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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA JANAÍNA JANE LIMA ARAÚJO OS BENEFÍCIOS DA HIDROGINÁSTICA PARA INDIVÍDUOS COM OSTEOPOROSE Porto Velho 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

JANAÍNA JANE LIMA ARAÚJO

OS BENEFÍCIOS DA HIDROGINÁSTICA PARA INDIVÍDUOS COM

OSTEOPOROSE

Porto Velho

2014

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JANAÍNA JANE LIMA ARAÚJO

OS BENEFÍCIOS DA HIDROGINÁSTICA PARA INDIVÍDUOS COM

OSTEOPOROSE

Trabalho de Conclusão de Curso de graduação em Licenciatura Plena em Educação Física na Modalidade de Ensino Presencial pelo Departamento de Educação Física – DEF, da Universidade Federal de Rondônia – UNIR.

ORIENTADORA: PROFª. DRª. ANGELIETE GARCEZ MILITÃO

Porto Velho

2014

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JANAÍNA JANE LIMA ARAÚJO

OS BENEFÍCIOS DA HIDROGINÁSTICA PARA INDIVÍDUOS COM

OSTEOPOROSE

Defesa Pública do Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do Grau

Superior em Licenciatura Plena do Curso de Educação Física na Modalidade de

Ensino Presencial pelo Departamento de Educação Física da Universidade Federal

de Rondônia. Com o tema: Os benefícios da hidroginástica para indivíduos com

osteoporose.

Palavras-Chave: Hidroginástica. Osteoporose. Benefícios.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________ Profª. Drª. ANGELIETE GARCEZ MILITÃO-DEF/UNIR.

_______________________________________________

Prof. Esp. DANIEL OLIVEIRA DE SOUZA-DEF/UNIR.

_______________________________________________ Profª. Ms. EURLY KANG TOURINHO-DEF/UNIR.

Conceito _________

Porto Velho,______de______ de 2014.

_______________________________ Prof. Esp. Daniel Oliveira de Souza DEF/UNIR - Responsável/TCC

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho aos meus familiares que

acompanhou toda minha jornada, no processo da Graduação.

Aos meus professores que foram de suma importância no meu

processo de aprendizado e formação de conhecimento para

elaboração do meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).

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AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus todos os dias da minha vida, pela

força necessária para alcançar meus objetivos e finalmente realizá-los.

As minhas irmãs Janine lima e Juliane Lima, pois elas foram às pessoas, que antes de eu entrar na universidade, Me incentivaram e apoiaram as minhas escolhas.

Aos meus professores do DEF (Departamento de Educação Física), pelas experiências e ensinamentos que me passaram.

A minha orientadora, professora Angeliete Garcez Militão pela atenção incondicional, na elaboração do meu TCC.

Aos meus amigos, que conheci na Universidade; Alessandro, Joice, Jose, Suellem, Rosana, Itaicy, Enedina, Ralice, Janaína Linhares, Nilda Maria, que estavam na mesma caminhada, e sempre presentes e dispostos a ajudar no que era preciso, que participaram dos meus momentos de estudos, aprendizagem e descontração nas horas vagas.

Aqueles amigos que já conhecia antes de entrar na universidade que me deram força e apoio nas minhas conquistas.

E todo o qual não citou os nomes, porém contribuíram direta ou indiretamente no meu crescimento.

.

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“Não há quem sustente uma luta mais árdua do que

aquele que se tenta vencer a si próprio”.

Thomas Kempis

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RESUMO

A osteoporose é uma patologia metabólica caracterizada pela redução da massa

óssea levando a predisposição da fratura. É considerado um problema de saúde

pública em função da sua alta prevalência e seus efeitos na saúde física e social dos

indivíduos acometidos por essa patologia, gerando diversos gastos com tratamento

e reabilitação. A prática de exercício físico é recomendada para auxiliar na

prevenção da perda e da manutenção da massa óssea e no seu tratamento. No

entanto, ainda há muitas controvérsias sobre os efeitos da hidroginástica no

aumento da densidade mineral óssea. Desta forma esta pesquisa teve como objetivo

realizar uma revisão bibliográfica para verificar os reais benefícios da hidroginástica

para os indivíduos que sofrem com a osteoporose. Os resultados mostraram que a

hidroginástica quando ministrada por um profissional competente, promove melhora

na capacidade cardiorrespiratória, na força, na flexibilidade, na composição corpora,

no equilíbrio e na densidade mineral óssea. Concluiu-se com essa pesquisa que a

hidroginástica é recomendada para indivíduos com osteoporose.

Palavra chave: Hidroginástica. Osteoporose. Benefícios.

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ABSTRACT

Osteoporosis is a metabolic disease characterized by reduced bone mass

predisposition leading to fracture. It is considered a public health problem due to its

high prevalence and its effects on physical and social health of individuals affected

by this disease, causing various expenditures treatment and rehabilitation. The

physical exercise is recommended to help prevent loss and maintain bone mass and

their treatment. However, there are still many controversies about the effects of water

aerobics in increasing bone mineral density. Thus this research aimed to perform a

literature review to verify the real benefits of water aerobics for individuals who suffer

from osteoporosis. The results showed that the water when administered by a

competent professional, promotes improvement in cardiorespiratory fitness, strength,

flexibility, corpora composition, balance and bone mineral density. It was concluded

from this research that the water is recommended for individuals with osteoporosis.

Keyword: Water aerobics. Osteoporosis. Benefits.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................... 10

1. OBJETIVOS .............................................................................................. 12 1.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................... 12 1.2.1. Objetivos específicos ............................................................................. 12

2. REVISÃO LITERÁRIA .............................................................................. 13

2.1 OSTEOPOROSE ...................................................................................... 13 2.1.1 Fisiopatologia da osteoporose .............................................................. 13 2.1.2 Incidência ............................................................................................. 14 2.1.3 Classificação da osteoporose................................................................ 15 2.1.4 Fatores de risco ...................................................................................... 16 2.1.5 Prevenção ............................................................................................ 17 2.1.6 Nutrição................................................................................................. 18 2.1.7 Exposição ao Sol .................................................................................... 19 2.1.8 Prática de atividade física ...................................................................... 19 2.1.9 Exercício físico na osteoporose ............................................................ 20

3. HIDROGINÁSTICA .................................................................................... 21

3.1 ESTUDOS DA HIDROGINÁSTICA E DENSIDADE ÓSSEA .................... 22 3.2 HIDROGINÁSTICA E APTIDÃO FÍSICA VOLTADA PARA A SAÚDE ...... 23

CONCLUSÃO ........................................................................................... 26

OBRAS CONSULTADAS ......................................................................... 27

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INTRODUÇÃO

A osteoporose é caracterizada como uma doença inicialmente assintomática

tornando seu diagnóstico difícil e fazendo com que o mesmo só seja confirmado

após a ocorrência de algum tipo de fratura (NUNES et al., 2010). Ela é considerada

uma perda acentuada da massa óssea, acarreta à deterioração do micro arquitetura

do osso, trazendo como conseqüência a fragilidade mecânica e a predisposição a

fraturas (CARVALHO et al., 2012). Por isso, é definida como uma doença metabólica

de degradação do tecido ósseo (NUNES et.al., 2010).

A osteoporose pode acometer com maior frequência as mulheres após a

menopausa e os homens após os 65 anos, pois é nessa idade que ocorre uma

tendência à redução da massa óssea e as mulheres ainda sofrem com a diminuição

da produção do estrógeno, hormônio responsável por auxiliar no processo de

reabsorção óssea (BORGES, 2013). É considerada a doença osteometabólica mais

comum entre os idosos, atingindo ambos os sexos, produzindo significativos

impactos na qualidade de vida e na sobrevida desses indivíduos (YAZBEC;

MARQUES NETO 2008).

Pesquisa realizada por Aquino et. al. (2010), mostram que no Brasil existe

aproximadamente 10 milhões de pessoas acometidas por esta patologia, e esse fato

se constitui num grande problema de saúde pública. O tratamento para a

Osteoporose tem característica multifatorial, ou seja, a terapia contra essa doença

engloba uma combinação de fatores como suplementação de cálcio, terapia de

reposição hormonal, vitamina D, medicação para melhor absorção do cálcio e a

prática de atividade física (MOREIRA, 2004).

Um estudo bibliográfico realizado por Malavazi Junior et. al. (2013) revelou

que os autores são unânimes ao destacarem a importância do exercício físico na

prevenção e tratamento da osteoporose porque gera efeitos extremamente positivos

para o remodelamento ósseo, reduzindo a perda da massa óssea, diminuindo a

deterioração do osso e, em muitos casos, aumentando sua estrutura.

Os exercícios mais indicados para prevenir a osteoporose são os de alto

impacto como correr, pular, jogar futebol, vôlei, basquete e musculação, pois geram

um maior impacto e estimulam a síntese da massa óssea (SANTOS E BORGES,

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2010). No entanto, quanto o indivíduo já está acometido com essa doença, o

impacto e a intensidade do exercício precisam ser controlados, para evitar

ocorrência de fraturas advindas da própria atividade (OCARINO, 2006).

A hidroginástica é um exercício realizado na piscina e devido à força de

empuxo da água reduz o impacto das articulações livrando-as de grande sobrecarga

(CAETANO E GONZALEZ, 2011). No entanto, ainda não está claro o papel dessa

modalidade no aumento da massa óssea e os seus benefícios para os portadores de

osteoporose. Desta forma, essa pesquisa se propôs a investigar na literatura a

seguinte pergunta: Quais os benefícios da hidroginástica para os portadores de

osteoporose?

Esse trabalho se justifica para elucidar sobre os reais benefícios que a

hidroginástica possa proporciona à seus praticantes, para que os profissionais de

educação física orientem seus alunos quanto à prática dessa atividade, e

intervenham positivamente em suas reais necessidades. Tendo em vista que a

osteoporose é a segunda patologia que mais atinge as mulheres com mais de 45

anos, elevando os gastos governamentais com o Sistema Único de Saúde (SUS)

com internações hospitalares por causa das quedas.

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1. OBJETIVOS

1.2 OBJETIVO GERAL

Verificar através da literatura quais os benefícios da hidroginástica para

indivíduos com osteoporose.

1.2.1 Objetivos específicos

a) Avaliar a luz da literatura os efeitos da hidroginástica sobre a densidade

mineral óssea;

b) Verificar a luz da literatura os efeitos da hidroginástica sobre a aptidão física

voltada para a saúde vO 2 máx., força, flexibilidade e composição corporal.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 OSTEOPOROSE

A osteoporose é definida pela Organização Mundial de Saúde como uma

doença metabólica óssea sistêmica, caracterizada por diminuição da massa óssea e

deterioração da micro arquitetura do tecido ósseo, com conseqüente aumento da

fragilidade do osso e da suscetibilidade a fraturas (WHO, 1994). Atinge homens e

mulheres com predominância no sexo feminino com deficiência estrogênica e

indivíduos idosos.

2.1.1 Fisiopatologia da osteoporose

O esqueleto é constituído por dois tipos de tecidos ósseos com

características diferentes, o cortical ou compacto e o trabecular ou esponjoso.

Possuem três tipos principais de células ósseas: os osteoblastos, osteoclastos e

osteócitos. Os osteoblastos são as células jovens de origem medular e são

responsáveis pela síntese dos componentes orgânicos da matriz óssea tais com:

colágeno, osteocalcina e proteoglicano funcionam como células formadoras dos

tecidos ósseos. Os osteócitos são derivados dos osteoblastos e tem a função da

manutenção do osso. Os osteoclastos são células que compõem a matriz óssea,

bastante grande em comparação as outras células, multinucleada, e é responsável

pela absorção óssea. Atuam como verdadeiros demolidores de ossos (DIMON

JUNIOR, 2009).

Os ossos são órgãos vivos que estão continuamente a forma-se e regenera-

se (remodelação óssea) por meio dos osteblastos e osteoclastos. O processo

catabólico ou reabsorção óssea tem a função vital de manter constantes os níveis de

cálcios extracelulares, enquanto a formação óssea tem por objetivos repor o tecido

ósseo perdido pelo processo catabólico e suprir as necessidades do órgão em se

adaptar as condições funcionais (OCARINO E SEKARIDES, 2006). Fisiologicamente

os ossos são continuamente depositados por osteoblastos e absorvido nos locais

onde os osteoclastos estão ativos, acontecendo um equilíbrio entre deposição e

absorção óssea (GALI, 2001). Quando ocorrem alterações nesse processo podem

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resultar em diferentes distúrbios osteometabólicos, entre eles a osteoporose

(AMADEI et. al. 2006).

Na osteoporose existe desproporção entre atividade osteoblástica e

osteoclástica, com predomínio da última. Desta forma, a osteoporose ocorre quando

os osteoclastos criam uma cavidade excessivamente profunda que não consegue

ser suficientemente preenchida pelos osteoblastos ou quando estes não conseguem

preencher uma cavidade de reabsorção normal (DIMON JUNIOR, 2009), como

mostra a figura 1.

Figura 1 – Osso normal e osso com osteoporose

Fonte. Hatem. M. disponívem em < http://www.quadrilcirurgia.com.br/osteoporose1.html>

2.1.2 Incidência

Segundo Vankrieken e Luthart, (2008) aproximadamente 250 milhões de

pessoas em todo mundo tem osteoporose. Na Europa, Japão e os Estados Unidos,

mais de 75 milhões de pessoas possuem essa doença com um risco estimado de

fraturas ao redor 15%. Já na china são afetadas 22% das mulheres acima de 50.

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No Brasil estima-se que aproximadamente 10 milhões de brasileiros sofrem

com osteoporose no país, sendo que 2,4 milhões sofrem fraturas anualmente e

destes, cerca de 200 mil morrerão em decorrência direta de suas fraturas. Calcula-

se que a osteoporose afete cerca de 35% das mulheres acima de 45 anos de idade

em nosso país (AQUINO et. al.,2008). Tornando-se um grave problema de saúde

pública.

2.1.3 Classificação da osteoporose

Segundo Yoshinari e Bonfa (2000), a osteoporose pode ser classificada

como primaria ou secundaria, dependendo da ausência ou presença do fator

conhecido que provoque perda de massa óssea: A primária se subdivide em dois

tipos principais: Osteoporose tipo I afeta mais as mulheres na pós-menopausa

devido à deficiência de estrógeno. As fraturas vertebrais e de radio distal são as

mais comuns, podendo está associada à deformidade e dor, já osteoporose tipo II

afeta ambos os sexos com idade superior a 65 anos, como conseqüência de uma

fase lenta de perda óssea.

A osteoporose secundaria está associada a fatores nutricionais, como uma

deficiência de cálcio na alimentação, principalmente na infância e adolescência e

medicamentos que contribuem para a perda óssea; os fatores hormonais como

acontecem na gravidez quando ocorre uma transferência de cálcio para o feto; além

de algumas afecções como as reumatologias, em que os mediadores da inflamação

afetam a reabsorção óssea e a diabetes crônica, devido a problemas no

metabolismo da vitamina D. O transplante de órgãos, pelo uso excessivo de

esferóides, também pode causar a osteoporose secundária.

A Osteoporose Induzida Por Corticóides (OPIC) constitui a causa mais

freqüente de osteoporose secundária, correspondendo a cerca de 25% de todas as

causas de osteoporose. Metade dos doentes que utilizam corticóides, por mais de

seis meses, têm osteoporose e cerca de 1/3 desenvolve fraturas, se o tratamento se

prolongar por 1 ano. As fraturas osteoporóticas vertebrais e dos ossos longos são

causa de mobilidade e associam-se a diminuição da esperança média de vida em

idades avançadas. Alguns autores constataram uma incorreta aplicação das

recomendações. Os corticosteróides são fármacos utilizados no tratamento de

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diversas patologias, pelas suas propriedades antiinflamatórias se

imunossupressoras. No entanto, secundariamente, produzem alterações importantes

na fisiologia normal da remodelação óssea que predispõem à osteoporose

(CANHÃO et. al., 2004).

2.1.4 Fatores de risco

De acordo com o Guarniero et. al. (2004), vários fatores de risco estão

associados a osteoporose, como a idade avançada (mais de 65 anos), história

prévia de fratura, imobilização prolongada, o baixo peso, o sexo feminino, a

hereditariedade caucasiana, os fatores genéticos, consumo abusivo de álcool,

cafeína, tabagismo e drogas, além da baixa ingestão de cálcio, do estado menstrual

(menopausa precoce, menarca tardia ou amenorréias) e as doenças endócrinas.

Keiver et. al. (1997), coloca que a ingestão de cafeína, álcool e o tabagismo

são fatores de risco para osteoporose, pois influem na diminuição da densidade

óssea. A cafeína está associada com o aumento na excreção de cálcio. De um

modo geral, o consumo diário de mais de duas xícaras está moderadamente

associado com o aumento de fraturas (Kiel et. al. 1990).

O consumo de álcool parece ter um efeito direto sobre os osteoblastos,

determinando diminuição nos níveis de osteocalcina nos estágios iniciais, além de

mudanças histomorfométricas em etapas posteriores (FELSON et. al. 1995). Em

alcoólatras crônicos, os níveis séricos de vitamina D e seus metabólitos diminuem

independentemente da presença de qualquer hepatopatia. O consumo de bebidas

alcoólicas que excede a 200 ml por semana pode interferir nos níveis estrogênicos e

isso estaria associado com o aparecimento da osteoporose (GANRY E DUBREUIL,

1999).

O cigarro é considerado fator de risco para a osteoporose, uma vez que os

componentes químicos do cigarro, entre eles a nicotina, atuam deprimindo a

atividade do osteoblasto, tanto diretamente como por via hormonal (LAROCHE et. al.

1994). Por seu efeito prejudicial na densidade mineral óssea, o cigarro tem sido

também apontado como capaz de aumentar o risco a fraturas (MAY et. al. 1994),

bem como induzir a perda de massa óssea em homens e mulheres, provavelmente

pelo seu efeito antiestrogênico, que reduz o nível de estradiol e o aumento de

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globulinas ligantes de hormônios sexuais (EGGER et al., 1997). É pertinente

ressaltar que os efeitos deletérios do cigarro não ficam restritos apenas a indivíduos

idosos.

O sedentarismo também é uma influência negativa na densidade mineral

óssea, podendo reduzir sua formação (STEINBERG, 1989). A falta de peso ou

gravidade, no repouso em cama, o conteúdo mineral óssea da coluna e do calcâneo

diminui em torno de 1% por semana. Estudo mostra que a perda óssea é específica

à área imobilizada. Por exemplo, 17 semanas de repouso na cama, a porcentagem

de perda óssea foi diferente em cada local. No calcâneo, a perda foi de

aproximadamente 10%; 5% no trocanter femoral, 4% na coluna vertebral, 4% no

colo do fêmur, 2% na tíbia e 1,4%. (FRISCHENBRUDER E ROSE, 1996).

Segundo Yazbek et. al. (2008), também estão incluídos nos fatores de risco:

a intolerância a lactose, depressão, estresse, e a baixa exposição solar. Esses

autores classificam os fatores de risco para osteoporose em não modificáveis e

modificais conforme quadro 1.

Quadro 1 Fatores de risco não modificáveis e modificáveis.

2.1.5 Prevenção

Antes de qualquer tratamento vem a prevenção, por isso é importante ser

tomadas certas precauções, no sentido de, ainda na infância e adolescência,

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assegurar um desenvolvimento normal do esqueleto através de uma alimentação

saudável rica em cálcio e vitamina D e pela exposição ao sol e prática de atividade

física. O grande objetivo é fazer com que a criança e o adolescente alcancem o

maior pico de massa óssea possível.

2.1.6 Nutrição

O aspecto nutricional é de suma importância no desenvolvimento e

manutenção da massa óssea e na prevenção e ou tratamento da osteoporose,

sendo o cálcio um dos componentes dietéticos de grande importância nesse

processo. Segundo Bedani e Rossi (2005), uma alimentação saudável, rica em

cálcio e mineral, deve ser estimulada da infância até o fim da vida. Pesquisas têm

demonstrado que a baixa ingestão de cálcio ao longo da vida está associado a baixa

massa óssea e altas taxas de fraturas e que a vitamina D é necessária para que o

corpo absorva o cálcio. A quantidade diária recomendada pelo do Instituto de

Medicina para a ingestão diária de cálcio e vitamina D está descrita abaixo:

Tabela 1

Referência dietética para o cálcio e vitamina D

Fonte: http://advancingyourhealth.org/orthopedics/2012/03/08/calcium-vitamin-d-bone-health/

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Pereira et. al. (2009) colocam que níveis adequados de cálcio podem

retardar o desenvolvimento de osteoporose por dois motivos: Primeiro, o cálcio

suprime a reabsorção óssea, segundo, a calcificação ou mineralização óssea

fortalece o osso. Aproximadamente 99% do cálcio do corpo estão contidos no

esqueleto ósseo. Sendo, uma pequena quantidade de cálcio requerida para

contração muscular, transmissão do impulso nervoso e outras funções reguladoras

do organismo, e quando necessário, o osso é reabsorvido para produzir cálcio para

estas funções. Para prevenir a redução da massa óssea, deve-se manter o equilíbrio

entre a ingestão e absorção de cálcio e suas perdas (SLAVIN, 1987).

2.1.7 Exposição ao Sol

“Uma adequada exposição solar favorece a produção de vitamina D na

pele”, substância fundamental para a manutenção de um esqueleto de boa

qualidade. A vitamina D pode ser sintetizada na pele, sob a catalisação dos raios

solares, mais especificamente dos raios ultravioleta de comprimento de onda entre

230 a 313 nm. A exposição solar através de um vidro reduz a eficiência da síntese

epidérmica da vitamina D, que também está reduzida em indivíduos com pele mais

pigmentada, na presença de bloqueadores solares, em latitudes extremas, assim

como em indivíduos idosos (WHO, 1994).

Nos idosos, a síntese cutânea de vitamina D equivale a um terço da

produção do indivíduo jovem, quando submetidos a uma mesma quantidade de

irradiação. Associados ao fato de permanecerem a maior parte do tempo em

ambientes fechados e de utilizarem roupas mais pesadas quando estão fora de

casa, os idosos é uma população de risco para deficiência de vitamina D. Dai a

importância de orientar e estimular essa população a exposição do sol diariamente,

preferencialmente antes das 10horas da manhã, pois são nesse horário que os raios

ultravioletas estão menos agressivos ao corpo (BORGES, 2013).

2.1.8 Prática de atividade física

A prática de atividade física deve ser realizada desde a infância e

adolescência, por ser esse o período de formação da massa óssea (BASS et.

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al.1998). Estudos têm demonstrado que a prática de atividade física realizada nas

primeiras 3 décadas de vida previne a densidade mineral óssea na velhice. Uma vez

que, até a idade de 20 anos ocorre ganho de massa óssea; dos 20 aos 30 anos há

um equilíbrio entre os mecanismos de formação e reabsorção óssea. A partir dos 30

anos, inicia-se uma perda da massa óssea imperceptível de 0,5% ao ano. A partir da

menopausa, as mulheres perdem cerca de 8% da massa óssea por década,

enquanto os homens na mesma faixa etária perdem 3% por década

(FRISCHENBRUDER E ROSE, 1996).

Courteix et. al. (1998) elucidam que os exercícios físicos em jovens são

importantes para aquisição de massa óssea, pois são normalmente mais

susceptíveis as cargas mecânicas que os ossos adultos. O estímulo da carga

mecânica provocada pela atividade física ocasiona um efeito pizoelétrico localizado

no osso que gera mudanças elétricas, estimulando a atividade osteoblástica que

leva à formação óssea (MATSUDO E MATSUDO, 1991). Existem diversos estudos

que mostram que exercícios físicos adequados, desenvolvidos na fase de

crescimento, determinam ganhos de 7% a 8% da massa óssea do indivíduo adulto,

reduzindo substancialmente os riscos de fraturas na idade avançada (OCARINO E

SEKARIDES, 2006).

Muitos estudos mencionam a relação positiva entre densidade óssea e

atividade física. Sendo, as atividades de altos impactos as que proporcionam

maiores estimulo para formação óssea do que as de menor impactos (TAAFEE et.

al. 1995). Santos e Borges (2010) dizem que os exercícios de alto impacto são

eficientes na prevenção da perda óssea, pois esses tipos de exercícios expõem os

ossos a um alto grau de estresse, o que por um lado causa efeitos positivos quanto

à rigidez óssea, mas que por outro lado pode causar fraturas.

2.1.9 Exercício físico na osteoporose

Indivíduo com osteoporose tem fragilidade óssea, com alta propensão para

fratura, por isso os exercícios, devem ser escolhidos adequadamente

(FRISCHENBREEDER E ROSE, 1996). Tal afirmação é respaldada por Plapler

(1997) ao relatar que os exercícios têm que ser bem dosados por causa das micro

fraturas pré-existentes e descontinuidade entre as traves ósseas, especialmente no

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esqueleto axial evitando o agravamento das mesmas, pelo aumento da sobrecarga

proveniente da atividade física.

Almeida Júnior (1997) relata que na prescrição de exercícios para

osteoporose, é preciso levar em consideração a condição física do paciente.

Pessoas com baixo grau de densidade óssea, às vezes não têm as condições

físicas necessárias para caminhar por alguns minutos. Assim, a hidroginástica seja,

talvez, a única atividade que ele possa executar com segurança.

3. HIDROGINÁSTICA

A hidroginástica surgiu na Alemanha com o objetivo de utilizar exercícios

aquáticos na posição vertical visando aumentar o condicionamento físico dos idosos,

já que o meio líquido oferece um menor impacto e risco de lesões, além de

proporcionar maior segurança e bem estar (CAETANO E GONZALEZ, 2011). Na

atualidade, indivíduos de diferentes idades procuram praticar hidroginástica com o

objetivo de adquirir uma boa forma física, melhorando assim a saúde e a qualidade

de vida.

A hidroginástica é constituída de exercícios aquáticos específicos, baseados

no aproveitamento da resistência da água como sobrecarga e do empuxo como

redutor do impacto, o que permite a prática de um exercício, mesmo em

intensidades altas, com diminuídos riscos de lesão. Além de propiciarem benefícios

à forma física, os exercícios realizados dentro da água possuem ainda a vantagem

de causar menor impacto nos membros inferiores, facilitando a prática para aquelas

pessoas que não podem suportar o seu próprio peso, ao realizarem um exercício

terrestre, pois quando o corpo imerge a água é deslocada e cria uma força de

flutuação que retira a carga das articulações imersas, por exemplo, quando o corpo

encontra- se imerso até o pescoço, somente cerca de 7,5 Kg de força compressiva é

exercida sobre a coluna, quadris e joelhos (RUOTI et. al. 1994)

Esses autores ainda colocam que a imersão aquática possui efeitos

biológicos que se estendem sobre todos os sistemas homeostáticos, que podem ser

tanto imediatos quanto tardios. No sistema musculoesquelético, os efeitos são

causados pela ação compressiva da imersão, bem como pela regulação reflexa do

tônus dos vasos sanguíneos. A turbulência da água exige estabilização central antes

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que o movimento distal seja possibilitado. A reeducação dos músculos do tronco, por

meio da atividade, possibilita o uso mais eficiente dos músculos abdominais e

dorsais para controle postural em terra, levando a um melhor alinhamento corporal.

Fiorelli e Arca (2002) salientam que o profissional responsável pela aula de

hidroginástica deve ter alguns cuidados relacionados não só com a montagem do

treinamento e com a execução dos movimentos, mas também com a temperatura

em que a água se encontra para a atividade. Este cuidado é devido, principalmente,

aos efeitos fisiológicos na imersão, que são determinados pela temperatura da água,

pela profundidade da piscina, pelo tipo de intensidade do exercício, pela duração da

sessão, pela postura adotada e pelas condições do praticante.

Segundo Gonçalves (1996), a estrutura e duração da aula de hidroginástica

devem ser compostas de quatro fases: 1) aquecimento: deve ter duração de 8 a 10

minutos; 2) parte aeróbica: deve ter duração de 20 a 25 minutos; 3) parte localizada:

deve ter duração de 10 a 15 minutos e; 4) relaxamento: que deve ter duração de 5 a

10 minutos. Fiorelli e Arca, (2002) colocam que todo exercício deve ser iniciado e

finalizado de forma progressiva. Nas atividades aquáticas, esse padrão é

especialmente importante já que a própria imersão causa modificações nos sistemas

cardiovascular, renal, hormonal, respiratório e musculoesquelético como a vaso

constrição, aumento da resistência vascular periférica, aumento da pressão arterial,

do volume de sangue central, do retorno venoso, do débito cardíaco e do fluxo de

sangue para os rins.

3.1 ESTUDOS DA HIDROGINÁSTICA E DENSIDADE MINERAL ÓSSEA

Tsukahara et. al. (1994) avaliaram 67 mulheres na pós-menopausa, por um

período de um ano. Estas participaram de exercícios no meio aquático, pelo menos

uma vez por semana. O grupo controle foi composto por 30 mulheres. Os resultados

mostraram que o grupo controle perdeu 1% de densidade mineral óssea lombar (L2-

L4), e o grupo treinado obteve um aumento de 1,55% da densidade mineral óssea

lombar. Os autores destacam que o treinamento no meio aquático é um importante

fator na prevenção de perda de massa óssea.

Silva e Lopes (2002), realizaram pesquisa com mulheres entre 60 a 77 anos,

que sofriam de osteopenia ou osteoporose que realizaram hidroginástica 3 vezes por

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semana com duração de 50 minutos com exposição ao sol e verificaram no final do

estudo aumento da densidade mineral óssea na coluna lombar em 70% das alunas

e 60% obtiveram aumento da densidade mineral óssea no fêmur.

Ay e Yurtkuran (2005) estudaram o impacto do exercício no solo e os

exercícios aquáticos sobre a densidade mineral óssea do calcâneo. Neste estudo,

os sujeitos foram divididos em três grupos: 1) exercício no solo, 2) exercício

aquático, 3) grupo controle. A pesquisa teve duração de 6 meses e no final desse

período os autores encontraram diferença significativa na massa óssea dos grupos

que se exercitaram com comparação ao controle. Os resultados revelaram que o

grupo que praticou exercício terrestre aumentou a densidade óssea em 4,2% e os

indivíduos que realizaram exercícios aquáticos obtiveram um aumento de 3,1% e o

grupo controle teve uma redução de 1,3% na densidade mineral óssea. Os autores

concluíram que tanto os exercícios terrestres como a hidroginástica mostraram ser

positivos para o aumento da densidade mineral óssea.

Bravo et. al. (1997), não encontraram nenhuma alteração significativa na

densidade mineral óssea em 77 idosos que praticaram 12 meses de hidroginástica.

No entanto, algumas variabilidades nos resultados das pesquisas podem ser

explicadas por certa negligência em relação aos princípios do treinamento, pois se

eles não forem rigorosamente controlados, poderá haver variações nos resultados.

3.2 HIDROGINÁSTICA E APTIDÃO FÍSICA VOLTADA PARA A SAÚDE

Robergs e Roberts (2002) definem aptidão física voltada para a saúde como

a capacidade do coração, pulmões e músculos de funcionarem de modo eficiente

para que os indivíduos possam participar de várias atividades sem se cansar

excessivamente. Sendo os componentes da aptidão física voltada para a saúde: a

resistência cardiorrespiratória; flexibilidade, força (resistência muscular localizada) e

composição corporal.

O meio líquido, devido às suas propriedades físicas e sobrecarga natural,

proporcionam ao indivíduo que se exercita uma sensação de diminuição do peso

corpóreo, livramento das articulações, bom funcionamento do sistema

termorregulador, melhor irrigação ativando veias, artérias e vasos capilares e ainda,

envolvimento da maioria dos grupos musculares. Além de tonificar os músculos

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através da resistência da água em múltiplas direções, a Hidroginástica aumenta a

intensidade do trabalho e proporciona um maior consumo de energia transformando

o peso de gordura em peso muscular (PAULO, 1994).

Ruoti Troup e Beger (1994) fizeram um estudo de doze semanas com a

prática da hidroginástica por indivíduos idosos e encontraram aumento de 15% no

Vo2máx, dos praticantes, efeito comparado ao do treinamento de corrida fora da

água. Várias pesquisas têm demonstrado a capacidade da Hidroginástica em

aumentar o condicionamento aeróbio de seus praticantes, com a vantagem de não

sobrecarregar o sistema articular. (SANDERS, 2001) relata que Hoeger et. al.

compararam atividade aeróbia de mesma intensidade na água e em terra e

concluíram que os indivíduos que fizeram o programa de hidroginástica tiveram uma

redução de 2% de gordura corporal enquanto que os que se exercitaram em terra

perderam 1.1%.

Moreira (2004) e Buiate e Gonçalves (2008), realizaram extensa revisão da

literatura e concluíram que a Hidroginástica é uma atividade física capaz de

proporcionar a seus praticantes um aumento do condicionamento cardiopulmonar,

da força muscular, da flexibilidade, equilíbrio e controle do percentual de gordura.

Alves et. al. (2004) verificaram o efeito da prática da hidroginástica sobre a

aptidão física associada à saúde em idosos. Os autores realizaram um ensaio

controlado com 75 mulheres idosas, sem atividade física regular. Um grupo de 37

mulheres recebeu duas aulas semanais de hidroginástica, durante três meses e

outras 37 mulheres serviram como controle. Os autores avaliaram a aptidão física

através dos testes de Rikli e Jones, com avaliações de força e resistência de

membros inferiores (levantar e sentar na cadeira), força e resistência de membros

superiores (flexão do antebraço), flexão dos quadris e da coluna vertebral (sentado,

alcançar os membros inferiores com as mãos), mobilidade física - velocidade,

agilidade e equilíbrio (levanta, caminha, 2,44 m e volta a sentar), flexibilidade dos

membros superiores (alcançar atrás das costas com as mãos) e resistência aeróbica

(andar 6 minutos). Os autores aplicaram os testes antes do início das aulas e no fim

do programa, após 3 meses. Observou-se, no grupo de hidroginástica, um melhor

desempenho em todos os pós-testes. Os autores concluíram que a prática de

hidroginástica para mulheres idosas contribuiu para a melhoria da aptidão física

relacionada à saúde.

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Mann et. al. (2007) verificaram o equilíbrio corporal, através de plataforma de

força, de idosas praticantes de hidroginástica. O estudo objetivou, primeiramente,

comparar a tarefa - equilíbrio bipodal com os pés unidos - com e sem utilização da

informação visual. Em um segundo momento, as idosas praticantes de

hidroginástica foram comparadas com um grupo de idosas sedentárias nas mesmas

condições experimentais. Os resultados do estudo mostraram que o grupo de

praticantes de hidroginástica apresentou melhor desempenho em algumas variáveis,

como por exemplo, oscilações no sentido antero posterior, tanto na situação com

como na sem informação visual. No geral, o estudo identificou que as idosas

sedentárias apresentaram equilíbrio mais debilitado que as idosas ativas.

Etchepare et. al. (2003) elucidam que os resultados positivos da prática da

hidroginástica em relação ao equilíbrio podem ser causados pela necessidade de

busca constante pelo equilíbrio corporal, durante a atividade, devido aos

movimentos da água e dos exercícios. Os autores afirmam que o equilíbrio corporal

é mantido de uma melhor forma através da prática do exercício na água, pelo fato

dos desequilíbrios em meio aquoso poderem ser voluntariamente provocados,

principalmente quando se visa a mudança de postura durante a aula.

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CONCLUSÃO

Conclui-se através da revisão da literatura realizada, que a hidroginástica é

uma atividade física que, quando praticada regularmente e por profissionais

competentes, é capaz de promover em seus praticantes uma melhora da aptidão

física voltada para a saúde, tais como: aumento cardiorrespiratório, da força

muscular, da flexibilidade e redução da gordura corporal. Além disso, de melhora o

equilíbrio e reduz as quedas nos indivíduos com osteoporose, reduzindo

conseqüentemente o número de fraturas.

Com relação à densidade óssea vários estudos têm demonstrado que a

hidroginástica aumenta a densidade óssea. No entanto ouros estudo não

encontraram nenhum aumento. Esse fato pode ter acontecido pode ser explicado

por certa negligência em relação aos princípios do treinamento, pois se eles não

forem rigorosamente controlados, poderá haver variações nos resultados.

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