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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

Paulo Afonso Burmann Reitor Paulo Renato Schneider

Pró‐Reitor de Pós‐Graduação e Pesquisa Teresinha Heck Weiller Pró-Reitora de Extensão Pedro Brum Santos Diretor do Centro de Artes e Letras Sara Regina Scotta Cabral

Coordenadora do Programa de Pós‐Graduação em Letras

Rosane Ursula Ketzer Umbach Chefe do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas Maria Eulália Tomasi Albuquerque Chefe do Departamento de Letras Vernáculas

REALIZAÇÃO

Ateliê de Textos – UFSM Coordenadora: Cristiane Fuzer LABLER – Laboratório de Pesquisa e Ensino de Leitura e Redação – UFSM Coordenadoras: Désirée Motta-Roth, Graciela Rabuske Hendges, Luciane Kirchhof Ticks, Roseli Gonçalves do Nascimento Grupo de Pesquisa Linguagem como Prática Social – UFSM Líder: Désirée Motta-Roth Grupo de Pesquisa Divulgação Científica Estratégias Retóricas – UNISINOS Líder: Maria Eduarda Giering

COMISSÃO ORGANIZADORA

Comissão de Apoio Amanda Canterle Bochett Amanda Pretto Amanda Radünz Ana Cunha Ana Paula Carvalho Anderson Linck Andressa Dawwed Andrielli Gonçalves Anelise Scherer Angela Assis Brasil Angela Maria Rossi Barbara Krabbe Betyna Preischardt Bruna Avozani Carla Gerhardt Cristiane Florek Daiane Kummer Daniela Leite Rodrigues Douglas Moraes Elisane Scapin Cargnin Erick Kader Callegaro Correa Fátima Tamanini Fernanda Ziegler Francine Azambuja Gabriela Rempel Gabriel Romero Gesselda Farencena Gisele Souza e Silva Graziela Fachin Harry Porto Jane Aparecida Florêncio Janete Arnt Jeniffer Cardoso Katia Simonetti Laura Bagnara Lauro Rafael Lima Letícia de Lima Letícia Ritter Luana Mattiello Lucas Oliveira Lucas Saldanha Cruz Luisa Somavilla Maísa Helena Brum Márcia Kraemer Marcos Rogério Ribeiro Mauren Mata

Nara Augustin Gehrke Nathalia Catto Noara Bolzan Martins Pâmela Mariel Marques Raquel Bevilaqua Rossana Rossi Rudolfo Ludtke Sabrine Weber Thales Cardoso Thiago Santos Vanessa Bandeira Vanessa de Melo Vanessa Trivisiol Veronice Mastella Victor Milani Vivian Hoffman Coordenação da comissão de apoio Cristiane Fuzer Francieli Matzenbacher Pinton Graciela Rabuske Hendges Luciane Kirchhof Ticks Maria Eduarda Giering (UNISINOS) Patrícia Marcuzzo Roseli Gonçalves do Nascimento Sara Regina Scotta Cabral Susana Cristina dos Reis Coordenação Geral Désirée Motta-Roth (UFSM)

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

PROGRAMAÇÃO

RESUMOS

Conferências e Mesa redonda

Minicursos e oficinas

Apresentações Orais

V Jornada de Popularização da Ciência

III Jornada de Multiletramentos

II Encontro de Produção Textual

APRESENTAÇÃO

Neste ano, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) sedia

concomitantemente a III Jornada de Multiletramentos, a V Jornada de

Popularização da Ciência e o II Encontro de Produção Textual, buscando a

promoção da cultura acadêmica escolar. A realização desses três eventos visa

à consecução de dois objetivos gerais inter-relacionados: 1) proporcionar

discussões sobre práticas de ensino e aprendizagem de linguagem a partir de

perspectivas teóricas contemporâneas; 2) proporcionar a construção de

conhecimentos sobre a conexão entre popularização da ciência, cultura, mídia,

linguagem e educação.

A Jornada de Popularização da Ciência, coordenada pela Profa. Dra. Désirée

Motta-Roth (UFSM) e Profa. Dra. Maria Eduarda Giering (UNISINOS), é

realizada anualmente, a partir das ações de pesquisa bilaterais entre as duas

universidades, com os objetivos de 1) proporcionar discussões de ações

interdisciplinares implicadas na tarefa de popularização científica; 2)

instrumentalizar professores do ensino básico, acadêmicos e pós-graduandos

de Letras e Jornalismo; 3) informar o público interessado no tema.

A III Jornada de Multiletramentos, coordenada pelas Profas. Dras. Désirée

Motta-Roth, Graciela Rabuske Hendges, Luciane Kirchhof Ticks, Patrícia

Marcuzzo, Roseli Gonçalves do Nascimento e Susana Cristina dos Reis,

pretende se constituir num espaço para a divulgação e discussão de pesquisas

e práticas pedagógicas/experiências docentes, voltadas à qualificação de

profissionais da área da Ciência da Linguagem, com ênfase em perspectivas

teórico-metodológicas, interdisciplinares e multimodais da linguagem, que

fomentem as inovações no ensino e na aprendizagem de linguagem, bem

como a redefinição dos papéis de aluno e professor. Entende-se que avanços

nesses aspectos são vitais para os processos de pesquisa, ensino e

aprendizagem na contemporaneidade.

O II Encontro de Produção Textual tem como foco a produção de textos no

contexto escolar e foi proposto a partir do diálogo entre os participantes do

projeto coordenado pela Profa. Dra. Cristiane Fuzer, Ateliê de Textos, e

professores de Língua Portuguesa e Artes de escolas de educação básica. O

evento configura-se em um espaço para discussões e trocas de experiências

referentes ao trabalho com a escrita na escola, com o objetivo de propiciar um

produtivo intercâmbio entre professores, pesquisadores e estudantes de

graduação e pós-graduação envolvidos em atividades de ensino, pesquisa e/ou

extensão.

Neste Caderno de Resumos são apresentados a programação acadêmica

geral e os resumos de todos os trabalhos. Tem-se, dessa forma, um panorama

do que vem sendo desenvolvido em termos de teoria e pesquisa no âmbito dos

estudos de (multi)letramentos, popularização da ciência e produção textual.

A Equipe organizadora dos eventos

PROGRAMAÇÃO

02 de setembro 03 de setembro 04 de setembro

Horário

Letramento Acadêmico/Popularização

da Ciência

Letramento Acadêmico/Popularização

da Ciência Letramento Escolar

8h30min-9h Credenciamento

9h-9h15min - Apresentação do módulo Letramento

Acadêmico: Désirée Motta-Roth (UFSM)

9h-9h15min - Apresentação do módulo Produção

Textual: Cristiane Fuzer (UFSM)

9h-9h10min Abertura

9h30 CONFERÊNCIA 2:

Responding to Anglophone Academic and

Research Worlds

John Swales (University of

Michigan,USA)

Mediadora: Graciela Hendges (UFSM)

9h30 CONFERÊNCIA 4: Mutações de gêneros textuais em práticas escolares de escrita

Wagner Rodrigues Silva (UFT)

Mediadora: Francieli Pinton (UFSM)

9h15min-9h30min

Apresentação do módulo Popularização da Ciência:

Maria Eduarda Giering (UNISINOS)

9h30min

10h30 min

CONFERÊNCIA 1: Iniciativas de Leitura e

Escrita no Ensino Superior: Resultados

Preliminares Vera Lúcia Lopes Cristóvão

(UEL)

Mediadora: Luciane Ticks (UFSM)

10h30min Café Café Café

11h Comunicações Comunicações Comunicações

12h30min Intervalo para Almoço Intervalo para Almoço Intervalo para Almoço

13h30min

MESA REDONDA: Popularização da Ciência

na Mídia

Debatedoras: Ana Luiza Coiro-Moraes

(UNILASALLE) e Maria Cristina Dal Pian (UFRN)

Mediadora: Maria Eduarda

Giering (UNISINOS)

CONFERÊNCIA 3:

A Divulgação Científica em uma Perspectiva

Bakhtiniana

Sheila Grillo (USP)

Mediadora: Désirée Motta-Roth (UFSM)

CONFERÊNCIA 5: Multiletramentos

Escolares e Implicações para a Prática Pedagógica

Walkyria Monte Mór (USP)

Mediadora: Roseli Nascimento (UFSM

15h Café Café Café

15h30min às

18h30min

Minicursos e oficinas sobre Letramento Acadêmico

Popularização da Ciência Produção Textual

Minicursos e oficinas sobre Letramento Acadêmico

Popularização da Ciência Produção Textual

Minicursos e oficinas sobre Letramento Acadêmico

Popularização da Ciência Produção Textual

2 a 4 de setembro 2014

RESUMOS

CONFERÊNCIAS

E

MESA REDONDA

CONFERÊNCIAS

Conferência 1: Iniciativas de leitura e escrita no ensino superior:

resultados preliminares

Vera Lúcia Lopes Cristovão (UEL/CNPq)

Conferência 2: Responding to anglophone academic and research worlds

John Swales (University of Michigan,USA)

Conferência 3: A divulgação científica em uma perspectiva bakhtiniana

Sheila Grillo (USP)

Conferência 4: Mutações de gêneros textuais em práticas escolares de

escrita

Wagner Rodrigues Silva (UFT)

Conferência 5: Multiletramentos escolares e implicações para a prática

pedagógica

Walkyria Monte Mór (USP)

Conferência 1:

INICIATIVAS DE LEITURA E ESCRITA NO ENSINO SUPERIOR:

RESULTADOS PRELIMINARES

Vera Lúcia Lopes Cristovão (UEL/CNPq)

Pretendo, neste trabalho, apresentar o projeto de pesquisa Iniciativas de

Leitura e Escrita no Ensino Superior (ILEES) no Brasil, o qual tem como

objetivo realizar um mapeamento das iniciativas de ensino e pesquisa em

leitura e escrita em língua materna e em língua inglesa no ensino superior. De

cunho qualitativo/quantitativo, o projeto envolve o uso de uma enquete online,

levantamento bibliográfico, pesquisa documental e entrevistas com

pesquisadores. Nessa apresentação, farei uma exposição geral das iniciativas

de leitura e escrita desenvolvidas no ensino superior no cenário brasileiro de

acordo com os questionários e com o levantamento bibliográfico e documental.

Assim, será possível abordar as tendências que emergiram do questionário

online, apontar questões referentes às universidades participantes, ao campo

de atuação dos pesquisadores que colaboraram na enquete, aos tipos de

iniciativas desenvolvidas, aos autores influentes da área e aos principais

periódicos e bases de dados referentes à escrita e leitura no ensino superior

mencionados por nossos respondentes e por nossos entrevistados. Ao final da

exposição, tecerei algumas observações sobre os resultados preliminares da

pesquisa, sobre os próximos passos a serem realizados e sobre a participação

de outros pesquisadores via site do projeto.

Conferência 2: RESPONDING TO ANGLOPHONE ACADEMIC AND RESEARCH WORLDS

John Swales (University of Michigan,USA)

New evaluation measures are challenging university administrators and

pressuring their faculty to publish their research in English. This trend, allied

with other aspects of globalization and internationalization, has both positive

and negative aspects. One of the positive ones is increasing research into

research texts and increasing help in writing for research purposes. In this talk I

discuss the background situation and suggest and illustrate some ways that this

assistance can be provided.

Conferência 3:

A DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA EM UMA PERSPECTIVA BAKHTINIANA

Sheila Grillo (USP)

Nosso objetivo é definir, em diálogo com outras perspectivas teórico-

metodológicas, a divulgação científica no quadro teórico dos trabalhos de

Bakhtin e do Círculo. Para isso, argumentaremos que os enunciados de

divulgação científica são constituídos por uma dimensão verbo-visual e

buscaremos fundamentos bakhtinianos para descrevê-los e a analisá-los.

Defenderemos a ideia de que a divulgação científica é uma modalidade de

relação dialógica que se materializa na dimensão verbo-visual dos enunciados.

Nosso corpus de análise é formado pelas revistas Pesquisa Fapesp, Ciência

Hoje e Scientific American Brasil.

Conferência 4:

MUTAÇÕES DE GÊNEROS TEXTUAIS EM PRÁTICAS ESCOLARES DE ESCRITA

Wagner Rodrigues Silva (UFT)

O trabalho didático de recontextualização dos gêneros textuais para as salas

de aula de Língua Portuguesa é tomado como objeto de investigação nesta

pesquisa, o que foi motivado pela proposição dos gêneros como objeto de

ensino, nas atuais diretrizes curriculares para o ensino de língua materna.

Focalizamos algumas tentativas de inovação de práticas escolares de escrita

propostas para alunos do 6º Ano do Ensino Fundamental. Nessa perspectiva,

discutimos formas de apropriação dos saberes teóricos sobre gênero,

produzidos na universidade, por professores em formação inicial, matriculados

em disciplinas de estágio supervisionado obrigatório. A relevância da

investigação desses dados se justifica por tais disciplinas se caracterizarem

como portas de saída da universidade para os professores exercerem a

docência na Educação Básica, permitindo-nos visualizar, nas aulas ministradas

pelos estagiários, evidências do alcance das teorias científicas no local de

trabalho docente. Situada nos estudos indisciplinares da Linguística Aplicada, a

pesquisa se configura como um estudo de caso, pois investigamos, a partir de

relatórios escritos de estágio, o trabalho didático realizado pelos mesmos

professores em formação inicial, durante três semestres letivos consecutivos.

Os resultados revelam conhecimento teórico sobre gêneros pelos professores

mencionados, porém, quando consideradas as práticas sociais de referência,

os gêneros sofrem mutações nas atividades didáticas, reduzindo o trabalho

realizado ao texto como unidade de análise. Em resposta aos resultados

verificados, sugerimos os projetos de letramento, articulados à proposta do

circuito curricular mediado por gênero, como ferramentas didáticas

contextualizadoras das práticas escolares de linguagem, especialmente, do

trabalho com a produção escrita. Esta pesquisa contribui com os trabalhos

desenvolvidos no grupo de pesquisa Práticas de Linguagens em Estágios

Supervisionados – PLES (UFT/CNPq).

Conferência 5:

MULTILETRAMENTOS ESCOLARES E IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA

PEDAGÓGICA

Walkyria Monte Mór (USP)

A partir das discussões acerca das formas de conhecer tratadas nas teorias

dos multiletramentos (KALANTZIS; COPE 2008, 2012) e da revisão crítica à

„escolarização fundamentalista‟ marcada pela proposta convencional de escola

(LANKSHEAR; KNOBEL 2004, 2011), a comunicação discutirá a proposta dos

multiletramentos no contexto escolar brasileiro, analisando as possibilidades e

desafios da mesma. Uma premissa e uma indagação norteiam a discussão,

respectivamente: o reconhecimento da necessidade de mudanças no ensino no

Brasil; a razão para as dificuldades na realização de mudanças. Do ponto de

vista da formação do aluno-cidadão, a apresentação tratará de questões

relativas a habilidades e conteúdos que propiciem o aprendizado voltado (a)

para a cidadania engajada, ou seja, participação ativa na vida pública,

comunitária e social-econômica; (b) para uma revisão conceitual na educação

linguística que envolve a área de linguagens na escola. No que tange à

formação docente, abordará os estudos linguístico-educacionais de Kubota

(2004) para quem o aprendizado de línguas, numa perspectiva crítica, pode

desenvolver visões e vozes que ampliam possibilidades de pensar e se

comunicar em ações linguísticas. Acrescentam-se a esses estudos as

considerações de Luke, Woods e Weir (2013) a favor do „profissionalismo

adaptativo‟ na preparação docente, o qual prevê o desenvolvimento de agência

como um dos fatores relevantes para a prática de educação crítica. A

comunicação, portanto, retoma e atualiza o debate sobre as mudanças na

educação e, mais especificamente, no ensino de línguas no contexto da

educação básica brasileira.

MESA REDONDA

POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA NA MÍDIA

FRONTEIRAS DA CIÊNCIA: DO DISCURSO REGULATÓRIO (MEC) AO DISCURSO PUBLICITÁRIO PARA DIVULGAR CIÊNCIA/VENDER

PRODUTOS

Ana Luiza Coiro Moraes (Unilasalle)

Conduzida pelo debate acerca da regulação da cultura, promovido por Hall (1997) e Du Gay (1997), a palestra examina o discurso de programas governamentais como o Ciência sem Fronteiras e as bolsas destinadas às “humanas” (MEC) e o discurso publicitário com a finalidade de divulgar ciência/vender produtos, para propor uma reflexão sobre o conceito de ciência nestas construções discursivas.

HISTÓRIAS QUE ESQUECERAM DE ACONTECER

Maria Cristina Dal Pian (UFRN)

“Histórias que esqueceram de acontecer” é uma construção poética usada por Moacyr Scliar na Introdução do seu livro “Histórias que os jornais não contam”, uma coletânea de crônicas baseadas em notícias de jornal em cujas entrelinhas o olhar de Scliar reconhece histórias a serem contadas. Recorrendo à ficção, ele as compõe a partir de fragmentos dados pela realidade da vida cotidiana e de traços de uma realidade imaginária. Escreve, evita que inúmeras histórias esqueçam de acontecer e se percam “na imensa geléia geral composta pelos nossos sonhos, nossas fantasias, nossa ilusões.” Para torná-las intrigantes e prazerosas, Scliar faz como inúmeros outros cronistas de sucesso: empresta dos contos (short stories ou estórias curtas) a estrutura narrativa literária que lança mão, com maestria, de compressões lingüístico-cognitivas e de construções, como a alternatividade, que favorecem a coordenação de intersubjetividades. Nessa apresentação, exemplificarei como enxergar, também nas entrelinhas dos próprios contos e crônicas, histórias esperando para serem contadas (ou re-contadas na forma de paródias); histórias essas que podem revelar questões complexas da ciência contemporânea por meio de um texto híbrido que mescla ficção com acontecimentos científicos. Particularmente, mostrarei como a estratégia discursiva do tipo Banda de Möbius, presente em inúmeras estórias curtas de sucesso, pode ser usada, de modo criativo, em iniciativas de popularização da ciência.

MINICURSOS E OFICINAS

MINICURSOS E OFICINAS

2 a 4 de setembro 2014

RESUMOS

MINICURSOS E OFICINAS

Minicurso1 Participação social no meio digital e multiletramento(s)

Ministrante: Vera Lucia Lopes Cristovão (UEL/CNPq) Minicurso 2 A prática de multiletramentos nas escolas: formação de professores, de

alunos e reconfigurações escolares Ministrante: Walkyria Monte Mór (DLM-USP)

Minicurso 3 Escrita criativa no ambiente escolar

Ministrante: Livia Petry Jahn (UFRGS) Minicurso 4 O discurso de popularização da ciência no contexto jornalístico

Ministrantes: Fátima Andréia Tamanini-Adames (LabLER/PPGL- UFSM/CAPES) Veronice Mastella (LabLER/PPGL-FSM/UNICRUZ/CAPES

Oficina 1 Pulling it all together – writing discussions

Ministrante: John Swales (University of Michigan, USA) Oficina 2 Recursos discursivos da publicidade para divulgar/vender ciência

Ministrante: Ana Luiza Coiro Moraes (Unilasalle) Oficina 3 Modalidades de divulgação da ciência em revistas

Ministrante: Sheila Grillo (USP) Oficina 4 Desafios da articulação de práticas escolares de linguagem: leitura,

escrita e análise linguística Ministrante: Wagner Rodrigues Silva (UFT)

Oficina 5 Recontextualização do discurso sobre ensino e aprendizagem na mídia

segmentada e na escola Ministrantes: Angela Medeiros de Assis-Brasil (Labler/UFSM)

Raquel Bevilaqua (Labler/UFSM)

Minicurso1: Participação social no meio digital e multiletramento(s) Ministrante: Vera Lucia Lopes Cristovão (UEL/CNPq)

Resumo: Com a finalidade de promover oportunidades significativas e com potencial de engajamento para multiletramento(s) e participação social, trago para nossa reflexão quatro situações com o uso do meio digital. Na primeira, o material Teaching & Learning English in Digital Times oferece atividades para a prática pedagógica junto a professores em formação continuada e alunos do ensino médio. A segunda situação promove a participação de alunos em produções verbo-audiovisuais em ambiente virtual de aprendizagem (plataforma moodle) em uma disciplina de um programa de pós-graduação. Na terceira, convidamos alunos a participarem da Campanha Global pela Educação a qual sugere um conjunto de ações. Além do material da campanha, servimo-nos de sua temática para propor a produção escrita de artigos de opinião para publicação na revista Teen Ink e/ou no blog dos alunos. A mais recente proposta de implementação prevê o engajamento de adolescentes em processos criativos por meio de diversas produções para o meio digital. Após conhecer cada proposta, nosso objetivo será avaliar seu potencial de uso voltado para o engajamento de alunos em “ações interdisciplinares implicadas na tarefa de popularização científica” e propor novas ações para a expansão dessa atuação. Minicurso 2: A prática de multiletramentos nas escolas: formação de professores, de alunos e reconfigurações escolares Ministrante: Walkyria Monte Mór (DLM-USP)

Resumo: O minicurso focalizará teorizações e atividades voltados a três dos elementos que compõem as revisões educacionais propostas pelos multiletramentos, especialmente no que concerne a área de linguagens e tecnologias: a preparação de professores (KALANTZIS; COPE 2008, 2012; LANKSHEAR; KNOBEL 2004, 2011; LUKE 2004), a formação de alunos (JANKS 2010; 2014) e a relação espaço físico escolar-construção de conhecimentos (KRESS 2006, 2011; LEANDER 2013). Avaliando o dualismo „conformidade-crítica‟ identificado nas iniciativas referentes à implantação das mencionadas propostas (MONTE MÓR; MORGAN, prelo), os encontros pretendem criar oportunidades de análise de trabalhos realizados por professores da educação básica e universitária, assim propiciando a criação e a troca de ideias com respeito à prática dos multiletramentos. Nesses, têm-se como referência os trabalhos de autores como Kalantzis e Cope (2000; 2008, 2012), Lankshear e Knobel (2003, 2008, 2011); Gee (1997, 2004, 2011); Luke e Freebody (1997); Luke, Woods e Weir (2013); Kress (2003; 2011); Janks (2010; 2014); Kubota (2004); Morgan (2010; 2011); Menezes de Souza (2011); Monte Mór (2009, 2010, 2012, 2013). Esses autores defendem a necessidade de uma educação que, ao mesmo tempo, reflita sobre a sociedade globalizada e digital e compreenda criticamente as necessidades desta. Esses novos estudos reveem conceitos de linguagem e tecnologia e concluem pelo aprofundamento em questões como cidadania engajada, heterogeneidade, diversidade cultural, interpretação/construção de sentidos e formação crítica,

no que concerne aos currículos, à formação de alunos e professores, assim como a interação desses nos espaços institucionais de estudo e nos espaços culturais e sociais em que participam. Minicurso 3: Escrita criativa no ambiente escolar Ministrante: Livia Petry Jahn (UFRGS) Resumo: Este minicurso pretende auxiliar o professor a incentivar seus alunos no âmbito da escrita e da leitura em sala de aula. É uma ferramenta para que o professor sinta-se motivado e motive os seus alunos a criar, imaginar, escrever e ler prosa e poesia, no que se refere a conto, crônica, miniconto ou textos poéticos. Através de exercícios lúdicos e criativos (que podem ser levados para a sala de aula), pretende-se mostrar que a Literatura pode e deve ser um momento de fruição, prazer, imaginação e liberdade. Minicurso 4: O discurso de popularização da ciência no contexto jornalístico Ministrantes: Fátima Andréia Tamanini-Adames (LabLER/PPGL-UFSM/CAPES) e Veronice Mastella (LabLER/PPGL-UFSM/UNICRUZ/CAPES Resumo: Tradicionalmente associado a centros acadêmicos de investigação, o discurso científico circula em outras esferas, como a midiática, quando de sua popularização. A circulação de discursos em gêneros midiáticos oportuniza espaços privilegiados a ideias, perspectivas e representações, alcançando grande número de pessoas em fluxos praticamente contínuos. A popularização da ciência (PC), modo de circulação do conhecimento por recontextualização de textos científicos (BERNSTEIN, 1996), é uma ordem discursiva, um entrecruzamento discursivo que é evidência de interdiscursividade, ou de um fluxo constante entre gêneros e discursos de diferentes esferas de atividade que integram um mesmo sistema que (re)cria e mantém a ciência (MOTTA-ROTH, 2010). Interdiscursividade é uma espécie de área cinzenta entre o evento discursivo abordado enquanto prática discursiva e abordado enquanto texto (FAIRCLOUGH, 2001). Assim, discutimos o processo de PC como prática social e discursiva a partir de textos pertencentes aos gêneros midiáticos jornalísticos notícia e reportagem, diferenciados conforme seus diferentes propósitos comunicativos (BONINI, 2009). Baseando-se na Análise Crítica de Gênero, procuramos ampliar o campo de visão ao descrever e interpretar a complexidade que envolve o processo de recontextualização do discurso científico. Primeiramente, ressaltamos a análise da interdiscursividade, questão de recontextualização (FAIRCLOUGH, 2003), em notícias de PC, a qual pode ser efetuada evidenciando-se o princípio específico de recontextualização da abstração (FAIRCLOUGH, 2003 baseado em BERNSTEIN, 1990). Identificamos representações mais abstratas em nominalizações, processos metafóricos gramaticais ideacionais (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2004). Posteriormente, abordamos estratégias discursivas adotadas pelos jornalistas em reportagens de PC, como o uso de metáforas gramaticais e conceptuais. A

análise, no entanto, não se restringe ao léxico e à gramática, abarcando também o contexto social, o discurso e a ideologia. A partir do entendimento de discurso como modo de ação sobre o mundo e a sociedade, buscamos discutir como o processo de PC pode resultar em importantes mudanças sociais, entre as quais, repercussões na esfera pública e política, como, por exemplo, na elaboração e aprovação de leis. A pesquisa linguística sobre o discurso de PC justifica-se em função do seu potencial explicativo sobre a representação da ciência na mídia e o papel dos meios de comunicação no letramento científico (MOTTA-ROTH; LOVATO, 2011). Oficina 1: Pulling it all together – writing discussions Ministrante: John Swales (University of Michigan,USA) Resumo: Submissions to academic journals can fail for a number of reasons, but two of the principal ones are problems in methodology and inadequate discussion sections. The first we may not be able to do very much about, but the second we can usually fix. In this workshop, we begin with a rhetorical consciousness-raising task about discussions. This is followed by a series of tasks derived from a “real” case study of the processes involved in writing a discussion section for a leading applied linguistics journal, one activity centering on a reconstructed discussion among the co-authors. The final tasks are more strictly linguistic as they deal with formulating statements of agreement and disagreement with findings from previous research. Oficina 2: Recursos discursivos da publicidade para divulgar/vender ciência Ministrante: Ana Luiza Coiro Moraes (Unilasalle) Resumo: Nesta oficina, examinamos características do discurso publicitário, verificando-as nos anúncios que apelam à ciência para a venda de produtos a partir do acervo on line da revista Veja (http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx), que abarca suas publicações desde 1968 até o presente.

Oficina 3: Modalidades de divulgação da ciência em revistas Ministrante: Sheila Grillo (USP) Resumo: Nosso objetivo nesta oficina é analisar revistas de divulgação da ciência, em que a comunidade científica brasileira participe de modo ativo, seja no financiamento, seja na assinatura dos artigos. Esse princípio orientou a seleção de três publicações brasileiras: Pesquisa Fapesp, Ciência Hoje e Scientific American Brasil. Com base no conceito bakhtiniano de forma

arquitetônica, procuraremos mostrar as características que particularizam cada uma dessas três publicações, por meio da análise de três aspectos da dimensão verbo-visual: a síntese verbo-visual, os esquemas explicativos e a representação do corpo exterior do cientista. Oficina 4: Desafios da articulação de praticas escolares de linguagem: leitura, escrita e análise linguística Ministrante: Wagner Rodrigues Silva (UFT) Resumo: Na oficina proposta, objetivamos apresentar e analisar exemplos de práticas escolares de linguagem, concebidas como inovadoras pelos produtores das atividades didáticas a serem ilustradas. Essas práticas demandam o planejamento de aulas de língua materna a partir da articulação de atividades de leitura, escrita e análise linguística, conforme orientações oficiais das diretrizes curriculares brasileiras, vigentes para o ensino de Língua Portuguesa. Tais orientações estão ancoradas em saberes acadêmicos, a exemplo da noção de gênero como objeto de ensino, texto como unidade de análise e letramento, como práticas sociais orientadoras do planejamento pedagógico. Os referenciais teóricos subjacentes à proposta da oficina são diferentes abordagens dos estudos do letramento, em especial as propostas pedagógicas de ensino por projetos de letramento e por circuito curricular baseado no gênero. Pretendemos desenvolver uma interação constante com os participantes da oficina a partir (i) da exposição teórica de alguns conceitos chaves e (ii) da análise de materiais didáticos. Ao final da sessão, pretendemos despertar nos participantes a prática de análise crítica de instrumentos didáticos mediadores da aprendizagem, bem como desenvolver o interesse pela criação ou adaptação de materiais didáticos para aulas de língua. Oficina 5: Recontextualização do discurso sobre ensino e aprendizagem na mídia segmentada e na escola Ministrantes: Angela Medeiros de Assis-Brasil (Labler/UFSM) e Raquel Bevilaqua (Labler/UFSM) Resumo: O acesso ao conhecimento resulta em uma série de benefícios para a sociedade de modo geral, que pode se manter informada, por exemplo, sobre os avanços da ciência e tirar proveito desse conhecimento em benefício próprio. Por meio de práticas sociais de popularização da ciência (PC), o discurso científico, tradicionalmente restrito a universidades e centros de pesquisa, é transposto para outros contextos, como o da mídia (materializado em artigos ou reportagens publicados em revistas, por exemplo), ou o do currículo escolar (que toma forma em livros didáticos ou nos discursos dos professores). Essa transposição do discurso de um contexto a outro(s) ocorre por meio de um processo denominado de recontextualização (BERNSTEIN, 1996). Na recontextualização, um texto é selecionado e „retirado‟ de seu contexto primário para ser então realocado em outro contexto de prática social (CHOULIARAKI; FAIRCLOUGH, 1999, p. 109). Nesse processo, ocorrem

transformações não apenas de ordem linguística (como o uso de apostos e glosas), mas também de ordem discursiva. A prática de PC está assentada no princípio de recontextualização, (MOTTA-ROTH, 2010), a partir do qual ocorre a transposição de textos de uma determinada esfera de atividade humana para outra, neste caso, a transposição do discurso da ciência de seu contexto primário de produção (o discurso sobre ensino e aprendizagem na contemporaneidade, no caso desta oficina) para um contexto secundário (o relato do professor e a reportagem didática). A partir desses pressupostos, propomos analisar o processo de recontextualização do discurso sobre ensino e aprendizagem na educação básica, a partir de duas perspectivas: 1) a de um professor de uma escola de ensino médio do interior do Rio Grande do Sul, e 2) a da revista Nova Escola online. Para a análise, consideramos os gêneros relato de professor em curso de formação continuada e reportagem didática publicada na revista Nova Escola on line. O enquadramento teórico-metodológico é o da Análise Crítica de Gênero (MEURER, 2002; BHATIA, 2004; MOTTA-ROTH, 2006), uma teoria interdisciplinar composta pela Sociorretórica (MILLER, 1984; SWALES, 1990, 2004), Linguística Sistêmico-Funcional (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2004), Análise Crítica do Discurso (FAIRCLOUGH, 1992, 2003) e por uma perspectiva sócio-histórica do discurso (BAKHTIN,1992).

APRESENTAÇÕES ORAIS2 a 4 de

setembro 2014

RESUMOS

SUMÁRIO

V JORNADA DE POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA

ALVES, L. A. O discurso da divulgação cientifica em jornal de distribuição gratuita: o caso do jornal “Bem Estar”

FACHIM, G.: NASCIMENTO, R. G. de. Qualificação de material didático para o ensino

de inglês como língua adicional através de uma abordagem multimodal e crítica

FERNANDES, H. de M.; FERREIRA, C. S. da;; GABRIEL. Popularização de artigos científicos em medicina: o projeto “Ciência e Saúde em Cena” da UFFS Passo Fundo – RS

FUKUI, A.; GIERING, M. E. As muitas formas da comunicação da ciência

HOMRICH, G. A. Divulgação científica e ensino: possíveis contribuições das revistas Galileu e Superinteressante para o desenvolvimento da educação científica e linguística no ensino médio

IRACET, E. E. Relações retóricas emergentes do encaixe de narrativas em notícias de divulgação científica midiática

RADÜNZ , A. P.; VALENÇA, L. R. de A.; MOTTA-ROTH, D. Recontextualização da Ciência da Linguagem no Guia de Livros Didáticos PNLD 2015: Letramento e Gêneros do Discurso

SANTOS, A. D. dos; JESUS, G. R. de; MOTTA-ROTH, D. Discursos sobre letramento e gêneros discursivos no Edital PNLD 2015 – Língua Estrangeira

SELBACH, H. V.; MOTTA-ROTH, D. O projeto “Sete saberes necessários ao professor de inglês como língua estrangeira/adicional”

ZANDONAI, M. F. A multissemiose na construção de objetos de discurso da ciência e seus efeitos em canais de divulgação científica do You Tube

III JORNADA DE MULTILETRAMENTOS

ALVES, J. F. Flutuação modal na fala do Cariri cearense: o uso do talvez em

orações independentes

ANGST, C. M. PAZ, D. A.; SEIBERT, E. T. Trabalhando com o conto africano o drama

de Vavó Tutúri: novos olhares e novas perspectivas

ARAÚJO, R.: SILVEIRA, E. O texto entre textos: a multimodalidade e os sujeitos

inseridos em práticas de letramento

ARNT, J. T. Pedagogia de multiletramentos e ensino médio profissionalizante:

proposta de estudo

BAGNARA, L. Representações iniciais do ser professor em uma sessão reflexiva

BANDEIRA, V. Linguagem verbal e não-verbal em livros didáticos: coesão e

colaboração na construção de sentidos

BOCHETT, A. C.; CABRAL, S. R. S. A modalidade em audiências públicas sobre

meio ambiente e desenvolvimento sustentável

BRATZ, M. E. Inter-relações culturais entre o português e o espanhol na zona de

fronteira Porto Xavier/San Javier

CALLEGARO, T. P.; GONÇALVES, A. C.; PINTON, F. M. Perspectivas de ensino de

língua portuguesa adotadas no livro Português contexto interlocução e sentido

CARVALHO, E. P.; BOHN, H. I. Os letramentos escolares no PROEJA

CATÃO, V. M. C.; FERNANDES, L.; NUNES, C.; COSTA, R. Linguagem

cinematográfica e os livros de imagens: manifestações do letramento multissemiótico

na literatura infantil

CATTO, N. Letramento multimodal crítico: como o livro didático de língua inglesa

promove eventos de letramento em gêneros dos quadrinhos

COLAÇO, S.; FISCHER, A. Práticas de letramento pedagógico no PIBID: uma análise

discursiva na formação inicial de professores

CORREA, E. K. C. Lula e a contração dialógica: um estudo sobre a negação nos

discursos do ex-presidente

EBERHARDT, B. G.; CAYSER, E. - Produção de textos curtos e fomentação da leitura no nordeste brasileiro com públicos variados

ECKERLEBEN, B. C.; PAZ, D. A. O conto em língua portuguesa em sala de aula: uma aposta positiva

FARENCENA, G. S. O artigo de opinião e sua organização retórica: uma análise piloto

FLOREK, C. Estudo crítico de resumos acadêmicos gráficos e as implicações para os multiletramentos

FLORÊNCIO, J. A. Leitura como letramento crítico e o gênero livro didático de ILA

FRANTZ, A. K. O desafio da escrita em PLE para falante árabe

GULARTE, P. “Vocês vêm com a teoria e a gente tem a prática”: a pesquisa-ação crítico-colaborativa na formação continuada de professores de espanhol

HEINECK, F.; PINTON, F. M. A prática de análise linguística no livro didático: uma

perspectiva em construção

KRABBE, B.; NASCIMENTO, R. G. do. Hibridez de gênero e multimodalidade no filme

Melinda e Melinda

KUMMER, D. A. Letramento multimodal no contexto de produção e distribuição de

livros didáticos

LIMA, D. F.; DIAS, A. B. Discursos acerca do incêndio na boate Kiss (Santa Maria –

RS): compreensões de capas do jornal Diário de Santa Maria

LIMA, E. L. C. da P.; MOREIRA, T. Multiletramento a partir de desenhos animados

japoneses em inglês

LIMA, L.; CABRAL, S. R. S. O contexto e o sistema de transitividade da

Gramática Sistêmico-Funcional

MARQUES, P. O letramento visual em livros didáticos de língua inglesa a partir de

textos científicos

MELO, V. de; CABRAL, S. R. S. Avaliatividade no discurso político: a gradação como

recurso de persuasão

PAZ, D. A. Voltar a ler: o conto e a formação de leitores

PINTO, C. M.; THEISEN, J. de M. O Desenvolvimento dos letramentos acadêmico e

digital na esfera universitária

PIPPI. A. L. Percepções sobre o letramento acadêmico e o sistema de gêneros de professoras de uma comunidade de prática de Linguistica Aplicada

PORTO, H. J. do P. Letramento multimodal em um livro didático para o ensino de

inglês como língua adicional

PREISCHARDT, B. Letramento acadêmico: a identidade do egresso do curso de

Letras – Licenciatura em Inglês e Literaturas da língua inglesa da UFSM no projeto

político pedagógico do curso

PRETTO, A. de M.; SCHERER, A. S.; MOTTA-ROTH, D. À procura de perspectivas

etnográficas de letramento: um estudo exploratório da literatura corrente

PROCHNOW, A. L. C.; VIEIRA, A. N. G.; MARCHESAN, M. T. N. Interação e

linguagem: rodas de conversa em português língua estrangeira

REGINATTO, A. Leitura e escrita no ensino superior: um olhar a partir da disciplina de

redação acadêmica

REMPEL, G.; MOTTA-ROTH, D. Percepções sobre letramento acadêmico/científico

em uma agência experimental de publicidade e propaganda

RIBAS, D. S. A constituição identitária do professor de espanhol em formação inicial:

comunidade imaginada, investimento e comunidade de prática

RIBEIRO, M. R. Quando o uso da linguagem viola a lei: representações para atores

sociais em boletins de ocorrência de injúria

RODRIGUES, D. L.; CABRAL, S. R. S. Posicionamento dialógico e léxico-gramática:

implicações discursivas em um texto opinativo

SANTOS, K. S. dos; HENDGES, G. R.; CATTO, N. R. Multimodalidade no Brasil: um

estudo cartográfico

SCHERER, A. S.; PRETTO, A. de M.; MOTTA-ROTH, D. Avaliação discente de

aspectos da produção textual acadêmica em uma comunidade de prática em

linguística aplicada

SCHMIDT, A. P. C.; MOTTA-ROTH, D. Autoria acadêmica: um tema em

desenvolvimento em Linguística Aplicada

SILVA, L. O.; NASCIMENTO, R. G. do. A recontextualização da Gramática Sistêmico-

Funcional para o contexto pedagógico de ensino de língua inglesa

SILVA, C. R.; HEINECK, F.; PINTON, F. M. O gênero discursivo relato de experiência

em interface com a formação inicial de professores: uma análise sob a perspectiva

sociorretórica

SOMAVILLA, L. F. A representação do camaleão humano: uma análise multimodal

do filme Zelig

SOUZA, M. M. de; SILVA, T. C.; MILANI, V. Artigos audiovisuais de pesquisa: análise

da organização retórica do componente verbal

STEFANELLO, C. de C.; RAMBO, G.; GONÇALVES, A. C. T.; PINTON, F. M. A reescrita do gênero notícia mediada pelo bilhete orientador THEISEN, J de M.; PINTO, C. M. Tecnologias digitais como ferramentas para o

letramento acadêmico

TRIVISIOL, V. O conceito letramento subjacente a uma unidade pedagógica produzida

em um programa de formação continuada

ZIEGLER, F. O sistema de gêneros de uma comunidade de prática de LA sob a ótica

dos discentes

II ENCONTRO DE PRODUÇÃO TEXTUAL

BESSA, J. C. R. Equívocos em torno da escrita: o caso das dicas de produção de

textos em vídeos do Youtube

CABRERA, A. P.; CANTO, D. S. do. William Blake: uma análise multimodal do livro

iluminado “O matrimônio do Céu e do Inferno”

CARGNIN, E. S. Relato de experiência: a produção textual interativa entre acadêmicos de Letras e alunos do Ensino Fundamental

FUZER, C. GERHARDT, C. C.; GONÇALVES, A. A Linguística Sistêmico-Funcional

em um processo de ensino e aprendizagem de leitura e escrita.

LIMA, L. O. de; ROSSI, A. M.; FUZER, C. Relato de ensino e aprendizagem de

produção do gênero artigo de opinião

MARTINS, N. B.; CABRAL, S. R. S. O desenvolvimento do fluxo de informação em fanfiction sob a perspectiva sistêmico-funcional

RIBEIRO, E.; SANTOS, L. F. dos; ANDREOLA, R. Interdisciplinaridade no Quesito Leitura e Produção Textual: Uma Busca Constante

SILVA, E. A. da. “Cienalistas” no Cilon: as contribuições da pesquisa sobre PC para o letramento escolar-científico dos alunos

WEBER, S.; MORAES, D.; PINTON, F; FUZER, C. A formação do professor de produção textual: movimentos textuais-discursivos recorrentes no bilhete orientador

RESUMOS

2 a 4 de setembro 2014

O DISCURSO DA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA EM JORNAL DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA: O CASO DO JORNAL “BEM ESTAR”

Lêda Araujo Alves (UNISINOS)

[email protected] RESUMO: Este trabalho propõe analisar a organização linguístico-discursiva de textos publicados no jornal Bem Estar, a fim de verificar se estes textos, que tratam de saúde humana se enquadram como divulgação cientifica. Assumimos os postulados da Teoria Semiolinguística proposta por Charaudeau (2009), especialmente a noção de contrato de comunicação como reconhecimento das condições de realização da troca linguageira. O contrato midiático – quando se trata de informação – tem duas lógicas como finalidade: uma de credibilidade e uma de captação. O discurso midiático está em confronto permanente com um problema de credibilidade, porque baseia sua legitimidade no “fazer crer que o que é dito é verdadeiro”. O trabalho aqui proposto debruça-se sobre esse campo, ao propor a identificação e a descrição do funcionamento textual-discursivo dos objetos-de-discurso presentes nos textos. A partir disso, será possível responder se haveria lugar para a DC nessas reportagens ou se o discurso da ciência é utilizado nos textos, apenas, para criar credibilidade. Identificaremos no corpus as marcas linguísticas da responsabilidade enunciativa, subsidiadas pela Análise Textual dos Discursos de Adam (2008), que nos ajudará quanto aos diferentes tipos de representação da fala das pessoas ou dos personagens nos discursos direto ou indireto e a presença do quadro mediador. Numa análise inicial, é possível perceber que o jornal desempenha uma função social. Os produtores das reportagens isentam-se da responsabilidade enunciativa, pois remetem os pontos de vistas divulgados às fontes do saber, creditando a voz a outras pessoas e organizações de pesquisas. Palavras-chave: Divulgação Científica. Contrato de Comunicação. Análise Textual. Referências bibliográficas ADAM, Jean-Michel. A linguística textual – introdução à análise textual dos discursos. Tradução Maria das Graças Soares Rodrigues, João Gomes da Silva Neto, Luis Passeggi e Eulália Vera Lúcia Fraga Leurquin. São Paulo: Cortez, 2008.

CHARAUDEAU, Patrick. Discurso das mídias. Tradução de Ângela M. S. Correa. São Paulo: Contexto, 2006. 283 p. ______. Linguagem e discurso: modos de organização. São Paulo: Contexto, 2008. CHARAUDEAU, Patrick; MAINGUENEAU, Dominique. Dicionário de Análise do Discurso. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2008.

QUALIFICAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO DE INGLÊS COMO LÍNGUA ADICIONAL ATRAVÉS DE UMA ABORDAGEM

MULTIMODAL E CRÍTICA

Graziela Fachim1 (UFSM) [email protected]

Roseli G. do Nascimento2 (UFSM) [email protected]

Resumo: O presente trabalho integra o projeto guarda-chuva “Gêneros multimodais e produção de material didático para ensino de línguas estrangeiras/adicionais” e contribui para a formação de professores/pesquisadores de inglês e para qualificação dos cursos de línguas oferecidos pelo Projeto LinC – Línguas no Campus, desenvolvido pelo LabLeR (Laboratório de Pesquisa e Ensino de Leitura e Redação), que atende a comunidade acadêmica e o entorno da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria, RS. Neste projeto, buscamos oferecer educação linguística compatível com o atual “mundo acelerado, inevitavelmente pragmático e profundamente multimodal” (SELBER, 2010). Acreditamos na premissa de que é preciso “avaliar constantemente a necessidade e as possibilidades de complementar ou aprofundar os estudos sobre os tópicos e conteúdos, assim como complementar as práticas pedagógicas” (VILAÇA, 2009). Em um primeiro momento, por meio de uma análise de necessidades, um mapeamento dos objetivos dos públicos-alvo foi realizado. Após obtermos os resultados da análise de necessidades e dos desafios educacionais apontados pela pedagogia dos multiletramentos (COPE; KALANTZIS, 2000) e pela Análise Crítica de Gêneros (MOTTA-ROTH, 2008), uma proposta de ensino foi estabelecida e, posteriormente, a elaboração de um caderno didático foi definida. Neste trabalho, tanto o processo, quanto o produto desse empreendimento será descrito e discutido. Visamos, com o resultado desse estudo, contribuir para a área de ensino e aprendizagem de línguas ao desenvolver ferramentas que orientem o processo de elaboração e qualificação de material didático, principalmente no que tange à pedagogização de concepções teóricas e necessidades do público-alvo na forma de atividades didáticas. Palavras-chave: ensino e aprendizado de LE; material didático; multimodalidade. Referências bibliográficas COPE, B.; KALANTZIS, M. Multiliteracies: literacy learning and the design of social futures. London: Routledge, 2000. MOTTA-ROTH, D.; CABÃNAS, T.; HENDGES, G. R. (orgs). Análise de textos e de discurso: relações entre teorias e práticas. 1 ed. Santa Maria: PPGL – Editores, 2008.

1 Autor. Aluna do 8º semestre do curso de licenciatura em Letras – Inglês (UFSM). E-mail:

[email protected] 2 Orientador. Professora da Universidade Federal de Santa Maria. E-mail:

[email protected]

SELBER, A. S. Rhetorics and Technologies: New directions in writing and communication. USA: University of South Carolina Press, 2010. VILAÇA, Márcio Luiz Corrêa. O material didático no ensino de língua estrangeira: definições, modalidades e papéis. Revista Eletrônica do Instituto de Humanidades, Volume VIII, Número XXX, 2009.

POPULARIZAÇÃO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS EM MEDICINA: O PROJETO “CIÊNCIA E SAÚDE EM CENA” DA UFFS PASSO FUNDO RS

Helena de Moraes Fernandes (UFFS)

[email protected] Caroline Stefani da Silva Ferreira (UFFS)

[email protected] Kleber Augusto Gabriel (UFFS)

[email protected] Resumo: Objetiva-se relatar a experiência de planejamento do projeto de extensão “Ciência e saúde em cena: divulgação científica e promoção da saúde através do teatro” no que tange à textualidade científico-teatral. A proposta do referido projeto prevê, entre outros objetivos, que estudantes de medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul em Passo Fundo RS usem o método teatro-jornal de Olga Reverbel para a divulgação dos principais resultados de pesquisas científicas na área da saúde. A partir dos diagnósticos de saúde nas comunidades de imersão/vivências SUS, em que foram definidas as principais doenças que acometem tais comunidades, estudantes de medicina transformam a linguagem de artigos científicos em linguagem teatral e apresentam as peças a essas comunidades. Almeja-se que o presente relato possa contribuir para reflexões e práticas sobre a popularização científica em medicina e ao ensino-aprendizagem de produção textual acadêmica em diversas áreas, especialmente, em cursos das Ciências da Saúde. Palavras chave: Produção textual científica. Medicina. Ensino científico. Popularização da ciência. Teatro. Referências Bibliográficas GARDAIR, Thelma Lopes Carlos; SCHALL, Virgínia Torres. Ciências possíveis em Machado de Assis: teatro e ciência na educação científica. Ciência & Educação, v. 15, n. 3, p. 695-712, 2009. MONTENEGRO, Betânia et al. O papel do teatro na educação científica: a experiência da Seara da Ciência. Revista Ciência e Cultura, São Paulo, v. 57, n. 4, 2005. MOTTA-ROTH, Désirée; HENDGES, Graciela H. Produção textual na universidade. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. REVERBEL, Olga. Técnicas dramáticas aplicadas à escola. São Paulo: Editora do Brasil, 1979. SCHONS, Carme Regina; FÁVERO, Altair Alberto. Tensão entre a vulgarização e a erudição na divulgação científica. Contrapontos, v. 9, n. 2, p.17-33, 2009.

AS MUITAS FORMAS DA COMUNICAÇÃO DA CIÊNCIA

Ana Fukui (UNISINOS) [email protected]

Maria Eduarda Giering (UNISINOS) [email protected]

RESUMO: A comunicação da ciência foi construída a partir da necessidade de apropriação do seu objeto por diversos públicos e pelas demandas que surgiram da sociedade. Além disso, existem também iniciativas dos cientistas de contarem sobre o trabalho de pesquisa e suas descobertas em diferentes formas, além dos artigos científicos e congressos. Todas essas ações deram origem a formas distintas de difusão do conhecimento tais como: divulgação científica, popularização da ciência, jornalismo científico. O objetivo desse trabalho é mapear as diferentes áreas existentes e identificar os seus respectivos objetos, bem como algumas linhas de pesquisa acadêmica relacionadas. Para isso, foi feito uma revisão bibliográfica em teses, dissertações e artigos científicos sobre o assunto. Como resultado, apresenta-se uma distinção entre as diversas denominações existentes, bem como uma breve reflexão sobre os objetivos e funções da comunicação da ciência. Palavras-Chave: Divulgação científica. Comunicação da ciência. Popularização da ciência. Referências Bibliográficas BAUER, M. W. The evolution of public understanding of science - discourse and comparative evidence. Science, Technology and Society, v. 14, n. 2, p. 221-240, 2009. Disponível em: http://eprints.lse.ac.uk/25640/. Acesso em: 21 ago. 2014. CASTELFRANCHI, J. Imaginando uma paleontologia da cultura científica. Comciencia, 2003. Disponível em: http://www.comciencia.br/reportagens/cultura/cultura17.shtml. Acesso em: 22 ago. 2014. MARTINS, A. P. F. Física Ainda é Cultura? São Paulo: Editora Livraria da Física, 2009. MASSARANI. L.; MOREIRA, I. C.; BRITO, F. Ciência e público: caminhos da divulgação científica no Brasil. Rio de Janeiro: Casa da Ciência – Centro Cultural de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Forum de Ciência e Cultura, 2002. SANTOS, W. L. P. Educação científica na perspectiva de letramento como prática social: funções, princípios e desafios. Revista Brasileira de Educação, v. 12, n. 36, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v12n36/a07v1236.pdf. Acesso em: 21 ago. 2014.

DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E ENSINO: POSSÍVEIS CONTRIBUIÇÕES DAS REVISTAS GALILEU E SUPERINTERESSANTE PARA O

DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO CIENTÍFICA E LINGUÍSTICA NO ENSINO MÉDIO

Geisson Alves Homrich (UNISINOS)

[email protected] Resumo: Os gêneros de Divulgação Científica (DC), introduzidos no cotidiano escolar através dos multiletramentos, estão presentes nas práticas sociais dos alunos. Contudo, os resultados dos exames de avaliação da educação apontam para a queda da qualidade de ensino em leitura e ciências, levando aos questionamentos: se a ciência está presente na sala de aula através dos diversos gêneros de DC, por que os alunos não são capazes de olhar criticamente para a ciência e a escola não consegue desenvolver uma educação científica? Busca-se investigar a aplicabilidade dos gêneros de DC sob uma perspectiva que parta de suas situações de produção e circulação, dos ecos argumentativos e processuais da ciência nas estruturas discursiva e textual e da análise de categorias linguísticas que possam contribuir para uma efetiva educação científica no Ensino Médio. As análises preliminares indicam que os diversos gêneros de DC são utilizados como meio de acesso a outros conteúdos curriculares, sem que se dispense a devida atenção às características textuais e discursivas que compõem os textos. Palavras-chave: Educação científica. Divulgação Científica. Educação linguística. Aspectos textuais e discursivos. Referências Bibliográficas: BRASIL. Secretaria da Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 2000. DEMO, P. Educação e alfabetização científica. Campinas: Papirus, 2010. ROJO, R. O letramento escolar e os textos da divulgação científica: a apropriação dos gêneros de discurso na escola. Linguagem em (Dis)curso, v. 8, n. 3, p. 581-612, 2008. SANTOS, W. L. P. Educação científica na perspectiva do letramento como prática social: funções, princípios e desafios. Revista Brasileira de Educação, v. 12, n. 36, p. 474-550, 2007.

RELAÇÕES RETÓRICAS EMERGENTES DO ENCAIXE DE NARRATIVAS EM NOTÍCIAS DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA MIDIÁTICA

Êrica Ehlers Iracet (UNISINOS)

[email protected]

Resumo: O presente estudo, em andamento, busca verificar as relações retóricas que emergem do encaixe de segmentos narrativos na organização macroestrutural de notícias de divulgação científica midiática (DCM) dirigidas aos públicos infantil e adulto. A organização narrativa, bem como a noção de encaixe, é analisada segundo os postulados de Adam (2011); a organização retórica macroestrutural dos textos, por sua vez, é estudada de acordo com a Rhetorical Structure Theory – RST (MANN; THOMPSON, 1988). O corpus do estudo é composto de 15 notícias de DCM voltadas ao público infantil, publicadas na revista Ciência Hoje das Crianças entre dezembro de 2004 e dezembro de 2007, e de 15 notícias de DCM direcionadas ao público adulto, veiculadas na revista Ciência Hoje, entre agosto de 2005 e julho de 2012. Assume-se que a esquematização de um texto é um processo de co-construção, no qual o produtor, ao organizar seu plano textual, leva em consideração as características e conhecimentos de seu possível leitor e, a partir disso, lança mão de estratégias variadas para alcançar o fim discursivo pretendido e causar os efeitos desejados sobre o leitor. Dessa forma, acredita-se que a emergência recorrente de determinadas relações retóricas entre as narrativas encaixadas e as outras partes do texto revela estratégias do produtor textual para orientar a leitura e compreensão da notícia, tanto nos textos escritos para crianças quanto nos escritos para adultos. É nesse sentido, portanto, que se investiga a contribuição da RST para o ensino da leitura e produção do gênero “notícia de divulgação científica” em sala de aula. Palavras-chave: RST. Narrativa. Divulgação Científica Midiática. Referências bibliográficas:

ADAM, Jean-Michel. A linguística textual: introdução à análise dos discursos.

2.ed. São Paulo: Cortez, 2011. CHARAUDEAU, Patrick. Du discours de vulgarisation au discours de médiatisation scientifique. In: ______. La médiatisation de la science. Bruxelles: Éditions de Boeck, 2008a. ______. Linguagem e discurso: modos de organização.São Paulo: Contexto, 2008, p. 151-200. ______. Discurso das mídias. São Paulo: Contexto, 2009. MANN, W. C.; THOMPSON, S. A. Rhetorical Structure Theory: toward a functional theory of text organization. 1988. Text 8 (3):243-281. 37

MANN, W. C.; MATTHIESSEN, C; THOMPSON, S. Rhetorical Structure Theory and text analysis. USC/ISI Report. 1989.

RECONTEXTUALIZAÇÃO DA CIÊNCIA DA LINGUAGEM NO GUIA DE LIVROS DIDÁTICOS PNLD 2015: LETRAMENTO E GÊNEROS DO

DISCURSO

Amanda Petry Radünz (UFSM – IC/CNPq) [email protected]

Letícia Ritter de Abreu Valença (UFSM – FIEX) [email protected]

Désirée Motta-Roth (UFSM – CNPq) [email protected]

Resumo: Dentro do projeto CNPq “Letramento acadêmico/científico e participação periférica legítima na produção de conhecimento” (MOTTA-ROTH, 2013), que explora os temas letramento e linguagem como prática social, este trabalho busca verificar a ocorrência e o modo como os termos letramento e gênero são recontextualizados no Guia de livros didáticos PNLD 2015 – Ensino Médio, como gênero de popularização da ciência da linguagem. Para tanto, utilizamos a ferramenta concordance do programa WordSmith Tools e observamos os padrões de ocorrência e de combinação desses termos no corpus. Resultados prévios apontam que a ocorrência do termo gênero(s) é de 57 vezes em todo o documento, sendo associado seis vezes a gêneros sociais (masculino e feminino). Nas 51 vezes que o termo aparece como prática discursiva situada, 13 vezes é combinado com os termos acessórios “diversos/diferentes/variados”, seguidos de “de/do discurso, discursivo” e “verbais, não verbais”. O documento trata do conceito como conhecimento dado em vista da ausência de atos de fala de definição conceitual de gênero. Nas 51 ocorrências do termo gênero, seis vezes o Guia oferece uma explicação sobre como utilizá-lo na prática em sala de aula, abordando práticas de produção textual, oral e de leitura que “emergem de diferentes contextos sociais e remetem a eles...” (p. 44). Em relação ao termo letramento, a ocorrência é de oito vezes no documento, junto aos termos acessórios “crítico”, “digital” e “multimodal”. Dessas oito vezes, o documento oferece uma definição para o termo, considerando-o como “uma prática sociocultural relacionada a usos contextualizados e inter-relacionados dentro de determinada comunidade e em um dado contexto sociocultural” (p. 46). Além disso, aborda uma explicação sobre como explorá-lo na sala de aula, instruindo os educandos a “encorajar os alunos a se posicionarem, a estabelecerem relações entre o que foi lido/discutido com outros textos...” (p. 39). Palavras-chave: Guia PNLD. Recontextualização do discurso. Letramento. Gênero. Referências bibliográficas: BRASIL. Ministério da Educação. Guia de livros didáticos PNLD 2015 ensino médio: língua estrangeira moderna. Brasília: SEB, 2014. MOTTA-ROTH, D. Letramento acadêmico/científico e participação periférica legítima na produção de conhecimento. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2013. (Registro GAP nº 035474).

DISCURSOS SOBRE LETRAMENTO E GÊNEROS DISCURSIVOS NO EDITAL PNLD 2015 – LÍNGUA ESTRANGEIRA

Andressa Dawwed dos Santos (UFSM – PIBIC)

[email protected] Gabriel Romero de Jesus (UFSM – FIEX)

[email protected] Désirée Motta-Roth (UFSM – CNPq)

[email protected] Resumo: Dentro do projeto CNPq “Letramento acadêmico/científico e participação periférica legítima na produção de conhecimento” (MOTTA-ROTH, 2013) que explora letramento e popularização da ciência, este trabalho busca verificar a ocorrência e o modo como os termos “gênero” e “letramento” são recontextualizados no Edital de convocação para o processo de inscrição e avaliação de obras didáticas para o programa nacional do livro didático PNLD 2015. O referido Edital é visto aqui como um gênero que recontextualiza conceitos correntes na literatura da Ciência da Linguagem. Para tanto, utilizamos a ferramenta concordance do programa WordSmith Tools e observamos esses padrões de ocorrência e as combinações no corpus. Resultados prévios apontam que no Edital a ocorrência do termo “gênero(s)” é de 16 vezes, sendo sete delas referente a gêneros sociais (masculino e feminino). Nas outras nove vezes, o termo aparece no sentido de linguagem em uso em atividade social, em combinações como “gêneros discursivos” e “gênero do/de discurso” numa perspectiva social de linguagem. Em nenhuma das ocorrências é conceituado gênero, denotando a função do edital de apelar ao conhecimento estabelecido. Em apenas quatro ocorrências, o edital aborda brevemente o modo como os gêneros podem ser explorados: “contemplando a variedade de gêneros do discurso concretizados por meio da linguagem verbal, não verbal ou verbo-visual...” (p.47). O termo “letramento” aparece apenas duas vezes em todo o documento, não sendo conceituado em nenhuma das ocorrências. Entretanto, nas duas aparições do termo, são abordadas propostas de como “abordar efetivamente os modos de ler e escrever característicos dos textos multimodais, e dos hipertextos promovendo os diferentes letramentos...” (p.45). Esses resultados prévios sugerem um alinhamento do Edital com conversações correntes na literatura da área de Linguística Aplicada, que adota uma perspectiva de linguagem que considera o contexto digital e a multimodalidade como fundamentais para o estudo de práticas discursivas contemporâneas. Palavras-chave: Edital PNLD. Gêneros discursivos. Letramento. Referências Bibliográficas: BRASIL. Ministério da Educação. Edital de convocação para o processo de inscrição e avaliação de obras didáticas para o programa nacional do livro didático PNLD 2015. FNDE: SEB, 2014. MOTTA-ROTH, D. Letramento acadêmico/científico e participação periférica legítima na produção de conhecimento. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2013. (Registro GAP nº 035474).

O PROJETO “SETE SABERES NECESSÁRIOS AO PROFESSOR DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA/ADICIONAL”

Helena Selbach (Centro Universitário Franciscano) [email protected]

Désirée Motta-Roth (UFSM) [email protected]

Resumo: Este trabalho insere-se no projeto “Sete saberes necessários ao professor de inglês como língua estrangeira/adicional” (MOTTA-ROTH, 2014) em vias de implementação junto ao PPGL – UFSM que visa recontextualizar discussões teórico-metodológicas contemporâneas em Linguística Aplicada (LA) na forma de um livro didático (LD) para subsidiar a formação continuada de professores de língua inglesa (LI). O presente trabalho objetiva: 1) apresentar o projeto “Sete Saberes” e, como sua primeira ação, 2) realizar uma síntese dos resultados do projeto “Análise crítica de gêneros discursivos em práticas sociais de popularização da ciência (PC)” (MOTTA-ROTH, 2007 – 2014) do PPGL – UFSM que investigou gêneros discursivos de PC em contextos de uso, ensino e aprendizagem da linguagem. O recorte deste trabalho volta-se aos gêneros de PC da linguagem no contexto de ensino de LI: reportagens pedagógicas, LDs, diretrizes curriculares e portais educacionais. Os resultados das análises desenvolvidas até o momento sobre esses gêneros indicam que: 1) o conceito de gênero é ainda pouco explorado quanto às relações com seu contexto de produção e consumo e, especialmente no LD, carece de mais detalhamento quanto às relações entre linguagem e atividade social; 2) diretrizes curriculares de LI mais antigas não problematizam o conceito de gênero como unidade de análise enquanto que as mais recentes enfatizam a discussão sobre relações entre linguagem e atividade social; 3) o conceito de linguagem nos LDs e reportagens didáticas frequentemente identifica-se com o paradigma comunicacional e a gramática normativa. Os dados corroboram a necessidade de produção de materiais de formação continuada de professores que problematizem discussões correntes em LA. Palavras-chave: Gênero. Linguagem. Ensino. Referências bibliográficas: FLORÊNCIO, J. A. Letramento científico em ciência da linguagem no gênero livro didático de ILA. 2014. 126f. Dissertação (Mestrado em Letras) – UFSM, Santa Maria, 2014. OLIVEIRA, F. M. A análise de propostas pedagógicas em portais educacionais para docentes de língua inglesa: implicações para o ensino e a aprendizagem de línguas no contexto digital. 2008. 147f. Dissertação (Mestrado em Letras) – UFSM, Santa Maria, 2008. ROSSI, A.F.E. Recontextualização do discurso da ciência da linguagem em livros didáticos de língua inglesa. 2012. 139f. Dissertação (Mestrado em Letras) – UFSM, Santa Maria, 2012.

A MULTISSEMIOSE NA CONSTRUÇÃO DE OBJETOS DE DISCURSO DA CIÊNCIA E SEUS EFEITOS EM CANAIS DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA DO

YOU TUBE3

Marcos Filipe Zandonai (UNISINOS) [email protected]

Resumo: Este trabalho investiga os recursos acionados nos canais IbioMovies e Além da Bio – canais do You Tube4 - para nomeação dos elementos temáticos, em seu aparato lexical. Mas os produtos audiovisuais são também focalizados quanto aos seus signos não verbais. O eixo do cênico-performático é observado a partir da antropologia da performance (LANGDON, 2009) e de outros autores que se dedicam ao estudo da comunicação não verbal5. Já o eixo do grafismo televisual é composto por formas (áudio)visuais e icônicas que semantizam os vídeos e constroem a “identidade” da sequência fílmica (MACHADO, 2000). Verificam-se os nexos entre as expressões anafóricas verbais e os sentidos não verbais na elucidação dos conteúdos científicos. Os impactos semântico-pragmáticos das elocuções são averiguados fundamentando-se Linguística Textual (CAVALCANTE, 2011) e nos Estudos do Discurso (CHARAUDEAU, 2009). Opta-se por analisar dois vídeos de cada canal, sob a ótica do eixo propriedade teatral/performática. Conseguintemente, são analisados os dois vídeos, na perspectiva do grafismo televisual, com critérios distintos para os dois canais. Para o IbioMovies, são examinadas as formas imagético-auditivas (operações de câmera, por exemplo) (EDGAR-HUNT, MARLAND E RAWLE, 2013). Para o Além da Bio, são analisados os ícones, ilustrações computadorizadas que aparecem na tela. Palavras-chave: Divulgação Científica. Comunicação não verbal. Referenciação. Referências Bibliográficas CAVALCANTE, M. M. Referenciação: sobre coisas ditas e não ditas. 1ª ed. Fortaleza: Edições UFC, 2011. CHARAUDEAU, P. Linguagem e discurso: modos de organização. São Paulo: Contexto, 2009. EDGAR-HUNT, R.; MARLAND, J.; RAWLE, S. A linguagem do cinema. Porto Alegre: Bookman, 2013. LANGDON, E. J. Performance e sua Diversidade como Paradigma Analítico: A Contribuição da Abordagem de Bauman e Briggs. Ilha - Revista de Antropologia, v. 8, p. 163-183, 2009. MACHADO, A. A televisão levada a sério. São Paulo: SENAC, 2000.

3 Apresentam-se resultados parciais da pesquisa; as análises estão em andamento.

4 O corpus deste trabalho é composto por canais de divulgação científica vinculados ao

Science Blogs Brasil. 5 A revisão teórica desse eixo ainda está em andamento.

RESUMOS

FLUTUAÇÃO MODAL NA FALA DO CARIRI CEARENSE: O USO DO TALVEZ EM ORAÇÕES INDEPENDENTES

Jordane Fernandes Alves (UFC)

[email protected] Resumo: Neste estudo, investigamos a alternância entre os modos verbais subjuntivo e indicativo em orações independentes na fala do Cariri, região localizada ao sul do Ceará. Os dados foram extraídos do Projeto PROFALA, que contempla o banco de dados O português falado no Ceará, sediado na Universidade Federal do Ceará, no Programa de Pós Graduação em Linguística, com informantes estratificados em faixa etária (15-26, 27-49 e 50 em diante), sexo (masculino e feminino) e anos de escolaridade (0-8, 9-11). Desse modo, o principal objetivo desse trabalho é descrever a variação entre subjuntivo e indicativo em orações independentes dubitativas, analisando os ambientes que restringem o uso do subjuntivo, bem como os ambientes que favorecem a alternância entre os modos. Para isso, selecionamos quatro variáveis linguísticas – padrão morfofonológico do verbo, marcador dubitativo, tempo verbal da oração e tipo de verbo da oração, além das variáveis sociais clássica – sexo/gênero, escolaridade e faixa etária. Assim, verificamos a atuação desses grupos de fatores no favorecimento do uso do subjuntivo em orações independentes. Os dados foram quantificados por meio do programa estatístico GOLDVARB X e analisados à luz da Teoria da Variação e Mudança, por meio dos estudos de Labov (1968; 1972; 1994; 2001; 2008), uma vez que concebem a língua como sistema heterogêneo e suscetível às pressões de uso e, consequentemente, aos mais diversos processos de variação. Nossos resultados apontam para as variáveis linguísticas padrão morfofonológico, marcador dubitativo e tempo verbal como favorecedores do subjuntivo na comunidade de fala analisada. Quanto às variáveis sociais, apenas gênero/sexo foi selecionada pelo programa estatístico, com resultados que apontam os homens como mais favorecedores das formas subjuntivas que as mulheres na fala do Cariri. Palavras-chave: Sociolinguística. Variação linguística. Alternância subjuntivo/indicativo. Referências Bibliográficas CARVALHO, Hebe Macedo. A alternância indicativo/subjuntivo em orações substantivas em função dos tempos verbais presente e imperfeito na língua falada do Cariri. 2007. 150p. Tese (Doutorado em Linguística), Universidade Federal do Ceará, 2007. LABOV, W. The social stratification of English in New York City. Washington, DC.: Center of Applied Linguistics. 1966. _____. The logic of non-standard English. In: ALATIS, J. (ed.) Georgetown Monograph on Languages and Linguistics, 22, p. 1-69, 1968.

TRABALHANDO COM O CONTO AFRICANO O DRAMA DE VAVÓ TUTÚRI: NOVOS OLHARES E NOVAS PERSPECTIVAS

Carine Maria Angst (UFFS)

[email protected] Demétrio Alves Paz( UFFS)

[email protected] Liane Teresinha Seibert (UFFS)

[email protected]

Resumo: Este trabalho tem por objetivo apresentar uma proposta de sequência básica aplicada na oitava série da Escola Estadual de Educação Básica Eugênio Frantz, que foi contemplada com o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). Trabalhamos com o conto “O drama de Vavó Tutúri” de Jofre Rocha, baseando-nos na metodologia do Letramento Literário de Rildo Cosson, que apresenta quatro etapas: “motivação”, “introdução”, “leitura” e “interpretação”. Na primeira etapa da sequência, realizamos uma atividade para motivar os alunos a lerem o conto, fazendo questionamentos orais relacionados com a história. Desta forma, perguntamos, por exemplo, se os alunos já passaram por alguma necessidade, por falta de dinheiro. Nesta etapa, também, mostramos aos alunos os dez países que apresentam o maior índice de pobreza no mundo: todos pertencem ao continente africano. Na segunda etapa, denominada introdução, apresentamos o autor do conto "O drama de Vavó Tutúri" e o livro em que se encontra o conto, e, questionamos os alunos a respeito de quais países africanos têm como língua oficial o português. Na terceira etapa, denominada leitura, os alunos fizeram a leitura do conto, duas vezes, uma individualmente e a outra oralmente para melhor entendimento e aprofundamento do texto. Na última etapa da sequência, para interpretação do conto, elaboramos questionamentos orais e escritos sobre o conto africano lido. Além disso, trabalhamos e expusemos a diferença de linguagem entre o português do Brasil e o português da África. Para encerrar a última etapa, os alunos, em duplas, elaboraram/propuseram uma forma/ação de combater a pobreza da África. Essa proposta teve em vista o contato com o conto africano, permitindo que os alunos pudessem não só aprimorar seus olhares sobre textos literários, mas também proporcionar contato com outra cultura, alargando seus conhecimentos e perspectivas sobre o mundo em que estão inseridos. Palavras-chave: Letramento Literário. Leitura. Conto africano. Referência Bibliográficas COSSON, R. Letramento Literário: teoria e prática. 1. ed. São Paulo: Contexto, 2009. MACÊDO, T; CHAVES, R. Literaturas de Língua Portuguesa: marcos e marcas. São Paulo: Arte e Ciência, 2007. ROCHA, J. Estórias do musseque. São Paulo: Ática, 1980.

O TEXTO ENTRE TEXTOS: A MULTIMODALIDADE E OS SUJEITOS INSERIDOS EM PRÁTICAS DE LETRAMENTO

Rodrigo Farias de Araújo (UFPE)

[email protected] Ederson Luís Silveira (UFSC)

[email protected] Resumo: O presente trabalho descritivo de cunho qualitativo visa a trazer reflexões acerca das relações entre tecnologia e multimodalidade. A materialidade de análise será o aplicativo “Eu Sei”, que possui quase 500 desafios para que o usuário possa verificar seus conhecimentos mediante o reconhecimento das imagens geradas, situando-se no campo dos artefatos intertextuais (XAVIER & MARCUSCHI, 2005) da contemporaneidade. Para lograr sucesso, o jogador precisa ativar conhecimentos de mundo advindos de leituras e experiências. Desse modo, propõe-se que seja discutido sobre a inserção cada vez mais expressiva dos jovens no ambiente das novas tecnologias inserindo atividades que contemplem a discussão e até mesmo utilização disso nas práticas de ensino escolares a fim de que não sejam negligenciadas as atividades de letramento que ocorrem em contextos extraescolares, contribuindo assim para a formação de “iletrados visuais” (KRESS & VAN LEEUWEN, 1996). A partir da descrição e de reflexões acerca da natureza do jogo mencionado, visa-se aqui destacar, articulada à análise da multimodalidade desta materialidade, a necessidade da superação da separação rígida entre “coisas da escola” e “coisas do mundo juvenil”, munidos do arcabouço teórico do estudo dos multiletramentos (ROJO 2012). Sob esta perspectiva, os usos da leitura e escrita serão aqui significativos para expressar e entrelaçar subjetividades. A fim de contextualizar essa temática, a partir de um referencial teórico, foi realizado um levantamento bibliográfico, e a coleta de dados deu-se com a observação de um grupo de 15 crianças entre 9 e 12 anos, com posterior anotação e registro de como elas interagiam com o jogo e com o arcabouço teórico que versa sobre o multiletramento. Pela interpretação dos resultados alcançados, o jogo de fato contribui estimulando o aluno a refletir e interagir com os conhecimentos já recebidos, fazendo dele um sujeito mais ativo na sociedade. Palavras-chave: Escola. Multimodalidade. Multiletramentos. Referência Bibliográficas KRESS, G.; van LEEUWEN, T. Reading images: the grammar of visual design. Londres: Routledge, 1996; ROJO, Roxane; MOURA, Eduardo. Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola, 2012; XAVIER, Ântonio C.; MARCUSCHI, Luiz Antônio (Org.) Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção do sentido. 2.ed. Rio de Janeiro : Lucerna, 2005.

PEDAGOGIA DE MULTILETRAMENTOS E ENSINO MÉDIO PROFISSIONALIZANTE: PROPOSTA DE ESTUDO

Janete Teresinha Arnt (UFSM/IFarroupilha)

[email protected]

Resumo: A pedagogia de multiletramentos é uma proposta relativamente recente, inicialmente apresentada pelo Grupo de Nova Londres (1996; COPE; KALANTZIS, 2000). Da mesma forma, também pode ser considerada jovem, a modalidade de Ensino Médio integrado à Educação Profissional, instituída em 2004, por meio do Decreto nº 5.154/04, mas mais amplamente ofertada a partir da criação dos Institutos Federais, em 2008 (Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008). Dessa forma, é pertinente um estudo que proponha formas de integração dessas propostas, explicitando como a pedagogia de multiletramentos pode contribuir para a formação integral dos alunos dessa modalidade de ensino. Tal estudo será desenvolvido em minha tese de doutorado, cujo objetivo é descrever o processo de produção de uma proposta de ensino subsidiada pela pedagogia de multiletramentos que vise à formação civil, profissional e pessoal de alunos do Ensino Médio integrado à Educação Profissional. Como recorte, a comunicação oral objetiva apresentar o andamento desse trabalho. Nesta etapa, apresentaremos os levantamentos feitos até o momento acerca das relações e sobreposições das duas propostas (a pedagogia de multiletramentos e a modalidade de Ensino Médio integrado à Educação Profissional), bem como a metodologia a ser implementada para o desenvolvimento do estudo. Palavras-chave: Pedagogia de Multiletramentos. Ensino Médio integrado. Educação Profissional.

Referência Bibliográficas BRASIL. Decreto nº 5.154, de 23 de julho de 2004. Regulamenta o § 2º do art. 36 e os arts. 39 a 41 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: 23 de julho de 2004. BRASIL. LEI Nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. Brasília, DF: 29 de dezembro de 2008. COPE, B; KALANTZIS, M. (Orgs.). Multiliteracies: literacy learning and the design of social futures. London: Routledge, 2000. THE NEW LONDON GROUP. A pedagogy of multiliteracies: designing social futures. The Harvard educational review, v. 1, n. 66, p. 60-92, 1996.

REPRESENTAÇÕES INICIAIS DO SER PROFESSOR EM UMA SESSÃO REFLEXIVA

Laura Bagnara (UFSM/PPGL/LABLER)

[email protected] Resumo: Em pesquisas que envolvem a formação continuada de professores, é importante entender/reconhecer as representações que o profissional docente faz de si, pois essas representações podem indicar papéis assumidos pelos professores em sala de aula, os quais também refletem sua prática pedagógica e a maneira como um grupo constrói saberes que expressam sua identidade (TICKS; SILVA; BRUM; 2013, p. 127). Nesse contexto, o objetivo central deste trabalho é identificar, analisar e discutir representações iniciais construídas acerca do ser professor no discurso de professores participantes de um programa de formação continuada em uma escola pública de Santa Maria/RS. Para analisar tais representações, utilizamos a Gramática Sistêmico-Funcional (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2004), focalizando na análise das escolhas léxico-gramaticais dos participantes que expressam a sua experiência de mundo e suas reflexões, as quais são realizadas pelo sistema de transitividade. Pode-se evidenciar que os professores representam o ser professor como: 1) Professor Protagonista discursivo no processo de ensino-aprendizagem; 2) Professor Reflexivo; 3) Professor Eterno Aprendiz; e 4) Professor Pesquisador. Os resultados destacam que a análise desenvolvida pode servir de base para evidenciar como os professores se identificam com a profissão ao longo do programa de formação continuada e jogar luz na compreensão do papel do professor na prática cotidiana de sala de aula, como também pode subsidiar futuras pesquisas para o grupo de pesquisas em outros contextos escolares. Palavras-chave: Formação continuada de professores. O ser professor. Representação. Gramática sistêmico-funcional. Referências Bibliográficas HALLIDAY, M. A. K.; MATTHIESSEN, C. An introduction to functional grammar. 3 ed. London: Edward Arnold, 2004. MAGALHÃES, M; FIDALGO, S. Teacher Education language in collaborative and critical reflective contexts. In: VIEIRA-ABRAHÃO, M.H; GIL, G. (org.). In: Educação de professores de Línguas: os desafios do formador. Campinas, São Paulo: Pontes, p.105-124, 2008. TICKS, L. K. Atividades colaborativo-educacionais em contextos escolares. Projeto de Pesquisa – Registro GAP/CAL n. 030502, 2012. TICKS, L. K.; SILVA, E. A.; BRUM, M. H. A pesquisa colaborativa socialmente situada no contexto escolar: processos dialógicos possíveis. Linguagem em (Dis)curso. Tubarão: SC, v. 13, n. 1, p. 117-156, 2013.

LINGUAGEM VERBAL E NÃO-VERBAL EM LIVROS DIDÁTICOS: COESÃO E COLABORAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS

Vanessa Bandeira (UFSM) [email protected]

Resumo: A utilização de livros didáticos para o planejamento de aulas de Língua Estrangeira é uma prática comum que faz parte da realidade de muitos professores (ALMEIDA FILHO, 2002). Frente à necessidade de que os alunos participem ativamente na sociedade, posicionando-se, usando uma variedade de textos de diversas mídias e suportes, a escola tem um desafio quanto ao ensino da Língua Inglesa: o desenvolvimento de multiletramentos, que são habilidades necessárias para a participação ativa e crítica em diferentes contextos sociais através de textos que empreguem as linguagens verbal e visual. Neste trabalho, investiga-se até que ponto um livro didático para o ensino de Inglês como língua estrangeira/adicional está configurado com relação à multimodalidade, isto é, o emprego de diferentes modos semióticos (imagens, formatação, layout, texto verbal, etc.) na construção de sentido (NEW LONDON GROUP, 1996; COPE & KALANTZIS, 2000). Desta forma, o presente trabalho visa analisar em que medida um livro didático para o ensino da Língua Inglesa como língua adicional emprega e explora diferentes recursos semióticos na sua configuração textual para a construção de significados. Foram verificadas e descritas as sessões de leitura das 12 unidades que compõem o livro, objeto desse estudo. Como resultado da pesquisa foi possível observar que o livro em estudo designa maior espaço para as atividades de leitura. Oito das 12 páginas que compõem cada unidade são destinadas para a habilidade de leitura, enquanto que somente 4 páginas para as habilidades de produção escrita, compreensão e produção oral. Em função disso, pode-se afirmar que o enfoque das habilidades se concentra na leitura, que tem seus momentos divididos em três: pré-leitura, leitura e pós-leitura (WALLACE, 1992). Palavras-chave: Livro didático. Multiletramento. Recursos Semióticos. Aula de Leitura. Referências Bibliográficas ALMEIDA FILHO, J.C.P. de. Dimensões comunicativas no ensino de línguas. 3.ed. Campinas, SP: Pontes, 2002. CAZDEN, Courtney; COPE, Bill; FAIRCLOUGH, Norman; GEE, Jim; et al. A pedagogy of multiliteracies: Designing social futures. Harvard Educational Review; Spring 1996; 66, 1; ProQuest Psychology Lournals. Research Library. pg. 60 – 92. COPE, B. & KALANTZIS, M. Multiliteracies. New London Group (COR): Routledge, 2001. WALLACE, C. (1992). Reading. Oxford: Oxford University Press.

A MODALIDADE EM AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Amanda Canterle Bochett (NELP/PPGL/UFSM)

[email protected] Sara Regina Scotta Cabral (NELP/PPGL/UFSM)

[email protected] Resumo: A linguagem em si é uma forma de comunicação e negociação, de troca de significados, e esses significados são construídos pelos seres humanos por meio de diversos papéis assumidos em sociedade. Segundo Halliday e Matthiessen (2004), a linguagem veicula e organiza os discursos que são vistos na concepção de língua como sistema sociossemiótico em que se constrói a experiência humana. Com base na Linguística Sistêmico-Funcional, em destaque a metafunção interpessoal, busca-se determinar, por meio da investigação e análise das categorias de modalidade, o grau de comprometimento dos políticos e dos especialistas com seus discursos em Audiências Públicas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, ao mostrar que preocupação com o meio ambiente não é recente, pois foi um dos temas mais relevantes em 2012, ano de realização da Conferência Mundial da ONU, Rio +20. Para tal, foi secionada 01 Audiência Pública contendo 49 páginas. Após a seleção do corpus, buscou-se investigar como se realiza a modalidade através de verbos “poder”, “dever”, “precisar”, “ter que/de” e “parecer” fazendo uso da ferramenta computacional Word Smith Tools 6.0 (SCOTT, 2012). Por meio do Concordanciador, foi possível conferir se as informações foram expressas em graus de modalização ou modulação, o que expõe o grau de comprometimento dos políticos e dos especialistas, com seus discursos. Os resultados indicam que, nas Audiências Públicas, há predominância de modulação, tanto nos discursos dos políticos, quanto nos dos especialistas. sinalizando-as no eixo deôntico, ou seja, são empregadas mais propostas (troca de bens e serviços) que proposições. O político, ao proferir seu discurso, faz o uso de estratégias que convençam a população a partilhar uma decisão que envolva um bem comum, o que não deveria ser tomado como uma verdade única, mas que denota poder diante das ações. Palavras-chave: Audiências Públicas. Metafunção Interpessoal. Modalidade. Referências Bibliográficas CHARAUDEAU, Patrick. Discurso Político. Tradução Fabiana Komesu e Dilson Ferreira da Cruz. São Paulo: Contexto, 2006. DALL‟AGLIO-HATTNHER, M. M. Uma Análise Funcional da Modalidade Epistêmica. Alfa, São Paulo, 1996. HALLIDAY. M.A.K; & MATTHIESSEN, C. An Introduction to Functional Grammar. 3 ed. London: Hodder Arnold, 2004.

SCOTT, M. Programa Word Smith Tools. Versão 6.0. Oxford University Press, 2012.

INTER-RELAÇÕES CULTURAIS ENTRE O PORTUGUÊS E O ESPANHOL NA ZONA DE FRONTEIRA PORTO XAVIER/SAN JAVIER

Maurício Engroff Bratz (UFFS) [email protected]

Resumo: O presente trabalho discute em que medida ocorrem as inter-relações culturais entre as zonas limítrofes de Porto Xavier (BR) e San Javier (AR). Para tanto, utiliza como pressupostos teóricos as questões de identidade cultural (BHABHA, 2005; HALL, 2006; KYMLICKA, 1996) e, por meio de questionário, adotando a pesquisa qualitativa, busca verificar como é vista a identidade das pessoas que habitam esta zona fronteiriça, como são percebidas a língua e os costumes e crenças do povo. A pesquisa constatou que sempre houve inter-relações entre os dois países e que estas se dão principalmente por questões comerciais. A partir daí, abarcam outros aspectos, que passam também a se inter-relacionar. Por fim, o trabalho discute, ainda, as questões relacionadas à formação docente dos professores de línguas para atuar principalmente nas zonas fronteiriças. Palavras-chave: Inter-relações. Cultura. Língua. Porto Xavier. San Javier. Referências Bibliográficas BHABHA, Homi K. O local da cultura. Trad. Myriam Ávila; Eliana L. Reis; Gláucia Gonçalvez. 3. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2005. HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11ª ed. Rio de Janeiro: DP&A; 2006. KYMLICKA, Will. Ciudadanía multicultural. Barcelona: Ediciones Paidós Ibérica, 1996. SIGNORINI, Inês. Língua(gem) e Identidade. (Org.) Campinas, SP: Mercado das Letras, 1998. TRINDADE, Aldema M.; BEHARES, Luis Ernesto. Fronteiras, educação, integração. (Org.) Santa Maria: Pallotti, 1996.

PERSPECTIVAS DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA ADOTADAS NO LIVRO PORTUGUÊS CONTEXTO INTERLOCUÇÃO E SENTIDO

Thaís Paz Callegaro (UFFS) [email protected]

Ana Cecília Teixeira Gonçalves (UFFS) [email protected]

Francieli Matzembacher Pinton (UFSM) [email protected]

Resumo: O livro didático de língua portuguesa, geralmente, é o único aporte teórico e metodológico utilizado por professores da área para ministrar suas aulas, material que frequentemente fragmenta os eixos de ensino (leitura, gramática e produção textual) e traz o ensino de gramática voltado para a prática tradicional/normativa, o que dificulta o aprendizado do aluno. Nesse contexto, essa pesquisa tem como objetivo melhor conhecer a(s) perspectiva(s) de gramática adotada no livro Português Contexto, Interlocução e Sentido, de Maria Luiza M. Abaurre, Maria Bernadete M. Abaurre e Marcelo Pontara. Partindo de uma concepção de língua como forma de ação, o referencial teórico traz autores que defendem o ensino da gramática por meio da prática de análise linguística, em que o aluno aprende aspectos linguísticos por meio do uso real, no texto. Para analisar qual a concepção de gramática predomina no corpus analisado, utilizamos como procedimento metodológico os critérios elaborados por Mendonça (2006), que aborda diferenças entre o ensino de Língua Portuguesa pautado na gramática tradicional e o ensino de Língua Portuguesa a partir da perspectiva da análise linguística. Com os resultados, podemos identificar que, embora o livro em questão traga, parcialmente, questões de análise linguística, ainda não consegue se desvincular da forma tradicional de ensino de gramática. Palavras-chave: Livro didático. Ensino de gramática. Análise linguística. Referências Bibliográficas Abaurre, M. L. M.; Abaurre, Maria Bernadete M.; PONTARA, Marcelo. Português: contexto, interlocução e sentido. São Paulo: Moderna, 2008. Bezerra, M. A.; Reinaldo, Maria Augusto. Análise linguística: afinal a que se refere? São Paulo: Cortez, 2013. MENDONÇA, M. Análise linguística no ensino médio: um novo olhar, um novo objeto. In: BUNZEN, C.; MENDONÇA, M. (orgs). Português no ensino médio e formação de professor. São Paulo: Editora Parábola, 2006, p.199 – 226.

OS LETRAMENTOS ESCOLARES NO PROEJA

Evanir Piccolo Carvalho (UCPEL)

[email protected] Hilário I. Bohn (UCPEL)

[email protected] Resumo: Este artigo analisa, por meio de discursos, como os alunos da modalidade educacional Proeja constroem seus processos de letramento em percursos extraescolares e escolares e, especialmente, na educação profissional. A pesquisa ancora-se na abordagem qualitativa, a partir do corpus formado por entrevistas narrativas escritas, entrevistas e grupo focal realizado com treze sujeitos de um Instituto Federal do Rio Grande do Sul. O suporte teórico tem como base os Novos Estudos do Letramento, a perspectiva dialógica bakhtiniana e a teoria sócio-histórica Vygotskiana, fundamentando a construção dos conhecimentos. As análises e interpretações dos dados revelam que o Proeja possibilita aos sujeitos a inscrição em novos percursos de letramento e a construção de outras identidades a partir da profissionalização. As práticas de leituras compõem-se por uma diversidade concepções não hegemônicas, ligam-se aos domínios do trabalho, lazer, educação dos filhos, distantes das práticas legitimadas pela cultura escolar. As práticas orais cotidianas revelam pertencimentos, porém há um processo de apropriação de discursos secundários ligados à profissionalização. Quanto à escrita, os sujeitos revelam-se como outsiders ou em processos de pertencimento, ao fazer uso de novos gêneros discursivos ao inserir-se em novas práticas socioculturais de letramento. O Proeja é o mobilizador do movimento outsider-insider, conduzindo à circulação por práticas linguísticas de outras esferas da atividade humana. A constituição letrada, no Proeja, resulta de saberes advindos de contextos sociais não formais e escolares os quais têm importância equivalente na construção de pertencimentos linguísticos e identitários. Palavras-chave: Letramento. Proeja. Discurso. Perspectiva dialógica. Referências Bibliográficas BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003. GEE, J. P. Reading as situated language: a sociocognitive perspective. Journal of adolescent & adult literacy, Newark Delaware, v. 44, n. 8, p. 714-725, may 2001. KLEIMAN, A. EJA e o ensino da língua materna: relevância dos projetos de Letramento. EJA em Debate, Florianópolis, vol. 1, n. 1. p. 23-37, nov. 2012. LANKSHEAR, C; KNOBEL, M. New literacies. New York: open University Press, 2011.

LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA E OS LIVROS DE IMAGENS: MANIFESTAÇÕES DO LETRAMENTO MULTISSEMIÓTICO NA

LITERATURA INFANTIL

Virna Catão (UNIABEU) [email protected]

Lilian Fernandes (UNIABEU) [email protected]

Cleidilaine Nunes (UNIABEU) [email protected]

Rosana Costa (UNIABEU) [email protected]

Resumo: Esta comunicação é fruto de discussões da pesquisa institucional, financiada pelo PROBIN e, posteriormente, do PIBID, no Curso de Pedagogia da UNIABEU, cuja origem está no projeto intitulado por “Competências Experenciais na produção de sentido na/da escrita no início da alfabetização”. Aborda os estudos sobre os letramentos múltiplos na iniciação e produção de sentido na escolarização da escrita. Nesta perspetiva, debruçamo-nos nos livros de imagens, sustentados em textos não verbais, explorando as potencialidades dos diferentes códigos, dialogando com outros tipos de textos. Para esta comunicação, duas obras da literatura infantil foram escolhidas para análise: “Cenas de rua”, de Angela Lago (1994) e “Selvagem”, de Roger Melo (2010), com os elementos da narrativa manifestados em diferentes suportes e linguagens, destacando a presença do discurso cinematográfico. Trazemos como fundamentação teórica os estudos Rojo (2009) sobre os letramentos múltiplos, de Cosson (2006) sobre o letramento literário, de Aumont (2012) sobre imagens e de Ferrara (2007) e Linden (2011) sobre a leitura de diferentes linguagens nos livros imagéticos. Explanam-se ainda alguns relatos das crianças em atividades com estes livros de imagens, nas oficinas em turmas de 1º ano do Ensino Fundamental, atendidas pelo PIBID, com a proposta de alfabetizar o olhar para a “palavra” além da palavra escrita, neste caso, imagética. Preconiza-se, portanto, que as práticas de linguagem no espaço da escola não se restringem à palavra escrita, pois, uma escola inclusiva e aberta à diversidade, não pode se ater ao letramento da letra, mas deve abrir-se para os múltiplos letramentos, que, envolvendo uma variação de formas, constróem-se de forma multissemiótica e híbrida. Palavras-chave: Múltiplos Letramentos. Letramento Multissemiótico. Livros de Imagens. Linguagem Cinematográfica. Literatura Infantil. Referências bibliográficas: AUMONT, J.. A imagem. 16. ed. Campinas: Papirus, 2012. COSSON, R. Letramento Literário: Teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2006. FERRARA, L. D'A. Leitura sem palavras. São Paulo: Ática, 2007.

LAGO, Angela. Cenas de rua. Belo Horizonte: RHJ, 1994.

LINDEN, S.V. Para ler o livro ilustrado. São Paulo: Cosac Naify, 2011. MELO, R. Selvagem. São Paulo: Global, 2010. ROJO, R. Letramentos Múltiplos, Escola e Inclusão Social. São Paulo: Parábola Editoria, 2009.

LETRAMENTO MULTIMODAL CRÍTICO: COMO O LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA INGLESA PROMOVE EVENTOS DE LETRAMENTO EM GÊNEROS

DOS QUADRINHOS Nathalia Rodrigues Catto (PPGL/UFSM)

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Resumo: Adotamos como núcleo da presente pesquisa o conceito de letramento multimodal crítico do ponto de vista de uma pedagogia crítica de gêneros multimodais. Com base nos pressupostos da Análise Crítica de Gênero (MOTTA-ROTH, 2006; MOTTA-ROTH, 2008), o objetivo da presente pesquisa é investigar em que medida e como atividades didáticas sobre gêneros dos quadrinhos de duas coleções de livros didáticos de inglês, selecionadas pelo Programa Nacional do Livro Didático de 2012, promovem eventos de letramento multimodal crítico. Para tanto, a categorização das atividades está baseada nos objetivos de cada uma a partir do cruzamento dos planos comunicativos da Linguística Sistêmico-Funcional com níveis de análise textual e contextual (FAIRCLOUGH, 1995; OLIVEIRA, 2000; ROJO, 2004): Identificar (no nível da Fonologia e Grafologia e da Léxico-gramática), Compreender (no nível da Semântica e Pragmática), Interpretar (no nível do Registro e do Gênero) e/ou Explicar (no nível do Discurso). Tais categorias, combinadas à metafunção enfatizada pela atividade, refletem a forma como concebemos uma pedagogia crítica e multimodal para o ensino de inglês. Resultados parciais indicam que há um predomínio de atividades na dimensão semântica e pragmática, com foco nas ações de interpretação e compreensão dos textos. Em última instância, pretendemos explicar como o papel e a abordagem da multiplicidade de recursos semióticos podem ser explorados na formação de sujeitos críticos e multiletrados. Palavras-chave: Livro didático de inglês. PNLD. Gêneros dos quadrinhos. Letramento multimodal crítico. Referências Bibliográficas: FAIRCLOUGH, N. Media Discourse. London: Edward Arnold, 1995. MOTTA-ROTH, D. Análise crítica de gêneros: contribuições para o ensino e a pesquisa de linguagem. D.E.L.T.A, v. 24, n. 2, p. 341-383, 2008. MOTTA-ROTH, D. Questões de metodologia em análise de gêneros. In: KARWOSKI, A. M.; GAYDECZKA, B.; BRITO, K. S. (Eds.). Gêneros textuais: reflexões e ensino. Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2006. p. 145-163. OLIVEIRA, S. Question-asking in Brazilian Portuguese reading comprehension textbooks. Ilha do Desterro, v. 38, n. 1, p. 39-56, 2000. ROJO, R. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. São Paulo: SEE: CENP, 2004.

PRÁTICAS DE LETRAMENTO PEDAGÓGICO NO PIBID: UMA ANÁLISE DISCURSIVA NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES

Silvania Faccin Colaço (IFFarroupilha; PPGL, UCPEL)

[email protected] Adriana Fischer (PPGE, FURB)

[email protected] Resumo: Com base em uma concepção de linguagem como interação social (BAKTHIN, 2011), considera-se que os discursos dos professores em formação podem revelar muito de sua transformação de aluno em professor. A partir dessa perspectiva, este artigo tem o objetivo de analisar a fala de acadêmicos do PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência), de um curso de Licenciatura, a fim de compreender marcas discursivas que demonstrem suas trajetórias de formação em práticas de letramento pedagógico na Educação Básica. A pesquisa é qualitativa e traz resultados de entrevistas semiestruturadas e diários de prática pedagógica. A base teórica encontra aporte nos Novos Estudos do Letramento (STREET, 1995), com foco no Modelo dos Letramentos Acadêmicos (LEA; STREET, 2006), numa concepção sociocultural e no reconhecimento de múltiplos letramentos, de acordo com as relações de poder de cada contexto situado, pois os modos de agir são revelados pelos Discursos, (GEE, 2001), que são as formas de ser no mundo, produto social e histórico, constituindo a linguagem. Os resultados mostram que as diversas formas de interação na sala de aula da Educação Básica possibilitam a constituição das identidades profissionais na travessia do ser aluno para o ser professor. Portanto, esses resultados apontam para a relevância do PIBID em cursos de formação de professores, contribuindo para a inserção dos acadêmicos em práticas significativas de letramento, a fim de que se assumam membros efetivos e críticos em diferentes letramentos de natureza acadêmica e profissional. Palavras-chave: Letramentos. Práticas pedagógicas. PIBID. Referências Bibliográficas

BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: M. Bakhtin. A estética da criação verbal. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011. p. 277-326.

GEE, J. P. Reading as situated language: a sociocognitive perspective. Journal of adolescent & adult literacy, v. 8, n. 44, p. 714-725, 2001.

LEA, M. R.; STREET, B. The academic literacies model: theory and applications. Theory into Practice. v. 4, n. 45, p. 368-377, 2006.

STREET, B. Social Literacies. Critical Approaches to Literacy in Development, Ethnography and Education. Harow: Pearson, 1995.

LULA E A CONTRAÇÃO DIALÓGICA: UM ESTUDO SOBRE A NEGAÇÃO NOS DISCURSOS DO EX-PRESIDENTE

Erick Kader Callegaro Correa (UFSM)

[email protected]

Resumo: Não avaliamos apenas através de elementos típicos como estruturas adjetivas e adverbiais, mas também através do engajamento que construímos com os textos de outros indivíduos. Recursos linguísticos como o operador modal não, indicador de polaridade negativa (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2014), constitui, para Martin e White (2005), um item léxico-gramatical com potencial semântico altamente avaliativo. O não provoca contração dialógica, cujo efeito retórico é o fechamento do espaço dialógico em relação à proposição que acompanha: o locutor desvalorize, tome como não verdade ou invalide proposições produzidas previamente. No presente estudo, objetivamos localizar, analisar e categorizar todas as ocorrências do operador modal não em 107 discursos do ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva, proferidos no primeiro semestre de seu primeiro mandato (2003-2006). Processados pela ferramenta computacional WordSmith Tools 6.0, o não foi usado 3098 vezes, acompanhando 219 o pronome eu, 130 vezes o nós e 103 vezes, a gente. Os resultados indicam que o uso repetitivo da negação é a tentativa de invalidação que o novo presidente faz dos atos dos governos anteriores ao seu. Ao negar, Lula reforça a tese de que seu governo, uma vez petista, é diferenciado dos outros, alimentando, no público, a esperança de um país melhor e que, a partir de sugestão, o Brasil poderá ser uma nação mais democrática, em que os erros do passado não serão repetidos e que as camadas menos favorecidas da sociedade receberão mais atenção do Poder Público. Palavras-chave: Polaridade. Contração dialógica. Discurso político. Lula. Referências Bibliográficas MARTIN, J.R.; WHITE, P.R.R. The language of evaluation: appraisal in English. New York: Palgrave, 2005. MATTHIESSEN, M.I.M; HALLIDAY, M.A.K. An introduction to functional grammar. New York: Arnold, 2014. PAGANO, A. A pragmatic study of negatives in written text. In COULTHARD, Malcolm. Advances in written text analysis. New York: Routledge, 2001. SCOTT, M. WordSmith Tools 6.0. Oxford: Oxford University Press, 2012. TOOTIE, G. Where do negatives come from? Studia Linguistica, New York, v. 36, p. 88-105, nov, 2008.

PRODUÇÃO DE TEXTOS CURTOS E FOMENTAÇÃO DA LEITURA NO NORDESTE BRASILEIRO COM PÚBLICOS VARIADOS.

Bianca Garcia Eberhardt (UPF)

[email protected] Elisane Cayser(UPF)

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Resumo: O trabalho tem a finalidade de demonstrar como foram aplicadas as oficinas pelo projeto Rondon no Nordeste brasileiro, desenvolvidas com públicos variados, desde alunos do nível fundamental, adolescentes concluintes do ensino médio e, professores da rede pública. A intenção com o projeto foi capacitar agentes multiplicadores para que estes possam desenvolver o gosto pela leitura de diferentes gêneros e aplicá-las na construção de textos curtos de boa qualidade, estes para a boa comunicação no seu dia a dia, a fim de atender as suas necessidades, sejam elas escolares, pessoais ou para a vida profissional. Ao ler, acionamos conhecimentos prévios que colaboram para a construção de sentido do texto: conhecimentos linguísticos, textuais, enciclopédicos, intertextuais, contextuais. Por isso Koch e Elias (2006:21) concluem que “A leitura e a produção de sentido são atividades orientadas por nossa bagagem sociocognitiva: conhecimentos da língua e das coisas do mundo.” Sendo assim, buscamos resgatar esse conhecimento, para que os alunos pudessem ser não só leitores, mas também autores de seus textos em suas vidas, verificando que ler, criar e escrever pode ser mais interessante do que se poderia imaginar. Palavras-Chave: Produção. Texto. gênero. Referências Bibliográficas FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 37 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. KÖCHE, VanildaSalton, BOFF, Odete Maria Benetti e PAVANI, Cinara Ferreira. Prática textual: Atividades de leitura e escrita. Petrópolis: Vozes, 2009. MARTINS, Maria Helena. Ampliando a noção de leitura. In: O que é leitura. 18. ed.São Paulo: Brasiliense, 1994. p. 22 - 35. ROCHA, G. e Val, M.G.C. Reflexões sobre práticas escolares de produção de texto: o sujeito-autor. Belo Horizonte: Autêntica/CEALE/FaE/UFMG. 2003. SANTOS, L. W; RICHE, R. C. & TEIXEIRA, C. S. Análise e produção de textos. São Paulo: Contexto, 2012, p. 190. (Coleção Linguagem e ensino)

O CONTO EM LÍNGUA PORTUGUESA EM SALA DE AULA: UMA APOSTA POSITIVA

Bruna Carolina Eckerleben (UFFS) [email protected]

Demétrio Alves Paz (UFFS) [email protected]

Resumo: o presente trabalho desenvolveu um estudo sobre o gênero conto, sua importância em sala de aula, um apanhado histórico desde suas origens até hoje em dia e a metodologia proposta a partir da obra Letramento Literário, de Rildo Cosson. O trabalho foi desenvolvido a partir de pesquisas bibliográficas e observações em sala de aula, em relação ao tema delimitado. Quais são as maneiras de se trabalhar com contos em sala de aula, qual é a visão dos alunos em relação aos contos. A metodologia proposta por Cosson, motivação, introdução, leitura e interpretação, foi a escolhida para se trabalhar com o gênero em sala de aula. Acreditamos que a partir desses dados podemos compreender melhor a realidade das escolas com o trabalho da leitura e da escrita de textos literários. A leitura auxilia tanto professores quanto alunos a explorarem a riqueza de nossa língua, as diferentes visões de mundo, a criatividade no uso da língua, assim como contribuir para o debate sobre o ser humano a partir da visão social representada nos contos. Ler bons textos, com valor estético, contribui para o estabelecimento de relações entre o sujeito e o mundo. A literatura desempenha um papel importante na reflexão de como o sujeito age com o mundo circundante. Este trabalho nos proporcionou um conhecimento mais amplo em relação ao estudo e ao ensino de literatura e língua portuguesa a partir da leitura de textos teóricos e de atividades práticas, através do contato com a realidade escolar. Possibilitou-nos uma visão maior em relação ao uso de nossa língua com a leitura de textos literários. Palavras-Chave: Letramento. Literatura. Conto. Língua Portuguesa. Ensino. Referencias Bibliográficas BOSI, Alfredo. O conto brasileiro contemporâneo. São Paulo: Cultrix, 2001. COSSON, Rildo. Letramento Literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2011. JOUVE, Vincent. Por que estudar literatura? São Paulo: Parábola, 2012. LOIS, Lena. Teoria e prática da formação do leitor: leitura e literatura na sala de aula. Porto Alegre: Artmed, 2010. ZILBERMAN, Regina; RÖSING, Tania M. K. Escola e leitura: velha crise, novas alternativas. São Paulo: Global, 2009.

O ARTIGO DE OPINIÃO E SUA ORGANIZAÇÃO RETÓRICA: UMA ANÁLISE PILOTO

Gessélda Somavilla Farencena (UFSM)

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Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar a organização retórica argumentativa de um do artigo de opinião Fogo na floresta, de autoria de Luciano Martins Costa, publicado nos site do Observatório da Imprensa, e sua realização linguística a partir da aplicação de categorias de análise advindas da Teoria da Estrutura Retórica – TERT (MANN; THOMPSON, 1985; TABOADA; MANN, 2006) e da Gramática Sistêmico-Funcional – GSF (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2004, 2014). A análise constituiu-se inicialmente da identificação dos blocos de informação e das porções que constituem a macroestrutura do texto e, posteriormente, da identificação e análise das unidades de informação (UIs) que constituem a microestrutura do texto. A organização macroestrutural verificada no texto é constituída pelo Bloco I, o título, que funciona como satélite do Bloco II, correspondente ao núcleo. O Bloco II constitui-se das porções de 02 a 04, em que a porção 02 equivale à Asserção, com a apresentação da tese do articulista; a porção 03, às Evidências, aos argumentos; a porção 04, ao Apelo, à apresentação de uma possível solução e a incitação a realizá-la. Essas porções, na análise da microestrutura, foram segmentadas em 20 unidades de informação, entre as quais foram verificadas relações retóricas multinucleares e núcleo-satélites de elaboração (01), sequência (02), preparação (02), contraste (01), resumo (02), avaliação (01), lista (06) e motivo (05). Léxico-gramaticalmente, verificou-se o emprego de orações paratáticas, encaixadas, e de orações projetadas ou de circunstâncias para trazer vozes não autorais ao texto, além de elementos avaliativos, como Atributos, modulações e metáforas interpessoais. Em resumo, com a identificação de quatro grandes porções de informação, verificou-se, no artigo de opinião analisado, a ocorrência da estrutura persuasiva Motivação+Apelo proposta por Mann e Thompson (2006). Palavras-chave: Organização retórica. Realização linguística. Artigo de opinião. Referências Bibliográficas HALLIDAY, M.A.K. e MATTHIESSEN, C. An introduction to functional grammar. 3. ed. London: Arnold, 2004. ____. Halliday’s introduction to functional grammar. 4 ed. New York: Routledge, 2014. MANN, W. C.; THOMPSON, S. A. Assertions from discourse structure. California: University of Southern California, 1985, 14 p. (ISI/RS- 85-155). TABOADA, M.; MANN, W.C. Rhetorical Structure Theory: Looking Back and Moving Ahead. Discourse Studies 8(3): 423-459, 2006.

ESTUDO CRÍTICO DE RESUMOS ACADÊMICOS GRÁFICOS E AS IMPLICAÇÕES PARA OS MULTILETRAMENTOS

Cristiane Salete Florek (UFSM)

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Resumo: Como pesquisa de mestrado vinculada ao projeto guarda-chuva Análise crítica de gêneros e implicações para os multiletramentos (HENDGES, 2012), este trabalho pretende estudar, à luz da Análise Crítica de Gênero, o resumo acadêmico gráfico (RAG), texto multimodal que sumariza visualmente as principais descobertas do artigo científico. Investigar o RAG sob essa perspectiva implica considerar: i) a multimodalidade (KRESS; VAN LEEUWEN, 2006); ii) os conjuntos e sistemas de gêneros (BAZERMAN, 2004); e iii) o aspecto ideológico e hegemônico do discurso (FAICLOUGH, 1992). Objetivamos investigar, textual e contextualmente, o modo semiótico visual e verbal do RAG e a sua organização retórica. Quarenta RAGs de quatro periódicos científicos das áreas de Biodiversidade e Química foram selecionados. A análise contextual preliminar dos Sumários dos periódicos revelou que, quanto ao consumo, devido à disposição dos RAGs e à saliência, a leitura dos RAGs em primeiro lugar é favorecida, respondendo à prática de algumas áreas de ler primeiramente as imagens do artigo. Quanto à produção, a análise das Instruções para autores revelou que os RAGs são publicados principalmente no Sumário do periódico científico, o uso de linguagem verbal é limitado, enquanto o de cores é encorajado e a apresentação deve obedecer às diretrizes de tamanho e resolução do periódico científico. O estudo crítico de RAGs possibilita interpretar os novos discursos disponíveis na prática social, considerando a multiplicidade cultural e de materialização dos significados, podendo auxiliar na proposição de meios pedagógicos capazes de promover os multiletramentos. Palavras-chave: Resumos Acadêmicos Gráficos. Análise Crítica de Gênero.

Multiletramentos.

Referências Bibliográficas BAZERMAN, C. Speech acts, genres and activity systems: how texts organize activity and people. In: BAZERMAN, C.; PRIOR, P. (Orgs.). What writing does and how it does it. Mahwah: Lawrence Erlbaum, p. 309-339, 2004. FAIRCLOUGH, N. Discourse and Social Change. Cambridge: Polity Press, 1992. KRESS, G.; VAN LEEUWEN, T. Reading images. London: Routledge, 2006. HENDGES, G. R. Análise Crítica de Gêneros e implicações para os multiletramentos. Projeto de pesquisa, Registro GAP/CAL nº 031609. Santa Maria: Centro de Artes e Letras, Universidade Federal de Santa Maria, 2012.

LEITURA COMO LETRAMENTO CRÍTICO E O GÊNERO LIVRO DIDÁTICO DE ILA

Jane Aparecida Florêncio (UFSM)

[email protected] Resumo: A presente pesquisa objetiva verificar em que medida o conceito de leitura como letramento crítico, mobilizado contemporaneamente no campo da Ciência da Linguagem, é recontextualizado no gênero Livro Didático (LD) de inglês como língua adicional. A leitura numa perspectiva de letramento crítico é um processo de construção do significado do texto em seu contexto social, histórico e de relações de poder. Essa perspectiva possibilita que o leitor se torne consciente acerca de como a linguagem é usada dentro de um sistema, o qual regula os significados assumidos naquele contexto específico. A pesquisa, de ordem qualitativa, tem como corpus de análise três seções de leitura da coleção Globetrekker – Inglês para Ensino Médio. Como aporte teórico-metodológico, adota-se a Análise Crítica de Gênero, que envolve a descrição, interpretação e explicação do contexto e do texto do gênero. Os resultados apontam que a abordagem de leitura numa perspectiva de letramento crítico é pouco recontextualizada no LD Globetrekker. A abordagem privilegiada é a leitura como decodificação, em que o significado tem por base o uso de habilidades de compreensão e interpretação. Palavras-chave: Prática discursiva. Perspectiva axiológica. Intervenção. Recontextualização. Referências Bibliográficas CERVETTI, G.; PARDALES, M. J.; DAMICO, J. S. A tale of differences: comparing the traditions, perspectives, and educational goals of critical reading and critical literacy. Reading Online, [S.I.], v. 4, n. 9, 2001. Disponível em: <http://www.readingonline.org/articles/art_index.asp?HREF=/articles/cervetti/index.html>. Acesso em: 21 mai. 2013. MEURER, J. L. Gêneros textuais na análise crítica de Fairclough. In: MEURER, J. L.; BONINI, A.; MOTTA-ROTH, D. Gêneros: teorias, métodos e debates. São Paulo: Parábola Editorial, 2005, p. 81-107. MOTTA-ROTH, D. Para ligar a teoria à prática: roteiro de perguntas para orientar a leitura/análise crítica de gênero. In: MOTTA-ROTH, D.; CABAÑAS, T.; HENDGES, G. R. (Orgs.). Análise de textos e de discursos: relações entre teorias e práticas. 1 ed., Santa Maria, RS: PPGL Editores, 2008, p. 243-272. STREET, B. What‟s “new” in New Literacy Studies? Critical approaches to literacy in theory and practice. Current Issues in Comparative Education, v. 5, n. 2, p. 77-91, 2003. Disponível em: http://people.ufpr.br/~clarissa/pdfs/NewInLiteracy_Street.pdf. Acesso em: 17 jan. 2014.

O DESAFIO DA ESCRITA EM PLE PARA FALANTE ÁRABE

Amanda Kohlrausch Frantz (UFSM)

[email protected] Resumo: O objetivo deste trabalho é apresentar o percurso de construção de um curso de português para uma falante nativa de árabe, de 46 anos, que fala português como segunda língua (Krashen, 1981). Para estruturar um curso de português adequado à aluna em questão, foram realizadas entrevistas para detector suas necessidades comunicativas e linguísticas (Long, 2005). As entrevistas mostraram uma falante de português ainda insegura em sua produção oral, apesar de viver no Brasil há mais de 10 anos, ter filhos brasileiros e participar de atividades cotidianas de uma dona de casa – ir ao mercado, ir ao colégio dos filhos, ir ao salão de beleza. No que se refere as habilidades escritas, a senhora informou que não escreve nem lê em português; mas estudou árabe até os 13 anos e ainda é capaz de ler bem, mas não consegue escrever. Sua produção oral em português acusa significativa dificuldade no uso de conectores frasais e articuladores do discurso, principalmente. A partir da detecção e classificação das dificuldades, a proposta de curso terá como base a interacionista de linguagem (Vigotsky, 2004). Este trabalho tem relevância na medida em que, a oportunizar a prática de planejamento e execução de um curso de Português LE a uma professora de Letras em formação, cumpre com a função social de ampliação da inserção social de uma mulher imigrante na sociedade brasileira. Palavras-chave: Ensino de PLE. Ensino da escrita. Ensino instrumental de PLE. Referências bibliográficas FREIRE, Paulo – “EDUCAÇÃO DE ADULTOS: ALGUMAS REFLEXÕES” in Gadotti, Moacir e Romão, José E. (orgs) – Educação de jovens e adultos: teoria, prática e proposta – 4.ed, São Paulo, Instituto Paulo Freire, 2001 páginas 15 – 18. KRASHEN, S. Second language acquisition and second language learning. Oxford: Pergamon Press, 1981. LONG, M. H. Second language needs analysis. Cambridge: University Press, 2005. MARCHESAN, Maria Tereza Nunes – “Considerações sobre o Ensino Instrumental de PLE e E/LE para Policiais in STURZA, Eliana Rosa, FERNANDES, Ivani Cristina Silva, IRALA, Valesca Brasil (orgs) – PORTUGUÊS E ESPANHOL: ESBOÇOS, PERCEPÇÕES E ENTREMEIOS, Santa Maria, RS:UFSM, PPGL – editores, 2012 páginas 171 – 196. VIGOTSKY, L. Psicologia Pedagógica. São Paulo: Martins Fontes. 2004.

“VOCÊS VÊM COM A TEORIA E A GENTE TEM A PRÁTICA”: A PESQUISA

AÇÃO CRÍTICO-COLABORATIVA NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE ESPANHOL

Paola Gularte

(UFFS) [email protected]

Resumo : Neste artigo, discutimos a respeito de como se estabelecem as ações teórico-práticas de uma professora de espanhol que atua na Educação Básica, além de compreender de que maneira a formação crítico-colaborativa pode auxiliar em novas práticas de ensino-aprendizagem nas aulas de língua espanhola. A metodologia foi realizada por meio de pesquisa-ação crítico-colaborativa, uma vez que busca que a participante reflita sobre suas ações-práticas em sala de aula, e procure transformá-las por meio da colaboração do pesquisador-formador. Os resultados indicam que a formação crítico-colaborativa exige um caráter processual, isto é, a longo prazo, para que realmente se efetive o processo emancipatório e reflexivo dos professores e que se possa notar novas ações na sala de aula de língua estrangeira. Palavras chave: Formação crítico- colaborativa. Ensino-aprendizagem de língua espanhola. Formação continuada. Referências bibliográficas ALMEIDA FILHO. J. C. P. O professor de língua estrangeira em formação. 3ª ed. Campinas, SP: Pontes editoras, 2009. LIBERALI. F. C. Atividade Social nas aulas de língua estrangeira. São Paulo : Moderna, 2009. ____________. Atividade Social com base para o ensino de língua estrangeira. In: CANO. M. R.O; LIBERALI. F. C. (Org.) A reflexão e a prática no ensino. vol 2. São Paulo : Blücher, 2012. MAGALHÃES. M. C. C. A linguagem na formação de professores reflexivos e críticos. In: MAGALHÃES. M. C. C.(Org.). A formação do professor como um profissional crítico: linguagem e reflexão. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004. PIMENTA, S. G. Professor reflexivo: construindo uma crítica. In: GHEDIN. E.; PIMENTA. S.G. (Org.). Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. 7ª ed. São Paulo: Cortez, 2012.

A PRÁTICA DE ANÁLISE LINGUÍSTICA NO LIVRO DIDÁTICO: UMA PERSPECTIVA EM CONSTRUÇÃO

Francieli Heineck (UFFS) [email protected]

Francieli Matzenbacher Pinton (UFSM) [email protected]

Resumo: Levando em consideração que o livro didático é, formalmente, um dos materiais estruturadores dos conhecimentos transmitidos nas escolas, este artigo tem como objetivo analisar de que forma o ensino de gramática se efetiva nos livros didáticos, em específico no livro do 6º ano da coleção Português: linguagens (2012). O corpus de análise compreende nove seções intituladas “língua em foco”. Nestas seções são abordadas as classes de palavras, dentre elas o substantivo, o adjetivo, o artigo, o numeral, o pronome e o verbo. As seções foram analisadas com foco nos contrastes entre ensino de gramática normativa e prática de análise linguística (MENDONÇA, 2006). Os resultados sinalizam que, embora o ensino reflexivo da língua seja apontado como um dos pontos fortes do livro, segundo o Guia de livros didáticos de Língua Portuguesa, esse ensino, em certa medida, não se efetiva nas seções analisadas, já que há a prevalência da prescrição em detrimento da reflexão. Palavras chave: Livro didático. Ensino. Análise linguística. Referências bibliográficas: BEZERRA, M. A.; REINALDO, M. A. Análise linguística: afinal, a que se refere? São Paulo, Cortez, 2013. CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. C. Português: linguagens. 6º ano. 7. ed. reform. São Paulo: Saraiva, 2012. MARTELOTTA, M. E. (org.). Manual de linguística. São Paulo: Contexto, 2009. MENDONÇA, M. Análise linguística no ensino médio: um novo olhar, um outro objeto. In: BUNZEN, C.; MENDONÇA, M. (org.). Português no ensino médio e formação do professor. São Paulo: Parábola Editorial, 2006. TRAVAGLIA, L. C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2009.

HIBRIDEZ DE GÊNERO E MULTIMODALIDADE NO FILME MELINDA E MELINDA

Bárbara Krabbe (UFSM) [email protected]

Roséli Gonçalves do Nascimento (UFSM) [email protected]

Resumo: Este trabalho contribui para uma reflexão sobre a configuração multimodal de filmes e seu potencial para o ensino de Inglês como Língua Estrangeira/Adicional. O corpus é o filme Melinda e Melinda (2005), dirigido por Woody Allen. O objetivo desta pesquisa é identificar de que modo os diversos recursos semióticos do filme são empregados de modo a construir um enredo similar sob dois pontos de vista – um trágico e outro cômico. Os objetivos específicos são: identificar quais recursos semióticos são empregados para construir Afeto positivo e/ou negativo no filme e discutir o potencial didático do gênero filme para o ensino de Inglês como Língua Adicional. Utilizamos duas ferramentas teórico-analíticas: para análise do texto verbal, a categoria Afeto do sistema da avaliatividade (MARTIN; WHITE, 2005) e, para análise da imagem, a Gramática Visual (KRESS; VAN LEEUWEN, 1996). Em termos de circunstâncias visuais; na versão trágica, o plano de fundo apresenta geralmente nuanças frias e pálidas e itens de decoração em cores escuras. Na versão cômica, a iluminação sugere tom quente às cores de fundo. Também podemos observar frequentemente objetos que funcionam como fonte de iluminação, o que sugere calor e clima ameno. Também foram analisados os participantes humanos (atributos e ações). A personagem Melinda da versão trágica é retratada como uma personagem insegura, negativa. Já na versão cômica, Melinda é retratada como uma personagem positiva e autoconfiante. Através dessa análise, podemos dizer que para a construção dos gêneros de comédia e tragédia no filme Melinda e Melinda, os produtores empregaram um conjunto de diferentes recursos semióticos em termos de: Circunstâncias de Localização no tempo e no espaço e Circunstâncias de Acompanhamento; Atributos físicos, e também Ações secundárias realizadas pela personagem principal. Palavras-chave: Multimodalidade. Hibridez de gênero. Teoria da avaliatividade Referências bibliográficas KRESS, G.; VAN LEEUWEN, T. Reading images: the grammar of visual design. 2 ed. London: Routledge, 2006. MARTIN, J. R. E WHITE, P. R. R. The Language of Evaluation: Appraisal in English. London: Palgrave/ Macmillan. 2005. VAN LEEUWEN, T. Speech, Music, Sound. London: Palgrave/ Macmillan. 1999.

LETRAMENTO MULTIMODAL NO CONTEXTO DE PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE LIVROS DIDÁTICOS

Daiane Aline Kummer (UFSM) [email protected]

Resumo: Os diversos gêneros discursivos empregados pela sociedade sempre incluíram diferentes recursos semióticos. A inclusão desses recursos tem sido facilitada, em virtude, principalmente, dos avanços da tecnologia, (KRESS; van LEEUWEN, 2006) acarretando transformações nesses gêneros. Sendo assim, há necessidade de se desenvolver habilidades para empregar os diversos recursos semióticos em um texto, ou seja, letramento multimodal. Um dos contextos através do quais essas habilidades podem ser desenvolvidas é a escola. Esse desenvolvimento é previsto em documentos como os Guias de Livros Didáticos. Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo verificar como e em que medida documentos relacionados ao Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) fazem referência a habilidades de letramento multimodal. Salientamos que este trabalho se configura como um recorte da dissertação de mestrado da autora, que tem como objetivo verificar como o conceito de letramento multimodal é recontextualizado em livros didáticos (LD) de inglês e de biologia. A perspectiva da Análise Crítica de Gênero (MOTTA-ROTH, 2008) e da Análise do Discurso Multimodal (KRESS; van LEEUWEN, 2006) embasam o presente trabalho. A investigação se deu a partir de documentos como os Guias dos LDs (BRASIL, 2011a; 2011b) e os Manuais do Professor dos dois LD analisados. Para isso, buscamos descrever os contextos de produção e distribuição dos LD e verificar os índices linguísticos explícitos e implícitos que remetem ao letramento multimodal. Os resultados iniciais apontam para a existência de referências a habilidades de letramento multimodal, as quais são avaliadas como relevantes. Contudo, ressaltamos que essa referência é sutil, o que sinaliza a necessidade do professor em refletir sobre como essas habilidades podem ser desenvolvidas e propostas na escola. Palavras-chave: letramento multimodal, Guia de livros didáticos, Manual do Professor, livros didáticos. Referências bibliográficas

BRASIL. MEC/SEF. Guia de Livros Didáticos PNLD 2012: Biologia – Ensino

Médio. Brasília: FAE, 2011a.

BRASIL. MEC/SEF. Guia de Livros Didáticos PNLD 2012: Língua Estrangeira

Moderna – Ensino Médio. Brasília: FAE, 2011b.

KRESS, G.; van LEEUWEN. T. Reading Images: The Grammar of Visual

Design. 2. ed. London: Routledge, 2006.

MOTTA-ROTH, D. Análise crítica de gêneros: contribuições para o ensino e a

pesquisa de linguagem. D.E.L.T.A, v. 24, n. 2, p. 341-383, 2008.

DISCURSOS ACERCA DO INCÊNDIO NA BOATE KISS (SANTA MARIA – RS): COMPREENSÕES DE CAPAS DO JORNAL DIÁRIO DE SANTA MARIA

Djéssica Follmann de Lima (UFFS) [email protected] Ana Beatriz Dias (UFFS)

[email protected]

Resumo: Neste trabalho, buscaremos compreender como um dado evento foi discursivamente construído pela mídia. Mais especificamente, nossa compreensão centra-se em discursos que tratam sobre o conhecido incêndio na boate Kiss, no dia 27 de janeiro de 2013, que causou a morte de 242 pessoas e deixou mais de centenas de feridos. Nosso objeto de análise é uma sequencia de capas publicadas no ano de 2014, um ano após a tragédia, pelo jornal Diário de Santa Maria. Por uma questão de delimitação, nossa leitura está focada na análise das capas do período de 23 de janeiro a 31 de janeiro de 2014. Para o desenvolvimento desta pesquisa, nos baseamos nas orientações teóricas e metodológicas propostas por estudiosos que vem desenvolvendo o que hoje é chamado de “estudos bakhtinianos”. Propomos pensar como através dos estudos bakhtinianos o discurso jornalístico constrói o evento da boate Kiss, 27 de janeiro de 2013. Focalizamos nossa análise nas capas de jornal, principalmente nos recursos expressivos nela empregados, para que possamos compreender o mundo por meio dos signos, das palavras e dos textos. Esta pesquisa contribui para a compreensão do verbal e não verbal por meio do texto, mostrando como o jornal mantem o seu discurso acerca da morte. Palavras-chave: Signo. Linguagem. Texto. Palavra. Estudos Bakhtinianos. Referências bibliográficas BAKHTIN, Mikhail. Estética a criação verbal. 6.ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011. BAKHTIN, Mikhail; VOLOCHÍNOV, V. N. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico da linguagem. 13.ed. São Paulo: Hucitec, 2012. FIORIN, José Luis. Linguística? Que é isso? São Paulo: Contexto, 2013. GERALDI, J. W. Heterocientificidade nos estudos linguísticos. In: GEGe (Org.). Palavras e contrapalavras: enfrentando questões de metodologia. São Carlos: Pedro & João Editores, 2012. DIÁRIO DE SANTA MARIA. Santa Maria: 2014-Diário.

MULTILETRAMENTO A PARTIR DE DESENHOS ANIMADOS JAPONESES EM INGLÊS

Evandro Leonardo da Conceição Pereira Lima

[email protected] Tânia Maria Moreira

[email protected]

Resumo: Publicações recentes destacam a importância de considerarmos, além da linguagem verbal, o modo como outros recursos semióticos se inter-relacionam em textos. Nesta comunicação, apresentamos um projeto de Trabalho de Conclusão de Curso de Letras - Inglês, em desenvolvimento na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Tal projeto busca realizar uma análise multimodal de desenhos animados japoneses – doravante animes. Em termos mais específicos, procura analisar as legendas dos animes, levando em consideração o contexto e os recursos semióticos empregados nos textos, com vistas à inserção de animes, como gênero discursivo, no processo de ensino e aprendizagem da Língua Inglesa. Na análise, utilizaremos um editor de vídeos para realizarmos os cortes das cenas escolhidas e adotaremos procedimentos metodológicos utilizados em estudos de gêneros discursivos (SWALES 1990; MOTTA-ROTH, 2008). Para a seleção do corpus, consideramos os animes que narram histórias de personagens em idade escolar. No estudo, gênero é compreendido como forma verbal de ação social relativamente estável realizada em textos situados em comunidades de práticas sociais de domínios específicos (MARCUSCHI, 2010). Multiletramento, por sua vez, é definido como a leitura de texto verbal escrito em relação com um conjunto de signos de outras modalidades de linguagem (imagem estática, imagem em movimento, fala, música) que o cercam, ou intercalam ou impregnam [...] (ROJO, 2008, p. 584). Palavras-chave: Gênero discursivo. Multiletramento. Animes. Referências bibliográficas MARCUSCHI, L, A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A, P; MACHADO, A, R; BEZERRA, M, A. (ORGS). Gêneros textuais e ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2013. p. 19-43. MOTTA-ROTH, D. (Org.); CABAÑAS, T. (Org.); HENDGES, G. R.(Org.). Análises de textos e de discursos: Relações entre teorias e práticas. 1. ed. Santa Maria: PPGL Editores, 2008. v. 1. 274. ROJO, R. O letramento escolar e os textos da divulgação científica – a apropriação dos gêneros de discurso na escola. Linguagem em (Dis)curso, v. 8, n. 3, p. 581-612, 2008. SWALES, J. M. (1990) Genre analysis: english in academic and research settings. Nova Iorque: Cambridge University Press.

O CONTEXTO E O SISTEMA DE TRANSITIVIDADE DA GRAMÁTICA SISTÊMICO-FUNCIONAL

Lauro Rafael Lima (UFSM)

[email protected] Sara Regina Scotta Cabral (UFSM)

[email protected] Resumo: Este trabalho apresenta uma análise das ocorrências dos processos “aparecer” e “surgir” em um corpus de dezesseis reportagens de capa da Revista Superinteressante. O objetivo é analisar a possibilidade de tais verbos ocorrerem tanto como processos materiais quanto como processos existenciais, dependendo do contexto em que são empregados. Para Halliday & Matthiessen (2004), A Linguística Sistêmico-Funcional (LSF) entende a linguagem como um sistema, motivo pelo qual esta pode ser estratificada e categorizada. Dentro da metafunção ideacional – uma das três metafunções que estratificam e categorizam o estudo da linguagem, pela perspectiva sistêmico-funcional – temos o sistema de transitividade. Cada um dos processos que podem ser realizados dentro desse sistema apresenta diferentes tipos de participantes, que são nomeados de acordo com sua função no processo. Para realizar a análise, primeiramente, listamos todas as ocorrências dos verbos “aparecer” e “surgir” no corpus de dezesseis reportagens de capa da Revista Superinteressante, com o auxílio do Wordsmith Tools 5.0 (SCOTT, 2008). No total, foram encontradas 34 ocorrências do verbo “aparecer” e 27 ocorrências do verbo “surgir”. A partir disso, realizamos a análise de cada uma das ocorrências, para sintetizar o número de ocorrências de cada um dos verbos como processo material ou como processo existencial. Percebemos que a maioria das ocorrências é de processo existencial, embora tenham sido encontradas ocorrências como processo material para ambos. Em todos os exemplos encontrados no corpus, os verbos “aparecer” e “surgir” apresentam apenas um (1) participante. A partir disso, surgiu a dificuldade em identificarmos esse processo como existencial, com um Existente, ou material intransitivo, com um Ator. Para isso, utilizamos o conceito de agentividade. Consideramos esses verbos funcionando como um processo existencial quando seu único participante, o Existente, não é o Ator da oração, isto é, não carrega a noção de agentividade sobre o processo. Palavras-chave: Gramática Sistêmico-Funcional. Sistema de Transitividade. Processos Existenciais. Referências bibliográficas HALLIDAY, M. A. K; MATTHIESSEN C. M. I. M. An introduction to functional grammar. 3. ed. London: HODDER EDUCATION, 2004. SCOTT, M. WordSmith Tools 5.0. Oxford: Oxford University Press, 2008 SUPERINTERESSANTE, Revista. Acervo de reportagens. São Paulo, 2010. Disponível em <http://super.abril.com.br>. Acesso em dezembro de 2010.

O LETRAMENTO VISUAL EM LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA INGLESA A PARTIR DE TEXTOS CIENTÍFICOS

Pâmela Mariel Marques (UFSM)

[email protected] Resumo: Este trabalho está vinculado a uma pesquisa de mestrado em andamento cujo objetivo é verificar em que medida e como as imagens do gênero notícia de popularização da ciência (doravante PC) são abordadas em livros didáticos de língua inglesa (LI). Tal estudo está embasado na Análise Crítica de Gênero (MOTTA-ROTH, MEURER 2005, 2008) e no Discurso Multimodal (KRESS; Van LEEUWEN, 1996/2006; JEWITT, 2003), duas abordagens teórico-metodológicas que reconhecem a pluralidade de linguagens que constituem as práticas sociais. Desse modo, foram analisados 21 volumes das sete coleções de livros didáticos de LI indicados pelo MEC no Guia de Livros Didáticos 2012 (PNLD, 2012), voltados para o Ensino Médio. Primeiramente, foi realizado um levantamento das unidades/seções sobre a notícia de popularização da ciência nas referidas coleções. Posteriormente, os exercícios identificados que fazem alusão à imagem das notícias encontradas foram classificados de acordo com o(s) significado(s) que enfatizam, sendo estes significados representacional, interativo e composicional (KRESS; van LEEUWEN, 2006). A análise prévia revela que a maioria das coleções apresenta o gênero notícia de PC, mas apenas quatro delas exploram as imagens das notícias por meio de exercícios. Estes se concentram geralmente na seção de pré-leitura das atividades analisadas, enfatizando os significados representacionais. Neste sentido, apesar da alta presença e ocorrência de notícias de PC nas coleções, o potencial pedagógico da imagem parece ser ainda negligenciado, explorando principalmente o conteúdo proposicional da imagem. Palavras-chave: Multimodalide. Livro didático de língua inglesa. Textos científicos. Referências bibliográficas JEWITT, C.; KRESS, G. (Eds.). Multimodal literacy. New York: Peter Lang, 2003. KRESS, G.; van LEEUWEN, T. Reading images: the grammar of visual design. 2 ed. London: Routledge, 2006. MOTTA-ROTH, D. Questões de metodologia em análise de gêneros. In: ACIR MÁRIO KARWOSKI; BEATRIZ GAYDECZKA; KARIM SIEBENEICHER BRITO. (Orgs.) Gêneros textuais: reflexões e ensino. Palmas e União da Vitória, PR: Kaygangue, v. 1, p. 179-202, 2005. MOTTA-ROTH, D. Para ligar a teoria à prática: roteiro de perguntas para orientar a leitura/análise crítica de gêneros. In: MOTTA-ROTH, D.; CABAÑAS, T.; HENDGES, G. (Orgs). Análise de textos e de discursos: relações entre teorias e práticas. 2 ed. Santa Maria:PPGL Editores, p.243-272, 2008.

AVALIATIVIDADE NO DISCURSO POLÍTICO: A GRADAÇÃO COMO RECURSO DE PERSUASÃO

Vanessa de Melo (UFSM - PIBIC)

[email protected] Sara Regina Scotta Cabral(UFSM)

[email protected] Resumo: O objetivo deste trabalho é apresentar a análise de dois discursos políticos, a partir do subsistema de gradação, a fim de compreender como o autor se posiciona em relação à campanha e de que modo avalia o início e o fim de sua campanha. Trata-se da campanha do ano de 2010, em que o candidato José Serra (PSDB) concorreu à presidência do Brasil e perdeu a eleição para Dilma Roussef (PT). Nos discursos políticos, os posicionamentos assumidos pelos políticos são decisivos para sua aceitação ou não nos cargos desejados. Segundo Martin e White (2005) e reafirmado por Vian Jr. (2008), há diversos recursos disponíveis na língua para mostrarmos nossa posição em relação ao que expressamos e para emitirmos avaliações sobre pessoas, objetos e entidades. Foram selecionados dois discursos realizados/divulgados durante a campanha do candidato José Serra (PSDB) à Presidência da República em 2010. Foi feita uma investigação do contexto em que se inserem os textos que constituem o corpus e o levantamento dos itens lexicais mais frequentes no corpus, por meio das ferramentas WordList e Concord do programa WordSmith Tools (SCOTT, 2009). Foi feita também a análise das ocorrências léxico-gramaticais e das categorias de avaliatividade encontradas nos discursos. No discurso de lançamento de campanha, percebemos maior representatividade através das ocorrências de intensificação. O segundo discurso, após a derrota, apresentou uma maior incidência de palavras que remetem à quantificação. O autor dos discursos selecionados demonstra a intenção de avaliar o início e término de sua campanha positivamente, apesar de realizar um discurso mais conciso após a derrota. José Serra prioriza, do mesmo modo, um discurso que enfatiza que perder uma eleição não é um fato negativo, pois há valor no apoio que recebeu durante toda a campanha. Palavras-chave: discurso político; avaliatividade; gradação. Referências bibliográficas CHARAUDEAU, P. Discurso político. São Paulo: Contexto, 2006. MARTIN, J. R.; WHITE, P. The language of evaluation: appraisal in English. New York: Palgrave, 2005. SCOTT, M. WordSmith 6.0. Liverpool: Lexical Analysis Software, 2012.

VOLTAR A LER: O CONTO E A FORMAÇÃO DE LEITORES

Demétrio Alves Paz (UFFS – Campus Cerro Largo – RS)

[email protected]

Resumo: A partir de ideias de Rildo Cosson, Mempo Giardinelli, Nancy Huston, Michèle Petit e Tzvetan Todorov, propomos o uso de textos literários em sala de aula para recuperar o gosto pela leitura. Para tanto, vimos no conto uma porta de entrada para conquistar novos leitores e introduzi-los ao estudo e leitura da literatura. Optamos pela narrativa curta por pensarmos que a leitura dos textos pode ser realizada em aula com a supervisão do professor, assim como a discussão na sala estimula a troca de percepções e as diferentes interpretações dos alunos. Acreditamos que o estímulo à oralidade é também um grande fator de aprendizado para os alunos, por fazê-los verbalizar frente aos outros suas opiniões. Buscamos sempre o diálogo com os alunos, proporcionando um ambiente em que ocorra a horizontalidade dos saberes. Há diferentes sentidos no texto, por isso concebemos as atividades de compreensão leitora nas aulas, com alunos do Ensino Fundamental e Médio, tendo como base a obra Letramento Literário, de Rildo Cosson. O autor parte de teorias a respeito do ensino de leitura para elaborar a sua metodologia, sistematizando-a em duas sequências: a básica e a expandida. Como não éramos os professores regentes (foi dado aos bolsistas do PIBID 1(um) período por semana para aplicar as atividades) só pudemos aplicar a sequência básica, que possui quatro etapas: motivação, introdução, leitura e interpretação. Proporcionamos aos alunos diferentes mundivivências por meio de contistas de língua portuguesa. Ao apresentar textos de autores africanos, brasileiros e portugueses, os alunos tiveram contato com diversas concepçõs de mundo, assim como realidades distintas e distantes das que eles vivem.

Palavras-chave: Conto. Leitura. Ensino de Literatura. Mediação de Leitura. Letramento Literário

Referências bibliográficas: COSON, Rildo. Letramento Literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2011. GIARDINELLI, Mempo. Voltar a ler: propostas para ser uma nação de leitores. São Paulo: ed. Nacional, 2010. HUSTON, Nancy. A espécie fabuladora. Porto Alegre: L&PM, 2010. PETIT, Michèle. A arte de ler ou como resistir à adversidade. São Paulo: Editora 34, 2009. TODOROV, Tzvetan. A literatura em perigo. Rio de Janeiro: Difel, 2009.

O DESENVOLVIMENTO DOS LETRAMENTOS ACADÊMICO E DIGITAL NA ESFERA UNIVERSITÁRIA

Cândida Martins Pinto (UCPel/UFSM)

[email protected] Jossemar de Matos Theisen (UCPel)

[email protected]

Resumo: A admissão no ensino superior desafia os estudantes a vivenciarem novas situações de ensino e aprendizagem, acarretando em novas posturas e novas identidades para administrar as práticas de leitura e escrita. Nesse sentido, o estudante irá desenvolver seu letramento acadêmico, que diz respeito aos processos envolvidos na construção do saber a partir dos textos e das linguagens adequadas ao contexto universitário, envolvendo questões epistemológicas, processos sociais e relações de poder entre as pessoas, instituições e identidades sociais (cf. LEA; STREET, 1998). Aprender a participar e construir sentido dentro de um contexto acadêmico é o objetivo que orienta os universitários, pois os letramentos que já possuem podem ser ampliados e ressignificados. O mesmo processo diz respeito aos seus letramentos digitais, já que o estudante relaciona os sentidos sociais do meio acadêmico com as práticas letradas digitais a que está exposto ou já esteve, relevando, assim, sua trajetória letrada. Assim, o objetivo desta comunicação é discutir teoricamente como se dá a construção do conhecimento na esfera acadêmica, levando em consideração o letramento acadêmico e o letramento digital. Para tanto, primeiramente far-se-á uma conceitualização do que são letramentos acadêmico e digital, de acordo com o embasamento dos Novos Estudos do Letramento (STREET, 1984; BARTON; HAMILTON, 2000; GEE, 2001; LANKSHEAR; GEE; KNOBEL, 2002). Em um segundo momento, abordar-se-á sobre a importância de promover o desenvolvimento dos letramentos nos estudantes universitários, pois, de acordo com a perspectiva sociocultural dos letramentos, os sentidos se constroem nos contextos vivenciados ao longo das experiências, em práticas sociais situadas (GEE, 2001), e vão se ampliando, num processo contínuo. Palavras-chave: Letramento Acadêmico. Letramento Digital. Esfera Universitária. Referências Bibliográficas BARTON, D.; HAMILTON, M. Literacy Practices. In: BARTINS, D.; HAMILTON, M.; IVANIC, R. (orgs). Situated Literacies: reading and writing in context. New York: Routledge, 2000, p. 7-15. GEE, J. P. Reading as situated language: a sociocognitive perspective. Journal of Adolescent and Adult Literacy, 2001, v. 8, n. 44, p. 714-725. LANKSHEAR, C.; GEE, J. P.; KNOBEL, M. Literacy and empowerment. In: LANKSHEAR, C.; GEE, J. P.; KNOBEL, M. Changing literacies. Philadelphia: Open University Press, 2002, p. 63 – 79.

LEA, M.R.; STREET, B. Student Writing in higher education: an academic literacies approach .In: Studies in Higher Education, London, v. 23, n. 2, June 1998. STREET, B. V. Literacy in theory and practice. London: Cambridge University Press, 1984. 239p.

PERCEPÇÕES SOBRE O LETRAMENTO ACADÊMICO E O SISTEMA DE GÊNEROS DE PROFESSORAS DE UMA COMUNIDADE DE PRÁTICA DE

LINGUISTICA APLICADA

Amy Lee Pippi (UFSM) [email protected]

Resumo: O letramento acadêmico torna-se um processo pertinente ao contexto de ensino e pesquisa na universidade ao envolver a aprendizagem do modo de pensar, atuar e se comunicar em situações de produção de conhecimento científico em áreas específicas (Motta-Roth, 2013, p.7). Este trabalho reporta um recorte de uma análise piloto vinculada ao projeto PQ/CNPq sobre letramento em comunidades de pratica acadêmica (MOTTA-ROTH, 2013), desenvolvido junto ao Grupo de Trabalho LABLER-UFSM. Esse recorte refere-se ao mapeamento de práticas discursivas de produção do conhecimento que organiza a comunidade de prática acadêmica em Linguística Aplicada (LA) sob a perspectiva das professoras, analisando as práticas discursivas nas quais elas e os seus alunos se engajam. Resultados iniciais obtidos de quatro questionários semiestruturados demonstram um consenso na nomeação de gêneros e atividades formativas mencionadas pelas professoras. Por mais que houvesse bastante menção de atividades como feedback, cronogramas, debates e discussões, como atividades formativas, estas não foram mencionados como gêneros. Assim, aponta-se a necessidade de maior investigação sobre atividades orais e atividades realizadas no processo da escrita, mas que não são produtos finais, como formas genéricas relativamente estáveis, de forma a esclarecer a função dessas como gêneros oclusos e meta-gêneros (Bawarshi; Reiff, 2013). Palavras-chave: Letramento acadêmico. Sistema de gêneros. Linguística Aplicada. Comunidade de prática. Referências Bibliográficas BAWARSHI, A. S.; REIFF, M. J. Gênero: história, teoria, pesquisa, ensino. Tradução de Benedito Gomes Bezerra [et al.].1ª ed. São Paulo: Parábola, 2013. MOTTA-ROTH, D. Letramento acadêmico/científico e participação periférica legítima na produção de conhecimento. Projeto de Pesquisa – Bolsa de Produtividade em Pesquisa (CNPq 2014 – 2017), 2013.

LETRAMENTO MULTIMODAL EM UM LIVRO DIDÁTICO PARA O ENSINO DE INGLÊS COMO LÍNGUA ADICIONAL.

Harry Porto (UFSM) [email protected]

Resumo: Este trabalho corresponde à pesquisa do meu Trabalho Final de Graduação e está vinculado ao projeto guarda-chuva “Gêneros multimodais e novos letramentos”, desenvolvido no LABLER (Laboratório de Pesquisa e Ensino de Leitura e Redação), na UFSM. Conduzo uma análise multimodal de um livro didático para o ensino de inglês como língua adicional. Meu interesse de pesquisa sobre esse objeto foi fomentado por minha participação no projeto de extensão Línguas no Campus (LINC), um programa de formação de professores/pesquisadores de Letras sob tutela do LABLER na UFSM. No intuito de informar a prática de produção de material didático, analiso o livro de ensino de língua inglesa, Macmillan Open Mind One. Meu objetivo é verificar até que ponto e como esse livro desenvolve Letramentos Multimodais Críticos (KALANTZIS, 2003). Letramento multimodais críticos são a habilidade interagir socialmente por meio de textos que empreguem diferentes recursos semióticos, por exemplo imagens, texto verbal e sons, em diferentes mídias e suportes . Este trabalho tem por objetivo inicial verificar até que ponto e como o livro Open Mind One demanda letramentos multimodais por parte do aprendiz para a realização da sequência didática proposta. Até o presente momento realizei uma pesquisa do tipo quantitativa com o corpus. Contabilizei o número de páginas do livro, unidades, e páginas por unidade. Informações sobre o contexto de produção do livro, tais como autores, editora, ano e local de publicação, e público alvo, também foram considerados na pesquisa. Para este trabalho, elegi a análise da primeira página de cada unidade, chamada Unit Opener pelos autores. Para uma primeira análise da relação entre imagem e verbiagem. A saliência da imagem em relação aos blocos de texto verbal sugerem que imagens desempenham funções de construção de sentido nesse material didático. Palavras chave: Multiletramento. Língua Adicional. Material didático.

Referências Bibliográficas:

KRESS, G; van LEEUWEN, T. Reading images: The grammar of visual design. London/NY: Routledge, 2006.

NEW LONDON GROUP. A pedagogy of multiliteracies: Designing social futures. Harvard Educational Review, v. 66, n. 1, 1996, p. 60-91.

A IDENTIDADE DO EGRESSO DO CURSO DE LETRAS/INGLÊS DA UFSM

NO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Betyna Faccin Preischardt (UFSM) [email protected]

Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar o discurso sobre a identidade do

egresso do Curso de Graduação em Letras – Licenciatura em Inglês e

Literaturas da Língua Inglesa da UFSM na seção Perfil Desejado do Egresso

(PDE) do Projeto Político Pedagógico (PPP) desse curso. O conceito de

letramento acadêmico vem sendo discutido por Motta-Roth (2013, p.7) como

um processo pertinente ao contexto de ensino e pesquisa na universidade,

envolvendo a aprendizagem do modo de pensar, atuar e se comunicar em

situações de produção de conhecimento científico em áreas específicas. Junto

às conversações sobre letramento acadêmico, foi usada a Análise Crítica do

Discurso (FAIRCLOUGH, 2003). A análise responde as seguintes perguntas: a)

como a seção PDE do PPP é organizada?; b) que habilidades e competências

do egresso a seção PDE enfatiza?; e c) quais são os itens léxico-gramaticais

utilizados para a construção do perfil do egresso?. Os resultados mostram que

a seção PDE, como está organizada, cumpre com o seu objetivo principal de

delimitar o perfil do egresso. O uso recorrente de itens lexicais

como autonomia, reflexão ecriticidade indica uma formação voltada para

o desenvolvimento de competências e habilidades relacionadas ao letramento

acadêmico sob uma perspectiva crítica, revelando um discurso alinhado à

perspectiva da pedagogia de gênero (BAWARSHI; REIFF, 2013).

Palavras-Chave: Letramento Acadêmico, Análise Crítica do Discurso, Projeto

Político Pedagógico.

Referências bibliográficas:

BAWARSHI, A. S.; REIFF, M. J. Gênero: história, teoria, pesquisa, ensino.

Tradução de Benedito Gomes Bezerra [et al.].1ª ed. São Paulo: Parábola,

2013.

FAIRCLOUGH, N. Analysing discourse. Routledge: Taylor & Francis

Group. London and New York, 2003.

MOTTA-ROTH, D. Desenvolvimento do letramento acadêmico em práticas

sociais universitárias. Projeto de Pesquisa – Bolsa de Produtividade em

Pesquisa (CNPq 2014-2017), Registro GAP/CAL-UFSM n. 034743, 2013.

À PROCURA DE PERSPECTIVAS ETNOGRÁFICAS DE LETRAMENTO: UM

ESTUDO EXPLORATÓRIO DA LITERATURA CORRENTE

Amanda de Mendonça Pretto (UFSM - PROBIC/FAPERGS) [email protected]

Anelise Scotti Scherer (LABLER/PPGL/UFSM) [email protected]

Orientadora: Désirée Motta Roth (UFSM – PQ/CNPq) [email protected]

Resumo: Pesquisas etnográficas sobre letramento acadêmico frequentemente envolvem práticas de comunidades disciplinares específicas, com atenção aos participantes e seu entendimento das próprias práticas letradas (COFFIN; DONOHUE, 2012). Letramento acadêmico pode se referir a práticas de leitura e escrita nas diferentes disciplinas, e ao engajamento dos participantes em práticas sociais constitutivas do contexto acadêmico (produção textual, assistência e ministração de aulas, participação em sessões de orientação, etc.) (MOTTA-ROTH, 2013a). Consideramos a academia um contexto que abrange diferentes disciplinas, funcionando como comunidades de prática (WENGER, 2006), condicionantes do letramento acadêmico. Este trabalho, inserido no projeto guarda-chuva Letramento acadêmico/científico e participação periférica legitima na produção de conhecimento (MOTTA-ROTH, 2013b), apresenta um levantamento da perspectiva etnográfica adotada em artigos científicos em linguística e linguística aplicada. Os procedimentos desse levantamento incluíram: 1) a geração de um documento de consulta de revistas qualis A1 na área de Letras/Linguística no portal WebQualis; 2) busca de revistas no portal Periódicos CAPES; 3) busca por revistas não incluídas no portal Periódicos CAPES pelo número de ISSN; 4) identificação das edições de 2014 e; 5) busca pelo termo etnografia (ethnography) dentro de todos os textos disponíveis gratuitamente. O levantamento apontou 31 artigos, nos quais o termo etnografia é usado para refirir de modo geral uma perspectiva de pesquisa, porém não se encontra uma aplicação de etnografia a um contexto de pesquisa. Nos artigos com abordagem etnográfica, a atenção se concentra na comunicação/interação em diferentes comunidades (militares, hospitais, empresas, etc.), sem referência específica a letramento dentro de comunidades acadêmicas.

Palavras-chave: Etnografia; letramento acadêmico; comunidades de prática.

Referências bibliográficas:

COFFIN, C.; DONOHUE, J. Academic literacies and systemic functional

linguistics: How do they relate? Journal of English for Academic Purposes, v.

11, n.1, p. 64–75, 2012.

MOTTA-ROTH, D. Desenvolvimento do letramento acadêmico por

engajamento em práticas sociais na universidade, 2013a, pp.135-161. In: VIAN,

O.J., CALTABIANO, C. (org.) Lingua(Gem) e Suas Múltiplas Faces, 2013a.

MOTTA-ROTH, D. Letramento acadêmico/científico e participação periférica

legítima em comunidade na produção de conhecimento. Santa Maria: UFSM,

2013b. (Registro GAP nº035474).

WENGER, E. Communities of practice: a brief introduction, 2006. Disponível

em: <Ewenger.com>. Acesso em: 10 jun. 2014.

INTERAÇÃO E LINGUAGEM: RODAS DE CONVERSA EM PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA

Ana Lucia Cheloti Prochnow (UFSM)

[email protected] Ana Nelcinda Garcia Vieira (UFSM)

[email protected] Maria Tereza Nunes Marchesan (UFSM)

[email protected]

Resumo: O objetivo deste trabalho é apresentar o projeto Rodas de Conversa em Português Língua Estrangeira (PLE) desenvolvido no Centro de Ensino e Pesquisa de Línguas Estrangeiras Instrumentais (CEPESLI), da UFSM. As Rodas em PLE, como um espaço de interação, têm como foco principal a prática da oralidade em português língua estrangeira e seu público-alvo são estrangeiros, estudantes de intercâmbio de graduação e pós-graduação da UFSM e da comunidade em geral. As “conversas” são provocadas por diferentes materiais orais e/ou escritos e versam sobre temas do cotidiano. Uma característica das Rodas é a não sequenciação, cada encontro é independente do outro. Este trabalho está fundamentado teoricamente em Gelabert, et al (2002), em Baralo (2000) e em Gómez (2004). Gelabert, et al recomendam, no desenvolvimento da oralidade, a utilização de materiais autênticos, que tornem as situações de comunicação mais reais e próximas dos alunos. Sugerem jogos diversos que aumentem as dificuldades de acordo com o grau de conhecimento de língua do aprendiz. Baralo orienta que o planejamento dos encontros atenda à perspectiva de temas de interesse dos aprendizes, das suas necessidades comunicativas, podendo relacioná-los com questões cotidianas, como saúde, jogos, informática, esportes etc. E Gómez considera que o trabalho com a oralidade precisa satisfazer as necessidades comunicativas concretas dos aprendizes em diferentes contextos. Assim, em virtude das exigências da modalidade oral nas diversas instâncias sociais, chama-se a atenção para a necessidade de expansão de atividades que contribuam para a ampliação e a manutenção da proficiência oral dos sujeitos que se propõem a aprender uma língua estrangeira. Palavras-chave: Rodas de Conversa. Português Língua Estrangeira. Interação.

Referências Bibliográficas: BARALO, M. El desarrollo de la expresión oral em el aula de E/LE. In: LOBATO, J.S. et al (Orgs) El desarrollo de la expresión oral em el aula de E/LE. Revista Carabela, n. 47. Madrid: SGEL, 2000. GELABERT, M.J; BUESO, I.; BENÍTEZ. Producción de materiales para la enseñanza de español. Arco Libros. Madrid, 2002, GÓMEZ, R. P. La expresión oral. In: LOBATO, J. S.; GARGALLO, I. S. (Direts.). Vademécum: para la formación de profesores. Enseñar español como segunda lengua (L2)/lengua extranjera (LE). Madrid: SGEL, 2004.

LEITURA E ESCRITA NO ENSINO SUPERIOR: UM OLHAR A PARTIR

DA DISCIPLINA DE REDAÇÃO ACADÊMICA

Andrea Ad Reginatto(PUCRS/FAMES) [email protected]

Resumo: Ao refletirmos sobre práticas de leitura e escrita no contexto do ensino superior, observamos questões relativas ao desenvolvimento dessas habilidades em acadêmicos de cursos de graduação. Ao chegar à universidade, alguns jovens apresentam fragilidades na compreensão leitora e, por consequência problemas na produção escrita. A partir da atuação como docente nesses cursos na modalidade presencial e considerando a importância do processo de leitura e de escrita para a formação de profissionais, esta pesquisa objetiva problematizar a relação sujeito-leitura-escrita, a partir dos estudos do discurso. Como material de análise constituímos vinte textos do gênero resumo científico, produzidos por 20 acadêmicos, matriculados na disciplina de Redação Acadêmica em três cursos superiores (Administração, Educação Física e Direito) em uma instituição privada de ensino, localizada em Santa Maria. Partimos das reflexões desenvolvidas por Bakhtin(1997/2010), Chartier(2001/2002) e Motta-Roth e Hendges(2010). Dessa forma, propomos averiguar a inter-relação dos processos de leitura e escrita com as experiências vivenciadas pelos participantes, a fim de refletirmos sobre a formação de leitores críticos, capazes de produzir textos coerentes, possibilitando atitude interativa e ética. Como resultados, identificamos que a leitura desenvolvida pelos acadêmicos ora é restrita ao processo de decodificação de signos, evidenciando uma proposta tradicional de ensino e uma falta de interesse desse público em aprofundar suas reflexões, ora é realizada de modo mais amplo, abarcando práticas que denotam o interesse em temas atuais e, especificamente, de suas áreas do conhecimento. Em relação à produção escrita, as maiores demandas são relativas à ausência de coerência e uso excessivo de paráfrases sem indicação de autoria. Palavras-chave: Ensino Superior. Leitura. Escrita. Referências Bibliográficas

BAKHTIN, Mikhail M. Estética da Criação Verbal. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2010. BAKHTIN, Mikhail M. /VOLOCHÍNOV, V. N. Marxismo e Filosofia da Linguagem. (1929). Trad. Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec, 1997. CHARTIER, Roger. Práticas de Leitura. Trad. Cristiane Nascimento. São Paulo: Estação Liberdade, 2001. CHARTIER, Roger. Os desafios da escrita. Trad. Fulvia M. L. Moretto. São Paulo: UNESP, 2002. MOTTA-ROTH, Désirée; HENDGES, Graciela Rabuske. Produção textual na universidade. São Paulo: Parábola, 2010.

PERCEPÇÕES SOBRE LETRAMENTO ACADÊMICO/CIENTÍFICO EM UMA AGÊNCIA EXPERIMENTAL DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA

Gabriela Rempel (UFSM/PPGL/LABLER)

[email protected] Désirée Motta-Roth

[email protected]

Resumo: Reconhecendo a importância do conceito de letramento no contexto acadêmico e na formação de alunos em diferentes áreas do conhecimento (MOTTA-ROTH, 2013a), esta pesquisa busca investigar aspectos do processo de letramento acadêmico/científico de um grupo de alunos em uma agência experimental de Publicidade e Propaganda na UFSM. A pesquisa adota a perspectiva da Análise Crítica de Gêneros, dos estudos de letramento acadêmico/científico e da noção de Participação Periférica Legítima (LAVE; WENGER, 1991). Tal estudo faz parte de uma dissertação de mestrado em andamento, inserida no projeto guarda-chuva Letramento acadêmico/científico e participação periférica legítima na produção de conhecimento (MOTTA-ROTH, 2013b). Este estudo é uma pesquisa qualitativa de base etnográfica, na qual, foram realizadas observações na agência experimental de novembro de 2013 a julho de 2014. Nas observações, a intenção foi coletar informações acerca do contexto da agência. Por meio das observações, foi detectada a necessidade de analisar as sessões de orientação entre professores e alunos. As orientações – por meio de processos de escrita, reescrita e edição de textos, por parte dos alunos, com base nos apontamentos dos professores – parecem ser uma fonte rica para identificar aspectos do letramento dos alunos. As análises piloto parecem indicar que o letramento em Publicidade e Propaganda pode ser intuitivo. A intenção desta pesquisa é possibilitar contribuições/reflexões, mesmo que inicias, acerca do processo de letramento no campo do saber da Publicidade e Propaganda, além de possíveis comparações com o campo da Linguística Aplicada. Palavras-chave: Letramento acadêmico/científico. Participação Periférica Legítima. Publicidade e Propaganda.

Referências Bibliográficas

LAVE, J.; WENGER, E. Situated learning: legitimate peripheral participation. Nova York: Cambridge University Press, 1991. MOTTA-ROTH, D. Desenvolvendo letramento acadêmico por engajamento em práticas sociais na universidade In: CALTABIANO, C; VIAN JR, O. (orgs). Lingua(gem) e suas múltiplas faces: estudos em homenagem a Leila Barbara, Campinas, SP : Mercado de Letras, 2013a. p. 135-161. MOTTA-ROTH, D. Letramento acadêmico/científico e participação periférica legítima na produção de conhecimento. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2013b. Projeto de Produtividade em Pesquisa PQ/CNPq (nº 309668/2013-1).

A CONSTITUIÇÃO IDENTITÁRIA DO PROFESSOR DE ESPANHOL EM FORMAÇÃO INICIAL: COMUNIDADE IMAGINADA, INVESTIMENTO E

COMUNIDADE DE PRÁTICA

Djuli Schillreff Ribas (UFFS) [email protected]

Resumo: O presente trabalho tem a finalidade de compreender como os estudantes universitários de língua espanhola de um curso de Letras Português-Espanhol constroem as suas identidades no contexto de formação inicial, além de analisar a relação entre o investimento, as comunidades imaginadas (NORTON, 2000, 2011, 2013) e as comunidades de prática (WENGER, 2007) no processo de construção identitária como professores de espanhol. A pesquisa é de natureza qualitativa, com abordagem interpretativista, utilizando como instrumento de coleta primário, uma entrevista semiestruturada. Os resultados apontam que há mudanças identitárias quanto ao investimento na carreira docente que, inicialmente, não estava presente na maioria dos licenciandos. Entretanto, é possível observar que os alunos não enfatizam a predileção pela atuação como professores de língua espanhola, ao contrário do que c ocorre com a língua portuguesa. Isso pode ser justificado pela falta de uma comunidade imaginada e comunidade de prática e pelo pouco investimento na aprendizagem de espanhol, pois os acadêmicos demonstram incerteza frente aos objetivos e ao capital cultural resultante dessa aprendizagem. Palavras-chave: Construção identitária. Ensino-aprendizagem. Espanhol. Formação inicial de professores. Referências Bibliográficas ASSIS, José Emiliano de. Identidade, investimento e comunidade imaginada: o aprendiz pela estrada de tijolos amarelos. Dissertação de Mestrado em Linguística Aplicada, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2013. LONGARARAY, Elisabete Andrade. Identidades em construção na sala de aula de língua estrangeira, Porto Alegre, 2005. Dissertação, Programa de Pós Graduação e Letras, Curso de Mestrado em Estudos da Linguagem (Área de concentração em aquisição de segunda língua). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005. MASTRELLA-DE-ANDRADE, Mariana R. Falar, fazer, sentir, vir a ser: ansiedade e identidade no processo de aprendizagem de LE. In: MASTRELLA-DE-ANDRADE, Mariana R. Afetividade e Emoções no Ensino/Aprendizagem de Línguas: Múltiplos Olhares (Orgs) Coleção Novas Perspectivas em Linguística Aplicada Vol. 18, Campinas, SP: Pontes Editores, 2011, p.17-48. NORTON, Bonny. Identidade, letramento e ensino de línguas em diferentes partes do mundo. In: FIGUEIREDO, C. J.; MASTRELLA-DE-ANDRADE, M, R.

(Orgs.). Ensino de línguas na contemporaneidade: práticas de construção de identidades. Campinas: Pontes Editores, 2013.

QUANDO O USO DA LINGUAGEM VIOLA A LEI: REPRESENTAÇÕES PARA ATORES SOCIAIS EM BOLETINS DE OCORRÊNCIA DE INJÚRIA

Marcos Rogério Ribeiro (UFSM)

[email protected]

Resumo: Neste trabalho analisamos o uso da linguagem para representar atores sociais em históricos de boletins de ocorrência (BO) de crimes de injúria. O corpus é constituído de 40 BOs de injúria registrados de 01-09-2011 a 30-09-2011, no Rio Grande do Sul, coletados, via download, no sistema da polícia civil. Utilizamos princípios da Linguística Sistêmico-Funcional (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2014), da Teoria da Avaliatividade (MARTIN; WHITE, 2005), da Teoria das Representações Sociais (MOSCOVICI, 1961) e dos modos de estigmatização em Goffman (1963) e Elias e Scotson (1994). Os pares de atores sociais mais recorrentes no corpus, como ofensor e ofendido, são: vizinho(a) versus vizinho(a), ex-marido versus ex-mulher, marido versus mulher, fornecedor versus cliente, sogra versus genro/nora, patrão(oa) versus empregado(a), pais versus filhos(as) e sogro versus genro/nora. Os ofensores tipicamente exercem a função léxico-gramatical de Dizente da locução ofensiva, os ofendidos a função de Alvo. Na relação entre ofensor, ofendido e ofensa, encontramos nas orações verbais realizações léxico-gramaticais que seguem, respectivamente, o padrão Dizente-Alvo-Verbiagem. Na relação entre ofendido e ofensa, encontramos nas orações relacionais, respectivamente, o padrão Portador-Atributo. Os ofendidos são representados pelos ofensores mediante avaliações atitudinais explicitamente negativas de julgamentos de sanção social e de estima social, as quais, na perspectiva das representações sociais, evocam predominantemente estigmas de defeitos de caráter individual e de anomia de imoralidade sexual. No processo de representação social, o uso desses epítetos está ancorado em ideologias, crenças, convenções e estereótipos construídos e compartilhados socialmente.

Palavras-chave: Boletim de ocorrência. Crimes de linguagem. Linguística Sistêmico-Funcional. Representações para atores sociais.

Referências Bibliográficas

ELIAS, N.; SCOTSON, John. The established and the outsiders. London: Sage, 1994.

GOFFMAN, Erving. Stigma: notes on the management of spoiled identity. New York: Simon & Schuster, 1963.

HALLIDAY, M.; MATTHIESSEN, C. Halliday’s introduction to functional grammar. 3. ed. London and New York: Routledge, 2014.

MARTIN, J. R.; WHITE, P. R. R. The language of evaluation: appraisal in English. New York: Palgrave Macmillan, 2005.

MOSCOVICI, S. La Psychanalyse, son image, son public. Paris: PUF, 1961.

POSICIONAMENTO DIALÓGICO E LÉXICO-GRAMÁTICA: IMPLICAÇÕES DISCURSIVAS EM UM TEXTO OPINATIVO

Daniela Leite Rodrigues (UFSM)

[email protected] Sara Regina Scotta Cabral (UFSM)

[email protected] Resumo: O objetivo deste artigo é explorar os recursos léxico-gramaticais que instauram as vozes no discurso analisado e que sentidos, no nível semântico-discursivo, essas escolhas implicam Para exemplificarmos os apontamentos teóricos discutidos aqui e podermos evidenciar de que forma eles se materializam em um texto real, selecionamos um exemplar da coluna de opinião de Eliane Cantanhêde, publicado no jornal Folha Online, no dia 29 de dezembro de 2010 e que se intitula “O bico”. O pressuposto teórico que ancorou este estudo foi, especialmente, a Gramática Sistêmico-Funcional (HALLIDAY e MATTHIESSEN, 2004), além da abordagem semântico-discursiva proposta pela Teoria da Avaliatividade (MARTIN e WHITE, 2005). A análise dos dados foi desenvolvida de forma qualitativa e teve como principais passos: (1) mapear que vozes estão em debate no texto; (2) verificar o posicionamento dialógico dessas vozes; (3) evidenciar quais recursos léxico-gramaticais as manifestam e (4) estabelecer apontamentos sobre como a escolha de tais recursos concorrem para a construção do ethos da autora neste texto. Os resultados da análise evidenciaram que a voz autoral se sobrepõe às demais vozes presentes no texto (a voz do Governador do RJ e a dos oficiais do Exército) e que os recursos léxico-gramaticais que instauram as vozes não autorais, apesar de atribuírem ao enunciado um caráter dialógico-expansivo, na verdade servem para reforçar a voz autoral. Palavras-chave: Vozes discursivas. Engajamento. Léxico-gramática. Referências Bibliográficas: CANTANHÊDE, E. O “bico”. Folha de São Paulo. São Paulo, 29 dez. 2010. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/elianecantanhede/852283-o-bico.shtml> Acesso em: 22 ago. 2014. HALLIDAY, M. A. K.; MATTHIESSEN, C. M. I. M. An Introduction to functional grammar. 3. ed. Hodder Education, 2004. MARTIN, J. R.; WHITE, P. The language of evaluation: appraisal in English.

New York: Palgrave, 2005.

MULTIMODALIDADE NO BRASIL: UM ESTUDO CARTOGRÁFICO

Katia Simonetti dos Santos (PIBIC/CNPq/UFSM) [email protected]

Graciela Rabuske Hendges (PPGL/UFSM) [email protected]

Nathalia Rodrigues Catto (PPGL/UFSM) [email protected]

Resumo: Em uma sociedade em que estamos constantemente em contato com combinações de palavras, imagens e outros recursos semióticos nos mais diversos textos/contextos, ser capaz de ler essas combinações se torna de fundamental importância (BEZERRA; NASCIMENTO, 2013). Em função dessa demanda, a Análise do Discurso Multimodal se estabeleceu como um campo de pesquisa (BEZERRA; NASCIMENTO, 2013). Neste contexto, e com base nas diferentes abordagens teórico-metodológicas (BEZEMER; JEWITT, 2010) associadas ao estudo da multimodalidade - combinação de dois ou mais recursos semióticos em um texto, buscamos mapear pesquisas com foco na multimodalidade desenvolvidas no Brasil considerando o período de 2009 a 2013, em termos de 1) distribuição geográfica, 2) gêneros estudados, 3) aspectos genéricos e 4) fundamentação teórico-metodológica. Para tanto, foram selecionados como corpus da pesquisa artigos acadêmicos experimentais sobre multimodalidade publicados em quatro periódicos classificados no nível A1 da CAPES: Documentação de Estudos em Linguística Aplicada e Teórica (DELTA - PUC/SP), Ilha do Desterro (UFSC), Revista Brasileira de Linguística Aplicada (RBLA - UFMG) e Revista Gragoatá (UFF). A partir da busca por palavras-chave tipicamente relacionadas à multimodalidade – “multimodalidade”, “recursos semióticos”, “imagem”, “multiletramento”, “visual”, “não verbal”, foram encontrados quatorze artigos. Os resultados da primeira etapa dessa pesquisa em andamento apontam a região Sudeste com o maior número de publicações na área.Os gêneros investigados abrangem primordialmente as esferas midiática (anúncio publicitário, especialmente) e literária. Com relação às abordagens teórica-metodológicas embasadoras dos 14 estudos, percebe-se uma grande filiação a sócio-semiótica, com ênfase para o trabalho de Kress e van Leeuwen (2006). A categoria de aspectos genéricos investigados ainda está em processo de análise. Por fim, espera-se que os resultados da presente pesquisa em andamento ofereçam subsídios para futuras pesquisas e contribuam para o ensino de gêneros discursivos multimodais no país. Palavras-chave:Cartografia. Gêneros discursivos multimodais. Análise do Discurso Multimodal. Referências Bibliográficas BEZERRA, F. A. S.; NASCIMENTO, R. G. do. The role of multimodality labs in multiliteracy projects. Ilha do Desterro, v.64, p.135-171, 2013. BEZEMER, J.; JEWITT, C. Multimodal analysis: key issues. In: LITOSSELITI, L. (Ed.). Research methods in linguistics. London: Continuum, 2010. p.180-197.

KRESS, G.; van LEEUWEN, T. Reading images. 2. ed. London: Routledge,

2006.

AVALIAÇÃO DISCENTE DE ASPECTOS DA PRODUÇÃO TEXTUAL ACADÊMICA EM UMA COMUNIDADE DE PRÁTICA EM LINGUÍSTICA

APLICADA

Anelise Scotti Scherer (LABLER/PPGL/UFSM) [email protected]

Amanda de Mendonça Pretto (LABLER/DLEM/UFSM) [email protected]

Désirée Motta-Roth [email protected]

Resumo: Este trabalho reporta um recorte de uma análise piloto vinculada ao projeto PQ/CNPq sobre letramento em comunidades de pratica acadêmica (MOTTA-ROTH, 2013), desenvolvido junto ao Grupo de Trabalho LABLER-UFSM. Esse projeto guarda-chuva busca investigar as práticas discursivas de produção do conhecimento de comunidades de prática acadêmica à luz da Análise Crítica de Gêneros (MEURER, 2002), que considera a linguagem como sistema sociossemiótico e a aprendizagem como participação periférica legítima (LAVE; WENGER, 1991). 47 questionários semiestruturados foram analisados em relação à visão dos alunos de diferentes anos do curso de Letras-Inglês da UFSM quanto ao grau de dificuldade atribuído a aspectos da produção textual acadêmica. Os resultados indicam um contraste de avaliação entre os alunos de primeiro ano e os do último ano de curso no que diz respeito a aspectos, tais como expressão do ponto de vista e adoção consistente das normas de referência (ABNT, MDT, etc.). Por exemplo, calouros tendem a atribuir um baixo grau de dificuldade à expressão do ponto de vista enquanto prováveis formandos a avaliam com alto grau de dificuldade, sugerindo uma mudança de perspectiva na medida em que efetivamente se engajam como autores em práticas discursivas acadêmicas como trabalho final de graduação ou artigo acadêmico. Nesse sentido, uma comparação entre nossos dados e a grade curricular do referido curso sugere uma interrelação entre a avaliação dos alunos e seu estágio no processo de letramento acadêmico, evidenciando o papel constitutivo da participação periférica legítima em comunidades de prática. Palavras-chave: letramento acadêmico. participação periférica legítima.comunidade de prática acadêmica. Linguística Aplicada. Referências Bibliográficas LAVE, J.; WENGER, E. Situated learning: legitimate peripheral participation. Nova York: Cambridge University Press, 1991. MEURER, J. L. Uma dimensão crítica do estudo de gêneros textuais. In: José

Luiz Meurer; Désirée Motta-Roth (Orgs.). Gêneros textuais e práticas

discursivas: subsídios para o ensino da linguagem. Bauru: EDUSC, 2002. p.

17-28.

MOTTA-ROTH, D. Letramento acadêmico/científico e participação periférica

legítima na produção de conhecimento. Santa Maria: Universidade Federal de

Santa Maria, 2013b. Projeto de Produtividade em Pesquisa PQ/CNPq (nº

309668/2013-1).

AUTORIA ACADÊMICA: UM TEMA EM DESENVOLVIMENTO EM LINGUÍSTICA APLICADA

Ana Paula Carvalho Schmidt (UFSM – PIBIC/CNPQ)

[email protected] Désirée Motta-Roth (UFSM – PQ/CNPQ)

[email protected]

Resumo: Em vista da valorização da produtividade científica como indicador da qualidade de cursos de graduação e pós-graduação e da reputação de pesquisadores, a questão da autoria cada vez mais merece atenção na área de letramento. O projeto “Letramento acadêmico/científico e participação periférica legítima na produção de conhecimento” (MOTTA-ROTH, 2013) , no qual este trabalho se inscreve, busca conduzir um estudo exploratório que a) mapeia e forma um corpus de artigos sobre autoria; b) descreve quando e como a literatura explica este tema; c) propõe uma visão multifacetada para autoria. Para realizar o primeiro momento, reunimos uma amostra de 15 publicações a partir dos seguintes critérios: a) publicados em periódicos de Linguística Aplicada classificados como Qualis A1 no portal eletrônico Capes; b) que pudessem ser acessados gratuitamente; c) em português ou inglês; d) encontrados por meio de busca das palavras-chave “autoria” e “authorship”. Descartamos artigos sobre autoria sob a perspectiva dos estudos literários, para explorar o tema a partir da Linguística Aplicada. Os artigos carecem de definição explícita do conceito de autoria e enfatizam as implicações das Novas Tecnologias de Informação e da Comunicação (NTICs) nas práticas de escrita acadêmica (ARAÚJO; DIEB, 2013; FLOWERDEW; LI, 2007; OLIVEIRA, 2011; ZART; FRAGA, 2013). Palavras-chave: Autoria. Authorship. Letramento acadêmico. Referências Bibliográficas ARAÚJO, J. C.; DIEB, M. Autoria e deontologia: mediação de princípios éticos e práticas de letramento na escrita acadêmica em um fórum virtual. RBLA. Belo Horizonte, v. 13, n. 1, p. 83-104, 2013. FLOWERDEW, J.; LI, Y. Language Re-use among Chinese Apprentice Scientists Writing for Publication. Applied Linguistics. Oxford, p. 440-465, 2007. MOTTA-ROTH, D. Letramento acadêmico/científico e participação periférica legítima em comunidades de produção de conhecimento. Projeto de Pesquisa Bolsa PQ-CNPq nº 309668/2013-1, 2013. OLIVEIRA, S. M. O funcionamento da autoria nos blogs de divulgação científica. Linguagem em (Dis)curso. Tubarão, v. 11, n. 3, p. 607-629, 2011. ZART, L.H.M; FRAGA, D. M. Letramento e autoria – uma proposta para contornar a

questão da dicotomia oral/escrito. RBLA. Belo Horizonte, v. 13, n. 1, p. 67-83, 2013.

A RECONTEXTUALIZAÇÃO DA GRAMÁTICA SISTÊMICO-FUNCIONAL PARA O CONTEXTO PEDAGÓGICO DE ENSINO DE LÍNGUA INGLESA

Lucas Oliveira Silva (UFSM)

[email protected] Roseli Gonçalves do Nascimento (LABLER/UFSM)

[email protected]

Resumo: A presente pesquisa está vinculada ao projeto Gêneros Multimodais e Novos Letramentos. Apresenta como objetivo específico, identificar processos de recontextualização a sob a importância da Gramática Sistêmico-Funcional de Halliday, no contexto pedagógico de ensino de língua estrangeira. O corpus desta análise é o site TELEC (Teacher of English Education Centre), uma página gratuita da internet voltada ao ensino de Língua Inglesa sob a perspectiva linguagem funcional. Nesta pesquisa, busca-se compreender como a metafunção ideacional (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2004) é atribuída a um contexto de ensino. Para identificar os processos de recontextualização, foi realizada uma leitura teórica a respeito do processo de recontextualização do discurso ciências da linguagem em estudos recentes sobre o assunto (MOTTA-ROTH, 2010), (LOVATO, 2010). Após, iniciou-se uma busca por recursos linguísticos no corpus escolhido para a análise. Os resultados encontrados, atualmente, foram estratégias de recontextualização com o uso de sinônimos para a nomenclatura proposta por Halliday, explicações por meio de glosas e recursos multimodais como imagens e cores. Palavras-chave: Recontextualização. Gramática Sistêmico-Funcional. Contexto Pedagógico. Referências Bibliográficas HALLIDAY, M. A.K and MATTHIESSEN, C. M. I. M. An Introduction to Functional Grammar (3rd ed.). London: Arnold, 2004. LOVATO, C. S. Recontextualizando os saberes científicos: A Glosa em notícias da polarização da ciência. Revista de Letras. n. 13 V 1. P, 1-15, 2010. MOTTA-ROTH, D. Sistemas de gêneros e recontextualização da ciência na

mídia eletrônica. Gragota (UFF), 28, 153-174, 2010.

O GÊNERO DISCURSIVO RELATO DE EXPERIÊNCIA EM INTERFACE COM A FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES: UMA ANÁLISE SOB A

PERSPECTIVA SOCIORRETÓRICA

Cleiton Reisdorfer Silva (UFFS) [email protected]

Francieli Heineck (UFFS) [email protected]

Francieli Matzenbacher Pinton [email protected]

Resumo: Este trabalho tem por objetivo expor os resultados obtidos pelo projeto de pesquisa “Gêneros discursivos, mediação e formação inicial de professores de Língua Portuguesa”. Este projeto buscou analisar criticamente o gênero discursivo relato de experiência produzido por acadêmicas da 4ª fase do Curso de Licenciatura em Letras – Português/Espanhol da Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Cerro Largo, integrantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). O corpus foi analisado à luz da Análise de Gênero na perspectiva da Sociorretórica (SWALES, 1990, 1998; BAZERMAN, 2006, 2009; MILLER, 1984, 1994). Os procedimentos de análise compreenderam as seguintes etapas: i) descrição da organização retórica dos relatos de experiência; ii) marcação dos movimentos e passos e iii) tabulação da frequência dos passos e movimentos. Os resultados apontam para a existência de três movimentos recorrentes nos relatos de experiência, sejam eles: delimitação do contexto, apresentação das atividades realizadas e exposição e avaliação dos resultados. Estes movimentos retóricos podem ser compreendidos como as ações sociais realizadas pelos professores, em formação inicial, em seu contexto de atuação docente. Por fim, o relato de experiência é um gênero capaz de mediar o processo de formação do licenciando e de possibilitar a este um espaço de expressão de suas percepções acerca da prática docente. Neste sentido, a descrição e análise deste gênero contribuem significativamente para que o professor formador e os licenciandos reflitam criticamente sobre o funcionamento da atividade docente. Palavras-chave: Gênero discursivo. Relato de experiência. Movimentos retóricos. Referências Bibliográficas: BAZERMAN, C. Gênero, agência e escrita. Tradução de Judith Chambliss Hoffnagel. São Paulo: Cortez, 2006. ______. Gêneros textuais, tipificação e interação. Org. Ângela Paiva Dionísio e Judith Chambliss Hoffnagel. Tradução de Judith Chambliss Hoffnagel. São Paulo: Cortez, 2009. MILLER, C. R. Genre as social action. Quarterly Journal of Speech, v.70, n. 2, p. 151-67, 1984. SWALES, J. M. Genre analysis: english in academic and research settings. New York/Cambridge: Cambridge University Press, 1990.

______. Other floors, other voices: a textography of a small university building. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum, 1998.

A REPRESENTAÇÃO DO CAMALEÃO HUMANO: UMA ANÁLISE MULTIMODAL DO FILME ZELIG

Luísa Flores Somavilla (UFSM)

[email protected]

Resumo: Este trabalho está inserido no projeto guarda-chuva Gêneros Multimodais e Novos Letramentos, que considera textos como híbridos semióticos, ou seja, utilizam mais de um recurso semiótico na negociação de sentidos. Para tanto, usa-se uma abordagem multidisciplinar, orientada pela Análise Crítica do Discurso, Análise de Gêneros Multimodais e Linguística Sistêmico-Funcional. O objetivo do presente trabalho é identificar a representação social do personagem principal do filme Zelig, de Woody Allen, através de análise multimodal. Assim, cenas em que o personagem Zelig seja identificado foram selecionadas e estão sendo analisadas em termos de linguagem verbal e não-verbal, uma vez que o trabalho está em andamento. A análise da linguagem verbal baseia-se na Linguística Sistêmico-Funcional (HALLIDAY; MATHIESSEN, 2004) e a análise da linguagem não-verbal na Gramática Visual (KRESS; VAN LEEUWEN, 2006). Na análise verbal, houve predominância de orações relacionais, que identificam e atribuem características aos participantes. Na análise do texto não-verbal realizada até o momento, houve maioria de ocorrências de processos conceituais, que descrevem e classificam participantes. Portanto, houve concordância de sentidos nas orações do texto visual e verbal, na medida em que a ênfase semiótica encontra-se principalmente em descrições, e não nas ações do participante Zelig. Após a conclusão das análises, os dados serão triangulados e associados a fim de que uma interpretação mais aprofundada da representação do participante seja realizada. Em última instância, este trabalho pretende apontar implicações da análise para uma pedagogia de multiletramentos no ensino de inglês como língua estrangeira/adicional no contexto escolar. Palavras-Chave: Gêneros Multimodais. Representação Social.

Multiletramentos.

Referências Bibliográficas:

COPE, B., KALANTZIS M. Multiliteracies: Literacy Learning and the Design of Social Futures. London: Routledge, 2000. HALLIDAY, M. A. K;. MATTHIESSEN, C. M.I.M.. An introduction to Functional Grammar. 3 ed. London: Hodder Arnold, 2004.

KRESS, G.; VAN LEEUWEN, T. Reading images: The grammar of visual design. 2. Ed. London: Routledge, 2006. O‟HALLORAN, K. Visual semiosis in film. In: O‟HALLORAN, K. Multimodal Discourse Analysis: Systemic Functional Perspectives. London, New York: Continuum, 2004, pp. 109-130.

ARTIGOS AUDIOVISUAIS DE PESQUISA: ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO

RETÓRICA DO COMPONENTE VERBAL

Mauren Mata de Souza (PPGL/UFSM)

[email protected] Thales Cardoso da Silva (PPGL/UFSM)

[email protected] Victor Gomes Milani (UFSM)

[email protected] Resumo: Este estudo visa descrever a organização retórica de um gênero emergente: artigos audiovisuais de pesquisa. Tais artigos são publicados em um periódico científico digital denominado JoVE (Journal of Visualized Experiments). A análise foi realizada a partir da transcrição do componente verbal em tais artigos. Então, orações simples e orações principais em complexos oracionais foram analisadas de acordo com as três metafunções propostas pela Gramática Sistêmico-Funcional (HALLIDAY, 1994: 2004): ideacional, interpessoal e textual. Foi constatado que tais artigos se diferenciam dos artigos tradicionais escritos. Tais diferenças se dão, principalmente, na predominância de Processos Materiais, do Modo oracional Imperativo e de Processos e Circunstâncias em posição temática. Este estudo mostra como a Gramática Sistêmico-Funcional pode contribuir para a análise crítica de gêneros (MOTTA-ROTH, 2008). Na área de Inglês para Fins Acadêmicos, este gênero tem um grande potencial para o desenvolvimento de multiletramentos (CAZDEN; COPE; FAIRCLOUGH; GEE; et al, 1996; KALANTZIS; COPE, 2000). Palavras-chave: Análise Crítica de Gênero; Gramática Sistêmico-Funcional; Artigos Audiovisuais de Pesquisa. Referências Bibliográficas: CAZDEN, C.; COPE, B.; FAIRCLOUGH, N.; GEE, J.; et al. A pedagogy of multiliteracies: designing social futures. Harvard Educational Review, v. 66, n. 1, p. 60-92, 1996. HALLIDAY, M. A. K. An introduction to functional grammar. 3. ed. Revised by Christian M.I.M. Matthiessen. London: Arnold, 2004. KALANTZIS, M.; COPE, B. A multiliteracies pedagogy: a pedagogical supplement. In: COPE, B.; KALANTZIS, M. (Eds.). Multiliteracies: literacy learning and the design of social futures. London/New York: Routledge, 2000. p. 239-248. MOTTA-ROTH, D. Análise crítica de gêneros: contribuições para o ensino e a pesquisa de linguagem. D.E.L.T.A., v. 24, n.2, p. 341-383, 2008. SWALES, J. M. Genre analysis: English in academic and research settings. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.

A REESCRITA DO GÊNERO NOTÍCIA MEDIADA PELO BILHETE ORIENTADOR

Claridiane de Camargo Stefanello (UFFS) [email protected]

Geanine Rambo (UFFS) [email protected]

Ana Cecilia Teixeira Gonçalves (UFFS) [email protected]

Francieli Matzenbacher Pinton (UFSM) [email protected]

Resumo:O trabalho tem por objetivo apresentar um plano de aula desenvolvido em uma escola pública da rede estadual de ensino, localizada na cidade de Cerro Largo, tendo como foco o gênero discursivo notícia. A escolha do gênero se deve ao fato desta espécie de texto circular nos mais variados meios, tais como jornais impressos, rádio, televisão e internet. Por textos multimodais (DIONÍSIO e VASCONCELOS, 2013) entendemos aqueles que são constituídos por uma combinação de recursos de escrita, som, imagens, gestos, movimentos e expressões faciais. Nessa perspectiva, consideramos que o ensino de gênero deve levar em conta a experiência prévia dos alunos em relação aos gêneros e as situações comunicativas consideradas relevantes para eles, a fim de proporcionar o envolvimento destes alunos no processo de letramento (BAZERMAN, 2006, p. 30). A metodologia está baseada na leitura, análise e reconhecimento do gênero, também na produção de uma primeira versão da notícia e posterior reescrita a partir da orientação, mediada pelo bilhete orientador. A utilização desta ferramenta deve-se ao fato de acreditarmos que uma das funções dos educadores da linguagem é não só apontar inadequações no uso do sistema linguístico, mas principalmente encontrar formas eficientes de dialogar com os alunos via textos (FUZER, 2012). Os resultados apontaram que os alunos conseguiram desenvolver com consistência a escrita da notícia, principalmente ao considerarmos a reescrita mediada pelo bilhete orientador. Além disso, o trabalho contribuiu de modo significativo, uma vez que possibilitou a formação de docentes que refletem sobre o processo de ensino e aprendizagem da linguagem. Palavras-chave: Gênero do Discurso. Letramento. Ensino. Referências bibliográficas: BAZERMAN, C. Gênero, agência e escrita. Tradução de Judith Chambliss Hoffnagel. São Paulo: Cortez, 2006. DIONÍSIO, A. P.; VASCONCELOS, L. J. Multimodalidade, gênero textual e

leitura. In: BUNZEN, C.; MENDONÇA, M. Múltiplas Linguagens para o Ensino

Médio. São Paulo. Parábola Editorial, 2013.

FUZER, Cristiane. Bilhete orientador como instrumento de interação no processo ensino-aprendizagem de produção textual. Santa Maria. 2012.

TECNOLOGIAS DIGITAIS COMO FERRAMENTAS

PARA O LETRAMENTO ACADÊMICO

Jossemar de Matos Theisen (UCPel) [email protected]

Cândida Martins Pinto (UCPel/UFSM) [email protected]

Resumo: O uso das tecnologias digitais no contexto acadêmico pode facilitar a realização das práticas de leitura e escrita solicitadas pela universidade, uma vez que as tecnologias já fazem parte das práticas sociais vivenciadas pelos estudantes.Neste contexto, o objetivo desta comunicação é apresentar uma pesquisa realizada com universitários ingressos no Curso de Letras em uma Universidade Federal no sul do Brasil, a qual investigou como estes realizam as atividades solicitadas pela universidade e se fazem uso das tecnologias digitais para a realização das mesmas. Os dados foram coletados com quatro estudantes no ano de 2012 após terem cursado a disciplina de Produção da Leitura e Escritura I.A pesquisa realizada é de caráter qualitativo e está dentro de uma perspectiva etnográfica e os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas. As análises tiveram como foco as marcas discursivas que revelaram como esses estudantes realizam as suas produções acadêmicas com o auxílio da internet e das tecnologias digitais. O aporte teórico foi embasado nos Novos Estudos do Letramento(STREET, 2003; BARTON; HAMILTON, 2000; FISCHER, 2007), no letramento acadêmico (LEA; STREET, 2006; ZAVALA, 2010; MONTE MÓR, 2007; FISCHER, 2008) e na Pedagogiados Multiletramentos, (COPE; KALANTZIS, 2000, 2009).Os resultados da investigação revelam que os universitários fazem uso das tecnologias digitais para realizar as atividades de leitura e escrita solicitadas pela universidade, o que possibilita que os mesmos se sintam inseridos na esfera acadêmica.Também se percebeu que os estudantes têm uma visão positiva do uso dos suportes tecnológicos, tanto para suas práticas pessoais e sociais quanto às acadêmicas. Palavras-chave: Tecnologias digitais. Universitários. Letramento acadêmico. Referências Bibliográficas BARTON, D.; HAMILTON, M. Literacy Practices. In: BARTINS, D.; HAMILTON, M.; IVANIC, R. (orgs). Situated Literacies: reading and writing in context. New York: Routledge, 2000, p. 7-15. COPE, B.; KALANTZIS, M. Multiliteracies: New literacies, new learning. Pedagogies: An InternationalJournal, NanyangWalk, v. 4, n. 3, p. 164-195, 2009. FISCHER, A. Letramento acadêmico: uma perspectiva portuguesa. ActaScientiarum Language and Culture, 2008.30(2):177-187. LEA, M.R.; STREET, B.V. 2006. The academic literacies model: theory and applications. TheoryintoPractice, 45 (4): 368-377.

MONTE MÓR, W. Investigating critical literacy at the university in Brazil. In:

SOUZA, L.; ANDREOTTI, V. (eds.) Critical Literacy: Theory and Practice, 2007,

p. 41-51

O CONCEITO LETRAMENTO SUBJACENTE A UMA UNIDADE PEDAGÓGICA PRODUZIDA EM UM PROGRAMA DE FORMAÇÃO

CONTINUADA

Vanessa Severo Trivisiol (UFSM/LABLER/FIPE) [email protected]

Resumo: O presente trabalho emerge de um programa de formação continuada, o qual visa à reflexão e construção conjunta de conhecimentos científicos (MACHADO, 2004), desenvolvido no âmbito do Projeto Atividades Colaborativo-Educacionais em Contextos Escolares- A.C.E.C. E- em uma escola estadual de Santa Maria (RS). Por meio de uma pesquisa colaborativa (MAGALHÃES, 2002), o projeto procurou possibilitar a reflexão crítica e colaborativa entre professoras da referida escola e alunos do Curso de Letras-Inglês da UFSM no processo de produção de uma unidade didática com base em discussões teóricas sobre o conceito de letramento. Levamos em consideração o conceito de letramento como uma ferramenta de ensino e aprendizagem que vai além de ser letrado, ou seja, é trazer para o texto a vida que nos cerca, procurar estabelecer as relações das nossas práticas pedagógicas com o mundo para que possamos, por meio dessas práticas, descobrir na leitura e na escrita quem somos e onde vivemos (STREET, 2003, p. 78-79). Neste trabalho, o foco principal é relatar o processo de negociação da produção dessa unidade, bem como discutir a análise preliminar do processo de transposição do conceito de letramento na construção desta unidade didática. A análise prévia indica que as atividades exploram mais recorrentemente os conceitos de letramento como processo cognitivo e como leitura de mundo. Palavras chave: Letramento. Interdisciplinaridade. Formação continuada. Unidade didática. Referências Bibliográficas

MACHADO, A. R. A formação de professores como locus de construção de conhecimentos científicos. In: MAGALHÃES, M. C. C. (Org.). A formação do professor como um profissional crítico. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004, p. 225-250. MAGALHÃES, M. O professor de línguas como pesquisador de sua ação: A pesquisa colaborativa. 2002. p. 40-53. ROJO, R. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. São Paulo: SEE: CENP, p. 1-8, 2004. STREET, B. What’s “new” in New Literacy Studies? Critical approaches to literacy in theory and practice. Currentissues in comparativeeducation, v.5, n.2, p77-91, 2003.

O SISTEMA DE GÊNEROS DE UMA COMUNIDADE DE PRÁTICA DE LA

SOB A ÓTICA DOS DISCENTES

Fernanda Lopes Silva Ziegler (UFSM)

[email protected]

Resumo: Este trabalho reporta um recorte de uma análise piloto vinculado ao projeto PQ/CNPq sobre letramento em comunidades de pratica acadêmica (MOTTA-ROTH, 2013), desenvolvido junto ao Grupo de Trabalho (GT) LABLER-UFSM. Esse recorte refere-se ao mapeamento do sistema de gêneros que organiza uma comunidade de prática acadêmica em Linguística Aplicada (LA) sob a perspectiva de 53 graduandos e pós-graduandos da UFSM. Tomamos como referência o conceito de sistema de gêneros, o qual “é formado pela interação de todos os eventos discursivos que conformam [uma] comunidade ou que estão ligados a ela” (MOTTA-ROTH, 2010, p. 159). Neste trabalho, enfocamos a menção de gêneros ou “tipos de texto” que os alunos normalmente produzem na universidade a pedido de seu professor e/ou orientador. Os gêneros ou “tipos de texto” mais mencionados foram resenha (45,28%), artigo (41,5%) e resumo (30,18%). Além desses, 32 outros gêneros foram citados, apresentando variação acerca do conceito de gênero e dos papeis que os alunos ocupam na comunidade de prática da qual fazem parte.Essa variação revela pontos de tensão entre a visão de alunos em termos de nível de formação (graduação e pós-graduação) e de estágio no curso (no caso da graduação). Nossos dados evidenciam a importância de se implementar uma pedagogia de ensino explicita (COPE; KALANTZIS, 2000) na academia, em práticas situadas, tornando conhecido o sistema de gêneros das comunidades de prática na universidade. Acreditamos que à medida que os alunos se engajam mais ativamente em contextos autênticos de comunicação, desenvolvem metaconsciência de gêneros (FREEDMAN, 1993 apud BAWARSHI; REIFF, 2013, p. 143) e de seus papeis como membros atuantes da comunidade de prática. Palavras-chave: Letramento acadêmico.Sistema de gêneros. Linguística Aplicada. Comunidade de prática. Referências Bibliográficas BAWARSHI, A. S.; REIFF, M. J. Gênero: história, teoria, pesquisa, ensino. Tradução de Benedito Gomes Bezerra [et al.].1ª ed. São Paulo: Parábola, 2013. COPE, B.; KALANTZIS, M. Multiliteracies: literacy learning and the design of social futures.London: Routledge, 2000.

MOTTA-ROTH, D. Letramento acadêmico/científico e participação periférica legítima na produção de conhecimento. Projeto de Pesquisa –Bolsa de Produtividade em Pesquisa (CNPq 2014 – 2017), 2013.

2 a 4 de setembro 2014

RESUMOS

EQUÍVOCOS EM TORNO DA ESCRITA: O CASO DAS DICAS DE PRODUÇÃO DE TEXTOS EM VÍDEOS DO

YOUTUBE

José Cezinaldo Rocha Bessa (UNESP/FCLar) [email protected]

Resumo: Com este trabalho, pretendemos apontar alguns equívocos presentes em materiais voltados para o ensino de língua portuguesa, com foco na escrita de textos, que são disponibilizados no formato de vídeos no YouTube. Fundamentados especialmente em pressupostos da Linguística do Texto, sobretudo em estudos de Antunes (2005, 2007, 2009, 2010), analisamos 04 vídeos voltados para a apresentação de dicas com vistas à instrumentalização da escrita de textos solicitados em situações mais formais de uso da língua. Os resultados do material analisado evidenciam que não há propriamente instruções que focalizem a natureza do texto e que o tomem como objeto de estudo e reflexão, dada a predileção ainda pela exploração de elementos gramaticais a partir do exame de frases soltas e descontextualizadas. Concluímos que as dicas apresentadas nesses vídeos explicitam ainda, a despeito das recentes contribuições da linguística, principalmente daquelas advindas da Linguística do Texto, das Análises do Discurso e da Estilística, uma falta de compreensão sobre o real funcionamento do texto e da produção escrita entendida como atividade interativa de produção de sentidos. Palavras-chave: Língua portuguesa. Produção de textos. Internet. YouTube. Linguística. Referências bibliográficas: ANTUNES, I. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. ______. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. ______. Língua, texto e ensino: uma outra escola possível. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. ______. Análise de textos: fundamentos e práticas. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução do russo de Paulo Bezerra. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

WILLIAM BLAKE: UMA ANÁLISE MULTIMODAL DO LIVRO ILUMINADO “O MATRIMÔNIO DO CÉU E DO INFERNO”

Ana Paula Cabrera (UFSM)

e-mail: [email protected] Daniela Schwarcke do Canto(UFSM)

e-mail: [email protected] Resumo: A proposta deste texto é analisar como a linguagem visual se manifesta na obra de William Blake. Abordar as características de texto e imagem na primeira lâmina da obra “O Matrimônio do Céu e do Inferno”. Interpretar essa lâmina do livro Iluminado por observar as cores, as imagens e as partículas mínimas que formam a unidade compósita da arte de Blake, demonstrando como, texto e imagem mantém uma relação de oposição e referenciação bem como estabelecer ligações com as Metafunções apresentadas na “Gramática do Design Visual” de Kress e van Leeuwen de acordo com as considerações feitas por estudiosos de Blake. No final, observar a dualidade compreendida pelo autor como arte compósita e sua intenção de desestabilizar as oposições que existe entre o céu e a terra, o bem e o mal, o claro e o escuro. Oposições que são indissociáveis, que se completam, sendo imprescindíveis umas às outras, o que torna sua arte compósita capaz de revelar uma visão alternativa do universo. Neste trabalho utilizamos como referencial crítico Goethe (2013), Tavares (2012; 2014), Kress e van Leeuwen (2006), entre outros. Palavras-chave: Literatura. William Blake. Livro Iluminado. Análise Multimodal. Referências bibliográficas:

ARANTES, A. J. O Matrimônio do Céu e do Inferno e o Livro de Thel. 3. ed. São Paulo- Editora Iluminuras, 2007. GOETHE, J.W. Doutrina das Cores. 4 ed., Tradução: Marco Giannotti, São Paulo: Nova Alexandria, 2013. KRESS, G..; van LEEUWEN, T. Reading Images. 2. ed. London: Routledge, 2006. TAVARES, E.F.. “As Portas da Percepção”: Texto e Imagem nos Livros Iluminados de William Blake. Tese de Doutorado. Santa Maria: UFSM, 2012. TAVARES, E. F. Discursos do Corpo na Arte. Santa Maria: Ed.UFSM, 2014.

RELATO DE EXPERIÊNCIA: A PRODUÇÃO TEXTUAL INTERATIVA ENTRE ACADÊMICOS DE LETRAS E ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL6

Elisane Scapin Cargnin

[email protected] Resumo: Este trabalho tem como objetivo relatar uma experiência que ocorreu no Colégio Estadual Professora Edna May Cardoso, na turma 61, sexto ano, no turno da tarde, na disciplina de língua portuguesa. Os alunos da disciplina Leitura e Avaliação de Textos no curso de Letras, durante o 1º semestre de 2014, da Universidade Federal de Santa Maria, desenvolveram uma atividade de produção textual. Os pressupostos teóricos utilizados neste trabalho são gênero como ação social de BAZERMAN (2006) e produção textual interativa na perspectiva de FUZER (2012). Inicialmente, foram elaboradas pelos acadêmicos 10 propostas. Os alunos da escola tiveram acesso às propostas, a professora leu-as para a turma, que escolheu a que tratava do tema Bullying. Na sequência, foi feita a discussão da proposta e, em seguida, em posse de uma cópia, os alunos escreveram o texto em sala de aula. Após essa etapa, foi feita a leitura e avaliação da primeira versão. Na semana seguinte, os alunos receberam os bilhetes orientadores que foram elaborados pelos acadêmicos com orientação da professora da disciplina. Cada bilhete foi lido pelos alunos com bastante atenção. Alguns alunos não entenderam às orientações do bilhete na reescrita do texto, mas foram auxiliados pela professora regente e também conseguiram reescrever o texto. Após essa etapa, os textos foram novamente encaminhados à universidade e os acadêmicos elaboraram o 2º bilhete orientador para a 2ª versão e última versão. Novamente, os textos foram reescritos pelos alunos. Após a reescrita, os textos foram enviados por e-mail para a professora da universidade. Lá, os acadêmicos e a professora escolheram dois textos, que receberam prêmios e foram entregues por dois acadêmicos da UFSM. Os alunos, que receberam esses prêmios, ficaram muito emocionados. Como resultado, percebemos que os alunos, quando escrevem com um propósito, com uma finalidade, escrevem com mais leveza e envolvem-se na atividade com mais dedicação. Palavras-chave: Produção textual interativa; reescrita, bilhete orientador. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAZERMAN, C. Gênero, agência e escrita. Tradução de Judith Chambliss Hoffnagel. São Paulo: Cortez, 2006. FUZER, Cristiane. Bilhete orientador como instrumento de interação no processo ensino-aprendizagem de produção textual. Letras, Santa Maria, RS, n. 44, 2012 .

6 Agradeço as contribuições da professora Cristiane Fuzer na elaboração deste resumo.

A LINGUÍSTICA SISTÊMICO-FUNCIONAL EM UM PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE LEITURA E ESCRITA

Cristiane Fuzer (UFSM) [email protected]

Carla Carine Gerhardt (UFSM) [email protected] Andriele Gonçalves (UFSM)

[email protected]

Resumo: Este trabalho tem por objetivo apresentar a contribuição da Linguística Sistêmico-Funcional (LSF) para a elaboração das atividades de leitura e escrita no projeto Ateliê de Textos, principalmente no que diz respeito às atividades de leitura detalhada. O Ateliê de Textos é um projeto de extensão, registrado como “Práticas orientadoras no processo de produção e avaliação de textos na perspectiva textual-interativa” (FUZER, 2011), que desenvolve oficinas de leitura e produção escrita em escolas públicas de Educação Básica. Os pressupostos teóricos utilizados neste trabalho incluem a Gramática Sistêmico-Funcional (HALLIDAY, 1994) e a Pedagogia de Gêneros da Escola de Sydney (ROSE e MARTIN, 2012), que teve seus pressupostos teórico-metodológicos utilizados também pelo projeto Teacher Learning for European Literacy Education Tel4ELE (2011-2013), desenvolvido em Portugal (GOUVEIA, 2013). O projeto Ateliê de Textos utiliza como metodologia de desenvolvimento do processo de leitura e escrita os passos do Ciclo de Ensino e Aprendizagem de Gêneros: 1. Negociação do campo (identificação e delimitação do gênero); 2. Desconstrução do texto (abordagem do contexto de situação); 3. Construção Conjunta (prática conjunta de escrita); 4. Construção independente (verificação do que foi apreendido). Para a identificação do campo, fora aplicado um questionário de investigação de contexto para alunos das séries finais do ensino fundamental de cada uma das quatro escolas participantes do projeto, em que foram observadas as experiências de leitura e produção textual dos alunos. Em uma dessas escolas, como resultado, ficou evidenciado o gênero narrativo como um dos presentes no contexto de cultura dos alunos. Na etapa de Desconstrução do texto, na escola em que o gênero narrativo fora selecionado, já foram realizadas contações de duas versões do conto “O Gato de Botas” e, sobre elas, estão sendo realizadas atividades de leitura detalhada que envolvem, por exemplo, a intepretação do contexto de situação do conto, identificação e análise dos estágios da narrativa e caracterização das personagens, do tempo e do espaço. Almeja-se, em seguida, desenvolver os passos de Construção conjunta e individual do ciclo. Com essa metodologia, espera-se qualificar o processo de ensino e aprendizagem baseado em gêneros, utilizando-se análises contextual e textual como atividades preparatórias para a escrita de narrativas. Palavras-chave: Ensino e Aprendizagem. Leitura. Escrita. Gênero Conto Maravilhoso. Linguística Sistêmico-Funcional.

FUZER, C. Práticas orientadoras no processo de produção e avaliação de

textos na perspectiva textual-interativa. Projeto de ensino e extensão Registro

GAP/CAL nº 029622. Santa Maria: CAL, UFSM, 2011.

GOUVEIA, C. A. Os géneros escolares e a disciplinarização do saber: contributos da linguística sistémico-funcional paara a promovação do sucesso escolar. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL EM LETRAS, 8, 11-14 jun. 2013, Santa Maria, RS. Minicurso. (não publicado). HALLIDAY, M. An introduction to functional grammar. London: Arnold, 1994.

ROSE, D.; MARTIN, J. R. Learning to Write, Reading to Learn: Genre, Knowledge and Pedagogy in the Sydney School. London: Equinox, 2012.

RELATO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE PRODUÇÃO DO GÊNERO ARTIGO DE OPINIÃO

Letícia Oliveira de Lima (UFSM)

[email protected] Angela Maria Rossi (UFSM)

[email protected] Cristiane Fuzer (UFSM)

[email protected] Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar a sistematização de uma proposta de ensino de produção textual, a partir de amostragem das atividades realizadas em uma oficina – denominada Ateliê de Textos – com alunos do 3º Ano do ensino médio de uma escola pública de Santa Maria (RS).Vinculado ao projeto de ensino e extensão “Práticas orientadoras no processo de produção e avaliação de textos na perspectiva textual-interativa” (GAP/CAL nº029622), o trabalho está fundamentado na abordagem processual da escrita (SOARES, 2009) e à concepção de gênero textual com base nas perspectivas sociorretórica (BAZERMAN, 2005, 2006) e sistêmico-funcional (MARTIN e ROSE, 2012). Tendo em vista o embasamento teórico adotado, a oficina foi conduzida fundamentalmente em três etapas (adaptadas de Soares, 2009). Na primeira etapa, denominada pré-escrita, foram realizadas atividades que auxiliaram o aluno a compreender a função social, os elementos composicionais e as características léxico-gramaticais do gênero artigo de opinião. Na segunda etapa, que correspondeu a (re)escrita, foram realizadas atividades de escrita (elaboração do texto considerando tema, tese e argumentos) e de revisão por meio do provimento de feedback ─ resposta ao texto do aluno ─ em forma de bilhete orientador. As revisões foram feitas com o intuito de qualificar o texto, considerando a adequação ao tema, à estrutura textual, aos aspectos formais e aos recursos linguísticos típicos do gênero artigo de opinião. Por fim, na etapa de pós-escrita, houve a tentativa de socialização dos textos dos alunos por meio do encaminhamento para publicação em um jornal local. Palavras-chave: Produção textual, processo, artigo de opinião. Referências bibliográficas BAZERMAN, C. Gêneros textuais, tipificação e interação. Tradução e organização de Angela Paiva Dionísio e Judith Chambliss Hoffnagel. São Paulo: Cortez, 2005. _____________. Gênero, agência e escrita. Trad. Judith Chambliss Hoffnagel. São Paulo: Cortez, 2006. SOARES, D. A. Produção e revisão textual: um guia para professores de Português e de Línguas Estrangeiras. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. ROSE, D.; MARTIN, J. R. Learning to Write, Reading to Learn: Genre, Knowledge and Pedagogy in the Sydney School. London: Equinox, 2012.

O DESENVOLVIMENTO DO FLUXO DE INFORMAÇÃO EM FANFICTION SOB A PERSPECTIVA SISTÊMICO-FUNCIONAL

Noara Bolzan Martins (NELP/PPGL/UFSM)

[email protected] Sara Regina Scotta Cabral (NELP/PPGL/UFSM)

[email protected] Resumo: A perspectiva teórica adotada neste estudo insere-se numa visão sistêmico-funcionalista da linguagem que considera os textos como construções metafuncionais que englobam complexos de significados ideacionais, interpessoais e textuais. A metafunção textual organiza a linguagem em uma unidade de sentido (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2004) que permite averiguar a forma se constrói o fluxo de informação em textos a fim de se verificar marcas da materialidade linguística responsáveis por sinalizar o ponto de partida do locutor em relação à mensagem pretendida, bem como em que posição na oração são colocadas informações mais relevantes para o interlocutor, na expectativa de se vislumbrar e mapear um contínuo da informação veiculada (OLIONI, 2010). Na internet, publicações explodem diariamente e percebemos gêneros textuais novos advindos do uso das tecnologias e suas interferências nas atividades comunicativas. Dentre esses novos gêneros estão as fanfictions. Nesse sentido o objetivo deste estudo concentra-se em analisar como se processa o fluxo de informação textual em uma fanfiction, a fim de entende-la como unidade de sentido. Os resultados mostram que há o predomínio de Temas recorrentes, ou seja, reiteração dos constituintes temáticos por um conjunto de Temas de mesmo campo semântico, havendo um alto nível de previsibilidade e um baixo nível de informatividade na correlação com a Informação Dada. Já o conjunto de Remas, onde estão concentradas as Informações Novas, apresenta um alto nível de informatividade, ou seja, concentra as informações mais relevantes do texto. O exemplar mantém uma Progressão Temática Constante ou Contínua e um método de desenvolvimento textual simples, atestando um único conteúdo experiencial durante todo o texto.

Palavras-chave: Metafunção Textual; Progressão Temática; método de desenvolvimento textual; fluxo de informação; fanfiction. Referências: HALLIDAY, M. A. K.; MATTHIESSEN, C. An introduction to Systemic Functional Grammar. London, UK: Arnold Publishing, 2004. OLIONI, R. C. Tema e N-Rema: a construção do fluxo de informação em textos narrativos sob uma perspectiva sistêmico-funcional. Porto Alegre: PUCRS, 2010. 196 fl. Tese (Doutorado 24 em Letras), Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010.

INTERDISCIPLINARIDADE NO QUESITO LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL: UMA BUSCA CONSTANTE

Edynara Ribeiro (UPF)

[email protected] Laercio Fernandes dos Santos (UPF)

[email protected] Renata Andreola (UPF)

[email protected] Resumo: Há, no senso comum, a crença de que leitura e produção de textos devem apenas ser trabalhadas em aulas de língua portuguesa, o que não representa alternativa viável, uma vez que essas atividades são imprescindíveis em todas as disciplinas escolares, pois o aluno precisa do desenvolvimento dessas habilidades para compreender o mundo letrado em que vive, desde as situações do seu cotidiano doméstico até textos científicos das mais diversas áreas do conhecimento. Leitura e compreensão textual são, portanto, duas atividades interdisciplinares e que devem ser desenvolvidas por todas as áreas do conhecimento. Ademais, o conhecimento prévio também é essencial para o leitor, pois ele lhe permite melhor fluência diante do texto, fazendo com que ele atinja suas necessidades de compreensão. Dessa forma, o envolvimento entre leitor e texto torna-se assíduo e cativa-o cada vez mais. Logo, leitura e produção de texto são imprescindíveis em todas as disciplinas, pois fazem parte do dia a dia dos cidadãos na sociedade letrada. Assim, a utilização da leitura e produção de textos em todas as disciplinas escolares seria um grande avanço para a educação, pois, além da interação, haveria uma fácil comunicação entre alunos, professores, sociedade em geral. Uma vez que o estímulo à leitura e a busca da proficiência na escrita têm sido objetos de preocupação constante no cotidiano escolar, pois, infelizmente, os estudantes estão saindo do ensino médio sem serem proficientes na escrita de sua própria língua. Palavras – chave: Interdisciplinaridade. Leitura. Produção textual. Referências Bibliográficas KLEIMAN, Angela. Leitura e prática social no desenvolvimento de competências no ensino médio. São Paulo Parábola Editorial, 2006. LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1993.

BARBISAN, Borges Leci. A produção de discursos argumentativos na escola. Desenredo, Passo Fundo, Ed. UPF, v. 1, p. 69-76, julho/ dezembro 2005. COSCARELLI, Carla Viana. Gêneros textuais na escola, (FALE/UFMG)

“CIENALISTAS” NO CILON: AS CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA SOBRE PC PARA O LETRAMENTO ESCOLAR-CIENTÍFICO DOS ALUNOS

Eliseu Alves da Silva (CILON ROSA/LABLER/UFSM)

[email protected]

Resumo: A proposta de reestruturação curricular do Ensino Médio (SEDUC-RS, 2011), implementada a partir de 2011 e fortemente embasada na perspectiva da politecnia, agregou à matriz curricular da escola um novo componente: o Seminário Integrado, visando ser um possível elo entre o conhecimento especializado ensinado na escola (e produzido cientificamente) e os saberes do “mundo da vida” (SEDUC-RS, 2011). Nesses termos, neste trabalho discutimos em que medida os resultados do projeto “Análise crítica de gêneros discursivos em práticas sociais de popularização da ciência” (MOTTA-ROTH, 2011) contribuíram a implementação de atividades de investigação e análise de temas do cotidiano realizado por alunos de uma turma de 1ª série do Ensino Médio Politécnico da Escola Estadual de Ensino Médio Cilon Rosa, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil, que resultaram na produção de notícias de popularização da ciência (PC). No desenvolvimento da proposta, foram adotados procedimentos que, por um lado, buscaram introduzir nos educandos alguns conceitos inerentes ao processo científico (conceito de ciência, pesquisa, relação entre ciência e sociedade) e, por outro lado, visaram colocar o aluno em contato prático com a atividade científica (identificação de problemas, coleta e análise de dados). De modo a estabelecer pontes entre o popular e o científico, os alunos foram desafiados a produzir notícias jornalísticas que relatassem os achados de suas pesquisas. Nesse caso, nos debruçamos na análise e identificação do gênero textual/discursivo noticia de PC (organização, partes da notícia, linguagem utilizada, apresentação de opiniões, etc). Ao longo do processo observou-se a inserção dos educandos em práticas de pesquisa que os levaram a observação da realidade com novos olhares, contribuindo, em consequência, para ao desenvolvimento de uma consciência sobre seu poder de intervir e (trans)formá-la. Palavras chave: seminário integrado, notícia de PC, letramento científico. Referências Bibliográficas SEDUC-RS. Secretaria de Estado da Educação do Rio Grande do Sul. Departamento Pedagógico – DP. Proposta Pedagógica para o Ensino Médio Politécnico e Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio – 2011-2014. Seduc-RS: Porto Alegre, 2011. MOTTA-ROTH, D. Letramento científico: sentidos e valores. Notas de Pesquisa, vol. 1, n. 0, p. 12-25, 2011. Disponível em http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-.2.2/index.php/nope/article/view/3983/2352. Acesso em 15 ago. 2012.

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE PRODUÇÃO TEXTUAL: MOVIMENTOS

TEXTUAIS-DISCURSIVOS RECORRENTES NO BILHETE ORIENTADOR

Sabrine Weber (UFSM) [email protected]

Douglas Moraes (UFSM) [email protected]

Francieli Matzenbacher Pinton (UFSM) [email protected]

Cristiane Fuzer (UFSM) [email protected]

Resumo: Diante de questionamentos de como orientar a escrita de alunos e qual metodologia pode ser adotada para avaliar as produções é que se abre espaço para discussão sobre a formação do professor de produção textual. Para Buin (2006), o bilhete orientador é considerado um gênero que possibilita o desenvolvimento de ações e atitudes produtivas ao processo de formação do professor e do aluno. Diante disso, este trabalho, vinculado ao projeto de extensão “Práticas orientadoras para o processo de produção e avaliação de textos na perspectiva textual-interativa” (GAP/CAL 029622, FUZER, 2011), objetiva, como ampliação de um trabalho anteriormente iniciado (WEBER; PINTON; SILVA e FUZER, 2014), analisar a reescrita de bilhetes produzidos por uma professora em formação do curso de Letras para auxiliar o processo de escrita de alunos de ensino fundamental participantes da oficina de leitura e escrita Ateliê de Textos no ano de 2013. Os pressupostos teóricos utilizados incluem a perspectiva textual-interativa descrita por Ruiz (2001), os movimentos e passos da organização do bilhete orientador propostos por Fuzer (2014) e a abordagem processual da escrita apresentada por Soares (2009). O corpus desta pesquisa é constituído de quatorze textos - sete bilhetes orientadores e sete bilhetes orientadores reescritos. A análise comparativa realizada entre os bilhetes orientadores e os bilhetes reescritos aponta para três estratégias textuais-discursivas categorizadas em: reformulação, expansão e modulação. Tais categorias podem ser compreendidas neste contexto como uma representação da construção do saber docente e disciplinar do professor de produção textual. Os resultados parciais demonstram que a reescrita do bilhete orientador proporcionou a reflexão crítica sobre processo de avaliar de textos. Palavras-chave: Escrita. Bilhete orientador. Formação de professor. Referências bibliográficas BUIN, E. O impacto do bilhete do professor na construção do sentido do texto do aluno. In: SIGNORINI, I. (Org.). Gêneros catalisadores: letramento e formação do professor. São Paulo: Parábola, 2006.p. 95-124.

FUZER, C. Ateliê de Textos: (re)invenção e (re)escrita de histórias no ensino básico. Revista ANPOLL, 2014. (No prelo) PINTON, F. M. A reescrita do bilhete orientador pelo licenciado em Letras: uma prática reflexivo-crítica no processo de avaliar textos. Leia Escola (UFPB), V.12, P. 15-27, 2012. RUIZ, E. Como se corrige redação na escola. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2001. SOARES, D. A. Produção textual e revisão textual: um guia para professores de Português e de Línguas Estrangeiras. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2009.