UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto...

97
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL CUSTO AMBIENTAL DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO SOB A ÓTICA DA EMISSÃO DE CO 2 Taiany Blachka Botelho Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos como parte dos requisitos para a conclusão da graduação em Engenharia Civil Orientador: Dr. José Carlos Paliari São Carlos 2010

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto...

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

CUSTO AMBIENTAL DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO SOB A ÓTICA DA EMISSÃO DE CO2

Taiany Blachka Botelho

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos como parte dos requisitos para a conclusão da graduação em Engenharia Civil Orientador: Dr. José Carlos Paliari

São Carlos 2010

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

DEDICATÓRIA

“Tão importante quanto semear flores é semear idéias. Fale com outras pessoas

sobre a importância de cuidar do planeta. Você vai estar contribuindo para o florescimento

de uma ótima causa.”

Deivison Cavalcante Pedrosa

Dedico esta monografia a todos os estudiosos, pesquisadores, idealizadores,

ambientalistas e cidadãos do mundo que buscam diariamente em si e nos outros o ideal de

sustentabilidade, com sua visão otimista de um mundo melhor.

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

AGRADECIMENTOS

Expresso meus sinceros agradecimentos aos meus familiares e amigos que sempre

me incentivaram a seguir os meus ideais, apoiaram as minhas escolhas e compartilharam

da minha batalha.

Humildemente, agradeço a Deus por me proporcionar tantas pedras no caminho que

fizeram de meu percorrer interessante e engrandecido.

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

RESUMO

RESUMO

O planeta convive com diversos problemas gerados pela exploração descontrolada

dos recursos naturais visando o crescimento econômico de países desenvolvidos e em

desenvolvimento, incluindo o Brasil. O fenômeno do aquecimento global – Efeito Estufa – é

um bom exemplo da consequência natural causada pela exploração do homem, já que

grande parte da comunidade científica acredita que o aumento da temperatura média da

Terra é causada pela emissão de gases na atmosfera. Com isso, a sustentabilidade é um

tema de discussão global e imprescindível para a sobrevivência humana. A construção civil

pode ser destacada pelos recursos naturais que utiliza, o volume de energia e água que

consome e a quantidade de resíduos sólidos gerados, como conseqüência da capacidade

de desenvolvimento econômico que agrega ao país. Para atingir a sustentabilidade as novas

idéias e tecnologias utilizadas nos canteiros de obras e pensadas nos projetos, além de

serem viáveis técnica e economicamente, terão que visar à preservação da natureza,

visando à harmonia entre as necessidades humanas do presente e respeitando o direito de

uso das gerações futuras. Analisar o potencial de impacto ambiental dos produtos da

construção civil é um tanto complexo, devido à enormidade de variáveis existentes, para

isso, a utilização de metodologias e softwares são imprescindíveis. A necessidade de

desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema

importância para diminuir as emissões de dióxido de carbono provocadas pela construção

de estruturas de concreto. Os indicadores retirados da pesquisa de Oliveira (2007),

abrangendo todo o ciclo de vida dos elementos de concreto armado, resultaram em dados

confiáveis para emissões de CO2 devido à quantidade de concreto utilizado na composição

dos elementos estruturais viga-pilar dos projetos de estudo, desconsiderando as perdas

inerentes ao processo de produção.

Palavras-chave: Construção civil, emissões de CO2, sustentabilidade e indicadores.

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

ABSTRACT

ABSTRACT

Today’s world have many problems due to uncontrolled explotation of natural

resources aiming the economic grouth of developed crounties and the emerging one’s as

well, including Brasil. The global warming phenomenon – Greenhouse effect – is a nice

example as a natural consequence to human exploitation, since a main part of the scientific

community believes the Earth’s average temperature raise is caused by greenhouse gases

emissions to the atmosphere. Thus, sustainability is a topic of global discussion and

essential for human survival. Construction can be highlighted by the natural resources used,

amount of energy and water required and amount of solid waste generated as a

consequence of the economic grouth capacity added to the country. To achieve

sustentainability, new ideas and tecnologies used on construction sites, besides being

technically and economically feasible, have to assign great nature preservation, aiming

harmony between actual human needs e respecting the future generations’ right of use. It’s

quite complex to analyze the potential environmental impact of construction products due to

the huge amount of existing variables, for this, the use of methodologies and software are

essential. The need to develop and use concrete mix with less cement is of utmost

importance to reduce emissions of carbon dioxide caused by the construction of concrete

structures. Indicators derived from research of Oliveira (2007), covering the entire life cycle

of reinforced concrete members, resulted in reliable data for CO2 emissions due to the

amount of concrete used in the composition of the structural beam-column of study projects,

disregarding the losses inherent in the production process.

Key-words: Construction, CO2 emissions, sustainability and indicators.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Esquema estrutural de um sistema construtivo em esqueleto de concreto armado.

Fonte: www.cardanbras.com.br/engenharia/img_serviços/estruturajpegconcreto.jpg ..... 10

Figura 2 - Comparativo da população brasileira rural e urbana. Fonte: IBGE, 2000. .............. 17

Figura 3 - Ciclo de Vida de uma Edificação. Fonte: TAVARES e LAMBERTS, 2005. ......... 23

Figura 4 - Fluxo de Inventário. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ....................................................... 26

Figura 5 - Etapas da ACV. Fonte: ABNT, 2001. ..................................................................... 27

Figura 6 - Ilustração da contribuição do CO2 para aumentar o efeito estufa. Fonte: SANTOS,

2006. ................................................................................................................................. 30

Figura 7 - Comparação Internacional das Emissões de CO2, valores da OCDE . Fonte: BEN,

2010. ................................................................................................................................. 36

Figura 8 - Emissões brasileiras de CO2, período 1999 a 2009. Fonte: BEN, 2009 e 2010. .... 37

Figura 9 - Projeto Estrutural do Pavimento Tipo do Grupo 1. ................................................. 70

Figura 10 - Planta da Estrutura do Pavimento Tipo do Grupo 2. ............................................. 74

Figura 11 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 3. ................................................ 78

Figura 12 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 4. ................................................ 82

Figura 13 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 5. ................................................ 87

Figura 14 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 6. ................................................ 90

Figura 15 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 7. ................................................ 94

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Diretrizes para a Sustentabilidade das Edificações. Fonte: VILHENA, 2007. ....... 25

Tabela 2 - Evolução de Indicadores Brasileiros. Fonte: BEN, 2010. ....................................... 31

Tabela 3 - Intensidade de Emissões de CO2 na Geração de Energia Elétrica no Brasil. .......... 32

Tabela 4 – Quadro com as conseqüências ambientais em 2100 devido ao aumento da

temperatura média em 2°C, retirado da Fonte: GOMES, 2009. ....................................... 33

Tabela 5 - Geração de CO2. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ............................................................ 34

Tabela 6 - Emissões de CO2, ano base 2007. Fonte: BEN, 2010. ........................................... 35

Tabela 7 - Emissões brasileiras de GEE e CO2 por setor da economia. Fonte: DESPOLUIR,

2009. ................................................................................................................................. 37

Tabela 8 - Emissões de CO2 a partir da queima de combustíveis fósseis no Brasil. Fonte:

DESPOLUIR, 2009. ......................................................................................................... 38

Tabela 9 - Emissões de CO2 por modalidade de transporte a partir da queima de combustíveis

fósseis no Brasil. Fonte: DESPOLUIR, 2009. ................................................................. 38

Tabela 10 – Estimativa de Emissões de Combustíveis Fósseis. Fonte: DESPOLUIR, 2009. .. 39

Tabela 11 - Emissões de CO2 decorrentes de Processos Industriais (mil toneladas de CO2).

Fonte: DESPOLUIR, 2009. .............................................................................................. 39

Tabela 12: Emissões por produto (padrão comercial brasileiro de compra). Fonte:

STACHERA e CASAGRANDE JR. (2007) .................................................................... 48

Tabela 13 - Emissões de CO2 provenientes da utilização de materiais de construção. Fonte

STACHERA JR., 2006. .................................................................................................... 48

Tabela 14 - Tipos de concretos empregados. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ................................. 50

Tabela 15 - Distâncias percorridas pelos atores envolvidos na confecção das vigas. .............. 51

Tabela 16 - Emissões de CO2 por etapa analisada. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ........................ 52

Tabela 17 - Emissões totais de CO2 por m³ de cada traço de concreto na composição das vigas

estudadas. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ............................................................................... 52

Tabela 18 - Quantitativos de interesse dos pavimentos tipo de cada grupo estudado. Fonte:

autora. ............................................................................................................................... 56

Tabela 19 - Tipos de concretos empregados. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ................................. 57

Tabela 20 - Emissões de CO2 provenientes da utilização do cimento na composição do

concreto armado com o traço 1. Fonte STACHERA JR., 2006. ...................................... 57

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

Tabela 21 - Emissões de CO2 provenientes da utilização do cimento na composição do

concreto armado com o traço 2. Fonte STACHERA JR., 2006. ...................................... 58

Tabela 22 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de concreto

armado com o traço 1. Fonte STACHERA JR., 2006. ..................................................... 58

Tabela 23 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de concreto

armado com o traço 2. Fonte STACHERA JR., 2006. ..................................................... 59

Tabela 24 - Distâncias percorridas pelos atores envolvidos na confecção das vigas. .............. 59

Tabela 25 - Emissões de CO2 por etapa analisada. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ........................ 60

Tabela 26 - Emissões totais de CO2 por m³ de cada traço de concreto na composição das vigas

estudadas. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ............................................................................... 60

Tabela 27 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de concreto

armado com o traço 1. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ............................................................ 61

Tabela 28 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de concreto

armado com o traço 2. Fonte: OLIVEIRA, 2007. ............................................................ 61

Tabela 29 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 1. ......................... 71

Tabela 30 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 1. ............................ 72

Tabela 31 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 2. ......................... 75

Tabela 32 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 2. ............................ 77

Tabela 33 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 3. ......................... 79

Tabela 34 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 3. ............................ 80

Tabela 35 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 4. ......................... 83

Tabela 36 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 4. ............................ 85

Tabela 37 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 5. ......................... 88

Tabela 38 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 5. ............................ 89

Tabela 39 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 6. ......................... 91

Tabela 40 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 6. ............................ 92

Tabela 41 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 7. ......................... 95

Tabela 42 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 7. ............................ 96

.

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 101.1 Problemática da Pesquisa ...................................................................................... 111.2 Justificativa ............................................................................................................. 111.3 Objetivos .................................................................................................................. 121.4 Metodologia ............................................................................................................. 12

2. SUSTENTABILIDADE X CONSTRUÇÃO CIVIL ....................................................... 142.1 O Ambiente Urbano ............................................................................................... 142.2 Brasil – País em Desenvolvimento ......................................................................... 162.3 Sustentabilidade ...................................................................................................... 18

Eventos Marcantes na Discussão do Desenvolvimento Sustentável ................................ 19

2.4 Visão Sustentável na Indústria da Construção Civil ........................................... 222.4.1 Metodologias e Sistemas de Avaliação Ambiental de Edifícios .......................... 23

2.5 Conclusão do Capítulo 2 ........................................................................................ 283. EMISSÕES DE CO2 X CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................................ 29

3.1 Demanda Energética x Aquecimento Global ....................................................... 29Alterações Decorrentes do Aumento da Temperatura ...................................................... 32

3.2 Emissões de CO2 ..................................................................................................... 34Índices de Emissões de CO2 ............................................................................................. 35

3.3 Construção Civil: Grande Contribuinte na Emissão de CO2 ............................. 393.4 Conclusão do Capítulo 3 ........................................................................................ 41

4. PRODUÇÃO DE CONCRETO X INDICADORES DE EMISSÃO DE CO2 ............... 434.1 Produção de Concreto ............................................................................................ 43

4.1.1 Aglomerante – Cimento ....................................................................................... 444.1.2 Agregados – Areia e Brita .................................................................................... 454.1.3 Formas de Madeira e Armaduras de Aço ............................................................. 46

4.2 Desempenho Ambiental do Concreto Armado .................................................... 464.3 Revisão dos Estudos para o Cálculo das Emissões de CO2 Decorrentes de Produtos da Contrução Civil ............................................................................................. 47

4.3.1 Cálculo da Emissão de CO2 Decorrentes da Produção de Habitações Populares com base no Trabalho de Stachera Jr. e Casagrande Jr. (2007) ....................................... 474.3.2 Cálculo da Emissão de CO2 decorrentes da Produção de Vigas de Concreto Armado com base no Trabalho de Oliveira (2007) .......................................................... 49

4.4 Conclusão do Capítulo 4 ........................................................................................ 525. ANÁLISE DOS PROJETOS DE ESTUDO ................................................................... 54

5.1 Descrição dos Projetos Analisados ........................................................................ 54Medição dos Projetos Estruturais ..................................................................................... 55

5.2 Composição do Banco de Dados ............................................................................ 56

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

5.2.1 Fluxo das Emissões de CO2 Decorrentes da Produção de Elementos de Concreto com base no Trabalho de Stachera Jr. e Casagrande Jr. (2007) ....................................... 575.2.2 Fluxo das Emissões de CO2 Decorrentes da Produção de Elementos de Concreto Armado com base no Trabalho de Oliveira (2007) .......................................................... 59

5.3 Análise do Banco de Dados (Conlusão do Capítulo 5) ........................................ 616. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 63REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 65BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ................................................................................... 69APÊNDICE .............................................................................................................................. 70

6.1 Projeto Estrutural do Pavimento Tipo – Grupo 1 ............................................... 706.2 Projeto Estrutural do Pavimento Tipo – Grupo 2 ............................................... 746.3 Projeto Estrutural do Pavimento Tipo – Grupo 3 ............................................... 786.4 Projeto Estrutural do Pavimento Tipo – Grupo 4 ............................................... 826.5 Projeto Estrutural do Pavimento Tipo – Grupo 5 ............................................... 876.6 Projeto Estrutural do Pavimento Tipo – Grupo 6 ............................................... 906.7 Projeto Estrutural do Pavimento Tipo – Grupo 7 ............................................... 94

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

10

1. INTRODUÇÃO

O planeta convive com diversos problemas gerados pela exploração descontrolada

dos recursos naturais visando o crescimento econômico de países desenvolvidos e em

desenvolvimento, incluindo o Brasil. O fenômeno do aquecimento global – Efeito Estufa – é

um bom exemplo da consequência natural causada pela exploração do homem, já que

grande parte da comunidade científica acredita que o aumento da temperatura média da

Terra é causada pela emissão de gases na atmosfera. Com isso, a sustentabilidade é um

tema de discussão global e imprescindível para a sobrevivência humana.

A maioria dos processos presentes na construção civil acabam, de alguma forma,

poluindo, degradando e modificando o meio ambiente. Dentro das inúmeras ocorrências

não-sustentáveis da construção de um empreendimento, como um edifício de sistema

construtivo pilar-viga de concreto armado, ilustrado na figura 1, enquadra-se a emissão de

CO2 devido à produção do concreto, para compor tais elementos estruturais.

Figura 1: Esquema estrutural de um sistema construtivo em esqueleto de concreto armado. Fonte:

www.cardanbras.com.br/engenharia/img_serviços/estruturajpegconcreto.jpg

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

11

A quantidade emitida de CO2 por metro quadrado de construção na produção de

concreto para um edifício pode ser determinado encontrando-se o volume de concreto

utilizado na composição dos elementos estruturais e calculando-se qual a quantidade, em kg

de CO2, emitida na produção de um metro cúbico de concreto e quantos metros quadrados

de área possui o edifício analisado.

O estabelecimento de indicadores de emissão de CO2, de acordo com as

características do empreendimento, busca dar seqüência e abrir outras possibilidades de

associações teóricas e pesquisas científicas, em paralelo com as discussões de

sustentabilidade ambiental na construção civil, mas sem a intenção de dirigir uma ação ou

comparar diferentes sistemas construtivos, apenas buscando compor um banco de dados a

ser utilizado pelos trabalhos que se seguiram.

1.1 PROBLEMÁTICA DA PESQUISA

As questões principais do tema da pesquisa são: como quantificar, corretamente e

com embasamento teórico válido, a emissão dos quilogramas de gás carbônico gerados

pelas estruturas de concreto de edifícios com tipologias semelhantes? E, como transcrever

de forma clara e simplificada os resultados obtidos, gerando um banco de dados referencial

para ser analisado, aplicado, ampliado e contestado futuramente por estudos da mesma

linha de pensamento.

No decorrer da leitura da bibliografia encontrada surgem perguntas tais como: os

estudos encontrados são suficientes para formar um banco de dados coerente? Não seria

melhor adotar apenas um autor que possua uma pesquisa mais completa para o cálculo dos

valores? O embasamento teórico a ser descrito no texto composto deve aprofundar-se nas

conseqüências, como o efeito estufa, nas causas, emissão de gás carbônico, ou ainda, nas

soluções, cito uma de exemplo, a sustentabilidade na construção civil?

Estas são algumas das questões a serem pensadas, analisadas e respondidas ao

longo do desenvolvimento da monografia.

1.2 JUSTIFICATIVA

A construção civil é um setor de extrema importância no cenário industrial brasileiro

pela movimentação financeira que gera na economia e a quantidade de mão-de-obra que

emprega. Esta indústria pode ser destacada pelos recursos naturais que utiliza, o volume de

energia que consome e a quantidade de resíduos sólidos gerados, como conseqüência da

capacidade de desenvolvimento econômico que agrega ao país.

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

12

Atualmente, devido à concorrência no mercado consumidor, as empresas de

construção civil procuram trabalhar com Sistema de Gestão Integrado (SGI). O meio

ambiente é parte dos quatro temas que compõem o SGI, assim como: qualidade,

segurança, e responsabilidade social. A certificação da ISO 14.000 – meio ambiente – pode

ser utilizada como meio de adequação da empresa ao sistema de gestão implantado.

Com estes contextos em pauta, era de se esperar, que a indústria da construção civil

no Brasil desenvolvesse e aplicasse soluções voltadas ao meio ambiente, como diminuir a

emissão de CO2, principal gás causador do Efeito Estufa, na concepção dos seus produtos.

Porém, os poucos estudos existentes na área são muito atuais. Esse fato pode ser

comprovado analisando as normas técnicas e, principalmente as exigências para a

certificação relativa à sustentabilidade ambiental, não abrangerem as emissões de CO2 na

produção dos materiais e concepção dos produtos da construção civil. O trabalho proposto

se justifica por abranger a problemática descrita dando continuidade aos estudos na linha de

pesquisa sugerida pelo tema e podendo ser utilizado como referência para trabalhos

posteriores.

1.3 OBJETIVOS

Esta pesquisa tem como objetivo avaliar, sob o ponto de vista da emissão de CO2, o

custo ambiental da concepção das estruturas de concreto armado, levando-se em conta as

quantidades de concreto utilizadas para compor os elementos viga-pilar dos projetos

escolhidos como objeto de estudo.

Neste trabalho, objetivando levantar dados para o cálculo do indicador de consumo

de concreto armado em projetos de estrutura, elaborados no âmbito da disciplina de Projeto

Integrado de Sistemas Construtivos, ministrada em 2009 na Universidade Federal de São

Carlos, serão processados os dados coletados com o intuito de analisar o custo ambiental

das estruturas de concreto armado frente às emissões de CO2.

1.4 METODOLOGIA

Com intuito de atingir os objetivos propostos a metodologia será dividida em três

fases distintas e seqüenciais, as quais estão sintetizadas a seguir:

Revisão bibliográfica realizada com o objetivo de levantar indicadores de consumo

de concreto utilizado para compor as estruturas de concreto armado, assim como os

indicadores de emissão de CO2 na produção do concreto, contextualizando com a questão

da sustentabilidade na construção civil.

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

13

Composição do banco de dados realizada através do cálculo do volume de concreto

nas estruturas de concreto armado, assim como a área da edificação, dos projetos

elaborados no âmbito da disciplina de Projeto Integrado de Sistemas Construtivos,

ministrada em 2009 na Universidade Federal de São Carlos. Os projetos serão analisados

na sua concepção eletrônica através do software Autocad.

Método Prognóstico criado para estabelecer índices de consumo de concreto, por

metro quadrado de edificação, obtidos através dos dados processados.

Alguns passos importantes para confecção desta monografia deverão ser seguidos,

como por exemplo:

• Pesquisar referências para os indicadores de emissão de CO2 em estudos

científicos atuais;

• Calcular o volume de concreto nas estruturas de concreto armado dos

projetos em análise;

• Calcular a área da edificação dos projetos em análise;

• Processar os dados de indicadores de emissão de CO2 por metro quadrado

de edificação construída e;

• Analisar os resultados obtidos.

A divisão e a escolha dos capítulos baseou-se nas teses e dissertações estudadas,

além das questões levantadas na problemática da pesquisa, dando maior ou menor enfoque

aos assuntos considerados importantes na composição da base do texto do trabalho. Em

todos os capítulos foi objetivada qual a melhor forma de se fazer entender pelos leitores,

visando um trabalho bem escrito e que possa ser aprofundado dentro da mesma linha de

pesquisa.

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

14

2. SUSTENTABILIDADE X CONSTRUÇÃO CIVIL

2.1 O AMBIENTE URBANO

Para Andrade e Romero (2004) as cidades constituem centros de aglomeração de

riqueza e conhecimento, sendo o “lócus da cidadania e palco das relações sociais”, e de

uma forma mais abrangente, envolvem fluxos econômicos, culturais, sociais e políticos.

Em toda a história da humanidade, o progresso foi alavancado pela exploração dos

recursos naturais. No final do século XVIII, com o advento da Revolução Industrial, houve

uma intensificação na transformação da natureza em prol de melhores condições de vida

para o homem nas cidades. A aceleração do processo de industrialização, no inicio do

século XX, ainda carregava o conceito de que os recursos naturais são ilimitados,

resultando no descaso com os resíduos gerados durante a produção e ao final da vida útil

dos produtos, caracterizado por John (2000), como um modelo linear de produção.

O sonho de uma vida melhor nos centros urbanos esbarrou na falta de planejamento

adequado para atender a demanda populacional, e o que se observa nas cidades é o reflexo

da desigualdade social em um ambiente com baixa qualidade de vida para o ser humano.

De acordo com dados da ONU (ORGANIZAÇÃO..., 2005) a população mundial em

2005 era de aproximadamente 6,5 bilhões de habitantes, sendo que metade dos seres

humanos residia em zonas urbanas. Ruano1

1 RUANO, M. Ecourbanismo entornos humanos sostenibles: 60 proyectos.Barcelona: Gustavo Gili, 1999.

é citado no trabalho de Bissoli (2007)

afirmando que projeções indicam que por volta de 2025, a população urbana corresponderá

a 75% da população mundial. Em vista destas estatísticas é necessário adequar as cidades

para as pessoas que nelas já residem e planejar seu crescimento promovendo condições

mínimas de habitação e inclusão social para as gerações futuras.

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

15

Outros fatores foram desencadeados pelo crescimento urbano caótico como a

alteração das características, do solo e do clima, dos ecossistemas originais. Soma-se a

isso o esgotamento de certos recursos; a expansão da pobreza; a escassez crescente de

alimentos, de energia e de água; o aumento da poluição da água, do ar e do solo; a

destruição da camada de ozônio; os riscos de mega desastres causados por acidentes

nucleares e vazamentos de lixo nuclear; as inundações e furacões devastadores

provocados pelas mudanças climáticas; os problemas de saúde causados pelos aditivos

tóxicos na comida e na bebida e pelo acúmulo de toxinas no solo, no ar e na água; a

homogeneização das culturas com a conseqüente perda das identidades locais, etc.

(SBAZO, apud BISSOLI, 2007, p. 52).

Diante de tais conseqüências, se faz necessária à busca de alternativas menos

agressivas ao meio ambiente, para dar seqüência ao desenvolvimento tecnológico e

econômico dos grandes centros urbanos no Mundo. Se cada país tomasse para si a

responsabilidade referente a sua parcela na degradação ambiental; a começar pela

construção civil, que com esse modelo de desenvolvimento “tem promovido a transformação

das cidades em verdadeiras selvas de pedra e metal, que são construídas para dar lugar

aos aparatos tecnológicos criados pelo progresso, mais do que aos seres humanos e ao seu

convívio” (COLOMBO, 2006, p. 3583); haveria mudanças positivas na situação frágil que se

encontra a natureza.

Classificar um país como desenvolvido “não deveria se basear na quantidade de

helicópteros que este pode enviar a uma guerra, mas pela quantidade de ambientes em seu

território que funcionem como fontes de energia renovável” (DUNSTER, apud BISSOLI,

2007, p.53).

A constante preocupação das instituições internacionais com a degradação do meio

ambiente e o esgotamento das reservas naturais, resultou na ISO 14000 – Normas de

Gerenciamento Ambiental – que “pode ser considerada como um reflexo desta mentalidade,

onde a incorporação de ‘benfeitorias’ ambientais acaba sendo a única alternativa para

justificar a produção de bens com processos que agridam o meio ambiente ou consumam

recursos. No nível atual de desenvolvimento tecnológico, a adoção destas políticas de

compensação é fundamental para a sobrevivência de muitas empresas” (OLIVEIRA, 2007,

p.19).

Diversas medidas, como as Normas de Gerenciamento Ambiental, estão sendo

implementadas pelas instituições de alcance internacional, com intuito de sensibilizar os

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

16

órgãos governamentais dos países, os setores privados que regem a economia e a

população geral.

2.2 BRASIL – PAÍS EM DESENVOLVIMENTO

A população do Brasil, no ano 2000, foi estimada pelo Censo Demográfico do IBGE

(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 171,3 milhões de habitantes,

posicionando o Brasil no quinto lugar do ranking dos 192 países ou áreas investigados pela

ONU, atrás da China (1.275,2 mi), Índia (1.016,9 mi), EUA (285,0 mi) e Indonésia (211,6 mi).

Em 1970, a população brasileira era composta de pouco mais de 90 milhões de pessoas,

depois de 34 anos, no ano de 2004, já chegava à casa dos 182 milhões de habitantes, mais

que o dobro. Desde a década de 1960, a taxa de crescimento da população brasileira está

em declínio, visto que no período de 1950-1960 o crescimento era de 3% ao ano e, em

2004, a taxa já era de 1,44% ao ano. Com base nesses resultados é esperado que a

população do Brasil atinja o chamado “crescimento zero” por volta de 2062, apresentando, a

partir daí, taxas de crescimento negativas (IBGE, 2000).

No período curto de 40 anos, no Brasil, houve uma inversão nas proporções entre a

população do campo e a que reside nas cidades. O gráfico abaixo ilustra os milhões de

habitantes brasileiros comparativamente com os percentuais do tipo de população, rural ou

urbana. Em 1940 a população urbana representava apenas 30% do número de habitantes

do país, já em 1980 a população era predominantemente urbana representando 70% do

total e, em 2000 o índice populacional urbano ultrapassou os 80% (IBGE, 2000).

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

17

0

30

60

90

120

150

180

1940 1980 2000 2004

Popu

laçã

o B

rasi

leira

(10

6 )

Projeção Pop. Total Pop. RuralPop. Urbana Log. (Projeção Pop. Total)

Figura 2 - Comparativo da população brasileira rural e urbana. Fonte: IBGE, 2000.

A crescente concentração populacional nas áreas urbanas aumenta a demanda

habitacional, exercendo pressão sobre as infra-estruturas urbanas básicas, que são

marcadas pela “insuficiência do atendimento, pela inexistência de serviços, pela escassez e,

muitas vezes, pela adoção de soluções ambientalmente condenáveis” (ANDRADE;

ROMERO, 2004, p.19).

Devido ao cenário nas cidades brasileiras estão sendo pleiteadas políticas de cunho

social e ambiental. Exemplo disso é a Lei Nº 10.257, Estatuto da Cidade, que estabelece

normas de ordem pública e de interesse social, regulando o uso da propriedade urbana em

prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como o equilíbrio

ambiental. “Com esse instrumento é possível remodelar as cidades brasileiras a partir da

formulação de políticas, criando um novo paradigma administrativo, garantindo padrões de

sustentabilidade e a perspectiva de uma sociedade mais justa, democrática e humana”

(BISSOLI, 2007).

A indústria da construção civil é muito importante no desenvolvimento econômico do

país, por incentivar os setores da economia, influenciando diretamente no movimento de

uma gama de outras indústrias, setor comercial, e também, através da alta geração direta

de renda, impostos e empregos, além de não pressionar a balança comercial por não gerar

grandes demandas de importações. Segundo Gondim et al. (2004), a indústria da

construção civil é um dos setores de maior importância na formação do Produto Interno

Bruto (PIB) brasileiro.

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

18

Do ponto de vista social, a construção civil no Brasil funciona como um meio de

inserir indivíduos que estão à margem da sociedade, já que seu meio de produção,

predominantemente artesanal, permite empregar pessoas sem qualificação, até mesmo os

analfabetos, ensinando-lhes uma profissão, transmitindo o conhecimento de construir na lida

do dia-a-dia. Essa cultura inerente às obras dificulta a inserção de novas máquinas e

equipamentos, mantendo o homem como principal fator de produtividade.

Os dados divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC

(1999) servem para confirmar os argumentos defendidos, revelando que para cada 1,0

bilhão de reais investidos na construção são criados 177.000 novos empregos, diretos e

indiretos. Com o aquecimento do mercado na área de construção, no ano de 2010, os

números estão sendo revelados e são muito promissores. A construção civil contratou

45.704 trabalhadores com carteira assinada em março no país, chegando ao número

recorde de 2,604 milhões de empregados formais no setor, segundo dados divulgados pelo

Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), em

conjunto com a FGV (Fundação Getúlio Vargas). Em 12 meses, o nível de emprego no setor

aumentou 14,19%, o que corresponde a mais 323.639 trabalhadores empregados (FOLHA

ONLINE, acesso em: 26 mai. 2010).

Para alcançar uma sociedade sustentável é de extrema importância priorizar o setor

da construção civil, visto que este influencia diretamente questões econômicas e sociais e, é

um grande explorador de recursos naturais. Faz-se urgente e necessário impulsionar o

desenvolvimento de novas tecnologias e pesquisas, frente ao longo ciclo de vida das

construções e a cultura do setor no país.

2.3 SUSTENTABILIDADE

Há quase 40 anos, ocorreu o primeiro evento de alcance global que debateu sobre o

crescimento demográfico urbano e as conseqüências ao meio ambiente da exploração de

suas riquezas além dos limites regeneráveis. Desde então, vários eventos, como

conferências e acordos foram promovidos, com intuito de influenciar as políticas nacionais e

locais a aprovar leis que proporcionem a redução dos impactos gerados pelo

desenvolvimento econômico insustentável.

Para uma sociedade se tornar sustentável não basta existir políticas ambientalmente

corretas, é necessário que estas bases tenham fundamentos sociais adequados e sejam

viáveis economicamente, formando o “tripé da construção sustentável” (CSILLAG; JOHN,

2006, p. 3610). Características culturais e históricas podem delimitar a sustentabilidade em

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

19

diferentes conjuntos, podendo ser considerada uma amostragem global, nacional, regional

ou local.

O desenvolvimento sustentável significa, para Bill Dunster, “redefinir o que é uma

sociedade civilizada, fazer com que as pessoas tenham consciência da vida em comunidade

e saibam lidar com a emissão de gás carbônico e outros impactos ambientais causados pelo

ser humano” (DUNSTER, apud BISSOLI, 2007, p. 62). O saber conviver da sociedade com

os problemas que esta gera ao meio ambiente, respeitando seus limites e contribuindo

diariamente para reduzir os impactos na natureza é uma tentativa de harmonizar a

sociedade humana com o meio em que esta vive.

A falta de tal harmonia pode ser vista nas tragédias causadas pela natureza e

noticiadas diariamente nas redes mundiais de comunicação, e deve ser encarada como uma

manobra natural do meio ambiente na retomada do seu equilíbrio. “Se a ação do homem

tende ao desequilíbrio, o ambiente natural certamente reage, trazendo efeitos inesperados

para o ambiente construído e seus ocupantes” (SIRKIS, 2003, p. 216).

O significado da sustentabilidade “não impede que se toque na natureza, e sim que

se faça uso dos recursos naturais sem destruí-los, sem ultrapassar sua capacidade de

recuperação (resiliência), sem excluir as possibilidades de seu uso pelas gerações futuras”,

basta ter em mente o conceito de que os recursos oferecidos pela natureza são finitos

(BISSOLI, 2007, p. 63).

No entendimento de Tokudome (2005), em assuntos como a sustentabilidade, deve-

se agir visando resultados concretos, evitando rodeios com discursos teóricos de conceitos

românticos, “com pouca aplicabilidade nas condições reais das empresas que precisam

sobreviver numa economia de competitividade nacional e internacional”. Buscar uma gestão

integrada entre a sustentabilidade e as diretrizes dos negócios, adaptando-se a nova

tendência do mercado, será o grande desafio dos empresários em um futuro próximo.

Romero (2006, p. 55) discursa sobre a sustentabilidade, afirmando que esta “deve

ser entendida como um processo e não apenas como um objetivo final ou como equilíbrio

limitado à dimensão ecológica”. Para tanto, é necessário que os países elaborem políticas

que ultrapassem o interesse imediato de seus governantes e, possam ser aplicadas por um

longo período. Essas políticas seriam o primeiro passo para o processo social de

conscientização, aceitação e comprometimento das pessoas em tornar diária, a cultura

sustentável.

EVENTOS MARCANTES NA DISCUSSÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O primeiro passo dado para se solidificar os três pilares do desenvolvimento

sustentável: crescimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental, ocorreu

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

20

em 1972. A Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano reuniu 113 países e

foi o primeiro evento global com tema ambiental.

Onze anos após a Conferência de Estocolmo, em 1983, a ONU criou o Comitê

Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. E quatro anos mais tarde, em 1987, a

World Commission on Environment and Development (WCED), mais conhecida como

“Comissão Brundtland”, elaborou o “Our Common Future”, um documento base para

discussões teóricas e iniciativas práticas do desenvolvimento sustentável.

O relatório emitido pela Comissão Brundtland chamava a atenção para os limites da

natureza e as conseqüências da exploração incontrolada, defendendo uma nova era de

desenvolvimento econômico e social saudável ao meio ambiente.

A definição clássica do termo Desenvolvimento Sustentável retirada do Relatório da

Comissão Brundtland “é que esse deve suprir as necessidades do presente sem

comprometer a capacidade das gerações futuras suprirem as suas próprias necessidades”

(BISSOLI, 2007, p. 57).

Depois disso a Assembléia Geral das Nações Unidas convocou a Conferência das

Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), ou ECO-92, uma

importante convenção que ocorreu em 1992, no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, onde

estiveram reunidos representantes de 172 países.

Durante o evento ECO-92 foram aprovados três grandes acordos. O mais conhecido

deles é a Agenda 21, um planejamento de 20 anos ou mais, para cada país refletir, global e

localmente, no âmbito dos diversos setores de sua sociedade e economia, criando soluções

para os problemas sócio-ambientais. Soluções, estas, baseadas nas discussões da

Conferência de 1992, sobre os mecanismos de gestão para alcançar a sustentabilidade no

seu processo de desenvolvimento.

O segundo acordo definiu os direitos civis e as obrigações dos Estados para se

desenvolver protegendo o meio ambiente e, foi chamada de Declaração do Rio sobre o Meio

Ambiente e o Desenvolvimento. O ultimo acordo é a Declaração de Princípios Relativos às

Florestas. (CONFERÊNCIA..., acesso em 25 ago. 2009).

Para a Indústria da Construção Civil o evento mais relevante foi a Conferência das

Nações Unidas para os Assentamentos Humanos - Habitat II, organizado pela ONU em

Istambul, na Turquia, no ano de 1996. Nesta reunião foram debatidos temas como déficit

habitacional, violência urbana, desigualdade social, desemprego, geração de resíduos e

falta de saneamento básico e infra-estrutura para atender a demanda populacional com

qualidade nas cidades.

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

21

No Japão, em 1997, países industrializados assinaram o Protocolo de Kyoto, onde

constava que estes se comprometiam a reduzir, em pelo menos 5% as suas emissões de

gases causadores do efeito estufa, até o ano de 2012, com base nas taxas de gases

emitidos em 1990.

Esperava-se repetir na adesão de assinaturas do Protocolo de Kyoto, o sucesso que

foi a ECO-92, quando a Agenda 21 foi ratificada pela maioria dos países. Oliveira (2007)

alega que isto não ocorreu, porque desta vez, não foram apresentadas apenas propostas,

mas estabelecidos prazos e metas para a diminuição da emissão de poluentes, em especial

o gás carbônico.

Muitos políticos não quiseram repensar e investir numa nova matriz energética para

seus países e desacelerar seu desenvolvimento em prol do meio ambiente, como foi o caso

de George W. Bush, presidente dos Estados Unidos, país visado pela enorme quantidade

de CO2 emitido à atmosfera. Em 2002, a União Européia, o Brasil e outras Nações

ratificaram o Protocolo de Kyoto, se comprometendo com os objetivos nele contidos.

O CIB (International Council for Research and Innovation in Building and

Construction), em 1999 publicou uma agenda ambiental para o setor da Construção Civil, a

“Agenda 21 for Sustainable Construction in Developing Countries”. Os principais objetivos

dos países que elaboraram a Agenda 21 do CIB incluem aspectos de todas as etapas da

vida útil da edificação. Com isso surgiram preocupações com a eficiência energética das

edificações, a redução da extração de recursos naturais, a conservação das áreas naturais

e sua biodiversidade, a manutenção da qualidade da construção e a qualidade do ar interior.

Os temas como regulamentação, os recursos humanos e a educação para se obter um

ambiente sustentável também foram enfatizados neste relatório do CIB. (VILHENA, 2007).

Em 2002, com objetivo de verificar as mudanças pleiteadas pela ECO-92, decorridos

dez anos desde a Conferência, concluiu-se na “RIO+10”, ou oficialmente chamada de

Reunião Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, em Johannesburg, África do Sul,

que “a proteção do meio ambiente e o manejo dos recursos naturais necessitam integrar-se

com assuntos socioeconômicos, como pobreza e subdesenvolvimento” (BISSOLI, 2007, p.

59).

Os líderes mundiais se reuniram em dezembro de 2009, em Copenhague, na

Dinamarca, com a esperança de fazerem um acordo vinculativo na Conferência sobre

Mudanças Climáticas da ONU (COP-15). A chanceler alemã, Ângela Merkel, falou em seu

discurso sobre a necessidade, alertada por especialistas, de limitar o aumento da

temperatura média da Terra a 2°C até 2100. A Conferência acabou sem nenhum acordo por

parte dos dirigentes dos países que estiveram presentes, e mais uma vez, os interesses

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

22

econômicos localizados superaram a preocupação com o meio ambiente. Uma das queixas

dos líderes das nações em desenvolvimento foi decorrente dos países industrializados não

se disporem a assumir sua responsabilidade perante as toneladas de gases poluentes

emitidos à atmosfera. A esperança de se estabelecer um documento concreto no combate a

elevação da temperatura da Terra se postergou até a próxima conferência agendada para

dezembro de 2010 no México (GOMES, 2009).

2.4 VISÃO SUSTENTÁVEL NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

A década de 1990 foi dedicada à busca da qualidade dos produtos, isso se

configurou quando o Código de Defesa do Consumidor entrou em vigor no Brasil, e os

consumidores passaram a exigir que as edificações tivessem requisitos de desempenho que

atendesse às necessidades de uso. A partir do ano 2000, as exigências dos consumidores

passaram a ser por um produto que integrasse desempenho e preservação ambiental

(JOHN, 2000).

A diminuição dos recursos naturais, o aumento das exigências dos órgãos

reguladores para exploração destes recursos e a conscientização da sociedade para com o

problema ambiental, aumentaram a pressão sobre a Indústria da Construção para que esta

crie produtos sustentáveis e acessíveis a toda população. A criatividade nas soluções

exigidas por esse novo mercado de consumidores conscientes ambientalmente está se

tornando o diferencial num período em que edificações ecologicamente incorretas começam

a ser rejeitadas.

Vilhena (2007) revela que os empreendimentos da construção civil são atualmente

um dos maiores causadores de impactos ao meio ambiente, já que no desenvolvimento de

suas atividades, promovem a degradação ambiental através do consumo excessivo de

recursos naturais e da enorme geração de resíduos. Para John (apud OLIVEIRA, 2007)

“nenhuma sociedade poderá atingir o desenvolvimento sustentável sem que a construção

civil, que lhe dá suporte, passe por profundas transformações”. O conceito de John justifica

todos os estudos voltados à sustentabilidade nas indústrias de produção dos materiais

básicos da construção, na correta ocupação do solo, na eficiência energética e uso da água

das residências, assim como na destinação dos resíduos gerados nas diversas etapas do

ciclo de vida do produto.

As novas idéias e tecnologias utilizadas nos canteiros de obras e pensadas nos

projetos, além de serem viáveis técnica e economicamente, terão que visar à preservação

da natureza. Dessa integração de fatores devem surgir soluções arquitetônicas que

aumentem o conforto térmico, aproveitando as características da região do

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

23

empreendimento; como também, ferramentas e equipamentos que estimulem o uso racional

de energia e água e a incorporação de materiais reciclados no processo de construção, sem

perder sua eficiência.

No trabalho de Tavares e Lamberts (2005) foi estudado o consumo energético das

edificações se apoiando no conceito abrangente do ciclo de vida da edificação, na qual se

inicia pela fabricação dos materiais de construção, passa pelo transporte dos mesmos até o

sítio das construções, pela obra propriamente dita, prolongando-se pela vida útil da

edificação até a demolição e deposição final dos materiais. A figura 3, retirada da mesma

fonte exibe as etapas consideradas neste ciclo.

Figura 3 - Ciclo de Vida de uma Edificação. Fonte: TAVARES e LAMBERTS, 2005.

A extração de matéria prima pertence à etapa de fabricação de materiais e segundo

John (apud OLIVEIRA, 2007) “corresponde a uma parcela significativa da degradação

ambiental”. Neste mesmo texto o ciclo de vida de uma edificação é denominado de cadeia

produtiva da construção civil, ou também, construbusiness, o qual apresenta importantes

conseqüências para a natureza em todas as etapas do seu processo.

2.4.1 METODOLOGIAS E SISTEMAS DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE EDIFÍCIOS

A partir da ECO-92, os países industrializados começaram a estudar metodologias

para avaliar ambientalmente os edifícios. Segundo Vilhena (2007), “com a difusão dos

conceitos de projeto ecológico (Green Design) e construções verdes (Green Building), as

avaliações ambientais se tornaram necessárias para quantificar e qualificar os investimentos

e benefícios da construção sustentável”.

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

24

O BREEAM (Building Research Establishmnet Environmental Assessment Method),

criado em 1990, no Reino Unido, é um sistema pioneiro na avaliação ambiental de edifícios.

Um consórcio internacional, iniciado pelo Canadá, desenvolveu em 1996 o Green Building

Challenge (GBC). O GBC permite a inserção de dados na sua metodologia de avaliação

para a adaptação das necessidades de cada lugar. Ou seja, este é um sistema

“desenvolvido especificamente para ser capaz de refletir as diferentes prioridades,

tecnologias, tradições construtivas e valores culturais de diferentes países ou regiões em um

mesmo país” (VILHENA, 2007).

Silva (2003) desenvolveu uma metodologia brasileira de avaliação de impactos

ambientais de edifícios, baseada no projeto GBC. Em seu trabalho, Silva adicionou aspectos

econômicos e sociais aos ambientais, que eram utilizados nos métodos internacionais,

moldando seu projeto com as limitações e condições do Brasil. Com base em consultas aos

agentes integrantes da construção civil, do estado de São Paulo, foram delimitados os

indicadores de negócios, econômicos, sociais e ambientais para se obter a modelagem

nacional.

Vilhena (2007) não pretendia avaliar ecologicamente as edificações, e sim

apresentar diretrizes para a sustentabilidade das mesmas, no intuito de orientar os clientes e

os profissionais envolvidos no processo de construção, tais como, projetistas,

incorporadores, engenheiros, fornecedores, etc. A autora criou um modelo que envolvesse

todos os agentes do processo, na busca pela melhor solução sustentável em quase todas

as etapas diferenciadas do ciclo de vida do empreendimento. É feita uma ressalva para a

fase de demolição e reciclagem, a qual é desconsiderada no estudo pela difícil avaliação

após a desocupação do imóvel.

Desta forma, foram desenvolvidas tabelas de fácil compreensão capazes de orientar

os agentes da construção civil na tomada de decisões em busca de edifícios mais

sustentáveis. O modelo é composto por tabelas simples e “permite uma visão geral dos

aspectos de sustentabilidade ao longo de todo o processo de construção dos edifícios,

facilitando a integração e colaboração entre os agentes no atendimento das metas do

empreendimento” (VILHENA, 2007).

A tabela de diretrizes para a sustentabilidade de qualquer tipologia de edificação,

estruturada por Vilhena, está transcrita a seguir, e pode ser usada como um checklist

durante as etapas de execução dos produtos da construção civil.

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

25

Tabela 1 - Diretrizes para a Sustentabilidade das Edificações. Fonte: VILHENA, 2007. Ciclo de Vida

X Diretrizes

Planejamento Projeto Construção Operação

Ambientais

Uso de recursos naturais:

Implantação: uso do solo e alterações da ecologia e biodiversidades locais;

Energia: eficiência energética e fontes renováveis;

Água: Conservação e reuso;

Materiais;

Cargas ambientais: Poluição, resíduos de construção/demolição e efluentes.

Sociais

Impacto sobre usuários:

Qualidade do Ambiente Interno;

Qualidade do Ambiente Externo: Acessibilidade, contexto de transporte;

Qualidade dos Serviços: Manutenção do desempenho, flexibilidade e

adaptabilidade, controlabilidade dos sistemas e impactos nos sítios adjacentes.

Econômicas e Sociais

Sistema de Gestão da Qualidade: Melhoria do produto oferecido / custos ciclo de

vida investimentos, agregação de valor e benefícios; integração de práticas de

controle de qualidade ao processo; produtividade no canteiro; impacto sobre os

operários (satisfação, saúde, segurança e ambiente de trabalho); impacto sobre a

sociedade (relacionamento com a comunidade, clientes e usuários finais e

fornecedores).

Institucionais

Sistema de Gestão Ambiental e Aspectos de Sustentabilidade: integração de

gestão ambiental ao planejamento do processo; sustentabilidade como prioridade

corporativa; proatividade em sustentabilidade.

Responsabilidade Social e Desenvolvimento Econômico: Relacionamento com a

comunidade local e sociedade, contribuição para a construção de comunidades

estáveis, valorização e investimento em recursos humanos.

Para Furtado (apud STACHERA JR., 2006) a “Produção Mais Limpa”, que integra o

setor social, econômico e ambiental de uma empresa, é baseada em quatro princípios. Tais

princípios podem ser citados como: precaução; prevenção do resíduo na fonte; abrangência

de todas as fases da produção, avaliando o ciclo de vida do produto e informação sobre os

riscos do processo e produto para a saúde do homem e do ambiente.

A Análise do Ciclo de Vida (ACV2

2 ACV é um procedimento sistemático para mensurar e avaliar os impactos que um produto ou material causa no meio ambiente e sobre a saúde humana, desde a sua produção até a disposição final, abrangendo a extração e o processamento de matérias-primas; manufatura, transporte e distribuição; uso, reuso, manutenção; reciclagem e destino final (OLIVEIRA, 2007).

) é um método muito aplicado na avaliação

ambiental de um produto, mas tem suas limitações devido à inacessibilidade ou mesmo

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

26

inexistência de dados que revelem os impactos provenientes de cada etapa da cadeia

produtiva da construção civil.

A ACV é padronizada pela ISO e por isso vem sendo utilizada na avaliação e

certificação ambiental de materiais de construção e edifícios, na elaboração de catálogos

para os projetistas e no desenvolvimento de ferramentas computacionais para avaliação e

tomada de decisão.

Nessa metodologia são consideradas as variáveis de entrada e saída que afetam o

meio ambiente, de acordo com o exemplo na figura 4 dos fluxos em uma determinada fase

do ciclo de vida de um produto.

Figura 4 - Fluxo de Inventário. Fonte: OLIVEIRA, 2007.

De acordo com a NBR ISO 14040 – Gestão Ambiental / Análise do ciclo de vida /

Princípios e Orientações (ABNT, 2001), o procedimento sistemático pode ser dividido em

quatro etapas, as quais estão ilustradas na figura 5 e explanadas na sequência.

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

27

Figura 5 - Etapas da ACV. Fonte: ABNT, 2001.

A definição do objetivo e escopo contém a finalidade e justificativa do estudo, o

público-alvo, a delimitação das fronteiras do estudo, tipos de impacto que são analisados e

unidade funcional utilizada. “Na análise do inventário se estuda os fluxos de energia e

materiais para a identificação do consumo de recursos naturais e as conseqüentes

emissões para o ar, água e solo associados aos produtos sob analise durante todo o seu

ciclo de vida” (OLIVEIRA, 2007).

A avaliação de impacto associa os dados do inventário com os impactos ambientais

específicos, no intuito de caracterizá-los, para em seguida, na interpretação do ciclo de vida,

avaliá-los. Assim, essa última fase serve de base para a tomada de decisões com relação

ao produto.

Como na ACV, é feita a quantificação de diversos fluxos de recursos consumidos e

resíduos gerados, isso acaba acarretando numa enormidade de variáveis e dados a serem

considerados, cujo banco de dados necessita ser disposto em ferramentas computacionais.

O software BEES 3.0 (Building for Environmental and Economic Sustainability) foi

desenvolvido nos Estados Unidos, baseado na ISO 14040. Esse programa fornece

informações e comparações entre materiais e produtos, cruzando dados ambientais e

econômicos através de seu grande banco de dados. Para empregar o BEES no Brasil é

necessário fazer ajustes no software, já que os cálculos são baseados nas características

dos produtos e processos americanos, adaptando-o a realidade dos materiais e técnicas

utilizados no Brasil (OLIVEIRA, 2007).

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

28

2.5 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO 2

Na história da humanidade, o progresso foi alavancado pela exploração dos recursos

naturais, e a sociedade se configurou com um modo de vida cada vez mais insustentável.

Neste cenário, o Brasil é um país que tem sua população predominantemente urbana,

vivendo em cidades sem qualquer reflexo de planejamento social e ambiental e com

grandes dificuldades para tornar o ambiente urbano um hábitat de qualidade.

A construção civil é muito importante no desenvolvimento econômico do país, por

incentivar os setores da economia, setor comercial e por ser a indústria de maior

importância na formação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, além de ser o setor que

mais emprega mão-de-obra desqualificada, tornando indivíduos desacreditados produtivos

para a sociedade.

Os bens produzidos no Mundo, com as maiores dimensões físicas provem da

Indústria da Construção, para isso, esta consome uma grande quantidade de recursos

naturais e dispõe ao ambiente, outra gama enorme de resíduos.

Estas informações fazem com que as transformações na indústria da construção civil

sejam prioridade na tentativa de tornar qualquer sociedade sustentável, destinando os

profissionais pertencentes ao setor a procurarem soluções para minimizar o impacto

ambiental causado.

As novas idéias e tecnologias utilizadas nos canteiros de obras e criadas nos

projetos, além de serem viáveis técnica e economicamente, terão que visar à preservação

da natureza, harmonizando as necessidades humanas do presente e o direito de uso das

gerações futuras.

Para tanto, é necessário que os países elaborem políticas que ultrapassem o

interesse imediato de seus governantes e, possam ser aplicadas por um longo período.

Essas políticas seriam o primeiro passo para tornar a luta pelo desenvolvimento sustentável

um desejo comum da humanidade em prol da saúde do planeta.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

29

3. EMISSÕES DE CO2 X CONSTRUÇÃO CIVIL

3.1 DEMANDA ENERGÉTICA X AQUECIMENTO GLOBAL

A WWF-BRASIL define o aquecimento global como “o resultado do lançamento

excessivo de Gases de Efeito Estufa (GEE’s), sobretudo o dióxido de carbono (CO2), na

atmosfera. Esses gases formam uma espécie de cobertor cada dia mais espesso que torna

o planeta cada vez mais quente e não permite a saída de radiação solar”. Já o efeito estufa

“é um fenômeno natural para manter o planeta aquecido”, que possibilita a existência de

vida na Terra. Segundo Braga et al (apud STACHERA JR, 2006), os GEE’s são

responsáveis por manter a temperatura média do planeta próxima aos 15°C. E Chang (apud

STACHERA JR., 2006) afirma que a superfície da Terra seria 33°C mais fria.

O efeito estufa é constituído de gases da atmosfera de origem natural e antrópica, os

quais absorvem e reemitem radiação infravermelha (MMA, 1992). Esse fenômeno natural é

composto, principalmente, de gases como o óxido nitroso (N2O), vapor de água, dióxido de

carbono (CO2) e gás metano (CH4). O que está ocorrendo é um aumento no despejo desses

gases na atmosfera, principalmente o CO2, devido a ações antrópicas insustentáveis. Há

mais dióxido de carbono na atmosfera do que as florestas no Mundo podem absorver,

ocasionando um acúmulo desse gás, que desregula o efeito estufa, aumentando a

temperatura média do planeta.

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

30

Figura 6 - Ilustração da contribuição do CO2 para aumentar o efeito estufa. Fonte: SANTOS, 2006.

Os grandes vilões, no cenário da emissão de gases poluentes e causadores das

mudanças climáticas são a industrialização, a utilização de combustíveis fósseis na geração

de energia e no transporte, a degradação do solo e as queimadas. No Brasil se destaca o

desmatamento da Floresta Amazônica, através das queimadas, que diminui violentamente a

quantidade de árvores que absorvem o gás carbônico.

Numa escala de milhões de anos “a terra entrou e saiu de diversas eras glaciais,

mas as mudanças foram lentas, o que permitiu que muitas espécies se adaptassem. Desde

o início da civilização humana, o clima havia se mantido ameno e constante” (OLIVEIRA,

2006). O efeito estufa era regulado pelas emissões vulcânicas e a absorção delas através

das plantas. A partir de 1950, com o advento da Revolução Industrial, houve a intensificação

das emissões de gás carbônico e, conseqüentemente, as mudanças climáticas estão

ocorrendo em apenas uma geração. Esse fato tem despertado inquietação nos

ambientalistas e discussões nas pautas das lideranças mundiais.

Oliveira (2007) cita em seu texto uma questão presente no documento elaborado, em

meados de 2006, pela WWF: “É tecnicamente possível satisfazer à crescente demanda

energética global usando fontes e tecnologias de energia limpa e sustentável capazes de

proteger o clima do planeta?”. No relatório continha uma resposta otimista, alegando que o

aquecimento global e seus efeitos associados poderiam ser evitados, caso fossem tomadas

decisões e desenvolvidas tecnologias para mudar a matriz de produção e consumo

energético entre os anos de 2007 e 2012.

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

31

As notícias depois da COP-15, em dezembro de 2009, contrariam toda a teoria

contida neste relatório da WWF, já que denominam o aquecimento global como um dano

irreversível, e mesmo que não se emitissem nenhuma grama de CO2 a partir da data da

Conferência, a temperatura média da Terra subiria 0,5°C até 2040 (GOMES, 2009).

As mudanças climáticas causadas pela poluição do ar custarão para as finanças do

mundo, nas próximas décadas, até 20% do seu PIB, de acordo com a WWF-BRASIL (2007).

Esse fato econômico, junto ao aumento da ocorrência e intensidade dos desastres naturais,

torna o aquecimento global um dos principais problemas ambientais da atualidade. Stachera

Jr. (2006) ressalta que muitas dessas alterações ameaçam a vida na Terra e que isso é uma

realidade que não há como fugir, devendo ser reconhecida e enfrentada.

O atual presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, fez um discurso com palavras

duras durante a Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP-15), em dezembro

de 2009, e foi o mais aplaudido do dia no evento. Lula cobrou atitudes concretas dos países

reunidos e disse que se fosse necessário, o Brasil faria um sacrifício a mais se

disponibilizando a contribuir com o Fundo Climático Internacional, alegando que o dinheiro a

ser arrecadado é uma forma de pagamento pelas emissões de gases do efeito estufa, no

período de dois séculos, daqueles que tiverem o privilégio de se industrializar primeiro

(GOMES, 2009).

A tabela 2 apresenta a evolução dos indicadores brasileiros desde 1970 até 2009.

Analisando os dados contidos nesta tabela é possível associar o desenvolvimento do Brasil

(índices do PIB per capita) com o aumento da oferta de energia. O efeito “dominó” se

completa com a intensificação das emissões de dióxido de carbono devido à geração de

energia brasileira, como apresentado na tabela 3.

Tabela 2 - Evolução de Indicadores Brasileiros. Fonte: BEN, 2010.

Principais Parâmetros Unidade 1970 1980 1990 2000 2008 2009

Oferta Interna de Energia 106 tep3 66,9 114,8 142,0 190,6 252,2 243,9

Oferta Interna de Eletricidade TWh 45,7 139,2 249,4 393,2 506,5 509,5

População 106 hab 93,1 118,6 146,6 171,3 189,6 191,4

PIB4 109 US$ 346,5 792,7 926,7 1.185,0 1.576,3 1.573,4

3 tep – Tonelada equivalente de petróleo. É a unidade de energia de referência, correspondendo à quantidade de energia contida em uma tonelada de petróleo de referência. Adotada no Balanço Energético Nacional (2010) corresponde a 10.000 Mcal e não é equivalente ao petróleo médio processado no Brasil. 4 PIB – Produto Interno Bruto.

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

32

Principais Indicadores Unidade 1970 1980 1990 2000 2008 2009

PIB per capita US$/hab 3.721 6.686 6.322 6.919 8.313 8.218

OIE5 tep/hab per capita 0,718 0,968 0,969 1,113 1,332 1,274

OIE por PIB tep/103 US$ 0,193 0,145 0,153 0,161 0,160 0,155

OIEE per capita kWh/hab 491 1.174 1.701 2.296 2.671 2.662

OIEE por PIB kWh/103 132 176 269 332 321 324

Tabela 3 - Intensidade de Emissões de CO2 na Geração de Energia Elétrica no Brasil.

Parâmetros Comparativos 1994 2007 Variação

Geração de Energia (GWh) 260.041 444.583 71%

Emissões de CO2 (1.000 t) 10.849 24.117 122%

Intensidade (tCO2 / GWh) 42 54 30%

ALTERAÇÕES DECORRENTES DO AUMENTO DA TEMPERATURA

Segundo Malhotra (2007, apud OLIVEIRA, 2007) na última era glacial a taxa de

mudança da temperatura foi de 1°C, computados nos seus mil anos finais. O IPCC (Painel

Intergovernamental sobre Mudança Climática) apresentou, em 2007, resultados indicando

que o acréscimo da temperatura média da Terra pode atingir qualquer valor entre 1,8ºC e

4ºC até 2100. As consequências do aumento nos termômetros foram divulgadas como: o

aumento no nível dos oceanos (variando de 18 a 59 cm), causando o desaparecimento de

ilhas; aumento na ocorrência de inundações e ondas de calor; diminuição da disponibilidade

de água potável e furacões violentos, num período superior a mil anos

(INTERGOVERNMENTAL, acesso em 22 mar. 2010).

Em 2005, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO

(apud STACHERA JR., 2006) afirmou que o aquecimento global irá diminuir a oferta de

alimentos em diversos países, aumentar o número de regiões áridas ou semi-áridas nos

países pobres e ser responsável por centenas de inundações no mundo por ano,

provocando prejuízos financeiros e a morte de milhares de pessoas.

Muitas comunidades podem se desfazer e migrar para outros lugares, se refugiando

e buscando alimento, devido à perda de suas lavouras, já que as alterações dos regimes de

chuvas e secas podem desequilibrar os processos biológicos, aumentando, por exemplo, as

5 OIE – Oferta interna de energia. É a quantidade de energia que se disponibiliza para ser transformada ou para consumo final, incluindo perdas posteriores na distribuição.

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

33

pragas de insetos. Com esses regimes surgem áreas desérticas em algumas regiões e a

ocorrência de tempestades violentas em outras, onde antes não se via.

Emanuel (apud STACHERA JR., 2006) associou, em 2005, a subida da temperatura

da atmosfera e das médias da superfície dos oceanos com o aumento da quantidade, da

duração e da intensidade dos furacões registrados no Oceano Atlântico e Pacífico.

Stachera Jr. (2006) cita que “esse aumento da temperatura pode induzir a uma

elevação dos níveis dos mares, numa faixa que varia de 20 a 165 cm, trazendo problemas

de erosão litorânea, inundação, danificação de portos e estruturas costeiras, enchentes,

destruição de charcos, elevação de lençóis de água e intrusão salina em aqüíferos de

abastecimento. Locais como as Ilhas Malvinas poderão desaparecer”.

O quadro a seguir descreve algumas alterações significativas ao redor do Mundo se

a Terra ficar 2°C mais quente até 2100, de acordo com Gomes (2009).

Tabela 4 – Quadro com as conseqüências ambientais em 2100 devido ao aumento da temperatura média em 2°C, retirado da Fonte: GOMES, 2009.

1. O Oceano Ártico deverá estar livre para navegação de embarcações de grande porte antes

de 2020.

2. O derretimento total da calota de gelo na Groenlândia pode elevar o nível do mar em até sete

metros.

3. O aquecimento do solo perenemente congelado (permafrost) causa a emissão de metano,

que é 23 vezes mais sujo que o dióxido de carbono (CO2).

4. A drástica redução das florestas de Coníferas no Norte prejudicaria seriamente a fauna e a

flora.

5. A corrente do golfo se enfraqueceria e o degelo no Ártico levaria água doce em excesso ao

Atlântico Norte.

6. O buraco na Camada de Ozônio sobre o Pólo Norte pode crescer, causando estrago na

Europa Setentrional.

7. O degelo no Tibete e no Himalaia deixaria à mostra uma superfície escura, o que aumentaria

ainda mais a temperatura média.

8. Um desequilíbrio das Monções deixará as chuvas mais fracas, causando secas na Índia.

9. Na África Ocidental, a redução das Monções dobraria os períodos de seca e até 250 milhões

de pessoas ficariam sem água.

10. A falta de água se agravará na Califórnia e outras regiões dos EUA aumentando o risco de

incêndios.

11. O processo, que poderia chegar à extinção da Floresta Amazônica, afetaria seriamente o

clima e a biodiversidade do Planeta.

12. Alterações no fenômeno El Niño, no Pacífico Sul, acarretariam em secas desastrosas no

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

34

sudeste da Ásia.

13. O aumento de água doce nos mares ao redor do Pólo Sul deve mudar as características dos

oceanos abaixo de quatro mil metros de profundidade.

14. A água marinha aquecida trará o colapso da camada de gelo na Antártida Ocidental.

15. Risco iminente a países-ilhas como Tuvalu, além de inúmeras cidades costeiras.

16. A falta de chuva pode se agravar na Austrália, em especial no sul e leste do país, as regiões

mais populosas.

17. Ondas de calor e maior incidência de incêndios florestais trarão prejuízos à saúde da

população européia.

18. A capacidade do mar de absorver CO2 do ar, para formar biomassa a partir das algas e

estocá-lo no leito marinho, poderia perder a força.

19. O número de refugiados climáticos pode ultrapassar o índice de 1 bilhão de pessoas.

3.2 EMISSÕES DE CO2

O aumento da temperatura média do planeta pode ser amenizado se o efeito estufa

voltar ao seu equilíbrio natural, para isso, é necessário controlar as emissões6

de dióxido de

carbono (CO2). De acordo com Malhotra (2007, apud OLIVEIRA, 2007), o CO2 é o gás que

mais contribui com o aquecimento global, devido à grande quantidade produzida pela ação

dos homens. Os maiores geradores de CO2 são os países industrializados, como pode ser

comparado na tabela abaixo.

Tabela 5 - Geração de CO2. Fonte: OLIVEIRA, 2007.

PAÍSES GERAÇÃO DE CO2 (per capita / ano)

Estados Unidos 19,70 t

União Européia 8,60 t

China 2,80 t

Índia 1,10 t

“O ar que se respira é composto basicamente de nitrogênio (78%), oxigênio

(20,95%), argônio (0,93%), gás carbônico (0,03%) e outros compostos (0,09%)”

(HERNANDES & KAMINSKI, apud STACHERA, 2006). Com o aumento das emissões

diárias provenientes dos processos de combustão, o índice de gás carbônico, principal

6 Emissões é uma palavra que designa a “liberação de gases de efeito estufa e/ou seus precursores na atmosfera numa área específica e num período determinado” (MMA, 1992).

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

35

composto resultante, se eleva à medida que diminuem os teores de oxigênio puro na

atmosfera.

Stachera (2006) cita os quatro principais estoques de carbono do planeta, os

oceanos, a atmosfera, os depósitos de combustíveis fósseis e a biomassa terrestre/solo e, a

sua singularidade na presença do dióxido de carbono. Chang7

A forma mais econômica de resolver o problema do aquecimento global é reduzindo

as emissões de gases do efeito estufa. Atualmente, cientistas discutem outra forma de

diminuir esse impacto ambiental, através do seqüestro de carbono. Oliveira (2007) descreve

em seu texto que “o seqüestro de carbono geológico implica em separar grande parte do

CO2 gerado quando o carvão mineral é transformado em energia útil e transportá-lo para

locais onde possa ser armazenado bem no fundo da terra em meios porosos. Estes locais

para armazenar CO2 são campos de petróleo ou gás esgotados ou formações salinas”.

(apud STACHERA JR., 2006)

calcula para o balanço global de carbono na atmosfera, que no período de 1989 a 1998,

48% do carbono emitido por ano é igualmente reabsorvido pelos oceanos e biota terrestre,

os 52% restantes causam o efeito estufa.

ÍNDICES DE EMISSÕES DE CO2

Em 2000, Malhotra (apud OLIVEIRA, 2007) divulgou que o continente da América do

Norte é o maior consumidor de combustíveis fósseis, sendo responsável por 25,8% das

emissões de CO2 do mundo, as quais foram aproximadamente de 21 bilhões de toneladas.

Em torno de 45% dessas toneladas são associadas aos Estados Unidos e União Européia.

Para contextualizar cabe citar que juntos, os Estados Unidos e o Canadá, consomem 25%

da energia gerada na Terra, entretanto sua população não representa mais de 5% da

população mundial.

A tabela 6 revela que os Estados Unidos liberam 444% a mais de gás carbônico à

atmosfera por habitante em relação ao planeta.

Tabela 6 - Emissões de CO2, ano base 2007. Fonte: BEN, 2010.

Indicador Brasil EUA Japão América Latina Mundo

t CO2 / hab 1,78 19,00 9,49 2,14 4,28

t CO2 / tep OIE 1,48 2,45 2,30 1,83 2,39

t CO2 / 102 US$ de PIB 0,43 0,50 0,24 0,52 0,73

t CO2 / km2 de superfície 41 630 3.299 48 140 7 CHANG, M. Y. Sequestro florestal de carbono no Brasil – dimensões políticas socioeconômicas e ecológicas. IN: SANQUETA, R.; ZILIOTTO, M. A. B. Fixação de Carbono: atualidades, projetos e pesquisas. Projeto ecológico de longa duração (PELD). Curitiba: Laboratório de Inventário Florestal UFPR, Instituto Ecoplan. Site 9, 2004.

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

36

No ranking mundial de emissões de GEE, o Brasil fica em 4° lugar, pódio

conquistado devido às queimadas das florestas brasileiras, principalmente da Amazônia,

que correspondem a 75% das emissões no país (WWF-BRASIL, 2007). A seguir, no gráfico

da figura 7, pode-se comparar os índices mundiais de emissões de dióxido de carbono

(CO2) por tonelada equivalente de petróleo (tep) com o valor brasileiro.

2,39 2,37

1,48

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

Mundo OCDE (6) Brasil

ton

CO

2/ t

ep

Figura 7 - Comparação Internacional das Emissões de CO2, valores da OCDE 8

. Fonte: BEN, 2010.

Na série histórica brasileira, ilustrada no gráfico da figura 8, é possível perceber que

as concentrações de CO2 (por tep) aumentaram continuamente de 1990 a 2000, agravando

o efeito estufa, e levaram 19 anos para retornarem ao índice de 1990. Para se atingir a meta

mínima estabelecida no Protocolo de Kyoto, de reduzir 5% das liberações de GEE medidas

em 1990, é preciso diminuir as emissões brasileiras, contabilizadas em 2009, em 4,6% até

2012. É válido ressaltar que os dados divulgados no Balanço Energético Nacional não

refletem totalmente a realidade do país, que pode ser de números superiores aos

apresentados na figura 8.

8 OCDE – Organisation for Economic Co-operation and Development.

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

37

1,44

1,54

1,62 1,631,59

1,54 1,53 1,511,48 1,48 1,48

1,43

1,2

1,3

1,4

1,5

1,6

1,7

1,8

1990

1995

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

ton

CO

2 / te

p

Figura 8 - Emissões brasileiras de CO2, período 1999 a 2009. Fonte: BEN, 2009 e 2010.

Em 2007, foi publicada a norma ISO 14064, que regulamenta como coletar os dados

referentes às emissões de gases do efeito estufa nas indústrias e, repassá-los aos órgãos

de fiscalização ambiental. Esta prática ainda não é usual por grande parte das indústrias

brasileiras ou mesmo completa, quando existente, a ponto de servir como fonte confiável

para análise real dos impactos ambientais gerados pela liberação dos GEE à atmosfera.

A tabela 7 contabiliza as emissões totais brasileiras dos gases de efeito estufa,

considerando CO2, CH4 e N2O. Pode ser verificado que as emissões de CO2 nos setores de

energia e uso da terra correspondem a 95% das emissões totais de seus respectivos

setores.

Tabela 7 - Emissões brasileiras de GEE e CO2 por setor da economia. Fonte: DESPOLUIR, 2009.

Setores Emissões Totais GEE (1.000 t) Emissões CO2 (1.000 t)

Energia 247.716 236.505

Indústria 21.273 16.870

Agropecuária 369.311 ---

Uso da Terra 811.956 770.331

Resíduos 20.583 ---

Total 1.470.839 1.023.706

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

38

Na queima de combustíveis fósseis o setor que se destaca é o de transporte,

correspondendo sozinho a 42% das emissões totais, conforme tabela 8. Nesse setor, a

modalidade de transporte rodoviário é responsável por quase 90% das emissões de CO2,

como pode ser visto na tabela 9.

Tabela 8 - Emissões de CO2 a partir da queima de combustíveis fósseis no Brasil. Fonte: DESPOLUIR, 2009.

Emissões de CO2 (mil toneladas de CO2)

Setores Emissões 1994 Emissões 2007 Variação entre 1994 e 2007

Setor Energético 14.753 6,55% 24.691 7,38% 67 %

Residencial 15.176 6,74% 16.115 4,81% 6 %

Comercial 1.557 0,69% 1.995 0,60% 28%

Público 1.962 0,87% 1.813 0,54% -8%

Agropecuário 12.516 5,56% 16.089 4,81% 29%

Termoelétricas 10.849 4,82% 24.117 7,21% 122%

Transporte 94.324 41,88% 146.849 43,88% 56%

Indústria 74.066 32,89% 103.027 30,78% 29%

Total 225.203 100% 334.696 100% 49%

Tabela 9 - Emissões de CO2 por modalidade de transporte a partir da queima de combustíveis fósseis no Brasil. Fonte: DESPOLUIR, 2009.

Emissões de CO2 (mil toneladas de CO2)

Modalidade de Transporte

Emissões 1994 Emissões 2007 Variação entre 1994 e 2007

Rodoviário 83.302 88,31% 132.768 90,40% 59%

Ferroviário 1.260 1,34% 1.803 1,23% 43%

Aéreo 6.204 6,58% 7.999 5,47% 29%

Hidroviário 3.558 3,77% 4.279 2,91% 20%

Total 94.324 100% 146.849 100% 56%

De acordo com Rosa et al (apud STACHERA, 2006), “o CO2 está presente na

maioria das atividades humanas e é emitido através de processos industriais como a queima

de combustíveis renováveis (álcool, bagaço de cana, óleos vegetais e outros), por

processos de produção (cimento, cal, pedra calcária, produção e uso de carbonato de sódio,

amônia, aço e ferro, alumínio, magnésio, etc.) e mudança do uso do solo e silvicultura”. A

tabela 10 quantifica as emissões de combustíveis fósseis em algumas indústrias e a tabela

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

39

11 mostra os valores de liberações do gás carbônico devido aos processos de obtenção de

alguns produtos, inclusive o cimento e a cal, de grande destaque.

Tabela 10 – Estimativa de Emissões de Combustíveis Fósseis. Fonte: DESPOLUIR, 2009.

Indústria Emissões 1994 Emissões 2007 Variação entre 1994 e 2007

Cimento 4.940 6,67% 7.824 7,59% 58%

Ferro – Aço 37.606 50,77% 42.774 41,52% 14%

Ferro – Ligas 281 0,38% 1.134 1,10% 304%

Mineração 3.215 4,34% 8.017 7,78% 149%

Não Ferrosos 3.860 5,22% 8.226 7,98% 113%

Química 9.038 12,20% 15.563 15,11% 72%

Alimentação 3.615 4,88% 3.725 3,62% 3%

Têxtil 1.332 1,80% 1.263 1,23% -5%

Papel 2.936 3,96% 3.523 3,42% 20%

Cerâmica 2.501 3,38% 4.349 4,22% 74%

Outros 4.741 6,40% 6.629 6,43% 40%

Total 74.065 100% 103.027 100% 39%

Tabela 11 - Emissões de CO2 decorrentes de Processos Industriais (mil toneladas de CO2). Fonte: DESPOLUIR, 2009.

Produtos Emissões 1994 Emissões 2007 Variação entre 1994 e 2007

Cimento 9.340 55,36% 20.081 48,73 115%

Cal 4.150 24,60% 16.950 41,13 308%

Amônia 1.301 7,71% 1.278 3,10 -2%

Alumínio 1.892 11,22% 2.635 6,39 39%

Outros 187 1,11% 265 0,65 42%

Total 16.870 100% 41.209 100 144%

3.3 CONSTRUÇÃO CIVIL: GRANDE CONTRIBUINTE NA EMISSÃO DE CO2

A discussão da sustentabilidade na construção civil sob o enfoque da emissão de

CO2 devido à fabricação de materiais é muito recente, principalmente no Brasil. A

quantidade de estudos científicos nesta área é escassa e pertencente à década atual, como

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

40

se pode comprovar pelas referências bibliográficas utilizadas na composição desta

monografia.

Bissoli (2007, p. 53), defende que a “expansão urbana provoca a dependência do

automóvel aumentando a demanda por infra-estruturas e combustíveis fósseis”. Os carros

são considerados os grandes vilões no tocante emissão de poluentes, por isso Alvarenga

(2002, p. 12-13) afirma que é “comum associar-se poluição e consumo de energia à figura

de automóveis enfumaçados. É muito raro, porém, associar-se à destruição de reservas

naturais de energia e a degradação do meio ambiente com edifícios (...) Contudo, ao longo

dos anos, uma casa pode consumir muito mais energia e causar um impacto ambiental

muito maior que um carro, com um agravante: ano após ano, a frota de veículos se renova

por outros, mais eficientes, menos poluentes. Os edifícios ao contrário, permanecerão por

décadas ou séculos com as mesmas características”.

Em Tavares e Lamberts (2005) os autores citam o signatário do Protocolo de Kyoto,

onde o Brasil se propôs a ter um planejamento do controle de emissões de gases do efeito

estufa, os quais são gerados, em grande parte, pela fabricação dos materiais de construção,

fase pertencente à etapa pré-operacional do ciclo de vida da edificação. Na fabricação de

materiais, tanto quanto no transporte e na obra, o índice de emissão de CO2 é agravado

pela elevada quantidade de materiais desperdiçados nestas fases.

Nessa onda ecológica de fabricação de produtos, o que parece, é que a indústria da

construção civil tem muito a desenvolver, já que além de ser um grande consumidor de

recursos naturais não renováveis, gera concentrações de GEE além do necessário para

criar seus produtos, devido aos desperdícios durante o processo de produção do modelo

tradicional de construção brasileira.

Pinto (apud OLIVEIRA, 2007) estima que as perdas em massa, na construção de

edifícios, podem ser de até 30%. John (2000) afirma que os resíduos não reciclados

provenientes das obras e demolições de construções correspondem a mais de 50% da

massa dos resíduos sólidos urbanos, intensificando os impactos ambientais provenientes do

lixo produzido pela humanidade.

Na pesquisa científica de Stachera e Casagrande Jr. (2007) foi feita a análise dos

principais materiais que apresentam grandes quantidades de emissão de CO2, seja na

fabricação ou na retirada destes materiais da natureza, os quais são: cimento, cal, aço,

areia, brita e cerâmica vermelha. Pode-se notar que quatro dos seis materiais listados estão

presentes na composição do concreto armado.

O cimento é o material da construção civil campeão na emissão de CO2 visto que

nos estudos de Demanboro et al (2003, apud STACHERA e CASAGRANDE JR, 2007) a

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

41

indústria do cimento responde por cerca de 7% da emissão anual de gás carbônico na

atmosfera e, na produção de cada tonelada de cimento é lançada 0,6 tonelada de CO2 no

ar. Já para Marland (apud STACHERA e CASAGRANDE JR, 2007), a estimativa é que 4 a

5% de todo CO2 despejado pelas atividades humanas na atmosfera provenham da

fabricação de cimento, o aglomerante utilizado na massa de concreto aplicada nas

estruturas de concreto armado.

As emissões de gás carbônico são acentuadas quando se pensa no processo

completo de fabricação dos materiais e produtos da indústria da construção. Se for avaliado

que a demanda por energia é elevada em todo ciclo de vida dos produtos e, também, que

em quase 100% dos casos, o transporte de materiais de construção se faz pela modalidade

rodoviária, obtém-se uma proporção direta de contribuição da liberação de dióxido de

carbono à atmosfera, baseando-se nos índices de emissões de CO2 apresentados na tabela

9, referentes às modalidades de transporte.

3.4 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO 3

A variação natural do clima sempre ocorreu, entretanto as temperaturas variavam

numa escala de milhões de anos. A interferência humana nesse fenômeno, intensificando as

emissões de dióxido de carbono e outros gases, diminui o período de variação da

temperatura média do planeta para séculos e décadas. A conseqüência do descaso com o

ambiente provocou uma mudança permanente e irreversível no clima.

Em sua pesquisa Stachera e Casagrande Jr. (2007) pretenderam afirmar que a

indústria da construção civil emite tantos gases quanto outros setores e assim propor uma

mudança de atitude, sabendo que existem as emissões e que é necessário uma postura

diferente das organizações e da sociedade diante do grave problema e, também, um

aprofundamento maior destes estudos para poder afirmar com mais certeza as quantidades

de gases lançados na atmosfera.

As nações econômicas dominantes podem e devem contribuir com o combate ao

aquecimento global, iniciando pela aceitação de sua maior responsabilidade com a questão.

Elas precisam agir rapidamente para cortar suas emissões e proteger seus sumidouros, os

quais absorvem os gases de efeito estufa, além de destinar recursos financeiros aos países

em desenvolvimento, custeando a adaptação dessas nações aos efeitos desse impacto

global e, disponibilizar tecnologia referente às energias renováveis e eficiência energética

(WWF-BRASIL, 2007).

Há, também, a necessidade de todas as nações do Mundo firmarem um

compromisso de fornecerem dados completos e concisos, sobre as quantidades de

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

42

emissões de gases de efeito estufa e seus sumidouros, para que o problema de

aquecimento global seja analisado em seu âmbito real.

O desenvolvimento de políticas nacionais para combater o aumento da temperatura

média da Terra, a conscientização e educação das pessoas sobre os efeitos de suas

atitudes contrárias aos propósitos ambientais e o incentivo de estudos, pesquisas e

desenvolvimento de novas técnicas sobre o tema, são de grande importância para a

sobrevivência e adaptação dos seres vivos à nova realidade quente do planeta.

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

43

4. PRODUÇÃO DE CONCRETO X INDICADORES DE EMISSÃO DE CO2

4.1 PRODUÇÃO DE CONCRETO

Dentre os materiais empregados na construção civil destaca-se o concreto, material

mais utilizado no mundo depois da água. Grigoletti e Sattler (2004) encontraram diversos

impactos ambientais associados à produção de blocos de concreto para fechamento, desde

a obtenção de matéria-prima até a disposição em aterros após a vida útil do produto. Entre

os principais impactos está a utilização de fontes não-renováveis de energia, o alto consumo

de água e a liberação de dióxido de carbono e metais pesados para o meio ambiente.

O concreto é um material empregado na construção civil composto por água,

cimento, agregado graúdo e agregado miúdo. Outros elementos podem ser incorporados ao

concreto, como os aditivos e microsílica, para melhorar suas propriedades (CARVALHO;

FIGUEIREDO FILHO, 2007).

O concreto pode ser classificado basicamente como concreto simples, magro e

armado. “O concreto simples, que pode assumir diferentes propriedades, variando desde o

concreto rolado até o celular, possui boa resistência aos esforços de compressão, mas

tende a apresentar uma reduzida resistência à tração”. O concreto magro tem como

característica a alta permeabilidade, entretanto apresenta baixa resistência. (OLIVEIRA,

2007).

O concreto armado é composto por concreto e aço, dois materiais diferentes que

trabalham em conjunto devido às forças de aderência entre as superfícies de ambos. O aço,

que é um material de boa resistência à tração e mais deformável que o concreto endurecido,

é utilizado para corrigir essa deficiência do concreto nos elementos estruturais, como vigas,

pilares e lajes.

A grande utilização do concreto armado de cimento portland no Brasil, justifica a

importância dos estudos ambientais que englobem o ciclo de vida desse tipo de material.

Para avaliar o desempenho ambiental, analisando os impactos gerados em todas as fases

dos insumos que compõe os elementos de concreto armado, é preciso considerar todas as

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

44

variáveis, desde a extração da matéria-prima, gasto de energia nos processos, transporte e

consumo dos insumos e destino final, dos resíduos e do produto, ao fim da sua vida útil.

4.1.1 AGLOMERANTE – CIMENTO

As principais matérias-primas que compõe o cimento são encontradas em quase

todos os países, isto torna o cimento um material de construção com utilidade global,

produzido em grande escala no mundo. O Brasil é um dos maiores produtores de cimento

da América Latina e seu desenvolvimento industrial nesse setor contribui fortemente na

geração de impactos ambientais, tendo em vista que a indústria do cimento se destaca

como grande poluidora (WORRELL et al, apud STACHERA JR. 2006).

Dentre a variedade dos tipos de cimento, o cimento portland, que é um aglomerante

hidráulico, é um dos mais utilizados no Brasil. Este tipo de cimento é “produzido pela

moagem do clinquer, usualmente junto com uma ou mais formas de sulfato de cálcio

(normalmente gipsita) e, em alguns casos, com adições” (OLIVEIRA, 2007).

O clinquer é o principal componente do cimento portland, a propriedade de

resistência e durabilidade do cimento é associada a este componente. Entretanto, em

decorrência do processo de calcinação do calcário, durante a moagem do clinquer, que

ocorre a maioria das emissões de CO2.

No processo de fabricação do cimento portland no Brasil, a matéria-prima deve sofrer

uma reação térmica ao atingir uma temperatura de 1.450 °C. Os fornos industriais são

alimentados com combustíveis fósseis para atingirem tal temperatura. Em algumas

localidades são utilizados resíduos orgânicos, como a casca de arroz, ou até mesmo, pneus

descartados, em substituição aos combustíveis fósseis, numa atitude de maior consciência

ecológica (CARVALHO, 2002).

Oliveira (2007) denota que os países mais desenvolvidos, em busca da redução de

custos econômicos e ambientais na produção de cimento, investigaram tecnologias que

solucionassem o problema causado pelo clinquer na fabricação dos cimentos portland.

Assim, foram criados os cimentos portland compostos, que adicionam ao clinquer a escoria

de alto-forno e os materiais pozolânicos. Essa solução é duplamente favorável ao ambiente,

já que diminui a emissão de poluentes, decorrente da utilização do clinquer e oferece um

destino mais ecológico aos resíduos, que o descarte no meio ambiente.

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

45

4.1.2 AGREGADOS – AREIA E BRITA

Os agregados são matérias-primas que estão presentes nas misturas, como o

concreto e a argamassa, com grande emprego na construção civil. A ABNT através da NBR

7.211/1982 define areia (agregado miúdo) e pedregulho ou brita (agregado graúdo) como

mineral de origem natural ou resultante do britamento de rochas. A diferença entre os

agregados está na sua granulometria, o miúdo passa pela peneira de 4,8 mm e fica retido

na peneira de 0,075 mm, enquanto o graúdo passa por uma peneira com abertura nominal

de 152 mm e fica retido na peneira de 4,8 mm (VALVERDE, 2001).

A areia, em quase totalidade do território brasileiro, é proveniente dos leitos dos rios,

em cujo processo de retirada, são utilizadas dragas movidas a óleo diesel. Tais

equipamentos emitem gases poluentes, dentre eles o CO2, assim como ocorre com o

equipamento utilizado no processo de britagem (obtenção da brita), na maioria das vezes,

utilizados com motores de combustão (STACHERA e CASAGRANDE JR, 2007).

A utilização de elementos estruturais em concreto faz parte da cultura da construção

civil brasileira, o que torna os agregados insumos muito consumidos, por representarem em

torno de 80% do volume do concreto. “Como o cimento é um material caro, o principal

objetivo da utilização do agregado de maiores dimensões é reduzir os custos sem que a

qualidade do material seja muito prejudicada” (CARVALHO & FIGUEIREDO FILHO, 2007).

As atividades mineradoras de extração dos agregados impactam fortemente o meio

ambiente e exigem um controle rigoroso dos órgãos ambientais para que se minimizem os

impactos e sejam tomadas medidas de recuperação do local após a exploração

(VALVERDE, 2001).

Os impactos ambientais causados pela extração mineral de agregados vão desde a

supressão da mata ciliar, alteração da paisagem e dos cursos de água, esgotamento desse

recurso não é renovável e poluição do solo e corpos d’água (RODRIGUES, apud OLIVEIRA,

2007).

Uma possibilidade de reduzir o consumo de agregados é adotando soluções

tecnológicas diferenciadas, como construção de estruturas metálicas ao invés do concreto

ou, as divisórias de gesso, de madeira compensada ou de plástico, em substituição da

alvenaria tradicional. Mas, devido ao reduzido custo destes recursos minerais, eles

dificilmente são substituídos por outros produtos naturais ou industrializados, entretanto

essa realidade está sendo modificada com a proposta de substituir os agregados naturais

por entulhos reciclados provenientes da construção (VALVERDE, 2001).

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

46

4.1.3 FORMAS DE MADEIRA E ARMADURAS DE AÇO

A construção civil no Brasil contribui para as emissões de CO2 provocadas pelo

desmatamento, impacto ambiental mais significante neste sentido no país, por utilizar a

madeira como principal material na composição de formas e escoras. Novas tecnologias de

construção, como as formas e escoras metálicas e os pré-moldados, surgem como solução

técnica-econômica e acabam por diminuir o uso da madeira. A utilização das madeiras de

reflorestamento e a opção por esquadrias de ferro, alumínio e PVC nas edificações, também

são contrapontos positivos no combate ao desmatamento e consequentes emissões dos

GEE’s.

Carvalho e Figueiredo Filho (2007) afirmam que o aço é utilizado de diversas

maneiras na construção, mas principalmente, aparece nas peças de concreto como barras

distribuídas longitudinalmente para resistir aos esforços de tração das estruturas, além dos

pequenos estribos transversais de amarração. Os aços, ligas metálicas, empregados na

confecção das armaduras são, em sua maioria, classificados como CA-25 e CA-50, e tem

como componente fundamental o ferro gusa, produzido a partir de sua matéria-prima, o

minério de ferro.

4.2 DESEMPENHO AMBIENTAL DO CONCRETO ARMADO

O desempenho ambiental de vigas de concreto armado foi simulado e analisado por

Oliveira (2007) através do software BEES 3.0 e da metodologia da ACV (explorado no item

4.3.2), com ressalvas na utilização dos índices de fluxos sem dados confiáveis, não-

mensuráveis ou significativos.

No software BEES, ele simulou quatro vigas de concreto com resistência de 27,58

MPa (valor disponível no programa americano), índice mais próximo a um fck de 20 MPa;

fixando a distância entre a obra e a concreteira em 80 km.

A diferença entre as quatro vigas simuladas por Oliveira (2007) no software BEES,

está no cimento escolhido, no intuito de verificar o “impacto de um cimento puro e com

adições”. Os resultados mais representativos foram referentes a: 100% cimento portland

comum, que obteve o pior desempenho ambiental e a mistura de 50% escória de alto forno

e 50% cimento portland, que teve o melhor desempenho.

As conclusões a respeito do desempenho ambiental do concreto armado retiradas

deste estudo são:

• O maior impacto ambiental causado pelo concreto armado está na sua fase

de aquisição da matéria prima, já que esta inclui a produção cimento;

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

47

• A liberação de gases de efeito estufa devido à produção do clinquer, principal

componente do cimento portland, é reduzida em 25% quando se utiliza a

mistura meio a meio de cimento e escória de alto forno;

• A produção de aço é considerada muito agressiva ao meio ambiente, porém a

pequena quantidade deste material, existente em 1 m³ da viga de concreto

armado, reduz em muito o seu impacto;

• As decisões sobre a logística de uma empresa potencializam o impacto

ambiental do concreto armado, já que para distâncias pequenas a produção

de aço e cimento gera mais impactos que os fluxos associados ao transporte

de materiais, cenário este, que pode se inverter proporcionalmente ao

aumento das distâncias.

4.3 REVISÃO DOS ESTUDOS PARA O CÁLCULO DAS EMISSÕES DE CO2 DECORRENTES DE PRODUTOS DA CONTRUÇÃO CIVIL

Neste trabalho serão analisados dois estudos referentes à emissão de CO2 devido à

produção da construção civil. O primeiro deles trata-se da quantificação de emissões de

gases de efeito estufa decorrentes da construção de habitações sociais no Estado do

Paraná. O segundo trabalho, e de maior interesse para esta pesquisa, refere-se à análise

ambiental de produtos da construção civil através da ACV de uma viga de concreto, entre

outras coisas.

4.3.1 CÁLCULO DA EMISSÃO DE CO2 DECORRENTES DA PRODUÇÃO DE HABITAÇÕES POPULARES COM BASE NO TRABALHO DE STACHERA JR. E CASAGRANDE JR. (2007)

No trabalho de Stachera Jr. e Casagrande Jr. (2007) foram calculados, e

apresentados de forma resumida na tabela 12, os valores de emissão de CO2 dos principais

materiais de construção conforme o padrão comercial brasileiro e uma equação (4.1) para o

cálculo das emissões por casa (casa popular, padrão do estudo de caso da pesquisa

desenvolvida pelos autores citados) destes mesmos materiais.

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

48

Tabela 12: Emissões por produto (padrão comercial brasileiro de compra). Fonte: STACHERA e CASAGRANDE JR. (2007)

Material Unidade do Material

Emissão de CO2 (kg)

Material/casa Emissão de CO2/casa (kg)

Cimento sc de 50kg 48,44 55 2.664,20

Cal sc de 20kg 15,71 45 706,95

Aço kg 1,45 135 195,75

Tijolo unidade 0,95 4.200 3.990,00

Areia m³ 22,62 13,5 305,37

O resultado da emissão total de CO2, em quilogramas, por produto utilizado em cada

habitação social construída, pode ser calculada conforme a equação 4.1, bastando somar os

produtos entre as quantidades de materiais utilizados e as emissões produzidas. Neste caso

não está sendo considerada a distância de transporte.

Emissões (kgCO2/casa) = ( ) ( ) ( )( ) ( )62,225,1395,0200.4

45,113571,154544,48553 ×+×

+×+×+×

munkgscsc

(4.1)

Na fórmula apresentada deve-se observar: Cimento CPII, saca de 50 kg; cal virgem,

saca com 20 kg; tijolo de seis furos (9 x 14 x 19 cm) e areia média natural de rio. O valor

encontrado para emissão de CO2 por casa é de 7,862 toneladas. Os autores calculam que

16,77% a mais das emissões de CO2 são liberados no transporte desses materiais para

obra, utilizando caminhão movido a diesel.

Os índices relevantes da pesquisa referenciada foram aproximados e estão expostos

na tabela 13, sabendo-se que o objeto de estudo foi a construção de casas populares de

40m².

Tabela 13 - Emissões de CO2 provenientes da utilização de materiais de construção. Fonte STACHERA JR., 2006.

Material Emissão de CO2/material Emissão de CO2/casa (kg/m²)

Cimento 0,97 kg CO2 / kg cimento 66,61

Areia 22,62 kg CO2 / m³ areia 7,63

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

49

4.3.2 CÁLCULO DA EMISSÃO DE CO2 DECORRENTES DA PRODUÇÃO DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO COM BASE NO TRABALHO DE OLIVEIRA (2007)

Oliveira (2007) avaliou o desempenho ambiental de vigas de concreto armado

utilizando diferentes traços de concreto. É de interesse para esta monografia, os resultados

obtidos por Oliveira, que dizem respeito à quantidade (em gramas) de CO2 emitidos na

análise desse impacto de abrangência global.

O cimento utilizado na composição dos concretos foi o cimento com material

pozolânico, a cinza volante9

Oliveira, primeiramente, contabilizou os fluxos relativos ao transporte da matéria-

prima até a cimenteira. O autor retirou os índices de fluxos, derivados do transporte da cinza

volante, do trabalho apresentado em 2006, por Kuhn, adotando o valor de 0,00078

MJ/kg.km, no consumo genérico de energia para o transporte de cargas por quilômetro

rodado. Outro importante índice utilizado foi de 74 gCO2/MJ, possibilitando o cálculo do fluxo

de geração do gás carbônico por tonelada de matéria-prima transportada (KUHN, apud

OLIVEIRA, 2007).

, conhecido comercialmente como CP IV-32, com resistência à

compressão aos 28 dias de 32 MPa. Foi considerado que o cimento portland Votoran é

composto de 68% de clinquer, 29% de cinza volante e 3% de gesso.

A equação e o índice (quilogramas de CO2 por tonelada de cimento) resultante do

cálculo inicial estão descritos abaixo:

Emissões (kgCO2/t) = ( )kmdistânciaMJgCOkmkgMJ ×× )/(74)./(00078,0( 2 (4.2)

Através da multiplicação do valor resultante por 29% (quantidade de cinza volante

presente em uma tonelada de cimento) obtém-se o resultando do fluxo do transporte da

matéria-prima até a cimenteira.

No processo de obtenção do cimento foi utilizado o índice de fluxo da produção do

clinquer 900 kgCO2/t clinquer, encontrado na pesquisa desenvolvida por Carvalho (2002).

Lembrando que 68% do cimento é relativo à presença do clinquer, multiplicando-se os

índices resulta em 612 kgCO2/t emitidos durante o processo de produção de uma tonelada

de cimento.

Os fluxos de poluentes derivados do transporte dos materiais (cimento, areia e brita)

até a concreteira para o processamento do concreto, podem ser calculados através da

equação 4.3, com base nos índices já apresentados e nas massas de cada insumo.

9 Cinza Volante é um resíduo das usinas termoelétricas proveniente da queima de carvão pulverizado para geração de energia.

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

50

Emissões (gCO2/t) = ( ) ( )( ) ( )kgmaterialMJgCO

kmkgMJkmdistância×

××/74

./00078,0

2

(4.3)

O fluxo resultante das atividades na siderúrgica, na produção do aço para a

armadura das vigas, pode ser calculado pela multiplicação da quantidade, em quilos, da

taxa de aço necessária para armar 1 m³ de viga de concreto; pelo índice retirado de

Grigoletti e Sattler (2003) que corresponde a 6,1 kgCO2/t.

Os transportes da madeira e do aço, materiais empregados, respectivamente, na

confecção das formas e armadura das vigas executadas no local da obra, resultam em

fluxos obtidos através da equação 4.3, exposta anteriormente.

Os caminhões betoneira consomem energia de uma forma diferente ao consumo dos

caminhões comuns, utilizados para o transporte dos demais materiais, anteriormente

analisados. Sendo assim, pode ser utilizada a equação 4.3 majorando seu resultado em

20%, devido às imprecisões que possam existir no fluxo do transporte do concreto até a

obra. Para efeitos didáticos, a equação 4.4 com os valores majorados está inserida a seguir.

Emissões (gCO2/t) = ( ) ( )( ) ( ) 2,1/74

./00078,0

2 ××××

kgmaterialMJgCOkmkgMJkmdistância

(4.4)

Na tabela abaixo estão dispostos os traços e quantidades (em massa, kg) de cada

insumo utilizado na composição de 1 m3 (unidade funcional) dos três concretos para

produção das vigas, no trabalho referenciado.

Tabela 14 - Tipos de concretos empregados. Fonte: OLIVEIRA, 2007.

Concretos Traços Cimento (kg) Areia (kg) Brita (kg) Água (litros)

A 1 : 2 : 3 : 0,5 369 738 1.107 184,5

B 1 : 1,5 : 2,5 : 0,35 459 688,5 1.147,5 160,7

C 1 : 2,5 : 3,5 : 0,65 321 802,5 1.123,5 208,65

No cálculo das emissões de dióxido de carbono foram considerados os impactos

causados pelas formas de madeira e armaduras de aço, com quantidades de 299,43 kg e

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

51

85,5 kg, respectivamente. Para o cálculo do fluxo do transporte de concreto até a obra, a

massa de concreto equivalente a 1m³ é de 2.455,7 kg.

No cálculo dos fluxos durante o transporte dos materiais e matérias-primas foram

consideradas as distâncias descritas na tabela a seguir.

Tabela 15 - Distâncias percorridas pelos atores envolvidos na confecção das vigas.

Início do Percurso Final do Percurso Distância Percorrida

Extração Cinza Volante (matéria-prima do cimento) Cimenteira 86,7 km

Cimenteira Concreteira 32,4 km

Extração Areia Concreteira 80,0 km

Extração Brita Concreteira 80,0 km

Concreteira Obra 14,4 km

Fabricação de Aço Obra 39,2 km

Extração da Madeira Obra 80,0 km

A tabela 16 fornece um resumo das emissões de CO2 devido às etapas

anteriormente analisadas e, listadas abaixo, para cada um dos três tipos de concreto

utilizados na execução das vigas, com unidade funcional de 1m³.

• Etapa 1: Transporte da matéria-prima, cinza volante, até a cimenteira;

• Etapa 2: Produção do cimento;

• Etapa 3: Produção do concreto englobando o transporte do cimento até a

concreteira;

• Etapa 4: Produção do concreto englobando o transporte de areia até a

concreteira;

• Etapa 5: Produção do concreto englobando o transporte de brita até a

concreteira;

• Etapa 6: Produção de aço;

• Etapa 7: Transporte de madeira até a obra;

• Etapa 8: Transporte de aço até a obra;

• Etapa 9: Transporte de concreto até a obra.

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

52

Tabela 16 - Emissões de CO2 por etapa analisada. Fonte: OLIVEIRA, 2007.

Concreto Emissões de CO2 (kgCO2/m³)

110 211 3 4 5 6 7 8 9

A 0,536 225,83 0,690 3,408 5,112 0,522 1,383 0,194 2,449

100% 0,22% 94,05% 0,29% 1,42% 2,13% 0,22% 0,57% 0,08% 1,02%

B 0,666 280,91 0,858 3,179 5,299 0,522 1,383 0,194 2,449

100% 0,22% 95,08% 0,29% 1,08% 1,79% 0,18% 0,47% 0,06% 0,83%

C 0,466 196,45 0,600 3,706 5,188 0,522 1,383 0,194 2,449

100% 0,22% 93,12% 0,28% 1,76% 2,46% 0,25% 0,66% 0,09% 1,16%

A soma de todos os fluxos estudados, que representam as etapas do ciclo de vida de

uma viga até sua produção, resulta nos valores totais por tipo de concreto. Esse inventário

final está mostrado na tabela 17.

Tabela 17 - Emissões totais de CO2 por m³ de cada traço de concreto na composição das vigas estudadas. Fonte: OLIVEIRA, 2007.

Concreto Emissão Total de CO2 (kgCO2/m³)

A 240,124

B 295,460

C 210,958

4.4 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO 4

Nos poucos textos encontrados que traziam a quantificação das emissões de CO2

em decorrência da produção do concreto armado, foram enfatizados a ocorrência da

escassez de dados existentes e confiáveis, a necessidade de aproximação dos índices

calculados e as imprecisões dos indicadores encontrados, inerentes a este tipo de análise,

ainda pouco explorada no Brasil.

Para Mehta (2007, apud OLIVEIRA 2007) existem algumas formas de diminuir os

impactos ambientais causados pelas obras de concreto, através do desenvolvimento de

“projetos inovadores que utilizem menos concreto”, diminuindo a quantidade de cimento na

10 Valores obtidos do produto dos índices do transporte da matéria-prima (cinza volante) pela massa (kg) de cimento utilizado para produzir 1 m³ de cada traço de concreto.

11 Valores obtidos pela multiplicação dos índices de produção do cimento pelas massas (kg) de cimento utilizado para produzir 1 m³ de cada concreto.

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

53

composição das misturas e a quantidade de clinquer, presente no cimento. Essas idéias são

plenamente justificáveis visto que a produção de cimento, através do clinquer é a principal

atividade geradora de impactos ambientais pertencente ao ciclo de produção do concreto.

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

54

5. ANÁLISE DOS PROJETOS DE ESTUDO

5.1 DESCRIÇÃO DOS PROJETOS ANALISADOS

Os projetos de estrutura, quantificados e utilizados para o estudo das emissões de

CO2 a partir das estruturas de concreto, foram elaborados no âmbito da disciplina de Projeto

Integrado de Sistemas Construtivos (PISC), ministrada em 2009, na Universidade Federal

de São Carlos, Estado de São Paulo.

Com intuito de simplificar a análise, padronizando-a e, diminuir erros decorrentes dos

projetos de estrutura, que foram pré-dimensionados e desenvolvidos por estudantes e não

calculistas e projetistas conceituados, optou-se por desconsiderar a quantidade de concreto

utilizado nas lajes e analisar somente os pilares e vigas do pavimento tipo de cada

edificação. As lajes não foram padronizadas nos projetos, o que permitiu que os estudantes

adotassem tecnologias que não dominavam, além dos projetos conterem erros gráficos que

dificultaram o entendimento e classificação dos elementos estruturais. Dessa forma, a

amostra de dados quantificada, nos itens seguintes, refere-se às vigas e pilares dos

pavimentos tipo de cada edificação dos sete grupos de projetos.

Os projetos dos edifícios analisados foram elaborados com base em croquis

arquitetônicos disponibilizados pelos professores da disciplina de PISC, aos alunos, que

formaram sete grupos com quatro estudantes em cada grupo. Para tanto, os alunos

iniciaram com a adequação dos croquis criando medidas usuais e modulares, compondo os

projetos arquitetônicos desde o subsolo, térreo, pavimento tipo, duplex até o ático.

A tipologia dos edifícios, resumida abaixo, foi previamente determina e seguida por

todos os grupos com pequenas diferenças existentes. As plantas de estrutura e tabelas de

quantidades de vigas e pilares, com suas respectivas dimensões estão contidas nos anexos

dessa monografia.

• Grupo 1: Possui subsolo, térreo, sete pavimentos tipo, duplex e ático. Os

pavimentos tipo são compostos por quatro apartamentos. Em cada

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

55

apartamento existe uma cozinha, uma lavanderia, duas salas, uma sacada,

um banheiro, um dormitório e uma suíte.

• Grupo 2: Possui subsolo, térreo, sete pavimentos tipo, duplex e ático. Os

pavimentos tipo são compostos por quatro apartamentos. Em cada

apartamento existe uma cozinha, uma lavanderia, uma dispensa, duas salas,

uma sacada, um banheiro, dois dormitórios e uma suíte.

• Grupo 3: Possui subsolo, térreo, sete pavimentos tipo, duplex e ático. Os

pavimentos tipo são compostos por dois apartamentos. Em cada apartamento

existe uma cozinha/copa, uma lavanderia, uma dispensa, um lavabo de

serviço, uma sala, um lavabo, uma sacada, um banheiro, dois dormitórios e

uma suíte.

• Grupo 4: Possui subsolo, térreo, sete pavimentos tipo, duplex e ático. Os

pavimentos tipo são compostos por dois apartamentos. Em cada apartamento

existe uma cozinha, um banheiro de serviço, um dormitório de serviço, um

lavabo, uma sala, uma sacada, um banheiro, dois dormitórios e uma suíte.

• Grupo 5: Possui subsolo, térreo, sete pavimentos tipo, duplex e ático. Os

pavimentos tipo são compostos por dois apartamentos. Em cada apartamento

existe uma cozinha/copa, uma lavanderia, um banheiro de serviço, duas

salas, uma sacada, um banheiro, dois dormitórios e uma suíte.

• Grupo 6: Possui subsolo, térreo, sete pavimentos tipo, duplex e ático. Os

pavimentos tipo são compostos por dois apartamentos. Em cada apartamento

existe uma cozinha/copa, uma lavanderia, um lavabo, uma sala, uma sacada,

um banheiro, dois dormitórios e uma suíte com closet.

• Grupo 7: Possui subsolo, térreo, sete pavimentos tipo, duplex e ático. Os

pavimentos tipo são compostos por dois apartamentos. Em cada apartamento

existe uma cozinha, uma lavanderia, uma sala, uma sacada, um banheiro,

dois dormitórios e uma suíte.

MEDIÇÃO DOS PROJETOS ESTRUTURAIS

O cálculo do volume de concreto utilizado na composição dos elementos estruturais,

vigas e pilares, dos pavimentos tipo de cada grupo de estudantes, assim como, os projetos

estruturais elaborados estão inseridos no capítulo 9, na forma de anexos.

Os dados dos projetos estruturais foram obtidos com auxílio das ferramentas do

software autocad e seu resumo foi disposto na forma de tabela (tabela 18), facilitando a

comparação entre os sete grupos.

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

56

Tabela 18 - Quantitativos de interesse dos pavimentos tipo de cada grupo estudado. Fonte: autora.

Grupo N° de apartamentos tipo (unidade)

Área do pavimento tipo (m²)

N° de pilares do tipo

(unidade)

Volume de concreto dos

pilares do tipo (m³)

Volume de concreto das

vigas do tipo (m³)

1 28 417,68 44 10,5784 26,3888

2 28 536,81 32 8,2460 30,0561

3 14 270,64 35 12,4682 13,1440

4 14 286,19 45 10,1370 9,9788

5 14 338,60 26 9,3003 25,0779

6 14 241,92 36 20,4832 21,4227

7 14 325,52 27 13,0346 25,0564

O grupo 2 escolheu utilizar laje nervurada como tecnologia e solução para aumentar

as áreas disponíveis no subsolo, resolvendo o problema da quantidade de vagas de

garagem, uma por apartamento. Com isso, percebe-se que o número de pilares e volumes

de concreto dos elementos por área do pavimento é menor que os valores dos demais

grupos, já que essa solução tecnológica da laje diminui a carga transferida para as vigas e

possibilita que os vãos entre os pilares sejam maiores, que os vãos em sistemas com lajes

maciças.

5.2 COMPOSIÇÃO DO BANCO DE DADOS

Com o objetivo de continuar a análise dos traços de concreto expostos no capítulo 4,

adotou-se para as vigas e pilares dos projetos de estudo, dois desses três traços de

concreto. O primeiro com a maior quantidade de cimento empregado e, o segundo com a

menor. Lembrando que, de acordo com o quarto capítulo dessa monografia, a produção de

cimento é o maior “vilão” referente às emissões de gás carbônico decorrentes da produção

dos elementos de concreto.

Na tabela 19 estão dispostos os traços e quantidades (em massa, kg) de cada

insumo utilizado na composição de 1 m3 (unidade funcional) dos dois concretos para

produção dos elementos estruturais, vigas e pilares dos pavimentos tipo dos edifícios

estudados.

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

57

Tabela 19 - Tipos de concretos empregados. Fonte: OLIVEIRA, 2007.

Traços do Concreto Cimento (kg) Areia (kg) Brita (kg)

1 1 : 1,5 : 2,5 : 0,35 459 688,5 1.147,5

2 1 : 2,5 : 3,5 : 0,65 321 802,5 1.123,5

5.2.1 FLUXO DAS EMISSÕES DE CO2 DECORRENTES DA PRODUÇÃO DE ELEMENTOS DE CONCRETO COM BASE NO TRABALHO DE STACHERA JR. E CASAGRANDE JR. (2007)

Os fluxos das emissões de CO2, calculados para as vigas e pilares de concreto

armado dos pavimentos tipo dos sete grupos estudados, estão baseados nos índices

obtidos na pesquisa de Stachera Jr e Casagrande Jr. (2007). Cabe salientar que esta

pesquisa não abrange todo o ciclo de produção do concreto, não considerando, por

exemplo, as emissões decorrentes dos transportes dos materiais até a obra e a utilização da

brita. Porém, tal estudo abrange a emissão de dióxido de carbono decorrente da produção

do cimento, que é o maior “vilão” referente às emissões provenientes do processo de

concretagem dos elementos estruturais.

Serão feitas aproximações na utilização dos indicadores encontrados para o cimento,

com base nos estudos apresentados nesta monografia, assim será considerado que 80%

das emissões de CO2, causadas pela produção de 1m³ de um elemento estrutural, decorrem

da utilização deste material.

As tabelas 20 e 21 trazem as emissões de dióxido de carbono decorrentes da

utilização do cimento na produção das vigas e pilares de concreto armado com o traço1 e 2,

respectivamente, para cada grupo de estudo.

Tabela 20 - Emissões de CO2 provenientes da utilização do cimento na composição do concreto armado com o traço 1. Fonte STACHERA JR., 2006.

Grupo Total concretos (pilares e vigas) m³

Indicador m³ concreto / m²

área tipo

Indicador kg cimento / m³

concreto

Indicador kg CO2 / kg

cimento Emissão kg

CO2 / m² área

1 36,9672 0,0885 459 0,97 39,41

2 38,3021 0,0713 459 0,97 31,74

3 25,6122 0,0946 459 0,97 42,12

4 20,1158 0,0703 459 0,97 31,30

5 34,3782 0,1015 459 0,97 45,19

6 41,9059 0,1732 459 0,97 77,11

7 38,0910 0,1170 459 0,97 52,09

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

58

Tabela 21 - Emissões de CO2 provenientes da utilização do cimento na composição do concreto armado com o traço 2. Fonte STACHERA JR., 2006.

Grupo Total concretos (pilares e vigas) m³

Indicador m³ concreto / m²

área tipo

Indicador kg cimento / m³

concreto

Indicador kg CO2 / kg

cimento Emissão kg

CO2 / m² área

1 36,9672 0,0885 321 0,97 27,56

2 38,3021 0,0713 321 0,97 22,20

3 25,6122 0,0946 321 0,97 29,46

4 20,1158 0,0703 321 0,97 21,89

5 34,3782 0,1015 321 0,97 31,60

6 41,9059 0,1732 321 0,97 53,93

7 38,0910 0,1170 321 0,97 36,43

Majorando os valores encontrados através dos indicadores de Stachera Jr. e

Casagrande Jr., para cada grupo, em 1,2 é possível estimar o fluxo de emissões de CO2

decorrentes da produção das vigas e pilares, englobando quase todo o processo de

produção. As tabelas 22 e 23 apresentam tais valores majorados para os dois traços

estudados.

Tabela 22 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de concreto armado com o traço 1. Fonte STACHERA JR., 2006.

Grupo Emissão kg CO2 / m² área - Cimento Emissão kg CO2 / m² área - Concreto

1 39,41 47,29

2 31,74 38,09

3 42,12 50,54

4 31,30 37,56

5 45,19 54,23

6 77,11 92,53

7 52,09 62,51

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

59

Tabela 23 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de concreto armado com o traço 2. Fonte STACHERA JR., 2006.

Grupo Emissão kg CO2 / m² área - Cimento Emissão kg CO2 / m² área - Concreto

1 27,56 33,07

2 22,20 27,00

3 29,46 35,35

4 21,89 26,27

5 31,60 37,92

6 53,93 64,72

7 36,43 43,72

5.2.2 FLUXO DAS EMISSÕES DE CO2 DECORRENTES DA PRODUÇÃO DE ELEMENTOS DE CONCRETO ARMADO COM BASE NO TRABALHO DE OLIVEIRA (2007)

O trabalho de Oliveira (2007) revisado no quarto capítulo é mais completo que o de

Stachera Jr. (2006), pois abrange todas as etapas do ciclo de produção de vigas de

concreto, sendo assim será de maior representatividade para os índices procurados.

No cálculo dos fluxos durante o transporte dos materiais e matérias-primas foram

estabelecidas distâncias fictícias contidas na tabela 24.

Tabela 24 - Distâncias percorridas pelos atores envolvidos na confecção das vigas.

Início do Percurso Final do Percurso Distância Percorrida

Extração Cinza Volante (matéria-prima do cimento) Cimenteira 80 km

Cimenteira Concreteira 40 km

Extração Areia Concreteira 80 km

Extração Brita Concreteira 80 km

Concreteira Obra 15 km

A tabela 25 fornece um resumo das emissões de CO2 devido às etapas listadas

abaixo, para os dois tipos de concreto utilizados na execução das vigas e pilares, com

unidade funcional de 1m³, calculadas a partir das equações 4.2, 4.3 e 4.4, contidas no

quarto capítulo desta monografia.

Com base nos percentuais da tabela 16 do capítulo 4, as emissões de dióxido de

carbono foram majoradas em 0,86% devido os impactos causados pelo transporte da

madeira utilizada nas formas e do aço das armaduras, considerada na etapa 7 da tabela 25.

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

60

• Etapa 1: Transporte da matéria-prima, cinza volante, até a cimenteira;

• Etapa 2: Produção do cimento;

• Etapa 3: Produção do concreto englobando o transporte do cimento até a

concreteira;

• Etapa 4: Produção do concreto englobando o transporte de areia até a

concreteira;

• Etapa 5: Produção do concreto englobando o transporte de brita até a

concreteira;

• Etapa 6: Transporte de concreto até a obra.

• Etapa 7: Transporte de madeira e aço até a obra.

Tabela 25 - Emissões de CO2 por etapa analisada. Fonte: OLIVEIRA, 2007.

Traço de Concreto

Emissões de CO2 (kgCO2/m³)

Etapa 112 Etapa 213 Etapa 3 Etapa 4 Etapa 5 Etapa 6 Etapa 7

1 0,615 280,91 1,060 3,179 5,300 2,551 2,547

100% 0,21% 94,85% 0,36% 1,07% 1,79% 0,86% 0,86%

2 0,430 196,45 0,741 3,706 5,188 2,551 1,814

100% 0,20% 93,16% 0,35% 1,76% 2,46% 1,21% 0,86%

O resultado da soma de todos os fluxos das emissões de CO2 encontrados, resulta

nos valores totais por traço de concreto conforme a tabela 26.

Tabela 26 - Emissões totais de CO2 por m³ de cada traço de concreto na composição das vigas estudadas. Fonte: OLIVEIRA, 2007.

Traço de Concreto Emissão Total de CO2 (kgCO2/m³)

1 296,162

2 210,880

12 Valores obtidos do produto dos índices do transporte da matéria-prima (cinza volante) pela massa (kg) de cimento utilizado para produzir 1 m³ de cada traço de concreto. 13 Valores obtidos pela multiplicação dos índices de produção do cimento pelas massas (kg) de cimento utilizado para produzir 1 m³ de cada concreto.

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

61

As tabelas 27 e 28 trazem o inventário final por tipologia de cada grupo estudado,

sendo possível fazer uma comparação devido à adoção dos diferentes traços de concreto,

na produção dos elementos estruturais viga e pilar.

Tabela 27 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de concreto armado com o traço 1. Fonte: OLIVEIRA, 2007.

Grupo Indicador m³

concreto / m² área tipo

Indicador kg CO2 / m³ concreto

Emissão kg CO2 / m² área

1 0,0885 296,162 26,21

2 0,0713 296,162 21,12

3 0,0946 296,162 28,02

4 0,0703 296,162 20,82

5 0,1015 296,162 30,06

6 0,1732 296,162 51,29

7 0,1170 296,162 34,65

Tabela 28 - Emissões de CO2 por m² provenientes da produção dos elementos de concreto armado com o traço 2. Fonte: OLIVEIRA, 2007.

Grupo Indicador m³

concreto / m² área tipo

Indicador kg CO2 / m³ concreto

Emissão kg CO2 / m² área

1 0,0885 210,880 18,66

2 0,0713 210,880 15,04

3 0,0946 210,880 19,95

4 0,0703 210,880 14,82

5 0,1015 210,880 21,40

6 0,1732 210,880 36,52

7 0,1170 210,880 24,67

5.3 ANÁLISE DO BANCO DE DADOS (CONLUSÃO DO CAPÍTULO 5)

A maior dificuldade encontrada na aplicação dos métodos demonstrados neste

capítulo refere-se aos projetos de estudo escolhidos, como já dito, estes não possuem

padronização e faltam algumas informações para maior exploração dos projetos estruturais.

Dessa forma a comparação entre os grupos se deteve no tocante quantidade de concreto

utilizado.

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

62

Mesmo com todas as dificuldades encontradas para encontrar os índices de

emissões de CO2 por metro quadrado de pavimento tipo é possível afirmar que a

necessidade de desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento

é de extrema importância para diminuir as emissões de dióxido de carbono provocadas pela

construção de estruturas de concreto, fato este comprovado para todos os projetos de

estudo visto os resultados das emissões decorrentes da utilização do traço com menor

quantidade de cimento.

É possível perceber na comparação da aplicação dos indicadores retirados das duas

pesquisas explanados neste capítulo, que no estudo de Stachera Jr. e Casagrande Jr.

(2007) os resultados dos índices de CO2 por metro quadrado de pavimento tipo foram

superiores para todos os grupos. Isso ocorreu por diversos fatores, como por exemplo a

diferença entre os objetos de estudo, casas populares e apartamentos de médio padrão,

mas principalmente pela falta de indicadores para todos os materiais e abrangência de todas

as etapas necessárias para a produção dos elementos de concreto armado. Já no trabalho

de Oliveira (2007) a similaridade dos objetos de estudo e a utilização da ACV, abrangendo

todo o ciclo de vida dos elementos de concreto armado, resultou em dados mais confiáveis

e próximos da quantidade real de CO2 emitido para a atmosfera devido aos elementos

estruturais acabados.

É válido destacar que os índices de emissões de CO2 encontrados não englobam a

quantidade de materiais desperdiçados no processo de produção dos elementos de

concreto armado, que pode ser muito elevada. Esse fato abre uma nova frente de pesquisa

para estudos futuros, já que depende do tipo de tecnologia empregada no processo, do

treinamento da mão-de-obra, da qualidade dos materiais, etc.

A determinação das dimensões dos elementos viga e pilar em cada projeto foi crucial

para a “ranquear” os grupos, resultando o grupo 6 com o pior desempenho ambiental e o

grupo 4 com o melhor desempenho ambiental sob a ótica da emissão de gás carbônico.

Nos projetos desenvolvidos pelos alunos a escolha das dimensões dos elementos foi

unicamente baseada no pré-dimensionamento devido aos esforços estruturais, arquitetura e

espaço para as vagas de veículos no subsolo, não foram considerados os fatores

econômicos, tecnológicos e logísticos, tão importantes e, que numa situação real de

empreendimento imobiliário, são sempre levados em conta. Com base nos resultados deste

capítulo seria válido considerar o desempenho ambiental dos elementos estruturais antes de

escolher as suas dimensões, já que este está intimamente ligado aos demais fatores e não

deve ser menos importante.

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

63

6. CONCLUSÃO

A construção civil é muito importante no desenvolvimento econômico do país, por

incentivar os setores da economia, setor comercial e por ser a indústria de maior

importância na formação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, além de ser o setor que

mais emprega mão-de-obra pouco qualificada, transformando em cidadãos indivíduos que

estão à margem da sociedade.

Os bens, com as maiores dimensões físicas, produzidos no Mundo, provêm da

Indústria da Construção, para isso, esta consome uma grande quantidade de recursos

naturais e dispõe ao ambiente, outra gama enorme de resíduos. Assim, para atingir a

sustentabilidade as novas idéias e tecnologias utilizadas nos canteiros de obras e pensadas

nos projetos, além de serem viáveis técnica e economicamente, terão que visar à

preservação da natureza, visando à harmonia entre as necessidades humanas do presente

e respeitando o direito de uso das gerações futuras.

A variação natural do clima sempre ocorreu, entretanto as temperaturas variavam

numa escala de milhões de anos. A interferência humana nesse fenômeno, intensificando as

emissões de dióxido de carbono e outros gases, diminui esse período de variação da

temperatura média do planeta para séculos e décadas. A conseqüência do descaso com o

ambiente provocou uma mudança permanente e irreversível no clima.

O desenvolvimento de políticas nacionais para combater o aumento da temperatura

média da Terra, a conscientização e educação das pessoas sobre os efeitos de suas

atitudes contrárias aos propósitos ambientais e o incentivo de estudos, pesquisas e

desenvolvimento de novas técnicas sobre o tema, são de grande importância para a

sobrevivência e adaptação dos seres vivos à nova realidade quente do planeta.

Mesmo com todas as dificuldades encontradas para encontrar os índices de

emissões de CO2 por metro quadrado de pavimento tipo é possível afirmar que a

necessidade de desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento

é de extrema importância para diminuir as emissões de dióxido de carbono provocadas pela

construção de estruturas de concreto.

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

64

É possível perceber na comparação da aplicação dos indicadores retirados das duas

pesquisas explanados na monografia, que no estudo de Stachera Jr. e Casagrande Jr.

(2007) os resultados dos índices de CO2 por metro quadrado de pavimento tipo foram

superiores para todos os grupos. Isso ocorreu por diversos fatores, como por exemplo a

diferença entre os objetos de estudo, casas populares e apartamentos de médio padrão,

mas principalmente pela falta de indicadores para todos os materiais e abrangência de todas

as etapas necessárias para a produção dos elementos de concreto armado. Já no trabalho

de Oliveira (2007) a similaridade dos objetos de estudo e a utilização da ACV, abrangendo

todo o ciclo de vida dos elementos de concreto armado, resultou em dados mais confiáveis

e próximos da quantidade real de CO2 emitido para a atmosfera devido aos elementos

estruturais acabados.

A indústria da construção civil emite tantos gases quanto outros setores justificando o

aprofundamento maior destes estudos, para poder afirmar com mais certeza as quantidades

de gases lançados na atmosfera.

Esta monografia pode ser utilizada como estímulo para que pesquisas futuras

possam ser aprofundadas de forma mais pontual e menos abrangente. Um aprendizado da

autora em decorrência da composição desta monografia é que a escolha de objetos de

estudos elementares facilita a pesquisa e resulta em dados mais confiáveis.

Os trabalhos referenciados em todo o texto podem ser utilizados para dar

continuidade na linha de pesquisa sugerida por este trabalho de conclusão de curso, mesmo

diante das dificuldades encontradas – escassez de pesquisas na área, já citada e, grande

parte da bibliografia existente ser estrangeira – a importância do tema, já justificada,

condiciona a continuação de pesquisas de mesma linha.

É válido ressaltar que analisar o potencial de impacto ambiental dos produtos da

construção civil é um tanto complexo, devido à enormidade de variáveis existentes, para

isso a utilização de ferramentas, como a metodologia ACV e o software BEES 3.0 são de

grande ajuda. Porém, isso somente será possível a partir da existência de dados confiáveis

sobre a geração de resíduos e consumo de materiais na manufatura dos produtos,

resultando numa metodologia bem fundamentada e um banco de dados que caracterize os

produtos brasileiros. Assim, a investigação dos produtos da construção e seus impactos

ambientais poderão auxiliar na decisão de soluções sustentáveis que unam os aspectos

econômicos, tecnológicos, sociais e ambientais.

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

65

REFERÊNCIAS

ALVARENGA, A. Habitação em estrutura de aço leve e componentes reciclados: um ensaio projetual, 2002. Dissertação (Mestrado em Construção Civil). Pós-Graduação em Engenharia Civil. Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória, 2002.

ANDRADE, L. M. S. de S.; ROMERO, M. A. B. Desenho de assentamentos urbanos sustentáveis: proposta metodológica. In: CONFERÊNCIA LATINO-AMERICANA DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL, 1.; ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 10., 2004, São Paulo. Anais. São Paulo, 2004, p. 18-21.

ASSOCIACAO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS (ABNT). NBR ISO 14.040. Gestão Ambiental. Avaliação do Ciclo de Vida. Princípios e Estrutura. Rio de Janeiro, 2001.

BISSOLI, M. Recomendações para a sustentabilidade da habitação de interesse social: uma abordagem ao Conjunto Residencial Barreiros. Setembro de 2007. 231 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória-ES, 2007.

CARDANBRAS ENGENHARIA. Informação. Disponível em: <http://www.cardanbras.com.br/engenharia/obras_2_estrutura.html>. Acesso em: 19 jun. 2009.

CARVALHO, J. Analise de ciclo de Vida ambiental aplicada a construção civil. Estudo de caso: Comparação entre Cimentos Portland com adição de resíduos. 2002. 102 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.

CARVALHO, R. C.; FIGUEIREDO FILHO J. R. Introdução ao estudo das estruturas de concreto armado. In: ______. Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado: segundo a NBR 6118: 2003. 3.ed. São Carlos: EdUFSCar, 2007. p. 17-61.

COLOMBO, C. R. Pilares para a construção do futuro: as dimensões éticas e estéticas dos ambientes de vida gerados por uma Construção Civil baseada nos princípios da Sustentabilidade. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 11., 2006, Florianópolis. Anais. Florianópolis: Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, 2006, p. 3579-3588. 1 CD-ROM.

CONFERÊNCIA das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - ECO-92. Disponível em: <http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./gestao/index.html&conteudo=./gestao/artigos/rio92.html >. Acesso em: 25 ago. 2009.

CSILLAG, D.; JOHN, V. M. Análise das práticas para construção sustentável na América Latina. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 11,2006, Florianópolis. Anais. Florianópolis: Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, 2006, p. 3609-3618. 1 CD-ROM.

DESPOLUIR – Programa Ambiental do Transporte. Estimativa das Emissões de CO2 por

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

66

combustíveis fósseis e processos industriais. Disponível em: <http://www.cntdespoluir.org.br/Downloads/emissoesindustriais_182.pdf >. Acesso em: 30 jul. 2009.

EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. BEN - Balanço Energético Nacional 2009 – Ano base 2008: Resultados Preliminares. Rio de Janeiro: EPE, 2009, 48 p. Disponível em: <https://www.ben.epe.gov.br>. Acesso em: 30 jul. 2009.

EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. BEN - Balanço Energético Nacional 2010 – Ano base 2009: Resultados Preliminares. Rio de Janeiro: EPE, 2010, 58 p. Disponível em : <https://www.ben.epe.gov.br/BENResultadosPreliminares2010.aspx>. Acesso em: 26 mai. 2010.

FOLHA ONLINE – DINHEIRO. Emprego formal na construção civil atinge nível recorde em março. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u731688.shtml>. Acesso em: 26 mai. 2010.

GOMES, H. Especial: Depois de Copenhague. IstoÉ, ano 32, n.2093, p. 88-95, 23 dez. 2009.

GONDIM, I. A. et al. Analise da Economia Nacional e a Participação da Indústria da Construção Civil. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUIDO, 10, 2004, São Paulo, SP. Disponível em <http://www.infohab.org.br>. Acesso em: 30 jul. 2009.

GRIGOLETTI, G. C.; SATTLER, M. A. Aplicação da ferramenta BEES 3.0 na avaliação de impactos ambientais da produção de aço no RS. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE EDIFICACOES E COMUNIDADES SUSTENTAVEIS, 3., 2003, São Carlos, SP. Disponível em: <http://www.infohab.org.br> acesso em: 30 jul. 2009.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2000. Rio de Janeiro, 2000.

INTERGOVERNMENTAL panel on climate change. Cambio Climático. Disponível em: <http://www.ipcc.ch/pdf/assessment-report/ar4/syr/ar4_syr_sp.pdf>..Acesso em: 22 mar. 2010.

IPCC, 2007. Intergovernamental Panel on Climate Change, 4th Assessment .Working Group I, II and III . Report for Policy Makers. Disponível em: <http://www.ipcc.ch/>. Acesso em: 30 jul. 2009.

JOHN, V. M. Construção e desenvolvimento sustentável. Qualidade na construção civil. São Paulo, ano 3, n. 23, 2000a.

JOHN V. M. Reciclagem de Resíduos na Construção Civil – contribuição à metodologia de pesquisa e desenvolvimento. São Paulo, 2000. 102p. Tese (livre docência). Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Convenção sobre Mudança do Clima. 9 de maio de 1992. 27 f. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/cnma/arquivos/pdf/convencao_mudanca_clima.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2009.

OLIVEIRA, A. S. Análise Ambiental da viabilidade da seleção de produtos da construção civil através da ACV e do software BEES 3.0. Novembro de 2007. 118 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

67

Engenharia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Porto Alegre-RS, 2007.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. World’s population reaches 6.5 billion this year, could reach 7 billion by 2012, UN says. Brasília, 17 de fevereiro de 2005. Disponível em: <http://www.un.org/apps/news/printnewsAr.asp?nid=13379>. Acesso em: 30 jul. 2009.

PINTO, T.P. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da construção urbana. Tese (Doutorado em Engenharia) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999. 189p.

ROMERO, M. A. B. O desafio da construção de cidades. Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, n. 142, p. 55-58, jan. 2006.

SANTOS, A. Popciência: Divulgação da Ciência através do uso da rede internet. 2006. Disponível em: <http://www.uems.br/popciencia/efeito.html>. Acesso em: 19 jun. 2009. SILVA, V.G. Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica. São Paulo, 2003. 210p. Tese (Doutorado). Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

SILVEIRA, A. L. R. C da; LIMA, F. K. G. M.; PEREIRA, K. V. V. A sustentabilidade ambiental aplicada em ecovilas no município de Teresina. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DO NUTAU, 2002, São Paulo. Anais, São Paulo: Escola Politécnica da USP, 2002, p. 1421-1428.

SIRKIS, A. O desafio ecológico das cidades. In: Trigueiro, A. (Coord.). Meio ambiente no século 21: 21 especialistas falam da questão ambiental nas suas áreas de conhecimento. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.

SOARES, S. R.; SOUZA, D. M.; PEREIRA, S. W. A avaliação do ciclo de vida no contexto da construção civil. In: SATTLER, M. A.; PEREIRA, F. O. R. (Org.) Construção e Meio Ambiente - Coletânea Habitare. Porto Alegre: Editora Habitare, 2006. p. 96-127.

STACHERA JR, T.; CASAGRANDE JR, E. F. Avaliação de emissões de CO2 na Construção Civil: um estudo de caso da habitação de interesse social no Paraná. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE GESTÃO EMPRESARIAL E MEIO AMBIENTE, CD-ROM. 9. 2007, Curitiba-PR.

TAVARES, S. F.; LAMBERTS, R. Consumo de Energia para Construção, Operação e Manutenção das Edificações Residenciais no Brasil. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, CD-ROM.10. 2005, Maceió-AL. p. 2.037-2.045.

TOKUDOME, M. A Sustentabilidade da Indústria de Pré-fabricados. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA-PROJETO-PRODUÇÃO EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO, CD-ROM.1. 2005, São Carlos-SP.

VALVERDE, F. M. Agregados para Construção Civil. 2001. Disponível em: <http://www.dnpm.gov.br/assets/galeriadocumento/balancomineral2001/agregados.pdf>. Acesso em: 01 mai. 2010.

VILHENA, J. M. Diretrizes para a Sustentabilidade das Edificações. In: Gestão e Tecnologia de Projetos. Vol 2, n° 2, Maio de 2007.

WWF – BRASIL, 2007. Combatendo as Causas das Mudanças Climáticas. Disponível

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

68

em: <http://www.wwf.org.br>. Acesso em: 30 jul. 2009.

WWF – BRASIL, 2007. Aquecimento Global: Desastres piores podem ser evitados. Disponível em: <http://www.wwf.org.br>. Acesso em: 30 jul. 2009.

WWF – BRASIL, 2010. Saiba mais sobre as mudanças climáticas. Disponível em: <http://www.wwf.org.br>. Acesso em: 26 mai. 2010.

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

69

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

KALBUSCH, A. Critérios de Avaliação de Sustentabilidade Ambiental dos Sistemas Prediais Hidráulicos e Sanitários em Edifícios de Escritórios. 2006. 162 f. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo-SP, 2006.

SCUSSEL, M. C. B. O lugar de morar em Porto Alegre: uma abordagem para avaliar aspectos de qualificação do espaço residencial, à luz de princípios de sustentabilidade. Março de 2007. 277 f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Engenharia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Porto Alegre-RS, 2007.

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

70

APÊNDICE

6.1 PROJETO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO – GRUPO 1

Figura 9 - Projeto Estrutural do Pavimento Tipo do Grupo 1.

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

71

Tabela 29 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 1.

Vigas do Pavimento Tipo Seção da Viga (m²) Comprimento (m) Volume de Concreto (m³)

1 V301 0,1045 3,39 0,3543

2 V302 0,1045 3,39 0,3543

3 V303 0,1045 27,18 2,8403

4 V304 0,1045 11,39 1,1903

5 V305 0,1045 11,39 1,1903

6 V306 0,1045 4,40 0,4598

7 V307 0,1045 12,60 1,3167

8 V308 0,1045 12,60 1,3167

9 V309 0,1045 4,40 0,4598

10 V310 0,1045 11,20 1,1704

11 V311 0,1045 11,20 1,1704

12 V312 0,1045 4,40 0,4598

13 V313 0,1045 11,20 1,1704

14 V314 0,1045 3,39 0,3543

15 V315 0,1045 3,39 0,3543

16 V316 0,1045 11,20 1,1704

17 V317 0,1045 13,22 1,6829

18 V318 0,1045 1,21 0,1264

19 V319 0,1045 1,21 0,1264

20 V320 0,1045 16,04 1,6762

21 V321 0,1045 14,97 1,5644

22 V322 0,1045 5,81 0,6071

23 V323 0,1045 3,81 0,3981

24 V324 0,1045 14,97 1,5644

25 V325 0,1045 16,04 1,6762

26 V326 0,1045 1,21 0,1264

27 V327 0,1045 1,21 0,1264

28 V328 0,1045 13,22 1,3815

Volume Total de Concreto das Vigas 26,3888 m³

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

72

Tabela 30 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 1.

Pilares do Pavimento Tipo Altura (m) Seção do Pilar (m²) Volume de Concreto (m³)

1 P15 3,10 0,1121 0,3475

2 P16 3,10 0,1121 0,3475

3 P18 3,10 0,0741 0,2297

4 P19 3,10 0,0741 0,2297

5 P20 3,10 0,0741 0,2297

6 P21 3,10 0,0741 0,2297

7 P22 3,10 0,0741 0,2297

8 P23 3,10 0,0741 0,2297

9 P24 3,10 0,0741 0,2297

10 P25 3,10 0,0741 0,2297

11 P26 3,10 0,0741 0,2297

12 P29 3,10 0,0741 0,2297

13 P30 3,10 0,0741 0,2297

14 P31 3,10 0,0741 0,2297

15 P32 3,10 0,0741 0,2297

16 P33 3,10 0,0741 0,2297

17 P34 3,10 0,0741 0,2297

18 P36 3,10 0,0741 0,2297

19 P37 3,10 0,0741 0,2297

20 P38 3,10 0,0741 0,2297

21 P40 3,10 0,0741 0,2297

22 P41 3,10 0,0741 0,2297

23 P42 3,10 0,0741 0,2297

24 P43 3,10 0,0741 0,2297

25 P45 3,10 0,0741 0,2297

26 P46 3,10 0,0741 0,2297

27 P47 3,10 0,0741 0,2297

28 P49 3,10 0,0741 0,2297

29 P50 3,10 0,0741 0,2297

30 P51 3,10 0,0741 0,2297

31 P52 3,10 0,0741 0,2297

32 P54 3,10 0,0741 0,2297

33 P55 3,10 0,0741 0,2297

34 P56 3,10 0,0741 0,2297

35 P57 3,10 0,0741 0,2297

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

73

36 P58 3,10 0,0741 0,2297

37 P59 3,10 0,1121 0,3475

38 P60 3,10 0,0741 0,2297

39 P61 3,10 0,0741 0,2297

40 P62 3,10 0,0741 0,2297

41 P63 3,10 0,0741 0,2297

42 P64 3,10 0,0741 0,2297

43 P66 3,10 0,0741 0,2297

44 P67 3,10 0,1121 0,3475

Volume Total de Concreto dos Pilares 10,5784 m³

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

74

6.2 PROJETO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO – GRUPO 2

Figura 10 - Planta da Estrutura do Pavimento Tipo do Grupo 2.

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

75

Tabela 31 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 2.

Vigas do Pavimento Tipo Seção da Viga (m²) Comprimento (m) Volume de Concreto (m³)

1 VX01 0,1140 4,60 0,5244

2 VX02 0,1140 4,60 0,5244

3 VX03 0,1140 6,40 0,7296

4 VX04 0,1140 4,60 0,5244

5 VX05 0,1140 4,60 0,5244

6 VX06 0,1140 4,60 0,5244

7 VX07 0,1140 4,60 0,5244

8 VX08 0,1140 6,40 0,7296

9 VX09 0,1140 4,60 0,5244

10 VX10 0,1140 4,60 0,5244

11 VX11 0,1140 5,80 0,6612

12 VX12 0,1140 4,00 0,4560

13 VX13 0,1140 5,80 0,6612

14 VX14 0,1140 5,80 0,6612

15 VX15 0,1140 4,00 0,4560

16 VX16 0,1140 5,80 0,6612

17 VX17 0,1140 4,60 0,5244

18 VX18 0,1140 4,60 0,5244

19 VX19 0,1140 6,40 0,7296

20 VX20 0,1140 4,60 0,5244

21 VX21 0,1140 4,60 0,5244

22 VX22 0,1140 4,60 0,5244

23 VX23 0,1140 4,60 0,5244

24 VX24 0,1140 6,40 0,7296

25 VX25 0,1140 4,60 0,5244

26 VX26 0,1140 4,60 0,5244

27 VX27 0,1140 7,20 0,8208

28 VX28 0,1140 7,20 0,8208

29 VX29 0,1140 7,20 0,8208

30 VX30 0,1140 7,20 0,8208

31 VX31 0,1140 7,20 0,8208

32 VX32 0,1140 7,20 0,8208

33 VX33 0,1140 2,40 0,2736

34 VX34 0,1140 2,40 0,2736

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

76

35 VX35 0,1140 2,40 0,2736

36 VX36 0,1140 2,40 0,2736

37 VX37 0,1140 4,00 0,4560

38 VX38 0,1140 4,00 0,4560

39 VX39 0,1140 4,00 0,4560

40 VX40 0,1140 2,40 0,2736

41 VX41 0,1140 2,40 0,2736

42 VX42 0,1140 2,40 0,2736

43 VX43 0,1140 2,40 0,2736

44 VX44 0,1140 7,20 0,8208

45 VX45 0,1140 7,20 0,8208

46 VX46 0,1140 7,20 0,8208

47 VX47 0,1140 7,20 0,8208

48 VX48 0,1140 7,20 0,8208

49 VX49 0,1140 7,20 0,8208

50 VSX01 0,0570 6,20 0,3534

51 VSX02 0,0570 6,20 0,3534

52 VSX03 0,0475 1,30 0,0618

53 VSX04 0,0475 1,30 0,0618

54 VSX05 0,0475 1,30 0,0618

55 VSX06 0,0570 6,20 0,3534

56 VSX07 0,0570 6,20 0,3534

57 VSX08 0,0475 1,30 0,0618

58 VSX09 0,0475 1,30 0,0618

59 VSX10 0,0475 1,30 0,0618

Volume Total de Concreto das Vigas 30,0561 m³

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

77

Tabela 32 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 2.

Pilares do Pavimento Tipo Altura (m) Seção do Pilar (m²) Volume de Concreto (m³)

1 P1 3,10 0,0570 0,1767

2 P2 3,10 0,0950 0,2945

3 P3 3,10 0,1140 0,3534

4 P4 3,10 0,1140 0,3534

5 P5 3,10 0,0950 0,2945

6 P6 3,10 0,0570 0,1767

7 P7 3,10 0,0570 0,1767

8 P8 3,10 0,1140 0,3534

9 P9 3,10 0,1140 0,3534

10 P10 3,10 0,1140 0,3534

11 P11 3,10 0,1140 0,3534

12 P12 3,10 0,0570 0,1767

13 P13 3,10 0,0380 0,1178

14 P14 3,10 0,0570 0,1767

15 P15 3,10 0,0760 0,2356

16 P16 3,10 0,0570 0,1767

17 P17 3,10 0,0380 0,1178

18 P18 3,10 0,0570 0,1767

19 P19 3,10 0,0760 0,2356

20 P20 3,10 0,0570 0,1767

21 P21 3,10 0,0570 0,1767

22 P22 3,10 0,1140 0,3534

23 P23 3,10 0,1140 0,3534

24 P24 3,10 0,1140 0,3534

25 P25 3,10 0,1140 0,3534

26 P26 3,10 0,0570 0,1767

27 P27 3,10 0,0570 0,1767

28 P28 3,10 0,0950 0,2945

29 P29 3,10 0,1140 0,3534

30 P30 3,10 0,1140 0,3534

31 P31 3,10 0,0950 0,2945

32 P32 3,10 0,0570 0,1767

Volume Total de Concreto dos Pilares 8,2460 m³

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

78

6.3 PROJETO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO – GRUPO 3

Figura 11 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 3.

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

79

Tabela 33 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 3.

Vigas do Pavimento Tipo Seção da Viga (m²) Comprimento (m) Volume de Concreto (m³)

1 V401 0,0760 4,6 0,3496

2 V402 0,0760 2,2 0,1672

3 V403 0,0760 2,2 0,1672

4 V404 0,0760 2,95 0,2242

5 V405 0,0760 1,76 0,1338

6 V406 0,0760 2,65 0,2014

7 V407 0,0760 2,95 0,2242

8 V408 0,0760 1,85 0,1406

9 V409 0,0760 4,68 0,3557

10 V410 0,0760 3,85 0,2926

11 V411 0,0760 5,28 0,4013

12 V412 0,0760 1,85 0,1406

13 V413 0,0760 3,6 0,2736

14 V414 0,0760 2,65 0,2014

15 V415 0,0760 2,01 0,1528

16 V416 0,0760 2,01 0,1528

17 V417 0,0760 2,65 0,2014

18 V418 0,0760 3,6 0,2736

19 V419 0,0760 3,3 0,2508

20 V420 0,0560 2,87 0,1607

21 V421 0,0560 2,87 0,1607

22 V422 0,0560 2,87 0,1607

23 V423 0,0560 2,87 0,1607

24 V424 0,0760 3,3 0,2508

25 V425 0,0760 2,65 0,2014

26 V426 0,0560 3,6 0,2016

27 V427 0,0560 2,65 0,1484

28 V428 0,0560 5,15 0,2884

29 V429 0,0560 4,6 0,2576

30 V430 0,0560 5,15 0,2884

31 V431 0,0560 2,65 0,1484

32 V432 0,0560 3,6 0,2016

33 V433 0,0760 5,1 0,3876

34 V434 0,0560 5,53 0,3097

35 V435 0,0560 5,53 0,3097

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

80

36 V436 0,0760 3,3 0,2508

37 V437 0,0760 3,3 0,2508

38 V438 0,0560 5,53 0,3097

39 V439 0,0560 5,53 0,3097

40 V440 0,0760 5,1 0,3876

41 V441 0,0760 4,6 0,3496

42 V442 0,0760 1,4 0,1064

43 V443 0,0760 1,62 0,1231

44 V444 0,0760 1,4 0,1064

45 V445 0,0560 5,15 0,2884

46 V446 0,0560 5,15 0,2884

47 V447 0,0760 3,6 0,2736

48 V448 0,0760 2,65 0,2014

49 V449 0,0760 5,15 0,3914

50 V450 0,0760 4,6 0,3496

51 V451 0,0760 5,15 0,3914

52 V452 0,0760 2,65 0,2014

53 V453 0,0760 3,6 0,2736

54 V454 0,0760 0,85 0,0646

55 V455 0,0760 1,45 0,1102

56 V456 0,0760 1,45 0,1102

57 V457 0,0760 0,85 0,0646

Volume Total de Concreto das Vigas 13,1440 m³

Tabela 34 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 3.

Pilares do Pavimento Tipo Altura (m) Seção do Pilar (m²) Volume de Concreto (m³)

1 P12 3,10 0,1140 0,3534

2 P13 3,10 0,1140 0,3534

3 P15 3,10 0,1140 0,3534

4 P16 3,10 0,1140 0,3534

5 P17 3,10 0,1140 0,3534

6 P18 3,10 0,1140 0,3534

7 P19 3,10 0,1140 0,3534

8 P21 3,10 0,1140 0,3534

9 P22 3,10 0,1120 0,3472

10 P23 3,10 0,1120 0,3472

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

81

11 P24 3,10 0,1140 0,3534

12 P25 3,10 0,1140 0,3534

13 P26 3,10 0,1120 0,3472

14 P27 3,10 0,1120 0,3472

15 P28 3,10 0,1140 0,3534

16 P29 3,10 0,1140 0,3534

17 P30 3,10 0,1140 0,3534

18 P32 3,10 0,1140 0,3534

19 P33 3,10 0,1120 0,3472

20 P34 3,10 0,1120 0,3472

21 P36 3,10 0,1140 0,3534

22 P37 3,10 0,1140 0,3534

23 P38 3,10 0,1120 0,3472

24 P39 3,10 0,1120 0,3472

25 P40 3,10 0,1140 0,3534

26 P42 3,10 0,1140 0,3534

27 P43 3,10 0,1140 0,3534

28 P45 3,10 0,1140 0,3534

29 P46 3,10 0,1120 0,3472

30 P47 3,10 0,1400 0,4340

31 P48 3,10 0,1140 0,3534

32 P49 3,10 0,1140 0,3534

33 P50 3,10 0,1400 0,4340

34 P51 3,10 0,1120 0,3472

35 P52 3,10 0,1140 0,3534

Volume Total de Concreto dos Pilares 12,4682 m³

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

82

6.4 PROJETO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO – GRUPO 4

Figura 12 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 4.

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

83

Tabela 35 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 4.

Vigas do Pavimento Tipo Seção da Viga (m²) Comprimento (m) Volume de Concreto (m³)

1 VP100 0,0361 2,41 0,0870

2 VP101 0,0361 1,25 0,0451

3 VP102 0,0361 2,35 0,0848

4 VP103 0,0361 1,60 0,0578

5 VP104 0,0361 2,41 0,0870

6 VP105 0,0266 2,61 0,0694

7 VP106 0,0361 2,41 0,0870

8 VP107 0,0361 2,78 0,1004

9 VP108 0,0361 1,87 0,0675

10 VP109 0,0361 1,87 0,0675

11 VP110 0,0361 2,78 0,1004

12 VP111 0,0361 2,41 0,0870

13 VP112 0,0361 1,30 0,0469

14 VP113 0,0361 2,30 0,0830

15 VP114 0,0266 2,26 0,0601

16 VP115 0,0266 2,41 0,0641

17 VP116 0,0266 2,41 0,0641

18 VP117 0,0266 2,26 0,0601

19 VP118 0,0361 2,01 0,0726

20 VP119 0,0266 2,15 0,0572

21 VP120 0,0266 2,91 0,0774

22 VP121 0,0266 2,26 0,0601

23 VP122 0,0266 2,41 0,0641

24 VP123 0,0741 4,41 0,3268

25 VP124 0,0266 2,41 0,0641

26 VP125 0,0266 2,26 0,0601

27 VP126 0,0266 2,91 0,0774

28 VP127 0,0266 2,15 0,0572

29 VP128 0,0361 2,01 0,0726

30 VP129 0,0361 2,01 0,0726

31 VP130 0,0361 2,46 0,0888

32 VP131 0,0361 2,65 0,0957

33 VP132 0,0361 4,81 0,1736

34 VP133 0,0741 6,00 0,4446

35 VP134 0,0741 4,81 0,3564

36 VP135 0,0361 2,65 0,0957

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

84

37 VP136 0,0361 2,46 0,0888

38 VP137 0,0361 2,01 0,0726

39 VP138 0,0741 7,01 0,5194

40 VP139 0,0741 6,00 0,4446

41 VP140 0,0741 7,01 0,5194

42 VP141 0,0741 3,39 0,2512

43 VP142 0,0361 2,59 0,0935

44 VP143 0,0546 3,60 0,1966

45 VP144 0,0266 2,85 0,0758

46 VP145 0,0546 3,60 0,1966

47 VP146 0,0546 3,06 0,1671

48 VP147 0,0266 2,80 0,0745

49 VP148 0,0546 3,81 0,2080

50 VP149 0,0361 2,20 0,0794

51 VP150 0,0361 2,00 0,0722

52 VP151 0,0266 1,06 0,0282

53 VP152 0,0266 1,34 0,0356

54 VP153 0,0361 3,12 0,1126

55 VP154 0,0361 1,60 0,0578

56 VP155 0,0741 3,58 0,2653

57 VP156 0,0361 1,70 0,0614

58 VP157 0,0266 2,81 0,0747

59 VP158 0,0361 2,20 0,0794

60 VP159 0,0266 2,01 0,0535

61 VP160 0,0546 2,81 0,1534

62 VP161 0,0361 3,12 0,1126

63 VP162 0,0361 1,60 0,0578

64 VP163 0,0741 3,58 0,2653

65 VP164 0,0361 1,70 0,0614

66 VP165 0,0361 2,00 0,0722

67 VP166 0,0266 1,06 0,0282

68 VP167 0,0266 1,34 0,0356

69 VP168 0,0266 2,80 0,0745

70 VP169 0,0546 3,81 0,2080

71 VP170 0,0361 2,20 0,0794

72 VP171 0,0546 3,06 0,1671

73 VP172 0,0266 2,85 0,0758

74 VP173 0,0546 3,60 0,1966

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

85

75 VP174 0,0361 2,59 0,0935

76 VP175 0,0546 3,60 0,1966

77 VP176 0,0741 3,39 0,2512

78 VP177 0,0741 4,41 0,3268

79 VP178 0,0361 0,81 0,0292

80 VP179 0,0361 0,81 0,0292

Volume Total de Concreto das Vigas 9,9788 m³

Tabela 36 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 4.

Pilares do Pavimento Tipo Altura (m) Seção do Pilar (m²) Volume de Concreto (m³)

1 P1 3,10 0,0741 0,2297

2 P2 3,10 0,0741 0,2297

3 P3 3,10 0,0741 0,2297

4 P4 3,10 0,0741 0,2297

5 P5 3,10 0,0741 0,2297

6 P6 3,10 0,0741 0,2297

7 P7 3,10 0,0741 0,2297

8 P8 3,10 0,0546 0,1693

9 P9 3,10 0,0741 0,2297

10 P10 3,10 0,0741 0,2297

11 P11 3,10 0,0741 0,2297

12 P12 3,10 0,0741 0,2297

13 P13 3,10 0,0741 0,2297

14 P14 3,10 0,0741 0,2297

15 P15 3,10 0,1026 0,3181

16 P16 3,10 0,0741 0,2297

17 P17 3,10 0,0546 0,1693

18 P18 3,10 0,1121 0,3475

19 P19 3,10 0,0826 0,2561

20 P20 3,10 0,0546 0,1693

21 P21 3,10 0,0741 0,2297

22 P22 3,10 0,0741 0,2297

23 P23 3,10 0,0546 0,1693

24 P24 3,10 0,0546 0,1693

25 P25 3,10 0,0546 0,1693

26 P26 3,10 0,0988 0,3063

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

86

27 P27 3,10 0,0741 0,2297

28 P28 3,10 0,0988 0,3063

29 P29 3,10 0,0546 0,1693

30 P30 3,10 0,0546 0,1693

31 P31 3,10 0,0546 0,1693

32 P32 3,10 0,0741 0,2297

33 P33 3,10 0,0741 0,2297

34 P34 3,10 0,0741 0,2297

35 P35 3,10 0,0546 0,1693

36 P36 3,10 0,0546 0,1693

37 P37 3,10 0,0741 0,2297

38 P38 3,10 0,1064 0,3298

39 P39 3,10 0,1064 0,3298

40 P40 3,10 0,0741 0,2297

41 P41 3,10 0,0546 0,1693

42 P42 3,10 0,0546 0,1693

43 P43 3,10 0,0741 0,2297

44 P44 3,10 0,0741 0,2297

45 P45 3,10 0,0741 0,2297

Volume Total de Concreto dos Pilares 10,1370 m³

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

87

6.5 PROJETO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO – GRUPO 5

Figura 13 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 5.

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

88

Tabela 37 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 5.

Vigas do Pavimento Tipo Seção da Viga (m²) Comprimento (m) Volume de Concreto (m³)

1 V200 0,1691 10,80 1,8263

2 V201 0,1691 7,74 1,3088

3 V202 0,1691 5,20 0,8793

4 V203 0,1140 7,16 0,8162

5 V204 0,1140 2,64 0,3010

6 V205 0,1140 12,36 1,4090

7 V206 0,1140 12,36 1,4090

8 V207 0,1691 7,56 1,2784

9 V208 0,1691 5,01 0,8472

10 V209 0,1691 5,01 0,8472

11 V210 0,1140 9,47 1,0796

12 V211 0,1140 4,92 0,5609

13 V212 0,1140 2,95 0,3363

14 V213 0,1140 6,14 0,7000

15 V214 0,1140 1,97 0,2246

16 V215 0,1140 1,97 0,2246

17 V216 0,1140 6,14 0,7000

18 V217 0,1140 2,95 0,3363

19 V218 0,1140 4,92 0,5609

20 V219 0,1691 9,47 1,6014

21 V220 0,1140 7,16 0,8162

22 V221 0,1691 5,20 0,8793

23 V222 0,1140 3,05 0,3477

24 V223 0,1691 7,56 1,2784

25 V224 0,1140 4,56 0,5198

26 V225 0,1691 2,93 0,4955

27 V226 0,1140 5,38 0,6133

28 V227 0,1140 6,20 0,7068

29 V228 0,1140 5,38 0,6133

30 V229 0,1140 6,20 0,7068

31 V230 0,1140 7,49 0,8539

Volume Total de Concreto das Vigas 25,0779 m³

Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

89

Tabela 38 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 5.

Pilares do Pavimento Tipo Altura (m) Seção do Pilar (m²) Volume de Concreto (m³)

1 P10 3,10 0,1140 0,3534

2 P12 3,10 0,1140 0,3534

3 P13 3,10 0,1140 0,3534

4 P15 3,10 0,1140 0,3534

5 P17 3,10 0,1140 0,3534

6 P18 3,10 0,1140 0,3534

7 P20 3,10 0,1140 0,3534

8 P21 3,10 0,1140 0,3534

9 P24 3,10 0,1140 0,3534

10 P25 3,10 0,1140 0,3534

11 P26 3,10 0,1140 0,3534

12 P27 3,10 0,1140 0,3534

13 P29 3,10 0,1140 0,3534

14 P30 3,10 0,1140 0,3534

15 P32 3,10 0,1140 0,3534

16 P33 3,10 0,1140 0,3534

17 P34 3,10 0,1330 0,4123

18 P37 3,10 0,1140 0,3534

19 P39 3,10 0,1140 0,3534

20 P40 3,10 0,1140 0,3534

21 P42 3,10 0,1140 0,3534

22 P43 3,10 0,1140 0,3534

23 P46 3,10 0,1140 0,3534

24 P47 3,10 0,1226 0,3799

25 P48 3,10 0,1226 0,3799

26 P49 3,10 0,1140 0,3534

Volume Total de Concreto dos Pilares 9,3003 m³

Page 91: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

90

6.6 PROJETO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO – GRUPO 6

Figura 14 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 6.

Page 92: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

91

Tabela 39 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 6.

Vigas do Pavimento Tipo Seção da Viga (m²) Comprimento (m) Volume de Concreto (m³)

1 V1 0,1197 2,41 0,2885

2 V2 0,1197 3,01 0,3603

3 V3 0,1197 3,41 0,4082

4 V4 0,1197 2,80 0,3352

5 V5 0,1197 4,41 0,5279

6 V6 0,1197 2,52 0,3016

7 V7 0,1197 3,00 0,3591

8 V8 0,1197 4,01 0,4800

9 V9 0,1197 2,41 0,2885

10 V10 0,1197 3,20 0,3830

11 V11 0,1197 2,41 0,2885

12 V12 0,1197 2,61 0,3124

13 V13 0,1197 7,91 0,9468

14 V14 0,1197 5,40 0,6464

15 V15 0,1197 2,52 0,3016

16 V16 0,1197 4,60 0,5506

17 V17 0,1197 2,41 0,2885

18 V18 0,1197 4,71 0,5638

19 V19 0,1197 5,61 0,6715

20 V20 0,1197 2,41 0,2885

21 V21 0,1197 3,20 0,3830

22 V22 0,1197 2,52 0,3016

23 V23 0,1197 3,00 0,3591

24 V24 0,1197 4,01 0,4800

25 V25 0,1197 2,80 0,3352

26 V26 0,1197 4,41 0,5279

27 V27 0,1197 2,41 0,2885

28 V28 0,1197 3,01 0,3603

29 V29 0,1197 3,41 0,4082

30 V30 0,1197 2,82 0,3376

31 V31 0,1197 4,61 0,5518

32 V32 0,1197 2,82 0,3376

33 V33 0,1197 3,40 0,4070

34 V34 0,1197 0,82 0,0982

35 V35 0,1197 4,00 0,4788

36 V36 0,1197 4,00 0,4788

Page 93: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

92

37 V37 0,1197 2,41 0,2885

38 V38 0,1197 1,60 0,1915

39 V39 0,1197 2,82 0,3376

40 V40 0,1197 3,00 0,3591

41 V41 0,1197 2,82 0,3376

42 V42 0,1197 1,60 0,1915

43 V43 0,1197 2,40 0,2873

44 V44 0,1197 2,21 0,2645

45 V45 0,1197 3,00 0,3591

46 V46 0,1197 2,21 0,2645

47 V47 0,1197 2,40 0,2873

48 V48 0,1197 4,42 0,5291

49 V49 0,1197 4,41 0,5279

50 V50 0,1197 4,42 0,5291

51 V51 0,1197 2,41 0,2885

52 V52 0,1197 4,81 0,5758

53 V53 0,1197 3,00 0,3591

54 V54 0,1197 1,21 0,1448

55 V55 0,1197 4,81 0,5758

Volume Total de Concreto das Vigas 21,4227 m³

Tabela 40 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 6.

Pilares do Pavimento Tipo Altura (m) Seção do Pilar (m²) Volume de Concreto (m³)

1 P1 3,10 0,1140 0,3534

2 P2 3,10 0,1140 0,3534

3 P3 3,10 0,1140 0,3534

4 P4 3,10 0,1140 0,3534

5 P5 3,10 0,1140 0,3534

6 P6 3,10 0,1140 0,3534

7 P7 3,10 0,1140 0,3534

8 P8 3,10 0,1140 0,3534

9 P9 3,10 0,1140 0,3534

10 P10 3,10 0,1140 0,3534

11 P11 3,10 0,1140 0,3534

12 P12 3,10 0,1140 0,3534

13 P13 3,10 0,1140 0,3534

Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

93

14 P14 3,10 0,1140 0,3534

15 P15 3,10 0,1140 0,3534

16 P16 3,10 0,1140 0,3534

17 P17 3,10 0,1140 0,3534

18 P18 3,10 0,1140 0,3534

19 P19 3,10 0,3990 1,2369

20 P20 3,10 0,3990 1,2369

21 P21 3,10 0,3990 1,2369

22 P22 3,10 0,1140 0,3534

23 P23 3,10 0,1140 0,3534

24 P24 3,10 0,1140 0,3534

25 P25 3,10 0,1140 0,3534

26 P26 3,10 0,1140 0,3534

27 P27 3,10 0,1140 0,3534

28 P28 3,10 0,1140 0,3534

29 P29 3,10 0,1140 0,3534

30 P30 3,10 0,1140 0,3534

31 P31 3,10 0,1140 0,3534

32 P32 3,10 1,4775 4,5802

33 P33 3,10 0,3990 1,2369

34 P34 3,10 0,1140 0,3534

35 P35 3,10 0,1140 0,3534

36 P36 3,10 0,1140 0,3534

Volume Total de Concreto dos Pilares 20,4832 m³

Page 95: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

94

6.7 PROJETO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO – GRUPO 7

Figura 15 - Planta de Formas do Pavimento Tipo do Grupo 7.

Page 96: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

95

Tabela 41 - Volume de Concreto das Vigas do Pavimento Tipo do Grupo 7.

Vigas do Pavimento Tipo Seção da Viga (m²) Comprimento (m) Volume de Concreto (m³)

1 V1 0,1330 13,61 1,8101

2 V2 0,1330 5,22 0,6943

3 V3 0,1330 13,61 1,8101

4 V4 0,0950 2,21 0,2100

5 V5 0,0950 2,21 0,2100

6 V6 0,1330 5,22 0,6943

7 V7 0,0950 9,01 0,8560

8 V8 0,0950 9,01 0,8560

9 V9 0,0950 5,21 0,4950

10 V10 0,0950 5,21 0,4950

11 V11 0,1330 5,22 0,6943

12 V12 0,1330 5,21 0,6929

13 V13 0,1330 18,42 2,4499

14 V14 0,1330 5,21 0,6929

15 V15 0,1330 3,61 0,4801

16 V16 0,1330 3,61 0,4801

17 V17 0,1330 6,60 0,8778

18 V18 0,1330 6,60 0,8778

19 V19 0,1330 4,39 0,5839

20 V20 0,1330 3,60 0,4788

21 V21 0,0950 7,60 0,7220

22 V22 0,0950 4,20 0,3990

23 V23 0,0950 9,00 0,8550

24 V24 0,0950 5,60 0,5320

25 V25 0,0950 11,60 1,1020

26 V26 0,1330 4,80 0,6384

27 V27 0,0950 11,60 1,1020

28 V28 0,0950 5,60 0,5320

29 V29 0,0950 9,00 0,8550

30 V30 0,0950 4,20 0,3990

31 V31 0,0950 7,60 0,7220

32 V32 0,0950 3,60 0,3420

33 V33 0,0950 4,39 0,4171

Volume Total de Concreto das Vigas 25,0564 m³

Page 97: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - deciv.ufscar.br · desenvolver e utilizar traços de concreto com menor quantidade de cimento é de extrema ... Tabela 30 - Volume de Concreto

96

Tabela 42 - Volume de Concreto dos Pilares do Pavimento Tipo Grupo 7.

Pilares do Pavimento Tipo Altura (m) Seção do Pilar (m²) Volume de Concreto (m³)

1 P1 3,10 0,1121 0,3475

2 P2 3,10 0,1881 0,5831

3 P3 3,10 0,1881 0,5831

4 P4 3,10 0,1881 0,5831

5 P5 3,10 0,1881 0,5831

6 P6 3,10 0,1121 0,3475

7 P7 3,10 0,1121 0,3475

8 P8 3,10 0,1881 0,5831

9 P9 3,10 0,1881 0,5831

10 P10 3,10 0,1121 0,3475

11 P11 3,10 0,1121 0,3475

12 P12 3,10 0,1881 0,5831

13 P13 3,10 0,1881 0,5831

14 P14 3,10 0,1881 0,5831

15 P15 3,10 0,1121 0,3475

16 P16 3,10 0,1881 0,5831

17 P17 3,10 0,1501 0,4653

18 P18 3,10 0,1121 0,3475

19 P19 3,10 0,1121 0,3475

20 P20 3,10 0,1501 0,4653

21 P21 3,10 0,1881 0,5831

22 P22 3,10 0,1881 0,5831

23 P23 3,10 0,1881 0,5831

24 P24 3,10 0,1881 0,5831

25 P25 3,10 0,1501 0,4653

26 P26 3,10 0,1121 0,3475

27 P27 3,10 0,1121 0,3475

Volume Total de Concreto dos Pilares 13,0346 m³