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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE FÍSICA
MONTAGEM E AUTOMAÇÃO DE UM SISTEMA DE MEDIDA DE MATERIAIS DE ALTA RESISTIVIDADE ELÉTRICA
JOAQUIM ROBERTO PEREIRA BARRETO
CUIABÁ-MT 2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE FÍSICA
MONTAGEM E AUTOMAÇÃO DE UM SISTEMA DE MEDIDA DE MATERIAIS DE ALTA RESISTIVIDADE ELÉTRICA
JOAQUIM ROBERTO PEREIRA BARRETO
Dissertação apresentada à Comissão Examinadora do Programa de Pós-Graduação em Física do Instituto de Física da Universidade Federal de Mato Grosso, Área de Concentração: Física Experimental, do Instituto de Física da UFMT sob orientação do Professor Dr. Edson F. Chagas, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Física.
ORIENTADOR: Professor Dr. Edson Ferreira Chagas
CUIABÁ-MT 2010
FICHA CATALOGRÁFICA
B273m Barreto, Joaquim Roberto Pereira Montagem e automação de um sistema de medida de
materiais de alta resistividade elétrica / Joaquim Roberto Pereira Barreto. – 2010.
46 f. : il. ; color. ; 30 cm.
Orientador: Prof. Dr. Edson Ferreira Chagas. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Física, Pós-graduação em Física, Área de Concentração: Física Experimental, 2010. Bibliografia: f. 43-44. Inclui anexo. 1. Resistividade elétrica. 2. Medida de materiais – Sistema. 3. Programação LabView. 4. Física – Aparelhos de medição. I. Título.
CDU –
Ficha elaborada por: Rosângela Aparecida Vicente Söhn – CRB-1/931
Agradecimentos Ao meu orientador Prof. Dr. Edson Ferreira
Chagas, pela ética, competência e dedicação
demonstrada durante a realização deste trabalho.
Aos docentes do Curso de Mestrado em Física
pelas contribuições que cada um a sua maneira
nos proporcionaram.
A todos os colegas do Mestrado, pelas trocas
de experiências socializadas na convivência,
especialmente, o mestrando Ademar Schultz.
Dedicatória A minha querida esposa Emi-karla pelo apoio
diário, paciência, dedicação e amor em todos os
momentos de angústia e dificuldades. Com seu
apoio constante reunimos forças para a realização
deste trabalho.
Aos verdadeiros amigos que conheci aqui em
Cuiabá, por proporcionarem companheirismo e
recreação a mim e minha esposa durante o tempo
que passamos em Cuiabá.
RESUMO
Este trabalho trata-se da montagem e automação de um sistema de
medida de materiais de alta resistividade elétrica. Para isso foram montados
dois porta amostras: Um porta amostra para medidas de resistividade em
temperatura ambiente, e outro, para medida de resistividade em baixa
temperatura. Para realização das medidas elétricas foi utilizado um
Eletrômetro, Marca Keithley, Modelo 617. Foi desenvolvido também um
aplicativo em linguagem de programação LabView. Este controla a tensão (V)
aplicada na amostra e lê a corrente elétrica (I). Além disso, grava os dados em
tabelas para posterior análise.
Para testar este sistema foram preparadas várias amostras: uma de
Cianita, que foi produzida no LAMUTA (Laboratório Multiusuário em Técnicas
Analíticas) da UFMT, e outras três de Poliestireno dopado com negro de fumo,
com os percentuais de dopagem de 1%, 2% e 3%, respectivamente, que foram
preparadas no Laboratório de Pesquisas Químicas de Produtos Naturais da
UFMT. Em seguida foram medidas suas resistividades e comparadas com os
trabalhos nessa área para verificar sua compatibilidade.
Palavras-chaves: Automação, Programação LabView, Resistividade.
ABSTRACT
This work comes from the assembly and automation of a system for
measuring materials with high electrical resistivity. For this purpose were
mounted two sample holder: A sample holder for resistivity measurements at
room temperature, and another to measure the resistivity at low temperature.
To perform the electrical measurements we used an electrometer, Mark
Keithley, Model 617. It was also developed an application in programming
language LabView. This controls the voltage (V) applied to the sample and
reads the electrical current (I). Moreover, writes the data into tables for later
analysis.
To test this system were prepared several samples: one of Kyanite,
which was produced in LAMUTA Laboratory (Analytical Techniques in
Multiuser) of UFMT, and three of polystyrene doped with carbon black, with the
percentage of doping of 1%, 2% and 3% respectively, which were prepared in
the Chemical Research Laboratory of Natural Products UFMT. Then their
resistivities were measured and compared with work in that area to check their
compatibility.
Keywords: Automation, LabView programming, Resistivity.
Sumário Página 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 4
2 MÉTODO DE MEDIDA ................................................................................. 6
3 SISTEMA DE MEDIDA DE ALTA RESISTIVIDADE ELÉTRICA ................... 11
3.1 Eletrômetro Programável ........................................................................ 11
3.1.1 Operação do Eletrômetro ................................................................. 12
3.1.2 Procedimentos para Usar o Eletrômetro Manualmente.................... 12
3.1.3 Procedimentos para Usar o Eletrômetro Via Computador. .............. 13
3.2 Porta Amostra I ....................................................................................... 13
3.3 Porta Amostra II ...................................................................................... 15
3.4 Sistema Criogênico ................................................................................. 15
3.5 Chave Eletrônica Acionada por Labview ................................................ 17
3.5.1 Construção e Funcionamento da Chave Eletrônica ......................... 17
3.5.2 Informações Sobre o Circuito Integrado 74LS541............................ 18
3.6 Programa de Automação do Sistema de Medidas Elétricas (PASME) ... 19
3.6.1 Funcionamento do Programa de Automação(PASME) .................... 21
4. PROPRIEDADES ELÉTRICAS .................................................................... 23
4.1 Condutividade Elétrica ............................................................................ 23
4.1.1 Condução Eletrônica ........................................................................ 23
4.1.2 Condução Eletrolítica: ...................................................................... 24
4.1.3 Condução Dielétrica: ........................................................................ 25
4.1.4 Material Condutor como Aditivo Condutivo de Dielétricos. ............... 27
5. PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS ............................................................... 29
5.1 Preparação da Amostra de Cianita ......................................................... 29
5.1.1 Limpeza e Laminação. ..................................................................... 29
5.1.2 Pulverização ..................................................................................... 30
5.1.3 Peneiramento dos Materiais Pulverizados ....................................... 31
5.1.4 Dopagem. ......................................................................................... 31
5.1.5 Pastilhamento .................................................................................. 31
5.2 Preparação das Amostras de Poliestireno .............................................. 33
5.2.1 Dopagem. ......................................................................................... 33
5.2.2 Secagem .......................................................................................... 33
6. TESTE DO SISTEMA ................................................................................... 34
6.1 Cianita com 0,5% de Negro de Fumo ..................................................... 35
6.2 Medida de Poliestireno Dopado com Negro de Fumo ............................ 36
6.2.1 Poliestireno com 1% de Negro de Fumo .......................................... 36
1
6.2.2 Poliestireno com 2% de Negro de Fumo .......................................... 37
6.2.3 Poliestireno com 3% de Negro de Fumo .......................................... 38
6.4 Medidas Realizadas a “Baixa Temperatura” (77 kelvin) ......................... 39
6.4.1 Medida do Sensor de Temperatura .................................................. 39
6.4.2 Resistor de 2,1kΩ ............................................................................. 40
7. CONCLUSÃO ............................................................................................... 41
8 TRABALHOS FUTUROS .............................................................................. 42
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 43
10 ANEXO 1 ..................................................................................................... 45
2
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1: Arranjo experimental para o método duas pontas (ou de dois terminais) para
medida de alta resistividade elétrica. A leitura em ohms (V/i), e as dimensões: largura (w) e espessura (t) e comprimento (l) da amostra são usadas no cálculo da resistividade. ....................................................................................................................... 8
Figura 3.1: Fotografias do Eletrômetro Programável, Modelo 617, marca Keithley: a)
painel frontal; b) painel traseiro. ..................................................................................... 12 Figura 3.2: Painel frontal do eletrômetro em que mostra os botões para ser acionador
manualmente ..................................................................................................................... 13 Figura 3.3: Painel traseiro do eletrômetro mostrando a porta GPIB por onde a
comunicação é feita com o computador. ....................................................................... 13 Figura 3.4: a) Mostra desenho tridimensional do porta amostra e b) mostra as dimensões
do porta amostra. ............................................................................................................. 14 Figura 3.5: Porta amostra, após construído, utilizado no Sistema de Medidas Elétricas . 14 Figura 3.6: O copo cilíndrico de latão onde é colocada a amostra para ser medida a baixa
temperatura ....................................................................................................................... 15 Figura 3.7: Esquema mostrando a fotografia do dewar e foto ampliada do tubo de pvc
roscável do sistema criogênico ...................................................................................... 16 Figura 3.8: Esquema mostrando como é ligado os fios da amostra que está dentro do
copo de latão ao eletrômetro de medida elétrica. ......................................................... 16 Figura 3.9: Mostrando o diagrama da chave eletrônica e fotografia da chave eletrônica
após construída ................................................................................................................ 17 Figura 3.10: Esquema mostrando como é ligada a chave eletrônica para acionar ora a
amostra ora o termômetro. .............................................................................................. 18 Figura 3.11: Diagrama em bloco e tabela de pinagem do circuito integrado 74LS541...... 18 Figura 3.12: Mostra a aba Configuração onde indica o formato e as dimensões da
amostra. ............................................................................................................................. 20 Figura 3.13: Mostra a aba Medidas onde indica o formato e as dimensões da amostra... 20 Figura 3.14: Código fonte do programa de medidas elétricas. ............................................ 21 Figura 3.15: Figura mostrando o frame (moldura) onde é colocado o código para escolha
da função que é selecionada ao clicar com o mouse no botão do objeto radio buttons para escolher a função ...................................................................................... 22
Figura 3.16: Mostrando um capacitor de placas paralelas que envolvem um isolante, ou dielétrico, entre dois eletrodos metálicos. O acúmulo entre uma densidade de carga na superfície do capacitor está relacionado á constante dielétrica do material ....... 26
Figura 3.17: Curva esquemática da resistividade vs concentração para um compósito de polímero com NF [13]. ...................................................................................................... 28
Figura 5.1: Mostra o moinho utilizado na pulverização dos minerais; (a) tampa de
tungstênio de alta durabilidade ...................................................................................... 30 Figura 5.2: Conjunto de Utensílios utilizados no preparo das amostras: (a) Peneira; b)
Pinça; (c) Lamina; (d) Espátula; (e) Colher; (f) Cuba de Porcelana e (g) Pote. .......... 31 Figura 5.3: (i) Componentes do pastilhador e (ii) Pastilhador montado. (a) base, (b) parte
superior, (c) tubo de pressão, (d) Pastilha..................................................................... 32 Figura 5.4: Prensa Hidráulica (PCA 40). .................................................................................. 32
Figura 6.1: Mostrando Resistividade da Cianita dopada com 0,5% de Negro de Fumo e
temperatura ambiente de 300K ....................................................................................... 35 Figura 6.2: Mostrando Resistividade do poliestireno dopado com 1% de Negro de Fumo e
temperatura ambiente de 300K ....................................................................................... 36 Figura 6.3: Mostrando Resistividade do poliestireno dopado com 2% de Negro de Fumo
com a tensão variando de 16 a 34 volts e temperatura ambiente de 300K ................ 37 Figura 6.4: Mostrando Resistividade do poliestireno dopado com 3% de Negro de Fumo e
temperatura ambiente de 300K ....................................................................................... 38 Figura 6.5: Mostrando Resistividade do resistor padrão de 8,2 MΩ medido a 77 K a
tensão constante de 4,2 volts ......................................................................................... 39
3
Figura 6.6: Mostrando Resistividade do resistor padrão de 2,1 kΩ medido a 77 K a tensão constante de 4,2 volts ...................................................................................................... 40
4
CAPÍTULO I
1 INTRODUÇÃO
O estudo e o desenvolvimento de novos materiais é, sem dúvida, uma
das linhas de pesquisa de maior interesse da ciência, tanto do ponto de vista
acadêmico quanto tecnológico. Talvez uma das habilidades mais importantes
em um cientista que trabalha com materiais, seja misturar materiais já
existentes, com características (físicas, químicas, etc.) bem estabelecidas,
elaborando novos materiais, que apresentem características únicas em relação
aos já existentes. O estudo de materiais é um tema multidisciplinar que agrega
conhecimentos nas mais diversas áreas de atuação - tais como química, física,
matemática ou engenharia. Dentre as muitas propriedades físicas da matéria,
as propriedades elétricas são estritamente importantes tanto do ponto de vista
acadêmico, para o entendimento do comportamento fundamental da matéria,
quanto do ponto de vista tecnológico, para o desenvolvimento destinado a
obtenção e caracterização de novos materiais. O comportamento elétrico global
de muitos sistemas químicos ou físicos é muitas vezes ditado por uma série de
processos, que às vezes são fortemente acoplados (e.g. interfaces sólido/
líquido, sólido/sólido), e que possuem tempos de resposta distintos para
qualquer tipo de excitação sofrida pelo sistema. Quando nos deparamos com
tais sistemas, uma das ferramentas mais eficazes para a identificação destes
processos é a técnica de espectroscopia de impedância. Por outro lado, um
dos parâmetros físicos de grande importância, utilizado na caracterização
elétrica de materiais é a resistividade elétrica, que é uma característica ou
propriedade fisica de cada material ou elemento específico.
Devido a importância da resistividade para estudar materiais, o presente
trabalho tem como objetivo principal, montar e automatizar um sistema de
medida de alta resistividade elétrica e, objetivo secundário, preparação de
amostras de alta resistividade elétrica para testar o sistema de medida
montado.
5
A presente dissertação está dividida em sete capítulos que a seguir
serão descritos de forma sucinta.
No Capítulo I, a Introdução, foi exposta uma breve apresentação do
tema proposto e a importância da pesquisa nessa área. O Capítulo II é
composto de uma revisão bibliográfica sobre o método de medida utilizado
neste trabalho. O Capítulo III traz a fundamentação teórica do trabalho, nesse
capítulo falamos sobre as propriedades elétricas, condução eletrônica,
eletrolítica e dielétrica. O capítulo IV expõe as características gerais dos
materiais estudados. No capítulo V é explicado como foram preparados estes
materiais e a construção do sistema de medida e automação de medidas de
resistividade elétrica e no capítulo VI estão os gráficos dessas medidas e no
capítulo VII os resultados das medidas e a comparação dessas medidas
obtidas com as medidas existentes de resistividade nas literaturas de Física
dos Materiais. Além dos sete capítulos descritos acima, compõe a presente
dissertação do capítulo VIII que discorre sobre trabalhos futuros e um anexo
que mostra com detalhes o código do programa de automação.
6
CAPÍTULO II
2 MÉTODO DE MEDIDA
Neste capítulo falaremos da fundamentação teórica do método de
medida usado neste trabalho. Trataremos do método de medida duas pontas
utilizado na montagem do sistema de medida elétrica. Antes disso, queremos
ressaltar que o método mais utilizado em laboratório para medidas de
resistividade elétrica é o quatro pontas Figura 2.1, este método utiliza uma
fonte de corrente e um voltímetro, e a resistência da amostra é obtida pelo
quociente entre a queda de tensão medida na amostra e a corrente que passa
por ela.
Figura 2.1: Mostra o esquema elétrico para medida quatro pontas
Assim a resistência da amostra é dada pela a equação
,amostra
VR
i(2.1)
onde a corrente (i) é a mesma que propaga em todo o comprimento do fio é V é
a tensão medida por um voltímetro de alta impedância que extrai somente
tensão e amostraR é a resistência da amostra.
Mas neste trabalho usaremos o método medida duas pontas Figura 2.2
porque nosso sistema foi montado para realizar medidas em materiais de alta
resistividade elétrica e a resistência dos fios de propagação da corrente (da
ordem de 1µA a 1fA) e de contato são desprezíveis.
Figura 2.2: Mostra o esquema elétrico para medida duas pontas
7
r ,T p op cont a
VR R R R
i(2.2)
Pelo motivo descrito anteriormente, utilizamos o Método de Medida de
Duas Pontas.
2.1 MÉTODO DE DUAS PONTAS
Existem vários métodos descritos na literatura que podem ser usados
para a determinação da resistividade elétrica medida por excitação dc
(corrente contínua) ou ac (corrente alternada) em sólidos. A diferença entre a
excitação dc e a ac está simplesmente no tipo de excitação usada para a
determinação da resistividade. No caso dc a amostra é excitada por um campo
elétrico contínuo e no caso ac, a amostra é excitada por um campo elétrico
alternado [1,2].
Nesta seção (e no nosso trabalho) consideraremos apenas materiais
isotrópicos, nos quais as propriedades elétricas são as mesmas em qualquer
direção analisada e que possuam características ôhmicas.
Conhecendo-se com precisão as dimensões do material, pode-se obter
de maneira direta a resistividade elétrica fazendo uma medida direta de sua
resistência elétrica medindo-se a diferença de potencial e a corrente elétrica
que flui através da amostra sob a ação de um campo elétrico dc aplicado,
através da equação fundamental:
,V
Ri
(2.3)
8
A Figura 2.3 esboça o arranjo experimental para este tipo de medida.
Figura 2.3: Arranjo experimental para o método duas pontas (ou de dois terminais) para medida de alta resistividade elétrica. A leitura em ohms (V/i), e as dimensões: largura (w) e espessura (t) e comprimento (l) da amostra são usadas no cálculo da resistividade.
Este método é válido somente se: 1) a quantidade de portadores de
carga no material a ser analisado for alta; 2) sob pequenas variações de
temperatura, a densidade desses portadores não seja muito afetada (como no
caso de materiais ôhmicos). Se estas condições não forem satisfeitas,
ocorrerão flutuações aleatórias da condutividade em função do tempo, o que
permitirá obter somente uma média temporal da condutividade elétrica do
material analisado. Estes problemas são particularmente importantes quando
analisamos isolantes e semicondutores de baixa condutividade.
Em um material sujeito à ação de um campo elétrico dc E , os
portadores de carga fluem na direção deste campo. Sendo assim, podemos
definir a densidade de corrente elétrica nesse material como:
,i
JA
(2.4)
sendo A a área da seção transversal do material.
A densidade de corrente elétrica no material se relaciona com o campo
elétrico aplicado da seguinte maneira:
,E J (2.5)
9
sendo ρ a resistividade elétrica, que é uma grandeza intrínseca do material
analisado.
Como não existe instrumento para medir E e J diretamente, para
medir a resistividade , é conveniente escrever a equação (2.5) de forma
diferente.
Tomemos o produto escalar de ambos os lados com um elemento de
comprimento dl .
. . .b b
a aE dl J dl (2.6)
Como dl está no sentido da densidade de corrente J , e como J e dl
são paralelos, o produto J . dl reduz-se a Jdl ou ( / )i A dl . Como a corrente i
é a mesma em todas secções transversais, i pode ser colocado para fora do sinal de integração. Assim:
.b b
a aE dl i dl
A (2.7)
A integral do lado direito é a resistência R do material, entre os pontos a
e b:
.b
aR dl
A (2.8)
A resistência de um material homogêneo de comprimento l e de área
transversal A é portanto,
.l
RA
(2.9)
A resistência é diretamente proporcional ao comprimento e inversamente
proporcional à área transversal. Temos de (2.3) que
10
.V
Ri
(2.10)
Partindo das equações (2.10) e (2.11) podemos escrever a equação
(2.10) como:
.VA
il (2.11)
A resistividade elétrica ( ) é diretamente proporcional à tensão (V ) e a
área da secção tranversal ( A ), e inversamente proporcional à corrente (i) que
atravessa esta secção transversal e o comprimento ( l ) da amostra.
Assim, podemos também definir a condutividade elétrica em um sólido
na forma expressa pela equação (2.13).
.il
VA (2.12)
As grandezas V , i e R são grandezas macroscópicas denominadas
respectivamente de diferença de potencial, corrente elétrica e resistência
elétrica. Já a grandeza é importante quando o interesse é o comportamento
fundamental da matéria, como estudado em Física da Matéria Condensada.
Para medidas de amostra de formato cilíndrico a equação (2.12) fica
2
,r V
ti (2.13)
onde r e t são o raio e espessura da amostra respectivamente.
Esta equação será utilizada no código fonte do nosso programa de
medida para que possa calcular o valor da resistividade da amostra.
11
CAPÍTULO III
3 SISTEMA DE MEDIDA DE ALTA RESISTIVIDADE ELÉTRICA
Neste capítulo descreveremos passo a passo os elementos que
compõem o sistema de medida elétrica montado. Iniciaremos descrevendo a
característica e a operação do eletrômetro manualmente e via computador.
Mostraremos como foram construídos os porta amostras e a construção do
programa de automação do sistema de medidas elétricas, bem como a
montagem do sistema criogênico para medidas a baixa temperatura (que
atualmente pode medir amostras a temperatura fixa de 77 kelvin e futuramente
a temperatura variável).
O sistema de medida é composto de um Eletrômetro programável,
Marca Keithley, Modelo 617, que faz a medida da amostra que está inserida
nos Porta Amostra I (para medida a temperatura ambiente) ou no Porta
Amostra II (para medida de baixa temperatura) e um Programa de Automação
do Sistema de Medida Elétrica. Inicialmente, descreveremos o eletrômetro que
foi utilizado na montagem do sistema.
3.1 Eletrômetro Programável
O eletrômetro programável, modelo 617, mostrado na Figura 3.1, é um
instrumento altamente sensível projetado para medir voltagem, corrente, cargas
e resistência elétrica. Por configuração padrão possui duas formas de medir
resistências: O método de corrente e o método de voltagem constante. Para isso
usa sua fonte de Voltagem de grande sensibilidade. A faixa de medida de
Voltagem está entre 10 V e 200V . Mede Corrente de 0,1fA a 20mA,
Resistência de 0.1 e 200G (para resistência acima disso, até 1610 usa
sua fonte de voltagem embutida) e Cargas de 10fC a 20nC. A porta de
comunicação GPIB, mostrada na figura 2.2 (a), oferece fácil acesso aos dados
medidos pelo instrumento.
12
(a) (b)
Figura 3.1: Fotografias do Eletrômetro Programável, Modelo 617, marca Keithley: a) painel frontal; b) painel traseiro.
3.1.1 Operação do Eletrômetro
A operação do eletrômetro programável, modelo 617, pode ser dividida
em duas categorias: operando manualmente por meio do painel frontal ou
remotamente via computador. A próxima seção contém informações
necessárias de como utilizar o aparelho manualmente por meio do painel
dianteiro.
3.1.2 Procedimentos para Usar o Eletrômetro Manualmente.
A Figura 3.2 abaixo mostra o painel frontal do eletrômetro e podemos
visualizar no canto inferior esquerdo o botão para ligar o eletrômetro e no
quadro maior, à direita, os botões de acionamentos das funções principais,
como VOLTS (tensão), OHMS (resistência), COUL (carga), V/I (alta resistência)
e AMPS (corrente).
13
Figura 3.2: Painel frontal do eletrômetro em que mostra os botões para ser acionador manualmente
3.1.3 Procedimentos para Usar o Eletrômetro Via Computador.
A Figura 3.3 abaixo mostra o painel traseiro do eletrômetro. No canto superior
esquerdo, o orifício com a indicação input onde é conectado o cabo que recebe
todos os sinais de entrada medidos. E no canto inferior esquerdo, dois orifícios,
onde é conectado o cabo de saída da fonte de tensão do aparelho. Queremos
destacar a porta de comunicação GPIB (IEEE 488 INTERFACE), através da
qual ligamos o cabo GPIB para fazer a comunicação do eletrômetro com o
computador de controle.
Figura 3.3: Painel traseiro do eletrômetro mostrando a porta GPIB por onde a comunicação é feita com o computador.
3.2 Porta Amostra I
A Figura 3.4 mostra o desenho do projeto do porta amostra que construímos
para ser utilizado no Sistema de Medidas Elétricas, para medida de
resistividade à temperatura ambiente.
14
Figura 3.4: a) Mostra desenho tridimensional do porta amostra e b) mostra as dimensões do porta amostra.
A Figura 3.5 abaixo mostra o porta amostra depois de construído. Sendo
este composto de duas bases de alumínio de 100 mm x 100 mm.
Aproximadamente na altura média do porta amostra estão dois tubos de tecnil
(excelente isolante elétrico) que servem de suporte para os eletrodos. Estes
são construídos de latão, de forma circular planos, bem polidos, entre eles é
colocada a amostra. Os eletrodos são fixados por conectores, tipo XLR, ao
Eletrômetro.
Figura 3.5: Porta amostra, após construído, utilizado no Sistema de Medidas Elétricas
15
3.3 Porta Amostra II
O porta amostra II foi construído em latão no formato de um copo
cilíndrico de dimensões 45 mm (quarenta e cinco milímetros) de diâmetro e
altura 60 mm (sessenta milímetros) com 10 mm (dez milímetros) de rosca
interna de 12 pontos na parte superior; um “chapéu” de latão com diâmetro
maior de 43 mm e diâmetro menor de 20 mm, tendo 10 mm de roscas externas
de 18 pontos este e aquele de 12 pontos. Há ainda uma haste de 8 cm sobre a
peça “chapéu” que serve para ancoramento térmico dos fios.
Este porta amostra para medidas a “baixas temperaturas” é mostrado
na Figura 3.6.
Figura 3.6: O copo cilíndrico de latão onde é colocada a amostra para ser medida a baixa temperatura
3.4 Sistema Criogênico
Trata-se de um sistema, composto por um dewar de nitrogênio líquido de
capacidade 20 litros e o porta amostra II (figura 2.7 já mencionada) conectado
por um tubo de pvc roscável de 20mm e comprimento de 1 m (um metro) que
tem a finalidade de conduzir o cabo elétrico, que contém os fios que liga a
amostra e o termômetro, até ao Eletrômetro, serve também de suporte de
fixação do porta amostra II e ainda, por ser mau condutor térmico, minimiza a
condução de calor entre o meio externo e o interior do Dewar, diminuindo a
perda de nitrogênio líquido.
16
A fotografia deste sistema está na Figura 3.7. E sua representação
esquemática na Figura 3.8.
Figura 3.7: Esquema mostrando a fotografia do dewar e foto ampliada do tubo de pvc roscável do sistema criogênico
Figura 3.8: Esquema mostrando como é ligado os fios da amostra que está dentro do copo de latão ao eletrômetro de medida elétrica.
17
3.5 Chave Eletrônica Acionada por Labview
Para automatizar o nosso Sistema de Medidas de Alta resistividade
Elétrica usando o mesmo Eletrômetro para fazer a leitura ora da amostra e ora
do termômetro foi necessário construir a chave eletrônica. Este sistema é
utilizado nas medidas a “baixas temperaturas”. Um esquema e fotografia da
chave eletrônica são mostrados na Figura 3.9 abaixo.
Figura 3.9: Mostrando o diagrama da chave eletrônica e fotografia da chave eletrônica após construída
Essa chave funciona da seguinte maneira. Quando a chave está na
posição A (normalmente fechado) o eletrômetro mede a resistência da amostra
e quando na posição B o eletrômetro mede o termômetro. O tempo que é
medido em cada posição é configurado pelo computador através do Programa
de Automação (PASME).
3.5.1 Construção e Funcionamento da Chave Eletrônica
A chave eletrônica foi construída usando os seguintes componentes: um
circuito integrado 74LS541 (buffer); um transistor PNP BD 137 (Q1); um
resistor 2200Ω (R1); um resistor 470Ω (R2); um led (diodo emissor de luz) cor
verde; um diodo 1N4148; um relé de 5 volts na bobina e carga de até
220V/10A.
Funciona da seguinte maneira, através do Programa de Automação
(PASME) é mandado um pulso nível 1 para o pino 2 da porta paralela do
computador. Este aciona a saída (pino 18) do circuito integrado 74LS541
colocando-o a nível 0, que aciona a base do transistor BD 137 fazendo
conduzir acionando o relé ligando-o na posição B (ligando o termômetro) que
18
antes estava ligado na posição A (ligando a amostra) conforme mostrado na
Figura 3.10.
Figura 3.10: Esquema mostrando como é ligada a chave eletrônica para acionar ora a amostra ora o termômetro.
3.5.2 Informações Sobre o Circuito Integrado 74LS541
O circuito integrado 74LS541 é um buffer octal. Este tipo de dispositivo
foi projetado para ser usado como um driver de endereço de memória, para
barramento de transmissão e recepção de dados. Este dispositivo é
especialmente útil como portas de saída para os microprocessadores,
permitindo facilidade de distribuição e maior densidade de placa do computador
cujo diagrama em bloco e tabela de pinagem está na Figura 3.11.
Figura 3.11: Diagrama em bloco e tabela de pinagem do circuito integrado 74LS541
19
3.6 Programa de Automação do Sistema de Medidas Elétricas (PASME)
Este Aplicativo foi desenvolvido em LabView, da National Instruments,
que é um ambiente de programação visual usado por milhões de cientistas e
engenheiros para desenvolver sistemas de teste, controle e medidas
sofisticados, usa um ambiente gráfico intuitivo. Oferece integração sem igual
com milhares de dispositivos de hardware e provê centenas de bibliotecas
embutidas para análise avançada e visualização de dados que podem ser
utilizados para instrumentação virtual. A plataforma LabVIEW pode ser usada
em diversos sistemas operacionais e, desde a sua introdução em 1986, tornou-
se um líder da indústria.
Este Programa de Automação do Sistema de Medidas Elétricas
(PASME) possui a tela principal onde podemos indicar o caminho que serão
gravados os dados e abaixo dela, duas abas: a primeira – Configuração (Figura
3.12) - a qual tem uma combo box (caixa de seleção) em que escolhemos o
tipo de medida que queremos fazer e também quantas vezes queremos
realizá-la e, a segunda aba – Medidas – (Figura 3.13), onde devemos indicar o
formato e as dimensões da nossa amostra (que o programa utiliza para calcular
a resistividade da amostra medida). Nesta está o botão OK que acionado
ajusta o Eletrômetro Programável (Kethley 617) iniciando as medidas. Quando
está operando faz a leitura do Eletrômetro e ao mesmo tempo vai construindo o
gráfico no centro da tela principal e gravando os dados numa tabela para
posterior análise.
20
Figura 3.12: Mostra a aba Configuração onde indica o formato e as dimensões da amostra.
Figura 3.13: Mostra a aba Medidas onde indica o formato e as dimensões da amostra.
21
E a Figura 3.14 abaixo mostra o código fonte do programa de
automação do sistema de medidas elétricas (PASME) que são formados por
ícones. Sendo assim visuais.
.
Figura 3.14: Código fonte do programa de medidas elétricas.
3.6.1 Funcionamento do Programa de Automação(PASME)
Para automação do eletrômetro vários comandos são usados. Cada
comando é composto de uma única letra em ASCII (acrônimo para American
Standard Code for Information interchang, que em português significa “Código
Padrão Americano para Intercâmbio de Informação”) seguida por um número
representando uma opção daquele comando. Por exemplo, um comando para
controlar a função para medir OHMS (resistência), V/I (alta resistência), AMPS
(corrente) é programada enviando um ASCII “F” seguido por um número que
representa a opção da função.
22
A função pode ser escolhida por enviar um dos seguintes comandos:
F2X=Ohms, F5X=V/I (para alta resistência), F1X=Ampere, que é mostrada no
programa seu acionamento em Labview na Figura 3.15 abaixo,
Figura 3.15: Figura mostrando o frame (moldura) onde é colocado o código para escolha da função que é selecionada ao clicar com o mouse no botão do objeto radio buttons para escolher a função
23
CAPÍTULO IV 4. PROPRIEDADES ELÉTRICAS
A condutividade de eletricidade em materiais é fortemente controlada
pelo tipo de ligação existente. Assim, materiais formados exclusivamente por
ligações metálicas (p. ex. os metais nativos) são condutores, materiais
formados por ligações parcialmente metálicas (p. ex. alguns sulfetos) são
semicondutores, e materiais formados por ligações iônicas e/ou covalentes são
maus condutores de eletricidade.
4.1 Condutividade Elétrica
A corrente elétrica pode ser propagada em materiais em três modos,
eletrônico, eletrolítico e condução dielétrica. A primeira e o tipo normal de
corrente em materiais contendo elétrons livres como nos metais. A corrente
eletrolítica é transportada por íons e a razão é comparavelmente lenta em
relação ao modo eletrônico. Condução dielétrica realiza-se em materiais, que
tem pouco portadores de carga livres.
4.1.1 Condução Eletrônica
A resistência elétrica ( )R de um material em forma cilíndrica é dada em
função da tensão ( )V aplicada nas extremidades do cilindro metálico e da
corrente ( )I resultante, como mostrada no capítulo II pela a equação (2.1)
VR
I
No sistema internacional de unidades (SI) a tensão é medida em volts
(V), a corrente em àmperes (A), a resistência elétrica em ohms (Ω). Associada
24
a resistência elétrica está a resistividade elétrica ( ) , dada pela equação (3.1)
abaixo.
RA
l(2.14)
onde ( )l é o comprimento do cilindro e (A) a área da secção transversal do
condutor. No SI a resistividade é dada em Ohm.metro ( . )m .
A recíproca da resistividade é a condutividade ( ) , como já mostrado
no capítulo anterior pela a equação (2.4):
1(2.15)
Assim no SI a condutividade elétrica é dada por Siemens por metro
(S/m). Podemos também expressar a condutividade em função do campo
elétrico aplicado no cilindro e da corrente dentro do cilindro, pela equação (3.3)
J E (2.16)
No SI a densidade de corrente é dada por (A/m2) e o campo elétrico por
(V/m).
4.1.2 Condução Eletrolítica:
Em razão de que a maior parte dos minerais são maus condutores, suas
resistividades seriam extremamente grandes se não fossem pelo fato que eles
são normalmente porosos e os poros são preenchidos somente com água. Em
25
resultado os minerais são condutores eletrolíticos, cuja resistividade efetiva
pode ser calculada como na equação (3.1)
A propagação da corrente é por condução iônica por moléculas tendo
um excesso ou deficiência de elétrons. Portanto a resistividade varia com a
mobilidade, concentração e grau de dissociação dos íons.
O fluxo de corrente não é somente lento quando comparado com a
condução eletrônica, mas representa um transporte de material, usualmente
resultante em transformação química.
A condutividade de um mineral poroso varia com o volume e disposição
dos poros e a condutividade é ainda maior com a quantidade de água contida.
Para determinar a resistividade segundo Archie, em minerais porosos
pode ser usada a equação (3.4):
m n
e wa S (2.17)
Onde
Porosidade;
Fra o dos poros contendo gua;S çã á
Resistividade da gua;w á
2n
,a m são constantes, sendo 0,5 2.5a e 1,3 2.5m [3]
4.1.3 Condução Dielétrica:
Dielétricos são materiais com baixa condutividade. A condutividade de
dielétricos típicos está na faixa de aproximadamente 10 16 1 110 10 .a m . A
Figura 3.16 mostra o acúmulo de cargas em uma aplicação típica usando um
dielétrico, ou isolante, um capacitor de placas paralelas.
26
Figura 3.16: Mostrando um capacitor de placas paralelas que envolvem um isolante, ou dielétrico, entre dois eletrodos metálicos. O acúmulo entre uma densidade de carga na superfície do capacitor está relacionado á constante dielétrica do material
Na escala atômica, o acúmulo de cargas corresponde ao alinhamento
dos dipolos elétricos no interior do dielétrico. Uma densidade de carga, D (em
2/C m ), é produzida e é diretamente proporcional à intensidade do campo
elétrico, E (em V / m ),
D E (2.18)
onde a constante de proporcionalidade, , chamada de permissividade elétrica
do dielétrico e possui unidades de C / V.m . Quando há vácuo entre as
placas na Figura 3.16, a densidade de carga é
0D E (2.19)
onde 0 a permissividade elétrica do vácuo, que tem um valor de
128,854.10 C/ V.m . Para um dielétrico genérico, a Equação 3.6 pode ser
reescrita como
0D E (2.20)
onde é uma constante adimensional característica do material, chamada de
permissividade relativa, Constante dielétrica relativa ou, mais comumente,
Constante dielétrica. Ela representa o fator pelo qual a capacitância do sistema
na Figura 3.16 é aumentada inserindo-se o dielétrico onde anteriormente
existia vácuo. Para determinado dielétrico, existe uma diferença de potencial-
limite chamada de rigidez dielétrica, em que ocorre um fluxo (ou rompimento)
de corrente apreciável e o dielétrico falha. Este tipo de condução ocorre no
poliestireno estudado neste trabalho
27
4.1.4 Material Condutor como Aditivo Condutivo de Dielétricos.
O negro de fumo (NF) (material condutivo) pode ser usado para baixar a
resistividade elétrica dos polímeros (dielétricos) fornecendo-lhes propriedades
antiestática, semicondutiva e condutiva. As aplicações podem ser desde
materiais de menor capacidade de condução de corrente, como os
descarregadores eletrostáticos, até os materiais altamente condutivos, como as
blindagens eletromagnéticas [4].
Praticamente, todo NF é considerado condutor de eletricidade para as
condições normais de temperatura e pressão. Os fatores que influenciam a
natureza condutiva do NF são: tamanho da partícula, estrutura, porosidade e
conteúdo de voláteis. O tipo fornalha é o NF de mais alta condutividade. As
características do NF condutivo são: possuir partículas pequenas, alta
estrutura, alta porosidade e baixo conteúdo de voláteis [4,5].
A incorporação de NF numa amostra modifica fundamentalmente o seu
comportamento elétrico e dielétrico. O processo de condução elétrica depende
de vários parâmetros, tais como concentração, tamanho e estrutura do NF [7],
interação matriz NF (5,6] e da técnica de processamento [6].
A condutividade do NF está na faixa de 1 210 a 10 S/cm, por isso, resulta
em boa condutividade quando misturado em polímeros. Esses compósitos
tornam condutivos somente depois que certa quantidade de NF ter sido
adicionada. Essa quantidade é denominada de limiar de concentração crítica [
8] e varia consideravelmente com a forma e a aglomeração do NF, bem como
com o tipo de polímero usado.
O limiar acontece quando começam a ser estabelecidos os caminhos
condutivos no polímero, ou seja, quando existem cadeias de partículas
presentes, a qual tem agregados de NF suficientes para permitir a passagem
de elétrons [5, 9]. A esse fenômeno se dá o nome de percolação.
O fluxo de elétrons nos compósitos carregados com negro de fumo é
estabelecido quando os agregados estão muito próximos ou até mesmo em
contato. Esses gaps interagregados devem ser considerados como barreiras
de potencial onde os elétrons saltam (processo hopping) ou tunelam [8].
28
Esses sistemas consistindo de concentração crítica tornam-se mais
resistivos se as distâncias dos interagregados aumenta por meios externos,
tais como, expansão térmica ou tensão mecânica [8].
Uma curva típica da resistividade versus concentração de NF é
mostrada na Figura 3.17. Podem ser observados três regiões distintas, a região
Isolante, a de percolação e a condutiva. A percolação é a transição entre as
regiões isolante e condutiva [5].
Figura 3.17: Curva esquemática da resistividade vs concentração para um compósito de polímero com NF [13].
Em sistemas semicristalinos misturados com NF aparece um abrupto
aumento na resistividade elétrica nas proximidades do ponto de fusão da
matriz. Esse fenômeno é conhecido como coeficiente de temperatura positiva
de resistividade (CTP). Esse aumento na resistividade é seguido por um rápido
decréscimo na resistividade, e este fenômeno é conhecido como coeficiente de
temperatura negativa de resistividade (CTN) [8, 10].
O mecanismo de condução elétrica nesses compósitos até agora não
está bem esclarecido. Segundo Medalia, a percolação ocorre devido ao
tunelamento de elétrons e a condutividade é controlada pelo gaps entre
agregados de NF [11]. Para o mecanismo CTP, [10,12] sugerem que este é
causado pela expansão térmica, e o aumento na resistividade ocorre devido o
alargamento dos gaps entre os agregados de NF e a mudança de uniformidade
dos gaps. [8].
29
CAPÍTULO V 5. PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS
Neste capítulo apresentaremos a parte de preparação de
amostras que foram usadas para testar o sistema de medida montado, onde
abordaremos inicialmente a preparação da amostra de Cianita dopada com
Negro de Fumo (NF). Para isso falaremos da limpeza e laminação,
pulverização, peneiramento, dopagem da Cianita, bem como da prensagem e
pastilhamento da amostra. Falamos também sobre a preparação da amostra
de Poliestireno, a dopagem com NF e homogeneização e o processo de
secagem. Utilizamos a Cianita e o Poliestireno porque suas resistividades são
da ordem de 106Ω e 1013Ω, respectivamente, limite inferior e superior da alta
resistividade elétrica.
5.1 Preparação da Amostra de Cianita
Os materiais selecionados para o presente trabalho foram Cianita que
esta disponível no departamento de Geociências da UFMT e Negro de Fumo,
marca Degusa.
5.1.1 Limpeza e Laminação.
Para a atividade de limpeza da Cianita utilizamos pincel e água em
abundância para a retirada das impurezas superficiais. Após a limpeza
superficial foi feita a secagem com papel. Para obtermos amostra na forma
laminada circular, foi utilizado um laminador do laboratório LAMUTA e,
posteriormente, submetemos a um polimento para obter uma superfície regular
lisa.
30
5.1.2 Pulverização
Inicialmente o mineral in-natura foi quebrado com martelo e retirados
pequenos fragmentos. Em seguida triturados num moinho de disco para
obtermos o pó e através da prensagem desse pó fabricamos as pastilhas. O
moinho utilizado é da marca AMEF, tipo AMP1-s, do LAMUTA, como está
mostrado na Figura 5.1. Esse moinho e composto de uma cuba de tungstênio de
alta durabilidade.
Figura 5.1: Mostra o moinho utilizado na pulverização dos minerais; (a) tampa de tungstênio de alta durabilidade
Os pequenos fragmentos dos minerais que foram introduzidos no
moinho dentro da cuba e foram pulverizados por um período de 100s. Esse
processo foi repetido por três vezes
Os pequenos fragmentos do material que foram introduzidos no moinho
dentro da cuba de tungstênio para serem pulverizados obedeceram uma
programação de 100s por período, esse processo foi repetido por três vezes
até a transformação total desse fragmentos em pó extremamente fino. Para
evitar a contaminação dos minerais a serem utilizados alguns cuidados foram
tomados no momento de introduzi-los no moinho, neste caso se fez necessário
na primeira pulverização utilizar fragmentos do mineral Quartzo. Pois este
possui na sua composição um alto percentual de Silício que é predominante na
amostras estudadas.
31
5.1.3 Peneiramento dos Materiais Pulverizados
Após a pulverização, foi peneirado o pó para garantir o menor tamanho
dos grãos, para isso utilizamos uma peneira da marca Granutest, com abertura
de 0,105 mm. Esse procedimento nos garantiu um pó extremamente fino, tipo
talco. A Figura 5.2. Mostra todos os utensílios utilizados no preparo do pó tipo talco,
peneira, pinça, lâmina, espátula, colher, cuba de porcelana utilizada na
pesagem e o pote para acondicionamento.
Figura 5.2: Conjunto de Utensílios utilizados no preparo das amostras: (a) Peneira; b) Pinça; (c) Lamina; (d) Espátula; (e) Colher; (f) Cuba de Porcelana e (g) Pote.
5.1.4 Dopagem.
Após o peneiramento, Isto é a obtenção do pó muito fino do mineral,
acondicionamos em potes de acrílico, visto na Figura 5.2. Então passamos a fazer
a mistura do mineral em pó com o aditivo NF nas concentrações de 0,5% do
peso da amostra esse procedimento foi feito manualmente. Para fazer a
pesagem utilizou-se de uma balança de alta precisão marca Shimidzu do
LAMUTA.
5.1.5 Pastilhamento
Para produzir as pastilhas foi utilizado um pastilhador, que está
mostrado na Figura 5.3, fabricado na oficina mecânica do Instituto de Física da
USP/São Carlos, e uma prensa hidráulica que está na Figura 5.4, Marca PCA 40,
Capacidade 20 Toneladas. Foram feitos pastilhas de pó puro e de pó
aditividado com NF nas composições mencionados no item anterior. O pó
32
colocado dentro do pastilhador é prensado numa tensão de 12 a 15 toneladas
e um tempo de permanência de 03 a 05 minutos. Esse procedimento foi feito
para cada amostra. Após o procedimento o pastilhador foi retirado da prensa.
As amostras em forma de pastilhas cilíndricas foram armazenadas em
saquinhos de plásticos e identificadas. Com espessura média de 1,3 mm e
diâmetro de 14 mm.
Figura 5.3: (i) Componentes do pastilhador e (ii) Pastilhador montado. (a) base, (b) parte superior, (c) tubo de pressão, (d) Pastilha
Figura 5.4: Prensa Hidráulica (PCA 40).
Dessa forma foram confeccionadas as pastilhas.
33
5.2 Preparação das Amostras de Poliestireno
Inicialmente foram obtidos 12 gramas de poliestireno. Foram separados
em grupo de três (3). Foram pesados utilizando uma balança de alta precisão
marca Shimidzu. Posteriormente foram cortados no menor tamanho possível e,
em seguida, colocados em uma placa de Petri contendo diclorometano para ser
dissolvidos.
5.2.1 Dopagem.
A porções de Poliestireno, posteriormente, foram dopados com Negro de
Fumo com os percentuais de dopagem de 1%, 2% e 3%, respectivamente.
Estas poções foram levadas para o Laboratório de Novos Materiais do Instituto
de Física da UFMT e agitadas no Agitador Magnético por um período de seis
(6) horas ficando totalmente homogêneos. Depois foram deixadas por um
período de aproximadamente dez horas para serem secadas e partilhadas,
estes procedimentos foram realizados no Laboratório de Pesquisas Químicas
de Produtos Naturais da UFMT.
5.2.2 Secagem
Estas porções de Poliestireno dopadas com NF foram depois deixadas
por um período de aproximadamente dez horas para serem secadas e
partilhadas, estes procedimentos foram realizados no Laboratório de Pesquisas
Químicas de Produtos Naturais da UFMT.
34
CAPÍTULO VI 6. TESTE DO SISTEMA
Neste capítulo apresentaremos os resultados experimentais das
medidas das resistividades elétricas em função da tensão. Esses resultados
são da amostra de Cianita dopada com Negro de Fumo no percentual 0,5%,
bem como do Poliestireno dopado com Negro de Fumo nos percentuais de 1%,
2% e 3%.
35
6.1 Cianita com 0,5% de Negro de Fumo
Para medida deste material fizemos varias medidas testes e verificamos
que a faixa de tensão adequada conseguimos entre 6 volts e 12,9 volts. Por
isso, para fazer a medida da resistividade elétrica desta amostra, aplicamos
uma tensão constante de 6 volts. O comportamento desta amostra de Cianita
dopada com 0,5% de Negro de Fumo a temperatura ambiente de 300K está na
Figura 6.1.
Figura 6.1: Mostrando Resistividade da Cianita dopada com 0,5% de Negro de Fumo e temperatura ambiente de 300K
A amostra foi medida 120 vezes e calculada a média aritmética desta
medida pelo o programa em 7.43.106 Ω.m .
A medida da resistividade da Cianita dopada com 0,5% NF medida em
nosso sistema de medida e obtendo o valor aproximadamente de 67.5.10 .m
está de acordo com os valores obtidos no trabalho da referência [14].
36
6.2 Medida de Poliestireno Dopado com Negro de Fumo
6.2.1 Poliestireno com 1% de Negro de Fumo
Para Medirmos a resistividade elétrica deste poliestireno dopado com
1% de NF, fizemos também muitas medidas testes. Usando a faixa de tensão
descrita no item anterior o eletrômetro não acusou nenhuma corrente medida,
isso se deu porque poliestireno é um material muito resistivo, é necessária a
aplicação de uma tensão maior para medir este material. Por isso, aplicamos
uma tensão constante de 26 volts. A Figura 6.2 mostra o comportamento desta
amostra medida a temperatura ambiente de 300K.
Figura 6.2: Mostrando Resistividade do poliestireno dopado com 1% de Negro de Fumo e temperatura ambiente de 300K
A amostra foi medida 120 vezes e calculada a média aritmética desta
medida pelo o programa em 2.11.1014 Ω.m.
37
6.2.2 Poliestireno com 2% de Negro de Fumo
Medimos a resistividade elétrica deste poliestireno dopado com 2% de
NF, aplicando uma tensão constante de 26 volts. A Figura 6.3 mostra o
comportamento desta amostra medida a temperatura ambiente de 300K.
Figura 6.3: Mostrando Resistividade do poliestireno dopado com 2% de Negro de Fumo com a tensão variando de 16 a 34 volts e temperatura ambiente de 300K
Amostra foi medida 120 vezes e obtida a média aritmética desta medida
pelo o programa em 2.1.1013 Ω.m.
38
6.2.3 Poliestireno com 3% de Negro de Fumo
O comportamento da resistividade desta amostra medida a temperatura
ambiente de 300K. Medimos este poliestireno dopado com 3% de NF da
mesma forma dos outros dois anteriores. O gráfico da resistividade está na
Figura 6.4.
Figura 6.4: Mostrando Resistividade do poliestireno dopado com 3% de Negro de Fumo e temperatura ambiente de 300K
Amostra foi medida 120 vezes e obtida a média aritmética desta medida
pelo o programa em 1.91.1013 Ω.m.
Nas medidas elétricas do poliestireno dopado com 1%, 2% e 3% de NF
obtemos as resistividades na faixa de 142,2.10 .m , 132,1.10 .m e 131,9.10 .m ,
respectivamente. Estes resultados estão de acordo com o artigo publicado na
referência [15].
39
6.4 Medidas Realizadas a “Baixa Temperatura” (77 kelvin)
Para medidas de resistividades a “baixas temperaturas” foram utilizados
dois resistores de precisão de carbonos (tolerância de ± 1%): um de resistência
2,1kΩ fazendo o papel de amostra e outro resistor de 8,2MΩ como sensor de
temperatura.
6.4.1 Medida do Sensor de Temperatura
Primeiramente medimos o sensor a temperatura ambiente e obtivemos
7,907 MΩ. Após isso, o sensor de temperatura foi inserido em contato direto
com o nitrogênio líquido (o porta amostra II sem o copo). Dessa forma
garantimos que a temperatura do sensor é 77 K.
Realizamos a medida da resistência do sensor quando este estava
mergulhado no nitrogênio líquido. Utilizamos para esta medida uma tensão (V)
constante de 4,2 volts. O gráfico desta medida é mostrado na Figura 6.5.
Figura 6.5: Mostrando Resistividade do resistor padrão de 8,2 MΩ medido a 77 K a tensão constante de 4,2 volts
40
Este sensor foi medido 152 vezes e obtida a média aritmética desta
medida pelo o programa em 9,068.106 Ω. Este valor de resistência elétrica
(para este resistor) equivale a temperatura de 77 K.
6.4.2 Resistor de 2,1kΩ
Medindo o resistor (porta amostra II com o copo hermeticamente
fechado) aplicamos uma tensão (V) constante de 4,2 volts e sensor marcando
9,068.106 Ω (ou seja, temperatura de 77 K). O gráfico das medidas realizadas
está na
Figura 6.6.
Figura 6.6: Mostrando Resistividade do resistor padrão de 2,1 kΩ medido a 77 K a tensão constante de 4,2 volts
A medida foi realizada 182 vezes e obtida a média aritmética desta
medida pelo o programa em 2,143.103 Ω. Em vez de medir resistores podemos
o sistema montado pode realizar medidas de amostras. Neste caso deve ser
levado em consideração suas dimensões, desta forma obtendo a resistividade.
41
CAPÍTULO VII
7. CONCLUSÃO
Como proposto no nosso trabalho, montamos e automatizamos nosso
sistema de medidas, para isso projetamos e construímos dois porta amostras:
um para medida de resistividade a temperatura ambiente e, outro, para
resistividade a “baixa temperatura”. Construímos também o programa de
automação do sistema de medidas elétricas (PASME), o qual se comunica com
o eletrômetro através da porta GPIB.
Testamos o nosso sistema de medida medindo a resistividade das
amostras e verificamos que, os resultados obtidos, são compatíveis com as
medidas de resistividades indicadas na literatura. Por isso concluímos que o
sistema de medida a temperatura ambiente mede relativamente bem para a
faixa de resistência elétrica de 1.106Ω a 1.1014Ω. para resistência elétrica
acima dessa faixa, devido a corrente ser muito pequena, sofre interferência do
meio e precisaria de acessórios de proteção para medir nessa faixa.
Quanto as medidas a “baixa temperatura”, o sistema montado mediu
satisfatoriamente.
Portanto, consideramos que o objetivo principal e secundário foram
alcançados.
42
CAPÍTULO VIII
8 TRABALHOS FUTUROS
Como vimos neste trabalho estamos deixando montado para o
laboratório de medidas elétricas, um sistema de medida funcionando tanto para
temperatura ambiente quanto a temperatura fixa de 77K. Mas construiremos
futuramente um sistema que possa medir resistividade em função da
temperatura.
Pretendemos também construir uma chave eletrônica muito similar a que
construímos neste trabalho, mas que possa medir várias amostras num mesmo
experimento. Para isso construiremos mais uma rotina no nosso programa
(PASME) que controlará o tempo em que cada uma dessas amostras será
medida.
43
CAPÍTULO IX
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Marton, L.; Methods of Experimental Physics, Academic Press: New York, 1959, v. 6, parte B, p. 32.
2 Schroder, D. K.; Semiconductor Material and Device Characterization, John Wiley & Sons: New York, 1990, p. 3.
3 DEGUSA , Pigment Blacks for plastics, Technicol. Bulletin Pigments, nº 40.
4 ACCORSI, J e ROMERO, E., Special Carbon. Black for Plastics, Plastics Engineering, PP. 29-32, abril, 1995.
5 PROBST, N., Carbon Black Science and Techonogy, editado por Jean-Baptiste Donnet, Roop Chand Bansal e Meng-Jiao Wang, 2ª. Ed, Macel Dekker, pp 271-288, 1993.
6 TANG, H., et al., The Positive Temperature Coefficient Phenomenon of Vinyl Polymer/CB Composites, J. Appl. Polym. Sci., Vol. 48, pp 1795-1800, 1993.
7 NARKIS, M., RAM, A. e STEIN, Z., Eletrical Properties of Carbon Filled Crosslinked Polyethylene, Pol. Eng. Sci., 21, pp 1049-1054, 1981.
8 NARKIS, M. e VAXMAN, A., Resistivity Behavior of Electrically Conductive Crosslinked Polyethyle, J. Appl. Polym. Sci., Vol. 29, pp 1639-1652, 1984.
9 LUX F., Review Models Proposed to Explain the Eletrical Condutivity of Mixtures Made of Conductive an Insulating Materials, J. Mat. Sci., Vol. 28, pp 285, 1993.
10 LEE, G. J., Study of Eletrical phenomena in Carbon Black-Filled HDPE Composite, Polymer Engineering and Science, Vol. 38, Nº. 3, 1998
11 MEDALIA, A. I., Eletrical Conduction in Carbon Black Composites, Rubb. Chem. Technol. 59, pp 432-453, 1985.
12 OHE, K. e NAITO, Y., A New Resistor Having An Anomalously Large Positive Temperature Coeficiente, Jpn. J. Appl. Phys., Vol. 10, Nº 1 pp 99-108, 1971.
13 J. Ross Macdonal Impedance Spectroscopy: Emphasizing Solid Materials and System (Jonh Wiley & Sons: 1987.
14 Teixeira, Celso Fanaia. Caracterização elétrica de minerais: berilo, cianita, espodumênio e lepidolita. Cuiabá: UFMT, 2008. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Física, Instituto de Física, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2008.
44
15 G. Soares, Bluma & Camargo Jr., Sérgio. Condutividade Elétrica de Misturas de Poliestireno Polibutadieno e Poliestireno/Copolímero em Bloco de Estireno-Butadieno Contendo Negro de Fumo. Polímeros vol.8 no.1 São Carlos Jan./Mar. 1998.
45
10 ANEXO 1
O frame (moldura) externo da figura abaixo é um while loop que executa
as instrução contidas nele até enquanto não atingir a quantidade de medidas
indicada no control (controle) rotulado total measure.
Esta Figura mostra o frame (moldura) externo que é um while loop que executa as instrução contidas nele a condição for verdadeira
O frame (moldura) case structure possui um Radio Button onde, no
primeiro passo, o operador pode escolher o formato de amostra a ser medida,
formato redondo ou retangular.
Esta figura mostra o frame (moldura) case structure possui um Radio Button onde o operador pode escolher o formato de amostra a ser medida.
46
No segundo passo temos outro frame (moldura) case structure onde liga
o operate (isto é, liga a fonte embutida do eletrômetro), desabilita o zero check
( calibrador do eletrômetro), liga o botão V/I e o auto (escala automática) do
eletrômetro.
Figura mostrando o frame (moldura) case structure onde liga o operate, desabilita o zero check, liga o botão V/I e o auto do eletrômetro.
No terceiro passo temos outro frame (moldura) case structure que é
comandado pelo OK Button (botão OK), que acionado coloca o eletrômetro em
operação.
Figura mostrando frame (moldura) case structure com OK Button que acionado coloca o eletrômetro em operação.
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