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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA
LUCYANNE ISABELLE SALES DA COSTA VENTURA
UM RELATO REFLEXIVO DAS EXPERIÊNCIAS VIVIDAS NO ESTÁGIO
SUPERVISIONADO EM UM CMEI DE NATAL/RN.
NATAL-RN
2016
LUCYANNE ISABELLE SALES DA COSTA VENTURA
UM RELATO REFLEXIVO DAS EXPERIÊNCIAS VIVIDAS NO ESTÁGIO
SUPERVISIONADO EM UM CMEI DE NATAL/RN.
Relatório Reflexivo de Práticas Educativas apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia do Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para obtenção do grau de licenciatura em Pedagogia. Orientadora: Profª Dra. Maria da Paz Siqueira
de Oliveira
NATAL – RN 2016
LUCYANNE ISABELLE SALES DA COSTA VENTURA
UM RELATO REFLEXIVO DAS EXPERIÊNCIAS VIVIDAS NO ESTÁGIO
SUPERVISIONADO EM UM CMEI DE NATAL/RN.
Relatório Reflexivo de Práticas Educativas apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia do Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para obtenção do grau de licenciatura em Pedagogia.
Aprovado em: 15/06/2016.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________________
Professora Dra. Maria da Paz Siqueira de Oliveira- Orientadora (UFRN)
_________________________________________________________
Professora Dra. Soraneide Soares Dantas – (UFRN)
________________________________________________________
Professora Dr Francisco Vitorino de Andrade Júnior (UFRN)
LISTA DE ILUSTRAÇÕES E QUADROS
Figura 1 ―Armários, estantes, mesas, cadeiras e espelho‖......................................... 10
Figura 2 ―Cantinho para exposição de atividades‖...................................................... 11
Figura 3 ―Quadro, calendário, lista de aniversariantes e clima do dia‖................. 11
Figura 4 ―Roda‖................................................................................................. 15
Figura 5 ―Momento de brinquedos e músicas‖............................................................ 15
Figura 6 ―Atividade sobre a água no dia-a-dia‖........................................................... 17
Figura 7 ―Atividade Se eu fosse um peixinho‖............................................................. 19
Figura 8 ―Atividade de colagem Se eu fosse um peixinho‖......................................... 20
Figura 9 ―Atividade de pintura e colagem Peixe vivo‖................................................. 21
Figura 10 ―Atividade de pintura da árvore‖.................................................................... 22
SUMÁRIO
I INTRODUÇÃO........................................................................................ 7
II DIAGNÓSTICO DA ESCOLA ................................................................. 8
IV REGÊNCIA: A HORA DA PRÁTICA ...................................................... 14
III CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................... 24
REFERÊNCIAS....................................................................................... 25
ANEXOS.................................................................................................. 27
RESUMO
O presente trabalho apresenta um relato reflexivo das experiências vivenciadas durante a disciplina Estágio Supervisionado de Formação de Professores I em uma turma de nível IV da Educação Infantil no Centro Municipal de Educação Infantil Frei Damião em Natal/RN, e busca retratar o planejamento, as observações e as regências realizadas na escola. O trabalho traz descrições das ações realizadas na escola, além de reflexões sobre as metodologias e práticas utilizadas em sala de aula. Para obtenção de dados foi utilizado o método de observação direta e entrevistas através de conversas informais com os profissionais da instituição. Conclui-se, a partir desse estudo, que o estágio é uma importante experiência para o processo de formação do profissional e que fornece informações e conhecimentos imprescindíveis à prática docente. Palavras-chave: Prática docente. Estágio. Educação Infantil.
ABSTRACT
This paper presents a reflective report of the experiences lived during the Supervised Internship Teachers Training at a level IV class of kindergarten at Centro Municipal de Educação Infantil Frei Damião em Natal/RN, and seeks to portray the planning, the observations and the regencies held at the school. The paper brings the descriptions of actions taken at the school, besides a reflection on the methodologies and practices used in the classroom. For data collection it was used the method of direct observation and interviews through informal conversations with the professionals of the institution. It concludes, based on this study, that the internship is an important experience for the formation process and provides essential information and essential knowledge for the teaching practice. Keywords: Teaching practice. Internship. Kindergarten.
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I INTRODUÇÃO
O presente trabalho apresenta um relato reflexivo das experiências
vivenciadas nas práticas desenvolvidas no período de regência do estágio
supervisionado de formação de professores no nível IV da Educação Infantil no
Centro Municipal de Educação Infantil Frei Damião. Para podermos relacionar de
forma mais significativa as experiências vivenciadas durante o estágio,
relacionaremos o que foi vivido na prática com base em algumas leis e referenciais
teóricos prescritos, pois, quando se reflete sobre a relação entre os práticos e os
teóricos, está anunciando o que SANTOS(1989, p. 36) propõe como segunda
ruptura epistemológica que seria, em seu dizer, ―o reencontro entre teoria e a
prática, fertilizando-se a teoria e enriquecendo-se a prática‖ (GARCIA, 2002, p.55).
Desta forma, entendemos que é importante romper com a dicotomia existente entre
a teoria e a prática no fazer pedagógico da formação docente.
Percebemos na prática docente que, assumir a perspectiva de que a docência
se estrutura sobre saberes próprios, intrínsecos à sua natureza e objetivos, é
reconhecer uma condição profissional para a atividade do professor. A discussão que
nos motivou e nos mobilizou durante a prática e que foi exposta no conteúdo do
presente relatório sobre a reflexão analítica dos saberes docente, é a de identificar a
natureza desses saberes e em que medida aqueles ligados a sua prática são
fundamentais para a estruturação profissional do professor, de que forma constitui as
bases de sua formação inicial.
Cabe registrar que esse esforço tem, principalmente, um caráter acadêmico,
que nos permite identificar as matrizes da formação que queremos incluir na nossa
docência. Essa direção pode facilitar a configuração dos campos teóricos que
necessariamente precisam estruturar nossa formação. Em suma, percebemos em
nossa prática que os saberes se misturam, numa mescla que reflete a tamanha
complexidade do ato pedagógico.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil aponta a
importância de a criança aprender a expressar suas ideias e opiniões, participando
ativamente de seu próprio processo de aprendizagem. Espera-se, assim, que o
trabalho pedagógico esteja voltado para o segmento da Educação Infantil,
considerando os pressupostos pedagógicos os processos cognitivos, afetivos e
sociais que permeiam a aprendizagem das crianças. Para Coll e Martin (2004)
8
[...] a aprendizagem constitui um motor do desenvolvimento, concebido como um duplo processo de socialização e de construção da identidade pessoal, como o processo pelo qual nos tornamos pessoas únicas no seio de um grupo social, precisamente porque pudemos nos apropriar de seus instrumentos materiais e simbólicos. Esta apropriação exige a atividade mental construtiva da criança; requer a elaboração de aprendizagens significativas, mediante as quais ela vai interpretando o mundo que a rodeia e elabora esquemas de conhecimentos sobre ele, que lhe permite prever e interpretar as situação em que se encontra.
Espera-se, assim, que as crianças desenvolvam gradativamente as
habilidades motoras, cognitivas, de linguagem, de socialização, como também de
respeitar, cooperar, distinguir, entre outras habilidades. Desta forma, compreende-se
que a Educação Infantil tem uma importante função como etapa a ser percorrida
pelas crianças em seu desenvolvimento educacional e na construção de valores.
II A ESCOLA: O QUE OBSERVAMOS
Para uma melhor compreensão do que será exposto, este relatório está assim
organizado: na primeira parte, fazemos uma breve contextualização, explicitamos as
nossas motivações e objetivos para a realização deste trabalho. Na segunda parte, o
relato sobre o processo de estágio vivenciado refletindo sobre a importância da
interação entre teoria e prática no fazer pedagógico. E na terceira parte, nas
Considerações Finais, refletiremos também sobre a importância do estágio como
uma prática necessária a formação do professor.
Esta é uma etapa significativa do trabalho pedagógico, tendo em vista que é a
partir de uma observação inicial que é possível refletir sobre a realidade atual e
planejar estratégias de ensino que sejam condizentes com a demanda apresentada
por essa realidade.
A instituição pública, lócus deste trabalho foi o Centro Municipal de Educação
Infantil Frei Damião que está localizado no bairro do Bom Pastor, zona oeste da
cidade de Natal/RN. A escola atende com 90 crianças com faixa etária entre 6 meses
e 6 anos de idade, totalizando 7 turmas divididas em berçário, nível I, nível II, nível III
e nível IV. Funciona nos turnos matutino e vespertino, trabalhando em tempo integral
para os alunos do berçário, nível I e nível II, iniciando às 7 horas da manhã e com
término às 17 horas. Já as turmas do nível III e IV funcionam apenas em horários
parciais, das 7 às 11 horas da manhã e das 13 às 17 horas da tarde. Com isso,
optamos por realizar nossas observações e intervenções na sala de aula do nível IV.
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Seu quadro de funcionários é composto por 14 professores efetivos,
selecionados por meio de concurso público, divididos em 4 no berçário, sendo 2 pela
manhã e 2 a tarde; 1 no nível I, 2 no nível II, 2 no nível III e 2 no nível IV, sendo para
cada turma 1 pela manhã e 1 a tarde, além do quadro gestor composto por 1
diretora e 1 coordenadora. Incluindo também 8 bolsistas estagiários vinculada a
Secretaria Municipal de Educação do Município do Natal divididas em 1 estagiária
para cada turma, com exceção do nível IV que não possuía estagiário; 1 secretária,
1 porteiro, 3 auxiliares de serviços gerais e 2 cozinheiras.
Com a finalidade de investigar a realidade escolar foram realizadas
entrevistas informais com gestores e professores, dos quais deram as seguintes
informações: a instituição atende crianças que moram nas adjacências do prédio, e
pertencem às classes menos favorecidas da sociedade. Informaram também que a
escola possui Projeto Político Pedagógico (PPP) e que este está passando por
reformulações, mas não tivemos acesso ao documento mesmo que desatualizado.
Sobre o exposto referente ao PPP refletimos sobre a importância deste
instrumento para as escolas delinearem o caminho a seguir e as metas a serem
alcançadas. Este instrumento reflete a proposta educacional da escola e permite que
ela, em conjunto com toda a comunidade escolar, desenvolva um trabalho coletivo e
contextualizado com a realidade, e assim dividindo responsabilidades para execução
das metas estabelecidas. Veiga (2003, p. 271) afirma que:
O projeto político-pedagógico visa à eficácia que deve decorrer da aplicação técnica do conhecimento. Ele tem o cunho empírico-racional ou político-administrativo. Neste sentido, o projeto político-pedagógico é visto como um documento programático que reúne as principais idéias, fundamentos, orientações curriculares e organizacionais de uma instituição educativa ou de um curso.
O espaço físico da escola é pequeno, sendo constituído por 04 salas de aula,
01 parque, 01 pátio, 02 banheiros infantis, 02 banheiros para adultos, 01 sala de
leitura, 01 cozinha, 01 sala de dispensa, 01 sala de secretaria e 01 sala de direção.
Os equipamentos disponíveis na escola e que fornecem apoio às atividades
pedagógicas são 01 televisor, 01 DVD player, 02 aparelhos de som que circulavam
nas salas de aulas de acordo com o dia da semana e 01 computador na sala da
direção. Além desses equipamentos, a escola disponibiliza outros materiais para
professores e alunos utilizarem na sala de aula para o desenvolvimento de
atividades.
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As 04 salas de aula são espaçosas e limpas, mas pouco iluminadas e
arejadas. O mobiliário é composto por armários, estantes, mesas, cadeiras e
espelho (Figura 1). As mesas e as cadeiras são adaptadas para o tamanho dos
alunos. Nos armários ficam guardados os materiais que serão utilizados nas
atividades pelos alunos e materiais que são de uso apenas das professoras. Nas
estantes ficam as pastas de atividades dos alunos, os brinquedos e os jogos.
Figura 1 - Armários, estantes, mesas, cadeiras e espelho.
Fonte: Acervo da autora/ 2014.
Os espaços são organizados também em ―cantinhos para exposição de
atividades‖ (Figura 2) para a exposição das diversas atividades desenvolvidas em
sala, sendo eles o de arte, do faz de conta, da leitura, da pesquisa e da chamada.
Em outro local as sala de aula há uma parede com o quadro branco, o calendário
utilizados nos momentos da roda de conversa, um mural com a lista de
aniversariantes e um mural para registro do clima do dia (Figura 3).
Figura 2 - ―Cantinhos para exposição de atividades‖
11
Fonte: Acervo da autora/ 2014
Figura 3 -Quadro, calendário, lista de aniversariantes e clima do dia
Fonte: Acervo da autora/ 2014
O ambiente físico da escola é bem pequeno e antigo, sendo perceptível a
necessidade de manutenção para que se torne um espaço mais aconchegante e
acolhedor para receber as crianças com qualidade.
A turma do CMEI no nível IV da Educação Infantil, turno vespertino, possui 25
alunos matriculados, sendo 10 meninos e 15 meninas. Todos os alunos foram
pontuais e participativos, mas apresentaram faltas durante o nosso estágio e muitas
faltas durante todo o ano letivo. A turma era nivelada, contendo crianças entre 5 e 6
anos de idade.
Os alunos, em sua totalidade, são de família com baixa renda econômica,
em condições sociais desfavorecidas e que moram na periferia da cidade, próximo
as margens do Rio Potengi. Algumas crianças possuem pais desempregados, outros
pais presidiários ou usuários de drogas e alguns possuem como responsável os
avós ou tios. Sobre isso Esteban (2001, p. 24) discorre que:
[...] ao abrir a escola para as crianças de classes populares, e consequentemente a suas famílias, se produziu um novo modelo de escola, formulando novos problemas, novas possibilidades, exigindo novas elaborações teóricas e práticas, gerando um amplo processo de indagação e redefinição do papel da escola na sociedade e, simultaneamente, das próprias práticas pedagógicas.
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O planejamento escolar é um caminho em construção, e esse deve estar
relacionado no cotidiano escolar de qualquer instituição. Conforme nos inspira
VASCONCELOS (2008, p. 133)
Fazer planejamento é refletir sobre os desafios da realidade da escola e da sala de aula, perceber as necessidades, ressignificar o trabalho, buscar formas de enfrentamento e comprometer-se com a transformação da prática.
Essa prática se opõe a concepção que considera o professor como um
transmissor do conhecimento, no entanto, dialogando com Geraldi (2004, pág. 21)
vemos que,
Ensinar não é mais transmitir e informar, ensinar é ensinar o sujeito aprendente a construir respostas, portanto só se pode partir de perguntas. (...) Tomar a aula como acontecimento é eleger o fluxo do movimento como inspiração, rejeitando a permanência do mesmo e a fixidez mórbida no passado.
Nosso planejamento aconteceu após o período de observação participativa,
em que nos inserimos na realidade escolar da instituição interagindo com ela, ou
seja, nos envolvendo na rotina e nas atividades da turma. Durante a observação
fizemos registros em nossos cadernos baseados no roteiro de entrevista e nos
dados colhidos mediante acontecimentos de toda a dinâmica de sala de aula. Essa
observação ocorreu durante cinco visitas a sala de aula, em que participamos
integralmente de toda a rotina. Para Proença (2007, p. 9):
[...] na observação participante o pesquisador vivencia pessoalmente o evento de sua análise para melhor entendê-lo, percebendo e agindo diligentemente de acordo com as suas interpretações daquele mundo; participa nas relações sociais e procura entender as ações no contexto da situação observada.
Optamos por organizar as aulas relacionando-as com os objetivos
inicialmente propostos pela professora da turma, desta forma, tendo em vista uma
perspectiva interacionista, as tarefas teriam como funções básicas, o
aprofundamento e síntese do que foi visto na classe durante o período de regência.
Para desenvolvemos esse trabalho, nos voltamos aos ensinos e literaturas da
Didática, para podermos fundamentar a nossa prática. Identificar o papel da Didática
na formação dos professores não significa a reivindicação de um processo que faça
a dicotomização disciplinar. Faz-se necessário compreender o campo da didática na
interface dos conhecimentos e experiências que constituem o saber docente, na
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perspectiva de fortalecer a capacidade de reflexão do professor, enquanto um
profissional capaz de trabalhar com os argumentos de racionalidade próprios de
quem tem consciência de seus projetos e ações. Segundo Zabala (2002. P.37):
A organização dos saberes dos professores que se relacionam com o campo da Didática pode obedecer a diferentes critérios de agrupamentos. Entretanto, qualquer que for a matriz que os aglutina, há alguns núcleos que serão necessariamente privilegiados. Entre eles poderemos identificar: Saberes relacionados com o contexto da prática pedagógica; Saberes relacionados com a ambiência da aprendizagem; Saberes relacionados com o contexto sócio-histórico dos alunos; Saberes relacionados com o planejamento das atividades de ensino; Saberes relacionados com a condução da aula nas suas múltiplas possibilidades e saberes relacionados com a avaliação da aprendizagem.
Os diferentes saberes que compõem a dimensão da Didática se articulam
entre si e definem dependências recíprocas. Na verdade o processo de ensinar
envolve uma compreensão de totalidade em que são mobilizados saberes
indicativos da complexidade da docência. Com isso, torna-se claro o quanto a
docência é uma atividade complexa, que exige tanto uma preparação cuidadosa,
como singulares condições de exercício.
Os planejamentos no CMEI aconteciam diariamente, após a aula, com
duração de uma hora. Participei desses momentos com a professora titular da
turma. Momento este que nós professoras reservamos para refletir sobre as
atividades que precisam ser trabalhadas ao longo da semana, separamos os
materiais necessários, agendamos um espaço extraclasse para execução das
tarefas propostas, bem como refletimos sobre prática e nos autoavaliamos. E,
sobretudo, utilizamos do ato de planejar um momento construtivo de conhecimentos,
procurando refletir bem sobre as propostas, afim de que fosse mantido o objetivo
principal, o aprendizado do aluno, de uma forma que não fosse desconsiderado os
conhecimentos prévios das crianças sobre os conteúdos, tendo em vista que todos
conhecem algo sobre tudo. Gandin, (1995, p. 25) afirma que
Um plano será um instrumento de construção da realidade se tiver três elementos: a definição do que se quer alcançar; a indicação da distância a que se está deste ideal; a proposta para diminuir esta distância.
O processo de ensino deve estar voltado para a realidade a qual se está
inserido, deste modo, a aprendizagem escolar torna-se significativa para o indivíduo
sendo ele motivado. Nesse sentido, o tema escolhido para ser trabalhado no projeto
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foi o meio ambiente, sendo um grande aliado no processo, pois buscamos analisar a
realidade sociocultural dos alunos do CMEI, valorizando seus conhecimentos
prévios e sendo modificado no decorrer das necessidades apresentadas por eles,
para que o aluno esteja inserido em um aprendizado global.
III REGÊNCIA: A HORA DA PRÁTICA
Ao desenvolvermos o projeto ―Meio ambiente: o planeta dos sonhos‖
juntamente com o plano de aulas e atividades, alertarmos para os danos ambientais
próximos a comunidade em que a escola estava inserida, observamos que os
problemas de saneamento básico nas proximidades era bastante severo, a poluição
do mangue que rodeia aquela comunidade, as frequentes enchentes que assolam
as famílias dos alunos, enfim, a necessidade de se tomar consciência dos
problemas graves que atingem aquela região. Mesmo que o público alvo principal
sendo muito jovem, acreditamos que se fazia necessário iniciar essa discussão e
tomada de consciência desde já.
Com isso, nos programamos para que os conteúdos contemplassem os
objetivos: Identificar recursos naturais (água, solo, ar) como essenciais para a
existência da vida humana; Estabelecer algumas relações entre a conservação do
meio ambiente, especialmente o mangue; Oportunizar atividades de conscientização
com relação ao desperdício de água.
Para narrar como se deu o desenvolvimento da nossa regência, faz-se
necessário compreender que em nosso planejamento consta que todas as regências
em sala de aula iniciaram com uma roda (FIGURA 4) em que acolhíamos os alunos
com brinquedos e músicas (FIGURA 5). Esse momento inicial da roda tinha a
duração de trinta minutos, o que consideramos tento suficiente para que a maioria
dos alunos chegasse para a aula.
Figura 4 - ―Roda‖
15
Fonte: Acervo da autora/ 2014
Figura 5 - ―Brinquedos e músicas‖
Fonte: Acervo da autora/ 2014
Após esse momento inicial de acolhimento, ainda na roda, iniciamos com os
alunos as discussões acerca do que seria trabalhado durante toda a aula para ouvir
os conhecimentos prévios das crianças como também seus questionamentos sobre
a temática proposta para ser trabalhada na rotina do dia. Desta forma, incentivando
as crianças a falar, criamos um ambiente de oportunidade para que elas pudessem
ampliar sua competência de comunicação oral, estruturando assim sua expressão
de pensamento e aumentando seu vocabulário.
O momento proporcionado pela roda e a discussão das hipóteses dos
alunos é bastante significativo, pois nele pode-se perceber como está a oralidade e
evolução dos alunos.
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A roda é o momento privilegiado da rotina em que a troca entre os participantes do grupo ocorre. Sentar-se de forma que todos se vejam em círculos, já é um convite a querer falar e ouvir. O respeito pela individualidade é a base de construção de grupo. (WARSCHAUER, 2001, pg. 50)
Aconteciam também outras situações, como a elaboração ou atualização do
calendário por um aluno escolhido como ajudante do dia e possibilitava a todos a
ênfase no desenvolvimento da noção de espaço e de tempo. Situar as crianças
sobre a organização do tempo é um fator importante para o desenvolvimento de sua
aprendizagem, como as diversas atividades que envolviam a rotina diária das
crianças (o horário da chegada, a alimentação, a higiene, as brincadeiras, as
atividades e as histórias e outras), definidas como atividades permanentes.
No primeiro dia da regência, iniciamos com uma roda de conversa com as
crianças para identificar seus conhecimentos prévios acerca dos assuntos que
cercam a temática meio ambiente. A luz do que nos orienta o RCNEI (1998, p. 191):
A seca, as chuvas e as tempestades, as estrelas e os planetas, os vulcões, os furacões etc. são assuntos que despertam um grande interesse nas crianças. Alguns são fenômenos presenciados e vividos pelas crianças, outros são conhecidos por serem comumente veiculados pelos meios de comunicação e outros por estarem presentes no imaginário das pessoas e nos mitos, nas lendas e nos contos.
Com isso, consideramos que trabalhar temas relativos ao meio ambiente é de
fundamental importância para o desenvolvimento cognitivo e social das crianças
trabalhar temas relativos ao meio ambiente. E para que esse desenvolvimento
ocorra, consideramos fundamental ouvir os conhecimentos e os questionamentos
das crianças, pois isso nos permitiu (re)planejar situações de aprendizagens
significativas, tendo como ponto de partida o aluno e seu vivido. A partir desse
momento constatamos que eles já detinham de algumas ideias fundamentais do que
pretendíamos trabalhar em nosso projeto, alguns até já haviam sido trabalhadas
pela professora em aulas passadas. Contudo, como nesse dia estava chovendo
bastante, eles falaram muito sobre a chuva e sobre a quantidade de água que se
acumulava nas ruas, sobre a forma como eles utilizavam a água. Diante disso, a
professora nos sugeriu que fizéssemos uma atividade relatando a utilidade da água,
já que o elemento água fazia parte do projeto sobre meio ambiente. Assim,
desenvolvemos com eles uma atividade que pedia que o aluno desenhasse a
utilidade da água no seu dia-a-dia (Figura 6).
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As atividades em que a criança desenha possibilitam que ela faça a
interpretação do que ela aprendeu no seu meio social, transformando-se num
instrumento de representação. A este exemplo, nos lembramos o que Alves (2006,
p.15) já havia ressalvado:
A criança é por natureza um ser de expressão total, tudo o que sente, pensa e sabe pode ser expresso através de múltiplas linguagens: pelo olhar, gesto, choro, mímica, fala, pintura, desenho, modelagem, escultura, música, canto, escrita e tantas outras. Nenhuma forma de expressão pode ser privilegiada em prejuízo de outra, e conhecendo e respeitando a fase de desenvolvimento em que se encontram, devemos criar situações onde elas possam se expressar livremente.
Após o momento da atividade, voltamos para a roda para ouvir os relatos das
crianças a fim de oportunizar a elas a ampliação de sua oralidade e vocabulário,
assim buscamos incentivá-los a falar, expressando experiências. Aproveitamos para
perguntar as crianças ―Por que precisamos de água?‖ deixando que cada uma delas
relate a sua opinião. Ouvindo todas as crianças tentamos construir nelas uma
relação de confiança e autoestima.
Figura 6 - ―Atividade sobre a água no dia-a-dia‖
Fonte: Acervo da autora/ 2014
Conversamos com as crianças para sistematizar a compreensão delas com
relação ao ponto de vista biológico que água e vida não podem ser separadas.
Falamos que nós somos compostos de água e dependemos dela para crescer, nos
desenvolver e sobreviver. Assim, as crianças puderam compreender melhor a
importância que a água tem para a manutenção da vida de todos os seres vivos e,
consequentimente, do planeta.
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Distribuímos entre as crianças folhas com desenho de rostinho de uma
boneca e de um boneco, entregamos as folhas com rostinho de bonecas para as
meninas e com rostinho de bonecos para os meninos e pedimos para que eles
colorissem da maneira que preferirem os bonequinhos. Depois as folhas foram
coladas no mural separando os rostinhos de meninas e meninos. Contamos juntos
quantos rostinhos de meninas e quantos de meninos haviam no mural e
representamos com o numeral para fazerem a associação das quantidades com os
símbolos numéricos e por fim, fizemos também relação entre a quantidade de
meninos e meninas na sala de aula.
Na roda de conversa do segundo dia de regência relembramos com as
crianças a importância da água a manutenção da vida das pessoas no dia-a-dia,
utilizando nessa discussão um pouco da fala delas. Para ampliar esse conceito,
falamos para as crianças sobre a importância da água para os animais e para as
plantas. Pedimos para que elas falassem o nome dos animais que elas conhecem
que vivem na água.
Em um segundo momento, entregamos para cada criança um peixinho para
que elas escrevessem seu nome com o uso dos crachás. Ensinamos para elas a
música ―Se eu fosse um peixinho" e depois cantamos juntos e fizemos dramatização
da canção com os peixinhos. No trecho da música em que o nome de uma criança
era cantado, ela se levantava e colocava o seu crachá no mural. Depois que o nome
de todas as crianças haviam sido cantadas e os crachás colocados no mural
iniciamos a atividade xerografada da música (Figura 7).
A partir das leituras do RCNEI, consideramos que trabalhar com os nomes
das crianças em forma de crachás é uma forma de fornecer a elas contato com as
letras que compõem seu nome e que as auxiliará na escrita, pois ―é importante
realizar um trabalho intencional que leve ao reconhecimento e reprodução do próprio
nome para que elas se apropriem progressivamente da sua escrita convencional.‖
(RCNEI, 1998, p. 147).
Decidimos incluir a música em nosso planejamento por considerarmos que
ela é uma importante forma de expressão que contribui para o desenvolvimento da
linguagem das crianças e por ser um importante aliado capaz de ―atender a vários
propósitos, como a formação de hábitos, atitudes e comportamentos‖ (RCNEI, 1998,
p. 46). Ao dramatizarem a partir da música, elas interagem com ela e se expressam
por meio de gestos Decidimos incluir a música em nosso planejamento por
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considerarmos que ela é uma importante forma de expressão que contribui para o
desenvolvimento da linguagem das crianças e por ser um importante aliado capaz
de ―atender a vários propósitos, como a formação de hábitos, atitudes e
comportamentos‖ (RCNEI, 1998, p. 46). Ao dramatizarem a partir da música, elas
interagem com ela e se expressam por meio de gestos e movimentos corporais.
Figura 7 - ―Atividade Se eu fosse um peixinho‖
Fonte: Acervo da autora/ 2014
Para trabalhar Matemática, utilizamos a mesma atividade. Entregamos para
as crianças tampinhas de garrafas de refrigerante com objetivo de contar quantas
letras possuem o nome peixinho fazendo assim uma associação numérica. As
crianças utilizaram as tampinhas para representar quantidade.
As crianças já possuem conhecimentos numéricos a partir de suas relações
cotidianas em que elas aprendem a (re)citar a sequência numérica, muitas vezes
sem compreensão do que está sendo recitado. Por isso, trabalhar a contagem com
crianças na Educação Infantil é fundamental para desenvolver nelas o conhecimento
referente ao valor cardinal.
Embora a recitação oral da sucessão dos números seja uma importante forma de aproximação com o sistema numérico, para evitar mecanização é necessário que as crianças compreendam o sentido do que se está fazendo. (RCNEI, 1998, p. 221).
No terceiro dia, relembramos o que já foi trabalhado nos dois dias anteriores e
falamos com elas sobre ciranda de roda. Explicamos para elas que é uma
brincadeira infantil, mas também que é um movimento festivo realizados pelos
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pescadores e seus familiares para comemorar a fartura da pescaria ao retornarem
do mar. Com isso, falamos da importância da água também para a alimentação das
pessoas, que existem pessoas que dependem diretamente do mar para trabalhar e
se alimentar. Depois perguntamos se seus familiares trabalhavam como pescadores,
mas infelizmente não havia e algumas crianças não souberam dizer. Depois
cantamos com a turma a música Seu eu fosse um peixinho e quando o nome de
cada um era cantado eles iam no centro da roda pegar o crachá com seu nome.
Ao final deste momento, propusemos uma atividade que trabalha com recorte
e colagem. Entregamos a cada criança uma folha com as letras que compõem a
palavra peixinho para realizar a atividade xerografada (Figura 8). Elas cortaram e
colocaram as letras no espaço destinado na atividade. Após a colagem as crianças
contaram a quantidade de letras na palavra e escreveram o numeral na folha,
trabalhando também Matemática.
Figura 8 - ―Atividade de colagem Se eu fosse um peixinho‖
Fonte: Acervo da autora/ 2014
Iniciamos o quarto dia de regência relembrando tudo o que já havia sido
trabalhado nas regências anteriores e ensinamos a elas a cantiga Peixe vivo durante
a roda de conversa. Quando todas as crianças já estavam cantando propomos a ela
uma pescaria. Colocamos os peixinhos que utilizamos na aula da primeira regência
e colocamos dentro de uma caixa. Enquanto cantavam a cantiga, chamamos uma
de cada vez para ―pescar‖ um peixinho dentro da caixa e depois tentar identificarem
era o dono do peixinho a partir da leitura, com nossa ajuda e de todos os colegas, do
nome escrito. Depois desse momento, as crianças receberam uma atividade
xerografada para pintar o fundo do mar e colar o peixinho (Figura 9).
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Figura 9 - ―Atividade de pintura e colagem Peixe vivo‖
Fonte: Acervo da autora/ 2014
Voltamos para a roda de conversa para relembrá-los da importância da água
para as pessoas, para os animais e para as plantas. Começamos a falar também
sobre a importância de economizar a água. Questionamos se elas já haviam
brincado com água, se achavam que elas e seus familiares estavam cuidando da
água e o que elas acham que podemos fazer para cuidar melhor da água preservar.
Ouvimos os relatos de cada uma delas e incentivamos aquelas crianças mais
tímidas a participar também. Perguntamos também se jogavam lixo na rua, pois
iríamos começar a falar sobre preservação do meio ambiente, sobre a importância
do solo e do ar para os seres vivos. Para iniciar esse novo debate fizemos a leitura
do livro O mundinho da autora Ingrid Biesemeyer Bellinghausen (2008). Ouvimos o
que as crianças acharam da história e o poderíamos fazer para que o mundo não
fique triste igual ao mundo do livro.
Assim, a partir das respostas dadas pelas crianças percebemos a importância
dessa prática para desenvolver nelas a atenção, a escuta, como também incentivar
a prática da leitura, pois ―a criança que ainda não sabe ler convencionalmente pode
fazê-lo por meio da escuta da leitura do professor, ainda que não possa decifrar
todas e cada uma das palavras. Ouvir um texto já é uma forma de leitura‖. (RCNEI,
1998, p. 141). E AMARILHA (2010, p.106) discorre que:
Ao ocupar-se em ouvir a narrativa cuidadosamente lida o aprendiz se permite vivenciar o prazer estético em duas dimensões: na participação do que o imaginário constrói e na apreciação do que se experimenta.
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Em nossa quinta e última regência, na roda de conversas, relembramos
todos os assuntos que foram trabalhados nas regências anteriores. Falamos sobre
a responsabilidade e o cuidado com a água, os animais, o solo e com o ar.
Conversamos com eles sobre a importância da mudanças de hábitos e costumes
que estejam prejudicando o meio ambiente (desligar a luz, fechar a torneira, não
colocar lixo nas ruas, não poluir os rios, entre outros), logo após, saímos com eles
pelas dependências da escola para observar a grande variedade de árvores
existentes dentro da escola e logo em seguida desenvolver uma atividade dirigida
que consistia em representar alguma das árvores vistas na escola, pintá-la e
desenhar seu fruto (Figura 10).
Figura 10 - ―Atividade de pintura da árvore‖
Fonte: Acervo da autora/ 2014
Cantamos a cantiga ―Peixe Vivo‖ para realizar a atividade de Linguagem com
as letras do alfabeto. Para a realização da atividade, colocamos no centro da roda
cartões com as letras do alfabeto viradas para baixo. Cantamos toda a cantiga e
quando terminou cada criança escolhia uma carta e permanecia segurando até que
solicitássemos perguntando ―quem pegou a letra A?‖, depois o B, e depois
consecutivamente. Assim que as crianças entregaram todas as letras cantamos a
cantiga novamente e repetimos a dinâmica até que todas as letras do alfabeto
fossem tiradas. Depois, as letras foram organizadas em ordem alfabética para que
as crianças visualizassem e tentassem identificar cada uma das letras e também
para contar a quantidade de letras existentes no alfabeto.
Durante toda a nossa regência estivemos atentas a cada aluno a fim de fazer
uma avaliação justa e humana, levando em consideração o ritmo e a personalidade
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de cada aluno, pois acreditamos que a avaliação não se dá apenas no momento
final da prática pedagógica, mas sim que ela deve acompanhar toda a prática do
professor. Desta maneira, acreditamos que conseguimos realizar uma avaliação
contínua que ocorreu durante todo o processo de aprendizagem. A luz do que nos
fala o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (1998, p. 159):
Os critérios de avaliação devem ser compreendidas como referências que permitem a análise do seu avanço [das crianças] ao longo do processo, considerando que as manifestações desse avanço não são lineares, nem idênticas entre as crianças.
Durante essa experiência percebemos que o desenvolvimento do nosso
planejamento devemos estar atentas ao planejamento, mas devemos estar ainda
mais atentas as necessidades, interesses, ao ritmo e as formas de aprendizagens
de nossos alunos, pois o professor precisa compreender essas nuances do
desenvolvimento cognitivo e social do aluno. Com isso, precisamos estar em
constante avaliação e adaptação do nosso planejamento e das atividades que
permitam que nossos alunos consigam avançar. Segundo Weizs (2002, p.133):
Nesse diálogo entre professor e aprendiz, cabe ao professor organizar situações de aprendizagem. Mas o que vem a ser isso? Elas consistem em atividades planejadas, propostas e dirigidas com a intenção de favorecer a ação do aprendiz sobre um determinado objeto de conhecimento, e essa ação está na origem de toda e qualquer aprendizagem. Não basta, no entanto, que sejam planejadas, propostas e dirigidas para constituírem automaticamente boas situações de aprendizagem para os alunos.
Em suma, foi a partir de questões ou situações reais e concretas,
contextualizadas, que interessem de fato aos alunos que o nosso projeto foi
elaborado. Compreender a situação-problema foi o objetivo de nosso trabalho. As
ações e os conhecimentos necessários para a compreensão foram discutidos e
planejados, entre nós, estudantes de pedagogia e a professora já experiente titular
da sala.
Todas nós tivemos tarefas e responsabilidades, tivemos de decidir o que
fazer, o que levar e o que dividir nas tarefas. Durante o estágio, tivemos também de
tomar novas decisões em nossa prática educativa. Notamos ao final de tudo, que a
aprendizagem se dá durante todo o processo e não envolve apenas os conteúdos.
Aprendemos a conviver, a negociar, a nos posicionar, a buscar e selecionar
informações e a registrar tudo isso.
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IV CONSIDERAÇÕES FINAIS
A observação permitiu identificar situações distintas de inúmeras realidades
que conhecemos, e nos dá fundamento para fazer relação com o que foi aprendido,
o que está sendo ainda construído e refletindo de forma futura, com as diversas
realidades com que vamos nos deparar. A prática de ensino contribuiu muito para
nossa formação como futuros docentes, proporcionando ao uma reflexão crítica
acerca do nosso percurso na academia e se nossa prática pedagógica já vivenciada,
e nos permitindo colocar em diálogo com as teorias.
As atividades propostas na sala observada são fatores determinantes na
construção dos conhecimentos das crianças, ressalvamos assim a diferença
expressiva quanto à prática da professora quando esta é comparada com as demais
instituições que obtivemos como campo de pesquisa em nossos trabalhos
acadêmicos, bem como ao contexto escolar que conhecemos em nossa comunidade
e até mesmo nas escolas que estudamos ao longo dos anos. Nesta escola, a
professora constrói junto às atividades pensando na aprendizagem dos alunos.
O estágio no aspecto de observar o ‗acontecer‘ na sala de aula nos
possibilitou ir mais além quanto à significação da construção de um profissional
comprometido em educar, transformar, construir, considerando os diversos
contextos sociais e culturais existentes na sala de aula. Assim como complementou
de forma expressiva nossa formação acadêmica e nos deu muitos subsídios para
um desempenho efetivamente democrático e transformador. Além disso, nos
comprovou a importância da educação continuada, em que o professor permanece
em atualização contínua, refletindo sobre sua prática e buscando novos
conhecimentos.
Por fim, as experiências obtidas através das nossas observações na trajetória
narrada neste trabalho no CMEI Frei Damião nos conduziu ao compromisso e
responsabilidade de garantir aos nossos futuros alunos uma educação de qualidade,
como também elucidou no que diz respeito a formação continuada e do constante
aprimoramento dos conhecimentos das diversas áreas, e da atuação docente como
professores pesquisadores, que está sempre em processo de construção, pois este,
não detém ―todo‖ conhecimento e não deve atuar ―depositando‖ nos seus alunos o
que conhece sem reflexão ou visão crítica dos conteúdos. O papel e a atuação do
professor são mais que isso. Podemos e devemos ensinar nossos alunos a pensar,
25
a questionar e a aprender a ler a sua realidade, para que possam construir opiniões
próprias.
REFERÊNCIAS
ALVES, Maria Aparecida Pereira. A importância do brincar na Educação Infantil.
Universidade Estadual de Campinas. Campinas. 2006. 15 p. AMARILHA, Marly. Literatura e oralidade: escrita e escuta. In: Dauster, Tania; Ferreira, Lucelena.. (Org.). Por que ler? : perspectivas culturais do ensino da leitura.
Rio de Janeiro-RJ: Lamparina editora, 2010, v., p. 89-110. BELLINGHAUSEN, Ingrid Biesemeyer. O mundinho. Editora DCL. 3ª ed. São Paulo. 2008. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998. 3v.: il. COLL, C; MARTIN, E. (Cols.). Aprender conteúdos e desenvolver capacidades. Porto Alegre: Artmed, 2004. ESTEBAN, Maria Teresa. O que sabe quem erra? Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
GANDIN, Danilo. CRUZ, Carlos H. Carrilho. Planejamento na sala de aula. 3ª. ed.
Porto Alegre, 1995. GARCIA, Regina Leite.Do baú da memória: histórias de professora. In ALVES, Nilda e GARCIA, Regina Leite (orgs.). O sentido da escola. 3. ed. Rio de
Janeiro: DP&A, 2002. GERALDI, João Wanderley. A aula como acontecimento. Aveiro: Universidade de Aveiro Campus Universitário de Santiago, 2004. PROENÇA, Wander de Lara. O método da observação participante: contribuições
e aplicabilidade para pesquisas no campo religioso brasileiro. Revista Aulas (UNICAMP), v. 04, p. 01-24, 2007. SANTOS, BOAVENTURA DE SOUZA. Introdução a uma ciência pós-moderna.
Disponível em: http://www.boaventuradesousasantos.pt/media/Capitulo%202.pdf. Acesso em: 10/06/2016. VASCONCELOS, Celso dos Santos. Planejamento. 18ª ed. São Paulo: Libertad
editora, 2008, p. 132-156. VEIGA, I. P. A.. Inovações e projeto político-pedagógico: uma relação regulatória ou emancipatória?. Cadernos do CEDES (UNICAMP), Campinas, v. 23, n.61, p. 267-281, 2003.
26
WARSCHAUER, C. Rodas em rede: oportunidades formativas na escola e fora
dela. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 2001. WEISZ, Telma. O Diálogo entre o Ensino e a Aprendizagem. 2. ed. São Paulo:
Editora Ática, 2002. 133 p.
ZABALA, Antoni. Enfoque globalizador e pensamento complexo. Porto Alegre:
Artmed, 2002.
ANEXOS
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ANEXO A - Plano de aula do Nível IV – CMEI Frei Damião
TEMA: Meio Ambiente
OBJETIVO
- Linguagem Oral: Oralizar seu entendimento acerca de meio ambiente e a sua
preservação.
-Matemática: Conhecer os numerais.
- Natureza e sociedade: Identificar como parte integrante e compreender que cuidar
das águas, plantas e animais são conserva o meio ambiente que vivemos.
CONTEÚDOS
- Linguagem Oral: Nomes dos elementos do meio ambiente.
- Matemática: Numerais e quantidade.
- Natureza e sociedade: água; solo; animais; desmatamento; ar; lixo.
METODOLOGIA
1° Semana
Quinta-Feira 13/03
• Acolhida
• Roda na sala: atividade diagnóstica dos conhecimentos prévios acerca de
meio ambiente
• Atividade dirigida: passar Desenho da utilização da água no dia-a-dia
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• Lanche/ parque.
• Matemática: Dinâmica para contagem de meninos e meninas.
• Roda final: reflexão sobre o conhecimento adquirido no dia.
2° Semana
Quinta-Feira 20/03
• Acolhida
• Roda na sala: falar sobre a importância da água
• Atividade dirigida: atividade xerografada ―Se eu fosse um peixinho‖
• Lanche/ parque.
• Matemática: contagem com tampinhas
• Roda final: reflexão sobre o conhecimento adquirido no dia.
3° Semana
Quinta-Feira 27/03
• Acolhida
• Roda na sala: falar sobre a importância da água e cantiga de roda
• Atividade dirigida: atividade xerografada de corte e colagem ―Se eu fosse um
peixinho‖
• Lanche/ parque.
• Matemática: contagem
• Roda final: reflexão sobre o conhecimento adquirido no dia.
4° Semana
Quinta-Feira 03/04
• Acolhida
• Roda na sala: falar sobre a responsabilidade e o cuidado com o meio
ambiente
• Atividade dirigida: levar a gotinha de água até a raiz da planta (pintura)
• Lanche/ parque.
• Roda de história: Tudo é vida – José Augusto e Paulo Sérgio Vale
• Roda final: reflexão sobre o conhecimento adquirido no dia.
5° Semana
Quinta-Feira 10/04
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• Acolhida
• Roda na sala: falar sobre a importância da mudanças de hábitos e costumes
que estejam prejudicando o meio ambiente (desligar a luz, fechar a torneira, não
colocar lixo nas ruas, não poluir os rios, entre outros)
• Atividade dirigida: ligar os desenhos dos animais ao seu nome
• Lanche/ parque.
• Roda de história: Sem barra – José Paulo Paz
• Roda final: reflexão sobre o conhecimento adquirido nos dias do projeto e
agradecimento.
AVALIAÇÃO
Será durante todo o projeto com caráter diagnóstico e contínuo, através das
diversas atividades elaboradas. A coerência das ideias e o desenvolvimento do
mural cuja atividade representara de forma livre através dos desenhos o que foi
aprendido.
RECURSOS
- Livros
- Revistas e jornais
- Fantoches
- Tesouras sem ponta
- Cola
- Papel crepom
- EVA
- Coleção hidrocor
- Coleção de madeira
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ANEXO B - Roteiro de entrevista para caracterização – CMEI Frei Damião
PARTE I: OBSERVAÇÕES GERAIS
1. Identificação da escola
Nome:
Endereço:
Dependência administrativa:
Nº de Alunos: Nº de professores: Nº de funcionários:
Turnos:
Níveis/modalidades:
2. Estrutura física
Nº de Sala de aulas:
Nº de banheiros:
Cozinha:
Cantina:
Bebedouros:
Laboratórios:
Computadores:
Conexão com a internet:
Quadra de esportes:
Material esportivo:
Biblioteca:
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Auditório:
Outras dependências:
3. Organização do ensino aprendizagem:
Projetos pedagógicos:
Nome e descrição:
Outras iniciativas:
4. Corpo discente:
Matrícula por série/ciclo:
Alunos especiais:
Nível sócio econômico:
6. Corpo docente
Nº de professores/área de trabalho:
Formação dos professores:
Forma de ingresso no cargo:
Outros:
PARTE II: QUESTÕES ESPECÍFICAS
Diretor:
Coordenador pedagógico:
Tempo de exercício do cargo:
Formação:
Forma de seleção:
Projeto político pedagógico:
Outros profissionais da educação: