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Universidade Federal do Rio Grande - FURG Escola de Química e Alimentos Laboratório de Operações Unitárias CINÉTICA DE EXTRAÇÃO DE LIPÍDIOS DE MICROALGA SPIRULINA Msc. Ricardo Scherer Pohndorf Prof. Dr. Luiz Antonio de Almeida Pinto Novembro, 2013

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Universidade Federal do Rio Grande - FURGEscola de Química e Alimentos

Laboratório de Operações Unitárias

CINÉTICA DE EXTRAÇÃO DE LIPÍDIOS DE MICROALGA SPIRULINA

Msc. Ricardo Scherer Pohndorf

Prof. Dr. Luiz Antonio de Almeida Pinto

Novembro, 2013

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Introdução

Microalgas são organismos fotossintetizantes

(utilizam luz solar e CO2 para produzir

biomassa).

Potencial para produção de biomassa.

Podem ser cultivadas em tanques ou em terras

não aráveis, sem competir com alimentos.

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Introdução

Biocombustíveis (bioetanol, biometano, biodiesel);

Alimento (proteínas, carboidratos, lipídios);

Ração animal;

compostos bioativos (fenóis, caroenóides, esteróis);

Pigmentos (clorofila, beta-caroteno, ficocianina,

luteína).

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Introdução

As microalgas têm sido investigadas como fonte paraprodução de biocombustíveis, alimento, ração ecompostos bioativos.

Em comparação com culturas agrícolas tradicionaispossuem elevada produtividade de lipídios, proteínas ecarboidratos.

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Introdução

Devido à demanda crescente por alimentos e fontesalternativas de energia, os lipídios de microalga têmdespertado interesse por serem ricos em ácidos graxosinsaturados de cadeia longa.

As microalgas contêm diversos compostos bioativosassociados à prevenção de doenças.

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Introdução

Compostos fenólicos e carotenóides possuem caráterantioxidante e atuam na prevenção de câncer e doençascardiovasculares.

Esteróis possuem papel importante na diminuição dos níveisde colesterol LDL e atividade antiinflamatória.

Ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa (ômega 3),também estão associados a prevenção de doençascardiovasculares.

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Introdução

A obtenção de lipídios de microalgas em grande escaladepende de avanços nas técnicas de produção debiomassa, extração de lipídios, refino e aspectos deengenharia.

Vários métodos tem sido avaliados para extração delipídios em microalgas (mecânicos e químicos).

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Introdução

Principais fatores que interferem na extração de lipídios emmicroalgas são o tipo de solvente, tamanho de partícula,métodos de ruptura celular, temperatura, tempo e secagemda biomassa (umidade do material).

Diversos estudos estão sendo realizados sobre diferentesmétodos de extração, entretanto o estudo cinético daextração de lipídios de microalgas tem sido poucoinvestigado.

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Objetivos

Este trabalho objetivou o estudo da cinética de extração

de lipídios de microalga Spirulina sp. LEB-18 utilizando

hexano como solvente em diferentes temperaturas. As

interpretações cinéticas foram baseadas nos modelos de

pseudo-primeira ordem, pseudo-segunda ordem e de

ordem n.

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Material e métodos

A microalga Spirulina sp. LEB-18 foi adquirida junto aoLaboratório de Engenharia Bioquímica (LEB-FURG), ecultivada segundo o procedimento apresentado porBorges et al. (2013).

A secagem foi realizada em secador de bandejas, com

escoamento paralelo de ar, utilizando temperatura de 60ºC

e tempo de 210 min, segundo Oliveira et al. (2010).

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Material e métodos

Preparo da microalga seca

A biomassa microalgal com 8,3 % de umidade foi trituradaem moinho de facas e moída em moinho de bolas, ondeobteve diâmetro médio de partícula de 0,12 mm,determinado por peneiramento.

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Material e métodos

Procedimento experimental

O experimento foi conduzido em um balão de três bocas(500 ml), onde foi acoplado um condensador de refluxo eum termômetro. Foi utilizado agitador magnético (400 RPM)com chapa de aquecimento para controlar a temperatura ehomogeneizar o sistema.Amostras de 10 ml foram retiradas e centrifugadas emrotação de 1500 x g por 3 min e o solvente foi evaporadoem estufa até peso constante.

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Material e métodos

Procedimento experimental

A massa de sólidos decantada durante a centrifugação

retornava ao sistema de extração juntamente com o mesmo

volume de solvente retirado, para manter a proporção de

microalga para solvente. O solvente utilizado foi hexano

devido sua baixa polaridade e a proporção solvente:sólido

foi de 6:1 (ml/g). As temperaturas de extração testadas

foram 20, 40 e 60 ºC. Estes valores foram obtidos por meio

de testes preliminares e dados de literatura.

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Material e métodos

Determinação do teor de lipídios

O teor de lipídios foi calculado para cada tempo de extraçãoe para as diferentes temperaturas. O teor de lipídios foiobtido por meio da relação entre a massa de lipídiosextraída e a massa de microalga em base seca, e expressoem gg-1.

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Material e métodos

))exp(1( 11 tkAX

)(1 22

2

22

tAk

tAkX

2

22 Akh

)1/(11

33

33

1)1()(

nn ntAk

AAX

absRT

Ea

ekk

0

Eq. 1

Eq. 2

Eq. 3

Eq. 4 Eq. 5

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Material e métodos

Análise estatística dos modelos ajustados

Os parâmetros cinéticos foram determinados pelo ajustedos modelos com os dados experimentais, através deregressão não linear.

A qualidade do ajuste e a precisão dos parâmetros cinéticosforam medidos através de coeficiente de determinação (R2),Coeficiente de determinação ajustado (R2

ajustado) e ErroMédio Relativo (EMR).

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Resultados e discussão

Fig. 1. Curvas cinéticas de extração de lipídios de Spirulina sp.

LEB-18.

Tempo (min)

0 100 200 300 400

X(g

de lip

ídio

s / g

de m

icro

alg

a s

ec

a)

0,000

0,005

0,010

0,015

0,020

0,025

20 ºC

40 ºC

60 ºC

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Resultados e discussão

Tab. 1. Parâmetros cinéticos para a extração de lipídios de microalgaSpirulina sp. LEB-18, para o modelo de pseudo-primeira ordem.

Temperatura (ºC) 20 40 60

X1 0,0097 0,0175 0,0216

k1 0,035 0,059 0,116

R² 0,770 0,813 0,847

R² ajustado 0,758 0,803 0,840

ARE (%) 8,94 4,48 4,10

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Resultados e discussão

Temperatura (ºC) 20 40 60

X2 0,0105 0,0191 0,0227

k2 5,520 4,170 8,165

h2 0,001 0,002 0,004

R² 0,882 0,939 0,959

R² ajustado 0,876 0,936 0,957

ARE (%) 6,32 2,39 1,65

Tab. 2. Parâmetros cinéticos para a extração de lipídios de microalgaSpirulina sp. LEB-18, para o modelo de pseudo-segunda ordem.

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Resultados e discussão

Temperatura (ºC) 20 40 60

X3 0,0183 0,0261 0,0260

k3 2,60E+09 1,05E+05 2,88E+03

n 7,057 4,758 3,535

hn 0,001 0,003 0,007

R² 0,961 0,974 0,981

R² ajustado 0,957 0,971 0,979

ARE (%) 3,61 2,21 1,61

Tab. 3. Parâmetros cinéticos para a extração de lipídios de microalgaSpirulina sp. LEB-18, para o modelo de ordem n.

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As curvas cinéticas mostraram que o aumento datemperatura proporcionou um aumento no teor delipídios extraídos e na velocidade de extração.

Na temperatura de 60 ºC, 90% dos lipídios foramextraídos em 60 min.

O modelo de ordem n apresentou o melhor ajuste aosdados experimentais.

Conclusão

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BALASUBRAMANIAN, R. K.; DOAN, T. T. Y.; OBBARD, J. P. Factors affecting cellular lipid

extraction from marine microalgae. Chemical Engineering Journal, v. 215-216, p. 929–936,

2013.

BORGES, J. A.; ROSA, G. M.; MEZA, L. H. R.; HENRARD, A. A.; SOUZA, M. R. A. Z.; COSTA, J.

A. V. Spirulina sp. leb-18 culture using effluent from the anaerobic digestion. Brazilian Journal of

Chemical Engineering, v. 30, n. 02, p. 277-287, 2013.

OLIVEIRA, E. G.; DUARTE, J. H.; MORAES, K.; CREXI, V. T.; PINTO, L. A. A. Optimisation of

Spirulina platensis convective drying: evaluation of phycocyanin loss and lipid oxidation.

International Journal of Food Science and Technology, v. 45, p. 1572–1578, 2010.

LEE, J-Y.; YOO, C.; JUN, S-Y.; AHN, C-Y.; OH, H-M. Comparison of several methods for effective

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Referências bibliográficas