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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS Mariucha Maria Correia de Lima CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA, ISOTÓPICA E GEOTECTÔNICA DOS COMPLEXOS ARATICUM E ARAPIRACA, FAIXA SERGIPANA, ALAGOAS, NORDESTE DO BRASIL Dissertação de Mestrado 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS

PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

Mariucha Maria Correia de Lima

CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA, ISOTÓPICA E GEOTECTÔNICA DOS COMPLEXOS ARATICUM

E ARAPIRACA, FAIXA SERGIPANA, ALAGOAS, NORDESTE DO BRASIL

Dissertação de Mestrado 2013

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MARIUCHA MARIA CORREIA DE LIMA

Geóloga, Universidade Federal de Pernambuco, 2011

CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA, ISOTÓPICA E GEOTECTÔNICA DOS COMPLEXOS ARATICUM E ARAPIRACA, FAIXA SERGIPANA, ALAGOAS, NORDESTE DO BRASIL

Dissertação que apresenta a Pós-Graduação em Geociências do Centro de Tecnologia e Geociências da Universidade Federal de Pernambuco, orientada pela Prof. Valderez Pinto Ferreira, como preenchimento parcial dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Geociências, área de concentração Geoquímica, Geofísica e Evolução Crustal.

RECIFE, PE 2013

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Verso da Folha.

Catalogação na fonte Bibliotecária Margareth Malta, CRB-4 / 1198

L732c Lima, Mariucha Maria Correia de. Caracterização geoquímica, isotópica e geotectônica dos complexos

Araticum e Arapiraca, Faixa Sergipana, Alagoas, Nordeste do Brasil / Mariucha Maria Correia de Lima. - Recife: O Autor, 2013.

xiii, 89 folhas, il., gráfs., tabs. Orientadora: Profa. Dra. Valderez Pinto Ferreira. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CTG.

Programa de Pós-Graduação em Geociências, 2013. Inclui Referências e Anexos. 1. Geociências. 2. Província Borborema. 3. NE Brasil. 4. Cinturão de

dobramentos sergipano. 5. U-Pb. 6. Litoquímica. I. Ferreira, Valderez Pinto. (Orientadora). II. Título.

UFPE 551 CDD (22. ed.) BCTG/2014-133

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CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA, ISOTÓPICA E GEOTECTÔNICA DOS COMPLEXOS ARATICUM E ARAPIRACA, CINTURÃO DE DOBRAMENTOS SERGIPANO, NORDESTE

DO BRASIL

MARIUCHA MARIA CORREIA DE LIMA

Aprovada:

_____________________________________________ Profª. Drª Valderez Pinto Ferreira 20/12/2013

_____________________________________________ Prof. Dr. Alcides Nobrega Sial 20/12/2013

_____________________________________________ Prof. Dr. Márcio Martins Pimentel 20/12/2013

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Dedicatória

Dedico este trabalho as pessoas mais importantes de minha vida, aos meus pais, o Sr. Aluizio Lima e a Sr.ª Maria Lima, e aos meus avós maternos, o Sr. José Martins e a Sr.ª Antônia Maria (In memoriam).

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AGRADECIMENTOS

O fato de ter conseguido chegar até aqui, agradeço ao meu Deus, “Grandes Coisas fez o

Senhor por nós pelas quais estamos alegres; glória, pois, a ele eternamente”. Agradeço a Deus pelo

seu tão grande amor e misericórdia, que mesmo sem eu nunca merecer, deu o seu filho Jesus para

morrer por mim.

A minha família, em especial a minha mãe que desde sempre foi tudo para mim. Ao meu

pai, por todo amor e confiança. Ao meu avô por todo carinho, cuidado e investimento. A minha avó

pela sua presença em minha vida, tão curta, porém especial. A minha tia e seu esposo pelas

conversas e trocas de ideias. Enfim, a todos meus familiares que contribuíram de alguma forma

para o meu crescimento intelectual. A Otávio por sempre ter me apoiado e incentivado em tudo.

A minha orientadora Valderez Pinto Ferreira pelo apoio e incentivo durante todos estes anos

em que o trabalhamos juntas, pela compreensão e paciência durante a confecção deste trabalho, de

igual modo agradeço ao professor Alcides Nobrega Sial, pelo dedicação e ensinamentos. Também ao

professor Márcio Pimentel (UNB), Maurício Rangel (UFPE) e Roberta Galdino (CPRM/PE), por

terem aceitado participar da minha banca do mestrado.

A todos, os meus professores do Departamento de Geologia da UFPE, aos profissionais da

USP: professor Tassinari e professor Vlach. Aos técnicos responsáveis por laboratórios: Angélica

(Microscopia), Marcos Mansueto (Microssonda), Maurício (Montagem dos zircões) e Kei Sato

(SHRIMP). A secretária Silvana Macedo e a recepcionista Silvana do laboratório CPGeo. A letícia

(Bessa) pela ajuda e disponibilidade nos dias que passei na USP. Um agradecimento todo especial,

faço ao Professor Maurício Rangel, pela contribuição de campo com seus ensinos metamórfico-

estruturais e também ao Professor Edward Sawyer da Universidade do Canadá, Quebec, pela sua

atenção e comentários.

A todos os funcionários e bolsistas do NEG-LABISE que contribuíram para realização

deste trabalho. A todos os funcionários do departamento de geologia e da Pós Graduação em

Geociências pela atenção durante estes 2 anos de convivência.

A todos os alunos e amigos do DGEO que conquistei durante este período importantíssimo

em minha vida; em especial a Lú (Lucilene) pela amizade sincera e companheirismo.

A Thyego pela dedicada atenção, companheirismo, discussões, reclamações e pelo grande

amor.

Muito Obrigado a todos!

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SENHOR, tu me sondaste, e me conheces. Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó SENHOR, tudo conheces. Tu me cercaste por detrás e por diante, e puseste sobre mim a tua mão. Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta que não a posso atingir. Salmos 139:1-6

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RESUMO

Os complexos Araticum (CARAT) e Arapiraca (CARAP) localizam-se no Estado de Alagoas, Nordeste Brasileiro, numa região que engloba o Município de Major Isidoro e distritos. Ambos os complexos situam-se no Cinturão de dobramentos Sergipano, numa área limitada pela zona de cisalhamento transpressional Jacaré dos Homens (ZCJH), ao Sul do Domínio Pernambuco-Alagoas, entre as coordenadas 9°29'35" e 9°34'56"de latitude sul e os meridianos 36°48'48" e 36°59'46" de longitude oeste da linha de Greenwich. Os CARAT e CARAP na área estudada são constituídos por paragnaisses e xistos, intercalados com anfibolitos, leucogranitos e, apenas no CARAT, subordinamente, por mármores e rochas calciossilicáticas. A deformação principal dessas rochas, marcada pelas foliações Sn e Sn+1 foi originada pela ZCJH. Observações de campo e petrográficas indicam um metamorfismo na fácies xisto verde – anfibolito alto (anfibólio + granada + biotita + muscovita + plagioclásio + sillimanita) para os paragnaisses do CARAT e CARAP. A assembleia mineral dos anfibolitos (anfibólio + granada + clinopiroxênio + ortopiroxênio + titanita) é característica da fácies anfibolito alto a granulito, com retrometamorfismo para anfibolito médio com a substituição de piroxênio por anfibólio. Os dados litoquímicos e isotópicos nos permite inferir os protólitos dos paragnaisses de ambos os complexos como grauvacas com intercalações de pelitos, com proveniência a partir de fontes ácidas a intermediárias. Os ETR mostram concentrações consistentes entre si e com os padrões, o que evidencia a relativa imobilidade dos ETR durante o metamorfismo. Os leucogranitos peraluminosos foram caracterizados como produto de fusão parcial de rochas metassedimentares, ou seja, como granitos do tipo-S. Os anfibolitos do CARAT e CARAP têm como protólito basaltos de assinatura toleítica, com padrão de ETR semelhante aos basaltos do tipo E-MORB. O leucogranito do CARAT apresenta uma idade modelo (TDM) de 2,2 Ga, com valores de εNd(640 Ma) (-10) negativo, e razões Sr87/Sr86> 0,708, características de granitos tipo-S. No entanto o leucogranito do CARAP apresenta uma idade modelo (TDM) de 2,9 Ga e εNd(640 Ma) fortemente negativo (-30). Uma amostra de anfibolito do CARAT analisada para Sm-Nd apresenta idade modelo (TDM) de 700 Ma e εNd (640 Ma) positivo (+4,95) indicativo de contribuição mantélica. Os dados U-Pb obtidos para ortognaisse adjacente ao Complexo Araticum limitado pela ZCJH indicam uma idade de 642,4 ± 3,4 Ma, que é interpretada como idade de cristalização e de ativação da zona de cisalhamento. Dados obtidos em leucossoma do CARAP indicam idades ~760 Ma, que inicialmente não parecem ter algum significado geológico, tendo em vista que o único dado disponível na literatura sobre o Cinturão de Dobramentos Sergipano para idades próximas a esta é de idade de cristalização do granito tipo Garrote de 715 Ma. Tectonicamente as rochas metassedimentares clásticas do CARAT e CARAP representam sequências sedimentares de arco magmático, caracterizadas por diagramas discriminantes tectônicos. Adicionalmente, os leucogranitos e anfibolitos também indicam ambientes sin-colisionais e de arco de ilha, confirmando o ambiente tectônico como um Arco magmático ou Margem Ativa. Palavras-Chave: Província Borborema, NE Brasil, Cinturão de dobramentos Sergipano, U-Pb, Litoquímica.

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ABSTRACT

The Araticum and Arapiraca Complexes are located in the Alagoas State, northeastern Brazil. Both the Complexes are situated in the Sergipano Fold Belt, in an area delimited by extenses faulted (Jacaré dos Homens Shear Zone), sourth of the Pernambuco-Alagoas Domain, between the coordinates 9°29'35" e 9°34'56" latitudes and 36°48'48" e 36°59'46" longitudes. The geology of the area of the CARAT and CARAP is composed of paragneisses and schists, interlayered with amphibolites, leucogranites and subordinate by marble and calc-silicate rocks for the CARAT. The main deformation of those rocks, marked by the Sn and Sn+1 foliations originated in contractional shear zone. Field and petrographics observations indicate metamorphism in greenschist to high amphibolite facies (amphibole + garnet + biotite + plagioclase + sillimanite) for paragneisses of CARAT and CARAP. The mineral assemblage the of amphibolites (amphibole + garnet + clinopiroxene + orthopiroxene + titanite) is characteristic of high amphibolite to granulite. Retrometamorphism is presented to medium amphibolite with substitution of pyroxene by amphibole. Lithochemical and isotopic data allow us to infer the protolith of paragneiss of both complexes as metamorphic greywackes with interbedded mudstones, with provenance from acid to intermediate sources. REE concentrations show consistent among themselves and with the standards, which evidences the relative immobility of the REE during metamorphism. The peraluminous leucogranites were characterized as the product of partial melting of metassedimentary rocks, i.e. as S-type granites.The CARAT and CARAP amphibolites have protolith basalts of tholeiitic signature with standard REE similar to E-MORB type basalts. The leucogranite CARAT have TDM ages 2,2 Gy, with values ƐNd(640 My)= -10. Whereas the rates Sr87/Sr86> 0,708 are characteristics of S-type granites. However the leucogranite CARAP has TDM ages 2,9Gy and values strongly negative ƐNd(640 My)= (-30). A sample of amphibolite CARAT was analyzed by Sm-Nd, we obtained TDM ages 700 My and ƐNd(640 My)= +4,95. The U-Pb data obtained for orthogneiss adjacent to the Complex Araticum limited by Jacaré dos Homens transpressional shear zone indicates an age of 642.4 ± 3.4 My, which is interpreted as the age of crystallization and activation of the shear zone. Data from the leucosome CARAP indicate ages ~ 760 My, which initially did not seem to have any geological significance, considering that the data available in the literature Sergipano Fold Belt for ages close to this is the crystallization age of the granite type garrote of 715 My. Tectonically, the CARAT and CARAP metassedimentary rocks represent sedimentary sequences of magmatic arc, characterized by tectonic discriminant diagrams. Additionally the leucogranite and amphibolites also indicate syn-collisional tectonic and island arc, confirming the tectonic environment as a magmatic arc or active margin. Key-Words: Borborema Province, NE Brazil, Sergipano Fold Belt, U-Pb, Litochemistry.

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 14

1.1 – Apresentação ........................................................................................................................ 14

1.2 – Objetivos............................................................................................................................... 16

1.3 – Localização e Acesso ............................................................................................................. 16

1.4 – Materiais e Métodos aplicados ............................................................................................ 17

CAPÍTULO 2 - GEOLOGIA REGIONAL ..................................................................................... 24

2.1 – Região de Dobramentos Nordeste ....................................................................................... 24

2.2 – Faixa de Dobramentos Sergipana ......................................................................................... 26

CAPÍTULO 3 - GEOLOGIA DA ÁREA ........................................................................................ 35

3.1 – Complexo Araticum .............................................................................................................. 36

3.2 – Complexo Arapiraca ............................................................................................................. 41

CAPÍTULO 4 - LITOGEOQUÍMICA ............................................................................................. 47

4.1 – Xistos e Paragnaisses ............................................................................................................ 47

4.2 - Leucogranitos ........................................................................................................................ 54

4.3 - Anfibolitos ............................................................................................................................. 57

CAPÍTULO 5 – GEOCRONOLOGIA ........................................................................................... 63

5.1 – Sm-Nd ................................................................................................................................... 63

5.2 - U-Pb ....................................................................................................................................... 64

CAPÍTULO 6 – DISCUSSÕES ..................................................................................................... 68

6.1 – Evolução Tectônica ............................................................................................................... 69

CAPÍTULO 7 – CONCLUSÕES ................................................................................................... 72

CAPÍTULO 8 – REFERÊNCIAS ................................................................................................... 74

ANEXOS .......................................................................................................................................... 82

ANEXO – A (Pontos visitados e dados estruturais) ....................................................................... 82

ANEXO – B1 (Dados Geoquímicos dos Metapelitos e Metapsamitos) .......................................... 86

ANEXO – B2 (Dados Geoquímicos dos Leucogranitos) ................................................................. 87

ANEXO – B3 (Dados Geoquímicos dos Anfibolitos) ....................................................................... 88

ANEXO – C (Dados Geoquímicos – Elementos traços e Elementos Terras Raras) ........................ 89

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LISTAS DE FIGURAS, TABELAS, FOTOS E FOTOMICROGRAFIAS

Capítulo 1 Figura 1.1 – Mapa de Localização da área estudada no estado de Alagoas, Nordeste do Brasil. ____________ 17

Figura 1.2 - Arranjo instrumental de um Espectrômetro de Fluorescência de Raios X. _____________________ 19

Figura 1.3 – A: Equipamento de análise SHRIMP (Sensitive High Resolution Ion Micro Probe). B: Diagrama

esquemático do funcionamento e partes de um SHRIMP ___________________________________________ 20

Figura 1.4 - Cratera de SHRIMP em Zircão. _______________________________________________________ 21

Capítulo 2

Figura 2.1 - Províncias estruturais do Brasil (modificado de Almeida et al., 1977). _______________________ 24

Figura 2.2 - Mapa esquemático mostrando o sistema de zonas de cisalhamento da Província Borborema. ZCCG:

zona de cisalhamento Campina Grande; ZCPE: zona de cisalhamento Pernambuco Leste: ZCPW: zona de

cisalhamento Pernambuco Oeste; ZCFN: zona de cisalhamento Fazenda Nova; ZCG: zona de cisalhamento

Granja; ZCPO: zona de cisalhamento Portalegre; ZCPA: zona de cisalhamento Patos; ZCSP: zona de

cisalhamento Senador Pompeu; ZCS: zona de cisalhamento Sobral; ZCT: zona de cisalhamento Tauá; ZCTT: zona

de cisalhamento Tatajuba (Legenda: 1. Craton São Francisco; 2.Cobertura Cratônica; 3.Arqueano;

4.Paleoproterozóico; 5.Faixas Metassedimentares; 6. Complexos paleo/mesoproterozóicos; 7. Ortognaisses

eoneoproterozóicos; 8.Putons brasilianos; 9. Molassas; 10. Coberturas fanerozóicas; 11. Zonas de cisalhamento

transcorrentes). (Neves, 2003). ________________________________________________________________ 25

Figura 2.3 - Mapa geológico simplificado da Cinturão de Dobramentos Sergipano e áreas adjacentes (Baseado

em Silva Filho, 2003). Retângulo Branco: localização da área estudada. _______________________________ 27

Figura 2.4 - Mapa esquemático mostrando a compartimentação geotectônica da folha Arapiraca (Brito e

Mendes, 2011). ____________________________________________________________________________ 30

Capítulo 3

Mapa 3.1 – Mapa Geológico da área estudada. __________________________________________________ 35

Foto 3.1 - Paragnaisse com foliação levemente ondulada (dobrada). Complexo Araticum. ________________ 37

Figura 3.2 - Sheet de leucogranitóide de extensão métrica, cor rósea e formato tabular. Concordante com a

foliação. Complexo Araticum. _________________________________________________________________ 37

Foto 3.3 - Anfibolito foliado com textura parcialmente isotrópica. Complexo Araticum. ___________________ 37

Foto 3.4 - Afloramento de Rocha carbonática – Mármore, de coloração branca, estrutura compacta de

composição calcítica. ________________________________________________________________________ 37

Fotomicrografia 3.1 - Porfiroblasto de granada em paragnaisse com biotita, quartzo, plagioclásio e clorita. __ 38

Fotomicrografia 3.2 - Palhetas de biotita definindo a foliação em paragnaisse do Complexo Araticum. ______ 38

Fotomicrografia .3.3 - Biotita e quartzo definindo a foliação da rocha. ________________________________ 38

Fotomicrografia 3.4 - Cristais de muscovita e biotita em paragnaisse do Complexo Araticum. ______________ 38

Fotomicrografia 3.5 - Reação de titanita com mineral opaco em Anfibolito composto por hornblenda, actinolita

e granada. ________________________________________________________________________________ 40

Fotomicrografia 3.6 - Rocha anfibolítica composta por hornblenda, titanita, granada e clorita de alteração do

anfibólio. _________________________________________________________________________________ 40

Estereograma 3.1 – Diagrama de pólo e de contorno para a foliação principal do Complexo Araticum. ______ 40

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Foto 3.5 - Afloramento paragnaisse com foliação de baixo ângulo. Complexo Arapiraca. _________________ 41

Foto 3.6 - Afloramento paragnaisse, em corte de estrada e ravina/lajedo, mostrando solos pouco espesso. __ 41

Foto 3.7 - Afloramento anfibolito truncado por leucogranitóide. _____________________________________ 42

Foto 3.8 - Paragnaisse migmatítico do tipo estromático, alternância de bandas félsicas e máficas. _________ 42

Fotomicrografia 3.7 - Paragnaisse foliado, onde a biotita ocorre definindo a foliação e dando uma textura

lepdoblástica a lâmina. ______________________________________________________________________ 43

Fotomicrografia 3.8 – Porfiroblasto de granada em paragnaisse, com matriz composta por muscovita, quartzo,

plagioclásio, e clorita. _______________________________________________________________________ 43

Fotomicrografia 3.9 – Cristal de clinopiroxênio (diopsídio), plagioclásio,titanita e quartzo em Anfibolito. _____ 43

Fotomicrografia 3.10 – Porfiroblastos de granada em Anfibolito, com matriz anfibolítica com grãos de

titanita,opacos e quartzo. ____________________________________________________________________ 43

Estereograma 3.2 – Diagramas de pólo e de contorno para a foliação principal do Complexo Arapiraca. _____ 44

Foto 3.9 – Migmatito com foliação principal toda dobrada. _________________________________________ 46

Foto 3.10 - Migmatito com estrutura do tipo estromática complexa. __________________________________ 46

Fotomicrografia 3.11 – Textura usada para inferir a presença de fusão anterior em Leucossoma; polarizadores

cruzados e placa de cristal de quartzo – 1λ. A) Feldspato potássico com filme de fusão ao redor do cristal. B)

Filme de fusão entre cristais de feldspato potássico. Largura da foto= _________________________________ 46

Capítulo 4

Figura 4.1 – Diagrama de Classificação (after Pettijohn et al. 1972) discriminante de sedimentos siliciclástico por

suas razões logarítmicas SiO2/Al2O3 e Na2O/K2O. ________________________________________________ 47

Figura 4.2 – Diagrama de Classificação (after Herron 1988) discriminante de sedimentos siliciclástico por suas

razões logarítmicas SiO2/Al2O3 e Fe2O3/K2O. ___________________________________________________ 48

Figura 4.3 - Diagrama de elementos traços normalizados a UCC para os metapsamitos e metapelitos do CARAT

e CARAP. UCC: Upper Continental Crust (Taylor e McLennan, 1985). __________________________________ 49

Figura 4.4 - Diagrama de elementos terras raras normalizados a UCC para os metapsamitos e metapelitos do

CARAT e CARAP. UCC: Upper Continental Crust (Taylor e McLennan, 1985). ____________________________ 49

Figura 4.5 - Variações químicas de Al, Fe, Mg, K, Ti, Rb, Nb, e Cr vs. Si entre os metapsamitos e metapelitos do

CARAT e CARAP. Notar a correlação negativa com de SiO2 versus todos elementos. Circulo preto: CARAP, circulo

branco: CARAT. ____________________________________________________________________________ 50

Figura 4.6 - Variações químicas de Ti, Rb, Nb, e Cr vs. Al entre os metapsamitos e metapelitos do CARAT e

CARAP. Notar leve correlação positiva dos elementos versus Al2O3. ___________________________________ 51

Figura 4.7 - Diagrama de funcões discriminantes F1 e F2 (Roser e Korsch, 1988) aplicado para determinar a

procedência dos metapsamitos e metapelitos do CARAT e CARAP. F1: –1,773 TiO2 + 0,607 Al2O3 + 0,76

Fe2O3(total) – 1,5 MgO + 0,616 CaO + 0,509 Na2O – 1,224 K2O – 9,09; F2: 0,445 TiO2 + 0,07 Al2O3 – 0,25

Fe2O3(total) – 1,142 MgO + 0,438 CaO + 1,475 Na2O + 1,426 K2O – 6,861. ____________________________ 52

Figura 4.8 - Diagrama K-Rb (Floyd e Leveridge, 1987; Floyd et al., 1989) para discriminar entre fontes de

procedência magmática de composições básicas e ácidas-intermediarias. K/Rb = 230: tendencia de

diferenciação magmática de Shaw (1968). _______________________________________________________ 52

Figura 4.9 - Diagrama de discriminação TiO2-Fe2O3T+MgO para rochas sedimentares (Bhatia, 1983). ______ 53

Figura 4.10 - Diagrama de funções discriminantes F1 e F2 para rochas sedimentares (Bhatia, 1983). F1: –0,0447

SiO2 – 0,972 TiO2 + 0,008 Al2O3 – 0,267 Fe2O3 + 0,208 FeO – 3,082 MnO + 0,140 MgO + 0,195 CaO + 0,719

Na2O – 0,032 K2O + 7,510 P2O5 + 0,303; F2: –0,421 SiO2 + 1,988 TiO2 – 0,526 Al2O3 – 0,551 Fe2O3 – 1,610

FeO + 2,720 MnO + 0,881 MgO -0,907 CaO – 0,177 Na2O – 1,840 K2O + 7,244 P2O5 + 43,57. _____________ 53

Figura 4.11 – Diagrama de Classificação de rochas plutônicas mostrando a localização dos leucogranitos

estudados no campo dos granitos (Middlemost, 1997). ____________________________________________ 55

Figura 4.12 - Diagrama K2O vs SiO2 mostrando a afinidade high-K a shoshonitica dos leucogranitos (Peccerillo e

Taylor,1976). ______________________________________________________________________________ 55

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Figura 4.13 – Diagrama de alumina-saturação para os leucogranitos caracteristicamente peraluminosos. ___ 55

Figura 4.14 – Diagrama Molar A/NK vs A/CNK mostrando o caratér peraluminoso, semelhante aos do tipo-S. 55

Figura 4.15 – Diagrama SiO2 versus Fet/Fet+MgO e SiO2 versus Na2O+K2O+CaO, mostrando o campo

composicional dos leucogranitos peraluminosos (Frost .et. al 2001) __________________________________ 56

Figura 4.16 - Diagrama SiO2 versus Fet/Fet+MgO e SiO2 versus Na2O+K2O+CaO, mostrando o campo

composicional dos tipo de granitos I, S e A (Frost .et. al 2001). _______________________________________ 56

Figura 4.17 - Diagrama discriminante de ambiente tectônico de Pearce et al. (1984). POG =granitóides pós-

orogênicos; WPG = Granitóides intraplacas; VAG = granitóides de arco vulcânico; Sin-COLG = granitóides

sincolisionais e ORG = granitóides de cadeias oceânicas. ___________________________________________ 57

Figura 4.18 - Diagrama discriminante de ambiente tectônico de Pearce (1996) POG =granitóides pós-

orogênicos; WPG = Granitóides intraplacas; VAG = granitóides de arco vulcânico; Sin-COLG = granitóides

sincolisionais e ORG = granitóides de cadeias oceânicas. ___________________________________________ 57

Figura 4.19 - Diagrama Zr/TiO2-Ni (Winchester et al. 1980). Caracterização da origem ígnea dos anfibolitos. _ 58

Figura 4.20 – Diagrama alcalis totais versus silica (after Le Bas, 1986) para rochas vulcânicas. A-Foidito; B-

Picrobasalto; C-Basanito/Tefrito; D-Fonotefrito; E-Tefrifonolito; F-Fonolito; G-Basalto; H-Traquibasalto; I-

Traquiandesito basáltico; J-Traquiandesito; K-Traquito; L-Andesito basáltico; M-Andesito; N-Dacito; O-Riolito. 58

Figura 4.21 - Diagrama Zr/TiO2-Nb/Y, de Floyd & Winchester, 1978). Classificação dos protolitos basálticos de

anfibolitos. ________________________________________________________________________________ 58

Figura 4.22 - Diagrama K2O versus SiO2 (Peccerillo and Taylor, 1976). ________________________________ 58

Figura 4.23 – Diagrama AFM, as amostras plotam no campo da série toleítica. (Irvine & Baragar 1971). _____ 59

Figura 4.24 – Diagrama catiônico (Feo+Fe2O3+TiO2): Al2O3: MgO para distinção entre as rochas komatiícas dos

basaltos toleíticos alto Mg e das séries toleítica normal (alto Fe) e cálcio alcalina. Jensen, 1976. A,B,F-Riolito;

G,C-Dacito; D,H-Andesito; E- Basalto toleítico alto Fe; I-Basalto; J-Basalto toleítico alto Mg; K-Komatiíto

Basáltico; L-Komatiíto ultramáfico. _____________________________________________________________ 59

Figura 4.25 - Diagrama Zr–Nb–Y de Meschede (1986) com campos para: within-plate alkali basalts (AI), within-

plate alkali basalts and within-plate tholeiites (AII), E-type mid-ocean ridge basalts (B), within-plate tholeiites

and volcanic arc basalts (C) and N-type mid-ocean ridge basalts and volcanic arc basalts (D). ______________ 59

Figura 4.26 - Diagrama de discriminação tectônica MgO–FeO–Al2O3 de Pearce et al. (1977) com os campos:

(1)spreading island centre, (2)orogenic, (3)ocean ridge and floor, (4)ocean island and (5)continental, Basaltos.

_________________________________________________________________________________________ 59

Figura 4.27 - Diagrama de elementos terras raras normalizados a N-MORB para os anfibolitos do CARAT e

CARAP. (Sun e McDonough (1989). _____________________________________________________________ 60

Figura 4.28 - Diagrama de elementos terras raras normalizados a E-MORB para os anfibolitos do CARAT e

CARAP. (Sun e McDonough (1989). _____________________________________________________________ 60

Figura 4.29 - Diagrama de elementos traços normalizados a N-MORB para os anfibolitos do CARAT e CARAP.

(Sun e McDonough (1989). ___________________________________________________________________ 61

Figura 4.30 - Diagrama de elementos traços normalizados a E-MORB para os anfibolitos do CARAT e CARAP.

(Sun e McDonough (1989). ___________________________________________________________________ 61

Capítulo 5

Tabela 5.1 – Dados isotópicos Sm-Nd para leucogranito e anfibolito do CARAT e leucogranito do CARAP. ____ 63

Figura 5.1 – Diagrama ƐNd versus T(Ga) para os leucogranitos do Complexo Arapiraca e Araticum, e para

anfibolito do complexo Araticum. ______________________________________________________________ 63

Tabela 5.2 - Sumário dos dados geocronológicos U-Pb SHRIMP em zircão para as amostras MA-2b e MA-45. _ 64

Figura 5.2 - Imagens de catodoluminescência dos zircões datados (MA-2b) com a marcação dos spots analisado.

_________________________________________________________________________________________ 65

Figura 5.3 – Diagrama Concórdia para ortognaisse granítico-granodiotíco no limite com complexo Araticum. 66

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xiii

Figura 5.4 - Imagens de catodoluminescência dos zircões datados (MA-45) com a marcação dos spots analisado.

_________________________________________________________________________________________ 67

Figura 5.5 – Diagrama concórdia para leucossoma do Complexo Arapiraca. ____________________________ 67

Capítulo 6

Figura 6.1 - Fases de desenvolvimento dos Domínios Rio Coruripe e Canindé, seus respectivos complexos

Arapiraca e Araticum, e áreas adjacentes. a) Fase distensiva; b) Expansão oceânica e formação de bacia

(deposição das rochas sedimentares do CARAP-Domínio Rio Coruripe); c) Fase colisional (Deposição das rochas

sedimentares do CARAT-Domínio Canindé) e d) Amalgamação de diferentes domínios. ZCJH/ZCPI: Zona de

Cisalhamento Contracional Jacaré dos Homens/ Zona de Cisalhamento Contracional Palmeira dos Índios. ___ 71

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 14 14

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

1.1 – Apresentação Este trabalho de pesquisa constitui-se numa dissertação, onde são expostos

os dados adquiridos a partir de estudos petrográficos, geoquímicos e

geocronológicos em rochas metassedimentares dos Complexos Arapiraca e

Araticum no Cinturão de dobramentos Sergipano/Faixa Sergipana, nordeste do

Brasil.

O cinturão de dobramentos Sergipano situa-se entre os Domínios

Pernambuco-Alagoas ao norte e o Cráton do São Francisco ao Sul. É formado por

rochas metavulcanossedimentares pelítico-psamíticos de natureza turbidítica, e por

litotipos pelítico-carbonáticos. Este Cinturão de dobramentos compreende os

Domínios Rio Coruripe e Canindé, onde se encontram inseridos os Complexos

estudados.

O Domínio Rio Coruripe (Complexo Arapiraca) está limitado a norte pelo

Domínio Pernambuco-Alagoas, através da zona de cisalhamento de empurrão de

Palmeira dos Índios (Mendes et al., 2011). Limita-se a oeste com o Domínio Canindé

(Complexo Araticum) através de zona de cisalhamento transcorrente de movimento

indiscriminado, e a sul está parcialmente recoberto, discordantemente, por rochas

metassedimentares do Grupo Macururé.

Esta dissertação trata da integração de estudos petrográficos, geoquímicos e

isotópica de parte dos Complexos Arapiraca e Araticum. Estes estudos associados a

estudos geocronológicos possibilitaram a caracterização do contexto geotectônico.

Esta pesquisa foi executada pelos projetos PRONEX/FACEPE APQ-0479-

1.07/06, APQ 0844-1.07/08, e CNPq Universal 478554/2009-5, com o apoio do

Departamento de Geologia do Centro de Tecnologia e Geociências (DGEO-

CTG/UFPE) e Núcleo de Estudos Geoquímicos-Laboratório de Isótopos Estáveis

(NEG-LABISE), englobando etapas de campo, de laboratório e redação da

dissertação. A orientação ficou sob responsabilidade da Profª. Valderez Pinto

Ferreira e Co-orientação do Prof. Alcides Nobrega Sial.

Os resultados deste estudo serão apresentados com a seguinte estruturação:

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Capítulo 1 – Introdução

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 15

No capítulo 1 são apresentados os objetivos, localização da área de estudo e

os princípios teóricos da metodologia utilizada no estudo de evolução dos

Complexos Araticum e Arapiraca.

No capítulo 2 são apresentadas as principais características da geologia

regional do Cinturão de dobramentos Sergipano, contexto onde afloram as

rochas do Complexo Arapiraca e Araticum.

No capitulo 3 são descritas as principais características composicionais e

estruturais dos metassedimentos dos Complexos Arapiraca e Araticum.

No capítulo 4 são apresentados os dados de química de elementos maiores,

traços e elementos Terras Raras, das rochas analisadas.

No capítulo 5 são expostos os dados isotópicos dos sistemas de datação

geocronológica utilizados.

No capítulo 6 são discutidos os principais resultados obtidos e sua

interpretação.

No capítulo 7 são apresentadas as principais conclusões do estudo.

No capítulo 8 são listadas as fontes bibliográficas citadas no texto.

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Caracterização Geoquímica, Isotópica e Geotectônica dos Complexos Araticum e Arapiraca, Faixa Sergipana-Alagoas

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 16 16

1.2 – Objetivos

O objetivo principal deste trabalho é desenvolver um estudo sistemático dos

Complexos Arapiraca e Araticum, para ser utilizado como discriminante das

unidades litológicas, investigando parâmetros geoquímicos, isotópicos,

geocronológicos e geotectônicos, visando a melhor caracterização e detalhamento

da geologia.

1.3 – Localização e Acesso

A pesquisa abrangeu uma área de aproximadamente 200 km2 no norte do

estado de Alagoas no limite entre as Mesorregiões Agreste Alagoano e Sertão

Alagoano, situado ao leste da região Nordeste do Brasil (Figura 1.1).

O lado oeste da área, integra parte do município de Major Isidoro, a nordeste

os municípios de Cacimbinhas e Igaci e a sudeste o município de Craíbas. Major

Isidoro é a única sede municipal localizada no polígono estudado, onde se localizam

os aglomerados urbanos ou vilas de Travessia, Massapê, Caçapa, Teixeira,

Cajazeiro, Morcego, Riacho da Onça, Samambaia, Muquém, Bela Aurora e várias

fazendas e sítios.

O acesso ao limite oeste da área a partir de Recife pode ser realizado através

da rodovia BR-232, num percurso de 152 km de Recife a São Caetano, pela BR-423

(São Caetano-Garanhuns) 80 km e 122 km pela PE-218, BR-316 e AL-120 até Major

Isidoro. O acesso ainda pode ser feito pelo limite sul da área, de Recife-Maceió pela

BR-101(259 km), Maceió-Arapiraca pela BR-316 (157 km) e 51,5 km de Arapiraca-

Major Isidoro. Cortando a malha de estradas estaduais existem as vicinais,

geralmente em bom estado de conservação, principalmente durante o período de

estiagem.

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Capítulo 1 – Introdução

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Figura 1.1 – Mapa de Localização da área estudada no estado de Alagoas, Nordeste do Brasil.

1.4 – Materiais e Métodos aplicados

Principais atividades:

i. pesquisa bibliográfica sobre a geologia da área de estudo;

ii. Ao todo foram realizadas 5 etapas, para coleta de amostras, nas qauis

foram realizados estudos petrográficos para observação das fases

minerais primárias e secundárias, suas relações texturais, e

classificação mineralógica das rochas.

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Caracterização Geoquímica, Isotópica e Geotectônica dos Complexos Araticum e Arapiraca, Faixa Sergipana-Alagoas

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iii. após cada etapa de campo, as amostras coletadas foram preparadas

para a realização de análise química em rocha total para elementos

maiores (no laboratório de fluorescências de raios-X do DGEO) e

traços (em laboratório comercial - GEOSOL), incluindo britagem,

pulverização e quarteamento;

iv. separação de zircão para datação pelo método U-Pb (SHRIMP na

USP);

v. análises isotópicas de Rb-Sr e Sm-Nd em rocha total na UnB;

vi. tratamento de dados geoquímicos e isotópicos: diagramas de

correlação multi-elementar usando planilha Microsoft Excel; e software

Grapher; diagramas de classificação química, e discriminação de

ambientes tectônicos; diagramas para correlação multi-elementar

(elementos maiores e traços).

vii. a integração e interpretação de dados, comparação com dados da

literatura sobre os complexos foram usados para a proposição de

hipóteses de evolução magmática e modelo de evolução geotectônica

da região.

1.4.1– Métodos

1.4.1.1 - Fluorescência de Raio-X

As análises por FRX realizadas numa unidade de fluorescência de raios X,

que contém como fonte de excitação, um tubo de raios X, além de porta-amostras, e

os sistemas de dispersão, detecção e processamento de dados, conforme ilustrado

na Figura 1.2.

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Capítulo 1 – Introdução

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 19

O tubo de raios X é operado em condições que superam a energia crítica de

excitação das linhas que serão usadas na medição dos elementos de interesse.

O filamento, um fio de tungstênio, é o cátodo. Este ao ser aquecido pela

corrente, libera elétrons, que são acelerados em direção ao ânodo, em função do

potencial aplicado. A interação desses elétrons com o ânodo produz três tipos de

efeitos. No primeiro, a desaceleração dos elétrons produz um contínuo de raios X

com máximo de energia equivalente ao potencial de operação do tubo de raios X.

Uma parte da energia dos elétrons incidentes no ânodo excita os níveis eletrônicos

internos do metal do ânodo e produz raios X característicos dele.

Os raios X saem pela janela de berílio. O terceiro efeito é a produção de calor. A

circulação de água refrigerada evita que o calor danifique o tubo de raios X. Nos

tubos de raios X usados na FRX, o ânodo metálico quase sempre é de ródio.

Os raios X do tubo incidem na amostra e, por sua vez, também produzem

vários efeitos. Deles, o mais relevante para a FRX são os raios X característicos dos

elementos presentes no espécime. Cada linha característica a ser medida é

separada dos demais raios X produzidos na amostra (outros λ, do mesmo elemento

e dos demais elementos) pelo sistema de dispersão. O sistema mais comumente

utilizado para analisar amostras geológicas é o de dispersão de comprimentos de

onda, que contém colimadores e cristais analisadores. Para um dado comprimento

de onda a ser medido, há um colimador e um cristal adequados. Conforme ilustra a

Fig. 1.2, um colimador é constituído por uma série de placas paralelas. Os raios X

que passam pelo colimador constituem um feixe paralelo, mas ainda de muitos

Figura 1.2 - Arranjo instrumental de um Espectrômetro de Fluorescência de Raios X.

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Caracterização Geoquímica, Isotópica e Geotectônica dos Complexos Araticum e Arapiraca, Faixa Sergipana-Alagoas

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 20 20

comprimentos de onda. O comprimento de onda de interesse (isto é, de uma dada

transição, de um elemento específico) é separado dos demais por um cristal, por

difração.

1.4.1.1.1 Preparação das amostras

Após as amostras serem pulverizadas, passam pela pesagem para calculo da

porcentagem de perda ao fogo, após este processo 1 g da amostra é fundida. A

fusão é efetuada com fundentes como tetraborato de lítio (Li2B4O7) puro, em

proporção de amostra:fundente 1:5. A fusão é realizada em cadinhos de liga

especial (Pt com 5% de Au) e o fundido é vertido em moldes do mesmo material. O

resfriamento em velocidade controlada produz vidros circulares, na forma de disco.

A fusão é o método mais indicado para preparar os espécimes para quantificar

elementos maiores e menores em rochas e outros materiais geológicos.

1.4.1.2 – U-Pb

As análises U-Pb foram realizadas utilizando uma microssonda iônica

SHRIMP (Figura 1.3), nas quais são determinadas as razões entre as massas dos

elementos: U-Pb-Th, Pb-Pb. Uma analise é composta em média de seis leituras de

cada massa em cada ponto, perfazendo um total de 20 a 25 minutos por ponto

analisado. A cada três pontos analisados uma análise do padrão é efetuada. Os

dados são reduzidos no programa SQUID e as incertezas associadas ás razões são

de 1 σ. As idades são calculadas utilizando o ISOPLOT 4.1.

Figura 1.3 – A: Equipamento de análise SHRIMP (Sensitive High Resolution Ion Micro Probe). B: Diagrama esquemático do funcionamento e partes de uma SHRIMP

A B

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Capítulo 1 – Introdução

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 21

A análise é feita por bombardeamento de um feixe de O ou Cs, que escava a

superfície do mineral e ioniza partículas secundárias - essas são extraídas

eletrostaticamente e aceleradas para dentro de um espectrômetro de dupla

focalização. Para melhor determinação das razões isotópicas U-Pb, são utilizados

padrões externos. A medida é feita in situ com elevada resolução espacial, para

datação de rochas por U-Pb em zircão através de SHRIMP é necessário apenas 2ng

de amostra. O feixe que colide com a amostra tem um diametro de ~25µm e 2µm de

profundidade de penetração(Figura 1.4).

Figura 1.4 - Cavidade produzida pelo impacto do feixe de íons de oxigênio com superfície do grão de Zircão, em SHRIMP.

1.4.1.2.1 Preparação das amostras

A separação dos concentrados de zircão é realizada, conforme o

procedimento padrão do laboratório, no qual a amostra é reduzida via britador e

extraída a fração inferior a 500 µm. A partir do material recolhido serão concentrados

os minerais pesados com uso de bateia. O concentrado é passado pelo separador

isodinâmico de Frantz para separação magnética, neste momento é quando se

coleta a fração não magnética, onde se concentram os grãos de interesse, os

zircões. Após essa etapa, os concentrados são levados a separação com

bromofórmio que separa as fases por densidade. Esta etapa separa os cristais de

zircão de minerais leves, como quartzo e feldspato, que se concentram na fração

não magnética do separador Frantz. O concentrado é então limpo de impurezas e

outros minerais com ácido fluorídrico. Para confecção dos “mounts”, é realizado o

processo de seleção de zircões para amostras ortoderivadas (ígneas) e para

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Caracterização Geoquímica, Isotópica e Geotectônica dos Complexos Araticum e Arapiraca, Faixa Sergipana-Alagoas

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 22 22

amostras paraderivadas, não será realizado nenhum processo de seleção, visando

uma amostragem aleatória das populações existentes. Os “mounts” são

confeccionados com resina epóxi, desgastados e polidos para exposição do interior

dos grãos.

1.4.1.3 – Sm-Nd

Os primeiros resultados de datação isotópica através do método Sm-Nd foram

obtidos em meteoritos (Lugmair et al., 1975). Dos sete isótopos do Sm, somente o 147Sm tem meia-vida cerca de 1011 anos suficientemente curta para produzir

pequenas diferenças, mas mensuráveis, na abundância do 143Nd sob intervalos de

tempo de 108 anos ou mais. Tal fato provê a base da técnica Sm-Nd de datação - o

método Sm-Nd tem sido aplicado na datação de rochas e minerais terrestres. O

principal contraste entre os métodos Sm-Nd e os métodos Rb-Sr e U-Pb jaz na

coerência geoquímica do Sm e Nd → sendo ambos elementos terras raras leves,

não são fracionados em grande escala pelos processos crustais. Entretanto a meia-

vida longa do 147Sm (1,06 x 1011 anos) e o intervalo comparativamente restrito

observado nas razões Sm/Nd na maioria das rochas crustais impõem limitações ao

uso do método, porém o método tem grande aplicação na datação de rochas muito

antigas e de rochas básicas e ultrabásicas.

Apesar das idades precisas de rochas Arqueanas serem importantes para o

estudo dos processos geológicos precoces na história da Terra, a contribuição mais

significativa dos estudos em rocha total é a razão isotópica inicial de 144Nd. O Nd é

enriquecido em relação ao Sm durante os processos magmáticos que conduzem à

formação de crosta siálica a partir do manto superior. A crosta continental é um

reservatório enriquecido em terras raras leves comparada ao manto superior. Tendo

o manto superior e a crosta continental evoluído com razões Sm/Nd relativamente

alta e baixa, respectivamente, segue que as razões iniciais de Nd podem prover um

critério útil para a caracterização da região fonte das rochas, em analogia com os

outros métodos. O método Sm-Nd é melhor aplicado na datação de rochas ígneas

básicas e ultrabásicas, enquanto que o método Rb-Sr nas rochas ácidas e

intermediárias.

Os elementos terras raras são menos móveis que os alcalinos e alcalinos

terrosos durante o metamorfismo regional, alteração hidrotermal e intemperismo

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Capítulo 1 – Introdução

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 23

químico conseqüentemente, algumas rochas podem ser eventualmente datadas pelo

método Sm-Nd, mesmo que elas tenham ganho ou perdido Rb e Sr de forma

considerável.

O método Sm-Nd pode ser usado para datar rochas que não são adequadas

ao método Rb-Sr, por causa das baixas razões Rb/Sr ou o sistema não tenha

permanecido fechado para Rb ou Sr. Considerando que os processos crustais não

modificam sensivelmente as razões isotópicas iniciais do Nd das rochas, é possível

datar e caracterizar os precursores de rochas metamórficas, em rocha total. Em

virtude da discrepância entre os resultados Sm-Nd, Rb-Sr e U-Pb em algumas

rochas metamórficas, tem-se datado diferentes fases minerais pelo método Sm-Nd.

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CAPÍTULO 2 - GEOLOGIA REGIONAL

2.1 – Região de Dobramentos Nordeste

A Região de Dobramentos Nordeste corresponde à Província Borborema

(PB), uma das províncias estruturais da plataforma brasileira, (Brito Neves, 1975;

Almeida et. al., 1977), e ocupa extensa área na região nordeste do Brasil (figura 2.1)

caracterizando-se pela presença marcante de plutonismo granítico e extensas zonas

de cisalhamento transcorrentes, resultantes da atuação do Ciclo Brasiliano (Figura

2.2). Também ocorrem neste contexto faixas de dobramentos meso a

neoproterozóicos, alternadas com terrenos granito-gnáissicos, dominantemente

arqueanos a paleoproterozóicos, denominados maciços medianos (Brito Neves,

1975).

Figura 2.1 - Províncias estruturais do Brasil (modificado de Almeida et al., 1977).

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Capítulo 2 – Geologia Regional

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 25

A Região de Dobramentos Nordeste pode ser claramente identificada na

Plataforma Sul-Americana com os seguintes limites: o oceano Atlântico ao norte e

leste, o cráton de São Francisco ao sul e o cráton de São Luiz e a Província

Parnaíba ao oeste.

Os crátons de São Luiz e de São Francisco tiveram comportamento estável

durante toda a evolução do Ciclo Brasiliano. Os crátons serviram como fornecedores

de detritos para as bacias marginais que estavam em formação, cujo início da

sedimentação é datado de 900-1100 M.a. (milhões de anos). As bacias marginais,

após o término do processo de sedimentação, sofreram intensos dobramentos

(Schobbennhaus Filho e Campos, 1984). Nas bordas dos crátons e sobre algumas

faixas de dobramentos formaram-se bacias, que foram preenchidas, no limite do

Neoproterozóico e Paleozóico, com sedimentos clásticos e grosseiros, com

acumulação de grandes espessuras de sedimentos continentais, seguidas de

vulcanismo ácido e intermediário.

Brito Neves (1983) descreve como sistemas de dobramentos convencionais

ou orogenic belt: os domínios do Rio Coreaú, Sergipano e Central.

Na área de estudo, a Província Borborema (Figura 2.2) está representada

pelo Cinturão de dobramentos Sergipano, situada entre o limite nordeste do Cráton

do São Francisco e o Maciço Pernambuco-Alagoas.

Figura 2.2 - Mapa esquemático mostrando o sistema de zonas de cisalhamento da Província Borborema. ZCCG: zona de cisalhamento Campina Grande; ZCPE: zona de cisalhamento Pernambuco Leste: ZCPW: zona de cisalhamento Pernambuco Oeste; ZCFN: zona de cisalhamento Fazenda Nova; ZCG: zona de cisalhamento Granja; ZCPO: zona de cisalhamento Portalegre; ZCPA: zona de cisalhamento Patos; ZCSP: zona de cisalhamento Senador Pompeu; ZCS: zona de cisalhamento Sobral; ZCT: zona de cisalhamento Tauá; ZCTT: zona de cisalhamento Tatajuba (Legenda: 1. Craton São Francisco; 2.Cobertura Cratônica; 3.Arqueano; 4.Paleoproterozóico; 5.Faixas Metassedimentares; 6. Complexos paleo/mesoproterozóicos; 7. Ortognaisses eoneoproterozóicos; 8.Putons brasilianos; 9. Molassas; 10. Coberturas fanerozóicas; 11. Zonas de cisalhamento transcorrentes). (Neves, 2003).

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Caracterização Geoquímica, Isotópica e Geotectônica dos Complexos Araticum e Arapiraca, Faixa Sergipana-Alagoas

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 26 26

2.2 – Cinturão de Dobramentos Sergipano

2.2.1 – Compartimentação Tectônica

A compartimentação adotada para o Cinturão de Dobramentos Sergipano, de

idade meso a neoproterozóica, segue aquela estabelecida por Silva Filho (2003) e

complementada por Mendes & Brito (2011), em que são reconhecidos domínios

limitados por descontinuidades estruturais profundas e com feições geológicas

distintas. Dentre estas feições próprias de cada compartimento, pode-se destacar as

associações litológicas, ambiente de sedimentação, deformação, metamorfismo,

magmatismo e mineralizações. Deste modo, os domínios cartografados ou parte

deles, podem ser reconhecidos como “terrenos tectono-estratigráficos” na acepção

de Conney et al. (1980). Representam diferentes níveis crustais, colocados lado a

lado devido aos soerguimentos provocados pelas movimentações tectônicas

compressivas e transcorrentes brasilianas, com vergência geral para SSW.

De uma maneira geral, pode-se constatar que os domínios situados a norte

expõem níveis crustais mais profundos do que aqueles adjacentes a sul (Santos,

2001). Estes compartimentos foram denominados de Domínio Estância, Domínio

Vaza-Barris, Domínio Macururé, Domínio Marancó, Domínio Poço Redondo e

Domínio Canindé. (Figura 2.3).

Jardim de Sá et al. (1986) consideraram o Cinturão de Dobramentos

Sergipano como constituída por terrenos monocíclicos estruturados por um evento

tangencial progressivo, gerado por cisalhamento simples, durante a Orogênese

Brasiliana.

Alguns anos depois, Trompette (1994) na sua reconstrução da porção oeste

do Gondwana conceitua o Cinturão de Dobramento Sergipano como a continuação

do Cinturão de dobramentos Oubanguides (África) formando um Mega-orógeno

(Orogenia Pan-Africano-Brasiliano) de direção E-W com mais de 5000 km. Com

duas hipóteses para a estruturação do Cinturão de Dobramentos Sergipano: a) os

domínios representariam uma transição gradual de sul para norte (sequência

plataformal), com aumento da complexidade de deformação e aumento do

metamorfismo para o centro do cinturão; b) o Cinturão de Dobramentos Sergipano

seria constituida por mini-placas com evoluções tectônicas distintas que teriam

colidido obliquamente com o Cráton S. Francisco.

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Capítulo 2 – Geologia Regional

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 27

De acordo com trompette (1994) inicialmente pensou-se que o domínio

Pernambuco-Alagoas mergulhava abaixo do Cráton S. Francisco (Brito Neves et al.,

1977), entretanto trabalhos posteriores mostram o mergulho inverso. Desta forma o

Cráton S. Francisco é o que mergulha sob o Domínio PEAL (Sá et al. 1986, Campos

Neto & Brito Neves 1987).

Figura 2.3 - Mapa geológico simplificado da Faixa de Dobramentos Sergipana e áreas adjacentes (Baseado em Silva Filho, 2003). Retângulo Branco: localização da área estudada.

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Caracterização Geoquímica, Isotópica e Geotectônica dos Complexos Araticum e Arapiraca, Faixa Sergipana-Alagoas

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 28 28

D’el-Rey Silva (1994,1995) estudou os domos do embasamento granito-

gnáissico do Cinturão de Dobramentos Sergipano deduzindo que estes forneceram

os sedimentos para uma bacia assimétrica. O Cinturão de Dobramentos Sergipano

é interpretada pelo mesmo, como uma feição resultante do fechamento e subducção

na porção norte desta bacia. O Domínio Canindé representaria o arco-de-ilha ou um

terreno alóctone. O Domínio Marancó seria parte retrabalhada do embasamento

cristalino ou um micro-continente.

Segundo D’el-Rey Silva (1995) o Cinturão de Dobramentos sergipano

representaria uma clássica orogenia colisional, compatível com fragmentação e

amalgamento do supercontinente Gondwana ao longo das zonas de fraqueza

litosférica no Proterozóico. Com base nos dados geofísicos de aeromagnetometria,

obtidos ao longo da margem do Cráton S. Francisco (Torres et al. 1994), concluiu

que a Falha de Macururé, com continuidade na Faixa Riacho do Pontal ( Jardim de

Sá et al. 1986), seria o remanescente da linha de sutura da subducção que ocorreu

na porção norte.

Silva Filho et al. (1997) analisaram os plútons graníticos tardi-tectônicos

neoproterozóicos do Cinturão de dobramentos Sergipano, concluindo que eles

representam composições que variam de cálcio-alcalino normal ao shoshonítico,

localmente peralcalino. Já a razão LILE/HFSE (Large Ion Lithophile Element/High

Field Strength Element) destas rochas é interpretada como indicativo de origem em

zonas de subducção, que pode ter sido herdada de um ciclo orogenético mais antigo

que o Ciclo Brasiliano. Para o ƐNd negativo dos granitos estudados concluem que

houve reciclagem e envolvimento de um antigo manto litosférico.

Silva Filho et al. (1997) consideraram a maioria das idades modelos como

sendo de 1,0 Ga e acreditam que as assinaturas geoquímicas resultam de uma

evolução complexa, com múltiplos estágios, durante a colisão que envolveu fusão

parcial de fontes de composições e idades distintas. Os autores concluíram que a

Orogenia Brasiliana não acrescentou material do manto empobrecido na crosta

continental do Cinturão de Dobramentos Sergipano.

Com base em estudos estruturais e metamórficos, D’el-Rey Silva (1999)

constatou que os domínios a Sul de Alagoas: Canindé, Poço Redondo e Marancó

constituem uma zona interna que exibe deformação neoproterozóica compressiva,

com vergência de dobras para norte-noroeste, além de metamorfismo na fácies

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Capítulo 2 – Geologia Regional

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 29

anfibolito a granulito. Já as zonas intermediarias, externa e cratônica correspondem,

respectivamente, aos domínios Macururé, Vaza Barris e Estância, com grau

metamórfico variando, de norte para o sul, de fácies anfibolito para xisto verde até

não-metamórfico. As zonas intermediária e externa apresentam dobras/empurrões

de vergência para sul-sudoeste, enquanto a zona cratônica está pouco deformada,

com sedimentos geralmente horizontais.

Posteriormente Silva Filho & Torres (2002) adicionaram aos domínios

identificados por Davison & Santos (1989), os seguintes domínios: Rio Coruripe,

Viçosa.

De acordo com o consenso de diversos autores e sumarizado por Carvalho

(2005) o Sergipano está constituído por uma soldagem de terrenos e

compartimentado em domínios tectono-metamórficos distintos: Domínios Estância,

Vaza-Barris, Macururé, Marancó, Poço Redondo, Canindé separados por zonas de

cisalhamento de alto ângulo. Carvalho (2005) propôs uma mudança nesta

compartimentação ao demonstrar que os Domínios Marancó e Poço Redondo estão

intimamente correlacionados, agrupando-os e denominando de Domínio Marancó-

Poço Redondo, e representante da margem sul do Orógeno Cariris Velhos,

reduzindo a divisão do Sistema de Dobramentos Sergipano para seis domínios.

Contudo Silva Filho et al. (1981) e Brito Neves (1983) já haviam entrevisto a

existência de dois cinturões: o Sergipano e o Sul-Alagoano, a constatação destes

Domínios e suas características (Silva Filho et al., 2005) possibilitaram uma melhor

configuração destes, sendo o primeiro constituído pelos Domínios: Estância, Vaza

Barris, Macururé, Rio Coruripe e Viçosa; e o segundo por: Marancó, Poço Redondo

e Canindé.

Mendes e Brito (2009); Brito e Mendes (2011) consideram o Cinturão de

Dobramentos Sergipano um dos mais importantes cinturões orogênicos pré-

cambrianos, por ser referido como uma evidência de drift continental e por conter

domínios litológicos e estruturais que permitem compará-lo com orógenos

fanerozócos. E sugeriram uma nova compartimentação tectônica (Figura 2.4) para o

Cinturão de Dobramentos Sergipano na área da folha Arapiraca, onde parte do

domínio Rio Coruripe (Silva Filho, 2003) foi designado como domínio Canindé.

A compartimentação tectônica da área estudada neste trabalho segue a

configuração adotada por Brito e Mendes (2011).

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 30 30

2.2.1.1 - Domínio Estância

Constitui-se no domínio mais meridional do Cinturão de Dobramentos

Sergipano, composto pelos sedimentos anquimetamórficos do Grupo Estância

(Humphrey & Allard, 1969; Allard & Tibana, 1966; Silva Filho et al., 1978),

depositados em não-conformidade sobre rochas gnáissicas do embasamento

cratônico, na borda nordeste do Cráton do São Francisco. Estes sedimentos,

dominantemente psamíticos, são interpretados como crono-correlatos, emparte, com

aqueles depositados mais a norte, na faixa dobrada propriamente dita. Podem

também incluir sedimentos tardios, originados do retrabalhamento do orógeno.

Limita-se com o Domínio Vaza-Barris através da falha do rio Jacaré, de natureza

contracional, de alto ângulo.

2.2.1.2 - Domínio Vaza-Barris

O Domínio Vaza-Barris localiza-se na parte central do Estado de Sergipe,

prolongando-se para oeste, além do limite estadual, e, para leste, até a Bacia de

Sergipe-Alagoas. Limita-se com o domínio anterior através da Falha do Rio Jacaré,

uma zona de cisalhamento rúptil-dúctil contracional de alto ângulo. Esta

Figura 2.4 - Mapa esquemático mostrando a compartimentação geotectônica da folha Arapiraca (Brito e Mendes, 2011).

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Capítulo 2 – Geologia Regional

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 31

descontinuidade estrutural sofreu várias reativações desde a formação da bacia, até

pelo menos o Mesozóico, pois seu prolongamento sudeste (Falha de Itaporanga)

limita parcialmente a Bacia de Sergipe-Alagoas.

Compõe-se principalmente de metassedimentos psamo-pelito-carbonáticos

de baixo grau metamórfico dos grupos Miaba, Simão Dias e Vaza-Barris, de acordo

com a estratigrafia proposta por D’el Rey Silva (1992, 1995). Esta estratigrafia foi

estabelecida a partir dos trabalhos pioneiros de Humphrey & Allard (1967, 1969),

que introduziram na região o modelo geossinclinal, gradativamente refinado por

trabalhos subseqüentes (Brito Neves & Cordani, 1973; Brito Neves et al., 1977; Silva

Filho et al., 1978, 1979, 1981; Jardim de Sá et al., 1981; Jardim de Sá, 1986; entre

outros). As estruturas principais são dobramentos antiformais e sinformais de grande

porte, com vergência para SSW, associados a cavalgamentos e transcorrências.

Redobramentos coaxiais são freqüentes, e o metamorfismo atinge a fácies xisto-

verde. Vulcanismo ocorre muito restritamente e não há registro de plutonismo.

2.2.1.3 - Domínio Macururé

Limita-se com o Domínio Vaza-Barris ao longo das zonas de cisalhamento

São Miguel do Aleixo e Nossa Senhora da Glória, de movimentação contracional

oblíqua sinistral. Compõe-se pelo Grupo Macururé (Barbosa, 1970; Silva Filho et al.,

1977; Santos et al., 1988; Jardim de Sá et al., 1981 e outros), dominantemente

metapelítico e com grande variação de faciologias, e raras intercalações de

metavulcanitos ácidos a intermediários. Seus litótipos apresentam estratificação

rítmica e foram interpretados por Jardim de Sá (1994), dentre outros, como turbiditos

de natureza flyschóide. A deformação é polifásica, com orientação geral NW-SE na

parte oeste do domínio, sendo mais desarmônica na parte leste. O metamorfismo é

da fácies anfibolito.

A presença de abundantes corpos de granitoides intrusivos, tardi a pós-

tectônicos, é uma característica marcante deste domínio. Estas intrusões provocam

metamorfismo de contato nos metassedimentos encaixantes e modificações nas

estruturas pretéritas. Falhas transcorrentes NE-SW são freqüentes, por vezes

controlando a colocação de diques básicos de espessuras métricas, provavelmente

mesozóicos.

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O Domínio Macururé representa um nível crustal inferior em relação ao

Domínio Vaza-Barris.

2.2.1.4 – Dominio Rio Coruripe

O Domínio Rio Coruripe, limitado a norte por zona de cisalhamento

contracional, com os litotipos do domínio Pernambuco-Alagoas e a oeste com o

domínio Canindé e por sul pelo domínio Macururé. Anteriormente este domínio

congregava uma sequência que havia sido incorporado ao Grupo Macururé, o qual

Silva Filho et al. (2002), a consideraram independente deste grupo pelo conteúdo

litológico, idade, e a denominaram de Complexo Jaramataia. A luz de novos dados

geológicos, petrológicos e geocronológicos estes metamorfitos foram redefinidos

como Complexo Arapiraca representados por paragnaisses a biotita, migmatitos,

gnaisses quartzo-feldspáticos, granulitos, kinzigitos, metamáficas, metaultramáficas,

formação ferrífera e quartzitos. Mendes et. al. (2009) obtiveram idades U-Pb em

metaultramáficas aflorantes em Serrote da Lage, município de Craíbas-AL que

forneceram valores de 1.970 Ma. (U-Pb), propuseram então uma idade

paleoproterozóica para o conjunto.

2.2.1.5 – Domínio Viçosa

Pouco estudado, este domínio é composto por uma sequência de rochas

metassedimentares, ortognaisses e granitos de várias séries magmáticas. A

deformação imposta a essas rochas é mais complexa que a dos domínios

adjacentes. Ortognaisses que ocorrem na região de Palmeira dos índios têm idade

U/Pb de 1,58 Ga.

2.2.1.6 - Domínio Marancó

Limita-se com o Domínio Macururé através de outra expressiva zona de

cisalhamento contracional oblíqua sinistral denominada Belo Monte-Jeremoabo, cujo

prolongamento para oeste limita parcialmente a Bacia do Tucano, em Jeremoabo.

Isto indica que esta descontinuidade foi reativada no Mesozóico, emarca o alto

estrutural que limita os compartimentos central e norte desta bacia mesozóica no

Estado da Bahia. O domínio caracteriza-se pela presença de litótipos do Complexo

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Capítulo 2 – Geologia Regional

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 33

Marancó, de natureza vulcano sedimentar, imbricado tectonicamente com

granitóides tipo Serra Negra, estes últimos descritos em item separado, juntamente

aos demais granitóides. Tanto o complexo como os granitóides tipo Serra Negra

mostram-se intensamente cisalhados, com foliações subverticais, subparalelas a

zonas de cisalhamento dúctil contracionais oblíquas de alto ângulo, e com

transcorrências rúpteis transversais superpostas. O metamorfismo é de fácies

anfibolito, cuja paragênese original raramente é preservada, devido ao

retrometamorfismo que acompanha as zonas de cisalhamento.

2.2.1.7 - Domínio Poço Redondo

Constitui-se de uma seqüência de ortognaisses tonalito-granodioríticos e de

paragnaisses subordinados, freqüentemente migmatizados, denominados de

Complexo Migmatítico de Poço Redondo, e por intrusões de granitóides tardi a pós-

tectônicos. Limita-se a sul e norte através de zonas de cisalhamento contracionais

oblíquas sinistrais de alto ângulo. A deformação é quase sempre registrada por

dobramentos polifásicos desarmônicos, provavelmente, em parte, pré-brasilianos. O

metamorfismo é da fácies anfibolito alto.

Este compartimento pode ser considerado como um terreno exótico, devido à

dificuldade de ser estabelecida sua correlação com os demais domínios. Representa

nível crustal mais profundo que todos os demais, soerguido pela tectônica

compressional cujo transporte de massa foi dirigido de nordeste para sudoeste.

2.2.1.8 - Domínio Canindé

Trata-se do domínio mais setentrional do Cinturão de Dobramentos

Sergipano, constituindo uma faixa de direção NW-SE, paralela ao rio São Francisco,

com cerca de quatro a dez quilômetros de largura. Seu limite sul com o Domínio

Poço Redondo é marcado por expressiva zona de cisalhamento dúctil contracional,

de alto ângulo, deslocada em vários pontos por falhas transcorrentes sinistrais

transversais, de direção NE-SW. Estas falhas estão, em alguns pontos, preenchidas

por diques básicos.

Esse domínio é constituído por rochas metavulcano- sedimentares do

Complexo Canindé e Araticum, polideformadas, freqüentemente transpostas e

cisalhadas; e por expressivo corpo gabróico diferenciado (Suíte Intrusiva Canindé).

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 34 34

Também ocorrem abundantes corpos irregulares de granitóides diversos, de

colocação sin, tardi a pós-tectônicos, juntamente com aqueles granitóides que

ocorrem em outros domínios.

O Complexo Araticum constitui uma sequência metavulcano-sedimentar

polideformada, metamorfisada na fácies anfibolito, composta por micaxisto, biotita

gnaisse, metagrauvaca, metamáficas, metaultramáficas, formações ferríferas,

mármores, quartzitos e calcissilicáticas. Amostras coletadas em sheets sintectônicos

de leucogranitóides a duas micas forneceram uma idade U-Pb de 611 Ma (Brito e

Mendes, 2011), possivelmente sua deformação e metamorfismo acham-se

associadas ao evento Brasiliano.

A exemplo do que se observa no Complexo Marancó, no domínio homônimo,

os litótipos do Complexo Canindé acham-se quase sempre tectonicamente

imbricados, principalmente aqueles situados mais a sul do domínio. Dobramentos

estão mais preservados em sua extremidade sudeste, por vezes com geometrias de

braquiantiformes ou de prováveis seções de megadobras tipo bainha. O

metamorfismo é de fácies xisto-verde a anfibolito.

Trata-se, provavelmente, de um arco magmático, ou bacia de pós-arco,

soldado ao Cinturão de Dobramentos Sergipano por processo colisional (Bezerra et

al., 1991).

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CAPÍTULO 3 - GEOLOGIA DA ÁREA

Mapa 3.1 – Mapa Geológico da área estudada.

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 36 36

As sequências metassedimentares dos Complexos Araticum e Arapiraca

(Mapa 1) que afloram no Domínio Canindé e Rio Coruripe, respectivamente, foram

recentemente reconsideradas e homologadas, no último mapa da folha Arapiraca

divulgado pela Companhia de Pesquisa em Recursos Minerais – CPRM (2009). A

feição comum a estes complexos é a migmatização observadas em ambos,

caracterizada pela presença de bandas claras (leucossoma) e escuras

(Melanossoma).

3.1 – Complexo Araticum

Localiza-se na parte norte do Domínio Canindé (Mapa 1), justaposta sempre

por contato tectônico, às rochas do Domínio Pernambuco-Alagoas e aos litotipos do

Domínio Rio Coruripe. Reune rochas metassedimentares clásticas caracterizadas

por granulação fina, sendo milimetricamente laminadas, onde se alternam lâminas

quartzo-feldspáticas com granulometria na fração silte e lâminas micáceas com

biotita, por vezes muscovita.

Rochas metassedimentares de origem química se intercalam, os quais são

mármores maciços (Foto 3.4) e rochas calciossilicáticas, constituídas por

carbonatos, anfibólio, epidoto e mica branca. Formações ferríferas não ocorrem na

área estudada, no entanto foram observados blocos soltos, nas próximidades dos

mármores. Os mapas aeromagnéticos não registram anomalias referentes a estes

corpos rochosos ferriferos, embora seja necessário se levar em consideração que o

levantamento aeromagnético foi realizado em escala regional, o que desfavorece a

assimilação do sinal magnético em áreas pequenas.

Anfibolitos de origem ígnea se distribuem em todo o complexo, juntamente

com leucogranitóides que ocorrem também intercalados à sequência do Complexo

Araticum (Foto 3.3).

No entanto, os principais litotipos do complexo Araticum são paragnaisses

(Foto 3.1). A paragênese destas rochas é representada por granada, biotita,

muscovita, plagioclásio e quartzo, e ocorrem com coloração variando em geral de

acordo com a proporção de filossilicatos e plagioclásio. Quando com pouco

plagioclásio apresenta uma tonalidade marrom médio, enquanto a rocha com maior

quantidade de plagioclásio um tom mais esbranquiçado.

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Capitulo 3 – Geologia da área

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 37

Figura 3.2 - Sheet de leucogranito de extensão métrica, cor rósea e formato tabular. Concordante com a foliação. Complexo Araticum.

Foto 3.3 - Anfibolito foliado com textura parcialmente isotrópica. Complexo Araticum.

3.1.1 – Características principais e petrográficas

Os paragnaisses granadíferos apresentam granulometria fina a média e

xistosidade submilimétrica bem pronunciada, por vezes com muscovita. Localmente

biotita xistos que se intercalam com anfibolitos, mármore, rochas calciossilicáticas e

sheets de leucogranitóides de composição granítica a tonalítica. Topograficamente

esta sequência forma um relevo arrasado, com texturas aerofotogramétrica próprias,

discretamente desenvolvida pelas cristas e elevações relacionadas a níveis

anfibolíticos.

Os paragnaisses são compostos principalmente por biotita, granada,

muscovita, clorita, quartzo e plagioclásio (Fotomicrografia 3.1-3.4).

Foto 3.1 - Paragnaisse com foliação levemente ondulada (dobrada). Complexo Araticum.

Foto 3.4 - Afloramento de Mármore, de coloração branca, estrutura compacta de composição calcítica.

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O quartzo ocorre em textura granoblástica interlobada. Apresenta deformação

intracristalina moderada, exibindo apenas extinção ondulante. Nas bandas micáceas

há predominância de biotita e subordinamente muscovita. A biotita e a muscovita

ocorrem com textura lepdoblástica e tamanho variando de 2mm a 0,5mm. Os

porfiroblastos de granada ocorrem de duas formas distintas, como porfiroblastos

hipidiomórficos, de tamanho maior que 2mm e como cristais arredondados menores

que 1mm. A maioria dos cristais mostra-se fraturados, com alterações para

filossilicatos. O plagioclásio ocorre como cristais xenomórficos a hipidiomórficos,

apresentando geminação do tipo polissintética. Em geral saussuritizados ao longo

das lamelas de geminação. Ainda ocorrem zircão, apatita e opacos em menor

quantidade.

A associação de biotita+muscovita+granada+quartzo+plagioclásio+clorita é

típica do fácies xisto verde. Pseudomorfos de biotita substituídos por granada, e em

Fotomicrografia 3.1 - Porfiroblasto de granada em paragnaisse com biotita, quartzo, plagioclásio e clorita.

Fotomicrografia 3.2 - Palhetas de biotita definindo a foliação em paragnaisse do Complexo Araticum.

Fotomicrografia .3.3 - Biotita e quartzo definindo a foliação da rocha.

Fotomicrografia 3.4 - Cristais de muscovita e biotita em paragnaisse do Complexo Araticum.

1 mm

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Capitulo 3 – Geologia da área

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 39

alguns casos relíquias de biotita dentro da granada indicam evolução para o fácies

xisto verde. Processo de retrometamorfismo é indicado por alteração da biotita para

clorita.

As rochas calcissilicáticas intercaladas nos paragnaisses constituem delgadas

lentes. São rochas fortemente saprolitizadas, dificultando a identificação dos

minerais. Os mármores são rochas de aspecto maciço, com textura sacaroide e são

compostos basicamente de carbonatos.

Os anfibolitos, petrograficamente e quimicamente classificado como orto-

derivados, apresenta coloração cinza escuro esverdeado e granulação média. É

geralmente maciço, algumas vezes mostra uma laminação fina, descontínua e

irregular de félsicos (Fotomicrografia 3.5 e 3.6).

O anfibolito possui uma textura granoblástica a nematoblástica, com junções

tríplices imperfeitas entre os grãos, é composto essencialmente, por anfibólio,

clinopiroxênio, ortopiroxênio (reliquiar), plagioclásio, titanita e granada. Os principais

minerais acessórios são a apatita, quartzo e opacos (ilmenita e magnetita). Ainda

ocorre clorita e saussurita como produto de alteração. O anfibólio habitual é a

hornblenda e sua orientação preferencial é responsável pela textura nematoblástica

da rocha. A qual pode der primária ou ser resultante de processo de uralitização do

piroxênio. Inclusões de titanita e quartzo são comuns. Piroxênios xenoblásticos, de

granulação média, estam associados aos cristais de anfibólio. O plagioclásio

aparece como principal e por vezes único componente félsico, apresenta hábito

hipidiomórfico, em geral com geminação polissintética. Titanita hipidiomórfica a

idiomórfica, granulação fina, aparece associada ao anfibólio. Opacos ocorrem

disseminados nas amostras. O processo de esfenitização geralmente ocorre ao

redor de opacos.

Os anfibolitos exibem uma paragênese mineral típica da fácies anfibolito alto

a granulito. A substituição de piroxênios por anfibólio indica um processo retrogrado

que atingiu o fácies anfibolito médio.

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 40 40

Fotomicrografia 3.5 - Reação de titanita com mineral opaco em Anfibolito composto por hornblenda, actinolita e granada.

Fotomicrografia 3.6 - Rocha anfibolítica composta por hornblenda, titanita, granada e clorita de alteração do anfibólio.

O arcabouço estrutural é composto por estruturas dúctil a dúctil-rúptil com

transporte para noroeste. As unidades exibem estruturas tais como foliação, de

origem metamórfico-deformacional neoproterozóica. A foliação principal Sn

apresenta direção NNE e mergulho suave a forte para SSW (Estereograma 1). Os

planos, paralelos a foliação composicional, são definidos por filossilicatos e quartzo.

Localmente dobras abertas a fechadas afetam a foliação principal, modificando o

sentido de megulho. Os dados de lineação de estiramento mineral, na maioria das

vezes indica sentido NW e baixo a moderado ângulo de obliquidade com o plano de

foliação.

Estereograma 3.1 – Diagrama de pólo e de contorno para a foliação principal do Complexo Araticum.

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Capitulo 3 – Geologia da área

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3.2 – Complexo Arapiraca

O complexo Arapiraca ocorre no Domínio Rio Coruripe, com área de pouco

mais de 120 km2 (Mapa 1). Caracteriza extensa cobertura metassedimentar

paraderivada, composta por paragnaisses granadíferos a localmente xistos,

quartzitos e leucogranitóides (Foto 3.5-3.8) metamorfisados sob condições da fácies

anfibolito alto a granulito. O paragnaisse é o litotipo predominante do Complexo

Arapiraca na área estudada. Trata-se de uma rocha foliada, de granulação fina a

média, composta por plagioclásio, ±feldspato potássico, quartzo, granada, biotita,

muscovita, sillimanita (fibrolita), zircão, apatita e minerais opacos. A textura é

comumente granolepdoblástica, podendo ocorrer textura protomilonítica a milonítica.

Os paragnaisses são frequentemente migmatitícos. O bandamento é

centimétrico e marcado pela alternância de bandas félsicas quartzo-feldspáticas com

porções mais ricas em biotita e por vezes granada. A paragênese das bandas

félsicas é representada por quartzo + plagioclásio + feldspato potássico, enquanto

que nas bandas máficas é composta por biotita + plagioclásio + granada + zircão +

minerais opacos ± quartzo. Estruturas migmatitítcas do tipo estromática e veio são

comuns. Estes migmatitos formam uma unidade referida como “granitoides

indiscriminados”, composta por granada-biotita gnaisse, de composição granítica a

granodiorítica de granulação média a grossa e coloração rosada, e localmente cinza.

Aflora como maciços rochosos, geralmente alongados na direção NNW-SSE ou

como lajedos.

Foto 3.5 - Afloramento de paragnaisse com foliação de baixo ângulo. Complexo Arapiraca.

Foto 3.6 - Afloramento de paragnaisse, em corte de estrada e ravina/lajedo, mostrando solos pouco espesso.

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Foto 3.7 - Afloramento de anfibolito truncado por leucogranitóide.

Foto 3.8 - Paragnaisse migmatítico do tipo estromático, alternância de bandas félsicas e máficas.

3.2.1 – Características principais e petrográficas

São granada-muscovita-biotita paragnaisses que apresentam textura grano-

lepdo-blástica, com foliação sendo definida pela biotita (Fotomicrografia 3.7). A

granada ocorre como porfiroblastos. A mineralogia da matriz é constituída por

plagioclásio, microclina, quartzo, biotita, muscovita, apatita, zircão e opacos. A biotita

ocorre definindo a foliação. A granada ocorre como cristais hipidiomórficos a

idiomórficos. O quartzo ocorre na matriz. Esta unidade se apresenta migmatizada, o

que indica que o metamorfismo atingiu a curva de anatexia e produziu fusão parcial.

Alguns paragnaisses se mostram milonitizados quando em contato próximo a zona

de cisalhamento.

A biotita ocorre como palhetas xenomórficas muitas das vezes com opacos

acompanhando o traço de clivagem desta. Apresenta pleocroísmo em tons marrons

com o mais intenso próximo a um vermelho. Observa-se neste inclusões de apatita.

Plagioclásio ocorre como cristais xenomórficos a hipidiomórficos por vezes tabulares

onde ocorrem inclusões de apatita e de biotita. Apresenta a característica

geminação polissintetica ocorrendo também geminação albita carsbad. Alguns

cristais apresentam pequeno estágio de alteração (saussuritização). O quartzo

ocorre como cristais xenomórficos com extinção ondulante, onde observa-se este

formando bandas com a biotita. A muscovita ocorre como pequenas palhetas

xenomórficas em pequena quantidade dispersas pela lâmina, normalmente próxima

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Capitulo 3 – Geologia da área

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a biotita formando com esta a textura lepidoblástica. A Granada ocorre como

pequenos porfiroblastos em pequena quantidade na lâmina. Raros grãos de

feldspato potássico ocorrem como poucos cristais hipidiomórficos de microclina com

geminação cruzada. Ainda ocorre apatita como poucos cristais idiomórficos inclusos

em apatita e plagioclásio, zircão que ocorre como poucos cristais idiomórficos e

opacos ocorrendo como massas xenomórficas próximas a biotita ou na clivagem

desta, sendo provavelmente produto de alteração.

Os quartzitos constituem intercalações de extensão métrica nos

paragnaisses, mostrando-se bem recristalizados. Apresentam textura foliada e são

Bt

Bt

Pl

Pl

Qz

Pl

Op

Pl

1 mm

Fotomicrografia 3.7 - Paragnaisse foliado, onde a biotita ocorre definindo a foliação e dando uma textura lepdoblástica a lâmina.

Di

Pl

Ttn Qz

1 mm

Fotomicrografia 3.9 – Cristal de clinopiroxênio (diopsídio), plagioclásio,titanita e quartzo em Anfibolito.

Anf Ttn

Op

1 mm

Grt

Fotomicrografia 3.10 – Porfiroblastos de granada em Anfibolito, com matriz anfibolítica com grãos de titanita,opacos e quartzo.

Chl

Grt

Grt

Ms

Ms Qz

Pl

Fotomicrografia 3.8 – Porfiroblasto de granada em paragnaisse, com matriz composta por muscovita, quartzo, plagioclásio, e clorita.

1 mm

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compostos basicamente por quartzo, com pequenas quantidades de micas e

feldspatos.

As rochas básicas são representadas pelos anfibolitos (Fotomicrografia 3.9 e

3.10), compostos essencialmente por anfibólio e plagioclásio, além destes titanita e

granada também ocorre em quantidade significante na lâmina, quartzo e zircão

também compõem a mineralogia. Reliquias de clinopiroxênio e ortopiroxênio, e os

minerais secundários: clorita (alteração do anfibólio), mica branca e epidoto

(alteração do plagioclásio). Entre estes ressalta-se a clorita que se apresenta em

duas variedades de tonalidade a luz cruzada: marrom e azul. Esta última é devida ao

sinal óptico negativo, que gera nestes cristais opticamente negativos, uma cor de

interferência anômala azulada ou arroxeada. As de cor marrom são cloritas de sinal

óptico positivo.

Os sheets de leucogranitos ocorrem como intercalações métricas, que

representam variações nos padrões texturais, mineralógicos e metamórficos dos

paragnaisses. Mesoscopicamente estes leucogranitóides, apresentam uma

coloração creme rosada a esbranquiçada, com textura discretamente laminada. Os

leucogranitóides, por vezes a duas micas, são caracterizados por apresentarem uma

mineralogia rica em alumínio composta por: muscovita, granada, plagioclásio, biotita,

microclina e zircão (Fotomicrografia 3.8). São caracterizadas por uma composição

granítica a tonalítica.

O arcabouço estrutural do CARAP é semelhante ao do CARAT, composto por

estruturas de regime dúctil a dúctil-rúptil. Exibem estruturas tais como dobras,

fraturas e foliação. A foliação principal Sn, mostra direção NNE e mergulho suave a

moderado para SSW (Estereograma 2).

Estereograma 3.2 – Diagramas de pólo e de contorno para a foliação principal do Complexo Arapiraca.

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Capitulo 3 – Geologia da área

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3.2.1.1 – Migmatitos

Em alguns cinturões metamórficos, a zona da sillimanita é sucedida por zonas

de mais alto grau, nas quais as rochas são frequentemente migmatitos1, que é o

caso do complexo Arapiraca onde o grau metamórfico ultrapassou a curva da

anatexia – termo geral utilizado para descrever fusão parcial na crosta (Sederholm,

1907) Rochas migmatíticas – estas rochas são ditas granitoides indiscriminados em

mapeamento geológico regional realizado pela companhia de Pesquisa de Recursos

Minerais-CPRM. Na verdade trata-se de rochas migmatíticas com feições típicas de

fusão parcial in situ, as quais descreveremos a seguir.

Os migmatitos que ocorrem no complexo Arapiraca variam de rochas

metassedimentares fortemente foliadas a rochas estruturalmente interrompidas por

processos de migmatização (Foto 3.9 e 3.10). A maioria dos migmatitos na área são

estromáticos, caracterizados por uma estrutura planar em que cada camada é

mineralogicamente e texturalmente distinta. Este tipo de migmatito corresponde a

um metatexito, sendo composto por camadas centimétricas a milimétricas de corpos

graníticos descontínuos (leucossoma) separada de rochas metamórficas de

coloração média por aureolas de coloração escura (melanossoma). Os migmatitos

estromáticos são comumente dobrados e a maioria dos pegmatitos corta a foliação

principal.

Microfeições texturais de fusão são observadas em algumas lâminas do

leucossoma de alguns destes migmatitos. Onde, filmes de fusão circundam os

cristais entre as arestas e vértices (Foto 3.11). Algumas destas frações de fusão se

apresentam como feldspato potássico, em geral os migmatitos são mais ricos em

feldspato potássico que o protólito.

1 Migmatitos: são literalmente “rochas mistas”, nas quais as rochas metamórficas são predominantes,

contendo, porém pods, veios ou camadas de material leucocrático de composição granítica.

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Fotomicrografia 3.11 – Textura usada para inferir a presença de fusão anterior em leucossoma; polarizadores cruzados e placa de cristal de quartzo – 1λ. A) Feldspato potássico com filme de fusão ao redor do cristal. B) Filme de fusão entre cristais de feldspato potássico. Largura da foto=1,50mm.

Foto 3.9 – Migmatito com foliação principal toda dobrada.

Foto 3.10 - Migmatito com estrutura do tipo estromática complexa.

A B

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CAPÍTULO 4 - LITOGEOQUÍMICA

A litogeoquímica das rochas das sequências metassedimentares foi utilizada

para caracterização das rochas psamo-pelíticas, metaleucogranitóides e anfibolito.

4.1 – Xistos e Paragnaisses

A variação das concentrações de SiO2 e Al2O3 observada nas rochas

metassedimentares do Complexo Arapiraca (CARAP) e do Complexo Araticum

(CARAT) cuja relação é inversamente proporcional, permite associar os protolitos

das rochas metamórficas a psamitos (~SiO2>67%, Al2O3 >15%). Considerando as

relações SiO2/Al2O3 versus Fe2O3/K2O e Na2O/K2O no diagrama de classificação

química das rochas sedimentares de Herron (1988, Figura 4.2) e Pettijohn (1972,

Figura 4.1), pode observa-se que os protolitos das rochas metassedimentares dos

Complexos Arapiraca e Araticum correspondem em sua maioria a grauvacas, rochas

pelíticas e arcósios, com duas amostras do CARAT no campo dos folhelhos e duas

amostras do CARAP no campo dos arcósios. Portanto ambos complexos estariam

compreendidos pela alternância de metapsamitos e metapelitos.

Figura 4.1 – Diagrama de Classificação (after Pettijohn et al. 1972) discriminante de sedimentos siliciclástico por suas razões logarítmicas SiO2/Al2O3 e Na2O/K2O.

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Figura 4.2 – Diagrama de Classificação (after Herron 1988) discriminante de sedimentos siliciclástico por suas razões logarítmicas SiO2/Al2O3 e Fe2O3/K2O.

As concentrações de elementos traços das rochas metassedimentares dos

CARAP e CARAT foram normalizados em relação a valores UCC (McLennan, 2001)

e são representados em diagramas tipo “spider”. Nos padrões normalizados se

observa-se que a amostra do CARAT está moderamente empobrecida em Sr, Th, U,

Zr, Hf, Y e V. Os padrões dos metapsamitos do CARAP são similares, mostrando

apenas em U e Y. As variações nos conteúdos de elementos traços do CARAP se

mostra mais enriquecida em relação ao CARAT (Figura 4.3).

Os conteúdos de elementos Terras Raras (ETR)2 de ambos os complexos são

relativamente moderados (CARAT ∑ TR 123,54 e do CARAP ∑ TR de 149,96 a

158.87). Para ambos os complexos os padrões de ETR foram normalizados a UCC

(McLennan, 1985) - Figura 4.4. Uma das amostras do CARAP exibe um ligeiro

enriquecimento em terras raras leves (ETRL) em relação aos elementos terras raras

pesados (ETRP). A amostra analisada do CARAT mostra um enriquecimento em

ETRL em comparação aos ETRP. Todas as amostras analisadas de ambos os

complexos apresentam anomalias positivas de Eu, com valores similares de Eu/Eu* 2 Os teores de Lu anomalamente baixos devem ser devidos a alguma imperfeição na análise obtida e devem ser

desconsiderados.

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Capitulo 4 – Litogeoquímica

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similares com valor médio de 1,38. A consistência das concentrações de ETR nas

amostras analisadas, entre si e com os padrões, evidencia a relativa imobilidade dos

ETR durante o metamorfismo.

Figura 4.3 - Diagrama de elementos traços normalizados a UCC para os metapsamitos do CARAT e CARAP. UCC: Upper Continental Crust (Taylor e McLennan, 1985).

Figura 4.4 - Diagrama de elementos terras raras normalizados a UCC para os metapsamitos do CARAT e CARAP. UCC: Upper Continental Crust (Taylor e McLennan, 1985).

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4.1.1 - Caracterização de protólitos e variação composicional

As composições químicas de rocha total obtidas indicam que os protólitos do

CARAT e CARAP das localidades estudadas estiveram conformados por uma

sequência de rochas clásticas com predominância de uma alternância entre pelitos e

grauvacas. As correlações negativas de SiO2 em relação ao Fet, MgO, TiO2, K2O,

Rb, Nb e Cr, e levemente positivas do Al2O3 com respeito a TiO2, Rb, Nb e Cr,

parece confirmar uma maior proporção em componentes de argila (Figura 4.5).

Subordinamente o CARAP havia apresentado níveis de litoarenito e de acordo com

as observações em campo também níveis quartziticos.

Figura 4.5 - Variações químicas de Al, Fe, Mg, K, Ti, Rb, Nb, e Cr vs. Si entre os metapsamitos e metapelitos do CARAT e CARAP. Notar a correlação negativa com de SiO2 versus todos elementos. Circulo preto: CARAP, circulo branco: CARAT.

O Comportamento dos elementos terras raras das rochas analisadas de

ambos complexos parece não estar afetado pelo grau de metamorfismo. Cullers

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Capitulo 4 – Litogeoquímica

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(2000) demonstrou que a variação nas concentrações de elementos entre

sedimentos adjacentes torna depreciável a influência da mobilidade dos mesmos por

processos metamórficos. Os valores menores nas concentrações de ETRP (Figura

4.6) indicariam um aporte de material a partir de fontes empobrecidas nestes

elementos, por exemplo, rochas ígneas muito diferenciadas, no entanto também

pode estar controlado por diferenças no conteúdo de minerais pesados que

geralmente tendem a conter estes elementos.

Figura 4.6 - Variações químicas de Ti, Rb, Nb, e Cr vs. Al entre os metapsamitos e metapelitos do CARAT e CARAP. Notar leve correlação positiva dos elementos versus Al2O3.

As assinaturas geoquímicas destes foram utilizadas com o objetivo de

caracterizar a procedência dos protólitos. As composições de rochas fontes podem

ser inferidas utilizando-se a relação Al2O3/TiO2 que tende a aumentar à medida que

a rochas se torna mais félsica (3 a 8 em rochas máficas, 8 a 21 em rochas

intermediárias, 21 a 70 em rochas félsicas; Hayashi et al. 1997). As relações

Al2O3/TiO2 dos complexos variam de 11 a ~80, em alguns casos com valores

maiores. Estes dados quando comparados com os valores composicionais

estabelecidos por Hayashi et al. (1997) as fontes se relacionariam a composições de

rochas ígneas intermedárias a félsicas.

Alguns diagramas foram utilizados para caracterizar a procedência dos

protólitos como confirmação adicional. O diagrama de Roser e Korsch (1988) utiliza

duas funções discriminantes com base nos óxidos comuns. Os metassedimentos do

Al2O3

Al2O3

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CARAT seriam derivados de fontes ígneas félsicas, intermediárias e próximo ao

campo dos sedimentos quartzosos, e o CARAP caem no limite entre o campo das

ígneas félsica e intermediária, com duas amostras no campo dos sedimentos

quartzosos (Figura 4.7). O diagrama K2O vs Rb de Floyd e Leveridge (1987) e Floyd

et al. (1989) indica os metassedimentos de ambos os complexos procedem de

materiais ígneos ácidos a intermediários (Figura 4.8).

Figura 4.7 - Diagrama de funcões discriminantes F1 e F2 (Roser e Korsch, 1988) aplicado para determinar a procedência dos metapsamitos e metapelitos do CARAT e CARAP. F1: –1,773 TiO2 + 0,607 Al2O3 + 0,76 Fe2O3(total) – 1,5 MgO + 0,616 CaO + 0,509 Na2O – 1,224 K2O – 9,09; F2: 0,445 TiO2 + 0,07 Al2O3 – 0,25 Fe2O3(total) – 1,142 MgO + 0,438 CaO + 1,475 Na2O + 1,426 K2O – 6,861.

Figura 4.8 - Diagrama K-Rb (Floyd e Leveridge, 1987; Floyd et al., 1989) para discriminar entre fontes de procedência magmática de composições básicas e ácidas-intermediarias. K/Rb = 230: tendencia de diferenciação magmática de Shaw (1968).

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Capitulo 4 – Litogeoquímica

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Bathia (1983) propôs diversos diagramas de discriminação de ambientes

tectônicos baseados nas características químicas de rochas sedimentares. Estes

diagramas têm sido utilizados frequentemente para inferir o ambiente onde estas

bacias sedimentares se desenvolveram anteriormente. Projeções sobre o diagrama

TiO2 vs Fet+MgO relacionam as rochas de ambos os complexos numa faixa próximo

aos campos das margens continentais ativas e dos arcos continentais (Figura 4.9).

Comportamento semelhante é observado no diagrama F1 vs F2. Logo concluímos

que os metassedimentos do CARAT e CARAP estariam relacionados com

ambientes de arco magmático (Figura 4.10).

Figura 4.9 - Diagrama de discriminação TiO2-Fe2O3T+MgO para rochas sedimentares (Bhatia, 1983).

Figura 4.10 - Diagrama de funções discriminantes F1 e F2 para rochas sedimentares (Bhatia, 1983). F1: –0,0447 SiO2 – 0,972 TiO2 + 0,008 Al2O3 – 0,267 Fe2O3 + 0,208 FeO – 3,082 MnO + 0,140 MgO + 0,195 CaO + 0,719 Na2O – 0,032 K2O + 7,510 P2O5 + 0,303; F2: –0,421 SiO2 + 1,988 TiO2 – 0,526 Al2O3 – 0,551 Fe2O3 – 1,610 FeO + 2,720 MnO + 0,881 MgO -0,907 CaO – 0,177 Na2O – 1,840 K2O + 7,244 P2O5 + 43,57.

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4.2 - Leucogranitos

O diagrama de Middlemost (1997) Na2O+K2O vs SiO2 foi utilizado para

classificação química dos leucogranitóides intercalados na sequência sedimentar,

tanto os do CARAP como os do CARAT (apenas duas amostras) plotam dentro do

campo dos granitos com apenas uma amostra do CARAP no campo do Quartzo

monzonito (Figura 4.11). As rochas são ricas em sílica (com teores de SiO2 variando

de 68,7 a 76,07 %) e mostram conteúdo variável em álcalis totais (7,03 ≤ Na2O +

K2O ≤ 9). No diagrama K2O vs SiO2 (Peccerillo e Taylor,1976) as amostras plotam

no domínio das cálcio alcalina de alto potássio, exibindo afinidades shoshonitica

(Figura 4.12). No diagrama molar index de alumina, todas as rochas plotam no

campo peraluminoso (Figura 4.13) conforme os granitóides tipo-S e tipo-I (Figura

4.14).

A maioria dos pesquisadores reconhecem que os leucogranitos

peraluminosos compõem um importante conjunto de composições de granitóides.

Estes granitos tem sido chamados de tipo-S (Chappell e White, 1974), granitoides

sin-colisionais (Pearce et al., 1984), granitoides de colisão continental (Maniar &

Picolli, 1989), e muscovita granitos peraluminosos (Barbarin, 1999). Estas rochas

são granitos de alta sílica com muscovita, que ocorrem como corpos isolados em

cinturões metamórficos.

Considera-se que estes leucogranitos são gerados por fusão parcial de rocha

metassedimentar como resultado de um relaxamento e/ou exumação de um orógeno

(England & Thompson, 1984).

Comparando com o campo dos granitoides tipo-S do Lachlan Fold Belt

projetados no diagrama Fet/(Fet+MgO) vs SiO2 (Frost et al., 2001), todas caem

dentro do campo dos leucogranitos peraluminosos - tipo S. O mesmo ocorre no

diagrama Na2O+K2O vs SiO2, com o campo do leucogranitos peraluminosos (Figuras

4.15 e 4.16). As feições composicionais são consistentes, como indicado pelo nome,

de natureza fortemente peraluminosa e alto conteúdo de sílica. Na classificação de

Frost et al.(2001), os granitoides tipo-S do Lachlan Fold Belt são

composicionalmente similar ao tipo-I. Os granitoides tipo-I são dominantemente

cálcioalcalino e cálcico com menos de 1% álcali cálcico. Ambos os tipo-I e tipo-S são

dominantemente magnesianos.

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Capitulo 4 – Litogeoquímica

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A diferença principal está no fato de que os tipo-S são invariavelmente

peraluminosos (por definição), no entanto a maioria dos tipo-I são metaluminosos.

Analogamente, os leucogranitos analisados apresentam razão elevada de K/Na, alto

teor de SiO2, baixos conteúdos de Ca e Sr, associados ao caráter peraluminoso e a

projeção dentro do campo dos granitoides tipo-S, evidencia sua origem

metassedimentar, ou seja, resultante de anatexia de material crustal essencialmente

paraderivado.

Figura 4.11 – Diagrama de Classificação de rochas plutônicas mostrando a localização dos leucogranitos estudados no campo dos granitos (Middlemost, 1997).

Figura 4.12 - Diagrama K2O vs SiO2 mostrando a afinidade high-K a shoshonitica dos leucogranitos (Peccerillo e Taylor,1976).

Figura 4.13 – Diagrama de alumina-saturação para os leucogranitos caracteristicamente peraluminosos.

Figura 4.14 – Diagrama Molar A/NK vs A/CNK mostrando o caratér peraluminoso, semelhante aos do tipo-S.

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Nos diagramas discriminantes de ambiente tectônico proposto por Pearce et

al. (1984), todas as amostras do CARAP caem no campo do granitoides intraplaca, e

as do CARAT no granitóides de arco vulcânico (Figura 4.17). Quando consideramos

os campos dos granitóides pós-orogênicos proposto por Pearce (1996), as amostras

do CARAT e algumas do CARAP caem dentro deste. No diagrama Nb vs Y (Pearce

et al., 1984) praticamente todas as amostras caem dentro do campo de granitoides

de arco vulcânico e sin-colisionais (Figura 4.18).

Figura 4.15 – Diagrama SiO2 versus Fet/Fet+MgO e SiO2 versus Na2O+K2O+CaO, mostrando o campo composicional dos leucogranitos peraluminosos (Frost .et. al 2001)

Figura 4.16 - Diagrama SiO2 versus Fet/Fet+MgO e SiO2 versus Na2O+K2O+CaO, mostrando o campo composicional dos tipo de granitos I, S e A (Frost .et. al 2001).

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Capitulo 4 – Litogeoquímica

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 57

Figura 4.17 - Diagrama discriminante de ambiente tectônico de Pearce et al. (1984). POG =granitóides pós-orogênicos; WPG = Granitóides intraplacas; VAG = granitóides de arco vulcânico; Sin-COLG = granitóides sincolisionais e ORG = granitóides de cadeias oceânicas.

Figura 4.18 - Diagrama discriminante de ambiente tectônico de Pearce (1996) POG =granitóides pós-orogênicos; WPG = Granitóides intraplacas; VAG = granitóides de arco vulcânico; Sin-COLG = granitóides sincolisionais e ORG = granitóides de cadeias oceânicas.

4.3 – Anfibolitos

Os anfibolitos analisados intercalados na sequência metassedimentar dos

complexos Arapiraca e Araticum mostram grande similaridade geoquímica entre si

(45,03% < SiO2 < 55,0% e 7,59% < CaO < 12,40%). As amostras foram classificadas

como ortoderivados (Figura 4.19) de origem vulcânica (Winchester e Floyd, 1977),

situam-se no campo do basalto no diagrama TAS-SiO2 vs Na2O + K2O de Le Bas

(1986) – Figura 4.20. No diagrama de Winchester (1978) as amostras plotam no

campo dos basaltos subalcalinos (Figura 4.21). São rochas básicas com

quantidades moderadas de álcalis e plotam no campo dos Basaltos (Figura 4.22),

como mostra o diagrama K2O vs SiO2 (Peccerillo e Taylor, 1976).

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Caracterização Geoquímica, Isotópica e Geotectônica dos Complexos Araticum e Arapiraca, Faixa Sergipana-Alagoas

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Figura 4.19 - Diagrama Zr/TiO2-Ni (Winchester et al. 1980). Caracterização da origem ígnea dos anfibolitos.

Figura 4.20 – Diagrama alcalis totais versus silica (after Le Bas, 1986) para rochas vulcânicas. A-Foidito; B-Picrobasalto; C-Basanito/Tefrito; D-Fonotefrito; E-Tefrifonolito; F-Fonolito; G-Basalto; H-Traquibasalto; I-Traquiandesito basáltico; J-Traquiandesito; K-Traquito; L-Andesito basáltico; M-Andesito; N-Dacito; O-Riolito.

Figura 4.21 - Diagrama Zr/TiO2-Nb/Y, de Floyd & Winchester, 1978). Classificação dos protolitos basálticos de anfibolitos.

Figura 4.22 - Diagrama K2O versus SiO2 (Peccerillo and Taylor, 1976).

Tratam-se, portanto, de rochas metabasálticas homogêneas com afinidade

geoquímica toleítica (Figura 4.23 e 4.24) e origem em ambiente de toleíto de arco de

ilha e MORB (Diagrama Zr–Nb–Y de Meschede,1986) – Figura 4.25 e do tipo

basaltos continentais e ilha oceânica (Diagrama MgO–FeO–Al2O3 de Pearce et al.,

1977) – Figura 4.26.

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Capitulo 4 – Litogeoquímica

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Figura 4.23 – Diagrama AFM, as amostras plotam no campo da série toleítica. (Irvine & Baragar 1971).

Figura 4.24 – Diagrama catiônico (Feo+Fe2O3+TiO2): Al2O3: MgO para distinção entre as rochas komatiícas dos basaltos toleíticos alto Mg e das séries toleítica normal (alto Fe) e cálcio alcalina. Jensen, 1976. A,B,F-Riolito; G,C-Dacito; D,H-Andesito; E- Basalto toleítico alto Fe; I-Basalto; J-Basalto toleítico alto Mg; K-Komatiíto Basáltico; L-Komatiíto ultramáfico.

Figura 4.25 - Diagrama Zr–Nb–Y de Meschede (1986) com campos para: within-plate alkali basalts (AI), within-plate alkali basalts and within-plate tholeiites (AII), E-type mid-ocean ridge basalts (B), within-plate tholeiites and volcanic arc basalts (C) and N-type mid-ocean ridge basalts and volcanic arc basalts (D).

Figura 4.26 - Diagrama de discriminação tectônica MgO–FeO–Al2O3 de Pearce et al. (1977) com os campos: (1)spreading island centre, (2)orogenic, (3)ocean ridge and floor, (4)ocean island and (5)continental, Basaltos.

As curvas dos elementos terras raras3 dos anfibolitos, normalizados em

relação ao E-MORB, são muito semelhantes entre si e mostram similaridade e um

leve enriquecimento de 1 a 5 vezes o padrão (Figura 4.28). Todas as amostras

apresentam um fracionamento similar de terras raras, com leve inclinação da

3 Os teores de Lu anomalamente baixos devem ser devidos a alguma imperfeição na análise obtida e devem ser

desconsiderados.

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Caracterização Geoquímica, Isotópica e Geotectônica dos Complexos Araticum e Arapiraca, Faixa Sergipana-Alagoas

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 60 60

esquerda para direita com enriquecimento nos terras raras leves e empobrecimento

nos terras raras pesados. As anomalias de európio são muito discretas, variando de

levemente negativa a positiva.

Quando normalizados ao N-MORB se mostram com padrões mais

fracionados com enriquecimento da ordem de 2 a 9 vezes o padrão nos terras raras

leves (Figura 4.27).

Figura 4.27 - Diagrama de elementos terras raras normalizados a N-MORB para os anfibolitos do CARAT e CARAP. (Sun e McDonough (1989).

Figura 4.28 - Diagrama de elementos terras raras normalizados a E-MORB para os anfibolitos do CARAT e CARAP. (Sun e McDonough (1989).

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Capitulo 4 – Litogeoquímica

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 61

Nos diagramas do tipo spider, as amostras de anfibolito, normalizadas em

relação ao N-MORB (Sun e McDonough, 1989), mostram enriquecimento de cerca

de 100 vezes em alguns elementos litófilos de grande raio iônico (LILE: Rb e Ba),

com relação aos de alto campo ou High field strength elements (HFSE) que

apresentam curvas sub-horizontalizadas (Figura 4.29).

Figura 4.29 - Diagrama de elementos traços normalizados a N-MORB para os anfibolitos do CARAT e CARAP. (Sun e McDonough (1989).

Figura 4.30 - Diagrama de elementos traços normalizados a E-MORB para os anfibolitos do CARAT e CARAP. (Sun e McDonough (1989).

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Em relação ao E-MORB (Sun & McDonough, 1989), percebe-se um fraco

enriquecimento nos elementos Ba, Th, Rb e U, e um comportamento semelhante

nos HFSE (Figura 4.30).

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 63 63

CAPÍTULO 5 – GEOCRONOLOGIA

5.1 – Sm-Nd

Os dados isotópicos de Sm-Nd foram obtidos no Laboratório de

Geocronologia da UNB, onde duas amostras de leucogranitos foram analisadas,

uma do CARAT e outra do CARAP. Os dados de Sm-Nd da análise de rocha total

das amostras estudadas são: 1,006 < Sm < 13,421; 4,688 < Nd < 91,643; 0,0886< 147Sm/144Nd < 0,1297 e 0,510661< 143Nd/144Nd < 0,511843 (Tabela 1). Estes dados

fornecem idades-modelo (TDM) entre 2,2 e 2,9 Ga (Figura 5.1), indicando um

intervalo máximo para idade de cristalização das amostras analisadas. Os valores

iniciais de ƐNd variam no intervalo entre -10 a -30 revelando fontes crustais, ou seja,

uma forte contaminação crustal.

Figura 5.1 – Diagrama ƐNd versus T(Ga) para os leucogranitos do Complexo Arapiraca e Araticum, e para anfibolito do complexo Araticum.

Tabela 5.1 – Dados isotópicos Sm-Nd para leucogranito e anfibolito do CARAT e leucogranito do CARAP.

Amostra Sm (ppm) Nd (ppm) (147Sm/144Nd) (143Nd/144Nd) TDM (Ga) E(T) Litologia MA-32 13 92 0,0886 0,510661 2,9 -30,29 Leucogranito MA-56 11 95 0,1297 0,511843 2,2 -10,35 Leucogranito MA-53 30 424 0,0429 0,512287 0,7 4,95 Anfibolito

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 64 64

5.2 - U-Pb Tabela 5.2 - Sumário dos dados geocronológicos U-Pb SHRIMP em zircão para as amostras MA-2b e MA-45.

MA - 2 B (Ortognaisse granítico-granodiotíco)

Nome do Spot U (ppm)

Th (ppm)

Pb (ppm)

232Th/238U Idade 206Pb/238U

Erro ±

Idade 206Pb/238U

Erro ±

Idade 207Pb/206Pb

Erro ± % Discordância

MA 2b-1.1 156 157 0 1,04 669,9 16,0 670,3 16,4 650 44 -3 MA 2b-2.1 154 108 2870 0,72 634,4 11,5 634,1 11,8 657 50 4 MA 2b-2.2* 288 168 1991 0,60 618,9 11,0 619,4 11,3 598 52 -3 MA 2b-3.1 258 261 0 1,05 640,8 11,2 641,0 11,5 634 33 -1 MA 2b-4.1 183 185 3734 1,05 621,6 11,5 621,0 11,7 659 53 6 MA 2b-5.1 113 101 1609 0,93 660,4 13,8 660,7 14,2 653 60 -1 MA 2b-6.1 180 181 2186 1,04 656,0 11,8 655,5 12,1 684 50 4 MA 2b-6.2 165 192 5434 1,20 640,2 11,7 640,1 11,9 651 74 2 MA 2b-7.1 149 108 2353 0,75 645,4 12,2 645,6 12,5 637 66 -1 MA 2b-8.1 217 308 0 1,47 662,2 12,4 663,7 12,7 594 37 -10 MA 2b-9.1 218 243 0 1,15 643,8 11,6 644,0 11,9 636 37 -1 MA 2b-10.1 284 147 1369 0,53 646,4 12,5 646,6 12,7 639 38 -1

MA – 45 (Leucossoma granítico)

Nome do Spot U (ppm)

Th (ppm)

Pb (ppm)

232Th/238U Idade 206Pb/238U

Erro ±

Idade 206Pb/238U

Erro ±

Idade 207Pb/206Pb

Erro ± % Discordância

MA 45-1.1 62 37 5998 0,62 741,5 14,8 742,5 15,3 713 76 -4 MA 45-2.1 104 70 0 0,70 761,6 14,0 759,5 14,4 833 58 9 MA 45-3.1 43 22 3875 0,53 769,1 16,2 769,2 16,6 771 103 0 MA 45-4.1* 71 33 3968 0,49 628,7 12,6 629,1 12,8 615 101 -2 MA 45-5.1* 71 32 6037 0,46 718,2 14,0 719,3 14,4 682 75 -5 MA 45-6.1 62 30 3596 0,51 779,0 15,6 780,2 15,9 745 99 -4 MA 45-7.1 177 86 0 0,50 786,0 13,8 787,0 14,3 751 33 -4 MA 45-8.1 58 31 0 0,55 771,5 16,0 768,4 16,5 871 56 13 MA 45-9.1 163 131 1461 0,83 753,9 13,4 752,8 13,8 794 39 5 MA 45-10.1 78 74 1307 0,98 764,5 15,0 762,9 15,3 823 102 8 MA 45-11.1 51 23 4834 0,47 751,4 15,9 752,4 16,2 720 129 -4 MA 45-12.1* 75 33 3263 0,45 630,0 12,5 630,7 12,8 603 76 -4

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Capítulo 5 – Geocronologia ___________________________________________________________________

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 65 65

As seguintes amostras foram datadas pela geocronologia U-Pb: 1) Amostra

no limite entre a zona de cisalhamento contracional Jacaré dos Homens e o

Complexo Araticum, a qual trata-se de um ortognaisse granodiorítico a granítico, e 2)

Amostra de leucossoma do migmatito inserido no Complexo Arapiraca. Os zircões

foram enviados ao laboratório de Geocronologia da USP (Geolab-SHRIMP), na

forma de concentrado mineral e montados em seção polida. Foram analisados 12

spots em 12 cristais na amostra do ortognaisse e 12 spots em 10 cristais na amostra

do leucossoma (Tabela 2).

5.2.1 – Ortognaisse PEAL (adjacente ao complexo Araticum)

Os grãos de zircões de analisados são límpidos, com zoneamento magmático

(Figura 5.2) e possuem conteúdo de U e Th no intervalo de 113 a 288 ppm e 101 a

308 ppm, respectivamente, indicando razões Th/U altas, variando entre 0,53 a 1,47

(Tabela 2) típica de grãos de rochas magmáticas. Todos os zircões são

concordantes4, logo podemos concluir que a idade 206Pb/238U de 642.4 ± 3.4 Ma

(Figura 5.3) é a melhor estimativa para idade de cristalização magmática do

ortognaisse.

4 O símbolo (*) na tabela - Spots não utilizados para cálculo da idade.

Figura 5.2 - Imagens de catodoluminescência dos zircões datados (MA-2b) com a marcação dos spots analisado.

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Capítulo 5 – Geocronologia

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 66 66

Figura 5.3 – Diagrama Concórdia para ortognaisse granítico-granodiotíco no limite com complexo Araticum.

5.2.2 - Complexo Arapiraca-Leucossoma

Geocronologia U/Pb em minerais acessórios extraídos de metapelitos

migmatizados no fácies granulito inferior a anfibolito superior dará uma idade

anatética, se os processos anatéticos resultam em novo crescimento do cristal. Os

mesmos fatores que afetam o grau de retenção de idades detritícas em zircões

magmáticos também ocorrem em parte nos zircões de migmatitos anatéticos.

Os zircões foram extraídos do leucossoma de migmatitos estromáticos com

grãos não-zonados e incolores (Figura 4.4). Um total de 12 análises (Tabela 2)

foram realizadas em 12 zircões da amostra MA-45, no qual dez resultaram em

idades em torno de 760 Ma e duas em torno de 630 Ma (Figura 5.5).

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Caracterização Geoquímica, Isotópica e Geotectônica dos Complexos Araticum e Arapiraca, Faixa Sergipana-Alagoas

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Figura 5.4 - Imagens de catodoluminescência dos zircões datados (MA-45) com a marcação dos spots analisado.

Figura 5.5 – Diagrama concórdia para leucossoma do Complexo Arapiraca.

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CAPÍTULO 6 – DISCUSSÕES

A aplicação dos critérios geoquímicos para o estudo de novos dados dos

Complexos Arapiraca e Araticum providencia perspectivas significantes e

constrastes adicionais concernentes a discriminação, proveniência e configuração

tectônica dos protólitos das sequências metamórficas. A interpretação da

proveniência e configuração tectônica deve ser utilizada cuidadosamente, porque

configurações específicas não necessariamente produzem rochas com uma única

assinatura geoquímica (McLennan et al.1990; Bahlburg 1998).

A classificação geoquímica para as unidades metamórficas indicam que tanto

o complexo Arapiraca quanto o Araticum são compostos em maioria por grauvacas.

A análise de proveniência indica que fontes mistas controlaram os protólitos das

unidades metamórficas. Elementos maiores indicam uma predominância de fontes

ácidas a intermediárias para o Complexo Araticum, e também fontes recicladas para

o Complexo Arapiraca. Alguns diagramas como TiO2 vs Ni e K2O vs Rb indicam que

ambos os complexos tem uma fonte de composição tipicamente ácida a

intermediária.

Várias das inferências sobre a configuração tectônica dos complexos

apontam para arco de ilha continental com uma tendência para margens

continentais ativas. Segundo Bathia (1983) arcos de ilhas continentais

correspondem a bacias sedimentares adjacentes a arcos de ilhas formados com o

desenvolvimento da crosta continental ou sobre margens continentais adelgaçadas.

Arcos são fragmentos continentais, destacado do continente. Sedimentos são

depositados em bacias do tipo intra-arco, ante-arco e retro-arco e são principalmente

derivados de rochas vulcânicas félsicas.

Margens continentais ativas incluem bacias sedimentares do tipo margem

continental e strike-slip. Estas bacias são desenvolvidas sobre ou adjacentes a

crosta continental composta de rochas de antigos cinturões de dobramentos e de

sedimentos dominantemente derivados de granitos-gnaisses e vulcânicas silicáticas.

A associação rochosa presente neste sistema inclui representantes plutônicos e

vulcânicos, que variam de basalto (gabro) a riolito (granito); rochas ultramáficas

estão ausentes neste contexto (Wilson, 1989). Geoquimicamente os anfibolitos dos

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Capítulo 6 – Discussões __________________________________________________________________________

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 69

complexos Arapiraca e Araticum se assemelham as rochas de arco, como basaltos

alcalinos a subalcalinos de assinatura toleítica e altos valores de Rb, Ba, Th, U e

relativamente de Zr (Wilson, 1989).

O valor de ƐNd calculado para 640 Ma, do anfibolito do Complexo Araticum é

+4,95, indicando fonte mantélica. Já para os leucogranitos peraluminosos de ambos

os complexos observamos valores de ƐNd entre -10,39 e -30,29, destacando que

estes experimentaram contribuição crustal expressiva, o que corrobora a evidencia

de que se trata de granitos do tipo-S.

6.1 – Evolução Tectônica

As informações obtidas nos permite inferir uma evolução tectônica para estes

Complexos metamórficos estudados. Os dados obtidos a partir das datações U/Pb

em ortognaisse imediatamente no limite com a zona de cisalhamento contracional

Jacaré dos Homens e adjacente ao Complexo Araticum (Domínio Canindé), nos

fornece uma idade de cristalização de ~640 Ma, podendo funcionar como marcador

da deformação. O dado obtido em leucossoma de migmatito do Complexo Arapiraca

(Domínio Rio Coruripe) indicou uma idade U/Pb de ~765 Ma, próxima a idade dos

leucogranitos sincolisionais do tipo Garrote do Cinturão de Dobramentos Sergipano,

com idade de 715 Ma (D’el Rey Silva, 1992), no entanto 2 grãos nos forneceram

idades em torno de 640 Ma, o que pode nos indicar que os zircões mais antigos

possivelmente são herdados, correspondendo a idade de metamorfismo e anatexia

das rochas metassedimentares a idade de 640 Ma (Brasiliana), relacionada ao

evento Brasiliano que atuou na Província Borborema no período de 750-560 Ma

(informação verbal em palestra, Oliveira, E. P., 2013).

A configuração tectônica do Domínio Canindé e do Domínio Rio Coruripe é de

certa forma complexa, tendo em vista a terminologia utilizada por diversos

pesquisadores para a compartimentação do Cinturão de Dobramentos Sergipano.

Segundo, Davison e Santos (1989); D’el Rey Silva (1999); Bueno (2008); Oliveira

(2010), as rochas estudadas como Complexo Araticum fazem parte do Domínio

Macururé, ao invés do Domínio Canindé (Compartimentação adotada por Brito et al.

2011), e estes autores sugerem que este Domínio foi formado em um arco

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Caracterização Geoquímica, Isotópica e Geotectônica dos Complexos Araticum e Arapiraca, Faixa Sergipana-Alagoas

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 70 70

continental. Silva Filho & Torres (2002), acrescentou o Domínio Rio Coruripe aos

domínios identificados por Davison e Santos (1989). Este domínio que antes foi

incorporado ao Grupo Macururé foi considerado por Silva Filho (2003) como

independente deste grupo pelo seu conteúdo litológico e idade. Segundo, Silva Filho

(2006) as rochas estudadas como pertencentes ao Domínio Canindé fazem parte do

Domínio Rio Coruripe e ambos domínios são tidos como evolução de abertura de

oceano com subsequente subducção e colisão continental.

A partir destas considerações e da integração dos dados levantados, a evolução

dos Complexos Arapiraca e Araticum pode ser entendida utilizando-se o modelo de

tectônica de placas, nos estágios (Figura 6.1) que se seguem:

1) Fase distensiva;

2) Formação de bacia oceânica e deposição das sequências dos Dominios Rio

Coruripe (Complexo Arapiraca) e Macururé.

3) Subduccção e formação de Arco. As rochas carbonáticas do Complexo

Araticum (Domínio Canindé) poderiam estar ligadas a um arco como a um

prisma acrescionário.

4) Fechamento e amalgamação da Placa Pernambuco-Alagoas, sequências

sedimentares e a placa Sanfranciscana.

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Capítulo 6 – Discussões __________________________________________________________________________

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Figura 6.1 - Fases de desenvolvimento dos Domínios Rio Coruripe e Canindé, seus respectivos complexos Arapiraca e Araticum, e áreas adjacentes. a) Fase distensiva; b) Expansão oceânica e formação de bacia (deposição das rochas sedimentares do CARAP-Domínio Rio Coruripe); c) Fase colisional (Deposição das rochas sedimentares do CARAT-Domínio Canindé) e d) Amalgamação de diferentes domínios. ZCJH/ZCPI: Zona de Cisalhamento Contracional Jacaré dos Homens/ Zona de Cisalhamento Contracional Palmeira dos Índios.

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CAPÍTULO 7 – CONCLUSÕES

A combinação dos estudos petrográficos, geoquímicos e isotópicos aplicados às

unidades metamórficas dos CARAT e CARAP permite concluir:

1. Os protólitos do CARAT e CARAP podem ser caracterizados como

pertencentes a uma sequência de rochas sedimentares clásticas com níveis

químicos, formadas principalmente por grauvacas.

2. Alguns elementos maiores e traços como SiO2, Rb, Ni representados por

diagramas sugerem que as rochas metassedimentares derivaram

principalmente de fontes ácidas a intermediárias. Podendo ser a fontes dos

sedimentos do CARAP as unidades pertencentes ao Cratón do São Francisco

tendo em vista as datações U-Pb feita em metamáfica intercalada a

sequência com idade de ~1 Ma. e do CARAT as unidades do Domínio

Pernambuco-Alagoas, com base em idade de 611 Ma em sheets de

leucogranito (Mendes, 2011), estas mesmas idades são a base da separação

das unidades em dois complexos diferentes.

3. As rochas metassedimentares tanto do CARAT como do CARAP são de

ambiente de arco magmático.

4. As rochas ditas como granitoides indiscriminados são migmatitos

paraderivados, com possível idade de anatexia em ~760 Ma.

5. Os leucogranitos são do tipo-S, com idade TDM de 2,9 Ga para o CARAP e

de 2,2 Ga para o CARAT.

6. Os anfibolitos presentes nas duas sequências são basaltos alcalinos a

subalcalinos. Com valor de ƐNd positivo para o CARAT e idade TDM de 0,7

Ga, concordantes com a idade Neoproterozoíca atribuída ao Complexo.

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Caracterização Geoquímica, Isotópica e Geotectônica dos Complexos Araticum e Arapiraca, Faixa Sergipana-Alagoas

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7. Ambos os complexos CARAT e CARAP demonstram através de seus dados

de campo, geoquímicos e isotópicos uma similaridade, acreditando-se então

fazerem parte de uma mesma unidade geológica. Também não foram

observados dados estruturais de campo que comprovem a existência da zona

de cisalhamento (que separa os dois complexos) inferida por fotografia aérea.

No entanto, para melhor precisão, estes dados precisam ser confirmados por

datações do tipo proveniência em zircões.

8. Outros estudos isotópicos e geocronológicos são precisos para definir a idade

e assinatura isotópica das fontes. Estes dados irão permitir uma comparação

com a química das fontes inferidas e testar os diferentes modelos

paleotectônicos propostos para evolução dos complexos.

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CAPÍTULO 8 – REFERÊNCIAS

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ANEXOS

ANEXO – A (Pontos visitados e dados estruturais) Pontos ZONA UTM (E) UTM (N) Foliação Lineação Descrição do afloramento Unidade

MA - 1 24 L 720546 8950288 Metatonalito PEALMA - 2 24 L 720668 8948178 50Az/45°/140Az Ortognaisse, paragnaisse e leucogranito PEAL/C. AraticumMA - 3 24 L 721123 8942838 130Az/70°/220Az Paragnaisse e anfibolito Complexo AraticumMA - 4 24 L 722092 8943630 Anfibolito Complexo AraticumMA - 5 24 L 721798 8945216 30Az/30°/300Az Paragnaisse Complexo AraticumMA - 7 24 L 722957 8945962 Paragnaisse Complexo AraticumMA - 8 24 L 725062 8945392 140Az/60°/230Az Paragnaisse Complexo AraticumMA - 9 24 L 726252 8944936 60Az/50°/330Az 48°/303Az Paragnaisse Complexo AraticumMA - 10 24 L 727187 8944866 Leucogranito Complexo AraticumMA - 11 24 L 723245 8950436 Granito a granodiorito PEALMA - 12 24 L 723823 8944294 N/30°/W Paragnaisse Complexo AraticumMA - 13 24 L 722191 8944832 Anfibolito Complexo AraticumMA - 14 24 L 721377 8945776 6Az/35°/286Az Paragnaisse Complexo AraticumMA - 15 24 L 723089 8945944 338Az/20°/250Az Paragnaisse Complexo AraticumMA - 16 24 L 723934 8945716 14Az/20°/248Az Paragnaisse Complexo AraticumMA - 17 24 L 726221 8946396 320Az/65°/230Az Paragnaisse Complexo AraticumMA - 18 24 L 727142 8946656 2Az/80°/92Az 43°/288Az Ortognaisse Complexo AraticumMA - 19 24 L 728755 8946724 Paragnaisse e leucogranito Complexo ArapiracaMA - 20 24 L 730014 8946648 Paragnaisse e leucogranito Complexo ArapiracaMA - 21 24 L 731033 8946396 240Az/60°/330Az Paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 22 24 L 732196 8946110 Paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 23 24 L 733091 8945888 353Az/27°/263Az Paragnaisse e anfibolito Complexo ArapiracaMA - 24 24 L 733996 8945814 Leucogranito Complexo ArapiracaMA - 25 24 L 735787 8945200 340Az/75°/70Az Paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 26 24 L 736481 8945184 260Az/30°/350Az Paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 27 24 L 736658 8945574 Paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 28 24 L 736520 8945742 Leucogranito Complexo ArapiracaMA - 29 24 L 737283 8945574 Paragnaisse e anfibolito Complexo ArapiracaMA - 30 24 L 757424 8945656 340Az/30°/250Az 5°/350 Az Paragnaisse e Migmatito Complexo Arapiraca*PEAL:Dominio Pernambuco-Alagoas.

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 83

Pontos ZONA UTM (E) UTM (N) Foliação Lineação Descrição do afloramento UnidadeMA - 31 24 L 737490 8945446 340Az/44°/250Az 12°/175Az Paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 32 24 L 739921 8945628 50Az/71°/320 Az 53°/233Az Leucogranito Complexo ArapiracaMA - 33 24 L 739334 8945638 Ponto de controle Complexo ArapiracaMA - 34 24 L 738582 8945660 Leucogranito Complexo ArapiracaMA - 35 24 L 737628 8945596 Paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 36 24 L 739392 8946436 Paragnaisse e anfibolito Complexo ArapiracaMA - 37 24 L 739532 8946424 98Az/76°/188Az 47°/120Az Migmatito Complexo ArapiracaMA - 38 24 L 740923 8947470 Migmatito Complexo ArapiracaMA - 39 24 L 740403 8947684 Migmatito Complexo ArapiracaMA - 40 24 L 738952 8948138 Migmatito Complexo ArapiracaMA - 41 24 L 737717 8948140 Migmatito e paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 42 24 L 736919 8948634 12Az/40°/282Az 35°/202Az Paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 43 24 L 736394 8948720 325Az/55°/235Az Anfibolito Complexo ArapiracaMA - 44 24 L 734687 8948630 Leucogranito Complexo ArapiracaMA - 45 24 L 733952 8948460 Migmatito Complexo ArapiracaMA - 46 24 L 732994 8948428 Leucogranito Complexo ArapiracaMA - 47 24 L 731069 8947934 Leucogranito Complexo ArapiracaMA - 48 24 L 730512 8947894 Paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 49 24 L 728958 8947802 Paragnaisse e pegmatito Complexo ArapiracaMA - 50 24 L 728716 8947882 Paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 51 24 L 728736 8947202 5Az/58°/285Az Paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 52 24 L 722490 8947110 12Az/38°/282Az Paragnaisse Complexo AraticumMA - 53 24 L 723113 8947854 Anfibolito Complexo AraticumMA - 54 24 L 723263 8949700 Paragnaisse e pegmatito Complexo AraticumMA - 55 24 L 725089 8948850 355Az/31°/265Az Paragnaisse Complexo AraticumMA - 56 24 L 726443 8949134 Tonalito Complexo AraticumMA - 57 24 L 727039 8948666 Anfibolito Complexo AraticumMA - 58 24 L 722925 8944290 55Az/10°/165Az Paragnaisse Complexo AraticumMA - 59 24 L 723774 8943640 15Az/40°/285Az Paragnaisse e pegmatito Complexo AraticumMA - 60 24 L 724875 8942790 Anfibolito e paragnaisse Complexo AraticumMA - 61 24 L 725840 8942116 48Az/25°/318Az Paragnaisse e leucogranito Complexo AraticumMA - 62 24 L 727130 8941344 315Az/40°/225Az Paragnaisse Complexo AraticumMA - 63 24 L 727288 8941202 Leucogranito Complexo AraticumMA - 64 24 L 719860 8944674 Anfibolito, Paragnaisse e leucogranito Complexo ArapiracaMA - 65 24 L 719205 8943860 Paragnaisse Complexo Arapiraca

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ANEXO - A (Tabela de pontos visitados e de dados estruturais) __________________________________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________________________

Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 84 84

Pontos ZONA UTM (E) UTM (N) Foliação Lineação Descrição do afloramento UnidadeMA - 66 24 L 718703 8943330 Paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 67 24 L 719563 8943986 Xisto Complexo ArapiracaMA - 68 24 L 720383 8942738 Xisto e Paragnaisse Complexo AraticumMA - 69 24 L 720736 8941760 Paragnaisse, Anfibolito e Leucogranito Complexo AraticumMA - 70 24 L 720791 8941428 Blocos dispersos de rocha rica em minerais magnéticos Complexo AraticumMA - 71 24 L 720668 8940558 Leucogranito Complexo AraticumMA - 72 24 L 720507 8940168 Mármore Complexo AraticumMA - 73 24 L 720288 8940180 Mármore, Paragnaisse, Anfibolito e Calcissilicática Complexo AraticumMA - 74 24 L 727640 8941048 76Az/25°/346Az Anfibolito, Paragnaisse Complexo AraticumMA - 75 24 L 728525 8940738 76Az/70°/346Az Paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 76 24 L 729686 8940706 150Az/45°/240Az Paranaisse e Anfibolito Complexo ArapiracaMA - 77 24 L 730603 8940766 60Az/23°/150Az Paragnaisse e Xisto Complexo ArapiracaMA - 78 24 L 731177 8940822 104Az/29°/194Az Paragnaisse e Anfibolito Complexo ArapiracaMA - 79 24 L 731900 8940498 340Az/42°/70Az Paragnaisse e Xisto Complexo ArapiracaMA - 80 24 L 732515 8940308 287Az/20°/17Az Paragnaisse e Pegmatito Complexo ArapiracaMA - 81 24 L 733385 8940072 310Az/26°/220Az Paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 82 24 L 733742 8939870 254Az/23°/ 155Az 18°/135Az Paragnaisse, Anfibolito e Pegmatito Complexo ArapiracaMA - 83 24 L 733752 8940752 110Az/84°/200Az Paragnaisse Milonitizado Complexo ArapiracaMA - 84 24 L 733896 8941492 90Az/12°/180Az Paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 85 24 L 734505 8942150 335Az/81°/245Az Paragnaisse e Pegmatito Complexo ArapiracaMA - 86 24 L 734866 8943396 Paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 87 24 L 735150 8943866 320Az/60°/230Az Paragnaisse e Pegmatito Complexo ArapiracaMA - 88 24 L 735936 8943814 315Az/32°/45Az Paragnaisse e Pegmatito Complexo ArapiracaMA - 89 24 L 733375 8943024 355Az/35°/265Az Paragnaisse, Pegmatito e Anfibolito Complexo ArapiracaMA - 90 24 L 728219 8945036 25Az/51°/295Az Paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 91 24 L 730041 8944338 65Az/50°/335Az Anfibolito, Leucogranito e Paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 92 24 L 730787 8943980 70Az/44°/340Az Pegmatito Complexo ArapiracaMA - 93 24 L 731434 8943584 95Az/30°/5Az Paragnaisse e Pegmatito Complexo ArapiracaMA - 94 24 L 732083 8943668 88Az/44°/358Az Paragnaisse e Pegmatito Complexo ArapiracaMA - 95 24 L 733637 8942990 Paragnaisse, Pegmatito e Leucogranito Complexo ArapiracaMA - 96 24 L 733940 8943214 Gnaisse migmatizado Mig. C. ArapiracaMA - 97 24 L 732753 8943484 Paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 98 24 L 731776 8943210 60Az/39°/330Az Gnaisse migmatizado Mig. C. ArapiracaMA - 99 24 L 732429 8942424 270Az/50°/180Az Paragnaisse e Pegmatito Complexo ArapiracaMA - 100 24 L 732967 8941580 110Az/23°/20Az Gnaisse migmatizado Mig. C. Arapiraca

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Caracterização Geoquímica, Isotópica e Geotectônica dos Complexos Araticum e Arapiraca, Faixa Sergipana-Alagoas __________________________________________________________________________________________________________________

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 85

Pontos ZONA UTM (E) UTM (N) Foliação Lineação Descrição do afloramento UnidadeMA - 101 24 L 733201 8941058 135Az/45°/225Az Paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 102 24 L 734257 8942708 Pegmatito e Paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 103 24 L 733311 8943624 90Az/24°/0Az Paragnaisse Complexo ArapiracaMA - 104 24 L 732738 8945046 82Az/40°/322Az Paragnaisse e Pegmatito Complexo ArapiracaMA - 105 24 L 732982 8945918 12Az/45°/302Az Paragnaisse e Pegmatito Complexo ArapiracaMA - 106 24 L 730393 8946558 227Az/38°/317Az Paragnaisse e Pegmatito Complexo ArapiracaMA - 107 24 L 728463 8946702 224Az/45°/314 Az Paragnaisse, Pegmatito e Anfibolito Complexo ArapiracaMA - 108 24 L 727117 8946690 92Az/58°/182Az Gnaisse migmatizado Complexo AraticumMA - 109 24 L 721134 8948413 345Az/67°/260Az Gnaisse migmatizado Mig. C. ArapiracaMA - 110 24 L 721844 8949182 Ortognaisse tonalítico PEALMA - 111 24 L 722007 8950212 Metagranito PEALMA - 112 24 L 722441 8950410 294Az/47°/24Az Ortognaisse monzonítico PEALMA - 113 24 L 723000 8950700 Metagranito PEALMA - 114 24 L 721165 8948474 Paragnaisse, Anfibolito e Pegmatito Complexo AraticumMA - 115 24 L 738154 8949266 235Az/70°/145 Az 17°/213 Az Quartzito Complexo ArapiracaMA - 116 24 L 737046 8948446 Metagabroíde Complexo ArapiracaMA - 117 24 L 728042 8945066 45Az/72°/325Az Anfibolito Complexo ArapiracaMA - 118 24 L 737595 8942874 105Az/18°/15Az 19°/15Az Migmatito paraderivado com pegmatito Complexo ArapiracaMA - 119 24 L 738809 8948260 Migmatito paraderivado Complexo Arapiraca

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ANEXO – B1 (Dados Geoquímicos dos Metapelitos e Metapsamitos) __________________________________________________________________________________________________________________

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 86 86

ANEXO – B1 (Dados Geoquímicos dos Metapelitos e Metapsamitos)

MA-12 MA 14 MA-15 MA 55 MA-61 MA 62 MA 29 MA 30 MA-35 MA 36 MA-41 MA-42 MA 48 MA-50 MA-51 MA-54

SiO2 70,77 72,91 54,6 64,86 73,18 76,50 64,71 72,32 68,39 51,45 62,85 73,75 71,75 73,04 76,61 76,74

Al2O3 11,35 12,62 19,6 15,60 16,86 14,40 14,48 12,66 12,74 6,24 13,75 14,90 14,43 13,43 12,81 14,06

TiO2 0,48 0,73 1,2 0,67 0,04 0,13 0,84 0,66 0,73 0,21 1,24 0,17 0,48 0,28 0,11 0,09

MgO 0,32 1,62 1,1 1,86 0,33 0,17 2,64 1,83 2,15 16,07 3,05 0,32 0,82 1,10 0,35 0,09

MnO 0,20 0,09 0,1 0,07 0,23 0,02 0,10 0,07 0,07 0,36 0,09 0,01 0,02 0,02 0,08 0,00

CaO 0,77 2,38 3,3 0,25 0,88 0,97 0,43 2,18 2,16 15,34 1,49 2,11 2,25 1,76 0,59 1,34

Fe2O3 8,30 4,94 8,5 7,53 0,98 0,23 7,45 5,01 5,92 7,85 9,00 0,81 2,61 2,98 1,45 0,06

Na2O 0,43 2,36 4,3 1,80 4,84 3,28 2,15 2,21 2,36 0,36 2,17 3,33 4,22 3,31 2,30 3,49

K2O 5,54 1,74 4,6 3,31 1,89 3,06 3,00 2,13 2,40 0,07 3,49 4,03 2,18 2,44 4,46 3,31

P2O5 0,03 0,03 0,1 0,04 0,02 0,06 0,13 0,17 0,14 0,23 0,04 0,05 0,14 0,07 0,07 0,01

PF 1,86 2,26 2,4 5,43 2,15 1,18 3,67 1,15 1,11 2,54 1,14 0,42 1,13 2,08 0,93 0,66

Total 100,04 101,67 99,6 101,41 101,40 99,99 99,61 100,39 98,17 100,72 98,31 99,89 100,02 100,50 99,75 99,84

Cr 298 251 97 322 357 222 306 330 345 78 343 195 234 262 323 192

Ba 166 605 676 1044 218 258 452 439 383 194 959 1946 1216 1966 2071 642

Rb 349 89 301 131 146 88 149 97 131 -6 143 101 91 116 122 73

Sr 49 563 312 290 255 247 170 241 260 5 344 1056 1405 1054 800 480

Zr 1604 186 298 188 37 20 137 210 171 47 255 199 194 198 65 57

Y 167 27 81 53 36 22 39 39 36 16 44 28 23 34 31 75

Nb 475 18 86 15 14 4 19 12 26 1 31 23 4 12 0 17

Ni 16 28 36 52 34 25 53 44 53 38 83 30 24 37 30 26

COMPLEXO ARATICUM

METAPELITOS E METAPSAMITOS

COMPLEXO ARAPIRACA

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ANEXO – B2 (Dados Geoquímicos dos Leucogranitos) ____________________________________________________________________________________________________________________

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 87

ANEXO – B2 (Dados Geoquímicos dos Leucogranitos)

Óxidos MA 18 MA-19 MA 24 MA 28 MA 32 MA 33 MA-34 MA-43 MA 44 MA 46 MA 47 MA-52 MA 56

SiO2 72,95 74,53 76,00 75,40 56,65 76,07 75,51 72,80 68,70 75,94 74,47 74,18 75,53

Al2O3 14,33 13,75 14,46 14,36 22,74 13,16 14,68 16,11 14,82 13,33 14,12 14,89 13,46

TiO2 0,36 0,07 0,02 0,07 0,48 0,07 0,10 0,11 0,39 0,17 0,15 0,26 0,05

MgO 0,42 0,21 0,19 0,15 1,69 0,13 0,25 0,40 0,67 0,41 0,23 0,52 0,08

MnO 0,02 0,03 0,18 0,14 0,06 0,05 0,02 0,11 0,04 0,03 0,04 0,01 0,06

CaO 0,95 0,62 0,33 0,29 4,26 0,45 0,47 0,39 1,18 0,47 0,62 1,51 0,51

Fe2O3 2,02 0,91 0,51 0,57 5,65 0,41 1,00 1,21 1,74 3,05 1,18 1,39 0,32

Na2O 3,22 3,57 4,43 3,62 5,23 3,49 3,15 4,04 1,94 3,25 3,18 4,71 3,12

K2O 5,08 3,96 3,46 4,22 1,80 4,37 5,47 3,57 7,68 3,94 4,48 3,03 5,96

P2O5 0,11 0,21 0,18 0,34 0,07 0,18 0,26 0,24 0,14 0,03 0,12 0,13 0,04

PF 0,77 1,39 0,91 1,28 0,89 1,3 0,92 1,41 1,62 0,37 1,00 0,65 0,60

Total 100,24 99,25 100,67 100,42 99,51 99,69 101,84 100,39 98,92 100,97 99,59 101,28 99,74

Cr 175 295 244,00 293 128 302 253 305 185 261 256 206 193

Ba 1441 435 35,00 142 810 152 206 143 5250 340 576 702 401

Rb 283 233 411,00 366 106 286 303 325 210 193 191 130 159

Sr 401 137 0,00 22 459 59 37 21 2084 92 177 873 124

Zr 293 26 7,00 -1 706 36 32 29 453 614 60 160 26

Y 51 44 61,00 60 45 50 61 58 42 84 38 25 37

Nb 29 53 41,00 35 22 17 26 34 25 224 28 6 6

Ni 33 89 45,00 29 15 40 88 37 17 36 23 33 24

LEUCOGRANITOS

COMPLEXO ARAPIRACA COMPLEXO ARATICUM

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ANEXO – B3 (Dados Geoquímicos dos Anfibolitos) __________________________________________________________________________________________________________________

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Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 88 88

ANEXO – B3 (Dados Geoquímicos dos Anfibolitos)

MA-3 MA-4 MA-57 MA-62 MA-64 MA-69 MA-74 MA-23 MA-33 MA-36 MA 49 MA-60 MA-76 MA-79

SiO2 45,03 54,57 49,48 54,48 48,67 47,04 46,70 47,11 47,19 52,26 48,69 40,78 47,99 48,83

Al2O3 15,22 13,70 14,73 14,38 14,72 13,72 13,71 14,04 13,99 3,30 13,78 12,22 14,52 12,97

TiO2 1,31 1,17 1,13 0,68 1,75 1,52 2,14 1,79 1,73 0,16 1,16 2,90 1,10 2,25

MgO 8,35 4,45 6,17 5,51 6,41 7,18 6,47 7,12 7,09 16,91 6,92 8,71 7,20 6,16

MnO 0,16 0,16 0,02 0,20 0,25 0,21 0,22 0,21 0,18 0,30 0,19 0,22 0,21 0,21

CaO 11,36 7,59 11,90 9,10 10,14 11,21 11,12 11,81 11,92 17,28 11,91 17,01 12,40 10,89

Fe2O3 12,33 8,66 12,91 10,34 12,95 13,72 13,32 12,28 11,98 6,34 11,26 12,55 11,36 14,45

Na2O 2,79 3,14 2,06 2,28 2,65 2,02 2,32 2,12 2,89 0,45 3,37 1,63 2,62 2,70

K2O 0,69 5,19 0,41 0,57 1,48 1,05 1,54 0,54 0,49 0,06 0,57 0,71 0,59 0,54

P2O5 0,07 0,23 0,08 0,15 0,18 0,11 0,21 0,18 0,19 0,14 0,09 1,26 0,15 0,25

PF 1,57 1,05 0,66 1,62 1,84 1,57 1,31 1,68 1,4 2,15 0,83 1,23 0,90 0,93

Total 98,9 99,91 99,6 99,31 101,0 99,4 99,1 98,9 99,0 99,4 98,74 99,22 99,04 100,2

Cr 355 267 372 348 273 237 87 216 215 35 346 333 295 106

Ba 94 1655 194 321 232 692 132 504 125 106 231 79 259 90

Rb 5 125 0 -2 11 3 55 6 -1 -9 0 -9 125 -3

Sr 364 326 105 1093 222 144 404 276 260 6 137 1095 135 157

Zr 60 171 43 282 83 59 109 96 87 89 49 275 44 116

Y 15 44 23 26 33 25 29 21 20 15 26 31 28 26

Nb 7 14 -2 79 8 5 12 13 11 0 -2 76 -2 11

Ni 98 62 75 75 32 32 31 43 44 21 106 74 96 24

ANFIBOLITOS

COMPLEXO ARAPIRACACOMPLEXO ARATICUM

Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE … · anfibolitos, leucogranitos e, apenas no CARAT, subordinamente, por mármores e rochas calciossilicáticas. A deformação principal

ANEXO – C (Dados Geoquímicos – Elementos Traços e Elementos Terras Raras) __________________________________________________________________________

____________________________________________________________________

Mariucha Maria Correia de Lima – LIMA, M.M.C. 89 89

ANEXO – C (Dados Geoquímicos – Elementos traços e Elementos Terras Raras)

SMP SMP SMP SMP SMP SMP SMP SMP

MA-12 MA-61 MA-30 MA-35 MA-62 MA-57 MA-23 MA-49

Al2O3 % 11,18 14,21 13,31 14,35 12,94 14,12 14,61 15,74

CaO % 1,01 1,59 2,41 2,45 8,37 10,72 11,69 12,52

Cr2O3 % 0,04 0,06 0,04 0,05 0,02 0,05 0,03 0,05

Fe2O3 % 9,05 5,44 5,28 6,42 9,63 11,83 13,24 12,97

K2O % 5,82 2,93 2,19 2,61 0,66 0,48 0,59 0,69

MgO % 0,28 2,01 1,95 2,37 5,48 6,13 7,41 7,8

MnO % 0,18 0,08 0,04 0,04 0,2 0,24 0,17 0,19

Na2O % 1,02 2,88 2,62 2,82 2,35 1,97 2,35 3,02

P2O5 % 0,12 0,15 0,27 0,24 0,27 0,19 0,23 0,22

SiO2 % 71,51 66,32 71,38 69,9 55,8 50,24 48,29 47,43

TiO2 % 0,52 0,59 0,71 0,85 0,69 1,13 2,05 1,36

LOI % 0,68 1,79 0,88 0,91 0,76 0,53 1,27 0,56

Sum % 101,41 98,04 101,08 103,01 97,18 97,64 101,93 102,53

Sr ppm 83 249 224 246 521 97 305 171

Y ppm 154 12 28 15 22 29 25 32

Zn ppm 545 38 92 43 100 67 52 6

Zr ppm 2251 136 270 215 110 34 154 100

Ba ppm 132 782 387 428 666 180 530 261

V ppm 28 59 100 127 98 228 283 291

Ag ppm I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F. I.N.F.

Ce ppm 543,9 52,9 60,7 68,1 51,4 6,7 25,8 11,8

Co ppm 3,2 15,7 13,8 17,8 47,5 55,3 53,7 52

Cs ppm 4,95 1,82 4,52 5,93 0,27 0,34 0,93 0,21

Cu ppm 7 31 12 41 13 48 81 78

Dy ppm 29,82 2,35 5,17 3,49 3,81 4,24 4,69 4,96

Er ppm 16,65 1,31 2,81 1,09 2,34 3,45 2,63 3,72

Eu ppm 2,33 1,31 1,32 1,42 1,19 0,84 1,42 1,13

Ga ppm 51,1 18,9 18,3 20,4 16,2 16 18,6 17

Gd ppm 35,07 3,03 5,14 5,09 4,3 3,21 4,55 4,32

Hf ppm 45,85 4,72 6,57 4,89 3,81 2,29 3,29 2,12

Ho ppm 5,85 0,42 0,99 0,53 0,82 1,09 0,91 1,21

La ppm 258,5 29,1 28,6 32,9 17,7 3,4 11,9 7,8

Lu ppm 2,13 <0,05 0,19 <0,05 0,14 0,25 0,09 0,29

Mo ppm 58 5 5 5 <2 <2 <2 <2

Nb ppm 399,06 12,05 18,02 22,81 7,81 1,83 14,19 2,06

Nd ppm 217,4 21,4 27,5 30,8 22,2 6,4 16,8 9,3

Ni ppm 7 47 34 40 71 127 81 157

Pr ppm 59,7 6,2 7,42 7,78 5,41 1,11 3,73 1,98

Rb ppm 364,1 112,6 97,5 126,5 21,9 12,2 16,3 11,2

Sm ppm 41,8 3,8 6,1 5,8 4,2 1,8 3,9 2,9

Sn ppm 19,1 2,3 2,8 3,3 1,7 70,3 1,4 1,6

Ta ppm 22,2 0,69 1,78 1,66 0,51 0,15 0,89 0,14

Tb ppm 5,31 0,44 0,89 0,66 0,64 0,57 0,73 0,72

Th ppm 38,1 5,4 9,5 10,8 4,7 0,8 1,8 0,9

Tl ppm 1,5 <0,5 0,5 0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5

Tm ppm 2,48 0,13 0,43 0,16 0,37 0,53 0,33 0,49

U ppm 6,4 0,89 5,37 2,98 0,64 <0,05 0,35 0,06

W ppm 27,9 21,8 20,4 22,3 7 6,2 6,7 3,7

Yb ppm 16,3 1,1 2,7 1 2,4 3,7 2,3 3,4

PARAGNAISSE ANFIBOLITO

COMP. ARAT COMP. ARAP COMP. ARAT COMP. ARAP

Page 91: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE … · anfibolitos, leucogranitos e, apenas no CARAT, subordinamente, por mármores e rochas calciossilicáticas. A deformação principal

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Major Isidoro

27°

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Fearg

Rio Traipu

Riach

o da P

edra

Riach

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ertão

Riacho das Galinhas

Riach

o Doc

e

720000

720000

722000

722000

724000

724000

726000

726000

728000

728000

730000

730000

732000

732000

734000

734000

736000

736000

738000

738000

740000

740000 8940

000

8942

000

8942

000

8944

000

8944

000

8946

000

8946

000

8948

000

8948

000

8950

000

8950

000

³

Caracterização Geoquímica, Isotópica e Geotectônica dos Complexos Araticum e Arapiraca Faixa Sergipana, Alagoas

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCOCENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE GEOLOGIAMestranda: Mariucha Maria Correia de LimaOrientadora: Valderez Pinto Ferreira

UNIDADES GEOLÓGICAS

NEOPROTEROZÓICO

COMPLEXO ARATICUM Paragnaisses granadíferos ou não de granulometria fina a média, por vezes com muscovita, localmente biotita xistos com xistosidade submilimétrica bem pronunciada. Ocorrem neste intercalações de anfibolitos, mármore e calcissilicática e sheets de leucogranitóides de composição granítica a tonalítica. 611 17 Ma. (U-Pb).

DOMÍNIO PERNAMBUCO-ALAGOAS

Ortognaisses bandado de composição granítica a tonalitica com biotita e/ou hornblenda localmente migmatizados com coloração cinza a rósea e granulometria média por vezes porfiritico com fenocristais de feldspato, intrudido por dique de pegmatito. Milonitização é frequente com ocorrência de porfiroclastos de feldspato potássico. 642,4 3,4 Ma. (U-Pb).

PALEOPROTEROZÓICO

COMPLEXO ARAPIRACA

Xisto e paragnaisses quartzo-feldspático bandados com biotita, muscovita, granada e sillimanita por vezes migmatizados (estrutura estromática) com granulometria fina a média. Contém intercalações de lentes metamáficas (anfibolitos) e são cortados por sheets de leucogranitóides. Milonitização é frequente com ocorrência de porfiroclastos de feldspato potássico e trama S-C. 1965 5 Ma. (U-Pb).

Migmatito paraderivado com granada de estrutura predominantemente estromática com leucossoma de composição granítica e mesossoma de composição granodioritica.

765,2 4,8 Ma

Seção Geológica

Z. C. Jacaré dos Homens

NP2ar PP23car MP3gr200 m250 m

NWA

PP23car

SEB

200 m250 m

1 0 1 2 3 40,5Kilometros

PP23carNP2ar

MP3gr

MP3gr

PP2bf

MP3gr

36°50'0"W

36°50'0"W

36°52'0"W

36°52'0"W

36°54'0"W

36°54'0"W

36°56'0"W

36°56'0"W

36°58'0"W

36°58'0"W

9°30'0

"S

9°30'0

"S

9°32'0

"S

9°32'0

"S

9°34'0

"S

9°34'0

"S

Fusão Geologia x MDT

1:150.000

³

36°50'0"W

36°50'0"W

36°52'0"W

36°52'0"W

36°54'0"W

36°54'0"W

36°56'0"W

36°56'0"W

36°58'0"W

36°58'0"W

9°30'0

"S

9°30'0

"S

9°32'0

"S

9°32'0

"S

9°34'0

"S

9°34'0

"S

Gamaespectrometria K

1 0 1 2 3 40,5Kilometros

1:150.000

³

³ENCARTE TECTÔNICO

40° 00' W 38° 00' W 36° 00' W42° 00' W

4° 00

' S10

° 00'

S8°

00' S

6° 00

' S

Folha Arapiraca

10° 00 S'

36° 00' W38° 00' W

TranscorrênciaEmpurãoLimites de DomíniosIntervalos batimétricos (metros)Cidades

Legenda

Cobertura FanerozóicaGranitóides Neoproterozóicos-BrasilianosDPA - Domínio Pernambuco-AlagoasDM - Domínio MacururéDCM - Domínio Canindé e Marancó-Poço RedondoDRC - Domínio Rio CoruripeDJP - Domínio Jirau do Ponciano

Folha Arapiraca

BAHIA

CEARA

PIAUI

PERNAMBUCO

PARAIBA

ALAGOAS

SERGIPE

RIO GRANDE DO NORTE

34°W

34°W

36°W

36°W

38°W

38°W

40°W

40°W

42°W

42°W

6°S 6°S

8°S 8°S

10°S 10°S

12°S 12°S

LOCALIZAÇÃO DA AREA

SC.24-X-D-VI

SC.24-X-D-III

SC.24-X-Z-B-III

ARTICULAÇÃO DA FOLHA

SANTANA DO IPANEMASC.24-X-D-I

SC.24-Z-B-II

BOM CONSELHOSC.24-X-D-II

PÃO DE AÇUCARSC.24-X-D-IV ARAPIRACA

SC.24-X-D-V

GRACHO CARDOSOSC.24-Z-B-I

9°00'

9°30'

38°00' 37°30'

10°30'

10°00'

37°00' 36°30'9°00'

9°30'

10°30'

10°00'

38°00' 37°30' 37°00' 36°30'

NMNG

NQ

Declinação magnética cresce anualmente 2° 8'

- '33° 04 2° 08'

Declinação magnética em 2011 e convergencia meridiana do centro da folha

PROJEÇÃO UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOR

Datum horizontal: WGS84

Origem da quilometragem UTM: "Equador e Meridiano Central 33° WGR."Acrescidas as constantes: 10.000Km e 500Km, respectivamente.

Declinação magnética no centro da folha SC.24-X-D-Arapiraca em 2005: 22° 19’ W, cresce 2° 8’ anualmente

Base cartográfica obitida a partir da ampliação da folha SC.24-X-D-Arapiraca da SUDENE na escala 1:250.000

1:50.0001.000 0 1.000 2.000 3.000500

Metros

LaboratórioNúcleo de EstudosGeoquímicos

Laboratóriode Isótopos Estáveis

Base planimétrica digital obtida a partir da folha SC.24-X-D-V Arapiraca (1ª impressão, SUDENE, 1973), ajustada às imagens do mosaico geocover – 2000, ortorretificado e georeferrenciado segundo o datum WGS84, de imagens EMT + DO Landsat 7 resultante da fusão das bandas 7,4,2 e 8.

A B Corte Geológico

Zona de Cisalhamento Indiscriminada em Perfil

Zona de Cizalhamento Transpressional Sinistral em Perfil

40°27°

Foliação com Mergulho MedidoLineação com Mergulho Medido=1

A

B

1 0 1 2 3 40,5Kilometros

36°50'0"W

36°50'0"W

36°52'0"W

36°52'0"W

36°54'0"W

36°54'0"W

36°56'0"W

36°56'0"W

36°58'0"W

36°58'0"W

9°30'0

"S

9°30'0

"S

9°32'0

"S

9°32'0

"S

9°34'0

"S

9°34'0

"S

Magnetometria - Campo Total

³

1:150.000

36°50'0"W

36°50'0"W

36°52'0"W

36°52'0"W

36°54'0"W

36°54'0"W

36°56'0"W

36°56'0"W

36°58'0"W

36°58'0"W

9°30'0

"S

9°30'0

"S

9°32'0

"S

9°32'0

"S

9°34'0

"S

9°34'0

"S

Gamaespectrometria Ternário

³

0,6 0 0,6 1,2 1,8 2,40,3Kilometros

1:150.000

CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS

Cidades

! ! ! ! Drenagem

! Ocorrência mineral

Estrada Pavimentada

Fe

Estrada não Pavimentada

RELAÇÕES TECTONO-ESTRATIGRÁFICAS

ERAPERIODOIDADE (Ma)488

Ediacarano

NEOP

ROTE

ROZÓ

ICO 542

PALEOZÓICO Cambriano

~630

850

1.000

1.600

1.800

2.050

2.300

2.500

2.800

Criogeniano

Toniano

Estateriano

Orosiriano

Riaciano

Sideriano

PALE

OPRO

TERO

ZÓIC

O

NEO

ARQU

EANO

MESO

PROT

EROZ

ÓICO

Caliminiano

Ectasiano

Esteniano 1.200

1.400

DOMÍNIO PERNAMBUCO-ALAGOAS

PROVÍNCIA BORBOREMASUB-PROVÍNCIA MERIDIONAL

DOMÍNIO CANINDÉDOMÍNIO RIO CORURIPE

Domínio Pernambuco-Alagoas Complexo Araticum

Complexo Arapiraca

Migmatito paraderivado (Arapiraca)

! !#CONVENÇÕES GEOLÓGICAS

Dobra Antiforme

Dobra Sinforme

Zona de Cisalhamento Indiscriminada

Zona de Cizalhamento Transpressional Sinistral

Traços Estruturais

ÄÃ! !È È

Domínio

Pernam

buco-A

lagoas

Ì Transporte Tectônico

_ Datação U-Pb

^̀ Datação Sm-Nd