento radicular de Taxus brevifolia e T. cuspiddata.

Dessa forma, a junção de possíveis efeitos positivos dos ácidos húmicos

e das vitaminas poderá potencializar o uso na composição de fertilizantes com

o objetivo melhorar o desenvolvimento de mudas de alface. Assim, objetivou-se

com o presente trabalho avaliar o efeito de fontes e doses de vitaminas no

enriquecimento de ácidos húmicos sobre a morfologia e qualidade de mudas

de alface.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na área experimental da Universidade

Federal de Tocantins (UFT), Campus Universitário de Gurupi, localizado na

região sul do Estado do Tocantins, em altitude de 280 m, na localização de

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11°43’45” de latitude S e 49°04’07” de longitude W. Segundo a classificação

climática Köppen (1948), o clima regional é do tipo B1wA’a’ úmido com

moderada deficiência hídrica. A temperatura média anual é de 29,5 °C, com

precipitação anual média de 1804 mm.

Para avaliar o potencial do ácido húmico enriquecido com fontes e doses

de vitaminas como promotor do crescimento vegetal foi conduzido experimento

com alface. A cultivar utilizada foi a Elba, tipo crespa.

As mudas foram produzidas em casa de vegetação com cobertura

plástica, laterais de tela de sombra 50%, em bandejas multicelulares de 128

células cada, preenchidas com substrato comercial Tropstrato® em mistura com

casca de arroz carbonizada na proporção 1:1. A semeadura ocorreu

colocando-se cinco sementes no centro da célula, a profundidade de 5 mm. O

desbaste foi realizado aos sete dias após a germinação (DAG), mantendo-se

uma planta por célula. O sistema de produção das mudas contou com a

aplicação de ácido húmico suplementado com fontes e doses de vitaminas. Até

a fase final de formação das mudas, as bandejas foram mantidas sob irrigação

diária.

As fonte de ácido húmico (AH) utilizada para a realização do trabalho foi

extraída de composto orgânico alternativo (AH-Alternativo). A fração de AH

extraído do composto orgânico alternativo foi caracterizada quantitativamente

como: 10 g kg-1 de N e 25 g kg-1 de C orgânico. Os teores de carbono orgânico

(C orgânico) e nitrogênio total (N) dos ácidos húmicos foram determinados

segundo Mendonça & Matos (2005).

O AH alternativo, juntamente com as fontes e doses de vitaminas foram

aplicados duas vezes via foliar, aos 7 e 14 dias após a germinação (DAG), com

auxílio de um borrifador manual, aplicando aproximadamente 3,1 ml planta-1. A

parcela experimental útil foi composta por 12 plantas.

O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado

com quatro repetições. Os 21 tratamentos foram obtidos no esquema fatorial

4x5+1. O primeiro fator foi composto pelo uso do AH-Alternativo (22 ml L-1)

enriquecido com quatro vitaminas (A, E, B1, B2), o segundo fator foi composto

por cinco concentrações de cada vitamina (0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 g L-1) mais um

tratamento adicional com a ausência da aplicação de ácido húmico e

aminoácidos).

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A concentração de AH-Alternativo utilizada nesta pesquisa foi baseada

em resultados de pesquisas desenvolvidos por Rodrigues (2013) e Santos

(2013).

Os indicadores morfológicos para o desenvolvimento das mudas

avaliadas aos 21 dias após a semeadura, foram:

Altura de Plantas (AP): comprimento entre o colo das mudas até a

extremidade mais alta das folhas, utilizando-se uma régua graduada em cm;

Comprimento de Raiz (CR): intervalo do colo da muda até a ponta da

raiz mais longa, utilizando-se uma régua graduada em cm;

Diâmetro do Colo (DC): medição da parte mediana do colo, utilizando-

se um paquímetro digital com leitura em mm;

Massa Seca da Parte Aérea (MSPA) e Massa Seca da Raiz (MSR): O

material passou por processo de secagem em estufa com circulação forçada

de ar, a 60 ºC durante 72 horas, após a secagem procedeu-se à pesagem da

MSPA e MSR em balança analítica eletrônica (0,0001g), sendo o resultado

obtido em gramas (g);

Número de Folhas (NF): contagem direta das folhas, excluindo-se os

cotilédones.

Índice de Qualidade de Dickson (IQD), calculado pela seguinte fórmula,

Dickson et al. (1960):

IQD - Índice de Qualidade de Dickson; Em que: PMST - Peso massa

seca total (g); AP - altura (cm); DC - diâmetro do colo (cm); PMSPA - Peso da

matéria seca da parte aérea (g); PMSR - peso da matéria seca da raiz (g).

Os resultados obtidos foram submetidos às análises de variância e

utilização de regressão através do programa Sigma Plot 10®. Os modelos de

regressão foram escolhidos baseados na significância dos coeficientes da

equação de regressão e no coeficiente de determinação, adotando-se 1 e 5%

de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

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O aumento das concentrações de vitaminas promoveu diferentes

resultados no diâmetro de colo (Figura 1A). Foi observado comportamento

quadrático no diâmetro das mudas de alface com uso de vitamina B2 e redução

linear com o aumento das concentrações das vitaminas A, E e B1, assim, para

cada 0,5 g L-1 de vitamina acrescentado na concentração de AH-Alternativo (22

ml L-1) a redução no diâmetro estimada foi de 0,085; 0,059 e 0,083 mm planta-1,

respectivamente. O melhor resultados em DC foi obtido com aplicação de AH-

Alternativo sem a adição de vitaminas, superando em 32% a ausência de

aplicação de vitaminas e AH-Alternativo.

Em relação ao comprimento da raiz, o aumento das concentrações de

vitaminas E e B2 promoveu comportamento quadrático, enquanto que a

aplicação de doses crescentes das vitaminas A e B1 promoveu redução linear

no comprimento da raiz. Para cada 0,5 g L-1 de vitamina A e B1 acrescentado

na concentração de AH-Alternativo (22 ml L-1) a redução foi estimada em 0,492

e 0,335 cm planta-1, respectivamente (Figura 1B).

A aplicação de vitaminas, independentemente da fonte e concentração

utilizada, não diferiu da ausência de vitaminas+AH-Alternativo, entretanto, foi

observado um incremento médio de 27,8% no comprimento da raiz com

aplicação de vitamina B2 na concentração de 2,0 g L-1 (9,18 cm), quando

comparado com a testemunha.

Para massa seca da raiz notou-se que o aumento das concentrações de

vitaminas promove efeito quadrático para as vitaminas E e B2, por outro lado, o

aumento da concentração de vitaminas A e B1 reduziu linearmente a massa

seca da raiz de mudas de alface (Figura 1C). Isso significa que, para cada 0,5

g L-1 de vitamina A e B1 acrescentado na concentração de AH-Alternativo (22

ml L-1) haverá redução de 0,0015; 0,0006 g planta-1, respectivamente, na

massa seca de raízes das mudas de alface.

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Concentração de Vitamina (g L-1

)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

Diâ

me

tro

de

Co

lo (

mm

)

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

y AH- Alternativo+vitamina A=1,0460**-0,1705**x r²=0,92**

y AH- Alternativo+vitamina E=1,0770**-0,1195**x r²=0,96**

y AH- Alternativo+ vitamina B1=1,0810**-0,1650**x r²=0,86**

y AH- Alternativo+vitamina B2=1,0578*-0,3396x+0,1436x^2 R²=0,67

Ausência de Vitamina e AH

A

Concentração de Vitamina (g L

-1)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

Com

prim

ento

de R

aíz

(cm

)

0

2

4

6

8

10

12

y AH- Alternativo+vitamina A=8,9450**-0,9850**x r²=0,96**

y AH- Alternativo+vitamina E=9,2193**-2,3771*x+0,8286x^2 R²=0,91**

y AH- Alternativo+vitamina B1=9,1200**-0,6700**x r²=0,99**

y AH- Alternativo+vitamina B2=8,9171**-1,9136x+1,0643x^2 R²=0,74**

Ausência de Vitamina e AH

B

Concentração de Vitamina (g L-1

)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

Massa S

eca d

a R

aíz

(g)

0,000

0,001

0,002

0,003

0,004

0,005

0,006

Ausência de Vitamina e AH

y AH- Alternativo+vitamina A=0,0044**-0,0007**x r²=0,95**

y AH- Alternativo+vitamina E=0,0046**-0,0030*x+0,0014*x^2 R²=0,92

y AH- Alternativo+vitamina B1=0,0041**-0,0013**x r²=0,90**

y AH- Alternativo+vitamina B2=0,0045**-0,0012x+0,0005x^2 R²=0,80

C

Figura 1: Massa seca da raiz (C), comprimento de raiz (B) e diâmetro de colo

(A) de mudas de alface cv. Elba em função da aplicação de ácidos húmicos e

vitaminas A, E, B1 e B2. Gurupi-TO, 2015.

Os efeitos mais relatados dos ácidos húmicos, nas plantas, estão

relacionados com o sistema radicular e envolvem a formação de raízes laterais

(Canellas et al., 2002; Baldotto et al., 2011; Jindo et al., 2012; Mora et al.,

2012), raízes adventícias (Baldotto et al., 2012; Baldotto & Baldotto, 2014),

alongamento radicular (Silva et al., 2000b) e a formação de pelos radiculares

(Canellas et al., 2011; Silva et al., 2011). No entanto, observou-se que esse

efeito dos AH no desenvolvimento radicular (comprimento e massa seca da

raiz) das mudas reduziu com a interação dos ácidos húmicos com,

principalmente, as vitaminas A e B1 (Figura 1B e 1C).

Resultados positivos no desenvolvimento radicular de mudas de alface,

com aplicação de fertilizantes à base de substâncias húmicas, foram

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demonstrados por Santos (2013), em que a fonte AH-Alternativo+nitrogênio foi

superior em relação ao Fertiactyl GZ® na produção de massa seca da raiz e

comprimento de raiz.

No entanto, Pereira et al. (1983) observaram que não houve diferença

significativa na produção de ramas e de raízes de mandioca sob a aplicação de

quatro bioreguladores (ácido giberélico, ácido naftaleno acético, vitamina B1 e

ácido indolacético) quando comparados entre si e com os tratamentos

testemunhas (sem imersão e imersão em água).

Para Reis et al. (2012) o maior desenvolvimento do sistema radicular

possibilita às mudas melhores condições para absorção de nutrientes e água.

Em condições de possível escassez temporária de água a espécie poderá

suportar, durante maior período de tempo, as prováveis dificuldades

encontradas em campo. Nesse sentido, pode-se inferir que as mudas

produzidas com aplicação de ácidos húmicos teriam maiores condições de

estabelecimento à campo.

Quanto à massa seca da parte aérea, notou-se que a adição de doses

crescentes de vitaminas promove resultados variáveis (Figura 2A). Foi

observado comportamento quadrático para aplicação de AH-Alternativo

+vitamina E e B2, exponencial para aplicação de AH-Alternativo+vitamina B1 e

redução linear para aplicação de AH-Alternativo+vitamina A.

Para altura de plantas observou-se que o aumento da concentração de

vitamina A e E resultaram em resposta quadrática, enquanto que o aumento da

concentração de vitaminas B1 e B2 promoveram redução linear na altura de

plantas de alface. Isso significa que, a cada 0,5 g L-1 das vitaminas B1 e B2

acrescentado ao AH-Alternativo (22 ml L-1), ocorrerá redução em altura de

planta de 0,18 e 0,42 cm planta-1, respectivamente. O melhor desempenho em

altura de plantas, com uso do fertilizante foliar composto por AH-

Alternativo+Vitaminas foi obtido com uso de vitamina E com 2 g L-1 (1,77 cm

planta-1).

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Concentração de Vitamina (g L-1

)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

Ma

ssa

Se

ca

da

Pa

rte

rea

(g

)

0,000

0,001

0,002

0,003

0,004

0,005

0,006

0,007

0,008

0,009

0,010y AH-Alternativo+vitamina A=0,0051**-0,0010x r²=0,74

y AH-Alternativo+vitamina E=0,0054**-0,0035x+0,0017x^2 R²=0,84

y AH-Alternativo+vitamina B1=0,0050**exp(-0,6273*x) R²=0,76*

y AH-Alternativo+vitamina B2=0,0052*-0,0025x+0,0021x^2 R²=0,86

Ausência de Vitamina e AH

A

Concentração de Vitamina (g L

-1)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

Altura

de P

lanta

s (

cm

)

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

2,25

y AH- Alternativo+vitamina A=1,7964-0,9107x+0,2

y AH- Alternativo+vitamina E=1,6979-0,5014**x+0

y AH- Alternativo+vitamina B1=1,5555**-0,3610*x

y AH- Alternativo+vitamina B2=1,6693**-0,8471x+

Ausência de Vitamina e AH

B

Concentração de Vitamina (g L-1

)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

Núm

ero

de folh

as

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

2,25

2,50

2,75

3,00

3,25

3,50

y AH- Alternativo+vitamina A=1,7964-0,9107x+0,2929x^2 R²=0,86

y AH- Alternativo+vitamina E=1,698-0,5014**x+0,286x^2 R²=0,66

y AH- Alternativo+vitamina B1=1,5555**-0,3610*x r²=0,82*

yAH- Alternativo+ vitamina B2=1,6693**-0,8471x+0,429x^2 r²=0,69

Ausência de Vitamina e AH

C

Figura 2: Massa seca da parte aérea (A), altura de planta (B) e número de

folhas (C) de mudas de alface cv. Elba em função da aplicação de ácidos

húmicos e vitaminas A, E, B1 e B2. Gurupi-TO, 2015.

O aumento da concentração de vitaminas no AH-Alternativo influencia o

número de folhas de mudas de alface, com resposta quadrática com a adição

das vitaminas E, B1 e B2, enquanto que a adição de vitamina A promoveu

redução linear no número de folhas (Figura 2C). A aplicação do fertilizante

foliar à base de vitamina B2 na concentração de 2 g L-1+AH-Alternativo

promoveu incremento de 71% no NF, quando comparado à ausência de

aplicação de vitaminas e AH-Alternativo.

Efeitos da aplicação de substâncias húmicas em mudas de alface foram

observados por Hernandez et al. (2013), suas pesquisas constataram que as

plantas que receberam substâncias húmicas apresentaram maior número de

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folhas, e redução no ciclo de produção da alface. Silva et al. (2000a), também

notaram que as substâncias húmicas influenciaram de forma positiva o

crescimento da parte aérea e das raízes de plantas de alface cv. Aurélia,

aumentando em 257,49% a produção de massa seca da parte aérea e

240,16% produção de raízes.

Por outro lado, Castro e Boaretto (2001) avaliando a adubação foliar do

feijoeiro com nutrientes, vitamina B1 e metionina, observaram que não houve

diferença significativa dos tratamentos quando comparados com a testemunha,

na porcentagem de germinação e produtividade do feijoeiro, tanto para o cultivo

na seca quanto nas águas.

O desenvolvimento das mudas apresentados pela aplicação AH-

Alternativo, pode ser explicado pela característica do seu composto principal,

os ácidos húmicos. Essas substâncias possui uma ação na planta tipicamente

auxínica, com capacidade de promover o estimulo da atividade, bem como, a

síntese das enzimas H+-ATPases da membrana plasmática (Zandonadi et al.,

2007). As H+-ATPases são enzimas transmembranares capazes de hidrolizar

ATP (Hager et al., 1991; Frias et al., 1996), gerando energia e um gradiente

eletroquímico. Essa característica promove o aumento da plasticidade da

parede celular através da extrusão de prótons pelas H+-ATPases da

membrana plasmática, acidificação do apoplasto, e ação de enzimas

específicas, que atuam sobre a parede celular, relacionando-se com a teoria do

crescimento ácido, (Cosgrove, 1997) fator fundamental para o processo de

crescimento e alongamento da célula vegetal.

Além disso, as enzimas (H+-ATPases) também influencia na absorção

de nutrientes, participando da translocação de íons, através da energização do

sistema secundário, fundamental para absorção de macro e micronutrientes

(Sondergaard et al., 2004), ocorrendo uma despolarização da membrana

plasmática e, consequentemente, ativação de transportadores.

No que se refere à qualidade das mudas, de acordo com o índice

Dickson (IQD), pode-se observar que a adição vitaminas em conjunto com o

AH-Alternativo promoveu comportamento quadrático (vitaminas A, E e B2) e

redução linear (vitamina B1) na qualidade das mudas de alface (Figura 3).

Dentre as doses e fontes de vitaminas, não foi observado diferenças

significativas, apresentando, IQD médio de 0,0027, isso significa incremento de

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260% em relação à ausência de aplicação de vitaminas+AH-Alternativo.

Concentração de Vitamina (g L-1

)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

Índic

e d

e Q

ualidade d

e D

ickson (

IQD

)

0,0000

0,0005

0,0010

0,0015

0,0020

0,0025

0,0030

0,0035

0,0040

0,0045

0,0050

y AH- Alternativo+Vitamina A=0,0032*-0,0000198x-0,0001x^2 R²=0,32

y AH- Alternativo+Vitamina E=0,0035**-0,0019x+0,0008x^2 R²=0,84

y AH- Alternativo+Vitamina B1=0,0033**-0,0009**x r²= 0,97**

y AH- Alternativo+Vitamina B2=0,0034**-0,0005**x+0,0002**x^2 R²=0,94*

Ausência de AH e Vitaminas

Figura 3. Índice de Qualidade de Dickson de mudas de alface cv. Elba em

função da aplicação de ácidos húmicos e vitaminas A, E, B1 e B2. Gurupi-TO,

2015.

Segundo Fonseca et al. (2002) e Batista et al. (2014) o índice de

qualidade de Dickson considera a robustez e o equilíbrio da distribuição da

biomassa na muda, ponderando os resultados de vários parâmetros

importantes empregados para avaliação da qualidade, sendo um bom indicador

da qualidade das mudas. Assim, pode-se dizer que as mudas produzidas sob

aplicação do fertilizante foliar composto por AH-Alternativo, produziriam mudas

mais robustas e com maiores chances de sobrevivência após o transplante

para o local definitivo.

Assim, o uso de vitaminas e ácidos húmicos promove alterações no

desenvolvimento da parte aérea e radicular das plantas (Castro & Boaretto,

2002; Bezerra et al., 2007: Rodrigues, 2013; Santos, 2013), fisiologia e

absorção de nutrientes (Canellas & Façanha, 2004; Floss & Floss, 2007;

Zandonadi et al., 2007). Contudo, mesmo notando uma crescente no sentido

de esclarecer os efeitos dessas substâncias em plantas, observa-se que ainda

são poucas as pesquisas realizadas que possam demonstrar resultados

conclusivos em relação à concentração, modo e época de aplicação, bem

como os efeitos da ação combinada de ácidos húmicos e vitaminas no

crescimento de plantas.

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CONCLUSÕES

A aplicação de AH-Alternativo+Vitaminas promovem mudas de alface de

melhor qualidade, em relação à ausência de aplicação de ácidos húmicos e

vitaminas.

O uso das vitaminas A, E, B1 e B2, bem como, o aumento da concentração

dessas vitaminas adicionadas ao AH-Alternativo reduz a qualidade de mudas

de alface.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo forneceu informações importantes sobre o uso de

ácidos húmicos, aminoácidos e vitaminas, de forma combinada, na promoção

de crescimento e qualidade de mudas de alface. Foi possível observar que

mudas de qualidade possui, principalmente, um bom desenvolvimento

radicular, assim, a aplicação de AH-Alternativo mais os aminoácidos Betaína,

Glicina e Prolina na concentração de 2 g L-1 promove mudas com qualidade

semelhante às mudas produzidas sob o fertilizante comercial Fertiactyl GZ®. No

entanto, com base nos modelos obtidos nos parâmetros MSR, CR, DC, MSPA,

AP, NF é possível dizer que as mudas ainda poderiam responder positivamente

em concentrações superiores à 2 g L-1 desses aminoácidos, sendo necessário

mais pesquisas nesse sentido. Quanto ao uso combinado de ácidos húmicos e

vitaminas A, E, B1 e B2 notou-se que houve redução no desenvolvimento das

mudas, porém, a aplicação exógena dessas substâncias pode ter promovido

ganhos para a planta em termos de qualidade nutricional, sendo, esse

“caminho” objeto de novos estudos.

Contudo, é notória a necessidade de mais pesquisas no sentido de

esclarecer a forma de atuação, concentração ideal, época e modo de aplicação

dessas substâncias para o desenvolvimento das plantas, bem como as reais

contribuições dessas substâncias para as espécies cultivadas.