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Universidade Federal do Rio de Janeiro PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: UM OLHAR SOBRE IDADE E GÊNERO Eliana Möller Escórcio 2008

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Universidade Federal do Rio de Janeiro

PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO:

UM OLHAR SOBRE IDADE E GÊNERO

Eliana Möller Escórcio

2008

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PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO:

UM OLHAR SOBRE IDADE E GÊNERO

Eliana Möller Escórcio

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa

de Pós-graduação em Arqueologia, Museu

Nacional, da Universidade Federal do Rio de

Janeiro, como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Mestre em Arqueologia.

Orientadora: Profª Drª Maria Dulce Gaspar

Rio de Janeiro

Novembro 2008

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PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO:

UM OLHAR SOBRE IDADE E GÊNERO

Eliana Möller Escórcio

Orientadora: Profª Drª Maria Dulce Gaspar

Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-graduação em Arqueologia,

Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de Mestre em Arqueologia.

Aprovada por:

________________________________

Presidente, Prof. Drª Maria Dulce Gaspar

_______________________________

Profª Drª Maria Luiza Heilborn

_______________________________

Profª Drª Claudia Rodrigues-Carvalho

_______________________________

Profª Drª Sheila Mendonça de Souza

_______________________________

Profª Drª Rita Scheel-Ybert

Rio de Janeiro

Novembro 2008

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Escórcio, Eliana Möller.

Pescadores-coletores do litoral do estado do Rio de

Janeiro: um olhar sobre idade e gênero/ Eliana Möller

Escórcio.– Rio de Janeiro: UFRJ, MN, 2008.

vii, 199f.: il; 30 cm.

Orientador: Maria Dulce Gaspar.

Dissertação (mestrado) – UFRJ/ MN/ Programa de Pós-

graduação em Arqueologia, 2008.

Referências Bibliográficas: f. 84-94.

1. Estudos de idade e gênero. 2. Sambaquieiros. I.

Gaspar, Maria Dulce. II. Universidade Federal do Rio de

Janeiro, Museu Nacional, Programa de Pós-graduação em

Arqueologia. III. Título.

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À Mãe,

que acima de tudo nos ensinou generosidade

(in memoriam)

Ao Paulo,

por me ajudar a encontrar o caminho

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Meu agradecimento, em primeiro lugar, à MaDu Gaspar pelo apoio, estímulo e orientação, e por

ter acreditado em mim muito antes que eu mesma acreditasse.

Meu agradecimento à Profª Tania Andrade Lima, por me fazer enxergar um horizonte

arqueológico muito mais amplo do que aquele que até então eu fora capaz de perceber.

Meus agradecimentos,

à Márcia Barbosa e Maria Cristina Tenório pelas ilustrações cedidas;

aos colegas e amigos do mestrado, por compartilharem as muitas alegrias desta caminhada, assim

como as horas de sufoco;

à Gina Bianchini, em especial, pela presença carinhosa e amiga, e pela ajuda nas minhas

dificuldades com os computadores e a Internet.

Meu agradecimento à família especial com que a Vida me presenteou.

E, por fim, meu mais profundo agradecimento à Leila e à Gina, carinhosas acompanhantes de

minha mãe, sem cuja dedicação me teria sido impossível cursar este mestrado.

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RESUMO

PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO:

UM OLHAR SOBRE IDADE E GÊNERO

Eliana Möller Escórcio

Orientadora: Profª Drª Maria Dulce Gaspar

Resumo da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-graduação em

Arqueologia, Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, como parte

dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Arqueologia.

Trata-se de uma análise do registro arqueológico associado a contextos funerários de

sambaquis do litoral do estado do Rio de Janeiro, em especial dos acompanhamentos, em busca

de indicativos de construção de gênero entre as sociedades sambaquieiras. Parte-se do

levantamento, organização e sistematização dos dados presentes na bibliografia descritiva dos

sítios de pescadores-coletores, grupos já desaparecidos da costa quando da chegada dos europeus.

Os dados levantados nas arqueografias são analisados tomando-se por base o conceito de

desnaturalização de papéis, considerando que os gêneros são construções sociais, próprias a cada

sociedade, e de complementaridade entre os gêneros, em oposição a uma expectativa de papéis

hierarquizados. Adicionalmente, analisam-se dados associados aos grupos etários do ponto de

vista de que as idades são, como os gêneros, construções sociais, propondo-se uma interpretação

desses dados que leva em consideração o conceito de escolha cultural na delimitação de fases da

vida como a infância e a vida adulta. A ausência de padrões absolutos, que se observa na

distribuição dos acompanhamentos funerários entre os gêneros, é interpretada como indicativo de

pouca de rigidez na atribuição dos papéis representados simbolicamente pelos acompanhamentos.

A variabilidade de arranjos é interpretada como indicativa de construções simbólicas elaboradas,

em oposição a uma projeção de simplicidade social, implícita na caracterização de ―bandos‖ até

muito recentemente atribuída aos grupos sambaquieiros.

Palavras-chave: sambaquieiros – gênero – acompanhamentos funerários

Rio de Janeiro

Novembro 2008

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ABSTRACT

PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO:

UM OLHAR SOBRE IDADE E GÊNERO

Eliana Möller Escórcio

Orientadora: Profª Drª Maria Dulce Gaspar

Abstract da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-graduação em

Arqueologia, Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, como parte

dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Arqueologia.

This study concerns an analysis of the archaeological data associated to funerary contexts

in the sambaquis of Rio de Janeiro coast especially of the funerary assemblages in search of

engendering elements among them. The data described in the literature are organized and

systematized. We consider such concepts as the social construction of the genders, that gender

roles can vary according to the social groups, and the existence of complementarity in their roles,

better than hierarchy, in the analysis of these data. Age groups are additionally considered and

that they are social constructions, as well as the genders. An interpretation of the data that takes

into consideration that the limits for age periods as infancy and adulthood are cultural choices is

proposed. The absence of absolute patterns observed in the distribution of the funerary goods

between the genders is interpreted as indicative of absence of rigid attribution in the roles

symbolically represented by the mortuary goods. The variability observed in the mortuary

contexts is interpreted as indicative of elaborate symbolic construtions in place of the social

simplicity that is implicit in the characterization as ―bands‖ atributted to the sambaquieiros until

recent time.

Key-words: sambaquieiros (mound builders) – gender – funerary goods

Rio de Janeiro

Novembro 2008

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

2 A TEMÁTICA DE GÊNERO

2.1 Na literatura arqueológica

2.2 Na arqueologia brasileira

3 CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA

4 TRAJETÓRIA E DIRETRIZES DA PESQUISA

5 IDADE E GÊNERO

5.1 O lugar da infância

5.2 Começar a existir / Tornar-se adulto

5.3 Acompanhamentos e gênero

5.3.1 Corante

5.3.2 Pontas ósseas

5.3.3 Líticos

5.3.4 Seixos pintados

5.3.5 Conchas

5.3.6 Adornos

5.3.7 Reflexões sobre um perfil de acompanhamentos

5.4 Cenários

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS DO TEXTO

REFERÊNCIAS DAS FICHAS DE SEPULTAMENTO

ANEXOS

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1 INTRODUÇÃO

Este é um trabalho elaborado a partir dos dados de ritual funerário produzidos por outros

pesquisadores em seu trabalho de campo e das conclusões a que eles chegaram em suas análises

do material obtido. Trata-se de uma leitura de cunho qualitativo, uma proposta de interpretação

da cultura material que põe ênfase na indagação ―quem?‖, especialmente em relação aos gêneros,

a qual necessariamente devem ser associadas reflexões sobre os grupos de idade. Partindo das

observações e padrões apontados nas pesquisas em que nos baseamos, busca-se incluir na

construção do significado aquilo que não é ―padrão‖, enquanto expressão igualmente legítima das

realidades sociais das quais nos tentamos aproximar. Tomamos por pano de fundo a idéia de que

não é só nas regularidades, mas também e, talvez, de forma muito especial, nas ―irregularidades‖,

que se podem entrever aspectos do universo social dos grupos construtores de sambaquis do

litoral do estado do Rio de Janeiro. A variabilidade que se constata no ritual funerário pode ser

entendida como indicativa de uma elaboração simbólica complexa, socialmente construída, que a

simplicidade da cultura material tende a obscurecer.

É possível constatar em quase todos os sítios, principalmente naqueles em que foi

recuperada uma quantidade de sepultamentos que permite fazer comparações, que há sempre

mulheres, homens, jovens e crianças sem nenhum acompanhamento, com acompanhamentos

mais freqüentes e com acompanhamentos específicos ou mais raros. É comum a alegação de que

―o que realmente importava‖ pode não ter sobrevivido no registro arqueológico e por isto pouco

se poderia dizer a partir daí, constituindo-se necessariamente numa visão distorcida. Mesmo que

aqueles que aparecem no registro arqueológico como os que ―nada têm‖ possam ter sido os que

portaram os elementos supostamente mais importantes que não sobraram, ainda assim a

variabilidade estaria aí representada, no contraste com os demais.

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Diz-se com freqüência dos acompanhamentos funerários encontrados em sambaquis que

representam os objetos pessoais, os pertences da pessoa ali enterrada, e também que as

diferenciações estabelecidas pelos objetos mais raros estariam relacionadas ao prestígio pessoal,

ao status especial do indivíduo na sociedade conquistado por suas realizações ao longo da vida.

Proponho que alguns dos acompanhamentos em determinadas situações possam significar isso

sim, mas que em outras possam também significar algo mais. Constata-se que há sítios em que

não há um só ―instrumento de trabalho‖ como acompanhamento funerário. Por outro lado,

ocorrem instrumentos de trabalho junto a crianças bem pequenas, indicando que determinados

acompanhamentos podem ser a expressão material de segmentos dentro do conjunto da

sociedade, e não a expressão material do valor individual. Estamos diante de construções sociais

simbólicas elaboradas.

Mantendo os elementos de identificação social que nos permitem ver nos construtores de

sambaquis um fenômeno social de amplo espectro geográfico e longa duração, foram eles,

também, os construtores de especificidades locais e regionais e de dinâmicas sociais passíveis de

transformações ao longo do tempo. Os rituais funerários se constituem, para as sociedades

iletradas, nos contextos ideais nos quais investigar manifestações materiais de diferenciações, não

diferenciações, permanências e transformações sócio-culturais expressas em sua simbologia.

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2 A TEMÁTICA DE GÊNERO EM ARQUEOLOGIA

2.1 NA LITERATURA ARQUEOLÓGICA

Estima-se que as origens da construção cultural do gênero remontam ao Homo

sapiens arcaico, ou seja, há cerca de 200.000 anos atrás, mas ela só se torna

arqueologicamente visível a partir de 100.000 anos com o aparecimento dos

primeiros enterramentos e representações artísticas. (PEARSON, 1999, p.104,

tradução nossa)

Na interpretação do Abade Henry Breuil, no século XIX, as imagens rupestres eram

associadas aos rituais mágicos de preparação para a caça. André Leroi-Gourhan e Annette

Laming-Emperaire, na década de 60, trabalhando de forma independente elaboraram

interpretações das pinturas rupestres do Paleolítico Superior europeu centradas na oposição

masculino-feminino. O modelo inconsciente da dualidade sexual daqueles grupos caçadores

estaria refletido nas imagens das paredes das cavernas, uma projeção simbólica ordenada do

mundo caçador. Entretanto, os dois autores divergiam quanto ao que era representativo do

masculino e do feminino, como, por exemplo, em relação ao bisão, feminino para Leroi-Gourhan

e masculino para Laming-Emperaire (LEAKEY, 1981, p.169-172). O entendimento da

organização social a partir de modelos construídos sobre pares de oposição, na linha do

estruturalismo de Claude Lévi-Strauss – como a oposição natureza-cultura – nos estudos

antropológicos dos grupos Jê do Brasil Central (LÉVI-STRUSS,1970), associou as mulheres à

esfera da natureza, em oposição à cultura, ao nível biológico em oposição ao social, ao nível

doméstico em oposição ao nível cerimonial etc (LEA, 1999).

Em ―The Evolution of Hunting‖, artigo de 1968, Washburn e Lancaster afirmavam que

―em um sentido bastante real, nosso intelecto, interesses, emoções e o essencial da vida social são

todos produtos evolutivos decorrentes do sucesso da caça enquanto forma de adaptação‖. O

desenvolvimento dessa atividade aprofundava a divisão sexual do trabalho, com os homens

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realizando a grande caça, cabendo às mulheres, junto com os jovens, a coleta e a caça de

pequenos animais. Entendendo que características humanas essenciais como a capacidade de

previsão, de organização e trabalho em grupo, a linguagem etc decorriam do desenvolvimento da

atividade masculina da grande caça, a abordagem evolucionista construiu a equação Humano =

Homem. O evolucionismo androcêntrico que impregnava tanto a arqueologia como a

antropologia desde e os seus primórdios como ciência, explicitado no modelo ―Homem o

Caçador‖ (LEE; DEVORE, 1968), implicava ao mesmo tempo na naturalização dos papéis

sexuais e numa pouca visibilidade das mulheres. A hiper-valorização da grande caça e de seus

vestígios, arqueologicamente mais evidentes, obscurecia a percepção dos vestígios que por

ventura pudessem indicar uma maior diversidade de arranjos sociais (NELSON, 2004, p.69), uma

tendência que era reforçada pelo enquadramento esquemático dos grupos sociais em bandos,

tribos, cacicados e estados da antropologia neo-evolucionista (SERVICE, 1966; SAHLINS,

1968).

Na década de 1980, na corrente do movimento feminista, surgem as críticas aos modelos

de sociedade que conferiam pouca visibilidade às mulheres, restringiam sua importância nas

construções sociais ou propunham enquadramentos universalistas ou pré-concebidos dos gêneros.

Em ―Woman the Gatherer‖ (DAHLBERG, 1981), as mulheres foram colocadas no centro da

observação. Um dos artigos (ESTIOKO-GRIFFIN; GRIFFIN, 1981) trata dos Agta, uma

sociedade em que mulheres caçadoras compartilham do mesmo grau de influência que os homens

sobre as decisões coletivas, um entre tantos casos que rompem com os cânones estabelecidos dos

papéis sociais. O artigo Archaeology and the Study of Gender, de 1984, de Margaret Conkey e

Janet Spector, é um marco na discussão das questões de gênero em arqueologia como postura

política de ruptura com as estruturas androcêntricas, que se dão tanto na elaboração do

conhecimento quanto na atribuição do prestígio acadêmico. Desde os primórdios do movimento

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feminista nos Estados Unidos, na década de 1960, as feministas da academia contestavam a

organização científica e profissional dominante, suas divisões disciplinares, seus critérios de

autoridade científica, hierarquia e deferências acadêmicas e toda uma estrutura onde se

desenvolvia uma ciência social de caráter pragmático e despolitizado (HEILBORN; SORJ, 1999).

Por outro lado, o feminismo desempenhou um papel imprescindível para a arqueologia, de

crítica ao positivismo e, sobretudo, ao postulado de objetividade e isenção da arqueologia

processual (ALBERTI, 2001, p. 62). A arqueologia processual pretendia a aplicação rigorosa de

um enfoque positivista, como forma de eliminar elementos subjetivos, e a busca de leis gerais,

que para serem formuladas deveriam excluir todas as situações que não fossem de notável

regularidade (TRIGGER, 2004, p.293). Um ponto comum a todas as linhas da chamada

arqueologia pós-processual é o antagonismo à idéia processualista de que os milhares de eventos

do passado arqueológico possam ser totalmente compreendidos e apreciados exclusivamente por

meio de procedimentos ―científicos e objetivos‖. O passado é visto como uma construção social;

o próprio objeto de estudo, os dados selecionados, sua ordenação teórica dependem do ponto do

vista do pesquisador e seu produto será sempre subjetivo, nesta medida (WILLEY; SABLOFF,

1993. p.298). O processualismo incorporou à arqueologia, de forma definitiva, a abordagem

sistêmica, a busca pelas causas e pelos processos geradores de mudança cultural e especialmente

a necessidade de se trabalhar a partir de hipóteses claramente formuladas, porém não deu espaço

para determinados aspectos da cultura como as relações sociais, a ideologia, o simbolismo e as

considerações em torno de gênero, contemplados pela abertura teórica da arqueologia pós-

processual.

Prosseguindo com Conkey e Spector (CONKEY; SPECTOR, 1984), entre os paradigmas

de gênero implícitos nos modelos androcêntricos está o que as autoras denominam de

presentismo. Ele estabelece uma continuidade nos arranjos de gênero, desde os primeiros

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hominídeos até o presente, e sugere que a dinâmica de gênero contemporânea foi introjetada na

espécie por meio de processos evolucionistas não especificados. O registro do trabalho feminino

seria menos visível do que o registro dos remanescentes da atividade masculina e, por isto, os

estudos de evolução humana sempre haveriam de ter um viés masculino. Tal invisibilidade,

contestam as autoras, resulta de uma falsa noção de objetividade e nela está implícita a idéia de

uma divisão de trabalho rígida entre os sexos. A visão androcêntrica da evolução humana,

materializada no modelo ―Homem o Caçador‖, inclui um conjunto de pressupostos acerca de

comportamentos masculinos e femininos que correspondem, na verdade, aos seus modelos

contemporâneos ocidentais. A grande caça, como atividade essencialmente masculina, teria

determinado os rumos da evolução humana, e as mulheres, limitadas pelas características

biológicas associadas à gravidez, lactação, parto e cuidados infantis, teriam ficado circunscritas a

essas esferas de atuação. Uma persistente assimetria sexual atravessaria tempos e culturas:

dominação masculina versus subordinação feminina, desde os primórdios da humanidade até os

dias de hoje. Entretanto, o que os estudos antropológicos revelavam, já na década de 60, era a

presença de contextos e formas de organização, status e comportamentos relacionados a gênero

que variavam extremamente de uma cultura para outra. Para uma abordagem arqueológica de

gênero, seria necessária ―uma teoria da vida social que explicitamente reconheça os parâmetros e

as variações nos arranjos de gênero, as possíveis manifestações materiais desses arranjos e, acima

de tudo, as formas pelas quais a cultura material ativamente estrutura e reestrutura, não apenas os

arranjos de gênero, mas muitos outros fenômenos sócio-culturais‖ (CONKEY; SPECTOR, 1984,

p. 24).

Em 1997, Margaret Conkey e Joan Gero fizeram um balanço dos rumos que os estudos de

gênero haviam tomado, desde 1992 até àquela data, no artigo Programme to Practice: Gender

and Feminism in Archaeology. Identificaram seis diferentes direções de abordagem cuja opção

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depende, ao mesmo tempo, da identificação teórica do pesquisador e de sua melhor adequação ao

objeto de estudo: gênero como construção social, estratégia sócio-biológica, processo evolutivo,

economia política, agência (agency) e performance. As autoras consideram que as críticas

feministas resultaram em um poderoso questionamento da prática arqueológica e a ruptura com

as estruturas androcêntricas de conhecimento permitiu que outras vozes, outrora obscurecidas,

pudessem ser ouvidas.

Em Gender in Archaeology Analyzing Power and Prestige, também de 1997, Sarah Nelson

elabora uma síntese das discussões teóricas e das práticas arqueológicas orientadas para gênero,

faz uma abrangente revisão da literatura dedicada a essas questões bem como dos princípios da

arqueologia ―generizada‖, apresenta diversos casos associados aos seus principais temas como

divisão do trabalho, interpretação das disposições espaciais domésticas, relações de parentesco,

poder e prestígio, imagens e ideologia etc.

As questões abordadas sob o ponto de vista do gênero são bastante abrangentes: em The

Null Case: The Chipewyan, Henry C. Sharp (SHARP, 1981) apresenta um estudo de grupos

caçadores do Noroeste do Canadá nos quais a sobrevivência depende em 90% da caça ao caribu,

entendendo que a participação das mulheres nesta atividade é praticamente nula, compensada por

uma divisão dos papéis que ocorreria a nível simbólico; Hetty Jo Brumbach e Robert Jarvenpa

em Ethnoarchaeology of Subsistence Space and Gender: a Subartic Dene (Chipewyan) Case

(BRUMBACH; JARVENPA, 1997), contestam estudos do tipo anteriormente citado com

observações de cunho etnoarqueológico que mostram que o conceito restrito de caça, limitado ao

momento do abate, e a falha em observar determinadas organizações espaciais tornam invisível a

participação essencial das mulheres para a sobrevivência do grupo; em Invisible Gender –

Invisible Foragers: Southern African Hunter-Gatherer Spatial Patterning and the

Archaeological Record, Susan Kent (KENT, 1998) examina a distribuição de artefatos e padrões

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espaciais que parecem constituir evidência de espaço generizado em sítios do final do Neolítico e

do início e do final da Idade do Ferro, no sul da África - lida com a questão da diversidade dos

arranjos de gênero; em Shellmidden Archaeology: Gender, Labor and Stone Artifacts, Michael

Klein (KLEIN, 1999) lida com a questão da variabilidade dos arranjos sociais e destaca que os

estudos de shellmiddens falharam em investigar o que os dados mostram sobre as atividades de

mulheres, crianças e homens - ele busca identificar no registro arqueológico grupos que realizam

tarefas diferentes, um passo essencial para uma análise mais ampla das estruturas social,

econômica, ideológica e política de uma sociedade; em The Invisible Meat Providers: Women in

the Stone Age of South Africa, Lyn Wadley (WADLEY, 1998) procura mostrar como os

estereótipos de gênero apresentam uma visão androcêntrica e etnocêntrica dos grupos sociais,

como eles trivializam a divisão de trabalho e as relações sociais e são inapropriados quando

aplicados aos caçadores-coletores modernos e, provavelmente, aos do passado também; em

Farming, Foraging and Gender, Suzanne Fish (FISH, 2000) mostra como a maioria das relações

de gênero dos antigos habitantes do Sudoeste americano tomou forma em contexto de coleta ou

de agricultura, ela examina as variáveis relevantes para o gênero nas atividades de coleta e de

agricultura no Sudoeste, juntamente com sugestões sobre como estas podem ou não refletir-se no

registro arqueológico; em Pre-Pottery Neolithic Period, Jane Peterson (PETERSON, 2002)

empreende estudos de marcas de stress ocupacional do período neolítico pré-cerâmico no Vale do

rio Jordão.

Há uma vasta literatura de estudos arqueológicos de gênero na produção acadêmica norte-

americana. Eles se concentram, em sua ampla maioria, nas sociedades com maior grau de

complexidade, com enterramentos mais elaborados e evidências mais explícitas de diferenciações

entre os gêneros. Os que abordam sociedades igualitárias, economias costeiras ou caçadores

complexos, supostamente os mais adequados para inferências, comparações e contrastes para

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uma elaboração de conhecimento sobre as sociedades sambaquieiras são em número

relativamente bem menor.

2.2 NA ARQUEOLOGIA BRASILEIRA

Na literatura arqueológica brasileira, a temática de gênero é ainda bem mais recente do que

na norte-americana e extremamente escassa. Como esta, emerge do movimento feminista que

contesta os pressupostos de uma ciência social androcêntrica.

Os textos dos primórdios da arqueologia brasileira eram marcadamente descritivos.

Ladislau Netto (LASDILAU NETTO, 1885) destacou os aspectos femininos e masculinos das

peças que descreveu; apontou, também, elementos indicativos de hierarquia social, uma

abordagem pioneira para a época (BARRETO, 1999-2000). O texto de Hartt (HARTT,1885),

além das descrições de peças, apresenta uma série de relatos etnográficos, incluindo rituais e

práticas funerárias, mitos indígenas e um interessante relato sobre o fabrico da cerâmica pelas

mulheres.

A arqueologia brasileira nasceu fortemente associada às ciências naturais. Suas coleções

eram guardadas em museus de História Natural e seus componentes classificados com um

espírito semelhante ao das classificações biológicas, como vestígios empíricos da evolução

humana (BARRETO, 1999). As ossadas humanas encontradas nos sítios arqueológicos ensejam

estudos de craniometria e morfologia craniana que levam ao enquadramento em tipos raciais,

como a ―raça de Lagoa Santa‖ da qual derivariam várias populações pré-históricas do continente

americano, inclusive o ―Homem do Sambaqui‖, como assinalava a Introdução à Arqueologia

Brasileira, de Angione Costa, de 1934 (COSTA, 1934, p.45). Era o estudo do ―Homem‖, segundo

a perspectiva evolucionista. A discussão em torno da noção de ―raça‖ incorporou-se, desde o

início do século XX, tanto à arqueologia como à antropologia brasileiras, sendo só recentemente

substituída por pesquisas que enfocam o modo de vida e a genética das populações pré-históricas

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(GASPAR, 2000, p.14). O termo ―raça‖ permanece na contribuição de Serrano para o Handbook

of South American Indians (SERRANO, 1946) sobre os sambaquis brasileiros, de 1946, e nos

relatórios e sínteses produzidos nas décadas de 60 e 70 (SIMÕES, 1967,69,71,74; SCHMITZ;

BARBOSA; RIBEIRO, 1978,1979,1980).

A modernização da arqueologia no Brasil se deu principalmente no aprimoramento das

técnicas de escavação e na introdução de métodos científicos mais rigorosos de classificação e de

análise de artefatos, através da atuação de pesquisadores de origem francesa e americana na

formação dos primeiros arqueólogos profissionais no país, nas décadas de 60 e 70. Uma

formação essencialmente pragmática, com o pano de fundo teórico da ecologia cultural de

Steward. Mas, ao contrário da arqueologia desenvolvida em outros países latino-americanos,

como o México e a Venezuela, a arqueologia brasileira permaneceu essencialmente afastada do

desenvolvimento das ciências sociais no país. Não incorporou as teorias estruturalistas e

funcional-estruturalistas que fertilizaram a antropologia brasileira na década de 40 e, por outro

lado, também não absorveu a influência dos historiadores marxistas ingleses, ou dos franceses da

École des Annales (BARRETO, 1999, 1999-2000).

Indo além dos inventários e enquadramentos culturais que tanto marcavam a produção

arqueológica brasileira, na década de 70, Lina Kneip (KNEIP, 1977) produziu um estudo do

Sambaqui do Forte (RJ) pioneiro em muitos aspectos. Preocupou-se com a descrição

pormenorizada dos enterramentos e do seu entorno (―covas‖), dos acompanhamentos funerários,

com a identificação de sexo e idade dos esqueletos, vistos em associação a outras estruturas como

cabanas e fogueiras. Teve como uma de suas preocupações centrais entender a adaptação

ambiental da população que ali viveu, endossando a classificação de ―bando nômade‖ aos

construtores de sambaquis, dominante por um longo tempo. Com base nos acompanhamentos

funerários, sugeriu a existência de hierarquia social. Lília Cheuíche Machado (MACHADO,

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1984) aprofundou a análise dos remanescentes humanos como meio de refletir sobre adaptações

ecológico-culturais em estudo da população que construiu o Corondó. As duas pesquisadoras,

muitas vezes trabalhando em conjunto, avançaram na reflexão de correlações entre aspectos

biológicos e práticas culturais com base na análise dos enterramentos, rituais funerários e

esqueletos presentes em sítios pré-históricos, em especial nos sambaquis do estado do Rio de

Janeiro (MACHADO, 1992, 1995; KNEIP; MACHADO, 1993; MACHADO; PONS; SILVA,

1989 a, 1989 b).

Na década de 80, o estado do Rio de Janeiro concentrou o maior número de pesquisadores

brasileiros voltados para o estudo de sítios costeiros. A abordagem ecológico-cultural

permaneceu, somando-se a ela as perspectivas da arqueologia processual dos anos 60 e 70,

tardiamente introduzida aqui. Tiveram início os estudos de conjuntos de sítios e de sistemas de

assentamento, desenvolveu-se a zooarqueologia, a antropologia biológica introduziu novas

questões para o entendimento de comportamentos sociais (LIMA, 1999-2000). Velhos temas

começam a ser tratados sob novas perspectivas e projetos teóricos mais bem definidos, com

hipóteses e metodologias explícitas. (BARRETO, 1999-2000). Ao longo da década de 90, as

novas abordagens do registro arqueológico fazem emergir aspectos dos construtores de

sambaquis que não se coadunam com a imagem tradicional de bando nômade coletor de

moluscos. Os ambientes elegidos pelos sambaquieiros para assentar seus montes, dada a

abundância e variedade de recursos à disposição, apresentam a possibilidade de sedentarização e

crescimento demográfico, condições que favorecem o desenvolvimento de diferenciações sociais

(FIGUTI, 1993; LIMA, 1996; GASPAR, 1998; FISH et al. 2000; GASPAR, 2000; LIMA, 2001).

Novos caminhos de pesquisa se abriam os quais seriam ainda mais alargados pela arqueologia

pós-processual e pelo movimento feminista.

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No âmbito das ciências sociais no Brasil, desde o início da década de 70 pesquisadoras

ligadas ao movimento feminista já produziam trabalhos voltados para a situação das mulheres. A

partir da década de 80, gradativamente se substitui o termo mulher, de caráter

empírico/descritivo, por gênero, uma categoria analítica identificadora de uma determinada área

de estudos. Rejeita-se o determinismo biológico presente na categoria ―sexo‖ e enfatiza-se a

construção social do feminino e do masculino (HEILBORN; SORJ, 1999. p.186-188). No campo

da antropologia, por exemplo, Vanessa Rosemary Lea, em Desnaturalizando gênero na

sociedade Mebengôkre (LEA, 1999), abandona o modelo dual estruturalista, que opõe natureza e

sociedade, na interpretação das sociedades Jê. Entendendo gênero como uma construção social,

ela identifica elementos de participação feminina (agency) nas esferas pública, ritual e jural,

atribuídos exclusivamente aos homens pelo enfoque dual.

Em arqueologia, os estudos de gênero só começaram a ser incorporados em tempos bem

recentes dentro da abertura teórico-metodológica proporcionada pela arqueologia pós-processual.

Tânia Lima constata, em artigo de 2003, “Estudos de Gênero na Arqueologia Brasileira: Por

Que Não?”, o baixíssimo investimento nesta área observado no Brasil (LIMA, 2003, p.136). No

âmbito da arqueologia histórica, da mesma pesquisadora, há o artigo “Chá e Simpatia: uma

Estratégia de Gênero no Rio de Janeiro Oitocentista” (LIMA, 1997); na arqueologia do período

pré-colonial, o artigo de Denise Schaan (SCHAAN, 2003) que investiga gênero e organização

social no espaço ritual e funerário marajoara; no âmbito das pesquisas em sambaquis, uma

reflexão nossa em co-autoria com Gaspar (ESCÓRCIO; GASPAR 2005) sobre indicadores de

diferenciação social e de gênero a partir de uma análise dos acompanhamentos funerários do sítio

Corondó. No campo da antropologia biológica, trabalhos como Marcadores de Estresse

Ocupacional em Populações Sambaquieiras do Litoral Fluminense, de Claudia Rodrigues-

Carvalho (RODRIGUES-CARVALHO, 2004), começam a explorar novas linhas de investigação

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essenciais para o entendimento das relações de gênero enquanto parte do conjunto mais amplo

das relações sociais.

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3 CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA

Nos propomos refletir sobre relações de gênero em sociedades construtoras de mounds

litorâneos a partir de seus enterramentos, com ênfase para os acompanhamentos funerários. Os

estudos de gênero se intensificaram desde a década de 1980, em especial na arqueologia norte-

americana, mas foram relativamente poucas as tentativas de desenvolver abordagens de gênero

especificamente voltadas para contextos mortuários, conforme afirma Bettina Arnold, e

prossegue: ―Evidências mortuárias se constituem numa das mais reveladoras fontes de

informação no que concerne às configurações de gênero de uma dada sociedade, contudo, as

inferências associadas aos contextos de enterramento apresentam dificuldades que lhes são

inerentes (ARNOLD, 2006, p.140)‖. Acrescente-se às dificuldades inerentes ao tema a natureza

dos dados disponíveis. A revisão bibliográfica nos coloca frente a descrições de extrema

variabilidade quanto ao conteúdo, profundidade, extensão e forma como os dados nos são

apresentados. Em boa parte, o material de que dispomos são relatos sucintos, pouco detalhados,

por vezes imprecisos, com raras exceções. A longa distância temporal não nos permite analogias

etnográficas diretas, tampouco dispomos de relatos de observadores ou cronistas de época.

Estamos longe da situação ideal delineada por Bettina Arnold (ARNOLD, op. cit, p.146):

remanescentes esqueletais bem preservados e analisados independentemente por diversos

especialistas, análise genética e de isótopos, grande número de enterramentos escavados

sistematicamente, acompanhamentos compondo um conjunto mortuário elaborado, evidências

iconográficas e textuais.

A ausência de referências históricas diretas talvez possa não ser tão desvantajosa assim.

Relatos de observadores estão impregnados dos paradigmas de seu tempo e cultura. Fenômenos

de cunho eminentemente ideológico, como é o caso dos fenômenos de gênero, descritos de forma

por vezes inconscientemente tendenciosa, geram visões distorcidas que se perpetuam e induzem a

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percepções enganosas do registro arqueológico, mesmo com toda a força de sua materialidade.

Enterramentos de mulheres com armas e artefatos associados a status elevado passaram

despercebidos de estudiosos do século XIX e início do XX. A essencialização dos papéis de

gênero ocidentais contemporâneos somada à precariedade dos métodos de análise esqueletal e à

tradição que atribuía posição subalterna às mulheres de grande parte das sociedades européias

antigas tornavam suficiente a dedução do sexo do enterrado a partir de seus acompanhamentos

funerários (ADAMSON, 2005, p.15).

Um enterramento rico de um homem valeria por si mesmo e o colocaria na posição de um

grande líder, um enterramento equivalentemente rico para uma mulher enseja, em primeiro lugar,

especulações em torno de sua associação a homens de prestígio, pelo critério recorrente do duplo

padrão (NELSON 2004, p.106). Para o que se supõe ―obviamente‖ masculino, segundo a divisão

de gênero ocidental contemporânea, as inferências são aceitas como não problemáticas, quando

os padrões observados no registro diferem dos ocidentais, procuram-se interpretações

alternativas. A esse respeito, há uma interessante referência em Pearson (PEARSON, 2005, p.97),

pela proeminência da pessoa em questão:

Recentemente, Ian Hodder fez um comentário sobre o uso que ele próprio fazia

do duplo-padrão, e reavaliou o tratamento diferenciado que dava às

representações de homens e mulheres. O elaborado simbolismo feminino do

Neolítico Antigo no Oriente Próximo, corporificado especialmente em

estatuetas, era tratado como demonstrativo tanto de poder como de falta de

poder pelas mulheres, enquanto que o elaborado simbolismo masculino do

Neolítico Tardio, encontrado principalmente em enterramentos, era aceito sem

questionamento como indicativo do poder dos homens. (HODDER 1991, apud

PEARSON, 2005, p.97)

―Embora a arqueologia esteja numa posição de poder corrigir distorções nos dados

atribuídos ao passado, [...] nada será conseguido se partirmos de generalizações explicativas que

obscurecem as relações de gênero pretéritas e ao mesmo tempo obliteram as mulheres‖, nas

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palavras de Sarah Nelson (NELSON, 2004, p.108). O caminho seria a observação, no registro

arqueológico, de complexos de traços, associados a circunstâncias funcionais ou ideológicas que

expliquem esses complexos, e a analogias etnográficas, nenhum desses elementos tomado

isoladamente, mas reforçando-se mutuamente (com base em BRUMFIEL, 2006, p.35).

Os dados do registro arqueológico de que tratamos são de uma imensa variabilidade, as

descrições comumente ressaltam ausência de padrões observáveis ou recorrentes. Essa falta quase

total de padrões recorrentes, tantas vezes relatada nas descrições dos enterramentos de que

tratamos, longe de constituir ausência de informação é antes elemento pleno de significado e

parte integrante de qualquer interpretação que se pretenda produzir. Durante muito tempo

consideraram-se os construtores de sambaquis ―bandos nômades de organização muito simples‖.

Seguindo esse viés, os acompanhamentos funerários refletiriam objetos pessoais e/ou status

adquirido por méritos pessoais em vida. Instrumentos de trabalho em enterramentos infantis, por

exemplo, não são coerentes nem como manifestação de méritos adquiridos em vida, nem como

objetos pessoais, mas tal ocorrência seria apenas mais um item do desconcertante pacote de

padrões não recorrentes, e como tal não têm sido alvo de maiores considerações.

No pacote ―bando nômade‖ estava implícito a ―igualdade social‖. Seguindo Flannagan

(FLANNAGAN, 1989, p.247-248), a igualdade absoluta não existe e, mais do que isto, igualdade

não é sinônimo de simplicidade social. Pensar a igualdade requer um refinamento. O autor

distingue, citando Berreman, entre ―estratificação social‖ – uma sociedade dividida em categorias

institucionalizadas – e ―hierarquia‖, que implica a existência de desigualdades entre as pessoas no

nível das relações interpessoais ou da organização social. ―As sociedades não estratificadas,

baseadas no parentesco, têm desigualdades socialmente organizadas que merecem atenção‖

(COLLIER, 1988, apud FLANNAGAN, 1989, p.253). Dentro de uma mesma sociedade, há

contextos de igualdade e contextos de desigualdade ou assimetria. As situações de igualdade são

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socialmente construídas, assim como o são as situações de desigualdade. Diferenciações sociais,

mesmo se considerarmos contextos de ―igualdade‖, tendem a se manifestar no registro

arqueológico, em especial nos enterramentos. Por outro lado, simplicidade de cultura material de

subsistência não é sinônimo de simplicidade organizacional ou simbólica. Os Jê do Brasil

Central, por conta da simplicidade de sua cultura material de subsistência, foram considerados no

passado o protótipo das sociedades mais simples de que se pudesse ter notícia. Entretanto, afirma

Carlos Fausto, [eles]

apresentam uma complexidade institucional e política sem paralelos na floresta

tropical [...] a tecnologia de subsistência é simples, mas os adornos corporais são

elaborados, não há chefes supremos, embora haja uma economia política do

prestígio; há um desenvolvimento notável de instituições comunitárias e

cerimoniais, porém estas tendem a ser basicamente não-hierárquicas (ainda que

encontremos assimetrias em várias partes do sistema). (FAUSTO, 2000, p.67)

Entre os Jê, haveria vários níveis de chefia em contextos simbólicos diversos (FAUSTO,

20071). Essas observações nos estimulam a ter precaução ao supor o grau de complexidade da

organização social dos construtores de mounds do litoral do RJ com base na simplicidade de sua

cultura material de subsistência. Há outros elementos a considerar dos quais o registro do ritual

funerário talvez possa nos dar indicações.

Em um estudo em perspectiva de grupos caçadores-coletores da época contemporânea,

José Savio Leopoldi (LEOPOLDI, 2004) considera que estes estão entre os grupos mais

igualitários, havendo pouca diferenciação de status, prestígio e propriedade entre seus membros.

Ele observa que, entretanto, o gênero é um tópico freqüentemente deixado à margem pelos

pesquisadores, quando querem defender a característica igualitária das sociedades caçadoras-

coletoras, precisamente porque, segundo ele, as evidências apontariam para uma desigualdade

neste nível. Um argumento que veio a ser muito utilizado para reforçar a atribuição de status

1 Simpósio Cacicado Amazônico: debatendo complexidade social na Floresta Tropical. Congresso da Sociedade

Brasileira de Arqueologia, XIV, Florianópolis. (informação verbal)

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equivalente entre homens e mulheres nas sociedades caçadoras-coletoras diz respeito ao

percentual de participação na alimentação do grupo. Entre os !Kung, por exemplo, os homens

produzem cerca de 44% e as mulheres 56% da quantidade calórica dos produtos trazidos para o

acampamento (LEE, 1989 apud LEOPOLDI, 2004, p.63). Segundo essa linha de argumentação, o

grau de contribuição feminina para o sustento do grupo garantiria às mulheres um status não

inferior ao dos homens. As mulheres contribuem com atividades importantes e valorizadas pelos

grupos sociais e a importância de seu trabalho é em geral reconhecida, chama à atenção Leopoldi,

entretanto, continua, há uma diferença entre reconhecer a importância da participação e a

percepção que a sociedade tem dessa participação, seu valor simbólico (LEOPOLDI, 2004, p.63).

A caça, atividade marcadamente masculina, segundo argumenta o autor, produz um alimento

muito mais valorizado que os vegetais. Sua obtenção é mais incerta, seu valor protéico muito

maior, daí a maior valorização da caça em relação à coleta. Acrescente-se a isso a importância

dos homens na defesa do grupo. Caça e guerra, atividades valorizadas e recorrentemente

masculinas, seriam os alicerces que justificariam o maior status dos homens nas sociedades

caçadoras-coletoras, afirma Leopoldi, aí residindo a origem da desigualdade entre os gêneros nas

sociedades caçadoras-coletoras.

Se o desempenho da caça e da guerra pelos homens é a base da desigualdade de gênero nas

sociedades caçadoras-coletoras, dentro do exposto, poderíamos pressupor a mesma desigualdade,

ou a mesma fonte de desigualdade, para os grupos de que tratamos, cuja subsistência não

priorizava a caça e que, até agora, não têm revelado maiores participações em atividades

guerreiras, ao que tudo indica? Poderíamos, assim, postular uma menor desigualdade relativa

entre os gêneros para nossos pescadores-coletores, por via da argumentação da ausência dos

traços que a justificariam? Essa via de reflexão, entretanto, não implica fechar de antemão a

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indagação sobre formas de hierarquias ou outros níveis de desigualdade entre os construtores de

mounds litorâneos do RJ.

Em nossa abordagem, consideramos uma definição de gênero bastante simples e clara

proposta por Elizabeth Brumfiel (BRUMFIEL, 2006, p.37) que o vê como ―um sistema de

diferenças culturalmente definidas, atribuídas aos indivíduos com base em seu sexo biológico‖. O

contexto dos dados arqueológicos que analisamos, no estado atual das pesquisas, não permite ir

muito além, em princípio, dos dois sexos biológicos identificáveis nos esqueletos. Entretanto, ao

optar por uma perspectiva de ―gênero‖, buscamos nos precaver contra as armadilhas da

naturalização de comportamentos a que o termo ―sexo‖ pode mais facilmente induzir. ―Gênero é

um processo, um conjunto de expectativas comportamentais ou um efeito, mas não é uma coisa‖

(ARNOLD, 2006, p.141). A redução dos gêneros aos sexos biológicos tem sido a via de projeção

no passado dos arranjos de gênero contemporâneos e seus pressupostos comportamentais. Por

outro lado, há um cronocentrismo, ou um etnocentrismo temporal, na expressão de Bettina

Arnold, que, no extremo oposto, tende a rejeitar totalmente a possibilidade de sistemas

dicotômicos binários no passado, enfatizando o papel da agência individual a níveis coerentes

apenas com a sociedade contemporânea ocidental: ―A grande variedade nas formas de exprimir o

gênero representadas no registro arqueológico tendem a ser obscurecidas pelas formas de pré-

concepção contemporâneas com relação às configurações de gênero, entendidas, ou como

imutáveis e universais, ou como infinitamente negociáveis e ambíguas.‖ (ARNOLD, 2006, p.156,

grifo nosso). Essas posições extremas decorrem de agendas contemporâneas que seguem

paradigmas científico-políticos em consonância com a sociedade ocidental atual.

A crítica à invisibilidade das mulheres foi um grande motor da reflexão arqueológica de

cunho feminista, entretanto, os significados dos gêneros melhor se pronunciam mediante o

contraste entre eles (BRUMFIEL, op. cit., p.34). Não é no foco isolado sobre um dos gêneros,

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mas no contraste, na interação, na oposição, na complementaridade, enfim, nos referenciais

mútuos que o gênero melhor se revela. Não se estuda gênero isoladamente, ―[...] diferentes

camadas de significados, interagindo em diferentes níveis e ciclos de vida e em diferentes

contextos de idade, status, identidades individuais e grupais, mesclam-se de tal forma que tornam

infrutífera ou indesejável qualquer tentativa de isolar o gênero para análise (ARNOLD, 2006,

p.141, tradução nossa)‖. Ressalte-se, ainda, que

a mulher [ou homem] em contexto funerário não se constitui apenas em um

indivíduo construído pelas ideologias de gênero de seu tempo e lugar, mas em

uma mulher falecida [ou um homem falecido], em seu túmulo. Os artefatos que

a [o] acompanham não estão apenas associados à idéia de feminilidade

[masculinidade], mas constituem os objetos apropriados à transição do mundo

dos vivos para o mundo dos mortos. (ARNOLD, op.cit., p.137,tradução nossa).

Por fim, os arranjos de gênero, tal como se apresentam no ritual funerário, podem

representar uma ideologia de gênero que corresponda, ou não, à prática real. É o contexto mais

amplo que poderá fornecer elementos para se distinguir entre uma coisa e outra, e indicar, ainda,

se o gênero era, ou não, uma categoria estruturante para uma determinada sociedade.

As inferências não podem ser tomadas isoladamente, a leitura do registro arqueológico não

poderá ser literal. Em um estudo etnoarqueológico sobre um grupo de pastores do Lago Baringo,

no Kênia, Ian Hodder observou que o uso de grandes quantidades de colares pelas mulheres

contrastava com seu baixo status social, as mais novas portando um número muito maior de

adornos do que as mais velhas. Caso fossem enterradas com as vestimentas que usavam em vida,

aparentariam um status muito maior do que aqueles que realmente possuíam em seu grupo social

(Hodder 1982c, apud PEARSON, 2005, p.99). Exemplos como esse instigam ao cuidado com

deduções apressadas, mas, por outro lado, há também inúmeros outros exemplos onde os adornos

estão associados a status social elevado ou valorização. O ideal é que se busquem meios de

discernir o que os adornos, ou outros artefatos potencialmente carregados de significado, possam

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indicar ou simbolizar em um determinado contexto. Enterramentos ―ricos‖ de crianças, em Khok

Phanom Di, em sítios da Idade do Bronze na Tailândia, junto a mulheres também portadoras de

acompanhamentos elaborados, a um primeiro olhar apontariam para a presença de status herdado,

mas os túmulos modestos de descendentes imediatos, filhas e netas, indicavam que o status era

adquirido por valor próprio e não por herança. Os ―ricos‖ enterramentos infantis não seriam,

então, um reflexo de posição pessoal herdada, mas da posição pessoal da mãe e de sua estima

pela criança, bem como da dor materna por sua morte. A diferenciação entre uma coisa e outra

foi possível mediante uma análise integrada de elementos funerários e biológicos (PEARSON,

2005, p.119).

Ao longo do litoral do Rio de Janeiro observa-se a ocorrência de mounds de diferentes

processos construtivos os quais têm sido alvo de um debate em torno do que essas variadas

formas de construção poderiam representar. Fases, ―culturas‖ únicas, conjuntos articulados de

unidades com diferentes funções e graus de hierarquia, variações regionais e temporais de

complexos amplos. Os sítios têm ocorrência milenar, distribuindo-se ao longo de uma extensa

linha de temporalidade. Para nosso universo de pesquisa optamos por incluir, indistintamente,

todos os trabalhos descritivos desses mounds como base de dados primários. A ausência de

referenciais diretos que propiciem janelas de acesso aos seus construtores obriga à busca de

caminhos teóricos alternativos.

Braudel diz das ―civilizações‖ que elas atravessam as épocas, triunfam sobre o passar do

tempo. São realidades de longuíssima duração, estão solidamente enraizadas em seu espaço

geográfico, seus limites transgridem os limites dos Estados (BRAUDEL, 1988, p.105,107,113).

Esse conceito de civilização tem a ver com a mudança do conceito de tempo histórico da Nova

História, que deixa de ser exclusivamente evento e sucessão e incorpora simultaneidade e

repetição, e que abandona os objetos tradicionais da história – eventos políticos, biografias, idéias

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– para dar atenção ao que é mais permanente mais resistente às mudanças na vida dos homens, à

vida econômico-social, às mentalidades. A história da longa duração enfatiza os movimentos

lentos (REIS 1994, p.117,119,124,135).

Aliada à psicologia coletiva, a história considera as civilizações como

mentalidades coletivas, que se transformam com lentidão e de forma

inconsciente [...] Unida à antropologia, a etnohistória irá tratar dos traços

culturais de cada civilização: uma civilização é, então, uma ―área cultural‖ que

pode ser decomposta em áreas menores, que lhe pertencem. A civilização

ocidental, por exemplo, é uma ―área cultural‖ que compreende realidades

distintas: EUA, Europa, América do Sul; dentro da Europa, há uma série de

subáreas culturais. Estes espaços culturais são mais ou menos estáveis, mas

recebem e exportam bens culturais. Suas fronteiras nítidas não impedem a troca

de técnicas, idéias, artes e cultos. (REIS, 1996, p.71)

Adornos compostos de numerosas contas talvez se constituam em um exemplo de

simbologia que perdura na longa duração. Em alguns sítios do litoral brasileiro, nos

acompanhamentos funerários de enterramentos infantis, é possível observar a presença desses

adornos, em proporção bem maior do que o número de peças dos adornos de pessoas adultas. É o

caso dos adornos de contas de conchas encontrados em Santa Catarina, por exemplo, em

enterramentos de sítios como o da Armação do Sul (SCHMITZ et al., 1992). No sítio Corondó

(MACHADO, 1984), no Rio de Janeiro, há também o exemplo de uma criança acompanhada por

adorno de conchas em canutilhos, com cerca de 200 fragmentos.

Segundo Cheryl Claassen, a simbologia das conchas está associada à fertilidade, ao bem-

estar e ao dinheiro, entre outras associações simbólicas recorrentes em diversas partes do mundo.

No Nordeste dos Estados Unidos pré-colonial, as contas de conchas tinham poder curativo e eram

incluídas nos fardos de remédios – cores e quantidades eram parte integrante do atributo

simbólico. Uma grande quantidade delas significava muita riqueza na forma de um grande bem-

estar. Em contexto funerário, as contas de conchas brancas tinham o papel ritual restaurador de

produzir a transformação do estado da pessoa falecida. A preponderância de contas nos

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enterramentos infantis representaria o desejo de bem estar por parte dos pais e parentes. Falecida

a criança, as contas brancas efetuariam sua saída deste mundo, pelo seu poder de solucionar

estados liminares como o estado entre vida e morte. A forma redonda ou acilindrada das contas

de conchas era associada à forma de frutinhas pequenas (berries), também de formato redondo ou

acilindrado e poder curativo. Segundo Hamell (HAMELL, 1983, apud CLAASSEN 1998, p.206)

metaforicamente, contas de conchas são frutinhas e, como essas, teriam poder restaurador.

Descrições dos séculos XVI as associam com o mundo espiritual, o post-mortem, o outro mundo.

Ainda seguindo Hamell, a simbologia das contas brancas teria perdurado no Nordeste dos

Estados Unidos por cerca de 6.000 anos. (CLAASSEN op. cit., p.203-209)

Um estudo etnográfico de Joana Miller entre os Mamaindê, um grupo Nambiquara,

habitantes do noroeste do Mato Grosso, aborda o significado dos enfeites de contas em seu

universo simbólico, que remete à simbologia do bem-estar e da cura. As contas tradicionais eram

feitas do coco de tucum, pequenas sementes escuras, mas hoje os Mamaindê usam muitos colares

de miçangas de plástico coloridas em seu lugar. Os colares de contas pretas servem de adorno a

mulheres e homens, mas principalmente às crianças pequenas. Tanto elas como o xamã usam

muitas voltas de colar de contas pretas. O uso do colar tem um poder protetor e também curativo

e quanto mais voltas de colar, maior proteção. O ato de enfeitar a criança é um ato de cuidado e

afeto para com ela. ―As crianças são consideradas seres muito frágeis e, por isso, devem ser

especialmente enfeitadas com muitas voltas de colar de contas pretas (yalikdu) pelos seus pais e,

principalmente, por seus avós‖(MILLER 2007, p.131). A simbologia dos colares entre os

Mamaindê, de grande beleza e complexidade, vai muito além desta breve descrição, mas os

elementos que destacamos remetem ao simbolismo ritual das contas de conchas e berries onde

formato, cor, quantidade e contexto funerário infantil são os elos materiais mais aparentes.

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Algumas linhas de pensamento simbólico de forte recorrência no universo ameríndio

contemporâneo podem ter se estendido na longa duração, mesmo que não literalmente idênticas,

de forma que seja possível, pelo menos, propor significados para elementos da cultura material de

sociedades iletradas do passado remoto.

Entendemos os construtores de mounds do litoral do Rio de Janeiro como componentes de

um grande conjunto à semelhança das ―civilizações‖ de Braudel, com suas áreas e subáreas, suas

especificidades locais, geograficamente delimitados pelos ambientes estuarinos que ocupavam,

interligados pelo grande mar, economias de subsistência semelhantes tendo por pano de fundo

uma mesma grande rocha matriz ameríndia. Transformando-se ao longo do tempo em múltiplas

direções, mas retendo aqueles elementos de maior resistência e durabilidade, os elementos da

―longa duração‖.

Em estudo dos grupos sambaquianos que ocuparam o complexo Lagunar de Saquarema

entre 6000-1500 anos cal BP, Márcia Barbosa (BARBOSA, 2007) percebe um caráter identitário

―vislumbrado num sistema de assentamento onde as relações sociais se davam em função da

laguna de Saquarema‖ (BARBOSA, op. cit., p.6), onde as diferenças resultariam de um longo

processo adaptativo e, no momento derradeiro desses grupos litorâneos, do contato intersocietal

com grupos ceramistas. O sistema se ―manteve por aproximadamente 4500 anos, com diferenças

internas que não comprometeram sua existência [e isso] só ocorreu graças aos mecanismos

relacionados às estruturas, à longa duração.‖ (BARBOSA, op.cit., p.241).

Os rituais funerários estão entre os componentes de maior resistência à mudança numa

sociedade e justamente esse elemento, o enterramento nas elevações, é recorrente,

independentemente do processo construtivo do mound. A premissa de que o uso de dados de

enterramentos de mounds litorâneos, com diferentes processos construtivos, para uma reflexão

sobre gênero, é pertinente, tem neste componente essencial do ritual funerário o pano de fundo

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para uma análise em que os paralelos e os contrastes construídos objetivam produzir

conhecimento sobre as unidades contrastadas. Um conhecimento que não se pretende definitivo,

mas, na linha de reflexão da arqueologia interpretativa, um processo em andamento que admite a

possibilidade de múltiplas interpretações sobre um mesmo campo de observação.

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35

4 TRAJETÓRIA E DIRETRIZES DA PESQUISA

Essa investigação sobre gênero entre os pescadores-coletores do litoral do estado do

Rio de Janeiro nos foi proposta por Maria Dulce Gaspar, no início de nosso estágio no Museu

Nacional. O ponto de partida seria uma revisão bibliográfica dos estudos de sambaquis do litoral

do estado do Rio de Janeiro, nos quais obteríamos a base de dados para a pesquisa. A tarefa

consistiria em projetar sobre esses dados, impregnados do caráter eminentemente descritivo de

grande parte daquelas arqueografias, um enfoque direcionado para a investigação de gênero.

Empreendemos uma releitura dos trabalhos voltada para o levantamento dos dados de

sepultamento, contexto privilegiado para a investigação que nos propúnhamos. Quando iniciamos

a tarefa, nos deparamos com obras de caráter bastante heterogêneo, algumas delas apresentando

as informações de forma dispersa pelo texto, outras as reunindo em seções específicas que

facilitavam a tarefa. A amplitude e a profundidade também tinham um caráter muito desigual,

encontrando-se desde obras densas e férteis de informações até as auto-denominadas ―notas

prévias‖, de caráter mais restrito e superficial.

Precisávamos reunir as informações, espalhadas por inúmeras arqueografias, de uma forma

que tornasse os dados acessíveis e de fácil manuseio, permitindo o estabelecimento de uma

perspectiva de conjunto. Elaboramos um modelo de Ficha de Sepultamento no qual as

informações essenciais sobre os contextos de sepultamento seriam reunidas de forma prática e

sistematizada. Um formato inicial da Ficha de Sepultamento incluía o levantamento da

localização espacial dos sepultamentos em termos de ―centro‖ e ―periferia‖ do sambaqui, um

aspecto que depois decidimos abandonar por falta de indicações a respeito na quase totalidade

dos estudos.

Iniciamos a tarefa, ainda como estagiária do Museu Nacional, completando as fichas à

medida que avançávamos na leitura, começando pelos principais trabalhos realizados nas décadas

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de 70 e 80 do século XX, produzidos pelas pesquisadoras Lina Kneip e Lília Cheuíche Machado,

alguns dos mais densos em informações da nossa amostra. Neste ponto, empreendemos uma

primeira tentativa de análise de parte do material reunido até então, como trabalho final do curso

de especialização em geologia do quaternário, no Museu Nacional, que resultou numa

monografia, posteriormente transformada em artigo (ESCÓRCIO; GASPAR, 2005).

Ao longo do período de realização da pesquisa, foram surgindo novas dissertações e teses,

de diversos pesquisadores, agregadas à nossa amostra inicial. Algumas incluíam dados de

enterramento, outras não; algumas incorporavam propostas interpretativas dos dados de

enterramento de cunho mais social, sob o ponto de vista de uma compreensão mais ampla das

sociedades abordadas, diferentemente do caráter puramente descritivo da maioria das obras que

havíamos revisto até então.

As referências bibliográficas das obras que utilizamos como base de dados estão reunidas

em um conjunto à parte da seção de Referências. As arqueografias que continham dados de

sepultamento produziram as FICHAS DE SEPULTAMENTOS (ANEXO C), nas quais estão

reunidos todos os dados sobre os quais calcamos nossas propostas interpretativas. Essas fichas

estão organizadas em ordem alfabética e correspondem aos 27 sítios que produziram dados de

acompanhamento funerário. Os quadros que aparecem ao longo do texto reúnem de forma

condensada as informações organizadas nas Fichas de Sepultamentos. Eles foram elaborados à

medida que prosseguíamos nas reflexões, acompanhando a necessidade de maior clareza e

praticidade na exposição. Um quadro à parte apresenta de forma condensada a distribuição dos

acompanhamentos funerários por gênero (ANEXO B – ACOMPANHAMENTOS POR

GÊNERO).

Não era nossa intenção inicial aprofundar a investigação em relação aos grupos etários,

mas os conjuntos de dados reunidos suscitaram algumas questões associadas à construção social

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da infância e dos parâmetros que delimitam esta fase da vida. Consideramos, então, que seria

pertinente incluir uma reflexão sobre a infância e o ingresso na vida adulta em contexto de

pescadores-coletores preliminarmente à reflexão sobre os gêneros.

A abordagem do conjunto de sítios litorâneos do estado do Rio de Janeiro baseou-se na

expectativa de que por contraste e comparação houvesse a possibilidade de se construir linhas de

interpretação que nenhum sítio isoladamente poderia fornecer, especialmente aqueles com

escassez de dados. Como pressuposto dessa abordagem, a existência de uma cultura sambaquieira

que, em que pesem especificidades regionais e locais, mantivesse um fio condutor interligando

suas diferentes manifestações, o qual só teria se rompido com a chegada dos ceramistas

(BARBOSA 2007; GASPAR 1991; 1994-1995; TENÓRIO 2003).

Pretendíamos incluir na análise todos os aspectos culturais presentes em contexto

funerário, como posição do corpo, orientação etc, mas restrições de tempo para a conclusão do

estudo nos fizeram optar por nos centrarmos nos acompanhamentos funerários.

Nossa base de dados se constitui dos trabalhos nos quais se incluem informações de

enterramentos dos sítios de pescadores-coletores localizados dentro dos limites geográficos que

delimitamos para a pesquisa, qual seja o litoral do estado do Rio de Janeiro, entre a área da baía

de Ilha Grande e a região de Macaé. Segundo esses critérios, os sítios abrangidos pela pesquisa,

numa seqüência geográfica, do sul para o norte, são os seguintes, dentre os trabalhos revisados

que continham dados de enterramento: Algodão, Major, Peri, Caieira II, Ilhote do Leste, Ponta do

Leste, Guaíba, Zé Espinho, Amourins, Arapuan, Sernambetiba, Itaúnas, Beirada, Manitiba I,

Moa, Saquarema, Pontinha, Forte, Condomínio do Atalaia, Massambaba, Boqueirão, Geribá I,

Boca da Barra, Salinas Peroano, Corondó, Ilha da Boa Vista I, Tarioba, Ilha de Santana.

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5 IDADE E GÊNERO

5.1 O LUGAR DA INFÂNCIA

A abertura da arqueologia para a abordagem de gênero trouxe para o foco, embora que com

menor intensidade, a infância, assim como os elementos de elaboração dos ciclos da vida

(FINLAY, 2000, p. 407). Idade e gênero são componentes fundamentais na construção social da

diferença, entretanto havia na arqueologia uma tendência a ignorar as crianças pré-históricas,

considerando, talvez, que, para os temas prioritariamente abordados, como estratégias de

sobrevivência, organização social, crescimento populacional e mudança cultural, elas fossem

irrelevantes. Da mesma forma como ocorrera em relação às mulheres, invisíveis ou

desvalorizadas em seu papel social, prestava-se pouca atenção às crianças que compunham a

paisagem pré-histórica (KAMP, 2001, p. 24).

Na concepção ocidental contemporânea da infância, calcada nas ciências da biologia e da

psicologia, ela é vista como um período marcado por mudanças biológicas que resultam em sub-

divisões, que vão do infante ao jovem, até atingir o indivíduo plenamente adulto. A partir desta

perspectiva, tendia-se a projetar nas demais sociedades as mesmas categorias e sub-divisões,

consideradas biologicamente determinadas e, por conseqüência, universais (KAMP, 2001, p.3).

Assim como os gêneros, as categorias de idade são socialmente construídas. Mesmo na

cultura ocidental, a percepção das idades e, em especial, da infância, não foi sempre a mesma. Na

Idade Média, segundo Phillipe Áries, até por volta do século XI, a arte medieval ignorava as

crianças. Entre os séculos XI e XIII, nas imagens de cenas religiosas do cristianismo, elas

começam a aparecer, mas representadas como adultos em miniatura, os traços físicos próprios a

esse período da vida ignorados, indicando que, possivelmente, ―não houvesse lugar para a

infância naquele mundo‖, enquanto categoria social (ARIÉS, 1978, p. 50).

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No século XVI, quando as efígies das crianças começaram a ser representadas em túmulos,

apenas as crianças que haviam atingido uma certa idade eram alvo de representação. À criança

desaparecida muito cedo não se atribuía a consideração da lembrança, nem se chorava muito a

sua perda, pois não se cultivava grande apego a algo cuja sobrevivência era tão problemática. A

alta mortalidade infantil à época explica, para Phillipe Áries, esta indiferença que hoje nos choca

em sua insensibilidade. ―Esse sentimento de indiferença com relação a uma infância demasiado

frágil, em que a possibilidade de perda é muito grande, no fundo não está muito longe da

insensibilidade das sociedades romanas ou chinesas, que praticavam o abandono das crianças

recém-nascidas.‖(ARIÉS 1978, p.56-57).

Cada sociedade tem suas próprias categorias de idade e suas próprias definições de

infância. As sociedades pré-literárias raramente reconhecem a idade cronológica, o que conta são

habilidades, capacidades, personalidade e outros atributos individuais (KAMP, 2001, p.4). As

transições entre uma categoria de idade e outra são freqüentemente marcadas por iniciações.

Mudanças significativas na vida pessoal como o casamento, a admissão em determinadas

categorias sociais e a própria transição da infância para a vida adulta são mediadas por ritos de

passagem, entre os quais os funerais são os mais acessíveis aos arqueólogos (KAMP, 2001, p.5-

6). Na arqueologia de caçadores – coletores, o funeral, enquanto rito de passagem, é virtualmente

o único ao qual o arqueólogo pode ter acesso.

Os dados da etnografia e da arqueologia mostram que ―os infantes e as crianças são

freqüentemente enterrados de modo diverso dos adultos‖, segundo Kathryn Kamp (KAMP, 2001,

p.6). Através da análise dos enterramentos, pode-se ter acesso às idades em que ocorrem as

transições para outras categorias de idade e às concepções etárias de uma dada sociedade. A

autora exemplifica:

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in Roman Britain (SCOTT, 1991, 1993) a large number of both infant and

animal burials are found under malting floors and in association with other

agricultural features, but separate from the burials of adults and other children,

suggesting a different social or symbolic status for babies. Similarly, in Neolthic

Italy children tend to be buried in caves and adults in settlements (SKEATES,

1991). In Bronze Age Ireland it is not until about the age of 14 that children are

accorded full burial rites ‗in the same way as adults, as individuals in their own

right’ (O‘DONNABHAIN & BRINDLEY, 1989/90). (SCOTT; SKEATES;

O‘DONNABHAIN & BRINDLEY apud KAMP, 2001, p.6).

―O infante forma uma classe de indivíduos ambígua, situada na periferia do ciclo de vida

normal, fato que freqüentemente se reflete na escolha de seu local de enterramento e nas

características deste‖(FINLAY, 2000, p.407-408). Conhecer e identificar tratamento diferenciado

de infantes e crianças pequenas é, talvez, a maneira mais acessível por onde começar a perceber

os contornos das categorias etárias de uma sociedade.

Nos enterramentos de pescadores-coletores do litoral do estado do Rio de Janeiro, podem-

se observar algumas crianças, das mais variadas idades biológicas, com acompanhamentos ricos,

em quantidade e variedade, freqüentemente na forma de adornos de vários tipos. Adornos são,

muitas vezes, associados a alguma forma de prestígio ou valorização social. Kathryn Kamp

sugere que uma sociedade ―pode atribuir um alto valor às crianças por seu trabalho ser necessário

ou por se constituírem em futura fonte de trabalho, poder político ou segurança para seus pais.

Crianças podem, também, ser valorizadas por se constituírem na demonstração da fertilidade e

virilidade de seus pais‖(KAMP, 2001, p.21).

A intensidade da perda sentida pelo adulto, motivada pelo tipo de valorização atribuída à

criança, se manifesta na intensidade de elaboração do acompanhamento a ela atribuído. Em

determinados contextos, além de manifestação do intenso sentimento de perda, o

acompanhamento elaborado pode ser, também, uma expressão do status social da criança. Seja

como for, o ritual funerário decorre de atividades desenvolvidas por adultos e comunica suas

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perspectivas a respeito da natureza da infância, ou seu olhar sobre aquela criança em especial

(KAMP, 2001, p.24).

5.2 COMEÇAR A EXISTIR / TORNAR-SE ADULTO

As crianças estão presentes nas descrições de enterramentos das arqueografias de sítios de

pescadores – coletores do litoral do estado do Rio de Janeiro, em meio aos adolescentes, jovens,

adultos jovens e idosos, em toda a extensão geográfico-temporal da pesquisa, não cabendo, em

relação a essas descrições, a crítica de invisibilidade discutida no início da seção. Elas estão ali,

sua existência registrada. O gráfico abaixo dá uma dimensão dessa presença, no conjunto total da

amostra2.

GRÁFICO 1: Crianças de 0 a 12 anos

EM 407 INDIVÍDUOS

23%

CRIANÇAS DE 0 a 12 anos

Um sítio com uma amostra mais significativa, como o Corondó, com 120 indivíduos, tem

uma proporção maior de crianças (são 58 crianças de 0 a 12 anos), alguns daqueles com amostra

bem menor também as incluem, embora em proporção bem menor, como se observa no quadro a

seguir:

QUADRO 1: Crianças por amostra (exemplos) SÍTIO TOTAL DE

INDIVÍDUOS

TOTAL DE

CRIANÇAS

(0/12 anos)

Algodão (sup) 6 2

Guaíba 7 2

Major 8 3

Massambaba 7 1

Ilha de Santana 4 1

Tarioba 17 8

2 Os percentuais apresentados em gráficos e quadros são números arredondados, que visam dar uma idéia da ordem

de grandeza.

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Há sociedades que abandonam os infantes e as crianças pequenas por desconsiderá-los, por

não lhes atribuir existência social. O ato de prover um ritual de enterramento nos mesmos

espaços físicos onde se realizavam os enterramentos dos adultos, como o faziam os pescadores-

coletores, constitui indicativo da percepção, pelo corpo social, de pelo menos uma parte das

crianças.

As crianças são enterradas predominantemente ao lado de adultos ou de outras crianças,

mas também ocorre de serem enterradas sozinhas, como mostra o quadro abaixo:

QUADRO 2: Crianças sós ou acompanhadas CRIANÇA

CRIANÇA

COM CRIANÇA

CRIANÇA

COM ADULTO

NÃO

DEFINIDO

13 7 62 14

13,5% 7,5% 64,5% 14,5%

Da mesma forma como ocorre com os jovens e os adultos, os cenários de enterramento são

os mais variados. Observam-se muitas crianças sem qualquer acompanhamento, outras com

apenas corante e umas poucas com adornos, uma variabilidade que expressa construções

simbólicas do mundo dos adultos e que espelha o olhar dos adultos sobre elas. Os gráficos a

seguir dão uma idéia dessa variabilidade no acompanhamento:

GRÁFICO 2: Crianças sem acompanhamentos

CRIANÇAS 0 a 12 anos

55%

SEM ACOMPANHAMENTOS

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GRÁFICO 3: Crianças com corante e outros (sem adornos)

CRIANÇAS 0 a 12 anos

35%

CORANTE E OUTROS (SEM ADORNOS)

GRÁFICO 4: Crianças com adornos

CRIANÇAS 0 a 12 anos

10%

COM ADORNOS

Observando-se as idades das crianças no registro arqueológico, percebe-se uma variação,

resultado da interação de diversos fatores como preservação, mortalidade, representatividade da

amostra e escolha cultural. Enquanto escolha cultural, a idade a partir da qual a criança passa a ter

existência social varia de sociedade para sociedade. Considerando o registro tal qual ele se

apresenta, compomos um quadro com o total de indivíduos por sítio ou camada, o total das

crianças de 0 a 12 anos, e a idade mais baixa observada para cada sítio ou camada, com o intuito

de identificar variações locais e temporais dos patamares etários a partir dos quais as crianças

estão presentes no registro arqueológico. Obtivemos o seguinte quadro:

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QUADRO 3: Idade mínima3

SÍTIO

TOTAL

INDIVÍDUOS

TOTAL

CRIANÇAS

(0 a 12 anos)

IDADE

MÍNIMA

BAÍA DA ILHA GRANDE

Algodão (sup) 6 2 0/2 meses

Algodão (inf) 13 2 -

Major 8 3 3/5 anos

Peri 1 - -

Caieira II - - -

Ilhote do Leste 33 2 6 anos

Ponta do Leste 1 - -

Guaíba 7 2 2 anos

GUARATIBA

Zé Espinho (―A‖) 12 2 4/5 anos

Zé Espinho (―D‖) 11 - (13/15 anos)

BAÍA DE GUANABARA

Amourins 2 - -

Arapuan 17 2 fetos

Sernambetiba 5 - -

ÁREA DE SAQUAREMA

Itaúnas 4 - (12/15 anos)

Beirada (I) 12 - -

Beirada (II) 10 1 7/9 anos

Beirada (III) 8 2 6/18 meses

Beirada (IV) 2 1 9/11 anos

Manitiba I 2 - -

Moa (I) 13 4 0/6 meses

Moa (II) 20 2 0/6 meses

Saquarema 9 - -

Pontinha (I) 2 1 3/4 anos

Pontinha (II) 7 - -

Pontinha (III) 5 - -

Pontinha (IV) 5 - -

ÁREA DE CABO FRIO

Forte (I) 13 1 4/5 anos

Forte (II) 3 - -

Cond.do Atalaia 3 1 (?) -

Massambaba 7 1 7/8 anos

Boqueirão 4 - -

Geribá I 3 - -

PLANÍCIE DO RIO SÃO JOÃO

Corondó (I) 9 4 2/3 anos

Corondó (II) 27 10 3 meses

Corondó (III) 23 14 0 a 1 ano

Corondó (IV) 61 28 recém-nascida

Ilha da B. Vista I 18 2 6 a 12 meses

MACAÉ

Tarioba (IVb) 7 2 0/3 meses

Tarioba (IVa) 5 2 recém-nascida

Tarioba (110/130 cm) 3 2 recém-nascida

Tarioba (40/50 cm) 2 2 6 meses

Ilha de Santana 4 1 recém-nascida

TOTAL 407 96

Os dados são apresentados segundo uma seqüência espaço – temporal que teve por

parâmetros, na dimensão espacial, as áreas de concentração de sambaquis no estado do Rio de

Janeiro (TENÓRIO 2003, p.177-187), acrescida da região de Macaé, na qual não se observam

3 Os algarismos romanos entre parênteses referem-se a camadas ou níveis de ocupação de um mesmo sítio.

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grandes concentrações de sítios, mas para a qual dispomos de algumas descrições. Na dimensão

temporal, consideramos datações disponíveis na bibliografia (ANEXO A - DATAÇÕES). Essas

datações foram utilizadas para compor um panorama temporal de caráter apenas aproximativo,

suficiente para o que pretendíamos apurar.

Considerando as datações, os sítios foram situados em três faixas temporais, numa

ampliação livre do modelo proposto por Márcia Barbosa para Saquarema (BARBOSA, 2007)

correspondentes, grosso modo, aos períodos inicial, central e final da ocupação sambaquieira no

litoral do estado do Rio de Janeiro. O ―período inicial‖ corresponderia a uma faixa,

aproximadamente entre 7.800 AP e 5.000 AP (onde se incluiriam Algodão Inferior, Itaúnas, Forte

I e Beirada IV); o ―período central‖ à faixa temporal entre 4.600 AP e 2.600 AP (incluindo

Algodão Superior, Major, Peri, Caieira II, Ilhote do Leste, Ponta do Leste, Amourins, Arapuan,

Beirada [III, II e I], Manitiba I, Moa II e I, Forte II, Corondó [IV, III, II e I] e Ilha da Boa Vista

I); e o ―período final‖, à faixa entre 2.500 AP a 1.000 AP (incluindo Guaíba, Zé Espinho ―D‖ e

―A‖, Sernambetiba, Saquarema, Pontinha [IV, III, II e I], Geribá I, Tarioba [IV b e IV a], Ilha de

Santana).

Estabelecemos dois patamares etários: o dos infantes e crianças menores, com idades

mínimas variando entre 0 e 24 meses; e o das crianças maiores, com idades mínimas que vão de

3/5 anos a 9/11 anos de idade. Os patamares escolhidos representam tendências, para menos ou

para mais, não idades concretas. Associando o fator espaço – temporal às idades, observa-se que

a idade mínima a partir da qual as crianças aparecem no registro arqueológico varia conforme os

grupos sociais e ao longo do tempo dentro dos grupos sociais. Propomos algumas hipóteses como

discussão, levando em consideração que, em algum nível, as idades mínimas verificadas no

registro arqueológico incluem, entre os fatores que geraram esse registro, escolhas culturais de

incorporação da criança à sociedade.

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Identificamos cinco situações, a primeira delas tem por base a observação de que três dos

quatro sítios do período remoto da ocupação sambaquieira apresentam idades mínimas que vão

de 4/5 anos de idade a 12/15 anos de idade (Quadro: Idade Mínima). Em que pese o tamanho das

amostras, não há infantes ou crianças pequenas. Neste contexto pode estar atuando mais

fortemente o fator de baixa preservação de ossos de infantis, por corresponder à faixa temporal

mais remota do conjunto de dados. A este fator acrescentaríamos a possibilidade da escolha

cultural de incorporação mais tardia da criança ao universo social.

Considerando a área da Lagoa de Saquarema, na faixa temporal ―central‖ da ocupação

sambaquieira, nos primeiros níveis, o registro arqueológico apresenta crianças em idade mais

tenra. Este é o caso do Beirada camada III e do Moa camadas II e I: as idades mais baixas vão de

0/6 meses a 6/18 meses. Na medida em que se avança no tempo, as idades mínimas começam a

subir, ou simplesmente não há mais crianças (QUADRO 3: Idade Mínima). Isto ocorre nas

camadas II e I do Beirada, no sambaqui de Saquarema e em todas as camadas do Pontinha. Na

interpretação de Márcia Barbosa, o sambaqui de Saquarema representa ―o início do colapso da

sociedade sambaquiana e Pontinha o seu fim‖ quando, entre elementos da cultura que

permanecem, manifestam-se mudanças no universo simbólico relacionadas às práticas funerárias,

em especial a cremação (BARBOSA, 2007 pág. 239 – 241). Se o aumento do patamar da idade

mínima observável no registro arqueológico for decorrente, também, de uma escolha cultural,

poderia ser um dado a agregar às transformações culturais do final da ocupação sambaquieira na

área.

No sítio Zé Espinho, na área da planície de Guaratiba, subdividido em sambaqui ―A‖ e

sambaqui ―D‖, não há registro de enterramentos de infantes ou crianças em tenra idade, em

nenhum de seus componentes, ressaltando-se que a amostra não é das menores, no quadro geral,

com 23 indivíduos representados, todos com idade estimada. Em termos de escolha cultural, se

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configuraria aqui uma tendência de incorporação mais tardia das crianças, que coincide também

com a faixa temporal ―final‖ da ocupação sambaquieira, como no caso anterior da área da lagoa

de Saquarema.

Na área da Baía de Ilha Grande, no sítio Ilhote do Leste, com a significativa amostra de

33 indivíduos, só foram identificadas duas crianças, uma delas com idade de 6 anos (a outra não

teve idade identificada) ―[A] indiscutível pouca incidência de crianças enterradas no sítio

[reforçaria, para Cristina Tenório,] a hipótese de que alguns indivíduos tivessem sido sepultados

fora dele‖ (TENÓRIO 2003, p.509). Considerando que uma sociedade pode optar pelo não

enterramento de determinadas categorias de pessoas, propomos, para a circunstância descrita,

discutir a possibilidade, também, de o registro arqueológico apontar para uma escolha cultural,

para o reconhecimento mais tardio da criança enquanto membro do grupo social.

A quinta situação está relacionada à região da bacia do rio São João. Nos dois sítios da

área, para os quais há descrições pormenorizadas, o Corondó e o Ilha da Boa Vista I, as crianças

mais novas têm idade muito tenra. No Corondó, elas aparecem em todas as camadas de ocupação

e seu número é absolutamente surpreendente. Neste caso, a grande presença de crianças em tenra

idade pode estar mais fortemente associada ao grande número de indivíduos da amostra, embora

que na camada mais recente o número de indivíduos seja relativamente menor e, ainda assim, as

crianças pequenas estejam ali. O Ilha da Boa Vista, com um total bem menor de indivíduos,

também apresenta crianças bem pequenas no registro arqueológico. Caso o fator escolha cultural

fosse preponderante, teríamos, no caso do Corondó, uma escolha de longa duração, nos seus mais

de 1.000 anos de ocupação.

A questão complementar a que se discutiu até agora diz respeito ao início da vida adulta.

Seria possível distinguir no ritual funerário dos enterramentos em sítios de pescadores-coletores

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elementos indicativos dessa transição? Em termos de cultura material, isso significaria detectar

variações palpáveis entre enterramentos de indivíduos biologicamente adultos e não adultos.

Uma classe de artefatos, os ―instrumentos‖, são mais freqüentemente vistos como atributos

da pessoa adulta e, como tais, ocorreriam em seus enterramentos, numa perspectiva de que

representassem objetos da pessoa falecida. Os instrumentos se constituiriam, em princípio, nos

parâmetros ideais para o reconhecimento do momento de transição para a vida adulta.

Analisando-se sua ocorrência nos diversos sítios, entretanto, esse panorama não se confirma. Os

instrumentos utilitários, embora sejam encontrados preferencialmente em enterramentos de

adultos ocorrem, também, associados a crianças bem pequenas, embora que em número bastante

restrito, como mostra o quadro:

QUADRO 4: Crianças com instrumentos SÍTIO Nº IND. IDADE INSTRUMENTOS

Corondó 110 A 6 meses / 1 ano 1 ponta óssea

111 2 / 3 anos 1 artefato de concha

Ilhote do Leste S6 (7) criança 3 pontas ósseas

A6 (22) 6 anos 59 pontas ósseas

Moa 25 1 / 1 ano e meio 1 almofariz de diabásio

Tarioba 4 0 a 3 meses 3 batedores, 1 mó, 1 lasca

Todos os exemplos acima se referem a enterramentos individuais, ou coletivos com apenas

crianças, não pairando dúvida quanto à sua atribuição. Sua ocorrência, nesses casos, descarta a

possibilidade de se tratarem de objetos de uso pessoal do falecido. Por outro lado, o espectro de

possibilidades simbólicas é amplo: doação do adulto à criança, como manifestação de pesar;

objeto indicativo de atividade futura da criança; símbolo de pertencimento a um sub-grupo na

sociedade, associado ao instrumento.

A distribuição dos instrumentos não parece ser o parâmetro adequado para investigar a

faixa etária na qual se daria a transição da infância para a vida adulta, já que acompanham

crianças tão pequenas e, por outro lado, observam-se numerosos adultos sem eles. Uma situação

bastante especial ocorre no Beirada em que não há qualquer instrumento em contexto funerário,

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49

para adulto ou criança. O único ―instrumento‖ é uma ponta óssea ―fincada‖ entre as costelas de

uma mulher, sua provável causa mortis.

Um melhor parâmetro de diferenciação entre infância e idade adulta seriam os adornos.

Eles existem para adultos e crianças, mas os adornos das crianças se constituem, em muitos

casos, de um maior número de peças do que as dos adornos dos adultos. Investigar como se

distribuem os adornos poderia propiciar um melhor indicativo da transição para a vida adulta.

O único conjunto de dados capaz de permitir uma reflexão dessa natureza é o sítio

Corondó, já que todos os 120 indivíduos foram identificados por sexo e idade, uma amostra em

que todas as faixas etárias estão representadas com estreito grau de precisão.

Reunindo todos os indivíduos com adornos no Corondó, tem-se o seguinte quadro:

QUADRO 5: Indivíduos com adornos no Corondó Nº IND IDADE ADORNOS

118 A 0 /1ano 25 dentes humanos, 35 dentes de animais

64 A 6 meses / 1 ano 35 dentes humanos, 9 dentes de animais

110 A 6 meses / 1 ano 13 dentes de felino

111 2 /3 anos 3 dentes de felino

91 9 / 10 anos 11 dentes humanos, 9 dentes de animais, 1pingente lítico

73 15 / 17 anos 18 dentes de animais

125 25 anos 5 vértebras de peixe

120 30 /35 anos 10 vértebras de peixe

122 30 / 35 anos 2 dentes de tubarão, 2 vértebras de peixe

107 + 40 anos 5 dentes de felino, 1 concha

58 45 anos 3 dentes de animais, 4 vértebras de peixe, 1 concha

87 46 anos 1 pingente lítico

52 + 50 anos 1 dente de cachorro-do-mato, 1 unha de capivara, 3 conchas

106 A adulto 6 dentes de felino, 1 dente humano

Associando os fatores idade, quantidade de peças do adorno e material de que este é feito,

obtêm-se dois conjuntos, que destacamos no quadro anterior, o primeiro formado por idades que

vão desde as crianças pequenas até o jovem de 15/17 anos; o segundo constituído de adultos na

faixa de 25 a + 50 anos. O limite etário superior do primeiro conjunto produz um patamar para o

que poderia ser o início da vida adulta no Corondó, pelo critério da quantidade de peças dos

adornos, situado em algum ponto após os 15/17 anos. O patamar etário inferior do segundo

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50

conjunto inicia um padrão diferente, que inclui, de uma maneira geral, adornos feitos de outros

materiais e com menor quantidade de peças.

Chamamos a atenção para o fato de que os elementos que compõem os conjuntos que

construímos não têm caráter absoluto, tanto há criança com número pequeno de peças, como

adulto com um número um pouco maior. São tendências, não verdadeiros padrões. Esta parece

ser uma característica nos acompanhamentos em mounds litorâneos do Rio de Janeiro, que não

haja regras rígidas, que a variabilidade seja a regra.

5.3 ACOMPANHAMENTOS E GÊNERO

Em relação aos gêneros, dificilmente se observa um artefato, utilitário ou não, que apareça

exclusivamente associado a homens ou a mulheres. Tal perfil não parece coerente com uma

divisão estrita de papéis para os gêneros, segundo os modelos Man the Hunter e Woman The

Gatherer, discutidos nos capítulos iniciais desta pesquisa. Se contemplarmos o registro

arqueológico nos seus próprios termos, a grande variabilidade que se observa assemelha-se mais

a uma manifestação de construções simbólicas complexas, expressão de diferentes arranjos e

significados, cuja simbologia nos escapa. Entretanto, contra um fundo geral de plasticidade, é

possível perceber, na distribuição de determinados acompanhamentos, um certo direcionamento,

uma certa tendência para um ou outro gênero.

Da cultura material dos construtores de mounds litorâneos, observam-se, no registro

arqueológico, em contexto funerário, pontas ósseas de vários tipos, elementos líticos e

malacológicos, utilitários ou não, adornos de diferentes materiais e corante, na forma de

concreções ou sedimentos. São artefatos associados tanto ao exercício de atividades de

subsistência, no caso dos utilitários, como às construções simbólicas, como o corante, os adornos,

os líticos ou conchas com corante etc, ressaltando-se, entretanto, que em contexto funerário,

artefatos puramente utilitários também estão imbuídos de atribuição simbólica .

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Analisamos, a seguir, a distribuição dos acompanhamentos funerários entre mulheres e

homens, segundo os sítios ou camadas componentes4. Abordamos inicialmente o corante.

5.3.1 CORANTE

O corante é o componente mais comum em cenário de enterramento e seu uso é muito

antigo. O ocre vermelho aparece pela primeira vez em contextos funerários associado aos

neanderthais e torna-se freqüente no Paleolítico Superior. Embora recorrente em enterramentos,

não é universal, como é comum se pensar, não compõe obrigatoriamente um veículo de

expressão simbólica para toda e qualquer sociedade ou unidade cultural (WRESCHNER, 1980,

p.631).

Por outro lado, estudos etnográficos apuraram que, além de sua associação a construções

simbólicas, o uso de pigmentos pode ter um sentido puramente prático. Em contexto funerário,

por exemplo, para neutralizar odores e ajudar na preservação do corpo. Em contexto da vida

diária, podem ser usados para cauterizar e limpar ferimentos, estancar hemorragias e, como

pintura corporal, para manter o calor do corpo e protegê-lo dos efeitos do frio ou espantar

mosquitos (BAHN, 1998, p.71-72).

Entre os pescadores-coletores do litoral do estado do Rio de Janeiro, o corante aparece na

forma de concreções ou sedimentos coloridos, a maioria na cor vermelha, mas ocorrendo também

na cor amarelada. Em alguns dos trabalhos as descrições são muito sucintas, apontando-se apenas

a ―presença de corante‖, não ficando muito claro sob que forma específica.

Há sítios em que o corante está presente de forma marcante, há sítios onde ele está

totalmente ausente. De uma maneira geral, o corante se distribui entre mulheres e homens, para o

total da amostra, conforme o quadro abaixo:

4 Os acompanhamentos distribuídos segundo os gêneros encontram-se no ANEXO B.

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QUADRO 6: Corante MULHERES Com

corante

HOMENS Com

corante

80 45 99 55

56% com corante

55% com corante

No conjunto prevalece uma distribuição equilibrada entre os gêneros, mas, em situações

específicas podem ocorrer tendências para um ou para outro. Entretanto, nada ocorre de maneira

absoluta, nunca há exclusividade, a não ser para amostras muito pequenas, menos representativas.

Talvez um caso de exclusividade para as mulheres, como uma exceção, ocorra no Beirada, na

situação descrita como ―concreção vermelha sobre o tórax‖. Uma dessas mulheres tem uma ponta

de esporão de raia fincada sobre as costelas e sobre esta ponta há uma concreção vermelha, como

numa alusão ao sangue.

Considerando o significado da presença ou ausência do corante no sítio, em contexto

amplo, observa-se que no Beirada e no Moa, na área de Saquarema, ao longo de toda a ocupação,

os enterramentos se caracterizam por forte presença de corante e sedimentos vermelhos. Eles se

apresentam em formas elaboradas, envolvendo os ossos, sobre membros inferiores, em

concreções sobre o tórax. No Beirada camada III, as concreções e os sedimentos vermelhos são

as únicas formas de acompanhamento descritas. Por outro lado, nos sambaquis de Saquarema e

Pontinha, os corantes e os sedimentos vermelhos mostram-se praticamente ausentes dos

enterramentos. São eles os dois sítios representativos da ocupação final dos sambaquieiros na

área de Saquarema. A ausência do corante nos contextos funerários de ambos seria mais um

elemento de contraste, caracterizando essa fase da ocupação.

Se em todos os casos os corantes representavam acompanhamento ou não, não é possível

determinar, o que fica claro é que, sua ausência ou presença, não são exclusivos a qualquer um

dos gêneros.

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53

5.3.2 PONTAS ÓSSEAS

Os artefatos encontrados em enterramentos descritos como pontas ósseas se apresentam

distribuídos entre mulheres e homens conforme o quadro abaixo:

QUADRO 7: Pontas ósseas Nº DE MULHERES E HOMENS

COM PONTAS ÓSSEAS

SÍTIO M H

Ilhote do Leste - 9

Zé Espinho A 1 1

Zé Espinho D - 1

Itaúnas 1 1

Saquarema 1 -

Pontinha (I) - 1

Pontinha (II) 1 -

Pontinha (III) - 1

Corondó (I) 1 -

Corondó (II) 1 -

Corondó (III) 2 1

Corondó (IV) 1 2

Ilha da Boa Vista I 1 1

Tarioba - 2

Selecionamos apenas as pontas ósseas com provável função de ponta de projétil, não

incluindo as descritas como furadores, nem aquelas associadas à causa mortis do indivíduo. Esta

escolha se baseia no fato de que usualmente se associa a atividade de caça aos homens e,

supostamente, as pontas de projétil tenderiam a ocorrer predominantemente para eles, se fosse

esse o caso, e uma divisão entre os gêneros seria visível.

O quadro de distribuição das pontas apresenta um perfil geral de equilíbrio, com um

pequeno predomínio para os homens, com exceção do sítio Ilhote do Leste, em que aparecem

exclusivamente associadas a eles. Considerados todos os sítios da amostra obtida, para um total

de 31 indivíduos com pontas ósseas, cerca de 68% são homens e 32% mulheres, mas, se

excluirmos os 9 homens do Ilhote do Leste, para o restante do conjunto há cerca de 55% de

homens e 45% de mulheres com pontas ósseas, um perfil de não exclusividade de gênero para

este acompanhamento.

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54

No estudo de Cristina Tenório sobre o Ilhote do Leste só há duas mulheres identificadas,

entre os 33 indivíduos que compõem o conjunto (TENÓRIO, 2003), e elas não têm pontas nem

colares de dentes de animais entre seus acompanhamentos, ambos apenas associados a homens.

Um estudo de Cláudia Rodrigues-Carvalho (RODRIGUES-CARVALHO, 2004) relaciona 8

mulheres no Ilhote, número bem mais expressivo que poderia confirmar, ou contrariar, o perfil

descrito para o sítio em questão, mas, pela natureza do estudo, dele não constam informações de

acompanhamento funerário. Embora as pontas ósseas possam predominar para os homens no

geral, elas ocorrem também para as mulheres em diversos sítios, conforme mostrou o quadro

acima5.

O exemplo das mulheres Agta (povo das Filipinas) não permite excluir a possibilidade de

que essas mulheres concretamente realizassem a caça (ou pesca), seja em seu sentido amplo,

participando do conjunto das atividades envolvidas, seja como caçadoras de pequenos animais,

pelo menos.

[As mulheres Agta] contribuem substancialmente para a subsistência diária de

suas famílias e participam fortemente das decisões tanto na família como nos

grupos residenciais. Além disto, em contradição a um dos cânones sagrados da

antropologia, as mulheres de uma determinada área caçam animais [como

porcos selvagens e veados]. [...] As mulheres participam em todas as atividades

de subsistência das quais os homens participam. Negociam com fazendeiros,

pescam nos rios, coletam vegetais na floresta. As tarefas não são idênticas,

entretanto, alguma divisão sexual do trabalho existe [...]. no rio Malibu, as

mulheres Agta são excelentes caçadoras com arco e flecha. (ESTIOKO-

GRIFFIN & GRIFFIN, 1981, p.121-129, tradução nossa)

5 Na área escavada por Kneip e Machado no Moa não há referência a pontas ósseas para homens ou mulheres em

contexto funerário. Nos sepultamentos escavados por Imázio, em outra área do mesmo sítio, elas ocorrem (IMÁZIO

2001: 71). Há aparentemente uma discrepância entre os dois conjuntos de acompanhamentos, não apenas quanto às

pontas ósseas, mas também com relação aos adornos, pouco numerosos nas descrições dos acompanhamentos de

Kneip e Machado, mas relatados em grande quantidade e variedade para a área funerária escavada por Imázio. (Os

acompanhamentos descritos por IMÁZIO, entretanto, não foram discriminados por esqueletos, motivo porquê a

referência não foi incluída nas Fichas de Sepultamentos).

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55

(Foto reproduzida de ESTIOKO-GRIFFIN & GRIFFIN 1981)

5.3.3 LÍTICOS

Apresentamos a seguir, a distribuição de acompanhamentos líticos entre mulheres e

homens. Incluímos no primeiro quadro os líticos que nas descrições arqueográficas aparecem

com função especificada e claramente atribuídos a um determinado homem ou mulher. Os

associados a enterramentos coletivos, ou os referidos apenas como ―líticos‖ não foram

considerados. (Os ―seixos pintados‖ foram abordados à parte.) Temos o seguinte quadro:

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QUADRO 8: Líticos Nº DE MULHERES E HOMENS

COM LÍTICOS

SÍTIO M H OBS.

Ilhote do Leste - 6 M: -

H: polidor (2H); lascas (4H).

Zé Espinho A 1 1 M: percutor-polidor.

H percutor-polidor.

Zé Espinho D 1 - M: percutor.

H: -

Moa II 1 1 M: almofariz.

H: quebra-coquinho.

Forte (I) - 1 M: -

H: almofariz

Massambaba 1 2 M: lascas.

H: lascas (1H); raspador, faca (1H)

Corondó (I) 1 - M: raspadores.

H: -

Corondó (II) 1 1 M: raspador.

H: percutor.

Corondó (III) 1 - M: polidor-raspador.

H: -

Corondó (IV) 1 4 M: moedor.

H: facas (1H); percutor (1H); polidor (1H); raspador (1H)

Ilha da Boa Vista I - 1 M: -

H: percutor-polidor.

No geral, temos mulheres e homens com ―polidores‖, ―raspadores‖, ―percutores‖,

almofarizes. ―Lascas‖, por si sós, não definem claramente uma função, elas ocorrem mais

comumente associadas ao uso como ―raspadores‖ ou ―facas‖ (LAMING-EMPERAIRE, 1967, p.

67) e, assim denominadas, aparecem também para homens e mulheres. Há uma única mulher com

―moedor‖, um único homem com ―quebra-coquinho‖. O conjunto não define uma polaridade de

gênero em relação a qualquer dos artefatos líticos utilitários, nem se quer uma tendência, com

exceção do Ilhote do Leste, com um número absoluto de homens acompanhados por artefatos

líticos polidores e lascas, mas, neste caso, pode estar ocorrendo, também, o mesmo fator de sub-

representação das mulheres na amostra, como ocorreu em relação às pontas.

Um quadro separado para as ―lâminas de machado polidas‖ (ou ―lascadas e polidas‖)

indicaria para este acompanhamento lítico um perfil predominantemente masculino de atribuição,

conforme o quadro abaixo:

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QUADRO 9: Lâminas de machado polidas Nº DE MULHERES E HOMENS

COM LÂMINA DE MACHADO POLIDAS

SÍTIO M H

Ilhote do Leste 1 4

Zé Espinho A - 1

Moa (I) - 1

Moa (II) 2 3

Forte (I) - 1

A lâmina de machado polida é artefato marcante no Moa (BARBOSA, 2007, p.144). Há

sete lâminas de machados em enterramentos e elas se mostram assim distribuídas:

QUADRO 10: Lâminas de machado/Moa LÂMINAS DE MACHADO / MOA

Nº IND IDADE DESCRIÇÃO

1 H 30 / 35 anos 2 lâminas de machado. Enterramento secundário

10 H 30 / 35 anos 2 lâminas de machado

17 H + 25 anos 1 lâmina de machado entre os úmeros.

18 M 30 / 35 anos 1 lâmina de machado sob vértebras lombares.

12 M 40 / 50 anos 1 lâmina de machado.

São quatro lâminas atribuídas a dois homens na faixa de 30 / 35 anos, cada um com duas

lâminas de machado, um deles em enterramento secundário; uma atribuída a um terceiro homem,

mais jovem que os outros dois; uma lâmina para uma mulher, de 30/35 anos e outra para uma

outra mulher, na faixa de 40/50 anos.

Considerando a quantidade como um componente das construções simbólicas no universo

dos acompanhamentos funerários, uma lâmina única para as mulheres, ambas com mais idade,

sendo uma delas bem idosa para os padrões em sambaquis, as colocariam em patamar simbólico

semelhante ao do homem mais jovem com apenas uma lâmina. Em termos de status social

relativo, esse conjunto indicaria, no âmbito da atribuição simbólica das lâminas de machado, um

patamar inferior para as mulheres, que não seria equivalente ao dos homens na mesma faixa

etária aproximada.

Ampliando a interpretação para além das categorias de hierarquização, é possível pensar

esse perfil do registro arqueológico em termos do que ocorre na sociedade Mebengokre (grupo

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Jê, do Brasil Central), estudada por Vanessa Lea, em que ―a idade tende a dissolver a distinção

entre os sexos [...] quando as mulheres tornam-se avós, detêm o mesmo prestígio que os avôs, e

até falam em reuniões importantes na casa dos homens. [...] É como se a sexualidade se

evaporasse na velhice, dissolvendo a distinção entre homens e mulheres.‖(LEA 1994, p.99-100)

A distribuição das lâminas de machado polidas para o Ilhote do Leste, um artefato

emblemático para o sítio, de cunho fortemente simbólico, encontrado apenas nos enterramentos,

segue o mesmo perfil, homens de todas as idades, mulher de mais idade (TENÓRIO, 2003,

p.452):

QUADRO 11: Lâminas de machado/Ilhote do Leste LÂMINAS DE MACHADO / ILHOTE DO LESTE

Nº IND IDADE DESCRIÇÃO

S7 (8) H 15 / 17 anos (O acompanhamento mais elaborado de todos).

(32) H 20 / 34 anos Machado sobre o joelho.

B1 (25) H 45 / 55 anos 1 lâmina maior sobre 1 lâmina menor, próx. à escápula e crânio.

A6 (21) H - -

D1 (31) M 30 / 45 anos -

O grande número de homens representados no Ilhote do Leste, 13 em 17 indivíduos

identificados, tornaria ainda mais significativo o fato de que a mulher acompanhada por lâmina

de machado, artefato de forte conotação masculina para o sítio, seja a de maior idade, entre as

duas únicas mulheres identificadas na amostra.

5.3.4 SEIXOS PINTADOS

Dentre os artefatos líticos, os seixos polidos, com ou sem corante, parecem se incluir

entre os acompanhamentos imbuídos de uma função simbólica especial, por sua associação ao

corante e por sua disposição especial em muitos dos enterramentos, conforme aparecem nas

descrições. A alguns também é atribuída função utilitária. Eles se apresentam assim distribuídos:

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QUADRO 12: Seixos pintados/com corante SEIXOS PINTADOS/COM CORANTE

SÍTIO IND IDADE DESCRIÇÃO

Zé Espinho A M 25/35 a 1 percutor-polidor com corante.

Moa (I) H 25/30 a 1 seixo pintado

Moa (II) M 18/19 a 2 seixos pintados próximos ao fêmur E e ossos dos pés

Corondó (I) M 30/35 a 1 seixo pintado / raspador.

Corondó (II) M 30/35 a 1 seixo pintado / raspador no lado E do esqueleto.

Corondó (III) M

C

+ 30 a 6m/1a

1 fragmento de seixo de quartzo impregnado de ocre no contexto dos ossos humanos.

M

C

41 a

6m/1a

1 seixo oval impregnado de corante amarelado junto

à mulher e à criança.

M

6 C

25 / 30 a

várias

1 seixo pintado entre os esqueletos da mulher e das

6 crianças.

Corondó IV M

M

57 a + 50 a

Seixo pintado junto aos membros inferiores do esqueleto, no mesmo enterramento de mulher de + 50 anos (ent. sec.)

M

4 C

20/25 a

várias

2 seixos pintados moedores próximos aos membros

inferiores do esqueleto.

M

M

H

4 C

17/18 a

+ 30 a 26 a

várias

1 seixo pintado (raspador) associado a todo o enterramento

múltiplo.

H + 50 a 1 seixo de quartzo (batedor) impregnado de ocre.

Tarioba M

H

C

30 /35 a

até 25 a 2 / 3 a

1 seixo inteiro de quartzo manchado de pigmento vermelho

no enterramento secundário triplo.

H 35 / 45 a 1 frag. de seixo de quartzo manchado de pigmento vermelho.

No Corondó, o seixo pintado se apresenta fortemente ligado às mulheres e aparentemente

imbuído de um caráter associativo em enterramentos de mulheres com crianças.

Para o conjunto dos outros sítios, o seixo pintado aparece para os dois gêneros, sem nenhum

caráter de predominância.

5.3.5 CONCHAS

As conchas podem ocorrer nos enterramentos de pescadores-coletores imbuídas de um

caráter simbólico, seja na forma de pingentes, seja pela maneira como estão dispostas no contexto

funerário. Como artefatos utilitários, elas aparecem nos enterramentos em número

surpreendentemente pequeno, sem que se possa associá-las especialmente a nenhum dos gêneros,

como mostra o quadro:

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QUADRO 13: Conchas Nº DE MULHERES E HOMENS

COM ARTEFATOS UTILITÁRIOS DE CONCHA

SITIO M H OBS.

Peri - 1 Concha com orifício central ―junto ao sepultamento‖.

Ilhote do Leste - 1 Descritos como ―artefatos malacológicos‖.

Moa (II) 1 - Raspador de Amiantis purpurata.

Corondó (II) 1 1 F: ―1 artefato malacológico‖; M: 1 artefato de Megalobulinus sp.

Corondó (III) 1 - 1 artefato de Macrocalista maculata.

Alguns dos contextos em que as conchas manifestam um caráter simbólico especial são

bastante interessantes. No sítio Itaúnas, elas aparecem cobrindo as órbitas da face em dois

indivíduos, uma mulher e um homem, em um enterramento triplo; no Zé Espinho ―A‖, 15

conchas Lucina pectinata, sem uso ou marcas de trabalho, estão arrumadas junto ao crânio de

uma mulher; no Corondó (IV), uma concha banhada de ocre ocorre entre dois enterramentos (Nº

86 e 87), um deles tratando-se de um homem de 46 anos com pingente lítico, facas de quartzo

hialino e uma ponta óssea pintada. O museu a céu aberto do sítio Beirada, em Saquarema, exibe o

enterramento de um indivíduo com várias conchas dispostas sobre o tórax, dando a idéia de um

manto.

5.3.6 ADORNOS

A classificação como adorno envolve aspectos como presença de orifício, disposição

seqüencial das peças e posição no corpo no contexto do enterramento. Em determinadas

circunstâncias, vértebras sem orifício também são entendidas como adornos. Os adornos

encontrados em enterramentos de pescadores-coletores são confeccionados em diferentes

materiais como conchas, líticos, vértebras de peixe e dentes de animais, entre os mais comuns.

Dentes humanos como adornos só aparecem em um único sítio do nosso universo de dados, o

Corondó. Na Ilha de Santana relata-se a presença de dentes humanos próximos a um indivíduo de

meia-idade, porém não são descritos como acompanhamentos. Não têm orifício e, pelas

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61

características desses dentes, diversas das dos habitantes locais, foram interpretados com

possíveis ―troféus‖ (LIMA, 1991, p.632).

Os adornos se distribuem para mulheres e homens da seguinte forma:

QUADRO 14: Mulheres e homens com adornos MULHERES E HOMENS COM ADORNO

SÍTIO VÉRT.

PEIXE

CONCHA LÍTICO DENTE

ANIMAL

DENTE

HUMANO

OUTROS OBS.

M H M H M H M H M H M H -

Algodão (inf.) - - - - - - 1 - - - - - -

Ilhote do Leste - - - - 1 - - 3 - - - - -

Zé Espinho A - - - 1 - - - - - - - - -

Itaúnas - - - - - - - - - - - 1 1 placa óssea perfurada.

Beirada (I) - 1 - - - - - - - - - - -

Beirada (II) - 1 - - - - 1 - - - - - -

Saquarema 1 - - - - - - - - - - - Enfileiradas, sem perf. ,junto aos pés.

Forte (I) - 2 - - - - - - - - - - Enfileiradas, com e sem perfuração.

Massambaba - - 1 - 1 - - - - - - - -

Corondó (I) 1 - 1 - - - 1 - - - 1 - 1 unha de mamífero com perfuração.

Corondó (II) 1 - - 1 - - 2 2 1 - - - -

Corondó (III) - 1 - 1 - - 1 - - - - 1 2 frags. de diáfise pols. p/ H nº 58

Corondó (IV) - - - - - 1 - - - - - - -

I. Boa Vista (I) - - - - - - 1 - - - - - -

Há adornos de vértebras de peixe, de conchas, líticos e de dentes de animais para homens e

mulheres no conjunto dos sítios. Gostaríamos de ressaltar a forte presença de dentes de animais

para as mulheres, que é especialmente marcante no Corondó, mas que não se restringe a ele. No

Ilhote do Leste, as duas mulheres identificadas têm dentes de animais sem perfuração, não

descritos como adorno, motivo pelo qual não foram incluídas no quadro. No estudo referencial

que utilizamos para o Ilhote do Leste, dentes de animais são acompanhamentos marcadamente

masculinos. No todo, entretanto, são no mínimo quatro os sítios onde há mulheres com dentes de

animais e dois os sítios onde existem homens com dentes de animais, uma pequena

predominância para as mulheres para este tipo de adorno, os quais, juntamente com as pontas

ósseas, em termos da nossa cultura, esperaríamos encontrar predominantemente associados ao

gênero masculino. O quadro abaixo, da distribuição dos adornos com dentes identificados, mostra

que não há associação exclusiva de animal a nenhum dos gêneros:

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QUADRO 15: Adornos de dentes de animais ADORNOS DE DENTES DE ANIMAIS IDENTIFICADOS

SÍTIO IND Nº ANIMAL

Ilhote do Leste H 1 felino

H 20 seláquio e primata

H 23 seláquio

Beirada (II) M 16 primata

Corondó (I) M 52 cachorro do mato

Corondó (II) M 106 A felino

M 122 seláquio

H 107 felino

H 108 cachorro do mato

Só há adornos de dentes humanos no Corondó, são dois, cada um com uma única peça. Um

dos adornos está associado a uma mulher. O outro indivíduo não teve o sexo identificado.

Não foi estabelecida a procedência desses dentes humanos que compõem os adornos do

Corondó, se provenientes do próprio grupo ou se originários de outra população. Caso se tratem

de dentes da população local, poderiam se constituir em relíquias de antepassados. A outra

hipótese, de origem externa, traz a idéia de se constituírem em troféus, como é aventado por

Andrade Lima para os dentes humanos avulsos encontrados próximos a enterramento na Ilha de

Santana, com padrão diferente do padrão dentário local (LIMA 1991, p.632). A segunda

possibilidade pressupõe conflito e violência intergrupal entre os construtores de sambaquis do

litoral do estado do Rio de Janeiro, uma hipótese que até agora não foi confirmada6. (LESSA;

MEDEIROS, 2001).

5.3.7 REFLEXÕES SOBRE UM PERFIL DE ACOMPANHAMENTOS

No Corondó, as mulheres e os homens com adornos se distribuem, segundo as camadas de

ocupação, da seguinte forma:

6 A análise do material proveniente do Corondó nos foi proposta pela Profª Drª Claudia Rodrigues-Carvalho, estudo

que pretendemos realizar em breve, sob sua orientação.

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QUADRO 16: Nº de mulheres e de homens com adornos no Corondó CAMADA TOTAL POR CAMADA: COM ADORNOS

MULHERES HOMENS MULHERES HOMENS

I 4 0 3 -

II 10 4 2 1

III 6 3 0 1

IV 12 17 0 1

Há homens com adornos desde as camadas mais antigas (III e IV) até as camadas mais

recentes (I e II). As mulheres não têm adornos nas duas camadas mais antigas, mesmo estando

presentes em um número representativo. Nas camadas mais recentes, aparecem as mulheres com

adornos, em quantidade significativa, mesmo para uma amostra pequena como a amostra da

camada I. Se os adornos têm um significado especial, alguma forma de mudança ao nível das

representações simbólicas pode ter ocorrido ao longo dos mil anos de existência do Corondó,

manifestada nessa atribuição de adornos para as mulheres nos períodos mais recentes. Essa idéia

foi desenvolvida em um estudo elaborado em conjunto com Gaspar, no qual aventamos a

hipótese de que a mudança na atribuição de adornos corresponderia a um aumento do prestígio

feminino ao longo do tempo (ESCÓRCIO; GASPAR, 2005). Entretanto, uma ampliação da

perspectiva sobre os acompanhamentos funerários pode adicionar outros elementos à discussão,

se incluirmos todos os enterramentos com acompanhamentos ricos, significando a inclusão dos

enterramentos com quantidade e variedade de componentes, mesmo que sem adornos.

Organizando os dados segundo as camadas, o sexo e a idade, obtemos o seguinte quadro:

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QUADRO 17: Distribuição dos acompanhamentos elaborados, por camadas AMOSTRA - MULHERES: 14 / HOMENS: 4 CAMADAS I e II

Nº IND IND IDADE ACOMPANHAMENTO

110 A C 6 meses / 1 ano Corante, 13 dentes de felino, 1 ponta

111 C 2 / 3 anos Corante vermelho e amarelo, 3 dentes de felino, 1 concha (inst.)

73 ADL 15 / 17 anos Corante, 1 polidor, 1 polidor / quebra-coco, 18 dentes de animais.

125 M 25 anos 5 vértebras de peixe perfs.

120 M 30 / 35 anos Corante vermelho e amarelo ao longo do esq., 10 vértebras de peixe perfs.com canutilho,

ósseo, 1 raspador lítico, 1 seixo pintado raspador, 1 ponta dupla, 3 artefatos de concha.

122 M 30 / 35 anos Corante vermelho, 2 dentes de seláquio perfs., 2 vértebras de peixe pols. e perfs.,

1 seixo pintado (raspador), 1 lítico raspador.

52 M + 50 anos Corante em torno do esq., 1 dente de cachorro do mato, 3 concha perfs., 1 unha de

capivara perf., 1 ponta óssea.

106 A M - Corante, 8 artefatos ósseos dispostos em torno do esq., 6 dentes de felino,

1 dente humano perf.

123 - + 25 anos 1 seixo de gnaisse, 1 ponta óssea, 1 frag. de concha, 3 vértebras de peixe pols. e perfs.

com canaleta, 1 dente humano perf., palha calcinada.

107 H + 40 anos Corante, 1 seixo de quartzo (batedor), 1 artefato de concha, 5 dentes de felino, 1 adorno

de concha.

AMOSTRA - MULHERES: 18 / HOMENS: 20 CAMADAS III e IV

64 A C 6 meses / 1 ano Corante, 35 dentes humanos, 9 dentes de animais, 206 frags. de concha impreg. de ocre.

118 A C 0 / 1 ano Corante, 25 dentes humanos, 35 dentes de animais, areia impregnada de corante

avermelhado associando os esqueletos 118 A e 118 B (C, 6 meses).

91 C 9 / 10 anos Corante, 1 pingente lítico, 11 dentes humanos, 9 dentes de animais, resíduos de cipó.

72 A M 41 anos Corante, 1 lítico polidor, 1 lítico raspador, 1 ponta óssea, 1 concha.

58 H 45 anos Corante ocre e avermelhado, 4 pontas ósseas, 1 concha perf., 3 dentes de animais,

4 vértebras de peixe pols. e perfs., 2 frags. de diáfise (―canutilho‖) com corante.

87 H 46 anos Corante, 2 facas de quartzo hialino, 1 ponta, 1 lítico pingente.

Se observarmos a coluna das idades, nas camadas III e IV há apenas homens e mulheres de

mais de 40 anos e crianças com acompanhamento rico. Não se observam idades intermediárias

entre esses dois extremos que estejam portando acompanhamento rico. Nas camadas I e II,

continuam os acompanhamentos ricos para pessoas acima de 40 e crianças, aparecem os adornos

para as mulheres, mas aparecem também acompanhamentos ricos para todas as faixas etárias

intermediárias entre idosos e crianças.

Temos, assim, dois perfis distintos de atribuição de acompanhamentos ricos, contra um

pano de fundo comum em que nos dois períodos, o mais antigo e o mais recente, a maioria dos

indivíduos, de todas as faixas etárias, apresenta, no registro arqueológico, pouco ou nenhum

acompanhamento.

O perfil de distribuição dos acompanhamentos ricos do período mais antigo do Corondó se

aproxima do perfil esperado para uma sociedade em que se adquire status pelos méritos

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conquistados ao longo da vida: apenas mulheres e homens de mais idade, com acompanhamento

rico; e crianças, umas poucas, talvez com acompanhamento rico por sua associação a essas

pessoas idosas.

O perfil de distribuição dos acompanhamentos ricos, no período mais recente, se encaixaria

no perfil descrito a seguir: ―quando o status é atribuído no nascimento, baseado em

ancestralidade, ele varia pouco no curso da vida do indivíduo, enterramentos ricos perpassariam

todos os grupos de idade, com infantes, jovens adultos e adultos apresentando quantidade e

variedade em seu acompanhamento funerário‖ (MACDONALD, 2001, p. 708, tradução nossa).

A mudança de longo prazo observada no registro arqueológico, anteriormente percebida

como manifestação material de uma transformação ocorrida no âmbito das representações do

feminino, se imbuiria, dentro de uma perspectiva mais ampla, de indicativos de uma mudança

social mais profunda, de uma sociedade com status adquirido, para uma sociedade com status

herdado, hipótese que propomos como discussão.

5.4 CENÁRIOS

Até este ponto conduzimos uma abordagem sob o enfoque do acompanhamento funerário,

buscando, com este procedimento, identificar associações específicas de determinados artefatos

aos gêneros. Chegamos um quadro em que os papéis não se apresentam rigidamente divididos,

observando-se, de forma geral, um equilíbrio na atribuição dos acompanhamentos por gênero.

Ocorrem tendências para um ou outro, mas dificilmente exclusividade.

Apresentamos, nesta seção, a descrição de alguns sepultamentos. Alguns dos trabalhos que

tomamos como referência apresentam descrições bastante pormenorizadas dos contextos

funerários, outros são muito sucintos nos relatos. Alguns dos contextos, ou ―cenários‖ que

selecionamos são destacados pelos próprios pesquisadores como especiais, ou mais interessantes.

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Buscamos ler o contexto funerário sob um enfoque centrado no gênero e à luz do que indicaram

as análises dos artefatos vistos de forma isolada.

Em toda a extensão espacial e temporal de nossa amostra, não há um único enterramento

igual ao outro. A semelhança só é maior quando a descrição corresponde a ausência de

acompanhamento. Onde eles existem, a variabilidade é a regra. Mesmo existindo elementos

comuns, recorrentes, os arranjos, as disposições, as quantidades variam, sempre produzindo um

cenário próprio, exclusivo àquele enterramento em especial.

Os cenários que escolhemos abrangem, aproximadamente, toda a extensão geográfica e

temporal da amostra. São contextos de enterramento do Ilhote do Leste, Itaúnas, Forte e Corondó.

ILHOTE DO LESTE

No Ilhote do Leste, só há duas mulheres identificadas, uma mais jovem (S5, Nº6), e outra

com idade avançada (D1, Nº 31). Contrastamos esses enterramentos com os enterramentos de

um homem jovem (S7, Nº 8) e de um homem de mais idade (B1 Nº 25).

Sepultamento S5, Nº6 – mulher jovem

Trata-se do enterramento de uma mulher de 18 / 20 anos, sepultada junto a uma rocha.

Como acompanhamento, ela leva um pingente lítico e junto a ela há um dente de animal. (O

estado de conservação não permitiu determinar a orientação do corpo ou da face).

Sepultamento S7, Nº8 – homem jovem

Este homem jovem, na faixa de 15 / 17 anos teve o crânio coberto de conchas e uma lâmina

de machado depositada sobre sua cabeça. Ele está acompanhado de numerosas pontas ósseas, um

adorno de canutilhos de osso – artefatos pouco comuns – e dois dentes de tubarão. Os ossos

foram tingidos de amarelo e havia argila sobre a pélvis. Do ritual funerário restaram vestígios de

peixe e macaco. Este é o enterramento mais elaborado do Ilhote do Leste.

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(Corpo posicionado em decúbito lateral direito, sentido norte/sul, face voltada para

noroeste.)

Sepultamento D1, Nº 31 - mulher mais velha

É uma mulher na faixa de 30 / 45 anos, acompanhada de uma lâmina de machado. Ao

enterramento estão associadas uma fogueira e concreção avermelhada.

(Corpo em decúbito lateral direito, sentido sul/norte, face voltada para nordeste.)

Sepultamento B1 (Nº 25)7 – homem de idade avançada

Este homem, de 45 / 55 anos de idade, tem duas lâminas de machado próximas à escápula e

ao crânio, a maior posicionada sobre a menor (nº 3 e 4 no desenho). Um pouco acima das lâminas

à direita (nº 6) há um seixo-alisador; à esquerda (nº 8) e entre as costelas (nº7) encontram-se

fragmentos de lâminas de machado; no pescoço (nº 1) há um lítico triangular em basalto;

próximo ao braço direito (nº 2), um fragmento ou núcleo de bloco de arenito, e próximo às

costelas (nº 5) está posicionado um quebra-coquinho ou batedor. Grandes ―lápides‖ encontram-se

sobre seus pés. Há corante no sepultamento.

(Corpo semi-fletido em decúbito lateral direito, no sentido sul/norte, face direcionada para

sudeste).

7 O desenho esquemático do Nº B1 (25) e sua descrição pormenorizada nos foram gentilmente cedidos pela Profª Drª

Cristina Tenório. Desta descrição constam mais itens de acompanhamento do que aqueles arrolados na Fichas de

Sepultamentos (ANEXO).

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(Desenho de Cristina Leal, cedido por Cristina Tenório)

Os dois enterramentos masculinos apresentam-se, aparentemente, mais elaborados do que

os enterramentos femininos, na forma de maior quantidade de artefatos e no que isto possa

implicar construções simbólicas.

A mulher de mais idade tem uma lâmina de machado, a única com uma mulher, o homem

mais velho tem duas, e há vários outros homens com lâminas de machado. É uma situação

semelhante àquela descrita para o Moa. A presença da lâmina de machado no enterramento

feminino pode ser interpretada como uma aproximação desta mulher ao universo masculino

simbolizado pela lâmina; a quantidade menor de lâminas talvez estabelece alguma forma de

diferenciação em relação ao homem. Dentes de animais aproximam a mulher e o homem jovens.

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É comum ao homem jovem, ao mais velho e à mulher mais velha, o corpo posicionado em

decúbito lateral direito.

Níveis simbólicos de aproximação, níveis simbólicos de diferenciação.

ITAÚNAS

Sepultamento Nº1 (triplo) – dois homens e uma mulher

(Foto: reproduzida de BARBOSA 2007)

Trata-se de um sepultamento primário minuciosamente descrito por Márcia Barbosa

(BARBOSA, 2007, p.164) em todas as suas etapas, de cuja descrição apresentamos um resumo.

A área em redor do sepultamento estava delimitada por estacas que possivelmente sustentariam

uma estrutura leve. Os três indivíduos, dispostos em uma mesma orientação, encontravam-se

cobertos por sedimento arenoso avermelhado que impregnou ossos, objetos e fauna que

compunham a parafernália ritual. A mulher à esquerda no conjunto tem cerca de 30 anos de

idade. Ela encontrava-se em decúbito dorsal com a face para cima, em posição estendida dos

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membros inferiores e superiores. Duas valvas de Lucina pectinata foram posicionadas sobre cada

órbita da face, havia uma ponta óssea sobre o fêmur direito. Ao centro, um homem de cerca de

20 anos, membros igualmente estendidos, em decúbito dorsal e face voltada para o Leste. Duas

valvas de Lucina pectinata cobriam as órbitas da face deste homem, um seixo polido

posicionava-se entre seus membros inferiores e outro na altura da mão direita. O terceiro

indivíduo trata-se de um homem de mais de 20 anos, em decúbito ventral, face para Oeste e

membros inferiores e superiores estendidos. Este homem tinha um adorno de placa óssea e duas

pontas junto às costelas, lado direito.

Na interpretação de Márcia Barbosa, as características do sepultamento indicam algum tipo

de relação entre os três, compondo um ―grupo de afinidade‖8, reforçada por ocasião da morte, ao

mesmo tempo em que o ritual também os diferencia, remetendo, possivelmente, a diferenças de

status.

Ocorre, ao mesmo tempo, uma construção simbólica da diferença e uma construção

simbólica da semelhança, como ressaltou Márcia Barbosa. O enterramento comum, o sedimento

com corante avermelhado que os recobre, o mesmo direcionamento dos corpos aproximam os

três. Temos mulher e homem com conchas cobrindo as órbitas da face, há mulher e homem com

pontas ósseas associadas. Um dos homens tem seixos polidos, o outro não. Em um único

conjunto podemos ver expressado o que tentamos mostrar anteriormente, na abordagem focada

nos artefatos. Os gêneros se constroem sem barreiras rígidas. A mulher tem acompanhamentos

que são comuns com os homens. Elementos simbólicos aproximam a mulher daquele homem que

também tem uma ponta óssea em seu enterramento, ao mesmo tempo em que outros elementos

simbólicos os diferenciam, como o adorno de placa óssea atribuído a ele. É o mesmo adorno que

8 O conceito de grupo de afinidade, formulado por GASPAR, designa ―o conjunto de indivíduos sepultados próximos

uns dos outros em área circunscrita ao longo de um período de tempo relativamente curto‖.

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também diferencia este homem do outro, que por sua vez tem um seixo polido que ele e a mulher

não têm. Questões de diferenças de status podem estar em jogo, como sugeriu Márcia Barbosa,

indicativas de níveis sociais relativos de superioridade/inferioridade, mas também podem estar

sendo expressas diferenciações e aproximações, elaborações simbólicas de igualdade /

desigualdade indicativas das diferentes personas sociais que um mesmo indivíduo pode encarnar

dentro de um grupo social, que não são necessariamente superiores ou inferiores, mas

simplesmente diferentes.

FORTE

Escolhemos 3 situações para o Forte, uma mulher, a única identificada da amostra (Nº 14),

e dois homens, um deles com o acompanhamento mais elaborado do conjunto (Nº 7).

Sepultamentos Nº 14 e Nº 11 (dois homens)

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(Sepultamentos Nº 7 e Nº 11, reproduzidos de KNEIP 1977)

O homem do sepultamento Nº 7 tem vários acompanhamentos: um almofariz, uma lâmina

de machado polida, seixos, vértebras de peixe polidas enfileiradas sob o pé direito e duas

mandíbulas de teiú, um réptil.

(Corpo em decúbito lateral esquerdo, perna direita fletida, perna esquerda estendida, os

dois braços alongados sobre a perna fletida).

O outro homem tem matéria corante amarelada entre as costelas e um fragmento lítico sobre

uma das órbitas da face.

(Corpo em decúbito lateral direito, pernas fletidas).

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Sepultamento 14 (mulher jovem)

(Reproduzido de KNEIP 1977)

A mulher é jovem, junto ao seu crânio encontra-se matéria corante amarelada e sobre ele

há um fragmento lítico. Os braços, semi-fletidos, tinham as mãos apoiadas sobre o ventre.

(Corpo em decúbito dorsal).

Lina Kneip (KNEIP, 1977) vê diferenças de status nas formas de elaboração do

acompanhamento. Deste ponto de vista, o homem com mais acompanhamento teria um status

especial. Ele tem uma série de acompanhamentos, incluindo a lâmina de machado, que no Moa e

no Ilhote do Leste aparece fortemente associada ao universo masculino. É o enterramento mais

elaborado do Forte, em quantidade de acompanhamentos.

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Haveria também construções de diferenças que não implicam necessariamente hierarquia.

A construção simbólica associada à mulher, de deposição do fragmento lítico sobre seu crânio e a

presença de corante de coloração amarelada junto a ele, têm elementos de semelhança com a

composição simbólica atribuída ao homem do sepultamento de Nº 11, com corante amarelado

entre as costelas e um lítico depositado na órbita esquerda da face. Líticos e corante amarelado,

porém em arranjos próprios, diferenciados.

Os dois homens encontram-se em decúbito lateral, um esquerdo e outro direito, a mulher se

encontra em decúbito dorsal. Poderia ser um traço de delimitação entre gêneros, mas há um outro

homem no conjunto (Nº 13) em decúbito dorsal também.

CORONDÓ

Selecionamos da amostra deste sítio, dois cenários de enterramento conjunto de adulto com

criança: uma mulher e uma criança (Nº 72 A, Nº 64 A), um homem e uma criança (Nº 88, Nº 91).

Sepultamento 64 A / 72 A - mulher e criança

A mulher e a criança estão enterradas juntas em um sepultamento múltiplo que envolve

outras crianças e outra mulher. Trata-se de uma mulher de cerca de 41 anos que tem como

acompanhamentos associados a ela dois artefatos líticos – um polidor e um raspador – um

instrumento de concha Macrocalista maculata e uma ponta óssea. Há corante em torno dos dois

esqueletos e um seixo pintado é associado a ambos. A criança encontra-se, como mostra o

esquema abaixo, em orientação oposta a da mulher, sobre seus membros inferiores. Ela tem entre

6 meses e 1 ano de idade e junto ao seu crânio encontram-se, como adornos, 35 dentes humanos,

9 dentes de animais (3 de jacaré, 5 de primata e 1 de seláquio) e ainda 206 fragmentos de

conchas, como ―canutilhos‖, impregnadas de ocre. A criança encontra-se envolvida por lentes de

areia rosada, branca e amarela, assim como as outras crianças do conjunto. A outra mulher tem

apenas corante.

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(A mulher com a criança encontra-se em decúbito lateral esquerdo, membros superiores

distendidos; a criança em decúbito dorsal membros superiores distendidos)

(Reproduzido de MACHADO 1984)

Sepultamento 88 / 91 (homem e criança)

Trata-se de um homem de mais de 50 anos de idade que apresenta como acompanhamentos

funerários resíduos de material corante em torno do esqueleto, além de abundantes resíduos de

madeira que se estendiam da mandíbula até a cintura pélvica. Trata-se de um cipó identificado

como da família Menispermaceae, entre as quais encontram-se plantas utilizadas na fabricação de

curare, veneno de flecha, utilizado tanto na caça como na guerra (MACHADO, 1984, p.146). Ao

lado direito do crânio encontra-se um fragmento de seixo de quartzo (batedor) impregnado de

ocre. Entre o conjunto 88 / 91 e o enterramento 90 (uma mulher com mais de 50 anos) há um

bloco de quartzo retangular.

(O homem encontra-se em decúbito dorsal, braço direito distendido e o esquerdo inclinado,

com a mão sobre a região pubiana.)

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A criança encontra-se sobre os fêmures do homem, orientada no mesmo sentido dele. Ela

tem entre 9 e 10 anos de idade e leva um adorno lítico pingente, um outro com 11 dentes

humanos e ainda um terceiro com 9 dentes de animais (6 de felino, 3 de primata). Em torno do

conjunto de homem e criança havia muitos resíduos de material corante, bem como da mesma

madeira já mencionada anteriormente.

(A criança encontra-se na posição decúbito lateral direito, membros inferiores flexionados,

membros superiores inclinados com as mãos nas extremidades da pelve).

(Sepultamento 88/91, reproduzido de MACHADO 1984)

No Corondó são muitos os enterramentos de mulheres com crianças, mas ocorrem também

os de homens com crianças, inclusive com criança pequena. Nos dois conjuntos, o corante

envolve adulto e criança. Instrumentos líticos estão associados à mulher, ao homem associa-se

um batedor com ocre. A mulher e a criança têm um seixo pintado. As duas crianças têm

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acompanhamentos especiais, que ocorrem para poucas crianças, que são os adornos de dentes de

animais e de dentes humanos, com muitas quantidades de peças. O adorno de canutilho é único

em todo o conjunto de enterramentos do sítio. Esta mulher tem uma ponta óssea.

A mulher do enterramento próximo ao do homem tem também uma ponta óssea. Um

acompanhamento de raríssima preservação aparece no enterramento do homem, que é o cipó,

talvez associado à fabricação de veneno para caça ou guerra.

Um homem e uma mulher acompanhando, ou sendo acompanhados, por crianças especiais.

Ainda em comum, instrumentos líticos e símbolos de caça (ou guerra). A mulher com a criança

tem mais acompanhamentos, em termos quantitativos; a outra mulher do mesmo enterramento

tem apenas corante. A mulher com criança tem também mais acompanhamentos do que o homem

com criança.

Em relação aos corpos, observam-se disposições especiais para a mulher e para o homem.

A mulher encontra-se em decúbito lateral esquerdo – o decúbito dorsal é a posição mais freqüente

no sítio. O homem tem a mão sobre a região pubiana, disposição pouco comum no conjunto do

sítio, mas majoritariamente associada aos homens.

Os cenários que descrevemos comportam elementos de aproximação e distanciamento

entre homens e mulheres, de aproximação e distanciamento de mulheres entre si, e de

aproximação e distanciamento de homens entre si, coerentes com personas sociais diferenciadas,

desiguais, talvez hierarquicamente diferenciadas em algumas situações, mas não

necessariamente. Os elementos que compõem esses cenários de enterramento isoladamente

podem se repetir, mas sempre de uma maneira própria em cada caso, combinados de uma forma

que nunca são exatamente iguais, essa parece ser a regra.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para tentar produzir inferências sociais sobre os pescadores-coletores do estado do Rio de

Janeiro a partir dos dados de acompanhamento funerário não contamos nem com o recurso da

etnohistória, nem com paralelos etnográficos diretos em virtude de esses grupos já terem deixado

de existir quando da chegada dos europeus ao continente americano. Nosso procedimento foi

abordá-los em conjunto, na expectativa de que o somatório das informações dos sítios para os

quais os dados são escassos, que são a maioria, com as informações mais minuciosas e

abundantes de alguns poucos, possibilitasse elaborar um pano de fundo para a reflexão sobre

categorias de idade e de gênero naquelas sociedades.

As descrições etnográficas alertam os arqueólogos para o fato de que traços semelhantes da

cultura material podem ser resultado de motivações culturais heterogêneas. A presença de objetos

junto ao enterramento pode ter diversos significados, assim como a ausência deles não implica

ausência de simbolização, como se vê nas situações seguintes:

[Entre os Nankanse, de Gana, objetos encontrados em enterramentos pertencem

a pessoas vivas.] Isto se dá quando a alma da pessoa fica presa no túmulo

durante as atividades de enterramento e o encarregado da cerimônia não

conseguiu retirá-la dali. Quando isto ocorre, seus objetos preferidos são

colocados dentro da cova porque, enquanto permanecerem ali, a pessoa não

morrerá. [...] Entre os Lugbara, de Uganda, os objetos são expressão de aspectos

da personalidade social da pessoa falecida: um homem pode ser enterrado com

seu estojo de carregar flechas, representando sua atividade de caçador ou

guerreiro; sua cabaça, representando sua maturidade de pessoa que bebia com

outros homens maduros; com seu banco, representativo da idade avançada; seus

objetos rituais, representando seu status de agente intermediador. Uma mulher

pode ser enterrada com suas contas, representando seu status de mulher nova;

com suas pederneiras, representando seu status de esposa e com sua mó,

representando seu status de mãe (Middleton 1960: 29, 200). (MIDDLETON,

1960 apud UCKO, 1969, p.265, tradução nossa)

O segundo caso poderia se aplicar a um número razoável de caçadores-coletores, mas

certamente não é a única situação possível.

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Podem existir oferendas que nunca chegam ao túmulo por duas razões

principais, ou porque foram destruídas antes do enterramento, ou porque

estão―simbolicamente‖ali [...]. Assim, os LoDagaa, de Gana, são um grupo de

pessoas que têm uma mitologia e uma crença explícitas e bem-desenvolvidas

sobre o outro mundo [...] Aos mortos são dadas oferendas no túmulo apenas

nominalmente, porque a maior parte é consumida durante as cerimônias

funerárias (GOODY 1959: 137; 1962: 73). Entre os Lober, que vivem próximos,

nenhuma oferenda é colocada no túmulo porque as armas do falecido são postas

junto a ele na cerimônia de enterramento e, por meio deste ato simbólico, ele

pode levá-las consigo (RATTRAY 1932: 446). (GOODY, 1959; RATTRAY,

1932 apud UCKO, 1969, p.266, tradução nossa)

As diferentes motivações por trás da escolha cultural de enterrar a ou não enterrar podem

ser extremamente ricas de simbologia:

Os Nandi acreditam que, por ocasião da morte, a sombra de uma pessoa também

morre, mas seu coração continua a viver e, em determinado momento, parte para

a terra-do-espírito. Essa viagem só pode ocorrer com a participação das hienas e,

por este motivo, o corpo é deixado exposto para que esses animais o comam. Se

isto não ocorrer dentro de quatro dias, realizam-se sacrifícios apropriados para

assegurar que ele seja comido, pois um coração que não vai para a terra-do-

espírito torna-se altamente perigoso (HUNTINGFORD, 1953b) [...]. Os velhos e

as crianças que ainda não têm dentes, entretanto, são enterrados, pois ambos

podem ir direto para a terra-do-espírito, sem a ajuda da hiena, por estarem

próximos aos espíritos pois já estavam mesmo de partida ou eram apenas recém-

chegados (G.W.B. Huntingford, pers. comm.). (HUNTINGFORD apud UCKO

1969, p.270-271, tradução nossa)

Com relação ao enterramento, ou abandono, das crianças, podem ocorrer as mais

diversificadas explicações simbólicas para a adoção de uma escolha cultural ou a outra.

[...] entre os Murngin, há uma diferenciação de idade [quanto ao local do

enterramento]: o recém-nascido não é enterrado, a criança pequena é enterrada

no acampamento e a criança de mais idade nos limites deste (WARNER, 1964,

p.424-5); entre diversas tribos de Gana, as crianças são colocadas no cruzamento

de estradas, um local de dispersão, para ajudar a afastar os hábitos

potencialmente perturbadores de indivíduos que eram, pela idade, seres humanos

apenas incipientes (GOODY, 1962 p.148 ff.); entre os Ashanti, qualquer infante

que morra com menos de oito dias é enterrado em uma latrina, por tratar-se de

fato apenas de uma criança fantasma que não tinha a intenção real de

permanecer neste mundo (RATTRAY, 1959, p.59-60); entre diversas tribos, a

disposição de bebês e crianças pequenas se caracteriza por uma ausência total ou

pelo mais perfunctório enterramento ritual. (WARNER, 1964, GOODY, 1962;

RATTRAY, 1959 apud UCKO 1969, p.270-271, tradução nossa)

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Para Peter Ucko há razões de sobra para se associar estas formas de disposição de crianças

ao o alto índice de mortalidade entre os povos pré-históricos e os povos mais primitivos, como

ele os denomina. A enorme fragilidade de suas existências não lhes proporcionaria o

reconhecimento integral como seres sociais, a não ser depois de certa idade (UCKO, 1969,

p.271). Talvez tenhamos aqui uma indicação para o que se vê em termos de enterramentos

infantis nos sítios de pescadores-coletores que analisamos. De um lado, há poucas crianças

enterradas para o número total de adultos nos sítios, com exceção, talvez, do Corondó; por outro

ocorrem enterramentos, tanto de crianças pequenas como de crianças de mais idade, nos mesmos

locais de enterramentos de adultos, algumas delas com mais acompanhamento do que eles. Esta é

uma situação coerente com um quadro geral de abandono da maioria das crianças, sem que elas

tenham deixado vestígios, mas, por outro lado, algumas tiveram o privilégio do enterramento,

umas poucas até sozinhas, constituindo-se em crianças às quais foi dedicada uma consideração

especial por parte do grupo.

A primeira grande impressão que o registro arqueológico dos acompanhamentos funerários

presentes em sambaquis produz é a de uma grande variabilidade que nos desafia, que nos

desconcerta. Quando se imagina haver encontrado uma regra geral, logo uma outra situação a

contesta, a invalida. A conclusão de um levantamento das características presentes nos

enterramentos em sambaquis de São Paulo se aplica também, em linhas gerais, aos sambaquis do

Rio de Janeiro, qual seja a existência de apenas três padrões definidos: a convivência entre vivos

e mortos, conforme proposto por GASPAR (GASPAR, 1994-1995); o sepultamento

indiferenciado de pessoas de ambos os sexos e de todas as faixas etárias e a grande

predominância de enterramentos primários (WESOLOSKY, 2000, p.190-195).

A busca por padrões e a constatação de que eles raramente existem, como se observa nos

relatos das arqueografias, conduz a um sentimento de falta, de carência, que resulta, muitas vezes,

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numa atribuição de simplicidade simbólica e social aos construtores de mounds litorâneos. Diante

dos exemplos descritos anteriormente, entre os quais aqueles em que a própria ausência de

cultura material funerária pode encobrir construções de extrema riqueza simbólica, não cabe

pressupor para os arranjos funerários dos sambaquieiros simplicidade de significação, embora sua

simbologia não nos seja acessível.

Os registros da cultura material considerados nesta pesquisa situam-se na dimensão do

tempo arqueológico, o tempo que permite observar o que restou dos eventos repetitivos da curta

duração, a tendência de longa duração (ALLEN, 1995, p.137-138). A perspectiva de longo prazo

que adotamos pareceu indicar duas tendências recorrentes ao longo do tempo: a variabilidade de

arranjos da cultura material no conjunto de um mesmo sítio e entre sítios, e uma atribuição de

acompanhamentos que não demarca uma linha divisória rígida entre os gêneros, mas tendências

mais marcantes como em atribuir lâminas de machado aos homens no Ilhote e no Moa, e de

seixos pintados às mulheres no Corondó. Mesmo acompanhamentos que se espera associados ao

universo masculino, como pontas ósseas, artefatos de caça/pesca (ou guerra), são recorrentemente

encontrados com mulheres, juntamente com os adornos que supostamente se correlacionariam a

estas atividades, que são os adornos de dentes de animais. O significado, ou significados, desses

contextos associados a mulheres não podemos precisar, mas eles estão ali, do nível inferior do

Algodão ao sítio Ilha da Boa Vista I, passando pelo Beirada e o Corondó.

Os Chipewyan (BRUMBACH; JARVENPA, 1997), povo caçador-coletor da região

subártica, ilustram bem a circunstância de complementaridade dos gêneros nas atividades de

subsistência, mesmo para um grupo que vive essencialmente da caça. Os grupos de caça podem

ser formados apenas por homens, apenas por mulheres e por homens e mulheres. Cabe aos

homens a obtenção da grande caça, o alce e o caribu, capturados a longas distâncias dos

assentamentos, e cabe principalmente às mulheres a captura de pequenos mamíferos nas suas

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proximidades, atividade praticamente diária. A caça ao alce e ao caribu ocorre sazonalmente. Nas

incursões da grande caça em que participam homens e mulheres, os grupos podem ser formados

por várias famílias, por mulher e marido, por pai e filha, por avô e filha, e outras formas de

combinação. O ato de ―caçar‖ o alce ou o caribu consiste em muito mais do que abater o animal.

Os homens realizam a matança propriamente dita, mas as parcerias entre homens e mulheres

facilitam o fluxo das atividades sincronizadas e ininterruptas que envolvem deslocamento,

rastreamento, abatimento, carneamento, processamento e distribuição da carne, atividades que

compõem o ato de caçar em sentido amplo. As atuações masculina e feminina na produção da

subsistência se dão de forma complementar e não autônoma.

Mesmo numa sociedade em que os domínios masculino e feminino são nitidamente

marcados, como entre os Mebengokre do Brasil Central (mais conhecidos como Kayapó), a idéia

de complementaridade, semelhante ao yin-yang da cultura chinesa, descreve melhor a forma

como se dão as relações entre os gêneros, segundo Vanessa Lea (LEA, 1994). À idéia de

complementaridade entre os gêneros corresponde um conceito de hierarquia calcado na noção de

englobamento, em lugar da pressuposição de relações de dominação/subordinação: a esfera

feminina ora engloba, ora é englobada pela esfera masculina, como ressalta LEA (1994),

seguindo DUMONT. Entre os Mebengokre, em certas esferas a atividade masculina é mais

valorizada, como na caça; em outras, destaca-se a maior valorização da mulher, como na pintura

corporal, um saber requintado dominado pelas mulheres. Com a idade, os limites entre os gêneros

vão se tornando mais tênues, como que se dissolvendo, as mulheres assumindo espaços

masculinos, os homens se ―feminilizando‖ (LEA, 1994, p.97-98).

Para mulheres e homens, os acompanhamentos não falam de divisões rígidas. As lâminas

de machado dos contextos funerários parecem fazer parte de um universo masculino, que pode

ser apropriado pelas mulheres mais velhas; seixos pintados apareceram em contextos com

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marcante presença feminina, mas não exclusivamente; dentes de animais e pontas ósseas,

artefatos de universos de caça, pesca ou guerra, são para homens e mulheres; mós, almofarizes,

―quebra-coquinhos‖, artefatos do universo das lidas ―domésticas‖ são para mulheres e homens.

Em relação aos contextos de enterramentos infantis, discutimos a necessidade de

considerar que os limites das categorias etárias são socialmente construídos e resultado de

escolhas culturais. A categoria de escolha social deve ser levada em consideração, além da

perspectiva biológica, quando se pensa as crianças em enterramentos de sambaquis. Os exemplos

etnográficos evidenciaram a possibilidade de diferentes perspectivas sobre o limite a partir do

qual uma criança passa a ser vista pelo grupo. Propusemos algumas hipóteses com base nos

dados de idade disponíveis, assim como para o momento do ingresso na vida adulta, a partir de

uma perspectiva de diferenciações no acompanhamento funerário.

Quando iniciamos nossa pesquisa esperávamos encontrar padrões, como também

buscavam os pesquisadores nos estudos em que nos apoiamos. Se há alguma regra, parece ser a

da variabilidade, entre sítios e dentro de um mesmo sítio. Procuramos pôr isto em evidência no

transcorrer da análise. Da perspectiva ampla de onde nos colocamos, o que se vê são inúmeras

possibilidades de combinações calcadas nos recursos de uma cultura material simples. Os

exemplos etnográficos que reunimos indicam que elaborações simbólicas densas não dependem

de uma cultura material sofisticada, universos caçadores-coletores são também espaços de

construções sociais carregadas de significado. Os ―bandos‖ pescadores-coletores certamente

podiam muito mais do que temos sido capazes de lhes reconhecer.

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1983. Tese. (Área de Antropologia Social) – Departamento de Ciências Sociais da Faculdade de

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94

MANITIBA I, SAQUAREMA

KNEIP, Lina Maria. (Org.). O Sambaqui de Manitiba I e outros Sambaquis de Saquarema, RJ.

Rio de Janeiro: Departamento de Antropologia, Museu Nacional, UFRJ, 2001. (Documento de

Trabalho n. 5, Série Arqueologia).

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FRANCO, Teresa Cristina B.; GASPAR, Maria Dulce. O sítio Salinas Peroano. In: Reunião

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SAQUAREMA

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de Antropologia, Museu Nacional, UFRJ, 1995. (Documento de Trabalho n. 3, Série

Arqueologia).

SERNAMBETIBA

HEREDIA, Osvaldo Raimundo et al. Coletores de moluscos do litoral fluminense. 1978. Nota

Prévia. (cópia mimeografada)

TARIOBA MACHADO, Lilia Cheuíche; SENE, Gláucia A. Malerba. Simbolismo, identidade cultural e

análise biológica: os remanescentes esqueletais humanos do Sambaqui da Tarioba. In: A pré-

história de Rio das Ostras. sítio arqueológico sambaqui da Tarioba. 1 ed. In: DIAS JR., O.;

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2001. p. 51-87.

ZÉ ESPINHO

KNEIP, Lina Maria (Coord.). Coletores e pescadores pré-históricos de Guaratiba – Rio de

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Fluminense, 1987. (Museu Nacional, Série Livros, V).

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ANEXO A – DATAÇÕES

SÍTIO DATAÇÃO REFERÊNCIA

ÁREA DA BAÍA DA ILHA GRANDE

Algodão (superior) 3350 +/- 80 AP LIMA 1991

(inferior) 7.860 +/-AP LIMA 2001

Caieira II ―contemporâneo ao nível superior do Algodão‖ LIMA 1991, p. 419

Major ―camada ocupacional associada ao nível superior do Algodão LIMA 1991, p. 326

Peri ―ocupação associada a do nível superior do Algodão‖ LIMA 1991, p. 365

Ilhote do Leste 3060 +/- 40 AP a 2650+/- 350 AP TENÓRIO 2003

Ponta do Leste 2880 +/- 40 AP TENÓRIO 2003

ÁREA DE GUARATIBA

Guaíba 1520+/- 60 GASPAR 1998

Zé Espinho ―A‖ 1920 +/- 170 AP a 1510 +/- 160 AP KNEIP 1987

―D‖ 2260 +/- 160 AP KNEIP 1987

ÁREA DA BAÍA DE GUANABARA

Amourins 3530 +/- 30 AP BEZERRA 1995

Arapuan Entre as datações do Amourins e do Sernambetiba BEZERRA 1995, p. 123

Sernambetiba 1960 +/- 70 AP GASPAR 1998

ÁREA DE SAQUAREMA

Beirada (I) 3800 +/- 190 AP KNEIP; MACHADO 1993

(II) 4160 +/- 180 AP

(III) 4300+/- 190 AP

(IV) 4520 +/- 190 AP

Manitiba I 4270 +/- 70 a 3810 +/- 70 AP KNEIP 2001

Moa (I) 3610 +/- 190 AP KNEIP; MACHADO 1993

(II) 3960 +/- 200 AP

Itaúnas 5740 +/- 70 AP BARBOSA 2007

Saquarema 3280 +/- 60 AP a 2550 +/- 60 AP KNEIP 2001

Pontinha (II) 1790 +/- 50 AP KNEIP; MACHADO 1993

(III) 1810 +/- 40 AP

(IV) 2270 +/- 170 AP

ÁREA DE CABO FRIO

Forte 5520 +/- 120 AP KNEIP 1980

Condomínio do Atalaia 4190 +/- 130 AP a 4120 +/- 110 AP TENÓRIO 2003

Massambaba - -

Boqueirão - -

Geribá I 1480 +/- 90 AP GASPAR 1998

PLANÍCIE DO RIO SÃO JOÃO

Corondó (I) 3010 +/- 80 AP GASPAR 1998

(II) 3010 a 3215 AP MACHADO 1984

(III) 3215 A 3700 AP

(IV) 3700 A 4205 AP

Ilha da Boa Vista I 3480 +/- 100 AP a 3110 +/- 60 GASPAR 1998

REGIÃO DE MACAÉ

Tarioba 3500 AP a menos de 2000 AP DIAS JR 2001

Ilha de Santana (nível inferior) 1260 +/- 330 AP LIMA 1991

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ANEXO B – ACOMPANHAMENTOS POR GÊNERO SÍTIO G IDADE Nº ACOMPANHAMENTO Algodão(sup.)

M + 35 a - Ossos impregnados de corante.

H 25 / 35 a - -

Algodão (inf.)

M 18 / 23 a - Adorno de 2 dentes caninos de mamífero perfuradas sobre tórax.

M 22 a - -

M 30 /40 a - -

M + 35 a - -

H ad. meia-

idade - -

- adulto

jovem

- -

- ad. meia-

idade - -

H adulto - -

H adulto - -

- adulto - -

- adulto - -

Peri

H + 45 a - (2 artefatos em concha com orifício central ―junto ao sepultamento‖).

Ilhote doLeste

M 18 / 20 a 6 1 pingente lítico, 1 dente de animal.

M 30 / 45 a 31 Lâmina de machado.

H 35 / 45 a 1 Estilha lítica, núcleo lítico, 2 pontas ósseas (T4, T8), colar de 4 dentes de felídeos.

H 21 / 23 a 4 Seixos, 7 pontas (T1, T2), pontas entre vértebras, 3 dentes de animais.

H 15 / 17 a 8 Lâmina de machado, lápides, 14 pontas ósseas (T1, T2, T15), espátula óssea,

2 dentes de tubarão. Restos de fauna. (Crânio coberto de conchas.)

H 20 / 35 a 16 Corante,s eixos, lápides, 13 pontas ósseas (T1), 1 vértebra de peixe perf..

Restos de fauna.

H 35 / 50 a 18 Mamífero marinho. Lascas, 62 pontas (T1, T2, T4, T11, T12) (2 espinhos de

peixe formam anzol), 6 dentes de animais perfurados (2 caninos de onça,

1de boto, 2 de tubarão, 1 de macaco). Restos de fauna.

H 25 / 35a 19 Lápides, lascas, 70 pontas ósseas (T1, T2, T11), 6 dentes de animais perfs.

(2 de tubarão, 4 de onça). Restos de fauna

H 25 / 30 a 20 Lascas, 21 pontas ósseas (T1, T2, T4), colar de 6 dentes de cação perfs. e de

primata com desgaste circular nas laterais da raiz. Restos de fauna. Seixo grande

cobrindo a cabeça.

H - 21 Corante, lâmina de machado, lascas, 31 pontas (T1, T4) (2 pontas T2 junto às

costelas e 1 T4 aderida ao úmero, talvez relacionada a sua

causa mortis – inf. pág. 447), dente de primata trabalhado junto às costelas.

H 35 / 50 a 23 Polidores líticos, seixos, lápides, artefatos malacológicos, colar de dentes de

cação. Restos de fauna.

H 45 / 55 a 25 Corante, 2 lâminas de machado, lápides, 1 ponta óssea (T1)

H 20 /34 a 32 Crânio cercado por polidores e seixos junto ao ?, 1 dente de golfinho perfurado.

Machado sobre o joelho.

H 20 / 34 a 33 Lápides, 1 dente de animal. Restos de fauna.

- adulto

jovem

9 Ossos articulados de golfinho. 8 pontas ósseas(T1), 1 osso com corte (T26),

2 dentes de animais, artefato malacológico. Conchas sobre fêmur,

crânio e tórax. Ocre e mancha de argila sobre pélvis.

Ossos tingidos de amarelo. Restos de fauna.

Ponta do Leste

H 35 a 34 Areia tingida de vermelho

Zé Espinho A

M 18 / 22 a 1C -

M 25 / 30 a 7 1 Tonna galea.

M 18 / 20 a 8 15 Lucina pectinata arrumadas junto ao crânio, sem trabalho ou utilização.

M 25 / 30 a 10 1 percutor-polidor com corante, 2 lâminas pontiagudas polidas de osso,

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SÍTIO G IDADE Nº ACOMPANHAMENTO 1 ponta dupla.

H 21 / 25 a 1A 1 Tonna galea, 2 gastrópodes marinhos perfs., 1 ponta de esporão de raia.

H 25 / 30 a 1B -

H 25 / 30 a 4 -

H 25 / 30 a 5 -

H 20 / 25 a 6 1 Tonna galea, 1 lâmina de machado polida com corante, 1 polidor-percutor,

3 pontas duplas de osso.

H 20 / 25 a 9 Fragmentos de material calcáreo de origem animal (concha).

Zé Espinho D

M 35 / 45 a 4 2 percutores líticos.

M 13 / 15 a 6 -

M 15 / 17 a 8 F (?) -

H 22 / 25 a 1 Sedimento amarelo.

H 30 / 35 a 2 2 pontas duplas de osso.

H 18 / 22 a 3 -

H 15 / 18 a 5 -

H 30 / 35 a 7 -

H 40 / 45 a 9 -

H adulto 10 Tartaruga, mamífero (?).

Arapuan

- adulto 1 -

- adulto 2 -

- adulto 5 3 líticos dispostos à frente do crânio.

- adulto 6 -

- adulto 7 -

- adulto 9 -

- adulto 10 5 vérts. trabalhadas em série, 2 dentes molares c/raíz perf., de mão pelada.

- adulto 11 -

- adulto 12 -

- adulto 13 -

- adulto 15 -

- adulto 17 -

Itaúnas

M 30 a 1C Coberto por sedimento arenoso avermelhado que impregnou ossos, objetos, fauna

e parafernália ritual. 2 valvas de Lucina pectinata sobre cada órbita da face,

1 ponta óssea sobre fêmur D. Oferenda alimentar.

H + 20 a 1A Coberto por sedimento arenoso avermelhado que impregnou ossos, objetos, fauna

e parafernália ritual. 2 pontas ósseas junto às costelas do lado D,

1 placa óssea perf. (adorno). Oferenda alimentar

H 20 a 1B Coberto por sedimento arenoso avermelhado que impregnou ossos, objetos, fauna

e parafernália ritual, 1 seixo polido entre os membros infs., 1 seixo polido

na altura da mão D, 2 valvas de Lucina pectinata posicionadas

sobre cada órbita da face. Oferenda alimentar.

Beirada (I)

M 25 / 30 a 1 -

M 30 /35a 3 -

M adulto 3A -

M + 35 a 8 Sedimento vermelho próximo a ossos.

M adulto 11 Concreções vermelhas lateralmente.

M 25 / 30 a 25 -

M 30 / 35 a 29 1 concreção vermelha de forma pontiaguda sobre 1 ponta simples de esporão de

―raia‖ (13,5x1,0x0,6cm), provavelmente Artobatus narinari, fincada entre

as costelas (inf.pág. 28), 1 seixo de diabásio na região pélvica.

H + 40 a 5 -

H adulto 6 Sedimento e concreção vermelhos envolvendo ossos.

H 30 / 35 a 10 Seqüência de 4 vértebras de tubarão perfs.; concreção vermelha.

H 22 / 25 a 12 Sedimento e concreção vermelhos envolvendo os ossos. (Sec.)

H 30 / 35 a 26 -

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SÍTIO G IDADE Nº ACOMPANHAMENTO

Beirada (II)

M - 2A (Associado a restos alimentares).

M - 7 (Associado a restos alimentares). (Sec.)

M 35 / 40a 14 Concreção vermelha sobre o tórax; sedimento vermelho.

M 25 / 35 a 16 1 canino inferior perf. Alouatta guariba (2,5x0,5cm).

H 35 / 45 a 2 (Associado a restos alimentares).

H 25 / 30 a 4 Sedimento vermelho sobre o crânio. (Associado a restos alimentares).

H + 35 a 9A -

H 30 / 35 a 13 6 vértebras perfs. enfileiradas, de ―tubarão‖ ao lado do crânio; sedimento e

concreção vermelhos envolvendo ossos.

H 25 / 35 a 15 (Associado a restos alimentares).

Beirada (III)

M adulto 19 Concreção vermelha sobre o tórax e membros inferiores.

M 35 / 40 a 20 Sedimento e concreção vermelhos sobre membros inferiores.

M 25 / 28 a 23 Sedimento vermelho envolvendo ossos.

M 35 / 40 a 27 Concreção vermelha ao redor dos ossos.

H 39 / 44 a 21 Sedimento vermelho envolvendo ossos.

H 35 / 40 a 24 -

Beirada (IV)

H + 40 a 22 -

Manitiba I

M 20 / 22a 2 Corante vermelho na forma de concreções entre os fêmures (dois fragmentos) e

junto ao crânio (dois fragmentos).

H 40 / 45 a 1 Corante vermelho em forma de sedimentos.

Moa (I)

M 20 / 22 a 2 -

M 35 / 45 a 6 Sedimento vermelho envolvendo ossos.

M 21 / 22 a 24 Sedimento e concreção vermelhos envolvendo ossos.

H 30 / 35 a 1 2 lâminas de machado lascadas e polidas (10,5x5,1x3,0; 7,4x6,7x1,5cm) de

diabásio. (Sec)

H 25 / 30 a 2A 1 seixo pintado; sedimento e concreção vermelhos.

H 22 / 25 a 3 2 valvas de Lyropectem nodosus impreg. de corante vermelho envolvendo ossos.

H 21 / 22 a 4 Sedimento vermelho envolvendo ossos.

H 25 / 30 a 4A -

H 39 / 44 a 5 Sedimento vermelho cobrindo parte dos ossos longos.

Moa (II)

M 30 / 35 a 15 1 almofariz de diabásio (32,0x22,0x10,0cm) sob o crânio, lado E; sedimento

vermelho envolvendo ossos.

M 30 / 35 a 18 1 lâmina de machado lascada / polida de diabásio (13,0x5,0x2,4cm) sob vértebras

lombares; sedimento vermelho envolvendo ossos.

M adulto 23 Sedimento e corante vermelho.

M 18 / 19 a 20 2 seixos pintados próximos ao fêmur E e ossos dos pés; sedimento vermelho no

lado D do esqueleto.

M 20 / 22 a 7 Sedimento vermelho envolvendo ossos exceto membro inferiores.

M 45 / 50 a 9 Sedimento vermelho envolvendo ossos e raspador de Amiantis purpurata.

M 40 / 50 a 12 1 lâmina de machado polida.

M + 40 a 13 -

M 17 / 18 a 14 Sedimento e concreção vermelhos envolvendo ossos.

H 30 / 35 a 16 1 dente de Tayassu sp (―porco do mato‖) entre os úmeros; sedimento vermelho

Envolvendo ossos.

H + 25 a 17 1 lâmina de machado lascada / polida de diabásio (19,2x10,5x3,0cm) entre os

umeros.

H 35 / 45 a 21 1 ―quebra-coquinho‖ de quartzo sobre ossos dos pés.

H adulto 22 Sedimento vermelho envolvendo ossos.

H 25 / 35 a 8 Concreção vermelha sobre membros superiores e inferiores.

H 30 / 35 a 10 2 lâminas de machado lascada / polida e polida de diabásio (9,6x3,9x1,0cm;

12,5x7,0x2,5cm); sedimento vermelho envolvendo ossos.

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SÍTIO G IDADE Nº ACOMPANHAMENTO H 27 / 30 a 11 Sedimento e concreção vermelhos sobre o esqueleto

- adulto 19 -

Saquarema

M 30 a 1 Ponta de esporão de ―raia‖ junto aos ossos das mãos; 5 vértebras de tubarão

Enfileiradas, sem perfuração, junto aos ossos dos pés.

M + 40 a 2 (Sec.) -

M - 2 (Sec.) -

M 40 / 50 a 3 -

M 30 / 35 a 4 -

H adulto 4 -

H 30 / 35 a 2 (Sec.) -

H - 2 (Sec.) -

H - 2 (Sec.) -

Pontinha (I)

H 30 / 35 a 3 Concreção vermelha entre as costelas, 1 ponta simples de osso Chelonidae

(5,0x3,5x0,1cm)

Pontinha (II)

M + 35 a 1 (Sec. cremado) 2 ossos cremados de ―baleia‖.

M adulto 5 (Sec. cremado) 1 ponta simples cremada (2,5x1,0x0,4cm); 1 osso cremado

trabalhado de mamífero terrestre.

M adulto 7 -

H 30 / 35 a 4 (Sec. cremado) -

H + 25 a 8 (Cremado na própria cova) -

H + 25 a 9 (Cremado na própria cova) -

- adulto 6 (Sec. cremado na própria cova) -

Pontinha (III)

M + 35 a 1A (Cremado) -

H 30 / 35 a 10 (Sec. cremado) -

H adulto 11 (Cremado) 1 ponta simples cremada de osso de cabeça de Bagre sp

(2,1x1,0x0,3), 1 ponta simples cremada de osso de mamífero terrestre

(2,0x1,0x0,4cm)

H + 25 a 13 (Cremado) -

- adulto 12 (Sec. cremado) -

Pontinha (IV)

M 20 / 25 a 16 (Sec. cremado) -

M + 35 a 17 -

H adulto 2 (Cremado) -

H 35 / 40 a 15 (Cremado, em posição fetal) -

- adulto 14 (Cremado) 2 pontas simples de osso de cabeça de Genidens genidens, 1 osso

seccionado e 1 peça não identificada, cremados, de mamíferos terrestres.

Forte (I)

M jovem 14 Matéria corante de coloração amarelada junto ao crânio; sobre este um fragmento

lítico sem vestígios de utilização.

H adulto 7 Almofariz, lâmina de machado polida, seixos com evidência de uso, vértebras de

peixe pols e perfs. – 2 com perf., 2 sem perf. – enfileiradas sob o pé da perna D,

duas mandíbulas do réptil Tupinanbas sp (teiú).

H adulto 11 Matéria corante, entre as costelas

H jovem 12 Matéria corante de cor amarelada sob a cabeça e entre as costelas do jovem,

vértebras de peixe polidas, sem perfuração, enfileiradas junto ao crânio do jovem.

H adulto 13 Matéria corante de coloração amarelada entre as costelas.

Massambaba

M - 3 I pendente de pedra perfurado, polido; 1 adorno de concha com duas perfurações

paralelas na porção superior (Conus sp)

M 35 a 4 -

M + 50 a 8 Lascas (sem especificação de função) de arenito, gnaisse e quartzito.

M 30 / 35 a 9 -

H 35 / 40 a 1 4 lascas de quartzo (2 raspadores, 2 facas), ao longo da região toráxica; 1 espátula

óssea (perfurador) e corante avermelhado logo abaixo dos ossos da mão D.

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100

SÍTIO G IDADE Nº ACOMPANHAMENTO H 30 / 35 a 2 Lascas de quartzo próximo ao crânio; na altura dos ossos das mãos a areia

apresentava manchas de coloração avermelhada.

H + 25 a 5 -

H adulto 6 -

H + 30 a 7 Fragmentos de corante vermelho.

- adulto 11 -

jovem

Boqueirão

M 35 / 39 a 1 (Sec.) -

M até 35 a 4 (Sec.) -

H 25 / 30 a 2 (Sec.) -

H 20 / 22 a 3 (Sec.) -

Corondó (I)

M + 50 a 52 1 ponta óssea fragmentada ao lado do úmero D; 1 dente de cachorro do mato

(Procyonidae), 1 unha de mamífero, perfurados e manchados de ocre junto ao

Crânio; 3 adornos de conchas (pendentes); material corante em torno do

esqueleto.

M 25 / 35 a 54B Material corante

M 30 / 35 a 120 1 artefato lítico e um seixo pintado, ambos utilizados como raspadores;

fragmentos de material corante vermelho e amarelo ao longo do esqueleto,

de ambos os lados.

M + 25 a 125 (F?) 5 vértebras de peixe perfuradas.

Corondó (II)

M 30 / 35 a 55A (Sec.) Material corante.

M 30 / 40 a 55C Material corante.

M 25 / 35 a 55D Material corante.

M 25 / 35 a 57A Material corante, inclusive impregnando os ossos deste esqueleto.

M adulto 60A (Sec.) Material corante, escassos resíduos.

M + 40 a 74C (1 seixo pintado entre os enterramentos 73, 74 e 77.)

M - 106A 8 artefatos ósseos dispostos em torno do esqueleto; 6 dentes de felino, com

perfurações na raiz e 1 dente humano perfurado.

M + 35 a 109 Impregnações de corante vermelho ao longo do esqueleto.

M 35 / 45 a 121 -

M 30 / 35 a 122 Poucas evidências de corante vermelho. No lado D do esqueleto: 1 seixo

pintado / raspador; 2 dentes perfurador de seláquios, impregnados de

corante; duas vértebras de peixe polidas e perfuradas e 1 artefato malacológico.

H 42 a 55B Material corante.

H 25 / 35 a 77A (1 seixo pintado entre os enterramentos 73, 74 e 77.)

H + 40 a 107 Resíduos de corante vermelho ao longo da porção E; seixo de quartzo / batedor

Junto ao úmero E; 5 dentes de felino, com perfurações nas raízes, junto ao

crânio; 1 artefato de concha (gastrópode – Megalobulinus sp) e 1 adorno de

concha (Macrocalista maculata).

H 35 / 45 a 108 1 dente perfurado de cachorro do mato (Procyonidae); impregnações de

Corante vermelho em torno do esqueleto.

- + 25 a 123 Seixo achatado de gnaisse; 1 ponta óssea fragmentada;

3 vértebras de peixe, polidas e com perfuração central, apresentando uma

canaleta ao longo das peças; 1 dente humano com perfuração numa das

raízes. Restos de palha calcinada.

Corondó (III)

M 25 / 35 a 59A -

M + 30 a 61A 1 fragmento de seixo de quartzo impregnado de ocre e 3 pontas ósseas, no

contexto dos ossos humanos (o enterramento é duplo, de mulher e criança).

M 41 a 72A 1 seixo oval impregnado de corante amarelado e 1 ponta

óssea junto aos indivíduos 64A (uma criança de 6meses/1ano) e 72A e

material corante em torno dos esqueletos; 1 artefato de concha (Macrocalista

maculata); 2 artefatos líticos (um polidor-raspador). (Crianças do enterramento

envolvidas em lentes de areia rosada, branca e amarela.)

M +35 a 72B Material corante.

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101

SÍTIO G IDADE Nº ACOMPANHAMENTO M 34 a 70 Material corante e lentes de areia rosada, branca e amarelada envolvendo o

esqueleto.

M 25 / 35 a 78A 1 seixo pintado entre os esqueletos deste enterramento de mulher e 6 crianças;

resíduos de material corante; areia rosada, branca e amarelada envolve os

esqueletos.

H 45 a 58 4 pontas ósseas, 3 dentes perfurados de animais e 2 fragmentos de diáfises

ósseas polidas e impregnadas de corante, junto às vértebras cervicais; 4 vértebras

de peixe, em fila, apresentando polimento e perfurações centrais (junto à

cabeça do úmero E; 1 adorno de concha (pingente) sobre o esterno

(Macrocalista maculata); material corante ocre e avermelhado.

H 39 / 45 a 71A Material corante. Areia rosada, branca e amarelada envolvendo os

esqueletos 71A e 71B.

H 25 / 35 a 71B Material corante. (Ver 71A)

Corondó (IV)

M 57 a 84A Seixo pintado junto aos membros inferiores do esqueleto. Material corante.

1 artefato ósseo (furador) entre os enterramentos 84 e 85.

M + 50 a 84C (Sec.) -

M 20 / 25 a 85A 2 seixos pintados moedores, próximos aos membros inferiores do esqueleto e

resíduos de material corante.

M + 50 a 90 1 ponta óssea, próxima ao úmero D; 1 bloco de quartzo retangular, localizado

sobre os fêmures do esqueleto (bloco associado aos

enterramentos 88/91 (homem idoso e criança) e 90.

M 25 / 35 a 96A (Sec.) -

M 43 a 100 Material corante em torno do esqueleto.

M + 35 a 103A Material corante em torno do esqueleto.

M 20 / 21 a 103C Material corante em torno do esqueleto.

M 17 / 18 a 105B Material corante.

M + 30 a 105D Material corante.

M + 35 a 112 O crânio estava envolvido em areia misturada a material corante.

M 45 / 50 a 115C (F?) -

H 46 a 87 1 adorno lítico pingente junto à mandíbula; material corante em torno do

esqueleto, 2 artefatos líticos (facas) próximos ao úmero D, além de 1 ponta

óssea. 1 concha pintada Macrocalista maculata (instrumento) entre os

enterramentos 86 e 87

H + 50 a 88 Resíduos de material corante em torno do esqueleto, além de abundantes

resíduos de madeira que se estendiam da mandíbula até a cintura pélvica, com

cerca de 15 cm de largura. Próximo à porção lateral D do crânio, 1 fragmento

de seixo de quartzo (batedor) impregnado de ocre. (Bloco de quartzo entre os

enterramentos 88/91 e 90, já referido)

H 25 / 35 a 95A Resíduos de material corante impregnando a terra que envolve os esqueletos.

1 ponta óssea coletada junto ao crânio do esqueleto.

H + 35 a 98A Corante.

H 20 / 23 a 101A Material corante em torno do esqueleto.

H - 101A (Sec.) (parte de osso coxal) -

H 25 / 35 a 102 -

H 35 / 45 a 104A Grande quantidade de material corante vermelho, impregnando a terra que

envolvia os esqueletos. Próximo à porção posterior do crânio, 1 artefato

lítico (polidor). Aglomerados de ossos infantis envolvidos por lentes de areia

branca, rosada e amarelada localizados sobre os esqueletos articulados do

enterramento múltiplo.

H 19 a 104B Material corante. (Ver 104A)

H 25 / 26 a 104C Grande quantidade de material corante avermelhado. (Ver 104A)

H 25 / 35 a 104E Material corante. (Ver 104A)

H - 104G -

H 26 a 105A Material corante vermelho e amarelo impregnando a terra em torno dos ossos.

1 seixo pintado (raspador) associado a todo o enterramento múltiplo.

H 25 / 35 a 113 Resíduos de corante vermelho, impregnando a areia que envolve os ossos.

H 25 / 35 a 115A Material corante vermelho e amarelado

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SÍTIO G IDADE Nº ACOMPANHAMENTO H 18 a 116A -

H + 50 a 116B Material corante, avermelhado, inclusive impregnando os ossos.

H 19 / 25 a 117 -

- adulto 86C Material corante. (1 concha Macrocalista maculata banhada de ocre, entre os

sepultamento 86 e 87, já referida).

- adulto 98B (Sec.) -

I. Boa Vista I

M adulto

maduro

1 1 ponta óssea, 1 dente perfurado, 1 espinho de peixe trabalhado, grande

quantidade de corante.

M adulto 6 -

M adulto

jovem

3 -

M adulto 13 -

M adulto

jovem

(F?) -

H 20 / 30 a 2 Corante nas costelas.

H adulto

maduro

12 1 ponta óssea, corante.

H adulto

maduro

5 Corante.

H adulto 14 -

H adulto

jovem

10 1 batedor-alisador, bloco de corante, um pouco de corante ―polvilhado‖.

H 35 / 40 a 16 Ostrea junto ao crânio, 2 fragmento ósseos faunísticos, 1 semente.

H 19 / 20 a 17 Fragmentos ósseos faunísticos, malacológicos, de carvão; 1 fragmento de

quartzo, 3 caramujos terrestres

H - 18 (M?) 1 fragmento de quartzo, 1 lítico, 1 fragmento ósseo faunístico

H 35 / 40 a 19 (M?) -

Tarioba

( IV b)

M 30 / 35 a 5A (Sec.) O acompanhamento é referido a todo o enterramento triplo, que

H Até 25 a 5 (Sec.) inclui mulher, homem e criança de 2/3 anos: 1 seixo inteiro de quartzo

manchado de pigmento vermelho (5,0x4,1x2,4 cm); 1 batedor unipolar

inteiro em seixo de quartzo (5,8x4,9x2,9 cm); 1 batedor unipolar/bipolar duplo/

moedor em seixo de quartzo fragmentado (6,6x7,4x3,1 cm); 1lâmina de machado

inteira em rocha ígnea (lascada/polida) (10,7x5,8x2,8 cm).

(sup. 0/10cm)

M 20 a - -

H 25 / 35 a - -

( IV a)

H 25 /30 a 1B (Sec.) -

H 35 / 40 a 2 Pigmentos; artefatos líticos; artefatos ósseos (pontas) junto aos fêmures

Cruzados; restos faunísticos ósseos e malacologicos.

H 35 / 45 a 3 1 fragmento de seixo de quartzo manchado de pigmento vermelho

(6,0x4,5x4,5 cm); 1 seixo inteiro de quartzo sem evidência de uso

(6,6x4,6x2,1 cm); 1 fragmento de bloco de quartzo (6,6x5,5x4,2cm), artefato

ósseo (ponta) entre os membros inferiores flexionados.

(20/130cm)

M 25 / 30 a - -

H + 35 a - -

I. de Santana

M início idade

adulta

4 (F?) -

H 45 / 50 a - -

- adulto meia

idade 3 (19 dentes humanos avulsos, com padrão diferente do padrão da Ilha de Santana.)

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ANEXO C

FICHAS DE SEPULTAMENTOS

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SÍTIO : ALGODÃO (nível superior) Folha : 1

FONTE: LIMA, Tania Andrade (1991)

do S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

_

_

M

25/35anos

Ossos em sua maior parte

fragmentados, isolados,

dispersos, sem conexão

anatômica, em meio ao

sedimento escuro que

caracteriza a camada superior.

Há um terceiro indivíduo adulto

do qual não foi possível tecer

qualquer consideração. (p. 305

– 306)

_

_

_

_

F

+ 35 anos

Ossos impregnados com corante

_

_

_

Adol

+ 12 anos

_

_

_

_

C

0/2 meses

_

_

_

_

C

0/2 meses

_

_

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105

SÍTIO : ALGODÃO (nível inferior) Folha : 2

FONTE: LIMA, Tania Andrade (1991)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

(bloco

2 ind.)

1

_

Adulto

jovem

Perna fletida sobre a coxa, o membro

inferior sobre o membro superior.

Partes do crânio e face repousam junto à

extremidade proximal das tíbias.

Ossos friáveis.

(O indivíduo mais completo)

_

_

_

2

_

Meia

idade

Sob o crânio do primeiro

-

_

(bloco)

_

F

18/23

anos

POSIÇÃO: fortemente fletida(dorsal), com

antebraços cruzados sobre região

abdominal, fêmur D fletido sobre tronco e

joelho D à altura do ombro correspondente.

Cabeça flexionada.

PRIMÁRIO

2 dentes caninos de mamífero, perfs. sobre os

ossos do tórax

(O indivíduo deve ter sido

colocado fortemente

amarrado.)

(fora

de

bloco)

_

M

(?)

adulto

meia-

idade

_

_

_

(fora

de

bloco)

_

C

_

4 fragmentos de ossos longos de

criança

_

_

Obs.: No nível inferior formaram-se blocos compactados, com um ou mais indivíduos, possibilitado pelo tipo de sedimento da camada.

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106

SÍTIO : ALGODÃO (nível inferior) Folha : 3

FONTE: LIMA, Tania Andrade (1991)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

(bloco)

_

F

(?)

22

anos

POSIÇÃO: fletido

_

_

(bloco)

_

F

30/40

anos

POSIÇÃO: fletido

_

_

(bloco

4 ind)

_

2 M

2 (?)

4

adultos

4 ind adultos, posição fletida,

2 apresentam conformação

masculina, os dois outros sem

diagnóstico possível.

_

_

(bloco)

_

F

(?)

+ 35

anos

_

_

_

(bloco)

_

C

8/9

anos

_

_

_

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107

SÍTIO : AMOURINS Folha : 1

FONTE: HEREDIA, Osvaldo R. (1981 – 1982)

do S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

Obs.: Refere-se à presença de 2 indivíduos recuperados em diferentes profundidades. O primeiro deles no nível 2,20m, não foi retirado, ―ficando sua

recuperação para futura escavação‖. O segundo encontrava-se na parede sul, em decúbito ventral. ―Outras indicações sobre idade, sexo etc ainda estão sendo

estudadas.‖ (p. 182)

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108

SÍTIO : ARAPUAN Folha : 1

FONTE: BEZERRA, Francisco Octavio da Silva (1995)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

_ Sup.

Setor

IX-

21

01

_

Adulto

Identificado por ―Patológico‖.

Sem associação a mobiliário funerário

_

Família

I

40/50

cm

Setor

III-5

02

_

Adulto

Posição: estendida

Possível TRIPLO

(Identificado por Família I)

_

_

Família

I

_

Setor

III-5

03

_

Jovem

Posição: estendida

(Material perdido durante mudança

feita pela Prefeitura)

_

_

Família

I

_

Setor

III-5

04

_

Feto

(Por peneiragem)

_

_

_

40/50

cm

Setor

VII-

19

05

_

Adulto

Único dos dez em melhor estado que não

estava em posição estendida.

Identificado por ―Cabecinha‖.

(Só foi encontrado o crânio.)

3 líticos dispostos à frente do crânio, formando

uma ―seta‖.

_

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109

SÍTIO : ARAPUAN Folha : 2

FONTE: BEZERRA, F Octavio da Silva (1995)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

_

20/30

cm

Setor

V-19

06

_

Adulto Posição: estendida

Denominado de ―Perninha

(Material perdido durante

a mudança feita pela Prefeitura)

_

_

Família

II

?/40

cm

Setor

XII-

5/7

07

_

Adulto Possível TRIPLO

(Identificado por Família II)

(Material perdido durante a

mudança feita pela Prefeitura)

_

_

Família

II

_

Setor

XII-

5/7

08

_

Jovem

_

_

_

Família

II

30/40

cm

Setor

X-5

09

_

Adulto

_

_

_

_

20/30

cm

Setor

VIII-

2/4

10

_

Adulto Partes esqueletais muito

esfaceladas, como da maioria dos

achados.

Denominado ―Cerquinha‖

5 vértebras trabalhadas em série,

2 dentes molares com uma raiz perfurada, de mão

pelada (Procyon canorivirus)

_

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110

SÍTIO : ARAPUAN Folha : 3

FONTE: BEZERRA, F Octavio da Silva (1995)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

_

20/30

cm

Setor

VI-

4/2

11

_

Adulto (Esperava-se o esqueleto completo,

mas só foram recuperadas algumas

partes ósseas)

Denominado ―Fiasco‖

_

_

_

10/20

cm

Setor

IV-2

12

_

Adulto

Denominado ―Espalhado‖

_

_

_

00/10

cm

Setor

VI-3

13

_

Adulto Perda de todos os dentes em vida.

Denominado de ―Boquinha

(Só foi encontrada a mandíbula.)

Sem associação a mobiliário funerário

_

Família

III

20/30

cm

Setor

VI-

13

14

_

Jovem

Possível TRIPLO

(Identificado por Família III)

_

_

Família

III

20/30

cm

Setor

VI-

13

15

_

Adulto

_

_

_

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111

SÍTIO : ARAPUAN Folha : 4

FONTE: BEZERRA, F Octavio da Silva (1995)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

Família

III

20/30

cm

16

_

Feto

(Por peneiragem)

_

_

_

120/130

cm

Setor

I-1/II-2

17

_

Adulto

(Somente os ossos do pé)

Denominado ―Trintinha‖

_

_

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112

SÍTIO : BEIRADA Folha: 1

FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

1 I 1 F 25 /30

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: NO / SE

Direção da face: O

PRIMÁRIO

_

_

3 I 3 F 30 / 35

anos

Posição: semi-fletido lateral direito

Orientação: N / S

Direção da face: O

PRIMÁRIO DUPLO

_

_

3 I 3a F Adulto Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(PRIMÁRIO DUPLO)

_

_

5 I 5 M + 40

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: SO / NE

Direção da face: E

(PRIMÁRIO)

_

_

6 I 6 M Adulto Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(SECUNDÁRIO)

Sedimento e concreção vermelhos envolvendo

ossos

_

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113

SÍTIO : BEIRADA Folha: 2

FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

8 I 8 F + 35

anos

Posição: decúbito ventral

Orientação: NO / SE

Direção da face: para baixo

(PRIMÁRIO)

Sedimento vermelho próximo a ossos

_

10 I 10 M 30 / 35

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: NE / SE

Direção da face: O

(PRIMÁRIO)

Seqüência de 4 vértebras de ―tubarão‖ perfuradas;

concreção vermelha

_

11 I 11 F Adulto Posição: decúbito dorsal

Orientação: N / S

Direção da face: -

(PRIMÁRIO)

Concreções vermelhas, lateralmente

_

12 I 12 M 22 / 25

anos

Posição : decúbito dorsal

Orientação: SO / NE

Direção da face: L

(PRIMÁRIO)

Sedimento e concreção vermelhos envolvendo os

ossos

_

25 I 25 F 25 / 30

anos

Posição: decúbito ventral

Orientação: N / S

Direção da face: para baixo

(PRIMÁRIO)

_

_

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114

SÍTIO : BEIRADA Folha: 3

FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

26 I 26 M 30 / 35

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: L / O

Direção da face: N

(PRIMÁRIO)

_

_

29 I 29 F 30 / 35

anos

Posição: decúbito ventral

Orientação: SE / NO

Direção da face: para baixo

(PRIMÁRIO)

Uma concreção vermelha de forma pontiaguda

sobre 1 ponta simples de esporão de ―raia‖

(13,5x1,0x0,6 cm), provavelmente Aetobatus

narinari (fincada entre as costelas [p.28]);

1 seixo diabásico na região pélvica

_

2 II 2 M 35 / 45

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: N / S

Direção da face: O

(PRIMÁRIO DUPLO)

(associado a restos alimentares)

_

2 II 2a F

_

Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(PRIMÁRIO DUPLO)

(associado a restos alimentares)

_

7 II 7 F

_

Posição: -

Orientação:-

Direção da face:-

(SECUNDÁRIO)

(associado a restos alimentares)

_

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115

SÍTIO : BEIRADA Folha: 4

FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

4 II 4 M 25 / 30

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: O/ L

Direção da face: S

(PRIMÁRIO)

Sedimento vermelho sobre o crânio

(associado a restos alimentares)

_

9 II 9 C 7 / 9

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: NO / SE

Direção da face: S

(PRIMÁRIO DUPLO)

Sedimento e concreção vermelhos sobre os

úmeros

_

9 II 9a M + 35

anos

Posição: -

Orientação:-

Direção da face: -

(PRIMÁRIO DUPLO)

_

_

13 II 13 M 30 / 35

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: O / L

Direção da face: S

(PRIMÁRIO)

6 vértebras perfuradas, enfileiradas, de ―tubarão‖

ao lado do crânio;

sedimento e concreção vermelhos envolvendo

ossos

_

14 II 14 F 35 / 40

anos

Posição: decúbito lateral

esquerdo semi-fletido

Orientação: O / L

Direção da face: N

(PRIMÁRIO)

Concreção vermelha sobre o tórax;

sedimento vermelho

_

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116

SÍTIO : BEIRADA Folha: 5

FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

15 II 15 M 25 / 35

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: NE / SO

Direção da face: S

(PRIMÁRIO)

(associado a restos alimentares)

_

16 II 16 F 25 / 35

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: NE / SO

Direção da face: S

(PRIMÁRIO)

1 canino inferior perfurado Alouatta guariba

(2,5x0,5 cm)

_

17 III 17 C 3 / 4

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: L / O

Direção da face: S

(PRIMÁRIO)

Concreção vermelha, lateralmente

_

18 III 18 C 6 a 18

meses

Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(PRIMÁRIO)

_

_

19 III 19 F Adulto Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(PRIMÁRIO)

Concreção vermelha sobre o tórax e membros

inferiores

_

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117

SÍTIO : BEIRADA Folha: 6

FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

20 III 20 F 35 / 40

anos

Posição: semi-fletido dorsal

Orientação: SO / NE

Direção da face: L

(PRIMÁRIO)

Sedimento e concreção vermelhos sobre membros

inferiores

_

21 III 21 M 39 / 44

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: SE / NO

Direção da face: O

(PRIMÁRIO)

Sedimento vermelho envolvendo ossos

_

23 III 23 F 25 / 28

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: SO / NE

Direção da face: N

(PRIMÁRIO)

Sedimento vermelho envolvendo ossos

_

24 III 24 M 35 / 40

anos

Posição: decúbito ventral

Orientação: NE / SO

Direção da face: para baixo

(PRIMÁRIO)

_

_

27 III 27 F 35 / 40

anos

Posição: decúbito ventral

Orientação: NE / SO

Direção da face: S

(PRIMÁRIO)

Concreção vermelha ao redor dos ossos

_

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118

SÍTIO : BEIRADA Folha: 7

FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

22 IV 22 M + 40

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: L / O

Direção da face: para cima

(PRIMÁRIO)

_

_

28 IV 28 C 9 / 11

anos

Posição: decúbito ventral

Orientação: SO / NO

Direção da face: para baixo

(PRIMÁRIO)

Concreções vermelhas sobre a bacia e o fêmur D

_

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119

SÍTIO : BOCA DA BARRA Folha : 1

FONTE: HEREDIA, Osvaldo Raimundo et al. [s./d.]

do S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

_

_

_

_

16 sepultamentos:

13 em decúbito ventral

estendido,

1 em decúbito lateral fletido e

2 desarticulados

_

_

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120

SÍTIO : BOQUEIRÃO Folha : 1

FONTE: MACHADO,Lilia Cheuíche; PONS, Eulália; SILVA, Laura (1989 b)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

1

F

35/39a

SECUNDÁRIO

_

(As características dos restos

ósseos humanos sugerem que

o ritual mortuário incluiu um

repositório temporário em

outro local, possivelmente

sob o solo [... e a] hipótese

mais provável [seria] a de

que os ossos tenham sido

transportados para a caverna,

utilizada como sítio-

cemitério, após a remoção

dos enterramentos primários

efetuados em área afastada.)

2

M

25/30a

SECUNDÁRIO

_

3

M

20/22a

SECUNDÁRIO

_

4

F

Adulto

até 35a

SECUNDÁRIO

_

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121

SÍTIO : CAIEIRA II Folha : 1

FONTE: LIMA, Tania Andrade (1991)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

―Foram recuperados uns poucos

ossos humanos, fragmentados e

dispersos [...] alguns desses ossos

possuem vestígios de queima,

apresentando encurvamentos,

rachaduras e retração cortical.

Essas evidências sugerem que a

queima foi oxidante, e os ossos

foram queimados possivelmente

ainda frescos, com presença de

proteína.‖ (p. 448)

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122

SÍTIO : CONDOMÍNIO DO ATALAIA Folha : 1

FONTE: TENÓRIO, Maria Cristina [s./d.]

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

1

entre

30 a

115

cm

-

-

Decúbito lateral E

Hiper-fletido

Articulado

Várias pontas ósseas e 2 líticos.

Grande quantidade de Ostrea à volta do

esqueleto.

1 Lucinata pectinata e 5 Ostrea junto ao crânio

(provável acompanhamento)

Área perturbada com

material intrusivo.

Indivíduos parecem ter sido

depositados em covas.

2

entre

30 a

115

cm

-

-

Face voltada para o mar.

Cabeça para Leste.

Indivíduo desarticulado.

Várias pontas ósseaqs próximas à mandíbula.

Restos de cação.

(Não expressamente mencionados como

acompanhamento)

3

a

115

cm

-

C

(?)

-

-

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123

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 1

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

52 Cam I

20 cm

LA-

15

(1)

nº 52

F + 50

anos

Posição: dec. dorsal, braços distendidos

Orientação: NE / SO

Direção da face: indeterminada

Articulação: sim, conexão estreita.

Em más condições., ossos fragmentados.,

incompleto.

(PRIMÁRIO SIMPLES)

1 ponta óssea fragmentada ao lado do úmero D, 1

dente de cachorro do mato (Procyonidae), 1 unha de

mamífero, perfurados e manchados de ocre junto ao

crânio; 3 adornos de conchas (pendentes); material

corante em torno do esqueleto.

Cova: tendência oval, rasa,

revestida de concreções

argilosas.

Estruturas próximas: não

ocorreram

54 Cam I

40 cm

LA-

15

(4)

54-A

C 6 / 7

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: SE / NO

Direção da face: para cima

Articulação: parcial

Em boas condições, quase completo

(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)

Resíduos de material corante em torno do

esqueleto

Cova: ovalada, pouco

aparente, base argilosa

compacta

Estruturas próximas: piso de

argila endurecida

54-B

F 25 / 35

anos

Posição: decúbito dorsal, membros

superiores distendidos

Orientação: SE / NO

Articulação: parcial

Preservação: regular, incompleto

Material corante onde ocorreu uma fogueira

circular – c/ 30 cm de

diâmetro e espessura média

de 80 cm – e nove buracos

de formas

54-C

C 4 / 5

anos

Posição, orientação e direção da

face: indeterminadas

Articulação: parcial

Más condições de preservação,

incompleto

Material corante circulares e elípticas,

possivelmente marcas de

estacas, dispostas quase em

semi-círculo, quatro dos

quais próximos à

54-D

C

_

Aglomerado de ossos infantis,

incompletos e fragmentados.

(não há referência a acompanhamento) extremidade inferior do

esqueleto 54-B .

(Localizaram-se os

enterramentos 55 e 57).

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124

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 2

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

55

Cam II

50 cm

LA-15 /

NA-15

(4)

55-A

F 30 / 35

anos

Posição e orientação: indeterrminadas

Direção da face: para baixo

Em boas condições de preservação,

incompleto

(SECUNDÁRIO)

Material corante Cova: ovalada, bem

delimitada. Base de

concreções argilosas.

Reagrupamento heterogêneo

dos esqueletos.

55- B

M 42

anos

Posição, orientação e direção da

face: indeterminadas

Articulação: não

Em boas condições de preservação,

incompleto

Material corante Estruturas próximas:

localizado no contexto da

estrutura de habitação

descrita para o sepulta-

55- C

F 30 / 40

anos

Posição e orientação: indeterminadas

Direção da face: para baixo

Articulação: não

Em boas condições, incompl.

Material corante mento 54.

(Localizaram-se os

enterramentos 54 e 57).

55-D

F 25 / 35

anos

Posição, orientação e direção da face:

indeterminadas

Articulação: não

Em boas condições, embora

incompleto

Material corante

(a mesma)

57 Cam II

48 cm

LA-15

(2)

57- A

F 25 / 35

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: O / L

Direção da face: indeterminada

Articulação: parcial, membros inferiores em

conexão estreita Em más condições, incompleto

(PRIMÁRIO, DUPLO)

Material corante, inclusive impregnando os ossos

deste esqueleto

Cova: parcialmente

delimitada, revestida de

concreções argilosas.

Estruturas próximas:

possível estrutura de há-

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125

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 3

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

57-B

C 06

meses

Posição: decúbito dorsal

Orientação: L / O

Direção da face: para cima

Articulação: parcial, perturbado

Em más condições, incompleto

Material corante bitação descrita para o

sepultamento 54.

(Localizaram-se os

enterramentos 54 e 55)

58 Cam III

83 cm LA-15 /

NA-15

(1)

nº 58

M 45

anos

Posição: decúbito dorsal, braço D sobre a pelve,

mão sobre a região pubiana Orientação: S / N

Direção da face: L

Articulação: sim, em conexão estreita Em ótimas condições, completo

(PRIMÁRIO, SIMPLES)

4 pontas ósseas, 3 dentes perfurados, de animais e 2 fragmentos de

diáfises ósseas polidas e impregnadas de corante (junto às vértebras cervicais); 4 (5?) vértebras de peixe, em fila, apresentando

polimento e perfurações centrais (junto à cabeça do úmero E); 1

adorno de concha (pingente) sobre o esterno, 1 concha Macrocalista maculata (pág.125;166) Mat. corante ocre e avermelhado.

Cova: ovalada, bem delimitada, com

resíduos de argila compacta e carvão. Estruturas próximas: localizaram-se os

enterramentos 59 e 60.

59 Cam III

80 cm

LA-15 /

LA- 16

(2)

59-A

F 25 / 35

anos

Posição, orientação e direção da face:

indeterminadas

Articulação: não, perturbado

(PRIMÁRIO, DUPLO)

Não ocorreu

Cova: não delimitada

Estruturas próximas:

localizaram-se os

enterramentos 58 e 60

59-B

C 6 a 9

meses

Posição, orientação e direção da face:

indeterminadas

Articulação: não, perturbado

Em más condições, incomple-

to e fragmentado

Não ocorreu

(a mesma)

60 Cam II

58 cm

LA-15

(3)

60-A

F adulto Posição, orientação e direção da face:

indeterminadas

Articulação: não

Em más condições, incompleto

(SECUNDÁRIO)

Material corante, escassos resíduos Cova: rasa, base argilosa

compacta, com

reagrupamento heterogêneo

dos ossos humanos

(continua próxima ficha)

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126

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 4

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

60-B

C 1 a 2

anos

Posição, orientação e direção da

face: indeterminadas

Articulação: não

Em más condições, incompleto

Material corante, escassos resíduos Estruturas próximas;

localizaram-se os

enterramentos 73, 74 e 77.

60-C

C 1 a 2

anos

Posição, orientação e direção da

face; indeterminadas

Articulação: não

Em más condições, incompleto

Material corante, escassos resíduos

(a mesma)

61 Cam III

75 cm

LA-15 /

NA-15

(2)

61-A

F + 30

anos

Posição, orientação e direção da face:

indeterminadas

Articulação: não, perturbado

Em más condições, incompleto

(PRIMÁRIO, DUPLO)

1 fragmento de seixo de quartzo impregnado de

ocre e 3 pontas ósseas (2 seg. pág. 166, sendo 1

dupla), no contexto dos ossos humanos

Cova: não delimitada

Estruturas próximas:

localizaram-se os

enterramentos 58 e 59

61-B

C 6

meses

a 1 ano

Posição, orientação e direção da

face: indeterminadas

Articulação: não, perturbado

Em más condições, incompleto

(repete a descrição anterior para 61-A)

(a mesma)

64

/

72

Cam

III

95 cm

LA-15

(6)

64-A

C 6

meses

a 1 ano

Posição: decúbito dorsal, membros superiores

distendidos

Orientação: SE / NO

Direção da face: para cima

Articulação: sim, em conexão estreita Em boas condições, quase completo

(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)

Adorno de 35 dentes humanos, apresentando perfurações.

Localizado sobre este crânio infantil, um conjunto de 9

dentes de animais, também perfurados. Na Prancha pág. 51 e

na descrição do 72-A consta canutilho de concha com 206

fragmentos.

Cova: ampla, ovalada,

constituída de argila

calcinada, com sedimento

friável, terra escura e lentes

de (cont)

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SÍTIO : CORONDÓ Folha : 5

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

64-B

C 6 a 9

meses

Posição: decúbito dorsal

Orientação: SE / NO

Direção da face: para cima

Articulação: sim, em conexão estreita

Em más condições, incompleto

Material corante em torno dos ossos areia rosada, branca e

amarelada envolvendo os

esqueletos. Resíduos de carvão.

Estruturas próximas:

64-C

C 6

meses

a 1 ano

Posição: decúbito dorsal

Orientação: SE / NO

Direção da face: indeterminada

Articulação: sim, em conexão estreita

Preservação: condições regulares

Material corante ocorreram 3 buracos,

possivelmente marcas de

estacas em semi-círculo na

argila, a cerca de 25 cm de

distância dos res -

72- A

F 41

anos

Posição: decúbito lateral E, membros

superiores distendidos

Orientação: NO / SE

Direção da face: para L

Articulação: sim, em conexão estr.

Boas condições de preservação

1 seixo oval impregnado de corante amarelado (junto ao 72 A e 64

A), 2 artefatos líticos (polidor-raspador), 1 ponta óssea junto aos

indivíduos 64-A e 72-A e material corante em torno dos esqueletos.

Ocorrência de 206 (fragmentos) de concha (Dentalium sp.)

impregnados de ocre, ao redor do crânio e ao longo da porção lateral E do esqueleto 64-A, e 1 artefato de concha (Macrocalista maculata)

tos ósseos infantis (64-A, B e

C). A forma é arredondada,

diâmetro médio de 9 cm e 12

cm de profundidade

72-B

F + 35

anos

Posição, orientação e direção da face:

indeterminadas

Articulação: não

Em más condições, incompleto,

fragmentado

Material corante

72- C

C 6

meses

a 1 ano

Posição, orientação e direção da face:

indeterminadas

Articulação: não

Em más condições, incompleto e

fragmentado

Material corante

(a mesma)

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128

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 6

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

70 Cam

III 100

cm

LA-15

(1)

nº 70

F 34

anos

Posição: decúbito lateral D

Orientação: N / S

Direção da face: indeterminada

Articulação: parcial, perturbado acima da

cintura pélvica Condições regulares de preservação,

incompleto. (PRIMÁRIO, SIMPLES)

Material corante e lentes de areia de colorações

diversas

Cova: tendência ovalada, com argila

calcinada em torno do esqueleto, que

está envolvido por areia rosada, branca

e amarelada.

Estruturas próximas: localizaram-se os enterramentos 64 / 72 e 71

71 Cam

III

100

cm

LA-

15

(2)

71-A

M 39 / 45

anos

Posição: decúbito lateral D

Orientação: N / S Direção da face: indeterminada

Articulação: parcial, para cima da cintura

pélvica Boas condições de preservação

(PRIMÁRIO, DUPLO)

Material corante Cova: parcialmente

delimitada, com argila

calcinada na base e areia

rosada, branca e amarelada

envolvendo os

71-

B

M 25 / 35

anos

Posição, orientação e direção da

face: indeterminadas

Articulação: desarticulado,

perturbado

Em más condições, incompleto

Material corante restos ósseos humanos.

Estruturas próximas:

localizaram-se os

enterramentos 64 / 72 e 70

73 Cam

II

40/60

cm

LA-16

(1)

nº 73

Adoles

cente 15 / 17

anos

Posição: decúbito dorsal, membros superiores

distendidos

Orientação: S / N

Direção da face: voltada para L

Articulação: sim, em conexão estreita, completo (PRIMÁRIO, SIMPLES)

Corante (segundo p. 166),3 artefatos líticos (2

segundo p. 166) na porção lateral E do esqueleto,

adorno de 18 dentes de animais, perfurados,

encontrados próximos à região cervical, 1 seixo

pintado entre os enterramentos 73, 74 e 77.

Cova: tendência ovalada, areno-

argilosa.

Estruturas próximas: localizaram-se

os enterramentos 74, paralelo a 73 e

o 77, em direção oposta

74 Cam

II

40/60

cm

LA-15

(3)

74-A

C 0 / 6

meses

Posição: decúbito dorsal

Orientação: S / N

Direção da face: para cima

Articulação: não

Boas condições de preservação, porém incompleto (PRIMÁRIO, C/ DEPÓSITO

ASSOCIADO DE OSSOS HUMANOS)

1 seixo pintado, já referido, entre os

enterramentos 73, 74 e 77

Cova: ovalada, areno-

argilosa, parcial/ perturbada

Estruturas próximas:

localizaram-se os

enterramentos 73 e 77

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129

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 7

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

74-B

Adoles

cente 15 / 17

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: S / N

Direção da face: indeterminada

Articulação: sim ,membros inferiores

articulados

Em más condições, incompleto

1 seixo pintado

(já descrito anteriormente)

(a mesma)

74-C

F + 40

anos

Posição, orientação e direção da face:

indeterminadas

Articulação: não

Esqueleto representado apenas pelo

osso coxal E

1 seixo pintado

(já descrito anteriormente)

(a mesma)

77 Cam II

60 cm

LA-

15

(2)

77-A

M 25 / 35

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: N / S

Direção da face: indeterminada

Articulação: conexão parcial

Em más condições

(PRIMÁRIO, DUPLO)

(já descrito no enterramento 74)

Cova: tendência ovalada,

parcialmente perturbada

Estruturas próximas: os

enterramentos 74 e 73

77-B

C 6

meses

a 1 ano

Apenas um crânio infantil

fragmentado

_

(a mesma)

78 Cam III

115

cm

LA-15

(7)

78-

A

F 25 /

35

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: N / S

Direção da face: para L

Articulação: sim, em conexão estreita

Em más condições, fragmentados

(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)

1 seixo pintado entre os esqueletos, resíduos de

material corante

Cova: parcialmente

delimitada, com base de

argila calcinada, com

resíduos de carvão, contendo

areia (cont)

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130

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 8

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

78-B

C 4 / 5

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: N / S

Direção da face: para cima

Articulação: sim, em conexão estreita

Em boas condições

(já descrito no enterramento 78-A) rosada, branca e amarelada

envolvendo os esqueletos

Estruturas próximas: não

ocorreram

78-C

C 5

meses

a 1 ano

Posição: decúbito dorsal

Orientação: L / O

Direção da face: para cima

Articulação: sim, em conexão estreita

Em boas condições

(já descrito no enterramento 78-A)

78-D

C 6 / 7

anos

Posição: decúbito lateral E

Orientação: S / N

Direção da face: para O

Articulação: não

Em boas condições

(já descrito no enterramento 78-A)

(a mesma)

78-E

78

C 9

meses

a 1 ano

Posição, orientação e direção da

face: indeterminadas

Articulação: não, perturbado

Em más condições, embora

incompleto

(já descrito no enterramento 78-A)

(a mesma)

78-F

C 6

meses

a 1 ano

Posição: decúbito dorsal

Orientação: N / S

Direção da face: para cima

Articulação: parcial, perturbado

Em más condições, fragmentado

(já descrito no enterramento 78-A)

(a mesma)

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131

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 9

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

78-G

C

6

meses

a 1 ano

Posição: indeterminada

Orientação: N / S

Direção da face: indeterminada

Articulação: parcial, perturbado

Em más condições, fragmentado

(já descrito no enterramento 78-A)

(a mesma)

84 Cam

IV

135

cm

LA-15

(3)

84-A

F 57

anos

Posição: decúbito dorsal, braço D sobre a bacia,

mão sobre o púbis Orientação: N / S Direção da face: indeterminada

Articulação: sim, em conexão estreita

Em boas condições (PRIMÁRIO, COM DEPOSITO ASSOCIADO DE OSSOS

HUMANOS [secundário])

Seixo pintado junto aos membros inferiores do

esqueleto 84-A,

1 artefato ósseo (furador) entre os enterramentos

84 e 85, material corante

Cova: rasa, com argila

composta e vestígios de

carvão

Estruturas próximas:

localizaram-se os enter -

84-B

C 0 / 3

meses

Posição, orientação e direção da

face: indeterminadas

Articulação: não

Em más condições, muito

fragmentado

(já descrito no enterramento 84-A) ramentos 85, 86 e 87

84-C

F + 50

anos

Posição, orientação e direção da

face: indeterminadas

Articulação: não

Incompleto, apenas osso coxal E

(já descrito no enterramento 84-A)

(a mesma)

85 Cam

IV

130

cm

LA-15

(5)

85-A

F 20 / 25

anos

Posição: decúbito dorsal, com o braço E

inclinado e mão sobre a região pubiana

Orientação: N / S

Direção da face: indeterminada

Articulação: sim, em conexão estreita Em boas condições(PRIMÁRIO, DEPÓSITO

ASSOCIADO DE OSSOS HUMANOS[sec.])

2 seixos pintados-moedores, próximos aos

membros inferiores do 85-A, e resíduos de

material corante, 1 artefato ósseo entre os

enterramentos 84 e 85

Cova: parcialmente

delimitada, tendência oval,

base argilosa

Estruturas próximas:

localizaram-se os

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132

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 10

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

nº 85

– B

C 10 / 12

anos

Posição: indeterminada

Orientação: N / S

Direção da face: para baixo

Articulação: não

Em boas condições

(já descrito no enterramento 85 – A) enterramentos 84, 86 e 87

nº 85

C

C 3 / 4

anos

Posição, orientação e direção da

face: indeterminadas

Articulação: não

Em boas condições

(já descrito no enterramento 85 – A)

(a mesma)

nº 85

D

C 1 / 2

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: N / S

Direção da face: indeterminada

Articulação: sim, em conexão parcial

Em boas condições

(já descrito no enterramento 85 – A)

(a mesma)

nº 85

E

C 0 a 6

meses

(?)

Posição, orientação e direção da

face: indeterminadas

Articulação: não

Em más condições

(já descrito no enterramento 85 – A)

(a mesma)

86 Cam IV

135

cm

LA –

15

(3)

nº 86

A

Adoles

cente 15 / 18

anos

Posição: decúbito lateral D, braço E sobre a

pélvis

Orientação: S / N

Direção da face: para baixo

Articulação: sim, em conexão estreita Em boas condições (PRIMÁRIO, DEPÓSITO

ASSOCIADO DE OSSOS HUMANOS [sec.])

Material corante

1 concha (Macrocalista maculata) banhada de

ocre, entre os sepultamentos 86 e 87

Cova: parcialmente

delimitada, forma oval e base

argilosa

Estruturas próximas:

localizaram-se os (cont)

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133

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 11

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

nº 86

B

C 7 / 8

anos

Posição, orientação e direção da face:

indeterminadas

Articulação: não

Em más condições, ossos fragmentados e

incompletos.

(já descrito no enterramento 86 – A) enterramentos 85 e 87

86 –

C

_

Adulto Posição, orientação e direção da face:

indeterminadas

Articulação: não

Em más condições, fragmentados

(3 fragmentos de ossos coxais, sem

condição p/ diagnose sexual e etária)

(já descrito no enterramento 86 – A)

(a mesma)

87 Cam IV

135

cm

LA –

15

(1)

87

M 46

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: SE / NO

Direção da face: para SO

Articulação: parcial, do crânio à cintura pélvica

Em boas condições (PRIMÁRIO, SIMPLES)

1 adorno lítico (pingente) junto à mandíbula; material

corante em torno do esqueleto, 2 artefatos líticos (faca)

próximos ao úmero D, além de 1 ponta óssea, 1 concha

pintada instrumento (Macrocalista maculata) entre os

enterramentos. 86 e 87, já referida.

Cova: tendência oval, irregular, com

ocorrência de concreções argilosas

Estruturas próximas: localizaram-se os

enterramentos 85 e 86, começando a

aflorar o 88 (PRANCHA 3, Nº I)

88 /

91

Cam

IV

145

cm

LA –

15

(2)

88

M + 50

anos

Posição: dec. dorsal, braço D distendido e o E

inclinado, c/ a mão sobre a reg. pub., sobre os fêmures do 88 estava dep. o de uma C (ent. 91)

Orientação: SE / NO

Direção da face: para L Articulação: sim, conexão estreita

Em boas conds. (PRIMÁRIO,DUPLO)

Resíduos de material corante em torno do esqueleto, além de

abundantes resíduos de madeira que se estendiam da mandíbula até a cintura pélvica, com cerca de 15 cm de largura. Próximo à porção

lateral D do crânio, 1 fragmento de seixo de quartzo (batedor)

impregnado de ocre. Entre os sepultamentos 88 e 90, localizou-se um bloco de quartzo retangular

Cova: alongada, tendência oval,

pouco profunda

Estruturas próximas: próximo ao

crânio do sepultamento 88 e, a

cerca de 17 cm do úmero E, uma

possível marca de esta-

91

C 9 / 10

anos

Posição: dec. lateral D, membros infs

flexionados em ângulo de cerca de 160º c/ eixo

do torso; membros sups inclinados c/ as mãos

nas extremidades da pelve

Orientação: SE/NO Direção da face: p/ L Articulação: sim, conexão estreita

Em más condições, fragmentado

Sob a mandíbula do 91 foi coletado um adorno lítico (pingente),

junto à porção posterior do crânio, um aglomerado de 11 dentes

humanos c/ perfurações nas raízes e dispostos em fila; 9 dentes de

animais perfs. e em fila (pág. 69) ponta óssea próxima à extrem.

distal do fêmur D. Muitos resíduos de mat. corante em torno do conj. ósseo, bem como de madeira

ca (10 cm de diâmetro e

profundidade média de 15 cm).

Paralelo a este, localizou-se o

sepultamento 90

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134

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 12

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

90 Cam IV

135

cm

LA –

15

(1)

nº 90

F + 50

anos

Posição: decúbito lateral D Orientação: SE / NO, com os membros

superiores flexionados

Articulação: sim, conexão estreita Direção da face: para L

Em boas condições

(PRIMÁRIO, SIMPLES)

1 ponta óssea, próxima ao úmero D do esqueleto;

1 bloco de quartzo retangular, localizado sobre os

fêmures do esqueleto 90.(É o mesmo bloco

associado ao 88/90 e 91) (pág. 166)

Cova: ovalada, rasa, constituída por

sedimento escuro, friável e argila

compacta

Estruturas próximas: ocorrem os

enterramentos 88 e 91, pa -

ralelos a este, constituindo um dos conjuntos funerários mais interessantes

desta área do sítio. Próximo ao crânio

do esq. 90, evidenciou-se um buraco ligeiramente oval (14x11 cm) com cerca

de 20 cm de profundidade.

95 Cam IV

160

cm

LA –

15

(3)

nº 95

–A

M 25 / 35

anos

Posição: decúbito lateral D

Orientação: S / N

Direção da face: para L

Articulação: conexão parcial

Em boas condições

(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)

Resíduos de material corante impregnando a

terra que envolve os esqueletos.

Junto ao crânio do esqueleto 95 – A coletou-se

uma ponta óssea

Cova: larga, rasa,

parcialmente delimitada,

preenchida por sedimento

friável. Não ocorreram

estruturas próximas

nº 95

– B

C 8 / 10

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: S / N

Direção da face: indeterminada

Articulação: conexão estreita

Em más condições, incompleto

(veja 95 – A)

(a mesma)

nº 95

– C

C

_

(Conjunto de ossos fragmentados

infantis, em más condições de

preservação)

(não há referência a acompanhamento)

(a mesma)

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135

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 13

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

96 Cam IV

170

cm

LA –

15

(3)

nº 96

– A

F 25 / 35

anos

O enterramento é constituído pelos

restos ósseos não articulados,

fragmentados e incompletos, em

más condições de preservação, de

(não há acompanhamento)

A cova funerária não

apresentou contornos

definidos e não houve

evidências de reagrupamento

homogê -

nº 96

– B

C 1 / 3

anos

um adulto e duas crianças.

(SECUNDÁRIO)

(não há acompanhamento)

neo dos ossos, tratando-se de

um depósito misturado, sem

acompanhamento funerário.

Estruturas próximas:

nº 96

– C

C 2 / 4

anos

(o mesmo conjunto)

(não há acompanhamento)

concentração de areia

branca junto aos restos

ósseos. Foram localizados os

enterramentos 112 e 114

97 Cam

IV

190

cm

LA –

15

(1)

nº 97

C 9 / 10

anos

Posição: decúbito lateral D, membros superiores

distendidos. Orientação: N / S Direção da face: para O

Articulação: sim, conexão estreita

Em condições regulares PRIMÁRIO, SIMPLES

Material corante, em maior quantidade junto ao

crânio e formando uma linha em volta do

esqueleto

Cova: ovalada, irregular, revestida

de concreções argilosas

Estruturas próximas: os

sepultamentos 98, 100, 101 e 102

98 Cam

IV

190

cm

LA –

15

(2)

nº 98

– A

M + 35

anos

Posição: decúbito lateral D, com ossos do braço D inclinados sobre a bacia e tíbia cruzadas

Orientação: S / N Direção da face: L

Articulação: sim, conexão estreita Em boas condições. (PRIMÁRIO, COM

DEPÓSITO DE OSSOS HUMANOS [sec.)

(Na pág. 166 consta corante)

Cova: parte de uma cova ovalada,

com base e contorno de concreções

argilosas

Estruturas próximas: os

sepultamentos 97, 100 101 e 102

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136

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 14

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

98- B

_

Adulto (Coletou-se, associado ao

esqueleto 98- A, o ramo E da

mandíbula de um adulto, de idade e

sexo indeterminados)

(não há referência a acompanhamento)

(a mesma)

100 Cam IV

190

cm

LA –

15

(1)

100

F 43

anos

Posição: decúbito dorsal. Tíbias ligeiramente

flexionadas (160º c/ eixo do torso) Orientação: N / S Direção da face:

indeterminada.

Articulação: sim, conexão estreita. Preservação: regular, crânio fragmentado.

(PRIMÁRIO, SIMPLES)

Material corante em torno do esqueleto.

Cova: pouco aparente, com

evidências de argila

endurecida. Estruturas

próximas: os sepultamentos

97, 98, 101e 102

101 Cam

IV

190

cm

LA –

15

(1)

101-

A

M 20 / 23

anos

Posição: indeterminada

Orientação: S/N Direção da face: indeterminada

Articulação: conexão parcial – do osso coxal D

e dos membros inferiores. Em más condições

incompleto PRIMÁRIO, COM DEPÓSITO ASSOCIADO

DE OSSOS HUMANOS.

Material corante em torno do esqueleto.

Cova: irregular, rasa, de base

parcialmente argilosa

Estruturas próximas: os

sepultamentos 97, 98,100 e

102.

(Associado ao 101 – A, encontrou-se parte

de um osso coxal, cujas características

indicam o sexo masculino e idade

indeterminada, identificado como 101 – A)

102 Cam IV

190

cm

LA –

15

(1)

102

M 25 / 35

anos

Posição: decúbito dorsal, com os ossos do braço

e da mão E sobre a região pubiana.

Orientação: L/O Direção da face: para cima

Articulação: conexão parcial, membros

superiores E e parte da coluna vertebral. Em más condições, incompleto, fragmentado

(PRIMÁRIO, SIMPLES)

(não ocorreu)

Cova: tendência ovalada e

base argilosa, rasa

Estruturas próximas: os

sepultamentos 97,98,100 e

101.

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SÍTIO : CORONDÓ Folha : 15

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

103 Cam IV

200

cm

LA –

15

(5)

nº 103

– A

F + 35

anos

Posição: decúbito lateral D

Orientação: NE / SO

Direção da face: indeterminada (o crânio não foi

encontrado)

Articulação: conexão parcial Em más condições, incompleto, fragmentado

(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)

Material corante em torno do esqueleto Cova: não aparente. O solo

onde estavam depositados os

esqueletos era constituído de

areia friável

103 –

B

C 7 / 8

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: SO / NE

Direção da face: indeterminada

Articulação: parcial, membros inferiores

Em más condições, incompleto e

fragmentado

(veja 103 – A )

(Refere corante [p. 166])

e argila compacta com

abundantes resíduos de

carvão em torno dos ossos

Estruturas próximas: não

103 –

C

F 20 / 21

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: S / N

Direção da face: indeterminada

Articulação: conexão parcial – coluna

vertebral e costelas. Em más condições,

ossos friáveis e fragmentados.

(veja 103 – A ) ocorreram

103 –

D

C 2 / 3

anos

Posição: indeterminada

Orientação: L / O

Direção da face: para baixo

Articulação: não

Em más condições, incompleto e

fragmentado

(veja 103 – A )

(a mesma)

103 –

E

C 1 / 2

anos

Posição, orientação e direção da

face: indeterminadas

Articulação: não.

Em más condições, incompleto,

perturbado

(veja 103 – A )

(a mesma)

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138

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 16

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

104 Cam IV

225

cm

LA -

15

(7)

104 –

A

M 35 / 45

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: O / L

Direção da face: SO

Articulação: parcial

Em más condições, fragmentado,

incompleto (PRIMÁRIO, MULTPLO)

Grande quantidade de material corante vermelho,

impregnando a terra que envolvia os esqueletos.

Próximo à porção posterior do crânio, coletou-se

um artefato lítico (polidor)

Cova: ovalada, irregular,

com dimensão média de

200/120 cm, constituída de

argila endurecida e terra

escura impregnada

104 –

B

M 19

anos

Posição: decúbito lateral D; braços distendidos e

fêmures cruzados Orientação:NE / SO Direção da face: O

Articulação: conexão estreita

Crânio e mandíbula em boas condições, ossos longos extremamente friáveis

Material corante

de material corante

vermelho. Sobre os

esqueletos articulados,

localizaram-se aglomerados

de ossos infantis,

104-

C

M 25 / 26

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: NE / SO

Direção da face: para cima

Articulação: conexão parcial, cintura

pélvica e membros inferiores. Ossos em

boas condições. Perturbado

Grande quantidade de material corante

avermelhado

envolvidos por lentes de

areia branca, rosada e

amarelada

Estruturas próximas:

próximo ao crânio 104-B

104-

D

C 3 / 4

anos

(Apenas o crânio e a mandíbula de

uma criança orientados no sentido

NE / SO, com a face voltada para

baixo)

(não há referência a acompanhamento)

foi assinalada uma pequena

fogueira situada sobre argila

calcinada e areia. Junto à

extremidade inferior do

104-

E

M 25 / 35

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: SO / NE

Direção da face: indeterminada

Articulação: conexão parcial – parte dos

ossos pélvicos e membros inferiores

Em más condições

Veja 104 - B esqueleto pós-craniano,

ocorreram dois buracos de

pequenas dimensões,

contendo restos alimentares.

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139

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 17

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

104-

F

C 6 / 7

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: SO / NE

Direção da face: para L

Articulação: parcial

Em más condições

(veja 104 –C)

(a mesma)

104-

G

M

(?)

_

Posição e orientação indeterminadas

(Coletaram-se escassos restos ósseos de

um indivíduo cujas características sugerem

o sexo masculino. A idade biológica não

pôde ser estimada.)

(não há referência a acompanhamento)

(a mesma)

nº 104-H

104-I 104-J

104-K

C

de 0 a

1 ano

(Esqueletos infantis depositados sobre os

enterramentos descritos)

Posição 104-I e 104-K: indeterminada;

104—H e 104 –J: ossos da mão D sobro o

ílio.

Orientação: indeterminada

(não há referência a acompanhamento)

(a mesma)

105 Cam IV

225 cm LA-

15/LA-

16

(7)

105-

A

M

26

anos

Posição: decúbito lateral E, membros superiores

distendidos, mão E sobre o fêmur Orientação: N / S Direção da face: p/ L

Articulação: conexão estreita

Preservação: -

(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)

Material corante vermelho e amarelo impregnando a

terra em torno dos ossos.

1 seixo pintado (raspador)

(Em MACHADO, p. 166, o seixo é associado a todo o

enterramento)

Cova: alongada no sentido N

/ S, parcialmente delimitada,

contendo terra escura e base

de areia clara. Esqueletos

105-

B

F

17 / 18

anos

Posição: indeterminada

Orientação: N / S

Direção da face: para cima

Articulação: não

Más condições, incompleto.

Material corante depositados paralelamente,

justapostos ou parcialmente

sobrepostos.

(continua)

Page 140: Universidade Federal do Rio de Janeiro PESCADORES ... · PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ... mulheres, homens, jovens e crianças sem nenhum acompanhamento,

140

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 18

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

105-

B2

C

1 ano

e 6

meses

(Trata-se de remanescentes de

ossos infantis)

(não há referência a acompanhamento)

Estruturas próximas: uma

fogueira de forma oval com

área de 100x80 cm e 20 cm

de espessura entre os setores

LA-15 / LA-14.

105-

C1

C

4 / 5

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: S / N

Direção da face: para cima

Articulação: conexão parcial

Em más condições

Material corante Localizou-se o sepultamento

115.

105-

C2

C

3 / 5

anos

(Trata-se do úmero E, fêmures e

tíbia E de uma criança)

(não há referência a acompanhamento)

(a mesma)

105-

D

F

+ 30

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: NO / SE

Direção da face: indeterminada

Articulação: conexão parcial dos membros

inferiores. Em más condições, ossos

friáveis e fragmentados.

Material corante

(a mesma)

105-

E

C

6

meses

/ 1 ano

(Restos ósseos infantis)

(não há referência a acompanhamento)

(a mesma)

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141

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 19

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

106 Cam II

40 cm

NB –

15

(3)

106-

A

F

-

Posição: decúbito dorsal, com o braço D sobre a

pelve Orientação: NO / SE

Direção da face: para SO

Articulação: conexão parcial

Em más condições, perturbado por raízes (PRIMÁRIO, COM DEPÓSITO DE OSSOS

HUMANOS [sec.] )

8 artefatos ósseos dispostos em torno do

esqueleto;

6 dentes de felino, com perfurações na raíz e

1 dente humano perfurado.

Cova: ovalada, orientada no

sentido NO / SE, constituída

de argila calcinada e

endurecida

Estruturas próximas:

106-

B

C

6

meses

Posição: decúbito dorsal

Orientação: NO / SE

Direção da face: para O

Articulação: parcial

Em más condições

(não há referência a acompanhamento)

não ocorreram.

106-

C

C

Recém-

nascido

(No mesmo contexto, coletaram-se

fragmentos de um crânio infantil,

cujas características sugerem um

recém-nascido)

(não há referência a acompanhamento)

(a mesma)

107 Cam II

50 cm

NB –

15

(1)

107

M

+ 40

anos

Posição: decúbito dorsal, ossos do braço E

distendidos, o D inclinado sobre a pelve e mão sobre a região pubiana, tíbias e fíbulas cruz adas

Orientação: SE/NO Direção da face: para cima

Articulação: sim, em conexão estreita Em más condições, ossos fragmentados

(PRIMÁRIO, SIMPLES)

Resíduos de corante vermelho ao longo da porção E; seixo de

quartzo / batedor, junto ao úmero E, 5 dentes de felino, com

perfurações nas raízes, junto ao crânio; 1 artefato de concha

(gastrópode – Megalobulinus sp) e 1 adorno de concha

(Macrocalista maculata)

Cova: ovalada, argilosa

Estruturas próximas: o

enterramento 106, em nível

superior e o 108, 109 e 110 em área

próxima

108 Cam II

50 cm

NB –

15 / NB

– 14

(1)

108

M

35 / 45

anos

Posição: decúbito lateral D, membros superiores

flexionados em direção ao crânio e tíbia D

cruzada sobre a E

Orientação: NO / SE Direção da face: O

Articulação: sim Preservação: -

(PRIMÁRIO, SIMPLES)

1 dente perfurado de cachorro do mato

(Procyonidae); impregnações de corante vermelho

em torno do esqueleto

Cova: ovalada, com concreções

argilosas no interior

Estruturas próximas: sepultamentos

107, 109, 110. Próximo à ulna D do nº

108, foi assinalada uma possível marca de estaca c/om10 cm de diâmmetro e 20

cm de profundidade.

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142

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 20

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

109 Cam II

50 cm

NB-15

/

NA-15

(1)

109

F + 35

anos

Posição: decúbito dorsal, membros superiores

flexionados sobre a mandíbula

Orientação: NO / SE

Direção da face: para O

Articulação: sim, conexão estreita Em más condições, ossos fragmentados

(PRIMÁRIO, SIMPLES)

Impregnações de corante vermelho ao longo

do esqueleto

Cova: parcialmente evidenciada,

tendência oval, concreções

argilosas em torno do esqueleto

Estruturas próximas: os

sepultamentos 107,108,110.

110 Cam II

50 cm NB-15

/

NB-16

(3)

110-

A

C 6

meses

/ 1 ano

(Trata-se de um crânio

fragmentado e ossos dos esqueletos

pós-cranianos – úmero, rádio e ula

E – desarticulados)

Impregnações de material corante na terra que

envolvia o esqueleto. Sobre o crânio infantil,

coletaram-se 13 dentes de felino com uma

perfuração na raíz e 1 ponta óssea fragmentada

Cova: não delimitada,

concreções argilosas em

torno dos ossos

Estruturas próximas: os

sepultamentos 107,108 e 109

110-

B

C 3

meses

Posição: decúbito dorsal

Orientação: NE / SE (sic.)

Direção da face: para cima

Articulação: conexão parcial,

perturbado. Em más condições.

Material corante

(a mesma)

110-

C

C

_

(Trata-se de um aglomerado de

ossos infantis, muito

fragmentados)

(não há referência a acompanhamento)

(a mesma)

111 Cam I

20 cm

NJ-

15

(1)

111

C 2 / 3

anos

Posição, orientação e direção da face:

indeterminadas

Articulação: não, perturbado

Em más condições, devido à localização

quase superficial

(PRIMÁRIO, SIMPLES)

Resíduos de material corante vermelho e amarelo;

sobre os remanescentes ósseos, 3 dentes de felino,

com perfurações nas raízes, 1 artefato de concha

(Macrocalista maculata )

Cova: não

Estruturas próximas: não

ocorreram

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143

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 21

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

112 Cam IV

170 cm

LA-15 /

LA-14

(1)

112

F + 35

anos

Posição: indeterminada

Orientação: L / O

Direção da face: para baixo

Articulação: não

Em boas condições (crânio)

(PRIMÁRIO, SIMPLES)

O crânio estava envolvido em areia misturada a

material corante

Cova: delimitação parcial,

ovalada

Estruturas próximas:

sepultamentos 96 e 114

113 Cam IV

180 cm LA-15

/

LA-14

(1)

113

M 25 / 35

anos

Posição: decúbito lateral D

Orientação: N / S

Direção da face: para L

Articulação: parcial

Em boas condições (crânio)

(PRIMÁRIO, SIMPLES)

Resíduos de corante vermelho, impregnando a

areia que envolve os ossos

Cova: ovalada, preenchida

de areia clara

Estruturas próximas: não

ocorreram

114 Cam IV

170 cm

LA-15 /

LB-15

(1)

114

C

_

(esqueleto infantil)

(PRIMÁRIO, SIMPLES)

(ver Sepultura – indicações) Cova: tendência ovalada. O esqueleto infantil estava

envolvido por lentes de areia

rosada, branca e amarelada.

A análise das

amostras dos vários tipos de areia

indicou serem areias de dunas

trazidas de outros locais, segundo o

prof. Gelson Rangel, geomorfólogo

do IBGE

115 Cam IV

225 cm

LA-15 /

LB-15

(3)

115-

A

M 25 / 35

anos

Posição: decúbito dorsal, ossos do braço E sobre

a bacia

Orientação: S/N Direção da face: indeterminada

Articulação: conexão parcial, coluna vertebral e

parte dos membros inferiores Em más condições, incompleto

(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)

Material corante vermelho e amarelado Cova: contornos pouco

definidos, arenosa

Estruturas próximas: o

sepultamento 105

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144

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 22

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

115-

B

C 0 / 6

meses

(Constituído por escassos restos

ósseos infantis cuja observação

sugere a idade biológica do

nascimento a 6 meses)

(não há referência a acompanhamento)

(a mesma)

115-

C

F

(?)

45 / 50

anos

(Aglomerado de ossos sem posição

ou orientação definidas, cujas

características sugerem o sexo

feminino)

(não há referência a acompanhamento)

(a mesma)

116 Cam IV

245 cm

LA-15 /

LA-14

(3)

116-

A

M 18

anos

Posição: indeterminada

Orientação: N / S

Direção da face: para baixo

Articulação: não

Em boas condições (crânio)

(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)

(não ocorreu)

Cova: não definida. Os

esqueletos estavam

depositados na base arenosa

do sítio

Estruturas próximas:

116-

B

M + 50

anos

Posição: fletida no sentido lateral D, com

os fêmures formando um ângulo menor

que 180º com o eixo do tronco e as tíbias e

fíbulas fortemente flexionadas, formando

um ângulo de 10º em relação aos

Material corante, avermelhado, inclusive

impregnando os ossos, como o esterno, o rádio e a

ulna D.

uma estrutura de habitação

constituída por um piso de

argila endurecida e nove

marcas de estacas formando

fêmures. Os ossos dos braços estavam

distendidos.

Orientação: S / N

Direção da face: para O

Em boas condições

um semi-círculo em torno da

área onde foram depositados

os esqueletos.

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145

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 23

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

116-

C

C Recém-

nascido (Próximo ao 116 – B, coletaram-se

os fragmentos de ossos de um

crânio infantil, possivelmente um

recém-nascido)

(não há referência a acompanhamento)

(a mesma)

117 Cam IV

240 cm LA-15 /

LA-16

(1)

117

M 19 / 25

anos

Posição: fletida no sentido lateral E, com

os fêmures formando um ângulo menor do

que 90º com o eixo do tronco

Orientação: N / S

Direção da face: L

(não ocorreu)

Cova: não definida. O esqueleto

estava depositado na base arenosa

do sítio

Estruturas próximas: o

sepultamento 116. O sepultamento

117.

Articulação: sim, em conexão estreita.

Em boas condições, embora incompleto localizava-se fora de uma

estrutura de habitação (piso de

argila e 9 buracos em semi-

círculo)

118 Cam III

95 cm

LA-15

/ LA-16

(2)

118-

A

C 0 a 1

ano

Posição: decúbito dorsal

Orientação: N / S

Direção da face: para cima

Articulação: conexão parcial

Em más condições, incompleto.,

fragmentado. (PRIMÁRO, DUPLO)

Grande quantidade de resíduos de corante

vermelho em torno dos ossos; junto ao crânio

localizaram-se 25 dentes humanos de indivíduos

adultos, com perfurações nas raízes, além de 35

dentes de animais de várias espécies, também

Cova: parcialmente destruída. Base

de argila compacta. Sobre o

sepultamento localizou-se um

acúmulo de areia clara impregnada

de material corante avermelhado

perfurados que, pela disposição em que foram

encontrados, caracterizam-se como adorno

(colar).

com 25 cm de espessura, a 80 cm

do marco LB – 16

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146

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 24

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1984) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

118-

B

C 6

meses

(Fragmentos de crânio, mandíbula,

clavícula D, ulna E e fíbula, com

posição e orientação

indeterminadas

(não há referência a acompanhamento)

(a mesma)

120 Cam I

20 cm

NA-12

(1)

120

F 30 / 35

anos

Posição: decúbito dorsal, com os ossos do braço

D sob a bacia Orientação: O / L Direção da face: p/ S

Articulação: conexão parcial, perturbado por

raízes. Em más condições, ossos friáveis e quebradiços

(PRIMÁRIO, SIMPLES)

1 artefato lítico e um seixo pintado, ambos

utilizados como raspadores. Fragmentos de

material corante vermelho e amarelo ao longo

do esqueleto, de ambos os lados.

Cova: ovalada, concreções

argilosas na base

Estruturas próximas: encontrou-se

um piso de argila compacta no lado

esquerdo do esqueleto 120, que

envolve

XXX

XXX

parcialmente o de nº 122 no nível

inferior. Foi assinalado um buraco

circular (5 cm de diâmetro e cerca

de 15 cm de profundidade)

contendo terra preta

121 Cam II

40 cm

NB –

12

(1)

121

F 35 / 45

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: S / N

Direção da face: para cima

Articulação: sim, conexão parcial

Em más condições

(PRIMÁRIO)

(não ocorreu)

Cova: com contorno pouco

aparente, apresentava base

argilosa

Estruturas: não ocorreram

122 Cam II

40 cm

LA-12

/

NA-12

(1)

122

F 30 / 35

anos

Posição: decúbito lateral D com as pernas

flexionadas formando um ângulo de 120º com o

eixo do torso

Orientação: L / O Direção da face: N

Articulação: sim, conexão estreita Em más condições, fragmentados

(PRIMÁRIO, SIMPLES)

Poucas evidências de corante vermelho.

No lado D do esqueleto: 1 seixo pintado / raspador; 2

dentes perfurados de seláquios, impregnados de

corante; duas vértebras de peixe polidas e perfuradas;

(continua)

Cova: pouco definida, base argilosa

Estruturas próximas: um piso de

argila endurecida circundando o

esqueleto; blocos de argila branca

muito

(continua)

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147

SÍTIO : CORONDÓ Folha : 25

FONTE: MACHADO, Lília Cheuíche (1984) (referência principal); CARVALHO, Eliana Teixeira de (1983) (referência complementar)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

XXX

e 1 artefato malacológico (este não é mencionado em

CARVALHO 1984).

compacta junto ao crânio e parte

superior da coluna vertebral.

Ocorreram dois buracos à esquerda

da porção cervical da coluna ver-

tebral (diâmetro médio de 5 cm),

pouco profundos.

123 Cam II 50 cm

LB-12

/ LC-12

(10

123

_

+ 25

anos

Posição: indeterminada

Orientação: L / O

Direção da face: indeterminada

Articulação: parcial, perturbado

Em más condições, fragmentado,

incompleto. PRIMÁRIO, SIMPLES)

Seixo achatado de gnaiss; 1 ponta óssea fragmentada; 3

vértebras de peixe, polidas e com perfuração central,

apresentando uma canaleta ao longo das peças; 1 dente

humano com perfuração numa das raízes (primeiro molar),

superior D).

Restos de palha calcinada

Cova: não definida

Estruturas próximas: junto aos

restos ósseos ocorreu um buraco de

forma circular e profundidade

média de 20 cm com sedimento

escuro no interior

124 Cam I

20 cm

LC –

12

(1)

124

_

15 / 18

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: O / L

Direção da face: indeterminada

Articulação: parcial, perturbado

Em más condições, incompleto,

fragmentado. (PRIMÁRIO)

Resíduos de corante amarelo e avermelhado Cova: não definida

Estruturas: não ocorreram

125 Cam I

20 cm

LA –

11

(1)

125

F

(?)

+ 25

anos

(Restos ósseos de um indivíduo

adulto, possivelmente do sexo

feminino. Quase à superfície, em

área perturbada)

5 vértebras de peixe perfuradas

(MACHADO 1984, p. 166)

_

Page 148: Universidade Federal do Rio de Janeiro PESCADORES ... · PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ... mulheres, homens, jovens e crianças sem nenhum acompanhamento,

148

SÍTIO : FORTE Folha : 1

FONTE: KNEIP, Lina Maria (1977)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

1 C. I

0,30m

_

_

_

Completamente destruído, sendo

impossível identificar sua posição

1 vértebra de peixe polida e sem perfuração

(Em solo de coloração negra)

2 C. I

0,60

m

_

_

_

Totalmente fragmentado 1 vértebra de peixe polida e sem perfuração

(A poucos centímetros do

sepultamento 1, em solo de

coloração negra).

3 C. I

0,60

m

_

_

_

Totalmente fragmentado, sendo

impossível identificar sua posição

2 vértebras de peixe polidas e sem perfuração (A alguns metros do

sepultamento 2, em solo de

coloração negra).

4 C. II

1,30

m

_

_

_

Membros infs. em decúbito lateral

esq., mão esq. sobre a bacia, pernas

e pés fletidos(os membros

superiores foram levados pelo

barranco)

1 lâmina de machado polida

3 exemplares de Megalobulinus oblongus

1 valva de Anadara notabilis

(Em solo de coloração

marrom avermelhada, quase

no contato da camada de

areia e carvão)

5 C. II

1,10

m

_

_

_

Corpo em decúbito dorsal

Crânio no sentido SE / NO

(os membros inferiores foram

levados pelo barranco)

Dentes de guariba (Alouatta) perfurados,

dispostos em forma de colar sobre o tórax e

contornando o pescoço do esqueleto

(Em solo de coloração marrom

avermelhada tendo como leito a

camada de coloração cinza;

encontrava-se a 1,00/1,50 m do

sepultamento 4)

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149

SÍTIO : FORTE Folha : 2

FONTE: KNEIP, Lina Maria (1977)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

6 C. I

0,90

m

_

_

_

Esqueleto incompleto e totalmente

fragmentado, apesar da ausência de

perturbação nas camadas

-

(Em solo de coloração negra)

7

C. I

0,80

m

_

M adulto Corpo em dec. lat. esq., perna D

fletida, perna E estendida, braço D

alongado sobre a perna fletida e braço

E alongado sob a perna fletida. Crânio

no sentido SO/NE

Almofariz, lâmina de machado polida,

seixos com evidências de uso, vértebras de peixe

polidas e perfuradas – 2 com perfuração, 2 sem

perfuração – enfileiradas sob o pé da perna D, duas

mandíbulas do réptil Tupinambas sp (teiú)

(Em solo de coloração negra)

8

C. I

0,90

m

_

_

_

Esqueleto fragmentado e

incompleto, apesar de não ter sido

observada perturbação nas

camadas

-

(Em solo de coloração negra,

a alguns centímetros abaixo

do sepultamento 7)

9

C. I

0,90

m

_

_

_

Totalmente fragmentado e

incompleto

-

(Em solo de coloração negra,

a 0,25 m do sepultamento 8)

10

C. I

0,90

m

_

_

_

Totalmente fragmentado e

incompleto

-

(Em solo de coloração negra,

a 0,30 m do sepultamento 9)

Page 150: Universidade Federal do Rio de Janeiro PESCADORES ... · PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ... mulheres, homens, jovens e crianças sem nenhum acompanhamento,

150

SÍTIO : FORTE Folha : 3

FONTE: KNEIP, Lina Maria (1977)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

11

C. I

1,10

m

1 M adulto Corpo em decúbito lateral D, com as

pernas fletidas,crânio no sentido S /

N,face voltada para L [Fig. 38

(KNEIP, 1977) refere ―Enterramento

Coletivo‖: nº 11, 12, 13 e 14).

Matéria corante amarelada, entre as costelas

(Em solo de coloração negra)

12

C. I

1,10

m

_

_

M

C

jovem

4 a 5

anos

Ambos em dec. dorsal, orientados no

sentido S / N; jovem com face para O e

criança com face para cima. Braço D do

jovem – c/ anomalia física. – sob esqueleto

da criança que tinha o braço D fletido e

apoiado sobre o tórax

Matéria corante de cor amarelada sob a

cabeça e entre as costelas do jovem.

Vértebras de peixe polidas, sem perfuração,

enfileiradas junto ao crânio do jovem

(Em solo de coloração negra,

a 0,60 m do sepultamento

11)

13

C. I

1,10

m

_

M adulto Em decúbito dorsal, crânio orientado no

sentido NE / SO, face voltada p/ L; os

braços, dobrados e apoiados no tórax,

tinham os ossos da mão superpostos; os

pés, perpendiculares ao corpo, tinham a

posição ereta

Matéria corante de coloração amarelada entre as

costelas

(Em solo de coloração negra)

14

C. I

1,10

m

_

F jovem Em decúbito dorsal, crânio

orientado no sentido N / S, face

voltada para O; os braços, semi-

fletidos, tinham as mãos apoiadas

sobre o ventre

Matéria corante de coloração amarelada junto ao

crânio; sobre este um fragmento lítico sem

vestígios de utilização

(A poucos centímetros do

sepultamento 12, em solo de

coloração negra)

15

C. II

1,80

m

_

_

_

Esqueleto incompleto, apesar de

não ser observada perturbação nas

camadas

1 seixo com evidências de uso,

4 vértebras polidas sem perfuração

(Em solo de coloração

marrom avermelhada)

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151

SÍTIO : GERIBÁ I Folha : 1

FONTE: HEREDIA, Osvaldo Raimundo et al. [s./d.]

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

_

II

I

_

_

Parcialmente destruído, estado de

conservação bastante precário.

Direção: -

Face: para baixo

Apoiado sobre um grande lítico.

3 artefatos ósseos na forma de ponta de projétil

trabalhadas de maneira diferente e 2 espinhas de

formato bastante peculiar;

1 artefato lítico classificado como quebra-coco,

com desgaste; 1 lasca de quartzo hialino, com

desgaste de uso como faca. (Não descritos como

―acompanhamentos‖, mas como ―próximos‖ ao

corpo)

Fogueira próxima ao

indivíduo detectada pela

presença de carvões e

conchas calcinadas, espinha

de peixe e semente com

sinais de exposição ao fogo.

O sedimento que o

circundava era composto por

restos de ouriço em profusão,

restos de peixe e carapaças

de moluscos.

_

II

II

Não foi possível determinar a

posição.

Face: para baixo

Dava a impressão de estar apoiado em dois líticos polidos.

Ossos fragmentados de peixe. Próximo à mão E havia 1

ponta óssea, diferente das demais encontradas no sítio. Na

mão D um fragmento de mandíbula de peixe.

Ainda, 2 artefatos líticos abaixo do esq., de formato

arredondado, superfície relativamente polida, com pequenas.

depressões provavelmente devido ao uso como percutor (não

diz se são os mesmos já citados).

Material malacológico sem marcas de uso intencional. Havia

ainda restos de ouriços e crustáceos.

Posicionado no interior da

camada, estava

completamente inserido na

mesma, próximo a uma

camada de pedras.

(Abaixo do Esqueleto

I).Pareceu ter sido apenas

introduzido dentro de uma

cova.

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152

SÍTIO: GERIBÁ I Folha : 2

FONTE: HEREDIA, Osvaldo Raimundo et.al. [s./d.]

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

_

II

III

Ótimo estado de conservação.

Ossos articulados.

Posição: fetal (possivelmente)

Face: para baixo

Fragmentos ósseos de peixe; 1 artefato na forma

de ponta de projétil, diferente das demais

encontradas no sítio.; 3 lascas de quartzo, uma

delas com desgaste significativo; material

malacológico dos mesmo gêneros presentes na

Camada II, com 1 Olivancillaria sp sobre o cúbito

sem marca de desgaste ou uso, mas parecendo

tratar-se de ac. Funerário. Restos de ouriço-do-

mar e crustáceos.

Localizado no final da

camada arqueológica,

cercado de sedimento

arenoso e por pedras que

foram a base do sítio.

Page 153: Universidade Federal do Rio de Janeiro PESCADORES ... · PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ... mulheres, homens, jovens e crianças sem nenhum acompanhamento,

153

SÍTIO : GUAÍBA Folha : 1

FONTE: HEREDIA, Osvaldo Raimundo et al. (1984).

do S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

C

C

2

anos

_

Colar de pequenos gastrópodes perfurados

em ambas as extremidades (Olividea),

alguns se perderam pelo mau estado de

conservação. Havia numerosos exemplares

de 0,7 cm de comprimento. O colar dava

duas voltas ao pescoço, ficando um

segmento suspenso, em cuja extremidade

havia 4 dentes de porco-do-mato (Tayassu

Tajaçu).Dentes com 5,5 cm de

comprimento.

D

_

_

_

Peça trabalhada em concha (valva de

Ostrea), próxima ao pescoço, inferindo-se

que tratava-se de um colar.

Obs.: ―Concentrados no setor W [...] foram escavados 7 sepultamentos,correspondendo a 5indivíduos adultos, dentre os quais 2 masculinos e 2 femininos e um

ainda não definido e 2 crianças de aproximadamente 2 anos de idade. Um trabalho em separado, em fase de elaboração, fornecerá informação adicional.‖ (p.

18)

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154

SÍTIO: ILHA DA BOA VISTA I Folha : 1

FONTE: LIVRO DE TOMBO (de 2118 a 2131).

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações) 1 Setor

M 10

Nível

10 / 20

1 F Adulto

maduro

Posição: decúbito lateral D

Pernas em forte flexão

Orientação: E /W

Direção da face: N

Completo, fragmentado, perturbado

PRIMÁRIO SIMPLES

1 ponta óssea

1 dente perfurado

1 espinho de peixe trabalhado

Grande quantidade de corante

Evidenciada presença de

cova

7 Setor

M 6

Nível

10 / 20

7 C 9 m

(+- 3

m)

Posição: decúbito ventral

Orientação: W / E

Direção da face: indeterminada

Fragmentado, perturbado

PRIMÁRIO SIMPLES

Inexistente

_

8 Setor

K 4

Nível

10 / 20

8

(só 1

esq.

?)

? Adulto Posição: Indeterminada

Orientação: indeterminada

Direção da face: indeterminada

Muito fragmentado , incompleto.

TIPO INDETERMINADO

3 seixos de quartzo

1 alisador

1 batedor de diabásio

Corante

_

9 Setor

K 4

Nível

20 / 30

9 C 12

anos

(+- 30

m)

Posição: decúbito lateral D, pernas fletidas

Orientação: Indeterminada

Direção da face: Indeterminada

Muito fragmentado , perturbado

PRIMÁRIO SIMPLES

Corante

_

2 Setor

M 9

Nível

30 / 40

2 M Adulto

jovem

20 / 30

anos

Posição: decúbito ventral, braços fletidos

sob tórax, mãos sob a face.

Orientação: E / W

Direção da face: para o solo

Incompleto, pouco fragmentado

PRIMÁRIO SIMPLES

Corante (nas costelas)

_

Page 155: Universidade Federal do Rio de Janeiro PESCADORES ... · PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ... mulheres, homens, jovens e crianças sem nenhum acompanhamento,

155

SÍTIO: ILHA DA BOA VISTA I Folha : 2

FONTE: LIVRO DE TOMBO (de 2118 a 2131).

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

11 Setor

L 4

Nível

30 / 40

11 ? Adulto Posição: decúbito ventral com pernas

estendidas, braço D fletido, posicionado ao

longo do corpo.

Orientação: S / N

Direção da face: indeterminada

Muito fragmentado., incompleto, friável.

PRIMÁRIO SIMPLES

1 dente perfurado

1 seixo

1 bloco de quartzo

Corante

_

12 Setor

M 8

Nível

30 - 40

12

M Adulto

madu-

ro

Posição: decúbito lateral E

Orientação: indeterminada

Direção da face: indeterminada

Muito fragmentado, incompleto.

PRIMÁRIO SIMPLES

1 ponta óssea

Corante

_

6 Setor I

12

Nível

30 - 40

6 F Adulto Posição: Indeterminada (perna

sobre lado E, levemente fletido) Orientação: Indeterminada

Direção da face: indeterminada

Fragmentado.

PRIMÁRIO SIMPLES (provavelmente)

Inexistente

_

3 Setor

K 10

Nível

40 - 50

3 F Adulto

jovem Posição: decúbito lateral E, pernas

fortemente fletidas.

Orientação: SW / NE

Direção da face: indeterminada

PRIMÁRIO SIMPLES

Inexistente

_

13 Setor

K 6

Nível

40 –

50

13 F Adulto Posição: decúbito lateral D, pernas fletidas

Orientação: N / S

Direção da face: SW

Fragmentado, incompleto

PRIMÁRIO SIMPLES

_

_

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156

SÍTIO: ILHA DA BOA VISTA I Folha : 3

FONTE: LIVRO DE TOMBO (de 2118 a 2131).

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

5 Setor I

10

Nível

50 - 60

5 M Adulto

madu-ro

(?)

Posição: decúbito lateral D, pernas

provavelmente fletidas

Orientação: N / S

Direção da face: W

Incompleto, pouco fragmentado PRIMÁRIO SIMPLES (com depósito associado

de ossos humanos)

Corante Cova sugerida pela concentração de

fragmentos de conchas na área do

sepultamento. No mesmo setor

restos de dois indivíduos associados

a ele, por perturbação do

sepultamento, provavelmente.

14 Setor I

10

Nível

60 - 70

14 M Adulto Posição: decúbito lateral D (pernas

levemente fletidas)

Orientação: indeterminada

Direção da face: indeterminada

Muito fragmentado, incompleto.

PRIMÁRIO SIMPLES

Inexistente

-

4 Setor I

6

Nível

70 - 80

4 F

(?)

Adulto

jovem Posição: decúbito lateral E

Orientação: indeterminada

Direção da face: indeterminada

Incompleto.

PRIMÁRIO SIMPLES

Inexistente (No mesmo setor foram

encontrados ossos de C, sem

associação c/ esq 4.)

10 Setor I

11

Nível

70 -80

10 M Adulto

jovem

Posição: decúbito ventral, braços ao longo

do corpo, mãos sob região pélvica, pernas

ligeiramente fletidas

Orientação: SE / NW

Direção da face: para o solo

Pouco fragmentado

PRIMÁRIO SIMPLES

1 batedor-alisador

Bloco de corante, um pouco de corante

―polvilhado‖

( Pés em posição de bailarina ao

fazer ponta)

Associação com estrutura de

carvões e argila creme logo acima

do esqueleto (indicação de cova)

Pelotas de argila creme.

X

X

X

X

X

X

X

X

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157

SÍTIO: ILHA DA BOA VISTA I Folha : 4

FONTE: (DADOS DE RASCUNHO)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

15 Setor J

7

Nível

80 (?)

_

_

_

(Área perturbada)

(as anotações não estão claras)

_

16 Setor J

10

Nível

80 - 90

B4 M 35 / 40

PRIMÁRIO

Ostréa junto ao crânio

2 fragmentos ósseos faunísticos

1 semente (?)

_

17 Setor J

10

Nível

30 - 40

B3 M Adulto

jovem

(19 – 20

anos)

Incompleto, fragmentado

material associado: 1 caco de telha

39 fragmentos ósseos faunísticos

15 fragmento malacológicos

2 fragmentos de carvão

1 fragmento de quartzo, 3 caramujos terrestres

_

18 Setor

L 7

Nível

?

B1 M

(?)

?

Fragmentado, incompleto

1 fragmento de quartzo

1 lítico

1 fragmento ósseo faunístico

_

19 Setor

L4 / K

4

Nível

50 - 60

B2 M

(?)

35 / 40

anos

Incompleto, fragmentado

_

_

Page 158: Universidade Federal do Rio de Janeiro PESCADORES ... · PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ... mulheres, homens, jovens e crianças sem nenhum acompanhamento,

158

SÍTIO: ILHA DE SANTANA Folha : 1

FONTE: LIMA, Tania Andrade (1991)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

2

Sup

até

40

cm

_

M

45/50

anos

POSIÇÃO: decúbito dorsal, pernas

fletidas para o lado D e os braços

parcialmente fletidos ao lado do

corpo.

Boas condições de preservação.

Totalmente articulado.

Fêmur e parte da tíbia D ausentes. (―Confecção de artefatos? / Práticas

antropofágicas?‖)

_

Pouco acima da camada

estéril de areia branca.

Em meio a uma profusão de

restos alimentares no interior

de uma fogueira.

_

_

3

40

cm

_

_

Adulto

meia-

iadade

Perturbado por raízes.

(Foram encontrados, nas proximidades deste

sepultamento, 19 dentes avulsos, com padrão de

abrasão total. Diferente do padrão dos ind. da I.

de Santana [...] bastante semelhante ao encontrado

em sambaquis. [...] Uma das hipóteses para

explicá-los é a possibilidade de se tratarem de

troféus, trazidos do contato com outras

populações.‖)

_

_

4

_

F

(?)

Início

da

idade

adulta

Danificado por raízes.

Quase completo.

Precárias condições de preservação.

_

Page 159: Universidade Federal do Rio de Janeiro PESCADORES ... · PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ... mulheres, homens, jovens e crianças sem nenhum acompanhamento,

159

SÍTIO: ILHA DE SANTANA Folha : 2

FONTE: LIMA, Tania Andrade (1991)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

5

1

C

recém-

nascida

Quase completo.

Em posição fetal.

_

Page 160: Universidade Federal do Rio de Janeiro PESCADORES ... · PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ... mulheres, homens, jovens e crianças sem nenhum acompanhamento,

160

SÍTIO: ILHOTE DO LESTE Folha : 1

FONTE: TENÓRIO, Maria Cristina (2003)

do S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

1

N=

nível

40

cm

1

M

(robusto)

35 / 45

anos

Orientação face: -

Orientação corpo: -

Fletida lateral E

Preservação: -

PRIMÁRIO

Líticos: estilha, núcleo

Ósseos: T4 (1), T8 (1), T27 (4)

(T27: colar com quatro dentes de felídeos com

quatro furos)

Cova. Cercado de sedimento

limpo.

Obs.: cova com placas de

chão batido (argila

compactada)

S1

N

190

cm

2

?

(robusto)

?

Orientação face: N

Orientação corpo: W / E

Preservação: -

Fletida lateral D

PRIMÁRIO DUPLO

Ósseos: T27 (4) (sem descrição)

Camada acima: óssea./Solo

abaixo: areia e conchas.

Estrutura associada: fogueira.

Enterramento duplo, o outro

não foi retirado.

S2

N

30-

40

cm

3

?

(robusto)

?

Orientação face: W

Orientação corpo: N / S

Preservação: -

Fletida lateral E

PRIMÁRIO

Líticos: pingentes, seixos

Ósseos: T1 (1) T2 (1) T8 (x), artefato ímpar

(T27: 3 dentes de mamíferos)

Pontas T2 entre as vértebras.

Cova. Cercado de sedimento

limpo.

Estrutura associada: bolsão

ósseo.

S2

N

40-

50

cm

4

M

(robusto)

21-23

anos

Orientação face: -

Orientação corpo: NW

Preservação: -

Fletida lateral esquerdo

PRIMÁRIO

Líticos: seixos

Ósseos: T1 (7) T2 (x) T27 (3) (sem descrição)

Pontas T2 entre as vértebras

Cova. Cercado de sedimento

limpo. Fogueira associada.

S5

N

30-

50

cm

5

?

(robusto)

?

Orientação face: N

Orientação corpo: E / W

Fletida lateral direito

Preservação: -

Tipo INDETERMINADO

Ósseos: T27 (1) (dente de porco do mato

perfurado)

Pontas T2 entre as vértebras.

Cova. Cercado de sedimento

limpo.

Camada acima: óssea

Obs.: os artefatos ósseos identificados de T1 a T22, T25 e T26 são de diversos tipos, feitos sobre espinho de peixe, osso de mamífero etc; T23 é confeccionado

sobre esporão de raia; T24 trata-se de vértebra de peixe perfurada; T27 trata-se de dente.

Page 161: Universidade Federal do Rio de Janeiro PESCADORES ... · PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ... mulheres, homens, jovens e crianças sem nenhum acompanhamento,

161

SÍTIO: ILHOTE DO LESTE Folha : 2

FONTE: TENÓRIO, Maria Cristina (2003)

do S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

S5

N

30-

50

cm

6

F

(robusto)

18-20

anos

Orientação face: -

Orientação corpo: -

Preservação: -

Posição: -

PRIMÁRIO

Líticos: pingentes

Ósseos: T27 (1) (sem descrição)

Crânio cercado de

sedimento limpo.

Camada acima:

concentração de ossinhos.

Obs.: junto da rocha.

S6

N

60

cm

7

C

(robusto)

?

Orientação face: NE

Orientação corpo: N / S

Posição: -

Preservação: -

PRIMÁRIO

Ósseos: T1 (3)

Restos de fauna: capivara, peixe e tartaruga.

Impregnado de sedimento escuro e

restos de concha. Cercado de sedimento limpo. Junto da rocha.

Estrutura associada: fogueira, conchas

e bolsão ósseo. Cama acima: material esparso.

S7

N

40

cm

8

M

(robusto)

15-17

anos

Orientação face: NW

Orientação corpo: N / S

Fletida decúbito lateral D,

mãos cruzadas sobre o peito. Crânio e

parte do corpo sobre ?

SECUNDÁRIO (PRIMÁRIO )

Líticos: lâmina de machado, lápides.

Ósseos: T1 (12) T2 (1) T15 (1), artefato ímpar

(―canutilho‖) (1).

(T 27: 2 de tubarão)

Restos de fauna: peixe e macaco.

Crânio coberto de conchas.

Camada acima;

malacológica

S8

N

60-

70

cm

9

?

(robusto)

Adulto

jovem

Orientação face: -

Orientação corpo: -

Posição: -

Preservação: -

SECUNDÁRIO

Ossos articulados de golfinho.

Ósseos: T1 (8) T26 (1) T27 (2)

Artefato malacológico (x)

Restos de fauna: conchas trituradas e vértebras

de peixe.

Sob fogueira. Conchas sobre

fêmur, crânio e tórax. Ocre e

mancha de argila de 20 x 20 cm

sobre pélvis. Ossos tingidos de

amarelo – camada estéril. Camada

acima: bolsão misto.

S9

N

60-

70

cm

10

?

(robusto)

Adolescente

Orientação face: -

Orientação corpo: N / S

Preservação: -

Posição: -

Tipo: INDETERMINADO

Ósseos: T1 (1) T4 (1) T8 (1) T27 (1)

(T27: 4 dentes de boto e 4 dentes de felinos

perfurados). Resto de fauna: ossos de golfinho,

tartaruga, tubarão e mamífero.

Ossada de golfinho sobre o

esqueleto.

Camada acima: material

esparso

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162

SÍTIO: ILHOTE DO LESTE Folha : 3

FONTE: TENÓRIO, Maria Cristina (2003)

do S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

S10

N 40

cm

11

?

(robusto)

?

Orientação face: -

Orientação corpo: -

Posição: -

Preservação: -

SECUNDÁRIO

Líticos: lâmina de machado.

Ósseos: T1 (8) T21 (1) T27 (2), artefato ímpar

(ponta pingente) (1) (T27: 1 dente de tubarão e

1 dente de macaco). / Ostrea. / Restos de fauna:

ossos de golfinho, tartaruga e conchas.

Cercado de sedimento

limpo.

Camada acima: bolsão

malacológico

Obs.: 2 indivíduos ?

S9

N 60

– 70

cm

12

?

(robusto)

Adolescente

Orientação face: -

Orientação corpo: -

Posição: -

Preservação: -

Tipo: INDETERMINADO

Ósseo: T27 (1) (dentes de boto).

Restos de fauna: ossos de peixe.

Camada acima:

malacológica

S3

N

40 –

50

cm

13

?

(robusto)

?

Orientação face: N

Orientação corpo: W / E

Fletido lateral D

Preservação: ruim

Tipo: INDETERMINADO

Ósseo: T1 (5) T2 (1) T4 (1) T23 (1) T27 (x)

(Tubarão).

Ostréa.

Restos de fauna: ossos de golfinho.

Cercado de sedimento

limpo.

Camada acima: material

esparso.

S4

N

50

cm

14

?

(robusto)

?

Orientação face: -

Orientação corpo: -

Posição: -

Preservação: ruim

Tipo: INDETERMINADO

Líticos: polidores.

Ósseos: T27 (1) (sem descrição)

Cercado de sedimento

limpo.

Camada acima: óssea

A1

N

60 –

90

cm

15

?

(robusto)

?

Orientação face: N

Orientação corpo: E / W

Posição: -

Preservação: -

Tipo: INDETERMINADO

Líticos: lápides

Ósseos: T1 (x) T24 (x)

Cova. Cercada de sedimento

limpo. Estrutura associada.: 4

buracos de estaca, camada de

conchas compactadas. Junto à

grande rocha.

Camada acima: material esparso.

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163

SÍTIO: ILHOTE DO LESTE Folha : 4

FONTE: TENÓRIO, Maria Cristina (2003)

do S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

A2

N

70 –

90

CM

16

M

(robusto)

20-35

anos

Orientação face: NW

Orientação corpo: N / S

Fletido decúbito lateral D

Preservação: ruim (articulado)

PRIMÁRIO

Líticos: seixos, lápides

Ósseos: T1 (13), T24 (1)

CORANTE

Restos de fauna: ossos de boto

Cercado de sedimento

limpo. Parte superior sob

lápide.

Camada acima: ossinhos

fragmentados.

A3

N

70 –

80

cm

17

?

(robusto)

?

Orientação face: -

Orientação corpo: N / S

Posição: -

Preservação: -

Tipo: INDETERMINADO

Líticos: seixos.

Ósseos: T1 (2) T27 (2) (1 tubarão e 1 boto

perfurado.

Restos de fauna: peixes e paca

Crânio sob lápide.

Camada acima:

malacológica

A4

N

90 –

100

cm

18

M

(robusto)

35-50

anos

Orientação face: W

Orientação corpo: N / S

Posição: Fletido

Preservação: ruim

Tipo: INDETERMINADO

Mamífero marinho.

Líticos: lascas. / Ósseos: T1 (54) T2 (1) T4 (4) T11 (1) T12

(2) T27 (6) (2 caninos onça, 1 de boto, 1 de tubarão, 1 de

macaco, 1 de tubarão perfurados). / Restos de fauna:

mamífero, peixes (cocoroca e elasmobrânqueos).

Marcas de queima dentro do

crânio.

Remexido e a 10 cm de A2.

Camada acima: bolsão

malacológico.

A5

N

90 –

110

cm

19

M

(robusto)

25-35

anos

Orientação face: W / Orientação corpo: N / S Fletido torcido (mãos sob crânio) / Preservação:

ruim.

PRIMÁRIO (Segundo Lahr , presença de foramens parietais

bem definidos semelhantes aos só encontrados

na Patagônia e em Fueginos.)

Líticos: lápides, lascas

Ósseos: T1 (65) T2 (4) T11 (1) T27 (6) (2 de

tubarão e 4 de onça perfurados).

Restos de fauna: cocoroca, tartaruga e aves

Camada acima: óssea

A5

N

100-

110

cm

20

M

(robusto)

25-30

anos

Orientação face: -

Orientação corpo: -

Posição: fletido

Preservação: ruim

PRIMÁRIO

Líticos: lascas.

Ósseos: T1 (18) T2 (1) T4 (1) T15 (1) T27 (6)

(colar de dentes de cação perfurada e primata

com desgaste circular nas laterais da raiz). Restos

de fauna: enchova.

Carvão .

Seixo grande cobrindo a

cabeça

Camada acima: óssea.

Page 164: Universidade Federal do Rio de Janeiro PESCADORES ... · PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ... mulheres, homens, jovens e crianças sem nenhum acompanhamento,

164

SÍTIO: ILHOTE DO LESTE Folha : 5

FONTE: TENÓRIO, Maria Cristina (2003)

do S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

A6

N

90 –

120

cm

21

M

(robusto)

-

Orientação face: --

Orientação corpo: S / N (?)

Posição: Fletido

Preservação: ruim

Tipo: INDETERMINADO

Líticos: lâmina de machado, lascas. / Ósseos: T1 (30) T4 (1)

T27 (x) (cação e boto perfurados). / CORANTE. / Restos de

fauna: ossos de teleósteos e de elasmobrânqueos. Obs.: 2

pontas T1 junto às costelas e outra por baixo do úmero D,

dente de primata trabalhado junto às costelas

Carvão.

Camada acima:

malacológica

A6

N

100-

110

CM

22

M

(robusto)

Criança

6 anos

Orientação face: --

Orientação corpo: --

Posição: um parecia ter sido colocado

sentado fletido

Preservação: ruim (articulado)

Tipo: INDETERMINADO

Líticos: lascas

Ósseos: T1 (58) T4 (1) T 27 (2) (cação)

CORANTE

Cercado de sedimento

limpo. Carvão.

Ossos presentes: só crânio.

Camada acima:

malacológica

A7

N

50-

60

cm

23

M

(robusto)

35-50

anos

Orientação face: SW

Orientação corpo: S / N

Fletido decúbito lateral D

Preservação: -

PRIMÁRIO

Líticos: polidores, seixos, lápides./ Ósseos: T27

(x) (colar de dentes de cação).

Artefatos. malacológicos (x). / Restos de fauna:

peixes, golfinho, mamíferos terrestres.

Ossos misturados com os

do enterramento A4.

Camada acima: estéril

A8

N

100-

110

cm

24

?

(robusto)

-

Orientação face: -

Orientação corpo: -

Posição: -

Preservação: -

Tipo: INDETERMINADO

Ósseo: T26 (1) T27 (x) (sem descrição). /

Artefatos malacológicos (x).

CORANTE

Obs.: Crânio sobre lápide, concha sobre fêmur,

ocre sobre pélvis.

Cercado de sedimento

limpo.

Coberto por sedimento

estéril

B1

N

110-

120

cm

25

M

(robusto)

45-55

anos

Orientação face: SE

Orientação corpo: S / N

Semifletido decúbito lateral D

Preservação: -

Tipo: INDETERMINADO

Líticos: 2 lâminas de machado; lápides.

Ósseos: T1 (1) CORANTE

Obs.: só foi retirado parte do enterramento

(―membros superiores, será o B5?‖)

Cercado de sedimento limpo.

Estrutura associada: grandes

pedras sobre as pernas, bolsão.

Solo abaixo: argiloso semi-estéril.

Camada acima: malacológica.

Page 165: Universidade Federal do Rio de Janeiro PESCADORES ... · PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ... mulheres, homens, jovens e crianças sem nenhum acompanhamento,

165

SÍTIO: ILHOTE DO LESTE Folha : 6

FONTE: TENÓRIO, Maria Cristina (2003)

do S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

B2

N

70-

80

cm

26

?

(robusto)

-

Orientação face: -

Orientação corpo: -

Fletido em decúbito lateral E

Preservação: -

Tipo: INDETERMINADO

Líticos: lâmina de machado. / Ósseos: T1 (6) T4 (1)

T12 (1) (T27: 3 caninos de felinos, 1 de cação,

golfinho, macaco perfurados)./Restos fauna: cação,

tartaruga, robalo, macaco, muitos ossos

de (?)

Carvão. / Obs.1: esq. colocado

sobre lage, cercado e coberto por

pedras grandes e rodeado ou

tampado por conchas e ossos.

Machado quebrado cravado nas

costelas. Pedra

XX

XX

XX

XX

XX

XX

XX

Obs. 2: camada malacológica

mais misturada sobre o

enterramento e muita pedra.

Solo abaixo: bolsão ósseo.

Camada acima: malacológica.

B3

N

90-

100

cm

27

?

(robusto)

-

Orientação face: -

Orientação corpo: -

Posição: -

Preservação: ruim

Tipo: INDETERMINADO

Líticos: seixos.

Ósseos: T27 (6) (sem descrição)

CORANTE

Cercado de sedimento

limpo.

Obs.: enterramento não foi

todo retirado por estar dentro

da parede leste.

B4

N

110-

120

cm

28

?

(robusto)

-

Orientação face: -

Orientação corpo: N / W

Fletido decúbito lateral E

Preservação: -

Tipo: INDETERMINADO

Mamífero marinho, argila.

Líticos: polidores, quebra-cocos, lâmina de

machado, seixos, lápides.

Restos de fauna: golfinho vértebras articuladas

Obs.1: o esq. não foi todo retirado

pois está dentro da parede N.

Obs. 2: enterramento fora da área

de refugo c/ baleia encima cercado

de fogueira

B5

N

110-

120

cm

29

?

(robusto)

-

Orientação face: -

Orientação corpo: -

Posição: -

Preservação: boa

Tipo: INDETERMINADO

Mamífero marinho articulado.

Líticos: seixos, lápides.

Ósseos: (T27 (golfinho, tubarão e macaco

perfurados. / Restos de fauna: golfinho com

vértebras articuladas

Obs.1: esq. não retirado pois está

dentro da p. N.

Obs.2: enterramento fora da área de

refugo com baleia encima cercado de

fog. Solo abaixo: argiloso semi-estéril. Camada acima: bolsão malacológico.

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166

SÍTIO: ILHOTE DO LESTE Folha : 7

FONTE: TENÓRIO, Maria Cristina (2003)

do S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

B6

N

120-

130

cm

30

?

(robusto)

-

Orientação face: -

Orientação corpo: -

Posição: -

Preservação: ?

Tipo: INDETERMINADO

Ósseos: T27 (3) (sem descrição)

Cercado de sedimento limpo. Obs.1: o esq. não foi retirado por estar

dentro da parede N.

Obs.2: pode ser o E8 ou o E1. .Em camada estéril fora da área de refugo.

Solo abaixo: argiloso. Camada acima:

material esparso.

D1

N

130-

150

cm

31

F

(robusto)

30-45

anos

Orientação face: NE

Orientação corpo: S / N

Fletido decúbito lateral D

Preservação: -

Tipo: INDETERMINADO

Líticos: lâmina de machado

Cercado de sedimento limpo

Estrutura associada: fogueira /

concreção avermelhada

Obs.: esqueleto não retirado por

estar dentro da parede NE.

D2

N

130-

140

cm

32

M

(robusto)

20-34

anos

Orientação face: -

Orientação corpo: -

Posição: -

Preservação: -

Tipo: INDETERMINADO

Crânio cercado por polidores e seixos junto ao

tórax (?)

Líticos: polidores, seixos.

Ósseos: T27 (golfinho perfurado)

Cercado de sedimento de limpo. / Estrutura associada: fogueira, buraco

de estaca.

Obs.1: membros superiores cercado por sedimento limpo.

Obs.2: machado sobre o joelho e

buraco de estaca.

E1

N

140-

150

cm

33

M

(robusto)

20-34

anos

Orientação face: -

Orientação corpo: -

Posição: -

Preservação: ?

Tipo: INDETERMINADO

Líticos: lápides

Ósseos: T27 (1) (sem descrição)

Restos de fauna: craca de baleia

Cova. Cercado de sedimento

limpo.

Obs.: crânio cercado por seixos.

Solo abaixo: argiloso, estéril.

Camada acima: malacológica mista

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167

SÍTIO : ITAÚNAS Folha : 1

FONTE: BARBOSA, Márcia (2007)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

1

1

(1 A)

M

+ 20

anos

POSIÇÃO: decúbito ventral

ORIENTAÇÃO: -

FACE: O

Membros inferiores e superiores

estendidos. PRIMÁRIO TRIPLO

2 pontas ósseas junto às costelas do lado D

1 placa óssea perfurada (adorno)

Todos os indivíduos deste

sepultamento estavam cobertos por

sedimento arenoso avermelhado,

que impregnou não só os ossos,

mas, também, os objetos e a fauna

vertebrada e invertebrada da

parafernália ritual.

O sepultamento se iniciou com uma

fogueira de aproximadamente 25

cm de diâmetro, assentada sobre a

camada arenosa basal do sambaqui,

composta de raros vestígios de

fauna vertebrada e invertebrada e

que encontrava-se localizada

abaixo dos pés do indivíduo 3.

Todos os três indivíduos tinham

oferenda alimentar(peixes e valvas

de moluscos). Os indivíduos foram

cobertos por sedimentos argilo-

arenosos avermelhados, seguido de

camada arenosa de coloração preta

composta por conchas

fragmentadas e ossos faunísticos. O

sepultamento foi delimitado por

estacas, dispostas ao redor da área

funerária acompanhando a mancha

avermelhada. Possivelmente as

estacas deveriam suportar uma

estrutura leve. (p. 164)

2

(1 B)

M

20

anos

POSIÇÃO: decúbito dorsal

ORIENTAÇÃO: -

FACE: L

Membros inferiores e superiores

estendidos

1 seixo polido entre os membros inferiores

1 seixo polido na altura da mão D

2 valvas de Lucina pectinata posicionadas sobre

cada órbita da face

3

(1 C)

F

30

anos

POSIÇÃO: decúbito dorsal

ORIENTAÇÃO: -

FACE: p/ cima

Membros inferiores e superiores

estendidos

Todos os três encontravam-se

orientados na mesma direção (Ver

ilustração na seção Cenários).

2 valvas de Lucina pectinata posicionadas sobre

cada órbita da face

1 ponta óssea sobre o fêmur D

Page 168: Universidade Federal do Rio de Janeiro PESCADORES ... · PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ... mulheres, homens, jovens e crianças sem nenhum acompanhamento,

168

SÍTIO : ITAÚNAS Folha : 2

FONTE: BARBOSA, Márcia (2007)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

2

1

jovem

12/15

anos

POSIÇÃO: decúbito ventral

ORIENTAÇÃO: -

FACE: O

Membros inferiores e superiores

estendidos

PRIMÁRIO SIMPLES

Obs.: a orientação do sepultamento

é a mesma do sepultamento triplo

anterior.

1 seixo polido posicionado acima da cabeça

O sepultamento se iniciou com

duas fogueiras assentadas

diretamente sobre a camada

arenosa basal do sambaqui.

Parte da bacia do indivíduo foi

posicionada próxima a uma das

fogueiras, sendo a cabeça

disposta próxima à outra.

Oferenda alimentar e alguns

objetos [não especificados]

também faziam parte da

parefernália ritual. Após o

posicionamento do corpo e das

oferendas, o indivíduo foi então,

coberto com sedimento arenoso

preto seguido de uma camada

preta composta de restos

faunísticos fragmentados.

Estacas foram posicionadas a

sua volta e, para individualizá-

lo do sepultamento 1, foi

espargida uma tênue e estreita

faixa de areia branca na borda

do sepultamento.

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169

SÍTIO : MAJOR Folha : 1

FONTE: LIMA, Tania Andrade (1991)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

Ossos dispersos e desconectados.

Foram isolados, pela mandíbula,

um total de 4 adultos, um jovem

(entre 12 e 15 anos) e 3 crianças

(duas entre 3 e 5 anos e uma entre

5 e 7 anos)

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170

SÍTIO : MANITIBA I Folha : 1

FONTE: KNEIP, Lina Maria (Org.) (2001)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

1 VII 1 M 40 / 45

anos

Posição: decúbito ventral (braços

distendidos sob os ossos coxais)

Orientação: L / O (crânio para L)

Direção da face: S (direção do oceano)

Em péssimo estado de conservação

Corante vermelho em forma de sedimentos

_

2 VI 2 F 20 / 22

anos

Posição: decúbito ventral (braços estendidos, ossos das mãos sobre os coxais)

Orientação: S / N (crânio para S)

Direção da face: O Fêmures estendidos e ossos da perna D cruzados

sobre a E

Corante vermelho na forma de concreções entre

os fêmures (dois fragmentos) e junto ao crânio

(dois fragmentos)

Fogueira Tipo 1 sob os ossos dos

pés (anterior ao evento funerário)

Fogueira Tipo 2 sobre região do

tórax (fez parte do evento

funerário)

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171

SÍTIO : MASSAMBABA Folha : 1

FONTE: MACHADO, Lilia Cheuíche; PONS, Eulália; SILVA, Laura (1989b)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

1

Próx

à

Sup.

M

35/40a

Posição: decúbito ventral

Orientação: L/O

Face: para baixo

PRIMÁRIO, ARTICULADO

(o mais completo)

4 lascas de quartzo (2 raspadores, 2 facas), ao

longo da região toráxica;1 espátula óssea

(perfurador) e corante avermelhado logo abaixo

dos ossos da mão D.

A proximidade da superfície

ocasionou a fragmentação

e/ou decomposição dos

ossos.

De modo geral, apresentaram

péssimas condições de

preservação.

Os enterramentos

encontravam-se paralelos ou

justapostos, em profundidade

variando de 25 a 40cm em

relação à superfície do sítio.

A situação estratigráfica dos

esqueletos sugere uma certa

contemporaneidade.

2

25

cm

M

30/35

a

Posição: decúbito ventral

Orientação: L/O

Face: ligeiramente para N

PRIMÁRIO, PARCIALMENTE

ARTICULADO

Lascas de quartzo (sem especificação de função)

próximo ao crânio; na altura dos ossos das mãos a

areia apresentava manchas de coloração

avermelhada.

3

_

F

?

Posição: decúbito ventral

Orientação: NE/SO

Face: ligeiramente para baixo

PRIMÁRIO, ARTICULADO

1 pendente de pedra perfurado, polido;

1 adorno de concha c/ duas perfuradas, paralelas

na porção superior (conus sp).

4

15

cm

F

35a

Posição: NE/SO

Orientação: -

Face: L

PRIMÁRIO, PARCIALMENTE

ARTICULADO (perturbado)

_

5

_

M

+25a

Posição: possivelmente fletido

Orientação: -

Face: -

PRIMÁRIO, ARTICULADO

PARCIALMENTE

_

Page 172: Universidade Federal do Rio de Janeiro PESCADORES ... · PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ... mulheres, homens, jovens e crianças sem nenhum acompanhamento,

172

SÍTIO : MASSAMBABA Folha : 2

FONTE: MACHADO, Lilia Cheuíche; PONS, Eulália; SILVA, Laura (1989 b)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

6

_

M

adulto Posição: -

Orientação: NE (do crânio)

Face: para baixo

PRIMÁRIO, ARTICULAÇÃO

PARCIAL

_

As mesmas observações

anteriores.

7

_

M

+30a

Posição: -

Orientação: N (crânio)

Face: para baixo

PRIMÁRIO DUPLO (perturbado)

Fragmentos de corante vermelho

7a

_

_

(Trata-se de ossos esparsos)

Fragmentos de corante vermelho

8

_

F

+50a

Posição: -

Orientação: -

Face: - (crânio fragmentado)

PRIMÁRIO

Lascas de arenito, gnaisse e quartzito

(―materiais associados‖)

9/

10/

11

_ F

C

Adulto

30/35a

7/8a

jovem

(Trata-se de três conjuntos ósseos,

com posição e orientação

indeterminados)

_

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173

SÍTIO : MOA Folha: 1

FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

1 I 1 M 30 / 35

anos

Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(SECUNDÁRIO)

2 lâminas de machado lascadas e polidas, de

diabásio (10,5x5,1x3,0; 7,4x6,7x1,5 cm)

_

2 I 2 F 20 /

22

anos

Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(PRIMÁRIO, DUPLO)

_

_

2 I 2a M 25 / 30

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: NE / SO

Direção da face: -

(PRIMÁRIO, DUPLO)

1 seixo pintado;

sedimento e concreção vermelhos

_

3 I 3 M 22 / 25

anos

Posição: -

Orientação: S / N

Direção da face: para baixo

(PRIMÁRIO)

2 valvas de Lyropectem nodosus impregnadas de

corante vermelho envolvendo ossos

_

4 I 4 M 21 / 22

anos

Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)

Sedimento vermelho envolvendo ossos

_

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174

SÍTIO : MOA Folha: 2

FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

4 I 4a M 25 / 30

anos

Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)

_

_

4 I 4b C 6 / 12

meses

Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)

_

_

4 I 4c C 2 / 3

anos

Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(PRIMÁRIO, MÚLTIPLO)

_

_

5 I 5 M 39 / 44

anos

Posição: decúbito, dorsal

Orientação: SE / NO

Direção da face: -

(PRIMÁRIO)

Sedimento vermelho cobrindo parte dos ossos

longos

_

6 I 6 F 35 / 45

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: SE /NO

Direção da face: -

(PRIMÁRIO)

Sedimento vermelho envolvendo ossos

_

Page 175: Universidade Federal do Rio de Janeiro PESCADORES ... · PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ... mulheres, homens, jovens e crianças sem nenhum acompanhamento,

175

SÍTIO : MOA Folha : 3

FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

24 I 24 F 21 / 22

anos

Posição: decúbito ventral

Orientação: S / N

Direção da face: para baixo

(PRIMÁRIO)

Sedimento e concreção vermelhos envolvendo

ossos

_

25 I 25 C 1 / 1,5

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: S / N

Direção da face: O

(PRIMÁRIO DUPLO)

1 almofariz de diabásio (40,0x15,0x9,5 cm)

próximo aos pés;

3 vértebras perfuradas, enfileiradas de Alopias sp;

sedimento vermelho envolvendo ossos

_

25 I 25a C 0 / 6

meses

Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(PRIMÁRIO DUPLO)

_

_

15 II 15 F 30 / 35

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: NO / SE

Direção da face: N

(PRIMÁRIO)

1 almofariz de diabásio (32,0x22,0x10,0 cm) sob

o crânio, lado esquerdo;

sedimento vermelho envolvendo ossos

_

16 II 16 M 30 / 35

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: L / O

Direção da face: -

(PRIMÁRIO)

1 dente de Tayassu sp (―porco do mato‖) entre os

úmeros; sedimento vermelho envolvendo ossos

Cavidades dispostas junto ao

sepultamento, em área de

sedimento vermelho

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176

SÍTIO : MOA Folha: 4

FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

17 II 17 M + 25

anos

Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(PRIMÁRIO)

1 lâmina de machado lascada / polida de diabásio

(19,2x10,5x3,0 cm) entre os úmeros

_

18 II 18 F 30 / 35

anos

Posição: decúbito ventral

Orientação: L / O

Direção da face: -

(PRIMÁRIO)

1 lâmina de machado lascada / polida de diabásio

( 13,0x5,0x2,4 cm) sob vértebras lombares;

sedimento vermelho envolvendo ossos

_

21 II 21 M 35 / 45

anos

Posição: -

Orientação: N / S

Direção da face: -

(PRIMÁRIO)

1 ―quebra-coquinho‖ de quartzo sobre ossos dos

pés

_

23 II 23 F Adulto Posição: decúbito dorsal

Orientação: S / N

Direção da face: para cima

(PRIMÁRIO)

Sedimento e corante vermelho

_

19 II 19

_

Adulto Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(PRIMÁRIO)

_

_

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177

SÍTIO : MOA Folha: 5

FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

20 II 20 F 18 / 19

anos

Posição: semi-fletido lateral direito

Orientação: SE / NO

Direção da face: N

(PRIMÁRIO)

2 seixos pintados próximos ao fêmur E e ossos

dos pés;

sedimento vermelho no lado direito do esqueleto

(Em área perturbada)

22 II 22 M Adulto Posição: -

Orientação: SE / NO

Direção da face: -

(PRIMÁRIO)

Sedimento vermelho envolvendo ossos

(Em área perturbada)

7 II 7 F 20 / 22

anos

Posição: decúbito ventral

Orientação: SE / NO

Direção da face: para baixo

(PRIMÁRIO)

Sedimento vermelho envolvendo ossos exceto

membros inferiores

_

8 II 8 M 25 / 35

anos

Posição: decúbito ventral

Orientação: L / O

Direção da face: para baixo

(PRIMÁRIO)

Concreção vermelha sobre membros superiores e

inferiores

_

9 II 9 F 45 / 50

anos

Posição: semi-fletido dorsal

Orientação: SE / NO

Direção da face: -

(PRIMÁRIO)

Sedimento vermelho envolvendo ossos e raspador

de Amiantis purpurata

_

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178

SÍTIO : MOA Folha: 6

FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

10 II 10 M 30 / 35

anos

Posição: decúbito ventral

Orientação: NO / SE

Direção da face: -

(PRIMÁRIO)

2 lâminas de machado lascada / polida e polida

de diabásio (9,6x3,9x1,0 cm; 12,5x7,0x2,5 cm);

sedimento vermelho envolvendo ossos

_

11 II 11 M 27 / 30

anos

Posição: decúbito ventral

Orientação: L / O

Direção da face: para baixo

(PRIMÁRIO)

Sedimento e concreção vermelhos sobre o

esqueleto

_

12 II 12 F 40 / 50

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: N / S

Direção da face: para cima

(PRIMÁRIO)

1 lâmina de machado polida

_

13 II 13 F + 40

anos

Posição: decúbito ventral

Orientação: NO / SE

Direção da face: para baixo

(PRIMÁRIO TRIPLO)

_

Associado a uma estrutura de

combustão Tipo 1

(enterramento anterior à

fogueira)

13 II 13a C 0 / 6

meses

Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(PRIMÁRIO TRIPLO)

_

_

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179

SÍTIO : MOA Folha: 7

FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

13 II 13b C 1,5 /

2,5

anos

Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(PRIMÁRIO TRIPLO)

_

_

14 II 14 F 17 / 18

anos

Posição: decúbito dorsal

Orientação: S / N

Direção da face: L

(PRIMÁRIO DUPLO)

Sedimento e concreção vermelhos envolvendo

ossos

_

14 II 14a

jovem

15 / 16

anos

Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(PRIMÁRIO DUPLO)

_

_

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180

SÍTIO : PERI Folha : 1

FONTE: LIMA, Tania Andrade (1991)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

1

M

(?)

+ 45

anos

Encontrado na base do sítio, no

contato com a rocha

(―Junto a esse sepultamento foram encontrados

dois artefatos em concha com orifício na porção

central.‖ (pág. 365). Não são referidas como

acompanhamento.

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181

SÍTIO: PONTA DO LESTE Folha: 1

FONTE: TENÓRIO, Maria Cristina (2003)

do S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esq. Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

1

N

35

cm

34

M

(robusto)

35

anos

Orientação face: --

Orientação corpo: E / W

Fletida em decúbito lateral D

Preservação: -- (articulado)

PRIMÁRIO

Areia tingida de vermelho.

Cova. Estrutura associada:

fogueira.

Esqueleto c/ marcas de queima

ao lado de grande pedra, com a

fogueira embaixo.

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182

SÍTIO : PONTINHA Folha: 1

FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

2a I 2a C 3 / 4

anos

Posição: fletido

Orientação: -

Direção da face: N

(PRIMÁRIO,

NÃO CREMADO)

_

_

3 I 3 M 30 / 35

anos

Posição: fletido dorsal

Orientação: NE / SO

Direção da face: para cima

(PRIMÁRIO, NÃO CREMADO)

1 ponta simples de osso Chelonidae (5,0x3,5x0,1

cm);

concreção vermelha entre as costelas

_

1 II 1 F + 35

anos

Posição: -

Orientação: -

Direção da face: para baixo

(SECUNDÁRIO, CREMADO)

2 ossos cremados de ―baleia‖

_

4 II 4 M 30 / 35

anos

Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(SECUNDÁRIO, CREMADO)

_

_

5 II 5 F Adulto Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(SECUNDÁRIO, CREMADO)

1 ponta simples cremada (2,5x1,0x0,4 cm);

1 osso cremado trabalhado de mamífero terrestre

_

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183

SÍTIO : PONTINHA Folha: 2

FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

6 II 6

_

Adulto Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(SECUNDÁRIO, CREMADO na

própria cova)

_

_

7 II 7 F

(inf. na

pág. 8)

Adulto Posição: decúbito ventral

Orientação: L / O

Direção da face: -

(PRIMÁRIO, NÃO CREMADO)

_

_

8 II 8 M + 25

anos

Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(PRIMÁRIO, CREMADO na

própria cova)

_

Cova: 40x23x15 cm

9 II 9 M + 25

anos

Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(PRIMÁRIO, CREMADO na

própria cova)

_

Cova: 40x23x15 cm

1a III 1a F + 35

anos

Posição: fletido

Orientação: -

Direção da face: L

(PRIMÁRIO, CREMADO)

_

_

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184

SÍTIO : PONTINHA Folha: 3

FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

10 III 10 M 30 / 35

anos

Posição: -

Orientação: -

DireÇÃo da face: -

(SECUNDÁRIO, CREMADO)

_

Cova com as dimensões

aproximadas de 30x10x15

cm. Cavidades implantadas

na argila, junto ao

sepultamento

11 III 11 M Adulto Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(PRIMÁRIO, CREMADO)

1 ponta simples cremada de osso de cabeça de

Bagre sp(2,0x1,0x0,3 cm)

1 ponta simples cremada de osso de mamífero

terrestre (2,0x1,0x0,4 cm)

Cova de 60x45x35 cm,

associada à estrutura de

combustão Tipo 1

12 III 12

_

Adulto Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(SECUNDÁRIO, CREMADO)

_

Cova com a dimensão

aproximada de 30x10x15 cm

13 III 13 M + 25

anos

Posição: semi-fletido dorsal

Orientação: -

Direção da face: para cima

(PRIMÁRIO, CREMADO)

_

Cova de 50x45x20 cm,

associada à estrutura de

combustão Tipo 1.Cavidades

implantadas na argila, junto

ao sepultamento.

2 IV 2 M Adulto Posição: -

Orientação: -

Direção da face: para baixo

(PRIMÁRIO, CREMADO)

_

_

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185

SÍTIO : PONTINHA Folha: 4

FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1993)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

14 IV 14

_

Adulto Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(PRIMÁRIO, CREMADO)

2 pontas simples de osso de cabeça de Genidens

genidens;

1 ossos seccionado e 1 peça não identificada,

cremados, de mamíferos terrestres

_

15 IV 15 M 35 / 40

anos

Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(PRIMÁRIO, CREMADO, em

posição fetal)

_

Cova com 65x50x20 cm.

Fogueira acesa sobre a cova

16 IV 16 F 20 / 25

anos

Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(SECUNDÁRIO, CREMADO)

_

Processo crematório em cova

aberta no local, em ossos

desarticulados e já

descarnados

17 IV 17 F + 35

anos

Posição: semi-fletido

Orientação: O / L

Direção da face: S

(PRIMÁRIO, NÃO CREMADO)

_

_

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186

SÍTIO : SALINAS PEROANO Folha : 1

FONTE: FRANCO, Teresa Cristina; GASPAR, Maria Dulce [s/d]

do S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

_

_

_

_

Alguns ossos humanos de 1

indivíduo.

_

_

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187

SÍTIO: SAQUAREMA Folha : 1

FONTE: KNEIP, Lina Maria; MACHADO, Lilia Cheuíche (1995); KNEIP, Lina Maria (1995); KNEIP, Lina Maria (Org.) (2001)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

1 III

(área

de

quad)

_

F 30

anos

Posição: fletida, decúbito lateral E

Orientação: -

Direção da face: S (oceano)

Articulado, parcialmente preservado

PRIMÁRIO

Ponta de esporão de ―raia‖ junto aos ossos

das mãos

5 vértebras de tubarão enfileiradas, sem

perfuração, junto aos ossos dos pés.

_

2

1,10

m

_

3 M

2 F

(2A-F;

2B-M)

1F:+40

1M:

30/35 a.

3 adultos

(2 M, 1F)

Posição: -

Orientação: - Direção da face: -

Ossos incompletos, fragmentados, mal

conservados, com perda de conteúdo mineral (SECUNDÁRIO, MÚLTIPLO)

_

(Onze ossos humanos de dois

indivíduos adultos – M e F –

intencionalmente preparados para o

segundo estágio de sepultamento)

3

1,10

m

_

F 40 / 45

anos

Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

Perturbado

(PRIMÁRIO)

_

_

4

80 /

90

cm

_

F

M

30 / 35

anos

Adulto

Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(Más condições de preservação)

_

_

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188

SÍTIO : SERNAMBETIBA Folha : 1

FONTE: HEREDIA, Osvaldo Raimundo et al. (1978)

do S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

0,15

cm

_

_

_

(1 indivíduo)

2 lâminas de machados perfeitamente definidas, 1

lâmina maior de forma mais irregular; 1 almofariz

(uma pedra com ampla depressão); outras pedras

sem trabalho; 2 vértebras de peixe trabalhadas sem

perfuração; 1 ponta óssea com ambas as

extremidades aguçadas, sob o crânio

Obs.: Encontrados 5 sepultamentos, só 1com mobiliário funerário. Não foram feitas covas (corpos abandonados e cobertos superficialmente com os restos de

comida). Ossos desordenados.

Page 189: Universidade Federal do Rio de Janeiro PESCADORES ... · PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ... mulheres, homens, jovens e crianças sem nenhum acompanhamento,

189

SÍTIO: TARIOBA Folha : 1

FONTE: MACHADO, Lilia Cheuíche; SENE, Gláucia A. Malerba (2001)

do S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esq. Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

1

IVa

Setor

4/5

0/30 cm

1

C

1 ano a

1 ano e

meio

( Ossos desconectados.)

(Ossos desconectados.)

(Remanescentes ósseos

incompletos)

SECUNDÁRIO TRIPLO

Um conjunto de 8 dentes perfurados de

mamíferos (felinos, primatas) identificado

possivelmente como um colar, localizado junto

aos fragmentos de crânios e mandíbulas infantis.

Enterramento localizado

acima de área de fogueira

composta por camada de

argila concrecionada

esbranquiçada.

No espaço habitacional.

1 A

C

recém-

nascido

1 B

M

25/30

anos

2

IVa

Setor

1/2

40/80cm

_

M

35/40

anos

Orientação: NO/SE (crânio e

mandíbula para NO)

Face: -

Em conexão estreita.

Dec. dorsal, inclinado para D.

Fêmures articulados à pélvis,

cruzados nos joelhos, tíbias e fíbulas

sobrepostas estendidas sobre o coxal

D.

Esqueleto quase completo.

PRIMÁRIO

Coletados restos faunísticos ósseos e

malacológicos, pigmentos, artefatos líticos e

ósseos (não referidos no texto como

acompanhamentos)

artefatos ósseos (pontas) acompanham o

enterramento 2, junto aos fêmures cruzados.

Cova alongada (1,70x60x50

cm) de argila e sedimento

friável escuro. Grande

fogueira a partir de 40 cm de

profundidade, com 30 cm

espessura, que não afetou o

enterramento. ―Marca de

estaca‖ no lado D do

esqueleto.

Page 190: Universidade Federal do Rio de Janeiro PESCADORES ... · PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ... mulheres, homens, jovens e crianças sem nenhum acompanhamento,

190

SÍTIO : TARIOBA Folha : 2

FONTE: MACHADO, Lilia Cheuíche; SENE, Gláucia A. Malerba (2001)

do S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esq. Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

3

IV a

Setor

1/2

20/40cm

M

35/45

anos

Posição: decúbito lateral E

Orientação: N/S

Face: - (crânio fora da posição

original)

Membros inferiores semi-fletidos em

ângulo de 90º. Úmero D inclinado

sobre o tórax.

Em conexão estreita e razoáveis

condições de preservação.

Quase completo.

PRIMÁRIO INDIVIDUAL

1 fragmento de seixo de quartzo manchado de

pigmento vermelho (6,0x4,5x4,5 cm),

1 seixo inteiro de quartzo sem evidência de uso

(6,6x4,6x2,1 cm)

1 fragmento de bloco de quartzo (6,6x5,5x4,2

cm)

artefato ósseo (ponta) entre os membros

inferiores flexionados

Cova ovalada de

composição argilosa

(1,50x80x40 cm)

4

IV b

Setor:

superf.ície

0/10 cm

C

0 a 3

meses

Orientação: -

Posição: -

Perturbado por raízes

PRIMÁRIO INDIVIDUAL

1 batedor bipolar em seixo inteiro de quartzo

(8,9x6,1x3,8 cm), 1 batedor bipolar em seixo

de quartzo fragmentado (8,2x4,9x2,6 cm), 1

mó dupla em seixo de gnaisse fragmentada

(18,0x9,5x4,4 cm), 1 batedor bipolar em

seixo de quartzo fragmentado (8,9x7,0x4,8

cm), 2 fragmentos. de seixo de quartzo, 1

seixo inteiro de quartzo, 1 fragmento de

bloco de quartzo, 1 seixo fragmentado de

quartzo, 2 pequenos seixos inteiros, 1 lasca

bipolar em quartzo e 1 fragmento de bloco de

quartzo.

_

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191

SÍTIO: TARIOBA Folha : 3

FONTE: MACHADO, Lilia Cheuíche; SENE, Gláucia A. Malerba (2001)

do S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

5

IV b

corte-

teste/área

B

0/10

5

M

Até 25

anos

Ossos desarticulados de no

mínimo 3 indivíduos

SECUNDÁRIO TRIPLO

1 seixo inteiro de quartzo manchado de

pigmento vermelho (5,0x4,1x2,4 cm);

1 batedor unipolar inteiro em seixo de

quartzo (5,8x4,9x2,9 cm),

1 batedor unipolar/bipolar duplo em seixo de

quartzo fragmentado (7,5x6,3x2,7 cm);

1 batedor unipolar/bipolar duplo/moedor em

seixo de quartzo fragmentado (6,6x7,4x3,1

cm)

1 lâmina de machado inteira em rocha ígnea

(lascada/polida) (10,7x5,8x2,8 cm)

_

5 A

F

30/35

anos

5 B

C

2/3

anos

_

Superfície

_

M

25/35

anos

Conjuntos esparsos:

2 indivíduos

_

_

_

Superfície

_

F

20

anos

_

_

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192

SÍTIO: TARIOBA Folha : 4

FONTE: MACHADO, Lilia Cheuíche; SENE, Gláucia A. Malerba (2001)

do S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

_

Transect

2.

20/30cm

_

M

+ de 35

anos

_

_

_

_

Setor 1

100/120

cm

_

F

25/30

anos

_

_

_

_

Setor 3

40/50

cm

_

C

9

meses/1

ano

_

_

_

_

Setor 3

120/130

cm

_

C

6/9

meses

_

_

_

_

Setor 4

110/120

cm

_

C

Recém-

nascida

_

_

_

Page 193: Universidade Federal do Rio de Janeiro PESCADORES ... · PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ... mulheres, homens, jovens e crianças sem nenhum acompanhamento,

193

SÍTIO: TARIOBA Folha : 5

FONTE: MACHADO, Lilia Cheuíche; SENE, Gláucia A. Malerba (2001)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

_

Setor

5

40/50

cm

_

C

6

meses

_

_

_

Page 194: Universidade Federal do Rio de Janeiro PESCADORES ... · PESCADORES-COLETORES DO LITORAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ... mulheres, homens, jovens e crianças sem nenhum acompanhamento,

194

SÍTIO: ZÉ ESPINHO (sambaqui ―A‖) Folha: 1

FONTE: KNEIP, Lina Maria (1987)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

1

93

I-II

Setor

T-1

1 a M 21 / 25

anos

Posição: indeterminada

Orientação: Leste/Oeste

Direção da face: indeterminada

PRIMÁRIO TRIPLO

1 Tonna galea

2 gastrópodes marinhos perfurados

1 ponta de esporão de raia (entre a 1ª e a 2ª costela

esquerda)

Estruturas: alimentar

1 I-II

Setor

T-1

1 b M 25 /

30

anos

Posição: indeterminada

Orientação: indeterminada

Direção da face: indeterminada

(sem acompanhamento) Estruturas: alimentar

1 I-II

Setor

T-1

1 c F 18 / 22

anos

Posição: indeterinada

Orientação: indeterminada

Direção da face: indeterminada

(sem acompanhamento) Estruturas: alimentar

2 I

Setor

E-8

E-9

2 C 6 / 7

anos

Posição: decúbito lateral D, fletido

Orientação: Norte/Sul

Direção da face: Baixo

PRIMÁRIO TRIPLO (C/ 3 e 6)

(sem acompanhamento) Em cova

Estruturas: de combustão

Tipo 1, alimentar

3 I

Setor

E-9

3 C 4 / 5

anos

Posição: decúbito lateral D, fletido

Orientação: Norte / Sul

Direção da face: SE

PRIMÁRIO TRIPLO (C/2 e 6)

(sem acompanhamento) Em cova

Estruturas: de combustão

Tipo 1, alimentar

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195

SÍTIO : ZÉ ESPINHO (sambaqui ―A‖) Folha: 2

FONTE: KNEIP, Lina Maria (1987)

do S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

4 I

Setor

barraco

4 M 25 / 30

anos

Posição: fletido

Orientação: NE / SO

Direção da face: Leste

PRIMÁRIO SIMPLES

(sem acompanhamento) Estruturas: alimentar

5 I

Setor

barraco

5 M 25 /

30

anos

Posição: indeterminado

Orientação: NO/ SE

Direção da face: indeterminada

PRIMÁRIO SIMPLES

(sem acompanhamento) Estruturas: alimentar

6 I-II

Setor

E-9

6 M 20 / 25

anos

Posição: decúbito lateral D,

hiperfletido

Orientação: Leste / Oeste

Direção da face: baixo

PRIMÁRIO TRIPLO (com 2 e3)

1 Tonna galea

1 lâmina de machado polida com corante

1 polidor-percutor

3 pontas duplas de osso

Em cova

Estruturas: de combustão

tipo 1, alimentar

7 III

Setor

A-9, A-

10

B-9,

B-10

7 F 25 / 30

anos

Posição: sentado, hiperfletido

Orientação: indeterminada

Direção da face: Leste

PRIMÁRIO SIMPLES

1 Tonna galea Estruturas: alimentar

8 III

Setor

C-7, C-8

D-7,

D-8

8 F 18 / 20

anos

Posição: decúbito lateral D,

hiperfletido

Orientação: Leste / Oeste

Direção da face: baixo

PRIMÁRIO SIMPLES

15 Lucina pectinata arrumadas junto ao

crânio,sem trabalho ou utilização

Estruturas: de combustão

Tipo 1, alimentar

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196

SÍTIO : ZÉ ESPINHO (sambaqui ―A‖) Folha:3

FONTE: KNEIP, Lina Maria (1987)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

9 III

Setor

F-8,

F-9

9 M 20 / 25

anos

Posição: sentado, hiperfletido

Orientação: indeterminada

Direção da face: baixo

PRIMÁRIO SIMPLES

Fragmentos de material calcáreo de origem

animal (?)

Em cova

Estruturas: alimentar

10 III

Setor

E-8,

E-9

10 F 25 / 30

anos

Posição: decúbito lateral D,

hiperfletido

Orientação: NO / SE

Direção da face: Sul

PRIMÁRIO SIMPLES

1 percutor-polidor com corante

2 lâminas pontiagudas polidas de osso

1 ponta dupla

Estruturas: de combustão

Tipo 1, alimentar

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197

SÍTIO : ZÉ ESPINHO (sambaqui ―D‖) Folha: 4

FONTE: KNEIP, Lina Maria (1987)

do S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

1 I-II

Setor

C-9

C-10

1 M 22 / 25

anos

Posição: decúbito lateral D,

hiperfletido

Orientação: Leste / Oeste

Direção da face: Norte

PRIMÁRIO SIMPLES

Sedimento amarelo Em cova

Estruturas: alimentar

2 I-II

Setor

B-7

2 M 30 / 35

anos

Posição: decúbito lateral D,

hiperfletido

Orientação: Leste / Oeste

Direção da face: Norte

PRIMÁRIO SIMPLES

2 pontas duplas de osso Em cova

Estruturas: alimentar

3 I-II

Setor

D-8

3 M 18 / 22

anos

Posição: decúbito lateral D,

semifletido

Orientação: Norte / Sul

Direção da face: SO

PRIMÁRIO SIMPLES

(sem acompanhamento) Em cova

Estruturas: alimentar

4 I-II

SetorC-

10

4 F 35 / 45

anos

Posição: decúbito lateral D

Hiperfletido

Orientação: Norte / Sul

Direção da face: Oeste

PRIMÁRIO SIMPLES

2 percutores líticos Em cova

Estruturas: alimentar

5 II

Setor

C-8

5 M 15 / 18

anos

Posição: sentado, hiperfletido

Orientação: Leste / Oeste

Direção da face: Baixo

PRIMÁRIO TRIPLO (com 6 e 7)

(sem acompanhamento) Estruturas: de combustão

Tipo 1, alimentar

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198

SÍTIO : ZÉ ESPINHO (sambaqui ―D‖) Folha : 5

FONTE: KNEIP, Lina Maria (1987)

Nº do

S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

6 II

Setor

D-7

6 F 13 / 15

anos

Posição: sentado, hiperfletido

Orientação: Leste / Oeste

Direção da face: Sul

PRIMÁRIO TRIPLO (com 5 e 7)

(sem acompanhamento) Estruturas: de combustão

Tipo 1, alimentar

7 II

Setor

D-8

7 M 30 / 35

anos

Posição: decúbito lateral E,

hiperfletido

Orientação: indeterminada

Direção da face: Sul

PRIMÁRIO TRIPLO (com 5 e 6 )

(sem acompanhamento) Estruturas: de combustão

Tipo 1, alimentar

8 II

Setor

A-8

B-9

8 F

(?)

15 / 17

anos

Posição: (desarticulado )

Orientação: indeterminada

Direção da face: indeterminada

PRIMÁRIO SIMPLES

(sem acompanhamento) Estruturas: de combustão

Tipo 1, alimentar

9 III

Setor

E-10

9 M 40 / 45

anos

Posição: indeterminada

Orientação: indeterminada

Direção da face: Baixo

INDETERMINADO

(sem acompanhamento) Estruturas: alimentar

10 III

Setor

F-8

10 M Adulto Posição: indeterminada

Orientação: indeterminada

Direção da face: indeterminada

INDETERMINADO

Tartaruga

Mamífero (?)

Estruturas: de combustão

Tipo 4, alimentar

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199

SÍTIO : ZÉ ESPINHO (sambaquis ―D‖e ―C‖) Folha:6

FONTE: KNEIP, Lina Maria (1987)

do S

Cam

Esq. Sexo Idade Estado de conservação

e posição do esqueleto Acompanhamentos Sepultura

(indicações)

11

(D)

II

SetorD-

7

11 (?) Adolescente Posição: (desarticulado)

Orientação: indeterminada

Direção da face: indeterminada

PRIMÁRIO SIMPLES

(sem acompanhamento) Estruturas: alimentar

1

Posição: -

Orientação: -

Direção da face: -

(sambaqui C)

Bloco de pedra

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