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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA DE MÚSICA LICENCIATURA EM MÚSICA Reynaldo Felipe Rosa Junior RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ENSINO DE ACORDEON NA ESCOLA DE MÚSICA SANTA CECÍLIA Natal/RN, 2017.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ESCOLA DE MÚSICA

LICENCIATURA EM MÚSICA

Reynaldo Felipe Rosa Junior

RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ENSINO DE ACORDEON NA ESCOLA DE

MÚSICA SANTA CECÍLIA

Natal/RN,

2017.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ESCOLA DE MÚSICA

LICENCIATURA EM MÚSICA

Reynaldo Felipe Rosa Junior

RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ENSINO DE ACORDEON NA ESCOLA DE

MÚSICA SANTA CECÍLIA

Trabalho de Monografia apresentado ao Curso

de Licenciatura em Música da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte – UFRN –

como requisito parcial para obtenção do título

de graduado em Música.

Orientador: João Paulo de Araújo

Natal/RN,

2017.

Reynaldo Felipe Rosa Junior

RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ENSINO DE ACORDEON NA ESCOLA DE

MÚSICA SANTA CECÍLIA

Trabalho de Monografia apresentado ao Curso de

Licenciatura em Música da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte – UFRN – como

requisito parcial para obtenção do título de

graduado em Música.

Aprovação em: 23/11/2017

Prof.Ms.João Paulo Araújo

(Orientador)

Prof. Dr. Ticiano Maciel D’amore

(Examinador)

Prof. Esp. Airton Fernandes Guimarães Filho

(Examinador)

Dedico este trabalho aos meus pais

Reinaldo e Maria José, aos meus filhos

Maria Vitória e João Gabriel, as minhas

avós Ana e Luzia (in memorian), à Luiza

Braz, ao maestro José Roberto Silva, a

OSANP e a EMUSC pelas contribuições

na minha formação social e musical.

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus que me permitiu vivenciar este momento

ímpar na minha vida.

Aos meus pais Reinaldo e Maria José pelo esforço em me dar uma boa educação e

por apoiarem incondicionalmente minhas decisões.

Aos meus filhos Maria Vitória e João Gabriel que são a minha maior motivação e

os maiores amores da minha vida.

As minhas avós Ana e Luzia (in memorian) por todo o carinho e amor que nos

deram.

Ao amigo e também orientador João Paulo, por toda amizade e parceria que

construímos ao longo desses anos que estive na EMUFRN.

Ao meu amigo maestro José Roberto Silva, por todo apoio e incentivo desde o

momento que entrei na Orquestra Sanfônica Potiguar, até o momento em que decidi entrar no

curso de Licenciatura em Música. Meu muito obrigado!

A Luiza Braz e ao Padre Thiago Theisen que me deram minha primeira sanfona e

deram inicio a toda essa trajetória.

A todos que fazem a Escola de Música Santa Cecília, em especial meus amigos

(irmãos) Samara, Simara, Moisés, Mãe Ilza e José Ferreira, que confiaram em mim e me

deram a oportunidade de realizar meu desejo de ensinar acordeon numa escola que tem toda

uma tradição de qualidade de ensino de música, e mais que isso, se tornaram minha família

com quem posso sempre contar.

A todos os meus amigos em geral, que torcem e rezam por mim, muito Obrigado!

Mas, senhores, os que madrugam no ler, convém

madrugarem também no pensar. Vulgar é o ler, raro

o refletir. O saber não está na ciência alheia, que se

absorve, mas,principalmente, nas idéias próprias,

que se geram dosconhecimentos absorvidos,

mediante a transmutação, por que passam, no

espírito que os assimila. Um sabedor não é armário

de sabedoria armazenada, mas transformador

reflexivo de aquisições dirigidas.

Rui Barbosa (Oração aos Moços)

RESUMO

O presente trabalho é um relato de experiência que se deu durante meu processo de formação

no estudo do acordeon, culminando com a docência no curso de acordeon da Escola de

Música Santa Cecília – EMUSC, vinculada a Comunidade Católica VeniCreatorSpiritus.

Como docente da EMUSC vivenciei inúmeras experiências voltadas ao ensino do acordeon. A

partir das experiências adquiridas na EMUSC vislumbra-se avançar no processo pedagógico,

oportunizando aos discentes um melhor desenvolvimento prático-teórico do acordeon. No

presente relato apresento alguns desafios enfrentados no ensino do acordeon, como também

os avanços obtidos a partir de algumas propostas pedagógicas implementadas. O trabalho em

comento revelou informações pedagógicas importantes sobre o perfil dos alunos, além de

possibilitar reflexão sobre o conteúdo pedagógico a ser aplicado às necessidades detectadas

pelo corpo docente pós vivência com os discentes, de forma a contemplar o fazer e

compreender musical no estudo do acordeon, viabilizando uma comunicação cada vez mais

eficaz.

Palavras-Chave:Acordeon. Ensino.Escola alternativa. Diários de aula. História do acordeon.

ABSTRACT

The present paper is an account of an experience occurred during my training process in the

study of the accordion, culminating with teaching in the course of accordion of Santa Cecilia

Music School - EMUSC, linked to the VeniCreatorSpiritus Catholic Community. I have had

many experiences with the teaching of the accordion. From these experiences acquired at

EMUSC it is envisaged to advance into the pedagogical process, giving the students a better

practical-theorical development of the accordion. In the present reporti present some

challenges faced along the teaching of the accordion, as well as the advances obtained from

some pedagogical proposals implemented. The work in question revealed the pedagogical

information on the students profile, besides allowing reflection on the pedagogical content to

be applied to the needs of the faculty after the experience with the students, in order to

contemplate the musical doing and understanding in the study of the accordion, making

communication more and more effective.

Keywords: Accordion; Teaching; Alternative school; Classroom diaries; History of the

accordion.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO _________________________________________________________________ 9

2 HISTÓRIA DO ACORDEON _____________________________________________________ 11

2.1 O Surgimento do Sistema de Palheta Livre ________________________________________ 12

2.2 O Acordeon ________________________________________________________________ 14

2.3 O Acordeon no Brasil _________________________________________________________ 16

2.4 Organologia do Acordeon _____________________________________________________ 17

3 A ESCOLA DE MÚSICA SANTA CECÍLIA (EMUSC) ________________________________ 18

3.1 EMUSC ___________________________________________________________________ 18

3.2 Cursos e professores __________________________________________________________ 20

3.3 O Curso Básico de Acordeon na EMUSC _________________________________________ 21

4 PERCEPÇÕES PEDAGÓGICAS NA EMUSC ________________________________________ 22

4.1 Reflexos do aprendizado da Teoria Musical _______________________________________ 23

4.2 Ensino de teoria musical na EMUSC _____________________________________________ 23

4.3 Pedagógica livre _____________________________________________________________ 25

4.4 Metodologia alternativa _______________________________________________________ 25

4.5 Docentes x Discentes _________________________________________________________ 26

5 ELABORAÇÃO DE DIÁRIOS DE AULAS E RELATOS PESSOAIS-BIOGRÁFICOS _______ 28

5.1 Reflexos e diagnósticos _______________________________________________________ 28

5.2 Planejamento continuado ______________________________________________________ 29

5.3 Experiência vivida ___________________________________________________________ 29

5.4 Relato Pessoal-biográfico ______________________________________________________ 30

5.4.1 Relatos de experiências resgatadas e aplicadas no ensino do acordeon na EMUSC______ 32

6 CONCLUSÕES FINAIS __________________________________________________________ 33

REFERÊNCIAS __________________________________________________________________ 34

9

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho relata minha experiência como docente no curso básico de

acordeon, ministrado na Escola de Música Santa Cecília a partir do ano de 2015.

A sanfona1 é um instrumento muito apreciado no Brasil, em especial, na região

nordeste onde o forró faz parte da cultura popular e o acordeon vem a ser o instrumento que

mais caracteriza esta manifestação.

No sul, a música gaúcha também tem a gaita2

como um dos seus principais

instrumentos. No centro-oeste a música sertaneja também é embalada pelos acordes do

acordeon.

O “sertanejo universitário” como uma tendência atual da música comercial tem tido

uma aceitação expressiva em todo o Brasil. Com um forte apoio da indústria do show business

e com um suporte publicitário extremamente forte em diversas mídias sociais, rádio e TV,

essa mistura de música pop com alguns ritmos tradicionais ainda preserva a presença e a

sonoridade da sanfona nesse seguimento musical já bastante modificado com a inclusão de

instrumentos tais como saxofone, trompete, trombone, guitarra, teclado (sintetizadores), baixo

elétrico, bateria, e em alguns casos cordas de arco. Podemos citar alguns dos artistas que mais

se destacam neste movimento como: Jorge e Mateus, Henrique e Juliano, Marília Mendonça,

Victor e Léo, Luan Santana, Gustavo Lima, entre vários outros.

O “forró estilizado” também está em alta no gosto popular e tem o acordeon como

instrumento indispensável apesar de também utilizar toda a instrumentação mencionada no

“sertanejo universitário”. São inúmeras as bandas desse estilo de forró. Dentre as mais

conhecidas podemos citar: Aviões do Forró, Garota Safada, Saia Rodada, Gabriel Diniz,

Solteirões do Forró, Mano Walter, entre outras.

Não podemos esquecer do tradicional forró pé de serra que ainda hoje atrai a atenção e

contagia muitas festas, em especial na região nordeste, lugar onde surgiu esse ritmo que

remete imediatamente ao uso da sanfona para a sua execução, e, que tem como maior

referência de expressão artística no sanfoneiro, cantor e compositor, Luiz Gonzaga.

Além de Luiz Gonzaga, houveram outros compositores e executantes do acordeon-

sanfona que deram relevante contribuição a música nordestina-brasileira, dentre eles podemos

1 Nome popular do acordeon na região nordeste do Brasil.

2 Nome popular do acordeon na região sul do Brasil.

10

citar: Dominguinhos, Trio Nordestino, Os Três do Nordeste, Alcimar Monteiro, Flavio José,

Marinês, Elino Julião, Jackson do Pandeiro, entre vários outros.

Diante deste cenário, o número de pessoas interessadas em tocar acordeon vem

crescendo consideravelmente. Tanto indivíduos jovens quanto adultos ou idosos, tem

procurado professores para ensinar este instrumento que vem apaixonando as mais variadas

gerações, seja tocando choros e valsas, seja tocando forró pé de serra e guarânias, ou tocando

o forró estilizado e sertanejo universitário.

A partir dessa observação, e vendo que na cidade de Natal só havia um curso

básico de acordeon que funcionava na Escola de Música do Solar Bela Vista, e um curso de

extensão que funcionava na Escola de Música da UFRN, me reuni com a diretoria da Escola

de Música Santa Cecília – EMUSC no final de 2014 e, em fevereiro de 2015 iniciou o curso

básico de acordeon na referida escola. Até o presente momento ainda sou o responsável pela

docência do acordeon na EMUSC.

Durante o período de 2015 até os dias atuais pude perceber carências pedagógicas

no tocante ao ensino de acordeon, em especial no aprendizado dos códigos musicais por parte

dos alunos, os quais demonstram pouco interesse e/ou motivação para aceitar a orientação de

matérias teóricas desde o início do curso.

No presente trabalho será feito uma reflexão sobre a importância do ensino de

matérias teóricas no aprendizado do acordeon, oportunizando aos alunos uma melhor

desenvoltura na execução e desempenho deste instrumento, além de permitir aos mesmos a

ampliação do seu repertorio de formação tanto para a música tradicional de concerto quanto

para a música popular, haja vista as inúmeras possibilidades performáticas existentes para o

acordeon, porém, acessível com mais desenvoltura quando o aluno está treinado na linguagem

e leitura musical.

Acreditamos que a construção de um programa de curso incluindo práticas

pedagógicas mais criativas e dinâmicas poderão auxiliar os alunos a uma maior aproximação

e consequente compreensão da estruturação musical e leitura musical aumentando o interesse

por esseconhecimento e treinamento, aplicando ao máximo esse conhecimento a parte prática

e auxiliando os professores na evolução contínua de sua didática.

A metodologia a ser aplicada no presente trabalho será a MISTA /

QUANTITATIVA / QUALITATIVA, ou seja, serão realizados consultas em livros, artigos,

periódicos, revistas, e outros que tratem sobre o tema proposto, bem como investigação de

campo e análise de perfil e desenvolvimento dos alunos com o objetivo de construir-

fundamentar-substanciar o desenvolvimento discursivo da presente MONOGRAFIA.

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O objetivo geral desse trabalho é o relato de minha experiência docente no curso

básico de acordeon na Escola de Música Santa Cecília desde o ano de 2015. Entre o objetivos

específicos estão; a expansão do ensino de acordeon na cidade do Natal, analise de métodos

práticos e teóricos a serem aplicados-adequados ao perfil dos alunos da EMUSC, avaliação

permanentementedos resultados obtidos na intenção de melhor oportunizar o ensino-

apredizagem do acordeon, aos diferentes interesses e faixas etárias dos discentes.

Esse trabalho se Justifica pela necessidade de estruturação de um programa de

ensino voltado especialmente para o ensino de acordeon no âmbito da EMUSC e na cidade do

Natal, com base em minha própria experiência como professor e minha formação como

músico. Apesar do acordeon ser um instrumento muito popular, na cidade do Natal não

existem outros cursos desse instrumento e poucos têm acesso a professores para

desenvolverem uma prática correta, abordando prática instrumental associada à leitura de

partituras. Além disso, na área acadêmica, especialmente no estado do Rio Grande do Norte,

existem poucos trabalhos de pesquisa que abordam o tema proposto, justificando ainda mais a

necessidade de implantação e consolidação desse conhecimento.

Acredita-se que a partir deste trabalho – EXPERIÊNCIAS VIVIDAS E

RELATADAS –, outras pessoas que têm interesse no ensino e aprendizado do acordeon

poderão avançar na solução de problemáticas pedagógicas em sala de aula, bem como nas

adequações prático-teóricas do ACORDEON.

2 HISTÓRIA DO ACORDEON

Neste capítulo serão abordados aspectos históricos que contribuíram com a

evolução e aperfeiçoamento do acordeon. Em português pode-se chamar o ACORDEON de

ACORDEÃO, porém, no nordeste surgiu o nome mais popular do Brasil: SANFONA.

O ACORDEÃO-SANFONA apesar de ser um instrumento bastante conhecido no

mundo, até a conclusão desse trabalho não foram encontradas fontes confiáveis sobre a

origem desse instrumento.

No início do século XIX, na Alemanha – Bushmann – e na Áustria – Haeckel –,

seguindo o princípio de funcionamento do sheng3, iniciou-se o desenvolvimento do acordeon

3Instrumento chinês que consiste tubos verticais.O sheng tem sido utilizado nas obras de alguns compositores

não chineses, incluindo Lou Harrison, Risher Tim. Alguns acreditam que Johann WildeepereAmiot viajou para

a China e trouxe os primeiros shengs para a Europa em 1740 e 1777, respectivamente, embora haja evidências de

que instrumentos de palheta livre musical semelhante ao shengs eram conhecidos na Europa um século antes.

Acessado em 07 de dezembro de 2017 as 10:56h horário local. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Sheng)

12

na forma que conhecemos hoje, porém, suas origens remontam a milhares de anos antes de

Cristo, senão vejamos:

2.1 O Surgimento do Sistema de Palheta Livre

A história do acordeon parte de um instrumento criado na China, por volta de

3.000a.C., o Sheng4, uma espécie de órgão portátil. Esse instrumento tinha o formato de uma

Fênix, uma ave mitológica, considerada sagrada pelos chineses. O Sheng tinha um sistema de

palheta que vibrava através do sopro humano, chamado de palhetas livres.

O sistema Sheng veio a ser o mesmo sistema usado no harmônio e também no

acordeon, milhares de anos depois, com a diferença que o ar que vibra as palhetas do

acordeon provém da ação do fole. O Sheng tinha três partes: Recipiente de ar, canudo de

sopro e tubos de bambu (MASCARENHAS, 1978).

Figura1 Sheng primitivo

Fonte: Ferraz, 2017

4 Dependendo da região, poderia ser chamado de: schonofouye, hounofouye, tcheng, cheng, khen, tamkim, yu,

tchao e ho.

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Figura 2 Sheng

Fonte: Ferraz, 2017

A partir do Sheng foram se desenvolvendo outros instrumentos de palheta livre.

Em 1780, na Rússia, o professor da faculdade de medicina na Universidade de Copenhague,

doutor em filosofia e em medicina, Christien Theophile Kratzenstei, examinando um sheng

vindo da China, verificou que o seu agente sonoro era uma lamina de metal que vibrava

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livremente por meio do sopro produzindo sons graves e agudos. Ele então sugeriu à Kirshnik

que aplicasse essas laminas de metal nos tubos dos órgãos por ele produzidos.

Em 1810, na França, o sistema de palheta livre foi aperfeiçoado por Grenié, dando

origem ao órgão. O mesmo sistema foi empregado por Pinsonat no diapasão tubular, que veio

a se chamar TIPÒFONO ou TIPÒTONO, instrumento que deu origem a gaita de boca,

inventado por Eschenbach, que é um conjunto de palhetas metálicas, dispostas cada uma em

seu orifício e são vibradas através do ar soprado pela boca do instrumentista.

Figura3Gaita de boca

Fonte: Ferraz, 2017

2.2 O Acordeon

Só em 1822 o austríaco Cyrillus Demian constrói e patenteia o primeiro acordeon,

um instrumento rudimentar composto de palhetas livres, teclado e fole. Em virtude de ter

quatro botões na parte da mão esquerda que, quando eram pressionados, permitiam a obtenção

de acordes, deu-se o nome de acordeão.

15

Fonte: Terceiro

Apesar de ter sido patenteado na Áustria, é na Itália onde eles foram

aperfeiçoados onde hoje são feitos os melhores acordeons do mundo. As maiores fabricas

estão em Castelfidardo, que fica em Ancôna. Marcas como: Scandalli, Paolo Soprani,

Victória, Giulietti, são produzidas nessa região da Itália e exportadas para o mundo todo,

tornando esse país referência na produção de acordeons.

Figura4Acordeon de Cirilus Demian

16

Figura 5 Acordeon Scandalli produzido na Itália

Fonte: Ferraz, 2017

2.3 O Acordeon no Brasil

Segundo Valério (1985), o acordeon chegou ao Brasil no final do século XIX,

quando foi trazido pelos imigrantes italianos principalmente para as regiões sul e sudeste. Os

primeiros modelos que aqui chegaram eram do tipo diatônico. No sul, foram chamados de

gaita ponto ou gaita de botão. No nordeste de concertina. A princípio o acordeon executava

apenas músicas das culturas européias como o fado, valsa, polca, etc.

Com o surgimento do forró, no nordeste do Brasil, esse instrumento passou a ser

muito valorizado, pois o ritmo tem como instrumento característico o acordeon.

Hoje com a popularização do forró estilizado e do sertanejo universitário, ritmos

em que a sanfona predomina, ela está em evidência, conquistando muitos apreciadores e

interessados em tocá-lo, seja profissionalmente ou informalmente.

17

2.4 Organologia do Acordeon

Batista (2017), divide o acordeon à piano em três partes principais: Caixa do

teclado, Fole e caixa dos baixos.

Figura6 Partes do Acordeon

Fonte: https://aescolademusica.com.br

A caixa do teclado é onde estão situadas as teclas, que são iguais as teclas do

piano, por isso a nomenclatura “acordeon à piano”. Neste mesmo lado estão localizados os

registros do teclado, que é um mecanismo que possibilita a variação de timbres no teclado.

Estão localizados na caixa do teclado também os castelos, que são os dispositivos onde ficam

coladas as vozes que contém as palhetas de metal que produzem o som da sanfona no lado do

teclado. As correias que sustentam o acordeon nos ombros do acordeonista também são

fixadas na caixa do teclado. (BATISTA, 2017)

O fole é uma das principais partes do acordeon. Sem ele não seria possível

produzir som, pois é o fole o responsável por fazer o ar passar pelas palhetas fazendo com que

elas vibrem e produzam o som da sanfona. Ele é feito de um papelão especial, que é dobrado

em camadas e forrado com tecido. Nas dobras são usados camurça e cantoneiras de metal para

maior durabilidade no abre e fecha constante. O fole é preso uma extremidade na caixa do

teclado e a outra na caixa dos baixos. É ele o responsável pela dinâmica do instrumento, pois

ele controla a intensidade da entrada e da saída do ar, que é o que determina o volume do

som.(BATISTA, 2017)

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Na caixa dos baixos temos pequenos botões que variam em quantidade de acordo

com o tipo de acordeon. Esses botões são os baixos, que são responsáveis pelo

acompanhamento harmônico e rítmico da sanfona. Eles são capazes de produzir notas simples

como também acordes. Nessa parte fica também o registro dos baixos, que tem a mesma

função dos registros que ficam no lado do teclado, modificar o timbre, sendo que no som dos

baixos. Na caixa dos baixos temos ainda os castelos, semelhantes aos do teclado e com a

mesma função. Temos também a correia da mão, mecanismo indispensável para execução do

instrumento, pois ela é quem prende o braço do instrumentista para dar o apoio necessário

para puxar o fole. Existe ainda o botão geral de ar, mecanismo que serve para movimentar o

fole sem a produção de som. Geralmente usa-se para fechar o fole ao final de uma música

onde o fole finalizou aberto. (BATISTA, 2017)

3 A ESCOLA DE MÚSICA SANTA CECÍLIA (EMUSC)

Neste capítulo serão abordados aspectos históricos, bem como as origens da

EMUSC, trazendo informações diversas sobre estrutura física, cursos, professores,

metodologia aplicada no curso de acordeon, além de breves informações referentes ao perfil

dos alunos de acordeon, além de meu depoimento acerca do início de meus estudos até o

presente momento.

3.1 EMUSC

A EMUSC é uma escola de música alternativa, vinculada a Comunidade Católica

Veni Creator Spiritus, uma instituição religiosa com reconhecimento canônico e civil, criada

no ano de 1997, mais que atuava como ministério de música desde 1990. Segundo Oliveira

(2015, p.20), o Veni Creator foi o primeiro ministério de música de Natal, a partir do qual,

outros ministérios surgiram para contribuir no serviço da música nas igrejas católicas.

A Escola de Música Santa Cecília surgiu devido à necessidade de formação de

músicos para atuar nos serviços da igreja católica, algo que já acontecia quando a comunidade

Veni Creator era apenas um ministério de música através de formações, retiros, oficinas e

congressos realizados para os membros de outros ministérios de música. Segundo Santos

(2015):

19

A escola começou com apenas um aluno de violão e não tinha lugar para dar aula.

Então dei a primeira aula de violão debaixo de uma árvore. A Escola de Música

Santa Cecília surgiu de uma necessidade que a igreja católica na época tinha: de

formar mais músicos pra atuar nos seus diversos serviços e também pra ajudar os

músicos que já existiam na época a ter uma boa formação musical já que a equipe

que estava cuidando da escola era uma equipe de referência” (apud OLIVEIRA,

2015, p.23).

A EMUSC foi, provavelmente, a primeira escola de música católica de Natal,

tornando-se referência para católicos que desejavam uma formação musical. A princípio as

aulas eram ministradas na igreja de Nossa Senhora do Rosário, localizada no centro da cidade.

Foi lá que a escola recebeu o nome de Santa Cecília.

Figura 7 Igreja de Nossa Senhora do Rosário.

Fonte: Portal do turismo

A primeira sede da escola ficava situada na Rua Gonçalves Lêdo, 686, Cidade

Alta, Natal/RN, onde hoje funciona a residência dos missionários da Comunidade Católica

Veni Creator Spiritus, entidade à qual a EMUSC é vinculada. Este espaço contava com três

salas de aula, onde atuavam três professores de música, membros do ministério de música

Veni Creator e com formações básicas e técnicas em música. Os cursos oferecidos eram:

violão, teclado, técnica vocal e teoria musical.

A demanda da escola foi aumentando através dos resultados obtidos, o que fazia

com que os alunos indicassem a escola a pessoas próximas, além do incentivo dos padres de

algumas paróquias que queriam ver o aperfeiçoamento dos músicos que tocavam em suas

capelas. Com essa nova demanda a escola se mudou para um prédio mais amplo, local onde

funciona até os dias de hoje, localizado na Rua Apodi, 229, Cidade Alta, Natal/RN. O prédio

20

também é usado para catequese e outras atividades de evangelização da Comunidade Veni

Creator Spiritus.

Nesta nova fase da escola, foram contratados mais docentes e ofertados mais

cursos, como: guitarra, baixo elétrico e bateria. O perfil dos alunos da escola foi mudando.

Antes eram apenas músicos de ministérios de igrejas católicas, agora também vêm pessoas

com outros objetivos além de tocar na igreja. Alunos interessados em adquirir conhecimento

musical para atuar como profissionais de música ou apenas para praticar música como hobie.

Além das atividades de sala de aula, a escola promove atividades extra sala de

aula, tais como: sarais, workshop’s, semana da música e formações com ministérios de

música. (OLIVEIRA, 2015)

3.2 Cursos e professores

Atualmente, sob a administração da professora Samara Kelly, licenciada em

música pela UFRN, a EMUSC conta com nove professores e oferece os cursos básicos de

Violão, Guitarra, Baixo Elétrico, Teclado, Piano, Acordeon, Técnica Vocal e Bateria.

As aulas são individuais ou coletivas, ficando essa decisão a critério de cada

professor. Os professores são selecionados não só pela sua formação mais também por suas

competências profissionais na área musical.

Em se tratando de uma escola alternativa, existe flexibilização administrativa e

pedagógica, em especial no tocante aos vínculos formais entre os professores e a escola.

REQUIÃO 2002, corroborando com nossa assertiva, aduz sobre escolas de música

alternativa o seguinte: “Por escolas de música alternativas entendo aquelas cujos professores não

precisam ser concursados, pois sua competência docente é legitimada pela atuação como músicos”.

(REQUIÃO, 2002, p.17).

Dessa forma, alguns professores da escola não têm cursos para docência na área

da música, mas, conseguem bons resultados nas aulas devido à capacidade musical

comprovada pelas atuações como músicos práticos.

Silva (1996, p.51) afirma que as escolas de música alternativas “[...]são escolas

que apresentam um currículo ou programa de disciplinas flexível e repertórios voltados para

estilos musicais variados, vinculados aos instrumentos dos quais dispõem, e também, ao

interesse daqueles que procuram a escola para aprender musica[...]”.

21

Dessa forma, a Escola de Música Santa Cecília apresenta um plano de curso com

quatro módulos para cada curso oferecido, porém, os conteúdos dos módulos podem ser

alterados de acordo com o objetivo de cada aluno.

O professor pode alterar seu plano de curso e o repertório para melhor atender a

necessidade de cada aluno. Além das aulas de música, a EMUSC promove alguns eventos

como: workshop’s, sarais, aula inaugural, oficinas e recitais de alunos, que são voltados não

só para seus alunos como também para o público em geral. Esse trabalho ajuda na divulgação

da escola como também na formação e prática musical dos participantes desses eventos.

3.3 O Curso Básico de Acordeon na EMUSC

O curso foi pensado para atender uma demanda crescente de pessoas interessadas

em tocar acordeon na cidade de Natal. O público alvo são crianças a partir dos 12 anos,

jovens, adultos e idosos, sem necessidade de provas de aptidão. Não é requisito ter alguma

experiência no instrumento, porém, se o aluno possui alguma prática instrumental, essa

prática é levada em consideração, havendo uma triagem de nível a partir de uma sondagem

inicial. O único critério obrigatório para o ingresso no curso de acordeon é o aluno possuir um

instrumento para os estudos-práticas em casa.

São admitidos até dois alunos por turma, contanto que estes estejam em um nível

técnico de prática e desenvolvimento instrumental semelhante – é realizada avaliação de

nivelamento em sondagem inicial com cada aluno. Foi desenvolvido, junto com a diretoria da

escola, um plano de curso composto de quatro módulos, cada um com duração de um

semestre. Este plano norteia o ensino de acordeon, mas, pode ser alterado de acordo com as

necessidades pedagógicas e os objetivos dos alunos.

Durante o curso, o repertório trabalhado com os alunos é focado especialmente

num repertório regional, apoiado principalmente nas obras de Luiz Gonzaga. O estudo da

teoria musical é parte prevista no plano de curso do acordeon, porém, não é obrigatório, sendo

facultado aos alunos optarem ou não por estudarem os códigos musicais paralelamente ao

aprendizado do acordeon.

Em decorrência da não obrigatoriedade dos alunos assistirem aulas de teoria

musical, infelizmente poucos alunos de acordeon optam pelo estudo das disciplinas teóricas

junto com a prática instrumental, o que precariza o aprendizado e a disposição de repertório,

tornando ainda mais lento o desenvolvimento técnico-instrumental dos alunos.

22

As aulas de acordeon iniciaram no dia 02 de fevereiro de 2015. O curso iniciou

com cinco alunos matriculados – três idosos e dois jovens na faixa etária entre 25 e 30 anos de

idade. Os jovens tinham anseios de tocarem em eventos de família e em brincadeiras entre

amigos. Os idosos, uma já atuava profissionalmente e queria obter mais conhecimentos e

técnicas no instrumento, os outros desejavam apenas aprender algumas canções para tocarem

entre familiares. O que se pode percebia na realidade era que os idosos lidavam com as aulas

de música mais como uma terapia do que outra coisa.

Muitas vezes os idosos preferiam conversar sobre outros assuntos a ver conteúdos

relacionados ao instrumento. Nestes casos tive que fugir completamente do plano de curso,

principalmente com relação ao cronograma, pois assuntos que levariam uma aula, por

exemplo, poderiam levar até quatro aulas para serem contemplados totalmente.

O perfil financeiro dos alunos de acordeon é de classe média. A mensalidade da

escola custava R$ 90,00 (noventa reais) no ano de 2015. Em 2016 subiu para R$ 110,00

(cento e dez reais), valor que permanece até hoje. A carga horária do curso de acordeon é de

01 hora aula por semana. Durante o período em que estou lecionando acordeon da EMUSC,

foi possível perceber que o perfil mais perseverante no estudo do acordeon,são os alunos de

maior idade. Tive diversos alunos jovens e adultos e, a média de tempo de permanência no

curso é bem menor entre os alunos jovens.

Atualmente existem 09 (nove) alunos, sendo cinco na faixa da terceira idade e

quatro em idade adulta. A maioria deseja aprender-desenvolver os estudos de acordeon como

hobbie. A escola tem hoje sete salas de aula sendo cinco delas climatizadas. Necessita de

realizar tratamento-isolamento acústico mais adequado em algumas salas, especialmente na

sala de bateria, pois, o isolamento atual não é o ideal e, acaba prejudicando algumas aulas em

salas próximas da sala de bateria, quando das aulas de bateria. Além das salas de aula tem

também uma recepção e uma copa para uso dos funcionários. Existe também estacionamento

coberto para os professores.

4 PERCEPÇÕES PEDAGÓGICAS NA EMUSC

Este capítulo trata dasexperiências vividas em sala de aula durante o período de

fevereiro de 2015 até o presente momento, dando ênfase ao processo de aprendizado

envolvendo a prática instrumental aliada ao aprendizado dos códigos musicais.

23

4.1 Reflexos do aprendizado da Teoria Musical

Durante as aulas, percebi que o domínio da leitura musical, especificamente a

leitura de partituras durante a prática instrumental elevou o interesse e auto-estima dos alunos

que conseguiram aprender minimamente os códigos musicais, pois, nas falas dos discentes em

sala de aula ficou constatado, inclusive, o bem estar familiar diante da apreciação e admiração

de seus entes queridos, os quais elogiavam as habilidades musicais do aluno, em especial a

compreensão deste nas leituras de partituras.

Por outro lado, pode-se observar que aqueles alunos que ainda não tinham

facilidade em leitura de partituras e/ou ainda estavam aprendendo, tinham dificuldade de

relacionar-se e interagir musicalmente com aqueles alunos que já estavam lendo e executando

partituras com certa facilidade.

Ponto relevante-preocupante foi perceber por algumas vezes, que a motivação dos

alunos no aprendizado do instrumento – o qual por si só já é complexo de se aprender –, era

pouca quando os mesmos não conseguiam fluir no aprendizado da leitura de partituras. Diante

dessa dificuldade, alguns alunos proferiram frases do tipo: “isso não é pra mim”; “eu não

tenho talento nenhum”; dentre outras afirmações pouco estimulantes, culminando com o

abandono do aprendizado de música, no caso em comento, deixando para trás o sonho de

aprender a tocar acordeon. Nesse diapasão, necessário se faz uma reflexão pedagógica

urgente, bem como mudanças na didática do aprendizado instrumental com intuito único de

evitar a continuidade desse sentimento naqueles que sonham, e, se frustram no aprendizado do

acordeon.

4.2 Ensino de teoria musical na EMUSC

De forma absolutamente equivocada e por desconhecer totalmente a importância

desse conhecimento para a construção de uma formação mais ampla a maioria dos alunos

tendem a rejeitar o estudo da teoria musical indo totalmente na contramão dos objetivos do

ensino de música, ou seja, aprender juntamente com a execução do instrumento, os códigos

musicais.

A flexibilização do ensino de teoria musical, deixando-a como opção dos alunos

decorre da crença de que, ao adotar-impor o modelo pedagógico tradicional do ensino de

música através do aprendizado paralelo dos códigos musicais, os resultados serão

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insatisfatórios em decorrência do desestímulo dos discentes, levando-os a desistirem do

aprendizado de música em razão das dificuldades teóricas enfrentadas logo no início do curso

de acordeon.

Por vezes, no intuito de que o aluno continuasse praticando o acordeon, tive que

evitar ensinar teoria musical, satisfazendo-o plenamente em sua vontade de aprender a tocar o

instrumento sem aprender partitura.

O êxito e a satisfação do aluno foi perceptível, inclusive, alguns conseguiram

desenvolver uma performance satisfatória no instrumento, uma vez que lhe fora facilitado –

na percepção do discente – o aprendizado sem a imposição de teoria musical.

Porém, entendemos não ser o caminho ideal, mas, diante do medo de causar

desânimo e evasão dos alunos de acordeon, este professor evitava insistir no aprendizado

paralelo de teoria musical. Diante da disposição dos alunos para aprenderem o instrumento-

acordeon sem necessidade de aprenderem os códigos musicais, me sentia, de certa forma,

realizado com o quórum em sala de aula e no curso de acordeon, porém, tinha a sensação de

ser refém de um sistema equivocado de aprendizado, o qual me vitimou no início de meus

estudos musicais – geralmente quando ocorre evasão de alunos, dizem que a culpa é do

professor em razão dessa realidade, optei em manter do interesse permanente dos discentes no

estudo técnico-prático do acordeon.

Apesar dos resultados positivos em flexibilizar o ensino do instrumento-acordeon,

deixando a critério do aluno o aprendizado ou não do código musical, foi possível perceber

que a metodologia tradicional do ensino de música através do aprendizado prático e teórico,

em não sendo uma prática pedagógica obrigatória, também causou desestímulo em alguns

alunos, em especial os alunos de mais idade interessados no aprendizado da linguagem

musical mais ampla.

Mesmo observando que a maioria dos alunos não têm interesse no aprendizado de

teoria musical, entendemos que não se deve abandonar pedagogicamente o ensino dos códigos

musicais, mas sim sugerir que a experiência prática na EMUSC anteceda os estudos da teoria

musical OBRIGATÓRIA.

Felizmente alguns alunos – minoria – já iniciam o curso de acordeon interessados

em aprender os códigos musicais, o que mantém viva nossa intenção teórica no estudo do

acordeon.

Referido método prático-teórico facilitará e muito a ampliação do repertório

erudito neste instrumento, o qual pode-se considerar uma pequena orquestra, haja vista a sua

riqueza de timbres.

25

4.3 Pedagógica livre

A flexibilidade do ensino de música da EMUSC, em sendo uma escola alternativa,

é salutar aos interesses da maioria dos discentes, porém, entendemos que para um melhor

êxito pedagógico da Escola de Música Santa Cecília, deve-se priorizar pedagogicamente o

ensino de teoria musical paralelamente à prática instrumental, haja vista a necessidade de

melhorar os resultados dos ministérios de música da igreja católica, em especial no tocante

aos arranjos musicais, os quais não são escritos – existem pouquíssimas músicas com

partituras.

Essa lamentável realidade existente nos ministérios de música da igreja católica

torna-se um empecilho a boa e constante performance dos grupos musicais existentes na

igreja católica, haja vista os músicos não conseguirem reproduzir permanentemente os

arranjos ensaiados, deixando a sensação de tempo perdido, trabalho inútil-desperdiçado, pois,

passado pouco tempo, não se consegue lembrar do arranjo trabalhado em tempo passado.

Tais afirmativas decorrem de experiência própria – este professor teve e tem

participação constante nos ministérios de música da igreja católica.

A sensação de impotência deste docente diante da dificuldade de alguns músicos

em lembrar um arranjo tem sido torturante, e, desestimulante, ocasionando por vezes o desejo

de não participar efetivamente dos ministérios de música da igreja católica.

4.4 Metodologia alternativa

Como metodologia alternativa sugere-se experimentos sonoros nas aulas iniciais

visando desde o início do curso o desenvolvimento da percepção auditiva e combinatória dos

sons do lado esquerdo com o lado direito do instrumento, acrescentando inicialmente algumas

figuras e ritmos musicais, tais como: semibreves, mínimas, semínimas e colcheias,

avançando progressivamente o conteúdo teórico-prático, proporcionando aos alunos de

acordeon mais do que um simples contato prático com o instrumento.

A experimentação sonora aliada a teoria musical, desde o início dos estudos do

acordeon, poderá ser um caminho para o aprendizado pleno deste tão belo instrumento.

26

Acredita-se que essa prática experimental – prático-teórico – irá possibilitar de forma

facilitada o aprendizado correto do instrumento desde o início do curso.

O aluno iniciante nos estudos de teoria musical precisa de um método facilitador

aliando prática e teoria, trabalhando situações elementares da música desde o início do

aprendizado instrumental. A relevância destas reflexões experimentais se dá na medida em

que auxiliam os professores de instrumentos a trabalharem com situações onde os alunos são

iniciantes, porém, devem ter acesso pleno ao aprendizado prático-teórico.

Mesmo com aqueles alunos que buscam o aprendizado teórico desde o início das

aulas práticas do acordeon, se lhes forem oportunizado a experiência sonora associada à teoria

musical, acredita-se que a motivação e o resultado para o aprendizado será ainda mais efetivo.

Alguns defendem o pensamento de que pessoas na melhor idade sempre terão

muita dificuldade em aprender códigos, porém, acreditamos-lembramos que “velhice não é

sinônimo de incapacidade para a descoberta de novos interesses e aptidões, assim como é

inaceitável que se associe, sem as devidas interpretações, velhice à doença, fragilidade e perda

da autonomia” (LUZ; SILVEIRA, 2006, p.15). Ou seja, os discentes na fase da velhice têm

capacidade para aprender os códigos musicais.

Por óbvio que a pedagógica para esse perfil de discente – idoso – deve levar em

consideração a sua inclinação por fazer música sem este compromisso, o que não deve ser

alicerçado em falta de capacidade de aprendizado ou portadores de limitação intelectual e/ou

como alunos que não almejam profissionalização.

4.5 Docentes x Discentes

No período em que atuo como docente da EMUSC, pude perceber alguns fatores

relevantes para o ensino alternativo de música, ou seja, durante reuniões e conversas com

outros colegas professores, discutimos possíveis motivos causadores de evasão de alunos.

Alguns professores colocavam em dúvida a sua capacidade-vocação para o

ensino, outros focavam os motivos de evasão nos próprios alunos, culpando-os, retirando de si

toda e qualquer responsabilidade pedagógica.

Mas, em geral, a maioria dos discentes atribuíam os problemas de evasão –

mesmo em sendo normal a existência de evasão em toda instituição de ensino, seja pública

e/ou privada – as dificuldades cognitivas e motoras dos discentes, além da falta de estudo-

prática instrumental dos alunos em suas residências.

27

Aproveito para informar que não existe evasão de alunos em quantidade que

preocupe, muito menos possa causar mácula pedagógica para EMUSC.

Entendemos que apesar da pouca evasão de alunos na EMUSC ou em qualquer

outra instituição de ensino de música, os alunos não devem ser colocados como os únicos

culpados pela desistência do aprendizado instrumental. Faz-se necessário que ocorram

reflexões diversas sobre a rotina, a cultura, a faixa etária e os objetivos dos alunos,

verificando se a pedagógica está condizente com as necessidades dos alunos, bem como se a

conduta docente está em harmonia relacional com os alunos.

Outro ponto interessante é reconhecer que experiências familiares, contextos

culturais e outros fatores que envolvem os alunos, devem ser observados pelos professores,

visto que esses fatores contribuem para o aprendizado musical dos discentes.

Os motivos- motivação da maioria dos alunos iniciantes não é homogêneo.

Dificilmente os alunos iniciantes terão o mesmo entusiasmo que a maioria daqueles que hoje

são professores tiveram no início de seus estudos musicais.

A motivação dos estudantes de música é construída constantemente durante as

aulas de música, portanto, os professores devem ficar atentos para aplicarem pedagógica

criativa, inovando sempre no intuito de manter o ânimo e tornar prazeroso o aprendizado do

instrumento.

O diagnóstico permanente do ânimo de aprendizado dos alunos, independente da

faixa etária destes, é fundamental para mantê-los interessados e motivados durante as aulas, e

esse diagnóstico pode ser feito nas aulas iniciais e durante todo o curso.

É relevante reconhecer o interesse cultural dos alunos, seu gosto musical e seus

motivos principais para desenvolver-se tecnicamente na música e no instrumento escolhido.

Neste diapasão, sabiamente entoa Subtil (2006) citando Bourdieu:

Bourdieu (1997) considera que o que chamamos gosto é na verdade um “senso

prático” [...] esquemas de ação que orientam percepções, escolhas, respostas”.

Enquanto propensão à apropriação – material e/ou simbólica – de objetos e práticas

é o que está na base do “estilo de vida”, corresponde às diferentes posições

(distinção) ocupadas no espaço social, e é uma retradução simbólica das diferenças

objetivas das condições de existência [...] o gosto que informa as práticas culturais é

uma questão de classe e de posição que o sujeito ocupa na sociedade capitalista

(SUBTIL, 2006, p. 23).

28

Por vezes o gosto musical dos alunos está fora do alcance técnico dos mesmos,

porém, pode-se desenvolver arranjos facilitados, incluindo-os na performance da música, o

que servirá de forma relevante para estimular a continuidade do aprendizado musical.

Procurar conhecer o gosto musical dos alunos, além de proporcionar um melhor

relacionamento aluno-professor, diminuindo a evasão de alunos, significa também, valorizá-

los.

Por fim, oportunizar aos alunos durante as aulas, um tempo livre, permitindo a

eles uma hora descontraída junto ao seu instrumento, ajuda no desenvolvimento e na

criatividade, permitindo um desenvolvimento prático-técnico ainda mais salutar.

5 ELABORAÇÃO DE DIÁRIOS DE AULAS E RELATOS PESSOAIS-

BIOGRÁFICOS

Neste capítulo será abordada a importância dos registros em diários das aulas

ministradas na EMUSC, permitindo aos docentes reavaliarem constantemente sua didática

aplicada e o desenvolvimento do conteúdo prático-técnico do curso de acordeon.

5.1 Reflexos e diagnósticos

Suponhamos que um determinado aluno numa aula, com intuito de decorar um

trecho musical, tenha realizado inúmeras repetições e, mesmo após exaustiva repetição, não

conseguiu memorizar o trecho musical.

Nesse caso deve-se refletir sobre o porquê daquele aluno não ter conseguido

memorizar um motivo musical mesmo após repetir muitas vezes, ou seja, será que a repetição

continuada não causou um bloqueio na memória do aluno decorrente de uma possível

irritabilidade causada pela repetição? Que providência pode ser diligenciada pelo professor

para ajudar ao aluno memorizar trechos musicais, tornando suas aulas mais produtivas e

prazerosas?

Fator importante de ser refletido é: O MÉTODO INFRUTÍFERO APLICADO

ANTERIORMENTE DEVE SER REPETIDO AO ALUNO? Acreditamos que não! Se não

funcionou uma vez, na atipicidade do aprendizado de um instrumento musical, haverá boa

29

probabilidade de não dar certo o método infrutífero anteriormente aplicado, o que poderá

acarretar alto nível de estresse ao discente, podendo desestimular o mesmo continuar o

aprendizado de música.

5.2 Planejamento continuado

Para Zabalza (2004, p. 24), os diários de aula são “o registro mais ou menos

sistemático do que acontece nas nossas aulas”, de modo a extrair uma “espécie de radiografia

de nossa docência”.

A elaboração de um diário de aulas ajudará aos professores perceberem-relembrar

o que ocorreu na aula anterior, permitindo a estes moldarem-recriar novos métodos e

conteúdos no intuito de obterem melhor êxito no aprendizado de seus alunos, evitando que

estes cheguem à exaustão prático-teórico-instrumental.

Em tese, a elaboração de diários de aula, mesmo em escola de música alternativa,

se aplicados e utilizados corretamente, pode-se mostrar efetivo tanto para a auto formação e

auto avaliação crítica do professor, como para o conhecimento das particularidades e

dificuldades de cada aluno, buscando a adequação e flexibilidade didática em cada caso.

O êxito do desenvolvimento prático-teórico de cada aluno poderá ser viabilizado

através do diálogo aluno-professor registrado em diários de aulas para posterior planejamento

através da consulta oportuna antes de cada aula, levando em consideração os objetivos e

individualidades de cada aluno, uma vez que, tratando-se de aprendizado cada um tem suas

particularidades e percepções.

5.3 Experiência vivida

A elaboração dos diários de aulas me trouxe inúmeras alegrias, tanto do ponto de

vista das inovações pedagógicas decorrentes das necessidades detectadas em sala, bem como

pela satisfação de ter percebido o desenvolvimento técnico de meus alunos.

30

Esta experiência didática pessoal, em uma possibilidade de compartilhamento

com a comunidade acadêmica e docente da EMUSC, poderá ajudar no avançar pedagógico da

Escola de Música Santa Cecília.

Pude perceber também que meu processo reflexivo como professor sofreu ajustes

pedagógicos ao longo do período em que estou professor na EMUSC, e, a partir dessas

ponderações, desejo contribuir para os debates em torno do ensino de instrumentos musicais

nas aulas da EMUSC, especialmente no que se refere ao ensino do acordeon-ACORDEÃO.

5.4 Relato Pessoal-biográfico

Iniciei meus estudos em música no ano de 1998 na Escola de Música do Solar

Bela Vista – instituição vinculada ao SESI. Apesar de ter um desejo enorme desde aquela

época em estudar acordeon, em razão de não ter condições de adquirir o instrumento naquele

momento, acabei iniciando meus estudos em música na cadeira de teclado.

Também existiam poucos professores especializados no ensino do acordeon

naquela época – até onde sabia existia apenas a professora SUZETE SALES e o professor

NELSON CAMPOS (Nelsinho), ambos oriundos da ACADEMIA MASCARENHAS DE

ACORDEON DE NATAL, fundada e coordenada pela saudosa professora Marlúcia Lima.

Por coincidência meu professor de teclado também tocava acordeon e, por vezes

deixava o acordeon na sala de aula, oportunidade que eu não dispensava, bastava ele sair da

sala que eu soltava o teclado e pegava o acordeon. Foi assim meu primeiro contato pessoal

com o instrumento.

Segui no estudo do teclado, depois acabei mudando para o violão, posteriormente

para o baixo elétrico, depois para o cavaquinho.

Constantemente pegava emprestado um pequeno acordeon de um amigo,

passando horas tocando apenas no lado do teclado, pois não sabia como era o funcionamento

dos baixos. Até que um dia, uma amiga, zeladora da igreja, disse que o padre tinha um

acordeon “velhinho” que estava emprestado para outras pessoas e agora estava com ela, e me

perguntou se eu queria ficar com o instrumento para estudar. Esse foi o meu primeiro

acordeon, velho e surrado, mais que me fez mergulhar de cabeça no estudo desse instrumento.

31

Como nessa época ainda não tinha as facilidades da internet, onde se encontra

informações num piscar de olhos, meu estudo foi praticamente autodidata. De vez em quando,

encontrava algumas pessoas que tocavam acordeon e elas me davam algumas dicas, de como

tocar nos baixos, como fazer alguns ritmos, etc. Aos poucos fui desenvolvendo mais e mais,

conseguindo tocar com as duas mãos, utilizando também os baixos. Infelizmente, o que

normalmente ocorre com todos os músicos autodidatas, adquiri vícios. E tirar vícios é mais

complicado do que aprender do zero. Tive muita dificuldade em reaprender o instrumento,

mas, consegui superar essa fase.

Nesse momento de minha história comecei a tocar profissionalmente. Fazia

alguns forrós juntamente com um grupo de amigos com quem montei uma banda. Toquei em

quadrilhas de São João e eventos escolares.

Um marco divisor para minha formação inicial na música foi ter conhecido a

Orquestra Sanfônica Potiguar - OSANP. Aquela orquestra me chamou a atenção, pois fazia

um repertório erudito e popular tocado por vários acordeons. Pensei comigo mesmo, “ah

como eu queria fazer parte desta orquestra”.

Alguns meses depois de saber da existência da OSANP, meu pai se apresentou ao

maestro da Orquestra Sanfônica Potiguar e falou que tinha um filho que tocava sanfona e,

ficaria muito feliz se o maestro pudesse dar uma oportunidade de seu filho participar da

OSANP.

O maestro José Roberto Silva, diante da qualidade técnica dos acordeonistas da

orquestra – todos sabiam música e liam partituras – de pronto falou: “traga seu filho para

fazer um teste”. Não sabia eu que a partir daquele momento minha vida musical iria crescer

de uma forma que eu nunca imaginaria. Lá na OSANP pude conhecer diversos professores e

acordeonistas – dentre eles SUZETE SALES e NELSINHO – que me incentivaram e me

ensinaram muito.

Fui conseguindo me aprimorar no acordeon, desenvolvendo de forma plena a

minha musicalidade. Comecei a pesquisar e estudar métodos de acordeons, praticar a leitura

musical. Comecei a tocar em outras bandas e grupos musicais, e, devido a minha desenvoltura

no instrumento as pessoas às vezes me perguntavam: “você dá aulas de sanfona”. E eu

respondia que não, mais de tanto ocorrer estas abordagens comecei a refletir: POR QUE NÃO

DAR AULAS DE SANFONA? Foi uma iniciativa feliz, pois, em nossa cidade existe muita

carência de professores de acordeon.

Porém, eu não poderia dar aula de qualquer forma, sem nenhuma formação. EU

QUERIA DAR AOS MEUS ALUNOS O QUE EU NÃO PUDE TER NO INÍCIO DE MEUS

32

ESTUDOS MUSICAIS DE ACORDEON: um professor capacitado para ensinar e passar

as técnicas do acordeon da forma correta. Foi aí que eu decidi buscar minha formação na

área musical. Inscrevi-me no vestibular para licenciatura em música na UFRN. Passei em

segundo lugar. As dificuldades durante o curso foram muitas, principalmente quando se tem

família e trabalho.

Apesar das dificuldades, aos trancos e barrancos, fui caminhando passo a passo na

minha formação.

Na UFRN tive a sorte de conhecer Samara Kelly, diretora da Escola de Música

Santa Cecília – EMUSC, que no ano de 2014 me convidou para fazer parte do quadro de

professores da EMUSC. Era a oportunidade que eu estava precisando para aprimorar ainda

mais meus estudos no acordeon.

No mês de fevereiro de 2015, iniciei meus trabalhos como docente na EMUSC.

Mesmo sem ter completado minha formação, fui colocando em prática o aprendizado do

curso de música, que com certeza fundamentou minha prática na Escola de Música Santa

Cecília. Hoje, estou com todos os meus horários na escola preenchidos e com lista de espera

por uma vaga. Isso me faz pensar que estou no caminho certo, tentando melhorar e aprender

mais a cada dia.

5.4.1 Relatos de experiências resgatadas e aplicadas no ensino do acordeon na EMUSC

Diante de minhas pretensões em profissionalizar-se na música, desde o início

investi muito nos estudos do acordeon, desenvolvendo rígida disciplina de estudos diários.

Atualmente, como professor da EMUSC, procuro desenvolver o máximo de

percepção direcionada à evitar possíveis desânimos e frustrações dos alunos decorrentes da

impaciência no desenvolvimento técnico do instrumento – por vezes quando iniciei meus

estudos musicais, diante do sentimento imediatista, senti muitas frustrações na “lentidão” do

meu desempenho técnico-teórico.

Com minha experiência inicial de estudos aprendi como professora não transmitir

frustração e impaciência para meus alunos. Passei a entender as aulas como uma extensão de

minha casa, uma extensão da casa dos alunos, um verdadeiro momento de lazer entre os

alunos e o acordeon.

33

A maioria dos alunos iniciantes por vezes não praticam-estudam o instrumento em

casa, é nesse momento que procuro ter em mente os modelos de minha própria iniciação

musical, buscando entender o cotidiano de meus alunos, e, na medida do possível, resgatar

alguns modelos aplicados-desenvolvidos na minha fase inicial de estudos com o intuito de

ajudar no desenvolvimento prático-teórico de meus alunos no presente.

Na docência me foi possível perceber que muitos alunos encaram o aprendizado

do acordeon como um momento de lazer, e, não atentam para o estudo diário do instrumento,

haja vista, muitos ainda trabalharem e não sobrar muito tempo para dividirem com a família e

os estudos de acordeon. Nessa realidade discente, diferente do estímulo que tive no início de

meus estudos, procuro desenvolver o máximo de paciência e inovação pedagógica para

proporcionar aprendizado prático-teórico à meus alunos, os quais por vezes utilizam o estudo

de música como uma terapia ocupacional.

6 CONCLUSÕES FINAIS

No trabalho desenvolvido foi realizado uma reflexão teórico-prática direcionada

ao ensino do acordeon na Escola de Música Santa Cecília – EMUSC.

Com base na realidade fática da Escola de Música Santa Cecília, onde a maioria

dos alunos de acordeon não tem interesse no estudo de teoria musical, necessário se faz uma

reflexão pedagógica no intuito de encontrar caminhos que estimulem aos alunos desejarem

aprender junto ao instrumento, os códigos musicais.

Para tanto, sugerimos experimentos pedagógicos voltados para a prática associada

à teoria musical desde os primeiros contatos dos alunos com o instrumento, acrescentando

gradativamente o conteúdo teórico-musical.

Também entendemos necessário para o avançar pedagógico objetivando o êxito

no aprendizado dos discentes, a implementação de diários de aulas nos cursos da EMUSC, os

quais irão possibilitar um melhor desenvolvimento pedagógico, por consequência, um melhor

aprendizado do instrumento por parte dos alunos. Referida sugestão já fora implementada por

este acadêmico no curso de acordeon, oportunizando bons resultados no aprendizado dos

alunos de acordeon.

Mesmo sendo a EMUSC uma escola alternativa de música, acreditamos que o

processo educacional de ensino pode alcançar patamares antes impensáveis, pois, além da boa

qualificação dos professores atuais, a EMUSC diante da demanda de alunos, tem um grande

34

potencial para expandir seus cursos, proporcionando relevante prestação de serviço a toda a

comunidade potiguar, seja ela religiosa-católica ou não.

No curso de acordeon da EMUSC, os alunos exercitam a cidadania, bem como

desenvolvem habilidades musicais para sua formação integral.

Após este trabalho minhas perspectivas são de melhorias no processo pedagógico

voltado ao ensino de instrumentos musicais da EMUSC, em especial o ensino de acordeon, o

qual, através das inovações pedagógicas, também irá provocar-estimular os alunos de

acordeon ao exercício da cidadania plena.

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Estaversãofoirevisadaeaprovadapelo(a)orientador(a),sendoaceite,pelaCoordenaçãodeLicenciaturaemMúsica,comoversãofinalválidapara

depósitonoRepositóriodeMonografiasdaUFRN.

____________________________DaniloCesarGuanaisdeOliveira

CoordenadordeLicenciaturaemMúsica