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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA CURSO DE ODONTOLOGIA MARIANA CARVALHO DE FREITAS TAVARES RELAÇÃO ENTRE A PRESENÇA DE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR E HÁBITOS PESSOAIS DELETÉRIOS EM ALUNOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UFRN NATAL / RN 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

CURSO DE ODONTOLOGIA

MARIANA CARVALHO DE FREITAS TAVARES

RELAÇÃO ENTRE A PRESENÇA DE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR E

HÁBITOS PESSOAIS DELETÉRIOS EM ALUNOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA

DA UFRN

NATAL / RN

2014

MARIANA CARVALHO DE FREITAS TAVARES

RELAÇÃO ENTRE A PRESENÇA DE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR E

HÁBITOS PESSOAIS DELETÉRIOS EM ALUNOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA

DA UFRN

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

departamento de Odontologia da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte como requisito parcial para

obtenção do título de cirurgião-dentista.

Orientador: Prof. Dr. Gustavo Augusto Seabra

Barbosa.

NATAL / RN

2014

Mariana Carvalho de Freitas Tavares

RELAÇÃO ENTRE A PRESENÇA DE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR E

HÁBITOS PESSOAIS DELETÉRIOS EM ALUNOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA

DA UFRN

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao departamento de Odontologia da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para

obtenção do título de cirurgião-dentista.

Aprovado em: ____/____/____.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________

Prof. Dr. Gustavo Augusto Seabra Barbosa

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Orientador

______________________________________________________

Prof. Dra. Erika Oliveira de Almeida

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Membro

______________________________________________________

Prof. Dr. Eduardo José Guerra Seabra

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Membro

SUMÁRIO

Resumo ..................................................................................................................... 4

Introdução ................................................................................................................ 5

Metodologia .............................................................................................................. 6

Resultados ................................................................................................................ 8

Discussão .................................................................................................................. 16

Conclusões ................................................................................................................ 18

Referências ............................................................................................................... 19

Anexo A – Parecer do CEP ..................................................................................... 22

Apêndice A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ............................... 24

Apêndice B - Ficha da pesquisa .............................................................................. 27

4

Resumo

Em virtude de sua origem multifatorial, as disfunções temporomandibulares (DTM) tornaram-se

uma verdadeira incógnita no que diz respeito à sua etiologia, existindo inúmeros fatores

iniciadores, predisponentes e perpetuadores, que contribuem para a progressão dessas desordens.

O objetivo do estudo foi avaliar a prevalência dos hábitos pessoais deletérios na população

estudada e analisar a associação entre a presença desses hábitos e de DTM em alunos do curso de

odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Para o diagnóstico quanto a

presença e o tipo de Disfunção Temporomandibular foi utilizado o eixo I do “Research

Diagnostic Criteria for Temporomandibular Dysfunction” (RDC –TMD). Para análise dos hábitos

pessoais deletérios foi utilizado um questionário auto-aplicável. Os dados foram analisados

usando o SPSS versão 17.0, e submetidos a cálculos estatísticos por meio do teste de qui-

quadrado para observar a existência de correlação ou não entre os fatores analisados. Entre os

participantes do estudo 65 (64,35%) eram do sexo feminino e 36 (35,64%) do sexo masculino,

com idade variando entre 17 e 39 anos. Os hábitos pessoais deletérios mais frequentemente

relatados foram o uso prolongado do computador (87,5%), seguido por mascar chicletes (77,5%),

apoiar o telefone entre o ombro e a cabeça sem o uso das mãos (65%), morder os cantos da boca

(62,5%), mastigar objetos (60%), roer unhas (47,5%), apertar e/ou ranger os dentes à noite

(42,5%) e por último, respiração bucal (37,5%). O hábito de sucção de dedos não foi relatado por

nenhum indivíduo diagnosticado com DTM. A prevalência de DTM foi de 60,4% na população

estudada. Foi encontrada associação estatística entre DTM e o hábito de mastigar objetos

(p=0,033). Não houve associação em relação aos demais hábitos e a presença de DTM. As

consequências de um hábito parafuncional podem depender da frequência, intensidade, duração e

predisposição individual, não havendo, por vezes, uma associação direta com a presença de

DTM.

Palavras-chave: Transtornos da articulação temporomandibular. Articulação

temporomandibular. Hábitos.

5

Introdução

As disfunções temporomandibulares (DTMs) são condições dolorosas músculo-

esqueléticas que acometem os músculos da mastigação, a articulação temporomandibular (ATM)

e outras estruturas do sistema estomatognático (NASSIF, 2003; POMPEU, 2001). Dessa maneira,

o complexo sistema deve manter-se em sincronia e harmonia, já que qualquer alteração em um

dos seus componentes induzirá desequilíbrios no seu funcionamento (OKESON, 1992).

Os sinais e sintomas mais comuns dessas desordens incluem: cefaleia, dor nos músculos

mastigatórios, dor na ATM, dor facial, limitação dos movimentos mandibulares e ruídos

articulares (FETEIH, 2005; MANFREDI, 2006).

Em razão da etiologia multifatorial, as disfunções da ATM frequentemente envolvem uma

abordagem multi ou interdisciplinar para seu tratamento. Diante disso, as DTMs tornaram-se uma

verdadeira incógnita no que diz respeito à sua etiologia, uma vez que inúmeros fatores podem

estar associados a esta condição, induzindo os pacientes ao estresse e ansiedade pela incerteza da

sua causa. Atualmente, estudos amplamente aceitos, evidenciam como sendo os fatores

etiológicos: hábitos parafuncionais, processos traumáticos, a maloclusão e fatores psicológicos

(VALLE COROTTI, 2003).

De acordo com Farsi, (2003); Otuyemi, (2000), esses distúrbios funcionais ocorrem em

todas as faixas etárias, sendo a maior incidência entre os 21 e 40 anos. Além disso, a frequência e

a severidade dos seus sinais e sintomas são mais prevalentes no sexo feminino, devido ao fato de

a mulher estar submetida a alterações hormonais, ao estresse emocional e, também, por

procurarem tratamento com mais frequência em comparação aos homens, já que são mais

cuidadosas com a saúde (FIGUEIREDO, 1998; COSTA, 1981).

As atividades do sistema mastigatório podem ser funcionais ou parafuncionais. As

atividades funcionais incluem a mastigação, deglutição e fala, possibilitam ao sistema realizar as

funções necessárias com um dano mínimo às estruturas. Os hábitos parafuncionais são

decorrentes de atividades não funcionais do aparelho estomatognático, que promovem a

hiperatividade dos músculos crâniomandibulares e aumento na pressão interna da ATM (ALVES-

RESENDE, 2009). Como consequência, ocorrem comprometimentos oclusais, musculares e/ou

articulares por exceder a capacidade de tolerância fisiológica do indivíduo (GAVISH, 2000;

GLAROS, 1998; MACFARLANE, 2003; MELO, 2009; OKESON, 2000).

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A repetição desses atos indesejáveis que caracteriza a parafunção, pode acontecer em

vigília ou durante o sono, como: mascar chicletes, apertar/ranger os dentes, sucção digital,

onicofagia, e evidenciam o estresse e ansiedade que acomete a sociedade, sendo interpretados

como uma forma de libertar de tensões emocionais (MEDEIROS, 2011; GAVISH, 2000). Com

base nesse pressuposto, conclui-se que indivíduos ansiosos em demasia, tendem a expressar essa

ansiedade através da prática de hábitos parafuncionais, o que contribui para a desarmonia do

sistema estomatognático, pela sobrecarga da musculatura envolvida e da articulação.

Sendo assim, as atividades parafuncionais podem desempenhar um papel importante

como fator iniciador (desencadeiam a disfunção), predisponente (aumentam o risco) e

perpetuador (atrapalham a cura ou aumentam o comprometimento) das condições dolorosas.

Nesse sentido, mais pesquisas nessa área são relevantes para analisar suas associações com a

DTM, quando atuam de forma isolada ou combinada a outros fatores etiológicos. Assim, o

objetivo do estudo foi avaliar a prevalência dos hábitos pessoais deletérios na população estudada

e analisar a associação entre a presença desses hábitos e de DTM em alunos do curso de

odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Metodologia

Após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte (nº 133/2010) (ANEXO A), os indivíduos participantes do estudo foram esclarecidos

sobre a natureza da pesquisa e solicitados a contribuir com a mesma, após entendimento e

concordância, assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A)

contendo os objetivos do estudo, riscos, benefícios e toda a questão referente ao sigilo no

manuseio das informações coletadas.

Foi realizado um estudo de natureza transversal e caráter observacional, com alunos do curso

de odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Dos 322 alunos matriculados,

101 foram selecionados para o estudo através de um sorteio aleatório, utilizando-se o processo de

amostragem probabilística sistemática, no qual os elementos da população são ordenados e a

escolha dos elementos da amostra é realizada de forma aleatória. Inicialmente foi sorteado um

número entre 01 e 03, representando o início aleatório. Os restantes 100 alunos foram

selecionados a partir da soma do início aleatório com 03.

7

Para participar do estudo era necessário que o aluno fosse regularmente matriculado no curso

de Odontologia da UFRN, campus de Natal-RN, e que aceitasse participar do estudo de maneira

voluntária. Sendo excluídos da amostra os sujeitos com problemas de saúde sistêmicos já

diagnosticados, como a fibromialgia, cefaleias primárias e disfunções neurológicas, ou outras

patologias que possuam sintomatologia semelhante às da DTM.

Foi construído um banco de dados composto por informações diagnósticas provenientes do

questionário e ficha clínica que compõem o RDC/TMD.

Para o diagnóstico quanto a presença e o tipo de Disfunção Temporomandibular foi

utilizado o eixo I do “Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Dysfunction” (RDC

–TMD) (APÊNDICE B).

O RDC-TMD consiste em um instrumento diagnóstico criado com o objetivo de

estabelecer critérios confiáveis e válidos para diagnosticar e definir subtipos de DTM em

pesquisas clínicas, e possui dois eixos diagnósticos (DWORKIN,1992). O eixo I consiste na

avaliação física do paciente através de dez itens de exame clínico e de três questões subjetivas

(Q3; Q14.a; Q14.b). O eixo II agrupa cada paciente segundo a intensidade da dor crônica e

incapacidade, grau de depressão, escala de sintomas físicos não-específicos e limitação da função

mandibular, estando relacionado a condições psicológicas.

Dessa forma, a fim de obter o diagnóstico quanto ao tipo de DTM, foi utilizado apenas o

eixo I, que classifica os indivíduos como pertencentes a pelo menos um dos três grupos de DTM:

Dor miofascial, deslocamentos do disco articular e outras condições das articulações

temporomandibulares. O eixo II do RDC não foi utilizado na pesquisa.

O diagnóstico do eixo I é dado após a leitura e cálculo do exame segundo esquemas pré-

determinados para cada um dos três grupos, separadamente, em lados direito e esquerdo, que

resultará na seguinte classificação:

• Grupo I - avalia se o paciente possui dor miofascial ou se possui dor miofascial com

limitação de abertura bucal. Se o diagnóstico for positivo dentro deste grupo de avaliação, o

paciente possui DTM de origem muscular;

• Grupo II - avalia se o paciente tem disfunção na ATM do tipo deslocamento de disco,

podendo ser identificadas as três formas: deslocamento de disco com redução, deslocamento de

disco sem redução e deslocamento de disco sem redução e com limitação de abertura bucal. Se o

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diagnóstico for positivo dentro deste grupo, o paciente possui DTM articular, do tipo

Deslocamento de Disco;

• Grupo III – avalia se o paciente possui disfunção na articulação do tipo dor articular ou

doença degenerativa: artralgia, osteoartrite ou osteoartrose. Se o diagnóstico for positivo dentro

deste grupo, o paciente possui DTM articular, classificado como “outras condições da ATM”.

Para efeitos didáticos, os dois últimos grupos (Grupo II: deslocamentos do disco e Grupo

III: outras condições da ATM) podem ser reunidos num só diagnóstico – DTM articular. Os casos

diagnosticados dentro do Grupo I resultam no diagnóstico de DTM muscular. Caso haja

concomitância entre o grupo I e os grupos II e/ou III, o paciente é portador tanto de DTM

muscular quanto articular.

Assim, ao invés de considerar as subdivisões de cada grupo separadamente, o diagnóstico

pode ser generalizado para três grandes grupos: DTM Muscular, DTM Articular e DTM

Muscular e Articular.

Foi utilizado como instrumento de coleta de dados um questionário auto-aplicável

(APÊNDICE B) com questões relativas aos hábitos pessoais deletérios, nos quais as questões se

referiam aos hábitos de: roer unhas, mascar chicletes, mastigar objetos, sucção de dedos,

respiração bucal, apoiar o telefone entre o ombro e a cabeça sem o uso das mãos, uso prolongado

do computador, morder os “cantos” da boca e apertar e/ou ranger os dentes à noite. O objetivo foi

analisar o comportamento desses indivíduos diante de situações de estresse, humor, controle

emocional, nervosismo, buscando uma possível associação à condição de portador da DTM.

Os dados obtidos foram analisados usando o SPSS, versão 17.0. O banco de dados foi

composto por informações diagnósticas provenientes do questionário auto-aplicável e da ficha

clínica que compõe o RDC/TMD. Os cálculos estatísticos foram realizados através do teste de

qui-quadrado para observar a existência de correlação ou não entre os fatores analisados.

Resultados

Dos 101 indivíduos que participaram da pesquisa 65 eram do sexo feminino e 36 do sexo

masculino (Figura 1), com idade variando entre 17 e 39 anos. Segundo o diagnóstico de DTM

pelo eixo I do índice RDC-TMD, dos 101 alunos do curso de odontologia da UFRN, 40 (39,6%)

foram diagnosticados com DTM e 61 (60,40%) não apresentaram diagnóstico (Figura 2).

9

Figura 1- Frequências relativas segundo o sexo dos indivíduos.

Figura 2- Frequências relativas segundo o diagnóstico de DTM pelo eixo I do índice RDC-TMD

Com relação a prevalência do hábito de roer unhas, observou-se que dos 40 sujeitos da

pesquisa diagnosticados com DTM, 19 (47,5%) realizavam o hábito e 24 (39,34%) dos 61 sem

DTM (Figura 3). Foi observado, quando se analisou a associação da realização do hábito com a

presença da DTM, que não houve relação estatisticamente significativa (p= 0,418) (Tabela 1).

Figura 3- Frequências relativas segundo a análise da prática do hábito de roer unhas.

Tabela 1- Distribuição da amostra dos indivíduos segundo o hábito de roer unhas e presença de DTM por

meio do diagnóstico do RDC/TMD. Valores absolutos, percentuais e significância estatística.

Com DTM Sem DTM Total

Rói unhas N % n % n % p*

64,35%

35,64%

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

Feminino Masculino

39,60%

60,40%

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

Com DTM Sem DTM

47,50% 39,34%

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

COM DTM SEM DTM

10

Sim 19 44,2 24 55,8 43 100,0

0,418

Não 21 36,2 37 63,8 58 100,0

*Teste Qui-Quadrado

Quanto a análise do hábito de mascar chicletes, foi possível constatar a presença do hábito

em 31 (77,53%) dos 40 sujeitos com DTM e em 48 (78,68%) dos 61 indivíduos sem DTM

(Figura 4). A associação do hábito de mascar chicletes com a presença da DTM não foi

estatisticamente significativa (p= 0,887) (Tabela 2).

Figura 4- Frequências relativas segundo a análise da prática do hábito de mascar chicletes.

Tabela 2- Distribuição da amostra dos indivíduos segundo o hábito de mascar chicletes e presença de DTM

por meio do diagnóstico do RDC/TMD. Valores absolutos, percentuais e significância estatística.

Com DTM Sem DTM Total

Masca chicletes N % n % n % p*

Sim 31 39,2 48 60,8 79 100,0

0,887

Não 9 40,9 13 59,1 22 100,0

*Teste Qui-Quadrado

Ao analisar o hábito de mastigar objetos nos participantes avaliados na pesquisa,

constatou-se a presença do hábito em 24 (60,0%) dos 40 sujeitos com DTM e em 23 (38,33%)

dos 61 indivíduos sem DTM (Figura 5). A associação entre tal hábito e a presença de DTM, foi

estatisticamente significante (p= 0,033) (Tabela 3).

77,50%

78,68%

76,50%

77,00%

77,50%

78,00%

78,50%

79,00%

COM DTM SEM DTM

11

Figura 5- Frequências relativas segundo a análise da prática do hábito de mastigar objetos.

Tabela 3- Distribuição da amostra dos indivíduos segundo o hábito de mastigar objetos e presença de DTM

por meio do diagnóstico do RDC/TMD. Valores absolutos, percentuais e significância estatística.

Com DTM Sem DTM Total

Mastiga objetos N % n % n % p*

Sim 24 51,1 23 48,9 47 100,0

0,033

Não 16 30,2 37 69,8 53 100,0

*Teste Qui-Quadrado

Em relação ao hábito de sucção de dedos, foi observado uma prevalência da prática em 0

(0,0%) indivíduos dos 40 diagnosticados com DTM e em 1 (1,63%) dos 61 diagnosticados sem

DTM pelo RDC-TMD (Figura 6). Não apresentando associação estatística com a presença de

DTM (p=0,416) (Tabela 4).

Figura 6- Frequências relativas segundo a análise da prática do hábito de sucção de dedos.

Tabela 4- Distribuição da amostra dos indivíduos segundo o hábito de sucção de dedos e presença de DTM

por meio do diagnóstico do RDC/TMD. Valores absolutos, percentuais e significância estatística.

60,00%

38,33%

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

COM DTM SEM DTM

0,00%

1,63%

0,00%

0,50%

1,00%

1,50%

2,00%

COM DTM SEM DTM

12

Com DTM Sem DTM Total

Sucção de dedos N % N % n % p*

Sim 0 0,0 1 100,0 1 100,0

0,416

Não 40 40,0 60 60,0 100 100,0

*Teste Qui-Quadrado

Verificou-se quanto ao hábito de respiração bucal a presença em 15 (37,50%) dos 40

alunos que foram diagnosticados com DTM e em 15 (24,59%) dos 61 sem diagnóstico para DTM

pelo RDC-TMD (Figura 7). Analisou-se a sua relação com a presença de DTM, foi observado a

não existência de associação estatisticamente significativa entre essas constantes, (p= 0,165)

(Tabela 5).

Figura 7- Frequências relativas segundo a análise da prática do hábito de respiração bucal.

Tabela 5- Distribuição da amostra dos indivíduos segundo o hábito de respiração bucal e presença de DTM

por meio do diagnóstico do RDC/TMD. Valores absolutos, percentuais e significância estatística.

Com DTM Sem DTM Total

Respirador bucal N % n % n % p*

Sim 15 50,0 15 50,0 30 100,0

0,165

Não 25 35,2 46 64,8 71 100,0

*Teste Qui-Quadrado

Quanto ao hábito de apoiar o telefone entre o ombro e a cabeça sem o uso das mãos foi

observado sua prevalência em 26 (65%) dos 40 indivíduos diagnosticados com DTM e em 32

37,50%

24,59%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

COM DTM SEM DTM

13

(52,45%) dos 61 sem diagnóstico para DTM, segundo o RDC-TMD (Figura 8). Não houve

associação estatisticamente significativa entre essas variáveis, (p= 0,213) (Tabela 6).

Figura 8- Frequências relativas segundo a análise da prática do hábito de apoiar o telefone entre o ombro e a

cabeça sem o uso das mãos.

Tabela 6- Distribuição da amostra dos indivíduos segundo o hábito de apoiar o telefone entre o ombro e a

cabeça sem o uso das mãos e presença de DTM por meio do diagnóstico do RDC/TMD. Valores absolutos,

percentuais e significância estatística.

Com DTM Sem DTM Total

Apoia o telefone

entre o ombro e a

cabeça sem o uso

das mãos

N % n % n % p*

Sim 26 44,8 32 55,2 58 100,0

0,213

Não 14 32,6 29 67,4 43 100,0

*Teste Qui-Quadrado

Com relação ao hábito do uso prolongado do computador observou-se a prevalência em

35 (87,50%) entre os 40 indivíduos diagnosticados com DTM e em 51 (83,60%) dos 61 sem

diagnóstico para DTM (Figura 9). No tocante à relação entre a prática do hábito e a presença de

DTM, não foi encontrada associação estatisticamente significativa, (p= 0,590) (Tabela 7).

65,00%

52,45%

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

COM DTM SEM DTM

14

Figura 9- Frequências relativas segundo a análise da prática do hábito de uso prolongado do computador.

Tabela 7- Distribuição da amostra dos indivíduos segundo o hábito de uso prolongado do computador e

presença de DTM por meio do diagnóstico do RDC/TMD. Valores absolutos, percentuais e significância

estatística.

Com DTM Sem DTM Total

Uso prolongado

do computador

N % n % n % p*

Sim 35 40,7 51 59,3 86 100,0

0,590

Não 5 33,3 10 66,7 15 100,0

*Teste Qui-Quadrado

Quanto ao hábito de morder os “cantos” da boca foi observada uma prevalência em 25

(62,5%) entre os 40 sujeitos avaliados com diagnóstico para DTM e em 26 (42,62%) dos 61 sem

diagnóstico segundo o RDC-TMD (Figura 10). Foi analisada a associação entre a prática do

hábito e a presença de DTM, e, como resultado não houve relação estatisticamente significativa

entre as duas variáveis, (p= 0,051) (Tabela 8).

Figura 10- Frequências relativas segundo a análise da prática do hábito de morder os “cantos” da boca.

87,50%

83,60%

80,00%

82,00%

84,00%

86,00%

88,00%

COM DTM SEM DTM

62,50%

42,62%

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

COM DTM SEM DTM

15

Tabela 8- Distribuição da amostra dos indivíduos segundo o hábito de morder os “cantos” da boca e presença

de DTM por meio do diagnóstico do RDC/TMD. Valores absolutos, percentuais e significância estatística.

Com DTM Sem DTM Total

Morde os

“cantos” da boca

N % n % n % p*

Sim 25 49,0 26 51,0 51 100,0

0,051

Não 15 30,0 35 70,0 50 100,0

*Teste Qui-Quadrado

A análise da prática do hábito de apertar e/ou ranger os dentes à noite apresentou uma

prevalência em 17 (42,50%) entre os 40 alunos com diagnóstico para DTM e em 18 (29,50%) dos

61 alunos sem diagnóstico para a DTM (Figura 11). A associação do hábito de apertar e/ou

ranger os dentes à noite com a presença de DTM não foi estatisticamente significativa, (p= 0,180)

(Tabela 9).

Figura 11- Frequências relativas segundo a análise da prática do hábito de apertar e/ou ranger os dentes à

noite.

Tabela 9- Distribuição da amostra dos indivíduos segundo o hábito de apertar e/ou ranger os dentes à noite e

presença de DTM por meio do diagnóstico do RDC/TMD. Valores absolutos, percentuais e significância

estatística.

Com DTM Sem DTM Total

Aperta e/ou range

os dentes à noite

N % n % n % p*

Sim 17 48,6 18 51,4 35 100,0 0,180

42,50%

29,50%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

COM DTM SEM DTM

16

Não 23 34,8 43 65,2 66 100,0

*Teste Qui-Quadrado

Discussão

O presente estudo foi realizado com uma amostra de 101 alunos do curso de odontologia

da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com o objetivo de avaliar a prevalência dos

hábitos pessoais deletérios na população estudada e analisar a associação desses hábitos com a

presença de DTM.

Os hábitos parafuncionais são aqueles que não estão associados a execução das funções

normais do sistema estomatognático, como a deglutição, mastigação e fonação (BRANCO,

2008). Dessa forma, podem desempenhar papel importante na etiologia das dores orofaciais, no

qual sua influência está relacionada ao limiar ou a tolerância do indivíduo (GLAROS,

1998). Dentre os diferentes hábitos deletérios que afetam as estruturas mastigatórias, os hábitos

de apertar ou ranger os dentes, roer as unhas e mascar chicletes, são os mais comumente relatados

(FARSI, 2003). No presente estudo, o hábito mais prevalente foi o uso prolongado do

computador, seguido por mascar chicletes, apoiar o telefone entre o ombro e a cabeça sem o uso

das mãos, morder os cantos da boca, mastigar objetos, roer unhas, apertar e/ou ranger os dentes à

noite, respiração bucal e sucção digital.

Segundo Branco et al. (2008), 78% dos pacientes com diagnósticos de DTM envolvendo

dor orofacial, utilizando o RDC/TMD, relataram algum tipo de parafunção. Com base nesse

pressuposto, o início das disfunções possivelmente pode estar relacionado a sobrecarga

decorrente de hábitos parafuncionais sobre as estruturas do sistema estomatognático (MOLINA,

2001).

Outros resultados obtidos neste trabalho mostraram-se semelhantes aos encontrados na

literatura. No estudo de Alves-Rezende et al. (2009), o hábito de mascar chicletes mostrou-se

mais prevalente, o que corrobora com aqueles encontrados por Cerqueira et al. (2007), no qual

investigaram a prevalência de hábitos parafuncionais entre universitários de Fisioterapia,

observando maior prevalência dessas atividades no gênero feminino e mascar chicletes como o

hábito mais praticado. Nesse sentido, no presente estudo o segundo hábito mais prevalente na

população estudada foi o de mascar chicletes (77,5%). Tal hábito (mesmo que possua um

impacto negativo considerável na boca dos pacientes, com relação a mastigação, oclusão, função

17

salivar e consequentemente na manutenção da saúde dentária), tem sido relatado como um

mecanismo utilizado por algumas pessoas para abandonar vícios como o cigarro ou roer unhas,

ou seja, substituindo um hábito pelo outro (ZANINI, 1999).

Gavish et al. (2000) também encontraram como mais prevalente, o hábito de mascar

chicletes, com uma frequência bastante elevada (92,3%). Winocur et al. (2001) além de encontrar

uma maior prevalência neste mesmo hábito (62,4%), o associaram com a presença de DTM.

Ainda, afirmam que o uso de gomas de mascar tem diversas razões, dentre elas, que o hábito

causa prazer no indivíduo e o mantém com a boca ocupada quando entediado, além de evitar

halitose. No presente estudo, esta associação com a DTM não foi observada.

Oliveira (2010) constatou como o hábito parafuncional mais frequente na amostra

estudada o de mascar chiclete (65,9%) seguido da mastigação de gelo/pirulitos (57,4%) e morder

os lábios (53,5%). O hábito menos prevalente foi o de sucção digital, representando apenas 2,3%

da amostra. Neste estudo, o hábito com menor prevalência também foi o hábito de sucção de

dedos, com uma representação de 0% nos indivíduos diagnosticados com DTM.

Além disso, outros hábitos (ranger dentes, apertar os dentes, roer unhas, mascar chicletes,

sucção de dedos, colocar a mão no queixo, morder a língua e a mastigação unilateral) analisados

no estudo de Oliveira (2010), não obtiveram relação significante com a presença de DTM, assim

como no presente estudo.

Ainda avaliando o estudo de Oliveira (2010), o hábito de morder objetos foi presente em

39,5% da amostra, e 36,4% apresentavam esse hábito e a presença de DTM havendo uma relação

estatisticamente significante (p=0,042). Resultado semelhante ao encontrado no presente estudo,

onde esse hábito esteve presente em 47 estudantes, sendo 24 (60%) com a presença do hábito e

de DTM, (p= 0,033).

O hábito de morder objetos, bochecha e lábios também obteve associação com a DTM, no

estudo de Gavish et al. (2000). Cavalcanti (2009) avaliando acadêmicos da polícia militar

observou associação significativa da DTM com os hábitos de ranger dentes, apertar os dentes e

morder objetos (p < 0,05). Schiffman et al. (1992), encontraram uma correlação positiva entre o

hábito de morder objetos e o nível de disfunção mandibular. Desta forma, vários trabalhos

corroboram com o presente estudo quando associam a DTM ao hábito de morder objetos, uma

vez que esse hábito pode aparecer de necessidades psicológicas e trazer satisfação pessoal para o

indivíduo que o realiza.

18

A postura inadequada durante as atividades diurnas ou noturnas geralmente está associada

ao apoio do telefone entre o ombro e a cabeça sem o uso das mãos, ao apoio da mão segurando o

queixo ou o rosto e ao uso prolongado do computador, podendo gerar pressões excessivas na

ATM ou até mesmo o uso excessivo dos músculos, sendo fatores predisponentes para a DTM. O

uso prolongado do computador foi o hábito mais prevalente (entre indivíduos com e sem DTM)

observado no presente estudo (85%), porém sem associação estatística com a DTM (p=0,590).

Com base no discutido, pode-se entender que os hábitos parafuncionais podem ser

determinantes na ruptura da harmonia fisiológica do sistema estomatognático, uma vez que

sobrecarregam a musculatura envolvida e a própria articulação. Porém, estudos mostram

associação significativa da DTM com os hábitos parafuncionais, mas quando se observa cada

hábito, ainda é controverso afirmar qual hábito específico tenha uma maior influência na

associação com a disfunção. Entretanto, outros estudos (MERIGHI et al., 2007; RODRIGUES et

al., 2004) afirmam que não há associação significativa de hábitos parafuncionais e DTM.

Mesmo não havendo relação significativa entre a maioria dos hábitos estudados, sugere-se

novas pesquisas, considerando-se os achados dos diversos trabalhos. Isto porque nosso estudo

baseou-se em uma população (em geral) de não pacientes e de um grupo específico de indivíduos

(estudantes universitários do curso de odontologia), por isso, os resultados aqui obtidos não

podem ser extrapolados para populações maiores.

Conclusões

Houve uma alta prevalência de hábitos pessoais deletérios entre a população estudada,

com exceção do hábito de sucção digital.

O uso prolongado do computador foi o mais prevalente dentre os hábitos avaliados,

seguido do hábito de mascar chicletes, apoiar o telefone entre o ombro e a cabeça sem o

uso das mãos, morder os cantos da boca, mastigar objetos, onicofagia, apertar ou ranger

os dentes à noite, respiração bucal e sucção digital.

Dentre os hábitos avaliados no estudo, somente o de mastigar objetos apresentou

associação com a presença de DTM.

19

Referências

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20

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RODRIGUES, P. T. S.; SOUZA, A. C.; NINNO, C. Q. M. S. D. Ocorrência de hábitos orais

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Oral Rehabil. v.28, n.7, p.624-9, 2001.

22

Anexo A - Parecer do CEP

23

24

Apêndice A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Este é um convite para você participar da pesquisa “Avaliação da Epidemiologia das

Disfunções Temporomandibulares em alunos do curso de Odontologia da UFRN”,

coordenada pelo Prof. Dr. Gustavo Augusto Seabra Barbosa.

Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer

momento retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga algum prejuízo ou penalidade.

Caso aceite participar da pesquisa, você contribuirá com a ampliação do conhecimento sobre este

assunto no meio acadêmico.

Esta pesquisa busca avaliar a prevalência das Disfunções Temporomandibulares (DTM) e

sua relação com a qualidade de vida, estado de saúde geral, impacto da saúde oral na qualidade

de vida, nível de ansiedade e estresse e hábitos dos alunos de Odontologia da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte. Caso decida aceitar o convite, você será submetido (a) ao(s)

seguinte(s) procedimentos:

Preenchimento de dados pessoais;

Preenchimento de questionário sobre o impacto da sua saúde oral na

qualidade de vida constituído de 14 perguntas de marcar (OHIP-14);

Preenchimento de questionário a respeito da sua qualidade de vida, saúde e

outras áreas da sua vida, constituído por 26 questões de marcar (WHOQOL -

abreviado);

Preenchimento de questionário sobre sua saúde geral (Questionário de Saúde

Geral de Goldberg – QSG) constituído por 60 questões de marcar;

Preenchimento do questionário IDATE (Inventário de Ansiedade Traço-

Estado): I. Ansiedade-traço (20 questões) II. Ansiedade-estado (20 questões);

Preenchimento de questionário sobre nível de estresse psíquico e hábitos;

Preenchimento de um questionário de Fonseca (1992), constando de dez

questões de marcar;

Preenchimento de um questionário da Academia Americana de Dor Orofacial

composto por 10 questões de marcar e uma pergunta descritiva;

Avaliação física através de exame clínico.

25

Caso seja encontrada alguma alteração, você terá o benefício de ser convidado (a) a

comparecer ao Centro Integrado de Atendimento a Pacientes com Disfunção do Aparelho

Estomatognático (CIADE) do Departamento de Odontologia da UFRN.

Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em

nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados será

feita de forma a não identificar os voluntários.

Em qualquer momento, se você sofrer algum dano comprovado decorrente desta

pesquisa, terá direito à indenização.

Você ficará com uma cópia deste Termo e toda dúvida que tiver a respeito desta

pesquisa, deverá perguntar diretamente a Isabelle de Sousa Dantas, no endereço: Departamento

de Odontologia da UFRN – Av. Senador Salgado Filho, 1787, Lagoa Nova, Natal – RN, CEP:

59056-000 ou pelo telefone (84) 3215-4104.

Dúvidas a respeito da ética desta pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética

em Pesquisa da UFRN no endereço: Praça do Campus Universitário da UFRN, Lagoa Nova,

Natal – RN, Caixa Postal 1666, CEP: 59072-970 ou pelo telefone (84) 3215-3135.

Consentimento Livre e Esclarecido

Eu,___________________________________________________________________, declaro

que fui informado (a) dos objetivos desta pesquisa de maneira clara e detalhada, como será

realizada, os riscos e benefícios envolvidos e concordo em participar voluntariamente da pesquisa

“Avaliação da Epidemiologia das Disfunções Temporomandibulares em alunos do curso de

Odontologia da UFRN”.

Assinatura do participante

Responsável, caso participante seja menor de idade:____________________________________

RG:_______________________ CPF:____________________________

Endereço:_____________________________________________________

Natal,____/_____/2012

26

Assinatura do Pesquisador responsável

Pesquisador responsável: Prof. Dr. Gustavo Augusto Seabra Barbosa. Departamento de

Odontologia da UFRN - Av. Salgado Filho, 1787- CEP: 59056-000, Lagoa Nova – RN,

telefone (84) 3215-4104.

Comitê de ética e Pesquisa da UFRN. UFRN- Praça do Campus Universitário, Lagoa Nova.

Caixa Postal 1666, CEP 59072-970 Natal/RN telefone (84) 3215-3135.

27

Apêndice B - Ficha da pesquisa

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

CURSO DE ODONTOLOGIA

NOME:___________________________________________________________________

Raça: ___________ Sexo: ( ) Masc ( ) Fem Idade: ______ Data de nascimento: __/___/___

Naturalidade: ________________ UF: _______ Nacionalidade: ______________________

Endereço: _________________________________________________________________

Cidade:____________________UF:______CEP:___________Tel____________________

Qual motivo da sua consulta?_________________________________________________

Com relação ao seu problema de saúde, responda as seguintes questões:

1. Quando você notou, pela primeira vez, os sintomas? _____________________________

2. O que pode ter provocado o início dos sintomas? ( ) Acidente / Trauma______________

( ) Após doença __________________

( ) Após tratamento médico

( ) Odontológico

( ) Não sei

3. Quais os profissionais que você procurou para tratamento, desde quando começou seu problema?

(marcar na tabela abaixo em ordem de procura)

28

RDC-TMD

Não Sm

Q3. Você já teve dor na face, nos maxilares, têmpora, na frente do ouvido, ou no ouvido no mês

passado?

0 1

Q14a. Você alguma vez já teve travamento articular de forma que não foi possível abrir a boca por

todo trajeto?

0 1

14b. Essa limitação de abertura mandibular foi severa a ponto de interferircom a sua capacidade de

mastigar?

0 1

EXAME CLÍNICO

1. Você tem dor no

lado direito da sua

face, lado esquerdo

ou ambos os lados?

Nenhum 0

Direito 1

esquerdo 2

Ambos 3

2. Você poderia apontar as

áreas onde você sente dor?

Direito Esquerdo

Nenhuma 0 Nenhuma 0

Articulação 1 Articulação 1

Músculos 2 Músculos 2

Ambos 3 Ambos 3

Examinador apalpa a área

apontada pelo paciente, caso não

esteja claro se é dor muscular ou

articular.

3. Padrão de abertura

Reto 0

Desvio lateral direito (não corrigido) 1

Desvio lateral direito corrigido (“S”) 2

Desvio lateral esquerdo (não

corrigido)

3

Desvio lateral esquerdo corrigido

(“S”)

4

Outro 5

Tipo_____________________(especifique)

4. Extensão do movimento vertical

a. Abertura sem auxílio sem dor ____

mm

b. Abertura máxima sem auxílio

____mm

c. Abertura máxima com auxílio

____mm

d. Trespasse incisal vertical ____ mm

Tabela abaixo: Para os itens “b” e “c” somente

DOR MUSCULAR DOR ARTICULAR

nenhum

a

direito esquerd

o

ambo

s

nenhuma direito esquerd

o

ambos

0 1 2 3 0 1 2 3

0 1 2 3 0 1 2 3

29

5. Ruídos articulares (palpação)

a. Abertura

Direito Esquerdo

Nenhum 0 0

Estalido 1 1

Crepitação

Grosseira

2 2

Crepitação

fina

3 3

Medida do estalido

na abertura ___ mm ___

mm

b. Fechamento

Direito Esquerdo

Nenhum 0 0

Estalido 1 1

Crepitação

Grosseira

2 2

Crepitação

fina

3 3

Medida do estalido

na abertura ___ mm ___

mm

c. Estalido recíproco eliminado

durante abertura protrusiva

Direito Esquerdo

Sim 0 0

Não 1 1

NA 8 8

6. Excursões

a. Excursão lateral direita ____ mm

b. Excursão lateral esquerda ____mm

c. Protrusão ____mm

d. Desvio de linha média ____ mm

DOR MUSCULAR DOR ARTICULAR

nenhuma direito esquerdo ambos nenhuma direito esquerdo ambos

0 1 2 3 0 1 2 3

0 1 2 3 0 1 2 3

Direito Esquerdo NA

1 2 8

7. Ruídos articulares nas excursões:

Ruídos – Direito

Nenhum Estalido Crepitação

grosseira

Crepitação

leve

Excursão

direita

0 1 2 3

Escursão

esquerda

0 1 2 3

Protrusão 0 1 2 3

Ruídos – Esquerdo

Nenhum Estalido Crepitação

grosseira

Crepitação

leve

Excursão

direita

0 1 2 3

Escursão

esquerda

0 1 2 3

Protrusão 0 1 2 3

INSTRUÇÕES: itens 8 – 10 Circule o número que corresponde a quantidade de dor.

0 = Sem dor / somente pressão. 1 = dor leve. 2 = dor moderada. 3 = dor severa. 8. Dor muscular extra-oral com palpação

Direito Esquerdo

a) Temporal posterior (parte por trás da têmpora) 0 1 2 3 0 1 2 3

b) Temporal médio (meio da têmpora) 0 1 2 3 0 1 2 3

c) Temporal anterior (parte anterior da têmpora) 0 1 2 3 0 1 2 3

d) Masseter superior (bochecha/abaixo do zigoma) 0 1 2 3 0 1 2 3

e) Masseter médio (bochecha/lado da face) 0 1 2 3 0 1 2 3

f) Masseter inferior (bochecha/linha da mandíbula) 0 1 2 3 0 1 2 3

g)Região mandibular posterior (estilo-hióide/região posterior do digástrico)

“região da garganta”

0 1 2 3 0 1 2 3

h) Região submandibular (pterigoideo medial/supra-hióide/região anterior do

digástrico) “abaixo do queixo”

0 1 2 3 0 1 2 3

9. Dor articular com palpação

Direito Esquerdo

a) Pólo lateral (por

fora) 0 1 2 3 0 1 2 3

b) Ligamento posterior

(dentro do ouvido) 0 1 2 3 0 1 2 3

10. Dor muscular intra-oral com palpação

Direito Esquerdo

a) Área do pterigoideo

lateral (atrás dos molares

superiores)

0 1 2 3 0 1 2 3

b) Tendão do temporal 0 1 2 3 0 1 2 3

30