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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE DOUTORADO EM ASSOCIAÇÃO PLENA EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE ÍTALO EMANUEL ROLEMBERG DOS SANTOS GESTÃO DA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL EM UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE HOSPITAIS PÚBLICOS EM SERGIPE SÃO CRISTOVÃO - SE 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO

AMBIENTE

DOUTORADO EM ASSOCIAÇÃO PLENA EM DESENVOLVIMENTO E MEIO

AMBIENTE

ÍTALO EMANUEL ROLEMBERG DOS SANTOS

GESTÃO DA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL EM UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E

NUTRIÇÃO DE HOSPITAIS PÚBLICOS EM SERGIPE

SÃO CRISTOVÃO - SE

2019

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ÍTALO EMANUEL ROLEMBERG DOS SANTOS

GESTÃO DA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL EM UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E

NUTRIÇÃO DE HOSPITAIS PÚBLICOS EM SERGIPE

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Desenvolvimento e Meio

Ambiente, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de Doutor em

Desenvolvimento e Meio Ambiente pela

Universidade Federal de Sergipe.

Orientador: Prof. Dr. Gregorio Guirado

Faccioli

Coorientadora: Profª Dra Izabela Maria

Montezano de Carvalho

SÃO CRISTOVÃO - SE

2019

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ÍTALO EMANUEL ROLEMBERG DOS SANTOS

GESTÃO DA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL EM UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E

NUTRIÇÃO DE HOSPITAIS PÚBLICOS EM SERGIPE

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente,

como requisito final para obtenção do título de Doutor em Desenvolvimento e Meio

Ambiente pela Universidade Federal de Sergipe.

Aprovado em ____de _________________ de ____________________

BANCA EXAMINADORA

_________________________________

Dr. Gregorio Guirado Faccioli

Universidade Federal de Sergipe

Orientador

_________________________________

Dra Izabela Maria Montezano de Carvalho

Universidade Federal de Sergipe

Coorientadora

_________________________________

Dr. Jailton de Jesus Costa

Universidade Federal de Sergipe

Examinador Interno

_________________________________

Dra Laura Jane Gomes

Universidade Federal de Sergipe

Examinador Interno

_________________________________

Dr. Marcos Antônio de Souza Barbosa

Universidade Federal de Sergipe

Examinador Externo

_________________________________

Dr. Napoleão dos Santos Queiroz

Universidade Federal de Sergipe

Examinador Externo

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela graça concedida de viver em saúde e paz, presenteando-me com uma

família maravilhosa que sempre me apoiou em todos os momentos.

A minha mãe Valdinete, pelo amor incondicional, ajuda, incentivo e apoio ao longo de

todas as horas difíceis, sobretudo durante esta jornada para superar e vencer os desafios.

A minha tia Vera, por oferecer o apoio, carinho e amor necessários à formação do

indivíduo e profissional que me tornei. Reconheço, calorosamente, o apoio recebido.

Aos irmãos Débora, Dayane e Júnior, bem como à sobrinha Lavígnia, pela companhia

e torcida por essa conquista, bem como pela compreensão durante as ausências.

Ao querido orientador, pela humildade, dedicação, paciência, sabedoria, tolerância,

autonomia e confiança em mim depositada, ao longo dos quatro anos de estudo e pesquisa.

À coorientadora, pela paciência e direcionamentos passados a fim de tornar este

trabalho cada vez mais maduro e científico.

Aos Nutricionistas responsáveis técnicos das Unidades de Alimentação e Nutrição

pelo tempo dedicado e auxílio no compartilhamento de informações para que esta pesquisa

fosse realizada.

Aos professores das bancas de avaliação do Seminário de Tese I até a tão esperada

Defesa. Sem as contribuições valiosas deles o trabalho não atingiria resultados almejados.

Ao PRODEMA, por oportunizar a maturação científica e conhecer pessoas tão

singulares com as quais pude compartilhar angústias, sonhos, decepções e conhecimento,

destacando-se os amigos de turma Alane Rodrigues, Carina Angélica e Marcelo Machado.

Aos amigos docentes das IES nas quais leciono/lecionei, especialmente Cleiton

Vasconcelos, Fabiana Andrade, Gilvânia Andrade e Marcos Barbosa, pelos momentos de

distração, acolhimento, apoio, críticas e sugestões.

Enfim, obrigado a todos que, direta e/ou indiretamente, contribuíram para a execução

deste trabalho.

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RESUMO

A alimentação é uma temática que envolve a nutrição, aspectos ambientais, culturais e

psicológicos ligados à sobrevivência do indivíduo, relações sociais, qualidade de vida e

produtividade. O mercado de alimentação abrange refeições feitas em casa ou fora dela nas

Unidades de Alimentação e Nutrição (UANs), as quais são geradoras de resíduos

potencialmente impactantes ao meio ambiente, motivo pelo qual se faz necessário identificar e

adotar medidas sustentáveis para reduzir impactos ambientais, sociais e econômicos nas

Unidades. A pesquisa teve como objetivo determinar um índice de sustentabilidade para as

UANs dos hospitais públicos do Estado de Sergipe, tomando por base práticas sustentáveis

empregadas nessas Unidades. Realizou-se uma pesquisa exploratória, descritiva, explicativa,

de campo e bibliográfica, cujas respostas foram obtidas a partir de questionário aplicado aos

Nutricionistas Responsáveis Técnicos das UANs dos quatorze hospitais públicos em Sergipe,

sendo dois federais e doze estaduais. Foram identificadas as práticas de sustentabilidade

empregadas desde o planejamento do cardápio até a distribuição das refeições, verificada

aplicabilidade de políticas públicas na área de Alimentação Coletiva e determinado o índice

de sustentabilidade a partir da caracterização espacial da área e do levantamento de dados que

representaram a coleção de indicadores medidos e quantificados a partir da elaboração de

gráfico tipo radar, o qual é uma alternativa à proposta de Calorio (1997), porém adaptada por

Omar (2001). A pesquisa demonstrou que a maioria das UANs dos hospitais públicos em

Sergipe adota algumas práticas sustentáveis, todavia práticas importantes deixaram de ser ou

foram parcialmente atendidas, interferindo diretamente no Índice de Sustentabilidade, o qual

foi de 49,53, sendo este resultante da combinação de indicadores ambientais, sociais,

econômicos e técnicos fundamentais para uma gestão sustentável em UANs. Esse índice serve

de parâmetro para acompanhar, ao longo do tempo, o comportamento dos indicadores, e

representa o valor inicial a ser tomado como base para programas e políticas públicas

direcionadas à sustentabilidade nas UANs de hospitais, restaurantes comerciais,

universitários, escolares e lanchonetes.

Palavras-chave: Práticas de Sustentabilidade. Índice de Sustentabilidade. Unidades de

Alimentação e Nutrição.

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ABSTRACT

The food is a theme that involves nutrition, environmental, cultural and psychological aspects

related to the survival of the individual, social relations, quality of life and productivity. The

food market encompasses meals made at home or abroad, at the Food and Nutrition Units

(UANs) which generate residues potentially impacting the environment, which is why it is

necessary to identify and adopt sustainable measures to reduce environmental, social and

economic impacts in the Units. The aim of the research was to determine a sustainability

index for the UANs of public hospitals in the State of Sergipe, based on sustainable practices

employed in these Units. An exploratory, descriptive, explanatory field and bibliographic

research was carried out, whose answers were obtained from a questionnaire applied to the

Technical Responsible Nutritionists of the UANs of the fourteen public hospitals in Sergipe,

two federal and twelve state hospitals. It was identified the sustainability practices used from

the planning of the menu to the distribution of meals, verified the applicability of public

policies in the area of Collective Food and determined the index of sustainability from the

spatial characterization of the area and the collection of data that represented the collection of

measured and quantified indicators based on the radar graph, which is an alternative to

Calorio´s (1997) proposal, but adapted by Omar (2001). The research showed that most of the

UANs of public hospitals in Sergipe adopt some sustainable practices, however important

practices are no longer or partially met, directly interfering with the Sustainability Index,

which was 49.53, resulting from the combination of environmental, social, economic and

technical indicators essential for sustainable management in UANs. This index serves as a

parameter to monitor, over time, the behavior of the indicators, and represents the initial value

to be taken as the basis for public programs and policies aimed at sustainability in the UANs

of hospitals, commercial restaurants, universities, schools and snack bars.

Keywords: Sustainability Practices. Sustainability Index. Food and Nutrition Units.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Hospitais Regionais de Sergipe - 2018 .................................................................... 56

Figura 2 - Gráfico tipo radar utilizado para gerar um índice de sustentabilidade (IS). ............ 61

Figura 3 - Destino do Óleo de Fritura. ..................................................................................... 66

Figura 4 - Destino dos Resíduos Orgânicos. ............................................................................ 68

Figura 5 - Destino dos Resíduos Recicláveis. .......................................................................... 69

Figura 6 - Gráfico do Índice de Sustentabilidade da Pesquisa. ................................................ 74

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Cronologia das Políticas e Programas de Alimentação e Nutrição no Brasil. ....... 55

Quadro 2 - Distribuição das Variáveis e Indicadores de Pesquisa. .......................................... 58

Quadro 3 - Distribuição dos Indicadores e Valores de cada Indicador para o caso em estudo –

Vpn. .......................................................................................................................................... 72

Quadro 4 - Indicadores e valores encontrados para cálculo do Índice de Sustentabilidade. .... 73

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CDS Comissão para Desenvolvimento Sustentável

CF Constituição Federal

CFN Conselho Federal de Nutrição

CMDS Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável

CMMAD Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNES Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde

CNSA Conferência Nacional de Segurança Alimentar

CNUMAD Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e

Desenvolvimento

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

CONSEA Conselho Nacional de Segurança Alimentar

CVS Centro de Vigilância Sanitária

DESO Companhia de Saneamento de Sergipe

DS Desenvolvimento Sustentável

EIA Estudo de Impacto Ambiental

FAO Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação

FC Fator de Correção

FT Ficha Técnica

HUSE Hospital de Urgências de Sergipe

IBRANUTRI Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional Hospitalar

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICCN Incentivo do Combate às Carências Nutricionais

IDH Índice de Desenvolvimento Humano

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IDS Índice de Desenvolvimento Sustentável

INAN Instituto de Alimentação e Nutrição

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada

IS Índice de Sustentabilidade

MMA Ministério do Meio Ambiente

MNSL Maternidade Nossa Senhora de Lourdes

MS Ministério da Saúde

OCDEA Organização para a Cooperação e Desenvolvimento

ONU Organização das Nações Unidas

PAT Programa de Alimentação do Trabalhador

PNAE Programa Nacional de Alimentação Escolar

PNAN Política Nacional de Alimentação e Nutrição

PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos

PNSA Política Nacional de Segurança Alimentar

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

PRODEA Programa de Distribuição Emergencial de Alimentos

RDC Resolução de Diretoria Colegiada

SAN Serviços de Alimentação e Nutrição

SEI Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia

SIAB Sistema de Informação da Atenção Básica

SND Setor de Nutrição e Dietética

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UAN Unidade de Alimentação e Nutrição

UICN União Internacional para Conservação da Natureza

UNCCD United Nations Convention to Combat Desertification

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UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

VPN Valor do Indicador Padronizado

WWF World Wide Fund for Nature

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 13

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................. 16

2.1 Histórico do Desenvolvimento Sustentável ............................................................... 16

2.2 Sustentabilidade: evolução e análise conceitual ........................................................ 25

2.3 Indicadores e Índices de Sustentabilidade ................................................................ 32

2.4 Unidades de Alimentação e Nutrição ......................................................................... 36

2.5 Etapas da Produção de Refeições ............................................................................... 41

2.5.1 Planejamento de Cardápios .................................................................................... 41

2.5.2 Aquisição de Gêneros Alimentícios ....................................................................... 42

2.5.3 Recebimento........................................................................................................... 45

2.5.4 Armazenamento ..................................................................................................... 45

2.5.5 Pré-Preparo............................................................................................................. 46

2.5.6 Preparo ................................................................................................................... 48

2.5.7 Distribuição ............................................................................................................ 49

2.6 Políticas Públicas de Alimentação e Nutrição no Brasil .......................................... 50

3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 56

3.1 Delimitação e Caracterização da Área de Estudo .................................................... 56

3.2 Caracterização da Pesquisa ........................................................................................ 57

3.3 Métodos e Técnicas ...................................................................................................... 57

3.4 Critérios de Inclusão e Exclusão ................................................................................ 61

4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ........................................... 62

4.1 Análise Qualitativa ...................................................................................................... 62

4.2 Análise Quantitativa .................................................................................................... 70

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5 CONCLUSÕES ............................................................................................................... 77

REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 80

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO -

TCLE .............................................................................................................................. 92

APÊNDICE B - TERMO DE ANUÊNCIA DO ESTABELECIMENTO

HOSPITALAR ............................................................................................................ 100

APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA ................................................... 101

APÊNDICE D – MÉDIA PONDERADA E CLASSIFICAÇÃO DOS INDICADORES

AMBIENTAIS SEGUNDO PADRÕES DE SUSTENTABILIDADE ................... 114

APÊNDICE E – MÉDIA PONDERADA E CLASSIFICAÇÃO DOS INDICADORES

ECONÔMICOS SEGUNDO PADRÕES DE SUSTENTABILIDADE ................. 115

APÊNDICE F – CLASSIFICAÇÃO E MÉDIA PONDERADA DOS INDICADORES

SOCIAIS SEGUNDO PADRÕES DE SUSTENTABILIDADE ............................. 116

APÊNDICE G – CLASSIFICAÇÃO E MÉDIA PONDERADA DOS INDICADORES

TÉCNICOS SEGUNDO PADRÕES DE SUSTENTABILIDADE ........................ 117

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1 INTRODUÇÃO

A temática da alimentação é, sem dúvida, uma das mais complexas e relevantes para a

vida dos seres vivos, haja vista que as questões envolvendo a nutrição e seus determinantes

biológicos envolvem aspectos ambientais, culturais e psicológicos, não estando ligadas apenas

à sobrevivência do indivíduo e da espécie, mas também às relações sociais, à qualidade de

vida e à produtividade.

O mercado de alimentação contempla refeições feitas em casa ou fora dela, ou seja, é

representado por todos os estabelecimentos envolvidos com a produção e a distribuição de

alimentos, ingredientes, equipamentos e refeições, para qualquer tipo de coletividade. No caso

das refeições fora de casa, estas são denominadas de alimentação coletiva e alimentação

comercial, a exemplo das servidas em empresas, escolas, hospitais, asilos, prisões,

restaurantes, entre outras.

Nas duas últimas décadas, empresas e instituições passaram por mudanças radicais nos

seus modelos de gestão. Nesse sentido, palavras como qualidade, produtividade, custos e

satisfação do cliente tomaram conta do mercado e tornaram-se fatores básicos para a

sobrevivência organizacional. Essas mudanças se intensificaram, exigindo que o mercado de

alimentação coletiva acompanhasse esta tendência por meio da atualização de conhecimentos

técnicos e administrativos no gerenciamento de Serviços de Alimentação e Nutrição (SAN),

também chamados, mais recentemente, de Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN).

Atualmente, a alimentação é percebida como uma das necessidades cuja satisfação

influencia no bem-estar social. Seguindo esta conceituação de dependência entre alimentação

e bem-estar humano, considera-se que a satisfação física só acontece em interação com outros

aspectos, como integração psicológica, desenvolvimento de faculdades mentais e nível de

aprendizado. Dessa forma, oferecer uma alimentação saudável, sob uma perspectiva quanti e

qualitativa, contribui para o crescimento, desenvolvimento e manutenção do indivíduo.

Em se tratando de empresa, oferecer uma alimentação balanceada, em conformidade

com as recomendações nutricionais, é condição fundamental para o alcance dos objetivos

desejáveis, dentre eles aumento da produtividade e da qualidade do produto ou serviço,

redução de acidentes de trabalho, diminuição do absenteísmo e rotatividade de mão-de-obra.

De modo mais abrangente, pode-se afirmar que oferecer uma alimentação cientificamente

equilibrada constitui um instrumento de maior interação funcionário/empresa.

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A UAN pode ser considerada a unidade ou setor de trabalho de uma empresa que

desenvolve atividades relacionadas à alimentação e nutrição ou, ainda, pode ser considerada

um subsistema integrante do sistema maior, desempenhando uma função útil à sua existência

(TEIXEIRA et al., 2004), isto é, as UANs podem desempenhar atividades-fim ou meio.

No primeiro caso, como órgãos fins, estão as UANs de hospitais e centros de saúde,

que contribuem diretamente para o alcance do objetivo principal da entidade, uma vez que sua

atuação interfere na prevenção, manutenção e/ou recuperação da população que atende. No

segundo caso, como órgãos meio, podem ser citadas UANs de indústrias, escolas,

universidades, creches, asilos e abrigos, as quais desenvolvem atividades visando a um melhor

desempenho na população atendida, além da prevenção e manutenção do estado nutricional de

seus clientes, contribuindo para que sejam realizadas as atividades fins da instituição.

Dada a importância das UANs para coletividades, tenham elas como público-alvo

pessoas sadias ou adoentadas, não se pode desconsiderar a importância da realização de

atividades sustentáveis. Por isso, identificar soluções e adotar medidas que minimizem os

impactos ambientais, sociais e econômicos nas atividades diárias é imprescindível aos

diferentes segmentos econômicos e áreas de atuação, desde a indústria até o terceiro setor. No

âmbito da alimentação coletiva, esta postura tem como parâmetro o conceito de Green

Kitchen ou, literalmente, Cozinha Verde (LASUPRE, 2016).

No Brasil, o conceito de Cozinha Verde não está amplamente disseminado, mas é

possível classificar alguns estabelecimentos deste modo, haja vista que, para ser sustentável,

um ambiente que atue na área de refeições coletivas pode adotar todo um conjunto de ações

ou parte dele. Por isso, um ambiente profissional destinado ao preparo de alimentos deve

seguir as regras básicas de qualquer outro setor: Reduzir (economizar insumos), Reutilizar

(aproveitar melhor os alimentos) e Reciclar (materiais de descarte ou lixo orgânico). Vale

destacar que, ainda que a prioridade seja minimizar os impactos ambientais na cozinha, é

preciso respeitar uma norma primordial: a segurança alimentar (LASUPRE, 2016).

Destarte, na tentativa de compreender de maneira mais efetiva a discussão sobre

sustentabilidade em UANs hospitalares, propõe-se o seguinte questionamento: é possível

determinar um índice de sustentabilidade para as UANs de hospitais públicos em Sergipe,

tomando por base práticas sustentáveis adotadas nessas unidades?

Foram encontrados poucos trabalhos relacionados à sustentabilidade na produção de

refeições. Entre eles, o tema mais abordado foi a quantificação do volume de resíduos

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orgânicos produzidos em UANs. Especificamente, em se tratando da determinação de um

índice de sustentabilidade a partir da adoção de práticas de gestão Sustentável em UANs nos

hospitais públicos, não foi encontrado nenhum estudo, aspecto este que corrobora para a

relevância desta Tese.

Dessa forma, considerando os aspectos apresentados, justifica-se o presente estudo

pela possibilidade de determinar um índice de sustentabilidade a partir das práticas

sustentáveis adotadas pelas UANs dos hospitais públicos de Sergipe, possibilidade esta

ratificada por Veiros e Proença (2010) ao afirmar que a sustentabilidade é um assunto

importante, inclusive para o nutricionista, por ser um cidadão consciente de seus deveres e de

suas possibilidades de contribuir com a sociedade e o meio ambiente e pelo fato de que os

profissionais de alimentação e nutrição estão demonstrando uma maior preocupação com os

impactos ambientais causados pelas UANs ao ambiente, carecendo da busca de alternativas

consideradas mais sustentáveis que também poderão servir de subsídio para uma dieta mais

saudável e sustentável.

É preciso mencionar também a relevância do tema para gestores públicos, uma vez

que a temática apresentada reveste-se de importância pela possibilidade de subsidiar práticas

de gestão das despesas públicas visando à eficiência, eficácia e efetividade no controle dessas

atividades.

Esta pesquisa tem como objetivo geral determinar um Índice de Sustentabilidade para

as UANs de hospitais públicos em Sergipe, tomando por base as práticas sustentáveis

empregadas nessas unidades.

Como objetivos específicos, esta pesquisa propõe-se a:

a) Caracterizar, segundo o modelo de gestão, as UANs dos hospitais públicos em

Sergipe;

b) Identificar práticas de sustentabilidade adotadas e utilizadas no processo de

produção de refeições, desde a etapa de planejamento do cardápio até a de distribuição das

refeições nas/pelas UANs;

c) Verificar a aplicabilidade ou não de políticas públicas na área de Alimentação

Coletiva nas UANs dos hospitais públicos.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Histórico do Desenvolvimento Sustentável

O desenvolvimento sustentável (DS) é um conceito atual que, somente nas últimas

décadas, tem sido estimado, principalmente após a reunião Eco-92, no Rio de Janeiro, e a

criação da Agenda 21, uma vez que tal conceito inclui todos os aspectos embutidos no

conceito de desenvolvimento econômico e ainda traz consigo outras ideias.

O conceito mais recorrente de DS é o do desenvolvimento que não compromete os

recursos que serão necessários às gerações futuras. Por considerar a importância do meio

ambiente, ele necessita de planejamentos acerca dos recursos naturais que serão utilizados, ou

seja, um desenvolvimento com base na sustentabilidade requer uma diminuição no uso de

matérias-primas e um aumento nos processos de reutilização e reciclagem dos produtos.

Considerando que o DS é uma maneira de agir no presente pensando no futuro, e que

isso requer a conscientização da população mundial, torna-se imprescindível que cada

indivíduo tenha noção da importância de suas atitudes que, somadas às dos outros, representam

a garantia de um futuro digno tanto nas questões sociais quanto nas ambientais.

As ideias de desenvolvimento, de modernidade e de progresso transformaram-se.

Primeiramente, viu-se que progresso não era uma característica presente em todas as

sociedades, mas nos países ocidentais ricos e industrializados. O progresso da década de 1930,

além de ser confundido com a modernização, também se viu associado a uma ideia de

crescimento econômico. A palavra desenvolvimento assumiu, então, um caráter positivista,

transmitindo uma noção errônea de que desenvolvimento socioeconômico representaria

sempre construção do futuro, avanço rumo a melhorias.

Em consequência dos problemas ambientais enfrentados, resultantes do

desenvolvimento, pensou-se na criação de um novo modelo desenvolvimentista calcado numa

base social, econômica, cultural e ambiental mais sustentável, tornando-se um desafio a

construção desse novo modelo carregado de princípios sustentáveis. Cavalcanti (2003)

menciona que existem hoje dois paradigmas principais de sustentabilidade: o

desenvolvimento segundo uma visão econômica, classificando a natureza como um bem de

capital, ou seja, a sustentabilidade como algo ambiental; e o desenvolvimento que tenta

romper com a dominação do discurso econômico, ou seja, a sustentabilidade como algo ético.

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A concepção que coloca a natureza como bem econômico tem a pretensão de

condicionar a produção nos limites da capacidade de suporte dos recursos naturais e, portanto,

não prevê o que pode resultar no campo sociopolítico. Porém, esses limites resultariam

diretamente na obtenção de lucros e, sendo assim, alguém teria que assumir responsabilidades

sobre isto. Tendo em vista a lógica capitalista, a diminuição de lucros não é algo que os países

queiram acatar.

Já a segunda concepção propõe um deslocamento da racionalidade econômica para o

campo da ética. Há uma maior preocupação com a vida humana e com a manutenção de sua

qualidade. No entanto, colocá-la em prática seria um desafio, uma vez que se faz necessário

equilibrá-la com o economicamente eficiente e produtivo. Dado o exposto, destaca-se a

necessidade de um elevado grau de educação populacional para compreender que o ecossistema

não é capaz de sustentar de maneira infinita o nível de atividade econômica e de consumo de

matéria- prima (BELLEN, 2004). Há relatos de que a partir da Revolução Industrial iniciou-se

um processo de devastação dos bens ambientais, de modo que a natureza passou a responder a

tais intervenções de forma devastadora. Nesse sentido, o homem, enquanto principal agente de

mudanças das condições ambientais, colaborou para uma forte e grave crise ambiental local,

regional e global. Camargo (2007) ressalta que esses problemas ambientais não são recentes,

mas entender sua complexidade é atual. Assim, surge a necessidade de modificar os atuais

padrões insustentáveis de produção e consumo desencadeando preocupação com as futuras

gerações (PNUD, 2001).

Os debates mais importantes sobre a questão ambiental iniciaram na década de setenta

do século XX. O livro Primavera Silenciosa, lançado em 1962 por Rachel Carson, representou

um marco para a história do ambientalismo mundial ao relatar os efeitos contrários da má

utilização dos pesticidas e inseticidas químicos sintéticos. Naquele período, os principais

problemas ambientais eram o crescimento populacional, o desenvolvimento industrial e a

corrida armamentista por testes nucleares. As mais diversas conferências internacionais

elaboraram documentos visando esclarecer o desenvolvimento sustentável e estabelecer normas

voltadas a alterar os padrões de produção e consumo adotados na atualidade (COSTA, 2011).

Em 1948 surgiu a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), criada

por cientistas vinculados à ONU, que possuía como objetivo o incentivo ao crescimento da

preocupação internacional em relação aos problemas ambientais. Em 1949 foi realizada a

Conferência Científica das Nações Unidas sobre conservação e a utilização de recursos,

considerada um grande acontecimento no surgimento do ambientalismo mundial. Já entre

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1948 e 1958 ganhou destaque o desastre de Minamata, denominação dada ao envenenamento

de centenas de pessoas por mercúrio ocorrido na cidade de Minamata, no Japão (COSTA,

2011).

Em 1958 foi estabelecida no Brasil a Fundação Brasileira para a Conservação da

Natureza, segundo a qual a inclusão de preocupações mais radicalmente sociais nas questões

ambientalistas recentes não desqualificava a preocupação com a defesa estrita da biodiversidade

contra a ameaça mais séria que sofria, a saber: a expansão das atividades produtivas humanas

(FRANCO; DRUMMOND, 2009).

A década de 1960 foi marcada por movimentos que criticavam o modo de vida e não

apenas a forma de produzir das indústrias. A crise ambiental da época deixou evidentes

inconformidades entre a conformação ecossistêmica do planeta e a apropriação capitalista da

natureza. Os modelos econômicos não apresentavam preocupação com a possibilidade de

esgotamento de recursos naturais e não possuíam atenção sobre aspectos ecológicos. Os

padrões de produção e consumo que marcam os limites do crescimento econômico,

caracterizado pelo modelo de desenvolvimento da razão tecnológica sobre a organização da

natureza, foram questionados (BERNARDES; FERREIRA, 2003).

Em 1961 surgiu a primeira Organização Não Governamental Ambiental de espectro

mundial, o World Wildlife Fund, atualmente chamada World Wide Fund for Nature (WWF).

No ano de 1968 ocorreu a Conferência Intergovernamental para o uso racional e a conservação

da biosfera, estruturada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

Cultura (UNESCO), primeira reunião intergovernamental para tentar conciliar conservação e

uso dos recursos naturais, originando o conceito moderno de desenvolvimento sustentável.

Ainda em 1968, especificamente no mês de setembro, realizou-se em Paris a Conferência

Intergovernamental de Especialistas sobre as Bases Científicas para Uso e Conservação

Racionais dos Recursos da Biosfera (Conferência da Biosfera), sob a coordenação da

UNESCO, objetivando analisar o uso e a conservação da biosfera, o impacto humano sobre a

mesma e a questão ambiental.

Costa (2011) ressalta que, na busca de reduzir a crise ambiental e de tornar o

crescimento e o desenvolvimento econômico viável e sustentável, o homem passou a se

preocupar com os impactos de suas atividades sobre o meio ambiente. Diante dessa

preocupação, no início da década de 1970 houve a incorporação da questão ambiental nos

debates governamentais, na sociedade civil e na comunidade acadêmica, pois se iniciou um

processo voltado à sensibilização das pessoas em relação à agressão à natureza e à

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necessidade de estabelecer limites a esse processo de desenvolvimento. O marco dessa

mudança foi a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, celebrada

em Estocolmo, em 1972, na qual foi oficializada a preocupação global sobre os problemas

ambientais, elaborando-se metas e programas com o intuito de minimizar ou saná-los, bem

como voltados a repensar o consumo dos recursos naturais.

Scander Neto (2006) e Costa (2011) afirmam que a Conferência das Nações Unidas

sobre o Meio Ambiente Humano representou um importante momento para a redefinição

do sentido do desenvolvimento e sua relação com o meio ambiente, pois àquela época surgiu a

preocupação ambiental pelo sistema político (governos e partidos), gerando uma expansão das

agências estatais de meio ambiente e aumentando as atividades de regulamentação e de

controle ambiental, além de surgirem os primeiros selos ecológicos. Os autores relatam, ainda,

que na Holanda e nos Estados Unidos passou-se a exigir a realização de Estudos de Impactos

Ambientais (EIAs), como pré-requisito à aprovação de empreendimentos potencialmente

poluidores.

Em 1972 aconteceu o Dia da Terra, maior manifestação ambientalista da história.

Nasceu também o Greenpeace e aconteceu na Suíça um Painel Técnico em Desenvolvimento

e Meio Ambiente, ocasião na qual se discutiu a importância de integrar o meio ambiente às

estratégias de desenvolvimento (CAMARGO, 2007). Ainda em 1972 o Clube de Roma,

através do Relatório Os Limites do Crescimento ou Relatório Meadows, ressaltou a

necessidade de a humanidade modificar seus hábitos, tendo em vista a preocupação com a

escassez dos recursos naturais, o aumento da poluição e de doenças. O Relatório Meadows e a

Conferência de Estocolmo destacaram noções voltadas ao crescimento econômico, perdas

ambientais e desenvolvimento científico e tecnológico (MMA, 2000).

Segundo Oliveira (2007), o conceito de Ecodesenvolvimento ganhou destaque em 1973,

e trouxe como proposta a concepção de um sistema social capaz de garantir emprego, segurança

social e respeito à diversidade cultural, destacando a relevância de programas de educação que

valorizem essas dimensões.

Sachs (2009) complementa a ideia defendida por Oliveira (2007) ao descrever seis

aspectos que deveriam guiar os novos caminhos do desenvolvimento: satisfação das

necessidades humanas; solidariedade com as gerações futuras; participação da população

envolvida; preservação dos recursos naturais e do meio ambiente em geral; elaboração de um

sistema social que garanta emprego, segurança social e respeito a outras culturas; e, por fim,

programas de educação. O ecodesenvolvimento, portanto, tinha como foco questões

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socioeconômicas e ambientais voltadas a uma determinada localidade e trazia um convite ao

estudo de novas modalidades de desenvolvimento socialmente desejáveis, economicamente

viáveis e ecologicamente prudentes, ou seja, tratava-se de um projeto de Estados e sociedades,

cujo centro do desenvolvimento econômico teria como fim a sustentabilidade social e humana.

Para a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), o

ecodesenvolvimento envolveria princípios de equilíbrio entre desenvolvimento humano e meio

ambiente, de forma que as gerações futuras pudessem usufruir dos mesmos benefícios da

geração atual, destacando a necessidade de uma mudança qualitativa das estruturas produtivas,

sociais e culturais da sociedade (CAMARGO, 2005).

Souza e Sampaio (2006) afirmam que o ecodesenvolvimento trata-se de um modelo

ainda embrionário, pois não existem experiências empíricas e criteriosas, fazendo com que ele

seja contestado e precise de uma maior qualificação. Surge, assim, a proposta de

sustentabilidade, partindo da ideia de que o conceito de ecodesenvolvimento se baseava na

justiça social, eficiência econômica, condicionalidade ecológica e respeito à diversidade

cultural.

O termo DS surgiu pela primeira vez em 1980, no World Conservation Strategy, um

documento produzido pelo WWF e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

(PNUMA). Nesse documento, o conceito de desenvolvimento sustentável defende que as

soluções para os problemas globais não se resumem à degradação do ambiente físico e

biológico, mas consideram aspectos sociais, políticos e culturais (SOUZA, 2008).

Em 1983 criou-se a CMMAD por intermédio da Assembleia Geral das Nações Unidas,

também conhecida como Comissão Brundtland. Esta Comissão apresentou, em 1987, o

relatório Nosso Futuro Comum, conhecido como Relatório Brundtland, o qual se

fundamentou numa análise comparativa entre a situação do mundo no século XX e se

transformou em instrumento político relacionando à questão ambiental, já que expressava a

preocupação com o atendimento de necessidades futuras, com a equidade, e com a retomada

do crescimento (SCANDER NETO, 2006) e buscava identificar os principais problemas em

relação ao meio ambiente, ao desenvolvimento, além de propor soluções realistas para

solucioná-los (PIRES, 2014).

Franco e Drummond (2009) afirmam que como pontos positivos do Relatório

Brundtland destacam-se aumento da expectativa de vida, diminuição da mortalidade infantil,

aumento da alfabetização, inovações, maior produção de alimentos frente ao crescimento

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populacional. Como pontos negativos chamam atenção aumento da erosão dos solos,

crescimento das áreas desérticas, elevação da poluição, ameaça à camada de ozônio e

acréscimo dos resíduos poluentes das indústrias e da agricultura.

A redução das emissões dos gases de efeito estufa a nível global foi estabelecida pelo

Protocolo de Kyoto, assinado em 1998, na tentativa de conter o avanço das emissões poluentes

dos países desenvolvidos e Rússia. O protocolo teve por objetivo a redução das emissões dos

gases de efeito estufa para o ano de 2012 (PIRES, 2014). Ainda no mesmo ano ocorreu a

Convenção de Basiléia, a partir da qual se estabeleceu um acordo internacional com regras

para o transporte de resíduos entre fronteiras e proibiu o envio de materiais perigosos para

países que não possuíssem capacidade técnica para tratá-los (CAMARGO, 2007).

Na década de 1990 houve um grande impulso relacionado à consciência ambiental na

maioria dos países, originando o termo qualidade ambiental. Em 1991, foi elaborado pela

União Internacional para Conservação da Natureza, pelo Programa das Nações Unidas para o

meio Ambiente e pelo Fundo para a Vida Selvagem um documento chamado Cuidando do

Planeta Terra (CAMARGO, 2007).

Nesse mesmo período, buscando explicar a relação entre crescimento e meio ambiente,

duas correntes ganharam espaço na ciência econômica: a Economia Ecológica, questionando

os fundamentos da crise ambiental e afirmando que a base dos problemas ambientais está na

busca do crescimento econômico como um fim em si mesmo; e a Economia Ambiental,

segundo a qual a solução encontrava-se na ampliação do mercado e valoração monetária dos

recursos ambientais, além de supor que as externalidades que estão fora do mercado podem

receber uma valoração monetária suficiente (PIRES, 2014).

A Economia Ecológica surgiu como alternativa à visão neoclássica (mecânica) do

sistema econômico, e tem como princípio buscar uma relação harmoniosa entre economia e

meio ambiente. Fundamentada na Ecologia e Física, busca incorporar os fluxos materiais e

energéticos no estudo das relações econômicas. Segundo essa corrente os recursos naturais são

imensuráveis, entretanto, defende a valoração dos recursos ambientais na tomada de decisões,

respeitando os limites físicos do sistema ecológico (PIRES, 2014).

Já a Economia Ambiental trata dos mesmos pressupostos da escola neoclássica

(equilíbrio de mercado, análise individual, bem-estar do consumidor e análise marginal), mas

segundo essa corrente o capital natural (recursos naturais) pode ser transformado em capital

manufaturado, fazendo com que os recursos do meio ambiente sejam substituídos e passem a

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ser utilizados visando à expansão econômica. Nesse sentido, haveria duas formas para o

funcionamento do mecanismo de mercado: a forma direta, que propunha uma internalização

das externalidades; e a forma indireta, que consiste em impor valores monetários à degradação

ambiental, isto é, o Estado deve empregar métodos de taxação, denominado imposto

Pigouviano, que visa corrigir as externalidades ambientais e utilizar o princípio poluidor-

pagador, ou seja, o responsável pelos danos ambientais deve obrigatoriamente compensar os

danos causados pela mesma (PIRES, 2014).

O nível de degradação ambiental pode depender do desenvolvimento econômico, do

nível tecnológico, da escala de produção e da composição produtiva dentre outros fatores.

Todavia, o efeito de escala pode diminuir esse impacto se aliado com progresso técnico e

mudanças na composição produtiva. Dessa forma, o crescimento econômico pode ser uma

variável chave para minorar o impacto ambiental à medida que setores menos intensivos em

recursos naturais e menos poluentes ganhassem maior participação na economia (PIRES,

2014).

Em 1992 ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CNUMAD), também conhecida como Rio-92, Eco-92 ou Cúpula da Terra,

época na qual já estava evidente que a humanidade havia chegado a um momento no qual

deveria rever o modelo político vigente, o qual aprofundava as divisões econômicas dentro e

entre os países, aumentando com isso os problemas sociais e ambientais. O evento resultou na

aprovação de vários documentos, envolvendo convenções, declarações de princípios e a

agenda 21, considerada como um dos resultados mais importantes.

A partir da Eco-92 surgiram vários conceitos para DS. Para Bossel (1999), compreende a

atividade humana voltada a alimentar e perpetuar o histórico cumprimento de toda a continuidade

da vida na Terra. Já Bellen (2004) afirma que o conceito sobre DS divulgado na Eco-92

alcançou destaque tornando-se um dos termos mais utilizados para se definir um novo modelo de

desenvolvimento, no entanto faltou uma discussão crítica e consistente sobre seu significado.

Sachs (2007) simplificou tal conceito afirmando que é com esses adjetivos

acrescentados ao conceito de desenvolvimento que se dá ênfase a alguns dos aspectos que devem

ser priorizados. E, nessa lógica, trabalho atualmente com a ideia do desenvolvimento socialmente

includente (emprego, pobreza e desigualdade), ambientalmente sustentável e economicamente

sustentado, ou seja, um tripé formado por três dimensões básicas da sociedade.

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Rodrigues (2009) descreve uma nova forma para compreender o desenvolvimento de uma

sociedade. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2004), a

percepção sobre desenvolvimento, geralmente associada a progresso econômico, vai além da

economia, pois existe integração com as dimensões social, ambiental e institucional. Essas

dimensões podem surgir de forma isolada ou associada às dinâmicas de sustentabilidade

ecológica, ambiental, social e econômica, afirma Rodrigues (2009). O Ministério do Meio

Ambiente (MMA, 2000) destaca as seguintes dimensões: sustentabilidade espacial,

sustentabilidade político-institucional e sustentabilidade cultural.

Para Lima e Rodrigues (2007), o DS se preocupa com o crescimento, com a qualidade do

crescimento com o objetivo de atender às necessidades humanas, atingir níveis sustentáveis de

pobreza, conservar e preservar os recursos naturais e adaptar a tecnologia evitando impactos ao

meio ambiente, incorporando economia e meio ambiente na tomada de decisão.

Rodrigues (2009) menciona o relatório Cuidando do Planeta Terra (1991) e os nove

princípios voltados a uma sociedade sustentável: o cuidado com os seres vivos; qualidade da

vida humana; conservação da diversidade do planeta; busca por minimizar o esgotamento de

recursos não renováveis; respeitar os limites da capacidade de suporte da Terra; rever atitudes e

práticas pessoais; comunidades cuidando de seu próprio meio ambiente; integração entre

desenvolvimento e conservação; e aliança global.

Para firmar esses princípios e garantir a implantação do DS em uma localidade, em

1996 foram reunidos especialistas pelo Instituto Internacional para o Desenvolvimento

Sustentável, na cidade de Bellagio, na Itália, a fim de analisar avanços em relação a temas

ligados ao DS, bem como reforçar princípios voltados à avaliação da sustentabilidade do

desenvolvimento denominados Princípios de Bellagio. Dado o exposto, a Comissão para o

Desenvolvimento Sustentável (CDS) tem o papel de enfatizar a participação da sociedade, o

desenvolvimento local sustentado e a erradicação da pobreza como aliados do DS, bem como

elaborar instrumentos de mensuração para o DS (VARGAS, 2002).

Com o intuito de avaliar e verificar as ações nacionais e internacionais recomendadas na

Agenda 21, a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (CMDS) se reuniu no Rio +

5, ocasião na qual foi elaborado o Protocolo de Kyoto voltado ao comprometimento das nações

na redução, entre 2008 e 2012, da emissão dos gases poluentes que causam o efeito estufa. Foi

consagrado o princípio poluidor-pagador, segundo o qual, embora a poluição seja um problema

ambiental global, é dos países industrializados a responsabilidade de evitar que se agrave.

Responsabiliza o poluidor em arcar com as despesas de prevenir, reparar e evitar a poluição. O

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objetivo é inserir os custos das medidas de proteção ao meio ambiente nos custos finais de

produtos e serviços em que a produção esteja na origem da atividade poluidora.

Rodrigues (2009) afirma que o Protocolo de Kyoto, por meio dos Mecanismos de

Desenvolvimento Limpo, promove a criação de fundos monetários voltados à área ambiental

visando implementar projetos em setores energéticos nos países em desenvolvimento, mitigar a

crise econômico-ecológica e modificar a matriz energética mundial. Os mecanismos de

Desenvolvimento Limpo foram desenvolvidos com base em uma proposta brasileira voltada à

criação de um Fundo de Desenvolvimento Limpo com suporte financeiro de países

desenvolvidos que não honrassem suas metas de redução (JURAS, 2007).

Discussões ambientais acerca de transformações em processos produtivos foram

retomadas no ano 2000, quando as Nações Unidas elaboraram, em Nova York, a Declaração do

Milênio. Em 2002, a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento

realizou, na cidade de Joanesburgo, na África do Sul, conferência Rio + 10, voltada a analisar o

andamento do que havia sido proposto nesse período (CUNHA, 2008).

Camargo (2007) afirma que foram poucos os avanços e diversas as dificuldades

encontradas pelas nações em relação ao cumprimento de acordos, compromissos e assinatura

de tratados. Percebe-se, daí, a necessidade de estimular a consciência da crise ambiental e

fomentar a elaboração e implementação de políticas voltadas às mudanças globais e promoção

da sustentabilidade de uma sociedade (RODRIGUES, 2009).

Feitosa (2016) escreve sobre a adoção de uma sustentabilidade ecológica sugerida por

Leff (2010) e concebida enquanto critério de reconstrução dos parâmetros de desenvolvimento

humano que possui como pilares a integração dos valores e potenciais da natureza, as

externalidades sociais, os saberes subjugados e a complexidade das relações que se

estabelecem entre os indivíduos e o ambiente. Essa nova racionalidade ecológica deve ser

pautada na ética ambiental, que vincula a conservação da diversidade biológica do planeta ao

respeito à heterogeneidade ética e cultural da espécie humana. Deve ser priorizada a

conservação da própria cultura e tradições, bem como os princípios da gestão participativa

para o manejo de seus recursos de onde as comunidades derivam suas formas culturais de

bem-estar e a satisfação de suas necessidades (LEFF, 2010).

As mudanças ambientais em curso estão concentradas em poucas décadas, possuem

caráter global e estão profundamente relacionadas com o comportamento humano. Assim

sendo, é possível apontar inúmeros fatores que endossam o caráter insustentável da sociedade

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contemporânea, dentre eles o crescimento populacional em ritmo acelerado, o esgotamento

dos recursos naturais, um conjunto de valores e comportamentos centrados na expansão do

consumo material e sistemas produtivos que utilizam processos de produção poluentes.

Portanto, os desafios para o século XXI são relacionados à busca de soluções para nossos

graves e globais problemas socioambientais (CAMARGO, 2003).

2.2 Sustentabilidade: evolução e análise conceitual

É muito importante entender a relação entre o DS e a Sustentabilidade. Para isso,

Feitosa (2016) destaca que a sustentabilidade vai além da definição de DS, abraçando uma

lógica circular e inclusiva que visa ao equilíbrio dinâmico dos ecossistemas, a cooperação e a

qualidade de vida das pessoas (BOFF, 2015). Pode-se então depreender que o DS é o

promotor da Sustentabilidade.

Leff (2010) propõe uma sustentabilidade ambiental que questiona as bases dos

processos de produção e do paradigma econômico da modernidade, que vai de encontro ao

modelo de desenvolvimento sustentável, assim, a ideia de sustentabilidade surge para

ultrapassar o enfoque economicista do DS (exploração dos recursos, orientação do

desenvolvimento tecnológico e o marco institucional), implicando um modelo de práticas

educativas (culturais e sociais) fundado em valores éticos e na corresponsabilização da

sociedade pelas questões socioambientais (JACOBI; TRISTÃO; FRANCO, 2009).

Nesse sentido, a abordagem epistemológica da gestão ambiental busca, através da

análise e reflexão das contribuições científicas, compreender e articular as múltiplas relações

necessárias para a implantação de novos paradigmas que contemplem a complexidade teórica

ambiental. Sobre essa questão, Cavalcanti (2003) afirma que a ciência é a fonte fornecedora

dos problemas a serem estudados pela epistemologia e muitas das soluções devem ser

procuradas e encontradas na própria ciência.

Considerando-se que o desenvolvimento da espécie humana, ao longo dos séculos, tem

permitido alcançar resultados surpreendentes em relação ao avanço tecnológico e às

inovações, mas impactando consideravelmente no meio ambiente, Santos (2011) reforça a

ideia de que a urgência no enfrentamento das questões ambientais emerge de vários desafios:

espécies em extinção, poluição, necessidade de preservação das reservas florestais e da vida

selvagem, compromisso com o bem e a sobrevivência da geração futura com boa qualidade de

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vida. Desses desafios emerge a ênfase que se dá ao desenvolvimento sustentável, o qual surge

como uma forma de equilibrar as atividades essenciais para a vida do ser humano. Nesse sentido,

Arruda e Quelhas (2010) ressaltam que esse desenvolvimento está associado à perspectiva de

um país manter uma atividade por longo prazo ou até mesmo fazer com que não se esgotem os

recursos.

Bossel (1999) destaca que o DS possui dimensões ambientais, materiais, ecológicas,

sociais, econômicas, jurídicas, culturais, políticas e psicológicas que exigem atenção por ser

um conceito dinâmico. Já Sachs (2007) enfatiza a ideia do desenvolvimento socialmente

includente (emprego, pobreza e desigualdade), ambientalmente sustentável e economicamente

sustentado, ou seja, um tripé formado por três dimensões básicas da sociedade.

Pactuando com a ideia supramencionada, Abreu, Spinelli e Zanardi (2011)

demonstram que a falta de adoção de procedimentos sustentáveis, também denominados eco-

friendly, pode apresentar um importante reflexo ambiental, se considerarmos a geração de

resíduos, a inadequação do descarte de produtos e embalagens e a utilização de produtos

químicos e de grandes quantidades de água nas diversas etapas do processo produtivo de

refeições.

Quintas (2004) alerta que, ao se falar de sustentabilidade, é importante lembrar os

diversos sentidos da palavra em si, "para que os atores sociais, em nome de seus valores e

interesses, legitimem suas práticas e necessidades na sociedade e, assim, se fortaleçam nas

disputas travadas com outros atores, que defendem outros valores e interesses" (FEITOSA,

2016, p.27). Por conta disso, novas políticas públicas que valorizem as pessoas e o espaço em

que elas vivem são necessárias e vislumbra-se a necessidade de o homem adotar padrões de

vida e de consumo sustentáveis para minimizar as agressões ao ambiente e a melhor utilização

dos recursos naturais (GADOTTI, 2008).

Veiros e Proença (2010) destacam que apesar da importância dada ao tripé da

sustentabilidade, o qual contempla as dimensões ambiental, social e econômica, por inúmeras

vezes a percepção que o indivíduo tem sobre sustentabilidade limita-se aos aspectos

ambientais, uma vez que há inter-relações entre os elos apresentados pela sustentabilidade,

evidenciando um possível crescimento sustentável.

Para Atauri (2009, p. 05), a palavra sustentabilidade “surgiu de repente na língua

inglesa com sustainable development, a qual pode ser aplicada em qualquer ramo de

investimento humano: comércio, finanças, Medicina, Biologia, Ecologia, Agricultura,

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Arquitetura e Engenharia”. Apesar disso, a origem da palavra não é tão remota quanto parece

ser, pois, à medida que os países foram se industrializando, houve necessidade de um olhar

mais atento e preciso em relação aos recursos naturais extraídos de maneira brusca do meio

ambiente.

Corroborando com a ideia mencionada, Harmonia e Gerald (2007) afirmam que a

sustentabilidade esteve no centro das discussões por volta dos anos 1970, período que

figurava apenas em alguns círculos científicos. Para esses autores, o assunto só se popularizou

nas décadas seguintes, à medida que a humanidade se atentou para o fato de que a escassez de

recursos naturais era causada pelo modelo econômico adotado pelo próprio homem, tornando-

se a sustentabilidade um tema constante a ser debatido em várias organizações e instituições da

sociedade.

Bacha et al. (2010) ponderam que as primeiras teorias de sustentabilidade estudadas

começaram pelo campo das ciências ambientais e ecológicas, envolvendo diferentes

disciplinas como Economia, Sociologia, Filosofia, Política e Direito. Para os autores, foi a

partir dos anos 1960 que o tema sustentabilidade ambiental começou a ter espaço no debate

acadêmico e político e, nas últimas duas décadas, observou-se a necessidade urgente de

discutir a sustentabilidade em prol, também, do desenvolvimento social.

O discurso da sustentabilidade também buscou dar respostas às demandas e críticas

dos movimentos ambientalistas internacionais, os quais reivindicavam a inclusão de questões

ambientais como prioridade na economia política. Essa discussão originou uma nova maneira

de analisar o mundo, pois exigiu a incorporação de estudos multidisciplinares, os quais

aprimoraram a relação entre ciência natural e social, sociedade e ambiente (LIMA, 2003).

Análogo a esse aspecto histórico, Harmon e Gerald (2007, p. 1043) destacam que:

[...] [o] Clube de Roma, criado em 1968, foi uma das primeiras organizações

multinacionais que apontaram os riscos de um crescimento econômico contínuo. O

italiano Aurelio Peccei e o químico inglês Alexandre King, criadores da organização,

publicaram em 1972 um relatório intitulado ―Os limites do crescimento‖ e ganharam

atenção internacional, pois o relatório previa as tendências verificadas sobre a

população mundial, poluição, industrialização, depreciação de recursos e produção

de alimentos. Foi observado que se o crescimento continuasse desordenado, limites do

planeta seriam atingidos em 100 anos.

Na década de 1980 os países começaram a se conscientizar sobre a importância da

sustentabilidade, surgindo uma preocupação em descobrir formas de promover o crescimento

mundial sem prejudicar o meio ambiente, nem comprometer o bem estar das futuras gerações.

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A partir daí o termo sustentabilidade tornou-se um assunto para causas sociais e ambientais,

inclusive nos negócios que visam ao lucro, à proteção do meio ambiente e à melhora da

qualidade de vida (BACHA et al., 2010).

A noção de sustentabilidade deriva do conceito de DS, o qual se disseminou mais

intensamente a partir do relatório Nosso Futuro Comum, mais conhecido como Relatório

Brundtland, em 1987. Neste, pressupõe-se a necessidade de um novo modelo de

desenvolvimento que contemple equidade social e sustentabilidade ambiental ao invés de

focar apenas nos aspectos econômicos como os modelos de até então (MEBRATU, 1997). Foi

a partir desse relatório que a expressão desenvolvimento sustentável começou a ser utilizada,

sendo definida e resumida como um processo de transformação no qual a exploração dos

recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a

mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de

atender às necessidades e aspirações humanas (MAGALHÃES, 2002).

Para Rodrigues et al. (2012, p. 06) uma definição que foi dita no relatório Nosso Futuro

Comum de 1987, e que ainda é utilizada considera o DS aquele que satisfaz as necessidades

da geração presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem a suas

próprias necessidades. Dois conceitos importantes são relatados nessa definição: o de

imprescindibilidade, que está relacionado às necessidades essenciais para o ser humano; e o

de noção dos limites, o qual possibilita saber até onde se pode ir sem prejudicar o meio

ambiente.

Veiros e Proença (2010) também relacionam a definição de sustentabilidade com as

necessidades da humanidade atual e da geração futura. Para esse autor, a definição de

sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável está acoplada ao desenvolvimento capaz de

satisfazer as necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras.

O conceito de sustentabilidade possui seus fundamentos na Ecologia e está associado à

capacidade de recomposição e regeneração dos ecossistemas, mas é importante destacar que a

questão do meio ambiente e do desenvolvimento constituem-se numa discussão cheia de

conflitos e divergências entre as várias partes interessadas no tema (SACHS, 1993).

Para um grupo com orientação mais ecológica, as teorias da natureza e da sociedade

são interdependentes e estão intrinsecamente relacionadas, não podendo ser consideradas de

maneira separada. Para outra vertente de orientação econômica, a questão ambiental traz em

seu bojo um conflito permanente entre a lógica da natureza com seus ecossistemas e a lógica

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do mercado com seus propósitos de lucro. Para um terceiro grupo voltado mais para a questão

social, a discussão gira em torno da crescente pobreza convivendo com o processo de

concentração de riqueza. Um quarto grupo discute a questão ambiental na ótica das

concentrações urbanas em detrimento ao esvaziamento das áreas rurais adentrando na questão

das culturas de massa que substituem cada vez mais as identidades e valores culturais dos

grupos sociais pelos modelos do mercado. Já o quinto grupo debate a questão na perspectiva da

produção do conhecimento científico e tecnológico gerando riqueza ou ainda sobre a ausência

desta produção acarretando pobreza nas nações sem perspectivas de desenvolvimento. Por

fim, destaca-se o grupo mais assentado nos conceitos da democracia que veem com

fundamental, a questão da participação da sociedade civil nos rumos do desenvolvimento

sustentável (SACHS, 1993).

Sachs (1993) reafirma que pensar em sociedade sustentável está associado à ampliação

das preocupações voltadas a todas as dimensões do desenvolvimento, ou seja, deve-se

começar permitindo as interações dos fenômenos do meio ambiente numa visão mais ampla

dos problemas que as sociedades, principalmente dos países periféricos, convivem. Além

disso, o referido autor aborda outras dimensões das atividades humanas além da ecológica,

tais como a econômica, a social, a espacial, a cultural, a tecnológica e a política, apesar de se

reconhecer as dificuldades na determinação do limite claro de sustentabilidade entre cada uma

dessas dimensões, principalmente ao serem consideradas as relações de interdependência às

quais essas dimensões estão sujeitas e dentro do contexto de uma sociedade plural.

A recomendação para utilização dos oito critérios distintos de sustentabilidade (social,

cultural, ecológica, ambiental, territorial, econômico, política nacional e política internacional),

é válida até hoje (SACHS, 2009). Todavia, é costume contemplar apenas as dimensões

econômica, social e ambiental para embasar uma nova forma de desenvolvimento.

Sachs (1993) menciona que as dimensões da sustentabilidade abordam outras

dimensões das atividades humanas, além da ecológica, tais como a sustentabilidade

econômica, social, espacial, cultural, tecnológica e a política. Essas dimensões da

sustentabilidade relacionados com as questões do desenvolvimento sustentável são descritas a

seguir.

Sustentabilidade na dimensão ecológica: inclui questões relacionadas ao manejo

sustentável, à gestão integrada dos recursos naturais, à preservação, reciclagem, reutilização,

combate ao desperdício e conservação dos recursos finitos, de modo que o desenvolvimento

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seja possível dentro de uma ética ambiental mais solidária com a natureza e as gerações futuras

(SACHS, 1993).

Sustentabilidade na dimensão econômica: compreende a criação de mecanismos

para um novo sistema produtivo, integrado e de base local, nos quais sejam estimuladas a

diversidade e a complementaridade de atividades econômicas, gerando uma cadeia de

iniciativas de modo que agricultura, indústria, comércio e setor de serviços gerem melhorias

nas condições de vida para todos os sistemas envolvidos, sejam sociais ou naturais (SACHS,

1993).

Sustentabilidade na dimensão social: abrange o atendimento às necessidades

essenciais de uma sociedade, tais como saúde, educação, habitação, infraestrutura e

saneamento básico. Ainda compreende a garantia dos direitos fundamentais do ser humano e a

redução das desigualdades sociais, combatendo prioritariamente a pobreza. Desse modo,

devem-se criar mecanismos para geração de trabalho, renda e inserção social, de forma a

prover condições e dignidade para superar as precárias condições em que vive uma expressiva

parcela da sociedade brasileira. Para alcançar esse objetivo, deve apoiar-se na transferência de

recursos exógenos e na mobilização de recursos endógenos, quer sejam públicos ou privados

(SACHS, 1993).

Sustentabilidade na dimensão espacial: inclui a promoção da desconcentração de

atividades econômicas do centro urbano, a ampliação à infraestrutura e o atendimento às

necessidades básicas da população nas áreas rurais, o fomento da instalação de

empreendimentos que utilize como insumos a produção local, construindo uma cadeia

produtiva que agrega valor à produção local e melhora a qualidade de vida da região (SACHS,

1993).

Sustentabilidade na dimensão cultural: compreende o desenvolvimento de projetos

que contribuam para a preservação da diversidade cultural local, em face da cultura de massa,

capacitando a sociedade com base em valores tradicionais e éticos, criando condições para a

expressão da arte local e para transferência das tradições às gerações futuras. Capacita a

sociedade também no exercício da cidadania consciente para a construção de uma ética

baseada em princípios de solidariedade e confiança mútuas (SACHS, 1993).

Sustentabilidade na dimensão tecnológica: abrange a promoção do desenvolvimento

científico e tecnológico local, o fomento de parcerias entre órgãos governamentais e não

governamentais, universidades, mercado e sociedade civil, promovendo o intercâmbio e a

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cooperação técnica e investindo no desenvolvimento de recursos humanos locais (SACHS,

1993).

Sustentabilidade na dimensão política: inclui a criação de condições para a

participação efetiva da sociedade civil no planejamento e controle social das políticas

públicas, a partir de uma base de informação desagregada que permita uma análise mais

apurada da economia e da realidade social local, provendo condições de êxito para a

participação da sociedade nos projetos de desenvolvimento sustentável. Contempla, ainda, o

desenvolvimento de uma filosofia, dentro da administração pública, voltada para os interesses

da sociedade, de modo a eliminar qualquer prática clientelista ou distorcida sobre os conceitos

da governabilidade. Contas equilibradas e responsabilidade com o patrimônio público fazem

parte desta filosofia (SACHS, 1993).

Esta classificação proposta por Sachs (1993) sobre as dimensões da sustentabilidade é

importante para mensurar o grau de evolução e verificar quais dimensões devem ser avaliadas

e acompanhadas ao longo do processo histórico. É necessário que esses indicadores sejam

medidos e reflitam de forma simplificada o grau de avanço do país sob o aspecto desse novo

paradigma, abandonando aos poucos as metodologias tradicionais de indicadores de

desenvolvimento.

Uma vez entendida a sustentabilidade e sua relação com o processo de desenvolvimento,

se faz necessário entender o conceito de sustentabilidade enquanto dimensão, aspecto a ser

mensurado. Assim, Boff (2015, p. 109) afirma que “é possível tal mensuração pela capacidade

de conservar o capital natural, permitir que se recupere, que se refaça por meio da inteligência

humana, para que possa ser melhorado para gerações futuras”.

Nos últimos 30 anos a preocupação com o meio ambiente e com o desenvolvimento

sustentável só aumentaram. Antigamente, os economistas achavam que a humanidade iria

entrar no século dourado através do progresso da tecnologia, porém observou-se que o

progresso já havia causado problemas ambientais em grau muito alto, representando um

verdadeiro desafio para a sobrevivência humana. Essa observação contribuiu para o

desenvolvimento de estudos sobre o conceito de sustentabilidade e medidas de

desenvolvimento sustentável (MIKHAILOVA, 2004). Essas contraposições demonstram o

quão importante é a preocupação com os recursos ambientais, haja vista que os impactos

existentes no mundo moderno por práticas de produção e de consumo de alimentos de forma

irracional conduzem ao aumento do número de pesquisas e políticas nas quais os gestores

responsáveis pelas UANs devem estar inseridos (PREUSS, 2009).

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Ao adotar a sustentabilidade se faz necessária uma transformação na conduta de

agentes econômicos e governamentais, bem como a busca de ferramentas para sua avaliação.

Para tanto, destaca-se a importância dos indicadores e índices de sustentabilidade para

subsidiar no gerenciamento das UANs hospitalares, aspecto a ser tratado no tópico seguinte.

2.3 Indicadores e Índices de Sustentabilidade

Para mensurar, avaliar e medir a sustentabilidade devem ser definidos indicadores, isto

é, algo que auxilie a transmitir informações sobre complexos processos, eventos ou tendências

(BÉLANGER et al, 2012). Apesar disso, há certa confusão em relação aos significados de

índice e indicador, os quais muitas vezes são erroneamente utilizados como sinônimos.

Segundo Mitchell (1996), indicador é uma ferramenta que permite a obtenção de informações

sobre uma dada realidade.

Mueller, Torres e Morais (1997) afirmam que um indicador pode ser um dado

individual ou um agregado de informações, sendo que um bom indicador deve conter os

seguintes atributos: simples de entender; quantificação estatística e lógica coerente; e

comunicar eficientemente o estado do fenômeno observado.

O termo indicador é um parâmetro selecionado e considerado isoladamente ou em

combinação com outros para refletir sobre as condições do sistema em análise. Normalmente,

um indicador é utilizado como um pré-tratamento aos dados originais (SICHE et al, 2007).

Para Deponti et al. (2002), indicador é definido como instrumento utilizado para

mensurar possíveis modificações de um sistema e são importantes ferramentas de avaliação e

têm sido utilizados na administração na busca de uma visão integrada do objeto de estudo e

auxiliando na tomada de decisão pelo administrador, a exemplo de indicadores de desempenho,

para avaliar pessoas e projetos; indicadores econômico-financeiros, para a comparação de

empresas e países; indicadores socioeconômicos, para a análise da sociedade, entre outros

(SOUZA, 2008).

Os indicadores surgem com o objetivo de esclarecer questionamentos referentes à

formulação de políticas públicas que relatam sobre a implantação de programas para

estabelecer um crescimento e desenvolvimento sustentável de uma economia possibilitando

grandes mudanças no modo de vida da sociedade e na sua relação com o meio ambiente

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(SCANDER NETO, 2006). Por conta disso, o uso de indicadores de sustentabilidade deve

contribuir com o processo de aferição e monitoramento em relação à sustentabilidade.

Para a SEI (2006, p. 09),

[...] a sustentabilidade enquanto parte integrante do desenvolvimento torna- se um

desafio na lógica de formulação e implementação das intervenções públicas, que

consiste, essencialmente, em identificar alternativas sustentáveis de produção social,

ou seja, que compatibilizem as demandas sociais com as potencialidades e restrições

ambientais (SEI, 2006, p.09).

Os indicadores são entendidos como estatísticas que sintetizam aspectos de um ou mais

fenômenos, que resultam em informações importantes para propósitos analíticos e de

intervenção. Também permitem sintetizar informações sobre uma realidade complexa e em

constante mudança, sendo que as informações geradas resultam da variação do valor dos

indicadores no tempo e no espaço. Nesse sentido, Magalhães Jr. (2010) defende que os

indicadores não são informações explicativas ou descritivas, mas pontuais, no tempo e no

espaço, cuja integração e evolução permitem o acompanhamento dinâmico da realidade.

Considerando o exposto, há necessidade de os indicadores requererem mais de um ponto de

observação no espaço e no tempo, para que possam confirmar seu potencial como uma das

principais ferramentas que contribui na gestão para o desenvolvimento da sustentabilidade das

atividades humanas dentro das dinâmicas ambientais e da natureza (QUIROGA, 2009).

Nessa perspectiva, os indicadores são percebidos como ferramentas fundamentais na

tentativa do desenvolvimento sustentável, de modo que sua qualidade possibilite uma melhor

ou pior avaliação e, consequentemente, determine com maior ou menor perspicácia os rumos

dos procedimentos a serem tomados (TAYRA et al., 2006). Quando os indicadores utilizados

são bem selecionados, eles cooperam com a visão de informações que vão além das

imediatamente aparentes, podem prever ou tornar perceptível uma tendência que não esteja

claramente visível, evitando que ocorram resultados indesejáveis ou irreversíveis, ou seja, o

significado de um indicador vai além do que está sendo efetivamente mensurado (QUIROGA,

2004; PHILIPPI Jr. et al., 2005).

Como uma das ferramentas de gestão, os indicadores são fundamentais na elaboração

de um plano de desenvolvimento sustentável, nos mais diversos âmbitos, assim como no

processo de monitoramento e avaliação da implantação do plano. Além de contribuir nas fases

de mobilização e conscientização da comunidade, favorecendo maior dinamismo no processo

de gestão (PHILIPPI Jr et al., 2005). Nesse sentido, os indicadores apresentam-se como

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principais instrumentos no processo de gerenciamento do desenvolvimento sustentável das

atividades antrópicas na natureza (QUIROGA, 2004).

Ao considerar que informações ambientais básicas são escassas ou pouco disponíveis,

principalmente na América Latina, compreende-se que indicadores ambientais são menos

desenvolvidos em relação aos econômicos e sociais. Já os indicadores de desenvolvimento

sustentável são mais desenvolvidos, por contar com uma série de indicadores sistematizados e

disponibilizados pela ONU, a qual possui o respaldo da comunidade internacional de

especialistas e órgãos governamentais (QUIROGA, 2009). A produção efetiva de indicadores

de desenvolvimento sustentável na região da América Latina e Caribe tem consistido em

construir conjuntos de indicadores que incorporam os principais indicadores provenientes das

dimensões econômica, social e ambiental, sem integrar nem capturar adequadamente suas

inter-relações (QUIROGA, 2009).

Em relação aos índices de sustentabilidade, Shields et al. (2002) afirmam que um

índice revela o estado de um sistema ou fenômeno e, nesse sentido, Prabhu, Colfer e Dudley

(1999) ressaltam que um índice pode ser construído para analisar dados através da junção de

elementos com relacionamentos estabelecidos.

Em uma análise superficial, índice e indicador possuem o mesmo significado. A

diferença é que um índice é o valor agregado final de todo um procedimento de cálculo no

qual foram utilizados, inclusive, indicadores como variáveis que o compõem. Pode-se dizer

também que um índice é simplesmente um indicador de alta categoria (KHANNA, 2000).

É importante salientar que um índice pode se transformar num componente de outro

índice. Sob essa perspectiva, entende-se o termo índice como um valor numérico que

representa a correta interpretação da realidade de um sistema simples ou complexo (natural,

econômico ou social), utilizando, em seu cálculo, bases científicas e métodos adequados, o

qual pode servir como um instrumento de tomada de decisão e previsão e é considerado um

nível superior da junção de um jogo de indicadores ou variáveis.

Quando se trata de indicadores ou índices de sustentabilidade não há, até o presente

momento, uma fórmula ou receita consensual para avaliar o que é sustentável e o que é

insustentável. Por isso, um índice de sustentabilidade deve inicialmente referir-se aos

elementos relativos da sustentabilidade de um sistema (CAMINO; MULLER, 1993) e à

explicitação de seus objetivos, sua base conceitual e seu público usuário (ROMEIRO, 2004).

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Partindo da ideia de que a natureza e a economia são sistemas dinâmicos, os índices

não captam certos fenômenos que ocorrem no sistema, como a mudança tecnológica ou a

adaptabilidade dos sistemas sociais. Neste sentido, a maioria dos índices e indicadores de

sustentabilidade são considerados informações essenciais que podem auxiliar na avaliação do

sistema em estudo no presente momento e ser considerados uma alternativa na construção de

cenários no caminho da sustentabilidade.

Um dos aspectos críticos de um índice de sustentabilidade é a metodologia adotada,

tanto para sua determinação, quanto para sua leitura e interpretação. Independente da escolha,

a metodologia deve ser clara e transparente e não deixar dúvidas sobre quais os princípios que

estão na base do processo.

Para avaliar um sistema do ponto de vista ambiental não existe a possibilidade de

determinar sua sustentabilidade considerando apenas um indicador ou indicadores que se

refiram a apenas um aspecto do sistema, uma vez que a sustentabilidade é determinada por um

conjunto de fatores (econômicos, sociais e ambientais) que devem ser contemplados no

cálculo do índice de sustentabilidade através dos correspondentes indicadores (BOUNI,

1996), tal como ocorreu com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) (UNDP, 2005).

Dessa maneira, a determinação de um índice de sustentabilidade implica na explicação

dos mecanismos e lógicas atuantes na área sob análise e na quantificação dos fenômenos mais

importantes que ocorrem no sistema. Através destes dois itens será possível conhecer como a

ação humana está afetando seu entorno; alertar sobre os riscos de sobrevivência humana e

animal; prever situações futuras; e guiar na tomada de melhores decisões políticas.

De acordo com Philippi Jr. et al. (2005), é possível propor uma distinção entre dados

primários, dados processados ou estatísticos, indicadores e índice. Dados primários são

aqueles obtidos através de monitoramento e pesquisa, que ao passarem por tratamentos que

visam à validação das informações coletadas e a realização de ajustes, conforme aspectos

climáticos e econômicos, transformam-se em estatísticos e descrevem fenômenos reais,

porém, geralmente necessitam de interpretação e explicação sobre os resultados. Já os

indicadores devem fornecer mensagens que não necessitam de maiores interpretações. E por

fim, os índices representam agregação de indicadores.

Segundo Siche et al. (2007), um índice representa um dado mais apurado proveniente

da agregação de um jogo de indicadores ou variáveis, que pode auxiliar na interpretação da

realidade de um sistema, ou seja, é um valor agregado final, oriundo de todo um procedimento

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de cálculo no qual se utilizam, inclusive, indicadores como variáveis que o compõem, de modo

que o resultado obtido possa servir como instrumento de tomada de decisão e previsão. O

principal objetivo de um índice é proporcionar informações compactas e objetivas para

contribuir com o gerenciamento e com políticas de desenvolvimento, de modo a permitir que

os decisores e o público possam entendê-los e relacioná-los (VIEIRA et al., 2009).

Considerando que foram apresentadas considerações acerca dos Indicadores e Índices

de Sustentabilidade, o tópico seguinte abordará as UANs.

2.4 Unidades de Alimentação e Nutrição

As UANs são unidades de trabalho que desempenham atividades relacionadas à

alimentação e nutrição com estrutura administrativa simples, porém de funcionamento

complexo (VEIROS, 2002). Essas unidades pertencem ao setor de alimentação coletiva, cuja

finalidade é administrar a produção de refeições nutricionalmente equilibradas, com adequado

padrão higiênico-sanitário para consumo fora do lar, visando a contribuir na manutenção ou

recuperação da saúde de coletividades e, ainda, auxiliar no desenvolvimento de hábitos

alimentares saudáveis (COLARES; FREITAS, 2007).

As UANs desempenham importante papel em termos de economia e de saúde pública,

uma vez que podem afetar o estado nutricional e o bem-estar da população por meio da

qualidade do alimento que produzem. Por isso, profissionais que atuam nelas devem se

preocupar não somente com a qualidade do alimento pronto, mas também com fatores que

possam interferir nesta qualidade, desde a escolha e o fornecimento de matéria-prima e

equipamentos, passando pelo armazenamento e finalizando com a produção e consumo

(AGUIAR, 2003).

Segundo Teixeira et al. (2004), o êxito no funcionamento de uma UAN está na

dependência da definição clara de seus objetivos, sua estrutura administrativa, suas instalações

físicas e recursos humanos e, sobretudo, da normatização de todas as operações

desenvolvidas, as quais devem estar respaldadas nos cinco elementos do processo

administrativo básico: previsão, organização, comando, coordenação e controle.

No contexto interno das UANs são desenvolvidas atividades que contemplam funções

técnicas, administrativas, comerciais, financeiras, contábeis, de segurança e aspectos

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relacionados à refeição, além do objetivo de satisfazer o comensal com o serviço oferecido.

Conforme Veiros (2002), essas atividades dependem do ambiente físico, do tipo, conveniência

e condições de higiene de instalações e equipamentos disponíveis e do contato pessoal entre

funcionários da UAN e os clientes nos mais diversos momentos. Por isso, necessita-se não

somente de pessoal qualificado para garantir a produção de refeições seguras, equilibradas e

saborosas, mas também de infraestrutura e recursos físicos adequados provenientes de fontes

confiáveis e seguras para que os custos de serviços com alimentação sejam reduzidos

(AGUIAR, 2003).

Compete ao nutricionista atuante em UANs responsabilizar-se pelo planejamento,

organização, supervisão, controle de produção, minimização de desperdícios e melhoria da

qualidade dos alimentos, ou seja, uma atribuição desse profissional refere-se à adoção de

estratégias de gerenciamento ambiental para minimizar impactos ambientais e maximizar a

produtividade. Portanto, uma das preocupações que se deve ter nas UANs é com o meio

ambiente, pois nessas unidades o processo de transformação da matéria-prima gera grande

quantidade de resíduos, tornando-se importante adotar práticas de trabalho que respeitem o

meio ambiente e que sejam práticas sustentáveis (SOUZA, 2008).

Em se tratando de Alimentação Institucional, no Brasil, essa área expandiu-se

consideravelmente a partir da criação da Lei nº. 6.321/76, regulamentada pelo Decreto n°

78.676, que criou o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), cujo objetivo era

promover a melhoria da situação nutricional do trabalhador e, consequentemente, de sua saúde.

Em contrapartida, as empresas que aderissem ao Programa teriam dedução de impostos.

Em relação às UANS em ambientes hospitalares, de acordo com o Inquérito Brasileiro

de Avaliação Nutricional Hospitalar (IBRANUTRI), aplicado em 1996, em hospitais da rede

pública do Brasil, grande parte dos pacientes (48,1%) apresentava algum grau de desnutrição

(CORREIA; CAIAFFA; WAITZBERG, 1998). Esse percentual pode ser explicado porque,

segundo Sousa et al. (2011), habitualmente os atendimentos aos enfermos acabam sendo

deficientes em virtude de avaliações incorretas do estado nutricional, inadequações proteicas e

calóricas, incoerências com a capacidade de ingestão alimentar. Além dos fatores citados, a

baixa ingestão da alimentação ofertada no ambiente hospitalar pode ser causada pela

enfermidade que acomete o paciente, falta de apetite, alterações do paladar, mudança de

hábitos, insatisfação com as preparações e estado emocional (SOUSA et al, 2011).

Culturalmente, a alimentação hospitalar é referenciada como insossa, mal preparada,

sem gosto, fria, servida cedo e restritiva (SOUSA et al., 2011). Essas crenças e tabus

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alimentares foram assuntos explorados extensivamente pelas ciências sociais, visto que tanto o

que se come quanto o que não se come expressam inúmeros significados. O ato de comer não

está relacionado apenas à nutrição. Comer abrange necessidades fisiobiológicas,

sobrevivência, sociabilidade, afetividade, saberes, preferências, gostos, aprendizagens,

obrigações, prazer. Fischler, em 1995, citou que o ato de alimentar implica também um valor

simbólico, tornando-o complexo e exigindo outro tipo de abordagem (GALISA, 2014).

Uma UAN Hospitalar deve oferecer, portanto, uma alimentação equilibrada, adequada

à prescrição dietética de cada cliente/paciente, respeitando suas preferências, bem como as

limitações impostas pelas doenças, além de se adequar à disponibilidade financeira e de

pessoal do serviço, já que o planejamento inadequado da UAN pode ocasionar superprodução

de alimentos e consequente desperdício (NONINO-BORGES et al., 2006).

Os alimentos passam por diversas etapas numa UAN: recebimento, estocagem à

temperatura ambiente, estocagem a frio, pré-preparo, preparo, espera para distribuição,

distribuição e descarte. Cada uma das etapas apresenta rotinas e ações específicas que

contribuem positiva ou negativamente para o resultado final do processo, de modo que

perigos e riscos quanto à segurança higiênico-sanitária são acrescentados ou reduzidos

dependendo da forma como são armazenados e manipulados. Além disso, perdas quantitativas

(desperdício) e de valor nutricional podem ocorrer devido ao manuseio inadequado, gerando

prejuízos financeiros e nutricionais ao final do processo.

Por conseguinte, os serviços de alimentação e nutrição hospitalares devem possuir

controle sobre todas as etapas do processo de produção que iniciam no contato com os

fornecedores e passa pelas etapas de limpeza, acondicionamento, pré-preparo, preparo e

distribuição das refeições. Torna-se necessário, ainda, pesquisar frequentemente a satisfação

dos pacientes servindo assim como indicador de bom serviço da UAN.

Em se tratando de sustentabilidade nas UANs, sabe-se que a sustentabilidade tem

despontado como um assunto atual e recorrente nas UANs, uma vez que o cenário mundial de

saúde e a convivência social caracterizam-se pela necessidade constante de conscientização

dos profissionais do ramo sobre seus deveres e possibilidades de contribuição à sociedade e ao

meio ambiente (SPINELLI, 2009).

Entretanto, o modelo econômico atual e a educação parecem estar contribuindo para

uma compreensão confusa e inadequada do conceito de sustentabilidade. Por conta disso, o

debate socioambiental desencadeou a preocupação com a sustentabilidade, a qual deve

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associar o desenvolvimento tecnológico com a preservação de recursos naturais (LEFF, 2010)

e com adoção de ações multi e interdisciplinares que contemplem as dimensões social,

econômica, ambiental, cultural, política e geoespacial, a fim de promover uma discussão

individual e coletiva sobre a problemática ambiental (LOUREIRO, 2011).

É importante refletir não somente sobre o ambiente, na perspectiva da

sustentabilidade, como também sobre a importância do profissional tecnicamente responsável

pelas atividades do Setor de Nutrição e Dietética (SND), já que o número crescente de UANs

para atender a demanda da sociedade atual referente à alimentação fora de casa exige uma

postura ambiental, profissional e ecológica que preserve recursos naturais e minimize danos

ambientais (COSTELLO; ABBAS et al., 2009; FRIEL; DANGOUR et al., 2009).

Para que a sustentabilidade seja aplicada nas UANs é necessário que o nutricionista,

tecnicamente responsável pela unidade, conheça seu papel e suas funções no que diz respeito

às atividades a serem executadas, tais como: ter um bom diálogo com os fornecedores sobre o

desenvolvimento sustentável, preferir o fornecimento racional de alimentos (embalagens

recicláveis, meios de transporte utilizados), dar preferência à sazonalidade para a elaboração

do cardápio, a equipamentos que consumam menos água e energia, além de desenvolver

programas de conscientização para os funcionários visando a evitar desperdícios

(BARTHICHOTO et al., 2013).

A produção de resíduos sólidos provenientes dessas unidades desde a produção até a

distribuição da refeição constitui-se outro fator preocupante, sobretudo por impactar

diretamente na qualidade de vida da sociedade, desencadeando a necessidade de interação

entre a gestão de resíduos e as rotinas operacionais dos serviços de alimentação. Diante disso,

o gerenciamento ambiental no segmento de alimentação institucional deve ser implementado

em todos os setores do serviço, ou seja, no recebimento, pré-preparo, cocção e distribuição das

refeições, haja vista que cada setor possui suas peculiaridades, sendo responsável pela geração

de diferentes tipos e quantidades de resíduos, tornando necessário caracterizar a geração de

resíduos em cada setor da UAN (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2011).

A Constituição Federal (CF), principal legislação que exerce papel norteador de

proteção ao meio ambiente, no artigo n° 225, descreve que os responsáveis por garantir essa

proteção são o Estado e a Sociedade (BRASIL, 2009).

A Lei n° 6.938/81 foi a primeira que estabeleceu definições, princípios e metas para a

preservação do meio ambiente, sendo que compete ao CONAMA (Conselho Nacional do

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Meio Ambiente) a responsabilidade de emitir resoluções sobre licenciamento de atividades

poluidoras (BRASIL, 1981).

Uma das mais importantes legislações brasileiras em vigência sobre sustentabilidade

ambiental é a Lei n° 12.305/10, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

O intuito da Lei é acabar com os lixões e colaborar com a inserção de trabalhadores catadores

de materiais reciclados, possibilitando melhorias nas condições sociais e econômicas desses

trabalhadores (BRASIL, 2010).

No segmento da alimentação coletiva, as legislações estão mais direcionadas ao

controle higiênicossanitário e pouco se destacam ações que contribuam para a sustentabilidade

ambiental na produção de refeições, mas permite ao profissional conhecer e aprimorar seus

processos de forma a atender a aplicação de práticas sustentáveis.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) criou uma das principais

regulamentações para o serviço de alimentação, a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC)

N° 216/2004, a qual descreve as operações que devem estar descritas no Manual de Boas

Práticas (BRASIL, 2004). O nutricionista pode adequá-lo para inserir práticas sustentáveis,

pois essa regulamentação apresenta informações sobre a manutenção periódica de

equipamentos, a necessidade de capacitação profissional e o manejo de resíduos.

A sustentabilidade ambiental no contexto da produção de refeições pode ser descrita

como práticas ecologicamente sustentáveis que objetivam amenizar o impacto ambiental por

meio do uso racional de recursos naturais, em reduzir a geração de resíduos, a aumentar a

reciclagem, estimular a utilização de alimentos agroecológicos, certificar empresas e executar

a rastreabilidade de matérias-primas, além de capacitar funcionários, fazer uso de tecnologias

ambientalmente mais adequadas e melhorar a implementação de políticas de proteção

ambiental (MARTINELLI, 2011).

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2.5 Etapas da Produção de Refeições

As etapas do processo de produção de refeições englobam o planejamento de

cardápios, aquisição de gêneros, armazenamento, pré-preparo, preparo e distribuição

(PROENÇA, 2000).

2.5.1 Planejamento de Cardápios

Segundo Philippi (2006), o cardápio é definido como uma lista de preparações

culinárias que compõem uma ou mais refeição(ões) de um dia ou de período determinado. O

cardápio é o instrumento rotineiro e essencial que inicia o processo de produção de refeições,

com objetivo de oferecer alimentos adequados de acordo com as necessidades de cada

clientela (ANSALONI, 1999; ORNELAS, 2007). A elaboração de cardápios é uma das

atribuições do nutricionista que atua na área de produção de refeições, conforme a Resolução

do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) N°380/2005.

Proporcionar saúde ao comensal está entre as funções das UANs e por meio do

cardápio sugerido é possível considerar as dimensões que podem ser percebidas pelo ser

humano, tais como as higiênicossanitárias, nutricionais, sensoriais e sustentáveis (PROENÇA

et al., 2005; VEIROS; PROENÇA, 2010).

Ao planejar um cardápio deve-se programar tecnicamente refeições; atender aos

hábitos alimentares dos comensais; adequar a combinação de alimentos de acordo com a

sazonalidade e ao mercado de abastecimento, além de facilitar a capacidade de produção da

UAN com o dimensionamento de recursos humanos (TEICHMANN, 2000; AKUTSU et al.,

2005; PROENÇA et al., 2005).

Para elaborar um cardápio sustentável, devem-se incluir preparações/alimentos

saudáveis, preferencialmente regionais e produzidos de forma ecologicamente corretos,

atentando-se com as qualidades nutricionais e sensoriais. Para isso é necessário definir e

executar as técnicas de preparo mais adequadas e garantir um local adequado para realizar a

refeição (VEIROS; PROENÇA, 2010).

O planejamento de cardápio sustentável pode promover a disseminação de uma dieta

sustentável, baseada em um sistema de produção e consumo de alimentos que requer uma

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menor utilização de recursos naturais e de baixo impacto ambiental, a fim de preservar a

diversidade da cultura tradicional, acessibilidade, garantir as necessidades nutricionais e a

segurança alimentar (FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED

NATIONS, 2012).

Para obter um cardápio ou uma dieta sustentável, segundo Wallen et al. (2004), a

relação entre alimentos e energia é importante, pois, segundo sua análise, alimentos como

batatas fritas, pão branco e sorvete são, geralmente, os mais apreciados pelas pessoas e para

sua produção, apresentam-se com baixo custo por quantidade de energia utilizada. Desta

forma, quanto maior a ingestão desses alimentos, mesmo não sendo considerado como

saudável, também não poderia ser considerado sustentável. O consumo de dietas com esses

tipos de alimentos pode levar à desnutrição e as deficiências, já que a ingestão excessiva de

energia e determinados nutrientes pode gerar sérios problemas de saúde. Assim, ressalta-se

que uma dieta ambientalmente sustentável pode ser definida por uma série de critérios, tais

como o uso da terra, gerenciamento de resíduos, emissões de gases do efeito estufa e da

diversidade biológica.

Para a previsão dos cardápios, devem ser considerados os cálculos da quantidade per

capita, de porções e Fator de Correção (FC) dos alimentos, sendo que estes dados devem estar

contidos na Ficha Técnica (FT) de cada preparação (PHILIPPI, 2006; ORNELLAS, 2007).

O uso dessas ferramentas associadas a informações sobre o perfil da clientela é

essencial para evitar o desperdício na produção de refeições. Estudo realizado com dezesseis

restaurantes paulistas determinou que aproximadamente 75% das unidades planejaram a

quantidade de produção de refeições baseados no número de comensais atendidos, e quase

40% dos estabelecimentos trabalharam o envolvimento da equipe a fim de controlar o volume

de sobras (POSPISCHEK, SPINELLI, MATIAS, 2014).

2.5.2 Aquisição de Gêneros Alimentícios

A aquisição de matérias-primas é a etapa em que são determinados os critérios de

escolha dos fornecedores, definição da periodicidade de entregas para a unidade,

planejamento das requisições e armazenamento das mercadorias (TEIXEIRA et al., 2006).

Esta etapa é importante devido ao poder de compras e decisão de uma UAN levando em

consideração o grande volume de produtos que podem ser adquiridos.

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Uma política de abastecimento eficaz deve envolver fornecedores capacitados,

prontamente capazes de atender à periodicidade de entrega de mercadorias da unidade a preços

justos e oferecer matéria-prima de qualidade (VAZ, 2006). Para tanto, a unidade deve

estabelecer padrões e normas que deverão ser atendidas conforme as especificações do

nutricionista e registrados a fim de se realizar avaliações do desempenho do fornecedor

(TEIXEIRA et al., 2006).

A RDC N°216/2004 determina que as UANs devem especificar os critérios para

avaliação e seleção dos fornecedores de matérias-primas, ingredientes e embalagens (BRASIL,

2004). Entretanto, para garantir matéria-prima de qualidade, deverão ser observados aspectos

relacionados à localização dos centros de abastecimento; facilidade de transporte das

mercadorias; disponibilidade financeira da empresa; características dos materiais de

embalagem; sazonalidade e espaço disponível para armazenamento dos materiais (KIMURA,

2003; TEIXEIRA et al., 2006).

O gestor da UAN deverá avaliar adequadamente os tipos de produtos a serem

adquiridos durante a compra, de acordo com as características de cada material constituinte e,

além disso, averiguar constantemente a possibilidade de implantar alternativas sustentáveis de

modo que não comprometa a segurança e higiene alimentar.

Devido ao aumento da demanda mundial por alimentos, por recursos hídricos e por

fontes de energia renovável, torna-se necessário ampliar os conhecimentos sobre diferentes

métodos de produção do sistema agrícola, a fim de torná-lo menos agressivo ao ambiente e

atender as práticas ambientalmente sustentáveis (RUVIARO et al., 2012).

A aquisição de alimentos orgânicos tem sido considerada uma boa alternativa

sustentável (SOUSA et al., 2012). Pesquisa realizada no Hospital Universitário da

Universidade Federal de Santa Catarina mostrou que a compra de alimentos orgânicos pode

ser vantajosa em relação à compra dos alimentos convencionais, não somente pelo valor

monetário, mas a qualidade que esses apresentam quando comparados aos cultivados pela

agricultura tradicional (HARDT et al., 2009).

A opção por alimentos produzidos de acordo com a sazonalidade e produzidos

localmente, também deve ser estimulada e fortalecida, pois garantem uma concentração

melhor do sabor e qualidade nutricional (frutas e legumes). Ainda, ao escolher os alimentos

que percorrem curtas distâncias limitam o uso de energia e transporte, facilita a venda direta

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dos agricultores aos consumidores por meio das cooperativas e organizações locais (FOOD

AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS, 2012).

O guia Sustainable Food Policy Project, descreve particularidades sobre a aquisição

de alimentos de maneira mais sustentável considerando também os fatores sociais e

ambientais, além de manter o cumprimento das exigências de custo e qualidade para

beneficiar a compra sustentável (SUSTAINABLE FOOD POLICY, 2007).

O material e a forma de embalagens das matérias-primas devem ser repensados pelo

nutricionista no momento da aquisição, lembrando que o seu descarte pode contribuir com

danos ao ambiente por serem depositados, geralmente, em aterros sanitários e desta forma

pode-se selecionar e optar por produtos que estejam acondicionados em recipientes reciclados

ou que possam conter uma quantidade maior por embalagem (CARNEIRO et al., 2012).

Uma maneira de adquirir as matérias-primas na UAN é por meio de licitação que

permita o atendimento das necessidades específicas do melhor produto/serviço, pelo menor

preço, melhor benefício para o ambiente e para a sociedade, sendo que estas considerações

devem ser determinadas pelo gestor. Esta modalidade de compras já é possível realizá-la de

forma sustentável (BIDERMAN et al., 2008; CARVALHO, 2009).

A licitação sustentável é também conhecida como compras públicas sustentáveis ou

ecoaquisição ou ainda compras verdes, a qual possibilita o máximo proveito do dinheiro

público (BIDERMAN et al., 2008). Conforme afirmou Carvalho (2009), as licitações

sustentáveis têm se tornado uma ação plausível, como os utilizados pelo programa de

alimentação escolar em todo o país, possibilitando o desenvolvimento sustentável regional,

assim como a busca da regionalização da alimentação, gerando emprego e renda no meio rural

pela aquisição de produtos da agricultura familiar. Em UAN, uma possível forma de compra

sustentável pode ser por meio do Programa de Aquisição de Alimentos na modalidade de

Compra Direta, o qual é destinado à aquisição de produtos da agricultura familiar adequando a

disponibilidade de produtos às necessidades de consumo e cumprindo um importante papel na

regulação de preços e no abastecimento local (BRASIL, 2010).

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2.5.3 Recebimento

As matérias-primas, os ingredientes e as embalagens devem ser submetidos à inspeção

e aprovados na recepção conforme os critérios estabelecidos nas legislações sanitárias dos

alimentos vigentes e nos padrões determinados. A partir desse processo, toda mercadoria

estará diretamente sob os cuidados da UAN (FONSECA, 2006). Por conta disso, Proença

(2000) descreve que qualquer imprevisto relacionado ao recebimento ou armazenamento dos

produtos pode afetar as demais tarefas diárias na unidade.

As práticas gerenciais no recebimento como conferir os pedidos de compra com o

recebido, integridade das embalagens, prazo de validade, características dos produtos, higiene

do fornecedor e de seu veículo auxiliam a minimizar possíveis desperdícios futuros (ABREU;

SPINELLI; PINTO, 2007).

É neste setor que as caixas dos fornecedores devem ser trocadas por caixas plásticas

próprias da UAN, sendo possível eliminar alimentos impróprios para o consumo por meio da

observação da cor e odores próprios, evitando problemas durante o processo de produção e na

distribuição das refeições (RIEKES, 2004; ABREU; SPINELLI; PINTO, 2007).

Os colaboradores devem estar orientados e conscientizados a realizar as tarefas de

higienização (área, equipamentos e caixas) de forma eficiente com menor gasto possível de

água e produtos de higienização. Sugere-se então fixar cartazes visíveis ao trabalhador com os

procedimentos padronizados de higienização visando economia de recursos (TEIXEIRA et

al., 2006; LUSTOSA, 2012).

Uma medida que deve ser implantada no recebimento de matérias-primas para UANs é

a coleta seletiva e reciclagem permanentes, entretanto é necessário trabalhar e estimular os

funcionários a incorporar essa tarefa na rotina diária de trabalho. Nesta etapa também devem

ser conferidas as temperaturas dos produtos que possuem condições especiais de conservação

e mantidos em equipamentos específicos de refrigeração e congelamento (BRASIL, 2004).

2.5.4 Armazenamento

A área destinada ao armazenamento é indicada para os gêneros alimentares e não

alimentares, os prontos ou in natura, armazenados em refrigeração, congelamento ou em

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conservação de temperatura em pass through, e deve seguir os limites estabelecidos de

temperaturas da legislação (ABREU, SPINELLI e PINTO, 2007).

Apresentam-se como causas do desperdício nessa etapa a falta de organização dos

espaços (estrados, prateleiras, monoblocos); produtos sem identificação ou com identificação

incompleta gerando dúvidas quanto ao prazo de validade; ausência de limpeza; produtos

vencidos; presença de insetos e roedores e a manutenção insuficiente das temperaturas dos

equipamentos (BRADACZ, 2003).

Este desperdício pode ser controlado pela implantação e controle das fichas de estoque,

as quais objetivam melhorar o fluxo de entrada e saída de mercadorias. É comum as UANs

utilizarem softwares para auxiliar a monitorar o estoque e calcular os itens com maior precisão

das próximas compras. Segundo Proença (2010), é necessário que sejam realizados mais

estudos sobre a utilização de programas computadorizados no processo de produção de

refeições, a fim de avaliar sua eficácia. Manter o local organizado e limpo permite melhor

visualização de possíveis infestações de pragas e roedores e facilita a manutenção dos

produtos em ordem nas prateleiras e estrados segundo as regras do PVPS (primeiro a vencer,

primeiro a sair), cuja indicação é deixar os alimentos que vencerão primeiro na frente dos

demais e assim serem destinados inicialmente ao uso (BRADACZ, 2003).

Segundo Mezomo (1985), um bom gerenciamento de estoque permite o adequado

fluxo de entrada e saída de mercadorias, minimizando custos e evitando a reposição em

excesso dos materiais. Logo, garantir o monitoramento do estoque permite que as novas

compras sejam utilizadas em tempo hábil de não serem descartadas.

2.5.5 Pré-Preparo

O pré-preparo de alimentos consiste em operações de limpeza, divisão ou mistura, para

serem consumidos crus ou submetidos à cocção, ou seja, a transformação da matéria-prima

para a cocção ou mesmo armazená-la de forma mais higiênica ou prática e facilitar a utilização

posterior. Essas modificações podem ser a higienização, o dessalgue, o porcionamento em

unidades menores, a adição de ingredientes, além de processos de descongelamento e

congelamento (BRASIL, 2004; PHILIPPI, 2006).

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O desperdício nesse setor pode ser proveniente da quantidade per capita dos alimentos

a serem pré-preparados, sem o estabelecimento preciso do fator de correção; despadronização

dos processos de limpeza; equipamentos e utensílios desregulados; uso irracional da água e

energia elétrica e falta de treinamento dos manipuladores (BRADACZ, 2003).

Akutsu et al. (2005) reforçaram a necessidade das UANs em utilizar ferramentas que

auxiliam no processo de produção de refeições, como a FTP, a qual possui indicadores

como a quantidade per capita, fator de correção e de cocção dos alimentos, composição

centesimal em macro e micronutrientes da preparação, rendimento e número de porções das

preparações.

Um dos principais indicadores de desperdício em UAN, o FC é definido como a

relação entre o peso do alimento bruto (cascas, talos, sementes) e o peso do alimento líquido

após o processo de limpeza. Fatores que influenciam a variação dos FC: modo de manipular, o

funcionário, os utensílios e equipamentos utilizados no processamento, a qualidade, grau de

amadurecimento e a safra dos alimentos (PHILIPPI, 2006; ORNELLAS, 2007). A quantidade

per capita dos alimentos deve ser elaborada de acordo com cada tipo de produto e conforme a

realidade da unidade e possibilitar uma melhor orientação na previsão de compras

(TEIXEIRA et al., 2006).

No processo de higienização das frutas e hortaliças, a água é o recurso mais utilizado

e, de acordo com a RDC N° 216/2004, esse processo exige que os folhosos sejam limpos em

água corrente, submetidos em seguida à imersão em solução clorada e novamente submetidos

à água corrente para retirar os resíduos de cloro (BRASIL, 2004). Neste processo, deve haver

o monitoramento do consumo de água pelos profissionais envolvidos.

Para a produção de refeições, no Brasil, tem-se uma estimativa de consumo de 25 litros

água fria por refeição, enquanto o consumo de água quente por refeição é próximo de 12 litros

(ILHA; GONÇALVES, 1994). Lustosa et al. (2011) avaliaram por três meses o consumo de

água no setor de pré-preparo de uma UAN do Rio de Janeiro com 1500 refeições/dia. O

consumo de água foi de aproximadamente 26 L/refeição. Apesar de estar compatível com a

literatura, o gestor optou por substituir os alimentos in natura pelos minimamente

processados, visando a reduzir o consumo de água, da mão de obra, do tempo e da energia.

Estudo realizado por Martinelli et al. (2012) verificou que ao descongelar carnes

embaladas a vácuo e sob água corrente, em uma UAN de Florianópolis, foi constatado um

consumo de água superior a 14 L/refeição. Apesar de a RDC N° 216/2004 permitir que o

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descongelamento de alimentos seja realizado em água corrente, observa-se que atualmente

esta prática não deve ser mais aceita, devido ao grande desperdício de água e

comprometimento das características sensoriais dos alimentos (BRASIL, 2004; PROENÇA et

al., 2005).

A realização segura do descongelamento envolve o uso de câmaras ou geladeiras a

4ºC; uso de forno de convecção ou micro-ondas; e imersão em água com temperatura inferior a

21ºC por quatro horas, com posterior manutenção em temperatura ambiente, em local

controlado e sem contaminação (SILVA JÚNIOR, 2006; SÃO PAULO, 2013).

Em relação à perda de alimentos em UANs, pesquisa realizada em Fortaleza, indicou

que houve desperdício de 203 kg durante o armazenamento e o pré-preparo, de um total de

642 kg de frutas e hortaliças recebidas. Os autores constataram que as perdas estavam

relacionadas à temperatura e ao tempo de armazenamento (RICARTE et al., 2008).

Para Engstrom e Carlsson-Kanyama (2004), os alimentos produzidos, mas não

utilizados por algum motivo, significam uma inadequada gestão dos recursos. Estudo

realizado em quatro UANs na Suécia identificou que o descarte estava entre 5 a 26% do total

dos vegetais que foram adquiridos.

2.5.6 Preparo

Etapa que compreende as operações de cozinhar os alimentos por meio da energia

térmica. Frequentemente se utiliza a cocção para possibilitar o consumo de alimentos

(PHILIPPI, 2006).

Nessa etapa, o desperdício está relacionado, dentre outros motivos, à produção superior

às necessidades da unidade, devido à falta de padronização das quantidades per capitas das

receitas e ausência de controle diário do número de comensais (BRADACZ, 2003;

SPINELLI; CALE, 2009; CÔRREA; LANGE, 2011).

Pospischek, Spinelli e Matias (2014) observaram em seu estudo que 62,5% dos 16

estabelecimentos avaliados aproveitaram ao máximo as matérias-primas, utilizando talos,

cascas de vegetais, entre outros, pois a utilização das partes consideradas inaproveitadas por

muitos consumidores incluem-se como ações de sustentabilidade, ou seja, o aproveitamento

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integral dos alimentos, reduzindo a poluição ambiental. Esses materiais foram incluídos em

outras preparações, molhos, bolinhos, chá e sobremesas.

2.5.7 Distribuição

A distribuição de refeições pode ser dividida, conforme Silva Filho (1996) e Teixeira

(2006) em convencional, quando a refeição é colocada em bandeja estampada, separada por

porções para dispor os alimentos, e devem ser distribuídos por um funcionário do restaurante;

Autosserviço (self service): sistema pelo qual o próprio cliente escolhe seus alimentos

diretamente no prato com a quantidade desejada ou pela distribuição de alimentos feita em

máquinas com troca de moeda pelo produto escolhido; Misto: união entre os serviços

convencional e autosserviço. Utiliza prato para sobremesa, bandeja lisa, prato de mesa,

cumbuca ou travessa e talheres; e Bufê por peso: permite atendimento rápido ao comensal, já

que ele pode escolher sua refeição entre uma diversidade de opções de maneira rápida, prática

e pagar de acordo com o peso que foi colocado no prato (MAGNEÉ, 1996).

Em relação ao desperdício encontrado nesta etapa, parte dos alimentos descartados

pode ser mensurada pelo método de resto- ingestão. Segundo Vaz (2006), as sobras são

alimentos produzidos e não distribuídos, sendo considerado aceitável em UAN um índice de

até 3% da produção ou de 7 a 25g por pessoa. Resto é a quantidade de alimentos devolvida no

prato pelo comensal. Neste caso, um índice de 10% de resto ingestão é considerado aceitável.

Fatores inerentes a esse desequilíbrio podem ser pelo tamanho dos utensílios

utilizados, que pode induzir os clientes a se servirem de uma quantidade maior que a

possibilidade de consumo e, consequentemente gerar restos (ABREU; SPINELLI; PINTO,

2007). Hirschbruch (1998) descreveu que o controle de restos é mais difícil de ser mensurado,

do que o controle de sobras, pois envolve a relação entre o comensal e o alimento.

A legislação sanitária de alimentos do estado de São Paulo, Portaria CVS Nº 5, de 09 de

abril de 2013, art. 51, permite a reutilização de alimentos e sobras destinados para doação

gratuita, manipuladas durante as etapas da produção. Entretanto, deve-se garantir o

monitoramento das boas práticas de todo processo. É ainda ressaltado que não se permite doar

os restos dos pratos dos consumidores, cuidados estes que são adotados a fim de evitar surtos

de doenças decorrentes de alimentos sem conservação adequada.

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2.6 Políticas Públicas de Alimentação e Nutrição no Brasil

Em um contexto mundial no qual a alimentação é a causa de impactos

socioambientais, alta prevalência de obesidade e desnutrição, onde tanto a falta de acesso ao

alimento quanto à inadequação de sua qualidade ou consumo são fatos preocupantes, o

governo brasileiro e organizações da sociedade civil vêm trabalhando com progressiva

focalização nesta problemática.

Com a proposta de erradicar a fome no país e melhorar a qualidade da alimentação do

brasileiro, políticas públicas têm sido criadas com caráter predominantemente assistencial: as

ações centrais são direcionadas a programas de renda mínima, programas de saúde educativos

(cartilhas de orientação) ou à distribuição direta de gêneros alimentícios (cestas básicas) que

tratam na maior parte das vezes a questão alimentar de forma remediadora, pontual e

descontínua.

O problema da falta de alimentos já chamava a atenção dos governantes desde o Brasil

Colonial. No século XVI, surgiu a preocupação com as culturas alimentares de monoculturas

para exportação. Em decorrência dos flagelos da administração colonial, faltavam braços para

cultivar a terra e havia mais bocas para alimentar nas cidades. Passados séculos de ocupação

europeia no Brasil, o início do século XX representou um marco nos problemas de

alimentação, a escassez gerada pelos embarques de alimentos para o abastecimento das nações

europeias em guerra é o estopim para a deflagração de manifestações e a primeira greve geral

operária de nossa história (BELIK, 2003).

Já na década de 1930, intervenções do governo Vargas foram estabelecidas em busca

de equilíbrio interno e externo de abastecimento. Por meio da Comissão de Abastecimento

criada no Estado Novo, buscava-se regular a produção de alimentos a fim de segurar a alta dos

preços. Tal comissão deixou algumas iniciativas importantes, como instrumentos de incentivo

e apoio à produção agrícola e a construção de restaurantes populares. Contudo, os preços dos

alimentos continuaram a se elevar e a moeda nacional a se desvalorizar (BELIK, 2003).

Nos anos seguintes, a questão da fome passou a receber maior atenção por parte dos

governantes. Naquela época o Brasil se envolveu em compromissos internacionais na

Conferência de Hot Springs (1943), ocasião na qual foram lançadas as bases para a criação da

Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), criada em 1945. O

brasileiro Josué de Castro tornou-se mundialmente conhecido a partir da publicação do seu

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livro intitulado Geografia da Fome, tornando mais evidentes as necessidades de mudanças nas

estruturas políticas, econômicas e sociais para a erradicação da fome.

No Brasil, durante a década de 1950, ao invés de reforma agrária, enfatizou-se a

distribuição de produtos alimentícios. Daí a criação de mecanismos de abastecimento e

comercialização, reduzindo os preços e instituindo uma extensa rede de varejistas e centrais de

abastecimento.

De 1970 a 1980 as mudanças foram direcionadas, prioritariamente, para a produção

agrícola, resultando um crescimento significativo, porém com créditos rurais subsidiados e

voltados para a exportação, gerando preços elevados e inflação. Nesta fase, a industrialização

desencadeou um aumento do consumo alimentar fora do ambiente domiciliar em decorrência

do mercado de trabalho, ocasionando mudanças de hábitos devido a uma redução do consumo

de produtos agrícolas in natura.

No final da década de 1980 aconteceram desmontes de estruturas antigas e o

surgimento das políticas de assistência direta à população carente. Em 1986, o governo Sarney

lançou o Programa Nacional do Leite para Crianças Carentes, a primeira implementação de

políticas traçadas de baixo para cima. Contudo, não há informações de que as metas do

programa tenham sido atingidas. Nos anos subsequentes, houve um esvaziamento das

despesas de governo destinadas a créditos agrícolas, preços mínimos e estoques reguladores,

ocorrendo também redução de gastos com programas de combate à fome (BELIK, 2003).

Entretanto, avanços políticos foram traçados na década de 1980 em relação ao tema da

alimentação. Registrou-se, no âmbito governamental, a primeira referência à expressão

segurança alimentar e, no Ministério da Agricultura, foi elaborada uma proposta de Política

Nacional de Segurança Alimentar (PNSA) para atender necessidades alimentares da população

e atingir a autossuficiência nacional da produção de alimentos.

O Ministério da Saúde, por intermédio do Instituto Nacional de Alimentação e

Nutrição (INAN), convocou a I Conferência Nacional de Alimentação e Nutrição, a partir da

qual o conceito de segurança alimentar foi ampliado e incorporado às esferas da produção

agrícola e abastecimento, às dimensões do acesso aos alimentos, das carências nutricionais e

da qualidade dos bens alimentares. Naquele momento enfatizou-se não somente o acesso à

alimentação, mas a adequada nutrição que os alimentos devem fornecer.

A partir da década de 1990 os problemas de abastecimento passaram a ser combatidos,

supostamente, mediante a desregulamentação do mercado, na esperança de que o crescimento

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econômico pudesse proporcionar renda, emancipar as famílias pobres e fazendo que

alcançassem cidadania (SILVA; TAKAGI, 2003). No entanto, segundo Valente (2002), a

novidade positiva no período foi a iniciativa de utilização de estoques públicos para

Programas de Alimentação, que deu origem ao programa de distribuição de cestas básicas

para a população atingida pela seca no Nordeste, em 1990.

A campanha nacional Ação da Cidadania Contra a Fome e pela Vida, iniciada em

1992, comandada pelo sociólogo Betinho, que por sua vez tinha Josué de Castro como mestre,

mobilizou significativamente a sociedade brasileira para a erradicação da fome, promovendo

várias campanhas de distribuição de alimentos e combate às carências sociais. Contudo, o país

ainda se ressentia da falta de um projeto integrado e com recursos para atender este objetivo.

Em 1993, a dimensão do problema foi evidenciada por pesquisa do Instituto de Pesquisa

Econômica e Aplicada (IPEA), o Mapa da Fome, a qual apontou para 32 milhões de brasileiros

sem renda suficiente para se alimentar. No contexto do Movimento pela Ética na Política e da

forte mobilização da sociedade civil e partidos políticos em torno do tema da fome, foi

elaborada e apresentada ao governo federal uma PNSA.

Para coordenar estas políticas foi criado o Conselho Nacional de Segurança Alimentar

e Nutricional (CONSEA), integrado por oito ministros e vinte e um representantes da

sociedade civil. Entre suas principais contribuições, o CONSEA gerou melhorias dos

programas institucionais de alimentação e nutrição, descentralização da alimentação escolar,

ampliação e divulgação do PAT, implementação de programa de combate à desnutrição

infantil e continuidade do Programa de Distribuição Emergencial de Alimentos (PRODEA),

programa que consistia na distribuição de estoques públicos de alimentos a populações

carentes ou vítimas da seca.

Em parceria do Governo com a Ação da Cidadania, organizou-se, em julho de 1994, a I

Conferência Nacional de Segurança Alimentar (CNSA). De maneira relevante, o conceito de

segurança alimentar e nutricional foi consolidado ao longo desse processo, sendo determinado

como a garantia, a todos, das condições de acesso a alimentos seguros e de qualidade, em

quantidade suficiente e de modo permanente, sem comprometer o acesso a outras necessidades

essenciais e com base em práticas alimentares saudáveis.

O CONSEA foi substituído no governo de Fernando Henrique Cardoso pelo Conselho

da Comunidade Solidária, com a estratégia de enfrentar a fome e a pobreza, no âmbito de um

plano de estabilização monetária e a partir de um conjunto de ações articuladas entre Estado e

sociedade civil. Dentre os consensos de uma ampla consulta de atores sociais governamentais

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e não governamentais, definiu-se que a segurança alimentar e nutricional deveria exigir que o

sistema agroalimentar fosse sustentável, que fossem estimuladas linhas de pesquisa capazes de

articular incrementos de produtividade e de redução de desperdícios com o aperfeiçoamento

do manejo de recursos naturais, respeitando o conhecimento local e estimulando o

aproveitamento e preservação da biodiversidade.

Por mais que tenha participado de um processo importante para o estabelecimento de

consensos em torno de uma agenda mínima de prioridades, medidas, instrumentos e

procedimentos relativos à segurança alimentar e nutricional, o Conselho Comunidade

Solidária teve característica predominantemente de articulação e consulta, mais do que de

execução. À Comunidade Solidária coube a missão de induzir experiências de

desenvolvimento local integrado e sustentável, por intermédio da Comunidade Ativa, e de

promover iniciativas inovadoras de parcerias entre Estado e sociedade.

Devido à mudança de governo, ocorreu a fragmentação das políticas públicas de

combate à fome resultando, por exemplo, na extinção do INAN. No final de 2000, foi cortada

a verba do orçamento de 2001 para o PRODEA, acabando com a distribuição de cestas

básicas. A justificativa oficial foi que o caráter assistencial do programa não contribuía,

segundo o governo, para o combate à pobreza no país. Contudo, nas políticas da área de

saúde, o Ministério da Saúde, em 1999, aprovou a Política Nacional de Alimentação e

Nutrição (PNAN), na qual o principal programa para o combate à fome foi o de Incentivo do

Combate às Carências Nutricionais (ICCN), com o fornecimento de leite e óleo de soja para

populações em risco nutricional.

Segundo dados do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), as ações de

combate às carências nutricionais na infância (desnutrição proteico- energética e deficiências

de ferro, vitamina A e iodo) reduziram em 15% entre abril de 1999 e maio de 2000, enquanto a

tendência histórica vinha sendo de 5%. A partir de 2001, o governo federal planejou substituir

progressivamente o ICCN por programas de renda mínima.

Em suma, podem ser identificadas duas tendências nesta fase das políticas de combate

à fome do governo federal: a primeira foi a redução de políticas universais e sua substituição

por políticas localizadas geridas pelos próprios municípios e voltadas para área social em geral.

A segunda foi a substituição de programas baseados na distribuição de alimentos (como cestas

básicas e leite) por programas de renda mínima.

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Embora tenha havido uma mudança no diagnóstico e nas políticas prescritas, o

problema da vulnerabilidade à fome permanece neste início de século XXI tão ou mais grave

do que antes. As últimas estatísticas têm mostrado não a diminuição contínua dos níveis de

pobreza e indigência, mas uma manutenção dos níveis a partir de 1995, e até mesmo aumento

em 1999 (SILVA; TAKAGI, 2003).

Com relação ao aspecto nutricional, as mudanças registradas nas últimas décadas

caracterizam um processo de transição epidemiológica configurado pelo espaço crescente

ocupado por produtos industrializados no cardápio das famílias, inclusive as de baixa renda.

Houve um declínio significativo no nanismo nutricional (déficit na relação altura/idade) e um

aumento expressivo na prevalência de sobrepeso/obesidade nas populações adultas, passando a

representar uma tendência epidêmica em todos os espaços geográficos e estratos

socioeconômicos.

Desta forma, ao longo de mais de 50 anos desde a importante publicação de Geografia

da Fome, o quadro de desigualdades sociais, econômicas e regionais tem se mantido. Por meio

de qualquer estudo ou metodologia usada no estabelecimento de índices epidemiológicos de

doenças relacionadas à alimentação ou à sua escassez, depara-se com milhões de brasileiros

vitimados pela fome ou pela obesidade.

Soluções foram também conhecidas e sistematizadas na PNAN e pelo Programa Fome

Zero, que advoga forte intervenção do Estado para o enfrentamento do problema. Nas

propostas de política estrutural contra a fome, o governo federal prevê um positivo impacto

com a implantação da reforma agrária, o fortalecimento da agricultura familiar e a adoção de

programas de renda mínima. Políticas específicas mantêm mecanismos de distribuição direta e

indireta de alimentos, a exemplo da ampliação do Programa de Alimentação do Trabalhador

(PAT) e do Programa Nacional de Alimentação do Escolar (PNAE), além de ações educativas

e de controle de qualidade dos alimentos.

Assim, pelo fato de o governo federal anunciar a segurança alimentar e nutricional

como uma das principais prioridades nacionais, abrem-se perspectivas para maiores esforços

na resolução do problema. A implementação das diretrizes da PNAN e ações de caráter

intersetoriais precisam ser ativadas de maneira que os projetos voltados para a alimentação

coletiva sejam devidamente estruturados desde o cultivo alimentar até sua distribuição,

visando à melhoria da condição alimentar e nutricional no Brasil.

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Quadro 1 - Cronologia das Políticas e Programas de Alimentação e Nutrição no Brasil.

PERÍODO ESPECIFICAÇÃO

Déc. 1930 Surgimento da Comissão de Abastecimento de Alimentos

1945 Criação da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação

1955 Criação do Programa Nacional de Alimentação Escolar

1972 Criação do Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN)

1976 Criação do Programa de Alimentação do Trabalhador

Déc. 1980 Política Nacional de Segurança Alimentar

1986 Realização da I Conferência Nacional de Alimentação e Nutrição

1986 Surgimento do Programa Nacional de Leite para Crianças Carentes

1990 Surgimento do Programa de Distribuição de Cestas Básicas

1992 Início da Campanha Nacional Ação da Cidadania Contra a Fome e pela Vida

1993 Apresentação do Mapa da Fome 1993 Criação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) 1993 Criação da Política Nacional de Segurança Alimentar

1993 Ampliação e divulgação do PAT

1993 Implementação do Programa de Combate à Desnutrição Infantil 1993 Fortalecimento e continuidade do Programa de Distribuição Emergencial de Alimentos

1994 Realização da I Conferência Nacional de Segurança Alimentar

1997 Extinção do INAN e do CONSEA

1999 Criação da Política Nacional de Alimentação e Nutrição

1999 Incentivo ao Combate às Carências Nutricionais

2000 Fim da distribuição de cestas básicas pelo PRODEA

2004 Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA

Fonte: Elaborada por Ítalo E. R. dos Santos, 2019.

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3 METODOLOGIA

3.1 Delimitação e Caracterização da Área de Estudo

O estudo foi realizado nas dependências das UANs dos hospitais públicos do Estado de

Sergipe. Em consulta ao banco de dados do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde

(CNES), a rede hospitalar pública do Estado de Sergipe é constituída por vinte e sete hospitais,

sendo dois federais, doze estaduais e treze municipais. Todavia, a amostra para este estudo

contemplou quatorze estabelecimentos hospitalares, sendo dois federais e os demais estaduais,

conforme figura 01 a seguir.

Figura 1 - Hospitais Regionais de Sergipe - 2018

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3.2 Caracterização da Pesquisa

A pesquisa, quanto aos objetivos, foi do tipo exploratória, descritiva e explicativa. A

pesquisa exploratória tem a finalidade de proporcionar maior familiaridade com o problema,

visando a esclarecer, desenvolver e modificar conceitos e ideias e proporcionar visão geral

acerca de determinado fato. Será também descritiva, porque intenciona descrever as

características de um dado fenômeno. Por fim, será explicativa por tentar identificar os fatores

que determinam ou contribuem para a ocorrência de um fato, visando ao aprofundamento do

conhecimento da realidade (GIL, 2010).

Quanto aos procedimentos, a pesquisa foi bibliográfica e de campo. Bibliográfica

porque partiu do levantamento de referências teóricas já analisadas e publicadas

cientificamente; e de campo por ter se caracterizado por uma investigação cuja coleta de dados

foi realizada junto a pessoas (GIL, 2010).

3.3 Métodos e Técnicas

A coleta dos dados realizou-se a partir do preenchimento do Questionário de pesquisa

(Apêndice C), adaptado de Martins (2014), o qual foi previamente testado e validado antes de

ser entregue aos Nutricionistas responsáveis pelos SND das UANs hospitalares que integraram

a pesquisa. O referido instrumento compõe-se de perguntas abertas e fechadas cujas respostas

foram dadas após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),

conforme Apêndice A.

As perguntas que integraram o instrumento referiram-se a: características gerais das

UANs (cidade em que está localizada a UAN, número de refeições produzidas, forma de

distribuição das refeições, forma de gerenciamento, frequência de funcionamento da UAN e

número de funcionários); características gerais dos equipamentos e instalações das UANs

(equipamentos, torneiras, iluminação e ventilação); características gerais das práticas de

sustentabilidade ambiental nas UANs (gestão ambiental, treinamento sobre práticas

sustentáveis ambientalmente, recursos hídricos e energéticos e gerenciamento dos resíduos); e

características específicas de sustentabilidade ambiental nas etapas de produção das

refeições nas UANs (planejamento de cardápios, aquisição, recebimento, armazenamento,

pré- preparo, preparo e distribuição).

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Em se tratando da aplicabilidade de políticas públicas na área de Alimentação

Coletiva, fez-se uma comparação entre o que as políticas propõem e sua efetiva aplicação nas

UANs dos hospitais, a partir das respostas obtidas no instrumento de coleta de dados.

Por fim, para determinar o índice de sustentabilidade e monitorar os padrões de

sustentabilidade, realizou-se a caracterização espacial da área, com levantamento de dados que

representam a coleção de indicadores medidos e quantificados a partir da elaboração de

gráficos tipos radares, os quais são uma alternativa à proposta de Calorio (1997), porém

adaptada por Omar (2001).

Para o presente estudo as variáveis que subsidiaram a elaboração dos indicadores

foram assim definidas: Características gerais das UANs coletivas; Características dos

equipamentos e instalações das UANs coletivas; Características gerais das práticas de

sustentabilidade ambiental das UANs coletivas; e Características específicas de

sustentabilidade ambiental no processo de produção das refeições das UANs coletivas. E os

indicadores empregados para cada uma das variáveis supracitadas encontram-se apresentados

no quadro a seguir.

Quadro 2 - Distribuição das Variáveis e Indicadores de Pesquisa.

INIDCADORES VARIÁVEL

Características gerais das UANs

coletivas

Nome da cidade e região do estado onde está

localizada a UAN; número de refeições produzidas

por dia; forma de distribuição das refeições; estilo de

gerenciamento, frequência de funcionamento e

número de trabalhadores da UAN.

Características dos equipamentos e

instalações das UANs coletivas

Equipamentos utilizados na preparação das refeições;

manutenções dos equipamentos das UANs; formas de

acionamento das torneiras da UANs; tipos de

lâmpadas utilizadas nas UANs; utilização ou não de ar

condicionado na área de produção.

Características gerais das práticas de sustentabilidade

ambiental das UANs coletivas

Existência ou não de programa de gestão ambiental ou

de alguma certificação ambiental da empresa e da

UAN; existência ou não de treinamento direcionado à

equipe de trabalho da UAN e focado na

sustentabilidade ambiental; existência ou não de fonte

alternativa de energia; existência ou não e programa de

controle de desperdício de água e energia; gestão de

resíduos (orgânicos, recicláveis, frituras de óleos).

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Características específicas de sustentabilidade

ambiental no processo de produção das refeições das

UANs coletivas

Uso de alimentos regionais, da Ficha Técnica e

considerando a sazonalidade dos alimentos; critérios

para escolha dos fornecedores e dos alimentos,

incluindo orgânicos, agroecológicos ou provenientes

da agricultura familiar; forma e frequência do

recebimento de carnes, frutas e vegetais; forma de

armazenamento de carnes, frutas e vegetais; processo

de descongelamento; controle das quantidades per

capita de alimentos; uso e tipos de frutas e vegetais

minimamente processados; técnicas de cocção

utilizadas; gestão do índice de resto-ingesta e das

sobras.

Fonte: Adaptado de Martins (2014)

Para avaliar o índice de sustentabilidade, considerando os indicadores apresentados,

Calorio (1997) recomenda os seguintes passos:

1º passo: Transformação dos valores dos indicadores: visa padronizar os valores

dos indicadores para Vpn, conforme descrito abaixo, eliminando os efeitos de escala e de

unidade de medida, uma vez que representam indicadores diferentes, o que assegura que cada

um deles tenha o mesmo peso relativo na determinação do índice (DOUGLAS, 1990;

TORRES, 1990):

𝒗𝒑𝒏 = 𝟓 + (𝒙𝒏 − 𝒙 )

𝑺

Onde: 𝐯𝐩𝐧 = valor do indicador padronizado n; 𝐱𝐧 = valor original do indicador n; �̅� =

valor médio de todos os indicadores; 𝐒 = desvio-padrão para todos os indicadores; e 5 =

constante acrescentada por Calorio (1997).

2º passo: Obtenção do ângulo formado entre dois indicadores adjacentes:

𝜶 = 𝟑𝟔𝟎

𝑵 𝑿

𝝅

𝟏𝟖𝟎

Onde: α = ângulo formado entre dois indicadores, em radianos; N = número total de

indicadores; π /180 = fator de transformação de graus em radianos, se a rotina para cálculo do

cosseno no passo seguinte o exigir.

3º passo: Cálculo da área de cada triângulo identificado no gráfico (Sn), a partir do

valor padronizado de dois indicadores adjacentes e do ângulo definido no 2º passo.

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a) Obtenção do lado desconhecido do triângulo:

𝒅𝒏 = √(𝒗𝒑𝒏)𝟐 + (𝒗𝒑𝒏+𝟏)𝟐 − 𝟐 × (𝒗𝒑𝒏 × 𝒗𝒑𝒏+𝟏) × 𝐜𝐨𝐬 𝜶

Onde: dn = lado desconhecido do triângulo; vpn e vpn+1 = valores padronizados dos

indicadores n e n+1; α = ângulo formado entre dois indicadores.

b) Cálculo do semiperímetro do triângulo:

Pn = vpn + vpn+1+ dn

2

Onde: Pn = semiperímetro do triângulo n; Vpn, vpn+1 e dn = lados do triângulo.

c) Cálculo da área do triângulo:

Sn = Pn ( Pn - vpn ) x ( Pn – vpn + 1 ) x ( Pn - dn)

d) Cálculo do Índice de Sustentabilidade

IS = ∑N Sn

n=1

Assim sendo, calculado o índice, será gerado o gráfico tipo Radar, conforme figura 2.

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Figura 2 - Gráfico tipo radar utilizado para gerar um índice de sustentabilidade (IS).

Fonte: Omar (2001)

3.4 Critérios de Inclusão e Exclusão

O critério de inclusão restringiu-se às UANs de hospitais públicos das esferas federal e

estadual localizados no Estado de Sergipe e gerenciadas por algum Nutricionista como Responsável

Técnico. As UANs escolares, comerciais, lanchonetes, bares e hospitais públicos municipais

foram excluídos da pesquisa, pois em muitos casos essas unidades não possuem um

Nutricionista que seja Responsável Técnico e acompanhe integralmente a produção das

refeições.

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4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

4.1 Análise Qualitativa

A pesquisa foi realizada com os Nutricionistas responsáveis pela gestão das 14

(quatorze) UANs localizadas nos hospitais públicos sergipanos visando a conhecer as práticas

sustentáveis empregadas nessas unidades. Desse total, quatro localizam-se em Aracaju, capital

do Estado de Sergipe, e as demais distribuídas pelos hospitais estaduais dos municípios de

Boquim, Capela, Estância, Itabaiana, Lagarto, Neópolis, Nossa Senhora da Glória, Nossa

Senhora do Socorro, Propriá e Tobias Barreto. A maioria (93%) das unidades está inserida em

hospitais cuja administração é estadual. 50% das unidades são gerenciadas por Nutricionistas

que possuem mais de três anos de atuação na área de Alimentação Coletiva, funcionam

diuturnamente ao longo dos sete dias da semana, e o gerenciamento das refeições é por

empresas terceirizadas nas quais os respectivos manipuladores de alimentos das unidades

distribuem as refeições de maneira porcionada.

A maioria (64%) das UANs deixa com seus próprios nutricionistas a responsabilidade

pelo planejamento dos cardápios, enquanto as demais já possuem cardápios definidos por um

órgão centralizado da empresa. Essa responsabilidade atribuída ao Nutricionista da UAN é

ideal, uma vez que o profissional conhece o perfil regional dos alimentos e o perfil dos

comensais, adaptando a elaboração do cardápio às características regionais. Em relação a esse

aspecto constatou-se que as unidades fazem uso de alimentos regionais e consideram a

sazonalidade dos alimentos durante a elaboração do cardápio e o preparo das refeições.

A opção pelo uso de alimentos sazonais de produção local deve ser estimulada,

fortalecida e tornar-se uma prática contínua, pois garante uma melhor qualidade nutricional de

frutas e vegetais (SOUSA et al, 2012; FAO, 2012). Também é válido mencionar que adquirir

alimentos que percorrem menores distâncias do local de consumo significa limitação do uso

de energia e transporte e facilitação da venda direta dos agricultores aos consumidores por

meio das cooperativas e organizações locais (BALDWIN; WILBERFORCE; KAPUR, 2011;

FAO, 2012; HARRIS et al, 2012).

Em se tratando do modo de recebimento de vegetais e frutas, os mesmos são recebidos

na forma in natura nas UANs pesquisadas, todavia 86% das unidades os utilizam nas

preparações diárias na forma minimamente processada. Quanto ao uso de frutas e vegetais

minimamente processados, observa-se que a probabilidade dos restaurantes terceirizados

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utilizarem mais esses produtos pode estar relacionada ao menor número de funcionários, já

que a praticidade desse tipo de produto permite uma redução considerável de mão-de-obra nos

processos de higienização de vegetais e frutas (HARMON; GERALD, 2007). Além disso,

esse processo pode reduzir a poluição ambiental do solo, pois resíduos orgânicos eliminam o

chorume, decorrente da decomposição e assim contaminar o solo e mananciais, motivo pelo

qual se indica que os resíduos orgânicos sejam destinados a produção de adubo.

Dados da pesquisa demonstram que, em se tratando da quantidade de refeições diárias

servidas, o Hospital de Urgências de Sergipe (HUSE) apresenta maior quantitativo e concentra

quase metade do total das refeições diárias servidas pelos hospitais, uma vez que num universo

de 8180 refeições preparadas nos nosocômios estaduais, essa unidade sozinha concentra o

quantitativo de 4.000 refeições/dia, seguida pela Maternidade Nossa Senhora de Lourdes

(MNSL), segundo maior estabelecimento público hospitalar no estado, a qual serve uma média

de 1000 refeições/dia. Cabe destacar que há relação direta entre o número de refeições

servidas e o número de leitos hospitalares cadastrados pelo Ministério da Saúde para os

estabelecimentos mencionados, ou seja, as unidades nosocomiais com menos leitos

apresentam, consequentemente, menor número de refeições/dia servidas, a exemplo dos

Hospitais de Neópolis, Nossa Senhora da Glória e Tobias Barreto.

Para elaboração desse quantitativo de alimentação diária, a quantidade de

colaboradores nessas unidades não foge aos quantitativos de refeições produzidas, de modo

que o HUSE abarca 151 empregados, de um total de 337 lotados nas 14 unidades pesquisadas;

e a MNSL aparece em seguida com um total de 46 empregados, ratificando a relação entre

número de leitos hospitalares, quantidade de refeições servidas e número de empregados

necessários para preparo das refeições.

Observou-se, ainda, um considerável número de equipamentos utilizados nas unidades

durante a preparação dos alimentos. Dada essa expressividade, emerge a preocupação com a

manutenção desses equipamentos, haja vista que a maioria (57%) das unidades somente realiza

a manutenção corretiva em detrimento de uma minoria (43%) que se preocupa em fazer, além

da correção, a prevenção de quebras e falhas dos equipamentos. A realização de manutenção

periódica dos equipamentos é essencial para a redução de problemas ambientais (PEREGRIN,

2011; HARMON; GERALD, 2007), contudo, menos da metade das unidades pesquisadas

realizava algum tipo de manutenção, sobretudo preventiva, a qual auxilia na redução de custos

de manutenção corretiva nos equipamentos.

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O estudo identificou como as UANs lidam com o uso da água e da energia. A maioria

(93%) adota o acionamento mecânico nas torneiras, aspecto positivo no que se refere ao uso

da água. Em se tratando do uso da energia, a lâmpada fluorescente ainda predomina em

grande parte (93%) das unidades e a fonte elétrica é a única empregada em 50% dessas

unidades, ou seja, não é comum usar fontes alternativas de energia. Em relação ao uso das

lâmpadas fluorescentes, o estudo de Martins (2015) nas UANs de restaurantes coletivos em

Santa Catarina também identificou alto índice de utilização (95%). A utilização desse tipo de

lâmpada influencia na iluminação do ambiente físico e a combinação com cores claras das

paredes pode proporcionar um aproveitamento melhor da luz natural, além de ser mais

eficiente energeticamente e reduzir o uso da luz artificial (PEREGRIN, 2011; HARMON;

GERALD, 2007).

Partindo desses dados, buscou-se verificar a existência de programas para reduzir o

desperdício de água e energia. Percebeu-se a necessidade de adotá-los, uma vez que 93% das

UANs não os têm, fato preocupante diante da crise hídrica e energética vivenciada por países

em desenvolvimento, preocupação também apontada nos estudos de Peregrin (2011) e

Harmon e Gerald (2007).

Outro dado importante, no tocante aos nutricionistas alocados nas UANs, é a

elaboração de FTP das refeições servidas nessas unidades. Em 71% das UANs há elaboração

das fichas, mas das unidades que elaboram as FTP, apenas 50% efetivamente as usam durante

o preparo dos alimentos. Quando questionadas sobre a realização do Monitoramento Per

Capita e uso do FC, a grande maioria (93%) das UANs afirmou fazer uso de tais estratégias.

A adoção das estratégias supramencionadas (Monitoramento Per Capita e FC) permite

às unidades, respectivamente, conhecer quanto por pessoa se prepara numa refeição

(monitoramento per capita) e determinar a qualidade de alimento decorrente da relação entre

peso bruto (alimento conforme se adquire) e peso líquido (alimento depois de limpo e

preparado para utilizar). Por isso, cada unidade deve estabelecer sua tabela de FC, segundo o

tipo de alimento que adquire para maior segurança e respeito das quantidades a comprar.

Além disso, deve apresentar monitoramento e controle dos valores das quantidades per capita

e do FC dos alimentos (POSPISCHEK; SPINELLI; MATIAS, 2014; PHILIPPI, 2006;

ORNELLAS, 2007), uma vez que esses indicadores sofrem diferentes influências colaborando

para o aumento da inutilização de alimentos. Superestimar a quantidade per capita das

preparações pode acarretar em aumento da produção e elevar as sobras, além de exigir um

rigoroso controle de tempo e temperatura para poderem ser reaproveitadas, afirmam Philippi

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(2006) e Ornellas (2007). Caso contrário, poderão aumentar o volume de alimentos

desperdiçados.

Avaliando que essa quantidade de alimentos a ser desperdiçada pode ser significativa,

a FAO relatou que aproximadamente 1.3 bilhões de toneladas/ano de alimentos no mundo são

desperdiçados diariamente até chegar à mesa dos consumidores (FAO, 2012). Isso implica na

importância de repensar no volume de alimentos comprados e no número de refeições

produzidas pelas UANs.

Em se tratando do descongelamento de alimentos, nota-se que o descongelamento sob

refrigeração é realizado pela maioria das unidades (64%), atendendo ao estabelecido na RDC

Nº 216/2004 da ANVISA (BRASIL, 2004). Os resultados levantados nesta pesquisa atendem

a critérios sanitários, sensoriais e sustentáveis, uma vez que a prática insustentável de

descongelamento de alimentos sob água corrente identificada nos estudos de Martinelli et al

(2012), Peregrin (2011) e Harmon e Gerald (2007), acarreta em problemas sanitários e

sensoriais dos alimentos. Estudo sobre o descongelamento de carne embalada a vácuo de um

restaurante revelou um consumo de aproximadamente 8.340 litros de água corrente e potável

para descongelar 109.5 kg de carne bovina (MARTINELLI et al. 2012). Por isso, recomenda-

se praticar o descongelamento em refrigeração, conforme a RDC Nº 216/2004.

Considerando as técnicas de cocção apontadas na literatura, fica evidente que cozinhar

e assar são as mais frequentemente usadas, mas há unidades que também utilizam, em menor

proporção, outras formas como chapear, fritar, grelhar refogar e saltear nas elaborações. Assar

os alimentos pode ser a técnica de cocção ambientalmente mais vantajosa, devido ao uso de

fornos combinados modernos, capazes de operar diferentes preparações ao mesmo tempo,

permitindo ainda preparar refeições mais saudáveis, motivo pelo qual é a técnica mais

estudada do ponto de vista sustentável em UANs (PEREGRIN, 2011; HARMON; GERALD,

2007).

Uma outra preocupação quando se trata de sustentabilidade em UANs refere-se ao

destino do óleo de fritura. Neste estudo, percebeu-se que, em metade das unidades

pesquisadas, ele é transportado pela empresa de coleta da prefeitura, todavia não se sabe o

destino final que lhe é dado. Por outro lado, 29% das unidades o destinam para empresas

terceirizadas que o convertem em biocombustível e sabão, conforme figura 3.

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Figura 3 - Destino do Óleo de Fritura.

Fonte: Coleta de Dados, 2018.

Organização: Ítalo E. R. dos Santos, 2019.

No estudo de Martins (2014) a técnica de fritura em imersão esteve presente em 37%

dos restaurantes avaliados. A cada processo de fritura e dependendo do tipo de equipamento e

alimento, exige-se uma quantidade demasiada de óleo e desperdício subsequente que, se não

destinado de maneira correta, pode acarretar em grave impacto ambiental, como a poluição do

solo e da água (SABESP, 2018).

Geralmente, o óleo de soja é o preferencialmente utilizado em UANs por apresentar

maior ponto de fusão (PHILIPPI, 2006; ORNELLAS, 2007). Entretanto, a maioria desse tipo

de óleo comercializado apresenta componentes transgênicos, sendo cercado de grande debate

sobre os impactos causados pela sua produção no ambiente, além dos aspectos nutricionais

aos comensais que usufruem dessa refeição servida diariamente, prejudicando em seu estado

de saúde (PEREGRIN, 2011; HARMON; GERASLD, 2007). É recomendável que este

produto não seja descartado em pias e no esgoto sanitário, pois estimativas descrevem que a

cada litro de óleo despejado no esgoto pode poluir cerca de 1 milhão de litros de água

(BREWER; KENDALL, 1995).

Há uma preocupação, por parte da maioria das UANs dos hospitais pesquisados,

acerca do monitoramento de desperdício de alimentos. Nesse sentido, 71% dos gestores das

UANs afirmaram ter conhecimento de para onde seguem os referidos itens. Questionados

acerca dos métodos adotados para monitorá-lo, 29% das UANs utilizam apenas o resto

ingesta, enquanto que 71% das UANs combinam o Resto Ingesta e o Peso de Sobra Limpa

29%

50%

21% Transportado para empresasterceirizadas de conversãode biocombustíveis e sabão

Transportado pela empresade coleta da prefeitura

Não é realizado o descarte

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para reduzir o desperdício de alimentos, apesar de a pesquisa ter evidenciado que 93% das

sobras alimentares seguem para o lixo comum.

É essencial monitorar o rejeito de alimentos não consumidos pelos comensais

(PEREGRIN, 2011; HARMON; GERASLD, 2007; ENGSTROM; CARLSSON-

KANYAMA, 2004; WIE; SHANKLIN, 2001; BUZBY; HYMAN, 2012; BETZ et al, 2015).

Considerar as características do público atendido e a sua satisfação em relação ao serviço

prestado, as dimensões que envolvem a qualidade na produção de refeições (PROENÇA et al,

2005), bom planejamento de cardápios e dimensionar adequadamente os utensílios e os

tamanhos das porções na distribuição podem auxiliar positivamente na redução do desperdício

de alimentos e na redução do volume de resíduos orgânicos (HARMON; GERALD, 2007;

ENGSTROM; CARLSSON-KANYAMA, 2004; BETZ et al, 2015). No estudo realizado por

Martins (2014) em restaurantes coletivos no estado de Santa Catarina percebeu-se que 56%

dos restaurantes coletivos terceirizados controlavam mais esse aspecto, por considerarem

diretamente relacionados aos custos.

Nas UANs pesquisadas observou-se que em 79% das unidades há programas de gestão

ambiental, assim como há algum programa de certificação ambiental. Apesar disso, o estudo

demonstrou que, no tocante à existência de Treinamento sobre Sustentabilidade Ambiental

para os trabalhadores das UANs, 71% não realizam tal ação nas unidades, mas as que o

realizam (75%) fazem-no anualmente. Do mesmo modo, Treinamento sobre Sustentabilidade

Ambiental para Manipuladores de Alimentos não é realizado em grande parte (71%) das

unidades, todavia as que o realizam (50%) fazem-no trimestralmente. Observa-se que o

percentual de nutricionistas e de funcionários que não possuem treinamento sobre

sustentabilidade ambiental na produção de refeições é elevado, assim como foi identificado

também no estudo de Martins (2014). Outro estudo realizado com restaurantes paulistas no

Brasil identificou um baixo índice (25%) de restaurantes que também capacitam com foco na

sustentabilidade suas equipes de trabalho (POSPISCHEK; SPINELLI; MATIAS, 2014).

Os números apresentados acima ratificam a necessidade de adoção e incorporação

dessa temática nas empresas de alimentação coletiva, as quais devem colocá-la como meta

para que as práticas sustentáveis sejam aderidas pelas unidades (HARMON; GERALD, 2007;

TAGTOW et al, 2014). Para tanto, faz-se necessário investir na educação permanente dos

trabalhadores, tendo em vista que, com uma formação profissional que contemple a temática

da sustentabilidade ambiental na produção de refeições, as empresas de alimentação coletiva,

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os nutricionistas e funcionários poderão colaborar para aumentar o número de unidades

certificadas ambientalmente e de programas ambientais contra o desperdício alimentar.

No tocante à coleta seletiva de resíduos orgânicos, a maioria (71%) das unidades não a

realiza, sendo os resíduos descartados sem a devida separação. Com relação ao destino,

preocupação maior recai sobre 29% das unidades pesquisadas, pois nelas não ocorre, sequer,

separação dos resíduos que são transportados por empresa de coleta do poder municipal. Das

unidades que realizam a separação, 50% têm seus resíduos transportados por empresa de

coleta da prefeitura, 7% por empresa terceirizada e em outras 7% os resíduos são enviados

para compostagem. Por fim, outras 7% das unidades dão destinos aos resíduos não

especificados nesta pesquisa, conforme figura 4.

Figura 4 - Destino dos Resíduos Orgânicos.

Fonte: Coleta de Dados, 2018.

Organização: Ítalo E. R. dos Santos, 2019.

Conforme se observa na figura 4, deve ser fator de preocupação o fato de 29% das

UANs não separarem os resíduos para que sejam transportados pela empresa de coleta da

prefeitura, uma vez que o manejo inadequado desses resíduos gera problemas

socioambientais, econômicos e de saúde pública, sobretudo porque a sociedade moderna tem

a maior concentração de pessoas em áreas urbanas e produz cada vez mais resíduos

(OLIVEIRA; JÚNIOR, 2016), fazendo com que a busca de soluções para a destinação final

7%

50%

7%

29%

7%

Separados e transportadospor empresa terceirizada

Separados e transportadospor empresa de coleta daprefeitura

Separados e coletados paracompostagem

Não são separados e sãotransportados por empresade coleta da prefeitura

Outro

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dos resíduos se constitua num expressivo desafio, sobretudo no que se refere à prevenção à

poluição do solo, do ar e dos recursos hídricos.

Faria (2017) afirma que os resíduos sólidos são considerados problemas ambientais de

grande intensidade em decorrência do crescimento no processo industrial, do adensamento

populacional e do consumo exagerado das pessoas. Sabe-se que a grande geração de resíduos

sólidos e a disposição inadequada dos mesmos causam graves impactos ambientais, visuais,

sanitários e econômicos à região, podendo-se citar: custos elevados para o setor público que

deverá fazer a limpeza do ponto (coleta, transporte e disposição final); deterioração do meio

ambiente local; comprometimento da paisagem e também a vulnerabilidade do local para

atrair outros transmissores de doenças como bichos peçonhentos, insetos, mosquitos e

roedores, que podem agravar o quadro da saúde pública local. Sendo assim, torna-se

necessária a busca por soluções eficientes para o gerenciamento dos resíduos sólidos em todo

o perímetro urbano das cidades brasileiras.

Sobre a coleta seletiva de resíduos recicláveis, a maioria (86%) das unidades não a

realiza e os descarta inadequadamente. Em se tratando do destino dado a esses resíduos, 57%

das UANs sequer os separa para serem transportados pela empresa de coleta das prefeituras

locais; 29% separam os recicláveis que serão coletados também pela prefeitura; 7% separam

os resíduos recicláveis e os entrega a catadores desse tipo de material; e outras 7% dão outros

destinos inespecificados nesta pesquisa, conforme se observa na figura 5.

Figura 5 - Destino dos Resíduos Recicláveis.

Fonte: Coleta de Dados, 2018.

Organização: Ítalo E. R. dos Santos, 2019.

29%

7% 57%

7% Separados etransportados porempresa de coleta daprefeitura

Separados etransportados porcatadores de materialreciclado

Não são separados e sãotransportados pelaempresa de coleta daprefeitura

Outro

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Os resultados encontrados nesta pesquisa, no que se refere à coleta e destinação de

resíduos orgânicos e recicláveis, foram semelhantes aos do estudo de Martins (2014), isto é,

poucas UANs realizam a coleta e destinam adequadamente os resíduos, contrariando diversos

estudos (PEREGRIN, 2011; CALDERÓN et al, 2010; HARMON; GERALD, 2007) que

demonstram a importância de se conhecer o volume gerado de materiais recicláveis visando à

destinação correta desses resíduos. Além disso, cabe mencionar que, em relação ao descarte

de resíduos, a PNRS (BRASIL, 1981) determina que cada cidade brasileira deveria ter um

plano de gerenciamento de resíduos sólidos, a fim de implantar aterros sanitários controlados,

já que essa política seria passível de cobrança a partir de agosto de 2014. Nesse sentido, é

preciso enfatizar a necessidade de iniciar o cumprimento dos critérios regulamentares e

adequar a separação e coleta dos resíduos nas unidades.

4.2 Análise Quantitativa

Nesta seção faz-se uma análise da interação entre os indicadores que serviram de base

para a definição do IS segundo a metodologia de Calorio (1997). Os parâmetros para calcular o

índice foram estabelecidos para cada indicador, baseando-se em dados empíricos relacionados

com esta pesquisa e capazes de subsidiar o gerenciamento sustentável da produção em UANs

hospitalares. Para determinação do índice, foram adotados indicadores ambientais, sociais,

econômicos e técnicos que estão relacionados à produção sustentável das UANs hospitalares.

No intuito de analisar os resultados obtidos com a mensuração dos diferentes

indicadores selecionados, efetuou-se a construção de um gráfico do tipo radar. Estão expostos

todos os indicadores adotados, os respectivos símbolos representativos e seus valores

padronizados, visando a uma análise mais adequada possível.

Para que a Vpn não fosse negativa, a constante de Calorio utilizada neste estudo foi

100. A definição do posicionamento de cada eixo foi obtida através de um arranjo fatorial n!.

Neste trabalho, para calcular o IS, foram utilizados doze indicadores e definido um arranjo de

posicionamento desses indicadores. Vale ressaltar que outros arranjos não alterariam o

resultado final do índice. Apenas permitiriam discussões específicas de cada indicador. A

média teve o valor estabelecido em 66,07 e o desvio padrão em 24,62.

A mensuração dos indicadores foi realizada por meio da análise dos dados coletados

(primários e secundários). No Quadro 3 é possível visualizar e entender o cálculo do IS

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segundo o método de Calorio (1997), sendo IA os indicadores ambientais, IE indicadores

econômicos, IS indicadores sociais e IT indicadores técnicos.

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Quadro 3 - Distribuição dos Indicadores e Valores de cada Indicador para o caso em estudo – Vpn.

Indicadores

Valores de cada indicador para o

caso em estudo

Vpn

IA1 Coleta Seletiva dos Resíduos Orgânicos 37,75 2,911280227

IA2 Destino dos Resíduos Orgânicos 34,69 2,787001344

IA3 Destino do Óleo de Frituras 37,75 2,911280227

IE1

Sazonalidade dos Alimentos no Planejamento de

Cardápios 100 5,43950261

IE2 Iluminação 86,73 4,900554642

IE3 Monitoramento Per Capita e Fator de Correção 86,73 4,900554642

IS1

Treinamento sobre Sustentabilidade Ambiental

para Manipuladores de Alimentos 59,18 3,781638551

IS2 Uso de Alimentos Regionais 100 5,43950261

IS3 Destino das Sobras Alimentares 86,73 4,900554642

IT1 Responsabilidade por Planejar Cardápios 54,08 3,574507079

IT2 Elaboração da Ficha Técnica 59,18 3,781638551

IT3 Uso da Ficha Técnica 50 3,408801901

Fonte: Coleta de Dados, 2018.

Organização: Ítalo E. R. dos Santos, 2019.

Legenda:

vpn = valor de cada eixo adimensionalizado

dn = lado faltante do triângulo

pn = semiperímetro

Sn = área de cada triângulo

IA = indicador ambiental

IE = indicador econômico

IS = indicador social

IT = indicador técnico Organização: Ítalo E. R. dos Santos, 2019.

É possível visualizar no Quadro 4 que, para cada indicador, há um respectivo Vpn

(valor de cada eixo adimensionalizado), Dn (lado faltante do triângulo), Pn (semiperímetro) e

Sn (área de cada triângulo). Com base no cálculo realizado também é possível visualizar o IS

encontrado para a realidade em análise. Vale ressaltar que o Sn é a área de cada triângulo.

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Quadro 4 - Indicadores e valores encontrados para cálculo do Índice de Sustentabilidade.

Indicadores Vpn Dn Pn Sn

IA1. Coleta Seletiva dos Resíduos

Orgânicos 2,91128 1,92551 4,30922

2,7524

IS1.Treinamento sobre Sustentabilidade

Ambiental para Manipuladores de

Alimentos 3,78164

IS1.Treinamento sobre Sustentabilidade

Ambiental para Manipuladores de

Alimentos 3,78164 1,95281 4,26072

2,63491 IA2.Destino dos Resíduos Orgânicos 2,787

IA2.Destino dos Resíduos Orgânicos 2,787 1,81373 4,08762

2,49059

IT1Responsabilidade por Planejar

Cardápios 3,57451

IT1.Responsabilidade por Planejar

Cardápios 3,57451 2,94759 5,9808

4,86098

IE1. Sazonalidade dos Alimentos no

Planejamento de Cardápios 5,4395

IE1. Sazonalidade dos

Alimentos no Planejamento de

Cardápios 5,4395 2,81575 6,84738

7,39719 IS2. Uso de Alimentos Regionais 5,4395

IS2. Uso de Alimentos Regionais 5,4395 2,72642 6,53324

6,66427

IE3. Monitoramento Per Capita e Fator

de Correção 4,90055

IE3. Monitoramento Per Capita e Fator

de Correção 4,90055 2,49356 5,58788

4,63312 IT2. Elaboração da Ficha Técnica 3,78164

IT2. Elaboração da Ficha Técnica 3,78164 1,89558 4,54301

3,22277 IT3. Uso da Ficha Técnica 3,4088

IT3. Uso da Ficha Técnica 3,4088 2,58875 5,44905

4,17633 IS3. Destino das Sobras Alimentares 4,90055

IS3. Destino das Sobras Alimentares 4,90055 2,7893 5,30057

3,56679 IA3. Destino do Óleo de Frituras 2,91128

IA3. Destino do Óleo de Frituras 2,91128 2,7893 5,30057

3,56679 IE2. Iluminação 4,90055

IE2. Iluminação 4,90055 2,7893 5,30057

3,56679

IA1. Coleta Seletiva dos Resíduos

Orgânicos 2,91128

Índice de Sustentabilidade 49,5329

Fonte: Coleta de Dados, 2018.

Organização: Ítalo E. R. dos Santos, 2019.

O Índice Final de Sustentabilidade para esta pesquisa foi 49,5329, o qual representa o

valor inicial para ser tomado como base para propositura de ações de políticas públicas. Um

ou dois anos após a finalização deste trabalho deve-se realizar novo cálculo para verificar se o

índice cresceu ou decresceu e analisar a efetividade das ações implementadas. O espaço

temporal de até dois anos possibilita analisar as variações nas dimensões em estudo, já que

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com esse tempo é possível identificar, por exemplo, melhorias ou pioras em determinada

dimensão, em função da melhoria ou piora de uma outra.

Uma alternativa para simplificar a análise em questão tem sido a elaboração de

gráficos do tipo radar que representem a coleção de indicadores medidos em um sistema.

Calorio (1997) produziu uma metodologia para cálculo de um IS a partir desses gráficos.

Segundo Lighrfoot et al (1993), esse tipo de diagrama produz informações visuais que são

úteis para comparar sistemas ao longo do tempo e do espaço.

Na presente pesquisa foram utilizados métodos empíricos e, na sequência, construiu-se

um gráfico por meio da metodologia radar, segundo a qual, através de tratamento estatístico,

eliminam-se os efeitos das diferentes unidades entre os indicadores escolhidos e permite a

visualização e quantificação do índice final. Desta forma, a partir da soma das três áreas

calculadas, gerou-se o IS referente a esta pesquisa, conforme se observa na figura 6

(CALORIO, 1997).

Figura 6 - Gráfico do Índice de Sustentabilidade da Pesquisa.

Fonte: Coleta de Dados, 2018.

Organização: Ítalo E. R. dos Santos, 2019.

Ao analisar a Figura 6, incluindo todos os indicadores que formam o Índice de

Sustentabilidade da presente pesquisa, constatou-se que o entrave e as discussões irão se

concentrar em torno dos indicadores ambientais, pois são neles que se concentram os

obstáculos que devem ser removidos a princípio, para que seja dado início a uma caminhada

rumo à sustentabilidade, conforme os indicadores adotados.

IA1

IS1

IA2

IT1

IE1

IS2

IE3

IT2

IT3

IS3

IA3

IE2

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A metodologia adaptada de Calorio (1997) também foi utilizada por Mendonça (2013)

para analisar a sustentabilidade e os usos múltiplos da água da barragem Poção da Ribeira-SE

através da utilização de onze indicadores para gerar o IS. Ao final do estudo, constatou-se que

os indicadores razão entre a quantidade de água aplicada na irrigação pela quantidade de

recurso hídrico necessário para satisfazer as necessidades das plantas cultivadas; percentual de

ocorrências policiais na área do perímetro irrigado em relação à zona rural dos municípios em

que está localizado o perímetro irrigado; e razão entre o número de irrigantes que bebem a

água distribuída pela DESO e os que têm acesso à mesma, apresentaram-se como os

principais entraves na caminhada rumo à sustentabilidade das atividades que dependem dos

usos das águas da barragem e, portanto, impactaram diretamente no IS encontrado.

Menêses (2017) também empregou a metodologia adaptada de Calorio (1997) para

determinar o IS da Ilha Mem de Sá a partir de indicadores das dimensões ambiental, social e

econômica. Dos nove indicadores utilizados para mensuração do Índice, constatou-se que os

principais problemas para se chegar a uma comunidade sustentável foram a qualidade da

água, o destino do lixo, o grau de escolaridade e a sensibilização voltada à educação

ambiental.

A adaptação da metodologia de Calorio (1997) também foi empregada no estudo de

Leite (2017) o qual analisou a sustentabilidade ambiental, social e econômica da logística

reversa de pós consumo de pneus inservíveis em Aracaju/SE. Os resultados visaram a

subsidiar o gerenciamento de pneus inservíveis por meio de nove indicadores das dimensões

ambiental, social e econômica empregados para gerar o IS do sistema em análise. O estudo

comprovou que os indicadores econômicos, a saber, custo dos pneus para o reciclador, custo

da logística de transporte e principalmente o valor agregado do pneu inservível contemplam

obstáculos que devem ser removidos inicialmente visando à sustentabilidade.

No estudo desenvolvido por Foppel (2018), cujo objetivo era determinar um IS em três

comunidades ribeirinhas no estuário do rio Vaza-Barris, litoral sul do estado de Sergipe, a

metodologia de Calorio (1997) possibilitou concluir que o povoado com pior índice foi a

comunidade de Pedreiras e um dos principais motivos para isso foi a quase nula atividade

turística na localidade e as poucas oportunidades de trabalho alternativo para a referida

comunidade.

Em se tratando das UANs de hospitais públicos em Sergipe ficou evidente que há,

muito incipientemente, poucos incentivos para adoção de práticas sustentáveis, sendo o

problema principal de cunho ambiental, o qual também impacta nos indicadores sociais e

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econômicos. Vale destacar que o índice encontrado nesta pesquisa pouco significa se não for

usado para realizar acompanhamentos futuros do comportamento dos indicadores após a

implementação de medidas necessárias para estabelecer um comparativo da evolução do

índice de sustentabilidade.

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5 CONCLUSÕES

Abordar a questão da sustentabilidade nos dias atuais torna-se indispensável diante da

necessidade de sensibilizar as pessoas acerca do compromisso que cada uma deve ter para

manter, futuramente, os recursos utilizados atualmente. Para isso, pequenas atitudes devem ser

tomadas e mudanças de hábitos devem acontecer nas organizações, visando à manutenção dos

recursos energéticos, hídricos e ambientais por mais tempo sem comprometer as gerações

futuras.

A dimensão e gravidade dos desafios ambientais com os quais a sociedade tem se

defrontado deixa cada vez mais evidente a necessidade da adoção de estratégias e práticas

sociais e/ou empresariais alinhadas ao desenvolvimento sustentável, haja vista a crescente

degradação das condições de vida da população decorrentes da crise ambiental, tornando

urgente e oportuno mudar a forma de pensar e agir sobre a questão ambiental.

Embora haja uma preocupação com a preservação do meio ambiente, ainda falta um

número maior de ações efetivas para que isso ocorra. Mesmo que em muitos aspectos as

soluções para evitar desperdícios sejam simples, a maior dificuldade reside em mobilizar

atores organizacionais internos e externos às instituições para aderirem à proposta de um

desenvolvimento sustentável na UAN.

Esta pesquisa propôs-se a determinar um índice de sustentabilidade para as Unidades

de Alimentação e Nutrição de Hospitais Públicos em Sergipe, a partir das práticas sustentáveis

adotadas nessas unidades. Em relação às práticas sustentáveis, as UANs pesquisadas

necessitam investir na sensibilização sobre a preservação do meio ambiente, tanto por parte

dos gestores, como dos profissionais, visto que estes adotam reduzidas medidas e ações para

diminuir os riscos de degradação ao meio ambiente, denotando uma carência em orientações e

conhecimento de métodos ambientalmente corretos.

O cuidado com a gestão de resíduos e com a preservação ambiental deve ser constante

nas UANs, uma vez que nelas há geração de grande quantidade de resíduos decorrentes da

aquisição de insumos e do processo de transformação da matéria-prima em produto final.

Ficou evidente que o manejo adequado de resíduos integrado ao desenvolvimento sustentável

possibilita uma melhoria da qualidade de vida dos comensais.

A implementação de alternativas para o aproveitamento, redução ou destinação dos

resíduos produzidos pelas UANs é possível através da criação e implementação de políticas e

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práticas organizacionais ambientalmente corretas, caso se foque na conscientização dos

envolvidos direta e indiretamente na produção das refeições para que ações sejam efetivadas.

Neste sentido, o nutricionista responsável pela unidade deve sensibilizar os trabalhadores

acerca da preservação do meio ambiente, ou seja, o trabalho deste profissional é importante

não apenas na garantia da qualidade e segurança alimentar das refeições produzidas, mas

também para o gerenciamento dos resíduos produzidos na unidade, visando ao DS e à

identificação e promoção de estratégias eficazes direcionadas a proporcionar um ambiente

equilibrado sem comprometer o adequado funcionamento das unidades.

É possível trabalhar de maneira sustentável numa UAN, mas para isso algumas questões

relevantes devem ser consideradas, questões que vão desde o planejamento da própria

estrutura física até a produção e distribuição das refeições preparadas, perpassando pelo

processo de compras, as quais devem acontecer de maneira sustentável, conforme

recomendações legais.

Esta pesquisa demonstrou ainda que a maioria das UANs dos hospitais públicos em

Sergipe adota algumas práticas sustentáveis, conforme o quadro 4, destacando-se a utilização

de alimentos regionais, aquisição de alimentos sazonais produzidos na região, a utilização de

lâmpadas energeticamente eficientes, a adoção de torneiras econômicas, descongelamento de

alimentos sem uso de água corrente, elaboração do cardápio pelo Nutricionista da UAN.

Todavia, outras várias práticas sustentáveis importantes deixaram de ser atendidas ou

são parcialmente atendidas, como: reduzida frequência de treinamentos para nutricionistas e

manipuladores de alimentos; ausência de aquisição de alimentos orgânicos; reduzido

monitoramento das sobras das preparações; ausência de coleta seletiva dos resíduos orgânicos

e recicláveis e de destino correto de resíduos orgânicos, recicláveis e óleo de fritura; ausência

de programas de controle de desperdício de água, energia e alimentos, podendo impactar

ambiental, social e economicamente nas unidades; necessidade de implantação de programas

de gestão e certificação ambiental; e uso de fontes alternativas de energia.

Os resultados obtidos permitiram determinar o IS para as UANs dos hospitais a partir

de indicadores ambientais, sociais, econômicos e técnicos fundamentais para que a gestão

ocorra da melhor forma possível e seja capaz de trazer melhorias ao processo. Além disso,

serviram para reforçar a necessidade de adotar práticas sustentáveis baseadas na conservação

e uso consciente do solo, da água e de energia para garantir a produção de milhares de

refeições.

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Apesar disso, evidencia-se a necessidade de que outros estudos sejam realizados com

essa temática visando ampliar o conhecimento sobre a adoção de práticas sustentáveis por

outras UANs, seja em hospitais, restaurante comerciais, universitários, escolares e

lanchonetes, bem como verificar.

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92

*

*

*

*

*

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - TCLE

O(A) Sr(a) está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar da pesquisa

“Gestão Sustentável em Unidades de Alimentação e Nutrição de Hospitais Públicos em

Sergipe”. Nesta pesquisa pretendemos determinar um Índice de Sustentabilidade para as

Unidades de Alimentação e Nutrição de Hospitais Públicos em Sergipe, tomando por base as

práticas sustentáveis empregadas na gestão dessas unidades. O motivo que nos leva a estudar

este tema é a necessidade de conhecer as práticas sustentáveis adotadas por unidades de

alimentação e nutrição hospitalar de hospitais públicos em Sergipe e, a partir dessas práticas,

levantar indicadores das dimensões ambiental, social, econômica e técnica que possibilitem a

definição de um índice de sustentabilidade. Para esta pesquisa adotaremos os seguintes

procedimentos: aplicação de questionário semiestruturado que visa identificar as práticas

sustentáveis adotadas pelos profissionais durante atividades realizadas nas respectivas

unidades de alimentação e nutrição. Sua participação será efetivada mediante as respostas a

um questionário com informações supracitadas, cujo tempo estimado de aplicação é de vinte

minutos.

Os riscos envolvidos na pesquisa consistem em constrangimento ou conflito pessoal.

Entretanto, em cumprimento a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, serão

adotadas todas as providências necessárias para evitar estes riscos e assegurar a preservação

da identidade, integridade e privacidade. Para tanto, os nomes de todos os participantes da

pesquisa serão codificados. A pesquisa contribuirá para fornecer informações que poderão

contribuir para determinar o índice de sustentabilidade nas respectivas unidades de

alimentação e nutrição de hospitais públicos em Sergipe.

Para participar deste estudo o(a) Sr(a) não terá nenhum custo, nem receberá qualquer

vantagem financeira. Apesar disso, caso sejam identificados e comprovados danos

provenientes desta pesquisa, o(a) Sr(a) tem assegurado o direito à indenização.

O(a) Sr(a) tem garantida plena liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu

consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem necessidade de comunicado prévio. A sua

participação é voluntária e a recusa em participar não acarretará qualquer penalidade ou

modificação na forma em que o(a) Sr(a) é atendido(a) pelo pesquisador. Os resultados da

pesquisa estarão à sua disposição quando finalizada.

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93

*

O(A) Sr(a) não será identificado(a) em nenhuma publicação que possa resultar. Seu

nome ou o material que indique sua participação não serão liberados sem a sua permissão.

Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias originais, sendo que uma será

arquivada pelo pesquisador responsável, no LOCAL e a outra será fornecida ao Sr(a).

Os dados e instrumentos utilizados na pesquisa ficarão arquivados com o pesquisador

responsável por um período de cinco anos após o término da pesquisa, e depois desse tempo

serão destruídos.

Os pesquisadores tratarão a sua identidade com padrões profissionais de sigilo e

confidencialidade, atendendo à legislação brasileira, em especial, à Resolução 466/2012 do

Conselho Nacional de Saúde, e utilizarão as informações somente para fins acadêmicos e

científicos.

Eu, , fui informado(a) dos objetivos da pesquisa

Gestão Sustentável em Unidades de Alimentação e Nutrição de Hospitais Públicos em

Sergipe de maneira clara e detalhada, e esclareci minhas dúvidas. Sei que a qualquer

momento poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão de participar se assim

o desejar. Declaro que concordo em participar. Recebi uma via original deste termo de

consentimento livre e esclarecido e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer minhas

dúvidas.

Aracaju, de de 20 __

PARTICIPANTE ÍTALO E. R. DOS SANTOS

[email protected]

(79)99117-6639

Em caso de discordância ou irregularidades sob o aspecto ético desta pesquisa, você

poderá consultar: Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos Universidade

Federal de Sergipe (CEP/UFS): Hospital Universitário de Aracaju da Universidade Federal de

Sergipe/HU-UFS. CEP: 49060-108. Telefone: (79)2105- 1700. E-mail: [email protected].

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APÊNDICE B - TERMO DE ANUÊNCIA DO ESTABELECIMENTO HOSPITALAR

Eu, _____________________________________, ____________________(cargo/função),

declaro estar de acordo com a execução do projeto de pesquisa intitulado “Gestão Sustentável

em Unidades de Alimentação e Nutrição de Hospitais Públicos em Sergipe”, coordenado

pelos pesquisadores Dr. Gregório Guirado Faccioli e Drª Izabela Maria Montezano de

Carvalho, desenvolvido em conjunto com o Doutorando Ítalo Emanuel Rolemberg dos

Santos, ambos da Universidade Federal de Sergipe.

Declaro que fui informado(a) acerca do objetivo do projeto, bem como da metodologia que

será utilizada. Assim, requeremos o compromisso dos(as) pesquisadores(as) responsável(s)

com o resguardo da segurança e bem-estar dos participantes de pesquisa nela recrutados.

Assumimos o compromisso de apoiar o desenvolvimento da referida pesquisa através da

autorização para a coleta de dados após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da UFS.

(SE), de de 2017

Responsável pela UAN no Hospital

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APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO

AMBIENTE

DOUTORADO EM ASSOCIAÇÃO PLENA EM DESENVOLVIMENTO E MEIO

AMBIENTE

Caro Nutricionista,

Esta pesquisa integra a Tese do Doutorando Ítalo Emanuel Rolemberg dos Santos,

orientado pelos professores Dr. Gregório Guirado Faccioli e Dra. Izabela Maria Montezano de

Carvalho, e tem como objetivo determinar um Índice de Sustentabilidade para Unidades de

Alimentação e Nutrição dos Hospitais Públicos do estado de Sergipe, tomando por base as

práticas empregadas nessas unidades.

Desta forma, solicitamos sua colaboração para responder este questionário acerca da

realização de práticas sustentáveis adotadas na produção de refeições em UANs hospitalares.

Caso haja alguma dúvida ao respondê-lo, favor enviar para [email protected] ou entrar

em contato pelo número (79) 99117- 6639, a fim de que sejam feitos os devidos

esclarecimentos com brevidade.

Este projeto não oferece nenhum risco aos participantes e sua participação não incorre

em despesas para a UAN. Mesmo assim, você pode desistir ou interromper a participação a

qualquer momento desejado. Os resultados obtidos com a pesquisa serão tratados, analisados

e apresentados em publicações científicas, sem que haja identificação de dados individuais

dos participantes.

( ) Estou ciente do objetivo da pesquisa, motivo pelo qual concordo com as

informações acima descritas e aceito participar da referida coleta de dados na UAN em que

atuo profissionalmente.

(SE), de de 2017.

Desde já, agradecemos sua colaboração!

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PARTE A – IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

1. Município do hospital de atuação da UAN? _______________________________

2. Tipo de estabelecimento hospitalar:

( ) Municipal

( ) Estadual

( ) Federal

( ) Outro. Especificar: _________________________________________________

3. Tempo de atuação profissional em UAN? ________________________________

PARTE B – ASPECTOS GERAIS DA UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

HOSPITALAR

1. Qual o total de refeições servidas diariamente? _________________

2. Quais refeições são servidas?

( ) Desjejum.

( ) Colação.

( ) Lanche.

( ) Almoço.

( ) Jantar.

( ) Ceia.

( ) Outras. Especificar: _________________________________________________

3. Forma de distribuição das refeições?

( ) Livre consumo/self service.

( ) Por peso.

( ) Porcionado pelo funcionário da empresa (cafeteria).

( ) Misto (self service e porcionado).

4. Forma de gerenciamento da UAN?

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( ) Autogestão.

( ) Terceirizada.

5. Quantos dias da semana a unidade funciona? _____ dias.

6. Quais os turnos de trabalho desta UAN?

( ) Apenas matutino.

( ) Apenas vespertino.

( ) Apenas noturno.

( ) 24 horas.

7. Quantos empregados trabalham nesta UAN?________.

PARTE C – EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES DA UNIDADE DE

ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO HOSPITALAR

1. Quais equipamentos esta UAN possui?

( ) Amaciador de bife.

( ) Ar condicionado.

( ) Balança do tipo plataforma eletrônica.

( ) Balcão de distribuição banho-maria.

( ) Balcão de distribuição refrigerado.

( ) Balcão de distribuição termoelétrico.

( ) Batedeira.

( ) Cafeteira.

( ) Câmara refrigerada.

( ) Câmara congelada.

( ) Chapa bifeteira.

( ) Coifa ou exaustor.

( ) Descascador de legumes.

( ) Extrator de suco.

( ) Fatiador de carne.

( ) Fatiador de frios.

( ) Forno combinado.

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( ) Forno convencional.

( ) Forno elétrico.

( ) Forno microondas.

( ) Freezer.

( ) Fritadeira.

( ) Geladeira ou refrigerador.

( ) Grelha ou chair boilers.

( ) Liquidificador.

( ) Máquina de gelo.

( ) Máquina de lavar pratos/talheres/bandejas.

( ) Máquina de suco.

( ) Mixer.

( ) Moedor de carne.

( ) Pass through.

( ) Processador de alimentos.

( ) Triturador de resíduos alimentares.

( ) Outros. Quais? ____________________________________________________.

2. É realizada alguma manutenção desses equipamentos? Marque um ou mais itens, se

necessário:

( ) Não.

( ) Somente Manutenção Corretiva.

( ) Somente Manutenção Preventiva.

( ) Sim. Manutenções Corretiva e Preventiva.

3. Em relação às torneiras, qual o tipo predominante de acionamento?

( ) Com temporizador (acionada por botão).

( ) Manual.

( ) Mecânico (por pedal, joelho).

( ) Por infravermelho (sensor).

4. Em se tratando de iluminação, os tipos de lâmpadas predominantes na unidade são:

( ) Fluorescentes.

( ) Halogênio.

( ) Halogênio com refletor incorporado.

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( ) Incandescentes.

( ) LED (Light Emitting Diode).

5. Em relação à ventilação:

5.1 É utilizado equipamento para ventilação na área de produção?

( ) Não.

( ) Sim.

5.2 A unidade possui sistema de exaustão em pleno funcionamento?

( ) Não.

( ) Sim.

PARTE D – ETAPAS DE PRODUÇÃO DE REFEIÇÕES NA UNIDADE DE

ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO HOSPITALAR

D1 – PLANEJAMENTO DE CARDÁPIOS

1. Quem é o responsável pelo planejamento dos cardápios?

( ) Nutricionista da unidade.

( ) Matriz da empresa envia o cardápio e eu faço as adequações necessárias.

2. No planejamento dos cardápios é considerada a utilização de alimentos regionais?

( ) Não.

( ) Sim.

3. A unidade possui ficha técnica de preparação?

( ) Não.

( ) Sim.

4. A unidade utiliza a ficha técnica de preparação?

( ) Não.

( ) Sim.

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5. É considerada a sazonalidade dos alimentos no planejamento de cardápios?

( ) Não.

( ) Sim.

D2 – AQUISIÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS NÃO-ALIMENTARES

1. Em sua opinião, qual o grau de importância dos critérios abaixo, no que diz respeito à

seleção de fornecedores de matérias-primas?

CRITÉRIOS INDIFERENTE POUCO

IMPORTANTE

MUITO

IMPORTANTE

Fornecedores devem

possuir algum tipo de

certificação (ISO

9000, 14000, 22000)

Distância e

localidade do

fornecedor

Fornecedores que

atendam à demanda e

especificações dos

produtos

Fornecedores que

comercializam

produtos com

embalagens

retornáveis

Fornecedores que

atendem às

exigências de higiene

e segurança dos

alimentos

Comprometimento

com entrega dos

produtos conforme

solicitado

Fornecedor possui

variedade de

produtos

Aquisição de

produtos oriundos de

sistema de

agricultura familiar

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D3 – AQUISIÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS ALIMENTARES

1. Em sua opinião, qual o grau de importância dos critérios abaixo, no que diz respeito à

aquisição de alimentos?

CRITÉRIOS INDIFERENTE POUCO

IMPORTANTE

MUITO

IMPORTANTE

Fornecedores que

comercializam

alimentos com

opções sem

transgênicos

Fornecedores que

comercializam

alimentos com

opções sem gordura

trans

Fornecedores que

comercializam

alimentos orgânicos

ou agroecológicos

Fornecedores que

comercializam

alimentos oriundos

de Sistema de

Agricultura Familiar

Fornecedores que

realizam a entrega

conforme o

solicitado

Fornecedores que

comercializam

alimentos com a

qualidade exigida no

pedido de compras

2. Você, enquanto nutricionista responsável pela UAN, utiliza nas preparações produtos

orgânicos ou agroecológicos?

( ) Não.

( ) Sim.

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D4 – RECEBIMENTO

1. Quais os procedimentos adotados durante a recepção de matérias-primas? Marque um ou

mais itens, se necessário:

( ) Conferência da nota fiscal.

( ) Aferição da temperatura.

( ) Características dos produtos (integridade da embalagem, data de validade, selo de

inspeção).

( ) Condições do entregador.

( ) Condições do veículo.

( ) Conferência da nota fiscal, aferição da temperatura e características dos produtos

(integridade da embalagem, data de validade, selo de inspeção) e condições do entregador e

do veículo.

( ) Não é realizada nenhuma avaliação.

2. Como as carnes são recebidas?

( ) Congeladas.

( ) Refrigeradas.

3. Qual a frequência de recebimento das carnes?

( ) Diária.

( ) Semanal.

( ) Quinzenal.

( ) Mensal.

4. Como os vegetais e frutas são recebidos?

( ) In natura.

( ) Pré-processados e elaborados (higienizados, descascados, fatiados e cortados).

5. Qual a frequência de recebimento de vegetais e frutas?

( ) Diária.

( ) Uma vez por semana.

( ) Três vezes por semana.

( ) Quinzenal.

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( ) Outra. Especifique: ________________________________________________

.

D5 – ARMAZENAMENTO

1. Onde as carnes são armazenadas? Marque um ou mais itens, se necessário:

( ) Câmara de congelamento.

( ) Câmara de refrigeração.

( ) Freezer.

( ) Geladeira.

( ) Outro. Especifique: ________________________________________________.

2. Onde os vegetais e frutas são armazenados? Marque um ou mais itens, se necessário:

( ) Câmara de congelamento.

( ) Câmara de refrigeração.

( ) Freezer.

( ) Geladeira.

( ) Temperatura ambiente.

( ) Outro. Especifique: ________________________________________________.

D6 – PRÉ-PREPARO

1. Qual o procedimento utilizado para descongelamento de alimentos? Marque um ou mais

itens, se necessário:

( ) Em água corrente.

( ) Em água não corrente.

( ) Em microondas.

( ) Em refrigeração.

( ) Em temperatura ambiente.

2. É realizado o monitoramento da quantidade per capita e do fator de correção dos alimentos?

( ) Não.

( ) Sim.

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3. São utilizadas frutas e vegetais minimamente processados?

( ) Não.

( ) Sim.

D7 – PREPARO

1. Quais as técnicas de cocção mais utilizadas?

( ) Assar.

( ) Chapear.

( ) Cozinhar.

( ) Fritar.

( ) Fritar em imersão.

( ) Grelhar.

( ) Refogar.

( ) Saltear.

( ) Outro. Especifique: ________________________________________________.

D8 – DISTRIBUIÇÃO

1. É feito o monitoramento do desperdício de alimentos pelos comensais?

( ) Não.

( ) Sim.

1.1.Se “sim”, qual(is) o(s) método(s) utilizado(s)? Marque um ou mais itens, se necessário:

( ) Resto ingesta.

( ) Peso de sobra limpa.

( ) Outro. Especifique: ________________________________________________.

2. As sobras das preparações qque ficam no balcão de distribuição são (re)utilizadas?

( ) Não.

( ) Sim.

2.2 Se “não”, qual o destino? ___________________________________________.

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PARTE E – PRÁTICAS DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NA UNIDADE DE

ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO HOSPITALAR

1. Esta unidade de alimentação possui algum programa ambiental?

( ) Não.

( ) Sim.

2. Esta unidade de alimentação possui algum programa de certificação ambiental?

( ) Não.

( ) Sim.

3. A empresa realiza algum treinamento sobre sustentabilidade ambiental direcionado à

produção de refeições?

( ) Não.

( ) Sim.

3.1 Se “Sim”, qual a periodicidade desse treinamento?

( ) Semanal.

( ) Quinzenal.

( ) Mensal.

( ) Trimestral.

( ) Semestral.

( ) Anual.

( ) Outros. Especifique: ________________________________________________.

4. Os manipuladores de alimentos recebem algum treinamento sobre sustentabilidade

ambiental direcionado à produção de refeições?

( ) Não.

( ) Sim.

4.1 Se “Sim”, qual a periodicidade desse treinamento?

( ) Semanal.

( ) Quinzenal.

( ) Mensal.

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( ) Trimestral.

( ) Semestral.

( ) Anual.

( ) Outros. Especifique: ________________________________________________.

5. É utilizada alguma fonte alternativa de energia?

( ) Não.

( ) Elétrica.

( ) Gás.

( ) Vapor.

( ) Outra. Especifique: ________________________________________________.

6. Há algum programa sobre evitar o desperdício de água e energia?

( ) Não possui.

( ) Sim. Possui para água e energia.

( ) Sim. Possui apenas para água.

( ) Sim. Possui apenas para energia.

7. Existe coleta seletiva de resíduos orgânicos nesta UAN?

( ) Não.

( ) Sim.

8. Existe coleta seletiva de recicláveis nesta UAN?

( ) Não.

( ) Sim.

9. Qual destino é dado aos resíduos orgânicos gerados nesta UAN?

( ) São separados e transportados por empresa terceirizada.

( ) São separados e transportados pela empresa de coleta da prefeitura.

( ) São separados e coletados para compostagem.

( ) Não são separados e são transportados por empresa de coleta da prefeitura.

( ) Outro. Especifique: ________________________________________________.

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10. Qual destino é dado aos resíduos recicláveis gerados por esta UAN?

( ) São separados e transportados por empresa terceirizada.

( ) São separados e transportados pela empresa de coleta da prefeitura.

( ) São separados e transportados por catadores de material reciclado.

( ) São separados e doados/vendidos para empresas de reciclagem.

( ) Não são separados e são transportados pela empresa de coleta da prefeitura.

( ) Outro. Especifique: ________________________________________________.

11. Qual o destino dado ao óleo de fritura originado nesta UAN?

( ) É transportado para empresas terceirizadas de conversão de biocombustíveis e sabão.

( ) É transportado pela empresa de coleta da prefeitura.

( ) É realizado o descarte em locais indicados pela prefeitura.

( ) Não é realizado o descarte.

( ) Outro. Especifique: ________________________________________________.

Agradecemos sua colaboração!

Doutorando Ítalo Emanuel Rolemberg dos Santos ([email protected])

Prof. Dr. Gregório Guirado Faccioli ([email protected])

Profª Dra. Izabela Maria Montezano de Carvalho ([email protected])

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APÊNDICE D – MÉDIA PONDERADA E CLASSIFICAÇÃO DOS INDICADORES

AMBIENTAIS SEGUNDO PADRÕES DE SUSTENTABILIDADE

Indicador Subindicadores N % Padrão de

Sustentabilidade

Coleta Seletiva

de Resíduos

Orgânicos

Transportado para

empresas terceirizadas de

conversão de

biocombustíveis e sabão 4 28,571 SUSTENTÁVEL

Transportado pela

empresa de coleta da

prefeitura 7 50 EM TRANSIÇÃO

Não é realizado o descarte 3 21,429 INSUSTENTÁVEL

Média

Ponderada (%)

37,755102

Destino dos

Resíduos

Orgânicos

Separados e transportados

por empresa terceirizada

1 7,143

EM TRANSIÇÃO

Separados e transportados

por empresa de coleta da

prefeitura

7 50

EM TRANSIÇÃO

Separados e coletados

para compostagem

1 7,143

SUSTENTÁVEL

Não são separados e são

transportados por empresa

de coleta da prefeitura

4 28,571

INSUSTENTÁVEL

Outro 1 7,143 INSUSTENTÁVEL

Média

Ponderada (%)

34,69388

Destino do Óleo

de Fritura

Transportado para

empresas terceirizadas de

conversão de

biocombustíveis e sabão

4 28,57

SUSTENTÁVEL

Transportado pela

empresa de coleta da

prefeitura

7 50

EM TRANSIÇÃO

Não é realizado o descarte 3 21,43 INSUSTENTÁVEL

Média

Ponderada (%)

37,75510204

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APÊNDICE E – MÉDIA PONDERADA E CLASSIFICAÇÃO DOS INDICADORES

ECONÔMICOS SEGUNDO PADRÕES DE SUSTENTABILIDADE

Indicador Subindicadores N % Padrão de

Sustentabilidade

Sazonalidade dos

Alimentos

Uso de Alimentos

Sazonais no Planejamento

dos Cardápios 14 100 SUSTENTÁVEL

Média

Ponderada (%)

Iluminação Uso de Lâmpadas

Fluorescentes

13 92,86

INSUSTENTÁVEL

Uso de Lâmpadas LED 1 7,14 SUSTENTÁVEL

Média

Ponderada (%)

86,73469

Monitoramento

Per Capita e FC

Ausência de realização do

Monitoramento Per Capita

e FC

1 28,57

INSUSTENTÁVEL

Realização do

Monitoramento Per Capita

e FC

13 50

SUSTENTÁVEL

Média

Ponderada (%)

86,73469

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APÊNDICE F – CLASSIFICAÇÃO E MÉDIA PONDERADA DOS INDICADORES

SOCIAIS SEGUNDO PADRÕES DE SUSTENTABILIDADE

Indicador Subindicadores N % Padrão de

Sustentabilidade

Treinamento

sobre

Sustentabilidade

Ambiental para

Manipuladores de

Alimentos

Falta de realização de

Treinamento sobre

Sustentabilidade

Ambiental para

Manipuladores de

Alimentos 10 71,43 INSUSTENTÁVEL

Realização de

Treinamento sobre

Sustentabilidade

Ambiental para

Manipuladores de

Alimentos 4 28,57 SUSTENTÁVEL

Média

Ponderada (%)

59,18367

Alimentos

Regionais

Uso de Alimentos

Regionais

14 100

SUSTENTÁVEL

Média

Ponderada (%)

Destino das

Sobras

Alimentares

Lixo Comum 13 92,86 INSUSTENTÁVEL

Alimentos para Animais 1 7,14 SUSTENTÁVEL

Média

Ponderada (%)

86,73469

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APÊNDICE G – CLASSIFICAÇÃO E MÉDIA PONDERADA DOS INDICADORES

TÉCNICOS SEGUNDO PADRÕES DE SUSTENTABILIDADE

Indicador Subindicadores N % Padrão de

Sustentabilidade

Responsabilidade

por Planejar

Cardápios

Nutricionista/RT da UAN 9 64,286 SUSTENTÁVEL

Nutricionista da Matriz da

Empresa 5 35,714 INSUSTENTÁVEL

Média

Ponderada (%)

54,08163

Ficha Técnica de

Preparação

Ausência da Elaboração

da Ficha Técnica de

Preparação

4 28,571

INSUSTENTÁVEL

Elaboração da Ficha

Técnica de Preparação

10 71,429

SUSTENTÁVEL

Média

Ponderada (%)

59,18367

Uso da Ficha

Técnica de

Preparação

Não 7 50 INSUSTENTÁVEL

Sim 7 50 SUSTENTÁVEL

Média

Ponderada (%)

50