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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COLÉGIO POLITECNICO DA UFSM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA DE PRECISÃO POTENCIALIDADES DO USO DE UM SISTEMA WEBGIS NA PECUÁRIA DE PRECISÃO: ESTUDO DE CASO EMBRAPA PECUÁRIA SUL DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Danilo Serra da Rocha Santa Maria, RS, Brasil 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COLÉGIO POLITECNICO DA UFSM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA DE PRECISÃO

POTENCIALIDADES DO USO DE UM SISTEMA WEBGIS NA PECUÁRIA DE PRECISÃO: ESTUDO DE

CASO EMBRAPA PECUÁRIA SUL

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Danilo Serra da Rocha

Santa Maria, RS, Brasil

2014

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POTENCIALIDADES DO USO DE UM SISTEMA WEBGIS NA

PECUÁRIA DE PRECISÃO: ESTUDO DE CASO EMBRAPA

PECUÁRIA SUL

Danilo Serra da Rocha

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissional do Programa de Pós-Graduação em Agricultura de Precisão, Área de

Concentração em Tecnologias em Agricultura de Precisão, do colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS),

como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Agricultura de Precisão.

Orientador: Prof. Dr. Rudiney Soares Pereira

Santa Maria, RS, Brasil

2014

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© 2014

Todos os direitos autorais reservados a Danilo Serra da Rocha. A reprodução de

partes ou do todo deste trabalho só poderá ser feita mediante a citação da fonte. E-mail: [email protected]

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Universidade Federal de Santa Maria Colégio Politécnico da UFSM

Programa de Pós-Graduação Profissional em Agricultura de Precisão

A comissão examinadora, abaixo assinada, aprova a Dissertação de Mestrado.

elaborada por Danilo Serra da Rocha

como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Agricultura de Precisão

COMISSÃO EXAMINADORA:

Rudiney Soares Pereira, Dr. (UFSM)

(Presidente/Orientador)

Ênio Giotto, Dr. (UFSM)

José Pedro Pereira Trindade, Dr. (Embrapa Pecuária Sul)

Santa Maria, 12 de Agosto de 2014.

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DEDICATÓRIA

À Deus, o autor da vida.

À minha esposa Viviane, pelo amor e cumplicidade

demonstrados em todos os momentos.

Aos meus queridos pais Claudio e Sueli pelo apoio incondicional.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela vida e pelas oportunidades concedidas.

Ao professor Rudiney Soares, pela orientação e por acreditar na proposta de

trabalho.

Ao Dr. José Pedro, pelo incentivo e parceria na idealização deste projeto, bem

como sua participação na banca examinadora da dissertação, contribuindo para o

aprimoramento desta pesquisa.

Ao professor Ênio Giotto pela participação na banca examinadora.

A minha esposa Viviane, pelo carinho, dedicação, cumplicidade e pelo apoio

incondicional.

Aos meus pais Cláudio e Sueli, a minha irmã Fernanda, meu cunhado

Guilherme, ao meu sobrinho Pedrinho e a todos os familiares que, com muito

carinho sempre me apoiaram em minha trajetória.

A Universidade Federal de Santa Maria, ao Colégio Politécnico e a

Coordenação e docentes do PPGAP, pelo estímulo à busca do conhecimento,

especialmente ao professor Elódio Sebem pelo convívio, e amizade.

A toda a chefia da Embrapa Pecuária Sul pelo apoio na realização deste

projeto.

Ao colega Marcelo Pilon pelo companheirismo nas viagens à Santa Maria.

A todos os demais colegas do Mestrado PPGAP, pela amizade e

companheirismo.

A todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste

trabalho, e não foram nominalmente citados.

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O temor do Senhor é o princípio da sabedoria. ...

(Bíblia Sagrada)

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RESUMO

Dissertação de Mestrado

Programa de Pós-Graduação em Agricultura de Precisão Universidade Federal de Santa Maria

POTENCIALIDADES DO USO DE UM SISTEMA WEBGIS NA PECUÁRIA DE PRECISÃO: ESTUDO DE CASO EMBRAPA

PECUÁRIA SUL

Autor: Danilo Serra da Rocha Orientador: Rudiney Soares Pereira

Data e Local da Defesa: Santa Maria, 12 de Agosto de 2014.

A agricultura e a pecuária de precisão são temas de natureza espacial, por isso

utilizam comumente os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) pois estes

apresentam-se como excelentes ferramentas de gestão. Os SIG permitem o

gerenciamento de dados espaciais e sua interligação com atributos alfanuméricos, a

realização de análises complexas e a possibilidade de simular diversos cenários de

modo a propiciar uma tomada de decisão eficaz. Os recentes desenvolvimentos em

tecnologias da internet têm contribuído para o acesso, publicação, exploração e

distribuição da Informação Geográfica. A utilização de SIG distribuídos na internet

(WebGIS), utilizando softwares livre, pode ser uma solução adequada visto que

coloca funcionalidades de SIG ao alcance de usuários, através de um simples

browser, sem necessidade de grandes investimentos em relação a softwares ou

mesmo em formação técnica especializada. Assim, na presente dissertação,

desenvolveu-se um WebGIS, utilizando softwares livres, que disponibiliza

informações geográficas e alfanuméricas de camadas que estão sob a

responsabilidade da Embrapa Pecuária Sul, permitindo aos usuários cadastrados a

visualização e a realização de pesquisas e operações de análise espacial.

Palavras-chave: Agricultura de Precisão. WebGIS. WebMapping. Open Source.

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ABSTRACT

Master’s Dissertation

Graduate Program in Precision Agriculture Federal University of Santa Maria

POTENTIAL USE OF A WEBGIS SYSTEM IN PRECISION LIVESTOCK: CASE STUDY EMBRAPA LIVESTOCK SOUTH

Author: Danilo Serra da Rocha

Advisor: Rudiney Soares Pereira Santa Maria, August 12th, 2014.

Precision farming and livestock are topics of spatial nature, so commonly use the

Geographic Information Systems (GIS) because they present themselves like

excellent management tools. GIS allow management spatial data and its

interconnection with alphanumeric attributes, performing complex analysis and the

possibility to simulate various scenarios in order to provide an effective decision-

making. Recent developments in internet technologies have contributed to access,

publication, distribution and exploitation of geographic information. The use of the

internet distributed GIS (WebGIS) using free software, can be a proper solution since

GIS places accessible to user functionalities, through a simple browser, without the

need for large investments in relation to software or even in specialized technical

training . Therefore, this Master’s Dissertation developed a WebGIS using free

software that provides geographic and alphanumeric information layers that are

under the responsibility of Embrapa South Livestock, allowing registered users to

view and conducting research and spatial analysis operations.

Keywords: Precision Agriculture. WebGIS. Webmapping. Open Source.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Aplicativo de Avaliação da Biodiversidade. ............................................ 22

Figura 2 – Eixos Paralelos e Meridianos. ................................................................ 26

Figura 3 – Diagrama das Latitudes e Longitudes. ................................................... 27

Figura 4 – Contagem dos fusos do sistema UTM. .................................................. 29

Figura 5 – Estrutura Geral de Sistemas de Informação Geográfica. ....................... 31

Figura 6 – Arquitetura Dual e Integrada .................................................................. 32

Figura 7 – Estrutura matricial. ................................................................................. 35

Figura 8 – Representação Matricial em Diferentes Resoluções Espacias. ............. 35

Figura 9 – Representações vetoriais em duas dimensões. ..................................... 36

Figura 10 – Diagrama de funcionamento da linguagem de programação PHP. ........ 43

Figura 11 – Exemplo de dados geográficos no software Quantum SIG. ................... 47

Figura 12 – Exemplo da Biblioteca OpenLayers Cesium .......................................... 49

Figura 13 – Arquitetura de um WebGIS. ................................................................... 52

Figura 14 – Diagrama de interação entre o WebGIS e o usuário final. ..................... 54

Figura 15 – Configuração baseada no servidor. ........................................................ 56

Figura 16 – Configurações baseadas no cliente. ...................................................... 58

Figura 17 – Configuração híbrida. ............................................................................. 59

Figura 18 – Interface do VegScape (NDVI) ............................................................... 61

Figura 19 – Interface CropScape (Produção Agrícola - EUA) ................................... 62

Figura 20 – Interface do SOMABrasil (Embrapa Monitoramento por Satélite) .......... 63

Figura 21 – Fluxograma de desenvolvimento do WebGIS SOMABrasil .................... 64

Figura 22 – Representação dos processos da interoperabilidade de mapas na

Web. ....................................................................................................... 65

Figura 23 – Interface do SPRING (Classificação da Vegetação). ............................. 73

Figura 24 – Modelo de Arquivo GeoJSON. ............................................................... 76

Figura 25 – Exemplo de Aplicação HTML e JavaScript utilizando NotePad++. ........ 77

Figura 26 – Estrutura organizacional e funcional do sistema WebGIS. ..................... 78

Figura 27 – Parte do código webgis.php. .................................................................. 79

Figura 28 – Interface Inicial WebGIS. ........................................................................ 81

Figura 29 – Barra de Ferramentas do WebGIS. ........................................................ 81

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Figura 30 – Menu Seletor do Tipo de Medição. ......................................................... 83

Figura 31 – Exemplo de Medida Linear. .................................................................... 83

Figura 32 – Exemplo de Medida de Área. ................................................................. 84

Figura 33 – Exemplo de uso da Ferramenta de Transparência. ............................... 85

Figura 34 – Itens da Janela Principal do WebGIS. .................................................... 86

Figura 35 – Painel Lateral do WebGIS. ..................................................................... 87

Figura 36 – Mapa de Classificação da Vegetação. ................................................... 89

Figura 37 – Mapa Hipsométrico da Embrapa Pecuária Sul. ...................................... 91

Figura 38 – Pontos de Produção de Soja e Condutividade Elétrica a 30 cm. ........... 94

Figura 39 – Pontos de Produção de Soja e Condutividade Elétrica a 90 cm. ........... 95

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Comparação entre estruturas vetoriais e matriciais. ..................... 38

Tabela 2 – Repartição das tarefas numa configuração baseada no servidor. . 57

Tabela 3 – Repartição das tarefas numa configuração baseada no cliente. ... 57

Tabela 4 – Ferramentas da Barra Principal. .................................................... 82

Tabela 5 – Classes de Vegetação da Embrapa Pecuária Sul. ........................ 89

Tabela 6 – Classes de Declividade. ................................................................ 92

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

2D – Duas Dimensões

3D – Três Dimensões

AP – Agricultura de Precisão

API – Application Programmining Interface

ASTER – Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer

BSD – Berkeley Software Distribution

DSG – Diretoria de Serviço Geográfico

EUA – Estados Unidos da América

FGDC – Federal Geographic Data Committee

GPS – Global Positioning System

HTML – HyperText Markup Language

http – Hypertext Transfer Protocol

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDE – Infraestrutura de Dados Espaciais

ISSO – International Organization for Standardization

IUGG – International Union of Geodesy and Geophysics

JSON – JavaScript Object Notation

MDE – Modelo Digital de Elevação

MDT – Modelo Digital do Terreno

MODIS – Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer

NASA – National Aeronautics and Space Administration

NASS – National Agricultural Statistics Service

NDVI – Normalized Difference Vegetation Index

OGC – Open Geospatial Consortium

PC – Personal Computer

SGBD – Sistema Gerenciador de Banco de Dados

SIG – Sistema de Informação Geográfica

SQL – Structured Query Language

SRTM – Shuttle Radar Topography Mission

USDA – United States Departament of Agriculture

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USGS – United States Geological Survey

UTM – Universal Transversal de Mercator

W3C – World Wide Web Consortium

WEB – Sítios de internet

WGS84 – World Geodetic System 1984

XML – Extensible Markup Language

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 16

1.1 Objetivos ............................................................................................................. 18

1.2 Estrutura da Dissertação ..................................................................................... 18

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 19

2.1 Agricultura de Precisão ....................................................................................... 19

2.1.1 Gestão Rural Integrada e AP ........................................................................... 20

2.2 Cartografia e Geoprocessamento ....................................................................... 22

2.3 Natureza dos Dados Espaciais ........................................................................... 24

2.3.1 Sistemas de Coordenadas ............................................................................... 25

2.3.1.1 Sistema de Coordenadas Geográficas .......................................................... 25

2.3.1.2 Sistema de Coordenadas Planas ou Cartesianas ......................................... 27

2.4 Sistemas de Informação Geográfica ................................................................... 29

2.4.1 Arquitetura SIG ................................................................................................. 31

2.4.2 Tipos de Dados Espaciais em SIG ................................................................... 33

2.4.3 Estruturas de Representação em SIG .............................................................. 34

2.4.3.1 Representação Matricial ................................................................................ 34

2.4.3.2 Representação Vetorial ................................................................................. 36

2.4.4 Softwares Livres e SIGs ................................................................................... 38

2.5 Aplicativos WEB .................................................................................................. 41

2.5.1 Linguagem de Programação PHP, HTML e JavaScript ................................... 42

2.5.1.1 Linguagem de Programação PHP ................................................................. 42

2.5.1.2 Linguagem de Programação HTML............................................................... 43

2.5.1.3 Linguagem de Programação JavaScript ........................................................ 44

2.5.2 Banco de Dados ............................................................................................... 45

2.5.2.1 Banco de Dados Relacional .......................................................................... 45

2.5.2.2 Sistema Gerenciador de Banco de Dados MySQL ....................................... 46

2.5.3 Quantum SIG ................................................................................................... 46

2.5.4 Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas (SPRING) .... 48

2.5.5 OpenLayers ...................................................................................................... 48

2.5.6 GeoExt ............................................................................................................. 49

2.5.7 Ext JavaScript .................................................................................................. 50

2.5.8 Virtual Earth ...................................................................................................... 51

2.6 WebGIS ............................................................................................................... 51

2.6.1 Estratégias de Implementação de WebGIS ...................................................... 55

2.6.2 Soluções WebGIS Relacionadas à Gestão Territorial e AP ............................. 60

2.7 Interoperabilidade ................................................................................................ 64

2.7.1 Metadados ........................................................................................................ 66

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3 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 70

3.1 Tecnologia Utilizada na Implementação do WebGIS .......................................... 70

3.2 Descrição da Área Piloto ..................................................................................... 72

3.3 Camadas de Informações ................................................................................... 73

3.4 Desenvolvimento do WebGIS ............................................................................. 76

4 RESULTADOS ....................................................................................................... 80

4.1 Funcionalidades e Interface do WebGIS ............................................................. 80

4.2 Processamento de Dados de Sensoriamento Remoto e Levantamentos de

Campo ....................................................................................................................... 87

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................ 96

5.1 Considerações Finais e Discussão sobre as Vantagens e Limitações do

WebGIS. .................................................................................................................... 96

5.2 Desafios e Propostas de Desenvolvimento Futuro .............................................. 97

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 100

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1 INTRODUÇÃO

A gestão de recursos naturais é, hoje em dia, uma tarefa cada vez mais

complexa e exigente. A planificação, a produção, a globalização dos mercados e as

regulamentações ambientais, apresentam-se por vezes como interesses em conflito.

Um Sistema de Informação Geográfica (SIG) é definido como uma classe especial

de informação que mantém não só o registro de eventos, atividades e objetos, mas

também do local onde esses eventos, atividades e coisas têm lugar ou existem

(LONGLEY et al., 2005). A agricultura, seguindo a mesma tendência, tem se

apropriado dessas tecnologias como forma de aperfeiçoar a gestão agropecuária

considerando a variabilidade espacial e temporal dos fatores que influenciam a

produção como solo, água, clima, nutrientes, entre outros para maximizar o retorno

econômico e minimizar os efeitos ao meio ambiente dando origem à denominada

agricultura de precisão (AP).

Segundo a comissão formada pela secretaria de agricultura do governo

americano (ESTADOS UNIDOS, 1997), a agricultura de precisão é uma estratégia

de gestão que utiliza tecnologias da informação para trazer dados de múltiplas

fontes e apoiar as decisões relacionadas com a produção vegetal. É importante,

porém salientar que o termo agricultura em inglês contempla a criação de animais,

porém entende-se que essa área não deve ser dissociada se adotarmos o conceito

aceito pela academia internacional (INAMASU et al., 2011).

No Brasil, principalmente por suas características geográficas, climáticas e

culturais, o nível de adoção da agricultura de precisão ainda é relativamente baixa

sendo assim uma área de estudo em pleno desenvolvimento. No âmbito regional a

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) conjuntamente com outras

instituições de pesquisa tem conduzido diversas áreas experimentais, promovendo

assim novas perspectivas sobre o tema. Dentre as geotecnologias mais empregadas

pela AP pode-se considerar a cartografia digital, o sensoriamento remoto, o sistema

de posicionamento global (GPS) e os Sistemas de Informação Geográfica (SIG).

Os SIGs podem ser utilizados como instrumento de fundamental importância

no gerenciamento agropecuário por ter a característica de ser um poderoso conjunto

de ferramentas para coleta, armazenagem, recuperação e exibição de dados do

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mundo real para determinados propósitos (BURROUGH, 1986). O aspecto mais

fundamental dos dados tratados em um SIG é a natureza dual da informação: um

dado espacial ou dado geográfico possui uma localização expressa como

coordenadas de um mapa e atributos descritivos representados num banco de

dados convencional (CÂMARA et al., 2004).

Para a agricultura de precisão, o banco de dados de um SIG deve ser

constituído por diferentes temas, onde cada tema represente dados espaciais

georreferenciados de uma determinada variável como, por exemplo, a hidrografia, a

topografia e a classes de solos. Para geração dos temas é necessário o

processamento de um grande volume de dados sobre a área a ser trabalhada.

Devido ao fato da informação vir de várias fontes, a criação de normas para a

padronização de dados é fundamental para a organização da informação. Além da

padronização é importante documentar a informação, ou seja, a criação de

metadados, isto é, identificar a origem, a escala, o método de obtenção e outros. A

importância dos metadados reside no fato de que eles documentam os dados

existentes e facilitam o compartilhamento dos mesmos.

Com a popularização da internet e o consequente aumento da produção e

disponibilização de dados surge atualmente o WebGIS que é uma forma de união

entre as ferramentas SIG com a internet criando assim um canal para que uma

determinada instituição publique mapas georreferenciados e seus respectivos

atributos alfanuméricos.

A demanda e a oferta de dados espaciais crescem continuamente enquanto

os custos continuam relativamente altos. A utilização de soluções proprietárias vai

desde os sensores acoplados as máquinas até os softwares utilizados para o

processamento e visualização dos dados coletados em campo. Baseado nisto e no

fato de que a aquisição e principalmente o gerenciamento dos dados é crítica para

um projeto, torna-se desejável a adoção de geotecnologias livres e softwares open

source que, segundo Hexsel (2002), é um software cujo autor o distribui e outorga a

todos a liberdade de uso, cópia, alteração e redistribuição de sua obra. Assim as

geotecnologias livres e os softwares open source apresentam grande potencialidade

tanto no gerenciamento dos dados geográficos e descritivos, como na divulgação de

dados na internet através de WebGIS desenvolvidos sobre plataformas livres.

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1.1 Objetivos

O objetivo geral deste estudo é desenvolver um Sistema de Informação

Geográfica e disponibilizá-lo na internet através de um WebGIS. Esta ferramenta

visa o gerenciamento integrado dos dados geoespaciais de pesquisa agropecuária

de interesse da Embrapa Pecuária Sul.

Os objetivos específicos estabelecidos foram:

Organizar e compilar as informações espaciais e alfanuméricas

disponíveis construindo um banco de dados georreferenciado com a

utilização de ferramentas open source.

Avaliar as potencialidades das geotecnologias livres no desenvolvimento

de aplicações para Web.

1.2 Estrutura da dissertação

No presente capítulo (capítulo 1) procurou-se contextualizar para o leitor o

foco principal deste estudo e descrever o objetivo do mesmo. Este documento

possui mais quatro capítulos. O capítulo 2 apresenta uma revisão da literatura sobre

o estado da arte e princípios da agricultura de precisão, e segue também

apresentando as técnicas de geoprocessamento e os aplicativos utilizados no

processamento dos dados e desenvolvimento do WebGIS. O capítulo 3 descreve a

escolha das tecnologias usadas na implementação do sistema e a descrição das

camadas de informações presentes na área piloto. O capítulo 4 apresenta o

resultado do processamento de dados e a interface do WebGIS detalhando suas

funcionalidades e resultados alcançados e o capítulo 5 apresenta as conclusões e

recomendações para trabalhos futuros.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Agricultura de Precisão

A Agricultura de Precisão compreende um conjunto de técnicas e

metodologias que visam otimizar o manejo das culturas e a utilização dos insumos

agropecuários, proporcionando máxima eficiência econômica. As ferramentas de AP

permitem o uso racional dos corretivos, fertilizantes e agrotóxicos garantindo a

redução dos impactos ambientais decorrentes da atividade agropecuária (BRASIL,

2011).

Existem relatos de que se trabalha com os conceitos inerentes à AP desde o

início do século XX, todavia as primeiras aplicações práticas da AP remetem aos

anos 1980, quando na Europa foi gerado o primeiro mapa de produtividade e nos

EUA fez-se a primeira adubação com doses variadas. Todavia, sem dúvida, o passo

determinante para a sua implementação foi o surgimento do sistema GPS, em torno

de 1990. No Brasil, as atividades ainda muito esparsas datam de 1995 com a

importação de equipamentos, especialmente colhedoras equipadas com monitores

de produtividade (MOLIN, 2011).

Atualmente, em uma nova fase, a agricultura de precisão é compreendida

como um tema abrangente, sistêmico, multidisciplinar e por isso não se limita a

cultura nem à região. Molin (2003) ratifica que a agricultura de precisão

recentemente é, acima de tudo, uma nova forma de gestão ou de gerenciamento da

produção agropecuária. É um elenco de tecnologias e procedimentos utilizados para

que as lavouras e os sistemas de produção sejam potencializados, tendo como

elemento chave o gerenciamento da variabilidade espacial da produção e dos

fatores nela envolvidos.

Um dos grandes desafios da agricultura brasileira é disponibilizar esta

tecnologia para os pequenos e médios produtores, como ferramenta para promover

a competitividade e sustentabilidade do agronegócio brasileiro, não só pelo uso

racional de insumos, mas também por ser uma ferramenta importante para a gestão

das atividades agropecuárias, gestão hídrica, rastreabilidade, defesa agropecuária e

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monitoramento dos impactos ambientais. A aplicação desta tecnologia vai muito

além das atividades agrícolas, pois tem um enorme potencial e aplicabilidade nas

atividades pecuárias, como em Pecuária ou Zootecnia de Precisão, auxiliando,

principalmente, na promoção do conforto e bem estar animal (BRASIL, 2011).

Por seu caráter sistêmico, os Sistemas de Informação Geográfica têm sido

intensivamente utilizados na agricultura de precisão. Os SIG podem desempenhar

um papel vital na fase inicial da tomada de decisões espaciais através da sua

capacidade de integração e exploração de dados e informação de um variado leque

de fontes. Permitem armazenar, integrar e processar grandes quantidades de dados

georreferenciados e apresentar a informação graficamente com um formato de fácil

compreensão para os tomadores de decisão, não só no planejamento, mas também

como ferramenta operacional de apoio às decisões de gestão regular dos recursos

naturais.

2.1.1 Gestão Rural Integrada e AP

As tecnologias da Agricultura de Precisão têm sido aplicadas principalmente

para aumentar a produção das culturas. Estas tecnologias são extensíveis à gestão

dos recursos naturais, tanto na exploração agrícola, como em escalas mais amplas.

Esta competência ampliada da tecnologia de precisão, apropriadamente

denominada conservação de precisão, enfatiza a sustentabilidade dos recursos do

solo e água em sistemas agrícolas e naturais, não apenas para os benefícios

agrícolas, mas também para a proteção do ambiente. Para esse efeito, a

conservação de precisão é um conceito inclusivo que recorre à investigação e

tecnologia para o mapeamento da variação biológica e físico‐ química no solo, a fim

de auxiliar as decisões de gestão adequadas para essa variação, sob uma

perspectiva espacial e temporal (CABOT et al., 2006).

Segundo Nölle (2004), a agricultura está experimentando o uso intensivo das

tecnologias da geoinformação e Sistemas de Informação Geográfica. Como um dos

exemplos mais proeminentes, cita as demandas para o Integrated Administration

and Controlling System (IACS) que é o software de controle e gerenciamento dos

subsídios concedidos às atividades agrícolas, que desde 2005, apoiadas pelas

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tecnologias da geoinformação, foram amplamente integradas na Europa em função

da construção do sistema de gerenciamento de parcelas agrícolas denominado Land

Parcel Information Systems (LPIS), que é utilizado por todos os estados membros.

Esta iniciativa gerou a oportunidade de administrar de forma integrada aplicações

que normalmente são tratadas isoladamente como:

Agricultura de Precisão;

Planejamento Estrutural Agrícola;

Gerenciamento de Nascentes e Erosões;

Consultoria Agrícola em Geral;

Rastreabilidade na Agricultura;

Uso de padrões pelos fazendeiros para que possam receber o pagamento

do subsídio;

Iniciativas como as da comunidade européia colocam as tecnologias da

geoinformação numa importante posição no mundo da tecnologia de informação (TI)

aplicada à agricultura e reforça a necessidade de uma visão multidisciplinar e

sistemática aplicada a gestão agropecuária. Haaren et al. (2012), a partir da

necessidade de um sistema padronizado que medisse a biodiversidade em uma

propriedade, desenvolveu um aplicativo, utilizando ferramentas open source, que

produz avaliação dimensionada ordinal ou metricamente e que sugere as

respectivas medidas de gestão adequadas. O método produz uma escala ordinal de

avaliação da biodiversidade, que inclui biótopos, espécies, conectividade entre

biótopos e a influência do uso e cobertura do solo (figura 1). Os resultados dos

testes de recobrimento e testes de robustez mostram que a avaliação pode ser

facilmente implementada, pois, em sua maior parte, dados disponíveis a partir de

agricultores ou consultores.

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22

Figura 1 – Aplicativo de avaliação da biodiversidade

Fonte: Haaren et al. (2012).

A gestão integrada das variáveis promovida pelos Sistemas de Informação

Geográfica visando o pagamento por serviços ambientais ou ecossistêmicos ainda

não é uma realidade no Brasil visto que o governo federal não possui legislação

regulamentadora de tais ações (PEIXOTO, 2011). As evidentes diferenças

econômicas, geográficas, climáticas e culturais existentes entre as regiões

brasileiras podem ser consideradas um obstáculo ao desenvolvimento agropecuário

integrado do ponto de vista social, tecnológico e ambiental, todavia todo o

conhecimento e tecnologia utilizada na AP têm o potencial de auxiliar este

desenvolvimento desde que trabalhados em todas suas vertentes.

2.2 Cartografia e Geoprocessamento

A história da cartografia data da Grécia antiga, onde os antigos utilizavam

mapas para representar a sua visão de mundo e os lugares que os cercavam. A

introdução da tecnologia computacional na cartografia, a partir dos anos 60,

revolucionou a forma de criar, apresentar e usar mapas. Inicialmente, houve

relutância quanto ao uso de novas tecnologias computacionais na cartografia, devido

ao fato de que os cartógrafos, muitas vezes militares, tinham o receio de que o

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23

computador não permitisse o desenho de um mapa tão preciso quanto os feitos à

mão (SANTANA, 2009).

A tecnologia computacional foi inicialmente utilizada na cartografia apenas

para a reprodução do processo tradicional, ainda que aprimorado por alguns

recursos de edição que facilitavam correções e reproduções. A dúvida nesse estágio

era quanto à gravação dos mapas, pois existia o receio da perda de qualidade

(CASTRO, 2011).

Com o passar do tempo e a implementação total da tecnologia computacional,

deu-se início aos mapas digitais, banco de dados para armazenamento de

informações alfanuméricas, e até mesmo o início de conceitos como visualização

cartográfica.

A partir desse avanço, proporcionado pela era da informação, a cartografia,

que tinha apenas a função de trazer imagens e dados georreferenciados de

interesse do homem, desenvolveu-se para a representação de múltiplos fenômenos

que o homem deve conhecer para que possa tomar determinadas decisões.

Conforme Ramos e Gerardi (2002) atualmente, já existem tecnologias para

que ao perder-se no trânsito, fazendo uso de seu computador portátil ou telefone

celular, a pessoa possa consultar um serviço de mapas de localização on-line. Este

serviço poderá informar-lhe o menor caminho, a situação do trânsito ao longo do

percurso, o tempo de deslocamento e até mesmo o preço da corrida de táxi, além

disso, a geoinformação pode chegar até mesmo ao requinte de que, ao entrar em

uma determinada rua, a pessoa receba mensagens com as ofertas das lojas ao

longo do percurso. Todos estes avanços configuram a nova forma de fazer

cartografia denominada Cartografia Digital.

O surgimento de tecnologias que possibilitam a integração de diferentes

mídias para a transmissão de informações (multimídia), a possibilidade da interação

entre leitor e informação por meio digital e a estruturação da informação de maneira

não-linear são alguns dos aspectos que podemos destacar como fundamentais para

que se possa pensar em uma nova cartografia, baseada nos princípios da

Visualização Cartográfica (RAMOS; GERARDI, 2002).

Ainda segundo Ramos e Gerardi (2002), o conceito de Visualização

Cartográfica surgiu no início dos anos noventa e é decorrente do movimento da

Visualização Científica. O conceito de visualização, aplicado à cartografia, consiste

em fornecer ao leitor do mapa a possibilidade de explorar informações, estabelecer

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análises e desta forma obter um conhecimento novo sob forma de mapa. Desta

forma, o leitor é agente ativo na construção da representação, e não apenas um

mero receptor da informação já previamente analisada e representada por um

cartógrafo.

A coleta de informações sobre a distribuição geográfica de recursos minerais,

propriedades, animais e plantas sempre foi uma parte importante das atividades das

sociedades organizadas. Até recentemente, no entanto, isto era feito apenas em

documentos e mapas em papel, fato que impedia uma análise que combinasse

diversos mapas e dados. Com o desenvolvimento simultâneo, na segunda metade

deste século, da tecnologia de informática, tornou-se possível armazenar e

representar tais informações em ambiente computacional, abrindo espaço para o

aparecimento do geoprocessamento.

Nesse contexto, o termo geoprocessamento denota a disciplina do

conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento

da informação geográfica e que vem influenciando de maneira crescente as áreas

de Cartografia, Análise de Recursos Naturais, Transportes, Comunicações, Energia,

Planejamento Urbano e Regional. As ferramentas computacionais para

Geoprocessamento, chamadas de SIGs permitem realizar análises complexas, ao

integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados georreferenciados.

Tornam ainda possível automatizar a produção de documentos cartográficos

(CÂMARA et al., 2004).

Pode-se dizer, de forma genérica, ―Se onde é importante para seu negócio,

então Geoprocessamento é sua ferramenta de trabalho‖. Sempre que o onde

aparece, dentre as questões e problemas que precisam ser resolvidos por um

sistema informatizado, haverá uma oportunidade para considerar a adoção de um

SIG (CÂMARA et al., 2004).

2.3 Natureza dos Dados Espaciais

Dados espaciais caracterizam-se especificamente pelo atributo da localização

geográfica. Há outros fatores importantes inerentes aos dados espaciais, mas a

localização é preponderante. Um objeto qualquer (como uma cidade, a foz de um rio

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ou o pico de uma montanha) somente tem sua localização geográfica estabelecida

quando se pode descrevê-lo em relação a outro objeto cuja posição seja

previamente conhecida ou quando se determina sua localização em relação a certo

sistema de coordenadas.

O estabelecimento de localizações sobre a superfície terrestre sempre foi um

os objetos de estudo da Geodésia, ciência que se encarrega da determinação da

forma e das dimensões da Terra. A seguir são apresentados alguns conceitos de

Geodésia que desempenham um papel de extrema importância na área de

Geoprocessamento.

2.3.1 Sistemas de Coordenadas

Os sistemas de coordenadas são necessários para expressar a posição de

pontos sobre uma superfície, seja ela um elipsóide, esfera ou um plano. Para o

elipsóide, ou esfera, usualmente emprega-se um sistema de coordenadas cartesiano

e curvilíneo (Paralelos e Meridianos). Para o plano, um sistema de coordenadas

cartesianas X e Y é usualmente aplicável (MAGALHÃES, 1998).

O usuário de SIG está acostumado a navegar em seus dados através de

ferramentas simples como o apontamento na tela com o cursor e a subsequente

exibição das coordenadas geográficas da posição indicada. Por trás da simplicidade

aparente dessa ação, há algumas transformações entre diferentes sistemas de

coordenadas que garantem a relação entre um ponto na tela do computador e as

coordenadas geográficas (D´ALGE, 2001).

2.3.1.1 Sistema de Coordenadas Geográficas

É o sistema de coordenadas mais antigo. Nele, cada ponto da superfície

terrestre é localizado na interseção de um meridiano com um paralelo. A partir da

consideração da Terra como uma esfera, o sistema de coordenadas básico utilizado

é da mesma forma, esférico, chamado sistema geocêntrico polar. Neste sistema,

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considera-se que qualquer ponto na superfície terrestre dista igualmente do centro

da esfera (PINA; SANTOS, 2000).

As linhas horizontais chamam-se paralelos, pois são paralelas à linha do

equador, e servem para medir a latitude (direção norte-sul), enquanto que as linhas

verticais desta rede são os chamados meridianos e vão de um pólo a outro, servindo

para medir a longitude (direção leste-oeste). Os paralelos e meridianos podem ser

observados na figura 2.

Figura 2 – Eixos Paralelos e Meridianos

Fonte: Pina e Santos (2000).

Conforme D´Alge (2001) o meridiano de origem (também conhecido como

inicial ou fundamental) é aquele que passa pelo antigo observatório britânico de

Greenwich, escolhido convencionalmente como a origem (0°) das longitudes sobre a

superfície terrestre e como base para a contagem dos fusos horários. A leste de

Greenwich os meridianos são medidos por valores crescentes até +180°. A oeste,

suas medidas decrescem até o limite de -180°.

O Equador é o paralelo que divide a Terra em dois hemisférios (Norte e Sul) e

é considerado como o pararelo de origem (0°). Partindo do equador em direção aos

pólos têm-se vários planos paralelos ao equador, cujos tamanhos vão diminuindo

até que se reduzam a pontos nos pólos Norte (+90°) e Sul (-90°).

Longitude de um lugar qualquer da superfície terrestre é a distância angular

entre o lugar e o meridiano inicial ou de origem, contada sobre um plano paralelo ao

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equador. Latitude é a distância angular entre o lugar e o plano do Equador, contada

sobre o plano do meridiano que passa no lugar (figura 3).

Figura 3 – Diagrama das Latitudes e Longitudes

Fonte: Pina e Santos (2000).

2.3.1.2 Sistema de Coordenadas Planas ou Cartesianas

O sistema de coordenadas planas, também conhecido por sistema de

coordenadas cartesianas, baseia-se na escolha de dois eixos perpendiculares cuja

interseção é denominada origem, que é estabelecida como base para a localização

de qualquer ponto do plano. Nesse sistema de coordenadas um ponto é

representado por dois números reais: um correspondente à projeção sobre o eixo x

(horizontal) e outro correspondente à projeção sobre o eixo y (vertical). O sistema de

coordenadas planas é naturalmente usado para a representação da superfície

terrestre num plano, ou seja, confunde-se com aquilo que se chama de sistema de

coordenadas de projeção.

A elaboração de um mapa requer um método que estabeleça uma relação

entre os pontos da superfície da Terra e seus correspondentes no plano de projeção

do mapa. Para se obter essa correspondência, utilizam-se os sistemas de projeções

cartográficas. De um modo genérico, um sistema de projeção fica definido pelas

relações apresentadas entre as coordenadas planas ou de projeção (x,y) e as

coordenadas geográficas (φ, λ). Isto ocorre porque não se pode passar de uma

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superfície curva para uma superfície plana sem que haja deformações. Por isso os

mapas preservam certas características ao mesmo tempo em que alteram outras.

Atualmente o Sistema Universal Transverso de Mercator (UTM) é um dos

sistemas de projeção mais utilizados mundialmente. Conforme Pina e Santos (2000)

este sistema surgiu em 1947 para determinar as coordenadas retangulares nas

cartas militares, em escala grande, de todo o mundo. Tendo sido proposto em 1951,

pela IUGG (International Union of Geodesy and Geophysics) como um sistema

universal, numa tentativa de unificação dos trabalhos cartográficos.

No Brasil, o sistema UTM foi adotado em 1955 pela Diretoria de Serviço

Geográfico (DSG) do Exército e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE) para o mapeamento sistemático do país. Gradativamente foi sendo adotado

para o mapeamento topográfico de qualquer região, sendo hoje bastante utilizado

em variados tipos de levantamentos. O mapeamento sistemático do Brasil, que

compreende a elaboração de cartas topográficas nas escalas 1:250.000, 1:100.000,

1:50.000 e 1:25.000, é feito na projeção UTM (D’ALGE, 2001).

De acordo com Pina e Santos (2000), as principais características do sistema

UTM são:

A Terra é dividida em 60 fusos de 6º de longitude, numerados a partir do

anti-meridiano de Greenwich (180º), seguindo de oeste para leste até o

fechamento neste mesmo ponto de origem (figura 4);

Cada fuso possui um meridiano central (MC) que o divide exatamente ao

meio, sendo o seu valor igual ao do limite inferior do fuso mais 3 graus;

Contagem de coordenadas é idêntica em cada fuso e tem sua origem a

partir do cruzamento entre a linha do equador e o meridiano central do

fuso; e

A extensão em latitude vai de 80º Sul até 84º Norte, ou seja, vai até às

calotas polares.

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Figura 4 – Contagem dos fusos do sistema UTM

Fonte: Pina e Santos (2000).

No Sistema de Coordenadas UTM a origem das coordenadas se dá no

cruzamento da linha do equador com o meridiano central de cada fuso. Logo, as

mesmas coordenadas se repetem em todos os fusos, o que torna fundamental o

conhecimento acerca da numeração do fuso ou da coordenada do Meridiano Central

já que estes são os únicos parâmetros que distinguem os fusos.

Para evitarem coordenadas negativas, são acrescidas as seguintes

constantes:

10.000.000 m para o Equador no hemisfério sul (no hemisfério norte o

equador recebe o valor de 0m). As coordenadas diminuem em direção ao

pólo sul e aumentam em direção ao pólo norte.

500.000 m para o meridiano central de cada fuso. As coordenadas

aumentam para leste e diminuem para oeste do Meridiano Central.

2.4 Sistemas de Informação Geográfica

De acordo com Casanova et al. (2005), o termo Sistema de Informação

Geográfica (SIG) é aplicado para sistemas que realizam o tratamento computacional

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de dados geográficos. A principal diferença de um SIG para um sistema de

informação convencional é sua capacidade de armazenar tanto os atributos

descritivos como as geometrias dos diferentes tipos de dados geográficos. A partir

destes conceitos, é possível indicar as principais características de SIGs:

Inserir e integrar, numa única base de dados, informações espaciais

provenientes de meio físico-biótico, de dados censitários, de cadastros

urbano e rural, e outras fontes de dados como imagens de satélite, e GPS.

Oferecer mecanismos para combinar as várias informações, através de

algoritmos de manipulação e análise, bem como para consultar, recuperar

e visualizar o conteúdo da base de dados geográficos.

No nível mais próximo ao usuário, a interface homem-máquina define como o

sistema é operado e controlado. Esta interface pode ser tanto baseada na

visualização de mapas estáticos como numa ―mesa de trabalho‖, como adaptada ao

ambiente de navegação da internet e/ou baseadas em linguagens de comando

como Structured Query Language (SQL). Os componentes de um SIG estão

mostrados na figura 5.

No nível intermediário, um SIG deve ter mecanismos de processamento de

dados espaciais. A entrada de dados inclui os mecanismos de conversão de dados.

Os algoritmos, de consulta e análise espacial, incluem as operações topológicas,

álgebra de mapas, estatística espacial, modelagem numérica de terreno e

processamento de imagens.

Os mecanismos de visualização e plotagem devem oferecer suporte

adequado para a apreensão cognitiva dos aspectos relevantes dos dados

pesquisado. No caso dos mapas interativos, Maziero (2007) ratifica que não devem

ser uma transcrição ou cópia dos mapas estáticos, como a digitalização dos mapas

no papel para formatos digitais. As feições mapeadas e a simbologia do mapa

estático precisam de adequações para então ser traduzidas para uso no

mapeamento digital. São necessárias soluções que previnam problemas de

percepção na interface digital. Maziero (2007) considera também que a tecnologia

deve ser útil para que o usuário atinja com facilidade e satisfação os seus objetivos

quando usa um mapa interativo.

No nível mais interno do sistema, um sistema de gerência de bancos de

dados geográficos oferece armazenamento e recuperação dos dados espaciais e

seus atributos. Cada sistema, em função de seus objetivos e necessidades,

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implementa estes componentes de forma distinta, mas todos os subsistemas citados

devem estar presentes num SIG.

Figura 5 – Estrutura Geral de Sistemas de Informação Geográfica

Fonte: Câmara et al. (1996).

2.4.1 Arquitetura SIG

De acordo com Casanova et al. (2005), ao longo dos anos, as

implementações de SIGs seguiram diferentes arquiteturas, distinguindo-se

principalmente pela estratégia adotada para armazenar e recuperar dados espaciais.

Mais recentemente, tais arquiteturas evoluíram para utilizar, cada vez mais, recursos

de Sistemas de Gerência de Banco de Dados (SGBDs). Um SGBD oferece serviços

de armazenamento, consulta e atualização de bancos de dados. Existem

basicamente duas principais formas de integração entre os SIGs e os SGBDs, que

são a arquitetura dual e a arquitetura integrada.

A arquitetura dual, mostrada na figura 6 (esquerda) armazena os

componentes espaciais dos objetos separadamente. A componente convencional,

ou alfanumérica, é armazenada em um SGBD relacional e a componente espacial é

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armazenada em arquivos com formato proprietário. Os principais problemas dessa

arquitetura são:

Dificuldade no controle e manipulação dos componentes espaciais;

Dificuldade em manter a integridade entre a componente espacial e a

componente alfanumérica;

Separação entre o processamento da parte convencional, realizado pelo

SGBD, e o processamento da parte espacial, realizado pelo aplicativo

utilizando os arquivos proprietários;

Dificuldade de interoperabilidade, já que cada sistema trabalha com

arquivos com formato proprietário.

Figura 6 – Arquitetura Dual e Integrada

Fonte: Casanova et al. (2005).

A arquitetura integrada, mostrada na figura 6 (direita), consiste em armazenar

todos os dados em um SGBD, ou seja, tanto a componente espacial quanto a

alfanumérica. Sua principal vantagem é a utilização dos recursos de um SGBD para

controle e manipulação de objetos espaciais, como gerência de transações, controle

de integridade, concorrência e linguagens próprias de consulta. Sendo assim, a

manutenção de integridade entre a componente espacial e alfanumérica é feita pelo

SGBD (CÂMARA et al., 2004).

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2.4.2 Tipos de Dados Espaciais em SIG

Conforme Câmara et al. (1996) os dados georreferenciados são comumente

caracterizados a partir de três componentes fundamentais:

Características não-espaciais, descrevendo o fenômeno sendo estudado,

tais como o nome e o tipo da variável;

Características espaciais, informando a localização espacial do fenômeno,

ou seja, seu georreferenciamento, associado às propriedades geométricas

e topológicas;

Características temporais, identificando o tempo para o qual tais dados

são considerados, isto é, quando foram coletados e sua validade.

A distribuição espacial dos dados georreferenciados pode conter uma, duas

ou três dimensões. Como exemplo pode-se citar as medidas pluviométricas em

locais pré-determinados (dados pontuais); a descrição de uma área de vegetação

(dados em 2D); ou fenômenos atmosféricos (dados em 3D). Enquanto determinados

fatores permanecem relativamente constantes ao longo do tempo (por exemplo, tipo

de solo ou bacia hidrográfica), outros aspectos podem variar rapidamente, em

função de mudanças políticas ou socioeconômicas.

Outro aspecto muito importante reside no fato de que os fenômenos

georreferenciados não existem sozinhos no espaço, ou seja, tão importante quanto

localizá-los é descobrir e representar os seus relacionamentos. Estes

relacionamentos são inúmeros e, de fato, dependem da percepção do usuário. Tais

relacionamentos são muitas vezes imprecisos (por exemplo, ―perto‖, ―à direita de‖) e

dependentes do contexto.

De uma forma geral, consultas a dados em SIGs podem envolver tanto o

estado de um fenômeno quanto a sua distribuição espacial e temporal. As consultas

podem se limitar a um fenômeno específico ou a relacionamentos espaço-temporais

entre fenômenos geográficos distintos.

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2.4.3 Estruturas de Representação em SIG

Conforme descrito por Câmara et al. (2004) e Casanova et al. (2005) as

estruturas de dados, utilizadas em bancos de dados geográficos, podem ser

divididas em duas grandes classes: estruturas vetoriais e estruturas matriciais. De

acordo com Pina e Santos (2000), ambas surgiram como solução para a

estruturação de dados gráficos, contudo, tanto uma quanto outra possui vantagens e

desvantagens de acordo com a utilização a que se destinam.

A maioria dos SIG atuais suporta ambas as estruturas, o que permite ao

usuário efetuar transformações entre elas conforme lhe seja mais apropriado. É

importante ressaltar que nenhuma das estruturas é a ideal em todas as ocasiões, e

os critérios de escolha baseiam-se fundamentalmente nos objetivos do projeto

(PINA; SANTOS, 2000).

2.4.3.1 Representação Matricial

As estruturas matriciais, também denominadas raster, utilizam uma grade

regular sobre a qual se representa, célula a célula, o elemento que está sendo

representado. A cada célula atribui-se um código referente ao atributo estudado de

tal forma que o computador saiba a que elemento ou objeto pertence determinada

célula. Nesta representação, o espaço é representado como uma matriz P (m, n)

composto de m colunas e n linhas, onde cada célula possui um número de linha, um

número de coluna e um valor correspondente ao atributo estudado e cada célula é

individualmente acessada pelas suas coordenadas (CASANOVA et al., 2005).

A representação matricial supõe que o espaço pode ser tratado como uma

superfície plana, onde cada célula está associada a uma porção do terreno. A

resolução do sistema é dada pela relação entre o tamanho da célula no mapa ou

documento e a área por ela coberta no terreno, como mostrado na figura 7.

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Figura 7 – Estrutura matricial

Fonte: Casanova et al. (2005).

A resolução espacial do sistema é dada pela relação entre o tamanho da

célula no mapa ou documento e a área por ela coberta no terreno. A figura 8 mostra

um mesmo mapa representado por células de diferentes tamanhos (diferentes

resoluções), representando a mesma área no terreno (CÂMARA et al., 2004).

Figura 8 – Representação Matricial em Diferentes Resoluções Espacias

Fonte: Câmara et al. (2004).

O mapa do lado esquerdo possui resolução espacial quatro vezes menor que

o mapa do lado direito, as avaliações de áreas e distâncias serão bem menos exatas

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que no primeiro. Em contrapartida, o espaço de armazenamento necessário para o

mapa da direita será quatro vezes maior que o da esquerda.

2.4.3.2 Representação Vetorial

As estruturas vetoriais são utilizadas para representar as coordenadas das

fronteiras de cada entidade geográfica, através de três formas básicas: pontos,

linhas, e áreas (ou polígonos), definidas por suas coordenadas cartesianas, como

mostradas na figura 9 (CASANOVA et al., 2005).

Figura 9 – Representações vetoriais em duas dimensões

Fonte: Casanova et al. (2005).

Um ponto é um par ordenado (x, y) de coordenadas espaciais. O ponto pode

ser utilizado para identificar localizações ou ocorrências no espaço. São exemplos:

localização de crimes, ocorrências de doenças, e localização de espécies vegetais.

Uma linha é um conjunto de pontos conectados e é utilizada para guardar feições

unidimensionais.

Uma área (ou polígono) é definida como um conjunto ordenado de pontos

interligados, em que o primeiro ponto e o último coincidem. São utilizados quase

sempre na representação de zonas que possuem uniformemente uma dada

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propriedade, ou seja, figura fechada, cujo os limites encerram uma área homogênea

como setores censitários, distritos, zonas de manejo agrícola, municípios (CÂMARA

et al., 2004).

A tabela 1 apresentada por Casanova et al. (2005) e bastante documentada

por diversos autores demonstra as vantagens e desvantagens entre as estruturas de

dados matricial e vetorial. Basicamente isto inclui volume de dados (ou eficiência de

armazenamento), eficiência de recuperação, eficiência na manipulação dos dados

(ou processamento), acurácia e precisão dos dados e visualização dos dados.

Algumas dessas diferenças, no entanto, são menos importantes nas

implementações modernas de SIG.

A principal vantagem das estruturas matricial está em sua simplicidade, não

exigindo programas complexos para a manipulação dos dados, facilitando a

elaboração de aplicações específicas. O problema no uso desta estrutura refere-se à

precisão dos mapas digitais obtidos, uma vez que esta depende diretamente da

resolução da quadrícula, acarretando sérias dificuldades na representação de

manchas pequenas ou padrões lineares como rios e estradas. A solução nestes

casos é o refinamento da malha, porém exige meios de armazenamento mais

potentes. Outra limitação da estrutura matricial, quando comparada com a vetorial,

refere-se à qualidade visual de apresentação dos produtos finais (mapas),

produzidos em impressoras e/ou plotters, assim como a precisão obtida. A estrutura

vetorial permite uma apresentação mais adequada dos dados, não só do ponto de

vista estético, mas também pelo fato de que o produto final assemelha-se muito

mais à forma analógica (convencional) de elaboração de mapas.

Os modernos SIGs possibilitam acessar, armazenar, manejar, recuperar e

visualizar dados de ambas as estruturas (matricial e vetorial), assim como a

possibilidade de converter dados de uma estrutura para outra. Normalmente, para o

processo de entrada de dados (via mesa digitalizadora ou vetorização) utiliza-se a

estrutura vetorial, e para o processo de análise e cruzamento de mapas (temas), a

estrutura matricial (ROSA, 2004).

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Tabela 1 – Comparação entre estruturas vetoriais e matriciais

Aspecto Vetorial Matricial

Armazenamento Por coordenadas (mais eficiente)

Requer mais espaço de armazenamento

Algoritmos Problemas com erros Geométricos

Processsamento mais rápido e eficiente.

Escalas de trabalho Adequado tanto a grandes quanto a pequenas escalas

Mais adequado para pequenas escalas (1:25.000 e menores)

Análise, Simulação e Modelagem

-Representação indireta de fenômenos contínuos - Álgebra de mapas é Limitada

- Representa melhor fenômenos com variação contínua no espaço - Simulação e modelagem mais fáceis

Fonte: Casanova et al. (2005).

2.4.4 Softwares Livres e SIGs

A característica mais importante do software livre é a liberdade de uso, cópia,

modificações e redistribuição. Esta liberdade é conferida pelos autores do programa

e é efetivada através da distribuição do código fonte dos programas, o que os

transforma em bens públicos, disponíveis para utilização por toda a comunidade e

da maneira que seja mais conveniente a cada indivíduo. O software livre ganhou

notoriedade nos últimos anos. Este modo de produção de software tem resultado em

produtos de excelente qualidade e grande alcance em alguns setores do mercado

mundial de software (HEXSEL, 2002).

A liberdade para usar, copiar, modificar e redistribuir software livre lhe confere

uma série enorme de vantagens sobre o software proprietário. A mais importante

delas é a disponibilidade do código fonte, porque isto evita que os usuários se

tornem reféns de tecnologias proprietárias.

A comunidade de desenvolvimento de software livre está espalhada pelo

mundo todo e seus participantes cooperam nos projetos através da internet. Estima-

se que participam desta comunidade mais de 100 mil programadores e projetistas,

com a grande maioria deles trabalhando voluntariamente em um ou mais projetos.

Estima-se também que existam mais de 10 milhões de usuários regulares de

sistemas operacionais e aplicativos distribuídos como software livre.

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Com números desta ordem de grandeza e produtos de excelente qualidade, o

modo de produção de software livre aparenta ser um novo e fundamental

componente da economia moderna, que por ser moderna depende fortemente de

softwares.

Os softwares proprietários (não-livres) geralmente são produzidos com a

finalidade de obtenção de lucro e, portanto, estão sujeito a três tipos principais de

pressões de mercado:

Inclusão de funcionalidades ―imprescindíveis‖ (e frequentemente inúteis);

Obsolescência programada para possibilitar a venda de novas versões;

Prazos de desenvolvimento e testes muito curtos para atender às

pressões já mencionadas.

Na tentativa de atender as necessidades do mercado, muitos softwares

proprietários são vendidos antes mesmo de terem passado por testes suficientes, e

estarem, portanto estáveis e livres da maioria dos erros de programação.

Em contraponto aos softwares proprietárias, Hexsel (2002) propõem uma lista

com as principais vantagens da utilização dos softwares livres.

Custo social é baixo;

Não se fica refém de tecnologia proprietária;

Independência de fornecedor único;

Desembolso inicial próximo de zero;

Robustez e segurança;

Possibilidade de adequar aplicativos e redistribuir versão alterada;

Suporte abundante e gratuito; e

Sistemas e aplicativos geralmente muito configuráveis.

Os benefícios econômicos provenientes da utilização de softwares livres são

muito maiores e mais importantes que a simples economia com o licenciamento de

software. A robustez e confiabilidade do software livre provocam reduções

significativas em custos operacionais. Além disso, a possibilidade de consulta ao

código dos programas permite condições de estudo e aprendizado que são

absolutamente inviáveis com software proprietário.

O código de um programa distribuído como software livre torna-se um bem

público que está à disposição de toda a sociedade. Neste sentido, o software

assemelha-se ao conhecimento científico, que uma vez difundido pode ser

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livremente utilizado por todos, e que assim possibilita o próprio avanço da Ciência.

Portanto, os benefícios sociais da publicação e do uso de software livre são: a

liberdade na utilização das ferramentas, e especialmente a disponibilidade do

conhecimento envolvido na produção destas ferramentas.

Outro benefício social importante é a transparência na codificação das

informações tratadas pelos programas. Os formatos empregados para armazenar e

tratar as informações são abertos porque o código fonte dos programas pode ser

livremente examinado, e não existe assim a possibilidade de que, por exemplo,

dados usados no serviço público sejam mantidos em formatos de propriedade de

uma entidade privada. O mesmo raciocínio se aplica aos protocolos de comunicação

empregados para a transferência de informações entre computadores ou sistemas

(HEXSEL, 2002).

Conforme Uchoa e Ferreira (2004) o rápido crescimento dos softwares livres

tem abastecido o mercado com diversas aplicações em vários segmentos. Hoje

quando se pensa numa solução livre, dispõe-se de uma grande variedade de

soluções sem custo de licenciamento.

O segmento das geotecnologias também tem sido bastante influenciado pelas

soluções livres, inclusive com o desenvolvimento cooperativo de robustos SIGs e

padrões de interoperabilidade.

Consequentemente o SIG, o WebGIS e tecnologias associadas tais como

Sensoriamento Remoto e GPS sofreram um grande impacto com o surgimento de

software de código aberto nas respectivas áreas. O código aberto tornou-se um fator

importante e incontornável na indústria do software.

A partir de exemplos como as prefeituras de Porto Alegre e do Recife, o

governo federal brasileiro tem anunciado apoio aos projetos de implantação de

software livre. As expectativas do governo se baseiam em quatro hipóteses sobre o

software livre (CÂMARA, 2010):

(a) menor custo;

(b) independência de tecnologia proprietária;

(c) disponibilidade de soluções de software livre eficiente e com boa

qualidade;

(d) existência de capacidade local de desenvolver soluções adaptadas para o

cliente público brasileiro.

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Existe um grande número de licenças para software de código aberto. Entre

os mais populares temos as seguintes (OPEN SOURCE INITIATIVE, 2014):

GNU General Public License (GPL) - uma das licenças mais populares,

amplamente utilizado em sistemas operativos baseados em Linux. A

licença que é recomendada e promovida pela Free Software Foundation.

GNU Lesser General Public License (LGPL) - licença menos restritiva e

ligeiramente diferente do GPL.

Berkeley Software Distribution License (BSD) - um homólogo tradicional da

licença GPL, por sua atitude liberal que permite o uso comercial, sem

obrigação alguma de compensação direta.

Mozilla Public License (MPL) - uma licença equilibrada que tenta dar as

respectivas liberdades de ambos os mundos do software comercial e livre.

A licença é endossada pela Mozilla Foundation, e consequentemente, a

maioria (senão todos) dos projetos apoiados pela fundação a usa.

Apache License - uma licença liberal, que não exige que os trabalhos

derivados sejam licenciados da mesma maneira, mas apenas "lembrar" do

uso da licença Apache no software distribuído. Amigável no seu uso em

software comercial. A licença é de autoria e totalmente subscrita pela

Apache Software Foundation, assim, a maioria dos projetos comerciais

estão usando como uma licença preferida.

Domínio Público - por vezes não há requisitos específicos ou obrigações

que acompanham o código-fonte de um projeto ou um produto. Às vezes,

por motivos de simplicidade e atitude os programadores decidem colocar

sem limitações, deixando-a fazer parte do Domínio Público. Logo, o

software de domínio público implica nenhuma regulamentação na forma

como o software é utilizado.

2.5 Aplicativos WEB

O interesse dos programadores pelo desenvolvimento para a internet já atinge

um nível muito alto desde que o uso da web se popularizou. Isso ocorre, em grande

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parte, pela complexidade desses sistemas e pelo envolvimento cada vez maior de

tecnologias variadas (LOBO, 2007).

A evolução das tecnologias de telecomunicação teve um impacto fundamental

no aparecimento de novas plataformas e, consequentemente, a necessidades da

disponibilidade de informações. Cada vez mais se pretende que a informação seja

disponibilizada a qualquer hora, em qualquer lugar e para qualquer plataforma. A

portabilidade da informação passa a ser um requisito essencial no âmbito da sua

distribuição através da internet (ARAUJO; ROCHA, 2004).

Os aplicativos WebGIS, como ferramenta de divulgação de dados

geográficos, são atualmente desenvolvidos utilizando uma vasta gama de aplicativos

e linguagens de programação que, a critério dos desenvolvedores, são utilizados

visando atender as necessidades do cliente e minimizar o custo de desenvolvimento

e manutenção do sistema. Segue a descrição de uma lista de softwares e

linguagens que foram utilizados no desenvolvimento do WebGIS Labeco Embrapa

Pecuária Sul.

2.5.1 Linguagem de Programação PHP, HTML e JavaScript

2.5.1.1 Linguagem de Programação PHP

PHP é uma sigla recursiva que significa HyperText Preprocessor. O PHP é

uma linguagem de código-fonte aberto, muito utilizada na internet e especialmente

criada para o desenvolvimento de aplicativos web. É uma linguagem de

programação baseada na linguagem C que é processada no servidor, ou seja,

aquela que é executada no servidor web antes da página ser enviada através da

internet ao cliente. As páginas que executam no servidor podem realizar acessos a

banco de dados, conexões de rede, e outras tarefas para criar a página final que

será vista pelo cliente (ANGEL ALVAREZ, 2014).

A diferença de PHP com relação a linguagens semelhantes à JavaScript é

que o código PHP é executado no servidor, sendo enviado para o cliente apenas

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HTML puro. Na figura 10, pode-se observar o processamento realizado por um

aplicativo web desenvolvido na linguagem de programação PHP.

Figura 10 – Diagrama de funcionamento da linguagem de programação PHP

Fonte: Angel Alvarez (2014).

Possivelmente a mais forte e mais significativa característica do PHP seja seu

suporte a uma ampla variedade de sistemas de gerenciamento de bancos de dados

(PHP GROUP, 2014), além de possuir capacidade de extensibilidade e oferecer aos

usuários finais uma infraestrutura sólida para diversos bancos de dados e

protocolos. Outra característica chave do PHP é o suporte a sintaxe para orientação

a objetos, que é bem mais consistente, melhorando assim o desempenho e o

desenvolvimento de aplicações complexas.

2.5.1.2 Linguagem de Programação HTML

HTML é uma abreviação de Hypertext Markup Language, em português,

linguagem de marcação de hipertexto. Resumindo em uma frase: o HTML é uma

linguagem para publicação de conteúdo (texto, imagem, vídeo, áudio e etc.) na web.

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O HTML é baseado no conceito de hipertexto. Hipertexto são conjuntos de

elementos – ou nós – ligados por conexões. Estes elementos podem ser palavras,

imagens, vídeos, áudio, documentos, etc. Estes elementos conectados formam uma

grande rede de informação. Eles não estão conectados linearmente como se fossem

textos de um livro, onde um assunto é ligado ao outro seguidamente. A conexão

feita em um hipertexto é baseada em procedimentos de lógica que permitem a

comunicação de dados, organizando conhecimentos e guardando informações

relacionadas.

Para distribuir informação de uma maneira global, é necessário haver uma

linguagem que seja entendida universalmente por diversos meios de acesso. O

HTML se propõe o ser esta linguagem.

Desenvolvido originalmente por Tim Berners-Lee, o HTML ganhou

popularidade quando o browser Mosaic desenvolvido na década de 1990 ganhou

força. A partir daí, desenvolvedores e fabricantes de browsers utilizaram o HTML

como base, compartilhando as mesmas convenções (FERREIRA; EIS, 2011).

2.5.1.3 Linguagem de Programação JavaScript

O JavaScript surgiu com o nome de LiveScript, uma linguagem de criação de

scripts elaborada especificamente para a Netscape Navigator. A Netscape, em

conjunto com a Sun, mudou o nome para JavaScript. Atualmente, o JavaScript, é

uma linguagem de programação orientada a objetos (KAUFMAN et al., 1997).

JavaScript é uma linguagem de script usada para criar páginas web

interativas. Esta linguagem está, como em PHP, embutida dentro de códigos HTML,

porém atua de uma forma diferente. A linguagem HTML serve para traduzir ao

browser todos os componentes de uma página, como caixas de texto, botões, estilos

de fonte, etc. (VEER, 2004).

Ainda conforme Veer (2004), a linguagem JavaScript trata esses

componentes interativamente dependendo de ações de usuários. Nesta linguagem é

usado o paradigma de orientação a objetos, sendo assim, os componentes

supracitados são tratados como objetos. Pode-se, portanto, utilizar métodos para

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alterar esses objetos ou criar eventos decorrentes de uma ação, como por exemplo,

ao ser acionado um botão da página.

2.5.2 Banco de Dados

Apesar de o termo ―banco de dados‖ parecer um tanto quanto técnico para a

maioria das pessoas, trata-se de um conceito amplamente conhecido e empregado

por quase toda a população mundial. Atualmente, a maioria das pessoas tem acesso

a equipamentos, cujas funções, são de armazenamento de informações (FERRARI,

2007).

Tudo isso remete ao conceito de banco de dados, ou seja, um local no qual é

possível armazenar informações, para consulta ou utilização, quando necessário,

independente do aplicativo que se deseja usar para o armazenamento e

manipulação das informações, todos os bancos de dados são constituídos por três

elementos básicos: campos, registros e tabelas (FERRARI, 2007).

No WebGIS proposto, a ferramenta de banco de dados usada é o MySQL, por

ser uma ferramenta de caráter livre, de fácil aprendizado, prática e ao qual o PHP

tem suporte.

2.5.2.1 Banco de Dados Relacional

A década de 70 foi um marco na evolução dos bancos de dados digitais pois

foi nesta época que surgiram os bancos de dados relacionais, definidos como

conjuntos autoexplicativos de registros integrados. Antes disso os bancos de dados

utilizavam estruturas hierárquicas, o que tornava sua estrutura complexa e difícil de

ser consultada.

O modelo relacional foi o primeiro modelo de banco de dados formal. Sua

principal proposição é de que todos os dados sejam representados como relações

matemáticas, isto é, um subconjunto do produto cartesiano de n conjuntos

(FERRARI, 2007).

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Desta maneira, o modelo relacional permite ao projetista criar um modelo

lógico consistente da informação a ser armazenada. Este modelo lógico pode ser

refinado através de um processo de normalização. Um banco de dados construído

puramente baseado no modelo relacional estará inteiramente normalizado

(FERRARI, 2007).

2.5.2.2 Sistema Gerenciador de Banco de Dados MySQL

O MySQL é o software de banco de dados de código aberto mais popular do

mundo, com mais de 100 milhões de cópias baixado ou distribuídos por toda a sua

história.

O MySQL é um sistema gerenciador de bancos de dados relacional. Um

banco de dados relacional armazena dados em tabelas separadas embora todos os

dados estejam armazenados em um só local. Isso proporciona velocidade e

flexibilidade. As tabelas são unidas por relações definidas tornando possível

combinar dados de diferentes tabelas nas requisições. A parte SQL do MySQL

atende pela " Linguagem estruturada de pesquisas" - a linguagem padrão mais

comum usada para acessar bancos de dados (MYSQL, 2014).

Este SGBD é considerado uma alternativa atrativa porque, mesmo possuindo

uma tecnologia complexa de banco de dados, seu custo é baixo. Tem como

destaque suas características de velocidade, escalabilidade e confiabilidade, o que

vem fazendo com que ele seja adotado por departamentos de TI, desenvolvedores

web e vendedores de pacotes de softwares. Para a execução deste projeto o

software MySQL foi definido como repositório de dados porque é um servidor

robusto de bancos de dados SQL (Structured Query Language - Linguagem

Estruturada de Consultas) muito rápido, multitarefa e multiusuário que pode ser

usado em sistemas de produção com alta carga e missão crítica (MYSQL, 2014).

2.5.3 Quantum SIG

O Quantum SIG é um SIG open source licenciado sob a Licença Pública

Geral GNU. QSIG é um projeto oficial da Fundação Geoespacial de Código Aberto

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(OSGeo). Ele roda em Linux, Unix, Mac OSX, Windows e Android e suporta

numerosos vetores, raster e formatos de banco de dados e funcionalidades (QSIG,

2014). O Quantum SIG fornece um número continuamente crescente de recursos

fornecidos por funções principais e plugins. Pode-se visualizar, gerenciar, editar,

analisar dados e compor mapas para impressão. As principais características

incluem (NANNI et al., 2014):

A visualização direta dos dados vetoriais e raster em diferentes formatos e

projeções.

Mapeamento e exploração interativa de dados espaciais. Inclui

ferramentas como: compositor de layout de impressão, identificar /

selecionar feições, editar/visualizar /pesquisar atributos.

Criar, editar e exportar dados espaciais por meio de ferramentas de

digitalização vetorial, calculadora raster, plugin de georreferenciamento e

ferramentas para importar e exportar e converter dados GPS.

Realizar análises espaciais, incluindo álgebra de mapas, análise de

terreno, modelagem hidrológicas e análise de rede;

Publicar mapas na internet usando o QSIG Server.

Na figura 11 pode-se observar a interface do software Quantum SIG.

Figura 11 – Exemplo de dados geográficos no software Quantum SIG

Fonte: do Autor.

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2.5.4 Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas (SPRING)

O Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas (SPRING) é

um SIG com funções de processamento de imagens, análise espacial, modelagem

numérica de terreno e consulta a bancos de dados espaciais. Ele é um projeto da

Divisão de Processamento de Imagens (DPI) do Instituto Nacional de Pesquisas

Espaciais (INPE) com a participação de empresas como Embrapa, IBM Brasil,

Tecgraf / PUC Rio e Petrobras.

O SPRING opera como um banco de dados geográfico e suporta grande

volume de dados sem limitações de escala, projeção e fuso, mantendo a identidade

dos objetos geográficos ao longo de todo banco. Ele administra tanto dados vetoriais

como dados matriciais e realiza a integração de dados de Sensoriamento Remoto

em um Sistema de Informações Geográficas (INPE, 2014).

Pela sua robustez, o SPRING pode ser considerado totalmente adaptado à

complexidade dos problemas ambientais que requerem uma forte capacidade de

integração de dados entre imagens de satélite, mapas temáticos e cadastrais e

modelos numéricos de terreno (INPE, 2014). Por isso, na presente dissertação, o

tratamento de dados originalmente matriciais e de modelo digital de elevação foram

realizados no SPRING para posterior vetorização e inserção no WebGIS.

2.5.5 OpenLayers

O OpenLayers é uma biblioteca JavaScript desenvolvida para promover o uso

da informação geográfica de todos os tipos. OpenLayers torna fácil colocar um mapa

dinâmico em qualquer página da web. Ele atua no lado cliente de um sistema

WebGIS, consumindo geralmente requisições WMS e WFS provenientes de

servidores de mapas dedicados como GeoServer ou MapServer, todavia pode

manipular dados vetores de extensões como kml ou geojson. Por ter sido

desenvolvido em JavaScript, permite maior usabilidade e torna a experiência para o

usuário mais amigável, eliminando o elevado custo computacional das requisições

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síncronas entre cliente e servidor (OPEN SOURCE GEOSPATIAL FOUNDATION,

2014).

Atualmente a biblioteca OpenLayers está desenvolvendo sua versão 3,

visando compatibilidade com os mais recentes recursos HTML5 e CSS3. A nova

versão da biblioteca vai se concentrar em melhorias de desempenho, códigos mais

leves e melhores componentes visuais. Alguns dos principais destaques são a

inclusão das bibliotecas WebGL, que introduz recursos 3D e maior desempenho

para todo o mapeamento, necessários aos navegadores mais recentes, e a

biblioteca Cesium que permite a visualização de um globo 3D girando como o

Google Earth, conforme figura 12 (OPEN SOURCE GEOSPATIAL FOUNDATION,

2014).

Figura 12 – Exemplo da Biblioteca OpenLayers Cesium

Fonte: http://cesiumjs.org/demos/images/powdertracks/PowderTracks_2.jpg.

2.5.6 GeoExt

O GeoExt é uma biblioteca JavaScript para criação de aplicações

webmapping. Ela foi desenvolvida a partir de duas bibliotecas já bastante difundidas

e utilizadas: a OpenLayers, e a Ext JS (BARROS FILHO, 2011).

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Ainda segundo Barros Filho (2011), o GeoExt reúne a capacidade de lidar

com dados geoespaciais do OpenLayers com a poderosa interface de usuário do Ext

JS para ajudar a construir aplicações web com JavaScript com estilo similar aos SIG

desktop. A vantagem da sua utilização á o fato da mesma possuir vários acessórios

que vão desde janelas e menus flutuantes até popups personalizáveis, estendendo

rapidamente as possibilidades do OpenLayers. Outra vantagem do GeoExt é a sua

fácil curva de aprendizado, que se dá graças a grande quantidade de exemplos

disponíveis em seu site.

O GeoExt está disponível sob a licença BSD e é apoiado por uma

comunidade crescente de indivíduos, empresas e organizações. Componentes e

classes GeoExt tem objetivo de atribuir funcionalidade de mapa às classes

equivalentes em Ext. As propriedades, métodos e eventos da API GeoExt são

extensões ou modificações nas classes de origem no Ext JS (GEOEXT

COMMUNITY, 2010).

2.5.7 Ext JavaScript

O Ext JavaScript ou Ext JS é um framework orientado a objetos, para

desenvolvimento de páginas web, com grande variedade de componentes visuais e

rico em documentação que se popularizou pelo apelo visual e a boa usabilidade. Ele

fornece componentes para o conjunto de todas as tecnologias no lado cliente e

mecanismos de acesso aos recursos no lado servidor (MILFONT, 2008).

Ainda conforme Milfont (2008) os benefícios de usar frameworks como o Ext

JS estão na redução da complexidade pela facilidade de manipulação de um

conjunto de tecnologias com uma única API; na possibilidade de acessibilidade

semelhante ao ambiente desktop e na facilidade do tratamento dos dados em

camadas físicas entre o lado servidor e o lado cliente.

Além disso, esse framework estende as tecnologias fornecendo efeitos

visuais como drag’n’drop (arrastar e soltar), mecanismo de encapsulamento das

especificidades de cada navegador, implementação de métodos inexistentes na API

nativa dos navegadores e tratamento adequado a diversos formatos das fontes de

dados.

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No desenvolvimento do WebGIS Labeco as ferramentas Ext JS foram

utilizadas na construção de todos os painéis, as árvores que gerenciam as camadas

visualizáveis e a barra de ferramentas superior onde estão os botões que acionam

as funções do aplicativo.

2.5.8 Virtual Earth

O Virtual Earth apresenta um mapa gerado dinamicamente com base na API

do Virtual Earth da Microsoft. A API é uma biblioteca JavaScript pura, assim, não

necessidade de programa externo ou plugin instalado para torná-lo funcional. O

componente permite colocar o mapa em uma página e definir os parâmetros iniciais

para ele. Para utilizá-lo, basta referenciar as camadas escolhidas no arquivo de

layers. Na presente trabalho foram utilizados como camadas base do WebGIS os

Virtuais Earth Hybrid, Aerial e Roads, sendo o último utilizado na inicialização por

apresentar o visual mais claro e ser o mais rápido pois não usa imagens e sim

vetores.

2.6 WebGIS

As estimativas sugerem que 80% de todos os dados digitais gerados hoje

incluem referência geoespacial (por exemplo, coordenadas geográficas, endereços,

códigos postais, etc.) Esta referência permite a integração de vastas quantidades de

informação diversa. Ao mesmo tempo, a magnitude e a complexidade dos conjuntos

de dados que podem ser reunidos através das suas ligações geoespaciais comuns

apresentam um desafio extraordinário para a ciência da informação que é o de

transformar esses dados em informações e, posteriormente, em conhecimento

(MacEACHREN; KRAAK, 2001).

As novas tecnologias sempre foram uma força motriz nas ciências de

informação geográfica, tal qual o são na ciência e sociedade em geral. Com a

popularização do acesso à internet, estas novas tecnologias que, incluem motores

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de busca, bibliotecas digitais, sistemas de interoperabilidade abertos, comunicações

sem fios, novos modelos de interação e muitos mais, surgiram nos SIG como forma

de torná-los mais móveis, poderosos e flexíveis, tornando-os ferramentas de

comunicação e partilha de conhecimentos geográficos (PENG; TSOU, 2003).

Fu e Sun (2011), definem um WebGIS como sendo qualquer SIG que use

uma tecnologia de rede para comunicação entre componentes. Desta maneira, um

WebGIS deve possui no mínimo um servidor e um cliente, onde o servidor é um

servidor de aplicações web, e o cliente é um browser, uma aplicação desktop ou

uma aplicação mobile como um smartphone ou pocket PC (figura 13).

Figura 13 – Arquitetura de um WebGIS

Fonte: Peng e Tsou (2003).

Os dados geográficos disponibilizados na web foram classificados por

diversos autores sempre em função da interatividade oferecida. A seguir serão

apresentadas algumas classificações.

A classificação proposta por CHANG (1997) sugere um agrupamento de

mapas interativos de acordo com as possibilidades de aplicação que são realizadas

com os dados dos mapas. Essa classificação compreende as seguintes categorias

de mapas interativos:

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Imagens de mapas – São ambientes que propiciam imagens estáticas

geradas com SIG, que o usuário pode visualizar no browser da web,

porém com resolução limitada e sem recursos interativos sobre as

imagens;

Catálogo e biblioteca de bancos de dados espaciais – Nesses ambientes o

usuário pode fazer download de arquivos de metadados para o seu

computador, bem como arquivos de mapa índice, imagens e dados

espaciais em formato digital que são oriundos de softwares específicos, os

quais não podem ser visualizados na web;

Gerador de mapas por meio de formulários – São ambientes onde o

usuário acessa informações sobre os mapas por meio de um formulário

que é enviado ao servidor, que gera uma imagem para o usuário, de

acordo com as especificações de localização, camadas temáticas e

símbolos pedidas pelo usuário;

Browser de mapa em tempo real – Nesses ambientes o usuário visualiza,

consulta, recupera e modifica mapas, que estão em um servidor que

processa os dados e envia a mensagem on-line ao usuário;

Mapas e imagens em tempo real – São ambientes na qual o usuário

acessa um mapa que é modificado continuamente, pois está conectado a

sensores on-line, que fornecem informações de imagens capturadas por

câmeras de vídeo, como as webcams.

Para Mitchell (2005) existem basicamente dois grandes tipos de aplicativos de

mapeamento da web: estáticos e interativos. Os mapas estáticos exibidos como uma

imagem em uma página da web são bastante comuns. Se um programador web já

tem um mapa digital (por exemplo, a partir de digitalização de um documento), pode

ser publicado rapidamente como um mapa estático em uma página web.

Mapas interativos são mais complexos porque eles requerem habilidades

especializadas para manter esses sites em funcionamento. O termo interativo

implica que o usuário pode de alguma forma interagir com o mapa. Isto pode

significar seleção de diferentes camadas de dados do mapa para ver ou fazer zoom

em uma determinada parte que se está interessado. Tudo isso é feito enquanto se

interage com uma imagem do mapa que é atualizado constantemente. Um exemplo

de mapa interativo é o Google Maps <http://www.googlemaps.com.br>, que é um

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programa de mapeamento web interativo para encontrar endereços e instruções de

direção.

Estes mapas podem ser muito poderosos, mas como mencionado, eles

também podem ser difíceis de configurar devido as habilidades técnicas necessárias

para a manutenção de um servidor web, um servidor de mapeamento/programa e

gestão dos dados de mapas subjacentes (MITCHELL, 2005).

A figura 14 mostra um diagrama básico de como um usuário final solicita um

mapa através de um site de mapeamento web e o que acontece nos bastidores. Um

usuário solicita um mapa a partir do servidor web e o servidor passa a solicitação

para o servidor de mapeamento web, que, em seguida, reúne todos os dados. O

mapa é passado por todo o caminho de volta para o navegador do usuário final.

Figura 14 – Diagrama de interação entre o WebGIS e o usuário final

Fonte: Mitchell (2005).

As tecnologias que possibilitaram o aparecimento dos WebGIS, estão em

constantemente evolução. Começaram com a publicação na internet de mapas

estáticos em formatos gráficos (PDF, GIF, JPEG) e evoluíram para verdadeiros SIG.

Esta evolução natural criou inúmeras ferramentas WebGIS disponíveis, desde

os simples visualizadores de mapas estáticos, passando por soluções de

disponibilização de informação geográfica de forma interativa, até verdadeiros SIG

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distribuídos pela internet, com capacidades de análise e pesquisa espacial. Os

próprios componentes open source disponíveis demonstram não só o nível de

sofisticação que os produtos WebGIS alcançaram nos últimos anos mas, que os SIG

podem deixar de ser considerado tecnologia elitista uma vez que existem soluções

possíveis a baixo custo que permitem o acesso a uma tecnologia tradicionalmente

vedada em virtude da sua complexidade técnica e alto custo (CALDEWEYHER

et al., 2006).

A cartografia moderna, portanto, trata de um complexo processo de

organização da informação geoespacial, acesso, visualização e utilização - com

"mapas" que não são mais concebidos como um simples gráfico representativo do

espaço geográfico, mas como dinâmicos portais para interligar e distribuír recursos

de dados geoespaciais.

Atualmente os ambientes cartográficos na web são caracterizados por duas

palavras-chave: interação e dinâmica. Enquanto os aspectos visuais de

representação continuam a ser uma questão fundamental, o foco tanto na

concepção cartográfica e pesquisa cartográfica agora se estendem a problemas na

interação humano-computador e na habilitação de mapas dinâmicos.

A partir desta perspectiva, mapas projetados para suportar a visualização vão

bem além de apresentação de informações para a exploração e construção do

conhecimento. Com a exploração, inicia-se um processo interativo no qual o usuário

começa sem hipóteses sobre os dados geoespaciais e as ferramentas de

visualização o ajudam de maneira interativa a pesquisar livremente as estruturas e

potencialidades do WebGIS com o objetivo de levâ-lo a contruir suas hipóteses.

Mapas e gráficos neste contexto fazem mais do que "tornar os dados visíveis", são

instrumentos ativos no processo de pensamento dos usuários. Este tipo de interação

baseada em mapas também suporta análises e informações originadas a partir de

metadados (MacEACHREN; KRAAK, 2001).

2.6.1 Estratégias de Implementação de WebGIS

As estratégias de implementação de WebGIS assentam fundamentalmente

em 3 tipos de arquiteturas: Baseadas no servidor, no cliente e arquiteturas híbridas

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(FOOTE; KIRVAN, 1997). As estratégias baseadas no servidor permitem ao

utilizador (cliente) realizar pedidos de dados e análise a um servidor. O servidor

processa os pedidos e devolve os dados ou a solução ao cliente remoto (figura 15).

Figura 15 – Configuração baseada no servidor

Fonte: Adaptado de Foote e Kirvan (1997).

1 – O cliente envia um pedido ao servidor pelo seu browser 2 – O servidor processa o pedido e envia a informação para um script CGI 3 – O resultado é devolvido ao servidor 4 – O servidor envia a resposta ao cliente 5 – O cliente visualiza a informação no seu browser

A estratégia baseada no servidor (tabela 2) foca-se no fornecimento de dados

e análises de pedido, por intermédio de um servidor que tem acesso aos dados e

softwares necessários para processar esses dados. É uma arquitetura de alguma

forma comparável à arquitetura tradicional presente nos SIG de mainframe que

trabalhavam em redes locais. Esta estratégia depende da capacidade dos usuários

realizarem pedidos a um software SIG por intermédio de um servidor pela internet e

requer um poder de processamento baixo por parte do cliente, apenas necessita que

ele tenha a capacidade de submeterem pedidos e visualizar respostas (FOOTE;

KIRVAN, 1997). Os programas que permitem o pedido dos usuários podem ser

escritos em diversas linguagens de programação que incluem o Perl, Visual Basic,

C++, entre outras. É também possível adquirir software que ligue diretamente o

servidor a um software SIG existente.

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Tabela 2 – Repartição das tarefas numa configuração baseada no servidor.

Fonte: Adaptado de Foote e Kirvan (1997).

As estratégias baseadas no cliente permitem ao utilizador manipular os dados

e realizar análises localmente no seu computador. Estas aplicações tentam dividir o

trabalho de processamento entre o servidor e o cliente, sendo por isso por vezes

designada por ―cliente forte‖. Algumas das ferramentas do SIG são descarregadas

para o cliente e os dados são processados no computador deste (tabela 3).

Tabela 3 – Repartição das tarefas numa configuração baseada no cliente

Fonte: Adaptado de Foote e Kirvan (1997).

Existem duas variantes da arquitetura baseada no cliente (figura 16):

A - Applets SIG distribuídos a pedido ao cliente; B - Applets SIG e aplicações plugin que residem no cliente de forma permanente ou semi-permanente.

Na primeira variante as capacidades SIG são fornecidas sob a forma de

pequenos programas ou aplicativos (estes programas podem ser escritos em Java,

JavaScript ou ActiveX que rodam no cliente, sendo estes entregues ao usuário à

medida que são solicitados. Uma vez feita a descarga dos dados e dos aplicativos a

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partir do servidor, o usuário tem a liberdade de trabalhar independentemente do

servidor. Os pedidos e respostas deixam de ter que passar pela internet (FOOTE;

KIRVAN, 1997). A transferência de dados e aplicativos pela internet pode ser

demorada, especialmente se a aplicação é usada frequentemente. A segunda

variante da arquitetura baseada no cliente pressupõe a transferência de aplicativos e

plug-in para o computador do cliente de forma permanente ou semipermanente,

evitando os constantes downloads.

A)

1 – O cliente envia um pedido ao servidor 2 – O servidor processa o pedido e devolve a informação pedida 3 – Os dados são processados no computador do cliente

B)

1 – O cliente envia um pedido ao servidor 2 – O servidor processa o pedido e devolve a informação pedida

Figura 16 – Configurações baseadas no cliente

Fonte: Adaptado de: Foote e Kirvan (1997).

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Existem ainda as soluções híbridas combinam os processos do servidor e do

cliente de forma a otimizar a performance respondendo a necessidades específicas

dos utilizadores (figura 17).

Figura 17 – Configuração híbrida

Fonte: Adaptado de Foote e Kirvan (1997).

Cada uma das diferentes abordagens (servidor, cliente e híbridas) apresenta

os seus pontos fortes e pontos fracos. Na arquitetura baseada no servidor, os mapas

gerados são transferidos sob a forma de imagens gráficas em formatos como o GIF

e JPEG, estas podem ser visualizadas em qualquer browser o que pode minimizar

os requisitos do cliente, por outro lado esta abordagem pode levar a um fraco

desempenho nas interações com os utilizadores e muitos pedidos podem bloquear o

servidor.

Por outro lado a estratégia baseada no cliente desloca muito das interações

do usuário e manipulação de dados para o lado do cliente o que melhora

consequentemente o desempenho nas interações com o usuário, o que provoca

outro tipo de problemas como tráfego muito elevado na internet e incompetência no

processamento de dados mais complexos.

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2.6.2 Soluções WebGIS Relacionadas à Gestão Territorial e AP

Independente do domínio da aplicação, a utilização dos SIGs já não se

encontra restrita aos especialistas. A diversidade de clientes compreende desde

cientistas, tomadores de decisão até o público em geral. Usuários estes que podem

visualizar e manipular os dados provenientes de diversas fontes e apresentados de

maneira clara e transparente, realizar pesquisas e análises complexas através do

cruzamento de informações cujos resultados são apresentados através de mapas, e

que por sua vez podem apontar eventuais problemas ou necessidades e permitir a

tomada de melhores decisões. No ramo de gestão territorial a utilização dos

WebGIS é feita nos diferentes domínios de aplicação que vão desde o

monitoramento do NDVI até o monitoramento agrícola nacional.

As agências norte-americanas National Aeronautics and Space Administration

(NASA) e National Agricultural Statistics Service (NASS) apresentam uma solução

WebGIS chamada VegScape – Vegetation Condition Explorer que tem como

objetivos melhorar a objetividade, robustez, quantificação e o monitoramento da

condição das culturas no âmbito nacional dos EUA (MUELLER, 2013).

O VegScape fornece ferramentas para visualização e exploração de dados,

conforme figura 18, e divulga publicamente o Normalized Difference Vegetation

Index (NDVI) de todo o território dos EUA em períodos diários, semanais e

quinzenais. O Índice de Vegetação é calculado a partir de dados do sensor

Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS) com 250 m de resolução

espacial. A base para o desenvolvimento do WebGIS são padrões geoespaciais

abertos e aplicativos web como OpenLayers, MapFish e Ext JS (MUELLER, 2013).

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Figura 18 – Interface do VegScape (NDVI)

Fonte: http://nassgeodata.gmu.edu/VegScape/.

A NASA em conjunto com a NASS ainda possui um outro WebGIS conhecido

como CropScape, construído utilizando os mesmos aplicativos web do anterior, que

faz o monitoramento de áreas cultivadas em todo o território dos EUA. Assim como o

VegScape, o CropScape (figura 17) fornece acesso aberto, ferramentas de

visualização e análise geoespacial para a comunidade de usuários permitindo assim

conectar pesquisadores do United States Departament of Agriculture (USDA) com

um público anteriormente inacessível (MUELLER, HARRIS, 2013).

Desde 1997, o NASS produz anualmente um mapa de cobertura do solo,

provenientes dos dados de colheita, chamado Cropland Data Layer (CDL) que é

formada por mais de 100 categorias de culturas existentes nos Estados Unidos. Os

dados fornecidos são entregues com uma resolução espacial de 30 metros. A CDL é

derivada usando uma abordagem de classificação de cobertura do solo

supervisionado. Ele combina as imagens de satélite coletadas durante a estação de

crescimento de tais sensores como Landsat, Resourcesat. Ele também combina

dados de verdade terrestre agrícolas específicas de programas do USDA e verdade

de campo não agrícolas através da United States Geological Survey (USGS)

(MUELLER, HARRIS, 2013).

O produto CDL amadureceu desde a sua criação em 1997, com métodos,

dados de campo, e precisões de identificação terras cultiváveis trazendo grandes

melhorias, enquanto o portal CropScape expandiu o uso do produto a partir

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principalmente da sinergia entre o SIG e aqueles usuários que tinham pouca ou

nenhuma experiência relacionada com SIG, mas amplo conhecimento da indústria

agrícola.

Por sua capacidade de avaliar as mudanças e analisar a rotação de culturas

de rotação, os usuários finais do CropScape e CDL estão utilizando os produtos

CDL nas mais variadas pesquisas como em estudos de sustentabilidade agrícolas,

para as questões ambientais, avaliações de conversão do solo, rotação de culturas,

de apoio à decisão, desastres, levantamentos de agricultores, de carbono,

bioenergia, ecologia e biodiversidade. No entanto, há um segmento da comunidade

de usuários que está usando-o para apoio à decisão do agronegócio, bem como

para fins financeiros e de seguros (MUELLER, HARRIS, 2013).

Figura 19 – Interface CropScape (Produção Agrícola - EUA)

Fonte: http://nassgeodata.gmu.edu/CropScape/.

No âmbito brasileiro existem diversos WebGIS relacionados ao tema da

agropecuária e entre eles o SOMABrasil, desenvolvido e gerenciado pela Embrapa

Monitoramento por Satélite em Campinas/SP, é um dos mais reconhecidos

atualmente e citado por revistas especializadas em geoprocessamento como

exemplo a revista MundoGEO.

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O SOMABrasil tem por objetivo organizar, integrar e disponibilizar bases de

dados geoespaciais via web, por meio de ferramentas de análises espacialmente

explícitas e de visualização dinâmica, contribuindo para o entendimento das

mudanças de uso e cobertura da terra. Conforme a figura 20 a interface do WebGIS

permite ao usuário interagir com as bases de dados por meio de consultas básicas e

avançadas para gerar informações úteis a zoneamentos, monitoramentos da

dinâmica espacial da agropecuária, prioridades para a pesquisa e as políticas

públicas (EMBRAPA MONITORAMENTO POR SATÉLITE, 2014).

Figura 20 – Interface do SOMABrasil (Embrapa Monitoramento por Satélite)

Fonte: http://mapas.cnpm.embrapa.br/somabrasil/webgis.html.

A preparação, organização e publicação das bases espaciais do Brasil por

meio de uma interface WebGIS baseou-se em duas principais fases de trabalho:

1) definição da arquitetura de armazenamento, organização e acesso aos

dados e;

2) obtenção, preparação, inserção e publicação dos planos de informação

no WebGIS SOMABrasil.

A definição da arquitetura do sistema levou em consideração a utilização de

software livre, de domínio público e em padrões de interoperabilidade de dados

espaciais definidos pelo Open Geospatial Consortium (OGC) que estabelecem

formas de armazenamento e acesso padronizado aos dados. O sistema de banco de

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dados utilizado é o PostgreSQL/PostGIS juntamente com o servidor de dados

geoespaciais GeoServer. Todos os planos de informações inseridos no sistema são

organizados e padronizados em uma mesma projeção cartográfica. A publicação

dos planos de informações é feita através do servidor de dados geoespaciais

GeoServer, permitindo fácil interoperabilidade entre sistemas de geoprocessamento.

Entre os padrões aceitos pelo software, destacam-se: Web Map Service (WMS),

Web Feature Service (WFS) e Web Coverage Service (WCS). A figura 21 apresenta

o fluxograma de desenvolvimento do SOMABrasil.

Figura 21 – Fluxograma de desenvolvimento do WebGIS SOMABrasil

Fonte: Embrapa Monitoramento por Satélite (2014).

2.7 Interoperabilidade

Os mapas na web estão constantemente se moldando às características da

comunicação via rede, fato que demanda a integração e o compartilhamento das

informações. A conjugação destas duas metas, no meio computacional, é

denominada de interoperabilidade. Esta é baseada em dois processos distintos:

padronização e sistematização. Em decorrência da sua veiculação na web, constata-

se que o volume de mapas produzidos aumentou exponencialmente e suas

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funcionalidades se ampliaram. No entanto, parte dos termos relacionados aos

mapas se tornou efêmero em virtude das constantes inovações oriundas do

desenvolvimento tecnológico. Um dos principais desafios é tornar o conteúdo dos

mapas compreensível universalmente, por homens e máquinas por isso as

Infraestruturas de Dados Espaciais (IDEs), os mapas colaborativos, a diversificação

das estratégias de localização, a Digital Earth e a computação em nuvens revelam-

se importantes tendências de desenvolvimento (QUEIROZ FILHO; GIANNOTTI,

2012).

Para Goodchild et al. (1997), interoperabilidade é a capacidade que um

sistema tem de compartilhar e trocar informações. Seus principais objetivos são:

Tornar aberta a estrutura interna dos arquivos de dados;

Viabilizar a conversão de dados entre os programas;

Popularizar a interação com o usuário.

A interoperabilidade permite que diversas organizações forneçam dados

geográficos via web, independentemente das suas escolhas tecnológicas, processos

de produção, ou cultura interna (DAVIS JUNIOR et al., 2009). A interoperabilidade

pode ser definida como a capacidade de um sistema ou de seus componentes para

compartilhar informações e aplicações, independentemente da sua heterogeneidade

(BISHR, 1998). Em decorrência, a interoperabilidade se caracteriza por dois

processos distintos: a padronização dos componentes e a sistematização de termos

e conceitos, como ilustram a figura 22.

Figura 22 – Representação dos processos da interoperabilidade de mapas na Web

Fonte: Queiroz Filho e Giannotti (2012).

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No contexto dos mapas, a padronização extrapola os seus atributos

intrínsecos como escala, projeção e coordenadas e assume distintas denominações,

das quais se destacam: metadados e serviços geográficos da web. A sistematização

de conceitos e termos está associada à web semântica e se manifesta nas

pesquisas sobre ontologias.

As iniciativas mais importantes de padronização de dados geoespaciais são

coordenadas por instituições internacionais (QUEIROZ FILHO; GIANNOTTI, 2012).

Destacam-se:

A International Organization for Standardization (ISO). É o maior

colaborador mundial para edição de padrões e normas internacionais. Foi

estabelecida em 1947 e conta com uma rede de institutos nacionais de

normalização de 161 países (ISO, 2014).

O W3C (World Wide Web Consortium), consórcio internacional fundado

por Tim Berners Lee em 1994 que desenvolve padrões para tecnologias

visando garantir o crescimento da web em longo prazo (CONSÓRCIO

WORLD WIDE WEB, 2011).

O FGDC (Federal Geographic Data Committee) é um comitê inter-

agências que coordena o desenvolvimento, utilização, compartilhamento e

disseminação de dados geoespaciais (ESTADOS UNIDOS, 2008).

O OGC (Open Geospatial Consortium) é uma organização sem fins

lucrativos, formada por membros das comunidades internacionais e

voluntários que desenvolvem padrões para dados e serviços baseados em

localização espacial. Fundada em 1994, é uma entidade formada por

quatrocentas e setenta e quatro companhias, agências governamentais e

universidades (OPEN GEOSPATIAL CONSORTIUM, 2014).

2.7.1 Metadados

Metadados são dados que descrevem outros dados. Muitas vezes, descreve

de onde os dados de mapeamento vieram, como ele pode ser usado, o que ele

contém, e quem contactar com perguntas a respeito de suas demais características

ou qualidades. O objetivo é facilitar a gestão do uso das informações. Como os

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dados cada vez mais se tornam disponível através da internet, a necessidade de

catalogar a informação é essencial. Atualmente já existem serviços que realizam

buscas e catalogam fontes de dados on-line para que outros possam encontrá-los

facilmente (MITCHELL, 2005).

Embora o termo metadado hoje seja mais utilizado no ambiente dos Sistemas

de Informações e da Tecnologia da Informação, o seu real conceito é bem mais

amplo, pois é compreendido com informação estruturada que descreve esquemas

de dados ou informação (MOURA, 2005). Há pouco tempo os metadados não eram

considerados requisitos básicos, todavia atualmente tornou-se quase imprescindível,

tanto que já existem grandes Infraestruturas Nacionais de Dados Geoespaciais

(IDEs) que compartilham dados e permitem buscas por meio dos metadados

existentes nas bases de dados.

Segundo Nebert (2004), o termo Spatial Data Infrastructure (SDI), ou em

português, Infraestrutura de Dados Espaciais (IDE) é aplicado frequentemente ao

conjunto de tecnologias, políticas e acordos entre instituições, que visam facilitar a

disponibilidade e o acesso a dados espaciais. A IDE fornece a base para a

descoberta dos dados espaciais, a sua avaliação e utilização, a todos os níveis de

governo, de instituições comerciais e não comerciais, setor acadêmico e cidadãos

em geral.

Os metadados geográficos, como informações primordiais na sistematização

dos dados, são usados para garantir a interoperabilidade e permitem avaliar se a

estrutura dos dados de uma origem é compatível com outro formato, bem como se

os modelos são ajustáveis com a necessidade de descrição da informação (WEBER

et al., 1999).

Segundo a Infraestrutura de Dados da Espanha (ESPANHA, 2014), o

estabelecimento de uma IDE, a nível local, regional, estatal ou global, requer o

acordo dos produtores, detentores e utilizadores dos dados espaciais no âmbito

territorial definido. O acordo deve ter também em atenção as IDE definidas (ou em

definição) noutros níveis territoriais, com os quais deve convergir. Ainda de acordo

com o mesmo autor, a justificativa para o estabelecimento de uma IDE está ligada a

duas ideias fundamentais:

A necessidade de acesso de forma fácil, cômoda e eficaz aos dados

geográficos existentes. Até agora, e por vários motivos, a Informação

Geográfica tem sido um recurso com custos de produção elevados e de

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difícil acesso: formatos, modelos, políticas de distribuição, falta de

informação;

A oportunidade de reutilizar a Informação Geográfica produzida num

projeto para outras finalidades diferentes, considerando os seus elevados

custos de produção.

No âmbito regional europeu a Infrastructure for Spatial Information in the

European Community (INSPIRE) entrou em vigor em 15 de Maio de 2007. A diretiva

INSPIRE visa criar uma infraestrutura de dados espaciais da União Européia. Isto

permite a partilha de informação geográfica ambiental entre organizações do setor

público e melhor facilitar o acesso do público à informação espacial na Europa. Os

componentes dessa infraestrutura incluem dados espaciais e respectivos

metadados, serviços de dados espaciais, serviços e tecnologias de rede e

comunicações, acordos sobre a partilha, acesso e uso dos dados, mecanismos de

coordenação e monitoramento, e ainda procedimentos. O seu objetivo é estabelecer

um quadro legal para a criação gradual e harmonizada de uma infraestrutura

européia de informação geográfica.

Esta iniciativa incide inicialmente nas necessidades de informação geográfica

para as políticas ambientais, mas sendo uma iniciativa de natureza inter-setorial,

expandir-se-á gradualmente para os outros setores como agricultura, transportes, à

medida que outros serviços da comissão passarem a participar na iniciativa. Estes

serviços deverão permitir a qualquer utilizador identificar e acessar a informação

geográfica proveniente de diversas fontes, desde o nível local até ao nível global, de

um modo interoperável e para uma grande variedade de utilizações (INSPIRE,

2014).

O Brasil seguindo os mesmos padrões e princípios de vários países e

vislumbrando a necessidade de interoperabilidade entre sistemas e a reutilização de

dados criou o Perfil de Metadados Geoespaciais do Brasil (Perfil MGB) a partir da

iniciativa da Comissão Nacional de Cartografia (CONCAR), em parceria com

grandes instituições brasileiras que produzem e utilizam dados geoespaciais

(COMISSÃO NACIONAL DE CARTOGRAFIA, 2009). A importância da

interoperabilidade motivou o Ministério do Planejamento a instituir em 2008 a

Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE) que por definição é um conjunto

integrado de tecnologias; políticas; mecanismos e procedimentos de coordenação e

monitoramento; padrões e acordos, necessário para facilitar e ordenar a geração, o

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armazenamento, o acesso, o compartilhamento, a disseminação e o uso dos dados

geoespaciais de origem federal, estadual, distrital e municipal (BRASIL, 2014).

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Tecnologia Utilizada na Implementação do WebGIS

O processo de escolha da solução a adotar para implementação de uma

plataforma WebGIS requer que alguns fatores sejam considerados, sendo que a

importância de cada fator depende do ponto de vista da análise. Os responsáveis

pela instituição normalmente valorizam fatores como os custos de aquisição,

manutenção do software e formação dos técnicos enquanto os responsáveis pelo

SIG os fatores mais importantes são as funcionalidades disponibilizadas, os

procedimentos de implementação e de utilização e a conectividade e

interoperabilidade da solução (PENG; TSOU, 2003). Contudo, o fundamental é

garantir que a aplicação atenda aos objetivos propostos, considerando o tipo de

informação que deseja disponibilizar.

Como visto anteriormente, existem diversos softwares SIG disponíveis, de

diferentes tipos e a diferentes níveis, com algumas características similares e outras

distintas, permitindo que conforme as especificidades do WebGIS que se pretende

implementar, se escolham os softwares mais apropriados.

No caso do WebGIS do presente trabalho, antes de se iniciar o

desenvolvimento e a implementação, fez-se a pesquisa de aplicações semelhantes

em funcionamento e também uma avaliação das ferramentas e dos requisitos

necessários. Assim, foi possível definir as seguintes características e

funcionalidades que o sistema deve apresentar:

Uso de softwares Free ou open source (a nível de dados, servidor e

cliente) para que o sistema seja implementado como uma solução de

baixo custo ou de custo zero de manutenção, devido a restrições

financeiras.

Os softwares devem ser desenvolvidos em conformidade com as

especificações para serviços WebGIS criadas pelo OGC e devem

apresentar ferramentas de suporte (documentação para utilizadores e

desenvolvedores, livros, fóruns, etc.)

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O sistema deve apresentar facilidade de implementação ao nível técnico e

a utilização de aplicações já construídas o que permite focar as atenções

mais no problema específico a que se destina o WebGIS e não tanto em

detalhes mais técnicos do foro da programação.

Da mesma forma, o sistema deve apresentar uma interface gráfica

amigável e ser de fácil utilização, uma vez que tem como alvo usuários

sem experiência prévia no uso de ferramentas e metodologias SIG.

O sistema deve apresentar as ferramentas necessárias para facilmente

permitir a definição de critérios de consultas por qualquer um dos futuros

utilizadores.

Deste modo, é importante salientar que a análise de alguns fatores, na

escolha dos softwares, esteve sujeito a alguma subjetividade e experiência anterior.

A nível de armazenamento de dados, foi considerada uma base de dados

relacional open source apresentada, no ponto 2.5.2.2, nomeadamente MySQL. Por

sua rapidez e robustez, o MySQL foi escolhido como o SGBD para o

armazenamento de dados alfanuméricos e espaciais, mais precisamente, dados

vetoriais, uma vez que o suporte para dados espaciais matriciais é ainda bastante

incipiente e por isso, todos os dados matriciais são armazenados em arquivos

separados.

O presente projeto não contou com um servidor dedicado de mapas como,

por exemplo, o MapServer ou GeoServer. Ao se fazer esta escolha considerou-se o

fato de existirem aplicações para internet pré-configuradas designadas por

frameworks que permite a configuração automática de um servidor Apache para

ambiente Microsoft Windows, portanto, o servidor web utilizado foi o software

Apache presente no host DreamHost, local de hospedagem do domínio labeco.org

que por sua vez gerencia o WebGIS. O Apache é open source e um dos mais

usados no mundo, com muito bom desempenho e estabilidade. Estas opções podem

ser um fator restritivo nas escolhas da fase de desenvolvimento, mas aumentam em

muito a produtividade do projeto WebGIS, permitindo a sua criação e implementação

num período relativamente curto.

O servidor é a componente do sistema que faz a ponte entre a base de

dados, neste caso MySQL e o usuário. Esta gestão é feita por intermédio de um

framework. O usuário executa a manipulação e análise de dados remotamente no

seu próprio computador por intermédio do seu browser de internet.

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Existem diversos frameworks pré-configurados que funcionam associados ao

servidor criando uma interface para o usuário que, além da visualização da

informação geográfica, disponibiliza um conjunto de funcionalidades para o

manuseio dessa informação. Para o WebGIS proposto adotou-se o OpenLayers,

devido às suas características e por permitir focalizar nas questões específicas a

que se destina o WebGIS e não tanto em detalhes mais técnicos relacionados a

programação.

O OpenLayers em conjunto com as ferramentas GeoExt e Ext JS incorporam

a capacidade de rapidamente configurar novas aplicações a partir de um conjunto de

widgets que são componentes de interface como janelas, botões, menus e ícones

que podem ser colocados num arquivo HTML. Estes elementos fornecem uma parte

fixa de funcionalidades, mas a representação do widget é em geral altamente

configurável. É também bastante extensível, pois os desenvolvedores podem criar

seus próprios widgets personalizados e usá-los em aplicações de mapeamento

(OPEN SOURCE GEOSPATIAL FOUNDATION, 2014).

3.2 Descrição da Área Piloto

A área utilizada como piloto no desenvolvimento do WebGIS proposto

pertence à Embrapa Pecuária Sul, encontra-se nos municípios de Bagé e Hulha

Negra no estado do Rio Grande do Sul e perfaz um total de 2783 Ha, dividida em 5

glebas e mais de 100 subdivisões (potreiros) onde são realizadas atividades de

agricultura, agricultura de precisão, pecuária, estudos do solo, agroecologia,

integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), entre outras. A figura 23 mostra a

classificação da vegetação na área total da Unidade realizada no software SPRING.

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Figura 23 – Interface do SPRING (Classificação da Vegetação).

Fonte: Do Autor.

3.3 Camadas de Informações

Os dados e a informação são a essência de qualquer projeto SIG. Se estes

forem insuficientes ou inapropriados, podem comprometer o sucesso do projeto. O

WebGIS incorpora dados dos tipos matricial e vetorial. No grupo dos matriciais

incluem-se os MDT, declive, hipsometria e classificação da vegetação. No segundo

grupo, dos vetoriais, encontram-se os inicialmente Shapefiles que foram carregadas

para a base de dados após serem transformados para o formato GeoJSON. Segue a

lista das camadas presentes atualmente no WebGIS:

Declividade: Derivada de processamento de dados do sensor ASTER;

Hipsometria: Derivada de processamento de dados do sensor ASTER;

Classificação da Vegetação: Derivada de classificação de imagens obtidas

pelo satélite RapidEye no dia 16 de agosto de 2013;

Corpos D’Água: Obtido através um arquivo .dwg derivado de levantamento

geodésico para fins de georreferenciamento de todos os campos

experimentais;

Produtividade da Soja em 2010: Potreiro 20.

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Limites da Embrapa Pecuária Sul: Obtido através um arquivo .dwg

derivado de levantamento geodésico para fins de georreferenciamento de

todos os campos experimentais;

Limites do experimento no potreiro 30: Obtido através de arquivo dwg

derivado de levantamento topográfico realizado com GPS de navegação

em 2012;

Condutividade Elétrica (Potreiro 20, medida a 30 cm de profundidade):

Levantamento de campo realizado em 2012;

Condutividade Elétrica (Potreiro 20, medida a 90 cm de profundidade):

Levantamento de campo realizado em 2012;

Condutividade Elétrica (Potreiro 21, medida a 30 cm de profundidade):

Levantamento de campo realizado em 2012;

Condutividade Elétrica (Potreiro 21, medida a 90 cm de profundidade):

Levantamento de campo realizado em 2012;

Esses dados foram agrupados em ―árvores‖ segundo a sua área temática ou

tipo de informação com o objetivo de melhorar a navegação dos usuários no

WebGIS.

O sistema de referência usado em todo o WebGIS foi o datum WGS-84 com

código EPSG:4326. O OpenLayers faz uma transformação para a projeção Esférica

de Mercator que possui o código EPSG: 900913. A projeção Esférica de Mercator

não possuía um código EPSG até que as APIs do Google começaram e utilizá-la e

então foi criado este código temporariamente. Atualmente, muitos outros serviços de

mapas da web como OpenStreetMap, Bing e Yahoo utilizam esta projeção.

No desenvolvimento do WebGIS foram utilizadas camadas em diferentes

escalas que permitem a visualização de uma área que abranja desde uma visão do

enquadramento de município (aproximadamente 1/100.000), até uma escala que

permita a identificação de feições relacionada com as infraestruturas de potreiros,

como pontos amostrais alocados em uma área especifica, como por exemplo os

pontos relativos à produtividade da soja no potreiro 20 no ano de 2010 que só

podem ser visualizadas de forma apropriada numa escala próxima de 1/20.000.

Devido à essa considerável amplitude da escala de visualização, foi

estabelecido, para cada elemento gráfico, um intervalo de visualização, ou seja, para

determinados elementos a visualização só é disponibilizada a nível de potreiro e não

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de município. As escalas mínimas e máximas para visualização das camadas foram

configuradas de tal maneira a apagar a camada quando afasta-se demais o mapa

evitando a poluição visual.

A escolha da representação gráfica da informação considerou o fato de a

aplicação ser disponibilizada a um grupo pouco familiarizado com os SIG e também

da informação estar disponível em camadas incorporando grande quantidade de

informação e de entidades geográficas. Nos elementos geográficos representados

pela área fez-se uso de cor e à transparência, de forma a permitir a visualização da

informação nas camadas inferiores.

Todos as camadas inseridas no WebGIS foram tratadas e processadas nos

softwares SPRING e Quantum SIG. Após a edição vetorial e das tabelas, as

camadas foram convertidas para o formato GeoJSON que é um formato de

intercâmbio de dados geoespaciais baseado em JavaScript Object Notation (JSON).

GeoJSON é um formato de codificação de uma variedade de estruturas de

dados geográficos. Um objeto GeoJSON pode representar uma geometria, uma

feição, ou um conjunto de feições. GeoJSON suporta diversos tipos de geometrias

como: pontos, linhas, poligonos, multipontos, multilinhas, multipolígonos e coleções

de geometiras. Os arquivos no formato GeoJSON contém, além da geometria

objeto, propriedades adicionais que podem conter uma lista de características. A

estrutura completa de dados GeoJSON é sempre um objeto (em termos JSON). Em

GeoJSON, um objeto consiste de uma coleção de pares nome/valor - também

chamado de membros conforme figura 24 (GEOJSON, 2014).

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Figura 24 – Modelo de Arquivo GeoJSON

Fonte: Geojson (2014).

Após a conversão para o formato GeoJSON, as camadas de dados foram

alocadas em uma mesma pasta denominada ―layers‖ que o OpenLayers referencia

no código do WebGIS e o servidor de dados busca a cada solicitação dos clientes

(usuários). Vale ratificar que, por se tratar de um protótipo, a inserção de novas

camadas, as atividades de levantamento, processamento e atualização dos dados

são continuamente realizados no projeto.

3.4 Desenvolvimento do WebGIS

Para o desenvolvimento do WebGIS foram utilizadas as tecnologias citadas

na seção 3.1, todavia o presente tópico visa detalhar a programação e a ligação

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entre os arquivos que conjuntamente operacionalizam o WebGIS. O programa

NotePad++ versão 5.9.8 (figura 25) foi utilizado para realizar a programação do

aplicativo web.

Figura 25 – Exemplo de Aplicação HTML e JavaScript utilizando NotePad++

Fonte: do Autor.

O programa tem suporte as mais diversas linguagens de programação e pode

ser desenvolvido em forma visual e por código, o que é um grande diferencial dentre

os softwares de programação.

Após o download das bibliotecas necessárias para o desenvolvimento do

aplicativo, e alocação nas respectivas pastas no servidor, iniciou-se o processo de

programação do WebGIS.

No processo interativo que ocorre na janela principal do WebGIS, a obtenção

dos resultados é consequência do processo de armazenamento de informações e

relacionamento entre diversos arquivos e pastas, portanto um passo importante no

momento da programação é a alocação dos recursos em pastas e arquivos da

maneira mais simples e intuitiva possível. A figura 26 apresenta a estrutura de

pastas e arquivos utilizados pelo WebGIS.

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Figura 26 – Estrutura organizacional e funcional do sistema WebGIS

Fonte: do Autor.

Na figura 26 as caixas em amarelo representam pastas presentes na raiz do

diretório de armazenamento, enquanto os demais arquivos encontram-se alocados

diretamente na raiz, portanto o sistema web é composto por dez arquivos e cinco

pastas em seu diretório raiz. Estes arquivos são responsáveis pelo acesso ao

sistema, construção da interface, cálculos, além de processar as funções para a

geração das informações.

As pastas ―ext‖, ―geoext‖ e ―openlayers‖ possuem as bibliotecas que são

utilizadas por diversas funções do aplicativo. A pasta ―ícones‖ contém os ícones

ilustrativos utilizados na barra de ferramentas e a pasta ―layers‖ armazena todas as

camadas no formato GeoJSON.

No aplicativo WebGIS o arquivo ―webgis.php‖ é o gestor do sistema e contém

informações e configurações que controlam todas as demais funções, bibliotecas e

arquivos que são úteis para garantir as funcionalidades do aplicativo. Na figura 27

pode-se observar o início do arquivo webgis.php.

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Figura 27 – Parte do código webgis.php

Fonte: do Autor.

Conforme pode-se observar na figura 27, no início do código são declarados

os endereços das funções JavaScript e dos arquivos de estilo .css.

Os arquivos ―geoexplorer.css‖, ―all.css‖, ―style.css‖ e ―Ext.Ux.ColorField.css‖

são utilizados para facilitar as configurações visuais, como o design dos painéis,

árvores e barras de ferramenta. O padrão ―css‖ é utilizado na padronização de fonte,

margens e tamanho de texto.

No arquivo ―medidas.js‖ estão programadas as configurações referentes aos

cálculos de medidas lineares e áreas. O arquivo ―painéis‖ delimita os painéis

presentes na interface do WebGIS, utiliza basicamente a biblioteca Ext JS. A função

―trees.js‖ configura as árvores de camadas presentes no painel lateral esquerdo do

aplicativo. O arquivo ―layers.js‖ contém todas as camadas carregadas no aplicativo,

inclusive os layers de base do Virtual Earth. As configurações relativas às regras de

cores, largura de linhas, opacidade inicial da camada são todas efetuadas neste

arquivo. Por fim, o arquivo ―toolbar.js‖ controla todas as funções presentes na barra

de ferramenta do aplicativo.

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4 RESULTADOS

4.1 Funcionalidades e Interface do WebGIS

Na presente dissertação desenvolveu-se um WebGIS específico para

disponibilizar dados com correspondência geográfica e permitir o acesso e extração

de informações presentes no sistema WebGIS através de um browser.

Para o desenvolvimento da aplicação em si, foram utilizadas a ferramentas

pré-configuradas OpenLayers, GeoExt e Ext JS, que ao serem instaladas

apresentam uma interface padrão, mas com possibilidade de alteração que exige

modificação do código original. O browser utilizado para acessar o WebGIS é o

Mozilla Firefox, mas o mesmo também pode ser acessado por outros browsers como

Safari e Chrome.

Para a adaptação da interface com o usuário considerou-se que esta poderia

ser utilizada tanto por usuários experientes como por usuários menos experientes

que ao longo da utilização viriam a ganhar a experiência desejada. Com o objetivo

de permitir o acesso eficiente a um conjunto de temas, a interface do WebGIS

apresenta uma visualização simples e intuitiva com quatro áreas distintas, sendo

que os dois primeiros são estáticos enquanto os últimos são atualizados sempre que

manipulados pelo usuário: o painel de topo que contém o título da aplicação; logo

abaixo encontra-se a barra de ferramentas principal onde à esquerda estão as

ferramentas da aplicação com botões que permitem o acesso a diversas

funcionalidades; abaixo da barra de ferramentas encontra-se o painel principal do

mapa, que é um espaço dedicado à visualização e análise de informação geográfica;

por último à esquerda pode-se visualizar o painel que permite a manipulação das

camadas.

Os usuários podem ter acesso a todas as funcionalidades e camadas

disponíveis através do login no site do labeco.org. A interface inicial do sistema

apresenta os limites da Embrapa Pecuária Sul na escala aproximada de 1/100.000,

pois todas as camadas inseridas no projeto são ―recortadas‖ somente para a área

experimental da Embrapa, todavia isso não impossibilita a inserção e visualização

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de dados concernentes a outras regiões do Brasil e do Mundo. A figura 28 apresenta

a interface de entrada do WebGIS Labeco Embrapa Pecuária Sul.

Figura 28 – Interface Inicial WebGIS

Fonte: do Autor.

A interação com o mapa é feita principalmente através da barra de

ferramentas. A figura 29 apresenta o conjunto de operações possíveis de serem

realizadas através desta interação. Algumas funções específicas serão tratada a

seguir.

Figura 29 – Barra de Ferramentas do WebGIS

Fonte: do Autor.

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A tabela 4 a seguir apresenta uma breve descrição das ferramentas contidas na barra de ferramentas.

Tabela 4 – Ferramentas da Barra Principal

Ferramenta Funcionalidade

Ferramenta Pan

Permite efetuar o deslocamento do mapa. Basta clicar sobre o mapa e arrastá-lo para a localização pretendida.

Medidas

Permite a medição interativa de distâncias e perímetros clicando diretamente sobre o ícone de régua ou clicar no símbolo de menu e selecionar o ícone de cálculo de área conforme pode ser visto na figura 30, 31 e 32.

Zoom In Permite fazer uma ampliação do mapa, aproximando-se da feição desejada.

Zoom Out Permite fazer uma redução do mapa, afastando-se das feições do mapa.

Zoom na Visão Anterior

Permite disponibilizar a vista anterior.

Zoom na Próxima Visão

Permite disponibilizar a vista posterior.

Ajuste de Transparência

Permite ajustar a transparência de um determinado layer.

Zoom na Extensão Máxima

Permite ajustar o mapa ao zoom inicial do WebGIS.

Painel On/Off

Permite suprimir, através de um click, o painel esquerdo onde são selecionadas as camadas de informação. Basta clicar novamente para o painel retornar.

Fonte: do Autor.

A figura 30 mostra o menu contendo as opções de cálculo de medidas. A

ferramenta de medições lineares é acionada clicando diretamente sobre o ícone

simbolizado por uma régua e para cálculo de áreas é necessário clicar sobre o

símbolo de menu e selecionar tal opção. Por padrão, o algoritmo de medição,

derivado do OpenLayers, realiza medidas lineares utilizando as unidades de metro e

kilômetro e para os cálculos de áreas as unidades de metro quadrado e kilômetro

quadrado. Pretende-se ajustar o código para que os resultados das áreas calculadas

sejam em hectares.

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Figura 30 – Menu Seletor do Tipo de Medição

Fonte: do Autor.

Na figura 31 pode-se observar que quando acionado o botão para calcular

medidas lineares, basta clicar sobre o ponto inicial e clicar sequencialmente sobre a

feição para que o sistema calcule a soma das medidas parciais e mostre o resultado

através de um popup. Para finalizar, basta dar um clique duplo.

Figura 31 – Exemplo de Medida Linear

Fonte: do Autor.

O princípio para o cálculo de área é exatamente o mesmo daquele descrito

em relação às medidas lineares, todavia o popup com o resultado da área só

aparece após o clique duplo que indica o fechamento da área (figura 32).

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Figura 32 – Exemplo de Medida de Área

Fonte: do Autor.

As ferramentas de medição lineares e de áreas, apesar de simples para

àqueles já familiarizados com o ambiente SIGs, apresentam-se como uma eficiente

e amigável ferramenta para os usuários que trabalham em campo e constantemente

necessitam de tais informações para realizarem cotações de material ou mesmo

planejar a subdivisão de um determinado potreiro.

A ferramenta de ajuste da transparência das camadas, quando ativada,

aciona um popup com um marcador deslizante que indica o percentual de opacidade

da camada. Na figura 33, a camada de vegetação foi ativada e aumentada a

transparência deslizando o marcador para esquerda. Esta ferramenta é muito útil

para a visualização de camadas sobrepostas a fim de analisar a correlação entre

elas. O ajuste da transparência das camadas é uma característica marcante dos

SIGs e que potencializada a análise visual da correlação entre duas variáveis

sobrepostas ou a mesma variável em épocas distintas, fato que, por si só pode

indicar tendências e assim subsidiar estratégias de manejo ou intervenção sobre

uma determinada área.

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Figura 33 – Exemplo de uso da Ferramenta de Transparência

Fonte: do Autor.

O painel principal do WebGIS é onde se encontra disponibilizado o mapa, ou

seja, as informações geográficas e sua ligação com os dados alfanuméricos sobre

as camadas na base de dados. Neste painel encontram-se algumas informações

adicionais destacadas na figura 34. No canto superior esquerdo, indicado com o

número 1, existe uma ferramenta de zoom In (+) e zoom Out (-) que possuem as

mesmas funções dos botões presentes na barra de ferramenta. No canto inferior

esquerdo (2) existe uma escala gráfica e no canto inferior direito (3) uma escala

numérica. No canto superior direito, indicado com o número 4, aparecem as

coordenadas geográficas no datum WGS-84 do local onde estiver o ponteiro do

mouse.

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Figura 34 – Itens da Janela Principal do WebGIS

Fonte: do Autor.

O painel lateral esquerdo, figura 35, possui o seletor de camadas para

visualização. As camadas estão divididas em 4 árvores, na primeira estão as

camadas de Base, que no caso são as camadas do Virtual Earth que ficam sempre

no fundo, podendo selecionar àquela que mais se adapte à necessidade do usuário.

Abaixo se encontra as camadas básicas que são referentes a todo o campo

experimental da Embrapa Pecuária Sul. Na terceira árvores encontram-se camadas

relacionadas às atividades de agricultura de precisão realizadas nos potreiros 20 e

21 do campo experimental. Por último, encontram-se as camadas concernentes às

atividades de pesquisa sobre serviços ecossistêmicos, agroecologia e pecuária

realizada no potreiro denominado 30, que é a área de maior distância em relação à

sede da unidade.

Com exceção das camadas de Base, todas as demais são customizadas em

relação à representação no mapa. Isso diz respeito às cores de preenchimento e

contorno, tamanho, espessura, presença de figuras, presença de rótulo (label), etc.

Na programação, desenvolvimento e customização das camadas presentes

no WebGIS levou-se em conta aspectos relativos à cartografia temática, tendo como

finalidade proporcionar um visual mais claro, lógico e amigável aos usuários e dirimir

qualquer dificuldade de compreensão da informações que muitas vezes o uso

inadequado das cores, formas e tamanhos pode ocasionar. Por isso, em algumas

camadas há uma definição prévia da escala em que podem ser visualizadas,

dependendo da escala original da informação.

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Figura 35 – Painel Lateral do WebGIS

Fonte: do Autor.

4.2 Processamento de Dados de Sensoriamento Remoto e Levantamentos de

Campo

Assim como em outras áreas do conhecimento, a agricultura tem

desenvolvido técnicas para mensurar as mais variadas características de topografia,

clima, vegetação ou de solo para inferir sobre aspectos específicos de intervenção,

na medida do possível, em tempo real. O caminho que dá atenção às plantas

assume que estas têm como expressar suas deficiências a partir de indicadores e o

indicador com mais potencial tem sido a refletância da luz incidente, especialmente

na região do visível e do infravermelho próximo Tradicionalmente trabalha-se com a

obtenção de imagens multiespectrais, por satélite ou avião, para a geração de

diagnósticos e recomendação (MOLIN, 2011).

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O Sensoriamento Remoto tem sido utilizado para avaliar as condições das

culturas em relação ao nitrogênio, incidência de pragas, plantas invasoras e doenças

e também para subsidiar o planejamento estratégico relacionado à definição de

zonas de manejo, áreas suscetíveis aos problemas de erosão, área de preservação,

entre outras. No entanto o Sensoriamento Remoto tem seus desafios, pois a

iluminação natural nem sempre está disponível, além da presença de nuvens, o que

pode variar a intensidade e as características espectrais dos alvos. Deve-se

considerar também as questões relacionadas à escala de trabalho e as resoluções

espacial, temporal, radiométrica e espectral dos sensores que podem inviabilizar sua

utilização para um determinado fim (MOLIN, 2011).

Neste trabalho, conforme descrito na apresentação das camadas do WebGIS,

foram processadas imagens do sensor orbital RapidEye com resolução espacial de

5 metros e também do Modelo Digital de Elevação (MDE) ASTER que possui uma

grade com 30 metros de resolução espacial. Desta maneira, a seguir são

apresentados os resultados de tais processamentos.

A partir de imagens obtidas pelo sensor RapidEye no dia 16 de Agosto de

2013 foi realizada uma classificação supervisionada utilizando o software SPRING.

A classificação foi efetuada pelo algoritmo de classificação supervisionada por

regiões Bhatthacharya e objetivou a quantificação das áreas da unidade que foram

antropizadas e as que ainda são consideradas de vegetação natural campestre.

Assim, foram consideradas 4 classes na classificação: Vegetação Natural

Campestre, Cultivadas / Áreas Antropizadas, Mata Ciliar/ Vegetação Arbustiva/

Eucalipto e Corpos D`Água.

Como resultado, observou-se que 53,5% de toda a área da Embrapa

Pecuária Sul possui vegetação natural campestre, 36,3% de áreas antropizadas,

5,9% de áreas compostas por mata ciliar, vegetação arbustiva e eucalipto e 1%

composta por corpos d´água, conforme apresentado pela tabela 5 e pela figura 36.

Este resultado é relevante pois pode nortear decisões de gestão tendo em

vista a atual ocupação das áreas experimentais, além de permitir o

acompanhamento temporal da utilização das mesmas. Assim, o WebGIS passa a

ser efetivamente um balizador de ações por sua capacidade de explicitar aquilo que

muitas vezes as informações alfanuméricas como planilhas e as estatísticas são

incapazes de demonstrar.

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Tabela 5 – Classes de Vegetação da Embrapa Pecuária Sul

Classificação Bhatthacharya

Classes Ha % Total Vegetação Natural Campestre 1490,23 53,5% Vegetação Cultivadas / Áreas Antropizadas 1009,14 36,3% Mata Ciliar / Veg. Arbustiva / Eucalipto 165,51 5,9% Corpos D`Água 29,22 1,0% Área total das classes 2694,10 96,8% Área Total da Unidade 2783,00

Fonte: do Autor.

Figura 36 – Mapa de Classificação da Vegetação

Fonte: do Autor.

Os modelos digitais de elevação (MDE) e os modelos digitais do terreno

(MDT) são atualmente uma das mais importantes informações usadas para a análise

geográfica. Conforme Burrough (1986), o modelo digital de elevação (MDE) é

definido como toda representação digital da variação contínua do relevo no espaço,

considerando o termo MDE para modelos que contenham somente dados de

elevação e o termo MDT para modelos que podem conter outras propriedades que

variam no espaço, tais como temperatura ou gravimetria.

Segundo Boemo (2011) os MDEs podem gerar produtos na forma de mapas,

análises topográficas do relevo, cruzamentos com modelos de produtividade ou de

variáveis de solo.

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A obtenção de um MDE ou MDT pode ser realizada através de processos

topográficos de levantamento altimétricos convencionais, por levantamentos

geodésicos utilizando GPS ou pelo processo de recuperação de altitudes do terreno

exportadas de modelos digitais como por exemplo o SRTM ou o ASTER (BOEMO,

2011).

Os levantamentos altimétricos convencionais realizados à campo através da

estações totais e GPS possuem a vantagem de ser mais precisos, principalmente

considerando o aspecto topográfico da aplicação, pois a margem de erro nas

estimativas altimétricas é da ordem de milímetros, enquanto que a margem de erro

ou resolução vertical do modelo digital de elevação ASTER possui erro de

aproximadamente 7 metros.

Mesmo com menor precisão altimétrica comparando-se a levantamentos

topográficos ou geodésicos, os dados do MDE ASTER são disponibilizados de forma

gratuita para download na internet, fato que confere um baixo custo em relação aos

trabalhos topográficos que são mais demorados e custosos. Portanto, dependendo

da escala de trabalho e do objetivo proposto, os mapas altimétricos e demais

produtos derivados do MDE podem fornecer várias informações a partir de análises

e cruzamentos com outros modelos, como por exemplo a avaliação da produtividade

por classes de relevo (BOEMO, 2011).

No presente trabalho, a partir do processamento dos dados MDE ASTER

realizados no software SPRING foram geradas 10 classes hipsométricas com

―fatiamento‖ de 20 em 20 metros de altitude. Desta maneira o resultado apresenta

um degrade do verde ao marrom representando as altitudes, de 160 a 360 metros,

encontradas na área, conforme apresentado na figura 37.

Este resultado, apesar de apresentar pouco detalhe altimétrico para estudos

de pequenos potreiros individualmente, pelas razões supracitadas, pode balizar

ações de gestão dos campos experimentais facilitando a identificação e seleção de

áreas ideais às atividades específicas em função também de variáveis como

declividade ou proximidade aos corpos d´água.

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Figura 37 – Mapa Hipsométrico da Embrapa Pecuária Sul

Fonte: do Autor.

Outra informação derivada dos dados MDE ASTER é a declividade que

conceitualmente é a inclinação de uma determinada superfície em relação ao plano

horizontal e pode ser expressa em graus ou em porcentagem. No processamento

foram consideradas 6 classes de declividades: plano, suave ondulado,

moderadamente ondulado, ondulado, forte ondulado e montanhoso (RAMALHO

FILHO; BEEK,1995).

A análise dos dados (tabela 6) permitiu verificar que na área de estudo

predominam os relevos suave ondulado a ondulado, ou seja, 80,60% da área possui

declives que variam de 3 a 20%: suave ondulado (declive de 3 a 8%) predomina em

27,6%, o moderadamente ondulado (declive de 8 a 13%) em 27,8% e o ondulado

(declive de 13 a 20%) em 25,1%. O relevo plano (declive de 0 a 3%), o forte

ondulado (declive de 20 a 45%) e o montanhoso (declive >45%) corresponderam a

19,4% do total.

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Tabela 6 – Classes de Declividade

Declividades (ASTER)

Classe Ha % Total

Plano - 0 a 3% 142,58 5,1%

Suave Ondulado - 3 a 8% 772,71 27,6%

Moderadamente Ondulado - 8 a 13% 778,66 27,8%

Ondulado - 8 a 20% 702,82 25,1%

Forte Ondulado - 20 a 45% 399,30 14,3%

Montanhoso - 45 a 75% 1,98 0,1%

Área Total da Unidade 2798,05

Fonte: do Autor.

Conforme Ramalho Filho e Beek (1995) as áreas com onduladas com

declividade de 13 a 20% são mais indicadas para a exploração de culturas

permanentes, uma vez que, esse tipo de plantio proporciona ao solo maior proteção.

As áreas de relevo forte ondulado (20 a 45%), que na área da Embrapa Pecuária Sul

corresponde à 14,3%, devem ser destinadas para o desenvolvimento de atividades

como pecuária e silvicultura, podendo ainda ser utilizadas para a conservação

ambiental, evitando-se dessa forma, problemas de erosão do solo.

Os locais com relevo montanhoso (declividades acima de 45%) representam

somente 0,1% da unidade experimental e encontram-se majoritariamente na região

norte da unidade, local menos antropizado e com maior percentual de vegetação

natural campestre e floresta natural. Conforme Ramalho Filho e Beek (1995) estas

áreas apresentam severa suscetibilidade à erosão, não sendo recomendadas para o

uso agrícola, sob pena de serem erodidas em poucos anos, portanto nestes locais

deve ser estabelecida uma cobertura vegetal de preservação ambiental.

Apoiando estas recomendações, pode-se confirmar que no campo

experimental da Embrapa Pecuária Sul as áreas com relevo forte ondulado e

montanhoso são historicamente utilizadas para estudos relacionados à pecuária de

campo nativo e estudos agroecológicos, além de conterem as áreas de preservação

permanente.

Com relação aos estudos do solo através de sensores capazes de obter tais

informações, observa-se que os avanços, a quantidade de pesquisa e a diversidade

de abordagens são ainda maiores que das plantas. O próprio penetrômetro, que

mede a força de penetração de uma ponteira no solo, bem como as suas variações,

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tem sido utilizado para o diagnóstico da compactação pelo índice de cone (IC) desde

os anos 1950.

Outra grande frente de trabalho em solo tem sido a mensuração da

condutividade elétrica e hoje é uma técnica já incorporada às práticas de prospecção

em alguns países. A condutividade elétrica é influenciada por diversos fatores do

solo como a porosidade, concentração de eletrólitos dissolvidos, textura, quantidade

e composição dos colóides, matéria orgânica e teor de água (MOLIN, 2011).

Os trabalhos com espectrofotometria de campo têm avançado e atualmente

existem equipamentos capazes de quantificar teor de água, matéria orgânica e

textura. Da mesma forma, já se conhece sensores de pH, alguns já comerciais.

Aplicações importantes e promissoras são aquelas que visam à detecção de

plantas invasoras e vários princípios têm sido estudados, desde a refletância até a

textura de imagens para a diferenciação de plântulas na aplicação localizada de

herbicidas (MOLIN, 2011).

A utilização de sensores para coleta de dados possibilita a redução de custos

e melhor interpretação de mapas relacionados a produção das culturas, como no

caso da soja, de maneira mais eficiente e com maior acurácia. Nos campos

experimentais da Embrapa Pecuária Sul existem dois potreiros que possuem dados

de produtividade de soja e outras variáveis levantados em campo.

Em 2010 foi realizado campanha de levantamento de dados onde foram

obtidas as condutividades elétricas do solo, com o sensor por contato direto Veris, a

0-30 e 0-90 cm de profundidade. Foram obtidos também os parâmetros estatísticos

descritivos e realizada a análise geoestatística através do semivariograma,

interpolação dos dados por krigagem e construção de mapas de isolinhas. Os dados

deste levantamento foram processados no SPRING e encontram-se disponibilizados

no WebGIS. Nas figuras 38 e 39 pode-se observar os mapas de condutividade

medidas à 30 e a 90 cm de profundidade nos potreiros 20 e 21.

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Figura 38 – Pontos de Produção de Soja e Condutividade Elétrica a 30 cm

Fonte: do Autor.

As áreas mais claras representam área de menor condutividade elétrica do

solo e as áreas mais escuras representam àquelas de maior condutividade. Podem-

se observar também circunferências que simbolizam a produtividade da soja no

potreiro 20 no ano de 2010. Utilizou-se um recurso de regras do OpenLayers que

atribui tamanho e cores diferentes aos pontos amostrais em função da variável onde

se encontra a produtividade. Os pontos menores em verde simbolizam a

produtividade de até 2000 Kg/Ha, os amarelos entre 2000 e 3000 Kg/Ha, os

alaranjados áreas de 3000 a 4000 Kg/Ha e os vermelhos áreas com produtividade

maiores que 4000 Kg/Ha.

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.

Figura 39 – Pontos de Produção de Soja e Condutividade Elétrica a 90 cm

Fonte: do Autor.

Nas áreas supracitadas foi conduzido um experimento baseado em um

sistema de Integração Lavoura-Pecuária, típico da Região Sul do Brasil, envolvendo

a sucessão de cultivos de soja e pastagem de inverno. A análise geoestatística

permitiu caracterizar a dependência espacial para diferentes variáveis estudadas

utilizando 46 pontos amostrais em 21 Ha (PEREZ et al., 2011).

Apesar da boa correlação entre a condutividade elétrica e outra variáveis

medidas, como por exemplo o teor de magnésio do solo, a produtividade da soja não

apresentou correlação positivas com a condutividade elétrica, como pode-se

observar na figura 39. Um dos fatores que pode explicar tal situação é o histórico da

área, pois a divisão dos potreiros nem sempre foi como encontra-se atualmente,

podendo a atual subdivisão dos potreiros integrar áreas que antigamente tiveram

usos e tratamentos muito diferentes.

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5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1 Considerações Finais e Discussão sobre as Vantagens e Limitações do

WebGIS

Com a evolução e a rápida expansão nas últimas décadas, a internet tornou-

se um meio privilegiado para o compartilhamento e disponibilização de dados

espaciais, contribuindo para o surgimento dos WebGIS.

Na agricultura e na pecuária de precisão os SIG são atualmente classificados

como sistemas de grande utilidade pelas suas características, contudo a sua

utilização a nível particular não se encontra generalizada principalmente devido a

dois fatores: a exigência a nível técnico e os elevados preços das licenças dos

softwares disponíveis no mercado. Desta maneira, o surgimento dos WebGIS,

construídos sob plataformas livres, constituem um dos mais recentes avanços no

apoio à tomada de decisão, oferecendo acesso descentralizado às informações

geográficas, fato este que vêm estimulando a comunidade SIG a distribuir WebGIS

pela internet (PENG; TSOU, 2003).

Com a disponibilização de um WebGIS obtêm-se, por um lado, o acesso a

dados espaciais tratados e atualizados por técnicos e, por outro lado, a utilização de

software open source, um serviço pouco oneroso, acessível a uma vasta gama de

usuários. Vale ressaltar, no entanto, que esta ferramenta não pretende ser um

substituto do software SIG desktop, que por sinal foram utilizados no processamento

dos dados inseridos no presente WebGIS. Constitui-se antes como uma ferramenta

de visualização e interação com as informações espaciais relevantes para os seus

usuários. Desta forma, estes podem fazer uma gestão da informação geográfica,

sem ser necessário qualquer software específico, ou conhecimentos aprofundados

de SIG.

No processo de implementação do projeto surgiram algumas dificuldades,

sobretudo na escolha do software e tipo de arquitetura a adotar uma vez que o grau

de dificuldade de criação e implementação dependia dessa escolha e dos

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conhecimentos técnicos relacionados às tecnologias de informação, internet,

programação e SIG.

Por razões técnica e de infraestrutura de hardware e TI, não foi possível

recorrer a um SGBD livre dedicado a servidor de mapas como por exemplo o

Mapserver ou GeoServer, todavia contou-se com o SGBD MySQL e outras

ferramentas e funcionalidades pré-formatadas, como é o caso do OpenLayers,

GeoExt e Ext JS que se revelaram bastante interessante, pois permite poupar tempo

no desenvolvimento, superando as eventuais desvantagens por não se construir

uma solução de raiz inteiramente adaptada aos objetivos do WebGIS.

Todos os softwares utilizados na implementação foram facilmente baixados

da internet e são de fácil instalação. A utilização de software open source permite o

desenvolvimento de uma solução WebGIS integrada, estável, robusta, confiável e

com um custo bastante atrativo. As comunidades, websites e fórums de usuários e

desenvolvedores das ferramentas open source utilizadas revelaram-se muito ativos

facilitando a tarefa de implementação do WebGIS.

Há inúmeras vantagens na utilização de software open source, uma delas é a

liberdade de modificar o código que permite personalizar a aplicação para melhor

atender as necessidades dos usuários. No entanto, isso pode impor algumas

dificuldades que serão dependentes da experiência do desenvolvedor, por isso, é

desejável um conhecimento prévio em linguagens de programação. Por outro lado,

para um desenvolvedor que não tenha experiência em programação existem os

tutoriais on-line com exemplos que podem orientá-lo ao longo do desenvolvimento.

5.2 Desafios e Propostas de Desenvolvimento Futuro

Nos últimos anos tem se verificado um aumento do número de opções de

software open source para disponibilização de dados espaciais pela internet, o que

constitui uma vantagem pela melhoria das aplicações existentes, correção de erros e

aparecimento de novas funcionalidades (contrariamente ao software proprietário,

onde muitas vezes apesar de a evolução também existir é normalmente paga) mas

também representa um grande desafio de futuro na manutenção e atualização dos

serviços criados.

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Entre os próximos desafios a serem enfrentados em relação ao WebGIS

proposto está a sua aplicação como um instrumento efetivo de apoio à gestão de

dados geográficos de toda a Embrapa Pecuária Sul, o que permitirá uma avaliação

mais concreta das funcionalidades disponibilizadas, conduzindo à eventual

necessidade de proceder a ajustes no sentido de melhor corresponder às

expectativas dos usuários.

As camadas de informações presentes no WebGIS devem ser

constantemente atualizadas visando atender as necessidades dos usuários e

promover o armazenamento, visualização e extração de dados referentes aos

potreiros e assim permitir o acompanhamento temporal das áreas.

Para isso é necessário planificar e realizar ações de formação aos usuários

que deverão ter acesso ao sistema, entre os quais os funcionários dos diversos

setores da unidade. A finalidade é que os setores tenham capacidade gerencial

relativa aos seus dados.

As linhas de desenvolvimento futuro do WebGIS inserem-se, sobretudo, na

perspectiva de ir ao encontro das necessidades dos usuários, embora o WebGIS já

esteja apresentando a necessária estabilidade e funcionalidades para entrar em sua

fase de produção. As melhorias e novas funcionalidades que podem ser

implementadas incluem:

Disponibilizar no sítio na internet um guia passo a passo, ilustrado, acerca

da utilização e funcionalidades do sistema e assim, mesmo um usuário

menos experiente rapidamente se sentirá à vontade na utilização da

ferramenta.

Criar um fórum de suporte ao sistema no próprio sítio, para ser utilizado

por utilizadores com dúvidas ou apenas para promover discussão.

Inserir uma ferramenta de impressão e permitir a combinação de dados

tabulares e gráficos aos dados espaciais para melhorar a capacidade do

sistema de gerar relatórios.

Implementar para além do controle de usuários credenciados, um nível de

restrição de acesso diferenciado por usuário ou grupo de usuários, que

será imprescindível caso venha-se permitir aos usuários fazer a edição de

registro da base de dados.

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Utilizar um servidor dedicado e o SGBD Geoserver para gerenciamento

das camadas e disponibilização de arquivos nos formatos WFS e WMS.

Aprimorar continuamente a interface utilizando as ferramentas

OpenLayers, GeoExt e Ext JS em versões mais recentes e com bibliotecas

mais atualizadas.

Avançar no estudo para a utilização de metadados com a criação de um

banco de metadados para que a ferramenta esteja apta a interagir com a

INDE através do nó central da Embrapa.

Com o WebGIS desenvolvido na presente dissertação pôde-se concluir que

uma ferramenta SIG com aplicação na internet pode ser utilizada como uma potente

e acessível ferramenta de gestão agropecuária promovendo o uso sustentável das

áreas experimentais da Embrapa Pecuária Sul.

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