UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · definição de exposição ambiental...
Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · definição de exposição ambiental...
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS CURSO DE BIOMEDICINA
ANNE NATHALIA DE SOUSA SILVA
AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO AO CHUMBO E A RELAÇÃO COM DETERMINANTES DE RISCO NA POPULAÇÃO DE LAJES PINTADAS-RN.
Natal Dezembro /2017
AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO AO CHUMBO E A RELAÇÃO COM DETERMINANTES DE RISCO NA POPULAÇÃO DE LAJES PINTADAS-RN.
por
Anne Nathalia de Sousa Silva
Orientadora: Profª. Drª. Viviane Souza do Amaral
Natal
Dezembro/ 2017
Monografia Apresentada à Coordenação do Curso de Biomedicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como Requisito Parcial à Obtenção do Título de Bacharel em Biomedicina.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Leopoldo Nelson - Centro de Biociências – CB
Silva, Anne Nathalia de Sousa.
Avaliação da exposição ao chumbo e a relação com determinantes
de risco na população de Lajes Pintadas-RN / Anne Nathalia de Sousa Silva. - Natal, 2017.
52 f.: il.
Monografia (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Centro de Biociências. Curso de Biomedicina. Orientadora: Profa. Dra. Viviane Souza do Amaral.
1. Avaliação de risco - Monografia. 2. Chumbo ambiental -
Monografia. 3. Radiação natural - Monografia. 4. Exposição ao chumbo - Monografia. I. Amaral, Viviane Souza do. II.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.
RN/UF/BSE-CB CDU 614.87
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS
CURSO DE BIOMEDICINA
A Monografia: Avaliação da exposição ao chumbo e a relação com determinantes de risco na população de Lajes Pintadas-RN. elaborada por Anne Nathalia de Sousa Silva e aprovada por todos os membros da Banca examinadora foi aceita pelo Curso de Biomedicina e homologada pelos membros da banca, como requisito parcial à obtenção do título de
BACHAREL EM BIOMEDICINA
Natal, 08 de Dezembro de 2017
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________ Profª. Drª . Viviane Souza do Amaral
(Departamento de Biologia Celular e Genética – CB- UFRN)
_________________________________________ Prof. Dr. Julio Alejandro Navoni
(Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas – CCS - UFRN)
_________________________________________ Ms. Feliphe Lacerda Souza de Alencar
(Departamento de Biologia Celular e Genética – CB – UFRN)
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado saúde e força para superar
as dificuldades com as quais me deparei.
Agradeço imensamente a minha família, especialmente a minha mãe Maria
do Carmo e as minhas irmãs Ayanne e Alanne, obrigada pelo apoio, incentivo,
dedicação e pela ajuda quando precisei.
Aos meus amigos, que estiveram comigo me apoiando e qυе fizeram parte de
minha formação е vão continuar presentes em minha vida.
Agradeço a todos os que estiveram comigo no lab. GENETOX,
compartilhando momentos e experiências que nunca esquecerei. Especialmente à
Luiza, que me deu todo o suporte com suas orientações e incentivos, desde o
primeiro dia de iniciação científica.
À minha querida e amável orientadora Prof.ª. Viviane, muito obrigada, por me
orientar, pela paciência, pelas idéias e decisões rápidas, por acreditar e fazer dar
certo e por ser uma excelente profissional, a qual me inspiro.
Ao Professor Júlio, pelo suporte que me deu no desenvolvimento deste
trabalho;
E a todas as Pessoas que de alguma forma fizeram com que esse trabalho
acontecesse de forma bem sucedida. Muito Obrigada!
RESUMO
A cidade de Lajes Pintadas (RN) está localizada na Província Pegmatítica da
Borborema. Região rica em minerais e metais, incluindo o chumbo (Pb), um metal
tóxico para diversos organismos, associado à neurotoxicidade e a distúrbios
cognitivos em crianças, envolvido com alterações em diversos órgãos, além de ser
um potencial carcinógeno para humanos. Desta maneira, esse estudo objetivou
avaliar a exposição humana ao chumbo ambiental, relacionando os níveis
encontrados com os fatores determinantes de risco. Para isso, foram avaliados os
níveis de chumbo ambiental em amostras de água e solo. A exposição da população
também foi avaliada através da dosagem de biomarcadores de exposição e efeito
(chumbo no sangue- Pbs e Zinco Protoporfirina- ZPP) respectivamente, em
amostras sanguíneas de 212 habitantes de lajes pintadas. Fatores de risco de
exposição ao chumbo foram avaliados mediante a aplicação de um questionário. O
nível de Pbs obtido atingiu de concentrações não detectáveis a 14,1 µg/dl. Os níveis
de ZPP estiveram entre 1,25 µg/dl e 114,20 µg/dl não tendo relação significativa com
os níveis de chumbo estabelecidos. Foi considerado um valor de corte para
definição de exposição ambiental ao chumbo de 3 µg /dL para Pbs. De acordo com o
valor de referencia internacional para Pbs, menos de 5% da população estudada
encontrava-se exposta. Enquanto que mais de 16% da população foi classificada
como exposta, considerando a referência de corte do estudo. Os indicadores de
exposição ao chumbo ratificaram uma exposição exclusivamente geogênica a este
elemento. A idade, gênero e tempo de residência estiveram relacionados aos níveis
de exposição encontrados. Não houve relação estatisticamente significativa entre o
nível de exposição com a prevalência de doenças descritas pela população. No
entanto, mesmo não sendo confirmada causalidade entre a exposição com as
patologias descritas, estudos adicionais são requeridos, levando em consideração
uma população potencialmente suscetível a baixos níveis de chumbo, como a
população infantil. Dessa forma, faz-se necessário uma analise do desenvolvimento
cognitivo nesta população.
Palavras chave: Avaliação de risco, Chumbo ambiental, Radiação natural, Exposição
ao chumbo.
ABSTRACT
Lajes Pintadas (RN) is a town located in Borborema Pegmatitic Province, in
brazilian northeast. The region is rich in minerals and metals, including lead (Pb), a
toxic metal to several organisms, associated with neurotoxicity and cognitive
disorders in children, involved with changes in various organs, and a potential human
carcinogen. Thus, this study aimed to evaluate the human exposure to environmental
lead, relating the levels found with the risk determining factors. The levels of
environmental lead were evaluated in soil and water samples. In addition, samples
blood of 212 Lajes Pintadas inhabitants was evaluated by the measurement of
exposure and effect biomarkers (lead in blood- Pbs and Zinc Protoporphyrin-ZPP),
respectively. The risk factors for lead exposure were assessed using a questionnaire.
The level of Pbs obtained reached from undetectable concentrations to 14.1 μg/dl.
ZPP levels ranged from 1.25 μg/dl to 114.20 μg/dl and were not significantly related
to lead levels established. A cut-off value of 3 μg/dL to Pbs was considered for the
definition of environmental exposure. According to international guidelines, less than
5% of the study population was exposed. While more than 16% of the population was
considered exposed, with the cut-off value estabilished. The exposure indicators to
lead has ratified an exclusively geogenic exposure to this element. Age, gender and
residence time were related to exposure levels found. There was no statistically
significant relationship between the level of exposure and the prevalence of diseases
described by the population. However, even if causality between exposure and
described pathologies is not confirmed, additional studies, considering a population
potentially susceptible to low levels of lead, such as children, through the analysis of
cognitive development, are required.
Keywords: Risk assessment, Environmental lead, Natural radiation, Lead exposure.
ÍNDICE
Página LISTA DE ABREVIATURAS ..................................................................................... viii
LISTA DE TABELAS .................................................................................................... ix
LISTA DE GRÁFICOS .................................................................................................. x
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................... xi
LISTA DE ANEXOS ..................................................................................................... xii
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13
1.1 ASPECTOS GERAIS ........................................................................................... 13
1.2 CARACTERÍSTICAS DO CHUMBO E OS RISCOS À SAÚDE .................... 14
1.2.1 CHUMBO ............................................................................................................ 14
1.2.2 TOXICOCINÉTICA ............................................................................................ 15
1.2.3 TOXICODINÂMICA ........................................................................................... 17
1.2.4 RISCOS A SAÚDE ............................................................................................ 17
1.2.5 EFEITOS DO CHUMBO NO AMBIENTE ...................................................... 19
1.3 LIMITES PERMISSÍVEIS ..................................................................................... 20
1.3.1 NÍVEIS DE CHUMBO NO SANGUE .............................................................. 20
1.3.2 NÍVEIS DE CHUMBO AMBIENTAL ................................................................ 20
1.4 A CIDADE DE LAJES PINTADAS ..................................................................... 21
2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 22
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................... 22
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 22
3 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 22
3.1 POPULAÇÃO DE ESTUDO ................................................................................ 22
3.2 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO E OS FATORES DE RISCO PARA EXPOSIÇÃO AO CHUMBO ....................................................................................... 22
3.3 CARACTERIZAÇÃO DO NÍVEL DE CHUMBO AMBIENTAL ....................... 23
3.3.1 DETERMINAÇÃO DO CHUMBO EM AMOSTRAS DE ÁGUA .................. 23
3.3.2 DETERMINAÇÃO DO CHUMBO NAS AMOSTRAS DE SOLO ................ 23
3.4 AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO AO CHUMBO AMBIENTAL .......................... 24
3.4.1 DETERMINAÇÃO DE CHUMBO NO SANGUE ........................................... 24
3.4.2 QUANTIFICAÇÃO DE ZINCO PROTOPORFIRINA EM SANGUE. .......... 24
3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ...................................................................................... 25
4 RESULTADOS .......................................................................................................... 26
5 DISCUSSÃO ............................................................................................................. 32
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 37
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 38
viii
LISTA DE ABREVIATURAS
µg/dL Microgramas por decilitro
CDC Centers For Disease Control and Prevention
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
EUA Estados Unidos da América
Hb Hemoglobina
HPLC High performance liquid chromatography
IARC International Agency for Research on Cancer.
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICP-OES Inductively Coupled Plasma Optical Emission Spectrometry
K2EDTA Dipotassium Ethylenediaminetetraacetic Acid –Anticoagulante
Kg Kilogramas
M Molar
OR Odds Ratio
Pb Chumbo
Pbs Chumbo no Sangue
pH Potencial hidrogeniônico
PVC Policloreto de Vinila
QI Quociente de Inteligência
rmp Rotações por minuto
RN Rio Grande do Norte
SPSS Statistical Package for the Social Sciences
ZPP Zinco Protoporfirina
ix
LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Caracterização sociodemográfica e Níveis de Pbs...................................27
Tabela 2 - Níveis de Chumbo no sangue e de Zinco Protoporfirina..........................28
Tabela 3 - Fatores de Risco e Exposição ao chumbo...............................................29
Tabela 4 - Odds Ratio para associação de Pbs com alterações clínicas..................31
x
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1- Níveis de Chumbo ambiental....................................................................28
Gráfico 2 – Níveis de Pbs por faixa etária..................................................................30
Gráfico 3 – Prevalência das alterações clínicas em Lajes Pintadas RN....................31
xi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Série de desintegração do 238U: Adaptado de Robertson et.
al.(2013).....................................................................................................................14
Figura 1 – Localização de Lajes Pintadas-RN: Adaptado de Abreu, Raphael
Lorenzeto (2006)........................................................................................................21
xii
LISTA DE ANEXOS Anexo 1A – Termo de Consentimento Livre Esclarecido – Menores de
Idade...........................................................................................................................45
Anexo 1B - Termo de Consentimento Livre Esclarecido – Maiores de
Idade...........................................................................................................................47
Anexo 2 – Questionário..............................................................................................49
13
1 INTRODUÇÃO
1.1 ASPECTOS GERAIS A questão da saúde de populações envolvendo problemas ambientais vem
sendo considerada cada vez mais urgente e importante para sociedade. A exposição
humana a agentes químicos, físicos e /ou biológicos, pode ser originada tanto por
fontes naturais como artificiais, podendo causar sérios danos à saúde de pessoas
expostas (Dantas, 2012).
Os seres humanos estão expostos à radiação natural de fontes que incluem
radionuclídeos geogênicos. E no nordeste brasileiro, uma enorme região
geologicamente conhecida como província pegmatítica da Borborema, apresenta a
uma das maiores reservas de urânio (²³⁸U) do mundo (Dantas, 2017). Este é um
elemento radioativo que gera, a partir de sua desintegração, subprodutos
radionuclídeos (figura 1), e como produto final, o chumbo (como 210Pb e 206Pb), por
ser o elemento mais estável (WNA, 2017).
Um dos subprodutos radioativos gerados a partir da desintegração do ²³⁸U é o
Radônio, um gás de meia vida relativamente curta (3,84 dias). Este gás encontra-se
disperso no ambiente, podendo se acumular nas residências. Consequentemente a
população exposta estará inalando esse gás, e o mesmo continua a sofrer
desintegração radioativa dentro dos organismos até a formação do 210Pb que tem
meia vida de 22 anos aproximadamente (Robertson et. al, 2013).
A cidade de Lajes Pintadas-RN está situada exatamente em cima dessa área
pegmatítica, que também é rica em diversos minerais e metais, incluindo o chumbo.
Além disso, esses minerais foram explorados e usados como os principais produtos
da economia local. Com isso, foram observados elevados níveis de gás radônio,
derivados do decaimento do Urânio, nas residências (Campos et al., 2013;
Austerlitz, Villar e Campos, 2009).
14
Figura 1 – Série de desintegração do 238U
O chumbo pode gerar grandes preocupações à saúde, por ser um metal
tóxico e causar danos em diversos órgãos. Além disso, está associado a danos
cognitivos, distúrbios comportamentais e diminuição do quociente de inteligência
(QI) em crianças. E tendo em vista os graves riscos que sua exposição pode causar,
principalmente em populações suscetíveis, já que é amplamente distribuído no
ambiente, além das questões ambientais decorrentes do uso deste, uma avaliação
em populações potencialmente expostas faz-se necessária.
1.2 CARACTERÍSTICAS DO CHUMBO E OS RISCOS À SAÚDE
1.2.1 CHUMBO
O chumbo, cujo símbolo é Pb, é um metal pesado, tóxico, elemento do grupo
14 ou família IVA da tabela periódica. É um importante constituinte de mais de 200
minerais e pode existir no meio ambiente na forma inorgânica, ou seja, como íons
Pb2+ e Pb4+, sendo este ultimo menos frequente, ou na forma orgânica,
complexado a compostos de carbono (IARC, 2006).
Este metal, encontrado abundante na crosta terrestre, é extraído desde a
antiguidade, estando amplamente distribuído e sendo encontrado livre e em
associação com outros elementos no solo, água ou associado a partículas de
aerossóis no ar (Tong et al., 2000; Flora SJS; Flora GJS; Saxena G, 2006). E como
Fon
te: A
dap
tad
o d
e R
obe
rtso
n e
t. a
l. (
201
3).
15
consequência, a exposição ambiental a este elemento agora pode ser verificada em
qualquer lugar do mundo (Fitch et al, 2004, IARC, 2006, Montes et al., 2006).
A intoxicação por Pb foi muito importante nos séculos XVI a XIX, devido ao
seu uso generalizado em cerâmica, canos, construção de barcos, fabricação de
janelas, indústria de armas, pigmentos e impressão de livros (García-Lestón et al.,
2010). Devido à atividade antropogênica, os níveis de poluentes metálicos têm
aumentado desde a revolução industrial, atingindo valores considerados tóxicos para
os seres vivos (Nagaiyoti et al., 2010; Szymańska-Chabowska et al., 2015).
Desde então o Pb vem sendo utilizado na indústria química e de construção,
em placas de baterias elétricas, esmaltes, vidros e tintas. Também podem estar
presente na água ou no tabaco (Devóz et al. 2017; Garcia-Lestón J et al., 2010). E é
um dos seis poluentes mais tóxicos que ameaçam a vida, juntamente com os
radionuclídeos derivados do decaimento do urânio, crômo, arsênio, mercúrio e
pesticidas (Andrade et al., 2015; Blacksmith Institute, 2015). Como consequência
final, níveis variáveis de Pb podem ser encontrados na cadeia alimentar atingindo a
população humana (WHO, 2008, Caggiano et al., 2005, Smith, Van Ravenswaay,
Thompson, 1998, Bahéna et al., 2017).
1.2.2 TOXICOCINÉTICA
Este elemento não apresenta nenhuma função fisiológica conhecida sobre o
organismo de seres humanos e animais (Dietert; Piepenbrink, 2006). Os processos
fisiológicos de absorção, distribuição, armazenamento e eliminação do Pb são
influenciados por fatores endógenos (constituição genética, fatores antropométricos,
estado de saúde) e fatores exógenos, tais como tempo da exposição ocupacional,
exposição simultânea a outras substâncias, drogas, álcool e fumo (Flora SJS; Flora
GJS; Saxena G, 2006; Onalaja; Claudio, 2000).
O Pb inorgânico pode ser absorvido após inalação, exposição oral e por via
dérmica, mas de forma muito menos eficiente do que as duas anteriores. A extensão
e a taxa de absorção de chumbo através do trato gastrointestinal dependem do
indivíduo e das características físicas do meio ingerido. As crianças podem absorver
40-50% de uma dose oral de chumbo solúvel em água, em comparação com adultos
que só absorvem de 3 a10% (ATSDR, 2007).
O processo de absorção do Pb no trato gastrointestinal ocorre principalmente
no duodeno por mecanismos saturáveis. E tanto em seres humanos quanto em
16
animais experimentais, a absorção por essa via é fortemente influenciada pela
idade, o estado de jejum/ alimentação (humanos em jejum e animais experimentais
absorvem mais do que no estado alimentado); o estado nutricional (ingestão de
gordura e calorias, fósforo, cobre, zinco e, especialmente, estado de ferro e cálcio,
todos afetam a absorção do Pb), a solubilidade (compostos de Pb solúveis são
melhor absorvidos) e tamanho de partícula (WHO, 2006).
Não há dados que indiquem que a fração de Pb absorvida a partir de uma
exposição por inalação depende do suporte de chumbo no pulmão. Os padrões e as
taxas de deposição de partículas são altamente dependentes do tamanho das
partículas e da taxa de ventilação, mas todo o Pb depositado no pulmão é
eventualmente absorvido (WHO, 2006; ATSDR, 2007).
A distribuição deste metal no corpo ocorre via corrente sanguínea de forma
aleatória e eventualmente se acumula nos ossos. Em adultos, aproximadamente
94% da carga corporal total de Pb se encontra nos ossos em comparação com
aproximadamente 73% em crianças (ASTDR, 2007; Mason; Harp; Han, 2014) .
No organismo, esse elemento é encontrado principalmente em glóbulos
vermelhos. Condições como gravidez, aleitamento, menopausa e osteoporose
aumentam a reabsorção óssea e, consequentemente, também aumentam a
presença desse metal no sangue. Dessa forma, o Pb pode ser transferido da mãe
para o feto e também da mãe para os bebês através do leite materno (Martins et al.,
2014; Rabinowitz, 1991; Tsaih et al, 2001).
As principais vias de excreção do Pb são renal, pela urina, e biliar , com
eliminação nas fezes, independentemente da via de exposição. Outras vias de
excreção em menor proporção incluem o suor, saliva, cabelo, unhas e leite materno.
O tempo de meia-vida para eliminação do Pb inorgânico no sangue e nos ossos são
aproximadamente 30 dias e 27 anos, respectivamente (Holstege et al., 2015;
ASTDR, 2007).
Apesar da exposição mais frequentes ser de origem ocupacional por inalação
ou ingestão (Wani, Ara and Usmani 2015; ASTDR. 2007), A exposição ambiental
torna-se mais difícil e preocupante em termos de controle de exposição, visto que o
chumbo pode estar distribuído no solo, na atmosfera e até nas fontes de água e
alimentos (Tong et al., 2000; Caggiano et al., 2005 WHO, 2008; Smith; Van
Ravenswaay; Thompson, 1998, Bahéna et al., 2017).
17
1.2.3 TOXICODINÂMICA
O metabolismo do chumbo inorgânico consiste na formação de complexos
com uma variedade de ligantes proteicos e não proteicos. Os compostos orgânicos
de chumbo são metabolizados ativamente no fígado por desalquilação oxidativa por
enzimas P-450. A toxicidade deste elemento provavelmente está relacionada à sua
afinidade pelas membranas celulares e mitocôndrias, por interferir com a fosforilação
oxidativa mitocondrial e com as ATPases de sódio, potássio e cálcio. Além disso, o
Pb tem a capacidade de inibir ou imitar as ações do cálcio (que podem afetar
processos dependentes de cálcio ou relacionados) e interagir com proteínas
(incluindo aqueles com grupos sulfidrila, amina, fosfato e carboxila) (ATSDR, 2007;
Lu; Guizzetti; Costa, 2002; Gressens et al, 2001).
O Pb ainda interfere na atividade dos mensageiros intracelulares
dependentes do cálcio e da proteína quinase C do cérebro; estimula a formação de
corpos de inclusão que podem translocar o metal em núcleos celulares e alterar a
expressão gênica; interage com cátions essenciais, particularmente cálcio, ferro e
zinco; interfere com a bomba de sódio-potássio e trifosfato de adenosina (Na + / K +
-ATP); e altera as membranas celulares e mitocondriais, aumentando assim a
fragilidade celular. Além disso, inibe a pirimidina-5'-nucleotidase e altera outras
funções nucleotídicas (Gressens et al, 2001; Patočka; Černý, 2003).
Dessa maneira, o Pb interfere com muitos sistemas enzimáticos do corpo,
afetando assim a função de praticamente todos os órgãos. As manifestações
clínicas da toxicidade do chumbo incluem sintomas referentes ao sistema nervoso
central, ao sistema nervoso periférico, ao sistema hematopoiético, ao sistema renal
e ao sistema gastrointestinal. As crianças expostas ao chumbo podem sofrer
consequências devastadoras por causa dos efeitos do chumbo no desenvolvimento
cerebral (Souza; Tavares, 2009; Patočka; Černý, 2003 ).
1.2.4 RISCOS A SAÚDE
Mesmo em baixos níveis de exposição, este elemento tem sido associado a efeitos
deletérios na saúde humana, incluindo: hipertensão, dano renal e alterações no
sistema nervoso central que levam a falta de atenção, distúrbios de memória,
dificuldades de aprendizagem, comprometimento do comportamento social e do QI;
E ainda tem efeitos sobre os sistemas: cardiovascular, reprodutivo, hematopoiético,
18
imunológico, endocrinológico e gastrintestinal, capaz de provocar alterações em
testes bioquímicos, como inibição enzimática, e de causar defeitos congênitos.
(Healey et al., 2010, CDC, 2003, Stoia et al., 2009, Counter et al., 2008, CDC 2007,
Fraser et al., 2006; ATSDR. 2007; Beyersmann and Hartwig, 2008; WU et al., 2017).
Além disso, o Pb foi categorizado como um provável carcinógeno humano (IARC,
2006).
O metal atua em alvos moleculares, e os principais efeitos genotóxicos e
mutagênicos provocados diretamente ou indiretamente pelo Pb estão relacionados a
alteração das funções celulares por produção de radicais livres (induzindo estresse
oxidativo nas células) ou por inibição do reparo do DNA. Estes fatores contribuem
para o desenvolvimento de várias doenças (Bahéna et al., 2017). Podendo, por
exemplo, exacerbar e/ou acelerar o desenvolvimento de doenças que possuem
causas multifatoriais, tais como aterosclerose, hipertensão, doenças
neurodegenerativas, disfunção orgânica e mesmo desenvolvimento de câncer
(Healey et al ., 2010).
O sistema hematológico é um dos alvos importantes, pois o chumbo
concentra-se nos eritrócitos e sua dosagem nesse meio biológico é mais comum
para monitoramento de exposição, devido às medições no sangue refletirem a
exposição a todos os compostos de chumbo (inorgânicos e orgânicos) e todas as
rotas de exposição (inalação, ingestão e dérmica) (ASTDR, 2007). Neste sistema, o
Pb pode induzir a quadros clínicos de anemia e redução da síntese do heme por
provocar mudanças na composição das proteínas e lipídios da membrana dos
eritrócitos e inibir a síntese da hemoglobina (Gurer-Orhan, Sabır , Özgünes, 2004).
O processo de inibição da síntese da hemoglobina pelo chumbo está
relacionado a uma série de alterações metabólicas e biológicas, dentre elas a
inibição de enzimas envolvidas na síntese de heme, como a ferroquelatase. A
inibição desta enzima resulta na substituição do ferro (Fe²+) pelo zinco (Zn²+) no anel
de protoporfirina nos eritrócitos, formando zinco-protoporfirina (ZPP) (Flora et al.,
2012). Dessa forma, quando há intoxicação por Pb, as concentrações de ZPP no
sangue aumentam e são consideradas uma medida útil no monitoramento da
exposição crônica ao Pb (Flora et al., 2012).
19
1.2.5 EFEITOS DO CHUMBO NO AMBIENTE
No solo, a contaminação por metais pesados, como o Pb, pode ser devido à
presença desse metal em adubos, pesticidas, fertilizantes e em emissões de
incineradores, exaustores de carros, além dos resíduos de mineração e decaimento
radioativo. Esse metal é altamente persistente no solo, permanecendo por milhares
de anos no mesmo e sua acumulação excessiva pode ter efeitos deletérios sobre a
fertilidade do solo, afetando funções do ecossistema e constituindo um risco para a
saúde de plantas e animais (SUN et al, 2001).
Dados sobre acúmulo de metais pesados no solo foram estudados em vários
organismos, e mostram a importância da monitoração de metais pesados, incluindo
o chumbo, nessa superfície (A Heikens; Peijnenburg; Hendriks, 2001; Migliorini et
al., 2004). Esses estudos documentam que o acumulo de metais pesados, como o
Pb, crescem com o aumento das concentrações desse metal no solo e podem ser
letais pra alguns organismos.
Com esses trabalhos, verificou-se que o solo contaminado pode servir como
uma via para contaminação de organismos que nele vivem. Assim, invertebrados
terrestres são os primeiros organismos mais suscetíveis à contaminação proveniente
do solo, dado sua estreita relação com este ambiente. Além dos invertebrados
terrestres, as plantas também podem sofrer com a contaminação, pois, este metal
também prejudica a fertilidade do solo. Com isso, pode-se perceber que a
contaminação do solo traz diversos prejuízos ao ambiente, colocando em risco a
vida e de uma maneira indireta, sendo uma preocupação de saúde pública.
Já a contaminação das fontes de água por metais pesados pode ocorrer de
diversas formas, seja por descarga de efluentes industriais, domésticos, agrícolas
e/ou por fontes naturais (Chaves et al., 2015). E especialmente em Lajes pintadas, a
fonte natural torna-se a mais relevante para este estudo, principalmente devido a
sua formação geológica.
Com a escacez hídrica neste município, causada por baixa precipitação
pluviométrica e por longos períodos de seca, foram construídos reservatórios de
água, como o açude da cachoeira, para suprir as necessidades da população local.
Mas, algumas características geoquímicas da região podem afetar negativamente a
qualidade da água, seja por processos de escoamento e ou por lixiviação, tornando
a água disponível um vetor potencial para disseminação de substâncias tóxicas,
20
como o Pb. E estudos nesse açude mostraram elevados teores de chumbo,
afirmando que essa fonte de água é imprópria para consumo (Dantas et al., 2017).
1.3 LIMITES PERMISSÍVEIS
1.3.1 NÍVEIS DE CHUMBO NO SANGUE
Durante várias décadas, o CDC (Centro de Controle e Prevenção de
Doenças) emitiu orientações que identificaram níveis de chumbo no sangue,
principalmente em crianças de 1 a 5 anos de idade, que eram preocupantes em
relação à intervenção de saúde pública. Por décadas esses valores vieram sendo
atualizados, observando-se cada vez mais, que concentrações menores de chumbo
no sangue causavam alterações preocupantes para saúde. Em 1970, esse valor era
de 40 μg/dL. Caiu para 30 μg/dL em 1975, 25 μg/dL em 1985 e 10 μg/dL em 1991
(CDC, 1991). No ano de 2012, o CDC observou os efeitos adversos do chumbo no
desenvolvimento cognitivo em valores de Pbs menores do que 10 μg/dL e
estabeleceu o valor de referência para concentração de chumbo no sangue em 5
μg/dL (CDC, 2012).
1.3.2 NÍVEIS DE CHUMBO AMBIENTAL
No Brasil, os limites permissíveis para metais ambientais são regulamentados
pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), e os limites internacionais
são regulamentados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Atualmente a
resolução nº 357 do CONAMA (2005) permite o limite máximo de chumbo na água
de 33µg Pb/L, quando esta for da classe 3 (águas que podem ser destinadas ao
abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado;
à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; à pesca amadora e à
recreação de contato secundário). E a resolução nº 420 do CONAMA (2009)
regulamenta o limite de chumbo no solo em até 72 mg.Pb /Kg.
21
1.4 A CIDADE DE LAJES PINTADAS
Figura 2 – Localização do município de Lajes Pintadas – RN.
O município de Lajes Pintadas está localizado na mesorregião do Agreste
Potiguar do Estado do Rio Grande do Norte, situado a 135 quilômetros da capital do
estado, a cidade de Natal (Figura 2). Caracteriza-se por ocupar uma área territorial
de 130.211 km² com uma população de 4.813 pessoas (IBGE 2010). A cidade foi
desmembrada do município vizinho de Santa Cruz e tornou-se município em 1958,
com conclusão das obras referentes ao Açude público, destinado a abastecer a
comunidade que se formava. Este seria desativado em 2003, após a construção da
Adutora Monsenhor Expedito, responsável pelo abastecimento de 23 localidades no
Agreste do Estado. Entretanto, estudos demonstraram que a população residente
ainda depende do Açude de Lajes para inúmeras atividades tais como o
abastecimento de água e pesca, já que a adutora ainda não chega às casas mais
próximas ao açude (Dantas et al., 2011). A economia da região foi centrada na
exploração de pedras semipreciosas (ametista, água-marinha, berílio), mas
atualmente baseia-se principalmente na agricultura, agropecuária e comércio.
Fonte
: A
dap
tado d
e A
bre
u (
2006)
22
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
O presente estudo teve como objetivo avaliar a exposição ambiental ao
chumbo na cidade de Lajes pintadas-RN relacionando os níveis de Pb encontrados
com os fatores determinantes de risco.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Avaliar concentração do chumbo ambiental
o Por meio da medição do teor de chumbo no solo e nos
reservatórios de água.
Avaliar concentração do Chumbo no sangue
o A partir das dosagens sanguíneas de Pbs e de Zinco-
Protoporfirina.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 POPULAÇÃO DE ESTUDO
O estudo foi realizado entre julho de 2014 e abril de 2015 no município de
Lajes Pintadas-RN. O estudo experimental de secção transversal aleatorizado,
envolveu um total de 212 moradores, sendo 77 do gênero masculino e 135 do sexo
feminino, com idades entre 2 e 86 anos, que vivem na área urbana da cidade. Esses
moradores foram convidados a participar do estudo através de ações educativas de
saúde pública desenvolvidas na cidade e concordaram em participar do estudo
depois de assinar o termo de consentimento livre e esclarecido (anexos 1A e 1B).
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte sob o parecer da CAE 20368713.8.0000.5537.
3.2 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO E OS FATORES DE RISCO PARA EXPOSIÇÃO AO CHUMBO
Uma entrevista foi conduzida aos participantes através de um questionário
(anexo 2) que incluiu 40 perguntas considerando os seguintes tópicos: fatores
sociodemográficos (idade, naturalidade, escolaridade, tipo de trabalho realizado
23
pelo entrevistado, tempo que reside na cidade), infraestrutura das habitações e
condições de habitação (por exemplo, tipo de residência, materiais de construção
utilizados no edifício), condições sanitárias (por exemplo, acessibilidade ao sistema
de água, tipo de encanamento, entre outros), fatores de estilo de vida (tabagismo,
consumo de bebidas alcoólicas) e registros médicos (histórico de câncer,
malformações e abortos na família).
3.3 CARACTERIZAÇÃO DO NÍVEL DE CHUMBO AMBIENTAL
Foram analisadas 12 amostras de água e 6 amostras de solo para determinar
o teor de chumbo utilizando o método ICP-OES (Inductively Coupled Plasma Optical
Emission Spectrometry) e seguindo o protocolo descrito pela USEPA, 2007. Os
locais de coleta envolveram apenas a área urbana da cidade.
3.3.1 DETERMINAÇÃO DO CHUMBO EM AMOSTRAS DE ÁGUA
As amostras de água analisadas envolveram quatro tipos de fontes: poços,
torneiras residenciais, barragem local e uma mina da região desativada há 30 anos.
Essas amostras foram coletadas em garrafas de vidro estéreis, foram mantidas
refrigeradas a 4ºC e levadas ao laboratório para serem processadas seguindo as
recomendações da APHA (2005). Foram coletadas 45 ml de água em cada fonte,
adicionados e homogeneizados 5 ml de ácido nítrico concentrado as amostras para
minimizar a precipitação e adsorção do chumbo nas paredes do recipiente. A
solução obtida foi filtrada usando um filtro de 0,45 μm antes de ser analisada.
3.3.2 DETERMINAÇÃO DO CHUMBO NAS AMOSTRAS DE SOLO
Para a análise do chumbo no solo, as amostras foram coletadas em seis
áreas diferentes espalhadas na região urbana. As amostras foram coletadas em
frascos de vidro e levadas ao laboratório para serem processadas. As amostras,
coletadas com pesos iguais, foram secas a 60ºC e trituradas com pilão de porcelana.
Posteriormente, o pó foi peneirado em um filtro separador de 1 mm (16 MESH/
TYLER), 0,150 mm (100 MESH/ TYLER) e 0,063 mm (230 MESH/ TYLER). As
amostras foram então novamente aquecidas no forno a 100 ° C durante 150 minutos
e arrefecidas num exsicador, depois passaram por um tratamento com ácido
clorídrico (HCl) a 0,5 M durante 150 minutos sob agitação constante. Depois disso,
24
as amostras foram mantidas para decantação e a fração líquida foi transferida para
frascos de vidro refrigerados e limpos até a análise.
3.4 AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO AO CHUMBO AMBIENTAL
Amostras de sangue dos 212 residentes de Lajes Pintadas foram coletadas
por punção venosa periférica em tubos à vácuo distribuídas em duas alíquotas, uma
com o anticoagulante heparina para as análises toxicológicas e outra com o
anticoagulante K2EDTA para análise hematológica (eritrograma). Para realização do
eritrograma foi utilizado o LABTEST SHD-20. Os parâmetros toxicológicos para
avaliar a exposição ao chumbo foram as concentrações de chumbo no sangue e a
zinco-protoporfirina.
3.4.1 DETERMINAÇÃO DE CHUMBO NO SANGUE
As quantificações de chumbo em amostras do sangue foram feitas por
espectrofotometria de absorção atômica com atomização eletrotérmica em forno
grafite utilizando o equipamento Variam AA240Z Atomic Absorption Spectrometer na
Universidade Federal da Bahia. As amostras de sangue foram tratadas mediante
diluição com o modificador composto por: tensoativo triton X100 (tensoativo),
Antifoam B (antiespumante) fosfato diacido de amonio e ácido nitrico. E seguiu o
protocolo do preparo das amostras de sangue para quantificação do Pb como
descrito por Menezes-Filho et al. (2012). Como critério de validação dos resultados,
foram utilizadas amostras em três níveis: baixo, médio e alto, do programa de
Controle de Qualidade de Chumbo no Sangue do Instituto Adolfo Lutz.
3.4.2 QUANTIFICAÇÃO DE ZINCO PROTOPORFIRINA EM SANGUE.
A determinação analítica de ZPP no sangue dos mesmos indivíduos foi
realizada adaptando-se o protocolo desenvolvido por Ho et al (1987), utilizando um
sistema de cromatografia líquida de alta performance (HPLC) Agilent Technologies
1260 Infinity, composto por uma bomba quaternária, uma coluna cromatográfica
Zorbax Eclipse XDBC18 (4,6 mm x 150 mm x 5 µm) e um detector de fluorescência
(Perkin Elmer, Série 200). O sistema cromatográfico utilizado envolveu uma fase
móvel composta de metanol e solução fosfato 0,01 M, pH 5,6 (78:22 v/v), com fluxo
isocrático de 1,8 mL/min. O detector de fluorescência foi programado para o
comprimento de onda de excitação 405 nm e de emissão 630 nm. Realizou-se um
25
controle de qualidade interno para a ZPP nas concentrações de 10, 50 e 100 µg/dL,
utilizando sangue de indivíduo não exposto ao chumbo. Para o processo de
extração, 660 µL da solução extratora foram adicionados a microtubos que
continham 200 µL dos calibradores, amostras e controles internos de qualidade. Em
seguida, estas amostras foram homogeneizadas em vórtex por 20 e centrifugadas
por 5 minutos a 14000 rpm. Posteriormente, 500 µL do sobrenadante foram
transferidos para frascos do amostrador automático. O volume de injeção do método
foi de 30 µL.
3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA
As informações obtidas através dos questionários foram analisadas usando
estatística descritiva (média, desvio padrão, mínimo, máximo e mediana). O teste de
normalidade de Kolmogorov-Smirnov foi utilizado para averiguar a distribuição
normal ou não das variáveis. A correlação entre os parâmetros foi realizada
utilizando o teste de correlação de Spearman. Depois de categorizar os grupos pelo
fator de risco de exposição e pelo nível de chumbo no sangue, a diferença
estatística entre os grupos foi realizada utilizando testes não paramétricos de
Kruskal-Wallis e Mann-Whitney. As tabelas cruzadas foram usadas para avaliar a
relação entre os fatores de suscetibilidade e informações do histórico médico, além
de calcular as probabilidades e a razão de chances (Odds Ratio). As diferenças
estatísticas foram avaliadas utilizando o teste de qui-quadrado. E os resultados com
valores de p <0,05 foram considerados estatisticamente significativos. O programa
utilizado na análise estatística foi o SPSS versão 22 para Windows (IBM
Corporation, EUA).
26
4 RESULTADOS
Uma caracterização demográfica da população de estudo foi realizada para
os 212 participantes do estudo, com base nas respostas da entrevista. Foram
analisadas as categorias: idade, gênero, naturalidade, tempo de residência em Lajes
pintadas, escolaridade, tipo de trabalho, exposição ocupacional ao chumbo e a
outros químicos, hábito de fumar, fonte de água e níveis de chumbo no sangue por
grupos, como mostrado na tabela 1.
A idade dos participantes variou entre 2 e 86 anos e foram agrupadas de
acordo com a classificação etária como: crianças (2 a 11 anos de idade),
adolescentes (12 a 18 anos de idade), adultos (19 a 59 anos de idade) e idosos (60
anos ou mais de idade). A predominância foi de adultos (40,1 %) seguidos por
crianças na faixa dos 6 - 11 anos (35, 8%). Apenas 15,1% eram idosos acima de 60
anos.
Desta amostra de 212 indivíduos, observou-se que mais de 60% eram
mulheres com apenas 77 homens. Dos entrevistados, apenas 33% (70) eram
naturais de Lajes Pintadas, 91 eram naturais de Santa Cruz e 51 eram naturais de
outras cidades. No entanto, mais da metade da população de estudo relataram viver
na cidade a mais de 30 anos.
Quanto a escolaridade, apenas 4 entrevistados possuíam ensino superior
completo, enquanto que mais de 47% possuíam apenas o 1º grau incompleto. Neste
quesito, 19 participantes não responderam a questão. Pouco mais de 40% dos
entrevistados eram profissionalmente ativos. Desses, 75% indicaram não trabalhar
diretamente com produtos químicos. E no que se refere ao chumbo, não houveram
casos de contato com esse metal no ambiente de trabalho.
Quanto ao hábito de fumar cigarro mais de 67% não apresentavam este
hábito. Apenas 10,37% ainda eram fumantes enquanto que 21,7% foram fumantes.
E em relação ao consumo de água, 64% bebem água da torneira, prevalecendo o
sistema de distribuição local da cidade, onde 88,4% das residências apresentam
encanamento de PVC e apenas 2,9% tem encanamento metálico.
A exposição ocupacional foi avaliada a partir dos dados obtidos na entrevista,
a partir da pergunta: “Você trabalha com chumbo em casa?”. Foram considerados
expostos ocupacionalmente as pessoas que relataram trabalhar diretamente com o
27
metal ou com alguma atividade que empregue o metal nas atividades cotidianas.
Para essa pergunta, 40 participantes não responderam ou não souberam responder.
Tabela 1 - Características sociodemográficas e níveis de Pbs (µg/dL)
N: Número de pessoas; DP: Desvio Padrão; Mín.: valor mínimo; Máx.: valor máximo. Os
asteriscos representam uma diferença significante p <0,05 (*) e p <0,10 (**). Valores não significativos
foram representados por NS.
A análise da água mostrou a ausência do chumbo nas amostras coletadas. Já
os teores de chumbo encontrados no solo apresentaram uma média de Pb de 8,33 ±
3,15 mg/kg (gráfico 1), valor 8 vezes menor do que a quantidade descrita nas
regulamentações nacionais (CONAMA res nº 420, 2009).
Características N(%) Média + DP Mín. – Máx. P valor
Gênero 0,041* Masculino 77(36,32) 2,10± 2,27 0,00 – 13,50 Feminino 135(63,68) 1,70± 2,10 0,30 - 14,10
Idade (faixa etária) 212 0,050* Crianças (0-11anos) 83(39,2) 1,66± 2,23 0,00 – 14,10
Adolescentes (12-18 anos) 12(5,7) 2,56± 3,72 0,70 – 13,50 Adultos (19-59 anos) 85(40,1) 1,52± 1,25 0,60 – 7,00
Idosos (≥60 anos) 32(15) 2,92± 2,81 0,60 – 12,00 Fumante (cigarro) NS
Sim 22 (10,37) 2,49± 2,74 0,00 -12,00
Já fumou 46(21,7) 2,28 ± 2,68 0,60 – 14,10
Não 144 (67,93) 1,61 ± 1,71 0,30 – 13,50 Naturalidade NS
Lajes pintadas 70 (33) 1,84± 1,70 0,60 – 7,40 Santa Cruz 91 (42,9) 1,80± 2,50 0,30 – 14,10 Outras 51 (24,1) 1,92± 2,14 0,00 – 12,00
Tempo de residência (anos) 0,074** Menos de 10 48 (22,64) 1,65± 2,66 0,50 – 14,10 11 – 20 35 (16.51) 2,13± 2,45 0,30 – 13,50 21 – 30 21 (9,91) 1,30± 1,02 0,60 – 4,00 Mais de 30 108 (50,94) 1,94± 1,98 0,00 – 12,00 Escolaridade NS Não Alfabetizado 10 (4,7) 3,65± 4,03 0,70 – 13,50 Fundamental Incompleto 101 (47,6) 2,02 ± 2,29 0,00 - 14,10
Fundamental completo 14 (6,6) 1,29 ± 0,71 0,70 – 3,30
Ensino médio incompleto 19 (9,0) 2,13 ± 2,98 0,60 -13,50 Ensino médio Completo 42 (19,8) 1,22 ± 0,95 0,60 – 5,00
Superior incompleto 1 (0,5) 2,50 -
Superior completo 4 (1,9) 0,67 ± 0,05 0,60- 0,70
Pós graduado 2 (0,9) 4,05 ± 5,30 0,30 – 7,80
Fonte de água NS Torneira 37(17,5) 1,60± 1,57 0,30 – 9,70 Engarrafada 19(9,0) 1,81± 2,77 0,30 – 13,50 Poço artesanal 10(0,5) 1,70± 1,37 0,70 – 3,80 Cisterna 35(16,0) 2,53± 4,06 0,00 – 14,10 Exposição ocupacional ao chumbo NS Sim 8 (4,7) 1,42± 1,17 0,30 -3,50 Não 164 (95,3) 1,74± 2,21 0,00 – 14,10
28
Gráfico 1 – Níveis de chumbo ambiental
As concentrações de Pbs e ZPP foram analisadas em 212 e 119
participantes, respectivamente. Os valores obtidos para Pbs atingiram de
concentrações não detectáveis a 14,10 µg/ dL, com uma concentração média de
1,85µg/dL; Enquanto que os níveis de Zinco Protoporfirina apresentaram variação de
112,95µg/dL, com mediana de 8,70µg/dL, como mostrado na tabela 2.
Tabela 2 – Níveis de chumbo e zinco-protoporfirina na população da cidade de Lajes
Pintadas-RN.
Parâmetro N Media
Geométrica
Mediana Intervalo
Interquartil
Mín.- Máx.
Pbs (µg/dL) 212 0,00 0,70 1,20 0,60 - 14,10
ZPP (µg/dL) 119 7,76 8,70 13,00 1,25 – 114,20
Para entender a fonte de exposição ao chumbo, o nível de exposição
estabelecido foi avaliado considerando descrições sociodemográficas como os
fatores de risco da exposição a este elemento. Os fatores demográficos analisados
foram o gênero e a idade. E os fatores de risco foram as condições de pintura das
paredes das residências, as reformas das casas e o material de construção usado
nas residências, como mostrado na tabela 3.
0
20
40
60
80
água(mg/L) Solo
(mg/kg)
0 11,33
0,03
72 Lajes Pintadas
CONAMA
29
Tabela 3 - Níveis de Chumbo e Fatores de Risco
Variáveis
demográficas e fatores de risco
N
Chumbo (µg/dL)
P Valor
Zinco Protoporfirina
(µg/dL)
P valor
Gênero 0,041* 0,238
Masculino 77 1,30 7,20 Feminino 135 0,70 9,10
Idade (anos): 0,050* 0,309
0-11 83 0,90 8,60 12-18 12 0,70 17,90 19-59 85 0,70 8,70
≥60 32 1.95 6,70 Paredes Pintadas 0,858 0,131
Sim 159 0,70 8,90 Não 13 1,10 3,65
Reforma da residência
0,510 0,063
Sim 70 0,70 6,95 Não 102 0,70 9,60
Origem dos materiais de construção
0,322
0,485
Local 144 0,70 8,60
Os resultados foram expressos como mediana. As diferenças foram significantes quando p <
0.05 (*). A idade foi representada por faixas etárias (0-11 anos: Crianças; 12-18 anos:
Adolescentes; 19-59 anos: Adultos e ≥ 60 anos: Idosos).
A distribuição das concentrações de chumbo no sangue nas variáveis
analisadas não apresentou distribuição normal, dessa forma os testes estatísticos
não paramétricos de Mann-whitney e kruskal wallis foram usados para comparar a
distribuição de chumbo nos grupos sociodemográficos.
O gênero mostrou uma tendência positiva para maior exposição no grupo
masculino com média de Pbs de 2,1µg/dL, enquanto que para o gênero feminino foi
observada uma concentração média de 1,7µg/dL. Outras correlações
estatisticamente significantes foram observadas em relação à idade dos
participantes, em que idosos mostraram maior nível médio de chumbo sanguíneo
em comparação as demais faixas etárias (Gráfico 2); Além do fator idade, o tempo
de residência também apresentou significância estatística.
30
Gráfico 2- Níveis de Chumbo no sangue por faixa etária
No entanto, neste trabalho não foram encontradas correlações significativas
entre os níveis de Pbs e os fatores de risco: reformas residenciais, pintura de
paredes ou uso de materiais de construção local. Além disso, não houve relação
entre etnia ou escolaridade com os níveis de chumbo.
Para observar se os participantes apresentavam anemia, foram avaliados no
eritrograma os valores da hemoglobina (Hb) e foram estabelecidos valores cortes
para a mesma, definidos com base no gênero e na idade dos indivíduos. Mulheres e
crianças (0-11 anos) foram agrupadas em uma única categoria, sendo considerados
anêmicos quando apresentavam níveis de Hb menores do que 12g/dL, enquanto
que para homens o limite foi de 13g/dL. O número de casos de anemia e outras
alterações clínicas obtidas a partir da entrevista, é mostrado no gráfico 3.
1,2348
1,4122
1,1858
1,9204
0-11 anos 12-18 anos 19 - 59 anos ≥60 anos
Média Géométrica de Pbs por faixa etária
31
Gráfico 3 – Prevalência das alterações clínicas em Lajes Pintadas-RN.
A fim de estabelecer uma associação entre a exposição e os históricos
clínicos, baseados nos relatos da entrevista, foi considerado o valor de corte para o
Pbs de 3µg/dL, e as pessoas com Pbs maiores do que três foram consideradas
expostas. As Odds ratios (OR) estabelecidas foram obtidas através de tabelas
cruzadas e para malformações congênitas, aborto espontâneo e anemia, como
mostrado na tabela 4. No entanto nenhuma significância estatística foi obtida entre
essas associações.
Tabela 4 - Odds Ratio para associação de Pbs com alterações clínicas.
Alterações
Clínicas
OR IC 95%
Inferior
IC 95%
Superior
P- valor
Abortos
Espontâneos
1,185 0,447 3,142 0,117
Anemia 1,848 0,801 4,265 2,114
Câncer 1,506 0,182 12,457 0,146
Malformações 0,462 0,209 1,026 3,716
OR: Odds Ratio; IC: Intervalo de confiança; Os resultados são considerados significantes quando p < 0,05*.
42
49
55
9
0
10
20
30
40
50
60
Anemia Malformação Aborto Cancer
Número de casos
32
5 DISCUSSÃO
Com os avanços nos estudos de saúde humana e ambiental, a exposição ao
chumbo continua a ser um dos problemas mais importantes em termos de
prevalência de exposição e impacto na saúde pública. Dessa forma, esse estudo,
procurou investigar a exposição, os fatores de risco e as fontes envolvidas na
exposição ao chumbo, na cidade de lajes Pintadas.
Analisando os fatores ambientais como determinantes de risco, obtivemos
valores não detectáveis de chumbo nas amostras de água. Com isso, poderia ser
dito que a água não oferece perigo de contaminação para os moradores da região.
Porém, sabe-se que as amostras são pontuais e em outro estudo realizado por
Dantas et al., (2017), foi observado níveis de chumbo que chegaram a ser sete
vezes maior que o valor recomendado.
Em relação às análises de chumbo no solo, as concentrações obtidas estão
de acordo com os níveis de chumbo encontrados em outros estudos nessa região
(Dantas et al., 2012) e em áreas com condições ambientais similares (Marcon et al.,
2017). No entanto, alguns estudos observaram níveis variáveis e mais baixos. Por
exemplo, Chaves et al. (2016) encontraram níveis de chumbo quantificáveis na
cidade de Parelhas, a 200 km da área de estudo. E os níveis de chumbo na água
variaram de 0,033 a 0,066 mg/L, superiores aos valores da orientação nacional
(CONAMA res nº 357, 2005).
A partir do final do século XX, pesquisas revelaram que índices menores de
exposição ao Pb, considerados anteriormente seguros, também ocasionam efeitos
negativos nos seres vivos, com resultados diferenciados mais evidentes em idosos,
gestantes e crianças (Mattos RCOC et al., 2009). E que esse metal pode ser
bioacumulado com a exposição crônica. Esses acúmulos tornam-se preocupantes,
principalmente quando se consideram populações mais sensíveis, como crianças
(<6 anos) e mulheres grávidas, que os efeitos negativos no desenvolvimento
neurológico foram demonstrados (Martins et al., 2014, Barn, 2011, Dascanio et al.,
2010).
Assim, para predizer que população estava sendo exposta ao metal, avaliou-
se os biomarcadores Pbs e ZPP no sangue. A determinação do Pb no sangue é
considerada o indicador mais representativo da exposição a este elemento,
responsável por captar uma variação de exposição recente ao chumbo, bem como o
33
chumbo que foi mobilizado a partir de tecidos de armazenamento, principalmente
nos ossos. (Counter et al, 2008; Barcelos et al, 2015).
Na análise do Pbs, apesar de o valor máximo alcançado chegar a mais de
duas vezes o limite recomendado pelo CDC (2012), quando analisado os níveis
médios, observa-se que estes não representam nem a metade do limiar permitido,
estando mais de 95% da população estudada dentro do valor estabelecido na
diretriz internacional de 5 μg/dL. E considerando que a população está sendo
exposta a altos níveis de radiação provenientes do decaimento do urânio, como
comprovado por estudos anteriores na região (CPRM, 2017; Dantas et al., 2017;
Chaves et al., 2017), a análise da plumbemia mostrou níveis de chumbo no sangue
relativamente baixos. Assim, o nível de exposição descrito foi comparável ao
encontrado em outros cenários ambientais no Brasil (Barcelos et al., 2015; Ferron et
al., 2012; Lopes et al., 2014).
Considerando a relação das características da população com os níveis de
chumbo obtidos, observa-se que houve relação significante dos níveis de chumbo
entre os gêneros e esses resultados foram comparáveis com outros estudos (Freire,
2014; Lopes et. al ,2014). Uma das explicações deve-se ao fato de que em geral,
homens têm maiores níveis de hematócrito do que as mulheres, e o chumbo
analisado foi proveniente dos eritrócitos.
Outra possível explicação pode está relacionada à suscetibilidade individual,
em que pessoas suscetíveis exibem uma resposta diferente ou melhorada ao
chumbo do que a maioria das pessoas expostas ao mesmo nível no meio ambiente.
Os motivos podem incluir determinantes genéticos, idade, saúde e estado nutricional
além da co-exposição com outras substâncias tóxicas (por exemplo, fumaça de
cigarro). E esses parâmetros podem resultar em diminuição da eliminação do
chumbo, ou comprometimento da função dos órgãos afetados pelo chumbo
(ATSRD, 2006).
O fator idade também mostrou estar correlacionado com os níveis de chumbo
encontrados e, de acordo com os pesquisadores, esses achados são consistentes
com a teoria de que a exposição crônica ao chumbo leva bioacumulação desse
metal nos ossos e que há uma remobilização do chumbo ósseo para a corrente
sanguínea com a reabsorção óssea (Korrick et al., 2002; Tsaih et al., 2001; Hu et al.,
2007).
34
Os sintomas da intoxicação por chumbo estão relacionados ao nível de
exposição alcançado, por exemplo, mudanças na coordenação motora são relatadas
quando os níveis de Pbs estão superiores a 30-50 μg/dL, enquanto vários estudos
indicam que os níveis de chumbo no sangue abaixo de 10 μg / dL estão associados
a insuficiência renal e problemas vasculares (CDC, 2003, Healy et al., 2010, ATSDR
1999, Araújo et al, 1999). No entanto, a intoxicação crônica em níveis baixos tem
uma alta morbidade devido aos efeitos irreversíveis sobre os déficits cognitivos e
psicomotores, sendo a população infantil a mais suscetível como foi descrito
anteriormente.
Portanto, a relação entre o tempo de residência (idade) e a exposição ao nível
de Pb destaca tanto a exposição da população atual de crianças como o potencial
efeito que o Pb atribui à população ao longo do tempo de exposição. Além disso, o
nível de Pbs não descreveria completamente os níveis totais de chumbo no corpo
nem as consequências da exposição. E considerando como determinante a carga de
exposição acumulada, teriam o risco e os efeitos deletérios potencializados ao longo
do tempo (Wu et al, 2016).
Como não foi encontrada nenhuma correlação entre os fatores de risco e os
resultados de chumbo encontrados, é possível presumir uma ausência total de
exposição antrópica do chumbo no cenário estudado, prevalecendo apenas a
exposição envolvendo fontes naturais de chumbo. Além disso, apesar estudos terem
documentado que a exposição ambiental ao chumbo difere por etnia e status
socioeconômico (Hu, et al., 2007), neste estudo não foi observado relação entre
esses fatores e a exposição ao Pb visto que a fonte de exposição prevalente foi de
fonte geogênica.
O outro biomarcador analisado foi a Zinco-Protoporfirina, esta avalia o efeito
da exposição ao chumbo. Ela é originada sempre que há diminuição de ferro sérico,
independente da presença de chumbo (Labbé; Vreman; Stevenson, 1999). No
entanto, o Pb causa inibição da enzima ferroquelatase, responsável pela inserção do
ferro na protoporfirina IX para a formação do heme, as moléculas de protoporfirina IX
livres se ligam a íons Zn²+ formando assim a Zinco-protoporfirina (ZPP) (Souza,
Tavares, 2009; Ortega et al., 2013; Flora et al., 2012).
A ação do chumbo na ferroquelatase ocorre nos eritroblastos, na medula
óssea, e há uma demora de cerca de 120 dias para que os níveis de ZPP sejam
35
evidenciados na corrente sanguínea. Como a ZPP só é destruída ao fim da vida útil
dos eritrócitos, aproximadamente três meses, ela pode ser considerada um
marcador de efeito tardio de exposição (Molin; Paoliello; Decapitani, 2006).
No entanto, a zinco-protoporfirina mostrou estar correlacionada com o
chumbo no sangue quando este atinge valores maiores ou iguais a 30 μg/dL para
adultos e 15 μg/dL ou mais para crianças (D'souza et al., 2011; Counter et al., 2008;
Kim et al. 2015). Sendo assim, neste estudo os níveis de zinco-protoporfirina, não
estavam relacionados ao nível de exposição ao chumbo como consequência dos
baixos níveis de chumbo encontrados, logo não pôde ser utilizados como indicador
de efeito biológico devido à exposição ao chumbo.
Embora nesse estudo não tenha sido encontrada uma correlação entre o nível
de exposição com os históricos de doenças, uma elevada morbidade ainda é
observada em outros estudos, devido a intoxicação por exposição crônica ao Pb.
Como abordado anteriormente, este elemento perturba múltiplas funções corporais
essenciais, produzindo uma ampla gama de sintomas e sinais, além de causar
efeitos irreversíveis sobre o sistema neurológico, prejudicando o desenvolvimento do
sistema nervoso (Counter et al., 2008; Fraser et al., 2006, Valent et al., 2004 ).
Os países desenvolvidos têm conseguido reduzir o uso de chumbo nos
últimos anos, principalmente através de programas de prevenção da exposição
(Gulson, 2008). No entanto, em países em desenvolvimento como o Brasil, a
contaminação ambiental com chumbo continua sendo um importante problema de
saúde pública, principalmente porque as informações sobre as doenças e os
agravos provocados pela exposição ao chumbo ainda não foram completamente
estabelecidas (Ministério da Saúde, 2017).
No Brasil, dentre as dificuldades enfrentadas para criar politicas efetivas no
monitoramento da exposição ao chumbo estão: a complexidade em reconhecer a
relação causa-efeito da exposição ao chumbo com o desenvolvimento de
determinadas doenças; A notória subnotificação nos sistemas de informação; A
existência de poucos trabalhos epidemiológicos de busca ativa de casos; E a
escassez de serviços especializados para diagnosticar intoxicações agudas e
crônicas, bem como alterações hematológicas e neurológicas.
Cabe ressaltar ainda, que o chumbo, sendo um metal não essencial, não
desempenha nenhuma atividade útil no organismo humano ou dos demais seres
36
vivos, ao contrário, mostra-se altamente tóxico. Portanto, pode-se dizer que qualquer
quantidade, por menor que seja, pode ser considerada um excesso nocivo. Esta
afirmativa baseia-se na escassez de dados mais detalhados quanto ao mecanismo
de toxicidade de vários metais, entre eles o chumbo. Conhecendo melhor os
mecanismos de ação dos contaminantes, pode-se estabelecer novos limites
máximos permissíveis destes no ambiente ou mesmo suas taxas encontradas nos
organismos vivos.
Dessa maneira, para assegurar o limiar atual, ainda é necessário comprovar,
através de estudos, que níveis mais baixos de chumbo sanguíneo não são capazes
de causar graves efeitos adversos a saúde, confirmando que o limiar atualmente
estabelecido é seguro (Triantafyllidou e Edwards, 2014, Borghini et al., 2016, Martins
et al., 2014). Por isso, níveis mais baixos do que o valor de referência atual devem
ser considerados na avaliação de risco.
Portanto, considerando as condições ambientais e a ausência de fontes
antropogênicas, o limiar de corte utilizado neste trabalho para a definição de
exposição ou não exposição foi estabelecido em 3 μg / dL para analisar a
associação da exposição com os históricos médicos relatados pela população na
entrevista. Apesar disso, não foram encontradas associações significativas entre
essas variáveis e o nível de exposição estabelecido.
Por fim, devido o chumbo, na cidade de Lajes Pintadas, ser proveniente de
fontes naturais e por causar tantos danos à saúde, há necessidade de um
monitoramento dessa população, com uma avaliação para danos cognitivos,
principalmente em crianças, que é uma população mais susceptível. E para
comprovar que os níveis de chumbo encontrados na população lajespintadense são
originados pelo decaimento radioativo, faz-se necessário uma análise de chumbo
isotópico. Essa avaliação da exposição da população ao chumbo é necessária para
verificar o impacto de fontes naturais de radiação sobre a saúde da população.
37
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com a avaliação de exposição realizada, conclui-se que a
exposição ao chumbo encontrada foi estritamente associada a fontes geogênicas
naturais. E sendo este metal o último produto da decomposição do urânio, uma vez
que a região estudada está localizada em uma área geológica com depósitos
naturais de urânio, a origem geogênica do chumbo pode estar relacionada com esta
condição.
Neste estudo, as concentrações de chumbo encontradas, tanto a nível
ambiental quanto nas amostras sanguíneas, estavam dentro dos limites permissíveis
de acordo com seus órgãos regulamentadores. Porém, na análise de Pbs foram
encontradas associações positivas entre a exposição ao Pb e idade e tempo de
residência, sendo um fator preocupante, principalmente para populações de
suscetibilidade, pois esse tipo de exposição leva ao acúmulo deste metal tóxico no
organismo e comprovadamente causa diversos danos ao sistema nervoso.
A ausência da associação entre a exposição a este elemento e os efeitos
sobre a saúde comprovam a utilidade do valor de referência internacionalmente
válido. No entanto, a qualidade ambiental deve ser destacada pela presença de
outros agentes tóxicos relacionados às características geológicas da cidade acima
mencionadas.
Portanto, com base na avaliação realizada, a população de lajes pintadas
está sob exposição ao chumbo geogênico, e apesar dos baixos níveis de chumbo
encontrados e da ausência de associação do Pbs com as doenças descritas pela
população, ainda é necessário uma avaliação para observar se ocorre alguma
alteração a nível de desenvolvimento cognitivo nessa população, em virtude das
alterações cognitivas conhecidas causadas por exposição a este metal. Além disso,
uma análise isotópica também torna-se fundamental para comprovar que o chumbo
geogênico, ao qual a população está exposta, é proveniente do decaimento
radioativo do urânio.
38
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A HEIKENS,; PEIJNENBURG, W.j.g.m; HENDRIKS, A.j. Bioaccumulation of heavy metals in terrestrial invertebrates. Environmental Pollution, [s.l.], v. 113, n. 3, p.385-393, ago. 2001. ANDRADE V. M., Mateus M. L. , Batoréu M. C, Aschner M., Marreilha dos Santos A. P. Lead, Arsenic, and Manganese Metal Mixture Exposures: Focus onbiomarkers of Effect. Biol Trace Elem Res. 2015; 166:13–23. APHA. Standard methods for the examination of water and wastewater, 19th Edition. American Water Works Association and Water Pollution Control Federation, DC.2005 ATSDR (Agency for Toxic Substances and Disease Registry). Toxicological profile for lead. US Departament of Health and Human Services, Public Health Service, Atlanta, 2007. AUSTERLITZ, C; Villar, H.P; Campos, D. Dealing With Presumed Radioactive Contamination – A Modest Proposal. International Nuclear Atlantic Conference (INAC) 2009, Rio de Janeiro, RJ, Brazil.
BAGCHI, D., and Preuss, H. G.. Effects of acute and chronic oval exposure of lead on blood pressure and bone mineral density in rats.. J Inorg Biochem. 2005; 99, 1155-1164. BARCELOS GRM, Souza MF, Oliveira AAS, Lengert AVH, Oliveira MT, Camargo RBOG, et al. Effects of genetic polymorphisms on antioxidant status and concentrations of the metals in the blood of Riverside Amazonian communities co-exposed to Hg and Pb. Environmental Research. 2015; 138, 224-232. BAHÉNA A B V, Mendoza OT, Godínez EM, Souto SAS, Ruiz J, Beristain GH. Source apportionment of lead in the blood of women of reproductive age living near tailings in Taxco, Guerrero, Mexico: An isotopic study. Science of the Total Environment. 2017. BARN P, Kosatsky T. Lead in school drinking water: Canada can and should address this ongoing exposure source. Canadian Jornal of Public Health. 2011; 102 (2)118-121. BEYERSMANN, Detmar; HARTWIG, Andrea. Carcinogenic metal compounds: recent insight into molecular and cellular mechanisms. Archives Of Toxicology, [s.l.], v. 82, n. 8, p.493-512, 22 maio 2008. Springer Nature. BLACKSMITH INSTITUTE. 2015 World's Worst Pullution Problems: The New Top Six Toxic Threats: A Priority List for Remediation. 2015. Disponível em: <http://www.worstpolluted.org/>. Acesso em: 06 dez. 2017.
BORGHINI A, Gianicolo EA, Andreassi MG. Usefulness of biomarkers as intermediate endpoints in health risks posed by occupational lead exposure. Inter Journal of occupational Medicine and Enviromental Health. 2016; 29(2) 167-178.
39
CAGGIANO R, Sabia S, D’Emilio M, Macchiato M, Anastasio A, Ragosta M, et al. Metal levels in fodder, milk, dairy products, and tissues sampled in ovine farms of Southern Italy. Environmental Research. 2005; 99, 48–57. CAMPOS, T.F.C. et al. O Gás Radônio Doméstico e a Radioatividade Natural Em Terrenos Metamórficos: o Caso do Município de Lucrecia (Rio Grande do Norte, Brasil). Revista de Geologia, v. 26, n. 2, p.85-93, 2013. CAMPOS, T.F.C. et al. O gás radônio e a radiação natural em terrenos metagraníticos e pegmatíticos: o caso do município de Lages Pintadas (Rio Grande do Norte, Brasil). Revista de Geologia, v. 26, n. 2, p.45-52, 2013. CARREL, Margaret et al. High prevalence of elevated blood lead levels in both rural and urban Iowa newborns: Spatial patterns and area-level covariates. Plos One, [s.l.], v. 12, n. 5, p.1-17, 16 maio 2017. Public Library of Science (plos). Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Childhood lead poisoning from commercially manufactured French ceramic dinnerware—New York City, 2003. MMWR Morb Mortal Wkly Rep 2004ª ;53:584–6. CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION – United States. Interpreting and Managing Blood Lead Levels <10 μg/dl in Children and Reducing Childhood Exposures to Lead. MMWR Morb Mortal Wkly Rep.2007:56(8)1-20. CHAVES, L.C. C. ; Navoni, J. A. ; De Morais F., D. ; Batistuzzo De Medeiros, S. ; Ferreira Da Costa, T. ; Petta, R. A. ; Souza Do Amaral, Vi. . Water Mutagenic Potential Assessment On A Semiarid Aquatic Ecosystem Under Influence Of Heavy Metals And Natural Radioactivity Using Micronuclei Test. Environmental Science And Pollution Research International . 2016,V. 00, P. 01-09. CHEN, Xiao et al. Effects of lead and cadmium co-exposure on bone mineral density in a Chinese population. Bone, [s.l.], v. 63, p.76-80, jun. 2014. Elsevier BV. CONAMA-Conselho Nacional Do Meio Ambiente. Resolução No 357, De 17 De Março De 2005. Publicada No Dou Nº 053, De 18/03/2005, Págs. 58-63 CONAMA-Conselho Nacional Do Meio Ambiente. Resolução No 420, De 28 De Dezembro De 2009. DOU Nº 249, De 30/12/2009, págs. 81-84 Counter SA, Buchanan LH, Ortega F. Zinc protoporphyrin levels, blood lead levels and neurocognitive deficits in Andean children whith chronic lead exposure. Clinical Biochemistry. 2008;41, 41-47. CPRM, Serviço geológico do Brasil, (Acesso em Novembro de 2017) http://www.cprm.gov.br/ DAI, Yifeng et al. Elevated lead levels and changes in blood morphology and erythrocyte CR1 in preschool children from an e-waste area. Science Of The Total Environment, [s.l.], v. 592, p.51-59, ago. 2017. Elsevier BV.
40
DANTAS, Richelly da Costa. Análise de Toxicidade no Açude Riacho da Cachoeira, Lajes Pintadas (RN) um Desafio Interdisciplinar. 2012. 99 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Desenvolvimento e Meio Ambiente, Prodema, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2012. DANTAS, Richelly da Costa et al. Influence of natural radon and metal contamination on surface water quality from a Brazilian Semiarid Region. Acta Scientiarum. Biological Sciences, [s.l.], v. 39, n. 3, p.275-282, 18 set. 2017. Universidade Estadual de Maringa. Dascanio D, Rodrigues OMR, Valle TGM. Relação entre os estilos parentais e o desempenho intellectual de crianças com plumbemia. Avaliação psicológica. 2010; 9 (3) 461-470. DEVÓZ, Paula Pícoli et al. Lead (Pb) exposure induces disturbances in epigenetic status in workers exposed to this metal. Journal Of Toxicology And Environmental Health, Part A, [s.l.], p.1-8, set. 2017. Informa UK Limited. DIETERT, Rodney R.; PIEPENBRINK, Michael S.. Lead and Immune Function. Critical Reviews In Toxicology, [s.l.], v. 36, n. 4, p.359-385, jan. 2006. Informa UK Limited. FITCH, A. Sublime Lead: The biography of a 5000 year toxic love affair. Loyola University Chicago, 2004.
Flora G., Gupta D., Tiwari A. Toxicity of lead: A review with recent updates. Interdiscip Toxicol. 2012; Vol. 5(2): 47–58. FLORA, SJS.; FLORA, GJS.; SAXENA, G. Environmental occurrence, health effects and management of lead poisoning. In: Cascas, SB.; Sordo, J., editors. Lead: Chemistry, Analytical Aspects, Environmental Impacts and Health Effects. Netherlands: Elsevier Publication; 2006. P. 158-228. FRASER S, Muckle G, Despres C.The relationship between lead exposure, motor function and behaviour in Inuit preschool children. Neurotoxicology and Teratology. 2006; 28, 18-27.
GARCÍA-LESTÓN J, Roma-Torres J, Vilares M, Pinto R, Cunha LM, Prista J, et al. Biomonitoring of a population of Portuguese workers exposed to lead. Mutation Research. 2011; 721, 81-88.
GRESSENS P, Mesples B, Sahir N, Marret S, Sola A. Environmental factors and disturbances of brain development. Semin Neonatol 2001;6:185–94 GUERRA, Carolina de Souza. Utilização de dentes decíduos de regiões com diferentes históricos de contaminação ambiental para detecção de grupos de crianças expostas ao chumbo no Brasil. 201 p. Tese (Doutorado em Biologia Buco-Dental) - Universidade Estadual de Campinas, 2010.
41
GURER-ORHAN , Hande ; SABIR , Handan U. ; ÖZGÜNE, Hilal . Correlation between clinical indicators of lead poisoning and oxidative stress parameters in controls and lead-exposed workers. Toxicology, [S.l.], v. 195, p. 147-154, set. 2004. GULSON B, Stable lead isotopes in environmental health with emphasis on human investigations. Sci. Total Environ.2008; 400, 75–92. HEALEY N, Jones-Otazo H, Walker M, Knafla A. Toxicological Review and Recommended Toxicological Reference Values for Lead Exposure in Canada. Report prepared for Health Canada, Healthy Environments. 2010. HO, J.; GUTHRIE, R.; TIECKELMANN, H. Quantitative determination of porphyrins, their Precursors and zinc protoporphyrin in whole blood and Dried blood by high-performance liquid Chromatography with fluorimetric detection. Journal of Chromatogrophy, [S.I.].1987, v.417,p. 269-276, 1987. HOLSTEGE, Christopher P et al. Pathophysiology and Etiology of Lead Toxicity. 2015. Disponível em: <https://emedicine.medscape.com/article/ 2060369-overview >. Acesso em: 11 dez. 2017. HU, Howard et al. He Epidemiology of Lead Toxicity in Adults: Measuring Dose and Consideration of Other Methodologic Issues. Environmental Health Perspectives, S[l], v. 115, n. 3, p.455-462, 2007.
IARC Monographs on the Evaluation of Carcinogenic Risks to Humans. Volume 87 inorganic and organic lead compounds. Lyon, France, 2006.
IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.Censo Demográfico 2010. Características gerais da população, religião e pessoas com deficiência. Natal: IBGE, 2012. (Accesed January 2017) http://www.ibge.gov.br/home/. KIM, Hwan-cheol et al. Evaluation and management of lead exposure. Annals Of Occupational And Environmental Medicine, [s.l.], v. 27, n. 1, p.27-30, dez. 2015. KORRICK, S. A. Et al. Correlates of Bone and Blood Lead Levels among Middle-aged and Elderly Women. American Journal Of Epidemiology, [s.l.], v. 156, n. 4, p.335-343, 15 ago. 2002. Oxford University Press (OUP). LABBÉ, Robert F.; VREMAN, Hendrik J.; STEVENSON, David K.. Zinc Protoporphyrin: A Metabolite with a Mission. Clinical Chemistry, S[l], v. 45, n. 12, p.2060-2072, dez. 1999.
LU H, Guizzetti M, Costa LG. Inorganic lead activates the mitogen-activated protein kinase kinase-mitogen-activated protein kinase-p90(RSK) signaling pathway in human astrocytoma cells via a protein kinase C-dependent mechanism. J Pharmacol Exp Ther 2002;300:818–23
MARCON AE, Navoni JÁ, De Oliveira GMF, Garcia, ACFS, Do Amaral VS, Petta RA, Campos TFC, Panosso, R, Quinelato AL, De Medeiros SRB. Mutagenic potential
42
assessment associated with human exposure to natural radioactivity. Chemosphere (Oxford). 2017;167,36-43. MARTINS E, Varea A, Apezteuía M, González HF, Girardelli A, Caro LS, et al. Prenatal lead exposure and relationship whith maternal exposure determinants in a public matemity hospital of La Plata, Argentina. Science of the Total Environment. 2014; 473-474, 43-47. MENEZES-FILHO, J. A.; CARVALHO, W. A.; SPÍNOLA, A. G. Avaliação da exposição ocupacional ao chumbo em uma metalúrgica: um estudo transversal. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo. 2003, v. 29 n. 105/106, p. 63-72. MIGLIORINI, Massimo et al. The effects of heavy metal contamination on the soil arthropod community of a shooting range. Environmental Pollution, [s.l.], v. 129, n. 2, p.331-340, maio 2004. MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL. Portal da Saúde (http://portal.saude.gov.br) Acesso em 03 de Novembro 2017. MONTES SANTIAGO, J. Goya, Fortuny, Van Gogh, Portinari: lead poisoning in painters across three centuries. Revista Clinica Española. 2006, v. 206 (1), p. 30-32.
NAGAJYOTI PC, Lee KD, Sreekanth TVM. Heavy metals, occurrence and toxicity for plants: a review. Environ Chem Lett. 2010; 8 (3), 199-216. Doi:10.1007/s10311-010-0297-8
ONALAJA, A O; CLAUDIO, L. Genetic susceptibility to lead poisoning. Environmental Health Perspectives, S[i], p.23-28, mar. 2000.
ORTEGA, Fernando et al. Tracking Blood Lead and Zinc Protoporphyrin Levels in Andean Adults Working in a Lead Contaminated Environment. Journal Of Toxicology And Environmental Health, Part A, [s.l.], v. 76, n. 19, p.1111-1120, 2 out. 2013.
PATOČKA, Jiří ; ČERNÝ, Karel . INORGANIC LEAD TOXICOLOGY. ACTA MEDICA, Hradec Králové, v. 2, n. 46, p. 65-72, dez. 2003.
RABINOWITZ, M B. Toxicokinetics of bone lead. Environmental Health Perspectives, S[l], v. 91, p.33-37, 1991. RAO, A.B, De Castro C., Adusumilli M.S., Barreto S.B. The Lages Pintadas Aquamarine Deposits, Ene Brasil: A New Gem Province And A New Model. Estudos Geológicos, 2004, v. 14: 54-61.
ROBERTSON, Aaron et al. The Cellular and Molecular Carcinogenic Effects of Radon Exposure: A Review. International Journal Of Molecular Sciences, [s.l.], v. 14, n. 7, p.14024-14063, 5 jul. 2013. MDPI AG.
SMITH ME, Van Ravenswaay EO, Thompson RS. Sales loss determination in food contamination incidents: An application to milk bans in Hawaii. American Journal of Agricultural Economics. 1998; 70 (3), 513–520.
43
SOUZA, Ana M.; TAVARES, Cristiane F. F. Chumbo e anemia. Medicina, Ribeirão Preto, v. 3, n. 42, p. 337-340, dez. 2009.
STOIA M, Oancea S., Obreja D. C. Comparative study of genotoxic effects in workers exposed to inorganic lead and low dose irradiation using micronucleus test. Rom J Leg Med. 2009,(4) 287 – 294
SUN, B.; ZHAO, F. J.; LOMBI, E.; McGRATH, S. P. Leaching of heavy metais from contamined soils using EDTA. Environmental Poilution, v. 113, p. 111-120, 2001.
SZYMAŃSKA-CHABOWSKA, Anna et al. The relationship between selected VDR, HFE and ALAD gene polymorphisms and several basic toxicological parameters among persons occupationally exposed to lead. Toxicology, [s.l.], v.334, p. 12-21, ago. 2015.
TRIANTAFYLLIDOU S, Edwards M. Critical reviews in environmental science and technology. Taylor &Francis. 2014; 42(13) 1297-1352. TONG S, von Schirnding YE, Prapamontol T.Environmental lead exposure: a public health problem of global dimensions. Bull World Health Organ.2000;78,9:1068-77. TSAIH, S W et al. Nfluence of bone resorption on the mobilization of lead from bone among middle-aged and elderly men: the Normative Aging Study. Environmental Health Perspectives, S[l], v. 10, n. 109, p.995-999, out. 2001. UNSCEAR- United Nations Scientific Committee on the Effects of Atomic Radiation.Report on hereditary effects of radiation to the general assembly. Unit. Nations, Vienna.2001. U.S.EPA. Method 3051A – Microwave assisted acid digestion of sediments, sludges, soils, and oils. Washington, DC, Disponível em: http://www.epa.gov/epawaste/hazard/testmethods/sw846/pdfs/3051a.pdf., 2007. 30 p. VALENT F, Little D, Bertollini R, Nemer LE, Barbone F, Tamburlini G. Burden of disease attributable to selected environmental factors and injury among children and adolescents in Europe. Lancet. 2004; 363,9426:2032-9. WANG, Hua et al. High serum lead concentration in the first trimester is associated with an elevated risk of small-for-gestational-age infants. Toxicology And Applied Pharmacology, [s.l.], v. 332, p.75-80, out. 2017. Elsevier BV. WANI, Ab Latif; ARA, Anjum; USMANI, Jawed Ahmad. Lead toxicity: a review. Interdisciplinary Toxicology, [s.l.], v. 8, n. 2, p.55-64, 1 jan. 2015. Walter de Gruyter gmbh. WNA - World Nuclear Association. (Acesso em Novembro de 2017). < http://www.world-nuclear.org >
44
WHO - World Health Organization. Guidelines for drinking-water quality: Recommendations, 3rd Edition, Geneva, 2008. WHO - World Health Organization. Inorganic and Organic Lead Compounds, v.87, p.1-16, 2006. WHO - World Health Organization. Lead in Drinking-water. Background document for development of WHO Guidelines for Drinking-water Quality, 2011. WU Y, Gu J, Huang Y, Duan Y, Huang R, Hu J. Dose-response relationship between cumulative occupational lead exposure and the associated health damages: A 20-year cohort study of a smelter in China. Int. J. Environ. Res. Public Health. 2016; 13, 328. WU, Shaowei et al. Exposure to Low Levels of Lead in Utero and Umbilical Cord Blood DNA Methylation in Project Viva: An Epigenome-Wide Association Study. Environmental Health Perspectives, [s.l.], v. 125, n. 8, p.1-10, 25 ago. 2017. Environmental Health.
45
Anexo 1A
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Centro de Biociências/Depto. de Biologia Celular e Genética
Laboratório de Mutagênese Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE),
PARA PARTICIPANTES MENORES DE IDADE
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE
Esclarecimentos
Estamos solicitando a você a autorização para que o menor pelo qual você é responsável participe da
pesquisa: RADIAÇÃO NATURAL NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO: ANÁLISE DO RISCO À SAÚDE
HUMANA PELA EXPOSIÇÃO GEOGÊNICA AO RADÔNIO E AO CHUMBO, que tem como pesquisador
responsável o(a) Prof(a) VIVIANE SOUZA DO AMARAL.
Esta pesquisa pretende avaliar os danos causados a saúde pela exposição à radiação natural na
população humana residente no município de Lajes Pintadas/RN/Brasil através de uma avaliação do risco.
O motivo que nos leva a fazer este estudo é que o município de Lajes Pintadas/RN está inserido sobre
uma área geologicamente rica em pegmatitos, que são rochas que emitem agentes radioativos, como o gás
radônio. O radônio é um agente carcinogênico. A liberação deste gás no ar e na água pode levar a sérios riscos à
saúde da população, como o câncer de pulmão.
Caso você decida autorizar, sua participação envolverá uma entrevista com duração aproximada de 10
minutos. Também se realizará a coleta das amostras necessárias pra estudar a exposição de cada individuo. Serão
coletadas amostras de sangue, cabelo, urina e células epiteliais bucais. Além disso, será pedida uma permissão,
para fazer uma visita a sua casa com o objetivo de coletar amostras de água e solo (pó). Sobre estas amostras
serão estudados o conteúdo do contaminante em relação a radônio e chumbo e indicadores que depois serão
integrados na avaliação do risco para compreender se existe contaminação e quais são as implicações sobre a
saúde da população.
A participação é voluntária e se você decidir não participar e quiser desistir de continuar em qualquer
momento, ou ainda, se recusar a responder qualquer pergunta ou não aceitar doar amostras biológicas que
ocasione algum constrangimento, tem absoluta liberdade em fazê-lo.
Durante o procedimento que envolve a entrevista, a coleta de amostras de sangue, cabelo, urina e
células da mucosa da bochecha, a previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que você corre é semelhante
àquele sentido num exame clínico, físico ou psicológico de rotina.
Pode acontecer um desconforto no momento da coleta de sangue que será minimizado com conversa e
atividade lúdica, principalmente com as crianças que tem mais receio em fazer exames desta natureza e você terá
como benefício resultados sobre a sua saúde, como um hemograma completo e medição de glicose, que poderão
diagnosticar qualquer eventual problema de saúde que você possa ter.
Em caso de algum problema que ele(a) possa ter, relacionado com a pesquisa, ele(a) terá direito a
assistência gratuita que será prestada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para a doutoranda:
RICHELLY DA COSTA DANTAS, no telefone (84) 8709-6881 ou pelo e-mail [email protected].;
MYCARLA NELY RODRIGUES DOS SANTOS, no telefone (84) 9606-1104 ou pelo e-mail
[email protected]ê tem o direito de recusar sua autorização, em qualquer fase da pesquisa, sem
nenhum prejuízo para você e para ele(a).
46
Os dados que ele(a) irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou
publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa identificá-lo(a).
Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e por um
período de 5 anos.
Se você tiver algum gasto pela participação dele(a) nessa pesquisa, ele será assumido pelo pesquisador e
reembolsado para você.
Se ele(a) sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, ele(a) será indenizado.
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com a pesquisadora
responsável a professora Viviane Souza do Amaral.
Consentimento Livre e Esclarecido
Eu, ____________________________________________, representante legal do menor
____________________________________________, autorizo sua participação na pesquisa: RADIAÇÃO
NATURAL NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO: ANÁLISE DO RISCO À SAÚDE HUMANA PELA
EXPOSIÇÃO GEOGÊNICA AO RADÔNIO E AO CHUMBO.
Esta autorização foi concedida após os esclarecimentos que recebi sobre os objetivos, importância e o
modo como os dados serão coletados, por ter entendido os riscos, desconfortos e benefícios que essa pesquisa
pode trazer para ele(a) e também por ter compreendido todos os direitos que ele(a) terá como participante e eu
como seu representante legal.
Autorizo, ainda, a publicação das informações fornecidas por ele(a) em congressos e/ou publicações
científicas, desde que os dados apresentados não possam identificá-lo(a).
Natal,__/__/__.
_________________________________
Assinatura do representante legal
Declaração do pesquisador responsável
Como pesquisador responsável pelo estudo RADIAÇÃO NATURAL NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO:
ANÁLISE DO RISCO À SAÚDE HUMANA PELA EXPOSIÇÃO GEOGÊNICA AO RADÔNIO E AO
CHUMBO, declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos
metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como
manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.
Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei infringindo as
normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as
pesquisas envolvendo o ser humano.
Natal __/__/__
Assinatura do pesquisador responsável
__________________________________
Impressão datiloscópica do
representante legal
47
Anexo 1B
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Centro de Biociências/Depto.de Biologia Celular e Genética
Laboratório de Mutagênese Ambiental
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
PARA PARTICIPANTES MAIORES DE IDADE
Esclarecimentos,
Este é um convite para você participar da pesquisa: “Radiação Natural no Semiárido Brasileiro: Análise
do Risco à Saúde Humana pela Exposição Geogênica ao Radônio e ao Chumbo”, que tem como pesquisador
responsável a professora Viviane Souza do Amaral.
Esta pesquisa pretende avaliar os danos causados a saúde pela exposição à radiação natural na
população humana residente no município de Lajes Pintadas/RN/Brasil através de uma avaliação do risco.
O motivo que nos leva a fazer este estudo é que o município de Lajes Pintadas/RN está inserido sobre
uma área geologicamente rica em pegmatitos, que são rochas que emitem agentes radioativos, como o gás
radônio. O radônio é um agente carcinogênico. A liberação deste gás no ar e na água pode levar a sérios riscos à
saúde da população, como o câncer de pulmão.
Caso você decida autorizar, sua participação envolverá uma entrevista com duração aproximada de 10
minutos. Também se realizará a coleta das amostras necessárias pra estudar a exposição de cada individuo. Serão
coletadas amostras de sangue, cabelo, urina e células epiteliais bucais. Além disso, será pedida uma permissão,
para fazer uma visita a suas casas com o objetivo de coletar amostras de água e solo (pó). Sobre estas amostras
serão estudados o conteúdo do contaminante em relação a radônio e chumbo e indicadores que depois serão
integrados na avaliação do risco para compreender se existe contaminação e quais são as implicações sobre a
saúde da população.
A participação é voluntária e se você decidir não participar e quiser desistir de continuar em qualquer
momento, ou ainda, se recusar a responder qualquer pergunta ou não aceitar doar amostras biológicas que
ocasione algum constrangimento, tem absoluta liberdade em fazê-lo.
Durante o procedimento que envolve a entrevista, a coleta de amostras de sangue, cabelo, urina e
células da mucosa da bochecha, a previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que você corre é semelhante
àquele sentido num exame clínico, físico ou psicológico de rotina.
Pode acontecer um desconforto no momento da coleta de sangue que será minimizado com conversa e
atividade lúdica, principalmente com as crianças que tem mais receio em fazer exames desta natureza e você terá
como benefício resultados sobre a sua saúde, como um hemograma completo e medição de glicose, que poderão
diagnosticar qualquer eventual problema de saúde que você possa ter.
Em caso de algum problema que você possa ter, relacionado com a pesquisa, você terá direito a
assistência gratuita que será prestada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para as doutorandas:
RICHELLY DA COSTA DANTAS, no telefone (84) 8709-6881 ou pelo e-mail [email protected]. e
MYCARLA NELY RODRIGUES DOS SANTOS, no telefone (84) 9606-1104 ou pelo e-mail
[email protected]. Você tem o direito de recusar sua autorização, em qualquer fase da
pesquisa, sem nenhum prejuízo para você e para você.
Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou
publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa identificá-lo(a).
Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e por um
período de 5 anos.
Se você tiver algum gasto pela participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo pesquisador e
reembolsado para você.
Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será indenizado.
48
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com a pesquisadora
responsável a professora Viviane Souza do Amaral.
Consentimento Livre e Esclarecido
Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão coletados nessa
pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de
todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa: Radiação Natural no Semiárido Brasileiro: Análise
do Risco à Saúde Humana pela Exposição Geogênica ao Radônio e ao Chumbo e autorizo a divulgação das
informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me
identificar.
Natal,__/__/__.
_________________________________
Assinatura do participante da pesquisa
Declaração do pesquisador responsável
Como pesquisador responsável pelo estudo RADIAÇÃO NATURAL NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO:
ANÁLISE DO RISCO À SAÚDE HUMANA PELA EXPOSIÇÃO GEOGÊNICA AO RADÔNIO E AO
CHUMBO, declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos
metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como
manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.
Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei infringindo as
normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as
pesquisas envolvendo o ser humano.
Natal __/__/__
__________________________________
Assinatura do pesquisador responsável
Impressão datiloscópica do
representante legal
49
Anexo 2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE BIOCIÊNCIA
DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA CECULAR E GENÉTICA
LABORATÓRIO DE GENÉTICA TOXICOLÓGICA
QUESTIONÁRIO PESSOAL
Entrevistador:_________________________
Nome:_______________________________________________Código:___________
Endereço:____________________________________________Tel.:_______________
1. Idade:_____ 2.Peso:____(kg) 3.Altura:____(cm) 4.Sexo: 1- Masc. ( ) 2- Fem. ( )
5.Natural: 1-Lajes Pintada( ), 2- Santa Cruz( ), 3- Outro: ( )_________________
6.Grupo étnico: 1- Branco( ), 2- Pardo( ), 3- Negro( ), 4- Amarelo( ), 5- Indígena( )
7. Nacionalidade: 1- Brasil( ), 2- Outro: ( )__________________________
8. Estado civil: 1- Casado( ), 2- Separado( ), 3-Solteiro( ), 4-Viúvo( )
9. O conjugue é parente? 1- Sim ( ) 2- Não ( )
10.Filhos: 1- Sim( ), 2- Não( )
11.Quantos filhos: homem____ mulher_____
12. Quanto tempo reside na cidade: ______ (anos)
13. Escolaridade: 1- 1º grau incompleto ( ), 2- 1º grau completo ( ), 3- 2º grau incompleto (
), 4- 2º grau completo ( ), 5- ( ) Superior incompleto, 6- ( ) Superior completo, 7- ( ) Pós-
graduado, 8- Analfabeto ( )
14.Trabalha atualmente?: 1- Sim ( ), 2- Não ( )
15.Tipo de trabalho: 1- Agricultor ( ), 2- Pescador ( ), 3- Dona de casa ( ),
4- Estudante( ),
5- Não se aplica ( ) , 6- Outro: ( )__________________
16. Trabalha com produtos químicos 1- sim ( ), 2-Não( )
17. Que produto/s químico/s?_______________________________
18.Utiliza equipamento de segurança no trabalho: 1- Sim ( ), 2- Não ( ), 3- Não se aplica( )
19. Descrição do equipamento (luvas, mascara etc. ):____________________________
20. Consume bebida alcoólica: 1- Às vezes ( ), 2- Sempre ( ), 3- Nunca( )
50
21. Nº de copos de bebida alcoólica que consume por semana_____
22. Tipo de bebida alcoólica 1- cerveja ( ), 2- cachaça ( ), 3- vodka ( ), 4- vinho ( ), 5-
outro_______
23. Fuma?: 1- Sim ( ), 2- Não ( ), 3- Já fumei
24. Por quanto tempo fuma/fumou?________(anos)
25. Quanto fuma/fumava?: 1- Menos de uma carteira ( ), 2- 1-2 carteiras ( ), 3- mais de 2
carteiras ( ).
26. Tem ou teve câncer: 1- Sim ( ), 2- Não ( )
27. Tipo de câncer 1- benigno ( ), 2- maligno( )
28. Localização do câncer: 1- mama ( ), 2- pele ( ), 3- pulmão ( ), 4-bexiga ( ), 5- ovário ( ),
6- Rim ( ), 7- fígado ( ), 8- outro ( ): ____________
29.Conhecimento de alguma má formação na família:
1- Sim ( ), 2- Não ( ) Se sim, de que tipo?_______________________
30. Grau de parentesco 1- irmão ( ), 2- pai ( ), 3- mãe ( ), 4- filho( ), 5- avo paterno ( ), 6-
avo materno ( ), 7-tio ( ).
31. Histórico de aborto espontâneo:
1-Sim ( ), 2- Não ( ), 3- Não se aplica ( ) Se sim, quantos?______________________
32- Que tipo de água você bebe? 1- torneira ( ), 2- engarrafada ( ), 3- perfuração ( ),
4- outra ( ):________ por que?____________________________________________
33-Sua moradia é de que tipo? Aluga um quarto 1- ( ), 2- Casa ( ),
3- Apartamento ( ) 4-Outra ( )
34- Na sua casa a pintura das paredes esta em boas condições? 1- Sim ( ), 2- Não ( )
35- Na sua casa as paredes estão pintadas? 1- Sim ( ), 2- Não ( )
36- Na sua casa tem água de torneira? 1- Sim ( ), 2- Não ( )
37- Sua casa tem passado por reformas (ampliações, concertos etc.)? 1- Sim ( ), 2- Não ( )
38- O material de construção utilizado na sua casa, foi obtido de Lajes? (areia, pedras...)
1- Sim ( ), 2- Não ( )
39- O encanamento de sua casa é? 1- metálico ( ) 2- plástico ( )
40- Você trabalha em sua casa com chumbo? 1- Sim ( ), 2- Não ( )