UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ... · 4, determinações dos índices Ki e...
Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ... · 4, determinações dos índices Ki e...
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE AGRONOMIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO
MINERALOGIA, RESERVA DE NUTRIENTES E POTENCIAL PRODUTIVO DE SOLOS CULTIVADOS COM EUCALIPTO NO RIO GRANDE DO SUL
Elias Frank de Araujo Dissertação de Mestrado
Porto Alegre, 2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE AGRONOMIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO
MINERALOGIA, RESERVA DE NUTRIENTES E POTENCIAL PRODUTIVO DE
SOLOS CULTIVADOS COM EUCALIPTO NO RIO GRANDE DO SUL
Elias Frank de Araujo Engenheiro Florestal (ESALQ - USP)
Dissertação apresentada como um dos
requisitos para a obtenção do Grau de
Mestre em Ciência do Solo
Porto Alegre (RS), Brasil
Dezembro de 2011
ii
ELIAS FRANK DE ARAUJO
Engenheiro Florestal (ESALQ- USP)
DISSERTAÇÃO
Submetida como parte dos requisitos para obtenção do grau de
MESTRE EM CIÊNCIA DO SOLO
Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo
Faculdade de Agronomia
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Porto Alegre (RS), Brasil
Aprovada em: Homologada em:
Pela Banca Examinadora
Por
_________________________ Alberto Vasconcellos Inda Junior Orientador – PPG Ciência do Solo/ UFRGS
___________________________ ALBERTO VASCONCELLOS INDA JUNIOR Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo
________________________ Prof. Carlos Alberto Bissani Departamento de Solos/UFRGS
_________________________ PEDRO ALBERTO SELBACH Diretor da Faculdade de Agronomia
________________________ Prof. Paulo Cesar do Nascimento Departamento de Solos/UFRGS
________________________ Prof. Nilton Curi Departamento de Solos/ UFLA
iii
“Dedico este trabalho a minha
saudosa mãe Amélia Z. M. de Araujo, por ter
me ensinado tanto com seu exemplo de
humildade e amor a Deus.”
iv
AGRADECIMENTOS À Deus, Criador do Universo. À minha falecida Mãe, que tanto me inspirou e me fortaleceu, e ao
meu pai, Manuel Francisco de Araujo Filho pelo apoio constante mesmo em
meio a dificuldades.
À minha querida esposa Elisângela pelo apoio e paciência para
comigo.
Ao meu irmão Eliseu Frank de Araujo pela força.
Ao orientador Professor Alberto Vasconcellos Inda Junior, pela
oportunidade, confiança, dedicação, respeito, pelos ensinamentos, pela
amizade e também pela grande paciência.
Ao Professor Nilton Curi pelos ensinamentos, dedicação, amizade e
principalmente pela paciência.
Aos Professores Paulo César do Nascimento e Carlos Bissani por
aceitarem fazer parte da comissão de avaliação deste trabalho.
À CMPC Celulose Riograndense e sua direção, representada nas
pessoas do Dr Walter Lídio Nunes, Eng. Renato Alphonso Rostirolla e Eng.
Rodrigo Alarcón Pardo pelo apoio e disponibilização das áreas de estudo,
recursos e liberação do tempo para a realização do trabalho e do curso.
Aos colegas do CPT da CMPC Celulose Riograndense, Eng. Gleison
Augusto dos Santos, Eng. Norton Borges Junior e Eng. Luis Henrique da Silva
Santos pelo apoio e auxílio durante o período.
Aos demais colegas de trabalho da CMPC Celulose Riograndense,
Eng. Jose Baptista, Eng. Darian Girelli, Eng. Eduardo Stumpf e todos os outros
pelo apoio e auxílio durante o período.
Aos colegas Eng. Sebastião da Fonseca, Eng Aurélio Aguiar e os
demais amigos do CPT da Aracruz Celulose, hoje Fibria.
Aos colegas do curso de Pós Graduação, especialmente da Gênese,
pela acolhida e amizade.
Ao Eng. Agr. Jessé Rodrigo Fink, mestrando da UFRGS pelo valioso
apoio no trabalho de análises.
Ao pessoal da empresa SERTEF, particularmente o Sr. Renato Didio
e Sr. Norberto Jardim pelo apoio nas coletas e preparo das amostras.
v
Ao Professor João José Marques da UFLA pelo apoio e valiosas
sugestões ao trabalho.
vi
MINERALOGIA, RESERVA DE NUTRIENTES E POTENCIAL PRODUTIVO DE SOLOS CULTIVADOS COM EUCALIPTO NO RIO GRANDE DO SUL1/
Autor: Elias Frank de Araujo Orientador: Prof. Alberto Vasconcellos Inda Junior RESUMO Com o objetivo de avaliar a reserva e a disponibilidade de nutrientes para eucalipto em diferentes ambientes de solo no Rio Grande do Sul, foram feitas descrições e análises morfológicas, químicas e mineralógicas em duas topossequências em áreas cultivadas da CMPC Celulose Riograndense. A análise morfológica foi realizada “in situ”, classificando-se cada perfil no SBCS, com coleta de amostras para análises químicas e granulométricas tais como granulometria, índice de uniformidade (VU), complexo sortivo, ataque por H2SO4, determinações dos índices Ki e Kr, teores de ferro extraído com ditionito citrato bicarbonato (Fed) e com oxalato de amônio (Feo). Foi realizada análise de elementos totais por fluorescência de raios-X e difratometria por raios–X (DRX) na fração menor que 2 mm. As duas topossequências apresentaram morfologias distintas ocorrendo Argissolos Vermelhos e Vermelho Amarelos na primeira e Neossolos, Cambissolos e Chernossolos na segunda, com reflexo nas características físicas, com a topossequência 1 apresentando solos mais profundos e bem drenados e a segunda solos mais rasos e maiores frações grosseiras. Quimicamente, os Argissolos são mais intemperizados com menores teores de elementos trocáveis e carbono orgânico em comparação aos solos da topossequência 2. As análises mineralógicas confirmaram as diferenças entre os Argissolos, de origem granítica com predomínio de quartzo nas frações areia e silte e caulinita na fração argila e os solos da topossequência 2 que além de quartzo apresentam feldspatos e micas nas fração silte e argila e no Chernossolo presença de mica interestratificada e argilominerais 2:1, com origem a partir de rochas básicas. Esses resultados mostram que a reserva dos Argissolos é inferior a dos outros solos, implicando em menor sustentabilidade ao longo dos ciclos de plantio do eucalipto e exigência de reposição dos nutrientes exportados para sua manutenção. Os solos da topossequência 2, embora mais difíceis de manejar em termos físicos, possuem uma significativa reserva, capaz de suprir os plantios com menor exigência de reposição, representando no entanto um percentual inferior a 30% em termos de área cultivada. 1/ Dissertação de Mestrado em Ciência do Solo. Programa de Pós-Graduação em Ciência do solo, Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre (80 p.) Dezembro, 2011.
vii
MINERALOGY, NUTRIENTS AVAILABILITY AND PRODUCTION POTENTIAL SOIL CULTIVATED WITH EUCALIPTUS IN RIO GRANDE DO SUL1/
Author: Elias Frank de Araujo Adviser: Prof. Alberto Vasconcellos Inda Junior ABSTRACT With the objective of evaluating the reserve and availability of nutrients for the eucalyptus in different soil environments from Rio Grande do Sul state, Brazil, mineralogical and chemical analyses were performed on two soil toposequences planted with eucalyptus by CMPC Celulose Riograndense company Morphological descriptions were conducted in six soil profiles and the profiles were described and characterized according the Brazilian System Of Classification (SiBCS).Samples were collected to determine particle size, uniformity index (VU),chemical composition, attack by H2SO4 and determinations of the Ki and Kr indexes, as well as content of iron extracted by dithionite citrate bicarbonate (Fed) and ammonium oxalate (Feo). Fluorescence X ray and X-rays diffraction (XRD) was performed in the fraction smaller than 2 mm. The two toposequences were very distinct in physical and chemicals properties. On the first surface the soils were classified as Ultisols, with redish color, are clayey, dystrophic and have low contents of available K, Ca, Mg, P and organic carbon. The soil color was related to the Fe oxide content, which decreased along the slope. The parental material was granites rocks. On the second toposequence the soils were classified as Inceptsoils, Entsoils and Mollisols and were thicker, with high contents of basis and organic carbon. The mineralogy was clearly different to two areas with predominance of quartz in sand/silt fractions and kaolinite in clay fraction on the first toposequence and presence of micas and feldspars on silt fraction and interlayer micas plus esmectites in clay fraction. This results showed that mineral reserve on second toposequence is clearly higher than first area, with more condition of maintain sustainability along of eucalyptus cycles. For the other side, on toposequence 1 the mineral reserves are lower and there is a need for replacement of nutrients to support high productions of eucalyptus. 1/ M.Sc. Disertation in Soil Science – Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo, Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.Porto Alegre, Brazil. (80 p.) December, 2011.
viii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 3
2.1. Reservas de nutrientes no solo ................................................................ 3
2.2. Acúmulo e demanda de nutrientes pelo eucalipto. ................................... 6
3. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................ 9
3.1. Localização ............................................................................................... 9
3.2. Descrição morfológica e amostragem de campo .................................... 14
3.3. Atributos físicos ...................................................................................... 16
3.4. Atributos químicos .................................................................................. 17
3.5. Fluorescência e Difratometria de raios X ................................................ 19
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 21
4.1. Caracterização morfológica dos solos .................................................... 21
4.2. Atributos físicos ...................................................................................... 28
4.3. Atributos químicos .................................................................................. 31
4.3.1. Complexo Sortivo ............................................................................. 31
4.3.2. Teores de silício, alumínio, titânio, manganês, potássio e ferro
obtidos por ataque sulfúrico e índices Ki e Kr ........................... 37
4.3.3. Teores de ferro ................................................................................. 40
4.4. Características mineralógicas ................................................................. 43
4.4.1 Fluorescência de raios X ................................................................... 43
4.4.2. Difratometria de raios X .................................................................... 45
4.5. Enquadramento nos sistemas de classificação ...................................... 60
5. CONCLUSÕES ............................................................................................. 62
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 64
7. APÊNDICES ................................................................................................. 69
ix
RELAÇÃO DE TABELAS
1. Localização das áreas de estudo .................................................................. 14
2. Descrição morfológica dos perfis de solos estudados nas topossequências 22
3. Atributos físicos dos solos estudados nas Topossequências1 e 2. .............. 29
4. Atributos químicos dos solos estudados nas topossequências 1 e 2 ........... 34
5. Teores de elementos totais via ataque sulfúrico e índices Ki (1,7 x
SiO2/Al2O3) e Kr [1,7 x SiO2/Al2O3 +(0,6 x Fe2O3)] ............................................ 38
6. Teores de argila, carbono orgânico (CO), Fe total (Fet), Fe dos óxidos de Fe
pedogênicos (Fed), Fe dos óxidos de Fe de baixa cristalinidade (Feo) e suas
relações ............................................................................................................ 40
7. Teores de elementos determinados por fluorescência de raios X e as
relações moleculares Kif e Krf .......................................................................... 44
8. Classificação dos perfis de solos estudados no Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos e na Soil Taxonomy ..................................................... 60
x
RELAÇÃO DE FIGURAS 1. Distribuição das áreas de plantios com Eucalyptus da CMPC Celulose
Riograndense .................................................................................................... 10
2. Regiões fisiográficas do Rio Grande do Sul. Área 1- Depressão Central e
área 2 - Encosta do Sudeste............................................................................. 11
3. Relevo da topossequência 1 – Arroio dos Ratos – Depressão Central. ......... 13
4. Relevo da topossequência 2 – Santa Margarida do Sul – Encosta do Sudeste.13
5. Localização da topossequência 1 – Perfis 1, 2 e 3. ...................................... 15
6. Localização da topossequência 2 – Perfis 4, 5 e 6. ...................................... 16
7. Solos predominantes na topossequência 1. ................................................. 23
8. Solos predominantes na topossequência 2. ................................................. 26
9. Teores de cálcio trocável e carbono orgânico ao longo dos perfis de solos
estudados. ........................................................................................................ 36
10. Relações dos teores de silício e de alumínio, obtidos por ataque sulfúrico
com a fração argila. .......................................................................................... 39
11. Relação entre os teores de ferro dos óxidos de ferro pedogênicos (Fed) e
os teores de argila nos solos. ........................................................................... 42
12. Relação entre os teores de silício, alumínio e ferro determinados por
fluorescência de raios X. ................................................................................... 45
13. Difratogramas de raios X da fração areia (a) e silte (b) dos horizontes
pedogenéticos do solo do perfil P1. .................................................................. 48
14. Difratogramas de raios X da fração areia (a) e silte (b) dos horizontes
pedogenéticos do solo do perfil P2. .................................................................. 49
15. Difratogramas de raios X da fração areia (a) e silte (b) dos horizontes
pedogenéticos do solo do perfil P3. .................................................................. 50
xi
16. Difratogramas de raios X da fração areia (a) e silte (b) dos horizontes
pedogenéticos do solo do perfil P4. .................................................................. 51
17. Difratogramas de raios X da fração areia (a) e silte (b) dos horizontes
pedogenéticos do perfil P5. .............................................................................. 52
18. Difratogramas de raios X da fração areia (a) e silte (b) dos horizontes
pedogenéticos do solo do perfil P6. .................................................................. 53
19. Difratogramas de raios X da fração argila orientada dos horizontes
pedogenéticos do perfil P1. .............................................................................. 54
20. Difratogramas de raios X da fração argila orientada dos horizontes
pedogenéticos do perfil P2. .............................................................................. 55
21. Difratogramas de raios X da fração argila orientada dos horizontes
pedogenéticos do perfil P3. .............................................................................. 56
22. Difratogramas de raios X da fração argila orientada dos horizontes
pedogenéticos do perfil P4. .............................................................................. 57
23. Difratogramas de raios X da fração argila orientada dos horizontes
pedogenéticos do perfil P5. .............................................................................. 58
24. Difratogramas de raios X da fração argila orientada dos horizontes
pedogenéticos do perfil P6. .............................................................................. 59
xii
RELAÇÃO DE APÊNDICES 1. Descrição do perfil 1 ..................................................................................... 69
2. Descrição do perfil 2 ..................................................................................... 71
3. Descrição do perfil 3 ..................................................................................... 73
4. Descrição do perfil 4 ..................................................................................... 75
5. Descrição do perfil 5 ..................................................................................... 77
6. Descrição do perfil 6 ..................................................................................... 79
1. INTRODUÇÃO
O setor florestal brasileiro contribui com uma parcela importante para
a economia brasileira, gerando produtos para consumo direto ou para
exportação, gerando impostos e empregos para a população e, ainda, atuando
na conservação e preservação dos recursos naturais. De acordo com a
classificação do Programa Nacional de Florestas (PNF), do Ministério do Meio
Ambiente, nove cadeias produtivas exploram o patrimônio florestal: chapas e
compensados, óleos e resinas, fármacos, cosméticos, alimentos, carvão, lenha
e energia, papel e celulose, madeira e móveis. Na exportação, o setor tem
participação com cerca de 10 % do valor total, contribuindo com 5,8 bilhões de
dólares por ano, e dado ao saldo inexpressivo de importações do setor, a
economia florestal tem sido historicamente responsável por um dos cinco
maiores saldos comerciais positivos do país. Quanto à geração de empregos, é
responsável por 9 % da população economicamente ativa. Devido ao domínio
tecnológico da silvicultura e às condições ambientais favoráveis, as florestas
plantadas alcançam tamanho de corte entre 12 e 14 anos, com destaque a
idade de corte do eucalipto em algumas regiões que pode ser de 5 a 7 anos,
em comparação a períodos em torno de 50 anos em regiões de clima
temperado. As florestas plantadas fornecem ainda 85 % de todos os produtos
de origem florestal encontrados no mercado, buscando desse modo, diminuir a
pressão sobre as florestas nativas no país. (Tonello, 2008)
O solo é fator importante no sistema produtivo florestal e para tanto,
é necessário o conhecimento e aplicação de práticas de conservação dos seus
recursos. Técnicas de controle de erosão ou compactação, construção de
estradas e manutenção da condição nutricional são decisivas nesse processo e
demandam sempre novos estudos e tecnologias, visando garantir a
2
sustentabilidade e uso desses recursos. O momento atual é marcado pela
maior conscientização e exigência da sociedade em relação aos impactos
ambientais, aliada à busca pelo manejo dito “sustentável” e, nesse contexto, a
avaliação de impactos positivos sobre o solo das práticas silviculturais ganha
mais corpo ao se levar em conta os processos de certificação e
responsabilidade socio-ambiental.
A rápida expansão dos plantios comerciais, principalmente para as
regiões Sul e Sudeste do país, leva à necessidade de estudos da qualidade do
ambiente nos sítios florestais e do seu potencial produtivo, a fim de garantir a
preservação dos recursos naturais e a competitividade do setor. Dessa forma,
o estudo das relações entre o potencial produtivo e as principais limitações à
produção de uma determinada área torna-se essencial para o manejo racional
da floresta e do solo.
Nesse contexto, a reserva e a disponibilidade de nutrientes são
características edáficas relevantes para o desenvolvimento dos plantios
florestais, sobretudo para as culturas de ciclo longo como o eucalipto, e podem
ser avaliadas por meio de análises químicas e mineralógicas dos solos e das
suas interpretações para as condições locais.
Em função do exposto, os objetivos deste trabalho foram:
1) caracterizar mineralógica e quimicamente classes de solos de
áreas de plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul;
2) estabelecer relações entre a reserva e disponibilidade de
nutrientes e o potencial produtivo dos diferentes solos utilizados para o plantio
de eucalipto;
3) levantar informações que possam nortear os programas de
manejo e fertilização para o eucalipto em diferentes ambientes edáficos.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A produtividade de uma espécie é função de solo, clima, material
genético, relevo e manejo. A esses fatores, Gerding & Schlatter (1995)
adicionam a estrutura da comunidade vegetal e o tempo.
Por mais conhecida que seja essa função, as dificuldades em
estabelecer quantitativamente a influência de vários desses fatores tornam
difícil equacionar e ou modelar a produtividade vegetal. De modo geral, os
estudos são feitos variando um só fator e mantendo os demais fixos, no intuito
de se estabelecer amplitudes para aquele fator e mensurar seus efeitos, que
não são apenas aditivos, mas também interativos. Além disso, no ambiente
natural, na maioria das situações, os fatores clima e relevo são definidores de
produtividade, pois são difíceis de serem modificados, ou seja, na prática, são
não manejáveis e com eles há uma relação de convivência. Por isso é
importante conhecer as amplitudes de variação destes fatores e mensurar seus
efeitos, para se ter o prognóstico de produtividade de determinado local, ou
sítio, já que tanto o solo como os materiais genéticos são mais facilmente
modificáveis ou manejáveis (Schonau, 1987), citado por Menezes (2005).
2.1. Reservas de nutrientes no solo
A composição mineralógica determina uma série de características
físicas e químicas do solo. Os minerais existentes nos solos podem ser
divididos em minerais primários e secundários. Os minerais primários formam-
se na mesma ocasião e condições da rocha que os contém e mantém forma e
composições originais, a exemplo da labradorita, olivina, augita, piogenita e
magnetita em basalto; do ortoclásio, oligoclásio, quartzo e biotita em granitos
4
(Zanardo & Marques Júnior, 2009), e indicam a capacidade do solo em repor
nutrientes para as plantas. Na maioria dos solos brasileiros, os minerais
primários concentram-se nas frações granulométricas areia e silte (Melo, 2009;
Castro, 2010).
Conforme os tipos de minerais, a composição química das rochas de
maior importância na formação dos solos pode variar consideravelmente e
influenciar a quantidade inicial de reservas de macronutrientes tais como Ca,
Mg, K e P no solo. As rochas também são fontes potenciais de microelementos
no solo, inclusive alguns que podem ser tóxicos para os organismos, tais como
o Cr e Ni. Melo et al. (1995) observaram que os minerais primários constituem
a principal reserva mineral em solos do Rio Grande do Sul. Os solos originados
de granito possuem minerais primários contendo potássio (K), enquanto os
solos desenvolvidos de rochas sedimentares apresentaram baixa reserva de
nutrientes.
Os minerais secundários são resultado da intemperização dos
minerais primários, por transformações no estado sólido ou via reações de
dissolução/neoformação e geralmente predominam na fração argila dos solos
(< 2 µm) (Kämpf & Curi, 2009). A fração argila é mais estável à intemperização
e não é, na sua constituição, muito rica em nutrientes, apenas retém cátions e
ânions em sua superfície (Resende et al., 2007). A predominância de minerais
1:1 (caulinita) e de óxidos (termo inclusivo para óxidos, oxihidróxidos e
hidróxidos) de ferro (hematita, goethita) e de alumínio (gibbsita) na fração argila
indica solos em avançada intemperização, lixiviados e, geralmente, com baixos
teores de nutrientes. Solos com maior proporção de minerais 2:1 (mica,
esmectita e vermiculita, entre outros) são considerados menos intemperizados
e, geralmente, apresentam maior capacidade de suprir nutrientes às plantas.
As micas são os minerais contendo K mais comuns nos solos (Kämpf & Curi,
2003). São minerais do grupo dos filossilicatos, sendo mais estáveis que outros
minerais silicatados potenciais fontes de nutrientes, tais como feldspato,
anfibólio, piroxênio e olivina, constituindo-se como as maiores fontes de K, Fe e
Mg em ambientes tropicais (Melo et al., 2009).
O K presente nas micas, denominado de “cimento eletrostático”,
encontra-se retido nos espaços deixados pelo retículo hexagonal dos oxigênios
e dos tetraedros de silício, proveniente do déficit de cargas positivas nos
5
cátions tetraédricos e octaédricos para balancear cargas negativas do O e OH
e eventualmente resultantes de substituição isomórfica (Melo, 2009; Sparks,
2006). A muscovita e a biotita são as principais micas encontradas nos solos,
sendo a primeira do tipo trioctaedral, com Al ocupando os sítios octaédricos. Já
na biotita, essas posições são ocupadas por cátions divalentes, Mg e Fe.
Melo et al. (2009) afirmam que a liberação do potássio das micas é
consequência da transformação das micas com K entre camadas para minerais
expansivos 2:1, pela redução da carga negativa e troca de K por cátions
hidratados. Outro processo é a dissolução das micas com posterior
recombinação dos produtos do intemperismo, onde ao ocorrer a quebra da
estrutura das micas trioctaedrais, outros íons como Mg e Fe são também
liberados para o solo. Esses processos de liberação do K dependem do tipo de
mica (biotita x muscovita), tamanho da partícula e de fatores do meio, tais
como a atividade iônica da solução do solo e ciclos de umedecimento e
secamento do solo, por exemplo, (Resende et al., 2005).
O K do solo é comumente classificado em K total, K na solução do
solo, K trocável e K não-trocável. Esse último corresponde ao K retido na
estrutura de minerais como os feldspatos potássicos, micas ou nas
entrecamadas de argilominerais expansivos como a vermiculita e a esmectita
(Raij, 1991; Sparks, 2000). Segundo Mielniczuk (1982), com a exaustão das
formas disponíveis (K na solução + K trocável), o K não-trocável, que
representa a reserva de longo prazo, é lentamente liberado para o solo,
podendo, então, ser absorvido pelas plantas, com contribuição significativa
para a manutenção da disponibilidade desse nutriente, conforme observado por
Patella (1980).
Mello (2004), avaliando diferentes solos do Rio Grande do Sul,
afirmou que além da presença de minerais primários (micas e feldspatos), a
ocorrência de frações de esmectita hidroxicamadas contribui para a reserva de
K em longo prazo nestes solos.
Para outros cátions importantes como o cálcio e magnésio, a
inexistência de sítios específicos de adsorção como no caso do K determina
que as reservas destes nutrientes estejam associadas apenas às formas
estruturais, sem ocorrência das formas não trocáveis (Melo, 2009).
6
O cálcio presente no solo é originário da alteração de minerais
primários como anortita (feldspato cálcico), albita (feldspato sódico), dolomita,
calcita, apatita, gipsita e anfibólios (Fichter et al., 1998). Já o Mg tem sua
origem na intemperização principalmente da biotita, mas minerais como a
dolomita, clorita, serpentina e olivina também contém Mg em sua estrutura. Ao
contrário do Ca, o Mg pode fazer parte da estrutura de minerais secundários
como ilita, vermiculita, esmectita e vermiculitas com hidroxicamadas (Melo,
2009). Nos solos de regiões com elevada precipitação, o Ca e o Mg ocorrem
principalmente na forma trocável, fracamente retidos nas cargas negativas das
argilas silicatadas e da matéria orgânica ou em solução.
Em relação ao nitrogênio, um dos elementos absorvidos em maior
quantidade pelas plantas, dada a sua participação nas principais reações
bioquímicas em plantas e microrganismos, sua maior fração no solo está na
forma orgânica, presente na matéria orgânica em diferentes moléculas e em
variados graus de alteração e como partes de organismos vivos (Cantarella,
2007). Os estoques de matéria orgânica e por consequência de N, guardadas
as condições de manejo, clima e vegetação, são diretamente influenciados pelo
teor de argila no solo, cujos estoques em solos argilosos são bem superiores
aos observados em solos arenosos (Dick et al., 2009). Os autores também
citam que a mineralogia da fração argila é também um fator importante a ser
levado em conta, sobrepondo-se em alguns casos à influência da textura. Uma
maior presença de óxidos de Fe e Al com baixo grau de cristalinidade tende a
formar interações organominerais mais estáveis do que óxidos com alto grau
de cristalinidade ou mesmo a caulinita (Bayer, 1996).
2.2. Acúmulo e demanda de nutrientes pelo eucalipto.
As exigências nutricionais do eucalipto são menores em comparação
a outras culturas, sendo que vários trabalhos mostram o conteúdo de
macronutrientes nas diferentes partes das plantas de várias espécies de
Eucalyptus (Silveira, 2007) Nota-se uma grande variação do conteúdo em
função da espécie, idade, fertilidade do solo, produtividade e local. O nitrogênio
é o macronutriente mais extraído, sendo que a quantidade imobilizada pelas
árvores é de 5 a 18 vezes maior que a de fósforo. Normalmente, a quantidade
7
total de nutrientes acumulada na parte aérea tem a seguinte ordem de
grandeza: N > Ca ≥ K > S ≥ Mg> P.
O cálcio é o nutriente mais beneficiado com o descascamento da
madeira no campo, uma vez que 30 a 60 % do Ca total estão alocados na
casca. Considerando somente a madeira, a porcentagem exportada dos
nutrientes em relação a total acumulado na planta pode variar de: 23 a 46 %
para N, 23 a 53 % para P, 27 a 45 % para K, 11 a 26% para Ca e 20 a 30 %
para Mg.
Um dos poucos trabalhos sobre o conteúdo de micronutrientes em
Eucalyptus, no Brasil, foi realizado por Bellote (1979). O manganês foi o
micronutriente mais extraído e exportado, seguido pelo Fe, B, Cu e Zn. A
quantidade de Mn alocada na biomassa do eucalipto é de 3 a 5 vezes maior
que a de ferro, mostrando que a espécie é tolerante à esse micronutriente,
conforme Barros & Novais (1990).
Em povoamentos de alta produtividade (47-50 m3 ha-1 ano-1) na
região de Imperatriz do Maranhão, Silveira (2007) cita que independente do
material genético, o cálcio foi o nutriente de maior acúmulo, com a extração
total atingindo valores de 710,4 e 608,3 kg ha-1 em dois materiais avaliados. A
quantidade acumulada de cálcio está muito acima da aplicada via corretivo na
maioria das empresas florestais. Portanto, pode-se concluir que altas
produtividades estão fortemente relacionadas à maior extração de nutrientes,
especialmente cálcio. A ordem de extração dos macronutrientes considerando
materiais genéticos foi: Ca > N ≥ K >Mg> S ≥ P.
A maioria das espécies de Eucalyptus apresenta tolerância à toxidez
de alumínio (Novais et al., 1990). A aplicação de calcário tem, como finalidade
principal, o suprimento de Ca e Mg, não devendo-se, no entanto, desconsiderar
os benefícios das práticas de correção nestes povoamentos, pois a elevada
acidez do solo causa uma série de limitações ao crescimento da maioria das
plantas cultivadas. Estas limitações estão relacionadas, principalmente, aos
altos teores de H+ e Al3+ ativos na solução do solo, à baixa CTC, à formação de
complexos de superfície de esfera interna com o ânion fosfato, e à baixa
atividade biológica na fração do solo (Ernani, 2001). A prática de adubação e
calagem altera a dinâmica de nutrientes e elementos tóxicos no solo, a
8
eficiência dos fertilizantes e a atividade microbiana do solo, aumentando o
potencial produtivo dos solos ácidos.
O potássio é um dos nutrientes mais limitantes ao crescimento do
eucalipto (Silveira et al., 2001), sendo mais requerido com o aumento da idade
da planta, uma vez que há depleção do nutriente no solo com o crescimento da
floresta (Novais et al., 1986). Os teores e a distribuição dos nutrientes no solo
variam durante os ciclos de crescimento das espécies florestais (Novais et al.,
1986), o que reforça a importância do estudo da reserva e liberação de
nutrientes nos diferentes tipos de solos utilizados para silvicultura.
O conhecimento sobre a dinâmica de disponibilidade de K para as
plantas tem sido gerado, em sua maior parte, nas regiões temperadas. Nas
regiões tropicais, os estudos têm enfatizado a quantificação de K trocável e a
relação existente entre essa forma e a absorção pelas plantas. Dentre os
nutrientes essenciais às plantas, é possível que o K seja aquele cuja dinâmica
de disponibilidade esteja mais intimamente relacionada com a composição
mineralógica do solo, razão por que é fundamental que haja estudos que
relacionem a mineralogia com disponibilidade desse nutriente (Melo et al.,
2004).
Levando-se em conta que os métodos de rotina avaliam
essencialmente as formas trocáveis dos nutrientes prontamente disponíveis às
plantas, torna-se necessário o uso de outras técnicas de análise com maior
poder de extração para quantificação das formas estruturais e não trocáveis
que constituem a reserva mineral do solo, aumentando a capacidade preditiva
da disponibilidade dos nutrientes para as plantas.
Ressalta-se a importância de se estabelecer relações entre a
reserva e disponibilidade de nutrientes e o potencial produtivo de diferentes
solos utilizados para o plantio de eucalipto, caracterizando-os através de
avaliações morfológicas, químicas e mineralógicas, de forma a gerar
informações que definam programas de manejo e fertilização do solo para o
eucalipto em diferentes ambientes edáficos do Rio Grande do Sul.
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Localização
O estudo foi conduzido em hortos florestais de propriedade atual da
CMPC Celulose Riograndense Ltda, nos municípios de Guaíba, Butiá, Arroio
dos Ratos, Minas do Leão, Santa Margarida do Sul e São Gabriel do Sul, no
estado do Rio Grande do Sul. Estas áreas estão plantadas com materiais
clonais de Eucalyptus saligna, híbridos de Eucalyptus urophylla x E. globuluse
plantios seminais de Eucalyptus dunnii. Os plantios da empresa ocupam uma
área total de 213.597 ha, sendo 125.957 ha de efetivo plantio e 78.624 ha de
áreas de preservação. A área de estudo está localizada ao longo da BR-290,
de Arroio dos Ratos até São Gabriel (Figura 1).
A figura 1 mostra que as áreas de plantio da empresa CMPC
Celulose Riograndense Ltda podem ser divididas em duas regiões
homogêneas sob os aspectos do clima, solo e hidrografia. As áreas de plantio
utilizadas até 2005 estão localizadas a leste, compreendendo fisiograficamente
as áreas da Depressão Central e partes da Encosta do Sudeste, desde a
região de Guaíba e Porto Alegre, indo até Pantano Grande. De acordo com
Maluf (2000), o clima predominante nesta sub-região é o subtropical úmido,
com verão seco e precipitação média de 1300 a 1400 mm ano-1 e déficit inferior
a 120 mm. Os solos predominantes na sub-região leste são os Argissolos
Vermelhos, com boa fertilidade natural e com textura predominantemente
média a argilosa. Ocorrem também Cambissolos (nas áreas próximas a
Encosta do Sudeste) e Planossolos Hidromóficos em áreas baixas (Streck et
al., 2008).
10
Figura 1. Distribuição das áreas de plantios com Eucalyptus da CMPC Celulose
Riograndense
A região mais a oeste compreende as áreas de expansão (após
dezembro de 2005) e fisiograficamente inclui também partes da depressão
central e encosta do sudeste, aproximando-se da região da campanha
(Pântano Grande em direção a São Gabriel). O clima referido nesta sub-região
varia de subtropical úmido a subtemperado seco, com verões e outonos secos,
precipitação média anual de 1.300 mm e maiores déficits anual (150 a 250
mm). Embora os valores não sejam marcadamente distintos, pode-se afirmar
que a região leste caracteriza-se pelos menores totais de chuva e maiores
amplitudes de temperaturas, enquanto a porção oeste apresenta totais de
chuvas maiores e temperatura mais baixas. De uma maneira geral, sobre os
aspectos hidrológicos, verifica-se relevo mais plano e solos mais profundos na
porção leste em comparação a oeste, com áreas de maior altitude e relevo
mais ondulado. Na faixa mais a oeste, predominam os Argissolos Vermelhos
mais rasos e com maior pedregosidade, bem como uma maior incidência de
Cambissolos e Neossolos. Todas estas classes de solos são propícias ao
plantio de eucalipto, desde que manejados de forma correta. Os Planossolos
(áreas baixas) e Neossolos (solos muito rasos) são os que menos se adéquam
ao plantio de eucalipto nos moldes do manejo atual.
11
Nas regiões estudadas encontram-se áreas de mata nativa,
pastagem, reflorestamento e de cultivo anual. A vegetação primitiva é
representada pela mata subtropical alta e mata subtropical arbustiva, que se
desenvolvem na Encosta e Serra do Sudeste. Nas áreas de pior drenagem,
têm-se a vegetação higrófila e hidrófila de várzea (Lemos et al., 1973).
Em termos de geologia e relevo as áreas estão compreendidas nas
regiões fisiográficas Depressão Central, Serra do Sudeste, Encosta do Sudeste
e Encosta Inferior do Nordeste (Brasil, 1973), conforme mostrado na Figura 2.
Figura 2. Regiões fisiográficas do Rio Grande do Sul. Área 1- Depressão
Central e área 2 - Encosta do Sudeste
12
As altitudes variam de 20 a 400 m, o relevo varia de plano a forte
ondulado e aliado ao material de origem constituem fatores importantes na
grande variabilidade de solos na região.
No trecho Porto Alegre-Arroio dos Ratos, após o cruzamento entre a
BR-116 e a BR-290 ocorrem sedimentos do Quaternário, seguidos de rochas
pertinentes ao Complexo Gnáissico Arroio dos Ratos e, para o sul, ocorrem
granitos (Ramgrab, 1997).
Em Arroio dos Ratos, ocorrem rochas sedimentares da Formação
Estrada Nova/Irati, Grupo Guatá e Formação Rio Bonito, em que aparece o
carvão, além de sedimentos da Formação Rio do Sul do Grupo Itararé.
Ocorrem também sedimentos do Terciário-Quartenário correspondentes a
leques aluviais. Ao sul, ocorrem sedimentos da Formação Rio Bonito e do
Grupo Itararé (seixos de quartzitos).
De Minas do Leão a Dom Feliciano, na direção Norte-Sul, ocorrem
rochas sedimentares intercaladas com granitos e metagranitos e pequenas
faixas de rochas cataclásticas (granitos moídos no falhamento).
Nessa região o material de origem é bastante variado e
relativamente pobre em nutrientes. Ao longo dos rios, estão localizados
aluviões e arenitos nas várzeas ao sul e ao norte do Jacuí. Nas áreas limítrofes
entre a Serra Geral e a Serra do Sudeste, aparecem siltitos, arenitos e
folhelhos. A Figura 3 ilustra o relevo da topossequência 1 (Depressão Central).
A Encosta do Sudeste faz parte da província geológica do escudo
sul-rio-grandense e apresenta as rochas mais antigas, com idades que vão
desde o período Cambriano (~542 Ma) até o Arqueano (> 2500 Ma) (Streck et
al., 2008). Estas rochas estão distribuídas em relevos ondulados a forte
ondulados, em altitudes de 100 até 500 metros de altitude, constituindo o
embasamento cristalino, que compõe a base de assentamento para as outras
formações geológicas, com rochas de alto grau de consolidação. A constituição
geológica dessa província é bastante complexa, compreendendo rochas ígneas
plutônicas graníticas associadas a cinturões de rochas metamórficas como
xistos, gnaisses, quartzitos, etc. Ocorreram também recobrimentos sequenciais
de rochas sedimentares (conglomerados, arenitos e siltitos), bem como de
rochas vulcânicas (riolitos, andesitos e basalto), o que explica a diversidade de
13
solos observada nessa paisagem (Argissolos, Neossolos Regolíticos,
Cambissolos). A figura 4 ilustra a paisagem desta toposequência.
Figura 3. Relevo da topossequência 1 – Arroio dos Ratos – Depressão Central.
Figura 4. Relevo da topossequência 2 – Santa Margarida do Sul – Encosta do
Sudeste.
14
A localização das topossequências bem como as características de
relevo, uso atual e material de origem dominante encontram-se na Tabela 1.
Tabela 1. Localização das áreas de estudo
Topossequência 1 2
Horto Florestal Guajuviras I Cuentrilho
Área, ha 782 2163
Município Arroio dos Ratos Santa Margarida do Sul
Fisiografia Depressão Central Depressão Central e Encosta do Sudeste
Material de Origem Granito + Sedimentos arenosos e argilosos
Granitos + Ortognaisses + Diabásio
Relevo Plano a suave ondulado Suave ondulado a forte ondulado
Uso Atual Plantio de eucalipto (2-10 anos)
Plantio de eucalipto (3-4 anos)
3.2. Descrição morfológica e amostragem de campo
Nas topossequências foram abertas trincheiras em 6 pontos distintos
onde se localizam perfis representativos dos solos da área, mostrados nas
figura 5 e 6, conforme descrições:
• Topossequência 1 - Perfil 1 (P1) - (30°04’16,71”S - 51°45’47,72”O) – topo
coxilha – Horto Guajuviras-I - Talhão 024-01- eucalipto com 10 anos, corte
em 2010, declividade 0-2%;
• Topossequência 1 - Perfil 2 (P2) -(30°03’28,53”S - 51°46’10,27”O) – terço
médio Horto Guajuviras-I - Talhão 024-01 - eucalipto com 10 anos, corte em
2010, declividade 3%;
• Topossequência 1 - Perfil 3 (P3) (30°03’28,53”S - 51°45’40,00” O) – terço
inferior de encosta íngreme, micro depressão local, próximo a área de
preservação permanente, declividade 2%;
• Topossequência 2 - Perfil 4 (P4) (30°32’40,81”S - 54°02’34,67”O) – terço
médio da topossequência – plantio de eucalipto com 2 anos, declividade
6%;
15
• Topossequência 2 - Perfil 5 (P5) (30°30’59,07”S - 54°02’35,28”O) – terço
superior da topossequência – plantio de eucalipto com 2 anos, declividade
9%;
• Topossequência 2 - Perfil 6 (P6) (30°31’22,41”S - 54°03’46,11”O) – terço
inferior da topossequência – plantio de eucalipto com 2 anos, declividade
3,5%.
Os perfis foram descritos e amostrados, conforme procedimentos
indicados por Santos et al. (2005). Foram coletadas amostras deformadas de
todos os horizontes pedogenéticos destes perfis, que foram secas ao ar,
destorroadas e peneiradas (peneira malha 2 mm) obtendo-se a fração terra fina
seca ao ar (TFSA) e a fração retida na peneira, determinando-se a
porcentagem de cascalhos e fração grosseira.
Figura 5. Localização da topossequência 1 – Perfis 1, 2 e 3.
16
Figura 6. Localização da topossequência 2 – Perfis 4, 5 e 6.
3.3. Atributos físicos
Nas amostras coletadas em todos os horizontes dos 6 perfis de
solos, foram determinadas a granulometria, o grau de floculação e o índice de
uniformidade (VU).
A análise granulométrica foi realizada segundo o método da pipeta,
após a dispersão de 20 g da fração TFSA com NaOH 0,1 mol L-1 e agitação
mecânica por duas horas (EMBRAPA, 1997). Da mesma forma, porém sem a
utilização de dispersante químico, foi determinada a argila dispersa em água. O
grau de floculação (GF) da argila foi calculado conforme a seguinte fórmula:
% á
100
Para verificar a presença de descontinuidade litológica no perfil,
calculou-se o valor de uniformidade (VU) adaptado de Schaetzl (1998), a partir
da razão entre as frações granulométricas:
17
1,0
Onde: VU = valor de uniformidade; S = fração silte; A = fração areia; e AF =
fração areia fina.
3.4. Atributos químicos
Nas amostras coletadas em todos os horizontes dos 6 perfis de
solos, os teores de Ca2+ e Mg2+ foram determinados por espectrometria de
absorção atômica após extração com KCl 1,0 mol L-1. O K+ trocável foi extraído
com solução de HCl 0,05 mol L-1+ H2SO4 0,025 mol L-1 e seu teor determinado
por fotometria de chama. O Al3+ trocável foi extraído com solução KCl 1,0 mol
L-1 e titulado com NaOH 0,025 mol L-1. Os teores de (H++Al3+) foram
determinados por extração com acetato de cálcio, e posterior titulação
(EMBRAPA, 1997). O fósforo disponível foi extraído com solução HCl 0,05 mol
L-1 + H2SO4 0,0125 mol L-1 e determinado por colorimetria. A determinação do
carbono orgânico total foi realizada de acordo com o Método Colorimétrico, por
espectroscopia de absorção. Estas análises seguem a metodologia
preconizada por Tedesco et al, (2005). A partir dos dados analíticos foram
calculadas a capacidade de troca de cátions CTC a pH 7,0 (CTCpH7), a
saturação por alumínio (Al%) e a saturação por bases (V%), segundo
EMBRAPA (1997).
Os teores de SiO2, Fe2O3 (Fes), Al2O3, K2O, TiO2 e MnO foram
extraídos por meio de ataque sulfúrico, para as dissoluções seletivas
(EMBRAPA, 1997), onde 20 mL de ácido sulfúrico diluído 1:1 (H2SO4 d =1,84)
foram colocados em tubos digestores contendo amostras de 1 g da fração
TFSA e aquecidas por 30 minutos em bloco digestor. Após as amostras
esfriarem, adicionaram-se 50 mL de água destilada e os extratos filtrados com
papel filtro. O extrato filtrado foi completado com água destilada em balão
volumétrico de 250 mL e armazenado em frascos de vidro. Os teores dos
elementos obtidos com a extração (Fe2O3, Al2O3, K2O, TiO2 e MnO) foram
18
determinados por emissão atômica por plasma acoplado indutivamente(ICP -
AES).
O resíduo retido no papel filtro foi utilizado para a determinação do
silício (SiO2). Este resíduo foi transferido para os mesmos tubos digestores,
onde foi realizada a extração com H2SO4, com água destilada e adicionados
4mL de NaOH 30% em cada amostra, que foram aquecidas no bloco digestor
até inicio de fervura. Após, o resíduo foi novamente filtrado e passado para
balões volumétricos de 200 mL. O teor de silício do resíduo foi determinado por
espectroscopia de absorção atômica (EAA).
O Fe relativo aos óxidos de ferro pedogênicos (Fed) (inclui óxidos
cristalinos, de baixa cristalinidade, e não cristalinos) foi extraído com ditionito-
citrato-bicarbonato de sódio (DCB) a 80 °C, em duas extrações sucessivas
(Mehra & Jackson, 1960). Adicionou-se, então, 1g de ditionito de sódio a 0,2 g
da fração TFSA contida em 40 mL de solução citrato de sódio (0,3 mol L-1):
bicarbonato de sódio (1 mol L-1), na razão 8:1, em tubo de centrifuga de 50 mL.
Após a adição da alíquota de ditionito de sódio, a suspensão foi agitada com
uma espátula por 1 minuto. A temperatura da extração foi mantida 80 °C em
banho-maria. Ao fim da extração, a suspensão foi centrifugada a 3000 ppm
durante 15 minutos e o extrato foi completado a 50 mL com a solução extratora
e armazenado em frascos de vidro.
O Fe referente aos óxidos de Fe de baixa cristalinidade (Feo) foi
extraído com oxalato de amônio [(NH4)2C2O4.H2O] 0,2 mol L-1 a pH 3,0 na
ausência de luz (Schwertmann, 1964). Em uma extração, 0,2 g da fração TFSA
e 40 mL de solução oxalato de amônio foram adicionados em tubos de
centrifuga de 50 mL, recobertos com papel alumínio, para evitar a incidência
direta de luz na solução, e fechados com tampas. Após foram agitados por 2
horas em agitador horizontal e ao final, centrifugadas a 2000 ppm por 5
minutos. O sobrenadante foi coletado e completado a 50 mL em balão
volumétrico. Os teores de ferro solubilizados pelos dois extratos foram
determinados por espectroscopia de absorção atômica (EAA).
As determinações dos teores de ferro por dissoluções seletivas, bem
como dos diversos elementos por ataque sulfúrico das amostras foram
realizadas no Laboratório de Química do Solo, Departamento de Solos da
UFRGS.
19
3.5. Fluorescência e Difratometria de raios X
As análises de fluorescência de raios X foram realizadas em
amostras da fração TFSA de todos os horizontes dos perfis de solos e das
rochas de origem finamente moídas. No Laboratório de Mineralogia e Geologia
do CESNORS – UFSM as amostras foram secas em estuda a 105oC e
prensadas para a formação de pastilhas. A quantificação dos elementos
químicos foi realizada por meio de um espectrômetro de fluorescência de raios
x por energia dispersiva, do modelo Shimadzu EDX-720. Os elementos
analisados compreendem deste o sódio (Na) até o elemento urânio (U) da
tabela periódica de elementos químicos.
As seguintes condições de operação do equipamento foram
selecionadas: tensão do tubo de 15 keV (Na a Sc) e 50 keV (Ti a U) com
corrente no tubo 184 μA e 25 μA respectivamente, colimador de 10mm, tempo
real de integração de 200 s, tempo morto do detector de 40 % e 39 %, sob
vácuo e detector de Si (Li) refrigerado com nitrogênio líquido.O método
analítico usado é denominado método dos parâmetros fundamentais (PF). A
sensibilidade elementar é geralmente determinada pela medição das
características dos raios-X emitidos por padrões, que contém apenas um
elemento. Para calibrar as linhas espectrais dos elementos analisados, foi
utilizado o padrão A-750. O padrão de calibração utilizado, fornecido junto com
o equipamento EDX-720, é uma liga metálica composta por alumínio, estanho,
magnésio, ferro e cobre.
As análises de difratometria de raios X (DRX) foram realizadas no
Laboratório de Raios-X do Centro de Estudos em Petrologia e Geoquímica da
UFRGS. Para as análises foram coletadas amostras da fração TFSA dos
horizontes de cada perfil de solo que foram finamente moídas em gral de
ágata.
O fracionamento das amostras após a moagem foi feito por
dispersão das partículas com NaOH 0,1 mol L-1. A fração areia (0,05-2 mm) foi
separada por peneiramento e as frações silte (2-50 μm) e argila (< 2 μm), por
sedimentação em meio líquido com pH ajustado para10 pela adição de NaOH.
20
A velocidade de sedimentação foi calculada pela lei de Stockes, conforme
Tanner & Jackson (1947).
Amostras das frações areia e silte foram analisadas em lâminas sem
orientação do material no intervalo de 4 a 38 °2θ, com velocidade de varredura
de 1º 2θ min-1 em um equipamento Philips com radiação de FeKα e
monocromador de Fe, com voltagem de 30 kV e corrente de 30 mA.
Amostras da fração argila foram saturadas com Mg2+ e solvatadas
com glicerol, à temperatura ambiente. Amostras de argila foram também
saturadas com K+ e submetidas a tratamentos térmicos por duas horas a 25,
110 e550 °C. A argila foi analisada em lâminas com orientação do material em
intervalos de 2 a 20 °2θ e 2 a 40 °2θ, com velocidade de varredura de 1 º 2θ
min-1.
A identificação dos minerais a partir das reflexões obtidas nos
difratogramas de raios X foi realizada considerando-se as tabelas de
identificação de Brindley & Brown (1980) e interpretações contidas em
Resende et al. (2005).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Caracterização morfológica dos solos
A síntese das descrições morfológicas dos perfis de solos estudados
(descrições morfológicas completas em apêndice 1, 2, 3, 4, 5 e 6) nas
topossequências 1 e 2 é mostrada na Tabela 2.
Na topossequência 1, todos os perfis de solos apresentaram
profundidade superior a 100 cm, sendo portanto, classificados como solos
profundos, de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos
(SiBCS) (EMBRAPA, 2006). No relevo predominantemente suave ondulado,
com coxilhas e áreas mais baixas típicas da região geomorfológica da
Depressão Periférica (Phillip, 2004), predominaram os solos classificados como
Argissolos Vermelhos e Argissolos Vermelhos Amarelos, conforme figura 7.
Os Argissolos são solos geralmente profundos a muito profundos e
bem a excessivamente drenados, apresentando um perfil com uma sequência
de horizontes A-E-Bt-C ou A-Bt-C. O horizonte Bt é do tipo B textural, contendo
argila de baixa atividade (CTC<27 cmolc kg-1). Portanto, são solos que
tipicamente apresentam gradiente textural entre os horizontes subsuperficiais e
os horizontes A+E ou A. Na área em estudo, estes solos são originados de
sedimentos areno-argilosos sem ou em associação com produtos de alteração
de rochas graníticas.
Na topossequência 1 foram identificados Argissolos Vermelhos e
Argissolos Vermelho-Amarelos, definidos de acordo com a cor predominante
no horizonte B textural.
22
Tabela 2. Descrição morfológica dos perfis de solos estudados nas
topossequências
Hz Prof Cor úmida da matriz Mosq Tex Est Ce Co Tran
Perfil 1A1 0-34 5YR 3/3 - aa fr mo gd bsa gr - np npe dif
A2 34-49 5YR 3/3 - aa/arg mo me gd bsa pq me gr pq me - np npe dif e pl
plana BA 49-65 2,5YR 3/4 - aa/arg mo gd mgd/pq me bsa mo co np npe dif e plBt1 65-95 2,5YR 3/4 - aa/arg mo fo gd mgd bsa pq me mo co np npe grd ondBw1 95-145 2,5YR 3/6 - arg mo gd bsa pq mpq - lp npe grd ondBw2 145-190+ 10R 3,5/6 - faa/aa mo gd bsa pq mpq - lp lpe cl e ond
Perfil 2A1 0-32 - faa mo pq gr bsa gr mpq - np np dif
A2/BA 32-99. - faa mo fo gd mg gr mpq pq . lp lpe dif e plBt1 99-152 - faa / aa mo fog d mgd pq md gr fc pq lp lpe grd ondBt2 152-195 - arg fr gd bsa pq me fc pq lp lpe grd ond
Perfil 3Ap 0-10 10YR 3/2 - fa mo me bsa - lp lpe pl e grdA2 10-30 10YR 4/2 - fa mo pq me bsa - lp lpe pl e cl AB 30-52 10YR 3/3 - fa mo pe me bsa - lp lpe pl e grdBA 52-80 7,5YR 3/2 - fa mo me bsa - p pe pl abr Bt 80-110 7,5YR 4/4 2,5YR 4/8 arg mo me gd bsa - p pe pl abr
Btg1 110-131 2,5YR 4/8 10YR 5/2 arg mo me gd bsa - p pe pl e grdBtg2 131-150+ 2,5YR 6/2 2,5YR 5/4 arg mo me gd ba - p pe -
Perfil 4A1 0-24 7,5YR 3/2 - far mo pq gd bsa - np lpe pl e gdr
A2 24-44 7,5YR 3/2 - casc fr me bsa gs gr pq me gr pq me - np npe pl e gdr
BA 44-58 10YR 4,5/3 - casc fr me bsa gs gr - np npe pl e gdrBi 58-87 10YR 5/4 - casc fr gd bsa gs gr - np npe pl e cl
CR 87-150 5YR 6/6 5YR 6/8 - casc fr gd bsa pq mpq - np npe irr e cl
Perfil 5A1 0-16 7,5YR 3/2 - far mo pq gr bsa - np lpe pl e cl
A2C 16-35 7,5YR 3/2 - concr. linha pedra, concr . np npe pl e cl A3 35– 95 5YR 3/3 far fr pq gd gs gr - np lpe reg e cl
CR 52/95 -130+ 5YR 6/6 5YR 6/8 - casc - - - -
Perfil 6A1 0-23 7,5YR 3/1 - farg mo fo gd bsa - p lpe pl e grdBA 23-33 7,5YR 4/3 - arg mo gd bsa co md p lpe pl e grd
Bt 33-54 7,5YR 4/3 5YR 4/4 - marg mo fo mgd pri bsa - p pe irr dif
C 54 – 60/70 10YR 4/2 7,5YR 3/4 - marg fo mgd pri sup. comp - p pe irr cl
CR 60/70 – 150+ 10YR 5/6 - arg muscovita e ox Mn - - - Hz: horizonte; Prof: profundidade; Tex: classe textural (arg: argilosa; marg: muito argilosa; aa: argilo arenosa;
fa: franco argilosa; faa: franco-argiloarenosa); Est: estrutura (fr: fraca; mo: moderada; fo:forte; mpq: muito
pequena; pq: pequena; me: média; gr: grande; ba: blocos angulares; bsa: blocos subangulares); Ce:
cerosidade (po: pouco; co:comum; ab: abundante); Co: consistência (np: não plástico; npe: não pegajoso; lp:
ligeiramente plástico; lpe: ligeiramente pegajoso; p: plástico; pe: pegajoso); Tran: transição entre horizontes (pl:
plana; cl: clara; grd: gradual; dif:difusa; abr: abrupta); Mosq: mosqueados (po: pouco; co: comum; di: distinto).
O perfil 1 apresentou a sequência de horizontes A1, A2, BA, Bt1,
Bw1, Bw2, com textura predominantemente argilo-arenosa e argila no horizonte
Bt2. Em todos os horizontes predominou a estrutura em blocos subangulares,
variando de fraca a moderada nos horizontes superficiais (A1, A2), moderada a
23
forte nos horizontes intermediários (BA, Bt1) e moderada nos horizontes
subsuperficiais (Bw1, Bw2). Em relação ao tamanho dos agregados, a estrutura
variou de média, grande e muito grande, desfazendo-se em pequena a média e
muito pequena no Bw2. Conforme Schneider (2007), a estrutura é indicativa
dos processos que ocorrem no solo e pode ser típica de certos horizontes e
critério de classes taxonômicas.
Figura 7. Solos predominantes na topossequência 1.
No perfil 1, a estrutura angular e/ou subangular dos horizontes
superficiais está associada a ação de raízes, organismos e atividade orgânica.
Já a estrutura em blocos e forte dos horizontes BA e principalmente Bt1
relaciona-se com a expansão e contração alternadas nos horizontes mais
argilosos, bem como à iluviação de argilas, comum em horizontes B textural de
Argissolos. A particularidade nesse perfil é a presença de horizontes
subsuperficiais com grau moderado de estrutura, desfazendo-se em pequena a
muito pequena. Estes últimos conferem aspecto de microagregados angulares,
definindo o caráter latossólico para os horizontes Bw1, Bw2, associado ao
menor gradiente textural destes em relação às camadas superficiais.
A estrutura de acordo com Schneider (2007), não influi diretamente
no crescimento das plantas, mas por condicionar a porosidade do solo, altera
fatores de crescimento como o suprimento de água, aeração e resistência à
penetração. A estrutura é também determinante na infiltração de água e
dispersabilidade das partículas do solo, condicionando a erodibilidade do
mesmo. Em se tratando de plantios de espécies arbóreas, solos com as
características do perfil 1 são considerados adequados ao plantios de
eucaliptos, sendo enquadrados de acordo com Da Costa (2009) em classes
PV m/r
PVA m/r
PA m/r com mosqueados
SG
PV m/r
PVA m/r
PA m/r com mosqueados
24
superiores de aptidão (solos profundos, bem drenados, de textura média ou
argilosa, em áreas de relevo plano/suave ondulado).
O perfil1 apresentou cores predominantemente de matizes
vermelhas, variando de 5YR 3/3 e 2,5YR 3/4 a 10R 3,5/6, indicando condições
de boa drenagem e predominância de hematita em relação à goethita,
principalmente nos horizontes subsuperficiais.
Pela cor pode-se fazer uma avaliação indireta sobre propriedades
importantes, além de refletir a combinação dos fatores de formação (Schneider
et al., 2007). Os principais agentes responsáveis pela cor do solo são a matéria
orgânica e os óxidos de ferro. Matizes vermelhos e amarelos estão
relacionados a diferentes proporções de hematita e goethita e o predomínio da
hematita está relacionado a ambientes mais bem drenados (Kämpf &
Schwertamann, 1983), como é o caso do perfil 1, que ocupa a posição de topo
da encosta.
O perfil 2, localizado no terço médio da encosta, apresentou uma
sequência de horizontes A1, A2/BA, Bt1, Bt2 , sendo que em todos os
horizontes predominou a estrutura em blocos subangulares, variando de
moderada no horizonte A1, moderada a forte nos horizontes A2/BA e Bt1 e
fraca no Bt2. Em relação ao tamanho dos agregados, a estrutura variou de
média, grande e muito grande, desfazendo-se em muito pequena no horizonte
A1 e pequena a média nos demais horizontes.
A textura variou de franco a franco-argilo-arenosa no horizonte A1 a
argilosa no horizonte Bt2. A posição no terreno e o gradiente textural tornam
esse solo mais susceptível à erosão do que o anterior, embora a diferença
entre os horizontes superficiais e subsuperficiais não seja expressiva. Em
Argissolos, a textura mais arenosa do horizonte superficial possibilita uma
rápida infiltração da água, porém confere menor coesão entre partículas e
favorece o processo erosivo (Oliveira, 2011). Além disso, a mudança textural
abrupta no horizonte subsuperficial diminui a permeabilidade no perfil e,
consequentemente, em condições de mesma declividade, quanto menor a
espessura do horizonte superficial maior será erosão e menor a tolerância de
perdas de solo, exigindo um planejamento conservacionista mais intensivo.
O perfil 2 apresentou cores predominantemente de matiz amarela a
vermelha, variando de 5YR 4/4, 5YR 4/6, 5YR 3,5/4 até 2,5YR 3/4 no Bt2,
25
indicando drenagem inferior ao P1 e com maior expressão de goethita em
relação à hematita nos horizontes subsuperficiais intermediários. A
concentração de óxidos de Fe está relacionada ao material de origem, ao grau
de intemperização e aos processos pedogenéticos que contribuem para a
acumulação ou remoção de Fe (Kämpf & Curi, 2000).
O perfil 3 está localizado na parte inferior da encosta e apresentou
uma sequência de horizontes Ap, A2, AB, Bt1, Btg1 e Btg2. A estrutura foi de
blocos subangulares do Ap ao Bt1 e de blocos angulares nos 2 horizontes
subjacentes.O grau e tamanho da estrutura variou de moderada a pequena no
horizonte Ap, moderada a média nos horizontes A2 e AB e moderada a grande
no Bt1, Btg1 e Btg2. A textura variou de arenosa nos horizonte Ap até AB e
franco-argilo-arenosa a partir do BA.
As cores são predominantemente de matiz amarela, variando de
10YR 3/2, 10YR 4/2, 10YR 3/3 nos horizontes Ap, A2 e AB. Nos horizontes
subsuperficiais a cor observada por horizonte foi 7,5YR 3/2 no BA, 7,5YR 4/4
com mosqueados vermelhos 2,5YR 4/8 no Bt; coloração variegada. A presença
de croma e valor menor (cores amarelo acinzentadas e mais escuras) indicam
condições de hidromorfismo e impedimentos à drenagem, em função da
posição do perfil no terreno. Os horizontes Btg1 e Btg2 apresentaram
características de gleização configurando o caráter gleissólico (SiBCS, 2006).
Solos com cores pálidas, acinzentadas e presença de mosqueados
são indicativos de condições de restrição à drenagem e apresentam maiores
riscos de deficiência de oxigênio para as plantas (Da Costa, 2009). Os
Argissolos Amarelos (PA) tendem a apresentar menor permeabilidade que os
PVs e PVAs, expressa pela cor do solo. Entretanto, em condições de relevo
mais movimentado, tornam-se sistemas mais abertos, favorecendo a perda de
água e/ou de nutrientes em detrimento ao acúmulo, apresentando, nessas
condições, um baixo risco de anoxia à cultura do eucalipto. No caso do perfil 3,
situado na base da encosta, a possibilidade de acúmulo de água e saturação é
maior, explicando a morfologia observada no perfil.
A topossequência 2 localiza-se numa região de relevo mais
movimentado, na transição da Depressão Central para a Encosta do Sudeste.
A figura 8 mostra os solos observados ao longo dessa topossequência,
classificados como Neossolos Regolíticos (RR), Neossolos Litólicos (RL),
26
Cambissolos (CX), Luvissolos (LV), Chernossolos Háplicos (MX) e Planossolos
(SX), além de afloramentos rochosos nas partes superiores (AR)
Figura 8. Solos predominantes na topossequência 2.
O perfil 5, classificado como Neossolo Regolítico, ocupa a parte
superior da encosta, com declividade de 9 %. Apresentou sequência de
horizontes A1, A2c, A3 e Cr. A textura predominantemente é franco-arenosa
(A1 e A3), com estrutura fraca a moderada, pequena a grande, blocos
subangulares. Já no horizonte A2c a estrutura é concrecionária, configurando
uma linha de pedra com transição clara e plana, enquanto que o Cr mostra
textura cascalhenta. As cores dos horizontes superficiais foram de matiz
vermelho amarelo com valores e cromas inferiores a 4, caracterizando cores
mais escuras indicativas da presença de matéria orgânica (7,5YR 3/2). No
horizonte A3, a cor observada foi 5YR 3/3, com matiz avermelhada, tornando-
se novamente vermelho amarelada no Cr (5YR 6/6). A menor profundidade
efetiva (52 a 95 cm), apesar da rocha alterada, tende a limitar o potencial
produtivo desse solo, especialmente para plantios de espécies arbóreas como
o eucalipto, e aliada a posição no relevo, proporciona risco significativo de
erosão.
O perfil 4 foi classificado como Cambissolo Háplico e apresentou
uma sequência de horizontes A1, A2, AB, Bi e CR, com textura franco-arenosa
no A1 e cascalhenta a muito cascalhenta nos demais. A estrutura variou de
AR
RL, RR CX ou LV
MX
SX, C
27
moderada a fraca, pequena a grande, blocos subangulares que se desfaz em
grão simples a granular. A presença do horizonte BA com argila de atividade
alta poderia alterar a classificação desse perfil para Luvissolo, o que não foi
confirmado pelas análises químicas discutidas posteriormente. Apresentou
cores predominantemente amareladas 7,5YR e 10YR, com exceção do Cr, de
matiz vermelho amarelado. A textura franco-arenosa/cascalhenta desse perfil e
a posição intermediária no relevo implicam em risco de erosão bem como em
dificuldades na preparação do terreno com técnicas de subsolagem, utilizadas
nos plantios silviculturais.
O perfil 6, localizado na porção inferior da topossequência 2, foi
classificado como Chernossolo Háplico, apresentando uma sequência de
horizontes A1, BA, Bt, C e Cr, com profundidade de 54 cm para o Bt até 150
cm no Cr. A textura variou de franco-argilosa a argilosa e a estrutura de grau
moderada a forte, tamanho grande a muito grande, blocos subangulares até o
BA. A partir do Bt a estrutura é prismática, com presença de superfícies de
compressão indicativas de argilas expansivas no horizonte C. No horizonte Cr
observou-se a presença de cristais de muscovita e precipitados de óxido de
manganês. Outra característica importante nesse perfil foi a consistência com
maior plasticidade e pegajosidade, fruto da textura argilosa e do tipo de argila
presente.
O horizonte A1 apresentou de fato coloração mais escura (7,5YR
3/1), indicativo da maior presença de matéria orgânica característico do
horizonte chernozêmico (Streck et al., 2008). Os demais horizontes mostraram
matizes amarelo-avermelhadas 7,5YR a 10 YR e valores e cromas mais altos
4/3 a 5/6 no CR, indicativo de drenagem moderada a boa.
Os solos da topossequência 2 apresentaram menor profundidade
efetiva do que os solos da topossequência 1 e suas características
morfológicas (relevo ondulado, presença de concreções, textura cascalhenta e
argilas expansíveis) são mais restritivas do ponto de vista de manejo físico
desses solos para plantios silviculturais, embora apresentem maior fertilidade,
como será evidenciado em itens subsequentes.
28
4.2. Atributos físicos
Os atributos físicos analisados nos solos das topossequências 1 e 2
são apresentados na Tabela 3. Com exceção do perfil 1, os teores de argila
nos horizontes superficiais foram sempre inferiores a 300 g kg-1, sendo os
teores de areia maiores nos solos da topossequência 2. O conteúdo de argila
aumentou nos horizontes subsuperficiais (BA e B) da maioria dos solos, com
exceção do perfil 4, que apresentou os maiores teores de areia. A relação
textural B/A (média da argila no B / média de argila no A) variou de 1,34 no
perfil 1 a 2,5 no perfil 3, o qual apresentou mudança textural abrupta
(EMBRAPA, 2006).
O perfil 3 apresentou maior grau de hidromorfismo em função da sua
localização na paisagem e aumento no teor de argila em profundidade,
sugerindo a atuação do processo pedogenético conhecido como ferrólise em
associação com a lessivagem (Inda Junior, 1997). Neste processo, a saturação
sazonal do solo causa a redução do ferro, aumentando os teores de Fe2+ na
solução do solo. O Fe2+ substitui os cátions Ca2+; Mg2+, K+ e Na+ no complexo
sortivo, os quais ficam sujeitos à lixiviação. Com a drenagem do solo, o Fe2+
sofre oxidação, com reprecipitação de formas oxidadas e liberação de H+, que
por sua vez desestabiliza a estrutura de minerais de argila por reações de
protonação. Como resultado final, tem-se uma “frente” de desestabilização
destes minerais, criando gradiente ou mesmo uma mudança abrupta de textura
no perfil do solo. Os produtos da solubilização das argilas (sílica e cátions,
principalmente) podem ser removidos do perfil por movimentos de água em
profundidade em diferentes taxas, ou por movimentos laterais subsuperficiais,
em relevo ondulado (Bouma, 1983; Almeida et al., 1997).
Nos perfis 1 e 2 observou-se que o uso da área com cultivo de
eucalipto, sem o devido manejo conservacionista, pode ter contribuído para
perdas significativas da camada mais superficial do horizonte A original,
alterando a relação textural esperada para solos dessa classe (Argissolos
Vermelhos e Vermelhos Amarelos). Já os perfis 4 e 5 da topossequência 2 são
solos rasos, com maior presença de cascalhos e frações grosseiras e textura
arenosa e/ou média arenosa. Nessas áreas, a preocupação com práticas de
29
conservação deve ser intensificada, em função de sua elevada susceptibilidade
à erosão.
Tabela 3. Atributos físicos dos solos estudados nas Topossequências1 e 2.
Hz AF AG Arg Silte FG TFSA VU S/A ADA GF AF/AT
-------------------------g kg-1------------------------- g kg-1 % Perfil 1
A1 180 260 350 210 3 997 0,04 0,60 140 60 0,41 A2 150 250 390 210 5 995 -0,05 0,54 140 64 0,38 BA 140 210 470 180 9 991 0,17 0,38 210 55 0,40 Bt1 120 230 470 180 29 971 -0,10 0,38 160 66 0,34 Bw1 120 200 510 170 21 981 -0,17 0,33 40 92 0,38 Bw2 110 200 450 240 44 956 - 0,53 60 87 0,35
Perfil 2 A1 210 360 240 190 21 979 -0,22 0,79 140 42 0,37 A2/BA 200 300 270 230 20 980 -0,13 0,85 140 48 0,40 Bt1 190 250 340 220 24 976 0,12 0,65 140 59 0,43 Bt2 170 260 360 210 23 977 - 0,58 40 89 0,40
Perfil 3 AP 240 470 80 210 8 992 -0,16 2,63 60 25 0,34 A2 260 420 100 220 10 990 0,09 2,20 80 20 0,38 AB 220 430 120 230 24 976 -0,37 1,92 80 33 0,34 BA 220 300 200 280 29 971 0,02 1,40 140 30 0,42 BT 190 270 290 250 62 938 0,00 0,86 160 45 0,41 BTg1 170 270 290 270 55 945 -0,39 0,93 40 86 0,39 BTg2 200 200 270 330 23 977 - 1,22 40 85 0,50
Perfil 4 A1 190 500 160 150 107 893 0,79 0,94 60 63 0,28 A2 130 630 130 110 376 624 -0,35 0,85 60 54 0,17 BA 150 560 110 180 321 679 -0,04 1,64 60 45 0,21 Bi 130 570 80 220 233 767 1,82 2,75 60 25 0,19 CR 60 780 50 110 585 415 - 2,20 40 20 0,07
Perfil 5 A1 220 390 190 200 56 944 0,19 1,05 80 58 0,36 A2C 190 420 200 190 737 263 0,05 0,95 100 50 0,31 A3 180 430 200 190 147 853 0,90 0,95 140 30 0,30 CR 150 640 70 140 243 757 - 2,00 60 14 0,19
Perfil 6 A1 270 220 260 250 23 977 0,45 0,96 120 54 0,55 BA 210 270 290 230 151 849 -0,61 0,79 180 38 0,44 Bt1 190 120 380 310 223 777 2,15 0,82 270 29 0,61 C 190 310 280 220 56 944 1,56 0,79 210 25 0,38 CR 200 580 120 100 12 988 _ 0,83 80 33 0,26 *Hz= horizontes; AF= areia fina; AG= areia grossa; Arg: argila; FG= fração grosseira; TFSA=
terra fina seca ao ar; VU= valor de uniformidade; ADA = argila dispersa em água; GF= grau de
Floculação; AF/AT=Areia Fina / Areia Total;RT= relação textural.
30
Na topossequência 1 os perfis 1 e 2 apresentaram valores de silte
superiores a 150 g kg-¹ e relação silte/argila maior que 1,5 nos horizonte
superficial A e entre 0,33 e 0,65 nos horizontes B. Os baixos valores
encontrados nos horizontes subsuperficiais B indicam expressivo grau de
intemperismo de acordo com o SiBCS (EMBRAPA, 2006), que preconiza o
valor de 0,7 para solos com menor grau de intemperismo. Já no perfil 3 a
relação silte/argila no horizonte B variou de 0,86 a 1,22, com teores de silte
superiores a 250 g kg-¹, influenciada pela posição no final da encosta, com
enriquecimento de materiais carreados da parte superior da topossequência.
Essa relação, no entanto, deve ser vista com cuidado, pois em certos casos a
fração silte é constituída de flocos de caulinita, o que não significa estágio
pouco avançado de intemperismo (Gomes, 1976; Rezende, 1980; Schaefer,
1995).As relações silte/argila dos perfis da topossequência 2 foram superiores
(0,82 a 2,20) aquelas observadas na topossequência 1,indicando um menor
grau de intemperização destes solos.
Na topossequência 1 os valores de índice de uniformidade (VU) dos
solos foram inferiores a 0,6, indicando que os solos foram desenvolvidos a
partir do mesmo material de origem. Valores superiores a 0,6 oferecem indícios
de descontinuidade litológica (Bortoluzzi et al., 2008; Schaetzl, 1998). Neste
caso, os valores reforçam a hipótese de ocorrência de processo pedogenético
como desencadeador do gradiente textural. Já na topossequência 2, os valores
de VU para horizontes sub-superficiais foram superiores a 0,60, alcançando
valores de 0,90 até 2,15. Particularmente no perfil 5 (Neossolo Regolítico) a
avaliação morfológica “in loco” mostrou claramente uma camada
concrecionária, que pode configurar descontinuidade litológica.
Nos perfis 1 e 2 da topossequência 1 (Argissolo Vermelho e
Argissolo Vermelho Amarelo) o grau de floculação (GF) dos solos estudados
variou de 42 a 92 %, mostrando uma tendência de aumento em profundidade.
Este atributo é usado na estimativa da estabilidade de agregados no solo e
mostra o quanto da fração argila encontra-se floculada. É um fator dependente
de pH e dos cátions presentes na solução do solo e no complexo sortivo
(Azevedo & Dalmolin, 2004). Medeiros (2010) encontrou valores de 28 a 70 %
em Argissolos na região de Porto Alegre e observou que em horizontes
superficiais A, em média 50 % da fração argila encontrava-se floculada,
31
enquanto o restante, em pequenas turbações, pode ficar em suspensão na
solução do solo, favorecendo sua eluviação. Similar ao observado para os
perfis 1 e 2, Medeiros (2010) também atestou menor GF nos horizontes
transicionais (A2, AB, BA), permitindo estimar a maior suscetibilidade do
material coloidal ao transporte mecânico dos fluxos de água. Horizontes com
maiores teores de argila total (horizontes subsuperficiais B) tendem a
apresentar maiores valores de GF. Em determinados casos, o grau de
floculação pode ser indicativo de uma condição de intemperismo mais
avançada, onde uma maior estabilidade de agregados é conferida pela relação
entre óxidos e oxi-hidróxidos com a matéria orgânica (Sposito, 1989). No perfil
3, com maior teor de areia, os valores de GF são bem inferiores aos dos perfis
anteriores e consequentemente com maior valor de argila dispersa em água
(ADA), favorecendo o processo de eluviação das argilas ao longo do perfil, com
acúmulo nos horizontes Bt subsuperficiais.
Os perfis 4 e 5 (Cambissolo e Neossolo Regolítico) mostraram
baixos valores de GF em função dos menores teores de argila presentes
nesses solos. O perfil 6, embora mais argiloso, também apresentou baixos
valores de GF, muito em função de suas características mineralógicas, cujo
detalhamento será discutido em itens a seguir.
4.3. Atributos químicos 4.3.1. Complexo Sortivo
Os atributos químicos do complexo sortivo analisados nos solos das
topossequências 1 e 2 são apresentados na Tabela 4. Os resultados mostram
diferenças entre os perfis de solos das topossequências 1 e 2 e refletem o
histórico do manejo e uso do solo nas áreas.
Os perfis 1 e 2 (Argissolo Vermelho e Argissolo Vermelho Amarelo),
de origem granítica, apresentaram baixos teores de carbono orgânico, potássio
trocável, fósforo extraível e saturação por bases (V < 50 %), bem como altos
valores de alumínio trocável e saturação por alumínio(m > 50%), configurando-
se como distróficos e álicos (EMBAPA, 2006).
32
As principais limitações químicas dos Argissolos estão ligadas ao
distrofismo e à presença de alumínio (álicos) (Streck et al.,2008). Os altos
teores de alumínio trocável ao longo do perfil são tóxicos para a maioria das
culturas, especialmente anuais e frutíferas. Em relação a plantios de eucalipto,
Leite (2010) afirma que apesar de ser comumente considerado como tolerante
ao alumínio, raízes finas podem ser restringidas pela elevada atividade do Al3+,
principalmente em solos com baixos teores de cálcio, prejudicando a absorção
de água e nutrientes e reduzindo o crescimento (Gatto et al., 2003).
Os valores de pH variaram de 4,5 a 4,8 corroborando as condições
de elevada acidez destes perfis, considerados ácidos de acordo com Sparks
(2003) e Meurer (2007). Sob tais condições o íon Al3+ tende a ser a forma
predominante de alumínio na solução do solo. Os valores de pH em KCl são
consistentemente menores do que o pH em água (∆pH negativo) indicando a
abundância de cargas negativas no solo, com implicações na capacidade de
retenção de cátions (CTC) e adsorção específica de ânions tais como fosfatos
(Leite, 2010).
Associado aos altos teores de alumínio, os perfis 1 e 2 mostraram
baixos teores de cálcio, magnésio e potássio em comparação aos outros solos.
As características do material de origem granítico, como já citado, com baixa
reserva mineral e acentuado grau de intemperismo explicam a menor fertilidade
destes solos (Bastos, 1991; Schneider et al., 2008). Os baixos teores de
cátions observados estão também ligados ao histórico de uso dessas áreas,
cultivados com plantios de eucalipto desde 2000, com colheita realizada em
2010, pouco antes das amostragens do estudo.
Em cultivos com diferentes genótipos de eucalipto com alta
produtividade no Maranhão, o cálcio foi o nutriente de maior acúmulo, com a
extração total atingindo valores de até 600 kg ha-1 (Silveira, 2000). A
quantidade acumulada de cálcio foi muito acima do que era aplicada via
corretivo na maioria das empresas florestais até meados dos anos 2000. O
autor afirma que altas produtividades estão fortemente relacionadas à intensa
extração de nutrientes, especialmente cálcio. Leite (2010), comparando áreas
cultivadas com eucalipto e pastagens no vale do Rio Doce em Minas Gerais
observou a ocorrência de menores valores de cálcio, potássio e magnésio em
solos com eucalipto em relação à pastagem, refletindo o balanço negativo para
33
os solos estudados quanto aos “inputs” e “outputs” destes nutrientes no
sistema. A exportação dos nutrientes pela retirada da madeira e parte da casca
na colheita pode resultar numa significativa redução dos nutrientes nos solos
sob cultivo de eucalipto sem a devida reposição.
A não reposição dos nutrientes exportados leva à diminuição da
fertilidade a curto e médio prazo, não somente para cálcio, mas também para
magnésio e potássio e é, portanto, um fator decisivo para a sustentabilidade
dos plantios florestais, norteando os programas de fertilização em plantios de
eucalipto que devem repor os nutrientes exportados, visando evitar a exaustão
de solos com baixas reservas de nutrientes.
Embora situado na mesma topossequência, o perfil 3, com origem
geológica similar,apresentou maiores valores de pH, cátions trocáveis (Ca2+,
Mg2+ e K+) e teores inferiores de alumínio e saturação por alumínio no
horizontes superficiais. Estes valores superiores podem ser consequência de
um transporte lateral, já que este perfil está na base da topossequência, mas
também estão ligados a utilização de práticas de correção de solo nesses
plantios, estabelecidos em 2007, com a utilização de 2000 kg ha-1 de calcário
dolomítico e adubações de reposição com cloreto de potássio. O maior teor
para fósforo (14,7 mg dm-3) está igualmente ligado a aplicações de adubos
fosfatados. Nos horizontes subsuperficiais os valores de bases, pH e alumínio
voltam a ser similares aos dos solos anteriores, refletindo a baixa reserva
mineral original dos solos.
Os teores de carbono orgânico foram baixos e similares nos três
perfis da topossequência 1, sendo ligeiramente superiores no perfil 3 em função
da posição no relevo. A atividade da fração argila no horizonte B dos perfis 1 e
2 foi inferior a 27 cmolc kg-1, sendo portanto solos com argila de atividade baixa
(Tb), segundo SIBCS (EMBRAPA, 2006). Já no perfil 3 o valor da atividade de
argila foi de 32 cmolc kg-1, qualificando esse solo como de argila de atividade
alta (Ta), ressaltando sua posição na base da encosta e portanto passível de
enriquecimento lateral e de sedimentos de natureza diversa.
Tabe
la 1
. Atri
buto
s qu
ímic
os d
os s
olos
est
udad
os n
as to
poss
equê
ncia
s 1
e 2
Perf
il H
z pH
H2O
pH
KC
l C
a M
g K
N
a A
l P
SB
H+A
l C
TCpH
7,0
T V
m
Cor
g
------
------
------
------
------
mg
kg-1
------
------
------
------
----
------
-----c
mol
c kg-1
------
-- ---
------
-----
%---
------
g
kg-1
Perf
il 1
A1
4,6
3,6
260
60
50,7
0,
04
270
3,3
2,0
9,20
11
,20
32
18
60
9,7
A2
4,5
3,5
260
60
27,3
0,
03
333
2,4
1,9
9,70
11
,60
30
16
66
8,3
BA
4,
5 3,
6 28
0 14
4 15
,6
0,05
27
9 3,
1 2,
7 9,
10
11,8
0 25
23
53
7,
2 B
t1
4,9
3,7
360
168
15,6
0,
06
198
3,6
3,3
7,20
10
,50
22
31
40
6,8
Bw
1 4,
8 3,
8 40
0 19
2 15
,6
0,05
16
2 3,
5 3,
7 5,
40
9,10
18
41
33
4,
4 B
w2
4,8
3,8
300
168
15,6
0,
04
135
3,8
3,0
4,80
7,
80
17
38
33
3,3
Perf
il 2
A1
4,6
3,6
100
48
31,2
0,
02
216
3,3
1,0
6,50
7,
50
31
13
71
6,3
A2/
BA
4,
5 3,
7 10
0 24
23
,4
0,01
26
1 2,
7 0,
8 6,
90
7,70
29
10
78
5,
5 B
t1
4,8
3,6
140
60
11,7
0,
02
288
1,5
1,3
7,70
9,
00
26
14
71
5,0
Bt2
4,
6 3,
6 14
0 72
11
,7
0,04
27
9 1,
8 1,
4 7,
10
8,50
24
16
69
3,
8
Perf
il 3
AP
6,
5 5,
6 86
0 16
8 23
,4
0,02
0
14,7
5,
8 1,
80
7,60
76
0 12
,0
A2
5,3
4,2
400
96
19,5
0,
01
27
2,5
2,9
2,60
5,
50
53
9
5,6
AB
4,
9 3,
8 12
0 36
15
,6
0,01
90
1,
8 1,
0 4,
60
5,60
18
50
5,2
BA
4,
6 3,
7 10
0 36
19
,5
0,01
22
5 0,
9 0,
9 6,
60
7,50
38
12
74
5,
0 B
t 4,
7 3,
6 18
0 84
23
,4
0,02
27
9 1,
1 1,
7 7,
60
9,30
32
18
65
5,
0 B
tg1
4,7
3,7
340
72
11,7
0,
02
225
1,3
2,4
5,60
8,
00
28
30
51
3,3
Btg
2 4,
9 3,
7 30
0 12
0 11
,7
0,02
17
1 1,
5 2,
6 4,
40
7,00
35
37
42
2,
4
Perf
il 4
A1
5,2
4,0
400
108
120,
9 0,
03
36
4,3
3,2
5,00
8,
20
39
11
12
,0
A2
5,2
4,0
200
60
50,7
0,
02
36
2,8
1,7
3,00
4,
70
36
19
5,
7 B
A
5,3
3,9
220
60
23,4
0,
03
27
1,9
1,7
1,60
3,
30
52
15
2,
6 B
i 5,
3 3,
7 30
0 84
23
,4
0,06
45
2,
0 2,
3 1,
60
3,90
59
18
1,4
Cr
5,5
3,7
560
168
23,4
0,
15
45
1,5
4,4
1,30
5,
70
77
10
1,
2
Perf
il 5
A1
5,3
4,2
640
144
81,9
0,
04
27
4,2
4,7
5,70
10
,40
55
45
6 16
,0
A2C
5,
1 3,
9 54
0 10
8 58
,5
0,04
72
2,
8 3,
8 6,
10
9,90
50
38
17
12
,0
A3
5,2
4,0
640
120
35,1
0,
04
54
2,1
4,3
3,80
8,
10
41
53
12
6,7
CR
5,
5 4,
3 76
0 10
8 23
,4
0,09
18
1,
4 4,
9 1,
30
6,20
79
4 2,
3
Perf
il 6
A1
5,4
4,2
1700
55
2 11
3,1
0,1
99
3,4
13,5
8,
10
21,6
0 83
63
8
20,9
B
A
5,4
3,7
1260
44
4 31
,2
0,2
162
2,2
10,3
8,
40
18,7
0 64
55
15
11
,0
Bt1
5,
9 3,
8 23
00
900
35,1
0,
6 13
5 2,
2 19
,7
6,90
26
,60
70
74
7 8,
1 C
6,
5 3,
9 27
80
1164
31
,2
0,83
27
5
24,5
2,
40
26,9
0 96
91
1
3,3
CR
6,
5 3,
8 24
40
852
27,3
0,
71
18
127
20,1
1,
60
21,7
0
93
1 1,
6
34
35
Uma situação diversa dos atributos químicos para os solos da
topossequência 2 (perfis 4,5 e 6) é mostrada na Tabela 4, antecipando as
diferenças mineralógicas entre as duas áreas que serão discutidas na
sequência.
Os teores de carbono orgânico, bases (Ca2+, Mg2+ e K+) e CTCpH7
são superiores aos observados nos perfis 1, 2 e 3, enquanto que os teores de
alumínio e saturação por alumínio são inferiores aos observados nos perfis da
topossequência 1. O solo reflete a maior riqueza do material de origem, com
maior reserva de nutrientes do que a topossequência 1. O uso anterior dessa
área – pastagem em campo nativo – também pode explicar a diferença em
relação à anterior, cultivada com eucalipto por 10 anos, sem reposição de
nutrientes. Os valores de atividade de argila (T) no horizonte subsuperficial
foram superiores a 27 cmolc kg-1 nos três perfis, indicando a presença de
argilas de atividade alta (Ta). Trata-se de um indicativo da diferença entre as
duas áreas em termos de material de origem. O carbono orgânico nos solos da
topossequência 2 foi superior aos solos da área anterior, com destaque para o
perfil 6, cujo horizonte A1 apresentou valor de carbono orgânico de 20,9 g kg-1.
Esse teor de carbono orgânico, juntamente com o valor de V% superior a 60 %
caracteriza esse horizonte como A chernozêmico, conforme descrição
morfológica. A figura 9 mostra as diferenças observadas para carbono orgânico
e cálcio trocável para os seis perfis estudados, conforme já discutido.
36
Figura 9: Teores de cálcio trocável (superior) e carbono orgânico (inferior) ao
longo dos perfis de solos estudados.
37
4.3.2. Teores de silício, alumínio, titânio, manganês, potássio e ferro obtidos por ataque sulfúrico e índices Ki e Kr
Os teores de Si, Al, Ti, Mn, K e Fe (Fes) extraídos pelo ataque
sulfúrico são apresentados na Tabela 5. As quantidades de Si foram altas e
aumentaram em profundidade em todos os perfis de solos. Medeiros (2010)
encontrou valores inferiores de Si em Argissolos da região de Porto Alegre,
embora tenha considerado os resultados como altos.
Melo (2009) afirma que considerando a solubilidade de minerais
primários, a formação dos minerais secundários e as reações do solo, mesmo
que em taxas diferentes e/ou rotas diversas, os cátions básicos e o Si são
progressivamente lixiviados do solo durante o intemperismo, podendo explicar
suas menores quantidades em superfície.
O Al também apresentou concentrações elevadas e tende a
aumentar em profundidade, assim como a sílica, especialmente nos perfis da
topossequência1. Na topossequência 2, os teores de Al foram menores,
principalmente no perfil 4, o que pode estar ligado à menor quantidade de
argila nesse perfil. Os teores de alumínio nos horizontes C dos perfis 4 a 6 são
menores, indicando que o acúmulo subsuperficial nos horizontes subjacentes é
decorrente de processos de eluviação, com transporte de elementos móveis
para camadas iluviais como observado na figura 10, que estabelece as
relações entre os teores de Al e Si e argila, conforme proposto por Medeiros
(2010).
Outros elementos, tais como Ti, P e Mn, apresentaram valores
pouco expressivos decorrentes do material de origem, pobre nestes elementos.
Os valores do índice Ki para os perfis amostrados também são
mostrados na tabela 5. De acordo com Oliveira (2001), o índice Ki tem sido
empregado juntamente com outras relações molares como indicador de
intemperismo. Quanto menor o valor de Ki, mais intemperizado o solo. O autor
cita que solos com Ki entre 1 e 2 são predominantemente ácricos e com argila
de atividade baixa, enquanto que valores superiores a 2,5 – 3,0 podem indicar
presença de minerais de argila do tipo 2:1.
38
Tabela 5. Teores de elementos totais via ataque sulfúrico e índices Ki (1,7 x
SiO2/Al2O3) e Kr [1,7 x SiO2/Al2O3 +(0,6 x Fe2O3)]
Para os solos amostrados os valores do índice Ki foram altos, sendo
que nos horizontes superficiais o valor foi superior a 2,5, enquanto que nos
horizontes subsuperficiais foram maiores que 2,2, indicando índice de
intemperismo intermediário. Este índice fornece uma estimativa do grau de
intemperismo de solos tropicais e subtropicais, apresentando uma estimativa
da relação caulinita e gibbsita nos solos. Mello et al. (1995) sugerem presença
Hor SiO2 Al2O3 Fe2O3 TiO2 P2O5 MnO Ki(2) Kr (3) -----------------------------------g.kg-1 ----------------------------
Perfil 1 A1 130 86 53 7,9 0,4 0,3 2,57 1,84 A2 144 109 64 9,2 0,4 0,2 2,26 1,64 BA 181 136 79 9,8 0,4 0,2 2,26 1,65 Bt1 200 142 79 8,7 0,4 0,2 2,40 1,77 Bw1 206 150 83 9,2 0,4 0,3 2,33 1,72 Bw2 190 139 79 8,8 0,4 0,2 2,33 1,71
Perfil 2 A1 93 56 29 6,8 0,3 0,1 2,82 2,11
A2/BA 80 67 37 7,3 0,3 0,1 2,02 1,50 Bt1 140 95 48 7,3 0,4 0,2 2,49 1,88 Bt2 147 103 51 7,2 0,4 0,2 2,43 1,84
Perfil 3 AP 28 15 11 3,1 0,3 0,8 3,30 2,22 A2 51 22 13 4,5 0,2 0,3 3,98 2,87 AB 60 29 16 3,7 0,2 0,2 3,58 2,63 BA 96 52 27 5,5 0,4 0,2 3,11 2,35 BT 122 82 40 6,4 0,3 0,1 2,54 1,93
BTg1 120 79 57 6,9 0,3 0,1 2,59 1,77 BTg2 106 70 52 6,6 0,3 0,1 2,58 1,76
Perfil 4 A1 69 41 13 1,6 0,4 0,4 2,84 2,37 A2 57 35 10 1,7 0,4 0,2 2,76 2,32 BA 49 35 10 1,6 0,2 0,2 2,40 2,02 Bi 82 57 18 2,2 0,2 0,3 2,47 2,05 CR 73 52 19 1,2 0,1 0,3 2,37 1,92
Perfil 5 A1 96 60 35 6,1 0,5 1,3 2,71 1,98
A2C 91 63 33 4,5 0,4 1,0 2,46 1,84 A3 113 90 33 3,6 0,4 0,5 2,16 1,75 CR 97 75 23 0,9 0,2 0,5 2,21 1,85
Perfil 6 A1 127 78 68 3,9 0,8 1,2 2,76 1,77 BA 155 113 77 4,2 0,5 0,6 2,34 1,63 Bt1 250 188 97 3,6 0,4 1,1 2,25 1,70 C 206 154 77 3,9 0,5 1,3 2,27 1,72
CR 181 129 65 6,3 2,0 1,1 2,39 1,81
39
de argilominerais 2:1 quando o Ki é maior que 2,2, o que não foi confirmado
para os solos da topossequência 1 e sim para a topossequência 2.
Figura 10: Relações dos teores de silício e de alumínio, obtidos por ataque
sulfúrico com a fração argila.
Enquanto o índice Ki é a relação molecular entre a sílica e a
alumina, o Kr é a relação molecular entre sílica e óxidos de Al e Fe (Carvalho,
1956). Ele é semelhante ao Ki, porém, mais apropriado para indicar o grau de
alteração dos minerais em solos onde a alta taxa de formação de óxidos de
ferro contrasta com os baixos teores de alumina. Nos perfis avaliados o Kr
apresentou valor superior a 0,75 em todos os horizontes, e juntamente com o
Ki maior que 0,75, sugerem solos predominantemente cauliníticos (EMBRAPA,
2006).
Os valores mais altos do índice Ki contrastam com a baixa CTCpH7
da maioria dos solos com exceção do perfil 6 (Chernossolo). Essa
incompatibilidade tem sido observada por vários autores tais como Medeiros
(2010) e Oliveira (2001), o que segundo os autores indica possíveis
inconsistências no método em se tratando de solos com pouca argila, pois
pode ocorrer ataque na superfície das areias, prejudicando a interpretação.
y = 0.2523x + 21.095R² = 0.5815
y = 0.3269x + 39.247R² = 0.6096
0.0
50.0
100.0
150.0
200.0
250.0
300.0
0 100 200 300 400 500 600
SiO
2e
Al 2O
3,g
kg-1
Argila, g kg-1
Al2O3SiO2
40
4.3.3. Teores de ferro
As formas de Fe extraíveis com ditionito-citrato-bicarbonato (Fed) e
oxalato ácido de amônio (Feo) e as relações entre estas são mostradas na
Tabela 6.
Tabela 6. Teores de argila, carbono orgânico (CO), Fe total (Fet), Fe dos óxidos
de Fe pedogênicos (Fed), Fe dos óxidos de Fe de baixa
cristalinidade (Feo) e suas relações
Hz Argila CO Fet Fed Feo Fed/Fet Feo/Fed ----------------------------g kg-1----------------------------
Perfil 1 A1 350 9,70 37,06 20,3 0,7 0,55 0,03 A2 390 8,30 44,76 23,0 0,7 0,51 0,03 BA 470 7,20 55,24 26,4 0,7 0,48 0,02 Bt1 470 6,80 55,24 26,4 0,8 0,48 0,03 Bw1 510 4,40 58,04 27,7 1,1 0,48 0,03 Bw2 450 3,30 55,24 23,8 1,0 0,43 0,04
Perfil 2 A1 240 6,30 20,28 12,1 0,5 0,59 0,04
A2/BA 270 5,50 25,87 19,4 0,5 0,75 0,02 Bt1 340 5,00 33,57 15,5 0,6 0,46 0,04 Bt2 360 3,87 35,66 18,2 0,7 0,51 0,03
Perfil 3 Ap 80 12,00 7,69 4,5 0,5 0,59 0,10 A2 100 5,60 9,09 5,9 0,4 0,65 0,07 AB 120 5,20 11,19 6,3 0,5 0,56 0,07 BA 200 5,00 18,88 8,5 0,5 0,45 0,06 Bt 290 5,00 27,97 13,6 0,5 0,49 0,03
Btg1 290 3,30 39,86 18,0 0,8 0,45 0,04 Btg2 270 2,40 36,36 4,2 0,8 0,11 0,18
Perfil4 A1 160 12,00 9,09 3,0 0,8 0,33 0,26 A2 130 5,70 6,99 2,5 0,5 0,36 0,20 BA 110 2,60 6,99 2,0 0,3 0,29 0,12 Bi 80 1,40 12,59 2,6 0,3 0,20 0,12 Cr 50 2,20 13,29 2,9 0,1 0,22 0,05
Perfil 5 A1 190 16,00 24,48 9,2 1,2 0,38 0,13
A2C 200 12,00 23,08 9,9 1,1 0,43 0,10 A3 200 6,70 23,08 8,8 0,8 0,38 0,08 Cr 70 2,30 16,08 4,9 0,3 0,31 0,06
Perfil 6 A1 260 20,90 47,55 16,3 3,5 0,34 0,21 BA 290 1,10 53,85 18,8 2,9 0,35 0,15 Bt1 380 0,81 67,83 22,7 2,8 0,33 0,12 C 280 0,33 53,85 14,9 1,3 0,28 0,08 Cr 120 0,16 45,45 10,2 0,7 0,22 0,06
41
O Fed representa o ferro constituinte dos óxidos de ferro
pedogênicos e inclui o conjunto dos óxidos cristalinos, os de baixa
cristalinidade e não cristalinos. O Feo corresponde ao ferro constituinte dos
óxidos de Fe de baixa cristalinidade, representado principalmente pela
ferrihidrita e parte das lepidocrocitas, denominadas formas mais “ativas”, de
acordo com Inda Junior (2002). O ferro total (Fet) compreende o ferro extraído
pela dissolução total dos minerais contidos numa amostra (ataque sulfúrico),
incluindo óxidos de ferro pedogênicos e litogênicos, bem como alumino-
silicatos primários e secundários.
A concentração de Fet nos solos de ambas as topossequências foi
inferior a 80 g kg-1, configurando os mesmos na condição de solos hipoférricos
conforme o SiBCS (EMBRAPA, 2006). Isto está relacionado ao material de
origem desses solos, que em geral apresenta uma quantidade expressiva de
quartzo e baixas concentrações de minerais ferromagnesianos na sua
constituição. Como consequência, a concentração de óxidos de Fe
pedogênicos nos solos, expressa pelos teores de Fed, também foi considerada
baixa. Entretanto, os teores de Fed aumentam em profundidade na maioria dos
solos (exceto nos Perfis 4 e 5), expressando a ocorrência do processo de
lessivagem atuante nos solos em estudo.
Nos perfis 4 e 5, o não incremento de Fed em profundidade pode ser
explicado pelo menor estágio de desenvolvimento desses solos, bem como
pelos baixos teores de argila, como ilustrado na figura 11, que mostra a relação
direta entre o teor de argila e os valores de Fed.
A razão Fed/Fet possibilita inferir a proporção do ferro já liberado
pelo intemperismo de minerais primários e já incorporado na forma pedogênica
dos óxidos de ferro, configurando assim um indicativo do grau de intemperismo
do solo.
Nos perfis estudados, observa-se uma clara distinção entre os
valores observados nos perfis 1 a 3 (topossequência 1- Argissolos), com
valores médios de 0,45 a 0,70 para a razão Fed/Fet, em comparação aos perfis
4 a 6 cujos valores foram em média inferiores a 0,45 para este índice.
Depreende-se que os solos da topossequência 1 apresentam estágio mais
avançado de intemperização do que os solos da segunda topossequência. Os
maiores valores desta relação na topossequência 1 foram observados nos
42
horizontes A2 dos perfis 2 e 3 (0,75 e 0,65, respectivamente). A argila que está
sendo iluviada em consequência de processos formadores de gradiente
textural aumenta os valores de Fed gradativamente em profundidade (óxidos
de ferro pedogênicos), conforme observado por Medeiros (2010) em Argissolos
Vermelhos no RS. Nos perfis 4 a 6 não há expressiva variação em
profundidade, indicando que a translocação vertical da argila não é tão
expressiva nestes solos.
Figura 11. Relação entre os teores de ferro dos óxidos de ferro pedogênicos
(Fed) e os teores de argila nos solos.
A relação Feo/Fed nos perfis de solos estudados variou de 0,03 a
0,26. Esta relação proporciona uma indicação da proporção dos óxidos de ferro
pedogênicos que possuem baixa cristalinidade, sendo que o aumento desta
relação correspondente à diminuição da proporção dos óxidos de ferro
cristalinos (Schwertmann & Kämpf, 1983). Os perfis 4 a 6 apresentaram as
maiores relações, indicando um maior conteúdo de formas menos cristalinas de
ferro, quando comparado aos outros perfis. Vale ressaltar que estes solos
apresentam também maiores teores de carbono orgânico, o que afeta a relação
Feo/Fed, visto que a matéria orgânica atua como fator inibidor da cristalização
no momento da formação dos óxidos de ferro.
43
4.4. Características mineralógicas 4.4.1 Fluorescência de raios X
Na tabela 7 são apresentados os valores dos elementos totais
avaliados pelo método da fluorescência de raios X e os valores das relações Kif
e Krf obtidos a partir dos teores de Si, Al e Fe. Observa-se que, à medida que o
material de origem é alterado e evolui o grau de pedogênese, nos horizontes
subsuperficiais ocorrem perdas mais intensas dos teores de Si e aumento
relativo de Fe, Al e Ti. Com exceção do perfil 3, localizado numa posição de
paisagem que favorece a neo formação de minerais secundários e, ou, a
intemperização mais lenta, os valores de Kif e Krf foram menores nos
horizontes subsuperficiais, indicando o maior grau de intemperização dos
solos.
Todos os perfis amostrados apresentaram baixos teores de cálcio.
Entretanto, os perfis 4 a 6 da topossequência 2 apresentaram maiores valores
de cálcio bem como teores de magnésio altos indicando a presença de uma
boa quantidade de minerais primários facilmente intemperizáveis no perfil
desses solos, já que são elementos químicos primariamente removidos do
perfil por lixiviação.
Conforme esperado, os principais componentes do solo são Si e Al
que estão também entre os elementos mais comuns da crosta terrestre. O teor
de Fe é baixo no geral para todos os perfis. A figura 11 mostra a relação dos
teores de Al, Si e Fe (este multiplicado por um fator de 10 para melhor
visualização). Os dados mostram uma tendência inversa entre os teores de Al
e Si, ou seja, quanto maior o teor de Al menor o de Si e vice-versa, o que é
compreendido como sendo a sequência esperada de intemperismo. Não
obstante, os baixos teores de Fe, nos perfis 1 (Argissolo Vermelho) e 6
(Chernossolo), mostram maiores valores que nos demais perfis. Nota-se
também que as amostras que têm maior teor de Fe tendem igualmente a ter
maior teor de Al e menor de Si, o que é inteiramente compatível com uma
possível sequência de intemperização dos solos.
Tabe
la 7
. Teo
res
de e
lem
ento
s de
term
inad
os p
or fl
uore
scên
cia
de ra
ios
X e
as
rela
ções
mol
ecul
ares
Kif
e K
rf Pe
rfil
Hor
Si
O2
Al 2O
3 Fe
2O3
TiO
2 C
aO
MgO
K
2O
MnO
Zn
O
ZrO
2 ki
f kr
f
---
------
------
------
------
------
------
------
------
---g
kg-1
------
------
------
------
------
------
------
------
------
------
m
gkg-1
Perf
il 1
A1
705
255
20
5,1
nd
7,0
1,9
0,09
nd
33
0 4,
6 4,
4 A
2 64
8 30
6 23
5,
1 0,
06
8,7
2,1
0,09
0,
02
310
3,6
3,4
BA
61
1 33
7 27
4,
7 0,
12
9,7
2,3
0,09
0,
03
260
3,0
2,9
Bt1
60
1 34
5 27
5,
1 0,
16
10,4
2,
4 0,
1 0,
03
270
2,9
2,8
Bw
1 59
1 35
5 28
5,
0 0,
17
10,4
2,
5 0,
1 0,
04
270
2,8
2,6
Bw
2 61
8 32
6 28
5,
2 0,
05
10,7
2,
1 0,
1 0,
03
310
3,2
3,0
Perf
il 2
A1
725
240
15
5,0
nd
6,8
1,8
0,05
0,
02
320
5,1
4,9
A2/
BA
71
8 24
7 15
4,
8 nd
7,
2 2,
1 0,
05
0,02
28
0 4,
9 4,
7 B
t1
678
281
19
5,0
nd
8,2
2,2
0,06
0,
03
270
4,1
3,9
Bt2
66
5 29
3 20
4,
8 nd
8,
8 2,
2 0,
06
0,04
26
0 3,
8 3,
7
Perf
il 3
Ap
884
99
6 4,
3 1,
56
nd
1,5
0,47
nd
32
0 15
14
A
2 86
0 12
5 7
4,1
0,40
nd
1,
5 0,
12
nd
230
11
11
AB
82
2 15
5 8
4,4
0,28
4,
1 2,
0 0,
08
0,02
32
0 8,
9 8,
7 B
A
768
200
13
5,4
0,12
6,
0 2,
1 0,
07
0,03
34
0 6,
5 6,
2 B
t 71
2 25
2 16
4,
5 nd
7,
8 2,
1 nd
0,
02
310
4,8
4,6
Btg
1 71
2 24
6 20
5,
1 0,
12
7,5
2,2
nd
0,02
36
0 4,
9 4,
6 B
tg2
760
202
19
5,0
0,16
5,
9 2,
0 nd
nd
38
0 6,
3 6,
0
Perf
il 4
A1
587
288
6 1,
5 1,
98
10,0
21
,7
0,18
0,
03
140
3,4
3,4
A2
603
282
5 1,
4 1,
61
9,0
21,8
0,
08
nd
110
3,6
3,5
BA
59
4 27
8 5
1,7
1,94
11
,2
21,1
0,
06
nd
90
3,6
3,5
Bi
540
328
8 2,
1 2,
35
14,7
18
,8
0,11
0,
02
110
2,8
2,7
Cr
627
322
7 1,
1 3,
33
11,2
19
,7
0,09
nd
nd
3,
3 3,
2
Perf
il 5
A1
669
279
12
2,7
1,54
9,
2 16
,9
0,43
0,
03
110
4,0
3,9
A2C
62
1 32
1 15
3,
7 1,
77
9,5
18,7
0,
38
0,03
13
0 3,
2 3,
1 A
3 56
9 37
0 14
2,
0 1,
79
11,8
20
,9
0,19
0,
02
110
2,6
2,5
Cr
618
331
9 0,
8 2,
31
8,3
23,1
0,
16
0,02
nd
3,
1 3,
1
Perf
il 6
A1
539
299
19
3,2
1,92
19
,0
4,0
0,34
0,
03
90
3,0
2,9
BA
50
4 34
7 25
3,
0 1,
31
24,8
5,
9 0,
22
0,03
nd
2,
4 2,
3 B
t1
470
390
29
2,1
1,56
27
,8
7,5
0,46
0,
04
nd
2,0
1,9
C
466
375
34
2,5
1,99
29
,5
8,3
0,4
0,04
10
0 2,
1 2,
0 C
r 47
2 35
4 20
2,
6 2,
60
24,3
6,
2 0,
42
0,04
12
0 2,
2 2,
1
44
45
Figura 12. Relação entre os teores de silício, alumínio e ferro determinados por
fluorescência de raios X.
4.4.2. Difratometria de raios X
Os solos da topossequência 1 (P1, P2 e P3) apresentaram uma
composição mineralógica semelhante nas frações granulométricas areia e silte.
Com base na intensidade das reflexões, o quartzo mostrou uma expressiva
dominância nessas frações, associado a traços de feldspatos e anatásio
(Figuras 13, 14 e 15). Na fração argila desses solos (Figuras 19, 20 e 21),
observaram-se novamente reflexões de quartzo, as quais aumentaram de
intensidade nos horizontes superficiais. O argilomineral do tipo 1:1, caulinita,
predominou na fração argila em todos os horizontes dos solos da
topossequência 1, sendo sua presença confirmada pela ausência das reflexões
0,720 e 0,444 nm nos espectros após o tratamento térmico a 550oC. Além da
caulinita, reflexões de muito baixa intensidade sugeriram ainda a ocorrência de
traços de mica e argilominerais secundários do tipo 2:1.
De acordo com (Streck et al., 2008), os Argissolos representam um
grupamento de solos de grande expressão geográfica no Rio Grande do Sul.
Mineralogicamente, podem ser divididos basicamente em Argissolos
46
Vermelhos e Vermelho-Amarelos. De forma geral, os Argissolos Vermelhos
possuem, na sua composição mineralógica, maiores teores de micas que os
Vermelho-Amarelos, conforme observado por Castro (2010), que ao avaliar
Argissolos Vermelhos em áreas do Rio Grande do Sul, observou-se a presença
de micas na fração argila e na fração areia, para a maioria dos Argissolos
Vermelhos e expressão mínima para os Argissolos Vermelho Amarelos. A
exceção à regra foi um perfil de Argissolo Vermelho latossólico similar ao P1
estudado aqui amostrado. A hipótese levantada foi a de que com o
intemperismo, ocorre a liberação de K e Mg das micas, o que caracterizaria,
assim, uma reserva desses nutrientes para o eucalipto, com disponibilização ao
longo do tempo. Dentre as micas, a biotita é mais suscetível à alteração e
consequente liberação de K e Mg, enquanto a muscovita é mais resistente
(Kämpf & Curi, 2003; Curi et al., 2005). Melo (2009) afirma que em função dos
altos teores de potássio dos minerais micáceos, pequenas quantidades desses
minerais em solos altamente intemperizados podem ser significativos no
incremento de K total e na disponibilidade deste nutriente para as plantas.
Argilominerais do tipo 1:1, como a caulinita, amplamente dominante
na fração argila dos Argissolos (Tabela 3), como na maioria dos solos
brasileiros (Resende et al., 2005), não constituem reserva mineral de K, porém
podem apresentar íons K+ adsorvidos na superfície externa (trocáveis), ou seja,
prontamente disponíveis às plantas de eucalipto (Curi et al., 2005).
A influência da drenagem na mineralogia dos óxidos de ferro e,
consequentemente, na diferenciação de cor dos Argissolos ao longo da
topossequência 1 pôde ser constatada pela intensidade da reflexão 0,270 nm
da hematita nos difratogramas da fração argila. No Argissolo Vermelho a
intensidade da reflexão da hematita foi maior (Figura 19), diminuiu no Argissolo
Vermelho Amarelo (Figura 20) e, praticamente, desapareceu no Argissolo
Amarelo (Figura 21) enfatizando o papel da cor do solo como indicativa de
ambientes subtropicais diferenciais em termos de fertilidade do solo. Portanto,
para os solos da topossequência 1 essa reserva, embora pequena comparada
aos solos da outra área é importante como fator de sustentabilidade em função
da extração de nutrientes efetuada no manejo dos plantios de eucalipto
(colheita). No entanto a reposição via fertilização para estes solos é
fundamental para que não haja depleção de nutrientes ao longo dos ciclos.
47
Na topossequência 2 o relevo é mais movimentado e os solos foram
classificados como Neossolos Regolíticos, Cambissolos Háplicos e
Chernossolos Argilúvicos. O relevo condicionou a formação desses solos, mas
ocorre clara influência do material de origem, diferenciado do granito, nas
características desses perfis. Fisicamente são solos mais rasos, especialmente
os Neossolos e Cambissolos e com elevadas quantidades de cascalho, mais
susceptíveis à erosão e com presença de minerais expansíveis no caso do
Chernossolo, o que torna o manejo físico desses solos mais difícil.
Quimicamente apresentam teores bem superiores de cátions trocáveis e
carbono orgânico, com baixos valores de alumínio, necessitando de menor
aporte de fertilizantes para os plantios de eucalipto. A maior disponibilidade de
cátions trocáveis é evidenciada pelos teores totais mais elevados dos
elementos nesses perfis, diretamente ligados aos resultados das análises
mineralógicas via difratometria de raios X que indicaram presença clara de
minerais primários tais como micas, feldspatos e argilominerais expansíveis
nas frações silte e argila.
Houve, portanto, clara distinção entre a reserva mineral dos solos da
topossequência 1 (Argissolos) e os solos da segunda área, que apresentam
uma reserva bem superior e portanto tem maior capacidade de suporte para
sucessivos ciclos de plantios de eucalipto sem necessidade de reposição
imediata, ao contrário dos Argissolos. Vale ressaltar, no entanto, que
Argissolos similares aos perfis da topossequência 1 representam
aproximadamente 55 % das áreas de plantio da CMPC Celulose Riograndense
no RS, enquanto que solos similares aos Chernossolos por exemplo não
chegam a representar 10 %.
Dada a exportação elevada de nutrientes que pode ocorrer em
plantios de alta produtividade (45 a 50 m3 ha-1 ano-1) torna-se muito importante
para essas áreas cuja reserva é baixa a reposição adequada dos nutrientes
exportados e a manutenção de resíduos de colheita dentro do possível na área,
sob pena de perda de sustentabilidade em ciclos sucessivos.
Os resultados reforçam também a importância do mapeamento e
classificação dos solos nas áreas de cultivo como ferramenta importante para o
manejo florestal, fornecendo subsídios para os programas de fertilização e
prognose do potencial produtivo.
48
(a)
(b)
Figura 13. Difratogramas de raios X da fração areia (a) e silte (b) dos horizontes pedogenéticos do solo do perfil P1. Qz- quartzo, An- anatásio, Fp- feldspato. Espaçamentos d em nm.
Graus 2 teta
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
0,42
5Qz
0,33
3Qz
0,24
5Qz
0,22
8Qz
0,42
5Qz
0,33
3Qz
0,24
5Qz
0,32
4Fp
0,35
2An
A1
A2
BA
Bt
Bw1
Bw2
A1
A2
BA
Bt
Bw1
Bw2
49
(a)
(b)
Figura 14. Difratogramas de raios X da fração areia (a) e silte (b) dos horizontes pedogenéticos do solo do perfil P2. Qz- quartzo, An- anatásio, Fp- feldspato. Espaçamentos d em nm.
Graus 2 teta
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
0,42
5Qz
0,33
3Qz
0,24
5Qz
0,22
8Qz
0,29
9Fp
0,35
2An
0,40
4Fp
0,35
2An
0,42
5Qz
0,33
3Qz
0,24
5Qz
A1
A2/AB
Bt1
Bt2
A1
A2/AB
Bt1
Bt2
50
(a)
(b)
Figura 15. Difratogramas de raios X da fração areia (a) e silte (b) dos horizontes pedogenéticos do solo do perfil P3. Qz- quartzo, Fp- feldspato. Espaçamentos d em nm.
Graus 2 teta
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
0,42
5Qz
0,33
3Qz
0,24
5Qz
0,22
8Qz
0,32
5Fp
0,42
5Qz
0,33
3Qz
0,24
5Qz
A2
AB
BA
Bt
Btg1
Btg2
Ap
A2
AB
BA
Bt
Btg1
Btg2
Ap
51
(b)
Figura 16. Difratogramas de raios X da fração areia (a) e silte (b) dos horizontes pedogenéticos do solo do perfil P4. Qz-quartzo, An-anatásio, Fp-feldspato, Cb- cristobalita, Il- ilmenita.
Graus 2 teta
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
0,42
5Qz
0,24
5Qz
0,22
8Qz
0,98
0Mi
0,63
0Fp
0,34
8An
0,37
0 Fp
0,
376
Fp
0,38
3 Fp
0,
397
– 0,
404F
p/C
b
0,32
3Fp
0,31
9Fp
0,29
3Fp
0,30
2Fp
0,27
7Il
0,63
0Fp
0,42
5Qz
0,39
7 –
0,40
4Fp/
Cb
0,37
6 Fp
0,
384
Fp
0,36
7 –
0,37
0 Fp
0,
348
An
0,33
2Qz
0,32
9Fp
0,32
4Fp
0,31
9Fp
0,30
3Fp
0,29
0Fp
0,25
4Il
0,24
5Qz
A1
A2
BA
Bi
Cr
A1
A2
BA
Bi
Cr
(a)
52
(b)
Figura 17. Difratogramas de raios X da fração areia (a) e silte (b) dos horizontes pedogenéticos do perfil P5. Mi- mica, Qz- quartzo, An- anatásio, Fp- feldspato, Cb- cristobalita, Ct- caulinita.
Graus 2 teta
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
0,42
5Qz
0,24
5Qz
0,22
8Qz
0,98
0Mi
0,63
4Fp
0,34
8An
0,36
7 Fp
0,
377
Fp0,
384
Fp
0,39
7 –
0,40
4Fp/
Cb
0,32
5Fp
0,31
9Fp
0,29
3Fp
0,29
8Fp
0,24
2An
0,49
8Mi
0,29
0Fp
0,42
5Qz
0,33
2Qz
0,24
5Qz
0,98
0Mi
0,63
4Fp
0,34
8An
0,36
7 Fp
0,
377
Fp
0,38
4 Fp
0,
397
– 0,
404F
p/C
b
0,31
9Fp
0,29
3Fp
Ct
Ct
A1
A2c
A3
Cr
A1
A2c
A3
Cr
0,32
5Fp
(a)
53
(b)
Figura 18. Difratogramas de raios X da fração areia (a) e silte (b) dos horizontes pedogenéticos do solo do perfil P6. Mi- mica, Qz- quartzo, An- anatásio, Fp- feldspato, Cb- cristobalita. Espaçamentos d em nm.
Graus 2 teta
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
0,42
5Qz
0,24
5Qz
0,22
8Qz
0,98
0Mi
0,63
4Fp
0,34
8An
0,36
7 Fp
0,
377
Fp
0,38
4 Fp
0,
397
– 0,
404F
p/C
b
0,31
9Fp
0,29
3Fp
0,29
8Fp
0,49
8Mi
0,42
5Qz
0,33
2Qz
0,24
5Qz
0,98
0Mi
0,63
4Fp
0,34
8An
0,36
7 Fp
0,
377
Fp
0,38
4 Fp
0,
397
– 0,
404F
p/C
b
0,31
9Fp 0,
293F
p 0,
298F
p
0,49
8Mi
1,47
02:1
1,
4702
:1
A1
AB
Bt
C
Cr
A1
AB
Bt
C
Cr
(a)
54
A1 Bt
A2 Bw1
BA Bw2
Figura 19. Difratogramas de raios X da fração argila orientada dos horizontes
pedogenéticos do perfil P1. K- saturação com K; 550, 110 e 25 oC-
temperatura dos tratamentos térmicos; Mg- saturação com Mg;
Mg+Gl- saturação com Mg e solvatação com glicerol.
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
0,33
4Qz
0,72
0Ct
0,44
4Ct
0,42
5Qz
0,35
5Ct
0,27
0Hm
0,
256C
t 0,
250Q
z
0,23
3Ct
0,33
4Qz
0,72
0Ct
0,44
4Ct
0,42
5Qz
0,35
5Ct
0,27
0Hm
0,
256C
t 0,
250Q
z
0,23
3Ct
0,33
4Qz
0,72
0Ct 0,44
4Ct
0,42
5Qz
0,35
5Ct
0,27
0Hm
0,
256C
t 0,
250Q
z
0,23
3Ct 0,
334Q
z
0,72
0Ct
0,44
4Ct
0,42
5Qz
0,35
5Ct
0,27
0Hm
0,
256C
t 0,
250Q
z
0,23
3Ct 0,
314P
i
0,33
4Qz 0,
720C
t 0,44
4Ct
0,42
5Qz
0,35
5Ct
0,27
0Hm
0,
256C
t 0,
250Q
z
0,23
3Ct 0,33
4Qz
0,72
0Ct
0,44
4Ct
0,42
5Qz
0,35
5Ct
0,27
0Hm
0,
256C
t 0,
250Q
z
0,23
3Ct
0,31
4Pi
55
A1 Bt1
A2/BA Bt2
Figura 20. Difratogramas de raios X da fração argila orientada dos horizontes
pedogenéticos do perfil P2. K- saturação com potássio; 550, 110 e
25 oC- temperatura dos tratamentos térmicos; Mg- saturação com
magnésio; Mg+Gl- saturação com magnésio e solvatação com
glicerol.
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
0,33
4Qz
0,72
0Ct
0,44
4Ct
0,42
5Qz
0,35
5Ct
0,27
0Hm
0,
256C
t 0,
250Q
z 0,33
4Qz
0,72
0Ct 0,
444C
t 0,
425Q
z
0,35
5Ct
0,27
0Hm
0,
256C
t 0,
250Q
z
0,31
4Pi
0,33
4Qz
0,72
0Ct
0,44
4Ct
0,42
5Qz
0,35
5Ct
0,27
0Hm
0,
256C
t 0,
250Q
z
0,23
3Ct 0,
334Q
z 0,72
0Ct
0,44
4Ct
0,42
5Qz
0,35
5Ct
0,27
0Hm
0,
256C
t 0,
250Q
z
0,23
3Ct
56
Ap Bt
A2 Btg1
BA Btg2
Figura 21. Difratogramas de raios X da fração argila orientada dos horizontes
pedogenéticos do perfil P3. K- saturação com K; 550, 110 e 25 oC-
temperatura dos tratamentos térmicos; Mg- saturação com Mg;
Mg+Gl- saturação com Mg e solvatação com glicerol.
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
0,33
4Qz
0,72
0Ct 0,
444C
t 0,
425Q
z
0,35
5Ct 0,
334Q
z 0,72
0Ct
0,44
4Ct
0,42
5Qz
0,35
5Ct
0,27
0Hm
0,
256C
t
0,25
0Qz
0,31
4Pi
0,33
4Qz
0,72
0Ct 0,44
4Ct
0,42
5Qz
0,35
5Ct
0,27
0Hm
0,
256C
t 0,
250Q
z
0,33
4Qz 0,72
0Ct
0,44
4Ct
0,42
5Qz
0,35
5Ct
0,25
6Ct
0,25
0Qz
0,31
4Pi
0,33
4Qz
0,72
0Ct 0,44
4Ct
0,42
5Qz
0,35
5Ct
0,27
0Hm
0,
256C
t 0,
250Q
z
0,33
4Qz
0,72
0Ct
0,44
4Ct
0,42
5Qz
0,35
5Ct
0,27
0Hm
0,
256C
t 0,
250Q
z
0,31
4Pi
57
A1
A2 Bi
BA Cr
Figura 22. Difratogramas de raios X da fração argila orientada dos horizontes
pedogenéticos do perfil P4. K- saturação com K; 550, 110 e 25 oC-
temperatura dos tratamentos térmicos; Mg- saturação com Mg;
Mg+Gl- saturação com Mg e solvatação com glicerol.
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl Mg
K25
K110
K550
0,33
4Qz 0,
720C
t
0,44
4Ct
0,42
5Qz
0,35
5Ct
0,25
6Ct
0,25
0Qz
0,33
4Qz
0,72
0Ct
0,44
4Ct
0,42
5Qz
0,35
5Ct
0,31
4Pi
0,33
4Qz
0,72
0Ct
0,44
4Ct
0,42
5Qz
0,35
5Ct
0,33
4Qz
0,72
0Ct
0,44
4Ct
0,35
5Ct
0,33
4Qz
0,72
0Ct
0,44
4Ct
0,42
5Qz
0,35
5Ct
0,25
6Ct
0,25
0Qz
0,99
9Mi
0,99
9Mi
0,99
9Mi
0,99
9Mi
0,99
9Mi
0,31
4Pi
0,50
5Mi
0,50
5Mi
0,50
5Mi
0,50
5Mi 0,50
5Mi
58
A1 A3
A2C Cr
Figura 23. Difratogramas de raios X da fração argila orientada dos horizontes
pedogenéticos do perfil P5. K- saturação com K; 550, 110 e 25 oC-
temperatura dos tratamentos térmicos; Mg- saturação com Mg;
Mg+Gl- saturação com Mg e solvatação com glicerol.
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
0,33
4Qz
0,72
0Ct
0,44
4Ct
0,42
5Qz
0,35
5Ct
0,27
0Hm
0,
256C
t 0,
250Q
z
0,33
4Qz
0,72
0Ct
0,44
4Ct
0,35
5Ct
0,25
6Ct
0,31
4Pi
0,33
4Qz 0,
720C
t 0,44
4Ct
0,35
5Ct
0,25
6Ct 0,
334Q
z
0,72
0Ct
0,44
4Ct
0,35
5Ct
0,31
4Pi
0,99
9Mi
0,99
9Mi
0,99
9Mi
0,99
9Mi
0,50
5Mi
0,50
5Mi
0,50
5Mi
59
A1
BA C
Bt Cr
Figura 24. Difratogramas de raios X da fração argila orientada dos horizontes
pedogenéticos do perfil P6. K- saturação com K; 550, 110 e 25 oC-
temperatura dos tratamentos térmicos; Mg- saturação com Mg;
Mg+Gl- saturação com Mg e solvatação com glicerol.
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Graus 2 teta
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110 K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110
K550
Mg-Gl
Mg
K25
K110 K550
0,33
4Qz
0,72
0Ct
0,44
4Ct
0,35
5Ct
0,25
6Ct
0,33
4Qz
0,72
0Ct
0,44
4Ct
0,35
5Ct
0,33
4Qz
0,72
0Ct
0,44
4Ct
0,35
5Ct
0,25
6Ct
0,33
4Qz
0,72
0Ct
0,44
4Ct
0,35
5Ct
0,25
6Ct
0,33
4Qz
0,72
0Ct
0,44
4Ct
0,35
5Ct
0,25
6Ct
1,02
5
1,43
8 1,
430
1,01
4
1,43
0 2,
071
1,02
5
1,43
0 1,
980
1,43
0
1,02
5
0,50
5Mi
0,50
5Mi
0,50
5Mi
0,50
5Mi
60
4.5. Enquadramento nos sistemas de classificação
Os perfis 1 2 e 3 enquadram-se na classe dos Argissolos
(EMBRAPA, 2006) (Tabela 8), devido ao gradiente textural acentuado e cores
mais amarelas que 7,5 YR. O perfil 1 foi classificado como Argissolo Vermelho
distrófico latossólico, devido ao seu caráter distrófico, enquanto o perfil 2 foi
classificado como Argissolo Vermelho Amarelo distrófico típico. Já o perfil 3
apresentou o caráter distrófico, porém também apresentou caráter gleissólico,
definindo sua classificação como Argissolo Amarelo distrófico gleissólico. O
perfil 4 foi enquadrado como Cambissolo Háplico Ta eutrófico típico por
apresentar horizonte B incipiente, argila de atividade alta e V > 50 %.
Tabela 8. Classificação dos perfis de solos estudados no Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos e na Soil Taxonomy
Perfil Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS)
Keys of Soil Taxonomy (KST)
Perfil 1 Argissolo Vermelho Distrófico latossólico Typic Hapludalfs Perfil 2 Argissolo Vermelho Amarelo Distrófico típico Typic Hapludults Perfil 3 Argissolo Amarelo Distrófico gleissólico Typic Hapludults Perfil 4 Cambissolo Háplico Ta Eutrófico típico Typic Eutrudepts Perfil 5 Neossolo Regolítico Distrófico típico Lithic Udorthents Perfil 6 Chernossolo Argilúvico Órtico típico Typic Argiustolls
O perfil 5, sem horizonte B diagnóstico, foi enquadrado como
Neossolo Regolítico distrófico típico (EMBRAPA, 2006) (Tabela 8), pois
apresentou contato lítico a uma profundidade maior que a 50 cm (Tabela 3),
grau de desenvolvimento fraco e caráter distrófico. O perfil 6 foi enquadrado
como Chernossolo Háplico órtico típico, por apresentar horizonte A
chernozênico e presença de horizonte B com acumulação de argila, sem
configurar no entanto o caráter argilúvico, e V ≥ 65 %.
Na Keys of Soil Taxonomy (Soil Survey Staff, 1999) os perfis de
solos 1, 2 e 3 enquadraram-se no subgrupo Typic Hapludults devido ao
gradiente textural e baixa saturação por bases (< 35). O perfil 4 foi enquadrado
na classe dos Inceptsols pela presença do horizonte B incipiente (cambic
horizon). O perfil 5 foi enquadrado na classe dos Entisols devido à ausência de
61
horizonte B e, finalmente, o perfil 6 enquadra-se na classe dos Mollisols pela
presença de mollic horizon e elevada saturação por bases (Tabela 8).
5. CONCLUSÕES
De modo geral, a composição mineralógica e química dos solos nas
duas topossequências está diretamente relacionada ao material de origem e
aos processos pedogenéticos envolvidos.
Na topossequência ocorre o domínio claro dos Argissolos de acordo
com fisiografia típica das áreas da Depressão Central do Rio Grande do Sul.
Os perfis avaliados variaram de Argissolos Vermelhos, Argissolos Vermelho
Amarelos e Argissolos Amarelos na base da topossequência, com claras
diferenças de cor, textura e drenagem, ligadas ao tipo e teor de óxidos de ferro
(hematita/goethita), configurando uma esperada hidrossequência.
Os solos são profundos, com drenagem variando de boa a
imperfeitamente drenada no P3 (Argissolo Amarelo). São estruturalmente aptos
para o cultivo de espécies arbóreas como o eucalipto, não apresentando
impedimentos ao manejo e preparo do solo. O material de origem é granítico,
explicando os baixos valores de ferro observados. Os teores de carbono
orgânico, bases, fósforo são baixos e os teores de alumínio trocável alto, tanto
em função do grau de intemperização, mais acentuado como pelo uso do solo
para plantios de eucalipto sem a devida reposição em ciclos anteriores. A
reserva em nutrientes para as plantas de eucalipto, indicada pela análise
mineralógica dos solos, é baixa dada a predominância de quartzo e caulinita
nas frações granulométricas analisadas, embora ocorram traços de feldspatos
e micas na fração argila, que podem configurar uma reserva mineral não muito
expressiva.
Na topossequência 2 o relevo é mais movimentado e os solos foram
classificados como Neossolos Regolíticos, Cambissolos Háplicos e
Chernossolos Argilúvicos. O relevo condicionou a formação desses solos, mas
63
ocorre clara influência do material de origem, diferenciado do granito, nas
características desses perfis. Fisicamente são solos mais rasos, especialmente
os Neossolos e Cambissolos, com elevadas quantidades de cascalho, mais
susceptíveis à erosão e com presença de minerais expansíveis no caso do
Chernossolo, o que torna o manejo físico desses solos mais difícil.
Quimicamente apresentam teores bem superiores de cátions trocáveis e,
carbono orgânico, com baixos valores de alumínio, necessitando de menor
aporte de fertilizantes para os plantios de eucalipto.
A maior disponibilidade de cátions trocáveis é evidenciada pelos
teores totais mais elevados dos elementos nesses perfis, diretamente ligados
aos resultados das análises mineralógicas via difratometria de raios X que
indicaram presença clara de minerais primários tais como micas, feldspatos e
argilominerais expansíveis nas frações silte e argila. Houve, portanto, clara
distinção entre a reserva mineral dos solos da topossequência 1 (Argissolos) e
os solos da segunda área, que apresentam uma reserva bem superior e
portanto tem maior capacidade de suporte para sucessivos ciclos de plantios
de eucalipto sem necessidade de reposição imediata, ao contrário dos
Argissolos. Vale ressaltar, no entanto, que Argissolos similares aos perfis da
topossequência 1 representam aproximadamente 55 % das áreas de plantio da
CMPC Celulose Riograndense no RS, enquanto que solos similares aos
Chernossolos por exemplo não chegam a representar 10 %.
Dada à exportação elevada de nutrientes que pode ocorrer em
plantios de alta produtividade (45 a 50 m3 ha-1 ano-1) torna-se muito importante
para essas áreas cuja reserva é baixa a reposição adequada dos nutrientes
exportados e a manutenção de resíduos de colheita dentro do possível na área,
sob pena de perda de sustentabilidade em ciclos sucessivos. Os resultados
reforçam também a importância do mapeamento e classificação dos solos nas
áreas de cultivo como ferramenta importante para o manejo florestal,
fornecendo subsídios para os programas de fertilização e avaliação do
potencial produtivo dos sítios.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, N. F.; COMERFORD, N. B. Sustentabilidade da produção de
florestas plantadas na região tropical. Tópicos em Ciência do Solo, Viçosa, v.
2, p. 487-592, 2002.
BORTOLUZZI, E. C.; PERNES, M.; TESSIER, D. Mineralogia de partículas
envolvidas na formação de gradiente textural em um Argissolo subtropical.
Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 32, n. 3, p. 997-1007, 2008.
BRASIL. Ministério da Agricultura. Departamento Nacional de Pesquisa
Agropecuária. Divisão de Pesquisa Pedológica. Levantamento de reconhecimento dos solos do Estado do Rio Grande do Sul. Recife, 1973.
431 p. (Boletim técnico, 30).
CARMO, D. N.; RESENDE, M.; SILVA, T. C. A. Avaliação da aptidão das terras
para eucalipto. In: RELAÇÃO solo-eucalipto. Viçosa: Folha de Viçosa, 1990.
330p.
CASTRO, P. P. Reserva e disponibilidade de nutrientes para o eucalipto em solos do Rio Grande do Sul. 2006. 63 f. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Solos e Nutrição de Plantas, Universidade
Federal de Lavras, Lavras, 2006.
CURI, N.; KÄMPF, N.; MARQUES, J. J. G. S. M. Mineralogia e formas de
potássio em solos brasileiros. In: POTÁSSIO na agricultura brasileira.
Piracicaba: Potafos, 2005. v. 2, p. 71-91.
CURI, N.; KÄMPF, N.; RESENDE, M. Mineralogia, química, morfologia e
geomorfologia de solos originados de rochas efusivas das Encostas Superior e
65
Inferior do Nordeste, no Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 8, p. 269-276, 1984.
DA COSTA, A. M. et al. Unidades de manejo para o cultivo de eucalipto em
quatro regiões fisiográficas do Rio Grande do Sul. Revista Scientia Florestalis, Piracicaba, v. 37, p. 465-473, 2009.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro Nacional
de Pesquisa de Solos. Manual de análise de solo. 2. ed. Rio de Janeiro :
Emprapa, 1997. 212 p.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro Nacional
de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. 2. ed.
Rio de Janeiro : Emprapa, 2006. 306 p.
FURTINI NETO, A. E. Fertilization in native species reforestation. In: FOREST
nutrition and fertilization. Piracicaba: IPEF, 2004. p. 349-378.
INDA JUNIOR, A. V. Caracterização de goethita e hematita em solos poligenéticos. 2002. 127 f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação
em Ciências do Solo, Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 2002.
INDA JUNIOR, A. V. et al. T. Variáveis relacionadas à estabilidade de
complexos organo-minerais em solos tropicais e subtropicais brasileiros.
Revista Ciência Rural, Santa Maria, v. 37, p. 1301-1307, 2007.
JACKSON, M. L. Soil chemical analysis-advanced course. Madison:
Prentice-Hall, 1979. 895p.
KAMPF, N. et al. Metodologia para classificação de solos quanto à resistência
a impactos ambientais decorrentes da deposição final de resíduos. FEPAM em Revista, Porto Alegre, v. 2, n. 1, p. 11-17, 2008.
KÄMPF, N.; CURI, N. Óxidos de ferro: Indicadores de ambientes pedogênicos.
Tópicos em ciência do solo, Viçosa, v. 1, p. 107-138, 2000.
66
KAMPF, N.; SCHWERTMANN, U. Goethite and hematite in a climosequence in
Southern Brazil and their application in classification of Kaolinitic soils.
Geoderma, Amsterdam, v. 29, p. 27–39, 1983.
LEITE, F. P. et al. Alterations of soil chemichal properties by eucalyptus
cultivation in five regions in the Rio Doce Valley. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 34, p. 821-831, 2010.
MEDEIROS, P. S. C. Processos pedogenéticos, caracterização e classificação de solos em topossequencia granítica na região sudeste de Porto Alegre. 2010. 66 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Ciência do Solo, Faculdade de Agronomia, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010.
MEHRA, O. P.; JACKSON, M. L. Iron oxides removal from soil and clays by a
dithionite-citrate system buffred with sodium bicarbonate. Proceedings Clays and Clay Minerals Conference, London, v. 7, 1960, p. 317-327, 1960.
MELO V. F. et al. Reserva mineral do solo. In: QUÍMICA e Mineralogia do Solo
Parte I – Conceitos Básicos. Viçosa: SBCS, 2009. p.251-332.
MELO V. F. et al. Reserva mineral e caracterização mineralógica de alguns
solos do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.
19, p. 159-164, 1995.
MENEZES, A. A. Produtividade do eucalipto e sua relação com a qualidade e a classe de solo. 2005. 98 f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-
Graduação em Solos e Nutrição de Plantas, Universidade Federal de Viçosa,
Viçosa, 2005.
MIELNICZUK, J. Avaliação da resposta das culturas ao potássio em ensaios de
longa duração: experiências brasileiras. In: POTÁSSIO na agricultura brasileira.
Piracicaba: Instituto Internacional da Potassa, 1982. p. 289-303.
NOVAIS, R. F.; BARROS, N. F.; NEVES, J. C. L. Interpretação de análise
química do solo para o crescimento e desenvolvimento de Eucalyptus spp. -
Níveis críticos de implantação e de manutenção. Revista Árvore, Viçosa, v.
10, n. 1, p. 105-111, 1986.
67
NOVAIS, R. F.; BARROS, N. F.; NEVES, J. C. L. Nutrição mineral do eucalipto.
In: RELAÇÃO solo-eucalipto. Viçosa: Folha de Viçosa, 1990. p. 25-98.
OLIVEIRA, A. H. Erosão hídrica e seus componentes na sub-bacia hidrográfica do horto florestal Terra Dura, Eldorado do Sul (RS). 2011. 63
f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo,
Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2011.
OLIVEIRA, L. B.; FERREIRA, M. G. V. X. Characterization and classification of
two soil derived from basic rocks in Pernambuco State Coast, northeast Brazil.
Revista Scientia Agricola, Piracicaba, v. 61, n. 6, p. 615-625, 2004.
PEDRON, F. de A. Mineralogia, morfologia e classificação de saprolitos e Neossolos derivados de rochas vulcânicas no Rio Grande do Sul. 2007.
160 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo,
Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2007.
RAIJ, B. van. Fertilidade do solo e adubação. Piracicaba: Ceres/Potafos,
1991. 343p.
RESENDE, A. V.; FURTINI NETO, A. E.; CURI, N. Mineral nutrition and
fertilization of native tree species in Brazil: research progress and suggestions
for management. Journal of Sustainable Forestry, Philadelphia, v. 20, n. 2, p.
45-81, 2005.
RESENDE, M. et al. Mineralogia de solos brasileiros - Interpretação e Aplicações. Lavras: Editora UFLA, 2005. 192 p.
RESENDE, M. et al. Pedologia: base para distinção de ambientes. 5.ed.
Lavras: Editora UFLA, 2007. 322 p.
SANTOS, R. D.; BORTOLAS, E. P. Levantamento semidetalhado dos solos de hortos da unidade Guaíba-Aracruz com proposta de criação de unidades de manejo. Guaíba: Aracruz Celulose, 2004. 154p.
SAS INSTITUDE. Statistical analysis system: language guide for personal
computers. 6.ed. Cary, 1985. 429p.
68
SCHWERTMANN, U. Differenzinerung der eisen oxides des bosden durch
estration unit saurer ammoniumoxalat-losung. Zeitschrift für Pflanzenernährung und Bodenkunde, Weinheim, v. 105, p. 194-202, 1964.
SILVEIRA, R. L. V. A. Curso in Company – Nutrição e Adubação de Eucalipto. Guaíba: Aracruz Celulose, 2007. 152p. (Relatório Interno)
SILVEIRA, R. L. V. A. et al. Seja doutor do seu eucalipto. Piracicaba: Potafos. 2001. p. 1-32. (Arquivo do Agrônomo, 12).
SPARKS, D. L. Bioavailability of soil potassium. In: SUMNER, M.E. (Ed.).
Handbook of soil science. Boca Raton: CRC, 2000. p. 38-53.
STRECK, E. V. et al. Solos do Rio Grande do Sul. 2ª ed. Porto Alegre:
EMATER/RS, 2008. 222 p.
TEDESCO, M. J. et al. Análises de solo, plantas e outros materiais. 2. ed.
Porto Alegre: Departamento de Solos. Faculdade de Agronomia. Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, 1995. 174 p. (Boletim técnico, 5).
TONELLO, K. C. et al. O destaque econômico do setor florestal brasileiro. Disponível em: <http://www.cori.unicamp.br/CT2006/trabalhos/>. Acesso em:
01 set. 2008.
7. APÊNDICES
Apêndice 1. Descrição do perfil 1
A. DESCRIÇÃO GERAL PERFIL – 01 DATA – 14.12.2009 CLASSIFICAÇÃO – ARGISSOLO VERMELHO Distrófico Tb A moderado
textura arenosa/areno-argilosa/argilosa relevo plano a suave ondulado.
LOCALIZAÇÃO – Horto Guajuviras II, em Arroio dos Ratos. Talhão 024-01. LITOLOGIA – Granitos. FORMAÇÃO GEOLÓGICA – Serra do Erval. CRONOLOGIA – Terciário. MATERIAL ORIGINÁRIO – Produto de alteração da litologia acima citada. PEDREGOSIDADE – Não pedregosa. ROCHOSIDADE – Não rochosa. RELEVO LOCAL – Ondulado. RELEVO REGIONAL – Plano a suave ondulado. EROSÃO – Moderada. DRENAGEM – Bem drenado. USO ATUAL – Reflorestamento com plantio de eucaliptos. CLIMA – DESCRITO E COLETADO POR – Dr. Alberto Inda e Dr. Paulo César do Nascimento. B. DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA A1 0 – 34 cm; cor 5YR, 3/3, úmida; argilo-arenosa; fraca a moderada,
grande, blocos subangulares e granular. A2 34 – 49 cm; cor 5YR 3/3, úmida; textura argilo-arenosa a
argila;moderada, média a grande, blocos subangulares e granular pequena a média.
BA 49 – 65 cm; cor 2,5YR 3/4, úmida; textura argilo-arenosa a argila; moderada a forte, grande a muito grande que se desfaz em pequena a média; cerosidade moderada e comum; transição difusa e plana.
Bt1 65 – 95 cm; cor 2,5YR 3/4, úmida; textura argila; moderada a forte, grande a muito grande, blocos subangulares que se desfaz em pequena a média; cerosidade moderada e comum; transição gradual e ondulada.
Bw1 95 – 145 cm; cor 2,5YR 3/6, úmida; textura argila-arenosa; moderada, grande, blocos subangulares que se desfaz em muito pequena a pequena; cerosidade ausente; transição gradual e ondulada.
Bw2 145 - 190 cm; cor 10R 3,5/6, úmida; textura franco-argilosa; estrutura moderada, grande, blocos subangulares que se desfaz em muito pequena a pequena; cerosidade ausente; transição clara e ondulada.
70
Figura 25. Imagem do Perfil 1. PERFIL 1
Horiz
Prof. cm
Composição Granulométrica g kg-1 Cascalho
%
Argila Dispersa
g kg-1
Grau de Floculação
% AG AF Silte Argila A1 00-34 260 180 210 350 0 140 60 A2 34-49 250 150 210 390 0 140 64 BA 49-65 210 140 180 470 0 210 55 Bt1 65-95 230 120 180 470 0 160 66 Bw1 95-145 200 120 170 510 0 40 92 Bw2 145-190+ 200 110 240 450 0 60 87
Ataque por H2SO4 d = 1,84 (g kg-1) P
mg kg-1 C
g kg-1 pH
H2O SiO2 Al2O3 Fe2O3 TiO2 MnO Ki Kr ----------------------------g kg-1--------------------------
130,0 86,0 53,0 7,9 0,30 2,57 1,84 3,3 9,7 4,6 144,0 109,0 64,0 9,2 0,20 2,26 1,64 2,4 8,3 4,5 181,0 136,0 79,0 9,8 0,20 2,26 1,65 3,1 7,2 4,5 200,0 142,0 79,0 8,7 0,20 2,40 1,77 3,6 6,8 4,9 206,0 150,0 83,0 9,2 0,30 2,33 1,72 3,5 4,4 4,8 190,0 139,0 79,0 8,8 0,20 2,33 1,71 3,8 3,3 4,8
Complexo sortivo cmolC kg-1 V
% Al % Ca++ Mg++ K+ Na+ H+Al3+ S Al3+ CTCpH 7
1,3 0,5 0,13 0,04 9,2 2,0 3,0 11,2 18 60 1,3 0,5 0,07 0,03 9,7 1,9 3,7 11,6 16 66 1,4 1,2 0,04 0,05 9,1 2,7 3,1 11,8 23 53 1,8 1,4 0,04 0,06 7,2 3,3 2,2 10,5 31 40 2,0 1,6 0,04 0,05 5,4 3,7 1,8 9,1 41 33 1,5 1,4 0,04 0,04 4,8 3,0 1,5 7,8 38 33
71
Apêndice 2. Descrição do perfil 2 A. DESCRIÇÃO GERAL PERFIL – 02 DATA – 14.12.2009 CLASSIFICAÇÃO – ARGISSOLO VERMELHO AMARELO Distrófico Tb A
moderado textura arenosa/areno-argilosa/argilosa relevo plano a suave ondulado.
LOCALIZAÇÃO – Horto Guajuviras II, em Arroio dos Ratos. Talhão 024-01. LITOLOGIA – Granitos. FORMAÇÃO GEOLÓGICA – Serra do Erval. CRONOLOGIA – Cambriano. MATERIAL ORIGINÁRIO – Produto de alteração da litologia acima citada. PEDREGOSIDADE – Não pedregosa. ROCHOSIDADE – Não rochosa. RELEVO LOCAL – Ondulado. RELEVO REGIONAL – Plano a suave ondulado. EROSÃO – Moderada. DRENAGEM – Bem drenado. USO ATUAL – Reflorestamento com plantio de eucaliptos. CLIMA – DESCRITO E COLETADO POR – Dr. Alberto Inda e Dr. Paulo César do Nascimento. B. DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA A1 0 – 32 cm; cor 5YR, 4/4, úmida; textura franco a franco argilo-arenosa;
moderada, grande, blocos subangulares que se desfaz em granular muito pequena.
A2/BA 32 – 99 cm; cor 5YR 4/6 mesclado com 5YR 3/3, úmida; textura franco argilo-arenosa; moderada a forte, blocos subangulares, grande que se desfaz em muito pequena a pequena granular; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; cerosidade ausente.
Bt1 99 – 152 cm; cor 5YR 3,5/4, úmida; textura franco argilo-arenosa a
argila-arenosa; moderada a forte, grande a muito grande que se desfaz em muito pequena a média e pequena granular; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; cerosidade fraca e pouca.
Bt2 152 – 195 + cm; cor 2,5YR 3/4, úmida; textura argila; fraca, grande, blocos subangulares que se desfaz em pequena a média e pequena granular; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; cerosidade fraca e pouca.
72
Figura 26. Imagem do Perfil 2.
PERFIL 2
Horiz
Prof. cm
Composição Granulométrica g kg-1 Cascalho
%
Argila Dispersa
g kg-1
Grau de Floculação
% AG AF Silte Argila A1 00-32 360 210 190 240 2 140 42
A2/BA 32-99 300 200 230 270 2 140 48 Bt1 99-152 250 190 220 340 2 140 59 Bt2 152-195 260 170 210 360 2 40 89
Ataque por H2SO4 d = 1,84 g kg-¹ P
mgkg-1 C
g kg-1 pH
H2O SiO2 Al2O3 Fe2O3 TiO2 MnO Ki Kr
-----------------------g kg-1------------------------- 93,0 93,0 29,0 6,8 0,10 2,82 2,11 3,3 6,3 4,6 80,0 80,0 37,0 7,3 0,10 2,02 1,50 2,7 5,5 4,5 140,0 140,0 48,0 7,3 0,20 2,49 1,88 1,5 5,0 4,8 147,0 147,0 51,0 7,2 0,20 2,43 1,84 1,8 3,8 4,6
Complexo sortivo,cmolC kg-1 V
% Al % Ca++ Mg++ K+ Na+ H+Al3+ S Al3+ CTCpH 7
0,5 0,4 0,08 0,02 6,5 1,0 2,4 7,5 13 71 0,5 0,2 0,06 0,01 6,9 0,8 2,9 7,7 10 78 0,7 0,5 0,03 0,02 7,7 1,3 3,2 9,0 14 71 0,7 0,6 0,03 0,04 7,1 1,4 3,1 8,5 16 69
73
Apêndice 3. Descrição do perfil 3
A. DESCRIÇÃO GERAL PERFIL 3 – HF GUAJUVIRA I DATA – 02/03/2010 CLASSIFICAÇÃO – Argissolo Amarelo planossólico A moderado
imperfeitamente drenado. COORDENADAS UTM – 426.318 x 6.674.463, fuso 22, datum SAD 69. ALTITUDE – 51 m. SITUAÇÃO E DECLIVIDADE – Terço inferior de encosta íngreme, microdepressão local, próximo a área de preservação permanente. GEOLOGIA – sedimentos provenientes da alteração do Granito. MATERIAL ORIGINÁRIO – Arenito, siltito e siltito arenoso. RELEVO – plano. EROSÃO – ausente. DRENAGEM – imperfeitamente drenado. VEGETAÇÃO NATIVA – floresta subtropical subperenifólia. USO ATUAL – Floresta de eucalipto. Descrito por: Nilton Curi, Michele Duarte de Menezes. B. DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA Ap 0-10 cm; bruno acinzentado muito escuro (10YR 3/2, úmida); textura
média; moderada, pequena granular e blocos subangulares; ligeiramente dura, friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e gradual.
A2 10 – 30 cm; bruno-acinzentado-escuro (10YR 4/2, úmida); textura média; moderada média blocos subangulares; ligeiramente dura, friável, ligeiramente plástica, ligeiramente pegajosa; transição plana e clara.
AB 30 – 52 cm; bruno-escuro (10YR 3/3, úmida); textura média; moderada pequena e média blocos subangulares; ligeiramente dura, friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e gradual.
BA 52 – 80 cm; bruno-escuro (7,5YR 3/2, úmida); textura média; moderada média blocos subangulares; ligeiramente dura, friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e clara.
Bt 80 – 110 cm; bruno-escuro (7,5YR 4/4, úmida) mosqueado vermelho (2,5YR 4/8, úmida); textura argilosa; moderada média e grande blocos subangulares; ligeiramente dura a dura, friável a firme, plástica e pegajosa; transição plana e abrupta.
Btg1 110 – 131 cm; coloração variegada, composta de bruno-amarelado-escuro (2,5YR 4/8, úmida) e bruno-acinzentado (10YR 5/2, úmida); textura argilosa; moderada média e grande blocos angulares; dura, firme, plástica e pegajosa; transição plana e gradual.
Btg2 131 – 150 cm+; vermelho-claro-acinzentado (2,5YR 6/2, mosqueados 2,5YR 5/4), úmida; textura argilosa; moderada média e grande blocos angulares; dura, firme, plástica e pegajosa.
Observações – Perfil descrito e coletado em trincheira. Ap: raízes finas e comuns; A2: raízes finas e raras; AB: raízes finas, médias e poucas; BA: raízes finas, médias e poucas; Bt: raízes finas e poucas; Btg1: raízes ausentes; Btg2: raízes ausentes.
74
Figura 27. Imagem do Perfil 3. PERFIL 3
Horiz
Prof. cm
Composição Granulométrica g kg-1 Cascalho %
Argila Dispersa
g kg-1
Grau de Floculação
% AG AF Silte Argila
AP 00-10 470 240 210 80 1 60 25 A2 10-30 420 260 220 100 1 80 20 AB 30-52 430 220 230 120 3 80 33 BA 52-80 300 220 280 200 3 140 30 Bt 80-110 270 190 250 290 7 160 45
Btg1 110-131 270 170 270 290 6 40 86 Btg2 131-150 200 200 330 270 2 40 85
Ataque por H2SO4 d = 1,84 g kg -¹
SiO2 Al2O3 Fe2O3 TiO2 MnO Ki Kr P mgkg-1
C g kg-1
pH H2O ---------------------------g kg-1-------------------------
28,0 28,0 11,0 3,1 0,80 3,30 2,22 14,7 12,0 6,5 51,0 51,0 13,0 4,5 0,30 3,98 2,87 2,5 5,6 5,3 60,0 60,0 16,0 3,7 0,20 3,58 2,63 1,8 5,2 4,9 96,0 96,0 27,0 5,5 0,20 3,11 2,35 0,9 5,0 4,6
122,0 122,0 40,0 6,4 0,10 2,54 1,93 1,1 5,0 4,7 120,0 120,0 57,0 6,9 0,10 2,59 1,77 1,3 3,3 4,7 106,0 106,0 52,0 6,6 0,10 2,58 1,76 1,5 2,4 4,9
Complexo sortivo,cmolCkg-1 V
% Al % Ca++ Mg++ K+ Na+ H+Al3+ S Al3+ CTCpH 7
4,3 1,4 0,06 0,02 1,8 5,8 0,0 7,6 76 0 2,0 0,8 0,05 0,01 2,6 2,9 0,3 5,5 53 9 0,6 0,3 0,04 0,01 4,6 1,0 1,0 5,6 18 50 0,5 0,3 0,05 0,01 6,6 0,9 2,5 7,5 12 74 0,9 0,7 0,06 0,02 7,6 1,7 3,1 9,3 18 65 1,7 0,6 0,03 0,02 5,6 2,4 2,5 8,0 30 51 1,5 1,0 0,03 0,02 4,4 2,6 1,9 7,0 37 42
75
Apêndice 4. Descrição do perfil 4 A. DESCRIÇÃO GERAL PERFIL – 04 DATA – 11.01.2010 CLASSIFICAÇÃO – LUVISSOLO OU CAMBISSOLO relevo suave ondulado a
ondulado. LOCALIZAÇÃO – Horto Cuentrilho, em São Gabriel. LITOLOGIA – FORMAÇÃO GEOLÓGICA – CRONOLOGIA – MATERIAL ORIGINÁRIO – Produto de alteração da litologia acima citada. PEDREGOSIDADE – Não pedregosa. ROCHOSIDADE – Não rochosa. RELEVO LOCAL – Ondulado. RELEVO REGIONAL – Suave ondulado a Ondulado. EROSÃO – Moderada. DRENAGEM – Bem drenado. USO ATUAL – Reflorestamento com plantio de eucaliptos. CLIMA – DESCRITO E COLETADO POR – Dr. Alberto Inda e Dr. Paulo César do Nascimento. B. DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA A1 0 – 24 cm; cor 7,5YR 3/2, úmida; textura franco-arenosa; moderada,
pequena a grande, blocos subangulares; não pegajoso a ligeiramente pegajoso, ligeiramente plástico, friável; transição plana e gradual.
A2 24 – 44 cm; cor 7,5YR 3/2, úmida; textura cascalhenta; fraca, média, blocos subangulares que se desfaz em grãos simples (quartzo) e granular, muito friável;não plástico e não pegajoso; transição plana e gradual.
BA 44 – 58 cm; cor 10YR 4,5/3, úmida; textura cascalhenta; fraca, grande, blocos subangulares que se desfaz em grãos simples (quartzo) e granular, muito friável;não plástico e não pegajoso; transição plana e clara.
Bi 58 – 87 cm; cor 10YR 5/4, úmida; textura cascalhenta; fraca, grande, blocos subangulares que se desfaz em grãos simples (quartzo) e granular, muito friável;não plástico e não pegajoso.
CR 87 – 150+ cm; cor 5YR 6/6 e 5YR 6/8, úmida; textura cascalhenta, muito friável;não plástico e não pegajoso; transição clara e irregular.
OBSERVAÇÕES – Declividade de 6%.
– Raízes muitas no A, comuns no A2, poucas no BA e no Bi, raras no CR.
76
Figura 28. Imagem do Perfil 4. PERFIL 4
Horiz
Prof. cm
Composição Granulométrica g kg-1 Cascalho %
Argila Dispersa
g kg-1
Grau de Floculação
% AG AF Silte Argila
A1 00-24 500 190 150 160 11 60 63 A2 24-44 630 130 110 130 38 60 54 BA 44-58 560 150 180 110 32 60 45 Bi 58-87 570 130 220 80 23 60 25
CR 87-150+ 780 60 110 50 58 40 20
Ataque por H2SO4 d = 1,84 g kg -¹ P mgkg-1
C g kg-1
pH H2O
SiO2 Al2O3 Fe2O3 TiO2 MnO Ki Kr
------------------------------g kg-1------------------------ 69,0 69,0 13,0 1,6 0,40 2,84 2,37 4,3 12,0 5,2 57,0 57,0 10,0 1,7 0,20 2,76 2,32 2,8 5,7 5,2 49,0 49,0 10,0 1,6 0,20 2,40 2,02 1,9 2,6 5,3 82,0 82,0 18,0 2,2 0,30 2,47 2,05 2 1,4 5,3 73,0 73,0 19,0 1,2 0,30 2,37 1,92 1,5 1,2 5,5
Complexo sortivo,cmolC kg-1 V
% Al % Ca++ Mg++ K+ Na+ H+Al3+ S Al3+ CTCpH 7
2,0 0,9 0,31 0,03 5,0 3,2 0,4 8,2 39 11 1,0 0,5 0,13 0,02 3,0 1,7 0,4 4,7 36 19 1,1 0,5 0,06 0,03 1,6 1,7 0,3 3,3 52 15 1,5 0,7 0,06 0,06 1,6 2,3 0,5 3,9 59 18 2,8 1,4 0,06 0,15 1,3 4,4 0,5 5,7 77 10
77
Apêndice 5. Descrição do perfil 5 A. DESCRIÇÃO GERAL PERFIL – 05 DATA – 11.01.2010 CLASSIFICAÇÃO – NEOSSOLO REGOLÍTICO relevo ondulado a forte
ondulado. LOCALIZAÇÃO – Horto Cuentrilho, em São Gabriel. LITOLOGIA – FORMAÇÃO GEOLÓGICA – CRONOLOGIA – MATERIAL ORIGINÁRIO – Produto de alteração da litologia acima citada. PEDREGOSIDADE – Não pedregosa. ROCHOSIDADE – Não rochosa. RELEVO LOCAL – Ondulado. RELEVO REGIONAL – Suave ondulado a Ondulado. EROSÃO – Moderada. DRENAGEM – Bem drenado. USO ATUAL – Reflorestamento com plantio de eucaliptos. CLIMA – DESCRITO E COLETADO POR – Dr. Alberto Inda e Dr. Paulo César do Nascimento. B. DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA A1 0 – 16 cm; cor 7,5YR 3/2, úmida; textura franco-arenosa; moderada,
pequena a grande, blocos subangulares; não pegajoso a ligeiramente pegajoso, ligeiramente plástico, friável; transição clara e plana.
A2C 16 – 35 cm; cor 7,5YR 3/2, úmida; estrutura concrecionária; 70% concreções – linha de pedra, transição clara e plana.
A3 varia de 35 – 52 cm a 35 – 95 cm (fendas); cor 5YR 3/3, úmida; textura franco-arenosa; fraca, pequena a grande, blocos subangulares que se desfaz em granular e grãos simples, muito friável; não plástico ligeiramente pegajoso; transição clara e regular.
CR 52/95 – 130+ cm; cor 2,5YR 4/8 e 5YR 5/8, úmida; OBSERVAÇÕES – Declividade de 9%.
– Raízes muitas no A1 e A2C, comuns no A3, raras no CR. - CR descontínuo.
78
Figura 29. Imagem do Perfil 5. PERFIL 5
Horiz
Prof. cm
Composição Granulométrica g kg-1 Cascalho
%
Argila Dispersa
g kg-1
Grau de Floculação
% AG AF Silte Argila A1 00-16 390 220 200 190 6 80 58
A2C 16-35 420 190 190 200 74 100 50 A3 35--95 430 180 190 200 15 140 30 CR 52/95-130+ 640 150 140 70 24 60 14
Ataque por H2SO4 d = 1,84 g kg-¹ P
mgkg-1 C
g kg-1 pH
H2O SiO2 Al2O3 Fe2O3 TiO2 MnO Ki Kr -------------------------g Kg-1-----------------------
96,0 96,0 35,0 6,1 1,30 2,71 1,98 4,2 16,0 5,3 91,0 91,0 33,0 4,5 1,00 2,46 1,84 2,8 12,0 5,1 113,0 113,0 33,0 3,6 0,50 2,16 1,75 2,1 6,7 5,2 97,0 97,0 23,0 0,9 0,50 2,21 1,85 1,4 2,3 5,5
Complexo sortivo,cmolCkg-1 V
% Al % Ca++ Mg++ K+ Na+ H+Al3+ S Al3+ CTCpH 7
3,2 1,2 0,21 0,04 5,7 4,7 0,3 10,4 45 6 2,7 0,9 0,15 0,04 6,1 3,8 0,8 9,9 38 17 3,2 1,0 0,09 0,04 3,8 4,3 0,6 8,1 53 12 3,8 0,9 0,06 0,09 1,3 4,9 0,2 6,2 79 4
79
Apêndice 6. Descrição do perfil 6 A. DESCRIÇÃO GERAL PERFIL – 06 DATA – 11.01.2010 CLASSIFICAÇÃO – Provável CHERNOSSOLO, relevo suave ondulado a
ondulado. LOCALIZAÇÃO – Horto Cuentrilho, em São Gabriel. LITOLOGIA – FORMAÇÃO GEOLÓGICA – CRONOLOGIA – MATERIAL ORIGINÁRIO – Produto de alteração da litologia acima citada. PEDREGOSIDADE – Não pedregosa. ROCHOSIDADE – Não rochosa. RELEVO LOCAL – Ondulado. RELEVO REGIONAL – Suave ondulado a Ondulado. EROSÃO – Moderada. DRENAGEM – Bem drenado. USO ATUAL – Reflorestamento com plantio de eucaliptos. CLIMA – DESCRITO E COLETADO POR – Dr. Alberto Inda e Dr. Paulo César do
Nascimento. B. DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA A1 0 – 23 cm; cor 7,5YR 3/1, úmida, 7,5 YR 3/1, amassada; textura franco-
argilosa; moderada a forte, grande, blocos subangulares; plástico, ligeiramente pegajoso, friável; transição plana e gradual.
BA 23 – 33 cm; cor 7,5YR 4/3, úmida, 7,5YR 4/3, amassada; textura argila; moderada, grande, blocos subangulares, friável; plástico, ligeiramente pegajoso; cerosidade comum e moderada; transição plana e gradual.
Bt 33 – 54 cm; cor 7,5YR 4/3, úmida, 5YR 4/4, amassada; presença de segregação de hematita (cor 2,5 YR 4/4); textura muito argilosa; moderada a forte, muito grande, prismática que se quebra em blocos subangulares, firme; plástico e pegajoso; transição difusa e irregular.
C 54 – 60/70 cm; cor 10YR 4/2 e 7,5YR 3/4, úmida, 7,5YR 4/4, amassada; presença de segregação de hematita (cor 5YR 4/6) e precipitação de óxidos de manganês (preto); textura muito argila; forte, muito grande, prismática com superfícies de compressão, firme; plástico e pegajoso; transição clara e irregular.
CR 60/70 – 150+ cm; cor 10YR 5/6, úmida; presença de cristais de muscovita e precipitados de óxido de manganês.
OBSERVAÇÕES – Declividade de 3,5 %.
– Raízes comuns no A1, comuns no A2, raras no BA, Bt e C.
80
Figura 30. Imagem do Perfil 6 PERFIL 6 Horiz
Prof. cm
Composição Granulométrica,g kg-1 Cascalho %
Argila Dispersa
g kg-1
Grau de Floculação
% AG AF Silte Argila
A1 00-23 220 270 250 260 2 120 54 BA 23-33 270 210 230 290 15 180 38 Bt1 33-54 120 190 310 380 22 270 29 C 54-(60/70) 310 190 220 280 6 210 25
CR (60/70)-130+ 580 200 100 120 1 80 33
Ataque por H2SO4 d = 1,84 g kg -¹ P mgkg-1
C g kg-1
pH H2O SiO2 Al2O3 Fe2O3 TiO2 MnO Ki Kr
--------------------------g kg-1-------------------------- 127,0 127,0 68,0 3,9 1,20 2,76 1,77 3,4 20,9 5,4 155,0 155,0 77,0 4,2 0,60 2,34 1,63 2,2 11,0 5,4 250,0 250,0 97,0 3,6 1,10 2,25 1,70 2,2 8,1 5,9 206,0 206,0 77,0 3,9 1,30 2,27 1,72 5 3,3 6,5 181,0 181,0 65,0 6,3 1,10 2,39 1,81 127 1,6 6,5
Complexo sortivo,cmolC kg-1 V
% Al % Ca++ Mg++ K+ Na+ H+Al3+ S Al3+ CTCpH 7
8,5 4,6 0,29 0,10 8,1 13,5 1,1 21,6 63 8 6,3 3,7 0,08 0,20 8,4 10,3 1,8 18,7 55 15 11,5 7,5 0,09 0,60 6,9 19,7 1,5 26,6 74 7 13,9 9,7 0,08 0,83 2,4 24,5 0,3 26,9 91 1 12,2 7,1 0,07 0,71 1,6 20,1 0,2 21,7 93 1