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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA PROJETO DE GRADUAÇÃO DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE MONITORAMENTO DE MÁQUINAS DE INDUÇÃO TRIFÁSICAS VISANDO ASSIMETRIAS DE ROTOR EM GAIOLA TIAGO SILVA BARBOSA VITÓRIA – ES FEVEREIRO/2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO TECNOLÓGICO 

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA PROJETO DE GRADUAÇÃO 

       

DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE MONITORAMENTO DE 

MÁQUINAS DE INDUÇÃO TRIFÁSICAS VISANDO ASSIMETRIAS 

DE ROTOR EM GAIOLA    

TIAGO SILVA BARBOSA       

VITÓRIA – ES FEVEREIRO/2008 

  

TIAGO SILVA BARBOSA             

DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE MONITORAMENTO DE MÁQUINAS DE INDUÇÃO TRIFÁSICAS VISANDO ASSIMETRIAS DE ROTOR EM GAIOLA 

   

Parte  manuscrita  do  Projeto  de Graduação do aluno Tiago Silva Barbosa, apresentado  ao  Departamento  de Engenharia  Elétrica  do  Centro Tecnológico  da  Universidade  Federal  do Espírito Santo, para obtenção do grau de Engenheiro Eletricista.    

VITÓRIA – ES FEVEREIRO/2008 

  

TIAGO SILVA BARBOSA       

DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE MONITORAMENTO DE MÁQUINAS DE INDUÇÃO TRIFÁSICAS VISANDO ASSIMETRIAS DE ROTOR EM GAIOLA 

   

COMISSÃO ORGANIZADORA:  Profa. Dra. Carla César Martins Cunha Orientadora 

 Prof. Dr. Domingos Sávio Lyrio Simonetti Examinador 

 Prof. Gilberto Costa Drumond Sousa, Ph.D. Examinador 

   

VITÓRIA – ES FEVEREIRO/2008

 

i  

DEDICATÓRIA                              

AO DEUS ONIPOTENTE, ONISCIENTE E ONIPRESENTE.   

AO ANDRÉ, IRMÃO E AMIGO INSEPARÁVEL.    

 

ii  

AGRADECIMENTOS  Agradeço  imensamente  a  todas  as  pessoas  que,  de  alguma  forma,  me apoiaram  com  pensamentos  positivos  e  demonstrações  de  carinho,  para  a realização desse trabalho.  Agradeço  à  minha  orientadora  Carla  César  Martins  Cunha,  pela  sua disponibilidade, competência e paciência, durante a condução desse projeto.  Agradeço  a  minha  família,  em  geral,  pelo  apoio  oferecido.  Ao  meu  irmão gêmeo, André,  à minha mãe, Maria  Francisca,  ao meu pai, Adilson,  à minha irmã, Rubia, e seu esposo, Eduardo e à minha linda sobrinha, Alice. Agradeço a essa nova família que tanto alegra o meu cotidiano.  À Comunidade de Vida  e Aliança Água Viva, pelo  tempo  frutificante  em que passamos unidos.  Aos amigos da UFES, que serão  lembrados pelas conquistas e  realizações dos objetivos.  A  todos os amigos, próximos ou nem  tanto, pelas demonstrações de afeto e apoio que tanto contribuem para a minha formação.    

 

iii  

LISTA DE FIGURAS  Figura 2.1 ‐  Painel frontal do ambiente LabVIEW. 

 Figura 2.2 ‐  Lista de controladores e indicadores disponíveis no painel frontal.  Figura 2.3 ‐  Diagrama de blocos do exemplo citado.  Figura 2.4 ‐  Lista de ferramentas disponíveis para programação em LabVIEW.  Figura 2.5 ‐  Lista de loops e estruturas disponíveis para programação.  Figura 3.1 ‐  Respostas do Método do Vetor de Park, com referencial fixo no estator, para: 

(a)  rotor  simétrico;  (b)  rotor  com 1 barra quebrada;  (c) Rotor  com 4 barras quebradas.  

 Figura 3.2 ‐  Gráfico de saída do Método do Vetor de Park, com o referencial fixo no rotor, 

para: (a) barras 1, 2, 3 e 4  quebradas; (b) barras 3, 4, 5 e 6 quebradas.   Figura 3.3 ‐  Diagrama de blocos do Modelo em Tensão.  Figura 3.4 ‐  Diagrama de blocos do Modelo em Corrente.  Figura 3.5 ‐  Localização dos vetores espaciais do fluxo e densidade de corrente do rotor.  Figura 3.6 ‐  Corrente em uma barra assimétrica e desvio de torque versus ângulo do vetor 

espacial fluxo de rotor.  Figura 3.7 ‐  Estrutura em corte ilustrando os setores de avaliação da gaiola do rotor.  Figura 4.1 ‐  Diagrama de blocos utilizado na substituição dos caracteres escolhidos. 

 Figura 4.2 ‐  Painel frontal do VI usado para a substituição do separador decimal.  Figura 4.3 ‐  Loop for utilizado pelos métodos de detecção.  Figura 4.4 ‐  Painel frontal do Sistema de Monitoramento de Motores de Indução.  Figura 4.5 ‐  Diagramas de blocos do Sistema de Monitoramento. 

 

iv  

 Figura 4.6 ‐  Etapa relacionada ao método MCSA.  Figura 4.7 ‐  Espectro  de  freqüências  das  correntes  de  estator,  com  as  tensões  de 

alimentação equilibradas, para os casos de: (a) gaiola simétrica, (b) gaiola com a barra #15 com defeito de relação 20, (c) gaiola com a barra #10 com defeito de relação 50, (d) gaiola com a barra #20 quebrada, (e) gaiola com as barras #20, #21, #22 e #23 quebradas.  

 Figura 4.8 ‐  Espectro  de  freqüências  das  correntes  de  estator,  com  tensões  de 

alimentação desequilibradas, com 0,1 pu de seqüência negativa, para o caso de gaiola com as barras #10, #11, #12, #13 quebradas. (a) Gráfico ilustrando a presença dos harmônicos. (b) Zoom realizado próximo à freqüência de 180Hz.  

 Figura 4.9 ‐  Parte do código referente ao Método do Vetor de Park.   Figura 4.10 ‐  Gráficos  do Método  do  Vetor  de  Park,  com  as  correntes  referenciadas  no 

estator  e  as  tensões  de  alimentação  equilibradas,  para  os  casos  de  (a) máquina simétrica, (b) rotor com barra #10 com relação de defeito de 50, (c) rotor com barra #8 quebrada, (d) rotor com barras #8, #9, #10, #11 quebradas e (e) rotor com as barras #20, #21, #22, #23 quebradas.  

 Figura 4.11 ‐  Gráficos  do Método  do  Vetor  de  Park,  com  as  correntes  referenciadas  no 

estator e as tensões de alimentação desequilibradas, com 0,1 pu de seqüência negativa,  para  os  casos  de  (a)  rotor  com  as  barras  #10,  #11,  #12  e  #13 quebradas e (b) rotor simétrico.  

 Figura 4.12 ‐  Etapa de leitura e conformação dos dados no diagrama de blocos do Método 

Vienna.  Figura 4.13 ‐  Gráficos  do  Desvio  de  Conjugado  pelo Método  Vienna  de Monitoramento, 

com  as  tensões  de  alimentação  equilibradas,  para  os  casos  de  (a)  gaiola simétrica, (b) gaiola com defeito na barra #15 e com relação de defeito de 20, (c) gaiola com defeito na barra #10 e relação 50,  (d) gaiola com a barra #20 quebrada e (e) gaiola com as barras #20, #21, #22 e #23 quebradas. 

 Figura 4.14 ‐  Gráficos  do  Desvio  de  Conjugado  pelo Método  Vienna  de Monitoramento, 

com as tensões de alimentação desequilibradas, para o caso de gaiola com as barras #10, #11, #12 e #13 quebradas. 

 

 

v  

Figura 5.1 ‐  Operação  do  Sistema  para  os  casos  de:  (a)  gaiola  simétrica  e  tensões  de alimentação  equilibradas,  (b)  gaiola  simétrica  e  tensões  de  alimentação desequilibradas,  (c)  gaiola  com  as  barras  #8,  #9,  #10  e  #11  quebradas  e tensões de alimentação equilibradas e (d) gaiola com as barras #10, #11, #12 e #13 quebradas com tensões de alimentação desequilibradas. 

    

 

vi  

LISTA DE TABELAS  Tabela 2.1 ‐  Cores representativas dos tipos de variáveis do LabVIEW.   Tabela 4.1 ‐  Valores  dos  espessamentos  do  Método  do  Vetor  de  Park  para  casos  de 

assimetrias de rotor.    

 

vii  

SUMÁRIO  

DEDICATÓRIA .................................................................................................. i 

AGRADECIMENTOS ......................................................................................... ii 

LISTA DE FIGURAS ......................................................................................... iii 

LISTA DE TABELAS .......................................................................................... vi 

SUMÁRIO ...................................................................................................... vii 

RESUMO .........................................................................................................ix 

1 ‐ INTRODUÇÃO ............................................................................................ 1 

2 ‐ O SOFTWARE LABVIEW .............................................................................. 3 

2.1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS........................................................................................ 3 

2.2 – O PAINEL FRONTAL ................................................................................................. 4 

2.3 – O DIAGRAMA DE BLOCOS ........................................................................................ 5 

2.4 – A PROGRAMAÇÃO EM LABVIEW ............................................................................. 5 

2.5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 8 

3 ‐ OS MÉTODOS DE DETECÇÃO DE ASSIMETRIAS ........................................... 9 

3.1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS........................................................................................ 9 

3.2 – O MÉTODO DE ANÁLISE ESPECTRAL ‐ MCSA ............................................................ 9 

3.2.1 – A TRANSFORMADA DE FOURIER............................................................................. 9 

3.2.2 – O MÉTODO DE DETECÇÃO DE FALHAS ................................................................. 11 

3.3 – ANÁLISE DE PADRÕES DO VETOR DE PARK DA CORRENTE DE ESTATOR ................. 12 

3.3.1 – O MÉTODO DE DETECÇÃO PELO VETOR DE PARK ................................................ 12 

3.4 – O MÉTODO VIENNA DE MONITORAMENTO – VMM .............................................. 15 

3.4.1 – MODELO EM TENSÃO ........................................................................................... 15 

3.4.2 – MODELO EM CORRENTE ....................................................................................... 17 

 

viii  

3.4.3 – O MÉTODO DE DETECÇÃO .................................................................................... 18 

4 ‐ O SISTEMA DE MONITORAMENTO DE MOTORES DE INDUÇÃO COM ROTOR EM GAIOLA ................................................................................................... 20 

4.1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS...................................................................................... 20 

4.2 – DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA ......................................................................... 20 

4.2.1 – MÉTODO MCSA ..................................................................................................... 26 

4.2.2 – MÉTODO DO VETOR DE PARK ............................................................................... 31 

4.2.3 – MÉTODO VIENNA .................................................................................................. 37 

5 ‐ CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS ..................................................... 43 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 46 

ANEXO A ‐ CÓDIGO EM “C” PARA IMPLEMENTAÇÃO DO MÉTODO VIENNA DE MONITORAMENTO ....................................................................................... 48 

 

   

 

ix  

RESUMO  É sabido que os motores de indução trifásicos com rotor em gaiola são largamente utilizados no ambiente  industrial pela  sua  robustez e economia. Vários  são os defeitos encontrados nas barras das gaiolas desses motores e/ou em seus anéis de curto‐circuito conduzindo‐os a uma situação assimétrica de operação. Diante disso, e com um objetivo claro de se otimizar os  custos  de  manutenção,  têm‐se  desenvolvido  várias  metodologias  eficientes  de monitoramento  de  falhas,  sendo  estas  sensíveis  e  cada  vez mais  imunes  a  ruído. Dentre esses métodos, os que serão enfocados nesse trabalho são: Análise Espectral da Corrente de Estator, Análise de Padrões do Vetor de Park e o Método Vienna de Monitoramento. Assim, será desenvolvido um Sistema de Monitoramento de Máquinas de  Indução Trifásicas  com Rotor em Gaiola no ambiente de programação LabVIEW. A  tela principal deste sistema  irá apresentar as respostas gráficas de cada método citado. Com esta ferramenta de suporte, o profissional  da  área  será  capaz  de  detectar  essas  assimetrias,  utilizando‐se  de  um embasamento  teórico descrito por  cada um desses métodos.  Finalmente,  serão  avaliadas algumas  condições  assimétricas  de  rotor,  através  de  simulações  computacionais,  com  a finalidade de testar e comprovar a eficácia do Sistema de Monitoramento em uma situação real.  

 

1  

Capítulo 1 

INTRODUÇÃO  As  máquinas  elétricas  rotativas  têm  desempenhado  um  papel  muito  importante  no ambiente  industrial  da  atualidade.  Funcionando  incessantemente  em  diversos  processos, elas  são  gradativamente mais  exigidas  nos  quesitos  confiabilidade,  economia,  segurança, robustez, entre outros.  Assim, a busca por novas tecnologias de detecção de  falhas e monitoramento contínuo de máquinas  tem motivado pesquisadores e cientistas da área de Engenharia Elétrica. Muitos modelos de máquinas e métodos de detecção  foram desenvolvidos para  satisfazer a essa demanda. Entretanto, ainda existe muito a se conhecer.  Entre os defeitos mais comuns encontrados em máquinas de  indução com rotor em gaiola, destacam‐se as falhas nos rolamentos (cerca de 40% das falhas), falhas nos enrolamentos do estator (38%), assimetrias de rotor, tais como, quebra ou variação da impedância de barras ou segmentos de anéis de curto circuito (10%) e outros tipos de falhas, como por exemplo, excentricidade no eixo do  rotor  (que correspondem a 12% do  total de  falhas encontrados em máquinas de indução) [1].   As  falhas no  rotor  acontecem, na maioria das  vezes,  em  condições de  sobrecarga, o que inferem  esforços  térmicos,  bem  como  em  situações  de  vibrações  excessivas  e/ou excentricidade, havendo esforços magnéticos. No local da falha de rotor pode ocorrer a não circulação de corrente (barra quebrada), ou ainda, um sobreaquecimento (barra trincada).  Esses defeitos produzidos nas barras de uma gaiola de rotor, ou em anéis de curto circuito, ocasionam uma assimetria de operação, gerando  correntes desbalanceadas nas barras da gaiola do rotor, distorção nas correntes de estator, conjugado pulsante, aumento das perdas e redução de conjugado médio, além de excessivo aquecimento [2]. Em virtude disso, faz‐se necessário  o  conhecimento  mais  aprofundado  do  comportamento  do  motor  operando nessas  situações,  além  da  elaboração  de métodos  de  detecção  de  falhas  cada  vez mais sensíveis e imunes a ruídos.  Dentre os métodos de detecção de defeitos conhecidos pela comunidade científica, podem‐se citar: Análise de Vibração Mecânica, Análise Espectral de Corrente de Estator, Análise de Padrões  do  Vetor  de  Park, Método  Vienna  de Monitoramento,  Análise  Termográfica  das Estruturas do Motor, Métodos baseados em Redes Neurais, entre outros.  

 

2  

Dessa maneira, a proposta de  trabalho a  seguir é  realizar a construção de um Sistema de Monitoramento  de  Defeitos  em  um  ambiente  de  programação  bastante  conhecido  na Engenharia Elétrica – o LabVIEW – utilizando para isso dados obtidos a partir de um modelo já validado que simula um motor de  indução com assimetrias de rotor. Dessa forma, a sua tela  de  exibição  deverá  conter,  basicamente,  o  endereço  do  arquivo  de  simulação,  bem como os gráficos característicos de três métodos de detecção, a saber, Análise Espectral da Corrente  de  Estator,  Análise  de  Padrões  do  Vetor  de  Park  e  o  Método  Vienna  de Monitoramento.  Essa forma de abordagem do problema se revela em uma alternativa eficiente de trabalho, uma vez que recursos são economizados para a construção de uma bancada de testes física. Além disso, é possível realizar ajustes de código sem a interferência externa de ruídos e/ou outros problemas  inerentes ao processo, proporcionando, assim, uma primeira análise do problema.  A estrutura do texto é composta de cinco capítulos que explicam, com detalhes, as etapas de elaboração  do  Sistema  de Monitoramento  proposto.  No  Capítulo  2,  são  exibidos  alguns tópicos  relacionados  à  estrutura  de  programação  em  LabVIEW,  assim  como  alguns elementos importantes para a otimização de códigos escritos nesse ambiente. No Capítulo 3 os métodos de detecção de falhas são explicitados, levando em consideração as entradas e saídas relativas a cada um deles. No Capítulo 4 é feita uma abordagem acerca da construção do Sistema de Monitoramento, mostrando as etapas de desenvolvimento de cada método de detecção. Finalmente, no Capítulo 5, são apresentados os resultados e algumas propostas de trabalho relacionadas ao assunto abordado nesse projeto.     

 

3  

Capítulo 2  

O SOFTWARE LABVIEW  2.1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS  Os  softwares  relacionados  à  utilização  de  conceitos  da  engenharia  têm  evoluído  com bastante  velocidade  na  atualidade.  Eles  são  empregados  na  aquisição,  conformação  e armazenamento de alguns dados de campo, seja em projeto de sistemas de engenharia em geral  ou  em  cálculos  extremamente  complexos. Nesse  ramo  de  atuação  encontram‐se  a National  Instruments™,  a  Mathworks,  entre  outras,  com  pacotes  de  softwares  para engenharia bastante úteis.  No  projeto  proposto  foi  utilizado  o  software  LabVIEW,  devido  ao  seu  ambiente  de programação  facilitado,  bem  como  a  sua  excelente  performance  com  equipamentos  de acesso a portas de entrada e saída de computadores. Além disso, o LabVIEW é compatível com outros softwares de engenharia e linguagens, o que propicia uma melhor familiarização do ambiente.  O  LabVIEW  é  descrito  como  um  software  de  programação  intuitiva  baseada  em  blocos funcionais.   É possível  inferir um código de programação nessa plataforma com os mesmos conceitos da programação  tradicional,  com  a diferença de que ela é  realizada  através de diagrama de blocos. Seu formato de programação é bastante simplificado, relativamente a outros  softwares  de  programação  estruturada,  o  que  reduz  drasticamente  o  tempo  de desenvolvimento,  bem  como  a  correção  de  alguns  trechos  contendo  falhas  de  código. O software é usado no projeto e simulação de sistemas complexos em geral nas diversas áreas da Engenharia,  tais como: eletrônica, mecânica,  instrumentação, computação, automação, etc.  Os programas desenvolvidos em LabVIEW  são chamados de VI’s  (virtual  instrumentations) devido  à  sua  forma  de  operação  que  imita  instrumentos  de  aquisição,  manipulação  e amostragem dos dados físicos, tais como, tensão elétrica, corrente elétrica, entre outras [3].  Nas seções seguintes serão apresentados alguns itens básicos para a construção de um VI no ambiente LabVIEW.  

 

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2.2 – O PAINEL FRONTAL  No  ambiente  do  Painel  Frontal  (Figura  2.1),  é  possível  construir  telas  de  interface  com  o usuário de forma que ele altere ou visualize as variáveis internas dos processos. Existe uma série de dispositivos controladores e indicadores na lista de objetos para design, tais como: potenciômetros,  chaves,  LED’s,  gráficos,  etc.  Eles  estão  organizados  conforme  Figura  2.2. Com  todos  esses  dispositivos  é  possível  realizar  um  sistema  de  instrumentação  virtual bastante complexo.  

 Figura 2.1: Painel frontal do ambiente LabVIEW. 

 

No  exemplo  descrito  na  Figura  2.1  utilizaram‐se  dois  potenciômetros  responsáveis  pelo controle da freqüência e da amplitude do sinal simulado, um gráfico para mostrar a forma de  onda  deste  sinal,  além  de  um  botão  STOP,  responsável  pelo  término  da  execução  do exemplo. 

 Figura 2.2: Lista de controladores e indicadores disponíveis no painel frontal. 

 

5  

2.3 – O DIAGRAMA DE BLOCOS  O Diagrama de Blocos é um ambiente do LabVIEW diretamente  relacionado com o Painel Frontal,  e  que  é  composto  por  blocos  funcionais,  capazes  de  realizar  diversos  cálculos relacionados  à  Engenharia  de  um  modo  geral.  Estes  são  interligados  por  linhas  que representam as variáveis a serem calculadas ou mostradas.  

 Figura 2.3: Diagrama de blocos do exemplo citado. 

 No  exemplo  descrito  na  Figura  2.3,  têm‐se  representado  os  potenciômetros  que,  após sofrerem a devida escala necessária, atuam como entrada no bloco capaz de gerar um sinal simulado, alterando a freqüência e a amplitude. Após isso, é então representado um gráfico contendo a forma de onda deste sinal. É importante notar que ao redor dos blocos foi criado um loop do tipo while, no qual se espera o comando para terminar a execução, emitido pelo botão STOP inserido no painel frontal.  2.4 – A PROGRAMAÇÃO EM LABVIEW  Como  já mencionado, o LabVIEW suporta programação estruturada. No ambiente descrito anteriormente  como  Diagrama  de  Blocos,  o  programador  encontra  uma  lista  de  objetos capazes  de  realizar  praticamente  tudo  o  que  se  é  feito  em  outras  linguagens  de programação, conforme ilustra a Figura 2.4. Com essas ferramentas é possível trabalhar com os mesmos conceitos da programação convencional, com a possibilidade de uma  interação muito  melhor  dos  acontecimentos,  uma  vez  que  nesse  ambiente  a  programação  é basicamente visual. Conseqüentemente, o processo de correção do código é facilitado.  

 

6  

 Figura 2.4: Lista de ferramentas disponíveis para programação em LabVIEW. 

 Em  toda  linguagem  de  programação  conhecida  se  faz  necessário  o  conhecimento  e adequação em cada caso dos tipos das variáveis usadas no programa. Em LabVIEW, há uma diferenciação  visual  feita  através  das  cores  das  linhas  que  ligam  os  blocos  e  dos  seus traçados, conforme ilustrado na Tabela 2.1.   

Tabela 2.1: Cores representativas dos tipos de variáveis do LabVIEW.  

Tipo CorInteiro AzulPonto Flutuante LaranjaString RosaBooleano Verde  

 Nesse ambiente de programação existe também um novo tipo de variável a ser identificado: o Tipo de Dado Dinâmico ou DDT  (do  inglês Dynamic Data Type). Esse  tipo é  largamente usado em funções expressas dessa plataforma, as quais são extremamente simples em suas conexões e configurações. É interessante notar que esse tipo pode ser convertido de vários outros  tipos  conhecidos,  tais  como:  números  em  inteiros,  ponto  flutuante  ou  booleano, 

 

7  

assim  como  vetores  ou  clusters  desses  mesmos  tipos.  Para  isso  é  preciso  uma  função denominada From DDT ou To DDT, dependendo da ocasião na qual ela se aplica. Em LabVIEW, a estrutura de execução dos VI’s é baseada no fluxo de dados internos, onde as funções aguardam até que todas as suas entradas estejam presentes para então executar o código,  para  o  qual  foram  designadas.  Após  isso,  elas  liberam  os  dados  calculados  ou conformados em suas respectivas saídas.  É  possível  também  a  criação  de  Sub  VI’s  com  o  intuito  de  modularizar  o  código  de programação. Para  isso, é preciso  identificar as saídas e entradas dessa Sub VI e editar um ícone que melhor se relacione com o que ela executa. Isso evita que a tela de programação seja “poluída” com itens desnecessários à compreensão do código.  Da mesma maneira  em  que  loops  e  estruturas  são  concebidos  em  outras  linguagens  de programação,  elas  podem  ser  utilizadas  no  ambiente  LabVIEW.  Estão  disponíveis  para  o programador: os  loops For, While; as estruturas Case e Sequence; e por último, os Formula Nodes,  estruturas  nas  quais  é  possível  inferir  um  código  de  programação  baseado  na linguagem C ou em Math Script, linguagem de programação do software Matlab.  

 Figura 2.5: Lista de loops e estruturas disponíveis para programação. 

 Dessa  forma,  o  LabVIEW  se mostra  como  um  plataforma  de  desenvolvimento  bastante completo  para  as  diversas  áreas  da  engenharia,  sendo  possível  inferir  códigos  complexos com uma resposta equivalente a de outras linguagens de programação.  

 

8  

2.5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS  Conforme  mencionado  anteriormente,  o  ambiente  descrito  pelo  LabVIEW  é  capaz  de desenvolver aplicações complexas nas diversas áreas da Engenharia. Ao longo de 20 anos de história  ele  vem  conquistando  gradativamente  clientes  de  sucesso,  tais  como  Nasa  e Microsoft, devido ao seu alto poder de processamento e solução de problemas.  De  acordo  com  as  necessidades  do  projeto  proposto,  foi  desenvolvida  uma  tela  de monitoramento de algumas variáveis para uma melhor visualização do problema estudado. Para isso, foram utilizados vários dos elementos disponíveis para programação em LabVIEW, tais  como:  loops while,  for,  blocos  de  leitura  de  arquivos,  blocos  que  executam  códigos escritos, entre outros.  Com  estes  elementos  foi  possível  a  realização  de  um  ambiente  capaz  de  atender  ao problema proposto inicialmente.     

 

9  

Capítulo 3 

OS MÉTODOS DE DETECÇÃO DE ASSIMETRIAS  3.1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS  Atualmente, a manutenção preditiva tem se destacado no cenário industrial como uma boa técnica preventiva de  falhas. Através de  inspeção visual, ou de coleta e processamento de dados  de  campo,  é  possível  obter  estimativas  quanto  a  uma  parada  futura,  bem  como avaliações em relação ao estado físico de equipamentos utilizados na indústria.  Com base nisso, vários pesquisadores estudam os diferentes comportamentos de máquinas de  indução  defeituosas  para  se  obter  um  comparativo  com máquinas  simétricas  (sadias). Dessa forma, alguns trabalhos foram divulgados com modelos de máquinas de indução com assimetrias  de  rotor,  e  que  apresentam  boas  respostas  em  relação  ao modelo  dinâmico clássico,  como  em  [4],  por  exemplo,  onde  é  proposto  um modelo  baseado  no Modelo Dinâmico  Vetorial,  com  as  várias  inserções  de  assimetrias  de  rotor.  Esse  modelo  foi devidamente validado em  [4, 5] e contribuirá para a simulação do sistema proposto nesse trabalho.  Conforme  dito  anteriormente,  vários  são  os métodos  para  a  detecção  de  assimetrias  de rotor conhecidos pela comunidade científica. Os que serão utilizados nesse trabalho são: o Método de Análise Espectral [6, 7]; a Análise de Padrões de Park da Corrente de Estator [8]; e o Método Vienna de Monitoramento [9, 10].  3.2 – O MÉTODO DE ANÁLISE ESPECTRAL ‐ MCSA  Para o método de análise espectral dos padrões da corrente de estator em um motor de indução  com  rotor  em  gaiola,  faz‐se  necessário  um  estudo  mais  aprofundado  sobre  a Transformada  de  Fourier  e  seus  parâmetros  de  ajuste,  bem  como  os  seus  resultados, apresentados a seguir.  3.2.1 – A TRANSFORMADA DE FOURIER  A Transformada de Fourier  (FT) é uma  técnica que  foi desenvolvida para que, conhecida a descrição  de  um  sinal no  domínio  do  tempo,  também  seja  conhecida  a  sua  descrição  no domínio da  freqüência. Uma característica predominante está no fato de sua operação ser baseada em funções exponenciais de números complexos.  

 

10  

Conforme descrito em  [11], teoricamente, uma  função periódica possui uma transformada de Fourier descrita por uma  função  impulso. Para o caso estudado, a  função periódica no tempo  que  descreve  a  corrente  no  estator,  possui  componentes  espectrais  em  todas  as freqüências, porém com uma fundamental bem definida, o que caracteriza um caso real.  É possível também fazer análise espectral em sinais discretos no tempo [12]. Para isso, faz‐se o uso de uma  ferramenta baseada na  transformada de Fourier, a  chamada Transformada Discreta de Fourier (DFT). Alguns parâmetros devem ser conhecidos e bem definidos nessa análise, tais como: 

• fs – Freqüência de amostragem do sinal; 

• ΔT – Intervalo entre amostras no domínio do tempo; 

• Δf – Intervalo entre amostras no domínio da freqüência; 

• N – Número de amostras; 

• T – Período de tempo total de amostragem.  Relacionando‐se as grandezas, tem‐se: 

NT

T =Δ              (3.1) 

Tfs Δ=

1              (3.2) 

Além disso, o incremento de freqüência é definido como: 

Tf

1=Δ               (3.3) 

Dessa  forma,  podem‐se  obter  alguns  dos  parâmetros  para  a  amostragem  dos  sinais estudados. Em uma amostra contendo 400.000 pontos, em um  intervalo de 4 segundos, o 

intervalo de tempo entre as amostras (ΔT) é de 10‐5 segundos. Assim, tem‐se também que o 

intervalo de freqüências (Δf) é de 0,25 Hz.  Se o cálculo da Transformada Discreta de Fourier for realizado em um computador, ele pode ser  acelerado  utilizando  a  Transformada  Rápida  de  Fourier  (FFT),  não  apresentando quaisquer diferenças em relação aos cálculos apresentados anteriormente. Uma observação a ser feita acerca da FFT, é que, em alguns softwares que a utilizam, existe uma restrição a ser feita: o sinal a ser amostrado deve conter um número de amostras múltiplo de dois. No software  LabVIEW,  utilizado  nesse  projeto,  o  número  de  amostras  não  necessita  dessa restrição.     

 

11  

3.2.2 – O MÉTODO DE DETECÇÃO DE FALHAS  O método de detecção de falhas, chamado de Análise de Padrões da Corrente do Motor (do inglês Motor Current Signature Analysis – MCSA), é capaz de verificar assimetrias de  rotor pela  análise  espectral  da  corrente  de  estator.  As  anomalias  de  rotor  são  percebidas  na corrente  de  estator  e  dessa  forma  é  possível  estimar  as  condições  reais  de  operação  do motor, sem parada para inspeção ou acesso à parte interna da máquina.  Assimetrias de  rotor  são  equivalentes  à  adição de  componentes  espectrais  conhecidas  às grandezas de  estator, denominadas bandas  laterais. A  trinca ou quebra de uma barra de rotor ou  segmento de anel de  curto  circuito altera o valor da  corrente que  circula nesses locais, influenciando no espectro de freqüências das correntes e/ou tensões de estator, para o caso de  inversores com controle de conjugado  [1]. Essas componentes espectrais distam da  freqüência  fundamental  de  alimentação  de  2sfe,  onde  s  é  o  escorregamento  e  fe  é  a freqüência  fundamental.  Além  disso,  a  componente  do  lado  esquerdo  é  diretamente originada pelo efeito destrutivo na barra, enquanto a componente do lado direito é causada pelo  ripple  na  velocidade  [6,13].  Através  de  uma  transformada  rápida  de  Fourier  (Fast Fourier Transform – FFT) é possível obter um gráfico contendo o espectro de freqüências das correntes  do motor. O  cálculo  da  freqüência das  bandas  laterais,  conforme  [7],  pode  ser descrito como:  

( ) K,321    ,21 ,, kksff ebandas =∴±=            (3.4) 

 onde: fe – Freqüência fundamental de alimentação do motor; s – Escorregamento da máquina.  Dessa forma, com a operação de um motor a 1755 rpm – velocidade do motor de referência do projeto – implica em: 

310251800

17551800 −⋅=−

=s  

Logo, 

Hzsfe 5,1601025 3 =⋅⋅= − 

 Assim,  de  acordo  com  (3.4),  para  o  caso  proposto  deve‐se  monitorar  as  componentes espectrais  que  distam  lateralmente  de múltiplos  inteiros  de  duas  vezes  a  freqüência  de escorregamento da freqüência fundamental de 60 Hz. Para o caso em questão, 3Hz, 6Hz,... , ou  seja,  deve‐se monitorar  as  amplitudes  das  componentes  espectrais  em  54Hz,  57Hz  e 63Hz, 66Hz.  

 

12  

É  importante notar ainda que a análise pode ser prejudicada se a carga mecânica  ligada ao eixo do motor for pulsante. Isso causa o aparecimento de componentes espectrais próximas às bandas laterais, podendo assim ser confundidas com os defeitos de rotor [14].  3.3 – ANÁLISE DE PADRÕES DO VETOR DE PARK DA CORRENTE DE ESTATOR  A técnica denominada Análise de Padrões do Vetor de Park da Corrente de Estator é baseada em uma  inspeção  visual  realizada  sobre um  gráfico do universo dos números  complexos, tendo como eixos as correntes calculadas a partir de dados do motor [8].   Embora essa técnica seja imprecisa e incapaz de apontar qual o tipo de falha aconteceu, ela se  mostra  bastante  aplicável  a  ambientes  industriais,  devido  ao  seu  baixíssimo processamento requerido (se comparado aos outros métodos utilizados nesse projeto), sua execução bastante simplificada, além de uma boa resposta quanto a possíveis defeitos em uma máquina de indução. Além disso, esse método permite, com um diagnóstico eficiente, evitar que uma barra trincada evolua para danos mais sérios na máquina.  3.3.1 – O MÉTODO DE DETECÇÃO PELO VETOR DE PARK  O Método da Abordadem pelo Vetor de Park (Park’s Vector Aproach) utiliza como dados de entrada  as  correntes  de  estator  de  uma  máquina  de  indução.  É  feita  então  uma transformação, com o referencial fixo no estator, segundo as equações (3.5) e (3.6).  

( )⎥⎦⎤

⎢⎣⎡ +−⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛=⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛−⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛−⎟⎟

⎞⎜⎜⎝

⎛= cbacba

sd iiiiiii

21

36

61

61

32

        (3.5) 

( )cbcbsq iiiii −=⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛−⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛=

22

2

1

2

1        (3.6) 

No  caso  de  uma  máquina  ideal,  considerando  as  correntes  de  estator  senoidais,  com amplitudes idênticas e defasadas de 120o cada uma, tem‐se (3.7) e (3.8). 

( )tsenii psd ω⎟⎟

⎞⎜⎜⎝

⎛=

26

                (3.7) 

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ −⎟⎟

⎞⎜⎜⎝

⎛=

226 πωtsenii p

sq                   (3.8) 

 

 

 

13  

onde: ids – Corrente de eixo direto, no referencial estatórico (eixo x); 

iqs – Corrente de eixo em quadratura, no referencial estatórico (eixo y); 

ia, ib, ic – Correntes de estator nas fases a, b, c, respectivamente; ip – Corrente de pico da fase a; ω – Velocidade angular relativa à freqüência fundamental de 60Hz; t – Tempo.  Para o caso ideal, verifica‐se que a corrente de eixo direto está adiantada em 90o da corrente do eixo em quadratura, ambas com mesma amplitude. Dessa forma, observa‐se que nesse caso (máquina simétrica, e com tensões de alimentação equilibradas), a resposta do método deve ser um circulo de raio igual à amplitude dessas correntes. O motor de indução de testes analisado em  [9] é  trifásico, 50Hz, 4 pólos, 3kW, e com diversos  rotores  idênticos, porém apresentando  diversos  tipos  de  defeito,  para  cada  situação  a  ser  analisada. A  Figura  3.1, representa as saídas produzidas pelo Método do Vetor de Park. 

       

 (a)                                                                              (b) 

  

 

14  

 (c) 

Figura 3.1: Respostas do Método do Vetor de Park, com referencial fixo no estator, para: (a) rotor simétrico; (b) rotor com 1 barra quebrada; (c) Rotor com 4 barras quebradas. 

 Observa‐se  claramente  que  um  defeito  no  rotor  interfere  diretamente  na  espessura  do traçado  da  circunferência  centrada  no  zero,  de modo  que,  quanto mais  grossa, maior  a severidade do problema. Entretanto, após certo número de barras, essa severidade não se mantém  linear, com o ponto de  inflexão relacionado com o número de barras do rotor e o número de pólos da máquina [8].  Além  disso,  pode‐se  ainda  calcular  as  correntes  de  Park,  com  referencial  fixo  no  rotor, conforme  (3.9) e  (3.10). Nesse caso, outra deformidade surge no gráfico: o círculo passa a sofrer um “achatamento”, de modo que a severidade do defeito no rotor contribui para o aumento da excentricidade da elipse formada. A posição angular do seu maior eixo aponta para a posição angular das barras quebradas, também dando uma  idéia sobre a  localização do defeito. O gráfico da Figura 3.2 foi gerado a partir da simulação de um motor de indução trifásico, 4 pólos, 28 barras na gaiola [8]. 

sd

jrd iei r ⋅= θ

                  (3.9) 

sq

jrq iei r ⋅= θ

                (3.10) 

 onde: idr – Corrente de eixo direto, no referencial rotórico; 

ids – Corrente de eixo direto, no referencial estatórico; 

iqr – Corrente de eixo em quadratura, no referencial rotórico; 

iqs – Corrente de eixo em quadratura, no referencial estatórico; 

θr – Posição angular instantânea do rotor.  

 

15  

 (a)               (b) 

Figura 3.2: Gráfico de saída do Método do Vetor de Park, com o referencial fixo no rotor, para: (a) barras 1, 2, 3 e 4  quebradas; (b) barras 3, 4, 5 e 6 quebradas. 

  3.4 – O MÉTODO VIENNA DE MONITORAMENTO – VMM  O  método  descrito  a  seguir,  intitulado  Método  Vienna  de  Monitoramento  (Vienna Monitoring Method  –  VMM)  [9,  10],  é  também  caracterizado  pela  não  invasão  à  parte interna  da  máquina.  Entretanto,  fornece  dados  precisos  sobre  um  possível  local  de ocorrência da falha no rotor em gaiola.  Ele é baseado no cálculo do  torque de uma máquina de  indução através de dois modelos diferentes: o Modelo em Corrente e o Modelo em Tensão. A comparação entre esses dois modelos é capaz de diagnosticar e obter informações acerca do estado físico do rotor.  Além disso, através da utilização de uma técnica chamada data cluster, é possível eliminar ruídos  externos,  tornando‐o  um  método  bastante  aplicável  em  inversores  utilizados  na indústria.  3.4.1 – MODELO EM TENSÃO  Esse modelo é baseado nos  valores de  tensões e  correntes de estator, e é utilizado para 

calcular o torque eletromagnético real da máquina de indução, denominado τv. Para isso, é feito, no referencial fixo no estator (θ=0), uma transformação abc       dq sobre esses valores medidos, obtendo‐se: 

 

 

16  

( ) ascsbsasjs

qs vvvvev =⎥⎦⎤

⎢⎣⎡ +−⎟⎠⎞

⎜⎝⎛⋅=

21

32θ

        (3.11) 

( ) ( )csbscsbsjs

ds vvvvev −−=⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡−⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛−⋅=

3

123

32θ

            (3.12) 

( ) ascsbsasjs

qs iiiiei =⎥⎦⎤

⎢⎣⎡ +−⎟⎠⎞

⎜⎝⎛⋅=

21

32θ

        (3.13) 

( ) ( )csbscsbsjs

ds iiiiei −−=⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡−⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛−⋅=

3

123

32θ

          (3.14) 

Para o cálculo do torque, é necessário ainda, obter o valor do fluxo magnético, conforme Figura 3.3, dado por: 

sqss

sqs

sqs irv

dt

d⋅−=

λ            (3.15) 

sdss

sds

sds irv

dt

d⋅−=

λ         (3.16) 

 Figura 3.3: Diagrama de blocos do Modelo em Tensão. 

 

Assim, o conjugado τV é determinado a partir da equação (3.17):  

( )sqs

sds

sds

sqsv ii

P λλτ ⋅−⋅=22

3        (3.17) 

 Observa‐se  que,  na  prática,  o  bloco  integrador  presente  no  diagrama  pode  sofrer  uma saturação, uma vez que o  resultado em  sua  saída na maioria das vezes contém um offset inerente  ao processo. Assim, na  implementação  física do diagrama, deve‐se  analisar uma solução para o problema.  

 

17  

 3.4.2 – MODELO EM CORRENTE  Esse modelo, por ser baseado na força magneto‐motriz da máquina, não possui a influência das assimetrias do rotor no cálculo do torque. Dessa forma ele é utilizado como referência para as máquinas sadias (simétricas).  

Para  isso,  as  variáveis medidas  devem  ser  adequadas  no  referencial  fixo  no  rotor  (θ=θr), fazendo uso da velocidade do motor, diferentemente do modelo em tensão. Logo, aplica‐se uma transformação abc       dq nas grandezas requeridas. 

( ) asj

csbsasjr

qs ieiiiei rr ⋅=⎥⎦⎤

⎢⎣⎡ +−⋅= θθ

21

32

      (3.18) 

( ) ( )csbsj

csbsjr

ds iieiiei rr −⋅⎟⎠

⎞⎜⎝

⎛−⋅=⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡−⋅⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛−⋅=

3

123

32 θθ

     (3.19) 

 Figura 3.4: Diagrama de blocos do Modelo em Corrente. 

 Dessa  forma, é possível estimar o valor do  fluxo magnético de rotor através das equações diferenciais abaixo. 

rdr

r

rrds

r

rmrdr

L

ri

L

rL

dt

λ−=            (3.20) 

rqr

r

rrqs

r

rmrqr

Lr

iLrL

dt

λ−=            (3.21) 

Por fim, o cálculo do torque τi é dado por:  

( )rqr

rds

rdr

rqs

r

mi ii

LLP λλτ −=

223

              (3.22) 

  

 

18  

 3.4.3 – O MÉTODO DE DETECÇÃO  Conforme dito anteriormente, o Método Vienna de Monitoramento é baseado no desvio do torque obtido pelos dois modelos conhecidos: o Modelo em Corrente e o Modelo em Tensão. Dessa  forma,  ele  pode  ser  resumido  conforme  equação  (3.23).  Como  resposta  desse método, a priori, o desvio apresenta‐se na forma de uma função oscilante sem valor médio. Isso acontece devido a ambos os modelos apresentarem em  sua  resposta o mesmo valor médio, que justifica a carga à qual a máquina está ligada. Dessa forma a influência da carga é eliminada. No  caso  de  uma máquina  simétrica,  ambos  os modelos  apresentam  a mesma resposta, o que indica um valor nulo no desvio de torque.  

iv τττ −=Δ            (3.23) 

 As assimetrias na gaiola do rotor afetam o desvio de conjugado por uma modulação causada pelas  oscilações  da  densidade  de  fluxo  de  entreferro.  Elas  possuem  período  de  oscilação dado pelo inverso do dobro da freqüência de escorregamento. O ângulo do vetor espacial do fluxo  rotórico,  dado  por  (3.24),  está  relacionado  com  o  vetor  espacial  das  correntes  nas barras do rotor, a menos de 90o de defasagem entre eles. A Figura 3.5  ilustra  todos esses vetores, além de indicar que essa técnica facilita a inspeção de uma falha na gaiola do rotor, 

uma  vez que o ângulo do  fluxo de  rotor  (γλr) – devidamente adequado  com as  condições físicas da máquina, número de pólos, etc – auxilia na localização da falha nas barras do rotor.  

( )rdr

rqr jângulo

rλλγ λ −=           (3.24) 

 

 Figura 3.5: Localização dos vetores espaciais do fluxo e densidade de corrente do rotor. 

 

19  

Os  pontos  de  máximo  e  mínimo  e  zeros  alcançados  pela  corrente  da  barra  em  falta coincidem com os extremos do desvio de conjugado. Como o Método Vienna é baseado em vetores espaciais, os ângulos elétricos são avaliados, em detrimento dos ângulos mecânicos. 

Conseqüentemente,  a  distância  angular  entre  um  par  de  pólos  é  de  2π  radianos.  Dessa maneira, a localização de uma barra em falta está relacionada à forma de onda do desvio de conjugado. Um ponto de mínimo no desvio de conjugado indica a presença de uma barra em falta, conforme Figura 3.6. Assim, para uma máquina de dois pólos, vão existir dois pontos de mínimo, e para uma máquina de quatro pólos, quatro pontos de mínimo. 

 Figura 3.6: Corrente em uma barra assimétrica e desvio de torque versus ângulo do vetor espacial 

fluxo de rotor.  

Após essas considerações, percebe‐se que a resposta do Método Vienna sofre perturbações devido a erros de  integração, bem como ruídos provenientes de medições externas. Dessa forma, o gráfico do desvio de conjugado é constituído de várias oscilações sobrepostas, com ligeira diferença de amplitudes entre elas.  Para  solucionar esse problema,  faz‐se necessária a utilização de uma  técnica denominada data cluster, na qual se realizam as médias desses ciclos relativos a cada setor de avaliação, que podem ser segmentos de barras, ou até mesmo, as próprias barras. Dessa maneira, os ruídos  citados  anteriormente  são  eliminados,  auxiliando  na  avaliação  dos  resultados  do método. 

 Figura 3.7: Estrutura em corte ilustrando os setores de avaliação da gaiola do rotor. 

 

20  

Capítulo 4 

O  SISTEMA  DE MONITORAMENTO  DE MOTORES  DE INDUÇÃO COM ROTOR EM GAIOLA  4.1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS  O Sistema de Monitoramento se mostra eficiente na detecção de assimetrias em rotores em gaiola  de  motores  de  indução  trifásicos.  Com  o  auxílio  dos  métodos  desenvolvidos  no Capítulo 3, foi possível construir uma tela que apresentasse as respectivas saídas de cada um deles.  Devido à proposta do  trabalho  ser baseada em uma  simulação de dados,  foi  inicialmente atribuído que o  sistema  seria  composto de  cinco  janelas de  tempo  com quatro  segundos cada uma, o que corresponde a vinte segundos de simulação, incluindo os efeitos da partida do motor.  Isso foi realizado a fim de simular uma aquisição e processamento de dados em tempo real.  Os  dados  de  entrada  do  sistema  foram  obtidos  a  partir  de  um  código  em  C++,  capaz  de simular  um motor  de  indução  com  alguns  tipos  de  assimetrias  de  rotor  [6]:  rotor  com  n barras quebradas (consecutivas) e rotor com defeito (trinca) em uma barra, além, é claro, do motor simétrico.  Nesse  capítulo  serão  detalhados  ainda  a  elaboração  dos métodos  no  ambiente  LabVIEW, bem como os problemas e soluções encontrados nessa tarefa.  4.2 – DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA  Como primeira etapa para a construção das telas do sistema, foi necessário estudar os vários formatos  numéricos  disponíveis  em  LabVIEW.  Existem  inúmeros  deles  e  alguns  foram escolhidos devido à necessidade do projeto.  

• float32 – Formato em ponto flutuante, com 32 bits para representação de um número. 

• float64 – Formato também em ponto flutuante, com 64 bits para representação de um número. 

• int – Formato inteiro, com 16 bits para representação de um número. 

• string – Formato seqüência de caracteres, para representação de texto.  

 

21  

Observou‐se que para  realizar a  transformação de dados em  formato  string em dados do tipo ponto  flutuante, os primeiros devem possuir o caractere “,” como separador decimal. Caso  contrário,  haveria  uma  leitura  equivocada  dos  valores  contidos  no  arquivo.  Dessa forma,  optou‐se  em  fazer  um  novo  VI  cuja  função  seria  substituir  os  possíveis  separadores  “.”,  por  caracteres  “,”.  Essa  alternativa  foi  necessária,  uma  vez  que  não  foi encontrada,  no  próprio  ambiente  do  LabVIEW,  uma  ferramenta  que  convertesse  os separadores citados anteriormente. A estrutura do VI é apresentada nas Figuras 4.1 e 4.2.        

 Figura 4.1: Diagrama de blocos utilizado na substituição dos caracteres escolhidos. 

 

 

22  

 Figura 4.2: Painel frontal do VI usado para a substituição do separador decimal. 

 Nesse  VI  são  utilizadas,  inicialmente,  as  ferramentas  Read  Lines  From  File  e  Search  and Replace,  as  quais  realizam,  respectivamente,  a  leitura  e  procura/substituição  de  linhas inteira em arquivos externos. Após a substituição do caractere definido nos labels Substituir e Por, o  vetor de  caracteres  (string),  representado pela  linha  rosa, é  reescrito no mesmo arquivo de origem dos dados, utilizando a ferramenta Write to Text File. Durante as etapas do  VI,  foram  inseridos mostradores  dos  dados  de  entrada  e  saída,  a  fim  de  verificar  a substituição realizada no arquivo através do painel frontal (Figura 4.2).  Esse VI  foi  amplamente utilizado nos arquivos de  simulação, gerados pelo  código em C++, para a adequação e leitura de dados em LabVIEW.  Para a elaboração do Sistema de Monitoramento foi necessário, primeiramente, conhecer as ferramentas relacionadas ao tempo, em virtude da proposta  inicial, além dos vários blocos disponíveis para  leitura de arquivo. Dessa forma, optou‐se por executar uma estrutura que foi  largamente utilizada, conforme  indicado na Figura 4.3. Ela consiste basicamente de um loop for que se repete cinco vezes para a leitura, cálculo e amostragem dos dados. O espaço 

 

23  

interno  será utilizado para a configuração dos métodos de detecção, com blocos variados relacionados a cada um, tais como, blocos de conformação e manipulação dos dados, entre outros.  

 Figura 4.3: Loop for utilizado pelos métodos de detecção. 

 O código pode ser dividido em  três partes:  leitura, processamento e amostra dos sinais. A Figura 4.4 mostra o painel  frontal do Sistema de Monitoramento, composto pelos gráficos referentes a cada um dos métodos de detecção estudados. A Figura 4.5 mostra o diagrama de blocos que realiza as operações necessárias para a determinação desses gráficos, desde a aquisição dos dados até os cálculos complexos que são inerentes a cada método.    

 

24  

 

 Figura 4.4: Painel frontal do Sistema de Monitoramento de Motores de Indução. 

   

 

25  

   

  

Figura 4.5: Diagramas de blocos do Sistema de Monitoramento. 

    

 

26  

No  lado  esquerdo  da  Figura  4.5  encontram‐se  os  blocos  responsáveis  pela  leitura  e conversão  dos  dados  provenientes  dos  arquivos  simulados.  Eles  foram  programados  de forma que retirem apenas uma parcela de dados dos arquivos referentes a cada período de amostragem. No  arquivo há 2.000.000  linhas  contendo, em  cada uma delas,  as principais variáveis para o processamento dos métodos de detecção. Com um período de tempo de 4s em  cada  janela  de  amostragem,  que  corresponderiam  a  400.000  linhas,  têm‐se  um 

incremento de freqüência (Δf) igual a 0.25Hz, e um incremento no tempo (ΔT) igual a 10‐5s. Para  que  isso  funcionasse  a  contento  foi  criado  um  artifício  que  funciona  da  seguinte maneira: a última linha lida pelo bloco Read Lines From File é realimentada de forma que ela funcione como um offset para a leitura do próximo conjunto de dados. Assim os dados serão lidos sempre dentro um intervalo no tempo pré‐estabelecido.  4.2.1 – MÉTODO MCSA  Para  a  construção  desse  método,  foi  necessária  uma  ferramenta  disponível  para programação capaz de realizar a transformada rápida de Fourier (FFT) de um vetor contendo os  valores  da  corrente  de  estator  na  fase  A  (é  possível  alterar  a  fase  de  análise  para  a corrente da fase B ou C, bastando fazer o redirecionamento correto). O diagrama de blocos está representado na Figura 4.6.  

 Figura 4.6: Etapa relacionada ao método MCSA. 

 O bloco de nome Spectral Measurements, designado por Transformada Rápida de Fourier na Figura 4.6, realiza o cálculo da Transformada de Fourier sobre o vetor corrente de estator. Esse bloco  trabalha  com os dados no  formato ddt. Assim, é preciso  converter o  vetor de entrada para esse  formato. Como  resposta, ele apresenta um vetor  com as  componentes espectrais da corrente de estator, de zero até a metade da  freqüência de amostragem de 100kHz. Finalmente,  foi criado um vetor de  freqüências auxiliar, através do bloco Formula Node, que funciona como um eixo das abcissas para o vetor do espectro de freqüências da corrente. Isso foi feito para que o espectro de freqüências fosse apresentado em um gráfico Amplitude versus Freqüência.  

 

27  

Na Figura 4.7(a) pode ser visto um gráfico do espectro de freqüências da corrente de estator para  o  caso  de  um  motor  de  indução  com  o  rotor  simétrico,  e  com  tensões  trifásicas equilibradas, ou  seja,  somente  com  componente de  seqüência positiva em  sua  tensão de alimentação.  Assim,  conforme  o  esperado,  o  espectro  possui  apenas  a  componente fundamental de 60Hz, ou seja, sem nenhuma banda lateral, servindo de base de comparação com os demais casos do motor com falhas.  Já na Figura 4.7 (b) observa‐se o espectro de freqüências de um motor de indução com um defeito correspondente a uma relação de 20, ou seja, a resistência da barra com problema é 20 vezes maior que a de uma barra sã, conforme  (4.1). O defeito ocorreu na barra #15 da gaiola do rotor. Percebe‐se claramente que as principais  freqüências de  inspeção são 57 e 63Hz, conforme determinado na  seção 3.2 do Capítulo 3 desse  trabalho. Na Figura 4.7  (c) aparece a indicação do defeito nessas mesmas freqüências. Nesse caso, o rotor possui uma trinca na barra #10 com uma relação de defeito de 50.  

barras

defeitobarras

R

R _Defeito de Relação =         (4.1) 

 À medida que a assimetria se agrava, a tendência é de que as amplitudes dessas freqüências de inspeção aumentem, conforme Figura 4.7 (d). Nessa situação, o rotor possui a barra #20 quebrada. Na Figura 4.7 (e), percebe‐se a influência no espectro de freqüências de um rotor com  as barras #20, #21, #22 e #23 quebradas, onde  se evidenciam  as bandas  laterais de segunda ordem.  

 

 

28  

(a)   

 (b) 

 (c) 

   

 

29  

 (d) 

 (e) 

Figura 4.7: Espectro de freqüências das correntes de estator, com as tensões de alimentação equilibradas, para os casos de: (a) gaiola simétrica, (b) gaiola com a barra #15 com defeito de relação 20, (c) gaiola com a barra #10 com defeito de relação 50, (d) gaiola com a barra #20 

quebrada, (e) gaiola com as barras #20, #21, #22 e #23 quebradas.    

 

30  

Finalmente, realizou‐se a simulação para o caso de um rotor com as barras #10, #11, #12 e #13 quebradas em uma situação de desequilíbrio de tensões trifásicas de alimentação: 0,9 pu de tensão de seqüência positiva, 0,1 pu de seqüência negativa e 0 pu de seqüência zero. Obtêm‐se, então, tensões de 1 pu na fase a, 0,8544 pu na fase b e 0,8544 pu na fase c. Dessa forma, observa‐se o  aparecimento de novas  componentes no espectro de  freqüências da corrente de estator, que são descritas como os harmônicos de ordem ímpar da fundamental de 60Hz. Eles são acompanhados das bandas  laterais que distam de aproximadamente 3Hz delas. Isso está ilustrado na Figura 4.8. 

    

 (a) 

 

31  

 (b) 

Figura 4.8: Espectro de freqüências das correntes de estator, com tensões de alimentação desequilibradas, com 0,1 pu de seqüência negativa, para o caso de gaiola com as barras #10, #11, 

#12, #13 quebradas. (a) Gráfico ilustrando a presença dos harmônicos. (b) Zoom realizado próximo à freqüência de 180Hz. 

   

4.2.2 – MÉTODO DO VETOR DE PARK  Para a implementação desse método, utilizaram‐se alguns conceitos da seção anterior, com adaptações para a nova estrutura a ser  inserida. A Figura 4.9  ilustra o diagrama de blocos para o Método do Vetor de Park. 

 

32  

 Figura 4.9: Parte do código referente ao Método do Vetor de Park. 

 Para esse caso é necessária a aquisição dos vetores de corrente de estator. O Método do Vetor de Park executa uma transformação  linear sobre esses valores, convertendo‐os para os  eixos  direto  e  em  quadratura.  Assim,  é  possível monitorar,  em  um  gráfico  do  plano cartesiano, a espessura do  traçado, via  inspeção visual ou via algoritmo  implementado no bloco  Formula  Node,  ilustrado  na  Figura  4.9.  Observa‐se  que  esses  valores  estão referenciados no estator, conforme preconiza o método.  A Figura 4.10 (a) ilustra a execução do Método do Vetor de Park para um motor de indução com um rotor saudável, ou seja, com nenhum defeito, trinca, barras ou segmentos do anel de curto circuito do rotor quebrados, em uma situação de tensões trifásicas de alimentação equilibradas. Nesse caso, a circunferência possui um espessamento do contorno tão fina que se pode considerar  igual a zero, ou seja, ao  longo do  tempo de execução são sobrepostas várias  circunferências  concêntricas,  conforme  preconiza  o método.  Já  na  Figura  4.10  (b) observa‐se  um  sensível  engrossamento  do  contorno  da  circunferência  formada  pelo método, para as mesmas tensões de alimentação equilibradas. Para esse caso, a barra #10 apresenta um defeito  cuja  relação de defeito é de 50,  se  comparadas à  resistência dessa barra  em  relação  a outras que não  apresentam o problema. Além disso, observa‐se uma espessura média de 0,04A ao longo dessa circunferência.  

 

33  

Na Figura 4.10 (c) tem‐se que a espessura do traçado possui valor médio de 0,05A, indicando também uma situação de atenção. Para esse caso, a barra #8 está quebrada.  As Figuras 4.10  (d) e  (e) mostram um engrossamento  considerável dos  contornos de  suas circunferências,  em  torno  de  0,8A,  indicando  assim  uma maior  severidade  do  defeito  na gaiola do  rotor. No primeiro caso, as barras #8, #9, #10 e #11 estão quebradas, enquanto que no segundo, as quebradas são as barras #20, #21, #22 e #23.  De modo  ilustrativo, a Tabela 4.1  compara os diferentes espessamentos obtidos em  cada tipo de assimetria de rotor. Dessa forma, é possível perceber que a severidade do problema está diretamente relacionada com o espessamento do traçado da circunferência.  Tabela 4.1 – Valores dos espessamentos do Método do Vetor de Park para casos de assimetrias de 

rotor. 

Tipo de Assimetria Espessamento [A]Rotor Simétrico 0Barra #10 com relação de defeito de 50 0,04Barra #8 quebrada 0,05Barras #8 a #11 quebradas 0,8Barras #20 a #23 quebradas 0,8  

  

 (a)   

 

34  

 (b) 

   

  (c) 

 

 

35  

 (d) 

 (e) 

Figura 4.10: Gráficos do Método do Vetor de Park, com as correntes referenciadas no estator e as tensões de alimentação equilibradas, para os casos de (a) máquina simétrica, (b) rotor com barra #10 com relação de defeito de 50, (c) rotor com barra #8 quebrada, (d) rotor com barras #8, #9, #10, #11 

quebradas e (e) rotor com as barras #20, #21, #22, #23 quebradas. 

 

36  

Na Figura 4.11 (a) observa‐se o efeito do desequilíbrio no gráfico Método do Vetor de Park: o objeto geométrico que, a priori, era uma circunferência com centro na origem, agora toma uma  forma  distorcida,  em  função  dos  harmônicos  adicionados  nas  correntes  de  estator. Além disso, observa‐se o engrossamento do contorno da figura geométrica. Nesse caso, as barras #10, #11, #12 e #13 estão quebradas. Finalmente, na Figura 4.11 (b), é apresentado um  gráfico  a  partir  de  uma  gaiola  simétrica  sob  as  mesmas  condições  de  tensão desequilibradas, para efeito de comparação.  

 (a) 

 

37  

 (b) 

Figura 4.11: Gráficos do Método do Vetor de Park, com as correntes referenciadas no estator e as tensões de alimentação desequilibradas, com 0,1 pu de seqüência negativa, para os casos de (a) 

rotor com as barras #10, #11, #12 e #13 quebradas e (b) rotor simétrico. 

  4.2.3 – MÉTODO VIENNA  Na construção do sistema referente ao Método Vienna de Monitoramento, foi necessário ir mais fundo no estudo das ferramentas do LabVIEW. Entre elas, a modularização, cuja função foi diminuir algumas etapas de código escrito e  facilitar a sua compreensão. Além disso, o método se mostra bastante efetivo e preciso na detecção de assimetrias de rotor, embora requeira um processamento de máquina superior aos dos métodos citados anteriormente. Isso foi o principal motivo para dividir o arquivo de origem dos dados de simulação em dois: o primeiro contém as tensões monofásicas de estator, necessárias no cálculo do modelo em tensão, conforme explicado anteriormente; o segundo apresenta as correntes monofásicas de  estator  e  o  valor  instantâneo  da  posição  angular  do  rotor,  utilizados  em  ambos  os modelos.  A  Figura  4.12  ilustra  o  diagrama  de  blocos  do  Sistema  de  Monitoramento responsável pela execução do Método Vienna.  

 

38  

 Figura 4.12: Etapa de leitura e conformação dos dados no diagrama de blocos do Método Vienna. 

 Os  blocos  no  lado  esquerdo  da  Figura  4.12  representam  uma modularização  utilizada  na construção  do  Sistema.  Eles  realizam  a  transformação  abc      dq  do Método  tendo  como entradas vetores de tensão e correntes nas fases A, B ou C. Esse artifício reduziu o número de  linhas do código escrito dentro do bloco Formula Node, conforme descrito no Anexo A. Observa‐se ainda a presença de algumas variáveis realimentadas nesse bloco.  Isso  foi feito para que ao  final de cada período de amostragem os novos cálculos dos  fluxos pudessem obter  os  valores  iniciais  como  sendo  os  últimos  valores  disponíveis  na  janela  de  tempo anterior. Vale lembrar que, no código escrito no bloco, existem duas integrações numéricas, relativas  aos  fluxos  dos  modelos  em  tensão  e  em  corrente,  conforme  mencionado  no Capítulo  3.  O  método  utilizado  para  essa  integração  foi  o  trapezoidal,  com  passo  de integração  de  acordo  com  o  intervalo  de  tempo  dos  dados  nos  arquivos  de  simulação, de 10‐5s.  O  desvio  de  conjugado  calculado  em  (3.21)  produz,  no  caso  de  rotor  simétrico,  uma oscilação de alta freqüência com amplitude relativamente desprezível e valor médio próximo de zero, o que representaria ruído ou erros de integração. Assim, na Figura 4.13 (a), observa‐se um gráfico do Método Vienna de Monitoramento cuja análise é  realizada em um  rotor sadio.  À medida que  são  inseridas as assimetrias no modelo, o método apresenta um desvio de conjugado senoidal, com período de oscilação  igual ao  inverso do dobro da  freqüência de escorregamento. Além disso, esse desvio de  conjugado, em  função do ângulo espacial do fluxo  de  rotor,  indica,  através  de  seus  mínimos,  as  posições  angulares  com  maior probabilidade de se encontrar os defeitos.   

 

39  

Do desvio de conjugado também é possível obter respostas acerca do local de ocorrência de uma  falha. Através da  informação da posição angular, do número de barras de  rotor e do respectivo número de pólos da máquina é possível inferir se uma barra ou segmento do anel de  curto  circuito  da  gaiola  apresenta  alguma  falha.  Isso  ocorre  devido  à  interferência  no fluxo  de  rotor  que  passa  sobre  esses  locais  afetando,  conseqüentemente,  a  barra diametralmente oposta, além de outras barras segundo o número de pólos. No caso de uma máquina de quatro pólos, obtêm‐se um gráfico com quatro mínimos.   Isso pode ser conferido através da Figura 4.13 (b), resultante da simulação de um motor no qual existe um defeito (trinca, por exemplo), com a relação de severidade de 20, localizado na barra #15 da gaiola. O ponto mínimo no desvio de conjugado  indica o possível  local da barra defeituosa. Também na Figura 4.3 (c) é possível identificar o local do problema. Nesse caso a barra #10 também está com um defeito, porém com relação de severidade maior, de 50.  Na Figura 4.13 (d) observa‐se o comportamento do Método Vienna para o caso de uma barra quebrada, por exemplo, a barra #20. Já na Figura 4.13 (e), o mínimo aponta para a posição intermediária  entre  as  barra  #21  e  #22.  Nesse  caso,  há  quatro  barras  quebradas consecutivas, iniciando a partir da barra #20.  

 (a) 

 

40  

 (b)      

 (c)  

 

41  

 (d) 

  

 (e) 

Figura 4.13: Gráficos do Desvio de Conjugado pelo Método Vienna de Monitoramento, com as tensões de alimentação equilibradas, para os casos de (a) gaiola simétrica, (b) gaiola com defeito na barra #15 e com relação de defeito de 20, (c) gaiola com defeito na barra #10 e relação 50, (d) gaiola 

com a barra #20 quebrada e (e) gaiola com as barras #20, #21, #22 e #23 quebradas. 

 

42  

 Finalmente,  em  uma  situação  em  que  as  tensões  trifásicas  de  alimentação  estão desequilibradas,  percebe‐se  que  o Método  Vienna  sofre  alguma  distorção, mas  que  não afeta o resultado apresentado. A Figura 4.14 apresenta a resposta do método para o caso de quatro barras  consecutivas quebradas,  iniciando a partir da barra #10 e  considerando um desequilíbrio de 0,1 pu de seqüência negativa, para 0,9 pu de seqüência positiva.   

 Figura 4.14 Gráficos do Desvio de Conjugado pelo Método Vienna de Monitoramento, com as tensões de alimentação desequilibradas, para o caso de gaiola com as barras #10, #11, #12 e #13 quebradas. 

   

 

43  

Capítulo 5 

CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS  O Sistema de Monitoramento apresentou respostas satisfatórias ao problema proposto. Em suas  várias  formas  de  detecção  de  defeitos,  ele  se mostra  uma  ferramenta  poderosa  e interessante ao dia a dia da manutenção preditiva em uma planta industrial.   Embora pela Análise Espectral ou pelo Método do Vetor de Park o  sistema não apresente respostas  quanto  à  localização  de  falhas  no  rotor,  eles  se  revelam  como  técnicas  de detecção  de  assimetrias  avançadas,  contribuindo  para  a  sua  correção  precipitada.  Além disso, pelo Método Vienna de Monitoramento  foi possível detectar os prováveis  locais de ocorrência do defeito, sendo esta uma característica inerente ao método.  Com a operação dos três métodos em paralelo, é possível, então, obter respostas precisas acerca de  falhas de  rotor,  tais  como,  trincas, barras quebradas ou  segmentos do  anel de curto  circuito quebrados,  como por  exemplo,  a detecção de uma  assimetria de  rotor  em uma  situação  de  tensões  de  alimentação  equilibradas  e  desequilibradas,  conforme Figura  5.1. A  atuação  deles  se  completa  de  forma  a  produzir  um  diagnóstico  efetivo  das condições reais de operação de um motor com rotor em gaiola. 

 (a)  

 

44  

 (b)  

 (c)  

 

45  

 (d) 

Figura 5.1: Operação do Sistema para os casos de: (a) gaiola simétrica e tensões de alimentação equilibradas, (b) gaiola simétrica e tensões de alimentação desequilibradas, (c) gaiola com as barras #8, #9, #10 e #11 quebradas e tensões de alimentação equilibradas e (d) gaiola com as barras #10, 

#11, #12 e #13 quebradas com tensões de alimentação desequilibradas. 

 Vale  ressaltar,  também, que esse  trabalho proporcionou um aprendizado profundo acerca de  ferramentas e  conceitos  importantes da engenharia,  tais  como: o estudo de um novo software  de  desenvolvimento  –  o  LabVIEW  –,  a  compreensão  de  problemas  que  são freqüentes  no  ambiente  industrial,  a  pesquisa  bibliográfica  a  fim  de  propor  soluções pertinentes, entre outros. Além, é claro, de  todo o embasamento  teórico desenvolvido ao longo  do  curso  de  engenharia,  seja  no  cálculo  de  equações  diferenciais,  ou desenvolvimentos de códigos de programação.  Os  trabalhos  futuros  interessantes para  a  continuação  desse  estudo  seriam  voltados,  por exemplo, para a construção de uma bancada de testes para a operação em tempo real do Sistema  de Monitoramento,  constituindo‐se  de  uma  ferramenta  prática  para  análise  da sensibilidade  do  sistema.  Além  disso,  também  é  interessante  a  evolução  do  Sistema  no intuito  de  estudar  a  ocorrência  de  outros  tipos  de  falhas,  tais  como,  defeitos  nos enrolamentos do estator ou excentricidades no rotor, o que o tornaria um produto cada vez mais completo e apto para a implantação nas indústrias.     

 

46  

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS   [1] M.L. Sin, W.L. Soong and N. Ertugrul. Induction Machine On‐Line Condition Monitoring 

and  Fault Diagnosis  –  A  Survey.  Proceedings  of  the  Australasian Universities  Power Engineering Conference – AUPEC 2003. Paper No. 32. September / October, 2003. 

 [2] S.  Nandi  and  H.A.  Toliyat.  Fault  Diagnosis  of  Electrical  Machines  –  A  Review. 

Proceedings of the IEEE International Electric Machines and Drives Conference – IEMD 1999, pp. 219‐221. May, 1999. 

 [3] LabVIEWTM – User Manual. National Instruments. April, 2003.  [4] C.C.M. Cunha. Modelagem, Análise e Detecção de Assimetrias de Rotor em Máquinas 

de Indução. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte – MG. 2006. 

 [5] V. B. S. Varejão. Modelos de Motores de Indução de Rotor em Gaiola com Assimetrias 

de  Rotor: Um  Estudo  Comparativo.  Projeto  de Graduação. Universidade  Federal  do Espírito Santo. Vitória – ES. 2007. 

 [6] A. Bellini, F. Filippetti, G. Franceschini, C. Tassoni, R. Passaglia, M. Saottini, G. Tontini, 

M.  Giovannini  and  A.  Rossi.  On‐Field  Experience  With  Online  Diagnosis  of  Large Induction  Motors  Cage  Failures  Using  MCSA.  Industry  Aplications  Society  Annual Metting. Rome, Italy. October, 2002. 

 [7] S.M.A.  Cruz,  J.M.  Cardoso  and  H.A.  Toliyat.  Diagnosis  of  Stator,  Rotor  and  Airgap 

Eccentricity  Faults  in  Three‐Phase  Induction Motor  Based  on  the Multiple  Reference Frames  Theory.  Proceedings  of  the  38th  IEEE  Industry  Applications  Society  Annual Meeting – IAS 2003. Vol. 2. pp. 1340‐1346. October, 2003.  

    

 

47  

[8] A.J.  Marques  Cardoso,  S.M.A.  Cruz,  J.F.S.  Carvalho  and  E.S.  Saraiva. Rotor  Cage  Fault  Diagnosis  in  Three‐Phase  Induction  Motors,  by  Park's Vector  Approach.  Conference  Record  of  the  1995  IEEE  Thirtieth  Industry Applications  Society  Annual  Meeting  Conference,  1995  ‐  IAS  '95.  Volume  1, 8‐12 Oct. 1995, pp. 642 – 646. 

 [9] C. Kral, F. Pirker, G. Pascoli and W. Berghold. A LabVIEW Based Rotor Fault Diagnosis 

Tool for  Inverter Fed  Induction Machines by Means of the Vienna Monitoring Method at  Variable  Speed.  Conference  Record  of  the  VII  International  Power  Electronics Congress – CIEP'2000. pp. 858‐865. October, 2000.  

[10] L.  P.  Coutinho.  Análise  do  Método  Vienna  de  Monitoramento  para  Detecção  de Defeitos  na  Gaiola  de  Motores  de  Indução  Trifásicos.  Projeto  de  Graduação. Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória – ES. 2007. 

[11] R. M. Carvalho. Princípios de Comunicações. Ed. Tropical. Julho de 1999.  [12] W.T.  Cochran,  J.W.  Cooley, D.L.  Favin, H.D. Helms,  R.A.  Kaenel, W.W.  Lang, G.C.  Jr. 

Maling,  D.E.  Nelson,  C.M.  Rader,  P.D. Welch. What  is  the  fast  Fourier  transform? Proceedings of the IEEE. Volume 55, Issue 10, Oct. 1967, pp. 1664 – 1674. 

 [13] F.  Filippetti,  G.  Francheschini,  C.  Tassoni,  and  P.  Vas.  AI  techniques  in  induction 

machines diagnosis including the speed ripple effect. IEEE Trans. Ind. Applicat., vol 34, pp. 98 – 108, Jan./Feb. 1998. 

 [14] R.R. Schoen and T.G. Habetler. Effects of Time‐Varying Loads on Rotor Fault Detection 

in  Induction Machines.  IEEE Transactions on  Industry Applications. Vol. 31. No. 4. pp. 900‐906. July / August, 1995  

  

   

 

48  

ANEXO A  

CÓDIGO EM “C” PARA IMPLEMENTAÇÃO DO MÉTODO VIENNA DE MONITORAMENTO  float32  ids_r[400000],  iqs_r[400000],  fluxodr[400000],  fluxoqr[400000],  fluxods[400000], fluxoqs[400000], Tv[400000], Ti[400000]; int i=0, k=0, polos=4, controle=0; float32  rs=0.531, h=1E‐5,  Lm=0.0847,  Llr=0.00252,  Lr=Llr +  Lm,  rr=0.408,  c=pi/15,  soma_v, soma_i,  media_v,  media_i,  gama[400000],t[400000],b=4*j,  aux_teta,  aux_ds,  aux_qs, aux_dr,  aux_qr,  saida_teta,  saida_ds,  saida_qs,  saida_dr,  saida_qr,  Nbar[400000], Nbar_menor[4000],  Nbar2[281]  ,  Nb  =  28,  alpha  =  2*pi/(Nb/(polos/2)),  deltaT[400000], deltaT_menor[4000],  deltaT2[281],  num[281],  soma[281],  acumula=0,  cluster[281], contador=100;  /*Inicializando os vetores*/ i=0; while(i<400000) {   fluxods[i] = 0;   fluxoqs[i] = 0;   fluxodr[i] = 0;   fluxoqr[i] = 0;   Nbar[i] = 0;   Tv[i] = 0;   Ti[i] = 0;   i++; } i=0; while(i<281) {   deltaT2[i] = 0;   Nbar2[i] = 0;   num[i] = 0;   soma[i] = 0;   i++; }  

 

49  

/*Vetor de Tempo*/ i = 0; while(i<400000) {   b += 0.00001;   t[i] = b;   i++; }  /*Atualizando as entradas*/ if(j==0) {   entrada_ds = 0;   entrada_qs = 0;   entrada_dr = 0;   entrada_qr = 0; } aux_ds = entrada_ds; aux_qs = entrada_qs; aux_dr = entrada_dr; aux_qr = entrada_qr;  /*Calculo dos fluxos e do Torque nos modelos em tensao e em corrente*/ i=0; soma_v = 0; soma_i = 0; while (i<400000) {   /*Transformadas ABC ‐ DQ feitas externamente*/    iqs_r[i] = iqs[i]*cos(tetar[i]) ‐ ids[i]*sin(tetar[i]);        /*Referencial no rotor*/   ids_r[i] = iqs[i]*sin(tetar[i]) + ids[i]*cos(tetar[i]);    aux_ds += (vds[i] ‐ rs*ids[i])*h;                               /*Integral dos fluxos em Tensao*/   aux_qs += (vqs[i] ‐ rs*iqs[i])*h;   fluxods[i] = aux_ds;   fluxoqs[i] = aux_qs;    aux_dr += (Lm*rr*ids_r[i]/Lr ‐ rr*aux_dr/Lr)*h;              /*Integral dos fluxos em Corrente*/   aux_qr += (Lm*rr*iqs_r[i]/Lr ‐ rr*aux_qr/Lr)*h; 

 

50  

  fluxodr[i] = aux_dr;   fluxoqr[i] = aux_qr;    gama[i] = atan2(‐aux_dr,aux_qr) ‐ pi/2;                      /*Calculo do angulo*/    if(gama[i]<0)   {                                                /*Angulo variando de 0 a 2*pi*/     gama[i] = gama[i] + 2*pi;   }    Tv[i] = 0.75*polos*(iqs[i]*fluxods[i] ‐ ids[i]*fluxoqs[i]);                        /*Calculo do Torque do modelo em Tensao*/   Ti[i] = 0.75*polos*(Lm/Lr)*(iqs_r[i]*fluxodr[i] ‐ ids_r[i]*fluxoqr[i]);    /*Calculo do Torque do modelo em Corrente*/    soma_v += Tv[i];   soma_i += Ti[i];   i++; }                                                        /*Fim do While dos Torques*/  media_i = soma_i/400000;               /*Retirando as medias do Torque*/ media_v = soma_v/400000; i=0; while (i<400000)  {   Tv[i] = Tv[i] ‐ media_v;   Ti[i] = Ti[i] ‐ media_i;   deltaT[i] = Tv[i] ‐ Ti[i];               /*Calculando o Delta T*/   i++; }  /*Metodo Vienna*/ i=0; while(i<399999) {   if(gama[i+1] < gama[i])    {     controle = controle + 1;     if (controle == 2)       { 

 

51  

       controle = 0;       }     }   Nbar[i] = (gama[i]/alpha) + 0.5 + controle*Nb/2;   Nbar[i] = 10*Nbar[i];                                   /*Arrendondamento para a barra mais proxima*/   Nbar[i] = int(Nbar[i]);   Nbar[i] = Nbar[i]/10;   i++; } /*Fim do While*/                                               /*Reduzindo alguns vetores importantes*/ i=0; k=0; while(i<400000) {   if(contador == 100)   {     contador = 0;     Nbar_menor[k] = Nbar[i];     deltaT_menor[k] = deltaT[i];     k++;   } contador = contador+1; i++; }                                                /*Inicializando os vetores*/ k=0; while(k<281) {   soma[k] = 0;   num[k] = 0;   deltaT2[k] = 0;   Nbar2[k] = 0;   cluster[k] = 0;   k++; }                                               /*Inicializando os vetores*/ k=0; while(k<281) 

 

52  

{   soma[k] = 0;   num[k] = 0;   deltaT2[k] = 0;   Nbar2[k] = 0;   cluster[k] = 0;   k++; }                                                /*Implementando o Cluster*/ i = 0; Nbar2[0] = 0.5;                                   /*Criacao do Vetor de Nbar2*/ while(i<280) {   Nbar2[i+1] = Nbar2[i] + 0.1;   Nbar2[i+1] = Nbar2[i+1]*10;   Nbar2[i+1] = int(Nbar2[i+1]);   Nbar2[i+1] = Nbar2[i+1]/10;   i++; }  i = 0; while (i<3999) {   k = 0;   while (Nbar_menor[i] != Nbar2[k])      {       k++;     }     cluster[k] = cluster[k] + deltaT_menor[i];     num[k] = num[k] + 1;     i++; }  i=0; while(i<281) {   deltaT2[i] = cluster[i]/num[i];   i++; } 

 

53  

                                   /*Atualizando as saidas*/ saida_teta = aux_teta; saida_ds = aux_ds; saida_qs = aux_qs; saida_dr = aux_dr; saida_qr = aux_qr;