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ANLISE E AVALIAO DO PROJETO ESTRUTURAL DE LEME COM
UTILIZAO DE ELEMENTOS FINITOS
Allan Vincius Ramos da Silva
Professor Orientador
Prof. Julio Cesar Ramalho Cyrino, D.Sc.
Rio de Janeiro, RJ Brasil
Maro de 2018
ANLISE E AVALIAO DO PROJETO ESTRUTURAL DE LEME COM
UTILIZAO DE ELEMENTOS FINITOS
Allan Vincius Ramos da Silva
Projeto de Graduao apresentado ao
Curso de Engenharia Naval e Ocenica
da Escola Politcnica, Universidade
Federal do Rio de Janeiro, como parte
dos requisitos necessrios obteno do
ttulo de Engenheiro Naval e Ocenico.
Orientador: Julio Cesar Ramalho Cyrino
Rio de Janeiro
Maro de 2018
ANLISE E AVALIAO DO PROJETO ESTRUTURAL DE LEME COM
UTILIZAO DE ELEMENTOS FINITOS
Allan Vincius Ramos da Silva
PROJETO DE GRADUAO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO
DE ENGENHARIA NAVAL E OCENICA DA ESCOLA POLITCNICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSRIOS PARA A OBTENO DO GRAU EM
ENGENHEIRA NAVAL E OCENICA.
Examinada por:
_________________________________________________________
Prof. Julio Cesar Ramalho Cyrino, D. Sc.- Professor Orientador
_________________________________________________________
Prof. Marta Cecilia Tapia Reyes, D.Sc.
_________________________________________________________
Prof. Severino Fonseca da Silva Neto, D.Sc.
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
MARO de 2018
iv
Da Silva, Allan Vincius Ramos
Anlise e Avaliao do Projeto Estrutural de Leme
com Utilizao de Elementos Finitos / Allan Vincius
Ramos da Silva - Rio de Janeiro: UFRJ / Escola
Politcnica, 2018.
XII, 120 p.:il.; 29,7 cm
Orientador: Julio Cesar Ramalho Cyrino
Projeto de Graduao - UFRJ / Escola Politcnica /
Curso de Engenharia Naval e Ocenica, 2018.
Referncias Bibliogrficas: p. 88.
1. Introduo. 2. Objetivo. 3. Resumo da Teoria
Utilizada. 4. Mtodo. 5. Aplicao do Mtodo. 6.
Concluses. 7.Referncias Bibliogrficas I. Forma do
Leme. II. Croqui, Sees horizontais e caractersticas do
Suporte do Leme. III. Croqui, Sees horizontais e
caractersticas do Leme. Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Escola Politcnica, Curso de Engenharia Naval e
Ocenica.
v
Agradecimentos
Meus mais sinceros agradecimentos ao Povo Brasileiro, real e necessitado financiador
da minha formao universitria, a quem pretendo e me vejo na obrigao moral e
eterna de servir.
No posso deixar de agradecer tambm a algumas pessoas financiadoras da minha
formao afetiva e de carter.
A principal delas, Cristina Nascimento, minha me, a quem me faltam palavras para
definir e agradecer. Pessoa a quem devo tudo, carinho, educao, formao,
ensinamentos, experincias, tudo. Meus agradecimentos mais que especiais a quem
devo o meu ser.
Meus agradecimentos tambm a uma pessoa que conheci nos ltimos anos e que passou
comigo meus piores momentos acadmicos e profissionais at aqui. E fez isso da
maneira mais compreensiva e inspiradora que eu j presenciei. Meus agradecimentos
enamorados a Raquel Cristina.
A Paulo Ramos, meu pai, a quem devo toda a minha essncia tecnolgica, todas as
caractersticas que me trouxeram at a escolha profissional que fiz. Insentivador de
raciocnios para vida, pai atencioso e carinhoso.
E a algum que j no tenho mais ao meu lado, mas de quem assumi o dever de tornar
nossos pais orgulhosos. Meu querido irmo, Allex Ramos, que por muitas vezes me
orientou e aconselhou com sua memria em momentos difceis. Companheiro de
formao de carter, pensamento crtico, afeto, e alvo do sentimento mais intenso que
senti. A saudade.
Por fim, aos verdadeiros amigos, antigos e novos, aos professores dedicados que muito
me motivaram, e a todos aqueles que sempre acreditaram e motivaram o meu potencial.
vi
Resumo do Projeto de Graduao apresentado Escola Politcnica / UFRJ como parte
dos requisitos necessrios para a obteno do grau em Engenheira Naval e Ocenica.
ANLISE E AVALIAO DO PROJETO ESTRUTURAL DE LEME COM
UTILIZAO DE ELEMENTOS FINITOS
Allan Vincius Ramos da Silva
Maro/2018
Orientador: Julio Cesar Ramalho Cyrino
Curso: Engenharia Naval e Ocenica
O estudo contido neste projeto, baseado em um caso prtico, busca analisar e avaliar o
projeto estrutural do Sistema de Governo de uma embarcao. O mtodo focado em
Elementos Finitos baseado por requisitos de Sociedades Classificadoras e entidades
normativas, e se apoia em um procedimento de projeto onde a sntese analisada e
posteriormente avaliada, na busca de um resultado holstico timo. A sntese
definida atravs de requerimentos e da experincia do projetista, e em seguida
analisados estruturalmente por Elementos Finitos. A avaliao pode, por vezes,
provocar a iterao do procedimento com o intuito de melhorar a estrutura do Sistema
de governo.
Palavras-Chave: Sistema de Governo, Leme, Estrutura, Elementos Finitos.
vii
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Engineer.
ANALYSIS AND EVALUATION OF THE STRUCTURAL RUDDER PROJECT
USING FINITE ELEMENTS
Allan Vincius Ramos da Silva
March/2018
Advisor: Julio Cesar Ramalho Cyrino
Course: Naval Architecture and Marine Engineering
The study contained in this project, based on a practical case, analyzes and evaluates the
structural design of a Steering System of a vessel. The method focused in Finite
Element is based on requirements of Classifying Societies and normative entities, and is
based on a project procedure where the synthesis is analyzed and then evaluated in the
search for an optimal holistic result. The synthesis is defined through requirements and
the experience of the designer, and then analyzed structurally by Finite Elements.
Evaluation can sometimes trigger the iteration of the procedure in order to improve the
Steering System structure.
Keywords: Steetring System, Rudder, Structure, Finite Elements.
viii
ndice Geral
Agradecimentos ................................................................................................................ v
ndice Geral ................................................................................................................... viii
ndice de Figuras .............................................................................................................. x
ndice de Tabelas ............................................................................................................ xii
Lista de variveis ............................................................................................................ 13
1. Introduo................................................................................................................ 15
2. Objetivo ................................................................................................................... 26
3. Resumo da Teoria Utilizada .................................................................................... 27
4. Mtodo .................................................................................................................... 30
4.1 Sistema de Governo .......................................................................................... 31
4.2 Madre do Leme ................................................................................................. 33
4.3 Suporte do Leme ............................................................................................... 35
4.4 Leme .................................................................................................................. 38
4.5 Modelo de esforos Instalados .......................................................................... 46
5. Aplicao do Mtodo .............................................................................................. 50
5.1 Materiais ............................................................................................................ 50
5.2 Fora de Projeto sobre o Leme .......................................................................... 51
5.2.1 Lemes sem recortes .................................................................................... 51
5.2.2 Lemes com recortes .................................................................................... 55
5.3 Torque de Projeto sobre o Leme ....................................................................... 56
5.3.1 Lemes com recortes .................................................................................... 56
5.4 Madre do Leme ................................................................................................. 58
5.4.1 Parte superior da Madre do Leme .............................................................. 58
5.4.2 Parte inferior da Madre do Leme ................................................................ 58
5.4.3 Reduo gradual do dimetro da Madre do Leme ...................................... 60
5.4.4 Resumo das caractersticas mnimas e adotadas para a Madre do Leme ... 60
5.4.5 Tenses limite e instaladas para a Madre do Leme .................................... 61
5.5 Suporte do Leme ............................................................................................... 62
5.5.1 Lemes de apoio simples .............................................................................. 62
5.5.2 Mdulo de Seo mnimo requerido .......................................................... 66
5.5.3 Tenses limite: ............................................................................................ 68
5.6 Leme .................................................................................................................. 70
ix
5.6.1 Limites ........................................................................................................ 70
Onde no h recortes ....................................................................................................... 70
Onde h recortes .............................................................................................................. 70
5.6.2 Chapeamento lateral, chapa de topo e chapa da base ................................. 71
5.6.3 Anteparas diafragma ................................................................................... 74
5.6.4 Pea principal (onde a Madre do Leme acoplada) ................................... 74
5.6.5 Chapeamento do nariz do Leme ................................................................. 75
5.6.6 Estanqueidade ............................................................................................. 75
5.6.7 Clculo das tenses do Leme ..................................................................... 75
5.7 Modelo de Esforos Instalados ......................................................................... 79
5.7.1 MTODO DE CLCULO ......................................................................... 80
6. Concluses .............................................................................................................. 93
7. Referncias Bibliogrficas ...................................................................................... 94
Anexo I Forma do Leme .............................................................................................. 95
Anexo II - Croqui, Sees horizontais e caractersticas do Suporte do Leme................ 99
Seo Horizontal do Suporte do Leme a 9500 mm da linha de base ............................ 106
Seo Horizontal do Suporte do Leme a 7550 mm da linha de base ............................ 107
Seo Horizontal do Suporte do Leme a 6250 mm da linha de base ............................ 108
Anexo III - Croqui, Sees horizontais e caractersticas do Leme ............................... 109
Seo Horizontal do Leme a 8200 mm da linha de base .............................................. 121
Seo Horizontal do Leme a 6250 mm da linha de base .............................................. 122
Seo Horizontal do Leme a 5300 mm da linha de base .............................................. 123
Seo Horizontal do Leme a 4350 mm da linha de base .............................................. 124
Seo Horizontal do Leme a 3750 mm da linha de base .............................................. 125
Seo Horizontal do Leme a 3060 mm da linha de base .............................................. 126
x
ndice de Figuras
Figura 1 - Carregamento de um Navio Bauxiteiro ......................................................... 15
Figura 2 - Exemplo de Navio Bauxiteiro........................................................................ 16
Figura 3 Exemplo prtico - Seo Tpica .................................................................... 17
Figura 4 - Exemplo prtico - Perfil ................................................................................. 18
Figura 5 - Exemplo prtico - Convs Principal .............................................................. 18
Figura 6 - Exemplo prtico - Popa e Sistema de Governo ............................................. 19
Figura 7 - Forma do Leme .............................................................................................. 20
Figura 8 - Forma do Leme .............................................................................................. 21
Figura 9 - Forma do Leme .............................................................................................. 22
Figura 10 - Forma do Leme ............................................................................................ 23
Figura 11 - A1 - Forma do Leme .................................................................................... 23
Figura 12 - A1 - Forma do Leme .................................................................................... 24
Figura 13 - Modelo de estudo - MUKUNDAN [1] ........................................................ 27
Figura 14 - Modelo utilizado no Relatrio de PESCHMANN [2] ................................. 28
Figura 15 - Partes do Sistema de Governo ..................................................................... 31
Figura 16 - Partes da Madre do Leme ............................................................................ 35
Figura 17 - Exemplo do clculo das caractersticas seccionais do Suporte do Leme .... 37
Figura 18 - Esquema das partes externas do Leme ........................................................ 38
Figura 19 - Esquema das partes internas do Leme ......................................................... 39
Figura 20 Diviso do Chapeamento Lateral ................................................................ 41
Figura 21 - Diviso dos Chapeamentos Diafragma ........................................................ 42
Figura 22 - Diviso do Chapeamento da Pea Principal ................................................ 43
Figura 23 - Diviso do Chapeamento do Nariz .............................................................. 44
Figura 24 - Exemplo do clculo das caractersticas seccionais do Leme ....................... 45
Figura 25 - Tipos de Sistema de Governo ...................................................................... 47
Figura 26 - Exemplo de Modelo ..................................................................................... 48
Figura 27 - Exemplo de Perfil de Momento Fletor ........................................................ 48
Figura 28 - Exemplo de Perfil de Esforo Cortante ....................................................... 49
Figura 29 - Esquema para Cculo da rea projetada do Leme ...................................... 51
Figura 30 - Esquema para Cculo da rea projetada do Leme ...................................... 55
Figura 31 Desenho esquemtico da variao da Madre do Leme ............................... 60
Figura 32 - Variveis de Regra ....................................................................................... 63
Figura 33 - Elevaes do Suporte do Leme .................................................................... 63
Figura 34 - rea de Cortantes......................................................................................... 65
Figura 35 - rea fechada ................................................................................................ 65
Figura 36 - Centroide da Seo ...................................................................................... 65
Figura 37 - Seo a 9500 - t = 44,5 (no utilizada) ........................................................ 67
Figura 38 - Seo a 9500 - t = 31,5 (no utilizada) ........................................................ 67
Figura 39 - Seo a 9500 - t = 35 ................................................................................... 67
Figura 40 - Grfico do Mdulo de Seo do Suporte do Leme ...................................... 68
Figura 41 - Croqui do Leme ........................................................................................... 73
xi
Figura 42 - Seo a 8200 (no utilizada) ........................................................................ 76
Figura 43 - Seo a 8200 ................................................................................................ 77
Figura 44 - Seo a 7550 (No utilizada) ....................................................................... 77
Figura 45 - Seo a 3060 ................................................................................................ 77
Figura 46 - Modelo de Anlise ....................................................................................... 79
Figura 47 - Modelo de Viga proposto pela Regra .......................................................... 80
Figura 48 - Modelo Carregado ....................................................................................... 81
Figura 49 - Definio da Propriedade da Mola .............................................................. 82
Figura 50 - Propriedade do Modelo_Madre do Leme .................................................... 83
Figura 51 - Propriedade do Modelo - Parte superior do Leme ....................................... 84
Figura 52 - Propriedade do Modelo - Parte inferior do Leme ........................................ 84
Figura 53 - Modelo Carregado ....................................................................................... 85
Figura 54 - Modo de Deformao .................................................................................. 85
Figura 55 - Resultados - Esforo Cortante ..................................................................... 86
Figura 56 - Perfil de Esforo Cortante............................................................................ 86
Figura 57 - Resultados - Momento Fletor ...................................................................... 87
Figura 58 - Perfil de Momento Fletor ............................................................................. 87
Figura 59 - Esforo Cortante .......................................................................................... 91
Figura 60 - Momento Fletor ........................................................................................... 92
Figura 61 - Forma do Leme ............................................................................................ 96
Figura 62 - Esquema para Cculo da rea projetada do Leme ...................................... 97
Figura 63 - Clculo de Centroide do Leme .................................................................... 98
Figura 64 - Estutural do Suporte do Leme ................................................................... 100
Figura 65 - Estutural do Suporte do Leme ................................................................... 101
Figura 66 - Estutural do Suporte do Leme ................................................................... 102
Figura 67 - Estutural do Suporte do Leme ................................................................... 103
Figura 68 - Estutural do Leme ...................................................................................... 110
Figura 69 - Estutural do Leme ...................................................................................... 111
Figura 70 - Estutural do Leme ...................................................................................... 112
Figura 71 - Estrutural do Leme .................................................................................... 113
Figura 72 - Estrutural do Leme .................................................................................... 114
Figura 73 - Estrutural do Leme .................................................................................... 115
Figura 74 - Estrutural do Leme .................................................................................... 116
Figura 75 - Estrutural do Leme .................................................................................... 117
Figura 76 - Estrutural do Leme .................................................................................... 118
Figura 77 - Estrutural do Leme .................................................................................... 119
xii
ndice de Tabelas
Tabela 1 - Fator de Material 50
Tabela 2 - Perfis de Leme 54
Tabela 3 - Perfis de Leme 54
Tabela 4 - Arranjo do Sistema 54
Tabela 5 - Resumo das caractersticas mnimas e adotadas para a Madre do Leme 61
Tabela 6 - Mdulo de Seo requerido - Suporte do Leme 68
Tabela 7 - Caractersticas Requeridas e Instaladas para as Sees do Suporte do Leme 69
Tabela 8 - Resumo dos chapeamentos do Leme 72
Tabela 9 - Caractersticas para as Sees do Leme 78
Tabela 10 - Clculo de Centroide 98
13
Lista de variveis
A = rea total projetada do Leme
A1 = rea superior do Leme
A2 = rea inferior do Leme
Ah = rea efetiva de cortante
At = Soma da rea projetada do Leme, A, e da rea projetada do Suporte do Leme que est
dentro da extenso do perfil do Leme
b = Altura media do Leme
C0 = Largura media do Leme
c1, c2 = Larguras mdias das reas parciais A1, A2
CR = Fora total no Leme
CR1 = Fora na rea A1 (Superior) do Leme
CR2 = Fora na rea A2 (Inferior) do Leme
e = Constante (1.0, 0.75)
G = Mdulo de Rigidez
Iyy = Inrcia ao longo do eixo longitudinal
Jt = Momento Polar de Inrcia
k = Fator de material
kc = Fator dependente da forma da seo do leme
kh = Constante da mola, simula o apoio do Suporte do Leme
kH = Fator de material do Suporte do Leme
kl = Fator dependente do arranjo do Sistema de Governo
kRudder= Fator de material do Leme
ks = Fator de material da Madre do Leme
h = Distncia horizontal do eixo da Madre do Leme at o centro de rea da seo horizontal
LTaper = Comprimento mnimo de variao de espessura
M = Momento Fletor
n = Constante (0.132)
14
Nu = Constante (42.0)
ny = Constante de escoamento
QR = Torque no Leme
S = Dimetro superior do Eixo da Madre do Leme
SM = Mdulo de Seo
Sl = Dimetro inferior do Eixo da Madre do Leme
t = Espessura
U = Tenso ltima do material
Va = Velocidade mxima a r
Vd
= Velocidade mxima a vante
Vmin = Velocidade mnima
VR = Velocidade
wR1 = Carregamento do Topo do Leme ao apoio do Suporte
wR2 = Carregamento do apoio do Suporte a base do Leme
y = Distncia do eixo longitudinal horizontal a fibra de material mais distante
Y = Tenso de escoamento do material
= Constante (0.33, 0.66, 0.25, 0.55)
b = Tenso de flexo
e = Tenso equivalente
T = Tenso devido ao torque
= Tenso Cisalhante
15
1. Introduo
O objetivo deste relatrio apresentar um mtodo de clculo, baseado em uma anlise, feita para
demostrar que o projeto estrutural do Sistema de governo, no s atende integralmente aos requisitos das
Sociedades Classificadoras, como tambm, aos padres de resistncia estrutural perante os esforos
atuantes sobre o sistema.
Busca avaliar a estrutura concebida para suportar os esforos experimentados pelo envoltrio projetado,
para exercer as funes inerentes ao Leme de uma embarcao, intervindo nas caractersticas seccionais
para atender, no s aos requisitos de sociedades classificadoras, mas tambm, garantir sua integridade
perante os esforos solicitantes.
O estudo do mtodo de clculo se dar com base em um exemplo prtico de um navio existente. Trata-se
de um mineraleiro, mais especificamente um bauxiteiro, embarcao especializada no transporte do
minrio slido bauxita. A Figura 1 mostra o procedimento tpico de carregamento de uma destas
embarcaes. E na Figura 2 podemos ver as caractersticas tpicas da mesma.
Figura 1 - Carregamento de um Navio Bauxiteiro - Imagem da Internet: Mining.com < http://www.mining.com/rio-tinto-to-go-
ahead-with-1-9-billion-bauxite-project-in-australia/>
16
Figura 2 - Exemplo de Navio Bauxiteiro - Imagem da Internet: Ship Management International
Trata-se de uma embarcao de deslocamento com propulso por eixo. As caractersticas principais da
embarcao esto apresentadas a seguir, junto com imagens do arranjo geral nas Figuras 3, 4, 5 e 6.
Vessel Type Bauxite Carrier
Class Notation 100A1 Ore Carrier ESP, ShipRight (SDA, FDA, CM)*IWS, LI
LMC, UMS
Descriptive Notes: Part Higher Tensile steel,holds 1 to 6
strengthened for Regular Discharge by Heavy Grabs,Single-Pass
Loading Capability as per Approved Loading Sequence, Ship
Right (SCM).
Length Overall 445.000m
Length Between Perpendiculars 237.000m
Moulded Breath 40.000m
Moulded Depth 17.600m
Design Draft 11.580m
Scantling Draft 12.080m
Maximum Design Speed 14,62 knots
Displacement at Design Draft 93503 t
Dispacement at Scantling Draft 97978 t
http://shipmanagementinternational.com/imo-issues-warning-on-hazards-of-carrying-bauxite-by-ship/
17
Figura 3 Exemplo prtico - Seo Tpica
18
Figura 4 - Exemplo prtico - Perfil
Figura 5 - Exemplo prtico - Convs Principal
19
Figura 6 - Exemplo prtico - Popa e Sistema de Governo
O sistema de governo em si projetado pela rea de arquitetura naval no que abrange o melhor perfil
hidrodinmico, a forma e tipo de leme, bem como, sua efetividade na manobrabilidade da embarcao e,
pela rea de mquinas no projeto da mquina do leme e seus componentes, como tambm, seu arranjo no
compartimento da mquina do leme.
Sendo assim, o estudo contido neste projeto, parte das definies destas reas para determinao do
sistema de governo, que j est projetado e em sua forma mais adequada, sendo necessrio garantir, que o
mesmo mantenha sua integridade durante o seu funcionamento.
Por tanto, temos definidas as linhas do leme, alturas, cordas, ponto de compensao, envergaduras e todas
as snteses que definem bem o sistema de governo. Podemos ver estas definies nas pginas seguintes,
nas Figuras 7, 8, 9, 10, 11 e 12. Vale ressaltar que o mtodo no se altera para diferentes tipos ou formas
de leme. Apenas algumas formulaes, que esto disponveis na literatura, se alteram para levar em
considerao as peculiaridades de cada projeto, contudo, tanto a filosofia quanto o procedimento de
clculo so gerais.
20
Figura 7 - Forma do Leme
21
Figura 8 - Forma do Leme
22
Figura 9 - Forma do Leme
23
Figura 10 - Forma do Leme
24
Figura 11 - Forma do Leme
25
Figura 12 - Forma do Leme
26
2. Objetivo
Analisar e avaliar o projeto estrutural, tendo por base o alinhamento com definies e limitaes
ditadas por sociedades classificadoras, mas tambm, avaliando a resistncia do leme aos esforos gerados
pela ao do fluido sobre as superfcies do mesmo, com auxilio do mtodo de Elementos Finitos.
Buscando minimizar a quantidade de ao perante a eficincia estrutural, alterando itens de maior
efetividade para cada caracterstica.
27
3. Resumo da Teoria Utilizada
Alm das literaturas mencionadas a seguir, que daro respaldo tericoa todo o procedimento, o
estudo realizado por MUKUNDAN [1] balizou e motivou a busca por um mtodo de clculo estrutural
que se mostrasse eficiente, com menor perda de horas em modelagem e que atendesse aos critrios das
Sociedades Classificadoras sem a necessidade de apreciao das mesmas de um estudo validando a
estrutura e os mtodos utilizados. Focando em um mtodo voltado para pratica de projeto do mercado.
O estudo de MUKUNDAN [1] inteiramente voltado para a modelagem e anlise dos resultados
de tenso, com utilizao do Mtodo de Elementos Finitos, mas com uma abordagem com elementos de
casca e altamente discretizado, alm de fazer uma avaliao do eixo e suas conexes com elementos do
tipo slido. Alm de demandar muito tempo de modelagem tambm requer um poder computacional
elevado. Mas por se tratar de um estudo acadmico, atende seu objetivo de avaliar e demostrar a estrutura
que permite a construo e operao do Leme. Abaixo podemos ver na Figura 13 o grau de detalhamento
do modelo usado por MKUNDAN [1].
Figura 13 - Modelo de estudo - MUKUNDAN [1]
28
Outro estudo que norteou este trabalho o relatrio de PESCHMANN [2], relatrio que avalia a
estrutura do Leme do navio portacontentor CV1700, Hull No.128, Aker-Ostsee. O documento avalia a
resposta estrutural do Leme atravs do mtodo de Elementos Finitos, usando elementos do tipo casca no
geral, viga para o eixo e elementos rgidos para simular as conexes. Apesar de ainda muito elaborado, o
modelo j possui alguma simplificao se comparado ao estudo de MUKUNDAN [1], e fornece
informaes suficientes para a prtica de projeto do Sistma de Governo. Isso pode ser observado na
Figura 14 abaixo e na leitura do relatrio de PESCHMANN [2].
Figura 14 - Modelo utilizado no Relatrio de PESCHMANN [2]
O documento menciona que o modelo foi adaptado de outra anlise que visava estudar as
vibraes do sistema. Logo, parte do processo j foi adiantada, no sendo necessria a etapa de
29
modelagem. Alm de abreviar a anlise, sitado outro clculo objetivo, anlise de Fadiga, que necessita
de uma abordagem mais refinada da malha de Elementos Finitos.
A concluso que podemos chegar que apesar do modelo ainda muito elaborado, ele se justifica
pela j existncia de um modelo til, e pela necessidade deste tipo de modelo para a anlise de Fadiga
pretendida. Mas vale ressaltar que o estudo visa avaliar uma estrutura pr-existente, com um possvel
problema na operao. Tanto que a concluso do documento sugere modificaes na estrutura para que a
mesma seja aprovada tanto pelos requerimentos da Sociedade Classificadora quanto para atender as
necessidades do Cliente.
Completando as bases deste trabalho temos, basicamente, trs teorias principais.
Teoria de resistncia de materiais. Focado na teoria de vigas e estudos das caractersticas
seccionais de vigas. Literaturas como HIBBELER [3,4], TIMOSHENKO et al.[5,6], Beer [7] permitem
que ao extrapolarmos o comportamento do Leme para o de uma viga, com seus apoios e esforos, a sua
estrutura do mesmo possa ser avaliada segundo estes conceitos fsicos de esforos atuantes em uma viga,
deflexes e reaes nos apoios.
Mtodo de Elementos finitos. Foco da literatura REDDY [8], que trabalha a diviso do domnio
estrutural original, altamente complexo, em subdomnios, interligados por ns, regidos por um conjunto
equaes e sistematicamente combina-los para obteno de resultados globais.
A essncia da metodologia proposta no difere muito da mencionada a cima. O sistema de
governo ser dividido e analisado segundo estes preceitos tambm, o que torna a utilizao do Mtodo de
Elementos Finitos mais intuitivo ainda na proposta deste trabalho.
Balizamento e cumprimento das regras das Sociedades Classificadoras. Quase que na totalidade
do estudo realizado, ser uma opo tima para um dado inicial, j que pautamos o mtodo em um
processo iterativo de snese, posterior anlise, seguida de uma avaliao.
A publicao [9] dar respaldo legal e tcnico para as hipteses propostas, e serviro de guia para
determinados procedimentos de clculo.
As Regras [10,11] so aceitas pela sociedade cientfica e determinantes para a aprovao na
classificao das estruturas propostas.
30
4. Mtodo
Todo o mtodo segue a premissa da sntese - anlise - avaliao, sendo necessrio ter um arranjo para ser
analisado e avaliado. E este ponto se distancia do praticado usualmente, temos um procedimento que no
busca os escantilhes, mas que analisa e, posteriormente, avalia o arranjo estrutural definido a priore pelo
projetista.
O mtodo passa pelo clculo de valores mnimos de espessura de chapa, dimetros e mdulo de sees
para determinadas peas, mas tem apenas a inteno de determinar valores mnimos, sendo de
competncia do projetista, optar por estes valores ou valores maiores, alterando espessuras e/ou arranjos
das peas.
Sero utilizadas como norte as regras e exigncias das Sociedades Classificadoras que, apesar de usarem
diferentes nomenclaturas e arranjos de formulao, fazem uso da mesma teoria de clculo. Logo, pode-se
chegar s formulaes de uma a partir da outra simplesmente reduzindo a expresso, substituindo os
coeficientes e/ou igualando as unidades de medidas.
Como mencionado anteriormente, o processo se inicia na definio de forma do leme e do Suporte do
leme pelo setor de arquitetura naval e hidrodinmica. A integridade desta forma de responsabilidade
estrutural, contedo deste estudo.
Este momento de criao do projetista, momento que surgiro as primeiras snteses. de claro
entendimento que a experincia do projetista com este tipo de sistema de crucial importncia. Um bom
conhecimento deste tipo de estrutura permitir um menor nmero de iteraes do procedimento.
por este motivo que ser utilizada uma filosofia estrutural, consagrada na prtica de projeto naval e
ocenico para exemplificar o mtodo. Mas a teoria generalista.
31
4.1 Sistema de Governo
Iniciando o procedimento, vamos dividir o Sistema de governo em trs partes: Madre do leme, que
transfere o torque da mquina do leme para acionar o mesmo; Suporte do leme, que auxilia no suporte e
integrao do leme ao casco e; o Leme propriamente dito, que promove a estabilizao direcional e
manobrabilidade da embarcao. O esquema da Figura 15 abaixo demonstra as partes mencionadas.
Figura 15 - Partes do Sistema de Governo
LEME
SUPORTE DO
LEME
MADRE DO LEME
32
Tambm devemos ter ateno s foras atuantes no sistema. Com a definio da rea e das linhas do
Leme, j possvel determinar a Fora e o Torque atuantes segundo as expresses abaixo que sero
detalhadas mais adiante na aplicao do mtodo.
Tanto a Fora atuante no Leme quanto o Torque e suas variveis so determinados pelas Regras,
entretanto, fcil observar que a estrutura das formulaes geomtrica e fsica. No nosso caso estudado,
as formulaes foram extradas da Regra ABS RULES FOR BUILDING AND CLASSING STEEL
VESSELS 2016 3-2-14.
Fora
Leva em considerao padres de escoamento estudados na produo das publicaes de cada Regra. E as
Foras em cada parte, no caso do Leme com recortes, nada mais que uma ponderao pela rea de cada
parte. As foras consideradas so resultantes da atuao do escoamento sobre o Leme, sendo assim,
aplicadas no centro de rea.
CR = nkRkcklAVR2
kN (Para Lemes sem recortes) (4.1)
CR1 = CRA1 /A kN (Para Lemes com recortes) (4.2)
CR2 = CRA2 /A kN (Para Lemes com recortes) (4.3)
kR = (b2/At + 2)/3, mas no maior que 4/3
Torque
Tambm tabelado em Regra, nada mais que a considerao do momento gerado pela Fora mencionada
acima.
QR = CR r kN.m (Para Lemes sem recortes) (4.4)
QR = CR1 r1 + CR2 r2 kN.m (Para Lemes com recortes) (4.5)
33
r1 = c1 ( k1) m
r2 = c2 ( k2) m
c1, c2 = Larguras mdias das reas parciais A1, A2, (ver Anexo I)
= 0.33 ( vante), 0.66 ( r) para pores do Leme sem estruturas fixas vante
0.25 ( vante), 0.55 ( r) para pores do Leme com estruturas fixas vante, como o
Suporte do Leme
k1, k2 = A1f /A1, A2f /A2
A1f, A2f = rea do Leme situada vante da linha de eixo da madre, relativo a cada parte (ver
Anexo I)
E determinando o material que ser utilizado na construo do sistema de governo, o desafio fica bem
definido, com os contornos e as condies de carregamento. O material pode ser alterado posteriormente
necessidade do projetista.
O fator do material crucial para a determinao dos limites de tenso que sero suportados pela
estrutura. E este fator determinado pela formulao a seguir, definido pelas sociedades classificadoras.
K = (ny/Y)e (4.6)
ny = 235 N/mm2
Y = tenso de escoamento do material usado, em N/mm2, 0.7U ou 450 N/mm
2, o que for
menor.
U = tenso ltima do material usado, in N/mm2
e = 1.0 para Y . 235 N/mm2
= 0.75 para Y > 235 N/mm2
34
4.2 Madre do Leme
Para cada parte do sistema iniciaremos determinando os limites exigidos por regra, para s em seguida
avaliar se o projetado atende, superior ou inferior, intervindo no projeto estrutural de maneira efetiva,
considerando a construo, custo, peso, etc...
Para a determinao da Madre do Leme temos trs pontos importantes. O primeiro o dimetro da parte
superior da Madre do Leme, localizada no apoio formado pelo piso do compartimento da mquina do
leme, regida pela frmula a seguir, que determina o dimetro mnimo.
S = 3 SRu KQN mm (4.7)
Ref. ABS RULES FOR BUILDING AND CLASSING STEEL VESSELS 2016 3-2-14 p.156
O outro ponto a parte inferior da Madre do Leme, localizada no encontro do eixo com o casco, este o
apoio da madre no casco e o dimetro mnimo determinado como a frmula a seguir.
Sl = 62
RQ/M3/41S mm (4.8)
Ref. ABS RULES FOR BUILDING AND CLASSING STEEL VESSELS 2016 3-2-14 p.157
E o ltimo ponto a transio entre os dois pontos abordados acima. Pode haver uma transao gradual
de um comprimento de pelo menos 3 vezes a diferena entre os dimetros, entretanto, o maior dimetro
deve ser mantido o quanto puder acima do ponto de apoio inferior.
LTaper (Sl -S) x 3 mm (4.9)
Ref. Lloyds Register RULES AND REGULATIONS FOR THE CLASSIFICATION OF SHIPS, January 2016, Table 13.2.3 p.446
O projeto deve ser avaliado para garantir que no esteja contrariando as regras das sociedades
classificadoras. E em um segundo momento avaliado segundo as tenses instaladas, com o auxlio do
modelo de elementos finitos do sistema. Os limites de tenso so regidos pelas formulaes seguintes que
sero comparadas as tenses intaladas. Estas foram extradas da Regra Lloyds Register RULES AND
REGULATIONS FOR THE CLASSIFICATION OF SHIPS, January 2016, pois so mais claramente
estabelidas.
T = 68/Ks N/mm2
(Tenso devido ao torque) (4.10)
e = 118/ Ks N/mm2 (Tenso equivalente) (4.11)
E as tenses instaladas sero determinadas pelas formulaes a seguir, dependentes dos resultados da
anlise do modelo de viga do sistema de governo. As formulaes eso mais claramente estabelecidas na
Regra ABS RULES FOR BUILDING AND CLASSING STEEL VESSELS 2016 3-2-14.
e = 3 2T
2b N/mm
2 (Tenso equivalente) (4.12)
b = S
10 x M x 2,10
3t
3
N/mm2 (Tenso de flexo) (4.13)
T = 3
3
R 10 x S
Q 1,5
N/mm2 (Tenso devido ao torque) (4.14)
35
Os pontos mencionados podem ser observados na Figura 16 abaixo.
Figura 16 - Partes da Madre do Leme - Lloyds Register RULES AND REGULATIONS FOR THE CLASSIFICATION OF SHIPS,
January 2016, modificado pelo autor deste relatrio
4.3 Suporte do Leme
Como no item anterior, o projetista deve observar os pontos mais frgeis e de possveis danos estruturais.
Por este motivo, dentro das curvas determinadas pela rea de arquitetura naval e hidrodinmica, sees
estruturais garantem a forma determinada, e suportam os esforos a que o sistema est submetido. E como
o mtodo trata o sistema do ponto de vista de uma viga, as anlises e avaliaes esto focadas nas sees
dessa viga. Para tanto, precisamos escolher as sees a serem avaliadas, e os critrios para esta escolha
dependem do projetista, mas de bom tom que sejam sees com "eventos" crticos como mudana
brusca de geometria, singularidades, conexes ou qualquer fator que o projetista julgar importante
analisar.
No caso do Suporte do Leme as regras determinam tanto os limites de tenses admissves, quanto a forma
de calcular estas tenses em cada seo. Estas formulaes devem sobrepor as anlises da viga do sistema
por serem sugeridas pelas regras das Sociedades Classificadoras, por apresentarem valores mais
conservadores, como vamos observar nas comparaes feitas no exemplo prtico, entre os resultados de
tenso do modelo e os obtidos pelas formulaes das Regras.
A tenso equivalente, que se trata de uma combinao das tenses de Flexo, Cisalhamento devido ao
Momento Fletor e Cisalhamento devido ao Torque, dada pelas formulaes dependente da geometria da
seo em anlise, do material e da fora atuante no Leme. Todas as equaes esto tabeladas e exigidas
pela Regra ABS RULES FOR BUILDING AND CLASSING STEEL VESSELS 2016 3-2-14.
Parte Superior da
Madre do Leme
Parte Inferior da
Madre do Leme
Reduo Gradual
36
b = CR a v / (pSM) N/mm2
(Tenso de Flexo) (4.15)
= CR a / (pAh) N/mm2
(Tenso Cisalhante devido ao Momento) (4.16)
T = 0.5CR a h /(pat) N/mm2
(Tenso Cisalhante devido ao Torque) (4.17)
e = n
2T
22b 3 N/mm
2 (Tenso Equivalente) (4.18)
As sees selecionadas so analisadas segundo estas expresses, e como elas so essencialmente
geomtricas, permitem que o projetista intervenha em caractersticas como espessuras e arranjos internos
para melhorar os resultados obtidos em cada seo.
Os nicos limitadores so retirados da mesma regra mencionada acima e so dados pelas tenses
admissveis e o Mdulo de Seo Mnimo Requerido, e esto relacionados a baixo.
= 48/kH N/mm2
(Tenso Cisalhante) (4.19)
b = 67/kH N/mm2
(Tenso de Flexo) (4.20)
e = 120/kH N/mm2
(Tenso Equivalente) (4.21)
O Mdulo de seo tambm limitado pela Regra, entretanto, permite sua manipulao atravs da
geometria da seo, deixando o projetista livre para atender a mais esse critrio atravs de variaes
geomtricas na sntese.
SM = nz cR (a / p) v kH cm3 (Mdulo de Seo Mnimo) (4.22)
37
Algumas ferramentas computacionais fornecem o Mdulo de Seo e outras caractersticas geomtricas
de sees modeladas, mas como vamos utilizar um programa de Elementos Finitos para simular a viga
que representa o Sistema de Governo e, esta tambm realiza este tipo de clculo, ento vamos us-la para
retirar estas infomaes, como podemos observar no exemplo da Figura 17. Isso facilita imensamente as
iteraes, visto que as sees so de geometria complexa e que levaria muito tempo para calcular a cada
modificao, por menor que fosse. Abaixo podemos ver um exemplo de seo modelada e as
caractersticas geomtricas que o software fornece.
Figura 17 - Exemplo do clculo das caractersticas seccionais do Suporte do Leme
Podemos verificar as seguintes variveis de baixo para cima. Area da seo (mm), Inrcia no eixo Z
(mm4), Inrcia no eixo Y (mm
4), Constante torsional (mm
4), rea de cortante no eixo Y (mm), rea de
cortante no eixo Z (mm) e o permetro da seo (mm), alm das coordenadas de pontos determinados
pelo projetista ( direita, em mm).
Com as informaes da seo podemos analisar e avaliar a estrutura segundo os critrios acima e outros
que o projetista julgar pertinente, como peso de ao e construtibilidade.
38
4.4 Leme
A anlise do Leme propriamente dita est focada inteiramente no estudo dos perfis de Esforo Cortante e
Momento Fletor do Sistema de Governo. Com estes esforos determinados, e de conhecimento das
propriedades das sees, podemos avaliar se cada uma delas, sujeitas a estes esforos, consegue suport-
los.
Entretanto, para o projeto do Leme, as Sociedades Classificadoras exigem espessuras mnimas para
determinadas partes do Leme. Por este motivo, vamos comear esta parte da anlise pelo clculo dessas
espessuras, e formar uma tabela guia para avaliar se os escantilhes definidos pelo projetista esto de
acordo com o exigido por regra.
Vamos ter de dividir o Leme em seis partes como determina a regra. Os esquemas das Figuras 18 e 19
abaixo demonstram estas partes.
Figura 18 - Esquema das partes externas do Leme Imagem da internet: Becker Marine System , modificado pelo autor deste relatrio
Lateral
Topo
Base
Nariz
39
Figura 19 - Esquema das partes internas do Leme Imagem da Internet: Nakashima Propeller CO., LTD. <
https://www.nakashima.co.jp/eng/product/rudder.html>, modificado pelo autor deste relatrio
A regra define que, as espessuras mnimas para o chapeamento lateral, chapa de topo e chapa da base
devem seguir a formulao a baixo, que depende basicamente do arranjo estrutural, e est presente na
Regra ABS RULES FOR BUILDING AND CLASSING STEEL VESSELS 2016 3-2-14.
t = 0.0055s A/Ckdk R21 x Q + k3 mm (espessura mnima) (4.23)
k1 = 1.0
k2 = 0.1
k3 = 2.5
d = Calado de vero da embarcao, em m
CR = Fora no Leme, em kN
A = rea projetada do Leme, em m2 (ver Anexo I)
Pea Principal
Antepara
Diafragma
Antepara
Diafragma
40
= 2(s/b) 0.5 - 1.1 mximo 1,0 para b/s 2.5
s = menor dimenso entre reforos, em mm
b = maior dimenso entre reforos , em mm
Alm disso, exigido pela mesma Regra que o chapeamento lateral e a chapa base atendam a regra de
tanques profundos associada ao Calado de Vero, acrescida de 2 mm.
t = 254/qhsk
+ 2.5 mm, no menor que 6.5 mm ou s/150 + 2.5 mm, o que for maior (4.24)
s = espao entre reforadores, em mm
k = (3.075 2.077) / ( + 0.272) onde 1 2
= 1.0 onde > 2
= razo de aspecto do painel (maior borda/menor borda)
q = 235/Y N/mm2
Y = tenso de escoamento, em N/mm2.
h = distncia, em m, da borda inferior da chapa at o calado de vero.
possvel observar que o fator determinante o arranjo definido pelo projetista, que pode ser alterado
segundo os preceitos do prprio, e pagando o preo de atender ao mnimo exigido por regra, mas com
livre escolha do arranjo.
Gera-se uma tabela e desenhos preliminares como os das Figuras 20, 21, 22, 23 para agrupar os resultados
focados nos painis tidos como crticos, e assume-se como adotados estes mnimos. Mas apenas um
ponto de partida, podendo ser alterado segundo s necessidades do projetista ou mesmo pela anlise dos
perfis de esforo cortante ou momento fletor.
41
Figura 20 Diviso do Chapeamento Lateral
Temos ainda os chapeamentos das anteparas diafragmas que seguem a mesma filosofia anterior. As
espessuras das anteparas diafragma no podero ser menores que 70 % da espessura requerida para o
chapeamento lateral ou 8 mm, o que for maior. Os furos de alvio no podem exceder a metade do seu
tamanho, como descrito em ABS RULES FOR BUILDING AND CLASSING STEEL VESSELS 2016
3-2-14 p.165.
42
Figura 21 - Diviso dos Chapeamentos Diafragma
J a pea principal, que forma a caixa onde a Madre do Leme acoplada, deve ter extenso mnima
vante e r, de 0,2 bR, e atender a expresso a seguir. Onde bR a boca mdia do Leme na linha de eixo
da Madre do Leme, em mm.
43
A espessura da antepara diafragma que forma a pea principal, no deve ser menor que 2 x tM do topo do
Leme at o mancal de apoio. Deste ultimo at aproximadamente a metade da distncia entre o mancal de
apoio e a base do Leme, a espessura no deve ser menor que tM. Abaixo disso, a espessura atende ao
estabelecido para as anteparas comuns. Ref. Lloyds Register RULES AND REGULATIONS FOR THE
CLASSIFICATION OF SHIPS, January 2016, p.449 p.452.
tM = 8,5 + 0,56
(mm) Espessura padro que forma a pea principal (4.25)
S = dimetro da Madre do Leme, em mm
K = fator de material
E para finalizar as exigncias de regra para as espessuras mnimas faltou o chapeamento do Nariz do
Leme. Trata-se do bordo de ataque do Leme, a chapa que recebe o escoamento. Este deve ser no mnimo
25% maior que o chapeamento lateral, mas no precisa exceder 22 mm, segundo a referncia Lloyds
Register RULES AND REGULATIONS FOR THE CLASSIFICATION OF SHIPS, January 2016,
p.451.
Figura 22 - Diviso do Chapeamento da Pea Principal
44
Figura 23 - Diviso do Chapeamento do Nariz
Mas vale ressaltar que todos os itens mencionados na sesso Leme at aqui, tratam de valores mnimos
determinados por regra, e que no a anlise at este momento que ir determinar os escantilhes, mas
apenas seus limites inferiores.
a partir deste momento que a anlise do arranjo estrutural projetado comea a ser analisado e avaliado.
As formulaes a seguir so retiradas da teoria de resistncia de vigas, e so vigentes e muito teis neste
caso.
Tenso de Flexo b = oMdulodeSe
torMomentoFle N/mm
2 (4.26)
Tenso Cisalhante = tereaCor
teEsforoCor
tan
tan N/mm
2 (4.27)
Tenso Equivalente e = 22
b 3 N/mm2
(4.28)
Tendo em vista que os perfis de esforos no so to imediatos para serem alterados, de pronto
percebemos que podemos modificar as tenses se alterarmos a geometria e o arranjo das sees
45
horizontaris do Leme, modificando assim, os Mdulos de Seo e as reas Cortantes Efetivas. E
novamente precisaremos escolher as sees a serem analisadas com a inteno de cobrir todos os
possveis casos crticos para a estrutura.
Novamente vamos nos utilizar do Software MSC Nastran, como podemos ver no exemplo da Figura 24,
para podermos agilizar estas modificaes e, posteriormente, as anlises e avaliaes.
Figura 24 - Exemplo do clculo das caractersticas seccionais do Leme
Observe que a seo analisada, no representa na ntegra a geometria do Leme projetado, isso porque as
Sociedades Classificadoras determinam o que seria a extenso efetiva do corpo do Leme, que deve ser
no mais que duas vezes a largura da seo no eixo. Alm disso, portas de visita e furos devem ser
consideradas na anlise.
46
E para avaliar a estrutura, alm do fator qualitativo da mesma, como peso total, bom aproveitamento das
chapas e outros, temos os limites de tenso determinados por regra, e que dependem do material utilizado.
Onde no h recortes
Tenso de Flex b 110/Q N/mm2
(4.29)
Tenso Cisalhante 50/Q N/mm2
(4.30)
Tenso Equivalente e = 22
b 3 120/Q N/mm2
(4.31)
Onde h recortes
Tenso de Flexo b 75/Q N/mm2
(4.32)
Tenso Cisalhante 50/Q N/mm2
(4.33)
Tenso Equivalente e = 22
b 3 100/Q N/mm2
(4.34)
Q = Fator do matreial
4.5 Modelo de esforos Instalados
O mtodo est apoiado em uma anlise baseada em teoria de vigas e trabalhado pela ferramenta de
Elementos Finitos, onde um modelo simplificado do Sistema de Governo executado com sees
especficas e condio de contorno e carregamento bem definidos com auxilio de regra. Esta anlise
fornece um perfil de momento fletor e esforo cortante para o Sistema de Governo.
Podemos ento avaliar de maneira holstica o projeto estrutural e realizar alteraes que o projetista julgar
importantes para melhorar o sistema.
O Momento Fletor, Esforo Cortante e reaes no Leme, na Madre do Leme e mancais sero calculados
com base em ABS RULES FOR BUILDING AND CLASSING STEEL VESSELS 2016 3-2-A5.
Utilizaremos o mtodo de Elementos Finitos para analisar um modelo baseado na teoria de vigas, com
caractersticas, tanto dos apoios, carga e seccional, determinadas segundo a publicao acima e
informaes do prprio Sistema de Governo.
A publicao da ABS prope modelos de viga para representar os diferentes tipos de arranjo de Sistemas
de Governo de embarcaes, mostrados na Figura 25 a seguir, definindo os parmetros que caracterizam
todos os contornos do problema.
47
Figura 25 - Tipos de Sistema de Governo - ABS RULES FOR BUILDING AND CLASSING STEEL VESSELS 2016
Nosso caso de estudo se assemelha ao ltimo desenho, um Leme semi balanceado com apoio de Suporte
de Leme. Os parmetros so definidos pelas formulaes a seguir que sero detalhados na execuo do
exemplo.
wR1 = 1R
1RC
kN/m (Carregamento do Topo do Leme ao apoio do Suporte) (4.35)
wR2 = 2R
2RC
kN/m (Carregamento do apoio do Suporte a base do Leme) (4.36)
kh =
2t
h2
i
i
hb
3h
an
et
s
n
1
kN/m (constante da mola, simula o apoio do Suporte do Leme) (4.37)
nb = 4.75
nt = 3.17
O valor da expresso 2
t
i
i
a n
t
s
ser calculado com a expresso equivalente tJ G
1
48
Ih = Momento de Inrcia da seo horizontal do Suporte do Leme h ao longo do eixo
longitudinal, em cm4
G = Mdulo de Rigidez para o ao = 7,92 x 107 kN/m
2
JR = Momento Polar de Inrcia em m4
e, h, R1 e R2 so dimenses como indicadas na figura 25, em m
Com estes parmetros podemos executar o Modelo do Sistema de Governo no software de Elementos
Finitos para gerar os perfis de esforos, como podemos ver nos exemplos das Figuras 26, 27, 28.
Figura 26 - Exemplo de Modelo
Figura 27 - Exemplo de Perfil de Momento Fletor
49
Figura 28 - Exemplo de Perfil de Esforo Cortante
De posse dos perfis acima, podemos finalizar o estudo do Sistema de Governo, avaliando as tenses
instaladas em cada uma das partes segundo suas diretrizes, e a qualidade do conjunto a partir das
necessidades e especificaes do projetista.
Desta forma, fechamos o estudo do mtodo que est sendo proposto, finalizando o ciclo de elaborar a
sntese, analisar a estrutura e avaliar os resultados de forma holstica. E, a partir deste ponto, faremos a
aplicao praticada em uma embarcao real, de um empreendimento existente no setor de Engenharia
Naval e Ocenica brasileiro.
50
5. Aplicao do Mtodo
Esta sesso tem por objetivo exemplificar o mtodo proposto no item anterior. A prtica do processo
exige a elucidao e melhor detalhamento de algumas definies independentes do mtodo, e estas sero
trabalhadas com os valores do projeto existente. No entanto, ser na medida do possvel, mantido o foco
no mtodo, obtendo informaes e definies de outras reas de trabalho quando estiverem disponveis.
5.1 Materiais
Os Fatores de Material para cada parte do sistema dependem do material que ser utilizado, que pode
variar dentro do mesmo item. A publicao ABS RULES FOR BUILDING AND CLASSING STEEL
VESSELS 2016 3-2-14 p.150 faz uma considerao especial para as peas fundidas e forjadas, que
seguem a formulao a seguir.
K = (ny/Y)e
(5.1)
Onde:
ny = 235 N/mm2
Y = tenso de escoamento do material usado, em N/mm2, 0.7U ou 450 N/mm
2, o que for
menor.
U = tenso ltima do material usado, in N/mm2
e = 1.0 para Y . 235 N/mm2
= 0.75 para Y > 235 N/mm2
Para o nosso estudo apenas duas partes se enquadram nessa condio, a Madre do Leme e a seo do
Leme que suporta a parte inferior da Madre do Leme, mas, apesar de prticas consolidadas, essa uma
deciso do projetista, e o fabricante da pea fornece os dados do material.
J para as partes construdas com os aos classificados pela Regra, os fatores de material so regidos pela
referncia ABS RULES FOR BUILDING AND CLASSING STEEL VESSELS 2016 3-2-1 p.42.
A Tabela 1 a baixo concentra os valores utilizados no nosso projeto especificamente, mas as referncias
citadas permitem extrapolao para as diversas possibilidades.
Tabela 1 - Fator de Material
Componentes Material K (Q)
Madre do Leme Grade A7 (forjado) Ks = 0,927
Suporte do Leme AH32 KH = 0,72
Leme Ao comum KRudder = 1,0
Leme (Suporte inferior) Fundido KRudder = 0,78
51
5.2 Fora de Projeto sobre o Leme
5.2.1 Lemes sem recortes
A fora CR a qual o Leme est sujeito e em que os escantilhes so baseados ser obtida pela equao
seguinte:
CR = nkRkcklAVR2
kN (5.2)
Onde:
A = rea total projetada do Leme, em m2 (ver Figura 29 esquemtica e Anexo I)
A = 44,89 m2
Figura 29 - Esquema para Cculo da rea projetada do Leme - ABS RULES FOR BUILDING AND CLASSING STEEL VESSELS
2016
2
1
m 18,95 2,229 16,722
0,70 2
0,390-3,5440,390-3,6043,85
2
522,0604,30,631 930,3
xxA
22 m 94,254,65 x
2
250,52,363 544,3A
221 m 89,44 25,94 18,95A AA
52
VR = Vd para condio vante, mas no menor que Vmin
VR ( vante) = 14,62 ns
= Va para condio r, 0.5Vd ou 0.5Vmin, o que for maior
0,5 Vd = 7,31 ns
0,5 Vmin= 5,77 ns
VR ( r) = 7,31 ns
Vd
= velocidade de projeto, em ns, com a embarcao navegando vante na mxima
rotao continua e no calado de vero
Vd = 14,62 ns
Va = mxima velocidade r, em ns
Vmin = (Vd + 20)/3
Vmin = 11,54 ns
kR = (b2/At + 2)/3, mas no maior que 4/3
Onde
b = altura media do Leme, em m. (ver Figura 29 esquemtica e Anexo I)
b = 9,20 m
At = soma da rea projetada do Leme, A, e da rea projetada do Suporte do Leme que
est dentro da extenso do perfil do Leme, em m2 (ver Figura 29 esquemtica e Anexo I)
At = 54,28 m2
kR = 1,190
53
Point x z
1 780 0
2 6030 0
3 4561 9200
4 0 9200
5 6293 4650
6 4452 5350
7 386 4650
2
z - z - z z b 1243
9200
2
0 - 0 - 9200 9200
2
x- x- x x c 74361 4313
2
386 - 0 - 4561 4452
2
x- x- x x c 71522 5579
2
386 - 780 - 6293 6030
4,650 x
2
250,52,363 544,30,70 3,850 x
2
2,363 3,544 1,989 0631 930,3AT
54,28 25,94 28,34
kc = Fator dependente da forma da seo do leme, como Tabelas 2 e 3 a seguir
kc ( vante) = 1,4 (perfil fish tail)
kc ( r) = 0,8 (perfil fish tail)
kl = Fator dependente do arranjo, como Tabela 4 abaixo
kl = 1.0
n = 0.132
As foras sobre o Leme calculadas so:
CR ( vante) = 2110 kN
CR ( r) = 339 kN
54
Tabela 2 - Perfis de Leme - ABS RULES FOR BUILDING AND CLASSING STEEL VESSELS 2016
Tabela 3 - Perfis de Leme - ABS RULES FOR BUILDING AND CLASSING STEEL VESSELS 2016
Tabela 4 - Arranjo do Sistema - ABS RULES FOR BUILDING AND CLASSING STEEL VESSELS 2016
55
5.2.2 Lemes com recortes
Para Lemes com recorte, a fora total no mesmo calculada como no item 5.2.1, entretanto a distribuio
de presso na qual o torque e os esforos sobre o Leme sero baseados derivada das equaes e da
figura 30 a seguir.
Figura 30 - Esquema para Cculo da rea projetada do Leme - ABS RULES FOR BUILDING AND CLASSING STEEL VESSELS
2016
A rea do Leme pode ser dividida em partes retangulares e/ou trapezoidais (A1 e A2) que somadas so
iguais rea total (A) como podemos observar na Figura 30 esquemtica. A carga resultante em cada
parte dada pelas equaes seguintes.
CR1 = CRA1 /A kN (5.3)
CR2 = CRA2 /A kN (5.4)
Onde:
CR e A so definidas no item 5.2.1
Valores de A1 e A2 (ver anexo I):
A1 = 18,95 m2
A2 = 25,94 m2
Chegamos ento aos resultados seguintes para cada parte:
CR1 ( vante) = 891 kN
CR2 ( vante) = 1219 kN
CR1 ( r) = 143 kN
CR2 ( r) = 196 kN
56
5.3 Torque de Projeto sobre o Leme
5.3.1 Lemes com recortes
O torque total sobre o Leme QR, tanto para a condio vante quanto para a condio r, sero dados
pela equao abaixo.
QR = CR1 r1 + CR2 r2 kN.m (5.5)
mas QR no pode ser menor que QRmin na condio vante
Onde:
QRmin = 0.1CR (A1c1 + A2c2) / A (5.6)
r1 = c1 ( k1) m
r1 ( vante) = 0,5732 m
r1 ( r) = 1,8672 m
r2 = c2 ( k2) m
r2 ( vante) = 0,3906 m
r2 ( r) = 1,4503 m
c1, c2 = Larguras mdias das reas parciais A1, A2, como calculado no item 5.2.1(ver Anexo I)
c1 = 4,314 m
c2 = 5,579 m
= 0.33 ( vante), 0.66 ( r) para pores do Leme sem estruturas fixas vante
0.25 ( vante), 0.55 ( r) para pores do Leme com estruturas fixas vante, como o
Suporte do Leme
k1, k2 = A1f /A1, A2f /A2
Onde A1f, A2f = rea do Leme situada vante da linha de eixo da madre, relativo a cada
parte (ver Anexo I)
A1f = 2,22 m2
k1 = 0,1171
A2f = 10,38 m2
k2 = 0,4000
A1, A2, CR1, C R2 esto definidas no item 5.2.2 (ver tambm Anexo I)
57
2f1 m 220,23,85 x
2
0,522 631,0A
2f2 m 376,104,65 x
2
2,100 363,2A
Os torques calculados so:
QR ( vante) = 258 kN.m
QRmim = 1069 kN.m
QR ( r) = 549 KN.m
Como tanto a Fora Resultante quanto o torque para a condio vante so maiores que os valores
obtidos para a condio r, a partir deste ponto passaremos a trabalhar somente com os valores para a
condio vante, que so os seguintes:
CR = 2110 kN
CR1 = 891 kN
CR2 = 1219 kN
QR = 1069 kN.m
58
5.4 Madre do Leme
5.4.1 Parte superior da Madre do Leme
Definida como a parte acima do mancal de suporte da Madre do Leme no casco.
Na Cana do Leme, o dimetro do eixo no pode ser menor que do que a obtida pela expresso abaixo.
S = 3 SRu KQN mm (5.7)
Onde:
Nu = 42.0
QR = Torque no Leme, como definido no Item 5.3, em kN.m
QR = 1069 kN.m
Ks = fator de material da parte superior da Madre do Leme, como definido no item 5.1
Ks = 0,9270
O dimetro calculado, mnimo, para a parte superior da Madre do Leme dado abaixo:
S = 418,7 mm
5.4.2 Parte inferior da Madre do Leme
Na determinao do escantilho mnimo da parte inferior da Madre do Leme sero levados em
considerao a Fora resultante e o Torque do Leme, calculados nos itens 5.2 e 5.3. O Momento Fletor,
Esforo Cortante e as Reaes nos apoios sero calculados com auxilio do programa de Elementos
Finitos.
O dimetro da parte inferior da Madre do Leme, parte que ser acoplada ao Leme propriamente dito, no
pode ser inferior a:
Sl = 62
RQ/M3/41S mm (5.8)
Onde:
S = dimetro requerido para a parte superior da Madre do Leme, como definido no Item
5.4.1, em mm.
S = 418,7 mm
M = Momento Fletor na seo considerada do eixo, em kN.m.
59
QR = Torque no Leme, como definido no Item 5.3, em kN.m
QR = 1069 kN.m
Momento Fletor no topo do Leme, de acordo com Lloyds Register RULES AND
REGULATIONS FOR THE CLASSIFICATION OF SHIPS, January 2016, Table
13.2.3 p.445
M = Mb
M b =
C x x1 10
bR
Onde:
b = altura media da rea do Leme, em m, (ver Anexo I).
b = 9,20 m
CR = Fora no Leme, em kN, ver Item 5.2
CR = 2110 kN ( vante)
X = A
CO2
C0 = Largura media do Leme, em m
C0 = b
A
A = rea total projetada do leme, em m2 (ver Anexo I)
A = 44,89 m2
C0 = 4,8793
X = 0,5304
Mb = 1269 kN.m
O dimetro calculado, mnimo, para a parte inferior da Madre do Leme dado abaixo:
Sl RT = 499,4 mm
60
5.4.3 Reduo gradual do dimetro da Madre do Leme
Deve haver uma transio suave entre a parte inferior e superior da Madre do Leme, a exemplo da Figura
31.
Figura 31 Desenho esquemtico da variao da Madre do Leme - Lloyds Register RULES AND REGULATIONS FOR THE
CLASSIFICATION OF SHIPS, January 2016
Para projetos de Leme com variao de dimetro da Madre do Leme, essa graduao deve ser suave e
razovel acima do mancal de suporte mais baixo do Leme, onde o mesmo apoiado pelo casco.
O dimetro pode ser reduzido do requerido na parte inferior da Madre at o requerido na parte superior. O
comprimento de atender a pelo menos trs vezes o tamanho da reduo de dimetro.
LTaper (Sl -S) x 3 mm (5.9)
LTaper (499,4 418,7) x 3 mm
LTaper 242,1 mm
5.4.4 Resumo das caractersticas mnimas e adotadas para a Madre do Leme
Como pode ser observado no item a seguir, 5.4.5, poderiam ser escolhidas dimenses menores para as
partes da Madre do Leme. Entretnto, o limite de tenso no o nico fator a ser observado, e sim
considerado limite superior. No caso em estudo um pedido do fabricante do eixo, juntamente com
61
condies de tempo e construo favorveis determinou as dimenses maiores que os limites exigidos e
que atingem tenses mais baixas que as mximas permitidas. Um resumo feito na Tabela 5.
Tabela 5 - Resumo das caractersticas mnimas e adotadas para a Madre do Leme
Caractersticas Item Valor
Mnimo
Valor
Adotado
Parte superior da Madre do Leme (mm) 5.1 418,7 425
Parte inferior da Madre do Leme (mm) 5.2 499,4 505
Comprimento de variao do dimetro 5.3 242,1 320
5.4.5 Tenses limite e instaladas para a Madre do Leme
Tenses limite:
T = 68/Ks N/mm2
(5.10)
e = 118/ Ks N/mm2
(5.11)
Onde:
Ks = 0,9270, ver item 5.1
T = 73,4 N/mm2
e = 127,3 N/mm2
Tenses instaladas
A rigor, cada seo poderia ser avaliada segundo o limite e seu nvel de tenso, mas de boa prtica
e = 3 2T
2b (5.12)
Onde:
b = 10 x M x 2,10
3
3
iSN/mm
2
M = Momento Fletor, em N.m (Modelo de Elementos Finitos)
M = 544032200 N.mm = 544032 kN.mm
Sl = 505 mm
b = 43,1 N/mm2
T = 3
3
R 10 x S
Q 1,5
QR = Torque no Leme, como definido no Item 5.3, em kN.m
62
QR = 1069 k N.m = 1069000 N.m
T = 42,3 N/mm2
e = 85,0 N/mm2
5.5 Suporte do Leme
5.5.1 Lemes de apoio simples
A anlise das tenses no Suporte do Leme deve ser baseada nas sees mais crticas, tanto na pea em si
como na conexo com o casco. Em nenhuma seo a tenso equivalente (e) deve exceder o limite de
120/KH N/mm2, onde e obtida pela equao abaixo.
e = n
2T
22b 3 N/mm
2 (5.13)
Onde:
n = 1000
b = Tenso de Flexo = CR a v / (pSM) (5.14)
= Tenso Cisalhante devido ao Momento = CR a / (pAh) (5.15)
T = Tenso Cisalhante devido ao Torque = 0.5CR a h /(pat) (5.16)
CR = Fora no Leme, em kN, ver Item 5.2
a = distncia vertical, em m, do centro do mancal inferior ao centroide da rea A
p = distncia vertical, em m, do centro do mancal inferior ao centro do mancal de apoio
v = distncia vertical, em m, do centro do mancal de apoio at seo horizontal a ser
considerada
h = distncia horizontal, em m, da linha de eixo da Madre do Leme at o centro de rea da
seo horizontal a ser considerada.
SM = Mdulo de Seo, ao longo do eixo horizontal, em cm, da seo horizontal a ser
considerada.
Ah = rea cortante efetiva, na direo transversal, em mm, da seo horizontal considerada.
a = rea fechada, considerada a partir do contorno da forma, em mm, da seo horizontal a
ser considerada.
t = espessura mnima, em mm, na seo a ser considerada.
KH = como definido no Item 5.1
63
Para calcular os parmetros acima vamos seguir as premissas a seguir demostradas pelas Figuras 34, 35,
36, e que tambm esto no anexo II. A Figura 32 relata as variveis de regra, e a Figura 33 demostr as
elevaes do csso em estudo.
Figura 32 - Variveis de Regra - ABS RULES FOR BUILDING AND CLASSING STEEL VESSELS 2016
Figura 33 - Elevaes do Suporte do Leme
64
Clculo do Centroide de A (todas as dimenses em m)
Item Altura
(m)
Largura
(m)
rea
(m2)
xG (positivo a vante de AP)
(m)
Mom. X
(m2.m)
zG
(m)
Mom.z
(m2.m)
1 9,20 3,15 28,98 575,1 2
15,3 45,6435 60,4 =
2
20,9 133,3080
2 9,20 (3,93 3,150) = 0,78 2
0,78 x 9,2=
3,588
3
0,78 15,3
-3,41
12,2351 3
2 x 20,9
= 6,1333 22,0064
3 0,70 0,39 0,273 0,195 - = 2
39,0 +0,05324
2
70,065,4 =5,000 1,3650
4 3,85 0,5222 2,0105 2611,0=2
5222,0 +0,52493 4,65 + 0,70 +
2
85,3= 7,2750 14,6262
5 3,85 (0,6314 0,5222) =
0,1092 2
0,1092 x 3,85
= 0,2102
+0,522 + 3
1092,0= +0,5586 +0,11742
4,65 + 0,70 + 3,85 x 3
2=
7,9167
1,6642
6 4,65 2,10 9,765 050,1=2
10,2 +10,25375 3250,2
2
65,4 22,7036
7 4,65 (2,363 2,100) =
0,263 2
0,263 x 65,4=
0,6115
+
3
263,010,2 = 2,363 +1,44492 4,65 x 1,3
3
2 1,8956
44,89
-1,013 (a partir de AP)
45,48482 4,3400
(da base do Leme) 194,8389 +2,917 (da parte mais a r do
Leme)
65
Ah = L1 x t1 + L2 x t2 + L3 x t3
Figura 35 - rea fechada
a = rea fechada
h = distncia horizontal, em m, da linha de eixo da Madre do Leme at o centro de rea da seo
horizontal
Figura 34 - rea de Cortantes
Figura 36 - Centroide da Seo
66
Resolvendo as equaes chegamos s expresses gerais a seguir, que sero aplicadas a cada uma das
sees selecionadas para anlise.
b = 2399 v / SM (5.17)
= 2399 / Ah (5.18)
T = 1200 h / at (5.19)
5.5.2 Mdulo de Seo mnimo requerido
O Mdulo de Seo ao longo do eixo horizontal no pode ser menor do que o calculado neste item.
SM = nz cR (a / p) v kH (5.20)
Onde:
nz = 14.9
CR = 2110 kN (ver Item 5.2)
a = 5,485 m (ver Anexo I)
p = 4,825 m (ver Anexo I)
KH = 0,72 ( ver Item 5.1)
SM = 25732,4 v
De posse das exprees gerais podemos avaliar qualquer uma das sees do Suporte do Leme, mas na
intenso de tornar o trabalho vivel, na prtica so escolhidas sees crticas para enquadrar a anlise.
1) Seo horizontal a 9500 mm da linha de base: essa seo est na posio de interseo do Suporte do Leme com o casco;
2) Seo horizontal a 7550 mm da linha de base: essa seo est na mudana de espessura no chapeamento externo de 35,0 mm EH36 para 22,0 EH36, e reduo de espessura da antepara
diafragma de 25,0 mm DH36 para 22,5 mm DH36.
3) Seo horizontal a 6250 mm da linha de base: prximo ao topo do fundido do Suporte do Leme.
Os croquis do Suporte do Leme e suas sees horizontais, bem como suas caractersticas so apresentados
no Anexo II.
As escolhas das sees esto vinculdas as expectativas do projetista, que ao alterar a estrutura pode
vislumbrar a necessidade de mapear outra seo com evento crtico. Logo, estas sees so importantes
para este arranjo e dimenses, entretanto, o mtodo genrico.
Um estudo de espessuras e arranjos feito como mostrado abaixo, com auxlio do programa de elementos
finitos, que fornece os parmetros para as expresses acima, e aps avaliao o projetista chega a
concluso do melhor. O exemplo desta pesquisa est nas Figuras 37, 38, 39 a seguir.
67
Figura 37 - Seo a 9500 - t = 44,5 (no utilizada)
Figura 38 - Seo a 9500 - t = 31,5 (no utilizada)
Figura 39 - Seo a 9500 - t = 35
68
Este estudo realizado at a satisfao do projetista. E seguindo o ciclo do procedimento apresentado no
item 4 para cada modificao realizada, tendo por base a sequncia: Determinao da Sntese, anlise da
Sntese, e avaliao dos resultados.
O grfico da Figura 40 abaixo ajuda a mantermos os mdulos de seo acima do requisitado.
Figura 40 - Grfico do Mdulo de Seo do Suporte do Leme
A Tabela 6 abaixo rene os resultados definitivos das sees escolhidas e projetadas.
Tabela 6 - Mdulo de Seo requerido - Suporte do Leme
Seo
Horizontal
Distncia da Linha
de Base
(mm)
v (m)
Mdulo de Seo
Requerido
(cm3)
Mdulo de Seo
Instalado
(cm3)
1 9500 4,20 108076 114426
2 7550 2,25 57898 69987
3 6250 0,95 24446 64150
5.5.3 Tenses limite:
O critrio para as Tenses equivalentes obedecem s expresses a seguir e o determinado no Item 5.1.
A Tenso Equivalente no pode exceder o valor abaixo.
e = 120/kH N/mm2
(5.21)
A Tenso Cisalhante no pode exceder o valor abaixo.
= 48/kH N/mm2
(5.22)
A Tenso de Flexo no pode exceder o valor abaixo.
b = 67/ kH N/mm2
(5.23)
69
Reunimos no anexo II tanto as formas das sees quanto os parmetros das mesmas, que agora so apresentados na Tabela 7 abaixo, resumindo as
caractersticas (requeridas e instaladas) para as sees escolhidas:
Tabela 7 - Caractersticas Requeridas e Instaladas para as Sees do Suporte do Leme
Seo
Horizontal
Distncia da
Linha de Base
(mm)
v
(m)
SM
(cm3)
Ah
(mm2)
h
(mm)
a
(mm2)
t
(mm) KH
b
(N/mm2)
Tenso
Equivalente
Admissvel
b (N/mm2)
T
(N/mm2)
(N/mm2)
Tenso
Cisalhante
Admissvel
(N/mm2)
(N/mm2)
e
(N/mm2)
Tenso
Equivalente
Admissvel
e (N/mm2)
(N/mm2) 1 9500 4,200 114426 104722 1412 2382892 25,0 0,72 88,04 93,06 28,43 22,90 66,67 108,39 166,67
2 7550 2,250 69987 70947 1292 2106807 22,5 0,72 77,11 93,06 32,69 33,81 66,67 112,16 166,67
3 6250 0,950 64150 68067 1268 1947707 22,5 0,72 35,52 93,06 34,70 35,24 66,67 92,73 166,67
70
5.6 Leme
5.6.1 Limites
As caractersticas do Leme devem ser tais que as tenses no excedam os valores limites dados pelas
equaes abaixo.
Importante ressaltar alguns pontos. Coberturas de acesso, parafusadas ou soldadas no devem ser
consideradas no clculo do Mdulo de Seo. E raios suficientemente grandes e praticveis devem ser
utilizados nas mudanas abruptas da geometria, para evitar concentrao de tenses.
Momento Fletor, Fora Cortante e Reaes sero obtidos em calculo direto com auxlio do programa de
elementos finitos.
Onde no h recortes
Tenso de Flexo b 110/Q N/mm2
(5.24)
Tenso Cisalhante 50/Q N/mm2
(5.25)
Tenso Equivalente e = 22
b 3 120/Q N/mm2
(5.26)
Onde h recortes
Tenso de Flexo b 75/Q N/mm2
(5.27)
Tenso Cisalhante 50/Q N/mm2 (5.28)
Tenso Equivalente e = 22
b 3 100/Q N/mm2 (5.29)
Q = como definido no Item 5.1
Em Leme com Suporte de Leme, o Mdulo de Seo na base do Leme no deve ser inferior a 1/3 do
requerido no topo do Leme ou no centro do mancal inferior.
71
5.6.2 Chapeamento lateral, chapa de topo e chapa da base
A espessura do chapeamento no pode ser menor que o dado pela equao a seguir.
t = 0.0055s A/Ckdk R21 x Q + k3 mm (5.30)
Onde,
Q = como determinado no Item 5.1
k1 = 1.0
k2 = 0.1
k3 = 2.5
d = Calado de vero da embarcao, em m
= 12,08 m
CR = Fora no Leme, em kN, ver Item 5.2
= 2110 kN
A = rea projetada do Leme, em m2 (ver Anexo I)
= 44,89 m2
= 2(s/b) 0.5 - 1.1 mximo 1,0 para b/s 2.5
s = menor dimenso entre reforos, em mm
b = maior dimenso entre reforos , em mm
A espessura do chapeamento lateral e da chapa da base deve ser pelo menos 2 mm maior que a requerida
pela regra de tanques profundos, associada presso de coluna (h), medida no calado de vero.
t = 254/qhsk + 2.5 mm, no menor que 6.5 mm ou s/150 + 2.5 mm, o que for maior. (5.31)
Onde,
t = espessura, em mm
s = espao entre reforadores, em mm
k = (3.075 2.077) / ( + 0.272) onde 1 2
= 1.0 onde > 2
= razo de aspecto do painel (maior borda/menor borda)
q = 235/Y N/mm2
Y = tenso de escoamento, em N/mm2.
h = distncia, em m, da borda inferior da chapa at o calado de vero.
A Tabela 8 resume as espessuras calculadas e adotadas e a Figura 41 demarca as localizaes.
72
Tabela 8 - Resumo dos chapeamentos do Leme
Chapeamento lateral, topo e base Chapeamento lateral e base Espessura
adotada
(mm) Painel
s
(mm)
b
(mm) Q
t
(mm) k
Y
(N/mm2) q
h
(m)
t
(mm)
t + 2
(mm)
Chap
eam
ento
Lat
eral
1 650 1150 0,9697 1,0 16,5 1,7692 0,9862 235 1,0 3,23 7,0 9,00 19
2 650 950 0,9306 1,0 16,0 1,4615 0,9463 235 1,0 5,83 8,5 10,50 19
3 700 850 0,8723 1,0 16,5 1,2143 0,8824 235 1,0 7,13 9,0 11,00 19
4 690 700 0,7837 1,0 14,5 1,0145 0,7930 235 1,0 9,02 9,0 11,00 19
5 650 1100 0,9620 1,0 16,5 1,6923 0,9791 235 1,0 3,23 7,0 9,00 19
6 650 1100 0,9620 1,0 16,5 1,6923 0,9791 235 1,0 5,83 8,5 10,50 19
7 700 1100 0,9474 1,0 17,5 1,5714 0,9644 235 1,0 7,13 9,5 11,50 19
8 690 1100 0,9504 1,0 17,5 1,5942 0,9675 235 1,0 9,02 10,5 12,50 19
9 650 1100 0,9620 1,0 16,5 1,6923 0,9791 235 1,0 4,53 8,0 10,00 30
10 690 1100 0,9504 1,0 17,5 1,5942 0,9675 235 1,0 9,02 10,5 12,50 19
11 650 1100 0,9620 1,0 16,5 1,6923 0,9791 235 1,0 4,53 8,0 10,00 30
12 690 1100 0,9504 1,0 17,5 1,5942 0,9675 235 1,0 9,02 10,5 12,50 19
13 600 800 0,9048 1,0 14,5 1,3333 0,9180 235 1,0 7,73 8,5 10,50 22
Top
o 14 400 1200 1,0000 1,0 11,5 25
15 600 700 0,8560 1,0 14,0 25
Bas
e
16 280 1100 1,0000 1,0 9,0 3,9286 1,0000 235 1,0 11,78 6,5 8,50 25
17 950 1100 0,8527 1,0 21,0 1,1579 0,8615 235 1,0 11,78 13,5 15,50 25
73
Figura 41 - Croqui do Leme
74
5.6.3 Anteparas diafragma
Anteparas diafragma verticais e horizontais sero colocadas dentro do leme para compor a resistncia
necessria, e devero ser efetivamente soldadas entre si e ao chapeamento lateral. O espaamento das
verticais dever ter aproximadamente 1,5 vezes o espaamento das horizontais.
As espessuras das anteparas diafragma no podero ser menores que 70 % da espessura requerida para o
chapeamento lateral ou 8 mm, o que for maior. Os furos de alvio no podem exceder a metade do seu
tamanho
A espessura das anteparas diafragma deve ser no mnimo:
Antepara diafragma vertical: 0,7 x 19 = 13,5 mm
Antepara diafragma horizontal : 0,7 x 19 = 13,5 mm
5.6.4 Pea principal (onde a Madre do Leme acoplada)
A espessura do chapeamento que forma a pea principal, onde o eixo ser acoplado ao Leme, deve
atender a expresso a seguir.
tM = 8,5 + 0,56
(mm) (5.32)
Onde:
S = dimetro da Madre do Leme, em mm, ver Item 5.4
K = como definido no Item 5.1
tM = 19,96 mm
A extenso mnima, vante e r, que o chapeamento lateral deve atender essa regra de 0,2 bR. Onde bR
a boca mdia do Leme na linha de eixo da Madre do Leme, em mm.
A espessura da antepara diafragma que forma a pea principal, onde acoplada a Madre do Leme, no
deve ser menor que 2 x tM do topo do Leme at o mancal de apoio. Deste ultimo at aproximadamente a
metade da distncia entre o mancal de apoio e a base do Leme, a espessura no deve ser menor que tM.
Abaixo disso, a espessura atende ao estabelecido no Item 5.6.2.
75
5.6.5 Chapeamento do nariz do Leme
A espessura do chapeamento do nariz deve ser 25% maior que o chapeamento lateral estabelecido no
Item 5.6.2, mas no precisa exceder 22 mm.
tN = 1,25 t (5.33)
Onde:
t = 17,5 mm, Posio 12
Logo:
tN = 21,875 mm
Adotado:
tN = 22,00 mm
5.6.6 Estanqueidade
O Leme deve ser estanque e um teste realizado para mostrar sua estanqueidade em uma coluna dgua
de 2,4 m. Esse teste normalmente realizado com o Leme deitado de lado.
5.6.7 Clculo das tenses do Leme
Os clculos das tenses a serem verificadas com os requerimentos do Item 5.6.1 so dados a seguir
Tenso de Flexo b = SM
BM N/mm
2 (5.34)
Tenso Cisalhante = hA
SF N/mm
2 (5.35)
Tenso Equivalente e = 22
b 3 N/mm2 (5.36)
Onde,
BM = Momento Fletor na seo considerada (ver Anexo II), em N.mm.
SF = Esforo Cortante na seo considerada (ver Anexo II), em N.
SM = Mdulo de Seo ao longo do eixo longitudinal da seo considerada.
Ah = rea cortante efetiva, na direo transversal, em mm, da seo horizontal considerada.
Um estudo de espessuras e arranjos feito como mostrado abaixo, com auxlio do programa de elementos
finitos, que fornece os parmetros para as expresses acima, e aps avaliao o projetista chega a
concluso do melhor. Como mencionado durante a apresentao do mtodo, podemos alterar o nvel de
tenso alterando o arranjo ou as caractersticas das sees. E assim como na anlise do Suporte do Leme,
todas as sees poderiam ser avaliadas, mas para adiantar o trabalho de iterao, so escolhidas as sees
com eventos crticos.
76
As sees a serem analisadas esto listadas a seguir.
1) Seo horizontal a 8200 mm da linha de base:
Selecionada para verificar as tenses devido ao recorte para instalao e manuteno da Madre do
Leme.
2) Seo horizontal a 6250 mm da linha de base:
Selecionada para avaliar a reduo da seo do fundido para 30 mm, grau D.
3) Seo horizontal a 5300 mm da linha de base:
Selecionada para avalir o ponto de maior Momento Fletor e Esforo Cortante.
4) Seo horizontal a 4350 mm da linha de base:
Selecionada para avaliar a reduo da seo do fundido para 30 mm, grau D. Alm das tenses
devido ao recorte para instalao e manuteno da Madre do Leme no mancal de apoio.
5) Seo horizontal a 3750 mm da linha de base:
Selecionada para avaliar as tenses abaixo do recorte para instalao e manuteno da Madre do
Leme no mancal de apoio.
6) Seo horizontal a 3060 mm da linha de base:
Selecionada para avaliar a reduo no chapeamento interno vetical de 30 mm, grau D para 19 mm,
grau A.
As escolhas das sees esto vinculdas as expectativas do projetista, que ao alterar a estrutura pode
vislumbrar a necessidade de mapear outra seo com evento crtico. Logo, estas sees so importantes
para este arranjo e dimenses, entretanto, o mtodo genrico. So aprsentadas nas Figuras 42, 43, 44 e
45 abaixo algumas sees estudadas. Algumas delas deixaram de ser utilizada.
Lembrando que as Sociedades Classificadoras determinam o que seria a extenso efetiva do corpo do
Leme, que deve ser no mais que duas vezes a largura da seo no eixo. E apenas esta parcela dever ser
avaliada suficiente para os esforos experimentados pela seo. Por isso o modelodas no representa a
seo real na ntegra, como pode ser observado a seguir.
Os valores de SM e Ah so apresentados no Anexo III.
Figura 42 - Seo a 8200 (no utilizada)
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Figura 43 - Seo a 8200
Figura 44 - Seo a 7550 (No utilizada)
Figura 45 - Seo a 3060
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O resumo da anlise est representado na Tabela 9 abaixo, com os limites permitidos e os valores obtidos para as sees selecionadas.
Tabela 9 - Caractersticas para as Sees do Leme
Seo
Horizontal Posio
Distncia da
linha de base
(mm)
SM
(mm3)
Ah
(mm2) Q
BM
(N.mm)
SF
(N)
b
(N/mm2)
Tenso de Flexo
Admissvel
(N/mm2)
(N/mm2)
Tenso Cisalhante
Admissvel
(N/mm2)
e
(N/mm2)
Tenso Equivalente
Admissvel
(N/mm2)
1 Recortes 8200 2,01E+07 37972 1 920068900 427059 45,8 75,0 11,3 50,0 49,8 100,0
2 Sem recortes 6250 3,66E+07 33308 1 2155898950 840459 58,9 110,0 25,2 50,0 73,4 120,0
3 Recortes
(Fundido Inferior) 5300 3,26E+07 75670 0,78 3050000000 2261859 93,5 95,7 29,9 63,8 106,9 128,0
4 Recortes 4350 3,03E+07 38852 1 2001105000 988200 66,0 75,0 25,4 50,0 79,4 100,0
5 Recortes 3750 2,76E+07 36894 1 1452105000 841800 52,7 75,0 22,8 50,0 65,8 100,0
6 Sem recortes 3060 2,58E+07 31692 1 929347200 673440 36,0 110,0 21,3 50,0 51,5 120,0
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5.7 Modelo de Esforos Instalados
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