UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE … · Tabela 2. Distribuição inicial dos animais...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA, CURSO DE ZOOTECNIA PAULA ROCHA MONENSINA COMO MODULADOR DO CONSUMO DE SUPLEMENTOS PARA BOVINOS DE CORTE EM PASTEJO CUIABÁ 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA, CURSO DE ZOOTECNIA

PAULA ROCHA

MONENSINA COMO MODULADOR DO CONSUMO DE SUPLEMENTOS PARA BOVINOS DE CORTE EM PASTEJO

CUIABÁ 2016

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PAULA ROCHA

MONENSINA COMO MODULADOR DO CONSUMO DE SUPLEMENTOS PARA BOVINOS DE CORTE EM PASTEJO

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Prof. Dr. Nelcino Francisco de

Paula.

CUIABÁ 2016

Dedico este trabalho à Deus por me proporcionar a cada dia uma nova chance

de ser uma pessoa melhor, e à minha família por todo o apoio nesta jornada

em busca dos meus objetivos.

AGRADECIMENTOS

À Deus por ter guiado meus passos para chegar até aqui, e pelas pessoas

maravilhosas que colocou em meu caminho.

À minha mãe Neusa por todo o apoio e pelo exemplo que é para mim, por ter

se sacrificado para garantir meus estudos serei eternamente grata. Ao meu pai por

me proporcionar desde pequena o contato com o meio rural e por partilhar desse

amor pela produção animal, e por terem me passado princípios que hoje regem

minha vida.

Aos meus amados irmãos Luciana, Eunice, Sérgio, Márcia e Leandro pelo

apoio, e por serem exemplos de integridade e união, agradeço em especial à minha

irmã Fabiana por ter me acolhido, por não deixar faltar nada durante minha

graduação, e por diversas vezes ter assumido o papel de “segunda mãe” me

aconselhando da melhor maneira possível.

Ao querido Aparecido pelo companheirismo em todos os momentos, por

compreender minha ausência e por sempre me incentivar a seguir em frente.

Aos meus amigos de faculdade, em especial Ana Cláudia, Alejandra,

Thainara, Jackeline, Anna Luz, Danilo, Débora, Bianca, Everton por todos os

momentos maravilhosos vividos durante a graduação, desejo muito sucesso à todos.

Aos meus amigos André, Sthéfanie, Elanine, Andréa e Camila que mesmo

distante tem enorme importância em minha vida por todos os inesquecíveis

momentos que já vivemos juntos.

Ao meu orientador Nelcino por se fazer presente me auxiliando sempre que

precisei, e pelos conselhos que me incentivaram em momentos difíceis.

À todos os professores da graduação por me ajudarem a ser a profissional

que estou me tornando, em especial ao Carlos Eduardo, Joadil e Maria Fernanda.

Aos membros da banca pela contribuição para minha formação.

À toda equipe da empresa Novanis pela oportunidade, em especial a Andrielle

pela paciência e por sempre se fazer presente sanando minhas dúvidas, ao Welton,

Arlindo e Neymar por toda ajuda e incentivo.

À toda equipe do Grupo Bom Futuro pela oportunidade, em especial ao

Ramon, Fernanda e Arthur por compartilharem tanto conhecimento técnico e

vivências de campo, me inspirando ainda mais a seguir neste caminho.

"Precisamos dar um sentido humano às nossas construções. E, quando

o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos fazer

pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu".

(Érico Veríssimo)

“Meu mestre é Deus nas alturas, o mundo é meu colégio”.

(Tião Carreiro)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Curva de crecimento de bovinos com diferentes tamanhos corporais ......... 5

Figura 2. Composição de um módulo. ................................................................ .......13

Figura 3. Mapa dos módulos de recria. ..................................................................... 13

Figura 4. Estrututa de cobertura dos cochos. ............................................................ 14

Figura 5. “Borrachão” sendo utilizado na beira do cocho .......................................... 15

Figura 6. Bebedouro. ................................................................................................. 16

Figura 7. Mataburro de concreto. .............................................................................. 17

Figura 8. Caminhão. .................................................................................................. 18

Figura 9. Programa dedo duro pecuária. ................................................................... 21

Figura 10. Visualização do trabalho através do Google Earth................................... 22

Figura 11. Legenda para o mapa de velocidade. ...................................................... 22

Figura 12. Mapa de velocidade atingida pelo caminhão. .......................................... 23

Figura 13. Visualização de informações através do Google Earth. ........................... 23

Figura 14. Armazenamento dos bags de núcleo. ...................................................... 24

Figura 15. Animais do teste. ...................................................................................... 27

Figura 16. Recontagem dos animais. ........................................................................ 28

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Distribuição das áreas de pastagem das fazendas localizadas no município

de Campo Verde .................................................................................... 12

Tabela 2. Distribuição inicial dos animais do teste nos módulos .............................. 26

LISTA DE ABREVIATURAS

ABIEC – Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne.

AGCC – Ácido Graxo de Cadeia Curta.

GPS – Sistema de Posicionamento Global.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

MAPA – Ministério da agricultura pecuária e abastecimento.

NRC – National Research Council.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1

2. OBJETIVO(S) ........................................................................................................ 3

3. REVISÃO ............................................................................................................... 4

3.1 Fase de recria ............................................................................................... 4

3.2 Por que intensificar?. .................................................................................... 5

3.3 Suplementação infrequente .......................................................................... 6

3.4 Ionóforos ....................................................................................................... 7

3.4.1 Monensina e modo de ação .............................................................. 9

3.4.1.1 Uso de monensina como modulador de consumo ........... 10

4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO ................................................................................. 12

4.1 Local do estágio .......................................................................................... 12

4.2 Instalações .................................................................................................. 12

5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO ............................................... 19

5.1 Instalação do Agres .................................................................................... 19

5.2 Acompanhamento na fábrica ...................................................................... 23

5.3 Formação de lotes ...................................................................................... 25

5.4 Implantação de teste com suplemento de autocontrole de consumo ......... 25

6. CONCLUSÕES .................................................................................................... 30

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 31

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 32

ANEXOS ................................................................................................................... 40

RESUMO

O crescimento da população mundial e consequente aumento na demanda

por alimentos nos atenta à necessidade de intensificação e melhora dos índices

produtivos na bovinocultura de corte. A intensificação da produção envolve entre

outros aspectos, a redução no tempo de permanência dos animais na fase de recria,

por meio de estratégias nutricionais e uso de aditivos. Desta forma, objetivou-se

descrever a implantação de um teste com suplemento de autocontrole de consumo

com uso de monensina para animais em fase de recria, a instalação do sistema de

distribuição de ração Agres, e as atividades desenvolvidas durante o estágio

curricular obrigatório que ocorreu em propriedades do Grupo Bom Futuro (Fazenda

Fartura e Fazenda Santa Silvia) localizadas na região de Campo Verde-MT, sob

supervisão da empresa Novanis, no período de 11 de janeiro a 20 de fevereiro de

2016. Essas propriedades trabalham dentre outras atividades, com a criação de

bovinos no sistema de semiconfinamento. As atividades tiveram início com a

instalação do Agres, marcação do ponto de GPS de todos os cochos e posterior

elaboração das rotas de distribuição. O fornecimento de suplemento teste iniciou-se

com 4 kg/cabeça/dia, sendo fornecido de maneira infrequente 12 kg/cabeça a cada 3

dias. Após, o fornecimento foi ajustado com base na leitura de cocho feita no dia do

trato. O estágio foi de extrema valia, possibilitou a aplicação de muitos dos

conhecimentos adquiridos durante a graduação. Essas propriedades já possuem um

bom nível tecnológico, sendo mais receptivas à novas práticas para melhoria dos

índices zootécnicos, existindo assim grande abertura para a atuação de profissionais

da área de Zootecnia.

Palavras-chaves: Monensina, recria, suplementação.

1

1. INTRODUÇÃO

A bovinocultura de corte tem importante participação na economia brasileira.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2014, o

rebanho bovino brasileiro era de aproximadamente 208,0 milhões de cabeças,

representando o segundo maior rebanho mundial, atrás apenas da Índia com um

contingente de 329,7 milhões de cabeças (levando em consideração para o rebanho

indiano, bovinos e bubalinos). Ainda em 2014, a cadeia gerou receitas em torno de

U$ 7,2 bilhões, com total de 1,5 milhões de toneladas para diversos destinos da

carne bovina brasileira (ABIEC, 2014).

Concomitante a isso, o crescimento da população mundial e consequente

aumento da demanda por alimentos faz com que a exploração racional e eficiente de

áreas agricultáveis seja cada vez mais necessária. Diante disto, um dos maiores

objetivos da pecuária de corte moderna é a busca pela precocidade, visando cada

vez mais reduzir a idade ao abate dos animais. E para que isso aconteça existem

vários fatores que são determinantes, os mais importantes são a genética, sanidade

e principalmente o manejo nutricional estratégico em todas as fases da vida do

animal.

De acordo com Moraes et al. (2006), o pasto constitui a base de sustentação

da pecuária de corte brasileira sendo a fonte de alimento mais barata. A produção

de bovinos em pasto é extremamente influenciada pelos efeitos climáticos, sendo

que estes promovem uma estacionalidade na produção das forrageiras

concentrando aproximadamente 80% da produção no período das águas e 20% no

período seco, sendo variável dependendo do nível de intensificação adotado no

manejo do pasto (EUCLIDES et al., 2007). Esta sazonalidade da produção forrageira

impede o desempenho constante dos animais no decorrer do ano, refletindo em

baixos índices zootécnicos (PAULINO et al., 2008).

Devido à estacionalidade da produção forrageira nos trópicos, fica evidente a

necessidade do uso de fontes externas de nutrientes que assegurem um

2

desempenho dos animais ao longo do ano, tornando o sistema mais sustentável.

Segundo Paulino et al. (2002) o intuito primário do uso de suplementação no período

de seca (inverno) é o suprimento de nutrientes não disponíveis pela fonte basal de

alimento.

Todavia, no período das águas a utilização do pasto pelos animais não pode

ser vista como otimizada considerando apenas o maior desempenho animal

(Detmann et al., 2010). Apesar Das forrageiras tropicais na época das águas não

serem consideradas deficientes em proteína, alta proporção dos compostos

nitrogenados totais destas pode ser encontrada na forma insolúvel em detergente

neutro (Paulino et al., 2008), que é tida como de lenta e incompleta degradação,

podendo implicar carência de compostos nitrogenados aos microrganismos do

rúmen.

Corrigir essas deficiências nutricionais do pasto por meio de suplementação

possibilita melhora no desempenho, além de propiciar uma diminuição no ciclo de

produção e na idade ao abate dos animais (Moraes et al., 2010). Desta forma, a

suplementação é utilizada como instrumento para fornecer um maior aporte de

nutrientes, possibilitando maior desempenho aos animais e permitindo ampliar

também a taxa de lotação nas pastagens.

Têm-se então, alguns fatores de importância para o estabelecimento de

estratégias de suplementação para bovinos em pastejo.

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2. OBJETIVO(S)

O objetivo deste trabalho é descrever a implantação de um teste com

suplemento de autocontrole de consumo para bovinos de corte em fase de recria, e

a instalação do sistema de distribuição de ração Agres.

Também, objetivou-se descrever as atividades desenvolvidas durante o

estágio curricular de conclusão de curso.

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3. REVISÃO

3.1 Fase de recria

No Brasil a fase de recria de bovinos, caracterizada como o período que vai

desde a desmama dos animais (7 a 8 meses de idade) até o início da fase de

terminação, quando os animais atingem por volta de 350 kg de peso vivo, é um dos

principais gargalos do setor produtivo devido à sua longa duração (DUTRA E

REZENDE, 2011).

Isto ocorre porque a fase de recria geralmente é negligenciada pelos

pecuaristas, onde os animais são desmamados e levados para as piores áreas de

pastagem da fazenda. E com a influência da sazonalidade da produção forrageira

tanto em qualidade como em quantidade, esses animais acabam demorando muito

tempo para atingir o peso mínimo para entrarem na fase de terminação (ANDRADE

2003).

Surge então a necessidade de se adotar práticas que reduzam a duração da

fase de recria, para que se consiga desenvolver uma pecuária de corte com um ciclo

de produção mais curto. Sendo assim, a intensificação na bovinocultura de corte

envolve, entre outros aspectos, a aceleração do crescimento e terminação dos

animais, possibilitando que o abate seja realizado em idade cada vez mais precoce

(ANDRADE 2003).

A recria é a fase do desenvolvimento do bovino em que este apresenta maior

impulso de crescimento corporal, e é caracterizada pela grande formação de massa

muscular e desenvolvimento da estrutura óssea (Figura 1). De acordo com Cândida

et al. (2009), para que os resultados finais dessa fase sejam satisfatórios, a

alimentação é essencial e deve ser tratada com muito cuidado para que o animal

não ultrapasse as medidas da formação consideradas ideais.

Segundo Mello (2002), bovinos em fase de recria tem uma exigência maior de

proteína na dieta, porém suas exigências de energia são menores do que na fase de

terminação. Devido a isso estes animais tem uma melhor conversão alimentar,

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resultando em ganho de peso a baixo custo e tornando esta fase a mais rentável do

ciclo pecuário (cria-recria-engorda).

Figura 1 – Curva de crescimento de bovinos em diferentes tamanhos corporais.

Fonte: www.beefpoint.com.br (2002).

3.2 Por que intensificar?

A pecuária vem sofrendo grande pressão das principais culturas agrícolas nos

últimos anos, e cada vez mais se faz necessário aumentar o nível de tecnologia

empregado na bovinocultura de corte. Segundo Mueller (2003) a área de plantio de

soja vem se expandindo, em sua maior parte por meio da conversão de áreas de

pastagens degradadas.

O Brasil conta com o maior rebanho comercial do mundo, porém os índices

zootécnicos ainda são considerados baixos. Trabalhar o manejo das pastagens de

forma adequada juntamente com o uso de suplementação na fase de recria e/ou

engorda são alternativas para melhorar esses índices e maximizar a produção em

áreas que já vinham sendo exploradas. Este contexto requer aumento da eficiência

técnico-econômica da propriedade para assegurar a competitividade e a

lucratividade do empreendimento pecuário frente às alternativas de uso do solo, de

modo sustentável (MARTHA Jr et al., 2006).

Desta maneira, produzir de forma mais eficiente atualmente é uma questão de

sobrevivência no negócio para os que trabalham com produção animal. Esta

necessidade de intensificação do setor pecuário tem estimulado o interesse de

pesquisadores, técnicos e produtores por estratégias nutricionais adicionais as que

já existem (suplementação, confinamento, semiconfinamento, irrigação de

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pastagem, etc.,), como o uso de aditivos alimentares em suplementos para animais

em pasto (DE PAULA et al., 2014).

3.3 Suplementação infrequente

De acordo com Valadares Filho et al. (2005), em sistemas de produção de

bovinos de corte, os custos com alimentação podem representar de 70 a 90% dos

custos operacionais totais, dependendo da fase de criação e do nível de produção

desejado. Dessa forma, do ponto de vista da bovinocultura de precisão, tecnologias

em que torne possível a redução do custo do suplemento e da distribuição nos

pastos são fundamentais, para que a adoção da prática da suplementação dentro do

sistema de produção tenha uma relação custo-benefício favorável (Paulino et al.,

2006).

Segundo Paulino et al. (2014), considerando os custos incluídos no processo

de suplementação, o transporte e a distribuição diária de suplementos para bovinos

em pastejo são bastante significativos. Uma prática que vem sendo discutida nos

sistemas de produção de carne bovina é a redução na frequência do fornecimento

do suplemento para animais mantidos em pastagens (DE PAULA et al. 2011).

Para Berchielli et al. (2006), a frequência de suplementação é uma

interessante ferramenta à disposição dos produtores, uma vez que, se for realizada

infrequentemente, não afeta o ganho de peso médio diário em comparação com a

suplementação diária, reduzindo custos e também possíveis problemas de ordem

trabalhista (trabalhar nos finais de semana e feriados, hora extra).

Segundo Paulino et al. (2006) o fornecimento infrequente variando de dias

alternados a semanal, tem provado ser uma prática efetiva para distribuição de

suplementos de alta proteína para bovinos a pasto. Zervoudakis et al. (2002; 2003)

em trabalhos realizados durante os períodos das águas e transição águas-seca

encontraram desempenhos semelhantes para animais recebendo suplementos

proteicos todos os dias ou em dias alternados (três vezes por semana).

Outra alternativa que pode ser utilizada é o uso de suplementos de

autocontrole de consumo, que possibilita a regulação de ingestão de suplemento

pelo próprio animal facilitando dessa maneira o manejo e racionalizando a utilização

de mão de obra na distribuição desses suplementos nas pastagens, a qual pode ser

realizada com periodicidade semanal ou mesmo quinzenal (PAULINO et al., 2014).

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Dessa forma, na formulação desses suplementos para recria de bovinos, são

utilizados controladores de consumo, como o sal e a ureia (PAULINO et al., 2001).

Pesquisas realizadas com o ionóforo monensina sódica também têm

constatado potencial deste produto como regulador de consumo, reduzindo a

ingestão de suplementos por bovinos como será abordado mais adiante.

3.4 Ionóforos

A princípio os ionóforos eram usados no controle de parasitos intestinais em

aves, mas observou-se melhoria no desempenho de bovinos quando estes eram

alimentados com resíduos de aves suplementadas com ionóforos (TEDESCHI et al.,

2011). A partir de então, devido a esses efeitos os ionóforos passaram a ser

utilizados em dietas para bovinos com o objetivo de melhorar a eficiência alimentar

(RUSSEL e STROBEL, 1989).

Considerando os aditivos em uso no Brasil, os ionóforos tem sido os mais

amplamente utilizados. Existem mais de 120 ionóforos descritos (MORAIS et al,

2011), todavia somente quatro são aprovados para serem utilizados em dietas de

animais ruminantes no Brasil, são eles: monensina, salinomicina, lasalocida e

propionato de laidlomicina, sendo os três primeiros os mais usados atualmente (DE

PAULA et al., 2015).

Segundo Franceschi (2001) os ionóforos são um tipo de antibiótico que age

de maneira seletiva deprimindo ou inibindo o crescimento de microrganismos do

rúmen. Eles são produzidos por várias linhagens de bactérias do gênero

Streptomyces. São assim chamados devido sua propriedade de transportar íons

(PRESSMAN, 1968).

Conhecidos também como carreadores de íons ou desacopladores, os

ionóforos apresentam moderado peso molecular (200 – 2000 MW) e são capazes de

interagir estequiometricamente com íons metais, dos quais K+, Na+, Ca2+ e Mg2+

são os mais importantes biologicamente, e formar complexos lipossolúveis capazes

de ultrapassar a camada lipídica das membranas celulares bacterianas

(PRESSMAN, 1976; BERGEN e BATES, 1984). Os ionóforos agem por meio de

mudanças na população microbiana, selecionando as bactérias gram-negativas e

inibindo as gram-positivas (BERCHIELLI et al., 2011).

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Segundo Gomes (2009), a diferença no modo de ação dos ionóforos entre os

microrganismos se deve à diferença entre os envoltórios celulares das bactérias de

dois grupos. De acordo com Berchielli et al. (2011), as bactérias gram-negativas

apresentam maior resistência aos ionóforos quando comparadas as gram-positivas

devido ao fato de seu envoltório celular ser constituído por uma parede celular e

uma membrana de proteção externa, essa membrana possui estruturas

denominadas porinas (canais de proteínas) que possuem aproximadamente 600 Da

de tamanho.

Os mesmos autores relatam que a maioria dos ionóforos tem tamanho

superior a 600 Da, portanto são maiores que as porinas não sendo possível

atravessar por elas, conferindo às células característica de impermeabilidade aos

ionóforos. Em contrapartida as bactérias ruminais gram-positivas são constituídas de

apenas uma camada espessa de peptidioglicano, que por ser porosa, não impede a

ação da monensina (BERCHIELLI et al., 2011).

Possuem influência sobre o desempenho animal e estas ações parecem

resultar de uma série de efeitos sobre o metabolismo (BERGEN e BATES, 1984;

SCHELLING, 1984; HINO e RUSSELL, 1987; SPEARS, 1990; STOCK e MADER,

1998; citados por FRANCESCHI, 2001):

Os ionóforos aumentam a eficiência do metabolismo de energia

alterando os tipos de ácidos graxos voláteis produzidos no rúmen (aumento

de propionato, redução de acetato e butirato) e diminuindo a energia perdida

durante a fermentação do alimento. O melhor desempenho animal resulta da

maior retenção de energia durante a fermentação ruminal;

Os ionóforos diminuem a degradação de proteína do alimento e

podem reduzir a síntese de proteína microbiana, aumentando a quantidade

de proteína de origem alimentar que chega ao intestino delgado. Este

mecanismo pelo qual a monensina inibe a degradação de proteína não está

claro. Embora essa atividade tenha poucas implicações para bovinos em

dietas com alto teor de grão, os efeitos podem ser significativos em bovinos

em crescimento recebendo dieta à base de forrageiras, quando a proteína é

suplementada abaixo dos requisitos;

Os ionóforos podem diminuir a incidência de acidose (por meio

de aumento no pH ruminal e inibição de bactérias produtoras de ácido

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láctico), timpanismo e coccidiose. Reduzindo essas patologias o

desempenho é melhorado.

3.4.1 Monensina e modo de ação

De acordo com Berchielii et al. (2011), é provável que a monensina seja o

aditivo mais pesquisado no Brasil e no mundo, sendo ela um composto produzido

pela Streptomyces cinnamonensis, e pertence à classe química chamada

poliésteres.

Dentro dos ionóforos existe uma subdivisão em monovalentes e divalentes,

dependendo do seu transporte preferencial por cátions, a monensina é monovalente,

que transporta Na+ mais eficientemente que K+ (BUTAYE et al., 2003). Esta

afinidade por Na+ chega a ser 10 vezes maior que por K+ (BERCHIELLI et al.,

2011).

O uso de monensina melhora a eficiência alimentar em bovinos confinados e

aumenta o ganho de peso de bovinos em pasto. Este efeito se deve, primariamente,

à sua ação nas membranas celulares, eliminando espécies de bactérias gram-

positivas (RUSSELL e STROBEL, 1988).

Esse aditivo possui um mecanismo de ação sobre as bactérias, e este tem

relação com o mecanismo bomba iônica cuja função é regular o balanço químico

entre o meio interno e externo da célula. As bactérias ruminais mantêm alta

concentração intracelular de K+ e baixa de Na+, inversamente ao ambiente ruminal

que apresenta alta de Na+ e baixa de K+, (BERCHIELLI et al., 2011). Tal

mecanismo é imprescindível tanto para a síntese de proteína, como também para

tamponar o pH no interior da célula através do mecanismo de troca de K+/H+.

Devido ao fato de serem solúveis quando entram em contato com as

membranas das células, após serem combinados com íons, os ionóforos passam a

fazer parte da membrana e a desempenhar as funções de transporte de íons de um

lado a outro da membrana das bactérias gram positivas (MORAIS et al., 2006).

Ocorre então no caso da monensina, a troca de um cátion monovalente por um

próton. Em consequência a essas reações resulta em reduzida concentração de k+,

pH baixo e maior concentração intracelular de Na+.

Segundo Berchielli et al. (2011), com o intuito de manter o equilíbrio celular,

as bactérias gram-positivas são forçadas a utilizar os sistemas de transporte celular

10

para dissipar o H+ e o Na+ intracelular. Ainda, com o gasto de 1 ATP por próton as

bombas de sódio/potássio ATPase ou próton ATPase possibilitam que o organismo

expulse H+. Este processo associado à baixa concentração de K+ no interior da

célula diminui as reservas energéticas e a taxa de síntese de proteína e

consequentemente reduz a capacidade de divisão celular. Os autores

complementam que em decorrência, a bomba iônica não atua de forma eficiente

levando a um desequilíbrio e, devido a maior concentração de cátions intracelular,

ocorre aumento da pressão osmótica, a água penetra em excesso fazendo a célula

inchar, tendendo a se romper. Dessa forma, as bactérias sensíveis acabam

morrendo ou assumindo um nicho microbiano sem expressão ruminal.

3.4.1.1 Uso de monensina como modulador de consumo

Os efeitos de modulação ou redução do consumo de alimento tem sido

observados principalmente com monensina (GOODRICH et al., 1984), enquanto

outros ionóforos, como lasalocida, salinomicina, laidlomicina propionato, geralmente

não afetam ou podem aumentar o consumo de alimento (SPIRES et al., 1990).

O consistente efeito da monensina na redução do consumo de alimento levou

o NRC (1996) a recomendar que o consumo de matéria seca estimado seja

diminuído em 4%, quando suplementado com 27,5 a 33 ppm de monensina. Os

mecanismos de redução do consumo de alimento com o uso de monensina não são

bem entendidos (BERCHIELLI et al., 2011).

Para limitar o consumo de suplemento protéico-energético os teores de sal

são mais baixos (25 a 50%) quando monensina é adicionada na mistura. O consumo

do suplemento (+aditivo) deve ser monitorado e as quantidades de sal e ureia

ajustadas para se obter o consumo desejado (MULLER et al., 1986 citado por

MOURA et al. 2006).

Schelling (1984) reporta que ruminantes alimentados com dietas ricas em

grãos com suplementação de monensina tem ingestão alimentar reduzida em

10,7%. O consumo de alimentos reduz à medida que se eleva a concentração de

monensina (GOODRICH et al. 1984). Baile et al. (1979) propõem que, em dietas

ricas em concentrado a diminuição na ingestão de alimento foi atribuída ao sabor

desagradável da monensina.

11

Todavia, Oliveira et al. (2002) constataram maior redução no consumo de

alimento relacionado à suplementação com monensina à medida que o nível de

concentrado (0, 25, 50 e 75%) na dieta aumentou. Os autores propõem que, animais

em condição de confinamento, onde o nível de energia (efeito fisiológico) regula o

consumo, o aumento da eficiência energética favorece a diminuição do consumo de

alimentos para satisfazer as necessidades nutricionais.

Outra hipótese é que o efeito de regulação do consumo com o uso de

monensina ocorra provavelmente devido ao aumento do tempo de retenção da dieta

ingerida no rúmen. Este efeito é causado devido à ação do propionato, um ácido

graxo de cadeia curta (AGCC) precursor da glicose e responsável pela regulação da

saciedade em ruminantes, semelhante ao efeito da glicose sanguínea, que regula o

consumo de animais monogástricos (ROGERS e DAVIS, 1982).

O sal comum é um regulador econômico de consumo de suplemento, porém

este não é um preciso controlador de consumo, uma vez que certos animais toleram

mais sal do que outros (PAULINO et al., 2006). Ele exerce efeito limitador sobre o

consumo de suplementos, porém, com menor intensidade que a ureia (PAULINO et

al., 1983; PAULINO et al., 1985).

Considerando as características destes ingredientes, ao combinar a inclusão

de monensina, sal e ureia na formulação de suplementos podemos potencializar

ainda mais o efeito regulador do suplemento.

12

4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO

4.1 Local do estágio

O estágio foi concedido pela empresa Novanis Nutrição Animal, que está

localizada na cidade de Rondonópolis-MT. Fundada em 2000, a Novanis é uma

empresa focada no desenvolvimento de produtos para nutrição de bovinos de corte,

em variados sistemas de produção: reprodução, recria, terminação,

semiconfinamento e confinamento. Conta com unidades industriais nos estados de

Mato Grosso e Mato Grosso do sul.

A Novanis presta consultoria para as fazendas do Grupo Bom Futuro. Este

grupo está há mais de 30 anos no mercado do agronegócio se consolidando hoje

como uma potência produtiva, de propriedade de quatro sócios. Com mais de 110

fazendas, atualmente possui cinco divisões de negócios, a divisão agrícola,

transportes, sementes, piscicultura, energia e pecuária. As atividades de Estágio

Curricular Obrigatório foram realizadas no segmento Bom Futuro Pecuária, no

período de 11 de janeiro até 20 de fevereiro de 2016. As fazendas Fartura e Santa

Silvia estão situadas na Rodovia MT 251, km 200 S N, zona rural, Campo Verde-MT.

Estas propriedades trabalham com integração lavoura-pecuária, e possuem suas

áreas de pastagens divididas conforme a tabela 1.

Tabela 1 - Distribuição das áreas de pastagem das fazendas localizadas no município de

. Campo Verde

Ocupação Área (ha)

Pastagem perene 8129

Pastagem safrinha 6423

4.2 Instalações

13

Uma alternativa para acelerar a terminação de bovinos em pastagens é o

semiconfinamento. Um dos principais benefícios dessa estratégia quando

comparado às outras é a menor necessidade de investimento em infraestrutura

quando comparado ao confinamento, e pelos melhores desempenhos alcançados

quando comparado à suplementação em pastagens.

Essas propriedades trabalham com o sistema de semiconfinamento, possuem

um total de 30 módulos de engorda e mais 13 módulos que são utilizados para os

animais em fase de recria, cada módulo é composto por dois pastos com um cocho

entre eles (Figura 2), o tamanho dos módulos é variável e possuem em torno de 100

ha por módulo.

Os 13 módulos localizados na propriedade Santa Silvia, onde ficam os

animais de recria que participaram do teste não haviam numeração para

identificação, então foi estabelecido que estes seriam nomeados de R01 até R13

para facilitar a compreensão e comunicação entre os envolvidos com o teste. E,

visando facilitar o entendimento sobre a localização e movimentação dos animais foi

elaborado o seguinte mapa (Figura 3), evitando assim possíveis confusões.

Figura 2 – Composição de um módulo. Figura 3 - Mapa dos módulos de recria.

Fonte: Elaborada pela autora. Fonte: Elaborado pela autora.

Tendo em vista a suplementação o ano inteiro, a propriedade possui estrutura

de cobertura de cocho em todos os módulos, aproximadamente 50 metros de

14

cobertura por módulo, com o intuito de proteger o suplemento contra água de

chuvas, evitando desperdícios e perdas de nutrientes. Em regiões com maior

precipitação, a cobertura deverá ser rigorosa, protegendo ao máximo o suplemento

(FERREIRA, 2006).

Na recria os módulos possuem dois tipos de estruturas para a cobertura dos

cochos. O primeiro modelo de estrutura (Figura 4A) é constituído de pilares em

alvenaria, com suporte de ferro e telhado de zinco, apresentando maior custo, porém

com maior durabilidade. O outro modelo (Figura 4B) apresenta toda a estrutura de

pilares e de sustentação do telhado feita com madeira de eucalipto produzido e

beneficiado dentro da própria fazenda, e a cobertura utilizada é uma lona de alta

resistência, este segundo tipo de estrutura apesar de ter uma durabilidade menor

que o primeiro, permite reduzir os custos com as instalações.

Figura 4 - Estruturas de cobertura dos cochos. Alvenaria e telhado de zinco (A); Madeira de

. eucalipto e lona (B).

Fonte: Arquivo pessoal da autora.

A B

B

15

Os cochos são feitos de concreto (pré-moldado) com fundo arredondado, o

que permite menor desperdício já que não formam cantos. Os animais se alimentam

pelos dois lados, sendo cada lado um pasto distinto. A capacidade máxima dos

cochos na parte coberta é em torno de 8 mil quilos de suplemento.

Trabalhos têm mostrado que animais com dificuldades de acesso aos cochos,

apresentam menor consumo de suplemento e consequentemente menor

desempenho produtivo (FERREIRA, 2006).

Próximo ao cocho existe intenso pisoteio dos animais além do transito do

caminhão tratador, dessa forma, o local deve possuir um piso reforçado.

Recomenda-se a construção de uma faixa de concreto de aproximadamente 2,00 a

3,00 m de largura ao longo da linha de cocho, para evitar formação de lama ou

erosão na área de maior acúmulo dos animais (Bürgi, 1991, citado por BRASIL,

2008).

Entretanto, existem outras alternativas para minimizar esses problemas. Na

propriedade era utilizado na lateral dos cochos um material conhecido como

“borrachão” (Figura 5) que consiste em uma espécie de tapete de borracha com fios

de aço entrelaçados conferindo alta resistência, fixado ao solo com barras de ferro

em forma de grandes pregos. O “borrachão” é um material reutilizado adquirido de

usinas e mineradoras. Essa estratégia proporciona redução nos custos quando

comparado ao concreto. Além de proteger a base do cocho da formação de buracos

e lama, este borrachão confere ao caminhão maior estabilidade no momento do

fornecimento, evitando derrapagens em dias chuvosos.

Figura 5 – “Borrachão” sendo utilizado na beira do cocho.

Fonte: Arquivo pessoal da autora.

16

Os bebedouros são construídos em alvenaria e colocados de forma que

atendam dois piquetes simultaneamente. Possui uma estrutura de eucalipto (figura

6) ao redor dos bebedouros para evitar que os animais entrem nos mesmos,

conservando a qualidade da água por um tempo maior. Na propriedade os

bebedouros eram lavados em média a cada duas semanas.

Vale ressaltar que além da quantidade, a qualidade de água disponível aos

bovinos confinados é de extrema importância, pois a baixa qualidade de água não

impedirá o consumo de água pelos animais, porém irá limitar a quantidade de água

ingerida e consequentemente a quantidade de alimentos e o ganho de peso dos

animais (BEEFPOINT, 2011).

Figura 6 – Bebedouros. Estrutura antiga (A); Estruturas novas com proteção (B).

Fonte: Arquivo pessoal da autora.

Na entrada de todos os módulos são utilizados mata-burros (Figura 7) feitos

de concreto pré-moldado, servem para impedir que os animais saiam dos seus

respectivos módulos. A instalação de mataburros torna mais ágil o fornecimento de

ração pelo caminhão, uma vez que não se tem a necessidade de parar para abrir

porteiras.

Os pastos da recria são formados com Panicum maximum cv. Mombaça, uma

parte de formação nova e outra de formação antiga, diferenciando na capacidade de

produção. A lotação dos módulos é variável de acordo com a disponibilidade de

forragem. O capim Mombaça é uma cultivar que possui bom vigor no

estabelecimento com um rápido fechamento da vegetação e alta produtividade.

Nessas áreas de formação antiga o ideal seria fazer uma adubação de manutenção

com o intuito de tornar essas áreas que estão com baixo vigor, em áreas produtivas

A B

17

novamente, sendo possível aumentar a taxa de lotação e consequentemente o

ganho de arrobas por área.

Segundo Veiga (2005), nos sistemas menos intensivos normalmente as

adubações de manutenção são feitas quando a pastagem apresenta sinais de

declínio na produtividade, geralmente a cada 3 anos. O modo de aplicação é a lanço

sobre a pastagem após uma limpeza para retirar plantas invasoras e no início das

chuvas, podendo ser feita de uma a duas aplicações. Enquanto em sistemas de

pastejo rotacionado intensivo, a adubação dos piquetes é necessariamente

parcelada e logo após um ou dois pastejos, e as doses utilizadas são normalmente

maiores do que as doses usadas em sistemas menos intensivos (VEIGA, 2005). A

recomendação é feita com base na análise de solo.

Figura 7 – Mataburro de concreto.

Fonte: Arquivo pessoal da autora.

Existe também uma fábrica de ração localizada na Fazenda Fartura, onde se

produz rações para peixes e bovinos, sendo que a capacidade de produção é de 15

toneladas por hora de suplemento para bovinos.

A fazenda possui dois caminhões para realização do fornecimento do

suplemento para os animais do semiconfinamento. O caminhão utilizado no teste é

um Iveco, possui o distribuidor acoplado da marca Siltomac com capacidade para

17.000 kg. O reservatório de grande capacidade permite tratar um maior número de

18

módulos por viagem, e é composto por 4 roscas horizontais que mantém a carga

nivelada ao mesmo tempo que proporciona um bom fluxo de suplemento ao cocho

(Figura 8).

Figura 8 – Caminhão. Carregamento (A); e distribuição do suplemento (B).

Fonte: Arquivo pessoal da autora.

A B

19

5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO

Durante a realização do estágio foi possível acompanhar e/ou realizar as

atividades que são desenvolvidas no dia a dia de uma propriedade que trabalha com

o sistema de semiconfinamento de bovinos de corte desde a recria. Dentre as

atividades desenvolvidas destacam-se as seguintes:

Instalação do sistema Agres;

Acompanhamento na fábrica de rações;

Aparte para formação de lotes;

Implantação de teste com suplemento de autocontrole do consumo.

5.1 Instalação do Agres

O Agres é um sistema de distribuição de ração que apresenta como principais

vantagens:

Possibilidade de distribuição do suplemento com maior segurança e precisão,

Distribuição em quantidade de kg/cabeça, cocho e rota possibilitando

economia;

Maior tecnologia com trabalhos realizados monitorados por GPS;

Permite gerar relatórios de trabalhos para monitoramento;

Facilidade de operação;

Permite salvar as áreas trabalhadas;

Exportação de dados e atualização do programa por memória portátil;

Tela colorida com radar que indica a localização dos cochos e distancia dos

mesmos;

Mudança automática para a tela de descarregamento a uma distancia de 10

metros do cocho.

20

Nas primeiras semanas de estágio foi realizada a instalação e configuração

do sistema de distribuição de ração Agres. As atividades tiveram início com a

marcação do ponto de GPS de todos os cochos para cadastrar os módulos no

computador de bordo. Em seguida foram inseridas as informações sobre a dieta que

seria fornecida, quantidade de animais e quantidade de suplemento por cabeça. A

partir disso, juntamente com o motorista do caminhão do trato foram criadas as rotas

(sequencia de cochos a serem tratados por viagem), com o intuito de otimizar a

logística de distribuição de suplemento na propriedade.

Foi feita a calibração da balança do caminhão com um peso conhecido, e

verificado se a fiação que liga o visor até as células de carga estava íntegra e bem

conectada. Não é necessário que essa calibração seja feita toda vez que se iniciar

um trabalho, e sim quando for trocada alguma célula de carga, ou quando o

caminhão passar por manutenção.

Uma das maiores facilidades do sistema é que qualquer pessoa mesmo não

conhecendo a fazenda pode realizar o trato dos animais, pois basta selecionar a rota

que o GPS indica a direção a ser seguida até os módulos, e se tratando da recria

(onde a quantidade de ração por animal é limitada), o programa indica inclusive a

quantidade de suplemento que deve ser depositado em cada cocho.

Com a instalação da balança e do computador de bordo foi possível começar

a fazer um controle mais preciso da quantidade de suplemento que estava sendo

fornecida em cada módulo. Foram sugeridas algumas mudanças com relação à

coleta de informações, deixando de usar o “balanção” (balança que faz a pesagem

de caminhões) e a planilha antiga de consumo, passando a usar a balança do

caminhão, novas fichas e planilhas de controle. Estas mudanças trouxeram vários

benefícios, como por exemplo a praticidade, economia de tempo por não precisar

mais usar o balanção, aumento da precisão e maior controle sobre os reais custos

de produção de cada lote.

Após instalado, o programa “Dedo Duro Pecuária” (Figura 9) possibilita extrair

os dados do computador de bordo do caminhão via pen drive e converte-los no

computador em forma de relatórios. Os relatórios são gerados a cada “trabalho”, ou

seja, a cada vez que se finaliza uma rota. No anexo 01 (página 40 e 41), consta um

dos relatórios gerados durante o estágio.

21

Figura 9 – Programa Dedo duro pecuária.

Fonte: Tela copiada do programa Dedo duro.

É possível obter um grande número de informações via relatório para

monitoramento, como por exemplo, o tipo de dieta estabelecido para a rota, o horário

em que o carregamento do caminhão foi realizado, data, duração da operação,

número de animais, quantidade recomendada para fornecimento, quantidade de

ração fornecida em cada módulo, quantidade/cabeça realizada, entre outras.

Os trabalhos também podem ser visualizados no programa Google Earth,

onde é possível ver todo o percurso do caminhão (Figura 10), velocidade atingida

(Figuras 11 e 12), paradas e demais informações sobre o descarregamento (Figura

13).

22

Figura 10 – Visualização do trabalho através do Google Earth.

Fonte: Tela copiada do programa Google Earth.

Figura 11 – Legenda para o mapa de velocidade.

Fonte: Tela copiada do programa “Dedo Duro Pecuária”.

23

Figura 12 – Mapa de velocidade atingida pelo caminhão.

Fonte: Tela copiada do programa Google Earth.

Figura 13 – Visualização de informações através do Google Earth.

Fonte: Tela copiada do programa Google Earth.

5.2 Acompanhamento na fábrica de rações

Na fábrica de rações foi possível entender e acompanhar todo o processo de

fabricação do suplemento, e em visitas periódicas (cerca de três vezes por semana)

24

foi acompanhado o armazenamento dos ingredientes, o processo de pesagem e

mistura, até o carregamento do caminhão e posterior distribuição nos módulos.

É de fundamental importância que o armazenamento dos ingredientes seja

feito de forma adequada. Na propriedade esse armazenamento era feito da forma

correta, onde os bags (sacos com capacidade para 1000 kg) não eram armazenados

diretamente no chão e nem encostados na parede, a sim sobre paletes de madeira

no chão (Figura 14). Os paletes consistem em plataformas com aberturas que

possibilitam a inserção dos garfos de uma empilhadeira facilitando o transporte, além

de evitar que o ingrediente fique em contato com o chão.

Figura 14 – Armazenamento dos bags de núcleo.

Fonte: Arquivo pessoal da autora.

O momento da pesagem dos ingredientes demanda muita atenção para

garantir que a quantidade dos ingredientes depositados no misturador seja a mesma

que o nutricionista recomendou na fórmula. Qualquer desajuste ou erro nesta fase

comprometerá a qualidade do produto final. É importante que o processo de mistura

seja feito respeitando a capacidade de carga do misturador e o tempo necessário

para uma homogeneização satisfatória dos ingredientes, sendo esses fatores

limitantes da produção da fábrica.

Na propriedade com o intuito de maximizar a produção, o tempo de mistura

utilizado era de 3 minutos. Entretanto, para o misturador horizontal o tempo

preconizado para uma mistura homogênea é de 4 a 6 minutos (JARBAS e

25

DETMANN, 2007). Quando avaliados diferentes misturadores verticais, verificou-se

que há misturadores que apresentam uma boa mistura em 5 minutos enquanto

outros apresentam desempenhos tão ruins que não se pode indicar o seu tempo

ideal de mistura (LIMA e NONES, 1997).

Foi recomendada a utilização de 5 minutos de mistura, mas devido a grande

demanda por suplemento de terminação a ser atendida, esse tempo maior de

mistura foi utilizado somente para a fabricação do suplemento em teste para recria.

5.3 Formação dos lotes

Os animais de recria ficam na fazenda Santa Silvia, no curral desta

propriedade ainda não havia balança instalada então o aparte para formação dos

lotes do teste foi feito por meio de avaliação visual, onde o encarregado observa

características de conformação, estrutura, musculatura e precocidade separando os

animais em 3 apartes, “cabeceira” (os animais considerados de melhores

características físicas), “meio” (animais medianos) e “fundo” (os animais com

características físicas consideradas inferiores).

Esse tipo de avaliação é uma alternativa para casos onde não é possível

utilizar a balança. Porém, deve-se considerar que a avaliação visual é um

instrumento subjetivo e que está sujeito a grande variação, pelo fato de não poder

ser padronizado os seus instrumentos que no caso, são os avaliadores (EVERLING,

2012).

5.4 Implantação de teste com suplemento de autocontrole do consumo

Antes de iniciar o teste, todos os animais desde o início da recria recebiam o

mesmo suplemento destinado aos animais em terminação, o que não é o ideal

porque a introdução antecipada de dietas de terminação (quantidade excessiva de

energia) pode levar a um “achatamento” da curva de crescimento dos animais,

fazendo com que comecem a depositar gordura na fase onde eles estariam sendo

mais eficientes em crescimento e deposição e muscular.

Após a reorganização da fábrica para dar início à produção do novo

suplemento voltado a atender às exigências dos animais em fase de recria, foi feito

26

no dia 13 de janeiro de 2016 o primeiro fornecimento do suplemento próprio para

recria.

O teste teve início com um total de 2579 cabeças de bovinos machos, não

castrados, distribuídos em 7 módulos (Tabela 2), sendo 1989 animais de cruzamento

Nelore x Angus, e tricross de meio sangue Angus x Braford e meio sangue Angus x

Simental Preto (Figura 15 A) com peso inicial estimado entre 350 a 380 kg. Segundo

Lazia (2011), quando combinadas as qualidades desejáveis das raças parentais

possibilita-se a obtenção de uma progênie superior, ou seja, quanto mais as raças

escolhidas se complementarem nas características produtivas, melhor será o

resultado dos produtos deste cruzamento. Ainda, neste caso combinaram

características de adaptabilidade, aproveitando a resistência e fertilidade das vacas

zebuínas, e o ganho de peso, precocidade sexual e de acabamento das raças

taurinas europeias. Desse total, 590 cabeças eram de animais da raça nelore (Figura

15 B) com peso médio inicial estimado de 200 kg. A raça nelore caracteriza-se pela

adaptação às altas temperaturas dos trópicos, às grandes variações na

disponibilidade de alimentos e ao elevado número de parasitas externos e internos

(ACNB, 2006).

Tabela 2 – Distribuição inicial dos animais do teste nos módulos.

Módulo R 02 R 03 R 04 R 05 R 06 R 08 R 12

Quantidade de animais 350 c 301 c 200 c 437 c 341 c 360 c 590 n

*C= cruzados; N= nelores.

Na segunda quinzena de fevereiro devido à baixa disponibilidade de sorgo

estocado o suplemento foi reformulado substituindo-se o sorgo por casca de soja

(Fórmulas nos anexos 2 e 3, página 41). O uso de subprodutos da agricultura

também é uma alternativa para redução dos custos com a alimentação, e, a casca

de soja é um subproduto obtido do processo de industrialização do grão, com

destaque no cenário nacional devido a grande produção brasileira de soja na qual,

considerando o peso do grão, cerca de 7 a 8% é casca (RESTLE et al., 2004).

O intuito da Novanis com o teste foi observar se o suplemento com inclusão

de monensina teve efeito na regulação do consumo deste suplemento pelos

animais. Para isso foi estabelecido que começaríamos com o fornecimento de 4

kg/cabeça/dia sendo fornecido 12 kg/cabeça a cada três dias. A suplementação

27

infrequente consiste basicamente em fornecer a mesma quantia de suplementos

ofertados aos animais que são suplementados diariamente, porém essa quantia é

fornecida de forma acumulada em dias alternados.

Figura 15 – Animais do teste. Cruzados (A); Nelores (B).

Fonte: Arquivo pessoal da autora.

Os módulos de recria ficam a 16 km da sede, com a utilização da

suplementação de autocontrole do consumo com fornecimento infrequente (a cada 3

dias) possibilitou a redução dos custos com as viagens do caminhão, otimizou a

logística de distribuição da propriedade, além da redução na quantidade de horas

extra pagas aos funcionários.

O termo “manejo de cocho” refere-se à técnica de manejo alimentar utilizada

em confinamentos com o intuito de se reduzir variações no consumo através do

A

B

28

planejamento e controle do fornecimento de ração (VASCONCELOS, 2005). Após o

primeiro fornecimento de suplemento teste, os ajustes dos fornecimentos seguintes

foram realizados com base na leitura de cocho realizada no dia do trato. Utilizou-se

escores de cocho de 0 a 3, onde a recomendação era de no caso de leitura 0 (cocho

limpo, lambido) aumentar 10% a quantidade fornecida, leitura 1 (fina camada de

suplemento) manter a quantidade fornecida, e leitura acima de 2 (grande quantidade

de suplemento no cocho) reduzir em 10% a quantidade fornecida.

Por estar em condição de teste o ideal seria se a leitura de cocho pudesse ser

realizada não só no dia do fornecimento do suplemento, mas sim todos os dias,

possibilitando assim maior acompanhamento do consumo pelos animais, sabendo

se esse consumo estava se dando de forma uniforme durante os 3 dias. Mas, devido

à distância da sede as leituras foram realizadas somente nos dias em que o

caminhão fez o fornecimento do suplemento.

Após a leitura era feita a limpeza dos cochos. O funcionário responsável pela

limpeza deve ser bem instruído e treinado para fazer a identificação de suplemento

deteriorado, além de retirar fezes, pedras, terra e outros possíveis resíduos.

Mesmo com a instalação dos mataburros alguns animais ainda conseguiam

atravessar de um módulo para outro, além de alguns inconvenientes como

“cochetes” (local para passagem de animais feito de arame) arrebentados, fazem

com que a quantidade de animais nos módulos não seja constante. Faz-se

necessário então, a recontagem dos animais sempre que possível para que seja

ajustado o fornecimento do suplemento ao real número de animais, e o consumo

não seja sub ou superestimado (Figura 16).

Figura 16 – Recontagem dos animais.

Fonte: Ramon Scheffer.

29

A implantação do teste com o novo suplemento mudou a rotina das fazendas,

e até que os funcionários tanto da fábrica quanto motoristas e vaqueiros se

adequassem à nova realidade ocorreram alguns problemas de ordem operacional

que influenciaram nos dados iniciais de consumo. Dentre esses problemas

destacam-se a dificuldade de controle do número real de animais nos módulos,

problemas mecânicos e operacionais na fábrica de rações, mistura de lotes distintos,

entre outros.

Contudo, o consumo na maioria dos módulos nestas primeiras semanas

acompanhadas se manteve em torno de 0,8% do peso vivo (consumo esperado para

o suplemento teste: 0,4 – 0,7% do peso vivo), sendo possível observar o potencial

de autocontrole de consumo deste suplemento.

30

6. CONCLUSÕES

A implantação de tecnologia no sistema de distribuição de suplemento da

propriedade acarretou em maior agilidade na realização do trabalho, além de maior

controle e precisão na coleta de dados. O uso da estratégia de suplementação

infrequente de autocontrole de consumo possibilitou redução nos custos com mão

de obra e distribuição.

Bovinos em recria apresentam grande potencial de ganho de peso e melhor

conversão alimentar, por isso, devemos explorar ao máximo essa fase com o auxílio

de estratégias de suplementação específicas, possibilitando assim uma diminuição

no ciclo de produção e na idade de abate dos animais.

Nas primeiras semanas de teste com o suplemento para recria com adição de

monensina já foi possível observar o potencial de autocontrole de consumo deste

suplemento pelos animais.

31

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A oportunidade de vivenciar a rotina de propriedades do porte e estrutura

como as do Grupo Bom Futuro e de poder trocar experiências com os técnicos da

Novanis foi de extrema valia para minha formação, onde pude colocar em prática

conhecimentos adquiridos durante a graduação além de aprender muito com as

pessoas que trabalham nessas empresas.

A responsabilidade de instalar o sistema Agres e de implementar e conduzir a

fase inicial do teste com os animais da recria me trouxe uma vivência de realidade

imensa, resolver problemas, tomar decisões, traçar estratégias, juntamente com a

autonomia que as empresas me deram contribuíram de forma significativa para meu

crescimento profissional.

Lidar diretamente com os funcionários não é tarefa fácil, assim como

implementar coisas novas com o intuito de contribuir para a melhoria da propriedade.

Mas com respeito ao conhecimento alheio, paciência e humildade, isso se torna uma

experiência muito gratificante e enriquecedora.

No decorrer da graduação na Universidade Federal de Mato Grosso, foi

adquirida uma grande quantidade de conhecimentos teóricos que foram colocados

em prática no estágio final. Entretanto, a disponibilidade de disciplinas mais práticas

e estudos de caso que realmente venham a refletir os desafios no campo de

trabalho em que o profissional vai atuar, preparariam melhor os acadêmicos do

curso de Zootecnia para o mercado de trabalho.

32

REFERÊNCIAS

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39

ZERVOUDAKIS, J. T.; PAULINO, M. F.; DETMANN, E. et. al. Desempenho de

novilhos recriados em pastagens de capim - mombaça, submetidos a diferentes

freqüências de suplementação no período das águas REUNIÃO ANUAL DA

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 39, Recife. Anais…, Recife:SBZ,

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ZERVOUDAKIS, J. T.; PAULINO, M. F.; DETMANN, E. et. al. Desempenho de

novilhos recriados em pastagens de capim - mombaça, submetidos a diferentes

freqüências de suplementação no período de transição águas - seca. REUNIÃO

ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 40, Santa Maria. Anais…,

Santa Maria:SBZ, 2003.

40

ANEXOS

Anexo 1. Relatório gerado pelo programa “Dedo Duro Pecuária”.

41

Anexo 2 – Primeira formula usada no teste

Ingredientes Formulação

Milho grão moído 40,0%

Sorgo 32,8%

Torta de algodão 15,2%

Novanis Núcleo Corte Recria 12,0%

Total 100,0%

Fonte: Tabela elaborada pela autora com dados da Novanis.

Anexo 3 – Segunda formula usada no teste

Ingredientes Formulação

Milho grão moído 42,0%

Soja casca 30,0%

Torta de algodão 16%

Novanis Núcleo Corte Recria 12,0%

Total 100,0%

Fonte: Tabela elaborada pela autora com dados da Novanis.

42

Anexo 4 – Níveis de garantia do núcleo.