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Universidade Federal do Rio de Janeiro ESTUDO DE FERRAMENTAS E TÉCNICAS DE GESTÃO APLICÁVEIS À CONSTRUÇÃO CIVIL Jéssica Rempto Barbosa Coelho Dre: 110082005 Curso: Engenharia Civil E-mail: [email protected] Defesa: 05/03/2018 RIO DE JANEIRO 2018

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Universidade Federal do Rio de Janeiro

ESTUDO DE FERRAMENTAS E TÉCNICAS DE GESTÃO APLICÁVEIS À

CONSTRUÇÃO CIVIL

Jéssica Rempto Barbosa Coelho

Dre: 110082005

Curso: Engenharia Civil

E-mail: [email protected]

Defesa: 05/03/2018

RIO DE JANEIRO

2018

ii

ESTUDO DE FERRAMENTAS E TÉCNICAS DE GESTÃO APLICÁVEIS À

CONSTRUÇÃO CIVIL

Jéssica Rempto Barbosa Coelho

Projeto de Graduação apresentado ao Cruso

de Engenharia Civil da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Jorge dos Santos

Rio de janeiro

Março de 2018

iii

ESTUDO DE FERRAMENTAS E TÉCNICAS DE GESTÃO APLICÁVEIS À

CONSTRUÇÃO CIVIL

Jéssica Rempto Barbosa Coelho

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinada por:

___________________________________

Prof. Jorge dos Santos (Orientador)

___________________________________

Profa. Ana Catarina Jorge Evangelhista

___________________________________

Prof. Wilson Wanderlei da Silva

___________________________________

Profa. Alessandra Conde de Freitas

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

MARÇO de 2018

iv

Coelho, Jéssica Rempto Barbosa

Estudo de ferramentas e técnicas de gestão aplicáveis à

construção civil/ Jéssica Rempto Barbosa Coelho. – Rio de

Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2018.

xiii, 57 p.:il.; 29,7 cm

Orientador: Jorge dos Santos

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de

Engenharia Civil, 2018.

Referências Bibliográficas: p.58-70.

1. Introdução, 2. Contextualização: Edificações, 3.

Eficiência na construção, 4. Metodologias para a adoção

de melhorias na eficiência executiva, 5. Conclusões

I.Santos, Jorge dos II.Universidade Federal do Rio de

Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil.

III.Título.

v

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço ao meu Deus que morreu na cruz por mim e me deu a

oportunidade de servi-lo. Por sua graça e misericórdia tive a oportunidade de cursar a

melhor faculdade de engenharia do Rio de Janeiro.

Agradeço aos meus pais, Marco Antônio de Andrade Barbosa e Sônia Regina

Rempto Barbosa por todo o suporte, não só na minha formação escolar como também

pelo suporte emocional e base familiar. Sem eles esse sonho não teria sido alcançado.

À minha melhor amiga e irmã Larissa Rempto Barbosa pela amizade e apoio

durante toda a minha vida e por todas as vezes que eu precisei e esteve presente.

Aos meus familiares, por estarem sempre presentes na minha vida e por todo

carinho que sempre me deram.

Ao grande amor da minha vida meu esposo Daniel Ferreira Coelho por sempre estar

presente nos momentos bons e ruins, por todo incentivo, por me levantar nos momentos

que desanimei, por estar comigo quando precisei chorar, pelas palavras sabias de

conselho, pelos ouvidos que me ouviram quando precisei desabafar e por tantas outras

coisas que nem posso colocar em palavras. Sem seu apoio eu nunca teria conseguido

passar por essa fase tão bem.

À minha família de coração, meus sogros e cunhados por estarem presentes e

sempre torcerem por mim.

Às amigas Cássia Gonçalves e Izabel Ivancko que me ofereceram de coração um

lar para que eu pudesse cursar a faculdade e conseguiram me aturar por tanto tempo.

Às amigas Rane Bessa e Jéssica Beck por estarem presentes na minha vida apesar

da distância.

Às minhas companheiras nessa difícil jornada da faculdade Amanda Guimarães,

Anna Fagundes, Flávia Cabral e Caroline Sá pelas risadas e momentos de desespero

compartilhados.

Ao meu grande amigo haitiano Jac-Sone Alerte por compartilhar suas ideias e seu

tempo comigo, sempre acompanhados de ótimos cafés. Por me aguentar em momentos

de estresse de provas difíceis e entregas de trabalho sempre com seu bom humor.

Ao meu orientador, pela dedicação e rápido retorno em todos os momentos,

tornando esse trabalho possível.

À todos os professores e servidores da Escola Politécnica da UFRJ que

contribuíram para minha formação como engenheira e a todos que fizeram parte dessa

trajetória mesmo que indiretamente.

À todos meu sincero muito obrigada.

vi

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte dos

requisitos necessários para obtenção do grau de Engenheiro Civil.

ESTUDO DE FERRAMENTAS E TÉCNICAS DE GESTÃO APLICÁVEIS À

CONSTRUÇÃO CIVIL

Jéssica Rempto Barbosa Coelho

Março/2018

Orientador: Jorge dos Santos

Curso: Engenharia Civil

Cada vez mais é necessário que as empresas construtoras busquem eficiência em

seus processos executivos para que mantenham a competitividade necessária no mercado

de edificações bastante disputado por empresas empreendedoras e construtoras. Muitas

empresas construtoras buscam a racionalização e melhoria de seus processos mediante a

utilização de técnicas e ferramentas de gestão. Este trabalho estuda algumas das principais

técnicas e ferramentas de gestão disponíveis e a suas aplicações na construção civil como

forma de estabelecer melhorias na eficiência de seus processos executivos. Para cada

técnica e ferramenta de gestão estudada além da descrição das etapas necessárias para a

sua aplicação, são descritas as vantagens e desvantagens e a sua aplicação na construção

civil. De forma a permitir a análise da aplicação das técnicas e ferramentas as obras de

edificações foram conceituadas, tiveram suas tipologias estudadas e a eficiência da

construção analisadas, destacando-se os aspectos relacionados à ausência das eficiência e

os fatores que à afetam. Por fim foi elaborada uma tabela comparativa das metodologias

estudadas como uma forma de facilitar a visualização das vantagens e desvantagens do

ponto de vista da sua aplicação na construção civil.

Palavras-chave: eficiência da execução; edificações; técnicas e ferramentas de gestão.

vii

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Engineer.

STUDY OF TECHNIQUES AND MANAGEMENT TOOLS APPLICABLE TO CIVIL

CONSTRUCTION

Jéssica Rempto Barbosa Coelho

March, 2018

Advisor: Jorge dos Santos

Course: Civil Engineering

It is being increasingly necessary that the construction companies pursue efficiency

in their executive processes aiming keep the necessary rivalry in the market of buildings,

disputed by enterprising companies and constructors. Many construction companies seek

to rationalize and improve their processes through the use of management tools and

techniques. This paper aims to study some of the most used techniques and management

tools available as well as its applications in civil construction as a way of improve the

efficiency of its executive processes. For each technique and management tool has been

analyzed the description of the steps necessary for its application, and also have been

described the advantages and disadvantages, furthermore their application in civil

construction. In order to analyze the application of the techniques and tools the works of

buildings were contextualized, their typologies have been studied and the efficiency of

the construction analyzed, highlighting the aspects related to the absence of efficiency

and the factors that affect it. Finally a comparative table of the studied methodologies was

elaborated as a way of facilitating the visualization of the advantages and disadvantages

from the point of view of its application in the civil construction.

Keywords: executive efficiency; buildings; techniques and management tools

viii

Sumário

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

1.1 A importância do tema ....................................................................................... 1

1.2 Objetivos ............................................................................................................ 1

1.3 Justificativa da escolha do tema ......................................................................... 1

1.4 Metodologia adotada para o desenvolvimento do trabalho ............................... 2

1.5 Estrutura da monografia ..................................................................................... 2

2 CONTEXTUALIZAÇÃO: EDIFICAÇÕES ............................................................. 3

2.1 Conceito de edificação ....................................................................................... 3

2.2 Aspectos históricos ............................................................................................ 4

2.3 Principais utilizações das edificações ................................................................ 6

2.4 Tipologia de edificações .................................................................................... 8

2.4.1 Padrão econômico de apartamentos ........................................................... 9

2.4.2 Padrão simples de apartamentos ............................................................... 10

2.4.3 Padrão médio de apartamentos ................................................................. 11

2.4.4 Padrão superior de apartamentos .............................................................. 12

2.4.5 Padrão fino de apartamentos .................................................................... 14

2.4.6 Arquitetura vernacular regional ................................................................ 15

3 EFICIÊNCIA NA CONSTRUÇÃO ........................................................................ 18

3.1 Conceito de eficiência ...................................................................................... 18

3.2 Aspectos relacionados a ausência de eficiência na construção de edificações 18

3.2.1 Patologias em instalações hidrosanitárias ................................................ 19

3.2.2 Patologias em alvenaria ............................................................................ 20

3.2.3 Patologias em impermeabilização ............................................................ 21

3.2.4 Patologias em esquadrias .......................................................................... 21

3.2.5 Patologias em cerâmica ............................................................................ 21

3.2.6 Patologias em instalações elétricas ........................................................... 22

3.2.7 Patologias em gesso .................................................................................. 22

3.3 Fatores que afetam a eficiência da execução de obras de edificações ............. 22

3.3.1 Fatores que causam patologias em instalações hidrosanitárias ................ 22

3.3.2 Fatores que causam patologias em alvenaria ............................................ 23

3.3.3 Fatores que causam patologias em impermeabilização ............................ 24

3.3.4 Fatores que causam patologias em esquadrias ......................................... 25

3.3.5 Fatores que causam patologias em cerâmica ............................................ 25

ix

3.3.6 Fatores que causam patologias em instalações elétricas .......................... 26

3.3.7 Fatores que causam patologias em gesso ................................................. 26

4 METODOLOGIAS PARA A ADOÇÃO DE MELHORIAS NA EFICIÊNCIA

EXECUTIVA ................................................................................................................. 27

4.1 Generalidades ................................................................................................... 27

4.2 Método de análise e soluções de problemas – MASP ..................................... 28

4.2.1 Conceituação ............................................................................................ 28

4.2.2 Método de aplicação ................................................................................. 29

4.2.3 Vantagens e desvantagens ........................................................................ 30

4.2.4 Aplicação na construção civil ................................................................... 31

4.3 Gerenciamento da rotina .................................................................................. 31

4.3.1 Conceituação ............................................................................................ 31

4.3.2 Método de aplicação ................................................................................. 32

4.3.3 Vantagens e desvantagens ........................................................................ 34

4.3.4 Aplicação na construção civil ................................................................... 35

4.4 Ciclo PDCA (Plan, do, check, act) .................................................................. 36

4.4.1 Conceituação ............................................................................................ 36

4.4.2 Método de aplicação ................................................................................. 37

4.4.3 Vantagens e desvantagens ........................................................................ 38

4.4.4 Aplicação na construção civil ................................................................... 38

4.5 Modelo de excelência em gestão – PDCL ....................................................... 39

4.5.1 Conceituação ............................................................................................ 39

4.5.2 Método de aplicação ................................................................................. 40

4.5.3 Vantagens e desvantagens ........................................................................ 41

4.5.4 Aplicação na construção civil ................................................................... 41

4.6 Gestão por indicadores de desempenho ........................................................... 42

4.6.1 Conceituação ............................................................................................ 42

4.6.2 Método de aplicação ................................................................................. 42

4.6.3 Vantagens e desvantagens ........................................................................ 43

4.6.4 Aplicação na construção civil ................................................................... 44

4.7 Construção enxuta – lean construction ............................................................ 45

4.7.1 Conceituação ............................................................................................ 45

4.7.2 Método de aplicação ................................................................................. 46

4.7.3 Vantagens e desvantagens ........................................................................ 47

4.7.4 Aplicação na construção civil ................................................................... 47

x

4.8 SiAC/PBQP-H ................................................................................................. 48

4.8.1 Conceituação ............................................................................................ 48

4.8.2 Método de aplicação ................................................................................. 48

4.8.3 Vantagens e desvantagens ........................................................................ 50

4.8.4 Aplicação na construção civil ................................................................... 51

4.9 Pmbok/PMI ...................................................................................................... 51

4.9.1 Conceituação ............................................................................................ 51

4.9.2 Método de aplicação ................................................................................. 52

4.9.3 Vantagens e desvantagens ........................................................................ 52

4.9.4 Aplicação na construção civil ................................................................... 53

5 CONCLUSÕES ....................................................................................................... 54

xi

Lista de Figuras

Figura 1- ilustração das cavernas da antiguidade ............................................................. 4

Figura 2 - Ilustração de uma das cidades mais antigas do mundo Çatal Hüyük .............. 5

Figura 3 - Festival mundial de arquitetura: Melhor edifício de educação do Vietnã ....... 6

Figura 4 - Exemplo de padrão econômico de apartamentos ........................................... 10

Figura 5 - Exemplo de padrão simples de apartamentos ................................................ 11

Figura 6 - Exemplo de padrão médio de apartamentos .................................................. 12

Figura 7 - Exemplo de padrão superior de apartamentos ............................................... 13

Figura 8 - Exemplo padrão fino de apartamentos........................................................... 15

Figura 9 - Patologias mais recorrentes em edificações................................................... 19

Figura 10 - Principais defeitos de hidráulica em edificações ......................................... 19

Figura 11 - Principais problemas em alvenarias ............................................................. 20

Figura 12 - Principais efeitos de problemas de impermeabilização ............................... 25

Figura 13 - Etapas do método MASP ............................................................................. 29

Figura 14 - Passo a passo do gerenciamento da rotina ................................................... 32

Figura 15 - Mapa de negócios ........................................................................................ 33

Figura 16 – Ciclo PDCA ................................................................................................ 37

Figura 17 - Indicadores de desempenho mais citados na literatura ................................ 44

Figura 18 - Estrutura do IDP e suas categorias .............................................................. 45

xii

Lista de Tabelas

Tabela 1 - Relação das metodologias Estudadas ............................................................ 27

Tabela 2 - Critérios de excelência .................................................................................. 40

Tabela 3 - Elementos da estrutura para definição das medidas de desempenho ............ 43

Tabela 4 - Requisitos dos níveis A e B do SiAC ............................................................ 49

Tabela 5 - Tabela comparativa das metodologias. ......................................................... 54

xiii

Lista de Abreviaturas e siglas

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

CYZ – Color in Your Zone (empresa de texturas)

EPDM – Etileno-dieno-monômero

FNQ – Fundação Nacional de Qualidade

IBAPE – Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia

IDP – Indicador de Desempenho da Produção

IIR – Poliisobutileno isopreno

ISO – International Standardization Organization

LC – Lei complementar

MASP – Método de Análise e Solução de Problemas

MEG – Método de Excelência em Gestão

NBR – Norma Brasileira

PBQP-H – Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat

PDCA – Plan/Do/Check/Act (Planejamento/Execução/Verificação/Ação)

PDCL – Plan/Do/Check/Learn (Planejamento/Execução/Verificação/Aprendizado)

PEAD – Polietileno de alta densidade

Pmbok – Project Management Body of Knowledge

PMI – Project Management Institute

PVC – Policloreto de vinila

SiAC – Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras

1

1 INTRODUÇÃO

1.1 A importância do tema

Como se sabe, o setor de construção civil foi o que apresentou maior queda em

2017 (DUTRA, 2017) e, com a crise, aumentam também os desafios e consequentemente

a necessidade de imprimir maior eficiência na construção civil. Nesse contexto, busca-se

meios de controlar a situação e se tem verificado que as ferramentas e técnicas de

gerenciamento figuram como importantes aliados na manutenção da competitividade das

empresas de construção civil no mercado.

Como os custos envolvidos na construção civil estão cada vez mais altos, não há

mais espaço para desperdícios, e por essa razão, tais ferramentas desempenham um papel

significativo na busca por maior eficiência, aumento de produtividade e redução de

custos. Algumas das vantagens geradas pela adoção dessas metodologias são: otimização

do tempo de obra, redução de retrabalhos, melhora na produtividade, aumento na

qualidade das obras e projetos, redução de desperdícios de materiais de construção,

redução de custos com mão de obra e facilitação da gestão das obras, materiais e

processos (SEBRAE, 2017).

Ademais o aumento dos juros e a alta da inflação têm sido perniciosas à

sobrevivência das empresas que concorrem no setor, não havendo outra saída que não

seja o aumento da eficiência em seus processos (DUTRA, 2017)

Dentro deste contexto constata-se a necessidade do estudo do tema do presente

trabalho, o qual se destina a analisar as ferramentas e técnicas de gestão com vistas a obter

uma maior eficiência executiva nas obras de edificações.

1.2 Objetivos

Objetiva-se proceder uma análise conceitual das ferramentas e técnicas de gestão

disponíveis, estudo de seus métodos de aplicação, seus pontos positivos e negativos e

como estas podem utilizadas como metodologia para obtenção de melhorias na eficiência

executiva de edificações.

Além disso, busca-se fazer uma contextualização sobre edificações, a eficiência na

construção e seus problemas mais frequentes.

1.3 Justificativa da escolha do tema

Escolheu-se o presente tema considerando a atual situação de crise no setor da

construção, onde se faz necessário o conhecimento de alternativas para que as empresas

2

consigam se manter competitivas no mercado através da utilização de metodologias que

melhorem sua eficiência.

Além disso é de extrema importância que se tenha um conhecimento pleno dos

principais problemas que geram essa falta de eficiência na construção de edificações, e

assim se possa pensar em alternativas de solução.

1.4 Metodologia adotada para o desenvolvimento do trabalho

No que tange à metodologia utilizada, valeu-se de uma pesquisa bibliográfica via

internet, com enfoque em monografias, teses e dissertações de graduação, mestrado e

doutorado. Foram utilizados, ainda, uma série de livros e artigos de periódicos.

1.5 Estrutura da monografia

O trabalho é composto de cinco capítulos. O primeiro se destina à introdução, onde

são apresentados o tema, seus objetivos, a justificativa de sua escolha, a metodologia

adotada para o desenvolvimento do trabalho e a estrutura na monografia.

O segundo capítulo faz uma contextualização sobre edificações, onde são

abordados aspectos históricos, conceito de uma edificação, suas principais utilizações e

tipologia.

O terceiro capítulo versa sobre a eficiência na construção, no qual é feita a

conceituação do assunto e abordados os aspectos específicos relacionados à ausência de

eficiência na construção de edificações e os fatores que afetam a eficiência da execução

de obras de edificações.

No quarto capítulo são abordadas algumas das ferramentas e técnicas de gestão que

podem auxiliar na melhoria da eficiência executiva das edificações. As metodologias são

conceituadas, seus métodos de aplicação evidenciados, são apresentadas as vantagens e

desvantagens de seu uso e por fim, são apresentadas formas de aplicação na construção

civil.

Finalmente o último capítulo trata sobre a conclusão do trabalho e sugestões para

trabalhos futuros.

3

2 CONTEXTUALIZAÇÃO: EDIFICAÇÕES

2.1 Conceito de edificação

De acordo com a NBR 5674:1999 – Manutenção de edificações, as edificações são

o suporte físico para a realização direta ou indireta de todas as atividades produtivas e

possuem, portanto, um valor social fundamental. É um produto construído para atender

seus usuários durante muitos anos.

Por outro lado, a NBR 13531:1995, que versa sobre elaboração de projetos de

edificações, define que edificação é um produto constituído por conjunto de elementos

definidos e articulados em conformidade com os princípios e as técnicas da arquitetura e

da engenharia para, ao integrar a urbanização, desempenhar determinadas funções

ambientais em níveis adequados. Alguns exemplos são: casas, hospitais, teatros, estações

rodoviárias, ferroviárias, aeroportuárias, armazéns, estádios, ruas, avenidas, parques e

monumentos.

Dessas normas, portanto, pode-se extrair que edificações são um suporte físico

gerado pelas técnicas da arquitetura e da engenharia, para o desenvolvimento das

atividades do homem, como moradia, trabalho, armazenamento, entretenimento, etc.

Um conceito de edificação é extraído do código de obras do município de Petrópolis

– RJ (PETRÓPOLIS, 1976), quando em seu Art. 1º disciplina:

Art. 1º - Para efeito de aplicação das normas deste Regulamento, uma edificação é caracterizada pela existência do conjunto de elementos construtivos, contínuo em suas três dimensões com um ou vários acessos às circulações ao nível do pavimento de acesso.

Acerca do conceito de edificações unifamiliares e multifamiliares, cumpre dar

especial atenção ao Projeto de lei complementar do município do Rio de Janeiro (RIO

DE JANEIRO, 2013), que visa instituir o código de obras e edificações da cidade do Rio

de Janeiro, conceituando, em seu Art. 6º, inciso I, alíneas a e c:

Art. 6º Para aplicação desta Lei Complementar, as edificações e suas partes serão classificadas considerando-se as funções e disposições características dos seguintes usos:

I. Edificação residencial - destinada a abrigar o uso residencial permanente que pode se subdividir em:

a) Unifamiliar – destinada a abrigar uma unidade residencial;

4

b) Bifamiliar – destinada a abrigar duas unidades residenciais, superpostas ou justapostas;

c) Multifamiliar – destinada a abrigar mais de duas unidades residenciais.

II. Edificação mista: destinada a abrigar o uso residencial juntamente com usos não residenciais em unidades autônomas, com acessos independentes, desde que permitida a convivência dos usos;

III. Edificação não residencial: destinada a abrigar os usos industrial, comercial e de serviços.

Dessa forma, os referidos conceitos se referem exclusivamente a edificações de

caráter residencial e, como se pode notar, o critério utilizado para a diferenciação entre

os termos se refere à quantidade de unidades residenciais que se almeja abrigar.

Como exemplo de edificações unifamiliares, pode-se citar uma casa, destinada à

residência de uma família, que não esteja inserida em condomínio. Por outro lado, como

exemplo de edificação multifamiliar, pode-se citar um edifício de dez andares, com quatro

apartamentos por andar, onde se abriga quarenta unidades familiares.

2.2 Aspectos históricos

Segundo Rebello e Leite (2007), a primeira edificação que se tem conhecimento na

história foi a caverna. O homem primitivo em sua necessidade de se proteger do tempo e

dos animais usava o que se chama de arquitetura por subtração, onde aprimora-se

cavernas naturais com escavação em rochas, solo e até troncos de árvores.

Figura 1- ilustração das cavernas da antiguidade. Fonte: Lemonick, 2013.

5

Com o esgotamento dos recursos naturais o homem se tornou nômade e surgiu

então, a necessidade de produzir abrigos em diferentes lugares. A partir daí ele começa a

buscar novos materiais e formas de produzir suas habitações como: bambus, pedras,

barro, ossos e peles de animais, folhas, palha, entre outros.

Navarro (2006) diz que quando o homem descobriu um território fértil para cultivo

e caça e rico em matérias-primas para a produção de artefatos, a partir daí ele passa a

assumir uma postura mais sedentária e desenvolve a agricultura e a criação de animais.

Essa nova forma de viver leva o homem a desenvolver um novo tipo de moradia,

abandonam então as cavernas e passam a construir suas primeiras habitações.

Desta forma, o homem nômade não se preocupava excessivamente com a sua

habitação, tendo em vista que, tão logo as oportunidades de subsistência deixassem de

existir naquele ecossistema, não havia opção senão se mudar. A partir do momento que o

ser humano começa a dominar os animais e o cultivo, as habitações tendem a ser mais

elaboradas, de modo a permitir uma moradia mais confortável e segura.

De acordo com Glancey (2001), os humanos desenvolvem a arquitetura, que é a

ciência e a arte de construir ou o momento em que um edifício é imbuído de uma magia

sábia que o transforma de mero abrigo em obra de arte consciente de si. Segundo o

referido autor, a partir desse novo estilo de vida que surgiram as primeiras cidades, onde

se ergueram lares, santuários, templos e palácios permanentes.

Figura 2 - Ilustração de uma das cidades mais antigas do mundo Çatal Hüyük. Fonte:

Sabe tudo blog de conhecimentos gerais, 2011.

Um aspecto relevante é mencionado por Diniz (2014) quando diz que conforme as

diferenças sociais foram aparecendo na sociedade, as casas foram adquirindo

6

características conforme a posição social dos moradores. A partir da revolução industrial

as casas dos ricos ficaram cada vez mais luxuosas e confortáveis e dos pobres, miserável

e suja. Já os burgueses criaram habitações padronizadas com lojas no térreo e dormitórios

na parte superior na época do renascimento.

A mencionada diferença perdura até os dias atuais, sendo certo que as edificações,

conforme abordado no item 2.4, hodiernamente são classificados conforme o padrão

construtivo, podendo os apartamentos, por exemplo ser diferenciados em padrão

econômico, simples, médio, superior, fino e luxo.

Com o passar do tempo a sociedade foi evoluindo e novas tecnologias foram

surgindo, fazendo com que a construção das edificações também avançasse para novos

patamares. A partir do século XXI a sociedade passou a se preocupar com os recursos

naturais e com a preservação ambiental levando essa concepção também para a forma de

construir suas edificações. Hoje edifica-se com objetivos bem traçados, de forma eficiente

e sustentável (DINIZ, 2014).

Figura 3 - Festival mundial de arquitetura: Melhor edifício de educação do Vietnã. Fonte:

Calheiros, 2014.

2.3 Principais utilizações das edificações

No que tange ao uso do imóvel, o mesmo artigo do projeto de lei complementar

31/2013 (RIO DE JANEIRO, 2013) citado no item 2.1, explicita que a edificação pode

7

ter uma destinação residencial, não residencial ou mista. A edificação não residencial é

aquela destinada a abrigar os usos industrial, comercial e de serviços.

Segundo Ferreira (2009), Edificação é o ato ou efeito de edificar; construção de

edifícios; qualquer construção, isolada ou em grupo, que se eleva numa determinada área

ocupada pelo homem; casa, prédio; edificação multifamiliar. Conjunto de duas ou mais

unidades residenciais ou em uma só edificação. Edificação unifamiliar: Aquela que abriga

apenas uma unidade residencial.

Ademais, Ferreira (2009) define Residência como morada habitual em lugar certo;

domicílio. Casa ou lugar onde se reside ou habita; domicilio [...]. Residencial é onde se

localizam residências. Próprio para residência.

Industrial, por outro lado, é referente à, ou produzido pela indústria. Onde a

indústria apresenta sensível desenvolvimento. Indústria, em seu sentido econômico,

refere-se à atividade de produção de mercadorias, especialmente de forma mecanizada e

em grande escala, abrangendo a extração de produtos naturais (indústria extrativa) e sua

transformação (indústria de transformação).

Comércio, segundo Ferreira (2009), diz respeito à permutação, troca, compra e

venda de produtos ou valores; mercado, negócio, tráfico. [...]

Uma caracterização de edifícios residenciais foi referida por Pinto (2016):

Estruturas residenciais abrigam pessoas e suportam as tarefas de moradia no dia a dia. A estrutura residencial mais conhecida é a casa, entretanto, existem muitos outros tipos de estruturas residenciais. Por exemplo, conjuntos habitacionais, condomínios e apartamentos são edificações residenciais de média-escala que abrigam múltiplas famílias. Além disso, edifícios multiresidenciais são estruturas residenciais de larga escala.

O mesmo autor define edificações industriais como:

Tipos industriais de edificações são usados para fabricar, processar ou desenvolver produtos e materiais para as comunidades. Normalmente, esses tipos de edificações são separados dos outros tipos, por causa dos riscos à segurança ou a poluição, comuns às estruturas industriais. Elas podem ser de qualquer tamanho, desde um espaço de um ambiente até um armazém inteiro ou complexo de armazéns.

Pinto (2016) prossegue, conceituando edificações comerciais:

Tipos comerciais de estruturas incluem lojas de varejo, restaurantes e escritórios. As lojas de varejo podem ser simples ou estar reunidas com várias outras para formar um shopping center, assim como os andares

8

mais baixos de um arranha-céu. Similarmente, os restaurantes podem ser estruturas simples ou parte de uma grande construção, como um arranha-céu ou um shopping center. Escritórios podem estar em estruturas simples ou fazer parte de uma construção maior, como edifícios empresariais.

Em suma, o processo de edificar sempre deverá se atentar para a destinação do

imóvel, se residencial, comercial, industrial ou mista, de modo a se alcançar o objetivo

desejado pelo cliente com a maior eficiência.

À guisa de exemplo, o custo unitário básico de construção se diferencia a depender

da destinação final do imóvel a ser construído, razão pela qual é de extrema importância

a correta definição prévia da destinação para fins de fixação do orçamento.

2.4 Tipologia de edificações

Quanto aos tipos de edificações, elas variam de acordo com a utilização residencial,

não residencial ou mista. Portanto, em sendo residencial, basicamente a edificação poderá

ser do tipo barraco, casa ou apartamento. Da mesma forma, caso a utilização seja

industrial ou comercial, o imóvel pode ser do tipo escritório, loja ou galpão.

Importante, frisar, contudo, que a tipologia está associada necessariamente a um

padrão construtivo, o qual pode ser, no caso de apartamentos, utilidade focada no presente

trabalho, padrão econômico, simples, médio, superior, fino e luxo. No caso das casas, elas

apresentam um espectro de padrão mais amplo, podendo ser rústico, proletário,

econômico, simples, médio, superior, fino e, por último, luxo.

O instituto brasileiro de avaliações e perícias de engenharia de São Paulo (IBAPE-

SP, 2002) trouxe relevante estudo, o qual traz consigo uma série de conceitos,

extremamente importantes para o presente trabalho. Adicionalmente, trouxe à colação os

dados previstos no anexo 1 da Lei Complementar 319 de São José dos Campos (SÃO

JOSÉ DOS CAMPOS, 2007), com conteúdo extremamente enriquecedor. Cumpre trazer

os conceitos dos padrões de apartamentos, tendo em vista a sua maior utilidade ao

presente trabalho.

Cumpre esclarecer que os padrões apresentados pelo referido instituto de

engenharia de São Paulo (IBAPE-SP, 2002) são genéricos, podendo ser aplicados às

demais regiões do País. Da mesma forma os padrões construtivos adotados na LC 319 de

São José dos Campos (SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, 2007), também podem ser utilizados

em todo o território nacional. No item 2.4.6 será realizada uma breve análise das

9

especificidades construtivas regionais, peculiares à cultura e aos materiais disponíveis em

cada região do Brasil. Importa frisar que essas peculiaridades, não afastam as

características construtivas comuns em todo o País.

2.4.1 Padrão econômico de apartamentos

De acordo com o IBAPE-SP (2002), o padrão econômico de apartamentos

corresponde a:

Edificações com dois ou mais pavimentos, sem elevador, executadas obedecendo à estrutura convencional e sem preocupação com o projeto arquitetônico, seja de fachada ou de funcionalidade. Hall de entrada e corredores com dimensões reduzidas e acabamentos simples, sem portaria e normalmente sem espaço para estacionamento, podendo, o terreno, apresentar destinações diversas, tais como, pequenos salões comerciais, oficinas ou lojas. Fachadas sem tratamentos especiais, normalmente pintadas à látex sobre emboço ou reboco.

Adicionalmente, a LC 319, de São José dos Campos (SÃO JOSÉ DOS CAMPOS,

2009), positiva um padrão construtivo econômico. Cumpre esclarecer que o padrão

adotado pela referida cidade guarda similitude com as demais regiões do País.

Arquitetura: Construídas sem preocupação com o projeto

Acabamento externo: Fachadas desprovidas de revestimento

Estrutura: Construídas em alvenaria simples.

Esquadrias: Madeira rústica e/ou ferro simples sem pintura geralmente reaproveitadas

Cobertura: Telhas de barro ou fibrocimento ondulada sobre madeiramento não estruturada e sem forro.

Área externa: Piso de terra batida ou cimento rústico

Características: Edificações associadas à autoconstrução geralmente são térreas, caracterizam-se pelos materiais construtivos essenciais e aplicação de poucos acabamentos.

Área útil: Normalmente até 50 m²

10

Figura 4 - Exemplo de padrão econômico de apartamentos. Fonte: IBAPE SP, 2002.

2.4.2 Padrão simples de apartamentos

Ainda segundo o instituto brasileiro de avaliações e perícias do Estado de São Paulo

(IBAPE SP, 2002), o padrão simples de apartamentos corresponde a:

Edificações com três ou mais pavimentos, dotados ou não de elevador (marca comum) e satisfazendo a projeto arquitetônico simples. Hall de entrada e corredores com dimensões reduzidas e acabamento simples, geralmente sem portaria, podendo o térreo apresentar outras destinações, tais como pequenos salões comerciais ou lojas. Eventualmente pode haver espaço para o estacionamento, contendo vagas de uso coletivo. Fachadas sem tratamentos especiais, normalmente pintadas a látex, sob emboço ou reboco, podendo ter aplicações de pastilhas, cerâmica ou equivalente. Unidades normalmente constituídas por sala, um ou mais dormitórios, banheiro, cozinha e área de serviço conjugada ou separada por meia parede, geralmente sem dependência de empregada.

Padrão construtivo previsto na LC 319 de São José dos Campos (SÃO JOSÉ DOS

CAMPOS, 2007):

Arquitetura: Projeto arquitetônico simples, com ou sem elevador. Unidades: Unidades normalmente constituídas de sala, um ou mais dormitórios, banheiro, cozinha e área de serviço conjugada ou separada por meia parede, geralmente sem dependências de empregada.

Acabamento externo: Fachadas sem tratamentos especiais, normalmente pintadas a látex sobre emboço ou reboco, podendo ter aplicação de pastilhas, cerâmica ou equivalente.

11

Esquadrias: Ferro; venezianas de PVC ou de alumínio do tipo comum.

Dependências acessórias: Eventualmente pode haver espaço para estacionamento contendo vagas de uso coletivo

Características: É predominante a utilização de acabamentos econômicos, porém de boa qualidade, tanto nas áreas privativas como de uso comum.

Área útil: Normalmente até 85 m²

Figura 5 - Exemplo de padrão simples de apartamentos. Fonte: IBAPE-SP, 2002.

2.4.3 Padrão médio de apartamentos

Acerca do padrão médio de apartamentos, o instituto brasileiro de avaliações e

perícias do Estado de São Paulo (IBAPE-SP, 2002) define:

Edifício com quatro ou mais pavimentos apresentando alguma preocupação com a forma e a funcionalidade arquitetônica, principalmente no tocante à distribuição interna das unidades, em geral, quatro por andar. Dotados de elevador de padrão médio (social e serviço), geralmente com acessos e circulação pelo mesmo corredor. As áreas comuns apresentam acabamentos de padrão médio e podem conter salão de festas e, eventualmente, quadras de esportes e piscinas, além de guarita e apartamento de zelador. Fachadas com pintura sobre a massa corrida ou texturizada, ou com aplicação de pastilhas, cerâmicas ou equivalente.

Unidades contendo sala para dois ambientes, cozinha, área de serviço conjugada, dois ou três dormitórios (podendo um deles ter banheiro privativo) e uma vaga de garagem por unidade, podendo possuir, também, dependência para empregada.

Padrão construtivo previsto na LC 319 de São José dos Campos (SÃO JOSÉ DOS

CAMPOS, 2007):

Arquitetura: Apresenta alguma preocupação com a forma arquitetônica. Unidades: Em geral quatro unidades por andar, dotados

12

de elevadores de padrão médio (social e serviço), geralmente com acessos e circulação pelo mesmo corredor. Unidades contendo sala para dois ambientes, cozinha, área de serviço conjugada, dois ou três dormitórios (podendo um deles ter banheiro privativo) e uma vaga de garagem por unidade, podendo possuir, também, dependências para empregada.

Acabamento externo: As áreas comuns apresentam acabamentos de padrão médio e fachadas com pintura sobre massa corrida ou texturizada, ou com aplicação de pastilhas, cerâmicas ou equivalentes.

Esquadrias: Caixilhos de ferro ou de alumínio; venezianas de alumínio ou PVC com dimensões padronizadas. Dependências acessórias: Podem conter salão de festas e, eventualmente, quadras de esportes e piscinas, além de guarita e apartamento de zelador. Características: É predominante a utilização de materiais construtivos e acabamentos de boa qualidade, porém padronizados e fabricados em escala comercial, tanto nas áreas privativas como nas de uso comum.

Área útil: Normalmente até 150 m².

Figura 6 - Exemplo de padrão médio de apartamentos. Fonte: IBAPE-SP, 2002.

2.4.4 Padrão superior de apartamentos

A respeito do padrão superior de apartamentos, o instituto brasileiro de avaliações

e perícias do Estado de São Paulo (IBAPE-SP, 2002) os define como:

Edifícios atendendo o projeto arquitetônico com soluções planejadas tanto na estética das fachadas como na distribuição interna dos apartamentos, em geral dois por andar. Dotados de dois ou mais elevadores (social e serviço), geralmente com acessos e circulação independentes. Hall social não necessariamente amplo, porém com revestimentos e elementos de decoração de bom padrão. Áreas

13

externas com grandes afastamentos e jardins, podendo ou não conter área de lazer (salão de festas, quadras de esportes, piscinas, etc.). Fachadas com pintura sobre massa corrida, massa texturizada ou cerâmica; eventualmente combinados com detalhes em granito ou material equivalente. Unidades contendo salas para dois ou mais ambientes, três dormitórios, pelo menos uma suíte, cozinha, dois ou mais banheiros completos (pelo menos uma suíte), dependências para empregada e duas ou mais vagas de estacionamento.

Padrão construtivo previsto na LC 319 de São José dos Campos (SÃO JOSÉ DOS

CAMPOS, 2007):

Arquitetura: Edifício atendendo a projeto arquitetônico com soluções planejadas. Unidades: Em geral duas unidades por andar, dotados de dois ou mais elevadores (social e serviço), geralmente com acessos e circulação independentes. Unidades contendo salas para dois ou mais ambientes, três dormitórios, pelo menos uma suíte, cozinha, dois ou mais banheiros completos (pelo menos uma suíte), dependências para empregada e duas ou mais vagas de estacionamento. Acabamento externo: Fachadas com pintura sobre massa corrida, massa texturizada ou cerâmica, eventualmente combinados com detalhes em granito ou material equivalente. Esquadrias: Caixilhos e venezianas de madeira ou de alumínio. Dependências acessórias: Áreas externas com grandes afastamentos e jardins. Podem ou não conter área de lazer (salão de festas, quadras de esportes, piscinas, etc.) Características: É predominante a utilização de materiais construtivos e acabamento de bom padrão de qualidade, tanto nas áreas privativas como nas de uso comum. Área útil: Normalmente até 300m²

Figura 7 - Exemplo de padrão superior de apartamentos. Fonte: IBAPE-SP, 2002.

14

2.4.5 Padrão fino de apartamentos

Por último, o padrão fino de apartamentos, de acordo com o instituto brasileiro de

avaliações e perícias do Estado de São Paulo (IBAPE, 2002), corresponde a:

Edifícios exibindo linhas arquitetônicas esmeradas. Normalmente compostos por um único apartamento por andar, podendo ser duplex. Elevadores de primeira linha com circulação independente para a parte social e de serviço, ambos com acesso direto aos subsolos. Hall social amplo com materiais de acabamento e de decoração esmerados e pé-direito elevado, dotados de guarita e sistema especial de segurança. Áreas externas com grandes afastamentos, planejadas e com tratamento paisagístico especial, geralmente complementadas com área de lazer completo. Fachadas dotadas de tratamentos especiais em concreto aparente, massa raspada, texturizada, granito ou material equivalente. Unidades com pelo menos quatro dormitórios (pelo menos duas suítes), sala para três ou mais ambientes, dependências de empregada, ampla área de serviço e pelo menos três vagas de estacionamento, eventualmente acrescidas de outras para visitantes.

Padrão construtivo previsto na LC 319 de São José dos Campos (SÃO JOSÉ DOS

CAMPOS, 2007):

Arquitetura: Edifício exibindo linhas arquitetônicas esmeradas Unidades: Normalmente composto por um único apartamento por andar, podendo ser duplex. Elevadores de primeira linha com circulação independente para a parte social e de serviço, ambos com acesso direto aos subsolos. Unidades com pelo menos quatro dormitórios (pelo menos duas suítes), sala para três ou mais ambientes, dependências de empregada, ampla área de serviço.

Acabamento externo: Fachadas dotadas de tratamentos especiais em concreto aparente, massa raspada, texturizada, granito ou material equivalente

Esquadrias: Madeira ou de alumínio, executadas atendendo a projetos específicos e utilizando ferragens especiais.

Dependências acessórias: Áreas externas com grandes afastamentos, planejadas e com tratamento paisagístico especial, geralmente complementadas com área de lazer completo.

Área útil: Normalmente acima de 300 m.

15

Figura 8 - Exemplo padrão fino de apartamentos. Fonte: IBAPE-SP, 2002.

2.4.6 Arquitetura vernacular regional

Arruda et al. (2015) esclarecem que a arquitetura vernacular refere-se à percepção

de especificidade e diversidade nos modos de construir em determinadas localidades

utilizando técnicas passadas de geração em geração. Esse tipo de arquitetura está

intrinsecamente ligada ao conhecimentos populares do clima, dos materiais construtivos

mais adequados, da disponibilidade desses materiais e da relação da construção com a

localidade.

O mencionado trabalho científico assinala que na região sul do país o clima é

predominantemente subtropical com grandes variações de temperatura. Este aspecto

atraiu os imigrantes europeus, principalmente alemães e italianos, que trouxeram seus

costumes e tradições para a região. As construções mais tradicionais são a casa enxaimel,

casa luso brasileira, casa de cantaria e casa de madeira, que Arruda et al. (2015) definem:

O enxaimel é uma técnica que consiste em paredes montadas com hastes de madeira encaixadas entre si em posições horizontais, verticais ou inclinadas, cujos espaços são preenchidos geralmente por pedras ou tijolos. Na adaptação às características climáticas da região, foi necessária a implantação, por conta da elevada umidade local, de uma estrutura feita de pedra que sustenta as construções evitando que a madeira se molhe. As casas Luso Brasileiras têm seu telhado inclinado para frente e fundos do terreno. Há varanda na face frontal e, nos fundos, um acréscimo para a cozinha. Denomina-se luso-brasileira por apresentar implantação semelhante as das casas urbanas construídas no período colonial. Os italianos introduziram construções em cantaria, que é a pedra que, tendo sido afeiçoada manualmente, com o uso de ferramentas, apresenta-se pronta para ser utilizada em construções e

16

equipamentos. Atua ora como elemento estrutural, ora como ornamentação e, muitas vezes, atende às duas funções. Posteriormente utilizaram da madeira, às vezes com exagerado dimensionamento de peças estruturais e cobertura de telhas de madeira fendida. A arquitetura em madeira na ocupação Sul marcou com suas construções em pinho (araucária angustifólia), desde a casa de troncos sobrepostos de origem polonesa até a casa de telhado empinado, marcada, quase sempre, pela presença de sótão e o uso de lambrequim nos beirais, conhecida popularmente como "casa do polaco".

Ainda de acordo com Arruda et al. (2015), na região sudeste a partir do início da

instalação de indústrias nos grandes centros ocorreu um imenso inchaço urbano, onde a

população com expectativas de melhorar de vida se aglomerou ao redor das industrias.

Com a mão de obra saturada acumulada na cidade, surgiram os cortiços que mais tarde

se transformaram nas favelas. Arruda et al. (2015) caracterizam as favelas, como:

As casas são, geralmente, construídas em mutirões com materiais de baixo custo e fáceis de serem achados, como por exemplo tijolos furados aparentes, estruturas em concreto armado, esquadrias industrializadas, telhados de zinco e/ou amianto, pedaços de compensados industrializados, madeiras, latas, lonas, etc. Estas casas, no entanto, como seu principal objetivo é a moradia, tem sua estrutura inicial precária; com o tempo vão melhorando-a, processo denominado bricolagem (obras que nunca têm fim, pois não tem um projeto feito e estão em constante mudança, fragmentação).

A arquitetura colonial é uma tipologia arquitetônica presente na região sudeste, que

consistiam de casas térreas e sobrados, construídos sobre os limites do terreno com

padronização das plantas. O telhado era feito com duas águas de telha cerâmica, para a

agua da chuva escorrer para o fundo e para as ruas. As técnicas mais utilizadas eram da

taipa de pilão, pau-a-pique e mais tarde alvenaria de pedra ou tijolos de adobe, pois eram

rápidos de construir e utilizavam o barro e a madeira, materiais muito abundantes na

colônia (ARRUDA et al. ,2015)

Arruda et al. (2015), prosseguem esclarecendo que na região centro-oeste pode-se

destacar primeiramente a arquitetura local indígena. Antes da chegada dos colonizadores,

os índios eram os únicos habitantes do lugar e utilizavam a madeira e as folhas de palmeira

para fazerem suas casas. Assim como na região sudeste a taipa de pilão foi muito utilizada

pelos colonos. Já na região do Pantanal e casas próximas à margens de rios, usou-se a

madeira na construção em palafitas para evitar danos com a cheia do rio.

17

A região nordeste sofreu uma influência étnica nas técnicas construtivas. Os

indígenas construíam com materiais vegetais, fazendo o uso da varanda coberta para fugir

do calor, palafitamento contra maré ou cheia de rios, cobertura em camadas de palha seca,

ausência de divisões internas da casa, entre outros. Já os negros, construíam com terra

(argila), uso da taipa, cubatas (casas unifamiliares sem divisões internas), poucas e

pequenas aberturas na casa, entre outros. Por fim, os brancos utilizavam a especialização

do ambiente interno (cozinha e demais divisões internas), acabamento de fachadas, portas

e janelas trabalhados e rebuscados, telha cerâmica, entre outros (ARRUDA et al. ,2015).

Por fim, a região norte possui um clima bastante úmido com chuvas constantes e

épocas de seca e cheia, por essa razão as casas flutuantes e as palafitas são as soluções

mais adotadas na região. Conforme definem Arruda et al. (2015) as construções sobre

palafitas são:

Estruturas de madeira, erguidas sobre estacas, nas quais são construídas casas e toda uma rede de edificações, as quais permitem a moradia sobre rios de diferentes dimensões. Nas coberturas são utilizados diversos materiais, desde os industrializados (telhas metálicas ou de fibrocimento) até as coberturas feitas com folhas secas trançadas. Além das palafitas, na região Norte encontramos casas flutuantes em profusão. Elas são construídas sobre toras de madeiras adaptadas para boiar.

Conclui-se, então, que as cinco regiões do Brasil foram muito influenciadas pela

colonização que receberam, pelo clima encontrado na região e também pelos materiais

encontrados próximos ao local da construção.

18

3 EFICIÊNCIA NA CONSTRUÇÃO

3.1 Conceito de eficiência

Pode-se conceituar eficiência como a capacidade de obter melhores resultados

mediante a mais racional possível utilização de recursos.

Segundo o dicionário online Michaelis (2018), eficiência:

1 Capacidade de produzir um efeito; efetividade, força.

2 Capacidade de realizar bem um trabalho ou desempenhar adequadamente uma função; aptidão, capacidade, competência.

3 Qualidade do que é passível de aplicação vantajosa; proveito, serventia, utilidade: Não concordo com a eficiência de leis tão antigas. 4 Atributo ou condição do que é produtivo; desempenho, produtividade, rendimento: Nada se compara à eficiência dessas máquinas importadas.

A NBR 15775 de 2013 define o termo desempenho como o comportamento em uso

de uma edificação e de seus sistemas.

No conteúdo da norma estão instituídos níveis mínimos de desempenho ao longo

de uma vida útil para os principais elementos de uma edificação habitacional: estrutura,

vedações, instalações elétricas e hidrossanitárias, pisos, fachada e cobertura.

Caso esses níveis mínimos de desempenho determinados pela norma não sejam

atendidos pode-se caracterizar como um problema de eficiência na construção.

3.2 Aspectos relacionados a ausência de eficiência na construção de edificações

A ausência de eficiência na construção de edificações se manifesta muitas vezes em

forma de patologias nas construções e também em altos índices de reclamações junto ao

setor de assistência técnica das construtoras. Baseando-se em pesquisas bibliográficas e

levantamento de dados em diversas assistências técnicas de empresas, pode-se identificar

os problemas mais recorrentes nas edificações os quais serão citados neste capítulo.

Observa-se que os problemas relacionados à ausência de eficiência na construção de

edifícios são diversos em todos os processos produtivos envolvidos, no entanto, alguns

possuem gravidade e recorrência maiores e por isso terão suas causas investigadas no

item 4.3.

De acordo com Lima (2015), foi feita uma pesquisa pelo vice-presidente do

SECOVI-SP em 52 edifícios de 8 construtoras, pesquisa esta que mostrou as patologias

mais recorrentes em edificações conforme observado na Figura 9.

19

Figura 9 - Patologias mais recorrentes em edificações. Fonte: Lima, 2015.

As manifestações patológicas foram agrupadas em sete grupos principais:

instalações hidrossanitárias, alvenaria, impermeabilização, esquadrias, cerâmica,

instalações elétricas e gesso (LIMA, 2015).

3.2.1 Patologias em instalações hidrosanitárias

No que diz respeito às instalações hidrossanitárias, Lima (2015) afirma que

características próprias dos sistemas hidráulicos prediais como: complexidade funcional,

inter-relação dinâmica entre seus subsistemas e a variedade de componentes podem dar

origem a diversas patologias nas edificações. Os principais defeitos encontrados em

pesquisa feita pelo SECOVI-SP, conforme observado por Lima (2015), estão ilustrados

na Figura 10.

Figura 10 - Principais defeitos de hidráulica em edificações. Fonte: Lima, 2015.

20

Filho, Souza e Filho (2015) também ressaltam em seu estudo que as principais

reclamações de clientes na assistência técnica são: sifões mal instalados, ralos com mau

cheiro ou sem tampa, entupimento de ralos e pias, vazamento em torneiras, defeito na

descarga da caixa acoplada, vazamento em sifão e infiltração no teto.

3.2.2 Patologias em alvenaria

No caso das alvenarias, os principais problemas encontrados são as fissuras,

desnivelamento de superfície e a falta de prumo (RODRIGUES, 2013).

Thomaz (1989) salienta que o problema de fissuras é o mais importante pois

demonstra um aviso de eventual estado perigoso para a estrutura, compromete o

desempenho da obra em serviço e gera um constrangimento psicológico sobre seus

usuários.

Na Figura 11 observa-se as principais manifestações patológicas nas alvenarias.

Figura 11 - Principais problemas em alvenarias. Fonte: Lima, 2015.

Lima (2015) acrescenta ainda que os principais mecanismos de formação de

fissuras são os movimentos provocados por variação térmicas e de umidade, atuação de

sobrecargas ou concentração de tensões, deformabilidade excessiva das estruturas,

recalques diferenciados das fundações, retração de produtos à base de ligantes hidráulicos

e alterações químicas de materiais de construção.

21

3.2.3 Patologias em impermeabilização

Em se tratando dos sistemas de impermeabilização, Filho, Souza e Filho (2015)

ressaltam que a execução incorreta dos desníveis das áreas externas dos edifícios

comprometem a impermeabilização.

Ademais, Righi (2009) destaca que a maior parte dos problemas nesse sistema são

vazamentos em encontros com ralos, juntas, mudanças de planos, passagem de dutos e

chumbamentos.

Outras patologias são identificadas por Pinto (1996) devido a problemas de

impermeabilização como a desagregação da argamassa, desagregação de tijolos maciços,

eflorescências, gotejamento de água, mancha de umidade, vegetação em determinados

pontos da estrutura e formação de bolhas na pintura.

3.2.4 Patologias em esquadrias

No que tange às esquadrias, Rodrigues (2013) destaca as principais manifestações

patológicas em esquadrias, encontradas em uma pesquisa feita em 52 obras na cidade de

São Paulo, envolvendo oito construtoras. São elas: má vedação, problemas nos trincos e

fechaduras, dificuldade no deslizamento, guarnições, vibração e falta de esquadro.

Nesse mesmo sentido, Filho, Souza e Filho (2015) também identificaram em sua

pesquisa, com dados da assistência técnica de nove empreendimentos residenciais de uma

mesma construtora as falhas: falta de regulagem das esquadrias, as esquadrias de janelas

eram mal vedadas e emperravam e as esquadrias de porta apresentaram dificuldade para

fechar.

3.2.5 Patologias em cerâmica

Os principais problemas que ocorrem em revestimentos cerâmicos são citados por

Rodrigues (2013) como a deterioração das juntas, destacamento de placas, defeito no

assentamento de peças, manchas, falta ou rejunte danificado, mudança de tonalidade das

peças cerâmicas e eflorescências.

Filho, Souza e Filho (2015) também identificaram em sua pesquisa que os clientes

solicitaram troca de cerâmica e regularização do desnível.

22

3.2.6 Patologias em instalações elétricas

Conforme pesquisa feita por Rodrigues (2013), os principais defeitos nas

instalações elétricas são: interferência entre distribuição elétrica e hidráulica, quedas de

luz e curtos circuitos, projetos com fiação deficiente, defeitos na fabricação de

interruptores e tomadas, fiação com isolamento inadequado, causando queima de

lâmpadas e reatores e, por fim, fios soltos.

Lima (2015) destaca também outras falhas gerais nas instalações elétricas como a

falta de identificação de circuitos nas caixas de alimentação ou distribuição, instalação de

caixas de caixas de tomadas ou interruptores em cota errada, caixas e eletrodutos muito

reentrantes ou muito salientes nas paredes e tetos, eletrodutos com curvas de pequeno raio

e/ou introduzidos sobtensão em rasgos ou aberturas.

3.2.7 Patologias em gesso

As patologias mais comuns em revestimentos e placas de gesso são as trincas e

fissuras, no entanto, o aparecimento de manchas amareladas após a pintura também são

muito comuns (LIMA, 2015).

Rodrigues (2013) acrescenta que em suas pesquisas foram observados

principalmente problemas nos forros de gesso com o deslocamento das molduras,

fissuras, ondulações e falta de alinhamento dos mesmos.

3.3 Fatores que afetam a eficiência da execução de obras de edificações

No item 4.2 estudou-se os problemas mais comuns encontrados na construção das

edificações, porém, por trás desses problemas estão uma série de motivos que levam ao

aparecimento dessas falhas, os quais são abordados neste item. Dos fatores identificados

conclui-se, de forma geral, que os principais fatores que afetam a eficiência da execução

de obras de edificações estão relacionados a problemas de projeto, erros na execução

causadas pela mão de obra e falta de qualidade nos materiais utilizados nos processos.

3.3.1 Fatores que causam patologias em instalações hidrosanitárias

As peculiaridades dos sistemas hidráulicos prediais podem dar origem a diversas

patologias nas edificações, ocorre porém, que algumas são observadas de forma repetitiva

23

em diversos edifícios, o que pode indicar falhas sistêmicas na fase de projeto (LIMA,

2015).

Por outro lado, Filho, Souza e Filho (2015) concluíram em suas pesquisas que a

principal causa dos problemas apontados pelos clientes é a falha na execução das

instalações hidrossanitárias. Outras causas apontadas pelos autores estão relacionadas ao

mau uso das instalações, acarretando entupimentos e consequentemente o retorno de água

que passa pelo encaixe da tubulação e conexões.

Para que esses problemas sejam minimizados é necessário que se cumpra as

exigências e recomendações das diversas normas existentes e também que os

profissionais que irão executar o serviço sejam devidamente capacitados para tal. Os

projetistas e executores desses projetos devem ter pleno conhecimento dessas normas e

cumpri-las em suas atividades.

Cabe também aos responsáveis pela obra a devida fiscalização e cobrança dos

resultados esperados. Dessa forma, toda a cadeia de serviços desde o projeto até a entrega

da obra, estarão cumprindo as exigências, evitando o aparecimento de problemas e

atendendo a eficiência esperada na execução deste processo produtivo.

3.3.2 Fatores que causam patologias em alvenaria

As incompatibilidades de projetos de arquitetura, estrutura e fundações

normalmente conduzem a tensões que se sobrepujam à resistência dos materiais em

seções desfavoráveis (como por exemplo regiões próximas as esquadrias e ligação

estrutural), o que leva a problemas de fissuras que é o problema mais relevante em

alvenarias (THOMAZ, 1989).

Se faz necessário um maior diálogo entre os autores dos projetos de arquitetura,

estrutura e fundações, os fabricantes de materiais e componentes da construção e os

engenheiros que executam a obra, evitando assim os diversos problemas de

incompatibilidade que geram as fissuras.

Lima (2015) destaca que um levantamento feito demonstrou que o maior índice de

manifestações patológicas em alvenarias foi verificado na etapa executiva da parede.

Observando a Figura 15 pode-se concluir que os diversos problemas são, em sua

maioria, de origem executiva, ou seja, é preciso uma mão de obra mais qualificada para

a execução dos serviços. Além disso, é necessária uma fiscalização mais efetiva ainda na

24

fase de execução para que o problema possa ser resolvido imediatamente quando

observado.

3.3.3 Fatores que causam patologias em impermeabilização

Moraes (2002) destaca as principais causas das manifestações patológicas no

sistema de impermeabilização, podendo ter origem em problemas de projeto e/ou

execução. Segundo o referido autor, as origens dos problemas de projeto podem ser:

Ausência do próprio projeto; Especificação inadequada de materiais; Falta de dimensionamento e previsão do número de coletores pluviais para escoamento d´água; Interferência de outros projetos na impermeabilização.

Já as causas dos defeitos devido à execução, são:

Falta de argamassa de regularização que ocasiona a perfuração da impermeabilização; Não arredondamento de cantos e arestas; Execução de impermeabilização sobre a base úmida, no caso de aplicações de soluções asfálticas, comprometendo a aderência e podendo gerar bolhas que ocasionarão deslocamento e rupturas da camada impermeabilizante; Execução de impermeabilização sobre base empoeirada, comprometendo a aderência; Juntas travadas por tábuas ou pedras, com cantos cortantes que podem agredir a impermeabilidade; Uso de camadas grossas na aplicação da emulsão asfáltica, para economia de tempo, dificultando a cura da emulsão; Falhas em emendas; Perfuração de mantas pela ação de sapatos com areia, carrinho, etc.

Uma pesquisa citada por Righi (2009) mostra as principais causas de infiltrações,

conforme observado na Figura 12.

25

Figura 12 - Principais efeitos de problemas de impermeabilização. Fonte: Righi, 2009.

Em suma, no sistema de impermeabilização como observado nos sistemas

anteriores, também há uma dificuldade com o desenvolvimento dos projetos que geram

problemas durante e/ou após a execução dos serviços. Observa-se também a dificuldade

com a mão de obra, não apenas pela falta de treinamento mas pela pressa excessiva em

executar as tarefas.

3.3.4 Fatores que causam patologias em esquadrias

De acordo com as pesquisas realizadas por Filho, Souza e Filho (2015), as

principais causas dos problemas em esquadrias nas edificações são as falhas na execução

do serviço e problemas com o material do produto.

Conclui-se, então, que a mão de obra deve ser qualificada para uma execução

adequada do serviço, bem como se faz necessária uma fiscalização mais rigorosa por parte

dos responsáveis pela obra. Há de se destacar também a importância na escolha dos

materiais e produtos adquiridos pela empresa uma vez que a sua qualidade influencia

muito no produto final.

3.3.5 Fatores que causam patologias em cerâmica

O desempenho do processo produtivo de revestimento cerâmico de um edifício

depende da interação entre os diversos materiais empregados e suas técnicas de aplicação

para cada tipo de projeto (LIMA, 2015).

26

As patologias em revestimentos cerâmicos podem ter origem na fase de projeto ou

na fase de execução. No que tange a fase de projeto, os materiais escolhidos devem estar

de acordo com o uso da edificação e suas interações com outros elementos da construção

devem ser consideradas. Na fase de execução como nos diversos outros processos

produtivos, o profissional que irá executar a tarefa deve ser habilitado para tal.

Não se pode deixar de acrescentar que, como qualquer outro serviço de acabamento,

deve haver uma verificação rigorosa por parte dos responsáveis pela obra quando o

serviço for finalizado. Dessa forma os erros poderão ser corrigidos antes da entrega ao

cliente.

3.3.6 Fatores que causam patologias em instalações elétricas

Rodrigues (2013) destaca em seu trabalho a relevância do cuidado com o

isolamento das fiações, assim como a compatibilização dos projetos de elétrica e

hidráulica que muitas vezes interferem um no outro, dificultando à manutenção.

Por outro lado, Filho, Souza e Filho (2015) concluem em sua pesquisa que o maior

causador dos problemas é a falta de atenção dos funcionários na execução das tarefas.

Cabe mais uma vez, o destaque da importância de se ter uma verificação por parte

de um responsável após a finalização do serviço.

3.3.7 Fatores que causam patologias em gesso

No caso de forros de gesso, Rodrigues (2013) identificou em seu levantamento que

muitos dos problemas verificados neste sistema são causados pela falta de aderência entre

os materiais. Observou também que quando instalados em banheiros, o vapor dos

chuveiros contribuiu para o deslocamento das molduras. Quanto as fissuras nos forros,

concluiu que provavelmente são causadas por movimentação das placas por falta de

juntas de movimentação no encontro com a alvenaria. Por fim, viu que a má execução do

serviço também causou deslocamentos, ondulações e falta de alinhamento nos forros.

Lima (2015) destaca que as causas das manchas amareladas após a aplicação da

pintura ainda não foram comprovadas cientificamente, no entanto, sabe-se que a técnica

de aplicação da tinta e o produto exigem cuidados específicos para a obtenção da

qualidade desejada.

27

4 METODOLOGIAS PARA A ADOÇÃO DE MELHORIAS NA

EFICIÊNCIA EXECUTIVA

4.1 Generalidades

Observando-se os diversos processos produtivos envolvidos na construção das

edificações, contata-se uma série de fatores que resultam na falta de eficiência da obra

como um todo. Busca-se, portanto, a adoção de metodologias que possam auxiliar na

melhoria dessa eficiência como, por exemplo, o uso da ferramenta MASP, Gerenciamento

da rotina, PDCA, PDCL, Gestão por indicadores de desempenho, Construção enxuta,

SiAC/PBQP-H, Pmbok/PMI, entre outros.

Aguiar e Loos (2017) destacam que com o mercado da construção civil cada vez

mais exigente e buscando a qualidade a um custo menor, as construtoras têm implantado

o sistema de gestão da qualidade fundamentado na série de normas ISO 9000, o qual

assegura que os processos estão sendo seguidos conforme os critérios pré-estabelecidos.

Neste capítulo são descritas em síntese as metodologias mais usualmente utilizadas

pelas empresas de construção civil quando buscam melhorias em sua competitividade,

em sua estrutura, organização e em seus processos de planejamento e de execução de

obras. Na Tabela 1 é apresentada a relação das metodologias estudadas neste capítulo.

Nela estão destacados seus objetivos considerando suas aplicações na construção civil.

Tabela 1 - Relação das metodologias Estudadas. Fonte: o autor, 2018.

Metodologia Item Objetivos

MASP -

Metodologia de

análise e soluções de

problemas

5.2

Descrever o caminho a ser percorrido de forma

racional e gradativa, através do uso das ferramentas

básicas da qualidade, para identificar e solucionar

problemas e melhorar processos de trabalho.

Gerenciamento da

rotina 5.3

Alcançar a melhoria continua através da gestão de

processos rotineiros e sua padronização, para torna-

los mais eficazes.

Ciclo PDCA – Plan,

Do, Check, Act 5.4

Gerenciar a tomada de decisão de uma empresa para

garantir o alcance de suas metas e por meio da

melhoria continua tornar os processos mais

eficientes, exatos e práticos.

Modelo de

excelência em gestão

- PDCL

5.5

Aperfeiçoamento da gestão das empresas e aumento

de sua competitividade, através da utilização como

referência dos critérios de excelência em gestão e do

aprendizado baseado na experiência adquirida.

28

Gestão por

indicadores de

desempenho

5.6

Gerenciar por meio de indicadores de desempenho

afim de medir e melhorar os resultados de uma

empresa, garantir o controle e a qualidade dos

produtos e o melhor desempenho de seus processos.

Construção enxuta –

Lean construction 5.7

Promover a entrega do produto com a maximização

do valor agregado e combater os desperdícios por

meio da eliminação de atividades que não agregam

valor ao produto.

SiAC/PBQP-H 5.8

Contribuir para a evolução da qualidade,

produtividade e sustentabilidade no setor da

construção civil, através da avaliação da

conformidade dos sistemas de gestão da qualidade

das empresas e sua certificação nos níveis A e B.

Pmbok/PMI 5.9

Melhorar o gerenciamento de projetos de uma

empresa, por meio de um guia com um conjunto de

conhecimentos e boas práticas de gerenciamento.

4.2 Método de análise e soluções de problemas – MASP

4.2.1 Conceituação

Segundo Neto (2013) o MASP foi estruturado de acordo com o PDCA que é um

ciclo de desenvolvimento com foco na melhoria continua, entretanto não deve ser

confundido com ele. O autor define o método como:

Um caminho ordenado, composto de passos e sub-passos pré-definidos para a escolha de um problema, análise de suas causas, determinação e planejamento de um conjunto de ações que consistem uma solução, verificação do resultado da solução e realinhamento do processo para a melhoria do aprendizado e da própria forma de aplicação em ciclos posteriores.

Aguiar e Loos (2017) ressaltam que o MASP é de origem japonesa e apresenta 8

etapas que auxiliam na identificação de problemas e na elaboração de ações corretivas e

preventivas para eliminá-los ou minimizá-los.

Santos (2012) destaca que as diversas ferramentas básicas da qualidade podem ser

utilizadas nas etapas de aplicação do MASP objetivando identificar e solucionar

problemas e melhorar processos de trabalho.

29

4.2.2 Método de aplicação

As etapas de aplicação do método descritas por Aguiar e Loos (2017) estão

ilustradas na Figura 13.

Figura 13 - Etapas do método MASP. Fonte: Aguiar e Loos, 2017.

Aguiar e Loos (2017) descrevem as etapas de aplicação do método MASP onde o

primeiro passo é a identificação e definição clara do problema ou identificação de

oportunidades de melhoria de um processo. Santos (2012) lista algumas das ferramentas

e técnicas que podem ser utilizadas nessa etapa, são elas: diagnóstico da situação em fatos

e dados (folha de verificação), sistema de controle utilizado, fluxograma do processo,

normas, procedimentos e instruções, fotografias, fatos históricos e brainstorming.

A etapa seguinte é a de observação onde são levantados dados do problema

selecionado de forma ampla e com vários pontos de vista. São também definidas as metas

para melhoria. Nesta etapa são utilizadas outras ferramentas, como: lista de verificação,

análise de Pareto, gráficos de controle, histograma, fotografias e cronograma (SANTOS,

2012)

Em seguida ocorre a etapa de análise de causas, na qual são identificadas e

verificadas as causas fundamentais do problema. Algumas técnicas aplicáveis a essa etapa

destacadas por Leme (2010) são: fluxograma, lista de verificação, diagrama de causa e

efeito, brainstorming e monitoramento do desempenho de processos por gráficos e

matrizes de decisão.

30

Depois vem a etapa do plano de ação, onde se elabora um plano para bloquear as

causas fundamentais. Leme (2010) cita as seguintes técnicas que podem ser utilizadas

nessa etapa: brainstorming, matriz de decisão e plano de ação – 5W2H.

A quinta fase do método é a execução da ação onde se propõe uma data limite para

a solução do problema e a ação é efetivamente posta em prática. Mattos (1998) destaca

algumas atividades importantes nessa etapa: realização de reuniões com as equipes e

treinamento das equipes para realização das ações planejadas.

Na fase seguinte é feita a verificação se a ação foi efetiva. Segundo Santos (2012)

essa verificação pode ser feita com base nos dados e fatos coletados durante a ação,

registros e relatórios, diagrama de Pareto, gráfico de controle, histograma e gráfico de

tendências.

Caso a ação tenha sido efetiva, na sétima fase é feita a padronização do processo

com a implantação da ação corretiva para prevenir o reaparecimento do problema. As

ferramentas e técnicas uteis nessa fase são: grupos de trabalho, 5W1H, palestras, sistemas

de controle, auditoria e técnicas de treinamento (SANTOS, 2012)

Na última fase verifica-se todo o processo de solução de problemas para a melhoria

continua do método. Santos (2012) ressalta as seguintes técnicas pertinentes: análise de

resultados, demonstrações gráficas, plano de ação, PDCA e reflexão sobre as próprias

atividades para a melhoria.

O MASP está relacionado diretamente ao PDCA pois são ferramentas que se

complementam. As quatro primeiras fases estão relacionadas ao Plan e as quatro fases

seguintes são as fases do DO, CHECK e ACT do PDCA (AGUIAR e LOOS, 2017).

4.2.3 Vantagens e desvantagens

Vantagens:

a) Aumento da produtividade (PIECHNICKI E KOVALESKI, 2011);

b) Alcance de metas (PIECHNICKI E KOVALESKI, 2011);

c) Melhoria continua dos processos (PIECHNICKI E KOVALESKI, 2011);

d) Aumento na qualidade dos produtos e serviços (PIECHNICKI E

KOVALESKI, 2011);

e) Redução dos problemas e da reincidência dos mesmos (AGUIAR E LOOS,

2017);

f) Diminuição de retrabalho e consequente diminuição de custos (NETO, 2013);

g) Aumento da competitividade da empresa (NETO, 2013);

31

h) Estruturação e avaliação da gestão da empresa (ANDRADE et al, 2011).

Desvantagens:

a) Investimento em treinamento para os colaboradores (NETO, 2013);

b) Depende da motivação, conscientização e comprometimento dos

colaboradores envolvidos (MATTOS, 1998);

c) Dificuldade de absorção e entendimento dos conceitos por parte dos

funcionários (MATTOS, 1998).

4.2.4 Aplicação na construção civil

Grande parte das atividades na construção civil são realizadas manualmente e a

qualidade de sua execução depende dos funcionários. Por esse motivo é muito comum

encontrar diversas falhas que podem impactar diretamente no cronograma físico-

financeiro da obra. Para que esses problemas sejam corrigidos e sua incidência reduzida

é necessário a utilização de ferramentas de gestão da qualidade como por exemplo o

MASP (AGUIAR E LOOS, 2017).

O método pode ser aplicado nos diversos processos construtivos de obras de

edificações abordados no Capítulo 3. O capítulo 4 ajuda a identificar os principais

problemas nos processos construtivos que afetam a eficiência na construção e a partir da

utilização da ferramenta MASP os problemas são selecionados, faz-se um estudo de suas

causas, determina-se e planeja-se um conjunto de ações para solução e por fim padroniza-

se o processo para aplicações futuras. Garante-se assim a melhoria continua dos processos

e uma melhor qualidade e eficiência na execução de obras de edificações.

Aguiar e Loos (2017) destacam a utilização do método em uma empresa após a

verificação de falhas reincidentes nos canteiros de obras que geravam retrabalhos,

desperdícios e impactos nas certificações da qualidade das obras. O método foi utilizado

na identificação da causa raiz desses problemas, implantação da ação corretiva e

padronização.

4.3 Gerenciamento da rotina

4.3.1 Conceituação

O gerenciamento da rotina é uma metodologia cujo objetivo principal é a melhoria

continua de processos rotineiros por meio de sua gestão, afim de tornar as funções

gerenciais de uma empresa eficazes (CAMPOS, 2013 apud CARVALHO, 2016).

32

Busca-se alcançar essa melhoria com a implantação de diversas ações como:

definição da autoridade e responsabilidade de cada pessoa, padronização dos processos e

operações, monitoramento dos resultados dos processos e comparação com as metas

definidas, implantação de ação corretiva no processo e nas operações com base nos

desvios de metas encontrados e observação do ambiente de trabalho em busca da

perfeição (CAMPOS, 2011 apud LIMA, 2016).

4.3.2 Método de aplicação

Santos (2014) afirma que as empresas apresentam características diferentes e por

isso não existe um método rígido de implantação, cada empresa deve estudar a melhor

forma de implementar a metodologia.

Lima (2016) resume as principais etapas do gerenciamento da rotina conforme a

Figura 14.

Figura 14 - Passo a passo do gerenciamento da rotina. Fonte: Lima, 2016

Na Etapa de Descrição do negócio, são definidas as responsabilidades de cada

colaborador envolvido nos diversos níveis hierárquicos, ou seja, cada colaborador será

responsável por uma determinada parcela do processo. Essa parcela do processo é

composta de um conjunto de subprocessos os quais o colaborador terá autoridade sobre

os meios colocados à sua disposição e responsabilidade sobre os resultados obtidos

(LIMA, 2016).

Deve-se destacar os itens necessários na Etapa 1:

a) Lista com todos os meios colocados sob a autoridade do colaborador (pessoas,

equipamentos, materiais, etc);

b) Lista dos principais fornecedores e as especificações dos seus produtos;

33

c) Lista dos produtos gerados de cada produto da sua parcela do processo

(informações, rejeitos, etc) e

d) Lista dos clientes (interno ou externo) de cada produto e das especificações

estabelecidas por eles.

Na Figura 15 encontra-se ilustrado um mapa de negócios que pode ser utilizado

para facilitar esta etapa (SANTOS, 2014).

Figura 15 - Mapa de negócios. Fonte: Santos, 2014

Na segunda etapa quando se fala de gerenciamento da rotina associa-se ao termo

padronização, uma vez que Campos (2011, apud LIMA, 2016) afirma que não existe

gerenciamento sem padronização, pois esta é fundamental para a estabilidade da rotina.

As tarefas mais críticas que impactam diretamente na qualidade do produto ou serviço

devem ser padronizadas de forma que sejam realizadas sempre da mesma forma,

independente da pessoa que irá realizá-la. Além disso, todas as experiências adquiridas e

utilizadas nos processos ficam registras em tabelas e fichas as quais juntamente com

manuais, políticas, procedimentos e instrução de trabalho compõem alguns dos

documentos envolvidos na padronização.

A terceira e quarta etapas são compostas de itens de verificação e controle os quais

são indicadores que devem ser monitorados e controlados de forma a se alcançar a

qualidade esperada de um produto ou serviço. Os itens de controle estão relacionados ao

controle dos processos para se atingir a qualidade final do produto, ou seja, o custo,

atendimento das expectativas, motivação da equipe e segurança dos usuários. Já os itens

de verificação estão focados nas causas que mais podem afetar a qualidade do produto,

34

ou seja, nos componentes do processo, como por exemplo os equipamentos, matérias-

primas, condições ambientais, entre outros.

A quinta etapa são as ações corretivas implementadas nos problemas encontrados

ou quando não se atinge a meta estipulada. Os problemas devem ser eliminados para que

se garanta condições normais de operação, previsibilidade dos resultados e melhoria

continua nos processos.

A sexta etapa é o método da administração japonesa 5S que tem por objetivo a

disciplina, segurança e produtividade no ambiente de trabalho. O nome 5S vem de cinco

palavras japonesas que significam: senso de utilização, senso de organização, senso de

limpeza, senso de saúde e senso de autodisciplina os quais devem ser praticados nos

ambientes de trabalho.

4.3.3 Vantagens e desvantagens

Vantagens:

a) Padronização das tarefas operacionais, possibilitando a responsabilização por

elas (SANTOS, 2014);

b) Melhorias no controle da ocorrência de anomalias (MARTINS et al, 2008);

c) Diminuição dos erros e desperdícios nos processos (MARTINS et al, 2008);

d) Aumento da produtividade (MARTINS et al, 2008);

e) Melhoria na organização das tarefas desempenhadas (LIMA, 2016).

f) Maior confiabilidade e qualidade dos trabalhos rotineiros operacionais com

eliminação de não conformidades e atingimento de metas (CARVALHO,

2016).

Desvantagens:

a) Resistência às mudanças por parte das pessoas (SANTOS, 2014);

b) Os colaboradores na falta de conhecimento da metodologia, desacreditam da

mesma (SANTOS, 2014);

c) Dependência do envolvimento dos colaboradores para ser bem sucedido

(SANTOS, 2014);

d) As rotina por serem processos simples geralmente são tratados com descaso

erroneamente pois são a base para outros processos (SANTOS, 2014);

35

e) Pode não ser a solução necessária para alavancar uma organização pois há

problemas que necessitam da intervenção da alta direção que não são

contemplados pelo método (CARVALHO, 2016);

f) A aplicação do método não é comum na construção civil (CARVALHO,

2016).

4.3.4 Aplicação na construção civil

Fazendo um paralelo com a construção civil, observa-se que todos os processos

construtivos citados no capítulo 3 são rotineiros e precisam de gerenciamento para uma

melhor eficiência.

Considerando o aspecto do uso de tarefas repetitivas, Melo e Camori (2001 apud

Carvalho, 2016) sugerem a utilização do SDCA (Standard, Do, Check, Act) como forma

de atingir resultados satisfatórios de forma constante e controlada, seguindo padrões

elaborados com base em melhorias realizadas no passado". O SDCA é similar ao método

PDCA (ver item 5.3) partindo de uma meta padronizada estabelecida para o processo em

estudo.

Para cada projeto, Andrade (2003) estabelece que deve ser elaborado o

planejamento da obra através da elaboração do Plano de Qualidade da Obra nos moldes

dos requisitos estabelecidos pelo SiAC/PBQP-H (ver item 5.7), com a previsão de

recursos e as atividades a serem efetuadas ao longo do cronograma. Num sentido mais

abrangente o Plano da Qualidade da Obra permite estabelecer a organização e a

estruturação da equipe de gestão e operação da obra, providência fundamental para o

gerenciamento da rotina.

Lima (2016) descreve a aplicação do método no setor de compras e contratações de

uma construtora de empreendimentos de alto padrão. Na empresa as compras e

contratações eram realizadas de forma descentralizada onde cada obra solicitava seus

materiais por meio de um formulário. Para os serviços a obra montava o quadro de

concorrência e encaminhava para o supervisor. Criou-se então o setor de suprimentos para

centralizar essas atividades que gerou um grande volume de informações e solicitações

que precisavam ser administradas.

O gerenciamento da rotina foi aplicado iniciando-se com uma reunião para análise

do problema, levantamento de dados e definição dos papeis dos colaboradores. Em

seguida determinou-se os itens que seriam padronizados e foi definido um cronograma

de trabalho. Semanalmente eram discutidos em reuniões a evolução do trabalho e

36

alinhadas as expectativas. Nessa rotina outras ferramentas foram criadas e algumas

modificadas. A aplicação do método garantiu a melhoria continua no setor da empresa

(LIMA, 2016).

4.4 Ciclo PDCA (Plan, do, check, act)

4.4.1 Conceituação

Carvalho, Nascimento e Morais (2010) conceituam o ciclo PDCA (Plan, Do, Check,

Act) como um método gerencial de tomada de decisões para garantir o alcance de metas

de uma organização. De acordo os autores, Willian Edwards Deming complementou o

ciclo Specify-Product-Inspect (especificar, fazer e inspecionar) criado pelo norte

americano Walter Andrew Shewhart e assim o PDCA ficou inicialmente conhecido como

ciclo Deming.

A NBR ISO 9001:2015 resume o modelo PDCA como:

Plan (planejar): estabelecer os objetivos do sistema e seus processos e os recursos necessários para entregar resultados de acordo com os requisitos do cliente e com as políticas da organização;

Do (fazer): implementar o que foi planejado;

Check (checar): monitorar e (onde for aplicável) medir os processos e os produtos e serviços resultantes em relação às políticas, objetivos e requisitos, e reportar os resultados;

Act (agir): executar ações para melhorar desempenho, conforme necessário.

O ciclo PDCA tem como base principal a melhoria contínua e seu propósito é tornar

os processos mais eficientes, exatos e práticos (AGUIAR e LOOS, 2017). O ciclo pode

ser entendido conforme a Figura 16.

37

Figura 16 – Ciclo PDCA. Fonte: Carvalho, Nascimento e Morais, 2010.

4.4.2 Método de aplicação

Werkema (1995b, apud Leonel, 2008) versa sobre o método de aplicação do PDCA

e das ferramentas que podem ser utilizadas nas diversas etapas. A etapa de planejamento

(P) pode ser dividida nas fases: problema, observação, análise e plano de ação.

Primeiramente é estabelecida a meta de melhoria e a identificação do problema onde

algumas ferramentas podem ser implementadas: a folha de verificação coleta dados para

identificação da meta de melhoria e do problema e o gráfico de Pareto que prioriza os

temas e estabelece metas numéricas viáveis de serem alcançadas.

Observa-se o fenômeno ou problema de forma que suas características possam ser

reconhecidas e localizado o foco do problema. Nessa fase as ferramentas uteis são a

estratificação das informações sob vários pontos de vista e o gráfico de Pareto que dispõe

de forma visual as informações obtidas na estratificação.

Faz-se uma análise do processo para se identificar as causas fundamentais desse

problema e possíveis falhas no processo através do diagrama de causa e efeito, o qual

sumariza as possíveis causas do problema e guia a identificação da causa fundamental.

Em seguida é feito um plano de ação para bloquear as causas fundamentais e para

cada medida do plano define-se o 5W2H que é um plano de ação simplificado.

Na etapa de execução (D) são coletados os dados que serão utilizados na etapa

seguinte para verificação da efetividade da ação adotada. As ferramentas utilizadas nessa

etapa são a análise de regressão, que coleta dados do processo e obtém curvas de

calibração que serão utilizadas para fornecer medidas da variável de interesse e o gráfico

38

de controle que faz o processamento e disposição das informações sobre a estabilidade

do processo.

A terceira etapa que é a de verificação (C) se confirma a efetividade da ação

implementada por meio dos dados coletados. As ferramentas uteis nessa etapa são: o

gráfico de Pareto que possibilita a comparação dos gráficos de antes e depois da

implantação da ação e histograma e medidas de locação e de variabilidade que avaliam

se o bloqueio foi efetivo e se foram provocados efeitos secundários.

Na última etapa que é a de atuação corretiva (A) elimina-se definitivamente o

problema, prevenindo seu reaparecimento. Um novo procedimento é estabelecido ou o

antigo é revisto. A folha de verificação coleta informações que podem ser utilizadas na

verificação da utilização do padrão e a amostragem permite que informações sobre a

efetividade do cumprimento do padrão sejam obtidas. Por fim há uma recapitulação de

todo o processo e o planejamento do trabalho futuro onde o gráfico de Pareto prioriza os

problemas remanescentes.

4.4.3 Vantagens e desvantagens

Vantagens:

a) Ganho financeiro pela redução de custos (MARIANI et al, 2005);

b) Melhoria no atendimento às necessidades dos clientes (MARIANI et al,

2005);

c) Aumento na produtividade de equipamentos (LEONEL, 2008);

d) Sistema gerencial eficaz no sistema de gestão da qualidade (CARVALHO et

al, 2010);

a) Melhoria continua no aumento da eficiência de uma organização (MATTOS,

2012).

Desvantagens:

a) Seu funcionamento depende do conhecimento das pessoas sobre seu

funcionamento (CARVALHO et al, 2010);

b) Sua eficácia depende da valorização do método por parte dos envolvidos

(CARVALHO et al, 2010).

4.4.4 Aplicação na construção civil

Mattos (2012) descreve alguns meios de implementação do PDCA no setor da

construção civil. O primeiro diz respeito ao enfoque vinculado à gestão estratégica

39

abrangendo toda a estrutura organizacional da empresa e o segundo está vinculado à

gestão de processos.

Na gestão estratégica Suzuki (2000, apud MATTOS, 2012) diz que o foco é o

planejamento da empresa como um todo, onde são elaboradas as metas que englobam

todos os empreendimentos e os recursos necessários de acordo com o número de

empreendimentos que serão executados (PLAN). Na etapa seguinte a empresa deve

gerenciar seus empreendimentos (DO) e mensurar regularmente o desempenho dos

mesmos (CHECK). Por fim são aplicadas as correções necessárias e feita a padronização

das ações para serem utilizadas em empreendimentos futuros (ACT).

Para Andrade (2003, apud MATTOS, 2012) as metas estabelecidas para a empresa

como um todo deverão ser desdobradas em todos os empreendimentos que por sua vez

desdobrarão as metas para todos os envolvidos no processo de produção respectivo a cada

empreendimento.

Na gestão de processos a NBR ISO 9001:2015 prevê a utilização do ciclo PDCA

através do gerenciamento da rotina. Cada empreendimento deve ter o planejamento da

obra, previsão de recursos a serem utilizados e atividades a serem executadas ao longo do

cronograma (PLAN). Deverá manter o controle da produção baseado no planejamento

inicial (DO) e supervisionar periodicamente os indicadores da qualidade estipulados

anteriormente (CHECK). Finalmente, executar as ações nos seus processos e padronizar

os procedimentos efetuados (ACT) (ANDRADE, 2003 apud MATTOS, 2012).

4.5 Modelo de excelência em gestão – PDCL

4.5.1 Conceituação

A FNQ (Fundação Nacional de Qualidade) é uma organização cujo objetivo é

disseminar o modelo de excelência da gestão (MEG) que ajuda diversas organizações no

aperfeiçoamento da gestão e aumento da competitividade. A Fundação promove a

atualização anual dos critérios de excelência com as técnicas mais atualizadas e bem

sucedidas da administração de organizações, as quais utilizam os critérios como

referência para se autoavaliarem (MARUFF, 2010).

A FNQ (2018) afirma que o MEG tem seu funcionamento inspirado no ciclo PDCL

(Plan, Do, Check, Learn) uma adaptação do PDCA criado pela fundação, onde o “A” do

PDCA foi substituído pelo “L”, o qual leva à formalização de padrões de trabalho e

introduz o conceito de aprendizado baseado na experiência adquirida.

40

Segundo Garcia (2016) o modelo não se baseia na prescrição de práticas ou

ferramentas especificas, mas em princípios gerenciais adotados por organizações de

excelência em todo o mundo. Esses princípios são denominados fundamentos da

excelência e devem estar arraigados nas organizações. São eles: pensamento sistêmico,

olhar para o futuro, inovação, aprendizado organizacional, liderança transformadora,

valorização das pessoas e da cultura, orientação por processos, conhecimento sobre

clientes e mercados, responsabilidade social, geração de valor, agilidade e decisões

fundamentais.

A FNQ determina critérios de excelência os quais são utilizados pelas organizações

para fazerem sua autoavaliação. Os critérios são resumidos conforme a Tabela 2.

Tabela 2 - Critérios de excelência. Fonte: Garcia, 2016.

4.5.2 Método de aplicação

A FNQ (2018) descreve o primeiros passos de uma organização para implementar

o modelo, onde o primeiro passo é a sensibilização da alta liderança para que haja um

consenso de que a adoção do MEG é útil para a organização.

O segundo passo é capacitar a equipe para ter um olhar mais aprofundado do MEG

e aprender a implementa-lo na organização.

O terceiro passo é a realização do autodiagnostico da gestão através das ferramentas

da FNQ: Autoavaliação assistida e Avaliação assistida expressa. O resultado identifica

41

com clareza os pontos fortes e os que precisam ser trabalhados para alcançar a gestão de

excelência na empresa.

O último passo é o plano de melhoria da gestão que é um ciclo PDCL onde uma

gama de oportunidades de melhorias são apresentadas e devem ser convertidas em

projetos e planos de ação. As ações devem ser priorizadas e implementadas na

organização.

4.5.3 Vantagens e desvantagens

Vantagens:

a) Fornece o aprendizado baseado na experiência (GARCIA, 2016);

b) Valorização do capital intelectual da organização (GENARO, 2014);

c) Possibilidade de avaliação e diagnóstico da gestão organizacional de uma

empresa (GENARO, 2014).

Desvantagens:

a) Dependência da aprovação da alta liderança para a adoção do método (FNQ,

2018);

b) Necessidade de capacitação da equipe no MEG (FNQ, 2018).

4.5.4 Aplicação na construção civil

Nercolini et al (2017) diz que a aplicação da avaliação e diagnóstico da gestão

organizacional do MEG permitiu a análise de falhas, oportunidade de melhoria e

aprimoramentos no processo de aquisição de serviços terceirizados utilizado pela

empresa.

A empresa é uma incorporadora e construtora de obras de edificações de Curitiba-

PR, na qual foi realizada uma pesquisa no processo de aquisição de serviços terceirizados.

Foram identificados no setor da empresa quais critérios do MEG já eram praticados, quais

deveriam ser desenvolvidos e implantados e quais foram projetados mas precisavam de

reavaliação. Em seguida foi aplicado o ciclo PDCL onde os itens identificados foram

convertidos em projetos e planos de ação, que foram implantados na organização

(NERCOLINI et al, 2017).

42

4.6 Gestão por indicadores de desempenho

4.6.1 Conceituação

Ávila (2015) define indicadores de desempenho como instrumentos de gestão,

essenciais para medir os resultados de uma empresa. Com os indicadores é possível

acompanhar se as metas traçadas estão sendo alcançadas e qual a porcentagem de

melhoria ou piora em relação aos indicadores passados.

A elevada competitividade das empresas e o aumento das exigências dos

consumidores levaram a necessidade do desenvolvimento de ferramentas de gestão para

garantir o controle e a qualidade dos produtos (BORGES E PETRI, 2013).

Os indicadores de desempenho podem ser divididos em indicadores de qualidade,

que medem o desempenho de um produto ou serviço em relação às necessidades dos

clientes internos ou externos e os indicadores de produtividade que medem o desempenho

dos processos pelas relações entre recursos utilizados e resultados atingidos (GOSCH,

2012).

Conforme Santos (2013) para a elaboração de um indicador devem ser considerados

parcial ou totalmente os parâmetros: qualidade; quantidade; tempo e custo. O mesmo

autor estabelece que para um indicador ser efetivo na medição de um parâmetro é

necessário definir um sensor que é o "método ou instrumento para se medir o atributo" e

uma unidade de medida que é "um parâmetro quantitativo ou qualitativo que permita a

avaliação do atributo".

4.6.2 Método de aplicação

A aplicação do método começa com a definição dos principais indicadores da

organização, que segundo Lantelme (2002, apud BORGES E PETRI, 2013) não é uma

tarefa fácil pela dificuldade das empresas em determinar o que medir e como medir.

Neely et al (1997, apud BORGES E PETRI, 2013) destaca alguns critérios para a

definição dos indicadores de desempenho conforme a Tabela 3.

43

Tabela 3 - Elementos da estrutura para definição das medidas de desempenho. Fonte:

Adaptado Neely et al 1997 apud Borges e Petri, 2013.

Após a definição dos indicadores a etapa seguinte é a implantação de sua medição

que compreende a coleta de dados, processamento e avaliação das informações.

Finalmente depois de implementados, os sistemas de medição devem ser continuamente

revistos e melhorados através de feedback dos próprios usuários (LANTELME, 2002

apud BORGES E PETRI, 2013).

4.6.3 Vantagens e desvantagens

Vantagens:

a) Permite que os gestores avaliem o progresso das atividades (COSTA, 2008);

b) Facilita a obtenção dos objetivos definidos pela empresa (COSTA, 2008);

c) Melhora o desempenho dos processos (COSTA, 2008);

d) Norteiam o planejamento estratégico e operacional das organizações

(COSTA, 2010);

e) Permitem análise comparativa entre os processos produtivos (SANTOS,

2013);

f) Disponibiliza uma base consensual para a tomada de decisões, ou seja, evita

a indução para várias interpretações (SANTOS, 2013).

44

Desvantagens:

a) Dificuldade das empresas em determinar o que medir e como medir (NEELY,

1999 apud BORGES, 2013);

b) Depende do registro de dados dos processos (COSTA, 2008);

c) Dificuldade de estabelecer indicadores precisos, ou seja, que tenham a

capacidade para reproduzir seus resultados em testes repetidos (SANTOS,

2013);

d) Dificuldade de selecionar uma unidade de medida que seja compreensível por

todos os envolvidos no processo (SANTOS, 2013).

4.6.4 Aplicação na construção civil

Devido ao aumento das exigências dos clientes e a alta competitividade das

empresas de construção civil é necessário que se desenvolva ferramentas de gestão para

garantir o controle e o atingimento de melhores resultados. Nesse contexto surge a gestão

por indicadores de desempenho na construção civil (BORGES e PETRI, 2013).

Os autores afirmam que definir os indicadores de desempenho ideais para cada obra

não é tarefa simples em função das peculiaridades e complexidades do setor, no entanto,

a partir de uma pesquisa na literatura internacional foram definidos os principais

indicadores de desempenho utilizados na construção civil. A Figura 17 demonstra os

indicadores mais citados na literatura segundo Borges e Petri (2013).

Figura 17 - Indicadores de desempenho mais citados na literatura. Fonte: Borges e Petri,

2013.

Gosch (2012) diz que na medição de desempenho de obras de edifícios residenciais

de múltiplos pavimentos o foco são em indicadores de custo e prazo, porém outros

45

indicadores são importantes uma vez que podem afetar o resultado do empreendimento.

Ele propõe um conjunto de indicadores para medir e avaliar o processo de execução da

obra associados a um único indicador de desempenho da produção (IDP) dividido em

quatro categorias conforme a Figura 18.

Figura 18 - Estrutura do IDP e suas categorias. Fonte: Gosch, 2012.

4.7 Construção enxuta – lean construction

4.7.1 Conceituação

O conceito “mentalidade enxuta” é baseado no Sistema Toyota de Produção e foi

desenvolvido na indústria automobilística (KUREK et al, 2013).

Peretti et al (2016) diz que a produção enxuta tem como premissa combater os

desperdícios do modelo fordista de produção em massa. Essa visão foi disseminada

mundialmente pela Toyota onde tornou clara a segregação das atividades que não

agregam valor das atividades que geram valores.

Kurek et al (2013) destaca que construção enxuta tem como um de seus marcos

iniciais a publicação de Lauri Koskela de um relatório técnico que lança as bases desta

nova filosofia de produção enxuta adaptada à construção civil.

Koskela (2000, apud WIGINESCKI, 2009) explica que os conceitos tradicionais do

sistema de produção da construção apresenta um único objetivo final que é a entrega do

produto. Por outro lado, a construção enxuta tem três objetivos principais: a entrega do

produto, a maximização do valor e a redução do desperdício.

Na filosofia da construção enxuta um dos fundamentos principais é entender os

sistemas de produção como uma rede de fluxos de processos (materiais) interceptados por

fluxos de operações (pessoas, maquinas, métodos). Esses fluxos possuem atividades de

espera, processamento, transporte e inspeção que devem ser eliminados e a eficiência e o

valor produzido nas atividades de processamento devem ser aumentados nessa filosofia

(SANTOS et al, 1998).

46

4.7.2 Método de aplicação

Um desafio no projeto de implantação da construção enxuta é a mudança na forma

de pensar das pessoas envolvidas. Por isso, o primeiro passo na implantação do método

são aulas de treinamento voltadas à mudança de atitudes que encorajam o trabalhador a

se envolver e premiam melhorias reais. É de extrema importância a familiaridade e

entendimento dos conceitos lean no processo de implantação do método (SALEM et al,

2005 apud WIGINESCKI, 2009).

Como método de aplicação da construção enxuta, apresenta-se os princípios a

empresa e identifica-se a utilização deles pela empresa ou se propõe sua implementação

(KUREK et al, 2013).

Koskela (2000, apud PERETTI et al, 2016) versa sobre os princípios da construção

enxuta, sendo o primeiro a redução das parcelas das atividades que não agregam valor,

ou seja, reduzir atividades que consomem tempo, recurso ou espaço, mas não contribuem

para atender aos requisitos dos clientes.

O segundo princípio é aumentar os valores de saída por meio das considerações

sistemáticas dos requisitos das necessidades do cliente, ou seja, identificar os clientes

internos e externos e conhecer seus requisitos para melhorar a eficiência da produção.

O terceiro princípio é a redução da variabilidade, que do ponto de vista do cliente

gera um produto uniforme e para o processo tende a diminuir o tempo de ciclo eliminando

atividades que não agregam valor.

O quarto princípio é a redução do tempo de ciclo que é útil na formação do custo e

da qualidade. Reduzindo-se as atividades que não agregam valor o tempo de ciclo é

reduzido e a entrega ao cliente se torna mais rápida.

O quinto princípio é a simplificação por meio da minimização do número de passos,

etapas, peças e ligações. A simplificação ajuda a flexibilidade para tratar problemas caso

eles ocorram e torna mais fácil a eliminação das atividades que não agregam valor.

Aumentar a flexibilidade de saída é o sexto princípio, uma vez que os consumidores

mudam e a flexibilidade auxilia na fácil mudança para satisfazer as exigências do mesmo.

O sétimo princípio é o aumento da transparência do processo que facilita o controle

de melhorias e diminui a possibilidade de erros, uma vez que o processo se torna

transparente a todos os funcionários.

O foco no controle do processo como um todo é o oitavo princípio no qual o

processo deve ser medido e ter uma autoridade responsável pelo seu controle como um

todo.

47

O nono princípio é a construção da melhoria continua no processo, onde há um

esforço para redução de desperdícios e aumento do valor do produto de maneira continua

na empresa. A padronização é uma boa pratica que auxilia na melhoria dos processos.

O décimo princípio é o balanceamento entre a melhoria do fluxo e a melhoria das

conversões, uma vez que nem sempre a mudança de processo é a solução e sim uma

melhoria no fluxo deste.

Por fim, o ultimo princípio é o benchmarking que pode ser útil para se alcançar a

melhoria com a reconfiguração do processo por meio de práticas adotadas em outra

empresas.

4.7.3 Vantagens e desvantagens

Vantagens:

a) Melhorias no sistema de gestão da produção de empresas (KUREK et al,

2013);

b) Redução de tempo de execução dos serviços (PERETTI et al, 2016);

c) Aumento da produtividade (PERETTI et al, 2016);

d) Eliminação de desperdícios (PERETTI et al, 2016)

e) Gera benefícios para o cliente que recebe seu produto no tempo e com a

qualidade esperada (PERETTI et al, 2016).

Desvantagens:

a) Dificuldade na mudança de hábitos (KUREK et al, 2013);

b) Necessidade de treinamento dos funcionários para os novos conceitos

(KUREK et al, 2013);

c) Dependência do comprometimento da alta gerência para seu funcionamento

(KUREK et al, 2013);

d) Seus princípios são pouco conhecidos pelos profissionais (PERETTI et al,

2016).

4.7.4 Aplicação na construção civil

Kurek et al (2013) descreve a implantação dos princípios da construção enxuta em

uma empresa construtora. A implantação do método na empresa foi realizada em três

fases, na primeira foi realizada uma análise da empresa, observação no canteiro de obras

e descrição dos processos.

48

Na segunda etapa os princípios da construção enxuta propostos por Koskela (1992,

apud KUREK et al, 2013) descritos no item 5.6.2, foram apresentados à empresa,

identificada a utilização deles e proposta sua implementação.

Na terceira fase foram feitas a avaliação e discussão de resultados seguido do

desenvolvimento de uma proposta de lista de verificação para diagnostico e implantação

dos princípios em construtoras.

O resultado dessa pesquisa demonstrou melhorias no canteiro, transparência no

processo de produção e receptividade dos conceitos Lean na empresa.

4.8 SiAC/PBQP-H

4.8.1 Conceituação

O Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras (SiAC)

integra o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) o qual

é instrumento do governo federal para cumprimento dos compromissos firmados pelo

Brasil na Carta de Istambul (Conferencia do Habitat II/1996) (PBQP-H, 2018).

No Capítulo I da Portaria n°13 de 6 de janeiro de 2017 diz que o SiAC visa

contribuir para a evolução da qualidade, produtividade e sustentabilidade no setor da

construção civil. Seu objetivo é avaliar a conformidade de sistemas de gestão da qualidade

de empresas do setor de serviços e obras atuantes na construção civil.

Calçada (2014) ressalta que o SiAC dá às empresas um atestado do seu grau de

qualificação em cada etapa do processo produtivo conforme seu nível de evolução nos

estágios B e A, denotando grau crescente de qualificação.

4.8.2 Método de aplicação

Lima (2017) explica que para implementar o PBQP-H em uma empresa é preciso

seguir uma série de etapas. A primeira etapa é enviar uma declaração (modelo padrão) de

interesse de certificação, assinada e reconhecida em cartório, para o Ministério das

Cidades e se inscrever no programa.

Em seguida implanta-se as normas do SiAC na empresa. Nessa etapa deve-se

conhecer a norma, se adequar as exigências gerais e do nível pretendido e escolher um

software de gestão (não é obrigatório mas ajuda muito no processo). Ao se adequar as

normas exigidas pelo SiAC a empresa deve observar os seguintes tópicos: sistema de

gestão da qualidade, responsabilidade da direção da empresa, gestão de recursos,

execução da obra e medição, análise e melhoria.

49

Na Tabela 4 observa-se os requisitos necessários para cada nível do SiAC.

Tabela 4 - Requisitos dos níveis A e B do SiAC. Fonte: Regimento do SiAC, 2017

50

Na terceira etapa ocorre a pré-auditoria para a certificação do PBQP-H feita por um

organismo certificador. A pré-auditoria é opcional mas ajuda na identificação de itens que

precisam de alterações antes da inspeção final.

Por fim ocorre a auditoria final onde um órgão certificador é contratado e um

auditor verifica se a empresa está de acordo com as exigências correspondente ao nível

de certificação escolhido.

4.8.3 Vantagens e desvantagens

Vantagens:

a) Maior agilidade na aprovação de projetos por órgãos públicos (CASADO,

2014);

b) Serviços com maior qualidade e menos retrabalhos (CASADO, 2014);

c) Possibilita padronização dos serviços melhorando a qualidade e a

produtividade (COSTA, 2016);

d) Possibilita linhas de crédito e participação em obras públicas por causa da

certificação (CASADO, 2014);

e) Proporciona uma melhoria na qualidade das habitações e da comunidade

(CASADO, 2014);

f) Torna o ambiente da empresa mais controlado e organizado (CASADO,

2014);

g) Maior competitividade da empresa (COSTA, 2016).

Desvantagens:

a) Os resultados do processo de implantação do método demandam tempo pois

sua implantação é gradativa (CASADO, 2014);

b) Dificuldade de implantação pela falta de compreensão das normas (COSTA,

2016);

c) Dificuldade de adequação devido ao volume muito grande de exigências

(COSTA, 2016);

d) Muita burocracia na visão das empresas construtoras dificultando a

implantação e atendimento (ALVES, 2013);

e) Dificuldade na capacitação dos operários devido à alta rotatividade registrada

no setor (ALVES, 2013);

f) Falta de comprometimento dos funcionários (COSTA, 2016).

51

4.8.4 Aplicação na construção civil

Em termos de aplicação, por ser um referencial normativo desenvolvido

especificamente para a indústria da construção civil, o SiAC/PBQP-H teve toda a sua

terminologia e conceitos aplicados adequados aquela já praticada correntemente pela

indústria da construção civil. Assim sendo, todos os seus requisitos apesar de oriundos da

norma NBR ISO 9001 são compatíveis com diversas etapas de uma construção.

Naturalmente, deve-se considerar a singularidade de cada empresa, da sua cultura e do

seu potencial tecnológico e humanos, requerendo assim adequações e a devida

personalização a cada empresa e a cada obra.

No estudo realizado por Costa (2016) as maiores motivações das empresas de

construção civil em implantar o SIAC/PBQP-H são: a necessidade de financiamento e o

aumento de sua competitividade no mercado.

As empresas estão implantando sistemas de qualidade em suas obras pelo aumento

da exigência dos clientes e da legislação mais rigorosa para se tornarem mais

competitivas. Casado (2014) fala sobre a implantação da método na execução de obras

de uma construtora de Cianorte-PR. Para que a implantação fosse possível estudou-se o

requisito de Execução de obras do SIAC e todo o processo de implantação do PBQP-H.

No estudo foram descritas as medidas tomadas para o cumprimento das exigências

do SIAC assim como a criação de planilhas, fluxogramas, procedimentos e outros

documentos que auxiliaram os colaboradores no controle do sistema instalado na

empresa. Finalmente o estudo sugere uma solução pra que a empresa obtenha a

certificação nível A do programa (CASADO, 2014).

4.9 Pmbok/PMI

4.9.1 Conceituação

Moraes (2012) explica que o Pmbok (Project Management Body of Knowledge –

Conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos) é um guia publicado pelo

PMI (Project Management Institute – Instituto de gerenciamento de projetos), que traz

um conjunto de conhecimentos e boas práticas reconhecidas em gerenciamento de

projetos e também fornece um vocabulário comum para se discutir, escrever e aplicar o

gerenciamento de projeto entre os profissionais envolvidos.

O Pmbok propõe a divisão dos projetos em cinco grupos de processos para facilitar

o gerenciamento, são eles: Iniciação, Planejamento, Execução, Controle e Encerramento

(MORAES, 2012).

52

Hugo (2010) destaca que é apresentado um conjunto de conhecimentos de

gerenciamento de projetos e considerado nove áreas de conhecimento especificas no

Guia, são elas:

a) Gerenciamento da integração do projeto

b) Gerenciamento do escopo do projeto

c) Gerenciamento do prazo do projeto

d) Gerenciamento do custo do projeto

e) Gerenciamento da qualidade do projeto

f) Gerenciamento dos recursos-humanos do projeto

g) Gerenciamento da comunicação do projeto

h) Gerenciamento dos riscos do projeto

i) Gerenciamento das aquisições do projeto

4.9.2 Método de aplicação

Na prática uma empresa pode utilizar como base o Guia Pmbok para melhorar seu

gerenciamento de projetos como um todo. Faz-se uma análise minuciosa dos processos

internos da organização, verifica-se se ela tem produzido de acordo com suas capacidades

e se é possível reformular alguns processos para torná-los mais eficientes (ESPINHA,

2016).

Nesse processo é importante que um responsável na empresa tenha o conhecimento

do Guia e saiba identificar nos processos formas de aplicar as diretrizes do Pmbok para

melhoria dos mesmos. Pode-se aplicar as diretrizes das diversas áreas de conhecimento

do guia ou focar em uma área que esteja mais prejudicada na empresa. De acordo com

Espinha (2016) cada empresa terá um projeto mais adequado a sua realidade e por isso é

necessário que os responsáveis pela aplicação sejam profundos conhecedores dos

processos da empresa.

4.9.3 Vantagens e desvantagens

Vantagens:

a) Programações e acompanhamentos mais detalhados nas diversas etapas da

obra (LIMA, 2015);

b) Planejamentos em diferentes escalas de tempo com revisões em cronogramas

e planos de ação com menor intervalo (LIMA, 2015);

c) Redução de prazos e custos de projetos (OLIVEIRA E SILVA, 2016);

53

d) Garante a satisfação do cliente (OLIVEIRA E SILVA, 2016);

e) Minimização de erros e trabalho realizado com mais agilidade devido a

padronização dos processos (OLIVEIRA E SILVA, 2016);

f) Melhora o desempenho e a qualidade dos projetos (HUGO, 2010).

Desvantagens:

a) Necessidade de conscientização e treinamento da equipe para eficiência do

gerenciamento (MORAES, 2012);

b) A forma como a metodologia é utilizada será diferente em cada projeto e em

cada organização (MORAES, 2012);

c) A minimização de custos na implantação gera baixa compreensão do método

podendo trazer resultados opostos aos esperados devido à resistência ou

relutância dos executores em tentar entender e fazer funcionar algo que foi

imposto (LIMA, 2015).

4.9.4 Aplicação na construção civil

Em projetos de construção civil há a necessidade de uma comunicação efetiva por

causa do envolvimento de várias pessoas de áreas correlatas. Hugo (2010) descreve a

aplicação da metodologia PMBOK para uma obra de uma construtora de Porto Alegre-

RS ainda em fase de projetos. Foi feita a aplicação da metodologia na área de

gerenciamento da comunicação onde se empregou os processos necessários para garantir

o planejamento das comunicações, a definição da distribuição de informações, o relatório

de desempenho e o gerenciamento das partes interessadas. Na aplicação o plano se

mostrou eficaz em melhorar o desempenho e a qualidade dos projetos de obras, evitando

prejuízos e insatisfação das partes interessadas.

Oliveira e Silva (2016) falam sobre a aplicação do Guia PMBOK no gerenciamento

de projetos de montagem de estrutura metálica. Na análise identificou-se quais dos

processos indicados pelo Guia eram mais adequados para aplicação no setor de

montagem. Concluiu-se a partir da aplicação do Guia que a padronização das atividades

gerou ganhos para o gerenciamento dos projetos de montagem de estrutura metálica. A

padronização dos documentos de gerenciamento de projetos possibilitou maior eficiência

e rapidez e garantiu que o objetivo final do projeto fosse alcançado de maneira satisfatória

com menos gastos e menor tempo de implantação.

54

5 CONCLUSÕES

Como resultado do trabalho construiu-se a Tabela 5, na qual é apresentada uma

síntese das ferramentas e técnicas de gestão estudadas para que se possa melhor visualizar

suas vantagens e desvantagens do ponto de vista da aplicação na construção civil.

Tabela 5 - Tabela comparativa das metodologias. Fonte: o autor, 2018.

COMPARATIVO DE METODOLOGIAS

TÉCNICA OBJETIVO SÍNTESE VANTAGENS DESVANTAGENS

MÉTODO DE

ANÁLISE E

SOLUÇÕES DE

PROBLEMAS -

MASP

Descrever o caminho

a ser percorrido de

forma racional e

gradativa, através do

uso das ferramentas

básicas da qualidade,

para identificar e

solucionar

problemas e

melhorar processos

de trabalho.

Caminho ordenado,

composto de passos e

sub-passos pré-

definidos para a escolha

de um problema,

análise de suas causas,

determinação e

planejamento de um

conjunto de ações que

consistem uma solução,

verificação do resultado

da solução e

realinhamento do

processo para a

melhoria do

aprendizado e da

própria forma de

aplicação em ciclos

posteriores.

Aumento da

produtividade,

qualidade dos

produtos e serviços,

alcance de metas e

da competitividade

da empresa.

Necessidade de

investimento em

treinamento.

Redução dos

problemas e sua

reincidência, de

retrabalhos e

consequentemente

dos custos.

Dependência da

motivação,

conscientização e

comprometimento dos

colaboradores

envolvidos.

Melhoria continua

dos processos.

Dificuldade de absorção

e entendimento dos

conceitos pelos

funcionários

Estruturação e

avaliação da gestão

da empresa.

-

GERENCIAMENTO

DE ROTINA

Alcançar a melhoria

continua através da

gestão de processos

rotineiros e sua

padronização, para

torná-los mais

eficientes.

São definidas as

responsabilidades dos

colaboradores nos

diversos níveis

hierárquicos e feito um

mapa de negócios dos

recursos envolvidos,

padroniza-se os

processos mais críticos,

observa-se os itens de

verificação e controle

para garantir a

qualidade do produto,

são aplicadas ações

corretivas nos

problemas ou desvios

de meta e por fim, o

ambiente de trabalho é

melhorado pela

ferramenta 5S.

Melhorias no

controle de

ocorrência de

anomalias e

organização das

tarefas

desempenhadas.

Necessidade de

conhecimento,

envolvimento e

confiabilidade na

metodologia

Aumento da

produtividade,

confiabilidade e

qualidade dos

trabalhos rotineiros

operacionais e

atingimento de

metas.

Resistência das pessoas

às mudanças

Diminuição de erros

e desperdícios -

55

CICLO PDCA

Gerenciar a tomada

de decisão de uma

empresa para

garantir o alcance de

suas metas e por

meio da melhoria

continua tornar os

processos mais

eficientes, exatos e

práticos.

As metas são definidas

juntamente com os

métodos que permitirão

atingi-las. A equipe é

educada e treinada para

para executar a tarefa,

executa-se a tarefa e

coleta os dados.

Verifica-se os

resultados da tarefa

executada e atua-se

corretivamente nos

problemas e desvios de

meta.

Melhoria no

atendimento às

necessidades dos

clientes e na

produtividade.

Dependência do

conhecimento sobre seu

funcionamento.

Melhoria continua

da eficiência da

organização

Dependência da

valorização do método

pelos envolvidos.

Redução de custos -

Sistema gerencial

eficaz no sistema de

gestão da qualidade

-

MODELO DE

EXCELÊNCIA EM

GESTÃO - PDCL

Aperfeiçoamento da

gestão das empresas

e aumento de sua

competitividade,

através da utilização

como referência dos

critérios de

excelência em gestão

e do aprendizado

baseado na

experiência

adquirida.

Sensibilização da alta

liderança para

implantação do modelo,

capacitação da equipe,

autodiagnostico da

gestão da empresa e

realização de um plano

de melhoria baseado no

PDCL.

Fornece

aprendizado

baseado na

experiência

Dependência da

aprovação da alta

liderança para adoção do

método

Valoriza o capital

intelectual da

organização

Necessidade de

capacitação no MEG

Possibilita a

avaliação e

diagnóstico da

gestão

organizacional da

empresa

-

GESTÃO POR

INDICADORES DE

DESEMPENHO

Gerenciar por meio

de indicadores de

desempenho afim de

medir e melhorar os

resultados de uma

empresa, garantir o

controle e a

qualidade dos

produtos e o melhor

desempenho de seus

processos.

Definição dos

principais indicadores

da organização,

implantação da

medição dos

indicadores com coleta

de dados,

processamento e

avaliação das

informações, revisão e

melhoria continua dos

sistemas de medição

implantados

Permite a avaliação

do progresso das

atividades pelos

gestores

Dificuldade em

determinar o que e como

medir

Facilita a obtenção

dos objetivos

definidos pela

empresa

Depende do registro de

dados

Melhora o

desempenho dos

processos

Dificuldade de

estabelecer indicadores

precisos que reproduzem

resultados em testes

repetidos

Norteia o

planejamento

estratégico e

operacional da

empresa

Dificuldade de selecionar

unidade de medida

compreensível por todos

os envolvidos

56

Permite análise

comparativa entre

os processos

produtivos

-

Disponibiliza base

consensual para

tomada de decisões

-

CONSTRUÇÃO

ENXUTA

Promover a entrega

do produto com a

maximização do

valor agregado e

combater os

desperdícios por

meio da eliminação

de atividades que

não agregam valor

ao produto.

Treinamento e

conscientização quanto

à mudança de

mentalidade na forma

de construir,

apresentação dos

princípios da

construção enxuta à

empresa e identificação

de como se utilizar os

princípios pela

empresa.

Melhorias no

sistema de gestão da

produção da

empresa, na

qualidade do

produto e no tempo

de entrega ao

cliente.

Dificuldade na mudança

de hábitos

Aumento da

produtividade

Necessidade de

treinamento dos

funcionários

Redução do tempo

de execução dos

serviços e de

desperdícios.

Dependência do

comprometimento da alta

gerência

-

Princípios pouco

conhecidos pelos

profissionais

SiAC/PBQP-H

Contribuir para a

evolução da

qualidade,

produtividade e

sustentabilidade no

setor da construção

civil, através da

avaliação da

conformidade dos

sistemas de gestão

da qualidade das

empresas e sua

certificação nos

níveis A e B.

Declarar interesse de

certificação ao

Ministério das cidades e

inscrição no programa,

implantação das normas

do SIAC na empresa,

pré-auditoria para

identificação de itens a

melhorar e auditoria

final para certificação.

Maior agilidade na

aprovação de

projetos e

competitividade da

empresa

Os resultados demandam

tempo

Maior qualidade e

produtividade nos

serviços

Dificuldade de

implantação pela

incompreensão das

normas e grande volume

de exigências

Possibilita linhas de

crédito e

participação em

obras públicas

Dificuldade na

capacitação dos operários

pela alta rotatividade da

mão de obra

Melhoria na

qualidade das

habitações e da

comunidade

Falta de

comprometimento dos

funcionários

Torna o ambiente da

empresa mais

controlado e

organizado.

-

57

Pmbok/PMI

Melhorar o

gerenciamento de

projetos de uma

empresa por meio de

um guia com um

conjunto de

conhecimentos e

boas práticas de

gerenciamento.

Análise minuciosa dos

processos de uma

organização,

identificação de

possíveis reformulações

ou melhoria dos

processos, através da

utilização das diretrizes

contidas no Guia.

Programações e

acompanhamentos

mais detalhados na

obra

Necessidade de

conscientização e

treinamento da equipe

Redução de prazos e

custos de projeto

Metodologia diferente

para cada projeto e cada

empresa.

Aumento da

satisfação do

cliente, do

desempenho e

qualidade dos

projetos

Resultados negativos

caso não haja

compreensão do método

pelos executores

Minimização de

erros nos processos -

Agilidade na

realização dos

serviços

-

Foi possível observar que os oito métodos descritos têm aplicação na construção

civil e não se pode dizer que um método se sobrepõe ao outro e sim que cada qual possui

as suas vantagens e desvantagens de aplicação.

Obviamente, devido às peculiaridades do setor da construção civil e também da

complexidade da ferramenta ou técnica de gestão escolhida, a implementação pode ser

mais lenta, o que leva a uma demora maior para se observar os resultados.

Em todas as técnicas foi possível observar que o sucesso de sua aplicação depende

principalmente do envolvimento e comprometimento dos colaboradores e por isso é de

extrema importância o treinamento e conscientização antes da aplicação do método.

Em trabalhos futuros poderão ser abordadas outras ferramentas e técnicas que

também possibilitem o aumento da eficiência na construção de edifícios. Dessa forma

pode-se ampliar o conhecimento sobre o assunto. Outra possibilidade interessante é a

aplicação prática das ferramentas e técnicas em obras de edificações como uma forma de

se observar e medir os resultados na prática.

58

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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relacionado ao ciclo PDCA (Check-list) para acompanhamento de obras na construção

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________________NBR 9062: Projeto e execução de estruturas de concreto pré-

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59

________________NBR 8798: Execução e controle de obras em alvenaria estrutural de

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________________NBR 15270-1: Componentes cerâmicos parte 1: blocos cerâmicos

para alvenaria de vedação – terminologia e requisitos.

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