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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE MEDICINA KARYNE TEIXEIRA TRINDADE PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DOS PORTADORES DE MIELORRADICULOPATIA ESQUISTOSSOMÓTICA EM DUAS UNIDADES DE SAÚDE DE ARACAJU, SERGIPE. ARACAJU 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE MEDICINA

KARYNE TEIXEIRA TRINDADE

PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DOS PORTADORES DE

MIELORRADICULOPATIA ESQUISTOSSOMÓTICA EM DUAS UNIDADES DE

SAÚDE DE ARACAJU, SERGIPE.

ARACAJU

2013

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KARYNE TEIXEIRA TRINDADE

PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DOS PORTADORES DE

MIELORRADICULOPATIA ESQUISTOSSOMÓTICA EM DUAS UNIDADES DE

SAÚDE DE ARACAJU, SERGIPE.

Monografia apresentada ao colegiado do curso de

Medicina da Universidade Federal de Sergipe

como requisito parcial para obtenção do grau de

bacharel em Medicina

Orientador: Profa. Dra. Karina Conceição Gomes Araújo

ARACAJU

2013

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KARYNE TEIXEIRA TRINDADE

PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DOS PORTADORES DE

MIELORRADICULOPATIA ESQUISTOSSOMÓTICA EM DUAS UNIDADES DE

SAÚDE DE ARACAJU, SERGIPE.

Monografia apresentada ao colegiado do curso de

Medicina da Universidade Federal de Sergipe

como requisito parcial para obtenção do grau de

bacharel em Medicina

______________________________________________________________________

Autor: Karyne Teixeira Trindade

______________________________________________________________________

Orientador: Profa.Dra. Karina Conceição Gomes Araújo

ARACAJU

2013

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KARYNE TEIXEIRA TRINDADE

PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DOS PORTADORES DE

MIELORRADICULOPATIA ESQUISTOSSOMÓTICA EM DUAS UNIDADES DE

SAÚDE DE ARACAJU, SERGIPE.

Monografia apresentada ao colegiado do curso de

Medicina da Universidade Federal de Sergipe

como requisito parcial para obtenção do grau de

bacharel em Medicina

Aprovada em ___/___/______

BANCA EXAMINADORA

Universidade Federal de Sergipe

Universidade Federal de Sergipe

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AGRADECIMENTOS

À Deus por ter me guiado durante essa jornada de seis anos e ter me capacitado a enfrentar

todos os desafios do caminho.

À minha orientadora Karina, pela disponibilidade e, sobretudo paciência. Sua ajuda foi

imprescindível para a realização desse projeto.

Aos meus pais pelo apoio, compreensão e estímulo nos momentos de maior dificuldade. Não

teria chegado tão longe sem o carinho e amor incondicional que me impulsionaram a

prosseguir.

Aos amigos com quem dividi as angústias de fim de curso e que contribuíram direta ou

indiretamente para a realização deste trabalho.

Karyne Teixeira Trindade

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Distribuição dos casos em relação ao gênero, idade e região de origem, de 27

pacientes em duas unidades de saúde de Sergipe, no período de 2007 a 2011.

Tabela 2: Registros em prontuários dos aspectos epidemiológicos de importância para o

diagnóstico da Mielorradiculopatia Esquistossomótica em 27 casos em duas unidades de

saúde de Sergipe, 2007 a 2011.

Tabela 3: Distribuição de sinais e sintomas registrados em prontuários dos casos de

Mielorradiculopatia Esquistossomótica observados em 27 pacientes em dois hospitais de

referência em Sergipe, 2007 a 2011.

Tabela 4: Descrição das principais publicações brasileiras com metodologia baseada em

estudos de série de casos relacionados a casos de Mielorradiculopatia Esquistossomótica

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Distribuição espacial dos casos de Mielorradiculopatia Esquistossomótica em

Sergipe. Fonte: Arquivo pessoal, 2013.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CID = Classificação Internacional das Doenças e Problemas Relacionados à Saúde

EA = Encefalite Aguda

ELISA = Enzyme Linked Immuno Sabent Assay

EPF = Exame Parasitológico de Fezes

HU = Hospital Universitário de Sergipe

HUSE = Hospital de Urgência de Sergipe

IBGE = Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

LACEN/SE = Laboratório Central de Saúde Pública Parreira Hortas

LCR = Líquido Cefalorraquidiano

MMII = Membros Inferiores

MRE = Mielorradiculopatia Esquistossomótica

MS = Ministério da Saúde

NE = Neuroesquistossomose

PCE = Programa de Controle da Esquistossomose

RM = Ressonância Magnética

SAME = Serviço de Arquivamento Médico

SE = Sergipe - UF

SES-SE = Secretaria Estadual de Saúde de Sergipe

SINAN = Sistema de Informações e Agravos de Notificação

SIS = Sistema de Informações de Saúde

SNC = Sistema Nervoso Central

SUS = Sistema Único de Saúde

TC = Tomografia Computadorizada

VE = Vigilância Epidemiológica

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SUMÁRIO

I . REVISÃO DE LITERATURA 09

1. Introdução 09

2. Esquistossomose mansônica 10

3. Neuroesquistossomose 13

3.1.Encefalopatia Esquistossomótica 14

3.2.Mielorradiculopatia Esquistossomótica 15

Epidemiologia 15

Fisiopatologia 16

Quadro Clínico 18

Exames complementares 20

Tratamento 22

4. Referências Bibliográficas 24

II. NORMAS PARA PUBLICAÇÃO 31

III. ARTIGO ORIGINAL 41

Resumo 42

Abstract 43

Introdução 44

Método 45

Resultados 46

Discussão 48

Conclusão 50

Referências 51

Tabelas 55

Figuras 60

Anexo 61

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I. REVISÃO DA LITERATURA

1. INTRODUÇÃO

A esquistossomose, também conhecida como barriga d'água, doença do caramujo,

xistosa ou verme de qualidade, é a doença crônica causada por platelmintos do gênero

Schistosoma, cujas espécies com importância epidemiológica em medicina humana são

Schistosoma haematobium, Schistosoma japonicum, Schistosoma mekongi, Schistosoma

intercalatum e Schistosoma mansoni (NEVES, 2005).

A esquistossomose está diretamente relacionada à pobreza e ao baixo desenvolvimento

econômico. (KATZ; PEIXOTO, 2000). Devido à precariedade de políticas de saúde e

saneamento básico adequado, as áreas endêmicas atualmente estão em processo de expansão e

já atingem, além de comunidades rurais, áreas urbanas e periurbanas. A população

susceptível, submetida a precárias condições de higiene e recursos sanitários, utilizam

coleções hídricas contaminadas tanto em atividades laborativas quanto em situações de lazer.

(BARBOSA et al., 2000 ; ROUQUAYROL; ALMEIDA FILHO, 2003).

O sistema nervoso central (SNC) pode ser acometido nas infecções pelo Schistosoma

mansoni, haematobium e japonicum. Atualmente, a esquistossomose medular tem sido

considerada uma das formas mais graves da infecção pelo S. mansoni, como também uma das

principais causas de mielopatias não traumáticas. (BRITO; NÓBREGA, 2003). O

reconhecimento dessa doença e a instituição precoce do tratamento desempenham papel

fundamental na prevenção de lesões graves e irreversíveis, assim como na recuperação das

pessoas acometidas. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

Ainda não existem muitos estudos a respeito desta neuroparasitose e apesar de muitos

serviços referirem aumento do número de casos de mielorradiculopatia esquistossomótica

(MRE) sua real prevalência em áreas endêmicas não é conhecida. (ARAÚJO et al, 2006;

BRITO et al.,1992). Admite-se a ocorrência de falha na notificação de casos novos e que a

morbidade desta forma ectópica tem sido subestimada (FREITAS, 2010; SILVA, 2006).

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O estado de Sergipe representa área de risco para esquistossomose e, portanto para as

manifestações neurológicas da doença. O conhecimento do perfil clínico e epidemiológico

desta forma ectópica poderiam proporcionar políticas de controle e prevenção mais eficazes e

com isso diminuir a morbimortalidade da população e o risco de desenvolver sequelas graves.

2. Esquistossomose Mansônica

A Esquistossomose mansônica é ainda considerada grande problema de saúde pública

e uma das principais doenças parasitárias de veiculação hídrica no mundo. O agente

etiológico é um helminto da classe Trematoda, Schistosoma mansoni, cujo principal

reservatório é o homem e tem como hospedeiro intermediário o caramujo. No Brasil, existem

três espécies de caramujos hospedeiros do S. mansoni: Biomphalaria glabrata, B. straminea e

B. tenagophila (REY, 2001; NEVES et al.,2005; BRASIL, 2009).

Estima-se que existam cerca de 6,3 milhões de brasileiros portadores da forma

intestinal da doença cuja região endêmica encontra-se no Nordeste. (KATZ, 2000; BRASIL,

2006). Em Estados como Bahia, Sergipe e Alagoas, a distribuição geográfica da endemia

atinge 68% do território (RESENDES et. al., 2005; BARBOSA et. al., 2006; FARIA et. al.,

2002). Também é possível encontrar a endemia em outros Estados, como os do Sudeste: São

Paulo (LIMA, 1995) e Minas Gerais (COURA-FILHO, 1997).

A persistência da endemicidade dessa parasitose se relaciona a fatores biológicos,

sociais, políticos e culturais. Condições de saneamento básico precárias, exploração

inadequada dos recursos hídricos, deficiência dos sistemas de tratamento de água e ausência

de programa de saúde pública específico contribuem para a perpetuação e expansão da

esquistossomose no Brasil. (COURA-FILHO, 1997; LIMA, 1998; RESENDES et al., 2005)

Além disso, a esquistossomose encontra-se hoje em processo de urbanização devido

ao crescimento desordenado da população em áreas periurbanas, sem infraestrutura adequada

e ambientalmente favoráveis à proliferação do caramujo com destaque para áreas agrícolas,

turísticas e/ou litorâneas. (BARBOSA et al., 2004; ARAÚJO, 2004; BARBOSA et al., 2007;

BARBOSA et al, 2011,SANTOS et al, 2011).

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A urbanização da esquistossomose é vista como um novo desafio para as autoridades

sanitárias. Embora se tenha acumulado ao longo do tempo experiência e subsídios para

instrumentalizar o controle da esquistossomose em territórios rurais, muito pouco se sabe a

respeito do processo de produção desta endemia no espaço urbano (BARBOSA et al., 1996;

COURA-FILHO, 1997, 1998; LIMA, 1995).

O ciclo biológico da esquistossomose inicia-se quando há eliminação e disseminação

de ovos do parasita nas fezes de indivíduos infectados em coleções hídricas como rios, lagos,

lagoas, cachoeiras. Quando em contato com água os ovos eclodem e liberam o primeiro

estágio larval ciliado denominado miracídio que penetra no hospedeiro intermediário, o

caramujo do gênero Biomphalaria, onde sofrem transformações que originam as formas de

cercárias. Estas, ao serem eliminadas, podem permanecer vivas na água por até 72

horas.(ALMEIDA FILHO, 2003; MAHMOUD,1997)

Em contato com a pele do hospedeiro através da água contaminada, as cercárias

penetram por ação lítica e perdem sua cauda, transformando-se em esquistossômulo. Ganham

a circulação sanguínea e são levadas passivamente da pele até o coração direito, pulmões,

veias pulmonares, coração esquerdo, sistema porta-hepático, veias mesentéricas até

alcançarem as alças intestinais do sigmoide e do reto. Apenas os vermes que chegam ao

sistema porta atingem a maturidade, sob a forma de adultos quando se acasalam e migram, via

sistema porta, até a região da artéria mesentérica inferior, onde farão a oviposição. Os

primeiros ovos são vistos após 40 dias da infecção do hospedeiro e são eliminados pelas

fezes, iniciando um novo ciclo. ( HUGGINS et al., 1998; MACHADO,1993; REY, 1992)

A resposta do hospedeiro varia de acordo com a intensidade da infecção que é

influenciada por fatores como carga parasitária, estado nutricional do indivíduo, a gravidade

das lesões e a da imunidade do indivíduo. (VAN DER WERF et al. 2002; NEVES, 2009)

A dermatite cercariana pode surgir minutos após a infecção por cercárias e é

caracterizada por urticária local, com erupção cutânea macular, caracterizada

histopatologicamente por edema, infiltrado de células redondas, e eosinofilia na derme e

epiderme. (MAHMOUD, 1997)

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A forma aguda da esquistossomose, também conhecida como Febre de Katayama,

atinge grande parte dos indivíduos infectados geralmente 3 a 7 semanas após a exposição.

Caracteriza-se clinicamente por uma febre prolongada, astenia, mialgia, cefaleia, dor

abdominal, hepatoesplenomegalia e eosinofilia. A migração dos vermes adultos para as veias

mesentéricas pode levar a pronunciados sintomas abdominais, incluindo cólicas fortes,

anorexia e diarreia, acompanhada de muco e sangue, coincidindo com o começo da

eliminação de ovos nas fezes Há uma reação granulomatosa, desenvolvida a partir da

liberação de antígenos e enzimas dos ovos. Estas substâncias sensibilizam os linfócitos do

hospedeiro, que migram para os locais onde os ovos estão depositados e recrutam outras

células (macrófagos, eosinófilos e fibroblastos), formando um “granuloma” de infiltrado

celular a fim de expulsar os ovos do organismo (MAHMOUD, 1997).

Nesta fase o exame coproparasitológico pode apresentar falso-negativo, mas a

eosinofilia, sorologia positiva, e uma história de contato com coleções hídricas geralmente

indicam o diagnóstico. Após seis meses de infecção, o quadro clinico pode evoluir para

esquistossomose crônica. (KATZ,1999; PRATA, 1991; JORDAN, 2000; GRYSEELS et al.,

2006; NEVES, 2009; BRASIL, 2009).

As formas crônicas da doença são a intestinal, hepatointestinal e hepatoesplênica. A

forma intestinal é a mais comum e pode se apresentar de duas formas: habitual ou leve e a

grave ou avançada. A forma leve é a forma que se encontra na maioria das pessoas infectadas

em áreas endêmicas. Neste caso, há eliminação de ovos viáveis nas fezes, porém os

indivíduos são assintomáticos ou apresentam sintomas discretos e inespecíficos, como

diarreia, dor abdominal e tenesmo. Na forma grave pode haver obstrução intestinal,

hemorragia e fibrose da alça retossigmóide. (NEVES, 2009)

A forma hepatointestinal está relacionada ao aparecimento dos granulomas causados

pela resposta imune do hospedeiro aos ovos do verme nos tecidos. Há hepatomegalia dolorosa

e a presença de fibrose hepática periportal que acompanham lesões destrutivas e obstrutivas

do sistema porta intra-hepático levando à hipertensão portal. (BRASIL, 2009)

Embora o aparelho digestivo seja o habitat natural do S. mansoni, as formas ectópicas

podem ser observadas quando o elemento parasitário se localiza fora do sistema porta-

hepático, o habitat natural do helminto. A maioria não constitui grande interesse clínico,

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exceto a neuroesquistossomose, a qual se reveste de grande importância médica. (BRITO et

al., 1992; HUGGINS et al., 1998)

O primeiro registro de esquistossomose ectópica foi feito por Yamagiwa em 1889 e há

relatos de achados em vesícula, apêndice cecal, peritônio, pâncreas, ovários, testículos,

esôfago, estômago, pulmão, tireóide, adrenal, miocárdio e sistema nervoso central.

(YAMAGIWA, 1889; RAMOS, 1973; GUIMARÃES e BARBOSA, 1997; NEVES et al.,

2000; BASÍLIO-DE-OLIVEIRA, et al., 2002; MORENO-CARVALHO et al., 2003;

LAMBERTUCCI et al., 2006; PODEROSO, et al., 2008; LAMBERTUCCI et al., 2008 ).

3. Neuroesquistossomose

A neuroesquistossomose (NE) é uma forma ectópica severa, assintomática ou não, da

infecção pelo Shistossoma japonicum, S. haematobium e o S.mansoni onde o sistema nervoso

central encontra-se comprometido, sendo o primeiro responsável pelo acometimento do

encéfalo e os dois últimos da medula espinhal, apresentando-se sob a forma de encefalite

aguda e mielorradiculite, respectivamente. (PITELLA, 1997; FERRARI, 1999; FERRARI et

al., 2008,FERRARI; CUNHA, 1997; URBAN et al., 1996;FERRARI, 2004).Considerando as

formas sintomáticas, a neuroesquistossomose por S. mansoni afeta em maior proporção a

medula espinhal (TEDRUS et. al., 1996; PITTELLA, 1997, 2003; FERRARI, 1999).

Esta patologia tem ganhado importância na literatura especializada, devido ao seu

potencial de gerar morbidades e sequelas irreversíveis e embora considerada pouco frequente

quando comparada à forma esquistossomótica hepatointestinal diversas publicações têm

mostrado que a NE não é incomum. (PEREGRINO et al., 2002; FERRARI et al., 2004;

ARAÚJO et al., 2006;FREITAS et al., 2010; ARAÚJO, et al., 2010; BADR et al., 2011;

FERRARI E MOREIRA, 2011)

.

A presença dos ovos, vermes adultos e a reação imunológica desencadeada no

parênquima cerebral, medular ou espaço subaracnóide causam lesões no SNC. (PITELLA,

1991; FERRARI, 1997; SILVA et al., 2004). Isto pode ocorrer em qualquer momento após a

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oviposição do parasita, entre o 27º e 48º dias. Sendo assim os sintomas clínicos da NE podem

aparecer tanto na fase aguda como na fase crônica da esquistossomose. (JAURÉGUIBERRY

e CAUMES, 2008; VIDAL et al., 2010)

3.1.Encefalopatia Esquistossomótica

A infecção aguda da esquistossomose é caracterizada por uma resposta imunológica

de hipersensibilidade que acontece algumas semanas após a infecção primária. A encefalite

aguda pode acompanhar o quadro clínico embora seja pouco frequente. Neste caso o paciente

pode desenvolver confusão mental, alterações visuais, edema de papila e rigidez de nuca e se

constitui uma emergência neurológica, exigindo diagnóstico e tratamento precoces.

(CHRISTO,2010)

É mais frequente na esquistossomose japônica uma vez que o ovo deste é desprovido

de espícula, já os ovos de S. mansoni e S. haematobium são maiores e possuem espícula, o

que favorece a retenção nas regiões mais inferiores da medula espinhal (BRASIL, 2006;

FERRARI, 2004).

O ovo ou verme tem sua entrada facilitada até o cérebro através do mecanismo de

hipertensão portal quando há um desvio do fluxo venoso intra-abdominal para a veia cava

superior. Na circulação pulmonar, por shunts arteriovenosos pulmonares, o parasita alcança a

circulação sistêmica podendo ser embolizado para diversos órgãos, entre eles o encéfalo. O

comprometimento intracraniano também pode ser alcançado pela ampla comunicação do

sistema venoso intra-abdominal com o plexo venoso vertebral e subaracnóideo. Como é

avalvular, o sangue abdominal pode alcançar os seios venosos intracranianos. (MATAS,

2001).

A possibilidade de encafalite aguda de etilogia esquistossomótica deve sempre ser

considerada em casos com história epidemiológica positiva para contato com coleções

hídricas, principalmente em áreas consideradas endêmicas. (CHRISTO, 2010)

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3.2.Mielorradiculopatia Esquistossomótica

Epidemiologia

A mielorradiculopatia esquistossomótica (MRE) é considerada doença cuja morbidade

ainda é bastante subestimada. A dificuldade do reconhecimento do quadro clínico e a

limitação de acesso aos métodos complementares diagnósticos contribuem para esta situação,

acarretando seqüelas graves para os portadores da doença e ocultando sua importância

epidemiológica. (SILVA, 2006)

A prevalência desta enfermidade em área endêmica ainda não é conhecida. No

entanto, com o advento de novas técnicas complementares, especialmente as reações no

líquido cefalorraquidiano e os exames por imagem da medula espinhal, houve grande avanço

no diagnóstico da esquistossomose medular. Como consequência, o número de casos de MRE

relatados tem aumentado rapidamente (ANDRADE FILHO et al., 1996; CAROD-ARTAL et

al., 2004; PEREGRINO et al., 2002). Desde a primeira descrição da doença, cerca de 800

casos foram documentados, a maioria deles devido à S. mansoni (FERRARI e MOREIRA,

2011).

A neuroesquistossomose é considerada a terceira causa mais comum de mielopatia

depois de traumas e comprometimentos tumorais. Estudos de relatos de autópsia mostraram

que 20 a 30 % dos pacientes com esquistossomose tinham algum grau de comprometimento

neurológico, porém a maioria dos casos eram assintomáticos. (Vidal, 2010).

Segundo relatos na literatura o sexo masculino é mais acometido que o sexo feminino,

o que pode estar relacionado a fatores socioeconômicos (banho-de-rio e lagoas, tipo de

trabalho) assim como maior esforço despendido em atividades laborativas. Alguns estudos

demonstram a proporção de 3,6 :1 (78,6% de homens para 23,4% de mulheres). (SANTOS,

2001)

Além disso, a prevalência dessa forma clínica é mais comum em adultos jovens, por

uma provável exposição aumentada a áreas contaminadas. A faixa etária varia entre 20 a 40

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anos, sendo a média de idade encontrada de 26 anos. (ARAUJO, 2010; LIMA, 1998; SILVA,

2004).

Com relação à distribuição populacional, percebe-se que a MRE atinge mais

frequentemente os indivíduos de baixa renda, os quais vivem sob precárias condições de

higiene, habitação e educação e, portanto mais expostos ao hospedeiro em regiões endêmicas.

Há também relação significativa com determinadas profissões, não só pelo contato com

coleções hídricas como também por desenvolvimento de atividades cujo aumento da pressão

intrabdominal é frequente ou por períodos prolongados. (SILVA, 2004; BRASIL,2006;

VIDAL,2010)

Fisiopatologia

A patogenia da MRE permanece desconhecida, porém, admite-se que a resposta

inflamatória do hospedeiro aos ovos presentes no tecido nervoso constitua o principal

determinante das lesões do SNC. A resposta inflamatória pode variar de reação intensa,

resultando em granulomas ou massas expansivas, até reação mínima sem expressão clínica.

Vermes adultos, às vezes, são vistos nos vasos subaracnóides da medula espinhal; as lesões

medulares granulomatosas se dão, entretanto, em torno dos ovos depositados. (SILVA, 2004)

Segundo Paz (2002), dois mecanismos tem sido propostos para explicar o

envolvimento da medula espinhal pelo Schistosoma mansoni:

• O aumento da pressão intra-abdominal gera um fluxo venoso retrógrado, através do

Plexo Venoso de Batson, que é avalvular, e que comunica as veias espinhais às intra-

abdominais. Este refluxo sanguíneo carreia os ovos do verme da região abdominal para a

medula espinhal. O fato de os ovos de Schistosoma mansoni e S. hematobium possuírem uma

estrutura de fixação na parede dos vasos, chamada espícula, associado à presença deste

sistema venoso de drenagem somente em regiões baixas da medula, explicam a frequência do

acometimento dos níveis medulares lombo-sacrais.

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• Eliminação direta dos ovos nos vasos medulares, devido à migração anormal dos

vermes adultos. Esta hipótese é reforçada, pois ocasionalmente foram encontrados vermes

adultos enfileirados dentro dos vasos vertebrais. Devido à localização dos ovos na medula,

estes ativam uma reação inflamatória que origina o quadro neurológico a partir do

acometimento dos vasos medulares, através de fenômenos isquêmicos, ou por compressão

medular, por formações granulomatosas nas meninges ou no próprio tecido

nervoso.(CAUMES E. e VIDAILHET M. 2010; TEDRUS et al, 1996)

Em torno do local de deposição do ovo existe área de células do tecido nervoso em

processo de necrose lítica e de coagulação. Externamente a esta zona há um envelope de

macrófagos, células epitelióides e células gigantes, circundados por infiltrado inflamatório

rico em eosinófilos e linfócitos. À medida que a lesão progride a infiltração por fibroblastos

pode resultar em encapsulamento do ovo por fibrose. Em alguns casos necropsiados

encontram-se ovos no tecido medular sem qualquer reação inflamatória. (SILVA, 2004;

BRASIL, 2006)

A deposição de ovos do S. mansoni no cérebro e meninges mostra-se mais freqüente

nos pacientes com esquistossomose hepatoesplênica. A migração para o cérebro se faz através

dos shunts arteriovenosos pulmonares ou portopulmonares e ocorre sem manifestações

clínicas. Em 1981, Pittella e Lana-Peixoto encontraram ovos de S. mansoni em 26% dos 46

cérebros de hepatoesplênicos necropsiados. Na verdade, a deposição assintomática de ovos do

S. mansoni, tanto no encéfalo como na medula espinhal, revelou-se mais comum do que a

forma sintomática da doença. A mielorradiculopatia, ao contrário, ocorre com maior

freqüência nas formas aguda e intestinal crônica. (SILVA, 2004)

O envolvimento do SNC produz quatro formas principais de lesão, baseadas nos

aspectos anatômicos e manifestações clínicas: granulamatosa, mielítica, radicular e vascular.

A sobreposição destas formas clínicas é usual na doença medular esquistossomótica sendo a

forma mielorradicular mais frequente. (SILVA, 2004)

Na forma granulomatosa, há reação inflamatória intensa periovular que produz efeito

de massa e destrói tecido nervoso adjacente. Acomete geralmente o cone medular e é descrita

na mielografia ou mielotomografia computadorizada como um defeito de enchimento

associado ou não ao bloqueio do canal medular. Por outro lado, na forma mielítica da doença

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não há lesão expansiva macroscópica medular; a reação inflamatória tecidual é microscópica

com necrose, vacuolização e atrofia do tecido nervoso e menos frequentemente induz a

formação de granulomas. Clinicamente, observam-se sinais e sintomas de mielite transversa

rapidamente progressiva, sem alterações à mielografia ou mielotomografia computadorizada.

A evolução clínica desta forma de MRE é geralmente mais desfavorável. (SILVA, 2004)

Na forma radicular há formação de granulomas na superfície das raízes nervosas,

principalmente na cauda eqüina. Clinicamente apresenta-se como uma síndrome

multirradicular associada a alterações sensoriais e motoras de distribuição assimétrica. Pode-

se encontrar espessamento de raízes nervosas na mielografia ou mielotomografia

computadorizada. Pode vir associada à forma vascular, que se caracteriza por uma vasculite

de origem imunológica nos ramos da artéria espinhal anterior produzindo infartos medulares

secundários. (SILVA, 2004)

Quadro Clínico

A MRE está relacionada mais frequentemente à forma intestinal da doença

esquistossomótica, mas há relatos de casos em pessoas portadoras da forma hepatoesplênica

da verminose. Suas manifestações podem estar presentes mesmo na ausência de história

clínica prévia ou diagnóstico de doença esquistossomótica ou podem surgir muitos anos após

o desaparecimento de manifestações intestinais da infecção pelo parasita. Eventualmente,

pode se associar a outra forma ectópica da esquistossomose. (SILVA , 2004)

Os critérios clínicos de diagnóstico incluem: evidência de lesão medular (torácica

baixa, lombar ou sacral), confirmação da presença do parasita por exame das fezes ou biópsia

retal e exclusão de outras causas de mielopatia. (FERRARI,1993) Associar os critérios acima

citados à história de contato com água doce em áreas endêmicas, mesmo quando os resultados

dos testes são negativos, é importante para evitar atraso no tratamento (CAROD-ARTAL ,

2010 , FERRARI e MOREIRA, 2011).

A tríade clássica prodrômica característica da doença são os sintomas de dor lombar,

alterações de sensibilidade de membros inferiores e disfunção urinária. Com a evolução da

doença, seguem-se fraqueza de membros inferiores e impotência sexual. (PEREGRINO et al.,

2002)

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A manifestação clínica inicial mais freqüente é a dor lombar ou de membros inferiores

(51 a 77% dos casos). Seguem-se, a disfunção vesical (12%), fraqueza de membros inferiores

(7%), parestesia (6%) e impotência sexual (0,7%). Estas manifestações neurológicas surgem

de forma aguda ou subaguda, e podem estar relacionada com esforço físico executado

anteriormente, como levantar pesos, jogar bola, exercício abdominal e esforço evacuatório

(COSTA et. al., 1992; MATAS, 2001). Há piora progressiva de sinais e sintomas, instalando-

se o quadro clínico neurológico completo geralmente em 15 dias. Ocasionalmente, essa

evolução pode ser lenta e ocorrer ao longo de meses e anos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE,

2006)

A área da lesão, definida pelo exame neurológico, localiza-se, com freqüência, nas

regiões torácica baixa ou lombar , na cauda eqüina ou no cone medular. Há casos relatados,

confirmados pela histologia, de lesões esquistossomóticas isoladas da medula cervical e do

cerebelo (BRAGA, 2003; LAMBERTUCCI, 2003).

Paraplegia com flacidez e arreflexia, retenção urinária e redução da sensibilidade tátil,

térmica e dolorosa do tipo radicular dominam o quadro clínico quando o cone medular e a

cauda equina encontram-se acometidos. Espasticidade, alteração da sensibilidade superficial

do tipo nível segmentar e incontinência urinária ocorrem em vigência de acometimento mais

alto da medula. De maneira geral, a paraparesia bilateral e os reflexos profundos abolidos ou

reduzidos constituem os achados mais freqüentes ao exame neurológico. (SILVA 2004,

LAMBERTUCCI, 2003)

Os principais diagnósticos diferenciais da MRE incluem: trauma medular, injeção

intratecal, radiação, tumores, deficiência de vitamina B12 ou excesso de folato, síndrome

antifosfolípide, vasculite diabética ou autoimune, mielite por HIV, HTLV ou HSV, sífilis,

abscessos medulares, tuberculose e mielopatia associada ao vírus B da hepatite, siringomielia

e neurocisticercose. Quando não é possível a exclusão de outras etiologias de mielopatia

através de critérios clínico-epidemiológicos devem-se utilizar exames complementares.

(SILVA, 2004)

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Exames complementares

Os exames complementares são utilizados com objetivo de demonstrar a infecção pelo

S.mansoni ou detectar alterações estruturais compatíveis com os dados clínicos e que

corroborem com o diagnóstico. (BRITO et al., 1992).

A pesquisa do parasita através do parasitológico de fezes é falho em 60% dos casos

mesmo com a análise de várias amostras. A biópsia retal é um exame que oferece maior

sensibilidade, a qual chega a 95% a 100% na identificação dos ovos. (NOBRE, 2001)

A análise do líquido cefalorraquiano (LCR) dos pacientes com MRE revela alterações

inespecíficas: elevação discreta a moderada do conteúdo protéico em 95% dos casos (média

de 161,4 ± 191,9 mg/dl), níveis normais de glicose, pleocitose em 91% dos casos (média de

91,9 ± 113,8 céls/mm3), com predomínio de linfomononucleares, presença de eosinófilos em

41 a 90% dos casos e elevação de gamaglobulina em 76% dos casos (LIVRAMENTO;

MACHADO; SILVA, 1985).

A pesquisa de anticorpos específicos para esquistossomose no LCR tem sido

fundamental para a confirmação diagnóstica de MRE (ASANO, 1992; BRITO et al,. 1992,

TESSER 2005). Tal prova passou a fazer parte do exame liquórico com a introdução de

reações de imunofluorescência (IMF) ou hemaglutinação passiva para a esquistossomose,

assim como testes imunoenzimáticos (ELISA), mais sensível e especifico. (ASANO, 1992;

HARIBHAI et al., 1991)

Existe a possibilidade de a sorologia liquórica positiva representar apenas uma

exposição prévia ou infecção extramedular, uma vez que há quebra da barreira

hematoencefálica secundária ao processo inflamatório gerado pelo granuloma. (COSTA et al.,

1992; GALVAO, 1994). Outros questionamentos a respeito da importância desse exame se

referem à falta de uniformidade, normatização e padronização do método, além da ausência

de estudos que comprovem a sua acurácia. Apesar disto, não se deve descartar a possibilidade

de diagnóstico de neuroesquistossomose mesmo quando o LCR for normal (SANTOS et al.,

2002).

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A mielografia e a mielotomografia computadorizada revelam alterações em 63% dos

casos de MRE, que se caracterizam por aumento irregular do diâmetro medular e defeito de

enchimento com ou sem bloqueio do canal medular, além de espessamento de raízes nervosas

da cauda eqüina. A forma granulomatosa da doença medular é a mais freqüentemente

diagnosticada por esses métodos de imagem, porque causa aumento do volume medular

(PEREGRINO et al., 2002; SILVA et al., 2004).

A ressonância nuclear magnética (RNM) tem sido indicada como o procedimento mais

eficaz e de alta sensibilidade para o diagnóstico de patologias medulares. Apesar de

apresentar baixa especificidade tem sido capaz de demonstrar alterações em quase todos os

casos de MRE em que foi utilizada como método de estudo da medula espinhal, inclusive nos

casos em que a mielografia e/ou a mielotomografia computadorizada não revelaram

anormalidades (BRASIL, 2006; SANTOS, 2006; SILVA et al., 2004). Além disso, sua

importância se deve a possibilidade de localização anatômica da lesão, a nível segmentar, com

exatidão. (LUCATO, 2012; BRASIL, 2006).

As principais alterações descritas são: aumento do diâmetro da medula espinhal e/ou

de raízes da cauda equina nas imagens ponderadas em T1; hiperintensidade do sinal em T2 na

região acometida, representando aumento do conteúdo de agua (edema) e captação

heterogênea de contraste (eventualmente homogênea) devido a quebra da barreira

hematoencefálica, com pequenas áreas focais de acentuação formando frequentemente um

padrão granular. (BRASIL, 2006; SANTOS et al., 2006; SILVA et al., 2004; VIDAL, 2012;

LUCATO,2012).

O diagnóstico da MRE ainda apresenta grandes dificuldades uma vez que a única

prova incontestável do acometimento medular pelo Schistosoma sp. ainda é a biópsia ou

necropsia medular, o que pode gerar sequelas e riscos para o paciente. Apesar disto, a

laminectomia medular (biópsia) continua sendo importante nos casos em que há dúvida

diagnóstica ou sinais de bloqueio medular uma vez que a literatura apresenta casos de

pacientes com exame parasitológico de fezes e biópsia retal negativos para ovos de S.

mansoni, mas com diagnóstico confirmado pela biópsia medular. O esclarecimento

diagnóstico permite que sejam evitados procedimentos cirúrgicos desnecessários e arriscados

(CUNHA e CUNHA, 1995; BRASIL, 2006).

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Tratamento

O atendimento médico de um caso suspeito de MRE se caracteriza como uma urgência

médica, pois quanto mais precoces o diagnóstico e o tratamento, menores serão as lesões

neurológicas irreversíveis e maiores as chances de recuperação do paciente. (BRASIL, 2006)

O tratamento medicamentoso da MRE deve ser realizado imediatamente após o

diagnóstico e é constituído de duas etapas: a primeira com corticoesteróides (dexametasona

ou prednisona) com o objeto de minimizar a reação inflamatória local e a segunda com

medicamentos antiparasitários específicos, após estabilização do quadro neurológico, visando

eliminar o foco sistêmico que deu origem ao processo neurológico podendo ser utilizado o

praziquantel ou oxaminiquine (FERRARI, 1999; BRASIL, 2006; FERRARI e MOREIRA,

2008). O tratamento precoce da doença influencia positivamente no seu prognóstico.

(FREITAS, 2010).

Após a introdução de corticoesteróides observa-se melhora rápida e acentuada dos

sintomas, inclusive com o desaparecimento das alterações observadas na mielografia. O

tempo de utilização da corticoterapia não se encontra definido. Porém, a retirada desta droga

não só precoce como também até o 6° mês de tratamento, pode associar-se à recidiva das

manifestações neurológicas. As doses de prednisona utilizadas variam em média de 20mg/dia

a 2mg/kg/dia, por um período entre 7 dias e 12 meses. A partir da instituição do tratamento

clínico e da redução da sintomatologia do paciente há regressão progressiva das alterações

observadas na RNM. (BRASIL, 2006)

O tratamento cirúrgico deve ser considerado em pacientes que apresentam compressão

total da medula, piora clínica após tratamento conservador ou quando há objetivos

diagnósticos. Os procedimentos mais realizados estão associados a técnicas de descompressão

medular, biópsia e liberação de raízes nervosas. Em geral, os pacientes de MRE que passam

por procedimento cirúrgico apresentam sequelas ou índices de melhora mais baixos,

independentemente de terem ou não recebido tratamento clinico pós-operatório (SILVA et al,

2004).Nos casos em que há formação de grandes granulomas cerebrais com efeito de massa e

hipertensão intracraniana, a única possibilidade de diagnóstico e tratamento é a ressecção

cirúrgica (GALVAO, 1994).

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O tratamento sintomático da dor, espasticidade e disfunção sexual também é

importante e melhora consideravelmente a qualidade de vida do paciente durante a fase aguda

da doença enquanto a terapia específica é instituída.(FERRARI ET AL,2008)

Noventa e cinco por cento dos pacientes com MRE que não recebem tratamento

morrem ou evoluem com déficit motor irreversível. A instituição da terapêutica, mesmo

tardia, após 12 meses de início do quadro neurológico, associou-se à melhora neurológica. O

tratamento adequado da MRE deve ser multidisciplinar, envolvendo a participação de

fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos, clínicos, neurologistas e terapeutas ocupacionais.

(SILVA et al., 2004)

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II. NORMAS PARA PUBLICAÇÃO

A Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical é um periódico oficial da

Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), multidisciplinar, com acesso aberto, que

publica pesquisas originais relacionadas a doenças tropicais, medicina preventiva, saúde

pública, doenças infecciosas e assuntos relacionados. A preferência para publicação será dada

a artigos que relatem pesquisas e observações originais. A revista possui um sistema de

revisão por pares, para a aceitação de artigos, e sua periodicidade é bimestral. A Revista de

Sociedade Brasileira de Medicina Tropical é publicada em Inglês. A revista convida à

publicação Artigos Originais, Editoriais, Artigos de Revisão, Comunicações Breves, Relatos

de Casos, Relatórios Técnicos, Imagens em Doenças Infecciosas, Cartas, Suplementos e

Obituários.

A Sociedade também publica através de sua revista, suplementos sobre as reuniões

anuais sobre Doença de Chagas e Leishmanioses e, também, publica dados da Organização

Pan-Americana de Saúde (OPAS) e da Fundação Nacional de Saúde (FNS) do Ministério de

Saúde (MS).

A abreviatura de seu título é Rev. Soc. Bras. Med. Trop., que deve ser usada em

bibliografias, notas de rodapé e em referências e legendas bibliográficas.

Política de avaliação

Os manuscritos submetidos com vistas à publicação na Revista da Sociedade

Brasileira de Medicina Tropical são avaliados inicialmente pelos profissionais da

secretaria quanto à adequação às normas. Em seguida, serão encaminhados para, no

mínimo, dois revisores para avaliação e emissão de parecer fundamentado (revisão por

pares), os quais serão utilizados pelos editores para decidir sobre a aceitação, ou não, do

mesmo. Em caso de divergência de opinião entre os revisores, o manuscrito será enviado

para um terceiro relator para fundamentar a decisão editorial final, de acordo com o

workflow do processo de submissão da Revista da Sociedade Brasileira de Medicina

Tropical (disponível online em http://www.scielo.br/revistas/rsbmt/iinstruc.htm#005).

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O contato com o escritório editorial pode ser estabelecido para:

Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.

Praça Thomaz Ulhôa, 706.

Caixa Postal: 118. 38001-970. Uberaba, MG.

Telefone: 55-34-3318-5287. Fax: 55-34-3318-5279.

E-mail:[email protected]; http://www.scielo.br/rsbmt

Tipos de manuscrito

A revista convida à publicação Artigos Originais, Editoriais, Artigos de Revisão,

Comunicações Breves, Relatos de Casos, Relatórios Técnicos, Imagens em Doenças

Infecciosas, Cartas, Suplementos, Obituários.

Artigos Originais: devem relatar pesquisas originais que não tenham sido

publicadas ou consideradas para publicação em outros periódicos. No caso de Ensaios

Clínicos, o manuscrito deve ser acompanhado pelo número e órgão de registro do ensaio

clínico. Estes requisitos estão de acordo com BIREME/OPAS/OMS e o Comitê

Internacional dos Editores de Revistas Médicas (www.icmje.org) e do Workshop ICTPR.

O limite de palavras é de 3.500 (excluindo resumo e referências); resumo com até 250

palavras, estruturado com os tópicos Introdução, Métodos, Resultados e Conclusões. Um

total de cinco ilustrações (tabelas e figuras) é permitido.

Artigos de Revisão: devem ser uma análise crítica de avanços recentes e não

apenas revisão da literatura, geralmente a convite do editor. Devem ter resumo com até 250

palavras, máximo de 3.500 palavras, cinco ilustrações (tabelas e figuras), com a mesma

formatação do artigo original. São publicados também mini-revisões com resumo com até

250 palavras, três ilustrações (tabelas e figuras) e máximo de 3.000 palavras.

Cartas: leitores são encorajados a escrever sobre qualquer tópico relacionado a

doenças infecciosas e medicina tropical de acordo com o escopo da revista. Não devem

exceder 1.200 palavras, sem resumo e palavras-chaves, com apenas uma inserção (figura

ou tabela) e pode tratar de material anteriormente publicado na revista, com até 12

referências.

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Editoriais: usualmente, escritos a convite, considerando os tópicos da área de

enfoque da revista, não excedendo a 1.500 palavras, sem resumo e palavras-chaves e no

máximo uma figura ou tabela e dez referências.

Comunicações Breves: devem ser relatos sobre novos resultados interessantes

dentro da área de abrangência da revista. Não deve exceder quatro páginas impressas, com

no máximo 2.000 palavras, mesma formatação do artigo original, incluindo o resumo e

abstract estruturados com os subitens introdução, métodos, resultados e conclusões, e com

até 15 referências. Um máximo de três ilustrações (tabelas e figuras) é permitido. Um

resumo com não mais que 100 palavras e até três palavras-chaves devem ser fornecidos.

Não colocar no corpo do manuscrito os tópicos introdução, métodos, resultados, discussão

e conclusões.

Relatos de Casos: devem ser relatos breves com extensão máxima de 1.500

palavras, com máximo de três ilustrações (tabelas e figuras), até 12 referências, resumo e

abstract não estruturados e com no máximo 100 palavras, e de três palavras-chaves,

contendo também título resumo e palavras-chaves em Português. Colocar no corpo do

manuscrito os tópicos Introdução, Relato do Caso, Discussão e Referências.

Relatórios Técnicos: devem ser precisos e relatar os resultados e recomendações

de uma reunião de experts. Será considerado, se formatado como um editorial.

Imagens em Doenças Infecciosas: até três figuras com a melhor qualidade

possível. Apenas três autores e três referências (não citadas no texto) sem agradecimentos

são permitidos. O tamanho máximo é de 250 palavras com ênfase na descrição da figura.

Os temas devem envolver alguma lição clínica, contendo título e a descrição das figuras.

Suplementos: podem ser anais de um simpósio ou um congresso. Propostas

relacionadas com a adequação do tema, organização do programa e a produção devem ser

feitas por escrito para o Editor e / ou Editor Convidado.

Obituários: devem ser escritos por um colega de profissão, e destacar o perfil

tcientífico e a contribuição do profissional falecido.

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Preparação do manuscrito

Autores são aconselhados a ler atentamente estas instruções e segui-las para garantir

que o processo de revisão e publicação de seu manuscrito seja tão eficiente e rápido quanto

possível. Os editores se reservam o direito de devolver manuscritos que não estejam em

conformidade com estas instruções. Todos os manuscritos a serem considerados para

publicação na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical devem ser submetidos

por via eletrônica através do sistema de submissão on-line nos endereços

http://mc04.manuscriptcentral.com/rsbmt-scielo ou http://www.scielo.br/rsbmt. A carta de

apresentação deve conter uma declaração assegurando que o material não foi publicado ou

está sob consideração por outro periódico científico. O autor deve escolher dentro do item

"Tipos de Manuscrito" uma categoria para o manuscrito (Artigos Originais, Editoriais,

Artigos de Revisão, Comunicações Breves, Relatos de Casos, Relatórios Técnicos, Imagens

em Doenças Infecciosas, Obituários e Cartas ao Editor, ou outros quando não se encaixar em

nenhuma das categorias listadas). A responsabilidade pelo conteúdo do manuscrito é

inteiramente do autor e seus co-autores.

Edição da Pré-Submissão: todos os manuscritos submetidos à Revista da Sociedade

Brasileira de Medicina Tropical devem ser em inglês. Para tornar o processo mais fácil e

rápido, é altamente recomendável que os autores utilizem os serviços de uma empresa

profissional de edição e/ou tradução. A revisão/edição da língua inglesa não garante que o

manuscrito será aceito para publicação.

Formatação de Artigo Original

O manuscrito deve ser preparado usando software padrão de processamento de textos

e deve ser impresso (fonte times new Roman tamanho 12) com espaço duplo em todo o texto,

legendas para as figuras e referências, margens com pelos menos 3cm. O limite de palavras é

de 3.500 com até cinco inserções (figuras e tabelas). O manuscrito deve ser dividido nas

seguintes seções: Carta de envio, endereçada ao editor chefe, resumo estruturado, palavras-

chaves, introdução, métodos, resultados, discussão, conclusões, agradecimentos e

referências. Abreviações devem ser usadas com moderação.

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Página de Título: deve incluir o nome dos autores na ordem direta e sem

abreviações, graduações mais elevadas possuídas, afiliações com informação de contato

(telefone, endereço e números de fax e e-mail para o autor correspondente e todos os co-

autores e apoio financeiro. A quantidade de autores por manuscrito é limitada a seis, exceto

para estudos multicêntricos. Os autores são convidados a fornecer os nomes e informações

de contato (e-mail e telefone) por três potenciais revisores imparciais. Favor informar

revisores de região diferente dos autores.

Título: deve ser conciso, claro e o mais informativo possível, não deve conter

abreviações e não deve exceder a 200 caracteres, incluindo espaços.

Título Corrente: com no máximo 70 caracteres.

Resumo Estruturado: deve condensar os resultados obtidos e as principais

conclusões de tal forma que um leitor, não familiarizado com o assunto tratado no texto,

consiga entender as implicações do artigo. O resumo não deve exceder 250 palavras (100

palavras no caso de comunicações breves) e abreviações devem ser evitadas. Deve ser

subdivido em: Introdução, Métodos, Resultados e Conclusões.

Palavras-chaves: 3 a 6 itens devem ser listados em Inglês, imediatamente abaixo do

resumo estruturado.

Introdução: deve ser curta e destacar os propósitos para o qual o estudo foi

realizado. Apenas quando necessário citar estudos anteriores de relevância.

Métodos: devem ser suficientemente detalhados para que os leitores e revisores

possam compreender precisamente o que foi feito e permitir que seja repetido por outros.

Técnicas-padrões precisam apenas ser citadas.

Ética: em caso de experimentos em seres humanos, indicar se os procedimentos

realizados estão em acordo com os padrões éticos do comitê de experimentação humana

responsável (institucional, regional ou nacional) e com a Declaração de Helsinki de 1964,

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revisada em 1975, 1983, 1989, 1996 e 2000. Quando do relato de experimentos em animais,

indicar se seguiu um guia do conselho nacional de pesquisa, ou qualquer lei sobre o cuidado

e uso de animais em laboratório foram seguidas.

Resultados: devem ser um relato conciso e impessoal da nova informação. Evitar

repetir no texto os dados apresentados em tabelas e ilustrações.

Discussão: deve relacionar-se diretamente com o estudo que está sendo relatado. Não

incluir uma revisão geral sobre o assunto, evitando que se torne excessivamente longa.

Agradecimentos: devem ser curtos, concisos e restritos aqueles realmente

necessários, e, no caso de órgãos de fomento não usar siglas.

Conflito de Interesse: todos os autores devem revelar qualquer tipo de conflito de

interesse existente durante o desenvolvimento do estudo.

Suporte Financeiro: informar todos os tipos de fomento recebidos de agências de

fomento ou demais órgãos ou instituições financiadoras da pesquisa.

Referências: devem ser numeradas consecutivamente, na medida em que aparecem

no texto. Listar todos os autores quando houver até seis. Para sete ou mais, listar os seis

primeiros, seguido por "et al". Digitar a lista de referências com espaçamento duplo em folha

separada e no final do manuscrito. Referências de comunicações pessoais, dados não

publicados ou manuscritos "em preparação" ou "submetidos para publicação" não devem

constar da lista de referência. Se essenciais, podem ser incorporados em local apropriado no

texto, entre parênteses da seguinte forma: (AB Figueiredo: Comunicação Pessoal, 1980);

(CD Dias, EF Oliveira: dados não publicados). Citações no texto devem ser feitas pelo

respectivo número das referências, acima da palavra correspondente, separado por vírgula

(Ex.: Mundo1,2,3

; Vida30,42,44-50

.). As referências no fim do manuscrito devem estar de acordo

com o sistema de requisitos uniformes utilizado para manuscritos enviados para periódicos

biomédicos (Consulte: http://www.nlm.nih.gov/citingmedicine). Os títulos dos periódicos

devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no "Index Medicus" (Consulte:

http://ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?db=journals&TabCmd=limits).

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Figuras: devem preferencialmente ser submetidas em alta resolução no formato

TIFF. As figuras devem ser colocadas em arquivos separados, nomeados apenas com o

número das figuras (ex.: Figura 1; Figura 2). Certifique-se que as mesmas têm uma

resolução mínima de 300dpi.

· Fotografias: devem ser enviadas com boa resolução (mínimo de 300dpi) no

formato TIFF, preferencialmente, preparadas utilizando o Adobe Photoshop.

· Gráficos: criados usando Microsoft Word ou Excel, devem ser salvos com a

extensão original (.doc ou .xls). Eles não devem ser copiados ou colados de um programa

para o outro.

· Mapas e Ilustrações: devem ser vetorizadas (desenhados) profissionalmente

utilizando os softwares CorelDraw ou Illustrator em alta resolução, e suas dimensões não

devem ter mais que 21,5 x 28,0cm.

· Imagens: produzidas em software estatístico devem ser convertidas para o formato

Excel ou PowerPoint. Caso não seja possível, converter o arquivo para o formato TIFF com

resolução de 300dpi, e enviar juntamente com o arquivo no formato original.

Legendas: nas figuras, as legendas devem ser digitadas juntas com espaçamento

duplo em uma folha separada e no final do manuscrito.

Ilustrações Coloridas: devem ser aprovadas pelos editores e as despesas extras para

confecção de fotolitos coloridos serão de responsabilidade dos autores.

Tabelas: devem ser digitadas com espaçamento duplo, com um título curto e

descritivo e submetido online em um arquivo separado. Legendas para cada tabela devem

aparecer no rodapé da mesma página que a tabela. Todas as tabelas devem ter numeração

arábica, citadas no texto, consecutivamente. Tabelas não devem ter linhas verticais, e linhas

horizontais devem ser limitadas ao mínimo, com notas de rodapé logo abaixo. Tabelas

devem ter no máximo 17cm de largura.

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Processo de Envio: a partir de 21 de Outubro de 2009, os artigos submetidos à

Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical deverão utilizar apenas a via

eletrônica. Todos os manuscritos deverão ser enviados via internet para

http://submission.scielo.br/index.php/rsbmt/login, seguindo as instruções no topo de cada

tela. A partir desta data o processo de revisão pelos pares também será totalmente pela via

eletrônica.

Sobre Reenvio e revisões: a revista diferencia entre: a) manuscritos que foram

rejeitados e b) manuscritos que serão re-avaliados após a realização das correções que foram

solicitadas aos autores.

Reenvio: caso o autor receba uma carta informando que seu trabalho foi rejeitado e

queira que os editores reconsiderem tal decisão, o autor poderá re-enviá-lo. Neste caso será

gerado um novo número para o manuscrito.

Revisão: caso seja necessário refazer seu manuscrito com base nas recomendações e

sugestões dos revisores, ao devolvê-lo, para uma segunda análise, por favor, encaminhe o

manuscrito revisado e informe o mesmo número do manuscrito.

Após a aceitação: quando o trabalho for aceito para publicação, os autores devem

fornecer:

a) Formulário de concessão de direitos autorais, fornecido pela secretaria da revista,

assinado pelo autor correspondente.

b) Provas: serão enviadas ao autor correspondente para que o texto seja

cuidadosamente conferido. Mudanças ou edições ao manuscrito editado não serão permitidas

nesta etapa do processo de edição. Os autores deverão devolver as provas corrigidas dentro

de quatro dias após serem recebidas.

c) Os artigos aceitos comporão os números impressos obedecendo o cronograma em

que foram submetidos, revisados e aceitos.

d) Os artigos aceitos remanescentes a cada número da revista serão disponibilizados

online enquanto aguardam a prioridade para publicação na versão impressa.

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Re-impressões: a revista fornece ao autor, gratuitamente, excertos do artigo em

formato PDF, via e-mail.

Custos de Publicação: Não haverá custos de publicação.

A tradução de todo manuscrito deve ser realizada antes da submissão do mesmo. A

contratação e o pagamento dos serviços de tradução, são de responsabilidade dos autores. A

Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical não fornece qualquer tipo de serviço

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autores.

Política de revisão do periódico:

1 – Os manuscritos submetidos para publicação na Revista da Sociedade Brasileira

de Medicina Tropical são inicialmente avaliados pela Secretaria quanto à adequação do texto

às normas do periódico.

2 – Após esta etapa, os manuscritos adequados às normas da revista serão avaliados

pelo Editor ou Editores Associados quanto ao escopo e a política editorial do periódico. A

Secretaria envia o manuscrito para o Editor-Chefe.

3 – O Editor Chefe designa um Editor Associado ou designa revisores.

4 – O paper será enviado a pelo menos dois revisores num sistema duplo-cego para

avalia ção e emissão de um relatório fundamentado (peer review), que será usado pelos

Editores para decidir se o manuscrito será aceito ou não. No caso de conflito de pareceres

dos revisores, o manuscrito será enviado a um terceiro parecerista para validar uma decisão

final.

5 – Comentários dos Revisores (Free Form Review) serão encaminhados ao autor

correspondente (autor principal para correspondência editorial) para responder aos

questionamentos feitos.

6 – Os autores enviam suas respostas aos questionamentos e reenviam a versão

revisada do manuscrito. A versão revisada será enviada aos revisores que emitirão um

relatório final fundamentado.

7 – Depois da análise final dos revisores, a versão corrigida do manuscrito será

enviada aos Revisores de Métodos Quantitativos para análise. Sugestões serão enviadas aos

autores para correções e resubmetida aos Revisores de Métodos Quantitativos para

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reavaliação.

8 – Os apontamentos dos Revisores e as respostas dos autores serão analisadas pelos

Editores Associados e/ou Editor Chefe.

9 – O Editor Chefe emite uma decisão final.

10 – A decisão editorial final (aceitação ou rejeição) é enviada aos autores.

11 – Após esta etapa inicia-se o processo de edição. O manuscrito aceito é enviado à

edição quanto à qualidade linguística do inglês.

12 – A revisão de inglês é enviada aos autores para análise e declaração de aceitação

da revisão.

13 – Após esta etapa, inicia-se o processo de diagramação, com contato com o autor

correspondente no que diz respeito às figuras, tabelas, fotografias, mapas, ilustrações e

formatação em geral.

14 – Após esta etapa, é requerido aos autores declarar formalmente qualquer conflito

de interesse, suporte financeiro e cessão de direitos autorais.

15 - Provas são enviadas ao autor correspondente para cuidadosa correção e acuidade

tipográfica.

16 - A versão final de cada manuscrito é selecionada para compor o próximo número

e será enviada ao Ahead of Print na plataforma SciELO.

17 - A versão impressa é publicada e será disponibilizada em acesso aberto em

http://www.scielo.br/rsbmt

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III. ARTIGO ORIGINAL

Perfil clínico e epidemiológico dos portadores de

Mielorradiculopatia Esquistossomótica em duas unidades de

saúde de Aracaju, Sergipe.

Karyne Teixeira Trindade 1, Ryane Vieira Lima

1, Patrícia Pereira da Silva

2, Karina

Conceição Gomes Araújo 2.

1.Acadêmica de Medicina, Universidade Federal de Sergipe.

2.Programa de Pós-Graduação em Biologia Parasitária, Universidade Federal de Sergipe.

Endereço para correspondência:

Av.Gonçalo Prado,1292. Aracaju,SE.

[email protected]

(079) 32148677

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RESUMO

INTRODUÇÃO: A mielorradiculopatia esquistossomótica (MRE) é a forma ectópica

mais grave e incapacitante da infecção pelo Schistosoma mansoni, no entanto sua

prevalência em área endêmica tem sido subestimada ao longo dos anos. O objetivo deste

estudo foi identificar os dados clínicos e epidemiológicos referentes aos casos de MRE

diagnosticados em duas unidades de saúde. MÉTODO: Estudo retrospectivo, descritivo

do tipo série de casos a partir da coleta de dados em prontuários, referentes aos anos de

2007 a 2011, em dois hospitais de referência de Sergipe. RESULTADOS: Foram

identificados 27 pacientes onde 16 (59,25%) eram do gênero masculino com idade média

de 32,55 anos e desvio padrão de 13,47. Apenas 51,8% dos indivíduos foram

questionados se a área de residência ou visitação era área rural e 55,5% dos pacientes

foram perguntados se a região era endêmica para esquistossomose. Os sinais/sintomas

mais comuns foram retenção urinária (74 %) e dor lombar (62,9%), Seis (22,2%)

pacientes foram submetidos ao exame de líquor, apenas 12 (44,4%) realizaram exame

parasitológico de fezes e em três (11,1%) o resultado foi positivo para S. mansoni.

Somente em 13 casos foi realizada ressonância magnética. Os segmentos lombar (61,5%)

e tóraco-lombar (23,07%) da medula espinhal foram as áreas mais acometidas, seguidas

pelo segmento torácico (15,38%). CONCLUSÃO: Os registros médicos analisados

revelaram falha na coleta de dados clínicos e epidemiológicos importantes durante a

anamnese o que contribui para o subdiagnóstico da MRE em Sergipe. O conhecimento do

perfil clínico e epidemiológico desta forma ectópica poderiam proporcionar políticas de

controle e prevenção mais eficazes e com isso diminuir a morbimortalidade da população.

Palavras-chaves: Esquistossomose mansônica, mielopatia, neuroesquistossomose.

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ABSTRACT

INTRODUCTION: Schistosomal myeloradiculopathy (SMR) is the most severe and

disabling ectopic infection of Schistosoma mansoni, however its prevalence in endemic areas

has been underestimated over the years. The aim of this study was to identify clinical and

epidemiological data related to cases of MRE diagnosed in two health units. METHODS: A

retrospective, descriptive case series from the data collection records for the years 2007-2011,

in two hospitals of reference in Sergipe. RESULTS: We identified 27 patients in which 16

(59.25%) were male with a mean age of 32.55 years and a standard deviation of 13.47. Only

51.8% of subjects were asked whether area of residence or visitation was rural and 55.5% of

patients were asked if the region was endemic for schistosomiasis. Signs and symptoms more

common were back pain (62,9%) and urinary retention (74%) . Six (22.2%) patients

underwent examination of cerebrospinal fluid, only 12 (44.4%) underwent stool testing and in

three (11.1%) the result was positive for S. mansoni. Only in 13 cases was performed nuclear

magnetic resonance. The lumbar segments (61,5%) and thoracolumbar (23,07%) of the spinal

cord were the areas most affected, followed by the thoracic (15,38%). CONCLUSION:

Analyzed the medical records revealed failure in data collection during important clinical and

epidemiological anamnesis which contributes to the underdiagnosis of SRM in Sergipe.

Knowledge of clinical and epidemiological profile of this ectopic could provide political

control and prevention more effective and thereby reduce morbidity and mortality of the

population.

Key-words: Schistosomiasis mansoni, myelopathy, neuroschistosomiasis.

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INTRODUÇÃO

A esquistossomose é uma doença tropical com alta prevalência. Estima-se que mais de

243 milhões de pessoas estão infectadas em todo o mundo e 78 países são considerados

endêmicos.1 No Brasil, a doença é causada pelo Schistosoma mansoni e dados indicam que

ela afeta cerca de oito milhões de pessoas, com uma estimativa de 30 milhões de indivíduos

com risco de infecção por este parasita.2

Apresenta-se como grande problema de saúde pública no Nordeste e em estados como

Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco, a distribuição geográfica da endemia atinge 68% do

território.3

A mielorradiculopatia esquistossomótica (MRE) é uma forma rara ou evolução severa

da esquistossomose 4,5

.As manifestações clínicas são muito variáveis, desde a paraplegia,

síndrome da cauda eqüina, infarto medular por compressão da artéria espinhal anterior,

mielite transversa, até a mielopatia fulminante 6.

Provavelmente o S. mansoni é responsável por uma proporção significativa de

mielopatia por causa desconhecida em áreas onde a esquistossomose é endêmica. 6,7,8

Como o

número de casos relatados vem aumentando rapidamente, admite-se a ocorrência de falha na

notificação de casos novos e que a morbidade desta forma ectópica tem sido subestimada .6,9

O reconhecimento dessa doença e a instituição precoce do tratamento desempenham

papel fundamental na prevenção de lesões graves e irreversíveis, assim como na recuperação

das pessoas acometidas. 10

O objetivo desse trabalho foi realizar um levantamento clínico e epidemiológico de

casos de MRE diagnosticados no período de 2007-2011 em dois hospitais de referência em

Sergipe.

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MÉTODO

Foi realizado um estudo do tipo epidemiológico retrospectivo descritivo do tipo série

de casos referente aos casos de mielorradiculopatia esquistossomótica em duas unidades de

saúde de referência de Sergipe em um período de cinco anos (2007 a 2011).

A coleta de dados foi realizada mediante a aplicação do protocolo de Avaliação em

Esquistossomose Medular, adaptado e baseado nos critérios de Ferrari (1997). Os dados que

preencheram este instrumento foram colhidos através de prontuários do Serviço de

Arquivamento Médico – SAME do Hospital de Urgência de Sergipe – HUSE, e do Serviço de

Arquivamento Médico do Hospital Universitário – HU.

Foram incluídos na pesquisa, todos os portadores de MRE de várias faixas etárias, que

atenderam a definição de caso correspondente a diagnóstico confirmado ou presuntivo,11

no

período definido, procedentes do Estado de Sergipe e que apresentaram os campos referentes

a: nome, data de nascimento, gênero e procedência adequadamente preenchidos. Foram

excluídos os casos com diagnóstico não definido e aqueles com patologia neurológica

associada.

Para análise estatística, os dados foram representados através de tabelas elaborados no

software Microsoft Excel® versão 2010. Foram utilizadas medidas de tendência central

(média) e de variabilidade (desvio padrão). Os dados foram distribuídos em suas frequências

absolutas e relativas e analisados através de distribuição percentual simples.

Considerações éticas

A pesquisa foi submetida à avaliação pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário

de Sergipe e recebeu aprovação de acordo com os requisitos da Resolução CNS 196/96 e suas

complementares sob o protocolo CEP 211/2011 e Nº CAAE – 0187.0.107.000-11.

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RESULTADOS

Foram identificados 27 casos, com predominância do gênero masculino 59,25% (16),

com a média de idade 32,55 anos com desvio padrão de ±13,47 anos. (Tabela 1)

Entre os aspectos epidemiológicos relatados na anamnese apenas 51,8% dos

indivíduos foram questionados se a área de residência ou visitação era área rural e 55,5%

foram perguntados se a região era endêmica para esquistossomose. Somente 10 pacientes

(37%) foram questionados se tiveram contato com alguma coleção hídrica como lagos,

lagoas, rios, charcos. (Tabela 2) Com relação a dados sobre profissão, apenas em sete casos

havia o registro e entre eles apareceram: um pescador, um cozinheiro, um agricultor, dois

trabalhadores da construção civil, um vigilante e um estivador.

Em relação ao perfil clínico, dois ou mais aspectos da tríade da MRE (dor lombar,

disfunções urinárias e ou intestinais e alteração de sensibilidade/força em membros inferiores)

foram observados em todos os 27 pacientes. Os sinais/sintomas mais comuns foram retenção

urinária em presente em 74% dos casos, dor lombar em 62,9 % e fraqueza e parestesia de

membros inferiores em 59,2%. (Tabela 3)

Quanto aos exames solicitados para auxiliar no diagnóstico da MRE, em seis (22,2%)

prontuários foram encontrados registros de realização do exame de líquor. Em apenas 12

(44,4%) casos foi solicitado exame parasitológico de fezes e em três (11,1%) o resultado foi

positivo para S. mansoni. Não havia evidência de sujeição dos pacientes à biopsia retal ou

medular e busca de anticorpos circulantes.

Quanto aos exames de imagem utilizados, 10 indivíduos realizaram apenas a

ressonância magnética e três foram submetidos à ressonância magnética e tomografia

computadorizada da coluna tóraco-lombar. O dado estava indisponível em 14 prontuários

(51,85%), e isto sugere que a terapêutica com antiparasitários empregada foi baseada em

critérios diagnósticos clínicos, mesmo na ausência de exames de imagem. Com relação aos

que realizaram ressonância magnética observou-se que o segmento lombar e o tóraco-lombar

da medula espinhal foram os mais acometidos, com oito casos (61,5 %) e três casos (23,07%)

respectivamente, seguidos pelo segmento torácico, apresentando dois casos (15,38 %). As

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alterações mais frequentes foram dilatação do cone medular e hiposinal em T1 e hipersinal em

T2. Não foi encontrado o envolvimento medular na região cervical. Dos três pacientes que

foram submetidos à tomografia computadorizada, apenas um apresentou dilatação do cone

medular.

Quanto ao tratamento medicamentoso empregado, 96,29% dos casos (26), foram

tratados com Prednisona e Praziquantel e apenas um foi tratado com Prednisona e

Albendazol.

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DISCUSSÃO

No presente trabalho, dos 27 pacientes identificados com MRE, houve uma

predominância do gênero masculino, concordando com os achados da literatura onde se

percebe nítida predominância deste gênero para a esquistossomose. Isto se deve a fatores

sociais e econômicos, exposição a atividades recreativas e consequentemente maior

frequência de esforços físicos realizados pelos homens através do trabalho pesado em suas

profissões, possivelmente elevando os níveis de pressão intra-abdominal. 12,13,14

Em relação à faixa etária, a maioria dos indivíduos se apresentava em idade produtiva

e por isso está sujeito a maior exposição. Segundo a literatura especializada a idade das

pessoas acometidas pela MRE varia de 1 a 68 anos com média de 26 a 39 anos. 15,16,17,18,19.

Foi possível verificar uma grande concentração de casos na capital Aracaju e nos

municípios de Estância e Umbaúba. (Figura 1) Apesar de a esquistossomose ser um problema

rural, focos urbanos podem ser encontrados em muitas áreas endêmicas. O que acontece

nessas áreas é resultado da migração de indivíduos de regiões endêmicas para estas cidades,

além de precárias situações de saneamento básico nas áreas periurbanas mais pobres dessas

cidades onde há focos naturais de infecção pelo S. mansoni. 3,8,20,21

Quanto a outros aspectos epidemiológicos, percebe-se que muitas informações

importantes como, contato com coleção hídrica, local de residência ou visitação a área

endêmica, foram negligenciadas durante a anamnese ou estiveram ausentes quanto ao registro

no prontuário. Estes dados são fundamentais no diagnóstico de MRE, pois possibilitam

direcionar a investigação e descartar outras mielopatias de diferentes etiologias, uma vez que

as suspeitas clínicas e epidemiológicas levam, seguramente, ao diagnóstico presuntivo

principalmente em áreas não endêmicas onde a suspeita de esquistossomose é muitas vezes

tardia. 6

Nesta pesquisa foram encontrados os achados clínicos (dor lombar, fraqueza e

parestesia de MMII e retenção urinária e fecal) comumente encontrados na literatura científica

e que compõem a tríade clínica da MRE. Com diagnóstico precoce e tratamento adequado é

possível conseguir a recuperação completa dos pacientes. 9,12,23

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Dentre os exames complementares utilizados, a maioria dos indivíduos deste estudo

foi submetida ao exame parasitológico de fezes, mas apenas uma parcela apresentou resultado

positivo para esquistossomose. A sensibilidade do exame parasitológico de fezes tem variado

na literatura de 15,4% a 59,2%. Isto pode significar resultado falso-negativo, visto que,

apenas uma amostra de coleta de fezes negativa não é suficiente para se excluir a presença de

ovos do helminto. Além do que, a má distribuição dos ovos no bolo fecal, a variação diária da

oviposição e a existência de baixa concentração de ovos no indivíduo parasitado são fatores

que podem levar a falha no diagnóstico pelo exame parasitológico de fezes, particularmente

quando este se limita a amostra única. 9,12,23,24

A ressonância magnética é evidenciada em alguns trabalhos de estudos de caso como

sendo de importância relevante apresentando alta sensibilidade para diagnósticos presuntivos

para a MRE. Apesar de ajudar a aumentar a probabilidade do reconhecimento da doença, sua

especificidade não apresenta a mesma eficiência, uma vez que isoladamente pode confundir

com algumas mielopatias de etiologia não-traumáticas.25,26

Em relação ao nível da lesão medular, a porção inferior da medula foi a mais

acometida, com destaque para o segmento lombar. Este é um resultado que concorda com a

literatura, e pode ser explicado pelo sistema de Batson, plexo venoso que liga o sistema

venoso intra-abdominal às veias da medula espinhal, permitindo que os ovos do S. mansoni,

migrem até a medula através de um contra-fluxo devido à pressão intra-abdominal. A espícula

do ovo carreado parece favorecer a fixação nas porções inferiores da medula, diminuindo a

possibilidade de migração para o segmento cervical e até mesmo o encéfalo. 12, 27,28

Quanto à terapêutica empregada todos os pacientes foram tratados com o Praziquantel

e a maioria utilizou também a associação com Prednisona e receberam acompanhamento com

fisioterapia motora.

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CONCLUSÃO

Conclui-se, portanto, que apesar de Sergipe ser considerada área endêmica para

esquistossomose, os registros médicos analisados revelaram falha na coleta de dados clínicos

e epidemiológicos importantes durante a anamnese o que contribui para o subdiagnóstico da

MRE em Sergipe.

O conhecimento do perfil clínico e epidemiológico desta forma ectópica poderiam

proporcionar políticas de controle e prevenção mais eficazes e com isso diminuir a

morbimortalidade da população. Além disso, há necessidade de realização de novos estudos

abrangendo outras unidades de saúde a fim de estimar a real prevalência de MRE no estado.

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tumor and myeloradiculopathy in schistosomiasis mansoni: case report. Rev. Soc.

Bras. Med. Trop.2009;42:338-341.

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TABELAS

Tabela 1. Distribuição dos casos de MRE em relação ao gênero, idade e região de

origem, de 27 pacientes em duas unidades de saúde de Sergipe, no período de 2007 a 2011.

Dados epidemiológicos N %

Gênero

Masculino

Feminino

Idade

Média

Mínima

Máxima

Origem

Aracaju

Estância

Arauá

Umbaúba

Itabaianinha

Aquidabã

Salgado

16

11

32,55

15

48

12

04

03

03

02

02

01

59,25

40,75

44,44

14,81

11,11

11,11

07,40

07,40

03,70

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Tabela 2. Registros em prontuários dos aspectos epidemiológicos de importância para o

diagnóstico da Mielorradiculopatia Esquistossomótica em 27 casos em duas unidades de

saúde de Sergipe, 2007 a 2011.

Aspectos de importância epidemiológica Registros presentes

%

Tipo de Coleção Hídrica 10 37,0

Área rural 14 51,8

Região Endêmica 15 55,5

Água Encanada 6 22,2

Rede de Esgoto na Região 1 3,7

Contato com água natural 4 14,8

Frequência de Contato 4 14,8

Profissão 7 25,9

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Tabela 3. Distribuição de sinais e sintomas registrados em prontuários dos casos de

mielorradiculopatia esquistossomótica observados em 27 pacientes em dois hospitais de

referência em Sergipe, 2007 a 2011.

Evidência clínica Sinais e

sintomas +

%

Alteração de sensibilidade/força

Dor lombar

Fraqueza de MMII

Anestesia/hipoestesia de MMII

Parestesia de MMII

Disfunção vesical

Retenção urinária

Incontinência urinária

Retenção/Incontinência

Disfunção intestinal

Retenção fecal

Incontinência fecal

Diarréia

Constipação intestinal

Distúrbio erétil*

17

16

09

16

20

03

04

11

08

09

09

02

62,9

59,2

33,3

59,2

74

14,8

11,1

40,7

29,6

33,3

33,3

12,5

* O distúrbio erétil foi investigado apenas em 16 pacientes do gênero masculino.

Legenda: MMII = membros inferiores.

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Tabela 4: Descrição das principais publicações brasileiras com metodologia baseada em

estudos de série de casos relacionados a mielorradiculopatia esquistossomótica.

TÍTULO PERÍODO

ABORDADO/

ANOS

N° DE

CASOS

LOCAL

DO

ESTUDO

AUTORES/

ANO

Perfil clínico e critérios diagnósticos

da MRE.

1972-1992

(20 anos)

56

MG Santos, E.C.

dos, et al., 2001.

Perfil Clínico-Epidemiológico da

Mielorradiculopatia

esquistossomótica em

Pernambuco, Brasil.

1994-2006

(12 anos)

139 PE Araújo,

K.C.G.M. de, et

al., 2010.

Morbidade da Esquistossomose

mansônica no estado de Minas

Gerais, Brasil.

2002-2005

(03 anos)

54 MG Drummond,

S.C., et al.,

2006.

Perfil clínico e epidemiológico dos

portadores de mielorradiculopatia

esquistossomótica atendidos em uma

unidade de saúde de Pernambuco.

2002 – 2006

(04 anos)

82 PE Silva, C.M. da

R., et al., 2008.

Análise das alterações funcionais

vésico esfincterianas em pacientes

com mielopatia esquistossomótica

mansônica antes e após o

tratamento medicamentoso da

doença.

2000 – 2003

(03 anos)

65 PE Lima, P.R.C.,

2004.

Mielorradiculopatia

Esquistossomótica em área

de baixa prevalência: 27 casos (14

autóctones) em Campinas, São

Paulo, Brasil.

2000-2005

(05 anos)

27 SP Freitas, A.R.R.,

et al., 2010.

Mielorradiculopatia

Esquistossomótica devido ao

Schistosoma mansoni: relatório

sobre 23 casos .

1988 – 2002

(14 anos)

23 MG Nobre, V., et al.,

2001.

Perfil clinico e do fluido cérebro

espinal e critério para diagnóstico

de esquistossomose na medula.

1985-2002

(17 anos)

377 BA Moreno-

Carvalho, O.A.,

et al., 2003.

Spinal cord schistosomiasis in

children: analysis of seven cases

1981-2000

(19 anos)

07 SP Paz JA, et al

,2002.

Esquistossomose medular: análise

de 80 casos.

1984-1995

(11 anos)

80 SP PeregrinoAJP,

et al, 2002

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Legenda: MG: Minas gerais, PE: Pernambuco, SP: São Paulo, BA: Bahia.

Aspectos epidemiológicos da

neuroesquistossomose

2005-2006

(1 ano)

13 PE Vidal CHF, et

al,2010

Preponderância da disfunção

radicular na fase clínica inicial da

mieltie por esquistossomose.

2005-2006 13 PE Vidal CHF, et

al,2011

Avaliação pela ultrassonografia com

Doppler portal na mielite pelo

Schistosoma mansoni.

2005-2006 13 PE Vidal CHF,et al,

2010

Meningomielorradiculite por

Shistosoma mansoni : protocolo de

investigação e registro de 21 casos.

1983-1986

(3 anos)

21 BA Peregrino AJP;

et al,1988

Clinicalepidemiological profile of

children with schistosomal

myeloradiculopathy attended at the

instituto materno-infantil de

Pernambuco.

2000-2004

(4 anos)

12 PE

Araújo KCGM,

et al , 2006

Extensive spinal cord involvement

in magnetic resonance imaging

evaluation on schistosomal myelitis

2005-2006 13 PE Vidal CHF, et

al,2012

Spinal cord schistosomiasis: a

report of 2 cases and review

emphasizing clinical aspects

1999 2 MG Ferrari

TCA,1999

Simultaneous occurrence of brain

tumor and myeloradiculopathy in

shistosomiasis mansoni:case report

2009 1 MG Lambertucci

JR,et al, ,2009

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FIGURAS

Figura 1: Distribuição espacial dos casos de Mielorradiculopatia Esquistossomótica

em Sergipe. Fonte: Arquivo pessoal, 2013.

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ANEXO

PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO EM ESQUISTOSSOMOSE MEDULAR

(adaptado Ferrari, 1997)

IDENTIFICAÇÃO

Nº do caso: ________________Código:_______________ Registro:__________________

Nome:____________________________________________________________

Gênero: ( )M ( ) F

Idade: _________ Profissão:_____________________ Naturalidade:_________________

Residência:________________________________________________________

EPIDEMIOLOGIA 1. Área rural: ( ) S ( ) N

2. Região endêmica: ( ) S ( ) N

3. Contato com água natural: ( ) S ( ) N

4. Tipo de água: ( ) Lago ( ) Córrego ( ) Rio ( ) Vala de irrigação ( ) Represa

( ) Outro

5. Freqüência do contato: ( ) Sem contato conhecido ( ) Ocasionais ( ) Freqüentes (> 1 semana) (

) Único ( ) Não informa

6. Há rede de esgoto na região: ( ) S ( ) N

7. Há água tratada na região: ( ) S ( ) N

8. Há água encanada: ( ) S ( ) N

DADOS DO INTERROGATÓRIO

9. Esforço antes da instalação do quadro: (caracterizar) ____________________________

10. Tempo de doença à avaliação inicial: _______________________________________

11. Tempo de evolução até a instalação plena do quadro:___________________________

Para os sintomas: ( 1 ) Não ( 2 ) Sim – caracterizar ( 3 ) Sem informação

69 12. Diarréia : ( ) __________________________________________________________

13. Constipação intestinal : ( )_______________________________________________

14. Dor: ( )______________________________________________________________

15. Hiperalgesia ( )________________________________________________________

16. Febre: ( )____________________________________________________________

17. Mal estar geral: ( )_____________________________________________________

18. Dor neurálgica: ( )_____________________________________________________

19. Parestesias: ( )________________________________________________________

20. Fraqueza muscular: ( )__________________________________________________

21. Retenção urinária: ( )___________________________________________________

22. Incontinência urinária: ( )________________________________________________

23. Retenção fecal: ( )_____________________________________________________

24. Incontinência fecal: ( )__________________________________________________

25. Impotência sexual: ( )___________________________________________________

26. Hipoestesias: ( )_______________________________________________________

27. Cãibras: ( )___________________________________________________________

28. Atrofia muscular: ( )____________________________________________________

29. Deambula: ( )_________________________________________________________

30. Corre: ( )_____________________________________________________________

31. Pula: ( )______________________________________________________________

32. Sobe escadas: ( )_______________________________________________________

33. Desce escadas: ( )______________________________________________________

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34. Movimenta-se em cadeira de rodas: ( )______________________________________

35. Mantém postura em cadeira de rodas: ( )____________________________________

36. Confinado ao leito: ( )___________________________________________________

37. Outros sintomas: ( )_____________________________________________________

EXAME FÍSICO

38. Hepatomegalia: ( ) S ( ) N

39. Esplenomegalia: ( ) S ( ) N

40. Sinais de insuficiência hepática (caracterizar): ( ) S ( ) N _____________________

41. Força muscular reduzida:

( ) Ausência de redução ( ) MID proximal ( ) MID distal ( ) MIE proximal

70 ( ) MIE distal ( ) Tronco ( ) Outro _____________________________________

42. Trofismo muscular:

( ) Ausente ( ) MID proximal ( ) MID distal ( ) MIE proximal

( ) MIE distal ( ) Tronco ( ) Outro _____________________________________

43. Fasciculações: ( ) Ausente ( ) Presente

44. Tônus Muscular: ( ) Normal ( ) Hipotonia MMII ( ) Hipertonia MMII

45. Reflexo Aquileu: D E

Normal ( ) ( )

Aumentado ( ) ( )

Diminuído ( ) ( )

Ausente ( ) ( )

Clônus ( ) ( )

46. Reflexo Patelar: D E

Normal ( ) ( )

Aumentado ( ) ( )

Diminuído ( ) ( )

Ausente ( ) ( )

Clônus ( ) ( )

47. Reflexo Cutâneo plantar: D E

Flexor ( ) ( )

Extensor ( ) ( )

Indiferente ( ) ( )

48. Reflexo Abdominal superior: D E

Normal ( ) ( )

Diminuído ( ) ( )

Ausente ( ) ( )

Não possível ( ) ( )

49. Reflexo Abdominal inferior: D E

Normal ( ) ( )

Diminuído ( ) ( )

Ausente ( ) ( )

Não possível ( ) ( )

50. Reflexo Anal: D E

Normal ( ) ( )

71 Ausente ( ) ( )

Não possível ( ) ( )

51.Tônus esfincteriano: D E

Normal ( ) ( )

Ausente ( ) ( )

Não possível ( ) ( )

52. Reflexo Cremasteriano: D E

Normal ( ) ( )

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Diminuído/Ausente ( ) ( )

Não possível ( ) ( )

53.Lasègue: ( ) Ausente (-) ( ) a 70-80º ( ) Presente (+)

54. Marcha: ( ) Normal ( ) Não deambula ( ) Polineurítica ( ) Hemiplégica

( ) Espástica ( ) Anserina ( ) Escarvante ( ) Claudicante

( ) Outro_______________________________________________________________

55. Coluna: ( ) normal ( ) Dor à palpação ( ) Dor à movimentação ( ) Limitação de movimentos.

56. Hipoestesia/Anestesia: ( ) Ausente ( ) Presente

(caracterizar)____________________________________________________________

57. Sensibilidade tátil: ( ) Normal ( ) Alterada

(caracterizar)____________________________________________________________

58. Sensibilidade vibratória: ( ) Normal ( ) Alterada (caracterizar)_______________

59. Sensibilidade posicional: ( ) Normal ( ) Alterada (caracterizar)_______________

60. Nível da lesão: _________________________________________________________

61. Doenças associadas: _____________________________________________________

62. Forma clínica da Esquistossomose: ( ) Aguda ( )Intestinal ( ) Hepatointestinal ( )

Hepatoesplênica ( ) Outra _________________________

63. Forma clínica da mielorradiculopatia: ( ) Medular ( ) Mielorradicular ( ) Síndrome de cone e

cauda eqüina.

TRATAMENTO

64. Época de tratamento com corticóide após o início do quadro:

________________________________________________________________________

65. Época do tratamento com Praziquantel após o início do quadro:

________________________________________________________________________

72 66. Tratamento anterior com corticosteróide: ( ) N ( ) S

(caracterizar): ____________________________________________________________

67. Tratamento específico anterior: ( ) N ( ) S

(caracterizar):_____________________________________________________________

68. Resposta de tratamento: ( ) Recuperação completa ( ) Recuperação parcial sem limitação

funcional ( ) Recuperação parcial com limitação funcional ( ) Ausência de recuperação.

EXAMES COMPLEMENTARES

69. Hemograma: ___________________________________________________________

70. VHS: _________________________________________________________________

71. Líquor: ( ) Normal ( ) Alterado

72. Proteínas totais (líquor): __________________________________________________

73. Glicose (líquor/sangue): ( ) Normal ( ) Diminuído

74. Citologia (líquor): _______________________________________________________

75. Microbiologia (líquor): ___________________________________________________

76. VDRL (líquor): _________________________________________________________

77. EPF em 3 amostras:____________________________________________________

78. Biópsia retal: _________________________________________________________

79. Exames de Imagem (quais):______________________________________________

80. Biopsia medular: ______________________________________________________