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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS CURSO DE BIOMEDICINA ANNE NATHALIA DE SOUSA SILVA AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO AO CHUMBO E A RELAÇÃO COM DETERMINANTES DE RISCO NA POPULAÇÃO DE LAJES PINTADAS-RN. Natal Dezembro /2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS CURSO DE BIOMEDICINA

ANNE NATHALIA DE SOUSA SILVA

AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO AO CHUMBO E A RELAÇÃO COM DETERMINANTES DE RISCO NA POPULAÇÃO DE LAJES PINTADAS-RN.

Natal Dezembro /2017

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AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO AO CHUMBO E A RELAÇÃO COM DETERMINANTES DE RISCO NA POPULAÇÃO DE LAJES PINTADAS-RN.

por

Anne Nathalia de Sousa Silva

Orientadora: Profª. Drª. Viviane Souza do Amaral

Natal

Dezembro/ 2017

Monografia Apresentada à Coordenação do Curso de Biomedicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como Requisito Parcial à Obtenção do Título de Bacharel em Biomedicina.

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Leopoldo Nelson - ­Centro de Biociências – CB

Silva, Anne Nathalia de Sousa.

Avaliação da exposição ao chumbo e a relação com determinantes

de risco na população de Lajes Pintadas-RN / Anne Nathalia de Sousa Silva. - Natal, 2017.

52 f.: il.

Monografia (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do

Norte. Centro de Biociências. Curso de Biomedicina. Orientadora: Profa. Dra. Viviane Souza do Amaral.

1. Avaliação de risco - Monografia. 2. Chumbo ambiental -

Monografia. 3. Radiação natural - Monografia. 4. Exposição ao chumbo - Monografia. I. Amaral, Viviane Souza do. II.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/BSE-CB CDU 614.87

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

CURSO DE BIOMEDICINA

A Monografia: Avaliação da exposição ao chumbo e a relação com determinantes de risco na população de Lajes Pintadas-RN. elaborada por Anne Nathalia de Sousa Silva e aprovada por todos os membros da Banca examinadora foi aceita pelo Curso de Biomedicina e homologada pelos membros da banca, como requisito parcial à obtenção do título de

BACHAREL EM BIOMEDICINA

Natal, 08 de Dezembro de 2017

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________ Profª. Drª . Viviane Souza do Amaral

(Departamento de Biologia Celular e Genética – CB- UFRN)

_________________________________________ Prof. Dr. Julio Alejandro Navoni

(Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas – CCS - UFRN)

_________________________________________ Ms. Feliphe Lacerda Souza de Alencar

(Departamento de Biologia Celular e Genética – CB – UFRN)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado saúde e força para superar

as dificuldades com as quais me deparei.

Agradeço imensamente a minha família, especialmente a minha mãe Maria

do Carmo e as minhas irmãs Ayanne e Alanne, obrigada pelo apoio, incentivo,

dedicação e pela ajuda quando precisei.

Aos meus amigos, que estiveram comigo me apoiando e qυе fizeram parte de

minha formação е vão continuar presentes em minha vida.

Agradeço a todos os que estiveram comigo no lab. GENETOX,

compartilhando momentos e experiências que nunca esquecerei. Especialmente à

Luiza, que me deu todo o suporte com suas orientações e incentivos, desde o

primeiro dia de iniciação científica.

À minha querida e amável orientadora Prof.ª. Viviane, muito obrigada, por me

orientar, pela paciência, pelas idéias e decisões rápidas, por acreditar e fazer dar

certo e por ser uma excelente profissional, a qual me inspiro.

Ao Professor Júlio, pelo suporte que me deu no desenvolvimento deste

trabalho;

E a todas as Pessoas que de alguma forma fizeram com que esse trabalho

acontecesse de forma bem sucedida. Muito Obrigada!

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RESUMO

A cidade de Lajes Pintadas (RN) está localizada na Província Pegmatítica da

Borborema. Região rica em minerais e metais, incluindo o chumbo (Pb), um metal

tóxico para diversos organismos, associado à neurotoxicidade e a distúrbios

cognitivos em crianças, envolvido com alterações em diversos órgãos, além de ser

um potencial carcinógeno para humanos. Desta maneira, esse estudo objetivou

avaliar a exposição humana ao chumbo ambiental, relacionando os níveis

encontrados com os fatores determinantes de risco. Para isso, foram avaliados os

níveis de chumbo ambiental em amostras de água e solo. A exposição da população

também foi avaliada através da dosagem de biomarcadores de exposição e efeito

(chumbo no sangue- Pbs e Zinco Protoporfirina- ZPP) respectivamente, em

amostras sanguíneas de 212 habitantes de lajes pintadas. Fatores de risco de

exposição ao chumbo foram avaliados mediante a aplicação de um questionário. O

nível de Pbs obtido atingiu de concentrações não detectáveis a 14,1 µg/dl. Os níveis

de ZPP estiveram entre 1,25 µg/dl e 114,20 µg/dl não tendo relação significativa com

os níveis de chumbo estabelecidos. Foi considerado um valor de corte para

definição de exposição ambiental ao chumbo de 3 µg /dL para Pbs. De acordo com o

valor de referencia internacional para Pbs, menos de 5% da população estudada

encontrava-se exposta. Enquanto que mais de 16% da população foi classificada

como exposta, considerando a referência de corte do estudo. Os indicadores de

exposição ao chumbo ratificaram uma exposição exclusivamente geogênica a este

elemento. A idade, gênero e tempo de residência estiveram relacionados aos níveis

de exposição encontrados. Não houve relação estatisticamente significativa entre o

nível de exposição com a prevalência de doenças descritas pela população. No

entanto, mesmo não sendo confirmada causalidade entre a exposição com as

patologias descritas, estudos adicionais são requeridos, levando em consideração

uma população potencialmente suscetível a baixos níveis de chumbo, como a

população infantil. Dessa forma, faz-se necessário uma analise do desenvolvimento

cognitivo nesta população.

Palavras chave: Avaliação de risco, Chumbo ambiental, Radiação natural, Exposição

ao chumbo.

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ABSTRACT

Lajes Pintadas (RN) is a town located in Borborema Pegmatitic Province, in

brazilian northeast. The region is rich in minerals and metals, including lead (Pb), a

toxic metal to several organisms, associated with neurotoxicity and cognitive

disorders in children, involved with changes in various organs, and a potential human

carcinogen. Thus, this study aimed to evaluate the human exposure to environmental

lead, relating the levels found with the risk determining factors. The levels of

environmental lead were evaluated in soil and water samples. In addition, samples

blood of 212 Lajes Pintadas inhabitants was evaluated by the measurement of

exposure and effect biomarkers (lead in blood- Pbs and Zinc Protoporphyrin-ZPP),

respectively. The risk factors for lead exposure were assessed using a questionnaire.

The level of Pbs obtained reached from undetectable concentrations to 14.1 μg/dl.

ZPP levels ranged from 1.25 μg/dl to 114.20 μg/dl and were not significantly related

to lead levels established. A cut-off value of 3 μg/dL to Pbs was considered for the

definition of environmental exposure. According to international guidelines, less than

5% of the study population was exposed. While more than 16% of the population was

considered exposed, with the cut-off value estabilished. The exposure indicators to

lead has ratified an exclusively geogenic exposure to this element. Age, gender and

residence time were related to exposure levels found. There was no statistically

significant relationship between the level of exposure and the prevalence of diseases

described by the population. However, even if causality between exposure and

described pathologies is not confirmed, additional studies, considering a population

potentially susceptible to low levels of lead, such as children, through the analysis of

cognitive development, are required.

Keywords: Risk assessment, Environmental lead, Natural radiation, Lead exposure.

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ÍNDICE

Página LISTA DE ABREVIATURAS ..................................................................................... viii

LISTA DE TABELAS .................................................................................................... ix

LISTA DE GRÁFICOS .................................................................................................. x

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................... xi

LISTA DE ANEXOS ..................................................................................................... xii

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13

1.1 ASPECTOS GERAIS ........................................................................................... 13

1.2 CARACTERÍSTICAS DO CHUMBO E OS RISCOS À SAÚDE .................... 14

1.2.1 CHUMBO ............................................................................................................ 14

1.2.2 TOXICOCINÉTICA ............................................................................................ 15

1.2.3 TOXICODINÂMICA ........................................................................................... 17

1.2.4 RISCOS A SAÚDE ............................................................................................ 17

1.2.5 EFEITOS DO CHUMBO NO AMBIENTE ...................................................... 19

1.3 LIMITES PERMISSÍVEIS ..................................................................................... 20

1.3.1 NÍVEIS DE CHUMBO NO SANGUE .............................................................. 20

1.3.2 NÍVEIS DE CHUMBO AMBIENTAL ................................................................ 20

1.4 A CIDADE DE LAJES PINTADAS ..................................................................... 21

2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 22

2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................... 22

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 22

3 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 22

3.1 POPULAÇÃO DE ESTUDO ................................................................................ 22

3.2 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO E OS FATORES DE RISCO PARA EXPOSIÇÃO AO CHUMBO ....................................................................................... 22

3.3 CARACTERIZAÇÃO DO NÍVEL DE CHUMBO AMBIENTAL ....................... 23

3.3.1 DETERMINAÇÃO DO CHUMBO EM AMOSTRAS DE ÁGUA .................. 23

3.3.2 DETERMINAÇÃO DO CHUMBO NAS AMOSTRAS DE SOLO ................ 23

3.4 AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO AO CHUMBO AMBIENTAL .......................... 24

3.4.1 DETERMINAÇÃO DE CHUMBO NO SANGUE ........................................... 24

3.4.2 QUANTIFICAÇÃO DE ZINCO PROTOPORFIRINA EM SANGUE. .......... 24

3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ...................................................................................... 25

4 RESULTADOS .......................................................................................................... 26

5 DISCUSSÃO ............................................................................................................. 32

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 37

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 38

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viii

LISTA DE ABREVIATURAS

µg/dL Microgramas por decilitro

CDC Centers For Disease Control and Prevention

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

EUA Estados Unidos da América

Hb Hemoglobina

HPLC High performance liquid chromatography

IARC International Agency for Research on Cancer.

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICP-OES Inductively Coupled Plasma Optical Emission Spectrometry

K2EDTA Dipotassium Ethylenediaminetetraacetic Acid –Anticoagulante

Kg Kilogramas

M Molar

OR Odds Ratio

Pb Chumbo

Pbs Chumbo no Sangue

pH Potencial hidrogeniônico

PVC Policloreto de Vinila

QI Quociente de Inteligência

rmp Rotações por minuto

RN Rio Grande do Norte

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

ZPP Zinco Protoporfirina

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ix

LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Caracterização sociodemográfica e Níveis de Pbs...................................27

Tabela 2 - Níveis de Chumbo no sangue e de Zinco Protoporfirina..........................28

Tabela 3 - Fatores de Risco e Exposição ao chumbo...............................................29

Tabela 4 - Odds Ratio para associação de Pbs com alterações clínicas..................31

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x

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Níveis de Chumbo ambiental....................................................................28

Gráfico 2 – Níveis de Pbs por faixa etária..................................................................30

Gráfico 3 – Prevalência das alterações clínicas em Lajes Pintadas RN....................31

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xi

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Série de desintegração do 238U: Adaptado de Robertson et.

al.(2013).....................................................................................................................14

Figura 1 – Localização de Lajes Pintadas-RN: Adaptado de Abreu, Raphael

Lorenzeto (2006)........................................................................................................21

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LISTA DE ANEXOS Anexo 1A – Termo de Consentimento Livre Esclarecido – Menores de

Idade...........................................................................................................................45

Anexo 1B - Termo de Consentimento Livre Esclarecido – Maiores de

Idade...........................................................................................................................47

Anexo 2 – Questionário..............................................................................................49

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13

1 INTRODUÇÃO

1.1 ASPECTOS GERAIS A questão da saúde de populações envolvendo problemas ambientais vem

sendo considerada cada vez mais urgente e importante para sociedade. A exposição

humana a agentes químicos, físicos e /ou biológicos, pode ser originada tanto por

fontes naturais como artificiais, podendo causar sérios danos à saúde de pessoas

expostas (Dantas, 2012).

Os seres humanos estão expostos à radiação natural de fontes que incluem

radionuclídeos geogênicos. E no nordeste brasileiro, uma enorme região

geologicamente conhecida como província pegmatítica da Borborema, apresenta a

uma das maiores reservas de urânio (²³⁸U) do mundo (Dantas, 2017). Este é um

elemento radioativo que gera, a partir de sua desintegração, subprodutos

radionuclídeos (figura 1), e como produto final, o chumbo (como 210Pb e 206Pb), por

ser o elemento mais estável (WNA, 2017).

Um dos subprodutos radioativos gerados a partir da desintegração do ²³⁸U é o

Radônio, um gás de meia vida relativamente curta (3,84 dias). Este gás encontra-se

disperso no ambiente, podendo se acumular nas residências. Consequentemente a

população exposta estará inalando esse gás, e o mesmo continua a sofrer

desintegração radioativa dentro dos organismos até a formação do 210Pb que tem

meia vida de 22 anos aproximadamente (Robertson et. al, 2013).

A cidade de Lajes Pintadas-RN está situada exatamente em cima dessa área

pegmatítica, que também é rica em diversos minerais e metais, incluindo o chumbo.

Além disso, esses minerais foram explorados e usados como os principais produtos

da economia local. Com isso, foram observados elevados níveis de gás radônio,

derivados do decaimento do Urânio, nas residências (Campos et al., 2013;

Austerlitz, Villar e Campos, 2009).

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Figura 1 – Série de desintegração do 238U

O chumbo pode gerar grandes preocupações à saúde, por ser um metal

tóxico e causar danos em diversos órgãos. Além disso, está associado a danos

cognitivos, distúrbios comportamentais e diminuição do quociente de inteligência

(QI) em crianças. E tendo em vista os graves riscos que sua exposição pode causar,

principalmente em populações suscetíveis, já que é amplamente distribuído no

ambiente, além das questões ambientais decorrentes do uso deste, uma avaliação

em populações potencialmente expostas faz-se necessária.

1.2 CARACTERÍSTICAS DO CHUMBO E OS RISCOS À SAÚDE

1.2.1 CHUMBO

O chumbo, cujo símbolo é Pb, é um metal pesado, tóxico, elemento do grupo

14 ou família IVA da tabela periódica. É um importante constituinte de mais de 200

minerais e pode existir no meio ambiente na forma inorgânica, ou seja, como íons

Pb2+ e Pb4+, sendo este ultimo menos frequente, ou na forma orgânica,

complexado a compostos de carbono (IARC, 2006).

Este metal, encontrado abundante na crosta terrestre, é extraído desde a

antiguidade, estando amplamente distribuído e sendo encontrado livre e em

associação com outros elementos no solo, água ou associado a partículas de

aerossóis no ar (Tong et al., 2000; Flora SJS; Flora GJS; Saxena G, 2006). E como

Fon

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201

3).

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15

consequência, a exposição ambiental a este elemento agora pode ser verificada em

qualquer lugar do mundo (Fitch et al, 2004, IARC, 2006, Montes et al., 2006).

A intoxicação por Pb foi muito importante nos séculos XVI a XIX, devido ao

seu uso generalizado em cerâmica, canos, construção de barcos, fabricação de

janelas, indústria de armas, pigmentos e impressão de livros (García-Lestón et al.,

2010). Devido à atividade antropogênica, os níveis de poluentes metálicos têm

aumentado desde a revolução industrial, atingindo valores considerados tóxicos para

os seres vivos (Nagaiyoti et al., 2010; Szymańska-Chabowska et al., 2015).

Desde então o Pb vem sendo utilizado na indústria química e de construção,

em placas de baterias elétricas, esmaltes, vidros e tintas. Também podem estar

presente na água ou no tabaco (Devóz et al. 2017; Garcia-Lestón J et al., 2010). E é

um dos seis poluentes mais tóxicos que ameaçam a vida, juntamente com os

radionuclídeos derivados do decaimento do urânio, crômo, arsênio, mercúrio e

pesticidas (Andrade et al., 2015; Blacksmith Institute, 2015). Como consequência

final, níveis variáveis de Pb podem ser encontrados na cadeia alimentar atingindo a

população humana (WHO, 2008, Caggiano et al., 2005, Smith, Van Ravenswaay,

Thompson, 1998, Bahéna et al., 2017).

1.2.2 TOXICOCINÉTICA

Este elemento não apresenta nenhuma função fisiológica conhecida sobre o

organismo de seres humanos e animais (Dietert; Piepenbrink, 2006). Os processos

fisiológicos de absorção, distribuição, armazenamento e eliminação do Pb são

influenciados por fatores endógenos (constituição genética, fatores antropométricos,

estado de saúde) e fatores exógenos, tais como tempo da exposição ocupacional,

exposição simultânea a outras substâncias, drogas, álcool e fumo (Flora SJS; Flora

GJS; Saxena G, 2006; Onalaja; Claudio, 2000).

O Pb inorgânico pode ser absorvido após inalação, exposição oral e por via

dérmica, mas de forma muito menos eficiente do que as duas anteriores. A extensão

e a taxa de absorção de chumbo através do trato gastrointestinal dependem do

indivíduo e das características físicas do meio ingerido. As crianças podem absorver

40-50% de uma dose oral de chumbo solúvel em água, em comparação com adultos

que só absorvem de 3 a10% (ATSDR, 2007).

O processo de absorção do Pb no trato gastrointestinal ocorre principalmente

no duodeno por mecanismos saturáveis. E tanto em seres humanos quanto em

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animais experimentais, a absorção por essa via é fortemente influenciada pela

idade, o estado de jejum/ alimentação (humanos em jejum e animais experimentais

absorvem mais do que no estado alimentado); o estado nutricional (ingestão de

gordura e calorias, fósforo, cobre, zinco e, especialmente, estado de ferro e cálcio,

todos afetam a absorção do Pb), a solubilidade (compostos de Pb solúveis são

melhor absorvidos) e tamanho de partícula (WHO, 2006).

Não há dados que indiquem que a fração de Pb absorvida a partir de uma

exposição por inalação depende do suporte de chumbo no pulmão. Os padrões e as

taxas de deposição de partículas são altamente dependentes do tamanho das

partículas e da taxa de ventilação, mas todo o Pb depositado no pulmão é

eventualmente absorvido (WHO, 2006; ATSDR, 2007).

A distribuição deste metal no corpo ocorre via corrente sanguínea de forma

aleatória e eventualmente se acumula nos ossos. Em adultos, aproximadamente

94% da carga corporal total de Pb se encontra nos ossos em comparação com

aproximadamente 73% em crianças (ASTDR, 2007; Mason; Harp; Han, 2014) .

No organismo, esse elemento é encontrado principalmente em glóbulos

vermelhos. Condições como gravidez, aleitamento, menopausa e osteoporose

aumentam a reabsorção óssea e, consequentemente, também aumentam a

presença desse metal no sangue. Dessa forma, o Pb pode ser transferido da mãe

para o feto e também da mãe para os bebês através do leite materno (Martins et al.,

2014; Rabinowitz, 1991; Tsaih et al, 2001).

As principais vias de excreção do Pb são renal, pela urina, e biliar , com

eliminação nas fezes, independentemente da via de exposição. Outras vias de

excreção em menor proporção incluem o suor, saliva, cabelo, unhas e leite materno.

O tempo de meia-vida para eliminação do Pb inorgânico no sangue e nos ossos são

aproximadamente 30 dias e 27 anos, respectivamente (Holstege et al., 2015;

ASTDR, 2007).

Apesar da exposição mais frequentes ser de origem ocupacional por inalação

ou ingestão (Wani, Ara and Usmani 2015; ASTDR. 2007), A exposição ambiental

torna-se mais difícil e preocupante em termos de controle de exposição, visto que o

chumbo pode estar distribuído no solo, na atmosfera e até nas fontes de água e

alimentos (Tong et al., 2000; Caggiano et al., 2005 WHO, 2008; Smith; Van

Ravenswaay; Thompson, 1998, Bahéna et al., 2017).

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1.2.3 TOXICODINÂMICA

O metabolismo do chumbo inorgânico consiste na formação de complexos

com uma variedade de ligantes proteicos e não proteicos. Os compostos orgânicos

de chumbo são metabolizados ativamente no fígado por desalquilação oxidativa por

enzimas P-450. A toxicidade deste elemento provavelmente está relacionada à sua

afinidade pelas membranas celulares e mitocôndrias, por interferir com a fosforilação

oxidativa mitocondrial e com as ATPases de sódio, potássio e cálcio. Além disso, o

Pb tem a capacidade de inibir ou imitar as ações do cálcio (que podem afetar

processos dependentes de cálcio ou relacionados) e interagir com proteínas

(incluindo aqueles com grupos sulfidrila, amina, fosfato e carboxila) (ATSDR, 2007;

Lu; Guizzetti; Costa, 2002; Gressens et al, 2001).

O Pb ainda interfere na atividade dos mensageiros intracelulares

dependentes do cálcio e da proteína quinase C do cérebro; estimula a formação de

corpos de inclusão que podem translocar o metal em núcleos celulares e alterar a

expressão gênica; interage com cátions essenciais, particularmente cálcio, ferro e

zinco; interfere com a bomba de sódio-potássio e trifosfato de adenosina (Na + / K +

-ATP); e altera as membranas celulares e mitocondriais, aumentando assim a

fragilidade celular. Além disso, inibe a pirimidina-5'-nucleotidase e altera outras

funções nucleotídicas (Gressens et al, 2001; Patočka; Černý, 2003).

Dessa maneira, o Pb interfere com muitos sistemas enzimáticos do corpo,

afetando assim a função de praticamente todos os órgãos. As manifestações

clínicas da toxicidade do chumbo incluem sintomas referentes ao sistema nervoso

central, ao sistema nervoso periférico, ao sistema hematopoiético, ao sistema renal

e ao sistema gastrointestinal. As crianças expostas ao chumbo podem sofrer

consequências devastadoras por causa dos efeitos do chumbo no desenvolvimento

cerebral (Souza; Tavares, 2009; Patočka; Černý, 2003 ).

1.2.4 RISCOS A SAÚDE

Mesmo em baixos níveis de exposição, este elemento tem sido associado a efeitos

deletérios na saúde humana, incluindo: hipertensão, dano renal e alterações no

sistema nervoso central que levam a falta de atenção, distúrbios de memória,

dificuldades de aprendizagem, comprometimento do comportamento social e do QI;

E ainda tem efeitos sobre os sistemas: cardiovascular, reprodutivo, hematopoiético,

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18

imunológico, endocrinológico e gastrintestinal, capaz de provocar alterações em

testes bioquímicos, como inibição enzimática, e de causar defeitos congênitos.

(Healey et al., 2010, CDC, 2003, Stoia et al., 2009, Counter et al., 2008, CDC 2007,

Fraser et al., 2006; ATSDR. 2007; Beyersmann and Hartwig, 2008; WU et al., 2017).

Além disso, o Pb foi categorizado como um provável carcinógeno humano (IARC,

2006).

O metal atua em alvos moleculares, e os principais efeitos genotóxicos e

mutagênicos provocados diretamente ou indiretamente pelo Pb estão relacionados a

alteração das funções celulares por produção de radicais livres (induzindo estresse

oxidativo nas células) ou por inibição do reparo do DNA. Estes fatores contribuem

para o desenvolvimento de várias doenças (Bahéna et al., 2017). Podendo, por

exemplo, exacerbar e/ou acelerar o desenvolvimento de doenças que possuem

causas multifatoriais, tais como aterosclerose, hipertensão, doenças

neurodegenerativas, disfunção orgânica e mesmo desenvolvimento de câncer

(Healey et al ., 2010).

O sistema hematológico é um dos alvos importantes, pois o chumbo

concentra-se nos eritrócitos e sua dosagem nesse meio biológico é mais comum

para monitoramento de exposição, devido às medições no sangue refletirem a

exposição a todos os compostos de chumbo (inorgânicos e orgânicos) e todas as

rotas de exposição (inalação, ingestão e dérmica) (ASTDR, 2007). Neste sistema, o

Pb pode induzir a quadros clínicos de anemia e redução da síntese do heme por

provocar mudanças na composição das proteínas e lipídios da membrana dos

eritrócitos e inibir a síntese da hemoglobina (Gurer-Orhan, Sabır , Özgünes, 2004).

O processo de inibição da síntese da hemoglobina pelo chumbo está

relacionado a uma série de alterações metabólicas e biológicas, dentre elas a

inibição de enzimas envolvidas na síntese de heme, como a ferroquelatase. A

inibição desta enzima resulta na substituição do ferro (Fe²+) pelo zinco (Zn²+) no anel

de protoporfirina nos eritrócitos, formando zinco-protoporfirina (ZPP) (Flora et al.,

2012). Dessa forma, quando há intoxicação por Pb, as concentrações de ZPP no

sangue aumentam e são consideradas uma medida útil no monitoramento da

exposição crônica ao Pb (Flora et al., 2012).

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19

1.2.5 EFEITOS DO CHUMBO NO AMBIENTE

No solo, a contaminação por metais pesados, como o Pb, pode ser devido à

presença desse metal em adubos, pesticidas, fertilizantes e em emissões de

incineradores, exaustores de carros, além dos resíduos de mineração e decaimento

radioativo. Esse metal é altamente persistente no solo, permanecendo por milhares

de anos no mesmo e sua acumulação excessiva pode ter efeitos deletérios sobre a

fertilidade do solo, afetando funções do ecossistema e constituindo um risco para a

saúde de plantas e animais (SUN et al, 2001).

Dados sobre acúmulo de metais pesados no solo foram estudados em vários

organismos, e mostram a importância da monitoração de metais pesados, incluindo

o chumbo, nessa superfície (A Heikens; Peijnenburg; Hendriks, 2001; Migliorini et

al., 2004). Esses estudos documentam que o acumulo de metais pesados, como o

Pb, crescem com o aumento das concentrações desse metal no solo e podem ser

letais pra alguns organismos.

Com esses trabalhos, verificou-se que o solo contaminado pode servir como

uma via para contaminação de organismos que nele vivem. Assim, invertebrados

terrestres são os primeiros organismos mais suscetíveis à contaminação proveniente

do solo, dado sua estreita relação com este ambiente. Além dos invertebrados

terrestres, as plantas também podem sofrer com a contaminação, pois, este metal

também prejudica a fertilidade do solo. Com isso, pode-se perceber que a

contaminação do solo traz diversos prejuízos ao ambiente, colocando em risco a

vida e de uma maneira indireta, sendo uma preocupação de saúde pública.

Já a contaminação das fontes de água por metais pesados pode ocorrer de

diversas formas, seja por descarga de efluentes industriais, domésticos, agrícolas

e/ou por fontes naturais (Chaves et al., 2015). E especialmente em Lajes pintadas, a

fonte natural torna-se a mais relevante para este estudo, principalmente devido a

sua formação geológica.

Com a escacez hídrica neste município, causada por baixa precipitação

pluviométrica e por longos períodos de seca, foram construídos reservatórios de

água, como o açude da cachoeira, para suprir as necessidades da população local.

Mas, algumas características geoquímicas da região podem afetar negativamente a

qualidade da água, seja por processos de escoamento e ou por lixiviação, tornando

a água disponível um vetor potencial para disseminação de substâncias tóxicas,

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20

como o Pb. E estudos nesse açude mostraram elevados teores de chumbo,

afirmando que essa fonte de água é imprópria para consumo (Dantas et al., 2017).

1.3 LIMITES PERMISSÍVEIS

1.3.1 NÍVEIS DE CHUMBO NO SANGUE

Durante várias décadas, o CDC (Centro de Controle e Prevenção de

Doenças) emitiu orientações que identificaram níveis de chumbo no sangue,

principalmente em crianças de 1 a 5 anos de idade, que eram preocupantes em

relação à intervenção de saúde pública. Por décadas esses valores vieram sendo

atualizados, observando-se cada vez mais, que concentrações menores de chumbo

no sangue causavam alterações preocupantes para saúde. Em 1970, esse valor era

de 40 μg/dL. Caiu para 30 μg/dL em 1975, 25 μg/dL em 1985 e 10 μg/dL em 1991

(CDC, 1991). No ano de 2012, o CDC observou os efeitos adversos do chumbo no

desenvolvimento cognitivo em valores de Pbs menores do que 10 μg/dL e

estabeleceu o valor de referência para concentração de chumbo no sangue em 5

μg/dL (CDC, 2012).

1.3.2 NÍVEIS DE CHUMBO AMBIENTAL

No Brasil, os limites permissíveis para metais ambientais são regulamentados

pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), e os limites internacionais

são regulamentados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Atualmente a

resolução nº 357 do CONAMA (2005) permite o limite máximo de chumbo na água

de 33µg Pb/L, quando esta for da classe 3 (águas que podem ser destinadas ao

abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado;

à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; à pesca amadora e à

recreação de contato secundário). E a resolução nº 420 do CONAMA (2009)

regulamenta o limite de chumbo no solo em até 72 mg.Pb /Kg.

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21

1.4 A CIDADE DE LAJES PINTADAS

Figura 2 – Localização do município de Lajes Pintadas – RN.

O município de Lajes Pintadas está localizado na mesorregião do Agreste

Potiguar do Estado do Rio Grande do Norte, situado a 135 quilômetros da capital do

estado, a cidade de Natal (Figura 2). Caracteriza-se por ocupar uma área territorial

de 130.211 km² com uma população de 4.813 pessoas (IBGE 2010). A cidade foi

desmembrada do município vizinho de Santa Cruz e tornou-se município em 1958,

com conclusão das obras referentes ao Açude público, destinado a abastecer a

comunidade que se formava. Este seria desativado em 2003, após a construção da

Adutora Monsenhor Expedito, responsável pelo abastecimento de 23 localidades no

Agreste do Estado. Entretanto, estudos demonstraram que a população residente

ainda depende do Açude de Lajes para inúmeras atividades tais como o

abastecimento de água e pesca, já que a adutora ainda não chega às casas mais

próximas ao açude (Dantas et al., 2011). A economia da região foi centrada na

exploração de pedras semipreciosas (ametista, água-marinha, berílio), mas

atualmente baseia-se principalmente na agricultura, agropecuária e comércio.

Fonte

: A

dap

tado d

e A

bre

u (

2006)

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22

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

O presente estudo teve como objetivo avaliar a exposição ambiental ao

chumbo na cidade de Lajes pintadas-RN relacionando os níveis de Pb encontrados

com os fatores determinantes de risco.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar concentração do chumbo ambiental

o Por meio da medição do teor de chumbo no solo e nos

reservatórios de água.

Avaliar concentração do Chumbo no sangue

o A partir das dosagens sanguíneas de Pbs e de Zinco-

Protoporfirina.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 POPULAÇÃO DE ESTUDO

O estudo foi realizado entre julho de 2014 e abril de 2015 no município de

Lajes Pintadas-RN. O estudo experimental de secção transversal aleatorizado,

envolveu um total de 212 moradores, sendo 77 do gênero masculino e 135 do sexo

feminino, com idades entre 2 e 86 anos, que vivem na área urbana da cidade. Esses

moradores foram convidados a participar do estudo através de ações educativas de

saúde pública desenvolvidas na cidade e concordaram em participar do estudo

depois de assinar o termo de consentimento livre e esclarecido (anexos 1A e 1B).

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte sob o parecer da CAE 20368713.8.0000.5537.

3.2 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO E OS FATORES DE RISCO PARA EXPOSIÇÃO AO CHUMBO

Uma entrevista foi conduzida aos participantes através de um questionário

(anexo 2) que incluiu 40 perguntas considerando os seguintes tópicos: fatores

sociodemográficos (idade, naturalidade, escolaridade, tipo de trabalho realizado

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23

pelo entrevistado, tempo que reside na cidade), infraestrutura das habitações e

condições de habitação (por exemplo, tipo de residência, materiais de construção

utilizados no edifício), condições sanitárias (por exemplo, acessibilidade ao sistema

de água, tipo de encanamento, entre outros), fatores de estilo de vida (tabagismo,

consumo de bebidas alcoólicas) e registros médicos (histórico de câncer,

malformações e abortos na família).

3.3 CARACTERIZAÇÃO DO NÍVEL DE CHUMBO AMBIENTAL

Foram analisadas 12 amostras de água e 6 amostras de solo para determinar

o teor de chumbo utilizando o método ICP-OES (Inductively Coupled Plasma Optical

Emission Spectrometry) e seguindo o protocolo descrito pela USEPA, 2007. Os

locais de coleta envolveram apenas a área urbana da cidade.

3.3.1 DETERMINAÇÃO DO CHUMBO EM AMOSTRAS DE ÁGUA

As amostras de água analisadas envolveram quatro tipos de fontes: poços,

torneiras residenciais, barragem local e uma mina da região desativada há 30 anos.

Essas amostras foram coletadas em garrafas de vidro estéreis, foram mantidas

refrigeradas a 4ºC e levadas ao laboratório para serem processadas seguindo as

recomendações da APHA (2005). Foram coletadas 45 ml de água em cada fonte,

adicionados e homogeneizados 5 ml de ácido nítrico concentrado as amostras para

minimizar a precipitação e adsorção do chumbo nas paredes do recipiente. A

solução obtida foi filtrada usando um filtro de 0,45 μm antes de ser analisada.

3.3.2 DETERMINAÇÃO DO CHUMBO NAS AMOSTRAS DE SOLO

Para a análise do chumbo no solo, as amostras foram coletadas em seis

áreas diferentes espalhadas na região urbana. As amostras foram coletadas em

frascos de vidro e levadas ao laboratório para serem processadas. As amostras,

coletadas com pesos iguais, foram secas a 60ºC e trituradas com pilão de porcelana.

Posteriormente, o pó foi peneirado em um filtro separador de 1 mm (16 MESH/

TYLER), 0,150 mm (100 MESH/ TYLER) e 0,063 mm (230 MESH/ TYLER). As

amostras foram então novamente aquecidas no forno a 100 ° C durante 150 minutos

e arrefecidas num exsicador, depois passaram por um tratamento com ácido

clorídrico (HCl) a 0,5 M durante 150 minutos sob agitação constante. Depois disso,

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24

as amostras foram mantidas para decantação e a fração líquida foi transferida para

frascos de vidro refrigerados e limpos até a análise.

3.4 AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO AO CHUMBO AMBIENTAL

Amostras de sangue dos 212 residentes de Lajes Pintadas foram coletadas

por punção venosa periférica em tubos à vácuo distribuídas em duas alíquotas, uma

com o anticoagulante heparina para as análises toxicológicas e outra com o

anticoagulante K2EDTA para análise hematológica (eritrograma). Para realização do

eritrograma foi utilizado o LABTEST SHD-20. Os parâmetros toxicológicos para

avaliar a exposição ao chumbo foram as concentrações de chumbo no sangue e a

zinco-protoporfirina.

3.4.1 DETERMINAÇÃO DE CHUMBO NO SANGUE

As quantificações de chumbo em amostras do sangue foram feitas por

espectrofotometria de absorção atômica com atomização eletrotérmica em forno

grafite utilizando o equipamento Variam AA240Z Atomic Absorption Spectrometer na

Universidade Federal da Bahia. As amostras de sangue foram tratadas mediante

diluição com o modificador composto por: tensoativo triton X100 (tensoativo),

Antifoam B (antiespumante) fosfato diacido de amonio e ácido nitrico. E seguiu o

protocolo do preparo das amostras de sangue para quantificação do Pb como

descrito por Menezes-Filho et al. (2012). Como critério de validação dos resultados,

foram utilizadas amostras em três níveis: baixo, médio e alto, do programa de

Controle de Qualidade de Chumbo no Sangue do Instituto Adolfo Lutz.

3.4.2 QUANTIFICAÇÃO DE ZINCO PROTOPORFIRINA EM SANGUE.

A determinação analítica de ZPP no sangue dos mesmos indivíduos foi

realizada adaptando-se o protocolo desenvolvido por Ho et al (1987), utilizando um

sistema de cromatografia líquida de alta performance (HPLC) Agilent Technologies

1260 Infinity, composto por uma bomba quaternária, uma coluna cromatográfica

Zorbax Eclipse XDBC18 (4,6 mm x 150 mm x 5 µm) e um detector de fluorescência

(Perkin Elmer, Série 200). O sistema cromatográfico utilizado envolveu uma fase

móvel composta de metanol e solução fosfato 0,01 M, pH 5,6 (78:22 v/v), com fluxo

isocrático de 1,8 mL/min. O detector de fluorescência foi programado para o

comprimento de onda de excitação 405 nm e de emissão 630 nm. Realizou-se um

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25

controle de qualidade interno para a ZPP nas concentrações de 10, 50 e 100 µg/dL,

utilizando sangue de indivíduo não exposto ao chumbo. Para o processo de

extração, 660 µL da solução extratora foram adicionados a microtubos que

continham 200 µL dos calibradores, amostras e controles internos de qualidade. Em

seguida, estas amostras foram homogeneizadas em vórtex por 20 e centrifugadas

por 5 minutos a 14000 rpm. Posteriormente, 500 µL do sobrenadante foram

transferidos para frascos do amostrador automático. O volume de injeção do método

foi de 30 µL.

3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA

As informações obtidas através dos questionários foram analisadas usando

estatística descritiva (média, desvio padrão, mínimo, máximo e mediana). O teste de

normalidade de Kolmogorov-Smirnov foi utilizado para averiguar a distribuição

normal ou não das variáveis. A correlação entre os parâmetros foi realizada

utilizando o teste de correlação de Spearman. Depois de categorizar os grupos pelo

fator de risco de exposição e pelo nível de chumbo no sangue, a diferença

estatística entre os grupos foi realizada utilizando testes não paramétricos de

Kruskal-Wallis e Mann-Whitney. As tabelas cruzadas foram usadas para avaliar a

relação entre os fatores de suscetibilidade e informações do histórico médico, além

de calcular as probabilidades e a razão de chances (Odds Ratio). As diferenças

estatísticas foram avaliadas utilizando o teste de qui-quadrado. E os resultados com

valores de p <0,05 foram considerados estatisticamente significativos. O programa

utilizado na análise estatística foi o SPSS versão 22 para Windows (IBM

Corporation, EUA).

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26

4 RESULTADOS

Uma caracterização demográfica da população de estudo foi realizada para

os 212 participantes do estudo, com base nas respostas da entrevista. Foram

analisadas as categorias: idade, gênero, naturalidade, tempo de residência em Lajes

pintadas, escolaridade, tipo de trabalho, exposição ocupacional ao chumbo e a

outros químicos, hábito de fumar, fonte de água e níveis de chumbo no sangue por

grupos, como mostrado na tabela 1.

A idade dos participantes variou entre 2 e 86 anos e foram agrupadas de

acordo com a classificação etária como: crianças (2 a 11 anos de idade),

adolescentes (12 a 18 anos de idade), adultos (19 a 59 anos de idade) e idosos (60

anos ou mais de idade). A predominância foi de adultos (40,1 %) seguidos por

crianças na faixa dos 6 - 11 anos (35, 8%). Apenas 15,1% eram idosos acima de 60

anos.

Desta amostra de 212 indivíduos, observou-se que mais de 60% eram

mulheres com apenas 77 homens. Dos entrevistados, apenas 33% (70) eram

naturais de Lajes Pintadas, 91 eram naturais de Santa Cruz e 51 eram naturais de

outras cidades. No entanto, mais da metade da população de estudo relataram viver

na cidade a mais de 30 anos.

Quanto a escolaridade, apenas 4 entrevistados possuíam ensino superior

completo, enquanto que mais de 47% possuíam apenas o 1º grau incompleto. Neste

quesito, 19 participantes não responderam a questão. Pouco mais de 40% dos

entrevistados eram profissionalmente ativos. Desses, 75% indicaram não trabalhar

diretamente com produtos químicos. E no que se refere ao chumbo, não houveram

casos de contato com esse metal no ambiente de trabalho.

Quanto ao hábito de fumar cigarro mais de 67% não apresentavam este

hábito. Apenas 10,37% ainda eram fumantes enquanto que 21,7% foram fumantes.

E em relação ao consumo de água, 64% bebem água da torneira, prevalecendo o

sistema de distribuição local da cidade, onde 88,4% das residências apresentam

encanamento de PVC e apenas 2,9% tem encanamento metálico.

A exposição ocupacional foi avaliada a partir dos dados obtidos na entrevista,

a partir da pergunta: “Você trabalha com chumbo em casa?”. Foram considerados

expostos ocupacionalmente as pessoas que relataram trabalhar diretamente com o

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27

metal ou com alguma atividade que empregue o metal nas atividades cotidianas.

Para essa pergunta, 40 participantes não responderam ou não souberam responder.

Tabela 1 - Características sociodemográficas e níveis de Pbs (µg/dL)

N: Número de pessoas; DP: Desvio Padrão; Mín.: valor mínimo; Máx.: valor máximo. Os

asteriscos representam uma diferença significante p <0,05 (*) e p <0,10 (**). Valores não significativos

foram representados por NS.

A análise da água mostrou a ausência do chumbo nas amostras coletadas. Já

os teores de chumbo encontrados no solo apresentaram uma média de Pb de 8,33 ±

3,15 mg/kg (gráfico 1), valor 8 vezes menor do que a quantidade descrita nas

regulamentações nacionais (CONAMA res nº 420, 2009).

Características N(%) Média + DP Mín. – Máx. P valor

Gênero 0,041* Masculino 77(36,32) 2,10± 2,27 0,00 – 13,50 Feminino 135(63,68) 1,70± 2,10 0,30 - 14,10

Idade (faixa etária) 212 0,050* Crianças (0-11anos) 83(39,2) 1,66± 2,23 0,00 – 14,10

Adolescentes (12-18 anos) 12(5,7) 2,56± 3,72 0,70 – 13,50 Adultos (19-59 anos) 85(40,1) 1,52± 1,25 0,60 – 7,00

Idosos (≥60 anos) 32(15) 2,92± 2,81 0,60 – 12,00 Fumante (cigarro) NS

Sim 22 (10,37) 2,49± 2,74 0,00 -12,00

Já fumou 46(21,7) 2,28 ± 2,68 0,60 – 14,10

Não 144 (67,93) 1,61 ± 1,71 0,30 – 13,50 Naturalidade NS

Lajes pintadas 70 (33) 1,84± 1,70 0,60 – 7,40 Santa Cruz 91 (42,9) 1,80± 2,50 0,30 – 14,10 Outras 51 (24,1) 1,92± 2,14 0,00 – 12,00

Tempo de residência (anos) 0,074** Menos de 10 48 (22,64) 1,65± 2,66 0,50 – 14,10 11 – 20 35 (16.51) 2,13± 2,45 0,30 – 13,50 21 – 30 21 (9,91) 1,30± 1,02 0,60 – 4,00 Mais de 30 108 (50,94) 1,94± 1,98 0,00 – 12,00 Escolaridade NS Não Alfabetizado 10 (4,7) 3,65± 4,03 0,70 – 13,50 Fundamental Incompleto 101 (47,6) 2,02 ± 2,29 0,00 - 14,10

Fundamental completo 14 (6,6) 1,29 ± 0,71 0,70 – 3,30

Ensino médio incompleto 19 (9,0) 2,13 ± 2,98 0,60 -13,50 Ensino médio Completo 42 (19,8) 1,22 ± 0,95 0,60 – 5,00

Superior incompleto 1 (0,5) 2,50 -

Superior completo 4 (1,9) 0,67 ± 0,05 0,60- 0,70

Pós graduado 2 (0,9) 4,05 ± 5,30 0,30 – 7,80

Fonte de água NS Torneira 37(17,5) 1,60± 1,57 0,30 – 9,70 Engarrafada 19(9,0) 1,81± 2,77 0,30 – 13,50 Poço artesanal 10(0,5) 1,70± 1,37 0,70 – 3,80 Cisterna 35(16,0) 2,53± 4,06 0,00 – 14,10 Exposição ocupacional ao chumbo NS Sim 8 (4,7) 1,42± 1,17 0,30 -3,50 Não 164 (95,3) 1,74± 2,21 0,00 – 14,10

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Gráfico 1 – Níveis de chumbo ambiental

As concentrações de Pbs e ZPP foram analisadas em 212 e 119

participantes, respectivamente. Os valores obtidos para Pbs atingiram de

concentrações não detectáveis a 14,10 µg/ dL, com uma concentração média de

1,85µg/dL; Enquanto que os níveis de Zinco Protoporfirina apresentaram variação de

112,95µg/dL, com mediana de 8,70µg/dL, como mostrado na tabela 2.

Tabela 2 – Níveis de chumbo e zinco-protoporfirina na população da cidade de Lajes

Pintadas-RN.

Parâmetro N Media

Geométrica

Mediana Intervalo

Interquartil

Mín.- Máx.

Pbs (µg/dL) 212 0,00 0,70 1,20 0,60 - 14,10

ZPP (µg/dL) 119 7,76 8,70 13,00 1,25 – 114,20

Para entender a fonte de exposição ao chumbo, o nível de exposição

estabelecido foi avaliado considerando descrições sociodemográficas como os

fatores de risco da exposição a este elemento. Os fatores demográficos analisados

foram o gênero e a idade. E os fatores de risco foram as condições de pintura das

paredes das residências, as reformas das casas e o material de construção usado

nas residências, como mostrado na tabela 3.

0

20

40

60

80

água(mg/L) Solo

(mg/kg)

0 11,33

0,03

72 Lajes Pintadas

CONAMA

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29

Tabela 3 - Níveis de Chumbo e Fatores de Risco

Variáveis

demográficas e fatores de risco

N

Chumbo (µg/dL)

P Valor

Zinco Protoporfirina

(µg/dL)

P valor

Gênero 0,041* 0,238

Masculino 77 1,30 7,20 Feminino 135 0,70 9,10

Idade (anos): 0,050* 0,309

0-11 83 0,90 8,60 12-18 12 0,70 17,90 19-59 85 0,70 8,70

≥60 32 1.95 6,70 Paredes Pintadas 0,858 0,131

Sim 159 0,70 8,90 Não 13 1,10 3,65

Reforma da residência

0,510 0,063

Sim 70 0,70 6,95 Não 102 0,70 9,60

Origem dos materiais de construção

0,322

0,485

Local 144 0,70 8,60

Os resultados foram expressos como mediana. As diferenças foram significantes quando p <

0.05 (*). A idade foi representada por faixas etárias (0-11 anos: Crianças; 12-18 anos:

Adolescentes; 19-59 anos: Adultos e ≥ 60 anos: Idosos).

A distribuição das concentrações de chumbo no sangue nas variáveis

analisadas não apresentou distribuição normal, dessa forma os testes estatísticos

não paramétricos de Mann-whitney e kruskal wallis foram usados para comparar a

distribuição de chumbo nos grupos sociodemográficos.

O gênero mostrou uma tendência positiva para maior exposição no grupo

masculino com média de Pbs de 2,1µg/dL, enquanto que para o gênero feminino foi

observada uma concentração média de 1,7µg/dL. Outras correlações

estatisticamente significantes foram observadas em relação à idade dos

participantes, em que idosos mostraram maior nível médio de chumbo sanguíneo

em comparação as demais faixas etárias (Gráfico 2); Além do fator idade, o tempo

de residência também apresentou significância estatística.

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30

Gráfico 2- Níveis de Chumbo no sangue por faixa etária

No entanto, neste trabalho não foram encontradas correlações significativas

entre os níveis de Pbs e os fatores de risco: reformas residenciais, pintura de

paredes ou uso de materiais de construção local. Além disso, não houve relação

entre etnia ou escolaridade com os níveis de chumbo.

Para observar se os participantes apresentavam anemia, foram avaliados no

eritrograma os valores da hemoglobina (Hb) e foram estabelecidos valores cortes

para a mesma, definidos com base no gênero e na idade dos indivíduos. Mulheres e

crianças (0-11 anos) foram agrupadas em uma única categoria, sendo considerados

anêmicos quando apresentavam níveis de Hb menores do que 12g/dL, enquanto

que para homens o limite foi de 13g/dL. O número de casos de anemia e outras

alterações clínicas obtidas a partir da entrevista, é mostrado no gráfico 3.

1,2348

1,4122

1,1858

1,9204

0-11 anos 12-18 anos 19 - 59 anos ≥60 anos

Média Géométrica de Pbs por faixa etária

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31

Gráfico 3 – Prevalência das alterações clínicas em Lajes Pintadas-RN.

A fim de estabelecer uma associação entre a exposição e os históricos

clínicos, baseados nos relatos da entrevista, foi considerado o valor de corte para o

Pbs de 3µg/dL, e as pessoas com Pbs maiores do que três foram consideradas

expostas. As Odds ratios (OR) estabelecidas foram obtidas através de tabelas

cruzadas e para malformações congênitas, aborto espontâneo e anemia, como

mostrado na tabela 4. No entanto nenhuma significância estatística foi obtida entre

essas associações.

Tabela 4 - Odds Ratio para associação de Pbs com alterações clínicas.

Alterações

Clínicas

OR IC 95%

Inferior

IC 95%

Superior

P- valor

Abortos

Espontâneos

1,185 0,447 3,142 0,117

Anemia 1,848 0,801 4,265 2,114

Câncer 1,506 0,182 12,457 0,146

Malformações 0,462 0,209 1,026 3,716

OR: Odds Ratio; IC: Intervalo de confiança; Os resultados são considerados significantes quando p < 0,05*.

42

49

55

9

0

10

20

30

40

50

60

Anemia Malformação Aborto Cancer

Número de casos

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5 DISCUSSÃO

Com os avanços nos estudos de saúde humana e ambiental, a exposição ao

chumbo continua a ser um dos problemas mais importantes em termos de

prevalência de exposição e impacto na saúde pública. Dessa forma, esse estudo,

procurou investigar a exposição, os fatores de risco e as fontes envolvidas na

exposição ao chumbo, na cidade de lajes Pintadas.

Analisando os fatores ambientais como determinantes de risco, obtivemos

valores não detectáveis de chumbo nas amostras de água. Com isso, poderia ser

dito que a água não oferece perigo de contaminação para os moradores da região.

Porém, sabe-se que as amostras são pontuais e em outro estudo realizado por

Dantas et al., (2017), foi observado níveis de chumbo que chegaram a ser sete

vezes maior que o valor recomendado.

Em relação às análises de chumbo no solo, as concentrações obtidas estão

de acordo com os níveis de chumbo encontrados em outros estudos nessa região

(Dantas et al., 2012) e em áreas com condições ambientais similares (Marcon et al.,

2017). No entanto, alguns estudos observaram níveis variáveis e mais baixos. Por

exemplo, Chaves et al. (2016) encontraram níveis de chumbo quantificáveis na

cidade de Parelhas, a 200 km da área de estudo. E os níveis de chumbo na água

variaram de 0,033 a 0,066 mg/L, superiores aos valores da orientação nacional

(CONAMA res nº 357, 2005).

A partir do final do século XX, pesquisas revelaram que índices menores de

exposição ao Pb, considerados anteriormente seguros, também ocasionam efeitos

negativos nos seres vivos, com resultados diferenciados mais evidentes em idosos,

gestantes e crianças (Mattos RCOC et al., 2009). E que esse metal pode ser

bioacumulado com a exposição crônica. Esses acúmulos tornam-se preocupantes,

principalmente quando se consideram populações mais sensíveis, como crianças

(<6 anos) e mulheres grávidas, que os efeitos negativos no desenvolvimento

neurológico foram demonstrados (Martins et al., 2014, Barn, 2011, Dascanio et al.,

2010).

Assim, para predizer que população estava sendo exposta ao metal, avaliou-

se os biomarcadores Pbs e ZPP no sangue. A determinação do Pb no sangue é

considerada o indicador mais representativo da exposição a este elemento,

responsável por captar uma variação de exposição recente ao chumbo, bem como o

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chumbo que foi mobilizado a partir de tecidos de armazenamento, principalmente

nos ossos. (Counter et al, 2008; Barcelos et al, 2015).

Na análise do Pbs, apesar de o valor máximo alcançado chegar a mais de

duas vezes o limite recomendado pelo CDC (2012), quando analisado os níveis

médios, observa-se que estes não representam nem a metade do limiar permitido,

estando mais de 95% da população estudada dentro do valor estabelecido na

diretriz internacional de 5 μg/dL. E considerando que a população está sendo

exposta a altos níveis de radiação provenientes do decaimento do urânio, como

comprovado por estudos anteriores na região (CPRM, 2017; Dantas et al., 2017;

Chaves et al., 2017), a análise da plumbemia mostrou níveis de chumbo no sangue

relativamente baixos. Assim, o nível de exposição descrito foi comparável ao

encontrado em outros cenários ambientais no Brasil (Barcelos et al., 2015; Ferron et

al., 2012; Lopes et al., 2014).

Considerando a relação das características da população com os níveis de

chumbo obtidos, observa-se que houve relação significante dos níveis de chumbo

entre os gêneros e esses resultados foram comparáveis com outros estudos (Freire,

2014; Lopes et. al ,2014). Uma das explicações deve-se ao fato de que em geral,

homens têm maiores níveis de hematócrito do que as mulheres, e o chumbo

analisado foi proveniente dos eritrócitos.

Outra possível explicação pode está relacionada à suscetibilidade individual,

em que pessoas suscetíveis exibem uma resposta diferente ou melhorada ao

chumbo do que a maioria das pessoas expostas ao mesmo nível no meio ambiente.

Os motivos podem incluir determinantes genéticos, idade, saúde e estado nutricional

além da co-exposição com outras substâncias tóxicas (por exemplo, fumaça de

cigarro). E esses parâmetros podem resultar em diminuição da eliminação do

chumbo, ou comprometimento da função dos órgãos afetados pelo chumbo

(ATSRD, 2006).

O fator idade também mostrou estar correlacionado com os níveis de chumbo

encontrados e, de acordo com os pesquisadores, esses achados são consistentes

com a teoria de que a exposição crônica ao chumbo leva bioacumulação desse

metal nos ossos e que há uma remobilização do chumbo ósseo para a corrente

sanguínea com a reabsorção óssea (Korrick et al., 2002; Tsaih et al., 2001; Hu et al.,

2007).

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Os sintomas da intoxicação por chumbo estão relacionados ao nível de

exposição alcançado, por exemplo, mudanças na coordenação motora são relatadas

quando os níveis de Pbs estão superiores a 30-50 μg/dL, enquanto vários estudos

indicam que os níveis de chumbo no sangue abaixo de 10 μg / dL estão associados

a insuficiência renal e problemas vasculares (CDC, 2003, Healy et al., 2010, ATSDR

1999, Araújo et al, 1999). No entanto, a intoxicação crônica em níveis baixos tem

uma alta morbidade devido aos efeitos irreversíveis sobre os déficits cognitivos e

psicomotores, sendo a população infantil a mais suscetível como foi descrito

anteriormente.

Portanto, a relação entre o tempo de residência (idade) e a exposição ao nível

de Pb destaca tanto a exposição da população atual de crianças como o potencial

efeito que o Pb atribui à população ao longo do tempo de exposição. Além disso, o

nível de Pbs não descreveria completamente os níveis totais de chumbo no corpo

nem as consequências da exposição. E considerando como determinante a carga de

exposição acumulada, teriam o risco e os efeitos deletérios potencializados ao longo

do tempo (Wu et al, 2016).

Como não foi encontrada nenhuma correlação entre os fatores de risco e os

resultados de chumbo encontrados, é possível presumir uma ausência total de

exposição antrópica do chumbo no cenário estudado, prevalecendo apenas a

exposição envolvendo fontes naturais de chumbo. Além disso, apesar estudos terem

documentado que a exposição ambiental ao chumbo difere por etnia e status

socioeconômico (Hu, et al., 2007), neste estudo não foi observado relação entre

esses fatores e a exposição ao Pb visto que a fonte de exposição prevalente foi de

fonte geogênica.

O outro biomarcador analisado foi a Zinco-Protoporfirina, esta avalia o efeito

da exposição ao chumbo. Ela é originada sempre que há diminuição de ferro sérico,

independente da presença de chumbo (Labbé; Vreman; Stevenson, 1999). No

entanto, o Pb causa inibição da enzima ferroquelatase, responsável pela inserção do

ferro na protoporfirina IX para a formação do heme, as moléculas de protoporfirina IX

livres se ligam a íons Zn²+ formando assim a Zinco-protoporfirina (ZPP) (Souza,

Tavares, 2009; Ortega et al., 2013; Flora et al., 2012).

A ação do chumbo na ferroquelatase ocorre nos eritroblastos, na medula

óssea, e há uma demora de cerca de 120 dias para que os níveis de ZPP sejam

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evidenciados na corrente sanguínea. Como a ZPP só é destruída ao fim da vida útil

dos eritrócitos, aproximadamente três meses, ela pode ser considerada um

marcador de efeito tardio de exposição (Molin; Paoliello; Decapitani, 2006).

No entanto, a zinco-protoporfirina mostrou estar correlacionada com o

chumbo no sangue quando este atinge valores maiores ou iguais a 30 μg/dL para

adultos e 15 μg/dL ou mais para crianças (D'souza et al., 2011; Counter et al., 2008;

Kim et al. 2015). Sendo assim, neste estudo os níveis de zinco-protoporfirina, não

estavam relacionados ao nível de exposição ao chumbo como consequência dos

baixos níveis de chumbo encontrados, logo não pôde ser utilizados como indicador

de efeito biológico devido à exposição ao chumbo.

Embora nesse estudo não tenha sido encontrada uma correlação entre o nível

de exposição com os históricos de doenças, uma elevada morbidade ainda é

observada em outros estudos, devido a intoxicação por exposição crônica ao Pb.

Como abordado anteriormente, este elemento perturba múltiplas funções corporais

essenciais, produzindo uma ampla gama de sintomas e sinais, além de causar

efeitos irreversíveis sobre o sistema neurológico, prejudicando o desenvolvimento do

sistema nervoso (Counter et al., 2008; Fraser et al., 2006, Valent et al., 2004 ).

Os países desenvolvidos têm conseguido reduzir o uso de chumbo nos

últimos anos, principalmente através de programas de prevenção da exposição

(Gulson, 2008). No entanto, em países em desenvolvimento como o Brasil, a

contaminação ambiental com chumbo continua sendo um importante problema de

saúde pública, principalmente porque as informações sobre as doenças e os

agravos provocados pela exposição ao chumbo ainda não foram completamente

estabelecidas (Ministério da Saúde, 2017).

No Brasil, dentre as dificuldades enfrentadas para criar politicas efetivas no

monitoramento da exposição ao chumbo estão: a complexidade em reconhecer a

relação causa-efeito da exposição ao chumbo com o desenvolvimento de

determinadas doenças; A notória subnotificação nos sistemas de informação; A

existência de poucos trabalhos epidemiológicos de busca ativa de casos; E a

escassez de serviços especializados para diagnosticar intoxicações agudas e

crônicas, bem como alterações hematológicas e neurológicas.

Cabe ressaltar ainda, que o chumbo, sendo um metal não essencial, não

desempenha nenhuma atividade útil no organismo humano ou dos demais seres

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vivos, ao contrário, mostra-se altamente tóxico. Portanto, pode-se dizer que qualquer

quantidade, por menor que seja, pode ser considerada um excesso nocivo. Esta

afirmativa baseia-se na escassez de dados mais detalhados quanto ao mecanismo

de toxicidade de vários metais, entre eles o chumbo. Conhecendo melhor os

mecanismos de ação dos contaminantes, pode-se estabelecer novos limites

máximos permissíveis destes no ambiente ou mesmo suas taxas encontradas nos

organismos vivos.

Dessa maneira, para assegurar o limiar atual, ainda é necessário comprovar,

através de estudos, que níveis mais baixos de chumbo sanguíneo não são capazes

de causar graves efeitos adversos a saúde, confirmando que o limiar atualmente

estabelecido é seguro (Triantafyllidou e Edwards, 2014, Borghini et al., 2016, Martins

et al., 2014). Por isso, níveis mais baixos do que o valor de referência atual devem

ser considerados na avaliação de risco.

Portanto, considerando as condições ambientais e a ausência de fontes

antropogênicas, o limiar de corte utilizado neste trabalho para a definição de

exposição ou não exposição foi estabelecido em 3 μg / dL para analisar a

associação da exposição com os históricos médicos relatados pela população na

entrevista. Apesar disso, não foram encontradas associações significativas entre

essas variáveis e o nível de exposição estabelecido.

Por fim, devido o chumbo, na cidade de Lajes Pintadas, ser proveniente de

fontes naturais e por causar tantos danos à saúde, há necessidade de um

monitoramento dessa população, com uma avaliação para danos cognitivos,

principalmente em crianças, que é uma população mais susceptível. E para

comprovar que os níveis de chumbo encontrados na população lajespintadense são

originados pelo decaimento radioativo, faz-se necessário uma análise de chumbo

isotópico. Essa avaliação da exposição da população ao chumbo é necessária para

verificar o impacto de fontes naturais de radiação sobre a saúde da população.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com a avaliação de exposição realizada, conclui-se que a

exposição ao chumbo encontrada foi estritamente associada a fontes geogênicas

naturais. E sendo este metal o último produto da decomposição do urânio, uma vez

que a região estudada está localizada em uma área geológica com depósitos

naturais de urânio, a origem geogênica do chumbo pode estar relacionada com esta

condição.

Neste estudo, as concentrações de chumbo encontradas, tanto a nível

ambiental quanto nas amostras sanguíneas, estavam dentro dos limites permissíveis

de acordo com seus órgãos regulamentadores. Porém, na análise de Pbs foram

encontradas associações positivas entre a exposição ao Pb e idade e tempo de

residência, sendo um fator preocupante, principalmente para populações de

suscetibilidade, pois esse tipo de exposição leva ao acúmulo deste metal tóxico no

organismo e comprovadamente causa diversos danos ao sistema nervoso.

A ausência da associação entre a exposição a este elemento e os efeitos

sobre a saúde comprovam a utilidade do valor de referência internacionalmente

válido. No entanto, a qualidade ambiental deve ser destacada pela presença de

outros agentes tóxicos relacionados às características geológicas da cidade acima

mencionadas.

Portanto, com base na avaliação realizada, a população de lajes pintadas

está sob exposição ao chumbo geogênico, e apesar dos baixos níveis de chumbo

encontrados e da ausência de associação do Pbs com as doenças descritas pela

população, ainda é necessário uma avaliação para observar se ocorre alguma

alteração a nível de desenvolvimento cognitivo nessa população, em virtude das

alterações cognitivas conhecidas causadas por exposição a este metal. Além disso,

uma análise isotópica também torna-se fundamental para comprovar que o chumbo

geogênico, ao qual a população está exposta, é proveniente do decaimento

radioativo do urânio.

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Anexo 1A

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Centro de Biociências/Depto. de Biologia Celular e Genética

Laboratório de Mutagênese Ambiental

Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE),

PARA PARTICIPANTES MENORES DE IDADE

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Esclarecimentos

Estamos solicitando a você a autorização para que o menor pelo qual você é responsável participe da

pesquisa: RADIAÇÃO NATURAL NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO: ANÁLISE DO RISCO À SAÚDE

HUMANA PELA EXPOSIÇÃO GEOGÊNICA AO RADÔNIO E AO CHUMBO, que tem como pesquisador

responsável o(a) Prof(a) VIVIANE SOUZA DO AMARAL.

Esta pesquisa pretende avaliar os danos causados a saúde pela exposição à radiação natural na

população humana residente no município de Lajes Pintadas/RN/Brasil através de uma avaliação do risco.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é que o município de Lajes Pintadas/RN está inserido sobre

uma área geologicamente rica em pegmatitos, que são rochas que emitem agentes radioativos, como o gás

radônio. O radônio é um agente carcinogênico. A liberação deste gás no ar e na água pode levar a sérios riscos à

saúde da população, como o câncer de pulmão.

Caso você decida autorizar, sua participação envolverá uma entrevista com duração aproximada de 10

minutos. Também se realizará a coleta das amostras necessárias pra estudar a exposição de cada individuo. Serão

coletadas amostras de sangue, cabelo, urina e células epiteliais bucais. Além disso, será pedida uma permissão,

para fazer uma visita a sua casa com o objetivo de coletar amostras de água e solo (pó). Sobre estas amostras

serão estudados o conteúdo do contaminante em relação a radônio e chumbo e indicadores que depois serão

integrados na avaliação do risco para compreender se existe contaminação e quais são as implicações sobre a

saúde da população.

A participação é voluntária e se você decidir não participar e quiser desistir de continuar em qualquer

momento, ou ainda, se recusar a responder qualquer pergunta ou não aceitar doar amostras biológicas que

ocasione algum constrangimento, tem absoluta liberdade em fazê-lo.

Durante o procedimento que envolve a entrevista, a coleta de amostras de sangue, cabelo, urina e

células da mucosa da bochecha, a previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que você corre é semelhante

àquele sentido num exame clínico, físico ou psicológico de rotina.

Pode acontecer um desconforto no momento da coleta de sangue que será minimizado com conversa e

atividade lúdica, principalmente com as crianças que tem mais receio em fazer exames desta natureza e você terá

como benefício resultados sobre a sua saúde, como um hemograma completo e medição de glicose, que poderão

diagnosticar qualquer eventual problema de saúde que você possa ter.

Em caso de algum problema que ele(a) possa ter, relacionado com a pesquisa, ele(a) terá direito a

assistência gratuita que será prestada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para a doutoranda:

RICHELLY DA COSTA DANTAS, no telefone (84) 8709-6881 ou pelo e-mail [email protected].;

MYCARLA NELY RODRIGUES DOS SANTOS, no telefone (84) 9606-1104 ou pelo e-mail

[email protected]ê tem o direito de recusar sua autorização, em qualquer fase da pesquisa, sem

nenhum prejuízo para você e para ele(a).

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Os dados que ele(a) irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou

publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa identificá-lo(a).

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e por um

período de 5 anos.

Se você tiver algum gasto pela participação dele(a) nessa pesquisa, ele será assumido pelo pesquisador e

reembolsado para você.

Se ele(a) sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, ele(a) será indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com a pesquisadora

responsável a professora Viviane Souza do Amaral.

Consentimento Livre e Esclarecido

Eu, ____________________________________________, representante legal do menor

____________________________________________, autorizo sua participação na pesquisa: RADIAÇÃO

NATURAL NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO: ANÁLISE DO RISCO À SAÚDE HUMANA PELA

EXPOSIÇÃO GEOGÊNICA AO RADÔNIO E AO CHUMBO.

Esta autorização foi concedida após os esclarecimentos que recebi sobre os objetivos, importância e o

modo como os dados serão coletados, por ter entendido os riscos, desconfortos e benefícios que essa pesquisa

pode trazer para ele(a) e também por ter compreendido todos os direitos que ele(a) terá como participante e eu

como seu representante legal.

Autorizo, ainda, a publicação das informações fornecidas por ele(a) em congressos e/ou publicações

científicas, desde que os dados apresentados não possam identificá-lo(a).

Natal,__/__/__.

_________________________________

Assinatura do representante legal

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo RADIAÇÃO NATURAL NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO:

ANÁLISE DO RISCO À SAÚDE HUMANA PELA EXPOSIÇÃO GEOGÊNICA AO RADÔNIO E AO

CHUMBO, declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos

metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como

manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei infringindo as

normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as

pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal __/__/__

Assinatura do pesquisador responsável

__________________________________

Impressão datiloscópica do

representante legal

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Anexo 1B

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Centro de Biociências/Depto.de Biologia Celular e Genética

Laboratório de Mutagênese Ambiental

Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

PARA PARTICIPANTES MAIORES DE IDADE

Esclarecimentos,

Este é um convite para você participar da pesquisa: “Radiação Natural no Semiárido Brasileiro: Análise

do Risco à Saúde Humana pela Exposição Geogênica ao Radônio e ao Chumbo”, que tem como pesquisador

responsável a professora Viviane Souza do Amaral.

Esta pesquisa pretende avaliar os danos causados a saúde pela exposição à radiação natural na

população humana residente no município de Lajes Pintadas/RN/Brasil através de uma avaliação do risco.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é que o município de Lajes Pintadas/RN está inserido sobre

uma área geologicamente rica em pegmatitos, que são rochas que emitem agentes radioativos, como o gás

radônio. O radônio é um agente carcinogênico. A liberação deste gás no ar e na água pode levar a sérios riscos à

saúde da população, como o câncer de pulmão.

Caso você decida autorizar, sua participação envolverá uma entrevista com duração aproximada de 10

minutos. Também se realizará a coleta das amostras necessárias pra estudar a exposição de cada individuo. Serão

coletadas amostras de sangue, cabelo, urina e células epiteliais bucais. Além disso, será pedida uma permissão,

para fazer uma visita a suas casas com o objetivo de coletar amostras de água e solo (pó). Sobre estas amostras

serão estudados o conteúdo do contaminante em relação a radônio e chumbo e indicadores que depois serão

integrados na avaliação do risco para compreender se existe contaminação e quais são as implicações sobre a

saúde da população.

A participação é voluntária e se você decidir não participar e quiser desistir de continuar em qualquer

momento, ou ainda, se recusar a responder qualquer pergunta ou não aceitar doar amostras biológicas que

ocasione algum constrangimento, tem absoluta liberdade em fazê-lo.

Durante o procedimento que envolve a entrevista, a coleta de amostras de sangue, cabelo, urina e

células da mucosa da bochecha, a previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que você corre é semelhante

àquele sentido num exame clínico, físico ou psicológico de rotina.

Pode acontecer um desconforto no momento da coleta de sangue que será minimizado com conversa e

atividade lúdica, principalmente com as crianças que tem mais receio em fazer exames desta natureza e você terá

como benefício resultados sobre a sua saúde, como um hemograma completo e medição de glicose, que poderão

diagnosticar qualquer eventual problema de saúde que você possa ter.

Em caso de algum problema que você possa ter, relacionado com a pesquisa, você terá direito a

assistência gratuita que será prestada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para as doutorandas:

RICHELLY DA COSTA DANTAS, no telefone (84) 8709-6881 ou pelo e-mail [email protected]. e

MYCARLA NELY RODRIGUES DOS SANTOS, no telefone (84) 9606-1104 ou pelo e-mail

[email protected]. Você tem o direito de recusar sua autorização, em qualquer fase da

pesquisa, sem nenhum prejuízo para você e para você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou

publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa identificá-lo(a).

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e por um

período de 5 anos.

Se você tiver algum gasto pela participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo pesquisador e

reembolsado para você.

Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será indenizado.

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Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com a pesquisadora

responsável a professora Viviane Souza do Amaral.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão coletados nessa

pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de

todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa: Radiação Natural no Semiárido Brasileiro: Análise

do Risco à Saúde Humana pela Exposição Geogênica ao Radônio e ao Chumbo e autorizo a divulgação das

informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me

identificar.

Natal,__/__/__.

_________________________________

Assinatura do participante da pesquisa

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo RADIAÇÃO NATURAL NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO:

ANÁLISE DO RISCO À SAÚDE HUMANA PELA EXPOSIÇÃO GEOGÊNICA AO RADÔNIO E AO

CHUMBO, declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos

metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como

manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei infringindo as

normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as

pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal __/__/__

__________________________________

Assinatura do pesquisador responsável

Impressão datiloscópica do

representante legal

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Anexo 2

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIÊNCIA

DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA CECULAR E GENÉTICA

LABORATÓRIO DE GENÉTICA TOXICOLÓGICA

QUESTIONÁRIO PESSOAL

Entrevistador:_________________________

Nome:_______________________________________________Código:___________

Endereço:____________________________________________Tel.:_______________

1. Idade:_____ 2.Peso:____(kg) 3.Altura:____(cm) 4.Sexo: 1- Masc. ( ) 2- Fem. ( )

5.Natural: 1-Lajes Pintada( ), 2- Santa Cruz( ), 3- Outro: ( )_________________

6.Grupo étnico: 1- Branco( ), 2- Pardo( ), 3- Negro( ), 4- Amarelo( ), 5- Indígena( )

7. Nacionalidade: 1- Brasil( ), 2- Outro: ( )__________________________

8. Estado civil: 1- Casado( ), 2- Separado( ), 3-Solteiro( ), 4-Viúvo( )

9. O conjugue é parente? 1- Sim ( ) 2- Não ( )

10.Filhos: 1- Sim( ), 2- Não( )

11.Quantos filhos: homem____ mulher_____

12. Quanto tempo reside na cidade: ______ (anos)

13. Escolaridade: 1- 1º grau incompleto ( ), 2- 1º grau completo ( ), 3- 2º grau incompleto (

), 4- 2º grau completo ( ), 5- ( ) Superior incompleto, 6- ( ) Superior completo, 7- ( ) Pós-

graduado, 8- Analfabeto ( )

14.Trabalha atualmente?: 1- Sim ( ), 2- Não ( )

15.Tipo de trabalho: 1- Agricultor ( ), 2- Pescador ( ), 3- Dona de casa ( ),

4- Estudante( ),

5- Não se aplica ( ) , 6- Outro: ( )__________________

16. Trabalha com produtos químicos 1- sim ( ), 2-Não( )

17. Que produto/s químico/s?_______________________________

18.Utiliza equipamento de segurança no trabalho: 1- Sim ( ), 2- Não ( ), 3- Não se aplica( )

19. Descrição do equipamento (luvas, mascara etc. ):____________________________

20. Consume bebida alcoólica: 1- Às vezes ( ), 2- Sempre ( ), 3- Nunca( )

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50

21. Nº de copos de bebida alcoólica que consume por semana_____

22. Tipo de bebida alcoólica 1- cerveja ( ), 2- cachaça ( ), 3- vodka ( ), 4- vinho ( ), 5-

outro_______

23. Fuma?: 1- Sim ( ), 2- Não ( ), 3- Já fumei

24. Por quanto tempo fuma/fumou?________(anos)

25. Quanto fuma/fumava?: 1- Menos de uma carteira ( ), 2- 1-2 carteiras ( ), 3- mais de 2

carteiras ( ).

26. Tem ou teve câncer: 1- Sim ( ), 2- Não ( )

27. Tipo de câncer 1- benigno ( ), 2- maligno( )

28. Localização do câncer: 1- mama ( ), 2- pele ( ), 3- pulmão ( ), 4-bexiga ( ), 5- ovário ( ),

6- Rim ( ), 7- fígado ( ), 8- outro ( ): ____________

29.Conhecimento de alguma má formação na família:

1- Sim ( ), 2- Não ( ) Se sim, de que tipo?_______________________

30. Grau de parentesco 1- irmão ( ), 2- pai ( ), 3- mãe ( ), 4- filho( ), 5- avo paterno ( ), 6-

avo materno ( ), 7-tio ( ).

31. Histórico de aborto espontâneo:

1-Sim ( ), 2- Não ( ), 3- Não se aplica ( ) Se sim, quantos?______________________

32- Que tipo de água você bebe? 1- torneira ( ), 2- engarrafada ( ), 3- perfuração ( ),

4- outra ( ):________ por que?____________________________________________

33-Sua moradia é de que tipo? Aluga um quarto 1- ( ), 2- Casa ( ),

3- Apartamento ( ) 4-Outra ( )

34- Na sua casa a pintura das paredes esta em boas condições? 1- Sim ( ), 2- Não ( )

35- Na sua casa as paredes estão pintadas? 1- Sim ( ), 2- Não ( )

36- Na sua casa tem água de torneira? 1- Sim ( ), 2- Não ( )

37- Sua casa tem passado por reformas (ampliações, concertos etc.)? 1- Sim ( ), 2- Não ( )

38- O material de construção utilizado na sua casa, foi obtido de Lajes? (areia, pedras...)

1- Sim ( ), 2- Não ( )

39- O encanamento de sua casa é? 1- metálico ( ) 2- plástico ( )

40- Você trabalha em sua casa com chumbo? 1- Sim ( ), 2- Não ( )