UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · já trabalharam com esse tema, como Alves...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA
LUDICIDADE UMA FONTE DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL E
NO ENSINO FUNDAMENTAL
MIRIAN FERNANDES DE OLIVEIRA
CARAÚBAS-RN
2016
MIRIAN FERNANDES DE OLIVEIRA
LUDICIDADE UMA FONTE DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL E
NO ENSINO FUNDAMENTAL
Artigo científico apresentado ao Curso de
Pedagogia, na modalidade a distância, do Centro de
Educação, da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, como requisito parcial para obtenção do
título de Licenciatura em Pedagogia, sob a
orientação do professor Ms. Venâncio Freitas de
Queiroz Neto
CARAÚBAS-RN
2016
LUDICIDADE UMA FONTE DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL E
NO ENSINO FUNDAMENTAL
Por
MIRIAN FERNANDES DE OLIVEIRA
Artigo Científico apresentado ao Curso de
Pedagogia, na modalidade a distância, do
Centro de Educação, da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte, como requisito
parcial para obtenção do título de Licenciatura
em Pedagogia.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Ms. Venâncio Freitas de Queiroz Neto (Presidente)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
_____________________________________________________
Dra. Rouseane da Silva Paula Queiroz
Universidade Estadual do Rio Grande do Norte
______________________________________________________
Dra. Zoraia da Silva Assunção
Universidade Potiguar
4
RESUMO
O trabalho desenvolvido através da ludicidade, principalmente nos primeiros anos escolares deixa o ambiente
escolar mais atrativo e prazeroso, apto para receber as crianças que iniciam seu aprendizado neste contexto, visto
que brincar é parte fundamental na vida desses pequeninos. O ato de brincar é a mais pura forma da criança se
expressar, pois é brincando que ela expressa seus sentimentos interiorizando o mundo ao seu redor. No ambiente,
que contem muitos alunos, nas salas de multisseriado em específico, considera-se o jogo muito importante, além
de constituir-se como veículo de expressão e socialização das práticas culturais da humanidade, é também uma
atividade lúdica em que crianças e/ou adultos se engajam num mundo imaginário regido por regras. No que se
refere à matemática, esta, tem sido apontada ao longo do tempo como a principal responsável pelo fracasso
escolar, e o uso do jogo trás uma metodologia de ensino com uma proposta mais interessante e prazerosa que
desperta o interesse e o raciocínio dos alunos nas aulas dessa e das demais disciplinas. Este trabalho teve como
objetivo apresentar situações de desenvolvimento de tarefas com o lúdico na Educação Infantil e Fundamental
anos iniciais; mostrar os tipos de brincadeiras e jogos que são trabalhados em sala de aula, abordar a questão das
salas multisseriadas e do uso de jogos nas mesmas, bem como ressaltar a importância desta ferramenta nas aulas
de matemática. Como metodologia, utilizamos a pesquisa bibliográfica, na qual buscamos teóricos e autores que
já trabalharam com esse tema, como Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros. Esperamos com
este estudo venha contribuir para o processo de ensino-aprendizagem de crianças da Educação Infantil bem
como nos primeiros anos do Ensino Fundamental.
PALAVRAS-CHAVE: Ludicidade. Ensino. Educação Infantil.
ABSTRACT
The work through playfulness, especially in the early school years makes it more attractive and pleasing school
environment, able to get kids who start their learning in this context, since play is a fundamental part in the life
of these little ones. The act of playing is the purest form of the child to express themselves, it is joking that she
expresses her feelings internalizing the world around you. The environment which contains many students in
multigrade rooms in particular, is considered a very important game, and to establish itself as a vehicle of
expression and socialization of cultural humanity practices, it is also a recreational activity in which children and
/ or adults engage in an imaginary world governed by rules. With regard to mathematics, this has been pointed
out over time as the main responsible for school failure, and the use of the game behind a teaching methodology
with a more interesting and enjoyable proposal that arouses interest and students' thinking in class this and other
disciplines. This study aimed to present tasks development situations with the playful in kindergarten and
elementary early years; show the types of games and games that are worked in the classroom, addressing the
issue of multi-year classes and the use of games in them, and to underscore the importance of this tool in math
classes. The methodology used in literature, in which we seek theorists and authors who have worked with this
issue, as Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) among others. We hope this study wil contribute to the
teaching-learning process children from kindergarten and the first years of elementary school.
KEYWORDS: Playfulness. Teaching. Child education.
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Atualmente o lúdico tem ocupado um significativo espaço na nas escolas de educação
infantil e nas séries iniciais, muitos profissionais visam essa ferramenta como pressuposto que
favorece uma grande satisfação na vida da criança, como também melhoram a interação entre
os seres envolvidos. As atividades como jogos e brincadeira proporcionam o
desenvolvimento da imaginação, concentração, estratégias, interação tão quanto à descoberta
por novos conhecimentos, formando a criança um ser investigador, formulador e solucionador
de problemas.
Nos primeiros anos do Ensino Fundamental as crianças compartilham de um mundo
particular, que serve para iniciar a construção da interação com a sociedade, no qual ela cria
autonomia e coopera com o outro, é nessa perspectiva que a escola tem que se adaptar,
trazendo a brincadeira, que até então era o universo daqueles seres, para o seu ambiente,
tornando este espaço mais agradável.
Este trabalho teve como objetivos: apresentar situações do trabalho com o lúdico no
ensino infantil e fundamental menor, isto é, até o quinto ano; Mostrar os tipos de brincadeiras
e jogos que são trabalhados nas séries iniciais e no primeiro segmento do ensino fundamental;
abordar sobre as salas multisseriadas e como os jogos são utilizados nas mesmas, bem como
ressaltar a importância desta ferramenta nas aulas de matemática. Como metodologia nesta
investigação a princípio, realizamos uma pesquisa bibliográfica, ou seja, buscamos
informações em textos teóricos de outros autores que já trabalharam com esse tema, como
Alves (1994), Negrine (1994), Santos (1998) dentre outros de igual importância. Essas
leituras serviram de apoio para um melhor entendimento do assunto, como também para
assegurar a credibilidade do mesmo.
Esperamos com este estudo contribuir para o processo de ensino-aprendizagem de
crianças que estão inseridas no ensino fundamental, ou seja, na base educacional de suas
vidas, que merece tanta atenção para que as mesmas possam se desenvolver cada vez mais e
assim possa dar continuidade a seus estudos.
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LUDICIDADE NO ENSINO INFANTIL E FUNDAMENTAL
O trabalho desenvolvido a partir da ludicidade deixa o ambiente escolar mais atrativo
e prazeroso para a criança que inicia seu aprendizado neste contexto, visto que brincar é parte
fundamental na vida da criança. No entanto, trabalhar com o lúdico no contexto escolar é algo
que não foi visto com bons olhos durante muito tempo, pois se entendia que a escola era
ambiente para estudo e não para brincadeiras. Esse ambiente era dotado de regras, atividades
a serem cumpridas como muita severidade e seriedade, afastando assim todo e qualquer tipo
de brincadeira, pois se acreditava que isso não produzia aprendizado, e quando se brincava era
só por brincar em algum momento de intervalo. Podemos ler essa confirmação em Melo e
Cavalari (2010, p. 158) ao exporem seu conceito de ludicidade:
Durante muito tempo a recreação e o brincar tiveram um enfoque centrado apenas
no brincar por brincar, pensava-se na brincadeira e no jogo como uma simples
atividade humana relacionada à infância. Brincar é uma atividade universal e
extremamente humana, e assim sendo, o brincar se constitui de dupla utilidade: ele
funciona tanto como estratégia para a construção da individualidade, sendo
entendida como a relação contínua entre o ser e o meio, (meio físico e das
representações), e como situação para a compreensão e inserção da criança na
cultura a que pertence, portanto, é sabido que as atividades lúdicas aplicadas com
crianças, sendo direcionada ou livre têm sua função em dois sentidos: um
antropológico e o outro psicológico.
Há algum tempo essa concepção vem sendo analisada e vem passando por uma grande
evolução e com o passar dos anos começaram a ser inseridas as brincadeiras nos ambientes
escolares de uma forma discreta, meio envergonhada, mas que sem dúvida foi uma ação de
grande importância já que as brincadeiras e os jogos estão cada vez mais presentes nas salas
de aula, caracterizando um avanço bastante significativo. A criança está habituada com este
espaço onde ela imagina, cria e assim se desenvolve, a partir do brinquedo e do divertimento,
o que confirma Silva e Mota (2011 p. 02)
O lúdico tem sua origem na palavra “ludus” que quer dizer “jogos” e “brincar”. E
neste brincar estão incluídos os jogos, brinquedos e divertimento, isto oportuniza a
aprendizagem do aluno. O lúdico faz parte da atividade humana e caracteriza-se por
ser espontânea funcional e satisfatória, não importa somente o resultado, mas a ação,
o movimento vivenciado. Sendo que o mesmo acontece a partir do brinquedo,
brincadeiras e jogos, pois é o momento que a criança entra no seu mundo de
imaginação.
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Nesse mesmo contexto Melo e Cavalari (2010, p. 156) afirmam que “Para tanto, o
trabalho com atividades lúdicas e com jogos é primordial em todo este processo, visto que,
brincar é a essência da criança e através da brincadeira ela constrói e reconstrói sua
personalidade e seu mundo, assim estruturando-se para desafios posteriores”.
É importante lembrar que a brincadeira não é algo que se refere somente à criança, diz
respeito também ao adulto, isto é, a todas as fases da vida, pois o ser humano em si tem a
necessidade de está produzindo algum movimento, seja ele corporal ou mental, para se sentir
melhor e o lúdico tem o poder de desenvolver tudo isso, como também afirma Silva e Mota
(2011 p. 02):
A atividade lúdica tem o objetivo de produzir prazer e de divertir ao mesmo tempo,
no entanto, desenvolve no educando habilidades cognitivas, motoras, a atenção, o
movimento ritmado, conhecimento quanto à posição do corpo, direção a seguir e
outros. Participando do desenvolvimento em seus aspectos biopsicológicos e sociais,
desenvolve livremente a expressão corporal que favorece a criatividade, adquire
hábitos de práticas recreativas para serem empregados adequadamente nas horas de
lazer, adquire hábitos de boa atividade corporal, seja estimulada em suas funções
orgânicas, visando ao equilíbrio da saúde dinâmica e desenvolve o espírito de
iniciativa, tornando-se capaz de resolver eficazmente situações imprevistas.
Mesmo o movimento e a brincadeira sendo algo que faz parte também da vida adulta,
eles ganham destaque na educação infantil, pois a criança tem a necessidade de usar seu corpo
para se expressar, pois segundo Santos (1998, p. 40) "a criança tem um corpo e está no seu
corpo, e é um ser que construirá seu processo cultural pelo seu próprio corpo em movimento".
E a partir disso a criança passa a entender o corpo e em que pode utilizá-lo, ou seja, sua
funcionalidade sendo a atividade recreativa uma grande aliada em seu desenvolvimento, como
podemos ver Melo e Cavalari (2010, p. 158)
Para Educação Infantil, a atividade recreativa tem aspectos importantíssimos, pois o
brincar não constitui apenas uma atividade para passar o tempo, mas tem uma
função primordial nos aspectos que envolvem a criança, possibilitando o
desenvolvimento integral, já que ela está inserida em um ambiente no qual se torna
na maioria das vezes uma parte do seu lar, assim a criança enreda-se afetivamente,
convive socialmente e opera mentalmente ações. A criança brinca e ao mesmo
tempo adquiri o autoconhecimento que parte da descoberta do próprio corpo e
engloba naturalmente a cultura e se conhece num determinado contexto.
Percebemos então que as atividades lúdicas trazem grandes contribuições para o
desenvolvimento da criança, tanto de forma específica como de forma generalizada, pois
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acaba por motivar a criança em todos os seus sentidos, trazemos Negrine (1994, p. 19) que
diz:
As contribuições das atividades lúdicas no desenvolvimento integral indicam que
elas contribuem poderosamente no desenvolvimento global da criança e que todas as
dimensões estão intrinsecamente vinculadas: a inteligência, a afetividade, a
motricidade e a sociabilidade são inseparáveis, sendo a afetividade a que constitui a
energia necessária para a progressão psíquica, moral, intelectual e motriz da criança.
Em se tratando de atividades lúdicas o jogo é um grande aliado para o
desenvolvimento da criança, pois é uma atividade com grande valor educacional, através dele
a criança, raciocina, formula, cria, interage, lida com materiais diversificados, reinventando o
mundo a sua volta, isto é, o jogo é um grande motivador e um excelente contribuinte no
processo de ensino aprendizagem. Esses jogos podem se adequar às necessidades da criança e
à idade que ela possui. Sendo empregado de forma adequada ele se torna essencial na vida da
criança, sobre a adequação dos jogos as referidas idades Tessaro (2007, p. 3) diz:
De início tem-se o jogo de exercício que é aquele em que a criança repete uma
determinada situação por puro prazer, por ter apreciado seus efeitos. Em torno dos
2-3 e 5-6 anos nota-se a ocorrência dos jogos simbólicos, que satisfazem à
necessidade da criança de não somente relembrar mentalmente o acontecido, mas de
executar a representação. Em período posterior surgem os jogos de regras, que são
transmitidos socialmente de criança para criança e por conseqüência vão
aumentando de importância de acordo com o progresso de seu desenvolvimento
social.
Continuando, em relação aos jogos, Alves (1994, p. 26), diz que o jogo traz a visão do
futuro. "O jogo tem a visão do futuro. Em primeiro lugar porque seu espírito criativo está nas
origens da humanização. Em segundo lugar porque ele está vinculado à criança e ao espírito
infantil".
Ainda em se tratando dessa questão referente aos jogos e sua importância, não
podemos deixar de evidenciar o papel do educador nesse processo, pois é ele o ser capaz de
criar possibilidades e desenvolver o aprendizado através das brincadeiras, é necessário que ele
assuma de fato o seu papel de mediador, conhecendo a sua capacidade, conhecendo também a
criança, o potencial da mesma e a importância que esse jogo ou brincadeira tenha na vida
dela. Sobre isso Tessaro (2007, p. 2 e 3) também discorre:
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É nesse sentido que devemos observar com mais atenção o que nós educadores
pretendemos ensinar aos nossos alunos, que tipo de cidadãos pretendemos formar,
por que é através de jogos e brincadeiras que cada um se desenvolve e vai formar a
sua identidade. É preciso que os profissionais de educação infantil tenham acesso ao
conhecimento produzido na área da educação infantil e da cultura em geral, para
repensarem sua prática, se reconstruírem enquanto cidadãos e atuarem enquanto
sujeitos da produção de conhecimento.
É notória a importância que a ludicidade tem para o ensino infantil, só que atualmente
o lúdico tem se apresentado de forma muito contínua na vida da criança, os pais muitas vezes
colocam seus filhos em várias atividades ao mesmo tempo, ocupando assim o espaço que
deveria ele mesmo ocupar, levando assim mais uma responsabilidade para a escola que se vê
obrigada a disponibilizar atividades que preencham este vazio. Queiroz em seu texto O lúdico
na educação infantil e no 1º ano pesquisado na internet e disponível para leitura confirma esse
pensamento ao comentar que: na atualidade ninguém mais tem tempo para brincar com seus
filhos, e que é perceptível um número cada vez maior de escolinhas de esportes, de línguas, de
computação, de danças, entre outras. E ele mesmo conclui que não há mais como ausentar o
lúdico do processo pedagógico, pois ele é o agente de um ambiente motivador e coerente.
Diante do que foi apresentado acima é perceptível que esse tema já foi discutido e
pesquisado por autores que tem a sua competência incontestável, os quais utilizarei em minha
pesquisa para adquirir mais conhecimentos sobre o conteúdo que envolve a ludicidade e assim
poder trabalhar com o mesmo e também, principalmente, como suporte teórico para dar
credibilidade a referida pesquisa. No entanto, mesmo assim, ainda se faz necessárias
pesquisas que tratem sobre esse assunto, com o objetivo de cada vez mais mostrar a
importância que o mesmo tem na vida acadêmica, na educação infantil, como também na
sociedade em geral.
TRABALHAR COM JOGOS
O ato de brincar é a mais pura forma da criança se expressar, pois é brincando que ela
expressa seus sentimentos interiorizando o mundo ao seu redor. A criança brinca trazendo o
mundo pra sua vida quando ela está desenhando, quando pega uma boneca acreditando ser um
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bebê quando age da mesma forma que a mãe age com ela mesma, contudo o ato de brincar vai
muito além e daí os jogos começam a apresentar-se e através dele a criança desenvolve
habilidades motoras e cognitivas.
O brincar é uma atividade universal de extremamente necessidade humana, visto como
principais utilidades: ele funciona tanto como estratégia para a construção da individualidade,
sendo entendida como a relação contínua entre o ser e o meio (meio físico e das
representações), como meio de inserção da criança na sociedade cultural que pertence,
portanto, é sabido que as atividades lúdicas aplicadas com crianças, sendo direcionada ou
livre têm sua função em dois sentidos: um antropológico e outro psicológico.
O jogo proporciona na criança o lúdico e o educativo, ampliam e desenvolvem os
conhecimentos, essas funções dependem uma da outra, pois quando se perde a ludicidade o
jogo se transforma em um instrumento de trabalho e deixa de ser jogo, ou seja, o lúdico dar
alegria de brincar e o educativo aprende regras, normas e sinais. Como acrescenta Carvalho
(2011, p. 22):
Através do jogo o indivíduo pode brincar naturalmente, testar hipóteses, toda a sua
espontaneidade criativa. Os jogos não são apenas uma forma de divertimento: são
meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Para manter seu
equilíbrio com o mundo a criança precisa brincar, criar e inventar. A criança devota
ao jogo a maior parte do seu tempo. Com jogos e brincadeiras, a criança desenvolve
o seu raciocínio e conduz o seu conhecimento de forma descontraída e espontânea:
no brincar, ela constrói um espaço de experimentação, de transição entre o mundo
interno e externo.
Os jogos podem ser poderosos aliados para que os alunos possam refletir sobre o
sistema de escrita, sem necessariamente serem obrigados a realizar treinos enfadonhos e sem
sentido. Nos momentos do jogo as crianças mobilizam saberes a cerca da lógica de
funcionamento da escrita consolidando aprendizagens já realizadas ou se apropriando de
novos conhecimentos nessa área. Brincando elas podem compreender os princípios de
funcionamento do sistema alfabético e podem socializar seus saberes com seus colegas,
despertando seus interesses não só pela escrita como também pela leitura.
Os jogos estão presentes em diferentes épocas da vida das pessoas. Estamos
evidenciando o quanto eles participam da construção das personalidades e interferem nos
próprios modos de aprendizagens humanos, desde os primeiros momentos da vida do bebê.
Piaget em suas obras dar especial atenção aos jogos de exercício no período sensório motor,
momento em que as crianças, ao brincarem, aprendem a coordenar a visão e movimento das
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mãos e dos pés, visão e audição, enfim a perceber o mundo a sua volta e começam a agir para
dele participar.
SALAS MULTISSERIADAS
As salas de aula chamadas multisseriadas, que tem como definição a
organização de turmas e de ensino em que o professor trabalha, dentro de um mesmo
ambiente, com várias séries simultaneamente, esse formato de turmas existe principalmente
nas escolas da zona rural, devido a pouca quantidade de alunos, e também a dificuldade de
manter vários professores nesses espaços, que muitas vezes são reduzidos. Esses projetos têm
como objetivo principal diminuir a evasão escolar, e também desenvolver projetos
específicos, baseados na metodologia da aceleração da aprendizagem buscando atrair crianças
e adolescentes em situação de risco, analfabetos ou que apresentem defasagem em seus
estudos, visando promover a continuidade na vida escolar.
Em muitas comunidades rurais a pedagogia de escolas multisseriadas é utilizada como
única alternativa para dar acesso a escolaridades da população que vive e trabalha no campo.
O desafio encontrado em todo esse tempo, é propor uma metodologia de ensino que possa
garantir a esses estudantes de níveis diferentes, possibilidades para que dominem os
conteúdos didáticos contextualizados, na qual estão inseridas. Sobre isso Menezes (2001)
discorre que:
Esse tipo de organização é considerado problemático por algumas pessoas, uma vez
que seria difícil trabalhar concomitantemente com várias séries. Além disso, o
resultado deste processo poderia se traduzir numa aprendizagem deficiente. Como o
modelo de escola rural que tem predominado na história brasileira é constituído
quase que em sua maioria de classes multisseriadas a cargo de professores leigos,
acredita-se que a educação no campo esteja sempre relegada a segundo plano,
limitando-se ao ensino das primeiras letras. Por outro lado, as classes multisseriadas
são consideradas uma estratégia para manter o aluno das áreas rurais na sala de aula.
O professor e o aluno do campo são sujeitos que realmente busca levar e obter o
conhecimento de acordo com o meio social que se insere, isto é, educação formal, pois se trata
de um desafio constante levar e absorver conhecimentos em um ambiente tão precário, seja
em relação à estrutura física e até pelo descaso de alguns órgãos públicos responsáveis em
atender e manter com dignidade esses espaços de ensino, gerando um desconforto e até um
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sentimento de discriminação por parte de todos que estão inseridos nesses espaços. Hage
(2006, p. 04) confirma isso em sua tese, quando diz que:
No meio rural os sujeitos se ressentem do apoio que as secretarias Estaduais e
Municipais de Educação deveriam dispensar às escolas, sentindo-se discriminados
em relação às escolas a cidade, que assumem prioridade em relação ao
acompanhamento pedagógico e formação dos docentes. Os gestores públicos
justificam a ausência do acompanhamento pela falta de estrutura e pessoal suficiente
para realizar essa ação.
Trabalhar em uma sala multisseriada exige do professor muitas técnicas para
desenvolver os conteúdos em todas as séries e alcançar os objetivos desejados na
aprendizagem dos alunos, o mesmo tem que se desdobrar entre uma serie e outra, adaptar um
planejamento para trabalhar todas às séries, e ainda atuar como itinerante, porque nas classes
multisseriadas também se encontra crianças com alguma deficiência e que realmente precisam
de um profissional responsável para prestar-lhe um atendimento adequado e daí surgem
muitas angústias, pela falta de apoio, seja pedagógico, estrutural ou moral e, sobretudo, pela
falta de reconhecimentos dos que responsáveis pela educação.
No que diz respeito ao aluno, que está inserido nessas turmas, este também passa por
diversas dificuldades, e sofrem muitas aflições para chegar até a sala de aula, o que
complementa Hage (2006, p. 04)
Assim como os professores, os alunos de multísserie também perpassam por
inúmeras angustias, afliges estas diárias, independentemente de inverno ou verão,
onde estes educando tem que se locomover de seus lares, que na maioria das vezes
fica distante do âmbito escolar, ou seja, longe da comunidade na qual está situada a
escola. Muitos deles andam quilômetros para chegar à escola, que faça chuva ou sol
eles jamais deixam de ir ao colégio e jamais reclamam de todas essas turbulências
que passam no decorrer do ano letivo. E sem contar que eles se arriscam, pois
muitas vezes para chegar à escola, enfrentam uma serie de perigos, no inverno as
estradas ficam escorregadias, devido ter muitas partes do percurso bastante elevado,
ocasionando assim uma série de riscos e nem por isso eles faltam à escola.
Em se tratando do ambiente escolar, das metodologias utilizadas e do currículo que
deve ser trabalhado, os PCN, relata que a organização dos alunos em grupos, influencia o
processo de ensino e aprendizagem, quando é auxiliada pelo o professor . Nesse contexto, os
PCN orientam que, os trabalhos a ser aplicados nas classes multisseriadas, não sejam separe
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em grupos estruturados por série, e sim, deve-se ser separados por metas que desejam ser
atingidas, visando totalmente o desempenho de cada um.
Em relação a estes itens é necessário que haja uma atenção especial, pois o currículo
deve ser diferenciado e o planejamento deve ser desenvolvido de acordo com a realidade da
sala de aula especifica, sempre buscando atender as necessidades dos educandos. Quanto a
organização do espaço escolar, deve ser organizado cautelosamente, porque será nesse
ambiente que o educador passara a ministrar suas aulas e só partir de uma organização
adequada o professor poderá desempenhar sua função com êxito.
Sobre o currículo, mais especificamente, nele deve está contido, de uma forma geral,
às disciplinas de Português, Ciências, Matemática, História, Geografia, Artes, Religião e
Educação Física, ele deve ser adaptado a todas as séries do Ensino Fundamental, ou seja, suas
disciplinas serão desenvolvidas especialmente para as classes multisseriadas, para isso é
necessário que haja um currículo integrado, sendo que neste, relacione-se o conteúdo de
acordo com a realidade da classe escolar, de forma que favoreça a participação e formação de
opiniões dentro da sociedade no qual está inserido. Sobre isso Santos (2014) discorre que:
Não basta trabalhar um currículo com o conteúdo programático anual vindo das
Secretarias de Educação, ou seja, um planejamento de uma escola seriada, pois este
é completamente diferente da realidade de aprendizagem vivenciada pelo aluno do
campo, por conta desse fator professor e aluno da área rural perpassa por inúmeras
dificuldades no ensino-aprendizagem, porque são situações totalmente dissociadas.
Em relação ao conteúdo programático, este muita das vezes se distância da realidade
dos educando e não representa o contexto concreto no qual perpassa a vida desses
sujeitos, comprometendo assim sua aprendizagem, já que as pessoas aprendem de
forma significativa aquilo que lhes é necessário, ou seja, é possível ter um melhor
desempenho no processo de aprendizagem se o conteúdo oferecido for relacionado a
uma realidade mais próxima de seu convívio diário.
Faz-se necessário que o educador busque várias formas de se trabalhar os conteúdos
em uma sala de aula com mais de uma série, sempre levando em consideração a
aprendizagem dos alunos, como, por exemplo, o conteúdo de língua portuguesa deve ser
desenvolvido através de leituras coletivas em voz alta, em escritas nos quadros, com o recorte
em tirinhas para os alunos organizarem, divisão da sala em grupos de trabalho, sempre
avaliando os níveis de aprendizagem, dentre outras estratégias, pois para se trabalhar em
turma multisseriada, necessita-se de muitos recursos e de novos aspectos, no sentido de
explorar situações que possam interferir diretamente no desenvolvimento do aluno, buscando
organizar alternativas que possibilitem o aumento dos conhecimentos não só em relação à
leitura e a escrita, mas em todos os âmbitos trabalhados.
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Como já foram mencionadas, as classes multisseriadas são um grande desafio que leva
os educadores a repensar a escola, suas disciplinas, séries, conteúdos e avaliações, pois os
educandos que estão inseridos nesses espaços merecem ser tratados com dignidade e precisam
de uma educação de qualidade, é necessário que o professor que trabalha com essa realidade
busque sempre ampliar seus conhecimentos, renovar a sua prática e principalmente está em
constante formação, pois não é uma tarefa fácil, é preciso que se dedique para que haja a
construção do aprendizado por parte de todos os envolvidos no processo.
TRABALHO COM JOGOS EM SALA DE AULA MULTISSERIADAS
Nesse ambiente, em específico, de trabalho considera-se o jogo muito importante,
além de constituir-se um vínculo de expressão e socialização das práticas culturais da
humanidade, também uma atividade lúdica em que tanto as crianças como os adultos se
engajam num mundo imaginário regido por regras.
No trabalho em sala multisseriada, que geralmente são de 1º ao 5º ano, envolve uma
abrangente diversidade de atividades, devido a isso os jogos educativos estão sempre
presentes para desenvolver o aprendizado dos alunos, são realizados agrupamentos por níveis
de aprendizagem, pois os que já sabem ler passam a ajudar ao colega, e através desta
atividade obtivemos um resultado satisfatório. Sobre isso Hage, Medeiros e Costa (2012, p.
07) discorrem que:
Na classe multisseriada constatamos que o trabalho com jogo possibilita ao alunado
a vivência e desenvolvimento de um ensino diferenciado, onde enriquece e oferece
aos mesmos, experiências distinguidas das quais estavam acostumados. O jogo
quando bem trabalhado desperta no aluno o prazer pela leitura e escrita. Propor
atividades que vislumbre o jogo como recurso é sem duvida um dos métodos mais
eficazes que se pode investir na busca do conhecimento efetivo dos alunos.
Os jogos educativos são mais utilizados, visando desenvolver a aprendizagem dos
educandos tanto na leitura, quanto na escrita, e outras habilidades que estão associadas: Bingo
da letra inicial; Bingo dos sons iniciais; Palavra dentro de palavras; Dado sonoro; Caça –
Rimas Ábaco; Material dourado.
O objetivo do “Bingo da letra inicial” é que o educando identifique o fonema inicial
das palavras. “O bingo dos sons iniciais” é que o aluno compreenda que as palavras é
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compostas por unidades sonoras , podemos ser pronunciadas separadamente, este jogo leva o
aluno a observar que a palavra é composta de sons equivalentes a sílaba e que estes sons
podem se repetir em palavras diferentes.
Outro jogo interessante e que os educandos gostam é “Palavra dentro de palavra”, este
jogo além de formar pares de palavras, os educandos terão oportunidade de pensar sobre os
sons que compõem as palavras e suas semelhanças entre si. O importante não é promover no
aluno, a memorização das palavras que fazem parte de outras palavras, mas, fazer que ele
perceba qual a lógica usada no nosso sistema de escrita, por meio de um processo de reflexão.
Outro aspecto interessante no jogo “Dado sonoro” este é para os alunos em processo
de alfabetização que precisam perceber que a palavra é constituída de significado , seguidos
de uma sequência sonora que precisam refletir sobre as propriedades sonoras das palavras,
desenvolvendo a consciência fonológica.
O “Caça-rimas” leva o educando a perceber que palavras diferentes podem possuir
partes sonoras iguais no final. Pode-se solicitar aos alunos que pensem em novas palavras que
rimam com os pares encontrados. Pode-se ainda, pedir que escrevam e circulem as palavras
que possuem as mesmas letras (rimas).
Trabalhar com material concreto desenvolve bastante a percepção e aprendizagem do
aluno, o material dourado, um tipo de jogo muito utilizado e que os educando gostam muito, é
bastante utilizado na disciplina de matemática, pois trabalha as quatro operações e os alunos
aprendem a manusear esse material e a se desenvolver juntamente com ele; quanto ao ábaco,
geralmente se obtém bons resultados, já que os mesmos passam a entender e a dominar a
matemática.
O USO DE JOGOS NO ENSINO DE MATEMÁTICA
A disciplina Matemática tem sido apontada ao longo do tempo como a principal
responsável pelo fracasso escolar e o uso do jogo trás uma metodologia de ensino com uma
proposta mais interessante e prazerosa que desperta o interesse e o raciocínio dos alunos nas
aulas de dessa e das demais disciplinas.
Dentre os jogos pedagógicos encontraram-se inúmeros jogos matemáticos, os quais
despertaram na criança diversas formas de conhecimento, sendo este fundamental para a
educação de qualidade e desenvolvimento emocional e cognitivo nas diferentes fases das
16
crianças. Estes jogos representaram um universo lúdico muito rico para ser vivenciado
principalmente nas séries iniciais do ensino fundamental,
Na sociedade contemporânea, o ensino da matemática com a utilizações dos jogos,
tem como finalidades, favorecer ampliação do raciocínio lógico, estimular o pensamento , a
criatividade, a autoconfiança, a concentração, o cooperativismo, motivação, e a sociabilidade.
O mesmo promove o desenvolvimento de habilidades como: esquema corporal, estrutura de
espaço e tempo, equilíbrio, coordenação motora, entre outros.
Os jogos é utilizados para introduzir, amadurecer conteúdos e preparar o aluno para
aprofundar itens já trabalhados, pois os mesmo aplicados em sala de aula tornasse facilitador á
assimilações de conhecimento incorporam não só tais conteúdos, mas desenvolve o caráter
lúdico, as técnicas intelectuais, formação de relações, o pensamento e diversas linguagens.
Desse modo, O jogo matemático deve ser aplicado para desencadear e resolver os
problemas matemáticos com uma aprendizagem significativa, sendo necessário à combinação
de jogos e resolução de problemas nas séries iniciais,na qual, possibilita ao aluno a
oportunidade de investigar e solucionar ações para atingir determinados objetivos, avaliando
assim, sua eficácia nos resultados obtidos, contribuindo assim para a formação de atitudes
sociais como respeito mútuo, cooperação, obediência às regras, senso de responsabilidade,
senso de justiça, iniciativa pessoal e grupal.
O jogo é um vínculo que une o conhecimento e o prazer durante a realização de uma
atividade, tornando os ambientes gratificantes e atraentes, servindo como estímulo para o
desenvolvimento integral dos indivíduos envolvidos, Mas, os jogos pedagógicos são apenas
instrumentos, não mestres, ou seja, será útil somente se o profissional da educação
contemporânea tenham em mente que o jogo e o jogador, são seres formadores do
pensamento crítico, reflexivo e participativo na sociedade pensante , para que assim consiga
sutilmente devolver um caminho certo ao aprendiz, pois sabemos que o conhecimento
matemático oferecido pela a maioria das escolas, apresenta-se uma metodologia apontada
para métodos de ensino que induzem a aprendizagem ligada à memorização arbitrária, na
qual, não atendem as necessidades sócias- culturais em que o ser humano se insere, o que
desencadeia uma série de fracassos na aprendizagem dos alunos. O que Maluta (2007, p. 27)
trata como desvantagens:
Dentre as desvantagens destacadas estão: a utilização do jogo como um apêndice em
sala de aula, ou seja, a utilização dele sem ter um objetivo e o emprego de jogos para
ensinar todos os conceitos, pois estas aulas perderiam o sentido para os alunos.
Outras desvantagens seriam: a perda da “ludicidade” do jogo se o professor fizer
constantes interferências; tornar o jogo obrigatório destruindo a voluntariedade
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natural dele; a dificuldade de acesso e disponibilidade de material sobre o uso de
jogos. Além disso, existe uma desvantagem relacionada ao tempo, pois em sua
concepção nas aulas com jogos o tempo gasto é maior e, portanto, o professor deve
ficar atento a este fator para que não seja preciso sacrificar outros conteúdos.
No entanto além dos possíveis fracassos existe um existem vários pontos positivos e
que trazem alguns benefícios como: detectar os alunos que estão com dificuldades reais; o
aluno revela para seus colegas e professores se o assunto foi bem assimilado; e com o
desenvolver de um jogo, observamos que o aluno se torna mais crítico, alerta e confiante,
expressando o que pensa, elaborando perguntas e tirando conclusões sem necessidade da
interferência ou aprovação do professor, que neste caso Maluta (2007, p. 26 e 27) aborda
como as vantagens dessa metodologia:
Podemos constatar que dentre as vantagens de utilização do jogo nas aulas de
Matemática a autora cita várias relacionada à aquisição dos conceitos matemáticos
pelos alunos. Também se observa dentre as vantagens a possibilidade, através do
jogo, da interdisciplinaridade e também de outras aprendizagens dos alunos, tais
como: a tomada de decisões, a integração social e o trabalho em grupo, além do
desenvolvimento da criatividade, senso crítico, participação e observação. Em
relação ao professor, o jogo traz como vantagens a possibilidade de trabalhar com
alunos em diferentes níveis e também identificar e diagnosticar dificuldades dos
alunos.
Assim sendo, o ensino da matemática nas séries iniciais deve priorizar o conhecimento
das crianças perante situações significativas de aprendizagem, sendo que o ensino por meio
do lúdico deve acontecer de forma a auxiliar no ensino do conteúdo, propiciando as diversas
habilidades e o desenvolvimento operatório da criança, pois contribui para a aprendizagem de
varias disciplinas como: matemática, geografia, historia educação física, entre outras.
Segundo Kishimoto (2002), há também vários valores a serem transmitidos com os
jogos. Esses valores são: valor experimental; da estruturação; da relação; e o valor lúdico.
O momento experimental do jogo permite à criança a vivência a experimentação de
novas coisas. O valor da estruturação que contribui e auxilia a criança a estruturar sua
personalidade. O valor da relação é o relacionamento entre crianças e entre a criança e o
ambiente. O valor do lúdico é favorecer sensações diferentes, tais como: prazer alegrias,
dentre outros.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao estudarmos a presença da ludicidade na Educação Infantil e principalmente no
Ensino Fundamental, podemos observar que os jogos e as brincadeiras estão presentes em
diferentes épocas da vida das pessoas, mais especificamente nas crianças que tem fatores
essenciais de suas realidades, esses dois elementos. Podemos evidenciar o quanto eles
participam da construção das personalidades e interferem nos próprios modos de
aprendizagens humanos, pois estão ligados diretamente ao desenvolvimento da mentalidade.
Podemos constatar que a atividade lúdica atualmente é encarada com uma prática
pedagógica constante dos professores que buscam inovar em suas atividades, apesar dessa
realidade ser algo novo, pois antigamente essa prática não era vista com bons olhos, alegando-
se que brincar não trazia aprendizado, felizmente esse quadro mudou e averiguamos isso
através das pesquisas realizadas nas quais concluímos que o trabalho com o lúdico existe sim,
e de forma bastante frequente em sala de aula.
Realizar este trabalho foi sem dúvida muito gratificante e nos trouxe grandes
aprendizados, no entanto, temos a consciência de que é importante a retomada do mesmo com
o objetivo de ampliar o corpus de textos com os quais trabalhamos, e principalmente a escuta
de profissionais que possam falar sobre o assunto, para que possam expor como os mesmos
vivenciam essas tarefas em suas realidades.
Esperamos que nossa pesquisa, de alguma maneira, venha a contribuir para com os
profissionais que trabalham com a educação infantil, mais precisamente o ensino fundamental
menor, como também para os estudantes que vivenciam essa prática, ajudando-os a
compreender os fenômenos recorrentes do processo ensino-aprendizagem, e aperfeiçoar as
atividades desenvolvidas neste referido processo. Esperamos que a mesma também contribua
para o ensino com a ludicidade em específico, principalmente na elaboração de atividades,
visando a resolução dos problemas enfrentados nesta área.
Deixamos aqui como sugestão para trabalhos futuros nessa área, uma pesquisa onde se
analise as demais possibilidades de se trabalhar com o lúdico em sala de aula, como fonte e
desenvolvimento de aprendizagem, como também outras pesquisas que proponham atividades
para a ampliação das referias possibilidades.
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