UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves...

20
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA LUDICIDADE UMA FONTE DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NO ENSINO FUNDAMENTAL MIRIAN FERNANDES DE OLIVEIRA CARAÚBAS-RN 2016

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves...

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros. Esperamos com este estudo venha contribuir

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA

LUDICIDADE UMA FONTE DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL E

NO ENSINO FUNDAMENTAL

MIRIAN FERNANDES DE OLIVEIRA

CARAÚBAS-RN

2016

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros. Esperamos com este estudo venha contribuir

MIRIAN FERNANDES DE OLIVEIRA

LUDICIDADE UMA FONTE DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL E

NO ENSINO FUNDAMENTAL

Artigo científico apresentado ao Curso de

Pedagogia, na modalidade a distância, do Centro de

Educação, da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte, como requisito parcial para obtenção do

título de Licenciatura em Pedagogia, sob a

orientação do professor Ms. Venâncio Freitas de

Queiroz Neto

CARAÚBAS-RN

2016

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros. Esperamos com este estudo venha contribuir

LUDICIDADE UMA FONTE DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL E

NO ENSINO FUNDAMENTAL

Por

MIRIAN FERNANDES DE OLIVEIRA

Artigo Científico apresentado ao Curso de

Pedagogia, na modalidade a distância, do

Centro de Educação, da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte, como requisito

parcial para obtenção do título de Licenciatura

em Pedagogia.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________

Ms. Venâncio Freitas de Queiroz Neto (Presidente)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_____________________________________________________

Dra. Rouseane da Silva Paula Queiroz

Universidade Estadual do Rio Grande do Norte

______________________________________________________

Dra. Zoraia da Silva Assunção

Universidade Potiguar

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros. Esperamos com este estudo venha contribuir

4

RESUMO

O trabalho desenvolvido através da ludicidade, principalmente nos primeiros anos escolares deixa o ambiente

escolar mais atrativo e prazeroso, apto para receber as crianças que iniciam seu aprendizado neste contexto, visto

que brincar é parte fundamental na vida desses pequeninos. O ato de brincar é a mais pura forma da criança se

expressar, pois é brincando que ela expressa seus sentimentos interiorizando o mundo ao seu redor. No ambiente,

que contem muitos alunos, nas salas de multisseriado em específico, considera-se o jogo muito importante, além

de constituir-se como veículo de expressão e socialização das práticas culturais da humanidade, é também uma

atividade lúdica em que crianças e/ou adultos se engajam num mundo imaginário regido por regras. No que se

refere à matemática, esta, tem sido apontada ao longo do tempo como a principal responsável pelo fracasso

escolar, e o uso do jogo trás uma metodologia de ensino com uma proposta mais interessante e prazerosa que

desperta o interesse e o raciocínio dos alunos nas aulas dessa e das demais disciplinas. Este trabalho teve como

objetivo apresentar situações de desenvolvimento de tarefas com o lúdico na Educação Infantil e Fundamental

anos iniciais; mostrar os tipos de brincadeiras e jogos que são trabalhados em sala de aula, abordar a questão das

salas multisseriadas e do uso de jogos nas mesmas, bem como ressaltar a importância desta ferramenta nas aulas

de matemática. Como metodologia, utilizamos a pesquisa bibliográfica, na qual buscamos teóricos e autores que

já trabalharam com esse tema, como Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros. Esperamos com

este estudo venha contribuir para o processo de ensino-aprendizagem de crianças da Educação Infantil bem

como nos primeiros anos do Ensino Fundamental.

PALAVRAS-CHAVE: Ludicidade. Ensino. Educação Infantil.

ABSTRACT

The work through playfulness, especially in the early school years makes it more attractive and pleasing school

environment, able to get kids who start their learning in this context, since play is a fundamental part in the life

of these little ones. The act of playing is the purest form of the child to express themselves, it is joking that she

expresses her feelings internalizing the world around you. The environment which contains many students in

multigrade rooms in particular, is considered a very important game, and to establish itself as a vehicle of

expression and socialization of cultural humanity practices, it is also a recreational activity in which children and

/ or adults engage in an imaginary world governed by rules. With regard to mathematics, this has been pointed

out over time as the main responsible for school failure, and the use of the game behind a teaching methodology

with a more interesting and enjoyable proposal that arouses interest and students' thinking in class this and other

disciplines. This study aimed to present tasks development situations with the playful in kindergarten and

elementary early years; show the types of games and games that are worked in the classroom, addressing the

issue of multi-year classes and the use of games in them, and to underscore the importance of this tool in math

classes. The methodology used in literature, in which we seek theorists and authors who have worked with this

issue, as Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) among others. We hope this study wil contribute to the

teaching-learning process children from kindergarten and the first years of elementary school.

KEYWORDS: Playfulness. Teaching. Child education.

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros. Esperamos com este estudo venha contribuir

5

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Atualmente o lúdico tem ocupado um significativo espaço na nas escolas de educação

infantil e nas séries iniciais, muitos profissionais visam essa ferramenta como pressuposto que

favorece uma grande satisfação na vida da criança, como também melhoram a interação entre

os seres envolvidos. As atividades como jogos e brincadeira proporcionam o

desenvolvimento da imaginação, concentração, estratégias, interação tão quanto à descoberta

por novos conhecimentos, formando a criança um ser investigador, formulador e solucionador

de problemas.

Nos primeiros anos do Ensino Fundamental as crianças compartilham de um mundo

particular, que serve para iniciar a construção da interação com a sociedade, no qual ela cria

autonomia e coopera com o outro, é nessa perspectiva que a escola tem que se adaptar,

trazendo a brincadeira, que até então era o universo daqueles seres, para o seu ambiente,

tornando este espaço mais agradável.

Este trabalho teve como objetivos: apresentar situações do trabalho com o lúdico no

ensino infantil e fundamental menor, isto é, até o quinto ano; Mostrar os tipos de brincadeiras

e jogos que são trabalhados nas séries iniciais e no primeiro segmento do ensino fundamental;

abordar sobre as salas multisseriadas e como os jogos são utilizados nas mesmas, bem como

ressaltar a importância desta ferramenta nas aulas de matemática. Como metodologia nesta

investigação a princípio, realizamos uma pesquisa bibliográfica, ou seja, buscamos

informações em textos teóricos de outros autores que já trabalharam com esse tema, como

Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros de igual importância. Essas

leituras serviram de apoio para um melhor entendimento do assunto, como também para

assegurar a credibilidade do mesmo.

Esperamos com este estudo contribuir para o processo de ensino-aprendizagem de

crianças que estão inseridas no ensino fundamental, ou seja, na base educacional de suas

vidas, que merece tanta atenção para que as mesmas possam se desenvolver cada vez mais e

assim possa dar continuidade a seus estudos.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros. Esperamos com este estudo venha contribuir

6

LUDICIDADE NO ENSINO INFANTIL E FUNDAMENTAL

O trabalho desenvolvido a partir da ludicidade deixa o ambiente escolar mais atrativo

e prazeroso para a criança que inicia seu aprendizado neste contexto, visto que brincar é parte

fundamental na vida da criança. No entanto, trabalhar com o lúdico no contexto escolar é algo

que não foi visto com bons olhos durante muito tempo, pois se entendia que a escola era

ambiente para estudo e não para brincadeiras. Esse ambiente era dotado de regras, atividades

a serem cumpridas como muita severidade e seriedade, afastando assim todo e qualquer tipo

de brincadeira, pois se acreditava que isso não produzia aprendizado, e quando se brincava era

só por brincar em algum momento de intervalo. Podemos ler essa confirmação em Melo e

Cavalari (2010, p. 158) ao exporem seu conceito de ludicidade:

Durante muito tempo a recreação e o brincar tiveram um enfoque centrado apenas

no brincar por brincar, pensava-se na brincadeira e no jogo como uma simples

atividade humana relacionada à infância. Brincar é uma atividade universal e

extremamente humana, e assim sendo, o brincar se constitui de dupla utilidade: ele

funciona tanto como estratégia para a construção da individualidade, sendo

entendida como a relação contínua entre o ser e o meio, (meio físico e das

representações), e como situação para a compreensão e inserção da criança na

cultura a que pertence, portanto, é sabido que as atividades lúdicas aplicadas com

crianças, sendo direcionada ou livre têm sua função em dois sentidos: um

antropológico e o outro psicológico.

Há algum tempo essa concepção vem sendo analisada e vem passando por uma grande

evolução e com o passar dos anos começaram a ser inseridas as brincadeiras nos ambientes

escolares de uma forma discreta, meio envergonhada, mas que sem dúvida foi uma ação de

grande importância já que as brincadeiras e os jogos estão cada vez mais presentes nas salas

de aula, caracterizando um avanço bastante significativo. A criança está habituada com este

espaço onde ela imagina, cria e assim se desenvolve, a partir do brinquedo e do divertimento,

o que confirma Silva e Mota (2011 p. 02)

O lúdico tem sua origem na palavra “ludus” que quer dizer “jogos” e “brincar”. E

neste brincar estão incluídos os jogos, brinquedos e divertimento, isto oportuniza a

aprendizagem do aluno. O lúdico faz parte da atividade humana e caracteriza-se por

ser espontânea funcional e satisfatória, não importa somente o resultado, mas a ação,

o movimento vivenciado. Sendo que o mesmo acontece a partir do brinquedo,

brincadeiras e jogos, pois é o momento que a criança entra no seu mundo de

imaginação.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros. Esperamos com este estudo venha contribuir

7

Nesse mesmo contexto Melo e Cavalari (2010, p. 156) afirmam que “Para tanto, o

trabalho com atividades lúdicas e com jogos é primordial em todo este processo, visto que,

brincar é a essência da criança e através da brincadeira ela constrói e reconstrói sua

personalidade e seu mundo, assim estruturando-se para desafios posteriores”.

É importante lembrar que a brincadeira não é algo que se refere somente à criança, diz

respeito também ao adulto, isto é, a todas as fases da vida, pois o ser humano em si tem a

necessidade de está produzindo algum movimento, seja ele corporal ou mental, para se sentir

melhor e o lúdico tem o poder de desenvolver tudo isso, como também afirma Silva e Mota

(2011 p. 02):

A atividade lúdica tem o objetivo de produzir prazer e de divertir ao mesmo tempo,

no entanto, desenvolve no educando habilidades cognitivas, motoras, a atenção, o

movimento ritmado, conhecimento quanto à posição do corpo, direção a seguir e

outros. Participando do desenvolvimento em seus aspectos biopsicológicos e sociais,

desenvolve livremente a expressão corporal que favorece a criatividade, adquire

hábitos de práticas recreativas para serem empregados adequadamente nas horas de

lazer, adquire hábitos de boa atividade corporal, seja estimulada em suas funções

orgânicas, visando ao equilíbrio da saúde dinâmica e desenvolve o espírito de

iniciativa, tornando-se capaz de resolver eficazmente situações imprevistas.

Mesmo o movimento e a brincadeira sendo algo que faz parte também da vida adulta,

eles ganham destaque na educação infantil, pois a criança tem a necessidade de usar seu corpo

para se expressar, pois segundo Santos (1998, p. 40) "a criança tem um corpo e está no seu

corpo, e é um ser que construirá seu processo cultural pelo seu próprio corpo em movimento".

E a partir disso a criança passa a entender o corpo e em que pode utilizá-lo, ou seja, sua

funcionalidade sendo a atividade recreativa uma grande aliada em seu desenvolvimento, como

podemos ver Melo e Cavalari (2010, p. 158)

Para Educação Infantil, a atividade recreativa tem aspectos importantíssimos, pois o

brincar não constitui apenas uma atividade para passar o tempo, mas tem uma

função primordial nos aspectos que envolvem a criança, possibilitando o

desenvolvimento integral, já que ela está inserida em um ambiente no qual se torna

na maioria das vezes uma parte do seu lar, assim a criança enreda-se afetivamente,

convive socialmente e opera mentalmente ações. A criança brinca e ao mesmo

tempo adquiri o autoconhecimento que parte da descoberta do próprio corpo e

engloba naturalmente a cultura e se conhece num determinado contexto.

Percebemos então que as atividades lúdicas trazem grandes contribuições para o

desenvolvimento da criança, tanto de forma específica como de forma generalizada, pois

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros. Esperamos com este estudo venha contribuir

8

acaba por motivar a criança em todos os seus sentidos, trazemos Negrine (1994, p. 19) que

diz:

As contribuições das atividades lúdicas no desenvolvimento integral indicam que

elas contribuem poderosamente no desenvolvimento global da criança e que todas as

dimensões estão intrinsecamente vinculadas: a inteligência, a afetividade, a

motricidade e a sociabilidade são inseparáveis, sendo a afetividade a que constitui a

energia necessária para a progressão psíquica, moral, intelectual e motriz da criança.

Em se tratando de atividades lúdicas o jogo é um grande aliado para o

desenvolvimento da criança, pois é uma atividade com grande valor educacional, através dele

a criança, raciocina, formula, cria, interage, lida com materiais diversificados, reinventando o

mundo a sua volta, isto é, o jogo é um grande motivador e um excelente contribuinte no

processo de ensino aprendizagem. Esses jogos podem se adequar às necessidades da criança e

à idade que ela possui. Sendo empregado de forma adequada ele se torna essencial na vida da

criança, sobre a adequação dos jogos as referidas idades Tessaro (2007, p. 3) diz:

De início tem-se o jogo de exercício que é aquele em que a criança repete uma

determinada situação por puro prazer, por ter apreciado seus efeitos. Em torno dos

2-3 e 5-6 anos nota-se a ocorrência dos jogos simbólicos, que satisfazem à

necessidade da criança de não somente relembrar mentalmente o acontecido, mas de

executar a representação. Em período posterior surgem os jogos de regras, que são

transmitidos socialmente de criança para criança e por conseqüência vão

aumentando de importância de acordo com o progresso de seu desenvolvimento

social.

Continuando, em relação aos jogos, Alves (1994, p. 26), diz que o jogo traz a visão do

futuro. "O jogo tem a visão do futuro. Em primeiro lugar porque seu espírito criativo está nas

origens da humanização. Em segundo lugar porque ele está vinculado à criança e ao espírito

infantil".

Ainda em se tratando dessa questão referente aos jogos e sua importância, não

podemos deixar de evidenciar o papel do educador nesse processo, pois é ele o ser capaz de

criar possibilidades e desenvolver o aprendizado através das brincadeiras, é necessário que ele

assuma de fato o seu papel de mediador, conhecendo a sua capacidade, conhecendo também a

criança, o potencial da mesma e a importância que esse jogo ou brincadeira tenha na vida

dela. Sobre isso Tessaro (2007, p. 2 e 3) também discorre:

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros. Esperamos com este estudo venha contribuir

9

É nesse sentido que devemos observar com mais atenção o que nós educadores

pretendemos ensinar aos nossos alunos, que tipo de cidadãos pretendemos formar,

por que é através de jogos e brincadeiras que cada um se desenvolve e vai formar a

sua identidade. É preciso que os profissionais de educação infantil tenham acesso ao

conhecimento produzido na área da educação infantil e da cultura em geral, para

repensarem sua prática, se reconstruírem enquanto cidadãos e atuarem enquanto

sujeitos da produção de conhecimento.

É notória a importância que a ludicidade tem para o ensino infantil, só que atualmente

o lúdico tem se apresentado de forma muito contínua na vida da criança, os pais muitas vezes

colocam seus filhos em várias atividades ao mesmo tempo, ocupando assim o espaço que

deveria ele mesmo ocupar, levando assim mais uma responsabilidade para a escola que se vê

obrigada a disponibilizar atividades que preencham este vazio. Queiroz em seu texto O lúdico

na educação infantil e no 1º ano pesquisado na internet e disponível para leitura confirma esse

pensamento ao comentar que: na atualidade ninguém mais tem tempo para brincar com seus

filhos, e que é perceptível um número cada vez maior de escolinhas de esportes, de línguas, de

computação, de danças, entre outras. E ele mesmo conclui que não há mais como ausentar o

lúdico do processo pedagógico, pois ele é o agente de um ambiente motivador e coerente.

Diante do que foi apresentado acima é perceptível que esse tema já foi discutido e

pesquisado por autores que tem a sua competência incontestável, os quais utilizarei em minha

pesquisa para adquirir mais conhecimentos sobre o conteúdo que envolve a ludicidade e assim

poder trabalhar com o mesmo e também, principalmente, como suporte teórico para dar

credibilidade a referida pesquisa. No entanto, mesmo assim, ainda se faz necessárias

pesquisas que tratem sobre esse assunto, com o objetivo de cada vez mais mostrar a

importância que o mesmo tem na vida acadêmica, na educação infantil, como também na

sociedade em geral.

TRABALHAR COM JOGOS

O ato de brincar é a mais pura forma da criança se expressar, pois é brincando que ela

expressa seus sentimentos interiorizando o mundo ao seu redor. A criança brinca trazendo o

mundo pra sua vida quando ela está desenhando, quando pega uma boneca acreditando ser um

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros. Esperamos com este estudo venha contribuir

10

bebê quando age da mesma forma que a mãe age com ela mesma, contudo o ato de brincar vai

muito além e daí os jogos começam a apresentar-se e através dele a criança desenvolve

habilidades motoras e cognitivas.

O brincar é uma atividade universal de extremamente necessidade humana, visto como

principais utilidades: ele funciona tanto como estratégia para a construção da individualidade,

sendo entendida como a relação contínua entre o ser e o meio (meio físico e das

representações), como meio de inserção da criança na sociedade cultural que pertence,

portanto, é sabido que as atividades lúdicas aplicadas com crianças, sendo direcionada ou

livre têm sua função em dois sentidos: um antropológico e outro psicológico.

O jogo proporciona na criança o lúdico e o educativo, ampliam e desenvolvem os

conhecimentos, essas funções dependem uma da outra, pois quando se perde a ludicidade o

jogo se transforma em um instrumento de trabalho e deixa de ser jogo, ou seja, o lúdico dar

alegria de brincar e o educativo aprende regras, normas e sinais. Como acrescenta Carvalho

(2011, p. 22):

Através do jogo o indivíduo pode brincar naturalmente, testar hipóteses, toda a sua

espontaneidade criativa. Os jogos não são apenas uma forma de divertimento: são

meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Para manter seu

equilíbrio com o mundo a criança precisa brincar, criar e inventar. A criança devota

ao jogo a maior parte do seu tempo. Com jogos e brincadeiras, a criança desenvolve

o seu raciocínio e conduz o seu conhecimento de forma descontraída e espontânea:

no brincar, ela constrói um espaço de experimentação, de transição entre o mundo

interno e externo.

Os jogos podem ser poderosos aliados para que os alunos possam refletir sobre o

sistema de escrita, sem necessariamente serem obrigados a realizar treinos enfadonhos e sem

sentido. Nos momentos do jogo as crianças mobilizam saberes a cerca da lógica de

funcionamento da escrita consolidando aprendizagens já realizadas ou se apropriando de

novos conhecimentos nessa área. Brincando elas podem compreender os princípios de

funcionamento do sistema alfabético e podem socializar seus saberes com seus colegas,

despertando seus interesses não só pela escrita como também pela leitura.

Os jogos estão presentes em diferentes épocas da vida das pessoas. Estamos

evidenciando o quanto eles participam da construção das personalidades e interferem nos

próprios modos de aprendizagens humanos, desde os primeiros momentos da vida do bebê.

Piaget em suas obras dar especial atenção aos jogos de exercício no período sensório motor,

momento em que as crianças, ao brincarem, aprendem a coordenar a visão e movimento das

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros. Esperamos com este estudo venha contribuir

11

mãos e dos pés, visão e audição, enfim a perceber o mundo a sua volta e começam a agir para

dele participar.

SALAS MULTISSERIADAS

As salas de aula chamadas multisseriadas, que tem como definição a

organização de turmas e de ensino em que o professor trabalha, dentro de um mesmo

ambiente, com várias séries simultaneamente, esse formato de turmas existe principalmente

nas escolas da zona rural, devido a pouca quantidade de alunos, e também a dificuldade de

manter vários professores nesses espaços, que muitas vezes são reduzidos. Esses projetos têm

como objetivo principal diminuir a evasão escolar, e também desenvolver projetos

específicos, baseados na metodologia da aceleração da aprendizagem buscando atrair crianças

e adolescentes em situação de risco, analfabetos ou que apresentem defasagem em seus

estudos, visando promover a continuidade na vida escolar.

Em muitas comunidades rurais a pedagogia de escolas multisseriadas é utilizada como

única alternativa para dar acesso a escolaridades da população que vive e trabalha no campo.

O desafio encontrado em todo esse tempo, é propor uma metodologia de ensino que possa

garantir a esses estudantes de níveis diferentes, possibilidades para que dominem os

conteúdos didáticos contextualizados, na qual estão inseridas. Sobre isso Menezes (2001)

discorre que:

Esse tipo de organização é considerado problemático por algumas pessoas, uma vez

que seria difícil trabalhar concomitantemente com várias séries. Além disso, o

resultado deste processo poderia se traduzir numa aprendizagem deficiente. Como o

modelo de escola rural que tem predominado na história brasileira é constituído

quase que em sua maioria de classes multisseriadas a cargo de professores leigos,

acredita-se que a educação no campo esteja sempre relegada a segundo plano,

limitando-se ao ensino das primeiras letras. Por outro lado, as classes multisseriadas

são consideradas uma estratégia para manter o aluno das áreas rurais na sala de aula.

O professor e o aluno do campo são sujeitos que realmente busca levar e obter o

conhecimento de acordo com o meio social que se insere, isto é, educação formal, pois se trata

de um desafio constante levar e absorver conhecimentos em um ambiente tão precário, seja

em relação à estrutura física e até pelo descaso de alguns órgãos públicos responsáveis em

atender e manter com dignidade esses espaços de ensino, gerando um desconforto e até um

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros. Esperamos com este estudo venha contribuir

12

sentimento de discriminação por parte de todos que estão inseridos nesses espaços. Hage

(2006, p. 04) confirma isso em sua tese, quando diz que:

No meio rural os sujeitos se ressentem do apoio que as secretarias Estaduais e

Municipais de Educação deveriam dispensar às escolas, sentindo-se discriminados

em relação às escolas a cidade, que assumem prioridade em relação ao

acompanhamento pedagógico e formação dos docentes. Os gestores públicos

justificam a ausência do acompanhamento pela falta de estrutura e pessoal suficiente

para realizar essa ação.

Trabalhar em uma sala multisseriada exige do professor muitas técnicas para

desenvolver os conteúdos em todas as séries e alcançar os objetivos desejados na

aprendizagem dos alunos, o mesmo tem que se desdobrar entre uma serie e outra, adaptar um

planejamento para trabalhar todas às séries, e ainda atuar como itinerante, porque nas classes

multisseriadas também se encontra crianças com alguma deficiência e que realmente precisam

de um profissional responsável para prestar-lhe um atendimento adequado e daí surgem

muitas angústias, pela falta de apoio, seja pedagógico, estrutural ou moral e, sobretudo, pela

falta de reconhecimentos dos que responsáveis pela educação.

No que diz respeito ao aluno, que está inserido nessas turmas, este também passa por

diversas dificuldades, e sofrem muitas aflições para chegar até a sala de aula, o que

complementa Hage (2006, p. 04)

Assim como os professores, os alunos de multísserie também perpassam por

inúmeras angustias, afliges estas diárias, independentemente de inverno ou verão,

onde estes educando tem que se locomover de seus lares, que na maioria das vezes

fica distante do âmbito escolar, ou seja, longe da comunidade na qual está situada a

escola. Muitos deles andam quilômetros para chegar à escola, que faça chuva ou sol

eles jamais deixam de ir ao colégio e jamais reclamam de todas essas turbulências

que passam no decorrer do ano letivo. E sem contar que eles se arriscam, pois

muitas vezes para chegar à escola, enfrentam uma serie de perigos, no inverno as

estradas ficam escorregadias, devido ter muitas partes do percurso bastante elevado,

ocasionando assim uma série de riscos e nem por isso eles faltam à escola.

Em se tratando do ambiente escolar, das metodologias utilizadas e do currículo que

deve ser trabalhado, os PCN, relata que a organização dos alunos em grupos, influencia o

processo de ensino e aprendizagem, quando é auxiliada pelo o professor . Nesse contexto, os

PCN orientam que, os trabalhos a ser aplicados nas classes multisseriadas, não sejam separe

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros. Esperamos com este estudo venha contribuir

13

em grupos estruturados por série, e sim, deve-se ser separados por metas que desejam ser

atingidas, visando totalmente o desempenho de cada um.

Em relação a estes itens é necessário que haja uma atenção especial, pois o currículo

deve ser diferenciado e o planejamento deve ser desenvolvido de acordo com a realidade da

sala de aula especifica, sempre buscando atender as necessidades dos educandos. Quanto a

organização do espaço escolar, deve ser organizado cautelosamente, porque será nesse

ambiente que o educador passara a ministrar suas aulas e só partir de uma organização

adequada o professor poderá desempenhar sua função com êxito.

Sobre o currículo, mais especificamente, nele deve está contido, de uma forma geral,

às disciplinas de Português, Ciências, Matemática, História, Geografia, Artes, Religião e

Educação Física, ele deve ser adaptado a todas as séries do Ensino Fundamental, ou seja, suas

disciplinas serão desenvolvidas especialmente para as classes multisseriadas, para isso é

necessário que haja um currículo integrado, sendo que neste, relacione-se o conteúdo de

acordo com a realidade da classe escolar, de forma que favoreça a participação e formação de

opiniões dentro da sociedade no qual está inserido. Sobre isso Santos (2014) discorre que:

Não basta trabalhar um currículo com o conteúdo programático anual vindo das

Secretarias de Educação, ou seja, um planejamento de uma escola seriada, pois este

é completamente diferente da realidade de aprendizagem vivenciada pelo aluno do

campo, por conta desse fator professor e aluno da área rural perpassa por inúmeras

dificuldades no ensino-aprendizagem, porque são situações totalmente dissociadas.

Em relação ao conteúdo programático, este muita das vezes se distância da realidade

dos educando e não representa o contexto concreto no qual perpassa a vida desses

sujeitos, comprometendo assim sua aprendizagem, já que as pessoas aprendem de

forma significativa aquilo que lhes é necessário, ou seja, é possível ter um melhor

desempenho no processo de aprendizagem se o conteúdo oferecido for relacionado a

uma realidade mais próxima de seu convívio diário.

Faz-se necessário que o educador busque várias formas de se trabalhar os conteúdos

em uma sala de aula com mais de uma série, sempre levando em consideração a

aprendizagem dos alunos, como, por exemplo, o conteúdo de língua portuguesa deve ser

desenvolvido através de leituras coletivas em voz alta, em escritas nos quadros, com o recorte

em tirinhas para os alunos organizarem, divisão da sala em grupos de trabalho, sempre

avaliando os níveis de aprendizagem, dentre outras estratégias, pois para se trabalhar em

turma multisseriada, necessita-se de muitos recursos e de novos aspectos, no sentido de

explorar situações que possam interferir diretamente no desenvolvimento do aluno, buscando

organizar alternativas que possibilitem o aumento dos conhecimentos não só em relação à

leitura e a escrita, mas em todos os âmbitos trabalhados.

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros. Esperamos com este estudo venha contribuir

14

Como já foram mencionadas, as classes multisseriadas são um grande desafio que leva

os educadores a repensar a escola, suas disciplinas, séries, conteúdos e avaliações, pois os

educandos que estão inseridos nesses espaços merecem ser tratados com dignidade e precisam

de uma educação de qualidade, é necessário que o professor que trabalha com essa realidade

busque sempre ampliar seus conhecimentos, renovar a sua prática e principalmente está em

constante formação, pois não é uma tarefa fácil, é preciso que se dedique para que haja a

construção do aprendizado por parte de todos os envolvidos no processo.

TRABALHO COM JOGOS EM SALA DE AULA MULTISSERIADAS

Nesse ambiente, em específico, de trabalho considera-se o jogo muito importante,

além de constituir-se um vínculo de expressão e socialização das práticas culturais da

humanidade, também uma atividade lúdica em que tanto as crianças como os adultos se

engajam num mundo imaginário regido por regras.

No trabalho em sala multisseriada, que geralmente são de 1º ao 5º ano, envolve uma

abrangente diversidade de atividades, devido a isso os jogos educativos estão sempre

presentes para desenvolver o aprendizado dos alunos, são realizados agrupamentos por níveis

de aprendizagem, pois os que já sabem ler passam a ajudar ao colega, e através desta

atividade obtivemos um resultado satisfatório. Sobre isso Hage, Medeiros e Costa (2012, p.

07) discorrem que:

Na classe multisseriada constatamos que o trabalho com jogo possibilita ao alunado

a vivência e desenvolvimento de um ensino diferenciado, onde enriquece e oferece

aos mesmos, experiências distinguidas das quais estavam acostumados. O jogo

quando bem trabalhado desperta no aluno o prazer pela leitura e escrita. Propor

atividades que vislumbre o jogo como recurso é sem duvida um dos métodos mais

eficazes que se pode investir na busca do conhecimento efetivo dos alunos.

Os jogos educativos são mais utilizados, visando desenvolver a aprendizagem dos

educandos tanto na leitura, quanto na escrita, e outras habilidades que estão associadas: Bingo

da letra inicial; Bingo dos sons iniciais; Palavra dentro de palavras; Dado sonoro; Caça –

Rimas Ábaco; Material dourado.

O objetivo do “Bingo da letra inicial” é que o educando identifique o fonema inicial

das palavras. “O bingo dos sons iniciais” é que o aluno compreenda que as palavras é

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros. Esperamos com este estudo venha contribuir

15

compostas por unidades sonoras , podemos ser pronunciadas separadamente, este jogo leva o

aluno a observar que a palavra é composta de sons equivalentes a sílaba e que estes sons

podem se repetir em palavras diferentes.

Outro jogo interessante e que os educandos gostam é “Palavra dentro de palavra”, este

jogo além de formar pares de palavras, os educandos terão oportunidade de pensar sobre os

sons que compõem as palavras e suas semelhanças entre si. O importante não é promover no

aluno, a memorização das palavras que fazem parte de outras palavras, mas, fazer que ele

perceba qual a lógica usada no nosso sistema de escrita, por meio de um processo de reflexão.

Outro aspecto interessante no jogo “Dado sonoro” este é para os alunos em processo

de alfabetização que precisam perceber que a palavra é constituída de significado , seguidos

de uma sequência sonora que precisam refletir sobre as propriedades sonoras das palavras,

desenvolvendo a consciência fonológica.

O “Caça-rimas” leva o educando a perceber que palavras diferentes podem possuir

partes sonoras iguais no final. Pode-se solicitar aos alunos que pensem em novas palavras que

rimam com os pares encontrados. Pode-se ainda, pedir que escrevam e circulem as palavras

que possuem as mesmas letras (rimas).

Trabalhar com material concreto desenvolve bastante a percepção e aprendizagem do

aluno, o material dourado, um tipo de jogo muito utilizado e que os educando gostam muito, é

bastante utilizado na disciplina de matemática, pois trabalha as quatro operações e os alunos

aprendem a manusear esse material e a se desenvolver juntamente com ele; quanto ao ábaco,

geralmente se obtém bons resultados, já que os mesmos passam a entender e a dominar a

matemática.

O USO DE JOGOS NO ENSINO DE MATEMÁTICA

A disciplina Matemática tem sido apontada ao longo do tempo como a principal

responsável pelo fracasso escolar e o uso do jogo trás uma metodologia de ensino com uma

proposta mais interessante e prazerosa que desperta o interesse e o raciocínio dos alunos nas

aulas de dessa e das demais disciplinas.

Dentre os jogos pedagógicos encontraram-se inúmeros jogos matemáticos, os quais

despertaram na criança diversas formas de conhecimento, sendo este fundamental para a

educação de qualidade e desenvolvimento emocional e cognitivo nas diferentes fases das

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros. Esperamos com este estudo venha contribuir

16

crianças. Estes jogos representaram um universo lúdico muito rico para ser vivenciado

principalmente nas séries iniciais do ensino fundamental,

Na sociedade contemporânea, o ensino da matemática com a utilizações dos jogos,

tem como finalidades, favorecer ampliação do raciocínio lógico, estimular o pensamento , a

criatividade, a autoconfiança, a concentração, o cooperativismo, motivação, e a sociabilidade.

O mesmo promove o desenvolvimento de habilidades como: esquema corporal, estrutura de

espaço e tempo, equilíbrio, coordenação motora, entre outros.

Os jogos é utilizados para introduzir, amadurecer conteúdos e preparar o aluno para

aprofundar itens já trabalhados, pois os mesmo aplicados em sala de aula tornasse facilitador á

assimilações de conhecimento incorporam não só tais conteúdos, mas desenvolve o caráter

lúdico, as técnicas intelectuais, formação de relações, o pensamento e diversas linguagens.

Desse modo, O jogo matemático deve ser aplicado para desencadear e resolver os

problemas matemáticos com uma aprendizagem significativa, sendo necessário à combinação

de jogos e resolução de problemas nas séries iniciais,na qual, possibilita ao aluno a

oportunidade de investigar e solucionar ações para atingir determinados objetivos, avaliando

assim, sua eficácia nos resultados obtidos, contribuindo assim para a formação de atitudes

sociais como respeito mútuo, cooperação, obediência às regras, senso de responsabilidade,

senso de justiça, iniciativa pessoal e grupal.

O jogo é um vínculo que une o conhecimento e o prazer durante a realização de uma

atividade, tornando os ambientes gratificantes e atraentes, servindo como estímulo para o

desenvolvimento integral dos indivíduos envolvidos, Mas, os jogos pedagógicos são apenas

instrumentos, não mestres, ou seja, será útil somente se o profissional da educação

contemporânea tenham em mente que o jogo e o jogador, são seres formadores do

pensamento crítico, reflexivo e participativo na sociedade pensante , para que assim consiga

sutilmente devolver um caminho certo ao aprendiz, pois sabemos que o conhecimento

matemático oferecido pela a maioria das escolas, apresenta-se uma metodologia apontada

para métodos de ensino que induzem a aprendizagem ligada à memorização arbitrária, na

qual, não atendem as necessidades sócias- culturais em que o ser humano se insere, o que

desencadeia uma série de fracassos na aprendizagem dos alunos. O que Maluta (2007, p. 27)

trata como desvantagens:

Dentre as desvantagens destacadas estão: a utilização do jogo como um apêndice em

sala de aula, ou seja, a utilização dele sem ter um objetivo e o emprego de jogos para

ensinar todos os conceitos, pois estas aulas perderiam o sentido para os alunos.

Outras desvantagens seriam: a perda da “ludicidade” do jogo se o professor fizer

constantes interferências; tornar o jogo obrigatório destruindo a voluntariedade

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros. Esperamos com este estudo venha contribuir

17

natural dele; a dificuldade de acesso e disponibilidade de material sobre o uso de

jogos. Além disso, existe uma desvantagem relacionada ao tempo, pois em sua

concepção nas aulas com jogos o tempo gasto é maior e, portanto, o professor deve

ficar atento a este fator para que não seja preciso sacrificar outros conteúdos.

No entanto além dos possíveis fracassos existe um existem vários pontos positivos e

que trazem alguns benefícios como: detectar os alunos que estão com dificuldades reais; o

aluno revela para seus colegas e professores se o assunto foi bem assimilado; e com o

desenvolver de um jogo, observamos que o aluno se torna mais crítico, alerta e confiante,

expressando o que pensa, elaborando perguntas e tirando conclusões sem necessidade da

interferência ou aprovação do professor, que neste caso Maluta (2007, p. 26 e 27) aborda

como as vantagens dessa metodologia:

Podemos constatar que dentre as vantagens de utilização do jogo nas aulas de

Matemática a autora cita várias relacionada à aquisição dos conceitos matemáticos

pelos alunos. Também se observa dentre as vantagens a possibilidade, através do

jogo, da interdisciplinaridade e também de outras aprendizagens dos alunos, tais

como: a tomada de decisões, a integração social e o trabalho em grupo, além do

desenvolvimento da criatividade, senso crítico, participação e observação. Em

relação ao professor, o jogo traz como vantagens a possibilidade de trabalhar com

alunos em diferentes níveis e também identificar e diagnosticar dificuldades dos

alunos.

Assim sendo, o ensino da matemática nas séries iniciais deve priorizar o conhecimento

das crianças perante situações significativas de aprendizagem, sendo que o ensino por meio

do lúdico deve acontecer de forma a auxiliar no ensino do conteúdo, propiciando as diversas

habilidades e o desenvolvimento operatório da criança, pois contribui para a aprendizagem de

varias disciplinas como: matemática, geografia, historia educação física, entre outras.

Segundo Kishimoto (2002), há também vários valores a serem transmitidos com os

jogos. Esses valores são: valor experimental; da estruturação; da relação; e o valor lúdico.

O momento experimental do jogo permite à criança a vivência a experimentação de

novas coisas. O valor da estruturação que contribui e auxilia a criança a estruturar sua

personalidade. O valor da relação é o relacionamento entre crianças e entre a criança e o

ambiente. O valor do lúdico é favorecer sensações diferentes, tais como: prazer alegrias,

dentre outros.

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros. Esperamos com este estudo venha contribuir

18

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao estudarmos a presença da ludicidade na Educação Infantil e principalmente no

Ensino Fundamental, podemos observar que os jogos e as brincadeiras estão presentes em

diferentes épocas da vida das pessoas, mais especificamente nas crianças que tem fatores

essenciais de suas realidades, esses dois elementos. Podemos evidenciar o quanto eles

participam da construção das personalidades e interferem nos próprios modos de

aprendizagens humanos, pois estão ligados diretamente ao desenvolvimento da mentalidade.

Podemos constatar que a atividade lúdica atualmente é encarada com uma prática

pedagógica constante dos professores que buscam inovar em suas atividades, apesar dessa

realidade ser algo novo, pois antigamente essa prática não era vista com bons olhos, alegando-

se que brincar não trazia aprendizado, felizmente esse quadro mudou e averiguamos isso

através das pesquisas realizadas nas quais concluímos que o trabalho com o lúdico existe sim,

e de forma bastante frequente em sala de aula.

Realizar este trabalho foi sem dúvida muito gratificante e nos trouxe grandes

aprendizados, no entanto, temos a consciência de que é importante a retomada do mesmo com

o objetivo de ampliar o corpus de textos com os quais trabalhamos, e principalmente a escuta

de profissionais que possam falar sobre o assunto, para que possam expor como os mesmos

vivenciam essas tarefas em suas realidades.

Esperamos que nossa pesquisa, de alguma maneira, venha a contribuir para com os

profissionais que trabalham com a educação infantil, mais precisamente o ensino fundamental

menor, como também para os estudantes que vivenciam essa prática, ajudando-os a

compreender os fenômenos recorrentes do processo ensino-aprendizagem, e aperfeiçoar as

atividades desenvolvidas neste referido processo. Esperamos que a mesma também contribua

para o ensino com a ludicidade em específico, principalmente na elaboração de atividades,

visando a resolução dos problemas enfrentados nesta área.

Deixamos aqui como sugestão para trabalhos futuros nessa área, uma pesquisa onde se

analise as demais possibilidades de se trabalhar com o lúdico em sala de aula, como fonte e

desenvolvimento de aprendizagem, como também outras pesquisas que proponham atividades

para a ampliação das referias possibilidades.

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros. Esperamos com este estudo venha contribuir

19

REFERÊNCIAS

ALVES, Rubem. Alegria de ensinar. São Paulo: Ars Poética, 1994

CARVALHO, Carina Cavaletti. Jogar Aprendendo: Contribuições dos Jogos no Processo

de Letramento. Disponível em: http://www.profala.com/artpsico78.htm> Acessado em 09 de

abril de 2016.

HAGE, Maria Do Socorro Castro; MEDEIROS, Natalina Dos Santos; COSTA, Francisco

Wallison Dias. O jogo no processo ensino aprendizagem nas classes multisseriadas: uma

experiência desenvolvida na escola pública no município de Igarapé-açu. XVI ENDIPE -

Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas – 2012

Junqueira&Marin Editores.

HAGE, Salomão Mufarry. A Realidade das Escolas Multisseriadas Frente às Conquistas

na Legislação Educacional. In: anuais da 29ª reunião anual da ANPED: Educação, Cultura e

Conhecimento na Contemporaneidade: desafios e compromisso manifestos. Caxambu:

ANPED, 2006.

KISHIMOTO, T.; Jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira Thonason Learning, 2002.

MALUTA, Thais Pariz. O Jogo nas Aulas de Matemática: Possibilidades e Limites.

Universidade Federal de São Carlos Departamento de Metodologia de Ensino Curso de

Licenciatura em Pedagogia. São Carlos 2007.

MELO, Izabel Cristina Ferreira CAVALARI, Nilton. A importância da ludicidade na

educação infantil. C a d e r n o M u l t i d i s c i p l i n a r d e P ó s - G r a d u a ç ã o d a U

C P, P i t a n g a, v. 1, n. 2, p. 1 5 6 – 1 7 0, f e v. 2 0 1 0.

MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. Verbete classes

multisseriadas. Dicionário Interativo da Educação Brasileira - Educabrasil. São Paulo:

Midiamix, 2001. Disponível em: <http://www.educabrasil.com.br/classes-multisseriadas/>.

Acesso em: 10 de maio de 2016, às 10h 42 min.

NEGRINE, Airton. Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Porto Alegre, RS: Propil,

1994.

QUEIROZ, Sarah. O lúdico na educação infantil e no 1º ano. Disponível em

<http://www.ebah.com.br> Acesso em 09 de Junho de 2013.

SANTOS, Edineide Cunha. Classes multisseriadas: desafios, possibilidades e realidade da

educação do campo. 2014. Disponível em <http://www.webartigos.com/artigos/classes-

multisseriadas-desafios-possibilidades-e-realidade-da-educacao-do-campo> Acesso em 10 de

maio de 2016, às 10h 37min.

SANTOS, Carlos Antônio dos. Jogos e atividades lúdicas na alfabetização. Rio de Janeiro:

Sprint, 1998.

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros. Esperamos com este estudo venha contribuir

20

SILVA, Aparecida Roseli Pereira da; MOTA, Marciana de Sousa Queiroz. A importância do

lúdico na educação infantil: Uma forma de educar. Disponível em

http://www.cefaprocaceres.com.br/ 2011. Data de acesso 22/05/2013.

TESSARO, Josiane Patrícia. Discutindo a importância dos jogos e atividades em sala de

aula. Pscicologia.com.pt .O portal dos psicólogos. 2007