Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências...

79
Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Biológicas Pós Graduação em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre Comunidade Zooplanctônica da Região Litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho, (Parque Estadual do Rio Doce,MG) JANAÍNA HORTA DE AZEVEDO LOPES Belo Horizonte- MG Dissertação apresentada ao Curso de Ecologia Conservação e Manejo de Vida Silvestre da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito à obtenção do título de Mestre em Ecologia.

Transcript of Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências...

1

Universidade Federal de Minas Gerais

Instituto de Ciências Biológicas

Pós Graduação em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre

Comunidade Zooplanctônica da Região Litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho,

(Parque Estadual do Rio Doce,MG)

JANAÍNA HORTA DE AZEVEDO LOPES

Belo Horizonte- MG

Dissertação apresentada ao Curso de Ecologia

Conservação e Manejo de Vida Silvestre da

Universidade Federal de Minas Gerais como requisito

à obtenção do título de Mestre em Ecologia.

2

Julhho/2014

JANAÍNA HORTA DE AZEVEDO LOPES

Comunidade Zooplanctônica da Região Litorânea das Lagoas Carioca e Gambazinho,

(Parque Estadual do Rio Doce, MG)

Dissertação apresentada ao Curso de

Ecologia, Conservação e Manejo da Vida

Silvestre da Universidade Federal de Minas

Gerais como requisito à obtenção de título de

Mestre em Ecologia.

Orientadora: Profa. Dra. Paulina Maria Maia Barbosa

3

Belo Horizonte- MG, Julho/2014

Dissertação defendida em __/__/____ e aprovada pela banca examinadora

constituída pelos professores:

4

Agradecimentos

Sou imensamente grata ao Espírito Santo, aos meus guias espirituais e todas formas

de vida, por minha existência e aprendizados tristes ou alegres, mas passos a mais no

despertar da minha consciência. Tão grande quanto é meu sentimento de gratidão para com

meus amados Arthur de Azevedo Lopes Ferreira, Maria Josely Horta de Azevedo e Geraldo

Elísio Machado Lopes, filho e pais preciosos. Grata também sou a toda minha família, que

me acolhe e alimenta com sua alegria, especialmente às minhas doces vovós, Dulce (in

memoriam) e Cândida, mulheres de força e fé.

Sou enormemente grata à Paulina Maria Maia Barbosa, minha orientadora, por seu

carinho, paciência e dedicação e à todos os professores do Programa de Pós Graduação em

Ecologia Conservação e Manejo de Vida Silvestre. Sou grata, especialmente, aos professores

Arnola Rietzler, Eneida Eskinazi e Ricardo Mota Pinto Coelho, por tão gentilmente aceitarem

ser da minha banca e contribuírem para a elaboração deste trabalho. Grata ao professor e

curador do herbário da UFV, Pedro B. Schuwartsburd, pela gentileza em identificar as

macrófitas. Manifesto ainda minha gratidão aos professores Reginaldo da Silva Romeiro. (in

memoriam) e Walter Yoshizo Okano, por me iniciarem no caminho da ciência.

À Rosinha grata por todos os ensinamentos e paciência em me ensinar a identificar as

espécies, e ser amiga tão gentil; ao Marcelo pelo carinho e disponibilidade em me instruir

em tantas coisas; aos queridos colegas do LIMNEA pelo companheirismo, solidariedade e

boas risadas, em especial Cínthia Tavares, Luisa Betim, Isabela Vas, Thécia Alfenas, Diego

Pujoni, Daniel Maronesi e Mirla. Aos queridos Cris e Fred, pela amabilidade e boa disposição!

Sou muito grata à Vinícius, Graziela, Xanda, Cláudio, Satyva, Tião e Canela, por me

apoiarem no Parque Estadual do Rio Doce com tanto desprendimento.

Grata à todos os amigos que me apoiaram durante o mestrado, especialmente dona

Efigênia, seu Luis, Virgínia, Rafaela, Rogério, Natália (Tchê) Fernanda Teixera e Michele; grata

também a minha querida psicóloga Claudia Prates e ao Dr. Adauto. Grata à Universidade

Federal de Pernambuco e aos amigos do curso de Ecologia da Caatinga, especialmente

Zezinho, Fernanda, Felipe, Xavier e aos professores Inara Leal, Marcelo Tabarelli e Alan

Andersen, pela gentileza e capacidade de doação, além de momentos divertidos.

5

Grata à Universidade Federal de Minas Gerais, ao Programa de Pós Graduação em

Ecologia Conservação e Manejo de Vida Silvestre, ao PELD, ao IEF, pela concessão de licença

de coleta e à CAPES, pela concessão da bolsa. Muito obrigada!

6

Índice

I. Resumo 7

II. Abstract 8

III. Introdução 9

IV. Material e métodos 15

V. Resultados 25

VI. Discussão 45

VII. Conclusão 62

VIII. Referências bibliográficas 64

IX. Anexos 76

7

Resumo

Pesquisas em ecologia sobre a comunidade zooplanctônica na região litorânea de corpos

de água dulcícolas são escassas na região tropical, quando em comparação com

pesquisas realizadas na região pelágica de lagos. Considerando a importância da região

litorânea, pela elevada riqueza e diversidade de espécies que esta apresenta, em

especial quando colonizada por macrófita, este estudo teve como objetivo caracterizar a

comunidade de Amoeba Testacea, Rotifera, Cladocera e Copepoda quanto à abundância

(org.m-3), riqueza Diversidade (Índice de Shannon) e distribuição de espécies na região

marginal com e sem plantas aquáticas das lagoas Carioca (com peixes não nativos) e

Gambazinho (com peixes nativos e exóticos), localizadas no Parque Estadual do Rio Doce,

MG. Para tanto, coletas bimensais de zooplâncton foram realizadas de junho de 2011 à

12 de 2012 nas lagoas contempladas nesta pesquisa. As diferenças observadas na

abundância de rotíferos e riqueza de espécies zooplanctônicas entre as lagoas é causada,

possivelmente, pela maior disponibilidade de recursos alimentares na lagoa Carioca, que

suportaria populações maiores e também um maior número de táxons quando

comparada à lagoa Gambazinho. Não houve diferenças quanto à riqueza, Diversidade e

abundância de espécies entre os habitas litorâneos com e sem plantas aquáticas, em

ambas as lagoas, provavelmente pelo fato destes habitats apresentarem condições

físico-químicas semelhantes e mesma disponibilidade de recursos algais (alimento para o

zooplâncton herbívoro), além da provável dispersão de espécies por correntes na água

no eixo horizontal, que promoveriam o intercâmbio de animais planctônicos nas áreas

com e sem macrófita.

Palavras-chave: zooplâncton, região litorânea, diversidade de espécies

8

Abstract

Ecological researches on zooplankton community in lake shoreline are scarce in tropics

when compaired to the ones conducted at pelagic region. Taking in to account the

importance of lakes shoreline due to its elevated species richness and Diversity, specially

when colonized by macropHytes, This study means to characterize the Amoeba Testacea,

Rotifera, Cladocera and Copepoda communities as for its abundance (org.m-3), Diversity

(Shannon Index) and species distribution in lake shoreline colonized and not colonized by

macropHytes. The research was conducted in lake Carioca (with exotic and native fish

fauna) and in lake Gambazinho (with native fish fauna, merely), both based in Parque

Estadual do Rio Doce, Minas Gerais State, Southest Brazil. To this end, bimensal

zooplankton sampling were donne from june/2011 up to December/2012 in these lakes.

Observed differences on Rotifera abundance and specie reachness among lake Carioca

and lake Gambazinho are probably due to more food disponibility, like algae and

detritus, in lake Carioca, what could sustain bigger populations and a greater number of

taxa than could do lake Gambazinho. There were no differences in relation to reachness,

Diversity and species abundance between litoral habitats with and without macropHytes,

what happened perhaps by the fact taht this environments presente the same pHisical-

chemical conditions and food resources disponibility, or by species dispertion on water

flow in horizontal axis from Wind, that could serve for plankton animal Exchange

between areas with and without aquatic vegetation.

Key words: zooplankton, lake shoreline, Species diversity

9

Introdução

Lagos são corpos de água continentais lênticos, sem ligação imediata com o oceano,

com baixas concentrações de íons em solução e curto tempo de vida, considerando a escala

de tempo geológica, devido a sedimentação de material orgânico e inorgânico advindos da

bacia de drenagem (Esteves, 1998). O ecossistema lacustre é dependente do ecossistema

terrestre adjacente e pode ser impactado pelas atividades ocorrentes no meio terrestre

circundante (Likens, 1992).

A maior parte dos lagos brasileiros é originária dos processos de erosão e

sedimentação de rios, do mar e de corais, o que explica a localização de muitos lagos

brasileiros em antigas áreas de drenagem de rios, cujos leitos se deslocaram, ou em regiões

litorâneas. Visto que a maioria dos lagos permanentes brasileiros estão em áreas costeiras,

são escassos aqueles oriundos exclusivamente de forças fluviais, como os lagos amazônicos,

do Pantanal e do Rio Doce (Trindade, 1984).

Os corpos d’água continentais apresentam diversidade faunística elevada, com

grupos exclusivos destes ambientes. Apesar disso, a riqueza de espécies contida em lagos,

rios e riachos ainda não é totalmente conhecida (menos de 30%), sendo que a maioria dos

artigos sobre a biota dulcícola trata da ictiofauna ou de espécies economicamente

importantes (Frouin e Lacobellis, 2003).

Os invertebrados dulcícolas compõe um conjunto diversificado, que abrange vários

filos, com participação ativa nas funções do ecossistema aquático (Purvis e Hector, 2000). No

Brasil, 3.134 espécies foram já descritas, porém, segundo Rocha (2003), estima-se a

existência de 8000 espécies ainda não registradas. Provavelmente, as lacunas no

conhecimento da fauna planctônica brasileira são decorrentes do fato da maioria dos

estudos focarem certas bacias hidrográficas, grupos taxonômicos específicos e serem

realizados nos habitats límnicos de ambiente lênticos, desconhecendo a biota dos ambientes

lóticos e região litorânea dos lagos (Eskinazi- Sant’ Anna et al, 2005).

Em um plano horizontal, o ecossistema lacustre pode ser dividido em dois

compartimentos com morfologia, condições ambientais e comunidades biológicas distintas:

região litorânea e limnética (ou pelágica). A região limnética abrange a porção interior do

10

lago, com profundidades que, frequentemente, determinam gradientes na distribuição de

luz, temperatura, concentração de oxigênio dissolvido e outras variáveis físicas e químicas

(Moretto, 2001). Os organismos característicos dessa região são representados pelo nécton,

notoriamente os peixes, e pelo plâncton (bacterio, fito e zooplâncton). As características

destas comunidades, e as variações saregiãois e espaciais nos parâmetros físicos e químicos

da região limnética tem sido relativamente bem estudadas (Esteves,1998 ).

A região marginal de lagos é o ecótono entre o corpo d’água e o ambiente terrestre

adjacente (Wetzel, 1983; Pieczynska, 1990). É uma região geralmente pouco profunda que

abriga uma riqueza enorme de espécies, especialmente quando coberta por macrófitas, pela

diversidade de habitats, abrigos e recursos alimentares disponíveis (Green, 1986; Maia-

Barbosa, 2008). Além disso, a região litorânea funciona como área de refugio para peixes

jovens contra seus predadores (Straskraba et al, 1993). Estas características tornam estas

áreas importantes para a preservação da biodiversidade.

De acordo com Straskraba et al (1993), são funções das margens de lagos: impedir a

dissipação de matéria alóctone para a região limnética, atuando como região tampão;

dispersar espécies para outros compartimentos lacustres; disponibilizar alimento e locais de

reprodução para peixes e aves paludícolas, além de participar ativamente da ciclagem de

nutrientes. A interação entre as regiões litorânea e limnética é dependente, do grau de

sinuosidade da margem do lago, representado pela sua fragmentação e seu contorno, e

mesurado pelo índice de desenvolvimento de margem (Kolasa e Zaleuski, 1995). Assim, lagos

mais irregulares, ou com mais reentrâncias, normalmente apresentarão maior riqueza de

espécies.

Estudos comparativos entre as regiões pelágica e litorânea de lagos (Pennak, 1966;

Serrano e Toja, 1998; Lima et al, 2003), apontam maior diversidade zooplanctônica no

habitats marginais, especialmente quando colonizados por macrófitas, devido à maior

heterogeneidade ambiental, além de maior disponibilidade de alimento e nichos ecológicos.

Esteves (1998) classifica as cadeias tróficas do região litorânea como de dois tipos:

cadeia trófica de herbivoria, onde os heterótrofos têm como fonte de energia a biomassa do

fitoplâncton, do perifíton e das macrófitas, e a cadeia trófica de detritivoria, onde

organismos heterótrofos têm como fonte energética a biomassa morta, alóctone (folhas,

galhos e sedimento do ambiente terrestre adjacente) e autóctone (organismos aquáticos

11

mortos, como algas, animais zooplanctônicos, macrófitas, bacterioplâncton), sendo esta a

principal cadeia na região marginal. Em ambos os tipos de cadeia participam invertebrados

zooplanctônicos, perifíticos e bentônicos, como Crustacea, Oligochaeta e estágios larvais de

Insecta (Moretto, 2001)

A região marginal, por sua menor profundidade, geralmente recebe radiação solar da

superfície ao fundo, favorecendo a fotossíntese e o desenvolvimento de várias espécies de

algas e plantas aquáticas em toda a coluna d’água, sendo um pólo de retenção de energia e

produção de matéria orgânica (Moretto, 2001). De acordo com as características da

vegetação e a profundidade, o região litorânea é dividido em duas regiãos: eulitoral, onde se

encontram macrófitas emergentes, e infralitoral, onde se encontram macrófitas submersas

(Wetzel e Likens, 1991). Além dessa regiãos, nem sempre facilmente distinguíveis, existe

uma terceira na qual as macrófitas não estão presentes, ou se estão não são abundantes.

Áreas litorâneas sem macrófitas ocorrem geralmente onde a vegetação terrestre

circundante provoca sombreamento na água, impedindo o desenvolvimento de plantas

aquáticas (Esteves, 1998).

Por serem geralmente pequenos e rasos, lagos tropicais são susceptíveis à

colonização por macrófitas de diversas espécies. A elevada concentração de nutrientes,

originários do meio terrestre adjacente e do sedimento, possibilita o desenvolvimento de

grandes bancos de macrófitas (Wetzel e Likens, 1991; Moretto, 2001) que servem de

substrato e oferecem habitat para muitos organismos, sustentando populações

consumidoras, de metabolismo rápido, que também contribuem para acelerar a ciclagem de

nutrientes. Além disso, as plantas aquáticas enraizadas são eficientes como rede de

transporte de nutrientes e energia entre o sedimento e a água, sendo mediadoras na

alocação de nutrientes entre esses compartimentos (Granáli e Solander, 1988). Funcionam

ainda como filtros importantes de retenção de detritos e poluentes das áreas adjacentes

(Engelhardt e Ritchie 2001).

Variações na região litorânea podem ocorrer por flutuações no nível da água,

alterações nas características físicas e químicas da água entre os períodos de chuva e seca,

ventos, ondas, topografia e declividade da região (Wetzel e Likens, 1991; Henry, 2003). Estas

variações determinam a eliminação e/ou substituição de espécies, alterando a estruturação

das comunidades que ali vivem (Carvalho, 2003; Henry, 2003; Nogueira, 2003; Smith et al

12

2003). Lagos naturais não conectados à rios, como aqueles do complexo lacustre do Médio

Rio Doce, tendem a apresentar maior estabilidade temporal e espacial, tanto nas variáveis

ambientais, como na diversidade de organismos e a relação destes entre si e com o meio.

Esta estabilidade relativa é decorrente do maior tempo de residência e baixa turbulência da

água, além de maior estabilidade do sedimento nas margens (Tundisi, 1990).

Dentre os fatores mais influentes no estabelecimento das espécies em uma

comunidade, seja em ambiente lênticos ou lóticos, está a qualidade do habitat. A biota do

ecossistema aquático é influenciada pelo meio físico do corpo: geomorfologia, velocidade da

corrente, vazão de água, tempo de retenção (Tate e Heiny,1995).

No ecossistema lacustre é comum a predominância, em abundância, de uma ou

poucas populações dentre um grupo taxonômico ou dentre a comunidade. Tal dominância

pode ser dependente dos parâmetros físicos da água, visto que a eficiência na utilização de

recursos difere entre os organismos sendo uns favorecidos por condições ambientais

específicas, bióticas, como a ausência de competidores e predadores, e abióticas, como a

concentração de oxigênio dissolvido na água e o pH (Moretto, 2001). Alterações nas

variáveis limnológicas podem, então, influenciar não só na qualidade e quantidade do

alimento disponível, como nas condições do habitat “ideais” para as diferentes espécies,

explicando a sucessão entre elas (Chapman et al, 1985).

As macrófitas podem determinar a estrutura e a dinâmica das comunidades

alterando padrões de riqueza, abundância e distribuição de espécies zooplanctônicas. Sua

presença no meio aumenta a heterogeneidade ambiental, fornecendo alimento pela

produção de matéria orgânica, substrato para o perifíton e refúgio para os animais

zooplanctônicos (Greco e Dabés, 2001; Maia-Barbosa et al, 2008; Pinto-Coelho et al, 2008;

Maia-Barbosa et al, 2010).

O conhecimento a respeito do funcionamento da região litorânea em ambientes

tropicais e sua importância ecológica é ainda pequeno, embora recentemente, algumas

pesquisas tenham revelado o papel crucial desta área na manutenção da diversidade

biológica (Thomaz, 1998; Moretto, 2001, Brito, 2003; Maia-Barbosa, 2008, Mormul et al,

2010). No Brasil dois sistemas têm sido estudados sistematicamente, principalmente após a

implantação dos Programas de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD), incluindo

levantamentos em áreas litorâneas: a bacia de inundação do Rio Paraná (ex: Lansac-Tôha et

13

al, 1997; Velho et al, 1999; Rossa et al, 2001; Lima et al, 2003; Fulone, 2008) e o complexo

lacustre do Rio Doce (Moretto, 2001; Maia Barbosa et al, 2008; Maia-Barbosa et al, 2010;

Aoki, 2010).

Maia-Barbosa e colaboradores (2008) trabalhando em bancos de macrófitas no lago

Dom Helvécio no Parque Estadual do Rio Doce (PERD) registraram 130 novas ocorrências de

espécies zooplanctônicas para a região, demonstrando a importância de estudos que

contemplem a região litorânea para o conhecimento da biodiversidade de um lago. Outro

estudo que também comparou a diversidade de espécies da comunidade zooplanctônica em

bancos de macrófitas e na região limnética foi desenvolvido na lagoa dos Patos (PERD) e

registrou 228 e 51 espécies respectivamente, demostrando mais uma vez, a importância das

macrófitas para a maior riqueza de espécies (Aoki, 2010).

Para melhor conhecimento da biota e compreensão do funcionamento do

ecossistema lacustre as pesquisas devem incluir todos os compartimentos do lago, visto que

a biodiversidade geralmente tem grande variação entre os mesmos (Moretto, 2001). A

variabilidade temporal da comunidade zooplanctônica é caracterizada por alterações na

riqueza, abundância, diversidade, composição e densidade das espécies e seu estudo é

essencial para a compreensão do funcionamento do ecossistema. O acompanhamento das

variações nas comunidades é um meio eficaz de compreender como os sistemas naturais

respondem aos distúrbios, naturais ou antrópicos (Simões, 2010), como por exemplo, a

introdução de espécies exóticas.

A introdução de espécies exóticas é um problema global e tem sido considerada a

segunda causa de extinção de espécies, perdendo somente para a destruição de habitat

(Primack e Rodrigues, 2001).

Em lagos, o estabelecimento de espécies não nativas pode ter como consequências,

em consonância com a biologia da espécie introduzida e os processos ecológicos

característicos do local de introdução, alterações nas cadeias alimentares, diminuição ou

mesmo extinção de populações nativas, causadas por alterações estruturais dos habitats,

mudanças nas taxas de predação e competição entre as espécies, além do estabelecimento

de parasitas e patógenos alóctones (Welcomme, 1988).

No PERD a introdução de espécies é também um problema, e dificulta muito o

cumprimento de um dos principais objetivos de uma unidade de conservação, que é a

14

preservação da biodiversidade local e regional. No parque, um dos grupos que se destaca

pelo maior número de espécies introduzidas é o de peixes: Pygocentrus nattereri (piranha),

Cichla kelberi (tucunaré), Clarias gariepinus (bagre africano), Astronotus ocellatus (apaiari)

e Hoplosternum littorale (tamboatá) (Rebouças et al, 2006). Estudos têm demonstrado que,

pelo menos na lagoa Carioca, a presença de algumas destas espécies pode ser considerada

a principal causa de extinção local de peixes nativos (Godinho et al., 1994; Godinho, 1996,

Latini e Petrere, 2004 ). Da mesma forma, alterações na cadeia trófica decorrentes da

introdução de peixes não nativos foram apontadas por Pinto-Coelho et al (2008).

O objetivo desta pesquisa foi caracterizar e comparar a estrutura da comunidade

zooplanctônica quanto à riqueza, diversidade, abundância e distribuição de organismos, na

região litorânea, colonizada e não colonizada por macrófitas em duas lagoas tropicais

sediadas no Parque Estadual do Rio Doce (PERD, MG), uma com ictiofauna nativa (lagoa

Gambazinho) e a outra com ictiofauna nativa e exótica (lagoa Carioca).

Objetivos específicos

Caracterizar a comunidade zooplanctônica (Amoeba Testacea, Rotifera, Cladocera e

Copepoda) das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG), considerando a riqueza,

diversidade, abundância e distribuição das espécies;

Comparar a comunidade zooplanctônica entre as lagoas Carioca e Gambazinho

(PERD, MG) quanto aos mesmos parâmetros citados acima;Comparar, na região

litorânea de cada lagoa, a comunidade zooplanctônica entre os habitats colonizados

e não colonizados por macrófitas Comparar a comunidade zooplanctônica na região

litorânea (colonizada e não colonizada por macrófita) entre os meses chuvosos e

secos.

Predições

Haverá diferenças quanto à riqueza, diversidade, abundância e distribuição das

espécies de Amoeba Testacea, Rotifera, Cladocera e Copepoda entre as lagoas

Carioca e Gambazinho (PERD, MG)

Haverá diferenças quanto à riqueza, diversidade, abundância e distribuição das

espécies de Amoeba Testacea, Rotifera, Cladocera e Copepoda entre os habitats

colonizados e não colonizados por macrófitas na região litorânea.

15

Haverá diferenças quanto à riqueza, diversidade, abundância e distribuição das

espécies de Amoeba Testacea, Rotifera, Cladocera e Copepoda entre os períodos de

chuva e seca nos habitats litorâneos, colonizado e não colonizado por macrófitas.

Hipóteses

A lagoa Gambazinho apresentará maior riqueza, diversidade e abundância de

espécies zooplanctônicas do que a lagoa Carioca devido à menor pressão de

predação por peixes e invertebrados sobre o zooplâncton.

Na região litorânea das duas lagoas os valores de riqueza, diversidade e abundância

de espécies zooplanctônicas serão mais elevados, principalmente quando

colonizadas por macrófitas, devido à maior disponibilidade de habitats e recursos

alimentares para o zooplâncton

No período chuvoso, os valores de riqueza, diversidade e abundância de espécies

serão maiores nas duas lagoas, devido à maior disponibilidade de nutrientes

carreados pela chuva, maiores temperaturas e consequentemente maior produção

algal.

Material e Métodos

Área de Estudo

O vale do médio Rio Doce (MG) abriga mais de 60% da biodiversidade da Mata

Atlântica, incluindo uma porcentagem ainda maior das espécies endêmicas desse bioma,

que é um dos mais ameaçados do Brasil e de maior diversidade do mundo. A Mata Atlântica

do vale do Rio Doce foi reduzida a 4-5% de sua extensão original na região, e seu maior

remanescente, no Estado de Minas Gerais, encontra-se preservado no Parque Estadual do

Rio Doce (PERD) - 36.000 ha de florestas, predominantemente secundárias, entremeadas

por um sistema lacustre com 153 lagos nos mais variados estágios de evolução (Barbosa e

Moreno, 2002).

Segundo Setti (1996) os principais problemas decorrentes de atividades antrópicas na

Bacia do Rio Doce são: baixa qualidade da água, devido ao seu desvio e input de poluentes e

16

contaminação por substâncias inorgânicas, emitidas pela atividade siderúrgica e descarga de

efluentes domésticos de grandes cidades, como Governador Valadares. Além desses

problemas, outras fontes degradantes da Bacia do Rio Doce são as indústrias de celulose e

carvão, que substituíram grande parte da vegetação nativa por eucaliptais (Tundisi et al,

1997).

A bacia hidrográfica do Rio Doce situa-se no sudeste de Minas Gerais e abrange uma

área de drenagem de 83.400 km2, sendo 86% da área pertencente ao Estado de Minas

Gerais e o restante ao Estado do Espírito Santo. A Região é ocupada por 3,1 milhões de

habitantes em 222 municípios (Mello, 1997). Os principais tributários do Rio Doce são os rios

Santo Antônio, Piracicaba, Matipó e Casca (Moretto, 2001).

Um complexo hídrico com aproximadamente 160 lagoas ocorre na região entre o Rio

Piracicaba e o Rio Doce (Mello, 1997). Esses corpos d’água se originaram no período

Pleistoceno – Holoceno pela deposição de material carreado pelo Rio Doce, que acabou por

formar barragens que represavam a água de seus afluentes (Tundisi et al, 1997). Visto que

este rio teve seu leito deslocado diversas vezes, a maioria das lagoas encontradas em sua

bacia não estão próximas do leito atual do rio. Nos meses chuvosos é possível que ocorra

comunicação entre as lagoas entre si e também com rios tributários, favorecendo o

intercâmbio de espécies, inclusive aquelas alóctones (Godinho, 1996).

O sistema lacustre do vale do Rio Doce é utilizado pela população de cidades vizinhas

para abastecimento, pesca e lazer. A vegetação nativa, Floresta Tropical Úmida, do tipo

Mata Atlântica foi, em grande parte, substituída por cultivo de eucalipto destinado à

produção de carvão vegetal para as indústrias siderúrgicas do Vale do Aço. Além disso, há no

entorno do parque grandes áreas de secagem de arroz, cultivado nas áreas alagadas e lagoas

assoreadas (Moretto, 2001).

O Parque Estadual do Rio Doce PERD (19º 29’24’’- 19º 48’ 18’’ S; 42º 28’18’’- 42º

38’30’’ W, fig. 1), maior reserva de Mata Atlântica do Estado de Minas Gerais, abriga um dos

três grandes sistemas lacustres do Brasil. As temperaturas médias anuais oscilam entre 20 e

22º C. As chuvas concentram-se nos meses de verão e atingem, em média, 1.250mm,

podendo chegar até 1.500mm (De Meis, 1977), com meses de déficit hídrico de maio à

setembro (Minas Gerais, 1980). A cobertura vegetal nesta área é de floresta tropical úmida,

do tipo “Mata Atlântica”. O relevo é do tipo ondulado a montanhoso sendo o latossolo

17

vermelho-amarelo o tipo de solo predominante (Camargo et al., 1966). O PERD abrange os

municípios de Mariléia, Timóteo e Dionísio, na área denominada como Vale do Aço. O

parque é administrado pelo Instituto Estadual de Floresta de Minas Gerais (IEF-MG) e abriga

cerca de 50 lagoas, ou seja, 6% de sua área (Moretto, 2001).

As lagoas do PERD, sediadas entre morros, formam um mosaico crucial para a

preservação da biodiversidade regional, sendo que cada lagoa pode ser considerada uma

ilha em termos de biodiversidade, sendo um dos fatores responsáveis por este fato as

diferentes profundidades dos corpos de água, ou seja, características topográficas dos

mesmos (Meis e Tundisi, 1997). A tabela 1 resume as principais características das lagoas

Carioca e Gambazinho, segundo Barros (2010), protegidas pelo PERD e contempladas neste

estudo.

Figura 1: Mapa do Parque Estadual do Rio Doce, com algumas de suas lagoas preservadas por esta Unidade de Conservação, e a inserção do parque no Estado de Minas Gerais.

18

A lagoa Carioca (19° 45’ 26,0”S e 0,42° 37’ 06,2”W, figs. 2 e 3), classificada como

mesotrófica, apresenta um curto período de circulação durante o inverno (junho a agosto),

permanecendo estratificada durante os outros meses, o que a caracteriza como um lago

monomítico quente (Barbosa e Tundisi, 1989). Sua ictiofauna apresentou grandes alterações

desde a introdução do tucunaré (Cichla ocelaris). Atualmente predominam o tucunaré

(Cichla ocelaris) e a piranha (Pygocentrus nattereri) (Brito, 2003). Esta lagoa apresenta parte

das margens colonizadas por macrófitas emersas, submersas, e flutuantes sendo as

principais) Eleocharis interstincta (EupHorbiaceae); Mayaca fluviatilis Aubl. (Mayaceae);

NympHaea elegans (NympHaeaceae) e NympHoides indica (Menyanthaeceae) (Tavares,

2003)

As primeiras informações sobre a comunidade zooplanctônica desta lagoa foram

levantadas por Santos (1980), que comparou a composição e flutuação saregiãol de

cladóceros em cinco lagos em diferentes estágios de evolução, dentre eles a lagoa Carioca, e

Matsumura-Tundisi e Tundisi (1980), que apresentaram dados sobre a biomassa e

abundância de algumas espécies de cladóceros e copépodes. Apesar do volume grande de

informações sobre esta lagoa, coletados deste então, a região litorânea ainda foi pouco

explorada.

Altitude (m)

Profundidade (m)

DL

Área (km2)

Área da bacia (km2)

AB/AL

1,28

0,13

0,67

5,1

10

2,9

0,09

0,11

1,31

Lagoa Carioca Lagoa Gambazinho

270 260

10

Tabela 1: Altitude, profundidade, índice de desenvolvimento de margem (DL, segundo Hakanson, 2004) área (km2), área da bacia (km2) e AB/AL das lagoas Carioca e Gambazinho, PERD, MG, segundo Barros, 2010.

19

A lagoa Gambazinho (19° 47’ 07,7”S e 042° 34’ 45,5” W, figs. 4 e 5) não apresenta

estratificação térmica e é considerada oligotrófica. Segundo Ferreira et al, 2010, esta lagoa,

já a 6m da margem alcança profundidade de 1,3m, causando instabilidade do sedimento e

Figura 3: Foto da lagoa Carioca (PERD, MG)

1

2

3 4

5

6

Figura 2: Mapa da lagoa Carioca (PERD, MG) e os pontos de coleta: 1,3 e5 na região litorânea colonizada por macrófita 2,4 e 6 na região litorânea não colonizada por macrófita.

Foto: Cínthia Tavares

20

dificuldades para a permanência de macrófitas a longo prazo, principalmente as plantas

enraizadas, forma biológica mais frequente.

De acordo com os autores, nesta lagoa foram registradas 18 espécies de macrófitas

pertencentes à 14 famílias, a saber: (1) anfíbias: Eupatorium sp (Asteraceae), Andropogon

bicornis L., Panicum helobium Mej ex Henrard (Poaceae) e Borreria sp (Rubiaceae).(2)

Emersas: Eleocharis interstincta (Vahl) Roem. e Schult, Oxycoryum cubense (Popp. E Kunth)

Palla, Scleria melaleuca Rchb. Ex Schltr e Cham. (Cyperaeae), Caperonia castaneifolia (L.)a.

St. Hil (EupHorbiaceae), Hyptis lorentziana O. Hoffm.(Lamiaceae), Lycopodiella camporum B.

Ollg e P.G. Windisch (Lycopodiaceae), Rhynchanthera novemneria DC., Tococa sp

(Melastomataceae), Saweagesia erecta L. (Ochnaceae), Ludwigia sp (Onagraceae), Xyris

jupicae (Xyridaceae). (3) Submersa livre: Utricularia gibba L. (Lentibulariaceae). (4) Submersa

fixa: Mayaca fluviatilis Aubl. (Mayaceae) e (5) Flutuante fixa: NympHaea caerulea Sawigny

(NympHaeaceae). As figuras 6 (a, b, c, d, e, f) são registros fotográficos de macrófitas

observadas, durante as coletas, nas lagoas Carioca e Gambazinho e gentilmente

identificadas, através de fotos, pelo professor Pedro B. Schuartsburd, também curador do

Herbário da Universidade Federal de Viçosa. Para identificação das plantas, também foi

consultado o livro Plantas aquáticas do Pantanal (Pott e Pott, 2000).

Dentre os 42 lagos avaliados por Latini e colaboradores (2004) apenas 3 não

apresentavam espécies exóticas de peixes, sendo um deles a lagoa Gambazinho. Esta lagoa

mantém entre sua fauna íctica espécies como Oligosarcus solitarius, Moenkausia doceana,

Astyanax taeniatus, Cichla somafacetum e GeopHagus brasiliensis (Latini e Petrere, 2004),

possíveis predadoras de zooplâncton, além de Hoplias malabaricus e Leporinus

steindachneri. As figuras 7 (a, b, c, d, e, f) são fotografias dos peixes nativos e exóticos

observados nas lagoas estudadas.

21

Cínthia Tavares

1

2

3

4

5

6

Figura 4: Mapa da lagoa Gambazinho (PERD, MG) e os pontos de coleta: 1, 3 e 5 na região litorânea colonizada por macrófita; 2, 4 e 6 na região litorânea não colonizada por macrófitas.

Figura 5: Foto da lagoa Gambazinho (PERD, MG).

foto: Cíntjha Tavares

22

Figura 6a: Ludwigia sedoides (H.B.K.)Hara. Nome popular: Cruz de Malta. Família: Onagraceae. Macrófita observada na região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG) no período compreendido entre 6/2011 à 12/2012.

Figura 6b: Eleocharis interstincta (Vahl) Roem. e Schult. Nome popular: junco. Família: Cyperaceae. Macrófita observada na região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG) no período compreendido entre 6/2011 à 12/2012.

Figura 6c: Nymphoides sp. Nome popular: lagartixa. Família: Menyanthaceae. Macrófita observada na região litorânea da lagoa Carioca (PERD, MG) no período compreendido entre 6/2011 à 12/2012.

Figura 6d: Rhynchospora sp. Nome popular: capim navalha. Família: Cyperaceae. Macrófita observada na região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG) no período compreendido entre 6/2011 à 12/2012.

Figura 6e: Salvinia auriculata. Aubl. Nome popular: orelha de onça. Família: Salvinaceae. Macrófita observada na região litorânea da lagoa Carioca (PERD, MG) no período compreendido entre 6/2011 à 12/2012.

Figura 6f: Nymphaea caerulea.Sawigyni. Nome popular: ninféia. Família: Nymphaeaceae. Macrófita observada na região litorânea da lagoa Carioca (PERD, MG) no período compreendido entre 6/2011 à 12/2012.

Foto: Janaína Lopes Foto: Janaína Lopes

Foto: Janaína Lopes Foto: Janaína Lopes

Foto: Janaína Lopes Foto: Janaína Lopes

23

Foto: Cínthia Tavares

a

Figuras 7 (a e b): Pygocentrus nattereri (Piranha) e Cichla kelberi (Tucunaré,) espécies introduzidas e registradas na região litorânea da lagoa Carioca (PERD, MG) no período compreendido entre 6/2011 à 12/2012.

Foto: Cínthia Tavares Foto: Cínthia Tavares

b

d c

Figuras 7 (c e d): Hoplosternum littorale (Tamboatá) espécie introduzida e registrada na região litorânea da lagoa Carioca (PERD, MG) e Astyanax aff. bimaculatus (Lambari), espécie nativa registrada nas lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG) no período compreendido entre 6/2011 à 12/2012.

Foto: Cínthia Tavares

Foto: Cínthia Tavares Foto: Cínthia Tavares

Figuras 7 (e e f): Hoplias malabaricus (Traíra) e Moenkhausia doceana(Lambari), espécies nativas registradas na região litorânea da lagoa Carioca (PERD, MG) e Gambazinho (PERD, MG) no período compreendido entre 6/2011 à 12/2012.

e f

Foto: Cínthia Tavares

24

Coleta de dados

As coletas (pH, condutividade, temperatura da água, clorofila-a e concentração de

oxigênio dissolvido) foram realizadas bimensalmente, de junho de 2011 à dezembro de

2012, pela manhã, em seis pontos da região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho (3

em margem colonizada por macrófita, 3 em margem não colonizada por macrófita). Os

pontos de coleta foram estabelecidos na região litorânea, em profundidade de até 1,5 m.

Para a coleta de zooplâncton foram filtrados, em cada ponto, 100L de água da sub-

superfície com o auxílio de um balde e rede de plâncton de 45µc de abertura de malha. As

amostras foram fixadas em formalina 8 % neutralizada e coradas com Rosa de Bengala. Em

laboratório, os indivíduos foram identificados e contados sob microscópio óptico, em

câmara Sedgewik-Rafter, até que 200 indivíduos da espécie dominante fossem identificados.

Amostras com baixa densidade de organismos foram contadas na totalidade. As seguintes

chaves para identificação das espécies foram utilizadas: Edmondson (1959), Ruttner-Kolisko

(1974), Rocha e Matsumura-Tundisi (1976), Koste (1978), Sendacz e Kubo (1982), Reid

(1985), Paggi (1995), Segers (1995), El Moor-Loureiro (1997) e Souza (2008).

Amostras de água foram coletadas na sub-superfície para medição, em laboratório,

da condutividade elétrica (condutivímetro Tecnal, modelo TEC4MP) e pH (peagâmetro

Tecnal, modelo TEC5). A concentração de oxigênio dissolvido na água (mg.L-1) foi

determinada segundo Winckler (1888) e a concentração de clorofila-a segundo metodologia

proposta por Lorenzen (1967). A temperatura da água (ºC) foi medida in situ com um

termômetro manual (Incoterm).

Análises estatísticas

Para cálculo da diversidade de espécies foi utilizado o índice de Shannon para cada

ponto de amostragem em cada um dos meses em que foram realizadas as coletas. Também

foram calculados o índice de Equitabilidade, ambos pelo software PAST, e a riqueza de

2

4

5

1

25

espécies (somatório do número de táxons identificados nos pontos de amostragem nos

meses em que as coletas foram feitas). Para comparação da fauna zooplanctônica registrada

nas regiões litorâneas colonizada e não colonizada por macrófitas foi feita uma análise de

agrupamento (Cluster), por meio da abundância relativa das espécies, sendo as diferenças

expressas por meio da distância euclidiana. Para esta comparação também foram utilizados

os teste T e de Wilcoxon, sendo o teste paramétrico aplicado quando os dados

apresentavam distribuição normal, e o teste não paramétrico usado quando a distribuição

dos dados não se enquadrava à distribuição normal. A normalidade dos dados foi avaliada

pelo teste de Shapiro-Wilk. Os testes foram realizados no software R e para todos adotou-se

nível de significância de 5%.

Resultados

Variáveis abióticas

Lagoa Carioca X Lagoa Gambazinho

A tabela 2 apresenta, resumidamente, os valores máximo, médio e mínimo

registrados para as variáveis limnológicas mesuradas na região litorânea das lagoas Carioca e

Gambazinho no período compreendido entre 6/2011 à 12/2012. Dentre tais variáveis, as que

apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre as lagoas foram: pH (fig. 8),

condutividade elétrica (fig.9) e concentração de clorofila-a (fig. 10), maiores na lagoa

Carioca. Os resultados dos testes T e de Wilcoxon estão resumidos na tabela 3.

Tabela 2: pH, temperatura (°C), condutividade elétrica (µS.cm-1), concentração de oxigênio dissolvido (mg.L-1) e concentração de clorofila-a (mg.L-1) registrados na região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG) no período compreendido entre 6/2011 a 12/2012. As variáveis limnológicas marcadas com * apresentaram diferença estatisticamente significativa entre as lagoas

variáveis limnológicas valores mês lagoa Carioca mês lagoa Gambazinho

pH * máximo out/12 7,85 ago/11 7,34

médio 6,95 6,68

mínimo fev/12 6,67 jun/11 4,95

temperatura (°C) máximo out/12 35 dez/12 31,5

médio 28,13 28,12

mínimo jun/11 22,1 jun/11 23,4

condutividade (µS.cm-1) * máximo out/12 33,3 out/12 21,87

médio 27,75 14,09

mínimo dez/11 24,33 ago/12 12,31

oxigênio (mg.L-1) máximo ago/12 9,4 ago/12 9,1

médio 7,7 7,37

mínimo abr,12 6,16 jun/11 5,02

clorofila-a (mg.L-1) * máximo abr,12 48,65 jun/12 50,79

médio 22,03 17,96

mínimo out/12 14,43 out/11 3,2

Variáveis limnológica na região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho(PERD, MG)

26

Tabela 3: Resultados dos testes T e de Wilcoxon para a comparação entre as variáveis limnológicas (pH, temperatura (°C), condutividade elétrica (µS.cm-1), concentração de oxigênio dissolvido (mg.L-1) e concentração de clorofila-a (mg.L-1)) na região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG) no período compreendido entre 6/2011 a 12/2012.Para todos os testes, foi adotado nível de significância de 5%, sendo p<0,05 representado por *

Figura 8: pH na região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG) observado no período compreendido entre 6/2011 à 12/2012,

pH nas lagoas Carioca e Gambazinho

Lagoa Carioca Lagoa Gambazinho

teste p-valor lagoa Carioca lagoa Gambazinho

pH Wilcoxon * 0,22 0,47

temperatura(°C) T 0,98 3,03 2,16

condutividade (µS.cm-1) T * 1,47 1,33

oxigênio dissolvido (mg.L-1) Wilcoxon 0,05 0,83 0,87

clorofila-a (mg.L-1) T * 8,44 9,73

Lagoa Carioca X lagoa Gambazinho

desvio padrão

27

Figura 9: Condutividade elétrica (µS.cm-1) na região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG) observada no período compreendido entre 6/2011 à 12/2012,

Condutividade elétrica nas lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG)

Lagoa Carioca Lagoa Gambazinho

Co

nd

uti

vid

ade

elét

rica

S*cm

-1)

Concentração de clorofila-a nas lagoas Carioca e Gambazinho, (PERD, MG)

Lagoa Carioca Lagoa Gambazinho

Co

nce

ntr

ação

de

clo

rofi

la-a

(m

g.L-1

)

Figura 10: Concentração de clorofila-a (mg.L-1)na região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG) observada no período compreendido entre 6/2011 à 12/2012,

28

Lagoas Carioca e Gambazinho, habitats litorâneos colonizado X não colonizado por

macrófita

A tabela 4 apresenta os valores máximo, médio e mínimo das variáveis limnológicas

avaliadas na região litorânea colonizada e não colonizada por macrófita das lagoas Carioca e

Gambazinho. Nenhuma das variáveis, tanto na lagoa Carioca como na lagoa Gambazinho,

apresentou diferença estatisticamente significativa entre os habitats colonizado e não

colonizado por macrófita (tabelas 5 e 6).

Tabela 4: pH, temperatura (°C), condutividade elétrica (µS.cm-1), concentração de oxigênio dissolvido (mg.L-1) e concentração de clorofila-a (mg.L.-1) registrados na região litorânea colonizada e não colonizada por macrófita das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG) no período compreendido entre 6/2011 a 12/2012.

variáveis limnológicas valores mês mês

com macrófita sem macrófita com macrófita sem macrófita

pH máximo out/12 7,24 7,29 ago/11 7,43 7,25

médio 7,18 7,16 6,73 6,69

mínimo fev/12 6,67 6,77 jun/11 4,95 4,99

temperatura (°C) máximo out/12 35 34 dez/12 31,5 31,5

médio 27,12 27,25 27,83 27,7

mínimo jun/11 22,7 22 jun/11 23,4 23,7

condutividade (µS.cm-1) máximo out/12 33,3 31,01 out/12 21,87 21,87

médio 28,34 27,61 14,5 13,38

mínimo dez/11 25,07 24,33 ago/12 12,31 12,31

oxigênio (mg.L-1) máximo ago/12 9,27 9,27 ago/12 8,97 8,57

médio 7,49 7,61 7,64 7,65

mínimo abr,12 6,08 6,28 jun/11 6,23 6,59

clorofila-a (mg.L-1) máximo abr,12 48,65 52,39 jun/12 48,65 50,79

médio 27 25,06 20,5 21,95

mínimo out/12 14,7 14,43 out/11 14,7 3,21

lagoa Carioca lagoa Gambazinho

Variáveis limnológicas registradas na região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho(PERD, MG) entre 6/2012 à 12/2012

29

Saregiãolidade: períodos de chuva e seca

Na região marginal colonizada e não colonizada por macrófita, tanto da lagoa Carioca

como na lagoa Gambazinho, a única variável limnológica que apresentou diferença

estatisticamente significativa entre os meses de chuva e seca foi temperatura (figs. 11, a, b, c

e d), maior nos meses com chuva. As tabelas 7 e 8 apresentam os valores médios das

variáveis limnológicas medidas nos períodos de chuva e seca na região litorânea, colonizada

e não colonizada por macrófitas, das lagoas Carioca e Gambazinho, respectivamente, dentre

Tabela 5: Resultado dos testes T e de Wilcoxon para a comparação entre as variáveis limnológicas (pH, temperatura (°C), condutividade elétrica (µS.cm-1), concentração de oxigênio dissolvido (mg.L-1) e concentração de clorofila-a (mg.L-1)) na região litorânea colonizada e não colonizada por macrófita da lagoa Carioca (PERD, MG) no período compreendido entre 6/2011 a 12/2012.Para todos os testes, foi adotado nível de significância de 5%, sendo p<0,05 representado por *

Tabela 6: Resultados do teste T e de Wilcoxon para a comparação entre as variáveis limnológicas (pH, temperatura (°C), condutividade elétrica (µS.cm-1), concentração de oxigênio dissolvido (mg.L-1) e concentração de clorofila-a (mg.L-1)) na região litorânea colonizada e não colonizada por macrófita da lagoa Gambazinho (PERD, MG) no período compreendido entre 6/2011 a 12/2012.Para todos os testes, foi adotado nível de significância de 5%, sendo p<0,05 representado por *

teste p-valor com macrófita sem macrófita

pH T 0,89 1 0

temperatura(°C) Wilcoxon 1 2 2,26

condutividade (µS.cm-1) T 0,5 0,98 0,5

oxigênio dissolvido (mg.L-1) Wilcoxon 0,05 0,7 0,53

clorofila-a (mg.L-1) Wilcoxon 0,76 9,16 9,35

Lagoa Gambazinho: habitats colonizado X não colonizado por macrófita

desvio padrão

teste p-valor com macrófita sem macrófita

pH Wilcoxon 0,38 0 0

temperatura(°C) Wilcoxon 0,75 3 3,10

condutividade (µS.cm-1) Wilcoxon 0,17 1,98 1,46

oxigênio dissolvido (mg.L-1) Wilcoxon 0,95 0,9 0,59

clorofila-a (mg.L-1) T 0,54 8,72 8,13

desvio padrão

Lagoa Carioca: habitats colonizado X não colonizado por macrófita

30

6/2011 à 12/2012. As tabelas 9 e 10 resumem os resultados dos testes T e de Wilcoxon para

comparação entre tais variáveis nos meses chuvosos e secos.

Tabela 7:Valores médios de pH, temperatura (°C), condutividade elétrica (µS.cm-1), concentração de oxigênio dissolvido (mg.L-1) e concentração de clorofila-a (mg.L-1) registrados na região litorânea colonizada e não colonizada por macrófita da lagoa Carioca nos meses chuvosos e secos do período compreendido entre 6/2011 a 12/2012. As variáveis sinalizadas com * diferiram entre os meses chuvosos e secos.

Tabela 8:Valores médios de pH, temperatura (°C), condutividade elétrica (µS.cm-1), concentração de oxigênio dissolvido (mg.L-1) e concentração de clorofila-a (mg.L-1) registrados na região litorânea colonizada e não colonizada por macrófita da lagoa Gambazinho nos meses chuvosos e secos do período compreendido entre 6/2011 à 12/2012. As variáveis sinalizadas com * diferiram entre os meses chuvosos e secos.

Tabela 9: Resultados do teste T e de Wilcoxon para a comparação entre as variáveis limnológicas (pH, temperatura (°C), condutividade elétrica (µS.cm-1), concentração de oxigênio dissolvido (mg.L-1) e concentração de clorofila-a (mg.L-1)) na região litorânea colonizada e não colonizada por macrófita da lagoa Carioca no período compreendido entre 6/2011 a 12/2012.Para todos os testes, foi adotado nível de significância de 5%, sendo p<0,05 representado por *

variável com macrófita sem macrófita com macrófita sem macrófita

pH 7,27 6,73 7,19 6,12

temperatura (°C)* 30,27 25,82 30,3 23,89

condutividade (µS.cm-1) 27,99 26,1 26,75 23,77

oxigênio (mg.L-1) 7,65 7,76 7,58 7,22

clorofila-a (mg.L-1) * 23,87 31,56 22,35 29

Médias das variáveis limnológicas na região litorânea da lagoa Carioca (PERD, MG)

variável com macrófita sem macrófita com macrófita sem macrófita

pH 6,73 6,61 6,67 6,19

temperatura (°C)* 39,5 26,76 25,53 26,56

condutividade (µS.cm-1) 14,67 12,45 13,43 11,49

oxigênio (mg.L-1) 7,17 7,49 7,26 7,02

clorofila-a (mg.L-1) * 30,34 13,46 30,82 15,81

Médias das variáveis limnológicas na região litorânea da lagoa Gambazinho (PERD, MG)

31

Tabela 10: Resultados do teste T e de Wilcoxon para a comparação entre as variáveis limnológicas (pH, temperatura (°C), condutividade elétrica (µS.cm-1), concentração de oxigênio dissolvido (mg.L-1) e concentração de clorofila-a (mg.L-1)) na região litorânea colonizada e não colonizada por macrófita da lagoa Gambazinho no período compreendido entre 6/2011 a 12/2012.Para todos os testes, foi adotado nível de significância de 5%, sendo p<0,05 representado por *

b a

Tem

pe

ratu

ra (

°C)

Período chuvoso período seco

Temperatura na região litorânea colonizada por macrófitas da lagoa Gambazinho

Figuras 11: temperatura (°C) na região litorânea colonizada (a e c) e não colonizada (b e d) por macrófitas na região marginal das lagoas Carioca e Gambazinho nos meses chuvosos e secos do período compreendido entre 6/2011 à 12/2012

c d

Tem

per

atu

ra (

°C)

Temperatura na região litorânea não colonizada por macrófitas da lagoa Gambazinho

Tem

per

atu

ra (

°C)

Período chuvoso período seco período seco período chuvoso

Tem

per

atu

ra (

°C)

Período chuvoso período seco

d

32

Zooplâncton

Lagoa Carioca X Lagoa Gambazinho

Um total de 133 espécies foi identificado na região litorânea da lagoa Carioca, sendo

47 de Amoeba Testacea, 60 de Rotifera, 20 de Cladocera e 5 de Copepoda, mais larvas do

Díptera Chaoborus sp. Na lagoa Gambazinho, um número menor de espécies foi registrado,

122 (incluindo a larva de Chaoborus sp),sendo que as espécies se distribuem da seguinte

forma entre os grupos: Amoeba Testacea (46), Rotifera (39), Cladocera (21) e Copepoda(6).

A tabela 11 resume o número de táxons identificados, por grupo e família, na região

litorânea destas lagoas.

grupo família

lagoa Carioca (PERD,MG) lagoa Gambazinho (PERD,MG)

Amoeba Testacea Arcellidae * 14 15

Centropiyxidae 6 5

Difflugidae * 24 25

Euglyphidae 2 4

Rotifera Brachionidae * 11 9

Lecanidae * 16 13

Lepadellidae 6 4

Trichotriidae 1 1

Mytilinidae 1 1

Monomattidae 1 1

Notomattidae 1 2

Synchaetidae 1 2

Flosculariidae 2 2

Testudinellidae 1 1

Trichocercidae 4 4

Cladocera Chydoridae * 9 10

Bosminidae 3 3

Daphniidae 3 4

Sididae 1 1

Ilyocryptidae 1 1

Macrothricidae 4 4

Copepoda Cyclopidae * 5 6

Diaptomidae 0 1

número de espécies

Número de espécies identificadas (por grupo e família) no compartimento litorâneo

Tabela 11: Número de espécies (por grupo e família) de Amoeba Testacea, Rotifera, Cladocera e Copepoda na região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG) no período compreendido entre 6/2011 à 12/2012. As famílias marcadas com * foram as dominantes, em termos de riqueza de espécies.

Co

nce

ntr

ação

de

clo

rofi

la-a

(m

g.L-1

)

c

33

As espécies exclusivas da lagoa Carioca são: Lepadella inopinata, Lecane signifera,

Lecane copeis, Keratella tropica, Lepadella acuminata (Rotifera), Centropyxis spinosa,

Difflugia gramen e Difflugia lobostoma (Amoeba testacea). Já as espécies exclusivas da lagoa

Gambazinho são: Difflugia kempnyi, Arcella dentata (Amoeba Testacea), Lecane proiecta,

Notommata sp, Polyarthhra vulgaris (Rotifera), Notodiaptomus isabellae (Copepoda)

Streblocerus pigmaeus, Alona guttata e Dadaya macrops (Cladocera).

Em ambas as lagoas, as espécies dominantes, quando considerados os indivíduos

adultos, foram de rotíferos. A tabela 12 apresenta a abundância dos táxons numericamente

mais importantes na região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho no período estudado.

Uma lista de todas as espécies registradas, sua abundância (org.m-³) e participação (%) na

comunidade zooplanctônica das lagoas encontra-se nas tabelas 1, 2, 3 e 4, em anexo.

Observa-se diferença estatisticamente significativa entre a comunidade de Rotifera,

quando se considera a abundância de indivíduos, entre as lagoas Carioca e Gambazinho,

sendo o grupo mais abundante na lagoa Carioca (fig. 12). Devido ao fato de serem bons

competidores e predadores do zooplâncton, o copépode Thermocyclops minutus e a larva de

Chaoborus sp mereceram destaque nesta pesquisa. Comparando as lagoas, nota-se que a

população de T. minutus (figs. 13 e 14) foi maior na lagoa Carioca, o mesmo não ocorrendo

com a larva do díptera. A tabela 13 apresenta os resultados dos Testes T e de Wilcoxon

aplicados para comparação da comunidade zooplanctônica entre as lagoas estudadas.

Tabela 12: Espécies zooplanctônicas mais abundantes na região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG) no período compreendido entre 6/2011 à 12/2012. As espécies marcadas com * foram dominantes apenas na lagoa Gambazinho, espécies marcadas com ** o foram apenas na lagoa Carioca.

Táxon lagoa Carioca lagoa Gambazinho

Polyarthra dolycoptera ** 548.732 993

Ptygura libera 562.213 427.267

Trichocerca pusilla 193.07 28.937

Trichocerca similis * 280 26.918

Lecane lunaris 35.69 7.025

Lecane quadridentata 88.652 7.025

Lepadella cristata * 354 12.237

Espécies zooplanctônicas dominantes e abundância (org.m-3) das mesmas

34

Tabela 13: Resultados dos Testes T e de Wilcoxon aplicados para comparação da abundância (org.m-3) de Amoeba Testacea, Rotifera, Cladocera e Copepoda, além de Thermocyclops minutus e Chaoborus sp entre as lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG), no período compreendido entre 6/2011 à 12/2012.Também nesta tabela encontram-se os resultados da comparação entre as lagoas quanto à riqueza, Diversidade (índice de Shannon) e Equitabilidade da comunidade zooplanctônica. Para todos os testes, foi adotado nível de significância de 5%, sendo os resultados significativos assinalados por *.

Figura 12: Abundância de Rotifera (org.m-3) na região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG) no período compreendido entre 6/2011 a 12/2012.

variável teste p-valor

lagoa Carioca lagoa Gambazinho

Amoeba Testacea (org.m-3) T 0,16 6.174,18 3.738

Rotifera (org.m-3) T * 72.225,61 24.376,28

Cladocera (org.m-3) T 0,52 18.489,62 10.001,98

Copepoda (org.m-3) T 0,16 57.030,37 399.194,44

Chaoborus sp (org.m-3) T 0,32 69,09 573,2

T. minutus (org.m-3) T * 4.660,60 1003,61

Riqueza Wilcoxon 0,07 11,57 11,21

Diversidade (Shannon) Wilcoxon 0,35 0,51 0,61

Equitabilidade Wilcoxon 0,63 0,14 0,15

desvio padrão

lagoa Carioca X lagoa Gambazinho

Lagoa Carioca Lagoa Gambazinho

Ab

un

dân

cia

de

Ro

tife

ra (

org

.m-3

)

35

Náuplios e copepodidos, das sub-ordens Cyclopoida e Calanoida, não diferiram,

quanto a densidade populacional, entre as duas lagoas (p>0,05).

Figuras 13 e 14: Abundância de Thermocyclops minutus (org.m3) na região litorânea das lagoas Carioca (a) e Gambazinho (b) (PERD, MG) no período compreendido entre 6/2011 a 12/2012.

Lagoa Carioca Ab

un

dân

cia

de

Ther

mo

cycl

op

s m

inu

tus

(org

.m-3

)_ 13

14

Ab

un

dân

cia

de

Ther

mo

cycl

op

s m

inu

tus

(org

.m-

3)_

Lagoa Gambazinho

36

Habitats litorâneos colonizados X não colonizados por macrófitas

Não houve diferença estatisticamente significativa quanto à abundância de Amoeba

Testacea, Rotifera, Cladocera e Copepoda entre os habitats litorâneos colonizado e não

colonizado por macrófitas, tanto na lagoa Carioca, como na lagoa Gambazinho, porém foi

observada diferença quanto à riqueza de espécies zooplanctônicas entre estes habitats na

lagoa Carioca, o mesmo não acontecendo com Diversidade e Equitabilidade entre as

comunidades zooplanctônicas das regiões marginal com e sem plantas aquáticas desta

lagoa. Na lagoa Gambazinho, riqueza, Diversidade e Equitabilidade não diferiram entre as

regiões litorânea colonizada e não colonizada por macrófita.

Em relação aos náuplios e copepodidos Cyclopoida, tanto na lagoa Carioca como na

lagoa Gambazinho, não houve diferenças estatisticamente significativas entre os habitats

litorâneos com e sem macrófitas, o mesmo ocorrendo com os indivíduos jovens de

Calanoida (tabela 14). Considerando a abundância das populações de T. minutus e

Chaoborus sp nos habitats litorâneos em ambas as lagoas, também não se vê diferenças

entre as regiões com e sem vegetação marginal. Nas tabelas 15 e 16 estão os resultados dos

testes T e de Wilcoxon, usados para comparação da comunidade zooplanctônica da região

litorânea com e sem plantas aquáticas de ambas as lagoas.

Tabela 14: Abundância de náuplios e copepodidos, Cyclopoida e Calanoida, na região litorânea colonizada e não colonizada por macrófita das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG) no período compreendido entre 6/2011 à 12/2012.

com macrófita sem macrófita com macrófita sem macrófita

náuplio Cyclopoida 1.429.496 1.170.432 286.243.456 1.244.880

copepodido Cyclopoida 321.898 334.343 451.259 286.353

náuplio Calanoida 25.815 0 615.330 590.018

copepodido Calanoida 7.833 130 44.045 25.118

Abundância (org.m-3) de copépodes jovens no compartimento litorâneo das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG)

lagoa Carioca lagoa Gambazinho

37

Tabela 15: resultados dos testes T e de wilcoxon aplicados para comparação da abundância de Amoeba Testacea, Rotifera, Cladocera, Copepoda, além de riqueza, Diversidade e Equitabilidade na comunidade zooplanctônica entre os habitats litorâneos colonizado e não colonizado por macrófita na lagoa Carioca (PERD, MG) no período compreendido entre 6/2011 à 12/2012. A tabela também mostra os resultados do mesmo teste para comparação entre a abundância de Thermocyclops minutus, Chaoborus sp, náuplios e copepodidos entre a região marginal com e sem plantas aquáticas.

teste p-valor com macrófita sem macrófita

Amoeba Testacea (org.m-3) Wilcoxon 0,55 5.050 654

Rotifera (org.m-3) T 0,19 28.606 19.157

Cladocera (org.m-3) T 0,5 7.623 12.161,10

Copepoda (org.m-3) Wilcoxon 0,41 55.908.816 46.434,40

Chaoborus sp (org.m-3) T 0,39 629,91 519,69

Thermocyclops minutus (org.m-3) T 0,67 918,02 1.100,78

Riqueza Wilcoxon 0,75 12,36 10,07

Diversidade (Shannon) Wilcoxon 0,2 0,54 0,56

Equitabilidade Wilcoxon 0,13 0,16 0,13

náuplio Cyclopoida (org.m-3) T 0,16 55.869.973 29.126,06

copepodido Cyclopoida (org.m-3) T 0,13 24.880,54 7.532,14

náuplio Calanoida (org.m-3) T 0,49 23.915,19 16.178,52

copepodido Calanoida (org.m-3) T 0,12 2.601,44 992,62

Lagoa Gambazinho: habitats colonizado X não colonizado por macrófita

desvio padrão

Tabela 16: resultados dos testes T e de Wilcoxon aplicados para comparação da abundância de Amoeba Testacea, Rotifera, Cladocera, Copepoda, além de riqueza, Diversidade e Equitabilidade na comunidade zooplanctônica entre os habitats litorâneos colonizado e não colonizado por macrófita na lagoa Gambazinho (PERD, MG) no período compreendido entre 6/2011 à 12/2012. A tabela também mostra os resultados do mesmo teste para comparação entre a abundância de Thermocyclops minutus, Chaoborus sp, náuplios e copepodidos entre a região marginal com e sem plantas aquáticas.

teste p-valor com macrófita sem macrófita

Amoeba Testacea (org.m-3) T 0,62 3.732 4.036

Rotifera (org.m-3) T 0,61 71.773 59.407

Cladocera (org.m-3) T 0,23 24.247 4.768,57

Copepoda (org.m-3) T 0,27 61.615 40.995,04

Chaoborus sp (org.m-3) T 0,69 448,96 373,70

Thermocyclops minutus (org.m-3) T 0,39 4.994,17 3.347,61

Riqueza Wilcoxon * 8,56 10,12

Diversidade (Shannon) Wilcoxon 0,21 0,51 0,54

Equitabilidade Wilcoxon 0,43 0,13 0,14

náuplio Cyclopoida (org.m-3) T 0,27 54.916,23 28.571,09

copepodido Cyclopoida (org.m-3) T 0,55 13.756,75 16.045,41

náuplio Calanoida (org.m-3) T 0,11 3.992,24 0

copepodido Calanoida (org.m-3) T 0,18 579,36 9,98

Lagoa Carioca: habitats colonizado X não colonizado por macrófita

desvio padrão

38

As espécies exclusivas da região litorânea colonizada por macrófita, não colonizada

por plantas aquáticas e comuns a ambos os habitats litorâneos nas lagoas Carioca e

Gambazinho, e suas respectivas abundâncias, estão listadas nas tabelas 1, 2, 3 e 4. em

anexo.

As figuras 15 (a, b, c, d, e, f) são os resultados das análises de cluster, expressos como

dendrogramas, para a comparação entre a abundância de espécies dos grupos Amoeba

Testacea, Rotifera, Cladocera, Copepoda, além da abundância de larvas de Chaoborus e

Thermocyclops minutus entre os habitats litorâneos colonizado e não colonizado por

macrófitas nas lagoas estudadas. As figuras 16 (a, b, c e d) são referentes à participação (em

porcentagem) dos animais zooplanctônicos dentre guildas, cujos critérios para inclusão em

determinado grupo foram: tipo de teca para Amoeba Testacea (quitinosa, silicosa e de

detritos), morfologia do trofe para Rotifera (vergado, uncinado, maleoramado, incudado,

ramado), modo de alimentação para Cladocera (raspadores e filtradores) e hábito alimentar

para Copepoda (onívoros e fitoplanctônicos)

Amoeba Testacea (org.m-3) Rotifera (org.m-3) a b

Dis

tân

cia

Eucl

idia

na

Dis

tân

cia

Eucl

idia

na

Figuras 15: comparação entre as comunidades de Amoeba Testacea (a) e Rotifera (b) entre os habitats litorâneos colonizados e não colonizados por macrófitas das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG), entre 6/2011 à 12/2012.

39

Dis

tân

cia

eucl

idia

na

Cladocera (org.m-3) Copepoda (org.m-3) c d

Dis

tân

cia

Eucl

idia

na

Dis

tân

cia

Eucl

idia

na

Figuras 15: comparação entre as comunidades de Cladocera(c) Copepoda (d), Chaoborus sp (e) e Thermocyclops minutus (f) entre os habitats litorâneos colonizados e não colonizados por macrófitas das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG), entre 6/2011 à 12/2012.

Chaoborus sp (org.m-3) Thermocyclops minutus (org.m-3) e f

Dis

tân

cia

Eucl

idia

na

Dis

tân

cia

Eucl

idia

na

40

82,90 87,32 85,0274,98

0,310,46 4,27

7,33

16,79 12,22 10,70 17,69

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

lagoaCarioca, com

macrófita

lagoaCarioca, sem

macrófita

lagoaGambazinho,

commacrófita

lagoaGambazinho,

semmacrófita

teca de detritos

teca silicosa

teca quitinosa

1,79 1,31 4,10 2,43

35,71 42,4547,49

37,01

26,31 21,4714,54

15,14

36,10 34,14 33,7945,39

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

lagoaCarioca, com

macrófita

lagoaCarioca, sem

macrófita

lagoaGambazinho,

commacrófita

lagoaGambazinho,

semmacrófita

maleoramado

uncinado

incudado

vergado

maleado

ramado

19,459,38

59,80

14,41

80,5590,62

40,20

85,59

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

lagoa Carioca,com macrófita

lagoa Carioca,sem macrófita

lagoaGambazinho,

com macrófita

lagoaGambazinho,

sem macrófita

cladóceros filtradores

cladóceros raspadores

Figuras 16: Participação (%) de Amoeba Testacea (a, teca quitinosa, silicosa e de detritos), Rotifera (b, com trophi maleado, vergado, uncinado, incudado, ramado e maleoramado) e Cladocera (c, filtradores e raspadores) na região litorânea colonizada e não colonizada por macrófitas das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG), no período compreendido entre 6/2011 à 12/2012.

a

b

c

41

Sazolidade: período chuvoso X período seco

Na região litorânea colonizada por macrófita da lagoa Carioca, considerando a

abundância dos indivíduos entre os grupos zooplanctônicos estudados, observa-se que os

rotíferos (fig. 17) e riqueza de espécies zooplanctônicas (fig. 18) foram mais numerosos nos

meses chuvosos, não ocorrendo nenhuma diferença significativa no ambiente litorâneo sem

macrófitas desta lagoa. Na lagoa Gambazinho, a população de Chaoborus sp (fig. 19 a) foi

maior nos meses com chuva na região litorânea com plantas aquáticas, acontecendo o

mesmo com a população do díptera (fig. 19 b) na região litorânea sem essas plantas. Os

resultados dos testes T e de Wilcoxon aplicados para se comparar a comunidade

zooplanctônica entre os meses de chuva e seca estão resumidos nas tabelas 17 e 18 (lagoa

Carioca) e 19 e 20 (lagoa Gambazinho)

100 100

84,94 83,81

0 0

15,06 16,19

75

80

85

90

95

100

105

lagoa Carioca,com macrófita

lagoa Carioca,sem macrófita

lagoaGambazinho,

com macrófita

lagoaGambazinho,

sem macrófita

´copépodes fitoplanctófagos

copépodes onívoros

Figuras 16 (d): Participação (%) de Copépoda (onívoros e herbívoros) na região litorânea colonizada e não colonizada por macrófitas das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG), no período compreendido entre 6/2011 à 12/2012.

d

42

Tabelas 17 e 18: resultados dos testes T e de Wilcoxon aplicados para comparação da abundância de Amoeba Testacea, Rotifera, Cladocera, Copepoda, além de riqueza, Diversidade e Equitabilidade na comunidade zooplanctônica entre os períodos de chuva e seca na região litorânea colonizada e não colonizada por macrófita da lagoa Carioca (PERD, MG), entre 6/2011 à 12/2012. A tabela também mostra os resultados dos mesmos testes para comparação entre a abundância de Thermocyclops minutus, Chaoborus sp, náuplios e copepodidos entre os meses chuvosos e secos.

Tabela 17

Tabela 18

teste p-valor período chuvoso período seco

Amoeba Testacea (org.m-3) T 0,74 3.604,19 2.205,57

Rotifera (org.m-3) Wilcoxon 0,08 78.424,35 37.820,76

Cladocera (org.m-3) T 0,89 1.100,91 3.450,84

Copepoda (org.m-3) Wilcoxon 0,19 50.251,66 42.299,81

Chaoborus sp (org.m-3) Wilcoxon 0,83 317,41 209,38

Thermocyclops minutus (org.m-3) T 0,45 4.169,67 3.090,44

Riqueza Wilcoxon 0,24 17,71 5,17

Diversidade (Shannon) Wilcoxon 0,66 0,59 0,45

Equitabilidade Wilcoxon 0,89 0,14 0,13

náuplio Cyclopoida (org.m-3) Wilcoxon 0,9 26.073,25 38.967,77

copepodido Cyclopoida (org.m-3) T 0,29 15.662,54 11.326,81

náuplio Calanoida (org.m-3) x x x x

copepodido Calanoida (org.m-3) T 0,83 0 36,05

Lagoa Carioca,sem macrófita: período chuvoso X período seco

desvio padrão

teste p-valor período chuvoso período seco

Amoeba Testacea (org.m-3) T 0,27 4.010,76 3.531,32

Rotifera (org.m-3) T * 73.671,19 53.536,09

Cladocera (org.m-3) T 0,83 5.444,22 33.885,61

Copepoda (org.m-3) T 0,13 66.872,68 54.915,14

Chaoborus sp (org.m-3) T 0,16 103.995,10 76.678,93

Thermocyclops minutus (org.m-3) T 0,4 5.811,54 4.247,91

Riqueza Wilcoxon * 9,14 6,51

Diversidade (Shannon) Wilcoxon 0,66 0,59 0,45

Equitabilidade Wilcoxon 0,89 0,14 0,13

náuplio Cyclopoida (org.m-3) T 0,89 45.379,93 61.669,58

copepodido Cyclopoida (org.m-3) T 0,41 14.712,14 13.306,21

náuplio Calanoida (org.m-3) T 0,88 0 5.574

copepodido Calanoida (org.m-3) T 0,83 0 2.172,48

desvio padrão

Lagoa Carioca, com macrófita: período chuvoso X período seco

43

Tabelas 19 e 20: resultados dos testes T e de wilcoxon aplicados para comparação da abundância de Amoeba Testacea, Rotifera, Cladocera, Copepoda, além de riqueza, Diversidade e Equitabilidade na comunidade zooplanctônica entre os períodos de chuva e seca na região litorânea colonizada e não colonizada por macrófitas da lagoa Gambazinho (PERD, MG), entre 6/2011 à 12/2012. A tabela também mostra os resultados dos mesmos testes para comparação entre a abundância de Thermocyclops minutus, Chaoborus sp, náuplios e copepodidos entre os meses chuvosos e secos.

teste p-valor período chuvoso período seco

Amoeba Testacea (org.m-3) T 0,39 5.928,91 4.218,83

Rotifera (org.m-3) Wilcoxon 0,54 13.204,88 37.800,58

Cladocera (org.m-3) T 0,68 4.613,10 10.019,83

Copepoda (org.m-3) Wilcoxon 0,08 57.738,95 79.067.468,00

Chaoborus sp (org.m-3) T * 775,67 75,22

Thermocyclops minutus (org.m-3) T 0,08 1.153,00 526,28

Riqueza Wilcoxon 0,12 13 11,27

Diversidade (Shannon) Wilcoxon 0,06 0,61 0,71

Equitabilidade Wilcoxon 0,12 0,13 0,18

náuplio Cyclopoida (org.m-3) T 0,17 38.778,54 79.014.675,00

copepodido Cyclopoida (org.m-3) T 0,14 31.304,76 15.639,47

náuplio Calanoida (org.m-3) T 0,09 79.014.675 38.779

copepodido Calanoida (org.m-3) T 0,7 2.731,11 2.543,98

Lagoa Gambazinho, com macrófita: período chuvoso X período seco

desvio padrão

Tabela 19

Tabela 20

teste p-valor período chuvoso período seco

Amoeba Testacea (org.m-3) Wilcoxon 0,67 616,77 542,44

Rotifera (org.m-3) Wilcoxon 0,47 11.842,26 19.490,94

Cladocera (org.m-3) T 0,09 16.233,36 1.576,56

Copepoda (org.m-3) Wilcoxon 0,21 51.694,33 36.675,29

Chaoborus sp (org.m-3) Wilcoxon * 489,17 10,37

Thermocyclops minutus (org.m-3) T 0,06 1.405,57 174,58

Riqueza Wilcoxon 0,19 9,29 9

Diversidade (Shannon) Wilcoxon 0,2 0,55 0,37

Equitabilidade Wilcoxon 0,27 0,13 0,09

náuplio Cyclopoida (org.m-3) Wilcoxon 0,98 40.457.958,00 41.420,48

copepodido Cyclopoida (org.m-3) Wilcoxon 0,25 18.442 10.914,88

náuplio Calanoida (org.m-3) Wilcoxon 0,12 21.614,60 12.234,20

copepodido Calanoida (org.m-3) T 0,82 1.964,86 1.415,63

Lagoa Gambazinho,sem macrófita: período chuvoso X período seco

desvio padrão

44

Período chuvoso Período seco

Riq

uez

a d

e es

péc

ies

Período chuvoso Período seco Ab

un

dân

cia

de

Ro

tife

ra (

org

.m-3

)

Figuras 17 e 18: abundância de Rotifera (org.m-3) e riqueza de espécies zooplanctônicas na região litorânea colonizada por macrófita da lagoa Carioca (PERD, MG), entre os meses chuvosos e secos compreendidos entr 6/2011 à 12/2012.

Ab

un

dân

cia

de

Ch

aob

oru

s sp

(o

rg.m

-3)

Período chuvoso Período seco Período chuvoso Período seco

Ab

un

dân

cia

de

Ch

aob

oru

s sp

(o

rg.m

-3)

Figuras 19: Abundância de Chaoborus sp (org.m-3) na região litorânea colonizada (a) e não colonizada por macrófitas na lagoa Gambazinho (PERD, MG), entre os meses chuvosos e secos compreendidos entr 6/2011 à 12/2012.

a b

18 17

45

Discussão

Variáveis ambientais

Lagoa Carioca X lagoa Gambazinho

A lagoa Gambazinho apresentou temperatura média (28°C) maior que a temperatura

observada nesta lagoa durante o monitoramento PELD (24,71°C), em agosto de 2011, tal

diferença pode ser justificada pelo fato de que as coletas PELD são realizadas na região

limnética das lagoas, levando em consideração que a região limnética da lagoa Gambazinho

apresenta maior profundidade que a região litorânea, e portanto, maior massa de água por

unidade de volume, pode-se inferir que o aquecimento da água na região pelágica deste lago

é menor quando comparado ao aquecimento da água na região litorânea, mesmo sob a

mesma quantidade e tempo de incidência de luz. Evento semelhante ocorreu na lagoa

Carioca, provavelmente pelas mesmas causas inferidas para a lagoa Gambazinho. Em

comparação com o valor de temperatura observado no monitoramento do PELD, a lagoa

Carioca apresentou, nesta pesquisa, 4,5°C a mais que em agosto de 2011, cujo valor foi de

23,5°C.Comparando as lagoas entre si, vê-se que não há diferença entre as temperaturas

observadas em cada uma delas, provavelmente por ambas estarem submetidas ao mesmo

clima. Segundo Godinho (i996) e Moretto (2001), o clima da região caracteriza-se por

apresentar um período seco, de maio a agosto, e um período úmido, com temperaturas que

variam de 28 a 29°C nos meses chuvosos, e 7 a 20°C nos meses secos.

A concentração de oxigênio dissolvido na água é determinada por fatores diversos:

absorção do oxigênio atmosférico, atividade fotossintética e reações de oxi-redução, bióticas

ou abióticas. A solubilidade deste gás em meio aquoso é tanto menor quanto maior for a

temperatura, acontecendo o inverso em relação à pressão atmosférica. A solubilidade do

oxigênio também diminui na medida em que se aumenta a concentração de sais em solução

(Wetzel, 1983).

Comparando as concentrações de oxigênio dissolvido nas lagoas Carioca e

Gambazinho observadas entre junho de 2011 a dezembro de 2012 com aquelas observadas

durante o monitoramento PELD, observa-se menores concentrações de oxigênio dissolvido

nesta pesquisa (média de 7,3 mg.L-1, na lagoa Gambazinho; 7,7 mg.L-1na lagoa Carioca) do

46

que aquelas observadas em agosto de 2011 (média de 11,98 mg.L-1 na lagoa Gambazinho,

12,75 mg.L-1 na lagoa Carioca). Possivelmente essa diferença também se explica por serem as

coletas PELD feitas na região pelágica, onde é a região trofogênica, onde há produção de

oxigênio gasoso é mais distante do fundo, região trofolítica, onde o consumo deste gás é

elevado, além de haver liberação, pelo metabolismo microbiano, de gases, como dióxido de

carbono e gás sulfídrico, que competem com o oxigênio. Na região litorânea, a proximidade

com o sedimento, além da maior abundância e diversidade de organismos pode fazer com

que sejam menores a concentração do oxigênio dissolvido na água.

A maior temperatura observada na região marginal das lagoas Carioca e Gambazinho,

nesta pesquisa, poderia também ter determinado os menores valores de concentração de

oxigênio dissolvido, quando em comparação com o monitoramento PELD, visto que a

solubilidade deste gás diminui com a elevação da temperatura (Wetzel, 1983).

Utilizando apenas os valores de condutividade elétrica e concentração de clorofila-a a

lagoa Carioca mostrou maior grau de trofia do que a lagoa Gambazinho. Este resultado está

em concordância com os dados obtidos pelo monitoramento realizado pelo Programa PELD,

que utiliza além destas variáveis, as concentrações de fósforo e nitrogênio das águas. Águas

mais eutrofizadas, segundo Wetzel (1983) e Esteves (1996), apresentam maiores

concentrações de solutos originados da decomposição do plâncton e das macrófitas, o que

implica em maior condutividade, além disso, tais solutos, como íons nitrogenados e

fosfatados, fomentam a produtividade algal, elevando a concentração de pigmentos

fotossintetizantes na água.

Os maiores valores de pH observados na lagoa Carioca , quando em comparação com

aqueles registrados na lagoa Gambazinho podem ser decorrentes da natureza básica dos

compostos dissolvidos na água da lagoa Carioca, ou também da maior atividade

fotossintética nesta lagoa, realizada tanto por algas como por macrófitas, que consome o

gás carbônico do meio, evitando a formação de ácido carbônico, com consequente aumento

do pH da água.

47

Habitats litorâneos colonizado X não colonizado por macrófitas

Não houve diferença entre os parâmetros limnológicos observados nos habitats

colonizado e não colonizado por plantas aquáticas, tanto na lagoa Carioca como na lagoa

Gambazinho, possivelmente devido a ação de correntes horizontais na água, provocadas por

vento, e consequente homogeneização do pH, da temperatura, da concentração de oxigênio

dissolvido, condutividade elétrica e concentração de clorofila-a entre os ambientes

litorâneos. Maia- Barbosa et al (2008) também apontaram o vento e a mistura da água no

eixo horizontal como um possível fator determinante da semelhança entre as variáveis

limnológicas entre a região litorânea colonizada e não colonizada por macrófita na lagoa

Dom Helvécio (PERD, MG). O fato de serem as lagoas Carioca e Gambazinho corpos d’água

pequenos, também poderia ser um fator determinante da semelhança físico-química

observada na água entre a região marginal com e sem plantas aquáticas, pois torna menores

as distâncias percorridas por partículas dissolvidas ou em suspensão na água, quando

movimentadas por correntes.

Sazolidade: período chuvoso X período seco

As maiores temperaturas observadas nos meses chuvosos na região marginal das

lagoas Carioca e Gambazinho, tanto nos habitats colonizados como não colonizados por

macrófitas, são resultantes do aquecimento provocado pela incidência dos raios solares, e

também pela absorção de calor atmosférico, visto que nos meses chuvosos, na região

tropical, é maior a temperatura do ar.

Contrariando Esteves (1998), que afirma haver aumento da concentração de

clorofila-a nos corpos d’água durante o período chuvoso, devido ao input de nutrientes

advindos do meio terrestre adjacente, carreados pela água pluvial, na região litorânea com e

sem plantas aquáticas das lagoas Carioca e Gambazinho não houve diferença na

concentração de clorofila-a na água entre os meses chuvosos e secos. Possíveis causas para

este evento seria a maior eficiência de absorção de tais nutriente por macrófitas aquáticas,

especialmente as enraizadas, tornando o excedente de nutrientes advindos com a água

pluvial indisponível para a comunidade fitoplanctônica.

As semelhantes concentrações de clorofila-a observadas nos meses chuvosos,

quando comparadas às concentrações medidas nos meses secos, na margem não colonizada

48

por macrófitas em ambas as lagoas podem também ser resultantes do efeito diluidor:

diminuição das concentrações de solutos, como exemplo nitratos, amônio e fosfatos, por

aumento da quantidade de solvente (água). A diluição dos íons nitrogenados e fosfatados

reduziria a produtividade algal e por conseguinte, a concentração de pigmentos

fotossintetizantes no meio.

Comunidade zooplanctônica

A região marginal das lagoas Carioca e Gambazinho destaca-se pela elevada

diversidade de organismos zooplanctônicos, sendo um reservatório em potencial de

espécies para as lagoas como um todo. Os dados de riqueza de espécies levantados até o

momento para estas duas lagoas, referem-se a estudos realizados apenas na região

limnética. Estudos realizados na região litorânea de 2 outras lagoas do mesmo sistema, lagoa

Dom Helvécio e lagoa dos Patos, mostraram o acréscimo de 130 novas ocorrências de

espécies zooplanctônicas para a região, demonstrando a importância de estudos que

contemplem a região litorânea para o conhecimento da biodiversidade de um lago ( Maia-

Barbosa et al, 2008).

A predação, comumente aceita como fator determinante da riqueza zooplanctônica

pode manter baixa a abundância de determinadas espécies, diminuindo também a

competição interespecífica e permitindo a coexistência de numerosos táxons. A maioria dos

peixes faz uso do zooplâncton como alimento nas fases iniciais da vida, sendo que algumas

espécies o fazem também durante a fase adulta. Os estágios mais jovens predam

organismos menores, como protozoários, rotíferos e náuplios, enquanto que estágios

adultos podem se alimentar de zooplâncton de maior porte, como cladóceros, copépodos e

larvas de inseto (Santeiro e Pinto Coelho, 2000). Estudos sobre alimentação de jovens de

peixes estão sendo conduzidos nestas duas lagoas e nas mesmas regiões amostradas e têm

mostrado a utilização do zooplâncton como fonte alimentar (dados ainda não publicados).

Segundo Smith e colaboradores (2003), o ecótono água-terra, com suas plantas,

troncos, folhas, pedras e variedade de sedimento fornece aos peixes uma gama variada de

microhabitats e habitats para reprodução, deposição de ovos, forrageamento e abrigo

contra predadores. Durante as coletas foram avistados na margem da lagoa Carioca

49

cardumes numerosos de piranha (Pygocentrus nattereri) e tucunaré (Cichla ocelaris),

formados por indivíduos jovens, potenciais predadores do zooplâncton.

De acordo com Pinto-Coelho et al (2008), a introdução de piranha e tucunaré na

lagoa Carioca na década de 70 teve efeitos drásticos sobre a estrutura das comunidades

desta lagoa. Com a introdução destas espécies carnívoras, houve a redução das densidades

de peixes nativos, inclusive com a possível extinção local de seis espécies de peixes nativos

(Oporto, 2013). Nesta situação, larvas de Chaoborus sp. expandiram sua população

(Ecological Release) e utilizaram espécies da comunidade zooplanctônica como alimento,

reduzindo muito suas densidades. Isso talvez explique as baixas densidades de cladóceros na

lagoa Carioca. O tamboatá (Hoplosternum littorale), espécie bentônica também introduzida

nesta lagoa pode modificar a comunidade zooplanctônica ao ingerir espécies presentes no

sedimento. Hahn e colaboradores (1997) analisando o conteúdo estomacal de H. littorale

encontraram cladóceros (9,84%), amebas testáceas (12%), copépodes (5,91%) e rotíferos

(1,57%). Os microcrustáceos que se destacaram no estudo citado eram numerosos e

corriqueiros no ambiente onde foi feita a pesquisa. Segundo a autora, em muitos dos

estômagos analisados foram encontrados apenas cladóceros, sem vestígio de sedimento ou

detritos.

Comunidade zooplanctônica: Lagoa Carioca X Lagoa Gambazinho

Rotifera

Dentre os grupos zooplanctônicos o mais conhecido é o dos rotíferos, presentes em

quase todos os meios dulcícolas. No Brasil, 457 espécies foram descritas, segundo Oliveira-

Neto e Moreno (1999). Segers e Dumond (1994) afirmam que a maioria das espécies é

litorânea, devido a múltiplas causas: biogeografia, temperatura, concentração de oxigênio

dissolvido e pH.

Rotiferos filtram material em suspensão, incluindo bactérias e algas filamentosas,

sendo a maioria das espécies generalistas. Esses organismos têm elevadas taxas

reprodutivas e toleram condições adversas, (Bonecker et al , 2009; Lima et al, 2012)

características que podem determinar a predominância dos mesmos nos lagos tropicais

(Sendacz et al, 2006; Catunda, 2007; Lima et al, 2012). As famílias Lecanidae, Brachionidae e

50

Trichocercidae são as mais representativas, tanto em riqueza quanto abundância nesses

ambientes. Dentre estas famílias destaca-se a Lecanidae por apresentar gêneros

principalmente litorâneos (Panarelli, 2003; Aoyagui, 2008).

Lima et al, 2012, encontraram em lagoas marginais do Rio Cuiabá espécies das

famílias Lecanidae, Brachionidae e Trichocercidae, predominantemente dos gêneros Lecane,

Brachionus, Keratella e Trichocerca. Também nas lagoas Carioca e Gambazinho em áreas

com e sem macrófita, a abundância e riqueza de rotíferos foi grande sendo a família

Lecanidae a mais representativa e Brachionus o gênero dominante na lagoa Carioca e o

segundo em importância na lagoa Gambazinho.

A abundância de espécies dos gêneros Brachionus, Lecane, Trichocerca, Hexarthra e

Filinia estão diretamente relacionadas às concentrações de oxigênio dissolvido e clorofila-a

na coluna de água (Aoyagui, 2008). Isso talvez explique a abundância maior de B. mirus e H.

intermedia na lagoa Carioca (mesotrófica) do que na lagoa Gambazinho (oligotrófica). Tais

espécies podem ser mais tolerantes a menores concentrações de oxigênio dissolvido na

água, além de encontrarem alimento farto, devido à maior abundância de algas em meios

mais eutrofizados.

O predomínio de Rotifera em corpos d’água brasileiros, independentemente do grau

de trofia dos mesmos, é decorrente de seu ciclo de vida curto e reprodução

partenogenética, com elevadas taxas reprodutivas, além de seu comportamento oportunista

e maior resistência em ambientes instáveis e eutrofizados, quando comparados à outros

grupos zooplanctônicos (Matsumura-Tundisi et al, 1990; Sampaio et al, 2002). Muitos

rotíferos alimentam-se de matéria em suspensão de diversos tamanhos, como bactérias e

algas filamentosas, havendo também gêneros carnívoros (Lansac-Tôha, 1997). A

versatilidade dos hábitos alimentares deste grupo favorece também sua dominância nos

meios dulcícolas tornando-os elo importante de conversão do bacterio e fitoplâncton em

energia disponível aos consumidores secundários (Bonecker et al, 2005).

Em trabalho realizado no rio Cuiabá e lagoas marginais foram encontrados 114

táxons zooplanctônicos, sendo 72% de rotíferos, 16% de tecamebas, 9% de cladóceros e

1,5% de copépodos (Lima et al, 2012 ). Também no região litorânea das lagoas Carioca e

Gambazinho, Rotífera, quando considerados apenas indivíduos adultos, foi dominante. A

maior diversidade de Rotifera da lagoa Carioca, quando comparada à da lagoa Gambazinho

51

pode ser decorrente das condições tróficas das mesmas, sendo a primeira mesotrófica e a

última oligotrófica (Barbosa, 1979). Vanni (1987) relatou correlação positiva entre

enriquecimento nutricional e biomassa fito e zooplanctônica.

Pejler (1983) afirma que o aumento do grau de trofia da água fomenta o

desenvolvimento populacional de espécies especialistas no consumo de partículas

alimentares de pequenas dimensões, não favorecendo espécies filtradoras que tem

partículas de maior tamanho como recurso trófico. Berzins e Bertilsson (1988) observaram

relação entre táxons bentônicos, perifíticos e planctônicos com o estado trófico e os valores

de condutividade elétrica da água.

Segundo o mesmo autor, os hábitos alimentares destes animais são determinados

principalmente pela estrutura e função de dois órgãos: a coroa ciliar e o mástax. Espécies

com coroa ciliar bem desenvolvida e trophi dos tipos maleado e ramado, geralmente são

filtradores e selecionam partículas pequenas. O batimento dos cílios provoca uma corrente

na água que conduz partículas em suspensão até a boca do indivíduo. Rotíferos com mástax

do tipo incudado ou forcipado são macrófagos e predadores, como aqueles da família

Asplanchnidae e DicranopHoridae. As presas são capturadas acidentalmente, quando os

predadores encontram suas presas. Mástax uncinados, como nas espécies da família

Collothecacea, determinam a captura da presa (flagelados, ciliados) numa espécie de

alçapão, com cerdas no topo que impedem a fuga da presa. Indivíduos com mástax vergado

apresentam diversos comportamentos tróficos de acordo coma função da estrutura: sucção

ou “pumping”, algumas dessas espécies, como as do gênero AscomorpHa, perfuram o

tegumento do alimento e sugam seu conteúdo (Pourriot, 1977).

O tamanho das partículas alimentares ingeridas por rotíferos não filtradores vincula-

se ao tamanho do mástax, está por sua vez ligado ao tamanho corporal. Indivíduos de maior

porte se alimentam de presas e partículas de maiores dimensões (macrófagas), enquanto

que indivíduos menores se alimentam de partículas pequenas (micrófagas) (Pourriot, 1977).

Comparando a região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho observa-se que as

espécies detritívoras, bacteriófagas e/ou fitoplanctófagas são significativamente mais

abundantes na primeira lagoa, devido a maior disponibilidade de recursos alimentares para

essas espécies.

52

A decomposição parcial de macrófitas e algas tem como produto detritos (Wetzel,

1983) e favorece o desenvolvimento populacional de animais planctônicos detritívoros. Sua

decomposição total, libera na água nutrientes (cuja presença pode ser indicada também pela

condutividade elétrica, segundo o mesmo autor), como fósforo e nitrogênio, absorvido pelas

algas e bactérias, favorecendo as espécies fitoplanctófagas e bacteriófagas, como aquelas

dominantes na lagoa Carioca: Polyarthra vulgaris, P. dolycoptera e Trichocerca pusilla (fito e

zooplantófagas), Lecane quadridentata e L. lunaris (bacteriófagas e detritívoras). Tais

rotíferos, na lagoa Gambazinho, apresentam populações bem menores quando comparadas

as populações da lagoa Carioca. Outras espécies, cujas populações foram maiores na lagoa

Carioca, possivelmente por causa da maior disponibilidade de recursos alimentares na região

litorânea desta lagoa são: Hexarthra intermedia, Lecane hornemanii, Lecane lunaris, L.

quadridentata, Anuraeopsis fissa (bacteriófagas e detritívoras), Brachionus angularis, B.

mirus, B. quadridentatus (fitoplanctófagas, zooplanctófagas, bacteriófagas e detritívoras),

CepHalodella auriculata, CepHalodella gibba, Trichocerca pusilla (fito e zooplantófagas),

além de Euchlanis parva (fitoplanctófaga).

As espécies dominantes na lagoa Gambazinho, a saber: Trichocerca pusilla, T. similis

(fito e zooplanctófagas), Lepadella cristata, Ptygura libera,e Lecane lunaris (bacteriófagas e

detritívoras) apresentaram elevadas densidades populacionais quando comparadas a outras

espécies por encontrarem alimento farto na região litorânea desta lagoa e talvez explorarem

com mais eficiência que outros rotíferos. Estas espécies, excetuando-se T. pusilla,

apresentaram populações mais numerosas na lagoa Gambazinho do que na lagoa Carioca,

apesar da maior disponibilidade de alimentos nesta, provavelmente devido às menores

pressão de predação por alevinos e peixes jovens, visto que na lagoa Carioca, além de

alevinos e juvenis da ictiofauna nativa, há também alevinos e juvenis de peixes exóticos.

Em relação ao aparato bucal das espécies (segundo classificação de Stemberger,

1979), observa-se que espécies com tropHi dos tipos maleado, vergado e maleoramado são

mais abundantes na região litorânea da lagoa Carioca, sendo os últimos registrados

exclusivamente nesta lagoa. A maioria destas espécies se alimentam de partículas pequenas,

que segundo Wetzel (1983), tem maior ocorrência em ambientes com maior grau de trofia.

As espécies da família Trichocercidae, segundo Pejler e Berzins (1993), são

encontradas em diversos tipos de substratos, sedimento, vegetação submersa, macrófitas

53

flutuantes livres e também na coluna d’água, dentre o plâncton, onde depositam seus ovos e

se alimentam. Pesquisando em diversos lagos e riachos suecos, os autores constataram a

ocorrência de Trichocerca bicristata, T. pusilla e T. similis dentre organismos planctônicos e

plantas aquáticas (submersas e flutuantes), sendo a última espécie mais frequente no

plâncton. Também nas lagoas Carioca e Gambazinho foram observadas essas espécies,

sendo que apenas T. pusilla apresentou diferença, quanto à abundância entre as lagoas,

sendo sua população maior na lagoa Carioca.

De acordo com os mesmos autores, os recursos alimentares são influentes sobre a

presença e abundância dos tricocercídeos, sendo que espécies zooplanctófagas, como

Trichocerca pusilla são mais abundantes na ocorrência de outros animais zooplanctônicos,

visto que se alimentam, por sucção, dos ovos desses animais, e espécies como T. similis,

fitoplanctônicas, mais abundantes em “blooms” algais e dentre o perifiton. Além disso,

táxons como T.pusilla são indicadores de meios eutrofizados, podendo ser esta uma das

causas da maior abundância desta espécie na lagoa Carioca do que na lagoa Gambazinho. A

maior abundância de rotíferos na lagoa Carioca e o elevado número de náuplios e

copepodidos (possível fonte alimentar para T. pusilla), também poderiam ser uma das

causas determinantes do maior tamanho populacional de T. pusilla nesta lagoa, quando

comparada à mesma população na lagoa Gambazinho.

Microcrustáceos

Cladocera

Os microcrustáceos de água doce são representados principalmente pelos copépodes

e cladóceros, sendo que este grupo tem elevado grau de endemismo em águas interiores.

Nos meios dulcícolas brasileiros já foram descritas 76 espécies de Copepoda (Matsumura-

Tundisi e Silva, 1999) e 86 espécies de Cladocera (Rocha e Guntzel, 1999).

Segundo Rocha et al (1995), muitos estudos consideram pobre a fauna de cladóceros

em águas interiores tropicais, quando comparados aos corpos d’água doce de regiões

temperadas, provavelmente porque são apresentados resultados apenas de estudos

realizados na região limnética dos lagos, desconsiderando a fauna do plâncton típica da

54

região litorânea, subestimando a riqueza e abundância de espécies, como por exemplo, das

famílias Chydoridae e Macrothricidae.

A ocorrência Chydorus eurinotus, Macrothrix elegans e Ilyocriptus spinifer na região

litorânea das lagoas estudadas pode ser explicada porque estes organismos apresentam

características morfológicas e biológicas, ex. menor porte, carapaças mais rígidas e dotadas

de muitas cerdas e pelos, que permitem a sobrevivência de forma satisfatória nestes

ambientes (El Moor-Loureiro, 1997; Esteves, 1998; Nogueira, 2003; Panarelli, 2003)

Nas lagoas Carioca e Gambazinho as baixas riqueza e densidade de cladóceros nas

margens podem ter diversas causas: menor capacidade do grupo em explorar recursos

alimentares e habitats disponíveis no litoral quando comparados às amebas testáceas e aos

rotíferos (Fulone, 2008), maior pressão de predação (vertebrados e invertebrados) sobre

este grupo, principalmente pelo maior tamanho corporal (Matsumura-Tundisi e Okano,

1983). Especificamente para a lagoa Carioca, Pinto-Coelho et al (2008) propôs a teoria da

Cascata trófica invertida: com a introdução da ictiofauna exótica (majoritariamente

carnívora) a densidade das espécies de peixes nativos forrageiros (onívoros e planctófagos)

foi consideravelmente reduzida, o que levou ao relaxamento do nicho de Chaoborus

(ecological release) e aumento considerável de suas densidades. Com isso, aumentou a

pressão de predação sobre o zooplâncton de maior tamanho (cladóceros), explicando as

baixas densidades deste grupo naquela lagoa.

Segundo Castilho-Noll e Arcifa (2007), no lago Monte Alegre, Chaoborus apresentou

comportamento onívoro, sendo a microalga Peridinium ingerida principalmente pelos

instares I e II, náuplios por larvas do instar II e o cladócero Bosmina tubicen, copépodes e

rotíferos preferidos dos instares III e IV. Diferentemente do lago Monte Alegre, B. tubicen

apresentou maiores densidades na lagoa Carioca, justamente onde são mais abundantes as

larvas do chaoborídeo, enquanto que na lagoa Gambazinho este bosminídeo ocorreu em

densidades baixas, apesar da população do Chaoborus ser pequena quando comparada à

primeira lagoa. Segundo Pastorok (1981), a larva de Chaoborus geralmente utiliza as presas

mais abundantes, pois a frequência de encontros com o indivíduo é maior, e de maior porte,

visto que oferecem mais energia e compensam a energia desprendida na captura da presa.

Provavelmente na lagoa Carioca, a larva de Chaoborus sp esteja utilizando organismos como

copépodes do gênero Microcyclops e Mesocyclops, ou mesmo de náuplios, copepodidos e

55

rotíferos, organismos abundantes nesta lagoa. Um estudo sobre alimentação de larvas de

Chaoborus na lagoa Carioca está sendo desenvolvido como parte do Programa PELD/site4 e,

com certeza, esclarecerá o verdadeiro papel destas larvas naquele ambiente.

Diferentemente da lagoa Carioca, a lagoa Gambazinho não apresentou diferentes

abundâncias de cladóceros raspadores e filtradores, porém o mesmo não ocorreu em

relação ao número de táxons dentre cada guilda, sendo que os cladóceros raspadores foram

mais numerosos devido à ocorrência de Alona gutatta, Dadaya macrops e Streblocerus

pigmaeus exclusivos na lagoa Gambazinho.

Copepoda

Os copépodes colonizam todos os compartimentos lacustres e podem ser

classificados em três sub-ordens: Calanoida, tipicamente limnéticos, Cyclopoida,

predominantemente litorâneos e/ou bentônicos, com poucas espécies pelágicas, e

Harpacticoidae, com espécies litorâneas e bentônicas, sendo algumas delas semi- terrestres

(Reid, 1985).

Segundo Le Cren e Lowe-McConnell (1980), as populações de microcrustáceos

crescem com sucesso quando as condições alimentares são adequadas. Alterações na

composição, concentração e qualidade do alimento favorecem determinadas espécies,

eliminado ou reduzindo populações de outras. Grande parte das espécies de Cladocera e

Calanoida são herbívoros, sendo que os primeiros podem fazer uso também do

bacterioplâncton como suplemento alimentar. Cyclopoida são onívoros raptoriais, ingerindo

detritos, bactéria, fitoplâncton, microzooplâncton, incluindo seus ovos e náuplios (Melão,

1999).

As maiores densidades de Notodiaptomus isabellae registradas na lagoa Gambazinho

podem ser decorrentes do grau de trofia, oligotrófico, desta lagoa. Matsumura-Tundisi e

Tundisi (1997) trabalhando em lagoas do PERD, observaram que espécies de Calanoida

predominavam em ambientes mais oligotróficos, enquanto Cyclopoida em ambientes mais

eutroficos. Além disso, pelo maior tamanho corporal, a pressão de predação seria maior

sobre espécies de Calanoida na lagoa Carioca, fazendo com que sua abundância nesta lagoa

fosse menor. Na região litorânea da lagoa Gambazinho a ocorrência de N. isabellae pode

56

também estar vinculada a condições adversas no compartimento limnético da lagoa, como

predação exercida por peixes planctófagos e Chaoborus sp, além de competição exercida por

T. minutus.

Apesar da vegetação aquática não ser alimento direto para copépodes, a presença da

mesma pode contribuir com recursos importantes, como perifíton, detritos orgânicos,

protozoários, fungos e bactérias (Peixoto, 2007). A maior disponibilidade de recursos

poderia explicar a elevada abundância de náuplios e copepoditos Cyclopoida na região

marginal das lagoas Carioca e Gambazinho, Entretanto deve-se considerar que a dominância

de estágios jovens de copépodes é comum em lagos tropicais (Matsumura-Tundisi e Okano,

1983).

Na região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho, tanto em termos de riqueza de

espécies, quanto de abundância, os copépodes Cyclopoida foram dominantes em relação

aos Calanoida, provavelmente porque estes são organismos limnéticos e aqueles litorâneos,

de forma geral (Wetzel, 1983, Esteves, 1998). Também em ambas as lagoas predominaram

indivíduos jovens (náuplios e copepodidos, notoriamente os primeiros) de Cyclopoida, como

é comum nos ecossistemas lênticos, segundo Matsumura Tundisi e Okano (1983). A

abundância elevada de náuplios de Cyclopoida é reflexo da estratégia reprodutiva destes

animais, que garantem sua permanência no ambiente pela produção de muitos

descendentes, visto que apenas uma parcela pequena da nova geração alcançará a fase

adulta (Panarelli et al, 2003)

A subordem Calanoida foi representada por uma única família (Diaptomidae) apenas

na lagoa Gambazinho, onde houve ocorrência de indivíduos adultos de Notodiaptomus

isabellae. Na lagoa Carioca não foram observados indivíduos adultos da subordem

Calanoida, apenas náuplios e copepodidos. Corroborando Tundisi e Okano (1983), a

presença de N. isabellae apenas na lagoa Gambazinho pode vincular-se ao grau de trofia dos

corpos d’água estudados, visto que Calanoida são copépodes encontrados

preferencialmente em ambientes oligotróficos.

As espécies Thermocyclops minutus e Tropocyclops prasinus apresentaram diferenças

quanto suas respectivas abundâncias entre as lagoas, sendo a primeira mais abundante na

lagoa Carioca e a segunda na lagoa Gambazinho. Tundisi e Okano (1983) trabalhando na

lagoa Dom Helvécio (PERD), observaram o desaparecimento de T prasinus e um “boom”

57

populacional de T. minutus nesta lagoa após a introdução de peixes não nativos (carnívoros),

podendo ser a ictiofauna exótica na lagoa Carioca também causa determinante do tamanho

populacional destas espécies.

Amoeba Testacea

As amebas testáceas são organismos unicelulares de vida livre que apresentam uma

carapaça protetora. São heterotróficas e ocorrem em diversos ambientes, litoral marinho,

rios riachos, lagos, bromélias, poças e no solo. Caracterizam-se pela estrutura locomotora

denominada pseudópodo, sendo a forma típica de movimentação desses organismos

denominada ameboide (Souza, 2008).

A história de vida das espécies deve ser considerada quando se busca entender a

estrutura da comunidade zooplanctônica de uma área. As tecamebas são, geralmente, mais

dependentes do substrato do que os rotíferos e microcrustáceos, por isso podem responder,

de forma positiva, a um incremento na complexidade da região marginal, aumentando a

riqueza e abundância de espécies (Fulone, 2008). Nas lagoas estudadas amebas testáceas

não apresentaram aumento nas densidades, quando comparadas a rotíferos, cladóceros e

copépodos, talvez porque nenhuma coleta específica para este grupo tenha sido realizada.

A maioria das ambas testáceas é dulcícola e ocorre nas margens entre a vegetação

aquática, no sedimento, sobre rochas e detritos e também na coluna d’água. Em relação ao

comportamento alimentar, tais amebas podem ser consumidoras primárias,

(fitoplanctófagas), decompositoras (detritívoras), bacteriófagas ou micófagas. Ao se

alimentarem de detritos, as tecamebas disponibilizam, para as algas e as macrófitas,

nutrientes, sendo importantes na ciclagem de material orgânico no meio aquático. Algumas

espécies são carnívoras e predam outras amebas, rotíferos e microcrustáceos. Por outro

lado, estes protozoários são o recurso alimentar de invertebrados, como aqueles dos Filos

Rotifera e Arthropoda, e vertebrados, como peixes (Souza, 2008).

Na lagoa Carioca, de acordo com a classificação de Souza, (2008), as amebas com

tecas quitinosas ou construídas com partículas sedimentares detritos e proteínas foram

dominantes, tanto em termos de abundância quanto ao número de táxons, em relação às

amebas com tecas silicosas. Na lagoa Gambazinho, houve dominância de espécies com teca

58

quitinosa, sendo as espécies com carapaça silicosa escassa e aquelas com envoltório

proteico e sedimentar intermediárias. Quando se compara a abundância de organismos

dentre cada guilda entre estas lagoas, observa-se que as espécies com tecas quitinosas ou

construídas com detritos e proteínas apresentaram populações maiores na lagoa Carioca do

que na lagoa Gambazinho, o inverso ocorrendo com as espécies de teca sillicosa. A maior

abundância de amebas com tecas de sílica foi devida à ocorrência exclusiva de EuglypHa

denticulata e E. tuberculata nesta lagoa, além das populações de E. filifera e E.

acanthopHora serem menores na lagoa Carioca.A raridade das amebas testáceas com

carapaça silicosa (família EuglypHidae), em especial na lagoa Carioca, pode ser causada pela

escassez de sílica, essencial para a construção das tecas ou competição por este elemento,

exercida por algas, a exemplo das bacilariófitas.

Habitats litorâneos colonizados X não colonizados por macrófitas

Macrófitas aquáticas incrementam a heterogeneidade do habitat e favorecem

elevada diversidade biológica, sendo importantes na estrutura e funcionamento de

ecossistemas aquáticos (Esteves, 1998; Fulone, 2008). Na vegetação marginal a composição

da comunidade e a abundância das populações se alteram ao longo do tempo e refletem as

mudanças no meio físico, no que diz respeito à composição, distribuição e dinâmica dos

vegetais, além do ciclo biológico particular de cada espécie (Nogueira, 2003; Peixoto, 2008).

Em ambientes onde são escassas as macrófitas e menos abundantes os recursos é possível o

aumento da competição interespecífica e da exclusão competitiva na comunidade

zooplanctônica. Nos locais onde a vegetação marginal é densa permitindo uma variedade e

quantidade maior de recursos, é possível um relaxamento da competição interespecífica,

permitindo a coexistência de um maior número de taxa (Ribas et al, 2003)

Diferentemente do citado no parágrafo anterior, a comunidade zooplanctônica

habitante de banco de macrófita, tanto na lagoa Carioca como na lagoa Gambazinho, não foi

mais diversa que a comunidade habitante do região litorânea sem vegetação marginal. A

mesma disponibilidade de algas (medida indiretamente como concentração de clorofila- a),

recurso alimentar para muitos zooplanctontes, aliada a valores próximos de pH,

condutividade, temperatura e concentração de oxigênio dissolvido nestas regiões, pode

justificar a semelhança entre as comunidades.

59

Outra possível causa para que nestas lagoas a comunidade zooplanctônica

encontrada nos bancos de macrófita não tenha apresentado maior diversidade que aquela

presente na margem sem macrófita seria a presença de alevinos e peixes juvenis

zooplanctófagos na vegetação aquática, que eliminariam ou reduziriam as populações dos

animais de maior porte, como cladóceros e copépodes, e mesmo de rotíferos, resultando em

uma diversidade próxima entre as duas regiões analisadas. Em um estudo com a Tilápia do

Nilo (Oreochromis niloticus), espécie planctófaga nas fases iniciais do seu desenvolvimento e

filtradora na fase adulta, Santos (2010) observou que os alevinos davam preferência para

rotíferos, enquanto que peixes adultos predavam aleatoriamente Cladocera, Copepoda e

Rotifera

Pejler e Berzins (1993) afirmam que a predileção dos tricocercídeos por substratos

vegetais é decorrente do hábito de suas espécies de fixarem-se em outros corpos pela

produção de muco. Por não ser forte a ligação entre o rotífero e o substrato, é comum o

desprendimento do tricocercídeo, fazendo com que o mesmo se encontre na coluna d’água.

A inexistência de diferença estatisticamente significativa na abundância dos indivíduos, das

três espécies do gênero Trichocerca nos habitats colonizado e não colonizado por macrófita

nas lagoas Carioca e Gambazinho pode justificar-se talvez pela ineficiência da adesão do

muco produzido pelo indivíduo às plantas.

Comparando as espécies de Rotifera entre as áreas litorâneas com e sem plantas

aquáticas da lagoa Gambazinho, independentemente da guilda a qual pertencem, observa-

se que as populações de espécies habitantes dos bancos de macrófitas são mais numerosas

do que aquelas habitantes da margem não colonizada por macrófitas. Provavelmente,

dentre a vegetação aquática, há mais recursos alimentares para as espécies detritívoras,

reduzindo a competição interespecífica, permitindo a coexistência entre um maior número

de táxons.

Os indivíduos das famílias Chydoridae, Ilyocryptidae e Macrothricidae são raspadoras,

vivendo sobre plantas aquáticas (epifíticas) ou sobre o sedimento (bentônicas), segundo

ElMoor-Loureiro (1997). Espécies pertencentes a essas famílias foram registradas na região

litorânea colonizada e não colonizada por macrófita da lagoa Carioca. A única espécie

bentônica ou epifítica, de hábito alimentar raspador, exclusiva da região marginal com

plantas aquáticas foi Streblocerus pigmaeus, sendo Dunhevedia odontoplax e Karualona

60

muelleri espécies com mesmo comportamento alimentar e habitacional exclusivas do região

litorânea não colonizado por plantas aquáticas.

As espécies da família Sididae, Bosminidae e DapHnidae, segundo a mesma autora,

são filtradoras, como Bosmina hagmanni, B. tubicen, B. freyi, CeriodapHnia silvestrii,

SimocepHalus latirostris e ScapHoleberis armata, registradas tanto em áreas colonizadas

como não colonizadas por macrófita na lagoa Carioca, além de DiapHanosoma birgei e

ScapHoleberis spinifera, exclusivas da margem sem plantas aquáticas. Nos habitats

litorâneos com e sem macrófita da lagoa Carioca, os cladóceros filtradores foram mais

abundantes quando comparados aos cladóceros raspadores, devido à elevada

disponibilidade de recursos alimentares, como fitoplâncton e partículas em suspensão.

Os cladóceros raspadores, epifíticos ou bentônicos, também foram observados na

região litorânea da lagoa Gambazinho, a exemplo de Alona gutatta, Disparalona dadayi,

Chydorus eurinotus e Streblocerus pigmaeus. Táxons filtradores, livres na coluna d’água,

também foram registrados nos habitas litorâneos com e sem plantas aquáticas desta lagoa,

como aqueles do gênero Bosmina. Na lagoa Carioca, a margem colonizada por plantas

aquáticas apresentou maior abundância de cladóceros raspadores, ao contrário da margem

não colonizada por plantas aquáticas, onde dominaram as espécies filtradoras.

Possivelmente, as espécies filtradoras, de maior porte, são as presas preferenciais de

alevinos e peixes juvenis, que se abrigam dentre as plantas aquáticas.

Fulone (2008) trabalhando na região litorânea coberta por macrófitas em lagoas

marginais do rio Paraná registrou maior riqueza de amebas testáceas associando este fato à

heterogeneidade ambiental, o mesmo não acontecendo para microcrustáceos. Também

para os lagos estudados. As amebas testáceas foram dominantes em relação aos Copepoda

e Cladocera, talvez por explorarem com mais eficiência os microhabitats ofertados pela

vegetação aquática.

Os copépodes Cyclopoida observados na lagoa Carioca (Mesocyclops meridianus,

Microcyclops anceps, M finitimus, T. minutus e T. prasinus) foram mais abundantes nos

habitats litorâneos colonizados por macrófitas, o mesmo ocorrendo na lagoa Gambazinho,

exceto para T. minutus, cuja população foi maior em áreas sem vegetação aquática.

Possivelmente, dentre as macrófitas há maior disponibilidade de recursos alimentares (algas,

animais planctônicos e detritos) para estas espécies, majoritariamente onívoras.

61

Sazonalidade: período chuvoso X período seco

Algumas espécies apresentam maior abundância nos meses chuvosos, outras

desenvolvem-se melhor nos meses secos, ainda há espécies que apresentam dinâmica

populacional errática, desenvolvendo populações transitórias durante todo o ano, como

pequenos cladóceros e rotíferos (Allan, 1976).

A variabilidade temporal de uma comunidade é caracterizada por alterações na

diversidade, composição e densidade relativa das espécies e é essencial para pesquisas em

ecologia, visto que aponta os efeitos de fatores intrínsecos e extrínsecos sobre o

ecossistema e promove compreensão sobre o funcionamento do mesmo (Simões, 2010).

Comparando os períodos de chuva e seca na lagoa Carioca, os rotíferos apresentaram

variação em sua diversidade na margem coberta por macrófita, talvez por uma maior

susceptibilidade do grupo às variações de temperatura. Borges e Pedroso (2009)

encontraram correlação positiva de Polyarthra sp e Keratella sp com a temperatura, o

mesmo relatado por Landa e Mourguês Schurter (2000) para P. vulgaris A riqueza de

espécies da comunidade zooplanctônica da lagoa Carioca, determinada em grande parte por

Rotifera, foi maior no período chuvoso, onde normalmente predominam temperaturas mais

elevadas. Rocha (1978) trabalhando na mesma lagoa encontrou resultados semelhantes.

Na lagoa Gambazinho, considerada como oligotrófica (Barbosa, 1979), maiores

densidades populacionais foram registradas para Chaoborus sp em bancos de macrófitas

durante o período chuvoso, talvez por uma maior disponibilidade de detritos orgânicos

advindos da decomposição da vegetação marginal, que favoreceria o desenvolvimento das

populações zooplanctônicas que se alimentam deste recurso e por sua vez são o alimento do

chaoborídeo. Outra possível causa para este fato pode ser o efeito das temperaturas mais

elevadas registradas nesse período, que aceleram o metabolismo, a reprodução e de

crescimento da larva do Diptera (Melão, 1999). Na margem sem macrófita desta lagoa a

população de Chaoborus sp também apresentou diferentes abundâncias dentre os meses

chuvosos e secos, sendo as larvas mais abundantes na época de chuva, possivelmente pelas

mesmas causas descritas para a região litorânea colonizada por macrófita.

62

Na lagoa Carioca (mesotrófica) não foi observada diminuição da diversidade dos

grupos Tecameba, Cladocera e Copepoda na região marginal com vegetação aquática, por

efeito diluidor, durante o período de chuvas, conforme observado por Sendacz et al (2006)

nos reservatórios de Ponte nova e Guarapiranga, SP. Provavelmente uma entrada maior de

nutrientes, associada a maiores taxas de decomposição de macrófitas devido a temperaturas

mais elevadas, permitiu uma maior oferta de recursos alimentares conservando a

diversidade.

Conclusão

A região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho apresentam elevada riqueza e

diversidade de espécies zooplanctônicas devido à disponibilidade de hábitats e microhábitas,

além de recursos alimentares (algas e detritos) ofertados pelas macrófitas e pelo material

alóctone depositado na margem da lagoa, como folhas, troncos, seixos e sedimento. O

zooplâncton habitante da região litorânea tem papel crucial na cadeia trófica nas lagoas,

atuando como elo de transferência de energia e matéria entre os consumidores primários e

os níveis tróficos superiores.

Os rotíferos apresentam maior diversidade e riqueza na lagoa Carioca,

provavelmente pelo fato desta lagoa, quando comparada à lagoa Gambazinho, ter maior

grau de trofia, disponibilizando mais alimento para as espécies, sejam elas detritívoras,

bacteriófagas, fitopanctófagas, zooplanctófagas ou onívoras.

Por serem, em termos de número de táxons, os organismos dominantes em ambas as

lagoas, os rotíferos determinam a riqueza total de espécies zooplanctônicas, o que justifica o

valor mais elevado de riqueza de espécies ser observado na lagoa Carioca.

A ausência de Notodiaptomus isabellae adultos na lagoa Carioca pode estar vinculada

à predação exercida por alevinos e juvenis, tanto de peixes nativos quanto de peixes

exóticos, que buscam presas de maior tamanho corporal, como as espécies da família

Diaptomidae. Outra possibilidade para justificar a ausência dessa espécie na lagoa Carioca e

a sua presença na lagoa Gambazinho seria o grau de trofia destes corpos d’água,

considerando que Calanoida são adaptados a meios oligotróficos, como a lagoa Gambazinho.

A comunidade zooplanctônica habitante dos bancos de macrófita não diferiu daquela

habitante da região marginal não colonizada por macrófita, em ambas as lagoas,

63

provavelmente pelas condições ambientais (pH, temperatura, condutividade elétrica,

concentração de oxigênio dissolvido e concentração ce clorofila-a) semelhantes entre esses

hábitats. Além disso, há também a possibilidade de que os animais zooplanctônicos sejam

transportados por correntes de água no eixo horizontal, provocadas pelo vento, fazendo

com que a fauna planctônica entre as áreas com e sem plantas aquáticas seja parecida.

O aumento da temperatura favoreceu o crescimento populacional dos rotíferos, dos

copépodes (Thermocyclops minutus) e das larvas de Chaoborus nas lagoas Carioca e

Gambazinho, possivelmente por acelerar o crescimento e o desenvolvimento dos indivíduos,

fazendo com que se reproduzam mais cedo e produzam ninhada mais numerosa.

64

Referências Bibliográficas

ADRIAN, R.; FROST, T.M. Comparative feeding ecology of Tropocyclops prasinus mexicanus

(Copepoda, Cyclopoida). Journal of plankton Research, v. 14. n 10, p. 1369-1382. 1992.

ALLAN, J. DAVID. Stream Ecology – Structure and function of running waters. School of Natural

Resources and Environment, University of Michigan, USA. Chapman e Hall, 388p. 1995.

AOKI, A.Influência da Diversidade de Macrófitas na Composição e Abundância da

Comunidade Zooplanctônica na Lagoa dos Patos-Parque Estadual do Rio Doce(MG).

Dissertação. Belo Horizonte. UFMG. 52p. 2010.

AOYAGUI, ANDERSON SETSUO MIYASHIRO. Rotíferos em diferentes ambientes da Planície de

inundação do Alto Rio Paraná-PR/MS: riqueza, abundância e conectividade. dissertação.

Maringá. Universidade Estadual de Maringá. 32 p. 2008

BARBOSA, F.A.R. Produção primária e fatores ambientais na Lagoa Carioca, Parque Florestal

do Rio Doce-MG. Dissertação. São Carlos. UFSCAR . 1979.

BARBOSA, F. A. R. e TUNDISI, J. G., The influence of temperature variation on the distribution

of dissolved oxygen and nutrients. Arch. Hydrobiol., 116(3): 333-349. 1989

BARBOSA, F.A.R., AND P. MORENO. Mata Atlântica e Sistema Lacustre do Rio Doce. In:

Seeliger, U.; Cordazzo, C.; Barbosa, F. (Eds.). Os Sites e o Programa Brasileiro de

Pesquisas Ecológicas de Longa Duração. pp.69-81. 2002.

BEISNER.B.E.; IVES, A.R. e CARPENTER, S.R. The effects of an exotic fish invasion on the prey

communities of two lakes. Journal of Animal Ecology 72: 331-342. 2003.

BERZINS, B.e BERTILSSON, J. On limnic micro-crustaceans and tropHic degree.

Hydrobiologia. Vol. 185. P. 95-100. 1988.

BEZERRA-NETO, J.F. Migração vertical Diária e Cascata Trófica em Corpos Aquáticos

Tropicais: Influência da Larva do Díptera Chaoborus. 153 p. Tese. Belo Horizonte UFMG.

2007.

BONECKER, C. C.; COSTA, C.L., VELHO, L.F.M., LANSAC-TÔHA, F.A. Diversity and abundance of the

planktonic rotifers in different environments of the upper paraná river floodplain (Paraná State -

Mato Grosso do Sul State, Brazil). Hydrobiologia 546: 405- 414, 2005.

65

BONECKER, C. C; AOYGUI, A.S.M.; SANTOS, R.M. The impact of impoundment on the rotifers

communities of two tropical floodplain environments: interannual pulse variatons. Braz.

J. Biol., vol. 69 (2 suppl.), p:629:537. 2009.

BORGES, M.G. e PEDROSO, C.S. Zooplankton (Cladocera, Copepoda and Rotifera) richness,

diversity and abundance variations in the Jacuí Delta, RS, Brazil, in response to the

fluviometric level. Acta. Limnol. Bras. V.21. n. 1. P. 101-110.2009.

BRITO, S. L. Composição, distribuição espacial e biomassa do zooplâncton total do Lago Dom

Helvécio, Parque Estadual do Rio Doce-MG. Monografia. Belo Horizonte. UFMG. 2003.

BRITO, S. L. Interações bióticas e abióticas das populaçõeszooplanctônicas das lagoas Carioca

e Gambazinho (Parque Estadual do Rio Doce, Minas Gerais) e suas implicações na

estrutura do tamanho do corpo.dissertação.80p. Belo Horizonte. UFMG. 2005.

BRITO, S. L.. Caracterização limnológica e produtividade secundária das principais espécies

de microcrustáceos em dois braços dos reservatórios de Três Marias e Furnas, Minas Gerais,

Brasil. Tese. 112p. Belo Horizonte. UFMG 2010.

CARPENTER, S. R., J. K. KITCHELL, AND J. R. HODGSON. Cascading tropHic interactions and

lake productivity. BioScience 35:634-639. 1985.

CARVALHO, EDMIR DANIEL; CASTRO, REINALDO JOSÉ DE; DA SILVA, VALÉRIA FLÁVIA

BATISTA; VIDOTTO, ANA PAULA. A Estrutura das Assembleias de Peixes nas Regiãos de

Ecótono da Represa de Jurumirim (Alto do Rio Paranapanema, SP), pags: 249-278,

Ecótonos nas interfaces dos Ecossistemas Aquáticos, HENRY RAOUL, São Carlos: RiMa, ,

349p. 2003.

CASTILHO-NOLL, M. S. M.; ARCIFA M. S. Chaoborus diet in a tropical lake and predation of

microcrustaceans in laboratory experiments, Acta Limnol.Bras , v. 19 (2) p: 163-174.

2007.

CATUNDA-MARCELINO, SÉRGIO. Zooplâncton como bioindicador do estado trófico na

seleção de áreas aquícolas para piscicultura em tanque-rede no reservatório da UHE

Pedra no rio de Contas, Jequié, BA, 59fil. 2007.

CHAPMAN, M.A.; GREEN, J.D.; JOLLY, V.H. Relationships between zooplankton abundance

and tropHic state in seven New Zeland Lakes. Hydrobiologia. Vol. 123. P. 119-136. 1985.

66

DANTAS, E. W. ET AL. Efeito das variáveis abióticas e do fitoplâncton sobre a comunidade

zooplanctônica em um reservatório do Nordeste brasileiro, Iheringia, Porto Alegre, v.

99, n. 2, p. 132 – 141. 2009.

DE MEIS, MRM. and MONTEIRO, AMF. Upper quaternary ―rampas‖, Rio Doce Valley: S.E.

brazilian plateau. Z. GeomorpH., vol. 23, p. 132-151. 1979.

DUNSON, W. A. e TRAVIS, J. The role of abiotic factors in community organization.The American

Naturalist, 138:1067-1091; 1991.

EDMODSON, W.T. Fresh Water Biology. 2nd ed..John Wiley e Sons. Inc. 1959.

ELMOOR –LOUREIRO, L.M.A. Manual de identificação de cladóceros límnicos do Brasil. Ed.

Universa, Brasília.156p. 1997.

ENGELHARDT, K.A.M. e RITCHIE, M.E. Effects of macropHyte species richness on wetland ecosystem

functioning and services. Nature 411: 687-689. 2001.

ESKINAZI SANT’ANNA. EM.; MAIA-BARBOSA, PM; BRITO, SL e RIETZLER, AC. Zooplankton biodiversity

of Minas Gerais State: a prelimnary synthesis of presente knowledge. Acta Limnol. Bras vol. 17. N. 2.

P. 199-218. 2005.

ESTEVES, F. A. Fundamentos em limnologia. 2 ed. Rio de Janeiro: Interciência. 602p. 1998.

FERREIRA, FERNANDO ALVES; MORMUL, ROGER PAULO; PEDRALLI, GILBERTO;

POTT, VALI JOANA E POTT, ARNILDO. Estrutura da comunidade de macrófitas aquáticas em

três lagoas do Parque Estadual do Rio Doce, Minas Gerais, Brasil. Hoehnea 37(1): 43-52.

2010.

FULONE, LEANDRO JUNIO. Influência da complexidade estrutural de macrófitas aquáticas

sobre a diversidade de organismos perifíticos.. Dissertação. Maringá. Universidade

Estadual de Maringá.. 23 p. 2008.

FROIN, R. e LACOBELLIS, S. The absorbtion power of plankton. Annual report of Screpps

Institution of OceanograpHy. Vol. 4. P. 2-3. 2003.

GODINHO, A.L.,FONSECA, M.T., ARAÚJO, L.M. the ecology of predator fish introductions: the

case of Rio Doce valley lakes. In: COELHO, R.M.P., GIANI, A. SPERLING, E.V. eds. Ecology

and human impact on lake and reservoirs in Minas Gerais with special reference to

future development and management strategies. Belo horizonte, Segrac. P.77-83.1994.

67

GODINHO, A.L. Peixes do Parque Estadual do Rio Doce- Belo horizonte/Instituto Estadual de

Florestas/Universidade federal de Minas Gerais.48p. 1996

GRANÁLI, W. e SOLANDER, D. Influence of aquatic macropHytes on pHospHorus cycling in

lakes. Hydrobiologia. Vol. 170. P 245-266. 1988.

GREEN, J. 1986. Associations of zooplankton in six crater lakes in Ariregião, Mexico and New

Mexico. J. Zool., vol. 208, p. 138- 159.

GRECO, M.K.B. E DABÉS M. B.G.S. Comparação da microfauna, com e sem a presença da

macrófitas Mayaca sellowiana (Mayacaceae), Ribeirão Passageiro, MG. Bios. V. 9(9):p: 9-

14. 2001.

GLIWICZ, Z. M., AND A. PREJS. Can planktivorous fish keep in check planktonic crustacean

populations? A test of size-efficiency hypothesis in typical Polish lakes. Ekologia Polska v.

25: p.567-591. 1977.

GOPHEN, M. The impact of zooplankton status on the management of Lake Kinneret (Israel).

Hydrobiologia 113: 249-258. 1984.

HAHN, S.N. et al. Dieta e atividade alimentar de peixes do reservatório de Segredo. In

AGOSTINHO, A.A.; GOMES, L.C. (Ed.) Reservatório de Segredo: bases ecológicas para o

manejo. Maringá: Eduem, p.141-162. 1997.

HENRY, RAOUL. Os Ecótonos nas Interfaces dos Ecossistemas Aquáticos: Conceitos, Tipos,

Processos e Importância. Estudo de Aplicação em Lagoas Marginais ao Rio

Paranapanema na Região de Sua Desembocadura na Represa de Jurumirim, pags:1-28,

Ecótonos nas interfaces dos Ecossistemas Aquáticos, HENRY RAOUL, São Carlos: RiMa,

349p. 2003.

HORNE, A.J., GOLDMAN, C.R. Limnology ed. Mcgraw-Hill. New York. 576p.1994.

KEDDY, P.A. Plant region on lakeshores in Nova Scotia: a test of the resource specialization

hypothesis. Journal of Ecology 72: 797-808. 1984.

KOSTE, W. Rotatória. Die Rädertiere Mitteleuropas. Ein Bestimmungswerk begr. Von Max

Voigt. Überordnung Monogononta. V., 1-2, 673 p. 234pl. 1978.

KOLASA, J.e SALEWSKI, M. Notes on ecotone atributes and functions. Hydrobiologia. Vol.

303. P. 1-7. 1995.

68

KURATA e KIRA. Aspectos de calidad del agua. In: JORGENSEN, S.E.; LOFFLER, H. eds.

Directrizes para la gestion de lagos. Volumen 3. La gestion de la costa del lago. ILEC-

PNUMA. P.17-33. 1995.

LANDA G.G. E MOURGÊS-SCHURTER, L.R. Caracterização da comunidade zooplanctônica de

um sistema artificial (Represa Zootecnia), no Campus da Universidade Federal de Lavras

– MG. Acta Limnológica Brasiliensia, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 69-83, 2000.

LANSAC-TÔHA,F.A.; BONECKER,C.C.; VELHO, L.F.M. E LIMA, A.F. Composição, distribuição e

abundância da comunidade zooplanctônica. In Vazzoler, A.E.A.M.; Agostinho, A.A. e

Hahn, N.S. (ed.) A planície de inundação do Alto Rio Paraná: aspectos físicos, biológicos

e socioeconômicos. EDUEM, Maringá.cap.2.p. 117-155. 1997.

LATINI, A.O. O efeito da introdução de peixes exóticos nas populações nativas de lagoas do

Parque Estadual do Rio Doce, MG. Dissertação. Belo Horizonte, UFMG. 62p. 2001.

LATINI, A.O. E PETRERE. M. Reduction of a native fish fauna by alien species: an example

from Brazilian freshwater tropical lakes. Fisheries Management and Ecology v. 11. P.: 71-

79. 2004.

LATINI, A.O.; PEREIRA, T.L.; LATINI, R.O.; GIACOMINI, H.C.; LIMA-JUNIOR, D.P.; OPORTO, L.T.

E ESPÍRITO-SANTO, H.M.V. Distribuição e efeitos de peixes exóticos sobre a ictiofauna

nativa dos lagos do médio rio Doce, MG, Brasil. In: ROCHA, O; ESPÍNDOLA, E.L.G.;

FENERICH-VERANI, N.; VERANI, J.R. E RIETZLER, A.C. (Orgs.). Espécies invasoras em águas

doces: Estudos de caso e propostas de manejo. São Carlos EDUFSCar. p.99-118. 2005.

LE CREN, E.D., LOWE-MCCONNELL, R.H., The functioning of freshwater ecosystems.

Cambridge: Cambridge University Press, 588p. (IBP-Handbook, 22). 1980.

LIKENS, G.E. The ecosystem approach: its use and abuse. Ecology Institute. Oldenhorf/ Lehe.

Germany. 1992.

LIMA, A.F.; LANSAC-TÔHA, F.A.; VELHO, L.F.M., BINI, L.M. E TAKEDA, A. M. Composition and

abundance of Cladocera (Crustacea) assembleges associated with Eichornia azurea(

Swartz) Kunth stands in the Upper Paraná River floodplain. Acta Scientiarium: Biological

Sciences. V.. 25(1). P.: 41-48. 2003.

LIMA, PLACIANO VIANA; LOVERDE–OLIVEIRA, SIMONI MARIA; SILVA, MATHEUS DE

CARVALHO; OLIVEIRA, VALDECI ANTÔNIO. Variação na riqueza de espécies

69

zooplanctônicas em lagoas marginais do Rio Cuiabá (Pantanal, MT). Biodiversidade. V.

11, n1, p.57. 2012.

LORENZEN, C.J. Determination of chloropHyll and pHeopigments: SpectropHotometric

equations. Limnol. Oceanogr. V. 12:p. 343-346. 1967.

MAIA-BARBOSA, P.M., PEIXOTO, R.S. E GUIMARÃES, A.S. Zooplankton in litoral Waters of a

tropical lake: a revisited biodiversity. Braz. J. Biol.v.68 (4 suppl.): 1069-1078. 2008.

MATSUZAKI, M.; MUCCI, J. L. N.; ROCHA, A. A. PHytoplankton community in a recreational

fishing lake, Brazil. Revista de Saúde Pública, v. 38, n. 5, p. 679-686, Oct.2004.

MARGALEF, R. .Limnologia. Barcelona. Ediciones Omega. 1983.

MATSUMURA-TUNDISI, T. and TUNDISI, JG. Biomass and zooplankton comunity struture of

three lakes of river Doce Valley (MG-Brazil); Fifth Japan-Brasil symposium on science and

technology, October Tokio, Japan. 1980.

MATSUMURA-TUNDISI, T. and OKANO, W.Y., Seasonal fluctuation of copepod population in

lake Dom Helvécio (Parque Florestal do Rio Doce, MG, Brazil). Rev. Hydrobiol. Trop., v. 6,

no. 1, p. 35-39. 1983.

MATSUMURA-TUNDISI, T.; LEITÃO, N. S.; AGUENA, S. L.; MIYAHARA, J. Eutrofização da represa

de Barra Bonita. Rev Bras Biol, Rio de Janeiro, v. 50, n. 4, p. 923-935, 1990.

MATSUMURA-TUNDISI, T. e SILVA, W.M. Crustáceos Copédodos Planctônicos. In: Joly, C.A.;.

Bicudo, C.E.M. org. Biodiversidade do Estado de São Paulo, Brasil: síntese do conhecimento do

final do século XX, 4: invertebrados de água doce/ Ismael, D.; Valenti, W.C.; Matsumura-Tundisi,

T.; Rocha, O. –São Paulo, FAPESP. P. 93 – 100. 1999.

MCQUEEN, D. J., AND J. R. POST. Enclosure experiments: the effects of planktivorous fish. in

Lake and reservoir management. Proceedings of the Fifth International Symposium on

Applied Lake and Watershed Management (NALMS), November 1985, Lake Geneva,

Wisconsin. American Lake Management Society, Washington, D.C., USA. V.2. P. 313-318.

1986.

MELÃO, M.G.G. Desenvolvimento e aspectos reprodutivos de cladóceros e copépodos de

águas continentais brasileiras. In: POMPÊO, M.L.M.(ed) perspectiva da limnologia no

Brasil. São Luiz do maranhão. Pag. 45-57.1999.

70

MELLO. Sedimentação de tectônica senozóicas no Médio Vale do Rio Doce (MG, sudeste do

Brasil) e suas implicações na evolução de um sistema de lagos. São Paulo, SP. Tese.

Instituto de Geociências. Universidade de São Paulo. 1997.

MEIS, M.R.M. e TUNDISI, J.G. GeomorpHologycal and limnological processes as a basis for lake

typology. The middle Rio Doce lake system. In: J.G. TUNDISI e Y. SAIJO (eds.) Limnological Studies on

the Rio Doce Valley Lakes, Brazil. Brasilian Academy of Sciences, Rio de Janeiro. 1997.

MILLS, E. L., J. L. FORNEY, AND K. J. WAGNER. Fish predation and its cascading effect on the

Oneida Lake food chain. P.118-131 in W. C. KERFOOT and A. SIH, editors. Predation.

Direct and indirect impacts on aquatic com- munities. University Press of New England,

Hanover, New Hampshire, USA. 1987.

MINAS GERAIS. Zoneamento agroclimático do Estado de Minas Gerais. Secretaria do Estado da

Agricultura. Belo Horizonte. 1980.

MORETTO,E.M. Diversidade zooplanctônica e variáveis limnológicas das regiões limnética e

litorânea de cinco lagoas do Rio Doce e sua relação com o entorno. 208 p. Dissertação,

São carlos. USP. 2001.

MORMUL, K.P., THOMAZ, S.M., HIGUTI, J.; MARTENS,K. Ostracod (Crustacea) colonization of

a native and a non native macropHyte species of Hydrocharitaceae in the Upper Paraná

Floodplain (Brazil): an experimental evaluation. Hydrobiologia 644: 185-193. 2010.

MUIRHEAD, RJ; EJSMONT-KARABIN e MACISAAC, JH. Quantyfing rotifer species richness in

temperate lakes. Freshwater Biology. Vol. 51. N. 9. P. 1696-1709. 2006.

NETO e MORENO. 1999.

NOGUEIRA, MARCOS GOMES; GEORGE, DAVID GLEN, JORCIN, ADRIANA. Estudo do

zoolâncton em Regiãos Litorâneas Lacustres: Um enfoque Metodológico. p.: 83-127,

Ecótonos nas interfaces dos Ecossistemas Aquáticos. HENRY RAOUL. São Carlos: RiMa, ,

349p. 2003.

OPORTO, LORENA TORRES. Aspectos ecológicos e sociais da invasão de peixes em lagos

naturais do médio Rio Doce, MG, Brasil Tese.127 pp. Belo Horizonte. UFMG.2013.

PANARELLI, E.; CASANOVA, S. M. C.; NOGUEIRA, M. G.; MITSUKA, P. M.; HENRY, R. A

Comunidade Zooplanctônica ao Longo de Gradientes longitudinais no Rio 89

Paranapanema/Represa de Jurumirim (São Paulo, Brasil). In: HENRY, R. Ecótonos nas Interfaces

dos Ecossistemas Aquáticos. São Carlos, Editora RiMa: 129-160, 2003.

71

PANARELLI, E.A. Flutuações mensais da comunidade zooplanctônica e dinâmica

daspopulações de Cladocera em lagoas marginais, na região de transição Rio

Paranapanema - Represa de Jurumirim. Tese. Botucatu.Universidade Estadual Paulista.

2004.

PAGGI, J. C. Crustacea Cladocera Ecossistemas de aguas continentales. Metodologias para su

studio III. Ediciones Sur, Plata. PEJLER, B.; BERZINS, B. On the ecology of Trichocercidae

(Rotifera). Hydrobiologia, v. 263, p. 55-59. 1995.

PASTOROK,. ROBERT A. Prey Vulnerability and Size Selection by Chaoborus Larvae. Ecology,

Ecological Society of America V. 62, No. 5 p. 1311-1324. 1981.

PATERSON, M. The distribution of microcrustacea in the litttoral zone of a freshwater lake.

Hydrobiologia. 263.pp.173-183. 1993.

PEIXOTO, R.S. Estudos ecológicos sobre as assembleias de microcrustáceos ( Copepoda e

Cladocera) na região litorânea do Lago Dom Helvécio, Minas gerais, Brasil. Dissertação.

Belo Horizonte. UFMG. 2007.

PEJLER, B. e BERZINS, B. On the ecology of Trichocercidae (Rotifera). Hydrobiologia. Vol. 263.

P: 55-59. 1993.

PEJLER, B. Relation to habitats in rotifers. Hydrobiologia. Vol. 313-314. P. 267-278. 1995.

PENNAK, PW. Structure of zooplankton populations in the litoral macropHytes zone of some

Colorado lakes. Trans. Am. Microsc. Soc. Vol. 85. N. 3. P.329-349. 1966.

PEREIRA, D. F. Estudo da comunidade zooplanctônica em um reservatório recémconstruído

(Reservatório do Lajeado), UHE Luis Eduardo Magalhães – TO. São Paulo: USP. 114p. Tese

(Doutorado em Ciências da Engenharia Ambiental). Escola de Engenharia de São Carlos,

Departamento de Hidráulica e Saneamento, Universidade de São Paulo. 2005.

PIECZYNSKA, P. Littoral habitats and communities. In JORGENSEN, SE., and LÖFFLER, H.

(Eds.). Guidelines of Lake Management. Lake shore management. International Lake

Environment Committee. United Nations Environment Programme. p. 39-72. 1990.

PINTO-COELHO, R.M.; BEZERRA-NETO, J.F.; MIRANDA, F.; MOTA, T.G.;RESCK, R.; SANTOS,

A.M.; MAIA-BARBOSA, P.M.; MELLO, N.A.S.T.; MARQUES, M.M.; CAMPOS, M.O.;

BARBOSA, F.A.R. The inverted tropHic cascade in tropical plankton communities:

72

impacts of exotic fish in the Middle Rio Doce lake district, Minas Gerais, Brazil. Brazilian

Journal of Biology, v.68, n.4 (suppl.). p.631-637. 2008.

POTT, VALI JOANA e POTT, ARNALDO. Plantas aquáticas do Pantanal. 404 p. Embrapa:

comunicação para transferência de tecnologia. Brasília, DF. 2000.

POURRIOT, R. Food and feeding habits of Rotifera. Hydrobiology. Vol 8 p: 243-260. 1977.

PRIMACK, R.B. E RODRIGUES, E. Biologia da Conservação. Ed. Planta, Londrina, PR. 328p.

2001.

PURVIS, A. e HECTOR, A. Getting the measure of biodiversity. Nature. Vol.405. p. 212-219.

2000.

REBOUÇAS, A.C.; BRAGA. B.; TUNDISI, J. G. Águas Doce no Brasil: capital ecológico, uso e

conservação,ed.3, Escrituras. 2006.

REID, J.W. Chave de identificação e lista de referências bibliográficas para as espécies

continentais sul-americanas de vida livre da Ordem Cyclopoida (crustacean, Copepoda).

Bolm.Zool. vol. 9. P.:17:143. 1985.

RIETZLER, A.C., Alimentação, ciclo de vida e análise da coexistência de espécies de na

represa de Barra Bonita,São Paulo.Tese. São Carlos: EESC/USP, 385p. 1995.

RIETZLER, A. C. Tempo de desenvolvimento, reprodução e longevidade de DiapHanosoma

birgei Korinek e CeriodapHnia silvestrii Daday em condições naturais de alimentação.

An. VIII Sem. Reg. Ecol., 8: 1159-1171, 1998.

ROCHA, O. E MATSUMURA-TUNDISI, T. Atlas do Zooplâncton Volume 1. UFSCAR. 1976.

ROCHA, O; SENDACZ, S.e mATSUMURA-TUNDISI, T. composition, biomass, and productivity

of zooplankton in natural lakes and reservoirs in Brazil In TUNDISI, J.G.; BICUDO, CEM. E

MATSUMURA-TUNDISI, T. (Eds).Limnology in Brazil. Rio de janeiro. Academia Brasileira

de Ciência. P. 151-166. 1995.

ROCHA, O. e GUNTZEL, A. Crustáceos Branchiópodos. In: Joly, C.A.;. Bicudo, C.E.M. org.

Biodiversidade do Estado de São Paulo, Brasil: síntese do conhecimento do final do século XX, 4:

invertebrados de água doce/ Ismael, D.; Valenti, W.C.; Matsumura-Tundisi, T.; Rocha, O. –São

Paulo, FAPESP. P. 109 - 120. 1999.

73

ROJAS, N. E. T.; MARINS, M. A. E ROCHA, O. The effect of abiotic factors on the hatching of

Moina micrura Kurz, 1874 (Crustacea: Cladocera) epHippial eggs. Brazilian Journal of

Biology, São Carlos, v.61, n.3, p. 371-376, 2001.

ROSSA,D.C.; LANSAC-TÔHA, F.A. e BONECKER, C.C. Abundance of cladocerans in the litoral

regions of two enviroments of the upper Paraná River floodplain, Mato Grosso do Sul,

Brazil. Revista Brasileira de Biologia 61(1): 45-53. 2001.

RUTTNER-KOLISKO, A. Plankton Rotifers. Biology and Taxonomy. Die Binnengewässer. Vol. 26

(1), Suppl., 146p. 1974.

SAMPAIO, E.V.; ROCHA, O.; MATSUMURA-TUNDISI, T.; TUNDISI, J.G. Composition and abundance

of zooplankton in the limnetic zone of seven reservoirs of the Paranapanema River, Brazil.

Brazilian journal of biology, 62(3): 525-545, 2002.

SANTEIRO, RACHEL MAGALHÃES E PINTO-COELHO, RICARDO MOTTA. Efeito de fertilização

na biomassa e qualidade nutricional do zooplâncton utilizado para alimentação de

alevinos na estação de hidrobiologia e piscicultura de Furnas, MG. Acta Scientiarium 22

(3):707, 716.2000.

SANTOS, L.C. Estudos das populações de Cladocera em cinco lagoas naturais (Parque

Florestal do Rio Doce-MG), que se encontram em diferentes estágios de

evolução.dissertação. São Carlos, UFSCAR, 260p. 1980.

SANTOS. PABLO LUCIO RUBIM COSTA. Respostas funcionais de diferentes tamanhos de

tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus, predando zooplâncton.dissertação.Natal. UFRN.

2010.

SEGERS, H.; DUMONT, H.J. 102+ Rotifers species (Rotifera- Monogononta) in Broa Reservoir

(SP, Brazil) on 26 August 1994, with the description of three new species. Hydrobiologia.

Vol. 316. P. 183-197. 1994.

SEGERS, H. Rotifera. The lecanidae (Monogononta) .Guides to the identification of the

Microinvetebrates of the Continetal Waters of the World. V. 6 (2), 1995.

SENDACZ, S., CALEFFI, S. E SANTOS-SOARES. Zooplankton biomass of reservoirs in different

tropHic conditions in the state of São Paulo, Brazil. Brazilian Journal of Biology. V..

66(1B). p. 337-350. 2006.

SENDACZ, S., KUBO, E.. Copepoda (Calanoida e Cyclopoida) de Reservatórios do Estado de

São Paulo. B. Inst. Pesca v.. 9. P. 51-89. 1982

74

SERAFIM J.R. M.; LANSAC-TÔHA, F.A.; PAGGI, J.C.; VELHO, L.F.M.; ROBERTSON, B. Cladocera

fauna composition in a river-lagoon system of the uUpper 100 Paraná River floodplain, with a

new record for Brazil. Brazilian Journal of Biology, 63(2): 349- 356, 2003.

SERRANO, L. e TOJA, J. Interannual variability in the zooplanlton community of a shallow

temporary pond. Verh. Int. Ver. Limnol vol 26. P 1575-1581. 1998.

SETTI, A.A. A necessidade do uso sustentável dos recursos hídricos. Brasília, iBAMA. 1996.

SHAPIRO, J., B. FORSBERG, V. LAMARRA, G. LINDMARK, M. LYNCH, E. SMELTZER, AND G.

ZOTO.. Experiments and experiences in biomanipulation-studies of biological ways to

reduce algal abundance and eliminate blue-greens. EPA- 600/3-82-096. Corvallis

Environmental Research Labo- ratory. Environmental Protection Agency, Corvallis,

Oregon, USA. 1982.

SIMÕES, NADSON RESSYÉ. Variabilidade da comunidade zooplanctônica: testando a relação

diversidade estabilidade e identificando os efeitos de distúrbios hidrológicos ( secas

extremas) sobre a estabilidade das comunidades. Tese. Maringá.Universidade Estadual

de Maringá. 57 p. 2010

SMITH, WELBER SENTEIO;PEREIRA, CAMILA CRISTINA GALVÃO FRANCISCO; ESPÍNDOLA,

EVALDO LUIZ GAETA; ROCHA, ODETE. A Importância da Região Litoral para a

Disponibilidade de Recursos Alimentares à Comunidade de Peixes em Reservatórios, p.

233-248, Ecótonos nas interfaces dos Ecossistemas Aquáticos. HENRY RAOUL, São

Carlos: RiMa, 349p. 2003.

SOUZA, MARIA BEATRIZ GOMEZ. Guia das Tecamebas Bacia do Rio Peruaçu-Minas gerais-

Subsídio para conservação e monitoramento da bacia do Rio São Francisco. Editora

UFMG. 159p. 2008

STRASKRABA,M.; TUNDISI, J.G. e DUNCAN, A. Comparative reservoir limnology and water

quality management.Dordrech.Kluver academic Publisher. The Netherlands. 1993.

TATE, C. M. e HEINY, J. S. The ordination of benthic invertebrate communities in the South

Platte River Basin in relation to environmental factors. Freshwater Biology, 33: 439-454.

1995.

TAVARES, K. S. A comunidade de macrófitas aquáticas em reservatórios do médio e baixo Rio

Tietê (SP) e em lagos da bacia do médio Rio Doce. Dissertação de Mestrado em ecologia e

Recursos Naturais- Universidade federal de são carlos, 2003.

75

TRINDADE, M. Lagos: origem, classificação e distribuição geográfica. Departamento de

Ciências Biológicas. São Carlos. Universidade Federal de São Carlos. 1984.

TUDISI, J.G. Distribuição espacial, sequência temporal e ciclo saregiãol do fitoplâncton em

represas: fatores limitantes e controladores. Ver. Brasil, Biol. Vol. 50. N. 4. P. 937-955. 1990.

VANNI, MICHAEL J. Effects of nutrients and zooplankton size on the structure of

pHytoplankton communitie. Ecology. V. 63. N. 3. Pp. 624-635.1987.

VELHO,L.F.M.; LANSAC-TÔHA, F.A. e BINI, L.M. Spatial and temporal variation in densities of

testate amoebae in the plankton of the upper Paraná River floodplain, Brazil.

Hydrobiologia 411:103-113. 1999.

VIJVERBERG, J., AND W. L. T. VAN DENSEN. The role of the fish in the foodweb of

Tjeukemeer, The Netherlands. Internationale Vereinigung fur Theoretische und Ange-

wandte Limnologie, Verhandlungen 22:891-896. 1984.

WELCOMME, R.L. International introductions of inland aquatic species. FAO Fish. Tec. Pap.

Vol. 294. 1988.

WETZEL, R. G. E LIKENS, G. E. Limnological Analyses, segunda edição, New York: Springer-

Verlag. 1991.

WETZEL, R.G. Limnologia. Editora Fundação Calouste Gulbenkian. 915p . 1983.

WINKLER, L. W. Die Bertimmung des im wassergelösten Sauer-stoffs. Ber. dtsch. chem. Ges.,

21: 2843-2854. 1888.

76

Anexos

Tecameba autor família com macrófita sem macrófita com macrófita sem macrófita

Arcella costata * Ehrenberg, 1847 Arcellidae 8.026 5.921 2.559 1.417

Arcella braziliensis * Cunha, 1913 Arcellidae 480 72 0 25

Arcella conica* (Playfair, 1918) Deflandre, 1926 Arcellidae 1.130 200 161 153

Arcella costata angulosa * Ehrenberg, 1847 Arcellidae 5.833 2.733 1.178 367

Arcella crenulata * Deflandre,1928 Arcellidae 4.857 31.488 1.433 635

Arcella dentata * Ehrenberg,1938 Arcellidae 0 0 650 50

Arcella discoides * Ehrenberg,1871 Arcellidae 8.786 8.517 8.670 2.127

Arcella gibbosa * Pénard, 1890 Arcellidae 429 770 1.344 1.234

Arcella hemisphaerica undulata* Deflandre, 1928 Arcellidae 696 0 150 75

Arcella megastoma * Pénard,1913 Arcellidae 334 673 214 115

Arcella rota* Arcellidae 0 200 1.367 342

Arcella rotunda alta* Playfair, 1918 Arcellidae 173 910 0 33

Arcella sp.* Arcellidae 5.400 277 734 742

Arcella vulgaris* Ehrenberg,1930 Arcellidae 12.178 5.722 2.071 2.047

Arcella vulgaris undulata* Deflandre, 1928 Arcellidae 1.383 894 720 228

Centropyxis aculeata * Ehrenberg,1930 Centropiyxidae 4.568 9.487 12.824 4.358

Centropyxis aculeata oblonga * Deflandre, 1929 Centropiyxidae 1.435 738 15.319 2.945

Centropyxis discoides * Pénard,1890 Centropiyxidae 200 40 666 67

Centropyxis gibba * Deflandre, 1929 Centropiyxidae 1.286 1.130 6.479 1.809

Centropyxis sp* Centropiyxidae 50 0 5.650 425

Centropyxis spinosa * Cash, 1905 Centropiyxidae 0 134 0 0

Difflugia achlora** Pénard, 1902 Difflugidae 254 205 167 33

Difflugia corona ** Wallich, 1864 Difflugidae 392 33 40 105

Difflugia difficilis** Difflugidae 100 67 250 25

Difflugia gramen ** Pénard, 1902 Difflugidae 134 67 0 0

Difflugia kempnyi** Stepánek, 1953 Difflugidae 0 0 50 40

Difflugia limnetica** Pénard, 1912 Difflugidae 533 92 133 825

Difflugia litophila ** Pénard, 1902 Difflugidae 10 67 0 65

Difflugia lobostoma ** Leidy, 1877 Difflugidae 67 67 0 0

Difflugia muriformis** Gauthier-Lièvre e Thomas, 1958 Difflugidae 1.130 787 567 0

Difflugia penardi ** Hopkinson, 1909 Difflugidae 0 67 50 0

Difflugia pseudogramen** Gauthier-Lièvre e Thomas, 1960 Difflugidae 454 515 107 105

Difflugia sp** Difflugidae 200 210 650 50

Difflugia sp1** Difflugidae 0 67 0 58

Difflugia brevicola** Cash e Hopkinson, 1909 Difflugidae 200 0 100 75

Difflugia sp2** Difflugidae 0 0 100 0

Euglypha acanthophora*** Ehrenberg, 1841 Euglyphidae 100 267 737 988

Euglypha filifera*** Pénard, 1890 Euglyphidae 117 100 1.750 709

Euglypha denticulata*** Brown, 1912 Euglyphidae 0 0 40 96

Euglypha tuberculata *** Dujardin, 1841 Euglyphidae 0 0 599 84

Lesquereusia extranea ** Awerintzew, 1906 Difflugidae 133 0 0 0

Lesquereusia globulosa** Gauthier-Lièvre e Thomas, 1959 Difflugidae 915 317 200 240

Lesquereusia modesta minima ** Van oye, 1953 Difflugidae 0 200 267 50

Lesquereusia sp** Difflugidae 0 0 0 40

Lesquereusia spiralis ** (Ehrenberg) Butschli, 1880 Difflugidae 1.017 263 344 152

Lesquereusia spiralis caudata** Playfair, 1917 Difflugidae 0 0 283 234

Lesquereusia spiralis declotrei** Van oye, 1959 Difflugidae 67 0 67 0

Lesquereusia spiralis hirsuta** Gauthier-Lièvre e Thomas, 1959 Difflugidae 250 0 67 25

Netzelia labeosa ** Beyens e Chardez, 1997 Difflugidae 2.403 2.332 859 671

Netzelia oviformis ** Ogden, 1979 Difflugidae 2.512 1.803 1.939 1.023

Netzelia sp** Difflugidae 20 1.000 400 84

Netzelia sp.1** Difflugidae 434 1.383 972 360

Netzelia tuberculata** (Wallich, 1864) Netzel, 1983 Difflugidae 300 38 217 268

Protocucurbitela coriniformis ** Gauthier-Lièvre e Thomas, 1960 Difflugidae 67 200 0 0

Amoeba Testacea (org.m-3) na região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG), de6/2011 à 12/2012.

lagoa Carioca lagoa Gambazinho

Tabela 19:Abundância (org.m-3) de Amoeba Testacea, por espécie, na região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG), entre 6/2011 à 12/2012. Espécies exclusivas da lagoa Gambazinho foram destacadas com a cor azul e as espécies exclusivas da lagoa Carioca o foram com a cor rosa.*=ameba com teca quitinosa, **=ameba com teca de detritos, ***=ameba com teca silicosa.

77

Tab

ela

20:A

bu

nd

ânci

a (o

rg.m

-3)

de R

oti

fera

, po

r es

péc

ie, n

a re

gião

lito

rân

ea d

as la

goas

Car

ioca

e G

amb

azin

ho

(P

ERD

, M

G),

en

tre

6/20

11 à

12

/20

12

. Es

péc

ies

excl

usi

vas

da

lago

a G

amb

azin

ho

fo

ram

des

taca

das

co

m a

co

r az

ul e

as

esp

écie

s ex

clu

siva

s d

a la

goa

Car

ioca

o f

ora

m c

om

a c

or

rosa

.1=

tro

ph

i ra

mad

o, 2

=tr

op

hi

mal

ead

o,3

=

tro

phi

ver

gad

o, 4

= tr

op

hi in

cud

ado

, 5=

tro

ph

i un

cin

ado

e 6

= tr

op

hi m

aleo

ram

ado

Rotifera autor família com macrófita sem macrófita com macrófita sem macrófita

Bdelloidea 1 Philodinidae 31.255 24.589 23.986 8.011

Anuraeopsis navicola 2 Rousselet, 1911 Brachionidae 12.806 11.773 0 0

Anuraeopsis fissa 2 Gossi, 1851 Brachionidae 9.224 8.706 100 0

Ascomorpha saltans indica 3 Perty, 1850 Gastropodiade 38.800 20.328 39.618 37.929

Asplanchna sp 4 Gosse 1850 Asplanchnidae 1.633 1.502 0 0

Brachionus angularis 2 Brachionidae 29.359 31.958 710 842

Brachionus falcatus 2 Brachionidae 300 0 0 0

Brachionus mirus 2 Brachionidae 647.673 812.817 321.774 191.990

Brachionus quadridentatus 2 Brachionidae 747 377 0 66

Cephalodella auriculata 3 Mueller, 1773 Notommatidae 9.166 0 0 25

Cephalodella gibba 3 Ehrenberg, 1832 Notommatidae 2.848 1.166 759 158

Collotheca sp 5 Harring, 1913 Collothecidae 6.349 11.701 524 120

Colurella sp 2 Bory de St. Vincent, 1824 Lepadellidae 620 400 28 0

Conochiloides sp 6 Hlava, 1904 Conochilidae 100 0 0 0

Conochilus dossuarius 6 Hudson, 1885 Conochilidae 219.028 259.094 0 0

Dissotrocha aculeata 1 Ehrenberg, 1832 Philodinidae 1.574 2.139 3.208 2.958

Dissotrocha macrostyla 1 Ehrenberg, 1838 Philodinidae 3.105 583 2.159 2.176

Euchlanis dilatata 2 Ehrenberg, 1832 Euchlanidae 600 682 1.334 508

Euchlanis parva 2 Rousselet, 1892 Euchlanidae 67 67 0 0

Euchlanis sp 2 Ehrenberg, 1832 Euchlanidae 0 133 0 33

Filinia longiseta 2 Ehrenberg, 1834 Filinidae 0 0 162 125

Hexarthra intermedia 6 Schmarda, 1854 Hexarthridae 219.352 165.396 23.190 34.470

Keratella americana 2 Carlin, 1943 Brachionidae 50 0 60 516

Keratella tropica 2 Bory de St. Vincent, 1822 Brachionidae 3.400 133 0 0

Lecane bulla 3 Gosse, 1851 Lecanidae 6.329 6.809 5.052 2.447

Lecane copeis 3 Harring e Myers, 1926 Lecanidae 67 0 0 0

Lecane cornuta 3 O. F. Muller, 1786 Lecanidae 134 67 167 100

Lecane hornemanii 3 Ehrenberg, 1834 Lecanidae 496 200 1.059 1.063

Lecane leontina 3 Turner, 1892 Lecanidae 267 134 5.640 2.425

Lecane ludwigii 3 Eckstein, 1883 Lecanidae 631 200 1.207 307

Lecane ludwigii ohioensis 3 Lecanidae 0 10 314 387

Lecane luna 3 Muller, 1776 Lecanidae 415 200 274 355

Lecane lunaris 3 Ehrenberg, 1832 Lecanidae 20.177 15.513 4.410 2.615

Lecane mira 3 Murray, 1913 Lecanidae 0 5 533 66

Lecane monostyla 3 Lecanidae 374 337 0 115

Lecane proiecta 3 Lecanidae 0 0 0 17

Lecane quadridentata 3 Ehrenberg, 1832 Lecanidae 38.161 50.491 3.483 1.510

Lecane signifera 3 Lecanidae 100 0 0 0

Lecane sp 3 Nitzsch, 1897 Lecanidae 700 0 367 133

Lecane sp1 3 Nitzsch, 1897 Lecanidae 0 0 33 200

Lecane ungulata 3 Gosse, 1887 Lecanidae 207 338 8.533 2.144

Lepadella acuminata 2 Ehrenberg, 1834 Lepadellidae 40 0 0 0

Lepadella cristata 2 Rousselet, 1893 Lepadellidae 278 67 6.460 2.777

Lepadella inopinata 2 Lepadellidae 67 0 0 0

Lepadella ovalis 2 O. F. Muller, 1896 Lepadellidae 938 2.163 1.256 408

Lepadella patella 2 O. F. Muller, 1773 Lepadellidae 934 1.447 2.110 125

Lepadella sp 2 Bory de St. Vincent, 1826 Lepadellidae 100 67 134 0

Macrochaetus longipis 2 Myers, 1934 Trichotriidae 558 1.083 2.529 1.998

Mytilina ventralis 2 Ehrenberg, 1832 Mytilinidae 267 852 3.067 504

Monomatta maculata 3 Monomattidae 129 5 1.152 397

Notommata sp 1 3 Ehrenberg, 1830 Notommatidae 1.822 70 817 517

Notommata sp 2 3 Ehrenberg, 1830 Notommatidae 0 0 1.000 150

Platyias patulus 2 Mueller, 1786 Brachionidae 2.733 8.674 60 25

Platyias quadricornis 2 Ehrenberg, 1832 Brachionidae 507 220 0 33

Platyionus patulus patulus 2 Brachionidae 700 100 33 0

Polyarthra dolychoptera 3 Idelson, 1925 Synchaetidae 290.650 258.082 643 350

Polyarthra vulgaris ** Carlin, 1943 Synchaetidae 0 0 67 0

Ptygura libera 6 Myers, 1934 Flosculariidae 277.686 284.527 217.289 209.978

Ptygura melicerta 6 Flosculariidae 0 10 153 0

Testudinella ohlei ohlei 6 Bory de St. Vincent, 1826 Testudinellidae 9.993 50 1.143 774

Trichocerca bicristata 3 Gosse, 1887 Trichocercidae 594 372 885 532

Trichocerca pusilla 3 Lauterborn, 1898 Trichocercidae 101.649 91.421 14.086 14.851

Trichocerca similis 3 Wierzejski, 1893 Trichocercidae 133 147 13.958 12.960

Trichocerca sp 3 Lamarck, 1801 Trichocercidae 15.365 0 0 25

lagoa Carioca lagoa Gambazinho

Rotifera (org.m-3) na região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG), de 6/2011 à 12/2012

78

Tabela 21:Abundância (org.m-3) de Cladocera, por espécie, na região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG), entre 6/2011 à 12/2012. Espécies exclusivas da lagoa Gambazinho foram destacadas com a cor azul e as espécies exclusivas da lagoa Carioca o foram com a cor rosa.*=raspadores **=filtradores.

Cladocera autor família com macrófita sem macrófita com macrófita sem macrófita

Alona guttata * G. O. Sars, 1862 Chydoridae 0 0 150 0

Disparalona dadayi* Birge, 1910 Chydoridae 1.437 535 716 806

Bosmina hagmanni** Stingelin, 1904 Bosminidae 93.201 35.805 333 1.698

Bosmina tubicen ** Brehm, 1953 Bosminidae 38.982 29.272 266 2.409

Bosmina freyi ** De Melo e Hebert, 1994 Bosminidae 233 133 33 138

Ceriodaphnia silvestrii ** Daday, 1902 Daphniidae 399 77 0 33

Chydorus eurynotus* Sars, 1901 Chydoridae 495 201 67 0

Chydorus pubecens * Sars, 1901 Chydoridae 100 0 0 0

Coronatella poppei * Richard, 1897 Chydoridae 1.708 1.230 43.400 14.381

Dadaya macrops* Daday, 1898 Chydoridae 0 0 26.478 1.034

Diaphanosoma birgei ** Korinek, 1981 Sididae 0 67 50.031 101.046

Dunhevedia odontoplax* Sars, 1901 Chydoridae 0 5 0 400

Ephemeroporus barroisi * Richard, 1894 Chydoridae 13.098 2.625 4.116 572

Ephemeroporus hybridus* Daday, 1905 Chydoridae 11.385 1.160 543 131

Ephemeroporus tridentatus * Bergamin, 1939 Chydoridae 1.604 164 383 199

Ilyocriptus spinifer * Herrick, 1882 Ilyocryptidae 1.082 407 0 157

Karualona muelleri* Chydoridae 0 50 0 0

Macrothrix elegans* Brady, 1886 Macrothricidae 67 0 200 0

Macrothrix sp* Macrothricidae 67 133 100 0

Macrothrix spinosa* King, 1853 Macrothricidae 1.067 254 100 100

Simocephalus latirostris** Stingelin, 1906 Daphniidae 29 0 0 0

Scapholeberis armata ** Herrick e Turner, 1895 Daphniidae 116 0 528 233

Scapholeberis spinifera ** Nicolet, 1849 Daphniidae 0 0 150 58

Streblocerus pigmaeus* Sars, 1901 Macrothricidae 0 0 133 0

lagoa Carioca lagoa Gambazinho

Cladocera(org.m-3) na região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG), de 6/2011 à 12/2012

Tabela 22:Abundância (org.m-3) de Copepoda, por espécie, na região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG), entre 6/2011 à 12/2012. Espécies exclusivas da lagoa Gambazinho foram destacadas com a cor azul e as espécies exclusivas da lagoa Carioca o foram com a cor rosa.*=onívoros **=fitoplanctófagos.

Copepoda autor família com macrófita sem macrófita com macrófita sem macrófita

Mesocyclops meridianus * Kiefer, 1926 Cyclopidae 6.041 1.163 67 25

Microcyclops anceps* Richard, 1897 Cyclopidae 33 0 50 0

Microcyclops finitimus* Cyclopidae 16.828 12.225 6.967 1.706

Notodiaptomus isabelae** Diaptomidae 0 0 24.273 18.543

Thermocyclops minutus* Cyclopidae 89.036 76.241 10.693 13.507

Tropocyclops prasinus* Fischer, 1860 Cyclopidae 4.720 3.406 119.106 80.743

lagoa Carioca lagoa Gambazinho

Copepoda (org.m-3) na região litorânea das lagoas Carioca e Gambazinho (PERD, MG), de 6/2011 à 12/2012

79