UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr....

64
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA Rafael Galvão de Melo USO DE REDES SOCIAIS POR ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PRIVADA DE NATAL: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO INFORMACIONAL Profª Orientadora: Dra. Andréa Vasconcelos Carvalho NATAL - RN 2014

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr....

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA

Rafael Galvão de Melo

USO DE REDES SOCIAIS POR ESTUDANTES DO ENSINO

MÉDIO DE UMA ESCOLA PRIVADA DE NATAL: ANÁLISE DO

COMPORTAMENTO INFORMACIONAL

Profª Orientadora: Dra. Andréa Vasconcelos Carvalho

NATAL - RN

2014

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

RAFAEL GALVÃO DE MELO

USO DE REDES SOCIAIS POR ESTUDANTES DO ENSINO

MÉDIO DE UMA ESCOLA PRIVADA DE NATAL: ANÁLISE DO

COMPORTAMENTO INFORMACIONAL

Monografia apresentada ao curso de

Biblioteconomia do Centro de Ciências

Sociais Aplicadas da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte, sob a orientação

da Profª Dra. Andréa Vasconcelos

Carvalho, como requisito parcial para a

conclusão do Curso.

NATAL – RN

2014

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

RAFAEL GALVÃO DE MELO

USO DE REDES SOCIAIS POR ESTUDANTES DO ENSINO

MÉDIO DE UMA ESCOLA PRIVADA DE NATAL: ANÁLISE DO

COMPORTAMENTO INFORMACIONAL

Monografia apresentada ao curso de

Biblioteconomia do Centro de Ciências

Sociais Aplicadas da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte, sob a orientação

da Profª Dra. Andréa Vasconcelos

Carvalho, como requisito parcial para a

conclusão do Curso.

MONOGRAFIA APROVADA EM ___/___/ 2014

BANCA EXAMINADORA

Profª. Dra. Andréa Vasconcelos Carvalho

(Orientadora)

______________________________________________________________________

Profª. Dra. Eliane Ferreira da Silva

(Membro)

______________________________________________________________________

Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto

(Membro)

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

Aos meus amigos verdadeiros (vocês sabem

quem são), e a todas as pessoas que, direta

ou indiretamente me deram apoio na dura

jornada de graduação e conclusão do

curso.

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

“Se ficar apegado a uma folha, não enxergará a árvore. Se ficar apegado a uma árvore,

não enxergará a floresta”.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

RESUMO

A questão motivadora deste estudo é a observação do comportamento

informacional das pessoas, em especial os adolescentes, no tocante ao modo de interagir

entre eles em tempo real e através da utilização das redes sociais digitais em seu

cotidiano. Esta temática foi escolhida devido ao interesse por este fenômeno existente

na atualidade. O objetivo geral é analisar o comportamento informacional dos

estudantes do ensino médio de uma escola privada de Natal no que diz respeito ao uso

das redes sociais digitais. A operacionalização deste objetivo se dá através dos seguintes

objetivos específicos, que são eles: a) verificar a implicação do uso das redes sociais nas

atividades educacionais dos estudantes; b) verificar quais os tipos de conteúdos

pesquisados por estes adolescentes nas redes sociais em seu cotidiano; e c) detectar a

frequência na qual as redes sociais são utilizadas pelos jovens, bem como quais

ferramentas tecnológicas eles preferem no momento de obter acesso às redes sociais. Os

procedimentos metodológicos desta pesquisa incluíram a pesquisa bibliográfica e a

pesquisa de campo, onde nesta última, houve a aplicação de questionários a sessenta

alunos matriculados nas três séries do ensino médio de uma escola privada de Natal. As

respostas dos informantes foram tabuladas e foi aplicada a estatística descritiva básica,

apresentando os dados em gráficos para facilitar a visualização. Além disso, os

resultados obtidos foram analisados também a luz das referências utilizadas nesta

pesquisa, a fim de compará-las com outras pesquisas. Como consideração final,

constatou-se que os adolescentes, apesar de terem a conversa entre os amigos como

principal objetivo de uso das redes sociais, utilizam-nas também como fonte de

pesquisas escolares.

Palavras-chave: Redes Sociais. Web 2.0. Comportamento informacional. Estudantes

do ensino médio.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

ABSTRACT

The motivating question of this study is the observation of the information

behavior of people, especially adolescents, as to how to interact with them in real time

and through the use of online social networks in their daily lives. This theme was

chosen because of the interest in this phenomenon exists today. The general objective is

to analyze the information behavior of high school students of the city Natal, with

respect to the use of online social networks. The implementation of this goal is through

the following specific objectives, which are: a) verify the implication of the use of

social networks in the educational activities of students; b) determine which types of

content searched by these teens on social networks in their daily lives; and c) detecting

the frequency at which social networks are used by young people, and which

technological tools they prefer at the moment to get access to social networks. The

methodological procedures of this research included literature and field research, where

in the latter, there was the questionnaires to sixty students enrolled in the three middle

schools in the high school of a private school in Natal. The responses of the informants

were tabulated and applied the basic descriptive statistics, presenting data in graphs for

easy viewing. In addition, the results were also analyzed in light of the references used

in this study in order to compare them with other studies. As a final consideration, it

was found that adolescents, despite having the conversation between friends as the main

purpose of using social media, use them as a source of school research.

Keywords: Social Networks. Web 2.0. Information behavior. High school students.

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 IDADE ........................................................................................... 41

GRÁFICO 2 SEXO ............................................................................................. 41

GRÁFICO 3 PREFERÊNCIA DE ACESSO ..................................................... 42

GRÁFICO 4 FACILIDADE EM LIDAR COM RECURSOS

TECNOLÓGICOS.............................................................................. 43

GRÁFICO 5 CONHECIMENTO DO QUE É WEB 2.0......................................... 43

GRÁFICO 6 PARTICIPAÇÃO EM REDES SOCIAIS.......................................... 44

GRÁFICO 7 OBJETIVO DE ACESSO ÀS REDES SOCIAIS.............................. 45

GRÁFICO 8 TIPO DE CONTEÚDO PESQUISADO NAS REDES SOCIAIS..... 46

GRÁFICO 9 TEMPO POR DIA USADO NAS REDES SOCIAIS........................ 47

GRÁFICO 10 FORMA PREFERIDA DE CONVERSA COM AMIGOS............... 48

GRÁFICO 11 ANSIEDADE PARA CHECAR O PERFIL NAS REDES

SOCIAIS AO CONVERSAR PESSOALMENTE COM AMIGOS.. 49

GRÁFICO 12 VÍCIO EM REDES SOCIAIS............................................................ 49

GRÁFICO 13 CONTRIBUIÇÃO DAS REDES SOCIAIS PARA OS ESTUDOS.. 50

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 9

2 REDES SOCIAIS BASEADAS NA WEB 2.0..................................................... 12

2.1 INTERNET E REDES SOCIAIS............................................................................ 12

2.2 WEB 2.0: ORIGEM, CONCEITOS E EVOLUÇÃO.............................................. 17

2.3 RECURSOS DA WEB 2.0...................................................................................... 21

3. COMPORTAMENTO INFORMACIONAL...................................................... 25

3.1 NECESSIDADES INFORMACIONAIS................................................................ 26

3.2 FATORES QUE INFLUENCIAM NA BUSCA DA INFORMAÇÃO.................. 28

3.3 COMPORTAMENTO INFORMACIONAL: DA ATENÇÃO VOLTADA

PARA O SISTEMA À ATENÇÃO VOLTADA PARA O USUÁRIO.................. 29

3.4 MODELOS DE COMPORTAMENTO INFORMACIONAL................................ 29

3.5 COMPORTAMENTO INFORMACIONAL NA WEB 2.0.................................... 33

3.6 COMPORTAMENTO INFORMACIONAL DE ADOLESCENTES.................... 34

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........................................................ 39

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS............................................... 41

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 51

REFERÊNCIAS.................................................................................................... 53

APÊNDICES

APÊNDICE A: OFÍCIO ENVIADO AO CENTRO DE EDUCAÇÃO

INTEGRADA (CEI)................................................................................................ 58

APÊNDICE B: QUESTIONÁRIO.......................................................................... 60

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

9

1. INTRODUÇÃO

O presente estudo tem como tema o comportamento de adolescentes e jovens da

cidade do Natal no uso das redes sociais digitais. Dentro desta pesquisa, está presente a

busca da compreensão para alguns questionamentos com relação ao uso que esses

adolescentes e jovens fazem em suas relações interpessoais mediadas pelas redes sociais

digitais.

Sabe-se que, com o passar das décadas, as pessoas estão cada vez mais

familiarizadas com as novas tecnologias, estando cada vez mais comum o uso de

aparelhos eletrônicos portáteis com acesso à Internet, mediante os quais se acessam

especialmente às redes sociais. Nisto, um crescente número de estudos como os de

Salazar et al (2007), Bauman (2008), Lanzi et al (2012) e Domínguez (2010) vem

surgindo para esclarecer esse fenômeno que se faz cada vez mais comum, especialmente

entre os chamados nativos digitais.

Desse modo, os adolescentes e sua interação com as novas tecnologias e com as

redes sociais digitais se mostram um interessante objeto de estudo, visto que,

socialmente falando, um novo fenômeno está cada vez mais aparente, que é o uso das

redes sociais digitais como catalisador dos estudos, bem como uma forma cada vez mais

significativa de interação entre os amigos, familiares, etc.

A motivação para a realização deste estudo se deve a observação do

comportamento informacional das pessoas, em especial os adolescentes, no tocante ao

modo de interagir entre eles em tempo real e através da utilização das redes sociais

digitais em seu cotidiano. Esta temática foi escolhida devido ao interesse por este

fenômeno existente na atualidade e pela possibilidade de contribuir para a compreensão

do comportamento informacional de adolescentes no uso das redes sociais digitais. A

relevância desta temática, e também o crescimento da Internet e tecnológico se dão

como nunca fora visto antes, com diversos aparelhos com aplicativos e disponibilidade

de interação virtual. Também motivou este trabalho as pesquisas desenvolvidas por

diversos autores, como Juan González (2011), T.D. Wilson (2000) e Carol Kuhlthau

(1991) que mostram modelos de comportamento informacional, bem como os tipos de

informações que os jovens buscam na web 2.0. Tem a finalidade de contribuir para um

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

10

maior entendimento acerca desse novo e crescente comportamento social, bem como

contribuir para um melhor entendimento do comportamento informacional, e também,

contribuir socialmente, especialmente para pais e professores, para um melhor

entendimento do que se passa no cotidiano de busca de informação dos adolescentes.

Neste sentido, esta pesquisa procura respostas para os seguintes

questionamentos: que tipo de implicação podem causar as redes sociais nas atividades

educacionais dos jovens? Nas redes sociais, quais os comportamentos informacionais

são predominantes? Que tipo de conteúdo é pesquisado, em seu cotidiano, pelos

estudantes nas redes sociais? Através de quais ferramentas tecnológicas os jovens

preferem acessar as redes sociais, e com qual freqüência?

Diante de tais questionamentos, o objetivo geral desta pesquisa é: analisar o

comportamento informacional dos estudantes do ensino médio do Centro de Educação

Integrada (CEI) da cidade do Natal no tocante ao uso das redes sociais digitais. A

operacionalização deste objetivo se dá através dos seguintes objetivos específicos:

Verificar a implicação do uso das Redes Sociais nas atividades educacionais dos

estudantes;

Verificar que tipo de conteúdos são pesquisados pelos estudantes nas redes

sociais em seu cotidiano;

Detectar a freqüência na qual os jovens utilizam as redes sociais, e através de

quais ferramentas tecnológicas eles preferem obter o acesso às mesmas.

Esta monografia está estruturada em seis capítulos. Depois da introdução, no

segundo capítulo, é tratado um pouco sobre a história da Internet e das redes sociais

digitais, bem como a origem, conceitos e evolução da web 2.0, além de seus recursos.

Em seguida, no terceiro capítulo, é abordado sobre o comportamento informacional,

visto tanto de um modo geral, como especificamente na web 2.0, bem como o

comportamento informacional dos adolescentes na web 2.0. Além disso, este capítulo

abordará o que vem a ser necessidades informacionais, quais são os fatores que

influenciam na busca de informação, e também quais são os modelos de comportamento

informacional. No quarto capítulo, será mostrado quais foram os procedimentos

metodológicos utilizados nesta monografia. O quinto capítulo trará a análise e discussão

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

11

dos dados, e o sexto capítulo mostrará as considerações finais. Em seguida, são expostas

as referências consultadas e os apêndices.

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

12

2. REDES SOCIAIS BASEADAS NA WEB 2.0

O capítulo a seguir abordará a Internet e sua origem, conceituando-a e falando

de sua evolução durante as décadas. Tratará também das redes sociais e como se deu seu

início, em especial as redes sociais digitais. Também apontará a origem, os conceitos e a

evolução da web 2.0, bem como seus recursos, indicando que tipo de uso pode ser feito

por essa web totalmente centrada no usuário.

2.1 INTERNET E REDES SOCIAIS

Nos dias atuais, diante de uma enorme facilidade em se obter os recursos da

Internet, e tendo em vista que existe uma facilidade crescente com relação ao uso e

obtenção de meios para acessá-la, está cada vez mais freqüente a visão a respeito da

Internet como “lugar comum” entre as pessoas, principalmente entre os mais jovens. É

muito comum, atualmente, os estabelecimentos comerciais, as instituições federais e até

mesmo nos lares das pessoas a fácil obtenção do acesso à Internet através da Internet

banda larga, dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

A Internet pode ser compreendida como uma rede mundial de redes de

computadores. Seu nome é a fusão das palavras “internacional” e net (redes). A Internet,

composta por milhões de redes particulares, composta por órgãos governamentais,

empresas, universidades, entre outros, possibilita o acesso a quase todos os tipos de

informação em qualquer localidade do planeta, e está ligada por uma enorme variedade

de tecnologias de rede eletrônica, sem fio e ópticas.

Entretanto, esta Internet de fácil acesso que conhecemos nos dias de hoje não foi

sempre assim. Surgindo durante a Guerra Fria entre os Estados Unidos e a URSS, a

Internet se chamava ARPANET, que era uma rede de troca de informações militares.

Depois, a ARPANET se subdividiu em MILNET, que tratava de assuntos militares, e a

Nova ARPANET, que estava ligada as universidades. Com o chaveamento de pacotes

para proporcionar mais segurança e agilidade às informações, houve finalmente a

evolução da ARPANET para a Internet. Dado o surgimento da Internet, a web,

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

13

idealizada por Tim Berners-Lee, surgiu na década de 1990, e com os e-mails, houve na

Internet as primeiras formas de relacionamento virtual entre as pessoas, com a

possibilidade de trocas de informações. Só depois que as redes sociais surgem, em

meados dos anos 1990, com o Classmates.com. De acordo com Aguiar (2007):

Os primeiros desses sites foram lançados nos Estados Unidos em meados dos

anos 1990, tendo como referência os vínculos diretos estabelecidos entre

colegas de classe e de colégio, e as ligações indiretas entre “amigos de amigos”

e “conhecidos”, sob a inspiração de duas pesquisas acadêmicas: o experimento

sobre o “mundo pequeno” (small world), realizado em 1967 pelo sociólogo e

psicólogo estadunidense Stanley Milgran, que gerou a idéia dos “seis graus de

separação”; e o estudo de Mark Granovetter sobre a “força dos vínculos fracos”

(sobretudo nos contatos profissionais).

Nessa época, nos anos 1990, a principal referência para a criação das redes

sociais eram os vínculos estabelecidos diretamente entre colegas de classe, de colégio, e

amigos de amigos (ligações indiretas). A criação desses sites foi baseada no estudo de

Stanley Milgran, Outras redes sociais como o Friendster (que se embasava no modelo

“Círculo de Amigos”, desenvolvido por Jonathan Bishop) e o MySpace surgiram com o

passar do tempo. Mas foi em 2004 que surgiram as redes sociais digitais Orkut e

Facebook, que atingiram popularidade gigantesca no mundo, inclusive no Brasil.

Mas no que se trata de redes sociais, podemos afirmar que estas existem há

muito tempo, desde os primórdios da humanidade. O conceito de rede social representa

interação social, troca social, gente. Desde quando o homem se reunia com seus

semelhantes em torno de uma fogueira nos tempos primitivos, as redes sociais estavam

presentes, em forma de troca de informações, contato com familiares e amigos e

compartilhamento de gostos e interesses. O fenômeno que assistimos hoje em dia não é

o surgimento de redes sociais, e sim o surgimento de redes sociais digitais. Sobre redes

sociais, Aguiar (2007, p.2) afirma que

Redes sociais são, antes de tudo, relações entre pessoas, estejam elas

interagindo em causa própria, em defesa de outrem ou em nome de uma

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

14

organização, mediadas ou não por sistemas informatizados; são métodos de

interação que sempre visam algum tipo de mudança concreta na vida das

pessoas, no coletivo e/ou nas organizações participantes. As interações de

indivíduos em suas relações cotidianas [...] caracterizam as redes sociais

informais, que surgem espontaneamente, sob as demandas das subjetividades,

das necessidades e das identidades. Mas redes sociais também podem ser

constituídas de forma intencional [...], podem ser fomentadas por indivíduos ou

grupos com poder de liderança, que articulam pessoas em torno de interesses,

projetos e/ou objetivos comuns.

As redes sociais digitais “...permitem: i) a construção de uma persona através de

um perfil ou página pessoal; ii) a interação através de comentários; e iii) a exposição

pública da rede social de cada ator.” (BOYD, ELLISON, 2007 apud RECUERO, 2011).

Entendendo o conceito de redes sociais digitais, pode-se perceber que este tipo de

recurso da web 2.0 permite a interação e troca de informações entre seus usuários.

Percebe-se também que a estrutura das redes sociais, como seu próprio nome sugere, se

antagoniza com qualquer tipo de rede piramidal, onde existe uma relação hierárquica

direta entre seus membros. Na “rede”, todos os integrantes estão ligados entre si de

forma horizontal, não havendo hierarquias, e todos os usuários se encontram em plena

igualdade nessa situação (WHITAKER, 1993, apud AGUIAR, 2007, p.3). Retomando

Recuero (2011, p.81), “O primeiro elemento que é trazido para o estudo das redes

sociais como elemento dinâmico é o aparecimento da cooperação, da competição e do

conflito como processos sociais que influenciam a rede”.

Diante disso, podemos analisar todas as possibilidades que uma rede social

digital pode oferecer à um indivíduo: uma cópia da vida real, com o usuário sendo a

“estrela” da vez. Estas redes sociais permitem à seus usuários maior visibilidade de si

próprios, uma construção de uma reputação e a uma idéia de popularidade que se dá

através de mecanismos como comentários, compartilhamentos e curtidas que os

usuários conectados à elas podem fazer. Segundo Del Mora (2005 apud DOMÍNGUEZ,

2010, p.52) existem quatro finalidades principais para o uso das redes sociais, que são

manter contato com os amigos; a criação de novas amizades; entretenimento; e por fim,

gestão interna de organizações empresariais.

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

15

De acordo com Dominguez (2010), devemos compreender as redes sociais a

partir de cinco palavras chave, que são a interatividade, a personalização, a multimedia,

a retroalimentação, e a revolução lingüística/legal. O que antes parecia uma coisa

impossível, hoje já se mostra algo perfeitamente possível e comum, como o envio de

fotos, mensagens e diversos tipos de arquivos, mesmo estando a quilômetros de

distância, de forma instantânea. O que antes nos custava meses ou anos, hoje fazemos

muitas vezes em segundos. Através dessa interatividade, pode-se obter não somente os

benefícios das trocas de arquivos, mas também de idéias.

Sobre a personalização, é possível que se crie, à maneira do usuário, suas

próprias regras, quem ele pode ver, permitir que veja seus conteúdos, quem poderá

conversar com ele etc. Perfis diferentes em redes sociais, um para o trabalho, outro para

os amigos etc, são possíveis graças à personalização. Com relação à multimedia, os

novos formatos digitais, como vídeos, áudios, imagens, entre outros, fazem com que

permite multidimensionalidade na internet. A retroalimentação, que está ligada à

interatividade, permite que qualquer usuário possa ser emissor, transmissor e receptor

de informação., permitindo uma “inteligência coletiva” (LÉVY, 2004, apud

DOMÍNGUEZ, 2010, p.58). Isto, apesar de ser vantajoso, pelo fato de reunir

informações de muitas pessoas, pode ser prejudicial para pesquisas sérias, estudos

acadêmicos e afins, já que recursos como as wikis possuem completa abertura ao

público, podendo qualquer usuário alterar os dados de uma informação. Sobre isso, é

afirmado por Domínguez (2010, p.58) que

A atualização permanente da informação, em sistemas de enciclopédias

virtuais, como por exemplo, a Wikipédia [...] permite, por um lado, obter

informação muito completa e confiável já que centenas de usuários atribuem

juízo de valor já que qualquer pessoa pode editar uma entrada, o qual também

supõe um risco de segmentação ou perda de informação objetiva (Tradução

nossa).1

1 La actualización permanente de la información, em sistemas de enciclopédia virtuales, como por

ejemplo la Wikipédia [...] permite, por um lado, obtener información muy completa y fiable ya que

cientos de usuários la juzgan y soportes ya que cualquier persona puede editar uma entrada, lo cual

también supone um riesgo de segmentación o perdida de información objetiva

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

16

Sobre a revolução lingüística/legal, pode-se perceber que existe um código

próprio com relação à linguagem e a legalidade, assim como uma carência relacionada

ao controle de dados nas redes sociais, podendo estas seguirem de acordo com a

inteligência coletiva. (DOMÍNGUEZ, 2010, p.58). Tudo isso se mostra totalmente

atrativo para as pessoas, especialmente para os jovens, que nascem no meio virtual.

Ainda dentro dessa visão, a palavra “amigo”, ou “amizade”, se torna cada vez mais

frágil e deturpada. Como antes mencionado, as relações interpessoais dentro das redes

sociais, na sua maioria, são meras “cópias” das relações interpessoais reais. Assim, onde

antes se pressupunha intimidade, confiança, sinceridade, entre outros, os círculos de

“amigos” podem facilmente incluir eventuais conhecidos ou até mesmo pessoas

famosas, com o intuito de atribuir, à quem adiciona essas pessoas à seus círculos, as

características desses novos “amigos”, nos quais geralmente são profissionais de

renome, mulheres consideradas atraentes por seu padrão de beleza social, entre outros.

De acordo com Rosen, (2007, p.20 apud AGUIAR, 2007, p.11)

As atuais redes sociais online são uma acumulação [congeries] de vínculos

majoritariamente fracos – ninguém que liste milhares de “amigos” no MySpace

pensa nessas pessoas da mesma forma que pensa em seus parentes distantes,

por exemplo. Certamente não é coincidência, então, que as atividades que os

sites de redes sociais promovem são justamente aquelas que os vínculos fracos

fomentam, como rumores, boatos, mexericos busca de pessoas e a trilha dos

efêmeros movimentos da cultura popular [no sentido da cultura de massa] e das

modas passageiras.

Entre este grupo de pessoas, a cibervida já se apresenta como algo totalmente

atrelado à sua cultura. A maioria dos adolescentes passam a maior parte do seu tempo

na companhia de um computador, de um iPod ou de um smartphone, checando a todo

instante como está sua popularidade nas redes sociais, além de compartilhando cada

momento de suas vidas. Se por acaso um adolescente não está conectado aos demais,

sua “morte social” passa à espreitá-lo e este se vê apavorado diante da sensação de

perda da popularidade entre os amigos. Portanto, estes jovens se vêem numa “sociedade

confessional” (BAUMAN, 2008, p. 9). “... aqueles que zelam por sua invisibilidade

tendem a ser rejeitados, colocados de lado ou considerados suspeitos de um crime. A

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

17

nudez física, social e psíquica está na ordem do dia.” (ENRIQUEZ, 2004, apud

BAUMAN, 2008, p.9).

2.2 WEB 2.0: ORIGEM, CONCEITOS E EVOLUÇÃO

Nos dias de hoje, com a enorme quantidade de recursos disponíveis na Internet,

e por sua natureza quase onipresente no cotidiano das pessoas, seja na busca de

informações, nos relacionamentos, ou nos afazeres do cotidiano, como no ato de fazer

compras, por vezes esquecemo-nos de como se dava a Internet antes do uso desta que

chamamos web 2.0. Web 2.0 é um termo criado por Tim O’Reilly, dono da empresa

O’Reilly Media, e Dale Dougherty, e que, durante uma sessão de brainstorming, foi

utilizado pela primeira vez em 2004, e teve seu marco em 2005, no artigo intitulado

“What Is Web 2.0? Design Patterns and Business Models for the Next Generation of

Software”. Sustentada no tripé plataforma – usuário – conteúdo, a web 2.0, diferente da

web 1.0, promove a interação e participação total entre seus usuários, deixando de ser

uma mídia passiva e vertical para ser uma mídia colaborativa e horizontal, visando

especialmente a inteligência coletiva. Dentro da web 2.0, os usuários podem acrescentar

ou modificar conteúdos. Um claro exemplo disso são as wikis, um tipo de recurso

próprio da web 2.0, que permite ao usuário acrescentar e modificar informações de

diferentes tipos, dependendo de que tipo de wiki ele esteja acessando. Com relação à

web 2.0, Tim O’Reilly, segundo consta na Wikipédia, afirma que

Web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma, e um entendimento

das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais

importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se

tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a

inteligência coletiva.

Para O’Reilly, estas regras são, basicamente, o comprometimento com os

usuários, a disponibilização de serviços e dados para outros, bem como a utilização de

serviços e dados pelo usuário, e a conservação de lucros.

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

18

A web 2.0 é uma evolução do que antes era chamado de web 1.0. A web 1.0,

surgida nos anos 1990, era estática, com pouca ou nenhuma interatividade entre seus

usuários (denominados internautas), e não havia a possibilidade de haver acréscimo ou

modificação de conteúdo pelos usuários finais. Deste modo, havia a participação

passiva dos usuários, dentro de uma web completamente verticalizada. A web 1.0

possuia, como recursos, sites de empresas e instituições, bem como o Hotmail

(hotmail.com) Cadê e Yahoo (Yahoo.com), Google (Google.com), entre outros.

Evoluindo da web 1.0, surge, nos anos 2000, a web 2.0, ou web participativa.

Nesse momento, a Internet ganhou força e passou a se popularizar cada vez mais ao

redor do mundo, através dos recursos da web 2.0, que será tratado no tópico seguinte.

Maness (2007) conceitua a web 2.0 da seguinte forma:

O termo é agora amplamente usado e interpretado, mas Web 2.0,

essencialmente, não é uma Web de publicação textual, mas uma Web de

comunicação multi-sensitiva. Ela é uma matriz de diálogos, e não uma coleção

de monólogos. Ela é uma Web centrada no usuário de maneira que ela não tem

estado distante de ser.

Ainda sobre a web 2.0, esta “possui ferramentas que permitem que os usuários

usem a internet da forma como desejam” (CARVALHO et al, 2013). Assim, o usuário

(agora identificado como web ator) tanto pode se comportar de forma passiva, apenas

navegando na internet e acessando seus conteúdos, ou de forma ativa, criando e

disseminando conteúdo na web para que outros usuários venham a ter acesso. Sobre

isso, Burhanna et al (2009, p.523), afirma que

A World Wide Web ficou mais rápida e robusta. Web 2.0 descreve um

conjunto de utilitários baseados na Web interativas possibilitadas por esses

avanços. Entre os aplicativos mais comuns na web 2.0 estão os sites de redes

sociais (por exemplo, MySpace, Facebook), bookmarking social e sites de

marcação (por exemplo, del.icio.us), e sites de hospedagem de imagens, (por

exemplo, Flickr). Um aspecto fundamental de todos os aplicativos e sites da

web 2.0 é sua interatividade. Sites que são considerados da web 2.0 oferecem

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

19

oportunidade aos seus usuários de se expressarem, conectar-se com outros no

ambiente da web e organizar suas experiências neste ambiente para seu próprio

uso e de outros usuários (Tradução nossa)2.

Um ponto interessante à ser compreendido com relação à web 2.0 é que, apesar

de ela ser amplamente utilizada pelos usuários de Internet, poucos entendem sobre esta

conceituação. Como exemplo disso, podemos citar a pesquisa relatada entre os

estudantes do curso de graduação em Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN), que se encontra no artigo “Comportamento informacional na

web 2.0: caracterização dos estudantes de Biblioteconomia da UFRN”. Nele, Carvalho

et al (2012, p.9), afirma que 21% dos usuários desconhecem o significado do termo web

2.0, e 24% “já ouviram falar”. Levando em consideração que os entrevistados eram

estudantes universitários, estes percentuais são considerados altos, já que, nesta mesma

pesquisa, muitos entrevistados responderam que usam os recursos da web 2.0 como

bastante freqüência.

Após a web 2.0, muito se fala da web 3.0, termo criado pelo Jornalista John

Markoff, do New York Times. Surgindo em 2005 e também conhecida como web

inteligente, ou web semântica, a web 3.0 visa a organização das informações para

proporcionar o entendimento tanto por parte dos usuários, quanto por parte das

máquinas, onde haverá uma conexão e interação perfeitas. Assim, onde houver qualquer

tipo de dúvida sobre determinado conteúdo, a web 3.0 soluciona estes questionamentos

através de soluções personalizadas, seguras e concretas. Jenkins (2001, apud

MARINHO et al, 2009, p.5), afirma que

Ao invés [de um único aparelho], graças à proliferação dos canais e à natureza

cada vez mais ubíqua da computação e das comunicações, nós estamos

entrando numa era onde a mídia estará em toda parte, e nós usaremos todos os

tipos dos meios de comunicação relacionando-os uns aos outros.

2 The World Wide Web has gotten faster and more robust. Web 2.0 describes a suite of interactive Web-

based utilities made possible by these advances. Among the most common Web 2.0 applications are

social networking sites (e.g., MySpace, Facebook), social bookmarking and tagging sites (e.g.,

del.icio.us), and image-hosting sites (e.g., Flickr). A key aspect of all Web 2.0 sites and applications is

their interactivity. Sites that are considered Web 2.0 offer users opportunities to express themselves,

connect to others in the Web environment, and organize their Web experience for their own use and the

use of others

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

20

A computação ubíqua, termo citado pela primeira vez por Mark Weiser em seu

artigo “The Computer for the 21st Century”, consiste numa internet conectada através

de diversos dispositivos, e não somente de um aparelho. A computação ubíqua se

constrói através dos benefícios que a computação móvel trouxe para os usuários da web,

que podem ser exemplificados como as redes wi fi, os iPods, os celulares que permitem

acesso à web, , dentre outros. A computação ubíqua permite que seja integrada os

benefícios da computação móvel com a distribuição inteligente dos softwares,

beneficiando os usuários. Assim, permite que computadores e homens estejam numa

completa interatividade, e sua condição entre as pessoas poderia ser considerada

onipresente. Com relação à computação ubíqua, Cirilo (20??) afirma que

com a convergência das tecnologias de rádio, dos microprocessadores e dos

dispositivos eletrônicos digitais de uso pessoal, tornou-se possível fazer com

que os dispositivos com certo poder de processamento computacional, tanto

móveis quanto estacionários, cooperem entre si para fornecer ao usuário acesso

instantâneo a novos serviços de forma transparente. Essa característica levou

ao surgimento do conceito de ubiqüidade na computação. A computação

ubíqua abrange um modelo de computação no qual usuários móveis, serviços e

recursos são capazes de descobrir outros usuários, serviços e recursos. Nesse

paradigma computacional, as responsabilidades pela execução de determinado

serviço necessário para o usuário são distribuídas entre uma variedade de

dispositivos, cada qual com suas tarefas e funcionalidades específicas.

O fato de terem surgido, ao longo do tempo, diversos tipos de web, não quer

dizer necessariamente que as webs anteriores tenham desaparecido. Podemos citar

claramente como exemplo a web 1.0: após o surgimento da web 2.0, recursos como web

sites, portais e mecanismos de busca não desapareceram, eles incorporam funcionalidades

da web 2.0, tornando assim muito mais amplo o repertório de recursos que o usuário pode

dispor. Com relação a isso, Curty (2008, p.77), afirma que

O fato de a coexistência das chamadas “versões web” ser real intensifica as

confusões terminológicas, pois o surgimento de um novo modelo, embora

evidencie novas características, não declina a existência do anterior por

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

21

completo, em face da possibilidade de as gradações serem constantes, visto que

os números pertencem a um conjunto infinito. Talvez o mais importante seja

refletirmos sobre os avanços, sem nos preocuparmos de antemão com o

encaixe nominal perfeito ou predito. Esse encaixe vem de uma evolução

natural, de um processo, e não por modismos ou estratégias de marketing.

Deste modo, percebe-se que, do mesmo modo que o surgimento da televisão não

fez desaparecer o rádio, por exemplo, o surgimento da web 3.0 ou Internet ubíqua não

significa dizer que a web 1.0 ou 2.0 necessariamente irão desaparecer, mas sim coexistir

em um mesmo contexto.

2.3 RECURSOS DA WEB 2.0

A web 2.0, como visto anteriormente, possui uma gama de ferramentas e

recursos que permite ao usuário não somente ser passivo diante das informações, mas

também ser um colaborador, acrescentando e modificando conteúdos na internet. De

acordo com Maness (2007, p.46), estes recursos da web 2.0 são:

Blogs;

Microblogs;

Redes Sociais;

Ferramentas de compartilhamento;

Wikis;

RSS.

Produzidas por um indivíduo, grupo ou instituição, os blogs (abreviação de

weblogs) são páginas web de construção simples, que apresentam, de forma

cronológica, o seu conteúdo. Este conteúdo é pré-determinado, possuindo geralmente

um tema central. Os blogs podem apresentar textos, fotos (neste, ao invés de blog, ele

passa a chamar-se fotolog) ou vídeos. Nos blogs, encontramos conteúdos de diferentes

tipos, para diferentes públicos. Reflexões, serviços de notícias, diários pessoais, dicas de

beleza, tudo isto pode ser encontrado nos blogs. Os blogs geralmente têm seu conteúdo

atualizado com freqüência, e são organizados de modo que a última atualização seja a

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

22

primeira a ser visualizada pelo usuário, enquanto que as últimas vão ficando nas páginas

anteriores, podendo ser acessíveis da mesma forma que a primeira. Além disso, como

característico da web 2.0, eles permitem o contato e a colaboração com o responsável

pelo conteúdo do blog. Pode-se ter como exemplos de plataformas que permitem a

criação e gestão de blogs o Hipertextual (hipertextual.com), o Blogger (Blogger.com), o

Diarist (Diarist.net) etc.

Os microblogs, versões reduzidas dos tradicionais weblogs, permitem um

movimento muito mais acelerado da informação, graças as rápidas atualizações e ao

tipo de informação que é compartilhada, que são informações bastante curtas. Nos

microblogs, é possível que as informações transmitidas sejam feitas desde um

computador pessoal até um celular, sendo estas informações compartilhadas com outras

pessoas de um modo público ou restrito. Estes conteúdos compartilhados podem ser de

diferentes tipos, desde fotos, textos, vídeos, áudios etc. Alguns microblogs possuem um

limite de caracteres para cada postagem, restringindo o usuário à transmissão da

informação curta; entretanto, existem outros microblogs que não o fazem, dando maior

autonomia para quem estiver compartilhando informações. Exemplos de microblogs são

o Tumblr (tumblr.com), o Meme (meme.yahoo.com), o Twitter (twitter.com) etc.

Possibilitando a criação de um perfil e o compartilhamento de imagens, vídeos e

informações diversas, e possibilitando o registro das informações intercambiadas entre

os usuários, as redes sociais, mais precisamente redes sociais digitais, constituem-se em

uma plataforma que estimula a interação entre seus membros. Facebook.com,

classmates.com, myspace.com e xing.com constituem exemplo de redes sociais digitais.

No artigo “Comunidades virtuales y producción de inteligencia econômica y

competitiva”, Carvalho (2007), afirma que

As comunidades virtuais são agrupamentos de pessoas que se reúnem em

função de suas afinidades e utilizam o ciberespaço como meio para

intercambiar e difundir suas idéias, estabelecer relações sociais, realizar

atividades conjuntas e lograr objetivos comuns. Oferecem o ambiente e as

ferramentas necessárias para que seus usuários interatuem entre si, de modo

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

23

espontâneo e democrático, e se gere, armazene e difunda a informação

associada a seus processos de comunicação. (Tradução Nossa)3

Estas redes sociais digitais também podem ser rica fonte de informação. Elas

podem ser de natureza científico-acadêmicas, de relacionamento profissional ou

organizacional ou de relacionamento pessoal e lazer.

Outro tipo de recurso próprio da web 2.0 são as ferramentas de

compartilhamento, também conhecidas como streaming media, que permitem ao

usuário da web 2.0 o armazenamento, a publicação, o compartilhamento, a avaliação e

os comentários que este possa vir a fazer diante dos conteúdos por ele acessados. Estes

conteúdos podem ser diversos, desde textos, imagens, fotos, apresentações, áudio,

vídeos etc. Exemplos de ferramentas de compartilhamento são o Youtube

(youtube.com), o 4shared (4shared.com), o Flickr (flickr.com), entre outros.

Wikibooks (pt.wikibooks.org), Wikipédia (pt.wikipedia.org), wikcionário

(pt.wiktionary.org), wikicrimes (wikicrimes.org), entre outros, constituem exemplos

deste próximo recurso da web 2.0, denominado wikis. De acordo com Carvalho (2013),

as wikis são

[...] um modelo de construção colaborativa de redes de documentos

hipertextuais. São conjuntos de páginas web de um tipo específico interligadas

entre si. Estão baseadas em uma tecnologia que permite a fácil e rápida criação

e alteração colaborativa das páginas. Constituem-se em recursos livres, uma

vez que qualquer parte pode ser transcrita, modificada ou ampliada. Permitem

que qualquer usuário seja um colaborador do projeto, tendo em vista que são

elaboradas mediante a cooperação dos usuários.

3 Las comunidades virtuales son grupos de personas que se reúnen de acuerdo con sus afinidades y

utilizan el ciberespacio como un medio para intercambiar y difundir sus ideas, establecer relaciones

sociales, llevar a cabo actividades conjuntas y el logro de objetivos comunes. Proporcionar el medio

ambiente y las herramientas para sus usuarios interatuem entre sí, espontánea y democrática forma, y

generar, almacenar y difundir la información asociada con sus procesos de comunicación.

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

24

O Really Simple Sindication (RSS) é um formato XML, e é utilizado para a

difusão de informações que são atualizadas com freqüência para os usuários que fazem

algum tipo de assinatura de alguma fonte de conteúdos. Este formato permite agregar e

compartilhar conteúdo na web, permitindo distribuir conteúdos fazendo uso de um

software específico ou o navegador para ler os conteúdos RSS. A Digital Public Library

of America (http://dp.la/info/feed/) oferece serviço de RSS.

Assim, pode-se perceber que a web 2.0 dispõe de uma série de recursos que

facilitam a interação do usuário na rede, permitindo que este seja um produtor de

informação, e não somente um receptor passivo. Entendendo sobre estas ferramentas da

web 2.0, é dado prosseguimento na pesquisa no capítulo seguinte, que tratará sobre

comportamento informacional.

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

25

3. COMPORTAMENTO INFORMACIONAL

Há mais ou menos 32 anos, tiveram início os estudos sobre o Comportamento

Informacional, e graças à crescente demanda de informações pelas pessoas ao redor do

globo, este objeto de estudo vem se tornando cada vez mais alvo de estudiosos no

mundo inteiro. Autores como Krikelas (1983), Ingwersen (1984), Ellis (1989), Kuhlthau

(1991), entre outros, vêm abordando este assunto desde então. Entretanto, a origem

destes estudos remonta à primeira metade do século XX, durante a Royal Society

Scientific Information Conference, em Londres, mais precisamente em 1948. Nesta

reunião, objetivou-se entender a forma como as pessoas se utilizavam da informação no

campo da ciência e tecnologia, e no trabalho em geral. De acordo com Salazar et al

(2007), existem diversas nomeações para descrever o processo na busca de informação,

sendo que os que mais se destacam são comportamento na busca de informação,

conduta informativa, processo de busca de informação, e comportamento informacional.

À respeito de comportamento informacional, de acordo com Wilson (2000, p.49),

Comportamento informacional é todo comportamento humano relacionado às

fontes e canais de informação, incluindo a busca ativa e passiva de informação

e o uso da informação. Isso inclui a comunicação pessoal e presencial, assim

como a recepção passiva de informação, como a que é transmitida ao público

quando este assiste aos comerciais da televisão sem qualquer intenção

específica em relação à informação fornecida. (Tradução nossa)4

No tocante à busca de informação, o comportamento informacional busca

estudar da interação entre as pessoas, conhecimento, informação, bem como os diversos

formatos de dados, todos estes reunidos em diferentes contextos de interatividade.

Baseados na idéia de que para um bom funcionamento e interação entre as pessoas,

grupos sociais, sociedades, bem como para a melhoria da qualidade de vida geral nesses

4 Information behavior is the totality of human behavior in relation to sources and channels of

information, including both active and passive information seeking, and information use. Thus, it includes

face-to-face communication with others, as well as the passive reception of information as in, for

example, watching TV advertisements, without any intention to act on the information given.

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

26

grupos, é que entram os conceitos de contextos informacionais e necessidades de

informação entre as pessoas, modelos de acesso à informação e comportamento de

busca, recuperação, disseminação e uso da informação, bem como processamento

humano, no que diz respeito ao campo de comportamento informacional humano. Ainda

sobre busca informacional, através da necessidade de satisfazer um objetivo, acontece a

busca intencional, podendo o indivíduo deparar-se com diferentes tipos de sistemas de

informação. Esta busca de informação, como sugere Wilson (1997), é proveniente do

reconhecimento de determinada necessidade que o usuário tenha percebido, e que este

pode tentar procurar em diferentes tipos de fontes, sejam sistemas formais ou através de

troca interpessoal, ou seja, em outras pessoas.

3.1 NECESSIDADES INFORMACIONAIS

A necessidade informacional, precedente do comportamento informacional, é

denominada, segundo Wilson (1981), como algo que está diretamente ligado única e

exclusivamente à mente de cada pessoa, sendo esta necessidade impossível ser

descoberta por outras pessoas, a menos que quem possui a necessidade informe sobre

ela, ou que a necessidade seja descoberta por dedução. Estas necessidades surgem de

acordo com o contexto que cerca o indivíduo, para buscar por ordem em seu universo.

A informação pode ser conceituada como um conjunto de dados organizado, que

compõe uma mensagem a respeito de determinado evento ou fenômeno, permitindo a

resolução de problemas, bem como a tomada de decisões. Ela nos proporciona sentido

ou significado as coisas. Segundo Ferreira (1995, p.7),

Informação é essencialmente vista como uma ferramenta valiosa e útil para os

seres humanos em suas tentativas de prosseguir com sucesso suas vidas.

Conforme o indivíduo se move através do tempo e espaço, assume-se que a

informação tanto pode descrever como predizer a realidade e, na verdade,

permite ao indivíduo mover-se de modo mais eficiente.

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

27

Autores como Morgan e King, em 1971, argumentavam que as necessidades de

informação surgiam a partir de três diferentes razões. São elas: fisiológicas, que seria a

sede, ou a fome; o desconhecimento da informação, que poderiam ser movidos pela

própria curiosidade ou estímulo sensorial; e sociais, por exemplo, status, desejo de

aprovação das pessoas, dentre outros. Dentro da ótica de Dervin e Nilan, (1986 apud

FERREIRA, 1995, p.7), as necessidades de informação podem ser identificadas e

generalizadas por meio de padrões de comportamento através de objetivos, valores ou

símbolos completamente susceptíveis de serem divididos. De acordo com Dervin (1992,

apud SILVEIRA, 2007, p.119), seguindo a linha de que as necessidades informacionais

possuem natureza não observável e cognitiva, seus estudos apontam que existem

lacunas que causariam uma espécie de descontinuidade no conhecimento humano, o que

levaria ao surgimento da necessidade de informação, assim que o usuário a perceba.

Entretanto, contrariando os estudos de Dervin, Derr (1983) afirma que a

necessidade informacional não se mostra como um estado psicológico, mas como uma

condição unicamente objetiva. Assim, de acordo com Derr (1983, apud SILVEIRA,

2007, p.119),

[...] a necessidade informacional residiria na condição observável de que

determinada informação contribuiu para atender ao propósito ou motivo que a

gerou. Derr examinou o conceito em diversas etapas, começando por afirmar

que a falta de informação não significa, forçosamente, uma necessidade de

informação. O desejo de ter uma informação também não é razão suficiente

para dizer que há necessidade de informação, assim como o fato de possuir a

informação não elimina a necessidade da mesma. As duas condições que

devem estar presentes para que se possa dizer que há necessidade de

informação são (a) presença de um “propósito” para a informação e (b) que a

informação em questão contribua para alcançar este propósito.

As necessidades de informação possuem algumas variáveis, por exemplo, as que

estão ligadas à elementos demográficos; elementos de caráter contextual; as que estão

diretamente relacionadas com necessidades novas ou que surgem com freqüência; as

necessidades inesperadas ou mesmo antecipadas; necessidades que possuem maior ou

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

28

menor nível de exigência; e por fim, as que se classificam como fáceis ou difíceis de se

resolver.

3.2 FATORES QUE INFLUENCIAM NA BUSCA DA INFORMAÇÃO

Dentro do campo do comportamento informacional, existem fatores que

influenciam fortemente dentro da busca da informação. Estes fatores irão influenciar

diretamente o usuário, e são de diferentes tipos de natureza. Os motivos para uma busca

de informação podem ser bem variados, desde razões pessoais ou emocionais, por

exemplo, a solução de algum problema de saúde ou obtenção de conhecimento acerca

de determinado hobby, de meio ambiente, por exemplo, como lidar com desmatamento

em áreas de preservação ambiental, sociais, demográficas etc. Dentro desses fatores,

existem as fontes de informação, que podem ser diferenciadas a partir das características

da informação que se está procurando. Pode-se obter informação de diferentes meios,

desde a forma oral, considerada a mais primitiva e antiga dentre todas as formas de

obtenção de conhecimento e informação, através da escrita, troca de conhecimentos

interpessoais, até a forma virtual. Podem ser exemplos de fontes também colegas de

profissão ou pessoais, bibliotecas, artigos, livros, periódicos, internet, dentre muitos

outro. Algo que também deve ser levado em consideração a respeito de fontes de

informação é que o usuário possui informações e conhecimentos através de uma gama

de aprendizados e experiências adquiridas ao longo da vida.

Muito do sucesso da busca de informação também se dá graças ao procedimento

de busca e da recuperação da informação em si, bem como do conhecimento direto ou

indireto das fontes de informação. Fatores como custo, acessibilidade da informação,

sucesso nas buscas antecedentes, são considerados decisivos para o sucesso da busca.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

29

3.3 COMPORTAMENTO INFORMACIONAL: DA ATENÇÃO VOLTADA PARA O

SISTEMA À ATENÇÃO VOLTADA PARA O USUÁRIO

Algo que causou uma enorme influência no que diz respeito ao comportamento

informacional, foi o redirecionamento do estudo do mesmo. Através das observações de

Dervin e Nilan (1986), ao invés de seguir a linha voltada para o sistema, onde se

afirmava que a informação, vista como algo concreto com significado constante e vida

própria, era um fenômeno objetivo, tendo o usuário como receptor passivo desta

informação objetiva, e onde o usuário tem pouca atenção dada ao que ele realmente faz

com a informação, seguiu-se um paradigma concentrado nos aspectos tanto subjetivos

quanto individuais dos usuários. Assim, estes usuários ocupam o centro de todas as

atenções, e que não mais os artefatos ou aparelhos eram os atores centrais de quaisquer

que fossem os sistemas de informação, e sim os usuários, sendo substituídas as técnicas

quantitativas pelas técnicas qualitativas. Nessa linha, o que importa são as necessidades

de informação que são satisfeitas a partir do conhecimento interno, individual que cada

pessoa constrói para si. Deste modo, ainda de acordo com Dervin e Nilan (1986),

através de ajustes que dêem a possibilidade de encontrar as necessidades intrínsecas de

cada ser humano, torna-se muito mais possível que o sucesso dos serviços de

informação sejam alcançados.

3.4 MODELOS DE COMPORTAMENTO INFORMACIONAL

Dentre todos os modelos importantes de comportamento informacional, é

ressaltado nos mesmos que o ponto principal do comportamento informacional se trata

da necessidade informacional, a situação, ou contexto onde ele tem início. Os modelos

mais requisitados por diversos autores, e que mais aparecem na literatura, são:

Comportamento na busca de informação, de James Krikelas;

Modelo de comportamento humano na busca de informação, de D. Ellis;

Processo de busca de informação, de Carol C. Kuhlthau;

Comportamento informacional, de Tom D. Wilson.

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

30

Dentro do modelo proposto por Krikelas, este está basicamente fundamentado na

tendência psicológica chamada condutismo, ou seja, a relação direta entre os estímulos

do meio sobre o organismo. De acordo com este autor, é de acordo com a natureza do

problema que o comportamento na busca da informação toma forma. De acordo com

Krikelas (apud SALAZAR et al, 2007, p. 138),

As características do problema podem ser um indicador mais crítico do

comportamento potencial que irá variar dependendo da pessoa e do trabalho

que desempenha. Menciona que uma pessoa pode se tornar ciente do estado de

incerteza sobre um problema e tentar reduzir esse estado de incerteza a um

nivel aceitável. Mas a causa dessa incerteza pode ser um um evento específico

ou um simples processo contínuo associado com o trabalho, a vida ou ambos.

(Tradução nossa)5

Também é possível que o processo de busca de informação possa estar voltado a

um objetivo futuro associado com comunicações compartilhadas. O comportamento de

busca de informação tem duas vertentes: a informação acumulada e a informação

produzida. Os estímulos que são aceitos e armazenados na memória para ser acessados

quando se quer compõem a primeiro grupo. E através das mensagens comunicadas por

escrito, verbalmente, visualmente ou de forma tátil, representam informação produzida.

Envolvendo um encadeamento de atividades de busca de informação, onde estas

atividades são o início da busca, o prosseguir a busca propriamente dita, a busca

semidirigida, a seleção, o monitoramento, a extração, a verificação e a finalização, o

modelo de Ellis se mostrou bastante importante, principalmente pela sua natureza

empírica e por ter sido testado em muitos estudos. Este modelo tem sido muito utilizado

como apoio para os programas de navegadores na web. De acordo com Choo, Detlor e

Turnbull (1998, apud SILVEIRA, 2007, p.124),

5 Las características del problema pueden ser un indicador más crítico del comportamiento potencial que

variará según la persona y el trabajo que desempeña. Menciona que una persona puede llegar a estar

consciente del estado de incertidumbre acerca de um problema e intentar reducir esse estado de

incertidumbre a um nível aceptable. Pero la causa de esa incertidumbre puede ser um evento específico o

um simple processo continuo asociado com el trabajo, la vida o ambos.

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

31

[...] um indivíduo pode começar a busca em algumas páginas (começar); seguir

alguns links para recursos relacionados (encadear); percorrer as páginas e

fontes (browsing); selecionar como favoritos algumas fontes para futuras

visitas (diferenciar); assinar serviços de alerta por correio eletrônico para

receber informações (monitorar); pesquisar uma fonte específica sobre todas as

informações necessitadas ou sobre um tópico em particular (extrair)

No terceiro modelo de comportamento informacional, proposto por Carol C.

Kuhlthau, esta autora baseia nas premissas do sense-making, que, de acordo com

Salazar et al (2007, p.139), o modelo proposto por Kuhlthau:

...é um conjunto de proposições metateóricos sobre três aspectosda relação

informação-usuário: a natureza da informação; a natureza do uso da

informação; e a natureza da comunicação humana. O princípio destas

proposições repousam na ideia de descontinuidade a qual é concebida como

um elemento fundamental da condição humana, e em consequência deve

considerar-se como a base para estudar o uso da informação, o projeto e

administração dos sistemas de informação (Tradução Nossa).6

O modelo de Khulthau (1991) tem embasamento no processo espontâneo que

uma pessoa avança no momento que usa a informação e, mais concretamente, no

momento que busca a informação. Este modelo identifica as etapas que o concretiza,

bem como os momentos que delimitam cada etapa, tal qual a continuidade ou

descontinuidade. Ainda assim, é levado em consideração pela autora três teorias,

representando diferentes aspectos do usuário que busca informação: a construção

pessoal de Kelly, que considera que o sujeito assimila novas informações e constrói

uma visão sobre a vida através das experiências cognitivas e afetivas; o processo

construtivo de busca de informação de Belkin, que propõe que, é pelo estado anômalo

6 ...es um conjunto de proposiciones metateóricas sobre três aspectos de la relación información-usuario:

la natureza de la información; la natureza del uso de la información; y la natureza de la comunicación

humana. El principio de estas proposiciones descansa em la idea de descontinuidad, la cual es concebida

como un elemento fundamental de la condición humana y em consecuencia debe considerarse como la

base para estudiar el uso de la información, el diseño y administración de los sistemas de información

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

32

de conhecimento à um conhecimento coerente que se dá o caminho da recuperação de

informação; e os níveis de necessidades de informação de Taylor, onde é estabelecido,

de acordo com a bagagem cognitiva do usuário, a base da busca de informação.

O modelo de comportamento informacional, proposto por Tom D. Wilson,

baseia-se na tendência cognitivista, onde são estabelecidos conceitos de necessidade,

comportamento informativo, comportamento na busca, bem como o processamento e o

uso da informação. Assim, de acordo com Wilson (2000, p.49), comportamento

informacional pode ser conceituado como:

a busca intencional de informação como conseqüência de satisfazer algum

objetivo. No percurso da busca, o indivíduo pode interagir com sistemas de

informação manuais (como um jornal ou uma biblioteca), ou com sistemas

baseados em computadores (como a World Wide Web) (Tradução Nossa)7

Dentro do seu modelo, é incluído por Wilson (2000) conceitos básicos, como

necessidade, comportamento na busca de informação, teorias de tensão/solução, entre

outros. Este modelo é apresentado dentro do contexto de necessidade de informação,

que para Wilson, ocorre unicamente dentro da cabeça do indivíduo, não podendo ser

acessível; de mecanismo de ativação, que se trata do estímulo que move a pessoa em

direção da satisfação de sua necessidade; e da teoria de tensão/solução, onde a tensão

pode ser definida como a relação entre pessoa e meio ambiente, e seus riscos que podem

contribuir para seu mal-estar; e a solução, como efeito cognitivo para reduzir o estresse

criado pela demanda de informação.

7 [...] the purposive seeking for information as a consequence of a need to satisfy some goal. In the course

of seeking, the individual may interact with manual information systems (such as a newspaper or a

library), or with computer-based systems (such as the World Wide Web)

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

33

3.5 COMPORTAMENTO INFORMACIONAL NA WEB 2.0

Percebe-se, atualmente, que o uso da web 2.0 cresce aceleradamente, bem como

o uso da web 3.0 e da web ubíqua. Com isso, o uso destas webs com relação à busca de

informação cresce paralelamente, e os usuários utilizam cada vez mais os recursos

destas webs para melhor suprirem suas necessidades informacionais. As facilidades de

conexão entre os usuários da web 2.0 são diversas, e isso faz com que haja uma enorme

quantidade de produção de conteúdo, troca de informações e interação entre os

indivíduos, causando uma notável diferença no comportamento informacional das

pessoas. Também, as ferramentas tecnológicas, como celulares, iPhones, tablets entre

outros, reforçam ainda mais o fato de o comportamento informacional dos indivíduos

se modificarem. Sobre comportamento informacional, Davenport (2000) afirma que ele

se refere “ao modo como os indivíduos lidam com a informação. Inclui a busca, o uso, a

alteração, a troca, o acúmulo e até mesmo o ato de ignorar os informes”

De acordo com Wilson (2000, apud CARVALHO, ALCOFORADO, SANTOS,

2013), a busca de informação na World Wide Web é um tópico de pesquisa crescente

nos estudos atuais do comportamento informacional, ao mesmo tempo que sobre a web

2.0. Como antes mencionado, na web 2.0, os usuários tem ativa participação, pois eles

tanto podem produzir quanto consumir informação.

Diferentes autores, como Hoffmann e Gracioso, afirmam que os usuários se

subdividem de acordo com suas gerações, ou seja, seu comportamento informacional

pode variar dependendo da época em que nasceram. Nesse sentido, os usuários se

dividem em tradicionalistas, baby boomers, geração x, geração y e geração z. De acordo

com Novelli, Hoffmann e Gracioso (2011, apud CARVALHO, ALCOFORADO,

SANTOS, 2013),

Em relação aos tradicionalistas as autoras afirmam que tem pouco contato com

a web. Os Baby Boomers são usuários da Web 1.0. A Geração X utiliza a

internet, contando com poucos recursos da Web 2.0, para resolver eventuais

ações do dia a dia. Já a Geração Y é mais dinâmica e está mais ligada à

internet, principalmente no âmbito profissional, e possui uma boa familiaridade

com a Web 2.0. A Geração Z, denominada “nativos digitais” é constituída por

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

34

indivíduos que preferem trabalhar em grupos, possuem um perfil colaborativo,

o que evidencia um alto índice de utilização da Web 2.0. Seu diferencial é não

apenas buscar informações, mas selecionar com precisão o que se é necessário.

Algo que também é perceptível, através das pesquisas, como por exemplo o

artigo “No natives here: a focus group study of student perception of web 2.0 and the

academic library”, de Burhanna, Salem Jr. e Seeholzer (2009), é que muitas pessoas,

embora teoricamente devessem ter mais familiaridade com o meio virtual, não possuem

tanta familiaridade assim. O comportamento informacional de universitários norte-

americanos não se mostrou tão “digital”, assim, como esperado por muitos. Tais autores

observaram que estudantes universitários não estão tão familiarizados assim com a web

2.0, pelo menos não no sentido do uso coerente da busca da informação.

Desta forma, pode-se perceber que a interação com a web 2.0 é influenciada

fortemente pela idade que o indivíduo possui, embora não seja um fator determinante. A

web 2.0 permite uma grande articulação entre seus usuários e seu conteúdo

informacional, e graças a facilidade proporcionada pela própria web 2.0 e pelas

tecnologias atuais, é cada vez maior a freqüência com que essas informações e seu

modo de buscá-las tenha a ver com o modo de vida das pessoas, e estejam

intrinsecamente ligados.

3.6 COMPORTAMENTO INFORMACIONAL DE ADOLESCENTES

Nos dias atuais, devido ao “boom” informacional causado pelos avanços

tecnológicos e pela produção em massa de informação, é cada vez mais comum o

excesso, e por vezes, a sobrecarga de informação. Para pessoas de mais idade, como os

baby boomers, por exemplo, torna-se mais difícil lidar com essa explosão

informacional, principalmente no ambiente virtual. Entretanto, para os usuários que

nasceram à mesma época do surgimento da web, os adolescentes de hoje, parece muito

mais simples e comum lidar com essas novas tecnologias. Esses indivíduos que

nasceram após 1993, de acordo com Lanzi et al (2012, p.51), são pertencentes à

“geração Google”, e “[...] nasceram e aprenderam a utilizar recursos tecnológicos nos

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

35

primeiros anos de vida, estando atrelados conjuntamente ou mesmo anteriormente ao

aprendizado da leitura e escrita” (LANZY et al , 2012, p.51). Ainda sobre isso, “Os

jovens que ainda não assimilaram integralmente a cultura do papel, adaptam-se com

mais facilidade que os adultos ao uso das tecnologias [...] porque já nasceram nessa

nova cultura, a cultura digital” (PRENSKY, 2001, apud MOURA, 2010, p.82).

Embora esses adolescentes tenham uma maior facilidade ao lidar com as novas

tecnologias, eles também sofrem de grande ansiedade informacional. Com relação à

busca informacional feita por crianças, Akin (1998, apud FIALHO e ANDRADE, 2007,

p.29) aponta que

[...] as crianças tem experimentado a sobrecarga informacional da rede [...]

experimentam sentimentos de confusão, frustração, irritação, fúria, estresse,

tensão e pânico, além de sintomas físicos, como dor de cabeça, cansaço,

depressão, fadiga e doenças.

Uma possível razão para esta ansiedade informacional seja o surgimento de

recursos tecnológicos, por exemplo o smartphone. Esta ferramenta tecnológica permite

a realização de mais de uma tarefa ao mesmo tempo, tendo em vista que o usuário pode

estar, por exemplo, assistindo televisão, pesquisando conteúdos escolares em seu tablet

ao mesmo tempo em que está conectado à uma ou mais redes sociais por seu

smartphone.

Esse grupo de indivíduos, denominado “geração google”, possui muita

familiaridade com as novas tecnologias, mas pode-se observar que, no que diz respeito

ao comportamento informacional e a forma correta de busca de informação na Internet,

eles não estão tão familiarizados assim. Percebe-se, atualmente, como é veloz e

progressivo o crescimento de acessos de adolescentes à busca de informação na

Internet. Deste modo, surge a necessidade de algum tipo de treinamento sobre como

buscar corretamente as informações na Internet. De acordo com Todd (2003, apud

FIALHO e ANDRADE, 2007, p.30),

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

36

[...] um aspecto consistente [...] é a necessidade de desenvolver competências

informacionais e críticas nos aprendizes, desenvolvendo as bases intelectuais

para que possam usar apropriadamente a informação, questioná-la, criticá-la e

acessá-la de forma bem-sucedida em suas necessidades de aprendizado e obter

resultados desejáveis de conhecimento, bem como a habilidade de conduzir e

usar efetivamente a quantidade de informação com a qual eles se confrontam

em suas questões para construção de novo conhecimento.

Todo esse treinamento direcionado aos adolescentes na questão do

comportamento informacional na Internet é bastante importante, já que estes, em sua

maioria, desconhecem um mundo sem as novas tecnologias digitais.

Dentro das necessidades informacionais dos adolescentes, um importante estudo

desenvolvido por Savolainen (1995, 2006) chamado Everyday Life Information Seeking

(ELIS) se mostra bastante pertinente, apesar de o mesmo não ter sido feito para um

público específico. Este estudo “se caracteriza como uma tentativa de abordar o

fenômeno de busca de informação para o cotidiano, combinando fatores sociais e

psicológicos” (SAVOLAINEN, 2006, apud LANZI et al, 2012, p.52). Este modelo

possui como ponto chave o estilo de vida, o qual possibilita que se investiguem

elementos sociais e individuais. Nisso, de acordo com Lanzy (2012), a teoria do hábito,

de Bourdieu (1984), respalda prontamente o modelo ELIS. Segundo Savolainen (2006,

p.143, apud LANZI et al, 2012, p.54)

Hábito pode ser definido como um sistema social e culturalmente determinado

de pensamento, percepção e avaliação internalizados pelo indivíduo. Hábito é

um sistema relativamente estável de temperamentos pelos quais indivíduos

integram suas experiências e avaliam a importância de diferentes escolhas, por

exemplo, a preferência por determinados canais e fontes de informação.

Esta conceituação sobre o hábito se revela importantíssima, visto que é de

acordo com os hábitos das pessoas que suas atividades do dia-a-dia são realizadas.

Dentro do modelo ELIS, de acordo com Hughes-Hassel e Agosto (2007, p.34-35, apud

LANZI et al, 2012, p.55), quatro são as categorias e tipologias para a aquisição da

informação, levando em conta o cotidiano dos adolescentes. Estas categorias são: a)

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

37

canais e fontes pessoais: estes seriam amigos, familiares, funcionários da escola, etc; b)

mídia de comunicação preferida: face a face, computador, etc; c) fontes de mídia e

tópicos da necessidade de informação: . É possível, através desses estudos, perceber

que, de acordo com Lanzi et al (2012, p.57)

[...] a busca de informação e conhecimento está presente no processo de

amadurecimento e passagem da condição de indivíduo adolescente para

indivíduo adulto. Assim, o modelo de ELIS pode auxiliar a identificação das

necessidades informacionais [...]

Muitos jovens utilizam a Internet e os web sites, de acordo com Lanzi et al

(2012, p.68), como fonte confiável para diferentes tipos de assuntos. De acordo com os

dados coletados pelos pesquisadores, a solução para inúmeros questionamentos e

dúvidas, por exemplo, sobre interesses políticos e filosóficos, herança cultural e

identidade, carreira etc, se encontra plenamente disposta na Internet. De acordo com

esta mesma pesquisa. Observa-se que outros assuntos, como rotina, finanças pessoais,

auto-atualização etc também possuem na Internet as suas respostas.

Este estudo nos mostra, em convergência com os resultados da pesquisa da

University College London (2008), que, no que diz respeito à busca informacional dos

adolescentes, a Internet se mostra como a fonte de informação dos mesmos, sendo que

os portais de informação e buscadores se sobressaem, por exemplo, em relação aos

livros, na preferência deste público.

De acordo com os estudos de Lanzi et al (2012), os adolescentes entrevistados

sentiam desconforto e incredulidade com relação à consulta em livros, além de

imobilidade, burocracia e dificuldade nos sistemas de busca de bibliotecas, sendo por

vezes estressante para eles. Sobre as observações indiretas feitas pela bibliotecária do

colégio em que os adolescentes foram entrevistados, tais autores afirmam que

Pôde-se verificar que, ao procurar a informação na internet, os adolescentes

demonstraram agilidade, decisão, alto nível de satisfação, certeza do resultado

rápido e preciso. Entretanto, eles não demonstraram ter habilidades para criar

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

38

estratégias de busca mais efetivas. Nota-se que os estudantes vêem na internet

o ambiente ideal para pesquisa sobre assuntos atuais e modernos.

Desta maneira, pode-se perceber, através destas pesquisas, que os adolescentes

atualmente têm maior preferência pelos meios digitais de acesso à informação através

da Internet, do que de outras formas, como por exemplo, o acesso a livros e bibliotecas

escolares. Nota-se que não há uma maior preocupação por parte dos adolescentes com

as origens das fontes pesquisadas, sendo agregada na maioria das vezes uma natureza

atual e moderna aos conteúdos disponibilizados. Nisto, faz-se de grande importância

que o profissional da informação adeque sua postura a tais comportamentos, evitando

que as bibliotecas, principalmente as escolares, sejam ambientes burocráticos e sem

atrativos para este público, incorporando, por exemplo, meios digitais que cativem os

jovens, e proporcione um maior dinamismo em sua busca da informação.

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

39

4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A consecução dos objetivos de pesquisa demandou a realização de pesquisa

bibliográfica e de pesquisa de campo.

No tocante a pesquisa bibliográfica, para realizar as buscas, foram utilizados os

termos “comportamento informacional”, “web 2.0”, “recursos 2.0”, “comportamento

informacional na web 2.0”, “comportamento informacional de adolescentes”. Os termos

foram buscados no Google Acadêmico (http://scholar.google.com.br/), E-lis

(http://eprints.rclis.org/) e BDTD (http://bdtd.ibict.br/) em português, espanhol e inglês.

Com base nestas buscas, foram recuperados diferentes materiais, sendo eles livros

impressos e digitais, monografias, teses, dissertações, artigos de periódicos, artigos em

blogs e sites especializados e vídeos.

No que se refere à pesquisa de campo, foi realizado um estudo de caso em uma

escola privada de ensino médio da cidade de Natal. O instrumento de coleta de dados

utilizado foi um questionário aplicado entre jovens do ensino médio, mais precisamente

a aqueles matriculados no 1º, 2º e 3º anos da referida escola, adotando-se a técnica de

amostragem.

Este público foi selecionado devido ao interesse em pesquisar, mais

precisamente, os nativos digitais, pois sua familiaridade com as novas tecnologias e

com as redes sociais digitais se dá com muito mais intensidade do que qualquer outro

tipo de público. Além disso, a escolha dos informantes serem alunos de uma escola

privada ao invés de, por exemplo, serem alunos de escola municipal ou estadual, se dá

devido a maior probabilidade do acesso à Internet e dos usos de diferentes recursos

eletrônicos, como modernos aparelhos celulares, smartphones, iPads, entre outros, ser

maior neste público, devido às suas melhores condições socioeconômicas.

A aplicação dos questionários ocorreu nos dias 17 e 18 de Novembro de 2014.

Houve a mediação no contato com a escola por intermédio da bibliotecária, que foi

muito prestativa em seu atendimento. Ela nos explicou que, devido aos procedimentos

adotados pela escola, a aplicação dos questionários seria realizada pela coordenação

pedagógica. Para que fossem aplicados os questionários, foi enviado um ofício do

Departamento de Ciência da Informação (DECIN) assinado pela Profª Dra. Andréa

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

40

Vasconcelos Carvalho, com a finalidade de obtenção da autorização formal da escola

para a aplicação dos mesmos.

As turmas do 1º, 2º e 3º ano do ensino médio do estabelecimento de ensino

selecionado são compostas por 120 alunos, sendo 40 alunos matriculados no 1º ano, 40

no 2º ano e 40 no 3º ano. Ao considerar a quantidade de 120 questionários extensa,

resolveu-se fazer as aplicações dos mesmos em uma amostra de 50%, que são 60

alunos. Destes 60, 20 são de cada turma, e desses 20, dez são do sexo masculino e dez

do sexo feminino.

O questionário foi elaborado de modo a obter as respostas para as questões

motivadoras, possibilitando o entendimento sobre o comportamento dos estudantes

frente às redes sociais, e como se dá seu uso no cotidiano escolar. Trata-se de um

questionário elaborado com quinze questões, sendo quatorze fechadas e a décima quinta

mista. São abordadas questões como: o que os leva a escolher interagir virtualmente;

quanto tempo passa nas redes sociais; se já houve escolha de interação virtual em

detrimento à interação real; se já houve déficit no rendimento escolar devido às

interações virtuais; através de que meios acessam as redes sociais; se existem grupos de

estudo que promovam a interação entre os colegas de classe, entre outros.

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

41

5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Este capítulo trará os resultados, em gráficos, da aplicação dos questionários

entre os jovens do ensino médio do estabelecimento de ensino selecionado, bem como a

análise destes resultados e a discussão e comparação com pesquisas realizadas por

outros autores.

Gráfico 1: Idade (anos)

Fonte: elaboração própria

Com relação à idade do público escolhido, de acordo com o objetivo da

pesquisa, que era conhecer o comportamento informacional e o uso das redes sociais por

adolescentes da cidade de Natal, o Gráfico 1 mostra que os questionários foram

respondidos pelo público esperado: adolescentes entre 15 e 18 anos. Também percebe-

se que os alunos encontram-se em suas idades esperadas de acordo com suas respectivas

turmas, não havendo assim um desnivelamento entre eles.

Gráfico 2: Sexo

Fonte: elaboração própria

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

15 16 17 18

26,7%

33,3% 31,7%

8,3%

50% 50%

Feminino Masculino

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

42

No tocante ao sexo do público escolhido, pode-se constatar no Gráfico 2 que

houve uma igual divisão no momento em que os jovens responderam os questionários.

Isso foi intencional em virtude do tipo de amostragem adotada. Deste modo, metade dos

informantes era do sexo masculino, e a outra metade, do sexo feminino

Dos 60 adolescentes que participaram da pesquisa, 100% deles afirmaram ter

conexão à Internet. Desta maneira, o motivo da escolha em serem entrevistados alunos

de uma escola particular da zona sul de Natal também se deu com sucesso, já que a

probabilidade de conhecer o comportamento informacional de adolescentes frente às

redes sociais seria maior diante da escolha de uma escola da zona sul de Natal.

Gráfico 3: Preferência de acesso

Fonte: elaboração própria

De acordo com o Gráfico 3, a grande maioria dos jovens mostram preferência

em acessar a Internet e as redes sociais através de smartphones. Isto corrobora com os

estudos de alguns autores, como Cirilo (20??), a respeito da computação ubíqua, uma

Internet totalmente conectada por ferramentas tecnológicas, como celulares que

permitem acesso à web, e que beneficiam os usuários pela natureza da interação que

proporcionam com o uso inteligente de softwares específicos para conexão.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Smatphone iPod Notebook Tablet Desktop

60,0%

3,3%

18,3%

8,3% 10,0%

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

43

Gráfico 4: Facilidade em lidar com recursos tecnológicos

Fonte: elaboração própria

Com relação ao uso dos recursos tecnológicos como computadores e

smartphones, a grande maioria dos adolescentes, como se vê no Gráfico 4, responderam

que sentem facilidade em utilizar estas ferramentas. De todos os informantes, apenas

quatro deles responderam que sentem dificuldades. Isto se mostra um dado interessante,

visto que é esperado que os adolescentes se sintam mais familiarizados com este tipo de

tecnologia do que outros grupos.

Ainda assim, pode-se notar que os resultados obtidos através dessa pergunta, em

sua maioria, confirmam os estudos de alguns autores, como por exemplo, Novelli,

Hoffmann e Gracioso (2011), que mencionam os adolescentes como os “nativos

digitais”, e possuem bastante facilidade em lidar com as novas tecnologias, diferente de,

por exemplo, os baby boomers ou a geração X

Gráfico 5: Conhecimento do que é web 2.0

Fonte: Elaboração própria

93%

7%

Sim Não

2%

98%

Sim Não

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

44

Apesar de os adolescentes se sentirem bastante familiarizados com as

ferramentas tecnológicas e usarem largamente os recursos da Web 2.0, como será

mostrado no Gráfico 6, pode-se perceber através do Gráfico 5 que eles desconhecem

completamente o que é a Web 2.0. Dentre os informantes, apenas 2% (que corresponde

à um adolescente) respondeu que conhecia a Web 2.0, afirmando que esta seria a

“segunda geração da Internet, que dinamiza a estrutura dos sites e da navegação em

geral”. De acordo com a pesquisa de Carvalho, Alcoforado e Santos (2013), ao

questionar discentes do ensino superior sobre o conhecimento do conceito de Web 2.0,

identificaram também o desconhecimento. O curioso é que tanto os informantes desta

pesquisa quanto do estudo citado, são usuários dos recursos da Web 2.0, mesmo não

conhecendo o conceito. No artigo “No natives here”, de Burhanna, Seeholzer e Salem Jr

(2009) também é mostrado resultado semelhante em pesquisa realizada com estudantes

norte-americanos.

Gráfico 6: Participação em redes sociais

Fonte: elaboração própria

Os adolescentes que participaram desta pesquisa fazem uso de muitos serviços

da Web 2.0, e todos eles afirmaram possuir conta em alguma rede social. Como

demonstrado no Gráfico 6, a rede social Facebook lidera com quase 25% do número de

jovens, seguido pelo Instagram, com 23,6%.

Outros

Slideshare

Vine

Pinterest

Skype

Tumblr

Whatsapp

Twitter

Snapacht

Youtube

Instagram

Facebook

3,5%

0,9%

0,9%

1,3%

1,3%

2,2%

7,0%

7,4%

7,4%

19,7%

23,6%

24,9%

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

45

Gráfico 7: Objetivo de acesso às redes sociais

Fonte: elaboração própria

É constatado, através do Gráfico 7, que a maioria dos adolescentes que

participaram da pesquisa tem como objetivos principais, ao acessar as redes sociais,

conversar com os amigos, postar e ver postagens dos amigos e atualizar-se,

representando 26,8%, 23,2% e 21,1%, respectivamente. Isso aponta uma necessidade de

estar sempre em contato com os amigos, interagindo e participando ativamente nas

redes sociais. Os outros objetivos de acesso às redes sociais, como atualizar-se, fazer

pesquisas em geral e realizar trabalhos escolares através das redes sociais, apesar de

terem sido indicadas como em menor percentual, são ações que podem interferir

positivamente no desempenho escolar dos adolescentes.

Assistir vídeos e escutar música

Realizar trabalhos escolares

Fazer pesquisas em geral

Atualizar-se

Postar e ver postagens de amigos

Conversar com amigos

1,10%

12,60%

15,30%

21,10%

23,20%

26,80%

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

46

Gráfico 8: Tipo de conteúdo pesquisado nas redes sociais

Fonte: elaboração própria

No Gráfico 8, observa-se que tipo de conteúdo é pesquisado pelos jovens

informantes. A maioria deles afirmou que fazem pesquisas escolares e sobre eventos,

vindo em seguida esportes, cultura popular, carreira, etc. Relacionar isso com a vida

escolar do estudante. Percebe-se que, a despeito do que muitos pensam, o uso das redes

sociais pelos adolescentes não tem como fim apenas o lazer, mas também fins escolares

e culturais. Esse resultado também é compatível com o que foi observado no estudo de

Carvalho, Alcoforado, Santos (2013) que revelou que os estudantes de Biblioteconomia

da UFRN também utilizam as redes sociais para fins acadêmicos.

Outros (Música)

Outros (Vídeos)

Outros

Religião

Filosofia

Saúde

Moda

Carreira

Cultura popular

Esportes

Pesquisas escolares

Eventos

3,0%

2,0%

4,5%

2,0%

3,5%

8,0%

9,5%

10,1%

11,1%

13,6%

16,1%

16,6%

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

47

Gráfico 9: Tempo por dia usado nas redes sociais

Fonte: elaboração própria

Em relação ao tempo que os estudantes passam por dia conectados às redes

sociais, percebe-se no Gráfico 9 que, a maioria dos informantes, que corresponde a

38,3%, respondeu que passam mais de três horas. Em contrapartida, apenas 1,7%

respondeu que usa as redes sociais por menos de uma hora ao dia. Isto nos mostra o

quão dependentes esses adolescentes se mostram diante do uso das redes sociais, usando

boa parte de seu tempo conectados através deste recurso da web 2.0. Isto pode ser

associado ao fato de os nativos digitais realizarem várias atividades ao mesmo tempo,

de modo que as horas que passam nas redes sociais, provavelmente, são empregadas,

concomitantemente, para a realização de várias outras atividades. Este tipo de

comportamento informacional é ainda mais estimulado pelo acesso às redes sociais

através de smartphones, já que estes recursos tecnológicos permitem o acesso à Internet

em praticamente qualquer lugar em que estes adolescentes estejam.

0%

10%

20%

30%

40%

Menos de 1 hora

1 hora 2 horas 3 horas Mais de 3 horas

1,7%

13,3%

21,7% 25,0%

38,3%

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

48

Gráfico 10: Forma preferida de conversa com amigos

Fonte: elaboração própria

Contrariando as expectativas do Gráfico 9, onde esses adolescentes

demonstraram passar boa parte do seu tempo conectados às redes sociais, no que se

refere à forma de conversar com os amigos, é constatado no Gráfico 10 que 93% dos

informantes, os quais correspondem à cinquenta e seis dos sessenta adolescentes que

participaram da pesquisa, afirmaram que têm preferência pela conversa “face-a-face”, e

apenas quatro afirmaram preferir conversar virtualmente. Dentre esses quatro, dois deles

afirmaram que a razão para a preferência no contato virtual era a comodidade, um deles

respondeu que era a preguiça em sair de casa e um respondeu que era a opção por não se

expor fisicamente.

Nisto, pode-se observar um resultado inesperado, se levarmos em consideração

os estudos de Bauman (2008) e Keen (2012), onde estes afirmam que as redes sociais

estão tornando frágeis ou quebrando os laços tradicionais entre as pessoas,

especialmente os mais jovens.

7%

93%

Virtualmente Pessoalmente

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

49

Gráfico 11: Ansiedade para checar o perfil nas redes sociais ao conversar pessoalmente com amigos

Fonte: elaboração própria

De acordo com o Gráfico 11, 85% dos adolescentes que participaram da

pesquisa responderam que não se sentem ansiosos para checar seus perfis nas redes

sociais, enquanto nove deles responderam o contrário. Desta forma, nota-se que os

jovens, em sua maioria, além de preferirem conversar pessoalmente com seus amigos,

não demonstram ansiedade em checar seus perfis enquanto conversam ou se divertem

entre si.

Gráfico 12: Vício em redes sociais

Fonte: elaboração própria

Pelo que se pode constatar no gráfico 12, mais da metade dos informantes

responderam que são viciados em redes sociais apenas “em parte”, enquanto o resto dos

informantes se dividia entre viciados, com 15%, e não viciados, com 32%. Este vício

total ou parcial no uso das redes sociais pode impactar no desempenho escolar dos

15%

85%

Sim Não

15%

53%

32%

Sim Em parte Não

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

50

informantes, pois pode gerar dispersão. Embora, como visto anteriormente, parte do uso

das redes sociais inclui atividades que contribuem para as atividades escolares.

Gráfico 13: Contribuição das redes sociais para os estudos

Fonte: elaboração própria

Com relação à contribuição das redes sociais para os estudos, pode-se observar

no Gráfico 13 que 82% dos adolescentes responderam que elas podem contribuir para

seus estudos, enquanto 18% dos informantes responderam que não. Dentre as respostas

afirmativas, foi constatado que a maioria (43,3%) dos adolescentes considera as redes

sociais como fonte de pesquisa de conteúdos adicionais, contribuindo assim com o

aprendizado. As outras respostas, tanto positivas quanto negativas, se subdividiam em

percentuais aproximados, variando entre 5% e 11%.

Outras respostas positivas foram que as redes sociais permitem a troca de

informações para estudos, além de estudar e tirar dúvidas com os amigos sobre os

conteúdos ministrados em sala de aula.

Dentro das respostas negativas, os informantes afirmaram que ou não fazem uso

das redes sociais para os estudos, ou que elas são uma distração, muitas vezes somente

atrapalhando.

82%

18%

Sim Não

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

51

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sabe-se que, de algumas décadas até o presente momento, os recursos

tecnológicos como os computadores, iPods e smartphones vem crescendo e se

popularizando de tal maneira que está cada vez mais comum as pessoas terem acesso à

esses tipos de recursos. Além destes recursos tecnológicos, o uso da Web e,

particularmente, a Web 2.0 cresce de forma muito veloz a cada dia, atingindo uma gama

cada vez mais ampla de pessoas.

Junto ao crescimento da Web 2.0, as redes sociais digitais, um de seus recursos,

surgem com a finalidade inicial de aproximar pessoas e facilitar a consecução de

objetivos comuns e convivência entre as pessoas. Estas redes sociais se expandiram e

continuam a crescer até hoje, atingindo cada vez mais um maior número de usuários, em

especial, os chamados nativos digitais.

Estas redes sociais atreladas aos recursos tecnológicos fazem emergir um novo

fenômeno entre estes jovens, que é a massiva interação virtual entre eles, onde as redes

sociais fazem importante papel intermediário, permitindo a troca de informações e

conversas entre os mesmos.

Esta pesquisa demonstrou que, apesar de estes jovens terem como objetivo

principal nas redes sociais a conversa entre amigos, é perfeitamente viável a aplicação

do uso deste tipo de recurso da web 2.0 nas atividades educacionais destes adolescentes.

Isto se dá devido ao fato, demonstrado por esta pesquisa, que eles possuem, entre suas

preferências de conteúdos a serem pesquisados nas redes sociais em seu cotidiano, as

pesquisas escolares. Inclusive os informantes consideram, em sua maioria, que as redes

sociais são importantes para a realização de atividades educacionais, pois constituem em

fontes de pesquisa e troca de informações ou materiais de aula entre os colegas.

Também foi possível constatar, que os jovens utilizam, em sua maioria, as redes

sociais com bastante freqüência, chegando a passar mais de três horas por dia

conectados a elas através de seus smartphones, recurso tecnológico apontado por eles

como preferido no momento do acesso às redes sociais. Constatou-se também que,

embora façam uso frequente da web 2.0, eles desconhecem este conceito.

Deste modo, percebe-se que o comportamento informacional dos estudantes do

ensino médio do Centro de Educação Integrada (CEI) da cidade do Natal fazem uso das

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

52

redes sociais digitais como ferramenta de estudo, pois, além de utilizar as redes sociais

para conversar informalmente com os colegas e se entreter, utilizam-nas também para a

realização de atividades educacionais.

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

53

REFERÊNCIAS

A CAMINHO DA MUDANÇA. Os relacionamentos nas redes sociais. Disponível em:

<http:// http://goo.gl/3Mme58>. Acesso em: 17 mai. 2014.

ABRANTES, José. Fazer monografia é moleza: o passo a passo de um trabalho

científico. 3. ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011.

ACIDIGITAL. Redes Anti-sociais? Disponível em: <http://goo.gl/qBPNvh> . Acesso

em: 16 mai. 2014.

AGUIAR, Sonia. Redes sociais na internet: desafios à pesquisa. Disponível em:

<http://goo.gl/K75wMI>. Acesso em: 26 set. 2014.

BAUMAN, Zygmunt.Vida para consumo: a transformação das pessoas em

mercadoria. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2008. 199 p.

BRAZ, Lucas M. SERRÃO, Tássia. PINTO, Sérgio Crespo C.S. CLUNIE, Gisela. Um

mecanismo para integração entre o LMS Moodle e o site de redes sociais Facebook.

BURHANNA, Kenneth J. SEEHOLZER, Jamie. SALEM JR, Joseph. No natives here: a

focus group study of student perception ofweb 2.0 and the academic library. Disponível

em: . Acesso em: 3 out. 2014. The Journal of Academic Librarianship, Kent -

Estados Unidos, v. 35, n.6, (2009), p.523-532.

CAMPOS, Ronaldo Ribeiro de. Redes complexas e ações para compartilhamento de

conhecimento: uma análise de redes sociais em um ambiente web para apoio à

aprendizagem. Disponível em: <http://goo.gl/BRg7r3>. Acesso em: 26 set. 2014.

CARVALHO, Andréa Vasconcelos. ALCOFORADO, Acilégna Cristina Duarte

Guedes. SANTOS, Alexandre José dos. A web 2.0 e o comportamento informacional

dos estudantes de Biblioteconomia da UFRN. Disponível em: <http://goo.gl/oai4yi>.

Acesso em: 30 out. 2014. Biblionline, Natal, v. 9, n. 2, 2013, p.1-16.

CARVALHO, Andréa Vasconcelos; PEREIRA, Edinete do Nascimento; CÂMARA,

Rafael Silva da; ANDRADE, Rayssa Lara Oliveira de. Comportamento informacional

na web 2.0: caracterização dos estudantes de Biblioteconomia da UFRN. Múltiplos

olhares em ciência da informação, Natal, v. 3, n. 2,2013, p.1-14. Disponível em:

<http://goo.gl/WEut2t>. Acesso em: 30 out. 2014.

CARVALHO, Andréa Vasconcelos. Comunidades virtuales y producción de

inteligência econômica y competitiva. Disponível em: <http://goo.gl/BSG8qa>. Acesso

em: 25 out. 2014. Revista de análisis y prospectiva, Espanha, v. ?, n. 3, 2007, p.13-

42.

_______. Recursos da web 2.0. Acessado em: 22 out. 2014.

_______. Web 2.0: conceitos e características. Disponível em: . Acesso em: 22 out.

2014.

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

54

CIRILO, Carlos Eduardo. Computação ubíqua: definição, princípios e tecnologias.

Disponível em: <http://goo.gl/PKeKMb>. Acesso em: 21 out. 2014.

COLÁS, P. GONZÁLEZ, T. PABLOS, J. de. Juventud e redes sociales: motivaciones y

usos preferentes. Disponível em: <http://goo.gl/zPORCz>. Acesso em: 28 set. 2014.

Comunicar, v. 20, n. 40, 2013, p.15-23.

COMUNICAÇÃO VIRTUAL. O Contexto Histórico da Internet. Disponível em:

<http://goo.gl/P1mmif>. Acesso em: 23 mai. 2014.

CONCEITO.DE. Conceito de informação. Disponível em:

<http://conceito.de/informacao>. Acesso em: 13 out. 2014.

CURTY, Renata Gonçalves. Web 2.0: Plataforma para o conhecimento coletivo. In:

TOMAÉL, Maria Inês (org.). Fontes de Informação na Internet. Londrina: Eduel, 2008.

p.53-78.

DAVENPORT, Thomaz H. Ecologia da informação: porque só a tecnologia não basta

para o sucesso da era da informação. São Paulo: Futura, 2000. Disponível em:

<http://goo.gl/voPCrL>. Acesso em: 30 Set. 2014.

DE TUDO UM POUCO. Quando as redes sociais afetam as relações interpessoais.

Disponível em: <http://goo.gl/KZ3igU>. Acesso em: 17 mai. 2014.

DESCOMPLICANDO TECNOLOGIA. A diferença entre web 1.0, 2.0 e 3.0.

Disponível em: <http://goo.gl/TDEVG8>. Acesso em: 20 out. 2014.

DOMÍNGUEZ, David Caldevilla. Las redes sociales. Tipología, uso y consumo de las

redes 2.0 em La sociedad digital actual. Disponível em: <http://goo.gl/VBo619>.

Acesso em: 26 set. 2014. Documentación de las ciências de la información, Madrid,

v. 33, n. ?, 2010, p.1-24.

EX2. Web 1.0, Web 2.0 e Web 3.0… Enfim, o que é isso? Disponível em:

<http://goo.gl/4cDcFy>. Acesso em: 20 out. 2014.

FERREIRA, Sueli Mara Soares Pinto. Novos paradigmas e novos usuários da

informação. Disponível em: <http://goo.gl/SjDJKq> . Acesso em: 25 set. 2014. Ci. Inf.,

São Paulo, v. 25, n. 2, 1995, p.1-10.

FIALHO, Janaina Ferreira. ANDRADE, Maria Eugênia Albino. Comportamento

informacional de crianças e adolescentes: uma revisão de literatura estrangeira.

Disponível em: <http://goo.gl/4bYo0P>. Acesso em: 25 set. 2014. Ci. Inf., Brasília,

v.36, n.1, 2007, p.20-34.

FOLHA DA MANHÃ ON LINE. Vício em Facebook já preocupa pesquisadores.

Disponível em: <http://goo.gl/6wfvxW>. Acesso em: 20 mai. 2014.

GALANNA, Lilia Maria Reginato. Facebook: um espaço de colaboração para a troca de

experiências com uso de tecnologias em sala de aula. Disponível em:

<http://goo.gl/TlcK7D>. Acesso em: 25 set. 2014.

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

55

GONZALEZ, Juan José Calva. Estudios de usuários em diferentes comunidades:

necesidades de información y comportamiento informativo. Disponível em:

<http://goo.gl/Xr9JOo>. Acesso em: 25 set. 2014.

GONZALEZ, Juan José Calva. Necessidades de información y comportamiento em La

búsqueda de información de los adolescentes. Disponível em: <http://goo.gl/5kvvlg>.

Acesso em: 10 out. 2014.

GOOGLE. A evolução da web. Disponível em: <http://goo.gl/4kHQHf>. Acessoem 20

out. 2014.

HARDWARE.COM.BR. Computação ubíqua. Disponível em: <http://goo.gl/9AC4Na>.

Acesso em: 21 out. 2014.

HARO, Juan José de. Redes sociales em educación. Disponível em:

<http://goo.gl/AZq9GA>. Acesso em: 28 set. 2014.

JOVEM VICIADO EM INTERNET NÃO SAI DE CASA HÁ CINCO ANOS NO

ESPÍRITO SANTO. Disponível em: <http://goo.gl/uUSyfS>. Acesso em: 20 mai. 2014.

KEEN, Andrew. Vertigem Digital: por que as redes sociais estão nos dividindo,

diminuindo e desorientando. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2012. 256 p.

LANZI, Lucirene Andréa Catini. VECHIATO, Fernando Luiz. FERREIRA, Ana Maria

Jensen Ferreira da Costa. VIDOTTI, Silvana Aparecida Borsetti Gregorio. SILVA,

Helen de Castro. Tecnologias de informação e comunicação no cotidiano dos

adolescentes: enfoque no comportamento e nas competências digitais e informacionais

da ‘geração google’. Disponível em: <http://goo.gl/PeHnn6>. Acesso em: 8 out. 2014.

Inf. Inf., Londrina, v.17, n.3, 2012, p.49-75.

MACHADO, Joicemegue Ribeiro. Redes sociais virtuais: um espaço para a efetivação

da aprendizagem cooperativa. Disponível em: <http://goo.gl/hjOimO>. Acesso em: 26

set. 2014.

MAGALHÃES, Pamela. Rede Vida: Psicóloga fala sobre Relacionamento nas Redes

Sociais. Disponível em: <http://goo.gl/sn0YT9>. Acesso em: 16 mai. 2014.

MANESS, Jack M. Teoria da biblioteca 2.0: web 2.0 e suas implicações para as

bibliotecas. Disponível em: <http://goo.gl/sxkrka>. Acesso em: 22 out. 2014. Inf. &

Soc.: Est., João Pessoa, v.17, n.1, 2007, p. 43-51.

MARINHO, Simão Pedro P. TÁRCIA, Lorena. ENOQUE, Cynthia Freitas de Oliveira.

VILELA, Rita Amélia Teixeira. Oportunidades e possibilidades para a inserção de

tempos interfaces da web 2.0 no currículo da escola em tempos de convergência de

mídia. Disponível em: <http://goo.gl/8MXzsp>. Acesso em: 26 set. 2014. Revista E-

Curriculum, São Paulo, v. 4, n. 2, 2009.

MENA, Agnes Salas. Identificación del rol del docente como facilitador Del uso seguro

y responsable de las redes sociales por parte de Estudiantes de secundaria em Costa

Rica. Disponível em: <http://goo.gl/4Tfbhu>. Acesso em: 28 set. 2014.

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

56

MOURA, Adelina. Da web 2.0 à web 2.0 móvel: implicações e potencialidades na

educação. Disponível em: <http://goo.gl/r6wAbN>. Acesso em: 26 set. 2014.

NATANAEL OLIVEIRA. Redes Sociais / História e Guia Completo. Disponível em:

<http://goo.gl/ypQJKs>. Acesso em: 23 mai. 2014.

O’REILLY, Tim. What Is Web 2.0: design Patterns and Business Models for the Next

Generation of Software. Disponível em: <http://goo.gl/1gxaRf>. Acesso em: 30 out.

2014.

PARENTE, André (Org.). Tramas da Rede: novas dimensões filosóficas, estéticas e

políticas da comunicação. Porto Alegre: Sulina, 2010. 303 p.

PEÑA, Katiusca. PÉREZ, Maria. RONDÓN, Elsiré. Redes sociales em internet:

reflexiones sobre sus posibilidades para el aprendizaje cooperativo y colaborativo.

Disponível em: <http://goo.gl/w6QhRU>. Acesso em: 26 set. 2014. Revista de Teoría

y Didáctica de las Ciencias Sociales, Mérida-Venezuela, n. 16, 2010, p.173-205.

PEREIRA, Débora de Carvalho. CRUZ, Ruleandson do Carmo. Folksonomia e tags

afetivas: comunicação e comportamento informacional no Twitter. Disponível em:

<http://goo.gl/tb6si7>. Acesso em: 30 out. 2014. DataGramaZero – Revista de

Ciência da Informação, v. 11, n. 6, 2010.

RECUERO, Raquel. Comunidades virtuais: uma abordagem teórica. Disponível em:

<http://goo.gl/VyaUkJ>. Acesso em: 16 mai. 2014.

_______. Redes Sociais na Internet. 2. ed. Porto Alegre: Sulina, 2011. 206p.

_______. Redes Sociais no Ciberespaço: uma proposta de Estudo. Disponível em:

<http://goo.gl/OaDWZT>. Acesso em: 16 mai. 2014.

SALAZAR, Patricia Hernández. MARMOLEJO, Martha Ibáñez. ANGELES, Georgina

Yuriko Valdez. MALAGÓN, Cecilia Vilches. Análisis de modelos de comportamiento

em La búsqueda de información. Disponível em: <http://goo.gl/6k5X4Y>. Acesso em:

26 set. 2014. Ci. Inf., v. 36, n. 1, 2007, p.136-146.

SIGNIFICADOS.COM.BR. Significado de Internet. Disponível em:

<http://goo.gl/G9uRHJ>. Acesso em: 13 out. 2014.

SIGNIFICADOS.COM.BR. Significado de Web 2.0. Disponível em:

<http://goo.gl/MimD7H>. Acesso em: 20 out. 2014.

SILVEIRA, Martha Martínez. Necessidades e comportamento informacional:

conceituação e modelos. Disponível em: <http://goo.gl/3tpJGC>. Acesso em: 25 set.

2014. Ci. Inf., v. 36, n. 1, 2007, p.118-127.

SUPERINTERESSANTE. Como a Internet está mudando a amizade. Disponível em:

<http://goo.gl/j2BsCz>. Acesso em: 17 mai. 2014. Super Interessante, Fev., 2011.

WIKIPÉDIA. Internet. Disponível em: <http://goo.gl/BwHHYx>. Acesso em: 13 out.

2014.

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

57

WIKIPÉDIA. Tecnologias da informação e comunicação. Disponível em:

<http://goo.gl/uYYbg9>. Acesso em: 23 mai. 2014.

WIKIPÉDIA. Web 2.0. Disponível em: <http://goo.gl/hCHSwd>. Acesso em: 20

out.2014.

WILSON, T. D. Human information behavior. Disponível em:

<http://goo.gl/XKCQCG>. Acesso em: 25 Set. 2014. Informing science, v.3, n.2,

(2000), p.49–56.

WOLTON, Dominique. Internet, e depois? Uma teoria crítica das novas mídias. 2. ed.

Porto Alegre: Sulina, 2007. 231 p.

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

58

APÊNDICE A:

OFÍCIO ENVIADO AO CENTRO DE EDUCAÇÃO INTEGRADA (CEI)

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

59

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

Ofício nO 02/2014 - DECIN Natal, 07 de Novembro de 2014. Ao Centro de Educação Integrada - Colégio CEI

Para Sheila Lemos

Prezada senhora,

Solicitamos autorização para realizar pesquisa acadêmica com alunos do ensino médio do Colégio CEI. Trata-se de uma pesquisa vinculada à elaboração do trabalho de conclusão de curso desenvolvido pelo discente do curso de graduação em Biblioteconomia, Rafael Galvão de Meio, matrícula nO 2009008898 sob a orientação da profa Dra. Andréa Vasconcelos Carvalho do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A referida pesquisa objetiva analisar o comportamento informacional dos estudantes em relação às redes sociais.

Certos de contar com sua colaboração, antecipadamente agradecemos.

Cordialmente,

UFRN/CCSA/DECIN

Campus Universitário Lagoa Nova - NatallRN; Av. Senador Salgado Filho, 3000. CEP 59078-970.

Fone: (84) 3215-3515.

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

60

APÊNDICE B:

QUESTIONÁRIO

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

61

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA

QUESTIONÁRIO

Este questionário destina-se a coletar dados necessários para a elaboração de um

trabalho de conclusão de curso que está sendo realizado no Curso de Graduação em

Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte pelo discente Rafael

Galvão de Melo, sob a orientação da Profa. Dra. Andréa Vasconcelos Carvalho. O

objetivo desta pesquisa é analisar o comportamento informacional de estudantes do

ensino médio residentes na cidade de Natal-RN em relação às redes sociais. Assim, sua

participação é muito importante e, antecipadamente, agradecemos.

I – CARACTERIZAÇÃO DO INFORMANTE

1. Idade:

( ) 14 ( ) 15 ( ) 16 ( ) 17 ( ) 18 ( ) 19

2. Sexo:

( ) F ( ) M

3. Possui conexão a Internet?

( ) Sim

( ) Não

4. Como você prefere acessar a Internet?

( ) Smatphone

( ) iPod

( ) Notebook

( ) Tablet

( ) Desktop

5. Você sente facilidade em lidar com computadores, celulares e outros recursos

tecnológicos?

( ) Sim

( ) Não

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

62

6. Você sabe o que é Web 2.0?

( ) Sim

( ) Não

Se respondeu afirmativamente, indique o que você entende por web 2.0.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

II – COMPORTAMENTO INFORMACIONAL NAS REDES SOCIAIS

7. Você possui conta em uma ou mais redes sociais (Facebook, Twitter, Instagram,

Flicker, Slideshare, Pinterest...)?

( ) Sim

( ) Não

8. De qual(is) desta(s) rede(s) social(is) você participa?

( ) Facebook

( ) Twitter

( ) Instagram

( ) Youtube

( ) Flicker

( ) Slideshare

( ) Pinterest

( ) Outros _______________________

9. Com qual objetivo você acessa as redes sociais?

( ) Conversar com amigos

( ) Postar e ver postagens de amigos

( ) Fazer pesquisas em geral

( ) Atualizar-se

( ) Realizar trabalhos escolares

( ) Outro________________________

10. Que tipo de conteúdo você costuma pesquisar nas redes sociais?

( ) Moda

( ) Cultura popular

( ) Religião

( ) Filosofia

( ) Carreira

( ) Saúde

( ) Pesquisas escolares

( ) Eventos

( ) Esportes

( ) Outros: ______________________________

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto (Membro) ... dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.

63

11. Quanto tempo por dia, em média, você passa nas redes sociais?

( ) Menos de 1 hora

( ) 1 hora

( ) 2 horas

( ) 3 horas

( ) Mais de 3 horas

12. De que forma você prefere conversar com seus amigos?

( ) Virtualmente

( ) Pessoalmente

Se respondeu virtualmente, qual a razão da sua escolha?

( ) Comodidade

( ) Timidez

( ) Traumas de Bullyng

( ) Medo de assaltos, roubos ou assassinato

( ) Preguiça de sair de casa

( ) Opção por não se expor fisicamente

( ) Outro________________________

13. Quando está interagindo “face a face” com os amigos, sente-se ansioso para

checar seu perfil nas redes sociais?

( ) Sim

( ) Não

14. Você acha que é viciado em redes sociais?

( ) Sim

( ) Em parte

( ) Não

15. Para você, as redes sociais contribuem de algum modo para os seus estudos?

( ) Sim

( ) Não

Justifique sua resposta:

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________