UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a...

90
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DISSERTAÇÃO DE MESTRADO IRIDÓIDES GLICOSILADOS DAS RAÍZES DE LIPPIA ALBA (MILL.) N.E. BROWN (VERBENACEAE): OBTENÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E BIOATIVIDADE JOSE GUEDES DE SENA FILHO RECIFE, 2007

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a...

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

IRIDÓIDES GLICOSILADOS DAS RAÍZES DE LIPPIA ALBA (MILL.) N.E.

BROWN (VERBENACEAE): OBTENÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E

BIOATIVIDADE

JOSE GUEDES DE SENA FILHO

RECIFE, 2007

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

José Guedes de Sena Filho

IRIDÓIDES GLICOSILADOS DAS RAÍZES DE LIPPIA ALBA (MILL.) N.E.

BROWN (VERBENACEAE): OBTENÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E

BIOATIVIDADE

Orientador: Prof. Dr. Haroudo Satiro Xavier

Recife-PE, 2007

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, do Departamento de Ciências Farmacêuticas, da Universidade Federal de Pernambuco, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas na Área de Química de Produtos Naturais.

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

Sena Filho, José Guedes de

Iridóides glicosilados das raízes de Lippia alba (Mill.) N. E. Brown (Verbenaceae): obtenção, caracterização e bioatividade / José Guedes de Sena Filho. – Recife : O Autor, 2007.

61 folhas : il., fig., tab., gráf. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de

Pernambuco. CCS. Ciências Farmacêuticas, 2007. Inclui bibliografia e apêndice. 1. Iridóides glicosilados – Lippia alba. 2. Iridóides

glicosilados – Bioatividade. I. Título.

615.322 CDU (2.ed.) UFPE 615.321 CDD (22.ed.) CCS2007-07

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico
Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

REITOR

Amaro Henrique Pessoa Lins

VICE-REITOR

Gilson Edmar Gonçalves e Silva

PRÓ-REITOR PARA ASSUNTOS DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

Celso Pinto de Melo

DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

José Thadeu Pinheiro

VICE-DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

Márcio Antônio de Andrade Coelho Gueiros

CHEFE DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

Jane Sheila Higino

VICE-CHEFE DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

Samuel Daniel de Sousa

COORDENADOR DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

FARMACÊUTICAS

Pedro José Rolim Neto

VICE-COORDENADORA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

Beate Saegesser Santos

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

A minha esposa Veruschka Esther

Leal Maranhão Guedes de Sena

Dedico

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

“One of the great achievements of chemistry has been to show that

all the matter in the world, be it a lump of rock, a glass of water,

an ostrich feather, or a tree, is built from no more than a hundred

or so simple substances called chemical elements”

Peter Atkins

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

AGRADECIMENTOS

A Deus, em primeiro lugar, por ter me dado a oportunidade de realizar este

trabalho.

A minha mãe Eronides Apolinário pelo intenso apoio em todos os sentidos, ao

meu Pai José Guedes de Sena e aos meus irmãos Victor e Danillo Apolinário.

Ao significado da palavra Orientar, agradeço de forma honrosa ao meu

orientador Prof. Dr. Haroudo Satiro Xavier por tudo.

Aos tios que me apoiaram nessa caminhada, principalmente Tio Romildo, Tia

Penha, Tia Iraíde, Tio Zé Canela (i.m.), Tio Arimatéia, Tia Aparecida, Tia Lurdes

(i.m.) e aos primos: Deise, Romeu, Flávia, Júlio, Neto, Camilla e Juliana Apolinário,

Nathalie Sena.

AOS AMIGOS

Ademário, Clébio, Cristiane, Elis, Elis Pena, Evani Araújo, Flávio Valadares,

Janaína, Jaqueline, Jovita Braga, Teógenes, Karina Randau, Késia Pontual, Laurimar,

Luciana Ramos, Marcos e Vandessa.

À Hildegard Wehner pela longa amizade e colaboração na língua germânica.

A Daniel Uchôa, da Universidade do Ceará.

À Drª. Jennifer Duringer da Oregon State Universtity-USA.

AOS PROFESSORES

Prof. Dra. Ivone Antônia de Souza; Prof. Dr. José Maria Barbosa Filho;

Prof. Dr. Raimundo Brás Filho; Prof. Dra.Valdênia Costa

INSTITUIÇÕES

Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária – IPA

Universidade Federal da Paraíba – UFPB

Universidade Federal do Ceará - UFCE

Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – UENF

Oregon State University - USA

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES,

A todos que contribuíram para conclusão deste trabalho OBRIGADO!

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE GRÁFICOS

RESUMO

ABSTRACT 1. INTRODUÇÃO

15

2. OBJETIVOS

22

2.1. GERAL

22

2.2. ESPECÍFICOS

22

3.0 CAPÍTULO I: ESTUDO FITOQUIMICO DAS RAÍZES DE LIPPIA ALBA

23

3.1 MATERIAL VEGETAL

23

3.2 PREPARAÇÃO DOS EXTRATOS BRUTOS

23

3.3 DROGAS E REAGENTES UTILIZADOS

24

3.4 EQUIPAMENTOS

25

3.5 OUTROS

26

3.6 ABORDAGEM FITOQUÍMICA DAS RAÍZES DE LIPPIA ALBA (Perfil Fitoquímico)

26

3.6.1 Metodologia Utilizada

26

3.6.2 Resultados do Perfil Fitoquímico

28

3.7 CARACTERIZAÇÃO DOS TERPENOS NAS FOLHAS E RAÍZES

28

3.7.1 Análise Cromatográfica (CG/EM)

28

3.7.2 Identificação dos Compostos Químicos

28

3.7.3 Resultados dos terpenos pelo cromatógrafo a gás

28

3.7.3.1 Análise da Quimiotipia 31

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

3.7.3.2 Análise das raízes

33

3.8 EXTRAÇÃO E ISOLAMENTO METABÓLITOS SECUNDÁRIOS

34

3.9 ANÁLISE ESPECTROMÉTRICA DAS SUBSTÂNCIAS ISOLADAS

37

3.9.1 Estrutura do Composto Lp1, Lp2 e Lp3

37

4.0 CAPÍTULO II: AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE AGUDA E DETERMINAÇÃO DA DL50 DO EAQ

40

4.1 METODOLOGIA

40

4.2 RESULTADOS

41

4.2.1 Avaliação da Toxicidade Aguda e Determinação da DL50 do EAQ

41

5.0 CAPITULO III: ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DAS RAÍZES DE LIPPIA ALBA

46

5.1 MATERIAIS E MÉTODOS

46

5.1.1 Microorganismos Utilizados

46

5.1.2 Técnica de Difusão em poços

46

5.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO

46

6.0 CAPITULO IV: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA E IMUNOREGULADORA

49

6.1 INTRODUÇÃO

49

6.2 METODOLOGIA

49

6.2.1 Animais

49

6.2.2 Edema de pata induzido por carragenina

50

6.2.3 Tratamento dos animais

50

6.2.4 Procedimentos para Preparação dos produtos de peroxidação do iridóide

50

6.2.5 Obtenção de sobrenadantes de culturas de células de baço para dosagem de citocinas e óxido nítrico

51

6.2.6 Ensaios para dosagem de citocinas e óxido nítrico

52

6.3 RESULTADOS

54

7.0 CONCLUSÃO

55

8.0 REFERÊNCIAS 56

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

LISTA DE ABREVIATURAS

(-) – Negativo (+) – Positivo ATCC- American Type Culture Collection 2D – Segunda dimensão AcOEt – Acetato de etila AcOH – Ácido acético CCD – Cromatografia em camada delgada DL50 - dose letal para 50% dos animais EEA – Extrato Acetato de Etila ELISA- Enzyme linked Immunosorbent Assay (ensaio imunoenzimático) EME – Extrato Metanólico CG/EM – cromatógrafo a Gás acoplado com espectro de massa HE – Extrato Hexânico IL- citocinas i.p. – via intraperitoneal IPA – Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária min. – Minuto Me2CO – Acetona MeOH – Metanol RMN – Ressonância magnética nuclear 1H – RMN de hidrogênio 13C – RMN de Carbono 13 s – singleto d – dubleto m – multipleto dl – dubleto longo DMSO-d6 – Dimetilsulfóxido deuterado COSY – Correlated Spectroscopy HMBC – Heteronuclear Multi Bond Correlation HMQC – Heteronuclear Multi Quantun Correlation DEPT – Distortionless Enhacement Polarization Transfer MH- Müller Hinton MIC – Concentração Inibitória Mínima NO- Óxido Nítrico NT- Não testadas ppm – partes por milhão p/v – peso/volume Rf – Fator de Retenção seg. – segundo ss – erro padrão U.V. – Ultravioleta v.o. - Via Oral v/v – volume/volume P< - Intervalo de Confiança uma – Unidade de Massa Atomica PBS- Phosphate buffered saline ( solução tamponada com fosfato) PBST- Solução de Salina tamponada com fosfato a 0,05% de Tween 20 SAB- Soro albumina bovina OBSERVAÇÃO: As abreviaturas utilizadas neste trabalho e que não constam desta relação, encontram-se descritas como convenções adotadas

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

LISTA DE TABELAS TABELA 1: CONDIÇÕES CROMATOGRÁFICAS PARA O SCREENING FITOQUÍMICO .......... 27 TABELA 2: TERPENÓIDES CARACTERIZADOS DAS FOLHAS DE LIPPIA ALBA ATRAVÉS DE

GC-MS.......................................................................................................................................... 30 TABELA 3:TERPENÓIDES CARACTERIZADOS DAS RAÍZES DE LIPPIA ALBA ATRAVÉS DO

GC-MS.......................................................................................................................................... 31 TABLE 4: HMQC E HMBC DO THEVIRIDOSÍDEO ISOLADO....................................................... 38 TABELA 5: HMBC DO GARDOSÍDEO E MUSSAENOSÍDEO ISOLADO...................................... 39 TABELA 6: EFEITOS TOXICOLÓGICOS RELACIONADOS ÀS DOSES ADMINISTRADAS NA

FASE PRELIMINAR DA AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE AGUDA E DETERMINAÇÃO DA DL50........................................................................................................................................ 42

TABELA 7: EFEITOS TOXICOLÓGICOS RELACIONADOS ÀS DOSES ADMINISTRADAS NA

FASE DEFINITIVA DA AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE AGUDA E DETERMINAÇÃO DA DL50. ............................................................................................................................................. 43

TABELA 8: RELAÇÃO LETALIDADE E DOSE ADMINISTRADA NA FASE PRELIMINAR DA

AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE AGUDA E DETERMINAÇÃO DA DL50. .......................... 44 TABLE 9: RELAÇÃO LETALIDADE E DOSE ADMINISTRADA NA FASE DEFINITIVA DA

AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE AGUDA E DETERMINAÇÃO DA DL50. .......................... 44 TABELA 10: ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DOS EXTRATOS ACETATO DE ETILA,

METANOL E ÁGUA DE L. ALBA .............................................................................................. 47 TABELA 11:CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA (MIC) EXIBIDA PELOS EXTRATOS

EEA E EME.................................................................................................................................. 48

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

Lista de Figuras

FIGURA 1: IRIDODIAL E IRIDOMIMERCINA................................................................................. 15 FIGURA 2 - ESTRUTURA DO PLUMIERÍDEO................................................................................ 16 FIGURA 3 - ORGANOGRAMA REPRESENTANDO AS DIVISÕES DOS IRIDÓIDES EM

RELAÇÃO AO NÚMERO DE ÁTOMOS DE CARBONO. ....................................................... 16 FIGURE 4 - ESTRUTURA DA NEPETALACTONA (I) E DO NEPETALACTOL (II).................... 17 FIGURA 5 - INFLORESCÊNCIAS DE LIPPIA ALBA (MILL.) N.E. BROWN.................................. 18 FIGURA 6 - INFLORESCÊNCIA JOVEM E INFLORESCÊNCIA ADULTA COM BRÁCTEAS EM

LIPPIA ALBA................................................................................................................................ 19 FIGURA 7 - HABITAT DA LIPPIA ALBA .......................................................................................... 20 FIGURA 8 - REPRODUÇÃO DAS PARTES AÉREAS DE LIPPIA ALBA (MILL.) N. E. BROWN.21 FIGURA 9 - ORGANOGRAMA DO MÉTODO EXTRATIVO........................................................... 24 FIGURA 10 - PRINCIPAIS CONSTITUINTES VOLÁTEIS DAS FOLHAS DA ESPÉCIE EM

ESTUDO....................................................................................................................................... 32 FIGURA 11- PRINCIPAIS CONSTITUINTES VOLÁTEIS DAS RAÍZES DA ESPÉCIE EM

ESTUDO....................................................................................................................................... 33 FIGURA 12: CROMATOGRAMAS DE FRAÇÕES DA COLUNA EM SÍLICA, UTILIZANDO

ACOET E MEOH (80:20) COMO ELUENTE............................................................................. 35 FIGURA 13:CROMATOGRAMA CONTENDO OS 3 IRIDÓIDES ISOLADOS ............................... 36 FIGURA 14: THEVIRIDOSÍDEO (I) E PADRÃO DE RHAMNOSE E GALACTOSE (II) ............... 36 FIGURA 15 - ESTRUTURA QUÍMICA DO THEVIRIDOSÍDEO (I) ................................................. 38 FIGURA 16 - ESTRUTURA QUÍMICA DO GARDOSÍDEO (II) E MUSSAENOSÍDEO (III)

RESPECTIVAMENTE................................................................................................................. 39 FIGURA 17: CURVA DOSE-RESPOSTA DA TOXICIDADE DO EXTRATO AQUOSO DE LIPPIA

ALBA (MILL.) N.E. BROWN. ..................................................................................................... 45 FIGURA 18: TRATAMENTO COM O METAPERIODATO: O PONTO 1 THEVIRIDOSIDEO

ISOLADO, O PONTO 2 CORRESPONDE A FRAÇÃO ACETÔNICA E O PONTO 3 A FRAÇÃO AQUOSA DA COLUNA EM CARVÃO ATIVADO.....................................................................................................................................51

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1: ENSAIO DE TESTE IN VIVO, ATRAVÉS DE EDEMA DE PATA DE RATO, POR

CARRAGENINA 1 % IP, COM P< 0,05 QUANDO COMPARADOS AO GRUPO CONTROLE. ................................................................................................................................ 53

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

RESUMO

O presente trabalho tem como foco a obtenção, caracterização e determinação da

bioatividade dos iridóides glicosilados presentes nas raízes de Lippia alba (Mill.) N.

E. Brown, bem como a averiguação da quimiotipia da espécie em estudo. Trata-se de

uma planta com marcante aplicação na medicina tradicional de nosso país onde é

conhecida por “erva-cidreira”, “chá-do-tabuleiro”, “erva-cidreira-de-arbusto”,

“alecrim-selvagem”, “cidreira-brava” entre outros. De suas raízes foram isolados e

caracterizados 3 iridóides: theviridosídeo, mussaenosídeo e gardosídeo, sendo o

primeiro e o segundo descritos pela primeira vez nas raízes e o terceiro pela primeira

vez no gênero. A quimiotipia foi definida como citralífera (19,08%), contudo a

presença de cis-verbenol, também em razoável concentração (9,73%), induz a se

pensar como uma nova variante para esse quimiotipo. Em adição, a análise dos

terpenos menores das raízes (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o

éster metílico do ácido hexadecanóico e patchoulano, ainda sem registros literários. O

extrato aquoso (EAQ) não apresentou atividade antimicrobiana. A DL50 encontrada

foi de 1156,25 mg.kg-1, onde foi observada intensas contorções abdominais, excreção

fecal e movimento estereotipado. O extrato acetato de etila (EEA) e o extrato

metanólico (EME) apresentaram resultados discretos contra os microorganismos:

Staphylococcus aureus (ATCC 6538P), Staphylococcus aureus (ATCC 6538) e

Klebsiella pneumonia (ATCC 10031). O EAQ e o theviridosídeo foram observados

no teste de carragenina a 1%, onde apresentou dados estatisticamente significativos

com 77,90% (p<0,05) de inibição, quando comparado com o controle.

Preliminarmente, a capacidade imunorreguladora de tais iridóides e produtos de sua

peroxidação foi testada pela estimulação, in vitro, de células esplênicas murinas. Na

dose de 100 μg/mL, estes compostos não foram capazes induzir a produção de IL-2,

IFN-γ, IL-4, IL-10 ou óxido nítrico por estas células linfóides.

Palavras-chave: Lippia alba, Verbenaceae, iridóides glicosilados, quimiotipos,

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

ABSTRACT The present work focuses the isolation, characterization and bioactivity, of iridoids

glucosides from the roots of Lippia alba (Mill.) N. E. Brown, as well as the chemotype

evaluation. It’s a notable plant in the traditional medicine in our country, where it is

known as “erva-cidreira”, “chá-do-tabuleiro”, “erva-cidreira-de-arbusto”, “alecrim-

selvagem”, “cidreira-brava” and others. It was isolated and characterized 3 iridoids:

theviridoside, mussaenoside e gardoside from the roots of such plant. The fists two are

being described in the literature, for the first time in the roots, the third one for the first

time in the Lippia genus. The chemotype was defined as “citralífera” due to major

compound found citral (19.08%), therefore the presence of cis-verbenol in high

concentration (9.73%) could be associated in a new derivate of this chemotype. In

addition, the analyses of the minor terpenes from the roots (GC/MS) afford the existence

of: limonene, carvone, 9-hexadecenoic acid methyl ester, and patchoulene, without

literature data base. The Aqueous Extract (EAQ) did not present antimicrobial activity.

The LD50 was 1156 mg/kg, moreover were observed fecal excretion, abdomens

contortions and others. The ethyl acetate (EEA) and methanolic extract (EME) were

modest against the microorganism tested: Staphylococcus aureus (ATCC 6538P),

Staphylococcus aureus (ATCC 6538) and Klebsiella pneumonia (ATCC 10031). The

EAQ and theviridoside were tested by carrageenan – induced rats paw edema, in which

presented 77.90% (p<0.05) of inhibition comparable with the control. The immunologic

evaluation in vitro front of 4 cytokines (IL-4, IL-10, IFN-g and IL-2) and nitric oxide

were tested in theviridoside and its periodate oxidation product. Any stimulation of those

cytokines weren’t observed in both substances, by linphoids cell.

Key words: Lippia alba, Verbenaceae, iridoids glucoside, chemotype

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

15

1 INTRODUÇÃO

Iridóides glicosilados são produtos do metabolismo secundário de alguns

grupos vegetais e suas agliconas monoterpênicas são invariavelmente oxigenadas, com

uma característica fusão do anel ciclopentapirano (COSSY, 1989; HARBORNE, 1998).

Eles derivam formalmente do iridoidial, substância que ao lado da iridomirmecina (Figura

1) foram pela primeira vez descritos no final do século XIX na secreção de defesa da

formiga australiana Iridomyrmex detectus. Somente a partir de 1958, com os trabalhos de

O. Halpern e H. Schmid sobre a estrutura do plumierídio (Figura 2), foi que o esqueleto

molecular dos iridóides começou a ser mais compreendido (El-NAGGAR, 1980).

Figura 1: Iridodial e Iridomirmecina

Originalmente este grupo de substâncias era chamado de pseudoindican, uma

alusão ao glicosídeo precursor do índigo e existente em alguns representantes de

Indigofera (Fabaceae). De fato sob a influência de ácidos ou enzimas agliconas de

iridóides sofrem condensações originando derivados coloridos (El-NAGGAR, 1980;

HEGNAUER, 1973).

Di-aldeído Enol-hemiacetálico iridomirmecina

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

16

O

O O

O

O

O

OH

OH

OH

O

OH

OH

CH3

CH3H

H

H

H

Figura 2 - Estrutura do plumierídeo

De acordo com número de átomos de Carbono a estrutura fundamental dos

iridóides pode ser dividida em C10-iridóides, C9-iridoides e C8 iridóides. O

organograma da Figura 3 resume as principais divisões estruturais dos iridóides

(SANTOS, 2001).

Figura 3 - Organograma representando as divisões dos iridóides em relação ao número de átomos de

carbono.

Iridóides

C-10 iridóides

C-9 iridóides (perda do C-10 ou

do C-11)

C-8 (perda do C-10 e do

C-11)

8-β-C-iridóides

8-α-C-iridóides

(8-epi-série)

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

17

Iridóides, por serem amargos ou venenosos, desempenham no vegetal um

papel de proteção contra predadores, principalmente herbívoros (HEGNAUER,

KOOIMAN, 1978). Algumas aplicabilidades foram descobertas com iridóides como, por

exemplo: a nepetalactona (Figura 4) nos Estados Unidos encontrou duas aplicações, a

primeira no desenvolvimento de brinquedos para gatos domésticos (Felix catus) a

segunda incorporada à isca para a caça ao puma (Felix concolor). Encontradas na

Lamiaceae Nepeta cataria L.∗ (BEAUPIN, 1978), algumas agliconas de iridóides têm se

mostrado importantes agentes de sinalização sensoriais para diversas espécies de insetos,

como por exemplo, o feromônio de atração sexual de Megoura viciae, inseto onde os

machos liberam para atração das fêmeas uma mistura de Nepetalactona e Nepetalactol∗∗

(DAWSON et al., 1987).

O

O

CH3

CH3

I

O

CH3

CH3 OH

II Figura 4 - Estrutura da Nepetalactona (I) e do Nepetalactol (II)

Inúmeras publicações demonstram as propriedades biológicas presente nos

iridóides como: antiviral, antimicrobiana, antitumoral, hemodinâmica, colerética,

vasocontrictora, hepatoprotetora e antiinflamatória. (TAKEDA et al., 1980; ISHIGURO

et al., 1988; HOUGHTON et al., 1989; BRESCHI et al., 1992; RECIO et al., 1994;

KAPADIA et al., 1996; BERMEJO et al., 2002).

Nos vegetais os iridóides apresentam uma pronunciada distribuição em

angiospermas notadamente nas Lamiaceae, Verbenaceae, Scrophulariaceae e

Plantaginaceae (HARBORNE, 1998). Sendo não raro, utilizados como marcadores

taxonômicos a níveis de gênero e subgênero (RIMPLER & SAUERBIER, 1986). Dentre

as Verbenaceae brasileiras, a Lippia alba também conhecida como Lippia geminata HBK

ou Lantana alba Mill. (PIO CORREA, 1984), de há muito tem merecido destaque na

∗ Nepeta cataria (Lamiaceae), conhecida na Europa como ervas dos gatos, produz alto teor de nepetalactona (70-90%) em seus óleos essenciais. Nos Estados Unidos e Canadá é conhecida como Catnip. ∗∗ Esse ferohormônio sexual age sinergicamente, pois em ensaios com os compostos isolados não foi demostrada nenhuma atividade.

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

18

medicina tradicional, onde é conhecida vulgarmente conhecida como erva-cidreira, chá

do tabuleiro, erva-cidreira de arbusto, alecrim-selvagem, cidreira-brava, falsa-melissa,

cidreira-carmelita, salva-do-Brasil, salvia, salva-brava, salsa-limão etc. (BRAGA, 1976;

MATOS, 1996). Empregando-se infusos ou decoctos de suas folhas para o tratamento de

desordens gastrintestinais, disenterias, febre, tosse, asma e como tranqüilizante

(LORENZI, 2002; VALE, 1999).

Como outras espécies de Lippia, trata-se de um planta arbustiva chegando a

atingir até 3 m de altura (STASHENKO, 2004), possue caule e ramos primários, longos,

quadrangulares, ascendentes, pubescentes, folhas pecioladas, alternas ou opostas; flores

pequenas; cálice curto pubescente e bipartido; corola violácea com lábio inferior maior

que superior; fruto são drupas globosas de cor róseo-arroxeada; sementes pequenas de

distribuição pantropical (CAMARGO, 1998; LORENZI, 2002). As inflorescências em

Lippia são complexas, do tipo politélico (Figuras 5 e 6). São espigas bracteoladas,

cilíndricas e na maioria das espécies capituliformes, como ocorre na espécie em estudo.

Figura 5 - Inflorescências de Lippia alba (Mill.) N.E. Brown. ( Foto: Jose Guedes de Sena

Filho, 2006)

As flores são desprovidas de bractéolas. As brácteas geralmente são planas e

dispostas em várias séries (Figuras 7 e 8). Na secção Goniostachyum são côncavas e

imbricado-decusadas, às vezes, soldadas entre si. Na maioria dos casos são verdes e

menores que as flores, enquanto na secção Rhodolippia são rosadas e maior que as flores

(DE ROMERO, 1998).

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

19

Figura 6 - Inflorescência jovem e inflorescência adulta com brácteas em Lippia alba. (Foto:

Jose Guedes de Sena Filho, 2006)

Uma grande diversidade tem sido observada na composição dos óleos essenciais

de L. alba, dependendo da parte da planta, o estágio de desenvolvimento, localização

geográfica, característica de solo, clima e outras condições (ALEA, 1996; STASHENKO,

2004). O conteúdo de seus óleos essenciais é bem diversificado ocorrendo, no entanto,

uma certa constância e teor mais pronunciado de alguns compostos presentes, sugerindo-

se a existencia de alguns quimiotipos, separados por seus elementos predominantes: 1,8-

cineol, carvona, diidrocarvona, terpineno, limoneno, citral, cânfora, d,l-limoneno,

piperitona, β-cariofileno e linalol (TAVARES, 2005).

A atividade antiulcerogênica do extrato aquoso das partes aéreas da L. alba

resultou em uma inibição de 76,98%, com intervalo de confiança de 97% (p < 0,01), mas

não modificou o pH gástrico e acidez total, onde a ranitidina utilizada como padrão reduz

significativamente estes parâmetros (PASCUAL, 2001).

Revisando a literatura pertinente, observamos que predominantemente as partes

aéreas sempre foram muito empregadas seja do ponto vista da utilização popular seja do

ponto de vista de estudo científicos. Havendo uma grande vacância no tocante as raízes.

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

20

Figura 7 - Habitat da Lippia alba. (Foto: Jose Guedes de Sena Filho, 2006)

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

21

Figura 8 - Reprodução das partes aéreas de Lippia alba (Mill.) N. E. Brown, Onde A: aspecto geral

do ramo florido; B: folha; C: botão floral; D: inflorescência; E: brácteas adultas; F: corola.

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

22

2. OBJETIVOS

2.1 GERAL

Efetuar o estudo fitoquímico das raízes Lippia alba (Mill.) N.E. Brown, bem

como a bioatividade de extratos obtidos com solventes de polaridades diferentes e de

moléculas isoladas.

2.2 ESPECÍFICOS

Efetuar uma prospecção fitoquímica de extratos (diferentes polaridades) da raiz,

evidenciando os principais grupos de substâncias presentes;

Determinar a quimiotipia da espécie em estudo. Extrair, isolar e purificar

metabólitos secundários das raízes espécie em estudo;

Caracterizar estruturalmente os metabólitos secundários isolados;

Averiguar a toxicidade aguda, através do teste de efeitos gerais e determinar a

DL50 do resíduo de extrato bruto aquoso das raízes do vegetal;

Avaliar a atividade antimicrobiana de extratos brutos de diversas polaridas das

raízes de Lippia alba (Mill.) N.E. Brown.

Avaliar a atividade antiinflamatória do extrato bruto aquoso das raízes de Lippia

alba e de componentes majoritário na referida espécie.

Analisar a estimulação das citocinas (IL-2, IL-4, IL-10 e IFN) através de ELISA e

Óxido nítrico (NO) pelo método Griess em células esplênicas murinas.

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

23

3. CAPÍTULO I

ESTUDO FITOQUÍMICO DAS RAÍZES DE LIPPIA ALBA

3.1 MATERIAL VEGETAL

Os materiais vegetais utilizados nos estudos farmacoquímicos (folhas e raízes de

Lippia alba) foram coletados em janeiro de 2005, no município de Timbaúba, Zona da

Mata Norte (7º35’S; 35º22’W), Estado de Pernambuco, de exemplares em plena

floração.

Após a coleta, parte do material foi destinada à preparação da exsicata,

identificada pela Profa. Dra. Rita de Cássia Pereira curadoura do herbário Dárdano de

Andrade Lima, da Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária – IPA, onde um

exemplar encontra-se depositado sob o número 70003.

3.2 PREPARAÇÃO DOS EXTRATOS BRUTOS

Raízes trituradas (62,76 g), foram submetidas a extração por maceração 48 h com

aumento progressivo de polaridade, empregando-se n-Hexâno (HE), Acetato de Etila

(EEA), Metanol (EME) e Água destilada (EAQ), obtendo-se os respectivos extratos e

rendimentos HE (1,6%), EEA (1,44%), EME (2,24%) e EAQ (3,22%). Os Solventes

foram eliminados a vácuo (Figura 9).

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

24

Figura 9 - Organograma do método extrativo

3.3 DROGAS E REAGENTES UTILIZADOS

♦ Ácido gálico P.A. (MERCK)

♦ β - Amirina P.A. (MERCK)

♦ β - Sitosterol P.A. (MERCK)

♦ Glicose (MERCK)

♦ Galactose (MERCK)

♦ Rhamnose (MERCK)

♦ Acetato de etila P.A. (MERCK)

♦ Acetona P.A. (REAGEN)

♦ Ácido acético P.A. (MERCK)

♦ Ácido clorídrico P.A. (REAGEN)

♦ Ácido fórmico P.A. (MERCK)

♦ Ácido sulfúrico P.A. (MERCK)

♦ Água destilada P.A. (MERCK)

DESPRESADO

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

25

♦ N-Hexano P.A (MERCK)

♦ Propanol P. A. (MERCK)

♦ Anidrido acético P.A. (MERCK)

♦ Anisaldeído (FLUKA)

♦ Benzeno P.A. (MERCK)

♦ Butanol P.A. (MERCK)

♦ Cloreto de 2,3,5, trifeniltetrazólio P.A. (MERCK)

♦ Clorofórmio P.A. (MERCK)

♦ D (+) – glicose P.A. (MERCK)

♦ Difenil Boriloxietilamina P.A. (FLUKA)

♦ Éter P.A. (MERCK)

♦ Formol P.A. (MERCK)

♦ Metanol P.A. (MERCK);

♦ Saponina (MERCK)

♦ Tampão fosfato pH = 5 P.A. (MERCK);

♦ Tolueno P.A. (MERCK);

♦ Vanilina P.A. (CARLO ERBA);

♦ Metaperiodato de Sódio (MERCK)

♦ (-) catequina

3.4 EQUIPAMENTOS

♦ Balança eletrônica semi-analítica GEHAKA mod. BG 1000;

♦ Balança analítica GEHAKA mod.

♦ Bomba de vácuo;

♦ Câmara fotográfica Nikon Coolpix 7900;

♦ Câmara fotográfica Nikon SLR D50

♦ Câmara Ultra-violeta (250 - 365 nm) CHOMATO VUE;

♦ Espectrofotômetro de ressonância BRUKER (DRX 500) 13C RMN (125 MHz);

♦ Espectrofotômetro de ressonância Varian Unity Plus 300 13C RMN (75 MHz);

♦ Espectrofotômetro de ressonância BRUKER (DRX 500) 1HRMN (500 MHz);

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

26

♦ Espectrofotômetro de ressonância Varian Unity Plus 300 1H RMN (300MHz);

♦ Estufa Precision Thelco Model 18;

♦ Multiprocessador ARNO;

♦ Rotavapor BUCHI INSTRUMENTS 5060 – CV.

3.5 OUTROS

♦ Borrifadores para revelação em CCD;

♦ Colunas cromatográficas;

♦ Cubas cromatográficas para CCD;

♦ Filmagem digital (Nikon Coolpix 7900);

♦ Gel de sílica 70 – 230 Mesch MERCK;

♦ Placas cromatográficas MERCK Art. 015533;

♦ Sephadex LH-20, Pharmacia Chemicals;

♦ Tubos de ensaio;

♦ Capilares de 5 e 10 µL

3.6 ABORDAGEM FITOQUÍMICA DAS RAÍZES DE LIPPIA ALBA (Perfil Fitoquímico) 3.6.1 Metodologia Utilizada

Aplicaram-se alíquotas de 10 μL de EEA, EME e EAQ em diversas placas

cromatográficas prontas de gel de sílica (Merck-Alemanha, art. 105554), empregando-se

para obtenção dos cromatogramas diferentes fases móveis e reagentes adequados à

caracterização das classes de substâncias a serem pesquisadas (ver Tabela 1). Esta

prospecção fitoquímica coloca em evidência os principais tipos de metabólitos

secundários: alcalóides, terpenóides (monoterpenóides, sesquiterpenóides, diterpenóides,

triterpenóides, esteróides, iridóides e saponósidos), polifenóis (cumarinas, derivados

cinâmicos, fenilpropanoglicosídeos, flavonóides, proantocianidinas e taninos gálicos) e

açúcares redutores.

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

27

Tabela 1: Condições Cromatográficas para o Screening Fitoquímico

Alcalóides A

Monoterpenos,

Sesquiterpenos e diterpenos B

Triterpenos / esteróides C

Iridóides A

Saponinas A

Açúcares D

Cumarinas E

Ácido gálico A

Flavonóides A

Fenilpropanoglicosídeos A

Proantocianidinas condensadas, A

leucoantocianidinas

Taninos gálicos A

Dragendorff

Vanilina sulfúrica

Lieberman / Burchard

Vanilina sulfúrica

Anisaldeído

2,3,5 Trifeniltetrazólio

(cloreto)

UV

Alumén de ferro 1%

Difenil borinato de 2

aminoetila

Difenil borinato de 2

aminoetila

Vanilina clorídrica

Alumén de ferro 1%

(WAGNER & BLADT,

1996)

(WAGNER & BLADT,

1996)

(HARBORNE, 1998)

(WAGNER & BLADT,

1996)

(WAGNER & BLADT,

1996)

(WALLENFELS, 1950)

(WAGNER & BLADT,

1996)

(STIASY, 1911)

(MARKHAN, 1982)

(NEU, 1956)

(WAGNER & BLADT,

1996)

(ROBERTSON , 1955)

(STIASY, 1911)

A-AcOEt – HCOOH – AcOH – H2O (100 : 11 : 11 : 26 v/v)

B-Benzeno – AcOEt (97: 3 v/v)

C- EtOAc – HCOOH – AcOH – H2O (100 : 0,5 : 0,5 : 0,5 v/v)

D- n-BuOH-Me2CO-Tampão fosfato pH = 5,0 (40 : 50 : 10 v/v)

E- Et2O-tolueno-AcOH 10 % (50 : 50 : 50 v/v)

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

28

3.6.2 Resultados do Perfil Fitoquímico

Foi detectada a presença de terpenos, iridóides, fenilpropanoglicosídeos e

açúcares, em contrapartida não foi evidenciada a presença de cumarinas, acido gálico,

proantocianidinas, leucoantocianidinas, saponinas, flavonóides e alcalóides.

3.7 CARACTERIZAÇÃO DOS TERPENOS NAS FOLHAS E RAÍZES

Alíquotas de 100 mg dos extratos hexânicos das folhas e das raízes foram

caracterizadas por cromatografia em fase gasosa acoplada a espectrômetro de massas

(CG/EM), a fim de determinar a quimiotipia da referida espécie, bem como averiguar os

terpenos encontrados nas raízes e folhas, através do Perfil Fitoquímico (Tabela 2).

3.7.1 Análise Cromatográfica (CG/EM)

O resíduo do extrato hexânico das folhas (0,5 g) e raízes (0,5 g) foram

reconstituídos com 0,5 mL de diclorometano e passada através de uma siringa-filtro de

teflon (13 mm 0.22 micron) antes da injeção no cromatógrafo. A análise foi realizada

utilizando-se um aparelho Perkin Elmer AutoSystem XL GS, equipado com uma auto-

amostra e com um injetor split-splitless, acoplado com uma coluna capilar PE-5MS em

sílica fundida, contendo 5% de difenil e 95% de dimetilpolisiloxano (30 m x 0,25 mm),

empregando-se a seguinte programação: 60 ºC durante 5.00 min, 60-280 ºC por 4 ºC/min,

usando-se Hélio como gás carreador (0.8 ml/min). A temperatura do injetor foi de 220 ºC.

As amostras (2 µl) foram injetadas usando um injetor PSSI na razão de Split (1:10). As

condições do MS foram desenvolvidas através de um TurboMass Perkin Elmer com um

espectrômetro de massa atualizado. A temperatura de interface foi de 200 ºC, fonte de ion

70 eV, faixa de scaner de 1.6 scans/seg e a faixa de massas de 50 a 400 uma.

3.7.2 Identificação dos Compostos Químicos

Dados qualitativos foram obtidos utilizando um TurboMass 5.1 com um

programa de software (Perkin Elmer) e uma bilbioteca (Wiley NIST/EPA/NIH Mass

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

29

Spectral) como base de dados 2005. Identificação dos componentes químicos foi efetuada

pelo computador e correlacionada com a base de dados do espectro do banco de dados.

3.7.3 Resultados dos terpenos pelo cromatógrafo a gás

A Tabela 2 descreve os terpenos encontrados nas folhas da espécie em estudo,

enquanto a Tabela 3 os terpenos encontrados nas raízes.

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

30

Tabela 2: Terpenóides caracterizados das folhas de Lippia alba através de CG-EM

Tempo de

retenção

Índice de Kovats*

Estimado

Composto Área Porcentagem (%)

3.157 915 ciclogeraniolano 238915 0.138467

3.388 903 1,2,4-trimetil ciclohexano 278460 0.161386

5.772 1020 mesitileno 2662729 1.543227

6.003 1006 o-etil tolueno 472776 0.274005

6.307 1013 psi-limoneno 1508642 0.874358

6.454 1020 hemimelliteno 5817182 3.371441

7.567 1018 d-limoneno 3715700 2.153493

7.693 1079 butilciclohexano 2933456 1.700131

8.491 1445 propionato de carveol 2700555 1.56515

10.644 1085 cis-sabinol 1416061 0.820701

11.988 1133 dureno 1833460 1.062611

15.012 937 Isocamphano 213770 0.123894

15.757 1136 cis-verbenol 16791648 9.731869

15.957 1190 carvol, carvone 6895926 3.996644

16.293 1228 Cis-geraniol 578270 0.335146

17.049 1174 citral 32923910 19.08158

20.535 1342 acido nérico 930532 0.539305

23.779 1339 β-cubebeno 296619 0.17191

24.903 1440 β-farneseno 180309 0.104501

24.987 1386 (+)-Aromadendreno 386393 0.22394

25.879 1515 germacreno D 4180741 2.423015

26.184 1469 β-Eudesmeno, β-Selinino 628726 0.364388

26.488 1461 Τ-Gurjuneno 325378 0.188578

26.646 1440 α-Muuroleno 174458 0.10111

26.940 1560 Limoneno-6-ol, pivalato 477670 0.276841

27.192 1228 cis-geraniol 95164 0.055154

27.297 1344 α -cubeneno 588533 0.341094

27.423 1435 γ-cadineno 117872 0.068315

29.848 1507 Óxido de cariofileno 1097148 0.63587

32.589 1380 ledano 64021 0.037104

36.285 1393 patchouleno 281121 0.162928

37.818 4160 spheroidenona 145685 0.084434

* Valores são estimados utilizados da: Wiley NIST/EPA/NIH Mass Spectral Library 2005.

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

31

Tabela 3:Terpenóides Caracterizados das raízes de Lippia alba através do CG-EM

Tempo de Retenção

Índice de

Kovats*

Composto área Porcentagem (%)

5.540 1296 benzene, (3,3-dimethyl-4-pentenyl)- 140384 0.717405

5.771 1020 psi-cumeno 272563 1.39288

6.464 1020 hemimeliteno, hemelitol 1288059 6.582376

7.577 1018 limoneno 134412 0.686886

9.142 1119 2-etil-p-xilene 326641 1.669236

9.236 1119 Benzene, 1-etil-2,4-dimetil- 671770 3.43295

9.467 1119 4-etil-m-xileno 947028 4.839603

10.129 1320 farnesano 4444221 22.71133

10.423 2184 retinal 93778 0.479234

10.549 1141 cumeno, m-ethyl 240292 1.227966

11.999 1133 dureno, durol 2678960 13.69031

14.334 1141 p-etil cumeno 102147 0.522002

15.480 1393 patchoulano 1552932 7.935958

15.964 1190 carvol, carvone 1902528 9.722501

16.301 1256 p-mentha-1(7),8(10)-dien-9-ol 141161 0.721376

42.098 1886 éster metílico do

ácido hexadecanóico

3421235 17.48356

* Valores são estimados utilizados da: Wiley NIST/EPA/NIH Mass Spectral Library 2005.

3.7.3.1 Análise da Quimiotipia

De acordo com os resultados encontrados no CG-EM, os principais

constituintes voláteis das folhas do vegetal em estudo foram: citral, cis-verbenol, carvona

e gemacrene D (Figura 10). De acordo com Matos et al. (1996), foi possível separar os

óleos voláteis de Lippia alba em 3 tipos, sendo o primeiro, caracterizado por teores

elevados de citral e mirceno, o segundo por altos teores de citral e limoneno e o terceiro

tipo por altos teores de carvona e limoneno. Os resultados apresentados nessa análise

encontram-se fora desses 3 tipos, enquanto Julião et al. (2003), classificou de acordo com

o grupo majoritário. Sendo os possíveis por ele apresentado: 1,8-cineol, carvona,

diidrocarvona, g-terpineno, limoneno, citral, cânfora, d,l-limoneno, piperitona, β-

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

32

cariofileno e linalol, sendo assim a quimiotipia desse vegetal em estudo pode ser

considerada citralífera, ou podendo ser enquadrada como uma variância desse quimiotipo

devido ao segundo grupo majoritário: cis verbenol (9,73%) Figura 10.

O

CH3 CH3

CH3

H

O

CH2

CH3

CH3 OH

CH3

CH3

CH3

CH2

CH3

CH3

CH3 Figura 10 - Principais constituintes voláteis das folhas da espécie em estudo

Citral (19,08%)

Carvona (3,99%) cis-verbenol (9,73%)

Gemacreno D (2,42%)

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

33

3.7.3.2 Análise das raízes

A pequena aromaticidade das substâncias presentes nas raízes, já expressa o

discreto índices de componentes voláteis em relação às folhas, não constatamos na

literatura nenhuma análise dos componentes voláteis das raízes do vegetal em estudo

Figura 11.

CH3

CH3

CH3

CH3

O

CH2

CH3

CH3

CH2CH3

CH3

Figura 11- Principais constituintes voláteis das raízes da espécie em estudo

Patchoulano

Carvona

Limoneno

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

34

3.8 EXTRAÇÃO E ISOLAMENTO DOS METABÓLITOS SECUNDÁRIOS

Raízes (308 g) foram extraídas exaustivamente sob infusão metanólica (2 L)

por 12 h, fornecendo 6,98 g de resíduo esverdeado. Uma alíquota deste (2,5 g) foi

dissolvida em MeOH, acrescentado-se o dobro de gel de sílica Merck pra coluna (Gel de

Sílica 60 para coluna cromatográfica), e após eliminação do solvente a vácuo (40 °C) a

mistura foi cromatografada em coluna utilizando-se gel de sílica (Gel de Sílica 60 para

coluna cromatográfica). Sendo esta iniciada com AcOEt como fase móvel, aumentando a

polaridade gradativamente até AcOEt : MeOH. (4 : 1), obtendo-se 132 frações (25 mL)

(Figura 12). Todas as frações foram monitoradas por cromatografia em camada delgada

(placas prontas de gel de sílica Merck, Art. 105553). As frações 60-77 (figuras 12),

contendo duas subtâncias, codificadas como Lp2 e Lp3 foram reunidas e após eliminação

do solvente forneceram 15 mg. As frações 95-110 foram concentradas e

recromatografadas em Sephadex LH-20 (Pharmacia Chemicals) empregando-se EtOH

como fase móvel, obtendo-se 20 frações. As frações 13-18 apresentaram uma única

substância quando analisadas por cromatografia em camada delgada (CCD), após

concentração a vácuo apresentou material cristalino de etanol (55 mg) sendo codificada

como Lp 1.∗

∗ As frações oriundas das colunas cromatográficas foram sempre monitoradas por CCD nas seguintes condições: fase estacionária (placas prontas de gel de sílica Merck, art. 105553; fase móvel: AcOEt – HCOOH – AcOH – H2O (100 : 11 : 11 : 26, v:v).

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

35

Figura 12: Cromatogramas de frações da coluna em Sílica, utilizando AcOEt e MeOH (80:20) como

eluente.

59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69

70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81

88 89 90 91 92 93 94 95

Lp1

Lp3

Lp2

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

36

Figura 13 - Cromatograma contendo os 3 iridóides isolados

Figura 14: Theviridoside (1) e padrão de rhamnose e galactose (2)

1 2

Mussaenosídeo

Gardosídeo

Theviridosídeo

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

37

3.9 ANÁLISE ESPECTROMÉTRICA DAS SUBSTÂNCIAS ISOLADAS

3.9.1 Estrutura do Composto Lp1, Lp2 e Lp3

As estruturas dos compostos foram elucidadas, verificando-se suas

caracteristicas cromatográficas e parâmetros espectrais descritos na literatura,

(Phytochemistry v. 30, p. 2401, 1991; Journal of Natural Products v. 48, n.6, p. 957-961,

1985) notadamente os espectros de 1D: 13C-RMN (125 MHz, Bruker DRX-500

espectrômetro), 1H-RMN (500 MHz, Bruker DRX-500 espectrômetro) e 2D: COSY,

HMBC, HMQC, (Tabela 4 e 5), correspondentes as substâncias: Theviridosídeo (I),

Gardosídeo (II) e Mussaenosídeo (III), aqui codificadas como LP1, LP2 e LP3

respectivamente.

A primeira evidencia de que essas substâncias, tratavam-se de iridóides

glicosilados foi a obtenção de cromatogramas com manchas de coloração característica,

quando reveladas com vanilina sulfúrica (HARBONE, 1998) e valores de Rf

correspondentes a substâncias polares (Figura 13). A definição de que se tratavam de

glicosídeos foi efetuada analisando-se um cromatograma de Lp1 (substância disponível

em maior quantidade), procedendo-se a revelação com metaperiodato de sódio –

benzindina (DRYHURST, 1970), reagente que caracteriza essencialmente açúcares

redutores e não redutores, ou polióis contendo hidroxilas vicinais (Figura 14).

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

38

6'

5' 4'

3'2'

1'10

98

7

6

5

43

21

O

HO O

OH

HO

HOOH

OHOH

O OMe11

Figura 15 - Estrutura química do Theviridosídeo (I)

Table 4: HMQC e HMBC do Theviridosídeo isolado em DMSO-d6 a 500 MHz

HMQC HMBC δC δH 2JCH 3JCH

C 4 114.05 - H-3 HO-5 5 74.75 - HO-5; H-9 H-1; H-3 8 141.50 - H-9 H-1; HO-10 11 165.97 - H-3; MeO-11 CH 1 95.90 5.29 (d, 6.3) H-9 H-1’; H-3 3 153.66 7.41 (s) 7 124.07 5.60 (dl) H-9 9 56.03 2.77 (dl, 6.3) HO-5; H-7

CH2 6 45.32 2.69 (sl) HO-5 10 59.29 4.07 (dl, 14.7)

3.92 (dl, 14.7) HO-10

GLICOSE

MeO-11 50.85 3.65 (s) HO-5 - 4.65 (s) HO-10 - 4.75 (t, 5.4) CH-1’ 98.26 4.46 (d, 7.8) H-1; HO-2’ CH-2’ 73.13 2.98 (m) HO-2’; H-3’ HO-3’ CH-3’ 76.25 3.17 (m) H-2’; HO-3’ HO-2’; HO-4’ CH-4’ 69.95 3.06 (m) H-3’ CH-5’ 77.31 3.11 (m) H-4’ HO-4’ CH2-6’ 60.91 3.66 (m)

3.43 (m) HO-6’ H-4’

HO-2’ - 5.11 (d, 4.7) HO-3’ - 4.90 (d, 5.1) HO-4’ - 4.90 (d, 5.1) HO-6’ - 4.51 (t, 5.9)

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

39

O

OH

O

HOOH

OHOH

COOHH

HO

H2C

O

OH

O

HOOH

OHOH

COOCH3HH

H

HOH3C

Figura 16 - Estrutura química do Gardosídeo (II) e Mussaenosídeo (III)

Tabela 5: HMBC do Gardosídeo e Mussaenosídeo Isolado

Gardoside Mussaenoside δC δΗ δC δΗ

C 4 110.00 - 111.46 5 - - - 8 151.93 - 78.14 11 166.70 - 166.74 CH 1 94.55 5.37 (d, 4.2) 93.54 5.33 (d, 4.5) 3 151.68 7.39 (d, 1.0) 150.25 7.35 (s) 5 29.63 3.10 30.33 3.02 (m) 7 71.43 4.20 - - 9 43.27 2.90 50.47 2.05 (dd, 9.1, 4.5)

CH2 6 29.31 29.31 2.14 (m), 1.29 (m) 7 39.43 1.59 (m), 1.53 (m) 10 110.98 5.24 (sl), 5.20 (s) - -

CH3 10 - - 24.36 1.18 (s)

MeO-11 50.94 3.64 (s) 50.85 3.62 (s) GLICOSE

HO-5 - - - - HO-8 - - - 4.63 (s)

1’ 99.29 98.05 4.48 (d, 7.8) 2’ 73.07 73.11 2.94 (m) 3’ 76.70 76.70 3.14 (m) 4’ 70.07 70.07 3.01 (m) 5’ 77.31 77.30 3.14 (m) 6’ 61.12 61.16 3.68 (m)

3.42 (m) HO-2’ - 4.98 - 4.98 HO-3’ - 4.96 - 4.96 HO-4’ - 4.93 - 4.93 HO-6’ - 4.48 - 4.48

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

40

4 CAPÍTULO II

AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE AGUDA E DETERMINAÇÃO DA DL50 DO EAQ 4.1 METODOLOGIA

A avaliação dos efeitos gerais da toxicidade aguda e a determinação da DL50

foram realizadas segundo a metodologia preconizada por Karber e Behrens (1964).

Utilizou-se fêmeas de camundongos albinos Swiss (Mus musculus), com

aproximadamente 60 dias de nascidas e peso entre 25 e 35 g, divididas em grupos de seis

animais (previamente marcadas e pesadas). Os animais foram mantidos em gaiolas de

polipropileno, em condições controladas de iluminação (ciclo 12 horas claro/escuro) e

temperatura de 25 + 2oC, permanecendo sem alimento por um período de 12 horas antes

do experimento e recebendo água ad libitum.

O EAQ, isento de solvente, foi solubilizado em solução fisiológica 0,9% de

NaCl (p/v). O ensaio foi efetuado em duas fases: uma preliminar e outra definitiva. Na

fase preliminar, administraram-se doses crescentes de EAQ para definir a dose mais

elevada isenta de letalidade (D1) e a menor dose capaz de determinar a morte em 100%

dos animais (D2). Os dados obtidos na fase preliminar permitiram delinear a fase

definitiva. Nesta, os animais receberam doses compreendidas entre D1 e D2, seguindo

progressão geométrica de razão 1,2 com o objetivo de se determinar a DL50 (dose letal

para 50% dos animais), todos permaneceram sob observação durante 48 horas.

A administração de EAQ por via intraperitoneal, teve como parâmetros

observados: sinais tóxicos de caráter geral, efeitos sobre a deambulação, reações

comportamentais, alterações da freqüência respiratória, número de óbitos. O grupo

controle recebeu o veículo utilizado na dissolução da substância testada. A partir dos

dados encontrados nas fases preliminar e definitiva, calculou-se a DL50, empregando-se a

fórmula:

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

41

DL50 = Df - ∑(a . b)

n

Onde:

Df = dose mínima capaz de matar todos os animais

a = diferença entre duas doses consecutivas administradas

b = média de animais mortos entre duas doses consecutivas

n = número de camundongos por lote

4.2 RESULTADOS

4.2.1 Avaliação da Toxicidade Aguda e Determinação da DL50 do EAQ

Nas tabelas 6 e 7 estão relacionadas às doses que apresentaram efeitos mais

significativos durante as fases preliminar e definitiva, respectivamente. As tabelas 8 e 9

demonstram a correlação entre letalidade e dose administrada nestas fases.

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

42

Tabela 6: Efeitos toxicológicos relacionados às doses administradas na fase preliminar da avaliação

da toxicidade aguda e determinação da DL50.

Ação/Parâmetros 500 (D1) 750 1625 (D2) 1750

Estimulantes ↑ Freqüência respiratória +++ +++ +++ +++ Agitação ++ +++ +++ +++ Piloereção + +++ +++ - Exoftalmia - +++ - ++ Movimentos

estereotipados ++ ++ ++ ++

Movimentos circulares ++ ++ +++ +++ Movimentos de vibrissas ++ +++ - +++ Convulsão clônica - + - ++ Convulsão - - - - Tremores finos/grosseiros + ++ +++ +++ Ereção de cauda +++ +++ +++ +++ Postura de ataque + + ++ + Saltos - - - - Irritabilidade - - - - Levantamento de trem

posterior - - - -

Arrastamento de trem posterior

- - - -

Depressores Abaixamento de trem

posterior +++ + ++ -

Dispnéia - + - - Sonolência - ++ + - ↓Freqüência respiratória + ++ +++ + Prostração - - + + Alteração de marcha - + ++ -

Outros Excreção fecal +++ ++ + ++ Contorções abdominais +++ +++ +++ ++ Reação de fuga +++ +++ +++ +++ Espasmos ++ +++ +++ +++ Elevação de trem anterior +++ - - - Diarréia - - - - Refluxo + ++ - - Palidez - ++ + - Distensão abdominal - - - - Agressividade + + ++ + Diurese + ++ + + Irritação da conjuntiva - - - +++ Espasticidade - ++ - - Cianose - + - + Edema de focinho ++ + - +++ Petéquias - ++ +++ -

Doses (mg.kg-1)

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

43

- = sem efeito + = efeito leve ++ = efeito moderado +++ = efeito acentuado

Tabela 7: Efeitos toxicológicos relacionados às doses administradas na fase definitiva da avaliação da

toxicidade aguda e determinação da DL50.

Doses (mg.kg-1) Ação/Parâmetros 750 1000 1250 1375 1500

Estimulantes

↑ Freqüência respiratória +++ +++ +++ +++ +++ Agitação +++ +++ +++ +++ +++ Piloereção + +++ +++ +++ ++ Exoftalmia ++ + +++ ++ +++ Movimentos

estereotipados +++ +++ +++ +++ +++

Movimentos circulares +++ +++ +++ +++ +++ Movimentos de vibrissas +++ +++ +++ +++ +++ Convulsão clônica - - ++ + - Convulsão - - - + - Tremores finos/grosseiros +++ +++ +++ +++ ++ Ereção de cauda +++ +++ +++ +++ +++ Postura de ataque + ++ ++ + ++ Saltos + + - - + Irritabilidade - - - - + Levantamento de trem

posterior - - - - -

Arrastamento de trem posterior

- - - + ++

Depressores Abaixamento de trem

posterior ++ - ++ ++ -

Dispnéia + + - +++ ++ Sonolência +++ - - ++ - ↓Freqüência respiratória - +++ - - ++ Prostração - + - - ++ Alteração de marcha - + ++ - -

Outros Excreção fecal + ++ + ++ + Contorções abdominais ++ +++ +++ +++ +++ Reação de fuga +++ +++ +++ +++ +++ Espasmos ++ + +++ ++ ++ Elevação de trem anterior - - - - - Diarréia ++ + - + - Refluxo + - - - + Palidez ++ ++ - + - Distensão abdominal - +++ + - - Agressividade +++ +++ + + ++ Diurese +++ - + - - Irritação da conjuntiva - - - +++ - Espasticidade ++ - - ++ -

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

44

Cianose - - - - - Edema de focinho - - - + + Petéquias - - - - -

- = sem efeito + = efeito leve ++ = efeito moderado +++ = efeito acentuado

Tabela 8: Relação letalidade e dose administrada na fase preliminar da avaliação da toxicidade aguda

e determinação da DL50.

Doses (mg.kg-1) Mortes até 48 horas

500 0/6

750 1/6

1625 6/6

1750 6/6

Table 9: Relação letalidade e dose administrada na fase definitiva da avaliação da toxicidade aguda e

determinação da DL50.

Doses (mg.kg-1) Mortes até 48 horas

750 1/6

1000 2/6

1250 3/6

1375 5/6

1500 5/6

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

45

Com uma DL50 calculada em 1156,25 mg.kg-1 de peso do animal, a curva

dose-resposta foi construída a partir dos resultados provenientes do ensaio realizado,

utilizando-se as seguintes doses: 500; 750; 1000; 1250; 1375; 1500 e 1625 mg.kg-1 de

peso do animal. A figura 17 correspondente à curva dose-resposta mostra que doses

acima de 1625 mg.kg-1 foram capazes de matar 100% dos animais.

2,698

2,875

3,000

3,096

3,176

3,210

0102030405060708090

100110

2,600 2,700 2,800 2,900 3,000 3,100 3,200 3,300

Log da Dose

Leta

lidad

e (%

)

Figura 17 - Curva dose-resposta da toxicidade do extrato aquoso de Lippia alba (Mill.) N.E. Brown.

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

46

5 CAPÍTULO III

ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DAS RAÍZES DE LIPPIA ALBA

5.1 MATERIAIS E METODOS

5.1.1 Microorganismos Utilizados

Sete espécies de microorganismos de coleção internacional foram analizadas:

Escherichia coli (ATCC 9723), Klebsiella pneumonia (ATCC 10031), Staphylococcus

aureus (ATCC 6538), Staphylococcus aureus (ATCC 6538P), Enterococus faecalis

(ATCC 33186), Salmonela sp (ATCC 8387) e Pseudomona aeruginosa (ATCC14502).

5.1.2 Técnica de Difusão em poços

As culturas dos microorganismos foram crescidas em meio agar Müller Hinton

(MH) a 37 ºC. Depois de 18 h de crescimento, cada microorganismo foi dissolvido em

uma solução estéril NaCl 0,9%, até uma concentração de 0,5 na escala de MacFarland,

foram inoculadas na superfície do agar (MH) placas (100 µL). A metodologia utilizada

foi técnica de difusão em poços (IEVEN, 1979; CAETANO, 2002). As placas foram

incubadas a 37 ºC por 24 h, durante esse período, as zonas de inibição dos crescimentos

foram medidas.

Tetraciclina foi utilizada com padrão positivo (1 mg/mL). Todas as determinações

foram realizadas em duplicatas.

5.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

47

Os extratos EEA e EME apresentaram uma discreta atividade contra

Staphylococcus aureus (ATCC 6538P), Staphylococcus aureus (ATCC 6538) e Klebsiella

pneumonia (ATCC 10031) os resultados encontram-se na tabela 10. A concentração

inibitória mínima obtiveram valores em uma faixa de 0.5-2 mg/mL (tabela 11). O EEA

apresentou-se como o melhor resulto o de 0,5 mg/mL contra Staphylococcus aureus

(ATCC 6538).

Em adição, o EAQ não apresentou nenhuma atividade, além disso, a

Cromatografia em Camada Delgada (CCD) deste extrato apresentou a presença dos

iridóides retirando a hipótese de atividade destes compostos. Por outro lado identificou-se

a presença de Terpenóides no EEA, ratificando a atividade dessas moléculas através de

ALEA et al., 1996.

Tabela 10: Atividade Antimicrobiana dos Extratos Acetato de Etila, Metanol e Água de L. alba

Extratos (mg/Ml) Controle positivo

Microorganismos

EEA EME EAQ Tetraciclina 50 100 50 100 50 100

Escherichia coli (ATCC

9723)

-

-

-

-

-

-

25

Klebsiella pneumonia

(ATCC 10031)

-

12

-

-

-

-

25

Staphylococcus aureus (ATCC

6538)

11

13

-

12

-

-

25

Staphylococcus aureus (ATCC

6538P)

12

13

-

13

-

-

25

Enterococcus faecalis (ATCC

33186)

-

-

-

-

-

-

28

Salmonela sp

(ATCC 8387)

-

-

-

-

-

-

23

Pseudomona aeruginosa

(ATCC14502)

NT

NT

NT

NT

- - 19

Diâmetro de zona (mm), (-) negativo; NT: não testadas

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

48

Tabela 11:Concentração Inibitória Mínima (MIC) exibida pelos extratos EEA e EME.

Microorganismos MIC (mg/mL) EAA EME

Klebsiella pneumonia (ATCC 10031)

>2 >2

Staphylococcus aureus (ATCC 6538)

0,5 2

Staphylococcus aureus (ATCC 6538P)

1 >2

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

49

6 CAPÍTULO IV

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA E IMUNORREGULADORA 6.1 INTRODUÇÃO

O processo inflamatório envolve uma série de eventos caracterizado-se por

inúmeros estímulos (agente infeccioso, isquemia, interação antigeno-anticorpo, injuria

fisica, etc.). A resposta inflamatória ocorre em três fases distintas, cada uma mediada por

mecanismos diferentes. A primeira chamada de fase aguda (fase I) - caracterizada pela

vasodilatação local e aumento na permeabilidade dos capilares, a segunda sub-aguda (fase

II) - caracterizada pela infiltração de leucócitos e células fagocitárias e a terceira crônica

(fase III) – onde ocorre degeneração tissular e fibrose. (ROBERTS & MORROW, 2002).

Ciclooxigenases (enzima contitutiva COX-1 e Indutiva COX-2) e 5-

Lipoxigenase (5-LOX) estão envolvidas no metabolismo oxidativo do ácido araquidonico

(AA), resultando em importantes produtos biosintéticos como as prostaglandinas (PGs),

prostaciclinas (PCs), tromboxanos (TXs) e leucotrienos (LTs). Todos esses metabólitos

do AA são mediadores da inflamação ( BENITO, 2000)

A Imunologia é o estudo da imunidade desde os eventos celulares e

moleculares que ocorrem após o organismos encontrar microorganismos ou moléculas

estranhas. As citocinas são proteinas produzidas em reposta aos micróbios e a outros

antígenos, as mesmas estimulam diversas respostas célulares envolvidas na imunidade e

na inflamação (ABBAS et al., 2002).

6.2 METODOLOGIA

6.2.1 Animais

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

50

Foram utilizados ratos Wistar, Rattus norvegicus, com três meses de idade,

de ambos os sexos, provenientes do Biotério do Departamento de Antibióticos da

Universidade Federal de Pernambuco. Camundongos Balb/c machos com 8 semanas de

idade, provenientes do Biotério do Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami.

Os animais receberam água e ração ad libitum e foram mantidos em

condições controles (ciclo 12 h claro/escuro) e temperatura (25 ± 2 °C).

6.2.2 Edema de pata induzido por carragenina

O edema foi induzido de acordo com o modelo descrito por Winter e cols.

1962. A inflamação aguda foi obtida por administração subplantar de 0,1 mL de solucão

de carragenina (0,1% p/v) na pata posterior esquerda. O volume (mL) do edema induzido

foi medido com auxílio de um pletismômetro (Ugo Basile Italia Modelo 7150). A

medicão foi realizada no momento anterior à indução e trinta minutos depois. Após a

adminstração das drogas, o volume da pata de cada animal continuou sendo medido em

intervalos constantes de uma hora por um período de seis horas.

6.2.3 Tratamento dos animais

Cinco grupos de RATOS animais (n=5/5 machos) foram privados de ração

por doze horas, em seguida tratados por via intraperitonial com 200 mg/kg do EAQ e 100

mg/kg do theviridosídeo isolado previamente. As doses foram estabelecidas com base na

DL50 do extrato. Os grupos controle e padrão receberam solução fisiológica (0,9%) e

indometacina (10 mg/kg, IP).

6.2.4 Procedimentos para Preparação dos produtos de peroxidação do iridóide

O procedimento empregado foi aquele adotado por Ishiguro et al. (1988),

compreendendo o tratamento do iridóide glicosilado com quantidade estequiométrica de

metaperiodato de sódio a temperatura ambiente, durante 1 h com agitação constante,

sendo a reação monitorada por CCD. O produto da reação foi passada através de uma

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

51

coluna de carvão ativo, eluindo-se inicialmente com água, para remoção do iodato, logo

após acetona, para obtenção do produto peroxidado (Figura 18).

Figura 18: Tratamento com o Metaperiodato: o ponto 1 theviridosideo isolado, o ponto 2 corresponde

a fração acetônica e o ponto 3 a fração aquosa da coluna em carvão ativado

6.2.5 Obtenção de sobrenadantes de culturas de células de baço para dosagem de

citocinas e óxido nítrico

Os baços dos camundongos Balb/c foram retirados com o auxílio de

homogeneizador estéril, as suspensões celulares foram preparadas em meio de cultura

RPMI 1640 (Sigma Chemical, St. Louis, Mo.,USA). Estas foram centrifugadas a 1500

rpm por 10 minutos a 4°C e o sobrenadante desprezados. As hemácias, presentes no

sedimento celular, foram lisadas com água Milli-Q estéril num volume de 1 mL/baço e

imediatamente foi adicionado RPMI em excesso. As suspensões celulares foram mantidas

em repouso no gelo, por 5 minutos, para deposição dos grumos. Após este período, as

células foram trasferidas para outro tubo e, após centrifugação, ressuspendidas em

RPMI-S. A contagem das células e o teste de viabilidade foram realizados utilizando o

corante Azul de Trypan. As células foram distribuídas em placas de 24 poços, numa

concentração de 5 x 106 células/mL e estimuladas com Con A (5 μg/poço), LP1 e LP1

modificada na concentração de 100 μg/poço por 72 horas, em estufa de CO2 umidificada.

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

52

Após a incubação, as células foram centrifugadas a 1500 rpm por 10 minutos a 4 °C e os

sobrenadantes coletados, aliquotados e congelados a -20 °C, para posterior dosagem das

citocinas e NO.

6.2.6 Ensaios para dosagem de citocinas e óxido nítrico

Placas de Elisa (Costar Cambridge, MA, USA) foram sensibilizadas com 50

μL/poços de anticorpo monoclonal de captura diluído em tampão carbonato pH 9,6,

incubadas por 3 horas à temperatura ambiente e bloqueadas com 150 μL/poços de uma

solução de PBST + 1% de soro albumina bovina (SAB-Sigma Chemical, St; Louis, Mo).

Após o bloqueio, as placas foram lavadas 3 vezes em PBS + 0,05% de tween 20 (PBST)

e, em seguida, adicionos 50 μL/poços de meio RPMI + 2% nas duas primeiras fileiras,

onde foram diluídas, na razão 1:2, os padrões de IL-2, IFN-γ, IL-10 eIL-4. Nas fileiras

seguintes, as amostras foram distribuídas e diluídas. As placas foram incubadas por 18

horas, a 4 °C; após a incubação, foram lavadas 3 vezes em PBST e 50 μL/poços do

segundo anticorpo diluído em PBST + 0,1% de SAB foram adicionados, seguido de

incubação por 1 hora, à temperatura ambiente. Foram feitas mais 3 lavagens em PBST e

75 μL/poços do conjugado enzimático diluído em PBST + 0,1% de SAB, foram

adicionados às placas. Em seguida, elas foram incubadas por 1 hora. A reação foi

revelada, após novo ciclo de lavagens, com 100 μL/poços do substrato contendo ácido

cítrico 0,1M, fosfato de sódio 0,2M, água destilada, cromógeno ABTS (-2,2 azino-bis(3-

ethylbenzethiazoline-6 sulfonic acid) Sigma) e água oxigenada 30% (Sigma). A reação

foi bloqueada com ácido cítrico 0,2M e a leitura feita em leitor de ELISA (Dynatech MR

5000) a 410 nm.

Para dosagem de IL-2, as placas foram sensibilizadas com 4 ng/mL do

anticorpo monoclonal anti-IL-2 (1 A 12) e o 2° anticorpo monoclonal biotinilado anti-IL-

2 (5H4) a 2 μg/ mL foi adicionado, após a incubação das amostras e padrão.

Para dosagem de IFN-γ, o primeiro anticorpo monoclonal anti-IFN- γ (XMG

1.2) foi utilizado na concentração de 4 μg/mL e o 2° anticorpo monoclonal biotinilado

(AN18) na concentração de 2 μg/mL.

Para dosagens de IL-10, o primeiro anticorpo monoclonal anti-IL-10 (C252-2

A5) foi utilizado na concentração de 8 μg/mL e o 2° anticorpo monoclonal biotinilado

(SXC-1) na concentração de 0,5 μg/mL.

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

53

As curvas padrão usadas para calcular as quantidades das citocinas foram

obtidas com concentração de 0,44 a 14 ng de IL-2 recombinante/mL; 0,78 a 25 ng de

IFN-γ recombinante/mL e 0,156 a 5 ng de IL-10 recombinate/mL.

Para dosagem de óxido nítrico foi utilizado o método colorimétrico de Griess,

mede indiretamente a produção de NO pela determinação de nitrito acumulado no

sobrenadante de cultura. Limiar de sensibilidade do teste 1,56 μM/mL.

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1 2 3 4 5 6

Tempo (h)

Vol

ume

do E

dem

a (m

L)

controle Theviridosídeo (100 mg/kg) Extrato Aquoso (200 mg/kg)

Gráfico 1 - Ensaio de teste in vivo, através de edema de pata de rato, por carragenina 1% IP, com

p< 0,05 quando comparados ao grupo controle.

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

54

6.3 RESULTADOS

O theviridosídeo (100 mg/kg) apresentou atividade anti-edematogênica

estatisticamente significativa, entre 5 e 6 horas nas condições utilizadas, administrado

posteriormente ao agente flogístico com 77, 90% de inibição com um intervalo de 95% de

confiança (cf. Gráfico 1).

Na dose de 100 µg/mL, nem o theviridoside nem seu derivado peroxidado foram

capazes de estimular as citocinas (IL-2, IL-4, IL-10 e IFN), bem como o Óxido Nítrico.

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

55

7 CONCLUSÃO

Das raízes de L. alba forneceram 3 iridóides (theviridosídeo, mussaenosídeo e

gardosídeo), que foram caracterizados por bases químicas, estudos espectroscópicos e

comparação com dados da literatura. O theviridosídeo e o mussaenosídeo são aqui

descrito pela primeira vez nas raízes da espécie e o gardosídeo ainda inédito no gênero.

A quimiotipia do vegetal em estudo pode ser considerada citralífera de acordo

com Julião et al., 2003, porém devido a considerável quantidade de cis-verbenol, como

segundo grupo majoritário, induz a se pensar em uma nova variante para esse quimiotipo.

Devido à pequena aromaticidade das raízes, os compostos voláteis

apresentaram-se discretos em relação aos das folhas, porém não foi observado em

nenhuma base de dados os compostos voláteis das raízes de Lippia alba. Carvona, éster

metílico do ácido hexadecanóico, patchoulano e limoneno foram os compostos

evidenciados nas raízes.

Quanto a toxicidade do EAQ apresentou-se moderadamente tóxico, com uma

DL50 de 1156,25 mg/kg. Os animais apresentaram durante o ensaio intensas contorções

abdominais, excreção fecal, movimentos circulares, piloerecao, movimento estereotipado,

ereção de cauda e espasmos.

O extrato aquoso não apresentou atividade frente os microorganismos

testados.

O theviridosídeo apresentou uma atividade antiinflamatória de 77,90%

através de Indução do Edema de pata de rato por carragenina 1% com intervalo de

confiança de 95% (p < 0,05).

O teste in vitro de estimulação das citocinas (IL-2, IL-4, IL-10 e IFN- γ). Na

dose de 100 µg/mL, nem o theviridoside nem seu derivado peroxidado foram capazes de

estimular as citocinas, bem como o Óxido Nítrico (NO). Mediadores (prostaglandinas,

leucotrienos e tromboxanos), estão possivelmente envolvidos com as atividades

constatadas.

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

56

8 REFERÊNCIAS

ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; POBER, J.S. Imunologia Celular e Molecular, 4

ed. Revinter, 2002. 529 p.

AKDEMIR, Z.; ÇALIS, I.; JUNIOR, P. Iridoid and Phenylpropanoid Glycosides from

Pedicularis condensate. Phytochemistry, Amsterdam, v. 30, n. 7, p. 2401-2402, 1991.

ALEA, J.A.P.; LUIS, A. G. O.; PÉREZ, A. R.; JORGE, M. R.; BALUJA, R.

Composición y propiedades antibacterianas del aceite essencial de Lippia alba (Mill.) N.

E. Brown, Rev. Cubana de Farmacia, Ciudad de la Habana, v. 30, n. 1, p. 1-8, 1996.

ARSLANIAN, R. L.; HARRIS, G. H.; STERMITZ, F. R. Chemistry of the

Scrophulariaceae. 7. Some Iridoid glucosides, including the new 6-deoxycatalpol, from

indian painbrush species related to Castilleja miniata. Journal of Natural Products,

Columbus, v. 48, n. 6, p. 957-961, 1985.

BEAUPIN, C. Iridoïdes de I’ Essence de Teucrium marium L. determinations

structurales et syntheses. 1978, 214 f. These (Docteur), Universite de Montpellier,

1978.

BENITO, P. B.; LANZA, A. M. D.; SEN, A. M. S.; GALINDEZ, J. D. S.;

METELLANO, L. F.; GOMEZ, A. S.; MARTINEZ, M. J. A. Effects of Some Iridoids

from Plant Origin on Arachidonic Acid Metabolism in Cellular Systems. Planta Medica,

Stuttgart, v. 66, p. 324-328, 2000.

BERMEJO, P.; ABAD, M. J.; DÍAZ, A. M.; FERNANDEZ, L.; DE SANTOS, J.;

SANCHEZ, S.; VILLAESCUSA, L.; CARRASCO, L.; IRURZUN, A. Antiviral Activity

of Seven Iridoids, Three Saikosaponins and One Phenylpropanoid Glycoiside Extracted

from Bupleurum rigidum and Scrophularia scorodonia. Planta Medica, Stuttgart, v. 68,

p. 106-110, 2002.

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

57

BRAGA, R. Plantas do Nordeste, especialmente do Ceará. Fortaleza: Ed.

Mossoroense, 1976. 439 p.

BRESCHI, M. C. et al. Vasoconsrictor Activity of 8-0-Acetylharpagide from Ajuga

reptans. Journal of Natural Products, Columbus, v. 55, n. 8, p. 1145-1148, 1992.

CAETANO, N.; SARAIVA, A.; PEREIRA, R.; CARVALHO, D.; PIMENTEL, M. C. B.;

MAIA, M. B.S., Determinação de atividade antimicrobiana de extratos de plantas de uso

popular como antiflamatório. Revista Brasileira de Farmagnosia, João Pessoa, v. 12, p.

132-135, 2002.

CAMARGO, M T L A., Plantas Medicinais e de Rituais Afro-Brasileiros II. São

Paulo: Ícone, 1998. 232 p.

CORREIA, M. P., Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio

de Janeiro: Imprensa Nacional, 1926. v. 4, p. 40.

COSSY J, A., Short Acess to Iridoid Precursors, Tetrahedron Letters, Amsterdam, v.

30, n. 31, p. 4113-4116, 1989.

DAWSON, D. C.; GRIFFITHS, D. C.; JANES, N.F.; MUDD, A.; PICKETT, J. A.;

WADHAMS, L. J.; WOODCOCK, C. M., Identification of an aphid sex pheroromone.

Nature, London, v. 325: 614-616, 1987.

DE ROMERO, M. E. M.; MARTINEZ, S.; SUYAMA, A., Morfologia de las

Inflorescências em LIPPIA (VERBENACEAE), Darwiniana, Buenos Aires, v. 36. p. 1-

12, 1998.

DRYHURST, G. Periodate Oxidation of Diol and Other Functional Groups-

Analytical and Structural Applications. Scotland: Pergamon Press, 1970. p.191.

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

58

EL-NAGGAR, L.; BEAL, J.L., Iridoids A Review. Journal of Natural Products,

Columbus, v. 43, n. 6, p. 649-707, 1980.

HARBONE, J B, Phytochemical Methods. 3ªed., Chapman & Hall, London. 1998. p.

302.

HEGNAUER, R., Chemotaxonomie der Pflanzen. Birkhäuser Verlag, Basel und

Stuttgart. 1973.

HEGNAUER, R.; KOOIMAN, P., Die systematische Bedeutung von iridoiden

Inhaltsstoffen im Rahmen von Wettstein’s Tubiflorae. Planta Medica Stuttgart, v. 33, n.

1, p. 1-33, 1978.

HOUGHTON, P.; HIKINO, H., Anti-Hepatotoxic Activity of Extracts and Constituents

of Buddleja Species. Planta Medica Stuttgart, v. 55, p. 123-126, 1989.

IEVEN, M.; VANDEN BERGHER, D.A.; MERTENS, F.; VLIETINCK, A.; LAMMENS

E. Screening of higher plants for biological activities. Planta Medica Stuttgart, v 36, p.

311-321, 1979.

ISHIGURO, K.; YAMAKI, M.; TAKAGI, S.; IKEDA, Y.; KAWAKAMI, K.; ITO, K.;

NOSE, T., Studies on Iridoid-Related Compouds. V: Antitumor Activity of Iridoid Dervs.

Periodate Oxidation Products. Journal of Pharmacobiodyn, v. 11, p. 131-136, 1988.

JULIÃO, L.S.; TAVARES, E. S.; LAGE, C. L. S.; LEITÃO, S. G. ,Cromatografia em

Camada Fina de Extratos de três Quimiotipos de Lippia alba (Mill.) N. E. Brown. (erva –

cidreira), Revista Brasileira de Farmacognosia, João Pessoa, v. 13, p. 36-38, 2003

KAPADIA G. J.; SHARMA, S. C.; TOKUDA, H.; NISHINO, H.; UEDA, S., Inhibitory

effect of iridoids on Epstein-Barr vírus activation by a short term in vitro assay for anti-

tumor promoters. Cancer Letters, Amsterdam, v. 102, p. 223-226, 1996.

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

59

LORENZI H & ABREU-MATOS, F.J., Plantas Medicinais no Brasil Nativas e

Exoticas Sao Paulo-SP, Instituto Plantarum, 2002.

MABRY, T.J.; MARKHAM, K. R. P.; THOMAS, M. B., The systematic identification

of flavonoids, Berlim, p. 354, 1971.

MALONE, R. A., Pharmacological approaches to natural products screening and

avaliation. In: New Natural products and Plant Drugs with Pharmacological,

Biological or Therapeutical Activity (H Warner, and P Wolf, eds.), Berlin: Springer-

Verlag, 1977. p. 24-53.

MARKHAN K.R., Thecniques of Flavonoid Identification. Academic Press. p. 52-61,

London, 1982.

MATOS, F.J.A., As ervas cidreiras do Nordeste do Brasil. Estudo de três quimiotipos de

Lippia alba (Mill) N.E. Brown (Verbenaceae). Revista Brasileira de Farmácia, São

Paulo, v. 72, n. 2, p. 65-67, 1996.

METZ, H. Dünnschichtchromatographische schnellanalzse bel enyzmatischen steroid-

umsetzungen. Naturswissenschaften, Berlin / Heidelberg, v. 48, p. 569-570, 1961.

NEU, R. A New Reagent for Differentiating and Determining Flavones of Paper

Chromatograms. Naturswissenschaften, Berlin / Heidelberg, v. 43, p. 82, 1956.

PASCUAL, M.E.; SLOWING, K.; CARRETERO, M. E.; VILLAR, A. Antiulcerogenic

activity of Lippia alba (Mill) N. E. Brown (Verbenaceae). Il Farmaco, Amsterdam, v.

56, p. 501-504, 2001.

RASTRELLI, L.; CACERES, A.; MORALES, C.; DE SIMONE, F.; AQUINO, R.

Iridoids from Lippia Graveolens, Phytochemistry, Amsterdam, v. 49, n. 6, p. 1829-1832,

1998.

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

60

RECIO, M. D. C.; GINER, R. M.; MÁÑEZ, S.; RÍOS, J. L. Structural Considerations on

the Iridoids as Anti-Inflammatory Agents. Planta Medica, Stuttgart, v. 60, p. 232-234,

1994.

RIOS, J.L.; RECIO, M.C. Medicinal plants and Antimicrobial activity. Journal of

Ethonopharmacology, Amsterdam, v. 100, p. 80-84, 2005.

RIMPLER, H.; SAUERBIER, H., Iridoid Glucosides as Taxonomic Markers in the

Genera Lantana, Lippia, Aloysia and Phyla, Biochemical Systematics and Ecology,

Amsterdam, v. 14, n. 3, p. 307-310, 1986.

ROBERTS, L. J.; MORROW, J. D., Analgesic-Antipyretic and Antiinflammatory agents

and drugs employed in treatment of gout. In HARDMAN, J. G.; LIMBIRD, L. E.;

GILMAN, A. G. (Ed.). Goodman & Gilman´s The Pharmacological Basis of

Therapeutics. 10. ed. Estados Unidos: McGraw-Hill, 2002. p. 687-731.

ROBERTSON, E. H.; CARTWRIGHT, R. A.; OLDSCHOOL, M., Phenolic substances

of manufactured tea. I. Fractionation and paper chromatography of water-soluble

substances. Sci. Food Agr. v. 7, p. 637-640, 1956.

SANTOS, M. I. S.; KAPLAN, A. C. Biosynthesis of Iridoids in Chemosystematics,

Journal of Brazilian Chemical Society, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 144-153, 2001.

STASHENKO, E. E.; JARAMILLO, B. E.; MARTINEZ, J. R. Comparison of different

extraction methods for the analysis of volatile secondary metabolites of Lippia alba

(Mill.) N.E. Brown, grown in Colombia, and evaluation of its in vitro antioxidant activity,

Journal of Chromatography A, Amsterdam, v. 1025, p. 93-103, 2004.

STIASNY, E.; WILKINSON, C. D. Qualitative reactions of vegetable tannins.

Collegium (Darmstadt), p. 318-332, 1911.

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

61

TAKEDA, S.; YUASA, K.; ENDO, T.; ABURADA, M. Pharmacological Studies on

Iridoids Compounds II: Relationship Between Strutures and Choleretic Action of Iridoid

Compounds. J. Pharma. Dyn., 3, 485-492,1980.

TAVARES, E.S.; JULIÃO, L. S.; LOPES, D.; LAGE, C. L. S.; LEITÃO, S.G. Análise do

óleo essencial de folhas de três quimiotipos de Lippia alba (Mill.) N.E.Brown

(Verbenaceae) cultivados em codições semelhantes. Revista Brasileira de

Farmacognosia, João Pessoa, v. 15, n. 1, p. 1-5, 2005.

VALE, T.G.; MATOS, F. J. A.; DE LIMA, T. C. M.; VIANA, G.S.B. Behavioral effects

of essential oils from Lippia alba (Mill.) N.E. Brown chemotypes. Journal of

Ethnopharmacology, Amsterdam, v. 167, p. 127-133, 1999.

WAGNER, H.; BLADT, S. Plant Drug Analysis – A thin layer chromatography

atlas. 2 ed. Munich: Springer, 1996.

WALLENFELS, K. Detection of reducing sugars in paper chromatogram and quantitative

evaluation. Naturwissenschaften, v. 37. p.491-492, 1950.

WINTER, C. A.; RISHLEY, E.A.; NUSS, G.W., Carrageenan induced edema en hind

paw as an assay for anti-inflamatory drugs. Proc. So. Exp. Biol. Med., v. 3, p. 544-547,

1962.

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

Apêndice 1 Artigos publicados/submetidos

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico
Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico
Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico
Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

Distribution of Iridoid Glucosides in Plants from the Lippia (Verbenaceae) Genus: An investigation of Lippia alba (Mill.) N.E. Brown José G. Sena Filho a*, Jennifer M. Duringer b, Daniel E. A. Uchoac, Haroudo S. Xavier a; Jose. M. Barbosa Filhod, and Raimundo Braz Filhoe

aUniversidade Federal de Pernambuco, Av. prof. Arthur de Sá s/n, cidade universitária, 50740-521 - Recife-PE, Brazil. bDepartment of Environmental & Molecular Toxicology, 139 Oak Creek Building, Oregon State University, Corvallis, OR 97331, USA.. cUniversidade Federal do Ceará, 60541970 - Fortaleza-CE, Brazil. dUniversidade Federal da Paraíba, Caixa Postal 5009, 58051-970 - João Pessoa-PB, Brazil. eUniversidade Estadual do Norte Fluminense, 28015-620 - Campos - RJ, Brazil. [email protected] Received: XX, 2006; Accepted: XX, 2006

The distribution of iridoid glucosides in plants from the Lippia genus (Verbenaceae) are described. In the present work, theviridoside, mussaenoside and gardoside were isolated from the roots of Lippia alba and were confirmed by NMR (1H and 13C). This information was combined with previous work on eight other Lippia species (obtained through a literature review) to give a thorough accounting of the iridoid glucosides currently found in this genus. There are few reports on characterization of these compounds in Lippia species; therefore, this work provides new information on this topic. Moreover, the finding of novel iridoids in Lippia alba further promotes the use of iridoids as taxonomic markers for distinguishing plants at the genera and subgenera levels of the Lippia genus. Keywords: Lippia, Lippia alba, mussaenoside, gardoside, theviridoside. The iridoid glucosides represent a class of highly oxygenated monoterpenes characterized by a cis-fused cyclopentapyran ring system. The location and the stereochemistry of the oxygen functionality in iridoids are very diverse [1]. Iridoids have a relatively discrete distribution in advanced angiosperm plant families, such as the Lamiaceae, Plantaginaceae, Scrophulariaceae and Verbenaceae families [2]. The Verbenaceae family consists of about 100 genera and 2600 species, of pantropical distribution; only a limited number of species occur in temperate regions. The largest genera are Clerodendrum (400 species), Verbena (250 species), Vitex (250 species), Lippia (200 species), Premma (200 species), and Lantana (150 species) [3]. Briquet [4], divided the Verbanaceae

family into 7 subfamilies: Verbenoideae, Chloanthoideae, Viticoideae, Caryopteridoideae, Symphoremoideae, Stilboideae, and Avicennioideae. The last three subfamilies are sometimes segregated as separate families [5,6]. The subfamily Verbenoideae is divided by Troncoso [7] into six tribes: Verbeneae, Lantaneae, Priveae, Petreae, Citharexyleae and Casselieae, according to the features of the ovaries and fruits. Since iridoids have, in some cases, proven to be useful taxonomic markers at the genera and subgenera levels [8], we examined the distribution of iridoids in the Lippia genus through literature references. Lippia alba (Mill.) N. E. Brown, also known as Lippia geminata HBK or Lantana alba (Mill), is a

2006 Vol. 0 No. 0 1 - 3

Natural Product Communications NPC

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

shrub about 3 m tall that belongs to the Verbenaceae family [9]. In Brazilian traditional medicine, it is commonly known as Erva-Cidreira, Chá do Tabuleiro and Salsa Limão [10,11]. Its leaves are employed as an infusion or decoction to treat gastric illnesses, diarrhea, fever, asthma, cough and as a tranquillizing remedy [12]. We found only a few reports on the occurrence of iridoids in plants of the Lippia genus, the results of which are reported in Table 1. Table 1. Iridoids Isolated from Lippia Specimens.

(1) Species (2) Isolated substances* (3) Reference (4) Lippia

alba (5) Theveside-Na(1) (6) Theviridoside (2)

(7) Mussaenoside (14) (8) Gardoside (13)

(9) Shanzhiside methyl esther (15)

(10) [14] (11) [14], This

work (12) This work (13) This work

(14) [15] (15) Lippia

angustifolia

(16) Theveside-Na(1) (17) Theviridoside (2)

(18) [14] (19) [14]

(20) Lippia arechavaletae

(21) Theveside-Na(1) (22) Theviridoside (2)

(23) [14] (24) [14]

(25) Lippia graveolens

(26) Caryoptosidic acid (3) (27) 6’-O-p-coumaroyl

derivatives (4) (28) 6’-O-caffeoyl

derivatives(5) (29) Secologanin (6)

(30) Secoxyloganin (7) (31) Dimethylsecologanoside

(8) Loganic acid (9) (32) Loganin (10)

(33) 8-epi-loganic acid (11) (34) Carioptoside (12)

(35) [13] (36) [13] (37) [13] (38) [13] (39) [13] (40) [13] (41) [13] (42) [13] (43) [13] (44) [13]

(45) Lippia javanica

(46) Theveside-Na (1) (47) Theviridoside (2)

(48) [8] (49) [8]

(50) Lippia micromera

(51) Dihydrotheveside (52) Mussaenoside (14)

(53) Barth 1979 in

[8] (54) Barth

1979 in [8]

(55) Lippia ramboi

(56) Theveside-Na(1) (57) Theviridoside (2)

(58) [14] (59) [14]

(60) Lippia thymoides

(61) Theviridoside (2) (62) [14]

(63) Lippia turbinata

(64)

(65) Theveside-Na (1) (66) Theviridoside (2)

(67) [8] (68) [8]

*Refers to compounds as seen in Figure 1 Rastrelli et al. [13], investigated the leaves of Lippia graveolens from Guatemala and found 10 iridoid and secoiridoid glucosides. The minor constituents were secologanin (6), secoxyloganin (7), dimethylsecologanoside (8), loganic acid (9), loganin (10), 8-epi-loganic acid (11) and carioptoside (12)

(see Figure 1 for chemical structures). Major constituents were the novel iridoids glucoside, caryoptosidic acid (3), and its 6’-O-p-coumaroyl (4) and 6’-O-caffeoyl (5) derivatives. Barth [8] isolated dihydrotheveside and mussaenoside (14) from Lippia micromera Schau. Rimpler and Sauerbier [8] isolated theveside-Na (1) and theviridoside (2) from Lippia javanica and Lippia turbinata. Von Poser et al.[14], identified theveside-Na (1) and theveridoside (2) in Lippia alba, Lippia angustifolia, Lippia arechavaletae, Lippia ramboi, Lippia thymoides using TLC with comparison of authentic samples. Table 2: HMQC and HMBC spectra of theviridoside found in the roots of Lippia alba.

HMQC HMBC δC δH 2JCH 3JCH

C 4 114.05 - H-3 HO-5 5 74.75 - HO-5; H-9 H-1; H-3 8 141.50 - H-9 H-1; HO-10

11 165.97 - H-3; MeO-11 CH 1 95.90 5.29 (d, 6.3) H-9 H-1’; H-3 3 153.66 7.41 (s) 7 124.07 5.60 (dl) H-9 9 56.03 2.77 (dl, 6.3) HO-5; H-&

CH2 6 45.32 2.69 (sl) HO-5

10 59.29 4.07 (dl, 14.7) HO-10 MeO-11 50.85 3.65 (s)

HO-5 - 4.65 (s) HO-10 - 4.75 (t, 5.4) CH-1’ 98.26 4.46 (d, 7.8) H-1; HO-2’ CH-2’ 73.13 2.98 (m) HO-2’; H-3’ HO-3’ CH-3’ 76.25 3.17 (m) H-2’; HO-3’ HO-2’; HO-4’ CH-4’ 69.95 3.06 (m) H-3’ CH-5’ 77.31 3.11 (m) H-4’ HO-4’ CH2-6’ 60.91 3.66 (m)

3.43 (m) HO-6’ H-4’

HO-2’ - 5.11 (d, 4.7) HO-3’ - 4.90 (d, 5.1) HO-4’ - 4.90 (d, 5.1) HO-6’ - 4.51 (t, 5.9)

Table 3. HMBC spectra of gardoside and mussaenoside found in the roots of Lippia alba.

Gardoside Mussaenoside DMSO δC δΗ δC δΗ

C 4 110.00 - 111.46 5 - - - 8 151.93 - 78.14

11 166.70 - 166.74 CH 1 94.55 5.37 (d, 4.2) 93.54 5.33 (d, 4.5) 3 151.68 7.39 (d, 1.0) 150.25 7.35 (s) 5 29.63 3.10 30.33 3.02 (m) 7 71.43 4.20 - - 9 43.27 2.90 50.47 2.05 (dd, 9.1, 4.5)

CH2 6 29.31 29.31 2.14 (m), 1.29 (m) 7 38.82 39.43 1.59 (m), 1.53 (m)

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

10 110.98 5.24 (sl), 5.20 (s) - - CH3 10 - - 24.36 1.18 (s)

MeO-11 50.94 3.64 (s) 50.85 3.62 (s) HO-5 - - - - HO-8 - - - 4.63 (s)

1’ 99.29 98.05 4.48 (d, 7.8) 2’ 73.07 73.11 2.94 (m)

3’ 76.70 76.70 3.14 (m) 4’ 70.07 70.07 3.01 (m) 5’ 77.31 77.30 3.14 (m) 6’ 61.12 61.16 3.68 (m) 3.42 (m)

HO-2’ - 4.98 - 4.98 HO-3’ - 4.96 - 4.96 HO-4’ - 4.93 - 4.93 HO-6’ - 4.48 - 4.48

6'

5' 4'

3'2'

1'10

98

7

6

5

43

21

O

HO OH

O

HOOH

OHOH

O OR2

R1

11

6'

5' 4'

3'2'

1'

10

987

6

5

43

21

O

HO O

O

HOOH

OHOR

COOH

HO

11

R= C CH CH

O

32

OH

9 8

7

65

4

1'' '' ''

'' ''

''

'' ''

''

1 R1 = OH R2 = Na 2 R1 = OH R2 = CH3 3 R=H 4

R= C CH CH

O

OH

OH

O

COOCH3R

O_Glu

O

COOR

O_Glu

HO

O

COOH

O_Glu

HO

5 6 R=CHO 9 R=H 11

7 R=COOH 10 R=CH3 8 R=COOCH3

O

COOH

O_Glu

HO

HO

O

OH

O

HOOH

OHOH

COOHH

HO

H2C

O

OH

O

HOOH

OHOH

COOCH3HH

H

HOH3C

O

OH

O

HOOH

OHOH

COOHH

HO

HHO

12 13 14 15

Figure 1. Iridoid glucosides found in species of the Lippia genus. (1 = theveside-Na, 2 = theviridoside, 3 = caryoptosidic acid, 4 = 6’-o-p-coumaroyl derivatives , 5 = 6’-o-caffeoyl derivatives , 6 = secologanin, 7 = secoxyloganin , 8 = dimethylsecologanoside , 9 = loganic acid , 10 = loganin , 11 = 8-epi-loganic acid, 12 = carioptoside, 13 = gardoside, 14 =mussaenoside and 15= shanzhiside methyl esther ). Barbosa et. al. [15] isolated shanzhiside methyl ester (15) from the leaves of Lippia alba. Our research group isolated theviridoside (2), mussaenoside (14) and gardoside (13) from the roots of Lippia alba (Mill.) N. E. Brown. To our knowledge, the last two have not been described in the literature before and hence represent new iridoids found in Lippia species. Their structure and stereochemistry were elucidated by means of NMR (1H and 13C) spectral data analysis (Tables 2 and 3). In summary, a total of fifteen different iridoids have been found in plants from the Lippia genus when both the literature and the present studies are combined. In addition, mussaenoside (14) and gardoside (13) represent two new iridoids not previously identified in plants from the Lippia genus. This finding further supports the use of iridoids as

taxonomic markers for distinguishing plants at the genera and subgenera levels of the Lippia genus. Experimental

Plant material: The plant specimens (Lippia alba) were collected in Timbaúba (7º35’S; 35º22’W), State of Pernambuco, Brazil in January 2005. Plants were identified by Prof. Dr. Haroudo Sátiro Xavier. A voucher specimen was deposited under nº 70003 at the Herbarium Dárdano de Andrade Lima, in Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuaria (IPA)-Pernambuco State -Brazil. Extraction and Isolation: The powdered, dried roots (300 g) were exhaustively extracted with hexane (4.8 g), ethyl acetate (4.3 g) and methanol (6.8 g) in a Soxhlet apparatus. Part of the methanol extract (3 g) was partitioned between butanol and water to afford a

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

butanol soluble portion which was chromatographed on a Sephadex LH-20 column using ethanol as the eluent. Fractions (10 mL) were collected (total of 126) and checked by TLC (silica gel plates in ethyl acetate, formic acid, acetic acid and water (100:11:11:26, v:v)). Novel iridoids were isolated from the fractions and subjected to NMR analysis as follows: fractions 60-68 (30 mg) for mussaenosid (14), 70-73 (8 mg) for gardoside (13), and 88-100 (40 mg) for theviridoside (2). NMR Analysis: 1H-NMR, 13C-NMR, 1H-1H COSY, DEPT, HMQC and HMBC spectra were recorded on

a Bruker DRX-500 spectrometer (1H 500MHz and 13C 125 MHz) using TMS as the internal standard for both nuclei. Samples were dissolved in DMSO for analysis. Acknowledgments – The authors wish to express their sincere thanks to the College of Pharmacy at the University of Illinois, U.S.A., for helping with the computer-aided NAPRALERT and CAPES/Brazil for financial support.

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

References

[1] Cossy J. (1989) A Short Acess to Iridoid Precursors, Tetrahedron Letters, 30, 4113-4116. [2] Harbone JB. (1998) Phytochemical Methods. 3ªed., London: Chapman & Hall. [3] Cronquist A. (1981) An integrated system of classification of flowering plants. New York: Columbia University Press. [4] Briquet J. (1895) Vebenaceae. In Engler, A., Prantl, K., (Eds): Die natürlichen Pflanyenfamilien, 43, 132-

182.- Leipzig: Engelmann. [5] Junell S. (1934) Gynoceummorphologie und Systematik der Verbenaceen um Labiaten – Symb. Bot.Upsal. 4, 1-219.

EL-NAGGAR, L.; BEAL, J.L. (1980) Iridoids A Review. J. Nat. Prod. (Lloydia) of Natural Products. 43 (6), 649-707. [6] Erdtman G. (1945) Pollen morphology and plant taxonomy-. IV. Labiatae, Verbenaceae and Avicenniaceae.-

Svensk Bot. Tidskr. 39, 279-285 [7] Troncoso NS. (1974) Los generos de verbenaceae de Sudamerica extratropical (Argentina, Chile, Bolivia,

Paraguay, Uruguay, y Sur de Brasil). Darwiniana 18, 295-412. [8] Rimpler H & Sauerbier H. (1986) Iridoid Glucosides as Taxonomic Markers in the Genera Lantana, Lippia,

Aloysia and Phyla, Biochemical Systematics and Ecology, 14, 307-310. [9] Stashenko EE, Jaramillo BE, Martinez JR. (2003) Comparison of different extraction methods for the analysis

of volatile secondary metabolites of Lippia alba (Mill.) N.E. Brown, grown in Colombia, and evaluation of its in vitro antioxidant activity, J Chromatogr A 1025, 93-103.

[10] Braga R. (1976) Plantas do Nordeste, especialmente do Ceará. Fortaleza: Edição Mossoroense. [11] Matos FJA. (1996). As ervas cidreiras do Nordeste do Brasil. Estudo de três quimiotipos de Lippia alba

(Mill) N.E. Brown (Verbenaceae). Parte I Farmacognosia. Rev. Bras. Farm. 72 (2), 65-67. [12] Pascual ME, Slowing K, Carretero ME, Villar A. (2001) Antiulcerogenic activity of Lippia alba (Mill.) N.E>

Brown (Verbenaceae) Il Farmaco 56 501-504. [13] Rastrelli L, Caceres A, Morales C, De Simone F, Aquino R. (1998) Iridoids from Lippia Graveolens,

Phytochemistry, 49, 1829-1832. [14] Von Poser G L, Toffoli M E, Sobral M, Henriques A T. (1997) Iridoid Glucoside substitution patterns in

Verbenaceae and their taxonomic implication. Pl. Syst. Evol. 205, 265-287. [15] Barbosa F G, Lima MAS, Braz Filho R, Silveira ER. (2006), Iridoid and phenylpropanoide glycoside from

Lippia alba. Biochemical Systematical and Ecology 34, 819-821.

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

Apêndice 2 Dados espectrais Cromatograma gasoso das folhas de Lippia alba

Cromatograma gasoso das folhas de Lippia alba

Time 3.0-32.5 minutes

, 27-Jun-2006 + 12:42:28

3.75 5.75 7.75 9.75 11.75 13.75 15.75 17.75 19.75 21.75 23.75 25.75 27.75 29.75 31.75Time0

100

%

brazil062706eaves Scan EI+ TIC

1.00e8

5.53

4.11

3.61

4.84

7.57

8.49

7.69

8.77

9.00

9.23

14.2110.64 11.99

11.22

13.36

12.69

15.46

25.88

23.34

20.53

18.5219.87

21.86

22.0724.99

29.86

29.2527.30

28.09

30.2332.45

Time 32.5-65.3 minutes

, 27-Jun-2006 + 12:42:28

33.90 38.90 43.90 48.90 53.90 58.90 63.90Time0

100

%

brazil062706eaves Scan EI+ TIC

1.00e8

49.20

44.79

40.04

39.67

33.79 38.5936.75

43.68

42.5441.79

48.32

45.81 48.17

51.51

49.87

52.18

52.94

54.45

55.3056.86

59.54

62.14

60.58 62.88

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

Cromatograma gasoso das Raízes de Lippia alba

Cromatograma gasoso das Raízes de Lippia alba

Time 3.0-32.5 minutes

, 23-Jun-2006 + 17:12:42

3.75 5.75 7.75 9.75 11.75 13.75 15.75 17.75 19.75 21.75 23.75 25.75 27.75 29.75 31.75Time0

100

%

brazil062306roots Scan EI+ TIC

1.00e8

10.12

6.46

3.455.77

3.87

7.28 9.478.49

8.27

14.2212.00

10.79

13.37

22.8115.95

15.48

18.53

18.04

17.3021.7418.66

21.25

25.73

25.30

26.94

30.91

30.24

Time 32.5-65.3 minutes

, 23-Jun-2006 + 17:12:42

33.92 38.92 43.92 48.92 53.92 58.92 63.92Time0

100

%

brazil062306roots Scan EI+ TIC

1.00e8

42.11

41.75

40.12

38.3034.69

32.71

35.54

36.79

45.81

44.8047.69

46.95

51.19 53.49

51.9552.56

56.8655.12

55.83

57.89

62.12

61.16

63.09

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

Espectro de RMN 1H- EM DMSO DE LP1

Espectro de RMN 1H- EM DMSO DE LP1

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

Espectro de RMN 1H- EM DMSO DE LP1

Espectro de RMN 13C-DEPT-135 EM DMSO DE LP1

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

Espectro de RMN 13C-BB- EM DMSO DE LP1

Espectro de RMN 2D–HMBC DE LP1

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

Espectro de RMN 2D–HMBC DE LP1

Espectro de RMN 2D–HSQC DE LP1

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

Espectro de RMN 2D–HMBC DE LP1

Espectro de RMN 2D–HMBC DE LP1

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

Espectro de RMN 2D–HSQC DE LP1

Espectro de RMN 2D–HSQC DE LP1

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

Espectro de RMN 2D–COSY DE LP1

Espectro de RMN 2D–HMBC DE LP1

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

Espectro de RMN 2D–HMBC DE LP1

Espectro de RMN 2D–HSQC DE LP1

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

Espectro de RMN 2D–HSQC DE LP1

Espectro de RMN 1H- EM DMSO DE LP2

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

Espectro de RMN 1H- EM DMSO DE LP2

Espectro de RMN 1H- EM DMSO DE LP2

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

Espectro de RMN 1H- EM DMSO DE LP2

Espectro de RMN 13C-BB- EM DMSO DE LP2

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

Espectro de RMN 13C-BB- EM DMSO DE LP2

Espectro de RMN 13C-BB- EM DMSO DE LP2

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

Espectro de RMN 13C-DEPT-135 EM DMSO DE LP2

Espectro de RMN 13C-DEPT-135 EM DMSO DE LP2

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

Espectro de RMN 2D–COSY DE LP2

Espectro de RMN 2D–COSY DE LP2

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

Espectro de RMN 2D–COSY DE LP2

Espectro de RMN 2D–COSY DE LP2

Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · CCD – Cromatografia em camada delgada ... (CG/EM) revelou a existência de: limoneno, carvona, o éster metílico do ácido hexadecanóico

Espectro de RMN 2D–COSY DE LP2