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1 IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO Período : ____08_____/____14______ a ____07_____/_____15_____ ( ) PARCIAL ( x ) FINAL IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO Título do Projeto de Pesquisa (ao qual está vinculado o Plano de Trabalho ): Rede de Energia Renovável e Eficiência Energética do Estado do Pará. Nome do Orientador: MARIA EMÍLIA DE LIMA TOSTES Titulação do Orientador: Doutorado Faculdade: Engenharia Elétrica Unidade: Instituto de Tecnologia Laboratório: Título do Plano de Trabalho: Avaliação do Comportamento Térmico de Motores Elétricos Assíncronos Quando submetidos a Defeitos Nome do Bolsista: Giovane Malcher da Silva Tipo de Bolsa: ( x ) PIBIC/CNPq ( ) PIBIC/UFPA ( ) PIBIC/INTERIOR ( ) PIBIC/FAPESPA ( ) PRODOUTOR ( ) PARD – renovação ( ) PIBIC/PIAD ( ) PIBIC/AF-CNPq ( ) PIBIC/AF-UFPA 1

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1IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁPRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

DIRETORIA DE PESQUISA

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO

Período : ____08_____/____14______ a ____07_____/_____15_____( ) PARCIAL( x ) FINAL

IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

Título do Projeto de Pesquisa (ao qual está vinculado o Plano de Trabalho ): Rede de Energia Renovável e Eficiência Energética do Estado do Pará.

Nome do Orientador: MARIA EMÍLIA DE LIMA TOSTES

Titulação do Orientador: Doutorado

Faculdade: Engenharia Elétrica

Unidade: Instituto de Tecnologia

Laboratório:

Título do Plano de Trabalho: Avaliação do Comportamento Térmico de Motores Elétricos Assíncronos Quando submetidos a Defeitos

Nome do Bolsista: Giovane Malcher da Silva

Tipo de Bolsa: ( x ) PIBIC/CNPq ( ) PIBIC/UFPA( ) PIBIC/INTERIOR( ) PIBIC/FAPESPA( ) PRODOUTOR( ) PARD – renovação( ) PIBIC/PIAD

( ) PIBIC/AF-CNPq ( ) PIBIC/AF-UFPA ( ) PIBITI

( ) PADRC

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2IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

INTRODUÇÃO:

O motor de indução ou motor assíncrono foi patenteado em 1888 por Nikola Testa e atualmente constitui mais de 90 % dos motores utilizados na indústria. Trata-se de uma máquina robusta, de fácil construção e, por conseguinte, mais barata se comparada com outras. Nas máquinas de indução, as correntes alternadas são aplicadas diretamente aos enrolamentos do estator e, então, correntes no rotor são produzidas por indução. Dessa forma, esta máquina pode ser comparada com um transformador em que os enrolamentos do secundário recebem energia por indução. Os tipos básicos de motores de indução são trifásicos e monofásicos. Sendo os primeiros utilizados na maioria dos acionamentos industriais e o segundo, normalmente de potência baixa, é aplicado, principalmente, em aplicações domésticas. [1]

Apesar de sua vasta utilização, ainda se verifica um grande número de acionamentos usando motores sobredimensionados, o que acarreta uma grande perda de energia. Além disso, a imprevisibilidade de quando podem apresentar defeitos, demanda longos prazos para reparos não planejados e consequentemente altos custos por hora de produção parada.Para a correção de tais contingências são aplicados processos de manutenção, que podem ser classificados como: Processo de Manutenção Preventiva e Processo de Manutenção Corretiva. No primeiro, a intervenção no equipamento ocorre antes que ele pare de operar, de uma forma programada, baseada na experiência, estatística ou outro tipo de avaliação, analisando a conveniência ou não de retirar o equipamento de operação. Para o segundo, o equipamento opera até surgir uma falha que interrompa a operação do equipamento, ou ocorrer um defeito que provoque a perda, parcial ou total, da sua função operacional e que justifique uma intervenção. Baseado nestes conceitos e considerados os aspectos de segurança, confiabilidade, desempenho e disponibilidade, conclui-se que o ideal é que a manutenção intervenha na máquina apenas quando e onde se fizer necessário, ou seja, de forma preventiva. [2]

Em princípio, podemos classificar qualquer técnica de manutenção preditiva como sendo um ensaio não destrutivo. Afinal nada é destruído na máquina, apenas são realizadas medições de seus parâmetros. As principais técnicas, com tais características, geralmente utilizadas são: Análise das características elétricas (corrente e tensão), Análise de Vibrações e Análise de Temperatura. Dentro deste último item, a Termografia vem se destacando. Esta é genericamente definida como uma técnica de inspeção não destrutiva, que se baseia na detecção de radiação infravermelha naturalmente emitida pelos corpos, permitindo a medição de temperaturas sem contato físico com os mesmos[3]. Por meio da utilização de sistemas infravermelhos torna-se possível a observação de padrões diferenciais de distribuição de calor num componente, com o objetivo de proporcionar informações relativas à condição operacional deste. Por conseguinte, esta tecnologia apresenta inúmeras característica, tais como: Permite a realização de medições sem contato físico com o item a ser inspecionado, proporcionando maior segurança, inspeção do equipamento em pleno funcionamento, não interferindo no processo de produção e permite a realização da inspeção de muitos equipamentos em pouco tempo.[Revista Bolsista de Valor]

Diante dos problemas inerentes ao projeto, especificação, proteção e operação dos componentes de um processo produtivo, têm conduzido a engenharia de manutenção a buscar soluções cada vez mais próximas da contínua disponibilidade do equipamento no fluxo produtivo. Para tanto, é necessária uma análise mais cuidadosa do seu comportamento e desempenho, visando seu correto projeto, especificação, proteção e operação. Dessa forma este trabalho propõe a utilização da termografia, uma técnica não invasiva e de fácil operação, como ferramenta para o monitoramento de motores assíncronos, assim como desenvolver técnicas de análise para as imagens termográficas que permitam identificar e prever falhas em tais componentes.

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3IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

JUSTIFICATIVA:Os motores elétricos são elementos fundamentais nos diversos tipos de indústrias, sendo

responsáveis pelo funcionamento de diversos sistemas, como: sistemas de bombeamento, exaustão, correias transportadoras, compressão e outros.

Devido à sua grande importância nas indústrias, a análise do comportamento dos motores elétricos é bastante importante, de tal forma a fornecer subsídios que permitem a minimização de as suas perdas e o aumento da sua eficiência. A partir da análise da imagem termográfica de um motor elétrico, é possível avaliar a distribuição da temperatura no motor, de tal forma a possibilitar a extração de padrões que identifiquem as possíveis fontes de calor mais críticas quando submetidos a defeitos.

OBJETIVOS: O objetivo deste trabalho é avaliar o comportamento de motores elétricos submetidos a

defeitos a partir do processamento das imagens termográficas.

MATERIAIS E MÉTODOS:

Alguns conceitos básicos de óptica geométrica ajudam a entender o princípio de funcionamento de câmeras termográficas. Existem objetos luminosos e objetos iluminados. Os luminosos têm luz própria e constituem uma fonte de luz, enquanto os iluminados refletem a luz proveniente de um objeto luminoso. Quando a luz incide em um meio semitransparente com índice de refração diferente da unidade, ela sofre refração e reflexão. A refração da luz é o desvio do caminho óptico quando a luz entra no novo meio. Este desvio depende do ângulo de incidência e, quando a luz completar seu percurso neste meio, novo desvio será observado, sendo dependente do ângulo de incidência da luz nesta segunda interface. Este fenômeno permite a construção de lentes, que podem focalizar uma imagem de um objeto real sobre um plano focal. [conceitos básicos de óptica geométrica-5]

A luz visível provém de uma fonte luminosa, reflete nos objetos e é capturada pelo olho humano. No olho, a luz que penetra pela pupila é projetada pelo cristalino (uma lente natural) na retina, cujas células geram impulsos nervosos ao nervo óptico. Uma câmera fotográfica digital funciona de forma muito similar. A luz que passa pelo diafragma é projetada no plano focal pelas lentes da objetiva. Um arranjo de minúsculos sensores no plano focal é sensibilizado pela intensidade luminosa incidente e, por meio de um sistema de varredura eletrônica, descarregado em uma memória digital a qual acabará por informar, para cada pixel, a irradiância recebida em um determinado intervalo de tempo.

Uma câmera termográfica, por sua vez, também é muito similar a uma câmera fotográfica digital. Utiliza lentes para projetar uma imagem em um plano focal, onde um arranjo de minúsculos sensores registra a irradiância. A diferença é a faixa de resposta espectral da sensibilidade dos sensores e da transmitância das lentes. Filtros especiais ou as próprias lentes cortam a luz visível, deixando apenas parte do espectro infravermelho atingir os sensores. A energia radiante para comprimentos de onda longos é oriunda de qualquer corpo, não apenas das fontes luminosas de luz visível, como lâmpadas ou a luz do dia. A câmera recebe a radiação emergente dos corpos presentes no campo de visão de suas lentes, tanto por reflexão de outras fontes como pela emissão do próprio corpo, ou seja, todos os objetos no campo de visão das lentes são simultaneamente objetos luminosos e iluminados.

Com base nessa técnica, foram coletadas imagens termográficas do conjunto motor-bomba da bancada de teste do Laboratório de Sistemas Motrizes pertencente ao Centro de Excelência em Eficiência Energética da Amazônia (CEAMAZON). Essa bancada e constituída por uma bomba com vazão de 2,5 m3/H e pode atender uma altura manométrica de 30 mca. O esquemático apresentando os componentes da Bancada é ilustrado na Figura 1. Para a fonte motriz, foi utilizado um motor de indução com rotor em gaiola de esquilo, com potência de 1,5 cv, velocidade de 3270 rpm, classe de isolação B e grau de proteção contra resíduos sólidos IP55. O motor, assim como seus dados complementares, são apresentados na Figura 2.

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4IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

B-Bomba d'águaCLP - Controlador Lógico ProgramávelIF - Inversor de FrequênciaMF - Medidor de FluxoM - Motor ElétricoP1 e P2 - Sensores de PressãoRI - Reservatório InferiorRS - Reservatório SuperiorSNI - Sensor de Nível Inferior

SNS1 - Sensor de Nível Superior 1SNS2 - Sensor de Nível Superior 2SNUS - Sensor de Nível UltrassônicoVCA - Válvula de Controle AutomáticaVCM - Válvula de Controle ManualVG - Válvula GloboVR - Válvula de RetençãoVS1 e VS2 - Válvulas de Solenóide. VE1 e VE2 - Válvulas de Esfera

Figura 1:Esquemático da bancada de testes utilizada.

(a) (b)

Figura 2: Conjunto motor-bomba utilizado. (a) Motor acoplado a bomba e (b) seus dados de placa.

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5IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

Para a aquisição das Imagens, foi utilizada a câmera de alto desempenho T620 da FLIR®. Sendo que esta captura imagens com dimensões de 640x480 pixels. Possui um câmera digital de 5 MP. Faixa de Temperatura - Até 2000º C (T640) para aplicações elétricas e industriais.A Figura 3 ilustra o referido modelo.

Figura 3: Modelo de Câmera FLIR T620.

O primeiro passo para a realização dos ensaios consistiu em instalar o motor de forma adequada, buscando-se um perfeito acoplamento entre o conjunto motor-bomba. Em seguida este foi acionado e bombeou água, com as válvulas VS1 e VS2 abertas, pelo período de uma hora. A cada 5 min foram coletadas imagens térmica, sendo este ensaio definido como o estado de referência do sistema.

Sabe-se que a vida útil da isolação refere-se ao envelhecimento gradual, ou degradação, do polímero que forma o isolante. Este vai progressivamente deteriorando, conferindo-lhe um aspecto ressecado, até o ponto de não suportar mais a diferença de tensão aplicada e permitir o curto-circuito. Esse calor ao que o motor é exposto é proveniente das perdas no estator, rotor e perdas mecânicas, ou mesmo pelas condições de funcionamento deste. Para reduzir esses efeitos, o motor deve apresentar um adequado sistema de resfriamento. No entanto, um comum efeito, inerente ao funcionamento do motor, refere-se a obstrução desse sistema ou mesmo ocorrer quebra de peças que executem essa função. Com isso, afim de simular essa contingência, foi obstruída de forma parcial a tampa traseira do motor, fazendo com que uma quantidade menor de ar seja ventilado para este. Em seguida a bancada foi acionada e foram coletadas imagens térmicas a cada 5 minutos.

Realizada a aquisição das imagens, iniciou-se a etapa de processamento destas. Para analisar estas informações de forma adequada são necessários softwares que reúnem uma quantidade de ferramentas facilitadoras. Estes softwares permitem realizar médias de temperatura, analisar áreas da imagem de forma separada, pesquisar pontos de temperaturas máxima e mínima, entre outras funções.

Câmeras termográficas são sempre comercializadas com, pelo menos, um software funcional. Algumas funções mais avançadas são disponíveis apenas em versões também avançadas dos softwares, geralmente comercializadas a um preço bastante elevado. Além disto determinadas funções personalizadas, que sejam úteis apenas para aplicações específicas, muitas vezes simplesmente não estão disponíveis [7]. Com estas preocupações e com o uso sistemático de um equipamento de aquisição de imagens termográficas, resolveu-se desenvolver um software próprio, capaz de analisar as imagens obtidas, sendo implementadas ferramentas que visem extrair ao máximo, parâmetros de interesse e que levem a quantificar variáveis de importância fundamental para a correta operação e manutenção do motor utilizado.

Este software foi desenvolvido em ambiente MATLAB, utilizando-se Interface Gráfica com Usuário. Esta ferramenta consiste de elementos gráficos, dispostos em uma ou mais janelas, contendo objetos que executem determinadas tarefas ou disponibilizem dados, exibam imagens ou gráficos, etc.Com isso, é permitido ao usuário executar tarefas desconhecendo a complexidade das ações e cálculos realizados, permitindo uma análise mais rápida e amigável. Para a construção de tais interfaces, foi utilizada a toolboxGUIDE, a qual é um recurso interativo para

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6IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

criação e edição de interfaces. Este recurso permite a inserção de eixos, botões, tabelas, menus, entre outros elementos, assim como também a edição de suas propriedades [8].

A primeira ferramenta desenvolvida, consistiu em um menu que permite ao usuário selecionar um ou mais arquivos contendo os valores de temperatura de cada imagem, entre outras funcionalidades. Foi utilizada a função uimenu() que permite a criação de menus e sub-menus, sendo disponibilizadas por meio destes, as opções de importação de imagens, criação de uma nova seção (), assim como sair da seção atual. Esta construção pode ser visualizada na Figura 4. O algoritmo para importação permite ao usuário selecionar várias imagens, possibilitando que estas sejam analisadas um conjunto de termogramas referentes a um ensaio e assim, visualizar a evolução da distribuição de temperatura ao longo do tempo. Selecionados os arquivos, e tendo em vista que estes apresentam-se como documentos do Microsoft Excel, utilizou-se a função xlsread(), a qual retorna o conteúdo de uma planilha.

Figura 4: Menu construído que permite ao usuário selecionar os arquivos contendo os termogramas.

Em posse das imagens, foi inserido um eixo de coordenadas, o qual em MATLAB possibilita a visualização de uma imagem. Como é permitida a seleção de um conjunto de imagens, estas são organizadas, com base em seus nomes por ordem alfabética. Para a visualização de qualquer imagem é necessário definir um mapa de cores, o qual definirá qual cor deverá ser exibida de acordo com o valor de intensidade de cada pixel. Para isso, foi utilizada a propriedade corlormap da janela gráfica, que recebe como parâmetro, um vetor de n linhas e 3 colunas, sendo que cada coluna representa a intensidade de vermelho, verde e azul, respectivamente. A junção dessas três cores forma a cor branca, sendo assim , variações na intensidade de cada componente pode reproduzir qualquer cor do espectro visível. Dessa forma, esta propriedade pode ser utilizada para definir paletas de cores, que são fundamentais para uma melhor visualização da distribuição de temperatura do termograma. Foram construídas seis paletas e estas apresentam-se ilustradas na Figura 5.

(a) (b) (c)

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7IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

(d) (e) (f)

Figura 5: Diferentes paletas de Cores Para Visualização. Sendo que estas são denominadas: (a) Jet, (b) Hsv, (c) Hot, (d) Gray, (e) Bone e (f) Copper.

A simples escolha de uma correta paleta de cores pode evidenciar informações relevantes referentes ao perfil de distribuição de temperatura. No entanto, apenas a análise visual não é suficiente para a identificação de algum problema em potencial. Dessa forma, faz-se necessário a construção de ferramentas que permitam extrair informações não apenas da imagem completa, mas também de regiões de interesse, visto que existem objetos desnecessários no plano focal da câmera termográfica. Mediante isso, foram implementadas as seguintes ferramentas:

Medição Pontual: Esta ferramenta permite ao usuário visualizar interativamente a distribuição da temperatura de forma pontual. Seu funcionamento está atrelado ao movimento do mouse. Quando o usuário seleciona este item, basta mover o cursor sobre a imagem que será mostrada o valor de temperatura no ponto correspondente.

Seleções de Área: Para a seleção de áreas, é disponibilizada quatro formas de fazê-la. A primeira é a técnica Live-Wire sendo um método que se baseia em mecanismos para detecção de bordas, os quais consistem em atribuir um valor, chamado de custo, a cada pixel da imagem, baseado no diferencial dos níveis entre pixels vizinhos. Assim, o algoritmo busca o caminho de menor custo e traça, com base no movimento do mouse, o contorno de forma semiautomática. A segunda forma permite a criação de formas retangulares. A terceira possibilita a definição áreas com formato livre. Por fim, a quarta e ultima forma de se definir áreas é baseada na construção de um polígono.

Seleção de Linha: Permite ao usuário desenhar um segmento de reta sobre a imagem, através da seleção de dois pontos, em seguida é calculada a equação da reta que os liga e assim são definidos todos os pixels que são compreendidos por esta linha. Esta é uma forma de avaliar o perfil de temperatura em um segmento do objeto.

As ferramentas desenvolvidas tiveram o intuito de permitir que o usuário extraia alguns parâmetros relevantes do termograma. Dessa forma, cada objeto criado acompanha alguns dados que são disponibilizados em formas de gráfico ou em tabela. No que diz respeito a gráficos, áreas e linhas apresentam diferentes tipos de dados, dessa forma, as linhas ilustram a variação de temperatura ao longo da quantidade de pixels que a compõe, para áreas são apresentados histogramas referentes a frequência de valores de temperatura naquela área. No entanto, como ponto em comum, essas duas ferramentas disponibilizam os valores de temperatura mínima, máxima e média. A ilustração do funcionamento do cursor para medição pontual, seleção de área e segmento de reta é apresentado na Figura 6. A Figura 7 ilustra o histograma, referente a área definida na Figura 6(b) e a variação de temperatura ao longo da linha presente na Figura 6(c).

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8IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

(a) (b)

(c)

Figura 6: Funcionamento da (a) medição pontual, (b) seleção de área pelo método Live-Wire e (c) segmento de reta.

(a) (b)

Figura 7: (a) Perfil de linha e (b) perfil de temperatura.

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9IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

Uma imagem termográfica é uma representação bidimensional da distribuição de temperatura de um determinado plano focal. Dessa forma, esta pode ser representada por uma função, sendo seu domínio representado pelas coordenadas (x,y) de cada pixel e sua imagem, correspondente ao valor de temperatura no ponto especificado. Consequentemente, sua representação tridimensional, tomando-se a temperatura na terceira dimensão, evidenciará pontos quentes na imagem, atribuindo-lhes pontos mais altos, e conseguintemente pontos mais baixos a valores de temperatura menores. Essa representação da imagem é mostrada na Figura 8, pode-se observar que este é um recurso bastante útil na identificação de pontos quentes no objeto.Seguindo esta mesma linha de caracterização da distribuição de temperatura, implementou-se a função denominada isoterma. Esta ferramenta permite agrupar intervalos de temperatura e a eles atribuir cores específicas, sendo um recurso interessante para a segmentação de áreas que não apresentem grandes variações de temperatura. O resultado da aplicação da isoterma é apresentado na Figura 9.

Figura 8: Representação Tridimensional da Imagem.

Figura 9: Ferramenta Isoterma com seis níveis de distribuição.

Concluída a etapa de construção das ferramentas de análise, buscou-se disponibilizar ferramentas de tratamento dos resultados obtidos com estas.No entanto, primeiramente, foram definidas duas áreas, uma para visualização e ferramentas para análise das imagens e outra para a visualização dos resultados, visando uma melhor organização da interface resultante. No painel de visualização de resultados, foram inseridas as ferramentas de zoom, tanto para mais como para menos (Z+ e Z-), ferramenta mão (Pan), que realiza deslocamentos bidimensionais ao longo de um eixo de coordenadas, rotação (R), específica para a representação tridimensional, cursor de dados (D), que permite aferir um ponto de um gráfico e por fim as opções de maximização dos eixos responsáveis pela exibição de gráficos e histogramas (F1), assim como da perspectiva tridimensional e isoterma(F2). Além disso, também foi inserida uma tabela que informa os valores de temperatura mínima, máxima e média das áreas e linhas construídas. O resultado dessas construções é apresentado na Figura 10.

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Figura 10: Área de visualização de resultados.

RESULTADOS:

Realizada a aquisição das imagens, estas foram importadas de forma sequencial no software construído. Dessa forma, é possível verificar o desenvolvimento da distribuição de temperatura ao longo do tempo. As Figuras 11 e 12 ilustram essa evolução. Uma primeira análise visual, fazendo-se a comparação entre as duas situações considerados, permite identificar diferentes regiões de aquecimento. No entanto, essas comparações devem ser complementadas com uma análise quantitativa da distribuição de temperatura na imagem. Para isso, é necessário identificar áreas com maior aquecimento. Visualmente se pode verificar tais áreas, no entanto, delimita-las, dessa forma, se torna uma tarefa difícil. Assim, foi utilizada a técnica Live-Wire, visto que está se baseia na detecção de bordas para delimitar contornos, por conseguinte, este método irá indicar a região na qual a fonte de calor tenha influência significativa. A segmentação resultante para os dois motores considerados é apresentada na Figura 13. Nota-se que esse processo foi aplicado à imagem obtida decorridos 60 minutos de aquisição, visto que é o ponto de maior aquecimento do motor durante o ensaio.

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11IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

Figura 11: Evolução da distribuição de temperatura ao longo do tempo para o motor 1.

Figura 12: Evolução da distribuição de temperatura ao longo do tempo para o motor 2.

(a) (b)

Figura 13: Áreas construídas utilizando a Técnica Live-Wire.

Além disso, foram traçadas segmentos de reta para verificação do perfil de linha em pontos comuns dos termogramas. Delimitadas essas regiões de interesse, verificou-se o valor médio, mínimo e máximo destas, os quais são apresentados na Tabela 1, 2 e 3. Esses recursos servem para ilustrar e destacar as principais diferenças do comportamento térmico do motor em funcionamento normal e com sua ventilação prejudicada e assim caracterizar defeitos. Os gráficos do perfil de linha resultantes encontram-se na Figura 14 e 15.

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12IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

Situação Temperatura Máxima [ºC] Temperatura Mínima [ºC] Temperatura Média [ºC]

Normal 69,34 31,61 38,57

Ventilação Obstruída 77,74 30,23 44,36

Tabela 1: Valores médios, mínimos e máximos para os Mores 1 e 2 referentes as áreas construídas com a ferramenta Live-Wire.

(a) (b)

Figura 13: (a) Disposição das linhas traçadas e (b) Perfis de Linha resultantes para o Motor em funcionamento normal.

Rótulo [ºC] Temp. Máx [ºC] Temp. Min [ºC] Temp. Méd [ºC]

L_1 53,63 45,90 51,09

L_2 54,57 45,20 51,74

L_3 54,37 43,71 50,96

Tabela 2: Valores médios, mínimos e máximos para o Mores 2 referentes as linhas construídas.

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13IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

(a) (b)

Figura 14: (a) Disposição das linhas traçadas e (b) Perfis de Linha resultantes para o Motor 1.

Rótulo [ºC] Temp. Máx [ºC] Temp. Min [ºC] Temp. Méd [ºC]

L_1 75,46 61,60 71,70

L_2 73,56 58,51 69,41

L_3 71,78 54,10 67,30

Tabela 3: Valores médios, mínimos e máximos para o Mores 1 referentes as linhas construídas.

PUBLICAÇÕES:

Na atual fase do projeto, ainda não foram realizadas publicações dos resultados obtidos. No entanto, apresentam-se em elaboração.

ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS NOS PRÓXIMOS MESES:

CONCLUSÃO:Os resultados obtidos do monitoramento térmico do motor por meio da termografia

demonstram resultados bastante satisfatórios, visto que estes permitem caracterizar a distribuição de temperatura de forma fácil e precisa. Dessa forma a exploração deste recurso como ferramenta para o diagnóstico de motores de indução pode trazer resultados excelentes. Além disso, a construção de um software próprio para análise permitiu um maior controle e uma análise mais apuradas dos dados obtidos, o que pôde ser verificado na caracterização das diferenças presentes nos dois motores analisado. Os resultados demonstram um maior aquecimento quando o sistema de ventilação é prejudicado, esse comportamento é explicado devido à importância desse sistema para a dissipação do calor gerado pelas perdas. Como trabalhos futuros, deve-se aplicar técnicas de processamento de imagens associada com outros métodos para identificação de padrões da distribuição térmica visando o diagnóstico do motor analisado.

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14IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS[1] Francisco, A. M. S. Motor de Indução trifásico. Disponível em: http://www.estgv.ipv.pt/PaginasPessoais/lpestana/maquinas%20el%C3%A9ctricas%202/aulas%20te%C3%B3ricas/Motores_inducao_tri.pdf

[2] Pinto, R. S.; Assunção, T. C. B. N.; Assunção, J. T. Monitoramento Do Comportamento Térmico Do Motor de Indução A Partir Da Temperatura da Carcaça. Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática, 2014.

[3] SINISCALCHI, R. T. Determinação Do Rendimento DeHidrogeradores Utilizando Técnicas DeTermografia Infravermelha. Dissertação de Mestrado Universidade Federal de Itajubá, 2002.

[4] Almeida, D; Mendes, W.; Aquino, W. O Uso Da Termografia Na Inspeção Preditiva E Suas Grandes Vantagens Nas Empresas. Bolsista de Valor: Revista de divulgação do Projeto Universidade Petrobras e IF Fluminense v. 2, n. 1, p. 305-309, 2012.

[5] Dos Santos, L. Termografia Infravermelha em Subestações de Alta Tensão Desabrigadas. Dissertação de Mestrado Universidade Federal de Itajubá, 2006.

[6] Santana, D. P. Análise Do Comportamento Térmico Da Carcaça De Motores de Indução Utilizando Termografia.

[7] Krenzinger, A.; Vera, L. H. Desenvolvimento De Software De Pós-Processamento De Imagens Termográficas. Anais do 11º Brazilian Congress of Thermal Sciences and Engineering, 2006.

[8] www.mathworks.com

DIFICULDADES– As principais dificuldades encontradas.

PARECER DO ORIENTADOR: Manifestação do orientador sobre o desenvolvimento das atividades do aluno e justificativa do pedido de renovação, se for o caso.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS: Em caso de aluno concluinte, informar o destino do mesmo após a graduação. Informar também em caso de alunos que seguem para pós-graduação, o nome do curso e da instituição.

DATA :______/_________/________

_________________________________________ASSINATURA DO ORIENTADOR

____________________________________________ASSINATURA DO ALUNO

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