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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA Cristiane Campos Lemos FORMULAÇÕES MATRICIAIS À BASE DE QUITOSANA – ESTUDOS DE ADSORÇÃO E LIBERAÇÃO DE CORANTES SÃO CRISTOVÃO (SE) – BRASIL 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

Cristiane Campos Lemos

FORMULAÇÕES MATRICIAIS À BASE DE QUITOSANA – ESTUDOS DE

ADSORÇÃO E LIBERAÇÃO DE CORANTES

SÃO CRISTOVÃO (SE) – BRASIL

2012

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FORMULAÇÕES MATRICIAIS À BASE DE QUITOSANA – ESTUDOS DE

ADSORÇÃO E LIBERAÇÃO DE CORANTES

Cristiane Campos Lemos

Dissertação de Mestrado apresentada ao Núcleo de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal de Sergipe como um dos pré-requisitos para a obtenção do título de Mestre em Química.

ORIENTADORA: PROFª DRª EUNICE FRAGOSO DA SILVA VIEIRA

SÃO CRISTÓVÃO

2012

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

L555f

Lemos, Cristiane Campos Formulações matriciais à base de quitosana – estudos de

adsorção e liberação de corantes / Cristiane Campos Lemos. – São Cristóvão, 2012.

97 f. : il.

Dissertação (Mestrado em Química) – Programa de Pós-Graduação em Química, Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Universidade Federal de Sergipe, 2012.

Orientador: Profª. Drª. Eunice Fragoso da Silva Vieira

1. Adsorção. 2. Corantes. 3. Quitosana. 4. Resina epóxi. I. Título.

CDU 544.723

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Mire o final e nunca pare para duvidar.

AUTOR DESCONHECIDO

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Dedico

À DEUS,

Aos meus pais João e Judith,

Ao meu esposo Emerson,

À minha irmã Andréa.

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AGRADECIMENTOS

À Jeová Deus, a quem devo minha existência, sabedoria, força,

perseverança, por permitir que eu pudesse galgar até aqui.

Ao meu grande amor, amigo e paciente marido, Emerson Augusto

Silva Moreira, por estar ao meu lado em todos os momentos com palavras,

gestos, compreensão, incentivo e carinho. O desejo de construir uma linda

família com você me dá forças para lutar. Esta família, embora pequena, ainda

dará belos frutos.

Aos meus pais, João Torres Lemos e Judith Maria Campos Lemos, a

que em muitos momentos deixaram seus próprios desejos, até mesmos suas

vidas em segundo plano (com muita satisfação e alegria) para que eu pudesse

realizar os meus. A vocês devo meu caráter, coragem, devo tudo o que sou e

tudo o que ainda vou ser. Obrigada por me amarem tanto e por ensinarem o

valor de uma família unida. Juju, minha psicóloga, você não é uma mãe

apenas, você é a única pessoa do universo que eu conheço que de fato nasceu

para ser mãe, a melhor do mundo.

A minha irmã Andréa Campos Lemos por ter sido mais do que uma

irmã, foi sempre uma mãe para mim. Você é muito especial, é uma pessoa

linda e de um coração único. Coração este que nos últimos anos encontrou o

coração de uma pessoa maravilhosa, meu cunhadinho, Anderson Morais, a

quem eu sou muito grata por fazer minha irmã se sentir tão amada e

respeitada.

Aos meus tios, em especial Ediraldo Barros Campos e Maria Pontes

Aguiar pelo incentivo e por se preocuparem comigo como verdadeiros pais.

Obrigada pelos conselhos dados durante a minha adolescência. Valeu à pena.

Aos meus familiares de uma forma geral, meu sogro José Augusto e

minha sogra Sônia Moreira por compreenderem a minha luta. Aos meus

cunhados Cristiane, Alexander, Augusto e Susana pelo apoio e por muitas

vezes sentirem a minha falta nos passeios da família.

A minha orientadora Eunice Fragoso por ser uma pessoa

maravilhosa, de coração tão nobre e de qualidades raras. Apesar de atitudes

discretas, suas ações, para mim, sempre foram grandiosas. Obrigada por, de

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fato, me orientar.

Aos meus amigos do LSAM. Todos, sem exceção, me ajudaram a

chegar até aqui. Em especial, Ícaro, Karine, Marcos, Grace, Renata e Cecília.

Vocês foram mais do que amigos, foram uma verdadeira família.

Aos meus professores de mestrado Reinaldo Cestari, que em muitos

momentos me orientou e se preocupou com o andamento dos meus

experimentos. Valéria e Sandro que me apresentaram disciplinas importantes

para o meu desempenho.

A todos os técnicos de laboratório do DQI que de forma tão

carinhosa nunca negaram ajuda.

A todos os meus colegas de trabalho que tantas vezes ajustaram

seus horários de trabalho para me beneficiar, principalmente as professoras

de química, Joceli e Patrícia. Grace, muito obrigada por me ajudar na correção

final da dissertação e por ter feito isso com tanta disposição e alegria. Em

especial, Ana Célia que muitas vezes dividia a minha aflição quando eu

aparecia em sua sala para dizer o quanto estava difícil conciliar o trabalho, a

família e os estudos e ela pacientemente me ouvia e fortalecia. Como seria

difícil sem vocês!

Aos meus alunos que dividiram comigo esses momentos de aflição,

quantas vezes eu pedi a compreensão deles por estar com a mente cansada

por ter estudado durante a madrugada e eles sempre me compreendiam.

Enfim, a todos que não foram citados, mas que participaram dessa

conquista.

Muito obrigada!!!

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................... i

LISTA DE TABELAS ................................................................................................. iii

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS .............................................................. iv

RESUMO..................................................................................................................... v

ABSTRACT ................................................................................................................ vi

1. INTRODUÇAO ...................................................................................................... 01

1.1 Justificativa para a escolha do tema proposto .................................................. 01

1.2 Algumas considerações sobre corantes ............................................................ 03

1.3 Poluição causada por corantes ......................................................................... 06

1.4 Materiais adsorventes ....................................................................................... 08

1.5 O polissacarídeo quitosana ............................................................................... 09

1.6 Resinas epóxi .................................................................................................... 13

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 17

2.1. Objetivo geral ............................................................................................... 17

2.2. Objetivos específicos .................................................................................. 17

3. METODOLOGIA ................................................................................................... 18

3.1 Reagentes ....................................................................................................... 18

3.2 Preparação das soluções ................................................................................ 18

3.2.1 Solução tampão pH 4,0 (H3CCOOH/H3CCOONa) ................................. 18

3.2.2 Solução tampão pH 10,0 (NH4OH/NH4Cl) ............................................. 19

3.3 Preparação e modificação dos materiais ........................................................ 19

3.3.1 Quitosana reticulada com bórax (QUIT-BORAX) ................................... 19

3.3.2 Material híbrido formado por quitosana e resina epóxi PY-340 sem

reticular (QUIT-EPÓX) .................................................................................... 20

3.3.3 Material híbrido formado por quitosana e resina epóxi PY-340 reticulado

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com bórax (QUIT-EPÓX-BORAX) .................................................................. 20

3.4 Caracterização dos materiais .......................................................................... 21

3.4.1 Determinação do pH do ponto de carca zero (pHPCZ) ............................ 21

3.4.2 Espectroscopia de absorção na região do infravermelho (FTIR) ........... 21

3.4.3 Microscopia eletrônica de varredura (MEV) ........................................... 22

3.4.4 Análise termogravimétrica (TG/DTG) ..................................................... 22

3.5 Curvas analíticas de calibração das soluções dos corantes ........................... 22

3.6 Testes de adsorção e liberação ...................................................................... 23

3.6.1 Adsorção dos corantes AM e VR ........................................................... 23

3.6.2 Teste de liberação dos corantes ............................................................ 23

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 25

4.1 Determinação do ponto de carga zero (pHPCZ) ............................................... 27

4.2 Espectroscopia de absorção na região do infravermelho (FTIR) .................... 28

4.3 Microscopia eletrônica de varredura (MEV) .................................................... 32

4.4 Análise termogravimétrica (TG/DTG) .............................................................. 34

4.5 Curva analítica de calibração das soluções dos corantes ............................... 37

4.6 Determinação das quantidades adsorvidas de corantes ................................. 39

4.7 Liberação dos corantes AM e VR .................................................................... 47

5 CONCLUSÕES .................................................................................................. 53

6. REFERÊNCIAS ................................................................................................ 55

7. APÊNDICES ..................................................................................................... 63

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i

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Estrutura do corante azul de metileno .................................................... 05

Figura 02 - Estrutura do corante vermelho de remazol ............................................ 06

Figura 03 - Estrutura da quitina e da quitosana ........................................................ 10

Figura 04 - Reação de condensação entre o bisfenol-A (a) e a epicloridrina (b)

formando a resina epóxi (c) ....................................................................................... 14

Figura 05 - Esquema da reação entre amina e grupo epóxi ..................................... 15

Figura 06 - Fórmula estrutural da resina PY-340 ...................................................... 15

Figura 07 - Esferas de QUIT-BÓRAX antes da secagem ......................................... 25

Figura 08 - Esferas de QUIT-BÓRAX após secagem ............................................... 26

Figura 09 - Valores de pHPCZ dos materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e QUIT-

EPÓXI-BÓRAX .......................................................................................................... 27

Figura 10 - Espectros de absorção na região do infravermelho dos materiais: A)

QUIT-PURA, B) QUIT-BÓRAX, C) QUIT-EPÓXI e D) QUIT-EPÓXI-BÓRAX .......... .29

Figura 11 – Esquema sugerido para as interações quitosana/tetraborato de sódio .....

.................................................................................................................................. 30

Figura 12 – Esquema de reação entre a quitosana e a resina PY-340 .................... 31

Figura 13 – Microscopia eletrônica de varredura dos materiais QUIT-PURA (a) e (b),

QUIT-BÓRAX (c) e (d), QUIT-EPÓXI (e) e (f), e QUIT-ÉPÓXI-BÓRAX (g) e (h) ...... 33

Figura 14 – Curvas de TG para os materiais QUIT-PURA (a), QUIT-BÓRAX (b), QUIT-

EPÓXI (c) e QUIT-EPÓXI-BÓRAX (d) ................................................................................. 35

Figura 15 – Curvas de DTG dos materiais QUIT-PURA (a), QUIT-BÓRAX (b), QUIT-EPÓXI

(c) e QUIT-EPÓXI-BÓRAX (d) ............................................................................................. 36

Figura 16 – Curvas de calibração dos corantes AM e VR em tampão pH 4 e pH 10 ...

.................................................................................................................................. 38

Figura 17 – Curvas de calibração dos corantes AM e VR em água ......................... 39

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ii

Figura 18 – Isotermas de adsorção das interações entre o corante AM e os

materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e QUIT-EPÓXI-BÓRAX, à temperatura de 30

°C, tampão pH 10 ...................................................................................................... 41

Figura 19 – Valores de Nads em função do tempo de contato referente às interações

materiais/AM, à temperatura de 30 °C, em tampão pH 4 .......................................... 43

Figura 20 – Valores de Nads em função do tempo de contato referente às interações

materiais/VR, à temperatura de 30 °C, em tampão pH 4 .......................................... 44

Figura 21 – Fotos das esferas de QUIT-BÓRAX (a), QUIT-EPÓXI (b) e QUIT-

EPÓXI-BÓRAX (c) após adsorção do corante VR à temperatura de 30 °C, tampão

pH 4 ........................................................................................................................... 45

Figura 22 – Valores de Nads em função do tempo de contato referente às interações

materiais/VR, à temperatura de 30 °C, em tampão pH 10 ........................................ 46

Figura 23 – Percentual de corante AM liberado em água, em função do tempo de

contato com os materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e QUIT-EPÓXI-BÓRAX ...... 48

Figura 24 – Percentual de corante AM liberado em água, em função do tempo de

contato dos materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e QUIT-EPÓXI-BÓRAX ............ 49

Figura 25 – Percentual de corante VR liberado em água em função do tempo de

contato do material QUIT-EPÓXI-BÓRAX ................................................................ 51

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iii

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Principais aplicações da quitosana ....................................................... 11

Tabela 02 – Dados das perdas de massa dos materiais obtidos pelas curvas de

TG/DTG ..................................................................................................................... 37

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

FTIR – Espectroscopia de absorção no Infravermelho com transformada de Fourrier

MEV – Microscopia Eletrônica de Varredura

TG – Termogravimetria

DTG – Termogravimetria diferencial

QUIT-BÓRAX – Material adsorvente híbrido à base de quitosana e tetraborato de

sódio

QUIT-EPÓXI – Material adsorvente híbrido à base de quitosana e resina epóxi PY-

340

QUIT-EPÓXI-BÓRAX - Material adsorvente híbrido à base de quitosana, resina

epóxi PY-340 e tetraborato de sódio

VR – Corante vermelho de remazol

AM – Corante azul de metileno

pHPCZ – pH do ponto de carga zero

QUIT-PURA – Quitosana pura

Nads – Quantidade de corantes adsorvidas, em mg g-1

Ci – Concentração inicial, em mg L-1

Ceq – Concentração do corante no tempo t , em mg L-1

V – Volume da solução, em litros

m – Massa do adsorvente, em gramas.

Nlib – Quantidade de corantes liberada, em mg g-1.

Ceq lib – Concentração da solução após liberação do corante no tempo t, em mg L-1

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v

RESUMO

Esferas de quitosana foram preparadas e reticuladas com tetraborato de

sódio e resina epóxi PY-340 obtendo-se os materiais híbridos QUIT-BÓRAX e QUIT-

EPÓXI, respectivamente. O híbrido QUIT-EPÓXI foi tratado com tetraborato de sódio

para obtenção do híbrido QUIT-EPÓXI-BÓRAX. As esferas de quitosana pura e os

novos materiais híbridos obtidos foram caracterizadas por determinação do pH do

ponto de carga zero, termogravimetria, espectroscopia de absorção na região do

infravermelho e microscopia eletrônica de varredura. Processos de interações dos

corantes azul de metileno (AM) e vermelho de remazol (VR) com os materiais

obtidos foram avaliados através de testes de adsorção em meio ácido e em meio

alcalino (tampões pH 4 e pH 10) na temperatura de 30 °C. Nos testes de adsorção

do corante AM, na concentração inicial de 8,8 mg L-1, em tampão pH 10, a

quantidade adsorvida no material QUIT-BÓRAX foi de 1,438 mg g-1. Para o material

QUIT-EPÓXI, a quantidade adsorvida foi de 1,970 mg g-1 e para o material QUIT-

EPÓXI-BÓRAX foi encontrado um valor de 1,385 mg g-1 correspondendo a 32,81%,

35,49% e 31,70%, respectivamente, indicando que a afinidade dos materiais pelo

corante AM em meio alcalino decresce na ordem: QUIT-EPÓXI > QUIT-BÓRAX >

QUIT-EPÓXI-BÓRAX. Nas interações entre o corante VR (concentração inicial de

6,3 mg L-1, tampão pH 4) e os materiais obtidos observou-se que apenas o material

QUIT-EPÓXI-BÓRAX adsorveu o corante aniônico, apresentando um valor de

quantidade adsorvida de 1,808 mg g-1, correspondendo a 58,21% de remoção do

corante. Os materiais não tiveram afinidade pelo corante AM em tampão pH 4, nem

pelo corante VR em tampão pH 10. Os melhores resultados dos testes de liberação

do corante AM impregnado nos três materiais indicaram que o percentual de

liberação decresce na ordem: QUIT-EPÓXI-BÓRAX (74,7%) > QUIT-BÓRAX

(64,1%) > QUIT-BÓRAX (41,8%), durante um período de aproximadamente sete

dias. Os experimentos realizados mostraram que os materiais híbridos obtidos

podem ser utilizados para aplicação de espécies químicas de natureza catiônica em

sistemas carreadores.

Palavras chaves: quitosana, resina epóxi, adsorção de corantes, liberação

de corantes.

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vi

ABSTRACT

Spheres of chitosan were prepared and crosslinked with sodium tetraborate

and the epoxy resin PY-340 to obtain the hybrid materials QUIT-BORAX and QUIT-

EPOXI, respectively. The hybrid QUIT-EPOXI was reacted with sodium tetraborate to

obtain the hybrid QUIT-EPOXI-BORAX. The spheres of raw chitosan and the new

hybrid materials were characterized by determining the pH of zero point charge,

thermogravimetry, infrared absorption spectroscopy and scanning electron

microscopy. Interactions processes of the dyes methylene blue (AM) and remazol

Red (VR) with the hybrids were evaluated using adsorption tests in acidic and

alkaline media (pH 4 and pH 10 buffered solutions, respectively) at 30 °C. In the tests

of AM adsorption using AM initial concentration of 8.8 mg L-1 in pH 10 buffered

solution, the AM adsorbed amounts on QUIT BORAX, QUIT-EPOXY and QUIT-

EPOXY-BORAX were 1.438, 1.970 and 1.385 mg g-1, respectively. These values

correspond, respectively, to 32.81%, 35.49% and 31 70%, indicating the following

affinity order for AM adsorption: QUIT-EPOXY > BORAX-QUIT > QUIT-EPOXY-

BORAX. In the interactions of the VR dye (initial concentration of 6.3 mg L-1, pH 4

buffered solution) with the materials, this dye was only adsorbed on the QUIT-

BORAX-EPOXY material with an adsorbed amount, of 1.808 mg g-1, corresponding

to 58.21% of removal of VR. It was observed that the materials have not affinity for

AM in pH 4, and the VR dye was not adsorbed on the materials using pH 10 buffered

solution. The best release results of the impregnated AM indicated the following dye

release order: QUIT-EPOXY-BORAX (74.7%) > QUIT-BORAX (64.1%) > QUIT-

BORAX (41.8%), during approximately seven days. The experiments have shown

that the obtained hybrid materials can be used in the application of cationic species

in carrier systems.

Keywords: chitosan, epoxy resin, dyes adsorption, dyes release

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Justificativa para a escolha do tema proposto

Os crescentes apelos da sociedade por soluções que possam sanar

ou amenizar os problemas gerados pela poluição ambiental têm levado a

comunidade científica a intensificar estudos que busquem auxiliar no

desenvolvimento de processos ou materiais que evitem a geração de quaisquer

tipos de poluentes com o objetivo de reduzir os impactos ambientais.

A busca por soluções para a preservação do meio ambiente não é

recente. A partir da década de 50, o Brasil foi considerado um país

economicamente promissor; no entanto, já demonstrava aspectos

problemáticos relacionados ao meio ambiente [1]. Contudo, muitas das

características negativas já foram abrandadas em razão de inovações no setor

de proteção ao meio ambiente.

A população de todo o planeta cada vez mais vem tomando

consciência da crise ambiental que se manifesta claramente através da

redução e/ou eliminação dos recursos naturais.

Apesar de existirem inúmeras organizações que auxiliam direta ou

indiretamente na proteção do meio ambiente, seja através de atitudes práticas

ou através de legislações, a verdadeira proteção somente será promovida com

a conscientização do homem em relação ao desenvolvimento sustentável.

Sabe-se que a população quadriplicou no último século [2],

principalmente nos países em desenvolvimento como o Brasil e, como

conseqüência, os recursos naturais vêm se tornando cada vez mais escassos,

inclusive os recursos renováveis como a água, cujos níveis de poluição são

catastróficos, chegando a índices alarmantes para a saúde do meio ambiente e

do próprio homem [2-4].

De uma forma geral, as variadas formas de poluição das águas são

provocadas pelo descarte de resíduos em rios e mares. Dentre os diversos

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tipos de resíduos emitidos no meio ambiente, que contaminam principalmente o

solo e a água, destacam-se os defensivos agrícolas e os corantes têxteis [5, 6].

Os efluentes advindos das indústrias têxteis e os fabricantes de corantes

muitas vezes não tratam adequadamente os rejeitos antes de serem lançados

nas águas, atingindo, muitas vezes, os reservatórios e estações de tratamento,

tornando-se uma ameaça constante para o meio ambiente.

Dentre as agressões causadas ao meio ambiente através das

atividades agrícolas, o uso de defensivos agrícolas se destaca pela capacidade

de contaminar alimentos, o solo, a água, os animais e até mesmo o homem.

Muitos defensivos são bastante tóxicos, cancerígenos e

mutagênicos, podendo causar invalidez e até levar à morte [7, 8]. Provocam

ainda desequilíbrios biológicos, eliminam organismos benéficos, alteram os

ciclos naturais dos nutrientes e da matéria orgânica [9]. Além disso, o uso

indiscriminado de defensivos agrícolas tem levado ao aumento da resistência a

esses produtos, forçando a aplicação cada vez mais forte dessas drogas.

O desenvolvimento de sistemas de liberação controlada é uma

alternativa para aumentar a eficiência do princípio ativo e reduzir potenciais

efeitos tóxicos, promovendo melhor disponibilidade e direcionamento da ação

[8]. Estes sistemas podem carrear substâncias biologicamente ativas, alterar a

distribuição do princípio ativo e aumentar sua ação biológica. Na agricultura

atual, a tendência é a liberação de herbicidas e fertilizantes com ações

extremamente pontuais e mais eficientes [9].

Neste trabalho foram obtidos novos materiais à base de quitosana e

resina epóxi que apresentam potencialidade para remover resíduos de

corantes presentes em soluções aquosas. A grande afinidade dos materiais por

alguns tipos de corantes é uma propriedade explorada neste trabalho,

buscando desenvolver sistemas úteis na aplicação de defensivos agrícolas

através do processo de liberação controlada. Com esse propósito, os corantes

azul de metileno e vermelho de remazol foram utilizados como moléculas

modelo para a realização dos testes de liberação.

Espera-se contribuir para o avanço da ciência e tecnologia no país

no que concerne ao desenvolvimento de novos materiais para aplicação de

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defensivos agrícolas em sistemas carreadores, bem como para a aplicação na

descontaminação de efluentes aquosos.

1.2. Algumas considerações sobre corantes

São muitas as classificações existentes para os corantes.

Entretanto, a mais simples é a que divide os corantes em naturais e sintéticos.

Os primeiros são os advindos da natureza; já os corantes sintéticos, ou

artificiais, são criados pelo homem ou provenientes de compostos químicos

[10].

Outra classificação importante divide os corantes em: reativos,

diretos, azóicos, básicos, dispersivos, à cuba, de enxofre, pré-metalizados,

ácidos e catiônicos [11-14]. Uma breve descrição de algumas classificações é

apresentada a seguir [11]:

Corantes Diretos: são os corantes caracterizados como solúveis em

água, sendo capaz de tingir fibras a partir de interações de Van der

Waals, tendo sua afinidade aumentada pelo uso de eletrólitos pela

planaridade na configuração da molécula do corante ou a dupla ligação

conjugada.

Corantes Azóicos: são compostos coloridos que são produzidos sobre a

fibra durante o processo de tingimento. Para tanto, é utilizado um agente

de acoplamento (composto solúvel em água) que, adicionado ao sal de

diazônico, produz um corante insolúvel em água [13].

Corantes à Cuba: são praticamente insolúveis em água. No processo de

tintura esses corantes são reduzidos em solução alcalina transformando-

se em um composto solúvel. São utilizados em tingimento de algodão.

Corantes de Enxofre: são corantes que após sua aplicação tornam-se

compostos formados pela interação entre macromoléculas e

polissulfetos, que são altamente insolúveis em água. Estes compostos

têm sido utilizados principalmente na tintura de fibras celulósicas,

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conferindo as cores preta, verde oliva e azul.

Corantes Dispersivos: são corantes insolúveis em água e são aplicados

através de suspensão. É importante ressaltar que a maioria dos

processos de tintura ocorre na presença de agentes dispersantes, sendo

utilizada largamente em tinturas de fibras sintéticas, tais como náilon,

poliéster.

Corantes Pré-metalizados: são mais utilizados em tinturas de fibras

protéicas e poliamida, sendo caracterizados pela presença de um grupo

hidroxila ou carboxila na posição orto em relação ao cromóforo azo,

permitindo a formação de complexos com íons metálicos. Ressalta-se

que a grande desvantagem ecológica dos corantes pré-metalizados está

associada ao alto conteúdo de metal (crômio) nas águas de rejeito.

Corantes Ácidos: são corantes solúveis em água, com grande aplicação

em fibras protéicas (lã, seda) e poliamidas sintéticas. O corante se liga à

fibra por meio de trocas iônicas e possuem três grupos sulfônicos.

Possuem alto grau de coloração e boa fixação.

Corantes Catiônicos: são os corantes utilizados para colorir papel,

poliacrilonitrila, náilons modificados, poliésteres modificados e para

coloração de células em pesquisas, sendo seu maior representante o

corante azul de metileno, onde sua forma estrutural pode ser visualizada

na figura 01. Por serem hidrossolúveis, têm amplas aplicações [14]. Vale

ressaltar que vários corantes catiônicos têm sido incorporados a outros

materiais para finalidades diversas do tingimento.

O corante azul de metileno apresenta propriedades fotoquímicas,

antissépticas e eletroquímicas, sendo, por isso, muito aplicado na

medicina. Suas propriedades fotoquímicas podem ser observadas

através da inativação de bactérias e vírus, no combate ao câncer pela

identificação de carcinomas em exames citológicos em eletrodos

modificados [15-17]. As propriedades antissépticas promovem sua

utilização em cirurgias podendo ser aplicado sobre a pele [15]. Na área

da odontologia, o azul de metileno tem sido descrito como substância

capaz de matar bactérias orais [18]. Este corante pode ser utilizado

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também para examinar o DNA sob o microscópio ou em um gel através

de técnicas de cromatografia [19].

S+

N

NH3C

CH3

N

CH3

CH3

Cl-

Figura 01 - Estrutura do corante azul de metileno [15].

Com efeito, o interesse neste corante reside mais intensamente

na sua propriedade eletrocatalítica frente ao NADH4, que é a coenzima

das enzimas dehidrogenases, bem como em razão de sua semelhança

com as flavinas, que são importantes agentes redox participantes de

várias reações enzimáticas [20].

Além disso, o azul de metileno é o corante mais usado em testes

de adsorção uma vez que é considerado um composto modelo para o

estudo da remoção de contaminantes orgânicos de solução aquosa [21].

Embora não seja considerado venenoso, o azul de metileno pode

causar vários efeitos prejudiciais à saúde humana, tais como: náuseas,

vômito, diarréia e gastrite. A ingestão de altas doses provoca dores no

abdômen e tórax, dor de cabeça severa, transpiração abundante,

confusão mental e menstruação dolorosa [21].

Corantes Reativos: possuem grupo reativo capaz de formar ligação

covalente com grupos hidroxila das fibras celulósicas, com grupos

amina, hidroxila e tióis das fibras protéicas e também com grupos amina

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das poliamidas. Os corantes reativos são altamente solúveis em água e

possuem grupamentos cromóforos azo e/ou antraquinona e grupos

reativos clorotrizinila e sulfatoetilsulfonila [13] e o vermelho de remazol

pertence a essa classe de corantes. É um corante aniônico bastante

utilizado na indústria farmacêutica, indústria alimentícia e de cosméticos.

Sua fórmula estrutural está apresentada na figura 02.

N

N N

N

H

SO3Na

N H

Cl

Na3OS SO3Na

N N

SO2CH2CH2OSO3Na

Figura 02 - Estrutura do corante vermelho de remazol [74].

Por possuir em sua estrutura vários grupos funcionais, o corante

vermelho de remazol tem extrema capacidade de se ligar às fibras

têxteis, sendo, por isso, muito utilizado no setor industrial.

1.3. Poluição causada por corantes

A indústria têxtil é considerada, na maioria dos países, um dos

segmentos industriais de grande responsabilidade econômica e, devido às

vultosas produções, também é significativa a quantidade de resíduos,

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principalmente de corantes, por ela liberada no meio ambiente. O amplo uso de

corantes, principalmente nos processos de tingimento industrial, tem

provocado, em nível global, grandes desastres ecológicos, visto que toneladas

de corantes são lançadas em ambientes aquáticos, que se tornam receptores

desses tipos de poluentes.

Os impactos provocados pelas indústrias de corantes têm gerado,

de forma crescente, dados alarmantes quanto à poluição do meio ambiente.

Aproximadamente 10.000 corantes diferentes são utilizados e representam um

consumo anual de cerca de 8x105 toneladas em todo o mundo, sendo 26.500

toneladas somente no Brasil [22]. Países como o Brasil, México, Índia e

Argentina produzem aproximadamente 3.000 corantes cancerígenos [11, 22].

Fatores como redução da demanda química de oxigênio (DBO) [23]

e o aumento do nível de toxicidade de ambientes aquáticos [24] provocam

sérios riscos para a vida de uma forma geral. Além da poluição ambiental

ocasionada por descarte de corantes, existe uma grande preocupação

relacionada com a contaminação humana.

O comprometimento da cadeia alimentar é evidente, visto que as

substâncias químicas presentes nestes resíduos se acumulam em seres vivos

e os seus efeitos não são completamente conhecidos pelos estudiosos da área

[25]. Sabe-se que, além de serem altamente tóxicos, mutagênicos e

cancerígenos devido à presença de metais, os corantes podem causar

dermatites, alergias e irritação cutânea [26, 27].

Os corantes são difíceis de degradar-se por apresentarem

composições químicas variadas, orgânicas e inorgânicas. Por se tratar de uma

mistura de estruturas moleculares complexas estes compostos são

considerados estáveis. A maioria é solúvel em água e apenas uma pequena

parte é absorvida pela fibra, sendo grande parte liberada para as estações de

tratamento [25]. Os efluentes têxteis apresentam elevadas concentrações de

álcalis, carboidratos, proteínas e corantes contendo metais pesados o que

justifica a ação tóxica desses resíduos [28].

Os corantes são sintetizados para resistir à exposição, transpiração,

à luz, à água, a produtos químicos oxidantes, bem como a ataques

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microbianos. Assim, eles se mantêm resistentes no meio ambiente. Estes fatos

mostram que os resíduos emitidos por este seguimento industrial devem ser

previamente tratados e atender aos parâmetros de controle ambiental antes de

serem lançados nos rios e mares.

Embora a maioria dos efluentes têxteis passe por estações de

tratamento, nos últimos anos algumas medidas para melhorar a qualidade de

águas residuais contendo corantes estão sendo utilizadas. Sistemas de pré-

tratamentos como neutralização, remoção de sólidos em suspensão por

técnicas físicas ou químicas de separação, tratamentos biológicos envolvendo

microorganismos, processos de adsorção, troca iônica e oxidação química são

alguns dos métodos de remoção de corantes [29].

Fica evidente que os métodos de remoção de corantes dos rejeitos

industriais têm recebido atenção especial nos últimos anos. Essa problemática

não pode ser resolvida de forma simples, considerando que os corantes não

pertencem a uma única classe de compostos, mas pertencem a uma vasta

classe de diferentes grupos funcionais. Por isso, diversos materiais

adsorventes estão sendo sintetizados com o objetivo de remover elevadas

concentrações de corantes de regiões contaminadas.

1.4. Materiais adsorventes

A busca por materiais adsorventes cada vez mais eficientes tem sido

o alvo de vários pesquisadores em todo o mundo. Um material adsorvente é

capaz de interagir com grupos funcionais presentes nas moléculas de resíduos

poluentes servindo para o tratamento de efluentes têxteis, bem como para a

purificação de águas residuais contaminadas não só por corantes, mas como

também por metais, agrotóxicos, dentre outros.

Vários tipos de adsorventes como, argilas [30], zeólitas [31], carvão

ativado [32] e sílica gel [33, 34] vêm sendo utilizados com bastante eficiência

em processos de remoção de resíduos contaminantes utilizando a metodologia

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de adsorção. Além dos adsorventes citados, merecem especial destaque os

polissacarídeos que, nas últimas décadas também vêm sendo muito utilizados

como adsorventes de metais e corantes que poluem o meio ambiente [35-40].

O grupo de pesquisa em Química de Materiais da Universidade Federal de

Sergipe vem intensificando estudos voltados à obtenção de materiais

adsorventes de baixo custo e pouco agressivos ao meio ambiente. Nessa área,

foram desenvolvidos materiais à base de alginato de sódio, quitosana e

escama de peixe que se mostraram muito eficientes em processos de adsorção

[41-45].

Dentre os polissacarídeos, a quitosana mostra-se bastante versátil,

uma vez que vários derivados podem ser facilmente obtidos a partir da

imobilização de novos grupos funcionais. A introdução de certos grupos

funcionais na matriz polimérica da quitosana pode propiciar uma maior

interação com um grande número de espécies químicas. Além do mais, seus

grupos amina podem permitir o estabelecimento de diferentes tipos de

interações com diversos materiais.

1.5. O polissacarídeo quitosana

As carapaças de crustáceos como lagostas, camarões e

caranguejos possuem em sua constituição um biopolímero, a quitina, que pode

ser separada da carapaça através de processos de desmineralização e

desproteinização [46]. Este polímero natural possui uma estrutura cristalina

altamente organizada [47], é insolúvel em meio aquoso e na maioria dos

solventes orgânicos, e tem baixa reatividade química. A insolubilidade da

quitina é o maior fator limitante da sua utilização [48].

A quitina pode ser desacetilada em meio alcalino e, dessa forma,

obtém-se um novo biopolímero, a quitosana, com importantes propriedades

químicas e biológicas. As estruturas de ambos os biopolímeros são mostradas

na figura 03.

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OH

OH

OH

OHNH2

NH2

OO

O

OO

OO

OO

NH2

OH

OH

OH

OH

OH

OH

OH

OH

OO

NH

CH3

O

OO

HN

H3C

O

OO

NH

CH3

O

OH

OH

OH

OH

QUITINA

O

OO

HN

H3C

O

QUITOSANA

NH2

Figura 03 – Estrutura da quitina e da quitosana.

Tanto a estrutura da quitina como a da quitosana são constituídas

por unidades de 2-acetamido-2-deoxi-Dglicopiranose e 2-amino-2-deoxi-

Dglicopiranose unidas por ligações glicosídicas β(1-4) [46]. A diferença, no

entanto, deve-se à proporção relativa dessas unidades. Na estrutura da quitina

predominam unidades de 2-acetamido-2-deoxi-Dglicopiranose, já a quitosana é

predominantemente formada por unidades de 2-amino-2-deoxi-D-glicopiranose.

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A quitosana pode facilmente ser dissolvida em soluções de ácidos

fracos diluídos, devido à protonação de seus grupos amina [49-51]. A

existência dos grupos amina e hidroxila na quitosana possibilitam modificações

químicas que podem ampliar seus campos de aplicação.

As diversas propriedades da quitosana como, biocompatibilidade,

não toxicidade e biodegradabilidade, bem como sua abundância na natureza

tornam este polímero alvo de grande interesse para o desenvolvimento de

estudos relacionados às inúmeras aplicações em diferentes áreas, tais como:

meio ambiente, nutrição, cosmético, medicina, agricultura, dentre outras,

confirmando, assim, a sua versatilidade. Na tabela 01 encontram-se resumidas

algumas das principais aplicações da quitosana.

Tabela 01 - Principais aplicações da quitosana.

ÁREA APLICAÇÃO

Agricultura

Mecanismo de defesa em plantas.

Estímulo do crescimento de plantas.

Revestimento de sementes.

Liberação do tempo de fertilizantes e

nutrientes no solo.

Tratamento de água

residuais

Floculante para clarear água.

Remoção de íons metálicos.

Eliminar polímeros sintéticos.

Redução de odores.

Alimentos e bebidas Não digerível pelo ser humano (dieta rica em

fibra).

Redução de gordura.

Espessante e estabilizante para molhos.

Proteção por ser fungicida, antibacteriano.

Revestimento de frutas.

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Cosméticos e artigos de

higiene pessoal

Manter a umidade da pele.

Tratamento contra a acne.

Melhorar a elasticidade dos cabelos.

Higiene bucal (creme dental, goma de mascar).

Biofarmacêutica Ação imunológica, antitumoral.

Hemostática e anticoagulante.

Fonte: [46].

Atualmente, alguns materiais estão sendo desenvolvidos a partir da

interação de polissacarídeos e resinas epóxi.

Gonçalves adicionou celulose, especificamente, fibra de coco, à

resina epóxi com o objetivo de sintetizar materiais mais resistentes e, após a

realização de vários testes de resistência à tração e flexão, ficou comprovado

que o material formado pela resina epóxi e a fibra de coco foi 30% mais

resistente do que o material que continha apenas a resina epóxi [52].

Fu-Chun e colaboradores conseguiram sintetizar um material à base

de quitosana e resina epóxi com a função de encapsular enzimas utilizadas em

testes, conhecidas como “schitosoma japonicum”, que é o método de rotina

para diagnosticar a doença esquistossomose [53]. Este material mostrou-se

bastante eficiente por fornecer resultados semelhantes aos de outros testes,

com a vantagem de detectar resultados mais estáveis e ainda permitiu

quantificar as amostras após os testes.

Garb e colaboradores sintetizaram celulose bacteriana (celulose

segregada de forma extracelular através de bactérias) e resinas epóxi com o

objetivo de aumentar a força interfacial deste material. Os resultados revelaram

que a resistência à fratura melhorou 84 % e que os materiais se tornaram mais

resistentes ao calor quando submetidos a elevadas temperaturas [54].

Sabarudin e colaboradores sintetizaram resinas para a separação e

recuperação de metal em processos de extração em fase sólida. Inclusive a

quitosana foi utilizada na preparação da composição desses materiais híbridos

com o propósito de acelerar o processo reacional. Os resultados obtidos

mostraram que as resinas sintetizadas apresentaram diversas vantagens

quanto à sensibilidade e seletividade na detecção de metais [55].

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1.6. Resinas epóxi

Resinas epóxi são polímeros termorrígidos com diversas aplicações.

Por serem resistentes e de baixo custo, estão sendo associadas à composição

de diversos materiais [56]. São amplamente utilizadas na indústria eletrônica

em razão de suas diversas propriedades térmicas, mecânicas e elétricas [57],

em revestimentos (como adesivos), em laminados, dentre outros [58]. Estes

polímeros apresentam outras vantagens como, elevada rigidez e alta

estabilidade dimensional [59]. As resinas estão sendo utilizadas em indústrias

aeroespaciais e automotivas por serem mais resistentes à umidade e

processadas de forma simples. Em alguns casos, são modificadas com outros

materiais como celulose, cimentos e outros para melhorar as propriedades dos

produtos formados [54].

As resinas epóxi possuem pelo menos dois grupos epóxi em sua

estrutura, constituídos por um anel formado por dois átomos de carbono e um

átomo de oxigênio. A alta tensão entre as ligações desse anel torna essa parte

da molécula bastante reativa [56]. Aproximadamente 90% da produção de

resinas epóxi em todo o mundo ocorrem a partir da reação de condensação

entre o bisfenol-A e a epicloridrina [59, 60]. Nessa reação a epicloridrina tem a

função de inserir grupos epóxi atuando como agente de epoxidação, como

pode ser observado na figura 04.

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HO C

CH3

CH3

OH +O

ClNaOH

(a) (b)

O O O O

(c)

Figura 04 - Reação de condensação entre o bisfenol-A (a) e a epicloridrina (b) formando a resina epóxi (c) [58, 59].

Entretanto, devido à sua baixa resistência à fratura, resinas epóxi

passam por um processo denominado cura. Após este procedimento, o

material apresenta uma contração de aproximadamente 2%, indicando que

para formar um sistema curado é necessário um baixo grau de rearranjo

molecular [58].

Essas resinas reagem fortemente com moléculas orgânicas,

doadoras de elétrons, ocorrendo a quebra de grupos epóxi presentes nesses

compostos. Esse processo é conhecido como reação de polimerização entre

aminas, por exemplo, e grupos epóxi [61-63]. O esquema da reação entre

aminas e grupos epóxi pode ser observado na figura 05.

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RNH2 + H2C

O

CH R

Amina Grupo Epóxi

RNH CH2 CH R

OH

Amina Secundária

Amina Secundária

RNH CH2 CH R

OH

+

Grupo Epóxi

H2C

O

CH R

R CH2 CH

OH

CH2

RN CH2 CH

OH

CH2 R

Amina Terciária

Figura 05 - Esquema da reação entre amina e grupo epóxi [64].

Resinas epóxi, em especial a resina PY-340 (figura 06), têm sido

utilizadas em estudos e pesquisas de aplicações de novos materiais [64].

O

O

O

n

Figura 06 - Fórmula estrutural da resina PY-340 [65].

Cestari e colaboradores propuseram novas formulações de pastas

de cimentação à base de resinas epóxi com o objetivo de avaliar suas

interações com soluções aquosas de ácido clorídrico. Os resultados indicaram

que as pastas que continham resina epóxi apresentaram maior resistência ao

ataque ácido [65].

Bartolini e colaboradores sintetizaram argila quimicamente

modificada com resina epóxi como material alternativo para a absorção de

som. Por apresentarem alta resistência térmica e mecânica e não absorverem

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o som, a resina possibilitou a obtenção de um novo material epóxi-argila, de

fácil preparo e instalação, bastante eficiente na absorção de som [66].

As resinas epóxi destacam-se ainda por serem bastante hidrofóbicas

e por isso fornecem elevada resistência aos sistemas sintetizados à base de

polímeros termorrígidos. Esta propriedade prolonga o tempo de vida desses

materiais, principalmente os que constantemente estão expostos à umidade ou

ambientes ácidos [67].

Com base nas considerações apresentadas, o presente trabalho tem

como foco a reticulação da quitosana com a resina epóxi PY-340 visando à

obtenção de materiais naturais química e mecanicamente mais resistentes que

servirão como moléculas modelo para liberação de corantes e fundamentará

estudos futuros a respeito de processos de liberação controlada de herbicidas.

Do nosso conhecimento, não existem, até o presente, trabalhos na literatura

que abordam estudos de adsorção em quitosana reticulada com resina epóxi.

Os materiais obtidos no presente trabalho podem ser, portanto, considerados

como sendo mais uma contribuição na área de novos materiais para aplicações

ambientais.

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

Obter e caracterizar materiais híbridos à base de quitosana que

sejam capazes de adsorver corantes e que possam servir como fundamento

para estudos futuros de liberação controlada de herbicidas.

2.2. Objetivos específicos

- Preparar materiais híbridos formados por quitosana, tetraborato de

sódio e a resina epóxi PY-340;

- Caracterizar os materiais obtidos através de espectroscopia de

absorção na região do infravermelho (FTIR), microscopia eletrônica de

varredura (MEV), análise termogravimétrica (TG/DTG) e determinação do pH

do ponto de carga zero de cada material;

- Avaliar a afinidade dos materiais por corante catiônico e corante

aniônico;

- Avaliar a potencialidade dos materiais como sistemas matriciais

para liberação de corantes visando à fundamentação de estudos futuros que

possam ser úteis em processos de liberação controlada de herbicidas.

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3. METODOLOGIA

3.1. Reagentes

O pó da quitosana com grau de desacetilação de 72% [68] foi cedido

pela Primex Ingredients A. S. (Noruega). O tetraborato de sódio decahidratado

- bórax (Na2B4O7.10H2O), o ácido acético glacial, o acetato de sódio, o ácido

clorídrico e o cloreto de sódio foram obtidos da Synth. Utilizou-se o hidróxido de

sódio da Proquímicos. A resina epóxi Araldite PY-340 foi obtida da Huntsman.

O corante azul de metileno (AM) foi adquirido da Vetec e o vermelho de

remazol (VR) foi doado pela Indústria Santista Têxtil-SE. Os reagentes

hidróxido de amônio e cloreto de amônio foram obtidos da Vetec. Os reagentes

de grau analítico foram utilizados sem purificação prévia. Em todos os

experimentos utilizou-se água destilada.

3.2. Preparação das soluções

3.2.1. Solução tampão pH 4,0 (H3CCOOH/H3CCOONa)

A partir de 0,27 mL de ácido acético preparou-se 1,0 L de solução. O

pH desta foi ajustado gotejando-se uma solução de acetato de sódio 0,008

mol/L. A medida de pH foi realizada utilizando-se um pHmetro digital PG 1800

da Gehaka.

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3.2.2. Solução tampão pH 10,0 (NH4OH/NH4Cl)

Foram utilizados 4,80 mL de hidróxido de amônio na preparação de

0,50 L de solução tampão pH 10. Ajustou-se o pH utilizando-se solução de

cloreto de amônio 0,25 mol/L com o auxílio de um pHmetro digital PG 1800 da

Gehaka.

3.3. Preparação e modificação dos materiais

3.3.1. Quitosana reticulada com bórax (QUIT-BÓRAX)

Foram preparados 100 mL de uma solução aquosa contendo 3% de

ácido acético. Em seguida, sob agitação mecânica constante, foram

adicionados três gramas de quitosana. Após total dissolução da quitosana, a

solução resultante foi estocada em geladeira por um período de 24 horas e,

após esse tempo, foi colocada em uma bureta e gotejada em solução de

hidróxido de sódio a 5%. Esse procedimento foi realizado sob agitação

magnética constante. Durante o processo de gotejamento, observou-se a

formação imediata de esferas.

As esferas formadas foram colocadas em contato com uma solução

de bórax 3% durante 24 horas, obtendo-se, assim, as esferas QUIT-BÓRAX. O

material obtido foi lavado com água destilada, seco à temperatura ambiente e

armazenado em dessecador.

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3.3.2. Material híbrido formado por quitosana e resina epóxi PY-

340 sem reticular (QUIT-EPÓXI)

O gel de quitosana foi preparado conforme descrito no item 3.3.1.

Preparou-se uma mistura a partir de 50 mL de uma solução de hidróxido de

sódio a 5% e 50 mL da resina epóxi PY-340 utilizando-se um agitador

mecânico para completa homogeneização. A essa mistura, gotejou-se, com

auxílio de uma bureta e sob constante agitação magnética, o gel de quitosana.

As esferas imediatamente formadas (QUIT-EPÓXI) foram lavadas com água

destilada, secas à temperatura ambiente e armazenadas em dessecador.

3.3.3. Material híbrido formado por quitosana e resina epóxi PY-

340 reticulado com bórax (QUIT-EPÓXI-BÓRAX).

Para obtenção das esferas QUIT-EPÓXI-BÓRAX, foi utilizado o

mesmo procedimento descrito no item 3.2.2. As esferas QUIT-EPÓXI foram

colocadas em contato com uma solução de bórax 3% durante 24 horas,

obtendo-se as esferas QUIT-EPÓXI-BÓRAX. As esferas foram lavadas com

água destilada, secas à temperatura ambiente e armazenadas em dessecador.

Foram realizadas medidas dos diâmetros das esferas antes e após o

procedimento de secagem. O valor obtido refere-se à média encontrada para

os diâmetros de 20 esferas de cada tipo de material (QUIT-BÓRAX, QUIT-

EPÓXI e QUIT-EPÓXI-BÓRAX). Para tanto, utilizou-se um paquímetro da

Western.

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3.4. Caracterização dos materiais

3.4.1. Determinação do pH do ponto de carga zero (pHPCZ)

Foram preparadas três soluções: 50 mL de solução de NaOH, 50 mL

de solução de HCl e 1,5 L de solução de NaCl, todas com concentração 0,01

mol/L. A solução de NaCl foi distribuída em vários béqueres de 200 mL e, em

seguida, o pH de cada solução foi ajustado com solução de HCl e/ou NaOH

para os seguintes valores: 1,0; 2,0; 3,0; 4,0; 5,0; 6,0; 7,0; 8,0 e 9,0. Em

seguida, 50 mL de tais soluções foram colocadas em frascos de vidro âmbar e

acrescentou-se 0,100 g dos materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e QUIT-

EPÓXI-BÓRAX. Os experimentos foram realizados em triplicata, à temperatura

ambiente. Os frascos foram agitados durante um período de 24 horas, de

maneira esporádica e, em seguida, mediu-se o pH das soluções com o auxílio

de um pHmetro digital PG 1800 da Gehaka.

3.4.2. Espectroscopia de absorção na região do Infravermelho

(FTIR)

Os espectros de absorção na região do infravermelho da quitosana

pura e dos materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e QUIT-EPÓXI-BÓRAX

foram obtidos através da técnica de pastilhas de KBr, na faixa de 400 a 4000

cm-1 com uma resolução de 4,0 cm-1 utilizando-se um espectrofotômetro de

infravermelho com transformada de Fourier (FTIR), modelo Spectrum BX, da

marca Perkin Elmer.

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3.4.3. Microscopia eletrônica de varredura (MEV)

Foram obtidas as micrografias dos materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-

EPÓXI e QUIT-EPÓXI-BÓRAX. As medidas foram feitas em um microscópio

eletrônico de varredura JEOL-JSM, modelo 6360-LV, sob vácuo, com

aceleração do feixe de 20 kV. As amostras foram metalizadas com ouro.

3.4.4. Análise termogravimétrica (TG/DTG)

A quitosana pura e os materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e

QUIT-EPÓXI-BÓRAX foram caracterizados por análise térmica, utilizando-se

um aparelho TG/DTG da TA Instruments, modelo SDT 2960, com taxa de

aquecimento de 10 ºC/min sob fluxo de nitrogênio até 600 °C, utilizando porta

amostra de alumina.

3.5. Curvas analíticas de calibração das soluções dos corantes

Com o auxílio de um espectrofotômetro de feixe único, modelo 700

plus, da marca Femto foram construídas curvas analíticas nos comprimentos

de onda 520 e 663 nm para os corantes VR e AM, respectivamente. Estas

foram feitas utilizando-se soluções tampão pH 4, pH 10 e água.

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3.6. Testes de adsorção e liberação

3.6.1. Adsorção dos corantes AM e VR

Com o propósito de avaliar a afinidade dos materiais pelos corantes

AM e VR, inicialmente foi preparada uma solução 50 mg L-1 do corante AM. Em

seguida, por meio de diluição, obteve-se uma solução 8,8 mg L-1. Este

procedimento foi realizado utilizando tampões pH 4 e pH 10. 50 mL de cada

uma das soluções foram colocados em frascos de vidro âmbar com capacidade

para 60 mL. Os frascos foram inseridos em um banho termostatizado na

temperatura de 30 ºC durante 30 minutos.

Após esse tempo, foram adicionados 0,100 g das esferas em cada

frasco (cada frasco com um material diferente). Durante intervalos de tempo

foram retiradas alíquotas das soluções (aproximadamente 4 mL) para a leitura

da absorbância e imediatamente as soluções foram devolvidas para os frascos

a fim de determinar a concentração de equilíbrio e, consequentemente, a

quantidade de corante adsorvido nos diferentes materiais. Este procedimento

se repetiu até que o equilíbrio químico fosse estabelecido, ou seja, até o ponto

em que não foram mais observadas variações das concentrações de equilíbrio.

As leituras das absorbâncias foram feitas nos comprimentos de onda

determinados no item 3.5.

Foram preparadas soluções 6,3 mg L-1, em tampões pH 4 e pH 10

do corante vermelho de remazol. Os testes de adsorção foram realizados

utilizando-se o mesmo procedimento descrito para o corante azul de metileno.

3.6.2. Teste de liberação dos corantes

Para a realização dos testes de liberação os corantes foram

impregnados nos materiais obtidos. A impregnação do corante AM foi realizada

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em meio alcalino. Já para o corante VR, a impregnação foi realizada em

tampão pH 4. Para tanto, soluções de concentrações 6,7 mg L-1 e 61 mg L-1

foram preparadas para o corante AM e 6,3 mg L-1 e 68 mg L-1 foram

preparadas para o corante VR. As soluções de menor concentração foram

obtidas a partir da diluição de soluções de concentração 50 mg L-1. Em

seguida, 100 mL destas soluções foram colocadas em frascos de vidro âmbar

com capacidade de 250 mL e foram mantidas em banho termostatizado, a 30

ºC, por um período de 30 minutos. Após este procedimento, 2,5 g de cada

material foram colocados nos frascos e mantidos em banho termostatizado sob

mesma temperatura. Durante intervalos de tempos foram determinadas as

concentrações de equilíbrio com o propósito de se obter a quantidade máxima

de corante adsorvido em cada material.

Após realização do procedimento de impregnação dos corantes, as

esferas foram secas. Em seguida, foram obtidas 25 porções de

aproximadamente 0,100 g de cada material que foram adicionadas em 25

tubos de ensaio contendo 0,01 L de água destilada. Cada tubo de ensaio foi

envolvido com papel filme de PVC transparente, papel de alumínio e mantido

em banho termostatizado na temperatura de 30 °C.

Durante intervalos de tempos, foram determinadas as concentrações

de equilíbrio, a fim de se determinar a quantidade de corante liberado, N lib.

Inicialmente, as leituras de absorbância foram realizadas a cada dez minutos,

de forma que seis tubos forneceram as leituras de absorbância iniciais. Logo

após, cinco leituras foram realizadas, desta vez em intervalos de uma hora e,

por fim, as leituras ocorreram em intervalos de 24 horas por um período de 14

dias ou até que não mais se observasse variação na concentração de equilíbrio

e, portanto, na quantidade de corante liberado.

Para o corante AM, os testes de liberação foram realizados com os

três materiais obtidos. No entanto, como somente o material QUIT-EPÓXI-

BÓRAX adsorveu o corante VR em tampão pH 4 até que o equilíbrio fosse

estabelecido, os testes de liberação foram realizados apenas com este

material. Os testes de liberação foram realizados em duplicata.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram obtidos os materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e QUIT-

EPÓXI-BÓRAX. Alguns fatores influenciam nas formas e tamanhos das esferas

dos materiais à base de quitosana, tais como: processo de preparação,

velocidade do fluxo de gotejamento da solução de quitosana, densidade da

solução da quitosana, dentre outros [69]. Na figura 07 são mostradas as

esferas do material QUIT-BÓRAX após a preparação e lavagem com água

destilada.

Figura 07 - Esferas de QUIT-BÓRAX antes da secagem.

As esferas produzidas apresentaram diâmetros de aproximadamente

0,45mm 0,007. Após a secagem, o valor médio do diâmetro obtido para todas

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as esferas foi de 0,14mm 0,002. Essa redução pode ser verificada através da

figura 08. Algumas esferas não são perfeitamente esféricas e possuem

formatos ovais; além disso, a perda de água provoca modificações visuais,

como alteração da cor.

Figura 08 – Esferas de QUIT-BÓRAX após secagem.

Apenas as esferas do material QUIT-BÓRAX foram apresentadas

como exemplo; no entanto, as esferas dos demais materiais obtidos

apresentaram os mesmos aspectos externos. A grande quantidade de água

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presente nos materiais antes da secagem é atribuída à propriedade hidrofílica

da quitosana [70].

4.1. Determinação do ponto de carga zero (pHPCZ)

As superfícies dos materiais sólidos possuem cargas positivas e

negativas. O ponto de carga zero é identificado através do valor de pH do meio

no qual a carga superficial do sólido analisado se anula; ou seja, o balanço

entre as cargas positivas e negativas é nulo [71, 72]. Determinar o pHPCZ da

superfície de um sólido é conhecer a natureza (positiva ou negativa) do

material [73].

Os valores de pHPCZ encontrados para os materiais QUIT-BÓRAX,

QUIT-EPÓXI e QUIT-EPÓXI-BÓRAX podem ser observados na figura 09.

4 5 6 7 8 9 10

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2 QUIT-BORAX

QUIT-EPOXI

QUIT-EPOXI-BORAX

8,98,57,4

pH inicial

p

H in

icia

l - p

H fin

al

Figura 09 - Valores de pHPCZ dos materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e QUIT-EPÓXI-

BÓRAX.

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Em sistemas que apresentam valores de pH abaixo do pHPCZ (pH <

pHPCZ), os sítios superficiais do adsorvente ficam protonados e a superfície

carregada positivamente, o que favorece a adsorção de espécies de natureza

aniônica, já em sistemas que apresentam valores de pH acima do pHPCZ (pH >

pHPCZ), os grupos ionizáveis perdem seus prótons e a superfície torna-se

negativamente carregada, proporcionando uma forte interação com adsorvatos

de natureza catiônica [74].

A quitosana pura apresenta pHPCZ próximo de 6,5 e este valor é

obtido quando o polissacarídeo tem grau de desacetilação entre 70% a 85%

[75]. Todos os materiais sintetizados apresentaram valores de pHPCZ acima de

6,5 e isto ocorre porque nos processos de modificação da quitosana há uma

forte interação entre os grupos NH3+ e os agentes de reticulação, provocando

uma diminuição de cargas positivas e consequentemente o aumento do pH da

superfície dos materiais.

O material QUIT-EPÓXI apresentou o menor valor de pHPCZ, 7,4;

enquanto que os materiais QUIT-BÓRAX e QUIT-EPÓXI-BÓRAX,

apresentaram pHPCZ igual a 8,5 e 8,9, respectivamente. Os valores de pHPCZ

obtidos para os materiais sintetizados sugerem que a adsorção do corante

catiônico azul de metileno seja favorecida quando o pH do meio estiver acima

do pH do ponto de carga zero. Entretanto, em valores de pH abaixo do pH do

ponto de carga zero espera-se que as esferas apresentem afinidade pelo

corante aniônico vermelho de remazol.

4.2. Espectroscopia de absorção na região do infravermelho (FTIR)

Os espectros de absorção na região do infravermelho dos materiais

QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e QUIT-EPÓXI-BÓRAX estão apresentados na

figura 10, onde também pode ser observado o espectro da quitosana pura

(QUIT-PURA). É possível observar algumas bandas ou regiões importantes

que identificam certas características estruturais dos materiais.

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Figura 10 - Espectros de absorção na região do infravermelho dos materiais: A) QUIT-

PURA, B) QUIT-BÓRAX, C) QUIT-EPÓXI e D) QUIT-EPÓXI-BÓRAX.

O espectro da quitosana apresenta uma banda larga na região de

3437 cm-1 atribuída às vibrações de estiramento axial dos grupos OH das

hidroxilas e que aparece sobreposta à banda de estiramento dos grupos NH2

[76, 77]. Outra banda de pequena intensidade em 1595 cm-1 é atribuída à

deformação do grupo NH2 [42, 77, 78]. A banda de absorção em 1154 cm-1 é

atribuída à deformação assimétrica do grupo C-O-C. Observam-se, ainda, as

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bandas em 1078 cm-1 e 1031 cm-1 que correspondem às vibrações de

deformações C-O características da estrutura dos polissacarídios [78].

Comparando-se o espectro da QUIT-PURA com o espectro do

material QUIT-BÓRAX, é possível observar que a banda larga em torno de

3437 cm-1 torna-se mais estreita sugerindo a habilidade do tetraborato de sódio

em interagir com os grupos OH da quitosana [42]. Na figura 11 são

apresentadas algumas sugestões das formas de interações da quitosana com

o tetraborato de sódio.

O

O

OO

O

HO

NH2

H2N

B

HO

OH

HOOH

H2N

O

OO

NH2

O

O

O

O

O

O

O

O

O

OO

O

B

O

O

O

OO

O

NH2

H2N

HO

OH

HO

O

ONH2

OO

O

O

NH2

OO

O

OBÓRAX

OH

OH

H2N

NH2

Figura 11 – Esquema sugerido para as interações quitosana/tetraborato de sódio.

É possível observar também que a banda em 1595 cm-1 presente no

espectro da QUIT-PURA não aparece no espectro do material QUIT-BÓRAX

sugerindo que alguns grupos NH2 presentes na quitosana interagem com o

bórax.

A banda larga em 3437 cm-1 vista no espectro da QUIT-PURA surge

mais estreita, porém, mais intensa, com deslocamento para 3421 cm-1 no

espectro do material QUIT-EPÓXI. Os grupos epóxi reagem preferencialmente

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através dos grupos OH da quitosana, podendo haver também interação com os

grupos NH2 [41]. É muito provável que a maior intensidade da banda em 3421

cm-1 surge devido à formação de novos grupos OH a partir da quebra do anel

epóxi da resina. A reação entre a resina PY-340 e o polissacarídeo ocorre

produzindo hidroxilas secundárias, que se incorporaram ao átomo de oxigênio

do grupo epóxi da resina e facilita a reação de abertura do anel [64], conforme

é possível observar na figura 12. A banda em 1595 cm-1 sugere que não houve

interação dos grupos NH2 do polissacarídeo com os grupos epóxi da resina.

HO

OH

HO

H2N

NH2

O

O

O

O

O

O

O

O

O

OO

O

NH

H2N

OH

OOH

HO

OH

HO

O

H2N

NH2

O

OH

O

O

O

O

O RESINA

PY-340

OHOH

Figura 12 – Esquema de reação entre a quitosana e a resina PY-340.

No espectro do material QUIT-EPÓXI-BÓRAX observa-se que a

banda em 3437 cm-1 surge com intensidade próxima, porém mais estreita

quando comparado com a mesma banda presente no espectro da quitosana

pura. Vale salientar que no material QUIT-EPÓXI-BÓRAX, também ocorre um

aumento dos grupos OH gerados a partir da quebra do anel epóxi da resina

PY-340. No entanto, o fato da banda em 3437 cm-1 ser bem menos intensa do

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que a banda observada no espectro do material QUIT-EPÓXI, sugere

fortemente que o tetraborato de sódio interage também com essas novas

hidroxilas, além de utilizar os grupos OH da quitosana.

De uma forma geral, pode-se considerar que as interações da

quitosana com os agentes de reticulação, o tetraborato de sódio e a resina

epóxi PY-340, proporcionaram a formação de uma rede tridimensional devido

às fortes interações entre os grupos funcionais presentes nestes componentes.

As variações observadas para as bandas atribuídas às vibrações de

estiramento axial do grupo OH das hidroxilas sugerem fortemente que são

potenciais sítios de adsorção.

4.3. Microscopia eletrônica de varredura (MEV)

O microscópio eletrônico de varredura é muito utilizado devido à sua

grande importância em estudos científicos. Este equipamento fornece imagens

de alta resolução através da ampliação de até 400.000 vezes do tamanho

original, a depender do equipamento utilizado [79, 80]. As imagens permitem

uma ótima visualização do tamanho, da forma, bem como possibilitam analisar

a superfície polida ou rugosa de materiais e partículas.

Na figura 13 encontram-se as imagens das esferas da quitosana

pura, QUIT-PURA, e dos materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-ÉPÓXI e QUIT-

EPÓXI-BÓRAX, obtidas a partir da ampliação de 60 vezes (imagens à

esquerda) e de 1000 vezes (figuras à direita). Através das imagens é possível

observar o formato das esferas e verificar a superfície dos materiais

sintetizados.

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Figura 13 – Microscopia eletrônica de varredura dos materiais QUIT-PURA (a) e (b), QUIT-BÓRAX (c) e (d), QUIT-EPÓXI (e) e (f), e QUIT-ÉPÓXI-BÓRAX (g) e (h).

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De uma forma geral, as imagens apresentadas na figura 13 mostram que

todos os materiais híbridos possuem formato esférico e dimensões semelhantes. No

entanto, as esferas de quitosana pura apresentam formato um pouco irregular, como

pode ser observado na figura 13.a.

Na imagem ampliada do material QUIT-BÓRAX (figura 13.d) é possível

observar a presença de pequenos grãos na superfície, possivelmente devido à

deposição de cristais de bórax que permanecem mesmo após lavagem abundante

do material com água destilada. Este fato indica, provavelmente, uma forte interação

entre o tetraborato de sódio e a superfície do material.

Comparando-se as imagens que mostram as superfícies ampliadas 1000

vezes, observa-se que, de um modo geral, as superfícies das esferas reticuladas

apresentam aspectos mais lisos e bem menos porosos do que a superfície das

esferas da quitosana pura. É válido salientar que a diminuição da porosidade não foi

o objetivo pretendido neste trabalho, a intenção era a de obter materiais térmica e

mecanicamente mais estáveis. De fato, através dos resultados de TG, adsorção e

liberação dos corantes, as esferas reticuladas mostraram-se bem mais estáveis, até

mesmo em meio bastante ácido.

4.4. Análise termogravimétrica (TG/DTG)

A análise termogravimétrica envolve a quantificação da perda de massa

de um determinado material em estudo e produz curvas que são fundamentais para

a análise das mudanças que ocorrem no material a partir do aumento da

temperatura.

As curvas de TG e DTG dos materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e

QUIT-EPÓXI-BÓRAX, bem como da QUIT-PURA podem ser observadas nas figuras

14 e 15. Os materiais analisados apresentaram duas etapas de perda de massa e os

resultados obtidos mostraram diferentes perfis refletindo as alterações causadas

pela modificação dos materiais.

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Figura 14 – Curvas de TG para os materiais QUIT-PURA (a), QUIT-BÓRAX (b), QUIT- EPÓXI (c) e QUIT-EPÓXI-BÓRAX (d).

A QUIT-PURA degradou-se em duas etapas: A primeira, que se inicia em

38 °C e estende-se até 79 °C, com máximo em 61,3 °C corresponde a uma perda de

8% de massa atribuída à perda de água. A segunda etapa de perda de massa de

46%, entre 235 - 327 °C, e máximo em 299 °C é atribuída à decomposição térmica e

oxidativa do polissacarídeo [63, 81].

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Figura 15 – Curvas de DTG dos materiais QUIT-PURA (a), QUIT-BÓRAX (b), QUIT-EPÓXI (c) e QUIT-EPÓXI-BÓRAX (d).

O material QUIT-BÓRAX apresenta na primeira etapa uma perda de

massa de 42% na faixa de 229 – 266 °C (máximo em 258 °C) e na segunda, uma

perda de 49%, na faixa de 268 – 291 °C, e máximo em 278 °C.

Para o material QUIT-EPÓXI, a perda de massa ocorre, inicialmente, na

faixa de 223 - 255°C (máximo em 229 °C) com perda de massa de 28%. A segunda

etapa de perda de massa de 71% ocorre entre 259 e 292 °C, com máximo em 274

°C. Dentre todos os materiais híbridos analisados, este apresentou a maior perda de

massa.

Para o QUIT-EPÓXI-BÓRAX, observa-se uma primeira etapa de perda de

massa, de aproximadamente 29%, entre 221 – 253 °C (máximo em 236 °C) e uma

segunda etapa com perda de 40% de massa entre 262 – 296 °C, com máximo em

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281,2 °C. A tabela 02 apresenta as perdas de massa dos materiais e os valores de

temperatura de cada processo.

Tabela 02 – Dados das perdas de massa dos materiais obtidos pelas curvas de TG/DTG.

Material

1a perda de massa 2 a perda de massa

% perda

de massa

Faixa de Temp.

(ºC)

% perda

de massa

Faixa de

Temp. (ºC)

QUIT-PURA 8 38-79 46 235-327

QUIT-BÓRAX 42 229-266 49 268-291

QUIT-EPÓXI 28 223-255 71 259-292

QUIT-EPÓXI-BÓRAX 29 221-253 40 262-296

As curvas de TG mostraram que os materiais híbridos sintetizados

apresentam perfis diferentes de degradação térmica quando comparados com a

quitosana pura. Pode-se afirmar que os materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e

QUIT-EPÓXI-BÓRAX são termicamente bem mais estáveis do que a quitosana pura,

conforme é possível observar através das temperaturas iniciais de degradação dos

materiais.

Os valores máximos de temperatura e de perda de massa observados

nas análises de TG e DTG obtidos para o QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e QUIT-

EPÓXI-BÓRAX confirmam que foram obtidos três novos tipos de materiais

adsorventes.

4.5. Curva analítica de calibração das soluções dos corantes

As curvas analíticas de calibração construídas nos comprimentos de onda

de máxima absorção dos corantes AM e VR, que são respectivamente 663 e 520 nm

estão apresentadas na figura 16.

Os testes de adsorção foram realizados considerando os resultados

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determinados pelos valores de pHPCZ dos materiais sintetizados e, por isso, foram

utilizadas soluções tampão pH 4 e pH 10. Desta forma, as curvas de calibração

obtidas para os corantes AM e VR foram feitas utilizando soluções ácidas (tampão

pH 4) e básicas (tampão pH 10) como solventes.

0 2 4 6 8 100,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

Ab

so

rbân

cia

Concentracao (mg L-1)

AM - pH 4

AM - pH 10

VR - pH 4

VR - pH 10

Figura 16 – Curvas de calibração dos corantes AM e VR em tampão pH 4 e pH 10.

Os testes de liberação foram realizados utilizando água. Desta forma,

curvas de calibração dos corantes AM e VR também foram construídas a partir de

soluções aquosas dos respectivos corantes.

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Na figura 17 podem ser observadas as curvas de calibração obtidas a

partir das leituras das absorvâncias das soluções dos corantes nas concentrações

de 1,0, 1,5, 2,0, 2,5, 3,0, 3,5, 4,0, 4,5 mg L-1.

1 2 3 4 5

0,04

0,08

0,12

0,16

0,20

AM - AGUA

VR - AGUA

Ab

so

rbân

cia

Concentracao (mg L-1)

Figura 17 – Curvas de calibração dos corantes AM e VR em água.

As retas obtidas nas curvas de calibração forneceram coeficientes de

correlação que variaram entre 0,986 a 0,999. A partir do coeficiente angular de cada

reta, foram obtidos os coeficientes de absortividade molar (ε) que foi utilizado para

determinar as concentrações iniciais e de equilíbrio das soluções sobrenadantes de

cada solução durante o processo de adsorção e liberação a partir dos valores de

absorvância determinados espectroscopicamente.

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4.6. Determinação das quantidades adsorvidas de corantes

Os materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e QUIT-EPÓXI-BÓRAX foram

utilizados como matrizes para a adsorção e liberação de corantes. As condições

experimentais apropriadas para os estudos de adsorção dos corantes foram

estabelecidas com base nos valores de pHPCZ encontrados para os três materiais,

conforme descrito no item 4.1.

As quantidades de corantes adsorvidas, Nads (mg g-1), nos materiais

QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e QUIT-EPÓXI-BÓRAX foram analisadas em função do

tempo e calculadas através da equação 1 [43]:

Nads = (Ci – Ceq ) V

(Equação 1)

m

Onde, Ci e Ceq correspondem, respectivamente, à concentração inicial e à

concentração do corante no tempo t, medidas em mg L-1 durante o processo de

adsorção, V corresponde ao volume da solução, em litros, e m é a massa dos

materiais, em gramas.

Desejava-se obter soluções dos corantes AM e VR com concentrações de

aproximadamente 7,5 mg L-1. Entretanto, após as diluições realizadas durante as

preparações das soluções, estas apresentaram concentrações iniciais de 8,8 mg L-1

para o corante AM e 6,3 mg L-1 para o corante VR.

Inicialmente, testes de adsorção foram realizados com o corante AM, na

concentração inicial de 8,8 mg L-1, em tampão pH 10. Os resultados obtidos são

apresentados na figura 18 que mostra um gráfico com as isotermas de adsorção dos

materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e QUIT-EPÓXI-BÓRAX. Os dados das

concentrações iniciais e finais obtidas durante os processos de adsorção, bem como

as quantidades de corante adsorvido nos materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e

QUIT-EPÓXI-BÓRAX são apresentados nas tabelas de 1 a 3 do apêndice A.

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41

Figura 18 – Isotermas de adsorção das interações entre o corante AM e os materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e QUIT-EPÓXI-BÓRAX, a 30 °C, tampão pH 10.

Ao analisar a figura 18 verifica-se que a adsorção aumenta

gradativamente com o tempo de contato. Para uma melhor visualização das

isotermas, os pontos correspondentes ao intervalo de tempo de 0 a 500 minutos são

apresentados na imagem ampliada da figura.

É possível observar que a adsorção acontece em várias etapas por

apresentar isotermas com três patamares. A quantidade de corante AM adsorvido no

material QUIT-BÓRAX foi de 1,438 mg g-1, para o material QUIT-EPÓXI, a

quantidade adsorvida foi de 1,970 mg g-1 e para o material QUIT-EPÓXI-BÓRAX foi

encontrado um valor de 1,385 mg g-1 correspondendo a 32,81%, 35,49% e 31,70%,

respectivamente, indicando que a afinidade dos materiais pelo corante AM em meio

alcalino (pH 10) decresce na ordem: QUIT-EPÓXI > QUIT-BÓRAX > QUIT-EPÓXI-

BÓRAX. A maior capacidade de adsorção do material QUIT-EPÓXI, sugere que no

N a

ds (m

g g-

1)

N a

ds (m

g g-

1)

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42

processo de adsorção do corante catiônico, além das interações eletrostáticas com

as cargas negativas da superfície, também ocorrem interações por ligações de

hidrogênio, haja vista o processo de reticulação com a resina introduzir novos

grupos OH, conforme discutido no item 4.2. Além desses aspectos, sugere-se,

ainda, que houve uma maior capacidade de difusão do corante para o interior dos

poros das esferas do material QUIT-EPÓXI.

Na figura 19 observam-se os gráficos que apresentam os valores de Nads

em função do tempo de contato referentes às interações do corante AM e os

materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e QUIT-EPÓXI-BÓRAX em meio ácido. Os

dados das concentrações iniciais e finais referentes aos processos de adsorção em

meio ácido, bem como as quantidades de corante adsorvido nos três materiais são

apresentados nas tabelas de 4 a 6 do apêndice A.

De acordo com o valor de pHPCZ obtido para cada material, esperava-se

que em tampão pH 4 não houvesse interação entre o corante AM e os materiais

híbridos sintetizados, uma vez que as superfícies dos materiais encontram-se

carregadas positivamente. Os gráficos da figura 19 mostram, de fato, que os três

materiais não apresentam afinidade pelo corante.

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43

0 100 200 300 400-0,16

-0,14

-0,12

-0,10

-0,08

-0,06

Na

ds (m

g g

-1)

Tempo (min)

QUIT-BORAX

0 100 200 300 400

-0,16

-0,12

-0,08

-0,04

0,00

Na

ds (m

g g

-1)

Tempo (min)

QUIT-EPOXI

0 100 200 300 400-0,24

-0,20

-0,16

-0,12

-0,08

-0,04 QUIT-EPOXI-BORAX

Tempo (min)

Na

ds (m

g g

-1)

Figura 19 – Valores de Nads em função do tempo de contato referente às interações materiais/AM, a 30 °C, em tampão pH 4.

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Outro corante utilizado nos testes de adsorção foi o vermelho de remazol,

de natureza aniônica. Os valores de Nads em função do tempo de contato, em

tampão pH 4 e concentração de 6,3 mg L-1 podem ser observados na figura 20. Os

dados experimentais obtidos em meio ácido estão apresentados nas tabelas de 7 a

9 do apêndice A.

0 100 200 300 400 5000,0

0,2

0,4

0,6

0,8

Na

ds (m

g g

-1)

Tempo (min)

QUIT-BORAX

0 100 200 300 400 5000,0

0,2

0,4

0,6

0,8

Tempo (min)

Na

ds (m

g g

-1)

QUIT-EPOXI

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 35000,0

0,4

0,8

1,2

1,6

2,0

Tempo (min)

Na

ds (m

g g

-1)

QUIT-EPOXI-BORAX

Figura 20 - Valores de Nads em função do tempo de contato referente às interações materiais/VR, a 30 °C, em tampão pH 4.

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Analisando-se os perfis das curvas de adsorção apresentadas na figura

20, é possível verificar que os materiais QUIT-BÓRAX e QUIT-EPÓXI adsorvem o

corante VR até aproximadamente 250 minutos e, logo após, ocorre uma dessorção.

Para o material QUIT-EPÓXI-BÓRAX, observa-se uma isoterma com patamar bem

definido com um tempo de adsorção de mais de 3000 minutos, apresentando um

valor de Nads de 1,808 mg g-1, correspondendo a 58,21% de remoção do corante.

Na figura 21 é possível observar imagens das esferas dos materiais

QUIT-BÓRAX (a), QUIT-EPÓXI (b) e QUIT-EPÓXI-BÓRAX (c) após os testes de

adsorção do corante VR em tampão pH 4. De fato, é bastante evidente a forte

interação entre o material adsorvente QUIT-EPÓXI-BÓRAX e o corante VR. A maior

afinidade do material QUIT-EPÓXI-BÓRAX pelo corante VR deve-se,

provavelmente, à maior estabilidade do material em meio ácido quando comparado

com os materiais QUIT-BÓRAX e QUIT-EPÓXI.

Figura 21 – Fotos das esferas de QUIT-BÓRAX (a), QUIT-EPÓXI (b) e QUIT-EPÓXI-BÓRAX (c) após adsorção do corante VR, a 30 °C, tampão pH 4.

Os gráficos de adsorção do corante VR em meio alcalino (pH 10) obtidos

para os três materiais estão apresentados nos gráficos da figura 22. Os dados das

concentrações iniciais e finais e das quantidades de corante adsorvido são

apresentados nas tabelas 10 a 12 do apêndice A.

Em meio alcalino, observou-se que os materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-

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EPÓXI e QUIT-EPÓXI-BÓRAX não tiveram afinidade pelo corante

aniônico VR. O resultado obtido já era esperado a partir da análise do pHPCZ que

mostrou o predomínio de cargas negativas nas superfícies dos materiais.

0 50 100 150 200 250 300 350 400

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

Tempo (minuto)

Na

ds (m

g g

-1)

QUIT-BÓRAX

0 50 100 150 200 250 300 350 400

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15

Tempo (minuto)

Na

ds (m

g g

-1)

QUIT-EPOXI

0 50 100 150 200 250 300 350 400-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

Na

ds (m

g g

-1)

Tempo (minuto)

QUIT-EPOXI-BORAX

Figura 22 – Valores de Nads em função do tempo de contato referente às interações materiais/VR, a 30 °C, em tampão pH 10.

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Os testes de adsorção realizados em tampões pH 4 e pH 10 mostraram a

importância de determinar os valores do pHPCZ de materiais adsorventes visto que

possibilitam encontrar as condições experimentais mais apropriadas para a

avaliação dos estudos de processos de interação adsorvente/adsorvato.

Como a quitosana pura é solúvel em meio ácido, sua reticulação com a

resina epóxi e com o tetraborato de sódio possibilitou, de fato, materiais mais

resistentes devido ao entrecruzamento das redes poliméricas.

4.7. Liberação dos corantes AM e VR

Os testes de liberação de corantes são influenciados pela quantidade de

adsorvato impregnado no adsorvente [23]. Nos experimentos realizados foram

obtidos materiais adsorventes com os corantes impregnados a partir de soluções de

concentrações distintas com o objetivo de avaliar qual seria a concentração mais

adequada para conseguir resultados mais eficientes. Os processos de adsorção

realizados para os testes de liberação dos corantes seguiram a mesma metodologia

adotada nos processos de adsorção descrita no item 3.6.2 e foram realizados a

temperatura de 30 °C.

Para os cálculos das quantidades de corantes liberados, Nlib, utilizou-se a

seguinte equação:

Nlib = (Ceq lib) V

(Equação 2)

M

Onde Ceq lib é a concentração da solução após liberação do corante no

tempo t, V é o volume da solução, em litros e m é a massa do adsorvente, em

grama. O percentual de liberação foi calculado pela razão entre a quantidade

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máxima de corante impregnado e a quantidade de corante liberado.

Os valores de Nads obtidos para os materiais deixados em contato com as

soluções de concentrações 61 mg L-1 e 6,7 mg L-1 foram de 3,568 mg g-1 e 0,411 mg

g-1, respectivamente. Os dados das quantidades de corantes adsorvidos e liberados,

bem como os percentuais de liberação são apresentados nas tabelas de 1 a 3 do

apêndice B. Na figura 23 são mostrados os percentuais de liberação do corante AM

em função do tempo de contato para materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e QUIT-

EPÓXI-BÓRAX onde o valor de N ads foi de 3,568 mg g-1.

0 2 4 6 8 10 120

10

20

30

40

50

60

70

80

QUIT-BORAX

QUIT-EPOXI

QUIT-EPOXI-BORAX

Lib

era

çao

(%

)

Tempo (dias)

Figura 23 – Percentual de corante AM liberado em água, em função do tempo de contato com os materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e QUIT-EPÓXI-BÓRAX.

Os resultados indicam que a liberação do corante AM em meio aquoso

ocorre durante aproximadamente 7 dias. Os percentuais de liberação são de 64,1%

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para o QUIT-BÓRAX, 41,8% para o QUIT-EPÓXI e 74,7% para o QUIT-EPÓXI-

BÓRAX. Nestas condições, observa-se que o material QUIT-EPÓXI-BÓRAX foi o

que apresentou maior capacidade de liberação do corante.

Outro teste de liberação utilizando o corante AM foi realizado a partir da

interação de 2,5 g dos materiais com solução do corante AM na concentração 6,7

mg L-1 em tampão pH 10. Os percentuais de liberação obtidos nestas condições

podem ser observados na figura 24. Os valores das quantidades de corante

adsorvido e liberado em função do tempo, bem como as taxas de liberação estão

apresentados nas tabelas 4 a 6 do apêndice B.

0 2 4 6 8 10 12

0

10

20

30

40

QUIT-BORAX

QUIT-EPOXI

QUIT-EPOXI-BORAX

Lib

era

çao

(%

)

Tempo (dia)

Figura 24 – Percentual de corante AM liberado em água, em função do tempo de contato dos materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e QUIT-EPÓXI-BÓRAX.

Os resultados experimentais mostram que cada material tem um tempo

de liberação diferente. O material QUIT-BÓRAX libera até o oitavo dia, 40,42 %, o

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QUIT-EPÓXI libera até o nono dia, 29,24 % e o QUIT-EPÓXI-BÓRAX apresenta um

menor período de liberação, até o sétimo dia, uma taxa de 36,67 %.

Comparando-se as taxas de liberação obtidas para os materiais

impregnados com 0,411 mg g-1 e 3,568 mg g-1 do corante AM foi possível observar

que todos os materiais liberaram uma maior quantidade de corante nos

experimentos realizados onde obteve-se o maior valor de N lib. A proporção entre os

valores foram de 23,7% para o material QUIT-BÓRAX, 13,4% para o material QUIT-

EPÓXI e de 40,4% para o material QUIT-EPÓXI-BÓRAX.

Testes de liberação também foram realizados com o corante VR. Os

resultados obtidos nos testes de adsorção, descritos no item 4.6, mostraram que

apenas o material QUIT-EPÓXI-BÓRAX adsorveu o corante VR. Os materiais QUIT-

BÓRAX e QUIT-EPÓXI apesar de adsorverem uma pequena quantidade do corante

durante os 250 minutos iniciais de experimento, após esse período ocorreu

dessorção. Desta forma, os testes de liberação foram realizados utilizando-se

apenas o material QUIT-EPÓXI-BÓRAX.

Os valores de Nads obtidos para o material deixado em contato com as

soluções de concentrações 68 mg L-1 e 6,3 mg L-1 foram de 0,322 mg g-1 e 4,049 mg

g-1, respectivamente.

Os resultados experimentais obtidos a partir do percentual de liberação do

corante VR em função do tempo de contato do material QUIT-EPÓXI-BÓRAX onde

o Nads foi de 68 mg g-1 e 6,3 mg g-1 podem ser observados nos gráficos da figura 25,

respectivamente. Os dados das quantidades de corantes adsorvidos e liberados,

bem como os percentuais de liberação são apresentados nas tabelas de 7 e 8 do

apêndice B.

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0 50 100 150 200 250 300 350 400

-0,2

0,0

0,2

0,4

Lib

era

çao

(%

)

Tempo (minuto)

0 100 200 300 400

-4

-2

0

2

4

6

Lib

era

çao

(%

)

Tempo (minuto)

Figura 25 – Percentual de corante VR liberado em água em função do tempo de contato do material QUIT-EPÓXI-BÓRAX.

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Os resultados demonstraram que o material QUIT-EPÓXI-BÓRAX

impregnado não liberou o corante VR após contato com água por um período de 360

minutos.

Os testes de liberação apresentaram resultados muito importantes para

esta pesquisa. Como os materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e QUIT-EPÓXI-

BÓRAX foram sintetizados como moléculas modelo para a liberação de corantes e

servirão para testes futuros de liberação controlada de herbicidas, foi possível

encontrar condições apropriadas para obter resultados mais eficientes.

Esta pesquisa indicou que o adsorvato de natureza catiônica, o corante

AM, mostrou-se eficiente nos testes de liberação, indicando que em estudos futuros

com herbicidas devem ser testados sistemas de interação entre os materiais QUIT-

BÓRAX, QUIT-EPÓXI e QUIT-EPÓXI-BÓRAX e herbicidas catiônicos, considerando

que este fator foi um dos mais relevantes para a obtenção de resultados

satisfatórios. Espera-se que o estudo apresentado neste trabalho possa dar uma

contribuição no setor de liberação de herbicidas. Sabe-se que estudos de liberação

controlada de herbicidas na agricultura são muito promissores, porém, ainda há

muito a ser feito e descoberto a respeito do comportamento destes processos.

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5. CONCLUSÕES

Foram preparados e caracterizados diferentes materiais derivados da

quitosana. Os materiais foram sintetizados a partir da reticulação da quitosana com

o tetraborato de sódio e a resina epóxi PY-340 e foram denominados QUIT-BÓRAX,

QUIT-EPÓXI e QUIT-EPÓXI-BÓRAX.

Os materiais híbridos sintetizados foram caracterizados pela

determinação do pH do ponto de carga zero onde foi possível identificar o valor do

pHPCZ da superfície dos materiais e a partir destes dados, foi possível sugerir quais

as condições mais apropriadas para a realização dos testes de adsorção de corante

catiônico (AM) e aniônico (VR).

A quitosana pura (QUIT-PURA) e os materiais sintetizados foram

caracterizados por espectroscopia de absorção na região do infravermelho a partir

da qual pode-se observar diferenças significativas que comprovaram a obtenção de

três novos materiais adsorventes. Os materiais também foram caracterizados por

análise térmica onde as curva de TG e DTG mostraram que os materiais derivados

da quitosana são termicamente mais estáveis do que a quitosana pura.

As esferas da quitosana pura bem como dos materiais obtidos foram

caracterizadas por microscopia eletrônica de varredura e a partir das imagens pode-

se observar que o processo de reticulação favoreceu a formação de materiais de

superfícies mais lisas e com menos porosidade devido a formação de ligações

cruzadas.

Com o propósito de avaliar a interação entre os materiais QUIT-BÓRAX,

QUIT-EPÓXI e QUIT-EPÓXI-BÓRAX, testes de adsorção foram realizados

considerando os resultados obtidos no pHPCZ dos materiais que indicaram o corante

AM, em tampão pH 10, como o corante mais apropriado para ser adsorvido pelos

materiais. Os resultados obtidos mostraram que a quantidade de corante AM

adsorvido no material QUIT-BÓRAX foi de 1,438 mg g-1, para o material QUIT-

EPÓXI, a quantidade adsorvida foi de 1,970 mg g-1 e para o material QUIT-EPÓXI-

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BÓRAX foi encontrado um valor de 1,385 mg g-1. O mesmo corante em tampão pH 4

não foi adsorvido pelos materiais sintetizados. Nos testes de adsorção com o

corante VR em tampão pH 4 apenas o material QUIT-EPÓXI-BÓRAX adsorveu o

corante até que o equilíbrio fosse estabelecido e a quantidade de corante adsorvido

foi de 1,808 mg g-1. Em tampão pH 10, o corante VR não foi adsorvidos pelos

materiais QUIT-BÓRAX, QUIT-EPÓXI e QUIT-EPÓXI-BÓRAX.

Os materiais mostraram-se muito eficiente durante os processos de

liberação, principalmente, nos testes com o corante catiônico AM de valores de Nads

maiores. Neste caso, o material QUIT-EPÓXI-BÓRAX apresentou um percentual de

liberação de 74,7 %, o QUIT-BÓRAX, 64,1 % e o QUIT-EPÓXI, 41,8 %. Nos testes

de liberação com o corante VR observou-se que não houve liberação do corante

pelo material QUIT-EPÓXI-BÓRAX.

Os resultados obtidos deram forte evidência de que os materiais

sintetizados apresentam propriedades específicas que permitiram obter resultados

favoráveis em processos de liberação; além do que, até o presente não foram

encontrados estudos semelhantes a este na literatura que utilizem materiais híbridos

a partir de quitosana, bórax e resina epóxi para a liberação controlada de corantes.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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APÊNDICES

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Tabela A1: Dados referentes ao processo de interação entre o material QUIT-BÓRAX

e o corante AM em tampão pH 10.

Tempo

(minuto)

QUIT-BÓRAX

Ci ads

(mg L-1

)

Ceq ads

(mg L-1

)

Nads

(mg g-1

)

60 8,83281 8,77366 0,02934

90 8,83281 8,71451 0,05868

120 8,83281 8,67508 0,07824

150 8,83281 8,62579 0,10269

180 8,83281 8,59621 0,11736

210 8,83281 8,55678 0,13692

240 8,83281 8,52721 0,15159

270 8,83281 8,47792 0,17604

300 8,83281 8,46806 0,18093

330 8,83281 8,47792 0,17604

360 8,83281 8,47792 0,17604

390 8,83281 8,41877 0,20538

410 8,83281 8,37934 0,22494

440 8,83281 8,35962 0,23472

470 8,83281 8,32019 0,25427

530 8,83281 8,21175 0,30806

560 8,83281 8,1526 0,3374

590 8,83281 8,00473 0,41075

1590 8,83281 7,66956 0,57701

2800 8,83281 7,36396 0,7286

3070 8,83281 7,28509 0,76772

3190 8,83281 7,11751 0,85084

4490 8,83281 6,50631 1,15402

4550 8,83281 6,45702 1,17847

4610 8,83281 5,27405 1,76526

5900 8,83281 4,74172 2,02931

6130 8,83281 4,74172 2,02931

6430 8,83281 4,74172 2,02931

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Tabela A2: Dados referentes ao processo de interação entre o material QUIT-EPÓXI

e o corante AM em tampão pH 10.

Tempo

(minuto)

QUIT-EPÓXI

Ci ads

(mg L-1

)

Ceq ads

(mg L-1

)

Nads

(mg g-1

)

30 8,83281 7,82729 0,14626

60 8,83281 7,847 0,13651

90 8,83281 7,79771 0,16089

120 8,83281 7,67942 0,21939

150 8,83281 7,61041 0,25352

180 8,83281 7,58084 0,26815

210 8,83281 7,50197 0,30715

240 8,83281 7,43297 0,34128

270 8,83281 7,36396 0,37541

300 8,83281 7,30481 0,40466

330 8,83281 7,28509 0,41441

360 8,83281 7,27524 0,41928

1200 8,83281 7,21609 0,44854

1560 8,83281 7,14708 0,48266

1620 8,83281 7,12737 0,49241

1680 8,83281 7,09779 0,50704

1920 8,83281 6,80205 0,65330

2030 8,83281 6,65418 0,72643

2090 8,83281 6,53588 0,78494

2150 8,83281 6,51617 0,79469

3170 8,83281 6,49645 0,80444

3470 8,83281 6,48659 0,80932

3530 8,83281 6,38801 0,85807

3590 8,83281 6,3683 0,86782

3598 8,83281 6,32886 0,88732

4473 8,83281 5,90497 1,09696

4556 8,83281 5,81625 1,14084

5923 8,83281 4,85016 1,61863

6013 8,83281 4,85016 1,61863

6103 8,83281 4,85016 1,61863

6223 8,83281 4,85016 1,61863

6283 8,83281 4,85016 1,61863

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Tabela A3: Dados referentes ao processo de interação entre o material QUIT-EPÓXI-

BÓRAX e o corante AM em tampão pH 10.

Tempo

(minuto)

QUIT-EPÓXI-BÓRAX

Ci ads

(mg L-1

)

Ceq ads

(mg L-1

)

Nads

(mg g-1

)

90 8,83281 0,01972 0,00975

120 8,83281 0,07886 0,039

150 8,83281 0,14787 0,07313

180 8,83281 0,20702 0,10238

210 8,83281 0,22674 0,11213

270 8,83281 0,27603 0,13651

330 8,83281 0,29574 0,14626

390 8,83281 0,33517 0,16576

410 8,83281 0,37461 0,18526

440 8,83281 0,40418 0,19989

470 8,83281 0,43375 0,21452

500 8,83281 0,46333 0,22914

530 8,83281 0,53233 0,26327

590 8,83281 0,58162 0,28765

1380 8,83281 1,24211 0,6143

2825 8,83281 1,32098 0,6533

3225 8,83281 1,43927 0,71181

4540 8,83281 1,79416 0,88732

5940 8,83281 3,88407 1,9209

7620 8,83281 3,88407 1,9209

7680 8,83281 3,88407 1,9209

7740 8,83281 3,88407 1,9209

7800 8,83281 3,88407 1,9209

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Tabela A4: Dados referentes ao processo de interação entre o material QUIT-BÓRAX

e o corante AM em tampão pH 4.

Tempo

(minuto)

QUIT-BÓRAX

Ci ads

(mg L-1

)

Ceq ads

(mg L-1

)

N ads

(mg g-1

)

60 8,83281 9,03619 -0,10169

90 8,83281 9,01585 -0,09152

120 8,83281 8,97517 -0,07118

150 8,83281 8,97517 -0,07118

180 8,83281 8,99551 -0,08135

210 8,83281 9,01585 -0,09152

240 8,83281 8,99551 -0,08135

270 8,83281 9,03619 -0,10169

300 8,83281 9,01585 -0,09152

330 8,83281 9,01585 -0,09152

360 8,83281 9,05653 -0,11186

390 8,83281 9,08703 -0,12711

410 8,83281 9,10025 -0,13372

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Tabela A5: Dados referentes ao processo de interação entre o material QUIT-EPÓXI

e o corante AM em tampão pH 4.

Tempo

(minuto)

QUIT-EPÓXI

Ci ads

(mg L-1

)

Ceq ads

(mg L-1

)

N ads

(mg g-1

)

30 8,83281 8,86349 -0,01534

60 8,83281 8,94533 -0,05626

90 8,83281 8,91465 -0,04092

120 8,83281 8,87373 -0,02046

150 8,83281 9,04763 -0,10741

180 8,83281 8,93511 -0,05115

210 8,83281 8,96579 -0,06649

240 8,83281 8,99649 -0,08184

270 8,83281 9,01695 -0,09207

300 8,83281 9,03741 -0,1023

330 8,83281 9,07831 -0,12275

360 8,83281 9,17039 -0,16879

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Tabela A6: Dados referentes ao processo de interação entre o material QUIT-EPÓXI-

BÓRAX e o corante AM em tampão pH 4.

Tempo

(minuto)

QUIT-EPÓXI-BÓRAX

Ci ads

(mg L-1

)

Ceq ads

(mg L-1

)

Nads

(mg g-1

)

30 8,83281 8,98565 -0,07642

60 8,83281 8,95507 -0,06113

90 8,83281 8,98565 -0,07642

120 8,83281 8,92451 -0,04585

150 8,83281 8,98565 -0,07642

180 8,83281 9,03659 -0,10189

210 8,83281 9,08753 -0,12736

240 8,83281 9,11811 -0,14265

270 8,83281 9,11811 -0,14265

300 8,83281 9,13849 -0,15284

330 8,83281 9,21999 -0,19359

360 8,83281 9,28113 -0,22416

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Tabela A7: Dados referentes ao processo de interação entre o material QUIT-BÓRAX

e o corante VR em tampão pH 4.

Tempo

(minuto)

QUIT-BÓRAX

Ci ads

(mg L-1

)

Ceq ads

(mg L-1

)

Nf asd

(mg g-1

)

90 6,30588 6,25882 0,02339

120 6,30588 6,02353 0,14033

150 6,30588 5,55294 0,37423

180 6,30588 5,12941 0,58473

210 6,30588 4,94118 0,67828

240 6,30588 4,84706 0,72506

270 6,30588 4,80000 0,74845

300 6,30588 4,70588 0,79523

330 6,30588 4,80000 0,74845

360 6,30588 5,17647 0,56134

390 6,30588 5,27059 0,51456

410 6,30588 5,36471 0,46778

440 6,30588 5,31765 0,49117

470 6,30588 5,22353 0,53795

500 6,30588 5,31765 0,49117

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Tabela A8: Dados referentes ao processo de interação entre o material QUIT-EPÓXI

e o corante VR em tampão pH 4.

Tempo

(minuto)

QUIT-EPÓXI

Ci ads

(mg L-1

)

Ceq ads

(mg L-1

)

N ads

(mg g-1

)

90 6,30588 5,92941 0,18711

120 6,30588 5,78824 0,25728

150 6,30588 5,45882 0,42100

180 6,30588 5,22353 0,53795

210 6,30588 4,70588 0,79523

240 6,30588 4,65882 0,81862

270 6,30588 4,70588 0,79523

300 6,30588 5,17647 0,56134

330 6,30588 5,17647 0,56134

360 6,30588 5,22353 0,53795

390 6,30588 5,12941 0,58473

410 6,30588 5,03529 0,63151

440 6,30588 4,98824 0,65489

470 6,30588 5,08235 0,60812

500 6,30588 5,50588 0,39761

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Tabela A9: Dados referentes ao processo de interação entre o material QUIT-EPÓXI-

BÓRAX e o corante VR em tampão pH 4.

Tempo

(minuto)

QUIT-EPÓXI-BÓRAX

Ci ads

(mg g-1

)

Ceq ads

(mg g-1

)

N ads

(mg g-1

)

90 6,30588 0,09412 0,04636

120 6,30588 0,18824 0,09273

150 6,30588 0,32941 0,16227

180 6,30588 0,51765 0,25500

210 6,30588 0,61176 0,30136

240 6,30588 0,89412 0,44045

270 6,30588 1,03529 0,51000

360 6,30588 1,22353 0,60272

390 6,30588 1,27059 0,62591

410 6,30588 1,31765 0,64909

440 6,30588 1,64706 0,81136

470 6,30588 1,78824 0,88090

500 6,30588 2,44706 1,20545

650 6,30588 2,82353 1,39090

1130 6,30588 3,20000 1,57635

1190 6,30588 3,24706 1,59954

1310 6,30588 3,48235 1,71544

1550 6,30588 3,62353 1,78499

2330 6,30588 3,67059 1,80817

2720 6,30588 3,62353 1,78499

2840 6,30588 3,67059 1,80817

3080 6,30588 3,67059 1,80817

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Tabela A10: Dados referentes ao processo de interação entre o material QUIT-

BÓRAX e o corante VR em tampão pH 10.

Tempo

(minuto)

QUIT-BÓRAX

Ci ads

(mg L-1

)

Ceq ads

(mg L-1

)

Nf asd

(mg g-1

)

90 6,30588 6,26256 0,02166

120 6,30588 6,26256 0,02166

150 6,30588 6,26256 0,02166

180 6,30588 6,08928 0,1083

210 6,30588 6,39252 -0,04332

240 6,30588 6,43584 -0,06498

270 6,30588 6,17592 0,06498

300 6,30588 6,47916 -0,08664

330 6,30588 6,56580 -0,12996

360 6,30588 5,95934 0,17327

390 6,30588 5,91602 0,19493

410 6,30588 5,95934 0,17327

440 6,30588 6,26256 0,02166

470 6,30588 6,26256 0,02166

500 6,30588 6,26256 0,02166

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Tabela A11: Dados referentes ao processo de interação entre o material QUIT-EPÓXI

e o corante VR em tampão pH 10.

Tempo

(minuto)

QUIT-EPÓXI

Ci ads

(mg L-1

)

Ceq ads

(mg L-1

)

Nf asd

(mg g-1

)

90 6,30588 6,34932 -0,02172

120 6,30588 6,21898 0,04345

150 6,30588 6,39278 -0,04345

180 6,30588 6,04520 0,13034

210 6,30588 6,47968 -0,0869

240 6,30588 6,43622 -0,06517

270 6,30588 6,26244 0,02172

300 6,30588 6,61002 -0,15207

330 6,30588 6,30588 0,00000

360 6,30588 6,04520 0,13034

390 6,30588 6,04520 0,13034

410 6,30588 6,13208 0,0869

440 6,30588 6,34932 -0,02172

470 6,30588 6,21898 0,04345

500 6,30588 6,39278 -0,04345

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Tabela A12: Dados referentes ao processo de interação entre o material QUIT-

EPÓXI-BÓRAX e o corante VR em tampão pH 10.

Tempo

(minuto)

QUIT-EPÓXI-BÓRAX

Ci ads

(mg L-1

)

Ceq ads

(mg L-1

)

Nf asd

(mg g-1

)

90 6,30588 6,30588 0,00000

120 6,30588 6,17580 0,06504

150 6,30588 6,13244 0,08672

180 6,30588 5,95898 0,17345

210 6,30588 6,21916 0,04336

240 6,30588 6,43596 -0,06504

270 6,30588 6,21916 0,04336

300 6,30588 6,52268 -0,1084

330 6,30588 6,21916 0,04336

360 6,30588 5,91562 0,19513

390 6,30588 5,91562 0,19513

410 6,30588 5,95898 0,17345

440 6,30588 6,30588 0,00000

470 6,30588 6,17580 0,06504

500 6,30588 6,13244 0,08672

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Tabela B1: Dados referentes ao processo de liberação do corante AM pelo material

QUIT-BÓRAX em água – concentração 61 mg L-1

.

Tempo

(dia)

QUIT-BÓRAX

N ads

(mg g-1

)

N lib

(mg g-1

)

Liberação

(%)

0,00694 3,56832 0,36326 10,18

0,01388 3,56832 0,48105 13,48

0,02083 3,56832 0,52985 14,85

0,02792 3,56832 0,62199 17,43

0,03458 3,56832 0,83761 23,47

0,04166 3,56832 0,79723 22,34

0,08333 3,56832 0,96364 27,01

0,125 3,56832 1,95222 54,71

0,16666 3,56832 1,77365 49,70

0,20833 3,56832 1,94096 54,39

0,25 3,56832 1,94546 54,52

1 3,56832 2,06138 57,77

2 3,56832 2,06848 57,97

3 3,56832 2,17534 60,96

4 3,56832 2,19115 61,41

7 3,56832 2,28689 64,09

8 3,56832 2,23832 62,73

9 3,56832 2,12909 59,67

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Tabela B2: Dados referentes ao processo de liberação do corante AM pelo material

QUIT-EPÓXI em água – concentração 61 mg L-1

.

Tempo

(dia)

QUIT-EPÓXI

N ads

(mg g-1

)

N lib

(mg g-1

)

Liberação

(%)

0,00694 3,56832 0,16922 4,74

0,01388 3,56832 0,20182 5,66

0,02083 3,56832 0,23824 6,68

0,02792 3,56832 0,25996 7,28

0,03458 3,56832 0,30738 8,61

0,04166 3,56832 0,34663 9,71

0,08333 3,56832 0,38083 10,67

0,125 3,56832 0,41127 11,52

0,16666 3,56832 0,44473 12,46

0,20833 3,56832 0,46543 13,04

0,25 3,56832 0,56656 15,88

1 3,56832 0,87214 24,44

2 3,56832 1,02206 28,64

3 3,56832 1,26497 35,45

4 3,56832 1,52235 42,66

7 3,56832 1,4905 41,77

8 3,56832 1,34144 37,59

9 3,56832 1,26758 35,52

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Tabela B3: Dados referentes ao processo de liberação do corante AM pelo material

QUIT-EPÓXI-BÓRAX em água – concentração 61 mg L-1

.

Tempo

(dia)

QUIT-EPÓXI-BÓRAX

N ads

(mg g-1

)

N lib

(mg g-1

)

Liberação

(%)

0,00694 3,56832 0,28888 8,09

0,01388 3,56832 0,38518 10,79

0,02083 3,56832 0,50088 14,04

0,02792 3,56832 0,60157 16,86

0,03458 3,56832 0,67676 18,97

0,04166 3,56832 0,77796 21,80

0,08333 3,56832 0,88453 24,79

0,125 3,56832 0,97462 27,31

0,16666 3,56832 0,9911 27,77

0,20833 3,56832 1,46436 41,04

0,25 3,56832 1,78681 50,074

1 3,56832 1,8081 50,67

2 3,56832 2,26994 63,61

3 3,56832 2,40957 67,53

4 3,56832 2,46997 69,21

7 3,56832 2,66682 74,74

8 3,56832 2,57814 72,25

9 3,56832 2,48474 69,63

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Tabela B4: Dados referentes ao processo de liberação do corante AM pelo material

QUIT-BÓRAX em água – concentração 6,7 mg L-1

.

Tempo

(dia)

QUIT-BÓRAX

Nf ads

(mg g-1

)

Nf lib

(mg g-1

)

Liberação

(%)

0,00694 0,41069 0,02489 6,06

0,01388 0,41069 0,03547 8,64

0,02083 0,41069 0,04598 11,20

0,02792 0,41069 0,05484 13,35

0,03458 0,41069 0,06164 15,01

0,04166 0,41069 0,06392 15,56

0,08333 0,41069 0,07729 18,82

0,125 0,41069 0,08439 20,55

0,16666 0,41069 0,09181 22,35

0,20833 0,41069 0,01004 24,44

0,25 0,41069 0,11424 27,82

1 0,41069 0,1223 29,78

2 0,41069 0,13123 31,95

3 0,41069 0,14186 34,54

4 0,41069 0,15376 37,44

7 0,41069 0,16075 39,14

8 0,41069 0,16600 40,42

9 0,41069 0,15783 38,43

10 0,41069 0,15504 37,75

11 0,41069 0,14215 34,61

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Tabela B5: Dados referentes ao processo de liberação do corante AM pelo material

QUIT-EPÓXI em água – concentração 6,7 mg L-1

.

Tempo

(dia)

QUIT-EPÓXI

Nf ads

(mg g-1

)

Nf lib

(mg g-1

)

Liberação

(%)

0,00694 0,41069 0,01279 3,12

0,01388 0,41069 0,02057 5,01

0,02083 0,41069 0,0275 6,70

0,02792 0,41069 0,03143 7,65

0,03458 0,41069 0,03729 9,08

0,04166 0,41069 0,04215 10,26

0,08333 0,41069 0,04832 11,77

0,125 0,41069 0,05381 13,10

0,16666 0,41069 0,06152 14,98

0,20833 0,41069 0,07108 17,31

0,25 0,41069 0,0849 20,67

1 0,41069 0,09852 23,99

2 0,41069 0,10371 25,25

3 0,41069 0,10707 26,07

4 0,41069 0,10979 26,73

7 0,41069 0,11319 27,56

8 0,41069 0,11666 28,40

9 0,41069 0,12008 29,24

10 0,41069 0,11262 27,42

11 0,41069 0,10882 26,50

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Tabela B6: Dados referentes ao processo de liberação do corante AM pelo material

QUIT-EPÓXI-BÓRAX em água – concentração 6,7 mg L-1

.

Tempo

(dia)

QUIT-EPÓXI-BÓRAX

Nf ads

(mg g-1

)

Nf lib

(mg g-1

)

Liberação

(%)

0,00694 0,41069 0,02193 5,26

0,01388 0,41069 0,02691 6,45

0,02083 0,41069 0,03078 7,38

0,02792 0,41069 0,03603 8,64

0,03458 0,41069 0,03903 9,36

0,04166 0,41069 0,0417 10,00

0,08333 0,41069 0,04467 10,72

0,125 0,41069 0,04789 11,49

0,16666 0,41069 0,05659 13,57

0,20833 0,41069 0,06174 14,81

0,25 0,41069 0,06479 15,54

1 0,41069 0,08224 19,73

2 0,41069 0,0963 23,10

3 0,41069 0,12558 30,12

4 0,41069 0,14976 35,92

7 0,41069 0,14866 35,66

8 0,41069 0,1431 34,32

9 0,41069 0,13868 33,26

10 0,41069 0,13363 32,05

11 0,41069 0,12909 30,96

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Tabela B7: Dados referentes ao processo de interação entre o material QUIT-EPÓXI-

BÓRAX o corante VR impregnado e água – concentração 61 mg L-1

.

Tempo

(dia)

QUIT-EPÓXI-BÓRAX

N ads

(mg g-1

)

N lib

(mg g-1

)

Liberação

(%)

10 4,0486 -0,01112 -0,27457

20 4,0486 0,00222 0,05491

30 4,0486 0,00222 0,05491

40 4,0486 -0,00889 -0,21965

50 4,0486 -0,00889 -0,21965

60 4,0486 0,00222 0,05491

120 4,0486 -0,00445 -0,10983

180 4,0486 -0,01112 -0,27457

240 4,0486 0,00445 0,10983

300 4,0486 0,01112 0,27457

360 4,0486 -0,00445 -0,10983

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Tabela B8: Dados referentes ao processo de interação entre o material QUIT-EPÓXI-

BÓRAX o corante VR impregnado e água – concentração 6,7 mg L-1

.

Tempo

(dia)

QUIT-EPÓXI-BÓRAX

N ads

(mg g-1

)

N lib

(mg g-1

)

Liberação

(%)

10 3,62391 -0,00667 -1,84047

20 3,62395 -0,00889 -2,45395

30 362399 0,00445 1,22698

40 3,62396 -0,01334 -3,68093

50 3,62393 -0,00445 -1,22698

60 3,62399 -0,00222 -0,61349

120 3,62391 -0,00889 -2,45395

180 3,62396 -0,00445 -1,22698

240 3,62397 0,00222 0,61349

300 3,62390 0,01112 3,06744

360 3,62392 -0,00445 -1,22698